Revista Digital MARIA QUITÉRIA - Expedições Artísticas e Culturais

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maria quitéria REVISTA DIGITAL

EXPEDIÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS

NOSSA CAUSA Promover e expedir Cultura, Artes Plásticas, Literatura e Fotografia. Divulgar e valorizar nossa cultura e nossa gente.

maria quitéria Quem é essa mulher? Conheça mais, através dos diversos olhares, manifestados por diferentes expressões

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culturais e artísticas.

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expedições Visite as colunas com belíssimos conteúdos.

APOIO CULTURAL:

BOA LEITURA


maria quitéria REVISTA DIGITAL

EXPEDIÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS

Expedindo Cultura, Artes Plásticas, Literatura e Fotografia. Divulgando e valorizando nossa cultura e nossa gente. Ano 1 | Edição Especial nº 01 | Março/2021

CIP - CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO Revista Digital Maria Quitéria [Recurso eletrônico]

Ano 1 | Edição Especial nº 01 / 2021 | Feira de Santana-BA. Semestral Publicação em língua portuguesa (Brasil). Cultura, Artes Plásticas, Literatura e Fotografia. Disponível em: https://issuu.com/digitalmq/docs/revista_digital_maria_quit_ria_ano_1_nr_1_2021 Imagens fotográficas: Josman Lima - Av. Maria Quitéria em Feira de Santana-BA 1. Direitos periódicos. Revista Digital Maria Quitéria

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QUEM SOMOS

O grupo editorial da Revista Digital Maria Quitéria tem uma proposta cultural, focada no público artístico brasileiro que mora no Brasil ou em outros países, trazendo produções literárias, artes plásticas e fotografia. Sua publicação é semestral e gratuita, através das plataformas online. NOSSA CAUSA

Ø Promover, divulgar e intercambiar as artes e a cultura da nossa gente, destacando personalidades consagradas e artistas amadores; Ø Fomentar a arte e a cultura nos ambientes escolares, com vistas ao desenvolvimento de crianças e jovens para as artes; e Ø Difundir no mundo digital nossas produções artísticas, reconhecendo que o novo consumidor mundial agora é digital, assim, nossa arte vai além das fronteiras.

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SUMÁRIO

6 CONSELHO EDITORIAL Conheça nossa equipe

12 MARIA QUITÉRIA DE JESUS A heroína da Independência do Brasil

16 EXPEDIÇÃO MARIA QUITÉRIA Expressões artísticas e sua relação com Maria Quitéria

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78 EXP. PRINCESA DO SERTÃO Feira de Santana - a cidade princesa em arte e cultura de diversas formas

85 EXPEDIÇÃO CONTEÚDOS QUE VALEM A PENA Temas livres e de grande valor

92 EXPEDIÇÃO JANELA ABERTA O que acontece de arte e cultura você confere aqui. Fique por dentro!

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CONSELHO EDITORIAL Diretor / Editor / Design Gráfico: Josman Lima de Brito Revisão: Carlos Magno Vitor da Silva Divulgação: Maroel da Silva Bispo Divisão Cultural e Artística: Alexandra Patrocínio Madrinha: Lélia Vitor Fernandes de Oliveira – Presidente da ALAFS

JOSMAN LIMA Psicólogo - CRP 03/20790, Graduado em Produção e Multimídia Digital; Pós-graduado em Gestão de Pessoas e em Inteligência Socioemocional; Artista Plástico e Fotógrafo por hobby. Autor dos livros: Pintando a Vida, Categoria Devocional; Cúmplices do Amor - Romance Categoria Relacionamento e As Aventuras de Bolota e Quinzinho, Literatura Infantil. Participou de diversas Antologias. Membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana, da Academia de Cultura da Bahia, da Academia de Ciências, Letras e Artes da Argentina e membro internacional da Associação Cultive, Art-littérature e Solidarité, em Genebra/Suiça.

CARLOS MAGNO VITOR Licenciado em Letras Vernáculas com Inglês. Especialista em Estudos Literários. Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2008), Bel. em Teologia. Doutorando em Teologia, Membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana e da Academia de Cultura da Bahia. Autor de várias obras, incluindo “Olhos de nuvens claras” (poesia).

MAROEL BISPO Poeta e escritor, licenciado em Letras Vernáculas, Psicólogo – CRP 03/22235 e pós-graduando em Terapia Cognitiva Comportamental. Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Infância e Adolescência. Coautor do livro “A cidade dos meus sonhos”; autor dos livros “Arauto da esperança”; “Flamas poéticas”. É membro efetivo da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana, membro correspondente da Academia de Letras do Brasil, seção Mato Grosso do Sul e editor-chefe da Revista Literária Inversos. Organizador de diversas Antologias Poéticas.

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Apoio cultural: - Academia de Letras e Artes de Feira de Santana-ALAFS - Associação Cultive, Art-littérature e Solidarité - Maria das Graças Cordeiro - Coordenadora do Departamento de Turismo da Secretaria de Turismo de Feira de Santana E-mail: digitalmariaquiteria@gmail.com https://issuu.com/digitalmq/docs/revista_digital_maria_quit_ria_ano_1_nr_1_2021

ALEXANDRA PATROCÍNIO Poeta, escritora, contadora de história, professora de Língua, Literatura e Redação da Rede Pública Estadual de Ensino da Bahia. Graduada em Letras e Especialista em Educação. Mestre em Estudos de Linguagem. Psicóloga em Formação. Membro efetivo da Academia de Cultura da Bahia. Faz parte do Movimento Mulherio das Letras – Bahia, Brasil e Europa; da Confraria Poética Feminina e do Coletivo de Autoras de Literatura Infantil e Infanto juvenil da Bahia - CALIIB. É autora dos livros Girassóis em noites escuras; Depois da Escuridão; As Reinações de Clarinha no Reino da Poesia. Através do Rio; Clarinha e a Sementinha Mágica; e, Clarinha em: Vem brincar comigo - (no prelo).

LÉLIA VITOR FERNANDES Licenciada em Letras e Pedagogia, pela UEFS. Ex-Secretária de Educação de Feira de Santana/BA e de Santa Bárbara/BA e Diretora do Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação de Feira de Santana. Membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana, onde atualmente é Presidente; Membro da Academia de Cultura da Bahia; do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana; Membro Honorário da Academia Internacional de Letras, Artes e Ciências, em Buenos Aires/Argentina; Membro da Accademia Superiore di Crescita Personale da Itália; da Academia de Educação de Feira de Santana; da Academia de Letras, Música e Artes de Salvador; da Academia de Letras e Artes de Fortaleza/CE e do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Já publicou 30 livros. Além disto, é poetisa, pesquisadora, memorialista, teatróloga, palestrante, filatelista e numismata.

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SOBRE JOSMAN LIMA

Criador e Diretor da Revista Sou um sonhador! Aventureiro e gosto de gente, com todas as suas facetas. Em tudo tiro aprendizado e pra mim nada é permanente, ou quase nada, o amor é o que vem quebrar esse paradigma. O amor pelas pessoas, pelas coisas, pela possibilidade de poder imprimir sonhos e ajudar o ser humano a ser melhor – ter sua melhor versão, pois o ser humano é possuidor de uma tendência a atualizar-se sempre! Já dizia Carl Rogers. Nasci na cidade de Tanquinho, interior da Bahia, por uma feliz circunstância, onde minha mãe sentiu as dores do parto, no dia 04 de fevereiro de 1968. Sou o décimo dos quinze filhos dos meus saudosos pais (in memorian). Tive uma infância entre a fazenda e a cidade, onde iniciei o meu gosto pela leitura, pela escrita e pelas artes plásticas, representados por modestos trabalhos. Sou Psicólogo, atuante na clínica e nas organizações; graduado em Produção e Multimídia Digital e com pós-graduações na área do desenvolvimento humano. Tenho três livros publicados, participação em algumas antologias e concursos literários.

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Este projeto de concepção de uma revista digital vem consolidar aquilo que pretendo confirmar o que significa sonhar e amar. Aqui, com pessoas que sonham junto comigo, quero poder levar arte e cultura para toda a gente. Explorar e expandir talentos – conhecidos ou anônimos e amadores. Aqui na Revista Digital Maria Quitéria, quero fazê-los existir e tornar imortais seus sentimentos, através das suas expressões artísticas. A revista Maria Quitéria busca ir além de uma opinião sobre determinada revista digital voltada para a arte e a cultura – não é esse o principal objetivo. Seus posts apresentam construções poéticas, literárias e de artes plásticas e fotografia, por meio de emoções emergidas dos sentimentos que cada autor traz para representar o tema proposto. Traz apresentações de novos talentos, valorização da juventude e seu jeito peculiar de ver o mundo. Traz eventos que valem a pena conferir e participar. Todo o conteúdo quer, de alguma forma, retratar a experiência fantástica da arte e da cultura como transformação de um povo. Para falar comigo, pode ir pelo digitalmariaquiteria@gmail.com.

e-mail:

Além disso, seja bem-vindo(a) para comentar e sugerir o que convier. Boa leitura!

Que nossos sonhos sejam degraus para as nossas vitórias. 09 | maria quitéria


ASSOCIAÇÃO CULTIVE, ART-LITTÉRATURE E SOLIDARITÉ A Associação CULTIVE Club International d’Art Littérature e Solidarité foi criada para divulgar a cultura, apoiando e levando o nome dos escritores e artistas plásticos lusofônicos pela Europa. A Cultiva organiza para esse fim eventos ricos em debates acadêmicos, saraus, encontros, vernissages, amostras, salão de livro e festivais culturais no Brasil e na Europa. A Cultive utiliza plataformas na internet, radio, publicações virtuais e impressas, a televisão. Além disso apoiamos entidades sociais e culturais. Outro objetivo da Cultive é apoiar plataformas de divulgação cultural e artística. Dessa maneira a Cultive é uma grande apoiadora da Revista Digital Maria Quitéria através da sua presidente Valquiria IMPERIANO. https://www.cultive-org.com/about

Valquiria Imperiano - Presidente e fundadora da Cultive

e

Criadora

da

campanha

"Um

Dia

de

Felicidade". Brasileira/ Suiça, Reside em Genebra, Formada em Letras, Professora Escritora, Pintora, Escultora, Designer de moda e de joias, Redatora e revisora do Jornal Cultive.

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ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE FEIRA DE SANTANA (ALAFS) A Academia de Letras e Artes de Feira de Santana é uma instituição com mais de 20 anos de história e tem uma forte influência para nossa cidade. Sua representatividade é fortíssima no que tange a Cultura e à Arte. Dentre as suas atividades realizadas nos mais de 20 anos de inteira efervescência cultural, a ALAFS já promoveu dezenas de eventos, tais como: encenação de peças de teatro; edição de jornais; exposições: fotográficas, documentais, filatélicas; 1ª Feira de livros de Escritores Feirenses; concursos: de canto, da vida de Maria Quitéria, de poesia e de redação, entre tantos outros eventos e que nos orgulha ter esse apoio que vem de sua presidente, a Ilma Sra Lélia Vitor Fernandes de Oliveira – escritora, com trinta livros publicados, historiadora e ativista cultural. Hoje, a sua membresia consta de 40 membros efetivos, 09 falecidos, 11 correspondentes e 03 honorários.

Lélia Vitor Fernandes de Oliveira Presidente da ALAFS. Madrinha da Revista Digital Maria Quitéria. E-mail: leliavfernandes@yahoo.com.br

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H E R O Í N A

Q U E M

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MARIA QUITÉRIA DE JESUS Um breve histórico biográfico

Como sua biógrafa no livro “Mulheres que Deixaram Marcas” registrei alguns dados pessoais do perfil da laureada. Descobri nos vários textos pesquisados, que há muitas interrogações e dúvidas sobre a sua vida pessoal, como: o lugar em que ela nasceu: Feira de Santana, Vila de N. S. do Rosário do Porto de Cachoeira, Tanquinho, Justiniano Bastos, Jaguara, Tiquaruçu, Salvador; a data do seu nascimento, 27 de julho de 1792 ou 27 de julho de 1798 o porquê da sua ida à Cachoeira para se alistar, patriotismo ou romantismo; a idade que ela se alistou, 24 ou 30 anos etc. Contudo, segundo o historiador Pereira Reis Junior, Maria Quitéria de Jesus nasceu no Sítio do Licurizeiro, filha de Gonçalo Alves de Almeida e D. Quitéria Maria de Jesus. No seu batistério registra o dia 27 de julho de 1798 o dia do seu batismo, na Capela de São Vicente. (Existe uma placa na Igreja de Tiquaruçu). Ficou órfã de mãe na sua pré-adolescência e não se compatibilizou com as suas madrastas. Seu Gonçalo casou-se mais duas vezes. Tornou-se uma jovem destemida: caçava com armas de fogo, montava a cavalo em pelo, além dos afazeres domésticos, atividades rurais na plantação de algodão e cuidado com o gado, com isto ela não aprendeu a ler nem escrever. Com os rumores das lutas pela Independência do Brasil na Bahia, Maria Quitéria foi informada pelos tropeiros que caminhavam pelas estradas de São José das Itapororocas, bem como de seu cunhado José Cordeiro de Medeiros, que sempre ia à Cachoeira. Eis que seu pai recebe a visita de um emissário da Junta do Governo que convocava jovens para se alistar no batalhão, sediado em Cachoeira. O jovem pernoita na fazenda Serra

da Agulha e Maria Quitéria pede ao pai para se alistar. Ele lhe responde que as mulheres nasceram para fiar, tecer, bordar e não vão à guerra. Mais que depressa ela se alia à sua irmã Teresa, que corta-lhe os cabelos e lhe empresta uma roupa do seu esposo e vai com o cunhado para Cachoeira, que ainda lhe empresta o sobrenome de Medeiros, o qual ela depois de ser aceita pelo Batalhão passou a ser chamada de Soldado Medeiros. Enquanto Maria vê realizado o seu desejo, seu pai a procura por toda parte e lembrando da sua petição de ir se alistar ele parte para Cachoeira, que a encontrando tentou persuadila para retornar à casa, mas ela não cede aos reclames do pai e fica firme para defender a sua pátria e ele a amaldiçoa. Combateu veementemente na barra do Paraguaçu, Pituba, Itapoã e guarnece por alguns dias a Cachoeira e Ilha de Maré. E no dia 02 de julho de 1823, em meio ao rufar dos tambores a tropa marcha em direção ao Terreiro de Jesus onde o Exército Pacificador é ovacionado pelos baianos, transpondo um arco de flores das irmãs Soledade. No dia 29 de julho, Maria Quitéria deixa a Bahia e parte para o Rio de Janeiro, a fim de ter uma audiência com o Imperador D. Pedro I, que a condecora com a insígnia de “Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro”, concedendolhe o soldo de alferes de linha. Maria Quitéria ainda aproveita e solicita ao Imperador que lhe encaminhe uma carta para apresentar a seu pai, pedindo-lhe perdão por ter abandonado o lar em defesa da pátria. Retorna a sua terra natal, é perdoada pelo pai 13 | maria quitéria


MARIA QUITÉRIA DE JESUS encontra-se com o ex-noivo, Gabriel Pereira de Brito, contrai matrimonio e com ele tem uma filha: Luiza Maria da Conceição. Fica viúva e retorna a Salvador com sua filha e reside no distrito de Santana, que tendo ficado cega e com problemas no fígado, morre no dia 21 de agosto de 1853, aos 61 anos, em verdadeiro anonimato. Enterrada na Freguesia de Santana do Sacramento da Bahia (atual Igreja do Santíssimo Sacramento de Sant´Ana), situada no bairro de Nazaré, em Salvador. Com este pequeno relato da sua história, embora tivesse ficado na indigência nos seus últimos momentos de vida recebeu muitas homenagens. Vejamos algumas delas: Logradouros públicos e instituições: distrito rebatizada pela Lei de 19/12/1934, Avenida, Paço Municipal, Escolas em Feira de Santana, Salvador, Camaçari... Estatueta na (Câmara de Vereadores) monumentos: projeto do arquiteto Luiz Humberto de Souza Carvalho, desenhada pelo também arquiteto, Juracy Dórea, doado à Prefeitura pelo Rotary Clube de Feira de Santana, na Av. Getúlio Vargas com Av. Maria Quitéria; no distrito de Maria Quitéria; estátua de bronze, inaugurada, em 21 de agosto de 1953, no largo da Soledade, em Salvador. Quadros - (painel de Lênio Braga na Rodoviária de Feira de Santana) telas, (Tela à óleo de D. Failutti do Museu Paulista/ S/P); tela de Prisciliano Silva, no Museu Ipiranga/S/P de (Raimundo Falcão de Oliveira, no Centenário de Maria Quitéria, que está afixada no gabinete do prefeito); a de Augustus Earle, na Coleção Nan Kivell de Câmbera) banners, fotos, postais, selos. Comenda Maria Quitéria - Resolução, na conformidade do Art. 78, §2º, item IX da Lei 3.531, de 10 de novembro de 1976, da Câmara de Vereadores de Feira de Santana e Comenda da Câmara de Vereadores de Salvador. Reportagens, artigos, (Arnold Silva, Epístola a Maria Quitéria de Alonso de Miravel)monografias... Revistas – Grandes Personagens da Nossa História, O livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, Neon. 14 | maria quitéria

Revistas em quadrinhos – Maria Quitéria, a Injustiçada, de Eduardo Kruschewsky. Cordel – Dos índios Payayás saiu Maria Quitéria, a Heroína da Bahia e Trovas a Maria Quitéria de Franklin Machado; Maria Quitéria: A heroína da Independência de Patrícia Oliveira da Silva e Jurivaldo Alves da Silva; Livros: Honra e Glória a Maria Quitéria de Osvaldo Sales, Maria Quitéria de Pereira Reis Junior, Mimo Literário a Maria Quitéria de Ramos Feirense, Biografia de Maria Quitéria de Jesus de Fernando Alves, Heroínas Baianas de Bernardino de Souza, Aspectos do 2 de Julho, Baianos Ilustres de Antônio Loureiro de Souza, Mulheres que Deixaram Marcas, de Lélia Vitor Fernandes de Oliveira, São José das Itapororocas de Antonio Moreira Ferreira; O Soldado que não era de Joel Rufino dos Santos; A Guerreira da Lapinha de Elieser Cesar; Quitéria e o Bando de Cleonice de Alberto Peixoto; Depoimentos: Diário de uma viagem da jornalista inglesa Maria Graham, Maria de Lourdes Malafaia, Clarice Rosa de Souza, Arquivo particular do Mons. Renato Andrade Galvão. Cadeira Acadêmica: a Cadeira nº 27 da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana, ocupada pela escritora Maria Betânia Knoedt Andrade. Texto teatral: “Maria Quitéria”, de autoria do teatrólogo Davi Cenzia e adaptação musical de Deolindo Checcucci. Poemas – de Castro Alves, Ramos Feirense, Antônio Lopes, Franklin Dórea, Nicolau dos Santos Titara, Álvaro Reis, Arlindo Rosa, Franklin Machado. Hinos à Maria Quitéria: Ramos Feirense, Arthur de Sales, Hercília Gomes, Major Braz Francisco de Assis Moreira. Música: “Moreninha” de Georgina de Melo Erismann; “Maria Mulher” de Cezinha dos Olhos d´Água. Discursos: Profª Edith Mendes da Gama e Abreu – A Mulher na Independência da Bahia, no IGHBA (Instituto Geográfico e Histórico da Bahia) no seu centenário de morte. - Nas comemorações do centenário de morte de Maria Quitéria, em 1953, temos informações


que o filatelista José Olympio da Silva “Juca Silva” promoveu a confecção do selo comemorativo, uma folhinha, envelope e carimbo e no Sesquicentenário de morte de Maria Quitéria foi elaborado o Carimbo pela Câmara Municipal de Feira de Santana. Biografias: Consuelo Pondé de Sena, Osvaldo de Sales Gonçalves, Manoel Pereira Reis Jr., Bernardino José de Souza, Antônio Moreira Ferreira, Edith Mendes da Gama e Abreu, Jorge Calmon, Arnold Silva, Edivaldo Boaventura, Felinto Bastos, Fernando Alves, Joaquim Gouveia, Dimas Oliveira, João Francisco de Lima, Antônio Raymundo Pinto, Oscar Damião de Almeida, Lélia Vitor Fernandes de Oliveira, Hugo Navarro da Silva, Gastão Sampaio, Rolli Popino, Hélio Pólvora, José Luís Pólvora. Palestras: – Cid Teixeira, Franklin Machado, Hugo Navarro, Eduardo Kruschewsky, Lélia Vitor Fernandes de Oliveira, Edivaldo Machado Boaventura. Decreto Presidencial – É Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, de acordo com o Dec. Pres. de 28 de junho de 1996, sancionado pelo presidente da República, Dr. Fernando Henrique Cardoso. Patrono da Polícia Militar da Bahia Placa: na Igreja Matriz de São Vicente, do distrito de Tiquaruçu, referente ao batismo de Maria Quitéria, assinada em abril de 1960, de autoria do Vereador Antônio Manoel de Araújo. Souvenires – bonecas estilizadas Um sonho acalentado por muitos feirenses era a implantação de um Memorial em homenagem à mulher guerreira, Maria Quitéria tais como Dr. Edivaldo Boaventura, que foi o autor da proposição da criação do Parque Histórico de Castro Alves, em Cabaceiras do Paraguaçu e o Parque Estadual de Canudos, que deixou este projeto para ser implantado aqui em sua terra natal. Outra sugestão foi a de Prof. Joselito Amorim, um cidadão devotado à sua terra natal, que sugeriu que se construísse o equipamento no distrito de Maria Quitéria, visto ter terrenos foreiros que poderiam ser aproveitados para isto.

Fui membro da Comissão para planejamento das comemorações, por ocasião do Sesquicentenário de morte de Maria Quitéria, convocada pela Casa da Cidadania, pelo então presidente da Câmara, o Sr. Antônio Carlos Coelho, no ano de 2003. Foram muitos os eventos realizados nesta data: palestras, desfiles cívicos, exposição, entronização do retrato de Maria Quitéria, no plenário da Câmara, lançamento do Carimbo Comemorativo, missa solene, condecoração da Comenda Maria Quitéria ao Arcebispo D. Itamar Vian, premiação do Concurso Literário “Maria Quitéria, a heroína feirense” e outorga de medalhas à comissão organizadora. Desde então, muitos feirenses sonhavam com a implantação deste projeto. O Instituto Historio e Geográfico, a Academia de Letras e Artes e a Fundação Municipal Egberto Costa, com o apoio do governo municipal, através do seu prefeito, Dr. Colbert Martins da Silva realizaram este sonho, de acomodar o Memorial Maria Quitéria no Casarão dos Olhos D`Água – Casa da Cultura, juntamente com outras instituições acadêmicas, que hoje serve de visitação pública e motivo de satisfação em dar a devida homenagem à guerreira da Independência do Brasil na Bahia.

Lélia Vitor Fernandes de Oliveira Pesquisadora

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EXPEDIÇÃO MARIA QUITÉRIA

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Queremos te convidar a viajar numa Expedição Artística e Cultural, tendo como referência essa mulher, apresentada por diferentes criações e olhares artísticos, os quais compõem esta Revista Digital, que será um marco para nossa cidade. Nesta edição serão trazidos os diversos olhares sobre essa mulher baiana de Feira de Santana, mostrando sua força e suas escolhas em detrimento de suas renúncias. Uma Maria Quitéria que hoje é descrita, pintada, admirada, percebida e representada por tantas mulheres da contemporaneidade. Aqui, Maria Quitéria será eternizada mais uma vez, nesta brilhante produção artística dedicada a toda mulher forte e guerreira.

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Acompanhe uma breve entrevista cedida à comissão editorial sobre Maria Quitéria de Jesus:

ANTÔNIO MOREIRA FERREIRA (ANTÔNIO DO LAJEDINHO) Nasceu em Feira de Santana no ano de 1925. Foi jornalista profissional e advogado atuante em diversas comarcas. É um herói brasileiro, baiano e feirense. Ex-combatente da Segunda Guerra Mundial pela Marinha do Brasil, onde participou ativamente de operações de guerra, sendo condecorado por serviços prestados à pátria. Poeta e Cronista é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana, Instituto Internacional da Poesia, União Brasileira de Escritores e da Academia Feirense de Letras. Participou de diversas antologias e publicou dez livros.

E-mail: dazinho1925@gmail.com

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Revista: Sobre a criação da revista digital Maria Quitéria, o que o senhor tem a dizer?

de Pernambuco, onde eu me juntei a outros companheiros em outra embarcação com mais de mil militares a bordo.

A.M.F.: Achei ótimo, uma ideia brilhante. Eu sou suspeito pra falar de Maria Quitéria e eu quero colaborar com esse projeto no que eu puder.

Revista: Assim como senhor foi um voluntário, nossa Maria Quitéria também se colocou à disposição do Exército. Esse é um ato nobre? Ajudar seu país e seu povo?

Revista: Enquanto vemos, nos dias atuais, a desvalorização da mulher em diversos aspectos, qual é a importância de levantarmos essa discussão sobre o valor da mulher na sociedade e sua inclusão, apesar das diferenças impostas. Essa revista poderá contribuir nesse sentido? A.M.F.: Com certeza, ela vai contribuir, porque será distribuída e divulgada perante o mundo e será um exemplo que precisa ser mostrado. Nossa conterrânea Maria Quitéria, ainda muito pouco conhecida e reconhecida. Nosso povo precisa conhecer nossa história, para não ser surpreendido lá fora quando falar de nossos heróis e suas participações nos diversos conflitos mundiais e o que os fizeram ser reconhecidos pela bravura e coragem. Revista: Sobre ser um dos voluntários para integrar as forças brasileiras rumo à II Guerra, qual é o sentimento hoje dessa decisão tomada? A.M.F.: Na época, para ingressar à Marinha do Brasil, era preciso fazer concurso e eu fiz e passei, mas antes mesmo de completar os dezoito anos já foi selecionado junto com os outros novatos (sangue novo) para atuarem na linha de frente. Logo na saída de Salvador o mar já estava bloqueado com submarinos e nossos navios estavam arcaicos. No que eu embarquei, com a ajuda da aeronáutica, bombardeou o submarino que se encontrava à nossa frente e assim conseguimos avançar até Recife, no estado

A.M.F.: A maior importância é o exemplo. É o mundo saber que nós temos uma heroína, que somos um povo forte e corajoso, que luta pela sua Pátria. No Brasil existem excussões (direto do Rio de Janeiro) com voo para a França destinadas à visita do monumento a Joana D’Arc[1] e aqui na terra de Maria Quitéria, o que vemos é um “faz de conta” que reconhecemos nossa heroína. Existem alguns eventos aqui na cidade. No distrito de Maria Quitéria, no dia 2 de julho, por decreto municipal, acontece um desfile cívico e homenagens em comemoração pela Independência do Brasil na Bahia, com a expulsão dos portugueses de Salvador, no dia 2 de julho de 1823. Existem também alguns monumentos, mas nada que sejam visitados com o devido vulto a que merece. Não existem destinos específicos e contextualizados. Não rememorar a história Maria Quitéria é esquecer de si próprio.

[1] Joana d’Arc foi uma camponesa que teve participação relevante na Guerra dos Cem Anos, liderando as tropas de Carlos VII em conquistas importantes. Capturada pelos ingleses, foi julgada e condenada à morte na fogueira por bruxaria, sendo executada aos 19 anos de idade. No século XX, teve sua imagem reabilitada e hoje é um dos grandes nomes da história francesa. Por Antonio Moreira Ferreira

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MARIA DAS GRAÇAS CORDEIRO DOS SANTOS Diretora do Departamento de Turismo da Secretaria de Turismo de Feira de Santana

Graça Cordeiro, casada, residente em Feira de Santana/Ba, Bacharel em Ciências Contábeis/ UEFS; Pós Graduada em Gestão Empresarial/UEFS; PósGraduada em Docência do Ensino Superior/ Faculdade 2 de julho/Salvador-Ba; Pós-Graduanda em Gestão Pública e Sociedade/ UNICAMP-UFT/Polo Salvador; Gestão Pública em Turismo/UFBA. Gestora Financeiro-Procuradora em indústria multinacional/Professora de Ética Profissional; Fundadora e Diretora da Casa do Trabalhador; desde 2013 estou Diretora do Departamento de Turismo de Feira de Santana/Ba. Fundadora do Rotary Club Novo Horizonte. Voluntária na Instituição Fraternal Sorriso de Criança; Detentora de vários títulos honoríficos, medalhas e troféus como a Comenda Maria Quitéria pela Câmara Municipal de Feira de Santana e Comenda Maria Quitéria – Heroína da Pátria pela FEBLACA/Niterói/RJ. E-mail: gal.cordeiro@hotmail.com 20 | maria quitéria


No agreste baiano as portas do sertão se abrem em Feira de Santana, cidade da Zona Turística Caminhos do Sertão, com cerca de 600 mil habitantes onde predomina o turismo de negócios e compras, com classificação ‘B” no Mapa do Turismo Brasileiro. Por acolher pessoas de todas as partes do Brasil e até do exterior, torna-se rica em sua diversidade cultural e histórica. É neste lugar, de homens de fé e simples, mas também de mulheres corajosas que nasce a Heroína Maria Quitéria. Contudo, apesar de nomear o Paço Municipal, Igreja, escola, avenida e monumentos, percebeu-se ausência de notoriedade para esta importante personalidade feirense. No exercício das funções na Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico/Departamento de Turismo, percebeu-se a necessidade de resgatar a memória de Maria Quitéria e do presente, que o Brasil recebeu de Feira de Santana, para esse estado chamado BAHIA, 65 anos antes da abolição dos escravos. Segundo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) “a autoridade não é nem o povo, em sua realidade, nem o poder político, mas a razão esclarecida pela consciência”. Assim, mais de 100 anos depois, agiu Maria Quitéria, MULHER, jovem moradora na Fazenda Licurizeiro, zona rural de Feira de Santana. Maria Quitéria, sem ter estudos básicos, muito menos filosóficos, e nenhum conhecimento teórico-literário, nem tampouco convívio sócio-político teve um papel preponderante para a Bahia e o Brasil ao representar, na essência, do que assegurou o filosofo Rousseau. Sem dúvida foi ouvindo a razão, que sua consciência mostrou, que Maria Quitéria decidiu, vestida de homem, se incorporar ao exercito em Cachoeira, lutar contra os portugueses e conquistar a Independência da Bahia, Para despertar o imaginário e a curiosidade sobre o Soldado Medeiros, nome que Maria Quitéria assumiu no exército, passou-se a utilizar promoter nos stands de eventos caracterizadas da personagem, contando aos visitantes e turistas um pouco da trajetória de vida e principais feitos de Maria Quitéria. 21 | maria quitéria


Concomitantemente iniciou-se uma campanha educativa para estudantes das escolas públicas e privadas, sobre a história do município com um enfoque especial na Heroína da cidade, relembrando sua importância para a independência da Bahia e na efetiva libertação do domínio das tropas portuguesas sobre a nação. A partir de breves estudos, foram construídos dois roteiros: Caminhos de Maria Quitéria – A heroína, com duração de dois dias; e Caminhos de Maria Quitéria, com duração de um dia. Os roteiros correspondem ao percurso feito por Maria Quitéria, margeando o Rio Jacuípe em Feira de Santana, navegando pela Bacia do Rio Paraguaçu até a cidade de Cachoeira, onde se inscreveu no exército. O passeio oportuniza conhecer além da história da heroína, pontos turísticos de Feira, bem como de outros municípios que faz parte do trajeto, como por exemplo: O Parque Histórico de Castro Alves em Cabaceiras do Paraguaçu e a cidade de Cachoeira. Recentemente foi criado, no Casarão Olhos D’água, um espaço em sua homenagem onde se podem encontrar escritos e artefatos relacionados a sua trajetória.

MARIA DAS GRAÇAS CORDEIRO DOS SANTOS Diretora do Departamento de Turismo da Secretaria de Turismo de Feira de Santana

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JOSMAN LIMA Apaixonado pela vida, pelo silêncio, pelos amigos e, principalmente pela família. Sua nova paixão é a força da arte e do poder que ela tem de transformar vidas. "Vejo em Maria Quitéria um potencial enorme para contribuir com o reconhecimento da força de toda mulher na sociedade moderna."

ONDE ESTÁ SUA QUITÉRIA?

ETERNAMENTE VIVA Maria, Quitéria, Tereza, Ana, Valéria... Quantos nomes ainda daremos? Mulheres fortes, audazes, corajosas, desprendidas... De quantas delas dependemos? Em casa, no trabalho, na lavoura, Na estrada... Em todas as lidas.

Maria Quitéria... hoje lhe vejo, visto, julgo, pinto... tudo diferente. Não é apenas uma mulher – limitada É “gente” – pertencente. Está viva, na alma de toda mulher “preta”, “branca”, solícita, que sonha... Ativa. Mulher heroína – no exército no lar, no mar e no ar, na freguesia das Itapororocas. Onde for, será seu lugar. Quebrando as barreiras da indiferença, fazendo a diferença. Você estará eternamente viva! Seu nome é Independência!

Debaixo da goiabeira no quintal de casa correndo por detrás da pedra, do muro, da própria sombra... No escuro. A clareira não te cabe - teria asa. No fogão, mulher lavanderia, de “bucho” cheio – parideira Seria esse teu lugar Maria? (Quitéria) Onde está essa Quitéria, que desde cedo aprendeu a pescar, – sonhos atirar – com gritos (tua arma da liberdade) e desabafar – arriscando a vida – sem privacidade? Aprendeu fugir, se esconder omitir identidade... - eu só quero ser (eu mesma) e viver... de verdade. Que Quitéria és tu, Que se cala, aceita, abaixa a cabeça, se deita e “pare”? Pare! Reveja aquilo que mereça. Oprimir sonhos e morrer sem ser você mesma? Onde está sua Quitéria? Onde está sua Quitéria? “Perguntar não ofende” – a resposta está em suas mãos e dela você depende. 25 | maria quitéria


LUIZ NATIVIDADE

Natural de Junqueiro, Alagoas, nasceu em 07 de maio 1961. Veio para a Bahia e por aqui ficou até os 6 anos de idade. Depois seu pai transferiu a família para Junqueiro, Alagoas, em 1966. Aprendeu com o tio a fazer suas primeiras cordas de palha de coqueiro e colher de pau. Passava suas tardes na carpintaria do mestre Manoel Marques, incentivador da cultura popular na cidade. Cresceu vendo sua mãe riscando, desenhando, costurando e bordando roupinhas de bebê. Isso contribuiu para sua formação de desenhista. Formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia - Escola de Belas Artes. Realizou mais de 50 exposições. Idealizador do projeto Natividade de Xilogravura, levando essa arte milenar aos quatro cantos do Brasil, fazendo cursos, oficinas e palestras de xilogravuras. Poeta, desenhista, pintor, xilogravador e escritor. Realiza oficinas de xilogravuras e exposições de poemas de cordel em diversos eventos culturais na Bahia e em outros estados. Já escreveu os cordéis: Marieta que eu vi viver, O homem da mesa, Manual de xilogravura – uma ideia feita a mão, O orgulhoso que tropeçou na sorte, O mendigo que virou senador, Junqueiro minha vida e vários outros.

Divulgação dos seus trabalhos: blogwww.natividadexilo.blogspot.com

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CLÁUDIA GOMES Natural de Salvador, BA, radicada em Feira de Santana. É professora, escritora e poetisa. Publicou Catadora de Versos, A Mulher e a Rosa e outros poemas de amor, Condado Poético, Malu: a bailarina das águas e em várias antologias poéticas como Cadernos Negros 39, Minicontos para a criança eu há em você, Mulher: poesia absoluta, Mulher Poesia, Vol. 2, 3 e 4, Nas teias de Eros, O Construtor de Amigos, O silêncio das palavras, Pétalas do coração, Poemas do Coração I e II, Poesia de Botão, Poesia Libertadora, Poetize 2017, Reflorescer, Semeando o pólen da vida 1 e 2, Sou Mulher, logo Existo: Amor, Liberdade, Luta e Resistência, Toda criança é uma poesia III, Viés da Alma, Poesia Libertador, Poetas pela Paz, Indignados, Arautos da literatura Brasileira, Fernando Pessoa e convidados, Estrofes Lúdicas etc. Organizou a antologia Vidas Perfumadas. Ocupa a Cadeira 54 da Academia Independente de Letras (PE) e a Cadeira 539 da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil. Participa do grupo Mulherio das Letras. Recebeu o Prêmio Internacional de Literatura Machado de Assis (2020). E-mail: rical_fsa@yahoo.com.br

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SOLDADO MEDEIROS? PRESENTE

FORTEMENTE MULHER

Bordar, tecer, fiar Essa baiana de família rica não quis se dedicar Preferiu se aprimorar em armas de fogo Para aprender se defender de algum inimigo Que poderia aparecer. Nascida nas bandas do sertão Feira de Santana é a sua região Maria Quitéria, moça prendada De roupa bordada Revolucionou a história e nos deixou as memórias De uma mulher que foi além do saber. Entre guerras e combates Enfrentou sua vontade Deixando o coração de um pai Destinado à saudade. Mulher forte, guerreira, despediu-se silenciosamente de sua Feira e sem a permissão da família a liberdade foi conquistar e a todas as mulheres ela se fez representar. Primeira mulher numa batalha a lutar É um ícone a nos representar Vestida de homem, ela se disfarçou E ao lado dos compatriotas lutou Contra os portugueses se destacou E com o pseudônimo de Soldado Medeiros Revolucionou. Mulher forte, guerreira

Dois meninos e uma menina, Sendo esta a mais velha. Não há cozinheira Nem lavadeira Muito menos arrumadeira Ela, dois cachorros e um gato malhado. Ela, a mulher que cuida de tudo.

Soldado Medeiros? Presente!

Os brinquedos A bola que sempre caí na varanda da vizinha E de lá não volta mais A casinha da barbie e as várias bonecas que ali estão E a mulher que trata de tudo Trabalha fora E ainda brinca com seus filhos. As contas, A feira, O aluguel, Os boletos da escola As roupas da criançada E a mulher que paga tudo. A mulher Mãe solteira Educa sozinha seu trio de esperança E muitas vezes, no silencio da noite, Ela chora. Os dois rapazes A moça Seus cachorros A vida em casa A vida fora de casa Fazem dela Uma resistente poesia.

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MARIA, A TAL QUITÉRIA Seria uma mulher engajada, lutando pelos direitos humanos, sempre em defesa da vida, ao lado de todos os pequenos! Exerceria sua vocação política, buscando a plena justiça, exercendo sua visão analítica dos seus privilégios e crença! Combateria por direitos iguais, num empoderamento feminino, libertação de padrões patriarcais, baseados em normas de gênero!

ROSELENA DE FÁTIMA NUNES FAGUNDES Brasileira, gaúcha e gabrielense. Professora, Pedagoga, Psicopedagoga. Poetisa e escritora. Pesquisadora e genealogista. Sonhadora e aventureira. Membro de Academias e Grupos literários. Participação nacional e internacional em várias Antologias, Coletâneas, Revistas, Jornais, Bienais, Blogs, Saraus e Varais literários. Livro publicado: Sentimentos em poesias. E-mail: roselenafagundes@hotmail.com

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Intensa numa vivência humana, seria a mulher da liberdade, coração bravo e alma serena, da paixão, amor e da igualdade!


A GRANDE QUITÉRIA Senhora do seu destino, Defensora de seus ideais, Filha protetora De sua mãe gentil, Ela faz parte Das grandes mulheres Que lutaram Pela independência do Brasil! Hoje Quitéria seria uma Ativista, defensora Do cumprimento das leis, Que defendem as minorias Que nesse país não tem vez! Continuaria a frente de seu tempo, Em uma sociedade patriarcal, Jamais se deixando intimidar Pelas imposições e preconceito socais! Maria Quitéria continuaria Sendo uma amante da liberdade!

LEILA ARAÚJO PEREIRA Nascida em 15/10/1975. Brasileira e soteropolitana. Licenciada em História, especialista em Cultura afro-brasileira e indígena. Poetisa, escritora, desenhista e Professora. Sou poetisa desde 1996, tenho algumas publicações em antologias, blogs e redes sociais. Sou amante da vida, das artes, literatura, desenhos, pinturas e música.

E-mail: laraujo_31@yahoo.com.br

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EDUARDO LUIZ SILVEIRA Poeta, cronista e ator da Escola Municipal de Teatro da cidade de Itapevi. Formado em pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie da cidade de São Paulo. Membro da Literária Academia e Lima Barreto e da Associação Internacional Poetas del Mundo. Nome artístico: Eduardo Poeta

E-mail: opoetaedu@hotmail.com

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CORAÇÃO DE GUERREIRA (Coração de uma grande mulher!)

A mulher que em meio a uma origem carente Jamais viveu vida de ócio, acomodada nem indolente. A mulher que desde cedo conheceu a superação, A inesquecível e importante trajetória de consagração. A mulher que fez das armas o teu ofício, e foi além Sem ser submissa e sem se humilhar a ninguém. A mulher histórica, a mulher que sempre será exaltada Como a personificação de mulher independente e empoderada. A mulher guerreira que soube lutar com vigor e energia Sem perder a ternura, a sensibilidade e a simpatia. A mulher guerreira que se impôs não apenas por vencer, Com também pela sua compostura, caráter e jeito de ser. A mulher bela e formosa, beleza exterior e interior, Dona de virtude e humildade que resplandecem o teu valor. A mulher que amou e viveu, amou sem negligenciar O teu direito de ser livre, sonhar e teus sonhos realizar. Maria Quitéria, a mulher de atitude, consciente e verdadeira Que colocou o seu nome na eternidade como guerreira. O coração de mulher, jamais uma mulher qualquer. A musa fascinante e inspiradora de toda grande mulher!

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ALINE BISCHOFF Paulista e atua nos seguimentos artísticos: literatura, artes plásticas/visuais, música e teatro. Na literatura, possui poesias publicadas em blogs, revistas, jornais, antologias, veiculadas por rádios e transformadas em letras de música. Recebeu, em 2019, o Prêmio ENAPO – Festival Nacional de Arte e Poesia e em 2020, o 3º lugar, na Categoria Nacional, no XXXI Festival Nacional de Poesias “Eunice Maria de Oliveira”, da Academia Rio-Pombense de Ciências, Letras e Arte. ILUSTRAÇÕES RECENTES (2º semestre/2020): - Desenho da poetisa Adélia Prado, publicado no suplemento da edição 05, da Revista Seresta, na página 07, lançada em 17/10/2020, recebendo destaque em certificado de Menção Honrosa. - Desenho do poeta Ferreira Gullar, publicado pela Revista Toró, no primeiro dia da Semana Ferreira Gullar, lançada em 14/09/2020. - Desenho da escritora Clarice Lispector, publicado pela Revista Ligeiro Guarani, volume 04, dezembro/2020, na página 23, lançada em 10/12/2020.

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sobre a arte

"Ilustração inédita, produzida especialmente para integrar esta edição da Revista Maria Quitéria. Fiz primeiramente, o desenho à mão livre, utilizando como técnicas a observação e o sombreamento à grafite. Posteriormente, digitalizei-o e editei-o no Photoshop, onde eu corrigi imperfeições do scanner, aprimorei o colorido e acrescentei o fundo." Aline Bischoff E-mail: aline.b.bischof@gmail.com

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CÉLIA LIMA FERREIRA

Professora aposentada, poetisa e estudiosa sobre Maria Quitéria

E-mail: dazinho1925@gmail.com

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MARIA QUITÉRIA E O DUQUE DE CAXIAS Nunca entendi porque os biógrafos de Maria Quitéria esqueceram de falar da sua proximidade com o Tenente Luiz Alves de Lima e Silva, posteriormente o herói e Patrono do Exército, Duque de Caxias. Mas, pelo mérito de ambos, devemos mostrar os momentos históricos em que os dois combatentes lutaram lado a lado pela independência do Brasil, conforme consta dos arquivos do Exército. Todos já conhecem a biografia de Maria Quitéria, desde o seu nascimento no Sitio Licurizeiro, sua vida no campo, suas desavenças familiares, etc.. Também é sabido como ela rompeu a barreira social de a mulher servir às forças armadas, e a sua aceitação oficial como soldado no ano de 1822. Por oportuno, quero lembrar que os estudiosos do assunto chegaram a conclusão do ano de seu nascimento, 1792, graças ao processo de inventário encontrado no Cartório de Feira de Santana pelo jornalista Arnold Silva, porem o dia e o mês continuam indefinidos. Eu particularmente, apenas por uma questão de lógica, acho que o seu nascimento foi aos 22 de maio, data consagrada à entrou Santa Quitéria e que constava de todas folhinhas (calendários) católicos. Como era o costume da época, há 211 anos, colocar o nome dos filhos o mesmo consagrado ao santo do dia,

deduzo que Maria Quitéria de Jesus nasceu aos 22 de maio de 1792, o mesmo acontecendo com sua mãe e por isso a inversão de Quitéria Maria e Maria Quitéria. Quanto a biografia do Duque de Caxias, sabemos que ele nasceu em 25/08/1803 na fazenda de São Paulo, província do Rio de Janeiro (hoje Município de Duque de Caxias), filho do Tenente Francisco de Lima e Silva, descendente de uma linhagem de oficiais generais em várias gerações. Daí ter recebido permissão para entrar no Exército, como praça titular, aos 5 anos de idade, e aos 14 anos entrou para o serviço ativo. Um ano depois era Alferes e foi transferido para a Academia Real Militar, onde a 02 de janeiro de 1821 concluiu o curso de oficial, sendo incorporado ao Batalhão de Fuzileiros no posto de Tenente. Até aí são duas vidas em dois mundos diferentes, onde a única coincidência é que ambos são soldados do Imperador. Mas, com o recrudescimento das lutas na Bahia e com a proclamação da independência, D. Pedro criou o Batalhão do Imperador, o qual foi formado por soldados escolhidos pessoalmente por Sua Majestade. Na Capela Imperial, no dia 10 de novembro de 1822, coube ao Tenente Luiz Alves de Lima e Silva receber das mãos do Imperador a Bandeira do Império recém-criada, tendo sido, na mesma oportunidade, escolhido Ajudante do Batalhão do Imperador. Desde a chegada de Portugal da Carta Régia, em 15 de fevereiro 1821, que investia o Brigadeiro Inácio Luiz Bandeira de Melo nas funções de Comandante das Armas da Província em substituição a Manoel Pedro de Freitas Guima37 | maria quitéria


MARIA QUITÉRIA E O DUQUE DE CAXIAS rães, que a Bahia aderia, pelas armas, ao movimento libertário que a Maçonaria e Imprensa criavam pela oratória. Depois de muitas refregas, já aos 25 de junho de 1822, as forças sediadas em Cachoeira, as autoridades e o povo, aclamam D. Pedro Regente Perpétuo Constitucional e Protetor do Reino do Brasil. Foi a primeira declaração de independência do Brasil, antecipando-se em quase três meses ao grito do Ipiranga.

Cadete. Em abril volta a heroína baiana a entrar em combate, desta feita unida a um grupo de mulheres, incendiadas pelo seu heroísmo, na Barra do Paraguaçu, quando uma barca portuguesa cheia de soldados, tenta desembarcar e são batidos pela bravura com que Maria Quitéria fere o combate.

Maria Quitéria toma conhecimento das lutas pela Independência, foge da casa do seu pai para a Vila de Cachoeira e apresenta-se ao Comandante da tropa ali acantonada, assentando praça em um Regimento de Artilharia, em setembro de 1822, com a identidade de soldado Medeiros. Embora manejasse com perícia a arma de fogo e tivesse disciplina exemplar, o soldado Medeiros era de físico frágil e por isso transferido para a infantaria do Batalhão Voluntários do Príncipe, posteriormente Batalhão dos Periquitos. Denunciado o seu sexo pelo pai que deseja leva-la de volta ao Sitio Licurizeiro, suplica ao Comandante Major José Antonio da Silva Castro que seja mantida na tropa, no seu imensurável propósito de servir a pátria. E ela fica.

Ciente das dificuldades que enfrentam as tropas na Bahia, D. Pedro I envia o Batalhão do Imperador, sob o comando do Coronel José Joaquim de Lima e Silva e que tem como Ajudante o seu sobrinho Tenente Luiz Alves de Lima e Silva. Em 24 de março de 1823 chega o dito Batalhão à Bahia.

Em 29 de outubro o Major Silva Castro é designado com o seu Batalhão para a Ilha de Maré, onde vai organizar a defesa. Dias depois, com o batalhão a que pertence, ruma para Itapoã onde se reúne à Brigada da Esquerda, incorporando-se assim à Divisão da Torre e Pirajá, sob o comando do Cel. Felisberto Gomes Madeira. No dia 08 de novembro trava-se a Batalha de Pirajá. Um dia após a epopeia de Pirajá, os portugueses tentam surpreender a Divisão da Esquerda pela estrada da Pituba e são rechaçados pelo Batalhão dos Periquitos, onde Maria Quitéria se destaca pela coragem e denodo. Esse foi o seu batismo de fogo. Em fevereiro de 1823 entra em combate novamente e, no fragor da luta, entre outras façanhas, ataca uma trincheira inimiga e faz alguns prisioneiros, tendo sido citada em Ordem do Dia, por seu ato de bravura, e o General Pedro Labatut lhe confere as honras de 1º 38 | maria quitéria

A 03 de maio de 1823 o Batalhão do Imperador entra em combate e o Tenente Luiz Alves de Lima e Silva, revelando excepcionais qualidades de inteligência e bravura, recebe o seu batismo de fogo. Um mês após, 30 de junho, à frente da sua Companhia, lança-se impetuosamente ao assalto de uma casa forte guarnecida por portugueses e faz vários prisioneiros. No dia 24 de maio é nomeado e assume o comando de todo o Exército Pacificador, com honras de General, o então Coronel José Joaquim de Lima e Silva. Em junho de 1823 as vitórias se repetem a cada combate, com o tributo do sangue heróico dos combatentes, todos sob o comando do General José Joaquim de Lima e Silva. Estão no mesmo cenário o


Tenente Luiz Alves de Lima e Silva e a 1º Cadete Maria Quitéria de Jesus e todos lutam na Ilha de Maré, no funil, em Nazaré, Itacaranha, Cruz do Cosme, Cabritos, Coqueiros, Bate Folhas, Conceição, Itapoá, Pituba e Pirajá, numa epopeia heroica e indescritível.

No dia 20 de agosto do mesmo ano Maria Quitéria é condecorada pelo Imperador com a insígnia de Cavaleiro da Imperial da Ordem do Cruzeiro.

A 20 de junho as forças portuguesas resolvem abandonar a Bahia, mas só no dia 02 de Julho embarcam apressadamente e fogem, a bordo dos 51 navios portugueses, as forças de terra e mar sob o destroçado comando do Brigadeiro Madeira de Melo.

Em novembro de 1823 o Tenente Luiz Alves de Lima e Silva é condecorado pelo Imperador com a insígnia de Cavalheiro da Imperial da Ordem do Cruzeiro.

Às 9 horas da manhã do dia 2 de julho, tendo notícia da fuga do Brigadeiro, o General José Joaquim de Lima e Silva, à frente da Divisão, com todo o seu Estado Maior, seguido pelo Batalhão do Imperador (do qual faz parte Maria Quitéria) e outros Batalhões, inclusive os expedicionários pernambucanos e paraibanos, e por fim os milhares de heróis anônimos, descalços e seminus, irradiando a luz venturosa da liberdade, marcham para a ocupação de São Salvador.

Pelo Decreto nº 51419 de 13/03/1962 o Duque de Caxias se torna Patrono do Exército Brasileiro.

Já é depois do meio dia quando os libertadores adentram na Cidade sob chuva de flores, espocar de fogos de artifício, toques de clarim e o rufar de tambores. É a comemoração da vitória dos pulsos da Colônia contra os grilhões de Portugal. Param em frente ao Convento da Soledade, local no qual a Sóror Joana Angélica fora barbaramente assassinada e onde as freiras ergueram um arco de flores para a passagem dos bravos. O Capelão do convento faz um discurso e entrega dezenas de coroas de flores ao Comandante, para que ele distribua aos seus oficiais e com elas passem sob o arco do triunfo. Neste momento o Comandante põe uma coroa sob a sua cabeça e as duas seguintes são para seu Ajudante e Porta-Bandeira oficial, Tenente Luiz Alves de Lima e Silva , e a outra para Maria Quitéria de Jesus que tem posição próxima ao General. Estão juntos os heróis, Maria Quitéria e o futuro Duque de Caxias.

Também por Decreto de 21/07/1996, Maria Quitéria se torna Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército. Os heróis, juntos, marcharam para a história.

Neste ano de 2003, aos 21 de agosto se homenageia Maria Quitéria pelo sesquicentenário da sua morte; e, aos 25 dias de agosto (intervalo de quatro dias), se comemora o bicentenário do nascimento de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Como disse Vitor Hugo, “O homem está colocado onde termina a terra; a mulher onde começa o céu”.

Célia Maria Ferreira 39 | maria quitéria


Nasceu em 21 de janeiro de 1970 no Rio de Janeiro, mas registrado em Nova Iguaçu, Mora em Queimados desde a infância, mas já morou em outros bairros de Nova Iguaçu e outro Estado como Rio grande do Sul, na cidade do Rio Grande. Aprendeu poesia nos livros e se inscreveu no Varal de literatura na Escola Estadual Dom Bosco em 1986, com seu primeiro poema e recebendo um certificado de participação, em 1987 passou a escrever continuamente. Militar desde 1988,entrou na Marinha como Aprendiz Marinheiro por concurso público, foi servir internado na Escola de Vila Velha no Espírito Santo (EAMES), passou por todas as promoções na MB. Publicou seu primeiro poema inédito escrito em 2015, para o Concurso Novos Poetas - poetize 2016 da Editora Vivara Nacional, vindo a participar de outros concursos nacionais em 2016. Atualmente está na Reserva da MB, e membro ativo da PIBQ (Primeira Igreja Batista de Queimados) desde 2014, onde se batizou em março de 91. Publicou seu primeiro livro completo “Antologia Poética -Aspirações de um Discípulo” pela Drago Editorial em 2019.

ANDRÉ LUIZ MARTINS DE ALMEIDA E-mail: alz2001@uol.com.br

UMA FEIRENSE LUTA PELA INDEPENDÊNCIA Venham e reúnam-se povo feirense na matriz! Contar-lhe-eis histórias de uma heroína feliz, Por lutar no que acredita e pelo seu país! Foi a primeira mulher a guerrear pela independência. Condecorada por bravura por atirar com competência. JR/sodamieuQ - 8102/80/31-21

Dona Maria Quitéria uma feirense que lutou e expulsou Portugueses, outras mulheres ela incentivou e encorajou, Pois os filhos dos ricos burgueses não se alistavam. Saíram vitoriosas nas batalhas da Bahia, as mulheres que ali estavam. Toda rebelião contra a independência derrotada. A heroína pelo Imperador pessoalmente foi condecorada. Ele com seu entusiasmo elimina uma pendência. Nos apresenta o primeiro hino de uma nação de consciência, Que se apresentou ao mundo com sua independência.

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ROBSON JOSÉ BEZERRA DA SILVA Nasceu na pequena Caetés, no interior do Pernambuco em 8 de janeiro de 1988. Em 1998 se mudou para São Paulo onde concluiu os estudos em 2006. Apaixonado por esportes e filmes de terror. Participa de antologias desde 2020 e possui vários ebooks na Amazon. Atualmente mora em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. E-mail: robsonjose.b.s@hotmail.com

MARIA QUITÉRIA, UMA HEROÍNA BRASILEIRA

Maria colocava sua filha na cama quando ela pediu para contar a história de quando ela foi para a guerra. — De novo filha. Você não cansou dessa história. — É que eu gosto de te imaginar como a maior guerreira da história. — Está bem Luísa, vamos lá. O ano era 1821 quando o Imperador Don Pedro I declarou a independência do país. Só que os portugueses que residiam aqui na Bahia se revoltaram e não aceitaram a independência. Nessa época vivia na fazenda e estava noiva do seu pai quando eu fugi e me alistei para combater os portugueses disfarçada como homem. — Qual o seu nome de homem, mãe? — Usei o nome do seu tio José Cordeiro de Medeiros. Mais esse disface não durou muito tempo. Primeiro seu avo veio ao meu encontro tentando me levar de volta para casa mais estava pronta para lutar pela nossa liberdade. Quando a tropa descobriu que eu era mulher foi o momento que mais tive medo. Mais deu tudo certo e não me dispensaram e continue na luta. Quando vencemos a guerra fomos para o Rio de Janeiro e o próprio Imperador escreveu uma carta pedindo para o seu avô me aceitar de volta. Foi então que voltei de volta para a Fazenda com o dever cumprido. Meu pai me aceitou de volta e me casei com Gabriel e ganhei o melhor presente da minha vida. — Qual presente foi esse, mãe? — Foi você minha princesa. O maior presente da minha vida. — Agora ta na hora de dormir. Boa noite, filha. — Boa noite, mãe. Maria Quitéria de Jesus Medeiros foi uma heroína brasileira que lutou na Guerra de Independência da Bahia. 41 | maria quitéria


IRLANA JANE MENAS DA SILVA Feirense, professora universitária, poeta, pesquisadora em educação e envelhecimento, doutora em Ciências da Educação, UTAD/Portugal. Doutora Honoris Causa em Educação. Confreira da ALAFS, cadeira 19 e da CONCLAB/CONINTER, cadeira 81, Membro do Núcleo de Letras e Artes de Portugal e da Association club international culturel de Genève pour l'art, littérature et solidarité, através do Núcleo Cultive de Feira de Santana. Coordenadora e pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Educação e Gênero (GEPHEG), Livros acadêmicos publicados e organizados (GEPHEG), capítulos em outras obras e poesias em várias coletâneas. Parecerista em revistas acadêmicas de circulação nacional. Membro do Comitê Gestor Amigo Idoso. E-mail: irlanajanem@gmail.com

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MARIA QUITÉRIA

Maria, nome nobre e majestoso Era de Quitéria de Jesus O maior endosso. Mulher guerreira e valente Alistou-se disfarçada de homem no Exército Acreditando em dominar a arma eminente Para vencer as batalhas da Independência da Bahia Venceu de todos os modos As dificuldades da artilharia. Descoberta como mulher, mesmo assim não cedeu e em vários combates, a bravura convenceu. A consagrada Maria Quitéria pela sua coragem foi condecorada e, assim recebeu das mãos do Imperador Dom Pedro I, a medalha “Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul”. Como a primeira mulher a Realizar tal feitio foi devidamente reconhecida como heroína da pátria Brasil. Que esta seja lembrada pela sua coragem, e destreza, pois a história dessa heroína nos faz lembrar Que a mulher pode conquistar vitórias Em qualquer espaço que atuar.

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KARMEN PIRES Natural de Salvador/Bahia. Cursou Licenciatura em Desenho e Plástica na UFBA, Pós-graduação em Metodologia do Ensino de Desenho na UEFS, durante muitos anos trabalhou como Docente, foi Coordenadora do CUCA - Centro Universitário de Cultura e Artes em Feira de Santana, atualmente dedica-se à saúde mental, cursou Psicanálise Clínica e Didata atuando em Consultório. Especializou-se em Neuropsicologia e Psicopedagogia Clínica fazendo atendimento terapêutico no “NAPSI” Núcleo de Artes e Psicanálise Infantil com crianças, adolescentes e autista. Está cursando Mestrado em Psicanálise e Saúde Mental. Dedica-se também às Artes Plásticas e Poesias, sendo membro das Academias de Letras e Artes de Feira de Santana, Academia de Cultura da Bahia, Academia Internacional de Letras Artes e Ciências da Argentina, Academia Superior Di Crescita Personale Italia, CONCLAB Confederação de Ciências Letras e Artes do Brasil e da CULTIVE Internacional de Artes e participando de Antologias Poéticas “FESTIVAL BRASILEIRO de Novos Poetas” Antologia Poética “Só depende de mim” Revista Inversos. Participou do Dicionário de DesenhoUEFS.

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E-mail: karmen_psi@yahoo.com.br


ETAPAS DA VIDA

Sou mulher, sou guerreira quero visualizar a beleza. Sempre a caminhar sozinha, seguindo a intuição. Lutando contra as adversidades que surgirem Conseguindo suplantar esta primeira etapa da vida Descortinando horizontes em busca de novos ideais Em toda caminhada inúmeros obstáculos aparecem E um dos maiores é vencer a si mesma Muitas lagrimas e sofrimentos ofuscam o seu viver Tirando a vivacidade, mas a esperança intrínseca. Suplantará a segunda etapa da vida com prazer. Tentando se encontrar neste mundo insensível e cruel Cada pedido de ajuda negado ela das cinzas retorna Fortalecida com seus passos mais convictos Inabalável com determinação não aceita esmorecer Conseguindo suplantar a maturescência plena do viver Com o último ciclo da vida já adentrando na sua essência Sendo perseverante a refletir sobre todas as etapas da vida Será que ainda terá forças para vencer com firmeza Conseguindo suplantar a velhice sem amarras e decidida Voltando mais forte do que nunca com toda sapiência do seu ser E por não saber o que encontrará ainda nesta passagem terrena A mulher guerreira continuará e sabedoria alcançará Pois quando sua trajetória nessa escalada da vida findar Todas as barreiras que impedem a felicidade desaparecerão E na imensidão do universo sua luz interior intensamente irá brilhar.

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MULHER

És tu perfeita, bela e exuberante. Faz-se notar o seu esplendor Igual à delicadeza da Flor Que demonstra a sua indescritível perfeição Na sua leveza, sensibilidade e paixão. São muitos mistérios contidos Num âmago de um só coração Que vive a pulsar chora e sangra Buscando seu espaço sem compreensão. Ser mulher tem todas às glorias Pois sente com muita emoção O choro de sua criança no berço Momento de sentimento puro De carinho, amor e dedicação. Nunca podemos duvidar Desta força que ela representa Pois com um leve sorriso da vida ao amor Dissipando a opressão o medo e a dor . Na mulher os sofrimentos Podem até deixar marcas profundas Destruindo toda beleza exterior Mais o seu interior tem a liberdade Da borboleta em pleno voo.

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LIBERTAÇÃO Demonstra a máscara que a mulher precisa ostentar na sociedade. No momento em que resolve tirar, consegue libertar-se de seus medos e assim poderá voar alcançando o céu sem limites, tornando-se uma guerreira. ACRÍLICA SOBRE TELA DIMENSÃO: 1.00 X 1.00

FLORES À IEMANJÁ Retrata a figura da mulher baiana, seu sincretismo religioso e a força que essa mulher negra e baiana mostra para a sociedade. ACRÍLICA SOBRE TELA DIMENSÃO: 1.20 X 1.00

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VIVIANE SANTANA SANTOS DO CARMO

Meu nome é Viviane Santana Santos do Carmo, graduada pela UEFS em Licenciatura em Letras Vernáculas. É um enorme prazer contribuir para com essa iniciativa maravilhosa. Desde já, muito grata. E-mail: vernaculasprofessora@outlook.com

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LUTE COMO UMA MARIA

Lá em Feira de Santana, no interior da Bahia Nasceu uma Maria, mas tão diferente era Que não era qualquer Maria, era Maria Quitéria Moça que desde cedo já mostrou sua valentia Órfã de mãe bem cedo, da lida não teve medo Recebeu da vida a missão de ser a mãe dos irmãos E logo se viu tirada da meninice e dos brinquedos Cumprindo com zelo e afeto sua precoce obrigação Já mocinha ela cismou de no Exército engajar Seu pai logo bradou: filha minha em arma não vai pegar! Mas Maria não era haste fácil de dobrar Roubou um uniforme e de homem disfarçada, partiu para lutar De cabelo cortado bem curto, vestida de soldado Quando menos se esperou já lutava entre os bravos Mesmo descoberto o engodo, o Exército se negou A perder tão “bravo aliado” Trocou as calças por saias, já por fim mulher revelada E assim, valente e bem adornada Tornou-se a primeira mulher que no Exército assentou praça A força de Maria Quitéria, lá no século XIX Até é hoje é o mote que a tantas mulheres move Sua determinação sem par Provou que lugar de mulher é onde ela queira estar Forjada no calor da batalha, paramentada de ousadia Se fez heroína e modelo, orgulho pra nossa Bahia Hoje figura ilustre, cercada de mérito e Honraria Quitéria é a égide que guarda tantas outras Marias.

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MULHER GUERREIRA (ACRÓSTICO) Marca de mulher guerreira Anonimamente foi se alistar Reuniu coragem exemplar Incentivos não teve, nem Apoio dos familiares. Que estranho rapaz Ufano e tão aparentemente frágil Incompreendido, porém, decidido Teve tal desprendimento Em defesa da pátria foi Revolucionando a si mesmo Indo sem pejos e sem medos Arriscar a vida em duros embates. De onde foi que veio Essa tal figurinha?

NEUZA DE BRITO CARNEIRO Septuagenária feirense, escreve desde tenra idade, mas somente ao aposentarse como professora, resolveu publicar suas obras. E assim desponta no mundo literário. Pertence à Academia de Letras e Artes de Feira de Santana, entre outras similares. Tem seis livros solo publicados, em fase de aprontamento de mais um. Está preferindo participar de antologias por causa de sua maior divulgação. 50 | maria quitéria

Já discordava de todos Entre companheiros sisudos Saiu de casa deixando surpreso Um pai inconformado Se opondo a tudo. Somente no campo mostrou seu valor Ordinário! Marche! Lutou tenazmente esse bom soldadinho Deixando ao Brasil uma marca de amor Até o Imperador ao volver os seus olhos Deu-lhe as honras e muito louvor Oficializando feliz aquele militarzinho. Maria Quitéria mulher corajosa Encontrou tantas outras a lutar do seu lado Deram tudo pela pátria querida E ajudaram Maria a receber a vitória. Inimaginável tamanho desfecho Ruíram-se, pois, quaisquer preconceitos Onde a mulher quando quer decidir-se Somente a morte pode lhe dar um fim.


Esta história todo o mundo conhece Maria coragem venceu até a morte Imortalizada resplandece vida Soldado, cadete, alferes, Heroína do Brasil orgulho Vestindo altaneira seu largo saiote.

E-mail: neuzabrito.poeta@gmail.com

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MARIA QUITÉRIA

Nascida na freguesia De São José Perdeu a mãe cedo Desde criança, responsabilidade. Não metia medo. Meteu-se em demasia

MARCELO DE OLIVEIRA SOUZA

Cinco títulos lançados com gêneros literários diversificados; Duas vezes Dr. H.C. em Literatura, pela FEBACLA e EscBrás respectivamente; Embaixador da Poesia, nomeado pela Academia Virtual e Letras Artes e Cultura, MG; Ganhador do Prêmio Personalidade Notável 2014 em Itabira MG; Membro da IWA International Writers and Artistis – EUA ; do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes , Lisboa; da Academia de Letras de Teófilo Otoni MG; da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências RJ; da Academia de Letras e Artes de Cabo Frio RJ; da confraria de Artistas e Poetas pela Paz – CAPPAZ; da Academia de Letras do Brasil/MS; Academia de Letras e Artes de Feira da Santana BA; da Associação de Poetas de Portugal, entre outras. Organizador do Concurso Literário Anual POESIAS SEM FRONTEIRAS e Prêmio Literário Escritor Marcelo de Oliveira Souza,IWA; Curador da Exposição Permanente que leva seu nome e trabalho para dentro e fora do país. Instagram: @marceloescritor E-mail: marceloosouzasom@hotmail.com 52 | maria quitéria

Na luta com a cabeça em pé, Pela independência da Bahia De Soldado Medeiros, Com garra de mulher. Recrutou muita gente Todo mundo insurgente, Descoberta pelo tenente Já era tarde demais! A garota fazia de tudo Mesmo não tendo estudo Sua garra, seu escudo... Heroína daqui rapaz! A independência do Brasil Na Bahia não foi brincadeira, Gritamos e agimos De qualquer maneira. Nossa heroína fugiu de casa Com a bandeira na mão E hoje escrevemos com orgulho Maria Quitéria está no coração.


MARIA BETÂNIA KENOEDT Nasceu em Salvador BA e mora em Feira de Santana há mais de 30 anos. Desenvolve muitos trabalhos que a tornam sempre gratificada. Faz parte da ALAFS, onde é bibliotecária. Relações Públicas da AAPC e do Grupo Teatral Renascer. É conselheira do Conselho dos Deficientes, Rotariana, Contadora de histórias infantis e tem livros lançados para crianças. Foi Miss Bahia, Miss Brasil e Miss Universo da Terceira Idade e é vice coordenadora do Concurso Miss e Mister Feira de Santana. Canta no Coral Esperantista, é pesquisadora, contista e palestrante. Ainda é Rainha do Bando Anunciador e coordena o Projeto Chita Bacana, regado de trabalhos manuais. E-mail: aapcapoio@gmail.com

DESFILE MÁGICO Todo ano crio muitas expectativas quanto aos desfiles da cidade onde resido e espero sinceramente com ansiedade á todos, mas o desfile anual da Independência é o meu preferido. Este ano com o tempo perfeito e ensolarado esperei com muita alegria pois soube que a banda do meu colégio iria trazer no comando da ala de abertura uma jovem que representaria a figura singular e primorosa da heroína do exército brasileiro na Independência do Brasil, Maria Quitéria de Jesus Medeiros. Centenas de pessoas enchiam as calçadas com um burburinho de antecipação e eu procurei uma posição melhor no meio da multidão enquanto começava a ouvir os sons dos trompetes, pois a banda acabara de dobrar a esquina. Uma brisa leve tocou o meu rosto e começaram a aparecer alguns cavalos num trote e compasso ritmados. Finalmente pude visualizar e comecei a reparar na figura que se aproximava na ponta dos pés, simples mas altaneira ,a soldado Medeiros como ficou conhecida depois de entrar para o exército. No seu traje de cor verde, calça e saia esvoaçante, trazia sua arma a qual soube muito bem manejar durante as lutas em diversos campos onde atuou. Suas mãos seguravam um bastão o qual girava com elegância à fazer peripécias mil, e num dado momento bem perto de mim parou e fez acrobacias mirabolantes onde pude perceber o meu contentamento ao presenciar essa figura tão pura e ao mesmo tempo majestosa a qual escolhi para representar minha cadeira de número 27 da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana. Ao terminar o desfile me retirei no meio da multidão sentindo-me agraciada pois na minha consciência guerreira sinto-me irmã daquela que sempre admirei e homenageei. 53 | maria quitéria


TAYSE GUIMARÃES Nascida no sertão baiano veio para Feira de Santana ainda pequena. Aqui conheceu a cidade através de seu povo, gente muito valente. Estudou, cresceu, formou, casou. A escrita permeia sua vida desde a adolescência, quando começou a trabalhar. Foi nesse espaço que os sentimentos se tornaram versos e desde então a poesia faz parte de sua vida, expressando o que já não cabe no coração. Hoje é o dia em que essas linhas passam a serem vistas pelos olhos de outro alguém.

E-mail: tay_se_lima@hotmail.com 54 | maria quitéria


HEROÍNA

Marias... Quitérias... Mulheres que querem ser respeitadas, valorizadas, exaltadas pela sua força diária. Luta travada ao acordar e Sustentada ao dormir Ser mulher é uma profissão de risco nesse país. Mas desistir nunca foi uma opção Só quem é mulher sabe o orgulho que carregamos no coração. No abraço amigo, no olhar acolhedor, na mão que ajuda a levantar No grito de força e de dor Na coragem em cada veia e no amor que pulsa Ser mulher é ser Heroína.

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MAROEL BISPO

Poeta e escritor, licenciado em Letras pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC). Psicólogo graduado pela Universidade Estadual de Feira de Santana-BA. Pós graduando em Terapia Cognitiva Comportamental pelo Centro Universitário Capacitar/UNIFIA. Coautor do livro “A cidade dos meus sonhos”; autor dos livros “Arauto da esperança” e “Flamas poéticas”. É membro efetivo Academia de Letras e Artes de Feira de Santana-BA, membro correspondente da Academia de Letras do Brasil, secção de Mato Grosso do Sul e editor-chefe da Revista Literária Inversos – ISSN 2527-1857. E-mail: psimaroelbispo@gmail.com

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ODE À MARIA QUITÉRIA Aos 30 anos de idade, Alistou-se no Exército, Para defender o Brasil. Heroína da Independência, Mulher de fibra como essa, Até hoje não se viu. Nascida em Feira de Santana, Quando criança, ela gostava De pescar e de caçar. Com a ajuda da irmã, Pra poder lutar na guerra, Teve que se disfarçar. Corajosa nas batalhas, Defendeu a Ilha de Maré E no Rio Paraguaçu se destacou. Promovida a Cadete, O título de Cavaleiro da Ordem, D. Pedro I lhe outorgou. Essa saga tão bonita, Narra a história de bravura, Que ninguém aqui esquece. Da princesa do Sertão, Surgiu a virtuosa Maria Quitéria, Que todo o Brasil enaltece.

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RITA DE OLIVEIRA MATTOS Maria Quitéria de Jesus Medeiros

NOSSA HEROINA Mulher, Maria nome da mãe de JESUS A mais amada entre todas. Revejo em te mulher forte, Impulsiva, brava, valente, A força e o amor da Virgem Mãe.

Nasceu em Feira de Santana-BA, estudou e formou-se em pedagógico no Colégio Santanópolis; cursou a Faculdade de Pedagogia na UFBA; especializada em Orientação Educacional; especialização em Educação de Excepcionais na área de deficientes mentais na UFBA; pós graduada em Psicanálise Clínica e Didata pela Sociedade de Psicanálise Ortodoxa do Brasil; escritora de livros para os públicos adulto e infantil; membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana ALAFS.

E-mail: ritapsic@yahoo.com.br

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Quem diria que aquela garota de aparência frágil, Uma mocinha pacata, pudesse de homem se vestir. Impulsiva, enganou a todos para de casa fugir. Transgredindo a ordem do pai, ela partiu, Em uma guerra vestida de soldado, Resolvida a combater, ela foi lutar. Itinerante, segue os outros guerreiros, Ávida para a guerra ganhar e nosso país libertar. Destemida, sem pena e sem medo, Estava ali apenas para guerrear. Jamais tinha imaginado que um dia, Enfrentaria batalhões, como homem lutando. Segurando uma espada, empunhando com firmeza, Um soldado forte poder golpear, Soprando a poeira da terra seca, mau podia respirar. Meticulosa e ágil, seus golpes eram fatais, Espalhando temor entre os adversários. Deixando para trás só, restos mortais. Enfim a guerra acabou vitoriosos todos comemoraram. Imagine a surpresa, quando na euforia, ela se revelou. Reconhecido seu feito pelo Imperador, foi agraciada. Orgulhosos, nós brasileiros, com sua história que nos fascina, Saudamos com gratidão a nossa HEROINA.


LUCILENE CAVALCANTE DA SILVA

GUERREIRA ALVISSAREIRA Nasceu em Irecê-Ba, no dia 24 de dezembro de 1957, filha de José Reinado da Silva e de Beneditina Cavalcante da Silva. Desde de cedo mostrou interesse pela educação, formou-se em magistério com graduação em pedagogia e pós graduação em psicopedagogia institucional e clínica. Tornou-se professora do ensino fundamental de nível I e II, nível médio e superior. Atuou na educação durante 40 anos, e hoje é aposentada.

E-mail: lucinhauessba@hotmail.com

Oh! Guerreira Alvissareira No Brasil foste a primeira A declarar o sentimento de liberdade Na Bahia por inteira. Não esquecendo que a mulher Também lida a vida inteira. Não importa o que se faz Pela pátria brasileira. Lutaste vestida de homem Com toda agilidade Viu muitos a derramar o sangue Em busca da igualdade. Para uma vida melhor Naquela sociedade. Defendia a sua gente Na conquista dos valores Alguns hoje já conquistados Nesta sociedade muitas vezes injusta. Por isso mulheres guerreiras. Em homenagem a Quitéria Alvissareira Não desistam das suas lutas Na sociedade brasileira. 59 | maria quitéria


FRANCISCA VÂNIA ROCHA NÓBREGA Formada em Letras pela Universidade federal da Paraíba. Mestra em Letras pela Universidade Federal da Paraíba. Ocupa a cadeira de número 06 na Academia Paraibana de Poesia, tendo como patrona Anayde Beiriz; ocupa a cadeira de número 60, na FEBACLA (Federação Brasileira de Ciências, Letras e Artes); membro da União Brasileira de Escritores- PB.

E-mail: f.nobrega@yahoo.com

À HEROÍNA BRASILEIRA Maria Quitéria, Você tinha mesmo Que ser de Jesus. Baiana arretada, Mulher à frente Do seu tempo, Contrariou, ferozmente, Os padrões sociais De sua época.

Descoberta pelo pai, Foi logo denunciada, Teve a sua identidade, Assim, revelada, Contudo, o Major Silva e Castro, Graças as suas habilidades Com as armas, Não lhe permitiu Deixar o Batalhão.

Sendo mulher destemida, Resolveu, então, lutar Pela Independência do Brasil. Como não lhe era permitido, Tornou-se o soldado Medeiros, Nome roubado do cunhado, E muito disciplinada, Logo agradou as Forças Armadas.

Quando a Guerra acabou, Maria Quitéria de Jesus, Voltaste ao anonimato, Mas o teu nome eternizou-se. És símbolo de emancipação feminina. Jamais serás esquecida, Teu nome integra O livro dos heróis E das heroínas da Pátria.

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DIOGO ROCHA DA CRUZ PESSOA Mãe do Soldado

Mulher Mulher Mulher Mulher

da espada que protege a independência que imortaliza a guerra pela identidade que prova que o gênero não define força baiana patrona do exército

Maria Quitéria de Jesus Combatente feminina da justiça Lutadora da liberdade Mãe do Exército Brasileiro Heroína brasileira da pátria amada Grito feminino da independência Primeira mulher a levantar seu escudo Primeira mulher a lutar pelo Brasil Força daqueles que combatem pela pátria Exemplo a ser seguido que igual nunca se viu Estudante de Licenciatura em Matemática do IFNMG CAMPUS SALINAS, de Minas Gerais. Nasceu em 17 de outubro de 2000 e escrever sempre foi sua paixão, em 2018 publicou sua primeira poesia pelo Concurso Nacional Novos Poetas, da editora Vivara. Participa de diversos concursos e antologias, em especial os direcionados a poesia.

E-mail: diogoautor@gmail.com 61 | maria quitéria


SUZANA MERCÊS

Suzana Mercês Santos Fernandes de Oliveira, nascida em Salvador/Bahia. Filha de Carlos e Berenice Mercês Santos. Casada com o Odontólogo Juarez Fernandes, mãe de Ângela, Paloma e Daniel, e avó de Ian, Thor, Téo e Vicente. Graduada em Odontologia pela UFBA/1964 e especialização em Odontopediatria. Membro da Academia Baiana de Odontologia, fundadora da UNIODONTO de Feira de Santana, da ABO - seção Feira de Santana. Idealizadora e Coordenadora do Programa de Promoção de Saúde Bucal. Medalhas: Associação Baiana de Odontopediatria, Academia de Odontologia da Bahia, Mérito Rotário e Paul Harris. Membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana, patronesse: Julieta Carteado. Artigo publicado no livro Odontopediatria Brasileira, título: Odontopediatria em Feira de Santana e é autora do Livro Sabores Poéticos (a editar). E-mail: suzanamerces@yahoo.com.br

MARIA QUITÉRIA, HEROÍNA DO NORDESTE Grandes heróis, Brasil teve Lutando por independências. Desde a sua descoberta Até atuais regências. Um ou outro se fez célebre, a quem damos referências.

Índios, negros, sertanejos Nossos ícones de valor, Escravizados sofridos, Explorados, um dissabor. Negro abolicionado, sofre Abuso, fome, surra, pavor.

O Brasil era refém, Do reinado de Portugal. Sendo u'a pátria tão rica, Não sei, de conquista igual. Nossas riquezas, nosso povo Bens da Coroa Imperial.

Eis então que u’a mulher Destemida e guerreira, Na vida tudo enfrentava, Brava, valente, altaneira. Sertaneja, nordestina Mostra a garra brasileira.

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Seu nome, Maria Quitéria, Negros cabelos, sedosos Era a filha primogênita De fazendeiros ditosos: Quitéria e Gonçalo Almeida, Na região, eram famosos.

Reza à Senhora Santana Paz e que a história mudasse Nossa pátria brasileira Liberta ,ela se tornasse O recôncavo vai à luta Decidindo o impasse.

O Sítio Licurizeiro Donde veio o nascimento, lugar que era reduto, De São José, no momento. Hoje é Maria Quitéria Justo, o pertencimento.

Com o codinome Medeiros, Se inscreveu para lutar. Ninguém a reconhecia, Roupas másculas a usar, Logo, logo destacou-se ao inimigo enfrentar.

Apesar de iletrada Tinha curiosidade e saber Ouvira dizer, que os portugueses Sugavam a mais não poder Nossas riquezas naturais Ninguém os podia conter.

Quitéria era destemida Como ninguém cavalgava Em seu cavalo alazão, Ao fim do mundo chegava Na montaria e na caça, Título dela, não se tirava.

Da província as notícias Vindo da cidade-mor, Que os portugueses avançavam Sem respeito ou temor. Quitéria, que estava alerta, Logo atendeu ao clamor.

Firme e forte ela dizia: Somos mulheres, a só servir, Nossa voz nunca escutada. Pra quem as pudesse ouvir. Era só casa, roupa e na cama, Sem voz altiva bramir.

Quitéria, então se alistou No Batalhão dos Liberais Entendia mais de guerra Que os próprios generais No manuseio das armas Sua destreza era demais.

Viver numa pátria livre Na justiça, que liberta. O Brasil, é país nosso Que para o mundo, alerta O fruto do nosso trabalho, Ganância, ao mundo desperta.

Destruiu os Pés de Chumbo Batalhão da Corte Real Quitéria chega à Cachoeira Com uma visão global Ver o Brasil emancipado Este era o seu ideal.

Heroína da Independência Deus lhe deu oportunidade De servir com galhardia Na sua brasilidade. Pegou em armas lutou Pelo Brasil, a liberdade. 63 | maria quitéria


ALAFS - ANO 2 - Nº 2 - 2020

RAYMUNDO LUIZ LOPES Professor Universitário, Pedagogo, Escritor, Poeta, membro da ABROL (Academia Brasileira Rotária de Letras), da AFL (Academia Feirense de Letras), do IGHBA, do IHGFS, Criador da primeira revista da Uefs, Sitientibus. Tem vivência com terapias holísticas, há muito tempo pratica Tai Chi Chuan. E-mail: rayluiz@fsonline.com.br

MARIA QUITÉRIA M oradora da fazenda Serra da Agulha vislumbrou longe A moça do campo se fez revolucionária no meio de homens R esiliente, repleta de entusiasmo, revelou-se como soldado Medeiros. I nvejável guerreira, nas contendas mostrou a força feminina A mor à vida e à causa libertária brilharam nas retinas. Q uerida, admirada no seio do batalhão U sufruindo das esperanças de seu povo oprimido I mergiu em terras conflitantes prenhe de destemor e amorosidade sertanejas T ranscendendo cortinas do real e da fantasia. É nesse tempo de discordâncias que Riscou do mapa dores e lágrimas. I rmanada, pois, na vontade de existir ao lado de coirmãos A lcançou o laurel dos notáveis abnegados.

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ALAFS - ANO 2 - Nº 2 - 2020 OITO DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Se todo dinheiro que se gasta para matar fosse gasto em fazer que as pessoas vivessem, todos os seres humanos vivos e os que vêm ao mundo viveriam muito bem e muito felizes. (Madre Teresa de Calcutá).

Homenagem é uma ação humana. Nesse sentido, ao longo de sua existência, o homem apresenta uma via dupla - a de sujeito e a de objeto de venerações. Assim tem sido, mudando apenas algumas maneiras, rituais e intenções. Santos, deuses/deusas, autoridades, pessoas, monumentos, instituições, animais, estão à mercê das inúmeras escolhas do preito que pode levar à satisfação/conscientização/libertação, quanto à condição de dependência/limitação/obrigação. Necessidade, pode-se dizer, atávica, a de celebrar fixando datas. Dia dos pais, das mães, das crianças, uma infinidade de eventos que, segundo dizem, enfeitam/justificam/celebram/homenageiam fases da vida, o tempo da morte, seus atores e mistérios. Ou condicionam, sufocando aspirações/realizações, com sérios atropelos individuais e sociais. O dia dedicado, mundialmente, à mulher, pertence a essa ciranda, mas, traz, na sua base, significados explícitos e palpáveis, muitas vezes não compreendidos, infelizmente, por grande parte das pessoas. A origem da data comemorativa é um forte indício de uma consciência do papel feminino na sociedade, na teia do trágico (e do cômico?!), e que se estende, ao longo do tempo, em diversas civilizações. Uma luta para superar dificuldades, tristezas, à procura de ventos favoráveis para abrir as velas dos desejos e das alegrias. Ainda na primeira metade do século XIX, em Nova Iorque/EUA, operárias trabalhavam nas fábricas em condições subumanas e com uma jornada diária de 10 horas ou mais. Visando melhorias naquele labor, nas condições do ambiente e de saúde e obtenção de salários dignos, as trabalhadoras realizaram manifestações contra o absurdo estado de coisas da época. Revoltado com o protesto, o patrão da Fábrica Cotton trancou as portas desse estabelecimento, em 8 de março de 1857, provocando a morte de 129 mulheres, incendiadas dentro do próprio prédio. Num congresso, realizado na Noruega, em 1910, a revolucionária Clara Zetkin propôs o 8 de março, como o Dia Internacional da Mulher, sendo comemorado a partir de 1911. Muito mais tarde, em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A mulher, embora forças contrárias, conquistou, durante o século XX, espaços na sociedade, derrubando grilhões, preconceitos e dogmas que vinham cerceando seus desejos e expectativas. Aos poucos, emerge uma nova mulher, diferente daquela guardada/aprisionada, numa redoma ou cativeiro, para ser a mãe/procriadora/submissa, financiada e silenciada pelo senhor da casa – pai/esposo/patrão. Diferente, também, das excluídas pelo sofrimento e miséria sociais (infelizmente, ainda hoje, uma realidade), que não tinham/têm palco para exercer o poder da voz, desprotegidas socialmente. E continuam na luta, buscando caminhos para renovação - da saia comprida às mais curtas, às calças, às bermudas, aos biquínis e outros trajes que deixariam coradas suas antepassadas. 65 | maria quitéria


ALAFS - ANO 2 - Nº 2 - 2020 OITO DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

E continuam na luta, buscando caminhos para renovação - da saia comprida às mais curtas, às calças, às bermudas, aos biquínis e outros trajes que deixariam coradas suas antepassadas. Das atitudes de rubor, de acanhamento e de receios, de limitadas culturalmente, passam a exporse, a discursar, a agir, franca e corajosamente, enfrentando o domínio masculino. Na batalha, objetivando visibilidade, enquanto ser sujeito, um grande salto. Nas comemorações, ao longo dos últimos anos, percebem-se, com bons olhos, movimentos sempre mais conscientes em prol da liberdade feminina, muito além de saudações efusivas às colunáveis, às socialites, às figurantes de passarelas, enfim, das celebridades do vazio. Questões sobre direitos humanos, a construção da paz/justiça, o trabalho na cidade e no campo, violências de toda ordem, políticas públicas, preconceitos/racismo etc. têm sido a tônica de inúmeras manifestantes, por certo, apoiadas por associações de classe, ampliando consideravelmente a firmeza e a ternura do olhar feminino. Joana D’Arc, Rosa Luxemburgo, Sojourner Truth, Patrícia Galvão, Flora Tristan, Anita Garibaldi, Joana Angélica, Maria Quitéria, Chiquinha Gonzaga, Maria Felipa, Leila Diniz, Mme.Curie, Simone de Beauvoir, Irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá, escrava Anastácia, Coretta S. King (viúva de Martin Luther King), são referenciais, afora outros, que marcaram época. Cada personalidade com seu ideal e dedicação à causa escolhida, possibilitando novos paradigmas e conquistas. Mantendo, a sociedade, uma linha de construção progressista, com inabalável fé, esperança, diálogo, ação consciente (lembrando o mestre Paulo Freire), certamente, a mulher continuará conquistando patamares dignos na comunidade, tendo em vista, hoje e sempre, a questão cidadã feminina, face à dinâmica da sociedade. Sem dúvida, a mulher excepcional, devido ao talento e à inteligência, sempre existirá – lembrada/realçada. Mas, a data de 8 de março não pode ficar amarrada às privilegiadas e o espaço confinado nos recintos de festas e de homenagens. O foco ‘consciencial’ não pode desviar-se das desassistidas/exploradas/violentadas, as que estão no anonimato, sofrendo no seu canto/casebre, ou nas ruas, ao relento, à margem dos direitos constitucionais, jogadas embaixo dos viadutos, nos lixões da miséria, nas marquises, no seco chão dos sertões. Por elas, sim, urge a implementação de políticas de afirmação positiva. Chega-me, lenta/saudosamente, à lembrança, a minha avó, Alice, nascida em Salvador, no século XIX, em 1890, e que pariu 12 filhos, deixando o corpo físico nos anos 80, aos 93 anos de idade. Testemunha de tantas mudanças, transeunte de ruas tranquilas da antiga Salvador, personagem de casarões da velha cidade, viu, aos poucos, chegar: o alvoroço; o crescimento de uma metrópole com novos costumes; coisas e objetos tecnológicos revolucionários para cada geração; conflitos e guerras; gritos de paz; pensares e atitudes causando transformações na convivência interpessoal e comunitária. O que pensava a avó, sobre todos aqueles acontecimentos? A que síntese ela chegou? À mulher, ressaltando as mães sofridas pela perda de seus filhos queridos, não raras vezes, violentamente, daqui e alhures, às operárias queimadas vivas na fábrica, em Nova Iorque, às revolucionárias, às excluídas dos bens sociais e da vida, às meninas largadas nas calçadas, às violentadas pelas garras dos homens, dedico estas linhas e o meu poemeto feito para a avó Alice: Cantigas da infância trazem distâncias nos risos dos avós. 66 | maria quitéria


CARLOS MAGNO VITOR DA SILVA

Licenciado em Letras Vernáculas com Inglês pela UEFS (1987). Especialista em Estudos Literários (UEFS). Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2008), Doutorando em Teologia, Membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana e da Academia de Cultura da Bahia. Autor de várias obras, incluindo Olhos de nuvens claras (poesia). Estes poemas farão parte de sua sexta obra poética, que receberá o título de “Pulsação vertiginosa”.

E-mail: carlosmagvs@gmail.com

CENAS DA VIDA REAL Sozinha e triste, Com seu bebê Ainda no útero, Fruto de um amor Cigano, sem pouso, Perambulante pelo mundo. As suas juras de amor Eram tão diversas Quantas as sinaleiras Em que ele Apresentava, sorridente, Mirabolantes pantomimas. Agora, disso tudo, Restaram apenas Fotografias salvas Em pendrives, Uma vida no ventre E um aperto no coração. 67 | maria quitéria


MARIA QUITÉRIA, PRESENTE! No tempo da independência do Brasil No sertão baiano de clima hostil Nasceu Maria Quitéria de Jesus Medeiros Uma menina corajosa, que de ninguém tinha medo. No campo, aprendeu muito bem a montar e a caçar E a utilizar arma de fogo para atirar. De caráter forte e indomável, Não se submeteu aos anseios da sociedade. E conquistou o direito de lutar Para a sua pátria não se curvar. Pediu para ao exército se alistar, Mas o seu pai lhe disse: Menina, vai se aquietar! Fugiu de casa, vestiu-se de homem E cortou o cabelo, Passando-se por Medeiros.

TATIANE DE LUCENA Sou pedagoga, mestre e doutora em Educação pela UFBA e professora da UEFS. Sempre gostei de ler e de escrever poesias e poemas. Ao longo de 20 anos como professora universitária sempre vinculei arte e cultura às atividades de ensino, pesquisa e extensão, por acreditar que são fundamentais em qualquer processo formativo.

E-mail: tlucena.ead@gmail.com 68 | maria quitéria

Guerrilhando à frente da tropa, O inimigo não tinha vez. Atirava com alvo certeiro, Não tinha para ninguém. Mas não era só o tiro certeiro Que fez de Quitéria monumento Mas a sua inteligência aguçada Que colocava qualquer inimigo na emboscada. Quando o seu pai a descobriu, Avisou ao major superior Que não a liberou das batalhas Devido ao seu manejo de armas Tornando-se uma grande aliada.


MARIA QUITÉRIA, HEROÍNA DO NORDESTE De personalidade autêntica Acrescentou ao uniforme Um saiote à escocesa. Por ela elaborado, Adornou o capacete Com um penacho. De bravura resplandecente Venceu batalhas em Pituba, Foz do Paraguaçu, Itapoã e Pirajá Recebendo o grande título de cadete. Assumiu sua condição feminina E mesmo usando o nome Medeiros Conseguiu impor atitude de respeito. Recebeu homenagens e honrarias Devido a derrotas dos portugueses na Bahia. Sendo convidada por Dom Pedro I A Imperial Ordem do Cruzeiro Ao posto de alferes, símbolo escudeiro. Com a carta do imperador, O seu pai lhe perdoou E seu noivo antigo a esperou Para se casar e ter um lar Dando luz à Maria Conceição Que não custou a amar. Dez anos após o casamento, A sorte se foi com o vento Levando seu pai, seu marido e seus proventos.

Assim é a história desta baiana, Mulher destemida, Que se tornou soberana. Foi uma militar extraordinária, De ideias libertárias. Que quebrou paradigmas Usando sua perspicácia. À frente do seu tempo, Sua história ressoou ao vento E fez engajamento, empoderamento Para outras mulheres poderem lutar. Maria Felipa é apenas um exemplo, Mas a atitude de Quitéria Se estende até o momento. Por outras meninas e tantas mulheres Se espelhar Pelo direito de sonhar e voar Que nem ondas no mar. Confrontando o patriarcado e o machismo Quem poderia imaginar Que uma mulher na guerra da Independência fosse reinar? Maria Quitéria, presente! Que se fez memória Em tempo presente. E continua a ressoar...

Tatiane de Lucena

Sem amparo financeiro Cega e doente Quitéria morreu no anonimato Para a tristeza da nossa gente.

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MARIA GORETTE CARNEIRO CERQUEIRA E-mail: gorettecerqueira@uol.com.br

HISTÓRIA DA INCLUSÃO

Eu vou contar pra todos A história da Inclusão Que vem acabando com a discriminação Primeiro conhecemos A chamada Integração Nela tivemos que lutar com muito mais ação Pois a sociedade Pouco aceitava A diversidade Mas logo perceberam Que a segregação Não trazia benefícios E que não era a solução Começou então Uma mobilização Para que acontecesse A esperada Inclusão E todo preconceito Foi sendo eliminado E as possibilidades Sendo valorizadas E você também Pode acreditar E os obstáculos Juntos vamos enfrentar!

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Atual Presidente do Rotary Club de Feira de Santana - Subaé. Gostaria de ver a possibilidade de publicar, três poemas, em anexos, da minha autoria, na Revista Digital Maria Quitéria.Quem me repassou o contato do e-mail, foi a Companheira e amiga Carmen Lúcia Pires.Minha Formação Acadêmica:Licenciatura Plena em Letras, com habilitação em Português, Inglês e respectivas Literaturas - UEFS Especialização em Educação Especial na Área na Área da Deficiência Visual - UNEBEspecialização em Psicopedagogia - FACINTERMestrado em Educação Especial - UEFS / CELAEE / CUBAFui a primeira Diretora do Centro de Apoio ao Deficiente Visual, da Fundação Jonathas Tellles de Carvalho e, como militante, na defesa dos direitos das pessoas com deficiência, procurei criar estratégias, para divulgar as potencialidades, das pessoas com deficiência. Para tanto, desenvolvi o Projeto Olhos do Coração, criando o Grupo Musical Reluz, formado com pessoas com deficiência, assistidos pelo CAP-DV. No repertório do Grupo,, foram musicalizados vários poemas, da minha autoria, que foram musicalizados pela tecladista, com cegueira congênita, Roseane Passos.


BASTA ACREDITAR Estou cansado de ouvir As pessoas dizerem Que se houver esforço Venceremos as barreiras Que podemos estudar e também trabalhar Acabar com o preconceito Ter uma vida normal Mas como posso atuar Se você não der a mão Pra eu poder segurar Preciso de apoio Preciso de uma chance Para mostrar que sou capaz De ensinar como se faz Basta acreditar! Basta acreditar! Basta acreditar! Se você não me aceitar Não colaborar Vai ser difícil Vai ser quase impossível! Transformar deficiências Em eficiências É preciso saber Conviver com as diferenças.

Mas como posso atuar Se você não der a mão Pra eu poder segurar Preciso de apoio Preciso de uma chance Pra mostrar que sou capaz De ensinar como se faz. Basta acreditar! Basta acreditar! Basta acreditar! Tudo que queremos é um mundo de paz Um mundo mais humano De gente capaz Capaz de ser feliz De sorrir pro irmão Capaz de amar de verdade De ter solidariedade! Mas como posso atuar Se você não der a mão Pra eu poder segurar Preciso de apoio Preciso de uma chance Pra mostrar que sou capaz De ensinar como se faz. Basta acreditar! Basta acreditar! Basta acreditar

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SOLDADO MEDEIROS - ACRÍLICA SOBRE TELA 60X100 CM

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otroP adiC

E-mail: cidaporto@live.com

Cida Porto é uma artista plástica e arte-educadora, natural de Feira de Santana. Formada em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFBA. É instrutora de Artes do Sesc Feira de Santana; é professora de artes nas oficinas do CUCA; aquarelista; grafiteira; administradora do grupo Urban Sketchers Feira de Santana; Ilustradora além de ser apaixonada por tintas, plantas e animais. Trabalha com temas do seu cotidiano como: cactos, peixes e as famosas bonequinhas cacheadas que desenha desde a infância. 72 | maria quitéria


Fernando Matos POETA PERNAMBUCANO Fernando Matos mora em Recife/PE, Relações Públicas, Enfermeiro pós-graduado em Enfermagem Obstétrica. Doutor Honoris Causa em Arte e Poesia, Titulo Recebido pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos (Patrimônio Histórico e Cultural da Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente); Embaixador da Paz, Delegado Cultural e Comendador da Justiça de Paz pela OMDDH (Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos). https://poetafernandomatos.blogspot.com/ E-mail: fernandomatos.enfermeiro@gmail.com

INDEPENDÊNCIA

Seres Humanos livres de estranhas amarras A Nação sobrevive na Luz da Liberdade Estranha realidade no tripé do crescimento Sem uma boa educação não haverá evolução Sem a justiça imparcial todo mal prevalecerá Sem saúde ficamos na purificação amiúde. Salve a liberdade de expressão... Obediência às regras sem exceção. Crescer independente dos conflitos existentes, Superar a maior carência atual, educação. Somos uma coletividade em total crescimento Não aceitando no momento abuso de autoridade. Independência se faz com grandes investimentos Na ciência e tecnologia para que todos os dias Sejam gloriosos aos gritos dos excluídos.

Fernando Matos Poeta Pernambucano Dr h.c Arte e Poesia

O Homem sem Trabalho é uma semente morta O que não importa à Liberdade de qualquer nação.

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RAYMUNDO SOUZA SANTOS Lá vem Quitéria aí gente! Era manhã de uma sexta-feira, do ano de 1792, quando numa determinada casa localizada na Fazenda Licurizeiro, lá prás bandas da freguesia de São Jose das Itapororocas, ocorria uma certa agitação fora do comum. Era na casa do portuga, seu Gonçalo e Dona Joana. É que nasceu uma menina, bonitinha, gordinha e a melança[1] de parida tá comendo no centro. - É menino? Qual o nome? - Não é menino, é uma menina! Até o nome já botaro! É porque não deve demorar de botar o nome não gente, dá azar, também deve batizar logo, pra não crescer pagã. - Eu ouvir dizer que será Quitéria, e que seu portuga quer levar ela para ser batizada na Capela de São Vicente (hoje Paróquia São Vicente de Ferrer, no Distrito de Tiquaruçu). - Parece que eu estava adivinhando comadre, a menina se chamará Maria Quitéria de Jesus, e vai ser batizada mesmo na Capela de São Vicente, vai ser um festão, comida e bebida pra tirar a barriga da misera de todo mundo. [1] Infusão de ervas medicinais (ervadoce, hortelã, mel e entre outras) com cachaça, conservada durante nove meses, servida após o nascimento do bebê. 74 | maria quitéria


A dona Joana já separou um peru, uns capões, umas galinhas e galinhas d’angola, mandou lavar o vestido de chita que só usei uma vez. O Batizado foi realizado na Capela de São Vicente no Vilarejo do mesmo nome, no dia 27 de julho de 1798, só não sei explicar porque, coincidentemente, na mesma data do seu nascimento. Lá se foram os vizinhos da roça do Licurizeiro, montados a cavalo, burro e carro de boi, foi uma festa. Na volta muito peru assado, xarope de parida e quentão, ainda teve quem reclamasse sobre a quantidade de comida e bebida. Aos dez anos, a primogênita de Gonçalo e Joana, tem a sua primeira experiência de perca e dor, a morte de sua mãe, com este fatídico acontecimento, ela teve que amadurecer dez anos em poucos dias, pois teve que assumir a direção da casa para cuidar de seus irmãos mais novos, já que o velho portuga tinha que sair para trabalhar. Criada dentro dos rigores morais da época foi um choque quando saiu a notícia de que a filha do velho Gonçalo tinha fugido de casa. Em pouco tempo o nome de Quitéria, tava na boca dos pés de cana do século XIX. - Moça prendada, criada com tanto zelo, deve ter fugido com um pé de chinelo qualquer, uma época dessa não é mais virgem. - Mais ninguém sabia que esta menina do portuga tivesse um namorado... - Êta, vocês não deixa por menos! Ela deve ter ido algum lugar por perto. Passado uns dias sem notícia de Quitéria, encontraram o seu cabelo perto de casa, e sua irmã deu falta das roupas do seu marido, ai foi que a pimenta esquentou os miolos do velho Gonçalo, e o povo tome língua na pobre Maria Quitéria, para o desespero da família.

- Se é uma filha minha, se vortá eu dou uma surra nela para nunca esquecer, mas ele não dá não, é um velho frouxo, ela vorta e vai ficar em casa perdida. Um certo tempo depois, Gonçalo teve uma notícia de que viram Quitéria, pela discrição, na região da Vila de Cachoeira, sede da Freguesia de São José. Para lá ele se dirigiu de imediato, com objetivo de trazer a malcriada e fujona pra casa. Até ai, ele não sabia que a sua menina mais velha era agora soldado Medeiros, respeitada e admirada dentro das forças armadas e só soube do seu paradeiro quando lá chegou. Contrariando o que pensava, a sua menina mais velha não é só prendada. É a soldado Medeiros, valente e destemida. Nos campos de batalhas, atirava como ninguém já mais viu e foi de menina fujona, a heroína nacional. Quando os pés de cana souberam em que se transformou a Maria Quitéria, logo mudaram de discurso, a fubuia falava a vontade: - É, eu bem que disse que essa menina era muito tinhosa, mais valente que mula braba no pasto! Assim, Quitéria foi condecorada por bravura e destemor. Hoje, seu nome tremula nas páginas da nossa história. Com seus gestos e ações fez mudar o comportamento das mulheres que por todo Brasil, sonhavam com sua libertação. Mulheres livres, homens civilizados, mulheres indomáveis. Elas nasceram para serem amadas e respeitadas – viva as Quitérias brasileiras.

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Uma brasileira persistente, como um “perce-neige”

Desde que veio morar na Suíça, Valquiria Guillemin Imperiano nunca deixou de olhar e pensar nas pessoas e nas crianças que são marginalizadas no seu país, no problema da educação, que conhece de perto, e na falta de contato cultural que atinge a maioria dos brasileiros. Enquanto foi estreitando os laços com a cultura europeia, e descobrindo as facilidades de acesso à cultura que a Suíça oferece aos seus habitantes, viajando e apreciando culturas e civilizações diferentes, ela foi acumulando conhecimento sobre as diversidades étnicas e acumulando todas as informações culturais e constatando a importância do conhecimento na evolução de um povo. A cada apreciação de um livro, de um concerto musical, de uma visita a um museu, de uma conferência sobre a história de determinado personagem ou país e a cada viagem, ela matutava sobre uma maneira de fazer algo para despertar o interesse dos jovens crianças e adultos para descobrir outros conhecimentos, a beleza das artes, da literatura, da música, despertar seus os sonhos com o intuito de auxiliá-los a desenvolve critérios de discernimento, senso crítico e cultivar no seu ser a certeza do auto respeito e da confiança em si mesmo, mas o ser humano está espalhado sobre um grande espaço territorial do planeta terra. “Devemos, cada um de nós, nos preocupar e utilizar meios para modificar o espaço que vivemos e conhecemos, e o meu espaço é o meu seu país”, pensou. Assim foi desenvolvendo a ideia de realizar projetos culturais no Brasil. Alguns entraves no seu caminho de ordem de saúde, que poderiam parecer uma barreira ideal para desviar sua tenção dos seus objetivos, serviram para que ela se questionasse do por quê de tais entraves e “não seriam exatamente para que ela seguisse a estrada que a levaria diretamente a realização dos projetos que haviam iluminado seu foco?”

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Valquíria Guillemin Imperiano Presidente e fundadora da Cultive e Criadora da campanha "Um Dia de Felicidade". Brasileira/ Suiça, Reside em Genebra, Formada em Letras, Professora Escritora, Pintora, Escultora, Designer de moda e de joias, Redatora e revisora do Jornal Cultive. E-mail: ascultive@gmail.com


Uma barreira elevou-se, mas ela descobriu a porta que a levaria a criação da Cultive. Enquanto se recuperava e avançava na literatura, ela elaborava projetos culturais. Passou a arrecadar verba com amigos para comprar brinquedos, que enviava para serem distribuídos num vilarejo à beira de um braço de mar na Paraíba de nome Camurupim, uma reserva de índios já adaptados à vida da cidade que vivem em condições muito precárias. A esse projeto ela resolveu dar o nome «Um dia de felicidade». A ideia de unir a arte e literatura e a solidariedade fortaleceu-se se e concretizou na criação da Associação Cultive. Assim que conseguiu se locomover até o Brasil, conduziu o projeto Um Dia de Felicidade com verba arrecadada e com atividades intelectuais apoiadas por artistas e autores. Como professora e defensora do saber queria uma associação que levasse o prazer, a esperança e a cultura para as crianças. Assim, a Cultive foi criada com o propósito cultural e solidário visando auxiliar comunidades carentes e divulgar autores e suas obras em projetos culturais que organiza na Europa e no Brasil. Dessa os autores são reunidos em torno de projetos, cujos alvos são escolas, comunidades do Brasil e países na Europa. Levando com objetividade e determinação a sua ideia, Valquiria colocou em prática vários projetos tais que: Festival Cultural Cultive (FEC); Intercâmbio Internacional Cultive Brasil-Suíça (no Brasil); Exposição e Concerto virtual “Adeus...”; Exposições de Arte, Sarau e lançamento de livros na sede Cultive; Curso de língua francesa para brasileiros na sua sede em Genebra; Revue Cultive on-line; Revue Artplus impressa; organizações de Antologias; Salão do livro e da Imprensa de Genebra, Intercâmbio Cultural Internacional (Europa); Concursos literários adulto e infantil; programas em parcerias com rádios, programas culturais no Canal Cultive.

Oito anos se passaram desde a ideia da concepção do Projeto Cultive até a sua realização e criação da Association Cultive Club d’Art Littérature et Solidarité. Hoje, Valquiria se dedica integralmente às atividades da Cultive, planejando, propondo e realizando projetos que envolvem seus membros e convidados. Embora a Cultive seja uma realidade bem estruturada, com muita credibilidade, e sobretudo levada adiante por uma brasileira que acredita no sonho de ver o seu país num patamar de equivalência cultural com os países do velho Mundo, ainda há muito o que fazer. “O brasileiro é curioso, hábil, inteligente e ávido de conhecimento, além de termos uma índole boa e mesmo que uma minoria seja oposta a esses princípios, posso afirmar que o ideal do bem sobrepõe-se a qualquer mal. O Brasil será um país maravilhoso se todos nós dermos as mãos para mudar e melhorar o que nos cerca”, diz ela. A Cultive é uma mulher e como tal cuida e protege da sua cria e o conduz pelo cominho do progresso e do bem e é com esse objeto que Valquiria Guillemin Imperiano, uma guerreira cultural que se bate pela valorização de quem se empenha pela educação, arte, literatura e para que vençamos a guerra conta a ignorância.

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EXPEDIÇÃO PRINCESA DO SERTÃO

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Os trabalhos que acompanhados nessa Coluna “Expedição Princesa do Sertão” trazem referência a Feira de Santana – cidade natal de Maria Quitéria. Aqui você terá a oportunidade de conhecer diversas expressões culturais dessa cidade - berço de Maria Quitéria.

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MARIA JOSÉ NEGRÃO DOS SANTOS (ZEZÉ NEGRÃO)

A Comendadora, Doutora Honoris Causa Ilma. Sra. Maria José Negrão dos Santos (Zezé Negrão), Embaixadora por várias Instituições Latina Americanas. Coautora em 49 Antologias Nacionais e Internacionais, 5 em idiomas estrangeiros. Autora do livro bilíngue infantojuvenil português e inglês (A menina que falava com o beija-flor, The girl who talked to the hummingbird), com lançamento oficial no 32º Salão Internacional do Livro em Genebra Suíça em abril de 2018, em Feira e Santana-BA, Itaberaba-BA, Salvador-BA, recepcionada em vários Colégios na Bahia e Rio de Janeiro, ganhador de 4 prêmios. Nas artes plásticas, expos no Museu do Louvre Paris-França, Canning House London-UK Inglaterra, El Museo Poeta Javier de La Rosa em Villa de Agaete Ilhas Canarias Espanha, Buenos Aires -Argentina, Assunção - Paraguai, Consulado em Santiago- Chile, Consulado em GenebraSuíça e em vários estados brasileiros. Formada em Magistério, Bancária Aposentada, Bacharel em Teologia, Terapeuta Naturalista, Psicanalista em formação. Membro em diversas Academias a nível Nacional e Internacional. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana-BA, Membro Fundador da Confederação de Ciências Letras e Artes do Brasil (CONCLAB). Detentora de dezenas Medalhas, Troféus e Títulos Honoríficos em Artes Plásticas e Literatura. Atualmente é Membro do Sacrum Romanum Imperium Domus Augusta com os Títulos de Condessa de Pery e Duquesa do Piemonte de Paraguaçu. E-mail: zeze_maria10@yahoo.com.br

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TERRA MÃE És acolhedora, abençoada por nosso Irmão, Filho do Altíssimo, Criador dos céus e da terra! Recebestes o nome da sua avó, Sant’Ana, amável como todas as avós, mãe duas vezes mãe. Elevado o seu nome, de Santana dos Olhos d’água para a Feira de Santana, paraíso dos que aqui se encontram... Terra glorificada! Esplêndida por natureza! De nobres filhos, tanto da terra como de tão longe vindos, abençoados são... E em teus seios, encontram os seus destinos... Ó terra gentil! Que acalanta em seus dias a responsabilidade de rainha e até Princesa de todos os sertões. Em teu colo, afaga os teus filhos! Muito deles, Professores, Jornalistas, Escritores, Comerciantes ... Enfim! Todos se elevam com o teu nome. A auréola, que de ti irradia, enobrece os nossos caminhos... E a terra vai a progresso dia a dia ... Bendito o teu nome! Mãe de todos. És Feira, a Feira de Sant’Ana dos Olhos D’Agua a nossa terra, nossa terra mãe...

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Conheça um projeto sensacional chamado Arte por toda p’Arte, do artista plástico Jean Lima. Serão apresentadas seis telas das trinta que fazem parte do projeto. Esse projeto foi selecionado pelo Prêmio de Cultura e Desenvolvimento Local de Feira de Santana - Belgo Bekaert através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Arte por toda p’Arte nasce com a intenção de propiciar às pessoas que caminham pela cidade acesso às artes visuais, foram distribuídas e colocadas em pontos públicos 30 pequenas telas 15X15cm pintada com temas locais, como a feira, o ambulante, as igrejas, o vaqueiro, a princesa do sertão e os mais variados símbolos que nos identificam como Feirenses, baianos e nordestinos. Essas telas são um presente para quem as encontrou.

JEAN LIMA Sou Jean Lima, artista visual, natural de Feira de Santana, formado em Belas Artes pela UFBA, trabalho com algumas técnicas de expressão plástica, desenho, aquarelas, pintura a óleo e acrilica, escultura e algumas outras.Já participei de algumas exposições, participo eventualmente de salão de arte.Sou professor de artes do estado para ensino médio e fundamental. E-mail: jeanlimadg@gmail.com

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Uma inquietação que me acompanha foi o pontapé inicial para criar esse projeto; a maior parte da população não acessa aos espaços de arte, talvez por achar que museu e galerias e casas de exposição são espaços elitizados e uma falsa "sensação de que não entenderia" o que está sendo exposto; e algumas vezes até por não saber que podem entrar e experienciar um momento de contemplação, reflexão ou simples visitação, o fato é que as pessoas em geral não visitam exposições. Surge então uma sensação de "não pertencimento", isso é reflexo do que podemos entender como uma espécie de segregação, e nesse caso uma segregação cultural, apenas uma pequena parcela da sociedade visita espaços destinado às artes visuais, mas esses espaços são públicos e


deveria ser entendido por todos como um lugar seu, mas que por algum motivo "mítico" ou cultural ainda gera esse abismo sociocultural. Essa proposta visa transformar, por um ínfimo de tempo, a cidade em um museu a céu aberto e que pessoas que não visitam os espaços de arte possam se deparar com uma obra de arte ali pelo seu passeio ou no meio do caminho para um compromisso... e que para além de tudo, a pessoa se identifique e se reconheça ali naquelas características pintadas e inclusive ter acesso a arte não só vista e visitada, mas que possa ter em sua casa algo original, artístico e assinado (risos).

14-30 Maria Quitéria

11-30 Sandália de couro

20-30 Duralex

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04-30 Caixa dágua

25-30 filtro barro

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02-30 Lambe-lambe


EXPEDIÇÃO CONTEÚDOS QUE VALEM A PENA

ARTIGOS | ARTES PLÁSTICAS | POESIA E PROSA Todo conteúdo merece ser visto, livros serem lidos, deixar-se envolver pelas histórias, artes visuais serem admiradas, mesmo sem serem entendidas, seja quem for o(a) autor(a) ou a ideia que defende (salvo discursos de ódio). Ouço pessoas e leitores resistentes a conteúdos "rasos" ou sem fundamentação, mas que não abrem mão daqueles que cumprem sua função de levar a arte pelos quatro cantos. com pontos de vista diferentes dos normalmente vistos, etc. Assim, sem preconceito, qualquer conteúdo deve ser visto e lido, seja quem for seu autor e aqui será o lugar deles.

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CUIDANDO DA SAÚDE MENTAL

ADMINISTRANDO AS EMOÇÕES JOSE ADERALDO DE MIRANDA SOUZA

O caminho para a felicidade passa por uma opção de vida, qual opção você fez? Após ter feito sua opção, você tem sido disciplinado o suficiente para garantir sua opção? O ser humano é muito complexo, somos um misto de emoções, trazemos uma carga genética, temos as interações com o meio, o que comemos, o que bebemos, o que respiramos. Mesmo assim o que mais queremos e a felicidade. Estar com saúde não é apenas ausência de dor, é um completo bem estar físico, mental, psíquico, familiar, financeiro, profissional, ambiental, espiritual. Qualquer uma dessas variáveis estando em desequilíbrio interfere na saúde.

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Trio que devemos evitar porque são os grandes causadores de doenças: raiva, inveja e vaidade. Evitar sim, porque viver completamente sem essas causas de doenças é muito difícil e deve ser nossa meta a constante busca por uma vida equilibrada. Estilo de vida é a forma pela qual uma pessoa vivencia o mundo, como se comporta e faz escolhas. Qual o seu estilo de vida? Como você administra o prazer e a felicidade? Seu comportamento e escolhas para sua vida pessoal faz toda a diferença, este estilo de vida deve ser gerido com equilíbrio e sabedoria. A maior parte das atitudes necessárias


CUIDANDO DA SAÚDE MENTAL para melhorar seu estilo de vida dependem basicamente de disciplina e de um bom gerenciamento do comportamento e de suas escolhas e não necessariamente de dinheiro. A longevidade não tem sentido se não houver prazer na vida, o grande barato é conseguir aliar qualidade de vida e longevidade com equilíbrio, gosto muito de ver velhinhos atletas se alimentando corretamente, dançando, fazendo cruzeiros marítimos e vivendo a melhor idade com bastante intensidade. Alguns fatores que afetam a felicidade devem ter atenção especial para não se transformarem em empecilho à felicidade. A relação familiar deve ser azeitada com harmonia, o equilíbrio financeiro é muito importante, é preciso ter a consciência de quanto se ganha e até quanto se pode gastar. Na escolha do trabalho deve-se priorizar aquelas atividades prazerosas, o tipo de trabalho que dá prazer ao trabalhador. Socialmente, o boa praça leva vantagem sobre o tipo brucutu, ser conhecido e respeitado em sua comunidade é muito elegante, ser possuidor de vários amigos é indício para ser considerado como socialmente saudável, já que a manutenção da saúde precisa ser perseguida. Acredito que as pessoas que se preocupam em fazer a felicidade dos outros, com menos dificuldades alcança a sua própria felicidade. No passado a motivação principal do trabalho era a satisfação do dever cumprido, após a revolução industrial o dinheiro passou a ser

o motivador do trabalho e recentemente volta ao segundo lugar, graças a televisão e a internet aumentou a síndrome da comparação social e hoje tornou-se uma nova doença. A comparação entre o poder aquisitivo das pessoas é que produz a sensação de infelicidade, o consumismo desenfreado aumenta esta insatisfação. Há duas maneiras de ser rico, possuir muito dinheiro ou contentar-se com o que se tem, ou seja, se estou feliz com o pouco que tenho, então sou rico. A felicidade é obtida e distribuída irregularmente entre as pessoas, o segredo está em aceitar a dose que nos foi concedida. Não podemos banalizar o que nos foi concedido, o pior cego é o que não vê a própria felicidade. A recomendação é minimizar os aspectos negatives da vida, focando o lado positive dela. A busca da felicidade deve ser um compromisso do ser humano com a vida. Devemos nos abster da raiva, da inveja e da vaidade que são causadores de doenças e considerarmos que a vida é bela para quem a faz bela.

Jose Aderaldo de Miranda Souza

Militar da Marinha, administrador de empresas, especializado em marketing e mestre em ciências da educação.

Publicado em 14 de agosto de 2011 disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/administrando-as-emocoes/74078 87 | maria quitéria


PAULO SÉRGIO ALVES DE OLIVEIRA Sou brasileiro, nasci em Salvador Bahia.Minha formação profissional é de licenciatura em História e mestre em educação e novas tecnologias. Há mais de dez anos tenho me dedicado ao estudo das artes plásticas. Inicialmente como lazer, depois profissionalmente e participando de várias exposições e cursos livres de técnica artística. Esse despertar para as artes é fruto de várias viagens realizadas ao redor do mundo que são fontes contínuas de inspiração. Atualmente venho me dedicando ao ofício da pintura incansavelmente.

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LITA MAJDALANE professora, estudou Letras com inglês na universidade estadual de feira de santana - UEFES. participou de várias exposições, individuais e coletivas, em salões de artes na Bahia.

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MARIA FRANCISCA ALVES DE SALLES

Maria Francisca Alves de Salles, natural de Irecê, interior do Estado da Bahia. Professora licenciada em História pela Instituição Uniasselvi (Centro Universitário Leonardo da Vinci) em Feira de Santana BA. Radialista e Apresentadora: curso de Extensão Pela UEFS. Poetisa, cordelista e Historiadora. Obras da sua autoria: Livro intitulado “Encantos da Cidade mais Bela do Sertão” (2000): CD com 16 mensagens reflexivas. “Luz Que Escreve Em Minha Alma (2004), entre outras obras escritas em centenas de folhas quando era ainda adolescente nos meados dos anos (1970 até os dias atuais). Os seus escritos, para aqueles que a conhecem e têm bons olhos, ouvidos aguçados e apreciam seu trabalho, classificam como “Sensibilidade Espiritual”, que abordam o inconformismo da desigualdade social, o amor, os sonhos, a coragem, a fé e a esperança de um mundo mais justo. O seu hobby preferido nas horas vagas é sem dúvida rabiscar em folhas coloridas e ensaiar louvores que trazem paz espiritual. E-mail: sales.fran.fran@hotmail.com

AS QUITÉRIAS DOS MEUS EUS Maria do Sertão. Sertão castigado pela seca. Maria oprimida ao ver seu povo sofrido, Passar fome no seu lugar querido Foi Maria, para a cidade grande! Buscar forças e sabedoria, ultrapassando tamanha tristeza E, inventando uma falsa alegria Estudou Maria e seus sonhos rabiscou Em folhas brancas, verdes e azuis Aqueles sonhos escondidos por trás da face sofrida a sua determinação. De uma mulher corajosa, de singelo coração. Tudo que seus olhos viam, Logo surgiam versos e poesias, Tudo para aformosear a sua face com a mais bela apresentação. Maria de voz destemida, Que aprendeu a lutar, Para enfrentar as batalhas da vida... Maria...

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EXPEDIÇÃO JANELA ABERTA

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Aqui nessa janela o leitor ficará sabendo dos eventos que estão acontecendo ou que vai acontecer, ou ainda, daqueles que aconteceram e foram sucesso. em nossa cidade. As publicações literárias e artísticas também serão muito bem-vindas aqui. Não deixe de conferir esta coluna.

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EXPOSIÇÃO DE FIGURINOS JUNINOS POR: VILMA SOARES Curadora

Criada em 2011, pela ativista cultural e curadora Vilma Soares, a Exposição de Figurinos Juninos O objetivo da exposição é resgatar, preservar e mostrar os trabalhos realizados pelas quadrilhas Juninas e as histórias que já foram contadas por elas. A Iniciativa: devido a falta de incentivo e as dificuldades em que as quadrilhas juninas vem passando para manter os seus trabalhos, os representantes das quadrilhas buscam alternativas nas reformas dos figurinos já usados e com isso vem apagando as suas histórias. Para manter e não deixar morrer essa linda tradição, foi criada a Exposição de Figurinos Juninos a fim de salvar o que ainda existia e manter viva as história que já foram contadas por elas. A Exposição de Figurinos Juninos, é um evento cultural belíssimo, diferente e enriquecedora. Desenvolvida anualmente que permite ao visitante rever figurinos de várias épocas, observar os ricos detalhes dos trajes, comportamentos e movimentos culturais, refletidos também nas fotos em destaque. 94 | maria quitéria


É um evento único em Feira de Santana, uma exposição

imperdível,

que

valoriza

a

cultura

junina como forma de expressão de um povo. Apresentada durante o mês de junho por Vilma Soares em comemoração ao São João, a mostra tem o apoio do Museu Parque do Saber Dival da Silva

Pitombo,

é

composta

por

figurinos

tradicionais e estilizados que fazem parte do acervo particular da colecionadora, que foram doados ou adquiridos por um valor simbólico, a fim de manter viva as histórias que já foram contadas,

pelas

localidades.

A

quadrilhas exposição

juninas

serve

de

de

várias

referência

para estudantes, imprensa e pesquisadores que buscam conhecer um pouco mais dessa cultura. E-mail: aquajfs@hotmail.com 95 | maria quitéria


GRUPO TEATRAL RENASCER DE FEIRA DE SANTANA-BA

O Grupo Teatral Renascer com 31 anos de existência e por oito anos consecutivos apresenta o maior espetáculo a céu aberto da Bahia, a Paixão e Morte de Cristo, no Parque de Exposição João Martins da Silva, marcando as comemorações pela Semana Santa. Seu compromisso é juntar a ESPIRITUALIDADE e a ARTE para realizar um trabalho de qualidade.

Uma história que todo mundo conhece, mas não cansa de ouvir, ver e emocionar. A Paixão e Morte de Cristo é contada através de espetáculos teatrais atraindo muitas pessoas durante a Semana Santa. Para a assistência também monta-se toda estrutura, com quiosques para lanches, refeições, bebidas, além do estacionamento.

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GRUPO TEATRAL RENASCER DE FEIRA DE SANTANA-BA Com um leque de mais de 200 atores, a encenação da história de Jesus conta em cerca de duas horas de apresentação, desde os milagres, os ensinamentos, toda sua trajetória até a sua crucificação, ressurreição e ascensão aos céus. Além da riqueza dos figurinos, cenários e interpretação dos atores, fazem com que o público não perca um só instante do espetáculo, que aproxima bastante da realidade da época. Para o espetáculo, são construídos 16 cenários, onde o público acompanha toda encenação, vivenciando a mais emocionante história da humanidade.

COORDENAÇÃO GERAL: Isa Miranda Cruz

Fabio Bittencourt

E-mail: isamirandacruz@yahoo.com.br 97 | maria quitéria


A Revista Digital de Literatura Infantojuvenil Reino da Poesia é uma publicação trimestral destinada para crianças, escritores infantojuvenis, pais, educadores, psicólogos, contadores de histórias e pesquisadores da infância. A revista surge a partir do trabalho desenvolvido no instagram @reinodapoesia que promove cultura, arte e entretenimento para crianças e suas famílias, além do intercambio cultural com artistas e escritores, de todo Brasil. Nossa proposta é atuar no ramo literocultural, divulgando produções artisticoliterárias voltadas à infância, além de produções cientificas que se dedicam a esse tema.

Link de Acesso: https://issuu.com/reinodapoesia/docs/revista_digital_de_literatura_infantojuvenil_reino Alexandra Patrocínio Idealizadora

Com ela, um coletivo de pessoas apaixonadas por literatura e infância, que acreditam na leitura como um dos instrumentos de melhoria do mundo. A missão dessa turma é fomentar a arte e a cultura nos ambientes virtuais e presenciais, a fim de de colaborar para o desenvolvimento artístico, cognitivo e emocional das crianças e jovens do nosso país.

E-mail: alexandrapnpatrocinio@gmail.com

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