André Toral

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ANDRÉ TORAL OUTRAS COISAS


Imagem da capa: 1932 nº 1 76 x 106 cm Pastel seco sobre papel kraft 2014

Na página à direita: 1932 nº 2 76 x 106 cm Pastel seco sobre papel kraft 2014


ANDRÉ TORAL OUTRAS COISAS

Curadoria: Waldemar Zaidler, Carlos Matuck e André Toral

14/11 A 06/12 2014


TORALFLEX Toral, o moço, preza a linha e a história; sensível, sabe fundi-las de sorte a engendrar ficções desenhadas que promovem a “passagem do não-ser ao ser”. Faz suas experiências em diferentes laboratórios, com ingredientes variados; às vezes, destila o que já era mas não se via, em outras, opera a transformação do já visto – mas ainda não nomeado – primeiro em sensação, depois em significado; convida à fruição. Essa capacidade se revela, ou melhor, se confirma nos trabalhos reunidos na exposição Outras Coisas. As duas séries de gravuras em metal – A história da Arte e A juventude de Van Gogh – e a série de desenhos coloridos em pastel seco sobre papel – intitulada 1932, hoje –, formam um conjunto de três narrativas entrelaçadas por uma poética coesa, ainda que Toral, o autor, afirme que as tenha concebido em momentos distintos e em resposta a demandas diferentes – claro, é sempre recomendável ouvir o que diz o autor, mas o trabalho em si fala mais alto: para mim, as séries se complementam e se valorizam mutuamente, apresentam-se em bloco. Em A história da arte, realizada entre 2012 e 2014, Toral, o gravador, contrapõe figuras pinçadas do imaginário de manifestações regidas pela lógica da indústria cultural e aforismos de filósofos, historiadores, artistas. Não aprecia particularmente as cenas retratadas – bailes funk, espetáculos em palcos de inferninhos, lutas telecatch –; tampouco necessariamente concorda com as máximas que colhe quase ao acaso em um curioso dicionário de clichês. Mas, apesar desse (aparente) descaso, vê atração entre cenas e frases, cria para elas um universo único e, ao fazê-lo, delimita um espaço-entre, comum às palavras e às figuras, terreno semântico no qual constrói reflexões acerca de contradições entre a arte dita erudita – evocada pelas frases de efeito –, e o kitsch sugerido pelas imagens.

Gombrich, pela lógica imagens não podem ser verdadeiras ou falsas, assim como frases, declarações, não podem ser amarelas ou azuis. Só que, aqui, elas são; fazer o quê? Pois é jogando com essas cartas que Toral, o quadrinista, transporta-nos para outras paradas, nas quais é admissível confundir o visto e o lido, onde nos é proporcionado o benefício da dúvida, e com ele o prazer de adiar a implacável busca por significados imediatos, neutralizando em boa parte aquela incômoda ansiedade inerente a qualquer busca. Significados há aos montes, mas não se impõem de imediato, vão se articulando aos poucos, temperados pelas sensações, interagindo subjetivamente com quem os vê. Essa é uma das qualidades desse trabalho. Conduta análoga orienta a série A juventude de Van Gogh, iniciada em 2013.

Motoboys nitidamente paulistanos convivem com o pintor Van Gogh, que se faz presente nas gravuras pela transcrição de frases de suas famosas cartas; Toral os conecta por uma condição que considera comum a eles: a urgência no cumprimento de suas respectivas missões, cujos objetivos implicam graves riscos para o equilíbrio mental e para a vida. Diante de tamanhas e medonhas dificuldades cotidianas vivenciadas tanto pelo pintor quanto pelos motociclistas, quais seriam as motivações para tal persistência obstinada na realização de seus empreendimentos?

Mais uma vez é no espaço entre texto e imagem que se formula a suspeita de que Van Gogh não seria movido por predestinação, dom, genialidade, graça profética, vanguardismo – respostas do senso comum elaboradas a partir de conceitos datados, identificados por Toral, o historiador, nas entrelinhas da História Oficial. As frases reproduzidas nas gravuras sugerem um homem que luta contra obstáculos semelhantes aos Em toda a exposição, a insubordinação entre palavras e imagens dos motoboys, semelhantes aos nossos. Como o próprio Toral gera tensão, conflito entre o impulso habitual de, a partir do anuncia, “o motoboy somos nós”. texto, procurar na imagem significado ilustrativo e a dificuldade de estabelecer nexos minimamente razoáveis que permitam As séries nos convidam, assim, para que nos transportemos para ler as frases como legendas. Desse conflito derivam outros. Em tais paragens. O convite nos é feito pelo bom desenho, capaz de virtude das qualidades do desenho, da gravação, dos colori- evocar em nossos sentidos algo da mesma natureza do sabor do dos, as imagens nos parecem mais que familiares; a mim, pelo aroma de uma boa comida. Toral, o artesão, preceptivo, decomenos, parecem palpáveis, verdadeiras. Porém, como adverte roso, gravador experto, permite à inventividade fecundar cada


uma das etapas de sua lida, impressão inclusive, sempre realizada pessoalmente. Controla sutilezas das águas tintas e fortes em combinações de nuances que resultam em uma intrigante ambiência noturna, ou talvez ultra poluída. Com a mesma competência controla a luminosidade da série 1932, hoje, explora o fulgor colorido do pastel sobre o dourado do papel kraft, tudo concorrendo para a eloquência do desenho.

em História, extraiu a visualidade de sua muitas vezes publicada e premiada novela gráfica Adeus, chamigo brasileiro: uma história da guerra do Paraguay, na qual problematiza, entre outras questões, a situação de negros e índios no Brasil – estes últimos, diga-se de passagem, foram também profundamente estudados e desenhados in situ por Toral, o antropólogo, e editados em diversos trabalhos acadêmicos e artísticos.

Além do desenho e do diálogo figura-palavra, há pelo menos mais um indício da unidade entre as séries: o cenário urbano que perpassa o conjunto, menos evidente mas também sugerido na série A história da arte, paisagem que se reconstrói segundo nossa vontade enquanto passeamos diante dos trabalhos expostos.

E da Revolução Constitucionalista de 1932 emergem figuras, símbolos, representações, slogans que habitam as paisagens da série 1932, hoje, cujo título, penso eu, foi particularmente acertado: nessas paisagens convivem os nossos já conhecidos motoboys, agora em cores, com aspectos selecionados de uma visualidade possível de São Paulo, expressa em sua concretude.

O jogo palavra-figura-paisagem nos solicita um estado mental particular; se topamos, somos então levados a fabular em lugares ainda mais distantes, a flanar pelas alegorias que Toral, o iconógrafo, sintetiza a partir de estudos sistematizados de momentos históricos de seu interesse.

É provável que uma boa parte dos paulistanos, sobretudo a parte mais jovem, não se dê conta de que muito do que veem em sua capital remete a um imaginário orquestrado a partir do episódio dessa guerra civil paulista. Uma guerra que, se em muito reproduziu a de 1914, teve lá seus índices de modernidade: rádio, aviação, fotografia, indústria gráfica. A comunicação gerada em torno dela – marchas cívicas, cartões postais, cartazes, panfletos etc. – encontrou eco na cultura de massas que abrolhava à época. E aos chamamentos cívicos houve adesão considerável da classe média paulistana. Talvez tenha sido essa mesma adesão a maior causa do espírito de frustração que perdurou por um bom tempo, no pós-guerra, na vida cotidiana da cidade, ainda que não na política. Frustação causada pela derrota e agravada pela percepção do mecanismo perverso, traidor, que proporcionou às classes dominantes os meios para seduzir e incorporar as dominadas em seu projeto político contrário aos incipientes avanços sociais aventados pela revolução ocorrida dois anos antes, em 1930.

Aliás, Toral, o colecionador, sempre teve especial interesse por episódios beligerantes, e vem trabalhando com eles de modo muito particular e intrigante: filtra-os com rigor científico, e extrai deles imagens que articula segundo recortes inusitados; apresenta-as então em trabalhos de fôlego, surpreendentes abordagens artísticas da História, que dela nos aproximam menos por suas qualidades ilustrativas e mais pelas sensíveis e imaginativas. Era assim já nos tempos de ginásio, quando sua curiosidade sobre as duas grandes guerras mundiais se manifestava nos aviões de combate que sobrevoavam as páginas de seus cadernos escolares, bombardeando soldados entrincheirados entre operações matemáticas e outras lições. Além de desenhar aviões, montava-os também com especial capricho, o que faz até hoje com tal paixão que não seria descabido chamá-lo Toral, o aeromodelista. A propósito, desconfio que desse constante manuseio do tridimensional, desse treino construtivo, procedam os excelentes estímulos hápticos de seus desenhos.

Não é absurdo, assim, supor o empenho dos poderosos no engendramento e no cultivo, nas décadas seguintes, de um imaginário capaz de mitigar tal frustração; certamente não foi pela sonoridade poética que escolheram para imponentes artérias da cidade os nomes de 9 de Julho e 23 de Maio, essas sim conhecidas dos paulistanos em geral. E também não parece ser por acaso que Toral, o cartógrafo, desenhe elementos visuais copiados dessas vias nos cenários de suas estampas e pastéis. Nestes, Toral Da Guerra do Paraguai, assunto de sua tese de doutoramento inscreve os principais símbolos da guerra – capacete, espada etc. –,


integrando-os de tal modo à paisagem atual, nossa conhecida, que por vezes nos induz a tomá-los por monumentos ou edifícios futuristas, deixando-nos intrigados com o fato de ainda ontem termos por ali passado sem neles reparar.

receber as doações entre uma mesa de recepção e o altíssimo bandeirante que, lá de cima, com a expressão noélica visível desde qualquer ponto da praça, abençoava o ato da doação: o endosso de um presente desvairado por um passado inventado.

Experiente contador de histórias que é, Toral reforça essa ilusão, replicando nos quadros as mesmas estruturas narrativas e recursos retóricos dos discursos da época, problematizando a lógica do “ontem como justificativa do hoje”.

Pois esse papel do bandeirante em 1932, na narrativa de Toral, é desempenhado pelo Obelisco do Ibirapuera, mausoléu onde se encontram sepultados ex-combatentes como o próprio Guilherme de Almeida, o poeta de 32, e os estudantes M.M.D.C., sigla que nomeia atualmente uma rua no bairro do Butantan, e cujo significado me era até agora tão desconhecido quanto a sociedade secreta criada para arregimentar combatentes civis e também batizada com as inicias de Mário, Miragaia, Dráusio e Camargo – os quatro mortos em 23 de maio de 1932.

Um exemplo dessa operação é como, ao valer-se do Obelisco do Ibirapuera, Toral irradia para os demais trabalhos a sintonia referencial das paisagens que constrói. O modo como o Obelisco surge encontra paralelo em um famoso discurso da época, que solicitava doações para a campanha Ouro para São Paulo. Em arenga emocionada, Guilherme de Almeida – um dos raros intelectuais modernistas a se envolver na revolução –, ao exaltar a generosidade do povo paulista na campanha Ouro para a vitória, evoca o mítico bandeirante, que na carência de chumbo não hesitava em “carregar suas espingardas com bolotas de puro ouro: o paulista não mudou (...) largamente abriu a porta de seus lares e os fechos de suas bolsas (...) para carregar de ouro a arma certeira que vai alcançar em seu voo alto e claro a vitória de asas brancas!”. De fato, em um dos pontos de coleta de ouro, em frente à Faculdade de Direito, no largo de São Francisco, foi instalado um imenso bandeirante, tão grande quanto o Erasmo Kong que ali mesmo performaria quatro décadas mais tarde. Na fotografia da campanha, vê-se o funcionário encarregado de

Tal qual o bandeirante, o Obelisco vigia lá de cima e contracena… com quem mesmo? com os motoboys – que afinal “somos nós”? Com van Gogh? Tanto faz; o importante é que essa construção confere ao conjunto das cenas a potência de nos apresentar a dramaticidade da vida refletida em monumentos reais e imaginários. Assim, figuras e emblemas da Revolução Constitucionalista de 1932, coisas de um passado aparentemente obscurecido na memória de São Paulo, surpreendem-nos atuais e possíveis, retemperando significados de importantes marcos da cidade. Evidentemente, essas considerações sobre Outras Coisas são pessoais, e não poderia ser de outra forma, pois não falo aqui sobre generalidades, mas sobre como bem me impressionam a trajetória e o trabalho artístico de Toral, o amigo.

Waldemar Zaidler, outubro de 2014


1932 nยบ 3 76 x 106 cm Pastel seco sobre papel kraft 2014


1932 nยบ 4 76 x 106 cm Pastel seco sobre papel kraft 2014


1932 nยบ5 76 x 106 cm Pastel seco sobre papel kraft 2014


1932 nยบ 6 76 x 106 cm Pastel seco sobre papel kraft 2014

1932 nยบ 8 55 x 70 cm Pastel seco sobre papel kraft 2014


1932 nยบ 7 76 x 106 cm Pastel seco sobre papel kraft 2014


A história da arte 47 × 33,5 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2014


Arte ĂŠ para vender (Ben Gautier) 41 Ă— 29 cm Aguaforte e aguatinta 2014


A natureza é a grande mestra (Leonardo) 29 × 41 cm Aguaforte e aguatinta 2012

A idéia se opõe à imagem, que é a forma mais baixa de conhecimento (Platão) 29 × 41 cm Aguaforte e aguatinta 2012


A essência da arte histórica é o contemporâneo (G. Courbet) 39,5 × 53 cm Aguaforte, ponta seca e aguatinta 2012

Antes de tudo, a natureza (C. Corot) 35,5 × 47 cm Aguaforte e aguatinta 2012


Divertir-se significa estar de acordo (Th. Adorno) 41 × 52,5 cm Aguaforte e aguatinta 2013

Sonho com uma arte de equilíbrio e serenidade, desprovida de temas perturbadores ou deprimentes (Henri Matisse) 34 × 44,5 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2012


A good business is the best art (A. Wharhol) 34 x 52 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2013

O artista não luta mais com a matéria, mas com a idéia (Abraham Moles) 36,4 × 34,5 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2013


A arte suprema é o negócio (Andy Wharhol) 29 × 41 cm Aguaforte e aguatinta 2014

Arte não reproduz o visível, mas torna visível (P. Klee) 29 × 41 cm Aguaforte e aguatinta 2013


Diga olá à pintura figurativa e diga adeus à boa pintura (Cl. Greenberg) 34 × 52 cm Aguaforte e aguatinta 2013

Os pobres sempre se contentaram com uma cultura rudimentar: o kitsch (Cl. Greenberg) 40 x 47 cm Aguaforte e aguatinta 2012


Depois de Hegel os filósofos pararam de construir sistemas de mundo (Clement Greenberg) 38 × 44 cm Aguaforte e aguatinta 2012

A ausência de sistema já é um sistema; mas é mais simpático (T. Tzara) 34 × 37,5 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2013


Quanto mais o mundo se torna aterrorizador mais a arte se torna abstrata (Paul Klee) A representação de um objeto é uma coisa que não tem nada a ver com a arte (K. Malevitch) 50,5 × 36,5 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2013

40,5 × 55 cm Aguaforte e aguatinta 2013


O texto tem um poder repressivo em relação à liberdade de significados da imagem (Roland Barthes) 39,5 × 58,5 cm Aguaforte e aguatinta 2013

Nossa civilização não precisa de pintores. No máximo precisa de pouquíssimos (Henri Matisse) 41 × 52,5 cm Aguaforte e aguatinta 2013


A fotografia tornou inútil a pintura descritiva (H. Matisse) 45,5 × 71,4 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2012

O artista não faz mais obras; propõe idéias para fazer obras (Abraham Moles) 39 × 55 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2013


A juventude de Vincent van Gogh 45,7 Ă— 33,9 cm Aguaforte e aguatinta ImpressĂŁo em papel colorido 2013


Quero ser pastor, como meu pai (van Gogh) 29 × 41 cm Aguaforte e aguatinta 2013

Para aparecer é preciso vender barato ou mesmo a preço de custo. Paris é Paris (van Gogh) 44,5 × 33,7 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2013


Faço o que quero com os modelos (van Gogh) 40,5 × 42,9 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2012

Quando olhamos outros que fazem mais... (van Gogh) 14,5 × 17 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2012


Minha meta é aprender a fazer desenhos apresentáveis e vendáveis (van Gogh) 39 × 55 cm Aguaforte e aguatinta 2013

Minha meta é aprender a fazer desenhos apresentáveis e vendáveis (van Gogh) 30,4 × 44,1 cm Aguaforte 2013


Penso que me sentiria deprimido se não me iludisse a respeito de tudo (van Gogh) 40,8 × 55 cm Aguaforte e aguatinta Impressão em papel colorido 2014

Querido irmão, obrigado pela carta e pelos 200 francos (van Gogh) 39,6 × 55 cm Aguaforte e aguatinta 2014


Prefiro me iludir a me sentir sozinho (van Gogh) 28,7 × 40,9 cm Aguaforte e aguatinta 2014

O povo não está conosco (Paul Klee) 40 × 27,8 cm Aguaforte e aguatinta 2014


A tristeza durarĂĄ para sempre (van Gogh) 41,9 Ă— 50 cm Aguaforte e aguatinta 2014


Quero morrer de jeans (Andy Wharhol) 40,8 Ă— 55 cm Aguaforte e aguatinta 2014


ANDRÉ AMARAL DE TORAL

Paulistano, nasceu em 1958, é formado em Ciências Sociais (USP), mestre em Antropologia Social (UFRJ) e doutor em História (USP). Atualmente é professor na UNESP e na Fundação Armando Álvares Penteado em São Paulo. Publica e pesquisa nas áreas de história da arte e antropologia. Artista gráfico, atua como gravador e autor de arte sequencial. Dentre seus últimos trabalhos publicados destacam-se: Adeus, chamigo brasileiro. Uma história da guerra do Paraguai (Cia. Das Letras, 2008), Os brasileiros (Conrad, 2009) e Curtas e Escabrosas (Devir, 2011). Exposições recentes: O ateliê de gravura do Sesc Pompeia (Sesc Pompeia, 2013) e Duas narrativas em metal (Espaço expositivo IA UNESP, 2014) www.andretoral.com.br

RUA ISABEL DE CASTELA 274 VILA MADALENA SÃO PAULO TEL 11 3031.8727 www.ateliepriscilamainieri.com.br

Design gráfico: Claudio Rocha Fotografia: Edson Kumasaka


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