Nascido em 1904, quando o Rio de Janeiro era ainda a Capital Federal, Roberto Marinho foi educado sob o signo da literatura francesa. Gostava de ler Balzac, Anatole France, Proust e Flaubert. E os autores que considerava “da vida inteira” eram os clássicos: Dante, Shakespeare, Tolstoi, Eça de Queirós, Machado de Assis.
Um romance que marcou Roberto Marinho foi "As aventuras do Sr. Pickwick", de Charles Dickens. Ficava emocionado ao se lembrar das gargalhadas de seu pai ao ler o livro durante sua prisão na Legação Argentina. Havia sido um sopro de alegria num momento difícil da vida.
Roberto Marinho mantinha em sua casa uma vasta e diversificada biblioteca. Livros de literatura, história do Brasil, medicina, psicologia, comunicação, filosofia, religião. Possuía obras de tiragem limitada, algumas com impressão especial em seu nome.
Guardava com especial carinho exemplares autografados por Carlos Drummond de Andrade, Aurélio Buarque de Hollanda, Clarice Lispector, Ernesto Sábato, Fernando Sabino, Jorge Amado, Manuel Bandeira, Mário Quintana, Mario Vargas Llosa, Gilberto Freyre, entre outros.
Roberto Marinho fazia parte da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, dedicada à publicação de importantes obras da literatura brasileira ilustradas por artistas consagrados. A associação, fundada em 1943, foi uma ideia de Raymundo de Castro Maya. Roberto Marinho era o sócio número 74 dos Cem Bibliófilos. Em sua biblioteca, há todas as 23 obras publicadas pela sociedade.
Em 18 de julho de 1944, os Cem Bibliógrafos se reuniram para o lançamento da primeira obra: "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, ilustrada por Candido Portinari. Entre 1956 e 1958, Roberto Marinho integrou a comissão executiva da Sociedade. Depois da morte de Raymundo de Castro Maya, em 1968, a Sociedade dos Cem Bibliófilos publicou somente um volume, "O compadre de Ogum", de Jorge Amado, com ilustrações de Mário Cravo.