Terra da Gente

Por Larissa Fortunato*, Terra da Gente


Personagem principal de filme 'Leo', na verdade é uma tuatara (Sphenodon) — Foto: Divulgação Netflix

Lançada em 17 de novembro, a animação musical "Leo" conta a história de uma tuatara (gênero Sphenodon) de nome Leo, dublada pelo ator estadunidense Adam Sandler. Endêmico da Nova Zelândia, o animal se assemelha à maioria dos lagartos mas, na verdade, faz parte de uma linhagem de répteis distinta, a ordem Rhynchocephalia.

No enredo, desde o ano 1949, Leo vive como mascote em uma sala de do ensino fundamental de uma escola na Flórida, Estados Unidos. Assim que 2023 começa, a nova turma recebe uma professora substituta Sra. Malkin, que decide que os alunos devem se organizar para cuidar do animal durante os finais de semana, levando-o para suas casas.

Aos 74 anos de idade, Leo descobre que sua espécie vive apenas 75 anos – no filme – o que significa que só lhe resta mais um ano de vida. Pensando nisso, ele enxerga a ida à casa das crianças, como uma oportunidade para fugir de sua realidade trancado em uma sala de aula.

A tuatara é um réptil que viveu na época dos dinossauros, sendo assim, um animal bem antigo. — Foto: Divulgação Netflix

De acordo com o biólogo Tairacan da Fonseca, a tuatara é uma espécie ameaçadas de extinção. Um dos motivos disso pode estar relacionado à sua reprodução, já que é um animal com ciclo reprodutivo relativamente lento. Segundo o biólogo ele, as fêmeas maturam com mais ou menos 20 anos e, quando botam os ovos, levam cerca de dois anos para ter os filhotes.

“Na vida real, as tuataras não são pets. É um animal com poucos indivíduos no mundo, é protegido, então a tuatara não é nada comum em nosso ambiente. Estão presentes em alguns zoológicos, mas fazem parte de projetos de conservação”, conta o biólogo.

As tuataras se alimentam de besouros e grilos, sendo capazes também de quebrar conchas de caracóis e ovos para se alimentar de seu conteúdo. — Foto: thamesabingdon / iNaturalist

A Lei de Crimes Ambientais de 1998 (nº 9.605), dispõe sobre a captura de animais silvestres, cuja criação em residências ou em criadouros necessita de autorização prévia do Ibama.

"Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. Pena - detenção de seis meses a um ano, e também, multa.

Dentre os animais exóticos e silvestres autorizados pelo Ibama, estão: cacatua, jabuti, calopsita, iguana, furão, sagui, tartaruga tigre-d’água e algumas espécies de serpentes.

O biólogo aponta que a produção cinematográfica ajuda a conscientizar as pessoas não somente sobre a captura ilegal destes animais, mas também sobre como cuidar bem dos seus pets.

“O filme trabalha a problemática da exploração de animais e também do cuidado aos animais domésticos. Não tinha somente a tuatara, tinha a tartaruga, o hamster. Ele mostra como o animal de companhia, de suporte, é importante para o adulto, mas principalmente para a criança”, diz Tairacan.

O filme estreou no dia 17 de novembro. — Foto: Divulgação Netflix

Segundo ele, nos Estados Unidos, a população tende a criar mais répteis e outros animais não convencionais em vez de cães e gatos, fato que pode ter influenciado na escolha do personagem principal do filme.

Uma curiosidade interessante é que a tatuara viveu na época dos dinossauros. Se tratando da idade, o biólogo afirma que estes animais podem chegar aos cem anos de idade.

As tuataras se alimentam de besouros e grilos, sendo capazes também de quebrar conchas de caracóis e ovos para se alimentar de seu conteúdo. Ocasionalmente, podem incluir lagartos e aves jovens em sua dieta.

Possui uma mordida poderosa devido à musculatura de sua mandíbula, combinada com características biomecânicas e uma dentição firme e robusta. Habita áreas de floresta e praias em cerca de 30 ilhas ao redor da da Nova Zelândia.

Diferença entre lagarto e tuatara

Esses répteis habitam áreas de floresta e praias em cerca de trinta ilhas ao redor da Ilha Norte da Nova Zelândia. — Foto: Kevin Schafer/Getty Images

A tuatara, por mais que a aparência engane, faz parte da ordem Rhynchocephalia, diferentemente das serpentes e lagartos, que fazem parte da ordem Squamata.

Além disso, os lagartos possuem características que elas não têm, como ouvido e órgão reprodutor externos. Ecologicamente, as tuataras são tipicamente noturnas, apresentando temperaturas corpóreas relativamente baixas (entre 12 e 16 ºC) quando comparadas as de outros répteis.

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