Família Saturniidae reúne algumas das mariposas mais chamativas do Brasil — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
Formado em biologia e mestre em entomologia (estudo dos insetos), Ricardo Borges gosta mesmo é de ilustrar espécies. A paixão pelos desenhos o acompanha desde a infância, mas os caminhos foram um pouco mais longos para o biólogo, que hoje vive das ilustrações.
“Sempre fui apaixonado por natureza e sempre gostei muito de desenhar, mas não acreditava que viver da arte seria possível. Durante a graduação e o mestrado eu tive contato com várias ilustrações científicas e achava que não atingiria o mesmo nível dos grandes ilustradores, até que percebi que com técnica e bastante prática daria certo”, conta.
Peixe feito com nanquim em pontilhismo é destaque no acervo — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
A experiência acadêmica junto ao talento com lápis, papel e aquarela resultam em belos desenhos, classificados por Ricardo como ilustrações naturalistas. “Elas são fiéis à espécie referência, mas não seguem as mesmas regras da ilustração científica. Com as naturalistas eu fico um pouco mais livre para alterar algumas cores e brincar com o tamanho dos desenhos”, comenta.
Entre os destaques está um peixe feito em nanquim, com a técnica pontilhismo. “Foi um dos mais difíceis e demorados, mas com certeza é um dos mais especiais. Além dele, uma ilustração que me marcou muito foi uma encomenda feita pelo meu orientador de mestrado, que pediu ilustrações de várias espécies de cigarrinha. Não esperava tanta repercussão: além de ter sido instalado no lado de fora do laboratório, foi bastante compartilhado na internet, inclusive por um museu da Coreia”.
Ilustrações naturalistas permitem algumas 'interferências' do estilo do artista — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
Divulgação Científica
Além de servir como vitrine para a venda das ilustrações, as redes sociais ajudam o biólogo a divulgar ciência – essência de todo pesquisador admirador da natureza. “Através das publicações as pessoas passam a conhecer espécies que sequer sabiam a existência, principalmente quando se trata dos insetos. Quando você valoriza o animal através da arte e o apresenta de um jeito diferente, muda a percepção das pessoas”, diz.
Depois de tantos anos dedicados às ilustrações como hobbie – e hoje atuando na área como profissional; Ricardo orienta. “Existem diferentes tipos de artistas, de vários níveis, vivendo da arte. Para quem deseja seguir esse caminho o conselho é não se cobrar tanto, praticar bastante e apostar no potencial. Além disso, disciplina é tudo”, completa.
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Abelha-jataí é outra ilustração de destaque entre os desenhos — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
Ilustrações botânicas são desafiadoras para o biólogo — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
Ilustrações compartilhadas nas redes sociais são ferramentas de divulgação científica — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
Fotografias e informações bibliográficas servem de referência para alguns desenhos — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
Biólogo utiliza ferramentas e técnicas variadas para ilustrar a fauna — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
Ilustrações coloridas são compartilhadas nas redes sociais e chamam atenção dos internautas — Foto: Ricardo Borges/VC no TG
Dependendo dos detalhes, ilustrador dedica dias para finalizar um desenho — Foto: Ricardo Borges/VC no TG