Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani - Temporada 2013

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GALERIA DE ARTE

FERNANDA PERRACINI MILANI TEMPORADA 2013




GALERIA DE ARTE FERNANDA PERRACINI MILANI TEMPORADA 2013 - EDITAL DE OCUPAÇÃO Nº 50, DE 12 DE OUTUBRO DE 2012. PREFEITO PEDRO BIGARDI SECRETÁRIO MUNICIPAL DE CULTURA TÉRCIO MARINHO DIRETORA DOS TEATROS CARLA PAGANI COMISSÃO MUNICIPAL DE ARTES VISUAIS ALEXANDRE SARAIVA CECÍLIA CELANDRONI EDE GALILEU ELISABETE ALVARENGA EMÍLIA AZUMA JOSÉ MILTON TURCATO LÍGIA LUCIENE RODRIGUES MARIA LÚCIA MARTINELLI PANIZZA FOTOS E TRATAMENTO DE IMAGENS JOÃO BALLAS WILSON PAULETO PÁGS. 4, 6, 8, 246, 248 E 250. PROJETO GRÁFICO RODOLFO STANIC REVISÃO DE TEXTO VIVIANE RODRIGUES AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NAS LEGENDAS FORAM FORNECIDAS PELOS RESPECTIVOS ARTISTAS.


ÍNDICE 10 34 48 62 80 100

AS CIDADES INVISÍVEIS LÍGIA RODRIGUES 12 de janeiro a 31 de janeiro

NA MIRA LAERTE RAMOS 09 de fevereiro a 28 de fevereiro

ESCALAVRADOS ROSÂNGELA DORAZIO 09 de março a 28 de março

TODOS OS TRILHOS RENATO HOFER 06 de abril a 25 de abril

NATUREZA-MORTA, O TEATRO DAS COISAS GRUPO CÂMBIO 04 de maio a 23 de maio

UNDER CONSTRUCTION ANDREY ZIGNNATTO 01 de junho a 20 de junho

120 140 156 200 212 232

ENTRESPAÇOS SIMONE PEIXOTO E CLÁUDIA FRANÇA 29 de junho a 18 de julho DIÁRIOS FOTOGRÁFICOS CLÁUDIA GUIMARÃES 27 de julho a 15 de agosto

CAIXA UMBURANA E CIRCULAÇÃO GRÁFICA MAURA DE ANDRADE 24 de agosto a 12 de setembro

COMMANDO ANDRÉ GRIFFO 21 de setembro a 10 de outubro EM QUADRADOS – UMA VISÃO FRAGMENTADA MARÍLIA SCARABELLO 19 de outubro a 07 de novembro

DESENHO AMPLIADO: VIADUTOS TATIANA STETER 16 de novembro a 05 de dezembro

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satisfação é enorme, bem como a responsabilidade em apresentar a nova coletânea da Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani. Foi um trabalho minucioso desenvolvido pela Secretaria de Cultura que enaltece as obras em exposição no espaço localizado no Teatro Polytheama. Aliás, uma integração perfeita que soma os espetáculos do palco do Polytheama ao prazer visual que os trabalhos em exposição proporcionam aos vários tipos de público que por lá circulam. A Galeria de Arte é também, para nós jundiaienses, um cartão de visita, pois projeta a cidade dentro do cenário artístico, assim como município é destaque em desenvolvimento no País. Jundiaí é uma cidade cercada de ótimas oportunidades. Possui uma das melhores logísticas do País, devido a sua localização. Tem como patrimônio a Serra do Japi, uma reserva natural com imensa diversidade biológica. E quando se fala em oportunidades inserimos também a Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani. Ela, que abriga as obras em exposição, e que agora ganha este novo registro do seu acervo. Desta forma, amplia o seu alcance ao público e aguça a curiosidade em conhecer o espaço. É mais um incentivo para novas produções culturais, com um grande leque de oportunidades para os artistas de nossa cidade que reproduzem a sensibilidade em traços e esculturas.

PEDRO BIGARDI

PREFEITO DE JUNDIAÍ

São expressões singulares da nossa gente, da nossa história e das conquistas para o desenvolvimento de Jundiaí. ■

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Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani, fundada em 2011, por si só contribui com as exposições. Com sua arquitetura imponente em concreto aparente, paredes e colunas de tijolo a vista, pintados em branco e com pé-direito de 3,5 metros de altura, é uma galeria de arte contemporânea, que se destaca por apostar e promover artistas consagrados e emergentes por meio de mostras anuais. Em seu vão de 31 metros de extensão já foram acolhidas exposições fotográficas, pintura, gravura, desenho, instalação, vídeo, escultura, vídeo-arte e objetos, tornando-se um espaço expositivo que merece destaque em Jundiaí, não só pelo ecletismo de sua programação, mas por possibilitar gratuitamente o acesso a importantes acervos da arte nacional. Incentiva o intercâmbio cultural presente em suas exposições, pois permite a aproximação entre públicos variados e artes visuais. Atuando neste formato como instrumento de educação e inserção social promovendo, portanto, um encontro altamente positivo, pois provoca a reflexão através da arte e do seu papel transformador. Anualmente centenas de visitantes passam pela galeria, o que nos permite afirmar que também é um incentivo ao turismo, pois coloca o público diretamente em contato com a produção de arte contemporânea.

TÉRCIO MARINHO

SECRETÁRIO DE CULTURA

Apoiar a manutenção da Galeria Fernanda Perracini Milani é contribuir para que ela seja reconhecida como espaço de valorização das artes visuais, cuja finalidade é promover o acesso, a educação cultural e a transmissão de conhecimento, contribuindo com a cidade e em benefício de toda a sociedade. ■ 7


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presente catálogo é um importante documento do que foi realizado na Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani na terceira edição do seu edital, durante o ano de 2013. Ao todo foram selecionadas 12 exposições, individuais ou coletivas, que firmam o contato do público jundiaiense com a produção de arte contemporânea do nosso país. A Galeria de Arte dentro do Teatro Polytheama tem, desde a sua concepção no projeto idealizado por Lina Bo Bardi em 1986, um papel importante de integrar as artes visuais à um espaço de grandes aspirações do teatro, da dança e da música, sempre com o compromisso de promover manifestações artísticas e culturais de alta qualidade. É nesse espírito que a cada ano a Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani se torna reconhecida como um espaço democrático e expressivo, que estimula e educa para a sensibilidade e a participação na produção das artes visuais de nossos dias. ■ LÍGIA LUCIENE RODRIGUES

PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ARTES VISUAIS DO CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA (2012-2013)

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1 ■ gravura ■ desenho

AS CIDADES INVISÍVEIS LÍGIA RODRIGUES


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série é uma produção gráfica a partir do texto As Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino. O livro é uma ficção que trata da descrição feita pelo viajante Marco Pólo ao grande conquistador mongol Kublai Khan, das incontáveis cidades de seu império. As imagens produzidas, em sobreposições de desenhos, frotagens e monotipias, surgiram a partir do interesse anterior na paisagem urbana, na perspectiva e na arquitetura. As obras são uma união de tais interesses prévios, com uma coleção de referências visuais de cidades existentes e as inexistentes do texto de Calvino, cujos detalhes escritos são capazes de criar em nossa imaginação cidades com as mais complexas e curiosas formações e características. Lígia Rodrigues Lígia Rodrigues é graduada em Educação Artística, Bacharelado e Licenciatura em Artes Plásticas pela Universidade Estadual de Campinas. É Mestre em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Desenho, atuando principalmente nos seguintes temas: artes visuais, teoria e história da arte, arte moderna e contemporânea brasileira. Exposições: Participa de diversas exposições coletivas e individuais, sendo as mais recentes: 2012 - Exposição individual da série “As cidades invisíveis” na Galeria de Arte Profº. Dr. Sebastião Orlando da Silva, FAAL – Faculdade de Administração e Artes de Limeira, em Limeira- SP; 2011- Exposição coletiva “The Sketchbook Project 2011 Tour, The Brooklyn Art Library, Brooklyn, Nova York, Estados Unidos. ■

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PAG. 10: ISIDORA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41 CM; PAG. 12: BERSABÉIA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41 CM; ACIMA: DIOMIRA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 82 CM.

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DOROTÉIA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL 30 X 41 CM.

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ZAÍRA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41 CM.

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ANASTÁSIA (2013), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41 CM.

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TAMARA (2013), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41 CM.

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DESPINA (2013), MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 32 X 48CM.

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ZIRMA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41 CM.

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ISAURA (2012), MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 32 X 24 CM.

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FEDORA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41 CM.

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PAG. 23, ACIMA: ZENOBIA (2012), AQUARELA, COLAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 26 X61 CM; PAG. 23, ABAIXO: ARGIA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 82CM; ACIMA: ARMILA (2010), GUACHE E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 32 X 72CM.

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ZOBEIDE (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41CM

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PAG. 26, ESQUERDA: BAUCI (2012), MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 60 X 42CM; PAG. 26, DIREITA: EUSÁPIA (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 60 X 42CM; ACIMA: EUDÓXIA (2012), MONOTIPIA E AGUADA DE NANQUIM SOBRE PAPEL, 21 X 29,5 CM. 27


ÂNDRIA (2012), MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 21 X 30CM. 28


ESMERALDINA (2012), AQUARELA, MONOTIPIA E CARIMBO SOBRE PAPEL, 37 X 61CM. 29


FÍLIDE (2012), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 90 X 80 CM. 30


TECLA (2013), MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41CM.


VALDRADA (2010), FROTAGEM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 21 X 30CM.


OTAVIA (2011), AGUADA DE NANQUIM E MONOTIPIA SOBRE PAPEL, 30 X 41CM. 33



2 ■ gravura ■ escultura ■ instalação

NA MIRA LAERTE RAMOS


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a Mira reúne duas séries de trabalhos: Temporada de Caça e Arma Branca. A primeira é composta de serigrafias impressas em flanelas laranjas, que recebem imagens de alvos e animais em situações de observação e vigília.

Já Arma Branca trata-se de uma série de armas de cerâmica esmaltadas em preto que recebem o nome de “brancas” por não possuírem projéteis de fogo/pólvora. A origem do design destas armas são brinquedos geralmente de jatos de água. Ambos projetos se apresentam com o nome de Na Mira e, como são grupos e subgrupos de trabalhos distintos, podem ser expostos em conjunto com outras obras de mesmo conceito, ou separados em partes distintas que falam por si só. Laerte Ramos Laerte Ramos é natural de São Paulo e teve seus primeiros ensinamentos artísticos sobre escultura em argila, madeira, pedra e metal durante os anos escolares, em sua infância e adolescência, na Escola Waldorf Rudolf Steiner entre os anos de 1985 à 1996. Na época, alguns de seus grandes mestres eram refugiados de guerra vindos da Suíça e Alemanha. Contando com a influência de uma educação germânica “pós-guerra” e “alternativa”, o assunto bélico esteve sempre presente em todo o aprendizado lúdico-infantil de Laerte, o que o influencia até hoje em toda sua produção. Exposições: Entre suas exposições se destaca a de 2011- “Casamata”, realizada no Complexo Cultural da Funarte Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, em Brasília- DF. O trabalho foi contemplado pela Funarte no Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2011- Atos Visuais Funarte Brasília. ■

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TEMPORADA DE CAÇA (2011), SERIGRAFIA SOBRE FLANELA, PAINEL, 15 X 15 CM CADA UNIDADE. 38


TEMPORADA DE CAÇA (2011), SERIGRAFIA SOBRE FLANELA, PAINEL, 15 X 15 CM CADA UNIDADE. 39


TEMPORADA DE CAÇA (2011), SERIGRAFIA SOBRE FLANELA, PAINEL, 15 X 15 CM CADA UNIDADE. 40


TEMPORADA DE CAÇA (2011), SERIGRAFIA SOBRE FLANELA, PAINEL, 15 X 15 CM CADA UNIDADE. 41


TEMPORADA DE CAÇA (2011), SERIGRAFIA SOBRE FLANELA, PAINEL, 15 X 15 CM CADA UNIDADE.

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ARMA BRANCA (2011), CERÂMICA, PAINEL, UNIDADES DE DIMENSÕES DIFERENTES. 43


ARMA BRANCA (2011), CERÂMICA, PAINEL, UNIDADES DE DIMENSÕES DIFERENTES. 44


ARMA BRANCA (2011), CERÂMICA, PAINEL, UNIDADES DE DIMENSÕES DIFERENTES. 45


ARMA BRANCA (2011), CERÂMICA, PAINEL, UNIDADES DE DIMENSÕES DIFERENTES. 46


ARMA BRANCA (2011), CERÂMICA, PAINEL, UNIDADES DE DIMENSÕES DIFERENTES. 47



3 ESCALAVRADOS ■ gravura

ROSÂNGELA DORAZIO


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série Escalavrados é o resultado de uma pesquisa que a artista vem realizando com a utilização da gravura como meio de produzir imagens únicas, através de suas fotografias e com as ferramentas usadas para xilogravura. Rosângela corta tudo que não é chão ou céu, e assim surgem novas paisagens, repletas de brancos e cinzas, formadas pela incisão. Elementos da gravura tradicional são subvertidos. Existem cortes, estampas, impressões inversões da imagem, mas a ordem das operações é outra. A artista fotografa já pensando nas imagens que irão desaparecer e nas que permanecerão refletidas. Tudo o que é gravado se torna esbranquiçado e gasto, dando ênfase aos espaços que antes eram apenas coadjuvantes. A ação de produzir as imagens pela subtração da matéria fica explicitada. Incluir a ação na ficha técnica; gravura sobre fotografia, também deixa claro que ali existe tal subtração. É um trabalho no qual as ações de fazer, desfazer e refazer estão presentes. Rosângela Dorazio Formada em Artes Plásticas pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), Rosângela expõe seu trabalho em diversos museus, entre eles o MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo. Sua obra já foi vista em várias cidades do Brasil, além da mostra Blue Connection, em Frankfurt na Alemanha.

Exposições: Entre exposições individuais e coletivas, o trabalho da artista já foi visto em vários lugares do mundo, dentre os mais recentes são: 2012- “E JÁ NÃO ESTÁ”, Gravura brasileira, São Paulo-SP; 2011- “Ateliers 3. Etage”, exposição coletiva em Roedelheim Fabrik, Frankfurt, Alemanha. ■

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PAG. 46: BREJO (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 40 X 60 CM; PAG. 48: MANDACARU (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 40 X 60 CM; ESQUERDA: BENGALA (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 60 X 40 CM. 52


ESCADA ABAIXO (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 120 X 90 CM. 53


ESCADA ACIMA (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 120 X 90 CM. 54


ESPELHO (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 70 X 50 CM. 55


ESPELHO ROSA (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 120 X 90 CM. 56


SOMBRA DIAGONAL (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 40 X 60 CM. 57


PONTE (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 60 X 40 CM. 58


POSTE (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 60 X 40 CM. 59


ANHANGABAÚ (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 90 X 120 CM. 60


PEIXOTO (2011), GRAVURA SOBRE FOTOGRAFIA, 60 X 40 CM. 61



4 TODOS OS TRILHOS ■ instalação

RENATO HOFER


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odos os trilhos é uma instalação feita especialmente para a Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani, com objetos, desenhos, gravuras, pinturas, cadernos e vídeos que abordam o universo ferroviário, fruto de uma longa pesquisa estética que se iniciou em 1992.

A possibilidade de expor esta trajetória de Jundiaí, cidade destino de uma das linhas de trem mais simbólicas do país, motivou o artista a resgatar e organizar este extenso material. Grande parte das obras é inédita. A estas se agregam as obras já exibidas individualmente, mas que ganharam outra leitura dentro do conjunto. Algumas delas foram produzidas especialmente para a exposição. O papel da ferrovia no imaginário da humanidade evoluiu enormemente desde sua criação. No caso de São Paulo, e em específico, da linha de trem Santos-Jundiaí, parte de um ideal de modernidade, a força do homem vencendo a Serra do Mar e desbravando o sertão em busca do café, passando pelo florescimento de uma sociedade industrial até chegar ao abandono de décadas de patrimônio histórico-cultural gerado por mudanças geoeconômicas. A exposição pretende resgatar esse imaginário de forma poética, fragmentada e subjetiva, convidando os visitantes a mergulharem num universo de registros pessoais, mas que pretende encontrar ecos e conexões numa memória coletiva, mesmo que encoberta pela fuligem dos anos de esquecimento. Renato Hofer Se formou em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP em 1997. Estudou cenografia no Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho entre 1998 e 2000. Iniciou nas práticas de perfomance e instalação com a artista norueguesa Inghild Karlsen. Suas obras já foram expostas no Memorial da América Latina e na Semana de Arte Urbana do Benfica em Fortaleza. Exposições: Os trabalhos do artista estiveram presentes em diversas partes do Brasil e participaram de mostras internacionais, as mais recentes são: 2011- “Maquete para Caderno Sonâmbulo”, Memorial da América Latina, São Paulo-SP; 2011- “Probably”, Stoff, Stockholme Fringe Festival, Estolcomo - Suécia. ■ 65


PORTO (2009), MONTAGEM FOTOGRÁFICA SOBRE PAPEL, 30 X 18 CM.

PAI (HOMENAGEM A LOBO ANTUNES) (1993), FOTOGRAFIA, 8 X 9 CM.

CURVAS SUBMARINAS (2013), DESENHO SOBRE PAREDE, 100 X 100 CM.

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SÜD (2012), ACRÍLICA SOBRE TELA, 40 X 40 CM.

FRAGMENTO (2011), OSSO SOBRE ESPELHO, 20 X 23 X 6 CM.


CASAS GÊMEAS (1994), FOTOGRAFIA, 10 X 35 CM.

CATÁLOGO DE TEXTURAS, PARTE 1, COLAGEM SOBRE METAL, 19 X 64 X 8 CM.

VILA INGLESA (2012), COLAGEM SOBRE PAREDE, 19 X 19 CM.

PAISAGEM (1994), MONTAGEM FOTOGRÁFICA SOBRE PAPEL, 50 X 20 CM.

CASA AZUL (1994), FOTOGRAFIA, 10 X 15 CM.

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CADERNO DAS AFINIDADES HORIZONTAIS, OU O LIVRO DO DUPLO (1999), DESENHO SOBRE PAPEL PREPARADO E COSTURADO, 114 X 32 X 5 CM.

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CAIEIRO (2001), PINTURA SOBRE PAPEL PREPARADO E COSTURADO, 22 X 105 CM.

ENUNCIAÇÃO (2007), COLAGEM E DESENHO SOBRE CARTÃO, 9 UNIDADES DE 10 X 15 CM.

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BRAS-LUZ (1999), DESENHO E AQUARELA SOBRE CÓPIA XEROGRÁFICA, 43 X 21 CM.

TRECHOS (1999), DESENHO SOBRE PAPEL, 84 X 21 CM CADA. 70


VISTA DA FÁBRICA (1999), MONTAGEM FOTOGRÁFICA, 31 X 12 CM.

TORRES I (1999), DESENHO SOBRE PAPEL, 21 X 42 CM. TORRES II (1999), DESENHO SOBRE PAPEL, 42 X 21 CM.

HORIZONTAIS (1999), DESENHO SOBRE PAPEL, 190 X 21 CM.

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TRAVELLING (2002), MONTAGEM FOTOGRÁFICA, 148 X 9 CM.

BLUE PRINT I (2002), DESENHO SOBRE PAPEL, 170 X 54 CM.

BLUE PRINT II (2002), HELIOGRAFIA SOBRE PAPEL, 170 X 54 CM.

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FRANCO ATIRADOR DO 1 AO 16 (2013), MONTAGEM FOTOGRÁFICA SOBRE PINTURA NA PAREDE, 240 X 15 CM.

CADERNO FÉRICO (2010), SERIFRAFIA SOBRE PAPEL, 180 X 4 X 15 CM (A OBRA CONTINUA NA PÁG. 74).

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HARPIA (2012), OBJETOS METÁLICOS SOBRE PAINEL.

FRAMES (1994), MONTAGEM FOTOGRÁFICA, 23 X 18 CM.

TÚNEL (2008), ASSEMBLAGE, 13 X 22 X 10 CM.

PICOLÉ (2011), ÁGUA FORTE E ÁGUA TINTA, 36 X 25 CM. CATÁLOGO DE TEXTURAS PARTE 2 (1993), MONTAGEM FOTOGRÁFICA, 34 X 17CM.

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SETA, ÁGUA FORTE E ÁGUA TINTA, 4 X 4 CM.


LUZ-BRÁS TRECHO 1 (2010), PONTA SECA SOBRE PAPEL, 45 X 24 X 10 CM.

MISSIVA (2012), GRAVURA SOBRE ENVELOPE, 19 X 28 CM.

CADEIRA VAZIA (2012), GRAVURA E LETRA SET SOBRE ENVELOPE, 22 X 21 CM.

FANTASMA, SÉRIE DE 12 GRAVURAS, ÁGUA FORTE E ÁGUA TINTA, 23 X 13 CM CADA.

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CIDADE MÓVEL (2013), INSTALAÇÃO, PAPEL HANNEMÜLLER E TACHAS K. PRAYON APLICADOS SOBRE PAREDE, 130 X 130 CM.

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ACIMA: CAROZZA 005/CAROZZA 004 (2011), COLAGEM SOBRE PAPEL, 21 X 20 CM; ABAIXO: IL TACCUINO DEGLI CAPELLI PERDUTO (2011), CADERNO DE ARTISTA, 45 X 16CM; PÁG. 79, ESQUERDA: EFVM 2012 (2012), CADERNO DE ARTISTA, 95 X 9 CM.

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5 ■ pintura ■ escultura ■ gravura ■ video-arte ■ fotografia

NATUREZA-MORTA, O TEATRO DAS COISAS GRUPO CÂMBIO - TAMARA ANDRADE


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urante o ano de 2011, um grupo de quatorze artistas se debruçou sobre o gênero natureza morta, desafiando suas poéticas pessoais a flertarem com este gênero, ‘still life’, ainda vivo, percorrendo seus meandros e explorando suas possibilidades imagéticas e poéticas.

Através de uma série de encontros, o gênero foi esmiuçado em suas variadas dimensões históricas e conceituais, trazendo estas reflexões para um contexto atual. Os encontros continham uma proposta prática: que cada participante criasse um novo trabalho, contaminado por estas reflexões, e realizando dentro de um processo que incluísse o acompanhamento dos demais. As proposições individuais foram expostas e exploradas pelo coletivo gerando um campo magnético no qual os trabalhos gravitaram, ora se aproximando, ora se repelindo, numa construção contínua de significados multifacetados, interceptando-se continuamente. Está na natureza deste processo de criação questionar e explorar as particularidades do gênero de uma forma aberta e contínua, visando compartilhar esta experiência e esta produção com outros artistas e públicos. Artistas responsáveis: Ada Morgenstern, Anete Ring, Antonio Carlos Goper, Beatriz Matuck, Danielle Noronha, Egidio Rocci, Elisete Alvarenga, Henrique Coutinho, Luciano Ogura Buralli, Mauricio Parra, Paula de Podestá, Paula Ordonhes, Sergio Kal e Tamara Andrade. ■

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ACIMA: SEM TÍTULO (2012), ADA MORGENSTERN, XILOGRAVURA SOBRE PAPEL, 48,5 X 28 CM CADA IMAGEM; ABAIXO: SEM TÍTULO (2012), LUCIANO OGURA, XILOGRAVURA EM CORES SOBRE PAPEL, 19 X 32 CM CADA OBRA.

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SEM TÍTULO (2012), ANETE RING, ACRÍLICA SOBRE PAPEL, 70 X 50 CM (SEM MOLDURA); 86 X 68 CM (COM MOLDURA) CADA OBRA.

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ACIMA: A - SÉRIE TEMPO (2012), ANTONIO GOPER, FOTO DIGITAL E XILOGRAFIA SOBRE PAPEL E FOLHA DE PRATA (PARTES INTERCAMBIÁVEIS); ABAIXO: SEM TÍTULO (2011/2012), MAURICIO PARRA, PINTURAS À ÓLEO SOBRE MADEIRA, FORMATOS VARIAM ENTRE 11,5 X 20 CM E 20 X 25 CM.

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MANHÃ (2011/2012), DANIELLE NORONHA, PINTURAS À ÓLEO SOBRE PAINEL DE MADEIRA OU SOBRE TELA, FORMATOS VARIAM ENTRE 12 CM E 30 CM.

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PÁG. 87: STILL DE VÔO (2012), EGÍDIO ROCCI, TÉCNICA MISTA (MADEIRA E METAL), 26 X 80 X 80 CM; ACIMA: SEM TÍTULO (2012), ELISETE ALVARENGA, DESENHO E PINTURA SOBRE FOTOGRAFIA DIGITAL, 26 X 26 CM CADA OBRA.

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LEVE SÓ A SUA SOLIDÃO (2012), PAULA DE PODESTÁ, FOTOGRAFIA, CARIMBO E PINTURA, MALETA: 50 X 70 X 10,5 CM, PÉ: 80 CM.

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SEM TÍTULO (2012), PAULA ORDONHES, PORTA JÓIAS, PAPÉIS, MADEIRA, PREGOS, FIGURAS PLÁSTICAS, LENTE 22 X 6 X 18 CM, CAIXA FECHADA: 22 X 6 X 18 CM, CAIXA INSTALADA: 30 X 23 X 37.

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EMBALAGENS (2012), SERGIO KAL, 7 IMPRESSÕES SOBRE PAPEL ALGODÃO, TAMANHOS VARIAM ENTRE 22 CM E 40 CM.

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CARAVANA DOS CACARÉUS (2012), TAMARA ANDRADE, ANIMAÇÃO EM STOP MOTION, TV PORTÁTIL DE 9”, 02M14S EM LOOP.

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6 UNDER CONSTRUCTION ■ instalação

ANDREY ZIGNNATTO


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m seus laboratórios de pesquisa da série intitulada como Under Construction, Andrey Zignnatto parte da tridimensionalidade de um simples bloco de construção, passa pelo bidimensional da fotografia, registrando e o colocando no papel, realizando interferências com desenhos e pinturas.

Na escultura, devolve o estado tridimensional do bloco, porém, não em sua forma original, sendo que este, agora, aparenta estar em estado líquido, de fluidez, como que ocupando o espaço, expandido-se, na busca de um contínuo preenchimento. ”Under construction” é um termo comum utilizado para a construção de mundos virtuais em processo de produção, sendo este mundo, também, rota de fuga do mundo real, para muitas pessoas. Em seus trabalhos, no entanto, o artista percorre o caminho inverso, propondo uma fuga do mundo “virtual” para o mundo “real”, tornando este mundo, de linguagem e produtos etéreos tangível, codificando-os através de simbologias pictóricas, aplicadas em cada obra. Partindo desta base conceitual, o artista expõe todas as fases do processo de desenvolvimento e produção: o bloco utilizado para a fotografia, as fotos, as máscaras, o papel carbono, os desenhos, as pinturas, esculturas e instalações, desta forma, deixa a mostra todo o percurso realizado pela “construção” da série. Andrey Zignnatto Andrey Zignnatto nasceu em 1981 em Jundiaí, cidade onde reside. Trabalha entre Jundiaí e São Paulo. É artista autodidata. Participa do acompanhamento de projetos com Nino Cais, em São Paulo. Presidente fundador da Associação Cultural Menorah, idealizador do “FUTURO – Salão Nacional de Arte Contemporânea”, “MOVIMENTA – Festival Nacional de Dança Contemporânea”. Exposições: O trabalho de Andrey Zignnatto já foi visto em exposições coletivas e individuais, seguem as mais recentes: 2013- Mostra individual Museu Arte de Goiânia MAG- Palácio das Artes, Goiânia- GO; 2013- Mostra internacional Museu Alexandrovskaya Sloboda, Rússia. ■ 103


TENSÃO ESTRUTURAL 2 (2012), ESCULTURA EM TIJOLO CERÂMICO, 60 X 160 X 80 CM.

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TENSÃO ESTRUTURAL 1 (2012), ESCULTURA EM TIJOLO CERÂMICO, 55 X 28 X 160.

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DESENHO ESTRUTURAL 2 (2012), PINTURA AUTOMOTIVA EM CERÂMICA, 30 x 28 x 36 CM. 106


DESENHO ESTRUTURAL 1 (2012), PINTURA AUTOMOTIVA EM CERÂMICA, 14 X 28 X 45 CM.

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DESENHO ESTRUTURAL 3 (2012), PINTURA AUTOMOTIVA EM CERÂMICA, DIMENSÕES NÃO ESPECIFICADAS. 108


PIXELS (2012), PAINEL, SPRAY E FOTOGRAFIA, 30 X 20 CM CADA QUADRO.

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7 ENTRESPAÇOS ■ instalação

SIMONE PEIXOTO CLÁUDIA FRANÇA


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ntrespaços é uma exposição coletiva, composta por trabalhos de Simone Peixoto e Cláudia França. O assunto de seus trabalhos é o cotidiano, representado a partir de objetos e elementos da casa, enquanto lar e não arquitetura. Os trabalhos artísticos de Simone e Cláudia são muito distintos tanto técnica quanto plasticamente. No entanto, estão relacionados ao uso de objetos retirados do universo cotidiano, o que evoca uma noção de realismo em seus trabalhos. Para tal, elas se servem de elementos e objetos domésticos e da intimidade para a construção de situações poéticas. Simone e Cláudia se conhecem há pelo menos cinco anos, desde a pós-graduação no Instituto de Artes da Unicamp. Desde então, vêm trocando impressões, vivências, constituindo uma forte ligação de amizade, mesmo vivendo em cidades distintas. Os eventuais encontros - onde se praticam a hospitalidade mútua - são oportunidades de observações e atenção aos modos como cada uma cuida de sua própria casa e dos espaços de trabalhos nela contidos, o que leva a mais uma aproximação entre suas poéticas: o fato de não possuírem um espaço específico para o atelier de desenho,

prática objetual e gravuras. Este aspecto, comum às duas artistas, promove uma intensa interpenetração de realidades distintas (enquanto espaço e funcionalidade): a realidade cotidiana e a ação simbólica imiscuída nesta realidade. Um empilhamento desordenado de pratos tanto pode ser o resultado de um ato prosaico quanto pode ser percebido como composição plástica. Sendo assim, é comum se valerem do uso múltiplo de objetosmatrizes que podem ser usadas normalmente no espaço doméstico e apresentarem-se em uma instalação ou ainda, um objeto comum – xícara, livro, uma roupa íntima- sendo aproveitado como pretexto para um desenho de observação. Da mesma maneira, a mesa da sala ou da cozinha pode abrigar um bastidor de bordado ou prancheta de desenho, a área de serviço possui varal para secagem de gravuras. Embora cada artista produza seu trabalho de forma separada, a tendência é que na exposição, os trabalhos se integrem de maneira a reconstruir poeticamente ambientes domésticos. Os trabalhos da exposição dialogam a partir da temática e do suporte, formando uma “casa” híbrida, constituída a partir das percepções de ambas sobre a espacialidade da Galeria Fernanda Perracini Milani, gerando escolhas de trabalhos e estudos compositivos compartilhados. 123


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Simone Peixoto Mestre em Artes, Simone Peixoto coordena o projeto Xilomóvel - Ateliê Itinerante. Leciona no curso de Artes Visuais na Faculdade de Administração e Artes de Limeira. Exposições: O trabalho de Simone pode ser visto em diversas exposições coletivas e individuais, entre elas: 2012- “Cada lugar”, Casa da Cultural de Uberlândia, Minas Gerais. Cláudia França Com doutorado em Artes, Cláudia França leciona no Departamento de Artes Visuais da Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia. Exposições: Entre suas principais exposições se destacam: 2010- “Nós”, exposição coletiva no Museu Universitário de Arte da Universidade Federal de Uberlândia- MG. ■

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8 DIÁRIOS FOTOGRÁFICOS ■ fotografia

CLAUDIA GUIMARÃES


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om curadoria de Diógenes Moura, curador de fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Diários Fotográficos é um trabalho autoral, resultado de dez anos de registros do movimento da noite paulistana na década de 1990. Integrando imagens, vídeo e textos, o projeto se propõe a um registro documental do comportamento e a mentalidade de uma geração. Enquanto a fotografia moderna prima pelo distanciamento, onde parece ser necessária a ausência do fotógrafo para que a imagem se revele, Claudia é a agente da cena retratada, justamente por isso sua imagem é íntima. Quem fotografa e quem é fotografado são frutos do mesmo meio: clubbers, trabalhadores, modernos, drags e modelos se sentem confortáveis e posam sem defesas, plenos de cumplicidade. Claudia Guimarães Claudia Guimarães nasceu em São Paulo e formou-se na FAAP, em Artes Plásticas. Iniciou sua carreira como fotógrafa no início dos anos 1990, depois de fazer um curso na Societé Française de La Photographie, em Paris. Seu trabalho conquistou prêmios de fotojornalismo concedidos pela Funarte (Fundação Nacional de Arte). Exposições: O trabalho de Claudia pode ser visto em diversos jornais e revistas, entre as exposições se destacam: 2012- PhotoImagem 2012, Museo de Arte Moderna – República Dominicana; 2012SP- ARTE- Pavilhão da Bienal- São Paulo. ■

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9 CAIXA UMBURANA E CIRCULAÇÃO GRÁFICA ■ gravura

MAURA DE ANDRADE


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aixa Umburana e Circulação Gráfica são projetos que significam desdobramento, além da produção objetiva de imagens que lhes é própria, gerando uma coleção de gravuras. A Caixa Umburana expõe em seu interior 25 gravuras realizadas por gravadores do Brasil, México, Argentina e Alemanha e uma figura tridimensional realizada por um artesão da região do Cariri, todos se utilizando da madeira umburana. A caixa é feita com essa madeira, oriunda do bioma da caatinga e usada tradicionalmente na região do nordeste brasileiro para a confecção de estuaria e para a gravação de xilogravuras. Deste objeto, assim como das imagens e das figuras tridimensionais, foram feitos cinco exemplares. As caixas foram gravadas exteriormente por cinco artistas diferentes da cidade de São Paulo, com motivos retirados do aspecto da árvore no seu estado natural. As cinco caixas funcionam como expositores, objetos em permanente trânsito que se resignificam por onde passam. Nasce como uma homenagem a uma específica cultura gráfica brasileira - chamada irreflexivamente de “popular” que se desenvolve marginalmente do que se conhece como a cultura “erudita” nos grandes centros. A Umburana é um meio, um pretexto, para que um determinado conhecimento penetre em outros círculos e desperte interesse e atenção, da mesma forma é o tema no qual artistas de diversos universos da gráfica nacional e internacional se encontram em total horizontalidade. Circulação Gráfica surge como uma consequência direta da Caixa Umburana, é uma continuidade da reflexão iniciada, dentro da qual a madeira e o deleite de cortar nela envolvem também uma relação mais direta entre os artistas e uma troca de saberes. Assim, artistas oriundos da região do Cariri, vinculados à produção de capas de cordéis e com um trabalho autoral próprio, se trasladam para o Sudeste do País com o objetivo de participar de uma série de encontros com artistas nas cidades de Santos, São José dos Campos e São Paulo. Artistas responsáveis: Airton Laurindo, Andreas Kramer, Anico Herskovits, Carlos Henrique Soares, Eduardo Ver, Ernesto Bonato, Fabricio Lopes, Florian Foerster, Francisco Maringelli, Irving Herrera, José Altino, J. Miguel, Julieta Warman, Julio Yescka, Luciano Ogura, Maércio Ogura, Marcos Freitas, Maura de Andrade, Miriam Zegrer, Nilo, Paulo Penna, Rafael Limaverde, Renato do Vale, Teresa Daquinta, Yili Rojas. ■ 159


ARTISTA: AIRTON LAURINDO.

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ARTISTA: ANDREAS KRAMER.


ARTISTA: ANICO HERSKOVITS.

ARTISTA: CARLOS HENRIQUE SOARES.

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ARTISTA: EDUARDO VER.

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ARTISTA: ERNESTO BONATO.


ARTISTA: FABRICIO LOPES.

ARTISTA: FLORIAN FOERSTER.

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ARTISTA: FRANCISCO MARINGELLI.

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ARTISTA: IRVING HERRARA.


ARTISTA: J. MIGUEL.

ARTISTA: JOSÉ ALTINO.

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ARTISTA: JULIETA WARMAN.

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ARTISTA: JULIO YESCKA.


ARTISTA: LUCIANO OGURA.

ARTISTA: MAÉRCIO LOPES.

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ARTISTA: MARCOS FREITAS.

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ARTISTA: MAURA DE ANDRADE.


ARTISTA: MIRIAM ZEGRER.

ARTISTA: NILO.

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ARTISTA: RAFAEL LIMAVERDE.

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ARTISTA: RENATO DO VALE.


ARTISTA: TERESA DAQUINTA.

ARTISTA: YILI ROJAS.

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ARTISTA: AMILTON DANTAS.

ARTISTA: ANA CALZAVARA.

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ARTISTA: ANTONIO GOPER.

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ARTISTA: AUGUSTO SAMPAIO.


ARTISTA: BIBA RIGO.

ARTISTA: BRUNO OLIVEIRA.

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ARTISTA: CARLOS HENRIQUE.

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ARTISTA: CLAUDIO CAROPRESO.

ARTISTA: CLEBER ALEXSANDER.


ARTISTA: CLEIRI CARDOSO.

ARTISTA: CRIS ROCHA.


ARTISTA: DANIELA MATTOS.

ARTISTA: DANIELLE NORONHA.


ARTISTA: EXILIBRIS.

ARTISTA: FABIO NOTARI.


ARTISTA: FABIO SAPEDE.

ARTISTA: FERNANDO COBRA


ARTISTA: FERNANDO VER

ARTISTA: FRANCISCO MARINGELLE.


ARTISTA: GEORGE GUTLICH.

ARTISTA: GILBERTO TOME.


ARTISTA: ISABEL AYRES.

ARTISTA: JOÃO MELO.


ARTISTA: JORGE CAXEADO.

ARTISTA: JOYCE FARIAS.


ARTISTA: KAMILA FERNANDES.

ARTISTA: KIKA LEVY.


ARTISTA: LOURDES SAKOTAMI.

ARTISTA: LUCIANO OGURA.


ARTISTA: MAERCIO LOPES.


ARTISTA: MARCELO HELENO.

ARTISTA: MARCIA SANTOS.


ARTISTA: MARIA JOSÉ SOLORZANO.

ARTISTA: MARIA PINTO.


ARTISTA: MARIANA ARDITO.

ARTISTA: MAURA DE ANDRADE.


ARTISTA: MAURA DE ANDRADE.

ARTISTA: MAURICIO PARRA.


ARTISTA: MONICA ANCAPI.

ARTISTA: NANCY NASTARI.


ARTISTA: NINA KREIS.

ARTISTA: PAULO PENNA.


ARTISTA: PEDRO PESSOA.

ARTISTA: RAFAEL KENJI.


ARTISTA: RAQUEL MIDORI.

ARTISTA: REIKO SHIMIZU.


ARTISTA: RILDO OLIVEIRA.

ARTISTA: ROMILDO.


ARTISTA: SÉRGIO ANTUNES KAL.

ARTISTA: SERGIO SILVA.


ARTISTA: ULYSSES BÔSCOLO.

ARTISTA: YILI ROJAS.



10 ■ pintura ■ escultura

COMMANDO ANDRÉ GRIFFO


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exposição Commando é composta por cinco pinturas da série Engenho Maratona e duas esculturas da série Trecho. Em Engenho Maratona, inicialmente é pensado um sistema - uma peça, um arranjo de objetos, uma máquina ou um cenário - a fim de apontar questões poéticas nas fases necessárias para seu entendimento, que vão desde a investigação até a execução. Dessa forma, a evolução de cada sistema é a causa e também a conseqüência da evolução de seus meios de representação, que são a pintura, a escultura e o desenho. Já em Trecho, são expostas esculturas feitas a partir de objetos encontrados em cemitérios após o Dia de Finados. Esses materiais são aquecidos, e por serem em sua grande maioria moldados em parafina, são derretidos e enformados para serem trabalhados. André Griffo André Griffo vive e trabalha no Rio de Janeiro. Participou de diversos salões de arte contemporânea, passando pelas cidades de Piracicaba, Londrina e Santo André. Foi ganhador do prêmio Leitura Pública e Análise de Portfólios, promovido pelo 44º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, em 2012. Exposições: O artista já expôs seus trabalhos em diversas exposições, entre elas: 2012- 44º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, São Paulo. ■

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QUARTO AZUL (2011), ACRÍLICA E CARVÃO SOBRE TELA, 163 X 260 CM. 205


REUNIÃO (2012), ACRÍLICA E CARVÃO SOBRE TELA, 200 x 250 CM.

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MARATONA DRINKS (2012), ACRÍLICA SOBRE TELA, 175,5 x 161 CM. 207


VITRINE (2011), ACRÍLICA, ÓLEO E CARVÃO SOBRE TELA, 125 X 202 CM. 208


CAIXAS (2011), ACRÍLICA, ÓLEO, MANTA ASFÁLTICA E CARVÃO SOBRE TELA, 109 X 142 CM. 209


PROSPECÇÃO (2010), PARAFINA E OBJETOS DIVERSOS, DIMENSÕES VARIADAS. 210


PLACA (2010), PARAFINA, TRAMA METÁLICA E OBJETOS DIVERSOS, DIMENSÕES VARIADAS.

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11 EM QUADRADOS

■ fotografia ■ instalação

UMA VISÃO FRAGMENTADA MARÍLIA SCARABELLO


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m Quadrados: Uma Visão Fragmentada é uma instalação que tem como objetivo propor uma reflexão sobre os hábitos atuais de consumo, utilizando-se neste caso, do consumo de imagens como informação. A velocidade da comunicação, da transmissão de dados e o excesso de informações fizeram com que a sociedade tenha um comportamento mecânico e superficial diante da quantidade de imagens oferecidas diariamente. A instalação propõe uma reflexão sobre a fotografia contemporânea, que se encaixa neste contexto, pensando para onde ela caminha e até que ponto ela pode ser considerada um trabalho artístico, visto que, com o surgimento de equipamentos multifuncionais, o acesso à fotografia digital e aos recursos oriundos desse tipo de atividade ficou muito mais fácil e bastante popular. A exposição tem 20 fotografias expostas, todas tiradas a partir de aparelhos celulares, de autoria própria, e editadas com aplicativos também presentes nesses aparelhos. Todas as imagens são registros da cidade de Jundiaí, escolhida como o objeto a ser fragmentado por “cliques rápidos”, entre os anos de 2011 e 2012. Igualmente, todas as fotos possuem o formato quadrado, bastante popularizados pelos aplicativos presentes nos aparelhos celulares de hoje. Tal forma também nos remete aos pixels, presentes nas imagens digitais que vemos e manipulamos. Marília Scarabello Marília Scarabello é arquiteta formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Estudou cenografia no Espaço Cenográfico em 2008, onde teve a oportunidade de produzir e acompanhar diversos processos de criação teatral. Durante esse período, trabalhou como assistente do cenógrafo J.C Serroni em diversos projetos. Participou de oficinas ministradas por Pamela Howard, e de diversos encontros sobre cenografia pelo país. Prêmios: 2012- Prêmio Estímulo de Cultura oferecido pela Secretaria de Cultura de Jundiaí, pelo projeto “Os Justos.” ■

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12 DESENHO AMPLIADO: VIADUTOS ï¿­ desenho

TATIANA STETER


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exposição apresenta uma série de desenhos produzidos em outros suportes que não o papel, ampliando o campo do desenho e propondo um novo diálogo e entendimento do que pode ser o desenho.

Desenho Ampliado: Viadutos é composto por duas séries que conversam entre si e que são produzidas em dois suportes diferentes: arame soldado e placa de vidro adesivada. Em Desenhos Espaciais, desenhos/objetos ficam expostos, afixados ao teto, a uma altura superior que a linha do horizonte, com uma distância mínima de 50 cm da parede do fundo. Uma luz direcionada projeta o desenho na parede e amplia suas dimensões. A série Paisagens Desenhadas são placas de vidro que possuem paisagens naturais, de certa forma intocadas pelo homem, mas que são sobrepostas com desenhos de grandes estruturas arquitetônicas como pontes e viadutos. Tatiana Steter

PAISAGENS DESENHADAS #6 (2012), DESENHO COM CANETA PRETA SOBRE VIDRO, 27 X 113 X 1 CM.

Tatiana Steter é natural de São Paulo, graduada em Artes Plásticas pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Já expôs seu trabalho em várias cidades do Brasil, e ganhou o II Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea. Exposições: O trabalho de Tatiana pode ser visto em exposições coletivas e individuais, as mais recentes são: 2013 - Exposição individual no MAG, Museu de Arte de Goiânia, Goiás; 2011 - Exposição coletiva no 16º Salão de Artes Plásticas de Catanduva, Salão de Exposições da Estação Cultura, Catanduva, São Paulo. ■ 235


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PAISAGENS DESENHADAS #1 (2012), DESENHO COM CANETA PRETA SOBRE VIDRO, 91,5 X 113 X 1 CM. 243


PAISAGENS DESENHADAS #5 (2012), DESENHO COM CANETA PRETA SOBRE VIDRO, 91,5 X 113 X 1 CM. 244


PAISAGENS DESENHADAS #7 (2012), DESENHO COM CANETA PRETA SOBRE VIDRO, 91,5 X 113 X 1 CM. 245


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A Galeria

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Teatro Polytheama é um dos principais patrimônios históricos, culturais e arquitetônicos de Jundiaí. Fundado em 1911 e fechado no final da década de 1960, foi reinaugurado em 1996 com projeto da renomada arquiteta Lina Bo Bardi. Inaugurada em 13 de dezembro de 2008, a Galeria Polytheama, assim como as outras que estão localizadas dentro de equipamentos culturais públicos, recebia o nome do local que a abriga. Em 3 de dezembro de 2011, a galeria passa a ser denominada de “Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani”, em homenagem à uma das mais conceituadas artistas jundiaienses. A denominação da Galeria foi realizada por meio da Lei 7.712, de 11 de agosto de 2011. Desde então, a ocupação da galeria é definida por edital aberto à participação de artistas de todo o Brasil. ■

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Fernanda Perracini Milani Nasceu em Alba (Piemonte), na Itália. Formada em Artes Plásticas pela FAAP e pósgraduada em Artes pela Universidade de São Paulo. Sua trajetória artística em Jundiaí iniciou na década de 1950. Presidiu a Comissão Municipal de Artes Plásticas e integrou o Conselho Municipal de Cultura no período de 1983 a 1989. A artista fez cursos de pintura com Tarsila do Amaral, Renina Katz e Yolanda Mohaliy; de gravura com Evandro C. Jardim; cerâmica com o professor João Rossi e de História da Arte com Flávio Motta. Fernanda Milani está catalogada no Anuário Jundiaiense de Artes Plásticas, de Celso de Paula, nas edições de 1997 e 1999. Participou das coletâneas da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí, desde o ano de 2001, com exceção de 2006. Ela recebeu menções honrosas nas 1ª e 2ª edições do Salão Jundiaiense de Belas Artes. Dividiu seu tempo lecionando no magistério e participando eventualmente de algumas exposições. Suas últimas participações foram em Arte do Novo Século, em Jundiaí, no ano de 2002, realizada no Complexo Argos e na exposição de Batik no congresso O Direito do Meio Ambiente, no Complexo Mokiti Okada, em São Paulo. Em 2009, participou de exposições na Galeria Polytheama com Femina e Caminhos e, em 2011, da exposição Rumo aos 40 anos, da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí. Faleceu em 12 de maio de 2011. ■

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logos_galeria segunda-feira, 10 de março de 2014 11:00:01

Rua Barão de Jundiaí, 176 - Centro CEP 13201-010 - Jundiaí-SP





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