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Francisco ProvidĂŞncia

Portfolio Identidades Corporativas


Instituto Português Património Arqueológico e Arquitectónico IPPAR, renovação de identidade visual. Lisboa 2004. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Miguel Palmeiro (desenvolvimento de projecto).

No símbolo para a marca Ippar (Instituto Português do Património Arquitectónico) abre-se o vão de uma janela manuelina no quadrado exterior e, consequentemente, o delicado recorte da janela esculpida sobre a força resistente do fortaleza, aqui representada pelo quadrado.



Câmara Municipal de Coimbra, concepção de identidade visual, desenvolvimento e implementação em produtos comunicacionais. Coimbra 2003. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Miguel Palmeiro (desenvolvimento de projecto).

Marca para Coimbra No concurso para a identidade gráfica do Município de Coimbra, foi destacada a representação simbólica da cobra (já presente no selo de D. Dinis sob a forma de serpente alada), mas como oroboro (do gr. “morder a cauda”), figura hermética antiga que simboliza a capacidade regenerativa da ciência (já que o conhecimento se faz representar pela serpente). A associação da Universidade (como lugar de produção de conhecimento) à serpente, não é nova. Os candeeiros de iluminação pública do campus universitário na alta de Coimbra, exibem no topo das colunas, uma serpente ondulada. O que é novo é a sua representação geometricamente estilizada em substituição do “O” e a sua representação isolada em “chefe”. O processo de descoberta da figura é consequência de uma reflexão em torno da evolução heráldica da cidade — que tem um património raríssimo de sete séculos — e da sua actualização como meio de conservação.




Estádio Municipal de Coimbra, concepção, desenvolvimento e implementação de sinalética. Coimbra 2003.


Igrejas e conventos de Coimbra, proposta de marcas, IPPAR. Coimbra 2009. equipa tĂŠcnica: Francisco ProvidĂŞncia (design) e Rita Branco (desenvolvimento de projecto).




Apropriação do acaso No concurso para as marcas dos edifícios patrimoniais de Coimbra promovido pelo Ippar, procuramos encontrar pormenores iconográficos explícitos para cada uma das três marcas. O edifício da Sé Nova, antigo legado dos Jesuítas que ocupa um quarteirão inteiro no actual campus da Universidade, apresenta em planta uma figura ortogonal assimétrica e enigmática, que tem uma força própria e estranha. Dificilmente a teriamos conseguido inventar, se não a tivessemos recuperado, por apropriação, da própria arquitectura (tendo esta, por ventura, sido desenhada pela imposição de um programa complexo às exigências do terreno).



Universidade do Minho, remodelação da identidade visual e aplicação em suportes comunicacionais. Braga 2002. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Miguel Palmeiro (desenvolvimento de projecto).

Mudança vs conservação: heráldica Enquanto designer, seria reprovável ignorar o extenso e precioso património simbólico da heráldica portuguesa. No concurso para uma nova identidade visual da Universidade do Minho pedia-se uma marca de modernidade e de representação da identidade local; a UM exibia então como marca um brasão de cavalaria medieval cuja posição do elmo caracterizava uma herança bastarda. Começando pela análise crítica à preexistência, verificamos que nada fazia sentido: nem a cidade ou a universidade tinham origem na nobreza (representada pelo escudo), mas no clero (representado pela oval) nem a simbologia das insígnias militares representa o conhecimento (amor à verdade) mas a força estratégica e, por fim a identificação de bastarda não se coadunava com a mais relevante instituição para a promoção da democracia social, assim negligenciando o seu papel político. Era fácil perceber que brasão em escudo (por melhores memórias que guardassem os seus professores da formação em Inglaterra) não parecia sustentável. No escudo e em campo de prata, percepcionavam-se duas ordens de objectos. No campo superior um livro e no inferior três espigas que pareciam de milho mas esclarecia a descrição tratarem-se de jacintos. Jacintos em prata caracterizava a humildade científica e o livro o conhecimento. Abandonando o livro pela vulgar generalidade do estereótipo, ficou o jacinto (cacho de flores) demasiado complexo para resistir à função.



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As siglas poveiras ou marcas poveiras, são

uma manifestação de “proto-escrita primitiva”, tratando-se de um sistema de comunicação visual simples, usado durante séculos na Póvoa de Varzim, Caxinas e Vila do Conde, pela comunidade piscatória. Gravadas sobre madeira com navalha, também poderiam ser pintadas, por exemplo, em barcos ou em barracos de praia. Terão sido deixadas por colonos vikings, há cerca de 1.000 anos. Embora não constituíssem um alfabeto, no passado também eram usadas para recordar coisas, funcionando como hieroglifos e adquirindo bastante utilidade prática.

Mas se criticar a preexistência parecia simples, propor visualmente uma nova sintaxe minhota, relativa ao conhecimento e de origem popular (sem cair no folclore) parecia bastante mais difícil. Ao enunciar assim o problema começamos a investigar narrativas que pudessem cumprir esse papel. Num golpe de sorte, ocorreunos o exemplo da proto-escrita da comunidade piscatória da Póvoa de Varzim, identificada pelo etnógrafo António dos Santos Graça1 que usavam uma sinalética heráldica com que identificavam as suas alfaias de pesca (e campas). Sinais simples, geométricos, inscritos em matriz de malha ortogonal e oblíqua, identificavam nomes de família a partir de formas de alfaias de pesca, que gravavam com navalha por pequenos golpes (segmentos de recta) e sobretudo sobre madeira. Para além de politicamente oportunos, estes objectos populares eram visualmente competentes e interessantes. Associando a estrutura visual das pétalas da flor de jacinto (unidade de duas séries de três pétalas distribuídas em dois níveis), com a sintaxe da proto-escrita poveira, surgia uma solução moderna e cheia de potencialidades gráficas que representava o nó de uma rede internacional de conhecimento universitário.



Universidade de Aveiro, redesenho de identidade gráfica. Aveiro 2003.

Aproveitando a comemoração do 30º aniversário da fundação da Universidade de Aveiro (2003), incumbiram-nos de propor redesenho da sua marca. A marca da UA, para além de exibir uma elevada quantidade de elementos heráldicos e simbólicos diferentes (a esfera armilar, o livro aberto com a inscrições em gótico – Poiesis, Teoria e Praxis –, encimado por águia de asas abertas – por referência às insígnias municipais –, configurava um conjunto que se inscrevia no rectângulo apoiado ao centro na esfera armilar. Não querendo prescindir da origem heráldica invocada, procuramos consolidar o perfil do conjunto, fundindo as peças da águia e do livro, abdicando da esfera e das inscrições e atribuindo ao todo uma unidade gráfica evidente e robusta. A águia, enquanto ave de rapina, e a ave de asas abertas enquanto símbolo imperial (da Romanização e da Alemanha), tem conotações agressivas que de modo nenhum valorizam a imagem pública da instituição universitária. A opção de negativar o livro na silhueta da ave, retirando-lhe o perfil do bico e arredondando os cantos do conjunto, agora inscrito no quadrado, resultava num selo de melhor leitura e resistência à erosão visual.



Simula, desenho de identidade gráfica. Universidade de Aveiro. Aveiro 2014. equipa técnica: Francisco Providência em colaboração com Álvaro Sousa (design e desenvolvimento de projecto)



IPS


Instituto Politécnico de Setúbal, renovação da identidade visual e derivações integradas. Setúbal 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Cristina Lamego (desenvolvimento de projecto).

O Instituto Politécnico de Setúbal, querendo reorganizar e reunir a instituição atomizada por diferentes escolas e departamentos divorciadas entre si, lançou concurso para o desenho de nova identidade visual, alternativa à marca em uso, de forte inspiração heráldico e religiosa invocada a Santiago. Tratava-se de revalorizar o trabalho em equipa para o confronto de uma nova era na gestão dos politécnicos, cada vez mais sujeitos à concorrência quer pela redução da população estudantil, quer pelo novo quadro económico do país e da Europa. Apesar da dificuldade prática em persuadir os diversos agentes nas vantagens da tutela de uma marca comum, a reitoria do IPS aprovou e implementou a proposta que, apresentava uma semântica autónoma fundada na representação do trabalho colectivo por um objectivo comum como na metáfora das equipas de remo. A exploração da cor como factor de diferenciação complementar ao texto, permitiu identificar autonomamente cada uma das escolas.



Museu do Dinheiro do Banco de Portugal, marca e desenho museográfico. Lisboa 2010. equipa técnica: Francisco Providência (design), Miguel Palmeiro (desenvolvimento de projecto), Cariátides (tratamento de conteúdos e coordenação da obra), Mário Vairinhos (interacção), Newton (engenharias) e Mentalfactory (software).






A marca do Museu do Dinheiro, justificou uma reflexão sobre a própria marca do Banco de Portugal. O que é um Banco Central? É uma entidade que serve para creditar a moeda e, consequentemente, para salvaguardar o valor do país e a sua economia. No imaginário comum, a ideia de valor fiduciário está intimamente relacionada com a cunhagem e com os metais mais ou menos raros e, consequentemente, mais ou menos valiosos — os portugueses continuam a imaginar as barras de ouro do Banco de Portugal. O ouro, reduzido a elemento da Tabela Periódica, não perde a sua aura de elemento alquímico, mas passa a ser comparado com os outros materiais, assim se reduzindo cientificamente à neutralidade Au79. O recurso ao duplo quadrado, dava consistência ao conjunto permitindo marcar de forma sintética as duas instituições (BP e MD). Desenhámos uma tipografia adequada ao papel de modernidade e robustez que se almeja para esta instituição, homenageando no recurso às minúsculas a intenção de democraticidade defendida pelo designer Otl Aicher. Embora o exercício não tenha acolhido resultados junto do banco, acolhemos a experiência.





Museu Municipal de Penafiel, 1º lugar no concurso para concepção gráfica e museografia da exposição permanente, plano de comunicação, roteiros e desdobráveis. Penafiel 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego e Liliana de Jesus (desenvolvimento de projecto), Paulo Providência (desenho de equipamento expositivo), Mário Vairinhos (multimédia), Newton (engenharias), Cariátides (tratamento de conteúdos e coordenação de obra) e Construtora da Ferraria (construção e montagem).

A museografia do Museu Municipal de Penafiel, instalado no edifício concebido para o efeito pelo Arq.º Bernardo Távora, reinstala a exposição anterior dividida entre a arqueologia e a etnografia. A identidade visual do museu, desenhada por composição tipográfica em Swiss (declinação do helvetica condensado), encontra justificação na tipografia de todas as legendas produzidas, atribuindo-lhes a retórica de rigor científico que têm os mapas. O seu caracter abstracto convém à diversidade do seu objecto. Na aplicação ao edifício, ao catálogo e ao website, a mancha tipográfica vertical cria uma relação de contraponto (por exemplo com os desenhos das “pegadinhas” rupestres, ou da gravura do guerreiro). Foi desenhada marca para “os amigos do museu” com composição semelhante (trocando museu por amigos). A sinalização do edifício, procurou com a menor expressão e intervenção cénica, guiar com autonomia o visitante no espaço. O sistema de réguas em alumínio suspensas do tecto por cabos de aço (desenhado com Nuno Costa), garantiam a imagem de delicadeza do conjunto, reforçando pela sua redução e singeleza a escala do espaço.


Museu Municipal de Penafiel, concepção, layout e programação de site institucional. Penafiel 2011. equipa técnica: Francisco Providência (design), Sara Tuna (desenvolvimento de website) e Joana Santos (ilustração).



Museu Municipal de Espinho, colaboração na concepção museográfica da exposição permanente. Espinho 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Outros Mercadus (desenvolvimento de projecto).

Construção como metáfora O Museu Municipal de Espinho, instalado nas antigas instalações da fábrica de conservas Brandão, Gomes & Companhia e dedicado à arqueologia industrial da indústria conserveira (2009), reserva dois espaços confinados à apresentação de peças mais pequenas e raras. Para além da proposta de marca em que se enfatiza a conserva em alternativa ao edifício (não aceite pelo cliente), desenhámos vitrina como uma caixa de vidro aparentemente auto-portante que é estruturada por mesa metálica interior (para suporte à exibição das peças). A iluminação, como uma placa flutuante de luz, recebe alimentação directamente do tecto, suspendendo-se na zona superior dos vidros. A relevância do objecto está no efeito de suspensão e leveza que lhe é atribuído pelo desenho, constituindo ele próprio uma metáfora poética.




Museu de História Natural do Funchal, museografia e concepção de materiais comunicacionais da exposição permanente, Funchal 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego e Rita Branco (desenvolvimento de projecto) e Nuno Sampaio (arquitectura).

O restauro e regeneração do Museu de História Natural do Funchal como um dos raros exemplos preservados desde o séc. XIX, justificou a proposta museográfica que, genericamente, inverte o princípio do encerramento das especies embalsamadas permitindo a afluência de novos públicos sem desgaste para o acervo. Um novo posicionamento, mais social, justificará o esforço de uma estética da recepção também mais empática.


Museu Arte Nova, concepção de museologia e museografia, Casa Major Pessoa. Aveiro 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design e conteúdos), Paulo Providência (arquitectura e conteúdos), Rita Branco e Marina Soares (desenvolvimento de projecto), Sara Tuna e Paulo Melo (interacção), Nuno Costa (produção e montagem).




Construção como ornamento O movimento Arte Nova ganha expressões relativamente distintas junto de cada uma das culturas onde inaugurou a modernidade. O espírito da tipografia “mackintosh” associa-se ao geometrismo vianense de Josef Hoffmann emprestando identidade ao Centro de Intrepertação de Arte Nova de Aveiro.



Museu do papel, museografia e sinalética. Em colaboração com Álvaro Sousa. Santa Maria da Feira 2001. equipa técnica: Francisco Providência e Álvaro Sousa (design e desenvolvimento de projecto).

Museu do papel pictogramas em claro / escuro Na sinalização do Museu do Papel, cada uma das rudimentares peças e máquinas foi desenhada a traço em alto contraste partindo da sua imagem fotográfica para outra mais sintética e reduzida. A sua interpretação geometrizada anularia toda a rudeza da sua singularidade. O sistema de contraste claro/escuro, entre zona directamente iluminada e sombra projectada, produz uma imagem tridimensional com grande eficiência retiniana.


Ruínas Romanas de Bobadela, identidade visual e museografia do Centro de Interpretação, IPPAR. Lisboa 2008. equipa técnica: Francisco Providência (design), Marta Fragata e Cristina Lamego (desenvolvimento de projecto) e Cariátides (tratamento de conteúdos).

A marca para as Ruínas Romanas de Bobadela, também caracterizam com o duplo “r” minúsculo, a narrativa de um “r” que se destaca do “B” como o fragmento resgatado na estação arqueológica, abrindo-o como parte (pequena parte) da silhueta cega do “B”; configura-se novamente a relação entre a parte e o todo, pelo contraste entre negativo e positivo que representa o significado (r = fragmento / B = estação ou ruína / Bobadela).



Mds seguros, identidade visual, normalização e desenvolvimento de economato, Sonae Capital. Porto 2002. equipa técnica: Francisco Providência (design), Marta Fragata (desenvolvimento de projecto), Paula Santos (arquitectura) e Multitema (produção e montagem).



30º Comissão aniversário Nacional de Eleições

Comissão Nacional de Eleições (CNE), concepção de imagem gráfica comunicacional para comemoração do 30º aniversário da CNE. Lisboa 2005.

equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego e José Portugal da Costa (desenvolvimento de projecto e modelação 3D).

Na comemoração do 30º aniversário da Comissão Nacional de Eleições, realçamos a função instrumental das eleições como suporte da soberania democrática nacional, assim reproduzindo as cores e o escudo da bandeira. A marca decomposta em dois círculos coloridos serviu de mote a outros suportes comemorativos, como o cartaz, o site, a exposição e uma medalha.




Na apresentação do design português durante a feira i saloni em Milão para o Centro Português de Design recorremos ao mesmo princípio de identificação cromática de Portugal através da marca constituída pelo duplo quadrado no qual o vermelho dá suporte à denominação do projecto e o verde à identificação da tutela e patrocinadores.

Design+, exposição, mostra de trabalhos de estagiários de design nos universos casa, pessoa, cidade. Milão 2006.

equipa técnica: Francisco Providência (design), Vasco Valentim (desenvolvimento de projecto), Nuno Costa (construção e montagem) e Miguel Rios (comissário).


A marca Mglass, identificando a iniciativa de regeneração das indústrias de vidro da região da Marinha Grande, (infelizmente inconsequente), recorre ao contraste negrito / fino para enfatizar o monograma “MG” (da representação do lugar de origem Marinha Grande) em relação a “glass”, (referência à natureza material das produções). As curvas do “a” e do “s” em minúsculas da fonte helvetica e com espessura light, lembravam elas próprias formas de vidro. A Mglass constituiu uma experiência piloto no recurso ao design como instrumento de valorização da economia através das indústrias. Colaboramos em diversas iniciativas desenhando catálogos, stands em feiras, embalagens e comunicações para os media, assistindo a um processo muito criativo mas ignorado pelo mercado.

Mglass, concepção de identidade visual, catálogos e embalagens, Vitrocristal. Marinha Grande 2001. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Miguel Palmeiro (desenvolvimento de projecto) e Outros Mercadus (estrutura constructiv CLIC e montagem).

Associações industriais, mglass / ICEP / FIL, fileira mesa, produção de conteúdos, concepção e montagem de stand no Congresso User. Lisboa 2003.




Santuário de N.ª S.ª Rosário de Fátima, sinalização integrada da Igreja Santíssima Trindade. Fátima 2005. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego, Cesário Freitas (desenvolvimento de projecto), José Portugal da Costa (modelação 3D) e Alexandros Tombazis/ Paula Santos (arquitectura).

Metáfora: revelação do inconsciente Integrando a equipa de projecto liderada pelo Arq.º Alexandros Tombazis que se fazia representar em Portugal pela Arqª Paula Santos, colaboramos enquanto designeres de comunicação na Igreja da SS Trindade no Santuário de Fátima. A simplicidade elementar do edifício cilíndrico era atravessada por duplo pórtico monumental que enquadrava a entrada principal do edifício dedicada a Maria e sendo radialmente pontuado em todo o perímetro pelo conjunto de doze portas evocando cada um dos apóstolos. A urgência de uma solução técnica exequível no prazo disponível (de baixo custo e de elevada eficiência cénica), levounos a propor a construção das portas por placas laminadas de alta densidade (em resina fenólica), exteriormente revestidas por lâmina de bronze. O exercício pressupunha ainda encontrar uma solução artística para a caracterização de cada porta / apóstolo, enquanto intérprete de Cristo. A solução mais consensual parecia, obviamente, tipográfica. A escolha da fonte tipográfica Trajano para as inscrições da Igreja, prendem-se com o facto da sua protecção (ou pelo menos não perseguição) aos cristãos, para além da herança cultural na Igreja romana ou católica. Numa composição que jogava com vários níveis de hierarquização, as inscrições foram recortadas a jacto de água, lendo-se na variação do plano.





Jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, projecto de sinalização exterior. Lisboa 2005. equipa técnica: Francisco Providência (design), Sara Costa (desenvolvimento de projecto) e Gonçalo Ribeiro Teles (consultoria).

Invisibilidade do design Fomos convidados a participar no concurso para a sinalização dos jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Depois de uma visita ao jardim, acompanhados pelo Arquitecto Ribeiro Teles, tornava-se mais clara a arquitectura enquanto construção vegetal alojada entre o edifício e a periferia urbana, com a finalidade de o proteger visual e acusticamente. O jardim não era apenas uma barreira contínua, mas um labirinto cuidadosamente desenhado pelo relevo, pelas as espécies e pela estrutura de acessos, conduzido por lajeamento em betão de placas-degraus com medidas variáveis de 4 a 8 m2. Todo o percurso parecia desenhado para reter os visitantes e não para os levar a outro lugar. Nesse sentido e em conformidade, a sinalização também deveria, paradoxalmente, promover que os utentes se retivessem no espaço evitando demoradamente a saída. Ao contrário da sinalização nos não-lugares funcionalizados dos aeroportos e das estações de metro, tratava-se de não reduzir o tempo de atravessamento, mas de o prolongar. Por outro lado, o ambiente de sacralidade biológica era tão evidente que a sinalização do percurso deveria, obrigatoriamente, desaparecer na paisagem. Por exclusão de partes, a solução de sinalização do espaço ficava reduzida ao recobrimento do pavimento de uma ou outra laje de betão, colocadas apenas nos pontos cruciais de decisão do percurso. Placas em aço cor-ten com inscrições em baixo relevo, não sofreriam desgaste nem oxidação, indicando ao utente a posição relativa do lugar no jardim e a proximidade das saídas, podendo também dar informações sobre as espécies na proximidade.



Centro Cultural Corpus Christi, sistema integrado de sinalização. Vila Nova de Gaia 2009. equipa técnica: Francisco Providência (design), Marta Fragata (desenvolvimento de projecto), Nuno Costa (produção e montagem) e Cristina Costa (arquitectura).

No centro cultural Corpus Christi, gerido pela Câmara Municipal de V. N. Gaia, antigo edifício conventual recuperado pela Arq.ª Cristina Costa, procuramos deixar a memória do feminino já que aí funcionou, durante centenas de anos, uma instituição feminina de recolha, educação e apoio a mulheres.


Por concurso ganhamos o projecto de sinalização do Centro Cultural de Belém. A sua dimensão, variedade de serviços, acessos e ambientes, atribui uma exemplar complexidade ao exercício, cujo número de intervenções ultrapassavam os três dígitos.

Centro Cultural de Belém, 1º lugar no concurso para concepção de sinalização interior e exterior, CCB. Lisboa 2006. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego e Marta Fragata (desenvolvimento de projecto).



Teleférico de Gaia, identidade visual e sistema integrado de sinalização. V. N. Gaia 2011. equipa técnica: Francisco Providência (design), Gonçalo Leite (desenvolvimento de projecto).


Simplificação Um exemplo claro de simplicidade e apropriação estratégica, é a marca do Teleférico de Gaia, procurando identificar-se com a marca do Metro do Porto. Com a estação alta praticamente ao lado da estação do Metro de superfície do Porto, o Teleférico de Gaia deverá ultrapassar a dimensão meramente lúdica e turística para se afirmar como transporte público (ainda que privado). A proximidade visual da sua marca com a do Metro – identificado por um “M” azul inscrito num circulo que procuramos imitar na marca do teleférico que identificamos com um “T” amarelo, também inscrito noutro círculo, mantendo a mesma expressão gráfica – só poderá potenciar o negócio, perdendo o estatuto de excepção turística para adquirir um perfil mais económico e integrado na vida da cidade.




Metro Mondego e Metro Mondego sa, 1º prémio no concurso para concepção da identidade visual. Coimbra 2004. equipa técnica: Francisco Providência e Marta Fragata (design e desenvolvimento de projecto).

Diferença na semelhança A marca desenvolvida com a colaboração da designer Marta Fragata para o metro urbano e suburbano de superfície que ligou a cidade de Coimbra a diversas localidades vizinhas é o resultado de máxima simplificação e diferenciação para um exercício gráfico com grande desenvolvimento desde os primórdios do séc. XX, variando na sua tradição, entre um losango associado a um “M” (Madrid, Barcelona), inscrevendo um “M” na forma da secção do túnel (Moscovo e Lisboa), inscrevendo a designação num rectângulo azul envolvido num círculo vermelho (Londres), inscrevendo-o num círculo azul (Porto, Paris), ou apenas inscrevendo a palavra “subway“ a branco (NY). A necessidade de rápida discriminação das estações de Metro na paisagem urbana, justificou o desenho de diferentes estratégias gráficas adequadas a cada cultura. No Metro Mondego aplicamos o princípio da não discriminação hierárquica pela tipografia em minúsculas, com Helvetica round assim evitando a erosão visual dos caracteres, convergindo para um todo mais redondo, e consequentemente mais “fácil” e simpático. A rebaixamento da figura (composta por dois semicírculos distanciados) atribui uma horizontalidade de estabilidade distintiva à marca. A regularidade da espessura (letra e perímetro) e terminais em redondo, atribuem uma imagem de simplicidade lacónica resistente. O amarelo, luminoso e solar, traz uma nota de boa disposição ao conjunto, não deixando de alertar para o perigo.



No conjunto de marcas declinadas do resort de Troia, permanecia o mesmo sentido conservador da natureza que havia justificado o recurso à silhueta da ave pernalta de pequeno porte que frequenta as suas praias, endossando reputação ecológica ao empreendimento. A intenção foi de recorrer à silhueta do pássaro como permanência e consequentemente, como meio de coerência e unidade entre a marca símbolo e as marcas serviços (da marina e protecção florestal).


Troia Resort, concepção construção e instalação de sinalética, Sonae Turismo. Tróia 2001. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Larus Design (desenvolvimento de projecto e montagem).


A Estação Arqueológica de Tróia, também designada por “Ruínas de Troia”, queria uma marca para a sua identificação gráfica já que estava agora sob tutela e financiamento da Sonae Turismo em vez do organismo do Estado Ippar. Dedicada ao fabrico romano de conservas de peixe, a colónia de Tróia exibe as características cisternas cubicas onde era colocado o peixe antes de ser envasilhado em ânforas cerâmicas. As ânforas e os peixes pareciam complementares. Ao desenvolvermos uma identidade gráfica a partir das silhuetas simétricas da ânfora e do peixe convergimos, sem o saber, para a forma de outra marca antiga desenhada pelo designer Aureliano Ceia. Embora naturalmente diferentes, o desenho do Aureliano em contorno, o nosso em silhueta, com formas não coincidentes e tipografia distinta, Aureliano considerava-se proprietário da ideia “similitude morfológica e simétrica entre um peixe e uma ânfora”, opondose a que a nossa proposta avançasse, como se não bastasse a forma à propriedade intelectual do design.


Ruínas de Tróia, sistema integrado de sinalização, marca e materiais de divulgação, Sonae Turismo. Tróia 2011. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego (desenvolvimento de projecto) e Nuno Costa (produção e montagem).



Atlantic Ferries, tráfego local, fluvial e marítimo, concepção de marca e aplicação nas embarcações, Sonae. Setúbal 2006. equipa técnica: Francisco Providência (design), Marta Fragata e Vasco Valentim (desenvolvimento de projecto).


Turismo do Alentejo Litoral, concepção e layout de site. Lisboa 2010. equipa técnica: Francisco Providência (design e desenvolvimento de projecto) e Sandra Cruz/Metatheke (interacção e programação).

Interdisciplinaridade Tendo sido convidados a participar no concurso para website da entidade promotora turística do Alentejo litoral, desenhamos interface gráfica privilegiando a fotografia como meio de comunicação visual e uma navegação intuitiva operacionalizada pelo mais reduzido conjunto de botões. O site, desenvolvido interdisciplinarmente com a en genharia, era entendido como plataforma que geria e disponibilizava automaticamente informação oriunda de diversas fontes externas, exigindo para isso a maior simplicidade e universalidade do sistema.




Galeria e Biblioteca Municipal do Almeida Garrett, concepção de identidade visual e materiais promocionais. Porto 2002. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Silvina Félix (desenvolvimento de projecto).


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de la z co fo es t da sora lle s ta baprofeacore n a ca cu

escola de ballet da foz professora cuca anacoreta

ba e ca pr llet sco an ofe da la a c s s fo d e or or z et a a

de escola da foz balletfessoraa pro coret ana cuca


Modernidade Educativa Na identificação da Escola de Ballet da Professora Cuca Anacoreta, sob o auto patrocínio da ISTD, desenhámos uma identidade visual centrada na designação “ballet” em Helvetica Bold, assim atribuindo um significado moderno, prático e educativo que a distancía da tradição romântica e neo clássica. A natureza clássica do seu ensino ficou caracterizada pelas “pontas” que o duplo “L” francês nos ofereceu.

Escola de Ballet do Porto, concepção de identidade visual e economato, Porto 2014. equipa técnica: Francisco Providência (design e desenvolvimento de projecto).


Do restauro à significação estratégica A estratégia de restauro na recuperação histórica, verificava-se também no redesenho da marca Civilização Editora, passando de uma palavra inscrita numa proporção de 3/1 para outra condensada e integrada em quadrado. O sinal distintivo da marca primitiva (desenhada por Joaquim Pinto Vieira, professor de desenho nas Belas Artes do Porto) era um arabesco em laço, desenhado pela cauda descendente do “z”, mais ou menos a meio do conjunto tipográfico. Esse laço (&) ganhou volume e identidade, ocupando visualmente toda a zona inferior do quadrado vermelho da marca. A tipografia serifada Times, transmitia uma retórica moderna de origem clássica, que se aproximará do espírito transmitido pela marca DK (também quadrada e com as mesmas cores) cujos produtos a Civilização passou a representar em Portugal. Civilização editora, redesenho de identidade visual. Porto 1998.


equipa tĂŠcnica: Francisco ProvidĂŞncia (design) e Nelson Vilhena (desenvolvimento de projecto).



Portway, concepção de identidade visual, layout e programação de site. Lisboa 2001. equipa técnica: Francisco Providência (design), Miguel Palmeiro (desenvolvimento de projecto), Nelson Vilhena (multimédia).

A relação visual linear entre caracteres a negro seguidos de fino, como aparece pela primeira vez na marca casa das artes (Secretaria de Estado da Cultura no Porto), repetindo-se depois na Portway handling dos aeroportos portugueses, na Mglass vidros da Marinha Grande ou ainda mais recentemente, na corretora de seguros MDS Seguros, na revista de poesia Logovemos (p. 182), produz o mesmo efeito de complementaridade e diferenciação que permite reduzir um nome composto numa única palavra, assim distinguindo os componentes para facilitar a sua desencriptação semântica.


cariátides, produção de projectos e eventos culturais, concepção de identidade visual e website. Porto 2001. equipa técnica: Francisco Providência (design e desenvolvimento de projecto).

A “Cariátides”, sociedade de três mulheres, fundou-se como empresa de prestação de serviços culturais (ainda que com poucos fins lucrativos). O nome revelava (com humor) uma consciência de classe com elevada auto-estima. A Cariátides propunha-se sustentar o templo cultural nas suas cabeças, com toda a elegância que o género sugere. A seu pedido desenhamos uma identidade visual com rigor anatómico naturalista (como eram as primitivas na Acrópole). A promessa de reputação que a marca deve prestar, estava assegurada pelas conotações simbólicas decorrentes da desencriptação do próprio nome, denunciando a constância de um serviço inflexível, feminino, decorativo e elitista, ainda que em sacrifício da criatividade — este era o humor criativo da marca.




Inquérito à Arquitectura Portuguesa do séc. XX, marca e materiais comunicacionais, Porto 2004. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Cristina Lamego (desenvolvimento de projecto).



Mold World, indústria de moldes para plástico, concepção de identidade visual. São João Madeira 2005. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Cristina Lamego (desenvolvimento de projecto).

A marca mold world, originária de São João da Madeira, propunha-se realizar moldes (de injecção em plástico) para todo o mundo. Tratava-se de construir um objecto gráfico, mais ou menos memorável, visualmente resistente e preferencialmente simpático que pudesse transmitir aos clientes e potenciais clientes, em língua universal a garantia de confiança na parceria de produção dos seus projectos económicos. Tratava-se de garantir reputação, portanto. A designação verbal (que não foi da nossa autoria), parecia particularmente dotada à memorização fonética; “mold world” repetia duas sonoridades semelhantes e redondas “ôld”, que associamos ao bivalve, enquanto par simétrico de conchas, como um molde de estampagem. O molde, (molde e contra molde, ou molde e modelo) funciona sempre por simetria como um par. A identidade visual não fez mais do que trazer visualmente o bem humorado nome, jogando com a simetria “m” / “w” e com a comum sequência “old”, destacando a excepção do “r” (world) como se fosse o gito de injecção ou um escape à compressão. A compreensão da metáfora presente no trocadilho (figura de estilo paranomásia; sempre que dois enunciados em conjunção, comparação ou subentendido, criam um efeito inesperado e intencional).



Logovemos concepção de identidade visual para revista digital de poesia. Porto 2004. equipa técnica: Francisco Providência (design e desenvolvimento de projecto).

O sistema iconográfico de contraste entre figura e fundo, repete o mesmo efeito poético e metafórico de complementaridade, reforçando ou opondo a figura ao fundo, verifica-se na marca “logovemos”, aberta sobre a haste. Logovemos em negrito e fino, abre a branco sobre a haste negra de óculos clássicos em massa. A elegância da silhueta negra e ondulada da haste, ganha todo o protagonismo sobre a página vazia, aparecendo como um poema, rigoroso e ambíguo. Na ligação ao nome (logo+vemos) cria-se o esclarecimento instantâneo de que não se trata de um catálogo de armações, mas do rigoroso domínio da palavra dividida entre a expressão comum que traz adiamento aos portugueses e que traz a luz da razão à vista.


Jornal de Notícias, redesenho da marca, Grupo Controlinveste. Em colaboração com o designer Marco Grieco. Porto 2005. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego e Marta Fragata (desenvolvimento de projecto)..

A empresa Global Notícias, encomendou-nos

A nossa proposta, para além de responder ao

uma actualização do design gráfico do Jornal de

expressamente solicitado, introduziu ainda as

Notícias em 2005, nas seguintes condições:

seguintes alterações:

1. Não propor alterações estruturais mas apenas

4. Correcção na marca JN naquilo que

10. Criação na capa de sequências cinéticas

uma limpeza geral operada por intervenções

identificávamos como erro, nomeadamente

e, de modo geral, incremento de uma estrutura

circuncidais;

a justaposição tonal das complementares

visual mais dinâmica com destaque sobretudo

2. Aumentar a luminosidade das páginas

saturadas (vermelho e azul), assim evitando o

para a reportagem.

reduzindo significativamente a densidade negra,

efeito de vibração irritante e uma composição

11. Alteração de toda a tipografia do jornal.

para contrariar a percepção dos leitores de que o

tipográfica mais concentrada;

Corpo principal (texto em Serifa Light e títulos

jornal sujava as mãos;

5. Aproximação retórica à linguagem da Internet,

com 3 ou mais colunas em Serifa Bold; com 1

3. Aumentar a capacidade das caixas de títulos

com recurso a pictogramas;

ou 2 colunas em Boton …), caderno de desporto

em número de caracteres, assim permitindo

6. Aumento da superfície vazia (brancos),

(Helvetica Light e Bold), caderno de economia

títulos maiores e mais expressivos;

retirando frisos e outros acessórios ornamentais;

(Helvetica Cond. e Bodoni Light);

7. Criação de uma nova sintaxe de caixas

12. Introduzir uma nova forma de opinião por

auxiliares (números, vozes, depoimentos,

ilustração original diária;

destaques, opiniões…) sem perder a

13. Redesenho de todas as secções, cadernos

hierarquização das entradas na página; animar as

especiais e classificados;

cabeças de secção com medalhas de destaque sobre os eventos referidos; 8. Organização e composição (sempre que possível) das páginas à dupla; 9. Redesenho da meteorologia para um quadro síntese na última, com código de identificação cromática para identificação de temperaturas médias;


O resultado, aparentemente invisível, foi denominado na edição de estreia por revolução pacifica. De facto pode-se dizer que o esforço de desenho foi no sentido de garantir a continuidade da sua linguagem, introduzindo subtis notas de mudança, assim respeitando o programa solicitado. A experiência valei sobretudo pela complexidade do exercício, só possível com a colaboração da extensa equipa do jornal, adesão da direcção e de todos os seus colaboradores.

Foram desenhadas mais de mil módulos gráficos que sofreram posterior programação interna no jornal. Como resultado de todo esse esforço, mantivemos colaboração com o jornal no desenho diário de opinião que se prolongou durante cerca de mais três anos. Talvez a intervenção gráfica pudesse ter sido outra, mais afirmativa, mas o próprio proprietário não quis arriscar perder leitores no único produto verdadeiramente lucrativo do grupo. A reflexão em torno deste jornal que vendia 100.000 exemplares e era lido por 1.000.000 de leitores, destinado à classe média e baixa da zona norte, funcionando como afirmação política e social de uma segunda centralidade a partir do Porto, levou-nos a desenvolver desenvolvimento no Mestrado de Design de novos produtos multimédia interactivos, dedicados ao seu mercado.


A memória de certas formas, permanece transtemporal O “quadrado” como expressão mínima (ou elementar) da forma bidimensional, presente num vasto conjunto de marcas (São João da Madeira, Ílhavo, Civilização, Museu Arte Nova, Troia Resort, etc.) invocam a simplicidade elementar de relações geométricas evidentes.


Homemarket, concepção de identidade, aplicações gráficas e sistema de sinalética. Porto 2005. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Marta Fragata (desenvolvimento de projecto).


No concurso à imagem da Trienal de Arquitectura de Lisboa, sob o tema “vazios urbanos”, propusemos a metáfora antropomórfica de identificação do vazio com a forma do corpo humano em deslocação. Quer pela humanização dos vazios urbanos quer pelo esvaziamento humano da cidade, a marca proposta mantinha um nível de interpretação icnografica que, embora baixo, ainda se revelava inteligível. Com base numa matriz reticular quadrada, a marca respondia eficientemente a diversos contextos de uso, no entanto foi preterida. Vazios urbanos, marca para a trienal de arquitectura, Ordem dos Arquitectos. Lisboa 2006. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Marta Fragata (desenvolvimento de projecto).



Cávado Digital, 1º lugar no Concurso para concepção de identidade gráfica e site do projecto Cávado Digital, da Comunidade Intermunicipal do Vale do Cávado. Braga 2009. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Sara Tuna (desenvolvimento de projecto).


Comunidade Intermunicipal do Vale do Cávado, 1º lugar no concurso para concepção de identidade gráfica. Braga 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design e desenvolvimento de projecto).

A identidade visual da Associação dos Municípios da Região do Cávado, adoptada por concurso, invoca a delicadeza e vitalidade de uma região sobre-irrigada, distribuída ao longo do vale do rio Cávado (entre o Parque do Gerês e a foz na praia de Esposende. Que valor maior se poderá sobrepor à própria expressão de vida traduzida por milhões de rebentos que todas as primaveras despertam na cor das alfaces? A marca identifica a rede pública de municípios e repõe o sentido da função administrativa: cuidar da vida.


Companhia das Culturas, turismo cultural, identidade visual, aplicações gráficas e site. Castro Marim 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Marta Fragata (desenvolvimento de projecto).

Recurso semelhante encontramos na marca Companhia das Culturas, projecto hoteleiro de turismo rural sediado em Castro Marim. Uma das mais frequentes espécies do sequeiro algarvio é a figueira aqui representada pela sua folha larga que recebe em negativo o duplo “C” (monograma de Comp.ª das Culturas), reforçando a ambiguidade entre a cultura rural (agrícola) da folha e a cultura erudita (de residência de artistas) da tipografia helvetica.






Iperforma SGPS, concepção de identidade global do grupo, declinações e normalização do economato. Porto 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Cristina Lamego (desenvolvimento de projecto).

A sociedade anónima “Grupo Iperforma”, nasceu da fusão de nove empresas de projecto para a construção civil (das engenharias à arquitectura), auditoria e aplicação de capitais, organizadas em torno de uma única empresa de gestão de capital do grupo. A fusão de uma marca comum exigia a memória de cada uma das três principais participadas (Hiperforma, Hiperplano e Auditen), cujas marcas oscilavam entre a representação circular (globo, elipse), triangular e quadrada. O resultado procurava representar esse esforço de fusão dinâmica entre o quadrado (figura interior) e o triângulo (figura exterior) ligados por movimentos espirais que invocam, no seu conjunto, a elipse orbital. Sem êxito foram propostas outras soluções gráficas mais distintivas, menos organistas e, consequentemente, mais próximas da nossa linguagem estética.



Colégio Efanor, proposta de enquadramento de Design para a Fundação Belmiro de Azevedo, aplicação de arquitectura (sinalética integrada, decoração dos espaços, mobiliário e equipamentos. Matosinhos 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego e Marta Fragata (desenvolvimento de projecto).



O Colégio Efanor da Fundação Bélmiro de Azevedo, promoveu concurso para a criação de identidade visual para o Colégio Efanor, experiência piloto de ensino privado de excelência a disponibilizar no novo bairro Efanor, na Senhora da Hora (Porto). Mais do que desenhar uma marca, propusemo-nos desenhar um sistema visual de comunicação institucional que traduzisse a excelência do ensino praticado. Reproduzindo graficamente espécies animais em grande escala, nas paredes dos corredores da escola, procuramos criar um ambiente lúdico e científico que pudesse por termo à vulgar falta de literacia visual dos educadores e professores primários, vulgarmente reflectida nos trabalhos dos alunos. Uma campanha sobre telas outdoors, explora a dimensão poética de palavras associadas a cores e ao símbolo da marca, constituída por duas bolas de cor.


A exposição do “sangue: a água do corpo”, instalada no Centro de Ciência Viva de Vila do Conde, foi objecto de colaboração de uma extensa equipa científica dos laboratórios associados IBMC/INEB (Instituto de Biologia Molecular e Celular / Instituto de Engenharia Biomédica Laboratório).

A água no corpo humano – o sangue, museografia, concepção e montagem da exposição interactiva no Centro de Ciência. Vila do Conde 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design), Miguel Palmeiro (proposta concorrente), Alexandra Nolasco e Gina Ferreira (desenvolvimento de projecto), Sara Tuna, Mário Vairinhos (multimédia) e José Portugal da Costa (estrutura).

A comunicação visual da exposição permanente do Centro de Ciência Viva de Vila do Conde, dedicada ao sangue e orgãos associados, recorre à evocação celular do sangue, caracterizando globulos brancos, vermelhas e plaquetas como mascotes animadas. O programa era bastante ambicioso para o espaço disponível que, por sua vez, deveria responder a diferentes idades. Com a metáfora “arterial” a exposição organizava-se por uma barreira ondulante que conduzia o visitante dando suporte à exibição dos conteúdos, integrando e ocultando diversos equipamentos técnicos, só acessíveis pelo seu lado anterior. Monitores com filmes em ciclo fechado, jogos interactivos e equipamentos de análise, integravam graficamente os painéis.



Alba, redesenho da identidade visual. Albergaria 2006. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Ana Miriam (desenvolvimento da marca).

Recuperação da marca Alba O mesmo princípio conservador na recuperação da preexistência, esteve patente no redesenho da marca ALBA. A marca Alba, em mudança de ciclo e adquirida in extremis pela Larus, representa um glorioso passado criativo de desenho industrial, não só votado à humanização da paisagem urbana, mas também pela arrojada iniciativa de desenho na concepção e fabrico do único automóvel integralmente português (motor e carroçaria), reconhecido pelo elevado desempenho desportivo entre os anos de 1952 e 1958. Utilizando o símbolo circular, desenhado por Augusto Martins Pereira, a empresa tornou-se conhecida em todo o país pela marca registada que integrava as quatro letras ALBA indexadas a Albergaria. Exemplo primitivo de branding moderno, a marca ALBA representa um esforço original de integração geométrica das letras circularmente organizadas, que resulta num desenho de fácil apreensão e memorização, muito divulgado não só pela sua reprodução em dimensão exagerada nos próprios equipamentos urbanos, mas também pela sua gravação em equipamentos domésticos como por exemplo nas conhecidas panelas de alumínio, em fogareiros ou em ferros de engomar. À marca original introduziu-se as seguintes alterações: normalizamos a diferença entre cheios e vazios para garantir o maior volume e robustez relativa das letras; arredondamos as pontas para que resistisse melhor à erosão visual; alteramos o desenho das pernas dos 1º e 4º “A” de modo a que, em vez de reforçarem redundantemente a leitura circular já garantida pelo perímetro exterior, contribuíssem para a verticalização e leitura da marca, assim favorecendo a leitura AL-BA (em vez de ALA).



Montecatini terme, 2º lugar no concurso internacional de urbanismo e comunicação da cidade de Montecatini, integrando equipa com Arq. Paulo Providência, Itália 2007.

equipa técnica: Francisco Providência (design), Marta Fragata (desenvolvimento de projecto), José Portugal da Costa (desenvolvimento de mobiliário urbano), Paulo Providência (arquitectura e urbanismo) e Estúdio Goma (Modelação 3D).



A memória de certas formas, permanece transtemporal O efeito fractal da relação entre a parte e o todo, em que o todo metafórico é composto pelo conjunto das partes (pontos, sinais) ou em que a forma da parte se repete no todo textural, surge também com alguma frequência por exemplo na marca Caribbean Seafood (p.98) representada por “um peixe que é constituído por peixes”, ou na marca de São João da Madeira composta por um campo de pontos em expansão. Na marca MNI (p. 100), Câmara Municipal de S. João da identifica-se o pixel como ponto de desenho que, repetido, Madeira, apresentação pública da nova imagem de o marca, exposição no caracteriza domínio informático desenhando o apontador do átrio centro tecnológico do calçado. rato aberto sobre a cruz, que simboliza o serviço de saúde. São João da Madeira, 2003. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Miguel Palmeiro (desenvolvimento de projecto).


A memória de certas formas, permanece transtemporal O efeito fractal da relação entre a parte e o todo, em que o todo metafórico é composto pelo conjunto das partes (pontos, sinais) ou em que a forma da parte se repete no todo textural, surge também com alguma frequência; a marca de São João da Madeira é assim composta por um campo de pontos em expansão.


ano


Câmara Municipal de Penedono, concepção de imagem de marca, desenvolvimento e implementação de economato. Penedono 2003. equipa técnica: Francisco Providência (design e desenvolvimento de projecto). 1

TODOROV, Tzvetan. Poética. Lisboa: ed.

Teorema, 1993. ISBN 972-695-205-0

Conservação vs mudança: heráldica Na pequena vila de Penedono, onde o casario abraça a fortificação medieval construída sobre um penedo que foi pertença do conde de Marialva (de onde descende o lendário magriço), foi adoptado um brasão que, contrariamente à heráldica municipal distribuída no Estado Novo, não é falante ou descritivo, mas simbólico e antigo (mostrando um gato pardo, passante sobre o castelo que exibe na mão uma coroa de rosas). O carácter enigmático e genuíno das armas, cuja origem se perde no tempo, constitui um património poético a preservar, assim também contribuindo para a indústria do turismo local. A poética definirá necessariamente o seu trajecto entre dois extremos: o muito particular e o demasiado geral. (TODOROV, 1993:18)1. Redesenhamos as figuras do brasão reavivando as formas cuja erosão reprográfica havia degradado, corrigindo e normalizando o todo e cada parte gráfica à mesma escala, de unidade visual mínima (pixel).



A municipalidade de Ílhavo usava como marca de identificação visual uma insólita composição gráfica reunindo uma onda e um círculo (onde se poderia adivinhar a representação marítima da praia ensolarada).

Câmara Municipal de Ílhavo, concepção de identidade visual. Ílhavo 2004. equipa técnica: Francisco Providência (design) e Marta Fragata (desenvolvimento de projecto).

A comunicação de Ílhavo como praia de veraneio e independentemente da vontade da administração local, parecia inapropriado para uma região onde os dias de calor (sem chuva nem vento) se reduzem a pouco mais de uma a duas semanas por ano. O que não deve obstar a que não se explore turisticamente a região de onde partiam os bacalhoeiros à vela, os lugres do séc. XIX. A silhueta dos lugres com os seus vários mastros e muitas velas enfoladas, atribuem uma conotação mítica de aventura, de futuro e de coesão da tripulação, altamente vantajosa à gestão autárquica da região.



Aveiro na comemoração do 250º aniversário da elevação a cidade, um exercício tipográfico barroco, a partir de Bodoni. Duzentos e cinquenta anos depois da elevação de Aveiro a cidade procureamos alternativas à vulgaridade do folclore popular dos moliceiros e do moliço das tradições que entorpeça as ideias. O barroco oferece-nos o recurso da sua génese, invocando a música como grande protagonista na celebração colectiva da beleza, recorrendo à silhueta de instrumentos enquadrando imagens de notáveis da sua história, coisas e memórias celebradas na refundação da sua identidade. A identidade gráfica descontextualiza através do fundo branco, afirmando-se lúdica, ao “esconder” letras do seu nome entre as formas das suas letras, como exercício do prestigiador fantasista (barroco) que dá a ver o que não está lá, mas com parcimónia. Hesitamos em substituir o “5” pelo “2” invertido que daria memória ao espelho da água, assim reflectindo o “2”. 250 anos de elevação de Aveiro a cidade, marca comemorativa. Aveiro 2008. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego e Marta Fragata (desenvolvimento de projecto).


Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, concepção gráfica da candidatura. Guimarães 2008. equipa técnica: Francisco Providência (design), Álvaro Sousa, Marta Fragata e Sara Tuna (desenvolvimento de projecto).


Adequação retórica Na apresentação do programa de Guimarães ao concurso para a Capital Europeia da Cultura em 2012, foi desenvolvida brochura informal (com fotografias de baixa qualidade técnica, mas de elevado impacto emocional) profusamente ilustrada, em que o texto se sobrepunha em caixas brancas e opacas. A solução gráfica, revelava evidentes vantagens na protecção à legibilidade do texto, conferindo ao conjunto uma unidade gráfica pragmática que reforçava a nova estética de espontaneidade juvenil característica das novas indústrias da cultura, que estruturavam o espírito do programa proposto. A proposta que conseguiu convencer o júri, revelava um maior impacto social do que patrimonial.



autor



Quinta de Lemos, marca, rótulos, embalagem, catálogo e aplicações gráficas. Viseu 2007. equipa técnica: Francisco Providência (design), Cristina Lamego (desenvolvimento de projecto) e Frederico Martins (fotografia).

Quinta de Lemos Na resposta à encomenda de rótulos e embalagens para os produtos da Quinta de Lemos, nomeadamente o vinho com que o seu proprietário Celso Lemos queria atingir os mais altos padrões internacionais de qualidade. Uma quinta e um produto, ligados pelo nome de uma família. Encontramos o símbolo heráldico dos Lemos (família com origem castelhana que veio para Portugal no séc. XIV); a sua representação era simples e evidente (constituída por flor de quatro crescentes, em composição de cruz). A heráldica cumpria aqui uma função iconografica importante para além da valorização simbólica e social conotada. Mas na verdade o que parece realmente importante é a capacidade de diferenciação do produto a partir do fornecedor.


Invisibilidade A Pinus, associação para a promoção da cultura do pinheiro em Portugal, lançou uma campanha nacional acompanhada por manual e álbum sobre a cultura do pinheiro. Profusamente ilustrado, o manual desenhado para resistir ao ambiente rural, ensinava visualmente a cultivar a mata de pinheiro, identificando diversos tipos de pragas. A sua função pragmática exigia a invisibilidade do desenho em benefício da sua mais rápida funcionalidade prática.


Silvicultura do Pinheiro Bravo, concepção da marca e edição do Manual e catálogo, Centro Pinus. Porto 1999. equipa técnica: Francisco Providência (design e desenvolvimento de projecto).



Imagens, rótulos e cartazes do vinho do porto, comissariado e concepção de exposição itinerante, Museu do Douro. Peso da Régua 2010. equipa técnica: Francisco Providência (design e comissário), Cristina Lamego (desenvolvimento de projecto) e Magda Barata (conteúdos).

Apropriação O extenso património de documentos gráficos relacionados com a comercialização do Vinho do Porto (desde rótulos a cartazes), foi o tema de uma exposição por nós comissariada e montada no Museu da Régua (ainda que pensada para itinerar nas escolas). Construída por painéis ligeiros e articulados, a exposição autoportante adaptava-se a qualquer constrangimento de espaço. O sistema adoptado sob a primazia do preço, reproduzia policromaticamente os objectos, associando-lhes títulos, textos e legendas, pontuados por exemplos de aplicação em garrafas em dimensão gigante. A silhueta da garrafa negra com rotulagem directamente pintada a stencil, sobre a sua superfície, atribuilhe uma dignidade artesanal e uma distinção comercial únicas. Reproduzimos o motivo da garrava no cartaz, com as letras em stencil branco, imaginando-lhe uma pequena nota de cor vermelha na cápsula (confirmamos depois esse acabamento em exemplos do início do séc. XX). A imagem da garrafa, a sua silhueta negra, era a marca e o denominador comum da exposição sobre rótulos, mas na sua crueza pragmática era também uma reflexão sobre a embalagem do Vinho do Porto.



Silhuetas que mostram Proposta gráfica para a divulgação e catálogos da Bienal de Cerveira em 2011, recorta silhueta das letras “B” e “C” sobre imagem fotográfica, explora a concentração erótica da imagem escondida em contraste com a superfície vazia do restante branco do cartaz. O dispositivo poético metafórico, soluciona na aparência do resultado gráfico, a incompatibilidade paradoxal entre uma determinada silhueta e uma textura que lhe é estranha.

museografia do promontório de sagres, concurso, sagres 2011

16ª Bienal Internacional de Cerveira, proposta gráfica para a divulgação e catálogos. Vila Nova de Cerveira 2011. equipa técnica: Francisco Providência e Miguel Palmeiro (design e desenvolvimento de projecto).


Conservação como forma de melancolia A conservação, que traduz apresso pela memória, pelo corpo (de memórias) e pela experiência (toda a experiência é passada), opõem-se ao livre arbítrio da indiferença que tornará os indivíduos mais vulneráveis à aculturação. A capacidade para escolher ou para decidir, funda-se na inteligência emocional que antecede à analítica (Damásio). A conservação é, por isso, melancólica e nostálgica ao querer resgatar a experiência do passado, invocando formas antigas aplicando-as a novos contextos. É disso que se trata, em primeira instância, quando se desenham os produtos de merchandising, por exemplo para a Casa da Música. Ao perceber que a forma do edifício já estava presente na gravura quinhentista “melancolia”, de Dürer, tornava-se evidente a sua importância como primeiro argumento a explorar no merchandising, recuperando a tipografia Helvetica (sem “olhos”), então presente na sinalização do edifício.



Casa da Música, merchandinsing. Porto 2008. equipa técnica: Francisco Providência (design). Miguel Palmeiro e Gonçalo Gomes (desenvolvimento do candeeiro 2002), Gonçalo Leite (caixa de música), Mário Vairinhos (hardware e software), Helena Pacheco (produção joalharia em prata).



Com o objectivo de estancar o crescente processo de desaparecimento das empresas de mobiliário que sustentam economicamente a região de Paredes, a autarquia tomou a iniciativa de promover a marca “paredes”, reposicionando-a nos mercados internacionais de consumo de mobiliário em madeira. O projecto designado “art on chairs”, entidade gestora da marca “paredes”, foi premiado na sua primeira edição (2012) com o prémio “regiostars” da União Europeia em 2014. Esta marca gráfica decorre da estilização visual do ícone territorial desenhado com o mesmo objectivo, assinalando o território dos ebanistas e marceneiros e designers da madeira.



Cadeira, monumento aos marceneiros de Paredes, Câmara Municipal de Paredes. Paredes 2005. equipa técnica: Francisco Providência (design), José Portugal da Costa (modelação 3D e projecto de execução e montagem), Pedro Neves (coordenação da execução e direcção de montagem) e Jular (madeiras).

Construção: ocultação da estrutura A “cadeira” é o arquétipo da marcenaria e do design: objecto complexo e difícil, de aferição da escala humana, de uso intensivo, de resistência, de leveza, e de significação estética do tempo. O presente objecto não é uma cadeira. Parece uma cadeira de onde nascem outras cadeiras, num jogo fractal que lembra a espiral da vida. O seu destino não é a representação do artefacto doméstico mas a consideração criativa da actividade humana na construção de uma segunda natureza— o seu fim último é a vida e não a cultura material. Com recurso a madeira produzida em florestas europeias certificadas e assim garantindo a sustentabilidade ambiental, esta peça é também exemplar pela sua civilidade ao preferir a imagem retalhada do lamelado, ao tronco talhado de uma só peça a partir de árvores tropicais.



providênciadesign © março 2014


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