História do Zorrinho, de 1975.
Esta pode ser considerada uma segunda história de criação da identidade secreta dos sobrinhos do Donald, com os personagens ainda em um estado bem inicial. Ainda não temos o “grito de guerra” inspirado nos três mosqueteiros, nem a importunação dos Metralhinhas às meninas Lalá, Lelé e Lili.
Mas isso não quer dizer que os vilõezinhos não vão aprontar aos montes, antes de serem finalmente pegos e punidos. Hoje a “peraltagem” é entrar e sair dos lugares sem pagar, o que em alguns momentos coloca os meninos bonzinhos em situação delicada enquanto eles tentam não perder os bandidinhos de vista.
Uma coisa que eu acho interessante é que o dinheiro de Patópolis teoricamente se chama “pataca patopolense” mas, na maioria das histórias onde é mencionado algum valor específico, a moeda é a brasileira. Neste caso, Cruzeiros.
Uma das piadas, bastante sutil, fica por conta da cédula que o Zorrinho usa para pagar a entrada de um brinquedo que custa 3 Cruzeiros. Talvez seja preciso virar a revista de cabeça para baixo e olhar com a ajuda de uma lente de aumento, mas pode-se ver nitidamente que é uma nota de 3 Cruzeiros, coisa que não existia na época.
Isso se explica pelo fato de que a história não pode parar para o Zorrinho receber o troco, e uma nota é mais reconhecível para o leitor do que três moedinhas, que ficariam pequenas demais no desenho. Em todo caso, não sei se isso é coisa de papai, ou uma inserção do desenhista Primaggio Mantovi.
Voltando ao desenvolvimento do personagem Zorrinho, hoje os meninos se darão conta de que podem conquistar uma liberdade de ação quase “sobrenatural” ao fingirem ser um só, já que os Metralhinhas são, de qualquer maneira e como todo o resto da família Metralha, burrinhos demais para perceber que estão lidando com três patinhos, e não apenas um.
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