"O Dínamo" Edição Histórica 2023

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Como a prefeitura pode acabar com o DA/DCE alegando a necessidade de construirumaescolaquena visãodemuitospoderiaser feitaemoutrolugar.Vejana pág.4

Com cultura, arte e ações sociais voltadas à comunidade itajubense, o DA/DCE da UNIFEI possui sua história marcada por várias ações e momentos marcantes,vejanapág.17

A história do DA e seu prédio possui tradição e projeção nacional, com influência e referência nos debates e na luta política desde a década de 70. Veja napág.9

Itajubá • Julho de 2023 Edição especial

ACADÊMICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ (DCE-UNIFEI), JUNTAMENTE COM O COLETIVO DE EX-ALUNOS APRESENTAM A EDIÇÃO ESPECIAL E HISTÓRICA DE “O DÍNAMO”.

TENDO EM VISTA O PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO DO PRÉDIO PERTENCENTE AO DCE, POR PARTE DA PREFEITURA DE ITAJUBÁ, CUJO PREFEITO É O SR. CHRISTIAN GONÇALVES TIBURZIO E SILVA, INICIOU-SE O MOVIMENTO PARA RESGATAR A MEMÓRIA DOS ALUNOS E EX-ALUNOS DE NOSSA QUERIDA UNIVERSIDADE, QUE COM MUITO ESFOÇO CONSTRUÍRAM 70 ANOS DE HISTÓRIA RELEVANTE PARA A SOCIEDADE ITAJUBENSE.

O LANÇAMENTO DESSA EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL “O DÍNAMO” VEM COM O DESEJO DE EXTERNAR DE FORMA VEEMENTE TODO REPÚDIO DA COMUNIDADE “UNIFEIANA” AO PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO, E TAMBÉM PARA PRESERVAR E ETERNIZAR A HISTÓRIA DO DIRETÓRIO ACADÊMICO DIANTE DO RISCO IMINENTE DE SUA DESTUIÇÃO.

PARA OS QUE SE SOLIDARIZAM COM NOSSO QUERIDO DA/DCE....E TAMBÉM AOS POUCOS QUE FICARAM DO LADO DA PREFEITURA:

(Theodomiro Santiago)

COLETIVODEEX-ALUNOS

PRODUÇÃO: Paulo Eduardo Messias Mello de Oliveira

COLABORAÇÃO: Rosélis Ester da Costa

ARTIGOS DESSA EDIÇÃO:

Álvaro de Menezes Silva / Angelica de Oliveira Naús / Carlos

Augusto Silva Almeida / Cláudio Luís Russo Moysés / Helder

Paulo de Sousa Almeida / Fabio Gaertner Farhat / Guila Del Ducca / Hugo Vicente da Silva / Idamar Sidney Cobianchi

Nigro / Jorge Maligieri / José Almir / Luiz Guilherme Ravacci

Pires / Marcel Fernando da Costa Parentoni / Marcelo

Ferreira Muniz / Maurício Pássaro / Paulo Eduardo Messias

Mello de Oliveira / Pedro Renó Gama / Ronaldo Storino / Rosélis Ester da Costa / Solano Cantuária.

DCEUNIFEI

PRESIDENTE – ANA ALMEIDA

VICE-PRESIDENTE – HELENA DE OLIVEIRA

COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO – GABRIEL COVOLO

COORDENADOR DE DIVULGAÇÃO – JOÃO VITOR SALOMÃO

EDITORES E REVISORES:

Membros da diretoria.

CONTATO:

DCE – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Itajubá.

Endereço: Rua Tenente José Cabral, 165, bairro São Vicente, Itajubá-MG

Telefone: (35) 3622–0432

E-mail: presidencia@dceunifei.com.br / secretaria@dceunifei.com.br

Redes Sociais:

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“O Dínamo” é um informativo criado pelos alunos diretores do Diretório Acadêmico em 1946 com o objetivo de expor notícias, projetos, comunicados e eventos relacionados à instituição. E esta edição foi criada pelo ‘Coletivo de Ex-Alunos’ da Universidade Federal de Itajubá que se reuniram em prol da defesa do antigo DA, hoje DCE, e de seu prédio.

Todo seu conteúdo foi avaliado e aprovado pelo DCE, e a utilização por parte dos ex-alunos do nome de sua publicação periódica foi autorizada

O
DIRETÓRIO
“...Revelemo-nos mais por atos que por palavras...”

ORIGEM

O desenvolvimento do país, a partir do início do século XX demandou a implantação de instituições superiores de ensino de engenharia, quer isoladas, quer fazendo parte de alguma universidade. Os alunos destas instituições constituíam um grupo passivo, sem uma organização representativa destinada a opinar sobre o que lhes era ministrado e a sua conexão com a realidade e as necessidades da nação.

A criação de um órgão representativo de classe foi, paulatinamente, fazendo parte das aspirações estudantis nos vários estabelecimentos de ensino superior espalhados pelo território nacional.

Em 1955, um decreto do então Presidente do Brasil, João Café Filho, impedia que as instituições de ensino superior funcionassem sem uma associação representativa do corpo discente. O decreto obrigava ainda essa associação a manter departamentos internos de esportes, social, de beneficência e previdência e cultural.

O Instituto Eletrotécnico de Itajubá (IEI) – que posteriormente passou a ser chamado de Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), e hoje Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) – fundado em 1913,primeirainstituiçãosuperiordeensinonaáreade engenharia elétrica do país, somente em 1935 veio a possuirum órgãorepresentativode seu corpo discente. Foi criado sob o nome de Associação Acadêmica do Instituto Eletrotécnico de Itajubá, esta fundada em 23 de novembro do mesmo ano e reconhecida oficialmente pelo artigo 32 do Decreto Federal 23.566 de dezembro de 1936.

Em 1946 surgiu o Diretório Acadêmico do Instituto Eletrotécnico de Itajubá, e funcionava em sala cedida pelo Colégio Itajubá. Em 1947 foi nomeada a Primeira Comissão Transitória da Sede Própria. Desde essa época o Diretório Acadêmico (antigo DA e hoje Diretório Central dos Estudantes – DCE) vem mantendo a tradição de luta, orientada no sentido de promover a união e sustentar a integridade da classe estudantil e de colaborar na resolução de seus problemas gerais e específicos.

NOVA SEDE

Em meados da década de 1940 a então Associação Acadêmica recebe como doação uma área para a construção de sua sede do Sr. Próspero Sanches, conforme as figuras 1 e 2 a seguir.

Campanha pelo rádio e ajuda do Prof. Vicente Sanches, sensibilizaram o Sr. Próspero Sanches, que doou um terreno de 500 m2, cuja escritura foi assinada por ele e a esposa no dia 25 de novembro de 1947. Foi lançado um concurso para o projeto de construção, os três trabalhos apresentados, Licínio Seabra, Ormes Moscon e Ibsen Amaral Sanábio, Kerman José Machado, foram condensados. Os desenhos foram gratuitamente feitos pelo Sr. José Carvalho, desenhista da Fábrica de Armas.

Em setembro de 1948, com a presença de inúmeras autoridades, foi lançada solenemente a pedra fundamental pelo Comandante do 4º BE, Ten Cel Haroldo Passos Matoso Maia, representando o Presidente da República Gal. Eurico Gaspar Dutra. Muitos foram os doadores. A primeira doação foi feita pelo Dr. Vidal Dias, de trinta e sete mil cruzeiros, que equivalia a 60 vezes o salário de um engenheiro.

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Figura 1 – Localização da Sede Figura 2 – Placa Fixada na Sede Social

Na Figura 2 vemos uma placa de homenagem a Próspero Sanches. E também pode ser visto as outras placas instaladas nas paredes da sede social do DA/DCE-Unifei no ANEXO III.

No ano de 1949 iniciaram-se as obras da sede com intensa participação de alunos e bem feitores, conforme a figura 3 a seguir. O estilo arquitetônico adotado foi o moderno brasileiro.

AMPLIAÇÃO

Em 1951, no dia 3 de novembro, a nova sede social foi inaugurada com a participação dos membros da comunidade docente, discente e da sociedade Itajubense.Nafigura4pode-seobservaroprogramado evento e na figura 5 o convite para as festividades.

No final da década de 1950 (1959) a sede social passou por ampliações para adequar o espaço para outras finalidades, cabendo destacar a Casa do Estudante cuja estrutura abrigava um restaurante com capacidade de atendimento de cerca de 250 discentes. As figuras 7, 8 e 9 a seguir (mesmo com a falta de nitidez das duas primeiras) mostram os detalhes.

Na Figura 6 é visto o prédio da sede social do diretório acadêmico já com seu acabamento externo.

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Figura 3 – Obras da nova sede em 1949 Figura 4 – Programa do evento Figura 5 – Convite do evento. Figura 6 – Fachada do prédio à época de sua inauguração. Figura 7 – Fachada do prédio da Casa do Estudante. Figura 8 – Refeitório.

A seguir seguem mais imagens que mostram o esforço dos alunos e ex-alunos da época para a construção de um prédio PARA os alunos, com o intuito de auxiliar no apoio a todo o corpo discente e representa-lo de todas as formas possíveis. Ademais, o diretório acadêmico visa a integração com a comunidade itajubense. E é esse o legado que nossos colegas de memória esperavam, e que devemos todos honrar.

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Figura 9 – Refeitório em números à época de seu funcionamento. Figura 10 – Registros do período de construção da sede social do diretório acadêmico Figura 11 – Registros do período de construção da sede social do diretório acadêmico Figura 12 – Registros do período de construção da sede social do diretório acadêmico. Figura 13 – Registros do período de construção da sede social do diretório acadêmico

A desapropriação de imóveis pelo poder público é um ato discricionário, ou seja, a lei é clara que nem mesmo a garantia fundamental a propriedade está imune a este ato quando é alegado utilidade pública. E este ato é régio pelo decreto-lei Nº 3.365, de 21 de junho de 1941.

E recentemente a prefeitura de Itajubá, em nome do prefeito Sr. Christian Gonçalves Tiburzio e Silva demonstrou aintençãodeutilizaroimóvel pertencente DCE-Unifei (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Itajubá), onde se situa a NOSSA HISTÓRICA SEDE. E isso resultou na emissão do decreto 9.983/2023 que coloca em prática essa intenção, sob a alegação da construção de uma escola em tempo integral para crianças, que atenderá até 500 alunos.

Abaixo nas Figuras 16 e 17 pode ser visto o artigo primeiro do decreto, com os dados constantes do terreno (endereços, coordenadas, área, etc).

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Figura 14 – Registros do período de construção da sede social do diretório acadêmico. Figura 15 – Fachada do diretório acadêmico já pronta Figura 16 – Artigo 1º do decreto 9.983/2023
Figura 17 Artigos 2º, 3º e 4º do decreto 9.983/2023

Na Constituição Federal em seu art. 5º, XXIII, afirma se também sobre o caráter absoluto ‘’ a propriedade atenderá a sua função social”. Sendo assim, pode-se dizer que há limitação no próprio.

O decreto de utilidade pública não poderá ser contestado em seu mérito, mas apenas no preço. No entanto outras demandas podem ser feitas através de ações diretas.

Em assembleia o DCE, por unanimidade decidiu por ser contrário a desapropriação e recusou aoferta feitapela prefeitura de R$ 4 milhões e uma cessão de um terreno no parque de Itajubá, porém sem garantias formalizadas até onde apurado ao fim desta edição.

Em tese, esta é uma alegação que obviamente nenhuma pessoa seria contra, dado o aspecto social e humanistadafinalidade, ou seja, um ato nobre. Porém, dado a possível ideologização do debate frente ao assunto, surgiram diversas dúvidas e o temor de que a questão da construção da escola poderia ser utilizada também como um pretexto para fechar definitivamente o diretório acadêmico, o que seria inconcebível pois ambos (DA/DCE e a escola em tempo integral) podem coexistir sem um entrar no espaço do outro E para melhor entendimento isso será abordado no capítulo 4.

O artigo da rádio afirma que o posicionamento da reitoria foi emitido após pressão dos alunos e salienta o fato do mesmo não estar assinado pelo reitor.

Assim, as notas oficiais emitidas tanto pela Reitoria quanto pela AD-Unifei passaram a ser consideradas como tímidas, mas emitidas.

As notas podem ser vistas abaixo nas Figuras 19 e 20.

Para a lutacontra adesapropriação do DA/DCE-Unifei o coletivo de ex-alunos da Universidade Federal de Itajubá considerou que deveria ser capitaneada pelo próprio DCE, mas também que houvesse participação ativa e inequívoca do AD-Unifei e também da reitoria da universidade somando-se forças e assessorando no queforpossível,porémobservou-sequeotemanãofoi tratado de forma satisfatóriadeacordo com a visãodos ex-alunos.

No entanto isso mudou após a assembleia realizada pelo DCE-Unifei no qual a decisão de não aceitar a desapropriação venceu por unanimidade conforme informado pelo mesmo

A rádio Itajubá chegou a publicar um artigo a respeito onde relata o fato (ver a figura 18), e pode ser acessado no seguinte link: https://www.radioitajuba.com.br/noticias/unifei-seposiciona-contraria-a-desapropriacao-do-predio-do-da/.

Para conferir a nota da reitoria da Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI, cesse o link: https://unifei.edu.br/blog/nota-sobre-desapropriacaoda-sede-social-do-dce-bar-cultural/

O link nas redes sociais que dá acesso a nota da associação de diplomados da Unifei pode ser acessado aqui: https://shre.ink/9NgH

Ressalta-se que uma compilação das referências está disponibilizada no capítulo 17 - REFERÊNCIAS, na página 38

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Figura 18 – Chamado do artigo na rádio Itajubá a respeito da nota da reitoria da Universidade Federal de Itajubá
Figura 19 Nota da reitoria da Universidade Federal de Itajubá

Após a emissão das notas não se obteve mais manifestações públicas da reitoria nem da AD-Unifei. Sendo que o posicionamento de cada um destes é considerado de extrema importância e ajudaria muito para a defesa do diretório acadêmico e a manutenção de seu prédio em posse dos alunos.

5. Qualoa classe social alvodealunos para esta nova escola?

6. Foram avaliadas outras opções, como o terreno do ITC ao lado pra se construir a escola?

7. Qual a razão de se chegar a conclusão de que o DCE-UNIFEIdeve serutilizado para sediara escola?

8. Quem foram os idealizadores do processo de desapropriação do DCE-UNIFEI?

9. Como foram as tratativas com os alunos e a diretoria do DCE-UNIFEI na época (gestão 2022 e gestão 2023)?

10.Quando a decisão da Desapropriação foi definida, como isso foi tratado pela diretoria do DCE na época (gestão 2022) com a prefeitura?

11.E como a notícia repercutiu na comunidade acadêmica na visão da prefeitura?

12.Qual foi posicionamento inicial da Reitoria e da AdUnifei junto a prefeitura?

13.Foi feita uma estimativa concreta dos gastos? Incluindo todo custo do risco de inviabilização de uma empresa legalmente constituída?

14.A prefeitura já avaliou arcar com outras indenizações decorrentes a prejuízos causados pela desapropriação, dos quais o valor ofertado não supre?

15.A prefeitura já fez previsões de possíveis reveses que, nos piores casos, poderiam levar até mesmo a processos por improbidade administrativa?

16.A construção desta escola não seria mais vantajosa se fosse em outros espaços?

17.E quando começaram as conversas com o prefeito foi feita uma avaliação imobiliária real para ter noção dos valores de mercado?

18.Na visão do prefeito, que importância tem o diretório acadêmico da Unifei? Para os alunos e principalmente na comunidade itajubense?

DAS DÚVIDAS

Diante da falta de informações, foram enviadas via email para os endereços imprensa@itajuba.mg.gov.br e secom@itajuba.mg.gov.br da prefeitura de Itajubá, além de contato via telefone para o número (35) 9 9893-3656 (sem sucesso), com os seguintes questionamentos:

1. Como surgiu a ideia de uma escola em tempo integral?

2. Por que a Prefeitura escolheu a área do diretório para se construir a escola? Não existem escolas na redondeza outra escola para ser adaptada ao tipo de escola pretendida?

3. Por que o projeto da escola em tempo integral não foi divulgado? Solicita-se o fornecimento integral do projeto para avaliação.

4. Onde foram divulgados os estudos de impacto no trânsito?

19.A prefeitura tem a noção da dimensão do atual movimento contrário à desapropriação? Há o entendimento de que o assunto deveria ser levado a uma maior discussão?

20.Como a prefeitura (em detalhes) planeja preservar o patrimônio físico/arquitetônico e todo o acervo histórico contido nas dependências do prédio do DCE-Unifei, tendo em vista que uma escola deve ser adequada aos padrões estabelecidos?

21.Por que acelerar a construção da escola em tempo integral ao invés de realizar adequações necessárias nas escolas existentes?

22.A prefeitura já cogitou em apresentar uma proposta para utilizar em conjunto (parcerias) a sede social do DCE com atividades culturais para a comunidade?

23.Quais os planos para a mitigação dos impactos negativos no trânsito local após a inauguração da escola pretendida?

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Figura 20 – Nota da Associação de diplomados da Universidade Federal de Itajubá

A prefeitura, via SECOM respondeu com a seguinte mensagem: “Todas as informações referentes ao projeto da Escola em Período Integral na localidade em questão estão sendo tratadas diretamente com o poder Judiciário” .

suficiente para a Prefeitura construir a Escola em período integral planejada?”. Ou “seria possível negociar com o Governo do Estado a ampliação/utilização da Escola Estadual Major João Pereira ao lado do ITC?”.

ALGUMAS QUESTÕES QUE MERECEM ABORDAGEM

De antemão o coletivo de ex-alunos da Universidade Federal de Itajubá e também o DCE-Unifei esclarece que nunca houve a objeção da construção da escola, mas as intenções de desapropriação a sede social ao invés de buscar alternativas soam como injustas.

Como mencionado no capítulo 2, a alegação da construção de uma escola transmite de forma intensa, uma boa ação para as crianças da comunidade. Um argumento perfeito para ganhar o apoio popular.

Mas há um “outro lado da história”:

O trânsito na região é relativamente caótico, e julga-se que a circulação de transporte para 500 crianças aumentará muito o tráfego da região;

Há de se considerar que crianças carentes não moram na região central, e para os pais que realmente necessitam de uma escola de qualidade ficaria muito mais viável que matriculassem seus filhos em escolas das regiões de suas residências. Então vem a pergunta: “Qual a classe social de crianças que serão atendidas por essa nova escola?” Pois se entende também que famílias de maior poder aquisitivo preferem matricular seus filhos em escolas particulares, o que resta a considerar um público de classe média-baixa.

Analisando-se também a situação da própria cidade, pode ser observada a existência de 2 outras escolas a cerca de 500m de distâncias da sede social do DCE Unifei, o que leva a seguinte pergunta: “Seria mesmo necessário outra escola bem ali naquele local?”

Em dezembro de 2019, a prefeitura de Itajubá recebeu, comodoaçãofeitapelogovernodo estado de MG,oITC - Itajubá Tênis Clube, conforme a notícia do seguinte link: https://lnkd.in/dEGqT29X.

O ITC, ao centro na Figura 21 a seguir, é ao lado do DA/DCE-Unifei, na foto à direita. Ao lado do ITC, à esquerda na foto, temos a Escola Estadual Major João Pereira. Perguntas: “O espaço do ITC não seria

Sabe-sequejáhouveoutrahipótesededesapropriação alguns anos atrás (conforme mostra a nota da reitoria UNIFEI publicada em 23 de fevereiro de 2016 em sua rede social, acessível em https://www.facebook.com/universidadefederaldeitaj uba/posts/942304259217885/?locale=pt_BR). E é de conhecimento público de que a área da sede social do DCE-Unifei também já foi alvo de especulação imobiliária e de investidas de negociadores de imóveis.

Restou aos alunos o direito a essa dúvida, porém este méritonão será discutido pois se tratou apenas de uma suspeita devido a possibilidades remotas, assim partiuse para o pressuposto que não seja esse o caso. E assim torcemos.

Ressalta-se que nas redes sociais apareceram relatos (de conhecimento público) a respeito de escolas necessitando de reformas nos bairros mais afastados, além de outras escolas com falta de alunos.

Também foi visto através de notícias da imprensa local que a prefeitura tem tomado uma série de empréstimos milionários ao longo dos anos, endividando a cidade. A seguir o link de uma das reportagens que mostra o último desses empréstimos: https://itajuba.cam.mg.gov.br/2023/06/27/pl-queautoriza-o-municipio-a-contratar-emprestimo-de-r-42milhoes-e-aprovada-em-segundo-turno/. Essa verba não deveria ser utilizada “a priori” para as questões mais urgentes?

Até o momento não há publicidade de como será este projeto! Seu estudo de viabilidade, estudo de impactos ambientais e nem como será a adequação às normas de edificações de estabelecimentos educacionais, haja vista a necessidade de preservação de patrimônio histórico estabelecidos por leis (a exemplo da Lei Nº

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Figura 21 – Vista aérea da região do DA/DCE e do ITC (área verde adjacente ao Tigrão e EE Major João Pereira).

22627 DE 31/07/2017 do governo de Minas Gerais, entre outras). Bem como a consonância com o plano diretor (LEI Nº 3352/2019) da cidade de Itajubá.

Tambémédeconhecimentoa entradacomprocessode tombamento do prédio no IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) com um recursoparamanteropatrimôniohistóricoeculturado qual a sede social do DCE-Unifei representa. A divulgação da notícia pode ser acessada através das redes sociais no link do Instagram: https://zp42.www.instagram.com/opedrogama43/?hl=af

Suspeita-se de certa ideologização desta questão por parte da prefeitura, e que pode ter se tornado “pessoal” ao prefeito, dado o tratamento dispensado por ele a nova presidente do DCE, a graduanda Ana Almeida, mostrado no vídeo acessível neste link: https://www.instagram.com/p/CswszU6OK9J/

Os alunos, ex-alunos e tampouco a comunidade Itajubense quer que a construção desta escola seja condicionada a desapropriação da sede social do DCEUnifei.E esperamosquejamaistenhasidoou sejadesta forma.

DAS QUESTÕES TECNICAS

A prefeitura ofereceu R$ 4 milhões inicialmente, e o prefeito Christian chegou a cogitar em uma entrevista na rádio Itajubá fazer o depósito judicial considerando o valor venal, no qual mencionou girar em torno de RS 1 milhão. O que minimamente é considerado um absurdo ao patrimônio/ativo, a empresa constituída e aos alunos e membros da comunidade UNIFEI.

As razões são claras: A sede social do DCE-Unifei possui um valor muito mais alto daquele que foi oferecido. Porém após essa repercussão negativa ofereceu-se 4 milhões de reais mais a cessão de um terreno de 2.000 m2 no parque da cidade. E ressalta-se novamente que a oferta deste terreno não foi formalizada. E ainda se trata de uma cessão, não doação. Ou seja, o DCE ficaria sem uma propriedade. Além disso, a lei que rege o processo de desapropriação indica que a indenização deve ser em dinheiro, e não versa sobre permutas ou processos semelhantes.

Considerando-se a sazonalidade do mercado, e a prática de preços reais, tem terrenos com até R$ 3 000,00 por metro quadrado (m2) conforme se pode ver em anúncio de imobiliária local mostrado na Figura 22. E ao se aplicar este preço máximo na avaliação do imóvel (para não se imputar qualquer tipo de riscos ao negócio do DCE-Unifei) chega-se ao valor de R$

10.620.000,00 somente o terreno, haja vista que a área total da sede social é de cerca 3540m2 . Ainda deve ser acrescentado custos de construção entre outros que serão abordados adiante.

Dados do imóvel acima pode ser visto no link: https://www.vilasboasimoveis.com/?conteudo=fotogr afias&categoria=9775

Lembra-se que a norma NBR 14653 utilizada para avaliação de imóveis deve ser considerada apenas como uma referência de boa prática, porém não possui força de lei. E também infere-se que esta não considera aespeculaçãoimobiliária,asimposiçõesdevendedores de imóveis entre outros fatores, ou seja, a situação real do mercado imobiliário local. Portanto, a avaliação baseada na norma pode ser contestada caso o valor esteja aquém do avaliado pelo expropriado. Assimpara a eliminação de riscos ao negócio uma avaliação considerando o teto de preços pode e deve ser feita

Lembra-se também que no ano de 2023 uma nova gestão do DCE tomou posse! Uma turma com um “gás” novo e novas ideias. E que o argumento que o DCE passou por gestões desastrosas não podem balizar as expectativas para os próximos anos. Assim, o argumento de que o DCE não dará lucros durante os períodos que virão não podem ser considerados. Pois o planejamento dessa nova diretoria prevê lucros e eles são factíveis.

Caso o DCE seja desapropriado e desalojado, o lucro previsto seria eliminado, então poderia incorrer na indenização relativa a “lucros cessantes”. E a previsão de aquisição de terreno e uma construção de um novo prédio seriam de pelo menos 2 anos.

Tambémhá de se ressaltarque o DCE possui pertences, sendo mobílias, aparelhagem, acervo histórico,

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Figura 22 – Exemplo de preço de terreno a venda em região privilegiada

materiais administrativos, milhares de documentos, objetos, etc. E apesar da maioria deste material não possuir valor comercial, eles possuem valor histórico e cultural, e dificilmente poderiam ser vendidos, e talvez nem doados. Assim, a desapropriação incorrerá no custo de armazenagem da totalidade destes.

Caso o DCE adquira um terreno, é justo que este deva ter a mesma capacidade de atratividade que o atual, e paraaconstruçãodeumanovasedesocial é necessário a contratação de ema empresa de engenharia para elaboração de projeto e de uma empresa para a construção, além de um funcionário com tempo integral para gerenciamento das obras.

Uma obra é necessária uma série de licenças, ARTs, alvarás entre outros, com custos e com muita com burocracia.

Também há de se considerar materiais de construção extra-escopodaempresaconstrutora,areaparelhagem adequada para o novo espaço, o isolamento acústico, sistemas de ar condicionado comercial, sistemas antiincêndio comerciais, mobília nova (a antiga está frágil e certamente não resistirá a uma mudança).

Após tudo o que foi relatado acima será necessário o AVCB e o “Habite-se”, registro na junta comercial entre outros que se fizerem pertinentes.

Todos os custos gerados pela desapropriação, em que cremos ter elencado a maioria acima, podem até mesmo ultrapassar o valor de cerca de R$ 25.000.000,00. Causando um ônus muito acima do previsto, e que certamente poderão ser cobrados via ações de ressarcimento contra a prefeitura de Itajubá.

E uma vez dado a procedência nos pedidos de indenização, é possível que a desapropriação não prospere, e a área atual do DCE que é alvo do decreto entre em um novo processo, de retrocessão.

E caso a prefeitura, nesse intervalo tenha obtido a posse do prédio e iniciado obras, é possível que viabilize ações de improbidade administrativa contra o prefeito, secretários e demais envolvidos. Onde certamente a justiça avançará contra o patrimônio pessoal destes. Isso é uma possibilidade a ser considerada.

Todo esse relato gera uma pergunta: “A desapropriação compensa?”.

Não! Todos sairão perdedores. E uma escola que poderia ser construída sem a desapropriação do DA/DCE-Unifeinão “sairiado papel”.E éuma pena,pois

a comunidade, alunos e ex-alunos espalhados pelo Brasil ficariam sem o DCE e também sem a escola!

Educação é a base do país, mas não é destruindo a História e a Cultura que avançaremos! Apoiaremos todo movimento para melhorar e Educação, mas a Educação tem que ser inclusiva e construtiva e não destrutiva!

Não se constrói o futuro destruindo o passado! E os alunos e ex-alunos estão dispostos a ajudar o DCE e também a prefeitura com alternativas para a construção da escola.

PERSONAGENS HISTÓRICOS:

O Centro Cultural tem o nome de Jaime Petit da Silva, ex-aluno da turma de 1966.

Lúcio Petit da Silva - Natural de Piratininga (SP), perdeu o pai muito jovem, razão que o levou a trabalhar desde cedo para a ajudar a mãe e os dois irmãos mais novos: MariaLúcia eJaime, ambos mortos durante a Guerrilha do Araguaia. Mudou-se várias vezes de cidade e cursou o ensino fundamental entre Amparo (SP) e Duartina (SP). Acatando a preocupação familiar de dar continuidade aos estudos foi morar com um tio em Itajubá (MG), no intuito de concluir o ensino médio, o que o possibilitou ingressar no curso superior do Instituto Eletrotécnico de Itajubá – IEI (atual UNIFEI). Nesse período começou sua militância estudantil, momento em que se tornou membro do Diretório Acadêmico de sua faculdade e foi responsável pelo do setor de cultura da entidade. Participou das atividades culturais propostas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) por meio do Centro Popular de Cultura (CPC). Engajado na luta pela igualdade social escreveu diversos poemas e crônicas sobre os problemas sociais brasileiros para o jornal O Dínamo, do diretório acadêmico de sua faculdade. Em 1965, em São Paulo, já formado em engenharia exerceu atividade como engenheiro nas companhias Light, Engemix e Nativa, em Campinas (SP). Por conta das perseguições à sua militância política, em meados de 1970, deixou seu trabalho na cidade e seguiu para a região sudeste do Pará, local escolhido pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) para iniciar a Guerrilha. No campo, tornou-se um excelente mateiro e, segundo os moradores daquela região, fez vários poemas e literatura de cordel que eram recitados durante as sessões de terecô

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(manifestação religiosa local). Passou a usar o nome de Beto, tornou-se vice comandante do Destacamento A, após a morte do comandante André Grabois.

Foi reconhecido comodesaparecido políticopeloanexo I da Lei no 9.140/95 e pela Comissão Especial sobre Mortos eDesaparecidos Políticos em4 de dezembrode 1995. Seu nome consta no Dossiê ditadura: mortos e desaparecidos políticos no Brasil (1964-1985), organizado pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos. Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pelo desaparecimento de 62 pessoas na região do Araguaia no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”) vs. Brasil, entre elas está Lucio. A sentençaobrigaoEstado Brasileiroainvestigaros fatos, julgar e, se for o caso, punir os responsáveis e a determinar o paradeiro das vítimas. É considerado desaparecido político por não terem sido entregues os restos mortais aos seus familiares, o que não permitiu o seu sepultamento até os dias de hoje. Conforme o exposto na Sentença da Corte Interamericana no caso Gomes Lund e outros, “o ato de desaparecimento e sua execução se iniciam com a privação da liberdade da pessoa e a subsequente falta de informação sobre seu destino, e permanece enquanto não se conheça o paradeiro da pessoa desaparecida e se determine com certeza sua identidade”, sendo que o Estado “tem o dever de investigar e, eventualmente, punir os responsáveis”.

precoce do pai influenciou que entrasse no mercado de trabalhoquandoaindaeramuitojovem. Jaimetambém residiu e estudou nas cidades de Duartina (SP), Rio de Janeiro (RJ) e de Itajubá (MG), morando com seu irmão mais velho – Lucio Petit da Silva – nesta última. Pouco tempo depois, em 1965, ingressou no Instituto Eletrotécnico de Engenharia da Faculdade Federal de Itajubá e começou a dar aulas de Matemática e Física em escolas dessa cidade e de Brasópolis (MG). No ano de 1968, Jaime casou-se com Regilena Carvalho da Silva, que também participaria da guerrilha posteriormente. Foi hábil militante do movimento estudantil universitário, que já tinha grande influência política do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ainda neste ano, foi eleito presidente do diretório acadêmico de sua faculdade e participou do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna (SP), no qual foi preso com centenas de outras lideranças estudantis. Noano seguinte, Jaimefoi condenadoàreveliaepassouaviverclandestinamente, abandonando o curso de Engenharia. Em carta ao diretor do Colégio Presidente Wenceslau, de Brasópolis, o militante explica que as acusações de subversão o obrigaram a deixar sua casa, emprego, escola e amigos, mas que se fixaria em algum lugar do Brasil e superaria as dificuldades. O casal mudou-se para a localidade de Caianos, no sudeste do Pará, onde já se encontravam dois dos irmãos do militante – Lucio e Maria Lúcia Petit da Silva. Lá, integrou-se ao Destacamento B das Forças Guerrilheiras do Araguaia.

Assim como seu irmão Lúcio, é considerado desaparecido político.

Assim, recomenda-se a continuidade das investigações sobre as circunstâncias do caso de Jaime Petit da Silva, para localização de seus restos mortais, retificação da certidão de óbito, identificação dos demais agentes envolvidos e responsabilização dos agentes da repressão envolvidos no caso, conforme sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos que obriga o Estado brasileiro “a investigar os fatos, julgar e, se for o caso, punir os responsáveis e determinar o paradeiro das vítimas”.

MANIFESTAÇÕES POLÍTICAS:

A imagem da Figura 23 foi coletada do seguinte link: https://gloriampm.blogspot.com/2013/08/os-irmaospetit-idealistas-de-um-brasil.html

Jaime Petit da Silva, irmão mais novo de Lúcio, também iniciou seus estudos no então IEI – Instituto Eletrotécnico de Itajubá. Oriundo da cidade de Icanga (SP), Jaime iniciou seus estudos em Amparo, outra cidade do interior do estado de São Paulo. A perda

O ambiente do Diretório Acadêmico foi palco de intensas manifestações políticas, inclusive servindo de esconderijo para os estudantes cujas manifestações contrariassem a ordem vigente durante o período da ditadura militar. Há relatos de inúmeros casos de perseguição por parte do estado aos alunos que ousassem contrariar as regras estabelecidas pelos Atos Institucionais.

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Figura 23 – Imagem de Jaime Petit em sua época de estudante

Abaixo, na Figura 24 pode ser vista uma mostra de artigo cedido ao jornal “O Dínamo”, cujo não há informações dedata, ondeéabordadapartedahistória de Jaime e Lúcio Petit além do posicionamento do diretório acadêmico com as ilegalidades da época da ditadura militar.

– Um pouco do registro histórico do DA EFEI Também circula de tempos em tempos relatos de histórias a respeito do uso do espaço do diretório acadêmico para proteção de pessoas foragidas, no entanto dado as circunstância da época não foi possível obter registros/documentos a respeito.

No entanto há registro de vários volumes referentes aos dados da comissão da verdade nos arquivos do DCE, conforme será mostrado no capítulo 12 - UM ACERVO HISTÓRICO IMPORTANTE PARA A CIDADE E O PAÍS,napágina29.Arquivo esteondecertamenteserão encontrados detalhes do processo de investigação dos irmãos Jaime e Lúcio Petit

DEBATES POLÍTICO-CULTURAIS

O Diretório foi palco constante de debates políticos com a finalidade de conscientização dos discentes e da população a respeito dos temas relevantes para o país, envolvendo economia, política, sociedade, cultura.

Entre as principais lideranças que participaram destes debates, destacam-se: Antônio Aureliano Chaves de Mendonça; Luís Carlos Prestes; José Dirceu de Oliveira e Silva; Eros Roberto Grau; Murilo Paulino Badaró;

Em 1985 o diretório acadêmico recebeu José Dirceu de Oliveira e Silva, que foi líder estudantil entre 1965 e 1968, e o Dr. Eros Grau, que foi ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) entre 2004 e 2008.

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Figura 24 Israel Pinheiro Filho; Thomaz Matta Machado entre outros. Figura 25 – Aureliano Chaves Figura 26
Interlocução de Eros Grau durante a semana de Palestras Políticas
...ambiente democrático é aquele onde possam conviver opiniões diferentes e/ou até antagônicas...”
(Marcelo Muniz)

PASSAGEM DE PERSONALIDADES

Durante as décadas de existência do diretório acadêmico da Universidade Federal de Itajubá, hoje DCE (diretório central dos estudantes) diversas personalidades passaram por ele, apoiando, participando de palestras e diversos outros exemplos. Abaixo uma amostra dessas personalidades, que controversas ou não, foram importantes para a história do país

Em 1985 o diretório acadêmico recebeu José Dirceu de Oliveira e Silva, que foi líder estudantil entre 1965 e 1968, ano em que foi preso em Ibiúna, no interior de São Paulo, durante uma tentativa de realização do XXX CongressodaUniãoNacionaldos Estudantes(UNE),em operação chefiada por um delegado do DOPS. Foi exilado e também viveu anos na clandestinidade, até o a conclusão do processo de anistia.

A seguir o registro da imagem da participação de José Dirceu na semana de Palestras Políticas (Figura 31):

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Figura 27 – Público da semana de Palestras Políticas de maio de 1985. Figura 28 – Semana de Palestra Política, Gestão Renascer, agosto de 1986, com a presença de Antônio de Sousa e Jorge Maligeri Figura 29 – Programação da semana de Palestras Políticas de 1985 Figura 30 – Programação da 2ª semana de Política de 1986

O diretório acadêmico recebeu o Dr. Eros Grau, formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, turma do ano de 1963. Exerceu a advocacia em São Paulo de 1963 até a sua nomeação para Ministro do Supremo Tribunal Federal em 2004. Em agosto de 1977, tornou-se Livre Docente pela Universidade de São Paulo. Em 1990, obteve o título de Professor Titular do Departamento de Direito Econômico na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Em 2009, tornou-se Professor Titular aposentado. Por pertencer ao PCB, foi preso e torturado em 1972, época da Ditadura Militar.

Semana de Palestra Políticas, gestão Geraes, com a participação de José Dirceu e Eros Grau (Figura 32):

(1961). Entre outros diversos cargos e postos, foi vicepresidente da República do general João Baptista de Figueiredo, e ministro das Minas e Energia no governo Sarney defendendo a manutenção do programa brasileiro do álcool, o Pró-álcool.

Abaixo a Visita de Aureliano Chaves ao DA-EFEI no inverno de 1987 (Figura 33):

O Diretório Acadêmico contou também com a importante visita do então Ministro de Minas e Energia da época, Aureliano Chaves, graduado em Engenharia Eletromecânica pelo Instituto de Engenharia de Itajubá (hoje Universidade Federal de Itajubá) em 1953, Aureliano Chaves trabalhou na “Serra Engenharia Arquitetura” (1954). Foi engenheiro de obras rodoviárias, entre as quais a ligação de Itajubá a São Bento do Sapucaí, e o serviço de terraplenagem do Aeroporto de Cumbica. Foi Chefe do Serviço de Obras da Prefeitura Municipal de Itajubá (1955-1956). Foi professor titular da Escola Federal de Engenharia de Itajubá (1955-1982), e Diretor Técnico da Eletrobrás

Diretoria do DAEFEI Gestão Renascer 85/86 (Figura 34), apresentando o Projeto do Centro Cultural / Bar Cultural para Aureliano Chaves, Hotel Coroados, Itajubá, 14 de dezembro de 1985:

Observação:AurelianoChavesfoioprimeiroPresidente do DA IEI, e na época da foto acima Ministro das Minas e Energia do Governo José Sarney

Aureliano Chaves faleceu já viúvo, em 30 de abril de 2003, em Belo Horizonte, sendo sepultado em Itajubá.

Em 1953 também houve a visita ao DA de Carlos Frederico Werneck de Lacerda, que foi um jornalista e político brasileiro. Foi membro da União Democrática Nacional (UDN), vereador, deputado federal e

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Figura 31 – Semana de Palestra Políticas, gestão Geraes - Leopoldo, Jose Dirceu e Helio Danesi (gestão Novo Tempo). Figura 32 – Esq. Para a dir.: Eros Grau, não identificado, Marcelo Muniz e José Dirceu Figura 33 – Esq. Para dir.: Roberto Claro (ao fundo), ministro de Minas e Energia Aureliano Chaves, Hélio Kazuhiro Kinukawa, Alexandre Dias Pereira Cassiano e João Roberto Nassa e Silva Figura 34 – Esq. Para a dir.: Antonio de Souza Ferreira Filho, Secretário Gestão Renascer; Luiz Guilherme Ravacci Pires, Presidente Gestão Renascer; Felício Marcio Castellani, ex-aluno EFEI facilitador do encontro.

governador do estado da Guanabara. Foi fundador (em 1949) e proprietário do jornal Tribuna da Imprensa, assim como criador (em 1965) da editora Nova Fronteira.

Abaixo nas Figuras 35 e 36 pode ser visto o registro da presença de Carlos Lacerda em frente a sede social do diretório acadêmico do então IEI (Instituto Eletrotécnico de Itajubá).

Tendo em vista a grande preocupação na destruição do patrimôniohistóricoecultural iminentecomaintenção de desapropriação do diretório acadêmico da Universidade Federal de Itajubá (DCE-Unifei), um coletivo de ex-alunos se formou, porém sem registro e deformainformal.Ecomapoiosignificativo(entreeles) da grande maioria consultada, resolveu buscar ações de conscientização da comunidade e do restante dos colegas.

Assim, diversas ações foram tomadas, sendo a inicial uma petição que pode ser encontrada e assinada no link abaixo:

https://www.peticao.online/nao_a_desapropriacao_d o_dceda_da_unifei

A partir disso foram feitas contribuições para custear faixas informativas, adesivos para carros e folhetos (filipetas/flyers)cominformaçõesparaadivulgaçãodo posicionamento do DCE-Unifei e assim eliminar mal entendidos e possíveis preconceitos aos atos dos estudantes.

OpositordeGetúlioVargas, Juscelino Kubitschek eJoão Goulart. Teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar em 1968, por ter se voltado contra ele em 1966, sendo um dos principais líderes (juntamente com seus antigos desafetos João Goulart e Juscelino Kubitschek) da “Frente Ampla”, um movimento de resistência a ditadura militar de 1964.

Escreveu numerosos livros, entre eles: O Caminho da Liberdade (1957), O Poder das Ideias (1963), Brasil entre a Verdade e a Mentira (1965), Paixão e Ciúme (1966), Crítica e Autocrítica (1966), A Casa do Meu Avô: pensamentos, palavras e obras (1977).

Depoimento (1978) e Discursos Parlamentares (1982) foram compilados e publicados após a sua morte.

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Figura 35 – Visita de Carlos Lacerda ao diretório Acadêmico do então IEI. Figura 36 – Visita de Carlos Lacerda ao diretório Acadêmico do então IEI. Figura 37 – Imagem da faixa confeccionada. Figura 38 – Faixa instalada no campus Unifei Conforme mostram as Figuras 37, 38 e 39, as faixas foram instaladas em alguns pontos estratégicos

disponíveis, e com autorização dos responsáveis pelos locais.

Figura 41 – Arte do “outdoor” preparada para ser confeccionada Infelizmente o “outdoor” está inviabilizado, pois nos pontos planejados possui apenas uma empresa atuante, e esta possui a prefeitura como maior cliente. E diante do temor de que isso afete seus negócios a mesma optou por não realizar o serviço. E o coletivo de ex-alunos, apesar de achar injusto, entende a situação e aceita o posicionamento do proprietário da empresa.

Abaixo segue o exemplo dos panfletos confeccionados e distribuídos aos cidadãos (Figura 40)

A seguir a participação de ex-alunos e de membros da diretoria do DCE na distribuição dos panfletos para conscientização da comunidade. Parabéns a todos pelo empenho.

Também foi pensado a respeito da confecção de um “Outdoor” a ser instalado em pontos estratégicos da cidade, e chegou-se arte final mostrada na Figura 41. Assimpassou-seabuscarempresasqueatuamno setor para verificação de orçamentos e pontos viáveis.

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Figura 39 – Faixa instalada em frete a FTS Figura 40 – Panfletos/filipetas/flyers. Figura 42 – Da esq. Para dir.: Ana (Dona Ana), Sírcia, Cláudio e Maurício Figura 43 – Da esq. Para a dir.: Luiz Henrique, Cláudio, Luiz Sebastião e Maurício

No dia 01 de julho, novamente os ex-alunos se juntara para custear uma banda para um encontro sem fins lucrativos de ex-alunos, para que todos os argumentos e questionamentos contra essa desapropriação fossem disseminados. E assim estabelecer uma “paridade de armas” na circulação de informações, e assim, não permitir que somente uma das narrativas seja mostrada.

Foi um evento que contou com a presença de ex-alunos e um som agradável da banda “Chipe Navalha”, com mais de 10 anos de atuação

Durante o evento a proteção acústica que havia sido instalada alguns anos atrás foi testada e os relatos indicam que são eficientes.

Pretende-se organizar outro evento, novamente sem fins lucrativos para disseminar o contraditório em relação as afirmações da prefeitura.

E deixa-se registrado aqui todo o repúdio às informaçõesmentirosasquecircularamentre umgrupo pequeno de ex-alunos em grupos online, e que “zombarias” e ideologização da questão não ajudam o DCE e muito menos a comunidade.

Omomento deve serde uniãoe trabalho para quetodo o acervo histórico, cultural e intelectual seja mantido, e que o funcionamento do diretório acadêmico não seja inviabilizado.

Vale ressaltar o esforço dos ex-alunos Carlos e Santiago por terem se disponibilizado para uma sequência de entrevistas em rádio e TV de Itajubá, sendo que esta última pode ser vista no seguinte link:

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Figura 44 – Luiz Sebastião, Ana (Dona Ana) e Maurício. Figura 45 – Gustavo, Maurício ao fundo, Sírcia, Reinaldo Montalvão, Helena, Ana (Dona Ana), Carlos Augusto e Ana (selfie) Figura 46 – Cartaz: encontro de ex-alunos em prol ao DCE-Unifei

Entrevista a TV Itajubá com Carlos e Santiago: https://www.youtube.com/watch?v=mgvQ3sSlReI.

Abaixo a imagem da chamada para a entrevista sobre a desapropriação do DA/DCE-Unifei pela prefeitura, com os ex-alunos Carlos e Santiago (Figura 47):

Visando maior engajamento na divulgação da situação, foram confeccionados camisetas e bonés com recursos coletados dos ex-alunos através de contribuições voluntárias.

As figuras 50 e 51 mostram a parte dianteira do boné e camiseta com as tarjas bordadas costuradas.

Na figura 48 pode ser visto o primeiro lote de boné. E naFigura 49 a tarjabordada costurada na partetraseira de um dos bonés.

A intenção deste material é auxiliar o esforço de disseminar a informação sobre o processo de desapropriação do diretório acadêmico, pois constatou-se que grande parte da população não possui conhecimento do que está ocorrendo. E o uso destas vestimentas atrai a curiosidade de transeuntes que podem ser esclarecidos sobre a questão da desapropriação E para a causa, qualquer quantidade de pessoas alcançadas já é uma vitória!

O DA/DCE-Unifei possui tamanha importância para a cidade de Itajubá que ao longo de suas décadas de existência promove ações sociais para amparo de

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Figura 47 – Chamada de entrevista com ex-alunos da TV Itajubá. Figura 48 – Série de bonés femininos e masculinos. Figura 49 – Tarja costurada na parte traseira do boné. Figura 50 – Tarja costurada na parte dianteira do boné. Figura 51 – Camiseta com os dizeres “Não à desapropriação”.

pessoas carentes. E também ações de integração entre alunos, ex-alunos e a comunidade.

Na Figura 52, e também na Figura 52, pode ser visto a notícia no jornal interno editado polo DA/DCE-Unifei (Ressalta-se que outras capas do Jornal “O Dínamo” podem ser vistas no ANEXO I) a notícia e divulgação da Campanha “Natal Feliz Itajubá 2000”, que teve organização encabeçada pelo diretório e pelos alunos da então EFEI na época. E contou com amplo apoio da sociedade e participação de muitos alunos, além de funcionários do diretório, na distribuição de alimentos para famílias carentes da cidade de Itajubá.

A ação distribuiu cestas básicas, roupas e brinquedos paraque as pessoas que mais necessitampossamolhar o sorriso a face de suas crianças e assim ter um natal mais feliz, com a certeza de que ainda há humanidade no mundo. E no que depender do DA/DCE, sempre haverá!

Figura 54 – Campanha SOS AIDS e o clube de Xadrez.

O Clube de Xadrez (CIX) mostrado na Figura 54 foi pensado para que se possa incentivar a interação entre os alunos, buscar adeptos a este jogo milenar e desenvolver a capacidade de raciocínio estratégico, além de revelar potenciais talentos.

Também na Figura 54 podemos ver os benefícios que o SOS AIDS promovido pelo DA/DCE-Unifei trouxe para diversas famílias. Que entregou alimentos, roupas e medicamentos para aqueles que mais necessitavam.

A Figura55 mostraas obras adquiridas paraa biblioteca do DA/DCE, que era aberta ao público.

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Figura 52 – Exemplo de uma das campanhas de Natal realizada pelo DA/DCE Unifei. Figura 53 – Exemplo de uma das campanhas de Natal realizada pelo DA/DCE Unifei.

No dia 02 de julho de 2023, em um domingo acontecia o Bingo Beneficente promovido pela AGAI (Associação Grupo de Apoio a Inclusão), uma organização não governamental esemfinslucrativosqueprestaserviços voltados para a promoção e defesa dos direitos das pessoas comdeficiência, conscientizandoatodos sobre a importância da inclusão de crianças com

necessidades especiais na sociedade de forma geral (vidas social e escolar).

As Figuras 56 e 57 mostram o cartaz convite e a realização do bingo beneficente da AGAI.

O DA/DCE-Unifei cedeu sem cobranças o espaço para a realizaçãodo bingo promovido pelaAGAI, paraqueque esta possa angariar recursos para a manutenção de suas ações sociais.

O DA/DCE é assim. Com seus membros sempre preocupados em contribuir com a sociedade como um todo, e sempre estará disponível a ajudar outras entidades/associações com parcerias e atitudes que possam agregar e impulsionar o desenvolvimento humano. E há mais por vir em tempos pós pandemia, caso esse processo de desapropriação não prospere e o DA/DCE-Unifei possa continuar existindo.

Durante décadas de existência, o diretório acadêmico da hoje Universidade Federal de Itajubá foi palco de diversos eventos importantes com artistas renomados e consagrados. E a seguir serão mostrados apenas uma pequena amostra:

SHOW DO CANTOR TAIGUARA

Uma parte da História com risco iminente de ser esquecida! Em 20 de maio de 1986 acontecia o Show do Taiguara no DA EFEI, trazido pela Gestão Renascer, 85/86 (ver Figura 58)

Na época a Prefeitura de Itajubá apoiou a vinda do artista (evidenciado pela parte direita inferior do cartaz). Nessa época havia uma interação saudável entre a Prefeitura e o DA EFEI, com um forte apoio a Cultura!

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Figura 55 – Página do Jornal o Dínamo de Outubro de 1986, onde é informada as aquisições da biblioteca do diretório. Figura 56 – Cartaz de chamada para o bingo beneficente realizado no prédio da sede social do DA/DCE-Unifei em 02/07/23. Figura 57 – Público do bingo beneficente realizado no prédio da sede social do DA/DCE-Unifei.

Na Festa de meio de Curso da Turma de 1970, em 2 de agosto de 1972, os Mutantes fizeram um Baile no DA EFEI (menção na última linha do folheto da época).

Na Figura 59 segue uma foto do convite enviado pelo ex-aluno Celio Siqueira Fernandes

durante a montagem do conjunto por um bom tempo. Uma pessoa sensacional, encantadora… foi uma experiência inesquecível, fantástico. Ela ainda não era tão famosa….”

LP GRAVADO PELO DA EFEI

Em 1986, durante a gestão Renascer foi lançado o LP BENS, deLuiz Celso(naépocaprofessordaEFEI) eJorge Murad, capa de Chico Arquiteto (Figuras 60, 61 e 62)

Isso é mais uma evidência diante de tantas que o DA/DCE-Unifei transcende a representação estudantil e adentra a cultura e as artes.

E abaixo um breve relato emocionante do ex-aluno Hugo Vicente da Silva.

“Quando os Mutantes estiveram em Itajubá no nosso baile DR/2 - 1972, eu e meu amigo Carlos Alberto Rodrigues estivemos conversando com a Rita Lee

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Figura 58 – Cartaz do show do artista Taiguara OS MUTANTES (RITA LEE) Figura 59 – Cartaz com o anuncio da participação da banda “Os Mutantes” (de Rita Lee). Figura 60 – Capa do LP BENS Figura 61 – Detalhes do projeto cultural que lançou o LP BENS O lançamento do LP marca o extraordinário, provando a capacidade do DA em multifunções.

As faixas do LP BENS podem ser encontradas em: https://youtube.com/playlist?list=PLbyYJ50VpTB9DwS Kj6_XcLNGsi-GCGLQd

Ressalta-se que o DA/DCE-Unifei além da representação estudantil em simpósios, manifestações políticas, influências em votações de leis importantes e defesa do interesse dos alunos também marca sua atuação em congressos de mais variados assuntos, shows culturais, teatro, ações sociais, edição de jornais e outras publicações, incentivo a alunos, manutenção da história, entre outros.

trabalho em time, empreendedorismo, política; mas principalmente responsabilidade e honestidade.

Administrávamos uma “empresa” que, além de proporcionar entretenimento, fornecia transporte gratuitoparaos estudantes etinhaumagráficaprópria.

Nesta gráfica, comunicávamos com os estudantes através do jornal “O DÍNAMO” que hoje tem uma edição especial, graças a outros que também tiveram sua história moldada pelo DA/DCE EFE/UNIFEI. Nesta gráfica também eram impressas e ofertadas aos nossos alunos, apostilas didáticas a preços de custo.

Negociávamos com nossos fornecedores para obter preços competitivos seja nesta gráfica, para garantir o menorpreçodecustodasapostilasdidáticas,ounobar, vendendo cerveja, refrigerantes e lanches a preços módicos, mas que sustentavam e mantinham esta empresa. E não era pequena esta empresa! Lembrome que, na época do Carnaval, éramos os maiores compradores de bebidas (alcoólicas e não alcoólicas) de todo Sul de Minas.

Precisamos desenvolver nossos conhecimentos financeiros de forma a gerir esta empresa, sem fins lucrativos, mas que subsidiava serviços a seus sócios. Para isto precisamos aprender sobre custos fixos, custos variáveis, margem de lucro, fluxo de caixa, formação de preço, etc, etc, etc.

A seguir alguns artigos de ex-alunos com relatos e depoimentos emocionantes que envolvem o diretório acadêmico:

DESAPROPRIANDO NOSSA HISTÓRIA

Fiquei chocado quando fiquei sabendo da intenção de desapropriação dos prédios de nosso DA EFEI, ou atualmente DCE/UNIFEI. Senti-me como se tivessem querendo desapropriar minhas memórias e as de centenas de outros ex-alunos da EFEI/UNIFEI.

Participei durante dois anos de uma gestão do DA EFEI em 1985/1986, lá se vão 38 anos! Acredito que nestes dois anos de DA me “formei” muito mais do que durante os 5 anos de faculdade formal de Engenharia Mecânica.

Durante estes dois anos “me formei” em administração, comunicação, negociação, finanças,

Aprendemos o que é Trabalho em time, já que existia uma Chapa com divisão de tarefas, inter-relacionadas, com seu presidente, Marcelo Muniz, e todos os seus diretores. Eu era apenas um dos diretores, mas todos nos revezávamos em diversos trabalhos. Trabalhávamos em timeduranteoCarnaval, as famosas SABADEIRAS, domingueiras, na organização de eventos, na propaganda destes eventos, em reuniões com a direção da Faculdade, etc.

Como empreendedores, aprendemos como lançar um disco: o DISCO BENS, de Luiz Celso e Jorge Murad. Luiz Celso era professor de Desenho Técnico na EFEI e cantor. Ele ofereceu seu talento cedendo direito autoral e lucro na venda de seu disco para recuperar uma parte do prédio do DA, que se encontrava deteriorado e transformá-lo em um Teatro para a cidade e comunidade. Fizemos toda a produção do disco em Belo Horizonte, a arte da capa em São Paulo. A distribuição e venda ficou a cargo de nós mesmos, de forma independente. Não conseguimos arrecadar o suficiente para a construção do Teatro, mas conseguimos recursos para a construção do Bar Cultural, espaço para entretenimento e pequenas

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Figura 62 – Lista de canções do LP BENS

apresentações, que até hoje persiste, 35 anos depois e que deve ser preservado.

Aprendemosmuitosobrepolítica,aartedanegociação, quando precisamos ir ao extremo, deflagrando uma greve para garantir o direito de escolher entre Engenharia Elétrica ou Eletrônica, entre Engenharia de Produção ou de Sistemas. Na época não tínhamos esta escolha: em que você se especializaria dependia simplesmente do número de vagas e sua colocação na sua turma. Após muitas negociações, conseguimos derrubar esta regra e que esta escolha fosse livre, de acordo coma vocaçãoe vontadedo aluno, quenaquele momento já estava iniciando o terceiro ano de faculdade.

Em termos culturais, foram diversos Shows, desde o Mago da Viola Caipira, Renato Andrade, até os POPs da época, passando logicamente da geração de ouro de Minas, do Clube da Esquina. Organizamos até um famoso Festival de Música com bons prêmios e casa cheia.

Organizamos discussões políticas numa época de Ditadura Militar e pré Eleições Diretas pra Presidente, de forma corajosa e sem extremismos de qualquer lado.

Mas o que mais me lembro da época do DA era no final de uma Sabadeira, onde trabalhamos sem receber qualquer subsídio, além é claro de um sanduiche e um refrigerante grátis por noite, mas por responsabilidade revezávamos no acompanhamento da noite e no final, lápelas4damanhã, nósnostrancávamosnaTesouraria do DA para “Fechar o Caixa” da noite. Era MUITO dinheiro. Em todo esse tempo, presenciei momentos em que seria fácil e imperceptível se apropriar de parte da arrecadação. Nunca presenciei nenhuma simples insinuação. Honestidade antes de tudo era normal.

Fico pensando o quanto os alunos, participando ou não da gestão de um DCE hoje, perderia com esta desapropriação, em termos de entretenimento, cultura, aprendizado e formação.

Sem falar na história que se perderia. Meu relato é de um simples participante de uma chapa. Quão rica deve ser a história de Décadas deste DA?!

Não à desapropriação! Sim ao resgate de toda esta memória.

(Helder Paulo de Sousa Almeida – Turma julho/89)

GESTÃO MUDANÇA – 2000 A 2001

Bons ventos trouxeram mudanças, e não foi só no nome. Em um ano em que a EFEI estava prestes a ser tornar UNIFEI, lembro como se fosse hoje a discussão nos corredores, como assim UNIFEI, mas isso é nome de escola particular…. bem, foi assim que aconteceu e não foi difícil se acostumar com o novo nome. O documento que foi ao congresso para a transformação definitiva da escola na primeira Universidade Especializadafoiassinadoem25deagostodaqueleano de 2000 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Foi um ano bastante produtivo para gestão Mudança, começandopor tratardatransiçãodo DA parasetornar um DCE - DiretórioCentral dos Estudantes e criaçãodos CAs – Centros Acadêmicos para cada curso, pois a faculdade deixou de ter 7 cursos e passou a ter 21 cursos, entre graduação, pós graduação, mestrado, doutorado e especialização.

Tivemos eventos badalados, procuramos atender a comunidade acadêmica, nesse período funcionava no DA o clube de xadrez itajubense, tínhamos o Cine Drive in, com uma roda de discussão bem interessante sobre filmes temáticos com muitas pessoas fora da comunidade acadêmica frequentando, e foi um período que a Biblioteca Municipal ficou fechada, e a biblioteca do DA - Décio Leite Novaes prestou serviços à comunidade.

Nesse ano demos uma repaginada no O Dínamo, que ficou mais irreverente e também mais sério, com teor mais jornalístico, que inclusive foi palco para acirradas discussões na seção Lista de Presença, tratando temas comoafunçãodoDA,cobrançassobreaRepresentação Estudantil e Coordenadoria de Graduação, publicação de ações na EFEI em transição, e contava ainda com a seção Rascunho, da qual muitos artistas “efeianos” se revelaram e era pura diversão.

E com muito orgulho, fizemos uma reportagem especial, com a colaboração da jornalista Célia Rennó, sobre Jaime Petit, nome que leva o Centro Cultural do diretório, e que seguindo seu modelo, estamos em luta constante para evitar que deixe de existir. Não vamos deixar a censura nos cercear de defender nosso diretório!

Foi um ano também de trazer ações culturais e sociais de volta ao palco do diretório, com a inclusão da sexta MPB, no Bar Cultural, que em uma das ações contou como showde lançamento do João Lúcio, coma ilustre presença da Ceumar, show maravilhoso que arrecadou alimentos, medicamentos e roupas para o SOS Aids e ainda a linda Campanha de Natal “Natal Feliz Itajubá

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2000”, que mobilizou toda a comunidade acadêmica para atender às famílias carentes da cidade, e foi uma campanha muito gratificante de se fazer

(Rosélis Ester Costa)

A foto que serviu de base para a pintura do quadro foi compartilhada via grupos de redes sociais, cujo autor é desconhecido.

QUADRO DA/DCE UNIFEI

Em apoio a luta contra a desapropriação do DA UNIFEI, usa-se a arte para essa luta contra o desrespeito a história e a cultura na cidade de Itajubá.

E o objetivo foi doar essa obra para guardar a memória da fachada em forma de arte. Inicialmente cogitou-se essa doação para o próprio DA/DCE-Unifei, no entanto decidiu-se pela doação para o museu Theodomiro Santiago no prédiocentral da UNIFEI, em29 dejulho de 2023, onde poderá ser vislumbrado (Ver figura 64, no complexo histórico e cultural UNIFEI)

Relação do artista com região de Itajubá:

- O pai dele, João Moysés, apesar de ser nascido em Guaratinguetá-SP, passou a infância e a juventude em Piranguçu-MG, vivia e trabalhava na fazenda do Sr. Benedito Olímpio de Miranda com plantação de arroz. Na década de 20 se mudou para Campos do Jordão-SP para trabalhar na construção da Estrada de Ferro Campos do Jordão.

- Já seu filho Cláudio Luís Russo Moysés se formou na EFEI em Engenharia Mecânica, em dezembro de 1994.

Indignado com o processo de desapropriação do DA/DCE-Unifei pela Prefeitura de Itajubá, o artista plásticoLuizPereiraMoysés(88anos),epaido ex-aluno Cláudio Luís Russo Moysés (Eng. Mecânica – Dez/94) decidiu pintar um quadro da sede social do diretório (Figura 63), com o propósito de usar sua arte na luta contra essa desapropriação (na qual considera uma falta de respeito a história e a cultura da cidade)

Figura65, o artista –Luiz PereiraMoysés (que completa 89 anos no dia 21/08/2023):

Pintor de paredes desde os 13 anos, desenvolveu também o dom para a pintura artística, tendo se tornado um ícone das artes plásticas na cidade de Campos do Jordão-SP. Citado no catálogo de artes Júlio Louzada. É Membro da Academia de Letras de Campos do Jordão, Cadeira Nº 6 (escreveu o livro HISTÓRIA DA

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Figura 63 – Quadro DA/DCE-UNIFEI, técnica: Pintura à óleo sobre impressão em tela – 80 x 60, o que permite realismo na obra Figura 64 – O artista e esposa Mariza na doação do quadro para a Fundação Theodomiro Santiago, no complexo histórico e cultural Figura 65 – Luiz Pereira Moysés

VILA CAPIVARI: Dos primórdios aos anos 1980 - Campos do Jordão / SP – 2018).

Um pouco mais sobre o autor e suas pinturas: https://abre.ai/guBN.

magnificamente interpretada na sua completude por um Soprano ou um Tenor solitariamente, o DA não pode prescindir de todas suas capacidades, atuações e visões.

VC CONHECE A BEATRIZ?

Estou falando da música, de Chico Buarque e Edu Lobo, na interpretação magnífica de Milton Nascimento. Essa música foi composta para o Ballet do Teatro Guaíra de Curitiba interpretar a peça “O Grande Circo Místico”, queestreou emmarçode1983. Essapeça ébaseadano poemadeJorgedeLima, e tratado amorproibidoentre um aristocrata austríaco e uma acrobata do Grande Circo Knieps.

Mas o que essa música tem a ver com o DA EFEI? Pare de ler agora esse texto, procure e ouça a música antes de continuar...

Ouviu? Então vamos...

Além de ser uma música lindíssima, você percebeu a maestria dos autores quando colocaram os agudos em palavras ligadas a pontos altos (céu, arranha-céu) e os graves em palavras ligadas a pontos baixos (chão). Com essa diversidade de tons, poucos intérpretes aventuram-se a cantá-la, e na minha modesta opinião, Milton Nascimento é o melhor deles...

Sim, mas o que tem a ver com o DA EFEI?

Durante minha passagem pelo DA EFEI, que coloco entre novembro/85 e dezembro/87, durante 3 gestões, como membro da Renascer, e apoiador da Avançar e Alternativa, de certa maneira, percebemos a necessidade de cuidar do DA como uma Beatriz.

Muitos alunos, na época, e acredito ainda hoje, entende que a função principal do DA é promover festas, bailes, saraus, baladas, rave, cada um com o nome de sua época. Outros, promover a Cultura, através de shows, debates, incentivo a formas culturais sem grande visibilidade. Outros, onde me encaixo, entendem o DA como catalizador da organização e representatividadedos alunos, paraqueeles atuemem uníssonos nos assuntos da EFEI, das entidades estudantis e na sociedade. Outros como fornecedor de infraestrutura e apoio para os alunos, com a gráfica e o ônibus. Talvez tenham outras visões, mas ater-me-ei nessas.

E sabe quem está com a visão correta? Ninguém... Do mesmo modo que Beatriz dificilmente seria

Essa foi minha conclusão, e uma das razões por que achoqueconseguimosfazeremnossoperíodoum bom trabalho. Na verdade, acho que o trabalho foi ótimo, maravilhoso, mas a modéstia, que não tenho, me impede de dizer, mas não de escrever...

Senão vejamos, tentarei me lembrar de alguns fatos e ações que promovemos nessa época:

CULTURA

Vamos iniciar com a Cultura. É dessa época a construção do Bar Cultural, inaugurado em novembro de 1986, na área construída (inaugurada em abril de 1981) anos antes na gestão do colega Santiago. Nessa época, a área abrigava o salão de jogos do DA.

Lembro também de alguns shows memoráveis: Taiguara, Belchior, Raícez de América, entre outros. O Jorge poderá dar mais detalhes da epopeia que foi conseguirumpianodecaudaparaoshowdoTaiguara... Nunca vi o DA tão cheio na minha passagem por Itajubá...

Também me lembro do FIM do DA EFEI, Festival Itajubense de Música, realizado pela Gestão Geraes em agosto de 1985. O Marcelo Muniz, presidente dessa gestão poderia contribuir com mais detalhes. A faixa chamando todos para o “FIM do DAEFEI” desempenhou um papel alavancador na promoção e publicidade do evento.

Duranteoprimeirosemestrede1986,lançamosodisco (LP, lembram? era onde ouvíamos música nessa época) “Bens”, de Luiz Celso (na época professor da EFEI) e Jorge Murad. O principal responsável por esse feito foi o Helder Almeida.

POLÍTICA

Quando pensamos nas atividades de Representação Estudantil interna e externa, me vem na memória 2 semanas de discussões políticas que organizamos no DA: em maio de 1985, na Gestão Geraes a “Semana de Palestras Políticas”, e em agosto de 1986, na Gestão Renascer a “Semana da Constituinte”, preparando para a eleição que ocorreria posteriormente e elegeria os Deputados que redigiriam a Constituição promulgada em 1988. Em 1985, participaram (nomes na sequência dos dias em de participação): Ricardo Toledo Neder, Paulo Matos Skromov, Horácio Gonzáles, José Dirceu

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Oliveira e Silva e Eros Roberto Grau. Já em 1986, vários candidatos à eleição por vir (nomes em ordem alfabética): Aluisio Pimenta, Francisco Weffort, Israel Pinheiro Filho, Murilo Badaró, Tomás Masa Machado, Teotônio dos Santos e Virgílio Guimarães.

Tivemos uma palestra fantástica com o Cavalheiro da Esperança, Luiz Carlos Prestes. O Luiz Guilherme teve a oportunidade de ter uma conversa quase privada quando foi buscá-lo e à sua esposa, com o Opala do Toninho, motorista do ônibus do DA na época. Participamos ativamente nos movimentos de Reconstrução da UEE-MG e UNE. Tivemos uma presença massiva no Congresso da UNE de Goiânia em 1986 e Campinas 1987, organizando os DAs de Itajubá e do INATEL. Tivemos a participação de vários estudantes e enchemos o ônibus para ambos os congressos. A relação com as Faculdades de Medicina, Civil, Filosofia eEnfermagemna época foram um marco para o Movimento Estudantil local.

Dessa época também, primeiro semestre de 1985, a Gestão Geraes teve um papel decisivo em uma greve dos estudantes. Na época, a EFEI não queria abrir uma vaga a mais para o número de estudantes que queriam cursar Eletrônica. Conseguimos mobilizar professores e alunos e no final, todos fizeram o curso que desejavam. O Marcelo Muniz poderia contribuir com mais detalhes desse movimento.

Participações ativas na CCG (Comissão dos Cursos de Graduação), CI (Conselho dos Institutos) e Congregação, com eleições frequentes para escolha dos Representantes nesses órgãos da EFEI.

Reinventamos o Dínamo, nossojornal. Essemovimento foi iniciado na Gestão Geraes com o trabalho do Amos Blanche, e continuado na Renascer com o Carlos Alberto Borelli. Nessa época, cuidamos para termos uma periodicidade com assuntos de conjuntura. Levávamos cópias físicas (lembra o que é isso?) nos Congresso que participávamos, e o pessoal não acreditava como é que tínhamos um prédio, gráfica, ônibus, quando acompanhavam o balanço financeiro sempre presente para prestar contas sobre o DA...

Por último, lembro um ponto emblemático para os dias de hoje: em 1986, organizamos a primeira eleição direta para Reitor da EFEI. Não conseguimos que a mesmo fosse paritária, mas o fato da mesma ter acontecido, e o resultado ter sido respeitado pela Congregação foi um grande avanço. O Professor Ulderico Mandolesi foi eleito com maioria dos votos dos Professores, Alunos e Funcionários, indicado como

PRIMEIRO DA LISTA TRÍPLICE, e indicado pelo Presidente José Sarney como Reitor da EFEI... bons tempos...

SOCIAL

O Carnaval de 1986 foi especial. Tivemos uma decoração totalmente artesanal criada pelo João Luiz, artista plástico de Itajubá. Foram vários painéis enormes, talvez de 2,5x1,5m cada qual com desenhos representativos do Carnaval brasileiro.

Lembro-me de bailes, domingueiras e festas memoráveis, inclusive nessa época o conjunto Placa Luminosa veio ao DA mais de uma vez. Em uma delas, no início de 1987, Gestão Avançar, fizemos um Baile do Havaí (ainda existe isso, gente?), com o DA dividido em três ambientes, utilizando inclusive a área de churrasco.

Várias outras bandas de sucesso da época tocaram no DA: Banda do Brejo, The Bunny Sound (fazia parte o irmão da Casa Dias), Miragem, Edinho Santa Cruz e a Coelho 19...

Lembram-se do Coelho 19? Também não lembrava, mas do Irving São Paulo vocês já ouviram falar... ele fazia parte dessa banda junto com seu irmão Ilya São Paulo. Ele era ator nas novelas da Globo nessa época, e logo na primeira vez que veio no DA, se apaixonou, voltando outras vezes para visitar-nos. Lembro-me de uma passagem durante sua primeira vinda. O show foi um ou dois dias antes de um feriado. E nesse feriado tivemos um jogo entre Diretoria Renascer x Funcionários, num campinho perto da IMBEL. O Irving e o Marquinho, vocalista da Banda jogaram no nosso time... nunca tivemos tanta torcida...

INFRA-ESTRUTURA

Nessa época, o DA se orgulhava de possuir uma gráfica própria, responsável por produzir quase todas as apostilas de todas as matérias. Elas eram vendidas a preço de custo, sem o qual, muitos alunos não teriam o desempenho que tiveram.

O principal meio de transporte para os estudantes entre o Centro e o Campus BPS era o ônibus do DA. Lembro-me de uma passagem quando pintamos o ônibus, porém com as mesmas cores originais. O Trajano Roberto, grande amigo, comentou comigo: “vocês são muito ruins de marketing mesmo... pintaram com as mesmas cores, quase ninguém vai perceber”... e ele tinhacerta razão... fui aprendero que é Marketing anos depois...

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O ônibus também era muito utilizado para Feiras, Congressos e Jogos da AAAEFEI.

Na Gestão Renascer tivemos talvez o maior papel de Responsabilidade Social da época. Tínhamos muitos funcionários que cuidavam do ambiente nas festas, bailes e afins. Não eram registrados, e em um determinado momento, um deles entrou com uma ação contra o DA exigindo os direitos trabalhistas. Em um primeiro momento, que durou alguns segundos, ficamos meio chateados. Porém percebemos que no mundoquedefendíamos,oDA estava errado, maispela inexperiência dos jovens do que pela esperteza dos adultos.

Chamamos todos os funcionários, nosso advogado redigiu acordo para todos, e para nossa felicidade, quase a totalidade aceitou os acordos e continuou trabalhandoconosco.LembrobemdessaépocaoÍndio, José Raimundo e Elias.

Pois é... se você não escutou Beatriz ainda como eu comentei lá em cima, ainda está em tempo... está acabando o texto...

Ouviu agora? Então me responde, dá para separar cada parte do todo? O que é o prédio sem a representação?

Oque é o prédio senão gerar Cultura? O que éo prédio se não gerar eventos acessíveis para relaxarmos... Portanto, chame os tenores, barítonos e os sopranos, ensaiem Beatriz e mantenham esse DA funcionando por muitos mais anos...

Alguns dos atores das cenas acima:

(Angelica de Oliveira Naús)

(Carlos Augusto Silva Almeida)

(Fabio Gaertner Farhat)

(Idamar Sidney Cobianchi Nigro)

(Jorge Maligieri)

(José Almir)

(Luiz Guilherme Ravacci Pires)

(Solano Cantuária)

83/84), com o Maurício Acioli como presidente, e a segunda (Geraes 84/85), tendo a mim como presidente.

Nesta segunda gestão, Geraes, tivemos a oportunidade e a competência de organizar uma semana de palestras e debates. Vivíamos um momento único. Pela época, todos saberão o motivo.

Vieram pessoas aqui para participar, que eram, são e, poderiam ser históricas.

Quando iniciamos a organização, minha única diretriz foi que, se era para promover debate, deveria ter gente de todas as tendências de opinião. Afinal, até hoje acredito que ambiente democrático é aquele onde possam conviver opiniões diferentes e/ou até antagônicas. No entanto, percebam que hoje é um pouco diferente, ou seja, há um "pense como eu" pois, se pensar diferente e ter por isto uma opinião “contra”, você é, infelizmente, cancelado.

Enfim...umDA deuma escolado interior traziapolíticos de expressão, empresários e ministros para debater conosco, sem muito esforço. Isto demonstra bem a importância de nosso diretório.

Creio que nesta época, nosso DA era um dos mais importantes e estruturados do país, muito respeitado. Mantínhamos transporte gratuito para todos, gráfica para impressão de apostilas, convênios com cursos de línguas e, muita, muita diversão e cerveja nos finais de semana.

Isto é história com H maiúsculo!

Que os problemas atuais possam ser resolvidos com responsabilidade, preservando a história!

Que possamos ser atores sem prejulgamentos e que os jovens que hoje estão na UNIFEI possam resolver este imbróglio com sabedoria.

Grande abraço a todos.

FOI MARAVILHOSO

Quecoisamaravilhosaemnossas vidas estainstituição!

Alguns de nós, durante nosso breve tempo na Universidade (alguns colegas abusaram não sendo tão breves assim, não é mesmo? kkk) ousamos participar de algo igualmente importante: DA, DCE, Bar Cultural e AAAEFEI!

Eu, por exemplo, tive a oportunidade de participar, nos anos 80, em duas gestões. A Primeira (Novo Tempo

(Marcelo Ferreira Muniz)

Nosso disco voador alçou voo lá em janeiro de 1972, ano de entrada na antiga EFEI. Começamos na antiga Codorna e terminamos nosso voo solo em Itajubá, nas novas instalações do recém inaugurado Campus. A partir de dezembro de 1975, ganhamos o Brasil.

O sistema de crédito, que era o sistema adotado pela EFEI naquela época, praticamente nos forçou a identificar nossa turma pelo ano de entrada, pois durante os primeiros anos, ainda tínhamos uma convivência com todos os colegas que tinham entrado no ano de 1972.

Já no final de curso a dispersão era grande. Era possível formar com 4 anos de curso e tivemos 23 colegas que colaram grau em 4 anos, com 4,5 anos formamos mais 28 colegas e com 5 anos de curso mais 39 colegas. Após 1977aquantidadefoicaindoano aanoeoultimocolou grau em dez/81.

A Turma do Disco Voador existe! Nossos encontros oficiais se repetem, religiosamente, a cada 5 anos, desde 1980. Sempre que possível nos reunimos informalmente uma vez por ano. Nossa turma foi, nos tempos escolares, usuária assídua do nosso querido Diretório Acadêmico, inicialmente no nosso inesquecível desfilede “Miss Bixo”e emseguidaobaile dos bixos, no início de 1972. Comemoramos o “Dr/2” comumgrandiosobaileem1974,nasdomingueirasera opontofinal dos fins de semana. Foi no DA quefizemos muitas confraternizações informais! Tempos inesquecíveis.

recheado, como a de quase todo jovem, de interação com o que a cidade propiciava. Foi quando que “do nada” resolvi assistir “A história do jardim zoológico”, de Edward Albee. Peça teatral encenada pelo Grupo Lama, em 1983, no DAEFEI. Naquele dia, percebi que queriaestarnopalcocomoaquelesjovensqueeu ainda não conhecia. No mesmo ano, fiz um curso de iniciação teatral na escola e logo em seguida estava ingressado no Grupo teatral Corumbamba. No ano seguinte, eu pisava pela primeira vez no palco do DAEFEI. Naqueles anos 80, Itajubá não tinha teatro municipal e o DA era a alternativa de local de apresentações. Sempre de portas abertas e sem cobrar qualquer taxa para que as apresentações ocorressem. Neste mesmo ano de 1984, ocorreu a primeira mostra de teatro de Itajubá que contou com a participação de vários grupos da cidade, preenchendo sete semanas seguidas de espetáculos. As apresentações ocorriamdesegunda aquintapois no fim de semana havia no DAEFEI as programações noturnas (bar, danceteria eshows musicais). Destadata em diante, na minha vida, a relação com o diretório foi aumentando. Em 1985 houve a segunda mostra teatral com o mesmo sucesso da primeira.

UMA MATINÊ DE CARNAVAL

Nãomerecordo comprecisãooano, mas ocorreu entre 1973 e 1975. Foi meu primeiro contato com o Diretório Acadêmico da Escola Federal de Engenharia de Itajubá, o DAEFEI. Eu era um garotinho entre sete e nove anos de idade e naquele momento não fazia ideia de que, quase 20 anos mais tarde, a minha relação com a instituiçãofosseficar,porumperíodo,tãoíntima.Nesta pequena jornada de recordações, a ideia será tentar retratar de alguma forma o quanto o DAEFEI foi importante na vida de algumas gerações e da própria cidade. Uma identificação que o tempo não apagará e que o desligar dessas luzes pode significar o rompimento de toda uma memória afetiva de, com certeza, milhares de pessoas.

Minha adolescência e juventude ocorreram nos anos 80 do século passado. Tal período de descoberta foi

Atividades artísticas, sociais e políticas de toda ordem aconteciam no espaço, que era sem dúvida, o mais democrático da cidade. Mostras de música (revelando diversos talentos), eventos beneficentes, debates políticos, peças teatrais e de dança, exposições de artistas plásticos, debate entre candidatos à prefeitura, além de shows inesquecíveis como do Grupo Tarancón (ver Figura 66), Kledir, Renato Andrade, Paulinho Pedra Azul, Lô Borges, Taiguara, Flávio Venturini, Belchior, entre outros. Foi trampolim de apresentações de talentos magníficos como de Ivan Vilela e outros

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TURMA DO DISCO VOADOR – TDV
Figura 66 – Detalhes do disco/LP da banda “Tarancón”, uma banda brasileira criada em 1972. O show do Tarancón no DA-EFEI ocorreu em 12 de abril de 1987, trazido pela gestão Avançar

artistas locais. A cidade de Itajubá, que mais tarde seria conhecida como a capital do canto coral, teve o DAEFEI como o ponto de referência para que suas apresentações encantassem o público, sempre presente e participativo. Resumidamente falando, o DA era o espaço, sempre disponível, para os artistas locais quenecessitavamdeum local parasuas apresentações. Foi assim durante toda a década de 1970 e também a de 1980.

Em 1987, o DAEFEI constrói e inaugura o Bar Cultural. Espaço anexo ao salão principal que tinha como objetivo ser um local de entretenimento e apresentações alternativas de artistas, principalmente musicais, e de qualidade para um público apreciador.

Sucesso. Bonito, de bom gosto e democrático, o Bar Cultural foi durante anos o melhor espaço de arte e cultura musical de Itajubá.

Nova década e o DAEFEI continuava a ser o principal espaço de entretenimento de jovens e adultos da cidade. Em 1992, recebi o convite da diretoria para ser o programador dos eventos no Bar cultural. Aceitei o desafio.

Nestemesmoano, mantendo seu engajamentopolítico nas questões municipais e nacionais, o DAEFEI entra e lidera, na cidade, o movimento FORA COLLOR. Por semanas com a organização de passeatas e eventos artísticos a movimentação ganha força e envolve grande parte da comunidade itajubense. Junto a isso, o Bar Cultural se torna cada vez mais forte, no sentido de se tornar um ponto de encontro de uma juventude que desejava uma transformação na política.

A imagem da Figura 67 foi retirada de: https://abre.ai/guWy

Fiquei a frente como programador do Bar Cultural por cerca de sete anos. Nestes anos todos, vimos nascer bandas e novos talentos na cidade, sendo o local uma referência para as apresentações. Além dos artistas locais e outros de diversas regiões do país, o espaço abrigou shows de artistas renomados como: Toninho Horta, Zé Geraldo, Tunai, Tadeu Franco, Dércio Marques, Ivan Vilela, Paulo Freire, Ceumar, Miltinho Edilberto, Telo Borges, entre outros.

A história do DA/DCE-Unifei como referência de ponto de encontro artístico, social e político é inegável e de suma importância na vida do itajubense que teve o privilégio de vivenciar um período de efervescência cultural e convívio social. É marca na vida de milhares de pessoas que ali se descobriram e/ou descobriram o outro. Seja num romance proporcionado por suas noites embaladas por muita música de qualidade; seja pelas mais diversas manifestações políticas e artísticas ocorridas ali; seja num encontrar do eu em suas diversas atuações sociais e políticas. Sempre foi naquele lugar que os encontros aconteciam. Ali, está guardada a memória de várias gerações que devem ser preservadas.

O DAUNIFEI é um patrimônio no coração e na afetividade de muitas pessoas que ali cresceram e se formaram como cidadãos. Tudo ali já foi um sonho e como diz o poeta: “os sonhos não envelhecem”. Matar este sonho é ao mesmo tempo findar a memória. Parafraseando o poeta e letrista do Clube da Esquina Ronaldo Bastos: “...nem o tempo amigo, nem a força bruta pode um sonho apagar.”

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Figura 67 – Registro de uma das manifestações do “Fora Collor” de 1992. (Guila Del Ducca)

ACERVO HISTÓRICO CULTURAL

O DCE possui um acervo histórico documental como: Fontes escritas, audiovisuais, fotográficos, documentos oficiais tais como cartas, ofícios, cartazes e, principalmente, um vasto número de exemplares do jornal “O Dínamo” e outros (ver a Figura 68).

Está em curso pela nova gestão ações de busca e reorganização de todo o acervo e busca de garantir a preservação para a manutenção de toda a história, que é um legado a novas gerações de alunos, para a comunidade itajubense e para o país.

Muitos documentos estão arquivados em caixas e em armários. E o processo de verificação está sendo lento e demandará tempo. No entanto é de conhecimento geral a necessidade deste trabalho importantíssimo, e será feito.

Nas Figuras 69 e 70 pode ser vistos outros ângulos da sala do arquivamento dos documentos, que serão verificados, catalogados e dispostos de forma segura

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Figura 68 – Foto tirada em 2023 da sala de arquivamento em vias de ser reorganizada Figura 69 – Foto tirada em 2023 da sala de arquivamento em vias de ser reorganizada Figura 70 – Arquivo Histórico Administrativo. Os trabalhos de levantamento de documentos que começou a ser feito, por enquanto não possui prazo informado.

Acimasãomostrados exemplares do jornal “O Dínamo” que eram produzidos pela gráfica instalada no próprio DA, que possuía ampla capacidade profissional. No entanto, com o avanço tecnológico, os equipamentos se tornaram obsoletos, mas sem perder seu poder de emitir publicações locais. Porém para maior alcance nos dias atuais e a hegemonia das redes sociais digitais, optou-se pela emissão do jornal “O Dínamo” de forma online. Cujo acervo de algumas gestões pode ser conferido também pela internet. Vide exemplo no link: https://drive.google.com/drive/folders/1gi7hoG7BTXc

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e eventos ao longo dos

Há diversos objetos que retratam a vida de alunos, e prêmios nos arquivos do DA/DCE-Unifei, conforme visto na Figura 73

Acima na Figura 74 é retratada a busca de documentação histórica e ações visando a necessidade de catalogação e preservação E pode ser visto volumes de informações a respeito da ditadura militar provenientes da Comissão Nacional da Verdade instituída pela lei 12.528/2011. Essa comissão foi um colegiado instituído pelo governo do Brasil para investigar as graves violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembrode1946 e 5 deoutubro de 1988. As violações aconteceram no Brasil e no exterior, praticadas por "agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado" brasileiro.

O PROCESSO DE TOMBAMENTO

A rádio Itajubá anunciou a notícia transcrita abaixo, disponível no link: https://encurtador.com.br/hBGI9

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Itajubá solicitou no mês passado (maio/23) o tombamento do prédio da sede do DCE (antigo D.A.) aoInstitutodo PatrimônioHistóricoeArtísticoNacional (Iphan), em Brasília.

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Figura 71 – Exemplares do Jornal “O Dínamo”. Figura 72 – Placas “marcos” representativas das passagens das gestões anos Figura 73 – Objetos colecionados pelo DCE-Unifei que retratam as passagens das gestões e eventos ao longo dos anos. Figura 74 – Um acervo importante localizado com informações referente a época da ditadura militar

A solicitação, assinada pela presidente do DCE, Ana Carolina de Almeida Sousa, gerou um processo que tramitou em Brasília e foi encaminhado ao Iphan em Minas Gerais, que analisa para tomar as providências cabíveis em relação ao tombamento do prédio.

PIANO DO DCE

Na inauguração da nova sede social do diretório acadêmico, foi adquirido um piano de cauda da marca M. SCHARTZMANN com recursos próprios do DA.

Este piano foi tocado em uma cerimônia musical memorável, com muitos convidados.

Após mais de 50 anos o piano se encontrava danificado com todo seu miolo comprometido, e os custos de sua substituição iriam superar os da aquisição de um novo.

O DCE solicitou ao Iphan que o processo de tombamento seja analisado com urgência, “diante do risco de destruição” do imóvel, já que a Prefeitura Municipal querconstruirumaescolaemtempointegral no local. Segundo o Iphan, “o bem, móvel e/ou imóvel, pertencente à pessoa física e/ou à pessoa jurídica de direito privado, objeto de tombamento, não terá sua propriedade alterada e nem precisará ser desapropriado”.

O diretório requer também que sejam “desde já determinados os efeitos de tombamento preliminar a fim de impedir que a Prefeitura de Itajubá faça qualquer intervenção no imóvel até que o presente processo seja devidamente analisado, diante dos graves riscos de perda do patrimônio histórico, bem como de arquivos e documentos relacionados à resistência à ditadura militar brasileira”.

O vereador Pedro Gama (PV), em visita a Brasília, se reuniu com a bancada do seu partido, para que o assunto fosse tratado diretamente com a presidência do Iphan. A reunião com o presidente do instituto, Leonardo Grass, foi com o Deputado Reginaldo Veras (PV-DF), que levou a demanda do DCE.

De acordo com o vereador, ficou acertado com a diretoria do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização a realização de um levantamento junto a Superintendência do Iphan de Minas Gerais para a análise do processo.

E na época de 2008 o diretório acadêmico passava por dificuldades financeiras, não possuindo condições de providenciar sua recuperação. E o piano se encontrava armazenado desmontado na sede social. Com isso a Fundação Theodomiro Santiago (FTS) fez a proposta de uma ajuda financeira em troca deste piano.

Assim, a diretoria do diretório acadêmico da Unifei em exercício no ano de 2008 concordou com a proposta e fezadoaçãoàFundaçãoTheodomiroSantiagodopiano de cauda, que foi oficializada via termo registrado.

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Figura 75 – Imagem veiculada em rede social da rádio Itajubá Figura 76 – Piano de cauda disposto na FTS (Fundação Theodomiro Santiago).

O piano se encontra agora na sala Aurelino Chaves, e a FTS pretende confeccionar uma placa com informações de sua compra em 1952, pelo próprio Aureliano Chaves quando presidente do DAIEI utilizando recursos do próprio diretório acadêmico (ver Figura 76)

A recuperação do piano tem um custo muito elevado, assim, pelo seu valor histórico no momento deverá ser conservado como está, mantendo todas suas características originais. Uma eventual recuperação será deixada para uma oportunidade futura.

Pode ser visto nas Figuras 77 e 78 partes do termo de doação d piano para a Fundação Theodomiro Santiago, com as devidas assinaturas com firmas reconhecidas e também o registro em cartório.

Fica como sugestão para conseguir uma reforma do piano com peças originais, com custeamento via uma parceria entre a Fundação (FTS) e a secretaria de cultura de Minas Gerais, com o Ministério da Cultura, alguma fundação ou organização não-governamental, ou quem sabe um dia, com a própria prefeitura.

São sugestões a serem consideradas, apesar desta reforma não ter planejamento concreto.

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Figura 77 – Primeira página do termo de doação do piano. Figura 78 – Segunda página do termo de doação do piano, onde consta o registro. Abaixo na Figura 79 vemos a menção da compra do piano no documento emitido em 1996, de 50 anos do jornal Dínamo.
Figura 79 Documento de 1996, de 50 anos do jornal “O Dínamo” onde é mencionada a compra do piano.

Um momento para exercer a liberdade de expressão...a liberdade de crítica! “Semelhanças são meras coincidências”!

As charges acima retratam o momento delicado vivido pelo Diretório Acadêmico da Universidade Federal de Itajubá em forma de “paródia triste”, e externam a liberdade de opinião e expressão daqueles que lutam para salvar o legado de 70 anos deixado pelos nossos colegas.

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REGISTROS DE MOMENTOS

Abaixo foi selecionado uma série de imagens nostálgicas de alunos e ex-alunos em momentos felizes no DA/DCE-Unifei e Bar Cultural ou relacionados. Resgatando memórias fantásticas que merecem ser compartilhadas.

Visita de Aureliano Chaves e Ulderico Mandolesi ao Bar Cultural do DAEFEI, inverno de 1987:

- Professor Ulderico Mandolesi, Reitor da EFEI entre Outubro 1986 e Outubro 1990;

- Idamar Cobianchi Nigro, 2o Secretario DAEFEI Gestão Avançar, 86/87;

- Paulo Bastian Krouwel, aluno EFEI;

- João Roberto Nassa e Silva, Gestão Avançar, 86/87;

- Roberto Claro (ao fundo), ex aluno EFEI;

- Fernando Rocha (ao fundo), Gestão Renascer, 85/86 e Avançar, 86/87;

- Alexandre Dias Pereira Cassiano, Presidente DAEFEI Gestão Avançar, 86/87.

Formatura da turma de dezembro de 1976. Na foto os graduandos posam em frente ao antigo “Cine Presidente”, na praça Wenceslau Braz da cidade de Itajubá-MG Vale lembrar que o prédio do antigo cinema, inaugurado em 1959 e desativado em 2009, infelizmente deu lugar a uma loja de departamentos.

Galera reunida no Bar Cultural, durante almoço comemorativo de formatura, em dez/88 Sergião, Demóstenes, Olímpia, Angélica, Carlão, Masao, Sérgio Valim, Benedito, Luiz Sebastião, Haroldo B, Batista, Milton, Silvia, Carneiro, Mogi e Fredão.

Tomada de posse do D.A. IEI em sua nova sede, em 1951. Ao fundo com a palavra o presidente do diretório acadêmico.

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Desfile de “Miss Bixo” no DA-EFEI em março de 1972Sem legenda das “beldades”.

As meninas da turma do Disco Voador - Churrasco “Dr/2” de agosto de 1974 – Idely/Léa Lucia/Eliana/Marialice e Ana Maria

As meninas Gilda, Lea, Eliana, Idely, Bel e Marialice com a companhia de Barbosinha – “Dr/2” de agosto de 1974

Churrrasco “Dr/2” de agosto de 1974 - Considerada a foto que tem a maior quantidade de alunos da turmaCerca de 80 colegas

Chopada de formatura no DA-EFEI, dezembro de 1976

Formatura da Turma do Disco Voador em dezembro de 1976, em frente a igreja matriz.

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Visita de jovens itajubenses em 1964. Deste grupo apenas o Edson e o José Cláudio se formaram na então EFEI, no início dos anos 70. Da esq. Para a dir.:

Celsinho da Dona Dorfina, Virgílio Machado, Cati Sarlas, Zé Roberto do Sr. Juca Rocha, Edson Rieira, José Cláudio do Sr. Guilherme Cardoso e Giuseppe Rotella, o Pinú.

Rosana, Angélica, Iolanda e Maira, no desfile do Miss Bixo de 1983. O “Miss Bixo” é uma tradicional festa não só do diretório acadêmico, mas da Universidade Federal de Itajubá. Onde os “bichos” (calouros) se fantasiam e participam de “lotes” junto aos veteranos. Toda a brincadeira é feita de forma simbólica e com vontade e alegria de todos os participantes.

Angélica Naús, no desfile do Miss Bixo de 1983 sede social do DA/DCE mesmo da pista/palco.

de Verão no ginásio Tigrão/1979, da AAAEFEI: Zé Paulo, (?), Godoy, Leonardo, Marzullo, Paulo Edson.

Tendo em vista os fatos narrados aqui nesta edição, que mostram os diversos questionamentos em torno do processo de desapropriação e a possibilidade de ideologização do debate, é de fato inconcebível o aceite da destruição do patrimônio histórico e cultural dos estudantes, construído há 70 anos com muito suor e esforço.

O DCE tem um legado que deve ser preservado e continuado em Itajubá, pois ele ajudou a cidade a ser o que é hoje. E julga-se que as perguntas se encontram sem respostas plausíveis até o momento

Durante a nova gestão do DCE começou a ser discutida a modernização do estatuto para a melhor gerencia de resultados, bem como a diversificação e retomada com força total nas contribuições sociais que o DA/DCE sempre se empenhou em realizar.

Nos últimos meses os fatos que colocam o DCE em risco de acabar (sim, o processo de desapropriação coloca em risco a existência de um negócio legalmente constituído, pois poderá exaurir seus recursos e suas fontes de renda, obrigando-o a encerrar suas atividades a revelia) trouxe união e interação de ex-alunos com os alunos. E as duas partes traçam planos para o fortalecimento do diretório.

Dada a importância histórico-cultural do DA/DCE-Unifei, e a possibilidade de se construir a tão esperada escola em tempo integral em outra área, julga-se não ser necessário o decreto de desapropriação de nossa sede social. Ambos os projetos podem coexistir na cidade de Itajubá, levando educação, cultura, assistência e lazer de qualidade para todas as pessoas.

Os ex-alunos se preocupam diante da possibilidade da existência de um desejo do fechamento do diretório por parte de algumas pessoas. O que entristece toda a comunidade e coloca em risco uma parte importante da história de Itajubá e do país.

Independentemente do desfecho que toda essa história, fica aqui o registro da luta que muitos alunos, exalunos e toda a diretoria do DCE travaram, mesmo diante da “disparidade de armas”. E que o registro de nossa tristeza diante alguns ex-alunos e daqueles que deveriam capitanear toda essa luta, mas preferiram se omitir ou simplesmente apoiar a intentona da prefeitura

“Apesar de você

Amanhã há de ser outro dia

Eu pergunto a você onde vai se esconder Da enorme euforia Como vai proibir Quando o galo insistir Em cantar Água nova brotando

E a gente se amando sem parar

Quando chegar o momento, esse meu sofrimento

Vou cobrar com juros, juro

Todo esse amor reprimido, esse grito contido Este samba no escuro

Você que inventou a tristeza

Ora, tenha a fineza de desinventar

Você vai pagar e é dobrado

Cada lágrima rolada nesse meu penar Apesar de você

Amanhã há de ser outro dia”

(Chico Buarque – Apesar de você)

• O direito a propriedade: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/direito-de-propriedade-e-seuselementos/789039529

• Nota da reitoria Unifei diante da primeira tentativa de desapropriação em 2016: https://www.facebook.com/universidadefederaldeitajuba/posts/942304259217885/?locale=pt_BR

• Nota da reitoria da Universidade Federal de Itajubá a respeito da intenção de desapropriação / 2023: https://unifei.edu.br/blog/nota-sobre-desapropriacao-da-sede-social-do-dce-bar-cultural/

• Nota da AD-Unifei a respeito da intenção de desapropriação / 2023: https://shre.ink/9NgH

• Sobre a doação do ITC a prefeitura de Itajubá: https://lnkd.in/dEGqT29X

• Imobiliária VilasBoas: https://www.vilasboasimoveis.com/?conteudo=fotografias&categoria=9775

• Glória Maria W. Machado – Os irmãos Petit: https://gloriampm.blogspot.com/2013/08/os-irmaos-petitidealistas-de-um-brasil.html

• Acervo de “Dínamos”: bit.ly/dínamos

• Notícia da rádio Itajubá a respeito do processo de tombamento do prédio do DCE-Unifei: https://encurtador.com.br/hBGI9

• Faixas do LP BENS: https://youtube.com/playlist?list=PLbyYJ50VpTB9DwSKj6_XcLNGsi-GCGLQd

• Artigo da Rádio Itajubá a respeito do posicionamento da reitoria da Unifei: https://www.radioitajuba.com.br/noticias/unifei-se-posiciona-contraria-a-desapropriacao-do-predio-do-d-a/

• Luiz Pereira Moysés – Artista plástico: http://www.camposdojordaocultura.com.br/categoriadet.asp?id_cat=59&Categoria=Luiz+Pereira+Moys%E9s+e+sua+pintura

• Entrevista à TV Itajubá com Carlos e Santiago: https://www.youtube.com/watch?v=mgvQ3sSlReI

• Movimento “Fora Collor”: https://abre.ai/guWy

• Volume_3_digital.pdf (memoriasreveladas.gov.br) páginas 1443 a 1446

A estrutura orgânica atual (Chapa Enedina Alves – 2023) do DCE é composta da seguinte forma:

• Presidente: Ana Almeida

• Tesoureiro Geral: Pedro Victor Ferrari

• 1º Tesoureiro: Pedro Hermeto

• Coordenadora de entidades base: Bianca Siqueira

• Diretor Administrativo: Gustavo Hermeto

• Secretaria geral: Maria Clara

• Coordenador de Eventos: Lucas Müller

• Coordenador de Divulgação: João Vitor Salomão

• Diretora de Finanças do Campus Itabira: Tatiane Fernandes

• Diretor de infraestrutura do Campus Itabira: João Pedro

• Diretor de Política e Cidadania do Campus Itabira: Rodrigo Pimentel

• Diretora de Conselhos Superiores do Campus Itabira: Giovanna Tulio

• Secretaria geral do Campus Itabira: Julia Soares

• Vice-presidente: Helena de Oliveira

• Diretora Central de Representação Estudantil: Vitória de Oliveira

• 2º Tesoureiro: Vitor Hugo Magalhães

• Coordenadora Sócio Cultural: Ana Carolina de Souza

• Vice Diretor Administrativo: Gustavo Viterbo

• Secretário Executivo: Nathan Rossi

• Coordenador de Comunicação: Gabriel Covolo

• Coordenadora de conselhos: Maria Estevez

• Diretor de Entidades Base do Campus Itabira: Marcio Francisco

• Diretor de Eventos do Campus Itabira: Eduardo Aoki

• Diretor Estudantil do Campus Itabira: Jean Cláudio

• Diretor de Comunicação e Marketing do Campus Itabira: Hugo Rocha

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39 ANEXO I
Exemplos de “O Dínamos” de edições antigas enviados por ex-alunos da Universidade Federal de Itajubá.

Algumas das placas antigas, de homenagens e comemorativas, que estão instaladas nas paredes da sede social do diretório acadêmico DA/DCE-Unifei

ANEXO II

Parceria entre: Coletivo de ex-alunos da Universidade Federal de Itajubá e DCE – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Itajubá.

Endereço: Rua Tenente José Cabral, 165, bairro São Vicente, Itajubá-MG Telefone: (35) 3622–0432

E-mail: presidencia@dceunifei.com.br / secretaria@dceunifei.com.br

Redes Sociais: https://www.instagram.com/dceunifei https://www.facebook.com/DCEunifei https://twitter.com/@BarCultural_da https://www.youtube.com/@DCEUNIFEI

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