Edinho Araújo - 50 anos de vida pública

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Aponte a câmera do celular e veja a mensagem do Edinho sobre o livro dos seus 50 anos de vida pública www.edinhoaraujo.com.br

4 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
5 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009

Coordenação geral

Zeca Moreira

Supervisão editorial

Edmilson Zanetti

Edição e textos

Mário Soler Milton Rodrigues

Projeto gráfico Moisés Jr.

Imagens

- Arquivo pessoal e familiar de Edinho Araújo - Fotos públicas/ Flickr SMCS: Ivan Feitosa | Fabrício Spatti | Marcos Morelli | Moisés Jr - Fotos públicas / Câmara Federal / Secretaria de Portos

Rogério Pedrozo

Marcelo Souza

Wilson Mani Neto Wamberto Carneiro e Edson Baffi (em memória) @eaeuil / @cyclopstudios Santa Fé do Sul - Cecilio Nozima | Elias de Sousa | Foto Color Marabá

Editora Ponto Z CNPJ 53.180.428/0001-20

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Apoio à pesquisa

Zeca Moreira Luís Fernando China Maria Alice Valença Nogueira Jaqueline Barros Marco Aurélio Barbosa Fabrício Spatti Adriano Nunes Adib Muanis Junior Ruy Sampaio Beto Lofrano

Alex Negrini Revisão Marival Correa

Fontes de referência

Acervo de Edinho Araújo | Anotações dos autores

Jornais: Folha de S.Paulo, Estadão, Diário da Região, Jornal DHoje, Gazeta de Rio Preto, Folha de Rio Preto, O Jornal de Santa Fé do Sul, Jornal de Jales, A Cidade de Votuporanga, Diário de Votuporanga, Jornal Cidadão, de Fernandopolis

Livros: “O Sonho Realizado“ (1998); “O novo município novo” (1998); “Edinho Araújo – 38 anos na estrada” (2010); “Os caminhos do futuro” (2017); “Rio Preto de coração” (2016)

São José do Rio Preto, dezembro de 2022

Impresso na Gráfica Idealiza, rua Serra do Urucum, 33, Londrina (PR)

6 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

PREFÁCIO

O TRIUNFO DA ESPERANÇA

No dia 22 de julho de 1970, “O Jornal”, de Santa Fé do Sul, publicava em manchete o que, para muitos leitores, causou surpresa: “Edinho: uma esperança”. Ao lado de Carlos Américo Trevisan e Chico Melfi, com quem eu dividia a direção do jornal, ousamos lançar para a política o nome de um jovem prestes a fazer 22 anos.

O título “Edinho: uma esperança” foi seguido do texto: “... que se abram as portas para aqueles que desejam mudar a face de nossa cidade para a cultura e a educação”. Mais do que uma esperança, Edinho Araújo se tornaria, em poucos anos, um político ousado, inovador, responsável, democrático e apaixonado pelas causas regionais.

Sua obstinação foi decisiva para a construção da Ponte Rodoferroviária no rio Paraná, que leva os nomes de Roberto Rollemberg e Vicente Vuolo, respectivamente, nas pistas rodoviária e ferroviária. Foram quase 28 anos de luta.

Edinho brigou pela duplicação das rodovias Euclides da Cunha e Washington Luís, e mais recentemente pela BR-153 na área urbana de Rio Preto. Esteve à frente de todas as grandes causas regionais.

Com o passar dos anos, acumulou sabedoria e experiência para superar as adversidades e avançar sempre, tanto na passagem pelo Legislativo, no Executivo, na direção de empresa pública e como ministro do Estado. Neste momento da história, Edinho Araújo, aos 73 anos, é referência política para as novas gerações.

Os autores optaram por registrar nesta obra os momentos que consideram os mais expressivos na longa carreira do prefeito por cinco vezes, deputado estadual por três, deputado federal em quatro ocasiões, diretor de empresa pública e ministro.

Além de administrador reconhecido e multipremiado, Edinho Araújo é um humanista, um democrata por excelência, sempre preocupado em respeitar as leis, cuidar das pessoas e da cidade.

Nesta obra, são resgatadas as origens e a formação de Edinho, a trajetória de líder estudantil, as primeiras experiências nas urnas, as vitórias, as agruras, com destaque especial para São José do Rio Preto, cidade que administra pela quarta vez, onde já é o prefeito com mais tempo de mandato da história do município. Outros capítulos resgatam seus feitos como parlamentar, em São Paulo e Brasília, e as demais fases da carreira vitoriosa, sempre numa sequência lógica.

Antenado nas inovações, e com ótima saúde, Edinho segue firme na estrada e, por certo, ainda haverá muita coisa para ser registrada e contada pelos historiadores. Uma boa leitura a todos!

ZECA MOREIRA

Chefe de Gabinete nos quatro mandatos de Edinho Araújo na Prefeitura de Rio Preto, na Câmara Federal e na Secretaria Nacional dos Portos; editor-chefe de “O Jornal”, de Santa Fé do Sul, no início da vida pública de Edinho.

Índice

Prefácio - O triunfo da esperança............................... 7

Apresentação - Meio século de ideias e ações............ 10

O despertar para a política.......................................... 18 Mais de 1 milhão de votos......................................... 22

As grandes batalhas eleitorais.................................... 26

De forasteiro a rio-pretense de coração...................... 30 Tocador de obras e milhares de realizações............... 34

Investimento pesado na saúde e bem-estar............... 50

Superando a guerra da pandemia.............................. 54 Mulheres: protagonismo e segurança........................ 58

Previdência municipal premiada................................. 61 Onde era cadeia, agora é escola................................. 62

O nascimento de um hospital

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Educação com investimento permanente Cidade que melhor cuida do meio ambiente Segurança alimentar premiada

Habitação: 50 mil pessoas beneficiadas Revolução na mobilidade urbana

102 108 124 Zeladoria é coisa séria...................................... 68 Obras subterrâneas para barrar enchentes....... 70 Semae, um caso de sucesso............................. 76 Parque da Represa, o cartão postal.................. 84 Centro novo e revitalizado................................ 88 Poupatempo e serviços on-line........................ 96 Inovação no Parque Tecnológico...................... 98 Cidade inteligente, digital e sustentável........... 100 Valorizando o social e o cooperativismo.......... 106 Favela se transforma e vira modelo nacional... 112

Cultura, uma cidade que pulsa....................... 114 Esporte e lazer, marca de governo................. 120 A histórica duplicação da BR-153................... 130 Resolvendo os conflitos urbanos da ferrovia...140 Capital da Região Metropolitana................... 144 Terceira faixa na Washington Luís.................. 148 De jovem prefeito a influente parlamentar...... 152 A odisseia da Ponte Rodoferroviária............... 170 O ministro que destravou os Portos............... 182 O legado para Santa Fé do Sul....................... 192

Um político ficha limpa................................ 210 Linha do tempo.......................................... 212 Formação e liderança.................................. 227 Com líderes mundiais e celebridades.......... 228 Bom de marketing e de comunicação......... 232 Livros, vídeos e mídia espontânea.............. 234 Hábitos simples em família........................ 236 Entrevista coletiva...................................... 242 O que eles falam sobre Edinho.................... 246 Momento poesia........................................ 250

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Apresentação

MEIO SÉCULO DE IDEIAS E AÇÕES DE 1972 A 2022,

No dia em que completou 50 anos de vida pública, em 28 de agosto de 2022, Edinho Araújo acordou, como de costume, às seis da manhã depois de dormir por apenas três horas e meia –como na maioria das noites. Na véspera, chegara em seu apartamento na rua Rubião Junior, no centro de São José do Rio Preto, à noite, depois de cumprir uma intensa agenda política.

Por ser um domingo, a rotina foi mais leve, sem compromissos oficiais. Nesses raros momentos de descanso, costuma fazer programa de avô e dedica o tempo aos sete netos, ao lado da esposa Maria Elza.

Nos dias úteis, o prefeito divide o tempo entre agendas de gabinete e andanças pelos bairros com motoristas

e assessores para checar se a grama das praças está corretamente aparada, se os transeuntes do centro da cidade depositam o lixo nas lixeiras (ou fora delas), se as unidades de saúde estão atendendo com o padrão de qualidade exigido.

O prefeito gerencia tudo de perto, com olhar atento e crítico. Ao menor problema, secretários podem ser acionados a qualquer hora, por telefone ou whatsapp. É prudente o auxiliar ter uma boa explicação na ponta da língua e encaminhar imediatamente as providências. É assim. Em casa ou no gabinete, Edinho vive “ligado em 220 volts”, como dizem familiares e auxiliares próximos.

As noites do prefeito recordista de tempo à frente da Prefeitura em São José do Rio Preto são de pouco descanso. Edinho conta que dorme mal por

causa da síndrome das pernas inquietas e dores nas costas, que vão e voltam. No mais, os exames feitos periodicamente mostram uma saúde de ferro.

- Sabe o que os adversários falam? Que eu tenho uma saúde irritante. Graças a Deus eu tenho uma boa saúde, nunca deixei de trabalhar um dia sequer por um problema de saúde.

Aos 73 anos, tem disposição para jornadas de até 14 horas de trabalho. Depois de jantar com a esposa Maria Elza, exercita um dos seus hobbies: ver o noticiário na TV (Globonews, CNN, Globo, TV Cultura, filmes e documentários) e ler jornais no papel ou on-line.

Nas madrugadas, reserva ainda um tempo para ler e responder mensagens no celular e para olhar a papelada que ao longo do dia foi deixada no gabinete por secretários, superintendentes de autarquias e presidentes de empresas públicas.

É dado a visitas incertas a locais de atendimento público, andar de bicicleta ao amanhecer em traje esportivo, caminhar a pé pelo centro da cidade a qualquer hora da noite. Durante a pandemia de Covid-19, entrava discretamente no terminal central e nos ônibus urbanos para checar as reais condições do transporte de passageiros e anotar eventuais queixas.

AS ORIGENS DE EDINHO

Emídio Araújo e Gabriela casaram-se em 25/5/1946 em Votuporanga e decidiram seguir os passos do pai dele, o Coronel Hercílio Araújo, negociante de terras estabelecido nas cercanias de Palestina, oriundo da baiana Guanambi no início do século.

De mãos dadas ao primogênito Nelson, partiram com a pequena mudança na carroceria de um fordinho ano 29, vencendo bancos de areia na Estrada Boiadeira. Estavam dispostos a fincar raízes no povoado que a Companhia Agrícola, Imobiliária e Colonizadora, a CAIC, desenhara em mapas e pranchetas, fatiando a terra vizinha à barranca do rio Paraná - para muitos, um lugar no fim de mundo.

Tinham reserva financeira, a herança recebida por Gabriela, da parte do pai, o mineiro de Pratinha, José Bernardes Coelho, que veio morar em Rio Preto. Tornaram-se donos de sítios próximos ao novo povoado. Enquanto a empresa colonizadora demarcava as pequenas propriedades rurais e desenhava o rascunho da futura Santa Fé, Emídio e Gabriela abriram a Casa Araújo, enxergando a oportunidade de vender insumos rurais a quem chegasse.

“Meu pai contava que o primeiro produto vendido na loja da família foi uma lima de amolar enxada”, recorda Edinho. Uma compra cheia de simbolismo, feita por um cliente recém-chegado

Vista panorâmica de Santa Fé do Sul da década de 70, cidade onde Edinho nasceu em 30 de julho de 1949

e pronto a desbravar a terra com machado, foice e enxada - bem amolados.

A primeira criança nascida no povoado ganhou o nome de Antonio Carlos de Santa Fé e França. De família humilde, viveu apenas dois anos, vencido por doenças da infância, com óbito registrado no cartório de Jales.

A segunda criança nascida no povoado foi Edinho Araújo, que virou o xodó das gerações pioneiras de Santa Fé do Sul.

O futuro líder regional veio ao mundo naquele cantinho ermo de sertão, em 30 de julho de 1949. Edinho nasceu pouco mais de um ano depois de um pequeno grupo de pioneiros ter erguido um cruzeiro, na atual praça Salles Filho, simbolizando a fundação de Santa Fé, em 24 de junho de 1948, dia de São João. Houve rezas e cantorias de um coral.

Por haver uma homônima no Norte, tornou-se a do Sul, mesmo localizada no Oeste Paulista. Um incômodo geográfico que não a impediria, décadas depois, de progredir e tornar-se referência turística pela beleza e acolhimento aos visitantes.

A geração de santafessulenses com Edinho reunia jovens que pensavam além de seu tempo, dispostos a colocar a cidade na vanguarda da região. Ousados, com formação universitária, eles tinham à frente o líder estudantil, ativista social e cultural, o segundo filho do austero seo Emídio e da alegre e solidária Gabriela, a Dona Bela, costureira de mão cheia, e sempre disposta a ajudar quem precisasse.

Importa destacar que os pioneiros – como seo Hercílio, o avô, Emídio, o pai, e Gabriela, a mãe - enfrentaram um ambiente inóspito quando chegaram

Edinho em foto dos anos 80

ao local, pouco antes do nascimento de Edinho. A água salobra era distribuída por carrinhos de tração animal. As dores eram curadas com remédios caseiros e benzimentos.

Com a chegada de moradores vindos de vários cantos do Brasil, o novo povoado ganhou vida e começou a crescer. A poucos quilômetros dali corria soberano o rio Paraná, represado anos mais tarde para a produção de energia, alterando radicalmente a geografia do lugar, transformando em grandes lagos os afluentes piscosos que ajudavam na subsistência dos moradores.

O progresso chegaria com o trem de ferro, meio de transporte moderno que levava e trazia gente e mercadorias. Em 1º de outubro de 1952, as estações de Santa Fé do Sul e da vizinha Rubinéia foram entregues com festa. Extasiadas e vestidas em seus melhores trajes, as pessoas esperavam a chegada das composições.

A vila de Santa Fé aos poucos viu o comércio crescer e a agropecuária florescer, apesar dos sucessivos conflitos

Primeiros rascunhos do mapa da região de Santa Fé Carinho dos mestres: Edinho recebe homenagem de professora pela participação no concurso de contos “A paz é atingível”, do 2° Clássico (ensino médio) do colégio estadual Santos Dumont, em Ribeirão Preto, em 1967, que lhe valeu medalha e premiação em dinheiro

agrários pela posse de terras no entorno da cidade, no extremo Oeste paulista, com casos de grilagens e revoltas de arrendatários.

PONTO DE PARTIDA

O leitor poderá questionar: por que a data escolhida para celebrar o cinquentenário foi no mês de agosto? Tomamos como ponto de partida da rica trajetória do político a data em que, oficialmente, ele se habilita para disputar a primeira eleição da carreira.

A história registra que na noite de 27 para 28 de agosto de 1972, o jovem professor e advogado recém-formado em Ribeirão Preto, filho de um casal de comerciantes e agricultores, formalizava sua candidatura a prefeito de Santa Fé do Sul, aos 23 anos de idade, pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação do governo federal.

A disputa local por espaço político alijou o jovem das fileiras do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), mesmo sendo um atuante defensor da democracia, na linha de frente da militância antiditadura. Anos depois, Edinho seria o primeiro prefeito paulista a migrar da Arena, dominada pelo malufismo, para o MDB, reduto da oposição à ditadura.

O cenário escolhido para dar o primeiro passo formal na política foi sua cidade natal. Santa Fé do Sul, projetada na barranca do Rio Paraná pela CAIC (Companhia Agrícola, Imobiliária e Colonizadora), tinha ruas e avenidas largas, e centenas de pequenas propriedades rurais no entorno. Debatemos muito a respeito

da data que tomaríamos como ponto de partida da trajetória do maior líder regional. Alguns amigos das antigas diziam que ele já nasceu político, portanto, seria injusto considerar como ponto de partida da carreira a candidatura a prefeito em 1972.

A sugestão do marco temporal desta rica história partiria do grupo mais próximo ao prefeito, com aval do próprio Edinho.

A opção foi pela data da convenção que o lançou à primeira campanha a prefeito de Santa Fé do Sul.

Outras datas poderiam ser consideradas, diante do espírito de liderança do menino – atestado por professores como Adacyr Ferreira, Carlos Américo Trevisan, José Clemente e Itael de Matos, entre tantos outros. Foram várias as demonstrações de liderança do menino e do adolescente.

Nos jogos esportivos estudantis de 1962, disputados em Ibirá, o jovem insistiu até conseguir o posto de repórter da delegação santafessulense, depois de ser reprovado em todas as modalidades seletivas do esporte, e, numa repescagem, ser eliminado também na vaga de canto, ao interpretar a célebre “o sapo não lava o pé”.

Diante da desafinação, ao ver depois Edinho desolado, batendo bola no campinho de futebol, o professor Itael de Matos teve uma ideia.

– Vou te dar um gravador e quero que você grave tudo o que vai acontecer por lá em Ibirá.

Foi no carro do professor, um DKW, pedir autorização ao seu Emídio. Às 6h da manhã do dia seguinte, Edinho pega o trem com a equipe. Chega-

Em dois momentos, Edinho com o pai Emídio e a mãe Gabriela

riam ao meio-dia em Uchoa e, de lá, de ônibus até a vizinha Ibirá.

De volta a Santa Fé, os comentários não eram só sobre o resultado dos jogos e brincadeiras da excursão. O repórter Edinho era o assunto principal na escola. Suas gravações foram apresentadas na rádio da cidade.

Tomou gosto pela comunicação. Em troca de bombons e refrigerantes, chegou a ser locutor de propaganda das Casas Pernambucanas em carro de alto-falante:

– Casas Pernambucanas, onde um pode errar, dois é difícil, três é impossível. Casas Pernambucanas, onde todos compram.

Santa Fé do Sul tornou-se referência nos anos 70 como capital de even-

tos universitários (nas férias de julho, dezembro e janeiro), destino preferido de grupos teatrais, musicais, e palco de eventos esportivos e turísticos. O jovem Edinho esteve à frente de toda essa efervescência, mesmo sem mandato.

Há quem defenda que a vida pública de Edinho se inicia em 1968, na criação da UAMG (União Acadêmica Mahatma Gandhi), uma entidade plural, que desenvolveu projetos culturais, esportivos, de assistência social, educação, cidadania e formação política.

Outra data poderia ser a posse como líder estudantil nos diretórios acadêmicos universitários de Ribeirão Preto, em 1969, quando as forças de repressão do governo federal estavam sempre à espreita.

Edinho em campanha eleitoral: prefeito de Santa Fé a partir de 1977

A CANDIDATURA

Em 1972, o quadro político nacional era desfavorável a ideais progressistas. Vivíamos os rigores da ditadura militar, avessa a movimentos sociais. Na época havia no Brasil apenas dois partidos políticos, Arena (Aliança Renovadora Nacional) e MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Uma engenhosa legislação do regime militar, porém, permitia que cada um dos partidos lançasse até três candidatos ao cargo de prefeito, nas chamadas sublegendas.

Edinho, que participara de protestos contra a ditadura em Ribeirão Preto, onde estudava, aportou por conveniência numa das vagas da Arena, o partido do governo. A vitória ficou com seu principal adversário na disputa, Jerônimo de Paula, o Jeromão, um cacique político popular, dono de uma estrutura de campanha organizada.

Em vez de choro, o grupo que apoiara Edinho fez várias festas em casas de apoiadores para comemorar o bom desempenho nas urnas. Edinho passou quatro anos em campanha, com uma forte atuação comunitária. Organizou eventos esportivos e culturais para a juventude, por meio da UAMG (União Acadêmica Mahatma Gandhi), que criou e presidiu, fez campanhas de assistência social, e manteve contatos em Brasília pedindo a ponte sobre o rio Paraná, para o desdém de alguns políticos concorrentes, que achavam a ponte uma quimera, um sonho impossível.

Assim, manteve-se ativo e em evidência até se tornar, em 1976, o favorito à eleição para prefeito de sua cidade natal. Ainda assim, pelo xadrez político

Jovem prefeito, Edinho foi uma liderança pública antes mesmo da primeira eleição

local, teve de disputá-la pela Arena.

Venceu com 3.194 votos, e tornou-se um dos prefeitos mais jovens do País, aos 27 anos. Sua administração colocaria Santa Fé do Sul no mapa político e cultural do Estado e do Brasil, como veremos ao longo desta obra.

O menino que fez a sala rir no primeiro dia de aula ao dizer para a professora que queria ser prefeito virou prefeito em tempo integral. Administrou por 1.928 dias sua cidade natal, Santa Fé do Sul (tomou posse em 1º de fevereiro de 1977 e, graças à prorrogação de mandatos em 1980, administrou a cidade até 13 de maio de 1982).

Em 14 de maio, Edinho passou o cargo de prefeito àquele vice que escolhera na noite da única derrota, Antônio Carlos de Camargo. Iria voar mais alto ao buscar o primeiro mandato como deputado estadual por São Paulo.

LIDERANÇA

A partir de 1983 tornou-se um porta-voz ativo da região Oeste Paulista, que tem São José do Rio Preto como capital, para onde mudou-se com a família em 1991. Passou a tratar Rio Preto como a cidade do coração.

O tempo correu célere e estamos em 2022. Edinho Araújo coleciona 13 eleições, uma derrota e 12 vitórias seguidas. Prefeito de Santa Fé do Sul entre 1977 e 1982, três vezes deputado estadual, quatro vezes deputado federal, prefeito de São José do Rio Preto entre 2001 e 2008, novamente eleito prefeito em 2016 e reeleito em 2020, as duas vitórias em primeiro turno.

Foi presidente da Codasp (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de

São Paulo) em 2009, escolhida a melhor empresa pública do ramo no Brasil pela Revista Globo Rural. Foi ministro-chefe da Secretaria de Portos em 2015, reconhecido por adotar medidas de desburocratização que atraíram investimentos privados, nacionais e internacionais, para o sistema portuário público e privado do Brasil.

Nesta quadra da história, Edinho Araújo já é o prefeito mais longevo de São José do Rio Preto, recordista com seus quatro mandatos – 5.110 dias à frente do executivo desta cidade, capital da Região Metropolitana do Noroeste Paulista, até 1º de dezembro de 2022. Se somarmos o período de gestão em Santa Fé do Sul, Edinho alcança, ao final de dezembro de 2022, exatos 7.038 dias como prefeito.

Edinho na direção do fusca pertencente à frota da Prefeitura de Santa Fé do Sul

O despertar para a política

Jânio no rio Paraná, a primeira inspiração do menino Edinho

Oprimeiro contato de Edinho Araújo com a política foi na campanha presidencial de 1960. O pai Emídio, janista de carteirinha, levou, orgulhoso, o menino para ver o candidato midiático que reunia multidões.

Jânio Quadros chegou de avião na Fazenda Almeida Prado, próxima de Santa Fé do Sul, acompanhado do governador Carvalho Pinto.

- Vi o Jânio descer do avião. Seguimos a comitiva dele de carro por uma estrada até Rubinéia. Todos foram para a estação de trem e, de dentro de um vagão, o candidato jogava vassourinhas douradas. A gente corria pra pegar

- lembra Edinho, na época prestes a completar 11 anos de vida.

Jânio visitou o Porto do Taboado e não hesitou em fazer uma promessa ousada, que jamais cumpriria. Subiu em um banquinho de madeira, olhou para o imponente rio Paraná e, com a retórica empolada habitual, garantiu a construção de uma ponte ligando Rubinéia, em São Paulo, a Aparecida do Taboado, no então estado do Mato Grosso, com 800 metros de extensão.

É de se imaginar que ele tenha lido artigo de Euclides da Cunha, que visitou a região no início do século passado, em lombo de mula, e registrou no “Estadão” a necessidade de se erguer ali

Pai de Edinho, Emídio Araújo, que despertou no menino o gosto pela vida pública ao levar o filho a eventos com personalidades importantes

Jânio e correligionários com a famosa vassourinha, símbolo de campanha em que falava em “varrer a bandalheira”
Arquivo Nacional
Registro de Edinho com o pai, Emídio, em 1959, no sítio de propriedade da família em Santa Fé do Sul

uma ponte de integração nacional.

Importa registrar que Hercílio Araújo, avô de Edinho, tinha simpatia pelo ex-governador paulista Adhemar de Barros, adversário derrotado por Jânio na disputa presidencial.

Jânio presidente foi motivo de alegria para Emídio, mas logo viria a decepção com a polêmica renúncia em 25 de agosto de 1961. O pai não se conformava com a atitude do ídolo. O filho começava a entender um pouco mais a imprevisibilidade e as voltas que a política dá.

Concorrendo pelo PTN, Jânio

elegeu-se presidente da República em 3 de outubro de 1960, à frente de Teixeira Lott e Adhemar de Barros. A vassourinha era um broche criado pelos marqueteiros do candidato para tornar palpável a promessa de campanha de limpar o Brasil da roubalheira e da corrupção. Aquele episódio de campanha em Rubinéia despertou no menino Edinho o fascínio pela vida pública. E daria a ele a grande bandeira de sua futura carreira política: a luta pela construção da Ponte Rodoferroviária sobre o rio Paraná, que iniciou e liderou, desde os tempos de jovem estudante, e

Edinho em foto de formatura: graduação em Ribeirão Preto

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A foto tradicional de família: Emídio e Gabriela, com os filhos Edinho e Nelson e as filhas, Nelsi e Edna Mara

que teve um final feliz em 1998, com a entrega da obra.

Além do encontro com Jânio, Edinho tinha em casa inspiração para gostar de política. O pai fora subprefeito nomeado de Santa Fé do Sul (que pertencia à Comarca de Jales) e depois vice-prefeito eleito pelo voto popular (as eleições de prefeito e vice eram em chapas separadas).

O avô Coronel Araújo, um homem empreendedor e bem-humorado, desde cedo o incentivara a discursar nos encontros de família. E de improviso.

Professores também notaram o precoce espírito de liderança e a desenvoltura do menino, e deram a ele posições de destaque em uma academia de estudos e como repórter em programas informativos para a rádio local.

Agora, aos 73 anos, completados em 30 de julho de 2022, após cinco décadas na estrada, Edinho se diz um eterno aprendiz da política.

- Sou um generalista, sei um pouco de cada coisa. Procuro cercar-me de auxiliares que, em suas áreas, saibam mais do que eu. E valorizo o espírito de equipe, porque sei que ninguém faz nada sozinho.

Este livro faz justiça à vida e obra de um dos políticos mais longevos, ativos e respeitados do Brasil. Alguém que fez da política um sacerdócio. Vive para ela, e não dela.

- Creio na boa política, aquela que constrói, feita no interesse do cidadão, costuma dizer Edinho Araújo.

Poucos homens e mulheres chegaram a meio século de carreira, tendo que submeter-se, periodicamente, ao julgamento popular nas urnas. No

20 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Carreira consolidada: ele se define como “generalista” e “eterno aprendiz”

mundo instável da política, tamanha longevidade não é regra.

Edinho Araújo escreve sua história não somente por milhares de obras que realizou em seus mandatos como prefeito, ou ajudou a conquistar como parlamentar. Ele tem um olhar atento para as pessoas de todas as idades. É recebido em eventos com afeto e carinho, principalmente pelas crianças e idosos.

Deixará como uma das suas principais marcas o cuidado para com as pessoas, uma visão humanística de fazer política. É reconhecido por priorizar cultura, lazer, esportes, educação, saúde, assistência social, saneamento,

enfim, alguém que busca governar para todos os segmentos.

A figura de gerente cabe bem em seu perfil. Construir um complexo sistema de abastecimento de água e de tratamento de esgoto, uma ponte, um anel viário, um hospital municipal é tão importante quanto a zeladoria, a conservação dos prédios públicos e a qualidade da merenda escolar.

É gestor em tempo integral.

No legislativo estadual deixou marcas ao liderar a preservação da Reserva Ecológica do Noroeste Paulista, o aumento do percentual de ICMS repassado às universidades estaduais, a estadualização da Famerp, melhorias

em estradas, a criação de novos municípios, entre outras conquistas.

Os mandatos de deputado federal permitiram concluir a Ponte Rodoferroviária sobre o rio Paraná e a garantia de verba para a duplicação da BR-153, para ficar em dois exemplos.

Como ministro de Portos diminuiu a burocracia para novas instalações portuárias, valorizou os trabalhadores portuários e atraiu investimentos bilionários ao setor.

Mostrar com textos e imagens essa intensa carreira é um trabalho de fôlego, que se tornou possível graças ao acervo pessoal que registra todas as fases da vida pública de Edinho.

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Edinho no cabo da enxada, observado pela secretária Kátia Penteado, do Meio Ambiente: recuperação da Floresta do Noroeste Paulista, que em 2020 perdeu 80% ao ser atingida por incêndios; novo plantio, de 85 mil mudas, com apoio da empresa Tereos Açúcar e Energia, fez o reflorestamento voltar ao patamar anterior, de 106 mil mudas plantadas

Com 12 mandatos consecutivos, Edinho Araújo teve seu nome escolhido nas urnas 1.092.928 vezes em 15 disputas eleitorais, incluindo duas votações de segundo turno

E UMA DÚZIA DE MANDATOS BOM DE VOTO

Edinho Araújo é um homem público bom de voto e longevo de mandato. Em 50 anos de vida pública disputando eleições (1972-2022), acumula 12 mandatos consecutivos. Em todo esse tempo, das cédulas de papel ao voto eletrônico, teve seu nome e número escolhidos nas urnas mais de 1 milhão de vezes, para ser prefeito ou para atuar como deputado estadual e federal.

Foram exatamente 1.092.928 votos, incluindo os primeiros 1.560 votos da primeira e única disputa que perdeu, ao concorrer à Prefeitura de Santa Fé do Sul, sua cidade natal, no final do ano de 1972, e as disputas mais acirradas de sua carreira política: as batalhas com dois turnos em cada eleição nas duas primeiras vezes em que foi prefeito de Rio Preto – as outras duas eleições, totalizando quatro mandatos,

22 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

ele venceu em primeiro turno.

Depois do início em Santa Fé, foram só vitórias, o que o levou a ser um dos políticos brasileiros com mais mandatos. A primeira vitória foi na mesma Santa Fé, quando ele se tornou prefeito na disputa de 1976.

A carreira política foi deslanchando em sequência, eleito deputado estadual por três eleições seguidas e deputado federal por quatro vezes alternadas – entre elas, foi prefeito de Rio Preto duas vezes; depois delas, mais duas vezes.

Foi justamente em Rio Preto que Edinho enfrentou suas maiores batalhas eleitorais. Nos dois mandatos iniciais, de 2001 a 2004 e de 2005 a 2008, ganhou no segundo turno, em disputas acirradas com Manoel Antunes. As disputas, levando o eleitorado rio-pretense a apertar seu nome nas urnas duas vezes em cada eleição, em primeiro e segundo turno, contribuiriam para Edinho, anos mais tarde, furar a barreira do milhão de votos em sua história de homem público.

“Sem sombra de dúvida, meu maior adversário foi o professor Manoel Antunes”, diz ele, sobre as duas primeiras vitórias nas eleições de Rio Preto. Na primeira, com 100.861 votos no turno final, vantagem de 14.238; na segunda, foram 104.709 votos conquistados no turno final, apenas 3.268 votos à frente, contrariando pesquisas que na véspera previam vitória do adversário.

“Essas eleições foram sempre muito ali, cabeça a cabeça. Tanto é que eu saquei a expressão ‘meu cavalo é de chegada’. Só falei uma vez isso, porque é muito arriscado, mas falei para dar o

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EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Confirma: Edinho na primeira eleição que disputou para prefeito de Rio Preto

ânimo pra moçada, eu sabia que a coisa não estava fácil”, afirma Edinho.

Sobre a única eleição que perdeu, em Santa Fé, quando tinha apenas 23 anos, Edinho diz convicto: “Graças a Deus perdi a eleição. Não era hora, eu não estava preparado para ser prefeito. Mas foi uma campanha linda, um movimento de estudantes, e eu fiquei em segundo entre cinco concorrentes, só atrás de quem tinha mais experiência”.

Metade dos 50 anos de vida pública Edinho passou em funções executivas. Em três passagens, ocupou cargos por nomeação. Em 1974, foi assessor do governador paulista Laudo Natel.

Em 2009, foi nomeado pelo governador José Serra para presidir a Codasp (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo). Em 2015, indicado pelo vice-presidente Michel Temer, foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para ser ministro-chefe da Secretaria dos Portos.

Destacado parlamentar, que chegou a ser apontado pela Revista Veja como deputado mais atuante em 2013, ouviu a esposa Maria Elza dizer bem-humorada, inclusive em depoimentos para campanhas eleitorais, que “ele gosta mesmo é de prefeitar”. Um gosto apurado pela experiência de cinco mandatos de prefeito, quatro em Rio Preto e um em Santa Fé do Sul.

“Como comecei no Executivo, tenho esse viés. Você fala no concreto, pontes, escolas. No Legislativo, você pode muito, mas não consegue sozinho, você precisa de um conjunto. Mas, reconhecendo que, para você ter sucesso no Executivo, tem que passar pelo Legis-

lativo”, afirma, enfatizando que mesmo no Executivo precisa manter relação harmoniosa com a Câmara.

Reeleito para o mandato 20212024, Edinho completa 16 anos como prefeito de Rio Preto, o recordista absoluto neste cargo na história do município. Adolpho Guimarães Corrêa teve a incumbência de administrar o município de janeiro de 1902 a agosto de 1914, incluindo a fase de “intendente”, de acordo com as pesquisas do historiador e jornalista Lelé Arantes. Ou seja, no caso de intendente o município era governado pelo presidente da Câmara de Vereadores.

Sobre o segundo colocado no ranking de mais longevos, o historiador faz uma observação, destacando os 10

anos de dois mandatos de Manoel Antunes: “Até 1907 não havia a figura do prefeito. Se levarmos para o sentido estrito do termo Executivo, é o Manoel Antunes o segundo colocado. Agora, se levarmos para quem mandava de direito, como ordenador das finanças e detentor do poder político, aí seria o Adolpho”.

Eleito 12 vezes e integrante de seleto grupo de políticos brasileiros com uma coleção que supera 10 mandatos, independentemente da quantidade de anos, Edinho afirma em 2022:

“Cada eleição é uma nova realidade, novos temas, precisa sempre estar sintonizado com a expectativa das pessoas. Política é nobre, positiva quando faz bem às pessoas, contribui para mudar a realidade para melhor.”

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Comemoração pela vitória nas urnas em Rio Preto

O professor Manoel Antunes foi meu maior adversário político, um candidato com muita popularidade, um homem correto, de um legado imenso. Adversário, sim; inimigo, não

Edinho Araújo

AS GRANDES BATALHAS ELEITORAIS

Escadaria do Praça Shopping, um sábado, às 10h30 da manhã de setembro, o registro de uma cena improvável, só agora revelada. No coração de Rio Preto, dois políticos, tidos como notórios desafetos, se cumprimentaram em público. Foi um gesto de civilidade, após anos de afastamento.

A cena do aperto de mãos entre Manoel Antunes e Edinho Araújo foi registrada pela equipe da produtora Comunic (responsável pelo programa eleitoral da campanha de Edinho Araújo em 2016), e não foi exibida no programa de TV em respeito à história de dois dos

mais influentes e populares prefeitos de São José do Rio Preto.

Para entender a importância desse ato, é preciso voltar na história. A ferrenha disputa eleitoral, voto a voto, entre os dois políticos, deixaria, como era de se esperar, marcas profundas no relacionamento entre eles. E essas rusgas dividiriam também familiares e amigos, dos dois lados, e os eleitores de São José do Rio Preto, a maior cidade do noroeste paulista.

De um lado, Manoel Antunes, o Mané, professor, funcionário dos Correios, apaixonado por esportes, um tipo bonachão, que costumava saudar os

Edinho Araújo comemora vitória em segundo turno nas eleições municipais de 2000

amigos com potentes tapas nas costas.

Foi prefeito por 10 anos, celebrado pelo civismo e o amor à cidade.

De outro, rotulado de “forasteiro”, o professor e advogado Edinho Araújo, político da chamada ala progressista, prefeito de Santa Fé do Sul de 1977 a 1982, ex-deputado estadual por três mandatos, deputado federal eleito para o segundo mandato, com expressiva votação em Rio Preto, e disposto a alçar outros voos.

Até o primeiro embate nas urnas, em 2000, a relação entre os dois políticos fora harmoniosa.

Edinho integrara por décadas o mesmo grupo do professor Manoel, composto por peemedebistas históricos, como Toninho Figueiredo, Laerte Teixeira da Costa, Vergilio Dalla Pria Neto, Aluizio Mendonça Costa, Orlando Bolçone, Octacílio Alves de Almeida, Oscar de Barros Serra Doria, Dourival Lemes, Ernesto Alves Filho, entre tantos outros.

As primeiras rusgas deram-se no período pré-eleitoral no ano 2000. Com uma votação para deputado federal próxima dos 25 mil votos em Rio Preto, e já com domicílio eleitoral na cidade que escolheu para morar, Edinho e equipe entendiam ser o momento de apostar mais alto. O fato é que o PMDB tinha uma legenda para três postulantes a prefeito: Mané, Toninho e Edinho. E ninguém estava disposto a ceder.

O ruído chegou aos ouvidos do governador Orestes Quércia, via Laerte Teixeira da Costa, o presidente municipal da sigla. Como ninguém estava disposto a ceder, Laerte teve a ideia de abrir sua chácara no Loteamento São José, próximo a Talhado, para um

churrascão, na esperança de um acordo. Comida e bebida à vontade, mas pouca disposição para negociar.

- Fiz o que pude, mas a implosão do partido foi inevitável. Me lembro que informei o Quércia (ele queria saber o resultado), mas ele deu risada, e, muito pragmático, disse: ‘Laerte, em festa não se resolve nada, isso não tem jeito...’, recorda Laerte Teixeira da Costa, em entrevista em julho de 2022.

Edinho ergue os braços e celebra após votação em colégio eleitoral de Rio Preto; ao lado, charge de Lézio Junior, no Diário da Região, representação bem-humorada de duelo entre Edinho e Antunes

É daquele encontro a celebrada foto de Edson Baffi, registrando um raro momento de união do grupo, em torno de uma viola caipira. A afinação era mesmo impossível. Ninguém sabia tocar.

Rachados, cada um seguiu seu rumo com a ideia fixa de vencer a eleição. Toninho ficou com o PMDB, Mané migrou para o PFL (Partido da Frente Liberal) e Edinho para o PPS (Partido Popular Socialista), na época chefiado pelo cacique Ciro Gomes. O próprio Laerte deixou o MDB para se filiar ao nanico PSC.

A partir desse episódio a relação entre Mané e Edinho azedaria de vez. Os agora desafetos lançaram-se na corrida à Prefeitura. Manoel Antunes tinha um nome consolidado, muitas realizações a mostrar, e a imagem popular de bom administrador devotado ao esporte e às causas sociais.

Edinho precisava ser mais conhecido na capital da região. O marketing de campanha apresentou-o como novidade, político progressista e com ideias modernas de planejamento e gestão. Mas as avaliações iniciais foram desanimadoras: apontado como “forasteiro”, Edinho tinha apenas 2% de intenção de votos nas primeiras pesquisas. E patinou por semanas ali.

Além de Toninho Figueiredo (PMDB), Edinho e Mané tinham que se preocupar ainda com a concorrência de Ivani Vaz de Lima (PSDB), Valdomiro Lopes (PP) e Daniel Caldeira (Prona), que completavam o time de prefeituráveis, numa campanha marcada por atritos em debates acalorados.

A campanha correu tensa. Na

reta final Antunes e Edinho despontariam como favoritos no primeiro turno: pesquisa Datafolha de 1º de outubro mostrava Edinho com 29% e Mané com 28%. Contados os votos, o azarão Edinho venceu o primeiro turno com 70.296 votos contra 49.043 de Manoel Antunes, e celebrou.

No segundo turno, grande parte do eleitorado indeciso migrou para o (antes) “forasteiro”. Edinho elegeu-se com folga, com 100.861 votos contra 86.623 de Manoel Antunes.

O tempo se encarregaria de marcar um novo embate entre a dupla de políticos experientes para quatro anos mais tarde. Em 2004, mesmo com uma gestão bem avaliada, Edinho Araújo penou para vencer Manoel Antunes no segundo turno, com apenas 3.268 votos de diferença: teve 104.709 votos, 50,79% dos válidos.

Na reta final da campanha, incomodado com pesquisa do Ibope que dava o adversário cinco pontos à frente,

- Vou vencer. Sou cavalo de chegada.

Em depoimento para um documentário, em fevereiro de 2022*, Edinho Araújo reconheceu em Manoel Antunes um líder popular e carismático: “foi meu maior adversário político... adversário; inimigo, não!”

“Sem sombra de dúvida meu principal competidor foi o professor Manoel Antunes. Porque na eleição de deputado, você concorre contra todos, mas na eleição de prefeito você tem adversário mais direto. Eu e o Manoel Antunes nos encontramos quatro vezes, quatro turnos, dois em 2000 e dois em 2004. Eu destacaria essas duas eleições, difíceis, um candidato com muita popularidade, um homem correto e que tinha contribuído e muito pra cidade, um legado imenso. Bom de voto, muito popular, um candidato difícil de ser vencido, mas felizmente os ventos sopraram a meu favor”.

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Edinho cunhou a frase: * Entrevista a Mário Soler, Zeca Moreira, Luís Fernando China, Milton Rodrigues e Adriano Nunes Laerte Teixeira, Manoel Antunes, Edinho Araújo, Toninho Figueiredo e Esnesto Alves Filho, em confraternização em Talhado

NA PRAÇA, O REENCONTRO

Peço licença para registrar que tive a honra de ser assessor de comunicação da Prefeitura, a convite do professor Manoel Antunes, em 1983, e sempre fomos muito amigos.

Mas quando o publicitário Adriano Nunes falou em reaproximar os dois desafetos na campanha eleitoral de 2016, imaginei que ele estivesse delirando. Amigo da família do ex-prefeito e do radialista Marcos Ferreira, muito próximo de Antunes, Adriano tinha o sonho de provocar um aperto de mãos entre os dois políticos. O responsável pelo “cupido” confidenciou que conversara com os dois, mas ambos tinham cismas: e se um estender a mão e o outro recusar?

Primeiro, houve um contato breve e cordial entre eles, por telefone.

Enfim, arestas aparadas.

Pude ouvir Edinho dizendo ao telefone fixo, na sala de reuniões da produtora Comunic: “nunca tive nada pessoal contra você, e reconheço sua importância na política local”.

Mané seguiu na mesma linha e encerraram o breve contato.

Faltava marcar o encontro.

Numa manhã de sábado, às vésperas da eleição para prefeito em 2016, deu-se o aperto de mãos, de forma muito discreta, como queriam os protagonistas. O local escolhido foi a escadaria do Praça Shopping. Edinho estava acompanhado do candidato a vice-prefeito, o médico Eleuses Paiva, e da equipe de campanha. A cena foi

Reprodução de vídeo em que Edinho e Antunes se cumprimentam em 2016

gravada pela equipe da produtora.

Na Praça Rui Barbosa tomada pelo burburinho de cabos eleitorais embandeirados, música alta, clientes entrando e saindo de lojas, poucos transeuntes e jornalistas atentaram para o simbolismo daquela rápida cena.

Meses depois, o professor Manoel Antunes apresentou complicações de saúde e morreu na madrugada de um sábado, 4 de março de 2017, no hospital Beneficência Portuguesa, causando grande comoção entre familiares e amigos. No velório houve um justificado desconforto de familiares e amigos mais próximos em relação à presença dos antigos adversários políticos. Edinho e o professor Orlando Bolçone, colegas de Mané nas fileiras do PMDB, não com-

pareceram à Câmara Municipal, onde o corpo foi velado, respeitando a privacidade da família.

Mais um gesto foi feito para mostrar que as desavenças ficaram no passado. O prefeito Edinho Araújo fez uma homenagem à altura da trajetória do professor.

O terminal urbano central, pela lei 13.839 de 30/07/2021, ganhou o nome de “Professor Manoel Antunes”, como ele próprio, dona Nazira, a esposa, as filhas e os amigos gostavam que o político fosse chamado.

Nas batalhas eleitorais entre Mané Antunes e Edinho Araújo, Rio Preto venceu.

DEPOIMENTO

Pela visão do vice-prefeito e parceiro histórico Orlando Bolçone, como foi a introdução de Edinho Araújo ao cotidiano político de Rio Preto, a transformação da cidade e o desenvolvimento regional

A RIO-PRETENSE DE CORAÇÃO DE FORASTEIRO E

ntusiasta do conceito de desenvolvimento regional, Edinho Araújo é um estudioso do noroeste paulista desde o início dos anos 70, quando iniciou na política, conservando os aliados de primeira hora e buscando novas parcerias. O jovem prefeito de Santa Fé do Sul parecia inspirado na célebre frase: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”.

A observação é do professor e economista Orlando Bolçone, vice-prefeito de Edinho no mandato 2021-2024.

“Fizemos contato por conta do desenvolvimento regional. Tínhamos como referência o deputado Roberto Rollemberg. Passamos a trocar informações e desenvolver estudos técnicos em conjunto, e isso nos aproximou”.

A batalha pela Ponte Rodoferroviária é um exemplo clássico desse desenvolvimento. “Poucas lideranças acreditavam na ideia. E Edinho, entendendo que o desenvolvimento do Oeste seria possível, insistiu e persistiu. Hoje é uma rota de desenvolvimento que

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Edinho Araújo comemora vitória nas eleições de 2000 ao lado da vice Maureen Leão Cury e de apoiadores

passa por Rio Preto e tem impacto no Estado de São Paulo e no Brasil”, afirma Bolçone.

À época do Instituto Paulista de Estudos de Base (IPEB 1988), uma associação formada em Rio Preto por Edinho para defesa de causas sociais e políticas públicas, Franco Montoro pregava a questão da descentralização e do desenvolvimento a partir das cidades. Edinho faz muita gestão política nesse sentido.

Aconteceu, por exemplo, na criação dos novos municípios, viabilizada por lei do então deputado estadual, dispondo sobre criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios e reorganização de distritos. Bolçone reforça: “Lembro de fazermos seminários, palestras diversas, levávamos esse conceito de planejamento, sem deixar de consolidar as ideias na prática, que é uma característica de Edinho, rara em homens públicos.”

Essa desenvoltura fez Edinho ampliar seu campo de atuação como homem público e fincar os pés em Rio Preto, principal polo de desenvolvimento da região. Preparado, como tinha demonstrado no êxito ao ser prefeito de Santa Fé, a maior parte do tempo na oposição ao governo do Estado, Edinho veio para Rio Preto trazendo o conceito de Região Metropolitana. Eleito deputado, se destacou por sua atuação de cunho regional.

Em 1991, muda-se com a família e se insere definitivamente no cotidiano da cidade, inicialmente enfrentando ciúmes de outros políticos. Em 1° de dezembro de 1995, transfere domicílio eleitoral para Rio Preto, terra natal de dona Gabriela, mãe dele. Seria eleito prefeito cinco anos depois, com o slogan

“Rio Preto de coração”, um contraponto a caciques locais que o chamavam de “forasteiro”.

O plano de governo à Prefeitura foi apresentado na campanha e nos debates. “Fizemos questão à época de acompanhar, junto com o advogado Waldemar Alves dos Santos, o registro do plano em cartório. Rio Preto não tinha essa tradição. Com a eleição do Edinho em 2000 (para o mandato 20012004), houve um certo rompimento do provincianismo naquele momento,

com o entendimento de que a cidade é construída pelas pessoas, os daqui e os que chegam de outras regiões”, afirma Bolçone.

Sem desconsiderar a relevância de bases lançadas pelos que vieram antes, a chegada de Edinho colocou Rio Preto em outro patamar. Tanto que foi reeleito para um segundo mandato e, após novo período como deputado federal, voltou à Prefeitura, novamente eleito para o terceiro e reeleito para quarto mandato, ambos em primeiro turno.

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Edinho na campanha de 2000: Rádio 23 (em alusão ao número do candidato) no Calçadão de Rio Preto, com apresentação da radialista Clenira Sarkis Fórum de debates: o IPEB, criado por Edinho Araújo, tornou-se palco de importantes estudos sobre o desenvolvimento regional

DESENVOLVIMENTO PLANEJADO

Os indicadores publicados pelos mais diferentes e conceituados institutos de pesquisa e consultoria que associam Rio Preto a uma realidade de primeiro mundo não são acidentais. Não basta Rio Preto ser, por exemplo, uma cidade localizada no entroncamento de duas importantes rodovias, como a BR-153 Transbrasiliana e a SP-310 Washington Luís.

Indicadores positivos são fruto de planejamento, é uma ação integrada, com participação da iniciativa privada, agregando o pensamento representado pelas universidades, e a liderança política interpretando esses anseios para dar condição. Orlando Bolçone diz que “Edinho soube fazer isso, criando estruturas institucionais, permitindo a busca da solidez econômica. As pessoas e as iniciativas de empreendedorismo são movidas pela confiança no administrador, na atuação da Prefeitura. É isso que atrai o empresário, que traz o investimento numa cidade que precisa ser boa para morar, visitar e investir. O Edinho consegue fazer esse papel de referência como liderança maior no município.”

Com o foco na melhoria contínua da estrutura da cidade, mirou um modelo de gestão que busca a consolidação da liderança regional e a internacionalização de suas ações, em sintonia com os Objetivos Sustentáveis da Organização das Nações Unidas. Por três anos consecutivos conquistou o prêmio da Secretaria de Meio Ambiente do Estado como melhor gestão ambiental do Estado no

programa Município VerdeAzul.

As estruturas vão se consolidando ao longo de vários governos, e algumas obras se apresentam com características especialmente estratégicas. Rio Preto tem pelo menos uma dezena delas, todas colaborando para o crescimento sustentável e para a sua condição de município líder de região metropolitana.

Neste sentido, podem ser citadas obras que já vêm transformando a cidade e as que vão dar sequência a esse modelo de crescimento, como nas áreas de saneamento básico, como a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), o Parque Tecnológico e o Hospital Municipal

Dr. Domingo Marcolino Braile.

“Em relação à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e à reorganização do saneamento e abastecimento por meio do Semae, Rio Preto se coloca num patamar que lembra referências mundiais, como Madri, Barcelona e Chicago. Poucas cidades do Brasil têm 50% de tratamento de esgoto, Rio Preto tem quase 100%”, afirma Bolçone, destacando: o saneamento é mais do que afastar e tratar esgoto. Dinamiza as ações de saúde e meio ambiente, aprimora a qualidade de vida e atrai investimentos, além de impactar as cidades da região.

A construção do anel viário, ao longo do terceiro mandato, redirecio-

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Edinho e a vice Eliana Storino em carreata na campanha eleitoral de 2004: a caminho do segundo mandato

nou os planos de desenvolvimento de Rio Preto, que nos anos 80 apostava na criação de núcleos industriais, caso da implantação dos minidistritos. Nas margens do anel viário, um “abraço” de 35 quilômetros no entorno da cidade, vão se estabelecendo diversos polos de desenvolvimento, de forma democrática, não privilegiam apenas uma região. Criam diversos setores, já acompanhados de estrutura viária e mobilidade urbana, além de ganhos ambientais.

Mesmo em tempos difíceis, como na pandemia, o governo Edinho buscou soluções transformadoras. Ainda em novembro de 2020 montou o comitê de retomada econômica, que viria a ser um diferencial de Rio Preto em relação a muitas cidades. A estratégia de sugerir, fomentar e acompanhar ações de retomada para o chamado setor produtivo foi reconhecida pela Federação das Associações Comerciais, que a recomendou para outros 400 municípios.

O comitê foi premiado pelo Tribunal de Contas do Estado como melhor iniciativa estadual de incentivo de retomada das atividades. Rio Preto conduziu esse processo com respeito à vida, à proteção das pessoas, de olho na prevenção, e consciente de que as questões econômicas refletem no social.

Usando gravata com símbolos da Organização das Nações Unidas (ONU): Edinho é um prefeito experiente, com ideias transformadoras mesmo em tempos mais difíceis

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EDINHO SOMA MILHARES DE REALIZAÇÕES TOCADOR DE OBRAS,

Prefeito vai além das obras que dão visibilidade imediata e dá atenção à infraestrutura “enterrando” tubos sem se descuidar da saúde, educação, a área social, esportes, cultura, transparência

Em cinco mandatos como prefeito de duas cidades, Edinho Araújo revelou seu perfil de tocador de obras, melhorando a infraestrutura e as instalações de escolas e unidades de saúde, além de conservar regularmente praças, vias e espaços públicos.

As primeiras obras no início da carreira política, em Santa Fé do Sul, miraram o saneamento, a produção de água, abertura de novos acessos à cidade, calçamento, construção e recuperação de praças.

- Há uma máxima que diz que os

políticos não gostam de investir em obra enterrada, preferindo as que dão mais visibilidade. Eu sempre enterrei tubos, desde a minha primeira gestão. É responsabilidade do administrador fazer o que precisa ser feito.

Em seus dois primeiros mandatos como prefeito de Rio Preto, entre 2001 e 2008, Edinho Araújo finalizou mais de seiscentas obras e deixou dinheiro em caixa e projetos para outras dezenas de realizações. Somando todos os mandatos de prefeito, em Rio Preto e Santa Fé, são mais de 1,5 mil obras. No início da gestão, o prefeito

priorizou reformas de escolas e unidades de saúde precárias. Para acabar com a falta de água, recuperou o Palácio das Águas, perfurou poços profundos e construiu reservatórios.

Fez também obras antienchente na avenida Bady Bassitt, quadras esportivas e recuperou o prédio histórico da Swift, entre tantas outras. Encerrou seu segundo mandato entregando a Estação de Tratamento de Esgoto, em dezembro de 2008, considerada a “cereja do bolo”.

De volta à Prefeitura em 2017, Edinho usou a vocação de tocador de obras para destravar os projetos de mo-

Edinho na terraplanagem que marcou o início da construção do Hospital Municipal Dr. Domingo Marcolino Braile, na região norte de Rio Preto Aponte a câmera do celular para acessar o portal do Edinho, conferir relação de obras, vídeos, informações históricas e versão on-line deste livro www.edinhoaraujo.com.br

bilidade urbana em andamento e concluir a construção do terminal urbano na praça Jornalista Leonardo Gomes.

Como nas duas primeiras gestões, Edinho concluiu centenas de obras, desde a recuperação de 200 praças, recapeamento e abertura de vias, até as grandes obras que marcam sua administração: a construção do Anel Viário J. Hawilla e do Hospital Municipal “Dr Domingo Braile”.

Em dezembro de 2022, Edinho se impõe um desafio: encerrar o quarto mandato fazendo mais.

- Meu desafio é superar dificuldades e administrar bem cada centavo. Não espero ser reconhecido apenas por obras e zeladoria. Priorizo os cuidados com a saúde, educação, a área social, esportes, cultura, transparência. É preciso cuidar da cidade, mas sem esquecer do bem-estar das pessoas.

Edinho Araújo

Trabalho muito, todos os dias, para que cada nova gestão seja melhor que a anterior

RIO PRETO RIO PRETO

Prefeito COM MAIS TEMPO NO CARGO da história de Rio Preto, Edinho tem como marca a solução de problemas crônicos da cidade, como a falta de água e o tratamento de esgoto. Além de grandes obras, como o Anel Viário e o Hospital Municipal, Edinho é também o prefeito da cultura, da educação, do esporte, da agricultura, dos grandes eventos, das causas sociais, e reconhecido em diversas premiações.

Cidade ganha Hospital Municipal com capacidade para mil cirurgias mensais

O NASCIMENTO DE UM HOSPITAL

Eu sou de Rio Preto e eu só via morrer hospital aqui. Fechava um, fechava outro, numa sensação muito triste. E eu queria sentir qual é a sensação de ver nascer um hospital. A sensação é indescritível. Temos um hospital desse, com essa tecnologia, com essa estrutura. Não existe no país um hospital municipal desse para o paciente SUS. É histórico para Rio Preto”. No palco de autoridades presentes à inauguração do Hospital Municipal Dr. Domingo Marcolino Braile, o testemunho da médica Amália Tieco fez coro a outra observação, do Frei Francisco Belotti: “De todas as obras, Edinho, que você já inaugurou na vida, você pode ter certeza que esta é a obra do coração”.

Anunciado em julho de 2019 e inaugurado em 27 de setembro de 2022, dentro do prazo necessário para todas as adequações, o Hospital Municipal Dr. Domingo Marcolino Braile é uma conquista histórica para a população de Rio Preto. Um compromisso do prefeito Edinho Araújo, que se transformou em realidade no seu quarto mandato e chegou para ampliar as alternativas de atendimento, na saúde pública rio-pretense, equipado para cirurgias e procedimentos de baixa e média complexidades.

“Tudo tem o seu tempo. Houve um tempo em que a prioridade foi construir uma moderna e ampla estrutura de UBSs, UPAs, complexo de saúde da Philadelpho, o Centro Médico de Especiali-

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Entrevista coletiva na inauguração do Hospital Municipal: Edinho entre Jean Gorinchteyn (secretário estadual de Saúde) e Horácio Ramalho (primeiro diretor administtrativo da história da instituição)

dades. Veio a pandemia e foi o tempo de proteger as pessoas e salvar vidas. Toda a estrutura da saúde voltou-se para ao combate à covid-19. Abrimos leitos novos e ninguém ficou sem assistência”, diz o prefeito Edinho Araújo.

Com o hospital pronto, a primeira grande missão foi concentrar esforços para zerar a fila por cirurgias de baixa e média complexidade, que se acumularam na pandemia. “É isto que celebramos: a entrega de um moderno hospital municipal para cirurgias em várias especialidades”. Definida em processo do edital de seleção e com aval do Conselho Municipal de Saúde, a administração do hospital foi confiada aos profissionais da renomada e tradicional Fundação Faculdade Regional de Medicina de Rio Preto (Funfarme/Hospital de Base).

A construção do hospital é resultado de contrato elaborado mediante concorrência pública e sem envolver recursos financeiros do município. “Usamos de criatividade. Numa engenharia financeira, e com aval da Câmara Municipal, licitamos a venda de um imóvel do município, sem uso, em troca da construção da estrutura física do hospital, em investimento equivalente a R$ 23 milhões”, detalha o prefeito.

Em relação aos equipamentos necessários para fazer o hospital funcionar, observada a obediência à lei das licitações, o governo investiu recursos estaduais e federais. Foram R$ 5 milhões obtidos por meio de uma emenda parlamentar de autoria do deputado federal Geninho Zuliani e R$ 18 milhões liberados pelo governador Rodrigo Garcia.

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Prefeito inspeciona diferentes etapas da construção do Hospital Municipal, anunciado em 2019 e concluído em 2022 Vista aérea do Hospital Municipal Dr. Domingo Marcolino Braile, na Região Norte: fácil acesso, às margens do Anel Viário

O hospital apresenta estrutura para mais de mil cirurgias mensais em especialidades como ortopedia, otorrinolaringologia, oftalmologia, ginecologia e cirurgias gerais. Dos 78 leitos disponíveis, 62 são rotativos, destinados às cirurgias eletivas de média complexidade em especialidades diversas e alta complexidade em oftalmologia, além de internações clínicas.

Instalado em terreno de 19,8 mil metros quadrados e 4,6 mil metros quadrados de área construída entre os residenciais Atlântica e Laranjeiras, o hospital funciona às margens do Anel Viário J. Hawilla, em local de fácil acesso para a população e para agilizar o deslocamento de unidades de atendimento móvel.

A denominação é uma homenagem ao cirurgião cardíaco Domingo Braile, um dos mais ilustres cidadãos com atuação em Rio Preto. “Doutor Braile está na nossa memória como homem e profissional de virtuosa trajetória, um dos pioneiros da cirurgia cardíaca no mundo”, destacou o prefeito.

Primeiros atendimentos aos pacientes do Hospital Municipal foram para a especialidade de oftalmologia

Fui muito bem atendida pelos funcionários e por um médico super atencioso. É um hospital aconchegante, tudo limpinho, muito organizado. Atendimento rápido, em meia hora já estava saindo. Fazia dois anos que eu esperava. Marcaram cirurgia de catarata para os dois olhos”

LICIA MARIA TARDOQUE CAMACHO, 73 anos, moradora do Jardim das Oliveiras, primeira paciente atendida no Hospital Municipal.

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Modernas instalações e aparelhos de alta tecnologia integram o Hospital Municipal: só em equipamentos, foram investidos R$ 23 milhões

FALA, PREFEITO

Trechos de discursos de Edinho Araújo na inauguração do Hospital Municipal Dr Domingo Marcolino Braile

Agradeço a presença de todos vocês, que têm acompanhado esse processo ao longo dos últimos tempos, desde quando lançamos esta obra. Tem toda uma engenharia financeira, muita criatividade, diria até certa ousadia em tempos de vacas magras, de pouca capacidade de investimento.

Como é bom nós estarmos aqui celebrando neste dia 27 de setembro de 2022 uma obra que fica para a história.

Eu conheço histórico de hospitais, no Estado e no País. Hospitais que começam e depois demoram para terminar. Depois vem a fase de equipar o hospital, colocá-lo para funcionar.

Posso dizer com muito orgulho, como o coordenador de uma equipe, porque numa equipe ninguém é maior: nunca deixei uma obra paralisada nesta cidade nos quatro mandatos que assumi, e é meu dever agradecer o apoio

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Eu conheço histórico de hospitais, no Estado e no País. Hospitais que começam e depois demoram para terminar. Posso dizer com muito orgulho: nunca deixei uma obra paralisada”
Edinho Araújo
Edinho discursa na inauguração do Hospital Municipal, em evento com a presença de autoridades e convidados

que sempre recebi da Câmara Municipal, de todos os vereadores e toda a população. Não há uma obra paralisada nesta cidade.

Eu desafio: avaliem a obra na sua conclusão, vejam os recursos que foram empregados e saberão que foi um grande negócio para a população porque foi feito com seriedade, com planejamento, com visão de futuro.

Rio Preto tem 170 anos e este é o primeiro hospital municipal. É o resultado de união, de muita criatividade. Foram muitos os atores que me acompanharam desde o início. Sou muito grato a Deus por ter me inspirado e me dado sabedoria e coragem para enfrentar esta questão.

Olhando para o mapa, observa-se que o acesso aqui é fácil. O acesso para ambulâncias, o acesso para a população. O que é público, pertence a todos nós, principalmente aqueles que precisam do sistema SUS. As pessoas mais humildes, mais simples.

Nós temos que governar para todos, mas principalmente para quem mais precisa. Isso tem sido o norte de toda a minha vida pública, de 50 anos. Governar para todos de forma transparente, com gente capaz, com técnicos.

Não sei quantas cidades do Brasil entregam um hospital como este neste tempo e com esta qualidade. Então, eu queria dividir este prazer, esta emoção e esta conquista com toda a cidade, e com a imprensa que é o olhar cuidadoso e muitas vezes crítico da sociedade. Isto é não só olhar para o presente, mas para o futuro.

Reverencio o governador Rodrigo Garcia, que sempre apoiou os

municípios e especialmente Rio Preto. Não posso deixar de mencionar a participação do governo de São Paulo, com a liberação de R$ 18 milhões, e outros R$ 5 milhões, uma emenda do deputado Geninho Zuliani, somando R$ 23 milhões. Aqui se aplica os recursos públicos com seriedade.

Aqui se homenageia também uma grande figura pública, que eu conheci. Quantas vezes o doutor Braile foi um parceiro, um entusiasta. Porque era um homem da ciência, um pesquisador, um homem visionário.

Agradecer a Deus pela vida, pela saúde. Perdemos amigos e parentes, mas somos sobreviventes dessa pandemia. Só Deus sabe o que passei, o quanto pedi a Deus para chegar neste momento.

Temos uma página da história de São José do Rio Preto que será escrita com muito carinho, para melhorar a saúde depois deste tempo de pandemia

que afetou todo mundo.

Faço Política com P maiúsculo, pela educação, mobilidade, Política que transforma a vida das pessoas para melhor. A vida toda, a vida inteira, em 50 anos de vida pública, eu sempre busquei inspiração nesta frase do pensador britânico Robert Louis Stevinson (18501894), um norte da minha vida:

“O homem que venceu na vida é aquele que viveu bem, que riu muitas vezes, que amou muito, que conquistou o respeito de homens inteligentes e o amor das crianças; que deixou este mundo melhor do que encontrou, ao contribuir com uma flor mais bonita, um poema perfeito ou uma alma resgatada; que buscou o melhor nos outros e deu o melhor de si”.

Estou ouvindo agora todos dizendo que aqui está um hospital de primeiro mundo. É isso que Rio Preto merece, que a população merece. Muito obrigado a todos.

47 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Convidados reunidos na inauguração do Hospital Municipal: autoridades, moradores, servidores públicos e profissionais da imprensa

O prefeito tem uma frase que gosta muito de usar: ‘Nada segura uma ideia cuja hora tenha chegado’. Nossa cidade ganha um hospital de qualidade, para o SUS, num momento tão difícil para todo o País.

(Orlando Bolçone, professor, economista, vice-prefeito de Rio Preto)

Com este hospital fazendo a média complexidade, vão diminuir também muitos casos de cirurgias eletivas, que não são urgentes mas que poderiam virar urgências ao demorar para atender.

(Aldenis Borim, secretário municipal de Saúde)

Da união de líderes inspiradores como Edinho Araújo, dessa sensibilidade com aqueles que mais precisam, surge um hospital como esse, atendendo 100% pelo sistema SUS.

(Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde)

Não tem nada comparado à inauguração de um hospital. Nos últimos 30 anos, Rio Preto perdeu muitos leitos públicos nos hospitais privados. O prefeito teve a sensibilidade política para viabilizar um grande hospital, com estrutura e equipamentos fantásticos.

(Jorge Fares, diretor-executivo do HB/Funfarme, selecionado para administrar o Hospital Municipal)

O Hospital Municipal é um polo que vai irradiar cultura médica, utilizando toda a expertise do HB e da Famerp. A interligação não será só assistencial, será no ensino, na pesquisa, na promoção e prevenção de saúde.

(Horácio Ramalho, diretor-administrativo do HM)

Eu sou de Rio Preto e eu só via morrer hospital aqui. Fechava um, fechava outro, numa sensação muito triste. E eu queria sentir qual é a sensação de ver nascer um hospital. A sensação é indescritível.

(Amália Tieco, diretora-administrativa do HB/Funfarme, selecionado para administrar o Hospital Municipal)

Jesus disse: ‘Todo aquele que cuidar de um doente, é a Mim que está cuidando’. De todas as obras, Edinho, que você já inaugurou na vida, você pode ter certeza que esta é a obra do coração, uma obra abençoada.

(Frei Francisco Belotti, fundador da Associação e Fraternidade Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus, que começou em Jaci, se espalhou pelo Brasil e chegou ao Haiti)

Aprovamos o plano de gestão do Hospital Municipal com todo mérito. Estamos exultantes. Os momentos mais profícuos da saúde municipal ocorreram na gestão do Edinho.

(Fernando Araújo, presidente do Conselho Municipal de Saúde)

Aqui vão se restabelecer muitas vidas, como meu pai gostaria que fosse. Ele foi cultivador de conhecimentos, de amigos, de costumes e de histórias. É uma homenagem sem precedentes na vida dele e na nossa.

(Patrícia Braile, sobre a denominação do Hospital Municipal que leva o nome do seu pai)

A inauguração deste hospital perpetua o nome de meu pai. Um projeto grandioso, uma das maiores homenagens a este homem, de tantas que recebeu na vida.

(Valéria Braile, sobre a denominação do Hospital Municipal que leva o nome do seu pai)

CINCO UPAs PARA EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS,

29 UBSs E O MODERNO CENTRO MÉDICO

Enquanto ampliava o número de leitos para que ninguém ficasse desassistido durante a pandemia e, posteriormente, avançava na vacinação contra a Covid entre 2021 e 2022, a administração pública de Rio Preto ampliou a estrutura de atendimento para urgências e emergências nas cinco Unidades de Pronto-atendimento (UPAs), além de manter convênio com a Santa Casa de Misericórdia e acolher os pacientes em 29 Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Sempre entendida como prioritária nos mandatos de Edinho à frente da Prefeitura de Rio Preto, a saúde pública passou por uma grande transformação entre 2017 e 2022. Uma das

primeiras iniciativas foi colocar para funcionar o Centro Médico de Especialidades (CME), com a proposta de oferecer atendimento qualificado, eficiente e humanizado em 26 especialidades médicas.

De sistema 100% informatizado, com acessibilidade e funcionando em ambiente climatizado no Plaza Avenida Shopping, o CME ocupa área de 1.500 metros quadrados, divididos entre os pisos térreo e superior. São 40 consultórios, distribuídos entre as alas adulta e infantil, e duas recepções com 390 lugares, além de sala de reunião, fraldário, corredores técnicos e elevador.

São 150 profissionais em atuação no CME, incluindo 100 médicos.

O acesso ao serviço ocorre por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) a partir do encaminhamento para a consulta com especialistas. O conforto e a resolutividade das novas instalações levaram pacientes a chamar o CME de “Poupatempo da Saúde”.

Ao mesmo tempo, Edinho aprimorou e ampliou as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), localizadas estrategicamente em diferentes regiões da cidade para facilitar o acesso da população. São unidades que dispõem de consultórios – incluindo odontologia, enfermagem e ginecologia – salas de procedimentos, curativo, coleta, vacina, inalação, farmácia, salas para agentes de saúde e salas administrativas.

50 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Cerimônia de inauguração da UBS Dr Roberto Luiz Kaiser

O primeiro semestre de 2022 foi marcado pela inauguração da 29ª UBS do município, a Unidade Básica de Saúde Dr. Roberto Luiz Kaiser (Luz da Esperança). O investimento para a construção da UBS foi de R$ 1,9 milhão, com recursos municipais e emenda de autoria de Edinho Araújo, ainda de quando era deputado federal.

Além das consultas médicas, a unidade também oferta procedimentos de enfermagem, coleta de papanicolau e de exames laboratoriais, aplicação de vacina, testagem para HIV, sífilis e hepatites, planejamento familiar e visitas domiciliares.

Por outro lado, o município inaugurou obras das Unidades Básicas de Saúde João Paulo II/Jaguaré e do Solidariedade, com capacidade, respectivamente, para atender uma média de 2 mil pacientes e de 1.250 pacientes por dia. Possuem ainda gerador de energia próprio e seguem as normas de acessibilidade.

O investimento para a construção foi de R$ 2.504.780,78 (UBS João Paulo II/Jaguaré), com recurso estadual de R$ 2,5 milhões e contrapartida municipal de R$ 4.780,78, e de R$ 2,5 milhões com recurso estadual (UBS Solidariedade).

Ainda em junho de 2019, a Prefeitura inaugurou o Laboratório Municipal de Patologia Clínica, localizado no Complexo Pró-Saúde, na avenida Philadelpho Manoel Gouveia Neto. Com capacidade instalada de 200 mil exames mensais, o laboratório funciona 24 horas, atendendo as demandas das UPAs.

avançou no quarto mandato de Edinho: em um ano, 40 mil atendimentos

No mesmo Complexo Pró-Saúde funciona o Centro de Atendimento Especializado na Saúde da Mulher (Caesm), que investiu na realização dos exames de mamografia, adquirindo um novo aparelho com tecnologia de ponta.

O investimento para aquisição do mamógrafo digital foi de R$ 1,5 milhão. O aparelho possui tecnologia que permite a realização do exame de estereotaxia, que faz a biópsia do tecido

mamário orientada por radiografia. A telemedicina também avançou no governo Edinho. A intermediação remota de profissionais da saúde foi outra aposta do prefeito. No auge da pandemia, por exemplo, foi fundamental para desafogar as unidades de saúde e facilitar o acesso ao atendimento. Em um ano, entre 2021 e 2022, foram quase 40 mil atendimentos aos usuários do SUS por teleconsulta.

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Telemedicina Centro Médico de Especialidades é chamado pela população de “Poupatempo da Saúde”

CENTRO DE REABILITAÇÃO SE CONSOLIDA COMO REFERÊNCIA

Durante o terceiro mandato do prefeito Edinho Araújo, Rio Preto se consolidou como referência no atendimento multidisciplinar de média e alta complexidade em reabilitação física e intelectual. Os serviços são oferecidos pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER II) localizado no antigo Ambulatório de Especialidades (ARE), na rua São Paulo, baixada da Vila Maceno. Totalmente reformada, com investimento superior a R$ 1 milhão, a estrutura oferece oficina ortopédica, que ampliou a oferta de serviços, qualificando e minimizando custos. Trata-se de um aprimoramento do serviço especializado em reabilitação que começou em abril de 2004, quando a Prefeitura

assumiu a Associação Riopretense dos Deficientes Físicos (Ardef).

O CER atende pacientes com deficiências físicas e disfunções permanentes ou transitórias, causadas principalmente por acometimentos neurológicos, como traumatismo cranioencefálico (TCE), acidente vascular encefálico (AVE), lesão medular, paralisia cerebral, doenças neurológicas progressivo-degenerativas e más formações.

É referência para os casos de amputações, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, queimados, disfunção vestibular, paralisia facial e disfagia e alterações musculoesqueléticas.

Na Reabilitação Intelectual, o enfoque são crianças de até 12 anos. O serviço é referência para o diagnóstico e

reabilitação de crianças com Deficiência Intelectual (DI) moderada a grave e/ou Transtorno do Espectro do Autismo.

O serviço atende ainda crianças com atraso no desenvolvimento de fala e linguagem a partir de três anos (transtornos da linguagem oral), distúrbios da linguagem escrita, transtornos de aprendizagem, gagueira, disfonia (alterações da voz) e alterações miofuncionais (nos músculos da face). Oferece atendimento de urgência em fisioterapia.

O CER é composto por equipe multidisciplinar constituída por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos e médicos fisiatras, ortopedistas, neuropediatras, proctologistas e psiquiatras.

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Prefeito brinca com pequeno paciente no Centro Especializado em Reabilitação

PARTICIPAÇÃO DECISIVA NA CRIAÇÃO DA ARCD

Instalada em 10 de dezembro de 2008, a Associação de Reabilitação da Criança Deficiente de São José do Rio Preto (ARCD), unidade local da AACD, nasceu por meio de uma iniciativa da Prefeitura, com participação decisiva de Edinho Araújo, no seu segundo mandato. A unidade é mantida por meio de doações da sociedade civil, apoio de prefeituras da região e parceria com a Prefeitura de Rio Preto.

A origem da instituição em Rio Preto remete à participação de Edinho no Teleton 2007, campanha de arrecadação liderada anualmente pelo SBT. “Na fase final das tratativas fomos ao Teleton de Silvio Santos, colocamos a cidade à disposição e, para nossa alegria, Rio Preto acabou escolhida. O anúncio dessa conquista histórica foi feito a

1h35, madrugada do dia 21 de outubro de 2007, por Silvio Santos”, afirma Edinho, sobre a destinação de recursos da campanha para a adequação do prédio no Jardim Tarraf II.

Com média de 2,5 mil atendimentos por mês, a unidade oferece atividades nas áreas de enfermagem, fisioterapia,

Inauguração da unidade AACD: Edinho recebe o governador Fleury Filho e dona Ika, a deputada Célia Leão, vereadores e secretários

fisioterapia aquática, fisiatria, fonoaudiologia, musicoterapia, pedagogia, psicologia, terapia ocupacional, serviço social e neurologia. Presidente voluntária da unidade rio-pretense, Adriane Albuquerque Cirelli diz que a ARCD “representa um pedacinho do céu para as pessoas com deficiências motoras”.

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Atividades no Centro Especializado em Reabilitação, composto por equipe multidisciplinar

No

Edinho e o secretário de Saúde, Aldenis Borim, em entrevista coletiva falando sobre a pandemia

MEDIDAS RIGOROSAS PARA

ENFRENTAR A GUERRA DA PANDEMIA

Maior crise sanitária mundial dos últimos 100 anos, a pandemia do coronavírus impôs entre 2020 e 2022 o maior desafio enfrentado por Edinho Araújo em 50 anos de vida pública. Diante da iminente ameaça à vida, era imperioso tomar medidas restritivas, ainda que resultassem em desgaste. À frente da Prefeitura de Rio Preto, Edinho apostou na ciência e no conhecimento dos profissionais de saúde, e com sua equipe postou-se no campo de batalha.

“No princípio, ninguém sabia nada sobre pandemia. A gente lia que era a contaminação de toda a humanidade, especulações sobre a origem

na China. Mas fizemos tudo com orientação de um comitê, ouvindo a ciência. Graças a Deus ninguém ficou desassistido. Foi um trabalho árduo, sob pressão pela tomada de medidas de restrição de atividades econômicas”, diz Edinho.

Enquanto cientistas em todas as partes do mundo corriam contra o tempo em busca da vacina, era preciso garantir assistência às vítimas. O governo ampliou a oferta de leitos em unidades de saúde e, em parceria com instituições hospitalares e assistenciais, Rio Preto ofereceu amplo atendimento. Contando o apoio federal e estadual, além de recursos municipais, a cidade investiu R$ 207 milhões

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maior desafio em 50 anos de vida pública, Edinho recorre a regras de restrição para deter o vírus, supera resistências e tem trabalho reconhecido pelo TCE

no combate à doença até 31 de março de 2022.

Em meio a intensa campanha de orientação da população desde o início da pandemia que atingiu a cidade a partir do começo de 2020, o governo municipal não se isentou da responsabilidade de adotar medidas rigorosas, como a restrição de atividades comerciais e a decretação de regras de distanciamento, uso de máscaras faciais e higienização das mãos - em ambientes públicos e privados. Aulas presenciais foram substituídas pelo conteúdo remoto.

“Foi dramático: uma pessoa ajoelhou pedindo: ‘Prefeito, pelo amor de Deus, me deixa trabalhar’”, conta Edinho. Manifestações foram recebidas com respeito e sensibilidade. Reivindicações foram ouvidas e registradas pela administração, que fez adaptações quando consideradas pertinentes, sem se afastar das recomendações científicas e seguindo as orientações do comitê municipal de combate ao coronavírus, comandado pelo secretário municipal de Saúde, Aldenis Borim.

“Seguimos o plano São Paulo, do governo do Estado, baseado em dados científicos”, explica o prefeito. “Até aparecer a vacina, a Prefeitura tinha de fazer a sua parte e enfrentar a questão”.

Com as restrições, as agendas do Gabinete eram virtuais. Nas reuniões on-line, tendo de ficar muito tempo em frente a monitores, o prefeito sofreu com os problemas de coluna, incômodos na perna esquerda e dores musculares.

Em meio à crise sanitária, veio a disputa pela reeleição. “Durante a

Prefeito fala ao vivo em uma das “lives” de atualização da Covid: seguindo Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, presidido pelo secretário Aldenis Borim (Saúde, à direita) e formado por união de secretarias, representantes de hospitais, assessores, médicos, pesquisadores e integrantes da sociedade civil

Confecção de máscaras de tecido para a Secretaria de Saúde

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pandemia, fui criticadíssimo, disputando contra jovens e bons candidatos. E a população dizendo que me conhecia, confiava, por isso pela quarta vez me colocou aqui de novo como prefeito. A população soube entender essa questão. Eu queria acertar, garantir o bom atendimento, com base no comitê. As pessoas foram entendendo. Não teria como fazer diferente.”

Em dezembro de 2020, a Prefeitura anunciou a criação do Comitê de Retomada Econômica. Para viabilizar a iniciativa, Edinho teve o apoio do vice-prefeito Orlando Bolçone, do secretário Martinho Ravazzi (Fazenda), Kelvin Kaiser (presidente da Acirp), além de outros integrantes do secretariado municipal e representantes da sociedade civil.

Em um ano, foram 99 propostas recebidas pelo comitê econômico, sendo 39 delas colocadas em prática de imediato. Como a ampliação de linhas de crédito do Banco do Povo, incentivo para abertura e regularização de pequenas empresas e programas de parcelamento de dívidas.

Em 19 de janeiro de 2021, Rio Preto foi uma das primeiras cidades do País a começar a vacinação. Em 2 de dezembro de 2021, o governo municipal recebia a notícia de que o Comitê de Retomada Econômica foi apontado pelo Tribunal de Contas (TCE) como a melhor iniciativa de incentivo à recuperação da economia, entre 80 avaliadas em todo o território paulista. No início de 2022, mais de 90% da população estava imunizada com pelo menos duas doses da vacina, e a atividade econômica tinha sido retomada.

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Edinho e o vice Bolçone dão entrevista no dia da vitória eleitoral no primeiro turno, em 15 de novembro de 2020: campanha eleitoral sempre usando máscara e vencendo a pressão durante a pandemia Profissional de Saúde: classe foi protagonista no enfrentamento da pandemia
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ARAÚJO 50 ANOS DE
PÚBLICA
EDINHO
VIDA
Edinho, a primeira-dama Maria Elza e netos recebem imunização contra a Covid em campanha para incentivar a vacinação durante a pandemia Enfermeira Prisciane Batista foi a primeira pessoa imunizada em Rio Preto na campanha de vacinação contra a Covid, em 19 de janeiro de 2021

PROTAGONISMO DAS MULHERES

E RECONHECIMENTO DA ONU

Dos distantes anos 70 do século passado aos anos 20 deste século, a carreira política de Edinho Araújo foi marcada pela defesa do protagonismo feminino. Seus governos sempre tiveram atenção especial com as mulheres e a projetos inspirados em reivindicações e propostas delas. Não por acaso, ocuparam o cargo de vice-prefeitas nos dois primeiros mandatos – Maureen Cury (2001-2004) e Eliana Storino (2005-2008).

Ainda no primeiro mandato como prefeito de Rio Preto, em 2003, as ações de Edinho à frente da Prefeitura da maior cidade do noroeste paulista o levaram a El Salvador, para receber o prêmio Ações Afirmativas Promotoras da Participação da Mulher no Poder. Trata-se de uma

homenagem criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), para premiar as melhores políticas municipais de valorização da mulher em todo o mundo.

Por iniciativa do prefeito, em 2005 a Câmara Municipal de Rio Preto aprovou um projeto de lei inovador, que criou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, a primeira do gênero implantada no País, comandada com sucesso pela professora Maureen Cury. Cargos de relevância continuaram sendo destinados às mulheres no terceiro e no quarto mandatos. No ano de 2022, seis mulheres integram o comando de secretarias e a condução do Fundo Social.

No Centro de Atendimento Especializado na Saúde da Mulher (Caesm), a Prefeitura dinamizou os exames de ma-

mografia em 2022, adquirindo um novo aparelho com tecnologia de ponta. Com o equipamento, o serviço passa a realizar 40 mamografias por dia, com possibilidade de ampliação. Além disso, o mamógrafo também possui tecnologia que permite a realização de imediato da biópsia do tecido mamário.

O CRAM (Centro de Referência e Atendimento à Mulher) tem como objetivo geral acolher, atender e acompanhar as mulheres e seus familiares de forma qualificada e interdisciplinar, objetivando o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Em agosto de 2022, Edinho inaugurou a segunda unidade do CRAM, bairro Eldorado, zona norte. São dois polos de atendimento à mulher em situação de

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Edinho e a primeira-dama Maria Elza no evento Mulheres de Sucesso, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher de 2018

violência doméstica e familiar; o primeiro, funciona no bairro Redentora.

Esse olhar sensível Edinho começou a cultivar ainda na infância, sob os ensinamentos da mãe, dona Gabriela, e de suas irmãs Nelsi e Edna, e o aprimorou na convivência com a esposa Maria Elza e as filhas Bethina e Thaysa. “Devo muito do que aprendi e construí às mulheres da minha família e a tantas outras mulheres que sempre me apoiaram com seu voto, sua

Edinho com as vice-prefeitas nos dois primeiros mandatos: Maureen Cury (2001-2004) e Eliana Storino (2005-2008)

confiança e seu olhar crítico”, diz Edinho, pai de três filhos – o caçula é Edinho Filho. Avô de sete netos, sendo cinco meninas e dois meninos, Edinho afirma em 2022: “Tenho certeza de que as mulheres sempre ajudaram, ajudam e ajudarão a construir um mundo melhor, o que inclui a construção de um ambiente político-partidário mais confiável, dinamizando a gestão das nossas cidades, dos Estados e da União.”

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EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Devo muito do que aprendi e construí às mulheres da minha família e a tantas outras mulheres que sempre me apoiaram com seu olhar crítico Edinho Araújo

PROTEÇÃO E SEGURANÇA JURÍDICA CONTRA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Faltava em Rio Preto criar mecanismos mais rápidos de proteção à mulher e reparação de danos. O apoio do prefeito Edinho Araújo foi decisivo. Após sucessivas gestões junto ao Tribunal de Justiça do Estado, em novembro de 2021 foi instalada em Rio Preto a Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

Na solenidade, a juíza diretora do Fórum de Rio Preto, Luciana Cassiano Zamperlini Cochito, destacou que em março de 2019 fora instalado o anexo de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher na Comarca.

“Os números falam por si, pois a distribuição de feitos e principalmente de medidas protetivas só aumentaram.

Nós, juízes criminais, responsáveis pelo anexo, envidamos todos os esforços para a proteção da mulher”, disse a juíza ao site do Tribunal de Justiça. Com a criação da Vara – acrescentou a juíza

–, além de proporcionar celeridade nos julgamentos, cumprindo mandamento constitucional da duração razoável do processo, haverá especialização e dedicação exclusiva de um magistrado.

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Recepção às servidoras municipais em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2019 Instalação: Edinho com a juíza Luciana Cochito (diretora do Fórum), Alceu Corrêa Junior (juiz titular da Vara), Rodrigo Garcia, Carlão Pignatari, Geninho Zuliani e outras autoridades

AUTARQUIA PREMIADA

Criada por Edinho Araújo em 28 de dezembro de 2001, a autarquia Riopretoprev tem como missão fazer a gestão da previdência dos funcionários públicos municipais. Em mais de duas décadas de existência o regime próprio de previdência dos servidores públicos de Rio Preto teve as boas práticas de gestão reconhecidas e premiadas, tornando-se referência no Brasil.

“Conquistamos todos os prêmios do Brasil no ano de 2020, sendo três em primeiro lugar, o que mostra que a situação financeira da Riopretoprev é sólida. O reconhecimento do trabalho é nacional, inclusive pela instituição governamental responsável pela administração e manutenção da Previdência Social no País, o Ministério da Previdência Social”, diz Jair Moretti, secretário de Governo e superintendente da Riopretoprev.

Os governos de Edinho foram marcados também pela criação da PGM (Procuradoria Geral do Município), responsável pela defesa judicial do município e por zelar pela legalidade dos atos der todos os setores da administração.

Como prefeito, Edinho valorizou o funcionalismo, realizou concursos e investiu na EGP (Escola de Gestão Pública), responsável por ministrar cursos de aperfeiçoamento para servidores do município. Em apenas um ano (2021), mais de 6,4 mil funcionários passaram pela Escola de Gestão em 199 turmas e 62 diferentes cursos.

Edinho Araújo na sede da Escola de Gestão Pública (EGP); acima, curso de aperfeiçoamento ministrado pela EGP destinado a agentes da Secretaria de Saúde

O superintendente da Riopretoprev, Jair Moretti, entrega ao prefeito Edinho a placa de reconhecimento da Abipem (Associação Brasileira de Instituições de Previdência Estaduais e Municipais)

Faculdade de Tecnologia (Fatec) foi construída no terreno onde funcionava o problemático Cadeião do bairro Eldorado

ONDE ERA CADEIA, agora é escola

Na primeira gestão de Edinho, foi desativado o antigo e problemático Cadeião do Eldorado, transferido para as margens da BR-153, instalando o Centro de Detenção Provisória (CDP), com capacidade para 768 presos – ao lado da BR, em outro prédio, passou a funcionar também o Centro de Ressocialização Feminina (CRF).

Na mesma região do CDP foi criado o CPP (Centro de Progressão Penitenciária), de capacidade para 1.079 presos, após a desativação do antigo IPA (Instituto Penal Agrícola).

No prédio do Cadeião do Eldorado surgiu a Fatec (Faculdade de Tecnologia). Próximo à área do antigo IPA foi

construído o Parque Tecnológico – sai a cadeia, entram o ensino e o apoio ao desenvolvimento de empreendimentos de alta tecnologia.

As iniciativas voltadas para o aprimoramento da segurança da população se ampliaram por outros segmentos. Implantada em 2006 no segundo mandato de Edinho, em 2021 a Guarda Civil Municipal completou 15 anos de atuação com equipe formada por 235 agentes e um grupo específico de operação com cães. Em ocasiões diversas, a GCM atua em colaboração com as polícias Civil e Militar.

Com patrulha permanente e auxílio de 238 câmeras ligadas a uma central, os profissionais da GCM moni-

toram áreas como Calçadão, Represa, Terminal Urbano, Zoológico, Floresta do Noroeste Paulista, escolas, unidades de saúde e outros prédios públicos.

Em apoio à Secretaria Municipal da Mulher, a GCM faz patrulhamento específico para identificar, monitorar e deter agressores que podem ser enquadrados na Lei Maria da Penha.

A Patrulha Maria da Penha é um trabalho desenvolvido pela GCM em parceria com outros órgãos, como o Tribunal de Justiça (TJ), Secretaria da Mulher e Delegacia da Mulher.

O TJ pode solicitar à patrulha o acompanhamento de casos, principalmente quando há a necessidade de medida protetiva.

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Máquinas derrubam o Cadeião do Eldorado; população carcerária foi transferida para o CDP (Centro de Detenção Provisória), construído na BR-153, distante da área urbana Edinho Araújo dirige viatura da GCM, que ele implantou em 2006 e que em 2022 é composta por 235 agentes: corporação cuida de bens públicos, atua na patrulha Maria da Penha e no trânsito, além de participar de ações educativas em escolas e na comunidade

EDUCAÇÃO COM investimento

permanente

Edinho fez investimentos permanentes na estrutura da rede municipal de ensino, com reformas, ampliação e construção de novas unidades. Só em 2021, foram R$ 16 milhões em inovação e tecnologia nas salas de aula. No quarto mandato, priorizou reformas elétricas em várias unidades escolares, e investiu na construção de outros estabelecimentos em novos bairros residenciais, caso da Escola Municipal Eurides Garcia, no Residencial Solidariedade, com capacidade para 300 alunos com idades de 0 a 5 anos.

Na pandemia, o governo ampliou os canais de comunicação com pais e alunos para tirar dúvidas sobre

a Covid, além de firmar parcerias para cuidados com a saúde mental. Em 2021, a rede contava com 149 unidades escolares e 40 mil alunos matriculados.

Os pais de alunos puderam retirar nas escolas kits com material didático para não prejudicar o aprendizado durante o isolamento social. A merenda também chegou com a distribuição de mais de um milhão de kits com alimentos básicos, acompanhados de cestas de legumes.

O prefeito pensou a educação em todos os níveis. Em 2021, firmou parceria com a União e viabilizou a criação do campus do Instituto Federal de Educação (IFSP), com cursos técnicos, graduação e pós-graduação.

A Prefeitura investiu R$ 10 milhões na adequação do prédio do Cefam (Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério), para a instalação do instituto, uma conquista para a formação dos jovens de Rio Preto e da Região Metropolitana do Noroeste Paulista.

A educação sempre foi prioridade na carreira política de Edinho Araújo. Durante a atuação dele como deputado estadual, elevou de 8,4% para 9,57% a alíquota do ICMS destinada às universidades estaduais (Unesp, USP e Unicamp), e teve participação decisiva na estadualização, em 1994, da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp/ Funfarme).

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Edinho com a secretária Fabiana Zanquetta (Educação) na inauguração da escola “Osni Assis Pereira”, no bairro Egydio Zani; na foto à direita, na Campanha de Natal 2022, no Núcleo da Esperança Santa Clara

MAIS ESCOLAS

Acima, prefeito Edinho inaugura a escola municipal “Israel Cestari”, no bairro Fraternidade, com o secretário de Obras, Israel Cestari Junior, e familiares. Ao lado, na inauguração da escola municipal “Neuza Castro Buzzini”, na Boa Vista, Edinho conversa com Norberto Buzzini, diretor-presidente do Diário da Região, e familiares. Abaixo, escola “Eurides Garcia”, outra das novas unidades construídas, e vista do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), que oferece cursos técnicos, de graduação e pós-graduação

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ZELADORIA

é coisa séria

Sob orientação de Edinho, Secretaria de Serviços Gerais tem o compromisso de manter a cidade sempre limpa e conservada

Se eu vejo lixo na rua, mato nas ruas, avenidas e praças, e espaços públicos sem cuidados eu perco a paciência. Aciono o ‘zap’ dos secretários e assessores, a qualquer hora do dia ou da noite, diz Edinho sobre a fixação em manter a cidade limpa e bem cuidada. - Se a gente chega numa cidade, por avião, carro ou ônibus, e vê tudo malcuidado, a impressão que fica é a pior possível. Não quero isso para Rio Preto. Assim, a limpeza pública sempre esteve entre as prioridades do prefeito. Serviços regulares de varrição e manutenção de vias públicas, praças revitalizadas, e calhas como a do rio Preto limpas, ao longo da avenida Philadelpho. Todo capricho é pouco.

Até 2021, a média anual estava em cerca de 60 toneladas de material inservível recolhido pelos mutirões de limpeza, além de toneladas de lixo e entulho descartados irregularmente. Edinho inovou e instalou 18 pontos de apoio no município, para o descarte regular, eliminando mais de mil pontos de descarte incorreto desses materiais.

E nem tudo que parece lixo é descartável. A Usina de Reciclagem instalada no município é modelo para outras cidades, com beneficiamento de entulhos da construção civil, transformados em artefatos (tubos, guias, bancos, filetes, postes e bocas-de-lobo) que são usados na recuperação e manutenção de instalações públicas.

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Cidade bem cuidada: Edinho, secretários e colaboradores acompanham o trabalho de zeladoria feito por equipes gerenciadas pela Secretaria Municipal de Serviços Gerais

ESPAÇO MODERNO

Em dezembro de 2022, foi entregue no bairro SetSul 2 um espaço de convivência com características diferenciadas, numa parceria público-privada.

O Complexo de Lazer Olinda Tarraf tem mais de 20 atrações para todos os estilos e idades.

Entre elas, a primeira pista pública de “Pump Track” do noroeste paulista, um circuito para ser utilizado por bicicletas, patins, patinetes e skate.

A pista possui uma camada asfáltica como revestimento final, constituída de pontos baixos e altos (rollers) para a prática segura e divertida.

O empreendimento da Setpar com 1.649 lotes mistos, residenciais e comerciais, em uma área de 772 mil m² e 144 mil m² em área verde.

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Prefeito confere usina de reciclagem, que transforma entulhos em artefatos usados na recuperação e manutenção de instalações públicas Instalação de ponto de apoio para descarte de material inservível: medida inovadora

OBRAS ANTIENCHENTE DÃO RESPIRO

AOS CÓRREGOS URBANOS ENCAIXOTADOS

Ao fazer um balanço de governo em dezembro de 2017, fim do primeiro ano de seu terceiro mandato, Edinho Araújo ouviu atentamente a pergunta formulada pelo jornalista Fabricio Carareto, para a coluna Conexão Capivara, do Jornal DHoje: “Prefeito, vamos voltar lá em 1852, ano da fundação de Rio Preto. O que o senhor faria de diferente se tivesse que projetar uma Rio Preto do zero, planejada, ou seja, o que o senhor faria de diferente para evitar o que considera um grande problema urbano?”

– Eu acho que Rio Preto tem um planejamento, sim. Agora, a questão de Rio Preto são os rios: o Borá, o Canela.

Principalmente onde se deram construções muito próximas do rio. À medida que você constrói muito às margens do rio, isso traz problemas. Mas naquela época não se imaginava que impermeabilizariam tanto a montante desses rios, assim como as margens deles. Então eu acho que não teríamos construções próximas do Borá e do Canela. Com isso, evitaríamos as enchentes.

A infraestrutura urbana e o saneamento básico desafiaram Edinho desde seu primeiro mandato, no início de 2001, época em que ainda estavam vivos na memória dos rio-pretenses os grandes alagamentos da avenida Andaló e as inundações no rio Preto, ao longo da avenida Philadelpho, na região do

Palestra e da Praça Cívica – recebendo águas da chuva tanto das cabeceiras dos dois principais córregos canalizados nas avenidas quanto do alto da Vila Maceno.

Inicialmente, o prefeito colocou a equipe para rasgar a avenida Andaló de ponta a ponta, a fim de instalar tubulações de esgoto e pôr fim a uma centena de ligações clandestinas, e aprimorar a vazão das águas da chuva. Chamou esse período como fase de “reconstrução da cidade” – incluindo a reformulação do sistema de abastecimento de água. O passo seguinte foi a trabalhosa construção do canal antienchente na extensão da avenida Bady Bassitt, e o alargamento subterrâneo da foz do córrego Borá no rio Preto.

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Mas era preciso avançar e criar medidas estruturais para prevenir os riscos das inundações. Lei Municipal 10.290/2008 sancionada por Edinho criou o Programa de Gestão de Águas Superficiais da bacia do rio Preto. A partir daí, na administração seguinte surgiram os reservatórios fechados e os chamados “piscinões”, para contenção e retenção de águas superficiais, desafogando os canais nos córregos Borá e Canela.

Para garantir a eficiência das medidas estruturais é preciso manutenção, além de expandir a filosofia do crescimento sustentável e ordenado das áreas urbanas em novos loteamentos por toda a cidade.

Mais do que zelar pelo desenvolvimento ordenado da cidade nos novos empreendimentos, Rio Preto trata da manutenção. Em 2022, a Prefeitura deu sequência à limpeza e recomposição dos piscinões, para remover mais de 53 mil metros cúbicos de resíduos dos reservatórios espalhados nas macrorregiões da cidade.

Com recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável, a obra teve investimento de R$ 8,5 milhões. São mais de 80 bacias com infraestrutura antienchente, piscinões, lagoas e reservatórios de retenção de águas pluviais que alcançam a capacidade de quase 1 bilhão de litros.

Os reservatórios, como o que fica na nascente do córrego Brasilusa, afluente do córrego Canela, possuem 16 metros de profundidade por 60 metros de diâmetro, o equivalente a 400 piscinas olímpicas, ou um prédio de cinco andares.

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Maquinário faz serviço de manutenção de reservatório fechado em trecho do Centro Regional de Eventos, onde está o córrego Canela, que segue canalizado pelas avenidas José Munia e Andaló

Edinho em eventos ambientais no município. Rio Preto foi a primeira cidade do interior paulista (e segunda do Estado) a aderir aos 17 ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas).

Já vi muito prefeito inaugurar viaduto, avenida, ponte... mas inaugurar floresta é a primeira vez que eu vejo, e aqui em São José do Rio Preto

(José Walter Figueiredo Silva, coordenador do programa Município VerdeAzul, sobre iniciativa de Edinho de plantar floresta no IPA)

A riqueza natural da área conhecida como antigo IPA é compartilhada por diferentes instituições, como mostra o mapa. A Floresta Estadual do Noroeste Paulista representa uma parte do que restou da Mata Atlântica original que cobria grande parte do território do Estado de São Paulo. Em maio de 2019 iniciou-se o plantio de 106.408 árvores de diversas espécies em parte da área da Floresta, 63,844 hectares, com investimento inicial de R$ 1,8 milhão. Em setembro e outubro de 2020 a área pegou fogo e 85 mil mudas foram perdidas. Por meio de uma doação da iniciativa privada foi possível um novo plantio na área do reflorestamento, fazendo com que voltasse ao patamar anterior ao incêndio.

PATRIMÔNIO AMBIENTAL COMPARTILHADO

SEMAE, UM CASO DE SUCESSO E

UM DIVISOR DE ÁGUAS

Autarquia acabou com o problema crônico da falta d’água, que por décadas castigou a população rio-pretense. No passo seguinte, veio a estação de tratamento de esgoto, que devolve água residual ao rio Preto com quase 100% de pureza

Criado em 2001 em meio a uma crise de abastecimento que por décadas atormentou a população de Rio Preto, o Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae) virou o jogo e se consolidou ao longo do governo Edinho Araújo como exemplo de eficiência. Com uma das três menores tarifas de água e esgoto do País na comparação com cidades de mesmo porte, gestão criativa e tecnológica, o Semae atua com foco na qualidade do abastecimento, no tratamento de esgoto e na preservação ambiental.

Os resultados são reconhecidos por instituições de credibilidade. Em 2020 o conceituado Instituto Trata

Brasil apontou o Semae como uma das quatro autarquias do País que melhor cuidam do saneamento. Entre as autarquias municipais, foi a primeira colocada do Brasil em 2020 e a terceira em 2021. Nos últimos anos, vem se mantendo no “top 10” no ranking geral do estudo.

Em junho de 2022, estudo do Instituto Trata Brasil que analisou as 100 maiores cidades do País reconheceu Rio Preto entre os oito municípios brasileiros com padrão de excelência no combate às perdas de água potável.

A avaliação é resultado de um processo demorado e contínuo. Enquanto nos primeiros anos de atuação cuidou da recuperação do abastecimento de

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Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil/Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre o prefeito Edinho e Nicanor Batista (superintendente do Semae), na entrega do prêmio que reconhece padrão de excelência de Rio Preto no combate a perda de água potável Vista aérea da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)

A cidade que entrou no século 21 tratando apenas 3% do esgoto trata, em 2022, mais de 98% do esgoto gerado no município

água com qualidade, a autarquia atuou em outro projeto. Preparado durante o primeiro mandato de Edinho Araújo, um plano ainda mais ousado e inadiável para o tratamento de esgoto seria colocado em prática no mandato seguinte.

A cidade que entrou no século 21 tratando apenas 3% do esgoto gerado no município experimentou outro avanço com a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com instalações capacitadas para atender uma população de até 600 mil habitantes – em 2022, com quase 470 mil habitantes, a cidade trata mais de 98% do esgoto gerado no município.

Os investimentos constantes e a manutenção contribuem para a boa colocação no ranking de estudiosos como os do Trata Brasil. Como no caso das obras de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com a construção de novo módulo de tratamento de esgoto, a reforma e ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) “Palácio das Águas” e a entrega de novos poços e novos interceptores de esgoto nas margens de córregos.

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Edinho prova água do Semae no poço profundo do bairro Cristo Rei e, na foto maior ao lado de técnicos, confere obras de ampliação do Palácio das Águas

Prefeito em visita ao Palácio das Águas, que passou por reformulação a partir da criação do Semae

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DE TERRA ARRASADA A EXEMPLO DE EXCELÊNCIA

Chegar ao nível de excelência reconhecida por instituições renomadas exigiu trabalho duro. Tudo começou em 1º de janeiro de 2001, quando Edinho Araújo assumiu o governo de Rio Preto pela primeira vez. O prefeito levou um susto ao constatar o abandono do Palácio das Águas, ao lado da Represa Municipal.

Era um cenário de terra arrasada. Paredes caindo, bombas precárias,

fios soltos, canos enferrujados, vazamentos em série, muito desperdício e um festival de queixas da população. Submetidos à rotina de torneiras secas e às limitações nos afazeres diários, moradores chegavam a ficar sem água por dias, além de conviver em parte dos bairros com vazamentos de esgoto que jorrava de galerias sucateadas ou corria a céu aberto.

Concessionária a título precário

dos serviços, a Novacon havia abandonado o contrato assinado no governo anterior, deixando um rastro de sucateamento no antigo DAE (Departamento de Água e Esgoto). A tarifa não pagava nem a energia elétrica.

Edinho estava diante da desafiadora missão de recuperar e regularizar o sistema de abastecimento da cidade. Reuniu seus principais assessores, ouviu técnicos, falou com vereado-

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Edinho quando assumiu a Prefeitura em 2001: susto inicial ao observar o sucateamento do Palácio das Águas

Edinho em vistoria às obras de ampliação da Estação de Tratamento de ÁguaETA Palácio das Águas

res, analisou estudos e chegou à conclusão: a solução passaria necessariamente pela criação de uma autarquia municipal.

“Quando assumimos a Prefeitura, em 2001, o sonho de toda uma cidade era ter água na torneira. Criamos o Semae, no primeiro ano do meu mandato, e solucionamos o problema da falta de água. No segundo mandato, solucionamos o problema do tratamento de esgoto. Entregamos a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto – para a população, em 2008”, afirma Edinho.

Criado o Semae, começava uma fase de recuperação das estraçalhadas estruturas das redes. Ao final de quatro anos, nem de longe o funcionamento do sistema lembrava a precariedade herdada. Mais do que manutenção, houve investimento para garantir não só o abastecimento, mas a qualidade da água, que passa por monitoramento contínuo.

Ao longo dos anos, as reformas foram adicionando melhorias no sistema de captação de água bruta; tratamento, reservação e bombeamento de água tratada; automação do sistema de supervisão e controle e substituição das subestações existentes por eletrocentros para a melhoria no uso das fontes de energia, em busca da eficiência energética.

Um grande cinturão de adutoras possibilita a interligação dos sistemas de reservação e produção de água. Com isso, o Semae consegue redirecionar a água de um ponto a outro da cidade em caso de eventual intercorrência ou mesmo para trabalhos pontuais de manutenção.

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Edinho durante vistoria na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) acompanhado pelo secretário de Comunicação, Mario Soler

PARQUE DA REPRESA, o cartão postal

Os antigos trailers improvisados que até o fim dos anos 90 se espalhavam por toda a orla do lago 2 da Represa Municipal de Rio Preto, o cartão postal da cidade, que leva o nome do ambientalista Arlindo Massi, deram lugar a quiosques padronizados logo nos primeiros anos do primeiro mandato do prefeito Edinho Araújo.

Pistas de caminhada foram recuperadas ao longo das margens dos três lagos. Escadarias ganharam corrimãos e equipamentos de acessibilidade. O sistema de iluminação foi aperfeiçoado e os represamentos que compõem o setor passaram por revitalização.

O parque linear, que acompanha

toda a extensão da represa e segue em direção à avenida Philadelpho pelo curso do rio Preto, virou modelo desenvolvido em outros setores da cidade, com pistas de pedestres e ciclovias, pontes estaiadas, academias ao ar livre, bebedouros e bases de agentes da Guarda Civil Municipal.

O parque da Represa, que engloba os lagos 1, 2 e 3, é o point dos rio-pretenses e de quem nos visita. É ali que acontecem as tradicionais festas da virada do ano, com muito espaço. Icônicas imagens aéreas com diversas partes da cidade ao fundo emolduram a Represa das mais variadas formas. É o lugar mais fotografado e filmado de Rio Preto.

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Trecho central no lago 2 da Represa Municipal, com corrimão nas escadarias, piso tátil, pistas de caminhada em meio à natureza e passarela que virou cenário favorito para registro de belas selfies

São 20 mil consumidores em média diariamente passando pela região do Calçadão, onde funcionam 500 lojas, que geram 2 mil empregos

CENTRO NOVO, revitalizado

Uma grande reforma e revitalização livraram o centro histórico de Rio Preto da degradação e da decadência. São 20 mil consumidores em média diariamente passando pela região do Calçadão, onde funcionam 500 lojas, que geram 2 mil empregos.

Com investimento de R$ 6 milhões, a reforma recuperou ruas, tubulações de esgoto, drenagem e cabos elétricos, e permitiu a construção de passeios públicos com acessibilidade, delimitou vias para acesso limitado e controlado de veículos, e deu cara nova às tradicionais praças Rui Barbosa e Dom José Marcondes – anteriormente, o comércio ambulante do Shopping Azul já havia sido transferido da praça Dom José Marcon-

des para o piso superior da Rodoviária.

A região central, onde fica o Marco Zero da cidade, recebeu centenas de mudas de árvores, exóticas e nativas, já desenvolvidas, para a formação de corredores floridos, com sombra e ar fresco.

Inaugurado em 1944, o Mercadão Municipal ganhou ampla reforma nos governos de Edinho e se firmou como um local democrático, de encontros, comércio, cultura e lazer. A recuperação do prédio de inspiração Art Déco, tombado pelo Comdephact (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico) foi a mais profunda e abrangente reforma do local, com investimento de R$ 5,6 milhões.

O prédio recebeu estrutura de guarda-sol (ombrelones), instalada nos

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Obras de reformas e modernização do Calçadão de Rio Preto revigoraram o comércio e o lazer na região central da cidade: o que era só cimento agora é espaço amplo e com arborização especial

decks, com mobília, na área externa ao Mercadão. São 90 lugares em cada um dos ambientes, nas entradas das ruas Jorge Tibiriçá e Silva Jardim, totalizando acomodações para 180 pessoas, em espaço de convivência comum aos frequentadores de todos os estabelecimentos internos. Houve troca do telhado, foi instalado piso e reformulado o forro do salão principal.

O complexo da Estação Rodoviária também recebeu reformas, incluindo o novo Shopping Azul, ponto de comércio ambulante regularizado. A Estação Ferroviária, restaurada, retoma os ares de um tempo em que o trem de passageiros trazia gente e progresso, com charme e rapidez.

Edinho e o vice-prefeito Orlando Bolçone na praça Dom José Marcondes: Marco Zero da cidade e passagem do Ramal de São José, rota de peregrinação conectada ao Caminho da Fé, com destino a Aparecida

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Panorâmica do Mercadão Municipal, que após ser revitalizado por Edinho se consolidou como ponto de cultura, gastronomia, lazer e convivência democrática

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

Histórica Estação Ferroviária de Rio Preto, inaugurada em 1912, ganha restauração completa, com novos ambientes e mais acessibilidade, além da implantação do Museu Ferroviário.

ESTAÇÃO RODOVIÁRIA

Com investimento de R$ 16,8 milhões, velha rodoviária sai de cena e dará lugar a confortáveis instalações, que no piso superior ainda abrigarão o Shopping Azul, reformulado após incêndio.

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CIDADE ILUMINADA

Fim de ano na Rio Preto administrada por Edinho é sinônimo de cidade iluminada: 1 milhão de lâmpadas de Led compuseram entre 2021 e 2022 o projeto Natal Luz. Árvores de Natal foram instaladas em avenidas e praças, e 160 metros da passarela da Represa Municipal foram cobertos com túnel de 132 mil lâmpadas, se transformando na principal atração da decoração natalina.

Praça Rui Barbosa vista de cima: charme, elegância e sofisticação no coração de Rio Preto

Entre fevereiro de 2009 e dezembro de 2021, o Poupatempo fez 19 milhões de atendimentos aos cidadãos

POUPATEMPO E SERVIÇOS ON-LINE

Prevista no plano de governo de Edinho Araújo na primeira campanha a prefeito, em 2000, a “Casa do Cidadão” se consolidou nos dois primeiros mandatos com a parceria entre a Prefeitura e o governo do Estado para a instalação da unidade do Poupatempo, que no final de 2008 Edinho deixou pronto e foi inaugurado no ano seguinte.

Entre fevereiro de 2009 e dezembro de 2021, o Poupatempo fez 19 milhões de atendimentos aos cidadãos. Na mesma linha do Poupatempo, a Prefeitura Regional Norte (instalada no Shopping Cidade Norte) ajuda a desburocratizar e facilita a vida das pessoas, com 327 serviços disponíveis presencial-

mente. Serviços que demandavam contratação de despachantes e demoravam dias ou até semanas, passaram a sair em dez, quinze minutos.

De volta à Prefeitura em 2017, Edinho deu mais um passo em sintonia com o conceito de cidade inteligente: 70 serviços puderam ser acessados on-line pelo Portal da Prefeitura. Cinco dias passou a ser o prazo médio para registro e abertura de empresa.

Dez milhões de documentos e arquivos digitalizados ficaram disponíveis nos sistemas digitais da Prefeitura. O sistema de Ouvidoria on-line chega a receber por ano mais de 15 mil solicitações, respondidas objetivamente, em curto prazo.

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Placa instalada no Poupatempo registra a contribuição de Edinho para viabilizar a obra

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Fachada do Poupatempo, na rua Antonio de Godoy: obras começaram no segundo governo de Edinho e no final de 2008 prédio ficou pronto para ser inaugurado no ano seguinte; abaixo, no canteiro de obras, o prefeito ao lado de operários e com o chefe de Gabinete, Zeca Moreira

INOVAÇÃO, DESENVOLVIMENTO

E EMPREGO NO PARQUE TECNOLÓGICO

Ainda em 2005, quando estava iniciando o segundo mandato como prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo plantou a semente do Parque Tecnológico. Depois, com sua saída da Prefeitura, o projeto esfriou. Mas bastou Edinho voltar em 2017 para, ao lado do economista e professor Orlando Bolçone, ser retomada a parceria com o governo do Estado.

O que parecia um projeto ousado demais, ganhou forma. Apoiadas pelo Partec, em 2022 atuam empresas de diferentes ramos de atividade, com estrutura para desenvolvimento de

produtos de ponta, como os destinados a implantes cardíacos. Num ambiente de espaço compartilhado, a troca de ideias estimula a criatividade.

As empresas residentes têm acesso a estrutura física e administrativa, e no espaço conhecido como coworking brotam ideias e projetos inovadores, pilotados por jovens recém-saídos das universidades ou de cursos técnicos. O parque ainda oferece apoio operacional, treinamento e consultoria especializada.

O Partec firma-se como grande incentivo para quem deseja acelerar o negócio que tenha afinidade com o projeto e também para o jovem que deseja fazer sua ideia deslanchar. O parque também sedia grandes eventos, como o

Hackathon, uma maratona de conhecimento organizada pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.

- O espaço do parque pulsa e está aberto para a realização de eventos e festivais voltados ao setor de base tecnológica, capazes de despertar a vocação dos jovens para o empreendedorismo, destaca Edinho. Nesse ambiente, é possível intermediar a busca de financiamentos e recursos para pesquisas e inovação, além de apoio a projetos escolares direcionados à preparação de alunos para o primeiro emprego.

Em 2022, o Partec já reunia mais de 50 empresas, contribuindo para a abertura de 1.500 postos de trabalho. Com capacidade para 120 empresas, o parque tem potencial para gerar até 5 mil empregos.

APOIO AO SETOR PRODUTIVO

O apoio ao setor produtivo e ao empreendedorismo sempre esteve em pauta nas administrações de Edinho, num cenário em que o Parque Tecnológico é apenas um desses exemplos. Existe o entendimento de que o governo deve atuar como parceiro, criando condições para que a iniciativa privada se desenvolva.

A atividade econômica apresenta expansão. Monitoramento da Secretaria Municipal de Planejamento mostrou, por exemplo, que em 2022 são 7.465 empresas a mais atuando no município, subindo dos 76.452 em 2019 para 83.917 em 2022, de acordo com os levantamentos da publicação Conjuntura Econômica.

Mais empresas, mais empregos. Só no primeiro semestre de 2022 foram gerados mais de 3,3 mil empregos com carteira assinada no município. Num ciclo virtuoso, até o final de 2021, Rio Preto chegou a registrar 18 meses seguidos de saldo positivo na geração de empregos.

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Instalações do Parque Tecnológico: uma usina de ideias e inovação onde, em diferentes ambientes, é possível desenvolver atividades e compartilhar conhecimento

CIDADE INTELIGENTE: TRANSFORMAÇÃO

DIGITAL COM SUSTENTABILIDADE

Por iniciativa do prefeito Edinho Araújo, Rio Preto caminha para a implantação integral do Plano Diretor de Tecnologias da Cidade Inteligente (PDTCI), a fim de acelerar o uso da tecnologia da informação e da comunicação para implantar políticas públicas e melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida dos moradores. A ação vai possibilitar avanços e aperfeiçoamento de projetos que já estão em andamento no município com o propósito de criar oportunidades, ampliar a eficiência e reduzir desigualdades.

Reportagem do Diário da Região em julho de 2022 trouxe uma amostra dessa postura. De acordo com a matéria

do jornal, “Rio Preto é o 30º município mais sustentável do País, segundo levantamento feito pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), que analisou os 5.570 municípios brasileiros com base nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).”

“Estamos dando continuidade ao preconizado em nosso plano diretor, que inclui um plano de desenvolvimento tecnológico, visando o conceito de cidade inteligente. Queremos Rio Preto ainda mais ágil e eficiente no atendimento à população”, diz Edinho.

Nessa linha estão o desenvolvimento tecnológico e a especialização do serviço prestado com a implantação do

projeto Via Rápida Empresa (VRE). Antes, era preciso acionar diversos pontos de acesso nos sistemas municipal e estadual para obtenção de alvará municipal e certificado de licenciamento integrado. Do mesmo modo, com 29 protocolos on-line disponíveis, o programa Aprova Digital trouxe eficiência, transparência e rapidez a processos como licenciamento de obras e reformas, licenciamento ambiental e abertura de empresas.

Serviço oferecido pela Empro Tecnologia e Informação permite o funcionamento de uma rede composta por anel de fibra ótica e torres de rádio interligando mais de 300 prédios da administração municipal. A empresa pública municipal atua através de

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Durante o evento de tecnologia Tech Summit, em Rio Preto, em novembro de 2022, ao lado de Marcelo Lorencin, CEO da APETI, o prefeito Edinho anunciou projeto de lei para adaptar a cidade à implantação do 5G

serviços de consultoria, implantação de infraestrutura tecnológica e desenvolvimento de sistemas.

Disponível desde 2021 em 76 pontos da cidade, como o Terminal Urbano, prédio da Prefeitura e unidades de saúde, a rede Wi Fi Livre Rio Preto segue sendo ampliada. O uso da rede prevê o cumprimento de regras, em sintonia com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

O sistema Estacione Digital (E-digital) lançado em dezembro de 2018 chega a 2022 com aproximadamente 100 mil usuários ativos. Cerca de 70% das horas utilizadas no estacionamento rotativo das ruas centrais são ativadas pelo aplicativo.

Na área da segurança, 238 câmeras são monitoradas pela Guarda Civil, em trechos do Calçadão, Represa, Terminal Urbano, Rodoviária, Zoológico, Floresta do Noroeste Paulista, unidades de saúde e escolas.

Outras 462 câmeras com tecnologia OCR (que identificam placas de carros) integrarão o projeto Muralha Digital. Entre outras funções, o Muralha Digital prevê câmeras de reconhecimento ótico de placas de veículos como forma de prevenir e coibir crimes. Aplicativo específico poderá ser acessado por agentes de segurança, corpo de bombeiros e saúde pública, e pela própria população.

Convênio com o sistema Detecta, plataforma do governo do Estado, permitirá troca de informação e cooperação entre órgãos públicos, com foco na segurança. O Detecta é um integrador de informações, auxiliando as forças policiais na identificação de ocorrências criminais e verificação de regularidade

de veículos e fluxo de trânsito.

Pensando adiante, lado de Marcelo Lorencin, CEO da APETI (Associação dos Profissionais e Empresas de Tecnologia da Informação), durante o evento de tecnologia Tech Summit, que reuniu 1.500 pessoas no complexo Swift, no mês de novembro, Edinho anunciou elaboração de projeto que vai dar início à implantação da tecnologia

de rede 5G.

“Rio Preto sempre foi pioneira a abrir caminhos para este segmento. Hoje temos um consolidado Parque Tecnológico que nos ajuda a disseminar essa cultura ainda mais. O evento ajudou a marcar o pontapé inicial para uma nova realidade, que será a chegada da tecnologia 5G na área urbana da cidade”, disse.

O VOO DO PREFEITO

Incentivador da inovação e do uso da tecnologia em defesa da qualidade de vida, o prefeito Edinho Araújo participa da experiência sensorial simulando voo em asa delta durante o festival Green Nation 2022, na Swift, apoiado em Rio Preto pela TV Tem. Trata-se de um movimento que propõe conexão entre sustentabilidade, cultura, entretenimento e educação. A iniciativa segue o conceito difundido pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que tem Rio Preto entre os signatários pioneiros.

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SEGURANÇA ALIMENTAR PREMIADA:

APOIO AO PRODUTOR E MERENDA DE QUALIDADE

Rio Preto deve ser sempre referência na alimentação escolar. Produtos de qualidade, saudáveis, de preferência sem agrotóxicos, e servidos frescos...

A Secretaria Municipal de Agricultura leva ao pé da letra esta determinação do prefeito Edinho Araújo e, aos poucos, ancorada no programa Alimenta Rio Preto, agregou produtores de hortaliças e frutas, modernizou a forma de produção e distribuição e, por fim, assumiu o abastecimento da merenda escolar e das cestas distribuídas a famílias carentes.

Política pública de segurança alimentar e nutricional, desenvolvida com foco no apoio a quem mais precisa e

na sustentabilidade da cadeia produtiva, o Programa Alimenta Rio Preto conquistou reconhecimento: o Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Mário Covas 2021/2022 –Categoria Compras Governamentais.

O programa foi considerado um destaque por promover de forma criativa a geração de emprego e renda para o agricultor, levando alimentos saudáveis às famílias em situação de vulnerabilidade social, produzindo merenda escolar e fazendo girar a economia do município. Integrada com outras pastas, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento gerencia as ações do projeto, que anteriormente já havia sido premiado no Laboratório de Inovação FLV: incentivo à produção, à disponibilidade, ao acesso e ao consumo de frutas, legumes e verduras. O Labora-

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Horta cultivada por pequenos produtores rurais ajuda a abastecer o programa Alimenta Rio Preto, que rendeu prêmio ao município

tório de Inovação FLV integra a agenda de trabalho do Ano Internacional das Frutas, Legumes e Verduras, instituído pela ONU.

O Programa Alimenta Rio Preto também alcançou reconhecimento estadual entre programas de combate à fome e desnutrição. Ficou entre os sete primeiros colocados do Prêmio Josué de Castro na categoria de políticas públicas, promovido pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea/SP), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

Com a missão de funcionar como um dos principais pilares do programa, o Banco Municipal de Alimentos administra doações de estabelecimentos parceiros, combate o desperdício e garante a segurança alimentar e nutricional à população mais vulnerável.

São mais de 40 mil atendimentos mensais pelo Banco de Alimentos. As 40 instituições assistenciais inscritas que servem hortifrútis aos seus cadastrados distribuíram cestas básicas a 19 mil famílias em um ano, além de 1,6 mil cestas secas, de alimentos não perecíveis, entregues mensalmente.

Foram distribuídos mais de 1,1 milhão de kits de alimentação escolar a alunos que tiveram as aulas presenciais suspensas na pandemia, garantindo a alimentação em suas casas. Entre 2017 e maio de 2022, foram R$ 21 milhões em compras da agricultura familiar para garantir esse abastecimento.

No contexto da pandemia, entre 2020 e 2021 o programa teve papel ainda mais fundamental na distribuição de alimentos a alunos da rede municipal de ensino e famílias em situação de vulnerabilidade social. São projetos e ações

103
EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA Edinho em entrevista sobre o projeto; abaixo, em central de abastecimento com o secretário Pedro Pezzuto

permanentes e integradas que atendem setores de produção, abastecimento nutricional, alimentação escolar, sustentabilidade e apoio ao produtor.

Ao mesmo tempo em que leva alimentos saudáveis às famílias em situação de vulnerabilidade social, merenda escolar, o Alimenta Rio Preto promove a geração de emprego e renda para o agricultor, fazendo girar a economia do município. Cerca de 230 pequenos produtores rurais são beneficiados, com a garantia da comercialização dos alimentos produzidos de acordo com a demanda do município.

Construído sobre cinco alicerces (Apoio ao Produtor, Produção, Sustentabilidade, Abastecimento Nutricional e Alimentação Escolar), o Alimenta Rio Preto é uma política pública destinada a garantir alimento a quem mais precisa, contribuir para a assistência e harmonia social e prestigiar pequenos agricultores, com geração de emprego e renda no campo.

SISBI

O programa premiado de alimentação é uma das vertentes de atuação da Secretaria de Agricultura que, em novembro de 2022, também entregou os primeiros certificados SIM-SISBI (sistemas municipal e nacional de inspeção), selo de sanidade que permite a comercialização interestadual de produtos.

Por intermédio da pasta, o governo Edinho também reformulou, com sucesso, a organização de eventos tradicionais, como a Exposição Agropecuária, além de incrementar ações como a Fenovi (feira de ovinos) e a Aquishow, feira do setor da pesca com adesão de convidados internacionais.

104 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Entrega de kits de alimentação a estudantes na escola municipal Dr. Norberto Buzzini; abaixo, alunos aprendem sobre o cultivo em horta na escola municipal Vera, de Schmitt

Programa fornece alimentos de qualidade que reforçam a merenda de alunos da rede municipal de ensino de Rio Preto

PROGRAMA VALORIZA O SOCIAL,

AS ENTIDADES E O COOPERATIVISMO

Ogoverno do prefeito Edinho Araújo investiu R$ 3 milhões só em 2022 em apoio a associações e cooperativas de Rio Preto. São parcerias entre o poder público e organizações da sociedade civil com o objetivo de gerar emprego e renda, e incentivar o empreendedorismo.

São contempladas entidades como a Associação Riopretense de Educação e Saúde (Ares), Cooperativa de Trabalho de Produção em Panificação (Coopão), Cooperativa de Trabalho e Coleta Seletiva (Cooperlagos) e Cooperativa de Trabalho na Produção de Vestuário (Coopeve), além do apoio regular a várias instituições tradicionais do município.

Nesse tipo de parceria, alimentada pela qualidade das atividades desenvolvidas por cada uma delas, são garantidos serviços considerados relevantes que, através da qualificação, capacitação profissional e geração de renda refletem na vida de cada pessoa atendida pelas instituições e da comunidade em geral.

As cooperativas, em particular, são tradicionais parceiras da administração municipal. Entre os destaques está o trabalho desenvolvido pela Cooperlagos, com atividades de reciclagem, tendo em seus integrantes verdadeiros agentes ambientais. As mulheres representam 80% da equipe. Elas sustentam suas famílias exclusivamente em razão do resultado financeiro que a cooperati-

va proporciona.

No final de 2022, a coleta seletiva avançou para o quadrilátero central de Rio Preto, em projeto multissecretarias apoiando o trabalho da Coperlagos e Ares. Diferentemente da coleta de lixo, os resíduos recicláveis devem ser guardados no interior da residência, condomínio ou estabelecimento, devendo ser entregues aos agentes cooperados.

O projeto consiste em três frentes: sustentabilidade ambiental por meio da destinação adequada de recicláveis, geração de trabalho e renda por meio do cooperativismo; e reinserção social de pessoas em situação de rua, uma vez que têm a oportunidade de integrarem-se à cooperativa.

106 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Edinho pilota carrinho elétrico usado por trabalhadores da Cooperlagos para a coleta seletiva, que em 2022 foi expandida para o centro da cidade, a pedido de comerciantes

TRABALHO SOCIAL

Anualmente, milhares de ações são feitas com foco em moradores vulneráveis ou em situação de rua. Mais de 3,3 mil pessoas foram identificadas pelo serviço especializado (POP) em abordagem social nos últimos anos, com oferta de apoio assistencial, qualificação e encaminhamento para o mercado de trabalho.

Por outro lado, os 13 Centros de Referência em Assistência Social (Cras) têm 68 mil famílias cadastradas e núcleos de longevidade ativa oferecem atividades esportivas e recreativas para todos, principalmente para integrantes da chamada terceira idade.

Em paralelo a atividades para os idosos, tem evento para a família toda, por meio do Centro de Convivência da Família (CCF).

Em outra linha de atuação assistencial, o Fundo Social de Solidariedade consolidou projetos em diferentes segmentos, com distribuição de cestas básicas, óculos e cobertores, além de entrega de cartões com créditos para compra de alimento.

Em média, todo ano cerca de 5 mil alunos de escolas municipais são beneficiados com a campanha Sacolinhas de Natal, comandada pela presidente do Fundo Social, a primeira-dama Maria Elza Araújo.

Primeira-dama Maria Elza Araújo, com Edinho, em entrega de presentes de Natal para crianças de escolas municipais, na campanha Natal Solidário - Presente de Coração para Coração 2022

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50
DE VIDA PÚBLICA
ARAÚJO
ANOS
Edinho durante baile da melhor idade, em fevereiro de 2017, evento da Assistência Social

PLANOS HABITACIONAIS BENEFICIAM

50 MIL PESSOAS NOS GOVERNOS DE EDINHO

Ao longo dos quatro mandatos de Edinho, o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social, em conjunto com projetos desenvolvidos em parcerias com os governos estadual e federal, viabilizou moradia a 14 mil famílias. São mais de 50 mil pessoas contempladas pelas iniciativas do governo Edinho, que desde 2001 estabeleceu o setor habitacional como prioridade.

Além de extinguir as favelas no primeiro mandato, a Prefeitura fez investimentos de R$ 440 milhões (via Caixa Econômica Federal), numa época em que o crédito para habitação era considerado restrito. Mais de 7,7 mil famílias foram beneficiadas nos dois primeiros

governos de Edinho, entre 2001 e 2008. No Parque da Cidadania, 1.266 casas originariamente construídas de forma provisória com madeira ganharam estrutura de alvenaria.

Em apenas cinco anos do novo período em que Edinho voltou para governar Rio Preto, nos mandatos 20172020 e 2021-2024, foram construídas e entregues mais 6.396 moradias. Em parcerias com o Estado, a União e a iniciativa privada, só no ano de 2021 foram entregues 2.293 unidades populares, em três residenciais.

Trata-se da construção de bairros planejados, de infraestrutura moderna, destinados a famílias com comprovação de renda abaixo de 5

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Compradores à espera das chaves; Edinho e moradora na cerimônia de entrega do Residencial Egydio Zani

salários mínimos. Como contrapartida, os empreendedores têm a obrigação de entregar os novos bairros com áreas de lazer, servidos por escolas públicas e unidades de saúde, incorporadas ao município.

Em novembro de 2022, o prefeito Edinho Araújo entregou mais um dos novos conjuntos habitacionais, o Residencial Edson Baffi, bairro plane-

jado com 768 novas moradias na região norte de Rio Preto. Uma parceria entre o município, a Pacaembu Construtora e a Caixa Econômica Federal. Cronograma concluído com 8 meses e 11 dias de antecedência do prazo contratual O residencial Egydio Zani, próximo ao limite com o município de Ipiguá, tem 1.038 residências, e o Residencial Reserva, na mesma região, tem projeta-

das 487 unidades habitacionais. Outro residencial planejado, o José Bernardes Coelho, tem área para 1.244 imóveis.

Em paralelo, o governo Edinho traçou metas junto aos seus secretários para avançar na regularização dos antigos loteamentos clandestinos, que se espalharam pela cidade sem qualquer controle desde os anos 80 e 90. Até o final de 2022, foram 66 loteamentos

Residencial Edson Baffi, bairro planejado com 768 novas moradias na região norte

regularizados, de um total estimado em 108, beneficiando 3 mil moradores.

São localidades classificadas pela Comissão Permanente de Urbanização e Legislação dos Loteamentos em Fase de Regularização (Copeur) como Área de Regularização Fundiária Urbana de Interesse Específico.

– Habitação sempre considerei uma coisa muito séria, desde antes mes-

mo de começar minha vida pública. Lá em 1971, quando eu e um grupo de amigos da União Acadêmica Mahatma Gandhi, a UAMG, fizemos uma campanha em Santa Fé. Com o apoio da população e da imprensa ajudamos uma família a reerguer, em um mês, a casa deles que tinha sido completamente destruída por um incêndio na noite de Natal, afirma Edinho.

A denominação do residencial é uma homenagem ao célebre fotojornalista Edson Baffi, falecido em 2011

PROJETO TRANSFORMA FAVELA

E VIRA MODELO PARA O PAÍS

Abusca de solução para oferecer moradia digna levou a uma união histórica entre Prefeitura, Estado, terceiro setor e iniciativa privada, projetando um lugar acolhedor, digital e desenvolvido às famílias que até 2022 moravam de forma precária em favela na Vila Itália, em Rio Preto. Ao abraçar o projeto Favela 3D, Edinho reforçou uma prática dos governos anteriores dele. – No passado, em meus dois primeiros governos, tivemos ações que deram dignidade a pessoas que viviam em moradias precárias, acabando com todos os núcleos de favelas existentes na área urbana e dando um lar digno aos moradores. Quando voltei para meu ter-

ceiro mandato, em 2017, novamente o desafio da volta das favelas se impunha.

Inicialmente, o governo municipal fez a remoção negociada na favela do Brejo Alegre, de onde os moradores saíram de forma pacífica. Posteriormente, o foco se estabeleceu numa ocupação maior, nos fundos da Vila Itália, uma área em parte privada e outra pública de preservação ambiental, onde estavam 600 moradores, de 240 famílias.

A parceria da Prefeitura com o governo de João Doria/Rodrigo Garcia, iniciativa privada e instituições Gerando Falcões e As Valquírias, liderada pela empreendedora social Amanda Oliveira, possibilitou que os moradores fossem transferidos para moradias provisórias

custeadas por aluguel social bancado pelas instituições sociais até o final da urbanização.

A infraestrutura, como asfalto, iluminação, rede de água e esgoto, ficou a cargo da Prefeitura, com investimento estimado em R$ 15 milhões, em força-tarefa de secretarias como as de Habitação, Obras, Desenvolvimento e Social, além do Semae. A demolição dos barracos e a construção das casas ficaram sob a responsabilidade da CDHU. O Estado projetou investimento de R$ 28 milhões.

O financiamento das edificações por até 30 anos foi firmado prevendo juro zero para famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos. Ou seja, a casa própria não sai de graça,

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Dia histórico: Edinho no início da concretagem da primeira casa na antiga Favela Marte, em 17 de novembro de 2022, ao lado de Manoel Gonçalves (secretário de Habitação), Benvindo Nery (lider comunitário), Amanda Oliveira (Instituto As Valquírias), Silvio Vasconcelos (presidente do CDHU) e Nina Rentel (diretora do Instituto Gerando Falcões)

mas com prestações equivalentes a no máximo 20% da renda familiar.

As novas moradias devem ser entregues pelo Estado com interfone, geladeira, fogão, micro-ondas, chuveiro elétrico, além de acesso à internet. O local foi rebatizado como Favela Marte 3D (Digna, Digital e Desenvolvida) – a denominação é uma referência bem-humorada do CEO Edu Lyra, da Gerando Falcões, sobre “acabar com a pobreza nas favelas brasileiras

antes que Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, povoe Marte.”

No núcleo habitacional foi projetado ainda um centro de lazer e cultura, além de programas de capacitação profissional, de geração de emprego e renda, e acesso a saúde e educação.

– Não foi uma solução pensada de fora, mas pactuada com a participação dos moradores, os maiores beneficiados. É o resultado de uma união de

várias lideranças e segmentos da sociedade, com o foco no desenvolvimento econômico e social – diz Edinho.

A execução teve participação das secretarias de Habitação, Obras, Meio Ambiente, Semae, Governo, Administração, Procuradoria, Fazenda, Bem-Estar Animal, Saúde, Assistência Social, Educação, Planejamento, Serviços Gerais, GCM, Comunicação, Escola de Gestão Pública, Gabinete e Fundo Social.

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EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Dois momentos: antes, o que era a favela da Vila Itália; depois, numa concepção artística do futuro bairro.

CULTURA, UMA CIDADE QUE PULSA

Criado em 1969 pela Prefeitura, o Festival Nacional de Teatro Amador foi transformado em Festival Internacional de Teatro (FIT) em 2001, ampliando suas fronteiras no primeiro mandato do prefeito Edinho Araújo, em parceria com o Sesc São Paulo.

O festival anualmente leva aos palcos, às ruas e espaços alternativos, as diferentes possibilidades de diálogo. É um importante espaço de discussão e reflexão sobre as artes cênicas. O FIT Rio Preto caracteriza-se por propor uma programação artística de vanguarda, estético e de reflexão crítica, com espetáculos e atividades formativas voltadas à democratização da produção.

A cultura teve sua infraestrutura fortalecida. Tombado como patrimônio histórico em 2003, o prédio da Swift foi recuperado, com preservação de suas características

originais, e passou também a abrigar o Teatro Paulo Moura, com 916 assentos.

Pela Swift, passam atrações culturais diversificadas, como ocorreu com as edições da Bienal do Livro. Por sua localização estratégica e fácil acesso, serviu até como ponto adicional de vacinação em tempos de pandemia.

- Quando entrei na Swift, logo após a primeira posse, levei um susto. Era um depósito de coisas inservíveis. Retiramos uma centena de caminhões de entulho antes de decidir como usar aquele prédio histórico, recorda Edinho Araújo.

Edinho preservou também outros teatros, como o Nelson Castro (166 assentos) e o Humberto Sinibaldi (390 assentos e em fase final de reforma em 2022). O anfiteatro Nelson Castro, na Represa, recebeu várias reformas e manutenções e se tornou o lugar das aberturas dos últimos FITs.

A Casa de Cultura Dinorath do Valle passou por reestruturação completa, com remodelação e revitalização do prédio e do seu entorno, na Praça Cacilda Becker, que recebeu novo acabamento e paisagismo.

Na Casa de Cultura funcionam

núcleos de artes nas modalidades dança, teatro e artes plásticas, concentrando quase mil dos 3 mil alunos dos núcleos da cidade – distribuídos de forma descentralizada, cinco núcleos dão sustentação às atividades culturais do município. A Casa de Cultura também sedia cursos, mostras, exposições, eventos e ensaios de artes e cultura, em diversas modalidades.

Edinho criou programas de incentivo à produção cultural – só em 2021, foram 270 projetos contemplados pelo Prêmio Nelson Seixas, que destinou R$ 1 milhão aos classificados. O prêmio existe desde 2003.

A memória cultural da cidade é preservada em diferentes ações, incluindo a manutenção de 7 museus e a digitalização de milhares de documentos no Arquivo Público Municipal que, só de jornais, digitalizou 1 milhão de páginas de 50 mil exemplares publicados no município ao longo de um século.

É a preservação da nossa memória, preocupação rara entre governantes desta quadra da história.

Atividades dos núcleos de artes: mais 3 mil alunos distribuídos em 2022 de forma descentralizada em cinco regiões da cidade

FESTIVAIS DE MPB E DA MODA DE VIOLA

Entusiasta da cultura, Edinho turbinou o tradicional Festival Nacional de MPB Vinícius Nucci Cucolicchio, de Rio Preto. Realizado no Teatro Municipal Paulo Moura, o festival conhecido como FEM tem objetivo de incentivar a criação musical, abrir espaço para novos talentos, promover o intercâmbio cultural e oferecer ao público um evento de nível e qualidade musical para a cidade e região.

Divino e Donizete com Edinho no Gabinete Cézar e Paulinho

Mais recente, outro festival defendido por Edinho caiu no gosto do público que acompanha a Expô Rio Preto. Realizado pelas secretarias de Agricultura e Abastecimento, Cultura, Comunicação e Desenvolvimento Econômico e Negócios de Turismo, o Festival Nacional de Moda de Viola, que teve a segunda edição em 2022, é um evento que reúne figuras importantes do chamado sertanejo-raiz.

Sá e Guarabira Mariana Carvalho

O FIT leva anualmente aos palcos, às ruas e espaços alternativos, as diferentes possibilidades de diálogo. É uma importante forma de discussão e reflexão

Edinho Araújo

ESPORTE E LAZER, MARCA DE GOVERNO

Edinho Araújo é esportista desde a infância, sãopaulino e apaixonado pelas mais variadas modalidades esportivas. Como prefeito, pôs a mão na massa para oferecer oportunidade a quem também ama o esporte. Reformou e revitalizou 42 centros esportivos espalhados pela cidade desde que voltou a administrar o município no terceiro e no quarto mandatos. Um exemplo foi o Centro Esportivo do Estoril, recuperado com investimento de R$ 1,4 milhão.

Em 2019, o governo inaugurou o Centro de Iniciação Esportiva (CIE) Deva Pascovicci, nos bairros Lealdade e Amizade, com investimento de R$ 5,4 milhões, em parceria com a União. Deva foi um icônico narrador esportivo, pro-

prietário da Rádio CBN Grandes Lagos Rio Preto, que estava entre as vítimas da queda do avião que levava a Chapecoense à decisão do campeonato sulamericano, em 28 de novembro de 2016.

Em 2018, o distrito de Engenheiro Schmitt ganhou praça de esportes com estrutura de quadra poliesportiva, pista de skate e caminhada, academia ao ar livre, nove salas multiuso, parquinho infantil e área com mesas e bancos, em investimento federal de R$ 2 milhões, com apoio do deputado Marcos Pereira. Na revitalização do Centro Esportivo do Parque Estoril em 2021, foram investidos R$ 1.434.185,26, sendo que R$ 382 mil foram provenientes de uma emenda parlamentar do deputado federal Luiz Carlos Motta.

Principal palco do futebol amador, o Campo 2 do Distrito Industrial recebeu sistema de iluminação, em obra de R$ 310 mil.

O investimento no setor esteve no radar desde o primeiro mandato de Edinho. Em 2006, a Prefeitura construiu o primeiro Parque Ecológico, na avenida Benedito Lisboa (Região Sul) – outro Parque Ecológico funciona na avenida Antônio Antunes Junior (Região Norte).

A tradicional Cidade da Criança foi repaginada entre 2019 e 2022, com apoio do Ministério do Turismo. Além da restauração de 85 brinquedos e ampliação dos equipamentos, foi construída a Praça das Águas, área com fontes de água interativas que brotam do piso, a preferida da criançada.

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Jogando bocha: prefeito testa a cancha do Centro Esportivo do Estoril, observado pelos jogadores Fábio Henrique Mariano de Paula e Adalberto Silvério Maia e pelo deputado federal Luiz Carlos Motta (roupa preta) Inauguração do Centro de Iniciação Esportiva Deva Pascovicci: Edinho simula uma prova de atletismo ao lado da secretária municipal Clea Bernardelli e do secretário Especial de Esporte do governo federal, Marco Aurélio Vieira

Em meio a uma programação especial comemorativa e renovada após investimentos de mais de R$ 2 milhões, a Cidade da Criança de Rio Preto completou 35 anos de fundação em outubro de 2022.

O parque de 50 mil metros quadrados recolocou em atividade uma antiga atração: o tobogã de 4,3 metros de altura e 25 metros de comprimento, inativo por uma década, foi completamente reformado e reinstalado mais próximo à entrada da Cidade da Criança.

Espalhadas pela cidade, são 113 academias ao ar livre (18 instaladas em 2021), 100 campos de futebol, 30 quadras, 70 parquinhos e 13 centros esportivos. Nas escolinhas de iniciação esportiva, mais de mil crianças e adolescentes são atendidos, incluindo atividades dedicadas à integração social por meio do paradesporto. Com a ampliação das ciclovias nas avenidas JK e De Maio, a cidade passará a ter cerca de 40 quilômetros de pistas que permitem pedalar de norte a sul, leste a oeste, acompanhando o traçado das principais avenidas.

- Investir no esporte é investir na saúde, na inserção social e na formação do homem e do atleta - diz Edinho.

Com Edinho, a Prefeitura aprimorou e manteve na Secretaria de Esportes programas de incentivo, como o “Auxílio-atleta amador”, deu apoio para equipes e campeonatos de diferentes modalidades, além de promover atividades para todas as idades ao longo do ano.

Benfeitorias em série: no alto, o Complexo Esportivo Integrado do Eldorado, que teve pista recuperada com R$ 7 milhões de investimento; na sequência, a Praça das Águas, na Cidade da Criança renovada, e a Arena Esportiva do bairro Dignidade (na foto, Edinho e o secretário de Esportes, Fábio Marcondes).

Todos os ônibus têm acessibilidade e internet móvel gratuita, e parte da frota circula com ar-condicionado

AJUSTE DE PROJETOS

E MELHORIA NO TRANSPORTE PÚBLICO

Independentemente de quem tenha iniciado uma obra pública, o prefeito Edinho Araújo sempre teve como uma de suas marcas dar continuidade aos projetos, corrigindo-os quando necessário. Foi assim que, a partir de 2017, finalizou obras importantes, após promover uma série de ajustes.

– Você tem que dar continuidade. Eu sempre dei continuidade a todas as obras, porque a pior coisa para a população é uma obra paralisada; é a obra mais cara que existe - diz Edinho.

São os casos dos oito corredores exclusivos para ônibus, que ganharam ainda seis terminais de bairros, e a entrega do novo Terminal Urbano “Professor Manoel Antunes”, na praça Cívica,

construído ao custo de R$ 64 milhões, com recursos federais – iniciado na gestão anterior e concluído por Edinho.

Os corredores precisaram de adequação de nível do asfalto recapeado em relação às calçadas e o projeto original do terminal urbano herdado por Edinho tinha problemas de concepção. Um deles levou à necessidade de remoção da rede de esgoto que ficaria sob as pilastras de sustentação do edifício.

Em complemento aos corredores de ônibus, o governo Edinho priorizou a construção de terminais de bairros. Com esses pontos descentralizados de embarque e desembarque, beneficiando de início quase 100 mil usuários, foi possível avançar nos estudos para a implantação de modelos mais modernos

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de operacionalização em que o passageiro tem, entre as opções, aquela em que se troca de ônibus e itinerário pagando uma só vez.

Desta forma, o transporte coletivo passou a ter a possibilidade de adotar três tipos de linhas. As coletoras, que levam passageiros de bairros próximos a um dos terminais descentralizados; as radiais, que ligam esses terminais ao terminal central; e as linhas perimetrais, que interligam os terminais descentrali-

zados e devem circular pelo anel viário e corredores exclusivos.

As melhorias incluíram também o conforto dos veículos. O município entrou em 2022 com todos os 273 ônibus do transporte coletivo equipados com internet gratuita (wi-fi) e acessibilidade – 60 deles com ar-condicionado e a obrigação contratual do consórcio em instalar ar na totalidade dos ônibus, numa cidade onde o verão extremo pode impor temperaturas de até 40 graus.

Ônibus que são

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50
DE
PÚBLICA
EDINHO ARAÚJO
ANOS
VIDA
equipados com ar-condicionado e acessibilidade transitam por corredores exclusivos e atendem passageiros em terminais descentralizados nos bairros, como os instalados (abaixo) na avenida Fortunato Vetorazzo e na rua Manoel Moreno, ao lado da UPA Norte

Anel Viário interliga grandes avenidas, faz conexão com rodovias, destrava acesso a bairros, encurta caminhos para escolas e hospitais e ajuda a evitar o trânsito da região central

MAIOR CONJUNTO DE OBRAS DE mobilidade da história de Rio Preto

Com 35 quilômetros de extensão, abraçando o município quase em formato de anel, a maior obra de mobilidade urbana da história de Rio Preto virou realidade no mandato 2021-2024 do prefeito Edinho Araújo. O Anel Viário J. Hawilla é um conjunto de obras executadas para destravar o acesso aos bairros, encurtar caminhos das escolas e hospitais, aliviar o trânsito da região central e promover o desenvolvimento econômico e social.

O projeto foi pensado por Edinho e seus técnicos observando no mapa as amarras do trânsito e suas possibilidades de atalho. Do total de 35 quilômetros, 13 são novos trechos construídos para permitir interligação

em 22 quilômetros de ruas e avenidas já existentes e que estavam isoladas em dezenas de pontos – paravam na vegetação densa, em imensos terrenos vagos e no curso de córregos.

Com mais alternativas para se deslocar entre casa e trabalho, é possível dinamizar o trânsito. A obra ainda permite mais agilidade para o transporte coletivo e para viaturas que precisam se deslocar com pacientes em missões urgentes rumo a unidades de saúde e hospitais.

Para fechar a ligação das vias novas com as existentes, foi necessário construir oito pontes (três delas sobre o rio Preto), oito galerias pluviais de concreto e um viaduto sobre a linha férrea. Com investimento de R$ 77,5

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EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA Anel Viário, na rotatória de cruzamento com a avenida Danilo Galeazzi; ao fundo, a região do Parque Belvedere e São Deocleciano

O anel viário ‘casa’ com a duplicação da BR-153, as obras se conectam. Além disso, temos a construção das marginais. Isso tudo vai trazer desenvolvimento, as pessoas vão melhorar o seu empreendimento. Aumenta a freguesia, gera emprego, gera renda Edinho Araújo

milhões, o projeto recebeu recursos do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento), junto à Caixa Econômica Federal, com aval da Câmara de Rio Preto.

Como complemento, parceria do município com o Estado permitiu ainda a construção de vias marginais estratégicas, tornando mais funcionais as conexões com as rodovias. Além de beneficiar quem já estava estabelecido nas imediações, a revitalização ao longo do anel viário fomentou o desenvolvimento econômico ao atrair novos pontos comerciais e empreendimentos imobiliários.

O trânsito ganhou nova dinâmica. Motoristas que estão, por exemplo, na região leste da cidade podem se dirigir tanto ao setor norte quanto ao sul cortando bairros, sem a necessidade de dar grandes voltas ou de passar pelo centro se pretendem acessar o setor

oeste, e assim por diante. Tornou-se possível trafegar com mais agilidade do trevo de Talhado em direção a Mirassol, pela parte norte do anel até chegar ao km 444 da rodovia Washington Luís.

Até então, para evitar passagens por infindáveis labirintos e ainda enfrentar o trânsito do Centro, os motoristas usavam BR-153 como avenida improvisada, até cruzar com a rodovia Washington Luís. O anel viário vai, portanto, contribuir para desafogar o trânsito no trecho urbano da BR, que também ganhou benfeitorias com a duplicação de quase 18 quilômetros.

“O anel viário casa com a duplicação da BR-153, as obras se conectam. Além disso, temos a construção das marginais. Isso tudo vai trazer empreendedorismo, as pessoas vão melhorar o seu empreendimento. Aumenta a freguesia, gera emprego, gera renda, cada vez mais qualificando a cidade”,

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destaca Edinho.

Dinamizar os acessos beneficia a qualidade de vida em diferentes aspectos. “Construímos o Hospital Municipal da Região Norte ao lado do anel viário. Pra facilitar a ambulância, a chegada, a saída. Aquela região toda vai se transformar ao longo dos anos”, afirma o prefeito.

Pensando na mobilidade de forma ainda mais ampla e sustentável, Rio Preto multiplicou o número de ciclovias, grande parte acompanhando o traçado do anel viário, além de margear as principais avenidas.

O município chegou ao início de 2022 com 40 quilômetros de sistema cicloviário, que favorece a mobilidade urbana sustentável e promove a integração da bicicleta com os demais veículos utilizados como meios de transporte na cidade.

Os equipamentos tornam mais segura a circulação dos ciclistas, que se optarem pela pista apropriada deixam de disputar espaço com os carros em avenidas movimentadas. As principais ciclovias estão ao longo de avenidas como a Bady Bassitt, Philadelpho Gouveia Neto, Ernani Pires Domingues, Nadima Damha, trecho da Juscelino Kubitschek, entre outras, com pontos de conexões com o anel viário.

Tornou-se possível pedalar entre os extremos da cidade – sair das proximidades do shopping Cidade Norte e chegar às proximidades do Iguatemi, na zona sul. Ou acessar a linha em direção aos três lagos da Represa Municipal. Qualquer uma das direções sempre levará a outros ramais de ciclovias em diferentes setores da cidade.

Conjunto de obras de mobilidade: Edinho, em vistoria a trechos do anel viário, pensou na mobilidade de forma ainda mais ampla; construiu outras importantes passagens, como o viaduto ferroviário Affonso Oger, na rua Izidoro Pupim, abaixo

UMA OBRA PARA FICAR NA HISTÓRIA

como era...

Complexo de viadutos Yolanda Bassitt, sobre a avenida Ernani Pires, conecta a rua Capitão Faustino com as avenidas Domingos Falavina e Mirassolândia: obra de mobilidade urbana descomplicou a vida de milhares de moradores e o acesso à região norte de Rio Preto. A construção iniciada em julho de 2018 com prazo de 18 meses foi concluída com 3 meses de antecedência. A obra teve custo total de R$ 25,7 milhões e utilizou recursos financeiros do Programa Pró-Transporte, Modalidade Pró-Transporte – Setor Público, através de convênio com a Caixa Econômica Federal.

O novo cenário é composto por modernos viadutos, alças de acesso, passarelas, novas marginais e conexões com o anel viário

DUPLICAÇÃO DA BR-153,

CONQUISTA HISTÓRICA PARA A REGIÃO

Com acompanhamento passo a passo pelo governo de Rio Preto a partir de 2017, uma luta de quase uma década se consolida no início de 2022, com a esperada conclusão da duplicação das pistas da rodovia BR-153, em 17,8 quilômetros de trecho urbano. É o sonho realizado com investimentos do governo federal e união de lideranças que conseguiram captar o significado da obra numa via estratégica, que corta o País de norte a sul.

A inauguração, em 24 de fevereiro de 2022, com a presença do presidente da República, deixou de vez no passado uma rotina de acidentes registrados nas perigosas passagens de nível da BR-153, como nos cruzamen-

tos da avenida Nossa Senhora da Paz e no acesso ao distrito de Talhado. O novo cenário é composto por modernos viadutos, alças de acesso, passarelas, novas marginais e conexões com o Anel Viário J. Hawilla.

Reivindicação antiga da população, a luta pela duplicação começou a sair do papel em 2013, quando as obras foram incluídas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Em 2014, foi liberada a elaboração dos projetos básicos e executivos de engenharia. Mas as obras só começariam, efetivamente, em 2016, ainda em ritmo lento e mesclada com períodos de paralisação devido às inconsistências orçamentárias.

Com o custo final avaliado

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Prefeito no viaduto da BR em trecho da zona sul Duplicação da BR-153 no trevo da avenida Nossa Senhora da Paz, antes marcado por inúmeros acidentes, como mostra a imagem menor; trecho também ganhou viaduto no início da rua Coutinho Cavalcante como era...

na data da inauguração em R$ 269 milhões, a duplicação foi uma novela cheia de sobressaltos, marcada pela crítica dos mais céticos, mas sempre no radar otimista de quem acompanhava tudo bem de perto. Dentro desse custo global, uma injeção de ânimo ocorreu no final de 2016, quando Edinho Araújo, ainda deputado federal e já eleito prefeito de Rio Preto, foi homenageado com uma emenda da bancada paulista no valor de R$ 100 milhões, incluída no orçamento do ano seguinte.

Foi a partir dessa emenda que o andamento da duplicação se tornou irreversível. De volta à Prefeitura em janeiro de 2017, Edinho Araújo mobilizou as autoridades do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) e trabalhou firme em parceria com o Ministério da Infraestrutura para garantir a continuidade das obras. Aos poucos, caiam um a um todos os entraves burocráticos.

Em nome do interesse público, não faltavam bons argumentos. Mais do que melhorar a segurança das pessoas e dinamizar o sistema de mobilidade urbana, a duplicação favoreceria o desenvolvimento do País, por se tratar de uma rodovia que corta o Brasil de norte a sul, escoando as riquezas nacionais acondicionadas em carrocerias de milhares de caminhões. No fim de 2021, o estágio da obra já batia em 98%, a sinalizar que a inauguração agora seria apenas uma questão de pouco tempo.

Projeto concluído, o mês de fevereiro de 2022 fechou com a entrega dos 17,8 km de duplicação total no município de Rio Preto, incluindo

restauração da pista existente – trecho urbano por onde passam diariamente 25 mil veículos. São 35,6 km de vias marginais implantadas ou restauradas, 8 passarelas, 14 obras-de-arte especiais, 8 trevos de interconexão em desnível, sinalização e dispositivos de segurança viária, e previsão de obras complementares, incluindo compensações ambientais.

Em meio ao avanço da duplicação, outras etapas foram se consolidando no entorno da pista, por iniciativa da Prefeitura em parceria com o Estado. Desta forma, o município viabilizou a implantação de vias marginais, conectadas com o anel viário, oferecendo alternativa para o tráfego urbano e contribuindo para desafogar a rodovia federal tradicionalmente usada como avenida por parte dos moradores da cidade.

“Trata-se de uma vitória composta de várias batalhas, uma conquista com muitos protagonistas. Enquanto os céticos criticavam, trabalhamos em muitas frentes para que as obras não parassem”, diz Edinho. “Mesmo em tempos difíceis, de orçamento apertado, a duplicação seguiu. Sou grato aos deputados, ministros, presidentes, aos diretores do DNIT em diferentes períodos, e aos trabalhadores do consórcio responsável pela obra.”

Trevo da BR-153 em direção a Talhado: ponto antes problemático (foto menor) virou solução com a duplicação da rodovia, melhorando a mobilidade urbana e a segurança

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como era...

Em conexão com a BR-153 duplicada e o anel viário, Prefeitura implantou infraestrutura urbana das marginais da rodovia, próximas ao Bosque Municipal, contemplando duas pontes com vão de 30m e largura de 13,25m (cada) sobre o córrego Felicidade. Com recursos do Estado, na gestão de João Doria / Rodrigo Garcia, a obra custou R$ 8.432.564,03, sendo R$ 3.432.564,03 de contrapartida do município.

MARGINAIS DA BR-153

HISTÓRICO DA TRANSBRASILIANA

1959

Pista da Rodovia Transbrasiliana projetada em 1º de abril tem a construção iniciada pelo trecho norte (Belém-Brasília).

1969

Inauguração da pavimentação do trecho entre Frutal-MG e Rio Preto, com 110 km de extensão. No ano seguinte, é inaugurado o trecho entre Rio Preto e Lins/Marília.

1972

Inaugurado o último trecho paulista asfaltado, entre Marília e Ourinhos. São 321 km cortando o Estado e 17,8 km no município de Rio Preto. Com o tempo, a Transbrasiliana estende-se por 3.585 km (São Domingos do Araguaia/ PA a Aceguá-RS).

1990

Tráfego intenso desde os anos 80 deixa a estrada ainda mais movimentada, principalmente de caminhões carregados, transitando de norte a sul do País e cruzando Rio Preto. 2000

A BR-153 ganha fama de “rodovia da morte” no trecho paulista, devido à sequência de acidentes com vítimas. A pista está cada dia mais perigosa com a maioria dos cruzamentos em nível na área urbana de Rio Preto.

2006

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) anuncia ter o projeto executivo de engenharia para as obras de duplicação da rodovia BR-153, no trecho urbano de Rio Preto (km54+300 ao km72+100)

2008

Com a concessão da rodovia, parte dessas obras passa a ser de responsabilidade da concessionária.

Entendimento com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) concede ao Dnit autorização para executar as obras previstas no projeto.

2013

Obras são incluídas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). O consórcio Bandeirantes-Coplan-Astec assume a duplicação, pelo Regime Diferenciado de Contratações integradas (RDCi).

2014

Em setembro é dada ordem de início à contratada para a elaboração dos projetos básico e executivo de engenharia.

2019

Prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo, vai a Brasília pedir agilidade no andamento das obras, que avançam vagarosamente em razão de descompasso do cronograma orçamentário. Celeridade é retomada.

2021

Com preço inicial definido em R$ 186.998.877, a obra apresenta aditivos de R$ 2.442.875,55 e reajustamentos somando R$ 79.115.514,36. Em 14 de dezembro de 2021, o valor está em R$ 268.557.266,91 (em 2022, R$ 269.408.147,72). Obras chegam ao fim do ano com mais de 98% de execução.

2016

As obras são iniciadas em abril com a aceitação de parte dos projetos executivos de engenharia. Bancada paulista na Câmara aprova emenda de R$ 100 milhões, incluída no orçamento da União do ano seguinte para investimento na duplicação, que ganha novo impulso.

2017

Presidente Michel Temer visita as obras da BR-153 e promete total apoio para agilizar a conclusão da duplicação.

2022

Presidente Bolsonaro inaugura a obra em 24 de fevereiro, recebido em Rio Preto pelo prefeito Edinho Araújo. São 17,8 km de duplicação, incluindo a restauração da pista existente; 4,68 km de restauração de pista duplicada; 35,6 km de vias marginais implantadas ou restauradas; 8 passarelas; 14 obras-de-arte especiais; 8 trevos de interconexão em desnível.

MEMÓRIA

A primeira duplicação da BR-153, no trecho entre o Jardim Soraia e rodovia Assis Chateaubriand, foi uma reivindicação do então deputado federal Edinho Araújo, no final dos anos 90. Na foto, o início da terraplanagem com verba estadual liberada pelo governador Mário Covas, em convênio entre o Estado e a União.

Em dia de inauguração ruidosa, prefeito dá o recado e deixa discurso registrado em rede nacional, destacando a importância da obra para o País

DISCURSO HISTÓRICO

NA DUPLICAÇÃO DA BR-153

Em meio século de vida pública, beiram a casa do milhar as vezes em que Edinho Araújo se viu discursando, nas mais variadas situações e ambientes: da infância nas reuniões familiares aos diretórios acadêmicos; na adolescência e juventude, dos palanques eleitorais às cerimônias de inaugurações; de aniversários de cidades às sessões solenes; da defesa de projetos, ideias e ações nos púlpitos parlamentares à argumentação em defesa de um impeachment presidencial.

De notória habilidade para falar em público e do alto da sua experiência, foi com singular maestria que Edinho driblou uma injustificada hostilidade. Ele se pronunciava como anfitrião no palco da histórica duplicação da até então perigosa

e mortal rodovia BR-153 no trecho urbano de Rio Preto. Após anos de espera, era a transformação em realidade de um sonho que parecia impossível.

Marcado pela exacerbação ideológica, o evento festivo daquele 24 de fevereiro de 2022 reuniu público composto basicamente por uma claque alvoroçada pela presença do presidente Jair Bolsonaro. O prefeito passou a falar em meio a vaias iniciadas no momento em que seu nome foi anunciado no serviço de som. Enquanto ele discursava, o presidente permanecia impassível. Nenhum gesto para contornar a situação.

“Falei durante mais de cinco minutos debaixo de vaia, mas não perdi o meu raciocínio, falei aquilo que eu falaria com aplauso ou com vaias”, conta Edinho.

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Edinho discursa na inauguração da duplicação da BR-153. Em encontro anterior, ao lado, entrega informações sobre a BR a Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura

O prefeito seguiu em frente. Importava dar o recado e, mais ainda, garantir que o discurso ficasse (como ficou) registrado para a história em áudio perfeito da TV Brasil, estatal federal que fez a transmissão ao vivo.

“Fui receber o presidente, cumprir o rito e o meu dever enquanto prefeito. Já na chegada, ali no aeroporto, eu sentia uma manifestação de contestação à minha presença” diz o prefeito.

“A equipe que administrava a vinda do presidente foi abrindo as portas, eu ali estava por ter sido convidado e para compor o palco de apresentação, a mesa, e com direito a palavra”, afirma

Edinho, que atribui parte da reação da plateia às medidas de restrições durante a pandemia.

“Olhando o interesse público, é desta forma que eu me conduzo. Eu tenho posição sempre. Tem política, eu tenho lado na política. Se sou a favor de uma tese e de uma candidatura, não quer dizer que eu seja contra alguém ou algum grupo. Sempre respeitei os poderes sem agressão”, diz Edinho, que se define como “um homem que quer construir, que quer resolver problemas.”

Após o episódio, o prefeito se viu diante de uma grande onda de solidariedade. “As críticas ficaram naquele mo-

mento. Depois dele, só foram palavras de elogios, que eu agradeço. Minhas atitudes sempre foram no sentido de melhorar a vida das pessoas, de promover o desenvolvimento. Por onde eu passei, eu transformei para melhor. E eu quero fazer muito mais, se Deus quiser.”

Aponte a câmera do celular para ver o vídeo com o discurso de Edinho na inauguração da duplicação da BR-153

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Trecho urbano da rodovia BR-153, com pistas duplicadas na região sul da cidade

Obra com investimento privado representa benefícios para a cidade e a região, além de contribuir para o desenvolvimento do País aprimorando a logística do agronegócio

CAMINHO ABERTO PARA RESOLVER OS CONFLITOS URBANOS

DA FERROVIA

Aestrada de ferro trouxe o progresso e por décadas fez de Rio Preto a locomotiva do desenvolvimento regional. Pouco mais de cem anos depois, a revolução nascida em 1912 experimenta outra realidade e exige novas soluções. Cortada ao meio, a cidade travou e ainda foi ferida de morte por trágico descarrilamento. Tornou-se necessário, então, reinventar a velha ferrovia, que perdeu até o charme dos trens de passageiros, que deixaram de circular em 15 de março de 2001.

A marcha do progresso que levou à conexão da malha paulista com a Ferrovia Norte-Sul impôs um desafio adicional. Iniciada a operação, não se-

riam mais 24, mas ao menos 50 as composições cruzando a cidade, com média de 120 vagões carregados de grãos e líquidos inflamáveis. São comboios com cerca de 2 quilômetros de extensão e capacidade para 11 mil toneladas de carga, equivalente à capacidade média de 260 caminhões.

Diante do novo desafio, porém, a expertise de Edinho abriu uma grande oportunidade. Com a experiência de quem liderou a construção da Ponte Rodoferroviária no rio Paraná, inaugurada em 1998 após incansável luta de 28 anos, o prefeito de Rio Preto mobilizou aliados, lideranças políticas e órgãos públicos.

Em sessão histórica de 27 de

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Trem de carga passa entre a Boa Vista e o Jardim Conceição, no cruzamento onde um descarrilamento trágico jogou vagões em cima de uma casa e provocou 8 mortes na tarde de 24 de novembro de 2013

novembro de 2019 e tendo entre sua extensa base documental um dossiê de Edinho expondo o intenso risco do tráfego de trens cargueiros na cidade, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a renovação antecipada da concessão da malha paulista à concessionária Rumo. O contrato que terminaria em 2028 foi prorrogado para 2058, incluindo o compromisso da empresa de resolver o problema.

O sinal verde do TCU tornou o compromisso irreversível, mas a forma ainda é objeto de estudos aprofundados. Com investimentos previstos em R$ 694 milhões pelos estudos atualizados até 2022, inicialmente foi colocado à mesa um contorno de 60 quilômetros, desviando os trilhos de Cedral, Rio Preto e Mirassol. Após a liberação de todas as licenças, o prazo para a solução seria de 38 meses, com previsão de gerar mais de mil empregos diretos a partir do início das obras.

“Mais importante do que a localização do traçado é a busca de uma solução consensual, que satisfaça a todas as cidades e contemple todas as necessidades”, afirma Edinho. “Usando os avanços tecnológicos, também será possível resolver outras questões que incomodam a população, substituindo sinais sonoros, do apito do trem, por exemplo, por outros elementos”, observa.

“Está aberto o caminho para resolver os conflitos da estrada de ferro, pois o compromisso está no contrato, ainda que de repente seja necessário fazer adequações”, acrescenta. Se não for contornando a cidade, terá de ser, por exemplo, por meio de grandes intervenções urbanas, com viadutos, pontes,

passarelas, vias marginais, dispositivos modernos de segurança.

As características da nova linha, independentemente do modelo, terão de garantir a livre circulação entre a ferrovia e as estradas, com prioridade para a segurança das pessoas, de automóvel, motocicleta, bicicletas ou a pé. Afinal, com a ligação à ferrovia Norte-Sul, deve dobrar a quantidade de locomotivas circulando, com expectativa de um aumento de 150% na capacidade de transporte de produtos, subindo para 75 milhões

de toneladas por ano.

“Essa obra significa progresso, significa melhorar a ferrovia paulista e resolver os gargalos da cidade, e ainda estudar a hipótese de implantar um sistema de trem metropolitano. Com esta concessão antecipada nós pudemos vislumbrar a realidade deste sonho. Esta renovação significará investimento na infraestrutura para podermos ter mais competitividade na exportação, no agronegócio, e mais segurança no trânsito”, diz Edinho.

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Composições travam a rua Bernardino de Campos 24 vezes por dia; abaixo, máquina passa pelo centro da cidade, na região da praça Cívica, onde o trânsito de veículos e passagens de pedestres ficam truncados

REGIÃO

REGIÃO METROPOLITANA

O desenvolvimento da região Noroeste de São Paulo esteve sempre na pauta do político Edinho Araújo, nos mandatos de deputado e como prefeito.

É um líder regional e inspiração para as novas gerações. Em 1993 apresentou projeto criando a Região Metropolitana com sede em Rio Preto. O assunto esfriou por décadas e só voltou ao debate em 2021, quando projeto do governo do Estado foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo.

A CAPITAL DA REGIÃO METROPOLITANA

do Noroeste Paulista

Reivindicação de Edinho e lideranças regionais, nova organização territorial reúne 37 municípios, em área de quase 1 milhão de habitantes potencialmente beneficiados

Durante a administração do prefeito Edinho Araújo Rio Preto assumiu a condição de líder natural da Região Metropolitana do Noroeste Paulista. Reivindicação antiga dele e de lideranças políticas regionais, a configuração administrativa foi aprovada no segundo semestre de 2021 pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador João Doria, autor da iniciativa. São 37 municípios, em área de quase 1 milhão de habitantes potencialmente beneficiados.

A Região Metropolitana foi implantada para permitir uma unidade regional e facilitar financiamento de programas, obras e serviços, projetos em diferentes áreas, sob administração

do governo do Estado em consonância com os representantes da região –prefeitos, vereadores, sociedade civil, lideranças regionais diversas. Trata-se de uma nova organização territorial em São Paulo que promete dinamizar a elaboração de políticas públicas e encaminhar investimentos regionais.

A criação de novas Regiões Metropolitanas faz parte de um projeto da Secretaria de Desenvolvimento Regional em parceria com a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e amplia o nível de integração regional entre os municípios. Cada região passa a contar com um Conselho de Desenvolvimento integrado por autoridades municipais e estaduais e representantes da sociedade civil.

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Grupos de trabalho unidos por objetivos comuns entre as cidades vão discutir projetos de interesse regional, estabelecer metas e executar funções técnico-consultivas. As regiões também poderão contar com fundos de desenvolvimento para aporte de recursos públicos e de órgãos de fomento.

É nesse contexto que avançam projetos e se ampliam obras em toda a região de Rio Preto, com recuperação de estradas vicinais e intervenções históricas, como o contorno ferroviário, abertura de processos de concessão e reforma de rodovias, além da concessão do aeroporto estadual localizado no município. A união das cidades vai criando um conjunto de ações que podem impulsionar a economia por meio de empreendedorismo, do crescimento do agronegócio, turismo, prestação de serviços, geração de emprego e renda.

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PÚBLICA
EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA
Aeroporto Eribelto Manoel Reino, em Rio Preto, é estratégico para a Região Metropolitana Prédio da Swift, com estrutura suficiente para abrigar seminários e conferências de grande porte

EDINHO ARAÚJO, eleito em setembro de 2022 presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana, tendo como vice Fernando Cunha, prefeito de Olímpia

PRESERVAÇÃO DA CACHOEIRA

Como deputado federal, em 2011, Edinho participou ativamente da mobilização regional para salvar a Cachoeira do Talhadão, no rio Turvo, em Palestina, ameaçada pelo projeto de construção de uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica).

Ao lado de ambientalistas, religiosos, políticos e moradores da região, participou de uma grande mobilização, em 30 de setembro daquele ano para salvar a cachoeira. Com a pressão popular, o projeto foi arquivado.

Com a implantação da Região Metropolitana, tendo Edinho como um dos líderes, este e outros notáveis patrimônios ambientais e turísticos ganham mais força de preservação.

RIO PRETO LIMPO

A Região Metropolitana nasceu herdando parte de projetos já realizados por Rio Preto. Um exemplo é a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e o reflexo de sua operação na qualidade da água do rio Preto, que passa pelos municípios de Onda Verde, Mirassolândia, Nova Granada, Palestina, Américo de Campos e Pontes Gestal.

A nascente fica em Cedral, antes da passagem por Rio Preto, de onde as águas residuais usadas no sistema de esgotamento são devolvidas após o tratamento com quase 100% de pureza.

Enquanto a ETE já é realidade, Rio Preto conduz estudos sobre outro projeto capaz de fomentar o progresso da Região Metropolitana. Trata-se da

Edinho ao lado da cachoeira do Talhadão, que chegou a ser ameaçada pela construção de uma central hidrelétrica: Região Metropolitana será importante para impedir intervenções sem planejamento adequado

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Eu considero um momento histórico que vive esta região, com a instalação da Região Metropolitana. Faremos dela um instrumento de trabalho, de união, com foco em objetivos comuns para beneficiar a nossa população

Maquete do ponto de futura captação de água no rio Grande: projeto de Rio Preto que pode favorecer cidades da região

captação de água na margem esquerda do rio Grande, 2,3 quilômetros a jusante da usina hidrelétrica de Marimbondo, por meio de duto com capacidade para conduzir 3 mil litros de água bruta por segundo, usando complexo sistema de elevatórias e travessias por gravidade.

Com extensão da ordem de 53,6 quilômetros, as adutoras da captação seguem para o traçado da rodovia Armando Sales Oliveira, de onde serão direcionadas para traçado paralelo à rodovia Transbrasiliana BR-153, ganhando o sentido de Rio Preto.

A ideia é que, ao longo desse traçado, outros municípios sejam abastecidos pelo sistema, em projetos complementares desenvolvidos por meio da composição da Região Metropolitana.

Como presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Turvo e Grande (CBH -TG) em 2021/2023, Edinho lidera outros projetos ambientais de interesse da Região Metropolitana. Entre as iniciativas, defendeu atualizar o Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (PIRH), com a orientação de uma visão mais ampla, que inclua também os comitês dos afluentes desses rios.

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Concessão prevê como obra prioritária a construção da terceira faixa na SP-310, avaliada em mais de R$ 627 milhões, além de novos viadutos, um deles na altura da rua Antônio de Godoy, pontes e passarelas

CONCESSÃO GARANTE TERCEIRA FAIXA

ENTRE MIRASSOL, RIO PRETO E CEDRAL

Uma reivindicação que Edinho Araújo formalizou ainda como deputado federal - a construção da terceira faixa de tráfego na rodovia Washington Luís (SP-310) entre Mirassol, Rio Preto e Cedral – ficou mais próxima de se tornar realidade, com a homologação da licitação de concessão do Lote Noroeste de rodovias paulistas, vencida pela EcoRodovias Concessões e Serviços com proposta de R$ 1,2 bilhão.

A assinatura do contrato foi feita em São Paulo, dia 1º de dezembro de 2022, num encontro com as presenças do governador Rodrigo Garcia, do presidente da Região Metropolitana e prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo, de representantes da concessionária e do

primeiro escalão do governo estadual.

A intervenção é contratualmente prioritária no trecho entre o km 425 e o km 454+300, com investimento superior a R$ 600 milhões. Edinho falou à imprensa sobre as vantagens da nova concessão:

- Participamos deste processo desde o início, ainda nas primeiras tratativas sobre o assunto com o governador João Dória. Essa concessão prevê como obra prioritária a construção da 3ª faixa na SP-310, avaliada em mais de R$ 627 milhões, além de novos viadutos, entre eles um na altura da rua Antônio de Godoy, pontes e passarelas. No trecho regional o contrato prevê de conclusão das obras em quatro anos. É uma grande conquista.

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Após bater o martelo com Rodrigo Garcia no leilão em setembro, Edinho Araújo acompanhou em 1° de dezembro de 2022 a homologação da licitação de concessão

Abaixo, traçado da rodovia Washington Luís, com a terceira faixa (linhas amarelas), incluindo a ampliação de passagens (azul) no mesmo nível do viaduto da avenida Alberto Andaló, a exemplo das intervenções previstas para as avenidas Murchid Homsi e Bady Bassitt. Está prevista também a construção de mais um viaduto sobre a rodovia na rua Antônio de Godoy. Na ligação entre Rio Preto e Mirassol haverá uma nova ligação, passando na estrada municipal entre o Jardim do Cedro e Clube Monte Líbano.

Em 2022, a rodovia Washington Luís tornou-se uma ‘avenida’ de ligação com municípios vizinhos da Região Metropolitana, especialmente no trecho entre Rio Preto e Mirassol, onde são constantes os congestionamentos e acidentes rodoviários nos horários da manhã e no começo da noite. A abertura de vias marginais facilitará o trânsito de veículos entre as duas cidades, que avançam céleres rumo à conurbação.

MACROANEL METROPOLITANO

Anúncio feito em maio de 2022 pelo governador Rodrigo Garcia junto ao prefeito Edinho Araújo, a implantação do Macroanel Metropolitano de Rio Preto vai dinamizar o sistema regional de mobilidade. A via terá pista dupla, beneficiando diretamente 37 municípios. O valor previsto é de R$

12 milhões para o projeto funcional e R$ 1,2 bilhão para a obra, com recursos do governo do Estado.

O sistema viário vai favorecer mais de 1 milhão de habitantes, separando os fluxos urbanos da demanda rodoviária de longo percurso. Conectando 12 rodovias, sendo três vicinais, com mais de 100 quilômetros de pista,

o projeto atenderá uma demanda da ordem de mais de 1,5 mil veículos/hora e velocidade permitida de 100km/h.

“O projeto produzirá impactos positivos na redução de acidentes e na melhoria da capacidade viária de toda a região, beneficiando ainda o transporte de passageiros e de estudantes, além do fluxo de cargas”, afirma Edinho Araújo.

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A WASHINGTON LUÍS DO FUTURO Acima, reprodução de estudo que mostra como ficará o cruzamento das rodovias Washington Luís (SP-310) e Transbrasiliana (BR-153) após a implantação de terceira faixa (linhas amarelas) e viadutos (azul), facilitando acesso por meio de marginais sem nenhum cruzamento em nível, como no caso de alça que sairá da SP e passará embaixo da BR, e sobre a própria SP, permitindo acesso à BR sentido norte/Brasília. Acesso à Murchid Homsi TREVÃO BR-153/W.LUÍS Sentido São Paulo Sentido Brasília Projeto: engenheiro Pedro Donizetti Zacarin

ATIVIDADE ATIVIDADE

PARLAMENTAR

A vida pública de Edinho Araújo correu rápido depois do início promissor como prefeito de Santa Fé do Sul. Tornou-se um influente deputado estadual e da Assembleia Legislativa foi um salto para o centro do poder, na Câmara Federal, em Brasília. Consolidava-se a fase do Edinho parlamentar, cujos pontos mais importantes destacaremos nas páginas seguintes, em apanhado cronológico

A INFLUENTE PARLAMENTAR DE JOVEM PREFEITO

Com o bordão “Sangue novo na política”, Edinho Araújo estreia como candidato, ainda universitário, em 1972, quando também estagiou em escritório de advocacia. Cabelos compridos, costeleta imensa, camisa estampada, lá estava o jovem de discurso inflamado, em palanques nas carrocerias de caminhões. No cartaz da campanha eleitoral,

os dizeres: “D. Pedro tinha 23 anos de idade quando proclamou a nossa independência. É uma razão a mais para acreditarmos em Edinho para prefeito de Santa Fé do Sul”. Nos “santinhos” que a equipe distribuía, a mensagem de rodapé: “Um jovem para resolver velhos problemas”.

Não deu na primeira eleição, mas em 1976 seria diferente e Edinho se

tornaria um dos mais jovens prefeitos do País. Quase ao fim do mandato, ele decide dar um passo além na carreira política e candidata-se a deputado estadual, numa dobradinha com Roberto Rollemberg (federal). Deixa a Prefeitura de Santa Fé, que passa a ser comandada pelo seu vice, Antonio Carlos de Camargo.

Numa prestigiada cerimônia na Câmara de Santa Fé com a presença

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Edinho Araújo toma posse na Assembleia Legislativa de São Paulo em 31 de março de 1983

de lideranças políticas estaduais como Mário Covas e Almino Afonso, Edinho troca o PDS (sigla sucessora da Arena) pelo PMDB (sucessor do MDB) em janeiro de 1981.

Nas eleições de novembro de 1982, Edinho recebe 42.617 votos e fica na quarta suplência do PMDB na Assembleia Legislativa. Mas toma posse em 31 de março de 1983, com a decisão do governador Franco Montoro de chamar deputados eleitos para cargos executivos.

Ocupa a primeira vice-presidência da Comissão de Assuntos Municipais e integra a Comissão de Transportes e Comunicação e atua como vice-líder da bancada do PMDB. Entusiasta da redemocratização do País, participa ativamente do movimento Diretas Já. Em 16 de abril de 1984, está no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, em meio à maior manifestação política pelas eleições diretas para presidente.

Reeleito para um segundo mandato (1987-1990) em novembro de 1986, com 78.008 votos, foi deputado estadual constituinte, atuou como primeiro vice-presidente da mesa e presidente da Comissão de Constituição e Justiça, fez curso de sociologia e política na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e foi autor da lei que criou novos municípios. Ferrenho

municipalista, escreveu o livro “O Novo Município Novo”, detalhando historicamente a importância de criação de novos municípios.

Edinho voltou a se candidatar a deputado estadual para o mandato 1991-1994, recebendo 31.070 votos no pleito de outubro de 1990. No terceiro mandato, foi titular da Comissão de Assuntos Municipais e se consolidou

“Como deputado estadual, o Edinho teve participação decisiva na emancipação da nossa querida Ilha Solteira e de dezenas de outras cidades paulistas. Somos gratos ao seu trabalho incansável”.

Alcides Aquino Garcia, o Cidinho, presidente da Comissão de Emancipação de Ilha Solteira

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Edinho Araújo, em foto de Sidnei Costa (13/2/2015) na capa do Diário da Região, na fase em que foi ministro dos Portos Deputado estadual Edinho Araújo, eleito numa dobradinha com o federal Roberto Rollemberg

atendendo demandas regionais.

Político em ascensão, Edinho reforça suas ligações com Rio Preto, onde mantinha escritório desde meados dos anos 80 e onde morava com a família desde 1991. Em outubro de 1994, Edinho dá outro salto na trajetória de homem público. É eleito deputado federal, com 56.218 votos. Um ano depois, transfere domicílio eleitoral para Rio Preto.

Destacando-se como presidente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal, membro das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, Edinho também foi autor da Lei Eleitoral de 1997.

Com ele em Brasília, a luta pela construção da ponte sobre o rio Paraná chega ao centro do poder. Desde 1971, ainda estudante universitário, quando foi recebido em audiência pelo ministro Mário Andreazza, dos Transportes, Edinho mantinha a ponte entre suas prioridades de homem público.

Reeleito deputado federal pelo PMDB com 70.393 votos em outubro de 1998 para o mandato 1999-2002, ele foi definido como “muito atuante”. Foi o que mostrou levantamento da Folha de S. Paulo, em 22 de março de 2000, sobre a atuação dos deputados federais.

A inauguração da ponte havia reforçado o cacife eleitoral de Edinho. Ele se aproximava da realização de outro sonho: ser prefeito em Rio Preto, a maior cidade do noroeste paulista, onde era sempre bem votado. Resultado: filiado ao PPS, entraria para a história da cidade sendo prefeito por quatro mandatos,

em duas sequências de oito anos com reeleições.

Sem cargo eletivo ao final de 2008 e de volta ao PMDB, em janeiro de 2009 Edinho Araújo topa outro desafio. A convite do governador José Serra (PSDB), assume a presidência da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp).

Nesse período, liderou recuperação de dezenas de estradas rurais com o programa Melhor Caminho. A Codasp foi considerada pela revista Globo Rural a melhor empresa pública do País em projetos voltados para a promoção do agronegócio.

Edinho deixou a Codasp em 2010. Candidatou-se a novo mandato na Câmara dos Deputados. Foi eleito federal com 100.195 votos. Integrou a Comissão de Viação e Transportes e atuou em comissões especiais.

Manteve-se atento a temas de interesse dos municípios da região noroeste. Fez gestões com o apoio de colegas deputados para o governo federal incluir a duplicação da BR-153 no trecho paulista entre suas prioridades orçamentárias.

Em 2013, pesquisa da Revista Veja ranqueou Edinho como um dos 15 deputados federais mais atuantes do Brasil. Em outubro de 2014, foi reeleito deputado federal com 112.780 votos para o mandato 2015-2018.

Convidado pela Presidência da República, para ser ministro-chefe da Secretaria Especial dos Portos, aceitou o desafio no início de 2015. Assessorou-se com equipe técnica. Reduziu a burocracia, apostou na tecnologia, no projeto “Porto sem papel”. Diminuiu o tempo que os caminhões permaneciam nos portos, facilitou acessos.

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EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
José Orestes Pontes, ex-prefeito de Pontes Gestal, com a esposa Elisabete, ao lado de Edinho Araújo e de Ulysses Guimarães, um dos líderes nacionais que mais inspiraram Edinho Campanha eleitoral no centro de Icém: Mário Covas, com o microfone, candidato ao Senado, e Edinho Araújo, candidato a deputado estadual

Ao longo de 9 meses, agilizou e aprovou estudos para os leilões de áreas, por mais concessões, mais investimento no setor.

Em outubro, em reforma administrativa promovida pelo governo, reassumiu o mandato na Câmara dos Deputados. Em agosto de 2016, Edinho pronuncia seu voto favorável, de número 158, ao impeachment de Dilma:

– Celebrando a Constituição cidadã de Ulysses Guimarães, as liberdades individuais, o povo nas ruas, o fortalecimento das instituições brasileiras, pelo Brasil, por São Paulo, por São José do Rio Preto e região, por esta e pelas futuras gerações, para renovar a esperança do povo brasileiro, e pedindo a Deus que abençoe este País, o meu voto é sim!

No governo de Michel Temer, que assumiu a presidência com o afastamento de Dilma, Edinho votou a favor da PEC do teto dos gastos públicos.

Em outubro de 2016, disputou novamente a Prefeitura de Rio Preto, sendo eleito com 113.377 votos no primeiro turno, tendo Eleuses Paiva como vice-prefeito.

No maior desafio de sua vida pública, liderou o enfrentamento à pandemia do coronavírus em 2020, quando se candidatou à reeleição. Criticado por adversários políticos pela forma como enfrentou a pandemia, teve o reconhecido da população. Foi reeleito com 111.525 votos, em primeiro turno, tendo como vice Orlando Bolçone.

Deputado federal, Edinho vota em convenção nacional do PMDB, em Brasília, em 1996

156 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Deputado federal Edinho Araújo (ao centro) preside sessão de homenagem ao Hospital de Câncer, agora Hospital de Amor, de Barretos, referência nacional na luta contra o câncer: na foto a partir da esquerda, Pérola Maria Fonseca Cardoso (vereadora de Jales), Humberto Parini (prefeito de Jales), Henrique Prata (diretor do hospital) e Edinho

157 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

FASE PARLAMENTAR - Popular desde os tempos de prefeito de Santa Fé e com prestígio ampliado, Edinho Araújo fala no Palácio dos Bandeirantes sobre a emancipação de novos municípios, lei de autoria dele em seu segundo mandato como deputado estadual; à direita, de preto, o governador Orestes Quércia

1972 1977 1982

A PRIMEIRA DISPUTA ELEITORAL

Aos 23 anos de idade, Edinho Araújo disputa a Prefeitura de Santa Fé e fica em segundo, entre cinco concorrentes

ELEITO PREFEITO DE SANTA FÉ DO SUL

Preparou a cidade para o futuro, implantando obras de infraestrutura urbana, saneamento, casas populares, faculdades e projetos de lazer e cultura.

158 EDINHO ARAÚJO 50
DE
ANOS
VIDA PÚBLICA

1983 1986 1987 1990 1991 1994

DEPUTADO ESTADUAL POR TRÊS MANDATOS

Participou ativamente do Movimento Diretas-já, pela redemocratização do país.

Vice-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça.

Autor da Lei que criou a Estação Ecológica do Noroeste Paulista no antigo IPA.

Aumentou de 8,4% para 9,57% a alíquota do ICMS destinada às universidades estaduais

Teve papel decisivo na estadualização da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), em 1994.

Mobilizou o governo de São Paulo para que fosse dado início à construção da Ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná, com recursos estaduais.

Deputado Estadual Constituinte em 1989

Relator do capítulo dos Municípios e Regiões Metropolitanas.

Autor da Lei que criou os Novos Municípios.

Presidiu a comissão especial de inquérito na Assembleia Legislativa sobre o Massacre do Carandiru (1992). Concluiu os trabalhos e o relatório foi encaminhado às autoridades.

Apoio a FHC, então candidato a prefeito da Capital em 1985; Jânio Quadros foi o eleito

Com o governador Orestes Quércia

Edinho com o secretário de Cultura do Estado, Fernando Morais (óculos e barba)

159 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

1995 1999 1998 2002

DEPUTADO FEDERAL POR DOIS MANDATOS, DEIXOU O SEGUNDO MANDATO EM 2000, ELEITO PREFEITO DE RIO PRETO

Presidente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal. Membro das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

Autor do projeto que resultou na Lei Eleitoral nº 9.504 de 1997, ainda em vigor no país, com alterações.

Liderou movimento junto ao Governo Federal para a retomada das obras e conclusão da Ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná, inaugurada em 1998.

“Como deputado, ele jamais se omitiu nas demandas de nosso munícipio. Por unanimidade, agraciado com o título de Cidadão Guararapense. Raros são os homens públicos como ele. Gigante. Uma honra tê-lo como amigo”.

Presidente do MDB de Guararapes e servidor público municipal

Engenheiro agrônomo Odécio Rossafa, prefeito Itamar Borges (Santa Fé), jornalista Mário Soler e deputado Edinho Araújo no rio Paraná

160 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Edinho com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro mandato de Lula

PREFEITO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO POR DOIS MANDATOS

Primeiro prefeito reeleito da história da cidade, com mais de 100 mil votos. Resolveu o problema crônico de falta de água, que se arrastava há décadas na cidade.

Ao concluir o segundo mandato em 2008, foi reconhecido como um dos maiores prefeitos de Rio Preto, tendo construído mais de 600 obras, desde uma pequena praça até a estação de tratamento de esgoto, considerada a obra do século.

2009 2010

PRESIDENTE DA CODASP (COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA DO ESTADO DE SÃO PAULO)

Dirigiu o programa Melhor Caminho, de recuperação de estradas rurais não pavimentadas.

No período, a Codasp recebeu da Revista Globo Rural o Prêmio de Melhor Empresa Pública em favor do agronegócio do Brasil.

161 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
2001 2005 2004 2008

2011 2015 2014 2018

DEPUTADO FEDERAL POR MAIS DOIS MANDATOS; LICENCIOU-SE EM 2015 PARA SER MINISTRO DOS PORTOS; DEIXOU O SEGUNDO MANDATO NO FINAL DE 2016, ELEITO PREFEITO DE RIO PRETO.

Elegeu-se Deputado Federal pelo PMDB em 2010, com 100.195 votos, único representante paulista do PMDB na Câmara Federal. Tornou-se o Deputado Federal mais votado da história em São José do Rio Preto, onde obteve 62.680 votos. Edinho Araújo tomou posse dia 2 de fevereiro de 2011.

Foi reeleito para o 4º mandato (2015-2018) como deputado federal pelo PMDB com 112.780 votos (em 2015, ficou licenciado da Câmara dos Deputados para exercer o cargo de Ministro-chefe da Secretaria de Portos da Presidência da República; ao final de 2016, renunciou para assumir como prefeito de Rio Preto).

Edinho Araújo focou sua atuação na Câmara dos Deputados na defesa das demandas da região noroeste de São Paulo em Brasília, mas rapidamente ganhou espaço e foi convidado pelo partido a liderar o debate dos grandes temas nacionais, como a MP do Código Florestal, a nova Lei Seca, a nova Lei da Arbitragem, a MP da desoneração da Cesta Básica, a criação da Comissão Nacional da Verdade, o projeto que regula o Fundo Partidário e o tempo de TV em caso de mudança de partido, entre outros.

Comissão da Verdade – O deputado assumiu a relatoria do projeto que criou a Comissão Nacional da Verdade e, numa única noite de negociações, obteve o consenso político para aprovação da matéria, depois de uma década de tramitação. A iniciativa foi criada para apurar violações dos direitos humanos num período de 42 anos da vida pública brasileira.

Isenção de pedágio – Edinho também relatou o projeto do deputado Espiridião Amin, isentando de tarifas o motorista que mora ou trabalha em cidades onde há praças de pedágio, nas rodovias federais.

162 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Nova Lei Seca – Foi designado relator do projeto que criminaliza quem dirigir sob influência de qualquer teor de álcool. Edinho reuniu, num substitutivo, os 24 projetos de lei que tramitavam na Câmara. O texto foi aprovado sem emendas na Câmara e Senado, e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012, aumentando os meios de provas e o rigor contra motoristas embriagados.

MP do Código Florestal – Foi escolhido relator-revisor da MP 571, editada pela presidente Dilma Rousseff para suprir lacunas deixadas pelos vetos presidenciais ao texto final do novo Código Florestal. Trabalhou para conciliar a produção de alimentos com a proteção ambiental.

Cesta básica e contas de luz – Indicado relator da MP 609, retirando impostos dos produtos da cesta básica para baratear os alimentos. Incorporou ao seu relatório parte da proposta de outra Medida Provisória, sobre a redução das contas de luz em 20% para residências e 32% para as indústrias.

Projetos relevantes – Entre as propostas de sua autoria que fez tramitar na Câmara Federal foram destaque a defesa da criação da profissão de cuidadores de pessoas com deficiência, a destinação de 2% da verba das loterias para programas de tratamento de viciados em drogas, a instituição do controle de velocidade nas rodovias pela média e a defesa de reforma política, criando regras para tempo de TV e Rádio e Fundo Partidário aos novos partidos. Autor do projeto que cria a Universidade Federal do Noroeste Paulista.

164 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Melhora na infraestrutura– Pautou sua atuação pela defesa de um pacote de obras rodoviárias para o Estado de São Paulo e em defesa de outros modais de transporte de cargas, como o ferroviário e o hidroviário.

Vias mais seguras– Os últimos anos de Edinho na Câmara dos Deputados marcaram o atendimento a importantes reivindicações regionais, como a duplicação da rodovia Euclides da Cunha (foto), a licitação de trechos da Faria Lima e Assis Chateaubriand, obras de segurança na rodovia Feliciano Sales Cunha entre Mirassol e Pereira Barreto.

165

Convidado pelo presidente Dilma Rousseff, assumiu oficialmente a Secretaria de Portos da Presidência da República no dia 1º de janeiro de 2015, ficando no cargo até setembro.

Os estudos para licitações de arrendamentos, que se arrastavam por quase dois anos, foram liberados em setembro pelo Tribunal de Contas da União, abrindo caminho para que fossem leiloados terminais em portos públicos, atendendo a uma demanda aquecida pela movimentação de grãos, contêineres e celulose, entre outras cargas.

O ministro Edinho Araújo agilizou processos para liberar novos terminais privados e renovações antecipadas de contratos.

Estas autorizações garantiram investimentos privados da ordem de R$ 8 bilhões, e potencial para gerar milhares de empregos e movimentar a economia.

O ministro empenhou-se pessoalmente no combate à burocracia e viu o programa Porto Sem Papel ser implantado em vários portos públicos brasileiros.

Outra conquista foi o acordo salarial inédito, válido por dois anos, que beneficiou trabalhadores das sete companhias Docas.

166 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
MINISTRO DA SECRETARIA DE PORTOS DE JANEIRO A SETEMBRO 2015

2021 2020 2024

PREFEITO DE RIO PRETO POR MAIS DOIS MANDATOS, ACUMULANDO QUATRO MANDATOS, SOMANDO COM OS DE 2001-2004 E 2005-2008.

O trabalho desenvolvido por Edinho Araújo na Prefeitura de Rio Preto entre 2001 e 2008 foi reconhecido pela população. Ao candidatar-se de novo, foi eleito ainda no primeiro turno no final de 2016, na campanha da volta, e em seguida, na reeleição, em novembro de 2020. Seus mandatos foram marcados por grandes obras de mobilidade urbana, gestão ambiental premiada, assistência social, e investimentos em saúde e educação.

Na eleição em 2020 (para o mandato a partir de 2021), fez campanha sempre de máscara, enfrentando a pandemia, inclusive determinando medidas impopulares e necessárias, como as restrições ao funcionamento do comércio a fim de reduzir os riscos de transmissão do coronavírus. A população entendeu, e Edinho foi reeleito.

Eleições 2016: Edinho e a primeira-dama Maria Elza, com Eleuses Paiva (vice-prefeito) e a esposa Sônia Regina

Posse em 2020: vice-prefeito Orlando Bolçone com a esposa Vanda, ao lado da primeira-dama Maria Elza e do prefeito Edinho Araújo

167
50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
EDINHO ARAÚJO
2017

PONTE PONTE

DA INTEGRAÇÃO

Foram 28 anos de luta que marcaram a trajetória de Edinho Araújo. A ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná é obra única da engenharia nacional.

Por ela, a produção de grãos do Centro-Oeste chega ao porto de Santos.

A Ponte Rodoferroviária leva o nome do ex-deputado Roberto Rollemberg, na parte rodoviária (em cima), e do ex-senador Vicente Vuolo, na parte ferroviária (embaixo). Havia um projeto tramitando na Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal para dar o nome de Vuolo ao conjunto da ponte. Mas Edinho convenceu os colegas de que o mais justo seria dividir a homenagem entre dois políticos que tiveram participação ativa na luta pela obra, em Brasília.

ODISSEIA DA PONTE MARCOU CARREIRA POLÍTICA DE EDINHO ARAÚJO

Ponte Rodoferroviária no rio Paraná transformou fim de linha em portal de entrada para circulação de pessoas e de riquezas nacionais

Acompanhado de uma comitiva de ministros, senadores e deputados, Fernando Henrique Cardoso começa a percorrer a ponte pelo lado de Aparecida do Taboado, indo no sentido de Rubinéia. O presidente da República é aguardado por um grupo de 200 autoridades convidadas e público de pelo menos três mil pessoas aglomeradas sob um apertado abrigo de lona para o evento na barranca do rio Paraná. É 29 de maio de 1998 no Oeste paulista, histórico e chuvoso dia da inauguração da ponte rodoferroviária, ligando os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Estava concretizado um sonho antigo, há anos compartilhado por mo-

radores, agropecuaristas, motoristas de carros, caminhões e ônibus acostumados a fazer filas nas balsas. Momento aguardado por líderes políticos que durante três décadas batalharam pela conquista. Entre eles, o deputado federal Edinho Araújo, que já nos tempos de líder universitário se mobilizava em defesa da ponte – no memorável julho de 1971, representando a União Acadêmica Mahatma Gandhi, de Santa Fé do Sul, foi recebido pelo ministro dos Transportes, Mário Andreazza, a quem falou sobre a importância da obra.

Quase 30 anos depois, o agora deputado está no palanque das autoridades, no dia da festiva inauguração. Lembrando cada capítulo de lutas em que esteve presente, ele acompanha o

170 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

pronunciamento de Fernando Henrique: “O Edinho certamente está se recordando dos dias em que sonhávamos com a ponte, porque há muitos anos estamos conversando sobre essa obra, comparável a poucas no mundo”.

Para o presidente, o redesenho geográfico proporcionado por aquela obra representava “um exemplo de confiança no Brasil”.

Como costuma afirmar, Edinho lembra que ninguém faz nada sozinho, e com a ponte não foi diferente. Entre os baluartes do sonho realizado, destaca a qualidade de visionário de Edison Freitas de Oliveira, prefeito de Jales

em 1969 e mais tarde governador do Mato Grosso.

Em 1971, o deputado Daud Simão divulgou que o ministro Andreazza liberaria verba de 150 mil cruzeiros para a execução dos estudos previstos no plano. A batalha da ponte ganha corpo e leva prefeitos a criar a Associação dos Municípios do Oeste Paulista (Amop).

Figura expoente na luta pela ponte, o deputado mato-grossense Vicente Vuolo tem lei de sua autoria (6.346) sancionada pelo presidente Geisel em 6 de julho de 1976, incluindo oficialmente no Plano Nacional de Via-

171 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Era a reivindicação de todos aqueles que sabiam o quanto a obra era fundamental. De fim de linha do Estado, a ponte passou a ser portal de entrada da região centroeste
Aloysio Nunes, Manoel Antunes, Orestes Quércia, Ulysses Guimarães, o ministro dos Transportes Reinaldo Tavares e Edinho Araújo, que em 1989 discursou e citou a batalha da ponte na campanha presidencial de Ulysses Edinho Araújo

ção a ligação ferroviária de Rubinéia a Aparecida do Taboado, seguindo para Rondonópolis e Cuiabá. Era uma sinalização importante de que a ponte sairia do papel. Em 1977, com a presença de Edinho Araújo, recém-eleito prefeito de Santa Fé, nova comitiva da Amop é recebida em Brasília e pressiona o ministro dos Transportes, Dirceu Nogueira.

A força da Amop volta à carga em 5 de abril de 1980, numa reunião em Santana da Ponte Pensa, em que prefeitos e líderes políticos da região decidem ir a Brasília para encontro com o velho aliado e agora senador Vicente Vuolo, na presença de um engenheiro do DNER. Eles recebem a informação de que o projeto técnico seria licitado. Em agosto foram abertas as propostas de seis empresas – a Sondotécnica venceu a licitação. Acostumado a entraves burocráticos e a promessas não cumpridas, Edinho Araújo sabia que seria necessário insistir até “vencer pelo cansaço”.

Numa reunião em Cuiabá, em 1981, a assinatura de contrato entre a empresa e o DNER virou festa política do PDS – partido sucessor da antiga Arena. Estavam presentes os governadores Paulo Maluf (São Paulo), Frederico Campos (Mato Grosso) e Pedro Pedrossian (Mato Grosso do Sul). Caravana da Amop levou prefeitos da região ao encontro.

Em outubro, Maluf quebra a promessa de que o Estado bancaria 50% no custeio da ponte. Em novembro, o Ministério dos Transportes anuncia que o início das obras iria atrasar. Em 1982, nenhuma evolução.

172 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Vista aérea da ponte, em construção, em fase de colocação de pilares e instalação de treliças

Os ânimos mudariam em 1983, com a eleição de dois representantes de peso para a região. Ex-prefeito de Jales, Roberto Rollemberg foi eleito deputado federal e de novo levantou a bandeira da ponte no Congresso, ao lado de Octacílio Alves de Almeida. Edinho Araújo assume como deputado estadual em março e faz o mesmo na Assembleia Legislativa.

O tema chegou ao presidente eleito Tancredo Neves em 23 de fevereiro de 1985, em reunião da bancada

estadual do PMDB e com a presença do então deputado federal Fernando Henrique Cardoso. Tancredo mostrou-se simpático à ideia, mas logo adoeceu e acabou internado em 14 de março, até morrer em 21 de abril.

Seguiu-se um período de desesperança, mas a luta tinha que continuar. Reunião em Rio Preto em 21 de outubro cria a chamada Comissão Interestadual Pró-Ponte, presidida por Edinho Araújo, com planos de levar a demanda ao presidente José Sarney.

Em 14 de abril de 1988 o projeto ganha impulso com a visita de José Sarney a Jales, numa festa política com a presença de oito ministros, três governadores, dezenas de deputados estaduais e federais e 150 prefeitos. “Nós vamos fazer a ponte”, diz Sarney.

O sonho da ponte subiu de patamar com a entrada em cena do empresário Olacyr de Moraes, o “rei da soja”, e seu projeto de construção da Ferronorte, ferrovia com mais de mil quilômetros, de Cuiabá a Santos. O Mi-

173 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Presidente Fernando Henrique Cardoso, deputado Edinho Araújo e o senador Romeu Tuma, durante vistoria das obras da ponte no rio Paraná

Ponte rodoferroviária em estágio intermediário, em encontro de autoridades e imprensa para documentar o andamento da obra

nistério dos Transportes abre concorrência para a concessão da ponte, e a Constran, de Olacyr, é uma das interessadas. O governador Orestes Quércia tenta dar um empurrão e aloca verbas do Orçamento de 1989 para o início das obras. Em 24 de outubro, em evento com 20 mil pessoas em Rubinéia, é assinado o protocolo de intenções entre o Estado e a União para custear meio a meio a execução da obra.

Com valor orçamentário de 625 milhões de cruzados novos, a ponte tem a Constran como vencedora da concorrência, a mesma que executaria as obras da Ferronorte. Edinho participa de encontro no Mato Grosso com a presença de dois ministros e do governador Edison Freitas, e do presidente Fernando Collor, que confirma a participação da União na construção. Em 26 de setembro de 1990, Quércia assina ordem de serviço, três dias depois da chegada das primeiras máquinas à barranca do rio Paraná, preparando a instalação do canteiro para as obras que se desencadeariam em menos de dois meses.

Em, 1991, o governador paulista Luiz Antônio Fleury Filho assegura a liberação do equivalente a 30 milhões de dólares. Em agosto, durante encontro em Rubinéia reunindo os governadores Fleury (São Paulo), Jaime Campos (Mato Grosso) e Pedro Pedrossian (Mato Grosso do Sul) e o secretário Edgberto Batista (Desenvolvimento Regional da Presidência da República), foi assinado acordo entre a Fepasa e a Ferronorte, consolidando o traçado entre Santa Fé e Cuiabá. O presidente Fernando Collor assina convênio para

que a União banque 50% dos custos da ponte – com São Paulo custeando os outros 50%.

Pelo convênio, Estado e União assumem o compromisso de investir 200 milhões de dólares cada. A Constran apresenta o projeto definitivo da obra, com uma novidade. Trens e veículos não circulariam em paralelo, mas em níveis diferentes – trens na parte inferior e a rodovia no nível superior. Aos poucos começam a se multiplicar os pilares da ponte. No início de 1992, o canteiro de obras conta com 720 funcionários, subindo para 1.500 em abril. São Paulo liberou a verba prome-

tida, mas o mesmo não acontecia com a União. Em meio ao impeachment de Collor e à gestão de Itamar Franco, a obra praticamente parou.

Em agosto de 1995, o novo presidente, Fernando Henrique Cardoso, encaminha ao Congresso projeto de lei liberando 83 milhões de reais, mas a proposta sofre mudança e a União libera 68 milhões, em seis parcelas. Já na condição de deputado federal, Edinho Araújo fazia via-sacra por gabinetes de ministérios e junto aos colegas parlamentares para não deixar que a obra fosse paralisada. A mobilização levou à inclusão de 123 milhões de reais no

orçamento da União para dar continuidade à construção. Em agosto de 1997, Fernando Henrique visita Rubinéia e afirma que não faltarão recursos para a conclusão.

A inauguração ocorre em 29 de maio de 1998, novamente com a presença do presidente, numa festa debaixo de muita chuva. São 25 pilares de concreto, sustentados por 198 tubulões cravados quatro metros em rocha no leito do rio, com concretagem submersa. É a transição da era das balsas para o vaivém de veículos e enormes trens de carga fazendo circular a força do agronegócio, agilizando o escoamento

175 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Edinho Araújo e Fernando Henrique, com o presidente Tancredo Neves, em reunião em que a Ponte Rodoferroviária foi um dos temas

Dezesseis anos após a inauguração da ponte, o então deputado federal Edinho Araújo comandou uma nova frente de luta. O Governo do Mato Grosso do Sul anunciou a instalação de um pedágio em Aparecida do Taboado, na divisa com São Paulo, bem na entrada da ponte. A propósito, esse Estado não investira um tostão na construção da obra, bancada com recursos de São Paulo e do Governo Federal.

Após intensa mobilização pelo twitter (motivada por um post de Edinho - “Não ao pedágio na ponte” - que obteve milhares de adesões) o movimento cresceu e ganhou apoios de prefeitos

das riquezas do Brasil central e fomentando o desenvolvimento do País.

“A ponte foi uma luta, não deixamos espaços, sempre mobilizando a Assembleia Legislativa, o Congresso, a Comissão de Viação e Transportes, contato com governadores, e sempre mobilizando a população, os políticos e a imprensa regional, dando sempre muito apoio a esse movimento que foi vitorioso, promovendo essa integração”, afirma Edinho Araújo.

Nas centenas de tentativas de convencimento, Edinho levou muitos líderes para passear no barco Professorinha, no rio Paraná, e mostrar o local onde seria construída a ponte. Em 2022, ele faz a reflexão: “Era a reivindicação de todos aqueles que sabiam o quanto a obra era fundamental. De fim de linha do Estado, a ponte passou a ser portal de entrada da região centroeste”.

e de deputados, como Itamar Borges, de comerciantes e moradores de Santa Fé e Aparecida do Taboado. Houve ainda concentrações nas proximidades da ponte contra a cobrança de pedágio.

Até que em 26 de dezembro de 2014, com a participação ativa do Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso do Sul, foi concedida liminar que suspendeu a licitação para escolha da empresa que faria a instalação e a exploração do pedágio. Foi mais uma conquista.

Outra frente de luta é a necessidade de manutenção regular da ponte, com recuperação da iluminação.

176 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
VENDO DE PERTO – No dia 24 de outubro de 1997, o deputado Edinho Araújo reuniu os integrantes da Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados no canteiro de obras da Ponte Rodoferroviária. Na comitiva, os parlamentares João Henrique (PMDB/PI), Gonzaga Patriota (PSB/PE), Pedro Novaes (PMDB/MA), Telma de Souza (PT/SP) e Gilney Viana (PT/MT), e técnicos dos ministérios do Planejamento e dos Transportes e imprensa regional. A visita rendeu: a comissão convenceu-se da necessidade de liberar verbas para a conclusão da obra. Mobilização liderada por Edinho junto a colegas parlamentares, prefeitos, vereadores e população impediu a instalação de pedágio na Ponte Rodoferroviária CONTRA O PEDÁGIO, OUTRA BATALHA VENCIDA

como era...

Balsa com passageiros cruza o rio Paraná entre Aparecida do Taboado e Rubinéia, em registro feito pela Assessoria de Imprensa do Governo do Estado de São Paulo Reprodução de quadro do artista plástico Daniel Firmino representando Rubinéia com a Ponte Rodoferroviária ao fundo

DA PONTE RODOFERROVIÁRIA PASSO A PASSO

PORTOS PORTOS

Com base eleitoral em Rio Preto, a mais de 500 quilômetros do mar, Edinho tornou-se ministro de Portos em 2015. Visto inicialmente com desconfiança, montou uma equipe técnica de ponta e em apenas nove meses à frente da pasta solucionou problemas que se arrastavam por décadas, incentivou as parcerias com a iniciativa privada e deixou encaminhados projetos que se concretizariam nos anos seguintes, como os arrendamentos portuários e apoio aos tup’s (terminais de uso privado)

Programa Porto Sem

Papel reduziu de 102 para apenas um o número de documentos necessários ao embarque e desembarque de cargas

EDINHO MINISTRO DESTRAVA PORTOS

E ABRE CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO

Na tarde de 22 dezembro de 2014, o deputado federal Edinho Araújo estava em Rio Preto, chegando à sede da Agromonte, do empresário Eloy Gonçalves, quando recebeu um telefonema do vice-presidente reeleito Michel Temer. “Fique de sobreaviso que eu posso precisar de você aqui em Brasília...” No dia seguinte, Edinho embarcava para a capital federal e recebia o convite da presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, para ocupar a Secretaria de Portos da Presidência da República, com status de Ministério, na cota pessoal de Temer.

Em entrevista coletiva na manhã de quarta-feira, 24 de dezembro, em

Rio Preto, o deputado federal reeleito e futuro ministro destacava que o desafio seria vencer a burocracia e destravar os portos, que são vitais para o bom funcionamento da economia brasileira. “O convite muito me honrou. Vou trabalhar como sempre trabalhei, com toda a transparência e ouvindo os quadros técnicos do Ministério”, afirmou aos jornalistas.

A folga nas festas de fim de ano acabava ali. Edinho e assessores próximos passaram a preparar a posse e a transição. No dia 1º de janeiro, o político de Rio Preto assinou, no Palácio do Planalto, o livro de posse ao lado de outros 38 ministros do governo Dilma. Um dia depois, Edinho recebeu

182 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Ministro Edinho e a presidente Dilma Rousseff em evento da Secretaria dos Portos; à esquerda, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy

o cargo do então ministro César Borges, em cerimônia realizada pela manhã na sede da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). E começou a trabalhar no mesmo dia.

Entre janeiro e outubro de 2015, período em que Edinho Araújo foi ministro-chefe da Secretaria de Portos da Presidência da República, o setor portuário viveu dias de intensa atividade. Foi um tempo de remover amarras e remar muito para revolucionar um setor visto pela sociedade como burocrático e pouco produtivo.

Os estudos para licitações de arrendamentos de áreas portuárias, que se arrastavam por quase dois anos, foram finalmente liberados em setembro pelo Tribunal de Contas da União, depois de intensas negociações entre o ministro Edinho e os ministros do TCU.

A decisão abriu caminho para que fossem leiloados terminais em portos públicos, atendendo a uma demanda aquecida pela movimentação de grãos e celulose, entre outras cargas. Na prática, o ministro deu a largada para viabilizar as metas do Programa de Investimentos em Logística - Pil Portos 2015, criado para atrair investimentos privados de R$ 37,4 bilhões num período de cinco anos.

O ministro Edinho empenhou-se pessoalmente no combate à burocracia das operações portuárias e levou o programa Porto Sem Papel a todos os portos públicos brasileiros, diminuindo de 102 para apenas um o número de documentos necessários ao embarque e desembarque de cargas. O processo eliminou a papelada e passou a ser feito no computador por dife-

183 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Ministro Edinho Araújo embarca em helicóptero para compromisso de agenda (abaixo) da Secretaria dos Portos Edinho recebe do prefeito de Santos, Paulo Barbosa (esq.), camiseta autografada pelo Rei Pelé, em homenagem à participação do ministro como palestrante no evento Santos Export

rentes órgãos públicos encarregados de controlar e fiscalizar a movimentação de cargas.

Ao deixar o governo em reforma ministerial promovida pela presidente, Edinho lembrou, em solenidade de transmissão do cargo a Helder Barbalho: “Entregamos obras estratégicas como o Porto do Futuro, no Rio, e o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram). Não deixei parar nenhuma das obras iniciadas, mesmo em regime de ajuste fiscal. Liberamos recursos para a dragagem de aprofundamento dos canais dos principais portos brasileiros. Deixo o ministério com a sensação do dever cumprido e agradeço, de coração, a colaboração da equipe técnica da SEP”. Edinho reassumiu o mandato de deputado federal em 5 de outubro de 2015.

RECONHECIMENTO

Edinho Araújo deixou a Secretaria dos Portos em meio a testemunhos de reconhecimento geral. Especialmente de técnicos que, de inicialmente ressabiados com a chegada de um “político” para comandar a pasta, faziam questão de registrar o sucesso da empreitada.

Em carta a Edinho, técnicos do primeiro escalão da secretaria admitiram que a gestão permitiu a eles amadurecimento profissional e um novo entendimento, considerando que “o faro político aguçado pode viabilizar e possibilitar projetos que, sem ele, seriam apenas projetos”; que “a política, quando bem utilizada, para o bem, pode não apenas dar o amparo para que o trabalho técnico corra bem, mas também pode potencializar, e muito, os resultados.”

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Ministro Edinho em audiência de 2015 com o ex-governador Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito em 2022 Ministro dos Portos, Edinho Araújo, recebe em audiência comitiva do Estado do Mato Grosso do Sul: governador Reinaldo Azambuja, senadores Waldemir Moka (PMDB-MS) e Simone Tebet (PMDB-MS) e o deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS)
185 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
ACORDO HISTÓRICO: após negociações comandadas pelo ministro Edinho, a Federação Nacional dos Portuários e vários sindicatos de trabalhadores de portos assinaram, em junho de 2015, um acordo salarial válido por dois anos, que pela primeira vez abrangeu todas as sete empresas portuárias federais – Companhias Docas - que administram portos no Brasil. Ministro dos Portos, Edinho Araújo, recebe o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, e a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) O ministro Edinho discursa na Santos Export, tradicional fórum de debates sobre setor portuário Ministro Edinho Araújo (à esquerda), com a equipe de trabalho da presidente Dilma Rousseff, governadores e autoridades convidadas, no lançamento de plano de concessões à iniciativa privada para o setor de infraestrutura, numa das etapas do Programa de Investimento em Logística (PIL)

SANTA FÉ SANTA FÉ

Prefeito da cidade natal aos 27 anos, Edinho imprimiu um ritmo de trabalho intenso, enfrentou e resolveu problemas graves de infraestrutura, habitação, sistema viário, água e esgoto. Tornou a cidade referência na cultura e no lazer, incentivou o esporte e criou a hoje tradicional iluminação natalina. O turismo ganhou impulso, e foi a base para a criação da Estância Turística de Santa Fé do Sul.

O JOVEM PREFEITO

E UMA NOVA SANTA FÉ

Ojovem Edinho Araújo, aos 27 anos, materializou o sonho de criança ao se tornar prefeito da cidade natal. Mas nem nos piores pesadelos ele imaginaria o cenário que teria pela frente: salários do funcionalismo atrasados, maquinário da prefeitura sucateado, caos no abastecimento de água, erosões nas principais vias públicas, problemas na educação e na saúde, falta de moradias.

O prefeito recebera relatórios desanimadores de comissões temáticas compostas por técnicos de diferentes áreas, apontando uma série de desafios, entre os quais abrir novos acessos à cidade, remover parte do cemitério para abrir a avenida principal, drenar as baixadas e criar uma marca para a cidade, situada

no fim da linha férrea, na barranca do rio Paraná.

Entre as muitas realizações que marcaram aquele período histórico de Santa Fé do Sul está a parceria com o SESC que rendeu à cidade o título de 1ª

Cidade Lazer da América Latina, com intensa programação educativa, de inclusão, lazer e esportes.

Foi preciso criar um distrito industrial para a geração de empregos, ousar na educação, recuperar o sistema de saúde, investir no saneamento do Córrego da Mula, uma área de brejo no coração da cidade, e implantar o maior conjunto habitacional da história do município, com mais de quinhentas casas.

Edinho lançou os pilares para o projeto de estância turística, base da

economia atual do município, estimulou a cultura por meio de feiras, encontros culturais, peças de teatro, cursos e saraus com música e literatura.

Criou a primeira decoração natalina da cidade com sucata doada pela cidade de São Paulo, e levou às crianças noções de cidadania ao criar um governo mirim, com poderes para apresentar propostas ao prefeito.

Ao deixar a Prefeitura, mais de cinco anos depois da posse, tinha mudado a cara da cidade e a autoestima dos moradores. Deixou um legado reconhecido pela história, como veremos adiante.

194 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Edinho chega para a posse como prefeito de Santa Fé, acompanhado do vice Antonio Carlos de Camargo e do vereador Bidas. À direita, discursa em sessão solene de aniversário da cidade

MOMENTO CÍVICO: o prefeito Edinho (à esquerda) e o presidente da Câmara vereador Idalino Longhi “Bidas” (ao centro), na Praça Salles Filho, em evento comemorativo ao aniversário de Santa Fé do Sul

SUPERANDO DESAFIOS: ÁGUA, ESGOTO, ASFALTO, LUZ, PROGRESSO

Quando Edinho Araújo assumiu a Prefeitura de Santa Fé do Sul em 1977, de imediato teve de enfrentar e resolver um cenário que era de calamidade. Mais do que o abastecimento irregular, o sistema de água e esgoto do município apresentava estruturas comprometidas. Reflexo da precariedade da barragem construída por uma empreiteira em 1970 e entregue com problemas, o vertedouro ameaçava ruir, colocando em risco parte da cidade e a zona rural. A situação, que era crítica, piorou em 1978, com as chuvas de janeiro.

O prefeito recorreu à ajuda do Estado, que diante da iminente calamidade autorizou obras de reforço no ver-

tedouro. Em seis meses, o cenário era de controle, mas o abastecimento seguia precário, e quase metade da população tinha de recorrer a cisternas.

Além de escassa, a água servida à população era de baixa qualidade. Continha excesso de flúor, levando a uma anormalidade causadora de corrosão nos dentes. Pesquisa da Prefeitura nas escolas apontou que parte dos alunos entre 6 e 14 anos apresentava média de cinco cáries.

Com apoio da Secretaria Estadual da Saúde e participação do cirurgião-dentista Eliseu Sícoli, de Rio Preto, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto coordenou um conjunto de medidas e um arrojado programa de controle de flúor,

196 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Edinho estendeu a rede de água por todos os bairros da cidade e asfaltou ruas e avenidas, mudando o cenário de diversas áreas atingidas por erosão

que regularizou a situação. Ao final da gestão, 99% da população recebia água potável de qualidade, chegando às residências por meio de uma infraestrutura renovada, com 21 mil metros lineares de tubulação.

Em paralelo à recuperação da rede de água, o governo trabalhou para ampliar o tratamento de esgoto, que saltou de 35% para 72% da população atendida. O conjunto do trabalho foi reconhecido em análise da agência da

Organização das Nações Unidas (ONU). A Associação Internacional de Provisão da Água, sediada em Amsterdam (Holanda), considerou de “excelente qualidade” a água servida à população de Santa Fé.

Após deixar a prefeitura, Edinho, já como deputado estadual, viabilizou recursos para recuperar a caixa d´água, que estava tombada e com risco de queda, podendo comprometer o abastecimento em Santa Fé

197
PÚBLICA
EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA
Reportagem do “Jornal de Jales” reproduz telex da Associação Internacional de Provisão da Água, sediada em Amsterdam (Holanda) e ligada à ONU, que após analisar dados submetidos pela Prefeitura considerou de “excelente qualidade” a água servida à população de Santa Fé

Foi um trabalho intenso, executado em 1,3 quilômetro de extensão de um canal com 4 metros de profundidade e de 3 a 5 metros de largura

O MAIOR PROBLEMA DE SANEAMENTO, ENFIM SOLUCIONADO

Uma das maiores obras de saneamento de Santa Fé do Sul foi viabilizada no governo de Edinho Araújo praticamente com recursos próprios do município.

Desde o mandato anterior, o governo do Estado vinha prometendo 1,5 milhão de cruzeiros para o saneamento e urbanização na baixada do Córrego da Mula, cortando a cidade de leste a oeste, mas quando Edinho assumiu o projeto continuava parado.

Cinco meses depois de iniciar o mandato, o prefeito convenceu o governo estadual a atualizar o projeto e ceder uma retroescavadeira para início das obras. Um convênio assinado em seguida com o governo do Estado previa 2,3 milhões de cruzeiros a serem libera-

dos progressivamente, mas sem muita pontualidade no desembolso. Na área ribeirinha foi preciso remover muito entulho e lixo que eram descartados irregularmente.

Além disso, a Prefeitura negociava as desapropriações de áreas e tentava remover casebres de famílias pobres que habitavam em áreas de risco. As famílias foram acomodadas em casas de alvenaria, mais amplas e em locais seguros.

A urbanização do Córrego da Mula foi uma novela, e uma demonstração de persistência do prefeito, com muitas dificuldades. O Estado investiu 3,8 milhões de cruzeiros, o equivalente a três quintos da obra. Ainda assim, a Prefeitura teve de gastar bem mais que o previsto para bancar o restante da execução.

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Apoio ao esporte – Edinho sempre amou e apoiou os esportes. Nos tempos de criança montou o time infantil do Nove de Julho (à esquerda). Na foto à direita, o prefeito integra um time de “rachas” formado por funcionários da Prefeitura e da Câmara. Quando prefeito implantou o programa Jornada Invertida nas escolas municipais com atividades esportivas no contraturno das aulas. Nesse embalo, o futebol amador também ganhou força, transformando o torneio “Pitarão” em referência regional. No futebol profissional, o prefeito ajudou a alavancar o Santa Fé FC, intermediando parceria com o Comercial de Ribeirão Preto, presidido pelo colega Brenno Spinelli, dos tempos de graduação.

Urbanização - Santa Fé foi uma das primeiras cidades do noroeste do Estado a criar sistema de tratamento de esgoto doméstico e industrial. O governo implantou lagoa de tratamento considerada modelar para a época e ampliou a rede coletora. Áreas degradadas foram recuperadas nas regiões das estações ferroviária e rodoviária, ao longo das avenidas Navarro de Andrade e Antonio Prado e diversas ruas de terra batida.

Agricultura – Programa do governo do Estado de incentivo à cultura do feijão irrigado, o Pró-Feijão desenvolvido em Santa Fé do Sul tornou-se modelo servindo de base para outras culturas. O município implantou programa próprio de incentivo à piscicultura, sem deixar de lado apoio às culturas tradicionais. Estradas vicinais recuperadas favoreceram o escoamento da produção e as atividades da pecuária leiteira.

199 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

A tarefa de consertar avenidas e ruas intransitáveis foi ainda mais desafiadora em razão das fortes chuvas que atingiram Santa Fé logo que Edinho iniciou o mandato

VIAS RECUPERADAS E ILUMINAÇÃO PÚBLICA

DE QUALIDADE

De cidade escura, com iluminação pública restrita ao centro e ainda assim precária, Santa Fé do Sul passou a ter luz de qualidade em todos os cantos. Com 1.800 bicos (pontos) de luz, em 1980 Santa Fé já tinha o dobro de iluminação de quatro anos antes, e no ano seguinte foi iluminada a principal avenida da cidade, a Navarro de Andrade, com acesso à rodovia Euclides da Cunha.

O sistema foi montado 100% com lâmpadas a vapor de mercúrio, a mais moderna tecnologia em uso na época, e que até então estava presente em apenas 10% dos postes. A Prefeitura ainda bancou a energia domiciliar para mais de 400 famílias que, comprovadamente, não poderiam custear o benefício.

Antes de receber iluminação, a avenida Navarro de Andrade teve de ser recuperada, junto com a Conselheiro Antônio Prado. Grandes obras de drenagem foram executadas em toda a cidade.

Benfeitorias como essa só foram possíveis porque o governo, desde os primeiros anos de gestão, apertou o cinto. Quando Edinho assumiu, a dívida de mais de 3 milhões de cruzeiros correspondia a 30% de tudo o que a Prefeitura arrecadaria em um ano.

A equipe de governo conseguiu reequilibrar as finanças do município, com a contenção de despesas, corte de gastos identificados como supérfluos, parcelamentos de débitos, renegociação de dívidas e apoio do governador Paulo Egydio Martins.

200 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Melhorias de vias públicas marcaram o governo Edinho; à direita, novo acesso à rodovia Euclides da Cunha, pela avenida Navarro de Andrade, após mudança em cemitério

Santa Fé tinha iluminação somente na área central. Nos primeiros três anos de governo dobramos o número de lâmpadas, levando a luz para todos os bairros.

Edinho Araújo

Telesp assume o serviço e também instala telefones públicos nas áreas urbana e rural, além de colocar à venda 450 novas linhas telefônicas, que podiam ser pagas em até 40 parcelas mensais

DO TELEFONE MUDO

AO FIM DO ISOLAMENTO

Até o fim dos anos 70, falar ao telefone em Santa Fé do Sul era uma missão quase impossível. A empresa detentora da concessão mantinha um serviço precário, cheio de problemas técnicos, numa época em que o País começava a introduzir o sistema DDD – Discagem Direta a Distância. Eram longas esperas, ligações que caíam, linhas cruzadas. Campanha do “O Jornal”, de Santa Fé do Sul, mobilizou a comunidade e chamou atenção do novo prefeito. Uma das primeiras providências de Edinho Araújo foi recorrer ao Ministério das Telecomunicações com dossiês sobre a precariedade local, defendendo a desabilitação da empresa por incapacidade técnica com

base em lei municipal que previa o rompimento em caso de notório comprometimento da qualidade do serviço.

Em 10 de agosto de 1979, a Câmara Municipal aprovou lei do Executivo, declarando a concessionária local de utilidade pública, garantindo sua expropriação, sob indenização aos proprietários, e abriu caminho para que a Telesp assumisse o serviço. Após batalha judicial movida pela concessionária, a Justiça deu ganho de causa à Prefeitura.

Houve uma transição em que as ligações interurbanas eram feitas pela central de Jales. Santa Fé entrou na era do DDD em 7 de junho de 1981 – e na era do DDI (Discagem Direta Internacional) duas semanas depois.

202 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Ao lado de Edinho, o general José Antonio de Alencastro e Silva, presidente da Telebrás, testa o DDI conversando com uma santafessulense que estava nos Estados Unidos

Televisão – Além de modernizar o sistema de telefonia e colocando a cidade na era DDD (Discagem Direta a Distância), o governo Edinho entregou a torre de televisão que permitiu a Santa Fé do Sul receber os sinais da TV Globo.

Funcionalismo – Num período em que a inflação batia nos 110% ao ano, o governo municipal passou a dar reajustes semestrais ao funcionalismo público, além de criar planos de carreira, uniformes e clube social.

Criança e adolescente – A Guarda Mirim de Santa Fé colocou em prática o Plano de Integração do Menor e da Família à Comunidade (Plimec), programa federal com o objetivo de oferecer ensino profissionalizante. Com atividades ampliadas, a guarda se transformou no Centro de Referência e Apoio à Criança e ao Adolescente.

Abrindo caminhos – Principal acesso a Santa Fé do Sul, a avenida Navarro de Andrade tinha um trecho em pista simples, próximo à rodovia Euclides da Cunha e ao lado do cemitério municipal. Em 1979, após entendimento com familiares, Edinho conseguiu remover 300 túmulos e abrir a segunda pista da avenida, eliminando o gargalo no trânsito. Os novos túmulos foram construídos pela prefeitura em área do próprio cemitério. “Fizemos tudo com muito respeito à memória das pessoas falecidas”, lembra Edinho.

203 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

MUDANÇAS PROFUNDAS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO

Todas as escolas públicas reformadas, parte delas ampliadas e merenda de qualidade para alunos de 1ª a 8ª séries. Os quatro primeiros anos de governo Edinho em Santa Fé do Sul revolucionaram a educação. Além de dar atenção ao ensino básico, o governo olhou para a educação de forma ampla, em todas as etapas. O transporte escolar passou a atender também à área rural e a Prefeitura criou o projeto Sacola Escolar, com kits de material para todos os alunos, independentemente de poder aquisitivo –uma ampliação da abrangência da antiga Caixa Escolar com material didático a alunos carentes, que também passaram a

receber uniformes e agasalhos. No embalo das mobilizações cívicas em datas festivas, Edinho, que havia atuado como professor, propôs durante seu mandato de prefeito a eleição do governo mirim nas escolas, em que os estudantes elegeriam informalmente prefeito, vice e vereadores. Assim, os adolescentes puderam sugerir projetos e passaram a conhecer melhor o funcionamento do Executivo e do Legislativo.

No curso superior, a cidade viveu uma transformação nos anos 70 e 80. Quando assumiu, Edinho encontrou uma instituição em crise. A Associação Santafessulense de Educação e Cultura (Asec), entidade privada de curso superior,

estava prestes a fechar desde o mandato anterior, em razão de uma série de irregularidades, e estava na mira do Ministério da Educação.

Ainda antes de ser prefeito, Edinho, que guardava dinheiro para se casar, adiou as núpcias e contribuiu com 10,8 mil cruzeiros para ajudar na manutenção da instituição. A exemplo dele, empresários, educadores e advogados contribuíram com recursos, evitando que a faculdade de educação física fosse extinta.

Parte importante da solução, no entanto, passaria pela mudança da mantenedora Asec para a Fundação Municipal de Educação e Cultura (Funec), por lei municipal n° 1.118/76 e sob autorização

204 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Edinho discursa para estudantes: atividades múltiplas no ensino, reunindo educação, meio ambiente, cultura, esporte e lazer

do Ministério da Educação. Assim, a Funec, entidade de direito público, assumia a responsabilidade financeira e administrativa da antiga Asec.

A Funec se transformou em referência no oeste paulista, chegando a manter três campus, com 15 cursos de graduação em nível de bacharelado e licenciatura e três cursos superiores de tecnologia, além de pós-graduação.

GOSTO PELA POLÍTICA

Em Santa Fé do Sul, o prefeito Edinho criou em 1979 o “Governo Mirim”, para despertar o interesse das crianças pela política. Houve campanha eleitoral entre a classe estudantil e eleições dos representantes, que puderam apresentar projetos. O prefeito mirim eleito, Marcelo Hisato Kuwakino, à época com 12 anos, tornou-se médico em São Paulo

Fachada da Funec, que estava ameaçada de fechar e foi salva em campanha desenvolvida sob a liderança de Edinho Araújo, que contribuiu com 10,8 mil cruzeiros ( recibo acima) para ajudar na manutenção do curso

POLO CULTURAL

DO INTERIOR

Desfiles cívicos, encontros de fanfarras, passeios ciclísticos, corridas de charrete, festivais de música, carnaval, teatro, corais, saraus, festivais aquáticos, competições de pesca. O governo Edinho abriu alas para a cultura e o lazer em Santa Fé do Sul entre o fim dos anos 70 e início dos anos 80.

Um dos motores dessa transformação foi o programa Cidade Lazer, com a expertise de equipe de técnicos do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Catanduva. Parcerias com a Secretaria de Estado e da Educação e com a Faculdade de Educação Física da cidade tornaram o projeto ainda mais robusto.

A cidade acolheu eventos espor-

tivos, culturais e sociais, além de cursos, palestras e capacitação profissional. Logo nos primeiros anos de escola, as crianças recebiam assistência social, médico-odontológica e merenda, além de iniciação esportiva e lições de cidadania.

As atividades incentivavam o hábito saudável, a socialização, a exemplo das outras atividades.

Em meio à ferveção cultural da cidade, até o prefeito teve seus momentos de ator, ao participar do filme “Estrada da Vida”, na Santa Fé do Sul que o cineasta Nelson Pereira dos Santos escolheu para gravar parte da história da dupla sertaneja Milionário e José Rico. Edinho fez ponta interpretando ele mesmo, o prefeito da cidade.

Aponte a câmera do celular para ver a participação de Edinho em trecho do filme

“Estrada da Vida”, de Milionário e José Rico

206 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Edinho no meio povo, em um evento, fazendo campanha para a eleição de prefeito de 1976, na qual saiu vencedor

PRESTAÇÃO DE CONTAS, TRANSPARÊNCIA E PROSPERIDADE

Edinho Araújo fez da prestação de contas do seu mandato uma atividade regular. No balanço final, em mensagem enviada à Câmara Municipal em 12 de fevereiro de 1982, o prefeito apresentou um resumo destacando os principais feitos de seu governo em 1981. Com um histórico de melhorias em infraestrutura urbana, saúde, educação, cultura e lazer ao longo do mandato, ele dizia que a escassez de recursos não impediu os avanços do último ano em que administrou Santa Fé. Edinho registrou que foi um ano “de muitas necessidades e de poucas disponibilidades”, numa referência às negativas

de auxílio do Estado sob o governo Maluf, por questões políticas – Maluf não digeriu o fato de Edinho não aceitar o ingresso no PDS e ter se filiado ao PMDB. No início do mandato, o prefeito chegou a receber apoio de Paulo Egydio Martins, mas depois, com Maluf, as torneiras do Estado foram fechadas.

No balanço, Edinho destacou que a rede de abastecimento de água ganhou mais de 10 quilômetros, enquanto o sistema coletor de esgotos havia sido aumentado em 8.400 metros lineares. Com as obras, 99% das edificações eram servidas pela rede de água e 81% contavam com rede de esgoto, à época um feito ostentado por poucos municípios do Brasil.

Prefeito Edinho assenta os primeiros tijolos para a construção de uma nova escola em Santa Fé do Sul Edinho em vistoria de obras: prefeito recuperou a cidade de Santa Fé; abaixo com a filha Thaysa

O balanço citou ainda a construção de praças, com toda infraestrutura

A urbanização da cidade foi uma constante, com limpeza permanente, plantio de 3 mil árvores e 20 mil metros quadrados de gramado em áreas de convivência.

Na área esportiva, foram construídos novos campos de futebol e quadra, além de ser providenciada reforma no Conjunto Educacional Alberto Pacheco e no Estádio Municipal, que

recebeu cobertura nas arquibancadas e instalação de cabines radiofônicas. Relembrou a implantação do sistema telefonia DDD, “uma das maiores conquistas de Santa Fé” naquele ano.

Edinho destacou ainda o fato de ter investido 17,2 milhões de cruzeiros em 1981 na educação, “12,37 vezes mais que o dispendido em 1977”, no primeiro ano de seu mandato. Lembrou o investimento de 1,1 milhão de cruzeiros no asfaltamento da vicinal do Córrego do Jacu Queimado, da estação da Fepasa ao município de Rubinéia.

Na virada do ano de 81 para 82, Santa Fé apresentava um perfil bem diferente daquele de quatro anos antes. Santa Fé ganhava luz própria e come-

çava a servir de referência para uma vasta região das três fronteiras – São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, conforme registro do livro “Edinho Araújo – Os caminhos do futuro / Santa Fé do Sul 1977-1982”, de autoria de Mário Soler.

A evolução do município é descrita na publicação com fatos e dados, sinalizando que era possível mensurar o progresso pelo surgimento de “prédios comerciais amplos, alguns com andares e elevador, postos de gasolina, lojas sofisticadas, hotéis confortáveis, grandes agências bancárias e empresas comerciais e industriais já empregando mais trabalhadores que a agropecuária.”

Edinho

MORADIA DIGNA investiu no setor habitacional de Santa Fé do Sul, com destaque para o conjunto Beira Rio, composto por 558 imóveis, então o maior investimento em moradia na história da cidade; à direita, o prefeito caminha ao lado de Alcides Silva, diretor jurídico da prefeitura

DRAMAS E AMARGURAS

DE

UM POLÍTICO FICHA LIMPA

Fiel ao pensamento de que ser honesto não passa de elementar obrigação de qualquer cidadão e do homem público em especial, Edinho Araújo se orgulha de ter feito a lição de casa em meio século de vida pública, manter a cabeça erguida e poder afirmar: “Sou ficha limpa”. Quando foi questionado, argumentou com a transparência que o caracteriza.

Num ambiente permeado por rivalidade, porém, o desafio é permanente, o que impõe alguns dramas dignos de registro histórico. Como a amargura de ir às urnas sob liminar por conta de ações, que, em primeira instância, foram desfavoráveis, mas revertidas em instâncias superiores; o dissabor por ser acusado de enriquecimento ilícito numa operação que não envolvia dinheiro; o atiçamento da mídia e opositores por conta de um chamado para depor na Polícia Federal.

Em um desses episódios, em 2017, Edinho, que voltara a comandar a Prefeitura de Rio Preto, foi chamado a depor na Polícia Federal como testemunha de um processo na esfera federal envolvendo o presidente Michel Temer,

sobre contratos de concessões portuárias. Numa quinta-feira pela manhã, a notícia vazou e toda a imprensa se atiçou.

Como ex-ministro dos Portos de Temer, Edinho foi ouvido pelo delegado e dispensado, e foi embora. Avisado pela Secretaria de Comunicação sobre o burburinho da mídia, respondeu: “Convoque uma coletiva e pode me por ao vivo. Não devo nada a ninguém e quero esclarecer esses boatos.” E assim foi feito.

“Foi um dia difícil, não vou dizer que foi fácil. Houve versões de que eu teria sido conduzido. Não fui, eu compareci livremente e respondi a todas as perguntas a respeito de um decreto de uma empresa, caso posterior à minha passagem pelo ministério. Nunca tive problema porque sempre agi de forma correta.”

Mais tarde, em 2021, a Justiça decretou a absolvição sumária do próprio ex-presidente Michel Temer (MDB) e de assessores e empresários da acusação de recebimento de propina do chamado “inquérito dos portos” – caso relativo a um período em que Edinho já havia deixado o ministério, ainda à época da presidente Dilma Rousseff.

PERMUTA DE TERRENOS: STJ REAFIRMA LEGALIDADE

Outra ocasião definida por Edinho Araújo como “difícil” foi ter de disputar e ganhar a eleição para deputado federal em 2010 respaldado por uma liminar, enquanto os opositores o chamavam de “ficha suja”. Foi um caso de 2004, envolvendo permuta de terrenos no Distrito Ulysses Guimarães, em Rio Preto. Em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STJ) o absolveu por unanimidade.

Em 2004, após aprovação de lei específica pela Câmara Municipal, a Prefeitura autorizou algumas empresas instaladas no distrito industrial a quitar antecipadamente as prestações vincendas de lotes adquiridos em troca da realização da pavimentação nas vias do distrito industrial.

Algumas delas se dispuseram a antecipar o pagamento (que a Prefeitura receberia em prestações futuras), trocando esses débitos pela execução da infraestrutura. Os valores das obras foram calculados com base em preços de licitação pública recente e, com esse parâmetro, a permuta foi concretizada.

O Ministério Público, quando propôs a ação, sequer alegou que os valores não seriam legítimos, ou que haveria algum tipo de sobrepreço ou superfaturamento. O juízo de primeira instância deu ganho de causa ao prefeito. Uma das câmaras do TJ reformou a sentença, considerando a permuta irregular.

“Precisei de uma decisão em Brasília, do Superior Tribunal de Justiça”, diz Edinho, acrescentando, sobre a disputa com liminar: “Enquanto não

havia uma decisão, tinha uma eleição neste interregno, e meus opositores me acusando de ficha suja. Por fim, eu tenho a vitória por unanimidade, em Brasília, porque não havia dolo, e toda formalidade tinha sido cumprida”. No âmbito municipal, Edinho também superou algumas dores de cabeça marcantes. Em plena campanha pela reeleição em 2004, uma barulhenta CPI na Câmara de Rio Preto devassou as contas e a gestão do Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae) e nada encontrou de irregularidade.

Os supostos heróis que acusavam uma série de fraudes tornaram-se vilões. Quem explorou politicamente o episódio, ficou pelo caminho e não

se elegeu. As apelações em campanhas eleitorais não minaram sua candidatura. Edinho foi reeleito e, mais tarde, também superou polêmicas em episódios nos quais teve questionamento pela Câmara Municipal sobre a legalidade de suas contas à frente da Prefeitura.

“Graças a Deus estou completando 50 anos de vida pública com a maior transparência, sem nenhuma mancha de desvio, de superfaturamento, de enriquecimento ilícito, de levar qualquer tipo de vantagem indevida. Isso não existe na minha vida pública”, afirma Edinho, finalizando: “Não tenho tempo para odiar (adversários), brigar... Guardo as minhas energias para trabalhar muito, todos os dias.”

211 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Prefeito Edinho Araújo fala sobre o dia a dia da administração durante entrevista ao SBT, em Rio Preto

1900

Nasce em 6/4/1900, em Guanambi (BA), Hercílio Antônio Araújo. Menos de duas décadas depois, ele chega para lavrar terra no oeste paulista, e fixa-se na região de Palestina. É o avô paterno de Edinho. Na imagem acima, região do Porto Taboado, rio Paraná, no início do século.

José Bernardes Coelho vem de Pratinha (MG), com poucas economias, tentar a vida em Rio Preto. É o avô materno de Edinho.

1908

1912

Início das operações da Estrada de Ferro, estendida até Rio Preto. Caçador nas horas vagas, José Bernardes investe em terras e produção agrícola.

212 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
LINHADOTEMPO

José Bernardes Coelho doa as terras aos filhos Odília, Daniel e Gabriela. Gabriela conhece e se casa em Votuporanga com Emídio Antônio Araújo, filho de Hercílio, de Palestina

1931

1946

Emídio e o pai Hercílio (coronel Araújo, foto) vão trabalhar nas imediações do rio Paraná em projeto da Companhia Agrícola Imobiliária e Colonizadora (Caic), que comercializava lotes rurais e urbanos.

Emídio, Gabriela e o filho Nelson mudam-se para o povoado de Santa Fé, que começa a se formar, e montam a venda Casa Araújo.

1948

213 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

1949

Nasce no dia 30 de julho, às 23h30, Edson Coelho Araújo, que é registrado em cartório de Jales. Na foto, pouco antes de completar 2 anos de idade.

Edinho Araújo, aos 7 anos, começa a frequentar a educação primária, em Santa Fé do Sul, e diz para a professora que quando crescer quer ser prefeito.

1956 1960

Edinho passa a acompanhar o pai em eventos políticos e conhece Jânio Quadros, que visita a região em campanha à Presidência da República.

214 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Com 15 anos, Edinho conclui o ensino básico e deixa Santa Fé do Sul para continuar os estudos (ensinos médio e superior) em Ribeirão Preto.

1965 1968

Em meio à decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), Edinho já é uma liderança estudantil em Ribeirão Preto, onde participa de protestos contra a ditadura.

Edinho lidera campanha “Das Cinzas à Solidariedade Humana” em Santa Fé para reconstruir imóvel de morador, que teve a casa destruída por incêndio. Edinho Araújo filia-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena) e inicia sua militância político-partidária.

1971

215 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

1972

Aos 23 anos, disputa pela primeira vez uma eleição, para prefeito de Santa Fé do Sul, não vence, mas se torna muito popular e já inicia campanha para a eleição seguinte.

Formado em Direito e Letras, Edinho monta banca de advocacia em Santa Fé e intensifica sua atuação política, apoiado por grupo de jovens amigos.

1972 1974

Convidado pelo governador Laudo Natel, assume o cargo de coordenador regional da 8ª Região Administrativa e se torna representante no Oeste do Estado.

216 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Presbiteriano, Edinho casa-se em 20 de setembro com Maria Elza, católica, na igreja matriz de Olímpia, terra da noiva. Conheceram-se na faculdade, em Ribeirão Preto.

1975 1976

Aos 27 anos, disputa eleição pela segunda vez e é eleito prefeito de Santa Fé do Sul, com 3.194 votos. Na foto, o único registro da comemoração da vitória, feito por Marlene Borges

Aos 27 anos, Edinho Araújo toma posse como prefeito de Santa Fé do sul, sua cidade natal, em fevereiro. Administra a cidade por 1.928 dias.

1977

217 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

1978

Impondo novo ritmo de administrar, organiza as finanças públicas, investe em infraestrutura urbana e saneamento básico, e dá atenção especial a crianças e idosos de Santa Fé do Sul. Nasce Thaysa, primeira filha de Edinho e Maria Elza Mori Coelho Araújo.

Tem prorrogado mandato de prefeito por dois anos por conta do adiamento das eleições municipais. Faz ponta no filme “Estrada da Vila”, de Nelson Pereira dos Santos, sobre a dupla sertaneja Milionário e Zé Rico. Nasce Bethina, segunda filha do casal Edinho Araújo e Maria Elza.

1979 1981

Ingressa no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), em 30 de janeiro, durante evento político em Santa Fé do Sul, com a presença de lideranças como Mário Covas, Almino Affonso, Octacílio Alves de Almeida e Roberto Rollemberg.

218 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Incorpora oficialmente o nome “Edinho”, conforme sentença do juiz eleitoral Clóvis Poleto. Faz dobradinha com Roberto Rollemberg (federal), apoiando Franco Montoro a governador. Edinho soma 42.617 votos para deputado estadual (9.515 votos só na comarca de Santa Fé), e fica na quarta suplência do PMDB. Em setembro, nasce Edson, terceiro filho do casal Edinho Araújo e Maria Elza.

1982 1983

Edinho assume como deputado estadual em 31 de março, quando Montoro convoca deputados eleitos para cargos no governo do Estado. Terminaria o mandato efetivado.

1984

Participa da campanha Diretas Já, pela volta das eleições livres à Presidência. Congresso rejeita a emenda Dante de Oliveira, campanha não atinge objetivo, mas movimento ganha a força que levaria o País de volta ao comando de um presidente civil.

219
ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
EDINHO

1986

Reeleito deputado estadual pelo PMDB, Edinho soma 78.008 votos, um dos mais votados do Estado. Em 1989, é constituinte estadual, autor do capítulo “Dos Municípios e Regiões Metropolitanas”. Lei de sua autoria permite emancipação de 72 distritos nos anos seguintes.

Reeleito deputado estadual pelo PMDB. Empenha-se na estadualização da Famerp, trabalha por recursos para equipar o Hospital de Base e pela criação da Estação Ecológica do IPA.

1990 1994

Candidata-se ao cargo de deputado federal pelo PMDB, eleito com 56.218 votos.

Sua histórica luta pela Ponte Rodoferroviária chega ao centro do poder, em Brasília.

220 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Ao lado do presidente Fernando Henrique Cardoso, participa da inauguração da Ponte Rodoferroviária sobre o rio Paraná, uma das maiores bandeiras de sua vida pública.

1998 1998

Reeleito deputado federal pelo PMDB com 70.393 votos (o federal mais votado em Rio Peto, com 24.954 votos); muda sua filiação para o Partido Popular Socialista (PPS), com ficha abonada por Ciro Gomes.

2000

Eleito prefeito de Rio Preto pelo PPS em segundo turno, com 100.861 votos, 53,7% dos votos válidos, para o mandato 2001-2004. Resolve o problema crônico da falta d’água com a criação, em 24 de agosto de 2001, da autarquia Semae (Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto).

Premiado com o Selo Prefeito Amigo da Criança, da Fundação Abrinq.

221
EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Primeiro prefeito reeleito da história de Rio Preto, pelo PPS, para o mandado 2005-2008. Finaliza seu segundo mandato com 618 obras entregues; destaque para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), inaugurada em 23 de dezembro de 2008.

2004

2009 2010

Convidado pelo governador José Serra, assume a presidência da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp); volta ao PMDB. Em outubro, a Codasp é considerada pela revista Globo Rural a mais eficiente do seu ramo no País.

Candidata-se à Câmara dos Deputados e é eleito com 100.195 votos, obtidos em 440 cidades (62.680 votos em Rio Preto, o federal mais votado na história do município). Foca sua atuação em demandas regionais, mas lidera o debate de temas nacionais, como a MP do Código Florestal e a nova Lei Seca.É considerado em 2013 um dos 15 deputados mais atuantes do Brasil em pesquisa publicada pela Revista Veja.

222 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

Edinho Araújo concorre novamente ao cargo de deputado federal pelo PMDB e é eleito com 112.780 votos para o 4º mandato 2015-2018.

2014 2015

Licencia-se do mandato de deputado federal para assumir como ministro da Secretaria Nacional dos Portos, convidado pela presidente Dilma Rousseff (PT).

2016

Reassume o mandato de deputado federal e vota a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Deixa o mandato no final de 2016 para voltar a ser prefeito de Rio Preto a partir de 2017.

223
EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

2017

Pela terceira vez na sua história política, assume como prefeito de Rio Preto, eleito com 113.377 votos (52,26% dos votos válidos) já no primeiro turno. Investe em saúde, educação, infraestrutura, meio ambiente e mobilidade. No final do mandato, em 2020, faz campanha eleitoral pela reeleição sempre usando máscara facial contra a pandemia; vence com 111.525 votos já no primeiro turno, 54,84% dos votos válidos.

Inicia seu quarto mandato (2021-2024) no comando da Prefeitura de Rio Preto, tendo o professor e economista Orlando Bolçone como vice-prefeito. Enfrenta a pandemia da Covid.

2021 2022

Com apoio do Estado, completa a construção do prédio do Hospital Municipal Domingo Marcolino Braile, na região norte da cidade, e conclui a duplicação da BR-153 no trecho urbano, com recursos federais. Edinho completa em 28 de agosto de 2022 exatos 50 anos de vida pública.

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ARAÚJO 50
DE
PÚBLICA
EDINHO
ANOS
VIDA

RUBINÉIA RESSURGE

A região Noroeste de São Paulo sofreu uma das secas mais severas da história no verão de 2014, afetando a produção agrícola e a produção de energia hidrelétrica. O então deputado federal Edinho Araújo foi ver de perto a situação em Rubinéia, a cidade submersa para a construção da barragem de Ilha Solteira (em 1973). Ruínas de prédios e partes do teto da Estação Ferroviária Presidente Vargas ficaram à mostra, com a baixa do nível do represamento. A cidade foi reconstruída ao lado, fora do alcance da barragem.

A SAGA DO APARECIDÃO

Uma das lutas mais marcantes do então prefeito Edinho Araújo foi pela libertação de Aparecido Galdino Jacinto, o profeta das águas, preso por militares em outubro de 1970, ao liderar um movimento messiânico contra a inundação de Rubinéia. Após sofrer tortura, Aparecidão foi levado ao manicômio judiciário do Juqueri, onde ficou 3.263 dias preso. Em um trabalho que envolveu parcerias com a Comissão de Justiça e Paz, parlamentares e juristas renomados, finalmente em 6 de junho de 1979 o profeta ganhou a liberdade. E ganhou também um emprego de jardineiro na Prefeitura de Santa Fé, administrada por Edinho, em setembro de 1979.

225
ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
EDINHO

MÚLTIPLOS MOMENTOS DE EDINHO

Liderança de Edinho Araújo começou a brotar na adolescência e juventude: do sonho de ser prefeito, revelado a uma professora do ensino básico, à participação em clubes associativos e instituições acadêmicas nos cursos de graduação, despertando a vocação que o levaria a disputar sua primeira eleição em 1972.

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ARAÚJO 50
EDINHO
ANOS DE VIDA PÚBLICA

FORMAÇÃO E LIDERANÇA

Letras e Direito

Cursou Direito na Faculdade de Direito Laudo de Camargo, Ribeirão Preto, SP, 1968-1972; Licenciatura em Letras na Faculdade de Ciências e Letras do Instituto Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP, 1969-1972; especialização em Direito Público na Faculdade de Direito, São José do Rio Preto, SP, 1976. Escola de Governo, da Associação Brasileira de Formação de Governante, São Paulo, SP, 1992, ministrado por Fábio Konder Comparato.

Professor

Professor no Ginásio Estadual de Santa Fé do Sul, SP, 1972-1975; professor-assistente na Faculdade de Educação Física da Alta Araraquarense, Santa Fé do Sul, SP, 1974-1975.

Líder acadêmico

Presidente e fundador do Diretório Acadêmico Tristão de Athayde, Faculdade de Ciências e Letras, Instituto Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP, 19691970; presidente da União Acadêmica Mahatma Gandhi, Santa Fé do Sul, SP, 19691971; vice-presidente do Diretório Acadêmico 1º de Setembro, Faculdade de Direito Laudo de Camargo, Ribeirão Preto, SP, 1970-1971.

LÍDER POLÍTICO

Vice-presidente da Associação dos Municípios do Oeste Paulista (Amop), 19771981; presidente de honra da Associação dos Municípios da Araraquarense (AMA), SP, 2001-2008/2017-2024.

LÍDER REGIONAL

Primeiro presidente (eleito em 2022) do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Rio Preto, criada pelo governo do Estado em 2021, reunindo 37 municípios do noroeste paulista. Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Turvo e Grande - 2015/2017 - 2018/2020 - 2021/2023.

IPEB

Presidente e fundador do Instituto Paulista de Estudos de Base (IPEB), organizado a partir de 1997 e oficializado em 1988, em Rio Preto, tendo como objetivo reunir lideranças políticas regionais em defesa de direitos sociais diversos. Promoveu debates de grandes temas para o desenvolvimento de Rio Preto e região.

Viagens e encontros com líderes mundiais

A vida pública levou Edinho Araújo para além das fronteiras do Brasil, como parlamentar e como ministro de Portos. Manteve encontros com investidores, participou de fóruns empresariais e assinatura de termos de cooperação com lideranças, em parte na companhia do então vice-presidente Michel Temer e em outras ocasiões com a presidente Dilma Rousseff. Participou também de recepções a líderes mundiais na Câmara Federal e no Palácio do Planalto.

Na Espanha, teve audiências com o rei Felipe VI, com o presidente do governo espanhol Mariano Rajoy e o presidente do parlamento, Jesús Posada. Em Portugal, com o presidente Aníbal Cavaco Silva, com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e com o vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas. Visitou ainda a Rússia e a Polónia em missões que visavam a atrair recursos para investimentos no sistema portuário brasileiro.

Em companhia da presidente Dilma Rousseff, o então ministro Edinho esteve com a chanceler alemã Ângela Merkel, recebida no Palácio do Planalto em 25 de agosto de 2015. Em 1997, o deputado federal Edinho integrou a equipe de recepção na Câmara Federal ao presidente americano Bill Clinton.

Em visita oficial, recebido por Felipe VI, no palácio real; abaixo na visita de Ângela Merkel, no Planalto

À esquerda, na recepção ao presidente americano Bill Clinton, na Câmara Federal; acima participa ao lado do presidente Michel Temer de missão oficial à Espanha; abaixo, o deputado Edinho Araújo representa o parlamento brasileiro em reunião oficial na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).

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PÚBLICA
EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA
Com o cantor
Com o cantor
Com o cacique
Com o cantor
Com o músico Derico Com o cantor Tinoco
o ídolo
Com o atleta Luizão Com Alckmin, no programa Amaury Jr Com o jogador Kaká Com a dupla Victor e Léo
EDINHO
ARAÚJO
De Ayrton Senna ao Rei Pelé, passando por Rogério Ceni e Luizão; de Tinoco, José Rico, Victor e Léo, Leonardo e Daniel a João Carlos Martins e Gilberto Gil, e agenda com o líder caiapó Raoni Metuktire. A vida pública de Edinho rendeu encontros com estrelas da cultura, do esporte e das causas sociais. Na outra página, um mosaico de lembranças de encontros com amigos, momentos familiares e de lazer, e viagem a trabalho. COM ESTRELAS DA ARTE, DO ESPORTE E DA VIDA Com o maestro João Carlos Martins Com Ayrton Senna e Maria Elza Com Pelé em Brasília
Leonardo
Zé Rico
Raoni
Daniel (ao centro) Com Gilberto Gil
Com
Rogério Ceni

bom de marketing, edinho viu de perto avanços da comunicação

Arelação do político Edinho Araújo com os veículos de comunicação não foi marcada por elogios gratuitos. Ao contrário, predominaram críticas e cobranças em vários momentos, algumas justas, outras não, na imprensa regional e nacional.

Ele faz questão de registrar para a história a importância dessas cobranças e a divulgação das reivindicações regionais na mídia – rádios, jornais, internet, revistas e TVs – para que suas lutas tivessem um final feliz.

De um lado, as reportagens ajudavam o morador a acompanhar de perto o trabalho do político que ajudou a eleger. De outro, quem tinha a caneta para autorizar as obras enxergava nas publicações dos jornais a força da cobrança dos eleitores. Os recortes com reportagens e editoriais chegavam aos gabinetes de todos os escalões.

- As grandes lutas regionais, das quais participei ativamente, só tiveram um desfecho positivo quando a imprensa regional assumiu a causa.

Edinho cita alguns exemplos: a duplicação da rodovia Washington Luís, entre Matão e Rio Preto, a duplicação da Euclides da Cunha, de Santa Fé a Mirassol, a construção da Ponte Rodoferroviária sobre o rio Paraná depois de quase três décadas de luta.

- Essas obras só saíram do papel porque a imprensa regional deu espaço para que cobrássemos os governos. Isso é o que chamo de jornalismo cidadão. O político é o elo necessário entre a comunidade e os centros de decisão. Sem isso, nada prospera, afirma Edinho.

E como lidar com as críticas?

- Quando leio e ouço críticas, e passado o primeiro impacto, procuro refletir e me colocar no lugar de quem critica. No final, isso me ajuda a melho-

rar. Assimilo as críticas construtivas. Mas as acusações levianas e as mentiras, devo confessar, me tiram do sério.

Edinho Araújo despertou a atenção da mídia regional e nacional bem jovem, aos 27 anos, ao assumir uma cidade considerada de “fim de linha”, Santa Fé do Sul, e torná-la conhecida nacionalmente, por ações diferenciadas na cultura, lazer, esportes, educação, infraestrutura e turismo.

Ele entendeu desde cedo a importância de lidar bem com a imprensa. Jovem prefeito, acordava de madrugada para percorrer as ruas da cidade e passava todos os dias na emissora de rádio local, antes do sol sair, dando seu recado aos munícipes pelos radinhos de pilha, no final dos anos 70.

Prefeito da cidade natal (1977/82), criou uma assessoria de imprensa profissional que enviava textos impressos e fotos em papel para os principais jornais do Estado, registrando os feitos em Santa Fé.

Antes da massificação dos outdoors, e ainda candidato a prefeito, o político criava cartazes, placas e faixas para vender seu peixe.

DO TIJOLÃO AO ZAP

As milhares de entrevistas do político durante a longa carreira são retratos vivos de como as formas de comunicação mudaram nas últimas cinco décadas, de maneira mais célere nos últimos dez, quinze anos. Quando prefeito, em entrevista, testemunhava o esforço do repórter segurando com dificuldade um imenso gravador.

Com o avanço tecnológico, vieram os modelos compactos, como os

90 ANOS DA FOLHA

Por iniciativa do então deputado Edinho Araújo, a Câmara Federal realizou às 11 horas do dia 22 de fevereiro de 2011 uma sessão solene para homenagear os 90 anos do jornal “Folha de S. Paulo”. Em seu discurso, destacou que “além de noticiar, mostrar pontos de vista antagônicos, e ter opinião sem rodeios nos editoriais, a Folha também revolucionou a forma de se relacionar com seu público”, citando a ampla divulgação dada a seus projetos gráficos e editoriais e a criação, em 1989, da figura do ombudsman, representante crítico dos leitores.

gravadores com minifitas magnéticas e menos de meio quilo de peso aliviando os braços dos repórteres. E logo estariam no mercado os gravadores de voz digital pouco maiores que um maço de cigarros.

Em 2022, os repórteres usam seus próprios celulares para transmitir ao vivo, ou gravar e editar em segundos. É comum Edinho ser abordado e prontamente atender repórteres com celular na mão, gravando ou ao vivo – para emissoras ou nas redes sociais, e pelo whatsapp.

Durante a pandemia, o prefeito

esteve presente em pelo menos metade das 165 “lives”, transmissões ao vivo pela internet da Prefeitura, com atualizações permanentes sobre os números da Covid e a campanha de vacinação.

Em todas as fases da imprensa, dos tempos do impresso à produção digital, Edinho Araújo se acostumou a dar atenção igual a todos, mesmo que seja no improviso, geralmente com as palavras na ponta da língua; quando necessário, mobiliza seus assessores.

A ordem do político é clara: ser transparente e não deixar ninguém sem resposta.

Livros, vídeos e mídia espontânea registram a trajetória vitoriosa

Toda a trajetória de Edinho Araújo, desde a chegada dos pais à inóspita barranca do rio Paraná no final dos anos 40, a infância livre nas ruas de Santa Fé do Sul, a juventude e a militância comunitária, culminando com carreira política vitoriosa de meio século, está documentada em jornais regionais, em milhares de fotos, em livros e vídeos.

Na internet, Edinho também transita com desenvoltura, documentando não só a sua trajetória, mas tratando de questões cotidianas do homem público e dos laços familiares. Além de páginas nas redes sociais, mantém site pessoal em que compartilha parte de sua rica história.

Desde cedo, Edinho percebeu

que não basta apenas realizar obras e prestar bons serviços públicos. É preciso que as pessoas recebam e multipliquem essa informação. “Se as pessoas não ficam sabendo que aconteceu, é como se não tivesse acontecido”, costuma refletir, numa convicção bem-humorada.

O uso estratégico da comunicação foi essencial para nacionalizar o nome de um político que tinha base eleitoral minguada na região de Santa Fé do Sul. Como prefeito (1977/82), distribuía via Correio textos e fotos de suas realizações na cidade natal. Deputado estadual e depois federal, ampliou a presença na mídia concedendo entrevistas a emissoras de rádio, visitas a jornais e mantendo uma assessoria de comunicação atuante.

Edinho não se fez somente de mídia espontânea. Hábil comunicador, escolheu o sorriso como marca da carreira. Raros são os registros fotográficos em que aparece sisudo.

Tratou de registrar em livros dois momentos marcantes de sua carreira: a criação de novos municípios paulistas, a partir de uma lei de sua autoria, e as etapas da luta incansável de 28 anos pela construção da Ponte Rodoferroviária sobre o rio Paraná.

Com 210 páginas, o livro “O novo município novo” resgata a história e a luta dos emancipadores em 72 cidades que deixaram a condição de distritos para se tornarem novos municípios, com autonomia administrativa.

Em “O sonho realizado”, publicado em 1998 pela Editora Rio-pretense com edição de Lelé Arantes, Edinho Araújo narra não apenas a batalha política e as idas e vindas pela construção

da ponte rodoferroviária, mas também contextualiza a ocupação do Oeste paulista, numa narrativa de cunho histórico e documental. O escritor Fernando Morais, colega de Edinho na Alesp e autor do prefácio do livro, registrou:

- O que deveria ser um simples, às vezes maçante relatório, deu lugar a um interessante relato, com requintes de boa literatura, com todos os aspectos históricos e sociais que envolvem essa antiga reivindicação.

O livro “38 anos na estrada” (Mário Soler, 2010, Editora THS) registrou pela primeira vez com detalhes a história do político, suas origens, formação intelectual, campanhas eleitorais vitoriosas, conquistas regionais como deputado estadual e federal e como presidente da Codasp (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo – 2009/10).

Os dois primeiros mandatos

de Edinho à frente da maior cidade do Noroeste Paulista, São José do Rio Preto, entre 2001 e 2008, estão registrados em detalhes no livro “Rio Preto de Coração” (Mário Soler, 2016, Editora THS), que registra também os nove meses de gestão como Ministro da Secretaria de Portos, um trabalho que deixou boas marcas.

Faltava resgatar, em detalhes, a administração que elevaria Santa Fé do Sul à vanguarda dos municípios paulistas, pelo apoio à cultura, obras de infraestrutura urbana, saneamento, iluminação, telefonia e outras realizações importantes.

O livro “Os caminhos do futuro – Santa Fé do Sul, 1977/1982” (Mário Soler, 2019, Editora Midiacaipira) detalha em 196 páginas a transformação sofrida pela cidade à beira da barranca do rio Paraná, no extremo Oeste do Estado.

235
EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA Com o publicitário Saulo Nunes, que acompanhou toda a carreira política de Edinho, e à direita o prefeito participando de “live” na pandemia

TEM HÁBITOS SIMPLES E CURTE A FAMÍLIA LONGE DOS HOLOFOTES, EDINHO

Em cinquenta agitados anos de vida pública Edinho teve de conciliar a intensa atividade política com a vida familiar. Nem sempre foi fácil. Muitas vezes a distância o separava de prazeres comuns à maioria das pessoas.

“Lamento ter perdido muitos aniversários de meus filhos. Ligava para dar os parabéns, mas queria mesmo estar presente. Sobrava para a Maria Elza organizar tudo”, diz Edinho. “É grande a minha alegria de ter a Maria Elza como esposa, três filhos maravilhosos. Ela sempre segurou a barra em casa. Porque eu fiz a opção pela vida pública, fiz a opção por trabalhar o coletivo, e desde quando namorávamos ela sabia que eu tinha esse viés político.”

Emociona-se ao falar dos sete netos. “Eu sempre gostei deste núme-

ro sete. É um número perfeito. É um número bíblico. Eu gostaria que eles vivessem num mundo em que o respeito prevalecesse. É um mundo diferente, tendo em vista o que se prenuncia aí em termos de inovação, de tecnologia. Agora, nada substitui o respeito, o estudo, a simplicidade, a humildade, a fé.”

Em 2022 Edinho confessa que gostaria de ter mais tempo para curtir os sete netos – “neto é filho com mel”, filosofa sobre Gabriela e Thomas (filhos de Thaysa, advogada), Beatriz e Maria Cecília (filhas de Bethina, médica), Maria Victoria, Edinho Neto e Angelina (filhos de Edinho Filho, advogado com inclinação política – presidente do diretório municipal do MDB).

Muito ligado à família, Edinho é referência para a esposa, filhos e netos. É também apegado à mãe, responsável

236 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Edinho e a primeira-dama Maria Elza durante passeio de charrete na praça central do distrito de Engenheiro Schmitt, em julho de 2007 Edinho e Maria Elza com os filhos Thaysa, Edinho Filho e Bethina

por sua formação humanista e religiosa. Dona Bela, como é chamada, chegou aos 96 anos em 2022, lúcida e residindo em Santa Fé do Sul. O pai Emídio, referência política e ética, é falecido.

Em casa, quando tem curtos períodos de folga, tem hábitos simples. Curte a família, principalmente os netos. E vez ou outra consome um bom vinho. Faz pilates duas ou três vezes por semana.

Perguntamos aos familiares mais próximos como eles convivem com a agenda sempre corrida do político que, aos 73 anos, ainda cumpre diariamente uma série de compromissos administrativos e sociais – cedo, à tarde e à noite.

Seguem depoimentos da esposa Maria Elza, dos filhos Thaysa, Bethina e Edson, e da neta Maria Victoria.

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EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA
PÚBLICA
Edinho Filho com Angelina no colo, Thaysa segurando Gabriela, e Bethina, com Thomas; sentados, Edinho Araújo e Maria Elza com Edinho Neto, Beatriz, Maria Cecília e Maria Victoria Maria Victoria, Beatriz, Gabriela no colo de Edinho Araújo, Thomás no colo de Maria Elza, Edinho Neto, Maria Cecília e Angelina

Ele tem o dom

Nesses 50 anos de vida pública eu estive sempre ao lado do Edinho, como namorada, noiva e esposa. Quantas e quantas conquistas e realizações, e também alguns dissabores! Nós enfrentamos tudo com muita coragem e determinação.

Ele tem o dom de governar e o faz com prazer, sempre atuando no presente, cuidando das pessoas, e pensando no futuro, no bem-estar das próximas gerações. É incansável e ama o que faz.

Seu sorriso é sua marca indelével. Só pensa em fazer o bem. Participar de sua trajetória política me enche de orgulho. Sempre soube que eu tinha que dividi-lo, para somar depois, e assim eu fiz. Ele faz o que mais gosta – “prefeitar”com alegria, amor ao próximo, humildade e sabedoria.

(Maria Elza, esposa)

Uma dádiva de Deus

Nasci em 1978 e meu pai já era Prefeito em Santa Fé do Sul. Então, costumo dizer que desde que me conheço por gente dividimos ele com o povo. É claro que existem momentos nos quais gostaríamos de ter exclusividade e prioridade.

Mas ele é feliz assim, se doando para servir o povo, deixando assim seu legado eterno para nosso país. Passei parte da minha infância em estradas, dormindo no carro quando o sono batia, enquanto meu pai cumpria compromissos na cidade.

Uma das coisas que aprendi com ele nessas andanças foi apreciar a paisagem, as belezas naturais de cada região, e a admirar o cotidiano dos moradores em cada cidade, tudo regado a uma boa conversa e histórias ricas desses anos de experiência. Tê-lo como pai é uma dádiva de Deus.

Amor, humildade e sabedoria

Cresci tendo que dividir o meu pai com a vida pública, nem sempre foi fácil. Mas sempre que presente sabia como compensar sua ausência. Os anos foram passando e o orgulho de ter um pai tão querido, e capaz de melhorar a vida de tantas pessoas, foi só aumentando. Essa é a sua missão, a qual ele cumpre há 50 anos com muito amor, humildade e sabedoria. Sempre pensando no bem comum e com o olhar para frente, lança mão de sua criatividade e carisma para traçar suas conquistas. Obrigada por ser esse exemplo de pessoa e pai. Te amo.

O meu maior exemplo

Eu nasci no seu segundo mandato como prefeito de Rio Preto, cresci te vendo trabalhar e passar noites sem dormir para dar o seu melhor, pois essa é a sua maior paixão. Tive que aprender a lidar com as críticas por ser sua neta. Nem sempre é fácil, porém, ver o seu trabalho mostra que tudo está valendo a pena. Você é família, o meu maior exemplo. Aprendo muito com você e espero um dia fazer metade do que você fez a tantas pessoas nestes 50 anos de vida pública, sendo a sua essência e exercendo o que ama. Obrigada por tudo que fez a mim, por sempre estar presente na minha vida, obrigada por tudo que fez por Rio Preto e região. Sou sua maior fã, vovô!

Cinco décadas de trabalho e amor

Querido pai, parabéns pelos 50 anos de vida pública. Tudo começou em 1972, sua primeira eleição, e de lá para cá foram 12 eleições vitoriosas. Cinquenta anos dedicados ao trabalho intenso, ao interesse coletivo, às obras que impactam a vida das pessoas, sempre buscando um serviço público mais eficiente, e com um olhar especial aos que mais necessitam.

Cinco décadas, uma marca impressionante. Poucos terão esse registro para contar. Sabemos que não foi fácil, prefiro me abster de citar as dificuldades, pois as conquistas são muito mais importantes. É uma grande honra ser seu filho, e levar seu nome, tenho profunda admiração pelo senhor, que é meu grande exemplo. Desejo que Deus te conserve com saúde, para que possamos continuar tendo-o como gestor público, ouvinte, conselheiro, amigo, pai, filho, marido e avô.

DEPOIMENTO

UMA HISTÓRIA FELIZ DE CONEXÕES E VERBOS

Governar uma cidade é, antes de mais nada, conjugar verbos traduzindo ações; verbos que vão ao infinito a partir de ‘conectar’. É isso que o prefeito Edinho Araújo vem fazendo em suas administrações, tornando Rio Preto uma cidade ótima para se viver. Fez de Rio Preto uma cidade de muitas faces e desdobramentos, num múltiplo rodízio de obras, atitudes, ações.

‘Consertar’ daqui, ‘revigorar’ dali, ‘despoluir’ acolá, paulatinamente vão dando um visual urbano civilizado onde antes havia praças com entulhos, lixos, materiais descartados e sujeira. Aqui ‘nasce’ uma escola; ali ‘desponta’ um hospital numa área carente; acolá ‘surge’ uma secretaria para tratar de animais.

Dia a dia, ele vence desafios particulares e públicos, e o que é melhor, com fisionomia de vencedor e rosto sorridente. Sempre.

Temos um estadista. É só procurar no dicionário o significado: pessoa versada nos princípios ou na arte de governar; ativamente envolvida em conduzir as ações de governo e moldar a sua política; ou ainda pessoa que exerce liderança política com sabedoria e sem limitações partidárias.

A memória material da cidade nos aponta um futuro sem fronteiras, uma expectativa de excelência, porque Rio Preto chegou num ponto em que pode tudo.

Edinho...

Plantou uma floresta. Construiu um hospital. Edificou escolas. Despoluiu rios. Levou mais água às torneiras. Fez o tratamento de esgoto. Modernizou a infraestrutura. Promoveu a Cultura. Abriu estradas.

Implantou um anel viário. Revolucionou a mobilidade urbana Modernizou rodovias.

Construiu pontes.

Destravou portos.

Incentivou o esporte e o lazer. Valorizou a Cultura e as artes.

Cuidou das pessoas de todas as idades. Gerou empregos. Promoveu o desenvolvimento. Preservou nascentes. Transformou favela em lugar digno. Combateu o déficit habitacional. Garantiu segurança alimentar. Estimulou as cooperativas. Superou uma pandemia. Cumpriu Objetivos da ONU. Defendeu a causa animal. Protegeu as Mulheres.

Elevou Rio Preto a metrópole regional. Implantou a Guarda Civil Municipal. Melhorou a segurança pública.

Valorizou a sociedade plural. Defendeu a democracia.

Sonhou, realizou e foi homenageado.

Lutou contra o preconceito. Promoveu a Igualdade. Trabalhou em equipe. Brincou com as crianças. Amou a Família. Fez amigos. Combateu o bom combate, guardou a fé e segue a jornada.

Cecilia Demian Jornalista e escritora, acompanha a vida pública de Edinho Araújo desde os anos 80.

240 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
Texto:
50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

ENTREVISTA COLETIVA

Edinho, nos conhecemos nos anos 70 lá em Santa Fé do Sul. Fui seu vice-prefeito quando você iniciava a carreira de gestor, em 1977, e virei prefeito, em 1982, quando você deixou o cargo para disputar a eleição de deputado estadual. De lá para cá, como jornalista, acompanhei de perto sua trajetória vitoriosa e repleta de realizações em favor da região, do Estado de São Paulo e do Brasil. Passados cinquenta anos faço uma pergunta direta: você está pronto para pendurar as chuteiras?

RESPOSTA

Éuma tarefa impossível enumerar quantos profissionais de imprensa entrevistaram Edinho nestas cinco décadas. Entre tantos nomes conhecidos da imprensa, escolhemos um grupo que acompanhou de perto a trajetória do político. Alguns deles, desde o começo da carreira. Outros, quando o político já tinha projeção em Rio Preto, São Paulo e Brasília. Pedimos a cada um deles uma pergunta pertinente ao tema “50 anos de carreira”, resultando numa entrevista coletiva diferenciada. Registramos aqui o resultado.

Quero destacar inicialmente a grande contribuição que você, amigo Camargo, deu à história de Santa Fé do Sul, sendo um vice atuante e depois me substituindo no cargo de prefeito quando disputei a eleição parlamentar de 1982. Mantenho uma rotina intensa de trabalho desde o meu primeiro mandato de prefeito. Deito tarde, acordo cedo e gosto de trabalhar muito. Estou sempre querendo fazer melhor. Costumo dizer que me cerco de assessores que, em suas áreas, saibam mais do que eu. Nesta gestão como prefeito de Rio Preto tenho cumprido até 10 agendas por dia, desde reuniões no gabinete, para discutir os temas da cidade, à participação em eventos nos quais julgo que a presença do prefeito seja importante. Com esse ritmo intenso admito que será difícil parar. Penso em tirar, a partir do dia 1º de janeiro de 2025, um período sabático. Sempre sonhei com isso, mas não tinha sido possível. Não significa que vou pendurar as chuteiras. Ainda não me passou isso pela cabeça.

242 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
(Jornalista e radialista em Santa Fé do Sul e Votuporanga) Antonio Carlos de Camargo

(Jornalista, radialista e publicitário em Rio Preto)

Prefeito Edinho, Rio Preto parece ser uma cidade movida a grandes desafios. A questão é que os desafios nunca terminam. Daí a pergunta: como o senhor espera ajudar a cidade a solucionar o que promete ser, ao chegar à população de meio milhão de habitantes, o próximo grande desafio deste século? Como conter a gradativa perda de postos de trabalho no comércio, com o crescimento das vendas digitais, em detrimento das lojas físicas? Parece que, se a situação ainda não é alarmante, já começa a suscitar preocupações. Obrigado e parabéns pelo meio século de vida pública.

RESPOSTA

Caro Reyzinho, hoje, notamos a adoção de serviços digitais aliados ao atendimento presencial nas mais diversas atividades empresariais. Por mais que se utilize a tecnologia nas operações das empresas, creio que haverá a necessidade de pessoas para o atendimento. O desafio atual da administração e de todas as entidades parceiras, como universidades, escolas, empresas, associações de classe é identificar e formar os profissionais do futuro.

Para isso temos intensificado as parcerias entre o setor produtivo, academia e entidades a fim de formular a melhor política pública para atender a essa demanda. Tenho acompanhado missões empresariais em busca dessas novas estratégias para implantar em nossa cidade. A consolidação do Parque Tecnológico como vetor principal do desenvolvimento econômico do município e da Região Metropolitana voltada para área de tecnologia e inovação farão esse diferencial competitivo.

Edinho, desde os tempos de estudante em Ribeirão Preto você se destacava como um líder natural, democrático e participativo. Depois, em seus mandatos como prefeito e deputado, e também como ministro de Estado, teve a oportunidade de demonstrar na prática o seu respeito à democracia e à liberdade. Sua relação com a imprensa, por exemplo, sempre foi muito respeitosa. A democracia ainda é o melhor dos regimes?

RESPOSTA

Sem dúvida alguma, amigo Chico Melfi, ainda não se inventou nada melhor que a democracia! Porque ela representa a liberdade, a diversidade, a alternância de poder, a liberdade de pensamento e opinião. Nos regimes autoritários a verdade e a liberdade estão sempre em risco. Acredito que a nossa democracia, ainda jovem, irá amadurecer, aprendendo com os acertos e erros. De fato, você que acompanha minha trajetória desde o início sabe do apreço que tenho pelo regime democrático. Orgulho-me por ter iniciado a carreira política num período de resistência e luta por eleições livres.

Participei do movimento pelas Diretas-Já nos anos 80, uma mobilização nacional liderada em grande parte por membros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com forte apoio e eco na sociedade civil. Vivemos dias de esperança e de ceticismo, até o restabelecimento do voto livre e direto. No mundo há muitos exemplos de autocracia e um perigoso confronto entre grupos radicais. O bom senso e o equilíbrio devem prevalecer. E que Deus proteja a nossa democracia.

243 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
(Jornalista radicado em Jales, co-fundador de “O Jornal”, de Santa Fé do Sul) José Luís Rey Francisco Melfi

Edinho, qual o paralelo que você traça entre sua primeira vitória para prefeito de Santa Fé do Sul, em 1976, quando você era bastante jovem, e a primeira vitória para prefeito de São José do Rio Preto, no ano 2000. Os desafios que você enfrentou nessas duas épocas foram semelhantes?

RESPOSTA

Meu amigo Deonel, foram duas épocas distintas, mas com desafios semelhantes. Vencer a primeira eleição e administrar a cidade natal com apenas 27 anos de idade foi, por um lado, uma honra, e por outro uma responsabilidade imensa. Tinha que mostrar a que vinha, depois da expressiva votação que recebi e da expectativa em torno da minha gestão. Foi um tempo de aprendizado, de muito trabalho e poucos recursos. Formei uma equipe competente, mudamos a infraestrutura da cidade e lançamos as bases para tornar Santa Fé uma estância turística.

A principal diferença em relação à eleição de 2000, quando me tornei prefeito de Rio Preto, foi a experiência acumulada nos mandatos como deputado estadual e federal. A expressão “forasteiro” foi cunhada por adversários políticos, mas nunca me incomodou. Afinal, minha mãe, a dona Bela, nasceu e morou um período em Rio Preto com meu avô José Bernardes Coelho. Eleito, notei que os desafios se multiplicaram em comparação com os tempos de Santa Fé. Tive de resolver a falta de água que afetava todos os bairros no primeiro mandato. No segundo, a cidade tinha apenas 3% do esgoto tratado. Construímos um sistema que hoje trata 99% de todo o esgoto gerado no município. Enfim, toda a minha carreira foi movida a desafios. E agradeço muito a Deus por ter me dado saúde para vencê-los.

(Radialista e jornalista do jornal “A Cidade”, de Votuporanga)

Edinho, como um político sempre muito ativo, você participou de várias associações de municípios, como a Amop (Associação dos Municípios do Oeste Paulista), importante na luta pela Ponte Rodoferroviária no rio Paraná, uma das mais importantes e estratégicas obras do País. E também participou ativamente da AMA (Associação dos Municípios da Araraquarense). Qual foi a importância da participação nessas associações para a sua trajetória política?

RESPOSTA

Caríssimo João Carlos, sou um municipalista convicto. O saudoso Franco Montoro já ensinava que as coisas não acontecem no Estado ou na União. É no município que tudo acontece. Luto desde o início da carreira pela valorização dos municípios. Hoje, eles têm cada vez mais encargos sem a necessária contrapartida em recursos financeiros. A Amop, de fato, foi a principal tribuna para conquistarmos a Ponte Rodoferroviária sobre o rio Paraná, por onde passam hoje 10% da soja exportada pelo Brasil.

Foram tempos de intensa mobilização, com concentrações memoráveis em defesa da ponte e muita pressão sobres os governos estadual e federal para que a obra não parasse. A AMA também tem um histórico de luta pelos municípios e até hoje mantém sua sede em São José do Rio Preto. Fui presidente benemérito e, como parlamentar, trabalhei em sintonia com a entidade e as causas regionais. Juntos, os municípios serão mais fortes e terão maior poder de pressão na busca por verbas e obras.

244 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA
(Jornalista do “Jornal de Jales”) Deonel Rosa Junior João Carlos Ferreira

(Jornalista e ex-secretário de Comunicação da Prefeitura de Rio Preto)

Prefeito Edinho, são 50 anos de uma carreira política vitoriosa. Qual o segredo do sucesso? O que o Edinho de hoje diria para o Edinho no início da carreira?

RESPOSTA

Prezado Ruy, começo pela última pergunta. Eu diria ao Edinho do início da carreira que a persistência daquele jovem sonhador foi fundamental para pavimentar essa longa estrada que percorri na vida política. E que ainda hoje, passadas cinco décadas, inspiro-me nele e agradeço por ter sido o alicerce desta trajetória longeva. Comecei a carreira como prefeito, aos 27 anos, quando o caminho natural, para muitos dos meus amigos, seria disputar a vereança. Mas eu sempre quis ter a caneta, sempre quis pôr a mão na massa, e mudar para melhor a vida das pessoas.

Depois tive experiências legislativas, e foquei meu trabalho em ajudar a região e as pessoas. Voltei ao executivo na Codasp, na Prefeitura de Rio Preto e no Ministério de Portos. Sobre as 12 eleições seguidas tenho a dizer que devo tudo ao povo desta cidade e da região. Agradeço por terem observado meu trabalho correto e retribuído com seu apoio nas urnas. Mesmo nas eleições legislativas minha votação foi expressiva nesta região, o que, na prática, fez-me um deputado distrital. Agradeço muito a Deus pela saúde que tenho.

A CORAGEM PARA DIZER “NÃO”

Lelé Arantes

(Jornalista, escritor e historiador em Rio Preto)

Edinho, na sua extensa trajetória política, em algum momento o senhor pensou em um dia ser governador do Estado São Paulo ou disputar a Presidência da República? O que o impediu de tentar?

RESPOSTA

Caro Lelé, na política nada é definitivo e sempre é possível uma mudança de rumos. Não me passa pela cabeça, neste momento, disputar um desses cargos. Em alguns momentos da minha carreira, amigos próximos incentivaram-me a concorrer ao governo de São Paulo, ou a uma vaga de vice. Respondi a essas pessoas que preferia trabalhar pela região, estar mais próximo das demandas de Rio Preto. Ocupei um cargo de projeção nacional como Ministro de Portos, mas quando voltei à Câmara Federal preferi dedicar-me à discussão de grandes temas, um deles o código florestal. No Legislativo, fui um deputado distrital na prática. Cheguei a ter 82% da votação nesta região, o que levou o Estadão a citar-me em reportagem como um exemplo de voto distrital. Devo confessar que o que mais me deixa feliz é poder sonhar, projetar e concluir uma obra ou serviço, realizar um grande evento, um projeto cultural, educacional ou esportivo. E poder ver de perto como isso beneficia as pessoas na prática. É gratificante

Governar é planejar, priorizar, executar. Portanto, não dá para fazer tudo nem agradar a todos. Acho que prefeito bom é aquele que tem coragem de dizer ‘não’. Digo mais ‘não’ do que ‘sim’. Prefeito tem que ter firmeza. Uma coisa que fizemos tão logo assumimos foi reabrir, fazer um governo democrático. Olha a participação que tem a sociedade hoje no nosso governo...

Edinho Araújo, ao responder à pergunta “Como agradar aliados?”, feita por jornalistas do Diário da Região em entrevista especial de fim de ano publicada em dezembro de 2019.

245 EDINHO ARAÚJO 50 ANOS DE VIDA PÚBLICA

O que eles disseram...

Edinho tem participação em toda importante obra ou conquista da Região Noroeste do nosso Estado. Por meio do seu trabalho, conquistou o respeito e tem a gratidão de todos.

(Rodrigo Garcia, governador do Estado de São Paulo-2022)

Edinho Araújo é um grande gestor público, brilhante, competente, sério e transformador. Um ser humano correto, sensato, equilibrado e generoso. Bom pai, marido, amigo, companheiro e sobretudo patriota. Um orgulho ter sua amizade.

(João Doria, governador do Estado de São Paulo-2019/2022)

O Edinho sempre foi meu mestre, minha inspiração. Foi importante nos meus primeiros passos e nunca me faltou. Sem dúvida é o melhor prefeito da história de Rio Preto.

(Itamar Borges, deputado estadual)

O Edinho Araújo, por onde passa, carrega no coração e na mente o melhor conceito de municipalismo. O que nos une é essa convicção de que as pessoas moram nos municípios e que, por isso, a mais honrosa missão pública é poder administrar uma cidade.

(Simone Tebet, senadora - MDB)

Como empreendedor social, tenho a honra de trabalhar em colaboração com Edinho no projeto de combate à pobreza na Favela Marte. Um líder sereno, nos dias mais desafiadores. Incansável, nas mais altas horas. Lúcido nas incertezas. E entregue a Rio Preto, em níveis do amor de um pai por uma filha.

(Edu Lyra, empreendedor social, CEO da ONG Gerando Falcões)

Você me faz lembrar Thiago de Mello: ‘quem sabe onde quer chegar, escolhe o caminho certo e o jeito de caminhar’

(Geraldo Alckmin, em carta de próprio punho, a Edinho, em 1/4/1983 –reproduzida no livro “Edinho Araújo: 38 anos de estrada)

Um homem que sempre se orgulhou de ser político, que apostou na política do bem, que, como Edinho mesmo diz, é a política moralizadora, que constrói, com foco no bem-estar do cidadão.

(Presidente da República Michel Temer-2016/2018, em posfácio do livro “Rio Preto de Coração”)

O Edinho certamente está se recordando dos dias em que sonhávamos com a ponte (...), que é uma obra comparável a poucas no mundo.

(Presidente Fernando Henrique Cardoso, na inauguração da Ponte Rodoferroviária no rio Paraná, em 1998)

Sua atuação é pautada por uma visão lúcida dos problemas nacionais, temperada sempre pela experiência concreta ao longo de uma invejável carreira política

(Ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira, no livro “38 anos de estrada”)

Desempenhando várias funções públicas, seja estadual ou federal, ministro ou nosso prefeito, Edinho sempre foi um legítimo representante de nossa região. Meus cumprimentos por estes 50 anos de vida pública.

(Antônio Cabrera Mano Filho, vice-cônsul da Espanha, empresário, ex-ministro da Agricultura)

O que eles disseram...

Judicando na 1ª Vara Criminal, e principalmente agora como Diretora do Fórum, posso afirmar o quão é empenhado o Prefeito Edinho Araújo nas causas do Judiciário. Com sua ajuda conquistamos a Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e em breve reforma do prédio criminal, no centro da cidade. Em 50 anos de vida pública sempre prezou pelo dogma constitucional da harmonia e independência dos Poderes da República.

(Juíza Luciana Cochito, diretora do Fórum de Rio Preto)

Além de um ser humano respeitoso, atencioso e construtivo, Edinho é um grande parceiro dos empresários. Sua relação com o LIDE Noroeste Paulista é de muita verdade e colaboração. Para mim, é um político visionário, um gestor que atende às expectativas dos empresários. Mesmo há tanto tempo na vida pública, faz questão de ouvir, entender e lidar com o setor privado como se estivesse nele.

(Marcos Scaldelai, empresário, presidente do LIDE Noroeste Paulista)

O prefeito Edinho é um homem público que tem uma visão global de todos os problemas que a cidade enfrenta, e tem uma capacidade enorme de liderança. Na saúde, nos dá respaldo técnico e financeiro para oferecermos o melhor serviço aos usuários do SUS. Só temos a nos espelhar e agradecer a esse grande homem público, humano, responsável e comprometido com a sociedade rio-pretense.

(Nadim Cury, médico, provedor da Santa Casa de Misericórdia Rio Preto)

Diálogo é a palavra que define a relação entre a Acirp e o prefeito Edinho Araújo. Suas gestões foram muito próximas da Associação Comercial, dando espaço para ouvir as reivindicações do setor produtivo. Nessa sintonia, conseguimos promover um ambiente de negócios perfeito para criar emprego e gerar renda.

(Kelvin Kaiser, empresário, presidente da Acirp - Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto)

No colégio Santos Dumont, em Ribeirão Preto, você repetia o bordão de que seria prefeito. A ponto de, na intimidade do nosso grupo, seu apelido ser nada menos do que Prefeito.

(José Maria da Costa, juiz de direito, amigo de colégio de Edinho – livro “Edinho Araújo: 38 anos de estrada)

Edinho Araújo é um dos maiores políticos que eu conheci na minha vida. Sempre reconduzido aos mandatos eletivos pelo povo, e olha que isso é uma parte de sua grandeza. A sua visceral essência democrática será aquela mais lembrada. Esse é o seu maior legado: o amor à democracia”.

(Evandro Pelarin, juiz da Vara da Infância e Juventude de Rio Preto)

É fácil falar sobre o amigo Edinho, pois ele exerce a vida pública por vocação. Exala excepcional paixão e produtividade. Sua longa carreira é uma inspiração aos que se aventuram pelas trilhas da coisa pública. Se um legado não é o que se deixa para as pessoas, mas o que se deixa nas pessoas, com certeza Edinho tocou e continuará tocando vidas… Soli Deo Gloria!

(Rev. Mário Sérgio de Góis, pastor da Igreja Presbiteriana Independente)

Trabalhamos com Edinho desde a fundação da Apeti, há quase 20 anos. Ele tem sido um importante parceiro no desenvolvimento do setor de tecnologia. Sempre apoiando nossos projetos que impactam um importante setor produtivo da nossa região e que se tornam cada vez mais importantes para a nova economia. Um líder inspirador de visão sistêmica e colaborativa.

(Marcelo Lorencin, fundador e presidente da APETI - Associação dos Profissionais e Empresas de Tecnologia da Informação) nos biênios 20/21 e 22/23)

Nos últimos 23 anos que acompanho a vida pública do Edinho, celebrando atualmente seus 50 anos de serviço prestado à sua comunidade, vejo nele determinação e sensibilidade para colocar no coração de seus liderados a vontade de realizar sempre o melhor. Daí o resultado vitorioso da sua caminhada. Gratidão sempre.

D’Amico,

O Edinho é um político que preza muito a democracia. Como presidente da Câmara, fui testemunha do respeito que ele tem para com o Poder Legislativo, trabalhando sempre em defesa da harmonia entre os poderes. Essa união tem proporcionado progresso e desenvolvimento para a cidade.

(Paulo Pauléra, vereador, presidente da Câmara em Rio Preto - 2023/2024)

(Aldina Clarete diretora do Ciesp - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo Noroeste Paulista)

MOMENTO POESIA

A vida corrida e as constantes agendas não impedem Edinho de manter a leitura como hobby. Faz isso nas madrugadas insones, que são muitas. Nos últimos meses de 2022 leu uma série de biografias. Impressionou-se com a de Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá, comerciante, armador, industrial e banqueiro brasileiro, “um homem visionário”. O lado que poucos conhecem é o do poeta Edinho. Dois poemas inspirados em fatos reais vivenciados na infância em Santa Fé do Sul (Rua 14 e Noite surreal) foram publicados em coletâneas de autores rio-pretenses, cujos textos reproduzimos.

RUA 14

Na viagem à infância, andança afetiva Num mundo passado, Lá estava ele, Meu cachorro sonhado “policial” de pelo ondulado, Brilhoso e matizado, Dentro de um engradado. De madeira.

Encolhido, sofrido, Fugiu da carrocinha cruel E chegou a Santa Fé esse companheiro No trem misto de carga e passageiro. Amigos da minha idade e coração

Receberam na estação, Vindo de Rio Preto, Com abraço e afeto meu novo cão. Da minha vida tornou-se par, Aprendia ligeiro, sabia sentar, Dar a patinha pra cumprimentar.

De pé, as patas no peito do “adversário”, Ele me defendia nas lutas simuladas, Coisa de meninos!

Que belos dias passamos!

De tudo brincamos, Bola na praça Dias de graça.

Lembro do gol, marcado Com nossa roupa, sapato e cuidado, Ele cheirava peça por peça, Era bom de cabeça, Achava as minhas e do meu irmão E levava na boca, com carinho, De volta à casa, ali pertinho.

Incorrigível brincalhão, Dele não escapava cidadão Que lhe passasse na frente, Mormente os estranhos. Mordilhava a barra da calça, Fazia estragos, era normal. E lá ia meu pai repor a calça da vítima, “perdão, ele é muito folgazão, Não faz por mal”

Assim eram as alegrias da vida, Arrancadas de supetão Num domingo de macarrão

E frango com colorau, Fogão a lenha fumegando, A mesa da varanda, sol brilhando, Flores nos vasos Mãe servindo a comida, A tubaína gelada Felicidade pura nas manhãs de domingo.

Então, Ele chega babando, Cambaleando, agonizando.

Convulsão, susto, gritos, choro. “É bola”, “Ele está morrendo”, “É crime!” “Só pode ser fulano!”

A gritaria quebra a calma. Mãe, heroica, boa alma, Tenta salvar com leite goela abaixo, Eliminar a bola de carne Com veneno mascarada Que o inocente comeu. Pura maldade.

Em vão... ele morria. Eu, com 10 anos de infância, Um grande amigo perdia.

Pai, justiceiro, juiz de paz na cidade, Autoridade, Pega o revólver. Enfia as balas. “Questão de política!”

E mais uma bala aqui

Para fazer justiça ali, Segurei-o para impedir mais violência. Ele aceita com paciência, Faz o último carinho no cão. A realidade dolorosa Inunda nosso coração de criança.

Tudo aconteceu na rua 14, Na mesma casa

Em que inda hoje vive minha mãe, Dona Bela, Bordando aos 93 anos Na varanda sombreada Onde morreu o meu Duque.

Aos seus pés, cochila Raí, Um vira-lata caramelo Que encontrou o portão aberto, Entrou e ficou.

É nessa companhia amorosa Que dona Bela, Na mesma máquina em que costurou Dezenas, centenas de diáfanos Vestidos de noiva, Passa seus dias tecendo Um bordado de felicidade, Num perene tecer da própria vida.

Edinho Araújo

Do livro “Babel Poética” (pág. 105) Editora Ponto Z, 2019.

NOITE SURREAL

Natal no Interior, tem uma graça especial Nossa vida de menino era sempre igual Carrinho de rolimã feito no fundo do quintal Partida de bolinha de gude, tão disputada Empinar papagaio, de seda esvoaçada Nadar no corgo limpinho, alvoroço da molecada.

E as peladas, então? De pés descalços na terra batida... Meus passos de criança me levaram a tantos sonhos.

Um dia, chegava o circo com o globo da morte, alegria! Ou um parquinho barulhento com roda-gigante, cheio de magia

A gente encontrava amigos, sinal de folia Atraídos pela música e cantoria.

De estilingue, a meninada caçava... Codorninhas na arapuca aprisionava Todo mundo seu estilingue levava Tão barato, tão necessário Marca registrada da infância.

Mas nada ofuscava o Natal, o grande dia Maior festa do ano, de pura magia Famílias na praça, lojas iluminadas, tudo contagia Luzes festivas pipocavam com energia.

Casa Kumayama, Bazar do Ovídio Ondei, o cinema O jardim da praça, tudo em brilho, luminoso poema.

E no seu canto, Canequinha sonhava Era um pobre sujeito que nas ruas andava Bom de coração, meio falho da cabeça, a ninguém amolava Fazia parte do folclore, puxava conversa, trabalho não dava.

Seu problema: não gostava do apelido Ninguém sabia seu nome de batismo.

A palavra Canequinha lhe despertava um furor E ele desembestava pela rua, bufando de pavor Esbravejava, espumava o rosto em dor Até cair um ataque epilético, seja onde for.

O povo se acostumou com essa cena, nada amena E quem mais importunava o pobre era a molecada Ansiosa por coisa inusitada; pra eles, engraçada.

Naquele Natal, alguém tocado pela mística da data Que traz os anjos em chuva de prata Resolveu animar aquela cidade pacata E vestir Canequinha com a figura mais grata.

Papai Noel. Sim, por que não? Era o sonho secreto daquele cidadão.

E nunca se viu um Papai Noel Tão compenetrado e feliz no seu papel De vermelho e barba branca, ao seu personagem fiel Em cima do caminhão, que lhe parecia lindo carrossel.

Canequinha não mais sonhava. E, sim, vivia um mundo de crianças felizes De afagos gentis, rostos bondosos, tudo sorrindo Olhava a lua e pensava: esse mundo bom existe Nunca mais quero ser triste Joga balas e pirulito que a criançada não resiste Distribui abraços e beijos, e a lua a tudo assiste.

Mas danado dum moleque reconhece a figura Grita: Canequinha! Ia começar uma desventura Ele firme, nada abalava sua alma pura Mas queriam leva-lo à loucura.

Canequinha! Canequinha! Canequinha! Canequinha! Papai Noel é o Canequinha!

De repente, aquela bem-aventurança passou Nuvens pesadas na cabeça, o mundo girou Seu Papai Noel um monstro virou O sonho de uma noite de Natal acabou...

Ele dispara pela rua, desfigurado, o rosto transtornado A baba caindo, a fúria nascendo.

Ninguém segura o homem. Arrancou a fantasia E caiu num forte acesso, cara no chão, cabeça zumbia Desceu aos infernos, estrebuchou braços e pernas sem energia Vai passar, vai passar, e se deitou na rua vazia.

Jaz Canequinha no chão Junto com seus sonhos, frustrações e angústias Ao fundo ainda se ouve o alarido dos petizes... Esperou o corpo sossegar. Olhou devagar para o céu de Natal Eram só ele e sua lua naquela noite surreal Naquela noite de Natal.

Edinho Araújo

Do livro “Natalândia – memórias da criança que hoje é presente (pág. 51) Editora Ponto Z, 2019

Mário Soler é escritor e jornalista desde 1976, com passagens pelos principais veículos de comunicação de São José do Rio Preto. Foi também professor universitário e em 2022 ocupa o cargo de Secretário de Comunicação da Prefeitura (desde 2017). Mestre em Telejornalismo Regional pela Unesp de Bauru em 2005, com a dissertação “Quem pauta a pauta”, disponível no site da Faac (Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design). Autor dos livros: “Jocelino Soares – Vida, Obra e Crítica”, Editora Rio-pretense (Casa do Livro -1999); “Coisas da Vida” (THS Editora – 2011); “Edinho Araújo, 38 anos na estrada” (THS Editora – 2010); “Rio Preto de Coração” (THS Editora – 2016), “Os caminhos do futuro” (Midiacaipira – 2016). Natural de Ida Iolanda, em 5 de agosto de 1955.

Milton Rodrigues é escritor e jornalista desde 1983, formado em Comunicação Social pela União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago). Foi editor-chefe do jornal Diário da Região de São José do Rio Preto (2006/2009 e 2015/2020); editor-chefe do jornal Folha da Região de Araçatuba (2011/2012); chefe de Pauta, Produção e Reportagem da TV Record de São José do Rio Preto (2010). Autor dos livros: “Avenida da Saudade, o América de Rio Preto na Era Pelé” (THS Editora - 2004); “São José do Rio Preto Ano a Ano” (com Lelé Arantes, THS Editora - 2010); “José Bonifácio de A a Z” (com Lelé Arantes, THS Editora 2010); “América 60 Anos” (com Vinícius de Paula, THS Editora2006); “Todos os Derbis” (com Vinícius de Paula, THS Editora 2008), projeto vencedor do Prêmio Nelson Seixas. Natural de Tanabi/Ecatu, em 20 de abril de 1964.

OS AUTORES

Adepto da filosofia de que ninguém faz nada sozinho, Edinho Araújo sempre procurou valorizar os auxiliares diretos. Ao mesmo tempo, cobra eficiência no exercício das funções. “Na impossibilidade de nominar a todos, quero dizer que sou grato aos profissionais que em diferentes fases me acompanharam nos mandatos de prefeito, no ministério, na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa de São Paulo”, diz Edinho. Confira os times do primeiro escalão das gestões de Edinho em São José do Rio Preto.

MANDATOS 2017-2020 / 2021-2024

Vice-prefeitos

Orlando Bolçone - 2021/2022

Eleuses Paiva - 2017/2020

Chefe de Gabinete

Zeca Moreira - 2017/2022

Administração

Adilson Vedroni - 2021/2022

Luís Roberto Thiesi - 2017/2020

Agricultura e Abastecimento

Pedro Pezzuto Junior - 2017/2022

Assistência Social

Helena Marangoni - 2021/2022

Maria Silvia Fernandes - 2017/2020

Comunicação Social

Mário Soler - 2017/2022

Luís Fernando China - 2022 Josiane Amoriele - 2022

Cultura Pedro Ganga - 2017/2022

Desenvolvimento Econômico e Negócios de Turismo

Jorge Luís de Souza - 2018/2022

Liszt Reis Abdala Martingo - 2017/2018

Educação

Fabiana Zanquetta – 2021/2022

Sueli Amâncio Costa – 2017/2020

Israel Cestari Junior – 2017 Elisabeth Abelama Sena Somera – 2017

Esportes e Lazer

Fábio Marcondes - 2021/2022 Cléa Bernardelli - 2017/2020

Fazenda José Martinho Ravazzi Neto – 2021/2022 Angelo Bevilacqua Neto – 2017/2020

Governo e Riopretoprev

Jair Moretti - 2017/2022

Habitação

Manoel de Jesus Gonçalves – 2021/2022 Fabiana Zanquetta – 2017/2020

Meio Ambiente e Urbanismo Kátia Penteado Casemiro – 2017/2022

Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial

Maria Cristina Augusto - 2021/2022

Maureen Leão Cury - 2017/2020

Obras

Israel Cestari Junior - 2021/2022 Sérgio Astolfo Issas - 2017/2020

TRABALHO EM EQUIPE

Planejamento Estratégico

Orlando Bolçone - 2021/2022

Israel Cestari Junior - 2017/2020

Procuradoria-Geral do Município Luís Roberto Thiesi - 2021/2022 Adilson Vedroni - 2017/2020

Comissão Municipal de Licitação Wanderley de Souza – 2017/2022

Saúde e Higiene Aldenis Borim - 2017/2022 Eleuses Paiva - 2017

Serviços Gerais

Ulisses Ramalho de Almeida - 2017/2022

Trabalho e Emprego

Adriana Romano - 2021/2022 Márcia Caldas - 2021 Edemilson Favaron - 2017/2020

Trânsito, Transporte e Segurança

Amaury Hernandes - 2018/2022 Marcos Augusto Apóstolo - 2017/2018

Fundo Social de Solidariedade

Maria Elza Araújo - 2017/2022

Semae Nicanor Batista Junior - 2017/2022

Secretaria do Bem-Estar Animal Cláudia de Giuli - 2022

Diretoria do Bem-Estar Animal Karol Prado - 2017/2020 Kelsen Arioli - 2021/2022

Procon

Jean Dornelas - 2021/2022 Arnaldo Vieira – 2017/2020 Ésio Pereira dos Santos Filho - 2017

Emcop

Pedro Nimer Filho - 2021/2022 Adão da Costa Morais - 2017/2020

Empro

Angelo Bevilacqua - 2021/2022 João Pereira Curado Junior - 2017/2020

Emurb Rodrigo Ildebrando Juliano - 2018/2022 Angelo Bevilacqua - 2018 Vânia Pelegrini Bucater - 2017/2018

Guarda Civil Municipal

Victor Cornachioni - 2021/2022

Sílvio Pedro da Silva - 2017/2020

Defesa Civil Carlos André Lamin - 2017/2022

Escola de Gestão Pública

Ronaldo Dutra - 2021/2022

Celso Tucci - 2017/2020

Subprefeitura de Engenheiro Schmitt Jeferson Vinicius Marascalqui - 2021/2022

Devair Oliveira - 2017/2020

Subprefeitura de Talhado

Ronaldo Adriano de Oliveira - 2021/2022 Pedro Nimer Filho - 2017/2020

MANDATOS 2001/2004 –2005/2008

Vice-prefeitas

Maurren Leão Cury – 2001/2004 Eliana Storino – 2005/2008

Chefe de Gabinete Zeca Moreira – 2001/2008

Fundo Social de Solidariedade Maria Elza Araújo - 2001/2008

Administração

Luís Roberto Thiesi – 2005/2008 Adilson Vedroni – 2001/2004 Claudio Leme Filho – 2001

Agricultura e Abastecimento Lourival Pires Fraga – 2001/2005 Sérgio Expressão – 2005/2008

Assistência Social, Trabalho e Direitos da Cidadania

Matsuel Martins – 2001/2004 Maria Silvia Fernandes – 2005/2008

Comunicação Social

Roberto Egydio Lofrano - 2001 Patrícia Pimentel Mendes – 2001/2004 Ruy Dias Sampaio – 2005/2008

Cultura

Ruy Dias Sampaio – 2001/2004 Pedro Ganga – 2005/2008

Desenvolvimento Econômico e Negócios de Turismo

Yolanda Bassitt – 2001/2004 Márcio Sansão – 2005/2008 Liszt Abdalla Martingo – 2008

Educação

Maria do Rosário Laguna – 2001/2008 Wilson Maurício Tadini – 2001

Direitos e Políticas para Mulheres Maureen Leão Cury – 2005/2008 Maria Silvia Fernandes – 2008

Esportes e Lazer

Hélio Rollemberg Trefiglio – 2001/2004 Alcides Zanirato – 2005/2008 Jesus Gregorin e Marino Manella – 2008

Fazenda

Dorival Ita Adão – 2001/2002

José Aparecido Ciocca – 2002/2008 Celso Nunes Gonçalves – 2008

Secretaria de Governo

Carlos Eduardo Feitosa – 2001/2002 Jair Moretti – 2003/2008

Habitação

Regina Chueire – 2001

Jorge Demian – 2002

Irineu Polacchini Junior – 2003/2004 Sérgio Camargo – 2005/2007

Jorge Demian – 2007/2008

Jorge Abdanur – 2008

Luís Carlos Queiroz Pereira Calças – 2008

Meio Ambiente e Urbanismo

Marco Antonio Rillo – 2001

Pedro Henrique de Almeida – 2001

Jorge Demian – 2001

José Carlos de Lima Bueno – 2002/2006 Humberto Scandiuzzi – 2006/2008

Obras

Pedro Henrique de Almeida – 2001/2002

Israel Cestari Junior – 2002/2008

Planejamento e Gestão Estratégica

Orlando Bolçone – 2001/2008 Milton Faria de Assis Junior – 2008

Saúde e Higiene

José Carlos Cacau Lopes – 2001/2004 Arnaldo Almendros de Mello – 2005/2008

Serviços Gerais

Marco Antonio Rillo – 2003/2004

Israel Cestari Junior – 2004 Paulo Pauléra – 2005/2008 José Antonio Visqueto – 2008

Trânsito e Transportes

Osório Mantovani Junior – 2001

Jorge Demian – 2001 Nicanor Batista Junior – 2002/2004 Rui Carlos Giorgi – 2005/2006 Amaury Hernandes 2007/2008

Procuradoria-Geral do Município Adelício Teodoro – 2001/2004 Adilson Vedroni – 2005/2008

Comissão Municipal de Licitação José Alberto Mazza de Lima – 2001 Luís Roberto Thiesi – 2002/2008

Guarda Civil Municipal Mário de Souza Rodrigues – 2006/2008

Riopretoprev Adilson Vedroni – 2002/2008

Emcop Jorge Demian – 2001/2008 Luís Carlos Queiróz Pereira Calças – 2008

Emurb

Jair Moretti – 2001/2002 Marcelo Gonçalves – 2003 José Luiz Franzotti – 2005 Jair Moretti – 2006/2008

Empro Eder Marcelo Santil – 2001 Suzélide Cristina Tenani – 2002/2008

Procon Paulo Roberto Dodi – 2001/2004 Merli Garcia Diniz – 2005/2008

Defesa Civil João Máximo de Carvalho – 2001/2008

DAE Poty Peloso Jorge – 2001

Semae Poty Peloso Jorge – 2001/2002 Laerte Teixeira da Costa – 2002/2003 Mário Soler e Israel Cestari– 2003 José Luiz Salvador – 2003/2004 Nicanor Batista Junior – 2005/2008

Subprefeitura de Engenheiro Schmitt Gilberto Martins Lira – 2001/2008

Subprefeitura de Talhado Sidenir Martins da Silva – 2001/2008

FONTE: livro “São José do Rio Preto – compromisso com o futuro” (Dezembro de 2008) e autores

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