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Tag Archives: Hipólito Colomb

Ilustração Portugueza, nº472, 1915 - 2

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A crónica de Júlio Dantas, ilustrada por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.

No país, sucedem-se os atentados políticos; a crítica à moda feminina; a Alemanha bloqueia a Inglaterra; e Antero de Figueiredo publica a 2ª edição da novela “Doida de Amor”.

“Pergunta-me o que penso da moda atual. As modas são como as mulheres, minha querida amiga: Já se disse d’elas todo o mal que havia a dizer. Como Gabriella Dorziat, a ilustre atriz franceza do ‘the right dress in the right place’, julgo que a moda atual é ‘garçonnière’ de mais; que, quando se decide a ser feminina, o é com um paroxismo doentio e uma impertinência visinha da impudência; que os vestidos modernos, exiguos, sucintos, levissimos, quasi imateriaes, vestidos que se fazem com 0,75 de estofo e cabem dentro de um regalo, constituem, em materia de pudor, um diminuitivo muitíssimo interessante quando se observa na mulher dos outros.”

Ilustração Portugueza, nº472, 1915 - 3

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“Carta de Longe”, conto de guerra por João Grave, ilustrado por Hipólito Colomb.

Ilustração Portugueza, No. 470, February 22 1915 - 31

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O obituário, com destaque para a morte do actor João Gil.

Nas novidades literárias, António de Oliveira publica a peça-poema “Paz Bendita”, sobre a guerra na Europa, que foi levada à cena em Bragança numa récita em benefício da Cruz Vermelha; e Mota Cabral prepara um novo livro de versos, “Poentes de Ideal”.

O casamento de Ester Gil Duarte e João Vicente Sampaio, gravador da oficina de fotogravura da Ilustração Portuguesa (foto Benoliel).

Ilustração Portugueza, No. 470, February 22 1915 - 32

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No teatro, passava “Amor à Antiga”, de Augusto de Castro, uma reprise no Teatro Nacional.

Nas ilustrações de Hipólito Colomb, os actores: Joaquim Costa, Albertina de Oliveira, Lucinda do Carmo, Augusto de Melo, e Inácio Peixoto.

Ilustração Portugueza, No. 470, February 22 1915 - 32b

Ilustração Portugueza, No. 470, February 22 1915 - 32a

Ilustração Portugueza, No. 466, January 25 1915 - 32

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A crítica do teatro: a comédia “O Senhor Brotonneau”, dos dramaturgos De Flers e Caillavet, no Teatro S. Carlos, com o actor Chaby Pinheiro; “O Coração Manda”, de Croisset, no Teatro Nacional, com Palmira Bastos. Nas imagens: os actores Carlos de Oliveira, Jesuina Saraiva, Palmira Bastos, e uma cena da peça “Águia Negra”, no Teatro Apolo, no Porto (foto Benoliel e ilustrações de Hipólito Colomb).

“‘O Coração Manda’, no Teatro Nacional

Há trinta anos ou mais que esta peça está feita. (…) quantas comedias e quantos dramas, Deus do Ceu!, tem dado esta literatura romanesca do orgulho amoroso e do triunfo lírico e inofensivo da inocencia e do desinteresse apaixonados! Em todas as peças, ha uma inevitavel ato passado na biblioteca da casa; inevitaveis duquezas; a inevitavel expulsão do secretario ou da dama de serviço; o inevitavel casamento que se preara na decima segunda cena do ultimo ato e que anda, como se diz das trovoadas, a acumular-se desde o 1º ato – que é quando chega o futuro amoroso pobre ou a amorosa orfã.”

Ilustração Portugueza, No. 466, January 25 1915 - 33

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Publicidade ao Pó de Abyssinia Exibard para a asma; ao Século Cómico; à Perfumaria Balsemão; ao sabonete Vizela; à estéticista Madame Viegas; ao Almanaque Ilustrado do Século; e à tipografia do Século.

Ilustração Portugueza, No. 543, July 17 1916 - 14

Revista amavelmente cedida por T do blogue Dias que Voam. Carregar na imagem para ver em tamanho 1545 x 2305.

Comentário humorístico aos acontecimentos nacionais, cartoons the Hipólito Colomb.

Ilustração Portugueza, No. 543, July 17 1916 - 15

Revista amavelmente cedida por T do blogue Dias que Voam. Carregar na imagem para ver em tamanho 1540 x 2300.

Contra-capa do O Século Cómico, Nº 976. A banda desenhada Quim e Manecas por Stuart de Carvalhais, “O Mistério da Lâmpadas” (1º episódio da 7ª parte do Pé Fatal).

Ilustração Portugueza, No. 543, July 17 1916 - 15a

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Ilustração Portugueza, No. 543, July 17 1916 - 12

Revista amavelmente cedida por T do blogue Dias que Voam. Carregar na imagem para ver em tamanho 1535 x 2320.

Incluído na revista, O Século Cómico, Nº 976, capa por Hipólito Colomb.

Ilustração Portugueza, No. 543, July 17 1916 - 13

Revista amavelmente cedida por T do blogue Dias que Voam. Carregar na imagem para ver em tamanho 1535 x 2295.

Comentário humorístico aos acontecimentos nacionais, cartoons the Hipólito Colomb.

Ilustração Portugueza, No. 543, July 17 1916 - 13a

Ilustração Portugueza, No. 543, July 17 1916 - 2

Revista amavelmente cedida por T do blogue Dias que Voam. Carregar na imagem para ver em tamanho 1550 x 2320.

A crónica de Acácio de Paiva, ilustrada por Hipólito Colomb.

Critica-se a lendária revista literária “Orfeu”, ressalvando alguns dos seus bons poetas, nomeadamente Augusto Santa Rita, que publicava “Praias do Mistério”; elogia-se Magalhães Lima por convencer o resto do mundo do valor de Portugal; o cronista relata um dia passado numa aldeia da Extremadura, em que uma menina reprovou o seu exame; e lamenta-se a morte do jornalista brasileiro Batista Coelho, o João Foca.

“Era um amigo de todos nós, os que professamos as letras em Portugal; e dava-nos a impressão de ser um amigo de infancia, uma pessoa que ha muito conhecessemos. Não precisava de apresentação. Passava, deparava-se-lhe um literato portuguez, alguem pronunciava o nome d’este, e ‘João Foca’ dirigia-se-lhe imediatamente:

– Ah! você é fulano? Conheço perfeitamente.

‘Eu sou o ‘João Foca’.

– Tenho muita honra…

– Ora! deixa-te de contumelias! Estás bom? e a familia?

Pronto. Dentro de tres minutos tratavamo-nos por tu e passada meia hora tinhamos-lhe ouvido dez anedotas e tinhamos rido francamente, sadiamente, com aquele nunca acabar de bons ditos originaes e extravagantes.

Pobre ‘João Foca’! Como troçarias de nós, como farias o possivel para que rissemos, se nos visses agora comovidos por tua causa!”

Ilustração Portugueza, No. 541, July 3 1916 - 2

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Crónica de Acácio de Paiva, ilustrada por Hipólito Colomb.

Um jornalista da publicação espanhola A B C fica alarmado com a presença de tropas portuguesas junto à linha férrea de Lisboa a Badajós; elogios ao acampamento de Tancos, onde os soldados portugueses eram treinados para a guerra; tem grande êxito a tragédia “Pedro, o Cruel”, de Marcelino Mesquita; e começa a época das romarias. A redacção anuncia que, devido à falta de papel, o Século Cómico passará a ser incorporado na Ilustração Portugueza.

“De vez em quando parece que a Espanha se assusta por nossa causa (…) D’esta vez foi um jornalista do ‘A B C’, o sr. João Pujol que tocou as castanholas do alarme. Porquê? Porque, diz ele ‘junto á linha ferrea de Lisboa a Badajoz e em territorio português concentraram-se pelo menos duas divisões munidas de material de guerra, no acampamento de Tancos… Em menos de tres horas essas forças poderiam estar na fronteira espanhola…’

Poderiam, mas o governo espanhol tem um meio muito simples de fazer que nenhum português ponha os pés em Badajoz: é acabar ali com as touradas. É radical.”

Ilustração Portugueza, No. 487, June 21 1915 - 4

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“Justiça do Povo”, conto sobre a revolução de 14 de Maio, por Sousa Costa, provavelmente ilustrado por Hipólito Colomb.

“Tudo aquilo era obra do seu desejo – tudo obedecera ao instinto cego da sua vingança, para lhe entregar, sem defeza possivel, com o exercito nos quarteis, com a policia prisioneira, o conde, o amo humilhado, o senhor feito escravo. Ria já, n’um rir surdo, em que os dentes rangiam, da figura amarfanhada do titular, prostrado aos seus pés, a suplicar misericordia – franqueando-lhe as portas do palacio.”

Ilustração Portugueza, No. 487, June 21 1915 - 5

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“Não encontraram armas, não viram bandeiras, não descobriram homens suspeitos – nem nos salões, nem nos quartos, nem nas cavalariças. (…)

Apenas na rua, o marinheiro mediu Bonifacio, dos pés á cabeça. Recuou quatro passos, olhando-o a fito. Meteu a arma á cára, apontando-lh’a ao peito. E desfechando, n’um relampago, tombou-o, fulminado.”

Ilustração Portugueza, No. 487, June 21 1915 - 3

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“Justiça do Povo”, conto sobre a revolução de 14 de Maio, por Sousa Costa, provavelmente ilustrado por Hipólito Colomb.

“Bonifacio nunca fôra nada – senão um mau criado de servir, servindo-se do alheio. Mas, diante do movimento popular triunfante, e da necessidade excitada de se vingar, decidiu ser alguma coisa – decidiu ser povo soberano. Era facil obter uma espingarda. Era facil juntar-se a um grupo de sediciosos. E, forte na sua arma e nas do grupo, o ‘resto’ consegui-lo-ia sem pergio para si, e na certeza da desforra.”