Terra da Gente


Os tangarás habitam as matas densas do sul da Bahia, do sudeste e sul do Brasil. — Foto: Cristriane Gardim

Cristiane Gardim nasceu em São Paulo, cidade onde mora ainda hoje. Desde sempre apaixonada por animais, Cristiane desenha desde criança, mas resolveu fazer o curso de Artes Visuais nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e assumiu a ilustração científica como profissão há cerca de 5 anos.

A primeira espécie desenhada por Cristiane foi uma formiga. “Eu tinha 3 ou 4 anos e ganhei de minha mãe um chiclete que veio com uma ilustração de tanajura”, conta.

A menina passou vários dias copiando e corrigindo o desenho. O pai, que sempre gostou de desenhar, ajudou a aprimorar a primeira ilustração.

Quase na mesma época em que fez o curso de Artes Visuais na FMU, Cristiane criou uma página em uma rede social e a partir de então o contato com desenhistas, ilustradores e fotógrafos se ampliou.

A anta é o maior mamifero herbívero do Brasil. — Foto: Cristiane Gardim

Perfeccionista e atenta aos rigores exigidos pela ilustração científica, Cristiane é capaz de recomeçar um desenho várias vezes até que seja o mais fiel possível à espécie retratada.

Os desenhos da ilustradora ainda não foram publicados em livros, mas chamam a atenção de biólogos e observadores de aves. “Em geral, essas pessoas me enviam fotografias para serem transformadas em ilustração”, conta.

Um dos clientes de Cristiane é Almir Cândido de Almeida, referência no Brasil quando o assunto é fotografia de borboletas. Almir é coautor do livro “Lepidoptera – Borboletas e Mariposas do Brasil”. “Faço ilustrações a partir das fotos que ele envia”, diz.

As ilustrações científicas de Cristiane também estão em produtos. São cartões-postais, roupas, canecas, chaveiros e marcadores de páginas.

Aquarela, guache, grafite, nanquim, lápis de cor e outros materiais dão forma e cor aos desenhos da ilustradora. A caneta esferográfica, porém, tem lugar de destaque na bancada de trabalho. “A esferográfica não é usual na ilustração científica, mas o que conta é a perfeição do desenho”, afirma. “O material é barato, a cartela de cores é ampla e, principalmente, as cores são muito próximas dos tons das espécies retratadas.”

Na perfumaria da esquina de casa, Cristiane tem encontrado outros materiais baratos e eficientes para seu trabalho. O pincel de maquiagem, que hoje está na bancada, serve para trabalhar com lápis de cor e grafite. O minúsculo pincel para unha tem sido usado para fazer detalhes em desenhos de aves.

Na casa onde mora com os pais e a irmã, o quarto onde Cristiane dorme serve também como ateliê. Parando de tempo em tempo para beber água e comer, o dia da ilustradora é curto para dar conta das várias encomendas que recebe. No quarto-ateliê, Cristiane não trabalha sozinha. Com ela, sempre presentes, estão os cães Sheik, Lola e Maria Luiza.

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