Revista Educação e Reflexão Ano 07 Ed. 12 Educação Infantil

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Revista da Secretaria de Educação de Maracanaú. A gestão refletindo suas práticas.

Ano 7 - Nº 12- Outubro de 2017 ISSN: 2237-7883

Educação & Reflexão ENTREVISTA Prof.a Dra Mônica Martins Samia p. 15 Coluna EDUCAR Política de Brinquedotecas Escolares p. 19

É Notícia

Prefeitura realiza cerimônia de inauguração do CEI Elsa Maria Laureano Pereira p. 24

Artigos Científicos

O Projeto Paralapraca e suas contribuições para a Educação Infantil em Maracanaú p. 83

A Educação Infantil em Movimento: contextos, percursos e possibilidades


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SUMÁRIO

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BOAS PRÁTICAS

Educação Infantil O registro de mais de uma década de história da Educação Infantil de Maracanaú

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ENTREVISTA

Profª Dra Mônica Martins Samia Fala sobre as perspectivas da formação centrada na escola de Educação Infantil

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CULTURAL

Dica de Filme O documentário passeia pelas possibilidades de criação da cultura da infância dentro das instituições públicas de ensino

21 É NOTÍCIA

É Notícia Prefeitura realiza cerimônia de inauguração do CEI Elsa Maria Laureano Pereira

CIENTÍFICA

24 A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A INTERAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MARACANAÚ

Artigo produzido por professores

55 E MAIS: Universidade Aberta do Brasil promove aula inaugural no polo Maracanaú Prefeitura realiza cerimônia de inauguração do CEI Elsa Maria Laureano Pereira Prefeitura inaugura quadra poliesportiva coberta na EMEF Maria Pereira da Silva Maracanaú participa do Seminário Internacional Mais Infância Ceará EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo comemora 10 anos Projeto ‘Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura’ é lançado para alunos da rede municipal Escolas municipais realizam eleições para Grêmios Estudantis Secretaria de Educação realiza solenidade de posse dos Grêmios Estudantis Escolas de Maracanaú participam do Congresso dos Amigos da Leitura na XII Bienal Internacional do Livro no Ceará Escolas e Comunidades se mobilizam no Combate ao Mosquito Aedes Aegypti Secretaria de Educação realiza palestra sobre Autismo Infantil e seus cuidados SME mobiliza escolas no dia Nacional de Luta Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes Centro de Línguas de Maracanaú promove V CLM Comunica Prefeitura inicia entrega do fardamento escolar para alunos da rede Municipal SME realiza III Encontro das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (Com-Vida) de Maracanaú Secretaria de Educação realiza etapa municipal do Prêmio Peteca Alunos da rede municipal participam da solenidade de formatura do Proerd XII Encontro Estadual dos Conselhos Municipais de Educação do Estado do Ceará é realizado em Maracanaú EMEIEF José Assis de Oliveira participa do Projeto Itinerante Galera do DNIT

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EDITORIAL

PREFEITURA DE

MARACANAÚ A cidade de Maracanaú, desde 1995, realiza atendimento educacional às crianças, processo que se ampliou em 2005, com a municipalização da Educação Infantil, obedecendo aos dispositivos legais estabelecidos na Constituição Federal Brasileira de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9394/96 (BRASIL 1996), que estabelecem a Educação Infantil como um direito social e primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A Educação Infantil no município se configura como um espaço onde as práticas pedagógicas são orientadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (BRASIL 2009), que determinam as interações e a brincadeira como eixos norteadores da aprendizagem e desenvolvimento infantil. Nas creches e pré-escolas, as crianças ampliam seu conhecimento acerca do mundo físico, social, político e cultural, interagem com seus pares, com outros adultos e diferentes culturas, brincam e participam de diversas experiências. Os professores da Educação Infantil, por sua vez, participam como importantes mediadores, através de seus saberes e experiências, apoiando as crianças em suas vivências cotidianas na instituição, contribuindo para o fortalecimento da sua autoestima, autonomia, curiosidade, conhecimento de mundo e ampliação das diferentes linguagens. A Secretaria Municipal de Educação de Maracanaú, considerando as especificidades da rede, tem efetivado ações no sentido de ampliar o atendimento às crianças em turmas de creches (zero a três anos) e pré-escola (quatro a cinco anos), bem como tem desenvolvido formações

continuadas junto aos gestores gerais, Rua Capitão Valdemar de Lima, 202 coordenadores pedagógicos e professores, Maracanaú (CE) na perspectiva da melhoria da qualidade Telefone: (85) 3521.5663 das práticas educativas vivenciadas nas seduc@maracanau.ce.gov.br instituições. Em 2013, o município foi Prefeito: Firmo Camurça selecionado, pelo Instituto C&A e pela Secretário de Educação: José Marcelo Organização não Governamental Avante Farias Lima – Educação e Mobilização Social, para participar do Programa Paralapracá, o qual tem por objetivo principal contribuir para um atendimento de qualidade na Educação Infantil, através de duas frentes de trabalho: Coordenação Editorial: a formação continuada de profissionais da Antonio Nilson Gomes Moreira educação e o acesso a materiais para crianças e professores. O processo de formação Conselho Editorial: continuada baseia-se nos eixos: Assim se brinca, Assim se faz artes visuais, Assim se Arlete Moura de Oliveira Cabral, faz música, Assim se faz literatura, Assim Glaucia Mirian de Oliveira Souza, se explora do mundo e Assim se organiza o Gleíza Guerra de Assis Braga, Kamile Lima de Freitas Camurça e Rosana ambiente. Maria Cavalcanti Soares Outra ação relevante, em prol da primeira infância em Maracanaú, é a Jornalista Responsável, realização da Semana do Bebê, uma iniciativa Direção de Arte, Diagramação, que nasceu em Canela (RS) e tem o apoio Reportagem e Edição: do Fundo das Nações Unidas pela Infância Bruna Cleia Marques (UNICEF), para assim, mobilizar os demais JP 3724/CE municípios brasileiros pela garantia dos direitos da gestante, puérpera e crianças em Projeto gráfico seus primeiros anos de vida. No município, Thiago Mena Barreto Viana esta ação foi impulsionada pela primeiradama Kamile Camurça, que articulou as Revisão: diferentes Secretarias através de uma Monique Lima Ferreira Kuhn Comissão Intersetorial para desempenhar inúmeras atividades nos equipamentos TIC: públicos. Dentre as grandes conquistas, João Batista Monteiro Soares registra-se a aprovação da Lei Municipal nº 2.065/2013, que institucionaliza a Semana do Foto de Capa: Bebê. Bruna Cleia Marques Diante de todas as iniciativas realizadas, a Secretaria de Educação de Estagiários de Comunicação: Maracanaú reconhece a importância da Francisco Orlenildo Cordeiro de Souza Educação Infantil e seu valor social, com vistas Regina Wesliane Lucas de Sousa a garantir os direitos da criança.

Expediente

José Marcelo Farias Lima Secretário de Educação


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BOAS PRÁTICAS

Política Educacional

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A Educação Infantil em Maracanaú - CE de 2005 a 2016 “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da Texto: Edlane de Freitas Chaves Francisca Nepomucena Moura Solange Maria Silvestre Maciel

O município de Maracanaú reconhece a infância como a fase essencial para o desenvolvimento do caráter, autoestima, autonomia, sinceridade, criatividade, disciplina e sociabilidade do ser humano. Neste sentido, desde 1999, tem somado esforços para assegurar a oferta desta etapa primordial da Educação Básica, tal como o acesso e permanência. Isso tem mobilizado decisões administrativas e pedagógicas, com vistas

comunidade.” (Lei nº 9.394/96, Art. 29)

à melhoria da qualidade do atendimento dessa etapa de ensino. O registro de mais de uma década (2005 – 2016) de história da Educação Infantil nos permite resgatar acontecimentos e parceiros que deixaram suas marcas na tessitura de práticas educativas à luz da legislação e documentos oficiais que normatizam e defendem uma Educação Infantil de qualidade.


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Adesão ao Programa de Alfabetização na Idade Certa – PAIC Instituído pelo Governo Estatual do Ceará, o PAIC, através da Lei nº 14.026 de 17 dezembro de 2007, traz a Educação Infantil como um dos seus eixos, o qual vem contribuindo no processo formativo e nas práticas pedagógicas dos professores, reverberando assim nas experiências vivenciadas com as crianças. Programa Formar em Rede Municipalização da Educação Infantil

Parceria instituída com o Instituto Avisa Lá, que por meio do Programa Formar em Rede desenvolveu uma proposta de formação continuada com foco nos formadores, coordenadores pedagógicos e professores, com duração de dois anos. As ações formativas abordaram o “Brincar na Educação Infantil”, possibilitando reflexões sobre a temática, bem como a melhoria da qualidade dessas práticas nas instituições.

Mediante o Parecer nº 01∕2005 do Conselho Municipal de Educação-CME, o atendimento às crianças de 4 e 5 anos foi municipalizado. Com essa conquista, o município deu um salto qualitativo no reconhecimento da criança como sujeito de direitos.

2005

2006 Visibilidade das Práticas Docentes Lançamento do I Relato das Experiências Docentes da Educação Infantil, que teve como objetivo o de socializar as práticas cotidianas vivenciadas junto às crianças nas escolas municipais, dando visibilidade aos processos de formação continuada com professores e coordenadores pedagógicos.

2007


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Programa Formar em Rede Dando continuidade a parceria firmada em 2007 com o Instituto Avisa Lá, desenvolveram-se ações formativas com os coordenadores pedagógicos, que por sua vez realizaram encontros formativos com os professores na instituição que atuavam. A temática abordada durante o ano teve como foco “Cultura Escrita – Leitura pelo Professor”, visando aproximar a criança do mundo letrado evidenciando a função social da escrita e o papel adulto como referência de comportamentos leitores. Concurso Público Pela primeira vez, em Concurso Público, foram disponibilizadas vagas para professores com formação em nível superior, destinadas à lotação em turmas de Educação Infantil.

2008

Seminário com Educadores Infantis de Maracanaú O Seminário abordou a temática “Desafios e Perspectivas da Inclusão Escolar na Educação Infantil em Maracanaú”. Nesta perspectiva, contextualizou a história da educação inclusiva, situando o Brasil e o município diante da atual legislação, evidenciado o processo de Atendimento Educacional Especializado-AEE nas salas de recursos multifuncionais.

2009 Indicadores da Qualidade da Educação Infantil e Programa de Autonomia Escolar- PAE Infantil Por meio de adesão voluntária, das vinte e cinco instituições de Educação Infantil, vinte e três destas realizaram a avaliação institucional na perspectiva de possibilitar a participação da comunidade escolar com ênfase nos pontos fortes e nos desafios. O referido processo culminou com a elaboração e aprovação da Lei nº 1.502 de 17 de dezembro de 2009 que estabelece o Programa de Autonomia Escolar – PAE Infantil destinando recursos financeiros às Instituições para aquisição de materiais pedagógicos necessários ao desenvolvimento das experiências docentes junto às crianças.

2010


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Projeto PARALAPRACÁ em Maracanaú “Toda criança tem direito a uma escola equitativa, plural e acolhedora”, este é o princípio básico do Projeto Paralapracá que chegou na rede municipal mediante uma seleção, da qual participaram sessenta e quatro municípios do Nordeste. A parceria firmada para o período de 2013 – 2017 entre o Instituto C&A, Avante e o Município visa contribuir com a melhoria da qualidade das práticas pedagógicas desenvolvidas nas instituições de Educação Infantil. O Paralapracá estrutura-se por meio de duas linhas de ação complementares e articuladas: a formação de formadores, com foco no coordenador pedagógico e o acesso a materiais de qualidade, para as crianças e para os profissionais que atuam junto a elas. Intercâmbio Reggio Emilia – Itália

V Relato das Experiências Docentes Na perspectiva de revelar as vivências presentes no cotidiano das instituições e abordar a temática: “As Múltiplas Linguagens na Organização do Trabalho Pedagógico, retrato do cotidiano” foi realizado o V Relato das Experiências Docentes da Educação Infantil. Esta ação evidencia o processo formativo realizado junto aos profissionais e suas ressonâncias nas práticas realizadas junto às crianças.

2011

O Instituto C&A e AVANTE – Educação e Mobilização Social – através do projeto PARALAPRACÁ ao firmarem parcerias com as Secretarias Municipais de Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE), iniciou as ações no II Ciclo do referido projeto, por meio de um intercâmbio a Reggio Children – Centro Internacional pela Defesa e Promoção dos Direitos e Potencialidades de Todas as Crianças, em Reggio Emilia, na Itália. O intercâmbio em pauta teve como objetivo contribuir para o fortalecimento das práticas de gestão de Prefeitos, Secretários de Educação e Coordenadores de Educação Infantil, na perspectiva de ampliarem seus olhares diante da Infância em seus Municípios, e assim, implementarem políticas públicas consistentes e adequadas para a criança pequena. Semana do Bebê em Maracanaú A Semana do Bebê em Maracanaú foi instituída por meio da Lei Municipal nº 2.065∕2013, sendo realizada anualmente no mês de setembro. As ações são planejadas por meio de uma comissão intersetorial composta por profissionais de várias secretarias do município potencializando assim, o atendimento das gestantes e das crianças pequenas. Em relação a Educação Infantil, percebeu-se uma ressonância significativa nas práticas vivenciadas no cotidiano das instituições, visto o envolvimento das famílias, maior visibilidade das infâncias do município bem como no fortalecimento das ações Intersetorial. Vale ressaltar ainda, que Maracanaú foi classificado para apresentar a referida experiência em duas edições da Mostra Internacional das Semanas do Bebê - UNICEF, em 2014 [Belém∕ PA] e em 2016 [Recife∕ PE], como inspiração para outros municípios brasileiros.

2012

Plano Municipal de Educação – PME A Educação Infantil em Maracanaú foi contemplada no Plano Municipal de Educação (PME), aprovado pela Lei nº 1.865, de 15 de junho de 2012, em consonância com o Plano Nacional de Educação – PNE. Em seu Anexo Único foram traçadas metas e estratégias que visam a universalização, até 2016, do atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliação, até 2020, da oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos; do mesmo modo que ofertar a educação infantil garantindo os padrões de qualidade.

2013


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Memorial da Gestão da Educação Infantil - Por uma transição Republicana A elaboração do Memorial da Gestão da Educação Infantil significou o registro de uma trajetória vivida, fruto de uma parceria com o Instituto C&A, AVANTE e Município, tendo como resultado a narrativa da própria experiência de Maracanaú na gestão de 2013 a 2016. O referido documento teve como objetivo registrar os aspectos considerados mais relevantes ou desafiadores para a gestão, como também orientar as questões administrativas e pedagógicas. Esta publicação representa um instrumento de avaliação de políticas públicas, que possibilita identificar e avaliar os impactos das ações da gestão, visualizar um panorama geral da rede, além de propor recomendações para a política da Educação Infantil no município. X Relato de Experiências Docentes da Educação Infantil de Maracanaú

Avaliação Externa – PARALAPRACÁ A avaliação realizada pela consultoria MOVE – Avaliação e Estratégia em Desenvolvimento Social teve por foco três aspectos a saber: A Política Municipal, o desenvolvimento profissional dos coordenadores pedagógicos e professores e ainda a qualidade do atendimento às crianças. Para tanto, foram organizados grupos focais que revelaram as conquistas, os desafios e as perspectivas para Educação Infantil, apresentando assim, um retrato da Rede de Maracanaú e seus diversos contextos.

2014

O X Relato das Experiências Docentes da Educação Infantil destacou-se como momento de ampliação dos modos de ver, e possibilidades no fazer. O registro das práticas pedagógicas é elemento essencial que proporciona a oportunidade de refletir e dialogar sobre o vivido, no sentido de provocar o olhar reflexivo para o despertar de transformações nos fazeres e saberes do sujeito-educador. Nesse contexto, os relatos das experiências dos professores de Maracanaú manifestam a ressignificação da ação docente, considerando as múltiplas linguagens dos bebês, das crianças bem pequenas e das crianças pequenas da Educação Infantil.

2015 Expansão do projeto PARALAPRACÁ em Maracanaú Em 2015, aconteceu a expansão do projeto Paralapracá, que inicialmente atendia 30 instituições de Educação Infantil (23 da rede municipal e 7 da rede contratada). Desse modo, a ampliação abrangeu mais 31 instituições, o que possibilitou reafirmar a importância da metodologia e dos princípios do projeto nos processos formativos, bem como na qualificação das práticas docentes. Uma inovação formativa desse percurso foi a inserção de um Ambiente Virtual de Aprendizagem-AVA, para potencializar a relação entre formadoras e coordenadoras pedagógicas na formação continuada, de maneira a contemplar também uma proposta de educação à distância sem distância, dando visibilidade à cultura da infância.

2016


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Relato de experiências em uma turma de Pré I: o Projeto Literatura de Cordel

Texto: Ana Paula Ramos de Moraes Professora da Educação Infantil – PRÉ I

Aspectos da vida cultural, social e política interferem e fazem parte do currículo presente no cotidiano e das escolas. Nesse sentido, nós da EMEIEF Parque Piratininga buscamos traduzir de forma lúdica e criativa aulas que despertem nas crianças o interesse e a participação nas atividades e ações desenvolvidas em âmbito escolar. A instituição educacional oferta turmas de pré-escola ao terceiro ano do Ensino Fundamental.

Nesse contexto, no ano de 2015, adotamos o Projeto Literário, que passou a ser realizado anualmente. No ano de 2016, a turma do Pré I, composta por crianças na faixa etária de 3 a 4 anos, trabalhou a literatura de cordel, que foi pensada a partir do eixo “Assim se faz literatura” do Projeto Paralapracá, e que vem alavancando e fortalecendo as ações que se referem à Educação Infantil. O Projeto Literário teve início a partir de

Os professores juntamente com a coordenação uma conversa sobre a literatura de cordel, que são pedagógica elaboram projetos em momentos de produções expostas em cordas, próprias da cultura planejamento coletivo, os quais ocorrem a cada nordestina. O primeiro contato foi por meio do bimestre e são fundamentais para o processo de manuseio de diversos folhetos compostos por textos aprendizagem dos alunos. e imagens. Neste momento, as crianças perceberam


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como os livretos são pequenos, como os desenhos da capa são diferentes e apresentaram dificuldade na pronúncia da palavra “xilogravura”, achando-a engraçada. Assistiram a vídeos que mostravam a arte de talhar a madeira, formando novas imagens que, após prensadas, seriam a capa de um folheto. Posteriormente, direcionamo-nos para o pátio da escola, onde foi proposto fazermos nossa primeira xilogravura: espalhamos tinta guache sobre a mesa e desenhamos livremente com os dedos. Inicialmente, alguns alunos pareciam ter nojo ou receio de sujar-se com a tinta, mas no decorrer da atividade, percebendo o prazer dos demais, permitiram-se participar desta experiência. Conforme desenhavam, ouvia-se o burburinho das crianças falando: “Olha tia, fiz uma flor. Agora, vou fazer uma borboleta”. Outras mostravam o desenho para o amigo ao lado afirmando ter feito a produção mais bonita. Com os desenhos prontos, prensamos uma folha de papel nos trabalhos das crianças. Foi interessante vê-las maravilhadas com o resultado de sua arte. Diante das gravuras visualizadas na literatura de cordel, vimos a necessidade de retratar o sertão nordestino. A cada elemento construído, as crianças demonstravam compreender melhor sua cultura. Nesse contexto, muitos diálogos foram elaborados por elas enquanto faziam um grande painel representando o sertão, trazendo elementos para ilustrar a seca no nordeste: o sol grande e forte, o chão seco, a falta de água para beber. Durante o projeto, ouvimos e brincamos com as rimas tradicionalmente cantadas por repentistas em seus duelos, dando enfoque ao grande poeta

do projeto foi bastante movimentado, pois a participação das crianças e do corpo docente da escola possibilitou um trabalho coletivo e, consequentemente, bem sucedido. A culminância do projeto literário foi uma festa! No primeiro dia, apreciamos as apresentações da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. As crianças menores observaram atentos a forma de falar e agir em público das maiores, enquanto nós, adultos, ficamos a observá-las em sua desenvoltura, alegria e espontaneidade na forma de conduzir a apresentação das experiências vividas. Já em sala de aula, as crianças apresentaram seus trabalhos aos colegas de outras turmas da escola como também às suas famílias, que foram convidadas a participar do projeto. E com empolgação a iniciativa foi considerada por todos um grande sucesso e que precisa se repetir. No dia seguinte, as crianças estavam radiantes por suas experiências: uma delas, ao falar sobre o cangaço, afirmou que os cangaceiros são parecidos com piratas pelo estilo de roupa que usavam, modo de agir e falar que perceberam ao ouvir histórias como a do Lampião. A relação foi interessante levando-nos a refletir sobre a forma de pensar da criança. A fantasia e o real estão juntos, enriquecendo os pensamentos infantis. Como adultos, precisamos ter consciência da importância de estimular a imaginação e a expressão do que sentem. A construção do conhecimento é bem mais significativa do que o mero repasse de diversas informações. Nossas crianças pequenas merecem atenção e respeito para ampliar sua visão de

Patativa do Assaré. Também cantamos e tocamos canções do repertório cearense, como a música “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, que relata o cotidiano do homem do sertão nordestino. Todo o processo de elaboração e execução

mundo e constituir aprendizagens complexas. Apesar da pouca idade, elas têm muito a nos dizer. Porém, não o farão simplesmente por palavras. Nossa responsabilidade é ter um olhar sensível às expressões de cada uma. Ao buscar trabalhar a


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partir das percepções delas, percebi que o projeto foi além do que planejamos. As crianças costumam ter um olhar mais atento, detalhado e cheio de fantasia e isso traz riqueza ao nosso trabalho e deve estar expresso tanto na sala de aula quanto na escola como um todo. A coordenadora pedagógica, Denize Maria Vieira Pereira, destacou que através do eixo “Assim se faz literatura”, esse trabalho foi vivenciado de forma muito intensa e significativa pelas crianças. Observar o empenho das mesmas realizando as xilogravuras, criando e reinventando os livrinhos dos cordéis e apresentando suas produções para

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seus colegas e para toda a comunidade escolar foi motivo de muito orgulho, pois pode perceber em cada rostinho o prazer e o encantamento em realizar cada etapa da referida experiência. E é nesse processo que a escola proporciona às crianças experiências que contribuem com a ampliação dos seus conhecimentos sociais e culturais. Cabe a ela e a nós, educadores, não apenas ensinar, mas tornar possível diversas aprendizagens que possibilitem apresenta-las um mundo onde é possível a cidadania e o pleno desenvolvimento do ser humano.


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Formação na escola e sua ressonância nas crianças

Texto: Kátialene Domingos Lourenço Coordenadora Pedagógica - Creche Viva Bem Vanessa Rocha de Santana Coordenadora Pedagógica - EMEIEF Profº Paulo Freire

A educação é fator transformador da sociedade. Considerando que a educação infantil é a base para a construção dos conhecimentos sistematizados das crianças e elemento primordial para o desenvolvimento das etapas subsequentes ao longo da vida escolar, o educador precisa ser um mediador de boas práticas pedagógicas para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça. No ano de 2013, o município de Maracanaú, através da Secretaria de Educação, firmou uma importante parceria com o Projeto Paralapracá, idealizado pela Avante – Educação e Mobilização Social e com apoio do Instituto C&A. O projeto possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de educação infantil e o acesso aos materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores.

Passamos a testemunhar um momento todo especial, onde os vínculos foram ampliados e as relações ganharam um tom de colaboração, criatividade, confiança para dialogar sobre as práticas e compartilhar experiências. Essas trocas tornaram-se constantes na equipe de coordenadores pedagógicos, professores e, especialmente, com as crianças, que são centro do nosso fazer educacional. Continuamos o processo formativo, que antes já acontecia nas escolas, com maior potencialidade. Os professores, inspirados com novas metodologias, estimulam a participação efetiva das crianças e oferecem a elas contextos instigantes para as diversas formas de comunicação e expressão, estabelecendo um clima de confiança. Com ações pedagógicas alicerçadas nos conhecimentos prévios e ampliadas por desafios,


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as crianças sentem-se mais seguras e constroem uma autoimagem positiva, favorecendo, assim, o desenvolvimento das suas potencialidades, da autonomia, a convivência social e o direito de serem respeitadas em suas especificidades. Aproximar as formações da própria instituição, reunindo coordenadores pedagógicos e professores, analisando o contexto da escola e o público que ela atende possibilita uma apropriação das necessidades das crianças e dos docentes, tornando o trabalho do coordenador pedagógico mais eficaz, sem perder de vista os eixos norteadores das práticas pedagógicas da educação infantil: as interações e as brincadeiras, conforme estabelece a Resolução n° 5, de 2009, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Ressaltamos a importância de revisitarmos as temáticas discutidas nas formações, refletindo sobre as ações docentes, com foco na ampliação da qualidade da educação e diversidade de oportunidades reais de aprendizagens. Outro ponto a ser considerado é o envolvimento e bom relacionamento do grupo, repercutindo favoravelmente no trabalho desenvolvido na instituição e possibilitando as trocas de experiências e saberes, o que torna a equipe pedagógica dinâmica e plural em sua atuação. Ofertar situações diferenciadas é uma maneira de respeitar a individualidade da criança que, mesmo participando de um grupo, tem interesses e formas diferentes de se apropriar das atividades propostas na escola. O ambiente também merece ser cuidadosamente pensado para não se tornar “engessado” e “castrador” do protagonismo

As conquistas são facilmente mensuradas no dia a dia, pois não precisam ser necessariamente grandes acontecimentos. São, de outra forma, um conjunto de pequenas e constantes experiências que fazem da escola um campo fértil para o desenvolvimento das relações interpessoais, ampliação de conhecimento de mundo, ludicidade, autonomia, sensibilidade e sentimento de pertencimento por parte de todos os envolvidos. O brincar ganhou ares inovadores em nossas instituições, nas quais percebemos iniciativas de professores em construir com as crianças seus próprios brinquedos e brincadeiras. Essa ação tornou o momento do brincar mais significativo, com a participação dos pequenos como autores e construtores de seus conhecimentos. O percurso formativo foi ampliando-se em situações diversas, contemplando experimentos e iniciativas que foram sendo incorporados à rotina ao percebermos as possibilidades e contribuições que traziam. Assim, na Creche Viva Bem, as crianças vivenciam as canções de forma contextualizada. A exemplo disso, na canção “Meu limão, meu limoeiro”, conheceram elementos importantes descritos na música, explorando o limoeiro, manuseando e sentindo a textura, o cheiro e o gosto do limão. Experiências simples e ao mesmo tempo marcantes, carregadas de significado. Podemos citar também o contato com as artes visuais. Na EMEIEF Prof. Paulo Freire, pintores antes desconhecidos ganharam espaço no repertório dos pequenos. As telas de Romero Brito dispensaram sua assinatura para serem reconhecidas, bem como seus traços tornaramse facilmente identificados em objetos diversos.

infantil. Os materiais, como brinquedos e demais objetos que fazem parte da rotina, devem estar dispostos para facilitar o acesso dos pequenos, promovendo situações de interação entre eles.

As brincadeiras de Ivan Cruz saíram das telas para povoar nossos pátios, ganhando forma e vida. Outro importante aliado têm sido as famílias, que passaram a frequentar a escola para conhecer


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o nosso fazer pedagógico, vivenciando projetos, dinâmicas e experiências junto aos seus filhos. Dessa forma, ganhamos um parceiro de grande valor, pois acreditamos que essas compõem o primeiro núcleo social e afetivo das crianças. A escolha de mecanismos para acompanhar e avaliar esse processo, como registros pedagógicos,

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relatos e seminários, com trocas de experiências, têm tornado possível a constante construção de uma práxis enriquecedora para todos os envolvidos, pois a possibilidade de redimensionar é uma maneira de garantir que a nossa principal missão seja sempre alicerçada em afetividade, respeito e compromisso com a infância.


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ENTREVISTA

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Mônica Martins Samia - Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia


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ENTREVISTA

Infância|

As perspectivas da formação centrada na escola e suas ressonâncias nas práticas da Educação Infantil Observando o contexto atual da Educação assunto em pauta! Então, precisamos comemorar Infantil no Brasil, que perspectivas você aponta que as políticas educacionais finalmente assumiram para esta etapa? seu papel no atendimento à esta faixa etária. Restanos consensuar o que é qualidade neste segmento e O contexto atual aponta para a necessidade aprender a olhar de forma mais integral a educação, de darmos atenção ao que os especialistas em dando valor às múltiplas aprendizagens possíveis Educação da primeira infância apontam como nesta etapa da vida humana. pilares para o desenvolvimento infantil e o que compreensões superficiais ou interesses comerciais Quais os desafios existentes para a garantia do julgam ser “o melhor” para as crianças. direito à Educação Infantil pelos sistemas de Se olharmos com atenção para as teorias, pesquisas ensino, em especial pelos municípios, e como e práticas no Brasil e ao redor do mundo sobre este esses impactam na qualidade do atendimento? tema, não resta dúvidas do tipo de experiência que a criança precisa para se desenvolver. Ela é um A compreensão sobre qual é o papel da educação ser cheio de possibilidades, ávida por conhecer, infantil na vida das crianças é, para mim, o principal aprender, mas as políticas educacionais – a despeito desafio da EI. A ideia de ser um espaço de cuidados do que orienta a legislação sobre a EI no Brasil – e as que migra para a educação e passa a ser um espaço corporações, especialmente os sistemas apostilados de educação preparatória para o futuro escolar da e editoras, têm, atualmente, exercido uma pressão criança, vem cindindo a ideia central da educação na EI de que o único indicador de qualidade válido é infantil, de ser um espaço de vida para as crianças se a criança aprendeu ou não a escrever aos 5 anos no presente e que, desta forma, deve estar pautado de idade. Todas as outras aprendizagens estão à em ações de educação/cuidado, que são pilares do mercê de serem desvalorizadas. Este é um ponto de desenvolvimento. Não digo educação e cuidado, alerta muito grave, porque a inteligência não pode mas enfatizo as duas palavras juntas, pois uma ser medida por uma aprendizagem tão restrita, é intrínseca à outra. A EI não existe para suprir embora importante, como a leitura e escrita. Por necessidades de um sujeito frágil e desprovido, outro lado, nunca se falou tanto em EI. Este é um mas para acolher e colaborar no desenvolvimento


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ENTREVISTA de crianças que têm um enorme potencial, com inúmeras possibilidades, mas que encontram-se em situações sociais muito distintas e, portanto, têm direito de serem providas por oportunidades que lhes garantam oportunidades de se desenvolverem integralmente, e isso inclui o bem estar físico, emocional, social e intelectual. A EI é, sem dúvida, uma ferramenta de equidade.

Defendemos que as crianças têm direito a uma educação que promova equidade e que, a cultura escrita, como parte importante da vida, deve estar presente no cotidiano das crianças, de forma lúdica e intencional. O encantamento pelo universo da escrita e o acesso à cultura letrada são, sem dúvida, objetivos da EI. Ademais, perspicazes e curiosas como elas são e encantadas pelo mundo das palavras, as crianças também vão manifestando Que recomendações são pertinentes às políticas desejo de compreender o código escrito. Assim, de formação inicial e de formação continuada de práticas que promovam investigações sobre como professores da Educação Infantil? a língua escrita funciona, também devem fazer parte do currículo. Isso, no entanto, não significa Este é um dos pontos estratégicos quando se escolarizar a Educação Infantil. A palavra “escolarizar” fala em melhoria da qualidade do atendimento é usada para definir práticas automatizadas, à EI. A formação do profissional para atender este descontextualizadas e uma ênfase curricular segmento ainda é um tanto frágil no Brasil. Tanto nesta linguagem, em detrimento de outras. Esta é a formação inicial como a contínua, que é de responsabilidade das Secretarias de Educação, no

uma posição que lutamos contra! Até porque, as outras linguagens (como a música, as artes visuais

caso da educação pública. Na universidade, ainda é incipiente a base sobre este segmento, embora conquistas estejam acontecendo. Por isso, e porque o profissional de educação precisa de formação permanente, é fundamental que haja programas de formação. Defendemos que esta deve se dar

, as brincadeiras, as investigações sobre o mundo natural e social) são potentes instrumentos de acesso ao mundo da escrita, pois a trazem de forma real, contextualizada. Além disso, muito mais que aprender sobre as coisas do mundo, na EI as crianças devem aprender a se

primordialmente nas escolas, o que alguns teóricos chamam de “formação centrada na escola”, a partir

relacionar consigo mesmas, com seu entorno, com as pessoas. A dimensão das relações interpessoais,

de uma metodologia que privilegia a reflexão sobre as práticas. Além disso, a formação precisa apoiar os professores na ampliação do seu repertório cultural, pautar-se em vivências que ativem seu saber sensível, seu olhar para a criança, formando

do autocuidado, da autonomia, da identidade, são questões muito relevantes e que precisam ter o mesmo grau de valor no currículo. Porque as crianças podem muito sim, mas isso não significa que elas serão reféns de um

um profissional que saiba escutar as crianças nas suas mais diversas linguagens.

currículo escolarizante. Com muitas brincadeiras, investigações, interações de qualidade, contato com bons modelos, referências, acervo variado

Qual o papel da Educação Infantil no processo de alfabetização? Que práticas são recomendadas para o favorecimento da apropriação da leitura e da escrita pelas crianças nesta etapa?

e professores apaixonados pela leitura e escrita, elas terão o melhor que podemos lhes oferecer, e nós poderemos nos honrar de contribuir para aproximar as distâncias que separam as crianças


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ENTREVISTA que, socialmente, não têm as mesmas condições de acesso aos bens culturais. Falando sobre as orientações do MEC e do documento do PNAIC/2017, podemos comemorar uma vitória que este programa está embasado na coleção “Leitura e Escrita na Educação Infantil”, produzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Este material foi elaborado por uma equipe altamente qualificada, na gestão da prof. Rita Coelho (COEDI/MEC) e expressa a concepção defendida pela grande maioria dos especialistas em EI e por nós.

problematizamos a ideia de “decoração” dos espaços como algo feito pelos adultos, com estereótipos. A estética é algo fundamental, visto que o contato com o belo, dentro da simplicidade dos objetos e do cuidado como os espaços são organizados, gera bem estar em todos que frequentam a escola. É preciso investir na educação do sensível e os espaços são ótimos mobilizadores para que todos possam desenvolver um olhar para o belo, o harmonioso, aquilo nos humaniza e nos torna pessoas melhores”.

Que estratégias você sugere no sentido de qualificar os espaços e ambientes para o atendimento dos bebês e das crianças pequenas na Educação Infantil?

Mônica Martins Samia é pedagoga, mestra em educação e contemporaneidade pela Universidade Estadual da Bahia/UNEB e doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia/UFBA. Depois de uma década atuando como professora da Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental, trabalhou como coordenadora pedagógica até iniciar sua jornada como formadora, em 1999, na Avante Educação e Mobilização Social – ONG, instituição onde é consultora associada da Linha de Formação de Educadores e Tecnologias Educacionais. Nesta instituição, atua em projetos sociais como coordenadora e formadora, junto às redes pública e privada. Tem ampla experiência na área de Educação, com ênfase na formação de professores e formadores, principalmente na Educação Infantil e Ensino Fundamental e na elaboração de materiais pedagógicos de referência. É coordenadora de implementação do programa Paralapracá.

A primeira ideia em relação aos espaços e materiais é que as crianças precisam estar em um ambiente que se identifiquem. Desta forma, participar da organização deste ambiente é algo precioso! Trazer para estes espaços elementos da cultura local também é uma ótima forma de torná-lo agradável. No Nordeste, por exemplo, sugiro substituir caixas de papelão ou plástico por cestos de vime, organizar cantos de leitura com tapetes artesanais e almofadas bordadas ou costuradas pelas famílias ou até mesmo instalar redes para momentos de relaxamento e descanso das crianças. Outra ideia importante é a valorização de espaços e elementos naturais. Cuidar dos espaços externos, quando houver, aproximar as famílias, convidando-as a participarem da organização destes espaços, viabiliza sua manutenção e fortalece o pertencimento. Uma das maiores necessidades da contemporaneidade é o contato com a natureza. Cada canto que pode ter um elemento natural é um privilégio que deve ser valorizado. Nas formações do Paralapracá,

Realiza seminários, palestras e escreve artigos na área.


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19 COLUNA EDUCAR Por: Kamile Camurça - Primeira-dama de Maracanaú

Mestra em Avaliação de Políticas Públicas pela Universidade Federal do Ceará (2013). Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Estadual do Ceará (2009). Graduada em Licenciatura Específica em Português pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2007) e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (2002). Foto: Arquivo Pessoal

O brincar é atividade intrínseca ao desenvolvimento da criança, proporciona benefícios indiscutíveis, como a exploração do meio e dos objetos que a circundam, a construção de aprendizagens diversas e a interação com seus pares. A escola de Educação Infantil se configura em um espaço privilegiado para a promoção de experiências lúdicas, motoras, sensoriais, simbólicas e relacionais que propiciem a oportunidade de brincar, observar, imitar, desenhar, jogar, falar, expressar-se, correr e pensar sobre as coisas do mundo de um jeito singular. Nessa concepção, a brinquedoteca escolar constitui-se em um serviço especialmente concebido para que as crianças atendidas em creches e préescolas, na faixa etária de 0 a 5 anos, brinquem livremente, com acesso a uma variedade de brinquedos, em um ambiente interativo, acolhedor e seguro. Materializa-se em função do respeito à infância, numa atmosfera de afetividade, sociabilidade e aprendizagem.

A partir desse entendimento, a Prefeitura de Maracanaú, através da Secretaria de Educação, lança, por ocasião da V Semana do Bebê, a Política de Brinquedotecas Escolares, que tem como objetivo referenciar a organização dos ambientes e espaços disponíveis nas escolas que ofertam Educação Infantil, explorando-os e potencializando-os para a prática do brincar livre e espontâneo, tornando-os ricos em possibilidades. Com a implementação dessa política, que foi sancionada pela Lei nº 2.643, de 2 de outubro de 2017, fica garantido o direito das crianças de brincarem e se desenvolverem também nesses espaços escolares denominados brinquedotecas, para todos os alunos da rede municipal de ensino de Maracanaú, matriculados nessa primeira etapa da educação básica. As brinquedotecas serão implantadas considerando as particularidades de cada instituição educacional quanto à infraestrutura e equipamentos disponíveis. Dessa forma, nos diversos formatos – um espaço definido nas 4 creches municipais, o aproveitamento dos ambientes existentes nas escolas que ofertam Educação Infantil e seus anexos para transformá-los em brincantes, e a itinerância de brinquedos em salas de aula nas que não possuem locais disponíveis –, as brinquedotecas escolares se materializarão em ambientes criativos e potentes. Os brinquedos e atividades lá organizados devem possibilitar o exercício, como forma de contribuir para o desenvolvimento do corpo; o simbólico, como instrumento para ampliar as linguagens, a comunicação, a criatividade e a percepção de mundo da criança; a montagem de brinquedos a partir da acoplagem de peças, favorecendo a reversibilidade do pensamento; a apropriação crítica e transformação de regras, colaborando para a convivência social. No intuito de valorizar a brincadeira e fazer dela um ponto importante no desenvolvimento infantil, é que Maracanaú dá mais um passo na busca constante pela melhoria da qualidade da educação, implantando brinquedotecas e ajudando a suprir a necessidade de um espaço onde à criança possa se integrar socialmente e vivenciar atividades repletas de ludicidade.


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DICA DE LIVRO

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Educação Infantil: pra que te quero? Texto: Ádila Suyanne Ponte de Oliveira Lima Técnica e Formadora do Setor de Educação Infantil da Secretaria de Educação de Maracanaú

A obra organizada por Carmem Craidy e Gládis E. Kaecher traz uma reflexão sobre a primeira etapa da educação básica, suas especificidades e singularidades. Para tanto, os autores reconhecem o espaço de atendimento às crianças, seja ele creche ou pré-escola, como um lugar onde acontecem as interações e a brincadeira, em que o cuidar e o educar estão imbricados com vistas ao bem-estar e ao desenvolvimento integral das crianças de zero a seis anos de idade. São apresentados aos leitores diversos textos que abordam temáticas de suma relevância para a Educação Infantil, aliando a teoria à prática pedagógica, e qualificando, efetivamente, o atendimento às crianças. Assim, esta produção coletiva está dividida em treze capítulos que abordam a trajetória histórica da educação infantil, sua função e diálogo sobre o currículo; os direitos garantidos das crianças definidos na legislação (Constituição Federal, 1988; Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, 1996; e Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, 1990); o desenvolvimento infantil na ótica dos teóricos sociointeracionistas (Piaget, Vygotsky e Wallon), bem como o papel do profissional que atua na escola da infância e a tematização das práticas ali desenvolvidas; questões sobre a saúde e bemestar das crianças atendidas nas instituições; um diálogo sobre família; a dimensão organizacional do espaço, do tempo e das ações pedagógicas/ experiências desenvolvidas em creches e préescolas; a contribuição da literatura para as crianças pequenas; a importância dos jogos de faz de conta

para o desenvolvimento infantil; a brincadeira como uma linguagem própria da infância e sua vivência na escola; a expressão artística e estética; a musicalidade e as experiências sonoras; a linguagem oral e escrita na educação infantil; e os conhecimentos acerca do mundo físico, social e da natureza, bem como temáticas relacionadas às ciências. Nessa perspectiva, a publicação contribui com elementos teóricos e metodológicos para embasamento e reflexão sobre as práticas desenvolvidas no cotidiano dos profissionais da educação que atuam no atendimento às crianças, bem como às suas famílias, no contexto da escola da infância, interessados e curiosos em saber, afinal: Educação Infantil, pra que te quero?


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DICA DE FILME

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Caramba carambola: o brincar tá na escola Texto: Kelly Cristine Cruz Rocha Alves Técnica e Formadora do Setor de Educação Infantil da Secretaria de Educação de Maracanaú

O documentário “Caramba, carambola: o brincar tá na escola” passeia pelas possibilidades de criação da cultura da infância dentro das instituições públicas de ensino. Seu objetivo é contribuir para a formação do educador da infância, fazendo-o refletir sobre a importância da garantia do tempo, espaços, materiais e relações para que a brincadeira aconteça no cotidiano das escolas, através de alternativas simples. Ao longo do vídeo, diversas falas reforçam a importância do brincar, como: “brincar é uma linguagem, talvez a mais completa. É um jeito de existir” ou “a infância não pode esperar pelas

“Brincar é fundamental. Eu diria que hoje seria até um instrumento de sobrevivência no mundo, tanto para as crianças como para os adultos.” (Marina Célia M. Dias. Profa Dra da Faculdade de Educação – USP)

crianças no lado de fora da escola”. Com 30 minutos de duração, o documentário nos possibilita sensibilizar o olhar quanto à importância da vivência do lúdico, desde a mais tenra idade, apontando possibilidades de se entender o brincar brincando, não apenas entre as crianças, mas em sua relação com suas famílias e professores. Caramba, Carambola: o Brincar tá na escola. Disponível em <https://www.youtube. com/watch?v=oJSKrU-CKys> Realização Ministério da Cultura. Direção e roteiro de Olindo Estevam. Produtora Paiol Filmes.


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Universidade Aberta do Brasil promove aula inaugural no polo Maracanaú

A Universidade Aberta do Brasil - UAB realizou, no dia 10 de fevereiro, aula inaugural para o primeiro semestre do polo UAB Maracanaú. A Universidade Estadual do Ceará- UECE ofertará os cursos de graduação e pós-graduação em Maracanaú na modalidade de ensino a distância, com frequência semipresencial. Os cursos oferecidos de graduação são Ciências Biológicas, Química, Artes Visuais e Matemática com 190 alunos matriculados. Os cursos de pós- graduação em Gestão Pública Municipal e Gestão Pública da Saúde ofertam no total 90 vagas. O evento contou com a presença do Prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça, do Secretário de Educação, professor Marcelo Farias, do Secretário Executivo de Educação, Nilson Gomes, da coordenadora do Polo UAB Maracanaú, Jaiane Ramos, das coordenadoras do curso de Artes Visuais, Elidia Clara e do curso de Ciências Biológicas, Germana Paixão, professoras titulares da UECE, além dos alunos e convidados. O Prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça, lembra como o polo da UAB chegou ao Município “há uns dois anos, o Secretário de Educação, professor Marcelo Farias e o Secretário Executivo

de Educação, professor Nilson Gomes, foram juntos ao Ministério da Educação para que nossa cidade tivesse a oportunidade de disponibilizar o acesso ao ensino superior” e concluiu desejando que “o centro de ensino seja um despertar tanto para a vida profissional quanto para outras conquistas”. “É um momento histórico para a Educação em Maracanaú. Uma parceria com a Universidade Estadual do Ceará para promover o ensino superior em nossa cidade, capacitando os universitários para novos desafios”- declarou o Secretário de Educação, Professor Marcelo Farias. Jaiane Ramos, coordenadora do Polo UAB Maracanaú lembra que ficará diariamente com os alunos do polo. “Nós estamos aqui para auxiliar no aprendizado de vocês. Esta solenidade é o marco para a educação no ensino superior em Maracanaú, através da UECE vocês terão acesso aos cursos de qualidade”. Na sede do Polo UAB Maracanaú, os alunos acompanharão os cursos utilizando laboratório de informática, biblioteca, salas de estudos e espaços destinados às atividades presenciais e online. O polo está localizado no Núcleo de Tecnologia de Maracanaú- NUTEM.


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Prefeitura de Maracanaú firma parceria com o Instituto Myra Eliane para Educação Infantil

O prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça, o secretário de Educação, Marcelo Farias, e o promotor da vara da infância, Dr Rubens Machado e representantes do Instituto Myra Eliane assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta – TAC para o projeto “Valores Humanos na Educação Infantil”, na sede do Ministério Público do Estado do Ceará – MPCE. O Instituto Myra Eliane inspirou-se em uma experiência pedagógica iniciada na cidade de Campinas, São Paulo, e adotou o projeto para que as cidades cearenses também pudessem trabalhar na educação infantil com as metodologias e o desenvolvimento integral que vem gerando resultados positivos em Campinas (SP). As crianças vivenciarão os valores humanos através da literatura infantil e cordéis produzidos pelo Instituto. Os professores participarão de formações promovidas pelo Instituto. As cidades de Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante já assinaram o TAC.


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Prefeitura realiza cerimônia de inauguração do CEI Elsa Maria Laureano Pereira

O Centro de Educação Infantil – CEI Elsa Maria Laureano Pereira foi inaugurado, oficialmente, dia 7 de março, no Jardim Bandeirante – grande Pajuçara. O CEI foi orçado em R$ 2.026.797,38 e contou com recursos federais, através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, além da verba do próprio município, no valor de R$ 1. 076.797,38. A creche irá beneficiar 162 crianças nas turmas de Berçário, Infantil I, Infantil II, Infantil III, no tempo integral, além das turmas de Pré- I e PréII. O quadro de funcionários da creche conta com 14 professores, 9 estagiárias de ensino superior, 2 manipuladoras de alimentos, 4 funcionárias de serviços gerais, 1 porteiro e 1 vigilante.

desde o dia que ela nasceu. Para mim foi muito bom, estou muito feliz e minha filha também, ela ama essa escola”. Jucelia da Silva, mãe da Maria Júlia, de 2 anos, que estuda em tempo integral, fala que agora vai trabalhar tranquila, pois a filha gostava muito da creche. “Eu trabalho durante o dia e venho buscá-la a tarde. A creche é muito organizada, as professoras muito atenciosas. Veio em um bom momento, pois eu não tinha uma pessoa para ficar com ela enquanto eu trabalhava”. O Prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça, lembra que a educação pública transforma. “Educação é o caminho e nós vamos sempre investir para que o município possa continuar crescendo”.

Maria Estela Estevão, mãe da Gabriele Mary, de 4 anos, lembra que a filha estudava em colégio particular e que quando soube da creche, aguardou o início das matrículas. “Estava esperando a creche

Para o Secretário de Educação, Professor Marcelo Farias, todo investimento em educação é importante e com esta nova creche as crianças terão acesso ao ensino de tempo integral na educação infantil.


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Prefeitura inaugura quadra poliesportiva coberta na EMEF Maria Pereira da Silva

O prefeito Firmo Camurça inaugurou, no dia 9 de março, a quadra poliesportiva coberta com vestiários da EMEF Maria Pereira da Silva, na Pajuçara. A obra, que atende a modernos padrões de acessibilidade, foi financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, através do PAC II e com recursos do próprio município, no valor total de R$ 832.152,32. A quadra recebeu o nome da jovem Jordana Viana Barbosa, moradora do bairro, que faleceu em um acidente de trânsito. Isabele Aguiar, aluna do 9° ano e presidente do Grêmio Estudantil, diz que o espaço será excelente para a prática de esportes e apresentações, e afirma que esse colegiado será parceiro da escola para a conservação do equipamento. “Nós ficamos felizes com a inauguração. É uma grande conquista para a comunidade escolar”.

Emílio Penha, professor de Educação Física da instituição de ensino, lembra como eram as aulas e afirma que com a quadra poliesportiva coberta os alunos realizarão as atividades físicas com mais comodidade. “Aguardávamos pela inauguração e a partir de hoje nossa escola conta com uma boa infraestrutura para a realização de nossas atividades”. Também presente na inauguração, o professor Marcelo Farias, Secretário de Educação, comentou sobre relevância social da quadra poliesportiva para a comunidade escolar. “É uma conquista da comunidade, pois vai atender não somente as demandas escolares, mas também vai possibilitar a realização de eventos sociais, como formaturas, campeonatos esportivos, enfim, todos serão beneficiados.” - concluiu.


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Maracanaú participa do Seminário Internacional Mais Infância Ceará

A Prefeitura de Maracanaú esteve presente, dia 30 de março, no Seminário Internacional Mais Infância Ceará: Criança é Prioridade. O evento realizado pelo Governo do Estado, através do Programa Mais Infância Ceará, prossegue até amanhã no Centro de Eventos do Ceará com o objetivo de sensibilizar os gestores para ter um olhar especial e mais dedicado à infância. A Comitiva de Maracanaú foi representada pela primeira-dama Kamile Camurça, secretário de Educação, Marcelo Farias, a secretária de Assistência Social, Glauciane Oliveira, entre outros profissionais do Município. O Seminário contou com a presença

a busca por conhecimentos específicos de gestores municipais para construção de políticas de fortalecimento da infância e de garantia dos direitos das crianças. Por isso, o evento tem como público-alvo, durante os dois dias, prefeitos, primeiras-damas e secretários de Educação, Saúde e Assistência Social do Estado e dos municípios, além de profissionais e entidades que realizam trabalhos em prol da infância. A iniciativa faz parte do Programa Mais Infância Ceará e reúne os gestores municipais para fortalecer a infância e garantir os direitos das crianças. Na ocasião, o Estado e os municípios

do governador do Ceará, Camilo Santana, e da participantes assinaram um pacto em prol do primeira-dama do Estado, Onélia Leite de Santana. desenvolvimento da primeira infância. O seminário tem como objetivo fomentar


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EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo comemora 10 anos

No dia 8 de abril, a EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo comemorou 10 anos de fundação. Nas exibições artísticas, as crianças da Educação Infantil apresentaram a música “Aquarela”. As alunas do 2º ano fizeram uma dramatização sobre amizade, os alunos do 4º ao 5º ano recitaram poesia, cantaram a música “Tempo Perdido” e a aluna da EJA declamou um cordel. Na celebração, foram homenageados o Secretário de Educação, Marcelo Farias, a primeira diretora da escola e primeira-dama, Kamile Camurça, a ex-diretora Célia Roque, a atual gestora, Regina Lúcia, a primeira secretária da escola, Claudia Melo. Também receberam

representando os primeiros servidores e Tim David Freire, representando os primeiros alunos da escola. Durante esses dez anos, a escola apresentou indicadores satisfatórios. Nas avaliações externas de âmbito federal, como a Prova Brasil, a qual avalia o desenvolvimento da Educação BásicaIdeb, a escola obteve média superior às metas estabelecidas pelo Ministério da Educação – MEC. A Escola Narciso Pessoa de Araújo atende, atualmente, 680 alunos, distribuídos nos turnos manhã, tarde e noite, nas modalidades de Educação Infantil, Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos – EJA. A gestão escolar é formada pela gestora geral, duas coordenadoras pedagógicas,

homenagem Jacinta Basílio, representando os pais de alunos, Rosimeire Ferreira, representando a primeira equipe de professores, Vera Matias,

um coordenador administrativo-financeiro e uma secretária escolar. O corpo docente é composto por 37 professores, além de 18 funcionários.


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Projeto ‘Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura’ é lançado para alunos da rede municipal

A Secretaria de Educação realizou, no dia 3 de abril, o lançamento do projeto ‘Eu sou cidadão’, uma iniciativa de incentivo à leitura, à produção escrita e à formação de multiplicadores do projeto. O evento foi realizado no auditório da Fadesne com a presença dos alunos das escolas escolhidas. Laryssa Carvalho, formadora e coordenadora responsável pelo acompanhamento da turma da EMEIEF Comissário Francisco Barbosa, falou sobre o objetivo principal do projeto. Que é fortalecer o protagonismo juvenil, o resgate da memória local, o incentivo à prática da leitura e da produção escrita, estimulando esses jovens para que possam propagar, para outros jovens e para a comunidade escolar, o gosto pela leitura.” Participaram desta primeira fase do projeto turmas de dez alunos, selecionados em quatro escolas do município, sendo elas: EMEIEF

Construindo o Saber, EMEIEF Comissário Francisco Barbosa, EMEIEF José Dantas Sobrinho e a escola rural EMEIEF José Mario Barbosa. O critério principal para a seleção foi a existência de projetos de leitura e produção de texto em andamento nas escolas. Durante a tarde, os alunos puderam conhecer mais sobre o projeto através de palestras, atividades lúdicas de leitura, musicalidade, dobraduras e análise dos livros que serão utilizados no projeto, além de poderem conhecer e dialogar mais de perto com os coordenadores que acompanharão cada turma nesse percurso formativo. O projeto também servirá de preparação para as turmas que representarão o município na décima segunda edição da Bienal Internacional do Livro, que acontecerá em Fortaleza de 14 a 23 de abril.


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Escolas municipais realizam eleições para Grêmios Estudantis

As escolas municipais de Maracanaú realizaram nesta quarta-feira, 5 de abril, as eleições para os grêmios estudantis das 44 escolas do município que possuem alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. A votação aconteceu das 8h às 17h, entretanto nas escolas que possuem aulas noturnas estendeu-se até às 20h. As chapas inscritas variaram de 3 até 11 por escola. Na EMEIEF Comissário Francisco Barbosa, os alunos utilizaram um aplicativo nos computadores que simula a urna eletrônica. Nesse sistema, ao final de cada turno da eleição, o programa imprimiu um boletim parcial da votação. A coordenadora pedagógica da Escola, Jaqueline Diniz, lembrou que os alunos se organizaram para esta eleição. “Vieram no contra- turno, se reuniram, elaboraram as propostas e desenvolveram todo o processo de divulgação até a semana passada”. O candidato a presidente pela chapa “Atitude Estudantil”, Janderson Rodrigo, disse que as propostas foram pensadas em todo o corpo estudantil e na comunidade local. Eles propõem o projeto “Minha Escola, Minha Vida”, em que os alunos

sejam conscientizados do zelo que devem ter pelo ambiente escolar e pretende fazer um Anuário onde as ações da Escola Comissário Francisco Barbosa sejam registradas. Na EMEIEF José Assis de Oliveira foram inscritas seis chapas. Geovana Oliveira, candidata a presidente pela chapa L.U.T.E - Liberdade, união e transformação estudantil, enfatizou que suas propostas são para melhorias e conscientização dos estudantes e comunidade escolar. “Nossa candidatura propõe que sejamos parceiros da escola e do entorno escolar para agregar benefícios a nossa educação”. O eleitor Caio Marles, contou que com o Grêmio Estudantil atuante, os alunos, além de serem representados, ajudarão na manutenção da escola e que o engajamento estudantil será fundamental para as ações do grêmio. Uryane Moreira, aluna da escola e secretária da comissão eleitoral, disse que a participação nesse momento de democracia na escola foi marcante e que a campanha está sendo muito disputada pelas chapas concorrentes.


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Secretaria de Educação realiza solenidade de posse dos Grêmios Estudantis

A Prefeitura de Maracanaú, através da Secretaria de Educação, realizou, no dia 18 de abril, solenidade para empossar os 44 grêmios estudantis das escolas municipais de 6º ao 9º ano. O evento ocorreu no auditório da EEEP Maria Carmem Vieira Moreira, na Pajuçara. Participaram da solenidade a primeira-dama, Kamile Camurça, o secretário de Educação, Professor Marcelo Farias, a diretora de Educação, Ivaneide Antunes, a coordenadora da Gestão Escolar, Arlete Moura, além dos gestores das escolas municipais e alunos que compõem os grêmios estudantis.

de avanços e valorização do espaço escolar.” A primeira-dama, Kamile Camurça, destaca a relevância deste momento. “Estamos aqui para fortalecer, cada vez mais, esse protagonismo juvenil, para que os estudantes possam exercer sua cidadania. O professor Marcelo Farias parabenizou as escolas por terem participado no processo de eleição e destacou que o Grêmio Estudantil é uma oportunidade para desempenhar a cidadania e representar a comunidade escolar. Arlete Moura lembra que o grêmio estudantil Josiel Ribeiro, presidente do grêmio será a voz dos estudantes dentro das escolas, que estudantil da EMEIEF Rachel de Queiroz, destaca eles mobilizarão os colegas para as atividades a importância da função. “Nós seremos a voz dos extracurriculares, além de representar os alunos nossos colegas da escola, nos reuniremos em busca junto à gestão da escola.


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Escolas de Maracanaú participam do Congresso dos Amigos da Leitura na XII Bienal Internacional do Livro no Ceará

Os estudantes das escolas municipais, a primeira-dama, Kamile Camurça, a diretora de Educação, Ivaneide Antunes e as coordenadoras do Projeto “Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura” participaram, nesta quarta-feira, 19, do XI Congresso dos Amigos da Leitura na Bienal Internacional do Livro do Ceará. O evento é promovido pela Associação para o Desenvolvimento dos Município do Estado do Ceará – APDMCE e contou com a participação de 42 municípios cearenses. Durante a manhã, os estudantes conheceram as histórias do projeto nos municípios em que são desenvolvidos, conversaram com os convidados

sobre os projetos e direitos sobre a infância e adolescência, além de receberem brindes. No turno da tarde, os estudantes visitaram os stands da Bienal Internacional do Livro do Ceará, no Centro de Eventos. O “Projeto Eu sou Cidadão – Amigos da Leitura” tem como objetivo incentivar a leitura, a produção textual e a formação de multiplicadores deste projeto. A aluna Ana Beatriz, da EMEIEF José Mário Barbosa, conta que leu o livro do projeto em uma semana e que já o emprestou. “Eu falei com minha prima sobre o livro que eu estava lendo e ela também quis conhecer a história”.


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Escolas e Comunidades se mobilizam no Combate ao Mosquito Aedes Aegypti

A Prefeitura de Maracanaú, através das Secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social e Cidadania, promoveu o Dia “D” de Mobilização e Combate ao Mosquito Aedes Aegypti nessa sexta-feira, 5 de maio. Os alunos de todas as escolas da rede Municipal visitaram residências para conscientizar seus moradores sobre os riscos e as consequências que o mosquito, transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika, pode trazer aos cidadãos. A escola Instituto São José realizou ação na Praça da Estação. Os alunos e professores distribuíram panfletos às pessoas que passavam pela Praça, além de exporem faixas e cartazes com informações sobre o mosquito. O aluno Mateus Lucas vestiu-se de mosquito Aedes Aegypti e destacou a importância desse momento: “É bom saber que hoje eu posso estar aqui ajudando a combater esse mosquito, informando e alertando dos riscos”, disse. A aluna Ana Carolina explica como

os moradores devem agir para combatê-lo: “Não podem deixar água parada, tem que verificar os tanques e tambores, além de jogar o lixo na lixeira e amarrar o saco de lixo, para não acumular água”. O prefeito Firmo Camurça também participou da ação e lembrou que a Prefeitura trabalha no combate ao mosquito Aedes Aegypti diariamente. “Essa ação com os alunos das escolas Municipais, e com as Secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social e Cidadania fortalecem a mobilização para que nosso Município combata e esse sse mosquito”, afirma o prefeito.


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Secretaria de Educação realiza palestra sobre Autismo Infantil e seus cuidados

A Secretaria de Educação, por meio do Setor de Educação Especial/Inclusiva, promoveu na segunda-feira, 15 de maio, no Instituto Federal do Ceará de Maracanaú – IFCE, uma palestra sobre o “Autismo Infantil e Seus Cuidados”, com o objetivo de favorecer a aquisição de novos conhecimentos e estratégias de cuidados do estudante com autismo. O evento contou com a presença de 116 cuidadores, pais de crianças com autismo e da palestrante Virgínia de Castro Oliveira, odontóloga, que relatou experiências do seu cotidiano ao

meios mais acessíveis como dar o melhor suporte emocional e educacional para essas crianças. Na ocasião, foi apresentando o Transtorno do Espectro Autista – TEA, que explica as características da criança com autismo e os possíveis diagnósticos. Despertando nos pais e cuidadores uma forma mais ampla de trabalhar dentro e fora da escola. Marinalva Santana, 38, mãe de três filhos que foram diagnosticados com autismo, falou do seu entusiasmo de poder participar da palestra pelo fato de receber novos conhecimentos e

receber o diagnóstico do seu filho e logo após reforçar a sua luta, fazendo com que exista um decidiu especializar-se, procurando palestras e maior aprofundamento na causa e se una à mães cursos que envolvessem o assunto, com o intuito que também passam pelo mesmo processo. de propagar seus conhecimentos e de informar por


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SME mobiliza escolas no dia Nacional de Luta Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

A Secretaria Municipal de Educação – SME, através da Coordenadoria de Ações Socioeducativas Complementares – CASEC, promoveu, no dia 18 de maio, um encontro com alunos de cinco escolas municipais: Adauto Ferreira Lima, Luís Gonzaga dos Santos, Rachel de Queiroz, Santa Edwirges e Herbert José de Sousa para apresentação de paródias, danças e performance teatral contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. As alunas Melissa Nunes e Stefany Dias, da escola Adauto Ferreira Lima, apresentaram paródia sobre a música“Fico assim sem você”e as alunas Carla Geovana, Lara Gisele, Suelen Sales cantaram paródia da música “Trem bala”. As 62 escolas municipais que possuem o projeto Peteca também se mobilizaram neste dia contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes com atividades, filmes e paródias que abordavam o assunto.


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Centro de Línguas de Maracanaú promove o V CLM Comunica

O Centro de Línguas de Maracanaú promoveu nos dias 22 a 25 de maio o “V CLM Comunica”, com o tema Literatura é Língua. O evento tem como objetivo proporcionar um espaço de interação com a comunidade escolar, por meio das exposições de trabalhos práticos e teóricos apresentados nos três turnos pelos alunos, referentes à Literatura, utilizando as Línguas Inglesa, Espanhola e Libras. Artur Clemente, aluno do curso de Inglês, participa pela segunda vez do CLM Comunica. Ele lembra a vivência neste evento. “É um momento especial em que aprendemos mais sobre a língua, com o auxílio da nossa professora, e apresentamos a literatura estudada aos visitantes e colegas de outras turmas”. Rosângela de Oliveira, professora de Libras, destaca que nesse evento os alunos se reúnem, com orientação do professor da turma, para apresentarem encenações sobre a literatura trabalhada, além de trocarem experiências sobre a Língua que estudam.


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Prefeitura inicia entrega do fardamento escolar para alunos da rede Municipal

A Prefeitura de Maracanaú entrega o fardamento escolar aos estudantes da rede municipal de ensino. As entregas iniciaram no mês de Maio. Os alunos do ensino fundamental receberam duas blusas e uma calça, os alunos da educação infantil, dois conjuntos com camiseta regata e short em tecido, e os alunos da Educação de Jovens e Adultos – EJA receberam uma blusa. Serão beneficiados mais de 44 mil estudantes. O prefeito Firmo Camurça destacou a importância do fardamento e acrescentou que entregará os 44 mil alunos de todo Maracanaú. Ele também afirma que é uma felicidade, entregar nesse momento de crise, a farda para todos os alunos da rede pública municipal. Janny de Sousa, mãe de uma estudante da rede municipal, parabeniza o prefeito Firmo Camurça, pela entrega das fardas, porque segundo ela é essencial as crianças irem para a escola fardadas, principalmente para identificar o aluno.

Já para Afonso Remir, pai de uma estudante da rede municipal, a entrega do fardamento ajuda na questão da economia para os pais, que não terão a preocupação financeira em relação as vestimentas.


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SME realiza III Encontro das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (Com-Vida) de Maracanaú

A Secretaria Municipal de Educação – SME, por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento Curricular e Educação Ambiental, realizou, no dia 9 de junho, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE, o III Encontro de Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola - Com- Vida. Com o objetivo de promover a troca de experiências, por meio das ações de Educação Ambiental desenvolvidas pelos professores e estudantes. Na ocasião, cerca de 140 pessoas estiveram presentes, entre alunos e professores-orientadores das escolas municipais, que apresentaram seus projetos e suas ideias de sustentabilidade, reaproveitamento da merenda escolar, reutilização da água da chuva e hortas escolares, com a intenção de promover uma alimentação saudável, sempre voltados aos cuidados com o meio ambiente. Segundo a Professora Ivaneide Antunes, Diretora de Educação, o encontro tem o intuito de transformar as escolas em ambientes sustentáveis

relatou que é de extrema importância ter um empenho contínuo com os professores sobre o meio ambiente, trabalhando com as crianças e adolescentes interdisciplinarmente. Alunos do Com-Vida apresentaram murais com seus projetos, sementes utilizadas na culinária saudável, danças artísticas, coral e alimentos que eles mesmos prepararam. Letícia Costa, 12 anos, da EMEIEF Governador César Carls de Oliveira Filho, apresentou seu projeto sobre o mosquito Aedes Aegypti, o qual propõe a realização de palestras e entregas de panfletos na comunidade para a conscientização de pais e alunos. Nesta escola, foram construídas também as hortas, onde são feitas as divisões dos alunos para o cuidado e conservação dos vegetais. A professora Ana Maria e a aluna Rihana, da EMEIEF José Nogueira Mota, falaram sobre alimentação saudável e sustentável, com o objetivo de despertar nas crianças a conscientização e alertar sobre a questão do desperdício de alimentos, através

e conscientizar a comunidade escolar de que da reutilização das cascas das frutas, legumes, todos precisam fazer sua parte em relação ao meio verduras e sementes, para a produção de sucos, ambiente. Luzia Edna, técnica de educação ambiental,

bolos e sopas, consequentemente diminuindo a poluição.


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Núcleos gestores e professores do 2° ano participam do Evento da Editora Aprender

A Editora Aprender realizou, no dia 20 de junho, um evento para apresentar o livro didático do 2º ano, que os professores da rede municipal utilizarão em sala de aula. Participaram da solenidade o Secretário de Educação, professor Marcelo Farias, a diretora da Diretora de Educação, Ivaneide Antunes, a representante da Editora Ana Cristina Miranda e a palestrante Jeane Félix de Andrade, além de gestores e professores que ensinam o 2º ano do ensino fundamental. A coleção é composta de dois kits. O primeiro, para o aluno, contém: livro vol. 1, tarefas de casa e livro da família e, o segundo, para o professor da turma que contém: livro do aluno vol. 1; tarefas de casa; guia de orientações didáticas;

referidas turmas, como uma ferramenta a mais na construção e desenvolvimento de aprendizagens efetivas e significativas dos nossos alunos. Trícia de Andrade, diretora da EMEIEF Governador Mário Covas, elogiou o evento, a acolhida e principalmente o tema que foi explanado, o qual trouxe boas expectativas para os professores que demonstraram bastante entusiasmo, para trabalharem o material. Maria Charlene, professora do 2° ano, da EMEIEF Governador Mário Covas, ressaltou sobre o seu contato com o livro na edição anterior, e constatou que essa nova edição veio ainda mais rica. Uma nova forma de ampliar a interação com o aluno e com a família. Segundo ela, o livro facilita que as

brincando com as palavras (cartazes, expositores; telas de arte, alfabeto e algarismos) adquirida pelo município com recursos próprios, com vistas a incrementar o fazer pedagógico, subsidiando e instrumentalizando os professores P1 e P3 das

atividades de casa sejam acessíveis e consigam dar autonomia ao aluno. O evento foi finalizado ao som de uma banda pé de serra com comidas típicas e uma quadrilha improvissada.


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Secretaria de Educação realiza etapa municipal do prêmio Peteca

A Secretaria Municipal de Educação – SME violação dos direitos de crianças e adolescentes. realizou no dia 22 de junho, a etapa municipal Aline Pereira, estudante da EMEIEF Presidente do Prêmio Peteca, na quadra poliesportiva da Tancredo Neves, explica como é participar desta EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo. As escolas premiação: “É a minha primeira participação no inscreveram trabalhos em seis categorias: Conto, Curta-Metragem, Esquete Teatral, Música, Desenho e Poesia. Foram inscritas 15 apresentações na categoria Música e 16 Esquetes Teatral das escolas que possuem o Programa Peteca. O Prêmio Peteca tem por objetivo fomentar a participação de crianças e adolescentes nas ações de mobilização, conscientização e prevenção do trabalho infantil, reconhecer e divulgar os melhores

evento. Fiquei nervosa na encenação, mas consegui representar a minha escola na luta contra o trabalho infantil”. Felipe Silveira, professor da Escola Antônio Gondim de Lima, destaca a importância do prêmio na luta contra o trabalho infantil: “É uma maneira criativa, lúdica de trabalhar o tema, além de ser uma oportunidade de tratar esse assunto com os estudantes de maneira diferenciada. Fico feliz em

trabalhos literários, artísticos e culturais produzidos nós termos esse êxito e fortalecer o lado artístico pelos alunos, e a dedicação dos educadores para combater o trabalho infantil”. envolvidos nas ações de prevenção e combate à


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Alunos da rede municipal participam da solenidade de formatura do Proerd

O Comando da Polícia Militar e a Prefeitura de Maracanaú, através da Secretaria de Educação e da Guarda Municipal, realizaram solenidade para a formatura de 544 alunos da rede municipal do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência – Proerd, na Arena Carlos Alberto Portela, na Pajuçara. Os estudantes matriculados no quinto ano do ensino fundamental participaram durante dez semanas de aulas sobre os malefícios provocados pelo consumo de álcool, tabagismo e de outras drogas. Os estudantes escreveram redações sobre o Proerd, e as melhores produções foram premiadas. Vinicius Lima, da EMEIEF Adauto Ferreira Lima, recebeu medalha pelo texto produzido e lembra como foram as aulas. “Gostei muito de ter participado. Aprendi a me prevenir e a alertar os adultos que estão próximos a mim sobre o risco de usar. ” - declarou. O estudante Francisco Wilian Pereira, da

EMEIEF Governador César Cals de Oliveira Filho, destaca que aprendeu quantas substâncias tóxicas possui o cigarro e lembra os malefícios do uso dessas substâncias. “Nós aprendemos que não devemos usar essas drogas, que temos que ter cuidado e sermos conscientes para dizer não, pois isso compromete a vida das pessoas”. O prefeito Firmo Camurça esteve presente na solenidade ao lado do secretário de Educação, professor Marcelo Farias, vereadores e dos deputados estaduais, Capitão Wagner e Fernanda Pessoa que prestigiaram o evento entregando as premiações e medalhas. Para o prefeito Firmo Camurça esse momento é de felicidade em poder formar em parceria com a Polícia Militar e a Guarda Municipal os alunos das escolas municipais. “Esse é um projeto que a gente pode sonhar cada vez mais, com um mundo decente, com um estado menos violento e cada vez melhor para viver”. - disse o prefeito.


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XII Encontro Estadual dos Conselhos Municipais de Educação do Estado do Ceará é realizado em Maracanaú

A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação- UNCME, através da Coordenação Estadual da UNCME - CE realizou nos dias 28 e 29 de junho, o XII Encontro Estadual dos Conselhos Municipais de Educação do Estado do Ceará, na Faculdade para o Desenvolvimento Sustentável do Nordeste - Fadesne, em Maracanaú. O objetivo é qualificar os conselhos municipais, instrumentalizando e atuando para um melhor desempenho em suas funções. O Encontro reuniu 140 participantes entre conselheiros, técnicos e secretários de Educação dos municípios de Amontada, Aracati, Barreira, Capistrano, Caucaia, Choró, Coreaú, Crateús, Crato, Fortaleza, Groaíras, Guaiúba, Ibicuitinga, Itaiçaba, Itaitinga, Itapajé, Itarema, Juazeiro do Norte,

compartilhar experiências. O momento contou com a participação do professor Genuíno Bordignon que palestrou sobre a origem e a história dos Conselhos de Educação. Segundo ele, o encontro é o processo mais rico quando se trata de democratização da educação. Fátima Cândido, técnica do Conselho Estadual de Educação, relata que esse momento é de grande importância, pelo intercâmbio de experiências que é realizado ao reunir todos os conselhos. Dando autonomia e se tornando produtivo diante dessas qualificações. Fortalecendo as suas atribuições e melhorando a educação do município. Deusdete de Lima, conselheiro do município de Itaitinga, enfatiza que o encontro é uma forma de saber a fundo os mecanismos utilizados para

Madalena, Maracanaú, Maranguape, Morada Nova, Pacatuba, Pacoti, Paracuru, Paramoti, Pentecoste, Quixadá, Quixeré, Quixeramobim, Russas, São Gonçalo do Amarante, Tauá, Viçosa do Ceará, com o intuito de aprofundar seus conhecimentos e

que o trabalho dos conselheiros possa gerar frutos sabendo quais as ferramentas essenciais, conhecendo os pontos primordiais da educação para atender a demanda do município.


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EMEIEF José Assis de Oliveira participa do Projeto Itinerante Galera do DNIT

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte – DNIT visitou a Escola de Ensino Infantil e Ensino Fundamental José Assis de Oliveira para apresentar o Projeto Itinerante Galera do DNIT nesta quarta-feira, 28 de junho na quadra poliesportiva da escola. Os estudantes do 1º ao 5º ano desta escola receberam orientações sobre o trânsito de veículos e de pedestres, além de participarem do circuito, no qual com equipamentos de segurança, realizaram o trajeto obedecendo às leis do Código Nacional de Trânsito. Os participantes receberam um kit com tabuleiro, peças, estojo, lápis de cor, revista educativa com jogos e caça- palavras e um bloco para agente de trânsito mirim para multar os

acompanhado de um adulto, para que não aconteça um nenhum acidente”. Já o estudante Pedro Lucas, do 5º ano, lembra que mesmo não sendo habilitado para conduzir um veículo, destaca a importância do projeto: “Esse momento é importante porque nos explica as leis de trânsito e nós seremos multiplicadores em nossa família e amigos para que eles respeitem às leis, para não avançarem o sinal vermelho e para respeitarem o pedestre”. José Braga, chefe de serviços de operações do DNIT- CE explica que este projeto itinerante estará presente, aqui no Ceará, em duas escolas. Uma é a Escola José Assis de Oliveira e a outra escola na cidade de Caucaia. Ele também destaca que “esta escola é próxima a uma rodovia que, provavelmente, adultos que cometem infrações. A estudante Yasmin receberá uma passarela para travessia de pedestres. Almeida, do 5º ano, disse que a palestra ensinou Essas crianças serão agentes multiplicadores do uso sobre a segurança no trânsito: “Nós temos que ter deste equipamento de segurança aos moradores cuidado ao atravessar uma rua, olhar os lados e estar da região.


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Prefeitura inaugura Quadra Poliesportiva Coberta da EMEF Valdênia Acelino da Silva

A Prefeitura de Maracanaú inaugurou a Quadra Poliesportiva Coberta da EMEF Valdênia Acelino da Silva no dia 29 de junho, no bairro Parque São João. A quadra conta com acessibilidade, arquibancadas e vestiários, possibilitando a prática de esportes, tanto por alunos da escola como pela comunidade escolar. A solenidade de entrega da quadra contou com a participação do prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça, da primeira-dama, Kamile Camurça, do secretário de Educação, professor Marcelo Farias, do secretário de Infraestrutura, Caê Pessoa, do secretário de Esporte, Márcio Caetano, vereadores, além da comunidade escolar. Os alunos apresentaram o trabalho desenvolvido pelo programa “Mais Educação” aos presentes no evento. O professor Wescley dos Santos, professor de Educação Física da escola, destaca que com a inauguração da quadra, o trabalho com os alunos será fortalecido: “Quando a gente vê uma

quadra dessa, a gente enxerga educação, saúde, sociabilidade e até o fim da violência. Por isso é tão importante a entrega desta quadra. Agradecemos e temos certeza de que a sociedade será beneficiada.”completou o Wescley. O estudante Éric Matheus, do 9° ano, lembra que gosta de jogar futsal e com a entrega da quadra as aulas de Educação Física serão mais proveitosas para a prática de esportes. “Vou aproveitar muito essa quadra para jogar com os colegas de sala. O professor trabalhará em nossas aulas o nosso condicionamento físico, já que essa quadra nos proporciona isso. Para o prefeito Firmo Camurça é uma satisfação entregar mais uma quadra poliesportiva coberta a uma escola municipal. “Esta quadra, além de proporcionar a prática de esportes, também facilita a realização de atividades de cultura e lazer, integrando a participação da comunidade”. - disse o prefeito.


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EMEIEF Norberto Alves Batalha comemora 25 anos com festa para comunidade escolar A EMEIEF Norberto Alves Batalha comemorou 25 anos de existência à serviço da Educação, no dia 24 de junho. A Festa teve como tema “Eu faço parte desta história”. O evento contou com a presença da comunidade escolar. Também estiveram presentes ex-alunos, professores e funcionários. Dona Terezinha Batalha, filha do patrono da escola Norberto Alves Batalha, o professor Mauro Braz, representando a Secretaria de Educação, e o prefeito Firmo Camurça. A ideia de comemorar o aniversário da escola surgiu no encontro do planejamento integrado com o objetivo de reviver e conhecer melhor a história da escola como também valorizar o trabalho das pessoas que já passaram pela instituição. A ocasião contou com diversas apresentações como: entrevista sobre o patrono da escola, paródias, homenagens aos profissionais que já trabalharam na escola, entrega de medalhas aos alunos que se destacaram no 1º bimestre, poesias e muita animação com a professora Natividade e a Geovana com o Forró “Quanto mais véi mió” e “Forró pra cá”.

EMEIEF Maria do Socorro Viana Freitas realiza caminhada contra o mosquito Aedes Aegypti A EMEIEF Professora Maria do Socorro Viana Freitas realizou caminhada com o tema: “A escola e você contra o mosquito”, no dia 30 de junho, no bairro Novo Maracanaú. A comunidade escolar e representantes das Secretarias de Educação e Saúde fizeram o percurso nas ruas do bairro entregando panfletos e expondo cartazes que alertavam para o risco de deixar água limpa parada, além da importância de reciclar, reutilizar e reduzir o lixo produzido pela população. Para Michella Daustria, diretora da escola, as crianças se tornarão multiplicadores no combate ao mosquito Aedes Aegypti. “Nós vamos fortalecer essa luta para que juntos possamos conseguir combater esse mosquito”- finalizou a diretora.


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Secretaria de Educação promove V Gincana Junina com servidores No dia 30 de junho, a Secretaria Municipal de Educação – SME realizou a V Gincana Junina com os servidores. Os partidos azul e vermelho apresentaram: grito de guerra, objetos antigos, rei e rainha caipira, casamento matuto, leitura de um cordel junino inédito, dramatização de histórias ou músicas, além de arrecadarem alimentos para serem doados. A mesa de jurados foi composta por Igor Brito e Vanderlene Camurça. Eles distribuíram as pontuações conforme estava nas regras. Para finalizar, depois de muita dança junina e comidas típicas, o resultado foi divulgado, e a equipe Azul tornou-se a grande campeã de 2017. As equipes se empenharam ao máximo, para que a Gincana fosse uma grande diversão, podendo assim cada um interagir com diferentes setores, que ainda não tinham contato, tornando a confraternização um momento de alegria.

Representantes da SME entregam alimentos arrecadados na V Gincana A Secretaria Municipal de Educação – SME realizou a doação dos alimentos arrecadados na V Gincana da SME para a Casa da Família Maria Mãe da Ternura das Irmãs Missionarias de Nossa Senhora das Dores, localizada no bairro Piratininga nesta segunda-feira, 3 de julho. Cerca de 105 alimentos não perecíveis foram doados pelos técnicos da SME, entre eles: arroz, feijão, macarrão e açúcar, além de 150 pacotes de leite em pó. Mauro Braz e Argicélia Holanda realizaram a entrega na Instituição. Segundo eles, a doação é uma nobre atitude de ajudar e de conscientizar aos demais a também realizarem mais ações como essa.


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CLM realiza formatura dos cursos de Inglês, Espanhol e Libras das turmas 2017.1

O Centro de Línguas de Maracanaú – CLM realizou, no dia 4 de agosto, a formatura de 112 concludentes dos cursos de Inglês, Espanhol e Libras do período 2017.1, no Buffet Monte Rey. Os concludentes fizeram apresentações, além do juramento, na Língua estudada. Silvana Fernandes, diretora do CLM, fala da satisfação de toda equipe em realizar mais uma formatura. “A gente vem desenvolvendo esse projeto que tem dado muito certo em Maracanaú e tem atendido toda a classe de estudantes de ensino médio, fundamental e os que concluíram o ensino superior, além de técnicos da secretaria de educação,

diferencial na vida de todo profissional”, declarou. A estudante Iana Thamyla, concludente do curso de Inglês, lembra como o curso é importante para ela. “O CLM me abriu horizontes e perspectivas. Conhecer uma língua estrangeira por meio de um curso de qualidade foi uma experiência gratificante. Sei que o curso me ajudará a enfrentar o mercado de trabalho e ter destaque na vida profissional”, contou a concludente. Carlos Rangel, professor de Espanhol, diz que esta formatura é uma vitória para todos, porque além de ser um curso longo, exige bastante. “A gente acha que o Espanhol é fácil. A similaridade

do serviço público e da rede privada também. A com o português acaba dificultando um pouco gente tem a oportunidade de ofertar um ensino de o aprendizado, mas eles saem bem preparados qualidade nas línguas estrangeiras, que hoje é um para o mercado, principalmente, com vista para


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o mercado latino-americano”, disse o professor. O secretário de Educação, professor Marcelo Farias, destaca o trabalho desenvolvimento pelo CLM.“O grande número de alunos terminando Inglês, Espanhol, Libras, que se instrumentalizam da melhor forma para enfrentar a vida, o mercado de trabalho e dar prosseguimento nos seus estudos, é o reflexo da popularidade e da qualidade do ensino de línguas de Maracanaú. Esses alunos têm uma boa vantagem para avançar na vida profissional em relação aos que não passaram pelo CLM”, destaca o secretário. O prefeito Firmo Camurça manifesta a

47 felicidade em estar junto dos concludentes, dos profissionais da Secretaria de Educação e do Centro de Línguas de Maracanaú. “É uma satisfação muito grande estar aqui, junto com o professor Marcelo, nosso Secretário de Educação, e todos os nossos professores que coordenam o Centro de Línguas de Maracanaú. Poder presenciar esses alunos se formando, após três anos e meio nos cursos de Inglês e Espanhol e dois anos no curso de Libras, nos proporciona uma alegria indescritível e a plena satisfação de Maracanaú em oferecer essa oportunidade aos filhos maracanauenses”.


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Prefeitura empossa Núcleos Gestores das Escolas municipais

A Prefeitura de Maracanaú, através da Secretaria de Educação, empossou os Núcleos Gestores das Escolas municipais na última segundafeira, 31 de julho, no Centro de Desenvolvimento Educacional do Colégio 7 de Setembro, na Pajuçara. Participaram da solenidade o prefeito Firmo Camurça, a primeira-dama, Kamile Camurça, o secretário de Educação, Marcelo Farias, o secretárioexecutivo, Nilson Gomes, a Coordenadora da 1ª Crede, Ana Geovanda Mourão, o presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Vereadores, Manoel Correia, a Diretora de Educação, Ivaneide Antunes, e a Diretora de Avaliação e Monitoramento, Maria do Carmo Pinheiro. Os novos gestores assinaram o termo de posse para o período 2017

de Educação de Jovens e Adultos da Pajuçara – CEJAP, participou pela primeira vez desta seleção e lembra das etapas. “A prova da primeira fase foi de conhecimentos gerais e específicos para cada área e na segunda fase nos submetemos à banca de trabalho. Foi muito gratificante e importante porque realmente foi medida a nossa capacidade gestora. Parabenizo à Secretaria de Educação e à Prefeitura por realizar essa sistemática”. Plácido Cavalcante segue para o segundo mandato como diretor geral da Escola Rui Barbosa e conta como é dar continuidade a um trabalho que ele iniciou há quatro anos. “Os resultados começaram a aparecer. A escola tem melhorado, inclusive nos índices do SPAECE, o 5º ano avançou

a 2021 e participaram da palestra conduzida pela professora Drª Sofia Lerche Vieira sobre o tema “Explorando Desafios da Gestão Escolar”. Magno Furtado, diretor geral do Centro

em relação a quando assumimos a gestão. O nosso grupo está consciente de tudo o que podemos fazer e com mais essa oportunidade, a gente vai fazer muito mais”.


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O secretário de Educação, Marcelo Farias, ressalta a importância da seleção. “A gente espera que esse novo grupo, que é composto por pessoas que já estavam na gestão, pessoas que se renovaram nas funções ou gestões totalmente novas, mas com experiências acumuladas, com o registro já feito, com o intercâmbio que deve haver nas diversas gestões, obter melhores resultados. Esse é o caminho, nada de indicação por outros meios, há não ser pelos próprios méritos, que é medido nesse processo”.

49 O prefeito Firmo Camurça destacou e parabenizou a todos em seu discurso dizendo: “Estamos aqui finalizando e dando posse a todos os novos gestores, para que possam conduzir todas as escolas de Maracanaú e melhorar cada vez mais os nossos resultados e avançar nos nossos indicadores. Parabéns a todos os gestores, parabéns ao Maracanaú por mais esse grande avanço que a Secretaria de Educação e o Município conseguiram implementar”


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Secretaria de Educação lança projeto “Todos por um objetivo: nenhum a menos”

A Secretaria Municipal de Educação – SME realizou, neste mês de agosto, o lançamento do projeto “Todos por um objetivo: nenhum a menos”. A iniciativa apresenta proposta de trabalho com o intuito de qualificar as práticas pedagógicas com a perspectiva de elevar os índices do ensino fundamental I, do 2° e 5° ano, e do ensino fundamental II, 9° ano, para o nível desejável nas avaliações do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE. Na ocasião estiveram presentes gestores e coordenadores pedagógicos das escolas municipais. Rosângela Rebouças, coordenadora pedagógica da EMEIEF Manoel Rodrigues Pinheiro de Melo, enfatiza que esse novo projeto é muito

palestrou sobre o tema “Gestão de Resultados: Desafios e Possibilidades” provocou reflexões na dimensão da gestão pedagógica, apresentou questões de provas e estratégias a serem trabalhadas em sala de aula. Ela acredita que cada gestor e coordenador têm uma importante missão, que é fazer com os professores possam trabalhar com os alunos, de forma clara e facilitando a aprendizagem, para juntos irem além. As participações dos coordenadores pedagógicos foram de acordo com sua atuação específica, oportunizando a Construção do Plano de Trabalho para as turmas de 2º ano, 5º ano e 9º ano. Para o êxito deste projeto, a Coordenadoria de Desenvolvimento Curricular, a Gestão Escolar válido para um melhor desenvolvimento no campo e a Coordenadoria de Ações Socioeducativas escolar, contribuindo para um ensino de qualidade Complementares – CASEC, através do programa e mantendo a boa relação com os educadores. Novo Mais Educação, trabalharão com ações voltadas Rebeca Albuquerque, professora pedagoga, para o desenvolvimento do objetivo deste projeto.


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Estudantes da EMEIF Manoel Róseo Landim são classificados para 2ª fase da X Olimpíada Brasileira de Química Júnior

Os estudantes da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Manoel Róseo Landim foram aprovados para a segunda fase da X Olimpíada Brasileira de Química Júnior – OBQJr. As alunas Leticia Freitas da Rocha, Maria Iohana de Oliveira Santos e o aluno Alisson Pereira da Costa são estudantes do 9º ano e participarão da 2ª fase no dia 23 de setembro. João Paulo Silva de Lima, professor de Ciências da escola, inscreveu os alunos e adaptou o conteúdo do livro de ciências do 9º ano para que a turma participasse desta olimpíada. No início houve resistência dos alunos, mas o professor conseguiu convencê-los sobre a importância de integrarse nesta olimpíada. “Eu conversei com a turma e destaquei a relevância para que eles participassem, para que no ensino médio, eles cheguem com um conhecimento prévio da disciplina de Química” – contou. Para a gestora geral da escola, Socorro Freitas, é uma alegria ter alunos dedicados e que representam o município de Maracanaú nesta Olimpíada. Ela ressalta o trabalho do professor de

Ciências. “Quero destacar a atuação e o incentivo que ele deu a turma para que eles se dedicassem e conseguissem a classificação para a fase seguinte” A aluna Leticia de Freitas lembra que o professor informou sobre a Olimpíada no início do ano, e com o auxílio dele nas aulas de ciências foi possível ser classificada para a 2ª fase da OBQJr. “O professor nos explicou o conteúdo teórico e também de forma prática, o que nos ajudou a entender e chegar nesta fase da olimpíada”. O aluno Alisson Pereira diz se identificar com a disciplina e que gosta de estudar Química. “Eu tenho interesse nessa matéria, me dedico, e vejo o quanto ela é importante na nossa vida. O professor nos deu essa oportunidade de participar e hoje estou me preparando para a segunda fase”. A aluna Maria Iohana de Oliveira destaca que as metodologias utilizadas em sala de aula foram fundamentais para a aprovação. “As experiências práticas, o conteúdo ensinado e as atividades nos auxiliaram. Vou me dedicar ainda mais para que nesta próxima fase eu consiga ser classificada”finaliza.


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SME e SASC realizam lançamento do DVD Prêmio Peteca

A Secretaria Municipal de Educação – SME e a Secretaria de Assistência Social e Cidadania – SASC realizaram, no dia 28 de setembro, a premiação do Prêmio PETECA 2017, no Centro de Desenvolvimento Educacional do Colégio 7 de Setembro. Uma iniciativa contra o trabalho infantil. O Prêmio Peteca consiste na seleção e premiação dos melhores trabalhos literários, artísticos e culturais produzidos pelos alunos das escolas dos municípios cearenses que participam do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho de Criança e do Adolescente – Peteca. Na ocasião estiveram presentes a diretora de Educação, Ivaneide Antunes, a coordenadora municipal do projeto PETECA, Albertina Duarte, e técnicos da Secretaria de Educação, onde apresentaram os vencedores da Etapa Municipal do Prêmio PETECA 2017, em todas as categorias (Música/ Esquete Teatral/ Conto/ Poesia/ Curtametragem/ Desenho).

em relação à exploração do trabalho infantil e do adolescente. O prêmio é uma maneira de reconhecer e homenagear os alunos que tiveram a disponibilidade de contribuir com músicas próprias, contos e poesias produzidos por eles, para que o DVD pudesse ser gravado. As medalhas e premiações foram um gesto simbólico do município, para reconhecer o valor que essas crianças têm, na tentativa de fazer com que não perpetue o trabalho infantil. “A sensação de ter ganho o 1º lugar em Poesia foi maravilhosa e contagiante. Recebi o apoio de todo mundo da minha escola. Eu já praticava e tinha gosto pela poesia, mas nunca imaginei que poderia representá-la. Eu não fazia poesia para mostrar para alguém, era algo íntimo, mas a partir do momento que a minha professora leu, ela disse que eu tinha talento e me inscreveu no projeto, logo depois dos resultados ela continuou me incentivando para que eu não parasse de escrever. Eu me senti muito

Fábio Freire, coordenador da Coordenadoria de Ações Socioeducativas Complementares CASEC, diz que o PETECA tem como papel principal mostrar para as crianças as consequências sofridas

segura quando a escola se uniu e me apoiou nessa causa sobre o trabalho infantil e agora representarei meu município”. - relatou Paula Andressa, 13 anos, aluna da EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues.


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EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues provome II Relato de Experiências Educacionais Inclusivas

A EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues realizou o II Relato de Experiências Educacionais Inclusivas, no dia 20 de setembro, com o objetivo de difundir e valorizar experiências escolares de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/ superdotação, realizadas por gestores, educadores, professores e estudantes. As propostas alcançaram as famílias, onde participam e tem uma boa interação com a escola. Os pais procuram a gestão e recebem orientações de acordo com a necessidade do seu filho. Na ocasião, estiveram presentes alunos, mães, professores, interpretes, cuidadores e a comissão avaliadora, composta por Ana Paula Holanda, coordenadora do setor de Educação

Atendimento Educacional Especializado. Também houve distribuição de brindes, como livros voltados para os temas tratados e lembrancinhas em forma de homenagem para as mães. Milca Ferreira, gestora da escola, diz que o projeto é realizado mediante as dificuldades e necessidades dentro da sala de aula, que os professores apresentam ao núcleo gestor. Partindo disso, a gestão, acompanhada dos profissionais do Atendimento Educacional Especializado – AEE, desenvolvem ações para a inclusão do aluno, fazendo com que os professores se inscrevam e trabalhem esses projetos em sala. Os pais procuram a escola e recebem as orientações. “Com as experiências apresentadas, todos puderam ver e ouvir que realmente o nosso aluno faz parte de

Inclusiva da Secretaria de Educação de Maracanaú, Francisca Lima dos Santos, assistente social do Centro Integrado de Reabilitação - CIRM, de Maracanaú, e Sandra Maria Lima Fernandes, professora do

uma inclusão verdadeira, no dia a dia, em todas as aulas. Aquele aluno que não queria vir para a escola, hoje não falta. Ele está engajado em todos os momentos feitos pela escola, sem que haja


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É NOTÍCIA! dificuldade de participação. O que acompanho aqui é o crescimento a cada ano do envolvimento do nosso estudante e da família, e da dedicação dos profissionais do AEE.” - relatou. O evento contou com as apresentações de projetos que os próprios professores da escola desenvolveram para conseguirem melhores resultados dentro da sala de aula. Com objetivos específicos, eles apresentaram trabalhos relacionados à inclusão. Os temas apresentados foram: “O processo de inclusão do aluno com autismo na turma comum” por Vanessa Rocha; “Corpos libertos: A cultura corporal no âmbito da educação inclusiva” por João Paulo Viana; “O papel do cuidador e as estratégias de adaptação e acolhimento em um ambiente inclusivo” por Milena de Lima; “Recursos Acessíveis: A experiência de vídeo prova traduzida em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS” exibidos por Liliane Vieira e Marcos Valentim; “Transtorno de ansiedade: Avaliação diagnóstica de adolescentes que apresentam a síndrome do pensamento acelerado”, por Henrique Freitas. Wesley e Wenderson estudam há 7 anos nesta escola, eles têm necessidades especiais. Maria Cleonice, mãe dos meninos, contou que percebeu muitas mudanças no ambiente fraterno e que as

54 oficinas disponibilizadas pela escola para família ajudaram na comunicação e no desenvolvimento mútuo. “O apoio e o trabalho dos cuidadores e interpretes me deram uma grande força, eles participam de todos os passeios e apresentações. Antes eu achava que isso não seria possível, mas a inclusão mudou a vida dos meus filhos. “. - conta. Milena Barros apresentou o projeto “O papel do cuidador e as estratégias de adaptação e acolhimento em um ambiente inclusivo”, que desenvolveu dentro de sala, para que fosse possível atrair a atenção e o interesse do aluno pelos pelas disciplinas oferecidas, assim mostrou as ideias e os resultados obtidos positivamente. “Os alunos que tem necessidade especial podem ter os mesmos direitos que os demais, que é o convívio e o direito do aprendizado, pois a escola em si é para todos”. - relatou. A cuidadora diz que durante sete anos vem aprendendo muito ao olhar para trás e ver o quanto existia preconceito, pois também tem deficiência de baixa visão e percebia que era prejudicada, por acharem que ela não possuía habilidades, mas hoje com a ajuda da inclusão é possível ver que todos podem estar inseridos e que são capazes de aprender e de ensinar.


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Prefeitura entrega novas salas de aula na EMEIEF José Nogueira Mota e na EMEIEF José Mário Barbosa

A Prefeitura de Maracanaú, por meio da Secretaria de Educação, entregou novas salas de aula, sendo duas na Escola Municipal José Nogueira Mota, na Mucunã, e duas na Escola Municipal José Mário Barbosa, no Olho D’Água, no dia 28 de setembro. Mais de 400 alunos serão beneficiados nas duas unidades de ensino. Os espaços foram construídos com recursos próprios do município, através do Programa de Autonomia Escolar – PAE, seguindo modernos padrões arquitetônicos e de iluminação, visando garantir conforto aos alunos e professores, contribuindo para o processo de aprendizagem. Francisca Cláudia é mãe de dois alunos da Escola José Mário Barbosa, além de membro do Conselho Escolar. Ela destaca a relevância da

à vontade. Pretendemos melhorar mais a nossa escola para os que já são alunos e para os que ainda virão”. O Prefeito Firmo Camurça conta a satisfação de entregar os novos espaços das escolas municipais. “Estamos extremamente satisfeitos e muito felizes, pois nesse momento entregamos, na Escola José Mário Barbosa, duas salas de aula do tamanho padrão, de acordo com as exigências do Ministério da Educação. A meta da gestão é entregar, entre 2017 e 2018, setenta salas de aula, em todas as instituições de ensino da rede pública de Maracanaú. Também estive na escola José Nogueira Mota entregando duas salas semelhantes a essa, porque nós queremos ampliar o número de salas de aula, e dar mais cidadania a todos os alunos

ampliação da escola. “A importância das salas é de Maracanaú. Isso é o município avançando, para dar melhoria para os alunos, podendo ofertar olhando pra frente e desenvolvendo cada vez mais mais matriculas. Futuramente, pretendemos fazer a Educação de nossa cidade”. o vestuário das crianças, para eles ficarem mais


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A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A INTERAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MARACANAÚ

Vivian Kelly Pereira Lima vikekely@hotmail.com Emanuelle Oliveira da Fonseca emanuelle272@hotmail.com RESUMO A Psicomotricidade vem sendo um assunto muito discutido no âmbito dos sistemas educacionais, pois acredita-se que esta contribui significativamente no processo de aprendizagem das crianças, principalmente na Educação Infantil. Com base nessa temática, configura-se a seguinte questão: quais suas contribuições para a interação das crianças? Este trabalho tem como objetivo geral averiguar o perfil psicomotor com vistas a estimular o desenvolvimento e o convívio entre indivíduos na faixa etária de quatro anos. Para tanto, será pontuado como surgem as situações de interação a partir de vivências psicomotoras e como essas acrescentam ao desenvolvimento e a aprendizagem, tendo como base um ambiente saudável que proporcione situações de contato entre as crianças e a importância da psicomotricidade para as descobertas e superações. A pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal de Maracanaú, onde a coleta de dados foi realizada através de observações de doze sessões de atividades relacionadas ao tema e de registros escritos. Os resultados apontam avanços no nível de interação e afetividade entre as crianças, maior concentração durante as atividades propostas pela professora em sala de aula e maior grau de autonomia dos três sujeitos, porém há ainda um extenso caminho a percorrer no que se refere a interação e aos estímulos proporcionados pela Instituição de ensino. Contudo, é necessário estimular situações de convivência, comunicação, exploração, expressão e descobertas entre os alunos, para que assim se alcance uma Educação integral. Palavras-chave: Psicomotricidade, Interação, Educação Infantil 1. Introdução O desenvolvimento de uma criança é um processo complexo composto de habilidades diversas que necessitam ser vivenciadas pelo individuo, dentre essas estão também as motoras.

psicomotor na primeira infância, melhor será a estruturação da criança em seus primeiros anos de vida, consequentemente, uma alfabetização mais tranquila e mais saudável. Pode-se dizer que crianças que passam por Partindo desse pressuposto delimitamos dificuldades de aprendizagem em sala de aula, tem nossa problemática: Quais as contribuições da a base do problema na falta de estimulo durante Psicomotricidade para a interação entre as crianças o desenvolvimento infantil. É importante lembrar da Educação Infantil? que quanto mais se trabalha o desenvolvimento Nesse sentido, elegemos como objetivo


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geral: averiguar o perfil psicomotor com vistas contudo, da interação social, onde o sujeito constrói a estimular o desenvolvimento e a interação de sua aprendizagem. indivíduos na faixa etária de quatro anos. De forma Para que isso aconteça, é necessário que, mais específica: descrever o perfil de três crianças tanto a família quanto o professor, assumam na segunda fase da Educação Infantil, durante uma postura de facilitadores nesse processo de doze sessões de Psicomotricidade. Observá-las aprendizagem, não interferindo ou impedindo a trabalhando o corpo com brincadeiras livres e/ou criança de se expressar e se descobrir. dirigidas, ressaltando como surgem as relações interpessoais na Educação Infantil a partir de 2. Psicomotricidade: histórico e conceito vivências psicomotoras, identificar como a disciplina contribui para o processo de integração entre as Segundo Le Bouch (1984) a educação crianças e para uma melhor forma de aprendizagem, psicomotora teve origem na França, em 1966, pois é vivenciando situações concretas que elas devido a carência da educação física que não melhor se desenvolvem. correspondia às necessidades reais do corpo. A Nosso percurso metodológico utiliza-se partir dessa época travou-se uma disputa entre o de pesquisa bibliográfica, análise documental Ministério da Educação Nacional e o Ministério da e pesquisa de campo, do tipo estudo de caso. A Juventude e dos Esportes. pesquisa bibliográfica apoia-se nos estudos de Em 1967, acontece a Renovação da Campos (2007) e Le Bouch (1984) que serviram de Pedagogia e a introdução da Educação Psicomotora fundamentação para a compreensão do objeto. na escola primária. Após esse período, foi assinado, Realizamos a análise documental, na qual em 7 de agosto de 1969, um decreto ministerial examinamos o Estatuto da Associação Brasileira de instituindo um horário de 6 horas semanais para a Psicomotricidade (S.B.P.) que trata de suas normas prática da Educação Psicomotora na escola primária. e delimita a formação necessária para ser um Segundo Campos (2007), foi em 1968 que a profissional da área. psicomotricidade começou a se difundir no Brasil, Na pesquisa de campo foram coletados a partir de cursos e disciplinas em Universidades dados que explicitaram, na prática, as contribuições de alguns estados. Na França, inicialmente foi da psicomotricidade no processo de interação entre introduzida nas escolas especializadas. Em 1980, as crianças. Foram realizadas doze sessões com três ocorre a fundação da Sociedade Brasileira de sujeitos na faixa etária de quatro anos de idade de Terapia Psicomotora, presidida por Beatriz Saboya uma escola pública municipal de Maracanaú-Ceará, e com a participação de Françoise Desobeau, onde percebemos suas dificuldades e evoluções sendo integrada à Sociedade Internacional de em aspectos como: alto nível de agressividade, Psicomotricidade, com sede em Paris. dificuldade de concentração nas atividades Segundo Jobim e Assis, historicamente foi na propostas pela professora e consequentemente década de 1970 que surgiram diferentes conceitos dificuldade de interação social. sobre a psicomotricidade como uma motricidade Atualmente, têm-se discutido a importância de relação, assim podemos perceber na fala dos da liberdade no processo educativo, e isto se dá autores supracitados: a partir da manipulação de diversos materiais, da criação, da liberdade de expressão corporal e,

Começa então, a ser delimitada uma diferença


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CIENTÍFICA entre uma postura reeducativa e uma terapêutica que, ao despreocupar-se da técnica instrumentalista e ao ocupar-se do “corpo de um sujeito” vai dando progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional. (p.3)

Percebe-se a partir deste período que o foco de estudo passa a ser o corpo do sujeito, com suas peculiaridades, afetividade, emoções e a relação com outro corpo. Essa valorização funciona como impulso para uma maior divulgação da importância da psicomotricidade, proporcionando descobertas e superações através do corpo. Em alguns países a profissão do psicomotricista já é reconhecida legalmente, porém, em outros, como no Brasil, essa tem sido uma constante luta. Na França a profissão é reconhecida oficialmente desde 1974 e este profissional trabalha a partir de prescrições médicas. Segundo Campos (2007), na Alemanha foram instaladas, nos últimos 16 anos, Universidades com formação de base, sendo a Psicomotricidade um curso superior reconhecido há 6 anos. Em países como Argentina, Alemanha, Dinamarca, Itália, Espanha e Portugal tem sido marcados por avanços no reconhecimento do profissional Psicomotricista, alguns com escolas de formação, como a Itália que recebe elementos da França. Em alguns destes países o reconhecimento tem avançado mais que outros, com enfoques diferenciados em cada uma de suas realidades. Conforme Campos (2007), em 1983 surge no Brasil, o curso de pós-graduação em Psicomotricidade na Universidade Estácio de Sá e no Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (IBMR). Desde os anos de 1980, a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade tem percebido a necessidade de ampliar seus objetivos, por isso, tem promovido cursos, seminários, pesquisas e congressos nacionais com intuito de proporcionar uma maior fundamentação teórica aos profissionais

58 em Psicomotricidade. Em 1986, André Lápierre, na França, contribuiu através de uma experiência na escola primária com crianças pequenas, referindo-se à escola como um ambiente de extrema importância na vida social, pois a educação não se restringe a aquisição pelo individuo de conhecimentos, mas a formação em todos os aspectos. Dessa forma, podemos perceber que a psicomotricidade ainda é considerada um campo transdisciplinar recente, que tem avançado rapidamente, sendo sua importância e benefícios reconhecidos mundialmente. Sobre o estudo do corpo e a nomenclatura Psicomotricidade, Jobim e Assis (2008) destacam que somente em meados do século XIX o corpo começa a ser percebido primeiramente por neurologistas, devido a necessidade de se compreender as estruturas cerebrais do ser humano, e em seguida ocorre o interesse por parte dos psiquiatras, para classificar os fatores considerados patologicas. Contudo, foi devido à necessidade da medicina de encontrar um campo que esclarecesse alguns fenômenos clínicos que surge, pela primeira vez, a nomenclatura “Psicomotricidade”, no ano de 1870. Ao conceituar a Psicomotricidade, o Código de ética da Associação Brasileira de Psicomotricidade ressalta em seus princípios do capítulo I, Artigo 1º: A Psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo, o estudo do homem através do seu corpo em movimento, em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas: Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade e sua socialização.


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A psicomotricidade é muito importante para o desenvolvimento da criança, pois essa proporcionará o conhecimento do seu corpo e, consequentemente, do corpo do outro. Desenvolverá a noção de espaço e lateralidade, adquirindo maiores habilidades motoras, o que lhe dará condições de superar muitas de suas dificuldades de aprendizagem.

lhe são difíceis, a caligrafia é ilegível e sua leitura é inexpressiva. Isso acarretará dificuldades de aprendizagem na aquisição da leitura e da escrita, o que interferirá diretamente no processo de alfabetização do sujeito. Percebemos isso, quando analisamos os níveis de dificuldade que os alunos enfrentam em seus processos de alfabetização. Alguns passam bastante tempo para aprender a segurar o lápis, o 3. As contribuições da psicomotricidade para a que dificulta ainda mais o processo de escrita. interação Social Com isso, infelizmente, para muitas crianças, a aprendizagem se torna algo que amedronta e A prática educativa em psicomotricidade que não lhe proporciona satisfação, pelo contrário, tem tido um papel importante na educação das crianças em seu meio escolar, e isso não é menos evidenciado na educação infantil. Essa fase escolar é fundamental ao desenvolvimento humano, funcionando, assim, como a base do sujeito. O processo educativo ocasiona consequências positivas ou negativas. Se a criança vivencia, desde a Educação Infantil, situações de rigidez, regras impostas, privação da sua expressão e controle de sua agressividade, ela não se constituirá um ser autônomo, já que sempre esteve cercada de “não pode”. A psicomotricidade tem sido o coadjuvante das aprendizagens escolares e necessita ser vista como algo fundamental a este processo. Isto se dá através da educação ou reeducação desde a Educação Infantil. Para Le Boulch (1984), a importância da psicomotricidade se dá desde a prevenção das dificuldades, inclusive no que se refere ao nível da saúde mental. Um esquema corporal mal constituído pode resultar em uma criança que não coordena bem seus movimentos, realizando atividades cotidianas com lentidão, apresentando dificuldade de se expressar das diversas formas. Segundo Morais (2002), para uma criança que não trabalha o corpo as habilidades manuais

ir à escola e realizar as atividades se torna o pior momento do dia, o que para nós educadores é uma frustração. É necessário que haja um novo olhar das instituições de ensino, para que a partir da Educação infantil seja dada a devida valorização ao trabalho com o corpo da criança. É preciso que os educadores não concebam mais uma educação estática, fixa em salas de aulas, mesas e cadeiras, devendo procurar outras formas de linguagem, como a expressão corporal. Os alunos necessitam de momentos para expressar, explorar e manipular diversos objetos, eles precisam construir sua aprendizagem acompanhados dos educadores, visto que os docentes são facilitadores do processo de desenvolvimento dos sujeitos, e os alunos protagonistas que precisam vivenciar suas descobertas para um processo de educação integral. Dessa forma, as dificuldades serão superadas com autonomia. Isso nos remete também as vivenciadas nos processos de leitura e escrita, que em muitos casos são consequências das limitações do próprio corpo. A psicomotricidade precisa adentrar as instituições de ensino e fazer parte do processo de


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CIENTÍFICA aprendizagem, colaborando expressivamente para formar e estruturar o esquema corporal de nossas crianças. Devemos, enquanto educadores, ter como alvo a prática dos movimentos nas diversas etapas da vida de uma criança. A ludicidade e a liberdade de expressão da criança são indispensáveis nesta fase de Educação Infantil, uma vez que sabemos que os alunos estão enfrentando um processo contínuo de transformação e descobertas. É necessário que o educador envolva os seus alunos em situações problemas, sem pressioná-los, deixando-os interagir e buscar respostas, soluções, para que sejam autônomos desde cedo. As crianças precisam encontrar suas próprias respostas para atender às suas dúvidas e anseios. Para tanto, são necessários os jogos e brincadeiras livres, as danças com diversos estilos de músicas, os brinquedos interativos e as várias estratégias pedagógicas que estimulem a interação e as descobertas. Com isso, a aprendizagem se desenvolverá naturalmente e o educador será um facilitador deste processo. Assim como destaca Campos 2007, ao afirmar a importância das brincadeiras como oportunidades necessárias para a superação de conflitos e ferramenta para o desenvolvimento da segurança e equilíbrio da criança: Nas primeiras brincadeiras, a criança alcança o equilíbrio, a segurança, a autonomia. O brincar a deixa experimentar, olhar-se, mostrarse, projetar-se. Quanto mais oportunidades antecederam os momentos de exercer suas funções, mas naturalmente poderá fazê-lo. Alguns conflitos são próprios dessas passagens evolutivas. Sendo, portanto, indispensáveis. Há contradições e encruzilhadas que fazem parte do crescimento e, brincando muitas serão resolvidas e outras acomodadas (p. 97)

Portanto, para que haja um desenvolvimento infantil de qualidade é necessário que o centro do processo educativo seja o sujeito e suas habilidades. Para isso, a criança precisa de vivencias compostas

60 por situações que proporcionem a interação e o desenvolvimento de sua autonomia, a partir da manipulação e da exploração de diversos materiais. É importante também a disponibilidade dos recursos para a prática dessas atividades. A instituição deve proporcionar a criança um ambiente preparado para exploração e o conhecimento de si, do outro e do mundo, com espaços planejados e momentos direcionados. 4. Corpo, ação e emoção: os resultados da intervenção A pesquisa de natureza qualitativa foi realizada numa escola pública municipal, localizada em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza - CE. Os sujeitos da nossa pesquisa foram três crianças do infantil IV, sendo dois meninos e uma menina, aos quais denominaremos de forma fictícia da seguinte maneira: Pedro; Renato; Ana. Pedro não se comunica em momento algum oralmente no ambiente escolar. O aluno estuda na escola desde 2012 e segundo relatos de professores e funcionários, o menino não fala em nenhuma situação. O Renato tem tido um comportamento de agitação constante em sala de aula, apresentando dificuldade em se concentrar nas atividades propostas pela professora, sejam essas escritas, orais, brincadeiras e jogos. A Ana apresenta um nível menor de agitação, por sua vez, também tem apresentado dificuldade de concentração nas atividades propostas em sala de aula, principalmente nas escritas. Foram realizadas 12 sessões, uma por semana, com duração média de 50 minutos cada, cujo objetivo foi compreender o processo de desenvolvimento das crianças em seus aspectos físicos, cognitivos e afetivos. Proporcionar situações de interação para que as dificuldades detectadas


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CIENTÍFICA fossem superadas em meio aos jogos simbólicos. Todas as sessões foram realizadas em uma sala de aula ampla e com diversos materiais particulares, pois a escola não possui tais recursos. Os materiais utilizados foram: bolas, bambolês, Cordas, tecidos, TNTS coloridos, caixas de papelão, papel higiênico, colchonetes, espaguetes, lápis de cor, giz de cera, folhas de papel-ofício para desenhos e som. Durante todo o trabalho desenvolvido com as crianças, iniciamos todas as sessões com uma roda de conversa explicitando a importância do cuidado com o material utilizado nas brincadeiras, como as cadeiras, ventiladores e luzes. Ressaltamos também, o cuidado para não machucar os amigos, a importância da organização dos materiais ao finalizar a brincadeira do dia, colocando tudo no local escolhido por nós na primeira sessão. E também, ressaltando que quando fosse dado sinal de finalização da brincadeira deveríamos iniciar a organização e sentar para a roda de conversa final. Em seguida, foi realizado um momento de relaxamento com músicas, e foi nitidamente prazeroso para as crianças, pois trocavam carinhos entre si, enquanto estavam deitados em colchonetes ou pedaços de tecidos. Para finalizar, sentávamos novamente na rodinha para conversar sobre a sessão do dia. Pna oportunidade, fazíamos as seguintes indagações: o que gostou? O que não gostou? Quais materiais trazer para a próxima sessão? Quais brincadeiras realizar? Ao término dàs 12 sessões, em uma conversa informal com a professora, a mesma relatou que, em sala de aula, Ana tem escutado mais os colegas nas rodas de conversa e não impõe tanto suas vontades, o que não significa que a menina não continue liderando algumas situações, porém, passou a respeitar mais as ideias e desejos dos

61 outros colegas. Percebemos que Renato evoluiu nos quesitos concentração e afetividade, pois tem mostrado mais proximidade com a professora e colegas de sala, controlando um pouco mais a agressividade. No fator interação, tanto Ana como Renato interagem bem com os colegas, por sua vez, Pedro não evoluiu em relação à expressão oral, pois continuou sem falar no ambiente escolar. Contudo, durante as 12 sessões, percebemos que ele passou a se aproximar mais dos colegas e interagir durante as brincadeiras, principalmente na sessão com as caixas e papéis, além de ter se aproximado mais de Ana. Sabemos que este avanço se deu gradativamente e de diferentes formas com cada uma das crianças analisadas. entretanto, ainda segundo os relatos da professora, Ana estava buscando espontaneamente mais contato e interação com Pedro durante a aula e o recreio. Consideramos que as crianças poderiam ter evoluído mais, no entanto, acreditamos que essas doze sessões deram resultados positivos e satisfatórios, já que houveram notórias evoluções nos níveis de interação, afetividade, controle da agressividade e concentração em sala de aula, por parte das três crianças. Esperamos assim, que as evoluções obtidas a partir dessas sessões sejam mantidas e sirvam de instrumento para a aquisição de outros fatores de evolução, pois cremos que essas crianças podem alcançar um desenvolvimento e uma aprendizagem ainda mais consistente, tornando-os sujeitos autônomos. Nesse sentido, o processo educativo deve proporcionar a interação entre os alunos a partir da educação infantil nos diversos contextos de aprendizagem, com momentos espontâneos, reconhecendo as características peculiares dos alunos. Proporcionando a eles interagirem nos


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diversos contextos sociais em meio às danças, jogos, conseguimos que João se comunicasse oralmente, brincadeiras e manifestações de livre expressão. por sua vez desenvolveu sua autonomia, e também passou a interagir mais nas brincadeiras em sala e 5. Considerações Finais nos momentos extraclasse. Portanto, sabemos que a criança necessita O processo de educação nas instituições de enfrentar muitos obstáculos durante seu processo ensino tem sido uma temática bastante discutida de aprendizagem, por isso é necessário que ela se no cenário educacional, surgem, então, vários sinta livre para fazer descobertas, criar e recriar. questionamentos e dúvidas sobre as suas práticas É preciso que nossos alunos construam sua com resultados positivos ou negativos. Ressaltamos aprendizagem e se sintam livres em momentos e que uma criança ao ser inserida em uma instituição ambientes prazerosos. Acreditamos que uma das de ensino regular, deverá não somente ser colocada principais barreiras para a real interação entre as nesse ambiente escolar e seguir regras estáticas, crianças são os comportamentos agressivos que mas necessita interagir nos diversos ambientes e afastam os colegas e também a timidez, advinda de situações. algum fator do contexto social dos sujeitos. Partindo desse pressuposto, é importante ressaltar a importância das instituições inserirem Referências em seus currículos a educação psicomotora desde cedo, ou seja, desde a educação infantil. Que haja ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE Nos planejamentos devem haver situações que PSICOMOTRICIDADE. Código de ética proporcionem a interação entre os alunos, pois o do psicomotricista. Disponível em que parece atualmente é que não há estratégias ou < h t t p : / / w w w . p s i c o m o t r i c i d a d e . c o m . ações preocupadas com esse aspecto. br/etica.htm> acesso em: 16/09/13. É preocupante o fato das crianças se sentirem pressionadas e com suas atividades limitadas, CAMPOS, Dayse. Psicomotricidade Integração pois o processo educativo de qualidade necessita Pais Criança e Escola. Fortaleza: Livro Técnico, ser centrado numa visão de educação integral, 2007. desenvolvendo as habilidades físicas, cognitivas e afetivas. JOBIM, Ana Paula e ASSIS, ANA Eleonora. Os resultados do nosso estudo de caso Psicomotricidade: histórico e conceitos. 2008. apontam que a interação entre as crianças e as Disponível em < http://guaiba.ulbra.br/seminario/ situações de liberdade de expressão durante eventos/2008/artigos/edfis/358.pdf > Acesso em o processo de aprendizagem são essenciais ao 03/08/2013. desenvolvimento. Percebeu-se que após as sessões de psicomotricidade houve notório avanço em LE BOULCH, J. Educação psicomotora. Porto relação a interação entre os três sujeitos, e segundo Alegre: Artes Médicas, 1984. a professora no ambiente da sala de aula também. Após as sessões foi notório que os sujeitos se mostraram mais afetivos entre si e com os colegas, e também avançaram em seu nível de concentração durante as atividades propostas. Infelizmente não

MORAIS, V.L. “Desenvolvimento Psicomotor”. 2002. Disponível em: www.uniesc.com.br/esp/ etext/psicomotricidade%20e%20educ%20fisica. doc Acesso 03/08/2002.


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AS CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO EDUCADOR INFANTIL

Francisca Nepomucena Moura franciscanepomucena@gmail.com RESUMO O presente artigo investiga como a formação continuada contribui no processo de construção da identidade profissional do educador infantil, a partir da fundamentação teórica produzida por Ciampa (2005), Gomes (2009) e Imbernón (2010), considerando que suas ideias em relação ao educador infantil comungam e afirmam que este profissional se forma na dinâmica de relações, interações, mediações e preposições. Assim, a construção de sua identidade ocorrerá em um processo social e histórico estando vinculada aos modos de ser e estar na profissão. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394/96, definiu a educação da criança de 0 a 5 anos como primeira etapa de educação básica. Definiu também que para trabalhar com crianças da creche e pré-escola é necessário ter formação docente. Em termos da Educação Infantil, esses aspectos apontam novas perspectivas para a criança e para o docente. Reconhecer a importância desta etapa para o desenvolvimento de uma educação de qualidade para as crianças de 0 a 5 anos e demandas existentes nessa ação, torna-se imprescindível em uma formação que atenda às atuais exigências formativas e, consequentemente, à construção de identidades profissionais. Compreendemos que a formação para o trabalho educativo junto às crianças envolve uma série de questões relacionadas à definição da identidade profissional dos que atuam nas instituições de educação infantil. Avançar em relação a tais questões e de como estas se manifestam no cotidiano do educador infantil possibilitam ressignificar às práticas formativas além de fomentar ações que favoreçam a construção da identidade deste profissional. Palavras-chave: Identidade, Formação Continuada e Educação Infantil 1.Introdução A formação de professores vem compondo a pauta de discussão em diversos eventos educacionais e documentos oficiais e ainda se constitui em objeto de estudo na literatura pertinente a essa temática. A promulgação da Constituição Federal em 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996 propuseram mudanças significativas no campo educacional. Em relação à Educação Infantil ressalta-se a implantação e ou implementação

de ações e políticas relativas ao atendimento da criança em creche e pré-escola, integração das instituições que atendem crianças de 0 a 6 anos aos sistemas educacionais, elaboração de projetos pedagógicos que considerem as especificidades infantis, a articulação das instituições com as famílias, a indissociabilidade do cuidar e do brincar e a formação específica dos professores. Tais aspectos revelam a compreensão sobre os processos envolvidos no desenvolvimento e na


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aprendizagem das crianças pequenas e apontam para a necessidade da formação dos profissionais da educação infantil como parte importante desses processos. Para tanto, a formação do professor deve contribuir não só para o trabalho junto à criança, como também para promover o envolvimento e participação desse profissional no cotidiano da instituição e na construção do seu processo identitário considerando que esse aspecto possibilita ao professor a interiorização e reconstrução de valores e concepções necessários ao exercício de sua ação docente com qualidade. A construção da identidade do educador infantil envolve aspectos que vão além da formação específica, pressupõe um processo contínuo de formação que tenha como referência sua realidade e os processos vivenciados por esse sujeito. O ponto de partida para a realização desta pesquisa é o trabalho desenvolvido como formadora junto aos educadores infantis em Maracanaú. Assim, este trabalho tem por objetivo investigar a formação continuada em serviço desses educadores analisando como esta contribui para a construção da identidade dos referidos profissionais. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação primeira etapa da educação 9393/96, definiu a educação da criança de 0 a 6 anos como primeira etapa da educação básica. Definiu também que para trabalhar com crianças da creche e pré-escola é necessário ter formação docente. Ao fazermos uma retrospectiva acerca da história do atendimento à criança no Brasil, percebemos o quanto essa atividade não se constituía em preocupação pedagógica, era um atendimento voltado ao assistencialismo. Vista dessa forma, não se fazia necessário a formação específica para o trabalho junto às crianças. Concebidas como lugar de guarda e cuidados, a creche e a préescola precisavam que alguém olhasse, cuidasse

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e alimentasse as crianças. Esses fatores de certo modo condicionavam que quem se candidatasse a esse trabalho devia ser do sexo feminino e gostar de crianças, não havia necessidade de que a candidata tivesse conhecimentos relativos à infância. Reconhecendo a importância dos profissionais da Educação Infantil para o desenvolvimento de uma educação de qualidade das crianças de 0 a 6 anos e as demandas existentes que essa ação, torna-se imprescindível uma formação que atenda às atuais demandas formativas e, consequentemente, a construção de identidades profissionais. Com o olhar voltado para essas questões compreendemos ser necessário investigar – Que elementos constituem a formação continuada do professor da educação infantil? Como o professor da educação infantil vem construindo sua identidade profissional? Como a formação continuada contribui no processo de construção da identidade do educador infantil? Investigar estes aspectos nos permitem também compreender as relações entre trajetória profissional dos educadores infantis e de como na atividade que exercem utilizam os elementos teóricos da formação continuada em favor de sua identidade profissional. A metodologia a ser utilizada nesse trabalho contemplará a pesquisa bibliográfica definida por SEVERINO (2007), (p. 122) como: ... aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos, como livros, artigos, teses etc. ou de categorias teóricas Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos. (p.122)

O aporte teórico a referendar essa pesquisa


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se constituirá inicialmente de Nóvoa (1995 e CIAMPA, 2005), (GOMES, 2009), (IMBERNÓN, 2010) suas ideias em relação ao educador infantil comungam, ao afirmarem que este profissional forma-se na dinâmica de relações, interações, mediações e proposições. Assim, a construção de sua identidade ocorrerá em um processo social e histórico estando vinculada aos modos de ser e estar na profissão. Este artigo está dividido em três seções, a saber: 1 – A Educação Infantil – limites e possibilidades. 2 – A formação continuada no contexto pós LDB. 3 – A identidade profissional do educador infantil. Acreditamos que além de buscar compreender a dinâmica estabelecida entre a formação, os conhecimentos e os profissionais, é importante analisar os efeitos da formação continuada no processo identitário do educador infantil e assim perceber como esta se manifesta em seu cotidiano possibilitando a ressignificação das práticas formativas. 2 Educação Infantil no Brasil – Limites e Possibilidades Esta seção se propõe a contextualizar a Educação Infantil no Brasil. Isso implica em visitar o passado e fazer um breve histórico do atendimento educacional ofertado às crianças de 0 a 6 anos de idade, da função do profissional da educação infantil neste percurso histórico e assim analisálos a partir das exigências dos contextos sociais e políticos vivenciados no país. No atual contexto, o resgate histórico do atendimento as crianças na creche e pré-escola nos impulsionam a vislumbrar novas perspectivas neste campo, tendo em vista o que já se alcançou e o que nos cabe avançar no sentido de realizar um trabalho educativo de qualidade que atenda as

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características dessa faixa etária. Considerando as mudanças no conceito de criança e de Educação Infantil surgem novas exigências quanto à função do profissional que atua junto à criança pequena. A esse respeito às contribuições de Vigotsky e Wallon sobre a aprendizagem e suas implicações no desenvolvimento infantil nortearam as mudanças quanto à compreensão e especificidades da criança. Isso implica em numa nova forma de trabalhar com este público, daí a importância de um profissional com formação inicial e continuada no sentido de proporcionar-lhe a competência pedagógica necessária a sua ação mediante a relação teoria e prática. Na busca de uma Educação Infantil de qualidade, coerente com as necessidades da primeira infância, buscamos realizar uma reflexão do percurso histórico desta etapa básica da educação. E, a partir da História, compreender melhor os fatos e as condições em que em Educação Infantil no Brasil foi se configurando, pois as condições políticas e sociais de cada período histórico determinam o que é possível fazer ou modificar, em cada época, mas não impossibilita mudanças. Assim, parafraseando Freire, a História revela possibilidades e não se fecha ao determinismo. Consequentemente, impulsiona o desejo e a necessidade de ir além do que está posto, ultrapassar a linha imaginária das impossibilidades, vislumbrar novas perspectivas, e dar um novo curso ao que anteriormente estava determinado. As questões relacionadas à infância e à educação sempre estiveram relacionadas com aspectos históricos, sociais, políticos, econômicos, éticos e culturais vigentes em cada época. Observa-se claramente que os contextos determinam o conceito de infância e de educação infantil. A esse respeito BUJES (2010) declara:


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Durante muito tempo, a educação da criança foi considerada uma responsabilidade das famílias ou grupo social ao qual ela pertencia. Era junto aos adultos e outras crianças com as quais convivia que a criança aprendia a se tornar membro deste grupo, a participar das tradições que eram importantes para ele e para dominar os conhecimentos que eram necessários para a sua sobrevivência material e para enfrentar as exigências da vida adulta. Por um bom período na história da humanidade, não houve nenhuma instituição responsável por compartilhar esta responsabilidade pela criança com os seus pais e com a comunidade da qual estes faziam parte. (p.13)

Tais considerações nos levam a deduzir, salvas as devidas proporções, que os conceitos basilares de criança, de infância e de educação infantil são, na verdade, construtos históricos e sociais que se formaram ao longo dos tempos, de acordo com a maneira que o próprio homem opera essas categorias em coletividade. No entanto, essas mudanças nem sempre significam avanço, melhoria. Em muitos casos, elas atendem parcialmente as necessidades específicas da população e em relação à criança pequena e sua educação os entraves são maiores e perduraram por longa data. Assim em períodos distintos da história da humanidade as ideias sobre a infância estavam relacionadas com a dinâmica social. Na Idade Média, a criança era considerada um adulto em miniatura e participava das mesmas atividades dos adultos, e exercia um papel secundário na vida familiar até determinada idade. Sua educação era de responsabilidade da família. (ARIÈS, 1981). Com o advento da Idade Moderna e ascensão da burguesia, o conceito de criança passou a ser entendido como natureza humana. Referido conceito estava relacionado com a colaboração do filósofo Jean Jacques Rousseau acerca da natureza e personalidade da criança. Com a célebre frase “Respeitai a infância, deixai a natureza agir bastante tempo antes de resolver agir em seu lugar”. Rousseau

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enfatizou que era a criança tinha virtudes próprias e que o convívio com os adultos a corrompia. Desse modo era preciso evitar o convívio do infante com os elementos próprios do mundo adulto. Rousseau propõe que a criança seja educada à margem da sociedade, com o fim ser melhor preparada e não contaminada por ela. O conceito de criança evoluiu a partir do século XX com o surgimento da Idade Contemporânea, no qual os movimentos sociais sindicais e as produções acadêmicas impulsionaram o repensar da infância e da forma de atendê-las em instituições voltadas para a sua educação. A ideia de que a criança possui características singulares, com aspectos próprios do desenvolvimento e aprendizagem. A partir de então entra em vigor a concepção de criança como um ser em desenvolvimento. Diante desta breve retrospectiva histórica da concepção de infância e educação é importante considerar o pensamento de OLIVEIRA (2008) a esse respeito: “O delineamento da história da educação infantil por pesquisadores de muitos países tem evidenciado que a concepção de infância é uma construção histórica e social, coexistindo em um mesmo momento múltiplas ideias de criança e de desenvolvimento infantil. Essas ideias perpassadas por quadros ideológicos em debate a cada momento, constituem importante mediador das práticas educacionais com crianças até 6 anos de idade na família e fora dela”. (p.57).

Em relação Brasil, o atendimento às crianças em creche e pré-escola, por um longo período ocorreu de forma diversificada e desigual. A creche era vinculada aos órgãos de assistência social exercendo a função de guardiã e protetora, já a préescola, visava à preparação para a alfabetização. Isso ocorria devido às decisões políticas destinadas a faixa etária de 0 a 6 anos. Aliado a isso o atendimento


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em creches e pré-escola estava relacionado também com o ingresso da mulher no mercado de trabalho. Para Gomes, (2009) esse fator por muito tempo caracterizou a creche “como uma instituição substituta do lar materno”. O trabalho realizado com as crianças pequenas consistia em práticas voltadas para o cuidado com ênfase na higiene pessoal, alimentação. O propósito era tomar conta da criança para que seus pais pudessem trabalhar despreocupados, enquanto seus filhos estavam sendo assistidos com os cuidados básicos fundamentados nas necessidades de guarda, proteção e nutrição das crianças de camadas populares. (VIEIRA, 1986). Essa argumentação evidenciava a concepção de criança e, consequentemente favorecia o estabelecimento de políticas públicas e sociais nas quais não se visavam o atendimento integral à criança. Superar essa visão requer a quebra de paradigmas. Compreender que os conceitos de infância, criança e Educação Infantil são construídos socialmente, e desnaturalizá-los, ou seja, entendêlos como manifestação de significados, de ideias, de representações sociais, e valores que se modificam com o passar do tempo expressando o entendimento da sociedade acerca desses conceitos. Caminhar nesta perspectiva representa se empenhar em lutas sociais que pressione o estabelecimento de políticas voltadas para o atendimento das necessidades e especificidades infantis. Nesse campo, é possível perceber as várias iniciativas por parte de diversos movimentos sociais que a partir de persistentes reivindicações conquistavam alguns direitos em favor da criança. No entanto, tais conquistas eram limitadas em virtudes das reais intenções dos programas e

67 nacional da Criança, a Legião Brasileira de Assistência e a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor – Funabem, continuaram a divulgar a ideia de creche e mesmo de pré-escola como equipamentos sociais de assistência à criança carente” (OLIVEIRA, 2008, p.107).

Nesse contexto, percebemos que as mudanças ocorrem em escala muito lenta, a interpretação e aplicação dos dispositivos da lei eram feito de forma diferenciada. Assim, às crianças de baixa renda eram favorecidas com uma educação assistencialista e compensatória, um paliativo para amenizar sua carência social e cultural. Infelizmente uma camada significativa da população devido à situação difícil em que viviam apoiava tais iniciativas por parte do governo. Isso reforçava a realização de programas sociais dando-lhes a estabilidade necessária para continuarem em vigor por décadas. Acreditavase que o atendimento assistencial as camadas populares proporcionava a formação de hábitos, de atitudes e de habilidades que de certo modo amenizavam as desigualdades através da satisfação de suas necessidades básicas, mesmo que isso não promovesse aprendizagens e muito menos favorecesse sua ascensão da condição de submissão. Na verdade isso nunca foi de interesse do governo. Contudo, ao findar a ditadura militar em 1985, ocorreram inovações nas políticas nacionais tendo também efeitos quanto ao atendimento das crianças em creche. A elaboração em 1986 do Plano Nacional de Desenvolvimento impulsionou mudanças quanto à necessidade da existência de creche para todas as crianças, não só para a mãe operária. (OLIVEIRA. 2008, p 115). Após a queda do regime militar a sociedade brasileira passou a se organizar em prol da

redemocratização do país. Isso repercutiu também no campo educacional e um fato marcante nesse No período dos governos militares pós-1964, processo foi a promulgação da Constituição Federal, as políticas adotadas em nível federal, por intermédio de órgãos como o Departamento em 1988, que introduz inovações significativas para

políticas nos quais:


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a creche e a pré-escola ao reconhecer a criança como sujeito de direitos. A partir deste contexto, se define uma nova concepção de infância e de educação infantil, e, consequentemente, se configura a necessidade de um profissional habilitado e que possua conhecimentos acerca do desenvolvimento e aprendizagem infantil. 3 A Formação Continuada dos Educadores Infantis no Contexto Brasileiro pós LDB É necessário conhecer os elementos da herança formadora que nos permitem continuar construindo e oferecer alternativas de inovação e mudança às políticas de formação. Ninguém pode negar que a realidade social, o ensino, a instituição educacional evoluíram e que, como consequência, os professores devem sofrer uma mudança radical em sua forma de exercer a profissão e em seu processo de incorporação e formação. (IMBERNÓN, 2010, p.13)

No contexto da formação, e. especificamente no campo da formação continuada dos professores da educação infantis verificamos o distanciamento entre o discurso contido nos documentos oficiais, na legislação, na fundamentação teórica, na prática efetiva da formação e do trabalho docente. Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 9394/96, a Educação Infantil tem se constituindo em objeto de discussão em eventos educacionais, políticos pertinentes à temática, passando também, por deliberações e encaminhamentos para essa primeira etapa da Educação Básica. Em seu artigo 29 a LDB trata a Educação Infantil, como a primeira etapa da Educação Básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

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comunidade. A mesma Lei estabelece também que o atendimento à criança deve ser realizado em creches (até três anos de idade), e em pré-escolas (de quatro aos seis anos de idade). Em termos da legislação este é um avanço significativo, principalmente para a criança. Para atender as demandas e especificidades das crianças desta faixa etária é preciso que o profissional conheça os aspectos referentes ao desenvolvimento e aprendizagem infantil, bem como transpor didaticamente esses conhecimentos de forma coerente com as necessidades das crianças com as quais trabalha. Nos períodos anteriores à Constituição de 1988, e da LDB 9394/96, as políticas educacionais não manifestavam preocupação com a formação das profissionais que atendiam as crianças da primeira infância. Isso se dava em virtude da compreensão limitada quanto às necessidades específicas dos pequeninos. Consequentemente não se investia na formação do professor. Nesse sentido, para trabalhar com crianças na creche e na pré-escola era preciso somente gostar de crianças, alimentá-las, e cuidá-las durante o período em que os pais estavam no trabalho, às atividades realizadas com elas visavam a realização de cuidados com sua higiene e alimentação. O educar não tinha espaço no cotidiano de trabalho. Mais uma vez, a ausência da formação e a baixa escolaridade reforçam as políticas e programas assistencialistas estruturados por órgãos ligados à promoção do bem-estar social. O avanço no conceito de criança e as lutas sociais em busca da garantia do direito do seu atendimento em creche e pré-escola, desencadearam um debate sobre a qualidade dessas instituições trouxe para o centro das discussões a importância e necessidade de formação e habilitação profissional do professor da educação infantil.


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Proposta pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, essa mudança é bastante significativa para aqueles que atuam na Educação Infantil, pois adquiriram o reconhecimento como profissionais com direito à formação. Isso repercutiu na forma de atendimento na creche, que passou a contemplar o tripé cuidar, educar e brincar como direito da criança. Entretanto, após mais de uma década de vigência da LDB 9394/96, ainda encontramos nas instituições de Educação Infantil professores sem a formação necessária ao exercício da função. Esta situação compromete a qualidade do trabalho

articulado darão formato a nossa identidade. A este respeito Santos (2005) relata:

pedagógico a ser realizado com os infantes. A implementação dos aspectos legais é sempre um desafio. Como marco legal, a legislação legitima os dispositivos constitucionais referentes ao campo educacional. Porém os avanços e recuos advindos da aplicação destes sofrem consequências dos determinantes sociais. Em resultado dessa realidade, ainda persistimos em alcançar o êxito desejado ou acertar o caminho. Assim, em busca de aproximar as proposições contidas nas bases legais e sua materialização, algumas questões como a formação inicial, a formação continuada, e a identidade do professor entre outras precisam ser discutidas e ressignificadas por meio da indagação teórica mediada pela prática articuladas aos contextos em que se realizam.

determinações da realidade e pela interrelação entre o objetivo e o subjetivo. A esse respeito, Ciampa (2009) afirma que identidade é a metamorfose, processo contínuo, constantemente alterado em virtude do movimento da realidade na qual nos encontramos inseridos. Esse movimento põe em contato a objetividade e a subjetividade o que nos leva a assumir diversos personagens e consequentemente contribui para as transformações na identidade. Corroborando com tal ideia, Santos acrescenta:

4 A Identidade Profissional do Educador Infantil Quando nos perguntam quem somos, geralmente respondemos com nossos dados pessoais, como nome, filiação, local de nascimento, escolaridade. Esse conjunto de informações está relacionado com a nossa identidade. A princípio o nome identifica a pessoa, mas a ele precisam ser engajados outros elementos que de modo

Ao pensarmos como lidar com nosso nome, percebemos que inicialmente somos chamados por ele e somente depois nos chamamos, ou seja, passamos a ter consciência de nós e nosso nome mesmos. Ocorre, então uma fusão entre nós e nosso nome e ele passa a ser um símbolo, algo semelhante a um personagem atribuído. (p.88)

Nesse sentido, a identidade é construída a partir das diversas relações estabelecidas em vários momentos da vida, passando por transformações, como numa metamorfose que ocorre a partir das

Ao tratar de identidade é necessário relacioná-la a um processo de identificação que construímos ao longo da vida. Passado, presente e futuro são elementos da temporalidade que tornam a identidade concreta. Vivemos um processo de identificação que permite assumirmos diversos personagens em nossa relação com o mundo construindo nossa identidade. (SANTOS, 2005, p.90).

Tratar de identidade do educador infantil requer compreensão da influência das condições históricas, sociais e materiais que contribuíram para a escolha da profissão de professor. É oportuno destacar que durante o processo de constituição da Educação Infantil como direito da criança ocorreram inúmeras contradições que


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evidenciaram a desvalorização do educador infantil pela sociedade. Este aspecto favorecia a ausência de formação específica para o trabalho com as crianças da primeira infância. A análise da construção da identidade do educador infantil perpassa também pela análise do contexto social em que esta se constitui. É importante considerar que a identidade não é algo estático, imutável. Nesse sentido as contribuições de (CIAMPA, 2009) nos revelam que a identidade é algo dinâmico, em constante mutação, socialmente construída das diversas interações sociais conduzindo o professor a posicionar-se diante de

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também pelo significado de cada professor, como ator e autor, confere à atividade docente no seu cotidiano com base em seus valores, seu modo de situar-se no mundo, suas histórias de vida, suas representações, seus saberes, suas angústias e seus anseios”. (GOMES, 2009, p.42).

Segundo a autora, a constituição do sujeito é um processo social, suas significações e percursos podem certamente enriquecer o processo formativo do professor por ampliar as experiências profissionais e contribuir para o fortalecimento dos processos identitários, quer pessoal ou profissional. No exercício profissional a formação continuada é um espaço adequado para a reflexão da prática, em

que se buscam os significados da ação pedagógica cotidiana e dos processos envolvidos no desenvolvimento profissional que podem favorecer ou dificultar que os professores avancem no que diz respeito à identidade profissional. Percebemos então, o quanto é relevante que os programas de formação continuada se consolidem como espaço de trocas de experiência, de escuta, de oportunidades em sentido pessoal e profissional. A identidade profissional é potencializada, enriquecida por novas experiências. E, apesar de serem processos distintos, a identidade e a formação profissional se efetivam paralelamente, sendo necessário mediar a relação entre os sujeitos e o objeto da formação. Em virtude da complexidade que envolve a ação pedagógica do educador infantil no trabalho junto às crianças pequenas é preciso reconhecer a importância do professor nesse processo. Acreditamos que um dos caminhos para Uma identidade profissional constrói-se com isso é investir na formação e no desenvolvimento base na significação social da profissão; na revisão constante dos significados sociais da profissional, um processo constante e inacabado profissão; na revisão das tradições. Mas também que impulsiona ir além do que se encontra posto, na reafirmação de práticas consagradas culturalmente e que resistem a inovações determinado e assim favorecer ao educador infantil porque são prenhes de saberes válidos às a construção de sua identidade profissional.

novos conhecimentos bem como os utilizando em sua prática educativa. Compreendemos que a formação para o trabalho educativo junto às crianças envolve uma série de questões relacionadas à definição da identidade profissional dos que atuam nas instituições de educação infantil. Avançar em relação a tais questões e de como estas se manifestam no cotidiano do educador infantil possibilitam ressignificar às práticas formativas além de fomentar ações que favoreçam a construção da identidade deste profissional. Portanto, além de buscar compreender a dinâmica estabelecida entre os conhecimentos e os profissionais é importante analisar os efeitos e significados da formação continuada no processo identitário do educador infantil que ocorre de forma permanente. Em relação a essa questão, Gomes afirma:

necessidades da realidade, do confronto entre as teorias e as práticas à luz das teorias existentes, da construção de novas teorias. Constrói-se


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Considerações Finais

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil Leitura CríticoCompreensiva Artigo a Artigo.14 ed. RJ. Vozes. A realização deste trabalho proporcionou CERISARA, Ana Beatriz. Professores de educação uma reflexão mais sistematizada acerca dos infantil: entre o feminino e o profissional. 2 ed. elementos pertinentes à formação continuada e São Paulo. Cortez 2002. sua contribuição na construção de sua identidade profissional. CIAMPA, Antonio da Costa. A Estória do Severino e A abordagem da temática ancorada em da Severina. São Paulo. Cortez, 2002. concepções construídas a partir de diversos contextos históricos, sociais, culturais, educacionais FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes e outros foi bastante significativa, uma vez que necessários à prática educativa. 30ª ed. São Paulo: trouxe para o centro das discussões conceitos, Paz e Terra, 2004 (Coleção Leitura). percepções e contribuições teóricas que conduziram à compreensão da inter-relação e articulação entre estes. A história da infância, da educação infantil e da formação do professor desta etapa da educação é marcada por lutas sociais, conquistas, empecilhos, definições na lei e incoerência entre estas e sua efetivação. A participação dos atores sociais em diversos contextos históricos possibilitou o reconhecimento da criança como sujeito de direitos, a inclusão da educação infantil nos sistemas de ensino, e a definição da necessidade de formação inicial para o professor da educação infantil devendo se constituir em um processo de formação continuada. Portanto, a compreensão desses aspectos e do que foi possível fazer, nos impulsiona a perseverar, a propor caminhos para a formação continuada e que esta contribua para a construção de uma educação infantil de qualidade para as crianças e educadores. Referências

GOMES, Marineide de Oliveira. Formação de professores na Educação Infantil. São Paulo. Cortez, 2009. (Coleção docência em formação. Série em educação infantil). IMBERNÓN, Francisco. Formação continuada de professores. Tradução Juliana dos Santos Padilha – Porto Alegre: Artmed, 2010. OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 4 ed. São Paulo, Cortez, 2008 – Coleção Docência em Formação. YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3 ed. Porto Alegre. Bookman, 2005.

SANTOS, Marisa Oliveira Vicente. A identidade de profissional de educação infantil. In Guimarães.Célia Maria (org). Perspectivas Para Educação Infantil. 1 ed. Araraquara. Junqueira & Marin. 2005.

BUJES. Maria Isabel Edelweiss. Escola Infantil: Pra TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação que te quero? In Craidy. Carmem Maria e Kaercher. profissional. 9 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. Artigo Gládis Elise P. da Silva (orgs). Educação Infantil: pra Publicado por EdUECE/ ABEU, 2013. que te quero? Porto Alegre. Artmed, 2001.


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O COORDENADOR PEDAGÓGICO NO CONTEXTO DA CRECHE: UM PERFIL DE FORMADOR EM CONSTRUÇÃO Edlane de Freitas Chaves edlanefc@hotmail.com

RESUMO Este trabalho apresenta um recorte da pesquisa: “O Coordenador Pedagógico como Formador na Instituição de Educação Infantil”, que teve como foco de estudo a atuação desse profissional na primeira etapa da educação básica, a partir da proposta de formação continuada do Projeto Paralapracá, no contexto de duas instituições educacionais do município de Maracanaú-CE. O artigo tem como objetivo apresentar a percepção do coordenador pedagógico da Educação Infantil diante da função de formador. A referida discussão fundamenta-se nas concepções teóricas de autores como Nóvoa (1992), Dourado (2002), Bondioli (2004), Imbernón (2010), Fusari (2012), Garrido (2012), Placco e Souza (2012), Oliveira-Formosinho (2001), Kramer (2008), Corsino (2008) e Zen (2012). Sendo esta investigação do tipo qualitativa, a entrevista semi-estruturada foi a principal técnica de pesquisa utilizada para a coleta dos dados, seguida das análises de seus resultados, os quais revelaram que a experiência das coordenadoras com a formação continuada despertou o interesse em aprofundar os estudos voltados para a Educação Infantil, assim como para a preocupação em desenvolver um perfil de formador nas vivências formativas e no acompanhamento pedagógico junto aos professores, no sentido de contribuir com a melhoria da qualidade das ações educativas no contexto da creche. Palavras-chave: Coordenador Pedagógico; Formação Continuada; Educação Infantil.

1. Introdução No contexto escolar atual, o Coordenador Pedagógico tem ocupado importante espaço na composição das equipes de profissionais que fazem parte das instituições educacionais. A discussão acerca da função ocupada por esse profissional é um fator relevante para que se possa compreender a essência e as responsabilidades das atividades que desempenha, assim como para o entendimento acerca desse papel pelos demais profissionais da escola. O Coordenador Pedagógico assume um

importante papel dentro da instituição escolar, visto que seu trabalho necessita de uma função mediadora, no sentido de ajudar o grupo de professores e comunidade escolar a compreender e construir os significados das propostas curriculares, como também para o desenvolvimento da formação junto aos professores, como forma de contribuir com os processos pedagógicos. Nessa perspectiva, este artigo tem como objetivo apresentar a percepção do Coordenador Pedagógico da Educação Infantil na função de


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formador no contexto da creche. Trata-se de um recorte da pesquisa intitulada “O Coordenador Pedagógico como Formador na Instituição de Educação Infantil”, que originou-se a partir das inquietações manifestadas na trajetória profissional como formadora de professores e de Coordenadores Pedagógicos, como também dos estudos e discussões realizados durante o Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica da UFC Virtual , aspectos que motivaram a realização deste trabalho. A experiência com o Projeto Paralapracá , através da proposta de formação continuada na Educação Infantil voltada para os Coordenadores

1. O Coordenador Pedagógico no contexto da Educação Infantil

Pedagógicos no município de Maracanaú (lócus da pesquisa), também foi um elemento importante que justificou a escolha pela referida investigação. As concepções teóricas de Dourado (2002), Bondioli (2004), Fusari (2012), Garrido (2012), Placco e Souza (2012), Nóvoa (1992), Imbernón (2010), Oliveira-Formosinho (2001), Kramer (2008), Corsino (2008) e Zen (2012) fundamentaram as discussões apresentadas neste artigo. O estudo a que se propôs a referida investigação recorreu à utilização de entrevista semi-estruturada como técnica de pesquisa, realizada com duas coordenadoras pedagógicas no contexto da realidade investigada. Dessa forma, com esse estudo pretendemos contribuir com as discussões que abordam a atuação do Coordenador Pedagógico como formador na Educação Infantil, sobretudo no ambiente da creche. Nessa perspectiva, no sentido de contemplar os aspectos de fundamentação teórica e o percurso metodológico utilizados na referida pesquisa, este artigo foi organizado conforme segue: 1. O Coordenador Pedagógico no contexto da Educação Infantil; 2. O contexto da pesquisa e seu percurso metodológico; 3. Os resultados e sua discussão; 4. Considerações; e, 5. Referências.

da educação, a inclusão da Educação Infantil na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/1996) em seu Artigo 29, considerando-a como direito das famílias e dever do Estado, visando o desenvolvimento integral da criança de zero a seis anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, passando a integrar a educação básica que tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996). Desse modo, as instituições com Educação Infantil devem priorizar práticas de educação e de cuidados que possibilitem o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças, integrando os aspectos cognitivo, afetivo, social, linguístico, motor do desenvolvimento infantil, respeitando as especificidades, de acordo com cada faixa etária. Esses aspectos são destacados por OliveiraFormosinho (2001) como a globalidade da educação da criança pequena, e colocam em evidência a importância do papel do professor e de sua formação para atuar nesta etapa de educação. A discussão de Kramer (2008), também aborda a importância da formação docente como prática relevante para a boa qualidade das ações

Considerando o percurso da história da infância, durante muito tempo a educação da criança era considerada como responsabilidade exclusiva das famílias ou dos grupos sociais a que ela pertencia. Atualmente, com as transformações históricas, políticas, teóricas e sociais, a educação destinada a crianças de zero a cinco anos tem evoluído no que se refere à garantia dessa educação enquanto um direito. Assim, é relevante destacar como um marco legal e importante desta evolução no âmbito


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pedagógicas na Educação Infantil. Nesse percurso, ao compreender como a criança se desenvolve, o adulto desempenha um importante papel no acompanhamento e na mediação das experiências junto às crianças. Tendo em vista o referido contexto, o Coordenador Pedagógico é considerado como o profissional que tem como atribuições a articulação, coordenação, acompanhamento, supervisão e orientação, no sentido de subsidiar o desenvolvimento do trabalho pedagógico a ser desenvolvido no cotidiano da instituição escolar. Nesse sentido, o Coordenador Pedagógico assume junto à equipe de professores, a importante

no espaço das instituições. Na discussão proposta por Imbernón (2010) acerca da formação continuada de professores, o autor define a formação como “toda intervenção que provoca mudanças no comportamento, na informação, nos conhecimentos, na compreensão e nas atitudes dos professores em exercício” (IMBERNÓN, 2010, p.115). Considerando a perspectiva do referido autor e levando para o âmbito da Educação Infantil, as especificidades que envolvem o mundo da criança requerem uma maior dedicação e compreensão por aqueles que direta ou indiretamente convivem com essa etapa da educação básica.

tarefa na articulação das práticas pedagógicas que envolvem os aspectos que compõem a realidade de educação e cuidados voltados para a criança pequena. Para isso, ele necessita de saberes que possibilitem compreender os processos de desenvolvimento e de aprendizagem das crianças, assim como estar atento à condução das práticas pedagógicas junto aos professores.

Portanto, é imprescindível a existência de intervenções, por meio da formação continuada, que possibilitem o desenvolvimento de saberes e atitudes específicos para fundamentar o trabalho do professor, visto que,

1.1. O Coordenador Pedagógico: um formador em construção Na instituição de Educação Infantil é fundamental a presença de um Coordenador Pedagógico consciente de seu papel, que reconheça a importância de investir tanto em sua formação como no incentivo à formação da equipe docente. Desse modo, reconhece-se que a formação continuada deve oferecer os fundamentos teóricos, para que se possam construir conhecimentos pedagógicos significativos e coerentes com as práticas educativas que o professor precisará para conduzir o seu fazer profissional. Nessa perspectiva, esse trabalho destacou a formação continuada de Coordenadores Pedagógicos que atuam na Educação Infantil, como formadores dos professores

são as ações de profissionais comprometidos, e em permanente formação e supervisão, que possibilitarão que seja atingido o objetivo geral da educação infantil, de proporcionar desenvolvimento integral e integrado das crianças, complementando a ação da família” (CORSINO, 2008, p. 216).

A importância deste tipo de intervenções por meio da formação continuada faz parte das atribuições pertinentes à função do Coordenador Pedagógico, no seu papel de formador junto aos professores, como encontra-se destacada na citação a seguir: Para realizar bem o seu trabalho como formador, o coordenador pedagógico precisa ganhar a confiança dos professores e colocar-se no lugar de parceiro. A dimensão subjetiva da formação dos professores não é menos importante do que as outras, pelo contrário, o coordenador pedagógico precisa estabelecer com seus professores uma relação que permita uma discussão honesta sobre os desafios da sala de aula. (ZEN, 2012, p. 10)


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Sendo um parceiro mais experiente, o Coordenador Pedagógico, em sua função de formador na instituição, deve ser capaz de envolver o grupo numa rede de confiança e de reciprocidade, em que o trabalho pedagógico deve ser construído coletivamente, de tal forma que venha a contribuir e ampliar o trabalho cooperativo, buscando, por meio dele, qualificar a atuação destes profissionais em sala de aula. Nesse sentido, o trabalho do Coordenador Pedagógico requer percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos professores e das crianças, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática, assim como destaca Nóvoa (1992, p. 36) “a experiência não é nem formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação”. Essa discussão também é abordada por Kramer e Nunes (2013. p. 40), para quem “a formação em serviço é necessária não apenas para aprimorar a ação profissional, mas também para orientar e agregar valor à profissão docente, já que é no diálogo que esses educadores constroem saberes e ressignificam a prática”. Nessa perspectiva, a formação continuada tem papel importantíssimo, pois visa incentivar, tanto no Coordenador Pedagógico como na equipe de professores, no desenvolvimento de uma postura de sujeitos críticos, reflexivos e transformadores, capazes de refletir sobre suas ações de forma madura, sensível e profissional. Desse modo, os saberes produzidos

2. Contexto da pesquisa e o percurso metodológico

nesse processo de formação devem possibilitar a ampliação das experiências, no sentido de produzir avanços no que se refere às práticas pedagógicas mais significativas e relevantes para atender as demandas específicas da Educação Infantil.

efetiva na formação desse profissional, para que ele possa exercer a função de formador no espaço escolar, com vistas à proposição de mudanças significativas no cotidiano desses sujeitos, assim como no espaço escolar (PARALAPRACÁ, 2013, p. 08).

Os programas de formação continuada para os professores devem proporcionar uma formação em serviço, que os possibilite repensar as suas práticas, analisando suas necessidades diante do seu cotidiano de atuação, tendo como base os referencias teóricos que permitam entender melhor a realidade, visto que, “a teoria é constitutiva da prática e a prática, da teoria; ambas se apóiam e se retroalimentam. [...] uma experiência formativa deve inspirar-se numa teoria, em conhecimentos científicos que a sustentam” (PARALAPRACÁ, 2013, p. 23). Nessa perspectiva, convém apresentar o contexto de realização desta pesquisa, que investigou a atuação de coordenadoras pedagógicas, a partir das suas experiências de formação continuada proposta pelo projeto Paralapracá em um município do Ceará. O referido projeto faz parte do Programa de Educação Infantil do Instituto C&A e nasceu do compromisso de contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças desta etapa de ensino pelos municípios do Brasil. Portanto, o projeto trabalha com duas linhas de ação complementares e articuladas: a formação continuada de educadores e o acesso a materiais de qualidade, tanto para as crianças quanto para os profissionais que atuam nesta etapa de educação. A referida proposta de formação considera os coordenadores como “agentes de mudanças por excelência”, e com essa ideia investe de maneira


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O lócus escolhido para esta pesquisa foi o município de Maracanaú, localizado na região metropolitana de Fortaleza, que implementou essa parceria tendo como foco a formação de Coordenadores Pedagógicos que trabalham em instituições que atendem esta etapa de educação, para atuarem como formadores dos professores de Educação Infantil nesses espaços. No sentido de responder às questões desta investigação, que demanda entender os desafios presentes na atuação do Coordenador Pedagógico como formador no contexto da Educação Infantil, sobretudo na realidade da creche, a pesquisa foi realizada em duas instituições que atendem crianças de zero a três anos em tempo integral, na rede municipal de educação já mencionada. Considerada como uma importante fonte de informações, o uso da entrevista semiestruturada neste trabalho se configurou como um instrumento de interação entre pesquisador e o objeto de pesquisa, “em que o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre o tema em questão sem se prender à indagação formulada” (MINAYO, 2007, p. 64). A motivação para a escolha das creches como lócus desta pesquisa se justificou devido à peculiaridade do atendimento que realizam, visto que são instituições de Educação Infantil que recebem matrículas de crianças a partir de seis meses de vida até os três anos de idade. Outra característica desse contexto para a referida escolha diz respeito à dupla função ocupada por um único profissional, que atua tanto na Direção (Gestor

76 questões burocráticas e de funcionamento geral da instituição, quanto a coordenação das ações pedagógicas com atuação também na formação dos professores e no acompanhamento das práticas pedagógicas. Assim, para a escolha do lócus desta pesquisa, foram determinados os seguintes critérios: a) ser instituição de Educação Infantil com atendimento às crianças de zero a três anos em tempo integral; b) estar inserida na formação continuada do Projeto Paralapracá; c) aceitar participar da referida pesquisa. Desse modo, no sentido de caracterizar o lócus investigado, o quadro a seguir apresenta as informações acerca das duas creches onde a pesquisa foi realizada, estão representadas por meio de numerais: Creche 01 e Creche 02, conforme o quadro, a seguir: Quadro I: Caracterização do Lócus da Pesquisa: Creche 01 e Creche 02

Fonte: Campo de pesquisa (dados referentes o ano letivo de 2014 - período de realização da pesquisa)

Nesse contexto, como sujeitos participantes da pesquisa foram escolhidas as duas Coordenadoras Pedagógicas que trabalham nas respectivas creches de tempo integral da rede Geral), quanto na Coordenação Pedagógica de municipal investigada. Para a escolha dos sujeitos creche. Esta é uma realidade importante de ser desta pesquisa foram determinados como critérios: destacada e que justifica a escolha por esses lócus a) a atuação na Coordenação Pedagógica de e sujeitos de pesquisa. instituição de Educação Infantil com atendimento Dessa forma, o Gestor Geral e às crianças de zero a três anos em tempo integral; também Coordenador Pedagógico tem como b) participação na formação oferecida pelo Projeto responsabilidades nas suas funções tanto as


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Paralapracá durante o ano de 2014; c) Aceitar participar da referida pesquisa. Desse modo, considerando o sigilo dos sujeitos da pesquisa, as duas Coordenadoras Pedagógicas participantes da pesquisa estão apresentadas como CP1 e CP2. Convém destacar ainda, que a escolha de instituições de uma rede pública como lócus para a realização desta pesquisa, justificou-se pelo contexto de coordenação pedagógica abordado nesse trabalho, como também, especialmente pelo fato de ter compromisso ético e político com a educação pública, tanto no âmbito profissional, quanto de minha formação escolar e acadêmica. 3.

Resultados e discussão

3.1. Como acontece a formação do Projeto Paralapracá? Conforme já mencionado neste texto, os encontros de formação continuada do Projeto Paralapracá são direcionados às coordenadoras pedagógicas que trabalham nas instituições com Educação Infantil. No município investigado, trinta coordenadoras pedagógicas participavam desse processo, das quais vinte e três da rede municipal e sete são da rede de creches contratadas. Esses momentos com as coordenadoras acontecem duas vezes por mês, com carga horária de quatro horas cada um. Assim, desde o início do projeto, em 2013, até o período da realização desta pesquisa aconteceram um total de vinte e quatro encontros de formação, totalizando uma carga horária de noventa e seis horas até o referido momento. Diferentes eixos já foram trabalhados nas formações, tais como os intitulados a seguir:

77 Os espaços onde esses encontros acontecem com as coordenadoras são variáveis, visto que dependem da pauta de formação, assim como da disponibilidade de locais e do calendário de formação do município. Assim, estes acontecem tanto em espaços internos, seja na própria secretaria de educação ou em salas de outras instituições do município, como em espaços externos (museus, sítios, centros culturais etc.) escolhidos de acordo com a programação definida. A referida experiência pode ser constatada na fala da CP1 entrevistada: [...] Também tem as aulas de campo, em que nós já fomos para o Dragão do Mar, nós já visitamos um sítio. De acordo com o tema que está sendo trabalhado, aí é feita a visita. Quando a gente estava trabalhando o brincar, nós visitamos a exposição de brinquedos do Dragão do Mar. Quando a gente estava trabalhando ‘Assim se explora o mundo’, nós fomos a um sítio. No ‘Assim se faz arte’, nós fomos ao Museu do Ceará onde visitamos as obras do artista Ernani Pereira (artista cearense). Estou esperando agora, para ver como será no eixo ‘Assim se organiza o ambiente’, que é a próxima formação. (CP1)

Nesse contexto, um aspecto interessante e rico desses momentos é que, de acordo com o tema do eixo da formação a ser trabalhado, diferentes espaços já puderam ser explorados pelas coodenadoras, vivência que condiz com a afirmação de Domingues (2014, p. 71), quando destaca que “as trocas de experiências tornam-se tão singulares e particulares como cada espaço educativo”. Os encontros de formação com as coordenadoras são planejados e conduzidos pela assessora pedagógica do Projeto Paralapracá, que conta com a parceria e apoio da equipe técnica de educação infantil da secretaria de educação, visto que, “para que a formação ocorra em consonância com as reais necessidades da intituição é importante

Assim se brinca, Assim se explora o mundo e Assim planejar a partir de um diagnóstico das demandas se faz arte. Durante o mês em que esta pesquisa foi e envolver os profissionais nesse processo” realizada, aconteceria ainda o primeiro encontro do (PARALAPRACÁ, 2013, p. 41). eixo Assim se organiza o ambiente.


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com educação infantil como eu é tudo novo e As metodologias utilizadas nos encontros e a instigador. (CP2) organização dos ambientes são aspectos planejados de acordo com as demandas percebidas e com as experiências que embasam essa necessidade. A Ainda no que diz respeito à fundamentação CP2, em seu relato, ressalta acerca da importância teórica que norteia os planejamentos dos encontros, desses elementos e do cuidado com o planejamento é importante ressaltar que esta é orientada por da formação: materiais elaborados pelo próprio projeto, tais como A organização do ambiente, o baú, os materiais, os cadernos de orientação e experiências vídeos, os fantoches, fica muito bonito. A gente se sente registros de formação nas instituições, assim como bem, enche os olhos e estimula. Todo mundo fica lá tirando fotos e postando. E da mesma por livros de autores nacionais e internacionais forma que ela (a assessora do projeto) faz pra que estão disponíveis no baú do projeto, que gente eu tento fazer na instituição pra que fique um ambiente bem agradável, que as professoras tratam dos temas que abrangem os processos de se sintam à vontade e que visualizem a criança. desenvolvimento e aprendizagem das crianças e as Pensar como as crianças se sentiriam diante daquele ambiente todo organizado para elas. Eu pelo menos fico encantada com as coisas que vejo, com os livros diferentes, as historinhas, enfim, eu fico imaginando que na nossa época não tinha e hoje tem tantas coisas diferentes que nossas crianças têm oportunidade de ver, e conhecer. (CP2)

Convém ressaltar que, conforme a proposta do projeto Paralapracá, existe uma preocupação em envolver os participantes nesse processo, tanto no início como no percurso de todo o projeto, “a fim de que se sintam mobilizados, desejosos de fazer parte do processo formativo e, especialmente, respeitados nos seus saberes e nas suas demandas” (PARALAPRACÁ, 2013, p. 41). Desse modo, convém destacar que os assuntos são abordados pela assessora de forma instigadora, provocativa e reflexiva, considerando como ponto de partida os eixos propostos no projeto e a realidade das instituições, conforme também relata a CP2, a seguir: Eu acredito que o olhar da assessora é muito importante e ela nos cobra muito. Ela chegou pra dizer assim: vamos fazer! Arregaça as mangas que a coisa tem que acontecer. Eu sinto que com ela é desse jeito, eu quero e eu vou fazer. Pra gente que está como formadora, até pra quem tem um certo tempo de experiência

práticas pedagógicas na educação infantil. No que se refere à formação que acontece nas instituições com educação infantil, estas também são quinzenais ou de acordo com cada realidade. O Coordenador Pedagógico tem autonomia para elaborar a pauta de formação de acordo com as orientações recebidas da assessoria do projeto e considerando as necessidades observadas no contexto escolar em questão, assim como relatam as CP1 e CP2 respectivamente, sobre as suas experiências com a formação nas creches onde atuam: No começo do módulo, na organização da agenda eu procuro já dar indicações do que elas têm pra pesquisar dentro da creche e procuro ver também se tem alguma coisa na internet onde é que elas podem pesquisar, até pra facilitar na questão do tempo. Aí na primeira agenda eu já coloco até o menu do que elas têm para pesquisar. Também costumo fazer outras atividades antes do dia, já voltadas para o tema “que a gente chama preparando para o Paralapracá”, porque aí elas já vão percebendo mais ou menos o que as espera, já vão fazendo um trabalho voltado pra aquilo dali (CP1). Primeiro eu preparo a escola para a formação dos professores, porque a gente prepara os professores para que depois eles possam realizar com as crianças. O interessante é que elas vivenciem também o que eu vivenciei, para que elas possam também vivenciar com as crianças. Volto entusiasmada da formação, vou


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para o computador fazer a pauta, onde eu penso o que é que eu vou trazer de novidade para as meninas (professoras). [...] eu tento me espelhar na “...” (nome da assessora do programa), porque ela pra mim é o exemplo ali. O que ela faz com a gente, eu observo o que é sempre diferente e tento fazer com as meninas (professoras). Então, eu coloco na pauta o momento da acolhida que é sempre uma brincadeira, aí eu coloco na hora das discussões um vídeo, procuro trazer alguma vivência do que realmente aconteceu lá na nossa formação, mostrando outras realidades apresentadas nos vídeos. Isto é, mostrando pra elas que, o que funciona no lugar A, B ou C, aqui também pode funcionar. É necessário que elas vejam que, mesmo com poucos recursos outras instituições estão conseguindo fazer. Então é bom ver e tentar fazer (CP2).

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às coordenadoras pedagógicas a partir do Projeto Paralapracá, de também atuarem como formadoras no espaço escolar, principalmente para as que atuam nas creches de tempo integral, estas passaram a viver um período de intensas aprendizagens e transformações. A cada encontro de formação vivenciado, algumas mudanças passaram a acontecer tanto no que se refere às suas posturas como formadoras e coordenadoras, como no cotidiano da instituição com as suas respectivas equipes de professoras. Conforme os relatos das CP1 e CP2, a principal contribuição da formação do Projeto Paralapracá

Conforme as perspectivas evidenciadas no trabalho do coordenador pedagógico refere-se pelas CP1 e CP2, é relevante apresentar as afirmações à importância e à necessidade de voltar a estudar, o de Garrido (2012), que, ao mencionar acerca da que explicitam nos depoimentos a seguir: importância do coordenador enquando formador, Eu digo que uma das coisas que essa destaca o papel desse profissional em “subsidiar e formação trouxe pra nós é a questão de nos organizar a reflexão dos professores sobre as razões conscientizarmos do quanto a gente tem que estudar. Na história dos registros, que se fala da que justificam suas opções pedagógicas e sobre as dificuldade do professor de fazer registro. Esse dificuldades que encontram para desenvolver seu registro aqui né?! (se reportando a um registro de atividades das professoras, que entregou trabalho” (GARRIDO, 2012 p. 09). à pesquisadora para ler antes de iniciar a Nessa perspectiva, é importante destacar que entrevista). [...] E nessas coisas a formação tem ajudado muito, principalmente na questão de o coordenador pedagógico deve ser incentivador registrar. [...] Então dentro da formação a gente do grupo de professores, proporcionando o tem despertado para coisas que vem sendo colocadas, que a gente vem estudando sobre acesso à fundamentação teórica a ser discutida e isso, mas que não se conseguia sistematizar refletida, como também possibilitando o acesso as (CP1). experiências significativas, “favorecendo a tomada de consciência dos professores sobre suas ações e Acredito que aos poucos algumas professoras vão fazendo vai devagarzinho... Eu vejo que já o conhecimento sobre o contexto escolar em que está melhorando, mas eu acredito que com a atuam” (GARRIDO, 2012, p. 09), considerando ainda continuidade as coisas vão dando certo. [...] A gente sabe que dentro das escolas de um as práticas pedagógicas relevantes para o contexto modo geral, muitas idéias ‘tradicionais’ ainda da Educação Infantil. estão muito grudadas no contexto da educação 3.2. Contribuição do Projeto Paralapracá na formação do Coordenador Pedagógico na sua atuação como formador na Educação Infantil

Diante

do

desafio

que

foi

lançado

infantil. Com a formação há um estranhamento com o que se está aprendendo tanto pelos professores, quanto pelos gestores. Eu vejo como se fosse uma especialização pra mim. Eu estou me sentindo num curso de especialização. Onde todos os dias eu descubro coisas novas. E esse material do Paralapracá, os livros - porque cada eixo tem dois livros do formador - dentro desses livros tem experiências de outras escolas, de outros estados e tem textos riquíssimos de


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apoio que sempre usamos na formação. Sempre estou usando eles como base para trabalhar na formação com as professoras (CP2).

A CP2 relatou ainda que o projeto está abrindo o olhar dos coordenadores para atuações importantes na educação infantil, como, por exemplo, o registro das práticas de formação. Ela citou o portfólio como um desafio, mas, ao mesmo tempo, desperta para a importância desse tipo de registro, tanto para as práticas da formação, como para o acompanhamento das práticas pedagógicas dos professores junto às crianças. Desse modo, percebe-se que apesar dos desafios, a importância de estudar, de pesquisar, de registrar, de ser modelo de boas práticas e de incentivar os professores nesse processo são algumas das contribuições relatadas pelas coordenadoras que participaram da pesquisa. Outro aspecto percebido a partir dos depoimentos das entrevistadas refere-se à mudança do olhar das coordenadoras para a formação e a importância desta no cotidiano do seu trabalho, o que proporcionou ampliação de conhecimentos, fazendo-as sair do lugar comum, do comodismo que muitas vezes pode se instalar no decorrer da profissão. Alguns desses aspectos supracitados estão presentes nos relatos das CP1 e CP2, que explicam acerca de alguns pontos da formação que planejam para as professoras nas creches: No começo do módulo, na organização da agenda eu procuro já dar indicações do que elas têm pra pesquisar, dentro da creche e procuro ver também se tem alguma coisa na internet onde é que elas podem pesquisar, até pra facilitar na questão do tempo. Aí na primeira agenda eu já coloco até o menu do que elas têm pra pesquisar. Aí costumo fazer outras atividades antes do dia, já voltadas para o tema “que a gente chama preparando para o Paralapracá”, porque aí elas já vão percebendo mais ou menos o que as espera, já vão fazendo um trabalho voltado pra aquilo dali (CP1).

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Então eu digo que a formação nos trouxe isso, para esse olhar, para você ver o que está ao seu redor e trazer para a escola. Aproveitar ao máximo tudo que está do lado. Até uma caixa de fósforos, que poderia não servir pra nada, a gente pode fazer um fantoche, um brinquedinho. Assim, eu acho que o projeto veio pra isso, pra mexer com a rotina, e fica tudo pra lá e pra cá mesmo, você não para, você fica encantada. E quando eu vou fazer a formação é exatamente isso que eu penso... Eu me empolgo (CP2).

Portanto, vivenciar as práticas com a equipe de professores, propor novos caminhos, o olhar para a infância, ser incentivador de experiências significativas, também são algumas das contribuições que aparecem de maneira explícita e/ou implícita nos relatos das coordenadoras entrevistadas nesta pesquisa. Entretanto, convém destacar o que disse CP2: E essa é a minha atuação que eu quero dizer... Eu vivencio lá, passo pra elas e tento vivenciar com elas na sala de aula. Tanto é que quando elas estão fazendo alguma atividade com as crianças, eu estou lá observando e propondo idéias: ‘vamos fazer assim, vamos ver desse outro jeito’... Que é pra vivenciar realmente as experiências que o projeto possibilita. Eu acho que essa é a função do Paralapracá... Posso estar até equivocada, mas é como eu estava dizendo... Eu acho que o projeto veio pra mexer...pra lá e pra cá mesmo! Mexer no que estava parado demais, grudado... E acho que isso está acontecendo... Está desgrudando o povo. [...] Tudo o que estamos vivenciando esta servindo de aprendizado. Acho que o maior incentivo do Paralapracá foi isso, o aprendizado. É como eu digo, nada é novidade, mas tudo se tornou novidade, né?! Porque a gente sabia que tinha, sabia que existia, mas não se vivenciava. Aí quando se passou a vivenciar, passou a ser a novidade (CP2).

Fusari (2012) ressalta que num projeto de formação deve-se considerar e valorizar os saberes advindos da experiência, das trocas de informações, mas que “identifiquem as teorias que eles praticam e criem situações para que analisem e critiquem


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suas práticas, reflitam a partir delas, dialoguem com base nos novos fundamentos teóricos” e, com base nessas vivências, tenham oportunidade de propor maneiras de superar os desafios do contexto em questão (FUSARI, 2012, p. 22). Finalmente, é preciso destacar que quaisquer iniciativas de formação continuada só serão exitosas se, além do esforço e dedicação do formador, o corpo docente tiver interesse e vontade de compreender a proposta e estiver disposto a promover mudanças, pois, sem esse envolvimento, nenhuma transformação ocorrerá, de nada adiantará participar das formações continuadas, se não houver a renovação do olhar, das concepções que proporcionam a inovação da prática pedagógica. Considerações Finais Considerando o movimento de ressignificação do trabalho do Coordenador Pedagógico, as suas demandas de trabalho, bem como as discussões nesta área, a realização desta pesquisa teve como objetivo analisar a percepção de Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantil de um município cearense na função de formadores nas creches onde trabalham. Desse modo, a referida investigação se deu justamente na perspectiva de perceber essa realidade, em que a função do Coordenador Pedagógico se configura também no desenvolvimento de um perfil de formador com a contribuição da experiência de formação continuada proposta pelo Projeto Paralapracá, no contexto específico da Educação Infantil. A pesquisa revelou que o Projeto Paralapracá, proposto especificamente aos Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantil, possui uma proposta estruturada voltada para formação continuada desses profissionais, para que possam atuar como formadores nas instituições de onde

81 trabalham. Essa proposta possibilitou assessorar os Coordenadores Pedagógicos, no sentido de indicar-lhes o acesso a subsídios didáticos e a fundamentação teórica que proporcionassem experiências formativas aos professores no contexto da Educação Infantil. A formação continuada do Paralapracá possibilitou como importante diferencial a sensibilização do olhar do Coordenador Pedagógico e, consequentemente, dos professores para as especificidades do trabalho a ser desenvolvido com a criança pequena, no sentido de melhorar a qualidade das práticas pedagógicas voltadas para esta etapa de educação. Desse modo, por meio dos relatos das coordenadoras entrevistadas, verificou-se o envolvimento destas com a proposta de formação continuada em questão, aspecto que lhes proporcionou o desenvolvimento de um olhar cuidadoso para a realização da formação na creche, como também o interesse em desenvolver um perfil de formadora, tendo como foco o estímulo aos professores no desenvolvimento de práticas pedagógicas significativas na Educação Infantil. Com a pesquisa observou-se ainda, que o Projeto Paralapracá contribuiu de forma positiva para a formação do Coordenador Pedagógico na sua atuação como formador na Educação Infantil. As coordenadoras destacaram em seus depoimentos que a oportunidade de participar desse processo formativo ajudou-as a perceber a importância da formação continuada nas suas respectivas trajetórias de profissão. A referida experiência estimulou-as a despertar para o interesse em aprofundar seus estudos voltados para a Educação Infantil, assim como para a preocupação em desenvolver um perfil de formadora, possibilitando a realização de um trabalho de boa qualidade em parceira com o grupo de professores.


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Quando questionadas acerca das contribuições do Projeto Paralapracá nas suas respectivas trajetórias de profissão e formação, de modo geral, elas destacaram: a sensibilização do olhar para compreender a Educação Infantil; a oportunidade de organizar e conduzir experiências de formação junto às professoras; e, ainda, a compreensão acerca das práticas pedagógicas significativas para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, como alguns dos ganhos pessoais e profissionais com essa experiência de formação continuada. Nesse sentido, inferiu-se, mediante os estudos realizados que a construção de um perfil de formador, referindo aqui ao Coordenador Pedagógico, requer tempo para vivenciar e aprimorar as experiências a partir da formação, bem como o olhar dos sistemas de educação para esse profissional, no sentido de investimento na formação profissional, bem como na viabilização das ações formativas nas instituições. Nessa perspectiva, convém afirmar que a realização da pesquisa possibilitou a ampliação do olhar para a função significativa que o Coordenador Pedagógico ocupa na instituição escolar, principalmente assumindo a construção de um perfil de formador no contexto da Educação Infantil. Referências ARCO-VERDE, Yvelise F. de Sousa. In: MARÇAL, Edgar e ARCO-VERDE, Yvelise F. de Sousa (organizadores). Gestão Pedagógica em Foco: percepções de educadores e educandos da EAD sobre a realidade Educacional. Fortaleza: Imprece, 2014.

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O PROJETO PARALAPRACÁ E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL EM MARACANAÚ

Francisca Nepomucena Moura franciscanepomucena@gmail.com Solange Maria Silvestre Maciel solange.silvestre1@gmail.com

RESUMO O presente artigo contempla um recorte dos processos formativos vivenciados na Educação Infantil em Maracanaú, através do projeto Paralapracá, que traz em seu escopo, a formação do coordenador pedagógico e a sua atuação enquanto formador de sua equipe, na perspectiva de se refletir sobre as práticas pedagógicas e qualificá-las, contribuindo assim, para que as crianças da referida etapa, ampliem suas aprendizagens e consigam viver experiências diversas a partir das múltiplas linguagens. Vale ressaltar que, neste trabalho evidencia-se também o Intercâmbio em Reggio Emilia, uma cidade italiana que vem inspirando diversos países a olharem para as suas realidades e perceberem a criança como um ser do presente e que precisam estar efetivamente nas políticas públicas. Desta forma, pode-se afirmar que por mais que o referido projeto tenha contribuído significativamente na formação dos profissionais envolvidos, ainda se tem muito a avançar na Educação Infantil do município. Palavras-chave: Projeto Paralapracá, Educação Infantil, Reggio Emilia e Coordenador Pedagógico. 1 INTRODUÇÃO A formação de professores como um direito foi implementada no Brasil a partir da década de 1990, no âmbito de suas políticas educacionais. Neste contexto, a Educação Infantil assim como, as demais etapas da Educação Básica devem garantir aos profissionais envolvidos a formação continuada na perspectiva de contribuir para o desenvolvimento profissional e à qualificação de suas práticas. No contexto do projeto Paralapracá, a proposta formativa tem como foco o coordenador pedagógico, que forma a sua própria equipe de professores a partir da realidade, com vistas a apoiar as práticas pedagógicas e o desenvolvimento das crianças.

Para tanto, o projeto investe significativamente na construção da identidade do coordenador pedagógico, por meio de um ciclo formativo constante e de uma metodologia abrangente. É importante ressaltar ainda que, o referido projeto está em consonância com os documentos oficiais que normatizam a Educação Infantil dentre os quais destaca-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (Lei nº 9.394/1996) e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), Parecer CNE/CEB nº 22/98, Resolução CNE/CEB nº 01/99 e a Resolução Nº 5, de 17 de dezembro de 2009.


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CIENTÍFICA O presente artigo, aborda o percurso construído na Educação Infantil em Maracanaú a partir do projeto Paralapracá, o qual foi inserido na rede municipal em 2013. Assim, uma de suas primeiras ações formativas foi o Intercâmbio na cidade de Reggio Emilia – Itália, que aconteceu no período de 29 de maio a 05 de junho do ano citado, sendo uma realização do Instituto C&A, com o apoio técnico da AVANTE – Educação e Mobilização Social e a valorosa parceria do Centro Internazionale Loris Malaguzzi. O referido Intercâmbio teve como objetivo principal fortalecer a atuação dos gestores públicos e ainda aprofundar a compreensão sobre as condições necessárias para uma Educação Infantil de qualidade. Essa ação marcou o início de uma parceria e implementou novas trajetórias na Educação Infantil em Maracanaú. O Paralapracá em seu escopo delineia um processo formativo, tendo como foco a formação do coordenador pedagógico reverberando nas práticas pedagógicas. No desenvolvimento do artigo em pauta, será evidenciado o referido projeto e suas ressonâncias na Educação Infantil no município de Maracanaú, bem como um breve relato do Intercâmbio supracitado. 2 O INTERCÂMBIO EM REGGIO EMILIA E O PROJETO PARALAPRACÁ O Instituto C&A, através do projeto Paralapracá, ao firmar parcerias com as Secretarias Municipais de Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE), com muita expertise inicia as ações no II Ciclo do referido projeto, conhecendo uma experiência de Educação Infantil e que é referência mundial: a do Reggio Children (Centro Internacional pela Defesa e Promoção dos Direitos e Potencialidades de Todas

85 as Crianças, em Reggio Emilia), na Itália. Na oportunidade, participaram desse Intercâmbio os representantes dos citados Municípios, assim como os das cidades de Jaboatão do Guararapes (PE) e Teresina (PI), ambas pertencentes ao I Ciclo. O Intercâmbio em pauta teve como objetivo maior, contribuir para o fortalecimento das práticas de Prefeitos, Secretários de Educação e Coordenadores Municipais de Educação Infantil, na perspectiva de ampliarem seus olhares diante da Infância em seus Municípios e assim, implementarem políticas públicas consistentes e adequadas para a criança pequena. A programação de todo o Intercâmbio contemplou diversos e significativos momentos de estudos e trocas, com o apoio técnico da AVANTE – Educação e Mobilização Social – Salvador (BA), envolvendo alguns atores do contexto de Reggio Emilia, como: professores, pedagogista, atelierista e outros especialistas que atuam na área da Infância. A cidade de Reggio Emilia é conhecida mundialmente por sua excelência na Educação Infantil. Localiza-se em uma região considerada próspera e progressista de Emilia Romagna, no nordeste da Itália, com 172.000 habitantes. As crianças de 0 a seis anos representam 6% da população geral. Portanto, 65,9% dessas crianças frequentam creches ou pré-escolas públicas, dados referentes a maio do ano de 2012. Após o término da Segunda Guerra Mundial em 1945, um grupo de mães de Villa Cella, próximo a Reggio Emilia, se uniu com o objetivo de reconstruir algo a partir das ruínas. Assim, pensando nas crianças, as respectivas mães difundiram a ideia e foram conseguindo gradativamente a adesão de outras pessoas, alguns comerciantes, enfim a sociedade como um todo e fundaram uma escola, a qual tornou-se universalmente conhecida através da abordagem pedagógica para a infância.


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O professor e jornalista, Loris Malaguzzi, pensador da educação das crianças pequenas, é considerado o grande orquestrador da abordagem de Reggio Emilia na Educação da Primeira Infância. É importante destacar um pouco de seus sentimentos e perspectivas da experiência vivida:

relações, a formação profissional e a avaliação. As cem linguagens são compreendidas como possibilidades que se transformam e multiplicam, na cooperação e na interação linguagens-linguagens, crianças-crianças e crianças-adultos. Nesse sentido, alguns autores se debruçaram sobre o assunto:

A história de nossa abordagem, e de meu papel nela, começa seis dias após o término da Segunda Guerra Mundial. Era primavera de 1945. O destino deve ter desejado que eu fosse parte de um evento extraordinário. Ouvi que em um pequeno vilarejo chamado Villa Cella, umas poucas milhas da cidade de Reggio Emilia, as pessoas haviam decidido construir e operar uma escola par crianças pequenas. Esta idéia pareceu-me incrível! Corri até lá em minha bicicleta e descobri que tudo aquilo era verdade. Encontrei mulheres empenhadas em recolher e lavar pedaços de tijolos. As pessoas haviam-se reunido e decidido que o dinheiro para começar a construção viria da venda de um tanque abandonado de guerra, uns poucos caminhões e alguns cavalos deixados para trás pelos alemães em retirada. Em oito meses, a escola e nossa amizade havia lançado raízes. O que ocorreu em Villa Cella foi apenas a primeira fagulha. Outras escolas foram abertas na periferia e nos bairros mais pobres da cidade, todas criadas e operadas por pais. Encontrar apoio para a escola, em uma cidade devastada, rica apenas no luto e pobreza, seria um processo longo e difícil e exigiria sacrifício e solidariedade indispensáveis à época (MALAGUZZI,1999. p. 59).

Vejo as cem linguagens como um lago com muitas, muitas fontes nele desaguando. Acho que o número cem foi escolhido para ser bem provocador, a fim de reivindicar para todas essas linguagens não só a mesma dignidade, mas também o direito de expressão e de comunicação de umas com as outras (RINALDI, 2012, p.340).

A consolidação do trabalho de Loris Malaguzzi se deu por acreditar na potencialidade dos pais e em seu olhar sensível para a infância. No ano de 1963, foram criadas as primeiras escolas para as crianças pequenas, na rede municipal de Reggio Emilia. Em 2013, a rede em pauta completou 50 anos de contribuição significativa para uma melhoria da qualidade de vida de suas crianças. A experiência pedagógica de Reggio Emilia, tem como princípios de seu Projeto Educativo: as crianças protagonistas ativas do processo de desenvolvimento, as cem linguagens, a participação, a escuta, o aprendizado como processo de construção subjetivo e no grupo, a pesquisa educativa, a documentação educativa, a projetação, a organização, o ambiente, espaços e

A documentação representa uma grande possibilidade de reflexão, onde todas as ações pedagógicas são centradas na pedagogia de valorização da subjetividade, em prol das aprendizagens das crianças. Assim, a documentação tem uma relação intrínseca com a avaliação, a qual valoriza todas as experiências infantis, tendo em vista as práticas pedagógicas dos adultos que mediam o cotidiano nas instituições de Educação Infantil. A pedagogia da escuta percebe as falas das crianças como ponto de partida para o surgimento de novos saberes, pois através desse princípio são percebidas como verdadeiras protagonistas em suas aprendizagens. O papel do professor constitui-se como um grande impulsionador de oportunidades e de experiências, tendo como ações pertinentes a sua prática: o ouvir e o observar. Para Loris Malaguzzi, o professor é o grande profissional que encoraja, que estimula as crianças em seus processos de aprendizagem. Nesta perspectiva, vale ressaltar que na cidade de Reggio Emilia a educação de crianças é um de seus pilares e a pedagogia da escuta, a documentação, a avaliação e a competência do professor constituem essencialmente as potencialidades de um trabalho pedagógico que valoriza a criança, suas produções, seus movimentos, enfim a


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CIENTÍFICA percebe como um ser capaz, inteligente e único. Certamente, a experiência vivida pelas equipes gestoras contempladas no Intercâmbio em pauta, trouxe impactos relevantes na perspectiva de se perceber a Infância e consequentemente as possibilidades de melhoria da qualidade da Educação Infantil no contexto de suas Redes Municipais. 3 O PROJETO PARALAPRACÁ E SUA PARCERIA COM OS MUNICÍPIOS “Toda criança tem direito a uma escola equitativa, plural e acolhedora – um espaço no qual ela possa contar com a educação e o cuidado apropriados à sua faixa etária e em que seja respeitada a sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. - Princípio básico, (BRASIL, p.5, 2013).

A partir do princípio descrito acima, o Projeto de Educação Infantil desenvolvido pelo Instituto C&A através do Projeto Paralapracá visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças que frequentam as Instituições de Educação Infantil, investindo na formação continuada dos profissionais desta etapa bem como propiciado o acesso a materiais de qualidade para as crianças e profissionais que com elas vivenciam experiências educativas. Basicamente, estes foram os elementos que aguçaram o desejo de se participar do processo seletivo para o segundo ciclo do Paralapracá, com vistas ao fortalecimento das práticas formativas, bem como ao acesso aos materiais disponibilizados pelo Projeto. Diante da inscrição, percebeu-se que as potências e fragilidades da Rede que sinalizavam possibilidades de se estar entre os cinco municípios da Região Nordeste a serem contemplados na seleção. Ao final do processo seletivo em 2013, foram contemplados com o projeto: Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN), e Olinda (PE). Inicialmente foram inscritas 30 instituições em cada município, perfazendo um total de 150

87 instituições, 175 coordenadores pedagógicos, 950 professores e 20.750 crianças. Em Maracanaú, a partir desse momento foram iniciados os preparativos para o lançamento do projeto no município, e nas Instituições participantes (vinte e três das Rede Municipal e sete da Rede Contratada). Referidas Instituições atendiam na época 3.947 crianças, distribuídas em 238 turmas, 170 professores e 30 Coordenadores Pedagógicos. Diversos materiais compõem a coleção Paralapracá, os quais são entregues em um Baú, a saber: livros de literatura Infantil, fantoches, CD’s com músicas infantis, materiais de artes e bandinha rítmica, mala com livros técnicos, cadernos de orientação, cadernos de experiências, (dos Eixos a serem abordados na formação: assim se brinca, assim se faz arte, assim se faz música, assim se explora o mundo, assim se organiza o ambiente e assim se faz literatura), caderno de orientação do Coordenador Pedagógico, Almanaque Paralapracá, Estação Paralapracá, Série de vídeos e sacolas). O recebimento dos materiais foi motivo de grande alegria e festejos na Rede, que começou a se mobilizar para realizar o lançamento do Projeto e apresentá-lo à comunidade. Os lançamentos ocorreram como uma grande celebração, na qual todos os parceiros, autoridades municipais, gestores, coordenadores pedagógicos, professores, técnicos, pais, funcionários, comunidade e principalmente as crianças foram convidados a participarem do banquete e a“degustarem as guloseimas”preparadas com vistas à aguçar os sentidos e despertar sonhos, fantasias e lembranças da infância próxima ou distante, bem como a vislumbrar as possibilidades ofertadas ao “adentrar no mundo do Paralapracá.” Neste contexto, foram dados os passos iniciais de uma caminhada projetada para o período de 2013 a 2015 com perspectiva até o ano de 2016. O diferencial do Paralapracá é a formação dar-se no


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CIENTÍFICA chão da Instituição (creche ou escola com turmas de Educação Infantil), além de suscitar no coordenador pedagógico sua função principal: a de formador, instigador e fomentador de práticas pedagógicas significativas, favoráveis ao desenvolvimento infantil partindo de sua realidade, buscando nos materiais estruturados para o projeto os subsídios para dialogar com seu contexto, enriquecendo-o e estimulando as mudanças necessárias. Assim, é válido considerar os aspectos envolvidos no desenvolvimento do projeto, dando atenção em especial ao processo de formação do coordenador pedagógico, dos profissionais em cada instituição, dos técnicos da Secretaria de Educação e de como este ciclo formativo contribuirá para a melhoria no atendimento de qualidade à criança da Educação Infantil. 4 O CICLO FORMATIVO E SEUS SUJEITOS A formação no Paralapracá passou a acontecer de forma sistemática nos cinco municípios já citados, tendo como sujeito central o coordenador pedagógico que atua como formador junto aos profissionais em cada instituição participante do projeto. Para tanto, a Avante – Educação e Mobilização Social, ao início de cada Eixo, realizava “ações formativas com as assessoras e supervisoras com o intuito de garantir o desenvolvimento do projeto”. (BRASIL, 2013, p.12). Posteriormente, a Gerente da Educação Infantil no município também passou a fazer parte dos encontros, fato que contribuiu para a escuta mais específica de questões da Política Municipal e posteriores encaminhamentos. Ao priorizar a formação com o coordenador pedagógico, o projeto busca resgatar a essência de sua função social no ambiente escolar, ou seja, o responsável pelas ações formativas junto aos professores e demais profissionais

88 da Instituição, função muitas vezes sufocada pelas atividades burocráticas ou administrativas ou ainda devido à falta de clareza quanto as atribuições de sua função, se for elencar, se encontrará um leque de razões ou subterfúgios que atropelam o fazer pedagógico do coordenador. Como profissional inserido no cotidiano da instituição de Educação Infantil, o coordenador pedagógico precisa dar sentido a sua prática. Nesse sentido, o Caderno de Orientação o Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada, evidencie essa questão ao destacar: Aliado às demandas contemporâneas por mais qualidade na educação das crianças, o projeto Paralapracá insere-se como uma ação cuidadosamente planejada que visa promover mudanças relevantes no cotidiano dos coordenadores das instituições participantes. Considera os coordenadores como agentes de mudanças por excelência e, por isso, investe na formação desse profissional para que o mesmo possa exercer sua principal função junto aos professores: a de formador (CHAVES E LOIOLA, 2013, p.8).

Nesta perspectiva, o Paralapracá investe na formação do coordenador pedagógico e entende como uma ação estratégica que apoia este profissional por fomentar práticas formativas e ainda oportunizar a troca de experiências em que o saber da prática é enriquecido pelo saber da teoria, exigindo do coordenador a compreensão e encaminhamentos das demandas advindas do contexto da formação, quer enquanto formando, quer enquanto formador. Assim, os dois encontros de formação realizados mensalmente com a assessora e os coordenadores pedagógicos resultavam em mais dois encontros com os educadores infantis nas Instituições. A metodologia formativa do Projeto não se configura em repasse, do contrário, considera as temáticas abordadas nos Eixos formativos como ponto de partida para cada instituição. O coordenador pedagógico antenado com a realidade e necessidades de seu grupo,


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elabora uma pauta reflexiva, problematizadora propícia à escuta da experiência e favorável a um ambiente colaborativo no qual a teoria se transpõe para a prática. E assim, se dar a homologia dos processos, compreendida no Paralapracá como: … uma concepção que rompe com a ideia de “repasse” de “alguém que sabe ensinando a outros que não sabem”, de algo pronto que precisa ser multiplicado. Ao contrário, defende a “autoria” de cada sujeito da formação que, a partir das experiências vividas, elabora e produz novas experiências (INSTITUTO C&A; AVANTE, 2013, p.34).

Para implantar uma prática formativa desse porte é importante que os sujeitos nela envolvidos possam transitar entre os saberes da prática e os da teoria ampliando e ressignificando seu repertório sociocultural, experiencial e profissional tendo instituição como lócus da formação em que as experiências e conhecimento da equipe pedagógica contribuem para sua formação bem como para o desenvolvimento das crianças por ela atendidas. Com vistas a favorecer o desenvolvimento infantil, os conteúdos abordados no processo formativo foram organizados por Eixos: Assim se brinca, assim se faz arte, Assim se faz música, Assim se explora o mundo, Assim se organiza o ambiente e Assim se faz literatura. Os referidos eixos estão articulados entre si, tanto nas ações formativas quanto na prática. Uma vez que defendem a criança como sujeito de direito, seu protagonismo que produz cultura. Vivenciar cada Eixo foi uma experiência enriquecedora, reveladora de novas possibilidades para os diversos atores em cada instituição. Os encontros reafirmavam certezas, incertezas, desafios a serem superados na coletividade, com os pares. Em maior parte da trajetória do Paralapracá foi possível ver a concretude de ações pertinentes à constituição do coordenador pedagógico enquanto formador de professores, a presença das múltiplas linguagens, maior participação

89 dos pais e comunidade, integração das instituições, maior aproximação da Secretaria de Educação, enfim foram experienciadas diversas situações que colocaram a criança como centro do planejamento pedagógico, respeitando suas singularidades e suas especificidades O Projeto foi ganhando espaço nos municípios parceiros. O Instituto C&A e a Avante sabiamente acrescentaram à ciranda, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), com o mote Educação à distância sem distância, favorecendo um intercâmbio entre os coordenadores pedagógicos, assessoras, equipe técnica e Secretarias de Educação, além de realizar vários cursos e campanhas, investindo na formação, provocando novas reflexões, sempre tendo como preocupação principal a criança e consequentemente o seu direito a uma Educação Infantil de qualidade. Nos cinco anos (2013-2007) de Paralapracá em Maracanaú, aconteceram várias possibilidades formativas e de aprendizagens, como também encontros e desencontros, principalmente fica a certeza do caminho, pois o referido projeto ajudou a construir e conquistar, sempre com muito apoio no fazer consciente e coerente com a realidade. Sobretudo ficou claro o desejo que as crianças do município de Maracanaú vivenciem uma infância feliz e que sejam respeitadas em suas singularidades. 5 CONSIDERAÇÕES GERAIS Um ciclo formativo intenso “Delapracá” e “Daquipralá”, tem sido o Paralapracá, por onde passou, vivenciado com muita intensidade pelos profissionais de “LÁ” e de “CÁ”. Semelhante à busca pela autoafirmação e identidade aconteceu essa ciranda que deu forma à ação (formação) e ao profissional (coordenador pedagógico) em solo fértil ou em situações adversas, movidos pela paixão, crença, busca constante de qualificar


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suas práticas, ser um profissional melhor. Conquistas, avanços e não retrocessos. Os sujeitos envolvidos no processo estão melhores, mais qualificados profissionalmente. O Paralapracá vem contribuindo significativamente com a Educação Infantil de Maracanaú, visto que cumpriu sua meta: o coordenador pedagógico enquanto formador de professores se empoderou ainda mais e a equipe técnica da Secretaria de Educação com uma postura formadora, mediando os processos, ora sujeito da formação, ora fomentadora de práticas formativas. Considerando o fim do Termo de Cooperação Técnica, encerra-se a parceria Instituto C&A, Avante e Maracanaú, o que não deve significar o fim do trabalho da Educação Infantil na Rede Municipal, pois ainda há muito a conquistar, com vistas a uma etapa que garanta às crianças maracanauenses o direito e o acesso a uma escola equitativa, plural e promotora de aprendizagens. E assim, o legado Paralapracá em Maracanaú está nas pessoas, que com certeza fomentarão outros movimentos formativos para que a Educação Infantil tenha cor, sabor e significado para as crianças. REFERÊNCIAS

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