O Gravador de HQs

 

Luzardo Alves é gravador de objetos. Era antes de trabalha com quadrinhos e continua sendo. Hoje sua arte está em objetos mais palpáveis, gravado nos momentos importantes na vida de muitas pessoas.

Luzardo através dos quadrinhos gravou na memória de muitos brasileiros, com suas charges e tiras, momentos da história do Brasil, da Paraíba e de João Pessoa.

Na década de 1960, Luzardo Alves após uma apresentação na TV do Commércio de Pernambuco, onde de um coração desenhado por Cauby Peixoto ele fez a imagem do Amigo da Onça, no programa de TV de Fernando Castelão e Luís Geraldo, onde chamou a atenção de Assis Chateaubriand, que acabou levando-o para o Rio de Janeiro, para trabalhar na revista O Cruzeiro, junto a Péricles (criador do Amigo da Onça), Carlos Estevão (do inesquecível Pif Paf), e lá conviveu com os mais ilustres nomes dos quadrinhos da charge e do humor brasileiro com Millôr Fernandes, Henfil, Ciça, Juarez Machado, Daniel Azulay, Jaguar, Zélio, Fortuna e Ziraldo (seu compadre, padrinho de batismo de sua filha). Foram seis anos cariocas na produção de tiras, cartuns, charges para as mais famosas revistas (além de O Cruzeiro, participou da Revista do Rádio, e dos jornais Correio da Manhã e O Dia), além de confeccionar arte para capaz dos quadrinhos destinado ao público infantil como Bolinha, Luluzinha, entre outros.

De volta à Paraíba, Luzardo retomou o seu ofício de gravado e continuou a desenhar com seu humor salutar. Por meio do jornal alternativo Edição Extra, juntamente com Anco Márcio criou uma das personagens mais hilárias e irônicas dos quadrinhos paraibanos: a Bat-Madame. Nessas histórias em quadrinhos de uma página, a Bat-Madame fazia uma sátira escrachada do Batman e dos costumes da região. Apesar das menos de 20 publicações de página única, esta se tornou marcante para os leitores deste periódico.

Na sua banca de gravação de objetos, Luzardo fazia a Charge da Semana. Um folheto patrocinado pelo Café São Braz e outros comerciantes, distribuído gratuitamente. Nestas charges havia um personagem chamado Pataconho, que representa um morador pessoense que faz análises e críticas sociais das situações políticas, econômicas e sociais no período em que circulou pelo Ponto de Cem Réis na década de 1970. Inclusive, alguns problemas estruturais cotidiano de nossa cidade ainda encontram-se registradas nestas charges.

Homenagear Luzardo é brindar João Pessoa com a alegria e humor característicos de sua pessoa. Na exposição que será montada para o 6º HQPB: QUADRINHOS E CULTURA POP NA PARAÍBA, teremos uma amostra de nossos alunos do Curso de Histórias em Quadrinhos, dos seus professores e dos artistas dos Studio Made in PB. Resultado do trabalho didático de resgate dos quadrinhos paraibanos e como forma de valorização da nossa arte e cultura, para perpetuar e produzir quadrinhos de qualidade como os de Luzardo Alves.

Luzardo Alves gravou profundamente a alma dos pessoenses e dos brasileiros de forma tão marcante e firme, com graça, leveza e precisão igual a que ele faz até hoje em jóias. Suas charges, quadrinhos, cartuns e tirinhas estão gravados nas nossas memórias e em nossos corações.

É com muita honra que o Studio Made in PB homenageia Luzardo Alves.

Paloma Diniz
Pesquisadora e Estudiosa das histórias em quadrinhos
Desenhista da Space Goat Productions
Professora do Studio Made in PB

A Verdadeira História dos Transformers: Parte 2

E aí pessoal, gostaram da 1ª parte do artigo do grande Thiago Colás, A Verdadeira História dos Transformers? Então vamos lá, aqui vai a 2ª parte, também publicada em 2009 no site HQ Maniacs, com algumas poucas modificações e adições.
As Novas Séries Animadas
Depois da série original que durou até 1987, a franquia Transformers ficou meio esquecida nos Estados Unidos, mas prosseguiu com toda a força no Japão, onde, em 87 mesmo, foi criada a série Transformers: Headmasters. Nessa série, os Headmasters são Transformers de tamanho pequeno (em relação aos outros Transformers, que fique bem claro) que construíram corpos robôs de tamanho grande, nos quais eles se encaixam, se transformando nas cabeças desses robôs. Sim, Transformers que se transformam na cabeça de outros Transformers, que também podem se transformar.
Isso chegava às raias do ridículo com a versão Headmasters de Fortress Maximus, na qual um Headmaster chamado Cerebrus se transforma na cabeça de seu corpo robô, cuja forma alternativa é a cabeça de outro robô gigante. Headmasters foi criada como um prosseguimento direto da série original, sendo que no Japão o primeiro episódio de Headmasters seguiu diretamente o último episódio da série original, The Rebirth.
E por um tempo considerável, o Japão foi o único país a produzir séries de Transformers, principalmente para alimentar a indústria de brinquedos. Na sequência de Headmasters foi lançado Transformers: Super God Masterforce (sim, o nome é esse mesmo), na qual foram introduzidos pela primeira vez os Powermasters (robôs que só conseguem se transformar quando conectados a uma determinada parte) e os Pretenders, os primeiros Transformers capazes de assumir uma forma alternativa orgânica; seguido de Transformers: Victory, onde foram introduzidos os Multiformers (um Multiformer só é capaz de se transformar se conectado a qualquer outro Multiformer); e finalmente por Transformers: Zone. Essa sequência de séries é chamada coletivamente de Generation 1, porque, teoricamente, seriam parte de uma mesma sequência, muito embora a série original TAMBÉM seja conhecida como Generation 1, tornando as coisas bem confusas.
Headmasters, Super God Masterforce, Victory e Zone
Uma série chamada Generation 2 foi o retorno dos norte-americanos à franquia, com novos brinquedos, uma nova série de quadrinhos pela Marvel e uma nova série animada, que durou de 1993 a 95. Não fez muito sucesso, sendo pouco mais do que um remake da série original.
O verdadeiro retorno triunfal de Transformers ocorreu em 1995, com o surgimento de Beast Wars. Totalmente feita pela Mainframe Entertainment do Canadá (conhecida pela série ReBoot, e por ser um dos primeiros estúdios a se especializar em animação computadorizada), com roteiros focando o público mais adulto e com inúmeras referências ao passado da franquia, Beast Wars foi elogiada pela crítica, chegando a ganhar um Emmy pelos avanços técnicos, e concorrendo de igual para igual na categoria de melhor série de ficção científica com Arquivo X.
Beast Wars
Em Beast Wars, todos os Transformers seguem o estilo Pretenders, usando carapaças orgânicas em vez de formas de veículos. Em suas três temporadas, Beast Wars levou a mitologia Transformer a um novo patamar, criando e/ou reaproveitando conceitos que se tornariam marcas registradas de todas as séries posteriores. Até mesmo neste caso os japoneses criaram séries intermediárias (os famosos fillers) para cobrir os espaços entre as duas primeiras temporadas (Beast Wars II) e entre a segunda e terceira temporadas (Beast Wars Neo).
Essas séries seguiam o mesmo esquema de Transformers com formas animais, mas envolviam pouco ou nada do plot oficial das séries americanas. Seu estilo de roteiro, abordagem adulta e design por computador fez sucesso entre os espectadores americanos, e uma nova sequência foi criada pela mesma Mainframe. O resultado foi Beast Machines.
Beast Wars II e Neo, e Beast Machines
Depois de uma série com fortes toques de ficção científica, foi pedido que a sequência fosse mais direcionada às crianças. Todos os roteiristas e produtores de Beast Wars foram substituídos, e Beast Machines ganhou uma abordagem totalmente diferente da série anterior por causa disso. O resultado não foi muito bom, e Beast Machines foi execrado pelos fãs da série anterior, tendo durado duas temporadas, e com um final que alterou tudo o que se conhecia de Transformers, que foi sumariamente ignorado por todas as séries seguintes.
Enquanto isso, no Japão, uma nova sequência de animações estava sendo preparada. A série Robots In Disguise (que foi exibida aqui pelo canal Jetix) serviu para cobrir o buraco entre o final de Beast Machines e o começo daquela que se tornou conhecida como a Trilogia Unicron.
A Saga de Unicron engloba três séries animadas: Armada, Energon e Cybertron. Armada teve o mérito de criar os Minicons, Transformers de tamanho pequeno que podem se conectar a qualquer Transformer de tamanho grande, fazendo um upgrade em seus sistemas e se tornando armas e/ou equipamentos adicionais.
Robots In Disguise, Armada, Energon e Cybertron
Esta saga narra os eventos apocalípticos da chegada de Unicron (o mesmo Transformer gigante da série original), sua guerra contra uma aliança forçada entre Autobots e Decepticons, e as consequências diretas da batalha e da reconstrução de Cybertron após esse combate.
Depois desta sequência, uma pausa foi dada na produção de séries, sendo retomada apenas em 2007 com a produção de Transformers Animated, com um estilo gráfico totalmente distinto das séries originais, seguindo a linha de desenhos mais recentes e estilizados. Transformers Animated a principio seguiu alguns conceitos do longa metragem de 2007, e mas não incorporou elementos do segundo filme em sua cronologia. Transformers Animated foi um estrondoso sucesso, sendo considerada por muitos a melhor série animada de Transformers junto com Beast Wars.
A história começa quando um pequeno grupo de Autobots encontra o lendário Allspark apenas para descobrir que seus inimigos, os Decepticons, apesar de terem perdido a Grande Guerra milhões de anos antes, ainda estão na ativa e querem poder do Allspark para conquistar Cyberton. Após cair na Terra, numa Detroit futurista, os Autobots assumem papéis semelhantes aos de super-heróis, sem que a enredo seja centrado apenas nas guerra entre eles e os Decepticons, mas também nas interações entre os Autobots e os muitos supervilões humanos de Detroit.
A série tinha um ótimo roteiro, e foi evoluindo para níveis de tramas mais complexas com o passar do tempo, incluindo muitas reviravoltas na história. Além disso, ela também inclui muitas homenagens a séries anteriores de Transformers. Infelizmente, Animated só teve três temporadas e foi cancelada em 2009, sem que Hasbro explicasse do motivo, mesmo ela tendo grande aceitação e altos índices de audiência.
No fim de 2010 a Hasbro e o Discovery Channel criaram em conjunto um canal de TV a cabo chamado de The Hub. E nesse canal estreou a mais nova série a animada do universo Transformers, chamada de Transformers: Prime.
Assim como séries anteriores, Transformers: Prime também é uma série de animação computadorizada, contudo sua estética de design está mais para uma mistura daquela dos filmes live-action com a de Transformers Animated. Os escritores dos dois primeiros filmes live-action são os produtores executivos do cartoon, que seque, em parte, uma linha de continuidade que se inicia com o aclamado jogo Transformers: War for Cybertron. A série está atualmente em sua 1ª temporada, e já está confirmada uma 2ª temporada para ela. Apesar de ser o sucesso do The Hub, Prime ainda não convenceu os fãs, principalmente os “órfãos” de Animated, que realmente tem o potencial esperado.
Ah, e além disso, será lançado no The Hub em 2011 ou 2012 outra animação dos Transformers, voltada para o público infantil com idades ente 3 e 5, chamada Transformers: Rescue Bots, que terá uma premisa simples, onde os Autobots e os humanos interagirão para promover o trabalho em equipe e a cooperação no resgate de pessoas.
Animated, Prime e Rescue Bots
E Quanto aos Quadrinhos?
Como eu já disse na matéria anterior, durante toda a existência da série original de Transformers, a Marvel foi a responsável pelos quadrinhos dos robozões, em duas séries distintas: a série principal, de que falamos anteriormente, e a série semanal publicada pela Marvel UK na Europa, que se desenvolveu em um sentido diferente da original, com uma base científica mais consistente e mais espaço para desenvolver os personagens (exatamente por ser semanal).
Foi nessa época, em 1986, que a Marvel lançou o primeiro crossover entre Transformers e Comandos em Ação. Com quatro edições e gerando (ou ignorando) inúmeros problemas de continuidade em ambas as séries, G.I. Joe and The Transformers teve o azar de ser lançada em um período no qual vários personagens importantes do mito estavam mortos, ou assim se achava. Assim, o Comandante Cobra, Megatron e até mesmo o próprio Optimus Prime ficaram de fora, para tristeza de vários fãs. Para completar, apenas a série dos Transformers aceitou o crossover como parte de sua cronologia. Larry Hama, na época o roteirista da série dos Comandos, optou por ignorar a minissérie. O fato mais marcante de G.I. Joe and The Transformers é a destruição de Bumblebee pelos Cobra, e sua recriação como Goldbug, na tradição Transformer de ressuscitar todos os seus mortos em uma nova forma.
No ano seguinte, a Marvel americana publicou The Transformers Headmasters, em sua primeira aparição em terras norte-americanas. Headmasters foi outra mini em quatro edições que apresentou o conceito de Headmasters ao público e introduziu na série oficial os primeiros robôs do gênero, assim como os Monstercons (Transformers cuja forma alternativa são monstros, e não veículos) e os Technobots (Transformers cujas formas alternativas são mais tecnologicamente avançadas que o normal, baseadas em veículos ainda em estado de protótipo).
G.I. Joe and The Transformers e The Transformers Headmasters
Após o final da série Transformers em 1991, a Marvel lançou Generation 2, em 93. Uma série regular transformada em maxissérie em 12 edições, Generation 2 expande o conflito entre Autobots e Decepticons do planeta Terra para a galáxia inteira, com Megatron em uma nova forma de tanque de guerra, lutando para reassumir a liderança dos Decepticons.
Generation 2 é mais conhecida pelo seu final, uma batalha maciça entre as diferentes gerações de Transformers, com Autobots e Decepticons forçados a combater lado a lado. Apesar de pouco se mencionar as séries originais de Transformers na atual cronologia Marvel, personagens criados em suas histórias, como Death’s Head (na série britânica) e Rompe-Circuitos ainda existem no Universo Marvel. Situação semelhante à do Ronin Vermelho, robô gigante cuja origem se passa na série do Godzilla.
Em 2002 a Dreamwave assumiu o contrato de licenciamento com a Hasbro e passou a publicar Transformers. Começando com uma série baseada no desenho original, a linha rapidamente se expandiu para uma segunda série, The War Within, que mostrava a guerra em Cybertron, milhares de anos antes de qualquer série, e uma terceira baseada nas linhas de brinquedos atuais (e nas séries de desenhos feitas pelos japoneses na época) Armada/Energon, além de uma minissérie em quatro edições, Micromasters.
Generation 2 e The War Within
A primeira minissérie da Geração 1, Prime Directive, chegou a ser publicada no Brasil, assim como as primeiras edições de Armada. Também nessa época, a Dreamwave e a Devil´s Due (que detinha os direitos de publicação de Comandos em Ação) se uniram para lançar o segundo crossover entre ambas as séries. Cada editora lançou uma minissérie em seis edições com uma história distinta, que poderia ou não fazer parte da cronologia oficial das séries.
A produção da Dreamwave só terminou devido à falência da empresa, totalizando 22 edições de Generation 1 (duas minisséries em seis edições que originaram uma série regular), quatro edições de Micromasters, 15 edições de The War Within (duas minis de 6 edições e uma que deveria ter 6 mas foi cancelada na terceira), 18 edições de Armada e 12 de Energon (que formavam uma série só – a primeira Transformers Energon foi a de número 19), além de três séries More than Meets the Eye, especiais contendo fichas dos personagens, e uma edição one-shot, Transformers Summer Special, que tinha histórias das séries Generation 1, Energon, Robots in Disguise, e Beast Wars.
Uma votação elegeu Beast Wars como a próxima série de Transformers a ser lançada, e o projeto estava adiantado quando a Dreamwave deixou de existir. Uma segunda série de crossover entre Transformers e Comandos em Ação foi cancelada após a primeira edição pelo mesmo motivo.
Após a queda da Dreamwave, a IDW Publishing assumiu os personagens, atualmente um de seus maiores sucessos. Com duas minisseries iniciais, The Transformers: Infiltration (estrelando a primeira geração) e Beast Wars: The Gathering, a linha de Transformers rapidamente se expandiu, tornando-se o carro chefe da editora. Comandados por Simon Furman, responsável pelos personagens já na época da Marvel e autor do Transformers: The Ultimate Guide, um livro com toda a mitologia dos personagens, a IDW optou por um reboot da primeira geração, livrando os personagens de uma parte da pesada carga de cronologia, mas ainda mantendo as características básicas de todos.
Prime Directive, More than Meets the Eye, The Transformers: Infiltration e Beast Wars: The Gathering
A IDW optou por não manter um título mensal, mas sim uma série de minisséries, cada qual com uma história completa, incluindo os The Transformers: Spotlights, especiais focados em um único personagem, além de séries paralelas como The Transformers: Evolutions, que contém histórias sem obrigação de seguir a cronologia, e a série The Transformers: Generations, que republica as melhores histórias da era Marvel de Transformers.
Foi pelas mãos da IDW que tivemos o crossover com os Novos Vingadores da Marvel, em uma minissérie em quatro edições lançada em 2007. Ambientada na Latvéria, terra do Dr. Destino, a história envolve os Vingadores da época (Capitão América, Homem-Aranha, Homem de Ferro, Luke Cage, Miss Marvel, Wolverine e um herói que não era membro neste momento cronológico, o Falcão) e os Transformers Prowl, Bumblebee, Ratchet e Jazz, alem de Optimus Prime, contra o já citado Dr. Destino, que se uniu a Megatron.
The Transformers: Spotlights, Evolutions e Generations, e The New Avengers/The Transformers
Depois do enorme sucesso da trilogia para os cinemas dirigida por Michael Bay (que criou uma cronologia totalmente nova, até mesmo mudando as formas de muitos dos robôs), a IDW também lançou várias séries ambientadas no universo dos filmes, tendo lançado as adaptações oficiais de todos os longas, além de várias sequências diretas deles, bem como seus prelúdios.
Quadrinhos da Trilogia Live-Action dos Transformers
E não há nenhuma previsão de final para os Transformers pelas mãos da editora, que anuncia uma nova série ou especial praticamente todo mês. Se tudo continuar nesse passo, Transformers ainda tem muito chão pela frente. E todos os fãs agradecem.
'Til all are one!
Thiago Colás

Thiago Colás é jornalista e apresentador do programa Hora 13, exibido aos sábados as 21 horas na Alltv, e na página do Facebook http://www.facebook.com/hora13.

A Verdadeira História dos Transformers: Parte 1 – A Origem e a 1ª Geração

Logo depois que postei a revisão dos toys de Transformers: Dark of the Moon lançados pela Burger King, percebi que vários visitantes dos blog realizaram pesquisas procurando por informações sobre os personagens e a história dos Transformers.
Sendo assim, resolvi pesquisar sobre esses temas, para assim poder criar um post pro blog. Contudo, durante a pesquisa, reencontrei um artigo que eu havia lido há pouco mais de um ano, intitulado A Verdadeira História dos Transformers.
Este ótimo artigo foi escrita por  Thiago Colás, dividida em duas partes, e publicada em 2009 no site HQ Maniacs.
A seguir, vocês podem conferir a 1ª parte na integra, com mínimas modificações:
Com fim da trilogia cinematográfica dos Transformers, é hora de desenterrar o passado desta fantástica série de desenhos animados e quadrinhos, que sobrevive há mais de 25 anos, assumindo várias formas e impressionando o mundo inteiro. Acompanhe nesta série de duas reportagens, a verdadeira história dos robôs gigantes, desde o seu início.
Como Tudo Começou
A história é uma velha conhecida: empresa cria/importa uma linha de brinquedos e encomenda uma série de quadrinhos/desenho animado como parte da estratégia de marketing. Na esmagadora maioria dos casos, as séries são descartáveis e desaparecem sem deixar rastros. Outras vezes elas atingem um status cult e sobrevivem, como He-Man, Zillion e Caverna do Dragão. Transformers é apenas o representante mais forte, conhecido e significativo desse segundo tipo, tendo se tornado uma das mais reconhecidas franquias do mundo do entretenimento, com várias séries, edições de quadrinhos, linhas de bonecos e agora nos cinemas.
E tudo isso começou em 1984, quando a Hasbro, a maior empresa de brinquedos do mundo, se uniu à japonesa Takara, para explorar os direitos sobre duas linhas de bonecos-robôs: Micro Change e Diaclone. Com uma linha de bonecos, mas sem uma história por trás para atrair os jovens clientes, a Hasbro encomendou à Marvel Comics um enredo qualquer que explicasse quem eram tais robôs e o porquê lutavam. Foram Jim Shooter (na época, editor-chefe da Marvel) e Dennis O´Neil que criaram toda a história por trás da guerra, enquanto o escritor da Marvel UK, Bob Budiansky, criou os perfis e nomes dos personagens restantes. Ficou por conta do ilustrador Floro Dery criar os esquemas e guias visuais para os quadrinhos e, futuramente, desenhos animados da série, tendo como base os próprios bonecos e ilustrações nas caixas de brinquedos. Assim, junto com a linha de brinquedos, foram lançados a primeira série em quadrinhos pela Marvel e o desenho animado, produzido pela Sunbrow Productions. E assim começou uma lenda…
Diaclone e Micro Change da Takara
Quadrinhos da Marvel e Cena do Desenho Animado
A História de Cybertron
Existem duas histórias diferentes para a origem de Cybertron, uma de acordo com a cronologia dos quadrinhos da Marvel, e outra de acordo com os desenhos animados. Por incrível que pareça, a Hasbro decidiu que ambas são origens reais e válidas, e uma boa dose de criatividade é necessária para que essas origens, diferentes entre si, possam ser consideradas como pertencentes à mesma cronologia.
Na cronologia dos desenhos animados, a principal nessa matéria, Cybertron antigamente era um planeta deserto que a raça alienígena conhecida como Quintessons usava como fábrica para seus utensílios e equipamentos militares. Nessa versão da história, o principal responsável pela inteligência artificial e personalidade dos Transformers é o supercomputador Vector Sigma. Depois de anos de escravidão, os Transformers finalmente se rebelaram e tomaram o planeta para si, batizando-o de Cybertron e proclamando a si mesmos como uma forma de vida.
Cybertron, Quintesson e Vector Sigma
Já a história da Marvel é bem mais complexa e cósmica do que a anterior. No passado mais distante, antes do nosso universo existir, havia Unicron. Com o objetivo de destruir todo o universo conhecido e conseguir a paz que apenas a total ausência de vida pode gerar, Unicron começou a devorar todos os planetas e formas de vida existentes, e até mesmo o material de que o próprio universo é composto. Após destruir tudo, e satisfeito com a paz que conseguiu, Unicron pode hibernar. O que ele não contava é que durante seu sono, os microscópicos fragmentos do universo que ainda restavam reagiram um com o outro, dando origem ao Big Bang e a criação de um novo universo.
E junto com esse novo universo, surgiu um novo ser, Primus, um guerreiro de luz cujo objetivo era derrotar Unicron e garantir que esse novo universo pudesse sobreviver. Foram inúmeras batalhas, com várias vidas sendo perdidas cada vez que combatiam. Tentando proteger esse universo, Primus levou a batalha ao Plano Astral, e depois, em uma jogada suicida, trouxe a batalha de volta ao plano físico, mas sem que ambos conseguissem recriar seus corpos. Assim, tanto Unicron quanto Primus ficaram presos em asteróides, de maneira a tornar o destruidor de universos inofensivo.
Infelizmente, a tática não deu certo. Ao longo das eras, Unicron se tornou capaz de manipular a estrutura atômica do asteróide em que estava preso, transformando-o em um planeta metálico e, depois, aprendendo a assumir uma forma metálica gigante, semelhante a que possuía anteriormente. Primus também aprendeu a manipular o asteróide em que se encontrava, mas decidiu mudar sua estratégia de luta. Ele transformou seu próprio corpo no planeta metálico chamado Cybertron, e, como um deus, criou os Transformers para habitarem seu mundo, ganharem poder, e um dia, derrotarem Unicron completamente. Nessa versão da história, um fragmento de Primus se tornou a Matriz Autobot da Liderança, aquilo que permitiu aos Transformers se reproduzirem, criando outros como eles mesmos foram criados.
Formas Astrais e Robóticas de Unicron e Primus
Em ambas as versões, a história se une nesse ponto, onde duas castas surgiram em Cybertron: os Autobots, cientistas e pesquisadores, e os Decepticons, os militares. Com fome de poder, os Decepticons começaram uma guerra contra os Autobots pela liderança de Cybertron. Uma guerra civil que foi ganha pelos Autobots, quando esses desenvolveram a habilidade de assimilar uma segunda forma e se transformar. Porém, ao longo do tempo, os Decepticons também ganharam tal habilidade, e a guerra recomeçou. Dessa vez, durante cinco milhões de anos as duas facções batalharam entre si, gastando quase toda a energia que o planeta possuía. Uma nave espacial Autobot, a Arca, foi enviada em uma expedição para buscar novas fontes de energia, mas foi atacada por uma nave militar Decepticon, Nemesis. Na batalha, ambas caíram na Terra, ainda em sua pré-história, e os robôs em seu interior entraram em hibernação.
Insígnias Autobot e Decepticon
Os Transformers
Foram quatro milhões de anos de hibernação até que eles despertassem novamente em 1984, num mundo em que a humanidade já havia dominado a Terra. Os sensores das naves escanearam as máquinas terrestres e implantaram suas formas nos Transformers hibernantes, de maneira que eles tivessem uma forma alternativa capaz de circular pelo planeta discretamente. E assim, a grande guerra continuou, com os Decepticons tentando absorver todos os recursos terrestres, transformá-los em uma forma de energia pura chamada Energon, e destruir a humanidade para criar uma nova base, enquanto os Autobots tentam impedi-los, protegendo a humanidade. Ambos os lados ganharam aliados humanos (universalmente odiados pelos espectadores, incluindo este que vos fala), mas os astros da série sempre foram os robôs, e novos modelos foram aparecendo ao longo da série, juntando-se aos favoritos de todos.
Personagens
Uma série só é tão boa quanto forem seus personagens, e, apesar de robôs, os Transformers eram carismáticos, cheios de personalidade e tão diferentes entre si que cada um tinha seu favorito.
Começando diretamente por Optimus Prime, ou Líder Optimus, como ficou conhecido por aqui. Optimus era o herói em estilo clássico, nobre, justo, sempre certo, poderoso, inspirador, e por aí vai. Apesar de seguir o estereótipo do líder dos heróis como o Capitão América ou o Superman, Optimus conseguia impor respeito sobre todos os outros Transformers e naquele monte de pirralhos correndo na frente da televisão. Sem falar que aquela forma de caminhão dele era muito linda.
Bumblebee era o queridinho de todo mundo. Quem era moleque naquela época TINHA um boneco do fusquetinha amarelo, ou queria ter um desesperadamente. Bumblebee podia ser o pequenino do grupo, mas estava sempre lá, no combate, lado a lado com os grandões. E as crianças pequenas adoravam a idéia. Vai ver que é por isso que até hoje nos animes sempre tem um baixinho invocado e poderoso.
Optimus Prime e Bumblebee
Um caso clássico de confusão agora: existiam dois Autobots com nomes bem semelhantes para os ouvidos brasileiros: Brawn e Prowl. Colocando os pingos nos is: Brawn era o Landrover briguento, e Prowl era a viatura, sério e racional. Um monte de gente trocava o nome dos dois o tempo todo na época, e trocam até hoje. Confusão natural, infelizmente.
E agora umas palavrinhas sobre o meu favorito: Grande, bruto, pouco inteligente, agressivo, estúpido, selvagem… Eu já falei pouco inteligente? Ainda assim, era, e ainda é, meu personagem favorito dos Transformers. Eu me lembro (bem vagamente) de quando eu era criança e gritava “Mim Grimlock chuta traseiros enquanto fazia exatamente isso nos meus anos de pré-escola. Apesar de tudo, era confiável, o líder dos Dinobots e tinha aquela forma de tiranossauro simplesmente fantástica.
Os Dinobots: Grimlock, Slag, Sludge, Snarl e Swoop
Do lado dos vilões os maiores destaques eram três. O líder, Megatron, acima de todos. Com a atitude clássica do general vilão dos desenhos da década de 1980, Megatron foi um dos raros (para não dizer o único) que conseguiu matar o líder dos heróis durante a série (tudo bem, ele ressuscitou depois, mas ficou morto um tempão antes disso). Um momento que, quem lembra, ainda chora.
Starscream, como o segundo em comando, traiçoeiro e mentiroso, também era fantástico. E nem destruído ele parou quieto, já que uma mutação na centelha (a “alma” dos Transformers) dele garantiu que Starscream passasse a eternidade como um fantasma capaz de possuir as máquinas da mesma maneira que fantasmas de terror possuem seres humanos.
Megatron e Starscream
E por último na lista de destaques, não um, mas cinco Transformers: os Constructicons. Cinco robôs que se transformavam em veículos de construção, mas capazes de se combinar em uma única máquina gigante, o Devastador. O Devastador foi apenas o primeiro dentre os chamados Gestalt (robôs capazes de se combinar entre si), mas com certeza foi o mais impressionante de todos, e mora ainda na mente dos fãs.
Os Constructicons: Long Haul, Bonecrusher, Mixmaster, Hook, Scavenger e Scrapper, se unem e formam Devastator
E este artigo fica por aqui. No próximo, as novas séries americanas de quadrinhos e as novas animações.
Thiago Colás

Thiago Colás é jornalista e apresentador do programa Hora 13, exibido aos sábados as 21 horas na Alltv, e na página do Facebook http://www.facebook.com/hora13.

A Arte do Colecionismo

Olá magnânimos leitores e leitoras, aqui quem vos fala é Márcio Albuquerque, e em conjunto com alguns amigos, resolvemos criar uma seção de revisões de toys para o Blog do HQPB: Quadrinhos e Cultura Pop na Paraíba. Logo, logo postarei minha 1ª (espero que de muitas) revisão, e baseado em algo que todo colecionador gosta de fazer, resolvi chamar a seção de “OLHA SÓ O QUE EU TENHO!”
Daí vocês, nobres leitores e leitoras exclamam: “Ah seu PORRA!!! Vem fazer uma seção no blog pra se exibir mostrando os brinquedos que tem? Olha só, o nome já diz isso! Que loser!!! Não to nem aí pra esses brinquedos de criancinha e espero que um gorila aidético estupre você!”
"É isso mesmo, seu puto! Vai se mostrar pra peste do Jar Jar Binks!"
Mas calma enfurecido(a) amigo(a), pois antes de postar a revisão, vou explicar a seção, e mais importante, o basicão mesmo sobre colecionismo, o mais explicadinho que eu puder, pra que sua pressão baixe, e assim, você nem vai precisar tomar um maracujina
Primeiramente, essa seção de revisões de toys, como o nome já diz, serve para revisar, ou seja, descrever os toys, falar sobre seus pontos fracos e fortes, mostrar por que eles são legais (não vou revisar um toy que eu não ache legal, né?), e quem sabe, influenciar vocês a darem uma chance aos ditos cujos, e os colocarem em suas coleções, ou darem início a uma com eles.
E tudo começou com uma lagartixa de plástico...
E segundamente, um colecionar é alguém que guarda, organiza, seleciona, troca e/ou expõe diversos itens por categoria, em função de seus interesses pessoais, e alé disso, gosta muito de conversar com outros colecionadores sobre as peripécias que ele teve de fazer para conseguir tais peças raras, mas a seção não terá o nome citado mais acima por causa disso (na verdade eu nem sei por que falei desse negocio da conversa… por favor, ignorem essa divagada idiota minha), pois depois de colecionar, a coisa que um colecionador mais gosta é mostrar sua coleção para que todos a vejam e admirem. Ele se sente orgulhoso quando alguém chega, vê uma peça sua e diz: Cara, que fodástico esse boneco! Posso tirar foto?”, ou qualquer coisa desse tipo…
Mas não é aquele orgulho mesquinho de alguém que se acha melhor que o outro porque possuía algo que outra pessoa não possui (tá ok, tem colecionadores que são um bando de lazarentos e pensam dessa maneira, e esses sim deveriam ser estuprados pelo gorila citado mais acima… mas a grande maioria não é assim), pois é quase o orgulho que um pai tem quando escuta um elogio ao seu filho.
Filhos, papai está muito orgulhoso de vocês!
Sei que ter orgulho de brinquedos não significa literalmente nada para a maioria das pessoas, e que muitos considerariam isso uma grande idiotice, mas pro colecionador, é uma alegria imensa escutar um elogio ao toy que ele se esforçou tanto para conseguir…
Com isso, pode ser dito que o sentido da seção de revisões de toys é descrever, sempre com bom humor, vários tipos de toys diferentes o mais detalhadamente possível, e passar a alegria que um colecionador sente ao conseguir adquirir e mostrar aquele toy que há tanto tempo ele queria, mesmo que seja algo totalmente tosco e inútil, e que 99% da população esteja cagando e andando para esse treco.

Pausa pro lanche!!!

Tá servido?

Retumbantes leitores e leitoras, depois de lerem até aqui, é provável, ou não, que pelo menos um de vocês tenha pensado: “Pô, esse cara pode tá falando a verdade, será que é uma boa começar a colecionar? Será que devo mandar o gorila aidético ir estuprar os caras do Restart, em vez dele?”, e assim, se interessado um pouco em começar uma coleção. Então, tenho mais duas coisinhas para lhe dizer, pois preciso ser totalmente sincero… primeiro, se você mandar o gorila pros coloridos é possível que eles adotem o bicho por gostarem muito dos “serviços” dele, e assim você nunca mais verá sua arma de vingança, e segundo, se você quer levar mesmo a sério o colecionismo de toys (na verdade, todo tipo de colecionismo), é preciso ter em mente que esse hobby custa dinheiro e pode drenar suas finanças como poucas coisas conseguem.
Se até colecionar conchas pode ser caro...
...imaginem então como é colecionar tênis?
Isso não quer dizer que você precisa ser um ricaço pomposo e fresquinho pra poder colecionar, e sim que você precisa se policiar, sempre guardando um dinheirinho certo pra, quando puder, dar upgrades na sua coleção. Há muitas pessoas que não ganham tanto dinheiro, mas conseguem formar coleções fantásticas contendo centenas ou até milhares de itens. Lembre que colecionar é pior que ser um viciado, pois você nunca vai conseguir parar.
O vício é tão grande que tenho certeza que você vai até querer ter vários modelos de uma mesma coisa. E para demonstrar isso, vou usar os toys de Transformers como exemplo… O que? Você não sabe o que são Transformers? Em que planeta você viveu por quase 30 anos? Bem, não importa… googlei Transformers que você saberá do que falo.
Voltando… em Transformers, como em toda grande franquia, existem os personagens top que sempre serão recriados de várias maneiras, terão várias formas e histórias diferentes, se tornando um poço sem fundo de inspiração para fabricantes de brinquedos que querem poder sempre vender mais e mais modelos deles.
Contudo, mesmo quando um personagem só apareceu uma vez numa série especifica e sumiu logo em seguida, você ainda não está seguro. Os fabricantes de brinquedos vão dar um jeito de sempre trazer esse personagem de volta, seja numa nova forma, seja usando um brinquedo repintado de outro personagem que recebe outros acessórios, e ganha o nome daquele personagem sumido. E olha que isso acontece com uma frequência absurda em Transformers.
Transformers: Mais que os olhos, e o bolso, podem ver...
Com isso, sabemos que só porque que o colecionador já possui um toy do Optimus Prime, do Megatron, ou do esquecido Cosmos, isso não significa que ele não vai comprar outro… Com mil infernos saltitantes, eu já tinha um Optimus Prime decente que representa muito bem o personagem, mas nem por isso deixei de comprar outros, e hoje tenho pelo menos 10 modelos diferentes dele na minha coleção.
Por isso tudo digo a vocês que colecionar é um hobby maravilhoso, mas que precisa de dedicação e disciplina para que ele nunca deixe de ser uma atividade prazerosa que faz com que o colecionador tenha vários momentos de alegria, para se tornar um fardo chato de se carregar por aí.
Até logo, e xero no olho (do rosto, claro) pra todos vocês!
PS: Minha coleção é bem eclética, e uma das fotos que ilustra o artigo é de parte dela… alguém consegue adivinhar qual é essa foto?