Revista GPS Brasília 25

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Diretora de ConteĂşdo Paula Santana Editora-chefe Marcella Oliveira Editora de Criação Chica MagalhĂŁes (QVQITCĆ‚C Celso Junior, Bruno Cavalcanti e Luara Baggi Produção Executiva Karine Moreira Lima Pesquisa de Imagens Enaile Nunes Reportagem Ă lef Calado, Carolina Cardoso, Carolina Samorano, Larissa Duarte, Marina Adorno e NathĂĄlia Sirnes Colaboradores Edinho MagalhĂŁes, Isadora Campos, Lucas Vieira, Maria Thereza Laudares, MĂĄrio Rosa, PatrĂ­cia Justino, Rodrigo Grunfeld e Tavinho Costa RevisĂŁo Jorge Avelino de Souza Diretor Executivo Rafael Badra Diretora de Estilo Flaviany Leite Diretor de Relacionamento Guilherme Siqueira

GPS|BRASĂ?LIA EDITORA LTDA. www.gpslifetime.com.br

Gerente Comercial Will Madson

SĂ“CIOS-DIRETORES

Contato PublicitĂĄrio JosĂŠ Roberto Silva

RAFAEL BADRA PAULA SANTANA FLAVIANY LEITE GUILHERME SIQUEIRA

Tiragem 30 mil exemplares Circulação e Distribuição EDPRESS Transporte e Logística

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EQUIPE

Chica Magalhães

Marcella Oliveira

Celso Junior

Larissa Duarte

Marina Adorno

Enaile Nunes

Bruno Cavalcanti

Luara Baggi

Karine Moreira Lima

COLABORADORES

Álef Calado

Carolina Cardoso

Carolina Samorano

Eduardo Medeiros

Nathália Sirnes

Lucas Vieira

Rodrigo Grunfeld

Tavinho Costa

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ANO 8 – Nº 25 – DEZ-19 JAN/FEV-20

Deborah Secco veste look total Louis Vuitton, sapatos Christian /RXERXWLQ H MRLDV *ULƓWK A atriz foi fotografada por Tavinho Costa, com styling de Rodrigo Grunfeld e beleza Lucas Vieira

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A ELEMENTAR EXUBERÂNCIA DAS CONTRADIÇÕES

62

ÍCONES

A DESCENDÊNCIA DO GÊNIO

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ARTIGO POR MÁRIO ROSA

66

A LEILOEIRA

70

UMA GALERIA DE EXPERIÊNCIAS

72

RESSIGNIFICAR A CONSCIÊNCIA

74

BERNARDINHO, O LEVANTADOR

Brasília e seus cinco elementos

34 36

Paulo Niemeyer e o legado do bisavô

EMARANHADOS DE INTANGÍVEIS EMOÇÕES Chiharu Shiota chega a Brasília em 2020

38

VIK MUNIZ

44

O DESIGNER DE SIGNIFICADOS

O mundo imaginário do artista brasileiro Humberto Campana e 35 anos de carreira

Isadora Campos elenca mulheres empreendedoras Homem frágil: a felicidade é para ser compreendida Silvia de Souza celebra 25 anos da Casa Amarela Grupo Todde inaugura a Alagemovits Art Peça Rara Brechó propõe o consumo sustentável

49

UM NOVO OLHAR PARA O MASP

52

MOVIMENTOS ONTOLÓGICOS

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A EBULIÇÃO DA VANGUARDA

78

O EXECUTOR DO PARLAMENTO

60

A VOLTA DO CLÁSSICO

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ARTIGO POR EDINHO MAGALHÃES

Isabella Rjeille assume a curadoria do museu

As esculturas sensuais de Tony Cragg

São Paulo celebra movimento contemporâneo

(NQT FG .KU G Q VTCDCNJQ EQO HQVQITCƂC HCOKNKCT

O maior técnico da história do voleibol brasileiro Um papo com o deputado Robério Negreiros Trânsito em julgado, engarrafado

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ARTIGO POR EDIVAM BARBOSA DIAS JUNIOR Advogado e o compartilhamento de dados sigilosos

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90

A ELEGĂ‚NCIA DO ARMAZENAR

Adegas climatizadas integram projeto arquitetĂ´nico

COMER, CURTIR E VIVER

112 ARTIGO POR LĂšCIA MIRANDA

Dermatologista e os procedimentos para o verĂŁo

114 ARTIGO POR SÉRGIO MORUM E CLAYTON CAMARGOS

ClĂ­nica MetafĂ­sicos fala sobre o efeito Cinderela

130 DEBORAH SECCO

A atriz estrela a capa desta edição

Social Lab aposta em gastronomia intercontinental

144 ENTRE NĂ“S

92

O ENCONTRO DAS ARĂ BIAS

146 TETĂŠ COM ESTILO

94

O NATURAL, O ARTIFICIAL E O HOMEM

150 VESTIMENTA DO IMAGINĂ RIO

A SOFISTICAĂ‡ĂƒO DA SIMPLICIDADE

152 O TRIUNFO DA TRADIĂ‡ĂƒO

As harmonizaçþes de drinks com narguilÊs

O novo conceito de design biofĂ­lico

98

No Rio de Janeiro, a casa de Zanine Caldas

Patrícia Justino traz as novidades da temporada O vermelho e a moda por Maria Thereza Laudares Dior apresenta sua coleção Cruise para 2020 Dolce&Gabbana explora valores de família

102 FOLLOW

160 A EXUBERĂ‚NCIA DO SIMPLES

104 O CONCEITO DO ESSENCIAL

164 A FILOSOFIA DA LONGEVIDADE

108 QUESTĂƒO DE GĂŠNERO

166 EM CASA, COM ARMANI

As dicas cariocas da hyper PatrĂ­cia BrandĂŁo Ney Lima e Walleria Teixeira proclamam o novo O modelo trans Sam Porto ingressa na moda

HotĂŠis de luxo no Brasil como destino premium -WTQVGN RTQRĂ‘G TGĆƒGZÂżQ UQDTG UCĂ–FG G DGO estar O charmoso hotel em MilĂŁo

168 UM RESORT NA CIDADE

O alemĂŁo The Fontenay encanta Hamburgo

170 O SILĂŠNCIO DA ALMA

Os premiados spas de Mandarin Oriental

172 A RIQUEZA QUE VEM DOS ANDES O legado histĂłrico de Lima

174 A CAPITAL DOS INCAS

Cusco, a cidade mĂ­stica do Peru

178 EXPLORA

Marcella Oliveira traz dicas sobre os andes

180 A CAMINHO DA MONTANHA

O trajeto atĂŠ o Vale Sagrado pela Inca Rail

182 A MARAVILHA DO MUNDO &DUWLHU SDUD *ULĆ“WK SUHŠR VRE FRQVXOWD

Machu Picchu extrapola qualquer entendimento

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EDITORIAL

Flay Leite

Paula Santana

Guilherme Siqueira Rafael Badra

A FORTALEZA DO AGORA

E

m 1909 o jornal francês Le Figaro proclamou um movimento, inicialmente literário, chamado Futurismo. O manifesto surgiu do poeta italiano Filippo Marinetti. E defendia o desprendimento absoluto do passado em detrimento do olhar voltado apenas para as revoluções industrial e tecnológica, respectivamente. Uma forma de higienizar a mente para o novo. Foi intenso. E artístico na medida da inventividade a partir do Cubismo até chegar, por exemplo, em construções magnânimas como o Museu de Guggenheim e influenciar bastante a Escola Bauhaus e o estilo art decó. Bacana né! Daí evoluímos para os estudos futuristas da atualidade. Projeção para próximas duas décadas, por aí. Impressoras 3D poderão imprimir órgãos humanos, a realidade aumentada permitirá que visitemos parentes distantes. Até poderemos tocá-los. A internet será substituída pela brain-net em que pensamentos, emoções e memórias serão transmitidos instantaneamente. Sem contar os aplicativos que diagnosticarão doenças, os carros autônomos, a produção caseira da própria energia. Ou seja, o mundo será muito mais acessível. Um espanto! Pois é, mas enquanto isso, precisamos viver o Presentismo. Esse agorismo aflitivo e conflitante que muitas vezes nos escondemos dele, mas que é fundamental para atravessarmos a fronteira que existe entre desejo e realização. O futuro inevitavelmente depende do presente que o nosso livre arbítrio escolhe. Mas em meio a esse privilégio de sermos personagens da maravilhosa experiência da transformação digital, nos deparamos especialmente com nossos algozes. O medo do futuro

nada mais é que o receio da reconstrução. Mas saiba, reconstruir dá muito mais trabalho que construir ininterruptamente. #ficaadica. E a revista, sempre digo, vive a mística da captação do agora. De pessoas que falam de inovação com o mesmo fervor das que proclamam sua fé. Daquelas que ainda se apegam ao poder, ou das que vivem para a gratidão. Assim, trazemos a Brasília futurista que vive a turbulência da idade, dos artistas que desempossam sua arte para a colaboratividade do pensamento comum. Vik Muniz ou Humberto Campana, por exemplo. E nossa capa, Deborah Secco, uma atriz que vive tão intensamente seus personagens que não se revela a mulher que é: alegre, discreta para citar algumas de suas virtudes. Ela, que a vimos crescer na telinha. E aos 40, após travar sua crise com a existência, entende que está no melhor lugar da sua vida, o agora. Mas para viver a plenitude do agorismo, é preciso força, é preciso raça, é preciso gana, sempre! E é preciso paz, lembrando que paz não é calmaria, paz é alcançar o sossego no movimento da vida. E o que levar para o ano que entra... constância, coerência são boas possibilidades para o exercício do agora. E, claro, fazer o bem maior. O bem por ele mesmo. A vida é o seguinte... faça se quiser, mas se fizer, faça com amor. Esse é a única e mais sábia decisão que nos projeta frente à revolução do que ainda não veio. Mas virá!

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IDEOLOGIA

A ELEMENTAR EXUBERÂNCIA DAS CONTRADIÇÕES ESPIRITUALIDADE, NATUREZA, MONUMENTOS, PODER E URBANISMO. NÃO HÁ COMO ENXERGAR, RESPIRAR BRASÍLIA SEM ESSES CINCO ELEMENTOS. COMO NÃO LEMBRAR QUE A CAPITAL NASCEU NUM SONHO, O SONHO DE UM SANTO POR MÁRIO ROSA « FOTOS CELSO JUNIOR

“E

ntre os graus 15 e 20 havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: – Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível”. Assim sonhou Dom Bosco em agosto de 1883. Setenta e sete anos depois, nascia Brasília, a primeira capital feita por brasileiros e não por colonizadores. E não foi à toa que a primeira obra da cidade foi a Ermida, de nome Dom Bosco, erguida três anos antes da inauguração. A Ermida que contempla Brasília como Dom Bosco já fez um dia: de longe, do alto, encravada no Cerrado.

E, aqui, exatamente aqui, começamos a ver se fundindo os elementos da cidade que nasceu de um sonho. A espiritualidade que paira sobre Brasília, que se mistura com a política na Catedral, que ocupa o centro do poder e que explode nos vitrais azuis da outra Catedral, dedicada ao seu primeiro visionário, Dom Bosco. Brasília, a cidade do concreto, do poder, da espiritualidade, mas da natureza ofuscante e raquítica do Cerrado, exuberante e carente como o Brasil e suas contradições, ciclotímico como o Ipê, que explode em milagres de amarelos esfuziantes de plena euforia para despetalar-se em outonos de depressão e desesperança. E tudo isso, toda essa cidade, alojada pelo gênio criador de Lúcio Costa numa cruz, no quinto elemento do Urbanismo que a compõe. Vamos viajar agora e percorrer cada um deles?

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ESPIRITUALIDADE O que faz ela ali? O que faz uma Catedral catĂłlica, concebida por um arquiteto ateu, na Esplanada dos MinistĂŠrios de um paĂ­s laico? Ela faz tudo o que se faz em BrasĂ­lia: polĂ­tica. Foi a concessĂŁo do astuto JK para obter apoio do maior paĂ­s catĂłlico do mundo ao seu sonho que, antes de ser seu, fora de dom Bosco: criar a metassĂ­ntese, BrasĂ­lia, a capital no centro do paĂ­s. E, assim, na sede administrativa da nação, ei-la lĂĄ: um sĂ­mbolo do poder, o poder espiritual. A grande beleza de Niemeyer, como quase tudo em sua obra, foi fazer muito com pouco. EntĂŁo, ao contrĂĄrio das catedrais do mundo todo, a monumentalidade da de BrasĂ­lia estĂĄ em ser uma Catedral que possui apenas uma EĂ–RWNC WOC EĂ–RWNC CEKOC FQ EJÂżQ GO HQTOC de mĂŁos como se fossem dedos em posição de reza e, entre eles, vitrais. A luz (do Cerrado, do AltĂ­ssimo) inunda o mĂĄrmore do chĂŁo mais impoluto, sobre os quais anjos de Ceschiatti ĆƒWVWCO 0ÂżQ J½ PGPJWOC %CVGFTCN CUUKO 6ÂżQ monumentalmente espartana. # GURKTKVWCNKFCFG GPEJCTEC G CTTGDCVC QU Ć‚Ă…KU PC outra Catedral, a do sonhador Dom Bosco. Uma Catedral que funde e confunde. Uma enorme caixa quadrada modernista de concreto. Mas com

vitrais azulados de recortes gĂłticos. E seu teto, FG EQPETGVQ CTOCFQ FQ OCKU CĆ‚PCFQ UĂ…EWNQ sĂŁo artĂŠrias retas que percorrem o topo para formar uma enorme cruz . E, no Altar, hĂĄ um ,GUWU ETWEKĆ‚ECFQ GOQEKQPCPVG OCU PQ EGPVTQ do templo nĂŁo pairam santos como na Catedral ateia de Niemeyer: paira um esplendoroso lustre moderno de cĂ­rculos concĂŞntricos de luz. # NW\ FG 0KGOG[GT XGO FQ EĂ…W RCTC QU Ć‚Ă…KU # de Dom Bosco nĂŁo vem de fora. Vem do Santo sonhador da cidade. Uma luz prĂłpria. A arquitetura ĂŠ uma linguagem e seus traços sĂŁo hierĂłglifos que nosso olhar pode traduzir como quiser. Cada um possui sua prĂłpria 2GFTC FG 4QUGVC 7O Ă–NVKOQ TGIKUVTQ C escala humana. A grandiosidade do Divino, na Casa de Dom Bosco, ĂŠ maior do que na Catedral de Niemeyer. A pequenez do humano diante da obra se faz mais notĂĄvel no cubo de concreto do Santo sonhador. Nada mais natural: o ateĂ­smo do arquiteto resignou-se a construir um lindo templo, mas mestre e gĂŞnio das escalas nĂŁo permitiu que Q JQOGO G UGW TCEKQPCNKUOQ Ć‚ECUUGO VÂżQ desproporcionais diante da espiritualidade. SĂŁo detalhes. Mas ĂŠ nos detalhes que moram os mistĂŠrios e as revelaçþes.

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PODER Dos três maciços da Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto transmite diversas mensagens através de suas retas e EWTXCU # OCKU FGUEQPEGTVCPVG RTGUKFGPVGU ƃWVWCO 1NJG DGO a imagem: colunas esguias sustentam uma laje a que se chega apenas através de uma longa rampa, a rampa presidencial. E o gabinete presidencial, assim, o exercício da presidência, não é WOC EQPUVTWÿQ EQO TCÉ\GU HQTVGU G UÏNKFCU ƂPECFCU PQ UQNQ 1 palácio exala a fragilidade e a sutileza do exercício desse poder. E os vidros em que repousam o comando da nação não têm contato com o solo, com a realidade: há uma bolha. De vidros. E presidentes que alcançam a maior glória – revela a alegoria arquitetônica do Planalto – estão sujeitos ao maior de todos os perigos: o do isolamento da realidade. A arquitetura do Planalto também lembra, em seu elemento mais eloquente – a rampa –, o longo caminho que é preciso percorrer para tornar-se o primeiro mandatário da nação. E, assim, na capital da espiritualidade, Q PÖENGQ FQ RQFGT Å WO RCN½EKQ GO SWG UGW QEWRCPVG XKXG arquitetonicamente em estado de permanente levitação.

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Um detalhe curioso sĂŁo as proporçþes e a prĂłpria Praça dos TrĂŞs 2QFGTGU %QNQUUCN C %CUC FQ 2QXQ Q .GIKUNCVKXQ TGĆƒGVG C XKUÂżQ de Niemeyer, comunista. Todo poder ao Soviete Supremo. E a Justiça, o menor de todos os trĂŞs blocos, mas com um aspecto TGNGXCPVG FG VQFQU Q OCKU Ć‚PECFQ G RTĂ?ZKOQ FQ EJÂżQ 3WCPVQ Ă Praça em si, nada de natureza. NĂŁo existe naturalidade no RQFGT 5Ă? E½NEWNQ # 2TCĂƒC Ă… TGVCPIWNCT 3WCUG PGPJWOC ½TXQTG Apenas pedras portuguesas. Para invocar as origens ibĂŠricas. E um imenso vazio: a lembrança de que os freios e contrapesos precisam de um espaço vazio para se acomodarem e para que os poderes possam ser exercidos com harmonia.

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MEIO AMBIENTE Sonhada por Dom Bosco, fruto do espĂ­rito para ser a capital do poder e sonhada com coordenadas IGQIT½Ć‚ECU RTGEKUCU $TCUÉNKC PCUEGW RTGFGUVKPCFC RCTC ser no Cerrado. E nenhuma outra regiĂŁo poderia ser uma sĂ­ntese melhor da saga brasileira e nenhuma outra ĂĄrvore poderia simbolizar mais nossas pulsĂľes do que a rei do Cerrado, o IpĂŞ. O Cerrado parece o que nĂŁo ĂŠ, assim como o Brasil. 5WCU ½TXQTGU TGVQTEKFCU G ICNJQU EQO C EQTGQITCĆ‚C de uma câimbra da natureza aparentam o desespero, a calamidade, a aridez, o esgotamento. Mas essas obras de arte criadas por Deus representam o que os brasileiros e brasileiras tĂŞm de melhor: a palavrinha da moda, resiliĂŞncia. A capacidade de sobreviver, de resistir, de se adaptar Ă s piores intempĂŠries, de nĂŁo desistir nunca. E de esperar a chuva chegar. E ela sempre vai chegar. E as folhas irĂŁo brotar. NinguĂŠm mata o otimismo dos brasileiros e das brasileiras, nem das ĂĄrvores do Cerrado. E nesse cenĂĄrio de aridez, onde presidentes levitam no exercĂ­cio do poder, onde um sĂ­mbolo da fĂŠ ĂŠ uma intrusa na sede administrativa de um paĂ­s laico, a mais bela de todas as criaçþes nĂŁo foi feita pelo homem na cidade planejada e sonhada por ele. Deus criou o IpĂŞ. E CU GUVCĂƒĂ‘GU FQ CPQ UG KPEWODKTCO FG KPXGPVCT Q FGUĆ‚NG ECTPCXCNGUEQ FG UWCU ĆƒQTCĂƒĂ‘GU &G TGRGPVG PC EKFCFG do gramado verde por toda parte, explode o amarelo dos ipĂŞs. E o verde-amarelo do pavilhĂŁo nacional colore todas amplitudes da sede do poder, misturando tudo, o milagre da natureza, os cĂłdigos do poder, o sagrado. E de repente tambĂŠm as folhas do IpĂŞ desabam. E essa bipolaridade nos lembra os surtos do Brasil que a cidade representa: explosĂľes de vigor seguidos por decadĂŞncias vertiginosas. E, assim, nĂłs, os habitantes dessa cidade onĂ­rica, deciframos ou julgamos decifrar nas fachadas recados que talvez nos tenham sido deixados pelos criadores deste sonho e, acordados, vemos a vegetação nos falar em silĂŞncio sobre nĂŁo desistir nunca e como nosso paĂ­s e os IpĂŞs nascem e renascem, nascem e renascem. E, enquanto isso, um manto verde-amarelo colore tudo ao redor.

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MONUMENTOS

BrasĂ­lia, a cidade espiritual que nasceu de um sonho, a cidade do poder e da polĂ­tica, sonhada desde o inĂ­cio para estar situada num determinado G GURGEÉƂEQ GEQUUKUVGOC Ă… PCVWTCNOGPVG WO EGPVTQ de peregrinação. TurĂ­stica. Seus monumentos sĂŁo pontos de reverĂŞncia. HĂĄ tantos e tantos e o que muitos turistas nĂŁo sabem ĂŠ que os monumentos conversam e atĂŠ implicam uns com os outros. A sede do quartel do ExĂŠrcito Brasileiro ĂŠ uma das mais lindas peças da arquitetura da capital. Sua Esplanada ĂŠ ampla e imponente, em frente ao belĂ­ssimo e escultural monumento que lembra uma colossal onda de concreto armado, que pode UGTXKT EQOQ WO RCNCPSWG RCTC FGUĆ‚NGU OKNKVCTGU AtrĂĄs dessa linda arquitetura, os prĂŠdios discretos e NKPGCTGU FQ 3) (WPEKQPCKU QTICPK\CFQU 5GO NWZQ mas exalando força. Ponto obrigatĂłrio de visitação para qualquer turista que venha conhecer a capital.

A histĂłria terminaria aqui nĂŁo fosse BrasĂ­lia uma capital onde tudo ĂŠ polĂ­tica, a começar pela arquitetura. NĂŁo ĂŠ que em pleno Regime Militar o diabĂłlico Niemeyer inventou um Memorial nĂŁo num lugar qualquer, mas na mais alta locação do eixo monumental para homenagear JK? E como se nĂŁo bastasse colocar JK acima de tudo e de todos, KPXGPVQW WO GPIGPJQUQ G FGUCĆ‚CFQT OQFQ FG colocĂĄ-lo ainda mais alto, numa base com formato de uma foice (sĂ­mbolo que, ao lado do martelo, compunha a marca do comunismo). Pouco? Ele ainda colocou JK saudando a cidade e de costas RCTC Q 3) FQ 'ZĂ…TEKVQ! 0Q 4GIKOG /KNKVCT ,- HQTC cassado pelos militares. As intrigas nĂŁo existem apenas na polĂ­tica e entre os polĂ­ticos em BrasĂ­lia. Os monumentos tambĂŠm fazem parte delas. Mas, como muitos traços da cidade, apenas alguns sabem ouvir o grito que para muitos parece silĂŞncio. Sobrenatural um lugar assim nĂŁo?

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URBANISMO

E aqui se fecha, no quinto elemento, o cĂ­rculo completo da cidade espiritual que nasceu de um sonho para ser a capital do poder, num ecossistema previamente sonhado, feito pelos monumentos do homem e da natureza: o urbanismo da cidade do sonho do Santo nasceu da simplicidade mais elementar de um gĂŞnio. O Plano Piloto foi criado em trĂŞs lances pelo gĂŞnio FG .Ă–EKQ %QUVC 2TKOGKTQ WO UKORNGU pZKUq 7O pZKUq em pĂŠ, parecido com o sinal de adição. Tratava-se de marcar um lugar no mapa do Brasil, uma localização: +.

1 pZKUq FC SWGUVÂżQ GPVÂżQ GXQNWK RCTC WO CTEQ G ĆƒGEJC .Ă–EKQ %QUVC EQNQEC WO UGOKEÉTEWNQ GPVTG CU RQPVCU da haste horizontal. E, com isso, a marca no mapa passa a evocar a tradição dos brasileiros natos desta VGTTC 6GTEGKTQ NCPEG .Ă–EKQ %QUVC VTCPUHQTOC Q CIQTC pCTEQ G ĆƒGEJCq GO pCXKÂżQq ' CÉ C HWUGNCIGO RCUUC C ser o Eixo Monumental, que sobe da Praça dos TrĂŞs Poderes, atravessa a Esplanada dos MinistĂŠrios, rasga a TQFQXK½TKC G UGIWG CVĂ… UGW Ć‚PCN QW KPÉEKQ DGO FGRQKU da Torre de televisĂŁo.

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' J½ VCODĂ…O CU CUCU # PQTVG G C UWN 1 CXKÂżQ PQ Ć‚O FQU anos 50, era o sĂ­mbolo da modernidade. E a mesclagem FQU VTÆU EQPEGKVQU s Q TKUEQ RTKOKVKXQ Q pZKUq C QTKIGO G C VTCFKĂƒÂżQ FQ CTEQ G ĆƒGEJC G C OQFGTPKFCFG FQ CXKÂżQ – representava a simbiose entre passado, presente e futuro. A sĂ­ntese da metassĂ­ntese. No traço austero do urbanismo. E como tudo se encaixa, a cidade, que nasceu do sonho de um santo e foi adornada pelos monumentos de um arquiteto ateu, bem, a cidade do sonho de Dom Bosco tem a forma de uma cruz.

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LEGADO

A DESCENDÊNCIA DO GÊNIO B

PARA A SESSENTONA BRASÍLIA, O INSPIRADOR PAULO NIEMEYER PREPARA FULGURANTE ODE AO LEGADO DO BISAVÔ, OSCAR: INSTITUTO NIEMEYER E FÓRUM MUNDIAL NIEMEYER

isavô e bisneto sentados diante de uma POR LARISSA DUARTE « FOTOS LUARA BAGGI tela de desenho. São dois arquitetos. Em postura relaxada, o veterano apoia o cotovelo direito na perna e descansa o queixo sobre a mão enquanto traça esboços de um projeto com a outra. A pose descontraída entrega o costume da tarefa. Pouco atrás, o mais novo não desgruda os olhos da tela, assistindo em silêncio cada caminho da lapiseira conduzida pelo ancião. Em vez de tentar descrever em palavras a vivência ao lado de Oscar Niemeyer, Paulo Sérgio Niemeyer preferiu que a testemunhássemos em vídeo. E essa cena não aconteceu somente uma vez. Tampouco duas. Nem três. Observar o bisavô em ação sempre foi o passatempo de Paulo. Menino, jovem, adulto... Intuitivamente, a distração se transformou em troca profissional. O mesmo olhar atencioso que Paulo carregava no vídeo foi o elemento que marcou nosso primeiro encontro com o arquiteto. Em visita à capital erguida há quase 60 anos com a imensurável colaboração de Oscar, ele foi convidado a passear por uma das poucas obras do bisavô que ainda não havia conhecido pessoalmente, a Fundação Brasileira de Teatro, hoje nomeada Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no Conic. Inclusive, uma repaginação no endereço cultural está na lista de planos do profissional para os próximos anos. Observá-lo foi como acompanhar uma operação de inspeção. Sobe escada. Desce escada. Entra em sala. Sai de sala. Poucas palavras eram ditas no percurso pelo prédio. O forte mesmo estava no olhar. “Estou procurando os traços dele”, justificava. No prédio parcialmente transmutado por algumas obras e intervenções, ele encontra a peça que faltava para o seu quebra-cabeça. No alto da parede da sala da presidência, a planta do edifício supostamente assinada por Oscar. Ninguém sabia dizer com segurança se aquele desenho emoldurado há tanto tempo era o esboço original... Até a visita de Paulo. Foram longos minutos parados em frente aos “rabiscos”. Assim como no episódio da tela de desenho. Ao fundo, uma plateia de quatro pessoas expectava o veredito: “E aí?!”, um dos curiosos jogou. “É do meu bisavô sim”, conclui com sorriso confiante. 34 « GPSLifetime

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A familiaridade bate mesmo ao sairmos do edifĂ­cio e ir ao encontro da paisagem da Esplanada dos MinistĂŠrios. Ali, as “oscaricesâ€? sĂŁo incontestĂĄveis. Ao caminhar pelo branco monumental do Complexo Cultural da RepĂşblica, um clichĂŞ essencial: “VocĂŞ tem uma obra preferida de Niemeyer?â€? Paulo olha para o Museu Nacional de um lado... Para a Biblioteca do outro... Faz um breve escaneamento da Catedral e do Congresso ao fundo... “Todas. É impossĂ­vel escolher sĂł umaâ€?. A aďŹ nidade entre os dois nĂŁo se mede. Com 59 anos, Paulo ĂŠ o Ăşnico bisneto arquiteto. Participou do desenvolvimento de vĂĄrios projetos lado a lado com o bisavĂ´, como o Caminho Niemeyer, em NiterĂłi; o AuditĂłrio SĂŁo Paulo, em SĂŁo Paulo; e o Memorial LuĂ­s Carlos Prestes, em Porto Alegre. Sua mĂŁe, Ana Elisa Niemeyer, tambĂŠm era arquiteta e prestigiada como o braço direito do avĂ´ Oscar. Paulo ĂŠ presidente do Instituto Niemeyer de PolĂ­ticas Urbanas, CientĂ­ďŹ cas e Culturais, criado em 2 de junho de 2010, ao lado de Oscar, cujo objetivo principal ĂŠ preservar o legado deixado por um dos maiores representantes da arquitetura moderna mundial.

“UM PRESENTE PARA BRASĂ?LIAâ€? Com sede no Rio de Janeiro, cidade berço dos dois proďŹ ssionais, o Instituto se prepara para abrir as portas na Capital Federal em 2020. NĂŁo Ă toa a vinda da entidade ĂŠ compatĂ­vel com a celebração do sexagenĂĄrio de BrasĂ­lia – as intençþes da presença sĂŁo apoiar as açþes em torno do aniversĂĄrio e colaborar com novos projetos. Entre as surpresas reservadas em coparticipação do Governo do Distrito Federal e de parceiros do Instituto, estĂŁo exposiçþes itinerantes e permanentes das obras do icĂ´nico urbanista. AlĂŠm disso, a cidade serĂĄ, pela primeira vez, sede do FĂłrum Mundial ndial Niemeyer, um encon encontro com renomados nomes, instistituiçþes e organizaçþes pĂşblicas as e privadas da arquitetura nacioonal e internacional. “BrasĂ­lia estĂĄ entrando em m uma era fantĂĄstica de resgate da obra bra do Niemeyer. Ele ajudou a dar a impormporr tância que a cidade ganhou. Aqui ô’ nĂŁo tem muita demanda e meu ‘avô’ sossegava enquanto nĂŁo resolvia via os projetos em andamento. Herdeii isso dele. Fico animado em dar continuitinuidade ao seu legado de modo pleno.â€? eno.â€?

MONUMENTOS EM CASA Como se nĂŁo bastasse estampar os principais cartĂľes postais de BrasĂ­lia, os traços de Oscar Niemeyer se manifestaram na criação de mĂłveis assinados por Paulo. As peças de design estrelam a colaboração FQ RTQĆ‚UUKQPCN RCTC C EQNGĂƒÂżQ Desejos de FamĂ­lia, da Breton. Com objetivo de enaltecer laços familiares e o desejo de estar em um ambiente que reconecte vivĂŞncias, a linha instigou Paulo a resgatar lembranças do perĂ­odo compartilhado com o parente-mestre. p'UUG VGORQ HQK OWKVQ KORQTVCPVG VCPVQ PC OKPJC HQTOCĂƒÂżQ EQOQ UGT JWOCPQ EQOQ RTQĆ‚UUKQPCN G arquiteto. Me emociono em homenagear meu ‘vô’ e a cidade que ele construiu e onde foi muito feliz. Sem a QDTC FGNG C ECRKVCN EQO EGTVG\C PÂżQ UGTKC C OGUOC q www.institutoniemeyer.org www.niemeyerarquitetura.com www

Mesa Oscar

Banco Catedral

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EXPLOSÃO

Dois barcos Além da memória

The key in the hand

A JAPONESA CHIHARU SHIOTA, QUE TRANSFORMA SUA HISTÓRIA EM LINGUAGEM ARTÍSTICA, PRESENTEIA BRASÍLIA COM EXPOSIÇÃO NO CCBB POR PAULA SANTANA

A

Memory of skin

linha da vida. A vida por um fio. Reflexões, propósito, conexões, memória. A transitoriedade dos ciclos e a própria experiência pessoal são elementos que se entrelaçam na obra da aclamada japonesa Chiharu Shiota, que chega ao Brasil numa mostra itinerante apresentada pelo CCBB. Brasília terá o privilégio de conhecer tal arte de perto em março. Conhecida especialmente por seus trabalhos em grande escala, frequentemente compostos por emaranhados de linhas, Shiota é autora de uma obra multidisciplinar, que se desdobra em instalações, performances, fotografias e pinturas, o seu inicial suporte artístico.

EMARANHADOS DE INTANGÍVEIS EMOÇÕES 36 « GPSLifetime

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Sem título

Nascida em Osaka em 1972, e radicada há 23 anos em Berlim, quando Shiota viu-se limitada no espaço bidimensional não hesitou em expandir para outras linguagens, possibilitando que todos que apreciassem a sua obra pudessem imergir em seu fabuloso universo particular. Os destinos da vida tornaram-se questões recorrentes no processo de criação de Shiota, que a todo momento instiga o público a fazer o mesmo. “Quero unir as pessoas no Brasil, não importando sua origem, status social, formação educacional, nacionalidade ou qualquer outro fator divisor. Como humanos, devemos vir juntos e questionar o nosso propósito na vida e por que aqui estamos”, afirma a artista, discorrendo sobre o formato da exposição, que agrega cinco núcleos para as 70 obras expostas. A grande instalação Além da Memória (2019), obra inédita, vem da diversidade do povo brasileiro. Com 13m de altura e em forma de uma espécie de nuvem, a instalação é composta por mais de mil folhas de papel em branco. É um convite para que o público idealize sua própria história e resguarde sua memória. Dois Barcos, um Destino (2019) é uma metáfora da artista sobre as formas de avançar, viajar, sem necessariamente saber qual é o ponto final, tal qual o percurso da vida. “Os barcos simbolizam os portadores de nossos sonhos e

esperanças, levando-nos através de uma jornada de incerteza e admiração”, diz Chiharu. A presença do hermetismo não é ao acaso. Em dado instante de sua trajetória, Shiota tomou uma decisão existencial e parou de pintar – na época, seu principal suporte –, porque não sentia que sua vida e sua criação artística estavam conectadas. Sonhou que se via dentro de uma pintura e foi assim que concebeu a icônica performance Se Transformando em Pintura (1994). A Chave na Mão (2015), instalação que esteve na 56ª Bienal de Veneza, na qual Chiharu representou seu país no pavilhão do Japão, é um dos pontos altos do percurso. A obra é composta por dois barcos que lembram, segundo a artista, duas mãos receptoras prestes a agarrar ou deixar de lado uma oportunidade, postos em um emaranhado de 180 mil chaves. “O montante foi coletado por Shiota em uma campanha internacional, ato que a comoveu, porque as pessoas normalmente dão suas próprias chaves aos outros em quem confiam. E para artista, as chaves estão associadas a memórias pessoais que nos acompanham em nossas vidas cotidianas”, conta Tereza de Arruda, curadora da exposição. A lã vermelha usada para montar a trama que emaranha os barcos simboliza os vasos sanguíneos do corpo e conecta a multidão dos proprietários das chaves. “O trabalho de Shiota evolui a partir de uma dinâmica orgânica de fazer e criar. Nota-se que dentro de uma mesma temática há uma abrangência de obras distintas, como filmes resultantes de performances intimistas, tendo a artista como única protagonista em um relato pessoal, objetos compostos de roupas, que, na perspectiva de Shiota, existem como uma segunda pele a carregar em si os traços e vestígios da experiência humana e memória aí vivenciadas, ou ainda objetos de vidro representando órgãos do corpo humano sãos ou dilacerados. Estes gestos e objetos artísticos referem-se à vida humana de forma geral”, finaliza a curadora.

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VIK

MUNIZ

PENSAMENTO

A POESIA DO TRAÇO, A ESTRANHEZA DO MATERIAL, A IMAGEM DOCUMENTADA E A ARTESANIA COMPÕEM O FABULOSO MUNDO IMAGINÁRIO DE UM DOS ARTISTAS MAIS EXTRAORDINÁRIOS DA CENA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA POR PAULA SANTANA

V

iver em dois lugares ao mesmo tempo, Nova York e Rio de Janeiro. Não ter rotina. Passar semanas entre hemisférios. Lecionar. Criar. Fotografar. Ler. Coordenar. Doar-se. O paulista Vicente Muniz tornou-se esta locomotiva no final da década de 90, quando sua obra investigativa ganhou proporções continentais. Publicitário, fotógrafo e desenhista, o combinado destas propriedades intelectuais o instigou a atuar em temas que se relacionassem com a memória, a imagem e a percepção do mundo, especialmente na confluência dos universos da arte e da comunicação. No processo inventivo, Vik despontou para o inusitado. Por meio de técnicas diversas e materiais instáveis e perecíveis, ele dava forma a algo que lhe inquietava, e fotografava. Muitas vezes reproduções de obras reconhecidas, em que se alojavam algodão, chocolate líquido, açúcar, lixo, arame, poeira, serragem, doce de leite, alfinetes... inseridas artesanalmente em seus traços poéticos. Logo estava pronta mais uma obra de arte.

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Letter rack wood and blue ribbon, série Handmade

Parte de seu sucesso no feito se deu pelo não convencional. Representar a realidade suscitando o espectador à estranheza também o levou a refletir em posicionamentos sociais e, por que não, ao escapismo, usando seus extraordinários meios de ilusão. Vik nunca comungou de julgamentos e preconceitos. Sua obra permite se relacionar com o pop, como o momento em que destravou a mente do brasileiro ao revelar-se por meio da novela global Rainha da Sucata. Ou manter um relacionamento denso com a moda, como ocorre com o conglomerado LVMH. Em especial, a Louis Vuitton, label francesa com quem atua frequentemente. As fotografias feitas por Vik Muniz fazem parte do acervo particular e de galerias em São Francisco, Madri, Paris, Moscou e Tóquio, além de museus como Tate Modern e o Victoria & Albert Museum, em Londres, o Getty Institute, de Los Angeles, e o MAM, em São Paulo. A obra Boom, integrante da série The Sarzedo Drawings, de 2002, fotografia de gelatina de prata com viragem, está disponível à apreciação no Museu do Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais. São mais de 60 exposições individuais mundo afora. E inúmeras obras sociais, destinadas à educação infantil.

Fotos: Cortesia do artista e Galeria Nara Roesler

Still life with begônias after Paul Cezanne, série Metachrome

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IDEIA p0ÂżQ CETGFKVQ GO DQCU KFGKCU 5G XQEÆ HG\ WO trabalho ruim, certamente vocĂŞ começou com uma boa ideia. Boa ideia nĂŁo ĂŠ arte. Arte ĂŠ uma coisa um pouco maior do que ter uma boa ideia ou agir em cima de uma boa ideia. Geralmente vocĂŞ a deixa CNK ĆƒWVWCPFQ PC UWC ECDGĂƒC CVĂ… EQOGĂƒCT C ETKCT Antigamente eu escrevia para eu nĂŁo esquecer, hoje em dia eu nĂŁo escrevo mais porque esquecer ĂŠ bom. Cada ideia que eu tenho ĂŠ como uma praga, pois eu tenho que executĂĄ-la. É trabalhar para realizĂĄ-la, para... EntĂŁo para mim nĂŁo ĂŠ vantagem ter muitas KFGKCU OCU GW VGPJQ q

PENSAMENTO p8QEÆ PÂżQ VGO SWG GUVCT Q VGORQ VQFQ economizando, sabe, sendo murrinha com suas ideias. Pelo contrĂĄrio, quanto mais vocĂŞ deixa elas irem embora, mais elas se transformam. Uma boa ideia, no momento em que vocĂŞ a executa, ela deixa ter o perĂ­odo de maturação, de transformação. Como VQOCT XKPJQ DQO OWKVQ EGFQ q

MÉTODO p'W L½ CRTGPFK SWCNSWGT VTCDCNJQ ETKCVKXQ XQEÆ VGO que saber o seu ritmo. Eu nĂŁo tenho rotina nenhuma na minha vida. Eu nem consigo fazer ginĂĄstica. Eu escrevo muito de manhĂŁ, organizo as ideias. Eu tenho um escritĂłrio bem grande na minha casa para eu fazer coisas sozinho. Eu tenho que ter um espaço privado e WO GURCĂƒQ RĂ–DNKEQ 'NGU UÂżQ OWKVQ UKODĂ?NKEQU q

CARACTERĂ?STICA p'W UQW UWRGT CODKEKQUQ PQ SWG GW CEJQ G Q SWG GW faço. Ă€s vezes as pessoas nĂŁo entendem isso muito bem, mas eu trabalho na ĂĄrea em que vocĂŞ ritualiza experiĂŞncia visual. A gente nĂŁo tem chance de fazer isso hoje em dia. As imagens estĂŁo sempre vindo na nossa direção, a gente tem oportunidades de ir na FKTGĂƒÂżQ FG WOC KOCIGO q

p'W IQUVQ GW IQUVQ 'W PÂżQ UQW RCTVKEWNCTOGPVG religioso, catĂłlico, mas minha famĂ­lia ĂŠ catĂłlica. Eu acho que a ideia de ‘o que tem a ver com a fĂŠ, tem a ver com arte tambĂŠm’, porque tudo que estĂĄ vivo por CSWK UCDG CNIWOC EQKUC /KPJC Ć‚NJC RGTIWPVQW WO FKC para mim: - O que que ĂŠ vida? AĂ­ eu falei: - Vida ĂŠ uma matĂŠria quando ela estĂĄ impregnada de inteligĂŞncia e consciĂŞncia. AĂ­ estĂĄ vivo. - Ah, entĂŁo a gente ĂŠ igual a tudo? - NĂŁo, a gente ĂŠ diferente. - Porque que a gente ĂŠ diferente? - Porque a gente nĂŁo simplesmente sabe como tudo que ĂŠ vida sabe. NĂłs acreditamos e acreditar ĂŠ uma RCTVKEWNCTKFCFG FC PQUUC GURĂ…EKG q

Fotos: Cortesia do artista e Galeria Nara Roesler

RELIGIOSIDADE

1RVVD 6HQKRUD GDV *UDŠDV VULH 3LFWXUHV RI -XQN

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PROFESSOR p'UVQW RTGRCTCPFQ CIQTC WOC CRTGUGPVCĂƒÂżQ RCTC crianças de sete anos. Como que vocĂŞ explica o que ĂŠ uma imagem. EntĂŁo, pensei: a gente vai colocar um caminhĂŁo de incĂŞndio e perguntar: - O que que ĂŠ isso? - Ah, um caminhĂŁo de incĂŞndio! - NĂŁo, essa ĂŠ uma imagem de um caminhĂŁo de incĂŞndio, um caminhĂŁo de incĂŞndio nĂŁo cabe nesse auditĂłrio. - O que que ĂŠ isso? - Um dinossauro! - Um dinossauro nĂŁo, um dinossauro nĂŁo cabe aqui. Isso ĂŠ uma imagem de um dinossauro, dinossauro jĂĄ morreu! VocĂŞ vai atĂŠ chegar num ponto que vocĂŞ fala: a KOCIGO Ă… KUUQ q

CONTEMPORĂ‚NEA p0Q ECUQ FC CTVG EQPVGORQTžPGC RQT GZGORNQ vocĂŞ estĂĄ lidando com algo que extrai a rotina visual. É coisa mais simples que uma obra de arte pode fazer. O simples desviar de uma escultura jĂĄ faz vocĂŞ ver o mundo de outra maneira. E eu acho que a gente tem que entender a maneira como vemos o universo hoje em dia – tem Ć‚NQUQĆ‚C GO VQTPQ FKUUQ 0ÂżQ Ă… UĂ? HC\GT CTVG RCTC botar na parede. A forma como vemos o universo hoje estĂĄ relacionada Ă evolução das tecnologias FG KOCIGO G FC XKUÂżQ q

MUSEUS p2CTC QU CTVKUVCU Ă… OWKVQ EQORNKECFQ PGUVGU FKCU RQTSWG Q GURCĂƒQ RĂ–DNKEQ GZRQUKVKXQ ETGUEGW numa dimensĂŁo faraĂ´nica. EntĂŁo, museus, principalmente para arte contemporânea, viraram verdadeiros templos, sĂŁo enormes. E tem a dimensĂŁo domiciliar que eu acho legal vocĂŞ viver EQO C CTVG /CU VCODĂ…O Ă… KORQTVCPVG Q RĂ–DNKEQ ter acesso ao seu trabalho mesmo que nĂŁo VGPJCO FKPJGKTQ RCTC EQORT½ NQ q

O TEMPO p5QDTG KOCIGPU C HQVQITCĆ‚C SWCPFQ GNC apareceu, os pintores falaram ‘Tamos ferrados, acabou’. O jornal mais importante de Paris dizia na manchete: ‘A Pintura EstĂĄ Morta’. E hoje vocĂŞ vai ali na lojinha e compra tinta, pinta. Eu estou pintando atĂŠ hoje. A pintura nĂŁo morreu, a pintura se transformou. A HQVQITCĆ‚C NKDGTVQW C RKPVWTC FCSWGNC TGNCĂƒÂżQ que ela tinha que mostrar o que que estava acontecendo no mundo. EntĂŁo, a imagem FKIKVCN HG\ C OGUOC EQKUC EQO C HQVQITCĆ‚C EntĂŁo, o que que tem que acontecer com C HQVQITCĆ‚C! 'NC VGO SWG FC OGUOC HQTOC como a pintura, ela tem que reinformar a nossa TGNCĂƒÂżQ VTCFKEKQPCN EQO GUUG OGKQ q

Saint Barbara, sĂŠrie Imaginaria

FOTOGRAFIA p#EJQ SWG PC OKPJC RQUKĂƒÂżQ Q OCKU KORQTVCPVG Ă… SWG eu tenha relação com estes dois mundos: o mundo humanal e o mundo digital. Eu ainda acho que a HQVQITCĆ‚C SWG XQEÆ RGIC PC OÂżQ G UGIWTC GNC Ă… UKO Q melhor instrumento que nĂłs temos hoje. Porque vocĂŞ estĂĄ vendo uma imagem, mas nĂŁo deixa de ser um objeto. Porque ela nĂŁo estĂĄ no telefone, transmitida SWG PGO XÉTWU # HQVQITCĆ‚C QDLGVQ VGO WO VCOCPJQ tem uma escala, tem uma função. Ela ĂŠ, ao mesmo tempo, uma parte da minha mente porque ela transmite emoçþes, memĂłrias... e ela ĂŠ, ao mesmo tempo, parte do mundo material. Ela pode ser rasgada, queimada. É que nem o meu corpo. EntĂŁo tem uma coisa quase, quase religiosa em relação a isso, aquela coisa do sangue G FQ XKPJQ UCDG! 'W CEJQ SWCUG GZQVĂ…TKEQ q

ARTE p'W FQW CWNC RCTC WPKXGTUKFCFG %QOQ Ă… SWG GW XQW conseguir responder isso de maneira simples, nĂŠ? Mas eu descobri uma maneira simples, mas ĂŠ problemĂĄtica. Arte ĂŠ justamente a evolução dessa interface do que estĂĄ dentro de vocĂŞ para fora de vocĂŞ. Da mente Ă matĂŠria, da consciĂŞncia ao fenĂ´meno que estĂĄ em volta. Essa relação do que estĂĄ dentro e do que estĂĄ fora ĂŠ a coisa OCKU KORQTVCPVG SWG PĂ?U VGOQU 1 Ă–PKEQ RTQDNGOC FGUUC FGĆ‚PKĂƒÂżQ Ă… SWG GNC UGTXG RCTC CTVG GNC UGTXG RCTC EKÆPEKC e ela serve para religiĂŁo. EntĂŁo, ela serve para tudo que VGO C XGT EQO C KFGKC FG HĂ… FG CETGFKVCT q

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Fotos: Cortesia do artista e Galeria Nara Roesler

Sem tĂ­tulo, sĂŠrie Handmade

isso aqui ĂŠ uma coisa em extinção. NĂŁo tem muita gente ouvindo uma pessoa mais. As pessoas estĂŁo falando o tempo todo e ninguĂŠm estĂĄ se ouvindo. A gente vai ter que dar uns passos atrĂĄs para nos entendermos. Mas o problema nĂŁo ĂŠ a realidade, o RTQDNGOC Ă… C CFCRVCĂƒÂżQ q

DISTOPIAS

Pictures of Pigment, sĂŠrie homĂ´nima

A ESSĂŠNCIA p(C\GT KOCIGPU RCTC OKO Ă… WOC EQKUC HWPFCOGPVCN Ă… WOC Ć‚NQUQĆ‚C G Ă… WOC EKÆPEKC /GVCFG FQU NKXTQU PC OKPJC ECUC UÂżQ FG EKÆPEKC ' C QWVTC OGVCFG Ă… Ć‚NQUQĆ‚C Porque eu acho que fazer arte ĂŠ uma ocupação paralela a isso. VocĂŞ atua com a ideia do que vocĂŞ estĂĄ acreditando o tempo todo. Fazer imagem hoje ĂŠ difĂ­cil, porque todas as imagens que eu faço eu tenho que KPFW\KT q

COMUNICAĂ‡ĂƒO p# 2WDNKEKFCFG OGUOQ RCTC VGNGXKUÂżQ HQTC FC internet, vai sufocar uma coisa que ĂŠ essencial para nĂłs hoje, que ĂŠ Jornalismo, por exemplo, uma das RQWECU EQKUCU GO SWG C IGPVG EQPĆ‚C GO SWG GZKUVG uma ĂŠtica, uma credibilidade. EntĂŁo a gente vai viver nas mĂŁos de um mundo onde tudo ĂŠ opiniĂŁo. Isso aqui que estamos vendo ĂŠ uma forma antiga de comunicação que se chama broadcasting, nĂŠ? Eu tĂ´ aqui falando e vocĂŞ estĂĄ escutando, eu sou o centro de atenção. O que acontece de verdade ĂŠ que

p#U RGUUQCU GUV¿Q UGORTG HCNCPFQ FG EQKUCU importantes dentro da ideia de história. No momento em que você estå polindo o que antigamente era um muro muito espesso entre a sua consciência e o teu ambiente, o que tiver em volta a tecnologia tem polido: pintura, fotografia... Chega um momento em que vai polir demais e estourar. Então essa distinção entre o que Ê mental e o que Ê material começa a se dissolver. Como a distinção entre fato e opinião, por exemplo. As ferramentas são capazes de criar ilusþes tão reais quanto a realidade. Então, assim, eu acho que estamos XKXGPFQ WO OQOGPVQ GZVTGOCOGPVG RGTKIQUQ q

DESEJO p# IGPVG PÂżQ RCTC RCTC RGPUCT PKUUQ # OCPWVGPĂƒÂżQ de desejo ĂŠ tĂŁo grande, que temos que estar sempre lidando com aquilo que parece que ainda nĂŁo temos. 3WCPFQ QNJCOQU SWCNSWGT KOCIGO GZGTEGOQU KUUQ 3WCNSWGT KOCIGO Ă… WO UCNVQ PC GZRGTKÆPEKC ÂĽ UG deixar enganar por um momento para poder ter acesso a uma outra realidade. Transgredir as limitaçþes dos seus sentidos, ir alĂŠm nĂŁo sĂł do espaço, mas do tempo GO SWG XQEÆ GUV½ q

LEGADO p&GKZCT KORTGUUĂ‘GU RCTC IGTCĂƒĂ‘GU HWVWTCU G RQFGPFQ acumular experiĂŞncias no que hoje a gente chama de EKXKNK\CĂƒÂżQ QW EQPJGEKOGPVQ EQNGVKXQ q

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d i re i t o s h u m a n o s @ c l . d f. go v. b r

EU QUERO RESPEITO PELA MINHA IDADE. Há 28 anos criando leis e iniciativas que combatem o preconceito e promovem a igualdade. O preconceito e a discriminação são comportamentos que não só ferem a dignidade humana, como promovem a violência, a desigualdade e a injustiça. A Câmara Legislativa tem realizado diversas ações e adotado políticas capazes de proteger negros, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, idosos, LGBTIs, mulheres e outras parcelas da sociedade, igualmente vítimas de violência e discriminação. Mas, para que essas iniciativas tenham sucesso, é preciso contar com o seu apoio e a parceria de toda a sociedade. Defendemos os Direitos Humanos por inteiro: sem preconceitos, com todo respeito e de igual para igual.

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Antonio Martinelli

INTERATIVIDADE

Café Campana

O DESIGNER DE SIGNIFICADOS HUMBERTO CAMPANA, AO LADO DO IRMÃO, FERNANDO, COMEMORA 35 ANOS DE CARREIRA SOB A ESTÉTICA DE IMPRIMIR LUXO EM MATERIAIS '(6&$57$'26bPOR CAROLINA SAMORANO

Q

uando o designer Humberto Campana, de 66 anos, fala, a plateia silencia. É a simplicidade do seu discurso e a naturalidade com a qual apresenta suas mais icônicas obras à frente do Estúdio

Campana e do Instituto de mesmo nome o que envolve o público, e não o rebuscamento esperado de um dos maiores nomes do design contemporâneo nacional. Humberto Campana, nascido em Brotas, no interior de São Paulo, conquistou, ao lado do irmão, Fernando, os nobres palcos da arte mundial. Expôs em galerias disputadas na Europa; no MoMA, em Nova York; assinou bibelôs e itens de decoração em parceria com grifes como Fendi e Louis Vuitton; e até emprestou seu sobrenome ao café do Musée d’Orsay, em Paris, quando protagonizou com Fernando a repaginação do espaço, em 2011.

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Foi sob essa rubrica, vanguardista e 100% brasileira, que o trabalho dos dois conquistou a curadoria do MoMA, em 1998, quando foram convidados a montar a Tropical Modern, primeira exposição de brasileiros na histĂłria do museu. O momento atĂŠ hoje ĂŠ considerado por Humberto como um dos grandes highlights da carreira da dupla. De passagem por BrasĂ­lia, a convite da Embaixada da ItĂĄlia para o lançamento do livro Pier Luigi Nervi. A Embaixada da ItĂĄlia em BrasĂ­lia, do arquiteto Nuno PatrĂ­cio, conversou com a GPS Lifetime sobre os 35 anos de carreira, o papel polĂ­tico do design e o trabalho social que hĂĄ dez anos desenvolve Ă frente do Instituto Campana, por meio de parcerias e oďŹ cinas junto a comunidades carentes.

Humberto e Fernando Campana

Depois de 35 anos, Ê mais difícil manter a criatividade acesa. Porque você jå tem todo um vocabulårio do que foi feito atÊ aqui. É preciso sair, buscar com o outro, com pessoas mais jovens, com comunidades carentes ou artesãos no fundo do Brasil, em lugares remotos. Isso Ê o que me renova. E resistência. Com tudo isso que a gente vê hoje, em um cenårio tão conturbado, tão complicado, Ê isso o que me då garra para não morrer, não envelhecer.

MOMENTOS MARCANTES #NIWPU Ć‚ECO 'W FGUVCECTKC C GZRQUKĂƒÂżQ FQ /Q/# em 1998, o cafĂŠ do MusĂŠe d’Orsay, em Paris, que tem nosso nome (CafĂŠ Campana) e ĂŠ muito bacana porque ĂŠ um trabalho de design de interiores, e a criação do nosso Instituto, hĂĄ dez anos. SĂŁo os pontos que me marcam.

O DIREITO E A ARTE

NĂŁo trouxe nada do Direito para o design. Nada, nada, nada (risos). Eu nĂŁo sei nem ler um contrato, preciso RGFKT RCTC WO CFXQICFQ 2GTIWPVQ C GNG pPÂżQ VGO PCFC CSWK FKHÉEKN QW SWG X½ OG FCT RTQDNGOC PĂ…! q 0ÂżQ tenho nada dessa ĂŠpoca em mim. Mas graças a Deus. Eu queria ser livre, um artista quer ser livre. O que eu queria era liberdade.

Jeans Collection, Projeto ArrastĂŁo

Cortesia de Oda Design Club

Completados 35 anos de carreira em 2019, Humberto e Fernando, um advogado, incapaz de ler um Ăşnico contrato (palavras dele), e um arquiteto, cunharam sua marca baseados no conceito em voga hoje, mas ainda impensĂĄvel nos anos 1980. Em vez de materiais soďŹ sticados, erguem suas peças a partir do banal, do que ĂŠ tido como lixo por muitos. Pedaços de ripa, mangueiras descartadas e bichos de pelĂşcia abandonados por crianças crescidas ganham novos e Ă­mpares signiďŹ cados a partir do seu olhar, dando vida a itens tĂŁo bonitos quanto inovadores. “Eu vejo uma caçamba no chĂŁo e enxergo luxo. Ou em um pedaço de coisa jogada ao lado de um galho de ĂĄrvore, no chĂŁo. Eu acho aquilo bonito. Esse hibridismo me inspiraâ€?, comenta o mais velho dos Campana.

Fernando Laszlo / Cortesia Estudio Campana

O PROCESSO CRIATIVO

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MATÉRIA-PRIMA

Os materiais ĂŠ que me escolhem, eles que me chamam a atenção quando vejo. Gosto muito FG VTCDCNJCT EQO Ć‚DTCU PCVWTCKU SWG Ă… EQTTGVQ nĂŁo cria novos problemas, e o Brasil ĂŠ muito TKEQ PKUUQ 1 PQUUQ DCODW C PQUUC ĆƒQTC 6GOQU pEGPVQ G PÂżQ UGK SWCPVCUq GURĂ…EKGU FG DCODWU nativos no Brasil. É um material incrĂ­vel. DĂĄ para trabalhar com eles de muitas formas.

Fernando Laszlo

MOTIVAÇÕES E TENDÊNCIAS

Vasos tijolos

Cada vez mais o que move a arte ĂŠ o medo, o SWG HC\GT EQO Q NKZQ ÂĽ UG RGTIWPVCT pRQT SWG ETKCT WOC PQXC RGĂƒC!q #SWKNQ VGO SWG VGT WO porquĂŞ, tem que resgatar uma tradição, trabalhar com comunidades. NĂŁo ĂŠ mais fazer por fazer. TambĂŠm acho que hoje tem toda uma biologia envolvida na arte, de trabalhar com a natureza, de criar mĂłveis com plantas ou com tecidos tingidos com bactĂŠrias, por exemplo. O design estĂĄ cada vez mais atrelado a um propĂłsito.

O PAPEL DA INOVAĂ‡ĂƒO

Hoje, com a impressĂŁo 3D, por exemplo, vocĂŞ faz casas, pontes. Estamos desenvolvendo um trabalho com uma ONG de Londres para trabalhar com plĂĄstico do Mar do Norte, fazendo uma coleção de fruteiras e bancos impressos em 3D com plĂĄstico retirado de lĂĄ. Mesmo assim, acredito que o feito Ă mĂŁo sempre vai permanecer. Isso pertence ao homem. Nunca vai desaparecer, mesmo com altas tecnologias. É ancestral.

LUXO X ACESS�VEL 3URMHWR $OLDQŠD GH 0LVHULF¾UGLD

O LUXO E AS COMUNIDADES

Uma coisa complementa a outra. Mesmo tendo trabalhado tanto com luxo, eu me mantenho a mesma pessoa. Aprendo muito com marcas como a Fendi, por exemplo, do feito à mão, da alfaiataria, o que me interessa muito. E a mesma coisa acontece com as comunidades. A coisa de resgatar vidas, salvar vidas. 'UUC TKSWG\C OG KPVGTGUUC |2GTVGPEGT C X½TKCU EQKUCU e não a uma coisa só, e sem ser afetado. Tenho os mesmos amigos de infância atÊ hoje, nada mudou.

O DESIGN COMO LINGUAGEM 1 FGUKIP Ă… WOC HGTTCOGPVC RQNÉVKEC |3WCPFQ TGUICVC VTCFKĂƒĂ‘GU|SWG GUVÂżQ FGUCRCTGEGPFQ SWCPFQ VTCDCNJC com materiais corretos, resgata vidas, promove KPENWUÂżQ UQEKCN 'UUG Ć‚Q EQPFWVQT SWG WPG VWFQ KUUQ ĂŠ polĂ­tico. Porque design ĂŠ trabalhar com o humano, para o homem. AtravĂŠs dele, mando mensagens.

Existe uma gama de trabalhos mais acessĂ­veis que sĂŁo desenvolvidos para consumo em massa, EQOQ WOC NKPJC SWG Ć‚\GOQU EQO C 6QM 5VQM com a Grendene (a dupla assina sapatilhas Melissa), o prĂłprio trabalho do Instituto %CORCPC #U RGĂƒCU ECTCU UÂżQ HGKVCU PQ GUVĂ–FKQ em ediçþes limitadas, onde eu emprego 20 pessoas. Hoje, em um paĂ­s com 12 milhĂľes de desempregados, eu me orgulho de poder ajudar essas pessoas que trabalham comigo.

BRASĂ?LIA INSPIRADORA

O que me marca mais aqui ĂŠ a Catedral. 'PITCĂƒCFQ 3WCPFQ GW GTC ETKCPĂƒC s GW FGXKC VGT uns 8 anos –, meu pai fez uma Catedral para uma procissĂŁo de Corpus Christi, lĂĄ em Brotas. Era de OCFGKTC RWZCFC RQT WO VTCVQT #SWKNQ Ć‚EQW PC OKPJC ECDGĂƒC 3WCPFQ VGTOKPQW C RTQEKUUÂżQ GNG deu pra mim, porque aquilo tinha o formato de uma tenda. Hoje eu fui lĂĄ e me lembrei de tudo isso, aquele trator e aquela Catedral. Tenho atĂŠ uma foto desse dia, ao lado de um padre. Criou uma lembrança.

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CURADORIA

UM NOVO OLHAR PARA O MASP DEPOIS DE DESENVOLVER PRIMOROSO TRABALHO À FRENTE DO DEPARTAMENTO EDITORIAL DO MASP, ISABELLA RJEILLE É O NOVO NOME DO TIME DE CURADORES DO MUSEU PAULISTA POR CAROLINA SAMORANO

Foto: Victória Ne

greiros

“É

muito impressionante que, em 2019, ainda tenhamos que fazer uma exposição falando sobre a falta de mulheres na arte”. A análise provocativa é de Isabella Rjeille, nova curadora do impecável time de especialistas de um dos mais importantes museus do País, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Em um ano inteiramente dedicado às mulheres no museu, Isabella se destacou por ter imprimido seu olhar em mostras importantes que ocuparam as galerias do espaço, sobretudo Histórias Feministas, exposição que, junto de Histórias das Mulheres, contou sobre a presença feminina nas artes em dois momentos distintos da história: até 1900 e a partir de 2000, um século que mal começou, mas já tem muito a dizer. “Não estamos, com isso, querendo dizer que as questões do século 20 foram superadas, mas no século 21 pretendemos abrir um pouco outro capítulo para olhar o que está sendo produzido hoje, para que outras exposições possam vir na esteira dessa”, diz a curadora. A escolha, segundo Isabella, passa pela análise de que a maioria das exposições assinadas por mulheres foca nas décadas de 1960 a 1980, período que concentra uma quantidade grande de produção. O olhar sobre o

“A ARTE NÃO ESTÁ SEPARADA DO MEIO ONDE ELA FOI FEITA. ELA É SEMPRE FILHA DO SEU TEMPO, E DE CERTA MANEIRA, ESTÁ RESPONDENDO A ESSE MOMENTO QUE VIVEMOS"

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Foto: Eduardo Or tega

novo século é, de certa forma, uma tentativa prematura de historicizar o período e compreender como diferentes “feminismos” se organizam hoje, entendendo que eles são múltiplos e ocorrem simultaneamente.

MASP EM TEMAS A curadora já integrava a equipe do museu desde 2016 como assistente curatorial e chefe do departamento editorial da instituição, e colaborou para mostras de destaque do catálogo recente, como as monográficas Tracey Moffatt: Montagens (2017) e Lucia Laguna: vizinhança, (2018), e a coletiva Histórias Feministas, no embalo do tema que conduziu o MASP este ano. A proposta do museu de dedicar cada ano a um tema da expressão da humanidade vem desde 2015, quando Adriano Pedrosa assumiu a direção artística da instituição. A curadora explica que isso não quer dizer, no entanto, que os temas se encerrem com a virada dos anos e a mudança dos ciclos. Pelo contrário: a ideia é que eles se sobreponham e enriqueçam a narrativa que tecem. “Quando o tema muda, não significa que resolvemos aquele assunto e pronto”, pontua Isabella. Algumas obras, inclusive, chegam a atravessar os anos, mudando apenas a exposição sob a qual se abrigam. “Histórias da Dança, por exemplo, no ano que vem, também vai trazer diversos temas políticos que já foram abordados em ‘Histórias das Mulheres’ este ano e em outras exposições. É um assunto que se expande muito”, observa.

Mesmo Histórias das Mulheres já vinha sendo ensaiada há pelo menos dois anos, quando, sob o tema Histórias da Sexualidade, o MASP trouxe uma exposição do coletivo americano Guerrilla Girls, conhecido por seus agudos cartazes feministas. Um deles, produzido para a mostra paulista e hoje parte do acervo permanente do museu, provocava os visitantes com um dado do próprio MASP. Sob a pergunta “As mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu de Arte de São Paulo?”, a peça informava que, naquele ano, apenas 6% das obras do museu eram assinadas por mulheres, embora 60% dos nus fossem femininos. Foi essa pulga atrás da orelha que levou o MASP aos ensaios sobre o tema de 2019. Três anos depois, o cartaz continua exposto nos icônicos cavaletes de vidro do museu, mas os dados são outros. Segundo Isabella, as obras de mulheres já passam dos 20%. “Ainda é muito pouco, mas aponta o caminho de um trabalho que precisa ser feito e melhorado”, diz. Ainda que integrados ao presente e ao contexto histórico, os temas e exposições do museu são trabalhados com dedicação e esgotados pela equipe do MASP mesmo anos antes de estrear nas galerias. Uma única exposição, segundo Isabella, leva em média dois anos para ser gestada e exibida, período que envolve pesquisa intensa e negociações com acervos do mundo inteiro. “A arte não está separada do meio onde ela foi feita. Ela é sempre filha do seu tempo, e de certa maneira, está respondendo a esse momento que vivemos”, sublinha.

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tega Foto: Eduardo Or

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MASP DA CIDADE A vida no MASP, conforme pontua Isabella, vai além apenas das pesquisas e do que acontece dentro das paredes do museu. A diversidade do próprio prédio, cuja fachada vermelha em plena Avenida Paulista contrasta com a arquitetura dura dos escritórios e sedes de bancos abrigados no endereço, também serve de inspiração e permeia a rotina de trabalho. O vão livre do prédio, um espaço público que vaza a estrutura imponente do museu, é frequente ponto de partida de manifestações políticas de toda a sorte de ideologias. Também abriga oficinas de arte, serve de teto a pessoas em situação de rua ou ainda de respiro a engravatados dos bancos em suas paradas para o almoço ou um café no meio da tarde. “Como todo espaço público, como toda rua, o vão livre abriga a todas as contradições da cidade, e é um grande privilégio ter um contato tão intenso com isso”,

relata. “É um dos únicos espaços assim na Paulista e faz parte, de fato, da rotina das pessoas que vivem por ali. Tem gente que passa ali todos os dias, senta, toma um café e nunca sequer entrou no museu”. Atualmente, Isabella se dedica ao preparo da exposição Senga Nengudi: topologias, que viaja do Lenbachhaus, em Munique, e estreia no museu paulista em abril de 2020, já sob o novo guarda-chuva temático da instituição, Histórias da Dança. 2020 no MASP Laure Prouvost De 23/8/19 a 25/2/2020 Anna Bella Geiger De 29/11/2019 a 1/3/2020 Leonor Antunes De 13/12/2019 a 1/3/2020 Gego De 13/12/2019 a 1/3/2020 Senga Nengudi Inaugura em abril de 2020

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MANUFATURA

Foto: Charles Duprat

MOVIMENTOS ONTOLÓGICOS TONY CRAGG INSTIGA QUANDO VERSIDADE CONFLUI A DIVERSIDADE DE MATERIAIS S NA MEDIDA EM QUE SUA ESTÉTICA A TRAZ AO PÚBLICO LICO ADE DO A POSSIBILIDADE INDETERMINADO ADO POR PAULA SANTANA NA

Outspan

ver as linhas e os planos que deram origem as suas estruturas. O desenho, mesmo que tenha sua autonomia como obra, é uma espécie de matriz do pensamento e, também, um desdobramento de sua pesquisa atual”, analisa Cauê Alves, curador chefe do museu.

Foto: Christine Kelle

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m britânicoo entre nós. Escultor. Contemporâneo. o. Investigador dos limites entre volumes, mes, linhas e superfícies. Um incansável pesquisador esquisador das novas relações entre as pessoas e o mundo material, não havendo endo limites para as ideias ou formas que possam por ele ser concebidas, sejam ejam elas simultaneamente naturais rais e artificiais, orgânicas e geométricas, simples e elaboradas. boradas. A Dan Galeria, a, que representa Tony Cragg no Brasil, apresenta nta a obra escultóri-ca na exposição , no MuBE – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia. São 43 esculturas e cerca de 70 desenhos provenientes da coleção do próprio artista. Estas obras revelam o processo construtivo a partir da justaposição de objetos preexistentes. Outras séries utilizam materiais diversos, como madeira, bronze, fibra de vidro, alumínio, de tal modo que o próprio material da escultura conduz às soluções formais e estéticas dela própria. “Ao lado de desenhos, campo do exercício do pensamento, as obras tridimensionais do artista ganham uma história, como se pudéssemos

Lost in thoughtb

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Hospedar-se em um Meliá signifca explorar sentimentos únicos, uma mistura de sensações que só podem ser expressas com novas palavras. Bem-vinda a um mundo de novas emoções.

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ncio setembro

quarta-feira, 29 de agosto de 2018 20:06:09

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CRIAÇÃO

Sem título, por Flávia Junqueira

A EBULIÇÃO DA VANGUARDA

Body Works II, por Gretta Sarfaty

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Você foi muito macho, por Renata Egreja Superfícies, por Vik Muniz

EM EXCELENTE FASE, SÃO PAULO CELEBRA O MOVIMENTO DA ARTE CONTEMPORÂNEA, COM CRIADORES E CRIAÇÕES PERMEADOS POR REFLEXÕES E PROVOCAÇÕES MULTIDISCIPLINARES POR PAULA SANTANA

U

ma celebração em que artistas curadores, galerias e público se deleitam com o movimento que eclode em São Paulo e reúne desde galerias consagradas a organizações independentes. A atmosfera evoca o intercâmbio entre estados, disseminando produções artísticas de diferentes regiões e até mesmo de associações de arte contemporânea de todo o mundo. Um desses conglomerados de talentos se encontra no Art Weekend, que este ano recebeu o patrocínio do JK Iguatemi. “É uma celebração em torno da arte. Queremos formar novos públicos”, diz Luciana Britto, presidente da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT).

Sem título, por Mariana Manhães

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“A obra de Gretta Sarfaty transborda as narrativas da subjetividade do ser mulher enquanto sujeito político coletivo, inventado para atravessar problemáticas identitárias e ampliar os limites daquilo que se espera da nossa existência”, reflete Catarina Duncan, curadora da mostra. Outro destaque está em Tempo Hábil (2019). Ana Paula Oliveira inventa paisagens a partir de cinco mil origamis de cigarras e peças de madeira de lei retirada de antigas ferroviárias. Suspensas e presas por cintas que amarram carga de caminhão, elas apoiam as leves dobraduras que invadem o espaço. Sem título, por Stephan Doitschinoff

Na mesma verte, a grega Gretta Sarfaty fez de seu corpo espaço para experimentação artística, política, campo de transformação. Expoente da Body Art no Brasil, a artista traz ao público séries de trabalhos emblemáticos, como a mostra Dos Nossos Espaços Vazios Internos, em cartaz na Central Galeria. Em sua obra, o corpo feminino é território tanto para questionamentos internos quanto sociais. Tempo hábil, por Ana Paula Oliveira

Skate, por Washington Silveira

A artista integra a mostra coletiva Três Paisagens, com direção artística de Claudio Cretti, na Casa de Cultura do Parque. “A paisagem está ligada às projeções, ao que ainda irá acontecer, ao porvir, e também ao devir”, diz Cauê Alves, que assina o texto da mostra. “Seja natural ou artificial, a paisagem está diante ou ao redor de nós e, portanto, é indissociável do ambiente em que vivemos”, completa. Nos arredores do Centro, Pinheiros, Vila Madalena, Itaim e Jardins, a sinergia disruptiva contemporânea, cuja multidisciplinaridade artística tem revelado trabalhos híbridos que mesclam suportes diversos da arte – uma fase excepcional da cidade paulistana a serviço da vanguarda.

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JUDƓD RWR )RWRV )ORU GH /LV )

REGISTRO

A VOLTA DO CLÁSSICO A ARTE SECULAR DA FOTOGRAFIA FAMILIAR TORNA-SE TENDÊNCIA AO CAPTAR UMA GERAÇÃO E TRANSFORMAR EM MEMÓRIA AFETIVA POR NATHÁLIA SIRNES

A

o entrar em casas antigas é comum encontrar na parede um quadro com todas as pessoas da família. A chamada fotopintura, emoldurada e exposta com orgulho, tornou-se uma lembrança física e lírica. Com a introdução da fotografia, no século XIX, houve a desconstrução da imagem pictórica de pose para fotos. Esta imensa revolução pedia uma melhor representação da essência pessoal e do momento em si. A democratização da prática trouxe memórias reais de pessoas, que agora são capturas em momentos inspirados por amor, carinho e espontaneidade. Neste contexto, a tradição brasileira sofreu uma metamorfose e o costume passado entre gerações se adaptou de acordo com a evolução tecnológica, de modo que a criação de novas “memórias” foi necessária. Desse jeito – e com as redes sociais –, a fotografia se consolidou como o mais notável recurso. Há quem ouse dizer que “ser fotógrafo é apenas apertar um botão”, principalmente em um momento no qual a câmera do celular está ao alcance das mãos a todo momento. Mas a imagem é a alma do instante. Aquele que não volta. Imbuídas de romantismo e envoltas em momentos de emoção, as fotógrafas Fernanda Nogueira e Mariana Mascarenhas, da empresa Flor de Lis Fotografia, direcionam a sua arte para o mais precioso mover de Deus: a família. E tudo de divino que ela traz, como a maternidade. Dedicadas, ambas acompanham as famílias desde quando as mulheres estão gestantes até o aniversário de um ano da criança. “Criamos vínculo com tios e avós, sofremos junto com os pais quando os bebês não estão bem. Integramo-nos à rotina. Somos chamadas até para sentarmos à mesa. É uma relação que extrapola o âmbito profissional”, relata Fernanda. A confiança construída nos 12 meses traz retratos além da expectativa. A foto consegue falar. Ela se expressa por si só. Ao mesmo tempo em que o sorriso da

criança é capturado, o olhar apaixonado da mãe também – fato que não seria possível se ela estivesse com um celular na mão, tirando foto do filho. “A intenção é fazer a família viver o momento e se ocupar apenas disso”, relata Mariana. Registrar o amor de pais e filhos é o que move a dupla, consagrada com um Outstanding Maternity Award, premiação internacional mais importante de fotografia de maternidade e família. Com a delicadeza no trabalho e no olhar, as fotógrafas fazem parte não apenas da captura do momento familiar, mas também pertencem às lembranças atribuídas à foto. E, junto com o resgate, vem o costume de ter um álbum com os cliques impressos. “A volta das fotos reveladas traz a memória afetiva às pessoas que nasceram até os anos 1990 e possuem álbuns de infância nos armários de casa. Essas mulheres, que hoje são mães, também querem o álbum dos filhos”, conta Fernanda. A retomada de costumes e a criação de novos trazem memórias que evolução tecnológica nenhuma substitui: as gerações que formam quem somos e nos tornamos. Tudo isso envolto na sofisticação impressa da clássica e secular fotografia. ZZZ ŴRUGHOLVIRWRJUDƓD FRP EU #ŴRUGHOLV IRWRJUDƓD

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Ă?CONES POR ISADORA CAMPOS @isadoracampos

EMPREENDEDORISMO FEMININO LĂ­deres disruptivas, avassaladoras debatedoras e defensoras do empoderamento feminino e da igualdade de gĂŞnero, essas sĂŁo as mais notĂłrias expoentes mulheres que acreditaram nos seus UQPJQU G RQVGPEKCKU G Ć‚\GTCO FGNGU CU UWCU carreiras de sucesso. Inspiradoras e inspiradas, RGTUQPKĆ‚ECO Q GORQFGTCOGPVQ HGOKPKPQ EGNGDTCFQ RGNC 1TICPK\CĂƒÂżQ FCU 0CĂƒĂ‘GU 7PKFCU G em 150 paĂ­ses em 19 novembro e aplaudido em todas as suas iniciativas.

A ESSĂŠNCIA DE BEATRIZ BOTTESI Eleita pelo PROPMark e pela revista Forbes Brasil como uma das cinco principais lideranças femininas do PaĂ­s, a publicitĂĄria Beatriz Bottesi Monteiro de Carvalho ĂŠ a atual Country Marketing Manager do Instagram. Beatriz ĂŠ conhecida como catalisadora de mudanças, tendo oportunizado inovaçþes e insights criativos na sua diferenciada gestĂŁo de negĂłcios. Formada em Administração de Empresas, com especialização em Comunicação e Marketing, pela ESAMC de Campinas (SP), Beatriz assume com dinamismo o protagonismo como mulher empoderada, compreende a relevância que possuiu como mulher lĂ­der no mercado publicitĂĄrio e a KORQTVžPEKC FC XQ\ HGOKPKPC RCTC FGUCĆ‚CT G HC\GT evoluir toda uma sociedade. No currĂ­culo, passagens pela Coca-Cola do Brasil, Red Bull e Nike, que a levaram a atuar tambĂŠm como palestrante internacional e atĂŠ membro do Conselho da Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA), que representa cerca de 70% do mercado nacional. Ela assume com maestria o papel de protagonista do processo decisĂłrio de grandes empresas, exercido em CRGPCU RQT OWNJGTGU PQ $TCUKN p# ETKCVKXKFCFG volta a ser nossa principal aliada. Precisamos, cada vez OCKU ETKCT EQPVGĂ–FQ G CITGICT XCNQT Âź GZRGTKÆPEKC FQ EQPUWOKFQTq ICTCPVG

A DOÇURA DA RAPH’S PATISSERIE Aos 21 anos de idade, Maria Raphaela Severiano Ribeiro colocou a mĂŁo na massa e fundou, Ă ĂŠpoca na cozinha de sua residĂŞncia, a sua Raph’s Patisserie. Incentivada por amigos, aprimorou seu talento culinĂĄrio na graduação em Gastronomia, pela Universidade EstĂĄcio de SĂĄ, e ingressou em cursos internacionais, como o com o renomado pâtissier Fabrice Le Nud. p# KFGKC FC 4CRJoU 2CVKUUGTKG Ă… XGPFGT FQEGU SWG

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façam os nossos clientes se sentirem especiais. NĂŁo pensamos apenas no produto, mas na GZRGTKÆPEKC PC JQTC FG EQOGT PQ FGVCNJGq CĆ‚TOC Em sete anos de empreitada, ela ĂŠ consagrada como uma das maiores pâtisseries do Brasil, fornecendo as sobremesas para os mais badalados restaurantes do circuito Rio-SĂŁo Paulo, e nas mais concorridas festas do PaĂ­s. Aos 27, ela ĂŠ tida como case de sucesso e palestra em universidades sobre sua trajetĂłria. Comanda uma equipe de mais de 40 funcionĂĄrios, e expandiu suas instalaçþes para uma casa de trĂŞs andares, reformada para atender com o mesmo primor com que cria suas receitas imbatĂ­veis.

tempos para cĂĄ, comecei a sentir a necessidade de entrar em contato com esse lado criativo, PÂżQ OCKU EQOQ JQDD[ G UKO EQOQ RTQĆ‚UUÂżQq garante. Ela pediu demissĂŁo do cargo de advogada de um dos mais consagrados escritĂłrios de advocacia do PaĂ­s para expandir sua empreitada. Hoje, sua empresa tem sede prĂłpria, site para pedidos atendidos em pronta-entrega e personalizados em atĂŠ 48 horas. Consagrou-se com o MH Studios, abrangendo Trend planners, inspirado no livro O Poder do HĂĄbito, as Duke $QZGU EQO ECNKITCĆ‚C OCPWCN EWTCFQTKC FG projetos singulares e atĂŠ jĂĄ usou seu bom gosto nato para compor colaboraçþes com marcas desejos, como Cris Barros e a joalheria Sauer, SWG RTGUGPVGQW UWCU Ć‚FĂ„NGU EQO ECFGTPQU FG anotaçþes bordados artesanalmente.

O TRAÇADO DE CRISTINA PESSOA Celebrando dez anos de sua joalheria homĂ´nima, Cristina Pessoa regressou a BrasĂ­lia para apresentar sua nova coleção. Designer de interiores com formação em HistĂłria do Estilo e Pintura ClĂĄssica, em Florença, e em HistĂłria da Arte, em Salamanca, Espanha, como artista plĂĄstica, desenvolveu instalaçþes conceituais, mas foi no universo da alta joalheria que Cristina se encontrou.

AS RECORDAÇÕES DE MARIA HELENA Ao embarcar para seu mestrado em Propriedade Intelectual, LLM cursado na &WMG 7PKXGTUKV[ 5EJQQN of Law C CFXQICFC /CTKC *GNGPC 2GUUĂ?C FG 3WGKTQ\ quis aproveitar o tempo entre aulas para colocar as suas recordaçþes afetivas em ordem. Ao recuperar a memĂłria do laptop com mais de trĂŞs mil fotos, prontamente, em um curso de encadernação manual, começou a bordar o seu futuro. Criou a MH Handmade, empresa de concepção e originalidade em emoldurar momentos inesquecĂ­veis em luxuosos ½NDWPU GO NKPJQ TWUUQ G CECDCOGPVQ OCPWCN p0C KPHžPEKC UGORTG Ć‚\ CWNCU FG CTVGU OCPWCKU &G WPU

Bisneta de diamantĂĄrio, TGUICVQW C JGTCPĂƒC HCOKNKCT PQ|mĂŠtier|FQU FKCOCPVGU RCTC ETKCT UWC OCTEC p/G GPECPVGK RGNQ OWPFQ FC joalheria quando morava em Florença e diariamente RCUUCXC RGNC 2QPVG 8GEEJKQ 0C OGUOC Ă…RQEC Ć‚\ OKPJC RTKOGKTC XKCIGO Âź ŠPFKC Ć‚SWGK GPECPVCFC com o trabalho artesanal em ourivesaria dos indianos. Uni a tradição familiar, a joalheria clĂĄssica e o entendimento sobre o processo de fabricação EQPJGEKFQ PC ŠPFKCq 0C VTCLGVĂ?TKC L½ EQPSWKUVQW Ć‚FĂ„NGU EQUOQRQNKVCU FG VQFQ Q OWPFQ FC WDGT model Naomi Campbell Ă trend setter Bianca Brandolini Ć‚NJC FC EQPFGUUC DTCUKNGKTC )GQTIKPC Brandolini. Todas as peças sĂŁo manualmente criadas RQT GNC p5QW EGPVTCNK\CFQTC PQ RTQEGUUQ ETKCVKXQ sou capaz de criar 100 peças por dia ou mais. NĂŁo consigo produzir nem uma dĂŠcima parte do que OKPJC ECDGĂƒC KOCIKPCq ICTCPVG

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ARTIGO POR MÁRIO ROSA

FELICIDADE NA VIDA NÃO É PRA SER ENCONTRADA, MAS COMPREENDIDA

A

felicidade? Não existe. Nunca existiu. Nem existirá. Então virastes um pessimista, um agourento, um sinistro, um nebuloso? Não! Estou mais otimista do que nunca! Olho tudo e me encanto como tudo é tão maravilhoso! E não há em mim nada de contraditório. A felicidade não existe porque não é algo que se encontra. É, antes, um encontro. Um encontro que se tem ou não se tem dentro de si mesmo. A felicidade não adianta procurar porque não está lá fora. Não adianta ir atrás dela. Ou ela está em alguém ou não estará em lugar nenhum da Terra. É algo que acontece nas nossas profundezas e não nas imediações. Por isso a felicidade não existe. Ela é uma para cada um e pode ter inúmeras definições. Por minha felicidade eu percorri o mundo todo, peregrinei como um cavaleiro em busca do Graal, eu fiz de tudo, fui atrás de toda pista, para saber onde estava ela, afinal. Eu atravessei os precipícios, eu escalei as verticais escarpas, eu rocei a calha dos caudalosos rios e nada! Nada da felicidade eu encontrei, mas não desisti de minha busca. Eu não sabia, nem poderia saber àquela altura, que ela estava dentro de mim e que eu é que precisaria me encontrar para que chegasse ao fim minha procura. Cansado, calejado de tão vão e exaustivo esforço, um dia nem sei bem porque resolvi mudar totalmente meu plano de voo... Desconfiei que a felicidade podia estar em mim. Mas, então, antes de achá-la, saí a procurar-me. Pois só me encontrando eu poderia detectá-la. E aí eu me conheci, foi a minha mais reveladora e surpreen-

dente viagem. Quanta escuridão, quantos vazios. E fui me percorrendo, conhecendo o meus desvãos, arrombando meus porões, me abalando em descobrir o que eu sou e sentindo subir na espinha eletrizantes calafrios. Encontrei a mim e agora era só procurar por ela. A felicidade estava aqui dentro. Mas onde? Como? O mais difícil da jornada eu já havia descoberto: eu mesmo, onde a felicidade reside, sua morada. Mas em que lugar de mim seria ela encontrada? Revirei-me de novo pelo avesso. E me senti feliz, pois me conheci melhor, mas nenhum sinal, nenhum vestígio dela eu vi dentro de mim. E foi então que iniciei um recomeço. Mudei totalmente de estratégia e passei a procurar de outro jeito. A felicidade não é algo que se encontra. É algo que se vive, se sente, a gente simplesmente se dá conta. Agora eu a via em seu estado natural, rarefeito. E vislumbrava seu brilho especial, dar ao banal ares de perfeito. Felicidade é ir dormir e acordar no outro dia. E perceber que isso não é um fato consumado. É o primeiro milagre que acontece logo que o dia amanhece. Felicidade é toda a alegria, mas é também sobreviver ao que é triste. Felicidade é perceber o privilégio em tudo o que existe. Felicidade não é um momento, um lugar, nem uma coisa. Felicidade é uma percepção que vem de dentro e que transforma tudo e todos ao redor. Ninguém vê, ninguém toca, ninguém acha, ninguém perde. Felicidade é como uma alma que habita a vida. Felicidade a gente sente e está em nós. Não é pra ser encontrada. É pra ser compreendida.

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TEMPO

A LEILOEIRA SILVIA DE SOUZA CELEBRA 25 ANOS DA CASA AMARELA EM BRASÍLIA. DE VAN GOGH E BRECHERET A PEÇAS DE R$ 50, ELA DEMOCRATIZOU O OFÍCIO EM TEMPOS DE LEILÃO VIRTUAL POR CAROLINA SAMORANO « FOTOS BRUNO CAVALCANTI

“E

u sou maior que o Flamengo”. Silvia de Souza, nome por trás da tradicionalíssima Casa Amarela, não precisa ter medo de soar fantasiosa ao se comparar à maior torcida do Brasil e atual campeã das Américas. No dia 23 de novembro, enquanto o País assistia à impressionante virada do time carioca sobre o argentino River Plate, no Peru, pela final da Libertadores, a paulistana com coração candango celebrava a audiência na internet do leilão comemorativo pelos 25 anos da chegada de sua casa à capital federal. Bodas de Prata com sucesso de público em pleno sábado de futebol no Brasil. As mais de duas décadas de Silvia em Brasília não passaram despercebidas por nenhum frequentador assíduo de leilões, tampouco pelos apreciadores de obras de arte e peças raras da capital – quiçá do Brasil. Petit em tamanho, grandiosa na carreira que construiu, a leiloeira fala com a mesma intimidade de arte e dos hábitos de saúde que precisa melhorar. Sentada diante de uma escultura de Brecheret, comenta que deveria parar de beber líquidos tão gelados. “Sou cervejeira. Até com gelo. Mas o Dráuzio Varella diz que não pode, né?! Preciso parar com isso”, diz. A sua trajetória no mercado de leilões no Brasil data de antes da fundação da própria Casa Amarela, em 1989, em São Paulo. Era o seu marido quem ganhava a vida com a negociação de peças raras. Quando ele morreu, Silvia ficou com o seu título de leiloeiro, que na época passava de mão em mão pelas famílias, tal qual as permissões notariais.

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O que a empresária encontrou, na época, não foi um cenário muito amigável. “Era um mercado difícil, bastante competitivo e muito masculino. Ainda hoje é”, lembra. A Casa Amarela, com o nome que ainda leva hoje, estreou no fim dos anos 1980, em um casarão da mesma cor na Rua Canadá, em São Paulo, onde Assis Chateaubriand recebia artistas e intelectuais. Silvia comprou o negócio do atual marido, depois que ele assumiu o local.

BRASÍLIA É PAUSA Da selva de pedras aos descampados brasilienses, o salto foi em 1994. A leiloeira tinha um amiga médica na cidade que a convidou naquele ano para organizar um leilão dentro dos eventos em prol do Dia Mundial de Combate à Aids, na Academia de Tênis. Silvia se

apaixonou por ambas, Brasília e Academia de Tênis, ao mesmo tempo. Aquele evento pontual se multiplicou e as vindas passaram a ser mais frequentes. O fundador da Academia, o cardiologista José Farani, acolheu a Casa Amarela em uma das 12 salas de cinema da sua estrutura. O lugar se transformou em trabalho e pausa da rotina cosmopolita da capital paulista. “Eu adorava aquele lugar. Me sentia de férias”, lembra. Alguns anos depois, o filho de Silvia, Fernando Pelloni, mudou-se com a família para a capital e assumiu a frente da Casa Amarela por aqui. É ele quem toca hoje, sob o olhar de Silvia, os leilões virtuais mensais da empresa, além dos dois presenciais que a unidade realiza todos os anos, sempre em maio e em novembro, no foyer dos teatros do Brasil 21. Desde o fechamento da Academia, o espaço é abrigo da Casa Amarela. GPSLifetime « 67

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a realização de leilões “democráticos”. Isso se traduz na oferta de peças de R$ 50, como jóias e outros objetos, ao mesmo tempo em que se negociam outras de cinco dígitos, sem constrangimento e nem perda de brilho. “Leilão hoje é oportunidade. De vender e de comprar rápido”, resume. Entre os pregões marcantes da carreira, Silvia menciona, de primeira, um que repercutiu imensamente no mercado e na imprensa na época, nos anos 1990. Uma reportagem da Folha de S.Paulo de 1995 anunciava a realização de um grande leilão na boate Limelight, em São Paulo, com a exposição de 800 itens. O motivo do burburinho: a oferta do quadro Tête de Femme, de Pablo Picasso, com lance mínimo de USD 4 milhões.

PELO OUTRO

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CIRCO DE RARIDADES Em São Paulo, com espaço próprio e “dinâmica de circo”, como descreve Fernando, os leilões presenciais acontecem todos os meses. Por incrível que pareça, em tempos de compras virtuais e tendências descartáveis de decoração, o trabalho dos leiloeiros não parece arrefecer tão cedo. “Eu achei que meu ritmo fosse diminuir, mas ele só aumenta. As pessoas hoje estão se mudando para espaços cada vez menores, deixando aqueles casarões de família. Os tempos são outros. O volume de vendas é enorme”, analisa Silvia. Os quase quarenta anos de mercado lhe permitiram vivenciar algumas mudanças no significado dos leilões. A entrada da Casa na internet, com transmissão ao vivo dos pregões, há sete anos, foi uma dessas transformações. Outras têm mais a ver com o que se vende e a quem se vende hoje. “Os leilões cada vez mais estão perdendo seu entorno de algo restrito à elite, muito fechados”, pontua. O site da casa leiloeira lista como um dos seus objetivos

E nem só os itens de cifras gordas e as páginas estampadas em jornais e revistas compõem o caderno de memórias, até aqui, conquistados pela leiloeira. Os pregões beneficentes fazem parte da história da Casa Amarela. Hoje, grande parte dos leilões realizados pela casa em Brasília têm parcela do valor arrecadado destinada à Instituição Dom Orione, que atende jovens e adultos com deficiência abandonados pela família. “O brasileiro agora que tem aberto a cabeça para essa função social de ajudar o próximo. Já consegui muitas doações de obras importantes que depois viraram cadeiras de rodas, ambulâncias, ajuda financeira a instituições carentes”, pontua. Na capital, por mais de sete anos realizou leilões direcionados a ajudar a Abrace, ONG que presta assistência social às famílias e crianças portadoras de câncer e doenças do sangue. “Há alguns anos tive uma neta que teve câncer, e isso mexeu muito comigo. Decidi trabalhar com a Abrace em Brasília e algumas vezes com a Graacc, em São Paulo. Mas elas hoje são gigantes. Mudamos sempre nosso foco a ajudar quem precisa mais”, diz. De volta a São Paulo, após uma temporada na capital pela organização do pregão comemorativo, a leiloeira se despede sabendo que em breve estará de volta. “Brasília para mim hoje é mais que trabalho. Tenho amigos, família”, diz. Seguindo o calendário que já lhe é de costume, em no máximo dois meses deve aterrar novamente na cidade. Ritual que promete repetir ainda por muitos anos. “Só saio daqui de bengalinha”, planeja.

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BARROCO

Foto: Luara Baggi

EM HOMENAGEM À MEMÓRIA DE SÉRGIO ALAGEMOVITS, CURADOR, ARTISTA, POETA E AMANTE DAS ARTES, BRASÍLIA GANHA O ESPAÇO ALAGEMOVITS ART

Fotos: Divulgaçã

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João Paulo Todde, Cristina Piquet e Liana Alagemovits

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Érico Rodolfo, Graciela Todde e Carlos Henrique

UMA GALERIA DE EXPERIÊNCIAS

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ontemplar todos os campos artísticos sem se prender a padrões de tempo, cultura, países e de artistas. É com esse o conceito que a Alagemovits Art – Galeria – Antiquário – Museu chega para enaltecer o cenário cultural brasiliense. Um espaço diferenciado, que vai muito além da aquisição de obras e proporciona uma verdadeira experiência, capaz de diversificar o repertório estético e de conhecimento de seus visitantes. “É assim que queremos cativar e inspirar outros amantes da arte para que possam apreciar e compartilhar esses prazeres tão sofisticados e peculiares em um só espaço”, destaca João Paulo Todde, sócio da Alagemovits Art, que fica localizada no Lago Norte. Em evento premier, jornalistas e influenciadores digitais foram os primeiros a conhecer o espaço. Sempre com atendimento personalizado e exclusivo, por meio de visitas agendadas, a Alagemovits Art oferece sigilo e descrição nas vendas das peças nacionais

Ricardo Movits e João Paulo Todde

e internacionais certificadas. Sem contar ainda que é possível conhecer o acervo por meio do aplicativo ONEarby, disponível para Android e iOS, e ganhar 5% de desconto na aquisição de qualquer peça. A galeria conta com obras renascentistas, barrocas, arte rococó, contemporânea e moderna, e, principalmente, o que há de mais belo em obras da antiguidade. Já a título de antiquário estão relicários, peças antigas e adornos sofisticados, e, ainda, as frações da arte sacra e expressionista. Enquanto que, na qualidade de museu, a Alagemovits Art abriga obras de artistas mundiais, trazendo novos questionamentos e formas de contemplação diferentes daquelas já apresentadas no mercado das artes. @alagemovitsart

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SUSTENTABILIDADE

NÃO SÓ RARO, MAS PRECIOSO É SE IMPORTAR COM O MUNDO E COM O PRÓXIMO. O PEÇA RARA BRECHÓ, ENGAJADO AO CONSUMO SUSTENTÁVEL, QUER GANHAR O PAÍS COM SEU PROPÓSITO NO COMÉRCIO DE MODA POR ÁLEF CALADO FOTOS ROBSON CESCO

RESSIGNIFICAR A CONSCIÊNCIA V ocê já parou para pensar por que alguns itens que deveriam durar muito mais tempo têm vida útil tão curta? Roupas, acessórios, brinquedos, joias e alguns móveis são facilmente descartados ou substituídos na primeira oportunidade. Os que não são doados, na maioria das vezes, param até em lixões, onde encerram o seu “tempo de serviço”.

Há 14 anos, a empresária Bruna Vasconi se fez essa mesma pergunta e encontrou uma solução prática e econômica para um problema que a incomodava: o reaproveitamento. Em vez de simplesmente se livrar dos insumos básicos comprados para os dois filhos pequenos e gastar um dinheirão com novos itens, ela decidiu dar mais uma chance às coisas em bom estado e criou o Peça Rara Brechó.

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A iniciativa nasceu como uma loja de roupas infantis na 307 Sul. O negócio foi crescendo, passou a atender moda feminina, casa, decoração e até mesmo brinquedos e moda masculina. Hoje, o brechó conta com seis lojas e a primeira franquia, aberta no início de dezembro, em Taguatinga. Todos os estabelecimentos compartilham do mesmo objetivo: construir um mundo melhor através da sustentabilidade. “A gente precisa aprender a compartilhar. Já temos muitas coisas prontas e elas precisam ser usadas, reutilizadas, ressignificadas, recriadas, recicladas. Não é uma questão somente de moda, e sim de convivência, consciência, de comportamento. As pessoas precisam aderir de uma vez por todas a iniciativas que busquem garantir o futuro do nosso planeta, senão, daqui há 20 ou 30 anos, não vamos ter como continuar”, ressalta Bruna. O cuidado vai muito além do simples re-uso dos itens em estoque, que beira as oito mil unidades disponíveis por dia. Ao todo, mais de 35 mil vendas são feitas, mensalmente, pelas lojas. “Somos a primeira marca do Brasil a adotar etiquetas inteligentes reutilizáveis. É um investimento considerável, mas fizemos questão justamente por reforçar tudo pelo que lutamos. As sacolas plásticas, biodegradáveis, também estão com os dias contados. A gente vai bani-las até o final do ano, depois de uma campanha maciça de conscientização. A ideia é que as pessoas tragam as suas próprias sacolas de casa, comprem ou peguem emprestadas as nossas ecobags”, completa a fundadora. As lojas recebem tanto roupas de grife quanto vestimentas e acessórios mais simples – o mais importante é estar em bom estado. Cada uma tem o seu preço final, que leva em consideração alguns requisitos, e o valor negociado beneficia ambos os lados, uma vez que os parceiros ficam com uma porcentagem em cima da venda. “A gente faz um contrato e

coloca o produto em exposição. Tudo é consignado”, explica Marcello Corrêa, sócio da marca. A ideia de expansão da marca surgiu de um desejo de incentivar outras pessoas a investirem em sustentabilidade. “Queremos expandir isso para capitais e outros estados. Já estamos em negociação para levar o Peça Rara para Belo Horizonte e Recife”, revela Marcello. Sempre com o olhar para o próximo, a empresa criou um braço social, batizado de Eu Sou Peça Rara. Um trailer, localizado atrás da loja da 307 Sul, vende as roupas, sapatos, brinquedos e móveis que não passam pelo crivo para compor o estoque das sete unidades a preço ainda mais acessível: a partir de R$ 2. Todo o valor arrecadado é convertido em doações para caridade. Em apenas um ano, a iniciativa já repassou mais de R$ 25 mil à Creche Pedacinho do Céu, no Itapoã 2. A Casa do Carinho e o Lar Bezerra de Menezes, ambos na Ceilândia, recebem doações físicas. O ponto abre todos os sábados, das 10h às 14h. “Esperamos que ele também cresça, que vire uma loja física e chegue a outros locais de Brasília, abrindo durante a semana. Todas as lojas contam com um tonel onde as pessoas podem deixar as doações. Esse barril enche todos os dias e os produtos são encaminhados para a nossa sede, onde são preparados. O engajamento por parte do público é empolgante”, revela Bruna. ZZZ SHFDUDUDEUHFKR FRP EU @pecararabr

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PROPÓSITO

BERNARDINHO, O LEVANTADOR 74 « GPSLifetime

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O MAIOR LÍDER EM QUADRA ESPORTIVA ATUALMENTE É REFERÊNCIA NA ÁREA DE LIDERANÇA E EMPREENDEDORISMO. LONGE DA SELEÇÃO, ELE AFIRMA QUE ESTRATÉGIA, DISCIPLINA E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL AINDA SÃO 26 3,/$5(6 '( 80$ 9,'$ 35 63(5$b POR MARCELLA OLIVEIRA « FOTOS LUARA BAGGI

ritos e broncas. Choro e emoção. A mão na boca para conter o nervosismo. A camisa esticada de tanto puxar. A gola quase arregaçada. O olho arregalado. O ranger dos dentes. A veia saltando do rosto. Se pudéssemos definir Bernardo Rezende, o Bernardinho, em uma palavra, esta poderia ser “entrega”. Em seus 23 anos no comando das seleções brasileiras de vôlei – sete anos com o time feminino e outros 16 com o masculino –, ele era o sétimo jogador em quadra. Dava o sangue sem nem tocar na bola. O maior técnico da história do voleibol brasileiro começou sua carreira esportiva, olha a ironia, no banco. Como levantador reserva, Bernardinho integrou a Geração de Prata do vôlei, aquela que em 1984 ficou em segundo lugar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, perdendo para os Estados Unidos. Foi a geração que mudou a relação do Brasil com o esporte, que até então não figurava entre os preferidos do brasileiro. A função do levantador no jogo de voleibol é estratégica. Ele deve ter liderança, pensamento rápido, olhar atento aos companheiros de time e conhecer bem os movimentos do adversário. Ele é um distribuidor de jogadas. O cérebro do time. Assim era Bernardinho em quadra. E, mesmo na reserva, analisava tudo que acontecia. “Talvez eu já desse meus primeiros passos como técnico, mas sem perceber. Tinha uma visão estratégica, gostava de pensar, analisar as jogadas”, lembra. O sinais de um jovem disciplinado existiam desde cedo. Era o primeiro a chegar nos treinos e sempre ficava até mais tarde. “Eu não tinha o talento deles, então, eu precisava treinar”, conta. “Não fui um grande jogador, fui um bom jogador”, complementa. Dez anos depois da medalha de prata, Bernardinho estreou como técnico da seleção brasileira feminina, em 1994. Mas não mudou de posição. Deixou de ser o levantador na rede para ser o levantador diretamente da área técnica. Com elas, foram dois bronzes olímpicos, um vice-campeonato mundial e três títulos do Grand Prix. A partir de 2001, comandou o time masculino, levando a seleção a um nível de excelência jamais visto antes. Em 16 anos, das 48 competições, chegou a final em 43 e ganhou 31 decisões. Foi à final nos quatro Jogos Olímpicos que participou como técnico dos meninos e conquistou duas medalhas de ouro e duas de prata. “Tive vários apelidos na seleção. Psicopata era o mais comum”, diz, aos risos, ao ser questionado sobre seu comportamento enérgico ali na beirada da quadra. Na era da Internet, suas caras e bocas renderam muitos memes. Expressivo, o típico virginiano perfeccionista queria sempre extrair mais dos jogaGPSLifetime « 75

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dores. Isso levava a broncas, gritos, raiva e tensão. Quem acompanhava os jogos tinha a impressão, muitas vezes, de que ele iria entrar em quadra. E quem disse que não entrava? Um verdadeiro líder defende com unhas e dentes seu time. E Bernardinho sempre foi assim. De corpo e coração. Lembrar de tanta tensão desperta outra pergunta: Bernardinho, qual o jogo mais tenso que você já dirigiu? “Eu tenho que fazer um esforço, porque eu sou um cara tranquilo, não me lembro de jogo tenso nenhum”, diz, às gargalhadas. “Com certeza foi contra a França, em 2016, na última etapa da classificação. Se perdêssemos, ficaríamos em nono lugar e estaríamos fora da disputa. Se isso tivesse acontecido, imagina, em casa?... Eu, com certeza, não estaria aqui hoje. Iam me crucificar. Mas ganhamos. Aquela geração de 2016 não tinha tanto talento como a anterior, mas eles venceram porque foram determinados, resilientes, trabalharam como um time e tinham um porquê em comum”, acredita. O fim da Era Bernardinho foi, literalmente, com chave de ouro. O topo do pódio em casa, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, o consagrou como o melhor líder de todos os tempos.

Os números de entrega são realmente impressionantes. Mas o que o bacharel em Economia deixou de mais importante na sua passagem pela seleção não foram apenas os resultados esportivos. “Os atletas às vezes me questionavam o por que de falar tanto em ego.. É que eu sempre quis passar para eles que o mais importante é o trabalho extremo e o time acima de qualquer coisa. Esse é um alerta permanente. A minha geração se perdeu por alguns egos. A geração de ouro de 1992 não abriu uma sequência maior de vitórias provavelmente pelo ego. O ego é o grande inimigo”, acredita. Há pouco mais de dois anos fora da seleção brasileira e hoje com 60 anos, a pergunta é: a vida está mais tranquila? “Não me concedo tempo. Sou obcecado pelo trabalho. A pressão é menor hoje, mas tenho permanente pressão, eu me cobro muito”, revela. A rotina é agitada. Se está no Rio, onde mora, acorda às 4h30 para praticar esporte – hoje é adepto do triátlon. “Vôlei só por diversão”, conta. Treino, viagens, palestras, aulas, reuniões. Casado há 20 anos com a ex-jogadora Fernanda Venturini, valoriza os momentos em família. Com ela, tem duas filhas, Julia, 17 anos, e Vitória, 9. Do primeiro casamento, tem Bruno, 33 anos,

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atual levantador da seleção brasileira. “A gente conversa sobre vôlei, óbvio, mas não interfiro. Larguei o osso mesmo. Sou apenas um amigo do técnico [Renan Dal Zotto, seu contemporâneo à época de atleta] e eventualmente a gente troca algumas ideias”, confessa. Hoje, além de treinador de um time feminino carioca, leciona sobre liderança empreendedora na PUC do Rio, viaja o Brasil realizando palestras e também presta consultoria para empresas. Bernardinho não está mais no comando da seleção brasileira de vôlei, mas ainda carrega no seu DNA a posição de levantador. “Adoro o que eu faço. A minha missão é fazer com que as pessoas a minha volta evoluam. Eram meus parceiros de time, depois os atletas que eu treinei. A grande frustração é quando eu não consigo tocar em alguém, não o ajudo a evoluir. Eu sou um professor”, define-se. O traje esportivo já não é mais usado na maior parte do tempo. Enquanto treinador, sim, mas fora de quadra, normalmente é visto de calça, camisa e sapato social. O semblante é tranquilo, mas o jeito de falar é rápido, de quem está sempre com pressa. E como um técnico esportivo se tornou uma referência em liderança? É que sua experiência como atleta, técnico e empreendedor – é sócio de um restaurante há mais de 30 anos e de uma rede de academias, além de ter uma empresa de cursos online – faz com que suas vivências sirvam para todos os setores da vida. “As grandes lições que eu tive, aprendi no esporte. Mas com certeza o empreendedorismo ensina, porque empreender no Brasil requer resiliência”, afirma. Ele adora contar suas histórias como técnico, falar de exemplos de líderes, indicar livros, reforçar mantras. “O maior inimigo do crescimento é a zona de conforto”. “Ser líder é ser um guardião de valores não negociáveis”. “Só vamos realizar sonhos se trabalharmos como um time”. “Quanto mais eu me preparo, mais sorte eu tenho”. Para o ex-técnico, hoje, uma das principais características que fazem de alguém um bom profissional é a inteligência emocional. “Muitas vezes, a gente contrata a pessoa pela capacidade técnica dela, mas demite pela atitude, pela falta de responsabilidade”, exemplifica. “E também é preciso entender que trabalhar em equipe é primordial. Nunca deve ser ‘eu’, é sempre ‘nós’. Ninguém cresce sozinho”, acrescenta. Como técnico, Bernardinho foi além do que como jogador. “Entendi que minha missão era ali. Minha essência é ser treinador. Gosto do processo, do dia a dia, de ver a evolução”, afirma. Tanto sucesso como técnico vira e mexe

vem acompanhado de brincadeiras. Foi assim após o fatídico 7x1 na Copa do Mundo de 2014, por exemplo. A Internet foi bombardeada de memes que sugeriam o nome dele para comandar a seleção de futebol. “Eu teria alguns conselhos a dar para os jogadores”, brinca. Frequentemente, é assediado pela política. Será que ele vai, um dia, ingressar na carreira pública? Apesar de apoiar claramente o Partido Novo – e nas últimas eleições ter sido cogitado para se candidatar ao governo do Rio de Janeiro –, não pensa, por agora, aventurar-se no meio. “Quando eu falo com os jovens sobre política, não é falando para votar em x ou y, mas que eles se interessem pelo tema, estudem e façam suas opções. Para que eles se lembrem em quem votaram e, principalmente, que não se abstenham”, opina. “Talvez uma candidatura à prefeitura do Rio no próximo ano?”. Bernardinho diz que, hoje, a resposta é não. Ele segue seu trabalho como treinador, palestrante e empresário. A única coisa de que temos certeza para 2020 é que pela primeira vez depois de décadas Bernardinho vai assistir aos Jogos Olímpicos de Tóquio apenas como torcedor. GPSLifetime « 77

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ENTREVISTA

Foto: Luara Baggi

AVESSO AO MISTICISMO IDEOLÓGICO DA POLÍTICA, ROBÉRIO NEGREIROS IMPRIME RITMO ACELERADO AO DESEJO DO POVO NA TRANSFORMAÇÃO. EDUCAÇÃO, TRABALHO E MÉRITO INTEGRAM SUA GESTÃO DE COMPLIANCE

O EXECUTOR DO PARLAMENTO 78 « GPSLifetime

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efinitivamente, o deputado distrital Robério Negreiros (PSD) não chegou ontem à política do Distrito Federal. Caminhando já pelo seu terceiro mandato na Câmara Legislativa, o político, nascido, criado e diplomado em Brasília, construiu suas posições e amadureceu sua trilha na carreira pública em cargos de liderança; antes, no Sindicato das Empresas de Segurança Privada do DF (Sindesp/DF) e depois na Caesb, como assessor especial da presidência. Formado em Direito pelo UniCEUB, foi no fomento dos negócios e do empreendedorismo social e criativo que viu a via de escape (ou de salvação) para a situação econômica da capital. Desde que ganhou na urna o direito ao cargo pela primeira vez, em 2012, propôs um total de 350 projetos à Casa, dos quais 48 já se transformaram em leis. A maioria, focada no incentivo à geração de renda e emprego. Desde então, muita coisa mudou na política do DF – a exemplo do que se vê também no cenário nacional. Negreiros, no entanto, diz que prefere se manter longe da polarização exacerbada que tomou as ruas e urnas do DF e do País, e que mantém suas raízes e prioridades políticas inabaladas desde que ingressou na vida pública.

“Esse misticismo ideológico nunca atendeu às reais necessidades da população. Era uma maneira de atender apenas a grupos. E o que precisávamos, e ainda precisamos, é de uma visão sistêmica, 360 graus, que coloque o povo acima de partidarismos”, diz o Segundo Secretário da Mesa Diretora da CLDF. Em entrevista à revista GPS|Lifetime, ele destaca projetos que pretende apresentar ao GDF e que visam inserir o ensino público da capital no modelo moderno de formação voltada às habilidades socioambientais e tecnológicas. Também fala sobre a necessidade de incentivo aos negócios sociais como forma de gerar renda e resolver questões históricas do governo, e de suas pretensões políticas nas urnas em 2022. Confira.

Do seu primeiro mandato para cá, parece que houve uma PXGDQ©D QD SHUFHS©¥R GDV SHVVRDV VREUH R PXQGR SRO¯WLFR H RV SRO¯WLFRV &RPR IRL HVVD WUDQVL©¥R SDUD R VHQKRU"

Tranquila. Primeiro porque, para mim, o cidadão Robério Negreiros, não houve transição. Meu pensamento já estava centrado na necessidade de uma nova maneira de trabalhar pelo bem-comum, via política. Eu já era uma voz dissonante. Qualquer pesquisa rápida na Internet vai mostrar que sempre tive posicionamentos distintos. Sempre fui contra o antagonismo cego entre duas matizes políticas, e que culminou em dois governos mal avaliados no DF. Esse misticismo ideológico nunca atendeu as reais necessidades da população. Era uma maneira de atender apenas a grupos. E o que precisávamos, e ainda precisamos, é de uma visão sistêmica, 360 graus, que coloque o povo acima de partidarismos ou egoísmos de classe.

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De maneira nenhuma. De fato, as eleiçþes passadas foram delineadas pelo desejo de uma mudança que expurgasse a dicotomia partidĂĄria que dominou o Brasil nas Ăşltimas dĂŠcadas. NĂŁo poderia mais existir a ideia do mito, que desce das nuvens para salvar a todos. Essa lĂłgica deveria ter falido com os projetos que governaram o PaĂ­s e nos conduziram para essa situação de hoje. Do Ăşltimo pleito para cĂĄ, deveria reinar a ďŹ rme convicção de que polĂ­tica e governo sĂŁo conduzidos por todos nĂłs, cidadĂŁos de uma democracia participativa. As pessoas nas ruas me deram a impressĂŁo de que havĂ­amos, ďŹ nalmente, entendido isso e terĂ­amos acabado com as visĂľes messiânicas de um Ăşnico salvador. 1HVVD YLVÂĽR VLVWÂŹPLFD TXH YRFÂŹ FLWD RQGH R VHQKRU VH HQFDL[DULD"

Onde sempre me encaixei. Sempre acreditei em educação, trabalho e mĂŠrito como alavanca para impulsionar crescimento econĂ´mico e justiça social. E sempre pautei meu trabalho assim. Agora, por exemplo, tenho desenhado uma sĂŠrie de ideias inovadoras que pretendo levar ao governador para fazermos a juventude do Distrito Federal embarcar de vez no perďŹ l que os novos postos de trabalho exigem. Hoje, temos uma visĂŁo de maior responsabilidade socioambiental e com exigĂŞncia de conhecimentos sobre tecnologia muito maior que antes, quase uma formação sine qua non para quem quer alcançar uma vaga no mercado de trabalho. Mas as nossas escolas e atĂŠ mesmo os cursos gratuitos mantidos pela indĂşstria e o comĂŠrcio, me parecem, ainda nĂŁo se ajustaram. 3RU TXÂŹ"

DifĂ­cil responder isso. É Ăłbvio que a indĂşstria e o comĂŠrcio gastam recursos para formar proďŹ ssionais a partir das necessidades de hoje. Mas esses novos dias mudam muito depressa. Tenho a impressĂŁo de que muitas proďŹ ssĂľes que existem hoje devem desaparecer em menos de uma dĂŠcada. AtĂŠ mesmo a maneira de administrar um negĂłcio ou pessoas jĂĄ nĂŁo serĂĄ mais o mesmo. Ou seja, o que vale para agora nĂŁo servirĂĄ para um futuro que chega muito depressa. O senhor falou que vem desenhando propostas inovadoras para DSUHVHQWDU DR JRYHUQDGRU 4XH LGHLDV VHULDP HVVDV"

É evidente que sĂŁo ideias que tem um olho no futuro, mas tem, tambĂŠm, um olho no presente. As mudanças nĂŁo vĂŞm de um ponto obscuro qualquer. Elas sĂŁo resultado da dinâmica das transformaçþes que começaram ontem e que continuarĂŁo hoje e amanhĂŁ. Por exemplo, acho que o GDF precisa incentivar os negĂłcios sociais.

EstĂĄ provado que ĂŠ possĂ­vel ganhar dinheiro fazendo o bem, apostando em propostas capazes de serem transformadoras da realidade. Temos bons exemplos por aqui, como as cooperativas de catadoras de lixo reciclĂĄvel. Mas acho que existe um nĂşmero imenso de pessoas com excelentes ideias, mas que nĂŁo conseguem sistematizĂĄ-las ou nĂŁo encontram ďŹ nanciamentos para pĂ´-las em prĂĄtica. E quais seriam as vantagens dos negĂłcios sociais SDUD D SRSXODŠ¼R"

Os negĂłcios sociais tĂŞm a vantagem de ajudar o Estado a resolver questĂľes, muitas vezes histĂłricas, que ano apĂłs ano desaďŹ am governos. Imagina, por exemplo, um grupo de professores de Ensino BĂĄsico ou Fundamental que resolvem se unir e dedicar parte do seu tempo ampliando a oferta de atividades extraclasse em comunidades de baixa renda. Essa ĂŠ uma atitude que pode gerar renda para os professores, por meio do apoio da iniciativa privada e das empresas que entendem verdadeiramente o que ĂŠ responsabilidade socioambiental, e ao mesmo tempo, resolver uma demanda antiga do governo por vagas em creches e em educação integral. E qual ĂŠ a parte do GDF nessa histĂłria? O incentivo para essas empresas que querem retribuir Ă sociedade parte daquilo que recebeu. ( KÂŁ HVSDŠR HP %UDVÂŻOLD SDUD XPD SURSRVWD DVVLP"

HĂĄ uma ideia muito equivocada, e muito disseminada pelas esquerdas, que demoniza o empresĂĄrio. Eu sou oriundo do mundo empreendedor e sei que a maioria entende que uma economia saudĂĄvel ĂŠ retributiva. Imagina que eu explore produtos feitos de eucalipto. Se eu nĂŁo replantar eucaliptos e reorestar as margens de rios, ribeirĂľes ou nascentes d’ågua, evidentemente minha indĂşstria tenderĂĄ a desaparecer pela falta de matĂŠria-prima. A mesma lĂłgica serve para a inclusĂŁo social por meio dos cursos de capacitação e educação. Se nĂŁo distribuo renda, apoiando projetos desse tipo, nĂŁo tenho mĂŁo de obra preparada e nem fornecedores para viabilizar minha continuidade. Ou seja, ĂŠ mais do que o simples exercĂ­cio de cidadania. É uma nova mentalidade que precisa ter o bem-comum como fonte de toda geração de riqueza.

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O que mais está sendo gestado nesses projetos que o senhor SUHWHQGH OHYDU SDUD R JRYHUQDGRU"

Poderíamos ficar horas aqui falando de tudo que tenho pensado. Mas para falar de algo que acredito muito, quero levar para as escolas de Ensino Médio as novas metodologias que vem sendo empregadas na gestão das grandes empresas. Li muito sobre as metodologias ágeis, design thinking, frameworks. Me encantei com essa nova lógica tão concatenada com o mundo tecnológico que vivemos. Entregar mais, com mais qualidade, com menos desperdício e em menos tempo é uma utopia que parece que está se concretizando. Por que isso é importante? Porque vivemos em um mundo que caminha para escassez e porque hoje precisamos de soluções rápidas. Não dá mais para pensar demais e fazer de menos. É preciso fazer e ir aperfeiçoando. É claro que esses cursos dariam noções para os nossos jovens, mas já seriam a semente de uma sociedade com consumo mais eficiente, economia mais robusta e consequentemente mais solidária com o planeta. ( R TXH R VHQKRU WHP IHLWR KRMH SHOR SODQHWD H SHOR ')"

Foto: Tainá Frota

Desde que assumi a Segunda Secretaria da Câmara Legislativa, em que sou responsável pela parte orçamentária, administrativa e financeira da Casa, venho aperfeiçoando os processos de gestão. Compliance e governança são mais que conceitos da moda para nós: são palavras de ordem. Acredito na transparência como forma de promoção democracia participativa. Se a população sabe o que acontece, percebe o imperativo da legalidade nos processos, ela fica cada vez mais inclinada a estar junto conosco na Casa. É o povo que nos ajuda a entender de maneira capilar as reais demandas das nossas cidades. Conseguimos, por exemplo, reduzir consideravelmente despesas com luz, água, telefone, gastos postais, viagens e, ainda, o mais importante, implantar o sistema de energia fotovoltaica, que reduzirá ainda mais as despesas com luz, além de ser uma fonte de energia limpa. É obvio

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Foto: TainĂĄ Frota

que se trata de dar eďŹ ciĂŞncia na gestĂŁo desses recursos com medidas simples, mas que nĂŁo haviam sido implantadas antes. SĂŁo recursos que retornam para o erĂĄrio e sĂŁo reaplicados nas justas demandas das cidades. 1HVVHV ÂźOWLPRV JRYHUQRV D &¤PDUD PDQWHYH XPD UHODŠ¼R PHLR FRQĹ´LWXRVD FRP R *') &RPR R VHQKRU YÂŹ HVVD UHODŠ¼R KRMH"

Acho que os dias sĂŁo outros. Vejo muita vontade de acertar dos dois lados. Muita gente querendo fazer o bem para o DF, tanto lĂĄ quanto cĂĄ. Tivemos governos em que a Câmara era subserviente ao Buriti. Em outros, a Câmara se impĂ´s demais e criou clima de picuinha. AliĂĄs, muito em função de interesses personalĂ­ssimos. Hoje hĂĄ um cenĂĄrio de cooperação e de muita conversa. NĂŁo existem soluçþes prontas. NinguĂŠm tem uma caixa mĂĄgica capaz de produzir saĂ­das mirabolantes, igual ao Mandrake. O governador Ibaneis tem sido muito cortĂŞs e consciente. Ele sabe que a situação do GDF nĂŁo ĂŠ boa e os reexos sĂŁo Ăłbvios: saĂşde precĂĄrias, professores desanimados, violĂŞncia galopante. Mas, em vez de reclamar, ele tem buscado o diĂĄlogo com a Câmara para juntos ouvirmos com mais qualidade o povo e sermos mais assertivos e resolutivos nas decisĂľes. (VVD FDSDFLGDGH HP GLDORJDU WHULD VLGR HVVHQFLDO HP TXHVW¡HV TXH DWÂŤ KRMH JHUDP UHFODPDŠ¡HV FRPR D GHVRFXSDŠ¼R GD RUOD GR /DJR"

NĂŁo tenho dĂşvida. Os moradores do Lago entendiam que se tratava de uma decisĂŁo judicial. Tenho a impressĂŁo de que ninguĂŠm era contra, mas que todos queriam uma decisĂŁo negociada. Era preciso um planejamento. O primeiro ponto era saber para que desocupar e em

que velocidade? O GDF precisava ter dado uma destinação eďŹ ciente para aquelas ĂĄreas, pensado um cronograma que unisse utilidade e efetividade, providenciando segurança para os moradores e para quem passasse a frequentar aquelas faixas de terra. Mas o que se viu foi o contrĂĄrio. As ĂĄreas desocupadas, em sua maioria, ďŹ caram abandonadas. O mato cresceu, os Ă­ndices de criminalidade aumentaram e a tĂŁo propalada democratização da orla nĂŁo aconteceu. Se o GDF tivesse tido o bom senso de negociar com os moradores, aquelas ĂĄreas hoje teriam outra histĂłria, eu tenho certeza. O que aconteceu foi apenas um arroubo populista e ineďŹ caz. 3DUD HQFHUUDU QRVVD FRQYHUVD 5REÂŤULR ÂŤ GLVWULWDO"

Muito cedo para falar disso. Não sei nem de que lado do balcão estarei. Posso ser apenas um eleitor, em vez de um eleito. Não importa. Meu compromisso com o Distrito Federal serå o mesmo. Quero continuar acreditando na força do trabalho, da educação, da geração de emprego e renda e no fortalecimento dos serviços públicos. Meu empenho agora Ê cumprir à risca meu contrato com o povo e entregar o melhor mandato possível. Quero que minha participação na construção de um DF mais justo, solidårio e igual seja efetiva. Tenho trabalhado muito para isso. Desenhado novas propostas, reduzido custos da Câmara, andado pelas cidades para fazer a escuta empåtica e de qualidade. Quero saber o que o povo quer, sem distinção. 2022 Ê um futuro que, para essa conversa, ainda estå muito longe. Vou cuidar de fazer a diferença hoje.

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ARTIGO EDINHO MAGALHĂƒES -RUQDOLVWD H DGYRJDGR DWXD FRPR FRQVXOWRU SDUODPHQWDU QR &RQJUHVVR 1DFLRQDO ĹŠ HGLQKR DVVHVVRULD#JPDLO FRP

‘TRĂ‚NSITO EM JULGADO’, ENGARRAFADO!

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e as autoridades que representam os TrĂŞs Poderes no Brasil fossem obrigadas a seguir Ă risca o primeiro artigo da Constituição Federal, de que “todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes ou diretamenteâ€?, certamente nosso paĂ­s estaria melhor. Bastaria que esses representantes trabalhassem seguindo a vontade da população. E, por Ăłbvio, nĂŁo ĂŠ difĂ­cil saber o que o povo quer. AlĂŠm do “bĂĄsico universalâ€? (saĂşde, educação, segurança, etc.) a sociedade brasileira espera um Estado mais eďŹ ciente, menos burocrĂĄtico, com melhores serviços, impostos menores e, claro, combatendo a corrupção. Mas, infelizmente, boa parte de nossos representantes nos TrĂŞs Poderes nĂŁo entendem o Ăłbvio ou sĂŁo teimosos em fazer o que o povo quer. Quando falamos na corrupção endĂŞmica e sistĂŞmica em nosso paĂ­s, entendemos que ela ĂŠ o inĂ­cio de todos os males e o maior entrave ao “bĂĄsico universalâ€?. Logo, combater a corrupção deveria ser prioridade no Brasil. Mas nĂŁo ĂŠ. Isso ďŹ ca mais evidente quando sabemos que a melhor maneira de erradicĂĄ-la ĂŠ pela prevenção e punição: evitando os crimes e punindo os criminosos. Para evitar o crime ĂŠ preciso “empoderarâ€? as açþes dos ĂłrgĂŁos de ďŹ scalização e controle e, para punir os criminosos ĂŠ preciso aperfeiçoar nossa legislação penal e a prĂłpria Constituição – feita para proteger os bons, mas com os maus tirando proveito dela. Explica-se: na tentativa de proteger a sociedade, o Legislador de 86 introduziu na “CF de 88â€? uma sĂŠrie de artigos e incisos para garantir a liberdade das pessoas diante da possibilidade de um eventual retorno de um Governo autoritĂĄrio: nascia, entĂŁo, ali o “trânsito em Julgadoâ€?. De lĂĄ pra cĂĄ, porĂŠm, alguns operadores do Direito – causĂ­dicos – teriam exorbitado no entendimento da “ampla defesa e do contraditĂłrioâ€?, transformando a “legĂ­tima defesa dos bonsâ€? no “escape casuĂ­stico dos mausâ€?. EstĂŁo “engarrafando o trânsito em julgadoâ€?. Se

aproveitam da legislação processual penal para procrastinar processos criminais “ad eternumâ€?, com uma inďŹ nidade de recursos, atĂŠ chegar na... prescrição da pena! E isso nos reporta Ă questĂŁo da Segunda Instância: o prĂłprio STF se manteve dividido quanto a aplicação do inciso 57 do artigo 5° da CF, que diz: “ninguĂŠm serĂĄ considerado culpado atĂŠ o trânsito em julgado de sentença penal condenatĂłriaâ€?. Mas decidiu: ĂŠ preciso aguardar o trânsito em Julgado. O problema ĂŠ a demora. Se o sistema fosse sĂŠrio, a Justiça seria cĂŠlere. Para piorar essa realidade o atual presidente do STF nĂŁo vem colaborando com o bom entendimento de toda essa lĂłgica. Seus Ăşltimos atos vĂŁo na contramĂŁo de tudo o que a sociedade deseja. Em vez de fortalecer os ĂłrgĂŁos de ďŹ scalização e controle, ele exerce uma espĂŠcie de monitoramento e censura sobre quem deveria monitorar e censurar “malfeitosâ€?. E sobre o STF, o ex-desembargador AloĂ­sio de Toledo CĂŠzar (TJ-SP), em lĂşcido artigo no EstadĂŁo, conseguiu traduzir a sensação de todo brasileiro: “aqueles julgadores, em maioria, ao se afastarem dos princĂ­pios morais para aplicarem umas poucas clĂĄusulas da Carta Magna (ainda que legal) se deixam levar por preferĂŞncias pessoais e polĂ­ticas, como se estivessem quitando dĂ­vida com quem os indicou, ignorando todo um sentimento nacional de justiçaâ€?. No momento de divisĂŁo dentro do STF, a insegurança de sua ExcelĂŞncia – o Toffoli, com seus Ăşltimos atos, indo e vindo, mudando de opiniĂŁo e voltando atrĂĄs, contamina o todo e impĂľe ao paĂ­s uma Suprema Corte sem credibilidade. Ele deveria envidar todos os esforços possĂ­veis para que o JudiciĂĄrio brasileiro deixasse de ser, pelo menos, um dos mais lentos do planeta. Ajudaria a “desengafarrar o trânsito do julgadoâ€? para que todos tivessem respeito Ă s regras e que as regras valessem para todos.

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ARTIGO POR EDIVAM BARBOSA DIAS JUNIOR Advogado do Escritório Nelson Wilians e mestrando em Direito

ENTENDA MAIS SOBRE O COMPARTILHAMENTO DOS SEUS DADOS SIGILOSOS A INTEGRAÇÃO ENTRE OS DIVERSOS ÓRGÃOS DE CONTROLE DO PAÍS E A CONCRETIZAÇÃO DE UMA POLÍTICA DE INTELIGÊNCIA EFICAZ SÃO ASSUNTOS RECORRENTES E ALMEJADOS PELO PODER PÚBLICO

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ara uma Democracia plena e uma República que cumpra os seus ideais é necessário que as Instituições sejam fortes e os órgãos de controle sólidos para coibirem ilícitos de toda natureza. E, obviamente, deve existir a prévia legitimação por meio de normas. Atualmente, o Ministério Público – MP, a Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB e a Unidade de Inteligência Financeira - UIF (antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras – Coaf), estampam os noticiários nacionais em razão do compartilhamento de dados bancários e fiscais entre si, sem a prévia autorização judicial. Importante destacar que esse compartilhamento possibilita a abertura de investigações, inclusive de natureza penal. De acordo com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário nº 1.055.941, a maioria dos Ministros votou pelo compartilhamento dos dados sigilosos com o Ministério Público, mesmo sem a prévia autorização judicial, entendendo não haver afronta à privacidade. E afinal, o que é a UIF? Em síntese, é um órgão denominado de Unidade de Inteligência Financeira, advindo da Medida Provisória nº 893/2019, responsável por gerir e produzir informações financeiras para prevenção e combate de lavagem de dinheiro, terrorismo, proliferação

de armas de destruição em massa, além de promover a comunicação entre as instituições nacionais e estrangeiras que tenham conexão com as referidas matérias. Conquanto a descrição das atividades pareça clara, o que poucos contribuintes e consumidores sabem é que a Lei nº 9.613/98 – que dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultações de bens –, determina que as instituições, como bancos, imobiliárias, seguradoras, administradoras de cartões e joalherias, por exemplo, devem manter os cadastros de seus clientes atualizados e o registro de todas as suas transações financeiras. De posse desses dados, as instituições devem, desde que cumpridos alguns requisitos, comunicar à UIF, ou ao órgão regulador a que são vinculadas, parte das movimentações feitas pelos seus clientes, compartilhando dados sigilosos, como os depósitos de alta monta que foram creditados na conta corrente da sua empresa. Em regra, a UIF analisa os dados coletados e, caso encontre movimentação suspeita ou atípica, um relatório de inteligência financeira é gerado e encaminhado à Receita Federal e ao Ministério Público. Ocorre que para a segurança dos contribuintes, os excessos devem ser combatidos e formalidades estabelecidas. Nesse sentido, é importante consignar que os dados fiscais e bancários de quaisquer pessoas, sejam físicas ou jurídicas, estão salvaguardados pela Constituição Federal, em seu artigo 5º, incisos X e XII. Tem-se, portanto, que é necessária a adoção de cautelas administrativas para a garantia do sigilo e para evitar possíveis arbitrariedades, devendo o compartilhamento seguir parâmetros claros para que o contribuinte não tenha a sua privacidade devastada.

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IGUARIA

A ELEGÂNCIA DO ARMAZENAR ADEGA CLIMATIZADA TORNOU-SE UM VIRTUOSO ESPAÇO ARQUITETÔNICO EM CASA. NO ENTANTO, SUAS ESPECIFICIDADES REQUEREM A EXPERTISE DE PROFISSIONAIS DA ÁREA POR CAROLINA CARDOSO

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ão é de hoje que se escuta sobre aromas e sabores do vinho, e sua acentuação, no caso dos vinhos de guarda, com o passar do tempo. “Quanto mais velho, melhor”, costuma-se dizer. Nos dias atuais, entender desse mundo não se restringe apenas aos especialistas. Os amantes do vinho conhecem de safras, distinguem tipos de uvas, comentam sobre terroir e, claro, preocupam-se com a forma de conservação para a preservação das características do vinho. Além de algumas preocupações, como exposição à luz e estar em um ambiente estável – para evitar a trepidação da garrafa –, uma das variáveis mais importantes é a condição climática. A tecnologia avançou e as adegas climatizadas se tornaram uma opção para quem quer ter em casa um espaço dedicado à bebida. Isso pode ser feito com a integração, ao projeto arquitetônico, de um ambiente customizado que favoreça a guarda dos vinhos e valorize o próprio imóvel. Uma das marcas mais conceituadas do País, a Joshua Adegas Climatizadas oferece esse serviço personalizado e já realizou mais de seis mil projetos. A brasiliense Wine’s Life é a representante legal da Joshua. “Uma adega climatizada é importante para você armazenar os seus vinhos, sejam eles tintos, brancos, rosés ou espumantes, de forma que a qualidade não se perca com a oscilação de temperatura. O calor, como temos aqui no Brasil, danifica o vinho”, explica Flávio Souza, proprietário-fundador da Wine’s Life. A adega tem um climatizador artificial, que regula umidade e temperatura. O empresário explica que, para vinhos tintos, o ideal é em torno de 15°C. Outros, porém, como o rosé, o branco e o espumante, precisam estar na faixa dos 6°C. “É possível ter duas adegas com temperaturas diferentes. Outra opção é conservá-los juntos e, pouco antes de servir, colocar por alguns minutinhos na geladeira para que se atinja a temperatura perfeita”, sugere Flávio.

Foto: Divulgação

As adegas climatizadas podem ser de dois tipos: a ambiente e a armário. No primeiro caso, você entra em um espaço separado para pegar o vinho. No quesito tamanho, precisa-se de no mínimo 1,20 de profundidade e 1,20 de largura. O segundo é, literalmente, um armário. É preciso que se tenha 2,30 metros de largura e 70 centímetros e profundidade. “Com as medidas do espaço do cliente em mãos, seja uma casa pronta ou em construção, orientamos qual a melhor opção. Sempre de forma personalizada. Tratamos diretamente com o cliente ou com o arquiteto”, explica Flávio. “Pode-se criar adegas para cem unidades, podendo chegar até a mil garrafas”, conclui. O espaço repleto de requinte e sofisticação integra o projeto da casa e passa a fazer parte do dia a dia dos apreciadores do vinho. @wineslife_

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INVENTOS

GASTRONOMIA INTERCONTINENTAL COM ATMOSFERA COSMOPOLITA E PROJETO ARROJADO FAZEM DO SOCIAL LAB O LOCAL ADEQUADO PARA VIAJAR POR SABORES E EXPERIÊNCIAS POR NATHÁLIA SIRNES FOTOS BRUNO CAVALCANTI

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cordar e lembrar do sonho bom pelas ruelas italianas, luso-indianas ou espanholas. Todos os sabores experimentados vêm à memória. Imagina-se um Panini di Prosciutto Crudo, a porção de Papas Bravas ou ainda um Vindalloo Pig, certo? Ou em uma caminhada avista-se a fachada em LED e néon, que traz a lembrança das baladas de Miami ou de bares em Palermo Soho, em Buenos Aires. O despertar é em Brasília, mas com a possibilidade de vivenciar o sonho de ter estado em todos esses locais. Ao chegar no Social Lab Bar, na 306 Sul, a experiência pode tornar-se realidade: na ambiance, ondas coloridas no teto e o indie pop, o mood do dia, ao fundo preparam a atmosfera para a virtuosidade gastronômica, que pode ser visualizada enquanto é preparada. Um elemento importante na casa, haja vista a gostosa curiosidade que há entre chef e cliente neste relacionamento à distância.

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O mesão coletivo de 34 lugares posicionado no centro do bar é um dos hits do local. Estimula a socialização entre diferentes grupos, uma tendência mundial. “Não nos conhecemos, mas sento ao teu lado, dividimos o mesmo espaço e ficamos à vontade. É para quebrar o gelo mesmo”, enfatiza Gustavo. Tal essência foi traduzida também em guardanapos, porta-copos: “Oi, sumido!” e “Oi, turu bom?”. É assim que se apresenta a possibilidade de vivenciar sete harmonizações, sendo duas de doces, no menu degustação do gastrobar. Entre as combinações estão pratos internacionais, como o Cone de Jamon Hibérico e o Spritz da casa – drink mediterrâneo criado com Vinho do Porto branco. Mas há também o match brasileiro nortista de dar água (ou melhor, aguardente) na boca, o croquete de pato & Jambu Lab – feito com cachaça de jambu, um dos autorais mais pedidos. Os pratos foram criados pelo chef Gustavo Maragna e equipe. O que na Itália é conhecido por panini, no gastrobar, o sanduba gourmet tem toque mineiro de queijo canastra curado e geleia de cebola artesanal. “Eu amo cozinhar, cozinho muito em casa, e tem sido uma experiência enriquecedora. Queremos trazer algo mais do que a rotina de comer e pronto, queremos fazer as pessoas perceberem os sabores”, relata a lisboeta Joana, que destaca também a proposta de valorizar os produtores regionais.

“O Lab se propõe a se diferenciar em todos os sentidos possíveis, da visão ao paladar. Do olfato à audição de música contemporânea”, declara Gustavo Antony, que comanda o spot ao lado da mulher, Joana Batista, ae dos sócios, André Moura e João Pedro Pinheiro Gurgulino. O estabelecimento foi idealizado em uma colab da produtora Social Couture, Avocado Design, Bloco Arquitetos e Summá Soluções Sustentáveis. A senha para curtir a essência do Social Lab: socialize-se e vamos viver! #VRFLDO ODE EDU

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ORIENTE

Muito comum em países do Oriente Médio e do Sul da Ásia, o narguilé conquistou o público jovem de Brasília. Bares especializados no seu consumo viraram febre. Instalado no Lago Sul, mais precisamente no Deck Brasil, o Royal Lounge é um pedaço da cultura árabe por aqui. O bar buscou na origem libanesa o ambiente aconchegante e intimista que o espaço oferece. A decoração traz à memória um pouco dos costumes, como nas estampas das suas cadeiras ou nas programações artísticas, que incluem, por exemplo, dança do ventre e música ao vivo. O Royal Lounge quis mais do que ser apenas um local para fumar o narguilé. Investiu na carta de drinks, criada exclusivamente para o bar pelo renomado mixologista Rinaldo Honorato. A ideia foi que eles harmonizassem com as essências do fumo, que podem ser cítricas, doces, suaves ou mais fortes. Um dos queridinhos do público é o Tanger Splash, ideal para harmonizar com a essência cítrica. O drink que leva gin Langley’s, cordial de tangerina, vinho branco, bitter de laranja e água tônica intensifica as notas cítricas do narguilé. Outra boa combinação, desta vez com vodka, é o drink Royal Mule, com o narguilé sabor cereja. A essência doce fica perfeita com a bebida, que tem um perfil mais neutro. Os ingredientes são vodka, limão, xarope de cardamomo e espuma de amora. Às quartas-feiras, o lounge tem dose dupla de NO ROYAL LOUNGE, OS SECULARES gin Langley’s, que, inclusive, caiu no gosto dos NARGUILÉS GANHARAM A COMPANHIA DE clientes. Desde julho, o Royal Lounge estabeleceu DESTILADOS NOBRES, EM QUE A ESSÊNCIA uma parceria com a marca e também com mais ouE O ESTILO ÁRABE PREDOMINAM EM tras duas de vodka: a Stanislav e a Pravda. AROMAS E SABORES POR CAROLINA CARDOSO Um dos diferenciais do bar é o clima caseiro que o ambiente traz aos clientes oriundos do ode-se dizer que em Brasília o mundo se encontra. Sede Oriente Médio. Não é difícil, por exemplo, endo poder, é na capital federal que se instalaram embaicontrar nativos da região por lá, muitos funcionáxadas e representações diplomáticas das mais variadas rios de embaixadas. Mas apesar do quê oriental, culturas. Mas não é só lá que as tradições do globo são reo bar é frequentado por todo o tipo de público. presentadas. Bares e restaurantes também proporcionam uma imersão cultural, muitas vezes bem diferentes da brasileira. #UR\DOORXQJHEVEb

O ENCONTRO DAS ARÁBIAS

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FUTURISMO

O NATURAL, O ARTIFICIAL E O HOMEM ESPECIALISTAS EM FUTURISMO AFIRMAM QUE CRIAR AFINIDADE COM A NATUREZA EM AMBIENTES URBANOS É VITAL PARA EVITAR DOENÇAS MENTAIS. A ESTE CONCEITO DÁ-SE O NOME DE DESIGN BIOFÍLICO POR PAULA SANTANA

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ão há mais como se distanciar desta realidade. Está se tornando vital para a sanidade mental da humanidade trazer elementos da natureza para dentro de ambientes urbanos. Não é simplesmente colocar uma ou duas plantas dentro do espaço, é simular aspectos reais da flora para que possamos viver, trabalhar e aprender com mais saúde e bem-estar. A esse movimento dá-se o nome de Design Biofílico. A palavra vem de biofilia, que pode ser definida como o amor à vida ou aos sistemas vivos. Nesse sentido, em um mundo urbano de tecnologia e arquitetura industrial, essa conexão fundamental pode, às vezes, parecer quase perdida. Por isso a necessidade da transformação. Erich Fromm, psicólogo e filósofo, em 1964, criou tal tese, difundida pelo biólogo Edward O. Wilson, em 1984, quando lançou um livro para explicar a afinidade inata dos seres humanos pelo mundo natural e a grandiosidade desta conexão. Décadas se passaram até que pessoas começaram a adoecer. E agora tal tendência vem à tona, fazendo com que a arquitetura levante a bandeira, criando ou adaptando projetos em hotéis, aeroportos, escritórios, hospitais, lojas. Até porque dados apontam para o caos. Em 2050, 68% da população mundial vai morar em áreas urbanas. Hoje 90% das pessoas passam seu tempo indoor, constata a Pesquisa Nacional de Padrões de Atividade Humana. E a Organização Mundial de Saúde já reconheceu o estresse no trabalho como uma das maiores causas de depressão. Entretanto, como seria este espaço? Muito já se vê mundo afora. Trabalhar luzes e sombra, texturas. Ele-

Sede da Amazon, Seattle (Estados Unidos)

mentos como pedras, folhas, água integram essa composição. E sons tais quais nos rios, praias ou cachoeiras. Tudo isso são benefícios que curam as pessoas. Se avaliarmos o passado, a maior parte da nossa evolução como espécie se deu em ambientes selvagens, como florestas. Sendo assim, precisamos achar soluções para criar um habitat saudável no ambiente moderno construído. O conceito do Design Biofílico vem da ideia de que 99% do nosso desenvolvimento é uma resposta adaptativa ao mundo natural. E criar para as pessoas que habitam estruturas, paisagens e comunidades modernas depende do cumprimento de determinadas condições. De acordo com o livro 14 Patterns of Biophilic Design, os padrões de

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Design Biofílico se dividem em três grupos: da natureza no espaço; de analogias naturais; da natureza que proporciona o espaço. Entre os aspectos de atuação: • • • • • • •

Acesso e vistas da natureza. Melhor qualidade do ar e da ventilação. Iluminação natural. Paredes e telhados verdes. Acústica aprimorada. Espaço de descanso. Materiais naturais e cores calmantes.

Uma das ativistas neste conceito é Alessandra Lippel, especialista em futuro do trabalho e prototipagem rápida de projetos. Diretora criativa, cantora e compositora, ela tem dedicado seus últimos vinte anos nas áreas correlatas a criatividade e tecnologia, na intenção de catalisar impactos positivos para o mundo. É Fundadora do Limão ou Limonada, Vitamina Group e Fotossíntese. GPSLifetime « 95

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aplicado a cidades inteiras, recebendo o nome de Biophilic Urbanism, acredita-se que seja possível ampliar a capacidade emocional dos habitantes em lidar com os desafios da vida, diminuindo os índices de criminalidade. &RPR VH G£ D LQWHUD©¥R HQWUH arquitetos, biólogos e especialistas em comportamento humano para criar essa QRYD IRUPD GH GHVHQYROYHU HVSD©RV"

Nos projetos pesquisados, os profissionais trabalham em conjunto, procurando uma integração entre suas especialidades. É interessante notar como isso se reflete no futuro do trabalho, pois a atividade de biólogo, por exemplo, que estava mais conectada com o universo acadêmico ou científico, pode agora ser extremamente útil dentro de ambientes corporativos. 4XDLV RV FXVWRV P«GLRV GR %LRSKLOLF 'HVLJQ HP FRPSDUD©¥R D XPD DUTXLWHWXUD PDLV WUDGLFLRQDO" 1R TXH FRQVLVWH R %LRSKLOLF 'HVLJQ"

O termo começou a ser usado nos anos 80, quando o biólogo Edward O. Wilson criou sua filosofia de biofilia, com a hipótese de que os seres humanos têm uma afinidade biológica inata pelo mundo natural. O design biofílico leva essa idéia um passo adiante: como os humanos hoje passam 90% do nosso tempo em ambientes fechados, é necessário trazer o ar livre para dentro e criar ambientes internos que façam referência à natureza de maneira óbvia e sutil. 4XDLV DV YDQWDJHQV GR XVR GR %LRSKLOLF 'HVLJQ H FRPR HVVD WHQG¬QFLD YHP VHQGR XWLOL]DGD QR %UDVLO"

No geral o biophilic design promove uma diminuição do estresse, reduzindo os índices de cortisol no organismo e aumento da imunidade das pessoas. No trabalho, contribuem para o aumento da concentração e produtividade. Em hospitais, promove o aumento da tolerância à dor, resultando em um uso menor de medicamentos e estadias mais curtas. Quando

Um projeto que incorpore o Biophilic Design pode ter custos um pouco mais altos devido à adição de elementos naturais que requerem manutenção, itens orgânicos com preços mais altos. No entanto, acredita-se que os benefícios percebidos à saúde e ao meio ambiente compensem o investimento. Especialistas afirmam que ao adicionar projetos biofílicos em cidades como Nova York é possível gerar uma economia próxima de USD 470 milhões devido ao aumento da produtividade dos trabalhadores. 2 TXH GLIHUH R %LRSKLOLF 'HVLJQ GH XP SURMHWR GH SDLVDJLVPR"

O Biophilic Design vai muito além de colocar plantas em um espaço. É um espírito que coloca o design de interiores não apenas como uma disciplina estética ou funcional, mas como uma maneira de melhorar o bem-estar físico e mental das pessoas. Leva em consideração outros aspectos da natureza, como promover espaços de luz e sombra, espaços abertos e fechados, diferentes texturas e cores, presença de água, variedade de ventilação e temperatura e até prever geometria de mobiliários que simulem elementos da natureza.

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RELÍQUIA

A SOFISTICAÇÃO DA SIMPLICIDADE Fotos: Marcello Leite Barbosa

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onstruída de 1967 a 1970, a residência de cerca de 550 m² encanta sob o ponto de vista projetual: não foi o ambiente que se adequou ao projeto, e sim o projeto que se adaptou ao ambiente. Zanine traça toda a estrutura da residência sobre as rochas de um penhasco da região. E, para compor a verdadeira obra de arte arquitetônica, a vista singular para o Oceano Atlântico paralisa qualquer um que tiver a oportunidade de passar pelo local. Era nessa casa que Zanine recebia lendas da cultura

brasileira. Já passaram por lá artistas como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Elis Regina. Além do grande arquiteto Oscar Niemeyer e do urbanista Lúcio Costa. Com quase seis metros de pé-direito, todo o espaço une forma e função. De maneira geral, é perceptível ver o modernismo exposto no mobiliário, na decoração, nas curvas e nos delineados dos cômodos de Zanine. No entanto, com conexão e harmonia advindas especificamente do estilo do projetista, características coloniais também se destacam na arquitetura da casa.

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ALVENARIA, MADEIRA E VIDRO. SOB UMA ROCHA. A ICÔNICA CASA DE JOSÉ ZANINE CALDAS NO RIO DE JANEIRO REPRESENTA O TRAÇO DA MODERNIDADE SETENTISTA HARMONIZADO AO COLONIALISMO. PONTO DE ENCONTRO DA CLASSE INTELECTUAL E ARTÍSTICA DA ÉPOCA, A CONSTRUÇÃO FOI CENÁRIO DA CAPA DESTA EDIÇÃO DA REVISTA POR CAROLINA CARDOSO

E essa mistura do diverso é um dos pontos que mais encanta. A transição dos fechamentos verticais de madeira para o vidro; a piscina que não se contenta em estar somente fora da casa, mas também é parte da área interna; as rochas indo ao encontro da própria construção que sustenta. São tantas características excepcionais, que fica difícil descrever como a residência projetada pelo arquiteto inspira força, fôlego e sustentação. Além do estilo próprio, Zanine ainda foi o precursor do uso de materiais de demolição na construção da resi-

dência. A estética extraordinária se complementa com o cuidado com o meio ambiente que circunda o terreno de 1.520 m². Na estrutura, utilizaram-se tijolos maciços. As portas foram reformadas e grades reaproveitadas. Toda a madeira é originária do antigo Lloyd Brasileiro, no Cais do Porto. Desse material foi encontrado pinho-de-riga, peroba-do-campo e ipê. O arquiteto aproveitou ainda blocos de pedra da calçada do centro antigo do Rio. Parte do mobiliário também foi especialmente pensado para a residência. De Zanine por Zanine, as peças

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como, por exemplo, a grande mesa de peroba-do-campo com tampo de azulejos Ê um objeto de peso e personalidade na sala de jantar. Jå o living que då acesso à parte externa da residência traz sofås que, apesar da estrutura pesada, têm a leveza e a elegância de almofadas soltas, com um encosto de couro aconchegante. Um dos quartos, talvez o mais impressionante do lugar, då acesso direto ao jardim e à vista para o mar. Espaçoso, o cômodo traz na parte interna o encontro das paredes de pedra com a madeira e as grandes janelas de vidro. A iluminação do espaço Ê toda possibilitada pela luz externa. A casa de Zanine não traz a ideia luxuosa que muitos podem esperar, pelo contrårio, ela reúne um misto de simplicidade com elegância e modernidade. E não precisa de mais. A identidade de casa praiana se sustenta e ainda atrai alguns dos eventos da classe artística carioca. Famosos e pessoas próximas aos atuais donos utilizam o espaço para realizar comemoraçþes mais intimistas. A casa tem cinco suítes e funciona como uma guest house, oferece cafÊ da manhã e jantares agendados. O local eventualmente Ê usado como locação para sessþes de fotos de moda e ensaios de revistas, como foi o caso da capa desta edição, e tambÊm para cinema e

televisĂŁo, como cenas do longa Elis. A casa tambĂŠm jĂĄ foi palco de uma aula culinĂĄria do chef Claude Troisgros e de uma edição da Casa Sephora, um evento da marca para convidados e inuenciadores. A queridinha de Zanine nĂŁo ďŹ cou por muito tempo sob a guarda da famĂ­lia. O arquiteto vendeu o local por cerca de US$ 200 mil ao amigo MaurĂ­cio Leite Barbosa em 1971. Hoje, vale alguns milhĂľes de reais, mas, de forma alguma, os proprietĂĄrios pensam em vender. As partes externas e internas estĂŁo preservadas e isso torna a hype da casa muito mais interessante, jĂĄ que se pode considerĂĄ-la um Ă­cone histĂłrico de um dos maiores arquitetos brasileiros. JosĂŠ Zanine ĂŠ um Ă­cone da arquitetura e do design brasileiro. O projetista representa o traço da modernidade desde a dĂŠcada de 1950 atĂŠ os dias atuais. Zanine morreu em 2001, aos 82 anos, vĂ­tima de um enfarte. Em 2019, comemorou-se o centenĂĄrio do autor da Poltrona Cuca, da Poltrona S e, alĂŠm da sua casa, de outros diversos projetos arquitetĂ´nicos em Joatinga. De origem baiana, Zanine nĂŁo tinha diploma de arquitetura, mas era um desenhista nato. Seus traços certamente marcaram a arquitetura, o design e o paisagismo nacional. @cliffside_rio _

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DICAS

FOLLOW @patbrandao Todas as metrĂłpoles tĂŞm suas referĂŞncias de NKHGUV[NG investidas em personas. Aquelas que compĂľem os cĂłdigos daquele grupo e com seus relacionamentos geram experiĂŞncias e fatos relevantes que chacoalham a cidade. Patricia BrandĂŁo ĂŠ um desses nomes no Rio de Janeiro. Se ela estiver envolvida, ĂŠ sucesso certo. Economista e designer, seu ecletismo, no entanto, a levou para o universo de RP, em que atuou em grandes empresas e realiza projetos de luxo para expressivas marcas. Repleta de carisma, good vibes e cheia de charme, PatrĂ­cia, globetrotter carioquĂ­ssima, relaciona as tips para o verĂŁo. Se quiser encontrĂĄ-la, o ponto ĂŠ no J[RCFQ Fairmont Hotel.

SUSHI LEBLON

O clĂĄssico carioca ĂŠ facilmente denominado o sushi mais amado do Brasil. A casa acaba de completar 30 anos. Passou por uma mega reforma, assim como o cardĂĄpio, que foi revisitado pelo renomado chef Jun Sakamoto.

SPIRIT COPA BAR

O recĂŠm-inaugurado Hotel Fairmont ĂŠ o lugar do momento. Com uma carta de drinks signature, vista deslumbrante de Copacabana e varandas ao redor da piscina KPĆ‚PKVC Ă… WO RTQITCOC XGT[ EQQN ÂźU UGZVCU G CQU U½DCFQU %QO OĂ–UKEC ao vivo e DJs cheios de bossa.

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IRAJÁ REDUX ¥ C OCKU PQXC ƂNKCN FQ aclamado restaurante Irajá, do chef Artagão. Na charmosa varanda do Shopping Rio Design Leblon, o Steak Tartare e o Cheval Burger são destaques da casa. Ambiente super acolhedor.

CLÁSSICO BEACH CLUB

Para os que adoram curtir praia, o point é o Clássico, na Barra da Tijuca. No mood dos clubes de praia europeus, mas com ginga carioca. Aperol e caipirinhas exóticas são o must do local, além de tapas deliciosos. A turma do kitesurf se encontra ali, além da galera mais linda e sarada do Rio.

CASA CAMOLESE

Um mix de bar e restô dos sócios Vik Muniz e Cello Camolese, e que agora conta com novo espaço dedicado ao jazz. Um underground super descolado, intimista e que conta com palco para shows. Cercado por paredes de vidro, tijolos e pédireito de oito metros.

QUIOSQUE QUI QUI

Na praia de São Conrado, o espaço dos queridos cariocas Rick Amaral e Dani Maia é o ponto de encontro tradicional de amigos para curtir o pôr do sol. GPSLifetime « 103

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Estúdio compartilhado pelos arquitetos Ney Lima e Walleria Teixeira no Lago Sul

O CONCEITO DO ESSENCIAL NEY LIMA E WALLERIA TEIXEIRA PROCLAMAM A NOVA ARQUITETURA AO AGREGAR CONTEMPORANEIDADE, TECNOLOGIA E MINIMALISMO, EXPLORANDO APENAS O QUE IMPORTA POR CAROLINA CARDOSO

A

tendência é integração. Foi-se o tempo em que os espaços individuais eram os mais requisitados em locais profissionais. Criatividade se desenvolve em equipe e é por isso que cada vez mais o mercado procura ambientes compartilhados. E qual o melhor lugar para comprovar a tendência se não um escritório de arquitetura? Os arquitetos Ney Lima e Walleria Teixeira estão há quatro meses no novo estúdio compartilhado no Lago Sul. Os arquitetos dividem uma espécie de galeria com a GET Engenharia. Cada um com seu espaço, mas sempre conectados. Do corredor longo, amplo e repleto de ícones do design brasileiro, como a poltrona Jangada, de Jean Gillon, e a cadeira Girafa, de Lina Bo Bardi, é possível visualizar os três estúdios.

sar Foto Edgard Cé

AMBIENTE

“O conceito do escritório é fazer um espaço único que junta três empresas, duas de arquitetura e uma de engenharia. A ideia é que esses três pilares interajam não só nos projetos. Queremos fomentar ideias”, afirma Ney Lima. A parceria de Ney e Walleria é antiga. Conheceram-se em Goiânia (GO), mas passaram a trabalhar juntos em Brasília. Na CasaCor 2019, dividiram um espaço que caiu no gosto do público. O projeto foi a mistura complementar da dupla de amigos. Incorporando o contemporâneo e o tecnológico com toques modernos, era possível identificar no layout o conceito clean e o assertivo de Walleria compartilhado com o urbano e o toque de cor de Ney. Ambos entendem arquitetura como evolução. Trabalham na área há mais de duas décadas e a renovação de conhecimento sempre foi um valor presente em suas cartelas. “Nós já passamos por vários formatos de escritório. Tudo evoluiu tecnologicamente. E a forma de trabalhar também. Hoje é tudo mais interativo”, explica Ney. Por outro lado, mas sem gerar contraste, os arquitetos falam sobre ter apenas o essencial no projeto arquitetônico. É a forma e a função trazendo o necessário ao público. “Trabalhamos com poucos materiais, mas bem explorados. E acredito que esse seja também o ponto em comum dos dois escritórios de arquitetura. Tudo em excesso é datado”, diz Walleria. “A arquitetura tem que durar pelo menos um século”, completa Ney. E no futuro, os sócios pretendem abrir o escritório para eventos culturais. Se o ambiente é de criatividade, fomentar a cultura local se faz necessário. “Em 2020, estamos com a ideia de fazer exposições aqui. Também tem uma praça na área externa e pensamos em revitalizá-la para trazer artistas e fomentar a cultura da cidade”, finaliza Ney. #QH\BOLPD _ #ZDOOHULDWHL[HLUD

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DESIGN

Bask, Dona Flor

Cadeiras Ricciolina, por Maxdesign

Fluidez na forma, desenhos orgânicos. O design plural também se revela PC FKXGTUKFCFG| G PQ GPEQPVTQ FC tecnologia com o trabalho artesanal. A nova elegância minimalista (PS)

Olimpia, Franccino

SENTA AQUI

Zago, Franccino

Skyfolding, Dona Flor

Poranga, Franccino

Contorno, Dona Flor

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ATITUDE

NUMA BELEZA QUE EXTRAPOLA AS PASSARELAS, O MODELO SAM PORTO É O NOVO SÍMBOLO DA MODA NA CAMINHADA DOS TRANSEXUAIS RUMO À DIGNIDADE DE SUAS ESCOLHAS POR MARINA ADORNO

QUESTÃO DE GÊNERO S

ão Paulo Fashion Week, outubro de 2019, 48ª edição do maior evento de moda do Brasil. Centenas de modelos circulavam pelos bastidores. Se ali estavam aqueles que ditam tendência, pode-se dizer que o cabelo platinado estava em voga entre os homens. O superloiro esteve com tudo. Mas entre tantos modelos, um parecia chamar mais atenção do que os outros. O brasiliense Sam Porto causou frisson dentro e fora das passarelas. Até mesmo o jornal Washington Post fez questão de acompanhar a rotina do modelo. Entretanto, o que aquele jovem de 25 anos, 1,82m de altura, corpo magro, sorriso cativante e olhar terno, aparentemente, aparentemente tão comum no universo fashion, teria para chamar tanta atenção? Para o público, a resposta ficou evidente no desfile da grife Cavalera. Sem camisa, Sam exibia as palavras “Respeito trans”. “O fato de carregar a frase abaixo das minhas cicatrizes trouxe o peso da minha vivência. Foi muito forte, senti por mim e por todas as pessoas trans que já sofreram com falta de oportunidades e perderam suas vidas devido ao preconceito”, declarou. No final da passarela, de frente para as câmeras e para a plateia, Sam ajoelhou. Parecia um gesto de agradecimento pelo momento ali vivido. E, sem dúvida, tinha motivos. A estreia no SPFW foi intensa. Sam jamais imaginava que seria o modelo recordista de desfiles na temporada. Conheceu o fundador e diretor criativo do evento, Paulo Borges. “Ele disse que me via como um filho, que estava muito feliz em me ter nessa edição”, recorda Sam. 108 « GPSLifetime

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Durante a conversa, Sam destaca que o Brasil não possui representatividade trans masculina. Mulheres como Lea T e Valentina Sampaio conquistaram seu espaço no mundo da moda, mas isso é resultado de um longo processo. “Eu quero abrir portas e ser referência para outros homens que ainda estão por vir”, ressalta.

A TRAJETÓRIA Nascido em Taguatinga (DF) e batizado como Samanda Porto, ele nunca sonhou em ser modelo e sim jogador de futebol. Quando se entendeu trans, aos 17 anos, sua nova jornada teve início. “Eu digo que me assumi duas vezes. No começo, por me interessar pelo gênero feminino, eu pensava que era uma lésbica com aparência masculina. Anos mais tarde, eu conheci o termo trans, vi que uma coisa não tinha nada a ver com a outra, me entendi e fui muito bem recebido pela minha família”, revela Sam. A reação da mãe, Olindina, foi algo curioso. Ela comentou que durante a gestação sentia que estava grávida de um menino e comentava isso abertamente. “Acredito que talvez seja uma demonstração de sensitividade, por ela realmente ter esse traço, mas confesso que acho a situação engraçada”, diz o modelo. Sobre o momento em que se percebeu trans, Sam volta à infância e relembra que desde muito novo se vestia “como menino”, não gostava de soltar o cabelo porque sentia que isso faria com que ele parecesse uma menina, fato que o incomodava. Curiosamente, este ano, pela primeira vez, ele usou maquiagem e salto alto – mas foi durante o SPFW. O período de criança também representa um dos momentos mais difíceis da vida dele. Alguns familiares e pessoas próximas não entendiam o “jeito masculino” de Sam e acabavam questionando os pais. “Eu via o meu pai sempre preocu-

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pado por achar que tinha que dar ar satisfação a todos sobre o meu jeito, isso me mpre.” deixava triste, eu me culpava sempre.” Durante muito tempo, trabalhou abalhou como tatuador em Brasília e essa vocação natural o levou a cursar três semestres de Design Gráfico no Centro eub). Se Universitário de Brasília (UniCeub). antes ele já desconfiava que nãoo se enquadraria nos padrões da indústria stria da moda, após se aceitar, Sam tinha ha convicção de que era melhor se dedicar dicar às tattoos e esquecer a vida sob os holofotes. “Eu pensava: o mercado daa moda não vai me aceitar, agora mesmo que eu não vou conseguir”. Há dois anos, Sam realizou o sonho de retirar as mamas. Os seios sempre empre o incomodaram, principalmente quando saía e eles marcavam na camiseta. miseta. “Cheguei a usar o binder [faixa compressora para disfarçar o volume], ], mas é muito desconfortável e machuca chuca bastante. Fora que você acaba desenesenvolvendo problemas respiratórioss devido ao aperto”, ressalta. Quem o operou foi cirurgião plástico Erick Carpaneda, especialista alista nesse tipo de procedimento. Sam m relembra a leveza que sentiu ao sair doo centro cirúrgico. “Foi libertador. Ao me olhar no espelho, vi o reflexo exato daa pessoa que eu sempre fui por dentro. É indescritível a sensação, não me arrependo pendo de absolutamente nada”. A partir desse momento, o brasilienrasiliense afirma que se sentiu confortável ável em expor o corpo, e começou a trabalhar rabalhar diretamente com alguns clientess e receber propostas de agências, mas sempre as recusava. “Tinha medo de aceitar, achava que eles iriam me colocar ar como andrógino e eu queria ser visto to como trans”, defende. Apesar de não se identificar ar como mulher, Sam afirma que entendee o universo feminino, pois guardou o aprendizado e tem respeito por esse se lado,

mesmo que tenha sido sid mínimo nele. “Tenho noção de como é ser taxada de só por ser ‘fraca’ nesse mundo machista ma mulher. Sei o que é sofrer todo mês devido a cólicas e de ainda assim ter que ser forte ppara pa ra enfrentar enfrent o dia como se estivesse acontecendo. nada estives Enfim, carrego carre respeito pela força que a mulher precisa ter”, recon reconhece Sam. O new face mais desejado j do do momento ainda ja garante que, se pudesse escolher, escolhe preferiria nascer nnovamente como trans. Sam valoriza ter os dois universos dentro de si e reflete que todos deveriam os homens ho passar por isso uma vez. ““O mundo seria diferente diferen do que é hoje, com certeza”, pondera. ce A ppresença de Sam durante durant o SPFW representou o fortalecimento de um grupo gru que ainda se esforça diariamente para consediariame guir respeito e eespaço na mídia. Afinal, infelizme infelizmente, o Brasil lidera o ranking de assassinatos de transexuais. Os dados foram divulgados em novembro novembr deste ano pela ONG Transgender Europe (TGEU). E Entre 1º de outubro de d 2017 e 30 de setembro setembro de 2019, 167 transexuais foram mortos no País. Para muitos, essas informações são reclusão. motivo de medo e causam c Para Sam, serviram como com incentivo. Em meio ao ritmo frenético de campanhas e como tatuasessões de foto, a carreira carr interrompidor não foi definitivamente definitivam da. “Por enquanto, está em pausa, mas em breve”, pretendo voltar e conciliar conc cerca de 20 promete Sam, que acumula acum desenhos no corpo.

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ARTIGO POR LÚCIA MIRANDA Médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia

TUDO EM CIMA PARA O VERÃO A PROCURA POR PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS AUMENTA NESTA ÉPOCA DO ANO

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chegada do Verão faz com que as agendas dos consultórios dermatológicos fiquem lotadas de pacientes em busca de medidas para melhorar a aparência. Para as pessoas que querem fazer alguns retoques para deixar o corpo e o rosto perfeitos para curtir a estação mais quente do ano, existem inúmeras opções a serem consideradas e que não exigem um longo tempo de recuperação, deixando aproveitar os dias de sol sem preocupação. Dentre os procedimentos para o rosto, o mais indicado para quem não tem muito tempo para ficar de repouso é o botox e a hidratação da pele com máscara. O método consiste na aplicação da toxina botulínica em pontos do rosto que necessitam de atenção. Serve não somente para amenizar rugas e linhas de expressão, mas também para tratar enxaqueca e sudorese – suor excessivo. As únicas recomendações para quem faz botox são ficar três dias sem praticar exercício físico e 4h, após o procedimento, sem deitar. Fora isso, os cuidados que se devem ter quanto à exposição ao sol são os de sempre. Já a hidratação pode ser feita até mesmo em casa. Quanto ao corpo, o recomendado são aplicações de mesclas para reduzir medidas e, logo após, o Sculptra para rejuvenescimento e combate à flacidez. Essas são medidas que não exigem qualquer repouso. Fez e já pode ir curtir o tempo quente, sem risco de complicações. Existem também hidratantes que ajudam a firmar a pele e esfoliastes, ideais para cuidar da pele e deixar o corpo mais bonito. Os procedimentos queridinhos para essa época do ano são, geralmente, além do botox, tecnologias para firmar o bumbum, diminuir barriga e tratar o “tchauzinho”, ou seja, a pele flácida do braço. Para isso podemos usar o sculptra ou o radiesse, bioestimuladores que ajudam na produção de colágeno.

Alguns tratamentos exigem atenção e cuidados redobrados para não causar maiores complicações. O peeling, por exemplo, deve ser feito no mínimo três meses antes de passar férias na praia ou de ficar exposto ao sol por longas horas. A técnica usada para clarear a pele, utiliza, dentre outras possibilidades, o ácido tricloroacético e, por isso, fazer peeling e depois pegar sol é fatal, pode causar o efeito reverso e acabar manchando ainda mais a pele. Laser no rosto para reduzir olheiras e manchas também exige restrição total ao sol. Independentemente de qualquer coisa, o protetor solar deve ser o melhor aliado de todos que irão à praia ou aos clubes. O protetor solar via oral é mais potente, ele age no DNA das células e propicia uma proteção maior, como se fosse uma película. O que causa câncer de pele é o DNA detonado. Os raios UVA, UVB e a Luz Visível, incidem sobre a pele e lesionam diretamente o DNA. Por isso se proteger do sol é tão crucial. Mesmo com o protetor solar oral, o uso do tópico ainda se faz necessário para ter uma cobertura completa e se precaver de doenças da pele. Geralmente, indica-se usar o protetor solar via oral para quem vai à praia, diariamente um após o café da manhã e um após o almoço. Além disso, o protetor via oral age no sistema imunológico, prevenindo a gripe e auxiliando em outras doenças. Além da proteção contra os raios solares, outro ponto importante para passar o verão sem prejudicar a cútis e a saúde é a hidratação. Um alerta: fugir de bronzeamentos artificiais. Nada de abrasivos. Laser abrasivo antes de ir à praia nem pensar. Alguns bronzeamentos usam produtos que são muito prejudiciais e aqueles que são feitos em câmaras são cancerígenos. Deve-se fugir disso.

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ARTIGO POR SÉRGIO MORUM E CLAYTON CAMARGOS Sérgio Morum e Clayton Camargos são sócios proprietários da clínica Metafísicos, &50 ') H &51

O EFEITO CINDERELA NA CLÍNICA METAFÍSICOS, A TECNOLOGIA DE ALTA PERFORMANCE '2 8/75$)250(5 ,,,b352029( 2 FORTALECIMENTO MUSCULAR DO CORPO E DA FACE

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ocês já repararam que ao longo do tempo muitas celebridades apresentam contornos e volumes faciais inalterados? Ou até mesmo com um aspecto mais belo e jovem? Muito provavelmente se deve ao investimento em produtos, técnicas e tecnologias que estimulam a neocolagênese, melhora do tônus muscular ou ancoragem muscular, e também destruição dos adipócitos. O Ultraformer III da MedSystems é a última palavra para tratamento da flacidez, contorno corporal e ancoragem muscular no mundo: é o highlight do portfólio que a clínica Metafísicos oferece para promoção de saúde, beleza e envelhecimento bem-sucedido para seus pacientes. A tecnologia combina o ultrassom micro e macrofocado, que podem ser ajustados de acordo com o objetivo e a área de tratamento. Os transdutores microfocados são utilizados para procedimentos na face, promovendo um efeito lifting, melhorando a aparência de linhas e rugas. De outra parte, os transdutores macrofocados são indicados para o corpo, reduzindo a flacidez e até 20% da gordura

localizada em várias partes do corpo: abdômen, cintura, costas, face interna de coxa, culotes, bananinhas infraglúteas, região do sutiã, lateral de mama e axila. Na face, os transdutores macrofocados são indicados para redução da gordura da papada e bola de Bichat, bichectomia sem cortes. É importante destacar que o Ultraformer III não substitui a cirurgia plástica facial ou corporal, entretanto, trata-se de uma excelente opção àqueles que não querem se submeter a um procedimento cirúrgico ou que tenham comorbidades sistêmicas que contraindiquem esse tipo de intervenção. Os protocolos para face e corpo são diferentes: sugerimos para o rosto, em média, 1 sessão anual. Já para o corpo, orientamos de 3 a 5 sessões com intervalo entre 30 e 45 dias. O impacto pode ser percebido imediatamente, o chamado “efeito Cinderela”, e tardiamente, com melhora progressiva dos resultados ao longo das sessões. O tratamento já está disponível na clínica Metafísicos, entrem em contato com nosso pessoal de relacionamento pelos tels: (61) 3039.8207 ou 8267 ou 99663.2016 e agendem suas avaliações gratuitas. A partir de março de 2020 ofereceremos cursos de formações para médicos, a Healthy Aging Academy, sobre técnicas de rejuvenescimento facial, tratamento para gordura e flacidez corporal e também nutracêuticos com foco em nutricosméticos. Sejam bem-vindos!

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A Terracap e o GDF trabalham diariamente para você e para todo o Distrito Federal. Como? Parte dos recursos arrecadados com a venda de terrenos volta para a população em forma de obras de infraestrutura. Em sua mais recente ação, a Terracap garantiu o investimento de R$ 426 milhões em obras de urbanização, como a instalação de redes de água e esgoto, de iluminação pública e pavimentação de ruas e calçadas. Várias cidades do DF já começaram a receber essas melhorias, entre elas: Vicente Pires, Recanto das Emas, Parque das Bênçãos, Samambaia, Guará, Noroeste e Lago Norte. Acesse terracap.df.gov.br e saiba mais sobre o dia a dia da Terracap e como cada ação faz a sua vida melhor.

você,

A Terracap está investindo

426

R$ milhões em obras de infraestrutura

por todo o DF

Para para todo o

DF


SOCIAL

Bob Lima, Tati Januario, Ornella Bernardini, Antônio Bernardini, Marcelo Lourenço, Jorge Fernandes e Clineu Capelossi

LUNA ROSSA Valesca Tonet e MĂ´nica Fonseca

Renata Barreto e Valkiria Oliveira

A Embaixada da ItĂĄlia serviu de cenĂĄrio para o lançamento da nova linha da Panerai. Organizado por Tati JanuĂĄrio e Marcelo Lourenço, o happening reuniu cerca de 200 convidados selecionados para conferir em primeira mĂŁo as peças da mais recente coleção da label, que recebeu o nome de Luna Rossa, em parceria com a equipe de vela KVCNKCPC ' RCTC CNWFKT ÂźU QTKIGPU Ć‚QTGPVKPCU FC OCTEC Q TGUVCWTCPVG #oOCPQ Ć‚EQW TGURQPU½XGN RGNQ OGPW FC PQKVG FOTOS CELSO JĂšNIOR

Gabriela e Luiz Carlos Alcoforado

AndrĂŠ Monjardim, Tatiana JanuĂĄrio e Luana Oliveira

Rafael Badra, Bruno Pinto e RogĂŠrio Martins Cyntia Dias e JosĂŠ Abreu

Rodrigo OctĂĄvio e Leonardo Ranna

Gabriela, Carla e Ana Paula Baracat

Marcelo Lourenço, Tati Januårio e Arnaldo Pinho

Felipe Santos e Jo Damiani

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Susan Neves

Tiago Correa e Renata La Porta

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L’AMORE Ăˆ BELLO Com a data do enlace marcada para setembro de 2020 na ItĂĄlia, Carol Adriano e Lucas Bittar quiseram dar um gostinho do que estĂĄ por vir na festa de noivado do casal. # TGIKÂżQ FG 2QTVQĆ‚PQ GUEQNJKFC RCTC Q VÂżQ GURGTCFQ 5KO serviu de inspiração para a decoradora ValĂŠria LeĂŁo Bittar, SWG EQO OWKVCU ĆƒQTGU G NCPVGTPCU EQPUGIWKW VTCPUHQTOCT C ECUC FC PQKXC GO WO XGTFCFGKTQ EGP½TKQ FG Ć‚NOG FG COQT 2CTC CFQĂƒCT Q OQOGPVQ FGNÉEKCU +UCDGNNC 5WRNKE[ Pati Piva e Petite Fleur. FOTOS CELSO JĂšNIOR

A famĂ­lia reunida: Giovanna, Fernanda, Carol e Fernando Adriano

Os noivos entre Badalou Homsi e LĂşcia Bittar Giovanna e Carol Adriano

O casal entre Luiz e LĂ­via LeĂŁo Paulo Roriz, ValĂŠria Bittar, ClĂĄudia Bittar, Lucas Bittar e Luiz Elbel Os noivos

Os noivos posam com ClĂĄudia Bittar e Luiz Elbel, pais de Lucas

Osorio, Carol e Silvinha Adriano

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ZÊ Walter, Vânia Carvalho, Carol Adriano e Ada Carvalho

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Monica Oliveira, PatrĂ­cia Muniz e Isabel Banhos Isabella acompanha do marido, Arthur, e do pai, Raimundo

FlĂĄvia Toledo

TetĂŞ AraĂşjo e Ana Luisa CascĂŁo

A aniversariante recebe o amor dos pais, Raimundo e Gitana Lira Ana Paula Gonçalves, Milena Godoy e Kika Cardoso Anna Carolina Noronha

Victoria e Isabela Lira Tatiana Crema

NOVA PRIMAVERA Em meio a 150 amigas, a conselheira da GPSFoundation G Ć‚IWTC SWGTKFC FQ jet set brasiliense, Isabela Lira, HGUVGLQW UGW CPKXGTU½TKQ GO UWC DGNC ECUC #Q UQO FQ &, Sony, catering assinado pela Sweet Cake e toast drinks by 5KOQPG /KZ C PQKVG TGWPKW CU OCKU NKPFCU OWNJGTGU FC UQEKGFCFG FOTOS YURI ALVETTI

Isabela entre Flåvia Negreiros, Ana Cristina Dimas, 118  GPSLifetime Karina Lima, Benigna Venâncio e Bebel Dias

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SOCIAL

DELICADEZA EM DETALHES Ansiosos com a chegada de sua RTKOGKTC Ć‚NJC +UCFQTC %CORQU G Jorge Paulo Palhares reuniram amigos G HCOKNKCTGU PQ .CIQ 5WN RCTC Q EJ½ de bebĂŞ da pequena Maria Isabel. %QO OWKVCU ĆƒQTGU G GO VQPU FG TQUC e lilĂĄs, a decoração by RememBear ganhou mais charme com as bonecas de porcelana. E para complementar tanta doçura, macarons Juliana Ingles, biscoitos delicados Labecca e atĂŠ uma estação de brigadeiro na colher encheram os olhos dos invitados. FOTOS

A futura mamĂŁe

BRUNO CAVALCANTI

Claudia SalomĂŁo, Ana Paula Gontijo e Diana Morais

Bertha e Carolina Pellegrino Delicadeza foi a palavra de ordem no dĂŠcor

Isadora Campos e Luiza Nasser Caiado

Juliana Marques Isadora e o marido, Jorge Paulo

Gabriela Bessa e Camila Nereu Lucila Pena

Miranda Castro e Ana Maria Gontijo

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Sonia Gontijo, Irany Poubel, GPSLifetime Irene Borges e Ivonice Campos

ÂŤ 119

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SOCIAL

$GULDQD 3LQKHLUR

$QD 3DXOD *XLPDUÂ¥HV &DUOD /RER H 7HUHVD 0XU\

$ DQLYHUVDULDQWH HQWUH DV Æ“OKDV ,VDEHOOD /XL]D %LWWDU H 1DWK£OLD $EL $FNHO

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A dona da festa

9LYLDQQH /HÂ¥R 3LTXHW

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0DUD $PDUDO 0RHPD /HÂ¥R H %HUQDGHWH $PDUDO &ODXGLD 3HUDOWD

0DULD GD *UD©D 0L]LDUD

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1DUFL]D /H¥R &ODXGLD 7ROHQWLQR H 9DO«ULD /H¥R %LWWDU

RENOVANDO AS ENERGIAS

Acostumada a realizar sonhos, foi a vez de Valéria Leão ter uma festa para chamar de sua! Vestindo modelo Dolce & Gabbana, a renomada decoradora celebrou 54 anos com um pré-Réveillon e cercada por familiares e amigos mais próximos. O b-day orquestrado por Cristina Gomes teve menu assinado pelo Federal Buffet e drinks Flairs Coquetelaria. A cantora Adriana Samartini e DJ Edy comandaram a alegria do encontro. FOTOS LUARA BAGGI

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TARDE PRECIOSA Com razĂľes de sobra para comemorar o ano que estĂĄ prestes a começar, Carla Amorim convidou amigas e clientes para a sua tradicional festa de confraternização. A designer escolheu o restaurante Lago para o encontro, que foi regado a boas conversas, alta gastronomia e muitas surpresas: uma delas foi a presença da atriz Carolina &KGEMOCPP SWG GUV½ EQOGĂƒCPFQ C FCT UGWU primeiros passos na carreira de cantora e deu uma palinha para os convidados do happening. FOTOS YURI ALVETTI

$ DQĆ“WULÂĽ HQWUH &DUROLQH &ROORU 6RQLD H ,VDEHOD /LP

Felipe Amorim arriscou uma palhinha

Andrea Helena

Carol Dieckmann foi a responsåvel pela trilha sonora do almoço

Gabriela Langer e Luiza AraĂşjo

Cristiane Constantino Jane Rocha MagnĂłlia Mendes

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SOCIAL

(QÆ“P R VLP

Poliana e Amílcar se divertem na festa

SIGNIFICADO DO AMOR 122 « GPSLifetime

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NathĂĄlia Figueira e RogĂŠrio AraĂşjo Adriana Chaves e Agenor Netto

Momentos de descontração do casal Amanda Guerra e Fernanda Leão A noiva posa com amigas

Jovelina Maria de Oliveira, Francisco JosĂŠ de Oliveira e Maria Cleuza Oliveira Rodrigues

A noiva se emociona durante a cerimĂ´nia Marnez e AmĂ­lcar Ribeiro

Thiago Mafra e Fabiane Fidalgo

Uma tradicional cerimĂ´nia catĂłlico-ortodoxa repleta de simbolismos selou a uniĂŁo da modelo 2QNKCPC 5QCTGU EQO Q GORTGU½TKQ #OKNECT 4KDGKTQ O local escolhido para o enlace e recepção aos convidados foi a belĂ­ssima MansĂŁo dos Arcos, que recebeu decoração by ValĂŠria LeĂŁo Bittar, rica em ĆƒQTGU DTCPECU TQUCU G CNCTCPLCFCU # PQKXC XGUVKW um exclusivo MandiĂŞ Couture adornado com jĂłias )TKĆ‚VJ RCTC Q 5KO # $CPFC 5KFGTCN CPKOQW C PQKVG sob comando de Cristina Gomes. FOTOS LUARA BAGGI

Sylvia Lacerda e Duda Portella Amorim

Valdir Piran e Bruna Schmidt Maria Cleuza Oliveira Rodrigues e JosĂŠ EustĂĄquio Soares Rodrigues

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SOCIAL

Paula Santana e Rafael Badra do GPS recepcionam Giselle, Fabiana, Marcel, Anette e AndrĂŠ Rivkind, da Breton

BRETON EM BRASĂ?LIA

Adriana Orlandi, Liane Martins, Sheila PodestĂĄ e MĂĄrcio Correia

Referência em decoração e mobiliårio de luxo, a Breton inaugurou sua primeira loja na capital DTCUKNKGPUG %KEGTQPGCFC RQT 2CWNC 5CPVCPC 4CHCGN Badra, RogÊrio Cavanellas e proprietårios da marca, o opening PQ %CUC 2CTM CVTCKW FGUKIPGTU GPVWUKCUVCU G interessados em conhecer as coleçþes da loja. Delícias do buffet Renata La Porta e um setlist animado do DJ Dudu Moreira foram as escolhas para celebrar a abertura. FOTOS YURI ALVETTI E LUARA BAGGI

Angela Borsoi

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Carlos Flávio Marcílio e Janete Vaz Flávia Carvalho e Adriana Vasconcelos

Celso Martins e Moema Leão

Claudio Schuller

Laisa Carpaneda e Flávia Nasr

Felipe Zorzeto, Cássio Veiga e Thiago Breder

Philipe Costa, Mariana Jardim e Diogo Giacomo

Luisa e Silvana Albuquerque

Ney Lima, Juliana Leão e Walleria Teixeira Mariana Lombardi e Bruno Berg

Paulo Niemeyer, Cris Camargo, Carol Fulana, Edna Tagliatte, Márcio Camargo e Mauto Tagliatte Designers compareceram em peso ao opening Rogério Cavanellas, George Zardo, Márcia Zardo, Julia Zardo e Leo Moreira

GPSLifetime Rosângela Bimonti e Cesar Almeida

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SOCIAL

Eduardo Lira, Vivianne LeĂŁo Piquet, Rafael Badra e Paula Santana

NOITE DE GRATIDĂƒO A segunda edição do GPS|GALA marca a continuidade do trabalho social da )25^(QWPFCVKQP G UG Ć‚TOC EQOQ WO FQU grandes eventos da capital, graças ao apoio FG GORTGU½TKQU G Ć‚NCPVTQRQU &GUVC XG\ C festividade teve como palco o HĂ­pica Hall e reuniu cerca de 700 pessoas para a noite onde o desejo de ajudar o prĂłximo reinou.

A Primeira Dama do DF, Mayara Noronha, foi uma das embaixadoras do Gala

FOTOS: EDUARDO IFF, HÉLIO PERFEITO, JP RODRIGUES, JÚLIA BANDEIRA, LINCOLN IFF E LUARA BAGGI

DJ ZĂŠ Pedro

Anna Carolina Noronha, Eduardo e Luiz Eduardo Lira

DigĂŁo Nelson Piquet, Nelsinho Piquet, Bob Lima e Renata Kuerten

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(OLVD /HLWH H &DUORV *RIIHUMÂŤb

Bianca Juliani, Carol Valença, Tati Valença e Nådia Yusuf

Dani, SĂŠrgio e JĂşlia Kniggendorf

JoĂŁo Paulo Todde, um dos mais generosos do GALA

# PQKVG FG Ć‚NCPVTQRKC OGZGW EQO Q EGP½TKQ UQEKCN G GORTGUCTKCN FC EKFCFG 1U EQPXKFCFQU UG FGRCTCTCO EQO CODKGPVG TKECOGPVG FGEQTCFQ RQT 8CNĂ…TKC .GÂżQ $KVVCT &GRQKU FG TKUECTGO Q ITGGP ECTRGV G CFGPVTCTGO Q UCNÂżQ C RCNCXTC FG QTFGO GPVTG QU EQPXKFCFQU GTC EQPHTCVGTPK\CĂƒÂżQ 1U OGUVTGU FG EGTKOĂ?PKC 4GPCVC -WGTVGP G (N½XKQ /GPFQPĂƒC TGEGDGTCO QU SWCVTQ KFGCNK\CFQTGU FC (QWPFCVKQP 8KXKCPPG 2KSWGV 2CWNC 5CPVCPC 4CHCGN $CFTC G 'FWCTFQ .KTC

DJ Pete Tha Zouk

Lorena Furtado e FlĂĄvio de Souza

Beto Pacheco, Mariana Goldfarb, SĂŠrgio Marone, Sophia AbrahĂŁo e SĂŠrgio Malheiros

Nadim e Monica Haddad

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FamĂ­lia Amorim

Allan Lucena e Jair Renan Bolsonaro

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SĂ­lvia e Rafael Badra, Duda Almeida e Luiz AntĂ´nio Reis

&OD\WRQ &DPDUJRV &DLR 0HQGRQŠD 6DEULQD &DPDUJRV 6UJLR 0RUXP H /XFLDQR /RXUHQŠR

0Q NGKNĂžQ QTSWGUVTCFQ RGNC Casa Amarela, joias, raridades automobilĂ­sticas, experiĂŞncias e obras de arte compuseram os 28 lotes do leilĂŁo com curadoria de Mauricio Lima, cuja renda obtida foi destinada para C #UUQEKCĂƒÂżQ $GPGĆ‚EGPVG %TKUVÂż /ÂżQU SolidĂĄrias e para o Instituto Proeza. #U KPUVKVWKĂƒĂ‘GU DGPGĆ‚EKCFCU HQTCO escolhidas, respectivamente, pelas embaixadoras do Gala: a designer de jĂłias Carla Amorim e a primeira-dama do DF, Mayara Noronha.

0DUFHOR $UDÂźMR H )HUQDQGD /HÂĽRb

Sonia e In Loon Lim

Fernando e Caroline Collor

Paula Santana e Vivianne LeĂŁo Piquet

Susan Neves Diomedio Santos e Margot Albuquerque

Miranda Castro

Flor da Fonte e Antonio Rueda

ValĂŠria Bittar Roriz e Paulo Roriz

Bella Bittar e Carol Villas Boas

Isadora Campos

Isabella e Carlos Augusto Carpaneda

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Samantha Schmutz dividiu o palco com Flausino e Sideral

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Bruno Sellani, Bruno Araújo Mello, Bruna Slaviero, Yan Acioli, Patrícia Romano e Guilherme Siqueira Jade Santana

%QO Q Æ‚O FQ NGKN¿Q QU KTO¿QU 4QIÃ…TKQ (NCWUKPQ G 9KNUQP 5KFGTCN UWDKTCO CQ RCNEQ GO JQOGPCIGO CQ EQORQUKVQT %C\W\C 0CU RKECRGU QU &,U <Ã… 2GFTQ 5QP[ &WFW /QTGKTC G C CVTCÿQ KPVGTPCEKQPCN 2GVG VJC <QWM ' TGRGVKPFQ C RCTEGTKC FG UWEGUUQ FC RTKOGKTC GFKÿQ FQ )CNC Q OCKNKPI GUVTGNCFQ FQ 42 $GVQ 2CEJGEQ VTQWZG RCTC C ECRKVCN PQOGU EQOQ ;CP #EKQNK /CTKCPC )QNFHCTD 5COCPVJC 5EJOWV\ 5Ã…TIKQ /CTQPG 5QRJKC #DTCJ¿Q G 5Ã…TIKQ /CNJGKTQU 0QU GPEQPVTCOQU GO OQXKFQU RGNQ EQPUVCPVG FGUGLQ FG VTCPUHQTOCT XKFCU

Claudia e Maria Victória Salomão

Vivianne Leão Piquet e Gui Siqueira

Luciana e Fabiano Cunha Campos Matilde Gemeli e Ricky Araújo

Jordana Noronha

João Camargo e Beatriz Fazzio

Bruna Slaviero Lima

Os idealizadores da GPS Foundation sobem ao palco para agradecer

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SECCO

DEBORAH AOS 40, O MELHOR PAPEL DE SI MESMA

SÃO 32 ANOS DE CARREIRA. O BRASIL A ASSISTIU DE MENININHA A LOLITA. NO DRAMA E NA COMÉDIA. ATUALMENTE, PROTAGONIZA A REALIDADE DE SER MÃE E ESPOSA, MAS SEM SE DISTRAIR NA BUSCA DE VIVER NA FICÇÃO O MELHOR DE SEUS PERSONAGENS POR MARCELLA OLIVEIRA « FOTOS TAVINHO COSTA

'LUH©¥R FULDWLYD 3DXOD 6DQWDQD 3URGX©¥R ([HFXWLYD .DULQH 0RUHLUD /LPD Styling: Rodrigo Grunfeld 3URGX©¥R GH PRGD 0DUFR )ULJH H /LWD $VVLV Beleza: Lucas Vieira

A

primeira lembrança que temos de Deborah Secco na televisão é como a espevitada e inocente Carol de Confissões de Adolescente, de 1994. Ela tinha 15 anos e já acumulava sete deles em frente às câmeras. Veio depois a menina nada inocente Íris, de Laços de Família. Trouxe humor ao horário nobre com a Darlene, a garota obcecada pela fama em Celebridade. Emocionou com o drama de Sol, a brasileira que sonhava em viver nos Estados Unidos, da novela América. Os desafios da atriz estavam só começando. Viveria ainda uma garota de programa no filme Bruna Surfistinha, em 2011, papel de grande repercussão e que marcou sua carreira. Foi da densa personagem para a cômica Natalie Lamour, de Insensato Coração. Onze quilos a menos e deu vida à Judite, a soropositiva do longa-metragem Boa Sorte. A mais recente foi a vilã Karola, em Segundo Sol. “Sou o tipo de atriz que quando sai do drama quer a comédia e quando sai da comédia quer o drama. E assim eu gosto de ficar trocando”, revela Deborah. Com os cabelos já na altura dos ombros, após cortá-los bem curtinho em uma das últimas cenas como Karola, a atriz se

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prepara para, mais uma vez, mudar completamente de gênero. “Alexia é uma mulher intensa, muito divertida. Ela terá uma confidente, a Felipa, que é uma galinha. Acho que isso a torna mais divertida, mais sensível, mais ingênua”, conta a atriz, aos risos, sobre a próxima protagonista na nova novela das 19h, Salve-se Quem Puder, que estreia no final de janeiro. “Estou amando brincar de ser Alexia. Acredito que o público vai se identificar e se divertir muito com ela”, espera. Aos 40 anos – completados em 26 de novembro –, sendo mais de 30 deles dedicados ao ofício, Deborah se consagra uma das mais talentosas atrizes brasileiras de sua geração. Seus papéis não passaram despercebidos nas últimas décadas. “Eu estou muito melhor aos 40 do que como eu pensei que fosse estar. Acho que nem em todos os meus sonhos eu poderia idealizar que teria uma vida com tantas conquistas, vitórias, realizações e aprendizados. Sou muito grata a Deus. Tenho muita gratidão de estar onde eu estou com 40 anos, nesse lugar que eu nunca imaginei que um dia eu pudesse estar de tão bom e feliz que ele é”, garante.

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/HQ©R 9HUVDFH ERG\ /HQQ\ 1LHPH\HU µFXORV (PLOLR Pucci, sandálias Aquazzura e pulseira Carla Amorim

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“MARIA É MEU CENTRO, ELA ME FEZ SAIR UM POUCO DO MEU EGOCENTRISMO”

Antes mesmo da estreia em comerciais, aos oito anos, ela já dava pistas da carreira que queria seguir. “Eu não lembro da minha vida sem ser atriz. O pouco que eu lembro de mim criança era já dizendo que queria ser atriz, fingindo que perdia a memória, que quebrava o braço. Tudo para convencer meu pai e minha mãe que eu tinha talento”, lembra. O público acompanhou o crescimento de Deborah. Aos 19 anos, pousou para a revista Playboy. Vieram papeis que exigiam dela um comportamento mais mulher, menos menina. “Foi um processo de amadurecimento natural. Eu estava ali tentando entender minha sexualidade, minha sensualidade, minha existência. Acho que hoje eu tenho mais contato com tudo isso e ainda estou em amadurecimento. Mas muito mais madura e muito menos ansiosa do que aquela menina que vocês viram lá atrás começando a trabalhar”, afirma. Deborah foi de atriz mirim à mulher mais sexy do mundo – eleita pela revista VIP. A satisfação com seu momento atual não é só por conta do trabalho. Há quatro anos, realizou o sonho de ser mãe, com o nascimento de Maria Flor, fruto do casamento com o também ator Hugo Moura. “A presença da Maria mudou tudo na minha vida. Mudou meu foco, meu centro. Ela me fez sair um pouco do meu egocentrismo, e de hoje colocá-la como o que há de mais importante na minha vida. Isso me amadurece, me faz ser mais profunda em relação ao mundo que eu quero pra ela”, afirma. Sucesso nas redes sociais – seu perfil no Instagram tem mais de 16 milhões de seguidores –, é lá que compartilha um pouco da sua vida pessoal e profissional. Mas tenta, acima de tudo, não depender do que acontece online. “Eu tento cada vez mais viver sem as redes sociais. Elas ganharam muito espaço no nosso dia a dia. Foi criado um mundo falso feliz, onde todos são perfeitos, onde ninguém erra. Eu tenho muita necessidade de ser uma pessoa real, de contar meus erros, mostrar meus fracassos. Acho que essa loucura que a gente criou de mundos perfeitos nos nossos perfis no Instagram talvez seja um dos maiores crimes sociais”, afirma. A autenticidade de Deborah faz dela, sem dúvidas, uma mulher admirável. Sincera, não tem medo de se posicionar, especialmente em temas como o feminismo. “Eu me considero uma mulher extremamente feminista, que luta muito contra o machismo, mas eu acredito muito mais em atitudes do que em discursos. É essa forma que eu tento trazer o feminismo e o anti-machismo para

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a minha vida, como todas as causas pelas quais eu luto. Sempre acredito que a ação é muito mais forte do que as palavras e assim eu tento agir”, declara a atriz. A atriz não hesita em comentar as declarações recentes do atual presidente da República sobre a destinação de dinheiro público para, nas palavras dele, “filmes como Bruna Surfistinha”. “Foi um posicionamento que eu considero muito errado. Tudo que é arte está no mundo para que a gente consiga enxergar, muitas vezes, o que na nossa realidade a gente não consegue ver. Para que a gente consiga pensar sobre coisas que no nosso dia a dia são difíceis de se entrar, de se tocar. A gente tem essa função de mexer em assuntos que não são tão legais mesmo. Eu adoraria que a prostituição não existisse, eu acho que é uma maldade com as mulheres. Mas ela existe, não adianta colocar uma cortina e tapar essa nossa realidade. Então, eu lamento pelo posicionamento dele, porque eu acho que a gente tem que ter liberdade para poder retratar e discutir diversos temas através do nosso cinema, do nosso teatro, das nossas músicas, das nossas artes de um modo geral”, declara. Deborah se lembra dos dias em que morou numa casa de prostituição no preparo para a personagem no filme. Se doa de corpo e alma ao trabalho é uma de suas características. Engordar, emagrecer, cortar o cabelo, mudar o estilo, aprender um novo ofício. “Eu amo me preparar e me entregar para os personagens. A Alexia vai ter uma transformação física, a gente vai mudar o cabelo, para poder brincar de ser um pouco mais dramática, mais expansiva. A Alexia me torna, eu acho, mais corajosa em ser quem eu sou”, acredita. “E também estou fazendo aulas de canto. A preparação dela tem sido muito leve e divertida”, acrescenta. Ao longo da conversa Deborah se mostra, como ela gosta de dizer, “uma pessoa muito comum”. Calma, caseira, não bebe, não fuma, não vive o glamour da vida artística, não gosta de sair à noite. “Sou até meio preguiçosa, gosto muito de estar em família e de trabalhar”, revela. Deborah é leve, divertida, bem-humorada, tem uma luz própria, um jeito simples que surpreende quando se pensa na grandiosidade de sua carreira profissional. “Eu sou muito real. E busco cada vez mais não me fazer parecer ser perfeita”, diz. Entre ensaios fotográficos, entrevistas, novelas, filmes, teatro e compromissos profissionais de uma atriz de sucesso, é em casa, nos braços de sua família, que Deborah vive seu melhor papel.

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Camisa MSGM para NK Store, brincos Dolce & Gabbana, cinto Le Lis Blanc e sandรกlias Aquazzura

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Lenรงo e brincos Versace para Trash Chic, vestido Isabel Marant para Nk Store, cinto Le Lis Blanc e sandรกlias Aquazzura

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Top Tig, lenรงo e calรงa Versace para Trash Chic e brincos Aquazzura

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/HQ©R 9HUVDFH EULQFRV 'ROFH H *DEDQQD ERG\ 7UL\D VKRUW 'ROFH *DEDQQD para Trash Chic, cinto Le Lis Blanc e colar Miranda Castro

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/HQ©R 9HUVDFH ERG\ H EOXVD Triya, brincos Trash Chic e sandálias Aquazzura

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MILÃO

Etro Gucci Salvatore Ferragamo

Salvatore Ferragamo Fendi

Peter Dundas

HARD TIMES

Ermanno Scervino

A sustentabilidade pode ser a revolução do luxo. Com ela, códigos híbridos em ease dressing que nos remetem tanto ao bucolismo quanto à acessibilidade. Há de ser, quem sabe, a nova JWOCPKFCFG SWG UG TGEQPƂIWTC para os novos tempos. Ter ou não o controle! *CRR[ JKRRKGU! (PS)

Marni

Philosophy Gucci

Fendi

Missoni

Alberta Ferreti

Max Mara

Etro

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PARIS

Balmain

Hermés

Givenchy

Chanel

BACK TO THE FUTURE

Off White

Valentino

Miu Miu

Rochas

O ffuturo o incomoda. Instabilidade do Inst planeta promove certa pla nostalgia pelo novo nos ao mesmo tempo em que é clara a busca da essência. O sedutor traz ess elegância e languidez. eleg As mulheres são polidas. Hiperconstruções travam Hip embates com o artful e em utilitarismo. Extremos ou sem dramas. (PS)

Paco Rabbane

$OH[DQGHU 0F4XHHQ

Giambattista Valli

140 « GPSLif GPSLifetime i e

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Valentino

Dior

Valentino

Givenchy

Lacoste Sport

Chanel

Balenciaga

Céline

Stella McCartney

Loewe Louis Vuitton

Saint Laurent

Givenchy

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BEACH 'LRU SUH©R VRE FRQVXOWD 'LRU SUH©R VRE FRQVXOWD 0L]XNL SDUD )DUIHWFK 5

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7LIIDQ\ &R 5

Lanvin &ULV %DUURV 5 /HQQ\ 1LHPH\HU 5

Missoni Hermès

(PLOLR 3XFFL 5 &ULV %DUURV 5

Salvatore Ferragamo

Dior

OVER THE RAINBOW

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Lightn Lightness. O idealismo sessentista ou o redu redux dos anos 70 trouxeram à tona o JGCX JGCXKN[ XKPVCIG. O discreto frisson se pontua no que importa, ou nem mais tanto assim. É o que não pode ser, que não é. Em tem tempos de impasses, que seja, então, desde que o pensamento seja sustentável. This is is a real summer chic. (PS)

0D[ 0DUD SUH©R VRE FRQVXOWD &KDUORWWH 2O\PSLD 5 'ROFH *DEEDQD 5 =LPPHUPDQ 5 'LRU SUH©R VRE FRQVXOWD

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'ROFH *DEEDQD SUH©R VRE FRQVXOWD

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ENTRE NĂ“S POR PATRICIA JUSTINO SDWW\MXVWLQR#KRWPDLO FRP ĹŠ #SDWMXVWLQRYD]

ECO CHIC RESORT 2TQEWTCPFQ NWZQ DGNG\C G OWKVC CXGPVWTC! 1 9JKVG 2QF WO GEQ EJKE TGUQTV SWG Ć‚EC PQ coração dos Alpes suíços, pode te proporcionar exatamente isso. O conceito do hotel ĂŠ inĂŠdito: ele parece um camping moderno, com acomodaçþes que lembram iglus futurĂ­sticos sob plataformas de madeira. Cada uma delas com o seu prĂłprio terraço e uma vista deslumbrante das montanhas. O interessante ĂŠ que a metade da estrutura de parede e teto nos quartos ĂŠ transparente, ou seja, o hĂłspede continua tendo uma incrĂ­vel vista panorâmica, alĂŠm de todo aconchego e conforto, como: banheiro espaçoso, amenities de luxo, mobiliĂĄrio de design e serviços de quarto diferenciados. A estrutura do complexo tambĂŠm conta com restaurante, sauna e atĂŠ instrutores de ski, parapente, hiking, etc. ZZZ ZKLWHSRG FRP

EDIĂ‡ĂƒO LIMITADA Os fĂŁs da marca Vans agora tĂŞm um motivo a mais para se orgulhar. Acaba de ser lançada uma linha de produtos pNKOKVGF GFKVKQPq SWG KPENWK CNIWOCU XGTUĂ‘GU FQU famosos slippers, t-shirts e bonĂŠs da marca. Todos nesse EQPEGKVQ pHWPq SWG GPECPVC LQXGPU G CFWNVQU 1 OGNJQT ĂŠ que sĂŁo lindos nĂŁo somente por fora, a causa nobre por trĂĄs desse lançamento ĂŠ ainda muito mais: arrecadar fundos para o combate do câncer de mama. Com as vendas desses produtos GURGEÉƂEQU 75& OKN RGNQ OGPQU serĂŁo doados para a CoppaFeel – uma organização britânica que se dedica, entre outras coisas, a criar campanhas que encorajam os jovens a estar sempre avaliando os seus seios como medida preventiva da doença. Vale a pena ajudar! ZZZ YDQV FRP

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NIGH NIGHT O badalado spot paulista The Juniper 44 Graus vem dando o que falar ao unir num sĂł lugar serviços especializados em coquetelaria de luxo, experimentos gastronĂ´micos (que sĂŁo renovados de tempos em tempos) e um incrĂ­vel cenĂĄrio cosmopolita inspirado no design art dĂŠco e urbano de Nova York. O bar se consolida a cada dia como um dos lugares mais bacanas da cidade para se curtir a trilogia: boa comida, DQC DGDKFC G DQC OĂ–UKEC 'UUC Ă… C GUUÆPEKC FQ NWICT RQPVWC Ă lvaro Novaes, criador do projeto e atuante empresĂĄrio nos setores alimentĂ­cio e gastronĂ´mico. A visita ĂŠ imperdĂ­vel! @thejuniper44

RENOVAĂ‡ĂƒO CAPILAR

GOLDEN SMILE GO Para quem q gosta de pequenos luxos e considera conside que o seu sorriso vale ouro, o kit de higiene bucal D’or, da marca swiss smile, foi feito especialmente para vocĂŞ. Composto por dois especia itens que, qu literalmente, reluzem como metal precioso, p ecios o kit contĂŠm um creme dental feito pr com de ouro 24 quilates, que possui c m partĂ­culas co pa RTQRTKGFCFGU CPVK KPĆƒCOCVĂ?TKCU G TGIGPGTCVKXCU RTQRTKG auxiliando diretamente no combate a cĂĄries a xilia au e gengivites. AlĂŠm disso, o gel oferece a geng menor m no abrasividade do mercado e tem em sua me fĂłrmula fĂłrmu uma proteĂ­na que protege os dentes contra contr a desmineralização. O segundo item, tambĂŠm repleto de glamour, ĂŠ uma escova tamb dental denta folheada a ouro, com extremidades ergonomicamente arredondadas e cerdas ergo Ć‚PÉUUKOCU 2TQOGVGO GXKVCT Q FGUICUVG FQ Ć‚PÉUU esmalte e a retração gengival. esm

Conhecidos mundialmente pelos cuidados com as questĂľes estĂŠticas, os brasileiros estĂŁo sempre em busca de novas tĂŠcnicas e tratamentos mĂŠdicos diferenciados. Buscando atender essa demanda, GURGEKĆ‚ECOGPVG RCTC SWGO VGO RTQDNGOCU EQO ECNXÉEKG uma clĂ­nica brasiliense se especializou em tratamentos capilares e tornou-se pioneira numa tĂŠcnica de transplante capilar que permite um procedimento indolor. O mĂŠtodo Fue – Follicular Unit Extraction ĂŠ a especialidade do doutor Alessandro Guedes, que garante ser essa a tĂŠcnica mais moderna atualmente e que consiste PC TGVKTCFC Ć‚Q C Ć‚Q FC ½TGC FQCFQTC UGO FGKZCT cicatriz linear, ou seja, os cabelos nessa regiĂŁo podem ser mantidos compridos ou muito curtos sem vestĂ­gio algum. ZZZ DOHVVDQGURJXHGHV FRP EU

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SELF PORTRAIT LONDON Um dos programas que mais atrai os apaixonados por moda e design ĂŠ visitar as concept stores espalhadas pelo mundo. Ultimamente a capital britânica vem ganhando cada dia mais destaque nesse quesito. A regiĂŁo de Mayfair, em Londres, vem sendo abastecida de projetos importantes e se tornando um dos locais de referĂŞncia e mais escolhidos pelas marcas famosas SWG FGUGLCO GZKDKT RTQFWVQU FKHGTGPEKCFQU 3WCPFQ estiver de passagem por lĂĄ, nĂŁo deixe de conhecer WOC FCU NQLCU OCKU KEĂ?PKECU G SWG TGĆƒGVG DGO Q GUVKNQ NQPFTKPQ FG UGT C ĆƒCIUJKR UVQTG 5GNHRQTVTCKV /KPKOCNKUVC e muito chique, a loja possui trĂŞs andares com sensaçþes diferentes, mas sempre com cara de galeria de arte. 5WC ETKCĂƒÂżQ Ă… WOC QDTC FQ p%CURGT /WGNNGT -PGGTq escritĂłrio de arquitetura. Tornou-se um dos projetos mais comentados e que merecem a atenção. ImperdĂ­vel.

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TETĂŠ COM ESTILO POR MARIA THEREZA LAUDARES PWODXGDUHV#JPDLO FRP ĹŠ #PWODXGDUHV

O VERMELHO E A MODA

Vermelho Ê emoção! Uma cor paradoxal que pode simbolizar raiva, sangue e ao mesmo tempo paixão e boa sorte. O vermelho marca presença e por isso Ê ligado a celebraçþes. Passeando pela história da moda, o descobrimos como algo precioso.

CARTIER A Cartier Ê testemunha de e momentos que marcaram a da, como o casamento da história e inspiraram a moda, o, o amor do Duque e Princesa Grace de Mônaco, ais recentemente, o Duquesa de Windsor e, mais ate da Inglaterra. casamento de William e Kate a alta joalheria As criaçþes e inovaçþes da econhecidas Cartier são rapidamente reconhecidas ornada com por sua caixa vermelha adornada arabescos dourados. Louiss François ermelho Cartier acreditava que o vermelho ria. E trazia a boa sorte e a alegria. assim, em 1847, criou em seu atelier la boite rouge. De xa acordo com Cartier, a caixa m simbolizaria a felicidade em presentear e receber uma joia de valor.

REVLON ON CRISTAL BACCARAT

3WCPFQ UG HCNC FG GUVKNQ FG GUVKNQ m vermelho Ă francesa, o batom logo se impĂľe. E faz todo sentido, se Foi em 1764 que o rei LuĂ­s XV deu rancĂŞs batom se pensarmos que em francĂŞs a permissĂŁo para a criação da chama vermelho para os lĂĄbios – rouge Ă Cristallerie Baccarat, a primeira OCTEC COGTKECPC FG NĂ„XTGU 'PVTGVCPVQ HQK C OCTEC COGTKECPC FG fĂĄbrica de cristais da França. cosmĂŠticos, Revlon, que em 1952 lançou o Considerada um dos sĂ­mbolos da duo batom e esmalte da mesma cor. Na arte do viver a boa mesa Ă francesa, campanha publicitĂĄria Fire & Ice – fogo a Baccarat ĂŠ conhecida por fabricar e gelo –, a Revlon lançou a cor Love jogos de cristal para as cortes e that Red, um vermelho sedutor casas de chefes de estado em todo o para unhas e lĂĄbios. mundo. A taça Harcourt, criada em 1841 sob encomenda para o rei Louis Philippe, tornou-se objeto de desejo por seu design puro e revelador, trabalhado em seis faces e pĂŠ hexagonal. Na cartela de cores da marca, o vermelho Baccarat ganhou maior reputação por seu tom rubi.

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VALENTINO

CHAMPANHE PIPER-HEIDSIECK Marylin Monroe dizia que ia dormir com gotas de Chanel nÂş 5 e acordava com uma taça de champanhe Piper-Heidsieck.. Fundada em 1785, a vinĂ­cula PiperHeidsieck tinha como objetivo elaborar WO XKPJQ Ć‚PQ SWG VTQWZGUUG CNGITKC para a rainha Maria Antonieta. Anos mais tarde veio a encomenda da cor registrada com a intenção de facilitar a fabricação de embalagens e produtos. # H½EKN KFGPVKĆ‚ECĂƒÂżQ FC EQT HG\ EQO SWG Q XGTOGNJQ 2KRGT *GKFUKGEM Ć‚TOCUUG sua exclusividade nos momentos de celebração.

O vermelho ĂŠ a cor icĂ´nica que representa a Maison Valentino. A histĂłria re começa nos anos 60, quando o entĂŁo jovem com estilista italiano Valentino Garavani procurava esti WOC EQT RCTC UGT C KFGPVKĆ‚ECĂƒÂżQ FG UWC OCTEC WOC Valentino jĂĄ estava sendo associado ao branco Val devido ao impacto causado por seu primeiro de FGUĆ‚NG VQFQ PCSWGNC EQT (QK PC Ă?RGTC GO F Barcelona que o estilista teve a revelação ao Ba Ć‚ECT OCTCXKNJCFQ EQO WOC OWNJGT XGUVKFC Ć‚ em veludo vermelho. Nascia ali a cor da e marca, o vermelho Valentino, que ĂŠ a mistura de trĂŞs tons: vermelho E½FOKQ RĂ–TRWTC G ECTOKO

LOUBOUTIN Ainda na adolescência, Christian Louboutin se viu encantado pela sedução dos calçados das dançarinas e atrizes. Após uma breve carreira como paisagista, o jovem francês iniciou sua carreira de designer de acessórios. Suas criaçþes são facilmente reconhecidas pelas solas vermelhas. Exclusivo da marca Louboutin, o vermelho 181663TP registro Pantone Ê a certeza da originalidade do produto.

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OURO Brinco em ouro com ametista, ågua marinha e topåzio azul, 6LOYLD %DGUD 5 Colar Demoiselles, Van Cleef $USHOV SUHŠR VRE FRQVXOWD

Anel Borboleta em ågata e granadas, Silvia %DGUD 5 Brinco Najud Transformåvel, Van &OHHI $USHOV SUHŠR VRE FRQVXOWD

Colar Ă‚mago, Carla $$PRULP SUHŠR VRE FRQVXOWD

Brilho ĂŠ brilho, mas, se houver a luminosidade das cores, melhor. E se for em uma joia OCEKĂƒC ÂĽ VTGPF[ |Purist blue, mellow, cassis, NCTCPLKPJC |mint|UG CRQFGTCTCO do design e chegam para adornar pescoços e orelhas, especialmente. Elos e correntes no maximalismo. Customização no minimalismo. Olha os dedinhos! HĂĄ possibilidade do ĂŠtnico – viva a franja –, do espiritual – ah, as medalhinhas –, do neo clĂĄssico – Ă la|parisienne. E tambĂŠm da assimetria. E as camadas, hein!!! (PS)

O IMPORTANTE É BRILHAR

Pulseira Perlee Clovers em ouro branco e diamantes, Van Cleef $USHOV SUHŠR VRE FRQVXOWD

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Brinco em ouro com concha topĂĄzio H DPHWLVWD 6LOYLD %DGUD 5 %ULQFR 1ÂźFOHR &DUOD $PRULP 5

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Anel com esmeraldas e EULOKDQWHV *ULĆ“WK 5

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Tudo sobre imóvel num só lugar

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IMERSÃO

VESTIMENTA DO IMAGINÁRIO O DIALOGO ARTÍSTICO ENTRE DIFERENTES CULTURAS RESSALTA 2bUNIQUEb& ',*2 ',25 (0 ,0(56 2 12 0$552&26

N Morgan O’Donovan

ão era de hoje que Maria Grazia Chiuri explicitava seu desejo de aventurar-se no fabuloso universo cultural de Marrocos. Pois para a coleção Cruise 2020 a diretora criativa da Dior rendeu-se ao mesmo fascínio de artistas, poetas, aventureiros, escritores e mergulhou no encontro entre África, Europa e Mediterrrâneo, terra de grande paixão de Yves Saint Laurent, primeiro sucessor de Christian Dior. E no meio desse diálogo coletivo entre costumes, moda e memória, uma passarela se recheia de possibilidades reais ao criar algo exclusivo e autoral num common ground de ideias, que floresceram no colaborativo espírito de mentes nativas selecionadas nas imersões de Grazia pelo local.

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Nadine Ijewere

Sophie Carre

ÉDITION DITION SPÉCIALE PÉCIALE

Fundada dada em Abidjan, wax é uma das Uniwax mas fábricas últimas produtoras dutoras de tecidos Wax com técnicas mecânicas ânicas artesanais, na utenção da herança manutenção ral da África. cultural

Morgan O’Donovan

AS BA BANDANAS

O esp espírito de viagem rememora as faixas de remem cabelo e b bandanas desenhadas pelo des designer de chapéus da Dior Dior, Stephen Jones, com co colaboração com a designe Martine Henry. designer Ser VTGPF[ da Serão ttemporada.

Sophie Carre

MONSIEUR PATHÉ´O

Ines Manai

Pathé Ouédraogo é um dos líderes da moda africana e, por meio de seu trabalho, fez nascer um forte laço entre sua marca e Nelson Mandela. Maria Grazia o convidou para criar uma camisa especial.

ANCESTRALIDADE DE

Uma associação que revive o artesanato das tribos do Marrocos, com cerâmica, tear e tingimento vegetal. Sumano é uma homenagem aos nomes das três artesãs (Suzanne, Manuela and Nouky).

PALETÓ BAR E SAIA

Grace Wales Bonne Bonner, designer britânicajamaicana, e Mickalene Thomas, artista afro-americana, homenageiam a pluralidade da feminilidade africana. Elas reinterpretarem o icônico New Look.

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TRADIÇÃO

O TRIUNFO DA TRADIÇÃO A ESSÊNCIA DA SICÍLIA COM SEUS SÍMBOLOS E COSTUMES INSTIGA A DOLCE&GABANNA, QUE CRIA ATMOSFERA CASEIRA EM SEU SOFISTICADO UNIVERSO DE MODA, BELEZA E GASTRONOMIA POR PAULA SANTANA

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A

essência siciliana cativa. Se estampada em décor, fascina. Em roupas, encanta. Quando na gastronomia, puro deleite. Rica em detalhes, divertida, histórica e sofisticada, todos estes códigos fazem parte da festiva Dolce & Gabbana. Da intensidade do preto à opulência do ouro, do calor do vermelho à delicadeza do branco. Do brilho do brocado à preciosidade do bordado, toda a coleção exala personalidade. Para as crianças, esplêndidas bonecas de 40 cm. O ambiente beauty foi renovado, adotando uma atmosfera familiar, inspirada no conceito de casa. Flores, damasco, renda preta, estampas animali e maiolica. Há ainda óculos edição limitada. Para ela, um modelo de olho de gato enriquecido por rosas pintadas à mão e brilhantes gotas de cristais. Para ele, os Domenico evoluem do bege listrado da frente com a Havana manchada da armação.

Os aparelhos da Smeg seguem com a coleção My Love. Torradeiras, espremedores, chaleiras, liquidificadores são adornados pelas referência aos valores da ilha. Pastificio Di Martino celebra massas, personalizando os pacotes com gráficos inspirados na majólica siciliana. Para completar, Fiasconaro renova sua colaboração na revisitação da receita milanesa de panetone, com a versão siciliana de pistache, coberta com chocolate branco. GPSLifetime « 153

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COLORO LORO

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Versace

Salvatore Ferragamo

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Chloé

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MATCH

Bottega Veneta

Burberry

Lanvin

Altuzarra Erdem Balmain

Stella McCartney

Prada

OPOSTOS QUE SE ATRAEM

Nina Ricci

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Na pluralidade do possível, no momento em que trocar paradigmas por experiências ou tornar o imaginário real... há de haver o apego ao que não se mede, não se mexe, não se muda. Na moda, alguns statments ultrapassam movimentos e sensações. Inquietudes e expectativas. Assim têm sobrevivido com a maior austeridade os intocáveis preto e branco (PS)

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Gucci

Paco Rabanne

Loewe Valentino

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BRILHO

BACK IN FASHION Prada

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Pode ser o futurismo dos anos oitenta. Boldness of couture. A tal ousadia que vai além dos riscos in or out. Posturas temperamentais. Shiny. Não são tendências ou referências, são sensações e experiências. Fala-se de posicionamento e impacto. The name of the game. (PS)

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Fotos: Divulgaçã

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CONCEITO

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A EXUBERÂNCIA DO SIMPLES LITORAL, FOZ DO IGUAÇU, PANTANAL OU AMAZÔNIA. CULTURA, ACOLHIMENTO E A ALEGRIA DO BRASILEIRO TÊM TIDO TANTO VALOR QUANTO A SUNTUOSIDADE DE HOTÉIS PALACIANOS POR CAROLINA SAMORANO

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otÊis pequenos, em formato boutique. Praias quase isoladas, åguas de força sobrenatural, onças pintadas soltas na natureza. O turismo de luxo no Brasil tem personalidade e contornos próprios, muito distantes do clichê de mårmores suntuosos e acabamentos dourados

espalhados por destinos como Paris ou Dubai. Pelo menos essa Ê a avaliação de Martin Frankenberg, presidente da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA), entidade que hå 11 anos se dedica a posicionar o País como destino premium de turismo em âmbito global.

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Anavilhanas Jungle Lodge, Amazonas

“Tem uma coisa interessante aqui, que é a autenticidade sobre os nossos produtos de luxo”, reflete o empresário. Segundo ele, embora algumas das grandes redes de hospedagem luxuosa comecem a aportar no Brasil – como Belmond, Four Seasons e Hyatt –, são nos pequenos empreendimentos pertencentes não a um grupo, mas a um empreendedor, que o turismo classe A cresce no País. “O viajante hoje busca cada vez mais a sensação de estar em um lugar que só poderia ser ali, em vez de se sentir em qualquer canto do mundo”, pontua Frankenberg. Dados da própria associação em parceria com o Senac mostram que o segmento de luxo faturou R$ 871 milhões em 2018, acolhendo um total de 532 mil hóspedes. O levantamento leva em conta os 38 membros da entidade, sendo 34 hotéis e quatro agências especializadas. Para ser considerado parte desse motor, o turista precisa gastar, em média, USD 400 (aproximadamente R$ 1,7 mil) por dia no destino, entre hospedagem, alimentação e passeios. Ainda conforme a BLTA,

44% desse mercado é composto por estrangeiros, sendo nossos visitantes mais fiéis os provenientes da Inglaterra, França e Estados Unidos. Pela análise de Frankenberg, o que atrai o público globe trotter aos leitos premium brasileiros, além das praias paradisíacas e amplamente divulgadas planeta afora, são os destinos de natureza, como o Pantanal e Foz do Iguaçu. Este último hoje é líder na recepção de gringos, sobretudo na unidade Belmond instalada dentro do Parque Nacional do Iguaçu. Também contam pontos ações de sustentabilidade. Tanto que, em 2017, a BLTA criou um fundo para patrocinar ações do ICMBio na Ilha de Alcatrazes, no interior de São Paulo. Até o ano passado, o local estava fechado para visitação, mas passou a receber com parcimônia turistas, reunidos em grupos fechados e guiados por uma única agência. A iniciativa, na avaliação do presidente, é prova de que o turismo “bem feito” é amigo da sustentabilidade. À GPS, Martin Frankenberg falou sobre os movimentos desse mercado no Brasil e apontou rumos de por onde se escondem as verdadeiras joias da hotelaria no País. GPSLifetime « 161

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Fasano Belo Horizonte

Fotos: Divulgação

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O Brasil certamente nĂŁo ĂŠ o lugar onde estĂŁo os hotĂŠis padrĂŁo de luxo. Nem em quantidade e nem no sentido mais clĂĄssico da palavra, como vocĂŞ encontra em Paris ou em Dubai. Mas tem uma coisa aqui que ĂŠ interessante, que ĂŠ a autenticidade sobre os nossos produtos. E isso ganha muita verdade quando vocĂŞ imagina que as marcas globais de hotelaria estĂŁo espalhadas no mundo, mas aqui ainda nĂŁo se consolidaram. Existem poucos, como o Belmond e o Four Seasons, em SĂŁo Paulo. Mas, com oito mil quilĂ´metros de litoral, nĂŁo

hĂĄ ainda nenhuma unidade de praia. Pequenos hotĂŠis boutique que tĂŞm expressĂŁo muito prĂłpria. O que essas hospedagens tĂŞm a oferecer ao turista acostumado a XP KRWHO VXQWXRVR"

Nunca nosso mårmore vai ser mais caro ou mais bacana que o da pia de um hotel de Dubai. Mas a relação com as pessoas que trabalham nos hotÊis Ê mais intensa e mais próxima que o que se usa no mundo. E outra coisa Ê a questão da sustentabilidade. Hå muita troca entre os empresårios que buscam posicionar os produtos com uma pegada ecológica maior. Isso Ê que

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tem muita capilaridade na regiĂŁo. Um guia que trabalha para as grandes ganha apenas um valor simbĂłlico. Mas aquele que trabalha com luxo, facilmente ganha o triplo. E isso vale para toda a cadeia de fornecimento. Como se busca autenticidade em cada produto e etapa, o setor acaba por remunerar melhor seus colaboradores. Nossas praias ainda sĂŁo o grande atrativo aos turistas HVWUDQJHLURV"

acreditamos ser o caminho do luxo. Em breve, um hotel que nĂŁo consegue falar sobre as medidas que toma para ser sustentĂĄvel vai ser mal visto. O turismo de luxo pode trazer vantagens econĂ´micas Ă s FRPXQLGDGHV RQGH LQVWDODP VXDV DWLYLGDGHV"

Isso ĂŠ o que o turismo de luxo tem de mais interessante. Quem ganha com o turismo de massa sĂŁo as grandes empresas, e nĂŁo o pequeno empresĂĄrio. Mas quem ganha com o turismo de nicho sĂŁo os pequenos. E isso

O Brasil tem três grandes vieses no turismo de luxo. As cidades, como Rio e Salvador. A praia, com certeza, jå que temos um litoral enorme e que estå no mesmo fuso horårio da costa leste dos EUA e com pouco fuso em relação à Europa, na comparação com outros paraísos tropicais. E hå um terceiro viÊs, que são os destinos de natureza, como a Amazônia.

Nannai, Porto de Galinhas (PE)

Foto: Thiago Cavalcanti

Entre esses trĂŞs, de natureza, algum tem se destacado mais que RV RXWURV"

Eu diria que os três têm uma força importantíssima. De longe, o que mais recebe turistas estrangeiros Ê Iguaçu. O Pantanal tem crescido muito em função do turismo de observação de animais selvagens, que jå existe na à frica e que cresce aqui por causa das onças pintadas. E a Amazônia Ê e sempre serå uma coisa estratÊgica para o Brasil, ainda mal aproveitada e mal consumida pelo turismo, mas com grande potencial. Hoje, existem menos de 40 quartos de luxo na Amazônia, o que Ê bastante inferior ao que você vê na Amazônia peruana, por exemplo. 2 ŴX[R GH WXULVWDV HVWUDQJHLURV FRQVLGHUDGRV GH OX[R WHP DXPHQWDGR"

Não. Ele tem se mantido eståvel. Assim como o número de turistas que vêm ao Brasil como um todo. A gente vive um momento não tão favoråvel no setor. Houve um crescimento atÊ 2014 e não conseguimos avançar disso. Crises ambientais, como o vazamento de óleo no Nordeste e os LQFQGLRV GD $PD]œQLD SRGHP HVWDU UHODFLRQDGRV D LVVR"

Hotel Unique, SĂŁo Paulo

Sim. A imagem que o Brasil tem no exterior sobre questĂľes ambientais trabalha muito contra. As pessoas lĂĄ fora tĂŞm a impressĂŁo de que a AmazĂ´nia acabou ou estĂĄ acabando. E a verdade ĂŠ que 80% dela estĂĄ preservadĂ­ssima, o que ĂŠ muito mais que qualquer paĂ­s do mundo. Mas tem gente que nĂŁo quer vir a um paĂ­s que ĂŠ percebido como um lugar que negligencia essa questĂŁo. TambĂŠm notĂ­cias de violĂŞncia, brigas e desentendimento entre governos, como ocorreu com a França, inuenciam. A França ĂŠ hoje o terceiro maior pĂşblico de turista estrangeiro para o Brasil.

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POR MARCELLA OLIVEIRA – ENVIADA ESPECIAL

Fotos: Divulgaçã

REFLETIR SOBRE SAÚDE E A FALTA DELA FAZ DO KUROTEL O DESTINO MAIS PROCURADO QUANDO A FINALIDADE NÃO SE LIMITA A SUTILEZAS ESTÉTICAS. A BUSCA ENVOLVE PREVENÇÃO &202 3523 6,72 '( 9,'$b

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REPOUSO

A FILOSOFIA DA LONGEVIDADE G ramado (RS) – Ainda como estudante de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (RS), Luis Carlos Silveira frequentemente se perguntava: “Por que tantas pessoas chegam aos consultórios e hospitais com doenças que não precisariam ter se tivessem pensado em prevenção?”. Esse questionamento sempre o acompanhou, e, também, o desejo de um dia construir um lugar onde as pessoas pudessem fazer uma reflexão profunda sobre sua saúde. Após o casamento com a assistente social Neusa Silveira, os dois deixaram Pelotas e seguiram para Gramado. A charmosa cidadezinha na Serra Gaúcha foi o local escolhido pelo casal para colocar em prática um propósito de vida: ajudar o próximo a ter consciência da importância de cuidar da saúde. Ali, em um terreno com vista para montanhas, nascia, em 1982, o Ku-

rotel – Centro Contemporâneo de Saúde e Bem-Estar. “A escolha de Gramado foi pela a cidade ser propícia para a proposta que eles queriam, de ser um local que oferece um aconchego para quem precisa de um tempo. E também pelo clima, pelo ar e pela qualidade da água”, explica a médica Mariela Silveira, que administra o local ao lado das irmãs Evelise, Rochele e Bárbara. Luis Carlos e Neusa ainda atuam na gestão, hoje passando a cultura e o legado para as filhas. A familiaridade de Gramado com a Alemanha também influenciou o casal na escolha do local para colocar em prática a ideia de um modo de viver focado no bem-estar. E foi no idioma alemão que buscaram a palavra “kur”, que significa cura, tratamento, terapia. “O Kurotel não é nem uma clínica nem um hotel, é um centro integrado de saúde”, defende Mariela.

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Entretanto, se Gramado é famosa pelos seus chocolates, pelos fondues e pelo clima frio, hospedar-se no Kurotel é um convite a imersão em uma filosofia de longevidade e vida saudável. O Kurotel é um hotel-destino, não apenas uma hospedagem. Eleito no quinto ano consecutivo pelo World Luxury Spa Awards o Melhor Destino de Wellness do Brasil e da América Latina, em 2019 foi contemplado ainda como vencedor na premiação Global Luxury Hotel & Spa Awards da Lux Life Magazine, na categoria Awards Excellence in Luxury Acommodation. E tanto reconhecimento com certeza não está somente nos diplomas exibidos na parede. O casal Silveira foi pioneiro no serviço prestado, mas há de se levar em consideração a forma como atua. Eles desenvolveram o conceito de spa que agrega qualidade, profissionais gabaritados, serviço de excelência. Ali no Kurotel as coisas realmente funcionam de uma forma diferente. Ao cruzar os portões da propriedade, o tempo parece ser outro. “Um conhecimento científico atualizado juntamente com um atendimento caloroso é algo que entende-se ser o segredo para ajudar as pessoas que buscam por auxílio em suas vidas”, acredita Mariela. O funcionário te recebe na porta e te chama pelo nome. O check-in não é feito no balcão. Um funcionário te acompanha até seu quarto, onde a documentação está em cima da mesa à espera da assinatura. Cartão de boas-vindas escrito à mão, mimos no quarto, a programação do dia seguinte devidamente entregue para haver tempo para programar-se. Horário das refeições e atividades, que incluem, por exemplo, hidroginástica, meditação em grupo, caminhadas, aulas de dança. Antes de tudo, o hóspede passa por uma triagem feita por um enfermeiro. Uma equipe multidisciplinar integra o staff do hotel. “A proposta é que a saúde da pessoa seja analisada de maneira ampla. A nossa

equipe é formada por médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos, enfermeiros e toda uma equipe de apoio que nos ajuda a ter um olhar cuidadoso”, explica Mariela. Há dez opções de programas, como o Fit (com foco em emagrecimento), o Detox (para desintoxicar de diversas formas) e o Longeve (ideal para quem deseja viver com longevidade e bem-estar). O hotel é muito procurado por quem sofre de estresse e ansiedade. Há hóspedes que ficam três, quatro semanas por lá. Com 40 suítes, parece impossível, mas por onde você passa os funcionários te chamam pelo nome. Um tratamento de forma muito singular. Um capítulo à parte, sem dúvidas, é a gastronomia. Os horários são regrados, sendo seis refeições por dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Tudo balanceado, leve e sem exageros. “Porque zelar pela saúde inclui cuidar da alimentação”, defende o chef. O mais interessante é a apresentação dos pratos. Observa-se o cuidado do hotel em proporcionar a experiência gastronômica e não apenas alimentação. Para isso, criaram pratos com ingredientes simples, mas com o toque da alta gastronomia funcional. Bonitos de ver e surpreendentes no paladar. Tanto os tratamentos como os amenities oferecidos nos quartos são produções do próprio spa. No início, de maneira informal, Luis Carlos produzia cremes fitoterápicos e os clientes sempre se interessavam. Anos depois, criou a Kur Cosméticos. Com estudo e tecnologia, foram desenvolvendo produtos que fazem a experiência mais rica. E, claro, pode levar para casa. O mais recente lançamento foi o MindCosm Kur, que traz na embalagem um QR code e a proposta é, enquanto a pessoa passa o creme, ouve a meditação guiada. “A proposta com o MindCosm Kur é proporcionar ao usuário a experiência de ter o Kurotel em suas mãos e na sua memória”, comenta Rochele Silveira, diretora do Kurotel. O passar dos dias faz com que se compreenda qual a proposta do casal Luis Carlos e Neusa. Não é à toa que chamam de filosofia kur. A essência do Kurotel está em sua tranquilidade e leveza. Uma pausa. A experiência proposta – e vivida – ali é respirar de uma forma diferente. O mais importante é o que cada um consegue levar para a vida pós-Kur. Mais do que bem-estar, saúde e alimentação saudável, o Kurotel te transforma até mesmo na forma de lidar com o próximo. ZZZ NXURWHO FRP EU @kurotel_

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HOME

EM CASA, COM ARMANI O ENCONTRO ENTRE A HISTÓRIA, A CONTEMPORANEIDADE E O CONFORTO ESTÃO NO ARMANI HOTEL, ANCORADO NO PONTO MAIS FERVIDO DA CIDADE MILANESA POR RAFAEL BADRA

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ilão – Via Manzoni 31. Um palácio extraordinário, originalmente projetado por Enrico A Griffini em estilo racionalista, o movimento arquitetônico da época, na terceira década de 1900. É onde Giorgio Armani abriga o hotel que leva seu nome. Dentro deste edifício, com exterior austero e poderoso, o estilista criou um universo de harmonia e privacidade. O Armani Hotel Milano é o segundo da bandeira Armani Hotels & Resorts, numa colaboração com

Emaar Properties PJSC, criadora de projetos de desenvolvimento icônicos, tal qual o primeiro Armani Hotel localizado dentro do Burj Khalifa, em Dubai, o edifício mais alto do mundo. A estética é única. Mohamed Alabbar, presidente da Emaar Properties, observou: “É a mais nova adição ao portfólio internacional de projetos de estilo de vida da Emaar. Uma prova da nossa confiança na filosofia de design de Giorgio Armani, que mudou o mundo da moda”.

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Fotos: Divulgação

No Bamboo Bar, a vista para o horizonte e o teto de altura dupla garantem ambiente descontraído

Armani emprestou seu design pessoal ao edifício. A paixão pela ordem e o senso de espaço perseguido ao longo de muitos anos em suas próprias casas. Nas 95 suítes, os móveis da coleção Casa foram desenvolvidos especificamente em uma variedade de acabamentos preciosos para refletir o clima do palazzo. O luxo, a calma e a beleza são prioridade. “Concentrei todos os meus esforços em fornecer minha visão estética pessoal em um ambiente precisamente definido de total conforto”, explica o designer, referenciando a ideia de que os hóspedes precisam se sentir tão relaxados quanto em suas próprias casas. Todas as áreas públicas estão concentradas no sétimo e oitavo andar do chamado chapéu de vidro, que oferece um panorama inesperado da cidade, desde o histórico Duomo

até os mais modernos arranha-céus. Aliás, o Armani Hotel Milano está ancorado ao mundialmente famoso Quadrilatero della Moda. Fica apenas a alguns minutos das luxuosas ruas da Via Montenapoleone e Via della Spiga. Também próximo ao Teatro alla Scala, inaugurado durante o século XVIII, é o templo internacional da música clássica. Duomo é a catedral da cidade e se tornou um símbolo reconhecido de Milão. Inteiramente construído em mármore por quase seis séculos, e tem uma das praças mais importantes do mundo. A Pinacoteca di Brera, galeria com obras-primas da pintura italiana dos séculos XIV ao XX, fica a uma curta caminhada do Armani Hotel Milano. E Brera é um dos bairros históricos e pitorescos da cidade, com ruas estreitas e étnicas. À noite, bares e restaurantes colocam mesas ao ar livre. Por fim, na vizinhança, há o bairro de Porta Nuova, o mais futurista de Milão, com seus modernos arranha-céus. Área vibrante graças aos vários locais e restaurantes da moda.

O Ristorante, sob comando do chef Francesco Mascheroni, tem gastronomia tradicional italiana

O SPA dividido em seis ambientes oferece experiência sensorial totalmente personalizada

ZZZ DUPDQLKRWHOPLODQR FRP *O repórter esteve a convite da @viana_turismo

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MODERNIDADE

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UM RESORT NA CIDADE A ELEGÂNCIA ATEMPORAL DO HOTEL THE FONTENAY COLOCA A HANSEÁTICA HAMBURGO NOS HOLOFOTES DAS EMBLEMÁTICAS CONSTRUÇÕES DA ARQUITETURA MUNDIAL POR RAFAEL BADRA

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orria o ano de 1816 quando John Fontenay, empresário no mercado de navegação, resolveu comprar uma terra às margens do Lago Alster, no coração da cidade de Hamburgo. Norte-americano, chegou à Alemanha aos 30 anos e fez enorme fortuna com sua mulher e filhos. A guerra napoleônica o tirou do circuito. Mas sua volta, anos depois, fê-lo conquistar mais e mais terrenos, ampliando o patrimônio. Em sua morte, a cidade contabiliza mais de oitenta mil metros quadrados de propriedade, com ruas, praças e fontes com seu nome.

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Os tempos modernos chegaram e familiares perpetuaram o legado do nobre empresário com a construção do hotel The Fontenay, datada de agosto de 2014, cujo registro fala de cem milhões de euros investidos. Idealizar algo que fosse o reflexo da moderna Hamburgo num projeto feito sob medida à identidade de seu criador ficou a cargo do arquiteto Jan Störmer, no momento em que sua inspiração inicial veio na sinuosidade das águas do lago Alster. A forma orgânica do edifício consiste em três círculos entrelaçados, que se remetem a grandes copas de árvores, num equilíbrio entre a natureza e a esfera urbana. Tais círculos se entrelaçam e estreitam-se no centro com um átrio de 27 metros de altura. Com sua forma amorfa na paisagem de telhado esculpida, o hotel dispensa backside, cercado por árvores e inundado de luz. Detalhe relevante em sua arquitetura: nenhuma parede é paralela à outra. Inúmeras obras de arte permeiam as dependências. São 130 suítes. Como em todos os bons hotéis, spas são sempre um atrativo relevante. Localizado no alto dos telhados de Hamburgo, a generosa piscina se funde com a vista panorâmica ilimitada do Lago. ZZZZ WKHIRQWHQD\ FRP *O repórter esteve a convite da @fredtour

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DESCANSO

MULTIPREMIADOS POR SUA HERANÇA CULTURAL, SPAS DA REDE DE HOTÉIS MANDARIN ORIENTAL CRIAM NOITE ÚNICA PARA PAUSA PROFUNDAMENTE CALMA E PACÍFICA DO MUNDO EXTERIOR POR PAULA SANTANA

O SILÊNCIO DA ALMA U ma experiência holística que vai muito além de simplesmente oferecer massagens a corpos cansados. Técnicas e diretrizes que podem ajudar a estabelecer limites pessoais sobre o uso da tecnologia, esclarecer as conversas mentais e estabelecer um estilo de vida saudável e equilibrado digitalmente. São destes milenares conceitos distintos que o Mandarin Oriental, influenciado por sua originária diversidade cultural, fez seus spas tornarem-se multipremiados. Numa imersão mais plena, a experiência do chamado Digital Wellness concentra-se em aterrar o corpo e a mente estressados por intermédio do poder do toque humano. Um dos projetos bem-sucedidos dos spas se dá num mesmo dia do ano, em dezembro, ocasião em que ocorre uma noite de silêncio absoluto. Nem conversas, nem música. “Muito do valor de uma experiência de spa vem simplesmente da desconexão da tecnologia e

do tempo para si mesmo em silêncio”, diz Jeremy McCarthy, diretor de spa do grupo Mandarin Oriental Hotel Group. O desejo é o da contemplação e da descoberta. “Os especialistas em bem-estar concordam que o silêncio e a ausência digital incessante são fundamentais para nossa saúde e bem-estar”, explica Susie Ellis, presidente e CEO do Global Wellness Institute. Há ainda como complemento deste momento único, o Yoga Silencioso em Bangcoc, Guangzhou, Kuala Lumpur, Munique e Marrakech. Aulas de meditação em Boston, Canouan, Macau e Hong Kong ou terapias do Singing Bowl em Praga e Cingapura. O Mandarin Oriental Miami e Canouan realizam massagens na praia para incentivar os hóspedes a desfrutar da noite silenciosa ao ar livre e se reconectar à natureza. “Queremos criar um espaço onde as pessoas possam pressionar o botão de pausa e ter algum tempo para pensar, meditar ou apenas fazer uma pausa para não serem inundadas por ruído”, finaliza. ZZZ PDQGDULQRULHQWDO FRP @mo_hotels

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HISTÓRIA

Plaza Mayor, no centro de Lima

A RIQUEZA QUE VEM DOS ANDES UM DOS LOCAIS MAIS VISITADOS DAS AMÉRICAS, O PERU ENCANTA POR SEU LEGADO HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO. GASTRONOMIA E ARTE COMPÕEM O CENÁRIO MÍSTICO POR PAULA SANTANA – ENVIADA ESPECIAL ima, Peru – As recentes ruínas políticas que assoberbam o povo peruano não conseguiram extrapolar o cerco da Plaza Mayor, na capital Lima, onde se encontra o Palácio do Governo absorto por construções coloniais. A crise entre legislativo e judiciário com o poder executivo não estremeceu o antológico nevado andino, tampouco abalou a aridez das planícies. Diferentemente do Brasil, o Peru tem noção exata de seu legado histórico e cultiva com esmero e zelo a origem multiétnica que o transformou nos cinco séculos desde o descobrimento num dos países mais ricos do

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planeta nas culturas artística, literária e gastronômica. Entre ameríndios, africanos, asiáticos e europeus, 31 milhões de pessoas vivem no país a leste do Brasil. O território peruano, que abrigou o misterioso Império Inca, também foi sede da civilização mais antigas das Américas, a Caral, atualmente aberta para turistas sob o título de Patrimônio Cultural da UNESCO. E talvez nessa atual trendy do resgate de origens, associada ao fato de o país ter investido fortemente no Turismo na última década, o Peru fecha o ano de 2019 com cerca de quatro milhões de visitantes, sendo duzentos mil

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Country Club Lima Hotel é o point aristocrático dos peruanos

brasileiros. Um bom atrativo foi o prêmio, pelo sexto ano consecutivo, de Melhor Destino Culinário do Mundo, concedido pelo World Travel Awards. Viajar pelo Peru certamente é uma aventura que começa por Lima. E pode ir muito além das referências arqueológicas. A capital do país, fundada em 1535 pelo espanhol Francisco Pizarro, é plural. Restaurantes, museus, galerias e feirinhas são programas reinantes na cidade repleta de diversidade. Pode-se caminhar pela chique Miraflores ou em Barranco, outrora distrito de veraneio dos ricos. Mas sem dúvida deve-se considerar ficar um bom tempo no Museu Larco, que abriga mais de 45 mil peças da civilização pré-colombiana; ou no MATE, museu do fotógrafo Mario Testino. Imperdível também é o Museu Pedro de Osma, filantropo de nome homônimo colecionava obras religiosas na data de evangelização dos índios, no século XV.

DIAS MONÁRQUICOS Igualmente notório e ponto de encontro de intelectuais, empresários e senhoras da sociedade é o Country Club Lima Hotel. A suntuosa construção clássica de 1920 marca o período de nascimento do hotel. Campo de golfe e campeonatos de hóquei levaram nomes como Nelson Rockfeller e John Weyne ao hotel. Nos anos 90, uma boa repaginada e na segunda década deste século uma generosa reforma, assinada pelo arquiteto argentino Franco Lopez Bustos, trouxe um novo estimulo estético, mantendo o clássico associado aos ares contemporâneos. Entrar no Country é se preparar para o deleite aristocrático. A começar pela recepção, que já recebeu o titulo de a mais bonita do mundo. Seguindo para a varanda, há o espaço para um café acompanhando a leitura dos jornais, tal como antigamente. O piano de cauda sob o teto esculpido com mais de três mil vitrais

traz a luz natural. Todos os ambientes ostentam obras de arte designadas pelo Museu Pedro de Osma. São mais de 300. Nos quartos amplos, tapeçarias artesanais da cultura peruana impõem a atmosfera que acolhe e também impressiona. A marca Clarins dá o toque fino ao spa e demais amenities. Um dos ícones do Country Club chama-se Suíte Don Pérignon, com mais de 150 metros quadrados, bar exclusivo do champanhe, assim como os demais serviços. Trata-se da única na América do Sul. O restaurante Perroquet é um cenário à parte. Local predileto da alta sociedade em qualquer uma das três refeições diárias. A fusão da alta gastronomia com sabores nativos permite experimentar pratos típicos, como ceviche. No mesmo movimento, o bar Inglês recebe seres sofisticados e descolados para o drink do happy hour ou a degustação longeva. A atração principal, o Pisco Sour, encarrega-se de dar o toque de animação. A bebida tradicional é feita a base de pisco, um destilado de uva, com limão. @countryclublimahotel ZZZ FRXQWU\FOXEOLPDKRWHO FRP $ UHSµUWHU YLDMRX D FRQYLWH GDb#[PDUWYLDMD

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Fotos: Christian Jara

ANCESTRAL

A CAPITAL DO INCAS usco, Peru – Ao entrar na Catedral de Cusco, a riqueza histórica da principal igreja da cidade desperta curiosidade. Observa-se por toda parte a interferência da cultura andina em meio às tradições católicas levadas pelos espanhóis durante a colonização. Um gigantesco quadro pintado pelo artista cusquenho Marcos Zapata deixa isso bem claro. A versão local de A Última Ceia mostra Jesus e os 12 apóstolos prestes a saborear um cuy, pequeno roedor típico do Peru. Curioso pensar que a Catedral foi erguida em cima de um templo inca com o objetivo de impor a cultura católica. Foram cem anos até ficar pronta. Mas não adiantou a tentativa, o povo peruano se manteve fiel às suas origens e muito dessa resistência pode ser observada em seu

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HABITADA HÁ MAIS DE TRÊS MIL ANOS, O NOME CUSCO, NA LÍNGUA INDÍGENA, SIGNIFICA UMBIGO. OS MÍSTICOS ACREDITAVAM QUE O LOCAL ERA O CENTRO DO UNIVERSO, ERGUIDO A PEDIDO DO DEUS SOL POR MARCELLA OLIVEIRA – ENVIADA ESPECIAL

interior. Os santos têm rostos diferentes do que estamos acostumados, feitos pelos andinos e parecendo bonecos com as bochechas rosadas. As imagens de Jesus aparecem com um manto colorido como se fosse uma saia, também uma cultura local, um símbolo de pureza. Vários Cristos estão pela igreja, mas o mais procurado sem dúvida é o Señor de lós Temblores, ou Senhor dos Terremotos, um Jesus de pele escura. O guia chama atenção para a forma do dorso, característica dos povos incas. Em maio de 1650, um forte terremoto atingiu a cidade e um grupo de pessoas encontrou a imagem e imediatamente o terremoto cessou. Por isso, o nome. Em uma restauração, encontraram cartas com pedidos de milagres e desabafos. A cor, explicam estudiosos, é

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porque ĂŠ feito de madeira de maguei, que vai ďŹ cando mais escura com o passar do tempo. Essa forma que os peruanos encontraram de manter sua histĂłria ĂŠ a grande riqueza da cidade, que ĂŠ considerada a capital dos Incas. Com o passar dos anos, Cusco deixou de ser apenas a porta de entrada para quem vai a Machu Picchu e conquistou os turistas por todo o conhecimento cultural que oferece. Hoje, mais de 50% da população trabalha de forma direta ou indireta com o turismo, mas tambĂŠm tem muito forte o minĂŠrio e a agricultura como fonte de renda. É uma cidade de cerca de 600 mil habitantes, a quinta mais populosa do paĂ­s e talvez a mais famosa do Peru. Considerada pelo governo peruano como a Capital HistĂłrica do paĂ­s, em 1983 foi tombada pela Unesco como PatrimĂ´nio Cultural da Humanidade. Sentar na Praça das Armas, a principal da cidade, ĂŠ ver onde o burburinho acontece. Sempre cheia de turistas, ĂŠ rodeada de construçþes em tons terrosos e cheios de personalidade. A cor ďŹ ca por conta dos prĂłprios peruanos. Suas vestimentas colorem e dĂŁo vida Ă regiĂŁo. Os peruanos – especialmente mulheres e crianças – viram atração turĂ­stica pelos trajes tĂ­picos. A partir da praça ĂŠ possĂ­vel caminhar pelas ruas de pedra e explorar Cusco, que tem excelentes restaurantes e muita histĂłria.

SĂ?TIOS ARQUEOLĂ“GICOS Atualmente, o Peru tem quase 900 parques arqueolĂłgicos catalogados, sendo a maioria em Cusco. E ainda acredita-se que existam ainda pelo menos uns cem nĂŁo catalogados. NĂŁo Ă toa ĂŠ chamada de capital arqueolĂłgica da AmĂŠrica do Sul. Um dos sĂ­tios mais visitados ĂŠ o de Sacsayhuaman, que foi construĂ­do durante o ImpĂŠrio Inca para celebraçþes religiosas, mas, por ser como WOC HQTVCNG\C CETGFKVC UG SWG VKPJC Ć‚PU OKNKVCTGU 1 PQOG UKIPKĆ‚EC HCNEÂżQ UCVKUHGKVQ A forma como as pedras estĂŁo dispostas desperta curiosidade entre engenheiros e arquitetos e tambĂŠm pelo tamanho das pedras e pessoas – algumas chegam a pesar 128 toneladas. HĂĄ uma teoria de que teria sido construĂ­da por extraterrestres, mas os moradores locais nĂŁo gostam dessa histĂłria por acreditarem que desvalida a teoria dos incas de que o local foi construĂ­do em vinte anos com a ajuda de vinte mil pessoas. De lĂĄ se tem uma vista panorâmica e linda da cidade. Todo 24 de junho hĂĄ uma cerimĂ´nia de Inti Raymi ou Festa do Sol, o mais importante festival da cidade. A festa religiosa marca o solstĂ­cio de inverno e, antigamente, era o inĂ­cio do ano. Com vestimentas tĂ­picas, sĂŁo reproduzidas danças e batalhas. O roteiro inclui ainda o sacrifĂ­cio de duas lhamas para prever Q HWVWTQ 0Q Ć‚O FQ FKC WOC ITCPFG HGUVC encerra a celebração da data. É uma grande atração turĂ­stica, o equivalente, por exemplo, CQ %CTPCXCN RCTC QU DTCUKNGKTQU p/GW RCK OG trazia aqui desde pequeno para participar dessa festa. É um dos lugares mais especiais RCTC OKO GO %WUEQq TGXGNQW Q IWKC

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Catedral de Cusco

Fotos: Divulgação

De origem indĂ­gena, Cusco signiďŹ ca umbigo. Foi assim batizada pelos incas porque consideravam o local como o centro do mundo. Os nativos contam que o fundador teria sido Manco Capac, que recebeu um sinal do Deus Sol para conquistar o lugar e fundar a capital do ImpĂŠrio Inca. A colonização espanhola aconteceu em 1534, pelo espanhol Francisco Pizarro. Na tentativa de dominar Cusco, construĂ­ram templos, igrejas, palĂĄcios e residĂŞncias em cima das construçþes incas. A independĂŞncia veio somente em 1821. Mas circular pela regiĂŁo nos faz esquecer estar em um paĂ­s colonizado por qualquer um que nĂŁo sejam eles. As marcas do perĂ­odo Inca ainda sĂŁo visĂ­veis no folclore e nas construçþes da cidade. Uma das caracterĂ­sticas mais intrigantes de Cusco ĂŠ a sua altitude. Como estĂĄ situada a cerca de 3.300 metros acima do nĂ­vel do mar, muitos visitantes tĂŞm diďŹ culdade de adaptação. O desconforto ĂŠ sentido atĂŠ num simples caminhar. O ar parece faltar, o cansaço ĂŠ mais evidente. A solução? HotĂŠis, restaurantes e guias turĂ­sticos sempre tĂŞm em mĂŁo uma folha de coca para vocĂŞ mastigar ou um chĂĄ de coca ou muĂąa, que parece hortelĂŁ, para vocĂŞ tomar. E vocĂŞ atĂŠ pode sentir falta de ar por conta da altitude, mas o que vai tirar seu fĂ´lego sĂŁo as riquezas culturais que Cusco vai te proporcionar.Â

A BANDEIRA Circular por Cusco ĂŠ observar em muitos prĂŠdios RĂ–DNKEQU G GUVCDGNGEKOGPVQU WOC DCPFGKTC colorida, com sete faixas que representam as cores do arco-Ă­ris, que era considerado uma das principais divindades dos Incas. Em 1978, o governo local passou a adotar a bandeira EQOQ UÉODQNQ QĆ‚EKCN FC EKFCFG FG %WUEQ 2QT coincidĂŞncia, mesmo ano em que o movimento do orgulho gay passou a usar uma bandeira semelhante. Frequentemente, turistas confundem CU FWCU DCPFGKTCU p5GORTG VGPJQ SWG GZRNKECT a diferença. A de Cusco tem sete cores, como Q CTEQ ÉTKU # FQ OQXKOGPVQ VGO UGKUq EQPVQW Q guia. A semelhança ĂŠ apenas uma coincidĂŞncia. Pelo contrĂĄrio, Cusco ĂŠ uma cidade muito conservadora e alguns moradores se irritam quando sĂŁo questionados por turistas sobre a semelhança. A prefeitura chegou a realizar uma consulta Ă população sobre a possĂ­vel mudança. Por enquanto, a bandeira colorida continua lĂĄ. #SHUX _ #ODWDPDLUOLQHV *A repĂłrter viajou a convite da PromperĂş e da Latam Airlines

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EXPLORA POR MARCELLA OLIVEIRA @marcella_oliveira

PELAS TERRAS DOS INCAS As tradiçþes ricas e diferentes do Brasil sĂŁo o que fazem do Peru um paĂ­s tĂŁo interessante em conhecer. É realmente WOC XKCIGO Ă–PKEC # .CVCO Airlines iniciou a operação do voo direto BrasĂ­lia-Lima GO PQXGODTQ # 2TQORGTĂ– ĂłrgĂŁo do governo, tem atuado tambĂŠm para incentivar as conexĂľes entre o Brasil e o Peru. Atualmente, cerca de 157 mil brasileiros visitam o paĂ­s por CPQ WO PĂ–OGTQ CKPFC VÉOKFQ visto que anualmente a regiĂŁo recebe 4,5 milhĂľes de turistas. 3WG VCN GZRNQTCT Q RCÉU XK\KPJQ!

ASTRID Y GASTON

TESOUROS DO PERU Uma construção branca do sĂŠculo 18 que mais parece uma TGUKFÆPEKC QĆ‚EKCN G WO KOGPUQ LCTFKO ĆƒQTKFQ EJCOCO C CVGPĂƒÂżQ em meio ao agito de Lima, a capital peruana. Muito rosa, vermelho e verde colorem a entrada do Museu Larco, a atração mais visitada da cidade. O local, fundado em 1926, ĂŠ uma Ăłtima forma de começar seu passeio pelo Peru, porque conta, por meio de objetos arqueolĂłgicos, a histĂłria da cultura prĂŠ-inca e inca. Cerâmicas, esculturas, tecidos e peças metĂĄlicas compĂľem o acervo riquĂ­ssimo do pioneiro da arqueologia peruana Rafael Larco. Uma das salas mais curiosas ĂŠ a dedicada Ă s artes erĂłticas. Interessante ver como prĂŠ-incas e incas retratavam a sexualidade e os corpos masculino e feminino. A visita ao museu pode incluir ainda uma passadinha no cafĂŠ, seja para um lanche ou para uma refeição. Ă“tima maneira de ser introduzido na gastronomia peruana e saborear um ceviche acompanhado de um pisco sour. ZZZ bPXVHRODUFR RUJb_ #PXVHRODUFR

ImpossĂ­vel nĂŁo se encantar com o restaurante Astrid y Gaston, um dos principais de Lima. Os pratos valorizam a tradição peruana, desde os clĂĄssicos ceviche e lomo saltado atĂŠ os mais ousados, como o cuy assado, uma espĂŠcie de porquinho da Ă?ndia e que na tradição era saboreado somente em ocasiĂľes especiais. Mas nĂŁo ĂŠ apenas uma experiĂŞncias gastronĂ´mica, ĂŠ tambĂŠm uma imersĂŁo cultural, visto que Ć‚EC GO WO ECUCTÂżQ JKUVĂ?TKEQ GO 5CP +UKFTQ 6QTĂƒC RCTC encontrar o simpĂĄtico Gaston, ou sua esposa Astrid, que ĂŠ sempre vista com sua alegria circulando pelo salĂŁo, cumprimentando os clientes e atĂŠ posando RCTC HQVQU # ECUC CKPFC VGO OĂ–UKEC CPKOCFC e uma pista de dança para quem quiser arriscar uns passos de salsa. ZZZ DVWULG\JDVWRQ FRPb_ #DVWULGB\BJDVWRQ

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CULINĂ RIA PARTICIPATIVA Ao chegar no Urban Kitchen na hora marcada, vocĂŞ encontra o balcĂŁo em frente ao fogĂŁo devidamente organizado para começar o preparo dos pratos para a refeição. EstĂĄ tudo prĂŠ-pronto, como num programa de culinĂĄria da TV. Os participantes, no mĂĄximo dez, colocam o avental e se preparam para aprender passo a passo como se faz alguns pratos peruanos. Sob o comando de um dos trĂŞs chefs residentes, ĂŠ dada a partida para a experiĂŞncia e os clientes colocam realmente a mĂŁo na massa. No cardĂĄpio, trĂŞs entradas (ceviche, causas peruanas e tiraditos) e o lomo saltado. O grupo senta-se Ă mesa para saborear os preparos. AlĂŠm de aprenderem os pratos (e saĂ­rem de lĂĄ com uma apostila com as receitas), os alunos compartilham um pouco da cultura peruana. Ou seja lĂĄ de qual for a aula, jĂĄ que o local oferece classes de culinĂĄria thailandesa e italiana tambĂŠm. 1 UÉVKQ CTSWGQNĂ?IKEQ /QTC[ Ć‚EC C MO ZZZ XUEDQNLWFKHQ SHb_ #XUEDQNLWFKHQSH de Cuzco e a 3.800 metros de altitude. Ele estĂĄ localizado no Valle Sagrado, regiĂŁo chamada assim pela fertilidade do solo. Moray foi um laboratĂłrio agrĂ­cola experimental e lĂĄ foram desenvolvidas novas variedades de milho e tubĂŠrculos. Hoje, o Peru tem mais de 1.200 tipos do cereal e mais de 4 mil tipos de batata. .½ PQ CNVQ CQU RĂ…U FQU #PFGU Ć‚EC Q TGUVCWTCPVG /KN FQ premiado chef peruano VirgĂ­lio Martinez (do Central, de Lima, na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo), que oferece uma experiĂŞncia gastronĂ´mica e cultural. O menu degustação tem oito etapas e os pratos sĂŁo produzidos com ingredientes de pequenos produtores da regiĂŁo. Antes de se sentar Ă mesa, os clientes fazem um tour em que conhecem sobre a histĂłria do restaurante, a origem dos produtos e a relação de EQPĆ‚CPĂƒC FQ VTCDCNJQ LWPVQ CQU XK\KPJQU # TGIKÂżQ FGURGTVC KPVGTGUUG FG historiadores e arqueĂłlogos, que usam as dependĂŞncias do restaurante para investigar os produtos. CafĂŠ, chocolate e atĂŠ a ĂĄgua com gĂĄs tambĂŠm sĂŁo produzidos lĂĄ. O local comporta apenas 40 pessoas, entĂŁo ĂŠ necessĂĄria a reserva.

CULTURA ANDINA

@milcentro

AS CURIOSAS ILHAS FLUTUANTES DE UROS 3WGO PWPEC QWXKW HCNCT UQDTG Q NCIQ PCXGI½XGN OCKU alto do mundo, o Lago Titicaca, localizado entre o Peru e a BolĂ­via? AlĂŠm de uma cor azul de chamar atenção, Q UGW RTKPEKRCN CVTCVKXQ UÂżQ CU KNJCU ĆƒWVWCPVGU FG 7TQU O passeio de barco a partir da cidade de Puno, do NCFQ RGTWCPQ NGXC CVĂ… GUUCU KNJCU CTVKĆ‚EKCKU UÂżQ espalhadas pelo lago. Elas sĂŁo feitas com camadas de totora, uma planta aquĂĄtica andina, muito leve e SWG CQ CDUQTXGT C ½IWC ĆƒWVWC PQ .CIQ 6KVKECEC 'O cada uma dessas ilhas moram seis famĂ­lias, cerca de 30 pessoas. O povoado teria começado a construir essas ilhas para fugir da perseguição e manter sua cultura. Eles vivem basicamente da pesca, que trocam na cidade de Puno por outros produtos, e, atualmente, tambĂŠm do turismo. Os turistas sĂŁo recebidos com muita atenção pelos moradores. As mulheres usam vestimentas tĂ­picas,

convidam os visitantes a conhecerem suas casas e exibem seus trabalhos artesanais. Os locais contam sua histĂłria e falam de sua cultura, explicam porque as ilhas nĂŁo afundam e tem atĂŠ apresentação musical. Vale dar um passeio de barco, tambĂŠm feito de totora. Algumas ilhas tĂŞm atĂŠ acomodaçþes para receber visitantes, nada de luxo, mas uma experiĂŞncia cultural muito rica. É, sem FĂ–XKFC WO RCUUGKQ EWTKQUQ |

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Fotos: Divulgaçã

VIAGEM

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UM DOS MOMENTOS MAIS LÍRICOS É O TRAJETO DE TREM ATÉ O VALE SAGRADO. AO LONGO DE QUATRO HORAS, EXPERIÊNCIAS VISUAIS E GASTRONÔMICAS PREPARAM A ALMA POR PAULA SANTANA – ENVIADA ESPECIAL

A CAMINHO DA MONTANHA C usco, Peru – Uma pausa no tempo. Assim pode ser definida a chegada à estação San Pedro da cidade ancestral Cusco, cujo único destino é o desembarque em Águas Calientes, o povoado que abriga as sagradas montanhas peruanas. O trem disponível chama-se Inca Rail. E, agregado ao seu valor histórico, traz todo o charme de andar lentamente, desfrutando da paisagem andina ao longo de pouco mais de três horas de viagem. Tempo perfeito para ir se desconectando, deixando à margem do trilho as agruras cotidianas. E embarcar na viagem. Independentemente da classe eleita, o lirismo de estar em um vagão é deleite puro. Haja vista a paisagem andina, que se entremeia por pedras portentosas ao curso do rio, lhamas felpudas, folhagens que se revezam em cores de acordo com a estação. O céu de azul purista completa o cenário.

A melhor experiência certamente é fazer o roteito da First Class. Champanhe de boas-vindas. Seguido de café da manhã com suquinho natural e croissant. O almoço elaborado pelo chef com sabores peruanos vem harmonizado com vinhos. Uma delícia. No ínterim, o lounge avarandado com música ao vivo, menu gourmet, bar de drinks. Àqueles que preferem um vagão exclusivo há o The Private, com chef e menu degustação com três pratos elaborados com ingredientes do Vale Sagrado. Uma boa dica é voltar no The 360º Machu Picchu Train. Menos sofisticado que os dois primeiros, mas com tetos e amplos janelões em vidro para ter a mais linda vista panorâmica do roteiro. @incarail ZZZ LQFDUDLO FRP

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DESTINO

ENTRE O DIVINO E O HUMANO, EM MEIO A MONTANHAS ANCESTRAIS, EXISTE UMA CIDADELA INCA QUE EXTRAPOLA QUALQUER ENTENDIMENTO. É MACHU PICCHU POR PAULA SANTANA – ENVIADA ESPECIAL

A MARAVILHA DO MUNDO achu Picchu – Faz bastante sentido afirmar que Machu Picchu está no hall dos locais mais sagrados do planeta. Não há mito ou verdade nesta teoria. O que existe é um estado espiritual a partir de um exuberante legado místico. O fato é: há a conexão divina com quem se dispuser a desvendar o que está além do sítio arqueológico mais místico da América Latina. A cidadela erguida no século 15 tem genial origem. Sem se abster de seu lirismo histórico, ela não foi perdida, nem esquecida. Na verdade, como se encontrava entre duas montanhas – impossível de ser vista na visão do horizonte – foi uma das únicas construções incas que não fo-

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ram destruídas pelos espanhóis. Em meio ao massacre, ela foi abandonada por seus moradores por cerca de 200 anos. Historiadores contam que alemães e ingleses tentaram investigar as montanhas, mas foi um professor da Universidade de Yale, Hiram Bingham, quem obteve em 1911 a permissão do governo peruano para iniciar a expedição na região com a ajuda de dois nativos. A partir daí Machu Picchu foi “redescoberta”, ganhando notoriedade na medida em que o povoado se ressentia do modo como o norte-americano se apossava de relíquias regionais. Entre opressores e oprimidos, em 1948 a cidade inca foi aberta à visitação pública, atraindo milhares de

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exploradores por sua diversidade inexplicável. Do ponto de vista da engenharia, o espanto eram as façanhas tanto no eficiente sistema de drenagem ou nas fundações profundas, quanto na própria edificação, uma vez que as pedras cortadas de modo primitivo eram encaixadas umas nas outras sem nenhum elemento que as unisse. Sem contar que os incas não usavam transporte de cargas nem animais. De fato, um mistério que leva a refletir sobre a sua sacralidade. Muito se fala que o local era um centro onde notáveis do Império Inca se refugiavam, uma vez que tal civilização cultuava o sol, a lua, rios e monta-

nhas. E desse encontro entre humano e divino fez-se o Templo do Sol, por exemplo, uma janela que se alinha com o solstício de verão, dentre tantas outras edificações que vão além da compreensão humana. Desde 1983 a UNESCO proclamou Machu Picchu como Patrimônio Mundial da Humanidade. Em 2007, ela foi eleita uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo. Com os títulos vieram as restrições. Apenas 2,5 mil pessoas podem transitar por dia no santuário, por cerca de cinco horas em média. Um regalo irresistível é a possibilidade de o próprio visitante carimbar o passaporte na saída.

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Há muito o que desfrutar no hotel. Atividades diversas, que incluem crianças também. O ponto alto sempre será a culinária. A riqueza da terra com tubérculos, ervas e raízes agregada a tantas influências europeias e asiáticas torna-se um verdadeiro encontro exótico de sabores, confeccionados com ingredientes de comunidades que vivem a mais de três mil metros de altitude. A reverência é feita para a Pachamama, a mãe terra. Dentre a contemporaneidade dos pratos elaborados numa magnifica fusão étnica, existe a pachamanca, panela da terra, o mais incrível rito ancestral da cozinha peruana. Nesse momento que leva horas, os ingredientes são enterrados, sobrepostos com pedras quentes para serem, então, cozidos. Outra oferta irrecusável do Sumaq são os encontros xamânicos. Com um autentico xamã que vive nas montanhas, o hóspede tem a opção de tê-lo como companhia, assim como um guia histórico, para desbravar as montanhas de Machu Picchu. Com ele, pode-se viver conexões com a Pachamama e viver experiências

O MELHOR REFÚGIO O ponto de acesso a Machu Picchu se faz apenas do povoado de Águas Calientes, também conhecido como Machu Picchu Pueblo. É a última parada ao pé da montanha antes de iniciar o trajeto rumo ao santuário. Ao final, à beira do rio Vilcanota, cercado pela mata, avista-se um prédio de quatro andares. Chama-se Sumaq Machu Picchu Hotel, cinco estrelas e definitivamente o ponto de chegada e partida para as montanhas. Voltar para o Sumaq é verdadeiro deleite após horas de caminhadas e intensas experiências espirituais. O décor andino é de extrema elegância, naturalidade e evoca na estética os elementos naturais: fogo, ar, água e terra. A sensação é de pertencer àquele lugar. E a disponibilidade do serviço é ser inserido na cultura inca por meio da gastronomia, do misticismo e do relaxamento.

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marcantes. Os rituais envolvem inúmeros elementos da terra. A cerimônia de agradecimento, fazendo oferendas. A sessão de limpeza para afastar as vibrações ruins ou a leitura da folha de coca, na expectativa de ter respostas vindas dos deuses da natureza. Quem quiser dar o passeio pelo povoado, alguns metros separam o Sumaq do centrinho. Apesar de muito pequeno, uma infinidade de pessoas de todo o mundo

circulam entre os restaurantes, bares e feirinhas de artesanato. Tão próximo do Brasil, certamente Machu Picchu é um lugar que não pode deixar de ser inserido na rota dos locais preciosos que vale muito ser vivenciado e segue além de toda capacidade de entendimento. É um presente de Deus. Apenas sinta. ZZZ PDFKXSLFFKXKRWHOV VXPDT FRP @sumaqhotel

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ÚLTIMO SUSPIRO

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