Educação

Por Liliane Souza, G1 Santos


Da esquerda para a direita: “Autorretrato”, de Frida Kahlo, por Tiemmy Assakawa; "O Sonho”, de Pablo Picasso, por Gabriel Pedroza; “Bandeirinhas”, de Alfredo Volpi, por Kamily Figueiredo; e “Meninos com pipas”, de Candido Portinari, por Thayssa Figueiredo — Foto: Divulgação

Alunos de uma escola estadual de Peruíbe, no litoral de São Paulo, transformaram o corredor das salas de aula em uma galeria de arte. As portas ganharam novas pinturas inspiradas em obras de renomados artistas nacionais e internacionais, como Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Pablo Picasso e Vincent Van Gogh.

Eles se dividiram para definir quem ia pintar cada uma das 13 portas e a escolha das obras foi feita por meio de votação. "Cada um escolheu uma pintura conforme se identificava", conta a professora de artes Daniele Astolpho Melo Catalani, da Escola Estadual Professor Ottoniel Junqueira.

Um grupo de 15 alunos ficou responsável por ir à escola durante as férias e, em quatro dias, as portas estavam prontas. A aluna Tiemmy Pereira Assakawa, de 17 anos, escolheu pintar o retrato de Frida Kahlo.

"Após estudar um pouco sobre ela, acabei me apaixonando. Mas achei que seria um tanto ‘pesado’ fazer uma releitura de uma obra surrealista nas portas da escola, ainda mais as dela, que, por retratar algo real, transmite uma certa tristeza. Então achei o autorretrato dela e acrescentei algumas cores pra deixá-lo bem vivo", conta.

Pintura foi feita com as sobras de uma tinta branca que havia na escola e as demais cores foram surgindo a partir da utilização de corantes — Foto: Divulgação

Quem também fez parte do projeto foi a estudante Isabela Santiago Lopes, de 12 anos. "Não é só uma coisa para ajudar a gente, vai ajudar todo mundo. De pensar que a minha irmã vai passar por lá, minhas primas. E elas vão ver aquilo. E também vou poder contribuir com a minha escola de uma forma especial".

A pintura da obra ‘Mulher com guarda-sol’, de Pierre-Auguste Renoir, ficou por conta do estudante Everton Coimbra Sibet, de 17 anos. Ele disse que a atividade foi essencial para mostrar que quem faz as escolas são os alunos. "Foi incrível. É bom saber que há pessoas que notam o seu potencial. Nós fazemos de tudo para ser não só uma atividade, mas sim um divertimento".

“O Gato”, de Aldemir Martins, por Mariana Marcelino e Khadija Aisha; “O Girassol”, de Marcel Caram, por Thayssa Figueiredo; “O grito”, de Edward Munch, por Victor Gerardi; “Abaporu”, de Tarsila do Amaral, por Isabela Santiago; e “O Nascimento de Vênus", de Sandro Botticelli, por Felipe Nani — Foto: Divulgação

Novos ares

A escola, que costumava ter a pintura predominantemente branca e azul, ganhou novos ares em 2015, com a chegada do Programa Mais Educação, criado pelo Ministério da Educação. À época, releituras de grafite tomaram contas de portas e muros.

Com o tempo, a pintura foi se desgastando e a professora decidiu unir esforços para renovar a pintura. Dessa vez, com inspiração em obras de arte.

Segundo a professora, a pintura foi feita com as sobras de uma tinta branca que havia na escola. As demais cores foram surgindo a partir da utilização de corantes. Para ela, a atividade é fundamental para que os alunos sintam que de fato pertencem à escola.

"Como eles passam boa parte da vida na escola, é muito importante que eles se vejam na escola, que seja a segunda casa deles. A escola tem que ter a cara dos alunos", finaliza.

“Morro Vermelho”, de Lasar Segall, por Santiago Estêvão Candido; “Mulher com guarda-sol”, de Pierre-Auguste Renoir, por Everton Sibet; “Noite estrelada”, de Van Gogh, por Nilson Willy Cruz; e “O farol”, de Anita Malfatti, por Maria Luísa Nunes — Foto: Divulgação

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