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Pediatria: descubra mais sobre esta especialidade médica

Cuidar de crianças e adolescentes é cuidar do futuro. Confira nosso artigo sobre a rotina em pediatria, características de um bom pediatra e muito mais.

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Foram os índices elevados de mortalidade infantil que levaram à criação da pediatria como especialidade médica no final do século XIX. Antes disso, as particularidades em Saúde de bebês, crianças e adolescentes não recebiam a devida atenção, sendo tratados com procedimentos e remédios idênticos aos que eram receitados para adultos.

Não à toa, um dos grandes avanços da Medicina foi a criação do teste do pezinho: exame feito a partir do sangue coletado do calcanhar do recém-nascido para a verificação de condições graves, como o hipotireoidismo congênito e a anemia falciforme. A existência de doenças raras também pode ser descoberta durante esta análise.

Se você está estudando para passar em Medicina ou já é aluno e acredita que cuidar das nossas crianças é cuidar do futuro, você está no lugar certo. Neste artigo, nós escrevemos sobre como é a rotina em pediatria, quais características um pediatra deve ter e muito mais. Confira!

Importância da Pediatria

Pediatras são os médicos responsáveis por realizar a puericultura. Este é o termo utilizado para denominar o ato médico de acompanhar o desenvolvimento de uma criança desde os seus primeiros dias de vida até o término na adolescência. Ou seja, garantir a saúde e o bem-estar dos pacientes durante três fases extremamente profícuas em descobertas: a primeira infância; a segunda infância e a puberdade.

Nesse sentido, o especialista em pediatria cumpre o importante papel de vigiar sinais e sintomas de perto, para que não sejam desencadeados problemas mais graves. Também é sua função sugerir medidas preventivas, como a prática de esportes e uma alimentação equilibrada, a fim de que o desenvolvimento da criança seja o mais saudável possível.

Quando a anamnese e exames, laboratoriais, de imagem, entre outros, detectam alguma anormalidade patológica, cabe ao pediatra entrar em ação, prescrevendo tratamentos. Porém, há uma particularidade: muitas vezes serão os pais quem darão as respostas durante as consultas e a quem o médico precisa passar as instruções sobre os medicamentos e demais indicações clínicas.

Além disso, uma vez que seus pacientes não têm idade de consentimento, nem capacidade para cuidar de si mesmos, pode ser este especialista quem descobrirá casos de negligência parental e/ou de abuso infantil. Talvez esta seja a parte mais difícil, mas também mais importante da pediatria.

Quando procurar ajuda

Como mencionamos anteriormente, a pediatria não é uma especialidade que deve ser procurada apenas quando já existe um problema, mas com certa frequência para prevenção de doenças e/ou distúrbios que acometem ao crescimento. A periodicidade das consultas será determinada pelo profissional que acompanha a criança.

Pais de primeira viagem, principalmente enquanto ainda têm recém-nascidos, também podem buscar o auxílio deste especialista quando tiverem dúvidas. Por exemplo, quanto à temperatura da água do banho; quais sinais devem ser observados após uma queda, para garantir que não há necessidade de buscar um pronto atendimento; quantas gotas de remédio são recomendadas de acordo com o peso, entre outras questões rotineiras.

É comum que os responsáveis pela criança procurem por pediatras antes mesmo do nascimento do bebê a fim de escolher o profissional com quem tem maior afinidade. Afinal, o ideal é que este seja o especialista que acompanhará a criança até os seus últimos anos de adolescência. E haja chão até lá!

Assim que a criança nasce, alguns exames clínicos e laboratoriais básicos, que detectam um bom desenvolvimento infantil, já começam a ser feitos. Alguns deles são: o ganho de peso, crescimento em estatura, teste do pezinho e de audição.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), existem doenças mais e menos comuns nesta fase da vida. Entre as com maior número de casos, estão:

  • Bronquiolite aguda
  • Dermatite atópica
  • Rinite Alérgica
  • Rinossinusite
  • Diarreia
  • Doença celíaca
  • Constipação intestinal
  • Alergia ao leite de vaca
  • Intolerância a lactose

Portanto, apesar de o atendimento individualizado ser a melhor opção, às vezes, será necessário correr para uma emergência em que não se conhece o pediatra de plantão. E está tudo bem. O mais importante é não ignorar dores, dificuldade na respiração, cólicas, sinais de alergia ou diarreias, esperando por uma consulta eletiva.

Dia a dia do médico especializado em pediatria

Pensa em uma rotina bastante agitada e multiplica por 100. Ainda assim, você não teria alcançado o nível da correria que é o dia a dia dos pediatras. Isso acontece principalmente porque quando se trata de crianças, o desespero por uma solução rápida aumenta. Ou seja, não tem hora para receber ligação de responsáveis relatando alguma questão médica.

Mas, na prática, os locais de trabalho não variam tanto quanto das demais especialidades em medicina. Em hospitais, sua atuação poderá acontecer nos ambulatórios e nas enfermarias, mais voltados à atenção primária em Saúde. Outras opções são as unidades de tratamento intensivo (UTI) e os pronto socorros de urgência e emergência, que podem ser muito exaustivas.

Além disso, pediatras também podem escolher subespecializações para trabalhar especificamente com um ou mais partes do corpo. Por exemplo, em cardiologia, para tratar apenas de questões relacionadas ao coração, ou em oncologia, para se dedicar às crianças que foram diagnosticadas com câncer.

Durante a própria faculdade de medicina, você já será exposto a uma área que poucas especializações têm em comum: a neonatologia. Nesta ala dos hospitais é onde se encontram as salas de parto, chefiadas pelos obstetras. No entanto, quem administra os primeiros cuidados intensivos aos recém-nascidos são os pediatras.

Por fim, existem as possibilidades de abrir clínicas particulares e de prover atendimento a domicílio, encontrando casos de menor complexidade. Estes caminhos costumam valer mais a pena em questão de remuneração do que os valores pagos pelos consultórios vinculados a convênios.

Perfil de um bom pediatra

É impossível ser pediatra sem construir uma relação médico-paciente muito forte, não apenas com a criança, mas com toda a sua família também. Mas para que esta construção seja saudável, é essencial ter algumas soft skills chave, como empatia, criatividade e resiliência.

Lidar com os ânimos de quem é responsável por uma criança e, de repente, vê-se fora do controle da sua saúde dependerá de uma boa desenvoltura para comunicação e paciência. Principalmente, quando os casos forem mais graves.

Um bom pediatra é uma pessoa que entende crianças e adolescentes como iguais, respeitando-os do mesmo jeito que fariam com adultos. Em contrapartida, também sabe que provavelmente será uma das primeiras experiências médicas do paciente e, por esse motivo, assume a responsabilidade de ensiná-lo sobre seus direitos.

Sim, um adulto levou a criança para a consulta, mas isso não quer dizer que você não tenha que pedir permissão para examiná-la. Agir dessa forma o ajudará mais tarde a aprender sobre consentimento, liberdade e amor próprio, assim como a desenvolver tais conceitos em sua vida.

Em suma, por tratar-se de uma especialidade que dá bastante incentivo à subespecializações, gostar de estudar e ter uma boa memória serão diferenciais. Inclusive, caso prefira continuar atuando somente como clínico, afinal, são muitos nomes de patologias, medicamentos, orientações e cuidados paliativos para destrinchar e lembrar-se de cabeça.

Saúde e Alimentação

Atualmente, uma das principais questões colocando a saúde infantil no Brasil em risco é a obesidade. Cerca de 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no país estão obesas e 6,4 milhões estão acima do peso ideal para suas idades.

Embora o senso comum aponte ao contrário, a obesidade também pode enquadrar-se entre os casos de desnutrição. Isso porque não necessariamente os nutrientes encontrados nos alimentos, que são fundamentais para o funcionamento do corpo e da mente, estão sendo absorvidos pelo organismo durante e após o processo de digestão.

Diante deste cenário, médicos pediatras precisam estar atentos aos estilos de vida em que seus pacientes estão inseridos, preocupando-se em analisar o comportamento dos pais e responsáveis pela criança. Assim, é possível intervir clinicamente em prol do bem-estar geral da família.

Se você se identificou com esta causa e quer fazer da pediatria a sua vocação, baixe o nosso Manual da Carreira Médica. Com este material em mãos, você estará preparado às etapas que vem após graduação em Medicina.