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O ex-BBB Daniel Rolim ficou conhecido como “Daniel do coqueiro”. Riu e chorou ao longo do reality, cativando o público e, segundo ele, saindo do programa como “mister simpatia” em uma época “pré-cancelamento”.

Direto, Rolim rejeita rótulos e garante que foi ele mesmo o tempo inteiro sem fazer “VT”, expressão que se tornou popular em qualquer reality quando o participante busca se destacar para aparecer mais na edição. Após 10 anos do Big Brother Brasil 11, Daniel revela que ainda é reconhecido nas ruas e, durante a entrevista, fez revelações surpreendentes.

"A vida é curta para explicar o que não querem entender", diz ex-BBB Daniel Rolim sobre sua orientação
Daniel Rolim – crédito: Reprodução

Você participou do BBB 11, o que mudou na sua vida de lá para cá?

Agora sou conhecido e, onde chego, encontro “portas abertas”. Sou muito querido pelas pessoas e amo ser reconhecido por onde passo ou quando gritam meu nome na rua. Simplesmente adoro.

- BKDR -
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E financeiramente houve uma grande mudança? Deu para ganhar dinheiro com presença VIP, eventos?

Sim, muitas mudanças. Ganhei dinheiro fazendo bastante presença VIP na casa de famílias e ainda faço na casa de pessoas ricas e muitos se tornaram amigos. Casais ou famílias que me assistiam nas festas e queriam se encontrar comigo para conversar e rir muito.

Também ganhei dinheiro sendo convidado para festas e camarotes e por aí vai. Em 2011, não existia Instagram, e há um ano fui hackeado quando estava com quase cem mil seguidores e não consegui recuperar a conta antiga. Por isso, abri outra conta @danielrolimoficial que espero que vocês divulguem para eu poder reencontrar os meus amigos seguidores que já me seguiam.

A fama acaba atraindo muitas pessoas, quando você deixou o programa, recebeu muitas cantadas, assédios, etc?

Atraí muitos interesseiros, mas nós vamos aprendendo a filtrar quem devemos nos relacionar. Recebo cantadas e fico envaidecido, mas “faço a egípcia” e não dou continuidade, porque tenho preguiça.

Você sentiu algum tipo de LGBTfobia por parte de algum participante do BBB 11? Se sentiu acolhido pela produção do programa?

Não sofri nenhum tipo de homofobia por parte dos outros inquilinos. Muito pelo contrário, tive braços abertos. Não seriam loucos de praticar homofobia comigo porque eles não queriam me ver com o cão no couro.

Por outro lado, penso que nem tudo é homofobia, assim como nem toda brasileira é bunda. E o pessoal acolhe a todos muito bem sem distinções. Tratamento de rei e rainha para todos.

O Tiago Leifert vai sair da Globo, deixando a vaga de apresentador do BBB. Na sua opinião, quem deveria substituí-lo?

Faço a Glória Pires: Não tenho opinião formada.

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Daniel Rolim na época do BBB 11 – crédito: Reprodução

O BBB geralmente tem uma espécie de cota de perfis (galã, a gostosona, gay, negro, sarado, sênior, etc). Você se sente como parte dessa cota?

Não, não me sinto parte de cota nenhuma. Sinto-me parte de um conjunto de integrantes que gostaram para o programa. Fiz duas universidades, uma de administração e outra de direito e não precisei de cota nenhuma.

Em sobre momentos icônicos, você protagonizou alguns, onde ficou conhecido como “Daniel do coqueiro”, dançando ao redor da planta e também expondo seus sentimentos de alegria e dor. Alguns viram aquilo como sendo uma tática de ‘Vtzeiro’ (criar diálogos e interações forçadas para ganhar destaque no reality). Afinal, foi VT de fato?

Não me preocupo se pensam que foi VT ou não. Quando as lágrimas caíram de alegria ou tristeza eu não estava descascando cebolas. O importante para mim foi que me diverti “de corpo e alma” assim como faço em tudo.

Sempre vão achar algo de você. Eu não tenho tempo de me preocupar com o que acham a meu respeito, a não ser rir quando é mentira. Quando uma pessoa se destaca por ser genuína, vai sempre surgir alguém para falar algo contra ou a favor. O mais importante para mim é continuar sendo quem sou, na essência.

Você inclusive recebeu uma homenagem no BBB 20, durante o “Castigo do Monstro”, como reagiu quando se viu ali lembrado após quase 10 anos?

Quando vi na televisão que o castigo do monstro era uma homenagem para mim, eu fiquei em casa chorando e rindo ao mesmo tempo, e o coração quase saiu pela boca de tanta emoção e uma alegria que “não cabia no corpo” com as “carnes toda tremendo”. Uma sensação inexplicável.

"A vida é curta para explicar o que não querem entender", diz ex-BBB Daniel Rolim sobre sua orientação
Daniel Rolim – crédito: Reprodução
"A vida é curta para explicar o que não querem entender", diz ex-BBB Daniel Rolim sobre sua orientação
Daniel Rolim – crédito: Reprodução

Sobre sua infância em Arcoverde, no interior de Pernambuco, como foi? Como muitas crianças gays, você foi vítima de bullying?

Foi uma infância brincando na rua com outras crianças. Fui educado por minha mãe para não levar desaforo para casa e saber me defender, além de que as pessoas na cidade já sabiam que minha mãe era “brava”. Ninguém ousava “brincar” conosco. Ela sempre dizia que se eu tivesse apanhado na rua, eu apanharia outra vez em casa. E assim aprendi algo que faço até hoje: não levo desaforo para casa de ninguém. Por isso, não lembro de ter sofrido bullying.

E como você percebeu sua orientação sexual? Como era ser gay no interior?

A vida é muito curta para provar só “carne ou frango”. Sempre fui livre, mas claro que, no interior de Pernambuco, uma criança muito educada era vista como fresca (“gay”). Mas eu sempre fui eu e sempre me impus desde pequeno, devido aos exemplos em casa.

Sabia quando criança que gays adultos e amigos meus apanhavam e eram xingados. Alguns se sobressaíram e outros não, e alguns até morreram. Reza a lenda que tinha gays que andavam até armados para se defenderem. Já eu nunca me defini como gay, portanto, não tenho essa coisa de “quando me descobri gay”. Não sou gay e nunca fui.

Não preciso andar com “placa na testa” definindo a minha orientação sexual, até porque não tenho. Gosto de gente. E sou o que as pessoas pensam que eu sou. Não perco tempo explicando quem sou. A vida é curta para explicar o que não querem entender. Beijo homens e mulheres.

Estou em eterna descoberta e fico com quem eu quero. Sou aflorado e curioso, e mais macho que muito homem como diz a letra da música. Muitas vezes sou macho grosso do interior quando sou obrigado a ser.

Era muito namoradeiro?

Tenho esta fama de namoradeiro, mas sou “um anjo”. Sou seletivo. Tive poucas e boas experiências. De namoro mesmo só tive duas experiências: com uma mulher e com um homem, respectivamente. Os dois por um longo período e hoje eles são meus amigos.

Você está namorando atualmente? Quais características você busca em alguém para namorá-lo?

Estou namorando eu mesmo atualmente. Não gosto de ninguém. Preguiça de dar satisfações a qualquer pessoa vivendo a dois.

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Daniel Rolim – crédito: Reprodução

Há 26 anos, você criou um lar para idosas chamado “Casa do Amor”. Houve algum período em que você viu a possibilidade desse projeto acabar por falta de recursos? E quais são os seus planos em relação ao abrigo?

A instituição vive à beira do encerramento das atividades a qualquer momento, sendo um período muito difícil que está se prolongando há três anos. No entanto, meu sentimento é que já fiz a minha parte com muito sucesso.

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Daniel Rolim — crédito: Reprodução

Você disse em uma entrevista que adoraria participar novamente do BBB. Com qual famoso(a) você gostaria de dividir a casa se retornasse ao programa?

Não sei. Tem tantos famosos que já participaram que eu nunca nem vi e nem ouvido falar.

Você ficou em terceiro lugar, ou seja, não saiu “cancelado”, mas ainda assim você tem haters?

Sim, fiquei como a mister simpatia. Graças a Deus não conheço haters e só recebo carinho, pelo menos até agora, na internet. Muito raramente aparece alguém que fala bobagens, mas eu nunca respondo. Nem perco meu tempo, já que não vou sofrer com alguém que escreveu algo infeliz porque eu não sei o que aquela pessoa está passando na vida. Prefiro responder e dar atenção aos meus seguidores que estão comigo diariamente compartilhando ideias construtivas. Faço questão de responder a todos. Confesso que nos ‘direct’ respondo com mais lentidão, mas respondo a todos.

E por falar em cancelamento, você assistiu a última edição? O que achou da postura da Karol Conká e Lumena, por exemplo, no reality?

Karol Conká e Lumena devem ser pessoas do bem. Não as conheço pessoalmente, mas gostaria muito. Não posso julgar ninguém em sua trajetória no programa porque já julguei e depois conheci melhor as pessoas e elas eram legais.

Qual a sua opinião sobre o governo no que se refere a população idosa e de modo geral?

Não comento política. Não tenho opinião formada porque não tenho foro privilegiado.




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