Perfil dos socios patronos volume ii

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INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO

PERFIL DOS SÓCIOS: PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRAs

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO (Organizadores)


FICHA CATALOGRÁFICA

IHGM - OCUPANTES DE CADEIRAS Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo (organizadores) – São Luís: IHGM, 2013. – 551 páginas – 2 VOLUMES ISBN 1.História. 2.Geografia. 3.Ciencias afins. 4.Maranhão. I Vaz, Leopoldo Gil Dulcio. II. Reinaldo, Telma Bonifácio dos santo. III. Titulo: IHGM - OCUPANTES DE CADEIRAS.

CDU:


APRESENTAÇÃO

Colocamos à disposição dos Sócios nova edição do PERFIL DOS SÓCIOS em dois volumes: Ocupantes de Cadeiras; e Patronos e Ocupantes. Ainda incompleto... Não conseguimos motivar vários de nossos sócios a escreverem seus perfis, ou mesmo atualizarem aqueles que dispúnhamos. Buscamos em vários documentos dados e informações que pudessem nos ajudar a compor os Perfis. Buscamos fotos, especialmente, que pudessem identificar os sócios. Daqueles que viveram em períodos muito distantes – no colonial, por exemplo, quando ainda não existia a fotografia, nos servimos de gravuras, onde existem e puderam ser localizadas e, quando não, reprodução de obras de suas autorias, buscando-se as originais e, quando não foi possível, edições mais recentes. Servimo-nos da edição anterior, de autoria de OSTRIA DE CAÑEDO e Outros, dos discursos de posse, de artigos, e buscas através de ferramentas próprias, na Internet. O que estamos solicitando é que os ocupantes das cadeiras se debrucem nos tópicos referentes, seus e de seus antecessores e patronos, para reescrever essa história...

OS ORGANIZADORES


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO SUMÁRIO HISTÓRICO REFERENCIAS A PATRONOS E OCUPANTES DE CADEIRAS – ELOGIOS, PERFIL, NECROLOGIA, REFERENCIAS, BIOGRAFIAS... – CONSTANTE NAS REVISTAS DO IHGM CADEIRA 1 - PATRONO: CLAUDE D’ABBVILLE JOSÉ MARIA LEMERCIER JERÔNIMO JOSÉ DE VIVEIROS LADISLAU PAPP LAURA ROSA DOS REIS CADEIRA 2 – PATRONO: YVES D’EVREUX JOAQUIM VIEIRA DA LUZ RAIMUNDO LOPES DA CUNHA THOMAS MOSES JOSEMAR BEZERRA RAPOSO CADEIRA 3 - PATRONO: DIOGO DE CAMPOS MORENO BENEDITO BARROS E VASCONCELOS ROBSON CAMPOS MARTINS CADEIRA 4 - PATRONO: SIMÃO ESTÁCIO DA SILVEIRA RAIMUNDO CLARINDO SANTIAGO ALFREDO BENA CLODOALDO CARDOSO WILSON PIRES FERRO MARIA DOS R. B. C. MAGALHÃES CADEIRA 5 - PATRONO: LUÍS FIGUEIRA JOSÉ FERREIRA GOMES JOAQUIM ELIAS FILHO CADEIRA 6 - PATRONO: ANTONIO VIEIRA ARIAS DE ALMEIDA CRUZ JOSUÉ DE SOUSA MONTELO MILSON COUTINHO CADEIRA 7 - PATRONO: JOÃO DE SOUSA FERREIRA RENATO DINIZ DO NASCIMENTO E SILVA JOSÉ MARIA RAMOS MARTINS CADEIRA 8 - PATRONO: JOÃO FELIPE BETTENDORF HENRIQUE COSTA FERNANDES JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL BERNARDO COELHO DE ALMEIDA CADEIRA 9 - PATRONO: BERNARDO PEREIRA DE BERREDO E CASTRO RUBEN RIBEIRO DE ALMEIDA ROSA MOCHEL MARTINS SEBASTIÃO BARROS JORGE CADEIRA 10 - PATRONO: JOSÉ XAVIER DE MORAES DA FONSECA PINTO ADALBERTO ACIOLI SOBRAL EDSON GARCIA FERREIRA IVAN CELSO FURTADO DA COSTA

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CADEIRA 11 - PATRONO: SEBASTIÃO GOMES DA SILVA BELFORT ANTONIO LOPES RIBEIRO DIAS CANDIDO PEREIRA DE SOUSA BISPO MÁRIO MARTINS MEIRELES ALMIR MORAES CORREIA SEBASTIÃO BARRETO DE BRITO CADEIRA 12 - PATRONO : FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO JOÃO PERSONDAS DE CARVALHO LIBERALINO PINTO MIRANDA CESÁRIO DOS SANTOS VERAS ELOY COELHO NETTO. CADEIRA 13 - PATRONO: RAIMUNDO DE SOUSA GAYOSO JOSÉ PEDRO RIBEIRO OSWALDO DA SILVA SOARES ALUÍZIO RIBEIRO DA SILVA TÁCITO DA SILVEIRA CALDAS GILBERTO MATOS AROUCHE CADEIRA 14 - PATRONO: ANTONIO BERNADINO PEREIRA DE LAGO MANUEL FRANCISCO “FRAN” PACHECO ADERSON DE CARVALHO LAGO MARIO LINCOLN DOS SANTOS CADEIRA 15 - PATRONO: JOÃO ANTONIO GARCIA DE ABRANCHES JOSÉ EDUARDO ABRANCHES MOURA ASTOLFO SERRA RONALD DA SILVA CARVALHO. CADEIRA 16 - PATRONO: FRANCISCO DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES VIRGÍLIO DOMINGUES DA SILVA FELIPE CONDURU PACHECO MIGUEL ARCÂNGELO BERNANDES FILHO CADEIRA 17 - PATRONO: CUSTÓDIO ALVES DA PUREZA SERRÃO AQUILES F. LISBOA FERNANDO RIBAMAR VIANA RAIMUNDO CARVALHO GUIMARÃES ERNANE JOSÉ DE ARAUJO CADEIRA 18 - PATRONO: JOÃO FRANCISCO LISBOA WILSON DA SILVA SOARES OLAVO ALEXANDRE CORREIA LIMA LOURIVAL BORDA SANTOS MANOEL DE JESUS LOPES BENTO MOREIRA LIMA CADEIRA 19 - PATRONO: CANDIDO MENDES DE ALMEIDA JUSTO JANSEN FERREIRA LEOPOLDINO DO REGO LISBOA VIRGÍLIO DOMINGUES DA SILVA FILHO CLÓVIS PEREIRA RAMOS CADEIRA 20 - PATRONO: ANTONIO GONÇALVES DIAS JOÃO BRAULINO DE CARVALHO JOÃO LIMA SOBRINHO

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CADEIRA 21 - PATRONO: ANTONIO HENRIQUES LEAL LUSO TORRES JOSÉ RIBAMAR SEGUINS CADEIRA 22 - PATRONO: CÉSAR AUGUSTO MARQUES DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO FERNANDO EUGÊNIO DOS REIS PERDIGÃO RAIMUNDO NONATO TRAVASSOS FURTADO CARLOS ORLANDO RODRIGUES DE LIMA CADEIRA 23 - PATRONO: LUIS ANTÔNIO VIEIRA DA SILVA DOMINGOS AMÉRICO DE CARVALHO NICOLAU DINO DE CASTRO E COSTA MERVAL DE OLIVEIRA MELO FRANCISCO DE ASSIS PERES SOARES CADEIRA 24 - PATRONO: ANTONIO ENES DE SOUSA JOSÉ DOMINGUES DA SILVA JOSÉ SILVESTRE FERNANDES SALOMÃO FIQUENE LUCY MARY SEGUINS SÓTÃO CADEIRA 25 - PATRONO: CELSO TERTULIANO DA CUNHA MAGALHÃES ANTONIO LOPES DE CUNHA ODILON DA SILVA SOARES JOSÉ NASCIMENTO MORAES FILHO ANTONIO CORDEIRO FEITOSA CADEIRA 26 - PATRONO: LUIS FELIPE GONZAGA DE CAMPOS ALCINO CRUZ GUIMARÃES RAIMUNDO TEIXEIRA DE ARAÚJO JOSÉ JOAQUIM GUIMARÃES RAMOS CADEIRA 27 - PATRONO: RAIMUNDO LOPES DA CUNHA TASSO DE MORAES RÊGO SERRA CARLOS CARDOSO RAIMUNDA NONATA FORTES CARVALHO NETA CADEIRA 28 - PATRONO: RAIMUNDO NINA RODRIGUES JOÃO BACELAR PORTELA CELSO AIRES ANCHIETA BENEDITO CLEMENTINO DE SIQUEIRA MOURA CELSO AYRES ANCHIETA FILHO RITA MARIA NOGUEIRA CADEIRA 29 - PATRONO: JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL ARNALDO DE JESUS FERREIRA LUÍS CARLOS CUNHA WANDA CRISTINA CUNHA CADEIRA 30 - PATRONO: JUSTO JANSEN FERREIRA OLÍMPIO RIBEIRO FIALHO CADEIRA 31 - PATRONO: ANTONIO LOPES DA CUNHA JOSÉ RIBAMAR SARNEY DE ARAÚJO COSTA FRANCISCA ÉSTER DE SÁ MARQUES CADEIRA 32 - PATRONO: AQUILES DE FARIAS LISBOA JOSÉ RIBEIRO DE SÁ VALE WALDEMAR DA SILVA CARVALHO CADEIRA 33 - PATRONO: CRISTOVÃO LISBOA ORLANDEX PEREIRA VIANA

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CADEIRA 34 - PATRONO : WILSON DA SILVA SOARES ELIZABETO BARBOSA DE CARVALHO. FERNANDO BARBOSA DE CARVALHO ARICEYA MOREIRA LIMA DA SILVA PAULA FRASSINETTI DA SILVA SOUSA CADEIRA 35 - PATRONO DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO THUCYDIDES BARBOSA. ANTENOR AMÉRICO MOURÃO BOGÉA BENEDITO BOGÉA BUZAR CADEIRA 36 - PATRONO: ASTOLFO HENRIQUE DE BARROS SERRA JOÃO FREIRE DE MEDEIROS HERBERTH DE JESUS SANTOS CLEONES CARVALHO CUNHA CADEIRA 37 - PATRONO: JOSÉ CONSTANTINO GOMES DE CASTRO VIRGILIO DOMINGOS FILHO MARIA DE CONCEIÇÃO FERREIRA CADEIRA 38 - PATRONO: ANTONIO BATISTA BARBOSA DE GODÓIS MARIA JOSÉ FREITAS WALDEMAR DE SOUSA SANTOS CARLOS ALBERTO LIMA COÊLHO CADEIRA 39 - PATRONO: FRANCISCO GAUDÊNCIO SABBAS DA COSTA LUÍS ALFREDO NETO GUTERRES SOARES CADEIRA 40 - PATRONO: JOÃO DUNSHEE DE ABRANCHES MOURA JOSÉ RIBAMAR FERREIRA JOSÉ DE RIBAMAR DA SILVA FERREIRA PEDRO RÁTIS DE SANTANA CARLOS THADEU PINHEIRO GASPAR CADEIRA 41 - PATRONO: JOSÉ DOMINGUES DA SILVA CÁSSIO REIS COSTA HEDEL JORGE AZAR CADEIRA 42 – PATRONO: ANTÔNIO DO RÊGO SEBASTIÃO MOACYR XEREZ CADEIRA 43 - PATRONO: AUGUSTO TASSO FRAGOSO JÉFERSON RODRIGUES MOREIRA AMANDINO TEIXEIRA NUNES JOSÉ PINHEIRO MARQUES JOSÉ CLOVES VERDE SARAIVA CADEIRA 44 - PATRONO: TEMISTOCLES DA SILVA MACIEL ARANHA LUIS CORTEZ VIEIRA DA SILVA CADEIRA 45 – PATRONO: MANOEL NOGUEIRA DA SILVA JOSÉ MANOEL NOGUEIRA VINHAIS DAGMAR DESTERRO E SILVA WANDA CRISTINA DA C. E SILVA CADEIRA 46 - PATRONO: FRANCISCO DE PAULA E SILVA LUIZ DE MORAES RÊGO CADEIRA 47 - PATRONO: JOAQUIM DE MARIA SERRA SOBRINHO DOMINGOS VIEIRA FILHO DOMINGOS CHATEAUBRIAND DE SOUSA KALIL MOHANA

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CADEIRA 48 - PATRONO: FRANCISCO SOTERO DOS REIS JOSÉ DE MATA ROMA FRANCISCO MARIANO MONT’ALVERNE FROTA CADEIRA 49 - PATRONO: JOÃO DA MATA DE MORAES JOSÉ DE RIBAMAR FERNANDES CADEIRA 50 - PATRONO: ANTONIO PEREIRA BENEDITO EWERTON COSTA ALBERTO JOSÉ TAVARES VIEIRA DA SILVA CADEIRA 51 - PATRONO: RUBEN RIBEIRO DE ALMEIDA EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA CADEIRA 52 - PATRONO: JOAQUIM GOMES DE SOUSA JOSÉ MOREIRA – DESDÉDIT CARNEIRO LEITE FILHO CADEIRA 53 - PATRONO: JOSÉ NASCIMENTO DE MORAES MANOEL DE OLIVEIRA GOMES CADEIRA 54 - PATRONO: FELIPE BENITO CONDURÚ PACHECO KLEBER MOREIRA DE SOUSA CADEIRA 55 - PATRONO: JOSÉ RIBEIRO DE SÁ VALE CADEIRA 56 - PATRONO: JERÔNIMO JOSÉ DE VIVEIROS JOSÉ RIBAMAR SOUSA DOS REIS CADEIRA 57 - PATRONO: JOSÉ EDUARDO DE ABRANCHES MOURA JOSÉ ADIRSON DE VASCONCELOS AUGUSTO SILVA DE CARVALHO LAURA AMELIA DAMOUS DUAILIBE CADEIRA 58 - PATRONO: JOÃO PARSONDAS DE CARVALHO JOSÉ JAMES RIBEIRO CALLADO CADEIRA 59 - PATRONO: OLÍMPIO RIBEIRO FIALHO JOSÉ DA COSTA MENDES PEREIRA CADEIRA 60 - PATRONO: JOSÉ DE RIBAMAR CARVALHO FRANCISCO ALVES CAMELO

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HISTÓRICO O hoje Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM – foi fundado em dezembro de 1925, por Antonio Lopes da Cunha 1: “Em 1925, tomei a iniciativa de reunir alguns homens de boa vontade na livraria de Wilson Soares, expondo-lhes a minha idéia de se comemorar o centenário do nascimento de D. Pedro II com a inauguração, nesta capital, de um Instituto de História e Geografia. Os que prestaram apoio à idéia foram: Justo Jansen, Ribeiro do Amaral, José Domingues, Barros e Vasconcelos, Domingos Perdigão, José Pedro Ribeiro, José Abranches de Moura, Arias Cruz, Wilson Soares e José Ferreira Gomes. Mais tarde incorporou-se a esse grupo João Braulino de Carvalho. Ausentes de S. Luís apoiaram calorosamente a idéia Raimundo Lopes, Fran Pacheco, Carlota Carvalho e Antonio Dias, que também foram considerados sócios fundadores do Instituto. (p. 110) “A 20 de novembro realizou-se a sessão inicial, sendo apresentado, discutido e votado os estatutos e eleita a diretoria, cujo presidente foi Justo Jansen. José Ribeiro do Amaral foi eleito presidente da assembléia geral. (p. 111) 2. Denominava-se “Instituto de História e Geografia do Maranhão” 3, e tinha como objetivos: (a)O estudo e difusão do conhecimento da história, da geografia, da etnografia, etnologia; e arqueologia, especialmente do Maranhão; (b)O incremento à comemoração dos vultos e fatos notáveis de seu passado; e (c) A conservação de seus monumentos 4: Em agosto de 1926 surgia a “HISTÓRIA E GEOGRAFIA - Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão”, anno I - 1926 – num. 1, julho a setembro, com 97 páginas, contendo ilustrações, e impressa na Typ. Teixeira - São Luiz5. Era seu Diretor Antonio Lopes (da Cunha): Diretoria 1926-1927: Dr. Justo Jansen Ferreira – presidente; Dr. José Domingues da Silva – vice-presidente; Dr. Antonio Lopes da Cunha – secretário-geral; Wilson da Silva Soares – tesoureiro; 1

ANTÔNIO LOPES DA CUNHA nasceu na cidade de Viana – Maranhão -, em dia 25 de maio de 1889 e faleceu em São Luís a 29 de novembro de 1950. Filho do desembargador (e futuro governador do Estado) Manuel Lopes da Cunha e D. Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha. Foi o fundador e secretário perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. 2 LOPES DA CUNHA, Antônio. Instituto histórico. In ESTUDOS DIVERSOS. São Luís: SIOGE, 1973. 3 Art. II do Regimento Interno, publicado na REVISTA DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61; 4 Art. I do Regimento Interno, publicado na REVISTA DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61; 5 HISTÓRIA E GEOGRAFIA- REVISTA TRIMESTRAL DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAPHIA DO MARANHÃO, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926


Ainda foram criadas as seguintes Comissões: de Geografia – José Domingues, Abranches de Moura, Justo Jansen; de História: Ribeiro do Amaral, B. Vasconcelos, Ferreira Gomes; de Bibliografia: Domingos Perdigão, Arias Cruz, José Pedro. DIRETORIA 1926-1927 Justo Jansen Ferreira Presidente

José Domingues da Silva Vice-presidente

Antonio Lopes da Cunha Secretário-geral

Wilson da Silva Soares Tesoureiro

COMISSÃO DE GEOGRAFIA José Domingues da Silva

Abranches de Moura

Justo Jansen Ferreira

COMISSÃO DE HISTÓRIA Ribeiro do Amaral

B. Vasconcelos

Ferreira Gomes

COMISSÃO DE BIBLIOGRAFIA Domingos Perdigão

Arias Cruz

José Pedro

Não foram preenchidas 13 vagas de sócio e de 13 de correspondentes. Como se observa, foram criadas 30 cadeiras de sócios efetivos e 30 de correspondentes. Após a nominação de cada sócio efetivo, há uma pequena biografia de cada um com sua


produção científico-literária. Dos sócios correspondentes, a indicação do estado onde residem e indicação daqueles que são maranhenses: 6 Sócios Efetivos Fundadores

ANTÔNIO LOPES DA CUNHA (1889-1950): Maranhense, natural da cidade de Viana. Filho do desembargador e governador do Estado (1902-1906), Manuel Lopes da Cunha e D. Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha. Estudou direito em Recife, concluiu o curso em 1911. Retornando ao Maranhão, exerceu o magistério, com a cátedra de Literatura Brasileira no Liceu Maranhense e de Filosofia do Direito na Faculdade de Direito do Maranhão a partir de 1918. Foi também diretor da escola de Belas Artes do Maranhão, atuou também como jornalista na “Pacotilha”, e publicou artigos e críticas literárias em diversos periódicos e revistas do período, além de ter escrito obras de relativa relevância intelectual, como Alcântara: Subsídios para a história da cidade. Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de São Luís em 1918 e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, do qual foi considerado secretário perpétuo, tendo sido também o diretor responsável, quando da publicação da primeira Revista do Instituto em 1926. 7

PADRE ARIAS CRUZ (1893-1970): Maranhense, natural de Caxias. Quando da Fundação do IGHM e publicação da primeira Revista, era professor de Português do Liceu Maranhense e do seminário arquiepiscopal de Santo Antonio do Maranhão com vários estudos publicados no âmbito da literatura e jornais e revistas. 8 JOSÉ EDUARDO DE ABRANCHES MOURA:

6

(in HISTÓRIA E GEOGRAFIA- REVISTA TRIMESTRAL DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAPHIA DO MARANHÃO, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, p. 55 a 59; Ver. Geo. E Hist., ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 148) 7 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 8 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


Maranhense, foi capitão de engenheiros. Professor de Matemática do Liceu Maranhense. Astrônomo, diretor do observatório Orion. Sócio Correspondente da Sociedade Astronômica da França. Escreveu: “Carta Topográfica da Ilha de São Luís do Maranhão, obra publicada em 1923. 9

BENEDITO DE BARROS E VASCONCELOS (1880-1955): Maranhense, nascido em São Luís, formado em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro; atuou como magistrado, jornalista e escritor. Profissionalmente foi Secretário da Fazenda, Consultor Jurídico do Estado e Presidente do Conselho do Estado. E quando da fundação do IGHM, era desembargador e membro do superior tribunal de justiça do estado do Maranhão. Sócio fundador efetivo da academia maranhense de letras. Seus principais trabalhos Publicados foram: “A Tutoia e a Delta do Parnaíba,” de 1919, e “O Parnaíba no Maranhão”, de 1926. Historiador e Geógrafo autodidata, seus trabalhos e publicações versavam desde temáticas ligadas a História até estudos geográficos sobre as áreas fronteiriças do Maranhão. 10

DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO: Maranhense. Ex-diretor da Biblioteca Publica do Estado do Maranhão, com diversos trabalhos publicados, entre os quais prefiguraram: “Catálogo do Estado do Maranhão na exposição Nacional de 1908”, publicado em 1908; “O Maranhão na Exposição Nacional de 1908”, publicado em 1910; “Álbum do Tricentenário do Maranhão de 1913; “A Biblioteca Publica do Estado do Maranhão em 1914”, obra publicada no ano de 1915; “Relatórios da Biblioteca publica do Maranhão, 1916, 1917, 1918”; “A Biblioteca Publica do Maranhão em 1919”, obras de 1920; “Exposições e Feiras” de 1922; “O Esperanto”, As Bibliotecas Infantis”, “o Colégio Perdigão”, “Nos Anais do primeiro Congresso Pedagógico Maranhense, obras publicadas em 1922; “O que se deve ler” 1924. Domingos de Castro Perdigão contava com uma vasta obra que abrangia desde as temáticas ligadas a área da biblioteconomia, até a leitura e educação. 11 9

Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 10 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 11 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


JOSÉ DOMINGUES DA SILVA (1871-1946): Maranhense, engenheiro civil. Diretor da estrada de ferro São Luís-Teresina. Contava na época de fundação do Instituto com os seguintes trabalhos Publicados: “Problemas Maranhenses”, de 1923; e em 1926, ano de publicação da primeira Revista do IHGM, publica “O Alto Tury”. 12

JOSÉ FERREIRA GOMES: Nasceu em Barbacena-MG; Presbiterato em 1910, tendo atuado em São Luís – MA (Seminário); Diamantina – MG (Seminário); Mariana – MG (Seminário); Barbacena – MG; OBS: Deixou a Congregação. Foi professor do seminário Episcopal de Santo Antonio do Maranhão, diretor da Escola de Radiotelegrafia do Maranhão, com publicações na área de literatura, história e religião em periódicos ludovicenses do período. 13

JOSÉ PEDRO RIBEIRO: Maranhense, diplomata: Vice-Cônsul da Noruega e interino da Dinamarca, quando da época de fundação do Instituto. Principais trabalhos Publicados: “A

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Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 13 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


Industrialização da borracha no Maranhão" de 1913, além de vários estudos sobre a economia maranhense publicados em jornais, periódicos e revistas. 14

JUSTO JANSEN FERREIRA (1864-1930): maranhense, nascido em São Luís, médico com formação no Rio de Janeiro. Atuou como professor de Geografia do Brasil do Liceu Maranhense, de Física, Química e Mineralogia da Escola Normal do Maranhão; Sócio fundador efetivo da Academia Maranhense de Letras e correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto do Ceará, da Sociedade Astronômica de Paris, da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e da Sociedade de Medicina do Paraná. Seus principais trabalhos publicados foram: “Fragmentos para a Chorographia do Maranhão”, 1904; “A propósito da Carta do Maranhão”, 1904; “Breve notícia sobre o ensino de Física, Química e Mineralogia no Maranhão”, 1907; “A Barra da Tutoya”, 1908; “Geografia Médica e Climatologia do Estado do Maranhão”, “A Mulher e o ensino primário”, obras publicadas em 1910; “Carta Geográfica do Maranhão”, 1912; “Carta Geográfica da Ilha de São Luís”, 1912; “Planta da Cidade de São Luís”, 1912; “Contribuição para a História e Geografia do Maranhão. Ainda a Barra da Tutoya”, 1913; “A divisória Pelo Parnaíba”, 1921. Boa parte de sua obra desenvolveu-se no âmbito geográfico, com uma vasta problematização sobre as áreas limítrofes entre o Maranhão e o Piauí na região do delta do Rio Parnaíba. 15

JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL (1853-1927): Maranhense, natural de São Luís. Fundador do Colégio de S. Paulo. Catedrático de História e Geografia do Liceu Maranhense, instituição no qual também foi diretor, ex-diretor da Biblioteca Pública. Sócio fundador da Academia Maranhense de Letras, e correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Suas principais obras publicadas foram: “O Estado do Maranhão em 1896”, 1898; “Apontamentos para a História da Revolução da Balaiada na Província do Maranhão”, 1898, 1900, 1906; “A Fundação do Maranhão”, 1912; “Apontamentos para a História da Vida e Obras do Senador Candido Mendes de 14

Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 15 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


Almeida, 1913; “História do Maranhão” - Edição para a infância-, 1914, 1923; “Limites do Maranhão com o Piauí ou a questão Tutoya”, 1919; “As Revoluções do Segundo Império e a obra pacificadora de Caxias”, 1922; “Ephemerides Maranhenses - 1° Parte - Tempos Coloniais”, 1923; “Estado do Maranhão”Contribuição ao 2° Volume da Introdução Geral do Dicionário Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 16

WILSON DA SILVA SOARES (1898-1949): Maranhense, com trabalhos publicados em jornais e revistas, especialmente no âmbito de biografias e bibliografias. 17 "Folha do Povo", edição num. 256, de 27 de novembro de 1925, página 2:

16

Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 17 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


"Folha do Povo", edição num. 92, de 8 de julho de 1926, p. 2

Fonte: Martins Dyêgo Martins

Sócios Efetivos. ANTONIO LOPES DIAS: maranhense, engenheiro químico e mineralogista, com formação em Ciências Físicas e Naturais pela Universidade de Genebra. Os principais trabalhos publicados pelo mesmo quando da Fundação do Instituto foram: “Contribution a l`Etude Petrographique des Shistes de Casanna dir Val d`Hèrens (Valais Suisse) – et de quelques Grites qui s´y ralttachent”, 1920; “O Sertão Maranhense- Esboço Geológico, físico e Social”, 1922; “ A siderurgia no Brasil”, 1925. 18

FRAN PAXECO (1874-1952): 18

Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


Manuel Francisco Pacheco, Português, natural de Setúbal, chegou ao Maranhão em Maio de 1902. Diplomata, quando da fundação do Instituto e da publicação da primeira revista era ex-consul de Portugal no Maranhão, e cônsul de Portugal no Pará. Fazia parte da Academia de Ciências de Portugal, da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Academia Maranhense de Letras da qual foi um dos sócios fundadores, também das academias de Letras do Piauí e Alagoas, Além dos Institutos Históricos da Bahia, Pernambuco, Piauí e Pará. Fran Paxeco também era professor honorário da Faculdade de Direito do Maranhão, no qual também foi um dos fundadores em 1918. Suas principais obras publicadas foram: “O sangue Latino”, 1897; “O centenário Indiano”, 1897; “O Sr Silvio Romero e a Literatura Brasileira”, 1900; “O Maranhão e os seus recursos”, 1902; “Os interesses Maranhenses”, 1904; “O Departamento do Juruá”, 1906; “A Literatura Portuguesa na Idade Média”, 1909; “Portugal e a Renascença”, 1912; “Angola e os Alemães”, 1916; “O Trabalho Maranhense”, 1916; “Teophilo no Brasil”, 1917; “A Escola de Coimbra e a dissolução do Romantismo”, 1917; “Portugal e o Maranhão”, 1919; “O Pará e a colônia Portuguesa”, 1920, “Geografia do Maranhão”, 1922. Além de publicações em Jornais e Revistas. 19

CARLOTA CARVALHO: maranhense, tendo publicado a obra “O Sertão”, em 1924, era a única mulher presente entre os primeiros integrantes do Instituto. 20 CARLOTA CARVALHO Por Adalberto Franklin Poucos registros se tem sobre Carlota Carvalho além dos que constam no O Sertão: subsídios para a geografia e a história do Brasil, de sua autoria. Supõe-se que tenha nascido na então vila de Riachão, uma das primeiras povoações do sul do Maranhão, provavelmente em 1866. Em O Sertão, diz-se que seu avô paterno é José Joaquim de Carvalho, exilado no território da vila do Riachão, no arraial Campo Largo, localizado “entre os riozinhos Alpercatas e Capim”, nos “sertões dos pastos bons”, por volta de 1823, onde chegara provavelmente como revoltoso refugiado da Confederação do Equador. No Campo Largo, José Joaquim, homem letrado, de espírito libertário, instalou uma escola onde ensinava a ler e escrever, e também as disciplinas de gramática, latim e matemática, às crianças e jovens das redonzas, em especial a seus filhos, ainda meninos, Benício, José Irineu, Antônio e Miguel Olímpio, este último o pai de Carlota. 19

Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 20 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


Em 1827, José Joaquim transferiu-se com a família e escravos para o território do Porto da Chapada, atual Grajaú, onde instalou uma fazenda que denominou “São Benedito”. Consta que o pai de Carlota, Miguel Olímpio de Carvalho, foi membro da “roda de amigos”, famoso círculo literário do Grajaú liderado pelo juiz de Paz da Chapada, Militão Bandeira Barros. Sobre a mãe de Carlota, no entanto, não se conhece qualquer registro que a identifique; nem mesmo o nome. Sobre a infância e juventude de Carlota não se tem informações. Sem dúvida, nasceu ela nos sertões entre o Grajaú e o Riachão, território em que seu avô, pais e tios se fixaram desde as primeiras décadas do século XIX. Teria Carlota ido ainda jovem para Belém, onde concluiu o curso Normal, pois em 5 de janeiro de 1867, quando supõe-se estava ela com vinte anos, foi nomeada naquela capital, juntamente com seu irmão Emídio, primeira professora da distante ilha de Bailique, hoje território do Amapá, pelo governador do Pará, Joaquim da Costa Barradas. Supõe-se também que ela tenha exercido esse mister durante mais de trinta anos, até o final do século XIX. Nas férias, costumava retornar em visita aos parentes. Em 1905, Carlota passou a residir com o irmão João Parsondas de Carvalho em Imperatriz. Juntamente com o irmão, teria sido mestre-escola, dentre outras, na fazenda Pau Ferrado, antiga propriedade da família Viana, no território do atual município de Amarante do Maranhão. Em 1919, teria Carlota viajado para o Rio de Janeiro levara consigo o “maço de papel” escrito que pretendia transformar em livro comemorativo do centenário da Independência do Brasil, em 1922. A publicação pretendida não se viabilizou, o que somente veio a acontecer em 1924, após recomendação de intelectuais prestigiados como Raul Pederneiras, então presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e o acadêmico da ABL Luiz Murat. Somente 500 exemplares teriam sido impressos. Esse livro, O Sertão, até hoje prestigiado trabalho sobre a história e a geografia regional e brasileira, é um dos mais importantes da historiografia sul-maranhense. É a única obra conhecida de Carlota Carvalho. Em vista disso e de outras alegadas evidências, alguns historiadores e cronistas têm afirmado que essa é uma obra alônima, escrita por seu irmão João Parsondas de Carvalho, reconhecidamente um dos maiores intelectuais maranhenses do final do século XIX e início do século XX, que num largo gesto pretendeu homenagear Carlota com a aposição de seu nome à obra. Da data e do local da morte de não se tem notícia.

RAYMUNDO LOPES DA CUNHA: Maranhense, professor de História e Geografia do Brasil no Liceu Maranhense, sócio efetivo da academia maranhense de letras; da sociedade de Geografia do Rio


de Janeiro. Trabalhos Publicados: “O Torrão Maranhense”, 1904. “Maranhão Sobrinho”- estado crítico - de 1917. “A Civilização Lacustre do Brasil”, 1924. 21

VIRGILIO DOMINGUES DA SILVA: Maranhense, com vários trabalhos publicados sobre estudos regionais do Maranhão em periódicos. 22

DOMINGOS AMÉRICO DE CARVALHO: Desembargador, com publicações em Jornais e periódicos locais, principalmente na área da História. 23 Sócios Correspondentes: Amazonas – João Braulino de Carvalho Filho (maranhense); Piauí: Abdias Nascimento; Ceará: Barão de Studart; Rio de Janeiro: J. Capistrano de Abreu; Rocha Pombo; Viveiros de Castro (Maranhense); Rodolpho Garcia; Tasso Fragoso (maranhense); Dunshee de Abranches (maranhense); Mais Fleuiss; Nogueira da Silva (maranhense); Alcides Bezerra; S. Paulo: Paulo Prado; Santa Catarina: Miranda Carvalho; Estados Unidos: Oliveira Lima; Portugal: J. Lúcio de Azevedo. O segundo número da Revista – “GEOGRAFIA E HISTÓRIA – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão”, aparece 22 anos após, em Novembro de

21

Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 22 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59. 23 Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


1948 24. Conforme seu Diretor Antonio Lopes na apresentação (p. 3), a Revista do IHGM não circulou desde pouco antes de 1930: “Não poucos reveses saltearam o Instituto na vigência do regime político instaurado em fins daquele ano. Uma administração do município de S. Luis retirou o parco auxílio com que eram custeadas as despesas com a revista (...). Vinte e dois anos depois de ter vivido muito e muito desajudado do Maranhão, e apesar de hostilidades e indiferenças, o Instituto sente que ainda são oportunas aquelas palavras. 25”. Às páginas 146-154 há um relatório das atividades do Instituto no período dos 22 anos de ausência da Revista. Consta a relação da diretoria eleita para o biênio de 15 de julho de 1948 a 15 de julho de 1949: Presidente: João Braulino de Carvalho; Vice-Presidente: Henrique Costa Fernandes; Secretário Geral e Perpétuo: Antonio Lopes da Cunha; Segundo Secretario: Rubem Ribeiro de Almeida; Tesoureiro: Fernando Eugênio dos Reis Perdigão. DIRETORIA BIÊNIO 1948 - 1949

João Braulino de Carvalho

Henrique Costa Fernandes

Antonio Lopes da Cunha

Ruben Ribeiro de Almeida

Fernando E. dos Reis Perdigão

Consta, ainda, a relação dos ocupantes das diretorias anteriores, sendo: PERÍODO 20/11/1925 20/07/1929 20/07/1931

24

FUNÇÃO Presidente Vice-Presidente Presidente: Vice-Presidente: Presidente:

OCUPANTE Justo Jansen Ferreira José Domingos da Silva José Domingos da Silva Henrique Costa Fernandes João Braulino de Carvalho

GEOGRAFIA E HISTÓRIA – REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luís, ano 2, n. 1, novembro, 1948 25 As palavras a que se refere seu diretor são do artigo que abriu o primeiro número: “Compreenderão os maranhenses dos trabalhos desta associação, que ela viverá? Talvez. E, se o compreenderem, não lhe negarão, por certo, o seu apoio”. (REV. IHGM, ano 1, n. 1, julho/setembro, 1926, p. 5).


Extrai-se súmula das atas da Assembléia Geral do Instituto 26, contidas no Livro I, onde: 1ª. sessão foi realizada em 20 de novembro de 1925, que foi a de fundação, aprovação dos estatutos, e eleição da primeira Diretoria; 2ª. sessão realizou-se em 09 de fevereiro de 1926, tratando-se das providencias para o recebimento e instalação da Coleção Artística Gonçalves Dias, prometida ao Instituto pelo presidente Magalhães de Almeida. Em nota de péde-página consta que a coleção não foi recebida por falta de espaço na sede social; 3ª. sessão – 11 de março de 1926, tomou-se ciência de que Antonio Lopes, quando do exercício do cargo de prefeito municipal de São Luis, apresentou ao legislativo proposta sancionada depois, de uma subvenção ao Instituto; resolvese permitir o funcionamento da Escola de Belas Artes no prédio (alugado) do Instituto; e ainda institui-se uma contribuição mensal dos sócios para os cofres da sociedade; (grifamos) 4ª. sessão – 04 de junho de 1926, Domingos Perdigão solicita dispensa de suas funções de secretario da Assembléia Geral, passando esta a ser ocupada, então pelo secretário geral; marcadas as eleições para o período de 28/06/1926 a 28/06/1927; reeleitos os presidentes da Assembléia Geral e diretoria, o secretário geral e o tesoureiro, assim como as comissões. Aceitos como sócios efetivos: Virgílio Domingues da Silva, Domingos Américo de Carvalho, e Parsondas de Carvalho. Sócios correspondentes: Oliveira Lima e Francisco Guimarães; 5ª. sessão – 29 de julho de 1926 – posse da nova diretoria eleita; 6ª. sessão – 04 de dezembro de 1926 - trata-se da publicação da Revista, incumbindo-se a Antonio Lopes sua organização e direção, com plenos poderes. Proposto e eleitos sócios efetivos os correspondentes Raimundo Lopes, Antonio Dias e Fran Pacheco; 7ª. sessão – 15 de maio de 1927 – eleições de presidente da assembléia geral, diretoria e comissões. Eleitos sócios correspondentes Bernardino de Sousa e Costa Filho; 8ª. sessão – 29 de junho de 1927 – posse da diretoria eleita; 9ª. sessão – 29 de julho de 1927 – discussão, votação e aprovação do projeto de reforma do Estatuto; prorrogação do mandato da diretoria, do presidente da assembléia geral e comissões até 19 de julho de 1929; 10ª. sessão – 31 de julho de 1927 – eleitos sócios efetivos Clarindo Santiago e Costa Fernandes; 11ª. sessão - 04 de agosto de 1927 – renuncia do presidente da assembléia geral e eleição de Domingos Américo; concedido a Antonio Lopes o título de secretário perpétuo; 26

SUMULAS DAS ATAS DA ASSEMBLÉIA GERAL DO INSTITUTO CONTIDAS NO LIVRO I. GEOGRAFIA E HISTÓRIA – REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luis, ano 11, n. 1, novembro de 1948, p. 148-154.


12ª. sessão – 20 de julho de 1929 – eleições para presidente da assembléia geral, diretoria, e comissões; posse dos eleitos; 13ª. sessão – 20 de julho de 1931 - eleições para presidente da assembléia geral, diretoria; posse dos eleitos; 14ª. sessão – 20 de julho de 1933 - eleições para presidente da assembléia geral, diretoria, e comissões; posse dos eleitos; 15ª. sessão – 20 de julho de 1939 – exposição dos fatos que abalaram a vida do instituto e o destituíram da sede, em conseqüência da revolução de 1930; voto de protesto contra os atos praticados contra o Instituto, inclusive a retirada dos auxílios que recebia e a desorganização de seu Museu; eleições e posse da diretoria e presidente da assembléia geral; 16ª. sessão – 20 de julho de 1941 – eleição e posse da diretoria e presidente da assembléia geral; 17ª. sessão – 15 de agosto de 1941 – aprovado o quadro de trinta cadeiras, com seus patronos, para os sócios fundadores e efetivos do Instituto, cujo número não poderá ser aumentado. Foi em 1941 que esse quadro passou a ser composto por cadeiras, numeradas de 1 a 30, com respectivos patronos, afinal aumentado, mediante reforma estatutária, para 50 (cinquenta) em 1951, e para 60 (sessenta) em 1979.

Diário de São Luiz, 27 de outubro de 1946


A partir de 1948, são realizadas as sessões magnas em que os sócios eleitos fazem o elogio do Patrono de sua cadeira. Assim, em 28 de setembro daquele ano monsenhor José Maria Lemercier e Joaquim Vieira da Luz fazem o elogio dos seus patronos – Claude d´Abeville e Yves d’Évreux; discursou Leopoldino Lisboa saudando os empossados. Completou-se o quadro de sócios efetivos, sendo eleitos novos sócios correspondentes. Apresentou-se o quadro dos sócios fundadores e efetivos: QUADRO DE SÓCIOS FUNDADORES E EFETIVOS - 1948 PATRONO DAS CADEIRAS 1

Claude d’Ábeville Yves d’Évreux

TITULARES 1. José Maria Lemercier 1. Raimundo Lopes da Cunha

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Diogo de Campos Moreno Simão Estácio da Silveira Luís Figueira Antônio Vieira João de Sousa Ferreira João Felipe de Betendorf Antônio Pereira de Berredo José de Moraes Sebastião Gomes da Silva Belfort Francisco de Paula Ribeiro Raimundo José de Sousa Gaioso Antonio Bernardino Pereira do Lago João Antonio Garcia de Abranches Francisco de N. S. dos Prazeres

24 25 26

2. Candido Pereira de Sousa Bispo 1. João Persondas de Carvalho 2. Liberalino Pinto de Miranda 1. José Pedro Ribeiro 2. Osvaldo da Silva Soares 1. Manuel Fran Pacheco 1. José Abranches de Moura 2. Astolfo Barros Serra 1. Virgilio Domingos da Silva 2. Felipe Condurú Pacheco

Custódio Alves Serrão João Francisco Lisboa Candido Mendes de Almeida Antonio Gonçalves Dias

1. Aquiles de Faria Lisboa 1. Wilson da Silva Soares 1. Justo Jansen Ferreira 2. Leopoldino Rego Lisboa 1. João Braulino de Carvalho

Antonio Henriques Leal Cesar Augusto Marques

1. José Luso Torres 1. Domingos de Castro Perdigão 2. Fernando Eugenio dos Reis Perdigão 1. Domingos Américo de Carvalho 2. Nicolau Dino de Castro e Costa 1. José Domingues da Silva 2. José Silvestre Fernandes 1. Antonio Lopes da Cunha 1. Alcindo Cras Guimarães

22 23

2. Joaquim Vieira da Luz 1. Benedito Barros Vasconcelos 1. Raimundo Clarindo Santiago 2. Alfredo Bena 1. José Ferreira Gomes 1. Arias de Almeida Cruz 1. Renato Nascimento Silva 1. José Ribeiro do Amaral 2. Henrique Costa Fernandes 1. Ruben Ribeiro de Almeida 1. Adalberto Aciole de Sobral 1. Antonio Lopes Ribeiro Dias

Luis Antonio Vieira da Silva Antonio Enes de Sousa Celso Cunha Magalhães Luis Felipe Gonzaga de Campos

CATEGORIA DATA DE INVESTIDURA Efetivo – 15.10.1946 Correspondente (20.11.25); Efetivo 04.12.1926 Efetivo 03.09.1948 Fundador Efetivo 20.07.1926 Efetivo 28.11.1948 Fundador Fundador Efetivo 12.11.1946 Fundador Efetivo 31.07.1927 Efetivo 05.05.1943 Efetivo 26.09.1948 Correspondente (20.11.25); Efetivo 28.11.1948 Efetivo 02.09.1948 Efetivo 04.06.1926 Efetivo 28.11.1948 Fundador Efetivo 03.09.1948 Correspondente (20.11.25); efetivo 04.12.1926 Fundador Efetivo 28.11.1948 Efetivo 20.07.1926 Correspondente (20.11.25); efetivo 12.09.1948 Efetivo 08.05.1943 Fundador Fundador Efetivo 15.10.1946 Correspondente (20.07.26); efetivo 04.12.1926 Efetivo 08.06.1948 Fundador Efetivo 15.10.1946 Efetivo 29.07.1926 Efetivo 21.11.1948 Fundador Efetivo 28.11.1948 Fundador Efetivo 05.12.1948


27 Raimundo Lopes da Cunha 1. Tasso de Morais Rego Serra Efetivo 20.10.1947 28 Raimundo Nina Rodrigues 1. José Bacelar Portela Efetivo 15.10.1946 29 José Ribeiro do Amaral 1. Arnaldo de Jesus Ferreira Efetivo 28.11.1948 30 Justo Jansen Ferreira 1. Olimpio Ribeiro Fialho Efetivo 12.09.1948 Fonte: Geografia e História – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, São Luis, ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 148-154.

QUADRO DE SÓCIOS CORRESPONDENTES – 1948 Barão de Studart Capistrano de Abreu J. Lúcio de Azevedo Max Fleuiss Viveiros de Castro

Ceará Rio de Janeiro Portugal Rio de Janeiro Rio de Janeiro

Falecido Falecido Falecido Falecido Falecido

Eleito 20.11.1925 Eleito 20.11.1925 Eleito 20.11.1925 Eleito 20.11.1925 Eleito 20.11.1925

(Augusto Olimpio, o segundo)

Paulo Prado São Paulo Falecido Eleito 20.11.1925 Abdias Neves Piauí Falecido Eleito 20.11.1925 Nogueira da Silva Rio de Janeiro Falecido Eleito 20.11.1925 Raimundo Lopes Rio de Janeiro Falecido Eleito 20.11.1925 Depois, efetivo Antonio Dias Falecido Eleito 20.11.1925 Depois, efetivo Mario Melo Eleito 20.11.1925 Viriato Correa Eleito 20.11.1925 Rodolfo Garcia Rio de Janeiro Eleito 20.11.1925 Miranda Carvalho Santa Catarina Eleito 20.11.1925 Rocha Pombo Rio de Janeiro Falecido Eleito 09.05.1926 Dunshee de Abranches Rio de Janeiro Falecido Eleito 09.05.1926 Alcides Bezerra Rio de Janeiro Falecido Eleito 09.05.1926 Tasso Fragoso Rio de Janeiro Falecido Eleito 09.05.1926 Oliveira Lima Estados Unidos Falecido Eleito 20.07.1926 Francisco Guimarães Falecido Eleito 20.07.1926 Braulino de Carvalho Amazonas Eleito 20.07.1926 Depois, efetivo Bernardino de Sousa Falecido Eleito 14.05.1927 Costa Filho Falecido Eleito 14.05.1927 Charles Wagley Eleito 15.09.1947 Felipe Condurú Eleito 15.09.1947 Depois, efetivo Jerônimo de Viveiros Eleito 15.09.1947 Joaquim Ribeiro Eleito 15.09.1947 Heloisa Torres Eleito 15.09.1947 Virgilio Correia Filho Eleito 15.09.1947 Rondon Eleito 15.09.1947 Carlos Studart Filho Eleito 15.09.1947 Arthut Colares Moreira Eleito 20.10.1947 Edmundo Coqueiro Eleito 20.10.1947 João Wilson da Costa Eleito 20.10.1947 Lucia Miguel Pereira Eleito 05.12.1948 Tomás Pompeu Sobrinho Eleito 05.12.1948 Pedro Calmon Eleito 05.12.1948 Eurico de Macedo Eleito 05.12.1948 Luis Viana Filho Eleito 05.12.1948 Raul de Azevedo Eleito 05.12.1948 Fonte: Geografia e História – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, São Luis, ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 148-154.

Sessão realizada na Associação Comercial do Maranhão em 9 de março de 1949, promovida pela AML e IHGM, em homenagem a Fran Paxeco, vendo-se Rubem Almeida (orador pela Academia), Joaquim Luz (orador pelo IHGM), Dr. Salomão Fiquene, representando a Faculdade de Farmácia e Odontologia, Dr. Aníbal de Pádua Pereira Andrade, Dr. João Braulino de Carvalho, presidente do Instituto, Prof.


Nascimento Moraes, presidente em exercício da Academia, Srs. Antônio da Silva Borges, Vice-Cônsul de Portugal e Avelino Ribeiro de Faria, membro da colônia portuguesa.

Fonte: Martins Dyêgo Martins

Novo número da “Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, só em 1951, em seu ano XXVIII, n. 3, de agosto, sendo seu diretor Rubem Almeida 27. Uma nova diretoria passa a responder pelo Instituto, eleita para o período de 1951 a 1953: Presidente: Vice-Presidente Secretário Geral Tesoureiro Bibliotecário Diretor de Museu Diretor do Serviço de Divulgação Assembléia Geral – Presidente Secretário Geral

João Braulino de Carvalho Leopoldino Lisboa Jerônimo de Viveiros José de Mata Roma Odilon Soares Oswaldo Soares Rubem Almeida Nicolao Dino Olavo Correia Lima

Leopoldino Lisboa João Braulino de Carvalho

27

José de Mata Roma Jerônimo de Viveiros

Odilon Soares

REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luís, ano 28, n.3, agosto de 1951.


Rubem Almeida

Oswaldo Soares

Nicolao Dino

Olavo Correia Lima

Publicam-se às páginas 145-154 o novo Estatuto Social, aprovado em 22 de abril de 1951, Estimula-se a elaboração de monografias e estudos sobre assuntos previamente escolhidos e postos em concurso, com a criação de premio (Art. IX). Essas ações a cargo do “Diretor do Serviço de Divulgação” (Art. 6º.): “Art. 26 – compete ao Diretor do Serviço de Divulgação superintender as publicações, reunir os artigos para a “Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão”, fazer a propaganda, enviar à imprensa resenha das ocorrências das sessões, e atender a todos os assuntos que se relacionam com a imprensa”. Em seu Art. II o número de sócios efetivos é aumentado para 50 (cinquenta); os correspondentes, honorários e beneméritos, em número ilimitado. Embora conste que a relação dos sócios estaria anexa aos Estatutos e “não possa ser alterada” seja em sua ordem das cadeiras e a sua distribuição pelos ocupantes falecidos e atuais, esta não é publicada na Revista (Art. 31, # primeiro). Em 1984, no mês de dezembro, aparece o numero 07 da Revista 28. Após 22 anos de ausência! “O Instituto Histórico Geográfico do Maranhão realiza, hoje, importante reunião para promover o lançamento do numero sete de sua Revista oficial, que a partir desta data voltará a circular trimestralmente, com regularidade. “Convém assinalar nesta oportunidade que a cerca de vinte e dois anos achava-se suspensa a circulação de tão importante órgão da cultura maranhense por absoluta falta de cursos materiais.” (Nascimento, 1985)29. O então Presidente, José de Ribamar Seguins, lembra, em seu editorial que o último número que veio a publico, 6 (seis), fora em 1961. Ressalta a ajuda dada pelo SIOGE, na edição do ‘numero da sorte, o sete’ 30. A Diretoria do IHGM, gestão 1984-1986 estava assim constituída: Presidente Vice-Presidente 1º. Secretário 28

José Ribamar Seguins João Freire de Medeiros Joseth Coutinho Martins de Freitas

REV. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 NASCIMENTO, Jorge. Ausência restituída. In REV. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984, nota de orelha do livro. 30 SEGUINS, José de Ribamar. Nossa Revista. In REV. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984, p. 3. 29


2º. Secretário 1º. Tesoureiro 2º. Tesoureiro Bibliotecária Diretor do Serviço de Divulgação

Eloy Coelho Netto Pedro Rátis de Santana Ilzé Vieira de Mello Cordeiro Ariceya Moreira Lima Silva Raimundo Nonato Travassos Furtado

José Ribamar Seguins

João Freire de Medeiros

Joseth Coutinho Martins de Freitas

Eloy Coelho Netto

Pedro Rátis de Santana

Ilzé Vieira de Mello Cordeiro

Ariceya Moreira Lima Silva

Raimundo Nonato Travassos Furtado

A Revista 15 é editada em janeiro de 199231, A Comissão da Revista estava formada por José Ribamar Seguins – Presidente do IHGM -, e Orlandex Pereira Viana, Diretor do Serviço de Divulgação do IHGM. A diretoria estava composta por: Presidente: José Ribamar Seguins Vice-Presidente : João Freire Medeiros 1º. Secretário: Joseth Coutinho Martins de Freitas 2º. Secretário: Eloy Coelho Netto 1º. Tesoureiro José Ribamar Fernandes 2º. Tesoureiro Ilzé Vieira de Melo Cordeiro Diretor do Serviço de Divulgação Orlandex Pereira Viana Bibliotecária: Aricéya Moreira Lima -

José Ribamar Seguins

31

João Freire de Medeiros

Joseth Coutinho Martins de Freitas

Eloy Coelho Netto

REV. DO INST. HIST. E GEOG. DO MARANHÃO, São Luis, a. LXII, n. 15 jan. 1982


José Ribamar Fernandes

Ilzé Vieira de Mello Cordeiro

Orlandex Pereira Viana

Ariceya Moreira Lima Silva

Em 199332 a diretoria do período de 1992 a 1994 estava assim constituída: José Ribamar Seguins Ronald da Silva Carvalho Joseth Coutinho Martins de Freitas Sebastião Barreto Brito Hédel Jorge Azar José da Costa Mendes Pereira Aricéya Moreira Lima Orlandex Pereira Viana

José Ribamar Seguins

Ronald da Silva Carvalho

Presidente Vice-Presidente 1º. Secretário 2º. Secretário 1º. Tesoureiro 2º. Tesoureiro Bibliotecária Diretor do Serviço de Divulgação

Joseth Coutinho Martins de Freitas

Sebastião Barreto Brito

José da Costa Mendes Pereira Hédel Jorge Azar

Ariceya Moreira Lima Silva

Orlandex Pereira Viana

Os membros da Diretoria da gestão 1994-1996 foram33: Hédel Jorge Ázar – Presidente Ronald da Silva Carvalho - Vice-presidente Antonio Rufino Filho - 1º. Secretário Joseth Coutinho Martins de Freitas - 2º. Secretário Sebastião Barreto de Brito - 1º. Tesoureiro José da Costa Mendes Pereira - 2º. Tesoureiro Carlos Alberto Lima Coelho - Diretor do Serviço de Divulgação Aricéya Moreira Lima da Silva – Bibliotecária

32 33

REVISTA DO INST. HIST. E GEOG. DO MARANHÃO, São Luís, ano LXIII, n. 16, 1993 REVISTA DO INST. HIST. E GEOG. DO MARANHÃO, São Luís, ano LXIv, n. 17, 1996


Hédel Jorge Azar

Ronald da Silva Carvalho

Antonio Rufino Filho

Joseth Coutinho Martins de Freitas

José da Costa Mendes Pereira Carlos Alberto Lima Coelho

Sebastião Barreto Brito

Ariceya Moreira Lima Silva

Na Revista 21, de 1998, consta a reeleição da Chapa “Ação e Trabalho”, por aclamação: Presidente: Vice-Presidente: 1º. Secretário 2º. Secretário 1º. Tesoureiro 2º. Tesoureiro Bibliotecário Diretor de Assuntos de Divulgação

Hedel Jorge Azar Eloy Coelho Neto Edomir Martins de Oliveira Joseth Coutinho Martins Freitas Salomão Pereira Rocha Joaquim Elias Filho Eneida Vieira da Silva O. de Canedo Carlos Alberto Lima Coelho

Hédel Jorge Azar

Eloy Coelho Netto

Edomir Martins de Oliveira

Joseth Coutinho Martins de Freitas

Salomão Pereira Rocha

Joaquim Elias Filho

Eneida Vieira da Silva O. de Canedo

Carlos Alberto Lima Coelho

Em 2000, foi eleita nova Diretoria, para o período de 2000/2002: Presidente: Vice-Presidente: 1º. Secretário

Edomir Martins de Oliveira Osvaldo Rocha Pereira Joseth Coutinho Martins de Freitas


2º. Secretário 1º. Tesoureiro 2º. Tesoureiro Bibliotecário Diretor de Assuntos de Divulgação

José Fernandes Salomão Rocha Pereira Hédel Jorge Azar Eneida Ostria de Canedo Kalil Mohana

Edomir Martins de Oliveira

Osvaldo Rocha Pereira

Joseth Coutinho Martins de Freitas

José Ribamar Fernandes

Salomão Pereira Rocha

Hédel Jorge Azar

Eneida Vieira da Silva O. de Canedo

Kalil Mohana

Diretoria 2002/2006 Presidente: Nywaldo Guimarães Macieira Vice-Presidente: Joseth Coutinho Martisnde Freitas 1º Secretário: João Mendonça Cordeiro 2º Secretário: Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 1º Tesoureiro: Maria Esterlina Mello Pereira Diretor de Divulgação e Relações Públicas: Josemar Bezerra Raposo Bibliotecário: Raimundo Cardoso Nogueira

Nywaldo Guimarães Macieira

Joseth Coutinho Martins de Freitas

João Mendonça Cordeiro

Maria Esterlina Mello Pereira

Josemar Bezerra Raposo

Raimundo Cardoso Nogueira

Eneida Vieira da Silva O. de Canedo


Diretoria 2006/2008 – Reeleita para o período 2008/2010 Presidente: Vice-Presidente: 1º. Secretário 2º. Secretário 1º. Tesoureiro 2º. Tesoureiro

Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo Joseth Coutinho Martins de Freitas Edomir Martins de Oliveira Raul Eduardo de Canedo Vieira da Silva Raimundo Cardoso Nogueira Salomão Pereira Rocha

Eneida Vieira da Silva O. de Canedo

Joseth Coutinho Martins de Freitas

Edomir Martins de Oliveira

Raimundo Cardoso Nogueira

Salomão Pereira Rocha

José Fernandes

Diretoria 2010/2012 - CHAPA ANTONIO VIEIRA Presidente de Honra: José de Ribamar Seguins Presidente: Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo Vice-Presidente: Leopoldo Gil Dulcio Vaz 1º. Secretário: João Francisco Batalha (até Fevereiro de 2011) Raimundo Gomes Meireles (a partir de março de 2011) 2º. Secretário: Raimundo Gomes Meireles (até Fevereiro de 2011) Washington Luis Maciel Cantanhede (a partir de junho de 2011) (renunciou ao cargo em dezembro de 2011) Antonio José Noberto da Silva (a partir de fevereiro de 2012) 1º. Tesoureiro: Washington Luis Maciel Cantanhede (até maio de 2011) Dilercy Aragão Adler (a partir de junho de 2011) 2º. Tesoureiro: Dilercy Aragão Adler (até maio de 2011) Aymoré de Castro Alvim (a partir de junho de 2011)

Raul Eduardo de Canedo Vieira da Silva


Diretor de Patrimônio: Álvaro Urubatan Melo Diretor de Divulgação: Manoel Santos Neto CONSELHO FISCAL Titulares: José de Ribamar Seguins José Ribamar Fernandes Ilzé Vieira de Melo Cordeiro Suplentes: Osvaldo Pereira Rocha Maria Esterlina Melo Pereira Kalil Mohana (até novembro de 2010 – falecido) Raul Eduardo Canedo Vieira da Silva (a partir de junho de 2011)

José Ribamar Seguins Presidente de Honra

Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo Presidente

Raimundo Gomes Meireles 1º. Secretário (a partir de março de 2011)

Washington Luis Maciel Cantanhede 1º. Secretário (a partir de junho de 2011)

Dilercy Aragão Adler 1º. Tesoureiro a partir de junho de 2011

Manoel Santos Neto Diretor de Divulgação

Leopoldo Gil Dulcio Vaz Vice-Presidente

João Francisco Batalha 1º. Secretário até Fevereiro de 2011

Antonio José Noberto da Silva 1º. Secretário (a partir de fevereiro de 2012)

Washington Luis Maciel Cantanhede 1º. Tesoureiro até maio de 2011

Dilercy Aragão Adler 2º. Tesoureiro (até maio de 2011)

Aymoré de Castro Alvim 2º. Tesoureiro (a partir de junho de 2011)

Álvaro Urubatan Melo Diretor de Patrimônio

José Ribamar Seguins CONSELHO FISCAL

José Fernandes CONSELHO FISCAL

Ilzé Cordeiro CONSELHO FISCAL


Osvaldo Rocha CONSELHO FISCAL

Maria Esterlina CONSELHO FISCAL

Kalil Mohana CONSELHO FISCAL

Raul Vieira da Silva CONSELHO FISCAL

Diretoria 2012/2014 - CHAPA: Pe. ANTONIO VIEIRA Presidente: Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo Vice-Presidente: Euges Silva de Lima 1ª. Secretaria: Clores Holanda da Silva 2º. Secretario: Antonio José Noberto da Silva 1º. Tesoureiro: Dilercy Aragão Adler 2º. Tesoureiro: Aymoré Castro Alvim Diretor de Patrimônio: Álvaro Urubatan Melo Diretor de Divulgação: Manoel Santos Neto Conselho Fiscal Titulares : Raul Eduardo de Canedo Vieira da Silva Maria Esterlina Melo Pereira José Ribamar Fernandes Suplentes: Paulo Sérgio Castro Osvaldo Pereira Rocha Iva Souza da Silva DIRETORIA

Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo Presidente

Euges Silva de Lima Vice Presidente

Clores Holanda da Silva 1º. Secretária

Antonio José Noberto da Silva 2º. Secretário

Dilercy Aragão Adler 1º. Tesoureiro

Aymoré de Castro Alvim 2º. Tesoureiro

Álvaro Urubatan Melo Diretor de Patrimônio

Manoel Santos Neto Diretor de Divulgação


CONSELHO FISCAL

Raul Vieira da Silva

Maria Esterlina

Paulo Sérgio Castro

Osvaldo Rocha

José Fernandes

Iva Souza da Silva

Nesses anos, o IHGM foi presidido por:

JUSTO JANSEN FERREIRA 1925/1929

JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL 1929/1933

1933/1937

(?).

ELIZABETO BARBOSA DE CARVALHO 1937/1943 LEOPOLDINO LISBOA 1943/1945 ASTOLFO SERRA 1945/1947

JOÃO BRAULINO DE CARVALHO 1947/1953


JERÔNIMO DE VIVEIROS 1953/1957

DOMINGOS VIEIRA FILHO 1957/1961

LUIZ DE MORAES REGO 1961/1967

RUBEN RIBEIRO DE ALMEIDA 1967/1972

JOSÉ RIBAMAR SEGUINS 1972/1994

HEDEL JORGE ÁZAR 1994/2000

EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA 2000/2002

NYVALDO GUIMARÃES MACIEIRA 2002/2006


ENEIDA VIEIRA DA SILVA OSTRIA DE CAÑEDO 2006/2010

TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO 2010/2014

(?) Embora conste da relação de Presidentes Parsondas de Carvalho, nesse período, já estava morto...


QUADRO 8 - SÓCIOS EFETIVOS – 1948 – 2012 PATRONO DAS CADEIRAS 1

2

Claude dÁbeville

Yves dÉvreux

3

Diogo de Campos Moreno

4

Simão Estácio da Silveira

5

Luís Figueira

6

Antônio Vieira

7

João de Sousa Ferreira

8

João Felipe de Betendorf

9

Bernardino Pereira de Berredo

10

11

José de Moraes

Sebastião Gomes da Silva Belfort

TITULARES José Maria Lemercier Jerônimo José de Viveiros Ladislau Papp Laura Rosa dos Reis Dilercy Aragão Adler Raimundo Lopes da Cunha Thomas Moses Joaquim Vieira da Luz Josemar Bezerra Raposo VAGA Benedito Barros e Vasconcelos Robson Campos Martins Raimundo Cardoso Nogueira Raimundo Clarindo Santiago Alfredo Bena Clodoaldo Cardoso Wilson Pires Ferro Maria dos R. B. C. Magalhães Carlos Alberto Santos Ramos José Ferreira Gomes Joaquim Elias Filho Raimundo N. S. Campos Filho Arias de Almeida Cruz Josué de Sousa Montello Milson de Sousa Coutinho Telma Bonifácio Dos S. Reinaldo Renato Nascimento Silva José Maria Ramos Martins Iva Souza da Silva José Ribeiro do Amaral Henrique Costa Fernandes Bernardo Coelho Almeida Osvaldo Pereira Rocha Ruben Ribeiro de Almeida Rosa Mochel Martins Sebastião Barros Jorge Antonio José de Araújo Ferreira Éden do Carmo Soares Adalberto Aciole de Sobral Edson Garcia Ferreira Ivan Celso Furtado da Costa (Ivan Sarney) José Jorge Siqueira Alexandre Fernandes Corrêa Antonio Lopes Ribeiro Dias Candido Pereira de Sousa Bispo Mário Martins Meireles Almir Moraes Correia Sebastião Barreto de Brito Manoel Dos Santos Neto

CATEGORIA DATA DE INVESTIDURA Efetivo – 15.10.1946 (1956) Ocupante atual - 2012 Correspondente (20.11.25); Efetivo 04.12.1926 Eleito em 1953 - 1956 Efetivo 03.09.1948 Honorário – 29/05/2013 Fundador - (1956) Ocupante atual - 2012 Efetivo 20.07.1926 Efetivo 28.11.1948 (1956)

Ocupante atual - 2012 Fundador – (1956) (ocupante atual – 1993-2001) Ocupante atual - 2012 Fundador – (1956) Transforma em Sócio Honorário Ocupante atual - 2012– Presidente 2010/2012 Efetivo 12.11.1946 – (1956) (ocupante atual – 1993-2001) (Ocupante atual – 2012) Fundador Efetivo 31.07.1927 – (1956) (ocupante atual – 1993-1996) (Ocupante atual – 2012) Efetivo 05.05.1943 - 1956 (ocupante atual – 1993-1997) (a tomar posse – 2001) (Ocupante atual – 2012) Efetivo 26.09.1948 - 1956 (ocupante atual – 1993-1997)Transformado em Honorário (a tomar posse – 2001) (Ocupante atual – 2012) Correspondente (20.11.25); Efetivo 28.11.1948 Efetivo 02.09.1948 Transformado em Honorário Transformado em Honorário (ocupante atual 2012)


12

13

14

15

16

Francisco de Paula Ribeiro

Raimundo José de Sousa Gaioso

Antonio Bernardino Pereira do Lago

João Antonio Garcia de Abranches

Francisco de N. S. dos Prazeres

17

Custódio Alves Serrão

18

João Francisco Lisboa

19

20

21

Candido Mendes de Almeida

Antonio Gonçalves Dias

Antonio Henriques Leal

João Persondas de Carvalho Liberalino Pinto de Miranda Cesario Veras Eloy Coelho Netto Natalino Salgado Filho José Pedro Ribeiro Osvaldo da Silva Soares Tácito da Silveira Caldas Aluízio Ribeiro da Silva Francisco Eudes de Sousa Gilberto Matos Arouche Sofiane Labidi Manuel Fran Pacheco Aderson de Carvalho Lago Mário Lincoln Feliz dos Santos José Marcelo Do E. Santo José Eduardo Abranches de Moura Astolfo Barros Serra Ronald da Silva Carvalho José Marcio Soares Leite Virgilio Domingos da Silva Felipe Condurú Pacheco Miguel A. Bernardes Filho Adalberto Franklin Aquiles de Faria Lisboa Fernando Ribamar Viana Raymundo Carvalho Guimarães Ernane José de Araújo Paulo Oliveira Wilson da Silva Soares Olavo Correia Lima Lourival Borba Santos Manoel de Jesus Lopes Bento Moreira Lima Neto Clores Holanda Silva Justo Jansen Ferreira Leopoldino Rego Lisboa Virgilio D. da Silva Filho Clovis Pereira Ramos Célio Gitahy Vaz Sardinha João Braulino de Carvalho João Lima Sobrinho Elimar F. de Almeida e Silva José Luso Torres José Ribamar Seguins José Augusto S. Oliveira

Efetivo 04.06.1926 Efetivo 28.11.1948 (1956) (ocupante atual – 1993-1997)Transformado em Honorário Ocupante atual - 2012 Fundador Efetivo 03.09.1948 - 1956 Transformado em Honorário (ocupante atual – 1993-1997)Transformado em Honorário (a tomar posse – 2001) Renunciou em 2011 Ocupante atual - 2012 Correspondente (20.11.25); efetivo 04.12.1926 (ocupante atual – 1993) Correspondente (ocupante atual 2006- 2012) Fundador Efetivo 28.11.1948 – 1956 Falecido em 2010 (ocupante atual – 2012 Efetivo 20.07.1926 Correspondente (20.11.25); efetivo 12.09.1948/56 (ocupante atual – 1993-2001) Posse em 09/11/2012 Efetivo 08.05.1943 (1956) Transformado em Honorário (ocupante atual – 1993) (ocupante atual – 1996-2012) Fundador (1956) - Transformado em Honorário (ocupante atual – 1993-1997)

( 2011 – renuncia tacita ocupante atual – 2012 Fundador Efetivo 15.10.1946 - 1956 Transformado em Honorário (ocupante atual – 2012) Correspondente (20.07.26); efetivo 04.12.1926 - 1956 (ocupante atual – 1993-1996) (ocupante atual – 2001 - 2012) Efetivo 08.06.1948 - 1956 (ocupante atual – 1993-2010 – Presidente Honorário 2010) (ocupante atual – 2012)


22

Cesar Augusto Marques

23

Luis Antonio Vieira da Silva

24

Antonio Enes de Sousa

25

Celso Cunha Magalhães

26

Luis Felipe Gonzaga de Campos

27

Raimundo Lopes da Cunha

28

Raimundo Nina Rodrigues

29

José Ribeiro do Amaral

30

Justo Jansen Ferreira

31

Antonio Lopes da Cunha

32

Aquiles de Farias Lisboa

33

Custódio Lisboa

Domingos de Castro Perdigão Fernando E. dos Reis Perdigão Raimundo N. Travassos Furtado Carlos Orlando R. de Lima Euges Silva de Lima Domingos Américo de Carvalho Nicolau Dino de Castro e Costa Merval de Oliveira Melo Francisco de Assis Peres Soares João Francisco Batalha José Domingues da Silva José Silvestre Fernandes Salomão Fiquene Lucy Mary Seguins Sótão Paulo Sérgio C. Pereira Antonio Lopes da Cunha Odilon da Silva Soares José Nascimento Moraes Filho Antonio Cordeiro Feitosa Aymoré Castro Alvim Alcindo Cruz Guimarães José Joaquim G. Ramos Raimundo Teixeira de Araújo Maria Hélia Cruz de Lima Tasso de Morais Rego Serra Carlos Alberto da M. Cardoso Raimunda N.F. Carvalho Neta Assir Alves Araujo José Bacelar Portela Celso Aires Anchieta Benedito C. de Siqueira Moura Celso Ayres Anchieta Filho Rita Maria Nogueira Clênia de J. P. dos Santos Arnaldo de Jesus Ferreira Luis Carlos Cunha Wanda Cristina Cunha Antonio Rufino Filho Olimpio Ribeiro Fialho Ilzé Vieira de Melo Cordeiro José Sarney Costa Francisca Éster De Sá Marques Ronald Pereira dos Santos José Ribeiro de Sá Vale Waldemar da Silva Carvalho João Mendonça Cordeiro Orladex Pereira Viana Teresinha de J. A. Silva Rego

Fundador Efetivo 15.10.1946 – 1956 – Transformado em Honorário Falecido em 2011 (ocupante atual – 2012) Efetivo 29.07.1926 Efetivo 21.11.1948 - 1956 (ocupante atual – 1993) (a tomar posse – 2001) ocupante atual – 2012 Fundador Efetivo 28.11.1948 - 1956 Renuncia tácita 2011 ocupante atual – 2012 Fundador 1956 Renunciou em 1980 (ocupante atual – 2012) Efetivo 05.12.1948 - 1956 (ocupante atual – 1993-1997)Transformado em Honorário (a tomar posse – 2001) (ocupante atual – 2012) Efetivo 20.10.1947 - 1956 Ccorrespondente – RJ - 2012 (ocupante atual – 2012) Efetivo 15.10.1946 - 1956 (ocupante atual – 1993-1997)Transformado em Honorário (a tomar posse (2001) Renunca tácita 2011 ocupante atual – 2012 Efetivo 28.11.1948 – 1956 (2001) (ocupante atual – 1993-2012) Efetivo 12.09.1948 – 1956 (ocupante atual – 1993-2012) 1956 - ocupante atual – 19932001 - Honorário) Correspondente - RJ ocupante atual – 2012 (1956) (ocupante atual – 1993-1997)Ocupante atual (ocupante atual – 1993-1996) (ocupante atual – 2012)


34

Wilson da Silva Soares

35

Domingos de Castro Perdigão

36

Astolfo Serra

37

José Constantino Gomes de Castro

38

Antonio Batista Barbosa de Godois

39

40

Francisco Galdencio Sabbas da Costa João Dunshee de Abranches Moura

41

José Domingos da Silva

42

Antonio Rego

43

Augusto Tasso Fragoso

44

Temístocles Aranha

45

Manoel Nogueira da Silva

46

Francisco de Paula e Silva

47

Joaquim Maria Serra Sobrinho

Elisabeto Barbosa de Carvalho Fernando Barbosa de Carvalho Ariceya Moreira Lima da Silva Paula Frassinetti da Silva Sousa José Jorge Leite Soares Tucídides Barbosa Antenor Mourão Bogéa Benedito Bogéa Buzar Cândido José M. De Oliveira João Freire de Medeiros Herbert de Jesus Santos Ana Luiza Almeida Ferro Virgilio Domingos Filho Maria da Conceição Ferreira Daniel Pereira Fontes Martins Diomar Mota Madalena M. De S. Neves Maria José Freitas Waldemar de Sousa Santos Carlos Alberto Lima Coelho Roque Pires Macatrão Luis Alfredo N. Guterres Soares Francisco Peres Soares Raimundo N. Palhano Silva José de Ribamar dos Pereira Pedro Rátis de Santana Carlos Thadeu Pinheiro Gaspar Leopoldo Gil Dulcio Vaz Cassio Reis Costa Hedel Jorge Azar Raul E. De C. Vieira Da Silva Sebastião Moacyr Xerez Nyvaldo Guimarães Macieira Jeferson Moreira Amandino Teixeira Nunes José Pinheiro Marques José Cloves Verde Saraiva Antonio Noberto Luiz Cortez Vieira da Silva Eneida V. da S. O. de Canedo José Manoel Nogueira Vinhais Dagmar Desterro e Silva Wanda Cristina da C.e Silva José Pinheiro Marques Aldy Mello de Araújo Luiz de Moraes Rego Maria Esterlina M. Pereira Domingos Vieira Filho Domingos Chateaubrind de Sousa Kalil Mohana Joaquim Haickel

(1956) (ocupante atual – 1993-1997)Transformado em Honorário renuncia tacita 10) posse em 20/09/2012 (1956) Honorário Renunciou (ocupante atual – 2012) Eliminado (ocupante atual – Posse em 2011 1956 Honorário (a tomar posse) (a tomar posse) Ocupante atual – posse em 2010 (1956) (ocupante atual – 1993-2001) Renuncia tácita Ocupante atual – posse em 2011 (ocupante atual – 1993-2001) posse em agosto 2012 Eleito 1956 Renunciou (ocupante atual –Posse 2008) (1956) ocupante atual (1956) (ocupante atual – 1993-2001) (1956) (ocupante atual – 1993-1997) (renunciou 2011) Posse em 28/10/2011) (1956) (ocupante atual – 1993-2001) (1956) Transformada em Honorário (ocupante atual – 1993-1997) Renuncia tácita 2011? posse em 2012 Honorário (ocupante atual – 1993-2001) (1956)

Falecido em 2010 Posse em 13/09/2011


48

Francisco Sotero dos Reis

José da Mata Roma (1956) Francisco M. M.’Alverne Frota renuncia ? Marcio A. V. Coutinho Posse 2010 49 João da Mata de Moraes José de Ribamar Fernandes Honorário – 29/05/2013 Rego VAGA 50 Antonio Pereira Benedito Everton Costa (ocupante atual – 1993) Alberto José T. Vieira da Silva (a tomar posse – 2001) Clauber Pereira Lima Ocupante atual – posse 2008 51 Rubem Ribeiro de Almeida Edomir Martins de Oliveira HONORÁRIO – 24/04/2013 VAGA 52 Joaquim Gomes de Sousa José Moreira (ocupante – 1993-1997) Deusdedith C. Leite Filho renuncia tacita Joseh Carlos Araújo Posse em 2012 53 José Nascimento Morais Manoel de Oliveira Moraes Salomão Pereira Rocha (ocupante atual – 1993-2001) 54 Felipe Conduru Pacheco Kleber Moreira Sousa Honorário Ananias Alves Martins Renuncia tácita Álvaro Urubatan Melo (ocupante atual – 2011) 55 José Ribeiro de Sá Vale Joseth Coutinho M. de Freitas (ocupante atual – 1993-2001) 56 Jerônimo José de Viveiros José Ribamar Sousa dos Reis Falecido em 2010 Joana Maria Bittencourt Posse 15 de dezembro de 2011 57 José Eduardo Abranches José Adirson de Vasconcelos (ocupante atual – 1993-1997)Moura Augusto Silva de Carvalho transformado em Honorário Arthur Almada Lima Filho posse em 28 de setembro 2012 58 João Parsondas de José James Ribeiro Callado (ocupante atual – 1993-1997) Carvalho Luis Phelipe de C. C. Andrés (a tomar posse – 2001) Washington M. Cantanhede Ocupante atual Posse 2009 59 Olimpio Ribeiro Fialho José da Costa Mendes Pereira Elizabeth Pereira Rodrigues ocupante atual – posse 2008 60 José de Ribamar Carvalho Francisco Alves Camêlo renunciou Raimundo Gomes Meireles ocupante atual – posse 2008 Fonte: Geografia e História – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, São Luis, ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 148-154. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, São Luis, ano LIX, n. 7, dezembro de 1984, p. 97-103; NETTO GUTERRES, Luiz Alfredo. Pequenas contribuições ao estudo da Sinopse Histórica do IHGM 1925-2001. in Revista do IHGM 23, p. 63-88

QUADRO DE SÓCIOS HONORÁRIOS (2001) Presidente de Honra Presidente honorário

Roseana Sarney Murad José Ribamar Seguins João Braulino de Carvalho (1953) José Sarney José Ribamar Seguins (2010)

Aluízio Ribeiro da Silva Arycéia Moreira Lima da Silva Augusto Silva de Carvalho Benedito Clementino da Siqueira Moura Eloy Coelho Netto Fernando Eugenio dos Reis Perdigão Ivan Celso Furtado da Costa José Joaquim Guimarães Ramos Kleber Moreira de Sousa Luis de Moraes Rego Maria da Conceição Ferreira

Ex-ocupante cadeira 13 Ex-ocupante cadeira 34 Ex-ocupante cadeira 57 Ex-ocupante cadeira 28 Ex-ocupante cadeira 12 Ex-ocupante cadeira 22 Ex-ocupante cadeira 10 Ex-ocupante cadeira 26 Ex-ocupante cadeira 37 Ex-ocupante cadeira 46 Ex-ocupante cadeira 37


Mário Martins Meireles Olavo Correia Lima Tácito da Silveira Caldas Virgílio Domingues da Silva Filho Waldemar da Silva Carvalho

Ex-ocupante cadeira 11 Ex-ocupante cadeira 18 Ex-ocupante cadeira 13 Ex-ocupante cadeira 19 Ex-ocupante cadeira 32

Adalberto Acioli, de Sobral Afonso Arinos de Melo Franco Afonso de Escragnolle Taunay Jéferson Rodrigues Moreira João da Mota e Albuquerque Joaquim Vieira da Luz José Carlos de Macedo Soares José de Medeiros Delgado José Honório Rodrigues José Jansen Ferreira José Manoel Nogueira Vinhais José Pereira Costa Josué Montello Luis Estevão de Oliveira Luiz da Camara Cascudo Mauro Mota Odorico Carmelito Amaral de Matos Pedro Calmon Moniz Bittencourt Tarso de Morais Rego Serra Edomir de Oliveira Josemar Raposo José Fernandees

IHGSP – eleito 20/08/1953

IHGB – 20/08/1956

Lisboa – Portugal IHGPE - eleito em 11/11/1953

Eleito

24/04/2013 29/05/2013 29/05/2013

QUADRO 10. SÓCIOS CORRESPONDENTES – 1948- 2001 Fonte: Geografia e História – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, São Luis, ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 148-154; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, São Luis, ano LIX, n. 7, dezembro de 1984, p. 105-107

MARANHÃO Edelvira Marques de M. Barros Francisco José de Castro Gomes José Ferreira de Castro Rui Alcides de Carvalho Vitor Gonçalves de Melo

Imperatriz

Falecida

1984/2001

Pinheiro

1984/2001

Caxias -MA Carolina- MA Caxias

1984/2001 1984 1984/2001

Falecido

ESTADOS UNIDOS Bruce Shatiwin Eugel Sluiter Oliveira Lima Robert C. Smith

Nova Iorque Estados Unidos Estados Unidos Estados Unidos

Falecido

Eleito 26/08/1954 Eleito 20.07.1926 Eleito 26/08/1954

1984/2001 1956 1926 1956

FRANÇA Artibaldo Micalli Jean Yves Merrian Odila Soares Micalli

França França França

1984/2001 1984/2001 1984/2001


INGLATERRA Charles Ralph Boxer

Londres

Antonio Dias

Falecido

Eleito 11/11/1954 Eleito 20.11.1925

1956 Depois, efetivo

1925

PORTUGAL Alberto Iriia

Portugal

Antonio de Oliveira Elmo Elton Francisco d´Assis de Oliveira Martins Francisco Leite de Farias

Portugal Lisboa Portugal

Izau Santos J. Lúcio de Azevedo

Lisboa Portugal

Manoel Lopes de Almeida Virginia Rau

Portugal

Eleito 26/08/1954

1956 1984/2001 1984/2001 1956

Eleito 26/08/1954 Eleito 26/08/1954

Portugal

Falecido

Portugal

1956 1984/2001 1925

Eleito 20.11.1925 Eleito 11/11/1954 Eleita 11/09/1954

1956 1956

AMAPÁ Alves Cardoso

Amapá

Eleito 09/09/1954

1956

AMAZONAS Braulino de Carvalho

Amazonas

Falecido

Eleito 20.07.1926

Depois, efetivo

1926

Idelfonso Pinheiro Roberio dos Santos Pereira Braga Samuel Bechimol

Manaus AM Manaus AM -

1984/2001 1984/2001

Manaus AM -

1984/2001

BAHIA Afonso Rui

Bahia

Estácio de Lima

Bahia

Leopoldo Campos Monteiro Manoel Barbosa

Ilhéus BA – Bahia

Eleito 11/09/1954 Eleito 14/09/1955 Eleito 09/09/1954 Eleito 26/08/1954

1956

Eleito 20.11.1925 Eleito 15.09.1947 Eleito 04/08/1955 Eleito 04/08/1955

1925

1956 1956 1956

CEARÁ Barão de Studart

Ceará

Carlos Studart Filho

Ceará

Falecido

Já consta como eleito em 1947

1947 1956

Dolor Barreira

Ceará

1956

Francisco Osmundo Pontes Guarino Alves José Sérgio dos Reis Junior

Fortaleza CE -

1984/2001

Fortaleza CE Fortaleza CE -

1984/2001 1984/2001


José Tupinambá da Frota

Sobral CE -

Manoel Albano Amora Mozart Soriano Aderaldo Raimundo Girão

Fortaleza CE Fortaleza CE Ceará

Rene Gouveia de Miranda Zaqueu de Almeida Braga

Ceará Fortaleza CE -

Eleito 28/04/1955

Eleito 09/09/1954

1956 1984/2001 1984/2001 1956 1984/2001 1984/2001

DISTRITO FEDERAL Clovis Moraes E. D’Almeida Vitor Edson Lobão Elieser Beserra Francisco de Borja B. de Magalhães Jr José de Ribamar Faria Machado José Helder de Sousa Olimpio Martins Cruz Pedro Guimarães Pinto Tito Wilson Soares

Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília

1984/2001 1984/2001 1984/2001 1984/2001 1984/2001

Falecido

Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília

1984/2001 1984/2001 1984/2001 1984/2001 1984/2001

Falecido Falecido

ESPÍRITO SANTO Levy Rocha

Espírito Santo

1984/2001

MATO GROSSO José Jaime Ferreira de Vasconcelos Luiz Philippe Pereira Leite

Mato Grosso

Eleito 18/08/1955

Cuiabá MT -

1956 1984/2001

MINAS GERAIS João Rodrigues da Cunha Martins de Oliveira

Uberaba MG Minas Gerais

Eleito 11/11/1954

1984/2001 1956

PARÁ Clara Pandolfo Jarbas Passarinho José da Silveira

Belém PA Belém PA Pará

Paulo Eleutério Senior

Pará

Vera Pandolfo Ribeiro

Belém PA -

Eleito 28/04/1955 Eleito 26/08/1954

1984/2001 1984/2001 1956 1956 1984/2001

PARANÁ Carlos Stellfeld

Paraná

Davi Carneiro Mario Marcondes de Albuquerque Oswaldo Pitollo

Curitiba PR Curitiba PR -

Waldir Jansen de Melo

Curitiba PR -

Eleito 09/09/1954 Falecido

Paraná

1956 1984/2001 1984/2001

Eleito 26/08/1954

1956 1984/2001

PERNAMBUCO Armando Samico Clovis Lacerda

Pernambuco Iguarussu PE -

Falecido Falecido

Eleito 30/08/53 Eleito 11/11/1954

1956 1956


Jordão Emerenciano

Pernambuco

Falecido

José Aragão Bezerra Cavalcanti José Eduardo Brito Iguarassu Lauro Raposo

Pernambuco

Falecido

Goiana PE -

Falecido

Leduar de Assis Rocha

Pernambuco

Falecido

Mauro Mota Mario Coelho Pinto

Recife PE Pernambuco

Mario Melo

Pernambuco

Falecido

Raimundo Diniz Barreto

Olinda PE –

Falecido

Abdias Neves

Piauí

Falecido

Dominicio Magalhães de Melo Francisco Melo Magalhães José de Arimateia Tito Filho Roberto Wall Barbosa de Carvalho

Piauí

Pernambuco

Eleito 09/09/1954 Eleito 26/08/1954 Eleito 26/08/1954 Eleito 11/11/1954 Eleito 07/06/1953 Eleito 11/11/1954 Eleito 20.11.1925 Eleito 11/11/1954

1956 1956 1956 1956 1956 1984/2001 1956 1925/1956 1956

PIAUÍ

Piauí Piauí

Eleito 20.11.1925 Eleito 04/07/1956 Eleito 04/07/1956

Falecido

Piauí

1925 1956 1956 1984/2001

Eleito 03/02/1955

1956

RIO DE JANEIRO Acyr Dias de Carvalho Rocha Alberto Ribeiro Lamego

Rio de Janeiro

1984/2001

Alcides Bezerra

Rio de Janeiro

Antonio Justa Antonio Martins Araujo Artur Cesar Ferreira Reis Avertano Cruz Capistrano de Abreu

Rio de Janeiro Rio de Janeiro Humaitá RJ Rio de Janeiro Rio de Janeiro

Chateuabriand Bandeira de Melo Clotilde Carvalho Dunshee de Abranches

Rio de Janeiro

Eustaquio Duarte

Rio de Janeiro

Francisco Meireles Padilha Helio Gomes

Rio de Janeiro

Helio Viana

Rio de Janeiro

Jacy Montenegro Magalhães José Coelho de Sousa Neto José Honório Rodrigues

Rio de Janeiro

1984/2001

Rio de Janeiro

1984/2001

Leanes de Sousa Caminha José Martins de M.

Rio de Janeiro Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Falecido

Falecido

Falecido

Eleito 31/05/1953 Eleito 09.05.1926

Eleito 20.11.1925 Eleito 16/03/1955 Eleito 09.05.1926 Eleito 26/08/1954

1956 1926 1984/2001 1984/2001 1984/2001 1984/2001 1925 1956 1984/2001 1926 1956 1984

Eleito 14/09/1955 Eleito 09/09/1954

Eleito 11/11/1954

1956 1956

1956 1984/2001 2001


Guimarães Manoel Caetano B. de Melo Manoel Diegues Junior

Rio de Janeiro

2001

Rio de Janeiro

Eleito 09/09/1954 Eleito 20.11.1925 Eleito 20.11.1925

1956

Max Fleuiss

Rio de Janeiro

Falecido

Nogueira da Silva

Rio de Janeiro

Falecido

Paulo Afonso Machado de Carvalho Paulo José Pardal Paulo Mercadante Pedro Calmon

Rio de Janeiro

1984/2001

Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro

1984/2001 1984/2001 1948

Pedro Gastão de Orleans e Bragança Raimundo Lopes

Petrópolis RJ -

Raimundo Nonato Cardoso Rita Violeta Gamerman Rocha Pombo

Rio de Janeiro

Rodolfo Garcia

Rio de Janeiro

Rogelio Santiago

Rio de Janeiro

Rui Barbosa Moreira Lima Sales Cunha

Rio de Janeiro

Salvador de Maya

Rio de Janeiro

Tasso Fragoso

Rio de Janeiro

Viriato Correa

Rio de Janeiro

Viveiros de Castro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro Rio de Janeiro

Falecido

Falecido

Eleito 05.12.1948 Eleito 16/03/1955 Eleito 20.11.1925

1925 1925

1956 Depois, efetivo

1925 1984/2001

Falecido

1984/2001 1926

Eleito 09.05.1926 Eleito 20.11.1925 Eleito 25/03/1955

1925 1956 1984/2001

Rio de Janeiro

Falecido

Falecido

Eleito 12/07/1955 Eleito 29/08/1956 Eleito 09.05.1926 Eleito 04/09/1956 Eleito 20.11.1925

1956 1956 1948 1956 (Augusto Olimpio, o segundo)

1925

RIO GRANDE DO NORTE Verissimo de Melo

RN

1984/2001

RIO GRANDE DO SUL Dante de Laytano

P. Alegre RS –

Eleito 26/08/1954

1956

Eleito 20.11.1925

1925

SANTA CATARINA Miranda Carvalho

Santa Catarina

SÃO PAULO Boanerges Ribeiro Carneiro Giffoni

São Paulo São Paulo

Flaminio Favero

São Paulo

José Bueno de Azevedo Filho José Mindlin Paulo Prado

São Paulo São Paulo São Paulo

Falecido Eleito 04/08/1955 Eleito 04/08/1955

1984/2001 1956 1956 1984/2001

Falecido Falecido

Eleito 20.11.1925

1984/2001 1925


Wolney Milhomem

São Paulo

Falecido

1984/2001

SERGIPE Enocic Santiago

Sergipe

Marcos Ferreira

Sergipe

Eleito 11/11/1954 Eleito 28/04/1955

1956

Eleito 20.10.1947 Eleito 14.05.1927 Eleito 15.09.1947 Eleito 14.05.1927 Eleito 20.10.1947

1947

1956

SEM IDENTIFICAÇÃO Arthur Colares Moreira

Falecido

Bernardino de Sousa

Falecido

Charles Wagley Costa Filho

Falecido

Edmundo Coqueiro Enesita Nascimento de Matos Eurico de Macedo Falecido

Francisco Guimarães

Falecido

Fred Willians Heloisa Torres

Eleito 20.10.1947

Joaquim Canuto M. de Almeida Joaquim Ribeiro Falecido

1947

1948 Depois, efetivo

1947 1926 1984/2001 1947 1984/2001 1947

Eleito 15.09.1947 Eleito 15.09.1947

1947 1947 1984/2001 1984/2001 2001

Falecido

Marilia Santos de Franca Veloso Manoel Paulo Nunes Raul de Azevedo

Eleito 05.12.1948 Eleito 05.12.1948

1948 1948 1984/2001

Falecido

Tarcisio Meireles Padilha Tomás Pompeu Sobrinho

Eleito 05.12.1948 Eleito 15.09.1947 Eleito 05.12.1948

Venancio Willeke Virgilio Correia Filho Viriato Correa

1927

1984/2001

José Denizard Macedo de Alcantara José Luis Bittencourt Lélia Pereira da Silva Nunes Lucia Miguel Pereira

Rondon

Eleito 05.12.1948 Eleito 15.09.1947 Eleito 20.07.1926 Eleito 15.09.1947

Horácio de Almeida João Wilson da Costa

Luis Viana Filho

1947

1984/2001

Felipe Condurú

Jerônimo de Viveiros

1927

Falecido

Eleito 15.09.1947 Eleito 20.11.1925

1984/2001 1948 1947 2001 1948 1984/2001 1947 1925


Mas tem-se outro grupo de sócios fundadores de um Instituto Histórico e Geográfico Maranhense, de acordo com Vaz (2011) 34: “Quando ainda morava em São Luis [o Visconde de Vieira da Silva] foi um dos fundadores do Partido Constitucional em 1863 (...) Foi nessa época que, juntamente com João da Matta de Moares Rego, César Augusto Marques, João Vito Vieira da Silva e Torquato Rego, fundou o primeiro Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e, em 1865, dessa vez ao lado de Sotero dos Reis, Francisco Vilhena, Heráclito Graça, Antonio Henriques Leal, Antonio Rego, reunidos no colégio de Humanidades, dirigido por Pedro Nunes Leal, discutiam a formação de agremiações literárias e o futuro da vida cultural da província (...)” (BORRALHO, 2010) 35.

Em “Fidalgos e Barões” 36, de Milson Coutinho (VAZ, 2011), também aparecia a afirmação: “Vieira da Silva, ao regressar da Europa, encontro na terra natal a efervescência política e jornalística costumeira (...) parece ter dado conta de que a poesia não era seu forte, de modo que mergulhou no jornalismo (...). Em 1863 abriu cisão com seus antigos companheiros de credo político e fundou o Partido Constitucional, que tinha no jornal A Situação o órgão que defendia o programa desse novo grêmio político, integrado por Vieira da Silva, Silva Maia, José Barreto, Colares Moreira e outros mais. Foi por esse tempo que fundou o Instituto Histórico e Geográfico, instituição provincial que pretendia arregimentar a chamada classe literária, a exemplo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, cenáculo-maior das letras imperiais. Revela Dino (1974, p. 55) que o Instituto abrigou, inicialmente, nomes que futuramente ganhariam peso literário, dentre os quais João da Mata Moraes Rego, Cesar Marques, João Vito Vieira da Silva e Torquato Rego. “Sem maior futuro, o primeiro IHGM naufragou. Em seu lugar nasceu a Academia de Letras do Maranhão, iniciativa de Vieira da Silva, que funcionava numa das salas do Instituto de Humanidades, de Pedro Nunes Leal. Também não foi à frente. (...)” (p. 429-430).

Mais uma vez em Milson Coutinho (1986; 2007, citado por VAZ, 211) informações sobre essa fundação, desta vez dando a data em que ocorreu:

37

,

"Com amigos literatos da época, Vieira da Silva fundou, em 28.7.1864, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, do qual fizeram parte, como sócios, entre outros luminares de nossas letras, João da Mata de Moraes Rego, Dr. César Marques, Dr. João Vito Vieira da Silva e Dr. Torquato Rego. “ Pertenceu, igualmente, à primeira Academia de Letras do Maranhão, fundada em 1865, em uma das salas do Instituto de Humanidades, colégio dirigido pelo Dr. Pedro Nunes Leal. Daquele silogeu foram sócios homens da estirpe cultural de

34

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. IHGM FUNDADO EM 1864? Revista do IHGM No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 61 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011 35 BORRALHO, José Henrique de Paula. UMA ATHENAS EQUINOCIAL – a literatura e a fundação de um Maranhão no Império Brasileiro. São Luis: Edfunc 2010, p 149 36 COUTINHO, Milson. FIDALGOS E BARÕES – uma história da nobiliarquia luso-maranhense. São Luis: GEIA, 2005 37 COUTINHO, Milson. O MARANHÃO NO SENADO (notas bibliográficas). São Luis: SEFAZ/SECMAS/SIOGE, 1986 COUTINHO, Milson. MEMÓRIA DA ADVOCACIA NO MARANHÃO. São Luis: Clara, 2007. Edição comemorativa dos 75 anos da OAB-MA, contendo elementos biográficos de notáveis advogados entre os anos 1650 a 1950


Sotero dos Reis, Francisco Vilhena, Herácito Graça, Henriques Leal, Antonio Rego e outros" (COUTINHO, 1986: 52; 2007: 277).

Nicolau Dino (citado por VAZ, 2011), em biografia do Visconde de Vieira da Silva38 mais informações sobre a fundação do IHGM naqueles idos de 1863: "IX - NO SEIO DOS PRIMEIROS IMORTAID DA PROVINCIA "PRESIDENTE DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO "em 28 de julho de 1864, Luiz Antonio Vieira da Silva era aclamado presidente do Instituto Histórico e Geográfico que se fundava naquele dia, em casa de Augusto Marques e com a colaboração deste, do Tenente Coronel Ferreira, Padre Dr. Cunha, João da Mata, Dr. Cesar Marques, Dr. Tolentino Machado, Tenente Coronel João Vito, Dr. Torquato Rego, Pedro Guimarães e Frei Caetano. O Dr. Cesar Marques leu um discurso relativo ao ato e o Padre Dr. Cunha apresentou o projeto dos estatutos da nova associação". (p 55-56).

E em Nota de pé-de-página: “(30) Augusto Cesar Marques - farmacêutico, irmão de Cesar Marques. Tenente Coronel de engenheiros - Fernando Luis Ferreira. Padre Dr. João Pedro da Cunha. João da Mata de Moraes Rego - escrivão, autor de crônicas sobre a imprensa do Maranhão muito apreciadas. Dr. João Vito Vieira da Silva, engenheiro militar. Frei Caetano de Santa Rita Serejo, maranhense, Superior do Convento dos Carmelitas” (p. 56)

No Blog “Família Vieira” 39 consta postagem em 1º de agosto de 2010 dados sobre os “VIEIRA DA SILVA E SOUSA – Maranhão” consta os VIEIRA DA SILVA, importante família do Maranhão, com ramificações no Ceará, à qual pertence o Brigadeiro Luiz Antônio Vieira da Silva, com carta de Brasão de Armas passada em 30 de Julho de 1804 (Visconde de Sanches de Baena - Arquivo Heráldico Genealógico. Páginas 445, 446. No. 1761 - Lisboa. Typographia Universal, 1872), que deixou numerosa descendência do seu casamento em 1775, com Maria Clara de Souza. Entre os descendentes deste último casal: I - O filho, Joaquim Vieira da Silva e Souza, nascido em 12 de Janeiro de 1800, no Maranhão e falecido em 23 de Junho de 1864, São Luiz, Maranhão; II - O filho, João Victor Vieira da Silva, Tenente-Coronel Graduado, em 1856. Engenheiro-Militar. Em 1857, servia na Província do Maranhão. Cavaleiro da Imperial Ordem de S. Bento de Aviz. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. III - O neto, Dr. Luiz Antônio Vieira da Silva, nascido em 2 de Outubro de 1828, em Fortaleza, Ceará e falecido em 3 de Novembro de 1889, no Rio de Janeiro, Doutor em Leis e Cânones pela Universidade de Heidelberg, no Grão-Ducado de Baden, Alemanha. Literato, dedicado aos estudos da História. Secretário do Governo do Maranhão de 1854 a 1858. Diretor da Repartição de Terras de 1859 a 1860. Procurador Fiscal da Tesouraria da Fazenda em 1859. Deputado Provincial pelo Maranhão de 1860 a 1861. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, pelo Maranhão, em 3 Legislaturas, de 1861 a 1863, de 1867 a 1868 e de 1869 a 1871, Senador do Império, pelo Maranhão de 1871 a 1889. 1.º Vice-Presidente da Província do Maranhão em 1875, tendo exercido a Presidência de 17 de Janeiro a 02 de Fevereiro de 1876. Ministro da Marinha 38 39

DINO, Nicolau. O VISCONDE DE VIEIRA DA SILVA. São Luis: (IHGM?), 1974 http://vieirasdeguimaraes.blogspot.com/2010/08/vieira-da-silva-e-sousa-maranhao.html


de 1888 a 1889 e Presidente da Província do Piauí de 1869 a 1870. Conselheiro de Estado. Conselheiro de Sua Majestade. Moço Fidalgo da Casa Imperial. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. Foi agraciado com o Título de Visconde com Honra de Grandeza de Vieira da Silva por Decreto de 05 de Janeiro de 1889. (...) Com geração do seu casamento com Maria Gertrudes da Mota de Azevedo Correia, nascida em 1836 e falecida em 6 de Novembro de 1911, no Rio de Janeiro, Viscondessa de Vieira da Silva, filha do Conselheiro Joaquim da Mota de Azevedo Correia e de Maria Getrudes de Azevedo Correia.

Destacamos do texto acima o que segue: Grão Mestre da Maçonaria. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1863. Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa. Membro da Academia Real de Ciências de Lisboa. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco.

LUÍS ANTÔNIO VIEIRA DA SILVA 40, o Visconde de Vieira da Silva Natural de Fortaleza - CE; filiação: Joaquim Vieira da Silva e Souza (ex-ministro do STJ) e Columba Sant'antonio de Souza Gayoso foi um advogado, banqueiro e político. Foi Deputado Provincial - 1860 a 1861; Deputado Geral - 1861 a 1863; 1867 a 1868; 1869 a 1871; Presidente da Província do Piauí de 6 de dezembro de 1869 a 9 de abril de 1870 e de 22 de abril a 7 de maio de 1870; Ministro de Estado Marinha; e Conselheiro de Estado; e senador do Império do Brasil de 1871 a 1889. Título: Visconde de Vieira da Silva. Histórico Acadêmico: Direito Heidelberg. Trabalhos Publicados - História interna do direito romano. RJ. 1854. - História da independência da província do maranhão. Maranhão, 1862. - Questão religiosa (discurso). RJ, 08/03/1873. - Voto de graças (discurso). RJ, 1847. - Força naval (discurso). RJ, 08-06-1888. - A ciganinha do norte (poesias). RJ, 1854. Faleceu em 3 de novembro de 1889 CÉSAR AUGUSTO MARQUES 41 Nasceu em Caxias a 12 de dezembro de 1826. Filho do Dr. Augusto José Marques, um farmacêutico português estabelecido na cidade de Caxias no início do século XIX. Fez os seus estudos secundários em São Luís do Maranhão. Concluiu o curso de Medicina em Salvador, na então Província da Bahia, em 1854. Ainda moço e estudante passou a integrar os grêmios literários de sua época, pois logo em 1854 era membro correspondente da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional do Rio de Janeiro; membro da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, em 1857; membro do Ateneu Maranhense, em 1860; do Ateneu Paraense, 1861; da Sociedade de 40

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Ant%C3%B4nio_Vieira_da_Silva http://www.senado.gov.br/senadores/senadores_biografia.asp?codparl=2035&li=20&lcab=18861889&lf=20 ; http://nobiliarquia.blogspot.com/2008/11/luiz-antonio-vieira-da-silva.html http://vieirasdeguimaraes.blogspot.com/2010/08/vieira-da-silva-e-sousa-maranhao.html 41 http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9sar_Augusto_Marques ; http://www.ape.es.gov.br/bib_Cesar_Marques.htm


Beneficência Luso-Maranhense, 1861; do Instituto Histórico e Geográfico RioGrandense, 1863; do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, 1863; da Imperial Academia de Medicina do Rio de Janeiro, 1864;do Instituto Histórico e Etnográfico do Brasil, 1865; do Instituto Literário Maranhense, 1865; do Conservatório Dramático da Bahia, 1866; da Manumissora 28 de Julho, 1869; do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano e da União Católica do Rio de Janeiro, 1870. Foi sócio ainda, da Real Sociedade Humanitária do Porto, 1858; do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, 1863. Médico, professor, escritor, tradutor e historiador brasileiro. Traduziu a importante obra sobre o Maranhão colonial do capuchinho Yves d'Evreux. Foi agraciado com as comendas da Ordem Militar de N.S. Jesus Cristo, de Portugal; Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa do Brasil e Oficial da Academia da França. Obra: Diccionario Historico, Geographico e Estatistico da Província do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1878. 248p. Dicionário Histórico Geográfico da Província do Maranhão (3ª ed.). Rio de Janeiro: Cia. Editora Fon-Fon e Seleta, 1970. 683 p. História da Missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e suas circunvizinhanças pelo padre Cláudio d'Abbeville. Maranhão: Typ. do Frias. 1874. César Marques é patrono da cadeira no. 35 da Academia Maranhense de Letras, da de n07 da Academia Caxiense de Letras e de no. 22 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Faleceu no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 1900. AUGUSTO CESAR MARQUES Farmacêutico, irmão de Cesar Marques. JOÃO VICTOR VIEIRA DA SILVA 42 JOÃO VICTO VIEIRA DA SILVA E SOUSA

Nascido em 15 de Junho de 1809, no Maranhão. Casado, em 1846, em Caxias, com Dona Edeltrudes Rosa Cantanhede Machado, nascida em 1825, em Caxias, Maranhão. Com Geração. Bacharel em Matemática pela Academia Militar. Estudou no Rio de Janeiro o curso de Engenharia, e cremos que foi contemporâneo do Tenente-Coronel Fernando Luís Ferreira, seu amigo e cunhado. Graduado pela Escola de Engenheiros, em 1856. Assentou praça a 19 de janeiro de 1825, serviu no corpo de engenheiros, subindo a diversos postos até o de tenente-coronel, em que foi reformado a 4 de janeiro de 1864; era cavalheiro da ordem da Rosa e da de S. Bento de Aviz. A maior parte da sua vida estêve empregado nesta Província e por isso prestou-lhe alguns serviços na direção das suas obras, gerais ou provinciais como sejam cais, dique, quartel, Fortaleza da Vera Cruz, Hospital da Madre de Deus, etc, etc. Em 1837-1, Ministério da Guerra, Página 54, era 1º Tenente de Engenheiros recebendo o soldo de 300$000. Em 1849, à Página 150, era Capitão. Em 1866, à Página 273, era Tenente Coronel, servindo em Mato Grosso. 42

http://vieirasdeguimaraes.blogspot.com/2010/08/vieira-da-silva-e-sousa-maranhao.html


Escreveu: Alguns apontamentos da viagem feita por terra desta côrte à cidade de Cuyabá – sahiu na “Revista do Instituto Histórico”, tomo 35, 1872, parte 1a. pags. 423 a 438. Intinerario da viagem que fez da cidade de Goyaz até Cuyabá desde 3 de setembro até 2 de outubro de 1865 – É escripto em 1869 e o autographo pertence ao archivo militar. Planta do forte de Vera-Cruz, cachoeira do Rio Itapicurú, levantada, etc. 1841.0m,324X0m,480. Ha varias cópias e duas no mencionado archivo. (Blake, Augusto Victorino Alves Sacramento Diccionario Bibliographico Brazileiro. Volume 4. 1898. Páginas 65 Rio de Janeiro. Imprensa Nacional.) Falecido em 20 de Dezembro de 1869. Lutou na Guerra do Paraguai tendo falecido em Santa Catarina, na viagem de volta ao Brasil. Quase no fim da guerra, que o Brasil sustentou contra o Governo do Paraguai, faleceu êle vindo de Assunção a bordo do vapor, que o conduzia, e dorme o sono eterno na capital da Província de Santa Catarina. (Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão César Augusto Marques). FERNANDO LUÍS FERREIRA43 Nasceu a 1 de agôsto de 1803, na cidade de São Luís, capital da Província do Maranhão, filho legítimo do Tenente-Coronel Miguel Inácio Ferreira (maranhense) e sua mulher D. Catarina de Sene Freire de Mendonça (pernambucana). Tenente coronel do Corpo de Engenheiros assentou praça em 29 de setembro de 1820 e foi reconhecido cadete de 1a classe. Foi promovido a 2o Tenente de Artilharia em 26 de março de 1821, a 1o Tenente e a Capitão até 22 de março de 1824; estêve destacado em Caxias, como 2o Tenente, comandando a fôrça de artilharia às ordens do comandante das Armas do Piauí, o Major J. J. da Cunha Fidié, que se achava então fortificado no Morro da Taboca, e aí foi prêso à ordem do General, Governador das Armas do Maranhão, Agostinho Faria. Matriculou-se no 1º ano da Academia Militar no ano de 1825. O pôsto de capitão foi-lhe confirmado a 22 de novembro de 1831, com antiguidade de 22 de março de 1824. Veio para esta Província em 1833, como oficial avulso. Passou a comandar o Corpo de Artilharia da Província, e depois em 1835 fêz passagem para o Imperial Corpo de Engenheiros no mesmo pôsto de capitão, que ainda tinha, sendo Ministro da Guerra o dito José Félix de Burgos, que anteriormente levara prêso para a côrte. Pediu e obteve sua reforma no pôsto de tenente-coronel a 9 de agôsto de 1848. Foi quem fêz as fortificações passageiras no Icatu no tempo da Balaiada e a do Alto das Carneiras, tendo nesta como ajudantes os Oficiais de Engenheiros José Joaquim Rodrigues Lopes e João Vito Vieira da Silva. Em 1840 foi encarregado de fundar a Colônia Indígena de São Pedro do Pindaré. A 16 de outubro de 1857 foi nomeado presidente do Conselho Administrativo onde serviu, por 10 anos, e cujo lugar só deixou quando foram extintos êsses Conselhos no Império.

43

http://wwwfamiliavieiraferreira2.blogspot.com/ http://ferreirasdeviseu.blogspot.com/2010/07/ferreira-maranhao.html


Foi nomeado lente de geometria e mecânica aplicadas às artes, lugar de que pediu e obteve demissão. Foi nomeado diretor da Escola Agrícola desta Província em 27 de agôsto de 1864, lugar que serviu por pouco tempo, e no qual não foi substituído por ter sido então estinta essa Escola. Foi nomeado diretor das Obras Públicas a 28 de março de 1865, depois da extinção dos Conselhos Administrativos. FREI CAETANO DE SANTA RITA SEREJO44 Um dos maiores protetores da Igreja do Carmo. A situação da Ordem, devido à escassez de religiosos, era já bem alarmante em 1834. Ainda assim o último dos sobreviventes, fez os maiores esforços para salva-la da ruína. Durante 30 anos viveu sozinho no convento, onde manteve sob sua direção o Liceu Maranhense. Entre 1865/1866 empreendeu a restauração completa da igreja, inclusive sua fachada, cujo frontispício mandou revestir de azulejos portugueses. Administrava “um patrimônio de mais de 400 escravos, terras e olarias”. Com a sua morte em maio de 1891, o governo tomou posse do convento e da igreja do Carmo, com base na Lei de Amortização de janeiro de 1891 que determinava que quando da morte do último titular das Ordens religiosas, os bens destas passariam para o controle do Estado, executando-se, por motivo de parecer do Tribunal Federal, as igrejas, que por serem destinadas ao culto público não podiam ser consideradas propriedades privadas, tendo sido assim a igreja do Carmo entregue à mitra diocesana em janeiro de 1892 após permanecer fechada por um ano. JOÃO DA MATTA DE MOARES REGO Escrivão, autor de crônicas sobre a imprensa do Maranhão muito apreciadas. TORQUATO REGO PADRE DR. JOÃO PEDRO DA CUNHA DR. TOLENTINO MACHADO PEDRO GUIMARÃES Em outro artigo, Leopoldo Gil Dulcio Vaz (2011) 45 que a 22 de dezembro de 2011, recebe telefone de antigo colega professor da Escola Técnica Federal do Maranhão – que buscando informações nos jornais antigos, achara notícia referente ao IHGM:

44

http://www.revistamuseu.com.br/noticias/not.asp?id=13540&MES=/7/2007&max_por=10&max_ing=5 http://museucapuchinho.blogspot.com/2010/06/resgate-historico-sobre-igreja-e-o.html http://books.google.com.br/books?id=147taWNPeDgC&pg=PA67&lpg=PA67&dq=Frei+Caetano+de+Sa nta+Rita+Serejo&source=bl&ots=jSHlDXbX-e&sig=-5Yqt_eVLJKLMgPqlVFg-HSLxbU&hl=ptBR&ei=ullZTuz8EcmhtwfprqSUDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CDYQ6AEw BA# 45 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. QUANTOS ANOS, MESMO, DO IHGM? Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 81 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011


“O INSTITUTO HISTÓRICO “Um carteiro dos telégrafos andava ontem com um telegrama na mão, a procura do Instituto Histórico do Maranhão que se fundou aqui por iniciativa do Sr. Simões Silva. “Ora, por mais que o estafeta batesse as ruas da cidade, a cata do cujo, não conseguiu notícias do seu paradeiro, chegando a conclusão de que se de fato existe, foi como as rosas de Moliere, ou se de fato nasceu, nasceu já defunto. “Afinal depois de muito andar e muito escarafunchar, o homem teve uma idéia, foi depor o telegrama nas mãos do ilustre prof. Amaral, que o abriu e teve a gentileza de no-lo mostrar, a fim de que publicássemos o seu texto. É o seguinte: “Cuiabá, 17 “Instituto Histórico – Maranhão “Tenho a satisfação de comunicar a esse Instituto que acaba de ser reconhecido por sentença proferida pelo tribunal arbitral, constituído pelos ministros Pires de Albuquerque, deputado Prudente de Moraes e o conde de Afonso Celso, o direito de Mato Grosso a toda região contestada pelo visinho estado de Goiás, terminando uma questão secular de limites entre os dos estados. Bispo de Aquino - Presidente” (in Jornal PACOTILHA, edição de 21 de dezembro de 1920) Chamo atenção para a data de publicação: 21 de dezembro de 1920. Vamos ao

outro texto, publicado no dia seguinte – 21 de dezembro de 1920 – no mesmo A PACOTILHA: “INSTITUTO HISTÓRICO “Meus caros amigos: É tão fácil fazer espírito a propósito de qualquer coisa, como falar mal, do próximo, sem propósito nenhum. “Desculpem-me esta barata filosofia de algibeira, trasida por uma vossa noticia de ontem. “Retrata-se nela um artefato boletineiro, naquele passo rápido que lhe conhecemos, a cata do Instituto Histórico do Maranhão. “Economizaria canseiras, se chegasse ao visinho correio e perguntasse lá a quem devia dirigir-se. Responder-lhe-iam logo. “Se a memória não nos falha, o Instituto (chasquea ?) do fundou-o cá, em julho de 1918, o dr. Simõens da Silva, que testemunhou aos presentes o seu “grande espanto” por não haver ainda aqui uma corporação dessa natureza. Sob o consenso dos mesmos presentes, leu-se e aclamou-se a lista da diretoria, em que figuravam os nomes dos senhores Dr. Viana Vaz, prof. José Ribeiro de Amaral, dr. Augusto Jansen, prof. Raimundo Lopes, Domingos Perdigão, etc. “A nossa modesta pessoa foi escolhida para secretário geral. Mas assoberbadissimo por mil e uma ocupações e não nos tendo os eleitos expressos nenhum desejo de corresponder a gentil iniciativa do ilustre etnógrafo, houvemos por bem remeter-nos a uma presente silencio.


“Abracem o vosso – Fran Pacheco” (in Jornal PACOTILHA, 22 de dezembro de 1920).

DR. SIMÕENS DA SILVA DR. VIANA VAZ PROF. JOSÉ RIBEIRO DE AMARAL DR. AUGUSTO JANSEN PROF. RAIMUNDO LOPES DOMINGOS PERDIGÃO FRAN PACHECO Quatro dos sócios listados por Fran Pacheco, Secretário Geral do IHGM 18/20 estão entre os fundadores e sócios efetivos da fundação de 1925: SÓCIOS DO IHGM – 1918/1920

SÓCIOS DO IHGM 1925

PROF. JOSÉ RIBEIRO DE AMARAL

JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL

PROF. RAIMUNDO LOPES

RAYMUNDO LOPES DA CUNHA

DOMINGOS PERDIGÃO

DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO

FRAN PACHECO

FRAN PAXECO

Na construção do presente Perfil dos Sócios, além das informações constantes nas Revistas do IHGM, acima descritas, os Organizadores utilizaram-se dos discursos quando das posses dos sócios, havidas nos últimos anos, e que constam das revistas eletrônicas. Do Perfil dos sócios atuais, os discursos de apresentações, depois revisados por cada um deles, para verificar que os dados estavam corretos; quando estes não estavam disponíveis, pediu-se a cada ocupante que elaborasse seu próprio perfil. Dos Patronos e demais ocupantes, do Elogio ao Patrono; disponíveis nas revistas publicadas eletronicamente; a seguir, aos sócios mais antigos, solicitou-se que elaborassem o Perfil do Patrono de suas cadeiras, assim como dos demais ocupantes. Utilizou-se também, do livro ‘PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA”, de autoria dos sócios ENEIDA VIEIRA DA SILVA OSTRIA DE CAÑEDO, JOSETH COUTINHO MARTINS DE FREITAS, MARIA ESTERLINA MELLO PEREIRA, e JOÃO MENDONÇA CORDEIRO, PUBLICADO EM 2005 46. Considerados, aqui, coautores desta obra, que dá continuidade ao trabalho inicial. Sempre que conseguiu informações nos diversos mecanismos de busca, fez-se o cotejamento com as biografias disponíveis com aquelas baixadas; verificando-se erros ou omissões, procurou-se ajustar, atualizando-as. Sempre que se encontrou biografia oficial, do IHGB, ABL, AML, ou mesmo Wikipedia, estas foram transcritas. LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO 46

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


PERFIS DOS PATRONOS E OCUPANTES DE CADEIRAS


REFERENCIAS A PATRONOS E OCUPANTES DE CADEIRAS – ELOGIOS, PERFIL, NECROLOGIA, REFERENCIAS, BIOGRAFIAS... – CONSTANTE NAS REVISTAS DO IHGM CORREIA LIMA, O. Mons. Dr. Mourão Ano LXIV, n. 17, 1996 56-82

ADALBERTO ACCIOLI SOBRAL OS MORTOS DO INSTITUTO. Rev. IHGM , No. 3, 1951, agosto http://issuu.com/leovaz/docs/revista_03_-_1951

ADALBERTO FRANKLIN ADALBERTO FRANKLIN ELEITO PARA O IHGM Revista IHGM n. 40, MARÇO 2012, p 142, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ. DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DE ADALBERTO FRANKLIN PEREIRA DE CASTRO EM SUA POSSE NA CADEIRA 16 PATRONEADA POR FRANCISCO DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES - 22 DE DEZEMBRO DE 2012. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 45 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012

ADERSON DE CARVALHO LAGO SANTOS, H. de J. Homenagem ao confrade Aderson de Carvalho Lago Ano LXIV, n. 17, 1996 39-40

ALDY MELLO DE ARAUJO MANOEL SANTOS NETO. ALDY MELLO MANDA NOTÍCIAS DO TÚNEL DO TEMPO. Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 100. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012 FREITAS, JOSETH COUTINHO DE . APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR ALDY MELLO DE ARAUJO - CADEIRA 45 – IHGM, 27/04/2012; Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 57 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012

ALEXANDRE FERNANDES CORREA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ. APRESENTAÇÃO DE ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA, NOVO OCUPANTE DA CADEIRA 10, PATRONEADA PELO PADRE JOSÉ DE MORAES, em 26 de setembro de 2012, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 55, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012

ALFREDO BENA OS MORTOS DO INSTITUTO. Rev. IHGM , No. 3, 1951, agosto http://issuu.com/leovaz/docs/revista_03_-_1951

ALUIZIO RIBEIRO DA SILVA CUNHA, C. Saudação a Aluizio Ribeiro da Silva Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 43-44

ALVARO URUBATAN MELO Cadeira 54 - ÁLVARO URUBATAN MELO REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 209

ANA LUIZA ALMEIDA FERRO CANTANHEDE, Washington Luis Maciel. DISCURSO DE RECEPÇÃO A ANA LUÍZA ALMEIDA FERRO NA CADEIRA 36; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 17 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38__setembro_2011 SANTOS NETO, Manoel Dos. ANA LUIZA FERRO TOMA POSSE NESTA SEXTA-FEIRA NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 122 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011

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AQUILES DE FARIA LISBOA OS MORTOS DO INSTITUTO. Rev. IHGM , No. 3, 1951, agosto http://issuu.com/leovaz/docs/revista_03_-_1951

ARACEYA MOREIRA LIMA DA SILVA CANEDO, Eneida Vieira Da Silva Ostria De. HOMENAGEM À SAUDOSA SÓCIA ARICÉYA MOREIRA LIMA DA SILVA. Rev. do IHGM, No. 34, Setembro de 2010 – Edição Eletrônica, p. 19-20

ARIAS CRUZ REINALDO, Telma Bonifácio dos Santos. PADRE ARIAS CRUZ: SUA VIDA NO MARANHÃO. REVISTA IHGM 33 – MARÇO 2010, P 117

ARTHUR ALMADA LIMA FILHO JOSEMAR RAPOSO. POSSE DO PROFESSOR ARTHUR DA SILVA ALMADA LIMA FILHO NA CADEIRA DE Nº 57 PATRONEADA POR JOSÉ EDUARDO ABRANCHES DE MOURA. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 41 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012

ASSIR ALVES DA SILVA REINALDO, Telma Bonifácio dos Santos. DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DA PROFA. ASSIR ALVES DA SILVA NA SUA POSSE NA CADEIRA 27 PATRONEADA POR RAIMUNDO LOPES DA CUNHA; Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 99 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012

ASTOLFO SERRA MEDEIROS, J. F. O Ministro Astolfo Serra é o Patrono do Fórum Trabalhista de São Luis Ano LIX, n. 9, junho de 1985 84-86

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AUGUSTO TASSO FRAGOSO MARQUES, J. P. Discurso de posse do Engenheiro Civil José Pinheiro Marques na cadeira 45, do IHGM No. 24, setembro de 2001 47-49

AYMORÉ DE CASTRO ALVIM LEITE, José Marcio Soares DISCURSO DE SAUDAÇÃO AO SÓCIO AYMORÉ DE CASTRO ALVIM -, REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p; 85 Cadeira 25 - AYMORÉ DE CASTRO ALVIM REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 176

BENEDITO BARROS E VASCONCELOS; DA REDAÇÃO Ano VII, n. 6, dezembro de 1956 121-138 Noticiário – Honra ao Mérito;

BENTO MOREIRA LIMA ROCHA, O. P. Saudação a Bento Moreira Lima na posse da cadeira 18 No. 24, setembro de 2001 21-23

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CLARINDO SANTIAGO BIBLIOGRAFIA MARANHENSE – Ano IV, n. 4, junho de 1952 117-120


CLAUBER PEREIRA LIMA Cadeira no. 50 - CLAUBER PEREIRA LIMA REVISTA IHGM 33 – MARÇO 2010, P 134

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DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO BIBLIOGRAFIA MARANHENSE: Ano IV, n. 5, dezembro de 1952 133-137

OLIVEIRA, Cândido José Martins De. DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA Nº 35 FUNDADA POR DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO N. 31, novembro 2009 ed. Eletrônica 16-19

EDEN DO CARMO SOARES CANTANHEDE, Washington Luis Maciel. DISCURSO DE RECEPÇÃO A ÉDEN DO CARMO SOARES NO IHGM Revista IHGM n. 40, MARÇO 2012, p 32, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012

EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA CORDEIRO, Ilzé. SAUDAÇÃO AO POETA EDOMIR OLIVEIRA No. 37, junho de 2011 – Edição Eletrônica, p 141-144 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_37_-_junho_2011 ILZÉ DE MELO CORDEIRO. DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DE EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 35 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012

ELIMAR ALMEIDA SILVA CORDEIRO, I. A bela saudação da confreira Ilzé Cordeiro a Dra. Elimar Almeida Silva No. 24, setembro de 2001 11-14


ELISABETO BARBOSA DE CARVALHO ÁLVARO URUBATAN MELO. DESEMBARGADOR ELISABETO BARBOSA DE CARVALHO. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 227. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012

ELIZABETH PEREIRA RODRIGUES CANEDO, Eneida Vieira Da Silva Ostria De DISCURSO DE RECEPÇÃO À SÓCIA ELIZABETH PEREIRA RODRIGUES. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p; 37 Cadeira 59 - ELIZABETH PEREIRA RODRIGUES REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 213

ENEIDA VIEIRA DA SILVA OSTRIA DE CAÑEDO RUFINO FILHO, Antonio. HOMENAGEM A ENEIDA. Rev. IHGM, n. 35, dezembro 2010, p. 25

EUGES SILVA DE LIMA REINALDO, Telma Bonifácio dos Santos. DISCURSO DE APRESENTAÇÃO AO IHGM DO HISTORIADOR E PROFESSOR DA REDE PUBLICA DO ESTADO E MUNICIPIO - EUGES SILVA DE LIMA; Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 90 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012

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JOSÉ PINHEIRO MARQUES LINCOLN, M. Mhário Lincoln recebe Pinheiro Marques no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão No. 24, setembro de 2001 44-46

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REIS, José Ribamar Sousa dos. TRINCHEIRA DA MARANHENSIDADE: DISCURSO DE JOSÉ RIBAMAR SOUSA DOS REIS AO RECEBER O TÍTULO DE CIDADÃO RAPOENSE. REVISTA IHGM 33 – MARÇO 2010, P 113 JOSÉ RIBAMAR SOUSA DOS REIS – em memória. Rev. IHGM, n. 35, dezembro 2010, p. 8 ANTONIO NOBERTO. O MESTRE DA MARANHENSIDADE. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 46 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_36_-_mar_o_2011b

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MARIA JOSÉ BORGES LINS E SILVA - CORRESPONDENTE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ. APRESENTAÇÃO DE MARIA JOSÉ BORGES LINS E SILVA PARA SÓCIA CORRESPONDENTE. MAS, QUEM É MARIETA BORGES? Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 55. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012

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OLAVO CORREIA LIMA MOURA, C. Faleceu o confrade Olavo Correia Lima No. 19, 1997 84-85

OLIMPIO RIBEIRO FIALHO PEREIRA, Jose. da Costa. Mendes. Discurso de Posse Ano LXII, n. 14, março de 1991 73-84 PEREIRA, J. da C. M. Discurso de elogio ao Patrono da cadeira n. 59 Ano LXII, n. 15, janeiro de 1992 91-96 RODRIGUES, Elizabeth Pereira DISCURSO DE POSSE -, REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 43

OSVALDO PEREIRA DA ROCHA OLIVEIRA, E. M. de IHGM-25/08/99 – Discurso de Edomir Martins de Oliveira ocupante da cadeira 51, saudando Osvaldo Pereira da Rocha por ocasião da sua posse no Instituto No. 23, 2000 56-61


LINCOLN, Mhario O ANIVERSÁRIO DE OSVALDO ROCHA REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 104 Cadeira 8 - OSVALDO PEREIRA ROCHA REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 166

PARSONDAS DE CARVALHO Rev. IHGM, No. 1, 1926, julho-setembro, p.

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PAULA FRASSINETTI DA SILVA SOUSA OLIVEIRA, E. M. de Discurso de Edomir Martins de Oliveira – cadeira no. 51, saudando a Paula Frassinetti da Silva Sousa, pelo seu ingresso no IHGM, na cadeira no. 34, em 07.12.2001 No. 26, 2002 31-35

PAULO SERGIO CASTRO PEREIRA REINALDO, Telma Bonifácio Dos Santos. DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DE PAULO SERGIO CASTRO PEREIRA EM SUA POSSE NA CADEIRA 24 DO IHGM - 12 DE SETEMBRO DE 2011; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 34 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011

RAIMUNDA FORTES DE CARVALHO NETA FREITAS, Joseth Coutinho Martins De. DISCURSO DE RECEPÇÃO A SÓCIA RAIMUNDA FORTES DE CARVALHO NETA -. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 129 Cadeira 27 - RAIMUNDA NONATA CARVALHO NETA REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 178

CARVALHO GUIMARÃES COELHO NETTO, E. Raymundo Carvalho Guimarães – longevidade dos justos No. 21, 1998 101-102

RAIMUNDO GOMES MEIRELES FREITAS, Joseth Coutinho Martins De DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO RAIMUNDO GOMES MEIRELES. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 97 Cadeira 60 - RAIMUNDO GOMES MEIRELES REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 215

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RAIMUNDO LOPES DA CUNHA BIBLIOGRAFIA MARANHENSE – Ano IV, n. 4, junho de 1952 117-120

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RAIMUNDO NINA RODRIGUES


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RAIMUNDO NONATO PALHANO JOSEMAR RAPOSO. POSSE DO PROFESSOR RAIMUNDO NONATO PALHANO NA CADEIRA DE Nº 39, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 21, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012

RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO ADLER, Dilercy Aragão. DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 26 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_36_-_mar_o_2011b VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. PERFIL DE SÓCIO EFETIVO - RAIMUNDO NONATO CAMPOS 40 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_36_-_mar_o_2011b REINALDO, Telma Bonifácio Dos Santos. DISCURSO NA POSSE DO PROF. RAIMUNDO NONATO CAMPOS - 12 DE JANEIRO DE 2011. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 43 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_36__mar_o_2011b

RAIMUNDO TEIXEIRA DE ARAUJO FREITAS, J. C. M. de Discurso da confreira Joseth Coutinho Martins de Araújo, cadeira no. 55, saudando o Prof. Raimundo Teixeira de Araujo, empossando na cadeira no. 26 do IHGM No. 26, 2002 17-21

RIBEIRO DO AMARAL BIBLIOGRAFIA MARANHENSE – Ano IV, n. 4, junho de 1952 117-120

RONALD DA SILVA CARVALHO BRITO, S. Discurso do sócio efetivo do IHGM, Prof. Sebastião Brito, na inauguração da “Sala Prof. Ronald Carvalho”, em 05/09/01, na sede do IHGM – Ronald Carvalho – uma personalidade marcante do século XX No. 25, (s.d.) 35-40

RONALD PEREIRA DOS SANTOS RAPOSO, Josemar. APRESENTAÇÃO DE RONALD PEREIRA DOS SANTOS, Revista IHGM n. 40, MARÇO 2012, p 29, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012

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SALOMÃO PEREIRA ROCHA LANÇAMENTO DE LIVRO - HISTÓRIAS DA MINHA VIDA – depoimento de SALOMÃO PEREIRA ROCHA a sua filha DÉBORA REGINA DE MELO ROCHA COSTA REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 118 Cadeira 53 – SALOMÃO PEREIRA ROCHA REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 207

SEBASTIÃO BARRETO DE BRITO OLIVEIRA, E. M. de Homenagem póstuma ao inesquecível Sebastião Barreto de Brito No. 27, julho de 2007 53-55 SANTOS NETO, Manoel dos REMINISCÊNCIAS DE SEBASTIÃO BARRETO DE BRITO REVISTA IHGM 32 MARÇO 2010, p. 42

SEBASTIÃO GOMES DA SILVA BELFORT BRITO, S. B. de Discurso de Posse cadeira 11 Ano LXII, n. 15, janeiro de 1992 81-84 BRITO, S. B. de Discurso de elogio ao patrono da cadeira no. 11 – Sebastião Gomes da Silva Belfort Ano LXIII, n. 16, 1993 125-129 SANTOS NETO, Manoel dos. DISCURSO DE POSSE -, REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 197 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_2 SIMÃO

ESTÁCIO DA SILVEIRA

MAGALHÃES, M. dos R. B. C. Discurso de Posse ano LX, n. 12, 1986 ? 51-55 RAMOS, Carlos Alberto Santos DISCURSO DE POSSE -, REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 127

SOFIANI LABIDI EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA. DISCURSO EM RECEPÇÃO A SOFIANE LABIDI NO IHGM, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 47, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012

TASSO FRAGOSO VIVEIROS, J. de A eleição do 1º. Tenente Tasso Fragoso para deputado à constituinte de 92 e a sua renúncia Ano VII, n. 6, dezembro de 1956 09-15 NOBERTO DA SILVA, Antonio José. DISCURSO DE POSSE DO ESCRITOR ANTONIO NOBERTO NA CADEIRA DE Nº 43 DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, PATRONEADA POR TASSO FRAGOSO. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 94 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011b

TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO CANEDO, Eneida Vieira Da Silva Ostria De. DISCURSO DE RECEPÇÃO À SÓCIA THELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 55 Cadeira 7 - TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 147

TEMÍSTOCLES ARANHA CANEDO, E. V. da S. O. de Discurso de Posse Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 56-66


TERESINHA RÊGO ROCHA, S. P. da Discurso do Dr. Salomão Rocha saudando a Profa. Teresinha Rêgo por sua posse no IHGM No. 24, setembro de 2001 34-35

THUCYDIDES BARBOSA REZENDE FILHO, João Dias. THUCYDIDES BARBOSA: RESUMO BIOGRÁFICO No. 37, junho de 2011 – Edição Eletrônica, p 137-140 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_37_-_junho_2011

WANDA CRISTINA CUNHA SOARES, L. A. N. G. Saudação a Wanda Cristina em sua posse Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 17-19

WASHINGTON LUIS MACIEL CANTANHEDE FERNANDES, José. DISCURSO DE RECEPÇÃO DO SÓCIO WASHINGTON LUIZ MACIEL CANTANHEDE. Rev. do IHGM, No. 34, Setembro de 2010 – Edição Eletrônica, p. 33-3

WILSON DA SILVA SOARES OS MORTOS DO INSTITUTO. Rev. IHGM , No. 3, 1951, agosto http://issuu.com/leovaz/docs/revista_03_-_1951 WILSON DA SILVA SOARES – sócio fundador (tradicional família Soares recebe justas homenagens do IHGM) Ano LIX, n. 08, março de 1985 75-82 SOUSA, P. F. da S. Discurso de Posse da Profa. Paula Frassinetti da Silva Sousa, como sócia efetiva do IHGM, na cadeira no. 34 No. 26, 2002 36-48

JOSÉ JORGE LEITE SOARES. DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA DE NO. 34, PATRONEADA POR WILSON DA SILVA SOARES EM 20 DE SETEMBRO DE 2012, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 43, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012


CADEIRA 1 OCUPANTE ATUAL – DILERCY ARAGÃO ADLER

PATRONO: CLAUDE D'ABBEVILLE Por Dilercy Adler 47 O Padre Cláudio D’ Abbeville nascido em Abbeville, França na segunda metade do século XV. Capuchinho francês, veio ao Maranhão, integrando a expedição de La Ravardière, em 1612, e por aqui ficou apenas quatro meses que, no entanto, renderamlhe o equivalente a pródigos anos, e o fizeram interpretar, com uma argúcia singular, os primórdios da Geografia e Etnografia do Maranhão, através da sua obra, História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e suas circunvizinhanças, lançada em Paris em 1614 e traduzida no Brasil por Dr. Cezar Augusto Marques em 1874. A narrativa de D’Abbeville inclui diálogos entre os personagens tanto em discurso indireto quanto direto. Abrange não só os episódios mais significativos da permanência dos franceses no Maranhão, a exemplo da edificação da cidade de São Luís, como também das interfaces do cotidiano dos índios tão bem explicitados nos capítulos “De uma escrava de Japi-Açu encontrada em adultério” ou na “História de um certo personagem que dizia ter descido do céu”. Apresenta também informações apaixonadas sobre o clima e a fertilidade da terra, assim como dados minuciosos sobre a rica astronomia indígena. Outro aspecto que sobressai nessa obra é a intenção de Claude D’Abbeville em demonstrar como o índio podia ser batizado e de como isso parecia ser uma condição natural para o salvamento da alma. Em dois episódios intitulados “De um índio velho batizado em Coieup e de sua morte” e “De um menino curado milagrosamente pelo batismo” isso fica evidente. Oswald de Andrade aproveitou alguns trechos do livro de Claude D’Abbeville para compor quatro poemas em seu “Poesia Pau-Brasil”, mantendo a escrita original em francês. Um fato que chama a atenção é que La Ravardiére era protestante, e os capuchinhos que o acompanharam deram início à decantada catequese dos indígenas que alcançaria seu paroxismo com os Jesuítas. Dizem os registros históricos que em 12 de agosto de 1612, tendo os franceses passado à Ilha Grande, foi rezada a primeira missa e erguida uma cruz. Em 8 de setembro do mesmo ano, solenemente, fundaram a colônia, a França Equinocial, com a colaboração “espontânea” dos índios, tendo à frente o cacique Japiaçu, e iniciaram a construção do forte, chamado de São Luís, em honra ao rei-menino.

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A obra de d’Abbeville, como já foi referido, é um clássico da etnografia indígena. Ao analisá-la, o bibliófilo Rubens Borba de Moraes salientou que "a narrativa da viagem é a principal fonte francesa publicada sobre esta tentativa de colonização do Norte do Brasil e contém informações valiosíssimas acerca dos Tupis, não encontradas em nenhuma outra obra". Segundo ainda Mário Guimarães Ferri, nenhum outro cronista, em seu tempo e mesmo depois, tratou a matéria com tanta especificação e clareza. O Padre D’ Abbeville,que recebeu o nome de Firminno Foullon, ao nascer, era oriundo de família muito religiosa, e também dois irmãos seus, Marçal e Cláudia, seguiram a vida religiosa em conventos distintos. Segundo registros, ao chegar à Ilha de Maranhão o Pe. D’Abbeville tinha por volta de 40 anos, tendo sido ordenado em 1593. Portanto, dezenove anos antes, o que indica vasta experiência sacerdotal à época. Faleceu na cidade de Ruão, em 1621. FREI CLAUDE D'ABBEVILLE

Por João Francisco Marques48

CLAUDE D'ABBEVILLE ( ? - ROUEN, 1632) http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_d'Abbeville Foi um religioso e entomólogo francês. Participou da expedição enviada em 1612 ao Brasil (Maranhão) pelo governo de seu país. Junto de seu amigo Yves d'Évreux, identificou e batizou com nomes indígenas diversos insetos, tais como as grandes borboletas azuis, as mutucas e os mosquitos. É autor da obra Historie de la mission des pères capucins en l'isle de Maragnan et terres circonvoisines (1614), em português: 48

MARQUES, João Francisco. FREI CRISTOVÃO DE LISBOA, missionário no Grão-Pará e Maranhão (1624-1625), e a defedsa dos indios bgrasileiros. In http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2166.pdf


História da missão dos padres capuchinhos na ilha de Maranhão e terras circunvizinhas. Claude d'Abbeville was a French Franciscan monk of the 17th century, who worked as a missionary with the Tupinamba in Maranhao, modern Brazil. He was part of a colonizing party and a mission of four Franciscans sent under a 1611 patent letter from the Regent Marie de Médicis, and was also accompanied by Father Yves D'Evreux. http://en.wikipedia.org/wiki/Claude_d'Abbeville FREI CLAUDE D'ABBEVILLE

Por João Dias Rezende Filho 49

Seu nome de batismo, segundo algumas fontes, era Clément, segundo outras, Firmin. Natural de Abbeville, na Normandia, ignora-se sua data de nascimento. Há notícias de que sua família, os Foulon, era muito católica e uma irmã e um irmão seus também foram religiosos. O que fez Claude d’Abbeville antes e depois de sua vinda ao Maranhão igualmente se ignora, a não ser que fez construir um convento em França, em 1606, onde foi o primeiro guardião. De fato, o período mais relevante de sua vida e que passará à História será o que compreende sua curta, mas intensa e produtiva passagem por UpaonAçu (Ilha Grande, na língua indígena). A História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas em que se trata das singularidades admiráveis e dos costumes estranhos dos índios habitantes do país é sua obra mais importante e conhecida, publicada em Paris, em 1614, pelo editor François Huby e reeditada no mesmo ano, o que indica boa aceitação no mercado editorial francês da época. A obra possui uma riqueza descritiva impressionante, fonte essencial para os estudos etnográficos e sociológicos sobre os indígenas e documento precioso sobre os primórdios da História do Maranhão. Abbeville ainda publicou um livreto, em 1623, onde também narra a chegada dos frades capuchinhos ao Maranhão e, mais detalhadamente, a conversão dos índios, obra que permanece raríssima desde que foi reeditada em 1876, em Lyon. Sobre as circunstâncias de sua morte nada se conhece e mesmo a data permanece controversa. Para Hoeffer, em sua obra Nouvelle Biographie Générale, Abbeville faleceu em 1632, já para Ferdinand Denis, no prefácio da obra “Viagem ao Norte do Brasil” de Yves d’Évreux, ele teria falecido em 1626, na cidade francesa de Rouen, com cerca de 23 anos de hábito. Claude d’Abbeville é patrono da cadeira nº1 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão que já foi ocupada por religiosos, como o Cônego José Maria Lemercier e Monsenhor Ladislau Papp. Abbeville permaneceu na Ilha do Maranhão por apenas quatro meses, contudo tempo suficiente para legar-nos um registro histórico de relevância para a História do Maranhão.

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http://joaopecegueirodias.blogspot.com.br/2011/12/frei-claude-dabbeville.html#!/2011/12/frei-claudedabbeville.html


MONS. JOSÉ MARIA LEMERCIER Por Dilercy Adler 50 Sacerdote secular nasceu em Arles, Diocese de Aix, em Provence, França em 17 de junho de1877. Filho de Laurent Lemercier e Adele Giroux. Foi batizado com quatro dias de nascido e crismado em 12 de março de 1888, logo aos oito meses de idade. Recebeu a sua primeira tonsura em 29 de junho de 1900, as ordens menores em 24 de junho de1901, o subdiaconado, em 29 de junho de 1902, o diaconado, em 20 de dezembro do mesmo ano e, finalmente, o presbiterado em 29 de junho de 1903. Ficou 4 anos, de 1803 a 1807, como professor nomeado do Seminário Menor, época em que o Governo fechou os Seminários e os Colégios Católicos na França. Em fevereiro de 1908, veio para o Brasil, diretamente para São Luís, integrando o Clero da Diocese do Maranhão, designado Secretário Particular do Exmo. Sr. D. Francisco de Paula e Silva, cargo que conservou até a morte de D. Francisco, a quem acompanhou até seus últimos momentos de vida, bem como nas últimas homenagens do cortejo fúnebre e no ato litúrgico. D. Francisco recebeu demonstração popular de carinho, admiração e respeito e segundo a História Eclesiástica do Maranhão: “Nunca em São Luís se registrou maior consternação. Todos sentiam e choravam como se tivessem perdido um ente querido de sua família”. Enquanto Secretário Particular de D. Francisco, Lemercier o acompanhou em visitas pastorais incluindo longas viagens, tendo sido uma delas iniciada em 25 de junho de 1908, com retorno a São Luís depois de quatro meses e dias de viagem e labores num percurso de, aproximadamente, 2.500 quilômetros. Esta resultou em uma monografia “Uma excursão pela costa maranhense” escrita anos mais tarde. Embora o relato não tenha sido feito por Lemercier, resolvi incluir um pouco dele para testemunhar o desprendimento e dedicação à causa da Igreja ao se despojarem de qualquer possibilidade de conforto para se dedicarem a uma empreitada tão extenuante, com o objetivo único de propiciar aos seus rebanhos o calor das suas palavras e das suas presenças: A estrada correu por alguns minutos na mata e, subindo insensivelmente, levou-nos em pouco tempo, à chapada. O capim agreste, que ia aparecendo, indicou-nos que estávamos em outro terreno. A vegetação muda por completo. Em vez de mata, com suas árvores esguias e a vegetação cerrada, são árvores baixas, esparsas, copa arredondada. É o cajueiro de galhos retorcidos, a faveira malhuda e a massaranduba. Um ou outro bacurizeiro, 50

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o pequizeiro, pondo uma nota verde naquela vastidão cinzenta e clara. É a chapada! O sol, impiedoso, rutilára triunfalmente, causticando-nos durante dez horas de marcha por aqueles descampados, que pareciam intérminos. Ninguém mais falava. Era a vastidão monótona, interminável, a parecer a mesma. Nem uma ave a cortar o azul límpido e sereno, a arquear-se lá em cima, muito alto; nem um animal, a pôr uma nota viva naquela paisagem. Só o resfolegar compassado dos cavalos, lavados em suor. A sede, causada pelo sol abrasador, começava a torturar-nos. Os estômagos, só com uma chicara de café e uns cópos de leite, começavam a reclamar seus direitos. A séla se tornára dura demais. Mas, a bagagem, onde vinha o nosso almoço, ficára muito atrás; e a agua, por aquelas alturas, só se algum Moisés a viesse fazer jorrar de algum capim, que rochêdo ali não ha. E caminhávamos na mesma marcha, e a chapada parecia alongar-se à proporção que nos adiantávamos. (PACHÊCO, D. FELIPE CONDURÚ, 1968, pp. 510-511). A vegetação, com as poucas notas verdes de um ou outro bacurizeiro, a vastidão cinzenta, o sol, que nesse quadro, impõe-se impiedoso, a morbidez da paisagem na descrição do autor, a falta de água e o sol abrasador causando sede, e ainda, a fome, o cansaço por um caminho sem fim... interminável!... demonstram a tenacidade e até mesmo uma certa teimosia desses valentes caminhantes, verdadeiros desbravadores. Na sua trajetória eclesiástica, Lemercier prestou serviços em outras Dioceses do Brasil e retornou para São Luís em fins de 1936, onde continuou à frente da Cúria Diocesana. Lemecier, além do trabalho sacerdotal, dedicou-se à educação regular lecionando, entre outros estabelecimentos de ensino, no Colégio Santa Tereza, das Irmãs Dorotéias, e no Liceu Maranhense. Dedicou-se também ao estudo da história, especialmente da Igreja Católica Apostólica Romana no Maranhão. Elaborou o trabalho “Apontamentos históricos sobre a criação, administração, melhoramentos materiais da Sé, Catedral do Maranhão”, o qual foi publicado na Revista de Geografia e História - nº 1 – Ano II – nov. de 1948. Reorganizou o Arquivo da Cúria Arquidiosesano, publicou catálogo e estudos históricos da Diocese e prestou relevantes serviços à Secretaria do Arcebispado. Foi eleito em 15 de outubro de 1946, Sócio Efetivo deste Instituto, e em 28 de setembro de 1948 apresentou elogio ao Patrono desta Cadeira, Claude D’Abbeville, tendo sido saudado pelo sócio efetivo Leopoldino Lisboa. Vítima de arteriosclerose, faleceu no Seminário Santo Antônio, na manhã de 9 de dezembro de 1948, deixando indeléveis marcas na sua seara sacerdotal e educacional no Maranhão, reafirmando os vínculos ambivalentes entre a França e a nossa querida São Luís. MONS. JOSÉ MARIA LEMERCIER Por Raimundo Gomes Meireles 51 Nasceu no dia 17 de Junho de 1877, na cidade de Marselha, na França. Filho de Lourenço Lemercier e Adelia Guioux Lemercier. Realizou os estudos eclesiásticos no 51

DOIS PADRES E UMA MEMÓRIA NOS 400 ANOS DE SÃO LUIS. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 146. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012


tradicional Seminário de S. Suplício em Paris. Chegou a São Luís em 1908, quando Dom Francisco de Paula e Silva foi eleito bispo do Maranhão. Durante vários anos exerceu cargo de chanceler do bispo d. Francisco, tendo sido depois da morte daquele saudoso antistite, pároco da Paróquia São João Batista. Posteriormente, esteve nas dioceses de Belém do Pará e de Manaus, onde desempenhou funções eclesiásticas de grande importância. Além do exercício dos ofícios eclesiásticos, como em São Luís, exerceu também o magistério secundário em estabelecimentos oficiais. No Maranhão, no governo de Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, foi Chanceler do Arcebispado e Vigário Geral e, com a transferência daquele ilustre prelado para a capital São Paulo, foi eleito Vigário Capitular. Governou a Arquidiocese de São Luís até a chegada de Dom Adalberto Accioli Sobral, Arcebispo Metropolitano. Dom Adalberto o nomeou imediatamente Vigário Geral da Arquidiocese, cargo em que permaneceu até o seu falecimento. Mons. Lemercier foi membro do Cabido Metropolitano e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico, onde foi empossado na cadeira patrocinada por Claudio d’Abeville. Faleceu no dia 09.12.1948, em São Luís, o corpo esteve exposto na catedral. Por ser um homem popular, uma grande multidão acompanhou a missa de corpo presente. O jornal Diário de São Luiz noticiou: “a cidade foi, ontem, pela manhã, sacudida com a notícia do falecimento do Revdmº Monsenhor José Maria Lemercier, Vigário geral da Arquidiocese e destacada figura do clero maranhense”. A notícia do falecimento do religioso causou um alvoroço enorme na cidade, devido a surpresa, dado o intempestivo do acontecimento que veio enlutar não somente a Igreja Católica, mas a própria sociedade em cujo seio o referido padre gozava merecido prestígio. Era um homem muito respeitado na sociedade maranhense. Não se furtava de participar das atividades públicas, mantendo bom relacionamento com os representantes do poder civil. Passada a surpresa do primeiro instante, pode então, o povo sentir a grande perda. E formou-se uma comovente romaria à igreja de Santo Antonio para onde o corpo do pranteado morto havia sido transportado após o seu passamento, que se deu no Seminário da diocese onde residia, de forma muito simples. No livro de tombo do Seminário Santo Antônio, do ano de 1948 está exarado: “9, quinta-feira, no Seminário , o Cônego Lemercier, às 7,00 toca no botão da campanhinha que dá para o quarto do Pe. Eliseu. Este logo chama o médico, Dr. Bacelar Portela. Não há mais remédio, quando este chega, encontra-o nas últimas agonias, deixando de pulsar por completo o seu coração às 5,25hs da madrugada. Pela manhasinha, vem o Sr. Arcebispo visitar o corpo do Monsenhor. Às nove horas transporta-se o corpo para a capela do Seminário, havendo missa solene, às 10 horas de corpo presente. Oficiou o Sr. Pe. Reitor. As Três horas da tarde esteve o corpo do Monsenhor na capela recebendo dos seminaristas, por turma, suas orações. É depois transportado para a Sé, exposto à visita pública até a hora do enterro às 5 horas da tarde. Encomendou o corpo, na sé o Sr. Arcebispo D. Adalberto Sobral. E, assim, terminou sua missão nesta vida...”. O religioso deixou um testamento, publicado posteriormente no Jornal do Maranhão. Na verdade, a missa de corpo presente foi celebrada pelo Pe. Luiz de Gonzaga Negreiros, que substituiu o Pe. José Telles Arruda em 16.01.1948 na Reitoria do Seminário, com a assistência de todo o clero e o Cabido Metropolitano foi rezada a missa de corpo presente às nove horas, oportunidade que superlotou com uma multidão


incompatível à majestosa igreja de Santo Antônio, localizada na praça Antonio Lobo. Após a celebração, foi aberto e lido o testamento deixado pelo de cujus: Em nome do Padre, e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Eu, Padre José Maria Lemercier, cônego catedrático da Catedral Metropolitana do Maranhão, nascido em França, na cidade de Arle-sur-Rhone, aos 17 de Junho de 1877, filho legítimo de Laurent Lemercier e Adele Gutou Lemercier, já falecidos, naturalizado cidadão brasileiro, sacerdote católico, declaro: que desejo morrer em conformidade à santa vontade de Deus, na hora e do modo que sua Providência determinar, professando como professei durante a minha vida a santa religião católica apostólica, romana, a qual como sacerdote me dediquei. Peço perdão a Deus das minhas faltas e negligências no seu serviço e também peço perdão ao meu próximo que posso ter ofendido. Não devo nada a ninguém e faço quitação aos que me devem. Peço por caridade ao meu estimado cônego Frederico Chaves ou na sua falta, ao meu bom amigo Manoel Vasconcelos Martins, mandar executar as minhas últimas vontades e disposições testamenteiras que são: 1.° - Deixo tudo o que me pertence e se acha no meu quarto para o Seminário Santo Antonio, inclusive o cálice, com a obrigação de celebrar duas missas pelo descanso de minha alma; 2.º - O pouco dinheiro que possuo numa caderneta do Banco do Brasil e três apólices ao portador, do estado de São Paulo, também para auxiliar o Seminário; 3.º - Se houver algumas intenções de missas não celebradas anotadas num caderno, de missas, será retirada a quantia necessária para sua celebração; 4.º - Se fosse possível, desejaria que se mandasse para minha família, que muito sofreu durante a guerra, e de poucos recursos, a quantia de 10 ou 20 mil francos. Reside em Marseille, no endereço seguinte: Madame Marine Guinier – Rue Buynex. Desejo que o meu enterro seja o mais simples possível, meu corpo revestido das vestes sacerdotais que me pertencem, e para o descanso da minha alma, peço sejam celebradas umas missas gregorianas (30). Pedindo a Deus e a minha boa Mãe Maria Santíssima a graça de morrer confortado. Por volta das quatorze horas o corpo do Mons. Lemercier foi transladado para a igreja Catedral, onde ficou exposto à visitação pública até às dezessete horas, quando Dom Adalberto Sobral encomendou o corpo, auxiliado pelos bispos de Parnaíba e Pinheiro. Na saída do féretro, o Mons. Luiz Madureira, Côn. Frederico Chaves, um dos seus maiores amigos, Côn. José Moreno Santana, padre José Ribamar Carvalho e demais sacerdotes seguraram nas alças do caixão. Diante da igreja juntou-se uma grande massa de fieis, organizando-se então, extenso cortejo de automóveis e inúmeras pessoas que, a pé, acompanhavam o virtuoso padre. No cemitério São Pantaleão ou como é conhecido popularmente Gavião, aconteceu um espetáculo emocionante. Encontrava-se no local do sepultamento uma imensa multidão composta de todas as classes sociais, na sua maioria derramando lágrimas de saudades do grande pastor de almas, amigo que em vida se doou, sobretudo, em favor dos empobrecidos que o procuravam. Ao deslocar-se em direção à catacumba que iria receber o corpo do Mons. Lemercier, um dos maiores oradores sacros caxienses, Côn. Arias Cruz, usou da palavra e em nome do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, instante em que destacou a


vivacidade, inteligência e abnegação de quem havia dado parte de sua vida ao povo de Deus maranhense. Contribuição na Revista do IHGM LEMERCIER, José Maria APONTAMENTOS HISTÓRICOS – SOBRE A CRIAÇÃO , ADMINISTRAÇÃO, MELHORAMENTOS MATERIAIS DA SÉ, CATEDRAL DO MARANHÃO Ano 2, n. 1, novembro de 1948 13-22

JERÔNIMO JOSÉ DE VIVEIROS – PATRONO DA CADEIRA 56

LADISLAU PAPP Por Dilercy Adler 52 Monsenhor Ladislau Papp, que nasceu em Gynla, na Hungria, em 10 de novembro de 1916. Filho de Carlos Papp e Rosa Frida Weisz. Graduado em Filosofia, pela Universidade de Budapeste - Hungria, chegou ao Brasil em 17 de março de 1936. Sobre a vinda do Monselhor Papp para o Brasil não se pode deixar de fazer referência a D. Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, 22º Bispo e 2º Arcebispo do Maranhão, que apresentava grande preocupação com a formação intelectual e moral do seu Clero e, nesse sentido, empreendia eficiente ação tanto no acompanhamento da formação dos futuros sacerdotes no seu Seminário, como ainda providenciava a vinda de outros novos padres para trabalharem na Arquidiocese. Além de trazer consigo dois dos seus primos, já teólogos, de Minas Gerais, trouxe da Hungria um jovem padre e três seminaristas, entre eles Ladislau Papp. Destes, apenas o Monsenhor Papp ficou definitivamente no Brasil, os outros dois depois de ordenados deixaram o Maranhão. D. Carlos Carmelo ordenou durante o seu episcopado 13 sacerdotes, entre eles Pe. Ladislau Papp, a 08 de dezembro de 1939. Este trabalhou vários anos na Arquidiocese de São Luís, ocupando posteriormente o cargo de Reitor do Seminário de Caxias, sendo depois incardinado na Prelazia de Pinheiro e Vigário de Alcântara. Deixando a Prelazia de Pinheiro voltou a São Luís onde passou a exercer na Arquidiocese o cargo de Diretor da Associação de São José. Além do ministério eclesiástico, Monsenhor Papp exerceu outras atividades. No governo de Matos Carvalho, por exemplo, foi nomeado Diretor do Serviço de Assistência aos Menores – SAM, cargo que continuou exercendo no governo de Newton Belo. Exerceu também, na esfera Estadual, a função de Capelão da Penitenciária do Estado, de 21 de abril de 1949 a 31 de dezembro de 1955.

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DISCURSO DE POSSE -, REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 23


Foi professor também em algumas Instituições de Ensino como o Instituto de Educação e desempenhou outros cargos (Oficial de Gabinete, Assessor Técnico de Ensino, entre outros) na Prefeitura Municipal de São Luís, totalizando quase nove anos de trabalho. Em 19 de outubro de 1967, pela Portaria nº11/67, da Fundação Universidade do Maranhão – FUM, atual Universidade Federal do Maranhão, foi contratado como Auxiliar de Ensino de Cultura Religiosa. Posteriormente, nova portaria determinava que Monsenhor Papp continuasse respondendo pela cadeira de Cosmologia que já vinha sob sua responsabilidade desde 1965. Ainda na Universidade Federal, foi designado para responder por outras cadeiras como História da Filosofia (Filosofia Moderna) e Língua Latina. Na carreira de Magistério da UFMA passou de Auxiliar de Ensino para Professor Assistente, a partir de 01 de maio de 1967, e a partir de 16 de setembro de 1969 foi enquadrado como professor Adjunto. Em 1970, pela Portaria de nº 60, foi designado Chefe do Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia. LAURA ROSA DOS REIS Por José Ribamar Seguins53 Ingressou no IHGM como funcionária da Biblioteca Publica do Estado, então colocada à disposição do então Secretario de Cultura, Dr. Jomar Moraes, para com sua deedicação e conhecimento especiais zelar e cuidar na reconstituição da biblioteca do Instituto com o aproveitamento dos seus livros e documentos. Mais tarde foi eleita para o quadro de sócios do mesmo Instituto passando a ocupar a cadeira no. 1, patroneada por Claude D´Abeville e primeiros ocupantes Pe. José Maria Lemercier, Jeronimo José de Vibveiros, e Monsenhor Ladislau Papp. LauraRosa é uma mulher romântica contemplativa, solitária. Ama a natureza, de inteligência e imaginação privilegiadas. É sobrinha do escritor maranhense Lucano Duarte dos Reis, o autor de Escombros. Sobrinha-neta, também, de Luis Gonzaga dos Reis, respeitado professor do tradicional Liceu Maranhense, onde ocupava a cadeira de Química. Ela tem pronto a publicar três livros de poesias: São Luis de outrora; Por longos caminhos. Mas o seu trabalho maior está contido no livro Vida e obra de Lucano Reis, prefaciado pelo escritor Clovis Ramos e pelo saudoso escritor Travassos Furtado, respectivamente.

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SEGUINS, José Ribamar. MULHERES NO COMANDO. São Luis, s.e.; s.d., p. 100-101


CADEIRA 2 VAGA

PATRONO: YVES D'ÉVREUX (1577 - 1632) http://pt.wikipedia.org/wiki/Yves_d'%C3%89vreux

Foi um religioso e entomólogo francês. Participou da expedição enviada em 1612 ao Brasil (Maranhão) pelo governo de seu país. Junto de seu amigo Claude d'Abbeville, identificou e batizou com nomes indígenas diversos insetos, tais como às abelhas silvestres, ao mosquito-pólvora, às formigas, às cigarras e aos grilos. Sua obra foi Voyage dans le nord du Brésil (1615), em português:Viagem no norte do Brasil. Nascido em uma família modesta, e preparado desde a infância para a vida cenobita, Yves d’Évreux adquiriu em pouco tempo uma reputação excepcional e méritos entre o clero. Mas, menos brilhante ainda que sólida pelas qualidades de seu espírito, ele é lembrado, sobretudo pela ação das circunstâncias decisivas ou arriscadas. Uma ocasião, o provinciano de Tordre lhe escolheu junto a três outros monges para ir evangelizar os índios do Brasil. Algum tempo depois, todos os quatro estavam em Cancale, onde o almirante François de Razilly, um corajoso marinheiro, se preparava para ir à América do Sul. O tenente-general do rei, Daniel de La Touche, senhor da Ravardière, o inspirador deste empreendimento, tinha obtido efetivamente de Henrique IV, por volta de 1605, as cartas patentes a este objetivo. Os banqueiros colocaram-se a favor da reunião dos fundos necessários. Quanto ao apoio moral, ele residia inteiramente dentro do coração destes religiosos. Partindo de Cancale em março de 1612, a flotilha do almirante Razilly foi quase imediatamente afundada por uma violenta tempestade, que separou seus três navios. Eles se reuniram próximo à costa da Inglaterra, mas, devido a obstáculos no caminho com todas espécies de acidentes, eles não puderam chegar ao destino, o Maranhão, antes de cinco meses depois de partirem. Era um domingo, o dia da festa de Santa Ana, coincidentemente a mãe do almirante tinha este mesmo nome como se fosse um presságio favorável. Antes de descerem a terra, a primeira preocupação foi, segundo o hábito, de plantar uma cruz em sinal de possessão de terra em nome de Deus e da França. Toda tripulação assistiu, cheia de fé a cerimônia. Os cantos encheram o ar, assim como os tiros de salvas de mosqueteiros. Depois de duros sofrimentos de uma longa e penosa navegação, a felicidade transbordava. Hoje em dia, neste mesmo lugar onde o padre Yves, confiante no futuro, cantava em 1612 o Te Deum de ação de graças, se encontra a cidade de São Luís do Maranhão, cuja origem remonta a esta época. Depois de seu retorno a França, com a memória rica de fatos, de lembranças, o espírito livre e o corpo desembaraçado de seus sofrimentos, Yves d’Évreux não tinha mais que outro pensamento do que aquele de escrever a história de sua estada no meio


dos indígenas do Maranhão ao lado daqueles que ele tinha deixado, como pastor espiritual, uma parte de seu coração. Encorajado e sustentado por alguns amigos, ele começou o quanto antes esta narrativa, compreendeu como uma seqüência à história da missão de padres Capuchinhos na ilha do “Maragnan” de Claude d'Abbeville (1614), e em menos de um ano, sem cansaço nem insatisfação, e com um talento de escrita que, a ponto de vista da forma e da cor, é digno dos mais vivos elogios. Nada de mais instrutivo nem de mais pitoresco que a obra do reverendo capuchinho sobre este lugar e naquele tempo no desconhecido mundo. Cheio de interesses, suas descrições em geografia e em história natural deram, como estilo, um charme particular que lembram os velhos mestres. Se isto não é um erudito, um naturalista, isto é um observador sagaz que viu e bem viu o que escreveu. Entretanto, a indiferença destas qualidades, o manuscrito do padre Yves foi muito pouco impresso, todos os exemplares foram destruídos, por ordem, a exceção de um só, salvo felizmente por milagre pelo almirante de Razilly. Como explicar as medidas deste rigor que se opuseram à publicação de seu livro? Luís XIII tinha acabado de se casar com a infante da Espanha, Ana da Áustria. Os cortesões, certamente bem atenciosos, pretendiam, pode ser sem o conhecer, que a narrativa, mesmo se prudente, se moderada, ser suscetível em certas passagens de contrariar a corte da Espanha, pois Filipe II dependia, durante 1580 de Portugal. Este acidente injusto, que deve ter afetado dolorosamente o pobre monge, explica largamente porque sua narrativa por muito tempo foi completamente ignorada até sua publicação em 1864 seguindo o exemplar único conservado na Biblioteca nacional. RAIMUNDO LOPES DA CUNHA – PATRONO DA CADEIRA 27

THOMAS MOSES Por Joseth Coutinho Martins de Freitas 54 Nasceu em 15 de julho de 1902, na cidade de Coatbrid, Escócia. Veio para o Brasil como missionário prtotestante, e logo iniciou pesquisas, viagens por todo o Estado, coletando material botânico dos principais rios destinado aos jardins botânicos de Londres, Nova York, Edimburgo e Miami. Trabalhou para o Jardiom Botânico do Rio de Janeiro, sendo eleito seu representante no Maranhão. Sua vida foi muito acidentada; herói das duas Grandes Guerras Mundiais, sendo que na época da 1ª trabalhando na fabricação de bombas; uma explodiu, cegando-lhe o olho direito.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


No Maranhão, esteve em Carolina como Capelão das Forças Armadas americanas; agente consular dos Estados Unidos no Brasil. Realizando estudos sobre o babaçu, chegou a inventar um aparelho para quebrar coco, e dedicando-se às pesquisas sobre a flora brasileira, foi eleito membro da Sociedade de Mineração dos Estados Unidos. Pesquisando as palmáceas, catalogou mais de 200 espécies na América Latina, o que o levou a ministrar aulas em Universidades de Glasgow, Escócia; da Grã-Bretanha; e dos Estados Unidos; e dos estados brasileiros do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, e Amapá. Dinamico escreveu artigos científicos em jornais, revistas, inclusive nas Seleções do Reader Digest; autor do Mapa Geo-Econômico do Maranhão e dos livros Taba Timbira, Curiosidades do Maranhão, e Maranhão por dentro e por fora. Integrou muitas instituições culturais, sendo sócio do IHGM (Cadeira 2), da Sociedade Brasileira de Geografia, e da Associação Brasileira de Imprensa. A ele, deve o Maranhão a criação do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (ICBEU). Dentre suas condecorações, cita-se a do Departamento de Estado de Washington com o Meriotorius Service Ziwards (sic), e a Medalha d0s 350 anos de São Luis, pelo Governo do Maranhão. Faleceu em São Luis, na década de 1970, após 42 anos em nosso Estado.

JOAQUIM VIEIRA DA LUZ Por Joseth Coutinho Martins de Freitas55 Nasceu em 17 de dezembro de 1893, na fazenda São Pedro, em São José dos Matões. Seus pais eram pequenos proprietários de terra. Começou a trabalhar antes dos 10 anos de idade, como caixeiro, em Caxias, ao tempo que estudava. Em 1910 veio para São Luis, como auxiliar do comércio da firma Cunha Santos & Cia, até 1921, quando se estabeleceu por conta própria, na qualidade de sócio de Alves Ferreira & Cia, indo depois para Flores, mais tarde para Teresina, chefiando a firma Joaquim Luz & Cia. Após a Revolução de 1930 sua vida tomou outra direção, passou a delegado da Caixa da Revolução, jun to à Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional até a interventoria de Luso Torres e Astolfo Serra, que o fez oficial de seu gabinete e Diretor da imprensa Oficial, de onde se desligou da Interventoria do Tenente Seroa da Mata. Em 1934, passou a Escrivão de Justiça da Justiça Federal até a extinção do cargo (1937). No ano seguinte, tornou-se Escrivão dos fetos da fazenda Pública e, mais tarde, foi para o Serviço nacional de Recensemaneto. Contonuando sua sequencia de funções, foi Secretário Particular do Interventor Federal, Diretor do Patrimonio Histórico e 55

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


Artistico Ncional no Maranhão, novamente Diretor da Imprensa oficial sob a denominação de Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estadio – SIOGE – até retorno ao seu cargo votalicio de Escrivão dos feitos da Fazenda Publica. Ao se aposentar, nesse cargo, foi para o Rio de Janeiro tornando-se redator do Jornal do Brasil. Sob o angulo intelectual, Joaquim Vieira da Luz teve suas atividades iniciadas em 1913, na Sociedade Literária “O Canhoto”, depois Sociedade de Literatura ‘Barão do Rio Branco’, que possuiu o jornal “O Atenuense”, a Legião dos Atenienses, Diretporio regional de Geografia (Comissão de Redação da Revista de Geografia e História) e sócio do Instituto Histórico e Geográfico – cadeira 2, passando depois a Sócio Honorário. O intelectual Joaquim Vieira da Luz não possuia diploma, como tantos outros, mas era um cidadão estudioso, proprietário da selecionada Biblioteca “Aluisio Azevedo”, onde devorava as obras dos grandes autores maranhenses e portugueses. Todos ali estavam propiciando-lhe a cultura que amealhou. Em linguagem escorreita est a sua produção: ‘Parenteses da vida’ estão 35 trabalhos distribuidos em ficção, ensaios, cronicas literárias, alocuções, epistilas e história; suas credencuiais ao ingresso na AML e ao IHGM. Instituimos que Joaquim Luz não parou, continuando a produzir trabalhos intelectualmente em beneficio da Atnas brasileira, que tanto amava. Em seguida, publicou excelentes obras: Fran pacheco e as figuras maranhenses; Dunshee de Abranches e outras figuras; Aluisio Azevedo, deixando ineditos vários trabalhos. Em atividades jornalisticas, destacou-se fundando com outros intelectuais o jornal “A Mocidade” e colaborou nos jornais Correio do Sertão, O País, O parnaso, Jornal do Comércio, e Jornal de Caxias, quando viveru naquela cidade maranhense. Faleceu em 2 de janeiro de 1985, no Rio de Janeiro, aos 92 anos. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM LUZ, Joaquim Vieira da DUAS GRANDES FIGURAS (DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA DE YVES D´EVREUX, A QUAL RAIMUNDO LOPES INAUGUROU NO IHGM Ano 2, n. 1, novembro de 1948 51-60

JOSEMAR BEZERRA RAPOSO – Passou a categoria de Honorário em 29 de maio de 2013 Rua Cel. Eurípides Bezerra nº 333 – Turú - Cep: 650.66-260 Telefone: 3082-3200 # Cel. 8136-2707 E-mail: ldnmajr@gmail.com


CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA IHGM: APRESENTAÇÃO DE RONALD PEREIRA DOS SANTOS, Revista IHGM n. 40, MARÇO 2012, p 29, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012 POSSE DO PROFESSOR RAIMUNDO NONATO PALHANO NA CADEIRA DE Nº 39, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 21, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012 INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO – IHGM – 80 ANOS. Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 177. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012 POSSE DO PROFESSOR ARTHUR DA SILVA ALMADA LIMA FILHO NA CADEIRA DE Nº 57 PATRONEADA POR JOSÉ EDUARDO ABRANCHES DE MOURA. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 41 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43__dezembro_2012


CADEIRA 3 OCUPANTE ATUAL - RAIMUNDO CARDOSO NOGUEIRA

PATRONO: DIOGO DE CAMPOS MORENO (TÂNGER (?) 1566 (?) – (?) 1617( ?)

Foi um militar português. Após ter combatido na Flandres, seguiu para o Brasil em 1602, com o posto de Sargento-mor, junto com Diogo Botelho. No Maranhão juntou-se a Jerônimo de Albuquerque Maranhão e a Alexandre de Moura na luta contra os franceses e seus aliados indígenas, estabelecidos na chamada França Equinocial, conseguindo a vitória em 1615. Com base nas suas experiências no Brasil redigiu o "Livro que Dá Razão ao Estado do Brasil" (1612) e a "Jornada do Maranhão" (1614), obras que não assinou. Nesta última, Moreno relata a conquista do território, embora tenha enaltecido os seus próprios feitos. Foi tio de Martim Soares Moreno

BENEDITO DE BARROS E VASCONCELOS (1880-1955): Maranhense, nascido em São Luís, formado em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro; atuou como magistrado, jornalista e escritor. Profissionalmente foi Secretário da Fazenda, Consultor Jurídico do Estado e Presidente do Conselho do Estado. E quando da fundação do IGHM, era desembargador e membro do superior tribunal de justiça do estado do Maranhão. Sócio fundador efetivo da Academia Maranhense de Letras. Seus principais trabalhos publicados foram: “A Tutoia e a Delta do Parnaíba,” de 1919, e “O Parnaíba no Maranhão”, de 1926. Historiador e Geógrafo autodidata, seus trabalhos e publicações versavam desde temáticas ligadas a História até estudos geográficos sobre as áreas fronteiriças do Maranhão. 56 CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM VASCONCELOS, B. O MARANHÃO FABULOSO Ano I, n. 1, julho-setembro 1926 17-20 56

Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


S. LUÍS, A ANTIGA (EVOCAÇÃO) Ano 2, n. 1, novembro de 1948 119-126

ROBSON CAMPOS MARTINS Por Joseth Coutinho Martins de Freitas57 Nascido a 4 de abril de 1911 em Axixá – MA, filho de Jacinto Antonio Martins e Lilia Maciel Campos Martins, viveu seus primeiros anos em São Bento, local onde sua avó era professora. Muito precoce, aos dois anos recitava em publico, causando grande admiração; aos três anos iniciou o primário, pois lia com muita facilidade. Concluindo o curso aos nove anos, veio para São Luis com o objetivo de continuar os estudos, ingressando no secundário, após ter aumentado a idade para se matricular. Havendo nesta cidade o curso universitário de Farmácia e estando em vigor o denominado “artigo 99”, inscreveu-se, prestou exames e, aos 15 anos, concluiu o curso Normal, após o de Farmácia. Diplomado, retornou a São Bento, como professor da Escola Paroquial. Com a Revolução de 1930 ingressou no Exército, atingindo o posto de Tenente Farmaceutico. Posteriormente lecionou em Turiaçu, onde constituiu família. Transferiu-se para Bacabal, exercendo a profissão de fermaceutico e participando de atividades culturais como teatro, recitais, palestras, etc., e ainda se iniciando na produção literária. Voltando para Turiaçu, além de professor e farmacêutico, tornou-se advogado provisionado. Apaixonado pos História, dedicou-se à pesquisa, que resultou nos trabalhos de Monografia de Turiaçu, e Adendo à monografia de Turiaçu ontem e hoje, inéditos; e iniciou Memorias para a História da Capitania do Maranhão. Dado seu interesse pela pesquisa histórica tornou-se sócio efetivo do IHGM, ocupando a cadeira 3, patroneada por Diogo de Campos Moreno. Dexou inédito os livros de poesia Fragmentos; O Continente infante; Ela e Poesias Esparsas; os romanses Ao Sol de Setembro, e Um poema que eu escreveria; o dicionário de língua tupi intitulado “Nhenhengattu-Portugues”; e um manuscrito em código intitulado Criptograma, de conteúdo desconhecido. Autor de diversas peças teratrais, entre elas Paixão de Cristo. “Mestre Robson” como era chamado tinha no magistério o ideal de sua vida, pois desde a juventude a ele se dedicava. Fundou em Turiaçu, com alguns amigos, a primeira escola a oferecer gratuitamente o ginásio – a Escola Pró-cultura de Turiaçi, hoje Escola professor Robson Campos Martins, por ele dirigida de 1952 a 1980, quando faleceu. Politico foi vereador por varias legislaturas naquele município. Sempre estudioso, dedicava-se as letras e as ciências sociais; falava Frances e, por conhecer o latim profundamente aprofundou-se na língua portuguesa. Faleceu em São Luis, em 24 de novembro de 1980. 57

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


CADEIRA 04 OCUPANTE ATUAL - CARLOS ALBERTO SANTOS RAMOS

PATRONO: SIMÃO ESTÁCIO DA SILVEIRA Foi juiz da primeira Câmara de São Luís, procurador da conquista do Maranhão. OBRA ANALISADA: Relação Sumária das Cousas do Maranhão. Séc. XVII – (1619), publicada em 1624 em Lisboa. Propõem a exploração de prata do Peru passando pelo Maranhão. Obra laudatória, entusiástica e propagandística das cousas do Maranhão. Intenção: atrair colonos portugueses para o povoamento da região. “Eu me resolvo que está é a melhor terra do mundo, donde os naturais são muito fortes e vivem muitos anos, e consta-nos que, do que correram os portugueses, o melhor é o Brasil, e o Maranhão é o Brasil melhor e mais perto de Portugal.” 58

RAIMUNDO CLARINDO SANTIAGO Por Maria Esterlina Mello Pereira 59 Nasceu em São Luis do Maranhão em 12 de agosto de 1893, e faleceu ainda novo, de morte trágica, em novembro de 1941, nas águas to Tocantins. Foi membro efetivo do IHGM, onde fundou a cadeira 4, tendo como Patrono Simão Estácio da Silveira; na AML ocupou a cadeira 13, patroneada pelo jornalista José Candido de Moraes e Silva, proprietário e redator principal do “Farol Maranhense”, o primeiro jornal liberal de nosso Estado. Graduou-se em Medicina, exercendo a profissão com sucesso, optando também pelo Magistério, literatura, jornalismo e poesia. Tinha forte inclinação de ensaísta, sentindo prazer em elevar o nome daqueles de sua terra que se destacavam culturalmente.

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BORRALHO, José Henrique de Paula. TRADIÇÕES HISTORIOGRÁFICAS NO MARANHÃO. Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, volume 01, p.40-52 40 http://www.outrostempos.uema.br/volume01/vol01art03.pdf. 59 OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


O nome que mais lhe despertava interesse era Sousandrade, autor d´ O Guesa Errante; fez um estudo sobre ele que despertou interesse de modo geral e foi pioneiro dentro do que se chamou ‘mundo sousandradino’. Escreveu O Solitário da Vitória. Ensaio critico. In Revista da ABL, Rio de janeiro, 1932; e Comemorações do 1º Centenario do nascimento do poeta Sousa Andrade. Grafica Renascença, Paraíba, 1937; O poeta nacional. A escola mineira e suas fases; Rumo ao sertão; João Lisboa; Neto Guterres – o medico dos pobres. No Magisterio, além de professor, foi diretor do tradicional Liceu Marenhense e da Instrução Publica.

ALFREDO BENA Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 60 Nasceu em Turim, Italia, em 20 de maio de 1886. Graduado em Agronomia pela Real Academia de Turim, veio para o Brasil e fixou-se no Maranhão, onde exerceu com inigualável competência sua profissão. Foi Chefe do Serviço de Classificação dos Produtos de Exportação; Diretor Técnico da Associação Comercial do Maranhão, onde prestou relevantes serviços; Professor destacado lecionou na Escola de Agronomia do Maranhão. Dirigiu a Escola Prática de Agricultura. Ágil escritor deixou vários trabalhos em sua area de conhecimento, publicados em jornais da época e alguns livros. No jornal “Diário de São Luis” publicou “Alcantara”, edição de 26/04/1949. Faleceu em São Luis, em 11 de maio de 1950. Aparece como responsável pelo jornal O LAVRADOR CEARENSE, da cidade de Quixadá, que circulou de 1913 até encerrar suas atividades em 1917, com o nº 39; o agrônomo italiano Dr. Alfredo Bena foi diretor da Escola Popular de Agricultura de Quixadá. http://www.enfoqui.com.br/category/colunas/cultura/

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


CLODOALDO CARDOSO 61 Por Maria Esterlina Mello Pereira Nasceu em Barra do Corda, em 07 de agosto de 1894, filho de Sebastião Dias Cardoso e Filomena Coelho Cardoso, lavradores e descendentes de Codó. Formado em Direito pela Faculdade do Piauí. Exerceu a função, e também foi professor, jornalista, economista, escritor e poeta. Na condição de menino pobre, foi criado ajudando os pais no trabalho, daí ter-lhe despertado o interesse em melhores condições de vida. Ingressou na Escola primária do professor José do patrocínio Martins Jorge, vivendo nessa escola em uma época em que as ideias republicanas afloravam tanto na capital quanto no interior, sendo relevante o seu papel na imprensa. Barra do Corda agitava-se com o movimento literário impulsionadom pelo jornal O Norte, fundado por Issac Martins; a cada dia surgiam novos talentos e Clodoaldo Cardoso, rapazola, entrecuzava-se em sua própria terra com inteligências brilhantes a exemplo de Parsondas de Carvalho e Maranhão Sobrinho. Esse clima estimulou Clodoaldo de tal maneira que ele resolveu deixar o berço natal em busca de melhjor situação, para aprimorar seus estudos. Em companhia de um amigo, rumou em um batelão para Pedreiras e de lá para Codó, onde moravam parentes. De lá veio para São Luis e aqui oficializou sua carreira de Magistério, iniciando como professor primário; nomeado trabaklhou em bequimão – há época Santo Antonio das Almas -, Santa Helena, Pinheiro e São Vicenhte de Ferrer. Em Santa helena casou-se com Candida Ribeiro Cardoso, nascendo três filhas: Carmen,Nigona, e Candida. Em Pinheiro assumiu a direção da Escola Normal, criou o Externato Rui Barbosa, exerceu o cargo interino de Promotor Publico, destacando-se entre os fundadores do Jornal Cidade de Pinheiro, adquirindo um conceito extraordinário. Ao ficar viúvo, contraiu novo matrimonio com Enoi Costa Ferreira Cardoso. Em São Vicente de Ferrer desempenhou o cargo de Coletor de rendas do Estado, fubndando com outros dois companheiros o jornal “O Cruzeiro”; foi dessa localidade que lhe surgiu o grande estimulo para fazer o Curso de Direito no Piauí. Se antes de dua formação desenvolveu com sucesso as diversas atividades que assumiu, depois os resultados satisfatórios foram maiores, graças as oportunidades que surgiram já em plena Interventoria Federal. Entre suas ocupações ecerceu em uma segunda etapa as de Diretor do tesouro do Maranhão por mais de uma vez; membro da Comissão de Cartografia do Conselho nacional de Geografia; Secretário de Finanças; Consultor Juridico da Associação Comercial; Diretor do Departamento das Municipalidades; prefeito de São Luis; Coletor 61

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


de rendas em Caxias; técnico do Departamento Estadual de Estatistica; Professor da Faculdade de Direito de São Luis; e Sub-Procurador do Estado; aposentou-se nesses dois últimos cargos. Foi membro efetico da AML, fundador e ocupante da cadeira 23, que tem como patrono José Pereira da Graça Aranha; chegou à presidência da AML em substituição a José de Ribamar dos Santos Pereira. A AML estava em crise, devido a situação financeira, os bens reduzidos. Na ocasião exercendo a função de Secretario de Finanças, não lhe foi difícil articular sobre o assubnto com o então Governador Sebastião Archer da Silva, que viabilizou as condições de funcionamento ao Sodalício, inclusive com o aluguel de um imóvel à Rua Joaquim Távora, 200. Essa ajuda contribuiu para reativar as atyividades; mas sua prioridade era conseguir uma sede definitiva, conseguindo a doação do prédio onde funcionava a Biblioteca Publica, na Rua da Paz, 84, onde até hoje permanece. Sebastião Archer da Silva doou ao IHGM o prédio localizado a Rua Santa Rita 270. Clodoaldo Cardoso foi um dos mais talentosos de dsua geração; na AML foi reeleito 14 vezes. Po onde passava era admirado pela sua capacidade, inteligência e honestidade. Sua produção literária merece referencia: a Revista Fiscal, periódico mensal que fundou, juuntamente com Thucydides Barbosa, também comkpanheiro nan implantação do Ginásio Caxiense; mais tarde publicou ‘Pastos Bons”, Florões; e Sombras. Foi Socio correspondentente da Academia Flumunense de Letras. Faleceu em 05 de março de 1971. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM CARDOSO, C SOUSÂNDRADE Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 60-61

WILSON PIRES FERRO Por Ana Luiza Almeida Ferro Nasceu em Coroatá, Maranhão, em 30.07.1936, sendo filho de João Meireles Ferro e Isabel Pires Chaves Ferro. Possui formação em Contabilidade, Bacharelado e Licenciatura em Geografia e História e pós-graduação em Segurança e Desenvolvimento. Exerceu o magistério nos níveis de ensino médio e superior. É Professor aposentado da Universidade Federal do Maranhão, onde desempenhou os cargos de Coordenador do Curso de História, Chefe do Departamento de Geografia e História, Administrador do Campus Universitário, Diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e Diretor do Centro de Estudos


Básicos (CEB). Foi Assessor perante o Gabinete do Reitor da UFMA (1983-1985). É também aposentado do Banco do Brasil. Escreveu “São Luís e Alcântara” (Florianópolis, 1977); A educação e os desportos como indicadores do desenvolvimento de uma nação (Rio de Janeiro, 1983); Versos e anversos, em coautoria, obra que reúne poesias, entre as quais a série “Históricas”, desde o Descobrimento do Brasil até a sua Independência (Belo Horizonte, 2002); Espelhos de São Luís, de artigos e crônicas (São Luís, 2005); Depois que o Sol se põe, de contos para a juventude (São Luís, 2007); Quando eu era pequenino, de histórias infantis (São Luís, 2007); e Sombras da noite, igualmente de contos para a juventude (São Luís, 2010). É um dos autores do livro França Equinocial: uma história de 400 anos, em textos, imagens, transcrições e comentários (São Luís, 2012), organizado por Antonio Noberto. Colaborou com os jornais O Imparcial e Estado de Minas e atualmente escreve artigos para O Estado do Maranhão. Foi agraciado com a medalha Comemorativa do Jubileu de Prata, da UFMA (1991). É membro da União Brasileira de Escritores – UBE. Contribuição na Revista do IHGM FERRO, WILSON PIRES SÃO LUÍS, HERDEIRA DA FRANÇA EQUINOCIAL. Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 137. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012

MARIA DOS REMÉDIOS BUNA COSTA MAGALHÃES http://www.tjma.jus.br/tj/visualiza/sessao/4/publicacao/100011 Nasceu na cidade de São Luís, no bairro do Anil, em 29 de setembro de 1944, legítima filha de Jaci Santos Costa e Maria Fausta Buna Costa. Aluna de colégios públicos, fez o primário na Escola Jansen Müller e o ginásio e o curso Normal no Instituto de Educação. Formada em Direito, pela Universidade Federal do Maranhão, na turma de 1970, tem graduação em História pela Universidade do Pará e pós-graduação em Direito Público pela Universidade do Ceará. Promotora de Justiça em Penalva, de 1973 a 1974. Ingressou na magistratura em 1975, com assento na Comarca de Presidente Dutra. Atuou ainda nas Comarcas de Humberto de Campos e posteriormente Viana (2ª entrância) e Pedreiras (3ª entrância), onde trabalhou 10 anos e seis meses. Foi promovida para a Capital em 1991. Tomou posse no cargo de desembargadora no dia 3 de março de 2004. Professora de História Geral em São Luís e em Penalva. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Contribuição na Revista do IHGM MAGALHÃES, M. dos R. B. C. DISCURSO DE POSSE ano LX, n. 12, 1986 ? 51-55


CADEIRA 5 OCUPANTE ATUAL: RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO

PATRONO: LUIS FIGUEIRA Por Raimundo Nonato Serra Campos Filho 62 Natural de Almodôvar - Portugal, e nasceu em data incerta entre 1574 e 1576. Entrou, como noviço, em 22 de janeiro de 1592 , no colégio do Espírito Santo em Évora que era uma escola de missionários, aberta às realidades ultramarinas sob as orientações neotomistas do Jus Gentium. Com a formação intelectual adquirida, embarcou em 1602 para a Bahia, inaugurando uma nova fase da sua vida e, sem o saber, dos destinos do Brasil setentrional. Conforme registros em documentos diversos, o Padre Luis Figueira, acompanhado do Padre Francisco Pinto e de 60 índios, empreendeu uma célebre missão ao Maranhão, partindo de Pernambuco no dia 20 de janeiro de 1607. Um dado peculiar é que o Padre Luis Figueira dispensou, demonstrando imensurável ousadia, a escolta militar, que era comum em empreitadas dessa natureza. Talvez porque quisesse realçar a natureza pacífica dessa missão. No entanto, eram muitos os riscos de vida para os dois missionários, advindos dos perigos próprios do território inóspito e das adversidades da natureza agreste da região (climática e geográfica) a ser percorrida; das nações de índios não conhecidas existentes nessas terras; e da presença de franceses, empenhados em fixarem-se nestes territórios. Entretanto, essa decisão resultou na desistência da conclusão da missão, tendo o Padre Luis Figueira regressado a Pernambuco e depois à Bahia e, ainda, na trágica morte do Padre Francisco Pinto, em confronto com os Tapuias, tendo sido sepultado na Serra de Ibiapaba, no norte do Ceará. O Padre Luis Figueira fez um “diário de viagem”, intitulado “Relação do Maranhão ou Certidão de Nascimento do Ceará”, documento de inestimável valor histórico, principalmente para o Estado do Ceará. Essa expedição atendia a dois propósitos básicos, sendo um da Coroa Portuguesa, que se dirigia para a expulsão dos estrangeiros europeus daquela região e o segundo era da Igreja Católica que se voltava para a catequese dos “selvagens”. Ainda se propunha a conquistar os índios Tocarijus, denominados Tapuias, que habitavam as terras situadas a 15 ou 20 léguas da Serra da Ibiapaba. Esses índios tinham má fama e ainda eram aliados dos franceses que ocupavam o Maranhão, portanto, inimigos dos portugueses. Essa viagem foi acertada e planejada pelo 8°. Governador Geral do Brasil, Diogo Botelho e pelo Superior da Companhia de Jesus, Padre Fernão Cardim, que escolheu o 62

DISCURSO DE POSSE DO PROFESSOR RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 32


Padre Francisco Pinto, homem já maduro, de espírito desprendido e profundo conhecedor da língua dos nativos e o Padre Luis Figueira, mais jovem, também abnegado e que se tornaria, posteriormente, especialista em língua tupi, tornando-se autor de uma gramática desta língua. Viajaram do Recife em um barco. A chegada ao Ceará ocorreu na foz Rio Jaguaribe, atual município de Aracati, no litoral leste do Estado. Seguiram a pé pela costa, reunindo alguns índios que viviam com medo dos brancos e dos tapuias. Chegando ao local denominado de Pará, na foz do rio Curú, onde se localiza a cidade de Paracuru, afastaram-se da costa e adentraram o interior do território totalmente desconhecido, sem imaginar, com base nos indícios iniciais, os perigos que este abrigava. Em 1622, o Padre Luís Figueira foi escolhido (tendo, entretanto, se oferecido) para a tarefa de fundar a Missão do Maranhão. Apesar dos sofrimentos da primeira missão, Padre Luis Figueira desembarcou no Maranhão juntamente com o Padre Jesuíta Benedito Amodei, em março de 1622, e apresentou documento do Governador Geral do Brasil, para aqui permanecer, constituindo-se Conselheiro do jovem Capitão-Mor Antonio Muniz Barreiros, “[...] comprometendo-se por escrito a não se intrometer com os índios libertos, salvo se a consciência ou a obrigação o requeresse e que só em pedaços se apartaria da sua obrigação” (Canedo, 2005). Assim, segundo vários registros, a missão jesuítica no Maranhão se iniciou com a chegada dos Padres Luís Figueira e Benedito Amodei. Posteriormente, em 1727, a Capitania foi transformada na Vice-Província do Maranhão, governada por superiores independentes da Província da Bahia. Ao que tudo indica, a aldeia de Ucaguaba (denominada Aldeia de Doutrina), situada à margem esquerda do igarapé do mesmo nome, na ilha de São Luís, teria sido o ponto de partida dessa missão, conforme escreve o Padre José de Morais (1860). O Padre Luis Figueira foi a Portugal para negociar matérias e recrutar missionários para a Missão do Maranhão. Assim, veio para o Maranhão com amplos poderes e 16 religiosos em 1643. O momento era promissor em meios e em entusiasmo, mas à chegada ao Maranhão, então dominado pelos holandeses, desfez-se o navio (entre 29 e 30 de junho), salvando-se apenas 42 das 173 pessoas a bordo. Então o Padre Luis Figueira com mais nove jesuítas recusaram o convite do Governador para entrar no barco em que se recolheram alguns náufragos, preferindo assistir espiritualmente aos que ficavam. Conforme o relato de um sobrevivente, Nicolau Teixeira, morreram uns no mar, outros nas mãos dos índios; os dez jesuítas, chegando numa jangada, à ilha do Marajó, foram, com efeito, mortos pelos Aruãs, um a um, ao longo de vários dias. Foi este o fim de uma vida que, pelo seu dinamismo, entrou na história da expansão territorial portuguesa no norte do Brasil, num contexto de forte concorrência internacional. O Padre Luis Figueira na época em que viveu no Ceará foi considerado o principal agente da educação escolar pela experiência já alcançada em vários colégios, voltada para a formação de clérigos e leigos, sendo o colégio da Bahia o mais importante deles. Outras ordens religiosas também se dedicaram à educação escolar na colônia, como as ordens dos beneditinos, dos franciscanos e das carmelitas, mas não alcançaram a projeção dos inacianos. Apenas os oratorianos, instalados em Olinda, e depois em Recife, em 1683, tiveram alguma expressão. Por essa passagem no Ceará, o Padre Luis Figueira recebeu homenagens, entre elas, a que foi determinada pelo Decreto nº 11.493, de 17 de outubro de 1975, publicado no Diário Oficial de 30 de outubro. A Escola de 1º Grau Padre Luis Figueira foi oficializada com o seu nome. A partir do Decreto nº


16.036, de 29 de julho de 1983, artigo 1º, com publicação do Diário Oficial de 02 de agosto de 1983, foi criada a Escola de 1º e 2º Graus Padre Luis Figueira. O Ensino Médio, com profissionalização para Magistério, foi ofertado até 1998 e a partir de 1999 passou-se a oferecer, além do Ensino Fundamental, o Ensino Médio Regular. Dentre as obras do Padre Luis Figueira, podem ser citadas: “Relação do Maranhão”, localizada (in Revista do Instituto do Ceará, Tomo XVII, 1903, pg. 97 a 138; in História do Brasil, de Galanti, São Paulo, 1911; in Biografia do Padre Luis Figueira, da autoria do Padre Serafim Leite, 1940; in Três Documentos do Ceará Colonial, Edição do Departamento de Imprensa Oficial do Ceará, Fortaleza, 1967, pg. 3 a 157); ARTE DA LINGVA BRASILICA, Composta pelo Padre Luis Figueira da Companhia de IESV, Theologo. (Manoel da Silua, LISBOA, 1621). 3 fls. prels. não nums., 1 fl. não num e a ARTE DE GRAMMATICA DA LINGUA BRASILICA, Do P. Luis Figueira, Theologo da da Companhia de JESVS. (MIGUEL DESLANDES, LISBOA, 1687) (4 fls. prels. não nums., 167 (+1) p. (Erro de paginação: 30 i. e. 130). [ ](4) A-K(8) L(4)). LUIS FIGUEIRA Por Breno Machado dos Santos63 Nasceu em Almodôvar, no ano de 1574 ou 1575, e entrou na Companhia de Jesus em 1592 na cidade de Évora, onde cursou Humanidades, Filosofia e Teologia. Em 1602, terminados seus estudos e ordenado sacerdote, partiu para o Brasil e dois anos após ter desembarcado na Colônia foi incumbido de redigir a importante Carta Bienal da Província de 1602-1603, “sinal da confiança que seus superiores lhe concedem e também do reconhecimento de suas qualidades literárias”. Padre “formado e culto” (Leite, 1940, p. 10) 64, Luís Figueira aportou na Província do Brasil – então caracterizada pela fraqueza do nível intelectual de seu pessoal – em um período no qual a Ordem vivenciava uma profunda “crise de vocações missionárias”, momento em que a maioria dos inacianos em atividade na Colônia se ocupava com as tarefas de ensino realizadas nos Colégios jesuíticos e com as práticas ministeriais destinadas ao auxílio dos habitantes situados nos núcleos citadinos. Todavia, embora apresentasse um “perfil de padre de Colégio”, Figueira mostrou-se, desde a sua chegada no Novo Mundo, claramente inclinado a dedicar sua vida a então “marginalizada” carreira missionária no Brasil. Assim, apesar de conhecer mal a língua da terra, ser de pouca idade e ter pouca experiência na América portuguesa, a indubitável vocação de Luís Figueira para tornarse “operário de índios” somada às suas qualidades intelectuais e literárias fariam com que ele fosse escolhido pelo Provincial companheiro do insigne padre Francisco Pinto – religioso experiente na língua e costumes indígenas e caracterizado pelo próprio 63

Luís Figueira e a construção do projeto missionário jesuítico no Estado do Maranhão e GrãoPará. Trabalho apresentado no XII Simpósio da ABHR, 31/05 – 03/06 de 2011, Juiz de Fora (MG), GT 03: Religião e política: o saber religioso da política e o saber político do religioso. http://www.abhr.org.br/plura/ojs/index.php/anais/article/view/86/51 TORRES-LONDOÑO, Fernando. La experiencia religiosa jesuita y la crónica misionera de Pará y Maranhão en el siglo XVII. In: NEGRO, Sandra y MARZAL, Manuel M. (coord.). Un reino en la frontera: Las missiones jesuíticas en la America colonial. Quito/Lima: Abya-Yala; PUC del Peru, 1999, p. 15-36. 64 LEITE, Serafim (org.). Luiz Figueira: a sua vida heróica e a sua obra literária. Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1940.


Figueira como “antigo sertanista” – na importante e nova Missão empreendida rumo ao Maranhão. Dessa maneira, a expedição iniciada em 1607 ficaria composta por um especialista em índios e um jovem religioso de reconhecido talento literário capaz de registrar a jornada e, ao mesmo tempo, aprender o “ofício missionário”. A entrada feita pelos dois jesuítas acompanhados somente por um pequeno grupo de indígenas que buscava ligar por terra o Maranhão a Pernambuco a fim de abrir caminho para a chegada dos portugueses à região Norte da Colônia, ocupada pelos franceses, seria interrompida com a morte do padre Pinto pelas mãos dos índios tarairiús, no célebre evento ocorrido na serra de Ibiapaba, localizada no interior do Ceará. Escapo do fatídico assalto cometido pelos “tapuias”, Luís Figueira não cessara de pedir a ida para o Maranhão. Em um documento de 26 de agosto de 1609, no qual dá conta das dificuldades da Missão, o sobrevivente de Ibiapaba escreveu que “avendo de ir lá alguem da Companhia eu, como aquelle que mais direito tem nesta empresa, me offereço pera ser o primeiro em que se quebre a furia dos contrastes”. E, de fato, a Missão do Maranhão tornar-se-ia, segundo as palavras de Serafim Leite, “o sonho e a ânsia” da vida do padre Luís Figueira, morto em 1643 pelas mãos dos índios aruans da ilha de Marajó, justamente quando ele retornava de Portugal com reforços para o apostolado jesuítico no Norte da Colônia. Considerado o fundador da Missão jesuítica do Maranhão, que foi juridicamente instituída como uma entidade administrativa sob a responsabilidade da Província do Brasil somente no ano de 1639, Luís Figueira é afamado por sua virtuosa carreira missionária na Amazônia Portuguesa.i Ademais, o inaciano é distinto como filólogo e escritor, sendo a Arte da Língua Brasílica impressa em 1621 provavelmente sua obra de maior prestígio. Além de seus inúmeros esforços e de sua perseverança, pode-se dizer que o padre Luís Figueira buscou, de modo geral, mostrar em suas Cartas, Relações e Memórias escritas desde o início do século XVII até os anos finais da década de 1630 “o avanço da vontade de Deus”, suscitando novas vocações e apoios variados para o projeto missionário jesuítico na região Norte da América portuguesa em construção a partir de 1607, valendo-se, para isso, de um refinado exercício retórico. Relação da Missão do Maranhão redigida pelo padre Figueira em 26 de março de 1608 No mez de janeiro de 607 por ordem de Fernão Cardim provincial desta provincia nos partimos pera a missão do Maranhão o padre Francisco Pinto e eu cõ obra de sessenta Indios, cõ intenção de pregar o evangelho aaquela desemperada gentilidade, e fazermos cõ que se lançassem da parte dos portugueses, deitando de si os frãceses corsairos que lá residem pera que indo os portugueses como determinão os não avexassem nem captivassem, e pera que esta nossa ida fosse sem sospeita de engano pareceo bem ao Padre provincial que não levassemos cõnosco portugueses e assi nos partimos sós cõ aquelles sessenta Indios (In: Leite, 1940, p. 107).65

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LEITE, Serafim (org.). Luiz Figueira: a sua vida heróica e a sua obra literária. Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1940. LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. t. III. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1943.


Em 1631 foi impressa em Lisboa a Relação de vários sucessos acontecidos no Maranham e Gram Para, assim de paz como de guerra, contra o rebelde Olandes Ingreses & Franceses & outras nações. Caracterizado como uma “pequena crônica”, esse texto do padre Luís Figueira é praticamente todo destinado a descrever, através de um tom laudatório, os triunfos alcançados pelos portugueses, sobretudo no tempo do governo de Francisco Coelho de Carvalho, contra os estrangeiros que exploravam a região Norte da Colônia. LUIS FIGUEIRA Por Aline Bezerra de Menezes66 Luiz Figueira nasceu em Almodóvar em 1574, e completou seus estudos na Universidade de Évora, alistando-se na Companhia de Jesus em 22 de janeiro de 1592. Em 26 de março de 1608, assinou a Relação da Missão do Maranhão, um dos mais antigos registros sobre a expansão portuguesa para o norte e sobre a conquista do Maranhão. Foi publicada pela primeira vez pelo Barão de Studart em 1904. Além dos escritos aqui considerados, Luiz Figueira escreveu a Relação do Maranhão, dirigida ao superior da Companhia de Jesus, o padre Cláudio Aquaviva, onde relata a primeira missão de evangelização dos índios implementada no Maranhão por ele mesmo e pelo padre Francisco Pinto, no início do século XVII. Neste texto, verifica-se claramente como a propaganda do cristianismo se configura em uma outra frente de batalha na conquista portuguesa do Maranhão aos franceses. Um dos escritos aqui considerados será o Memorial sobre as terras e gente do Maranhão, Grão Pará e Rio Amazonas, onde o autor tece considerações sobre aspectos econômicos, sociais e religiosos sobre o local. Trata-se de uma descrição das vantagens do Maranhão e da necessidade de povoamento e ocupação de suas terras. Este documento data de 10 de agosto de 1637, publicado em Lisboa e foi reimpresso pelo Barão de Studart. Uma edição brasileira foi feita por Rodolfo Garcia, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1923, e foi este historiador que atribuiu o texto, apócrifo, ao padre Luiz Figueira, apoiado, entre outras coisas, no relato do missionário jesuíta José de Moraes. Consideraremos, também, a Relação de vários sucessos acontecidos no Maranhão e Gram Pará assim de paz como de guerra, contra o rebelde Olandes Ingreses & Franceses & outras nações.

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OS ESCRITOS DO PADRE LUIZ FIGUEIRA E A FUNDAÇÃO DE SÃO LUÍS NO MARANHÃO. IN NEME, V. 07. N. 16, jun./jul. de 2005 – Semestral ISSN ‐ 1518‐ 3394 Disponivel em www.cerescaico.ufrn.br/mneme. http://www.periodicos.ufrn.br/index.php/mneme/article/view/300/276 Ver também: LEITE, Serafim. Luiz Figueira: a sua vida heróica e a sua obra literária. Lisboa: Agência Geral das Colônias, 1940. LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. . Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, vol. III, 1943. STUDART, Barão de. Documentos para a História do Brasil, especialmente do Ceará. Fortaleza: typ. Studart, 1904 – 1921, 4 vols. Revista do IHGB, vol. 148, 1923, pp.429-432. MORAES, José de. História da Companhia de Jesus na extincta Província do Maranhão e Pará. In: ALMEIDA, Candido Mendes de. Memórias para a história do extincto Estado do Maranhão. Rio de Janeiro: Typografia do Commercio, de Brito & Braga, 1860.


Trata-se de uma crônica, de 1631, impressa em Lisboa no ano de 1631, por Matias Rodrigues, também publicada pelo Barão de Studart em Documentos para História do Brasil especialmente do Ceará, que trata da luta dos portugueses para expulsar franceses e outros estrangeiros que ocuparam a região. Em relação aos escritos do padre Luiz Figueira, estes se inscrevem em uma “tradição de escrita”, assemelhando-se às crônicas religiosas. Segundo Pascale Girard, uma característica das crônicas de missões religiosas nos séculos XVI e XVII, é o fato de não se observar uma preocupação em relatar eventos precisos. Analisando comparativamente as primeiras crônicas de agostinianos, franciscanos, dominicanos e jesuítas durante a ocupação da Ásia, a autora percebeu as regularidades que marcaram tais relatos. Um deles é a imprecisão de informações quanto aos eventos e quanto às localizações geográficas. O que há, no lugar da sucessão de fatos, é um relato do êxito das missões religiosas, contínuo e coerente, do início ao fim. Desta forma, as crônicas aproximam-se mais de relatos míticos do que históricos. Comparando os textos pode-se chegar à estrutura profunda deles e, assim, perceber os procedimentos retóricos que lhes dão forma. Nesse sentido, analisando os escritos sobre a fundação de São Luís do Maranhão, percebemos a tentativa de legitimação da conquista ibérica e, ao mesmo tempo, se estruturam como movimentos internos de afirmação de uma identidade jesuítica. A missão do Maranhão torna-se, assim como a Ásia estudada por Girard, um terreno propício à re-fundação da ordem religiosa. Luiz Figueira chegou ao Brasil em 1602, e esteve pela primeira vez em terras maranhenses em 1622, mas já havia tentado chegar à região em outra jornada, que não se concretizou por completo, entre 1607 e 1608.1 Na ocasião de sua chegada, a coroa ibérica havia criado, em 1621, uma unidade administrativa separada do resto do Brasil, que era o Estado do Maranhão e Grão-Pará, submetido diretamente à metrópole. Esta estrutura governamental sofreu várias alterações referentes à jurisdição do novo Estado e aos postos de seus administradores.

JOSÉ FERREIRA GOMES Por Raimundo Nonato Serra Campos Filho 67 Sacerdote Secular pertencia à Congregação da Missão; Professor do Seminário Episcopal Santo Antonio em São Luís e Diretor da Escola de Radiotelegrafia do Maranhão. Também era jornalista e colaborou com jornais e revistas da capital maranhense com trabalhos sobre a literatura e religião; realizou vários estudos de literatura e religião em jornais e revistas (Revista IHGM 1, de 1926, p. 56). 67

DISCURSO DE POSSE DO PROFESSOR RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 32


Foi um dos fundadores do IHGM em 1926 Nascimento68: Barbacena – MG Presbiterato: 1910 Colocações: São Luís – MA (Seminário); Diamantina – MG (Seminário); Mariana – MG (Seminário); Barbacena – MG; OBS: Deixou a Congregação.

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Foto e dados fornecidos pelo Confrade Raimundo Meireles


CADEIRA 06 OCUPANTE ATUAL: TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO

PATRONO: ANTONIO VIEIRA http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira Antônio Vieira (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608 — Salvador (Bahia), 18 de julho de 1697) foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos humanos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi). António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição. Na literatura, seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro e português. As universidades frequentemente exigem sua leitura. Nascido em lar humilde, na Rua do Cónego, perto da Sé, em Lisboa, foi o primogénito de quatro filhos de Cristóvão Vieira Ravasco, de origem alentejana cuja mãe era filha de uma mulata ou africana, e de Maria de Azevedo, lisboeta. Cristóvão serviu na Marinha Portuguesa e foi, por dois anos, escrivão da Inquisição. Mudou-se para o Brasil em 1614, para assumir cargo de escrivão em Salvador, na Bahia, mandando vir a família em 1618. Cronologia 1608 – Nasce a 6 de fevereiro em Lisboa, na freguesia da Sé, António Vieira, filho primogénito de Cristóvão Vieira Ravasco e de Maria de Azevedo. 1614 – Desembarca com a família em Salvador da Bahia, onde frequentará as aulas do Colégio dos Jesuítas. 1624 - Em Maio, as forças holandesas ocupam a cidade do Salvador. 1626 – Com 18 anos de idade, o noviço António Vieira é encarregue de redigir a Carta Annua ao Geral dos Jesuítas, relatório anual da Companhia de Jesus no Brasil. Constitui o seu primeiro escrito. 1627 – Transfere-se para o Colégio dos Jesuítas de Olinda, onde passa a ministrar aulas de Retórica. 1633 – Prega o primeiro sermão público, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador. 1634 – É ordenado sacerdote, a 10 de dezembro, celebrando a 13 do mesmo mês a sua primeira missa.


1638 – É nomeado Lente em Teologia. 1640 – Prega o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda", na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Salvador. 1641 – Vieira viaja para Lisboa, onde residirá até 1646. 1642–1644 – Prega pela primeira vez na Capela Real, em Lisboa, o "Sermão dos Bons Anos". Em atenção ao brilhantismo das suas prédicas recebe, em 1644, o título de Pregador de Sua Majestade e alguns dos seus sermões são publicados separadamente. É, igualmente, nomeado Tribuno da Restauração. 1645 – Prega o "Sermão do Mandato", na Capela Real, em Lisboa. 1646–1652 – Profissão solene na Igreja de São Roque, em Lisboa. Pregador e conselheiro de D. João IV, é por este enviado como embaixador em diversas missões diplomáticas aos Países Baixos e à França, negociando Pernambuco, a paz europeia, o financiamento da guerra contra Castela e a futura Companhia Geral do Comércio do Brasil. É o período de grande actividade diplomática e política de Vieira, que se desloca por grande parte da Europa, representando e defendendo os interesses portugueses. Faz, ainda, parte da embaixada portuguesa nas negociações da Paz de Münster, cujo objectivo era pôr fim à Guerra dos Trinta Anos. Em Ruão e Amsterdão encontra-se e negoceia com representantes da comunidade judaica portuguesa aí refugiada, o que lhe valeria, desde então, a hostilidade do Santo Ofício. 1652 – Em novembro parte de volta para a América Portuguesa, a fim de se dedicar às missões junto dos indígenas do estado do Maranhão, dos quais assumirá corajosamente a defesa, contra os interesses esclavagistas dos colonos. 1654 – Prega o "Sermão de Santo António aos Peixes", na véspera de embarcar para Lisboa, onde, em breve visita, pedirá providências favoráveis aos índios e às missões jesuítas no estado do Maranhão. 1655 – Antes de retornar às missões do Estado do Maranhão, em Abril, prega na Capela Real, em Lisboa, durante a Quaresma: abre com o "Sermão da Sexagésima" e fecha com o "Sermão do Bom Ladrão". 1657 – Prega o "Sermão do Espírito Santo", no Maranhão. 1659 – Visita cinco aldeias da etnia Nheengaíba. No regresso a Belém do Pará, encontrando-se doente em Cametá, redige o seu primeiro tratado futurológico "Esperanças de Portugal, V Império do Mundo". 1661 – Em resultado do seu combate à escravidão dos índios, Vieira e os seus companheiros jesuítas são expulsos do Estado do Maranhão e embarcados para Lisboa. 1662 – Prega o importante "Sermão da Epifania" diante da rainha-regente. 1663–1667 – É desterrado para Coimbra e começam os interrogatórios da Inquisição, que o persegue devido às suas ideias milenaristas e messiânicas inspiradas no profetismo de António Gonçalves Annes Bandarra ("Quinto Império") e, também, por causa das suas alegadas simpatias pela "gente da nação", os judeus. Em 1666, a Inquisição ordena que seja retirado da cela de religioso, a que estava confinado, e colocado em cárcere de custódia. Apesar de praticamente desprovido de livros para consultas, redige duas Representações da Defesa e, em segredo, parte do livro "História do Futuro" e da "Apologia". Em 1667 é proferida a sentença: "… seja privado para sempre da voz activa e passiva e do poder de pregar…" 1668 – É amnistiado a 12 de junho. 1669 – Prega o "Sermão do Cego", na Capela Real, em Lisboa. Parte para Roma em busca de revisão da sua sentença, onde permanece seis anos, pregando, em italiano, aos cardeais da Cúria romana e à exilada rainha Cristina da Suécia.


1675 – Regressa a Lisboa munido de um Breve do Papa Clemente X, isentando-o "por toda a vida de qualquer jurisdição, poder e autoridade dos inquisidores presentes e futuros de Portugal", mas permanecendo sujeito à autoridade da Cúria romana. 1679 – Declina o convite da rainha Cristina da Suécia para ser seu confessor. 1681 – Regressa à América Portuguesa, a Salvador, na Bahia, em Janeiro, e passa a residir na Quinta do Tanque, casa de campo do Colégio dos Jesuítas, onde prepara a publicação dos seus Sermões e redige a "Clavis Prophetarum". 1686 – Vieira é um dos poucos a não ser afectado pela epidemia de "mal da bicha" (febre amarela). Devido a essa calamidade, a Câmara de Salvador faz votos a São Francisco Xavier, proclamando-o Padroeiro da Cidade do Salvador, em 10 de maio. 1688 – É nomeado Visitador-Geral da Província do Brasil (até 1691). 1690 – Promove a Missão entre os índios Cariri da Bahia, financiando-a com o lucro da venda dos seus livros. 1694 – Emite parecer a favor da liberdade dos índios, contra as administrações particulares na Capitania de São Paulo. 1695 – Envia carta-circular de despedida à nobreza de Portugal e amigos, por não poder escrever a todos. 1696 – É transferido da Quinta do Tanque para o Colégio dos Jesuítas, no Terreiro de Jesus. 1697 – Termina a revisão do tomo XII dos Sermões; dita a sua última carta ao Geral da Companhia de Jesus, Tirso Gonzalez, a 12 de julho. Falece a 18 de julho, no Colégio, aos 89 anos. Os ofícios fúnebres realizam-se na Igreja da Sé, oficiados pelos Cónegos. É sepultado na Igreja do Colégio.

ARIAS DE ALMEIDA CRUZ Por Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo 69 Nasceu em Caxias em 14 de novembro de 1893, era filho de José Castelo Branco da Cruz e de Martinha Nunes de Almeida, descendente de uma prole de dez filhos. Desde jovem demonstrou desejo de seguir a vocação religiosa, ingressando no Seminário Santo Antonio, em São Luis, e depois continuando a sua formação em Teresina, ordenando-se padre aos 24 anos, idade mínima para ordenação. Celebrou sua primeira missa na cidade natal, Caxias onde ocupou vários cargos públicos, depois se transferiu para São Luis onde foi Diretor de Instrução Pública, Diretor da Escola Normal, Diretor do Liceu Maranhense, exercendo também a docência no Liceu Maranhense, Colégio Santa Tereza, Colégio Rosa Castro e no Seminário Santo Antonio. Dentre as disciplinas que lecionou podemos destacar Religião, Língua

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DISCURSO DE POSSE -, REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 61


Portuguesa, História Geral. Foi Capelão da Igreja da Sé, do Colégio Santa Tereza, do Hospital Português. Destacou-se também como jornalista e orador sacro. Publicou sistematicamente por diversos anos nos jornais da capital, onde seus artigos e conferencias tratavam dos assuntos pertinentes a educação, trabalho, questões agrárias, acontecimentos históricos, dentre outros. Seus trabalhos também foram publicados em outros estados notadamente no Piauí, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Caxias sua terra natal. Podemos encontrar seus trabalhos nos jornais Gazeta de São Paulo, Gazeta de Porto Alegre, Gazeta do RIO DE janeiro, Jornal do Maranhão, Tribuna Caxiense, Correio de Timon, Pioneiro de CAXIAS E Diário da Manhã. Proferiu importante conferencias entre as quais: Missionarismo Inaciano em São Paulo e no Maranhão, no Auditório da Gazeta de São Paulo e publicada por aquele jornal em 9 de janeiro de 1940. A Igreja e o Operariado, conferencia proferida na União Operária Maranhense em 19 de março de 1919, publicada pela Typografia Teixeira. Faleceu em Teresina em 12 de janeiro de 1970. Primeiro ocupante da Cadeira patroneada pelo Padre Antonio Vieira, Arias Cruz foi sócio fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão- IHGM. Entre os artigos escritos pelo Padre Arias Cruz podemos destacar: Quanto pode a mulher? Ano XX .2 11 05- 1958 Cem contos de Reis Ano XX .2 25 05-1958 O jogo de azar Ano XX .2 01-06-1958 Profissão sem Aprendizado Ano XX .8, 15 -06-1958 Riqueza e Generosidade Ano XX .8,18-05- 1958 Discurso de paraninfo Ano XX .2, 11-01-1960 Anita Costa Ano XIX .2 ,11 -01-1960 O apoio de Carlos Prestes Ano XIX .4, 17-01-1960 Todas não são Assim Ano XIX .6, 28-02-1960 Contraste Ano XIX .2, 06- 03-1960 Loucura ou Paixão? Ano XIX .6, 27 -03-1960 Maldito Seja Ano XIX .6, 06-03-1960. Sem ELA Ano XIX 6, 27-03-1960 O curso de geologia de Recife e mais Ano XIX 6,03 -04-1960 Coração desumano Ano XIX 6, 15-05-1960 “Consonância Pastoral” Ano XIX 6, 22-05-1960 A feijoada Ano XIX 6, 29-05-1960 Falsos profetas Ano XIX 6, 31- 01-1960 Como, em nome da terra berço, Ano XIX 6, 21-02 1960 Apertei a mão ao hóspede Urge uma revisão Ano XIX 6, 13-03-1960 Capa sobre capa Ano XIX 6, 24, 04-1960 O concílio Ecumênico Ano XIX 6, 06-06-1960 Isto, Isso e Aquilo Ano XIX 4, 12-06 1960 Enchova Inocente Ano XIX 6, 19 -06-1960 Três quartos Ano XIX 6, 26 06 1960 Terra até onde o sol mente 3, 06-02-1966 Anunciado programa de bolsas de Mons. Arias Cruz 1, 29-05-1966 Dias de intenso júbilo na princesa do Sertão 6, 16 -06 -1966


Folha do Povo, 21.01.1925.

Fonte: Dyego Martins

JOSUÉ DE SOUSA MONTELO Por Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo 70 Josué de Souza Montello nasceu no dia 21 de agosto de 1917, na cidade de São Luiz do Maranhão (MA) e faleceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 15 de março de 2006. Ocupou a cadeira nº 29 da Academia Brasileira de Letras por 51 anos. Iniciou seus estudos em sua terra natal, concluindo o seu curso secundário em Belém do Pará (PA). De lá, em dezembro de 1936, foi para o Rio de Janeiro onde se especializou em Educação. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Maranhão. Exerceu diversos cargos, entre os quais destacamos: Conselheiro Cultural da Embaixada do Brasil em Paris; Reitor da Universidade Federal do Maranhão; Professor de Teoria da Literatura da Faculdade de Letras Pedro II (FAHUPE); Embaixador do Brasil junto à UNESCO; e Presidente da Academia Brasileira de Letras. Foi fundador do Museu da República (Palácio do Catete - Rio). Recebeu, dentre outros, os seguintes prêmios: “Intelectual do Ano”, da União Brasileira de Escritores e da Folha de S. Paulo, em 1971, com a publicação de Cais da Sagração; “Personagem Literária do Ano 1982”- da Câmara Brasileira do Livro, de São Paulo, pelo seu conjunto de obra; Grande Prêmio da Academia Francesa, 1987; "Guimarães Rosa", de prosa, do Ministério da Cultura, 1998; e "Oliveira Martins", da União Brasileira de Escritores, pela publicação de Os inimigos de Machado de Assis, em 2000. Foi agraciado com medalhas e condecorações de vários países. 70

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Dentre o vasto acervo literário deixado por Josué Montello, temos a obra Romances e Novelas publicado no Rio de Janeiro pela Editora Nova Aguillar em 1986, nesta obra o primeiro capitulo denominado CONFISSÕES DE UM ROMANCISTA trata da autobiografia de Josué Montello que foi jornalista, professor, romancista, cronista, historiador, ensaísta, orador, teatrólogo e memorialista, nasceu em São Luis do Maranhão, em 21 de agosto de 1917, numa casa que ainda hoje existe, na esquina da Rua dos Afogados com a Rua do Pespontão, às 4:30 horas da manhã, filho do casal Antonio Bernardo Montello e de Mância de Souza Montello. Para Josué Montello, seu horário de nascimento serviu de referencia para o hábito de se levantar nesse horário para trabalhar durante toda sua vida, “A CLARIDADE DE CADA NOVO DIA, QUANDO SAIO A ME ENCONTRAR COM ELA, SEMPRE TEVE PARA MIM O ENCANTO DA EXISTÊNCIA RENASCIDA” (MONTELLO, 1986). Estudou em São Luis, na Escola Modelo “Benedito Leite”, onde cursou o primário e no Liceu Maranhense onde concluiu o secundário, destacando-se como o primeiro aluno de sua turma. Seus Avós paternos são de Montese (Itália), próximo a Veneza, local onde se bateram os soldados brasileiros na 2ª Guerra Mundial, daí a referencia que o Marechal Mascarenhas de Morais fez a ele nas suas Memórias e a Josué Montello coube receber a espada de ouro do Marechal como Diretor do Museu Republica, quando a mesma foi doada ao acervo de relíquias históricas. Miguel Arcângelo Montello avô paterno de Josué, foi criador de gado na Província do Maranhão, aqui chegando em 1852, como integrante de uma leva de imigrantes que o Dr. Eduardo Olimpio Machado, presidente da Província, fez mandar vir da Europa após a abolição do tráfico de negros africanos, fixando-se segundo o Almanaque do Maranhão de 1865 na localidade Vargem Grande, onde nasceu o pai de Josué Montello. Pelo lado materno, é neto de português e brasileira, filha de índia, de uma prole de 8 filhos é o 5º filho varão, pois todos os anteriores foram mulheres, segundo suas memórias a ele foi dado a incumbência de preservar a índole religiosa do pai e seus dons de comerciante, assim muito cedo já dominava a leitura da Bíblia nos encontros da família, e sendo seu pai Diácono da Igreja Presbiteriana Independente de São Luis, no entanto a ele foi dada na juventude o direito de escolher que religião professar, embora para a família fosse interessante que se tornasse pregador, assim Josué Montello se expressa na dedicatória de suas Memórias: “A MEMÓRIA DO MEU PAI ANTONIO BERNARDO MONTELLO, DIÁCONO DA IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DE SÃO LUIS DO MARANHÃO, A QUEM DEVO ESTA LIÇÃO DE LIBERDADE: QUE EU PRÓPRIO ESCOLHESSE O MEU CAMINHO ATÉ DEUS” Josué Montello foi um adolescente solitário e doentio “sou arvore de folhas estioladas, no mais alto esplendor da primavera”, assim ele se expressava, quando aos 15 anos teve que se afastar dos estudos para tratar-se de uma tuberculose, doença que dizimou uma de suas irmãs e dois tios, sendo no exílio forçado pela doença que se afirmar como leitor e futuro escritor, “o tédio está sempre à espera do romancista, aonde quer que ele vá”. Estudou no Liceu Maranhense onde dirigiu o periódico “A Mocidade”, jornal acadêmico da juventude de sua escola, onde publicou seus primeiros trabalhos


literários. Em 1932, aos quinze anos de idade foi integrado à Sociedade Literária “Cenáculo Graça Aranha”, na qual se congregavam os novos escritores maranhenses de filiação modernista. A partir desse momento até 1906, Josué Montello publicou seus trabalhos nos principais jornais maranhenses, notadamente na Tribuna, Folha do Povo e Imparcial. Mudou-se para Belém do Pará onde publicou em colaboração com Nélio Reis, seu livro de estréia “História dos Homens de nossa História”. Foi eleito, aos dezoito anos membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, ainda na capital paraense colaborou com vários jornais e revistas, sobretudo o jornal Estado do Pará. “A INTUIÇÃO DE UM ROMANCISTA É O DIAMANTE BRUTO QUE A VIDA VAI LAPIDANDO COM SUCESSIVAS EXPERIÊNCIAS DA PRÓPRIA VIDA” No fim do ano de 1936, transferiu-se para o Rio de Janeiro, integrando a seguir o grupo dos intelectuais que fundaram o Dom Casmurro, semanário literário dirigido por Álvares Moreira, Montello colaborou neste semanário literário e ainda em outros como O Malho, o Careta e Ilustração Brasileira, além de publicar aos domingos nos jornais A Manhã, O Correio da Manhã, Diário de Noticias e Jornal do Comercio, tendo exercido ainda a critica teatral do Jornal A Vanguarda. Em 1937, foi nomeado Inspetor Federal do Ensino Comercial, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, inscreveu-se no concurso de Técnico de Educação, do Ministério da Educação, com a tese "O sentido educativo da arte dramática", obtendo uma das mais destacadas classificações. Foi nomeado para o cargo em 1939. Em 1941, publicou seu primeiro romance, Janelas fechadas. Em 1943, foi professor do curso de Organização de Bibliotecas, do Departamento Administrativo do Serviço Público. No ano seguinte, a convite do Dr. Rodolfo Garcia, diretor geral da Biblioteca Nacional, planejou a reforma geral de nosso principal instituto bibliográfico. Em 1944, instalou em bases modernas os cursos da Biblioteca Nacional, de que foi a princípio coordenador e a seguir diretor. Foi professor da cadeira de Literatura Portuguesa do curso superior de Biblioteconomia, logo a seguir. Em 1947 foi nomeado diretor geral da Biblioteca Nacional. Ampliou-lhe a instalação; organizou em bases modernas as suas publicações; iniciou a divulgação das principais peças iconográficas da instituição, instalou o serviço de microfilmes; dotou-a com o primeiro serviço de laminação Barrow que se instalou no país para a conservação de documentos; fez restaurar algumas de suas coleções mais valiosas, como a de gravuras originais de Albert Duhrer. Ainda por sua iniciativa, promoveu na Biblioteca Nacional as primeiras grandes exposições em moldes modernos, a primeira das quais, a Exposição Goethiana, contou com o patrocínio da Academia Brasileira de Letras. Exerceu, cumulativamente, a direção do Serviço Nacional do Teatro. Em 1946, a convite do governo do Maranhão, fez o plano da reforma do ensino primário e normal do Estado, que a seguir se converteu em lei. Ao tempo da interventoria de Saturnino Belo, exerceu o cargo de secretário-geral do Maranhão. Em 1953, a convite do Itamaraty, inaugurou e regeu por dois anos a cátedra de Estudos Brasileiros da Universidade Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, no Peru. Organizou, no correr de sua atuação na mais antiga Universidade do continente, a primeira Exposição de Livros Brasileiros que se realizou no Peru. Em 1954, recebeu da mesma universidade o título de seu Catedrático Honorário. Em 1955, o Teatro Universitário da Universidade de San Marcos, por iniciativa do diretor Pedro Jarque y


Leiva, iniciou a temporada com a peça O Verdugo, especialmente escrita por Josué Montello para o mesmo teatro. A partir de 1954, tornou-se colaborador permanente do Jornal do Brasil, no qual manteve uma coluna semanal até 1990, e das publicações da Empresa Bloch, sobretudo na revista Manchete. Em 1956, exerceu o cargo de subchefe da Casa Civil do Presidente da República. Em 1957, convidado pelo Itamaraty, regeu a cátedra de Estudos Brasileiros, na Universidade de Lisboa e em 1958, regeu a mesma cátedra na Universidade de Madri. A convite do Instituto de Cultura Hispânica, ministrou um curso sobre literatura brasileira na Cátedra Ramiro de Maeztu. Organizou e instalou o Conselho Federal de Cultura, sendo o seu primeiro presidente, em 1967-1968, e membro até 1989, quando o Conselho foi extinto. De 1969 a 1970, foi conselheiro cultural da Embaixada do Brasil em Paris. De volta ao Brasil, organizou e instalou o Museu Histórico e Artístico do Maranhão, onde empreendeu a reforma e instalação da nova Reitoria. De 1985 a 1989, foi embaixador do Brasil junto à UNESCO. De janeiro de 1994 a dezembro de 1995, ocupou a presidência da Academia Brasileira de Letras, realizando uma ampla reforma administrativa na quase centenária Casa de Machado de Assis. “NÃO SOMOS NÓS QUE ESCREVEMOS É A LINGUA QUE ESCREVE POR NÓS, COMO SE ANTECIPAR AO QUE PRETENDEMOS EXPRIMIR”. Prêmios recebidos: Prêmio Sílvio Romero de Crítica e Histórica, da Academia Brasileira (1945); Prêmio Artur Azevedo de Teatro, da Academia Brasileira (1947); Prêmio Coelho Neto de Romance, da Academia Brasileira (1953); Prêmio Paula Brito de Romance, da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (1959); Prêmio Fernando Chinaglia de Romance, do Pen Clube do Brasil (1967); Prêmio Intelectual do Ano, da União Brasileira de Escritores e das Folhas de São Paulo (1971); Prêmio de Romance da Fundação Cultural de Brasília (1972); Prêmio de Ficção da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1978); Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1979); Prêmio Personagem Literária do Ano 1982, da Câmara Brasileira do Livro, de São Paulo, pelo seu conjunto de obra; Prêmio Brasília de Literatura para conjunto de obra "1982", da Fundação Cultural do Distrito Federal (1983); Prêmio São Sebastião de Cultura, da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro (1994). A obra construída por Montello até aquele momento de sua carreira é assombrosa, pois abrange uma significativa variedade de meios de expressão - do romance ao teatro, do artigo jornalístico ao ensaio histórico. Sua prosa é elegante e fluída, passando ao leitor aquela enganadora sensação de ter sido escrita de forma ligeira, fácil, sem esforço aparente. Sua sólida formação intelectual se faz sentir em todos os ensaios e artigos, sempre permeados por análises precisas, argutas e diretas, ao passo que nos romances e peças teatrais a fina sensibilidade do artista impõe uma intensa abordagem psicológica das trama se dos personagens. A quantidade de títulos lançados por Montello é também motivo de espanto, ainda mais quando se leva em consideração o fato de que o autor se ocupava de várias outras atividades que não apenas a literatura, e mal havia chegado aos 38 anos de idade. Seus muitos lançamentos alcançam repercussão nacional e as premiações se acumulam: Prêmio Silvio Romero de Crítica e História, recebido em 1945; Prêmio Arthur Azevedo de Teatro, da Academia Brasileira, 1947; e o Prêmio Coelho Neto de Romance, da Academia Brasileira, em 1953. No dia 04 de novembro de 1954, é eleito para ocupar a


Cadeira nº. 29 da Academia Brasileira de Letras - figurando como o mais jovem integrante daquela instituição em toda a sua história. É a consagração, mas está longe de ser o ápice de sua carreira literária. Por outro lado, sua consumada competência administrativa vale o convite para ocupar o cargo de subchefe da Casa Civil da Presidência da República em 1956, início da era JK. No ano seguinte, é designada pelo Itamaraty para reger a cátedra de Estudos Brasileiros da Universidade de Lisboa, função que desempenha com o brilhantismo de sempre - tanto que o Instituto de Cultura Hispânica leva-o para a Espanha, onde ministra um curso de literatura brasileira na Universidade de Madri. Em suas obras encontramos citados grandes nomes, entre estes, Gonçalves Dias, Odorico Mendes, Sotero dos Reis, Sousândrade, João Francisco Lisboa, Assim como médicos, bispos, padres, presidentes de província, professores, desembargadores, etc. É o Maranhão narrado por entre becos e ruas famosas, como a Rua dos Afogados, Rua do Oiteiro, Rua do Passeio, Rua do Mocambo, Rua Grande. É a São Luís de beiral no telhado, de ruas longas e estreitas. São os Largos, o do Carmo, o do Santiago, o do Desterro, até mesmo o Cemitério do Gavião em suas obras é lembrado. Lembra ainda o Portinho, a Praia do Caju e o Cais da Sagração, as matracas do Caminho Grande, do Anil e da Maioba por cima das cantigas de bumba-meu-boi. O Liceu Maranhense também ganha uma atenção especial. É um passado/presente que nestas obras se constitui. Um passado que Montello traz com o uso da memória, de forma a fazê-lo presente. É na construção deste passado/presente que Montello ergue sua representação sobre o Maranhão.Para tanto, trabalha espaços distintos, desde São Luís, a Alcântara, até às fazendas do interior. Neste universo, tem-se representado sobre um imenso saudosismo a época de grande prosperidade maranhense de até meados do século XIX e, em contraponto a esta, um Maranhão decadente que tenta reerguer-se já no século XX composto por uma sociedade que se vê incipiente, impossibilitada de exibir-se com a riqueza de outrora. De aristocrática, opulenta e opressora, torna-se esta sociedade melancólica. A Alcântara de tantos sobradões e fachadas torna-se propícia a assombrações, já que entre os vazios das ruas restam apenas os fantasmas dos antigos barões e escravos.Tem-se assim, trabalhada a saga da aristocracia maranhense envolta da idéia de decadência que perpassa o contexto de Noite Sobre Alcântara Montello lembra ainda o vazio da Praia Grande, que mostra as transformações sofridas pela cidade, estas transformações do espaço lembrada em Cais da Sagração dão um significado à história, é pois a memória recompondo a paisagem de São Luís. A saga maranhense construída sobre a visão de mundo de Montello, não se limita à decadência da aristocracia maranhense, mas também dedica-se à construção do imaginário sobre o negro em sua luta contra a opressão desta aristocracia encontrado em Tambores de São Luís.Assim, lembram-se os instrumentos repressores, o feitor, a chibata, a palmatória e ainda as proibições de festas e fandangos, até mesmo a forca na Praça da Alegria. A opressão versus luta pela liberdade, expressa a escravidão no Marantello.Neste imaginário, a dependência da aristocracia maranhense em relação ao trabalho escravo não se esconde, tendo projetado nas linhas destes romances toda a sua ruína após a abolição. São as fazendas empobrecidas transformadas em taperas com antigos barões e viscondes a desfalecer-se ao não suportar desfazer-se de seus últimos bens.


Não podemos deixar de ressaltar também as inúmeras referências que Montello dedica a Donana Jansen que é transpostas para seus livros cercadas pelas lendas que até o presente envolvem sua pessoa neste Maranhão. Tal representação construída em torno desta comerciante e latifundiária deixa transparecer a sociedade aristocrática e cruel que se impunha.Montello encontra-se ainda atrelado à literatura tradicional, como pudemos demonstrar no decorrer deste trabalho, portador da ideologia da decadência, constrói o enredo de Noite Sobre Alcântara. Traz também consigo outras visões que estará norteando sua visão de mundo, a exemplo de Meireles e Viveiros, seja na forma de ver o Maranhão, a sociedade aristocrática nele presente, seja em suas contextualizações, elitizações e dicotomias. Utilizando-se de todo o seu saudosismo romântico, Montello constrói imagens deste Maranhão, de opulento a decadente. Sobrevive o Maranhão entre reerguimentos e falências, glórias e ruínas. Fica então a memória como expressão de um desejo de retorno ao passado de glórias, efemérides e feitos heróicos.Sempre em busca de novos desafios, Montello não perde o fôlego com o passar dos anos: organiza e instala o Conselho Federal de Cultura e o Museu Histórico e Artístico do Maranhão, é conselheiro cultural da embaixada do Brasil em Paris, fundador e reitor da Universidade Federal do Maranhão, embaixador do Brasil junto a UNESCO e presidente da Academia Brasileira de Letras. Afável no trato, de conversa fácil e finamente articulada, ele foi um homem forjado pelo tempo e por si próprio - algo raro de acontecer em qualquer lugar ou época, e que por isso mesmo torna lendárias figuras dessa estirpe. Suas qualidades pessoais, assim como as artísticas, eram muitas e variadas, e o amor que devotava ao Maranhão, simplesmente comovente - tanto que sua terra natal é o grande cenário de quase toda a sua obra ficcional. Integrando um dos mais férteis períodos da literatura brasileiro posterior à semana de Arte Moderna, chamado de ciclo do romance nordestino, Montello, ao contrário da grande maioria de seus colegas de geração, voltou-se para o romance citadino ao estilo de Machado de Assis. Dessa forma, valendo-se de um estilo clássico e sumamente elegante de escrever, ele reconstrói com maestria e densidade psicológica toda a arquitetura de vida de um tempo que passou, como bem se vê em sua indiscutível obraprima, Os Tambores de São Luís, de 1975 - o grande romance brasileiro sobre a escravidão. Josué Montello foi membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; membro da Academia Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão ( último ocupante vivo da cadeira de nº 6, que hoje estou assumindo); da Academia Internacional da Cultura Portuguesa (de Lisboa); da Academia das Ciências de Lisboa; da Sociedade de Geografia de Lisboa; da Academia Portuguesa da História (de Lisboa); da Association Internationale des Critiques Littéraires (de Paris); sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Brasília e do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. A macro-visão que Josué Montello tem da História do Maranhão fez com que ele escrevesse uma obra que no conjunto, é um mega romance sobre o Maranhão. Obra densa, ousada, arrojada que segue que como um mapa os contornos e meandros da Ilha de São Luis, detalhando ruas, avenidas, becos, escadarias, casarões, sobradões, solares, ruínas, apogeu e glória. Sob essa ótica, a obra montelliana tem aquele olhar que abrange três tipos de romances: num primeiro plano está o do romance de caracteres, voltado para o perfil historiográfico; no segundo plano, o romance de análise psicológica, bem


ao estilo de Machado de Assis e num terceiro plano, o romance de fluxo de memória. As três maneiras de ele intuir o romance estão mais claramente delineadas nas obras Cais da Sagração, Os tambores de São Luis e Noite sobre Alcântara. É nessas obras monumentais que podemos coteja-lo entre os grandes construtores da obra romanesca universal contemporânea, trilhando caminhos que pinçam experiências das melhores conquistas de Sterne, Xavier de Maíistre e Machado de Assis, desdobrando-se nos pretextos utilizados por Günter Grass e Gabriel Garcia Márquez, utilizando-se da teoria científica, usando o particular para alcançar o universal. Josué Montello foi e é um dos maiores contadores da História do Maranhão, antes dele poderemos dizer que o Maranhão não tem memória, depois dele, devemos dizer o Maranhão tem história, pois o mesmo, fazendo a revolução estética do romance moderno como o fez Gabriel Garcia Márquez em Cem Anos de Solidão, Machado de Assis em Dom Casmurro, Quincas Borba, Memórias Póstumas de Brás Cubas e o O Alienígena e Gunter Grass em O Tambor, sua experiência não se constitui uma cópia, mas uma recriação dentro da visão mais contemporânea do aspecto paródico, ou seja, uma maneira peculiar de orquestrar ou tornar alegórico, certos mitos e arquétipos, como fala Manoel dos Santos Neto escritor maranhense nosso contemporâneo, quando relembra os 30 anos de lançamento da primeira edição dos Tambores de São Luis. Com ele a história é narrada com descontinuidade, utilizando a técnica do flash-back, a ação podendo se desenvolver as avessas, ou seja , a técnica que permite ao romancista começar a contar a história pelo final e finalizar pelo começo ou por no meio o começo; o fim no meio e o meio no fim, com os avanços e recuos da ação na história dos homens, digressões, progressões e interpolações de São Luis do Maranhão com suas “polidas pedras, estreitas ruas, velhas torres, vosso sono é longo e atento: tu guardas, feitos, memórias, nomes; guardas gemidos de escravos; fome de liberdade entre dores; guardas os passos firmes e eternos dos santos e poetas maiores como Josué Montello. (adaptação do poema Vozes de Bandeira Tribuzi). JOSUÉ DE SOUZA MONTELLO Academia Maranhense de Letras. http://www.academiamaranhense.org.br/ Josué de Souza Montello nasceu em São Luís, a 21 de agosto de 1917. faleceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 15 de março de 2006. Fez em São Luís seus estudos dos cursos fundamental e médio e colaborou em diversos jornais, a exemplo de A Tribuna, Folha do Povo e O Imparcial. Ainda estudante do Liceu Maranhense, dirigiu A Mocidade, órgão do corpo discente daquele tradicional estabelecimento de ensino. Integrou, em 1932, o Cenáculo Graça Aranha. Em 1936 transferiu-se para Belém-PA, onde fez sua estréia em livro, com História dos homens de nossa História, de parceria com Nélio Reis. No fim desse ano mudou-se para o Rio de Janeiro. Ali participou da redação de inúmeros jornais e revistas, tornou-se técnico do MEC e publicou, em 1941, seu primeiro romance: Janelas fechadas. Romancista, novelista, contista, teatrólogo, historiador, cronista, ensaísta, biógrafo, conferencista, professor. Foi adido cultural do Brasil em Lima, Lisboa, Madri e Paris. Diretor da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, do Serviço Nacional de Teatro, do Museu Histórico Nacional, subchefe da Casa Civil do Presidente da República, fundador e primeiro diretor do Museu da República; autor da proposta de criação e primeiro presidente do


Conselho Federal de Cultura; membro dos Conselhos Federal de Educação, Social Rural, do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de Orientação Nacional do Livro, Consultivo do Instituto Cultural Brasil-Argentina, de Desenvolvimento do Nordeste, Estadual de Cultura do Maranhão; reitor da Universidade Federal do Maranhão; embaixador do Brasil junto à Unesco, de 1985 a 1989; presidente da Academia Brasileira de Letras, 1995-96. Possui, entre outras, as seguintes comendas e condecorações: Ordem do Sol (Peru); Ordem do Infante Dom Henrique (Portugal); Legião de Honra da França; Ordem do Mérito Naval; Medalha do Sesquicentenário do Arquivo do Exército; Ordem do Mérito das Forças Armadas, da Ordem do Mérito de Brasília, Ordem do Mérito do Grão-Pará, Medalha Anchieta; Medalha Cultural Alexandre de Gusmão; Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (Portugal); Ordem de Andrés Bello (Venezuela); Ordem do Congresso Nacional; Medalha Cultural Pedro I; Medalha Marechal Hermes; Mérito Timbira e João Lisboa, do Estado do Maranhão; Medalha Sousândrade do Mérito Universitário, da Universidade Federal do Maranhão; La Ravardière, da Prefeitura de São Luís. É catedrático honorário da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, do Peru, e doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Maranhão. Pertence, entre outras instituições culturais, à Academia Brasileira de Letras, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará, à Academia das Ciências de Lisboa, à Academia Portuguesa de História, à Sociedade de Geografia de Lisboa. Colaborador permanente da revista Manchete e do Jornal do Brasil, por longos períodos. No último, durante cerca de 40 anos. Distinguido com os prêmios literários de Teatro, Romance e Ensaio da ABL; de Intelectual do Ano, da UBE; Fernando Chinaglia, da UBE/RJ, e Luís Cláudio de Souza, do Pen Club do Brasil, por Os degraus do paraíso; de Romance, da Fundação Cultural de Brasília, por Cais da sagração. Ocupou a cadeira nº 29 da Academia Brasileira de Letras por 51 anos. Cadeira n. 31 da Academia Maranhense de Letras. Bibliografia Romance: Janelas fechadas; A luz da estrela morta; Labirinto de espelhos ; A décima noite ; Os degraus do paraíso ; Cais da sagração ; Os tambores de São Luís ; Noite sobre Alcântara ; A coroa de areia ; O silêncio da confissão ; Largo do Desterro ; Aleluia ; Pedra viva ; Uma varanda sobre o silêncio ; Perto da meia-noite ; Antes que os pássaros acordem ; A última convidada ; Um beiral para os bentivis ; O camarote vazio ; O baile da despedida ; A viagem sem regresso ; Uma sombra na parede ; A mulher proibida ; Enquanto o tempo não passa


Novela: O fio da meada ; Duas vezes perdida ; Numa véspera de Natal ; Uma tarde, outra tarde ; A indesejada aposentadoria ; Um rosto de menina e outras novelas reais literatura infantil e juvenil O tesouro de Dom José ; As aventuras do Calunga ; O bicho do circo ; A viagem fantástica ; A cabeça de ouro ; As três carruagens e outras histórias ; Fofão, Antena e o vira-lata inteligente ; O carrasco que era santo Ensaio Gonçalves Dias ; Histórias da vida literária ; O Hamlet de Antônio Nobre ; Cervantes e o moinho de vento ; Fontes tradicionais de Antônio Nobre ; Ricardo Palma, clássico da América.; Artur Azevedo e a arte do conto ; Estampas literárias ; Caminho da fonte ; A oratória atual do Brasil ; O Presidente Machado de Assis ; O conto brasileiro: de Machado de Assis a Monteiro Lobato ; Uma afinidade de Manuel Bandeira: Vicente de Carvalho ; Santos de casa ; Uma palavra depois da outra ; Un maître oublié de Sthendal ; Estante giratória ; Machado de Assis; Ruy, o parlamentar; Literatura para professores do 1º grau ; Fachada de azulejo; O tempo devolvido; Cenas e figuras da História do Brasil ; Baú de juventude ; A Academia Brasileira entre o Silogeu e o Petit Trianon ; A condição literária. História História dos homens de nossa história ; Os holandeses no Maranhão ; Theremin ; História da Independência do Brasil, 4v. ; Pedro I e a Independência do Brasil à luz da correspondência epistolar história literária Pequeno anedotário da Academia Brasileira ; Na casa dos 40 ; Anedotário geral da Academia Brasileira ; Aluísio Azevedo e a polêmica d’O Mulato ; A polêmica de Tobias Barreto com os padres do Maranhão ; O modernismo na Academia; testemunhos e documentos Crônica: Os bonecos indultados ; Lanterna vermelha ; Janela de mirante Antologia Aluísio Azevedo ; Machado de Assis ; Para conhecer melhor Gonçalves Dias ; Para conhecer melhor José de Alencar. Teatro Escola da saudade (comédia em 3 atos) ; O verdugo (drama em 1 ato) ; A miragem (comédia em 3 atos) ; Através do olho mágico (comédia em 3 atos) ; O anel que tu me deste (comédia em 3 atos) ; A baronesa (comédia em 3 atos) ; Alegoria das três capitais (espetáculo oficial da inauguração de Brasília); Um apartamento no céu (peça em 4 atos). A obra romanesca de Montuello até Perto da meia-noite foi reunida em Romances e novelas, 3v. Rio de Janeiro: Nova Aguilar/INL, 1986. No volume Romances escolhidos (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996) foram reeditados Os tambores de São Luís, Noite sobre Alcântara, A luz da estrela morta, Cais da sagração, O baile da despedida, Antes que os pássaros acordem, Aleluia e, pela primeira vez, editado A mulher proibida.


MILSON DE SOUSA COUTINHO http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/ocupantes/15.php Nasceu em Coelho Neto-MA, a 9 de março de 1939. Fez, em São Luís, os estudos de 1º, 2º e 3º graus, tendo-se destacado como líder estudantil. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, turma de 1972. Foi, por seguidos anos, advogado militante nos foros de São Luís e de cidades do interior do Estado. Conselheiro da OAB-MA no triênio 1983-85. A partir de 1959 exerceu, na imprensa, permanente atividade, havendo colaborado em quase todos os jornais da capital maranhense. Pertence à Associação de Imprensa do Maranhão e ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís. Cidadão Honorário de São Luís, de Caxias e de Pedreiras. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Quando Procurador do Estado do Maranhão, exerceu as funções de Procurador GeralAdjunto. Em 2 de fevereiro de 1994 foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Vice-presidente e presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão em 1997 e entre 1998 e 1999; vice-presidente do Tribunal de Justiça no biênio 2001-2002; presidente, biênio 2004-2005. Bibliografia: Atualidade do Padre Vieira – O Poder Judiciário no Maranhão (em co-autoria). São Luís: 1978; Pesquisa para a história judiciária de Coroatá. São Luís: TJM, 1978; Subsídios para a história do Maranhão. São Luís: Sioge, 1978; A presença do Maranhão no Supremo Tribunal. São Luís: Sioge, 1979; A presença de Maquiavel nos Estados totalitários, publicação em capítulos, O Jornal, São Luís, 1979; Apontamentos para a história judiciária do Maranhão. São Luís: Sioge, 1979; Caxias das Aldeyas Altas; subsídios para sua história. Caxias/Prefeitura Municipal; Brasília/Centro Gráfico do Senado, 1980 (Prêmio Prefeitura de Caxias/Fundação Cultural do Maranhão), 2ª ed. Caxias: Prefeitura de Caxias, 2005; O Poder Legislativo do Maranhão, 3 vols. São Luís: AL/Secma, 1981/88; História do Tribunal de Justiça do Maranhão. São Luís: Secma, 1982; Memória de Pedra Neiva de Santana, Luiz Rêgo e Franklin Viégas, jornal O Estado do Maranhão, 1981 e 1983A revolta de Bequimão. São Luís: Secma, 1984; Imperatriz; subsídios para a história da cidade. São Luís: Sioge,1994; A cidade de Coelho Neto na história do Maranhão. São Luís: Secma/Sefaz, 1986; O Maranhão no Senado (notas bibliográficas). São Luís: Sefaz/Secma/Sioge, 1986; Sarney: apontamentos para a vida e obra do chefe liberal. São Luís: AML, 1991; Camões – vida, obra, contradições, Edições AML, 1992; Memória dos 180 anos do Tribunal de Justiça – 1813/1993. São Luís: Sioge, 1993; História do Tribunal de Justiça - Colônia, Império, República, São Luís, 1999; O Magistrado da cidadania e justiça, São Luís, 2002; Desembargador Sarney: memória do primeiro centenário, Brasília, 2002; Caxienses Ilustres, São Luís: Lithograf, 2002;


Constituições políticas do Estado do Maranhão. São Luís: Lithograf, 2005; Ouvidores-gerais e juízes de fora. São Luís: Clara Editora, 2008; História da Assembleia Legislativa do Maranhão, 3 vol. São Luís: Sotaque Norte Editora, 2008; O trabalho A presença de Maquiavel nos estados totalitários foi publicado em capítulos, em O Jornal (São Luís), de agosto a setembro de 1979 CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM COUTINHO, Milson DISCURSO Ano LXII, n. 14, março de 1991 61-66 DISCURSO SOBRE A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DO IHGM Ano LXIV, n. 17, 1996 21-25 DISCURSO DO DR. MILSON COUTINHO NA POSSE DO JORNALISTA HERBERT SANTOS Ano LXIV, n. 17, 1996 141-143 DISCURSO DO SÓCIO MILSON COUTINHO NA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS POR OCASIÃO DAS HOMENAGENS A JOSUÉ MONTELLO PELOS SEUS 80 ANOS No. 19, 1997 07-10


CADEIRA 07 OCUPATE ATUAL: IVA SOUSA DA SILVA PATRONO: JOÃO DE SOUSA FERREIRA Por Iva Sousa da Silva71 JOÃO DE SOUSA FERREIRA inscreveu-se entre as pessoas ilustres de seu tempo para as quais o seu nome não devia passar em silencio, pois quando se tratava de pessoas benemeritas, sua moral foi um bom exemplo, passou pelas dioceses da Bahia, de Minas Gerais e do Gão-Pará, só deixando seus fieis quando já envelhcido, quase invalido, renunciando aos trabalhos da sua paroquia. Deixou escrito: América abreviada, suas noticias e seus naturais em particular do Maranhão, títulos, conteúdos e instruções á sua conversão indígena e argumentos mais úteis – no ano de 1693 este manuscrito constituía-se num dialogo entre um Ortelão (plantador de hortelãs) e um Pastor, sobre as potencialidades da região, em determinado momento o Pastor argumentava que: “sempre de muita utilidade é haver tapuios entre os pretos,ainda quando não fosse mais que para práticos dos seus rios e matos, por filhos deles” (Ferreira, 1894:145). Escreveu também o Noticiário maranhense, obra que faz uma descrição do Estado do Maranhão comentando o tempo em que se descobriu o Estado e também de onde vêm as riquezas e noticias que presentemente temos e muitas mais que não conhecemos e como se pode argumentar sua capacidade: donde vieram os moradores índios deste estado e outras peregrinas circunstanciam. 72 O Padre João de Sousa Ferreira trabalhou com afinco e pertinência no sentido de proteger os nativos da saga dos colonizadores infiéis tratando-os como súditos da coroa portuguesa. Tinha o Padre João de Sousa Ferreira um irmão também sacerdote chamado José de Sousa Ferreira. Infelizmente não temos minuciosos informes de sua vida e de seu irmão sobre sua passagem como catequizador nas terras do Grão-Pará e Maranhão. Foi um sacerdote trabalhador, fiel aos seus princípios e mantenedor da fé cristã, fato que lhe resultou na inscrição de seu nome no panteão dos bem aventurados e Patrono da Cadeira de nº 7 deste Sodalício. JOÃO DE SOUSA FERREIRA Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 73 Nasceu na Vila de Bastos, Portugal. Presbítero da Ordem de São Pedro. Foi Provedor da Fazenda dos Ausentes – Pará. Deixou escrito: “America abreviada, suas noticias e de seus naturais em particular do Maranhão, títulos, conteúdos e instruções a sua 71

DISCURSO LAUDATÓRIO AO PATRONO DA CADEIRA DE Nº 7 – IHGM - JOÃO DE SOUSA FERREIRA; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 58 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011

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Estes dados se encontram na obra de Mário Meireles, lançada em 1955, denominada “Panorama da Literatura maranhense”, onde Meireles traça um perfil sucinto e rápido desse benemérito estudioso das coisas e dos homens do Maranhão. 73 OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


conversão e argumentos uteis” – 1693; Noticias maranhenses; Descrição do Estado do Maranhão comentando o tempo em que se descobriu o estado e também de onde vêm suas riquezas e noticias que presentemente temos e muito mais que não conhecemos, como se pode argumentar, sua capacidade: d´onde vieram os moradores índios deste estado, e outras peregrinas circunstancias. RENATO DINIZ DO NASCIMENTO E SILVA Por Iva Sousa da Silva 74 Foi convocado para o serviço militar ativo, pelo Decreto publicado no Diário Oficial do Exercito – 24º Batalhão de Caçadores como auxiliar de instrução dos soldados antigos, sempre foi homenageado pelos seus superiores como um oficial trabalhador, disciplinado e disciplinador. Segundo dados retirados do “Livro dos Patronos”, pertencente ao IHGM, produzido na gestão da Profa. Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo, nas comemorações dos 80 anos do IHGM, essa figura representativa da vida militar maranhense foi louvada pelo Capitão João Felipe Bandeira de Melo nos seguintes termos: “LOUVO-O - 1º Tenente de Reserva Convocado RENATO DINIZ DO NASCIMENTO E SILVA pelas boas provas que vem dando de devotamento ao trabalho, inteligência, disciplina e boa educação civil e militar”. A 10 de fevereiro de 1943 foi designado a servir como instrutor de reservistas convocados, na parte referente a serviço em campanha, posteriormente foi transferido por necessidade do serviço para o 25º Batalhão de Caçadores no vizinho estado do Piauí, em 26 de outubro de 1943. Antes de embarcar foi novamente agraciado pelos serviços prestados na guarda maranhense de forma árdua, colaborando com o comando na missão de instruir e disciplinar, encerrando com votos de felicidades na nova unidade onde iria servir.

JOSÉ MARIA RAMOS MARTINS http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/ocupantes/09.php Nasceu em Timon, Maranhão, a 27 de março de 1920. É bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão. Pro-fessor Assistente de Psicologia (1957), Livre Docente de Introdução à Ciência do Direito (1957), Professor Catedrático de Direito Penal (1958), Professor Titular de Filosofia Geral (1959). É também Professor Honoris causa da Faculdade de Ciências Humanas e So-cais Aplicadas - Faculdade S. Luís (2001). Membro efetivo da Academia Maranhense de Letras Jurídicas; do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; do Conselho Estadual de Educação. 74

DISCURSO LAUDATÓRIO AO PATRONO DA CADEIRA DE Nº 7 – IHGM - JOÃO DE SOUSA FERREIRA; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 58 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011


Além da advocacia, exercida durante 25 anos exerceu as seguintes atividades profissionais: Fundador e primeiro delegado do Senac e do Sesc no Piauí (1947/1952); Diretor Regional do Senac e do Sesc no Maranhão (1957/1959); Secretário da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Maranhão (1955/1957); Consultor Jurídico do Estado do Maranhão (1960); Procurador Geral do Estado do Maranhão (1961); advogado da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás, no Maranhão (1960/1970); Membro do Conselho de Cultura do Estado do Maranhão e do Conselho de Política Criminal e Penitenciária do Estado do Maranhão; Di-retor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, posteriormente Instituto de Filosofia da Universidade Federal do Maranhão (1965/1972); Vice-Reitor da Universidade Federal do Maranhão (1973); Reitor da Universidade Federal do Maranhão(1975/1979); Sócio funda-dor e primeiro presidente da Associação dos Amigos da Universidade Federal do Maranhão ¬AAUFMA.; coordenador e professor do Curso de Mestrado em Direito, do Centro de Ensi-no Unificado do Maranhão – Ceuma, em convênio com a Universidade Federal de Pernam-buco (1997/2001); conselheiro e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisci-plinares da Faculdade S. Luís (2002); membro da Diretoria e expresidente da Escola Supe-rior de Advocacia – ESA. Recebeu as seguintes medalhas, entre outras: Medalha do Mérito Timbira; Sousândrade, do Mérito Universitário; de Honra ao Mérito da FAME, concedida por ocasião de seu jubileu de prata; do Sesquicentenário da Independência do Brasil; Comemorativa do Cinqüentená-rio do Curso de Direito; Antenor Bogéa, concedida pela O.A.B, Secção do Maranhão; Pro-fessora Ana Maria Saldanha, concedida pelo Conselho Estadual de Educação; Palmes Aca-demiques, na ordem de Cavaleiro, concedida pelo governo francês, por ter sido, por mais de dez anos, vice¬-presidente e presidente da Aliança Francesa no Maranhão. Bibliografia: Da Noção de Espaço ao Fenômeno Jurídico, tese de concurso para a cadeira de Introdução à Ciência do Direito, 1955, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Maranhão; Ciência e Crime, tese de concurso para a cadeira de Direito Penal, 1957, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Maranhão; Discursos e Conferências, São Luís: Aauf-ma, 1997; Um Programa de Sociologia Jurídica, São Luís: Ediceuma, 1998. 2. ed. São Luís: Lithograf, 2007; Pluralismo Jurídico e Novos Paradigmas Teóricos, coautoria com Agostinho Rama1ho Marques Neto. Porto Alegra: Sérgio Antônio Fabris Editor, 2005; Ci-ência e Técnicas Criminais, 1°. Fascículo, São Luís: Lithograf, 2006; A publicar: Discurso de Posse na Academia Maranhense de Letras. São Luís, 2004; Discurso em Homenagem ao Centenário de Nascimento de Bacelar Portela, São Luís, 2006.


CADEIRA 08 OCUPANTE ATUAL: OSVALDO PEREIRA ROCHA

PATRONO: JOÃO FELIPE BETTENDORF João Felipe Bettendorf nasceu em Luxemburgo, pequeno Estado Independente da Europa Ocidental, no dia 25 de agosto de 1625. Na Itália, estudou e graduou-se em Direito Civil e em Artes. Já formado, ingressou na Companhia de Jesus (jesuítas) aos 22 anos de idade, ampliando notavelmente seus conhecimentos, a ponto de tornar-se dono de uma vasta cultura, além de falar vários idiomas. Era também pintor e poeta. Atendendo a um convite do Pe. Antônio Vieira, veio para o Brasil, onde chegou, no Maranhão, a 20 de janeiro de 1661, iniciando imediatamente sua vida missionária. Foi logo mandado para Belém, dedicando-se a viagens de catequese entre aldeias próximas. Designado pelo Pe. Vieira para fundar missão na aldeia dos Tapajós, situada à foz do grande rio, lá chegou a 22 de junho de 1661. Sua fundação deu origem à cidade de Santarém. Foi superior das Missões, de 1669 a 1674, e de 1690 a 1693. Morreu em Belém do Pará, a 5 de agosto de 1698, aos 73 anos de idade. http://www.santarem.pa.gov.br/conteudo/?item=204&fa=194&cd=310&menu=Vultos+Hist%F3ricos

João Felipe Bettendorf, nasceu 25 de agosto de 1625 em Lintgen (Luxemburgo), morreu 05 de agosto de 1698 em Belém (Brasil), foi um missionário jesuíta Luxemburgo e um dos primeiros pintores a atuar no Brasil. Em 1661 ele era um missionário no Estado do Amazonas do Pará (Brasil). Pouco se sabe sobre sua vida, salvo que realizou pinturas nas igrejas de Gurupatuba e Tapajós, no Pará e Inhaúba, no Maranhão. É considerado o fundador das cidades de Santarém, no Pará e Parintins, no Amazonas. Ele escreveu uma crônica das missões jesuíticas na Amazônia http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Felipe_Bettendorff João Felipe Bettendorf (Província Galo-Belga, atual Luxemburgo 1625 - Belém PA 1698). Pintor, desenhista e riscador. Ingressa na Companhia de Jesus, em 1647, em sua cidade natal, embarcando em 1660 para as missões jesuíticas do Maranhão e Pará, onde desempenha o cargo de reitor e superior da Missão. Um ano após sua chegada, em Santarém (Pará), constrói uma igreja, onde pinta a Nossa Senhora da Conceição no centro do retábulo. Entre 1661 e 1695, executa vários painéis para retábulos de várias igrejas em aldeias e vilas da região de Belém (Pará). Trabalha também na província do Maranhão na cidade de São Luís onde, em 1680, pinta emblemas para um arco triunfal, dado ao primeiro bispo do Maranhão, D. Gregório dos Anjos, que os envia a Portugal. Na cidade de Monte Alegre (Maranhão) faz o frontal para o altar e o retábulo da Igreja de Monte Alegre, no qual representa, novamente, Nossa Senhora da Conceição, em 1681. Em São Luís (Maranhão), por volta de 1690, realiza o desenho da Igreja do Colégio de São Luís (Igreja Nova), além de seu frontispício e retábulos. Escreve, em 1698, a Crônica da Missão dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão, na qual relata suas memórias e cita documenta suas obras.


http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2201&cd_idiom a=28555&cd_item=1

HENRIQUE COSTA FERNANDES Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 75 Nasceu na cidade de Brejo – Maranhão, em 18 de novembro de 1881. Fez os preparatórios no Liceu Maranhense e Direito em Recife-PE, concuido em 1907.Fez o Doutorado em Manaus, na Faculdade de Direito. Veio para São Luis onde exerceu a advogacia. Ocupou uma cadeira de Deputado Estadual no período de 1916/17, ocupando o cargo de primeiro vice-presidente da Assembléia. Reeleito para a legislatura de 1918/19, ocupou a vice-presidencia, chegando a presidir o legislativo por varias ocasiões. Iniciou a carregira de Magistrado no município de Brejo, em 1922. Promovido em 1929, para São Luis, como juiz da 4ª. Vara e nomeado Desembargador do Supremo Tribunal de Justiça em 1930. Após a Revolução de 30, feita a reforma judiciária do Estado foi rebaixado para juis de Entrancia, ingressando com mandado de segurança e na Interventoria de Seroa da Mota vfoi conduzido e chega ao Pleno do Tribunal Regional Eleitoral em 1932. Eleito, assume a Presidencia do Tribunal de Apelação em 1941. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão nos períodos de 06/06/1945 a 12/09/1947 e 13/09/1948 a 30/09/1950. Magistrado, jornalista, historiador, e poeta, deixou muitos trabalhos de importância para o maranhão. Colaborou com diversos jornais, dente eles A Pacotilha, antes de ingressar na magistratura. Pertenceu ao IHGM como primeirom ocupante da cadeira patroneada por João Felipe bettendorf; à AML (1948). Autor de Administrações maranhenses (1929); Sintese de um quadriênio (1940). Faleceu em São Luis. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM FERNANDES, Henrique Costa. QUANDO SE UNIU O MARANHÃO AO BRASIL? Ano 2, n. 1, novembro de 1948 69-75

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL Nasceu em São Luís, a 3 de maio de 1853, e faleceu na mesma cidade, a 30 de abril de 1927. Iniciou sua formação educacional no prestigioso Colégio de Nossa Senhora da Glória, também chamado Colégio das Abranches. Verdadeira vocação de educador, o professor Ribeiro do Amaral foi catedrático de História e Geografia do Liceu Maranhense, instituição a que também serviu na condição de seu diretor. Encarregado provisoriamente da reorganização da Biblioteca Pública, foi nomeado diretor dessa instituição em 13 de abril de 1896, ali permanecendo até 16 de agosto de 1896. Durante essa primeira e breve gestão, promoveu a mudança da Biblioteca da Rua Formosa para a Rua da Paz. Novamente posto à frente desse órgão, dirigiu-o de 19 de agosto de 1910 a 21 de julho de 1913. Diretor da Imprensa Oficial, e colaborador do Diário Oficial do Estado, onde, no período de 1911 a 1912 publicou diversos trabalhos sob o título geral de Maranhão Histórico, os quais, coligidos pelo escritor Luiz de Mello, resultaram no livro O Maranhão histórico, publicado postumamente. Ribeiro do Amaral fundou e dirigiu o Colégio de São Paulo, que muitos e assinalados serviços prestou à educação da juventude maranhense. Relevante aspecto da biografia intelectual desse ilustre maranhense, fato que merece atenção especial, é o vivo interesse que ele tinha pelas fontes fundamentais de seus estudos de eleição. A par da portentosa coleção de jornais, possuía verdadeiras preciosidades bibliográficas, certamente a muito custo adquiridas em grandes centros, e trazidas para o Maranhão, sendo hoje desconhecido o paradeiro dessas raridades. Na Academia Maranhense instituiu a Cadeira Nº 11, patroneada por João Francisco Lisboa, e exerceu a Presidência da Entidade desde sua fundação até abril de 1927, quando faleceu. Foi o segundo que por mais tempo exerceu a Presidência da AML. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, figurou entre os que em 30 de novembro de 1925 fundaram o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, então denominado Instituto de História e Geografia do Maranhão e foi, por seguidos anos, o zeloso possuidor da maior coleção de jornais antigos do Maranhão, a contar do primeiro deles, O Conciliador (1821). Morto o mestre, sua família vendeu a coleção ao Estado do Maranhão, que a transferiu para o acervo da Biblioteca Pública Benedito Leite. Autor de numerosa bibliografia historiográfica, da qual vão citados os títulos principais, excetuados trabalhos ligeiros e pequenos livros para uso escolar: O conde d´Escragnolle. Rio de Janeiro: Livraria J. Leite, s/d; O Estado do Maranhão em 1896. Obra composta à vista de um grande número de documentos, / acompanhada da Carta Geral do mesmo Estado, bem como das / plantas, dos rios Parnaíba e Gurupi, da Ilha do / Maranhão, e da Cidade de São Luís em 1640 por ocasião da / Invasão Holandesa, e em 1844, e publicada sob os auspícios / do / Exmº Sr. Capitão-Tenente / Manoel Ignácio Belfort Vieira, / Govenador do Estado, / por /José Ribeiro do Amaral.


São Luís: Tipografia do Frias, 1879; Apontamentos para a história da Revolução da Balaiada na Província do Maranhão. Primeira Parte, 1837-1839. São Luís: Tipografia a vapor da Alfaiataria Teixeira, 1898; Apontamentos para a história da Revolução da Balaiada na Província do Maranhão. Segunda Parte, 1839-1840. São Luís: Tipografia Teixeira, 1900; Apontamentos para a história da Revolução da Balaiada na Província do Maranhão. Terceira e Última Parte, 1840-1841. São Luís: Tipogravura Teixeira, 1912; A fundação de Belém; ligeira resposta ao estudo histórico do Sr. Cândido Costa; reivindicação histórica. São Luís: J. Pires, 1916; Limites do Maranhão com o Piauí ou a questão da Tutóia. São Luís: Imprensa Oficial, 1919; As revoluções do Segundo Império e a obra pacificadora de Caxias. São Luís: Tipogravura Teixeira, 1922; Efemérides maranhenses, 1ª parte – Tempos Coloniais. São Luís: Tipogravura Teixeira, 1923. Foram publicados postumamente: O Maranhão histórico. São Luís: Instituto Geia, 2003 (coletânea de artigos históricos originalmente publicados no Diário Oficial do Estado entre 1911 e 1912, e recolhidos pelo pesquisador Luiz de Mello); Fundação de Belém do Pará; jornada de Francisco Caldeira de Castelo Branco. Brasília: Senado Federal, 2004. Existe na Seção de Obras Raras da Biblioteca Pública Benedito Leite os originais do livro O Maranhão no Centenário da Independência; 1822-1922. 384p. datilografadas. Fundação do Maranhão teve uma versão preliminar e muito simplificada no folheto do mesmo título: Fundação do Maranhão (São Luís: Imprensa Oficial, 1911. 15p.), espécie de balão de ensaio seguido, logo em 1912, do livro, escrito especialmente para comemorar o Tricentenário da chegada dos franceses ao Maranhão, fato de extraordinária importância para nossa história, que por sinal nasceu efetiva e consistentemente a partir dele, posto não haver nenhuma dúvida de que foi a invasão francesa do Maranhão que compeliu o governador Gaspar de Sousa e adotar providências que há tempos vinham sendo postergadas. Assim, em decorrência de decisões de investidura formalizadas por documentos datados de Olinda, em julho de 1614, Jerônimo de Albuquerque e seu adjunto imediato, o sargento-mor do Estado do Brasil, Diogo de Campos Moreno, receberam a difícil missão de promover a expugnação dos que, sem nenhuma resistência dos naturais da terra haviam fundado solenemente, na Ilha Grande do Maranhão, a capital da Nova França ou França Equinocial. Na época em que publicado, esse livro representou a disponibilização de copiosas informações relacionadas com a presença fugaz, mas inegável, dos franceses no Maranhão. Fugaz presença, repete-se, porém marcante e para sempre indelével por numerosos motivos, dentre os quais bastará referir estes dois: – o nome inegavelmente francês São Luís, conferido ao Forte, e que, por natural desdobramento estendeu-se progressivamente à localidade, à medida em que ela ia crescendo. Topônimo que se firmou com tanta solidez, que contra ele não logrou prevalecer o de São Filipe, proposto pelos portugueses submetidos à dominação espanhola do período eufemisticamente denominado União Ibérica (1580-1640); – os testemunhos históricos da ocupação francesa do Maranhão, a exemplo das crônicas deixadas pelos franciscanos Claude d´Abbeville e Yves d´Évreux, dois monumentos de valor inestimável, e que, com a Jornada do Maranhão [...], de Diogo de Campos Moreno, formam o tripé fundamental de nossa história primeva no alvorecer dos tempos coloniais.


Além dos já citados originais de livros inéditos existente na Seção de Obras Raras da Biblioteca Pública Benedito Leite, há, do professor Ribeiro do Amaral nos arquivos da Academia, peças de sua correspondência passiva, manuscritos inéditos, coleção de medalhas comemorativas e os originais (doados pelo acadêmico José Sarney) do livro Fundação de Belém; jornada de Francisco Caldeira de Castelo Branco em 1616. http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/fundadores/11.php

BERNARDO COELHO DE ALMEIDA Por Zenilton de Jesus Gayoso Miranda 76 Bernardo Almeida foi o nome literário e jornalístico de Bernardo Coelho de Almeida, que nasceu em São Bernardo, MA., em 13 de junho de 1927. Em 1938, já estava em São Luís, como seminarista, no Seminário de Santo Antônio, de onde passou ao Colégio Maranhense dos Irmãos Maristas. Transferiu-se de São Luís para Parnaíba-PI e depois para Fortaleza-CE, onde continuou os estudos, tendo concluído o curso secundário, no Liceu Maranhense, em São Luís. Escritor, poeta, romancista e cronista. Jornalista, iniciou-se na imprensa, escrevendo no Jornal do Povo, tendo escrito em outros jornais como em O Imparcial, onde semanalmente assinava uma crônica na seção “Ponto de Prosa”. Atuou, também, nos jornais O Estado do Maranhão e Jornal Pequeno. Suas crônicas, lia-as, em um programa da Rádio Difusora, ao meio-dia, “Difusora Opina”, em algumas delas escritas, para esse programa, pelo saudoso jornalista Válber Pinheiro. No Rio de Janeiro e em Volta Redonda, trabalhou na Companhia Siderúrgica Nacional. Em 1950, de volta a São Luís, participa da campanha política das Oposições Coligadas. Foi deputado estadual por três legislaturas, uma voz eloqüente na tribuna. Gerencia a Tipografia São José, em 1955, quando trouxe de volta ao público o jornal O Maranhão. Fundador da revista Legenda. Durante muitos anos trabalhou na Rádio Difusora e, posteriormente, na TV Difusora. Foi adido cultural na Embaixada do Brasil, no Peru, professor do Centro de Estudos Brasileiros de Lima. Presidente da Fundação Cultural do Maranhão, sub-chefe do Gabinete Civil do Governo João Castelo, membro do Conselho de Contas dos Municípios e da Academia Maranhense de Letras. Autor de livros como Luz! Mais Luz!, poesia; A gênese do Azul, poesia; Galeria, crônicas; A última promessa e Bequimão, romances; Éramos felizes e não sabíamos, crônicas. Fonte da biografia e da ilustração: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/bernardo_almeida.html

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CADEIRA 9 OCUPANTE ATUAL: ÉDEN DO CARMO SOARES

PATRONO: BERNARDO PEREIRA DE BERREDO E CASTRO Por Eden do Carmo Soares77 Bernardo Pereira de Berredo e Castro, Natural da Vila de Serpa, no Alentejo, filho de Antonio Pereira Berredo de Lacerda e D. Maria Eugênia de Portugal, descendia de D. Afonso, Duque de Bragança, e de D. Brites Pereira, filha do infante D. João, condestável de Portugal, que morreu em 1442. Ante de vir para o Maranhão, Berredo casara-se em Portugal com D. Catarina d`Avalor. Aqui chegando, uniu-se a D. Maria de Melo, filha de Diogo Froiz de Brito com a filha de Antonio Teixeira de Melo, o governador comandante da expulsão dos holandeses em 1644. A mãe da mulher maranhense de Berredo, assim como esta, também tinha o nome de Maria de Melo. A família Berredo do Maranhão descende da união de Bernardo Berredo com a referida Maria de Melo, pelo filho do casal, Antonio Pereira de Berredo. Fidalgo da Casa Real Portuguesa, capitão de cavalaria do exército, governador e capitão-general do Estado do Maranhão de 1718 a 1722, autor dos famosos Anais Históricos do Estado do Maranhão, escritos a partir de 1723 e publicados em 1749. Pertenceu ao Conselho de Sua Majestade. Foi também governador da Praça-forte de Mazagão, no Marrocos, de 1734 a 1745. Descendia de família portuguesa muito antiga, que tomou o nome da quinta de Berredo, na freguesia de Santo Estêvão de Geraz, concelho de Lanhoso. Foi nomeado governador do Maranhão por El-Rei Dom João V, que, na carta patente respectiva, de 21 de janeiro de 1718, declara, como motivação para o ato, o respeito aos serviços que prestara o dito Bernardo Berredo a Sua Majestade na praça de Moura e principado de Catalunha, entre 1706 e 1712, destacando-se por denodo, coragem e bravura nas campanhas de que então participou contra os inimigos de Portugal. Provisão Régia de 19 de junho ordenaria, ainda, como reafirmação dos méritos e das necessidades do novo governador, que lhe fosse paga uma ajuda de custo anual, além dos soldos, atendendo-se “ser ele um filho segundo da casa de seus pais, destruída na guerra próxima passada pela invasão dos castelhanos nos termos de Serpa e Moura, onde tinha todas as suas fazendas, mas também pela circunstância especial das grandes despesas que fez na dita guerra, achando-se em toda a Espanha, onde serviu com todo o zelo e honra, como testemunhavam as muitas e perigosas feridas que recebera nelas.” 77

HOMENAGEM AO PATRONO DA CADEIRA Nº 09, BERNARDO PEREIRA DE BERREDO E CASTRO; Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 47 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012


Com efeito, registra o editor e panegirista de Berredo, Francisco Luís Almeno, em Advertência na abertura dos Anais Históricos, aludindo à atuação do intrépido militar na guerra da Catalunha: “(...) onde principalmente se distinguiu foi na batalha de Almenara, ganhada pelos Aliados em 17 de julho de 1710; no choque de Penalva em 16 de agosto do mesmo ano, carregando com um esquadrão, que comandava, mais de duzentos cavalos inimigos até os meter dentro da sua infantaria; e vendo-se cortado da dita cavalaria, que ali se refez, retirou, do meio dela, pelejando, o seu esquadrão, fazendo-lhe a retaguarda com quatro cavalos, tomando ainda alguns aos inimigos, sem mais perda que a de um tenente, que depois de ferido lhe fizeram prisioneiro; e ultimamente na batalha de Saragoça ganhada também pelos Aliados a 20 do mesmo mês, e ano, se distinguiu de sorte o seu valor, que contendendo com muito maior número de cavalaria inimiga, depois de perder a maior parte do seu esquadrão no combate, se chegou a ver só no meio dos inimigos, pelos quais rompeu sem que pudessem rendê-lo, estando já com oito feridas, duas na cabeça, uma no rosto, três nos peitos, de que ficou passado, e duas no braço direito, sendo algumas mui perigosas”. Sucedendo a Cristóvão da Costa Freire, Berredo tomou posse no governo do Maranhão, perante a Câmara de São Luís, em 18 de junho de 1718. Encontrou na Capital um clima de animosidade intenso entre autoridades, criado durante o governo do antecessor. Em julho, dirigiu-se ao Pará, onde também tomou posse a 1º de agosto, recebendo o bastão do governo das mãos do seu antecessor. Ali permaneceu até o final do ano, andando pelo interior da Capitania e estudando suas necessidades. Retornando ao Maranhão, permaneceu na Capital até agosto de 1719, rumando em seguida para o interior, onde permaneceu até dezembro, marchando pelas ribeiras do Icatu, do Itapecuru e do Mearim, à frente de uma tropa, contra o gentio barbado, embora tivesse a Câmara, debalde, pedido, em setembro, que não fosse, “já pela grande falta que fazia à capital, e já pelo grande perigo que corria a sua pessoa”. O Governador era um homem afeiçoado à guerra e, por isso, certamente, não atendeu ao apelo. No início de dezembro, estava no Mearim, donde retornou a São Luís, chegando no penúltimo dia do ano. Ainda em setembro de 1719, a Câmara elogiava-o, em ofício para Lisboa, dizendo “que o seu recolhimento era tão notório que ele só queria ouvir os homens nos negócios, e os não admitia para passatempo, assegurando também que era limpo de mãos”. Em 1720, contudo, o bacharel Vicente Leite Ripado, ouvidor-geral e provedormor da fazenda da Capitania do Maranhão, um dos inimigos de Cristóvão da Costa Freire, lançou-se à continuação das desavenças. Dirigindo-se a Sua Majestade, acusou Berredo de várias irregularidades. Acusou-o de acoitar Francisco Cavalcante, um dilapidador da fazenda real, réu em processo, ajudando-o a esquivar-se ao alcance da Justiça, por tê-lo feito cabo do presídio do Mearim, sem patente, pretendendo, na verdade, que o dito indivíduo, tido como dono de uma fazenda naquela ribeira, cuidasse da propriedade, que não seria dele, mas do próprio governador. Acusou-o de fazer guerra injusta aos índios do Mearim, maltratando os soldados na campanha e matando, barbaramente, índios guajajaras mansos e pacíficos, aprisionando muitos outros, dos quais teria tomado 24 para si, como jóia, e distribuindo os demais entre afilhados e protegidos. Acusou-o de ter seduzido uma moça donzela do Mearim, “das melhores da terra, que aí vivia em companhia de sua mãe e irmãos”, com a qual passou a viver na


Capital “em notória publicidade e geral escândalo”. Acusou-o de mandar ferir o próprio secretário, por ter visitado a casa de sua amásia à noite. Acusou-o de mandar soltar os presos, desrespeitando os juízes que tinham ordenado a prisão. Acusou-o de ter-lhe feito públicas ameaças de prisão. Acusou-o de prender e sentar praça em homens velhos, fracos e doentes. Acusou-o de prender e maltratar, por muitos meses, João Mendes de Aragão, ex-ouvidor-geral do Pará, sob a vaga acusação de que seria orgulhoso e perturbador, com o que dava escândalo ao povo, mas satisfazendo, na verdade, os caprichos de Gregório d’Andrade, sogro de Francisco Cavalcante e inimigo rancoroso de Aragão. E acusou-se, finalmente, de ser, além de insolente, déspota e autoritário, muito vaidoso, a ponto de aspirar às honras de príncipe e dizer publicamente que jamais errava no governo, desafiando que aparecesse algum religioso mais escrupuloso do que ele em matéria de liberdade e de justiça. Findo o triênio de governo de Bernardo de Berredo, a Corte deu por encerrada sua missão oficial no Maranhão. Entregou o bastão do governo a João da Maia da Gama, na cidade de São Luís, em 19 de julho de 1722 e, na cidade de Belém, em 1º de outubro do mesmo ano. A falta de monção obrigou-o a permanecer no Maranhão, o que aproveitou para “revolver e examinar com os seus próprios olhos todos os arquivos, com o fim de angariar materiais para escrever a história dos vastos domínios portugueses que foram confiados aos seus cuidados”. Nesse trabalho consumiu perto de um ano, e então em Lisboa concluiu o seu escrito intitulado Anais históricos do Estado do Maranhão, em que se dá notícia do seu descobrimento e tudo o mais que nele tem sucedido desde o ano em que foi descoberto até o de 1718, oferecidos ao augustíssimo monarca D. João V, Nosso Senhor – é o que nos diz César Augusto Marques no seu Dicionário Histórico Geográfico do Maranhão, obra da qual colheu-se a maior parte dos subsídios utilizados até aqui, com achegas extraídas de Ouvidores-Gerais e Juízes de Fora: livro negro da justiça colonial do Maranhão, obra de Mílson Coutinho; do Dicionário das Famílias Brasileiras, de Almeida Barata e Cunha Bueno; e dos próprios Anais Históricos de Berredo. Um dos trinetos de Bernardo Pereira de Berredo e Castro, herdando deste a verve de historiador, é o autor da mais importante obra de referência em história antiga e geografia do Maranhão: o grande César Augusto Marques, citado anteriormente. Este, a quem a descoberta de sua ancestralidade custou muitas fadigas ao longo de dois anos de penosas investigações, foi recompensado com o reconhecimento da nobreza que por sangue lhe pertencia e deixou grafado para a 2ª edição de seu Dicionário, que só recentemente veio a lume, em 2008, 138 anos depois da primeira edição, estas palavras: “Descendente de Berredo, o calor de seu sangue, que gira em nossas veias, não arrefeceu a imparcialidade de nossa pena. Aproveitamos os seus defeitos. E era razão que lhe fizéssemos também justiça, mormente sendo nós, depois dele, por decretos insondáveis da Providência, o continuador dos seus escritos, o único que em tão largo espaço ampliou e levou mais longe a história do Maranhão, senão com talento, ao menos com muito cuidado, insano trabalho e preito à verdade sem amor e sem ódio, fazendo justiça a todos, destinando-se assim sem remorsos os dias de nossa tão trabalhosa existência, que consagramos a Deus, à Pátria e aos amigos, como se lê na legenda, pendente dos brasões, que herdamos de Berredo, como acabamos de mostrar, e que nos foi outorgada pela Carta Régia de 26 de julho de 1875, por S. M. Fidelíssima o Senhor D. Luís 1º de Portugal.”


Em 1749, morto Berredo no ano anterior, saiu, em Lisboa, sua magnífica obra, os Anais históricos do Estado do Maranhão, construídos ao longo de 26 anos, entre 1723 e 1748. Bernardo Pereira de Berredo e Castro foi um historiador e administrador colonial português. Pertenceu ao Conselho de Sua Magestade. Foi governador do Estado do Maranhão, de 1718 a 1722, e da Praça-forte de Mazagão, no Marrocos, de 1734 a 1745. Annaes historicos do estado do Maranhaõ: em que se dá noticia do seu descobrimento, e tudo o mais que nele tem sucedido desde o ano em que foi descoberto até o de 1718 http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_Pereira_de_Berredo_e_Castro

RUBEN RIBEIRO DE ALMEIDA Escritor, jornalista, historiador, poeta e professor de toda a vida, concentrado em Língua Portuguesa e Direito Civil, foi membro da Academia Maranhense de Letras, diretor do Liceu Maranhense e da Biblioteca Pública Benedito Leite, além de presidente deste Instituto Histórico e Geográfico, entre outros cargos e posições que ocupou. Sua importantíssima obra publicada, esparsa, encontra-se, principalmente, nos jornais de São Luís, nas revistas deste Instituto e do Diretório Regional de Geografia. Seu mais volumoso livro foi publicado postumamente, em 1982, pela Secretaria de Cultura do Maranhão sob o título Prosa, poesia e iconografia de Ruben Almeida. Reformado o estatuto do IHGM em setembro de 1979, com a elevação do número de cadeiras da Casa, de 50 para 60, Rubem Almeida foi alçado à condição de patrono da Cadeira 51. Faleceu em 9 de abril de 1979, um mês antes de completar 83 anos de idade. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM ALMEIDA, R.

GASPAR DE SOUSA NO MARANHÃO Ano 2, n. 1, novembro de 1948 05-11

ROSA MOCHEL MARTINS, Nasceu em Humberto de Campos em 19 de janeiro de 1919, filha de Ercilia Rodrigues Mochel e José Augustoda Silva Mochel. Fez o primário no Grupo Escolar Sotero dos


Reis em São Luis., secundário no Liceu maranhense. Agrônoma e geógrafa, professora do ensino médio e universitário, com diversas obras publicadas sobre agricultura, geografia, biografias de ilustres desaparecidos e folclore do Maranhão, além de poesias. Seu nome é anualmente lembrado como a fundadora da Festa da Juçara, no Maracanã, lugar da zona rural de São Luís, quando exercia o cargo de Secretária Municipal de Educação e Cultura do Município na primeira metade dos anos 1970. Faleceu a 2 de fevereiro de 1985, aos 66 anos de idade.

SEBASTIÃO BARROS JORGE Nasceu em São Bento. Pos-graduado em Comunicação Social, advogado, jornalista e pesquisador. Publicou os segujntes livros: Pesquisa em Comunicação; Os primeiros passos da imprensa no Maranhão; a linguagem dos pasquins; política movida a paixãoo jornalismo polemico de Odorico Mendes; Cenas de Ruas; Imprensa brasileira – personagens que fizeram historia, vol. 1 e 2. A im prensa no Maranhão no seculoo XIX (1821-1900) (2008. SEBASTIÃO BARROS JORGE Por Álvaro Urubatan Melo78 É filho de São Bento, nascido a 20 de janeiro de 1939. Fez o primário em São Bento, no Grupo Escolar “Paroquial”. Formação acadêmica: Bacharel em Ciencias Juridicas, Geógrafo e Jornalista. Ex-professor da UFMA, pós-graduado em Comunicação Social e pesquisador. Trabalhou nos seguintes jornais: Jornal do Dia, Pacotilha, O Globo; O Imparcial; Correio do Nordeste; Diário da Manhã; escreve para O Estado do Maranhão e colaborou com o Jornal de São Bento. Foi correspondente da Revista Visão (São Paulo). Obras publicadas: Pesquisa em Comunicação; O jornalismo hoje; Os primeiros passos na imprensa no Maranhão; A linguagem dfos pasquins; Politica movida a paixão: o jornalismo polemico de Odorico Mendes; Cenas de Rua; A imprensa no Maranhão no século XIX 1821-1900; Inovações do Jornalismo no mundo. É co-autor de duas coletâneas editadas pela Universidade Metodista de São Paulo e Diário Oficial do mesmo estado; titulo: Imprensa brasileira: personagens que fizeram a história (3 volumes); nos dois primeiros volumes ele traçou o perfil de João Lisboa e Amaral raposo. Professor emétido da UFMA. Contribuição na Revista do IHGM O JORNALISMO POLEMICO DE ODORICO MENDES E GARCIA DE ABRANCHES Ano LX, n. 11, março de 1986 13-22 O “FAROL MARANHENSE” ano LX, n. 12, 1986 ? 63-78

ANTONIO JOSÉ DE ARAÚJO FERREIRA. Eleito, não chegou a tomar posse. 78

MELO, Álvato urubatan. APONTAMENTOS PARA A LITERATURA DE SÃO BENTO. São Bento: Academia Sambentuense, 2012


CADEIRA 10 OCUPANTE ATUAL: ALEXANDRE FERNANDES CORREA PATRONO: JOSÉ XAVIER DE MORAES DA FONSECA PINTO

Por Alexandre Fernandes Corrêa79 Padre José de Morais. Jesuíta e cronista português, nasceu em Lisboa no ano de 1708. Sua entrada na Companhia de Jesus foi feita em março de 1727, chegando ao Maranhão em 1730, ordenando-se padre em 1744. Foi teólogo e pregador, e por seus méritos foi encarregado pelo El-Rei D. João V para examinar a legitimidade dos cativos de guerra no Maranhão. Saiu do Maranhão quando da expulsão dos jesuítas em 1759, sendo deportado, voltando para Portugal. Pouco antes havia sido nomeado Cronista da Vice-Província do Maranhão e Pará. Sua nomeação fazia parte das comemorações da elevação da Vice-Província à Província; fato que não chegou a ocorrer em virtude da expulsão dos jesuítas. Em Portugal, foi aprisionado em locais não identificados. Enquanto cronista escreveu Memórias para a História do Extincto Estado do Maranhão, concluída em 1759, e seu primeiro tomo publicada no Rio de Janeiro no ano de 1860; o segundo tomo só será publicado em 1874. Pe. José Moraes ofereceu seu texto à memória da já falecida Rainha Marianna d’Austria (1634-1696), rainha consorte de Espanha de 1649 a 1665, como segunda esposa de Felipe IV e regente de 1665 a 1675 como mãe de Carlos II. A obra do Pe. José Moais foi publicada no Brasil como registro das Memórias para a História da Companhia de Jesus na extinta província do Maranhão e Pará, que compreendia vasta região compreendendo os atuais estados do Maranhão, Piauí, Pará e Amazonas (1621-1775). Em sua edição no Brasil, sob orientação editorial de Cândido Mendes de Almeida, foi publicada apenas a primeira parte do texto, contendo diversos capítulos; pois se considerava na época que a segunda parte da obra estivesse perdida. O que justificava esse juízo da perda da obra se encontrava no final do volume da publicação, em que há uma nota do autor na qual afirma, em primeira pessoa: “Que foi o que pude salvar, com grande risco, do infeliz naufrágio que padeceu toda a Companhia de Jesus; porque a Segunda Parte naufragou no confisco, que se fez em todos os papéis”. A referida obra do Pe. José Morais trata das tentativas para estabelecimento de missões jesuíticas junto aos indígenas do Maranhão, desde as expedições de Pedro Coelho de Souza e Martins Soares Moreno, até o estágio alcançado no ano de 1759. 79

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA NÚMERO 10, PATRONEADA POR JOSÉ XAVIER DE MORAES DA FONSECA PINTO – Padre Jesuíta José de Morais (1708-1777[?]),Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 64, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012


Compreende um rico acervo de descrições notáveis dos feitos históricos dos jesuítas nessa região do País e do Mundo conhecido. Como resumo sumário do livro dividido em dois volumes, destacamos: Livro I – Da Capitania do Maranhão, contendo treze densos capítulos históricos; Livro II – Progressos da Companhia no Maranhão, encontramos oito capítulos com relatos mais específicos sobre a atuação dos primeiros jesuítas; Livro III – Entrada da Companhia de Jesus na Capitania do Grão-Pará, como o próprio título indica, narra-se em dez capítulos os trabalhos no Estado do Pará; Livro IV – Do que se seguiu da Entrada da Companhia no Pará e do Padre Vieira no Maranhão, em sete capítulos; Livro V – De outras ações dos nossos Missionários no Estado do Maranhão, e do grande Padre Antonio Vieira até a sua partida para o Pará, em seis capítulos; Livro VI – Da entrada do Padre Antonio Vieira na Capitania do Pará, do descobrimento espiritual do rio das Amazonas, e das aldeias que nele fundarão os Religiosos da Companhia de Jesus, em onze capítulos. No Tomo II, temos a continuação da história dos feitos da Companhia de Jesus, narradas e descritas com as mãos de outro cronista, já não mais pelas mãos do Pe. José de Morais. Após um longo ensaio de Cândido Mendes de Almeida, encontramos por fim, A Relação Sumária das Cousas do Maranhão, escrita pelo Capitão Simão Estácio da Silveira. Voltando ao Tomo I, escrito pelo Pe. José Morais cabe acrescentar que o mesmo escreve também a respeito das atividades desenvolvidas nos rios Madeira e Tapajós na Amazônia, tratando com maior atenção das aldeias, seus nomes, localização e missionários responsáveis. São escassos os dados sobre as sociedades indígenas, mas as informações cronologicamente organizadas permitem uma visualização do processo de implantação das aldeias nesta região. A obra de José de Morais se junta ao trabalho de outros dois cronistas da época, também privilegiados como fontes na elaboração de análises sobre a colonização da Amazônia e do Maranhão. São eles Betendorf e João Daniel, produzindo textos e relatos importantes, pois são escritos relevantes em função de seus vários pontos de vista sobre a realidade descrita; tornando seus registros um tanto diversos, mas complementares. Ambos eram igualmente padres jesuítas que permaneceram, por longos períodos, evangelizando na Amazônia e publicaram seus registros após receberem aprovações de seus superiores. Seus relatos abrangem diferentes períodos da colonização da Amazônia, permitindo um acompanhamento do processo dinâmico iniciado com a Conquista da região, durante um período de tempo maior: enquanto Betendorf selecionou e organizou em sua Crônica, informações sobre o Maranhão entre 1594 e 1698; João Daniel compilou dados relativos ao período que permaneceu no Maranhão e Grão Pará (17411757).


Esses registros evidenciam o que se considera façanha de grande importância para a História da Evangelização cristã no mundo Ocidental. O patrono da cadeira número 10, nos deixa um legado de grande valor, que hoje pode ser acessado e lido através da Biblioteca do Senado Federal que disponibiliza toda sua obra aqui referida.

DOM ADALBERTO ACIÓLY SOBRAL. Por Alexandre Fernandes Corrêa 80 O mesmo foi o 27º Bispo do Maranhão e o 3º Arcebispo Metropolitano. Era sergipano e após receber o presbiterato exerceu interinamente as funções de Cura da Catedral de Maceió. Com a criação do Bispado de Sergipe em 03 de janeiro de 1910, passou a integrar o clero da nova Diocese, do qual foi Arcediago do Cabido da Catedral, Diretor Espiritual do Seminário, depois Reitor e Vigário Geral. Eleito Bispo da Barra, no Estado da Bahia, em 12 de abril de 1927, teve a sua remoção em 13 de janeiro de 1934 para a Diocese de Pesqueira, em Pernambuco. O Papa Pio XII o promoveu em 18 de janeiro de 1947 para a sede Arquiepiscopal do Maranhão, vindo a tomar posse solene a 18 de agosto daquele mesmo ano. Foi reconhecido como um homem de uma piedade e zelo pastoral edificantes, e segundo relatos, dedicou-se ao seu clero como um verdadeiro pai para com seus filhos. Há quem diga que quando chegou ao Maranhão já era portador da terrível doença, que ainda hoje desafia a medicina, e da qual faleceu em Aracaju, no dia 24 de maio de 1951. O seu corpo foi conduzido à São Luís, e depois de solenes exéquias oficiadas pelo Arcebispo de Belém do Pará, Dom Mario de Miranda Vilas Boas, sepultado na nossa Catedral da Sé. Dom Adalberto Acióly Sobral seguiu a frente do arcebispado por apenas 4 anos. Como já sofria da doença que o vitimou, antes de aportar à São Luís, teve pouco tempo para exercer seu trabalho clerical e de governança pastoral. Sexagenário, e já tendo sido aureolado com a fama de Apóstolo dos Sertões, que conquistara na Bahia, e de Bispo dos Pobres, como o chamaram em Pernambuco, não teve tempo de conquistar um terceiro cognome. Sua administração foi mais de gabinete, como se podem adivinhar as razões. Entre seus feitos destacamos a instalação do “Centro de Froamção Religiosa para Jornaleiros e Engraxates”, depois chamado de “Centro Pio XII” ou mais simplesmente de “Casa do Jornaleiro”. Assim, apesar de seu curto intercurso entre seus contemporâneos ludovicenses, recebeu dos intelectuais maranhenses uma expressiva homenagem, quando os membros do IHGM o elegeram sócio honorário dessa casa de cultura. Depois de morto recebeu 80

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA NÚMERO 10, PATRONEADA POR JOSÉ XAVIER DE MORAES DA FONSECA PINTO – Padre Jesuíta José de Morais (1708-1777[?]),Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 64, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012


ainda uma homenagem póstuma da Câmara Municipal que deu seu nome à rua da Cerâmica, no bairro do João Paulo. EDSON GARCIA FERREIRA

IVAN CELSO FURTADO DA COSTA (IVAN SARNEY) Nasceu em São Luís, a 13 de maio de 1946. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão e Técnico em Administração de Empresas pela Escola de Administração Pública do Estado do Maranhão, atualmente incorporada à Universidade Estadual do Maranhão. Artista plástico, cineasta, teatrólogo e jornalista; poeta, contista e estudioso da cultura popular maranhense; colabora na imprensa de São Luís, publicando trabalhos relativos aos assuntos da sua predileção intelectual. Presentemente escreve uma crônica semanal para o jornal O Estado do Maranhão. Co-fundador e primeiro presidente da Sociedade dos Amigos de São Luís e Alcântara; membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; foi, até 1990, titular da 2ª Diretoria Regional da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e da Fundação Nacional Pró-Memória, com jurisdição sobre os Estados do Maranhão e Piauí; integrou o Conselho Estadual de Cultura. Detentor da Medalha do Mérito Timbira, do Governo do Maranhão, e João Lisboa, do Conselho Estadual de Cultura. Em 1992 foi eleito vereador à Câmara Municipal de São Luís, obtendo a renovação desse mandato em 1996. Bibliografia: O sótão (teatro). São Luís: Func,1979; Meia-morada coração (poesia). São Luís: Sioge, 1980; Chapéu de couro (contos). São Luís: Func/Sioge, 1981 (este livro, refundido, foi reditado com o título de Chapéu de couro e palha. São Paulo: Global, 1987); Na boca da noite (contos). São Paulo: Global, 1988; São Luís: uma cidade no tempo (crônicas). São Luís: Minerva, 2007; São Luís, uma ilha bela por natureza. São Paulo: Global, s.d


CADEIRA 11 OCUPANTE ATUAL: MANOEL DOS SANTOS NETO

PATRONO: SEBASTIÃO GOMES DA SILVA BELFORT Brasão de Armas do Brigadeiro Sebastião Gomes da Silva Belfort

Nascido em São Luiz do Maranhão e batisado no Itapicurú a 3-8-1781 (Livro freg.da Sé, fls.246). Foi lhe concedida, a 6-4-1804, a Carta de Brasão de armas adiante transcrita e, a 23 de Agosto de 1816, o alvará de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real Portuguesa. Cavaleiro da Ordem de Cristo por Alvará de 6-2-1818 (Registro Geral das Mercês, Livro 44, fls. 14). Coronel efetivo do Regimento de Milícias da Ribeira do Itapicurú no Maranhão, reformado no posto de Brigadeiro por Mercê de 31-1-1818 e Carta Patente de 19-2-1818. (Reg. Geral das Mercês, col.137, Liv. N.44, fls.46 – Arquivo Nacional, Rio). Faleceu a 1 de Agosto de 1825, vitima do naufrágio do navio “Providência” procedente do Rio de janeiro História da Independência da prov. Do Maranhão, 1811-28, pelo Dr. Luiz Antonio Vieira da Silva, pgs. 340 e 341. Casou-se em S. Luiz do Maranhão, com D. Ana Henriques, conforme se verifica da certidão seguinte: “Certifico que revendo um dos livros findos de assentos de Casamentos da freguesia de N.S. da Victoria, Sé Cathedral, nelle a folha 173 encontrei o seguinte: Aos dez dias do mez de fevereiro do anno de mil oitocentos e seis, nesta Igreja Cathedral, freguesia de Nossa Senhora da Victoria do Maranhão; depois de feitas as denunciações da mesma, na de Nossa Senhora da Conceição desta cidade e na de N; Senhora do Rosário de Itapicurú, havendo o contrahente prestado a caução de estylo sobre os banhos que devia apresentar da (402) / da Cidade de Lisboa e de Coimbra, onde residiu, sem se descobrir empedimento outro canônico senão o de consangüinidade em segundo grão por linha transversal, do que se acham dispensados os contrahentes por sentença Apostólica, tendo já satisfeitos ambas as penitencias saudáveis que lhes foram imposta, como tudo me constou do Mandato de Casamento, que me foi apresentado, observada a forma do sagrado Concilio Tridentino, e constituições por onde se rege este Bispado, com licença minha de assistir, em prezença do Revmo.Padre Antonio Jozé Antunes de Carvalho e Santos e das testemunhas abaixo nomeadas e assignadas de sua livre vontade e mutuo consentimento se receberão por marido e mulher com palavras de presente Sebastião Gomes da Silva e Belfort,filho legitimo de Felippe Marques da Silva Belfort, falecido e de Dona Ignacia Maria Freire, com Dona Anna Rita Henriques, filha legítima do Sargento-Mór Joaquim José Henriques, já falecido de Dona Izabel Maria Freire, hoje casada com o Tenente-Coronel de Milícias José Marcelino Nunes; os contrahentes foram nascidos e batisados na freguesia de Nossa Senhora da Ribeira do Itapicurú deste Bispado nas fazendas de seus Paes, e são parochianos desta sobredita freguesia de Nossa Senhora da Victoria da Cathedral. Receberam logo as bençõens nupciaes na


missa do mesmo dia sendo a tudo presentes por testemunhas o illustrissimo Brigadeiro Anacleto Henriques Franco, chefe do Regimento de Infantaria de linha da guarnição desta Cidade, e o referido Tenente-Coronel de Milícias José Marcelino Nunes, alem de outras muitas pessoas os quaes aqui comigo assignão. José Beckman Caldas.Na margem. Já foi passada uma certidão a requerimento da mulher a 11 de novembro de 1825.Nada mais continha no referido assentamento que foi fielmente copiado, ita in fide sacerdotis. Cúria Metropolitana de São Luiz do Maranhão aos 22 de agosto de 1939. C.J.M; Lemercier, Chanceler do Arcebispado.” É a seguinte a carta de brasão de armas concedida ao brigadeiro Sebastião Gomes da Silva Belfort: “Dom Joam por Graça de Deos Príncipe Regente de Portugal e dos Algarves daquem e dalem mar em África, Senhor de Guiné e da Conquista Navegaçam e Commercio da Ethiopia Arábia Pérsia da Índia etc. – Faço saber aos que esta Minha Carta de Brazam de Armas de Nobreza e Fidalguiia virem que Sebastiam Gomes da Silva Belfort, natural desta Cidade de Sam Luiz do Maranham me fez Petiçam dizendo que pela Sentença de Justificaçam de sua Nobreza a ella junta proferida e assignada pelo Meu Dezembargador Corregedor do Cível da Corte e Caza da Supplicaçam o Doutor Luiz Freire da Fonseca Coutinho subscripta por Matheus Gonsalves da Costa Escrivam do mesmo Juizo se mostrava qyue elle é filho legitimo de Felippe Marques da Silva, Cavaleiro Fidalgo de Minha Caza Real sendo este irmão do Coronel de Milícias José Antonio Gomes de Souza a quem se passou o Brazam de Armas aos vinte e oito de Setembro de mil setecentos e noventa e oito e de sua mulher Dona Ignacia Maria Freire Beldfort da Silva. Neto Paterno do Sargento-Mór Antonio Gomes de Souza e de sua mulher Donna Mariana das Neves, Bule, digo Bisneto de Felippe Marques da Silva, Almoxarife que foi da Real Fazenda na dita Cidade do Maranham e de sua mulher Donna Rosa Maria de Jesus. Os quaes seos Pais e Avós foram pessoas Nobres das famílias de Souzas e Gomes que neste Reino sam Fidalgos de Linhagem Cotta de Armas e conhecido e como taes se tratam com Cavallos, Creados, e toda a mais ostentaçam própria da Nobreza sem que em tempo algum commetessem crimes de Leza Magestade e de Divina ou Humana pelo que me pedia elle mesmo Supplicante por Mercê que para Memória de seos Progenitores se nam perder a clareza de sua Antiga Nobreza lhe mandasse dar Minha Carta de Brazam de Armas das ditas Famílias para dellas também usar na forma que as trouxeram e foram concedidas aos ditos progenitores. E vista por mim a ita sua Petiuçam e Sentença e constar de tudo o referido e que a elle como descendente das mencionadas Famílias lhe pertence usar e gozar de suas Armas sendo o meu Regimento e Ordenaçam da armaria lhe mandei pas. (403) / sar esta Minha Carta de Brazam dellas na forma que aqui vam brazonadas devizadas e illuminadas com as cores e metaes segundo se acham registadas no Livro de Armas da nobreza e Fidalguia destes Meus Reinos que tem ortugal meu Principal Rey de Armas a saber: Hum escudo partido em palla.Na Primeira as Armas dos Souzas que sam esquarteladas; no primeiro quartel as cinco quinas de Portugal, no segundo também em campo de prata hum Leão sanguinho e assim os contrários. Na segunda palla as Armas dos Gomes que sam em Campo azul hum Pellicano de ouro com trez filhos bebendo o sangue do mesmo que esta ferindo o peito. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro . Paquife dos metaes e cores das Armas.Timbre dos Souzas que há hum Leão do Escudo e por differença huma banda de ouro. O qual escudo de Armas poderá trazer e suzar tam somente o dito Sebastiam Gomes da Silva Belfort assim como as trouxeram e uzaram os ditos Nobres e antigos Fidalgos seus Antepasdsados e como ellas poderá entrar em Batalhas, Campos Reptos Escaramuças e exercitar todos os mais actos lícitos da Guerra


e da Paz. E Assim mesmo poderá trazer em seus Firmais Anéis, Sinetes, e Divizas pollas em suas Cazas, Capellas e mais Edifícios e deixallas sobre a sua própria sepultura e finalmente se poderá servir honrar, gozar, aproveitar dellas em todo e por todo como a sua Nobreza convem Com o que Quero e me Praz que haja elle todas as Honras Privilégios Liberdades, Graças, Mercez, Izençõens e Franquezas que hão e devem haver os Fidalgos e Nobres da antiga Linhagem e como sempre de todos uzaram e gozaram s ditos seus Antepassados pelo que Mando aos Meus Dezembargadores, Corregedores, Provedores, Ouvidores, Juizes e mais Justiças de Meus Reinos e em especial aos Meus Reys de Armas Arautos e Passavantes e a quaesquer outros Officiaes e pessoas a quem esta Minha Carta for mostrada e o conhecimento della pertencer que em tudo lha cumpram e guardem e façam inteiramente cumprir e guardar como nela se contem sem duvida nem embargo algum que em, ella lhe seja posto porque assim he Minha Mercê.O Príncipe Regente Nosso Senhor mandou por Manoel José Gonsalves, Escudeiro Cavalleiro de Sua Caza Real e seu Rey de Armas Portugal, Francisco de Paula Campos Escrivam da Nobreza destes Reinos e suas Conquistas a fez em Lisboa aos quinze dias do mez de Abril do Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo e mil oitocentos e quatro. – Eu Francisco de Paula Campos a fiz e subscrevi. – Rey de Armas Portugal – Registado no Livro septimo do Registo dos Brazoens da Armas da Nobreza e Fidalguia destes Reinos e suas Conquistas a folhas setenta e cinco. Lisboa quinze de Abril de mil oitocentos e quatro. – Francisco de Paula Campos Sua esposa e prima faleceu a 27-1-1835. Transcrevemos a inscrição do seu óbito, pela qual se verifica que o brigadeiro faleceu em data anterior á da sua consorte. “Assento de óbito extrahido do Livro 10 da Sé, folhas 223 verso. – aos vinte e sette dias do mez de Janeiro de mil oitocentos e trinta e cinco annos nesta Cidade do Maranhão Freguesia de Nossa Senhora da Victoria da Cathedral, faleceu de repente de apoplexia Dona Anna Ritta Henriques natural desta Província viuva do finado Commendador Coronel Sebastião Marques da Silva Belfort, digo Sebastião Gomes da Silva Belfort, de idade de cincoenta annos pouco mais ou menos, foi sepultada no Cemeterio da Caza de Misericordia; do que para constar fiz este assento que assignei. O Cura Francisco José Pereira, Este assento foi por mim fielmente copiado do original. São Luiz do Maranhão, 20 de fevereiro de 1941. Cônego J.M.Lemercier, Chanceler do Arcebispado”. http://www.sfreinobreza.com/casbelfascdesc3.htm Sebastião Gomes da Silva Belfort Por Manoel dos Santos Neto81 No século XIX, foi um dos integrantes do Conselho da Província do Maranhão. Sebastião Gomes da Silva Belfort seguiu a carreira militar, chegando a obter a patente de brigadeiro. Segundo Ribeiro do Amaral, em sua “Efemérides Maranhenses”, ele nasceu em meados do século XVIII, descendente de família das mais antigas do Maranhão, Gomes de Sousa e Belfort. De fidalga linhagem, tinha o Brigadeiro Belfort o título nobiliárquico de Cavalheiro Fidalgo da Antiga Casa Real Portuguesa. Atuou nos acontecimentos políticos que prepararam o Maranhão para a causa da Independência.

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Fez parte, na qualidade de secretário, de junta governativa presidida pelo bispo Dom Frei Joaquim de N. S. de Nazareth, constituída no ano de 1822, pelo decreto das cortes portuguesas, na data de 29 de setembro. A junta foi instalada somente em 16 de fevereiro de 1822, após a carta de lei de 4 de outubro de 1821. Proclamada a Independência, esse fez parte dos Conselhos da Província que precederam as assembléias provinciais, ainda como secretário. Deixou escrito o “Roteiro e mapa da viagem da cidade de São Luís do Maranhão até a cidade do Rio de Janeiro”, publicado pela Impressão Régia em 1819. Faleceu vítima de naufrágio, quando retornava do Rio de Janeiro, na noite de 31 de julho para 1º de agosto de 1825. O navio abalroou com a Coroa Grande, formação arenosa na entrada da Baia de São Marcos, local de freqüentes naufrágios. ANTONIO LOPES RIBEIRO DIAS Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 82 Sócio efetivo do IHGM foi o primeiro ocupante da cadeira patroneada por Sebastião Gomes da Silva Belford. Natural do Maranhão, Doutor em Ciencias Físicas e naturais, pela Universidade de Genebra. Engenheiro Químico pela Universidade de Lausane onde foi recebido como Assistente de Laboratório de Mineralogia e Petrografia. Publicou os trabalhos: Contribuition à L´etride Petrographique dês Schistes de Casanna Du Val´Herens (Valais Suisse) ET qualques Gites qui´y ratachent – 1920; e O Sertão Maranhense – esboço geologico, fisiológico e social – 1922; Siderurgia no Brasil. Antônio Lopes Ribeiro Dias Por Manoel dos Santos Neto83 Natural do Maranhão, Doutor em Ciências Físicas e Naturais, pela Universidade de Genebra, Ribeiro Dias também foi engenheiro químico, graduado na Universidade de Lausane, onde foi recebido como assistente de laboratório de Mineralogia e Petrografia. Ele publicou diversos trabalhos, entre os quais “O Sertão Maranhense” – “Esboço Geológico, Fisiolográfico e Social” 1922, e “Siderurgia no Brasil”, publicado na Revista de Geografia e História, nº 06 – Ano VI – Maio de 1961 – IBGE. Também proferiu conferências no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, em 1925.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005. 83

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CANDIDO PEREIRA DE SOUSA BISPO Por Adalberto Franklin Cândido Pereira de Souza Bispo nasceu em Grajaú (MA), no dia 3 de outubro de 1896, filho do piauiense Claro Pereira da Trindade e da maranhense Clara Maria de Souza. Fez os estudos primários no lugar São Benedito, no Baixão, Grajaú. Mudou-se para Barra do Corda, onde estudou na escola pública de José do Patrocínio Martins Jorge, no Externato Maranhense do professor Osório Anchieta e no Ateneu Sertanejo, dirigido por Euclides Maranhão. Conforme registro no livro “O Sertão”, Souza Bispo, ainda aluno de Euclides Maranhão, editou, em Barra do Corda, “um jornalzinho, A Arte, de efêmera duração. Depois, O Óculo. Ambos manuscritos e ilustrados. [...] Com maior sucesso, editou na Barra, em 1914, outro jornal, Os Simples, impresso na Tipografia do O Norte, que circulou até 1918. [...] Foi professor primário em São Vicente de Férrer e em Caeté. Em 1915, dirigiu na capital do Estado o jornal político O Imparcial, ao mesmo tempo que frequentava como sócio fundador as sessões literárias da ‘Oficina João Lisboa’. Em 1917 deixou, com a família, Barra do Corda e destinou-se à região do Tocantins, [...] entranhar-se na mata riquíssima de caucho. O mesmo livro registra ainda que, em Marabá, Souza Bispo “fundou um colégio e um grêmio literário – Esperança – do qual circulava quinzenalmente o seu órgão de publicidade – Fiscal, tendo por lema as seguintes frases: ‘Educa o teu espírito de acordo com o bom senso’ e ‘Fiscaliza a vida que te rodeia e trata de aperfeiçoá-la’. Em 1918 desceu para a capital do Pará, onde editou e redacionou, com Aníbal Duarte e Ramalho Júnior, a Evolução, jornal que teve grande circulação”. Somente por vontade de viajar, deixou a evolução e subiu o Xingu até Altamira, onde fundou um colégio e editou um jornalzinho, Athenas. Em 1920, volta à terra natal, toma a direção do Eco do Sertão, suspenso pela retirada de Jaime do Egito e Caio Franco, e funda a escola Isaac Martins.” E prossegue “O Sertão” afirmando que Souza Bispo pouco se demorou em Grajaú: “Transportado à capital do Maranhão, prestou sua colaboração ao Diário de S. Luís. Por este tempo estreou como autor com um episódio cívico em um ato – ‘Independência’, que mereceu elogios de Lima Barreto e do padre Dubois. Simultaneamente, fundou com Isaac Ferreira uma revista mensal – O Sertão, que tem por divisa: ‘O Maranhão próspero e feliz com a riqueza e prosperidade do sertão’. Para o Rio de Janeiro veio em 1922 e aqui colaborou na A Política e na Revista Escolar, de João Rodrigues, e fundou uma revista sua – Tupi.” Na Capital Federal, fez amizades no meio do círculo literário maranhense, em especial com Coelho Neto, de quem se tornou amigo. Abandonou a revista e, no dia 29 de novembro de 1922, iniciou uma viagem do Rio de Janeiro com destino a São Luís,


para conhecer os sertões. Como resultado dessa viagem, elaborou a carta geográfica “Massiço Orographico Brasileiro”, publicada no livro “O Sertão”, de Carlota Carvalho. Foi fundador da cadeira n.º 27 da Academia Maranhense de Letras. Escreveu, entre outros, “Isaac Martins e a República no Maranhão”; “Independência” (1921); “Campesinas” – regras para o sertanejo; “Espinhos de Mandacaru” (crônicas, 1925); “Pedaços de minha terra” (notas corográficas); “Do Rio ao Maranhão” e “Terra agreste”, nem todos publicados. Faleceu em 1950. Cândido Pereira de SOUSA BISPO, escritor de renome e membro da Academia Maranhense de Letras, com obras como "Alea Iata Est", "Espinhos de Mandacaru", "Mensagens de Civismo" e outras. E fundou em São Luís-MA, com o barra-cordense Isac Ferreira o jornal "O Serão", em 1922. Cândido Pereira de Sousa Bispo Por Manoel dos Santos Neto84 Maranhense nascido em Grajaú, no dia 3 de outubro de 1896. Ele formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais. Exerceu a promotoria e a advocacia. Foi escritor, dedicouse ao jornalismo, à poesia, em especial aos estudos históricos e geográficos. Na Academia Maranhense de Letras, ocupou a Cadeira patroneada porDias Carneiro. Pertenceu à antiga Associação Maranhense de Imprensa e foi consultor técnico do Diretório Regional de Geografia. O sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Domingos Vieira Filho, um dos seus biógrafos, faz a seguinte referência a ele: “Sousa Bispo não foi homem de derramada produção intelectual. Mas o pouco que legou à posteridade basta para consagrá-lo como um estudioso sincero de nossas coisas, principalmente da nossa geografia. Trazendo no peito a chama ardente da aventura, varou o interior brasileiro num raide memorável cujas peripécias narrou em artigos de jornal. Sobretudo da doença de Mungo Park, ou seja, a incompatível mania deambulatória, esse globetrotter de cultura fixou em artigos para revistas e jornais alguns instantes maravilhosos de nitidez e de concisão da vida sertaneja”. Sousa Bispo faleceu em São Luís no dia 15 de julho de 1950.

MÁRIO MARTINS MEIRELES ribaum2000@yahoo.com.br 84 85

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ribaum2000@yahoo.com.br / http://www.jornalpequeno.com.br/2007/8/28/Pagina62830.htm


Nasceu em 8 de março de 1915, filho de Vertiniano Parga Leite Meirelres e Maria Ermelinda de Sousa Martins. Ingressou no magistério no Colégio Cysne, em São Luís, no ano de 1939. Catedrático e Fundador da Faculdade de Filosofia de São Luís. Precoce, iniciou carreira no serviço público através do Ministério da Fazenda, lotado no Departamento do Imposto de Renda. Serviu nos estados da Bahia, Rio de Janeiro (então Distrito Federal) e Minas Gerais, onde foi Delegado Seccional em Juiz de Fora de 1942 a 1944. No Maranhão, foi Delegado Regional por duas ocasiões - de 1939 a 1940 e de 1944 a 1965. Membro da Junta de Presidentes da I Convenção Nacional de Agentes Fiscais do Imposto de Renda em São Paulo, em 1960, aposentou-se cinco anos depois no cargo de Agente Fiscal de Tributos Federais. Aposentado, exerceu as funções de diretor do extinto Banco do Maranhão e de Secretário Chefe da Casa Civil do Governador Pedro Neiva de Santana (1972 a 1975). Em 1940 ingressou na carreira como professor de História Universal e do Brasil no Colégio Cysne. No ano de 1953 tornou-se professor universitário lencionando História da América. Na Universidade Federal do Maranhão chefiou o Departamento de História, foi assessor e chefe de gabinete do reitor, vice-reitor e coordenador do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica e Geográfica, além de membro do Conselho Diretor por vários mandatos. No Insituto Histórico e Geográfico do Maranhão foi secretário, tesoureiro, vice e presidente em repetidas gestões. Por duas vezes integrou o Conselho Estadual de Cultura e foi consultor técnico do Diretório Regional de Geografia e membro da Subcomissão Nacional de Folclore. Dentre outras comendas, foi agraciado com as Medalhas “do Mérito Timbira”, do “Tricentenário da Fundação de São Luís”, do “Sesquicentenário da Adesão do Maranhão à Independência”, “João Lisboa”, “de La Ravardière”, “Sousândrade do Mérito Universitário”, “Ordem das Palmas Acadêmicas”, “Ordem do Rio Branco”, “Ordem dos Timbiras”, “Ordem Nacional do Mérito de Portugal” e “Simão Estácio da Silveira”. Todas as mais altas condecorações da Assembléia Legislativa, do Governo Federal, do Governo do Maranhão, da Prefeitura e da Câmara Municipal de São Luís. A sede de conhecimento foi intensa durante toda a vida e ele tornou-se sócio correspondente das Academias de Letras do Triângulo Mineiro, Paulista, Carioca, Santista e Paraense e dos Institutos Históricos e Geográficos de Santos, da Parabíba, do Distrito Federal e Brasileiro. Foi membro fundador da Sociedade Brasileira de História da Medicina, de São Paulo. Mário Martins Meireles ocupou a Cadeira nº 9 da Academia Maranhense de Letras, que tem como Patrono Antonio Gonçalves Dias e foi fundada por Inácio Xavier de Carvalho. Seu antecessor foi Catulo da Paixão Cearense. Morreu em 10 de maio de 2003 CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM GENERAL CESÁRIO MARIANO DE ALBUQUERQUE CAVALCANTI Ano IV, n. 4, junho de 1952 54-56 OS PRIMEIROS MÉDICOS DO BRASIL E DO MARANHÃO No. 20, 1998 31-38


ALMIR MORAES CORREIA Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 86 Nasceu no município de Parnaíba em 21 de março de 1914, descendete de tradicional família. Veio residir em São Luis em 19446, objetivando instalar uma concessionária de automóveis que obteve de inicio grande sucesso. Daí nasceram as firmas Moraes e Cia e Casa Moares, de venda de carros, caminhões, peças e outros materiais. Ocupou varias funções: Diretor da Associação Comercial nos períodos de 1967 a 1980, no Rotary Club de São Luis, desde sua admissão em 1955, fez parte de Comissões, Secretário, Presidente e Governador do Dsitrito 449. Realizou muitas viagens para paeticipar de Seminarios e Conveções Internacionais do Rotary Club. Dedicou-se de corpo e alma ao sistema educativo e ao intercambio cultural de jovens através de bolsas de estudo para o exterior. Elegeu o Maranhão como sua terra e realizou com sucesso diversos empreendimentos durante sua trajetporia de homem de negócios. Adpto da filosofia comtista promoveu diversos seminários, produziu discursos e artigos que foram publicados nas revistas Rotárias e outras de divulgação cultural. Casado com a Sra. Helena Machado Morais Correia. Faleceu a 12 de setembro de 1992. Almir Moraes Correia (1914-1992) Por Manoel dos Santos Neto87 Piauiense, que nasceu no município de Parnaíba, no dia 21 de março de 1914, descendente de tradicional família. Veio residir em São Luís, em 1946, objetivando instalar uma concessionária de automóveis que obteve de início grande sucesso. Daí nasceram as firmas “Moraes & Cia” e “Casa Moraes”, firmas de venda de carros, caminhões, peças e outros bens materiais. Almir Moraes Correia ocupou vários cargos e funções: foi diretor da Associação Comercial do Maranhão nos períodos de 1967 a 1980. No Rotary Club de São Luís, desde sua admissão em 1955, fez parte de Comissões, foi secretário, presidente e governador do Distrito 449. Dedicou-se de corpo e alma ao sistema educativo e ao intercâmbio cultural de jovens através de bolsas de estudo para o exterior. Elegeu o Maranhão como sua terra natal e realizou com sucesso diversos empreendimentos durante sua trajetória de homem de negócios. Contribuiu para o desenvolvimento sócio-econômico do Maranhão. Adepto da filosofia contista, promoveu diversos seminários, produziu discursos e artigos que foram 86

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005. 87 DISCURSO DE POSSE. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 197


publicados nas revistas Rotárias e outras de divulgação cultural. Faleceu aos 78 anos, no dia 12 de setembro de 1992.

SEBASTIÃO BARRETO DE BRITO Por Manoel dos Santos Neto88

(1930-2007)

Ilustre advogado e professor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Ele produziu um trabalho literário que se mantém com viva atualidade, procurando descobrir intensamente qual é o destino do ser humano. Para enfrentar este desafio, ele utilizou o que a vida lhe ofereceu, a educação que recebeu, as lutas, sofrimentos e vitórias que conseguiu registrar através de suas memórias e documentos. É o próprio autor quem assegura que as suas experiências vivenciais estão fielmente registradas na narrativa das 151 páginas de seu livro mais marcante – Memórias -, dividido em 35 capítulos. Ele confessa que escreveu a obra movido pela grande emoção da perda irreparável de sua querida esposa. Além da paixão pela mulher inesquecível, Maria Isabel Soares de Brito, a Betinha, Sebastião Barreto de Brito era de igual modo apaixonado por seus quatro filhos: Marcelo, Domingos José, Davi e Sebastiãozinho. Em seus textos, ele não consegue esconder seu imenso apreço pela família, e conta como conheceu, em circunstâncias pitorescas, a companheira que viria a ser a sua querida esposa. Da vida conjugal, ele extraiu uma de suas frases prediletas: “De todas as maneiras possíveis, a família é o elo para o nosso passado e a ponte para o futuro.” “Mais forte que a morte é o Amor” – Este era o título original do livro, no qual o autor se revela inspirado em Machado de Assis, esse extraordinário escritor, aparentemente fechado na sua arte, mas que foi o grande memorialista da sociedade que se movimentava à sua volta. Ocorre que, a pedido de seu filho Domingos José, Sebastião Barreto de Brito resolveu mudar o nome do livro, que passou a ter o sugestivo título de “Memórias”. A narrativa se inicia contando a saga de um jovem peregrino, que começa a sua existência nos sertões da Paraíba, percorre vários Estados e por fim chega ao Maranhão, considerado por ele como a Canaan dos brasileiros do Nordeste. Com base na própria experiência, Barreto de Brito reconhece que as impressões da infância nos acompanham pelo resto da vida. Nessa linha, o seu livro reúne admiráveis páginas de recordações, rememora os acontecimentos passados em sua vida, falando com saudades de seus tempos de menino, nos sertões da Paraíba, evoca Patos, cidade paraibana onde viveu toda a infância e parte da adolescência, passa em revista suas lutas como líder estudantil, nos tempos da 88

DISCURSO DE POSSE. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 197 REMINISCÊNCIAS DE SEBASTIÃO BARRETO DE BRITO REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 42


Faculdade de Direito e também o desafio de desincumbir-se da função de promotor de justiça em Carutapera. Grande homem e extraordinário intelectual, nascido na Paraíba, mas que se tornou, por adoção e coração, filho do Maranhão, Estado que escolheu para ser a sua morada eterna, Sebastião Barreto de Brito acabou se apaixonando por São Luís, cidade onde formou sua família e, afeito à vida acadêmica e ao bom convívio, construiu grandes amizades. Além de resgatar histórias de seus antigos companheiros do Cursilho da Cristandade e de recordar fases memoráveis do Movimento Familiar Cristão, Barreto de Brito aborda em seu livro as alegrias, mas também as dores e sofrimentos em momentos decisivos de sua vida. Ele não deixa de fora a argúcia, a paixão e o espírito de luta deseus antepassados nordestinos. Homem culto e de grande sensibilidade humana, Sebastião Barreto de Brito faleceu no dia 28 de março de 2007, mas deixou o testemunho de sua vida de militante político, o testemunho de suas pelejas intelectuais e também de sua missão evangélica, formando um legado que se precisa preservar. Por isso mesmo, encerro esta singela homenagem, com sentimento de veneração afetuosa, evocando uma outra de suas frases prediletas: “O verdadeiro sentido da vida o homem só encontra quando se converte ao Evangelho de Cristo. Não existe outro caminho capaz de levar o homem à verdadeirafelicidade”. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM DISCURSO DO SÓCIO EFETIVO DO IHGM, PROF. SEBASTIÃO BRITO, NA INAUGURAÇÃO DA “SALA PROF. RONALD CARVALHO”, EM 05/09/01, NA SEDE DO IHGM – RONALD CARVALHO – UMA PERSONALIDADE MARCANTE DO SÉCULO XX No. 25, (s.d.) 35-40 DISCURSO DE ELOGIO AO PATRONO DA CADEIRA NO. 11 – SEBASTIÃO GOMES DA SILVA BELFORT Ano LXIII, n. 16, 1993 125-129 A MORTE DO JORNALISTA OTHELINO No. 20, 1998 39-41 A HISTÓRIA DO NATAL No. 21, 1998 16-19 BRASIL 500 ANOS – CARNAVAL E O REBANHÃO DO ANO DOIS MIL No. 23, 2000 13-14 A HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA NO MUNDO No. 24, setembro de 2001 39-40 A HISTÓRIA DA UEMA E SUA IMPORTÂNCIA PARA O MARANHÃO No. 26, 2002 122-125


CADEIRA 12 OCUPANTE ATUAL: NATALINO SALGADO FILHO

PATRONO: FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO

Militar

Por Natalino Salgado Filho Nascido em Portugal. Há notícias que, com base em documentação arquivística, foi enviado de São Luís a Belém em 1798. Dois anos depois, em 06/02/1800, foi encaminhado ao julgado de Bastos Bons. É autor das obras “Roteiro da viagem que fez o Capitão Francisco de Paula Ribeiro às fronteiras da Capitania do Maranhão e de Goiás no ano de 1815”; “Descrição do território de Pastos Bons nos sertões do Maranhão”; “Memória sobre as nações gentias que presentemente habitam o continente do Maranhão”. O militar Francisco de Paula Ribeiro, apesar de pouco conhecido e parcamente explorado pela historiografia brasileira, foi um dos maiores viajantes da região nordeste. Seus dois principais trabalhos, originalmente publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, foram reunidos, juntamente a uma memória sobre os índios do Maranhão, em um livro publicado em 2002, pelo governo do Maranhão. A introdução da obra, feita por Manoel de Jesus Barros Martins, nos dá algumas pistas da sua trajetória. Ele foi um militar luso-brasileiro que viajou pelo sertão na segunda década do século XIX, inclusive em expedições demarcatórias nas divisas das províncias do Maranhão e Goiás, nas quais assumiu o lugar deixado por Vicente Jorge Dias Cabral. Além dessas, chefiou inúmeros expedições militares contra os índios que habitavam o interior do Maranhão. Também não se tem notícias de que Ribeiro tenha estudado Filosofia natural em Coimbra e, portanto, seus escritos são frutos de uma formação militar e sua atuação estava voltada para a demarcação e consolidação das fronteiras da colônia portuguesa. Mesmo assim, o viajante reserva vários trechos de sua obra para versar sobre o mundo natural, tratando das plantas e dos animais da região. FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO Por Adalberto Franklin Francisco de Paula Ribeiro, militar português, chegou ao Maranhão como alferes do Regimento de Infantaria, por nomeação da rainha D. Maria I. No Brasil, serviu nas capitanias do Pará, São Paulo e Maranhão. Durante mais de vinte anos, foi comandante do Destacamento Militar de Pastos Bons, com jurisdição sobre todos os sertões maranhenses, desde o rio Parnaíba, na divisa com o Piauí, até os limites com o Pará, no sentido oeste. Em face da ordem real de 1813, que determinava a resolução dos limites entre Maranhão e Goiás, foi nomeado, em 1815, pelo governador Paulo José da Silva Gama


— quando ocupava o posto de capitão do Regimento de Linha do Maranhão — como primeiro comissário representante da Capitania diante dos representantes de Goiás, que anexara a povoação de São Pedro de Alcântara, nos limites maranhenses. Essa missão deu origem ao Roteiro da viagem que fez o major Francisco de Paula Ribeiro às fronteiras das capitanias do Maranhão e da de Goiás, primeiro documento pormenorizado sobre a geografia e potencialidades do sul da Capitania. Seu estudo geográfico e o levantamento sobre o processo de ocupação da região fez com que o Maranhão mantivesse o domínio sobre a margem direita do rio Tocantins. Paula Ribeiro denunciou ainda uma trama urdida por Francisco José Pinto de Magalhães com o objetivo de anexarem áreas à direita do Tocantins, território maranhense, ao território de Goiás. Denunciou, ainda, ações praticadas contra os indígenas ao governador Silva Gama. Testemunhou e relatou o embate entre povoadores e ín-dios, sobre o que pesquisou situação, costumes, conflitos e resistência, o que descreveu na sua dissertação intitulada Memória das nações gentias que presentemente habitam o continente do Maranhão, datada de 1819. Escreveu, ainda, a Descrição do território dos Pastos Bons, nos sertões do Maranhão, também datado de 1819. Em 1819, sendo governador do Maranhão o marechal-de-campo Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca, Francisco de Paula Ribeiro, então major graduado, adido do Estado Maior e comandante do distrito de Pastos Bons, é encarregado de “escolher os lugares mais acomodados” para a implantação de fazendas reais de gado com o intuito de povoar os sertões. Esse plano não foi completado face à Independência do Brasil, em 1922. No século XX, foi considerado pelo etnológo Curt Nimuendaju como o maior conhecedor dos povos timbiras. Francisco de Paula Ribeiro teve morte trágica, em agosto de 1823, depois de 28 anos de serviços prestados ao Maranhão. Declarada a Independência do Brasil, em 1822, foi um dos comandantes da resistência armada portuguesa liderada a partir do Piauí por João José da Cunha Fidié. O pequeno destacamento de Paula Ribeiro, composto por aproximadamente oitenta pessoas, incumbido de proteger o sertão contra a possível entrada de tropas brasileiras vindas do Pará pelo Tocantins, foi rendida na cachoeira de Santo Antônio, nas proximidades de onde se localiza hoje a cidade de Imperatriz (MA). A tropa foi conduzida para São Pedro de Alcântara, onde Antônio Moreira da Silva, um dos comandantes nacionalistas, teria matado por sangramento o major Paula Ribeiro, o padre capelão e um alferes, depois de ter-lhes tomado 18.000 cruzados. JOÃO PERSONDAS DE CARVALHO - PATRONO DA CADEIRA 58

LIBERALINO PINTO DE MIRANDA


Canoeiro, Professor de Geografia, Jornalista - Cururupu 29/03/1903 – Cururupu 05/02/1951 Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 89 Nasceu em Cururupu em 29 de março de 1903, passando a infancia na cidade natal. Cursou a escola primária em sua terra natal, e depois o Aprendizado Agrícola, onde recebeu o tituloo de técnico em agricultura. Lá iniciou suas atividades laborativas experimentando diversas profissiões: canoeiro, Chefe de Posto Agropecuario de Cururupu, colaborador do Departamento de Terras e Colonização do Estado. Deu de ler tudo o que a vista alcançava e foi aos poucos fazndo o seu lastro de conhecimentos. Autodidata, lecionou Geografia, História e Musica no Instituto Cururupuense. Criou uma banda de musica para a Municipalidade de Cururtupu. Nas viagens interiores adentro estudou a natureza ao vivo. Foi consultor técnico do Diretporio regional de Geografia. Elaborou uma carta de navegação para o estado, para os pilotos da aviação comercial. No jornalismo, colaborou como jornal A Cidade de Pinheiro onde matinha uma coluna Retalhos Corográficos. Deixou trabalhos sobre toponímia O Tupi na toponímia maranhense e O Tupi na toponímia pinheirense. Ainda outros trabalhos como Retalhos corográficos – toponímia maranhense – 1944; Naufragios da costa maranhense – 1945; Reflorestamento – 1948; As Ilhas do Maranhão – 1950; Diário de São Luis e Revista do IHGM. Faleceu em Cururupu em 5 de fevereiro de 1951 CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM MIRANDA, L. AS ILHAS DO MARANHÃO Ano IV, n. 4, junho de 1952 92-94

CESÁRIO VERAS Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 90 Nasceu na cidade de Rosario. Curso a formação para o Magistério na Escola Normal do Maranhão. Graduou-se medico na faculdade de Medicina da Bahia. Professor fundador da Escola de Farmácia do Maranhão e da Escola de Enfermagem do Instituto de Assistencia à Infancia. Foi professor da Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Luis. Ocupou o cargo de Diretor do Departamento de Saude Publica e da Secretario de Educação e Saude do Maranhão.Foi professor de Fisica do Curso Cientifico do Colegio Santa Teresa, das irmãs Doroteias. Deixpu publicado os seguintes trabalhos: “Subsidios 89

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005. 90 OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005.


de cooperação de assistência medica-sanitaria ao trabalhador maranhense do Plano de Saneamento da Amazonia” – 1955; “Proteção à maternidade, à indancia e adolescência de São Luis” – 1940; “Estudos referentes a água e abastecimento de São Luis” – 1932.

ELOY COELHO NETO Por Adalberto Franklin Eloy Coelho Netto nasceu em Balsas (MA), no dia 27 de novembro de 1924, filho de Edísio Cesário da Silva e Silvéria Coelho e Silva. Fez seus estudos primários no Educandário Coelho Neto, do professor Joca Rego, em sua terra natal, transferindo-se depois para o Instituto Renascença, do professor José Queiroz, em Carolina (MA). Estudou o curso Secundário no Colégio Marista, no Liceu Maranhense, em São Luís. Nesse período, publicou seu primeiro poema — Mãe —, no jornal O Poliglota, editado por estudantes. O Secundário foi concluído, porém, no Colégio São João, em Fortaleza. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Ceará, em 1950. Durante o curso, presidiu o Centro Acadêmico Clóvis Bevilácqua e foi um dos redatores da revista Estrela e de outros periódicos da faculdade. Lecionou Português no Colégio Farias de Brito, um dos mais renomados da capital cearense. Em 1947, tornou-se aspirante a oficial do Exército, após concluir o curso de Infantaria. Exerceu o magistério em Fortaleza (CE) e Balsas. Em 1957, foi nomeado secretário da Educação e Cultura do Estado do Maranhão, onde ficou por cinco anos. Foi diretor da Caixa Econômica Federal e secretário do Interior e Justiça do Maranhão. Ocupou o Tabelionato Vitalício do Cartório de Notas do 3o Ofício de São Luís e foi professor de Direito Civil e de Direito Constitucional na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Em 1986, tornou-se membro da Academia Maranhense de Letras, ocupando a c e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, do qual foi presidente. Escritor, historiador, poeta, professor e jornalista, produziu e publicou diversas obras de relevo para o Estado do Maranhão e, sobretudo, sobre a região sul maranhense. Além de livros publicados, deixou diversos artigos históricos publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. OBRAS PUBLICADAS: w Poemas da vida, do mundo e da minha terra. w Flocos brancos. w Luzes da ribalta. w História do sul do Maranhão. w Geo-História.


w Vida e acontecimentos. w Nova Época. w Arrozais em festa. w Sesquicentenário. w Caxias e o Maranhão. CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM O AMERÍNDIO – O ÍNDIO DA COLONIZAÇÃO E NO POVOAMENTO DO MARANHÃO- MICROETNIAS ATUAIS DO MARANHÃO Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 46-56 CANDIDO MENDES DE ALMEIDA Ano LIX, n. 08, março de 1985 95-101 HUMBERTO DE CAMPOS – PRIMEIRO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO ano LX, n. 12, 1986 ? 03-11 ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 79-81 DISCURSO Ano LXII, n. 14, março de 1991 69-72 DOMINGOS SOUSA Ano LXIII, n. 16, 1993 16-17 SINOPSE DA HISTÓRIA DO CATOLICISMO NO MARANHÃO Ano LXIII, n. 16, 1993 68-76 CRÔNICA PARA O INSTITUTO SETENTÃO Ano LXIV, n. 17, 1996 13-15 SAUDAÇÃO DE POSSE DO ESCRITOR E HISTORIADOR CARLOS ORLANDO RODRIGUES DE LIMA NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO (SOLENIDADE REALIZADA EM 27/03/96) No. 18, 1997 26-29 O PADRE ANTONIO VIEIRA E O MARANHÃO No. 19, 1997 40-49 A INDEPENDÊNCIA E A ADESÃO DO MARANHÃO No. 21, 1998 67-73 RAYMUNDO CARVALHO GUIMARÃES – LONGEVIDADE DOS JUSTOS No. 21, 1998 101-102 PRIMEIRA REVISTA DO IHGM No. 21, 1998 109-110


CADEIRA 13 OCUPANTE ATUAL: SOFIANI LABIDI

PATRONO: RAIMUNDO JOSÉ DE SOUZA GAYOSO 91 Por Sofiane Labidi 92 Nascido em Buenos Aires na Argentina em 1747, filho de JOÃO HENRIQUE DE SOUZA e MICAELA JERÔNIMO GAYOSO. Estudou na França e na Inglaterra onde se formou na área financeira. Raimundo José residiu no Maranhão em Cachoeira Grande. Seu pai João Henrique de Souza foi tesoureiro do erário Português onde foi acusado de desvios de verbas e foi degredado para o Maranhão por 5 anos. Ao conseguir comprovar sua inocência, o Príncipe Dom José o nomeou Tenente-Coronel do Regimento de Milícias de Caxias. No Maranhão casou-se com Anna Rita de Souza Gayoso das famílias Gomes de Souza e Vieira da Silva. Seu nível cultural muito alto lhe permitiu de se destacar deixando várias obras como “Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão”. Obra publicada por sua esposa Dona Ana Rita em 1818 e dedicada a Dom José.

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GAYOSO - BRASIL: Família de origem Espanhola, que passa para Argentina,de onde imigrou para o Maranhão. Teve princípio em JOÃO HENRIQUE DE SOUZA (c.1722, Portugal ?), senhor de um morgado Setúbal, Portugal, tesoureiro-mor do reino, que passou à Argentina, onde deixou geração do seu casamento (c.1743) com MICAELA JERÔNIMA DE GAYOSO E ALMENDRA E ALDUNARTE (Buenos Aires, Argentina) de família originária da Espanha. Foram pais de RAIMUNDO JOSÉ DE SOUZA GAYOSO I (1747, Buenos Aires, Argentina), naturalizado português. Coronel de Milícias, financistas. Emigrou para o Maranhão, onde serviu no posto de Tenente-Coronel Do Regimento De Milícias da Ribeira de Itapicuru. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Deixou numerosa descendência do seu casamento com ANA RITA GOMES DE SOUZA, filha do Tenente-Coronel JOSÉ ANTÔNIO GOMES DE SOUZA e de LUIZA MARIA DE SOUZA. Deste último casal descendem: 1) o Neto, ANTÔNIO DE BRITO DE SOUZA GAYOSO, Bacharel em Direito (PE), Deputado Prov. no Maranhão em várias Legislaturas, Governador da Província do Piauí (1861); 2) o Neto RAIMUNDO JOSÉ DE SOUZA GAYOSO II (1825-1900), que do seu primeiro casamento e, 1862, com INEZ LEONOR DE ALMENDRA (1829-1865), originou a família ALMENDRA GAYOSO, do Piauí. http://www.orkut.com/Main#Main$CommMsgs?tid=4815188&cmm=513531&hl=pt-BR 92

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA N. 13, PATRONEADA POR RAIMUNDO JOSÉ DE SOUZA GAYOSO, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 51, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012


“Memória histórico-apologética da conduta do Bacharel Antônio Leitão Bandeira”, publicada em 1785. “Apontamentos do que tem lembrado para aumentar a riqueza do Estado”. “Reflexões políticas sobre o modo de atalhar algumas desordens da fazenda real” entre vários outras. Gayoso recebeu o título de Cavaleiro, professo da Ordem de Cristo. Faleceu em Rosário no Maranhão em 1813. RAIMUNDO JOSÉ DE SOUZA GAYOSO Por Gilberto Arouche93 Nascido na cidade de Buenos Aires – Argentina, em 1747, filho de João Henrique de Souza e Micaela Jerônimo Gayoso, os seus primeiros passos na educação foram realizados na França e na Inglaterra, fixando-se depois em Portugal. Há dados de que em 1792, já residia no Maranhão, mais precisamente em Itapecuru-Mirim, tendo lá se estabelecido com as culturas da lavoura e do algodão. Seu pai foi amigo do Marquês de Pombal, o teve no rei D. José um profundo admirador. João Henrique foi tesoureiro-mor, tendo nomeado Raimundo Gayoso seu ajudante. Entretanto, enquanto ocupavam o cargo, desviaram grandes somas de dinheiro. Como não conseguiram restituir os valores subtraídos, Gayoso foi degredado para o Maranhão. Tempos depois consegue provar a sua inocência, oportunidade em que, livre das acusações, o príncipe D. José nomeia-o tenente-coronel a ter atuação em Caxias. No Maranhão, Raimundo Gayoso, casa-se com Ana Rita descendente das famílias Gomes de Souza e Vieira da Silva. Gayoso era um homem acima do seu tempo,possuía uma grande cultura, deixou uma grande obra intitulada “Compêndio histórico – político dos princípios da lavoura no Maranhão”. Publicada por sua esposa em 1818, este livro foi peça fundamental do conhecimento da história econômica maranhense, sendo considerada obra rara. Já perto de morrer, Gayoso confessaria, nos seus manuscritos, velho, de cabelos brancos e com a saúde precária, meio desanimado. Gayoso confessaria em seus manuscritos que, por amor a uma terra que tivera por pátria o Maranhão, recobraria o entusiasmo para escrever o livro “Compendio da lavoura no Maranhão”. Este livro deu inicio a “Coleção São Luís” de publicações Obras Raras no Maranhão. Como frisei anteriormente, sua esposa, Dona Ana Rita de Sousa Gayoso, foi quem mandou editar o livro, Raimundo Gayoso faleceu em 1813, aos 66 anos de idade, tendo vivido seus últimos dias na cidade de Rosário. Registram-se aqui trechos do diálogo entre Ana Rita de Sousa Gayoso esposa de Raimundo Gayoso e o Rei de Portugal Dom José I. “Depois de beijar com o mais profundo respeito a real mão de Vossa Majestade, tenho a completa satisfação de oferecer a Vossa Majestade um novo compendio dos fatos históricos, aumento do comércio e agricultura do Maranhão, verdadeiras origens da felicidade publica dos Estados, em qualquer parte do mundo conhecido, como se mostra verificado na obra de 93

DISCURSO DE POSSE, REVISTA DO IHGM, No. 29, 2008 – Edição Eletrônica, p. 183


que trato, composta por meu defunto marido Raimundo de Souza Gayoso a respeito do Maranhão. Esta capitania, que por espaço de muitos anos se conservou reduzida a uma total letargia debaixo da sujeição daqueles homens que, fazendo profissão de um instituto religioso, haviam usurpado o governo espiritual e temporal dos mesmos povos, que dirigirão o seu arbítrio, segue diferente sistema, logo que sobre os seus horizontes veio romper a brilhante lei da beneficiência, grandeza e proteção de um soberano magnanismo (...). Agora, porém que debaixo das benignas providencias de Vossa Majestade, tem crescido o seu importante comércio, já não é aquele porto em que de um a outro ano se via entrar algum navio com o desígnio de carregar em outra parte, hoje vê-se presentemente um porto freqüentado de embarcações nacionais e estrangeiras destinadas à exportação dos preciosos efeitos que levarão para as grandes praças comerciantes da Europa e que constituindo os maiores interesses dos habitantes deste país(...) Só o poderoso braço de um Rei magnânimo de um príncipe, verdadeiro pai da pátria e dos seus vassalos é que poderia restabelecer e elevar ao maior ponto de grandeza o comercio, a agricultura de um pais(...) E para que o tempo gastador das coisas e julgador imparcial das mais brilhantes ações, não possa destruir pelo decurso dos anos, a generosalembrança dos benefícios efeitos da real grandeza de Vossa Majestade, tomaram sobre mim a heróica resolução de fazê-los transmitir por este meio a sábia posteridade, para que dando verdadeiro valor à grandeza de tão assinalados benefícios, passando de umas e outras gerações a sua nunca interrompida lembrança chegue o Augusto Monarca o Senhor Rei D. José I a colocar-se no templo da memória, único fim a que se dirigem os sinceros votos de tão fieis e constantes vassalos”. Reverente beija a Real Mão de Vossa majestade D. Ana Rita de Souza Gayoso São ainda da autoria de Raimundo Gayoso, “Minuta Histórico-Apológica da Conduta do Bacharel Manuel Leitão Bandeira”, “Apontamentos do que tem lembrado para aumentar a riqueza do Estado”, “ Reflexões políticas sobre o modo de atalhar algumas desordens da fazenda real, promover a indústria e o comércio, as artes, as manufaturas por meio do restabelecimento do crédito público”, “Manifesto histórico – analítico de documentos verídicos que comprovam a inocência de seu pai e a sua no extravio do erário, e a condenação arbitrária e injusta, com nulidade de sua natureza, visto ser dada contra direito expresso e fundada em falsas definições, 1810”. A justiça considerou depois estes argumentos, sendo Gayoso reabilitado. Quando de sua morte, o Maranhão vivia sob o comando de Paulo José de Silva Gama que administrou o Estado de 1811 a 1819. Registra-se como marco de sua administração a demarcação dos limites com a Capitania de Goiás, a elevação de Aldeias Altas (Caxias) à categoria de vila, o que se efetivou em 1812. Raimundo Gayoso não foi apenas um homem de idéias, mas um homem de ação que buscava sempre concretizar os seus sonhos. Produziu obras eternas: verdadeiros marcos na História do Comércio e da Lavoura do Maranhão. Ter esse homem como patrono da cadeira que passo a ocupar é uma grande honra com imensa responsabilidade.


JOSÉ PEDRO RIBEIRO Por Sofiane Labidi 94 Sócio fundador do instituto. Natural do Maranhão foi Vice-cônsul da Noruega no Brasil e Interino da Dinamarca. Publicou “Indústria da Borracha” em 1913. José Pedro Ribeiro Por Gilberto Arouche95 Natural do Maranhão, José Pedro foi vice-cônsul da Noruega e interino na Dinamarca. Representou o Maranhão em 1913 na qualidade de Comissário em uma Exposição de Borracha. Deixou publicado: “Indústria da Borracha em 1913” uma monografia publicada pelo Ministério da Agricultura. Nesta, fazia descrição sumária do Estado do Maranhão dentre elas a fauna e as árvores que produzem a borracha, como a seringueira e a maniçoba. A monografia trazia também dados estatísticos sobre custos, fretes, salário, preço das terras, dentre outros. O ilustre José Pedro deixou ainda vários estudos econômicos sobre produtos do Maranhão publicados nos jornais da época. Constituiu ainda uma empresa cuja razão social foi intitulada “José Pedro Ribeiro e Cia”, em razão de um acidente ocorrido na família de um dos sócios culminando com o falecimento de uma criança (acometida por difteria). A firma passou a importar um soro preparado pelo Instituto Pasteur de ParisFrança. Esta atitude evitou a incidência de novos casos, pois era feita gratuitamente.

OSWALDO DA SILVA SOARES Por Sofiane Labidi 96 Nasceu em Pinheiro em 16 de março de 1903, mas foi criado na cidade de São Bento. Tinha 8 irmãos. Iniciou os estudos na escola Arimatéia Cisne, concluiu o ensino médio 94

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no Colégio Marista e o curso Superior na Faculdade de Odontologia, curso que não concluiu por ter sido convidado pelo tabelião Domingos Barbosa para escrevente juramentado. Eleito Deputado Federal por concurso público. Em Alcântara, ele restaurou o pelourinho com seus próprios recursos. Colecionador de moedas, em 1948 passou a colecionar objetos antigos: móveis, porcelanas, joias, etc. todos expostos na sua residência na Rua São João n 452. Faleceu em 26 de janeiro de 1997. Oswaldo da Silva Soares Por Gilberto Arouche 97 Oswaldo da Silva Soares nasceu na Princesa da Baixada – Pinheiro, em 16 de março de 1903. Entretanto, desde cedo foi levado para a cidade de São Bento. Seu pai foi o conhecido Tito Duarte Soares, que era farmacêutico, médico prático e proprietário da Farmácia Paris. A mãe ficou viúva aos 40 anos, criou e educou os seus nove filhos. Oswaldo concluiu o ensino médio no Colégio Marista e estudou parte do superior na Faculdade de Odontologia. Foi convidado pelo tabelião Domingos Barbosa para ser escrevente juramentado. Tempos depois assume a vaga de titular em função do afastamento de Domingos Barbosa para assumir o cargo de Deputado Federal. Oswaldo além de ser tabelião de 1º oficio zelou pelo patrimônio histórico de Alcântara, São Luís e Rosário. Com seus próprios recursos restaurou o pelourinho de Alcântara. Foi um grande colecionador de moedas, imagens sacras e objetos antigos, porcelana, relógios e jóias. Era pesquisador e publicou na Revista do IHGMA o artigo “Numismática maranhense” – 1948, considerado o único estudo sobre a rede subterrânea de São Luís, do Sítio do Físico e de São Lázaro, dos Fortes de Rosário, de igrejas e capelas. Em 1953 é desfeito o seu acervo histórico, chegando a ser oferecido ao governo do Estado, sem êxito. O museu foi disperso e dividido entre museus públicos e particulares. O seu sobrinho e sócio efetivo do IHGMA, publica na Revista do Instituto em 08 de março de 1985 artigo intitulado “Tradicional Família Soares recebe justas homenagens do IHGMA” Oswaldo da Silva Soares faleceu em 26 de janeiro de 1997, deixou os filhos: Tito Antonio Sousa Soares – Tabelião do 1º Ofício; Maria Tereza Soares Pflueger – Pedagoga; Manuel Otávio Sousa Soares – Procurador; Maria da Graça Sousa Soares – Pedagoga; Oswaldo Fabiano Sousa Soares – Tabelião Substituto; Maria Eleonora Soares Costa – Psicóloga. Contribuições na Revista do IHGM SOARES, O. NUMISMÁTICA MARANHENSE Ano 2, n. 1, novembro de 1948 89-98 NUMISMÁTICA MARANHENSE No. 22, 1999 39-50

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ALUÍZIO RIBEIRO DA SILVA Por Sofiane Labidi 98 Nascido em Balsas no Maranhão, filho do comerciante João Ribeiro da Silva. Falecido subitamente quando o filho mais velho Antônio Ribeiro da Silva ocupou-se da família. Ele deixou várias obras escritas. ALUÍZIO RIBEIRO DA SILVA Por João Dias Rezende Filho Na obra genealógica “A Mística do Parentesco”, de Edgardo Pires Ferreira, p. 60, v. III, Tomo I - Aluísio Ribeiro da Silva nasceu em Balsas em 14 de abril de 1917, filho de João Ribeiro da Silva e de Maria Pires Ferreira Pereira da Silva Ribeiro ( conhecida em família como Marica). Era advogado, depois Juiz e desembargador do TJ do Maranhão. Casou-se com Raimunda Marinalva Campos, nascida em 04 de maio de 1925, nascida em Simplício Mendes Piauí, professora e técnica em contabilidade. Pais de: João Salustiano Campos Ribeiro, Aníbal Campos Ribeiro, Pedro Alberto Campos Ribeiro, Eleonora Maria Campos Ribeiro e Flor de Lis Campos Ribeiro e seguem os dados dos filhos e netos Aluízio Ribeiro da Silva Por Gilberto Arouche99 Nascido no Município de Balsas-MA, filho do comerciante João Ribeiro da Silva, faleceu subitamente deixando a viúva com numerosos filhos. De família simples, mas honrada, Aluízio Ribeiro Silva fez seus estudos com trabalho nas horas vagas, demonstrou desde cedo proximidade com as letras. A sua performance era tão evidente que foi convidado para trabalhar em jornais. Manifestando talento é convidado por Antonio Lopes da Cunha a morar no Estado do Piauí e a cursar Direito, curso que foi concluído no Rio de Janeiro. O jornalista Carlos Cunha, ao fazer saudação a Aluízio Ribeiro da Silva sempre lembrava a maturidade do jovem advinda das leituras de Goethe, Dante e outros. Aluízio contribuiu bastante no magistério e na imprensa, com um jornalismo polêmico, mas com salutar troca de idéias. Exerceu ainda o cargo de Juiz (15/03/1976 a 19/07/1976) e chegou a ser desembargador. Recebeu a Medalha de Mérito Timbira, concedida pelo governo Luiz Rocha em 1986. Faleceu na cidade de São Luís. 98

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Contribuições na Revista do IHGM DISCURSO DE POSSE Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 20-31 HOMENAGEM A ANTONIO RIBEIRO DA SILVA, RIBEIRINHO Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 32-34 UM LIVRO VALIOSO Ano LXII, n. 14, março de 1991 53-55 DISCURSO Ano LXII, n. 14, março de 1991 57-60

TÁCITO DA SILVEIRA CALDAS. Por Sofiane Labidi 100 Nascido em Teresina no Piauí em 1915, filho de Leônidas Soriano Caldas e Detith da Silveira Caldas. Cursou em Teresina e depois se transferiu para o Liceu Maranhense em São Luís. Bacharel em Direito pela Faculdade do Maranhão, recebeu o título de Doutor pela mesma instituição em 1950, onde ingressou como professor em 1951. Membro do conselho do OAB por vários mandatos. Foi Procurador da Fazenda Municipal de São Luís, Procurador Geral do Estado do Maranhão. Desembargador do tribunal de Justiça do Estado e ex-Presidente do Tribunal Regional Eleitoral. Reconhecido como grande orador público, tem várias obras publicadas. TÁCITO DA SILVEIRA CALDAS. Por Gilberto Arouche101 Tácito Caldas foi o primeiro sucessor de Raimundo Gayoso, na cadeira nº 13. Nasceu na cidade de Teresina (PI) a 14 de maio de 1915, filho de Leônidas Soriano Caldas e Detith da Silveira Caldas. Cursou o primário no Liceu Piauiense. A partir do secundário transfere-se para o Liceu Maranhense (que na época era de grande utilidade para diferentes projetos de vida). Uma grande fábrica de sonhos e de talentos por onde circularam jovens que seriam as lideranças políticas do Estado, exercitando-os em beneficio próprio ou da família. Mas a maioria dos estudantes estava voltada para a construção de um Maranhão mais justo e vislumbra no Liceu e na escola pública as âncoras imprescindíveis de sustentação para atingir tais objetivos. Entre os professores, vale lembrar nomes de excelentes mestres como: Antonio Carlos Beckman, José Carlos Pires, Ney Aquino, José Carlos Tavares, Concita Quadros, Luis Aranha, José Rosa, Maria de Jesus, Alexandre Botão, Elenice Melo, Altair, Ivaldo, 100

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Murilo Freitas, Vicente Maia, Magnólia, Célia Baroni, Tereza Duailibe, Beatriz, Babá e Floriano de Jesus, entre outros. Tácito Caldas concluiu o curso de Direito pela Faculdade do Maranhão onde, em 1950, recebeu o título de Doutor. Em 1951 ingressa como professor catedrático. Foi consultor jurídico da antiga SURCAP, lecionou em diversos estabelecimentos de ensino, público e privado com as disciplinas, Matemática, História, Geografia, Física e Química. Lecionou ainda na Faculdade de Direito, onde por concurso público tornou-se catedrático vitalício. Dentre os cargos públicos que ocupou destaca-se o de Procurador Geral do Estado, Procurador da Fazenda, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado e ex-presidente do TRE. Em 1964, no Tribunal de Justiça foi Corregedor, Vice–Presidente e Presidente. Possui as comendas Medalhão II Conferência de Desembargadores; Medalhão III Conferência de Desembargadores; Medalha comemorativa do 350º ano de fundação de São Luís; Medalha do Mérito Timbira; Medalha comemorativa da fundação do curso jurídico do Maranhão. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, advogado nos auditórios do Estado e consultor jurídico. Considerado um grandeorador, publicou vários livros além de ser colaborador em várias revistas. Desde a instalação, o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão foi presidido por vinte e oito desembargadores: Tácito da Silveira Caldas (posse: 01.10.54; término: 30.01.56); Tácito da Silveira Caldas (posse:05.02.65; término: 17.02.66);

GILBERTO MATOS AROUCHA Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo102 Aluno no curso de Graduação em Geografia da Universidade Federal do Maranhão, concluído em 1989. Aluno brilhante, correto nas ações e um estudioso incansável. Professor chegou ao Doutorado em Ciências Pedagógicas e antes obteve o título de “Mestre em Saúde e Ambiente”, na Universidade Federal do Maranhão. De Gilberto recebi dois de seus importantes trabalhos: “Geo -História da Cidade de São Luís – Uma Análise Tempo Espacial” e “Novos Saberes Sobre o Ensino da Geografia”; Geo – História é de grande importância para estudiosos, pois poucos Geógrafos Maranheses ousaram fazer uma Análise Tempo – Espacial da nossa cidade. No capítulo 3, analisa o Ambiente Urbano, no capítulo 4 trata da População e o Espaço Urbano, já no 5, analisa o Espaço Urbano de São Luís e seus impactos ambientais. Todos os capítulos analisados com muita propriedade. Na apresentação de Geo – História de São Luís, Gilberto deixa retratada um pouco de sua personalidade lutadora e perseverante, quando diz: 102

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“Todos temos poder para decidir viver uma vida grande; não ter apenas um bom dia, mas um grande dia. Não importa por quanto tempo tenhamos trilhado a passividade, sem podermos escolher mudar o nosso caminho que passa pela educação. E nela podemos encontrar a nossa voz, afirmando que a arte de ensinar é milenar, talvez tanto quanto o ato de aprender”. “O ser humano diante das muitas dificuldades que encontrava para sua subsistência, fez da aprendizagem a sua mais importante habilidade. Portanto, para se desenvolver e crescer, o homem depende de sua capacidade de aprender. É aprendendo que nos transformamos e transformamos o mundo em que vivemos”. Esse é o pensamento de Gilberto que hoje passa a ser um Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Gilberto além de Doutor e Mestre é especialista em “Administração Bancária e de Qualidade e Produtividade”. Atuou nas atividades Bancárias: Banco Nacional S. A, Caixa Econômica Federal e Banco do Estado do Maranhão S/A. E atualmente desempenha atividades docentes desde 1982. Professor dos cursos de Graduação em Geografia e de Pós Graduação da Universidade Estadual do Maranhão e da Faculdade Miguel Cervantes. Foi consultor em acompanhamento às Escolas da Rede Pública Estadual de Ensino – inserido no programa de qualidade total nos municípios de: Codó, Caxias, São João dos Patos, Timon e São Luís. Atuou como participante expondo seus trabalhos em: simpósios, congressos, e outros eventos científicos nacionais. Entre esses destacam-se os seguintes: “O Ensino da Geografia” – apresentado em Havana – Cuba, “Didática e Pratica de Ensino” – ENDIPE. Publicou artigos em jornais dos Estados do Piauí e Maranhão sobre Educação e Geografia. Orientou diversas monografias de Graduação e Pós Graduação. Gilberto Matos Aroucha é filho do empresário Marcolino Jardim Aroucha, de saudosa memória e da Sra. Sebastiana Matos Aroucha, que lhe deram excelente formação moral. É casado com a Sra. Maria José Rabelo Aroucha de cujo consórcio teve: Rafael, Isadora e Thais. A formação moral e afetiva de Gilberto é demonstrada, também na apresentação de seu livro, quando faz carinhosos agradecimentos: aos irmãos, cunhados, sobrinhos, afilhados e em especial a sogra Maria Lúcia (lamentavelmente falecida a pouco tempo). AROUCHA, Gilberto Matos. DISCURSO DE POSSE, REVISTA DO IHGM, No. 29, 2008 – Edição Eletrônica, p. 183


CADEIRA 14 OCUPANTE ATUAL: JOSÉ MARCELO DO ESPÍRITO SANTO

PATRONO: ANTONIO BERNADINO PEREIRA DE LAGO Maria Esterlina Mello Pereira 103 Portugues nasceu em Torres Nova (1777?) e morreu em Lisboa em 30 de março de 1847, quase com 70 anos. Exercia então o posto de coronel do Real Corpo de Engenheiros, quando foi demitido do serviço, por decreto de 10 de fevereiro de 1829, e em conformidade com o parecer do Conselho Militar, criado por decreto de 11 de agosto de 1828. Brigadeiro reformado, foi comendador da Ordem de Avis. À sua bibliografia, além dos títulos referido por Cesar Marques em seu Dicionário acrescenta Cinco anos de emigração na Inglaterra, na Belgica e na França, publicada em Lisboa em 1834. (DUARTE, 2001)104. Antes de vir para o Maranhão já prestava serviços no Brasil desde 1805, em diversas províncias, dentre outras, Pernambuco e Rio de Janeiro. Quando chegou ao Maranhão demonstrava ter cerca de 40 anos, na função de Coronel do Real Corpo de Engenheiros do Exército, nomeado por decreto de D.João V, visando atender insistentes pedidos de governadores. Recebeu a incumbência de fazer o levantamento da carta Geral ou Topografica da Capitania do Maranhão 105. Fez-se acompanhar do seu competete desenhista tenente Joaquim Candido Guilhobel e o guia Cipriano José de Almeida. Obras: Carta geral da capitania do Maranhão, levantada pelo coronel de engenheiros, Antonio Bernardino Pereira do Lago e reduzida e desenhada pelo tenente 103

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 104 DUARTE, Sebastião Moreira. Ainda sobre o Autor. In PEREIRA DO LAGO, Antonio Bernardino. ITINERÁRIO DA PROVINCIA DO MARANHÃO. S~~ao Paulo: Siciliano, 2001, p. 59 105 LAGO, Antonio Bernardino Pereira do, 1777-1847 - Nova carta reduzida da costa da Provincia do Maranhão por observaçoens astronomicas e trigonometricas [Material cartográfico] = A new reduced chart of the coast of the Province of Maranhão from astronomical and trigonometrical remarks / levantada e construida pelo Coronel de Real Corpo de Engenheiros António Bernardino Pereira do Lago em commissao na sobredita Provincia ; des. por J. C. Guillobel, Tenente do R. C. Engenheiros ; sculpt. T. Smith. - Escala [ca 1:650000]. - Liverpool : I. Bywater Cº. Pool Lane, 1821. - 1 mapa : gravura, p&b ; 57,00x87,00 cm, em folha de 60,00x91,30 cm Cota do exemplar digitalizado: cc-117-r Ver registo completo Cópias Digitais Cópia pública, 2.5 MB

http://purl.pt/index/geral/aut/PT/1203900.html


do mesmo corpo J. C. Guilhobel – 1820; Itinerário da Provincia do Maranhão – 1820; Carta Topografica da Ilha do Maranhão; Carta da Costa da província do Maranhão, desde Jericoacoara até a Ilha dfe São João e da entrada e saída pela Baia de São Marcos, levantada por observações astronômicas e trigonométricas acompanhadas de um roteiro e descrição hidrográfica da mesma costa; Estatistica Historica-geográfica da província do maranhão – 1822. Outros serviços marcantes de autoria de Pereira do Lago: construção da Rampa do palácio, com seus paredões; remodelação da Igreja de São João; da Rua Formosa (Afonso pena); da Rua de Sant´Ana; responsável pela calçamento da maior parte da cidade de São Luis.

FRAN PAXECO Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz Manuel Fran Paxeco (nascido Manuel Francisco Pacheco), mais conhecido como Fran Paxeco106 (Setúbal, 9 de Março de 1874 — Lisboa, 17 de Setembro de 1952) foi um jornalista, escritor, diplomata e professor português; cônsul de Portugal no Maranhão, no Pará, em Cardiff e em Liverpool. Chegou a São Luís do Maranhão em 2 de Maio de 1900, sendo autor de diversas obras sobre temas de interesse para a região 107 .

ELZA PAXECO MACHADO

Maria Rosa, João Manoel, e Maria Helena Paxeco Machado, netos de Fran Paxeco

Fonte: VIEIRA DA LUZ, Joaquim. FRAN PAXCO E OUTRAS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 106 107

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Fran_Paxeco VIEIRA DA LUZ, Joaquim. FRAN PAXECO E OUTRAS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1957.


1957.

Da chegada de Fran Paxeco ao Maranhão, Humberto de Campos faz referencia em sua obra “Memórias Inacabadas”108: “Fran Paxeco, escritor português, discípulo e devoto de Teófilo Braga, chegara ao Maranhão, procedente de Manaus, onde o seu temperamento combativo lhe havia criado grandes e aborrecidas incompatibilidades. Idólatra do seu mestre saíra a defendê-lo de Sílvio Romero, que o acusara de gravíssima desonestidade literária. [...] Aportando ao Maranhão, Fran Paxeco viveu aí como na sua terra. São Luís era, aliás, por esse tempo, uma cidade portuguesa, e em que dominava, ainda, o reinol. O diretor de uma das folhas mais vibrantes da cidade era o português Manuel de Bittencourt. À frente do diário que defendia o Governo estadual, estava o português Carvalho Branco, a que o Partido oficial, reconhecido pelos serviços relevantíssimos que ele lhe prestara nos trabalhos de alistamento eleitoral, havia dado, numa recompensa expressiva, o privilégio para fabricar caixões de defunto. O comércio era, quase todo, português. De modo que, estabelecendo-se na capital maranhense, Fran Paxeco se sentia tão à vontade como se tivesse desembarcado no Porto ou em Lisboa. As vantagens que ele trazia, com a sua vivacidade e com o seu entusiasmo, justificavam, aliás, a cordialidade do acolhimento. Habituado a olhar o português como gente de casa, a mocidade maranhense, que saía do Liceu, e se iniciava nos cursos superiores fora do Estado, saudou Fran Paxeco à chegada, e proclamou-o um dos seus guias e mestres. E o hóspede se identificou de tal maneira com ela, que olvidou a sua condição de estrangeiro, e passou a participar da atividade social da terra generosa com uma solicitude bárbara, mas que era, em tudo, de uma sinceridade intensa e profunda. Miúdo e barbado, era, todo ele, nervos e cérebro. Mais tarde, tirou as barbas. Mas conservou inalteráveis o temperamento, o espírito e o coração, até o dia em que Portugal o removeu para Cardiff, como vice-cônsul, isto é, em um posto equivalente ao que o Brasil dera, ali, anos antes, a Aluísio Azevedo”. Primeiro ocupante da Cadeira 14 do IHGM, patroneada por Antonio Bernardino Pereira do Lago, o seu amor pelo Maranhão levou-o a recusar transferências para postos da carreira diplomática muito mais prestigiosos que o consulado de São Luís do Maranhão; de Novembro de 1913 a Fevereiro de 1914 está no Rio chamado pelo primeiro Embaixador de Portugal no Brasil, Bernardino Machado para o secretariar; em 1916 publica "Angola e os Alemães" e segue para Lisboa onde chega a 27 de Maio para ocupar entre outros cargos o de secretário particular do Presidente da República, Bernardino Machado, mas continuando como cônsul de Portugal no Maranhão (tinha sido promovido a cônsul de 2ª classe em 4 de Julho de 1914); A 18 de Agosto de 1919, em reunião de professores da Faculdade de Direito do Maranhão, propõe a realização do Primeiro Congresso Pedagógico do Maranhão, o que veio a realizar-se no ano seguinte. Em 8, 28 e 31 de Janeiro de 1920, houve sessões preparatórias. A sessão inaugural teve lugar a 22 de Fevereiro. 108

CAMPOS, Humberto de. MEMÓRIAS E MEMNÓRIAS INACABADAS. São Luis: Instituto Geia, 2009 SAMUEL, Rogel. Fran Paxeco segundo Humberto de Campos. In ENTRE-TEXTOS, publicado em 20/11/2011, disponível em http://www.45graus.com.br/fran-paxeco-segundo-humberto-decampos,entre-textos,86963.html


Em São Luis, no mês de agosto de 1922 recebe Sacadura Cabral, festejando a travessia aérea do Atlântico Sul; em 1923 o encontramos em Belém do Pará como cônsul, lugar que deixa em Junho de 1925, quando volta para Lisboa; em 1927 vai para Cardiff, desempenhar idênticas funções diplomáticas. Escreve "Portugal não é Ibérico". Faz parte da "South Wales Branch" da Ibero American Society, contribuindo para que o nome fosse mudado para "Hispanic and Portuguese Society". Com o cônsul do Brasil consegue abrir e manter no Technical College uma cadeira de língua portuguesa; No ano de 1933 está de volta a Lisboa ocupando a Direcção Geral dos Serviços Centrais do Ministério dos Estrangeiros. A 24 de Novembro já está em Liverpool a cumprir mais uma missão diplomática onde se mantém até 1935, quando regressa a Portugal, de onde nunca mais saíu. É perseguido pelo Estado Novo, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros nunca mais lhe atribuíu nenhuma missão diplomática (graças ao Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Teixeira de Sampayo, monárquico convicto), o que muito o fez sofrer. 1939, um AVC com graves sequelas: fica sem fala, sem poder escrever e paralítico, as suas grandes formas de comunicação como grande orador e escritor que era. A Biblioteca do Grémio Literário Português em Belém do Pará e a Praça do Comércio em São Luís do Maranhão têm o seu nome. O seu nome encontra-se presente nas toponímias de Setúbal, de São Luís do Maranhão e de São Paulo. Foi fundador da Academia Maranhense de Letras, da Faculdade de Direito, da Universidade Popular, do Centro Republicano Português, do Instituto de Assistência à Infância, do Casino Maranhense, da Associação Cívica Maranhense, da Câmara Portuguesa do Comércio, da Oficina dos Novos, da Legião dos Atenienses, participou do revigoramento e reorganização da Associação Comercial do Maranhão, entre outros organismos, todas as iniciativas relevantes. Profere palestras literárias, cortejos e homenagens cívico-culturais, luta por modernos meios de transporte, pelo incentivo à agropecuária, pela criação de um parque industrial, pela melhoria dos serviços de saúde, pela urbanização da cidade. E tudo isso de par com atividades no magistério público e particular, com diuturna atuação na imprensa, com viagens e trabalhos na Amazônia, com a publicação de livros, com idas ao Rio de Janeiro e a Portugal.109 Na imprensa maranhense deixou uma colaboração tão diversificada e ao mesmo tempo copiosa, que ainda hoje aguarda e reclama a seleção temática da qual resultarão seguidos volumes de interesse para o estudo da vida maranhense. Tais volumes viriam somar-se às obras maranhenses desse autor de vasta bibliografia que compreende assuntos tão variados quanto foram os campos de interesse de seus estudos.

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http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/fundadores/05.php


FRAN PAXECO E SUA ESPOSA ISABEL Fonte: VIEIRA DA LUZ, Joaquim. FRAN PAXECO E OUTRAS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1957.

Casou com Isabel Eugénia de Almeida Fernandes, natural de São Luís do Maranhão, de quem teve uma filha, Elza Paxeco, primeira senhora doutorada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Associações científicas de que foi membro Sociedade de Geografia de Lisboa; Sócio correspondente, admitido em 1 de Fevereiro de 1897. Academia Maranhense de Letras, de que foi sócio fundador; Academia Alagoana de Letras; (sócio correspondente); Academia Piauiense de Letras; (sócio correspondente); Société Académique d'Histoire Internationale; Medalha de Ouro. Paris, 27 de Junho de 1912. Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; Sócio correspondente, eleito em 24 de Novembro de 1913. Academia de Ciências de Portugal; (sócio correspondente) eleito em 13 de Janeiro de 1915. Associação de Imprensa do Amazonas; Associação de Imprensa do Pará; Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas (São Paulo); Grémio Literário e Comercial Português, hoje, Grêmio Literário e Recreativo Português, Belém do Pará; Instituto Geográfico e Histórico da Bahia; Instituto Histórico e Geográfico do Pará; Sócio Honorário,eleito em 12 de Maio de 1920. Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Sócio correspondente, investido em 20 de Novembro de 1925. Liga Portuguesa de Repatriação; Belém do Pará: Sócio Benemérito, eleito em 26 de Junho de 1925. Sociedade Portuguesa Beneficente; Belém do Pará: Sócio Benfeitor, eleito em 26 de Março de 1925. Associação Dramática Recreativa e Beneficente; Belém do Pará: Sócio Beneficente, eleito em 5 de Julho de 1927. Instituto Histórico de Pernambuco; Instituto Histórico do Piauí;


Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Algumas obras: O Uruguai, prefácio a este poema de Basílio da Gama. Rio de Janeiro, Livraria Clássica de Alves & Comp, 1895. O Guarani, proêmio ao libreto da ópera de Carlos Gomes. Belém-Pará, 1896. O Centenário Indiano, manifesto das associações portuguesas do Pará. Belém-Pará, 1897. O Sangue Latino. Lisboa, 1897. O Album Amazônico. Genova, 1898. Os escritores portuguezes: Teófilo Braga. Manaus, Tipografia do Diário de Noticias, 1899. Jubileu de João de Deus - folheto. Manaus, 1899. Os Escândalos do Amazonas. Manaus, 1900. A Questão do Acre, manifesto dos chefes acreanos. Belém-Pará, 1900. O Sr. Sílvio Romero e a literatura portugueza. São Luís do Maranhão, A. P. Ramos d'Almeida, 1900. Mensagem do Centro Caixeiral do Dr. Teófilo Braga. São Luís, 1900. Juiz sem Juízo, comédia de A. Bisson, versão com Antônio Lôbo. O Porvir Brasileiro (série de longos artigos em vários números d'A Revista do Norte). São Luís, 1901. O Maranhão e os Seus Recursos. São Luís do Maranhão, 1902. O Sonho de Tiradentes, peça num ato. São Luís do Maranhão, 1903. O Comércio maranhense, relatório da Associação Comercial do Maranhão. São Luís do Maranhão, 1903. Os interesses maranhenses. São Luís do Maranhão, A Revista do Norte, 1904, XXVIII. O Departamento do Juruá. Cruzeiro do Sul, 1906. A literatura portugueza na Idade Média: conferência. São Luís do Maranhão, Universidade Popular do Maranhão, 1909. O Maranhão: subsídios históricos e corográficos. São Luís do Maranhão, 1912. Portugal e a Renascença. São Luís do Maranhão, 1912. Os Braganças e a restauração. São Luís do Maranhão, Tipografia da Pacotilha, 1912. O Maranhão. São Luís do Maranhão, 1913. As normas ortográficas, na Revista da Academia Maranhense. São Luís do Maranhão, 1913. A Língua portuguesa, por Filipe Franco de Sá, organização e posfácio. São Luís do Maranhão, 1915. Angola e os alemães. Maranhão, 1916. O trabalho maranhense. São Luís do Maranhão, Imprensa Oficial, 1916. A escola de Coimbra e a dissolução do romantismo. Lisboa, Ventura Abrantes, 1917. A visão dos tempos. Coimbra, 1917. Teófilo no Brasil. Lisboa, Ventura Abrantes, 1917. Visão dos tempos - epopeia da humanidade: conferência realizada em 21 de Fevereiro de 1917. Lisboa, Academia das Ciências de Portugal, 1917. Separata dos Trabalhos da Academia das Ciências de Portugal A cortiça em Portugal (resumo de informações do ministério dos estrangeiros). Lisboa, 1917. As normas ortográficas, in Revista da Academia Maranhense. São Luís do Maranhão, 1918.


João Lisboa: livro comemorativo da inauguração da sua estátua contendo estudos críticos de vários autores (org. da Academia Maranhense). São Luís de Maranhão, Imprensa Oficial, 1918. Portugal e o equilíbrio europeu, conferência, na Pacotilha. São Luís do Maranhão, 1918 (I-XII). Portugal e o Maranhão, folheto. São Luís do Maranhão, 1919. O Pará e a colónia portuguesa, folheto. Belém do Pará, 1920. Geografia do Maranhão. São Luís do Maranhão, 1923. Trabalhos do congresso pedagógico do Maranhão. São Luís do Maranhão, 1923. Cartas de Teófilo Braga (com um definitivo trecho autobiográfico do mestre e duas "confissões" de Camilo) (prefácio e compilação). Lisboa, Tip. da Emp. Diário de Noticias, 1924. O Portugal primitivo, folheto. Belém do Pará, Tip. Grafarina, 1925. Sobre Teófilo Braga, genealogia, folheto. Belém do Pará, 1925. O século português (1415-1520), conferência longa, proferida na capital do Pará e publicada no País, do Rio de Janeiro. 1926. Setúbal e as suas celebridades. Lisboa, Sociedade Nacional de Tipografia, 1930/1931. Portugal não é ibérico (antelóquio de Teófilo Braga). Lisboa, Tipografia Tôrres, 1932. O poema do Amadis de Gaula, conferência lida em 10-11-1932, na Universidade de Cardiff. Coimbra, Coimbra Editora, 1934 (separata da Biblos). The intellectual relations between Portugal and Great Britain. Lisboa, Império, 1937.

ADERSON DE CARVALHO LAGO Maria Esterlina Mello Pereira 110 Nasceu na outrora Vila da Chapadinha-MA, em 26 de julho de 1915, filho de José Luiz Teixeira do Lago (comerciante) e de Elisa Augusta Barbosa de Carvalho Lago (professora leiga da rede estadual). Fraz as primeiras letras com sua mãe, além do curso de alfabetização de Durval Duarte e de Justina Pereira de Spousa Melo. É certo que fez o primário em sua terra natal e Buriti de Inácia Vaz. Em São Luis, no Colégio Raimundo cerveira estudou com as professoras Zoé e Raimundo Cerveira; fez exame de admissão em 1932 ingressando no Liceu Maranhense, onde fez também o curso préjuridico. Ainda em São Luis iniciou o Curso de Direito, transferindo-se para a Faculdade do Recife, concluído em 1943. Retornando ao Maranhão, dedicou-se a advocacia, ao jornalismo, historiador, professor e poeta. Exerceu os cargos de Promotor Publico dos municípios de Bacabal, Pedreiras, e São Luis; Juiz por quatro anos do Tribunal Regional Eleitoral; Secretário e Diretor do 110

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 LAGO, Aderon de Carvalho. BREJO, ALDEIA DOS ANAPURUS. São Luis: Sec. De Cultura, 1989, p. 3


Departamento de Segurança Pública; Ministro e Procurador do Tribunal de Contas. Aprovado em concurso para Juiz de Direito, deu preferência ao Ministerio Publico. No Magistério, lecionou na Academia de Comercio do Maranhão as disciplinas Economia, Politica, Estatistica, técnica Comercial, Merceoloogia, e Seminário Economico. Atraves de concurso ingressou na Faculdade de Direito da UFMA, e aproveitou para fazer, mais tarde, o Curso de Complementação Didático Pedagogico a Professores de Nivel Superior, na Faculdade de Educação. Aposentou-se na carreira jurídica como Procurador de Justiça; e no Magisterio como professor assistente. Foi condecorado pela Associação do Ministerio Publico do Brasil. Obras: Pedreiras – elementos para sua história; e Brejo: aldeia dos Anapurus. Faleceu em São Luis em 10 de novembro de 1993.

MHÁRIO LINCOLN FÉLIX SANTOS Nasceu em 27 de março de 1954, em São Luís-Ma. Filho da colunista social Flor de Lys Felix e do jurisconsulto José de Ribamar Santos. Fez curso primário na Escola Modelo "Benedito Leite"; Curso Ginasial e Científico (passando um ano pelo Curso Clássico), todos no Colégio Estadual "Liceu Maranhense". Aprovado em dois vestibulares: Direito e Comunicação Social (Jornalismo),ambos na UFMA.Pós-Graduação incompleto em Metodologia, Ensino e Pesquisa do Direito. (UFMA). Tem vários cursos profissionais. Inclusive Rádio e TV (Cadeiras opcionais), feitos na UFMA. Curso Especial: Foi "Deputado Federal Estagiário", curso especial elaborado pela Mesa Diretora da Câmara Federal, indicado pelo então secretário-geral, deputado Epitácio Cafeteira. Atualmente reside em Curitiba-Paraná. É advogado, escritor e poeta. Colunista com página nos jornais "O Imparcial" e "Jornal Pequeno", até 1994; Programa de rádio na então Rádio Timbira do Maranhão - "O Mundo Científico", década de 70; Apresentador, produtor e editor de rádio e TV. Atividade na rádio e Tv Difusora até 1994 (de forma ativa). Até hoje (2012) de forma esporádica, mas continua dirigindo o programa apresentado pela irmã Orquídea Santos, aos sábados, na TV Difusora(SBT); Colunista e editor de variedades em vários jornais de São Luís e de Curitiba-PR. Atual atividade: Diretor-proprietário do Portal Aqui Brasil (www.portalaquibrasil.com.br) com sede em Curitiba-PR, com aproximadamente 2,5 milhões de acessos mês em diversos países, destacando-se Brasil, Argentina, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Russia e China. Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Maranhão. (Concursado). Foi Chefe de Gabinete da Secretaria de Fazenda do Maranhão; Chefe de Gabinete da Secretaria de Trabalho e Ação Social; Chefe de Gabinete da Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão; Assessor de Gabinete do Presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, gestão do desembargador Emésio Dario de Araújo; Assessor de Gabinete da Secretaria de Cultura, gestão Joaquim Itapary; Assessor de Imprensa da Prefeitura de São Luís, gestão Haroldo Tavares; Oficial de Gabinete do Governo do Maranhão, gestão Osvaldo


da Costa Nunes Freire; Candidato, pelo PMDB e pelo PTC, respectivamente, ao cargo de Vereador de São Luís-Ma. Condecorações: Medalha de Ouro dos 50 Anos de Fundação da Maçonaria do Rio de Janeiro; Medalha Chico Mendes, concedida pela Academia Brasileira do Meio Ambiente; Medalha e Diploma escritor Jorge Amado, concedido pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE CULTURAS INTERNACIONAIS - InBrasCI. Obras: Direito - Acumulação Remunerada de Cargos e Funções Públicas (1982); Teoria e Prática do Inquérito Administrativo (1983); Inviabilidade das Comissões Permanentes de Inquérito (tese não apresentada para conclusão de Pós-Graduação em Direito Administrativo). Romances e Pesquisa Histórica: Celeste de Todas as Marias. (Romance Histórico e inédito, sobre o afundamento do navio "Maria Celeste", na entrada do cais da Sagração, em São Luís-Ma. (Inédito); Ina - a Violação do Sagrado. (Trabalho-pesquisa histórica tendo como tema o afundamento do navio "Huyndai New Word", no Golfão Maranhense. (Década de 80); DOMEULIVRO (Pensamentos rápidos em 140 caracteres publicados no twitter durante o ano de 2012). No prelo; A Verdadeira História da Fundação de São Luís. A quem interessou? (Livro ainda em fase de revisão). Contribuições na Revista do IHGM ENTREVISTA COM EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA No. 24, setembro de 2001 03 MHÁRIO LINCOLN RECEBE PINHEIRO MARQUES NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO No. 24, setembro de 2001 44-46 POSFÁCIL No. 24, setembro de 2001 51 DISCURSO DE MARIO LINCOLN AO OCUPAR A CADEIRA NO. 14 Ano LXIV, n. 17, 1996 147-149 O ANIVERSÁRIO DE OSVALDO ROCHA REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 104 O QUE MEU PRIMO MARCONI CALDAS REPRESENTOU PRA MIM. REVISTA IHGM 33 – MARÇO 2010, P 123 FLOR DE LYS. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 58 MHARIO LINCOLN ENTREVISTA DILERCY ADLER. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 73


CADEIRA 15 OCUPANTE ATUAL: JOSÉ MARCIO SOARES LEITE

PATRONO: JOÃO ANTONIO GARCIA DE ABRANCHES111 http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Ant%C3%B3nio_Garcia_de_Abranches

João António Garcia de Abranches nasceu a 31 de Janeiro de 1769, no lugar de Macieira, freguesia de Santiago, concelho de Seia, Portugal, filho do capitão José Garcia de Abranches e de D. Maria dos Reis, abastados proprietários rurais. Conhecido pelo Censor, nome do jornal que editou em São Luís do Maranhão, publicista e visionário, foi um imigrante português no Brasil, onde se transformou num abastado comerciante, que teve um importante papel no desenvolvimento cultural do Maranhão. Sempre à procura de novos projectos e ideias, quando exilado do Brasil devido à sua actividade política, fixou-se durante alguns anos na ilha de São Miguel, nos Açores, onde criou uma empresa que tentou, sem sucesso, construir um porto de abrigo no ilhéu de Vila Franca. Em 1789, com apenas 20 anos, partiu para o Brasil, fixando-se em São Luís do Maranhão, onde granjeou fortuna e se envolveu na defesa dos ideais liberais e da legitimidade de D. Pedro no trono português. Casou no Maranhão com D. Anna Victorina Ottoni, falecida em 1806, tendo-lhe nascido deste casamento os filhos Frederico Magno de Abranches, João e António, estes últimos, falecidos antes de 1812. O primeiro, Frederico Magno de Abranches, era conhecido como O Fidalgote, teve papel importante na política e no jornalismo. Aos 52 anos, Garcia de Abranches casa-se com D. Marta Alonso Veado Alvarez de Castro Abranches, conhecida por D. Martinha 112, então uma jovem de 17 anos nascida nas Astúrias, que viria a fundar em 1844 o primeiro colégio feminino do Maranhão. Deste casamento teve as filhas Amância Leonor, Martinha Maria da Glória e Raimunda Emília. A filha Amância Leonor de Castro Abranches, foi professora e sucessora da mãe à frente do colégio. Este colégio, designado Colégio Nossa Senhora das Graças, mais conhecido como o Colégio das Abranches, introduziu diversas inovações pedagógicas, incluindo a educação física para as alunas, sendo um importante centro educativo e cultural. A 111

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. Os escolares e os jogos/esportes em Maranhão. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 61 - Junio de 2003 112 Leopoldo Gil Dulcio Vaz ATIVIDADES FÍSICAS FEMININA NO MARANHÃO IMPERIAL (1823-1889). Lecturas: Educación Física y Deportes. Año 4. Nº 14. Buenos Aires, Junio 1999. Revista Digital; http://www.efdeportes.com/


etiqueta e a dança social eram também disciplinas ministradas no Colégio das Abranches. Intelectual culto e homem dedicado às letras, embora se lhe não conheça uma educação formal, Garcia Abranches, que pertencia ao Partido Português e defendia os interesses da metrópole, travou nos jornais azedos debates com o seu adversário político Odorico Mendes acerca do futuro político do Maranhão durante a fase imperial. Os artigos publicados são um exemplo de um jornalismo vigoroso na defesa de ideias e posições cívicas. No período de 1825 a 1830 editou o jornal o Censor Maranhense, publicado pela primeira vez a 24 de Janeiro de 1825, extinguindo-se em Maio de 1830, depois de publicadas 382 páginas. Nas páginas do Censor Maranhense Garcia Abranches bateu-se em defesa das liberdades e do Imperador, em oposição aos jornais de Odorico Mendes. Foi um dos grandes opositores à Confederação do Equador e à acção do almirante Thomas Cochrane na luta contra o colonialismo português e espanhol e pela emanicipação da América do Sul. Em 1830, as posições assumidas por Garcia de Abranches na imprensa valeram-lhe, por ordem do presidente interino do Maranhão, a expulsão para Lisboa, atitude criticada pelo imperador D. Pedro. Depois de uma breve permanência naquela cidade, fixa-se na ilha de São Miguel, nos Açores, onde foi relevante a sua acção cultural. Interessou-se pela construção de um porto de abrigo no ilhéu de Vila Franca, em Vila Franca do Campo, tendo escrito uma memória sobre o assunto e fundado uma companhia destinada à sua construção e exploração. Os seus esforços foram, contudo, infrutíferos, já que o porto acabou por ser construído em Ponta Delgada. Bibliografia Espelho crítico político da província do Maranhão, Lisboa, Typographia Rollandiana, 1822. O Censor Maranhense 1825-1830. (Edição fac-similada). São Luís : SIOGE, 1980. (Periódico redigido em São Luís de 1825 a 1830, por João António Garcia de Abranches, cognominado O Censor; reedição promovida por iniciativa de Jomar Moraes). Memória Concernente à Construção da Doca do Ilhéu de Vila Franca do Campo na Ilha de São Miguel, Ponta Delgada, 1834. História do Ilhéu de Vila Franca do Campo da Ilha de São Miguel, Ponta Delgada, 1841. JOSÉ EDUARDO DE ABRANCHES MOURA - Patrono da Cadeira 57 ASTOLFO SERRA - Patrono da Cadeira 36

RONALD DA SILVA CARVALHO


Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 113 Nasceu em 15 de dezembro de 1922, filho de José dos Santos Carvalho e Efigenia da Silva Carvalho. Fez curso de Contabilidade e depois o curso superior na faculdade de Direito de São Luis. Dentre os cargos que exerceu, tinha orgulho pelo de Diretor da então Escola Técnicab Federal do Maranhão – ETFM, hoje Instituto Federal de Educação, Ciencia e tecnologia do Maranhão – cargo que ocupou a maior parte de sua ida – 44 anos. A conb Convite da USAID visitou os Estados Unidos e fez treinamento sobre o ensino industrial; Na Associação Comercuial apresentou um plano sobre o ensino industrial. Participou do Seminario Politicas Governamentais realizado no Governo Sarney visando a implantação da Reforma Administrativa do estado do Maranhão. Foi coordenador estadual da Comissão Estadual do livro técnico e do Licro Didatico, designado pelo Ministro da Educação – 1968; membro do Conselho Estadual de Educação; Membro do Conselho Regional de Desporto; Seminario de Pessoal de Direção da Formação Profisisonal – MEC e FGV – 1968; coordenou a 1ª Feira Nancional de Ciencias – 1969. Aposentado pelo IF-MA foi convidado pelo Arcebispo Metropolitano para ocupar a cargo de Econiomo do Arcebispado. Concecorações: Medalha Nilo Peçanha – 1967; Medalha do Sesquicentenario da Independencian do Brasil – 1972. No IHGM exerceu a vice-presidencia varias vezes, prestando relevantes serviços à instituição, merecendo como homenagem póstuma a colocação de seu nome em uma das salas do IHGM. Obras: Apontamentos de Historia Universal – 1959; Na Revista do IHGM tem varias contribuições. Faleceu em São Luis em 06 de novembro de 2000 Contribuições na Revista do IHGM CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO MARANHÃO – MEMÓRIA Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 76-97 LUIZ DE MORAES REGO – PRECIOSO TROFÉU DA EDUCAÇÃO MARANHENSE Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 35-42 RECORDANDO A ADESÃO DO MARANHÃO À INDEPENDÊNCIA Ano LXIV, n. 17, 1996 137-140 CAXIAS, CONSOLIDADOR DA UNIDADE NACIONAL No. 19, 1997 32-39 O ROTARY E A ÉTICA PROFISSIONAL No. 21, 1998 92-100 RESPONSABILIDADE E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA No. 22, 1999 07-26 PALESTRA DO GOV.89/90 DO D-4490, RONALD DA SILVA CARVALHO, FEITA NA REUNIÃO FESTIVA DE 21.05.99, COMEMORATIVA DO 68º. ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DO ROTARY CLUB DE SÃO LUÍS, OCORRIDA EM 20.05.31 No. 22, 1999 58-65 CURSO DE CIDADANIA E LIBERDADE PARA JOVENS DO PROGRAMA PREMIO ROTÁRIO DE LIDERANÇA JUVENIL (PALESTRA PRONUNCIADA A 23.07.96 PELO GOVERNADOR 89/90 DO DISTRITO 4490, RONALD DA SILVA CARVALHO) No. 23, 2000 97-108 PALESTRA PRONUNCIADA NA LOJA MAÇÔNICA RENASCENÇA,EM SÃO LUÍS, E REPRODUZIDA A PEDIDO Ano LXIV, n. 17, 1996 41-49 113

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


CADEIRA 16 OCUPANTE ATUAL: ADALBERTO FRANCKLIN PATRONO: FREI FRANCISCO DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES

Por Adalberto Francklin 114 Nasceu no dia 8 de julho de 1790 na pequena freguesia de Favaios, do Conselho de Alijó, no distrito de Vila Real, na Província de Trás-os-montes e Alto Douro, no nordeste de Portugal, Oriundo de família modesta, seus pais eram os lavradores Francisco Fernandes e Maria Pereira. Foi batizado com o nome civil de Francisco Fernandes Pereira. Ingressou no Convento de São Francisco, na cidade do Porto, tendo recebido o hábito franciscano a 3 de maio de 1812, aos 22 anos de idade. Em 1813, foi enviado para o Maranhão, onde, no convento São Francisco, nesta capital, prestou sua profissão de fé, a partir do que abandonou o nome civil e adotou o nome religioso de Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres. Em 1814, teria sido transferido para o Pará, então já separado do Maranhão. No mesmo ano retorna a Portugal e entra para o Convento de Vila Real, localizado no distrito onde nascera. Retorna ao Maranhão em 1819. Muito estudioso e interessado nas questões do Maranhão, impôs a suprir a lacuna dos registros históricos maranhenses e deu início, em 1819, à pesquisa e redação da “Poranduba maranhense”. A este trabalho, dá o longo subtítulo de “Relação histórica da Província do Maranhão em que se dá notícia dos sucessos mais célebres que nela têm acontecido desde o seu descobrimento até o ano de 1820, como também das suas principais produções naturais etc., com um mapa da mesma província e um dicionário abreviado da língua geral do Brasil.”. De acordo com o que registrou o historiador caxiense César Marques, na “Nota sobre a Poranduba Maranhense”, publicada no final da primeira edição dessa obra, por pouco essa obra teria deixado de tornar-se conhecida. Essa situação teria ocorrido porque Frei Francisco teria doado, em 1843, os originais da obra ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual se tornara membro. Verificou-se, anos depois, que esses manuscritos haviam desaparecido, sem publicação. Salvou-se o texto porque, em 1890, o senador maranhense Francisco Manoel da Cunha Júnior, também membro do IHGB, entregou uma cópia que comprara por 300 réis do possuidor do original, sob o juramento de que 114

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA 16 PATRONEADA POR FRANCISCO DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 49. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012


manteria sua identidade em segredo. O mapa, que a obra diz acompanhar, porém, havia se perdido. No ano seguinte, 1891, o Instituto Histórico levou então a lume a Poranduba Maranhense, com a publicação da íntegra em sua revista, que é a única publicação desse texto ainda hoje conhecida. Cabe aqui tecer alguns comentários sobre a obra de Frei Francisco: cotejada com os trabalhos de autores da época em que foi escrita, a Poranduba Maranhense não se mostra uma obra de profundidade científica. Verifica-se que Frei Francisco não tem domínio da classificação moderna dos animais, como já se adotava, e por isso utiliza-se a classificação aristotélica, já abandonada pelos zoólogos. Sua abordagem naturalista é simplista e amadora, em relação aos de sua época, entre os quais von Spix, que no mesmo período esteve no Maranhão. Essa observação dos críticos tem pertinência quando se verfica que na “Nota ao Leitor”, assinada pelo próprio autor da Poranduba, ele adverte que: "No que pertence à historia natural omito quazi sempre os termos technico, e uzo de similhanças para que todos me entendam". As descrições que ele faz dos animais têm a mesma simplicidade do que se encontrava nos bestiários da Idade Média, e suas comparações e analogias eram sempre feitas com as espécies europeias. Apesar disso tudo, sua contribuição à geografia e à história brasileiras são substanciais. César Marques dá informação de que, seguindo o exemplo de Jerônimo de Albuquerque, Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres teria acrescido ao seu nome o apelido Maranhão, nota que aqui transcrevo na íntegra, pelo seu relevo: [...] Seguindo o exemplo do grande Jerônimo de Albuquerque. que a seu nome uniu o apelido Maranhão, ao assinar com sua assinatura a capitulação feita com o chefe francês Ravardière, frei Francisco ao seu modesto nome uniu o apelido de Maranhão, como que indicando o quanto se ocupou, e quanto amou esta terra também querida por outros frades franciscanos frei Ivo de Évreux e frei Claudio de Abbeville, como ele historiadores dessa terra que eu amo tanto. Frei Francisco faleceu na Granja do Alijó, em Portugal, em 1852, dezoito anos depois que a ordens religiosas haviam sido extintas em Portugal. Por Fernando Dias de Avila-Pires 115Revta bras. Zool. 9 (3/4): 203·213. 1992 A PORANDUBA MARANHENSE - o autor da Poranduba Maranhense, batizado Francisco Fernandes Pereira, nasceu em Faveiros, Alijó, Portugal em 8 de julho de 1790 e faleceu na Granja do Alijó, em 1852. Ingressou no Convento de São Francisco, no Porto, em 1812, completando seu noviciado no Maranhão, Brasil. Em 1814 viajou ao Pará, já separado do Maranhão. Regressou a Portugal e entrou para o convento de Villa Real. Regressou posteriormente ao Maranhão e, em 1819, iniciou, em São Luís, a redação do manuscrito da Poranduba, como deixou registrado na "Nota ao Leitor". O parecer que o aprovou foi de autoria de Frei Francisco de São Jozé, do convento de São Francisco da Villa Real e foi datado de 4 de agosto de 1826.

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AVILA-PIRES, Fernando Dias de. MAMíFEROS DESCRITOS NA PORANDUBA MARANHENSE DE FREI FRANCISCO DOS PRAZERES, IN Revta bras. Zool. 9 (3/4): 203·213. 1992, disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbzool/v9n3-4/v9n3,4a06.pdf


Nesse mesmo ano, o Príncipe Maximilian zu Wied Neuwied publicou a descrição dos mamíferos coletados durante sua viagem ao leste brasileiro (A VILAPIRES, 1965). Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres, nome que adotou ao entrar para o convento, foi sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, em cuja revista publicou, em 1846, a "Coleção de etimologias brasileiras". Na "Nota sobre a Poranduba Maranhense" (PRAZERES, 1891), Cesar Augusto Marques, membro do Instituto, relatou a doação do texto holográfico ao Instituto, feita pelo seu autor em 1843. Esse original desapareceu. O texto apresentado na sessão de 28 de abril de 1890 e publicado em 1891 na Revista do Instituto Historico e Geographico foi uma cópia oferecida pelo Coronel Francisco Manoel da Cunha Júnior, que por ela pagou a quantia de $ 300, e que jurou manter em segredo o nome de quem detinha o original. O mapa que acompanhava o manuscrito e ao qual Frei Francisco se refere como sendo de sua autoria, perdeu-se. A "Nota" traz vários enganos de datas, além de referir-se aos frades franceses, Abbéville e Évreux como franciscanos, quando eram capuchinhos e não capuchos. No trabalho que publiquei em 1989 errei, com Jaime Walter, ao qualificar Frei Cristóvão de Lisboa como capuchinho, quando era, na verdade, franciscano (WILLEKE, 1977). Em 1834, como resultado da extinção das ordens religiosas em Portugal, perdeu-se todo o arquivo provincial franciscano. Por outro lado, WILLEKE (1977) comenta, em sua descrição da obra de Frei Cristóvão de Lisboa sobre a história natural do Maranhão e Grão-Pará, que o franciscano destruiu, em São Luís, muitos livros franceses. Quanto à identidade dos informantes locais que poderiam ter colaborado com os franciscanos e capuchinhos na listagem e descrição de animais e plantas, MENDONÇA (1991) mencionou certo~ fatos que são esclarecedores, ao analisar a presença constante de franceses no Brasil até o século XVII, através das tentativas de colonização e do comércio e aliança com populações indígenas: "O segredo dessas relações, que foram duradouras a despeito da hostilidade rancorosa dos portugueses, deveu-se mais que tudo ao trabalho e determinação dos 'truchements' (intérpretes) normandos e bretões, que compunham habitualmente as equipagens dos navios franceses e que, permanecendo por anos entre os índios, desenvolveram com eles relações íntimas de colaboração e solidariedade, tornadas mais efetivas pelos sistemas indígenas de casamento e parentesco. Do mesmo modo, e talvez com maior freqüência que os pioneiros portugueses, que se deixaram ficar entre comunidades indígenas no período inicial da colonização, os 'truchements' são a explicação mais determinante da opção teimosa de muitos grupos indígenas em favor dos franceses. Quase sempre a influência desses intérpretes, garantida por sua presença difusa entre os índios, permaneceu por longos períodos, mesmo que as tentativas abertas de colonização francesa tenham sido abortadas pela oposição armada dos portugueses. A resistência dos tamoios em Iperoig e Cabo Frio, dos potiguaras na Paraíba e Ceará, e dos tupinambás na serra do Ibiapaba e no Maranhão, é testemunho claro da influência duradoura desses línguas franceses." No caso da Poranduba Maranhense, seu autor menciona (p. 24) a colaboração, em seus trabalhos missionários, de "Sebastião, índio católico versado na língua francesa" e, na página seguinte, refere-se ao francês David Migon como intérprete da língua tupinambá e muito estimado entre os gentios. Possivelmente foram os que assistiram Frei Francisco no preparo da relação de animais e plantas da região. Quanto a Abbéville e Évreux, menciona WILLEKE (1977), que não dominavam o idioma indígena.


MAMÍFEROS - Para que se possa avaliar a contribuição de Frei Francisco dos Prazeres ao conhecimento dos mamíferos brasileiros é necessário cotejá-la com a de contemporâneos seus, como ILLIGER (1815); LICHTENSTEIN (1814, 1826); SPIX (1823); WIED (1820-1821,1826). Dessa comparação, o padre franciscano emerge como um amador, cuja contribuição à história e geografia do país supera em muito o seu legado como naturalista. Na nota "Ao leitor", Frei Francisco adverte que "No que pertence à história natural omito quazi sempre os termos technicos, e uzo de similhanças para que todos me entendam". O autor usou a classificação aristotélica ou "ecológica", já abandonada por zoólogos de sua época, como ILLIGER (1815) que já adotara o sistema de Cuvier e Duméril, incluindo os mamíferos nas ordens Volitantia, Pinipedia e Natantia. Na Poranduba, os mamíferos aparecem nos capítulos: "XXXI Quadrupedes e outros animaes", no qual se encontram descritas as espécies terrícolas; "XXXII Das aves e insectos volateis"; e "XXXIII Dos peixes e anfibios dos rios e lagos". Estão incluídas espécies do Maranhão e da amazônia. As observações refletem o conhecimento popular e o grupamento das espécies não reflete uma análise criteriosa, assim como não se percebe uma visão zoogeográfica de composição faunística regional. As descrições têm a singeleza daquelas encontradas nos bestiários medievais e são vasadas em linguagem corrente, com comparações e analogias com espécies européias. Algumas lendas são registradas como fatos. Outras são postas em dúvida, como as cadeias de macacos para atravessar rios. Há uma nota interessante sobre fósseis, que vale a pena reproduzir: "Apareceram no Brazil grandes ossadas de um monstro animal xamado mamote (talvez seja o behenoth de que fala Job c.40) que provam a existencia d'elle em tempos antigos. No rio de Contas se descobrio no seculo passado uma ossada de tal grandez, que a canéla da perna tinha a altura de um homem ordinario, e para mover o queixo inferior foram necessarios 4 homens. Em toda a America se duvidou si existia este animal, até que a poucos annos, segundo a Gazeta do Rio de Janeiro, foi descoberto nos dezertos ocidentaes da America sepetentrional. Tem 15 pés de alto, é coberto de cabelos, e não tem cornos; sustenta-se de vegetaes, e nunca se deita. D'aqui se segue não ser o giracatachem d' Abssinia, o maior animal do mundo, como diz o Padre Baltazar Telles na sua Historia da Etiopia Alta ou Preste João. Segundo Baltazar Teles facilmente passa um ornem, montado em bom cavalo, por baixo do giracataxem; mas este não é tão carnozo como o elefante".

VIRGÍLIO DOMINGUES DA SILVA


Por Maria Esterlina Mello Pereira 116 Descendia de uma família numerosa, cujas raízes no Brasil prendiam-se ao cidadão Joaquim Domingues da Silva, português que no final do século XVIII ou inicio do XIX instalou-se em Sobral – CE, e passou a viver do comércio. Casou-se com D. Florencia Maria de Jesus; dessa união nasceram nove filhos. Nasceu em 1º de novembro de 1869 em Turiaçu. Filho do magistrado Domingos Domingues da Silva Junior e de Antonia de Oliverira Domingues da Silva – neto pelo lado paterno de Joaquim Domingues da Silva. Na época, seu pai exercia a função de juiz municipal. Virgilio foi o quinto dos seis filhos. Membro conceituado do Diretório do Partido Republicano exerceu o cargo de Deputado Estadual em várias legislaturas; e foi Secretário de Governo quando seu irmão Luis Domingues - líder político de grande projeção, destacou-se como orador, jurista, parlamentar, causídico, e político governou o estado do Maranhão no período de 1910-1914. Ingressando cedo na política local, exerceu diversas funções; em Turiaçu desempenhou o cargo de Promotor Público; foi vereador e Presidente da Camara Municipal, Intendente; Juiz de Direito por diversas vezes da Comarca de Turiaçu, mediante substituição legal; Deputado Estadual por várias legislaturas. Secretário da Santa Casa de Misericordia, por doze anos, sem receber remuneração. Dedicou-se também a assuntos econômicos, sendo um dos fundadores e Presidente da Sociedade de Agricultura. Colaborador assíduo de vários jornais, dentre outros d´O Imparcial, e O Dia, publicando diversos artigos no Diário Oficial do Estado sob o titulo Paginas Soltas. O Coronel Virgilio amava tanto sua terra natal que legou a ela um esboço de natureza historicio-geografica intitulado O Turiaçu, publicado na Revista do IHGM 5, 1952. Quando se aposentou exercias o cargo de escrivão de Registro Civil e de Casamentos, na Capital, nomeado por concurso. Faleceu em Turiaçu em 18 de fevereiro de 1927 FELIPE CONDURU PACHECO – PATRONO DA CADEIRA 54 MIGUEL ARCÂNGELO BERNANDES FILHO - SÓCIO HONORÁRIO

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CADEIRA 17 OCUPANTE ATUAL: PAULO OLIVEIRA PATRONO: FREI CUSTÓDIO ALVES SERRÃO

Por Maria Esterlina Mello Pereira 117 Nasceu em Alcantara no dia 02 de janeiro de 1799, filho de José Custódio Alves Serrão e Joana Francisca da Costa leite. Seus pais não tinham muito recurso e possuiiam vários filhos, o entregaram desde cedo aos seus avós maternos, que por sua vez, transmitiram a responsabilidade para a sua madrinha e tia Francisca Monica Roamana da Costa leite, solteira, a qual o cercou de todo cuidado e carinho. Ainda jovem ingressou no convento dos Carmelitas, em Alcantara - 1811. Viajou para a Europa, a fim de estudar na faculdade de Teologia. Nunca passou de ordens menores, reconhecendo que não tinha vocação para assumir uma elevada função sacerdotal. Bacharelou-se, então, em Filosofia e Ciencias Naturais pela Universidade de Coimbra. Quando ainda no Convento, os ânimos aumentaram contra os que haviam se pronunciado a favro da Constituição de 1829, em particular os brasileiros; ele, para evitar maiores dissabores, saiu do convento depois de haver fundamentado por escrito a sua atitude. Permaneceu em casa de amigos até quando pode deixar o reino, em 1825. No Brasil, já com a Independencia consolidade, fixou residência no Rio de janeiro, onde desenvolveu as suas atividades como professor, naturalista e helenista. Decidiu-se pela Ciencia, sem vovação pelo sacerdócio. Gerou importantes fontes de informação, sendo um dos biogtrafados por Antonio Henriques leal, em seu Panteon Maranhense. Quando professor de Química e Mineralogia da Academia Militar criou um espaço para suas experiências e para seus troféus. Foi sócio do IHGB, Redator do Diario da camara dos Deputados, Diretor do Musel nacional e do jardim Botanico, membro do Conselho de melhoramentos da casa da Moeda. Isento de suas obrigações oficiais, decidiu recolher-se no seu sítio na Gávea, fundando uma rústica propriedade rural de acondo com seus pensamentos. Agraciado com a comenda da ordem de Cristo, não dando atenção ao titulo. Destaca-se, de sua bibliografia: Lições de Quimica e Mineralogia, Rio 1833; Processo para separar o paládio de outros metais com que se acha ligado – 1845; Breve noticia sobre a coleção de madeiras do Brasil – 1867; Memoria em que se prova que o Brasil

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fora visitado por alguma nação conhecedora da navegação, antes que aqui viesse os portugueses. Faleceu no Rio de janeiro em 10 de março de 1873.

FREI CUSTÓDIO ALVES SERRÃO http://www.museunacional.ufrj.br/site2/MuseuNacional/Principal/DIRETORES.pdf Gestão na direção do Museu: 1828-1847 Custódio Alves Serrão nasceu em 1799 na então vila de Alcântara, localizada no Maranhão. Era filho de Custódio Alves Serrão e de dona Joanna Francisca da Costa Leite. Aos doze anos foi entregue como pupilo aos religiosos de Nossa Senhora do Carmo. Em 1917, frei Alves Serrão foi a Portugal, onde ingressou na Faculdade de Coimbra. Dedicou-se aos estudos de Ciências Naturais e formou-se professor de Física e Química. Ao retornar ao Brasil, exerceu a função de lente de Zoologia e Botânica da Imperial Academia Militar. Em 1828 foi nomeado diretor do Museu e em 1833 assumiu a cadeira de Mineralogia criada com a reforma da referida Academia para Escola Militar. Na direção de frei Custódio no próprio Museu foi elaborado através do decreto 123 de 3 de janeiro de 1842 o primeiro Regimento do Museu. Entre 1842 e 1847 exerceu o cargo de primeiro diretor da Terceira Seção (a de Mineralogia, Geologia e Ciências Físicas) e interinamente a de Numismática e Arqueologia. Em 1849 assumiu a direção do Jardim Botânico da cidade, função que exerceu até 1961. Também foi membro do Imperial Instituto Histórico e Geográfico e presidente honorário da Sociedade Auxiliador da Indústria Nacional. Faleceu em 10 de março de 1873 na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. CUSTODIO ALVES SERRÃO Por Sacramento Blake118

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BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Segundo volume. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, p. 143-45, 1893. Citado por Oleg I. Dyakonov. Pedra da Gávea (1): Os dois freis Custódio, ou a verdadeira identidade do primeiro pesquisador da inscrição da Gávea, postado em 1º de dezembro de 2012 in http://desconhecida-pre-historiabrasileira.blogspot.com.br/2012/12/pedra-da-gavea-1-os-dois-freis-custodio.html


Filho de José Custodio Alves Serrão e de dona Joanna Francisca da Costa Leite, nasceu na villa, depois cidade de Alcantara, no Maranhão, a 2 de outubro de 1799, e falleceu no Rio de Janeiro a 10 de março de 1873. Carmelita professo aos quinze annos de idade, apezar de sua manifesta aversão á vida claustral, mas por imposição de seus paes, em vista da rara intelligencia que demonstrava, foi mandado, à expensas da Ordem, para Coimbra, com o fim de seguir o curso dos estudos superiores; mas bem depressa teve de entrar em lucta com os frades conimbrenses, porque queriam estes obrigal-o a estudar theologia e, como ele teimasse em seguir o curso de sciencias naturaes, chegaram ao ponto de negar-lhe um talher em seu refeitorio! Obtendo, entretanto, o gráo de bacharel com as melhores approvações e com grandes sacrificios, veiu para o Rio de Janeiro em 1825; foi nomeado em 1826 lente do botanica e zoologia da academia militar, passando logo com a reforma da academia á lente de chimica e mineralogia, e em 1828 director do museo nacional. Do primeiro destes logares obteve aposentadoria em 1847; do segundo a exoneração que pediu, depois de elevar o museo ao gráo de aperfeiçoamento que elle ideava. Antes disto, em 1834, exerceu as funcções de membro da commissão de melhoramentos da casa da moeda, onde introduziu uteis reformas e processos de analyse e refinação de metaes, que então eram novidade; depois disto, em 1859, foi nomeado para o cargo de director do jardim botanico, onde conservou-se alguns annos, tendo alcançado breve de secularisação em 1840. Por occasião de uma viagem ao Norte, em 1835, explorou, em Sergipe, as serras de Itabaiana, onde se dizia existirem minas de ouro e de salitre, e em Alagóas a formação betuminosa das praias de Camaragibe, remettendo amostras ao governo. Conhecia a lingua grega e varias linguas orientaes e era notavel naturalista, vindo a cegar completamente antes de fallecer, em consequencia das repetidas observações microscopicas a que se entregava. Foi membro do Instituto fluminense de agricultora, socio fundador da sociedade de melhoramentos da instrucção elementar, socio do Instituto historico do Brazil, socio e presidente honorario da sociedade Auxiliadora da industria nacional, e commendador da ordem de Christo”. Custódio Alves Serrão redigiu o Diário da Camara dos Deputados (1826-1828), publicou as Lições de chimica e mineralogia (1833), Processo para separar o paládio de outros metaes com que se acha ligado (1845) e Breve noticia sobre a collecção de madeiras do Brazil (1867). REVISTA DO IHGB, tomo I, n. 2, p. 120-21, 1839119

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INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO (IHGB), Rio de Janeiro. LISTA dos membros do Instituto Historico e G. Brazileiro do qual é Protector S. M. I. o Senhor D. Pedro II. Socios effectivos. Revista do IHGB, tomo I, n. 2, p. 120-21, 1839. CONTINUAÇÃO da lista dos membros do Instituto Historico e Geographico Brazileiro. Socios correspondentes. Revista do IHGB, tomo I, n. 4, p. 296-98, 1839. Citado por Oleg I. Dyakonov. Pedra da Gávea (1): Os dois freis Custódio, ou a verdadeira identidade do primeiro pesquisador da inscrição da Gávea, postado em 1º de dezembro de 2012 in http://desconhecida-pre-historia-brasileira.blogspot.com.br/2012/12/pedra-da-gavea-1-os-doisfreis-custodio.html


Na lista dos membros do Instituto, temos sob o número 23 na seção dos “Socios effectivos”, ao “Fr. Custodio Alves Serrão — Bacharel formado em philosophia natural, e lente de chimica na academia militar”. AQUILES F. LISBOA – PATRONO DA CADEIRA 32

FERNANDO RIBAMAR VIANA Por Maria Esterlina Mello Pereira 120 Nasceu em São José de Ribamar, em 31 de outubro de 1904, filho de Manoel Viana e Ana Lobato Viana. Cursou o primário e o secundário no Liceu Maranhense; posteriormente viajou para Salvador, onde se tornou médico pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1934. Rxerceu várias funções, como funcionário publico: médico do Ministério da Fazenda; da Secretaria da Saude do Maranhão; do Centro de Saúde e do Sanatório Getulio Vargas. Poeta; Professor, tendo lecionado nos Colégio Santa Teresa e de São Luis; um dos fundadores da antiga Faculdade de Filosofia de São Luis do Maranhão. Jornalista integrou a redação de A Pacotilha, O Combate, Jornal do Povo, o Imparcial, Correio do Nordeste. Além do IHGM integrou a ALM e o Conselho de Cultura do Estado. Obras: Folhas Soltas; Seara e Passarela. Faleceu em São Luis em 14 de setembro de 1983. FERNANDO RIBAMAR VIANA Por Aymoré de Castro Alvin 121 Fernando Ribamar Viana, filho de Manuel Ferreira Viana e Ana Lobato Viana, nasceu em São José de Ribamar, Maranhão, em 31 de outubro de 1904. Concluiu o curso de Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia. Colou grau em 1934, fazendo jornalismo ligeiro de Salvador, quando retornou a São Luis –MA. Foi Médico Clínico do Ministério da Fazenda em 1939. Exerceu a clínica em São Luis até o ano de 1955, época em que se aposentou do Serviço Público. Com especialização em Tisiologia, Proctologia e Vias Urinárias, trabalhou sem remuneração também, na Liga Maranhense contra a Tuberculose.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 121 http://historiadamedicina-ma.blogspot.com.br/2011/05/biografia-de-fernando-ribamar-viana.html


Foi Deputado Estadual em duas legislaturas, chegando a ocupar interinamente a Presidência da Assembléia Legislativa, todavia dotado da envergadura de homem literário e inquebrantável que nunca se cursou, como afirmou em “Folhas Soltas” : “nem vassalagens rendo aos que são grandes...” e, sobretudo possuía características próprias, como demonstrou ao escrever em “O Pau D’Arco”: “Eu sou como o pau d’arco da chapada: é na aridez da terra calcinada que eu me cubro de folhas e flores!” Entrou para a Academia Maranhense de Letras em 1941, ocupando naquele Sodalício a Cadeira nº 02, vaga pela morte do Acadêmico Fundador Domingos Barbosa. Em 1955 retirou-se com a família para uma fazenda no município de Perimirim, na Baixada Maranhense, onde durante o tempo em que ali morou atendeu gratuitamente a população carente da região, numa época em que não havia quase médicos no interior do Estado do Maranhão. Entre as atividades jornalísticas mereceu destaque o seu trabalho junto aos jovens, buscando estimular-lhes o interesse para a vida literária, captando-lhes as inclinações e pendores, especialmente para a poesia. Contribuição na Revista do IHGM VIANA, F. O CARÁTER DE BEQUIMÃO Ano IV, n. 4, junho de 1952 63-66

RAIMUNDO CARVALHO GUIMARÃES Por Maria Esterlina Mello Pereira 122 Nasceu na fazenda paterna denominada Brejinho, município de Passagem Franca, em 16 de julho de 1899, filho de Joaquim Leite Guimarães e Germana Corina Carvalho Guimarães. Exerceu o mandato de deputado estadual em duas legislaturas Foi diretor do IPEM; Prefeito Municipal de Passagem Franca; Diretor de Divisão da Receita do Tesouro; Colaborador na Imprensa, publicando artigos de interesse geral, sobre História e Ciências. Autor do livro Buriti Bravo, nesga do Sertão. Membro da Academia Maranhense de Letras. Publicou diversos artigos sobre História na imprensa local. Contribuições na Revista do IHGM FREI CUSTÓDIO ALVES PUREZA SERRÃO Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 26-35 JOAQUIM VIEIRA DA LUZ Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 45-47

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O COMETA DE HALLEY Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 71-72

ERNANE JOSÉ DE ARAUJO Por Maria Esterlina Mello Pereira 123 Nasceu em São Luis em 04 de julho de 1932, filho de José Gervásio de Araujo e Alice Maria de Araujo. Estudos primários e secundários em São Luis, e Curso Superior de Bacharel em Direito na Faculdade do Rio de Janeiro. Procurador do Estado do Maranhão, por concurso. Deixou varios trabalhos publicados, entre eles dois livros sobre Direito. Faleceu em São Luis em 14 de abril de 1994.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


CADEIRA 18 OCUPANTE ATUAL: CLORES HOLANDA SILVA

PATRONO: JOÃO FRANCISCO LISBOA Por Clores Holanda Silva 124 A cadeira que passo a ocupar teve três antecessores, mas, cabe-me, agora, falar do Patrono e que passo doravante a ocupar a Cadeira de nº. 18, João Francisco Lisboa, ressaltando a sua trajetória de vida. Para tanto, tive que debruçar na pesquisa científica, tentando conciliar o trabalho na UFMA, que me consome oito horas por dia e o restante do tempo, disponível a minha família. As informações aqui reportadas se baseiam nos dados publicados por seu contemporâneo e amigo íntimo Antônio Henriques Leal, no “Notícia acerca da vida e obras de João Francisco Lisboa”, que precede maranhense, editado em 1857 pela Imprensa Nacional de Lisboa, embora em 1977 tenha saído o livro João Francisco Lisboa Jornalista e Historiador, de Maria de Lourdes Menaço Janotti, em 1986, entre outras obras e fontes. Ao apresentarmos João Francisco Lisboa, começaremos falando um pouco da sua origem. Seu nascimento ocorreu no dia 22 de março do ano de 1812, na Cidade de Pirapemas, no Estado do Maranhão. Ele foi o primogênito do casal João Francisco de Melo Lisboa e Gerardes Rita Gonçalves Nina. Iniciou os estudos em São Luís, onde viveu até os onze anos, quando voltou à sua terra natal, Pirapemas, permanecendo lá até a idade de quatorze anos. Com o falecimento do pai, voltou para a Capital da Província, a fim de trabalhar no comércio como Caixeiro da loja do Negociante Francisco Marcos Rodrigues. Nessa profissão trabalhou no período de 1827 a 1829. Depois, dedicou-se intensamente ao estudo, sob a orientação de alguns mestres renomados, entre os quais o professor de Latim, Francisco Sotero dos Reis. Depois, separados por divergências de natureza política, os dois se tornaram adversários ferrenhos. É como podemos mostrar que Sotero dos Reis, em seu Curso de Literatura, gabou-se de ter contribuído para a educação de João Francisco Lisboa, no entanto, fez sérias restrições ao mestre. Na carreira profissional, João Francisco Lisboa, quer enquanto Jornalista, Historiador, Escritor, Político, Literato, Advogado e intelectual, tornou-se um autodidata, tendo se dedicado ao jornalismo e à pesquisa histórica, registrando de forma única aspectos da sociedade política do Maranhão. Exerceu o jornalismo num tempo de efervescência política (a Regência e o início do Primeiro Reinado). O Brasil estava aprendendo a se governar, tempo de ataques aos portugueses, de conflitos entre as oligarquias, de rebeliões populares e de grande influência da imprensa. Os jornais, muitos deles simples pasquins, eram a principal arma de luta política: os jornalistas punham sua pena a serviço dos partidos e facções em conflito. No Jornalismo, João Francisco Lisboa fez sua estréia após a suspensão da circulação do Jornal Farol Maranhense, dirigido por José Cândido de Morais, em 1832, após sua 124

DISCURSO DE POSSE Revista IHGM n. 40, MARÇO 2012, p 47, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012


morte. Assim, fundou o Brasileiro, seu primeiro diário. Para continuar a pregação doutrinária do grande jornal, fez reviver o Farol, assumindo sua direção por dois anos. De 1834 a 1836, dirigiu o Eco do Norte, também retirado de circulação. Aí termina, segundo o seu biógrafo Antonio Henrique Leal, a primeira fase da carreira de jornalista do escritor. Aos 29 anos de idade, no dia 20 de novembro de 1834, aconteceu o casamento de João Francisco Lisboa com D. Violante Luísa da Cunha, sobrinha de João Inácio da Cunha, Visconde de Alcântara. O casal não teve filhos. Adotou uma filha de Olegário José da Cunha, a qual veio a falecer pouco depois. Outra filha de Olegário foi adotada pelo casal e sobreviveu a ambos, tendo, já idosa, assistido à inauguração da estátua do pai adotivo, na Cidade de São Luís, na Praça João Lisboa, em 1918. O Escritor Viriato Correia (1884 – 1967) foi quem fez, como Deputado Estadual, o Projeto de Lei mandando erigir uma estátua ao ilustre maranhense. Somente em 28 de julho de 1901, através da Resolução nº. 14, que o histórico Largo do Carmo passou a ser denominado Praça João Lisboa, em homenagem à memória do grande mestre do Jornalismo, e um dos mais corretos escritores de nossa língua, João Francisco Lisboa, sendo que ele residiu muitos anos neste local. Sobre a Praça João Lisboa, temos a dizer que ela ficou famosa no Século XIX, porque durante muito tempo, no largo antigo, grupos de pessoas se reuniam todas as tardes para comentar a vida da cidade. Era lá também que os intelectuais costumavam se encontrar à noite para discutir arte, literatura e política. Nesta praça aconteceu um dos mais importantes fatos históricos maranhenses, a batalha travada entre holandeses invasores comandados por Anderson e a tropa do português Antônio Teixeira de Melo, em 1643. O Convento do Carmo, que pertencia à Ordem dos Carmelitas e depois passou para o controle da Ordem dos Capuchinhos, serviu de abrigo para os portugueses durante a expulsão dos holandeses. Por esse logradouro passaram todos os movimentos políticos e sociais da cidade. Possui numa de suas alas a estátua francesa do escritor. Vejamos como Domingos Vieira Filho, no livro Breve História das ruas de São Luís, recorda com nostalgia, a Praça João Lisboa: “povoada de sombra espessa, dadivosa, fresca, aprazível, com bancos terminando os encostos laterais em cabeças de carneiros modelados em cimento e gesso, era o coração, a alma, o centro nervoso da Cidade, onde funcionava um poderoso mecanismo de censura social, cadinho, maravilhoso e infalível”. Nos relatos dos jornais oposicionistas do governo do início do século, a Praça João Lisboa era uma espécie de “menina dos olhos” do Governador Benedito Leite. Político influente conduziu, sob sua batuta, os destinos políticos do Estado pelo menos durante 15 anos até a sua morte em 1909. A Praça João Lisboa, extensão do Largo do Carmo, constituía-se numa das partes mais suntuosas da cidade, merecendo toda a atenção da ação do poder público no início do Século XX. Com calçamento em perfeitas condições, banco, e excelente arborização, faziam daquela área uma das mais aprazíveis da cidade. Ao final de sua carreira jornalística, João Francisco Lisboa passou a trabalhar na administração pública, no Cargo de Secretário do Governo durante três anos, oportunizando-lhe um período de duas legislaturas como Deputado Provincial. Dois anos depois, em 1838, retomou ao jornalismo, assumindo a direção da Crônica Maranhense, em sua fase áurea como Escritor. Na concepção de Antonio Henrique Leal, “A Crônica era um jornal de combate, especialmente criado para defender os interesses do Partido Liberal, reproduzindo a história viva das lutas políticas daqueles


anos”. Em dezembro de 1840 deixou de circular. Historicamente, era o período difícil da Regência e da Maioridade de D. Pedro II. Na Tribuna Parlamentar e na imprensa, Lisboa defendia princípios da liberdade e interesses do povo. Por esta razão teve que se afastar temporariamente da política, dedicando-se à literatura e à advocacia. Em 1847, recusou o convite que lhe fizeram os liberais para se apresentar como candidato a Deputado Geral. Aceitou, contudo, a participação na Assembléia Provincial para a qual foi eleito no ano seguinte. Somente em 25 de junho de 1852, saiu o primeiro número de Timon (usava o pseudônimo de Timon onde o autor foi buscar no filósofo grego conhecido pela misantropia pelo ódio à humanidade (costumes políticos da época). O Timon era um folheto composto de 100 páginas, inteiramente redigido por Francisco Lisboa. Os cinco primeiros números circularam mensalmente. Em 1854 saíram, em volume de 416 páginas, os fascículos de 6 a 10; e o 12 saíram em março de 1858, quando o publicista residia com a família em Lisboa. Atacou, entre outros, Varnhagen, pelo método que empregou na História do Brasil. Apareceu, então, em Lisboa o panfleto Diatribe contra a timonice. Seu Varnhagen replicou no opúsculo Os índios bravos e o senhor Lisboa (Lima, 1867.) Vejamos como José Guilherme Merquior se refere ao Jornal de Timon: “as narrativas e reflexões do Jornal de Timon [...], fruto do silêncio do publicista, trocando a ênfase pelo juízo irônico, buscando por trás dos costumes e das ideologias as molas ocultas do comportamento humano, [...] soam como palavra íntima, em que os recursos expressivos da língua são o instrumento de uma crítica da experiência”. Em 1855, João Francisco Lisboa transferiu-se para o Rio de Janeiro, passando a colaborar no Correio Mercantil. No ano seguinte, incumbido pelo Governo Imperial foi encarregado de substituir Gonçalves Dias junto aos arquivos portugueses, em Lisboa, visando colher dados elucidativos da história do Brasil, começando aqui a sua carreira de Historiador. Lá, pesquisou também sobre a vida do Padre Antonio Vieira, para uma biografia, que ficou inacabada. Após um período de intenso trabalho em arquivos portugueses, realizou uma viagem de despedida ao Maranhão, no período que vai de 5 de junho a 11 de dezembro de 1859. Nos anos posteriores, o estado de saúde do Escritor tornava-se cada vez mais precário, e ele veio a falecer às duas horas da madrugada em 26 de abril de 1863. Ainda em 1855, já de volta ao Maranhão, D. Violante da Cunha Lisboa tomava providências para que o corpo do marido fosse trasladado de Lisboa para São Luís. Houve alguma demora, e somente em 24 de maio de 1864, depois de um ano ali chegou o brigue angélia 1ª, conduzindo a bordo os restos mortais de João Francisco Lisboa. Logo após o regresso de D. Violante Lisboa ao Maranhão, os amigos da família, destacando-se à frente deles Olegário José da Cunha e Antônio Henriques Leal, iniciaram as gestões para que fossem reunidas todas as obras de João Francisco Lisboa, incluindo-se entre elas a Vida do Padre Antonio Vieira, inacabada. Nos estudos que realizamos sobre João Francisco Lisboa, pude perceber que ele foi um político honestíssimo, de vida pública exemplar, desde as atividades que desenvolveu e as obras que produziu ele é um típico representante de uma época e de uma sociedade. Foi um dos homens mais importantes da literatura maranhense e integrante do primeiro grupo de destaque literário do Maranhão chamado Os AteniensesForam seus contemporâneos Odorico Mendes, Sotero dos Reis, Joaquim Serra, Francisco de Sá,


Sousa Andrade, Antonio Henriques Leal, Cândido Mendes de Almeida e César Augusto Marques. O Jornalista, Escritor, Historiador e Crítico Político João Francisco Lisboa (1812-1863) foi um dos homens mais importantes da literatura maranhense e integrante do primeiro grupo de destaque literário do Maranhão, chamado Os Atenienses. Neste ano em que São Luís completará 400 anos essa data de hoje é muito significado para o nosso Estado, pois marca os 200 anos do nascimento do escritor nascido em Pirapemas. A sua representatividade na literatura, política e história do Brasil é inquestionável. JOÃO FRANCISCO LISBOA Por Joseth Coutinho Martins de Freitas125 Nasceu em Pirapemas a 22 de Março de 1812, primogênito de João Francisco de Melo Lisboa e D. Gerardes Rita Gonçalves Nina, fazendo os primeiros estudos em São Luís, interrompidos dos onze aos catorze anos, tempo em que vive na cidade natal. Com a morte do pai, segue novamente para a capital maranhense (1827), onde trabalha no comércio. Em 1829 dedica-se novamente ao estudo, sendo aluno do afamado professor Francisco Sotero dos Reis, de quem mais tarde se desentende, e torna-se adversário. Foi um político, historiador, jornalista e escritor brasileiro, a quem a Academia Brasileira de Letras conferiu o patronato da cadeira 18. Exerceu o jornalismo na cidade, então agitada por profundos movimentos revolucionários, e intensa vida cultural e ideológica – tempo em que ocorrem duas revoltas marcantes, a Setembrada (em 1831) e a Balaiada (de 1838 a 41). Fundou, em 1832, o jornal “O Brasileiro”, continuando a pregação interrompida com o fechamento de “Farol Maranhense”, de José Cândido de Morais. Em seguida reedita o “Farol”, que dirige por dois anos. Entre 1834-36 dirige o “Eco do Norte”, que foi retirado de circulação, assim como o “Farol”. Deixa, então, o jornalismo, ocupando funções públicas, sendo por três anos secretário de governo. Ingressa na política, concorrendo e ocupando por duas vezes a legislatura provincial. Em 38 retoma o jornalismo, participando, como entusiasta do Partido Liberal, da direção de “Crônica Maranhense”, ocasião em que eclodem os movimentos rebeldes no estado. João Lisboa é acusado, sem ter efetivamente culpa, de estar envolvido na Balaiada, o que o fez retirar-se da política por uns tempos, voltando-se para a literatura e à advocacia, como rábula. Em 1848 retorna à a Assembleia Provincial. A 25 de Junho de 1852 lança o “Jornal de Timon” – revista inicialmente mensal (cinco primeiros números) – e que foi publicada até o volume doze. Os dois últimos, feitos em Lisboa. Ali procedeu ataques a outro futuro patrono da Academia, Francisco Adolfo de Varnhagen, criticando-o por seu trabalho na “História do Brasil”, recebendo na capital lusa uma resposta panfletária do cunhado de Varnhagen, que também cuidou de ripostar no “Os Índios Bravos e o Senhor Lisboa” (1867). Em 1855 foi ao Rio de Janeiro de onde partiu para Portugal, com a missão de reunir ali documentos históricos do Brasil, quando pesquisa também sobre Antônio Vieira. Lisboa já não contava com boa saúde, e veio a falecer ainda na capital portuguesa. 125

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Foi casado (em 20 de novembro de 1834) com Violante Luísa da Cunha, sem filhos. Criou uma menina, parenta da esposa. Bibliografia - Seus trabalhos, publicados em os jornais e periódicos, foram alvo de compilações posteriores: “Jornal de Timon”, reunidos em dois volumes, (1852-54); Obras de João Francisco Lisboa (com uma notícia biográfica por Antônio Henriques Leal). 4 vols. (1864-1865). (2a ed., acrescida de apêndice de Sotero dos Reis, Lisboa, 1901, 2 vols.); Vida do Padre Antônio Vieira (obra inacabada, publicação póstuma). 5a edição. 1891; Obras escolhidas. Ed. Otávio Tarquínio de Sousa. Rio de Janeiro, 1946, 2 vols; Crônica maranhense, 1969; Crônica Política do Império (Jornal de Timon), 1984. Homenagens - Além do patronato na Academia, a cidade maranhense de João Lisboa foi assim batizada em sua memória. Na capital do estado uma praça tem seu nome, ornada por uma estátua representando-o, inaugurada em 1918. Faleceu em Lisboa no dia 26 de Abril de 1863. Recebeu a alcunha de “Timon Maranhense”. Seu corpo, trasladado um ano após seu falecimento, foi sepultado no estado natal. Academia Brasileira de Letras http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=891&sid=202

Biografia - Patrono João Francisco Lisboa, jornalista, crítico, historiador, orador e político, nasceu em Pirapemas, MA, em 22 de março de 1812, e faleceu em Lisboa, Portugal, em 26 de abril de 1863. É o patrono da Cadeira n. 18, por escolha do fundador José Veríssimo. Era o primeiro filho do casal João Francisco de Melo Lisboa e Gerardes Rita Gonçalves Nina. Estudou as primeiras letras em São Luís, onde viveu até os onze anos, quando voltou a Pirapemas. Permaneceu no sítio natal até completar quatorze anos. Falecido o pai, foi enviado para a capital da Província, a fim de trabalhar no comércio como caixeiro da loja do negociante Francisco Marques Rodrigues. Permaneceu nesse ramo de atividade de 1827 a 1829. Largando essa ocupação, dedicou-se inteiramente ao estudo, sob a orientação de alguns mestres renomados, entre os quais o professor de Latim, Francisco Sotero dos Reis. Depois, separados por divergências de natureza política, os dois se tornariam adversários ferrenhos. Sotero dos Reis, em seu Curso de literatura, gabou-se de ter contribuído para a educação de João Francisco Lisboa que, no entanto, fez sérias restrições ao mestre. Suspensa a circulação do Farol Maranhense, dirigido por José Cândido de Morais, em 1832, Lisboa fundou, para continuar a pregação doutrinária do grande jornal, O Brasileiro, o seu primeiro diário, cuja publicação interrompeu com a morte de José Cândido. Fez reviver o Farol, assumindo a sua direção por dois anos. De 1834 a 1836, dirigiu o Eco do Norte, também retirado de circulação. Aí termina, segundo o seu biógrafo Antônio Henrique Leal, a primeira fase da carreira jornalística do escritor. Lisboa passou a trabalhar na administração pública, como secretário do governo durante três anos, a que se seguiu um período de duas legislaturas como deputado provincial. A 20 de novembro de 1834, casou-se com D. Violante Luísa da Cunha, sobrinha de João Inácio da Cunha, visconde de Alcântara. O casal não teve filhos. Adotou uma filha de Olegário José da Cunha, a qual veio a falecer pouco depois. Outra filha de Olegário foi adotada pelo casal e sobreviveu a ambos, tendo, já idosa, assistido à inauguração da estátua do pai adotivo, na cidade de São Luís, em 1918. Em 1838, retomou o jornalismo, assumindo a direção da Crônica Maranhense, em sua fase áurea como escritor. Segundo Antônio Henriques Leal, a Crônica era um jornal de


combate, especialmente criado para defender os interesses do Partido Liberal, reproduzindo a história viva das lutas políticas daqueles anos. Deixou de circular em dezembro de 1840. (O Museu Histórico Nacional, do Rio de Janeiro, publicou, em 1969, dois volumes onde se encontra coligida grande parte da colaboração de João Francisco Lisboa nas páginas da Crônica Maranhense.) Era o período difícil da Regência e da Maioridade de D. Pedro II. Na tribuna parlamentar e na imprensa, Lisboa defende princípios da liberdade e interesses do povo, sendo injustamente acusado de participação na “balaiada”, movimento revolucionário maranhense. Retirou-se temporariamente da política, dedicando-se à literatura e à advocacia. Em 1847, recusou o convite que lhe fizeram os liberais para se apresentar como candidato a deputado geral. Aceitou, contudo, a participação na Assembléia Provincial, para a qual foi eleito no ano seguinte. Em 25 de junho de 1852, saiu o primeiro número do Jornal de Timon, folheto composto de 100 páginas, inteiramente redigido por João Francisco Lisboa. Os cinco primeiros números circularam mensalmente. Somente em 1854 saíram, em volume de 416 páginas, os fascículos de 6 a 10; o 11 e o 12 saíram em março de 1858, quando o publicista residia com a família em Lisboa. Atacou, entre outros, Varnhagen, pelo método que empregou na História do Brasil. Apareceu, então, em Lisboa o panfleto Diatribe contra a timonice. Seu autor, disfarçado sob o pseudônimo de Erasmo, era o cunhado do próprio Varnhagen, Frederico Augusto Pereira de Moraes. Também Varnhagen replicou no opúsculo Os índios bravos e o senhor Lisboa (Lima, 1867.) João Francisco Lisboa transferira-se em 1855, para o Rio de Janeiro, de onde, após curta permanência, partiu para Lisboa, incumbido pelo Governo Imperial de coligir, em Portugal, documentos e dados elucidativos da história brasileira. Lá pesquisou também sobre a vida do Padre Antônio Vieira, para uma biografia, que ficou inacabada. Após um período de intenso trabalho em arquivos portugueses, realizou uma viagem de despedida ao Maranhão, no período que vai de 5 de junho a 11 de dezembro de 1859. Nos anos que se seguiram, o estado de saúde do escritor torna-se cada vez mais precário, e ele veio a falecer às duas horas da madrugada em 26 de abril de 1863. Ainda naquele ano, já de volta ao Maranhão, D. Violante da Cunha Lisboa tomava providências para que o corpo do marido fosse trasladado de Lisboa para São Luís. Houve alguma demora, e somente em 24 de maio de 1864 ali chegou o brigue Angélica 1a, conduzindo a bordo os restos mortais de João Francisco Lisboa. Logo após o regresso de D. Violante Lisboa ao Maranhão, os amigos da família, destacando-se à frente deles Olegário José da Cunha e Antônio Henriques Leal, iniciaram as gestões para que fossem reunidas todas as obras de J. F. L, incluindo-se entre elas a Vida do Padre Antônio Vieira, inacabada. Por sua atividade e por sua obra, João Francisco Lisboa é um típico representante de uma época e de uma sociedade. Fez parte do movimento maranhense do século XIX que se distinguiu, talvez pela proximidade material e espiritual da metrópole, por acentuado pendor classicizante, traduzido na fidelidade aos padrões tradicionais do vernáculo e na defesa da tradição e do rigorismo gramatical, o que iria conferir à capital do Maranhão o honroso título de Atenas Brasileira. Foram seus contemporâneos Odorico Mendes, Sotero dos Reis, Joaquim Serra, Franco de Sá, Sousa Andrade, Antônio Henriques Leal, Cândido Mendes de Almeida e César Augusto Marques. Todos os estudos biográficos sobre João Francisco Lisboa, cognominado o “Timon Maranhense”, se baseiam nos dados publicados por seu contemporâneo e amigo íntimo Antônio Henriques Leal na “Notícia acerca da vida e obras de João Francisco Lisboa”,


que precede as suas Obras (4 volumes) impressas no Maranhão em 1864-1865, e na biografia, ampliada, reproduzida no tomo 4o do Pantheon maranhense, editado em 1857 pela Imprensa Nacional de Lisboa. Em 1977 saiu o livro João Francisco Lisboa Jornalista e historiador, de Maria de Lourdes Menaço Janotti, e em 1986, o 1o volume da nova fase da Coleção Afrânio Peixoto, da Academia Brasileira de Letras, João Francisco Lisboa O Timon maranhense, de Arnaldo Niskier, duas obras de pesquisa em torno da figura e dos escritos do publicista maranhense. WILSON DA SILVA SOARES – PATRONO DA CADEIRA 34

OLAVO ALEXANDRE CORREIA LIMA Nasceu em Tauá – CE em 28 de outubro de 1914. Médico pela Faculdade Fluminense de Medicina, especializado em Pediatria e Puericultura. Oficial médico da reserva nacional. Especializdo em Higienme e Odontologia Legal. Livre Docente da cadeira de Higiene e Odontoloogia Legal da Universidade de Recife. Iniciou sua carreira médica em Teresina-PI, no Hospital Getulio Vargas. Diretor Tecnico perpétuo da Obra de Protenção a Infancia Pobre do Maranhão. Fundador do Clube Médico de Atividades Culturais e recreativas da OPIP, Obra de Proteção à Infancia Pobre, instalando laboratório nos bairros do Anil, Vila passos e Desterro. Livre docente e pesquisador de Antopologia da UFMA. Obras: Alimente melhor seu filho; Pre-história maranhese; Panteão Medico maranhense; Sócio honorário do IHGM Faleceu aos 84 anos, em São Luis. Contribuições na Revista do IHGM CORREIA LIMA, Olavo HISTÓRIA DA ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA DO MARANHÃO Ano 28, n. 3, agosto de 1951 89-136 TEMPERATURA EFECTIVA DE SÃO LUIZ Ano IV, n. 4, junho de 1952 07-12 IDÉIAS MÉDICAS DE GAIOSO Ano IV, n. 5, dezembro de 1952 49-68 DE OLAVO CORREIA LIMA (MENSAGEM) Ano LIX, n. 08, março de 1985 07 PROVÍNCIA ESPELEOLÓGICA DO MARANHÃO Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 62-70 GEO-HISTÓRIA DO MARANHÃO, DE ELOY COELHO NETO Ano LX, n. 11, março de 1986 05-06 PARQUE NACIONAL DE GUAXENDUBA ano LX, n. 12, 1986 ? 21-36 NO PAÍS DOS TIMBIRAS Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 82-91 MÁRIO SIMÕES E A ARQUEOLOGIA MARANHENSE Ano LXII, n. 14, março de 1991 23-31 DUAS CONTROVÉRSIAS CIENTÍFICAS: (1) ORIGEM DA RELIGIÃO; (2) MITO CAPITAL DA HISTÓRIA MARANHENSE Ano LXIII, n. 16, 1993 77-88


MONS. DR. MOURÃO Ano LXIV, n. 17, 1996 56-82 AMERÍNDIOS MARANHENSES Ano LIX, n. 08, março de 1985 38-54 CULTURA RUPRESTRE MARANHENSE – ARQUEOLOGIA, ANTROPOLOGIA Ano LX, n. 11, março de 1986 07-12

LOURIVAL BORDA SANTOS Por Martins Dyêgo Martins126 Auxiliar de comércio na empresa Lages & Cia. desde 1932; sócio em 1949. Membro da Comissão Executiva do Sindicato dos Empregados do Comércio de São Luís. Cônjuge de Iolanda Costa Santos (1946). Filho: Euros José; Jornalista, 2º. Secretário da Associação Maranhense de Imprensa no biênio 1947-1949; Membro do Departamento de Propaganda do PST (1948);

MANOEL DE JESUS LOPES HTTP://WWW.ACADEMIAMARANHENSE.ORG.BR/ACADEMICOS/OCUPANTES/18.PHP

Nasceu em Dom Pedro-MA, a 2 de outubro de 1929. Criou-se em Pedreiras-MA, onde fez seus estudos iniciais. Cursou Humanidades no Seminário de Santo Antônio, em São Luís. É bacharel em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Ceará. Jornalista iniciou-se em O Combate. Trabalhou, depois, no Jornal do Povo, no Jornal do Dia e no Diário da Manhã, onde, além de responsabilidades editoriais e de secretaria, coordenou páginas e suplementos literários. Lecionou Português e Latim em numerosos estabelecimentos de ensino de São Luís, e foi vice-diretor do Ginásio Codoense. Diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís; diretor de Relações Públicas da Secretaria da Agricultura; diretor da Comissão de Planejamento Econômico do Estado. Em 1962 mudou-se para Recife, onde passou a compor o quadro de técnicos da SUDENE, órgão em que desempenhou diversas atividades nos setores de cooperativismo, recursos humanos, organização agrária e artesanato. Como bolsista da OEA, fez, em 1964, curso de especialização em cooperativismo e colonização no Centro de Estudios Cooperativos y Laborales de Telaviv, Israel. Participou, sob o patrocínio do Ministério do Interior, na Cepal e em outros órgãos, de cursos e treinamentos ligados a problemas de desenvolvimento regional.

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http://www.facebook.com/#!/groups/324308197653931/


Retornou a São Luís em 1975. Posto, pela SUDENE, à disposição da Universidade Federal do Maranhão, exerceu as funções de Assessor Especial e Coordenador do Programa de Interiorização dessa instituição de ensino superior. Após aposentar-se como Técnico da SUDENE, chefiou o Gabinete do Reitor da Universidade Estadual do Maranhão. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; agraciado com a Medalha do Mérito Timbira. Publicou, também, por algum tempo, uma crônica semanal na seção Sacada, de O Imparcial. Bibliografia: a) poesia: Voz no silêncio. São Luís: Afluente, 1953 (Prêmio José Albano, da Prefeitura de Fortaleza); Poemas de agosto. São Luís: Tip. São José, 1955. Um homem à beira do rio. São Luís: Departamento de Cultura do Estado, 1961 (Prêmio Sousândrade, do Concurso Literário Cidade de São Luís - 1957); Campo-ilha-urbs ou canto puro, com muito amor, para São Luís do Maranhão. São Luís: Sioge, 1977 (Prêmio Gonçalves Dias, do Sioge, 1967); Canção itinerária. São Luís: Edições AML, 1989. b) trabalhos técnicos: Política para o desenvolvimento do cooperativismo no Nordeste. Recife: Sudene, 1966/68/70; Estimativa da oferta de emprego pelos projetos governamentais para o Nordeste. Recife: Sudene, 1975. Manuel Lopes é co-autor, com Mário Meireles e José Chagas, de São Luís com S. São Luís: AML//UFMA, 1984, e autor de Breve histórico do Palácio La Ravardière. São Luís: 1987 (ed. comemorativa dos 375 anos da fundação de São Luís).

BENTO MOREIRA LIMA NETO Bento Moreira Lima Neto é engenheiro civil pela Escola Nacional de Engenharia do Rio de Janeiro; tem vasta experiência de aperfeiçoamento e atuação profissional em sua especialidade; professor universitário; lecionou Cartografia na Universidade Federal do Maranhão; autor de numerosos artigos publicados na imprensa de São Luís, de Brasília e em órgãos de circulação nacional; pintor; autor dos livros Viajar é preciso; Marés do tempo; A utopia dos portos; De Canudos a Kabul; Histórias do Porto do Itaqui; Doramar; Eterna chama e Coisas do destino.


CADEIRA 19 OCUPANTE ATUAL: CÉLIO GITAHY VAZ SARDINHA

PATRONO: CANDIDO MENDES DE ALMEIDA Por Adalberto Franklin Cândido Mendes de Almeida (Visconde de Vieira da Silva) nasceu em São Bernardo do Brejo do Anapurus (MA), no dia 14 de outubro de 1818, filho do fazendeiro Fernando Mendes de Almeida e de Esméria Alves de Souza. Depois de concluir o curso de Humanidades, em São Luís (MA), colou grau em Direito pela Escola de Olinda (PE), na turma e 1839. Posteriormente, foi promotor público, secretário de Governo, deputado provincial e senador. Jornalista, jurista, escritor, geógrafo, Cândido Mendes de Almeida elegeu-se deputado geral na 5a legislatura (1842/1845). Depois, em 1870, eleito senador, foi escolhido pelo imperador D. Pedro II e nomeado por Carta Imperial de 13.05.1871, empossando-se a 19.05.1871. Seu mandato iria até 01.03.1881, quando faleceu. Cândido Mendes exerceu o magistério no Liceu Maranhense durante 14 anos, ensinando História e Geografia. O cargo de Promotor Público exerceu-o entre 1841 e 1842. Demitido por injunções políticas, mudou-se para a Corte, onde exerceu o cargo de chefe da Secretaria de Justiça. Montou movimentada banca de advogado. Notável pelas ideias ditas ultramontanas em relação à Maçonaria, defendeu de graça, juntamente com Zacarias de Góis, os bispos de Olinda e do Pará, na famosa “Questão Religiosa’. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, foi presidente da Secção da Sociedade de Geografia de Lisboa, no Brasil; sócio da Sociedade de Geografia de Londres e Oficial da Ordem da Rosa, além de Comendador de São Gregório Magno, de Roma. Fundou, em 1845, em Caxias (MA), sua base política e residência dos pais, o jornal O brado de Caxias. Colaborou em vários jornais de São Luís, revelando-se notável polemista. No Rio de Janeiro escreveu nos jornais Sentinela da Monarquia e Correio da Tarde. Dentre suas obras, destacam-se: “Memórias para a História do Extinto Estado do Maranhão” (dois volumes); “Código Filipino ou Ordenações do Reino de Portugal”; “Auxiliar Jurídico”; “Arestos do Supremo Tribunal de Justiça” e “Atlas do Império do Brasil”. Sobre as questões de limites do sul do Maranhão, do que foi defensor da questão maranhense, publicou “A Carolina ou a definitiva fixação de limites do território de Maranhão e de Goiás” (1952), recentemente republicado pela Academia Imperatrizense de Letras e Ética Editora, sob a coordenação do acadêmico Adalberto Franklin.


Dele disse Tristão de Athayde que [...] foi, de fato, em nossa história cultural e política, um dos mais ilustres representantes dessas duas estáticas, de ordem política e de ordem espiritual, em que os fatores de ordem e de liberdade se compõem como as forças políticas mais operantes para a edificação das bases sólidas de uma nacionalidade. Os historiadores do nosso Direito são unânimes em declarar o que por todos eles disse Clóvis Bevilácqua: “Nenhum mestre chegou, em nosso país, e bem poucos no estrangeiro, à altura em que paira o vulto majestoso e inigualável do senador Cândido Mendes”. Sobre ele se baseou o Barão do Rio Branco, para sua obra política do estabelecimento de nossas fronteiras. “Bastavam esses trabalhos, de seu extraordinário talento de pesquisador, para garantir sua imortalidade. [...] Enquanto, no exercício de seus mandatos, como deputado e senador, sempre se manifestou um esclarecido abolicionista, desde a lei de 1871.” Faleceu no Rio de Janeiro no dia 1o de março de 1881. JUSTO JANSEN FERREIRA – PATRONO DA CADEIRA 30 LEOPOLDINO DO REGO LISBOA Por Joseth Coutinho Martins de Freitas127 Maranhense, escreveu “Onomastica geográfica” publicada na Revista de Geografia e História, 1946. Desembargador, com posse em 9 de setembro de 1925 no Tribunal de Justiça do Maranhão. Foi presidente do IHGM.

VIRGÍLIO DOMINGUES DA SILVA FILHO Por Joseth Coutinho Martins de Freitas128 Nasceu em Turiaçu em 16 de março de 1909, filho do Coronel Virgilio Domingues da Silva (CADEIRA 16). Bacharel em Ciencias Juridicas e Sociais pela antiga Faculdade de Direito do Maranhão, ocupou vários cargos em nossa cidade. Advogado, jornalista e professor, foi diretor da Academia de Comercio de São Luis – Escola Técnica de Comercio do Maranhão; 127

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 128 OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


integrou pó Conselho da OAB-MA; o Conselho Penitenciário do Estado; o Conselho Administrativo da LBA; Diretor da Secretaria do TER; professor catedrático de Direito Internacional da Faculdade de Direito da UFMA.

CLÓVIS PEREIRA RAMOS Por Joseth Coutinho Martins de Freitas129 Nasceu em Tabatinga, então município de Benjamin Constant – Amazonas, em 20 denovembro de 1922, filho de pais maranhenses, o Sargento Maia Ramos, que estava servindo no Forte de tabatinga. Era neto de José da Silva Maia. Aos cinco anos, seus pais estão de volta a São Luis; fez o primário no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, fundado por uma sua prima, indo depois para o Colégio Militar do Ceará. Formou-se em Contabilidade pela Academia de Comércio do Maranhão e bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. De volta ao Maranhão, foi Promotr Publico de São Vicente de Ferrer e Vargem Grande, época em que fundou com alguns amigos A Luz e O Motivo, de divulgação do espiritismo. Colaborou em diversos jornais de São Luis, como Correio da Tarde, Jornal do Dia, O Imparcial e Diário da Manhã. No Rio de Janeiro foi redator de revistas religiosas, como Boa Vontade e Sabedoria e calaborou no Semanário, O Jornal (Diários Associados) e na revista O Globo. Mais tarde ingressou no serviço publico federal, trabalhando no Mato Grosso, São Paulo (São cdarlos). Foi Delegado Regional do Trabalho (1965), onde dirigiu a pagina literária Cultura, do Jornal de Hoje. Socio do IHGM, quando transferiu-se para o Rio de janeiro passou a categroai de correspondente; foi membro das AML; Academia de Letras de Brasuilia; Academia Brasileira de Trovas. No Governo Luis Rocha foi Assessor de Comunicação da Secretaria de Cultura. Recebeu o titulo de Cidadão de São Luis, e condecorado com a Medalha de Merito Timbira. Obras: poesias publicadas em duas antologias, a da Cultura Amazonicas, e a primeira Antologia Poetica dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro; publicou Evangelho do Poeta; O Pranto aso limiar; Rosa de Cinza;Amarga Tatuagem; Candelabro do Amor; Rosal Fraterno; Estrela Manda (sonetos sobre o Maranhão); Minha Terra tem Palmeiras (trovadores maranhenses): Onde canta o Sabiá (sonetos maranhenses); Nosso céu tem mais estrelas – 140 anos da literatura maranhese; Nossas várzeas tem mais flores (estudo sobre Adelino Fontoura, Catulo da paixão Cearense, Correa de Araujo; J. 129

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Xavier de Carvalho; Fruituoso Ferreira); Os primeiros jornais do Maranhão, pesquisa sobre a Literatura e Historia do Maranhão; a intelectualidade maranhense: fase contemporânea; e participou da revisão do Dicionário de Cesar Marques; ensaios sobre Apolonia Pinto, Frutuoso ferreira e Sousandrade; 12 volumjes sobre o novo parnaso maranhense. Faleceu no Rio de Janeiro. CLÓVIS PEREIRA RAMOS nasceu em Tabatinga/AM (ex-Benjamin Constant), em 20 de novembro de 1922, filho de pais maranhenses: José da Silva Maya Ramos e Josefina Pereira Ramos. Advogado foi Promotor Público, contador, ensaísta, historiador. Poeta com vasto currículo teve poemas traduzidos para o francês, espanhol, alemão e grego. http://falandodetrova.com.br/clovisramos Contribuições na Revista do IHGM RAMOS, C. P. JUPI-AÇÚ – O PRINCIPAL DA ILHA – AMIGO DOS FRANCESES Ano LXIII, n. 16, 1993 60-67


CADEIRA 20 OCUPANTE ATUAL: ELIMAR FIGUEREDO DE ALMEIDA SILVA

PATRONO: ANTONIO GONÇALVES DIAS http://bndigital.bn.br/redememoria/bio-goncalvesdias.html Nasceu em Caxias, MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, no baixio dos Atins, MA, em 3 de novembro de 1864. Poeta, professor, crítico de história, etnólogo, Era filho de João Manuel Gonçalves Dias, comerciante português, natural de Trás-os-Montes, e de Vicência Ferreira, mestiça. Perseguido pelas exaltações nativistas, o pai refugiara-se com a companheira perto de Caxias, onde nasceu o futuro poeta. Casado em 1825 com outra mulher, o pai levou-o consigo, deu-lhe instrução e trabalho e matriculou-o no curso de latim, francês e filosofia do prof. Ricardo Leão Sabino. Em 1838 Gonçalves Dias embarcaria para Portugal, para prosseguir nos estudos, quando faleceu-lhe o pai. Com a ajuda da madrasta pôde viajar e matricular-se no curso de Direito em Coimbra. A situação financeira da família tornou-se difícil em Caxias, por efeito da Balaiada, e a madrasta pediu-lhe que voltasse, mas ele prosseguiu nos estudos graças ao auxílio de colegas, formando-se em 1845. Em Coimbra, ligou-se Gonçalves Dias ao grupo dos poetas que Fidelino de Figueiredo chamou de “medievalistas”. À influência dos portugueses virá juntar-se a dos românticos franceses, ingleses, espanhóis e alemães. Em 1843 surge a “Canção do exílio”, um das mais conhecidas poesias da língua portuguesa. Regressando ao Brasil em 1845, passou rapidamente pelo Maranhão e, em meados de 1846, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde morou até 1854, fazendo apenas uma rápida viagem ao norte em 1851. Em 46, havia composto o drama Leonor de Mendonça, que o Conservatório do Rio de Janeiro impediu de representar a pretexto de ser incorreto na linguagem; em 47 saíram os Primeiros cantos, com as “Poesias americanas”, que mereceram artigo encomiástico de Alexandre Herculano; no ano seguinte, publicou os Segundos cantos e, para vingarse dos seus gratuitos censores, conforme registram os historiadores, escreveu as Sextilhas de frei Antão, em que a intenção aparente de demonstrar conhecimento da língua o levou a escrever um “ensaio filológico”, num poema escrito em idioma misto de todas as épocas por que passara a língua portuguesa até então. Em 1849, foi nomeado professor de Latim e História do Colégio Pedro II e fundou a revista Guanabara, com Macedo e Porto Alegre. Em 51, publicou os Últimos cantos, encerrando a fase mais importante de sua poesia. A melhor parte da lírica dos Cantos inspira-se ora da natureza, ora da religião, mas sobretudo de seu caráter e temperamento. Sua poesia é eminentemente autobiográfica.


A consciência da inferioridade de origem, a saúde precária, tudo lhe era motivo de tristezas. Foram elas atribuídas ao infortúnio amoroso pelos críticos, esquecidos estes de que a grande paixão do Poeta ocorreu depois da publicação dos Últimos cantos. Em 1851, partiu Gonçalves Dias para o Norte em missão oficial e no intuito de desposar Ana Amélia Ferreira do Vale, de 14 anos, o grande amor de sua vida, cuja mãe não concordou por motivos de sua origem bastarda e mestiça. Frustrado, casou-se no Rio, em 1852, com Olímpia Carolina da Costa. Foi um casamento de conveniência, origem de grandes desventuras para o Poeta, devidas ao gênio da esposa, da qual se separou em 1856. Tiveram uma filha, falecida na primeira infância. Nomeado para a Secretaria dos Negócios Estrangeiros, permaneceu na Europa de 1854 a 1858, em missão oficial de estudos e pesquisa. Em 56, viajou para a Alemanha e, na passagem por Leipzig, em 57, o livreiro-editor Brockhaus editou os Cantos, os primeiros quatro cantos de Os Timbiras, compostos dez anos antes, e o Dicionário da língua tupi. Voltou ao Brasil e, em 1861 e 62, viajou pelo Norte, pelos rios Madeira e Negro, como membro da Comissão Científica de Exploração. Voltou ao Rio de Janeiro em 1862, seguindo logo para a Europa, em tratamento de saúde, bastante abalada, e buscando estações de cura em várias cidades européias. Em 25 de outubro de 63, embarcou em Bordéus para Lisboa, onde concluiu a tradução de A noiva de Messina, de Schiller. Voltando a Paris, passou em estações de cura em Aix-lesBains, Allevard e Ems. Em 10 de setembro de 1864, embarcou para o Brasil no Havre no navio Ville de Boulogne, que naufragou, no baixio de Atins, nas costas do Maranhão, tendo o poeta perecido no camarote, sendo a única vítima do desastre, aos 41 anos de idade. Todas as suas obras literárias, compreendendo os Cantos, as Sextilhas, a Meditação e as peças de teatro (Patkul, Beatriz Cenci e Leonor de Mendonça), foram escritas até 1854, de maneira que, seguindo Sílvio Romero, se tivesse desaparecido naquele ano, aos 31 anos, “teríamos o nosso Gonçalves Dias completo”. O período final, em que dominam os pendores eruditos, favorecidos pelas comissões oficiais e as viagens à Europa, compreende o Dicionário da língua tupi, os relatórios científicos, as traduções do alemão, a epopéia Os Timbiras, cujos trechos iniciais, que são os melhores, datam do período anterior. Sua obra poética, lírica ou épica, enquadrou-se na temática “americana”, isto é, de incorporação dos assuntos e paisagens brasileiros na literatura nacional, fazendo-a voltar-se para a terra natal, marcando assim a nossa independência em relação a Portugal. Ao lado da natureza local, recorreu aos temas em torno do indígena, o homem americano primitivo, tomado como o protótipo de brasileiro, desenvolvendo, com José de Alencar na ficção, o movimento do “Indianismo”. Os indígenas, com suas lendas e mitos, seus dramas e conflitos, suas lutas e amores, sua fusão com o branco, ofereceram-lhe um mundo rico de significação simbólica. Embora não tenha sido o primeiro a buscar na temática indígena recursos para o abrasileiramento da literatura, Gonçalves Dias foi o que mais alto elevou o Indianismo. A obra indianista está contida nas “Poesias americanas” dos Primeiros cantos, nos Segundos cantos e Últimos cantos, sobretudo nos poemas “Marabá”, “Leito de folhas verdes”, “Canto do piaga”, “Canto do tamoio”, “Canto do guerreiro” e “I-Juca-Pirama”,


este talvez o ponto mais alto da poesia indianista. É uma das obras-primas da poesia brasileira, graças ao conteúdo emocional e lírico, à força dramática, ao argumento, à linguagem, ao ritmo rico e variado, aos múltiplos sentimentos, à fusão do poético, do sublime, do narrativo, do diálogo, culminando na grandeza da maldição do pai ao filho que chorou na presença da morte. Pela obra lírica e indianista, Gonçalves Dias é um dos mais típicos representantes do Romantismo brasileiro e forma com José de Alencar na prosa a dupla que conferiu caráter nacional à literatura brasileira

JOÃO BRAULINO DE CARVALHO Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 130 Nasceu no hoje município de São Vicente de Ferrer a 16 de outubro de 1884, filho de João Braulino de Carvalho e Mariana de Matos Borges Carvalho. Fez o curso secundário no Colégio do Professor machadinho, e seguiu para o estado da Bahia onde inicou o estudo de medicina. Concluiu o curso na Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro em 1908, apresentando Tese de Doutorado. Paralelamente ao curso de Medicina fez o de Farmácia. Exerceu a medicina em casas de saúde do Rio de Janeiro. No Instituto de manguinhos fez o curso de Bacterologista. Prestou concurso para Médico do Exército, aprovado em primeiro lugar. Serviu no Amazonas, tendo participado da Comissão de Limites que demarcou os limites do Brasil com o Peru, Venezuela e Guiana Inglesa. Quando retornou ao Maranhão iniciou a carreira política, candidatando-se a deputado estadual em 1934. Medico dedicado, chefiou por 29 anos uma enfermaria da Santa casa de Misericordia. Fundou a Cruz Vermelha no Maranhão, iniciando a construção do prédio de seu Hospital, com recursos conseguidos por intermédio de deputados federais maranhenses; é onde hoje funciona p Hospital do Municipio – Socorrão I. Professor fundador da faculdade de Filosofia de São Luis (1953) ministrou aulas de Antropologia Geral, Etnografia e Etfografia do Brasil para o curso de Geografia e Historia até seu desaparecimento em 16 de dezembro de 1965. Diretor da mesma faculdade. Socio efetivo do IHGM, foi fundador da instituição, logo depois passou a sócio correspondente. Retornando ao Maranhão, foi recebido como sócio efetivo chegando a presidente no período de 1947 a 1953. Em sua administração recebeu o prédio da rua Osvaldo Cruz. Médico militar escreveu e publicou inúmeros trabalhos antropológicos e etnográficos, dentre eles: As tribos do Jary, Revista IHGM 1926; Indios da Região dos 130

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


formadores do Rio Branco, 1948; Estudo sobre os Poianaus, 1951; Notas sobre a arqueologia da Ilha de São Luis, 1956; JOÃO BRAULINO DE CARVALHO Por Eliane Gaspar http://www.cultura.ma.gov.br/portal/sgc/modulos/sgc_cphna/publicacao/publicacao_arquivo/2010.03.12jo-o_braulino_pdf.pdf

Nascido em São Vicente de Férrer em 16 de outubro de 1884, era médico e militar de formação, dedicou-se a atividades filantrópicas, mas também atuou nas áreas de Antropologia e Arqueologia sendo um dos pioneiros em pesquisas no Maranhão: foi o primeiro mestre de antropologia maranhense, sendo o fundador da referida cadeira na Universidade Federal do Maranhão. Como presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, em gestão de 20 anos, conseguiu a doação de uma sede própria, edição da revista institucional e a formação de um museu arqueológico e uma biblioteca nas dependências da mesma. Trabalhou nesse período em pesquisas de campo nos sambaquis maranhenses e na floresta Amazônica. Com Antonio Lopes visitou o Cutim-do-Padre escrevendo na revista do próprio instituto: Notas sobre a Arqueologia do Maranhão onde relata escavações feitas na antiga Ilha Grande quando foram resgatados inúmeros recipientes cerâmicos, destacando-se uma urna contendo cinzas e fragmentos ósseos. Antes de tudo um filantropo, o prof. Braulino é uma referência como médico-militar e sanitarista, atuante naturalista, antropólogo e arqueólogo, enfim um maranhense memorável, representante de uma época caracterizada por uma intelectualidade local direcionada pela pluralidade de interesses e grande ecletismo. Contribuições na revista do IHGM AS TRIBUS DO RIO JAVARY Ano I, n. 1, julho-setembro 1926 89-96 OS ÍNDIOS DA REGIÃO DOS FORMADORES DO RIO BRANCO Ano 2, n. 1, novembro de 1948 61-67 ESTUDO SOBRE OS POIANAUAS Ano 28, n. 3, agosto de 195111-26

JOÃO LIMA SOBRINHO Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 131 Nasceu em Barão de Grajaú em 07 de outubro de 1919. Prossegiu seus estudos em Teresina, onde iniciou a carreira de jornalista; e retornando ao Maranhão cursou o préjuridico no Liceu Maranhense. Passa a escrever no jornal O Imparcial, e depois em O Globo, fundado por Miecio Jorge.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Funcionario da Previdencia Social – INPS – foi lotado na Procuradoria Juridica. Competente professor ministrou aulas em diversos colégios da Capital. Entusiasmado com as ideias de Plino Salgado, filiou-se ao Integralismo. Faleceu em 25 de junho de 1996.


CADEIRA 21 OCUPANTE ATUAL: JOSÉ AUGUSTO SILVA OLIVEIRA

PATRONO: ANTONIO HENRIQUES LEAL Por José Augusto Silva Oliveira132 É parte intrínseca da missão, que ora desempenho, discorrer sobre a figura ilustre de ANTÔNIO HENRIQUES LEAL – aquele que mereceu, nesta terra, o honroso cognome de Plutarco Maranhense, por ter-se dedicado, intensamente, à Literatura, como biógrafo, publicistae historiador literário de seus conterrâneos/contemporâneos, tendo compilado e editado as Obras Completas de João Lisboa e de Gonçalves Dias, além dos quatro tomos do Pantheon Maranhense, contendo as biografias póstumas de 19 intelectuais desta terra, pretendendo, assim, fundar umaMonumenta maranhense, projeto que se concretizou, legando ao nosso Estado considerável e expressivo referencial, sobretudo no que tange aos intelectuais formadores do Grupo Maranhense. Procedente de uma casta de bem situados produtores rurais, filho de Alexandre Henriques Leal e Ana Rosa de Carvalho Reis, nasceu Antônio Henriques Leal no lugarejo outrora conhecido por Candibas(e então pertencente ao Município de ItapicuruMirim) hoje Cantanhede, município independente, em 24 de julho de 1828, tendo falecido noRio de Janeiro, a 29 de setembro de 1885. Na terra natal, viveu a sua infância, seguindo, na adolescência, para a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, de onde regressa ao Maranhão, decorridos seis anos,diplomado em Medicina, para exercer tão nobre profissão em sua terra – num tempo em que São Luís figurava, no contexto nacional, como uma grande cidade, a quarta mais importante, em todo o Império (perdendo apenas para Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo).Mário Meirelles (2001, p. 23) refere-se à ocorrência, nestes termos: Um dia, porém, ele desceria pela mesma correnteza do rio em que frequentemente vira passar aquelas enormes barcaças pejadas de sacos de algodão e dearroz e,seguindo o mesmo rumo que os levava, chegaria, ele também, a São Luís, a capital da província, de onde, concluídos seus primeiros estudos, prosseguiria,por mar e em uma longa viagem, até a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, a Corte, de onde só regressaria, meia dúzia de anos decorridos e já homem feito, portando um diploma de doutor demedicina. E aqui, já se pode falar em um novo tempo, para o nosso Estado – agora descortinando novos horizontes, num panorama diverso daquele vislumbrado no período colonial. São Luís, ostentando um novo cenário, não é mais “[...] um burgo podre em que as pessoas andavam mal vestidas, em camisões de algodão bruto tingido de preto, como se todos portassem permanente luto por sua miséria[...]” (id. ibid.). O 132

DISCURSO DE POSSE NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO (04/05); Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 74 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012


século XIX, pois, que deu à luz o insigne maranhense, afigura-se como uma época de crescimento econômico, advindo do grande latifúndio, tendo no algodão, no arroz e no açúcar, os produtos que alavancaram tal desenvolvimento. Como se pode notar, o percurso cronológico/existencial do nobre Plutarco Maranhense perfaz uma travessia que se estende da primeira (segundo quartel) para a segunda metade do século XIX, indo até quase ao final da penúltima década da centúria. É quando a bela Província que, instada por Manuel Beckman, investe contra a política da primeira Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão, passa a contar, entre os seus habitantes, proprietários de casarões ricamente mobiliados e revestidos com azulejos portugueses. Casarões, em cujo interior,as mulheres enfeitam-se com joias finas, usam os melhores perfumes, adquiridos de representantes comerciais franceses e ingleses. É “[...] a São Luís aristocrática/escravocrata do século XIX, cujo perfil nos é retraçado por Aluísio Azevedo, n’O Mulato, por Nascimento de Morais em Neurose doMedo e Vencidos e Degenerados, Dunshee de Abranches em O Cativeiro, A Setembrada e A Esfinge do Grajaú, por Jerônimo deViveirosem História do Comércio doMaranhão [...]”(Corrêa, 2008, p. 82). A propósito, o norte-americano Daniel P. Kidder 133, que visitou nossa cidade nos anos 40, desse mesmo século, a descreve nestes termos: São Luís [...] é a cidade do Maranhão [...] de melhor construção que qualquer outra no Brasil. Apresenta ela, ao visitante, um aspecto de progresso que raramente se nota em outras cidades do Império. Além disso, são poucas choupanas e casebres. Nenhuma de suas igrejas é de grande porte ou por demais suntuosa; entretanto, muitas residências são de fina construção, estilo elegante e aparência sólida. As paredes são fortes, construídas de pedra britada e cimento. Conquanto o casario não seja denso, a cidade espalha-se por uma grande área. [...]. E ainda acrescenta, o visitante: Os maranhenses alegam possuir, e não sem razão, um grau de desenvolvimento intelectual e moral comparável ao de seus patrícios das maiores cidades do Império. Se perseverarem em seusesforços, continuarão amereceraadmiração e o respeito de seus concidadãos como dos estrangeiros134. Vale ressaltar que São Luís, à época, já conta com o ancestral Teatro União (posteriormente Arthur Azevedo), fundado em 1º de junho de 1817, “em cujo palco se apresentam companhias líricas trazidas diretamente e com exclusividade de Lisboa” (Meireles, 2001, p/p.23-04); e com uma Tipografia, onde logo desponta um primeiro jornal (1821), dotando a cidade de uma significativa atividade editorial; com uma BibliotecaPública (1836); e ainda com um Liceu (1839).Ressalte-se, ainda que, a essas alturas, os filhos desta terra já estão podendo ir estudar no Reino, na famosa Universidade de Coimbra ou mesmo em outros grandes centros de ensino da Europa, sobretudo França e Inglaterra, de onde voltavam aqueles muitos bacharéis e doutores, formados em leis, em cânones, em medicina, em matemáticas, em pontes-e-calçadas, em filosofia, em teologia, e acabassem por se congregar, com poetas e escritores outros, em não poucas sociedadesliterárias e culturais, enquanto acidade ia crescendo no número de sobradões senhoriais, de

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- apud. CORRÊA, 2008, p.83. -id. ibid.


fachadas recobertas de azulejos coloridos e de janelas ornamentadas por arcadas de ferro rendilhadas(MEIRELLES, 2001, p.54). Outro aspecto da São Luís do século XIX é a constante presença lusa. A propósito, muitos dos comerciantes e proprietários rurais da época eram portugueses – que emigravam para a colônia, no sonho de fazer fortuna e voltar à pátria de origem em outra situação econômica. Outros se acostumavam à terra e por aqui iam ficando. Assim, não é de se estranhar a tardia adesão do Maranhão à República... Nessa São Luís próspera, reflexo do grande êxito da agricultura maranhense... Sociedade elitizada, que deu à luz o famoso Grupo Maranhense (1832) – primeiro estágio da nossa literatura – viveu e conviveu Antônio Henriques Leal. Cidadão deveras considerado e respeitado, seja pela sua posição social, seja pela sua competência profissional, como jornalista, político e médico, Antônio Henriques Leal pode exercer, com muita credibilidade e dignidade, a medicina, entre os seus conterrâneos, sempre integrado à sociedade local, atuante no circuito intelectual das agremiações literárias – membro que foi (e um dos fundadores) do Instituto Literário Maranhense, do Gabinete Portuguêsde Leitura (do qual foi sócio honorário), do Ateneu Maranhense e da Associação Tipográfica doMaranhãoeainda:sócio-correspondente do Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro, da Sociedade Auxiliadora daIndústria Nacional e da Sociedade de Ciências Médicasde Lisboa. E, não só na intelectualidade, brilhou o nosso Henriques Leal. Na política, também, foi de uma liderança comprovada, como Vereador, Presidente da Câmara Municipal (1865-1866) e Deputado Provincial (1866). De sua vida pública, ainda há registros de que exerceu, no Maranhão (ainda que apenas por um mês), o cargo de Auxiliar da Junta de Higiene Pública (1855 – por nomeação do Presidente da Província) e, no Rio de Janeiro, o de Regente do Colégio Pedro II e Diretor doInternato (1860-1865) dessa tão conceituada instituição de ensino, modelo educacional então seguido em todo o País. Como jornalista, estreou em periódicos de teor político, como O Progresso, do qual foi colaborador (1847-1848) e redator (1861), passando para A Imprensa (que fundou, ao lado de Fábio Alexandrino de Carvalho Reis e Antônio do Rego – 1857/1861), para o Publicador Maranhense,como redator (1864-1865), e paraA Conciliação, como devotado colaborador. O jornalismo cultural e literário exerceria um tanto quanto mais tarde, em periódicos como O Arquivo, Jornal de Instrução e Recreio, Semanário Maranhense e ainda na Revista UniversalMaranhense, até vir a se dedicar, decidida e definitivamente, à prática da Literatura, ao afastar-se, por questões de saúde, das atividades políticas, transitando, pois, do jornal para o livro, para consagrar-se como publicista, historiador, biógrafo e crítico literário. Como literato, iniciou com os Apontamentos Estatísticos da Província do Maranhão (1860) e com um Calendário Agrícola, até dar a publico os seus primeiros estudos sobre a História da Província do Maranhão. Em 1862, produziu uma Introdução para a História daIndependência da Província do Maranhão (de autoria do Visconde Vieira da Silva). Em 1864, é a vez da Nota Biográfica, anexa ao primeiro volume das Obras deJoão Francisco Lisboa(de que foi editor, em parceria com Luís Carlos Pereira de Castro). Em 1866, sob o pseudônimo de Judael de Babel-Mandeb, tornou-se coautor do romance coletivo A Casca da Caneleira, publicado nesse mesmo ano, por iniciativa de Belarmino de Matos. Em 1867, traduziu as Cartas de Jules Liebig


(sobre Química) e compôs o Prólogo às Obras Póstumas de Antonio Gonçalves Dias, de que se fez, também, editor (Gráfica Belarmino de Matos, São Luís,1868-1869). O melhor de sua produção literária, entretanto, foi aquela que ficou a maturar, em silêncio, numa gestação a eclodir, saudável e robusta, na década de 70 (Sec. XIX), para enriquecer a memória e o cânone literário maranhense. É quando, paradoxalmente, a saúde física se lhe vai minando, que vem a público, editado pela Imprensa Nacional de Lisboa (1873-1874), odestacável e valiosoPantheon Maranhense (composto em quatro volumes, contendo estudos biográficos sobre os mais tradicionais representantes das nossas Letras que, pelo brilhantismo de suas obras, conferiram ao Maranhão o epíteto de Athenas Brasileira), seguindo-se os Apontamentos para a História dos Jesuítas noBrasil(em dois volumes), do volume único em que reuniu suas Lucubrações(pequenos ensaios versando sobre medicina, história e literatura), e a Biografia deAntônio Marques Rodrigues (1875). É no Pantheon Maranhense, que encontramos, magistralmente biografados, muitos dos nossos mais insignes homens de Letras, bem como representantes políticos. O primeiro volume, por exemplo, traz Manuel Odorico Mendes(latinista e helenista, tradutor de a Eneida de Virgílio, autor do Hino à Tarde que, publicado em 1832, no Rio de Janeiro, serve de marco inicial do famoso GrupoMaranhense); FranciscoSotero dos Reis (professor, jornalista, latinista, gramático e historiador literário); José Cândido de Morais e Silva (jovem paladino da liberdade de imprensa); João Inácio da Cunha (o Visconde de Alcântara, chanceler da Casa da Suplicação, ministro do Superior Tribunal de Justiça, Chefe de Polícia na Corte, senador e ministro do Império); Antônio Pedro da Costa Ferreira (o Barão de Pindaré, constituinte às Cortes de Lisboa, deputado provincial e geral, senador do Império e presidente da Província). O segundo, apresenta dez biografados, cinco destes, senadores, ou conselheiros do Império, dentre os quais se destaca o Chefe Militar e Brigadeiro Feliciano Antônio Falcão. O terceiro volume é todo dedicado ao poeta Gonçalves Dias.O quarto, ao jornalista e historiador João Francisco Lisboa, ao poeta Antônio Marques Rodrigues e ao naturalista Frei Custódio Alves Serrão. Como ainda o atesta Mário Meirelles(2002, p. 56): [...] o Pantheon é assim como um abrangente retrato de grupo, que o autor, como se fora um fotógrafo ou pintor, tentou reunir e preservar, para o conhecimento dos coevos e para a memória dos pósteros, a imagem de cada um daqueles seus conterrâneos e contemporâneos que, já falecidos, elejá conhecera eadmirara, e osquais, por sua inteligência, por seu talento, por sua cultura, por seu serviço, por suas obras, haviam sido – e disso ele era testemunha, os responsáveis primeiros de a província natal ter, quase instantaneamente, se transformado do Maranhão Velho, pobre e inculto, da Colônia, ao Maranhão Novo, enriquecido e admirado do Império, e que ele podia testificar porque antes já lhe estudara e escrevera a História. Assim, numa visão panorâmica da vida cultural e literária do Maranhão do Século XIX,PantheonMaranhense foi o último trabalho de Henriques Leal, a bem dizer o Canto de Cisne deste ícone da nossa historiografia literária que, lutando contra a saúde debilitada, deixa, dos idos dos anos 80, do século em referência, um como que documentário, da vida cultural e literária do nosso Estado, àquela época.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Henriques_Leal Nasceu no povoado de Candimbas próximo à Vila de Itapecuru, hoje município de Cantanhede, MA, em 24 de Julho de 1828. Filho de Alexandre Henriques Leal e Ana Rosa de Carvalho Reis. Provenidente de uma família bastante influente no Maranhão, donos de muitas propriedades rurais, concluiu os estudos em São Luís e posteriormente formou-se médico na cidade do Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro tornou-se sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e, em Portugal foi sócio da Sociedade Médica de Lisboa. Depois de formado no Rio de Janeiro, Henriques Leal retornou para sua província natal para exercer a profissão, São Luís naquela época era a quarta maior cidade brasileira, sendo excedida apenas por Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Em São Luís pertenceu ao Instituto Literário Maranhense e mais tarde do Gabinete Português de Leitura, que fez seu sócio honorário, do Ateneu Maranhense e da Associação Tipográfica Maranhense. Na política exerceu um mandato de vereador em São Luís e foi presidente da Câmara Legislativa na legislatura de 1865/1866 e na seguinte de 2866/1867, foi ainda eleitor para à Assembleia Provincial onde também atingiu a chefia. Há registros de que em 1855 o presidente da Província nomeou-o para o cargo de auxiliar da Junta de Higiene Pública, entretanto não exerceu o cargo por mais de um mês, porque no Rio de Janeiro tornou-se regente do Colégio Pedro II e diretor do internato dessa instituição. Começou sua carreira de jornalista em O progresso como colaborador (1847-1848) e como redactor em 1861, depois foi para A Imprensa que fundou junto com Fábio Alexandrino de Carvalho Reis e Antônio Rego (1857-1861) e ao Publicador Maranhense redigiu de 1864 a 1865 e para A Conciliação foi um assíduo colaborador; eram estes jornais de natureza política, já nos jornais de natureza literária ou cultural contribuiu com O Arquivo, O jornal de Instrução e Recreio e Semanário Maranhense e a Revista Universal Maranhense. Deixou a militância política por motivos de saúde e dedicou-se a intelectualidade, à literatura, biografando os principais nomes de sua província natal. Em 1862 escreveu a "introdução" para a História da Independência da Província do Maranhão de autoria do Visconde de Vieira da Silva e a "Nota Biográfica" no primeiro volume das Obras de João Francisco Lisboa, de que ele editou na companhia de Luís Carlos Pereira de Castro em 1864. Foi na década de 1870, doente, que Antônio Henriques Leal atingiu o máximo e o melhor da sua produção literária, começou editando os quatro volumes do Pantheon Maranhense, editados pela Imprensa Nacional de Lisboa em 1873 e 1874 e dois volumes dos Apontamentos para a História dos Jesuítas no Brasil e Lucubrações, pequenos ensaios sobre assuntos de história, literatura e medicina, e por fim a Biografia de Antônio Marques Rodrigues, publicada em Lisboa em 1875. Obras completas de A. Henriques Leal: Pantheon maranhense (1873-5) - (Em 4 tomos); A província do Maranhão (1862); Apontamentos para a história dos jesuítas no Brasil (1874) - (em 2 tomos); Apontamentos Estatísticos da Província do Maranhão (1847);


Calendário Agrícola; História da Província do Maranhão; Lucubrações (1875); Biografia de Antônio Marques Rodrigues (1875). Obras organizadas: Obras de João Francisco Lisboa (1864); Obras Pósthumas de A. Gonçalves Dias (1873). Tradução: Cartas sobre Química de Jules Liebig 1867. Curiosidades: Judael de Babel-Mandeb é o pseudônimo de Henriques Leal em A Casca da Caneleira: (steeplechase) romance por uma boa dúzia de Esperanças romance de Flávio Reimar e publicado na tipografia de Belarmino de Matos. Recebeu do município de Cantanhede o cognome de O Plutarco de Cantanhede. Era primo de Ana Amélia Ferreira do Vale, a musa por quem Gonçalves Dias se apaixonou e que se tornou um dos maiores mitos da Literatura Brasileira. Era primo de Alexandre Teófilo de Carvalho Leal, o primeiro amigo e confidente do poeta Gonçalves Dias e testemunhado pelo prório Henriques Leal. Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de Setembro de 1885, 20 dias depois de chegar de Lisboa.

JOSÉ LUSO TORRES Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 135 Nasceu em São Bento – MA – em 10 de junho de 1879. Nomeado interventor no Maranhão – 15 a 27 de novembro de 1930 - quando era Major Comandante do 24 BC. Ocupou ain da o cargo de Prefeito de São Luis e Deputado Estadual. Consultyor técnico do Diretorio Regional de Geografia do Maranhão, Membro da diretoria da União Brasil-Estados Unidos; Presidente dpDepartamento de Literatutra da Sociedade de Cultura Artística; Membro da Academia Maranhense de Letras, e depois seu Presidente. Escreveu em diversos jornais maranhenses, entrre eles Pacotilha. Escreveu Currento calamo – 1910; Chapas (poesias); Dizer e realizae; Gonçalves Dias (discurso); Efemérides. Faleceu em São Luis, em 1962

135

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


JOSÉ RIBAMAR SEGUINS Nasceu em 09 de dezembro de 1925 em Pinheiro, filho de Pedro João Seguins e Benedita Gomes Seguins. Bacharel em Ciencias jurídicas e Sociais pela faculdade de Direito de São Luis. Foi Promotor de justiça das Comarcas de Turiaçu, Cururupu, Codó, Brejo, e São Luis. Aposentado como Procurador de Justiça do Estado. Secretário de Educação e Cultura no Governo Newton belo e Procurador Regional da República em substituição. Eleito Vice-presidente do IHGM em 1972. No impedimento do então Presidente Rubem Almeida assumiu a presidência em 1973, completando o mandato de dois anos, sendo reeleito seis vezes consecutivas para a mesma função. Presidente de Honra na gestão 2010/2012. Sócio Honorário. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM SEGUINS, José Ribamar. NOSSA REVISTA Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 03 PLANO EDITORIAL DO IHGM. Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 83-84 CARTA AO GOVERNADOR LUIZ ROCHA Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 28-29 SEBASTIÃO ARCHER DA SILVA – O GRANDE BENEMÉRITO Ano LIX, n. 08, março de 1985 33-34 A LENDÁRIA E HISTÓRICA CIDADE DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 1115 CERTO DIA ESCREVI E DEDIQUEI Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 16 O MONTE CASTELO Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 07-10 CORRESPONDÊNCIA SOBRE MARIA FIRMINA DOS REIS Ano LXII, n. 14, março de 1991 85-92 BRASIL INDEPENDENTE No. 25, (s.d.) 122-143 HOMENAGEM AO DR. SALOMÃO FIQUENE – JUSTA HOMENAGEM QUE PRESTA O IHGM (INSTITUTO HISTÓRICO GEOGRÁFICO DO MARANHÃO) AO SEU ILUSTRE CONFRADE, EXTENSIVA AOS SEUS FAMILIARES. , REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 53


CADEIRA 22 – OCUPANTE ATUAL: EUGES SILVA DE LIMA

CÉSAR AUGUSTO MARQUES Por Euges Silva de Lima 136 Nasceu na cidade de Caxias, Maranhão, no Largo do Poço, em 12 de novembro de 1826, filho de Augusto José Marques e da caxiense Maria Feliciana Marques. O pai era boticário, oriundo de Caldas da Rainha, Portugal que se estabeleceu em Caxias, em 1814. César Marques teve três irmãos, o Comendador Augusto César Marques, Adelaide Maria Marques e Guilhermina Maria Marques. Tinha ancestralidade na nobreza portuguesa, descendia dos Berredos de Lacerda e do famoso cronista colonial do Maranhão, Bernardo Pereira de Berredo e Castro, autor dos Anais Históricos do Estado do Maranhão. Em 1844, com dezoito anos, César Marques foi para Portugal, fazer Matemática em Coimbra, mas após dois anos, foi obrigado a interromper os estudos e retornar ao Maranhão, pois a Universidade foi fechada em conseqüência das convulsões políticas que ocorriam em Portugal naquele momento. Depois de um período de três anos que estava de volta ao Maranhão, resolve retomar seus estudos, dessa vez na área médica e em 1849 vai para Bahia, cursar medicina na Faculdade de Salvador. Conclui o curso em 1854, obtendo o grau de doutor em medicina com a tese “Breve memória sobre clima e moléstias mais freqüentes da província do Maranhão”, daí ser conhecido como Dr. César Marques, devido sua formação médica. Na Bahia, casa-se com Maria Joaquina Regis, dessa união nasceu uma filha, Eugênia Laura Evangelina Marques. Nessa província deu início a sua carreira profissional entrando para o corpo médico do Exército Imperial, assumindo a patente de alferes, em seguida veio servir no Maranhão, sendo transferido em 1856 para Manaus, onde lecionou matemática no Liceu amazonense. No ano seguinte retorna novamente ao Maranhão, assumindo vários cargos ligados à saúde pública, como Provedor da Saúde do Porto e Secretário da Comissão de Higiene Pública. C om a segunda esposa, Rita de Cássia Marques, teve mais dois filhos, Augusto José Marques e João Batista Augusto Marques. Em 1858, o Dr. César Marques é transferido novamente, dessa vez para a província do Piauí, a partir daí o vai e vem das transferências e o pouco tempo de permanência pelas várias províncias do norte, por força de sua condição de militar, acaba cansando-o, e ele então pede baixa da corporação militar. 136

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É nesse momento, quando de sua saída do Exército Imperial, fixando residência em São Luís, com mais tranqüilidade, começa a se dedicar com mais afinco à pesquisa acerca da história do Maranhão, sempre conciliando as obrigações de médico com o ofício de historiador. Como médico, trabalhou no Seminário das Mercês, na Guarda Nacional e na Casa dos Educandos Artífices. Também foi professor de história no Seminário da Companhia dos Aprendizes de Marinheiros, mordomo da Casa dos Expostos e Delegado Literário da Freguesia de N. S. da Vitória. Sua produção literária é vasta, começa quando ainda era acadêmico de medicina, em Salvador, lá, publicou em 1852, duas traduções do francês, “Provas da existência do outro mundo, fundadas sobre a natureza, história, filosofia e religião” e “ Conquistas da Religião Cristã”, de M.V. Robert. Em São Luís sua produção historiográfica começa a tomar corpo a partir de 1861, quando publica o “Almanaque Histórico de Lembranças Brasileiras”, o primeiro de uma série de três, publicando os outros nos anos subseqüentes. Em 1862, lança “Breve memória sobre a introdução da vacina no Maranhão”. Dois anos depois, em 1864, já com certa bagagem em termos de pesquisas históricas sobre o Maranhão, César Marques, publica os “Apontamentos para o Dicionário Histórico, Geográfico e Estatístico da Província do Maranhão”, uma espécie de ensaio para sua obra mais importante, o Dicionário Históricogeográfico da Província do Maranhão de 1870. A idéia de se publicar um dicionário histórico-geográfico sobre o Maranhão era algo que acompanhava César Marques desde a época da faculdade de Medicina, em Salvador. Segundo ele, fora sugerido por dois amigos, o Arcebispo da Bahia, D. Romualdo Antônio de Seixas, Marquês de Santa Cruz e o Coronel Inácio Acioli de Cerqueira e Silva, que constantemente insistiam em cobrá-lo tal empreendimento. Sobre isso, assinala Marques (1970): Dada a palavra, buscamos logo satisfazê-la, e por isso julgamos prudente estudar, e estudar muito a História Pátria. A publicação do Dicionário Históricogeográfico da província do Maranhão, pela Tipografia do Frias, 1870 e mesmo sua primeira versão, na forma de apontamentos, 1864, representou algo inovador na época, pela abrangência da obra e totalidade como busca tratar a história do Maranhão. Tivera uma recepção elogiosa na imprensa, rendendo a seu autor muito prestigio como historiador, dentro e fora da província, recebendo importantes condecorações, tais como Cavaleiro da Real Ordem Militar Portuguesa de Nosso Senhor Jesus Cristo, concedida pelo Rei de Portugal e a Imperial Ordem da Rosa, conferida por D. Pedro II. César Marques publicou ainda, “Aos meus meninos, contos úteis”, 1872; “Discurso que por ocasião de colocação da pedra fundamental para a edificação do prédio, onde deve funcionar a escola pública da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição”, 1873. Traduziu no mesmo ano, 1874, pela primeira vez para o português, os dois livros dos capuchinhos franceses, “História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e suas circunvizinhanças de Claude D`Abbeville,1614 e Viagem ao Norte do Brasil feitas no ano de 1613 a 1614 de Yves D`Evreux, 1615, além de inúmeros artigos publicados em jornais e revistas. Foi membro de diversas sociedades literárias e científicas regionais, nacionais e estrangeiras, sócio correspondente de praticamente todos os Institutos Históricos provinciais de sua época, fundados a partir de 1862 e 1863, como o pernambucano e o baiano respectivamente. Participou da fundação do primeiro Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão no século XIX, a exemplo do que ocorria nas demais


províncias do país, principalmente as do norte. Nesse sentido, afirma Nicolau Dino, no seu livro “O Visconde de Vieira da Silva” (1974): Em 28 de julho de 1864, Luiz Antônio Vieira da Silva era aclamado presidente do Instituto Histórico e Geográfico que se fundava naquele dia, em casa de Augusto Marques e com a colaboração deste, do Tenente Coronel Ferreira, padre Dr. Cunha, João da Mata, Dr. César Marques, Dr. Tolentino Machado, Tenente Coronel João Vito, Dr. Tolentino Rêgo, Pedro Guimarães e Frei Caetano. (grifo nosso) Segundo Raimundo Nonato Cardoso, na apresentação da segunda edição do Dicionário Históricogeográfico (1970), César Marques já se encontrava no Rio de Janeiro em 1875, ocupando o cargo de Reitor do Internato do imperial Colégio Pedro II, ficando no cargo até 1880, quando foi sucedido por seu comproviciano Antônio Henriques Leal. Na capital do Império, publicou “A província do Maranhão, breve memória”, 1876 e “Dicionário histórico, geográfico e estatístico da província do Espírito Santo”, 1878, resultado de uma encomenda feita pelo presidente dessa província. Tendo livre acesso ao rico acervo do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil, o IHGB, do qual era membro, assim como aos demais arquivos do Império na Corte, tendo consultado talvez os famosos documentos da Câmara de São Luís do período colonial, levados para Corte por Gonçalves Dias em 1851, em missão do governo imperial, César Marques continuo no Rio de Janeiro suas pesquisas sobre o Maranhão e trabalhava numa segunda edição revista e ampliada do seu Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, cuja publicação estava prevista para 1882 e que acabou não ocorrendo. O Dicionário Históricogeográfico só foi ter sua segunda edição, em 1970, patrocinada pela então SUDEMA (Superintendência do Estado do Maranhão). Em 2009, ganhou uma terceira edição, revista e ampliada pelo escritor Jomar Moraes, ex-presidente da Academia Maranhense de Letras. Continua a ser ainda hoje, obra valiosa, fundamental e de referência para todos aqueles que estudam e pesquisam qualquer assunto sobre a história do Maranhão. César Marques morreu aos 73 anos, em 5 de outubro de 1900, na casa do filho João Batista, no Rio de Janeiro. CÉSAR AUGUSTO MARQUES Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz 137 Nasceu em Caxias a 12 de dezembro de 1826. Filho do Dr. Augusto José Marques, um farmacêutico português estabelecido na cidade de Caxias no início do século XIX. Fez os seus estudos secundários em São Luís do Maranhão. Concluiu o curso de Medicina em Salvador, na então Província da Bahia, em 1854. Ainda moço e estudante passou a integrar os grêmios literários de sua época, pois logo em 1854 era membro correspondente da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional do Rio de Janeiro; membro da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, em 1857; membro do Ateneu Maranhense, em 1860; do Ateneu Paraense, 1861; da Sociedade de Beneficência Luso-Maranhense, 1861; do Instituto Histórico e Geográfico RioGrandense, 1863; do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, 1863; da Imperial Academia de Medicina do Rio de Janeiro, 1864;do Instituto Histórico e Etnográfico do Brasil, 1865; do Instituto Literário Maranhense, 1865; do Conservatório Dramático da 137

http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9sar_Augusto_Marques ; http://www.ape.es.gov.br/bib_Cesar_Marques.htm


Bahia, 1866; da Manumissora 28 de Julho, 1869; do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano e da União Católica do Rio de Janeiro, 1870. Foi sócio ainda, da Real Sociedade Humanitária do Porto, 1858; do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, 1863. Médico, professor, escritor, tradutor e historiador brasileiro. Traduziu a importante obra sobre o Maranhão colonial do capuchinho Yves d'Evreux. Foi agraciado com as comendas da Ordem Militar de N.S. Jesus Cristo, de Portugal; Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa do Brasil e Oficial da Academia da França. Obra: Diccionario Historico, Geographico e Estatistico da Província do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1878. 248p. Dicionário Histórico Geográfico da Província do Maranhão (3ª ed.). Rio de Janeiro: Cia. Editora Fon-Fon e Seleta, 1970. 683 p. História da Missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e suas circunvizinhanças pelo padre Cláudio d'Abbeville. Maranhão: Typ. do Frias. 1874. César Marques é patrono da cadeira no. 35 da Academia Maranhense de Letras, da de n07 da Academia Caxiense de Letras e de no. 22 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Faleceu no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 1900. DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO – PATRONO DA CADEIRA 35

FERNANDO EUGÊNIO DOS REIS PERDIGÃO Por Euges Silva de Lima 138 Nasceu em São Luís, em 1908 e faleceu no Rio de janeiro, em 1990. Sucedeu seu pai no IHGM, Domingos de Castro Perdigão, sobre quem falaremos mais adiante. Formou-se na Faculdade de Direito do Maranhão, onde depois se tornou Catedrático de sua sucessora, a Faculdade de Direito de São Luís. Exerceu vários cargos públicos durante sua vida, tanto em São Luís, como no Rio de Janeiro, onde foi diretor jurídico dos Diários Associados. Foi também jornalista e escreveu em vários jornais de São Luís, inclusive o Imparcial. Escreveu o livro “Contribuição do Maranhão à Cultura Jurídica Brasileira” e pertenceu a Academia Maranhense de Letras. Em São Luís, há uma escola publica estadual de ensino médio, localizada à Avenida Castelo Branco no bairro do Monte Castelo batizada com seu nome. 138

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REIS PERDIGÃO Nasceu em São Luís (MA), em 1908, estudou Primário e Secundário no Liceu Maranhense, formado em Direito. Exerceu a profissão em órgãos do Estado, em Bancos, foi membro da CMF, professor de economia da Faculdade de Direito da UFMA. Advogado e jornalista. Membro do IHGM (FARIA, 2005, p. 573). Empossado na AML em 1951. REIS PERDIGÃO Nascido em 05 de janeiro de 1908. Ocupou a cadeira 13 da Academia Maranhense de Letras, patronada por José Candido de Mendes e Silva. Participou ativamente dos movimentos revolucionários de 1922,1924 e 1930. Como jornalista teve atuação destacada escrevendo editoriais para O Imparcial. Em 1951, aprovado no concurso para ministrar a disciplina Economia Politica vincula-se ao quadro de docentes da Faculdade de Direito da Fundação Paulo Ramos e no mesmo ano é nomeado por decreto do presidente Getúlio Vargas

RAIMUNDO NONATO TRAVASSOS FURTADO Por Euges Silva de Lima 139 Raimundo Nonato Travassos Furtado, era vianense, nasceu em 1912 e faleceu em São Luís, em 1990. Foi um atuante jornalista, trabalhando em diversos jornais de sua época, como a Folha do Povo, O Combate, A Tribuna, Diário do Maranhão e o Diário do Norte. Foi Deputado Estadual por dois mandatos, primeiro pelo PR, depois pelo PSD. Era também poeta, escreveu “No Mundo Encantado da Trova” e “Poema das Estrelas”. Pertenceu a diretoria deste sodalício, sendo diretor de divulgação. TRAVASSOS FURTADO Nasceu em Viana em 16 de junho de 1912, filho de Raimundo Zacarias Furtado e Raimunda Travassos Furtado. Contador, Jornalista, Poeta, Historiaodr e Cientista. Deputado Esatdual em 1947, reelegendo-dse até 1967. Fundador da antiga Academia dos Novos do Movimento Maranhense dos Trovadores e Diretor da Radio Timbira do Maranhão. Foi Diretor do Serviço de Divulgação do IHGM Contribuições na Revista do IHGM TRAVASSOS FURTADO FRANCISCO ALVES CAMÊLO NO INSTITUTO HISTÓRICO Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 23-24 139

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA DE N.º 22, COMO SÓCIO EFETIVO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO; Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 94 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012


JUVENTUDE COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 17 O PALÁCIO DOS LEÕES E SUA HISTÓRIA Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 11-16 HALLEY, MENSAGEIRO D NOVAS ESPERANÇAS PARA O BRASIL Ano LX, n. 11, março de 1986 5261 A CIÊNCIA SEMPRE VENCE ano LX, n. 12, 1986 ? 46-51 CANUDOS: 5d outubro d 1897 No. 19, 1997 69-72

CARLOS ORLANDO RODRIGUES DE LIMA Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz Nasceu em São Luís, a 14 de março de 1920. Técnico em contabilidade fez os cursos de Crítica Cinematográfica; História Cultural e Social de São Luís; Cenotécnica; Interpretação Teatral; Folclore; Museologia; Arte Moderna; Iniciação às Artes Plásticas; Museografia; Metodologia do Uso de Fontes Orais. Funcionário aposentado do Banco do Brasil, historiador, folclorista, escritor, ator e poeta. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e da Comissão Maranhense de Folclore. Colabora na imprensa de São Luís, no jornal O Estado do Maranhão, na coluna Quinquilharias. Carlos de Lima foi ator de teatro. Atuou nas peças encenadas pelo grupo Teatro Experimental do Maranhão (Tema), sob a direção de Reinaldo Faray: “A ratoeira”, de Agatha Christie; “Gimba presidente dos valentes”, de Gian Francesco Guarniere; “O processo de Jesus”, de Henri Ghéon; “A revolução dos beatos”, de Dias Gomes; “Por causa de Inês”, de João Mohana. No cinema atuou em “A faca e o rio”, dirigido por Sloizer; “Uirá, um índio à procura de Deus”, dirigido por Gustavo Dahl; “Carlota Joaquina”, dirigido por Carla Camurati. Como escritor, publicou: (Fonte: Site AML) a) folclore: Bumba-meu-boi, 1968 (2ª ed. 1973, 3ª ed. 1982); Bumba-meu-boi do Maranhão, 1969 (coletânea de toadas); A festa do Divino Espírito Santo em Alcântara, 1972 (2a ed. 1988); Lendas do Maranhão. São Luís: [s.n.], 2006. b) história: História do Maranhão, 1981; Vida, paixão e morte da cidade de Alcântara, 1997; Caminhos de São Luís: ruas, logradouros e prédios históricos, 2002; Breve história da Igreja dos Remédios de São Luís do Maranhão, 2004; História do Maranhão: a colônia. São Luís: Instituto Geia, 2007. c) cordel: Carta ao compadre Triburtino, 1995; ABC do SEBRAE, 1995; Lendas do Maranhão, 1996. Publicou ainda: “As minhas e as dos outros: estórias maranhenses”, 1988, livro de crônicas e contos; “Uma elegia, Réquiem para um menino”, 1982; com Mário Meireles e Kátia Bogea, “Palácio Arquepiscopal: 100 anos de história”, 2002.


Contribuições na revista do IHGM LIMA, Carlos de DISCURSO DE POSSE DO HISTORIADOR CARLOS DE LIMAO IHGM, CADEIRA NO. 22 No. 18, 1997 42-70 A QUEIMAÇÃO DO JUDAS No. 21, 1998 53-66 SOBRE OS 500 ANOS DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL No. 21, 1998 111116


CADEIRA 23 OCUPANTE ATUAL: JOÃO FRANCISCO BATALHA

PATRONO: LUÍS ANTONIO VIEIRA DA SILVA Por João Francisco Batalha 140 Filho do maranhense Joaquim Viera da Silva, Luís Antônio nasceu em Fortaleza-Ceará, em 02 de outubro de 1828. Ainda criança, veio morar no Maranhão. Seu pai figura de proa do Império, foi juiz, político, deputado geral, senador, presidente das províncias do Maranhão e do Rio Grande do Norte e ministro do Supremo Tribunal de Justiça. Maçom militante pertenceu à famosa sociedade dos Jardineiros, ordem maçônica reformadora, que atuava e tinha como pátria Coimbra; cidade de memoráveis tradições estudantis elevadas histórias de cultura e, nessa condição, fundou, em São Luís, a Loja Maçônica Vera Cruz. Como o pai, Luís Antônio também foi político, maçom e estadista, dominava, além da poesia, o jornalismo e a história. Tão logo concluiu o curso primário, no Rio de Janeiro, seguiu para a Alemanha, onde estudou na Universidade de Heidelberg, no Grão-Ducado de Baden, tendo se formado em leis Cânones. De lá retorna ao Maranhão, onde foi investido na função de Secretário de Governo do Estado e diretor de terras públicas. Aqui, entre nós, dedica-se à advocacia e à política, sendo eleito deputado para a Assembléia Provincial. Posteriormente, para a Assembléia Geral. Em 1867 se elege, novamente, deputado à Câmara Geral. Entre os anos de 1869 e 1870, exerce a Presidência da Província do Piauí. Em 1871 toma posse no Senado Federal pela Província do Maranhão; em 1876 é eleito vice-presidente da Província do Maranhão. Em 1885, o Conselheiro Luís Antônio Vieira da Silva é eleito, pela Maçonaria, GrãoMestre e Grande Comendador do Grande Oriente do Brasil, ao tempo em que seu nome passa a ser inserido na relação dos grandes maçons brasileiros. Em 1888 ocupa a pasta da Marinha. Abolicionista e grande defensor da causa, ante a hesitação de seus colegas quanto à lei que abolia imediatamente a escravatura, é dele a memorável frase: “quero já”, dita com a energia que é própria dos Vieira da Silva, em prol da imediata adoção de medidas que colocassem em liberdade todos os cativos do Brasil. Em recompensa pela sua atuação na abolição da escravatura, é agraciado com o título de Visconde de Vieira da Silva, com honras de grandeza. Como Senador do Império, sobressaiu-se com bravura cívica, abordando questões religiosas, pregando a ética, os bons princípios e o aperfeiçoamento dos costumes. Proclamava respeito à democracia e à autoridade constituída; solidariedade através dos princípios de igualdade, liberdade e fraternidade, os mesmos preceitos da revolução 140

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francesa. Grande orador, no Senado, foram famosos seus discursos que, muitas vezes, imobilizavam o interlocutor, tamanho era o poder de suas palavras. Famosos seus discursos em favor da Maçonaria quando, principalmente, provocado por Cândido Mendes, outro grande tribuno, jornalista, jurista, escritor e geógrafo, natural da cidade de Brejo, em nosso Estado, e Patrono da Cadeira nº19 deste sodalício. O jurista brejense foi defensor da Igreja Católica e advogado dos bispos Dom Pedro Maria de Lacerda, do Rio de Janeiro; e Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira e Antônio Macedo Costa, de Olinda e Belém, respectivamente, expoentes intelectuais de sua classe, os quais faziam protestos contra a ordem maçônica e lançavam penas espirituais contra irmandades e ordens que estavam ligadas à Maçonaria ou entregues a maçons. Redator dos jornais “A Situação” e “A Nova Época”, Vieira da Silva escreveu, a título de colaboração, para os periódicos “Instrução e Recreio”, “Jornal das Senhoras” e “Correio de Modas”. Advogado e historiador, em 1862 publica “História da Independência da Província do Maranhão”, e, em 1885, “História Interna do Direito Romano Privado até Justiniano”. A primeira das obras, importante subsídio à história política, econômica, social e literária do nosso Estado e que, pelo seu brilho intelectual, como agente do processo-histórico do Maranhão, se tornou obra clássica e rara em nossa historicidade. A segunda, dirigida à disciplina das relações jurídicas das pessoas; foi, também, o primeiro trabalho do gênero publicado em língua portuguesa. O patrono da Cadeira 23 deste sodalício soube ser um modelo de político, intelectual e escritor. Além de banqueiro, advogado, deputado provincial, deputado geral, secretário de Governo, ministro da Marinha, fidalgo cavaleiro da Casa Imperial e conselheiro de Estado. Maior estadista maranhense de século XIX foi Comendador da Imperial Ordem da Rosa, Grão-Mestre da Maçonaria Brasileira, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia de Ciências de Lisboa e da Sociedade Geográfica do Rio de Janeiro. Vulto maranhense dos mais cativantes, faleceu no Rio de Janeiro, em três de novembro de 1889, no exercício do Grão-Mestrado da Maçonaria Brasileira. O bispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Pedro de Lacerda, proibi-lhe exéquias fúnebres, em torpe e inaceitável instrumento de vingança e ódio que causou indignação à Maçonaria universal. O senador maranhense que, de forma digna, em célebres pronunciamentos defendeu a separação da Igreja do Estado, deixou riquíssimas lições de ética e cultura nos anais do parlamento brasileiro, valiosos escritos e composições poéticas inéditas, e abriu no cenário da República a discussão da “Questão Religiosa” tão debatida em nosso país no século XIX. O Visconde de Vieira da Silva é Patrono da Cadeira nº 28, da Academia Maranhense de Letras, fundada por Carvalho Guimarães, cujo atual ocupante é o poeta José Chagas. Patrono, também, da Cadeira nº 27, da Academia Maçônica Maranhense de Letras, cujo ocupante e primeiro titular é culto confrade Antônio Sabóia Maia Rabelo. Que falem melhor o Senado da República, o Grande Oriente do Brasil, a Academia de Ciências de Lisboa e Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, que mantêm a lembrança arrebatadora do grande homem público que foi o Visconde de Vieira da Silva.


LUÍS ANTONIO VIEIRA DA SILVA Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 141 Nasceu na cidade de Fortaleza – CE, em 02 de outubro de 1928, quando seu pai Joaquim Vieira da Silva e Sousa encontrava-se nessa cidade a serviço; por isso diziam que ‘ele era maranhense nascido no Ceará’. Formou-se em Leis e em Canones em 1849 pela Universidade de Heidelberg, uma das mais antigas da Alemanha, fundada em 1386. Casou-se no Maranhão, na Igreja matriz do Itapecuru a 03 de março de 1851 com Maria Gertrudes Gomes de Sousa, filha do coronel Inácio Gomes de Sousa e Antonia Gertrudes de Brito. Casou-se em segundas núpcias, em São Luis do Maranhão a 20 de abril de 1855, com Maria Gertrudes da Mota Azevedo Correa, natural do Rio Grande do Sul, filha de João Tiberio da Mota Azevedo Correa e de Raimunda de barros Vasconcelos. Desse segundo matrimonio teve os filhos: Maria Gertrudes Vieira da Silva, Raimundo José Vieira da Silva; Helena Vieira da Silva; e Maria José Vieira da Silva. Fidalfo Cavalheiro da casa Imperial, iniciou a vida pública em 1854, como secretário do Governo do Maranhão. Em seguida, foi Procurador da Fazenda geral do Maranhão.; Representou a Provincia do Maranhão na assembleia Geral de 1860 a 1861; na Assembleia de 1861 a 1864 e de 1867 a 1871. Nesse ultimo período, tomou assento no Senado do Imperio, por Carta Imperial de 13 de maio de 1871. Foi também Conselheiro do Imperador. Era ministro da marinha quando da promulgação da lei que extinguiu a escravidão. Foi escolhido pelo Imperador Pedro II para organizar o ministério seguinte, no entanto em virtude da grande da grande dessidencia reinante em seu partido, desistiu de faze-lo. Foi Comenmdador da Imperial ordem da Rosa, Grão-Mestre da maçonaria Brasileira; membro do IHGB; da Academia de Ciencias de Lisboa; da Sociedade Geográfica do Rio de Janeiro. Escreveu: Historia Interna de Direito Romano Priovado até Justiniano – 1854; A Historia da Independencia da província do maranhão – 1862. Colaborou no Jornal de Instrução e recreio; no Kornal das Senhoras; e Correio de Modas. Em 18 de junho de 1863 surge o jornal A Situação, órgão do Partido Conservador, do qual foi um dos redatores; A Nova Epoca, também conservador, foi por ele redigida; Os discursos de Vieira da Silva como deputado e senador foram famosos, e ainda servem de tema para muitos escritores. O VISCONDE DE VIEIRA DA SILVA Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz 142 141

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Natural de Fortaleza - CE, filho de Joaquim Vieira da Silva e Souza (ex-ministro do STJ) e Columba Sant'antonio de Souza Gayoso; foi um advogado, banqueiro e político. Deputado Provincial - 1860 a 1861; Deputado Geral - 1861 a 1863; 1867 a 1868; 1869 a 1871; Presidente da Província do Piauí de 6 de dezembro de 1869 a 9 de abril de 1870 e de 22 de abril a 7 de maio de 1870; Ministro de Estado Marinha; e Conselheiro de Estado; e senador do Império do Brasil de 1871 a 1889. Título: Visconde de Vieira da Silva. Histórico Acadêmico: Direito Heidelberg. Trabalhos Publicados - História interna do direito romano. RJ. 1854. - História da independência da província do maranhão. Maranhão, 1862. - Questão religiosa (discurso). RJ, 08/03/1873. - Voto de graças (discurso). RJ, 1847. - Força naval (discurso). RJ, 08-06-1888. - A ciganinha do norte (poesias). RJ, 1854. Faleceu em 3 de novembro de 1889 LUÍS ANTONIO VIEIRA DA SILVA, o Brigadeiro Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz 143. Nascido em 5 de Agosto de 1760, na Freguesia de São Vicente de Fora, Lisboa. Falecido em 12 de Novembro de 1825, em São Luís. Casado, em 13 de Janeiro de 1794, em São Luís, com Dona MARIA CLARA GOMES DE SOUSA, nascida em 1 de Agosto de 1777, na Freguesia de Nossa Senhora das Dores, Itapecuru Mirim, Maranhão. Falecida em 17 de Novembro de 1862, em São Luís. Filha de José Antonio Gomes de Sousa e de Dona Luiza Maria da Encarnação. Neta paterna de Antonio Gomes de Sousa e de Dona Mariana das Neves, a Neta. Neta materna de José Luís Barbosa e Rosa Helena Garrido. Bisneta paterna de Antonio de Sousa e de Dona Joana Gomes. Bisneta paterna de Felipe Marques da Silva e de Dona Rosa Maria do Espírito Santo. Bisneta materna de Pedro Gonçalves Garrido e de Dona Maria da Silva. Terceira neta paterna João Francisco da Silva e Mariana das Neves. Terceira neta paterna de Antonio da Silva Carvalho e de Dona Ignácia da Silva Mello. Quarta neta paterna de João Gaspar das Neves. Foram Pais de: 2.1 Ana Rita Vieira da Silva. Nascida em 6 de Agosto de 1795, na Fazenda da Conceição, no Itapecuru. Falecida em 31 de Maio de 1863, em São Luís. 2.2 José Vieira da Silva. Capitalista e Comendador. Nascido em 20 de Novembro de 1796, e falecido em 16 de Setembro de 1865, em São Luís. Foi testemunha do 142

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Ant%C3%B4nio_Vieira_da_Silva http://www.senado.gov.br/senadores/senadores_biografia.asp?codparl=2035&li=20&lcab=18861889&lf=20 ; http://nobiliarquia.blogspot.com/2008/11/luiz-antonio-vieira-da-silva.html 143 http://vieirasdeguimaraes.blogspot.com.br/2010/08/vieira-da-silva-maranhao.html


casamento de sua prima irmã, Dona Maria Clara Vieira da Silva com o Desembargador Dr. José da Mota de Azevedo Corrêa, pais do poeta Raimundo Corrêa, seu sobrinho. Em 1850 foi signatário de uma “Relação Nominal dos Lavradores e Negociantes que subscreverão com donativos em favor da limpeza do rio Itapecuru”, com a quantia de 50$000. Casado, em 4 de Outubro de 1829, com Dona Maria Gertrudes de Souza Gayoso, nascida em 1796, no Maranhão, e falecida em 16 de Setembro de 1865. Com Geração; 2.3 Maria Rita Vieira da Silva. Nascida em 9 de Abril de 1798 e falecida em 26 de Novembro de 1834, em São Luís; 2.4 Joaquim Vieira da Silva e Sousa. Ministro e Conselheiro do Império. Fidalgo Cavaleiro tendo recebido o foro em 19 de março de 1855. Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo. Foi Ministro do Supremo Tribunal da Justiça, do Império, da Marinha e da Guerra. Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, em 21 de Junho de 1822. Juiz de Fortaleza, Ceará. Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes. Ouvidor da Província do Ceará. Desembargador da Relação do Maranhão. Deputado da Junta do Comércio do Maranhão. Ministro do Supremo Tribunal da Justiça. Presidente de Província de 1832 a 1833 e de 1833 a 1834. Deputado Geral, de 1834 a 1834 e de 1838 a 1841. Senador de 1860 a 1864. Membro da 1ª Câmara Independente de São Luís. Em 1836, era Membro da Sociedade Litteraria do Rio de Janeiro, ao lado do Visconde de Cayru, fallecido, José Bonifácio Andrada e Silva e do Marques de Paranaguá, entre outros. Teve confirmação de sesmaria em 8 de Abril de 1788. Casou-se em 16 de Julho de 1827, com sua prima Columba de Santo Antonio de Souza Gayoso, nascida em 9 de Setembro de 1808, em Codó, e falecida em Agosto de 1888, filha do Tenente Coronel Raimundo José de Souza Gayoso, nascido em 1747, na Argentina, e de Dona Ana Rita Gomes de Sousa, Patriarcas da Família de Souza Gayoso. Com Geração. Em 8 de Abril de 1788 recebeu Sesmaria no Maranhão, junto ao Rio Turiaçu. Em 20 de Dezembro de 1796 recebeu Carta Patente de Capitão dos Auxiliares. Em 1804 requer a confirmação no posto de Capitão Mor do Regimento de Milícias da Ribeira de Itapecuru. Ainda em 1804 requer a confirmação no Comando da Fortaleza da Ribeira de Itapecuru e Carta de Brasão em 30 de Julho de 1804. Em 1850 foi signatária de uma “Relação Nominal dos Lavradores e Negociantes que subscreverão com donativos em favor da limpeza do rio Itapecuru”, como Dona Maria Clara de Souza Vieira, com a quantia de 50$000. LUÍS ANTONIO VIEIRA DA SILVA, o Capitalista Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz 144 Nascido em 30 de Agosto de 1722, em Vila de Guimarães, Freguesia do São Sebastião, Arcebispado de Braga, Portugal, filho de JOSÉ VIEIRA DA SILVA e Josefa da Silva. Neto paterno de Torcato Vieira e Jeronima Fernandes. Neto materno de Jerônimo Mendes da Silva e Maria Francisca. Bisneto paterno de Antonio Vieira e Jeronima Francisca. Bisneto paterno de João Francisco e Jeronima Fernandes de Almeida. 144

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Bisneto materno de Pascoal Mendes e Serafina da Silva. Bisneto materno de Baltazar Francisco. Terceiro neto paterno de Jerônimo Gonçalves e Jeronima Gonçalves. Terceiro neto paterno de Gervásio Francisco e de Dona Maria Francisca. Terceiro neto paterno de Domingos Fernandes e Damásia Gomes. Terceiro neto materno de Antonio da Silva e Francisca Mendes. Terceiro neto materno de Jerônimo Martins e Margarida. Quarto neto paterno de João Gonçalves e Inês Pires Gonçalves. De Gonçalo Jorge e Maria Jorge Martins. De Gonçalo Pires e de Dona Maria Francisca. De Belchior Fernandes e de Dona Filipa Gomes. Quinto neto paterno de Pedro Vicente do Souto. De Jorge Anes e Ana Jorge. De Jorge Anes e Catarina Anes. De Vasco Dias. De Sebastião Gonçalves. De Isabel Gomes. Sexto neto paterno de Gonçalo Álvares e Margarida Gonçalves. Foi o primeiro do nome em terra maranhense. Natural da Freguesia de São Sebastião, na Vila de Guimarães, vivia em Lisboa onde se casou e teve os primeiros filhos, vindo para o Brasil por volta dos anos 40 do Século XVIII. Casado, em 24 de Fevereiro de 1753, na Freguesia de Santa Maria da Madalena, em Lisboa, com Dona ANA MARIA DA ASSUNÇÃO. Nascida e batizada em 1732, na Freguesia de Nossa Senhora Madalena, em Lisboa. Falecida em 8 de Setembro de 1799, em São Luís. Filha legítima de Francisco Pires Monção e Bernarda Luísa. Em 1796, já viúva do Capitão José Vieira da Silva, fez realizar no Oratório Particular de suas terras, o casamento de Simplício Dias da Silva com Maria Isabel. Teve a mercê de uma Carta de Sesmaria junto às margens do Rio Itapecuru onde se fixou. Era homem de grande fortuna, obtida, talvez na exportação de arroz e na administração da Companhia do Comercio, mas o mais provável é que tenha sido no comércio de escravos. Em documento do Arquivo Ultramarino temos a extensão da sua fortuna: ofereceu-se para construir por conta própria um cais e um forte em São Luís. Nomeado em 7 de Junho de 1755, quando da criação da Companhia Geral do Comércio do Grão Pará e Maranhão. Agricultor foi pioneiro da plantação e exportação do arroz, superior ao arroz americano. Capitalista, era sócio do nobre irlandês Lourenço Belfort, que também vivia em Itapecuru e se casou com Dona Anna Thereza de Jesus Marques da Silva, irmã de Dona Mariana das Neves. Participou da Guerra da Independência, no Maranhão. Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo. Capitão da Companhia Solta da Cavalaria do Maranhão. Diretor da Companhia Geral do Comércio do Grão Pará. Falecido em 4 de Fevereiro de 1796, em São Luis do Maranhão.

DOMINGOS AMÉRICO DE CARVALHO Por João Francisco Batalha 145 145

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Domingos Antônio de Carvalho, foi o primeiro ocupante. Maranhense de Brejo, foi juiz de Direito na comarca de Rosário e Promotor Público em Barra do Corda. No Estado do Acre, foi Desembargador e presidente do Tribunal de Apelação. Retornado ao Maranhão, foi Diretor de Instrução Pública e fundou o jornal “A Pátria”. Detentor de invejável cultura jurídica e literária, orador fluente e jornalista brilhante, foi também professor de Latim do Liceu Maranhense. Casado com Clurubina Rojas de Carvalho, desse matrimônio nasceu Cid Rojas de Carvalho, brilhante deputado federal pelo Maranhão em seis legislaturas. DOMINGOS AMÉRICO DE CARVALHO Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 146 Nasceu no Brejo em 14 de março de 1877, filho de Inacio Joaquim de carvalho e America de Lima Carvalho. Colou grau aos 19 anos em Ciencias Juridicas e Sociais pela Faculdde de Direito do Re4cife-PE. Exerceu os cargos de Juiz de Direito no município de Rosario; de Promotor Publico de Barra do Corda; e Diretor de Instrução Pública. Foi desembargador no Acre e ali chegou a ocupar a presidência do Tribunal de apelação. Retornando ao maranhão fundou em São Luis o jornal A Pátria, órgão a serviço do Partido Democrático, de cujo diretório foi diretor. Portador de invejável cultura jurídica e literária, orador fluente, jornalista brilhante, deixou publicada três coletâneas de discursos, artigos políticos e históricos, alem do livro Novos horizontes e caquinadas. Profedssor do Liceu Maranhene, lecionou Latim. Sócio do IHGM desde o inicio, não foi considerado fundador conforme consta na Revista 1, 1926. Nesse ingressou já desembargador. Faleceu em 10 de março de 1944.

NICOLAU DINO DE CASTRO E COSTA Por João Francisco Batalha 147 Nicolau Dino de Castro e Costa, maranhense que se mudou para o Estado do Amazonas e, posteriormente, para Belém do Pará, onde concluiu o curso de Direito e iniciou a 146

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 147

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carreira jornalística no jornal “Folha do Norte”. De volta ao Maranhão, foi nomeado Promotor da Comarca de Grajaú. Promovido a Juiz de Direito, permaneceu naquela Comarca por muitos anos até quando fora transferido para a capital do Estado, onde, finalmente, foi promovido Desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão, de onde foi Corregedor, Vice-presidente e Presidente. Exerceu também o cargo de Presidente do Tribunal Regional Eleitoral e foi professor catedrático da Faculdade de Direito de São Luís. É pai do intelectual, ex-deputado e ex-prefeito Sálvio Dino, que pertence às Academias Imperatrizense de Letras e Maranhense de Letras, e avô do brilhante Deputado Federal Flávio Dino, que foi candidato a prefeito de São Luís nas eleições de 2008. NICOLAU DINO DE CASTRO E COSTA Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 148 Nasceu em Manauas-AM a 16 de maio de 1900, filho de José de Castro e Costa, maranhense que mudou sua residência para o Estado do Amazonas atraído pelo cilo da Borracha. A família muda-se para Belém, onde Nicolau concluiu os estudos secundários e ingressou na escola de Direito. Depois concuiu seus estudos de Ciencias Juridicas e Sociais em 1920. Inicia sua carreira jornalística na Folha do Norte. Retorna ao Maranhão e é noemado Promotor para a comarga de Grajaú, onde permanece por muitos anos. Promovido a juiz de Direito daquela comarga, lápermanece ate 1948, quando é nomeado Juiz da Capital. Em 1960 é nomeado Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado. Foi Corregedor, Vice-Presidente e Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão em 1955. Presidente do TER. Professor catedrático da faculdade de Direito de São Luis. Obras: Bacharéis, Mestres de Escolares – 1956; O primeiro dos três discursos de Vieira da Silva, 1952;O forte do itapecuru, 1948; O Visconde de Vieira da Silva, 1974. Faleceu em 1976 em São Luis. Contribuições na Revista do IHGM DINO, Nicolau O FORTE DO ITAPECURÚ Ano 2, n. 1, novembro de 1948 77-87 FORÇAS MILITARES CEARENSES NOS CAMPOS DO MARANHÃO Ano 28, n. 3, agosto de 1951 3143 O PRIMEIRO DOS TRÊS DISCURSOS CELEBRE DE VIEIRA DA SILVA Ano IV, n. 4, junho de 1952 4751

MERVAL DE OLIVEIRA MELO Por João Francisco Batalha 149 Merval de Oliveira Melo era natural de Tutóia, de onde foi prefeito. Advogado, poeta e exímio orador político, foi Deputado Estadual, tendo participado ativamente da vida social, política e intelectual do Maranhão. Jornalista prestou suas contribuições aos jornais “O Imparcial”, “Vanguarda”, “Folha de Tutóia” e “Jornal de Pinheiro”.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 149

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Professor universitário, lecionou disciplinas nas áreas de comunicação social, legislação trabalhista e crítica cinematográfica. Foi meu irmão de Maçonaria e Companheiro de Lions Clube Internacional, onde deixou traços permanentes de uma personalidade simples, sabendo, segundo palavras do historiador MERVAL DE OLIVEIRA MELO Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 150 Naceu em Tutoia em 05 de julho de 1923. Fez o curso ginasial no Ateneu teuixeira Mendes e o secundário no Centro caixeiral, em São Luis. Formou-se em Ciencias Juridicas e sociais pela faculdade de Direito de São Luis. Jornalista, poeta, exímio orador e político. Jornalista prestou sua contribuição ao jornal O Imparcial, na terra natal ao Vanguarda e depois fundou a Folha de Tutoia. Colaborou com o Jornal de Pinheiro. Foi Delegado do IAPETEC; Deputado estadual pela ARENA. Na qualidade de professor universitário, prestou contribuição aos cursos Complementação didático-pedagogica a professores; Curso de Aperfiçoamento em Comunicação; Legislação trabalhista; e critica Cinematografica. Socio do Lions Clube. Deixou valiosa contribuição na literatura como trovas, soentos, e livros; de dua autoria: Esperando a Missa do galo; 50 poetads maranhenses; Rio Preguiças; Tutoia; O Parnaiba; O Soldado er a morena colegial; O Brasil e suas riquezas; Os casadinhos de hoje; Pertenceu à Academia de Trovas. Faleceu tragicamente em 23 de junho de 2008, vitima de um assaltante, no ônibus em que viajava. Contribuições na revista do IHGM MELO, M. de O. DISCURSO DE POSSE DO CONFRADE Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 18-21

FRANCISCO DE ASSIS PERES SOARES Por Evandro Júnior151 O engenheiro eletricista maranhense Francisco de Assis Peres Soares estudou todo o curso primário na escola Santa Terezinha. Depois foi para o colégio Pituchinha, escola que deu origem ao Colégio Meng. Na antiga Escola Técnica Federal do Maranhão 150

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 151 http://www.facebook.com/#!/groups/324308197653931/ http://imirante.globo.com/oestadoma/semanal/perfil0704102/area-perfil.html


cursou Eletrotécnica, ingressou na Universidade Federal do Maranhão e fez pósgraduação na área de metodologia do Ensino de 3º grau na Universidade Estadual do Maranhão. O engenheiro passou boa parte de sua vida entre pesquisas e viagens para descobrir novos rumos para a ciência e tecnologia. Na Ilha de Páscoa, localizada no oceano pacífico, a 3.700 quilômetros da Costa Chilena, esteve pela primeira vez no ano de 1991. Lá, conseguiu comprovar que as enormes estátuas pascoenses erguidas em torno da ilha - os Moai - foram construídas para servir de pára-raios, um projeto que antecedeu em pelo menos três séculos os tradicionais pára-raios de Benjamin Franklin. A notícia tornou-lhe conhecido no Brasil inteiro e a partir de então seu nome passou a ser associado a tal descoberta, o que lhe rendeu um prêmio em dinheiro concedido pela Universidade Federal do Maranhão, bem como a publicação da obra intitulada “Páraraios de pedra da Ilha de Páscoa” (editora Edufma / 1994), tendo também sido manchete de jornais e revistas de grande circulação no país e participado de programas nacionais de televisão. No mesmo ano, o pesquisador também conseguiu provar que a civilização Inca conhecia a roda, contrariando assim toda a literatura técnica e científica sobre a história das civilizações. Seus trabalhos chegaram a ser apresentados na 55ª edição da Semana Oficial de Engenharia, realizada em Manaus, em 1998. Francisco também coordena atualmente o Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios (Prodeem) e o Projeto Monumenta/Alcântara, que pretende recuperar boa parte do patrimônio físico-cultural da cidade. É o mais jovem membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (2002), representando a terceira geração dos Soares que tiveram assento nessa instituição, fundada pelo bisavô Wilson Soares.


CADEIRA 24 OCUPANTE ATUAL: PAULO SÉRGIO CASTRO PEREIRA

PATRONO: ANTONIO ENES DE SOUSA Por Paulo Sergio Castro Pereira 152 Nasceu em São Luis, capital da Província do Maranhão em 1848, onde iniciou seus estudos. Por necessidade de aprofundá-los partiu para a Europa em 1867, visto que na província do Maranhão não era possível continuá-los, por falta de escolas ou faculdades a essa época. Na Europa, iniciou o curso de Engenharia na Escola Central, este foi interrompido por circunstancias que o obrigaram a retornar ao Maranhão, onde passou a dedicar-se às atividades comerciais. Após esse curto período em seu torrão natal, retornou em 1873 para a Europa, mais precisamente para a Suíça, onde obteve o título de doutor em Ciências Físicas e Naturais pela Universidade de Zurich, recebendo ainda pela mesma Instituição o grau de Engenheiro Geólogo. Continuou os estudos na Academia Real de Minas de Freyberg, na Saxônia, onde recebeu o diploma de Engenheiro em Minas. Paralelo à atividade de comércio,quando esteve no Maranhão, proferiu entre 1870 e 1873 diversas conferências públicas. Foi um dos fundadores da Biblioteca Politécnica do Rio de Janeiro. Ocupou o cargo de Diretor da casa da moeda e teve destacada participação em diversas comissões dentro de sua área de conhecimento. Como escritor Enes de Sousa, que viveu na mesma época do seu homônimo português, cujos trabalhos se voltaram mais para área de literatura e teatro nos deixou um importante legado científico e cultural. Em 1871 escreveu “Conferencias Públicas na Província do Maranhão” no mesmo ano escreveu “Discurso sobre a organização da Biblioteca Popular do Maranhão; Fez relatório acerca da exposição maranhense de 1871/1872 e 1872/1873, em dois volumes. Para obter o grau de Engenheiro de Minas em 1878, pela Academia Real de Minas de Freyberg, escreveu dissertação sobre a mineração e metalurgia do ouro; Estudo completo sobre os trabalhos de Desmonti” foi sua tese de concurso para a cadeira do curso de Minas da Escola Politécnica em 1881. É ainda de sua autoria “O trabalho e a vida Subterrânea” de 1880; “Natureza”, poemas: os metais, Ciências Vulgarizadas. Escreveu ainda artigos em jornais do Rio de Janeiro, São Pulo, São Luís e outros estados sempre versando sobre temas ligados as áreas de Ciências Naturais, questões sociais e Instrução Pública. Faleceu no Rio de Janeiro em 1920. JOSÉ DOMINGUES DA SILVA – PATRONO DA CADEIRA 41

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JOSÉ SILVESTRE FERNANDES Por Paulo Sergio Castro Pereira 153 Nasceu na Vila de Arari em 01 de Agosto de 1889, onde iniciou seus estudos permanecendo em sua terra natal até os nove anos de idade, quando foi encaminhado para São Luís para dar continuidade aos estudos. Ficou órfão de mãe logo após o nascimento. De mente brilhante fez magistério na Escola Normal do Maranhão, sendo aprovado pela banca examinadora de final de curso, recebeu o diploma de professor normalista aos 21 anos. Foi nomeado para exercer o magistério no município de Cururupu. Nesse município muito carente de escolas, criou o externato de Cururupu, preparando crianças desde alfabetização até a conclusão do ensino primário. Criou em 1924, o Instituto Cururupuense, considerado no período o mais avançado centro de ensino do interior maranhense, sendo apoiado nessa iniciativa pelo então prefeito de Cururupu o médico sanitarista Aquiles Lisboa. Por esse instituto passaram grandes expoentes das mais diversas áreas do conhecimento no Maranhão. Foi inspetor municipal e fundou ainda o jornal O Litoral em companhia do doutor Aquiles Lisboa. Foi nomeado inspetor de Ensino do Estado, além de exercer diversos cargos na Administração pública. Regressando de Cururupu exerceu a função de Professor das disciplinas; Geografia do Brasil, Geografia da América e Geral, Português e Histórico, no Colégio São Luís, Ateneu, Centro Caixeral e na Escola Normal. Migrou para o Rio de Janeiro, sendo nomeado diretor do DASP exercendo também a função de professor no Colégio Pedro II. Publicou os seguintes trabalhos, “Os semi-deltas do noroeste maranhense”, onde faz referências às condições do porto de São Luís e as formações de caráter deltaica produzidas pelas águas das correntes marítimas. In revista RGH – Ano II – no02 – junho 1947; “Os sambaquis do nordeste” in revista RGH – ano III – no 03 – fevereiro 1950; “O assoreamento da costa leste maranhense”.. In Geog. e História – ano II no01 – Nov. 1948 – São Luís - MA; “A Baixada maranhense” in RGH – ANO 1 – DEZ 1946 in Boletim Geográfico do CNG; “ Ilha dos Lençóis” in revista da academia maranhense de letras. Trata das lendas regionais, fenômenos da natureza confundidos pela superstição popular. “A industrial do Sal” in Indicador de Comércio e Indústria. Transcrito no RGH- Ano V – no 005-1954 – trata da área salímera do Estado. Entretanto quando professor em Cururupu escreveu diversos livros didáticos com a finalidade de melhor formar seus alunos. Tais livros foram editados, pela empresa Gráfica Tribuna em São Luís e posteriormente no Rio de Janeiro. “Cartilha das Crianças”; “Primeiro Livro das 153

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Crianças”; “Geografia” (série admissão) e ”Matemática das Crianças”; destinadas às 1 o, 2o, 3o e 4o séries. Foram obras adotadas nas escolas públicas e particulares do Maranhão e de outros estados. Foi casado em primeiras núpcias com dona Zita Carvalho Oliveira, teve cinco filhos e em segundas núpcias com a senhora Nydia Lígia Costa com quem teve três filhos. Ingressou na Academia Maranhense de Letras em 1948, ocupando a cadeira de no15 patroneada por Odorico Mendes e no mesmo ano Ingressa no Instituto Histórico e Geográfico ocupando a cadeira de no 24. Faleceu no Rio de Janeiro em 1971 aos 82 anos de idade. Contribuição na revista do IHGM FERNANDES, J. S. O ASSOREAMENTO DA COSTA LESTE MARANHENSE Ano 2, n. 1, novembro de 1948 99-106

SALOMÃO FIQUENE Por Paulo Sergio Castro Pereira 154 Nasceu em Itapecuru-Mirim – Estado do Maranhão em 27 de Outubro de 1907. Nessa cidade iniciou seus estudos tendo como mestra a poetisa Mariana Luz. Continuou seus estudos na Faculdade de Medicina da Bahia, este foi concluído na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1929. Defendeu tese perante a banca examinadora composta pelos ilustres, Carlos Chagas, Lindemberg e Rabelo, dos quais recebeu elogios. Seu trabalho sobre “Doenças de Nicolau Fevre” tornou-se clássico, sendo citado como o melhor estudo sobre o assunto durante muitos anos. Prestou memorável concurso para a Faculdade Nacional sendo aprovado em primeiro lugar para docente livre de Parapsicologia e foi, durante toda sua vida, o único Docente Livre dessa matéria naquela faculdade. Exerceu o cargo de diretor do Instituto Oswaldo Cruz. Estudou a aplicação da vacina tífica e publicou suas conclusões nos arquivos de Higiene do Departamento Nacional de Saúde. Participou da Fundação Paulo Ramos, grande empreendimento para o Maranhão, sendo eleito o primeiro diretor da Faculdade de Farmácia e Odontologia em 1944. Participou da criação das faculdades de Filosofia de São Luís e da escola de Serviço Social. Exerceu além dos já citados muitos outros cargos e foi ainda membro do colégio brasileiro de medicina, além de tantas outras entidades. Dentre seus trabalhos ganharam destaque; “conceito atual de farmácia”; “Os problemas das disenterias no Maranhão”, “Paralisia Infantil”; “Rádio e Fisioquímica”; “Aquiles Lisboa, grande médico do seu tempo”; “Dr. Netto Guterres, símbolo da generosidade do

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seu povo”;” A República Árabe Unida”; “Lição de Sapiência”;“Jornalismo incongruentes”; “Relembrando Malba Taham”; Foi casado com a senhora Vitória Metre Fiquene de cuja união nasceu cinco filhos. Faleceu em 4 de Julho de 1984 em São Luís. Ingressou na Academia Maranhense de Letras em 12 de Março de 1968, ocupando a cadeira de no 21 patroneada por Maranhão Sobrinho em substituição ao poeta Isaac Gomes Ferreira. SALOMÃO FIQUENE Por José Ribamar Seguins Maranhense de Itapecuru-Mirim do Estado do Maranhão, nascido em 27 de outubro de 1907, ocupava a cadeira nº 24, patroneada por Antônio Enes de Sousa em substituição a José Silvestre Fernandes, filho de Roque Darvin Fiquene e Zarifa Fiquene. Iniciou o seu curso superior na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1929. No Instituto Manguinhos, conquistou o primeiro lugar de aplicação. Defendeu tese perante a banca examinadora composta pelos ilustres mestre Carlos Chagas, Lindemberg e Rabelo, dos quais recebeu grandes e merecedores elogios. O seu trabalho sobre “Doenças de Nicolau Fevre” tornou-se clássico, citado como melhor estudo, relativamente, ao assunto durante muitos anos. Prestou na Faculdade Nacional memorável concurso para docente livre parapsicologia e foi, durante sua vida, o único Docente Livre dessa matéria naquela Faculdade. Foi Diretor do Instituto Oswaldo Cruz, proporcionando para a entidade uma fase áurea. Fez um estudo da vacina “Tifica” e publicou suas conclusões nos arquivos de Higiene do Departamento Nacional de Saúde. O Professor Barros Barreto, Diretor Geral do Departamento de Saúde, na época de passagem pelo Maranhão, deu-lhe a maior prova de confiança, mandando-o aplicar-lhe a vacina, testando e comprovando ele próprio a eficácia do citado medicamento. Participou da Fundação Paulo Ramos, sendo eleito o primeiro Diretor da Faculdade de Farmácia e Odontologia –1944. Participou da criação da Faculdade de Filosofia de São Luis e da Escola de serviço Social. Foi membro da Academia Maranhense de Letras. Deixou publicados inúmeros artigos e folhetos, entre os quais: “Conceito atual de Farmácia”; “Os Problemas das Desinterias no Maranhão”; “Paralisia Infantil”; “Radio e Físicoquimica”; “Aquiles Lisboa, grande médico do seu tempo”; ”Dr.Neto Guterres, símbolo da generosidade do seu povo; “A República Árabe Unida”; “Lição de Sapiência”; “Gripe Asiática”; “Importância pratica da Parasitologia”; “Jornalismo Incongruente”; “Relembrando Malba Tahan”; Deixou o livro “palestinos e seus judeus”. Era casado com a Senhora Vitória Metre Fiquene deixando os filhos Lilia, Vitória, Lea, Silvia e Liana, todas bioquímicas, Luis Augusto, engenheiro e Luis Salomão, médico. Faleceu em São Luis no dia 04 de junho de 1984. LUCY MARY SEGUINS SÓTÃO Por José Ribamar Seguins155

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SEGUINS, José Ribamar. MULHERES NO COMANDO. São Luis, s.e., s.d., p. 100


Maranhense nascida em Cururupu. Concluiu o curso superior em Licenciatura em Geografia pela UFMA. Geógrafa, exercendo sua atividade na rede publica de educação do Maranhão. Curso de Especialização em teoria e Metodologia do Ensino da História, pela UEMA. Entrou para o IHGM na qualidade de geógrafa e historiadora eleita para a cadeira 24, patrroneada por Antonio Enes de Sousa, e seus primeiros ocupantes José Domingues da Silva, José Silvestre Fernandes, e Salomão Fiquene.


CADEIRA 25 OCUPANTE ATUAL AYMORÉ DE CASTRO ALVIM

PATRONO: CELSO TERTULIANO DA CUNHA MAGALHÃES Por Aymoré de Castro Alvim 156 Nascido a 11 de novembro de 1849, na Fazenda Descanso, à época pertencente ao município de Viana, era filho de José Mariano da Cunha, Cavaleiro da Ordem da Rosa e deputado provincial, na legislatura 1848/1849, e de sua esposa dona Maria Quitéria de Magalhães Cunha. As primeiras letras as fez, possivelmente, com o avô materno, o português Manoel Lopes de Magalhães, médico pela Universidade de Coimbra, de quem recebera, com a aquiescência dos pais, o sobrenome que bem o identifica. O conflagrado ambiente político-social que emergiu do fracassado movimento de rebeldia e insatisfação conhecido por Balaiada foi superado por um conjunto de medidas para reorganizar a combalida economia provincial, em meados de 1840. O governo do Presidente Franco de Sá, a partir de 1846, dinamizou a cultura da cana-de-açúcar, melhorou a infra-estrutura viária, propiciando melhor escoamento dos produtos agrícolas, injetando ânimo nos produtores rurais, o que, por certo, concorreu para incrementar bastante a pauta de exportação da Província. Nesse novo cenário, no qual crescia e se desenvolvia Celso Magalhães, foi evoluindo um conjunto de fatores que propiciou a organização de uma sociedade abastada cuja opulência estava assentada no, desde então execrável, modelo escravagista. Muitas e profundas mudanças foram experimentadas, no ambiente cultural da Província, com o retorno da Europa de grupos de jovens bacharéis, médicos, filósofos, poetas, tradutores, jornalistas, professores dando um novo matiz às relações sociais daquela época. Foi nesse novo ambiente que o jovem Celso começou a ensaiar os seus primeiros passos, na vida literária. Com 18 anos, em 1867, desperta a atenção dos leitores de o Semanário Maranhense ao publicar as poesias “Vem, não tardes” e “Para elas”. Nesse mesmo ano, conforme nos relata Washington Cantanhêde, dentre outras poesias publicadas tem destaque “O Escravo” na qual já manifesta uma postura crítica ao modelo no qual se estruturou a própria economia doméstica como podemos constatar, nestes versos: Trint´anos, trinta séc´los la vão que´estou sofrendo, martírios padecendo mais duros que o morrer. Porém se o braço rígido 156

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um dia levantar-se tremendo há de vingar-se de quem me faz sofrer. O seu espaço interiorano já parecia sufocá-lo. Era preciso alçar vôos mais altos e mais distantes. Em abril de 1868, estava em São Luís e a seguir rumou para Recife a fim de cursar Direito. Matriculado, prosseguiu com a sua atividade literária. É Fran Paxeco quem escreve: “No Recife, enquanto estudou ciências sociais e jurídicas desenvolveu uma profícua atividade, ora escrevendo nos cotidianos de lá, ora enviando verso ou prosa para os daqui”. Ao que complementa Alexandre Eulálio: “no roteiro entre a fazenda e a Academia, havia-se formado um homem novo, consciente de sua responsabilidade social”. Poeta, articulista, romancista, crítico dramático, dramaturgo, comediante. Eis um espírito inquieto. Procurava viver intensamente como se previsse o ciclo tão breve da vida que teve. Abolicionista convicto. Não se permitia apenas decantar a miserável vida do escravo mas punha em prática as suas convicções ao introduzir, na fazenda paterna, um sistema de remuneração ao trabalho executado pelos escravos. Em “Os Calhambolas”, faz uma análise critica da relação senhor/escravo e das repercussões negativas do sistema escravocrata para o desenvolvimento do país. Exalta os que abraçam a causa e enaltece o espírito de luta do negro quando diz: Nasci livre, fizeram-me escravo; Fui escravo, mas livre me fiz. Negro, sim, mas o pulso do bravo Não se amolda às algemas servis. Republicano sincero e destemido. Não se acovardou ao criar um grande constrangimento ao General Ozório, monarquista e amigo pessoal de Pedro II, quando em visita ao Recife, após a guerra do Paraguai. Da saudação que fez ao ilustre visitante podemos destacar: Ante ele o brilho efêmero do trono, que estremece olhando a queda próxima, também desaparece. Maior quem é? Dizei-o: o soberano? Não! De grande não tem título quem nutre a escravidão. Foi mais além. Auscultou o povo e entendeu melhor do que todos a importância da sua cultura. Em “A Poesia Popular Brasileira” resgatou muitos versos que até hoje são cantados, animando as brincadeiras de roda, no interior, em noites de lua cheia. Morreu novo. Em 1879. Não havia completado 30 anos. Experimentou a arrogância e a prepotência do poder. Sofreu dissabores pela retidão de sua conduta, firmeza nas suas decisões, postura ética, no exercício da Promotoria Pública de São Luís. Deixou-nos um legado moral que pode muito bem servir de paradigma, nestes nossos dias tão carentes.


ANTONIO LOPES DE CUNHA - PATRONO DA CADEIRA 31

ODILON DA SILVA SOARES Por Aymoré de Castro Alvim157 Filho de Tito Otaviano Duarte Soares, advogado provisionado, farmacêutico prático e professor. Pela cultura que o distinguia e pela formação que recebera era um autodidata. Da união com dona Maria Thereza da Silva Soares, Odilon era um dos oito filhos. Desde cedo manifestou pendores para a medicina e para a literatura em cujos campos desenvolveu uma produção de inestimável valor. Após completar o ginásio e o científico, foi aprovado no vestibular para a Faculdade de Direito de São Luís. Mas a notícia da sua aprovação, logo no ano seguinte, no vestibular para a Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, forçou a sua mudança para a capital federal. Ali, para se manter lecionava português. Graduou-se primeiro em Farmácia e, a seguir, em Medicina, no ano de 1928. Fez especialização em Obstetrícia e Ginecologia e em Cirurgia geral quando então retornou ao Maranhão deixando para trás muitos convites para permanecer no sul e até mesmo trabalhar, no exterior. Aqui, contraiu núpcias com a Dra. Antônia de Arruda Soares, nascida em Paulista do Rio Claro - São Paulo, farmacêutica, médica, professora universitária e membro fundador da Academia Maranhense de Medicina. Dessa união lhe nascera uma única filha. Desenvolveu, inicialmente, as suas atividades no Hospital Português e na Santa Casa de Misericórdia da qual foi o seu Diretor, vice-provedor e provedor. Mas foi como tisiologista que realizou a sua principal obra. Criou e executou um programa de prevenção, controle e tratamento da tuberculose, doença que nas décadas de 1930, 40 e 50, ceifou muitas vidas embora, ainda hoje, seja uma das mais prevalentes, no quadro nosológico do Estado. Para dar suporte ao seu programa, fundou a Liga Maranhense contra a Tuberculose e o Hospital Ático Seabra que muitos serviços prestaram, gratuitamente, ao povo do Maranhão. Foi pioneiro na implantação, no norte e nordeste do país, da técnica do pneumotórax, tratamento auxiliar da tuberculose, àquela época. Sua excelente e acurada educação lhe permitiu ampliar, ainda mais, as suas atividades. Poliglota, falava, fluentemente, o alemão, francês, inglês, italiano e espanhol sem 157

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descuidar de sua preferência pelo latim. Traduziu as obras de Goethe e verteu para o alemão os poemas de Sousândrade. Professor dedicado ao problema da educação manteve sempre a sua preocupação voltada à qualidade do ensino, principalmente, das crianças e dos jovens. Como Diretor de Instrução pública do Estado, implantou novos métodos para promover a integração educação e saúde, na rede pública estadual. Como político, foi deputado federal com atuação brilhante e marcante, na Câmara federal, onde vários dos seus projetos transformados em leis tinham sempre por escopo a saúde pública e a educação. Manteve-se sempre coerente ao lema que norteou a sua vida pública: “de todos os problemas que nos afligem nenhum sobreleva o da educação do povo”. E, assim, alegro-me por ter vos falado da vida destes dois grandes homens destemidos, lutadores, éticos, fiéis à causa do seu povo. São exemplos como estes que do passado a História nos ajuda trazê-los para o presente posto que são importantes para a construção do futuro. ODILON DA SILVA SOARES Por Joseth Coutinho Martins de Freitas 158 Nasceu em São Bento a 1º de janeiro de 1902, filho de Tito Otaviano Duarte Soares e Maria Thereza da Silva Soares. Fez o primário na terra natal, o secundário em São Luis no Liceru maranhense. Vai para o Rio de Janeiro cursar Medicina na Universidade do Rio de janeiro, colando grau em 1928, e especializandos-e em Obstetricia, Fisiologia, Cirurgia Geral Ginecologica e Toraxica. Foi o primeiro medico do Estado que estou com afinco a tuberculose. Dedicou-se ao Magistério, iniciando aos 18 anos (1920) como professor da Escola Tecnica do Centro Caixieiral, aprovado em 1º lugar em concurso. Ainda estudante de Medicina, prestou concurso para catedrático de Alemão no Liceu Maranhense; extinta essa cadeira, passou para a de Biologia, permanecendo por 30 anos naquele estabelecimento de ensino. Em 1923 já no Rio de Janeiro foi aprovado no vestibular de Medicina, onde por mais de três anos foi Auxiliar Tecnico da Cadeira de Anatomia da Faculdade de Medicina da Univerrsidade do Rio de Janeiro; interno no Hospital da Marinha, obtendo o primeiro lugar no concurso para ingresso nele. Fez vários cursos de especialização. Graduou-se em farmácia em 1925 e Medicina em 1928, defendendo tese laureada Contribuição ao Estudo das Hipofises Pterigoides. Poliglota, falava fluentemente alemão, italiano, inglês, espanhol e Frances. Teve consultório em Santa Luzia – Goiás; retornando a São Luis, indo lecionar nas Faculdades de Medicina, Farmacia, e Odontologia e de Filosofia. Dedicou-se também a clinica particular, atividade hospitalar, a vida publica, e ao magistério.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Como médico da Santa casa desempenhou varias funções: Chefe de Cirurgia, Diretor, Vice-Provedor, e Provedor. Trabalhou ainda no Hospital Portugues e foi um dos fundadores da Liga Maranhense comtra a Tuverculese, onde foi Diretor técnico. Foi Diretor de Instrução Pública, onde implantou novos mertodos para implementação da integração Educação/Saude, na escola publica. Eleito deputado Federal pela Assembleia Nacional Constituinte (1945), foi um dos subscritorers da Constituição de 1946, apresentando vários projetos transfpormados em Lei, como o que instituiu o ensino de Filosofia nas faculdades federais de medicina. A que determinou a obrigatoriedade da abreugrafia nas cadernetas de saúde; e a de regulamentação do exercício profissional dos cirurguiões dentistas. Criou inumras bibliotecas em São Luis, a Tito Soares em Alcantara; inaugurou a Praça do panteon, doando os bustos de Raimundo Correa e Artur Azevedo; restaurou, em Alcantara, juuntamente com seub irmão o Pelourinho e a fachada da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Assegurou bolsa de estudos a internas do Orfanato Santa Luzia, incentivando-as a serem enfermeiras e professoras normalistas. Foi membro da AML Obras: Contribuição ao Estudo das Hipofises Pterigoides; Goethe – ensaio sobre a sua vida e a sua obra; Dos adjetivos da língua alemã. Faleceu a 8 de julho de 1958, em São Luis.

JOSÉ NASCIMENTO MORAES FILHO Por Manoel dos Santos Neto 159 Nasceu em São Luis do Maranhão no dia 15 de julho de 1922. Professor, poeta, jornalista e folclorista, participante do Modernismo em seu estado. Filho do jornalista e escritor José Nascimento de Moraes. Além da literatura, ficou conhecido por sua militância na área ambiental, tendo se destacado por combater veementemente a implantação no Maranhão das empresas Alumar e Vale do Rio Doce, conseguindo impor a essas empresas normas para garantir a preservação do meio ambiente. Também foi fundador do Comitê de Defesa da Ilha de São Luís, o primeiro comitê estruturado na capital maranhense para defender a preservação de rios e solos. Toda essa militância em favor do meio ambiente rendeu ao escritor maranhense reconhecimento internacional, tendo sido homenageado pelo Greenpeace. Nascimento Morais Filho deixa viúva Maria da Conceição, e cinco filhos – Ana Sofia, Eleudes, José 159

http://www.jornalpequeno.com.br/2009/2/22/Pagina99585.htm


Filho, Loreley e Renan, duas noras – Rita Ivana Gomes e Ana Consuelo Moreira, dois genros – Otacílio e Garrido, e oito netos. Faleceu em 21 de fevereiro de 2009 vítima de um edema pulmonar, por volta de 7h30 da manhã, no UDI Hospital, onde fora internado durante a madrugada. Ele tinha 86 anos de idade e, de acordo com informações de familiares, passou mal em casa e sofreu uma parada cardiorespiratória. Foi socorrido às pressas e levado ao UDI Hospital, mas não resistiu e veio a falecer. Publicações: Clamor da Hora Presente (1955) - traduzido para o francês e para o inglês por uma freira dos Estados Unidos da América do Norte; Pé de conversa (1957); Azulejos (1963); O que é o que é? (1971); Esfinge do azul (1972); Esperando a missa do galo (1973); Maria Firmina – fragmentos de uma vida (1975) e Cancioneiro geral do Maranhão (1976). Nascimento Morais Filho também promoveu a reedição fac-similar do romance Úrsula (1975) e do livro de versos Cantos à beira-mar (1976), de Maria Firmina dos Reis.

ANTONIO CORDEIRO FEITOSA Professor na Universidade Federal do Maranhão desde março de 1980; Colégio Dom Bosco de fevereiro de 1978 a março de 1980.


CADEIRA 26 OCUPANTE ATUAL: MARIA HÉLIA CRUZ DE LIMA

LUIS FELIPE GONZAGA DE CAMPOS Por Maria Hélia Cruz de Lima160 Nascido em São Luís, em 21 de junho de 1856, diplomado como Geólogo na Escola de Minas da cidade de Ouro Preto- MG, no ano de l879, desbravou as áreas de Geologia, Mineralogia e Fitogeografia. É até hoje considerado o maior geólogo mineralogista do Brasil, por exercer grandes e constantes atividades como geólogo, mineralogista. Entre outros feitos, integrou a Comissão Geográfica e Antológica de S. Paulo. Em 1915, foi nomeado Diretor do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil.. Deu início às primeiras sondagens para a pesquisa de petróleo e de outras jazidas do País. Patrocinou o estudo metódico e prático das quedas d água. O significativo esforço, feito no Brasil, para integrar o movimento internacional de criação de áreas naturais protegidas, foi obra sua. Em 1911, organizou e editou o Mapa Florestal do Brasil com escala 1:5.000,000, clássico para a flora brasileira e sua distribuição. Advindo dessas informações criaram-se trinta e cinco Parques Nacionais, vinte e três reservas biológicas, seis reservas ecológicas, vinte e uma estações ecológicas e outras particulares chegando a mais de quinhentas. O importante livro intitulado ”Mapa Florestal do Brasil”, que como o nome sugere, é acompanhado de um Mapa das matas e campos do Brasil. Propugnou pela elaboração de lei de minas mais ampla para o Brasil, o que foi alcançado em 1925. No mesmo ano em que o eminente maranhense morreu no dia 9 de junho. Em decorrência da publicação do Mapa Florestal do Brasil, até hoje, existente e clássico, na mesma época, foram publicados pela Presidência da República brasileira, dois parques nacionais no Acre. Porém, tão grandes feitos eram tão avançados na época, que os decretos caíram no total esquecimento e os parques, embora com imenso prejuízo para a nação, nunca foram implantados. A não consolidação do empenhado esforço de Luís Felipe Gonzaga de Campos é tão grave que essas áreas chegam a ser designadas “PARQUES DE PAPEL’’. A partir da promulgação da Constituição de 1988, estabeleceu-se obrigação do Estado, – Proteção da biodiversidade brasileira. O Sistema de Unidade de Conservação Brasileira é de enorme valor cultural, econômico e científico com suas áreas protegidas e suas belezas naturais. Em 1913, junto a um grupo de geólogos, publicou estudos fragmentários sobre a geologia do Maranhão, do que muito pouco se sabe. Teve melhor atuação noutros 160

DISCURSO DE POSSE. Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 69 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012


pontos do País, talvez pela dificuldade de obter o necessário para tal desenvolvimento na sua terra natal. Com autoridade em fitogeografia, Preocupado por força das belezas e riquezas mineralógicas do nosso solo e belezas naturais das nossas fauna e flora, antes de sua crescente destruição para o desenvolvimento humano, influenciou o primeiro parque nacional de Yellow, em Montana nos Estados Unidos. Porém, somente, viemos ter nosso primeiro parque nos anos 30: O Parque Nacional de Itatiaia-Serra da Mantiqueira, divisa dos Estados Rio de Janeiro e Minas Gerais, hoje, a ser considerada a primeira área nacional a ser protegida no Brasil. Então, melhor ilustrando, temos aqui um Trecho dodiscurso do Geólogo Luís Felipe Gonzaga de Campos, proferido aos formandos do Curso de Engenharia da Escola de Ouro Preto, em Minas Gerais. Pela importância técnica e oportuna de suas palavras, o tema foi destaque do Jornal “Correio da Manhã” do Rio de janeiro, na edição de 13 de agosto de 1917 no dia 28 de agosto de 1917, a Câmara dos deputados esteve reunida a respeito do assunto e no mesmo ano, o carvão nacional pulverizado ganhava notoriedade no País. Ouçamos: “Habituados com a importação do uso do melhor carvão do mundo, temos tido de lutar com todos os óbices do costume, dos interesses comerciais e da rotina, para fazer a implantação do nosso combustível, carregado de impurezas e portanto de menor poder calórico. Entretanto hoje, diante da necessidade premente de poupar os recursos naturais,vai o mundo buscar o maior rendimento útil no emprego racional de combustíveis: purificando-os, gaseificando ou extraindo os produtos líquidos de combustão mais econômica. Raras são por toda parte as jazidas de carvões nobres e ricos como os do Sul da Inglaterra, a que nos afeiçoamos. Ali mesmo são comuns os combustíveis com 20 e mais percentuais de cinzas. Na França e na Alemanha, principalmente depois da guerra, levava-se a poupança das energias até disposições quase proibitivas de queimar o carvão sobre gralhas e tal como sai das minas. Os recursos aconselháveis são os gasogênios, a purificação e o emprego dos produtos da destilação dos alcatrões em motores de combustão interna de muito mais rendimento. Pode-se dizer que se busca aproveitar é o espírito do carvão, a energia calorífica,ou química com o seu máximo rendimento. Nas nossas jazidas no Sul de Santa Catarina, trabalhando em galerias , a média é de uma tonelada por dia de operário. Nas jazidas do Rio Grande do Sul, em camadas bem mais espessas , e onde começam a empregar cortadeiras mecânicas, varia de uma a uma meia tonelada por dia e por mineiro.(...) Grande desenvolvimento terá por certo o seu emprego nos fornos de outras indústrias , bem como na geração de energia por vapor , quando gaseificado Também nas estradas de ferro, bem como nas indústrias do cobre e do cimento , será muito valioso como combustível pulverizado “ CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Informacoes sobre a industria siderurgica. Boletim Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, Rio de Janeiro, N.2,1922. 117P, , 1922. CAMPOS, LUIZ FELIPE GONZAGA DE. Notas sobre algumas localidades da costa norte e nordeste do brasil onde se encontram os fosseis terciarios e cretaceos referidos a presente monografia. Monografia. Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, Rio de Janeiro Rio de Janeiro,4:667-705,1924, , 1924.


CAMPOS, LUIZ FELIPE GONZAGA DE. Estudos geologicos feitos na bacia do rio doce pelo servico geologico e mineralogico do brasil, para o fim de localizar usinas siderurgicas. Boletim Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, Rio de Janeiro (19):5-9,1926, , 1926. CAMPOS, LUIZ FELIPE GONZAGA DE. Salitre e baritina. Boletim Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, Rio de Janeiro, N.4,1922. 37P. P.29-30. B. MINISTERIO DA AGRICULTURA INDUSTRIA E COMMERCIO, Rio de Janeiro,ANNO 7(PT.2)131-40,JAN./ABR./1918. B. MINISTERIO AGRICULTURA INDUSTRIA E COMMERCIO, Rio de Janeiro,ANNO 7(PT.5)98-103,JAN./JUN.1919, , 1918. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Relatorio Do S. G. M., 1921. RELATORIO APRESENTADO AO MINISTRO DA AGRICULTURA INDUSTRIA E COMMERCIO ANNO DE 1921. Rio de Janeiro, IMPR. NACIONAL,1923. 113P, , 1923. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Relatorio Do S. G. M., 1925. RELATORIO DO SERVICO GEOLOGICO ANNO DE 1923, APRESENTADO AO EXMO.SR.DR.MIGUEL DU PIN E ALMEIDA, MINISTRO DA AGRICULTURA INDUSTRIA E COMMERCIO. Rio de Janeiro, IMPR.NACIONAL,1925. 220P, , 1925. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Relatorio Do S. G. M., 1922. RELATORIO DO SERVICO GEOLOGICO ANNO DE 1922, APRESENTADO AO EXMO.SR.DR.MIGUEL CALMON DE PIN E ALMEIDA, MINISTRO DA AGRICULTURA INDUSTRIA E COMMERCIO.Rio de Janeiro, IMPR.NACIONAL,1924. 149P, , 1924. CAMPOS, LUIZ FELIPE GONZAGA DE. The Coal Deposits Of Santo Antonio Da Boa Vista. Brazilian Engineering and Mining Review, Rio de Janeiro 3(2):20-21, FEB.1906, , 1906 CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. The Ouro Preto Gold Mines of Brazil Limited. Brazilian Engineering and Mining Review, Rio de Janeiro, v.3, n.4, p. 58-59, Apr. 1907. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. The Agua Suja Diamonds Deposits. Brazilian Mining Review, Rio de Janeiro, v.1, n.3, p. 88-92, July 1903. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Carvao de Santa Catharina. Brazilian Mining Review,, Rio de Janeiro, v.1, n.3, p. 102-05, July 1903. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Fisiografia da Zona Ferrifera de Minas Gerais. Mineração e Metalurgia, Rio de Janeiro, v.7, n.38, maio/ jun.1943. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Jazidas Ferriferas Da Serra Da Piedade, Minas Gerais. Mineração e Metalurgia, Rio de Janeiro, v.7, n.41, p. 285-88, 1943. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Geologia Da Zona Ferrifera Do Centro De Minas Gerais. Mineração e Metalurgia, Rio de Janeiro, v.7, n.40, p. 187-93, set./out.1943. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga. Salitre e Baritina. BOLETINS DO SERVIÇO GEOLÓGICO E MINERALÓGICO DO BRASIL, Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, v.2, n.3/6, p. Irreg, il + mapas. 1922. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Secção geologica. In: Relatório da Comissão Geographica e Geologica 1887. São Paulo, 1888. p. 19-23. Geographica e Geologica 1889. São Paulo, 1889. p. 21-34. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Nota sobre a localidade do ferro nativo de Santa Catharina. In: ___. Meteoritos brasileiros. Rio de Janeiro: H. Lombaerts, 1889. p. 23-29. mapa. DERBY, Orville Adelbert. Notas sobre meteoritos brasileiros. In: CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Meteoritos brasileiros. Rio de Janeiro: H. Lombaerts, 1888. p. 1-20. mapa. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Estrada de ferro para Matto Grosso. São paulo: E. Siqueira, 1900. 48 p. tab. CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga. Reconhecimento da zona comprehendida entre Baurú e Itapura. São Paulo: Typ. Ideal, 1905. 40 p. il., mapa CAMPOS, Luiz Felipe Gonzaga de. Fisiografia da Zona Ferrífera de Minas Gerais. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v.5, n.2, p. 241-49, abr./jun. 1943.

1881 - LUIZ FELIPE GONZAGA CAMPOS Diplomado pela Escola de Minas estudou as jazidas de ouro em Lagoa Dourada e em Apiaí (SP) e as de diamante em Água Suja (MG). Fez estudos pormenorizados sobre o sapropelito de Macau (BA). Trabalhou com Derby na Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, no levantamento da Carta Geológica do estado. Estudou a região carbonífera de Santa Catarina. Realizou um levantamento das reservas ferríferas do centro de Minas Gerais. Procurou utilizar os xistos betuminosos do Maranhão na produção de gás em São Luís. Foi o criador da Estação Experimental de Combustíveis e Minérios, que deu origem ao Instituto Nacional de Tecnologia. http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=517&sid=8


ALCINDO CRUZ GUIMARÃES Nascido em 25 de julho de 1900, na Cidade de Caxias –MA, filho de José Ferreira Guimarães e Corina Cruz Guimarães, Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Engenheiro civil, industrial. Foi Deputado Estadual em 1948, orador fluente, no mesmo ano, Presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão. Em Caxias, em face da não conservação do Quartel Militar do Morro da Taboca, edifício que, apesar de tosco era verdadeira relíquia da lutas para a independência, Alcindo Cruz Guimarães colocou sobre sapata de alvenaria, uma antiga peça de artilharia, lá encontrada, plantando ao lado, um mastro de bandeira e um poste com foco de luz elétrica, espécie de lâmpada votiva aos heróis de um passado de lutas gloriosas .

RAIMUNDO TEIXEIRA DE ARAÚJO

JOSÉ JOAQUIM GUIMARÃES RAMOS


CADEIRA 27 OCUPANTE ATUAL: ASSIR ALVES ARAUJO -

PATRONO: RAIMUNDO LOPES DA CUNHA Por Assir Alves Araujo 161 Nascido na baixada maranhense, na cidade de Viana, a 28 de setembro de 1894, falecido no Rio de Janeiro em 08 de setembro de 1941, sendo sepultado no Cemitério de São João Batista, Antropólogo, Sociólogo, Geógrafo, Etnólogo, Historiador, Crítico, Pesquisador do Museu Nacional, Professor das disciplinas Geografia e História do Brasil, no Liceu Maranhense. Polígrafo de vasto conhecimento científico, descendia de uma família ilustre do Maranhão, era filho de Dr. Manoel Lopes da Cunha, e D. Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha, seu pai bacharel pela Faculdade de Olinda foi o segundo governador do Maranhão, no século XX, sucessor do Dr. João Gualberto Torreão da Costa, que governou de 1898-1922. Dr. Raimundo Lopes da Cunha, descendente em linha direta pelo lado paterno, era tetraneto do Capitão-Mor José Feliciano Botelho de Mendonça, bisneto de Manuel Lopes Magalhães, Médico e Neto de José Mariano da Cunha, cavaleiro da Ordem da Rosa e Quitéria Magalhães da Cunha. Pelo lado materno seus avós eram Horácio Franklin de Sousa e Juliana Adelaide da Luz e Sousa, educadores de prestígio e influência relevante no ensino tornando-se referencial para sucessiva gerações que tiveram a oportunidade de freqüentar suas escolas, naquela região da baixada em Viana, onde a família ali era representada pelos Sousa. Sobrinho de Celso Tertuliano da Cunha Magalhães, por sua vez jornalista, poeta, e romancista, de renome que inovou colocando-se contra o romantismo e posicionando-se favorável aos ideais republicanos, o seu talento contribuiu com marcas visíveis e profundas refletindo na intelectualidade de Dr. Raimundo Lopes da Cunha e seu irmão Antônio Lopes, o fundador do IHGM que estiveram a serviço da cultura do Maranhão. Certa feita na cidade de Recife, Celso Magalhães, em 1869 questionara “E pode um homem ser escravo? Dessa maneira Celso fugira do sentido de uma escravidão a qual aprisionara seus sobrinhos, pois os mesmos tornaram-se escravos do estudo, à pesquisa, do saber, até à morte. Saiu da Cidade de Viana aos 6 anos de idade, seus pais o matricularam na Escola Modelo Benedito Leite, em São Luís. Ele estivera no Rio de Janeiro passando apenas dois anos, o tempo suficiente para ser preparado pela mineira a Profª. D. Eunice Tostes de Alvarenga, para ingressar no Liceu Maranhense, que na idade mais tenra segundo sua 161

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irmã D. Dolores Lopes da Cunha Borgneth, já eram visíveis as tendências do menino vianense, para o conhecimento científico. Isso nos conduz a uma reflexão sobre a mera coincidência ou similaridade em termos da cientificidade e intelectualidade esmerada existente entre Lopes da Cunha e Blaise Pascal, que em idade precoce enviara uma “demonstração matemática para apreciação de René Descartes, o famoso pensador ficou convencido de que o trabalho havia sido feito pelo pai dele. Havia um refinamento que não poderia - pelo menos aos olhos de Descartes- ter partido de um rapaz de 16 anos”. Esse jovem cientista que aos 19 anos tornou-se o precursor dos primeiros computadores, no seculo XVII, e através de seus experimentos consegue comprovar que o vazio na natureza era uma possibilidade bem concreta, teve sua participação fundamental no desenvolvimento da teoria das probabilidades etc... Retornando em 1915, ao Rio de Janeiro, aos 21 anos, levou consigo os manuscritos de seu primeiro Livro 'O Torrão Maranhense, considerado um ensaio de Geografia Humana, que havia escrito aos 17 anos, ainda no esplendor de sua adolescência, em que desabrochava para a vida, e para a plenitude de seus conhecimentos científicos, publicado em 1916, aos 22 anos de idade. No Rio de Janeiro após cursar o primeiro ano na Escola Politécnica, e na impossibilidade de concluir o curso de Direito tendo cursado apenas até o 4º ano, entretanto conseguiu concluir o bacharelado em Letras, assim sendo resolveu dedicar-se às pesquisas atuando em áreas diversificadas; à Etnografia, Etnologia, Arqueologia, à História, e Sociologia Contraiu matrimônio com a Sra. Graziella Rabelo da Costa, no dia 27 de junho de 1930, aos 36 anos, passando chamar-se Graziella Costa Lopes da Cunha a, que segundo D. Heloísa Alberto Tôrres, do Museu Nacional, a sra, Graziella, o teria completado e disciplinado; desse enlace matrimonial nasceram: as filhas Yara Graziella e Maria Cecília, ambas com formação artística pela Escola Nacional de Música, talentos e não lhes faltaram quanto ao pai. Cecília casada com o engenheiro químico Eduardo Burlamaqui Simões Bonna, interrompeu o curso de Engenharia devido os sete filhos, mas posteriormente retoma. A sra. D. Graziella Costa Lopes da Cunha, certa ocasião comentara que seu esposo era um homem nobre, pois o desprendimento do mesmo era notável, posto que se não fora a questão da sobrevivência, seria capaz de trabalhar sem visar qualquer remuneração. Ele não ambicionava nada a não ser no âmbito do conhecimento, enquanto estudioso, apenas o que satisfizesse o seu ego. Pertencia a família da Sra. D. Tereza Luiza de Mendonça e Melo, genitora do Marquês de Pombal, teve cinco filhos: Sebastião o marques, Paulo, o cardeal, Maria Luísa e Maria Madalena, Feira e Francisco Xavier, o mais moço. A ilustre senhora na certeza de não ter deixado descendentes diretos no Maranhão, mas deixou muitos parentes, tanto seus como do seu marido, Manoel Carvalho de Ataíde, falecido em 1720. Desses o mais notável foi Joaquim de Melo e Póvoas, o mais dinâmico, de todos os governadores que o Maranhão teve no século XVIII. Como afirmação dessa afinidade, sobretudo da sua importância na família, existente na carta publicada por Dr. César Marques, o mais belo, mais sábio documento que se tem visto como expressão dos sentimentos do marquês de Pombal. A genealogia escrita por Manoel de Carvalho de Ataíde, pai de Pombal, muito antes de ser notável em decorrência ao prestígio do filho, preocupara com as origens das famílias portuguesas, escrevendo bastante possibilitou melhor conhecimento sobre as origens dos Mendonças, dos Ataídes, dos Melos e dos Furtados, da família do marquês no Brasil


e particularmente no Maranhão, de onde surgiram os Botelhos de Mendonça de cujo ramo se destacou o Capitão-mor José Feliciano Botelho de Mendonça, tetravô de Raimundo Lopes . Existe razão cabíveis, que o capitão era parente próximo ou provavelmente filho de D. Luísa Benedita de Mendonça, de quem consta uma documentação com informações de grande relevância na Biblioteca Nacional, comprobatória, que a mesma era viúva de Antônio Pinheiro da Silveira Botelho desde fins de 1799. Existem fortes indícios de que o jornalista e escritor português Matias Pinheiro da Silveira Botelho de Mendonça, falecido em Lisboa entre 1844 e 1862, aos 70 anos, seria parente próximo do Capitão-Mor José Feliciano Botelho de Mendonça, possivelmente irmão. Os últimos descendentes da família foram aparecendo nas bibliografias, posteriormente a fundação da Fazenda Palmela, no antigo engenho São Bonifácio do Maracu, que havia sido dos jesuítas. Essas pessoas eram de grande expressividade representando a família Mendonça naquela Localidade após a permanência do Governador e Capitão General, a partir dia 6 de junho de 1751, a presença desse cidadão em Viana favoreceu para que o mesmo fosse nomeado Diretor da Vila Viana, pela portaria assinada por D. Diogo de Sousa, em 17 de janeiro de 1799, final do século XVIII, na Vila Viana, José Feliciano Botelho de Mendonça, considerado como o Adão do Pindaré, No limiar do Século XX, ressurge de uma geografia resvalada no bucolismo e descritiva, para uma Geografia reflexiva dando arrancada a Geografia nova, enquanto naturalista e paisagista nato soube dar os encaminhamentos necessários para a ampliação e o rompimento das fronteiras de uma geografia local, regional, nacional e mundial. Foi precursor com estilo e bom gosto que lhe era peculiar, a sua contribuição à Geografia inovadora, foi de essencial relevância no contexto das mudanças sociais, culturais, transculturais e científicas de nosso país, para as gerações posteriores. Ressalta-se o grande legado Cultural deixado por Lopes, com a publicação “O Torrão Maranhense” e sua ampliação denominada de “Uma Região Tropical”, provavelmente influenciado por Euclides da Cunha, move seu olhar para regionalização da geografia do seu estado com sensibilidade enfatiza as características naturais e históricas e a sua complexidade, na realidade percebe-se que houve o fortalecimento das idéias, ele conclama a comunidade científica para o despertar da cientificidade na Geografia, pois não poderia continuar no ostracismo contentando-se com meras repetições de fatos científicos, mas uma Geografia que contemplasse o estudo da etnogeografia, geoarqueologia baseando-se na reflexão das investigações, inclusiva sobre as populações indígenas históricas fazendo a inter-relação com as jazidas arqueológicas e a paleontologia humana, uma Geografia, questionadora levando em consideração a contextualização histórica e geográfica repensando os interesses do ser humano, isso demonstra o espírito evolucionista desse cientista. Não restam dúvidas que Dr. Lopes da Cunha, ousou aceitando os desafios mais inusitados: retratando os ecossistemas, os estuários, os biomas, os sambaquis, a preciosidades raras existentes no entorno dos mesmos arqueologicamente falando de valor cultural imensurável, pois são indícios de vidas que por aqui passaram e conviveram em comunidades, os monumentos culturais, demonstra uma verdadeira preocupação com a preservação do meio ambiente e em torná-los conhecidos, as “estearias” lacustres, os monumentos naturais etc... Quanto ao seu livro Antropogeografia, originário das inúmeras Palestras proferidas na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro atualmente Rádio Difusão do Ministério da


Educação e Cultura, Dr. Raimundo Lopes da Cunha, preocupado com seu estado de saúde, que agravara constantemente em decorrência da grave doença que o abatia gradativamente, pois já havia interrompido suas atividades e na eminência de ser surpreendido a qualquer momento, inquietado com futuro e segurança da família prosseguiu em caráter de urgência com a organização de seus manuscritos, suas anotações e selecionando suas palestras, realizadas na referida Rádio. Essas rádio aulas eram de grande relevância científica, devido a preciosidade rara do valor cultural, e a sua pretensão era reunir em um livro para fixação integral, a sua meta intelectual, mesmo não sendo possível, pois suas limitações agravam-se entretanto prosseguia com as anotações e reformulações necessárias até próxima entrar em coma, sugerindo pontos que seriam de fundamental importância para apresentação da matéria. Sendo assessorado por Graziela sua esposa, secretária com esmerada dedicação, inteligencia, e atribuições específicas e fazendo os acréscimos necessário, juntamente com sua amiga Heloísa Torres, do Museu Nacional, conseguiu concluir o livro um dia anterior a sua morte. Lopes autorizou seu irmão Antônio Lopes da Cunha, a revisão geral dos manuscritos que efetivou de 1941 a 1956, quando da publicação (Oficial gráfica da Universidade do Rio de Janeiro. O livro Antropogeografia, traça um perfil das pesquisas fisiográficas e arqueológicas, as estearias lacustre e laterias e os sambaquis permitiram perceber uma seriação paleogeográfica e a classificação dos fenômenos antropogeográficos e suas bases Naturais, as origens humanas e o povoamento da terra, as estearias lacustre do Cajuru e do Pericumã ( Encantado), e a maior parte do rio Turi, – a estearia do Lago do Souza - os artefatos de pedras, a cerâmica do cemitério do Cutim do Padre, era análoga à cerâmica Tupi, os sambaquis da Maiobínha apresentava uma espécie de ralador de pedra lascada quartzito, achado na Maiobinha, uma cabeça de animal, observou que as cerâmicas dos sambaquis maranhenses, do Pindaí, Maiobinha, eram de uma técnica rudimentar que diferenciava da maioria das estearias ou das Tupis históricas, enterratório com suas respectivas urnas. Ao retornar ao Maranhão Dr. Raimundo Lopes, escreveu outras obras importantes Os Fortes Coloniais de São Luís, O Ciclo da Independência, A Origem da Cidade Antiga e As Regiões Brasileiras. Em 1931 ainda no Rio de Janeiro, escreveu sucessivos ensaios, Entre a Amazônia e o Sertão, A Civilização Lacustre do Brasil, em decorrência as suas investigações no Lago Cajari, O Homem em Face da Natureza, Ensaio Etnológico sobre o Povo Brasileiro, Curso de Filosofia e Letras, Ouro Preto e Conjuração Minheira, Os Tupis do Gurupi, Os Índios e a Paz do Chaco, Gonçalves Dias e a Raça Americana, A Natureza e os Monumentos Culturais, Pesquisa Etnográfica sobre a Pesca Brasileira no Maranhão, Brasilidade e Primitividade, A Pesca no Note do Brasil, As Barras do Parnaíba, Culturais dos Andes, O Guêsa de Sousândrade, Mapa Fitogeográfico, Mapa Etnológico do Brasil, O Cemitério do Tamarindeiro, o romance Peito de Moça, e Antropogeografia seu último livro, editado em 1956 e reeditado em edição FACSMILAR, comemorativa do Centenário de Fundação da Academia Maranhense de Letras, era um desejo da Sra. Graziela Costa da Cunha Lopes, esse livro fosse divulgado e utilizado nas Universidades, Ensino Médio e outras instâncias necessárias. Membro desse Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, fundando a cadeira 27, membro da Academia de Letras, fundou a cadeira, 21,e membro da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, membro do Conselho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,enquanto etnólogo e naturalista desenvolveu um bom trabalho científico ao lado de Roquete Pinto, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, segundo consta a sua participação como um dos fundadores da Folha Estudantil, escrevendo no


Diário da Manhã e na Pacotilha. É o que PERRENOUD, 2004, afirma “Quanto mais qualificado for o meu profissional, maior deverá ser a capacidade de enfrentar o impossível. Isso se aprende”

TASSO DE MORAES RÊGO SERRA Por Assir Alves Araujo 162 Major Tasso de Morais Rego Serra, nasceu na cidade de São Luís, a 22 de abril de 1900, filho de Bento Morais Rego Serra e Graziela Morais Rego Serra, tendo iniciado sua formação militar em Barbacena em Minas Gerais A partir de 1940, sendo major do Exército Brasileiro, serviu no Maranhão, assumindo o comando do 24º Batalhão dos Caçadores, a posteriori teve oportunidades de servir nos estados do Amazonas e Para, em sua trajetória da carreira militar alcançou a última Patente a de General. Antes de assumir o comando do 24o. BC, ainda foi administrador da SAELTPA e Chefe de Polícia. Em 1947, lecionou na Rua Cândido Ribeiro, 402, Aritmética, Álgebra, Geometria, Trigonometria, Analítica Diferencial, Cálculo Diferencial e Integral. Os cursos eram ministrados aos candidatos às Escolas Militares e Politécnicas. 163 No Rio de Janeiro, o capitão do Exército Brasileiro exerceu a função de secretário da Comissão Diretora da Biblioteca Militar da Guerra, motivos de comentários traçados por José Mesquita, em1941. Faleu em 28 de abril de 1998

CARLOS ALBERTO DA MOTA CARDOSO Maranhense de São Luis, Tecnico de Administração, Jornalista profissional, escritor, poeta e trovador. Membro do Centro Maranhense de Artes e Letras. Membro-fundador do Movimento Maranhense dos Travadores – MOMATRO - , Membro fundador da associação de 162

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Martins Dyêgo Martins


Impensa do Maranhão e do Sindicato de Jornalistas profissionais de São Luis. Faz parte do livro trovadores do Brasil Contribuições na revista dom IHGM CARDOSO, C SOUSÂNDRADE Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 60-61

RAIMUNDA NONATA FORTES CARVALHO NETA

Bióloga. Posse em 24 de junho de 2008, Passou para a categoria de sócia correspondente em 25 de janeiro de 2012, em virtude de mudança de residência. Nasceu em São Luís a 25 de setembro de 1975. Licenciatura em educação Artística – Universidade Federal do maranhão (UFMA) – 1999. Licenciatura em ciências / Biologia – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) – 2000. Curso de extensão ligados à área de sua formação acadêmica. Especialização em Avaliação Educacional (UFMA) – 2005. Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistema (UFMA) – 2004. Doutorado em biotecnologia sob o titulo: Biomarcadores em Peixes Estuarinos Residentes de Importância Econômica em Baía de São Marcos – 2006. Professora e pesquisadora. Docência no centro de Ensino Universitário do Maranhão – uniCEUMA, de zoologia de invertebrados e supervisão de Estagio Curricular obrigatório na Licenciatura e no Bacharelado de Biologia; atuou em magistério na Educação Básica – Ensino Médio nos Complexos Educacionais do Ensino Fundamental e Médio “Cidade de São Luís” e “Profª. Dayse Galvão”, ambas nesta capital. Foi Assessora Técnica do Instituto de Pesquisa e Planejamento do Município – IPLAM ministrando treinamento sobre Educação Ambiental e Reciclagem de papel. Serviços técnicos especializados de jornais e demais impressos, layout no SINTAF etc. Professora concursada da Universidade Estadual do Maranhão lecionado Zoologia dos Invertebrados no Curso de Biologia. Várias publicações, tanto co-autoria de artigos em periódicos, resumos anais de congresso, textos em jornais, livros (organizados) como autoria dos livros: 1) A obra escultórica de Newton Sá (SP: Siciliano, 2001); 2) Descobertos e descobridores do Brasil: da visão pictórica européia do século XVI ao registro escultórico maranhense do século XX (SL: FUMC, 2001); 3) Leitura visual: uma experiência interdisciplinar no estudo das artes plásticas (SL: FORTES, 2001); 4) Arte maranhense: produção e ensino (SL: FORTES, 2006); 5) Elasmobrânquios da costa maranhense (SL: EDUEMA, 2006); 6) Educação Ambiental na zona costeira (RJ: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2010); 7) APA do Maracanã: subsídios ao manejo e à Educação Ambiental (SL: Café&Lapís/FAPEMA, 2010). Atua como artista plástica e já realizou as seguintes exposições individuais: Sentimentos e Símbolos (1997), Contingente: uma intencionalidade em cada traço (1998) Tensão e Contradição (1998), Signos e significados (1999), Da linha ao pixel (2000), Perspectiva interna (2002), Simbologias I (2005) e Simbologias II (2006); Estamos sós (2009). Atualmente


é professora do Departamento de Química e Biologia da UEMA e coordena o Curso de Especialização em Educação Ambiental e o Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental em Unidades de Conservação do Maranhão (GPEAMA). Contribuições na revista do IHGM CARVALHO NETA, Raimunda Nonata Fortes. HISTORIA DA ARTE MARANHENSE NA PRIMEIRA DECADA DO SÉCULO XXI N. 30, agosto 2009 ed. Eletrônica 17-24 CONHECIMENTO TRADICIONAL E APROPRIAÇÃO DOS RECURSOS ESTUARINOS NA BAIA DE SÃO MARCOS – MARANHÃO. N. 31, novembro 2009 ed. Eletrônica 83-91 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ZONA COSTEIRA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS REVISTA IHGM 32 MARÇO 2010, p. 47 SOCIOECONOMIA E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS CATADORES DE MOLUSCOS E CRUSTÁCEOS DA RAPOSA-MA. Rev. do IHGM, No. 34, Setembro de 2010 – Edição Eletrônica, p.7786. Resenha do livro - “EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ZONA COSTEIRA”. Rev. do IHGM, No. 34, Setembro de 2010 – Edição Eletrônica, p. 99-101 APA DO MARACANÃ: SUBSÍDIOS AO MANEJO E À EDUCAÇÃO AMBIENTAL. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 197 EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL NO ESTADO DO MARANHÃO No. 37, junho de 2011 – Edição Eletrônica, p 154-159

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CADEIRA 28 OCUPANTE ATUAL: CLENIA DE JESUS PEREIRA DOS SANTOS

PATRONO: RAIMUNDO NINA RODRIGUES Por Clenia de Jesus Pereira dos Santos164 Nasceu em Vargem Grande a 4 de dezembro de 1862, filho do coronel Francisco Solano Rodrigues e de dona Luísa Rosa Nina Rodrigues; cresceu em seu município natal no Maranhão, sob os cuidados da madrinha mulata, que auxiliava sua mãe nos afazeres com a prole. Foi um médico legista, psiquiatra, professor e antropólogo brasileiro. Estudou no Colégio São Paulo e no Seminário das Mercês, em São Luís. Pelas suas próprias, e pelas referências de seus colegas, parece ter tido uma saúde frágil. Nas lembranças familiares, era descrito como franzino, "muito feio", e irritadiço. Em 1882, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, seguindo o curso até 1885, quando se transferiu para o Rio de Janeiro, onde concluiu o quarto ano de faculdade. Voltou à Bahia no ano seguinte, quando escreveu seu primeiro artigo, sobre a lepra no Maranhão. Retornando ao Rio, concluiu o curso, defendendo uma tese sobre três casos de paralisia progressiva numa família, em 1887. No ano de 1888, clinicou em São Luís, tendo consultório na antiga rua do Sol, hoje Nina Rodrigues. Após esse rápido regresso à terra natal, onde foi incompreendido e hostilizado pelos médicos conterrâneos por atribuir à má alimentação problemas de saúde da população carente da região onde vivera, resolveu fugir do provincianismo e do apelido de Dr. Farinha Seca e adotar definitivamente a Bahia como morada. Em Salvador encontrou ambiente favorável às pesquisas sociais que tanto o atraíam. Tais pesquisas eram herdeiras diretas da antropologia criminal do médico italiano Cesare Lombroso e, obviamente, do inicial positivismo sociológico na área penal. Na cidade que tinha mais de 2 mil africanos catalogados à época da abolição da escravatura dedicou-se à clínica médica e ao atendimento dos menos favorecidos, sendo logo intitulado Doutor dos Pobres. Em 1889, prestou concurso para a Faculdade de Medicina da Bahia, vindo a ocupar o lugar de adjunto da Cadeira de Clínica Médica, cujo titular era o conselheiro José Luís de Almeida Couto, republicano histórico, abolicionista e político de projeção nacional. Mas seu objeto de estudo e pesquisa estava fora dos limites físicos da instituição acadêmica. Por isso, não abria mão de conviver com as mazelas da população excluída do centro de poder por mais criticado que fosse. "Nina está maluco! Freqüenta candomblés, deita-se com as inhaôs (sic) e come a comida dos orixás", narra alguma das picuinhas típicas dos colegas catedráticos o discípulo e admirador Estácio de Lima, no livro Velho e Novo Nina.

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DISCURSO DE POSSE DA DRA. CLENIA DE JESUS PEREIRA DOS SANTOS - CADEIRA DE N. 28 PATRONEADA POR RAIMUNDO NINA RODRIGUES. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 131 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011


Nina Rodrigues e Alfredo Tomé de Brito, também médico e mais tarde diretor da Faculdade de Medicina da Bahia, casaram-se com filhas do Conselheiro – a família conta que cada um noivara antes com a irmã que casaria com o outro. Em sua segunda incursão na classificação racial da população, dessa vez a nível nacional, num artigo publicado na Gazeta e no Brazil Médico, do Rio de Janeiro, em 1890, aparece pela primeira vez a rubrica antropologia – "anthropologia patológica". Escreve também uma nota apoiando a iniciativa de Brás do Amaral, professor de "Elementos de Antropologia" no Instituto de Instrução Secundária de Salvador, de iniciar uma coleção de "objetos antropológicos" – esqueletos, chumaços de cabelo e recortes de pele dos índios do Estado. No Terceiro Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia, reunido em Salvador, em outubro desse ano, e de cuja comissão executiva Nina Rodrigues foi eleito tesoureiro pela Congregação da Faculdade, apresenta três trabalhos – um deles sendo o relatório da única autópsia feita, por ele, na Bahia durante uma então recente epidemia de influenza. Transferiu-se, em 1891, para a cadeira de Medicina Pública, ocupada por Virgilio Damásio, como professor na disciplina de Medicina Legal, empenha-se desde então em por em prática as propostas de Damásio que, depois de visitar vários países da Europa, sugerira em seu relatório da visita a implantação do ensino prático e a nomeação dos professores de medicina legal como peritos da polícia. Na Medicina Legal, como em tudo o mais, transformou. Afrânio Peixoto nos conta que Nina "deu tal lustro à especialidade que, por todo o país, foi a cadeira mais ambicionada". Com o resultados de seus estudos propôs uma reformulação no conceito de responsabilidade penal, sugeriu a reforma dos exames médico-legais e foi pioneiro da assistência médico-legal a doentes mentais, além de defender a aplicação da perícia psiquiátrica não apenas nos manicômios, mas também nos tribunais. Também analisou em profundidade os problemas do negro no Brasil, fazendo escola no assunto. Entre seus livros destacaram-se As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil (1894), O animismo fetichista dos negros da Bahia (1900) e Os africanos no Brasil (1932). O Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), o mais antigo dos quatro órgãos que compõem a estrutura do Departamento de Polícia Técnica da Bahia, foi criado (1906) pelo Prof. Oscar Freire e intitulado Nina Rodrigues pela Congregação da Faculdade de Medicina da Bahia, em homenagem ao famoso professor catedrático de Medicina-Legal, falecido naquele mesmo ano, aos 44 anos de idade. A posição singular de Nina Rodrigues na história do pensamento antropológico brasileiro (que deve ser remetida à leitura de obras como As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil , O animismo fetichista dos negros da Bahia e Os africanos no Brasil), foi estudada pela professora Mariza Corrêa (Unicamp), que publicou o volume As ilusões da liberdade: a Escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. Bragança Paulista: Edusf, 487 p. 1998. Nina Rodrigues defendeu teses racistas consideradas científicas e modernas. Ele foi fortemente influenciado pelas idéias do criminólogo italiano Cesare Lombroso. No ano da abolição da escravatura, escreveu: "A igualdade é falsa, a igualdade só existe nas mãos dos juristas". Em 1894, publicou um ensaio no qual defendeu a tese de que deveriam existir códigos penais diferentes para raças diferentes. Foi um dos introdutores da antropologia criminal, da antropometria e da frenologia no país. Em 1899 publicou "Mestiçagem, Degenerescência e Crime", procurando provar suas teses sobre a degenerescência e tendências ao crime dos negros e mestiços. Os demais títulos publicados também não deixam dúvidas sobre seus objetivos:


"Antropologia patológica: os mestiços", "Degenerescência física e mental entre os mestiços nas terras quentes". Para ele o negro e os mestiços se constituíam na causa da inferioridade do Brasil. Na sua grande obra, Os Africanos no Brasil, escreveu: "Para dar-lhe (a escravidão) esta feição impressionante foi necessário ou conveniente emprestar ao negro a organização psíquica dos povos brancos mais cultos (…) O sentimento nobilíssimo de simpatia e piedade, ampliado nas proporções duma avalanche enorme na sugestão coletiva de todo um povo, ao negro havia conferido (…) qualidades, sentimentos, dotes morais ou idéias que ele não tinha e que não podia ter; e naquela emergência não havia que apelar de tal sentença, pois a exaltação sentimental não dava tempo nem calma para reflexões e raciocínios". Segundo o cientista baiano, a inferioridade do negro – e das raças nãobrancas – seria "um fenômeno de ordem perfeitamente natural, produto da marcha desigual do desenvolvimento filogenético da humanidade nas suas diversas divisões e seções". No Brasil os arianos deveriam cumprir a missão de não permitir que as massas de negros e mestiços possam interferir nos destinos do país. "A civilização ariana está representada no Brasil por uma fraca minoria da raça branca a quem ficou o encargo de defende-la (…) (dos) atos anti-sociais das raças inferiores, sejam estes verdadeiros crimes no conceito dessas raças, sejam, ao contrário, manifestações do conflito, da luta pela existência entre a civilização superior da raça branca e os esboços de civilização das raças conquistadas ou submetidas". Produção teórica e trabalhos publicados Estima-se que sua obra inclui cerca de sessenta livros e artigos sobre temas que abrangem diversas especialidades médicas, particularmente Medicina Legal, Antropologia, Direito, Psicologia e Sociologia, publicados em jornais da época, entre as quais: Gazeta Médica (da qual foi redator chefe); Jornal do Comércio; Revista Médica de São Paulo; Annales Médico-Psychologiques; Revista Brazileira; Revista Médico Legal da Bahia, (órgão da Sociedade, da qual integrava seu conselho editorial). [2] Alguns dos seus trabalhos publicados em francês ainda estão inéditos na língua portuguesa. Entre suas principais obras inclui-se A Morféia em Andajatuba (1886). Das amiotrofias de origem periférica. (Tese doutourado, 1888) As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil (1894). O animismo fetichista dos negros baianos (1900), O alienado no Direito Civil Brasileiro (1901). Manual de autópsia médico-legal. Salvador. (1901). Os Africanos no Brasil (1932). As Coletividades anormais. (1939). Clínico, professor, escritor, dietólogo, 'tropicalista', sexologista, legista, higienista, antropólogo, biógrafo, epdemiologista, etnólogo. Nina Rodrigues foi um homem múltiplo. Faleceu em Paris, 17 de julho de 1906)


JOÃO BACELAR PORTELA Nasceu no município de Santa Quitéria, em 16 de junho de 1906. Sendo seus pais, Viriato oliveira dos Santos Portela e Rosa Rodrigues Bacelar Portela. Faleceu a 30 de julho de 1978 aqui em São Luís. Era casado com D. Maria Alice Abreu Portela, tendo deixado cinco filhos, Delzita, Maria Iêda, Edna, João Bacelar Portela Filho e quatorze netos. Fez seus primeiros estudos em Paranaíba (Piauí) onde residiam seus pais; estudou aqui em São Luís no Seminário de Santo Antônio; a seguir, estudou em Teresina e Fortaleza, seguindo depois para Salvador- Bahia, onde cursou, durante um ano, a Escola de Engenharia. Seu sonho era ser engenheiro, mas, abandonou o curso por solicitação de sua mãe, alegando que já tinha um filho engenheiro, seu irmão mais velho, o Dr. Venefredo. Ingressou na faculdade de Farmácia, cursando 2 anos, com o objetivo de posteriormente, se transferiu para o curso de medicina, o que não ocorreu em virtude de um decreto do Governo criando o exame específico para o curso de Medicina. De Salvador foi para o rio de Janeiro, onde concluiu o curso de medicina na antiga Faculdade da praia Vermelha, a três de outubro de 1932. Em 1934, veio para São Luís, a pedido dos seus pais que aqui já residiam. Exerceu com muita proficiência os seguintes cargos: Professor de Psicologia Lógica do instituto de Educação do estado do Maranhão. Professor de Psicologia Geral da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Maranhão. Professora de Psicologia Médica e da Personalidade da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do maranhão Professor de Biologia da Faculdade de Medicina da Universidade federal do maranhão Professor de Clinica Cirúrgica da Faculdade de medicina da Universidade Federal do Maranhão Professor de Psicologia Educacional do Instituto de educação do estado do9 maranhão. Diretor da Instrução pública do estado do Maranhão. Secretário de saúde do estado do maranhão; Diretor da Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade federal do maranhão Diretor fundador (1º diretor) da faculdade de ciências Médicas Diretor do Hospital da santa Casa de São luís do Maranhão Membro da Comissão organizadora da fundação Paulo ramos Membro titular do conselho da fundação Paulo Ramos Diretor do Instituto de Ciências Físicas e Naturais da Universidade do maranhão.


Professor Titular de Fisiologia da Faculdade de Farmácia e odontologia da Universidade Federal do Maranhão Membro efetivo do Conselho Estadual de Educação do Estado Maranhão Substituto eventual do Reitor da Universidade do Federal do Maranhão, tendo várias vezes exercido o cago no impedimento do Reitor Médico da Maternidade Benedito Leite Membro Titular do Instituto Histórico Geográfico do Maranhão – Cadeira 28- Patrono Nina Rodrigues Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões Cavalheiro da Ordem de S. Silvestre (Vaticano) Trabalhos Publicados Psicologia Geral do Indígena, processo de maturidade psicológica do índio no contexto da sua cultura. “Da Fundação dos Canais Semi- Circulares” – Tese na disciplina de Fisiologia; “A Noção de Espaço” - Tése na disciplina de Psicologia. Ensaios literários sobre as obras de Nina Rodrigues, Gonçalves Dias, Nascimento de Morais, Nauro machado e Manoel Sobrinho Vida e Obra de Gomes de Sousa Vários discursos Acadêmicos e Científicos Livro “Espaço Óptico”

JOÃO BACELAR PORTELA Por Domingos Vieira Filho - http://www.bacelarportela.med.br/barcelarportela.htm (Santa Quitéria-Ma. 1906) é o que se pode chamar com exata propriedade um verdadeiro humanista. Médico e professor, desde que Iniciou sua carreira no magistério, no Colégio Estadual do Maranhão, lecionando psicologia em moldes modernos, revelou-se espírito inquieto de pesquisador que não fazia da cátedra, como tantos, mero ganha-pão, mas antes um instrumento sério de aprendizagem e de interpretação da vida. A sua tese de concurso para provimento da cadeira de fisiologia da antiga Escola de Farmácia e Odontologia do Maranhão, intitulada "Da função dos canais semicirculares" (1941) despertou, na época, a mais viva discussão pelo ousado dos princípios e foi saudado com efusão nos meios científicos do país. o mesmo sucedendo com outra tese "A noção de espaço" (1942) na qual Bacelar Portela se confessa adepto da percepção espacial e revela seguro conhecimento da obra imperecível de Einstein. Absorvido todavia pela voragem da vida, na luta para prover o sustento da família que havia pouco constituíra. Bacelar Portela deixou-se ficar no acanhado meio provinciano de São Luís, moldura em verdade muito estreita para as suas inquietações de cientista. Mas, nem as lutas quotidianas na clínica bem sucedida, nem o labor profícuo da cátedra puderam sofrear em Portela uma irresistível vocação de pesquisador nato. Colaborando na imprensa maranhense e em revistas especializadas versa com proficiência assuntos os mais variados, na afirmação de polimorfa cultura. Assim, o estudo sobre Gonçalves Dias e a Psicologia do indígena, o perfil que traçou da figura exponencial de Tasso Fragoso, análise sutil de vida e da obra desse sábio militar e geógrafo brasileiro, o breve mas incisivo estudo sobre a personalidade de Nina Rodrigues, o estudo interpretativo da poética de Sousândrade e, no âmbito da ciência médica, o trabalho a respeito das infecções no campo da obstetrícia apresentado às


jornadas medicas maranhenses. Afeito portanto ao estudo e a pesquisa cientifica não foi difícil a Bacelar Portela chegar ao mundo quase lendário de JOAQUIM GOMES DE SOUZA, essa figura enigmática e controvertida de sábio e de gênio. E há mais de dez anos que Bacelar Portela estuda a vida e atuação de cientista do SOUSINHA, no seu tempo um verdadeiro despaisado no contexto da incipiente cultura brasileira e talvez por isso incompreendido, procurando fixar as linhas essenciais desse espírito precoce e bem próximo da genialidade, despejado entretanto de projeções evemeristas, tão ao sabor de nossa gente, agora redescoberto e posto diante de nós como uma autentica organização de sábio, nas paginas deste livro maturado e bem escrito. CELSO AIRES ANCHIETA Por Joseth Coutinho Martins de Freitas165 Nasceu em São Luís, a 01. 03.1929 e faleceu em 05 de janeiro de 1983, tendo deixado 09 filhos e viúva, Dona Florita Anchieta, senhora de peregrinas qualidades. Fez os cursos primários e secundários no Colégio São Luís e Ateneu Teixeira Mendes, em São Luís e o curso científico no Colégio Pedro II, Rio de Janeiro. Diplomou-se em Letras Modernas pela Universidade Federal do Maranhão. Na vida pública, trabalhou durante 26 anos como escriturário do Banco do Brasil, no setor câmbio, revelando-se um servidor responsável, eficiente, dedicado e dinâmico. Foi diretor e professor de Matemática e Português do Colégio Anchieta (1º, 2° graus), exercendo, ainda, os cargos de Presidente do Centro Social da Boa Esperança e Chefe Escoteiro autorizado pela União dos Escoteiros do Brasil. Conquistou o primeiro lugar no concurso da Academia Maranhense de Letras, obtendo o prêmio Graça Aranha, com o trabalho “Uma paisagem, um culto, um ideal.” Classificou-se em 2º lugar, no prêmio “Cidade de São Luís”, com o trabalho ”Maranhão, minha terra, meu orgulho”, assim como 2º lugar no prêmio “ 27 C.S.M.” como o trabalho sobre “ o jovem e o Serviço Militar” Deixou os seguintes trabalhos a serem publicados: “História de minha terra”. “A terra que Deus me deu”. “Vida nossa de cada dia.” E “Velho sobradão” ( poesias).

BENEDITO CLEMENTINO DE SIQUEIRA MOURA Dr. Benedito Clementino Siqueira Moura, como é hoje mais conhecido entre nós, foi o caçula entre cinco irmãos – José Luís, Maria das Dores, Argemiro Clementino e 165

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Raimundo Clementino. Nasceu na cidade de Oeiras, primeira capital do Piauí, aos 23 dias de abril de 1909. A infância transcorreu entre os tios, com quem passava temporadas, ao mesmo tempo em que se iniciava nas primeiras letras. Sua tia materna, Inácia Siqueira (casada com Adelino), também teve grande importância nesse período. Posteriormente, com o casamento de sua irmã, passou a conviver com eles também. Aos nove anos de idade, quando corria o ano de 1918, final da Primeira Guerra Mundial, os familiares decidiram enviá-lo para a escola, o internato católico – Colégio 24 de Fevereiro – localizado na cidade de Floriano, a 110 km de sua cidade natal. À época era a melhor escola do estado do Piauí e recebia os rebentos das melhores famílias daquele estado e de outros vizinhos, como o Maranhão. Entre outros ilustres colegas com quem estudou durante esses quatro anos, Dr. Clementino cita o ex-reitor da UFMA, ex-prefeito de São Luís e ex-governador do Estado do Maranhão, Pedro Neiva de Santana. Finalizado o período de estudo no Colégio 24 de Fevereiro, Clementino foi chamado por seu irmão para residira capital piauiense. Lá, Clementino realizou seus estudos no Liceu Piauiense. As circunstâncias, porém, pareciam conspirar contra o sonho dos dois irmãos. No final do período, quando já haviam planejado os próximos passos que tornariam Dr. Clementino o médico que foi, o diretor o reprovou em Geometria. Ficara para segunda época. Não haveria prazo hábil para fazer a prova e deslocar-se a Salvador a tempo de fazer o vestibular, naquela que foi a primeira faculdade de medicina do Brasil. Como para a determinação existem apenas desvios, nunca um ponto final, jamais essa seria uma barreira instransponível, assim, os irmãos mudaram os planos para Belém. É nessa viagem que Dr. Clementino vê a capital maranhense pela primeira vez. De trem, a viagem entre Teresina e São Luís durava dois dias inteiros, com pernoite em Coroatá. Não havia ponte sobre o rio Parnaíba, na divisa entre os estados. Timon era conhecida, na época, como Vila de Flores. Tampouco havia ponte entre o Continente e a ilha de São Luís. A travessia, nos dois casos, era feita em canoa. Em Belém, Dr. Clementino realizou a prova de Geometria e foi aprovado com louvor. Em seguida, realizou o vestibular para Medicina. Seu caminho estava agora irremediavelmente traçado para o sacerdócio médico. Na capital paraense, Dr. Clementino ficou até o final do ano de 1928. Nesse período, Dr. Clementino e outros companheiros participaram ativamente de movimentos estudantis na universidade, independente de filiação partidária. Posições contrárias – manifestadas em passeatas, provocações, e até um pouco de perturbação da ordem pública – às forças políticas e policiais em diversas ocasiões, custaram-lhe problemas, inclusive perseguições na própria faculdade. O período conturbado o motivou e outros colegas a mudarem para o Rio de Janeiro. Na capital da República, foram aceitos na faculdade de medicina da Praia Vermelha, onde retomaram os estudos no terceiro ano da formação acadêmica. Para Clementino, as despesas foram com seus estudos foram efetivadas, graças aos esforços e boa vontade do seu irmão mais velho Raimundo clementino de Siqueira e Moura. “Para minhas despesas com os estudos, na época, dividia os seus 500 mil réis, ganhos em uma casa comercial daquela capital, Ferraz&Cia( discurso de Posse de Clementino 1983 ) Terminado o curso de Medicina, em 11 de outubro de 1932, partiu para São Luís para assumir um emprego que lhe haviam prometido do o Ten. Serôa da Mota e Dr.


Demerval, amigos que fi zera durante sua formação. Este último, fora o diretor do Hospital S. João Batista, em Niterói, no período em que no estivera como interno. Como em São Luís não havia vaga de imediato, foi-lhe ofertada à opção de trabalhar em Pedreiras ou Caxias. Optou por Caxias, pela facilidade de acesso a São Luís. No Natal de 1933, conheceu Elza, na casa de amigos durante um almoço. Ela era professora e filha do desembargador Lisboa Filho. Ficaram noivos em 1934 e em 12 de outubro de 1935 casaram-se. Dessa união, nasceram três filhos: Maria do Socorro, José de Ribamar e Maria da Graça que lhe deram oito netos. Ao longo de cinquenta e dois anos, dedicou- se ao exercício da medicina. Procurou honrar o juramento que, em resumo, descreve uma total dedicação e inteireza na prática cujo propósito é mais que curar doenças e sanar as dores, é cuidar do homem enquanto representação da espécie. Sua conduta foi sempre de total dedicação aos seus pacientes. Cargos ocupados na administração pública: Diretor da Maternidade Benedito Leite, Chefe do Inamps, Chefe do serviço médico do Inamps, Professor titular de obstetrícia da faculdade Medicina da Universidade Federal do Maranhão, Diretor da Maternidade do Estado (localizada na Santa Casa), Chefe do departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Maranhão. Com relação à faculdade de Medicina, não foi apenas professor e chefe de departamento, assinou a própria ata de fundação, realizada em cerimônia solene na faculdade de odontologia, em 28 de junho de 1958. Como professor, foi homenageado por inúmeras turmas, não somente pelos ensinamentos que legou a tantos jovens médicos na época, mas pela sua qualidade principal, a humanidade com que se colocava em tudo que fazia. Foi também membro da Academia Maranhense de Medicina – cadeira nº 1 – cujo patrono é Dr. Alarico Nunes Pacheco. Foi Membro do instituto Histórico Geográfico maranhense, ocupando a cadeira de nº 28, patroneada por Nina Rodrigues, morreu recentemente na cidade do Rio de Janeiro. BENEDITO CLEMENTINO DE SIQUEIRA MOURA Por Aldir Penha Costa Ferreira - Da Academia Maranhense de Medicina Cadeira Nº 8 http://www.acadmedma.org/artigos/mostra_pub.php?id=19 Vila situada no distrito de Lisboa, Portugal, Oeiras é também o nome da antiga capital do Piauí. Provavelmente mais uma marca deixada pelos nossos descobridores/colonizadores. Foi naquele município, situado na mesorregião do sudeste do estado vizinho, que, na primeira década do século passado, veio ao mundo Benedito Clementino da Siqueira Moura. Órfão aos quatro anos de idade, Clementino Moura viveu em companhia de parentes até os cinco anos, quando se tornou aluno de um colégio em regime de internato. Naquela época conheceu um colega que, tempos depois, se tornaria uma das figuras de maior relevo na medicina e na história do Maranhão, isto é, de Pedro Neiva de Santana.


Formado pela tradicional Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, Rio de Janeiro, foi aluno de médicos famosos como Carlos Chagas, Miguel Couto, Vieira Romeiro e outros. Teve como colegas nomes tradicionais no nosso âmbito estadual, como João Bacelar Portela e Antonio Pires Ferreira. Chegou ao Maranhão em 1932 e foi nomeado para dirigir um posto médico na cidade de Caxias, mas lá permaneceu por pouco tempo. Transferido para São Luís, tornou-se médico do Serviço de Pronto-Socorro, anexo à Diretoria de Saúde, situado na rua da Palma, mais tarde Herculano Parga. Decorrido, porém, mais ou menos um ano, mudanças no quadro das lideranças políticas do Maranhão e do Brasil motivaram a sua transferência para o então distante município de Cândido Mendes. Recusando-se a ceder a tais pressões, foi demitido. Pertenceu, durante alguns meses, à categoria dos desempregados. Só mais tarde retornou ao seu antigo emprego, por ato do interventor Paulo Martins de Sousa Ramos, mas logo se viu transferido para um recém-criado ambulatório de pré-natal. Daí em diante o inquieto discípulo de Hipócrates não mais parou. Trabalhou ao lado de muitos nomes de relevo na medicina maranhense e foi, sem dúvida, um deles. Ao longo dos seus cinquenta e dois anos de atividade profissional, marcou passagem por inúmeros cargos e postos de trabalho. Médico do SESI, do IPASE, do Departamento Estadual da Criança, do Hospital Geral e da Maternidade Benedito Leite, que ajudou a fundar e de onde foi diretor durante quarenta e dois anos. Chefe do Serviço Médico do INAMPS, professor de fisiologia da antiga Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Luís, diretor da Associação de Assistência e Proteção à Infância e titular da disciplina Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas. Uma longa e profícua caminhada desde o antigo posto médico da cidade de Caxias até a Universidade Federal do Maranhão, de quem foi um dos fundadores. Figura fadada a fazer história, casou-se, teve filhos e se tornou maranhense de coração. Achava tempo e energia, ainda, para se dedicar a atividades fora dos consultórios e hospitais. Foi secretário, tesoureiro e depois presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Maranhão, e fundador da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Maranhão. Fundador, também, do Lions Clube São Luís – Centro, onde exerceu as funções de Conselheiro, Presidente por duas vezes, Vice-Governador e Governador. Escreveu e publicou vários livros e trabalhos, merecendo destacar “Quarenta anos vendo a vida nascer”, “Aborto e planejamento familiar”, “Sinais e Manobras em Obstetrícia” (em colaboração com a confreira Dra. Maria do Socorro Moreira de Sousa), “Fragmentos de Ontem e de Hoje”, “Roteiro Leonístico (em colaboração com o seu confrade Merval Melo), “O Tempo da Minha Vida” e muitos outros. Ao longo da vida Clementino Moura recebeu, merecidamente, numerosos títulos e várias honrarias, não só através do Lions Clube e do Rotary, mas também em outras áreas, merecendo destacar: Conselheiro Internacional Vitalício de Lions, Cidadão de São Luís, conferido pela Câmara Municipal de São Luís, Medalhão do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, e Medalha do Mérito Timbira, acompanhada pelo respectivo Diploma, conferida pelo Governo do Estado do Maranhão. Ele começou a sua carreira profissional num serviço de pronto-socorro, e hoje dá nome ao conhecido Socorrão II, na Cidade Operária, periferia de São Luís. CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM MOURA, Clementino. A COLUNA PRESTES E A CUSTÓDIA DE OEIRAS Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 45-46


SÃO LUIS DOS BONS TEMPOS DO BONDE Ano LXII, n. 14, março de 1991 33-35 D. DELGADO, PIONEIRO DO ENSINO MÉDICO NO MARANHÃO Ano LXII, n. 14, março de 1991 39-41 UMA IDÉIA INFELIZ Ano LXIII, n. 16, 1993 93-94 UMA LEI DESUMANA Ano LXIV, n. 17, 1996 105-106 REVENDO OS SOBRADOS DA JOÃO LISBOA E RECORDANDO AMIGOS Ano LXIV, n. 17, 1996 107109 ESBOÇO HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA EM SÃO LUIS Ano LXIV, n. 17, 1996 110-113 FALECEU O CONFRADE OLAVO CORREIA LIMA No. 19, 1997 84-85 DOIS IMPORTANTES LIVROS MÉDICOS No. 20, 1998 102 FAZER O BEM SEM OLHAR PARA QUEM No. 20, 1998 103-104

CELSO AYRES ANCHIETA FILHO RITA MARIA NOGUEIRA


CADEIRA 29 OCUPANTE ATUAL: ANTONIO RUFINO FILHO

JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/fundadores/11.php Nasceu em São Luís, a 3 de maio de 1853, e faleceu na mesma cidade, a 30 de abril de 1927. Iniciou sua formação educacional no prestigioso Colégio de Nossa Senhora da Glória, também chamado Colégio das Abranches. Verdadeira vocação de educador, o professor Ribeiro do Amaral foi catedrático de História e Geografia do Liceu Maranhense, instituição a que também serviu na condição de seu diretor. Encarregado provisoriamente da reorganização da Biblioteca Pública, foi nomeado diretor dessa instituição em 13 de abril de 1896, ali permanecendo até 16 de agosto de 1896. Durante essa primeira e breve gestão, promoveu a mudança da Biblioteca da Rua Formosa para a Rua da Paz. Novamente posto à frente desse órgão, dirigiu-o de 19 de agosto de 1910 a 21 de julho de 1913. Diretor da Imprensa Oficial, e colaborador do Diário Oficial do Estado, onde, no período de 1911 a 1912 publicou diversos trabalhos sob o título geral de Maranhão Histórico, os quais, coligidos pelo escritor Luiz de Mello, resultaram no livro O Maranhão histórico, publicado postumamente. Ribeiro do Amaral fundou e dirigiu o Colégio de São Paulo, que muitos e assinalados serviços prestou à educação da juventude maranhense. Relevante aspecto da biografia intelectual desse ilustre maranhense, fato que merece atenção especial, é o vivo interesse que ele tinha pelas fontes fundamentais de seus estudos de eleição. A par da portentosa coleção de jornais, possuía verdadeiras preciosidades bibliográficas, certamente a muito custo adquiridas em grandes centros, e trazidas para o Maranhão, sendo hoje desconhecido o paradeiro dessas raridades. Na Academia Maranhense instituiu a Cadeira Nº 11, patroneada por João Francisco Lisboa, e exerceu a Presidência da Entidade desde sua fundação até abril de 1927, quando faleceu. Foi o segundo que por mais tempo exerceu a Presidência da AML. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, figurou entre os que em 30 de novembro de 1925 fundaram o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, então denominado Instituto de História e Geografia do Maranhão e foi, por seguidos anos, o zeloso possuidor da maior coleção de jornais antigos do Maranhão, a contar do primeiro deles, O Conciliador (1821). Morto o mestre, sua família vendeu a coleção ao Estado do Maranhão, que a transferiu para o acervo da Biblioteca Pública Benedito Leite.


Autor de numerosa bibliografia historiográfica, da qual vão citados os títulos principais, excetuados trabalhos ligeiros e pequenos livros para uso escolar: O conde d´Escragnolle. Rio de Janeiro: Livraria J. Leite, s/d; O Estado do Maranhão em 1896. Obra composta à vista de um grande número de documentos, / acompanhada da Carta Geral do mesmo Estado, bem como das / plantas, dos rios Parnaíba e Gurupi, da Ilha do / Maranhão, e da Cidade de São Luís em 1640 por ocasião da / Invasão Holandesa, e em 1844, e publicada sob os auspícios / do / Exmº Sr. Capitão-Tenente / Manoel Ignácio Belfort Vieira, / Govenador do Estado, / por /José Ribeiro do Amaral. São Luís: Tipografia do Frias, 1879; Apontamentos para a história da Revolução da Balaiada na Província do Maranhão. Primeira Parte, 1837-1839. São Luís: Tipografia a vapor da Alfaiataria Teixeira, 1898; Apontamentos para a história da Revolução da Balaiada na Província do Maranhão. Segunda Parte, 1839-1840. São Luís: Tipografia Teixeira, 1900; Apontamentos para a história da Revolução da Balaiada na Província do Maranhão. Terceira e Última Parte, 1840-1841. São Luís: Tipogravura Teixeira, 1912; A fundação de Belém; ligeira resposta ao estudo histórico do Sr. Cândido Costa; reivindicação histórica. São Luís: J. Pires, 1916; Limites do Maranhão com o Piauí ou a questão da Tutóia. São Luís: Imprensa Oficial, 1919; As revoluções do Segundo Império e a obra pacificadora de Caxias. São Luís: Tipogravura Teixeira, 1922; Efemérides maranhenses, 1ª parte – Tempos Coloniais. São Luís: Tipogravura Teixeira, 1923. Foram publicados postumamente: O Maranhão histórico. São Luís: Instituto Geia, 2003 (coletânea de artigos históricos originalmente publicados no Diário Oficial do Estado entre 1911 e 1912, e recolhidos pelo pesquisador Luiz de Mello); Fundação de Belém do Pará; jornada de Francisco Caldeira de Castelo Branco. Brasília: Senado Federal, 2004. Existem na Seção de Obras Raras da Biblioteca Pública Benedito Leite os originais do livro O Maranhão no Centenário da Independência; 1822-1922. 384p. datilografadas. Fundação do Maranhão teve uma versão preliminar e muito simplificada no folheto do mesmo título: Fundação do Maranhão (São Luís: Imprensa Oficial, 1911. 15p.), espécie de balão de ensaio seguido, logo em 1912, do livro, escrito especialmente para comemorar o Tricentenário da chegada dos franceses ao Maranhão, fato de extraordinária importância para nossa história, que por sinal nasceu efetiva e consistentemente a partir dele, posto não haver nenhuma dúvida de que foi a invasão francesa do Maranhão que compeliu o governador Gaspar de Sousa e adotar providências que há tempos vinham sendo postergadas. Assim, em decorrência de decisões de investidura formalizadas por documentos datados de Olinda, em julho de 1614, Jerônimo de Albuquerque e seu adjunto imediato, o sargento-mor do Estado do Brasil, Diogo de Campos Moreno, receberam a difícil missão de promover a expugnação dos que, sem nenhuma resistência dos naturais da terra haviam fundado solenemente, na Ilha Grande do Maranhão, a capital da Nova França ou França Equinocial. Na época em que publicado, esse livro representou a disponibilização de copiosas informações relacionadas com a presença fugaz, mas inegável, dos franceses no Maranhão. Fugaz presença, repete-se, porém marcante e para sempre indelével por numerosos motivos, dentre os quais bastará referir estes dois: – o nome inegavelmente francês São Luís, conferido ao Forte, e que, por natural desdobramento estendeu-se progressivamente à localidade, à medida em que ela ia


crescendo. Topônimo que se firmou com tanta solidez, que contra ele não logrou prevalecer o de São Filipe, proposto pelos portugueses submetidos à dominação espanhola do período eufemisticamente denominado União Ibérica (1580-1640); – os testemunhos históricos da ocupação francesa do Maranhão, a exemplo das crônicas deixadas pelos franciscanos Claude d´Abbeville e Yves d´Évreux, dois monumentos de valor inestimável, e que, com a Jornada do Maranhão [...], de Diogo de Campos Moreno, formam o tripé fundamental de nossa história primeva no alvorecer dos tempos coloniais. Além dos já citados originais de livros inéditos existente na Seção de Obras Raras da Biblioteca Pública Benedito Leite, há, do professor Ribeiro do Amaral nos arquivos da Academia, peças de sua correspondência passiva, manuscritos inéditos, coleção de medalhas comemorativas e os originais (doados pelo acadêmico José Sarney) do livro Fundação de Belém; jornada de Francisco Caldeira de Castelo Branco em 1616. Contribuição na Revista do IHGM RIBEIRO DO AMARAL, NOBILIARCHIA MARANHENSE Ano I, n. 1, julho-setembro 1926 38-41

ARNALDO DE JESUS FERREIRA Por Joseth Coutinho Martins de Freitas166 Nasceu em São Luis a 6 de outubro de 1904. Fez seus estudos nessa cidade e ao mesmo tempo começou a trabalhar no comércio, na firma de seu pai. Ao lado das atividades comerciais não descuidava da literatura, sua princxipal fonte de leitura, o que o fez até os 54 anos, quando faleceu. Possuiu a maior biblioteca particular de São Luis. Exerceu a presidência da ACM em varuios mandatos, e ocupou divrsas diretorias. Concluiu ocurso de Contador e passou a sócio-proprietário de uma nova empresa de seu pai. Escreveu obras sobre economia política, publicadas em São Luis e em paris, e sob o psudonimo de João Maranhense, militou na imprensa nos jornais O Imparcial, O Combare, Diário do Norte, Diário de São Luis, A Pátria, O Globo, Tribuna, Jornal do Povo e em revidstas, como a da AML e do IHGM, com temas literários, históricos, econômicos, geográficos e artistiscos; participou de entidades acadêmicas, artísticas, jornalísticas, e educacionais.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Ocupou a cadeira 27 da AML; membro da Scoeidade de Cultura Artistica do Maranhão – SCAM; e consultor tecnico do Diretorio Regional de Geografia. Na historiografuia maranhense deixou trabalhos de valor como: Jesuitas no Maranhão e Grão-Pará; Noticiais sobre frei Custodio de Lisboa; Os problemas maranhenses; Alcantarenses do século XVII na Companhia de Jesus; Dias Carneiro e Sousa Bispo; Atualidade de Vieira; Ravardiere e outros. Foi o primeiro presidente da Federasção do Comercio do Maranhão, cripu o Conselho de Contribuintes do Estado; foi Secretário de Fazenda e Pr0odução; Presidente do Banco do Estado em vários governos; participou da administração da Junta Ciomercuial do Maranhão; da Legião Brasileira de Assistencia; da Justiça do Trabalho, do Centro Caixeiral, do Sindicatom do Comercio Atacadista de Generos Alimenticios de São Luis, da Associação dos Empregados do Comercio de São Luis, do Asilo de mendicidade, dos Conselhos Deliberativos do SESC e do SENAC, onde foi preasidente regional. Faleceu em 13 de outubro de 1958. Contribuição na Revista do IHGM: FERREIRA, A. NOTÍCIA SOBRE FREI CRISTÓVÃO DE LISBOA Ano IV, n. 4, junho de 1952 67-75

LUÍS CARLOS CUNHA Por Joseth Coutinho Martins de Freitas167 Nasceu em São Luis do Maranhão em 18 de maio de 1933. De origem humilde, lutou pela sobrevivência. Fez curso de tecnioco em Contabilidade e depois ingressou na Faculdade de Filosofica da UFMA, onde se licenciou em Geografia. Fundou, em 1959, o Instituto Lourenço de Moraes, nome dado em homenagem ao amigo poeta, entidade do colégio Nina Rodrigues, de sua propriedade, localizado na Rua do Sol. Fundou, em 1976 o “Opinião”, jornal de feição moderna e foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Trovas. Colaborava em jornais locais, dirigia suplementos literários e as edições Mirante. Ligado a movimentos culturais, a exemplo da Academia dos Novos; em 1967 ingressou na AML, ocupando a cadeira 33. Poeta, crítico, ensaísta, cronista, jornalista, professor, graduado em história e geografia. Autor de muitos livros de poesia, desde o primeiro: Poesia de ontem (1968). 167

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Mirante (antologia poética) Eu e a Academia Maranhense de Trovas Vultos Históricos à luz da critica moderna Castelos de Porcela (crônicas) Cancioneiros deo menino grande (poesia) Um perfil de Pandiá Calogenas Poesia maranhense hohe ou 50 anos de poesia (antoloogia) Clovis Ramos e a critica (artigos) Maranhão balanço cultural 1974 Silvino Angelo da Silva (biografia) Clovis Ramos: um maranhense do Amazonas Um grande pintos: o húngaro Naji Lagos Poemas em prosa de Carlos Cunha Bandeira Tribuzi – intelectual de novo tipo O lado visual Pesadelos da Ilha As lâmpadas do sol Moinhos da memória Rosa de Aluminio No porão da eternidade Aspectos da literatura maranhense Ballet de Santos e Demonios Caçados da estrela verde (memória) Faleceu em São Luis a 22 de outubro de 1990 Contribuições na revista do IHGM DE CARLOS CUNHA (MENSAGEM) Ano LIX, n. 08, março de 1985 05 VIRIATO CORRÊA, O ETERNO Ano LIX, n. 08, março de 1985 61-65 IHGM HOMENAGEIA BANDEIRA TRIBUZI ano LX, n. 12, 1986 ? 37-39 SAUDAÇÃO A ALUIZIO RIBEIRO DA SILVA Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 43-44 O MESTRE RIBEIRINHO Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 77-78


WANDA CRISTINA CUNHA Wanda Cristina da Cunha e Silva nasceu em São Luis do Maranhão. Jornalista, escritora, poetisa, professora. Cinco livros publicados: UMA CÉDULA DE AMOR NO MEU SALÁRIO (poesias), ENGRAXAM-SE SORRISOS (crônicas), REDE DE ARAME (poesias) GEOFAGIA RUMINANTE NO SÓTÃO DA PREAMAR (poesia) e FLOR DE MARIAS NO BUQUÊ DE COSTELAS (antologia poética). Em fase de publicação, estão os seus livros: O PAÍS ESTÁ NU (crônicas); CACHOEIRA DA SAUDADE (crônicas), MENINAS-DOS-OLHOS DE DEUS (contos); CARLOS CUNHA: planos jornalístico e literário (monografia) e CONFISSÕES DA ILHA (reportagens). Estréia na literatura aos dezoitos anos. Pertence ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhãoe à UBE. Formada em Comunicação Social (Jornalismo), pela Universidade Federal do Maranhão e Letras, pela Universidade Estadual do Maranhão, com pós-graduação em Língua Portuguesa, pela Salgado de Oliveira e Comunicação e Reportagem, pela UEMA. Ganhou prêmio promovido pela Academia sobre a Vida e a Obra de Coelho Neto e ficou entre as 20 melhores colocadas no III Concurso Escribas de Contos de Piracicaba, com o conto PAREDE TEM OUVIDO. Dirigiu e coordenou várias páginas literárias de jornais maranhenses, dentre os quais a do Atos e Fatos e do Jornal o Debate. Colaborou no "Ponto de Prosa", caderno de o Jornal O IMPARCIAL e tantos outros. Professora de Língua Portuguesa e Literatura.


CADEIRA 30 OCUPANTE ATUAL: ILZÉ VIEIRA DE MELO CORDEIRO

PATRONO: JUSTO JANSEN FERREIRA Por Joseth Coutinho Martins de Freitas168 Nasceu em São Luis em 16 de março de 1864. Filho de tradicional familia maranhense, sendo seu pai o médico José Jansen ferreira: residia na Rua Rio BGranco. Formou-se em Medicina na Bahia, onde foi contemporâneo de Nina Rodrigues. Geógrafo, publicista, professor catedrático de Geografia Geral e Corografia do Brasil do Liceu Maranhense e de Física e Química, e Mineralogia da Escola Normal do Maranhão. Lecionou também no Instituto de Humanidades. Fundador da cadeira no,. 4 da AML, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto Histórico e Geográfico do Ceará, da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, e da Sociedade de Medicina do Paraná. Doutor em Medicina, era spcio correspondente de varias sociedades cientificas estrangeiras, como a Sociedade Astronomica de Paris e de Geogrfia de Lisboa. Um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e seu primeiro presidente (12926-1927. Teve assento na cadeira 19 por ele fundada. Com o aumento das casdeiras deste Sodalicio, foi escolhido patrono da cadeuira 30. Na âmbito da geografia, implantou o ensino intuitivo de Geografia Física, administyrativa e econômica através de conhecimentos diretos de determinada região habitada pelos alunos, o que orientaria na compreensão geral da geografia. Elaborou Carta Geográfica do Maranhão, Planta geográfica da Ilha de São Luis e Planta da Cidade de São Luis, todas publicadas em Paris em 1903, e nesta caputal em 1912. No governo de Luis Domingues adaptou-as ao ensino do Liceu Maranhense. Foi o sistematizador da cartografia maranhense. Foi um dos fundadores da Escola Onze de Agosto – Socioedade Promotora da Instrução Pública. Com o livro ‘A barra de Tutoia”, estabaleceu os fundamentos teóricos que puseram fim as duvidas sobre os limites a leste entre o Maranhão e o Piaui. Publicou artigos em revistas especalizadas sobre o ensino da Geografia, e a Barra de Tutoia em revista do Norte, de 1901 a 1903. 168

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Faleceu em 8 de novembro de 1930, nesta Capital. OLÍMPIO RIBEIRO FIALHO - PATRONO DA CADEIRA 59


CADEIRA 31 OCUPANTE ATUAL: RONALD PEREIRA DOS SANTOS

PATRONO: ANTONIO LOPES DACUNHA Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz169 Antônio Lopes da Cunha nasceu na cidade de Viana – Maranhão -, em dia 25 de maio de 1889 e faleceu em São Luís aos 29 de novembro de 1950. Filho do desembargador (e futuro governador do Estado) Manuel Lopes da Cunha e D. Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha. Fez os preparatórios em São Luís. Em 1911, concluído seu curso de ciências jurídicas, na cidade de Recife. Foi durante os seus estudos em Recife que Antônio Lopes deu os seus passos iniciais na atividade literária, ao lançar Litania da Morte, a primeira obra de sua produção, diversificada em múltiplas facetas, todas de extrema importância. Antes ele já havia fundado, em sua terra, a Revista Vianense, ao lado de Mariano Couto e José Belo Carvalho, “manuscrita, em folhas de papel azul de embrulhar rebuçado”. 170 Retornando à província natal, exerceu o magistério – era professor de Literatura Brasileira no Liceu Maranhense e de Filosofia do Direito na Faculdade de Direito do Maranhão, marcando sua atuação com uma vasta erudição Jornalista, redigia “A Pacotilha” e “O Imparcial”. Em 1938, fundou com Mauricio Jansen e Urbano Pinheiro o “Diário do Norte”, folha que exerceu grande influencia na mocidade intelectual de São Luís, pois acolhia generosamente aos jovens poetas e escritores. Antonio Lopes da Cunha introduziu o Escotismo no Maranhão, apenas dez anos depois de surgir na Inglaterra; o Grupo Escoteiro 18tão, antiga Associação Maranhense de Escoteiros foi instituída em 20 de maio de 1917. 171 Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de São Luís (1918), ao lado de Fran Paxeco, Henrique Couto, Domingos Perdigão e outros. Bibliografia de Antônio Lopes: - O Feio – conferencia pronunciada no Clube Euterpe, em 1908; - Apreciação crítica – in Padrões, livro de versos de Sales e Silva, publicado em 1911; - Celso Magalhães – estudo crítico e biográfico, in Pacotilha, edição de 10.11.1917; - Celso Magalhães – resposta a um artigo de José Ribeiro de Oliveira in Pacotilha Ed. De 19.11.1917; - As caixas escolares, O ensino da Geografia nas escolas primárias, Relatório sobre a Educação Intelectual, 169

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. O “SPORTMAN” ANTONIO LOPES DA CUNHA. In Recorde: Revista de História do Esporte; Rio de Janeiro, Volume 2, número 2, dezembro de 2009, disponível em http://www.sport.ifcs.ufrj.br/recorde/pdf/recordeV2N2_2009_17.pdf 170 In GASPAR, Carlos. ANTONIO LOPES DA CUNHA – um notável homem das letras. http://www.vianacidadedoslagos.com.br 171 In http://www.18tao.org.br/index.php?option=com_content&view=frontpage&Itemid=2


- Noções sobre: ensino obrigatório, a Instrução Escolar, Os Compêndios, A Instrução Publica Municipal de São Luis em 1919 – trabalhos apresentados no Congresso Pedagógico reunudoi em São Luis, em 1920; - Marília e Dirceu – crítica literária in “Geofgrafia e História no. 1, 1926; - O Dicionário Histórico e Geográfico do Maranhão – idem; - Armorial maranhense – idem; - Comendador João Gualberto da Costa – esboço bibliográfico, 1944; - Topônimos Tupi s no Maranhão – estudo sobre a toponímia tupi do Estado, publicado na Revista de Geografia e História no. 2, junho de 1947; - Topônimos Tupis no Maranhão – idem, no. 3, fevereiro de 1950; - Raimundo Lopes – bibliografia, in Revista de Geografia e Historia, no. 2, 1947; - Para a História do Maranhão – idem, 1947; - A História de São Luis – in Geografia e História, Revista do IHGM no. 1, novembro de 1949; - Uma grande data – idem; - A Capitania de Cumâ – Anais do IV Congresso de História Nacional. 4º. Volume, IHGB, 1950; - Alcântara – Rio 1957; - A Imprensa no Maranhão, Rio, 1957; - Presença do Romanceiro, Rio, 1967; Deixou em jornais e revistas do Maranhão um bom numero de artigos sobre o Folclore no Maranhão, sendo de notar um estudo sobre Santo Antonio e o Folclore. (in LOPES, Antonio. Estudos Diversos. São Luís, Sioge, 1973 – notas na orelha do livro) Contribuições na revista do IHGM LOPES DA CUNHA, Antonio. MARÍLIA E DIRCEU Ano I, n. 1, julho-setembro 1926 09-14 O DICCIONÁRIO HISTÓRICO E GEOGRAPHICO DO MARANHÃO Ano I, n. 1, julho-setembro 1926 ARMORIAL MARANHENSE Ano I, n. 1, julho-setembro 1926 47-53 A HISTÓRIA DE S. LUÍS – QUESTÕES E DÚVIDAS Ano 2, n. 1, novembro de 1948 33-50 UMA GRANDE DATA Ano 2, n. 1, novembro de 1948 141-146

Como Editor da revista: O primeiro número ; Ano I, n. 1, julho-setembro 1926, p. 05-06 Maranhão-Piauhy, Ano I, n. 1, julho-setembro 1926p. 07-08 Notas Várias: Parsondas de Carvalho (A.L.); O Curso de Estudos maranhenses; Um explorador maranhense (A.L.); Documentos históricos; Um achado archeologico; A questão da Tutoya; As collecções do Instituto; Material bibliographico (A.L.; W.S.); Francisco Guimarães. Ano I, n. 1, julho-setembro 1926P. 65-88 EDITORIAL. Ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 03-04 Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Ano 2, n. 1, novembro de 1948 p. 147-154 Notas Finais – A eterna questão; As obras de Raimundo Lopes; O Dicionário de César Marques; Trabalhos históricos e geográficos; Proteção a natureza e aos monumentos; Bibliografia; Inéditos do Instituto; Páginas esquecidas; O Museu do Instituto, Ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 155-160 Relação de cartas geográficas do Maranhão, Ano 28, n. 3, agosto de 1951, p. 03-10

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JOSÉ SARNEY (SÓCIO HONORÁRIO) http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Sarney Nascido em 24 de abril de 1930, em Pinheiro, no estado do Maranhão, filho de Sarney de Araújo Costa e de Kiola Ferreira de Araújo Costa. O pai era promotor público, e seu nome foi encontrado pelo avô de Sarney, José Adriano da Costa, em uma edição de 1901 do Almanaque Bristol. Ele ficara impressionado com a história de um menino de 12 anos que sabia a Bíblia de cor e salteado e que se chamava Sarney. Dona Kyola nasceu em Correntes, Pernambuco, de mãe paraibana, do Ingá do Bacamarte, e de pai piauiense, o sertanejo de Valença chamado Assuéro Leopoldino Ferreira. Nos anos 20 Assuéro deixou o sertão de Pernambuco e emigrou em busca dos vales úmidos do Maranhão com três filhos e a menina Kyola. Quando criança, o filho de Kiola e Sarney de Araújo, seguindo o costume do Nordeste de associar o nome do filho ao do pai, era conhecido como José “do Sarney”. Ao entrar na política, o jovem candidato abandonou o nome de José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa e adotou o nome de José Sarney, reconhecido em cartório em 1965. Por motivos políticos, o pai de Sarney foi removido sucessivamente para várias cidades do Maranhão, peregrinação que prejudicou os estudos do menino. Quando terminou o primário, Sarney foi estudar em São Luís do Maranhão. Pela primeira vez se separava da família. Depois de conquistar o 1º lugar no Exame de Admissão do Colégio Marista, Sarney teve vida difícil na capital. Teve sucesso como estudante, tirando boas notas, mas a família tinha dificuldades em sustentá-lo. Depois de cursar o ginasial no Colégio Maranhense dos Irmãos Maristas, se transferiu para o Liceu Maranhense. Nos anos 40 começou a frequentar as salas de leitura da Biblioteca Pública. Enquanto incrementava a sua cultura e fixava seus objetivos, Sarney se dedicava à aprendizagem da política. Atuando no movimento estudantil, por duas vezes elegeu-se presidente do Centro Liceísta e participou das agitações que ocorriam em todo país pedindo a deposição de Getúlio Vargas. Recém-chegado à Faculdade de Direito, ingressou na União Maranhense dos Estudantes (UME). Representou o Maranhão no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) realizado em São Paulo. Durante o evento, marcado pela presença do Enrico Berlinguer, Sarney cria laços de amizade com Álvaro Americano, Paulo Egydio Martins, Roberto Gusmão e Célio Borja. De volta a São Luis, Sarney decide aceitar um convite do jornalista Franklin de Oliveira para coordenar o seu comitê eleitoral de candidato a deputado federal. A campanha concedeu-lhe a oportunidade de se aproximar de políticos do Maranhão. Sarney bacharelou-se em 1953, época em que ingressou na Academia Maranhense de Letras. Ao lado de Bandeira Tribuzzi, Luci Teixeira, Lago Burnet, Bello Parga, José Bento e outros escritores, fez parte de um movimento literário difundido por meio da revista que lançou o pós-modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores. Aos 16 anos, José Sarney ganhara um concurso de reportagens promovido pelo jornal O Imparcial e fora contratado como repórter. Começa na reportagem policial, mas logo é


promovido e depois de algum tempo cria um suplemento literário de grande importância. O jornalismo é uma vertente de sua vida que nunca abandonará, seja como criador de jornal — como O Estado do Maranhão, principal jornal maranhense — seja como cronista, com uma história de mais de vinte anos de colaboração semanal na Folha de S. Paulo. Em 1946, Sarney conhece Marly Macieira, dois anos mais moça. Ela é prima de um amigo, Murilo Ferreira. No ano seguinte, Marly o convida para sua festa de quinze anos, e torna-se o seu primeiro e único namorado. Após o ritual de um tradicional noivado, casam-se em 12 de julho de 1952. Marly é filha de Vera e do cirurgião, clínico e diretor de hospital, Carlos Macieira. Do casamento nasceram três filhos: Roseana Sarney, atual governadora do Maranhão, o deputado federal Sarney Filho e o empresário e engenheiro Fernando Sarney. José Sarney é o político brasileiro com mais longa carreira, com inicio em 1954, quando disputou sua primeira eleição pelo Partido Social Democrata (PSD). Sem dinheiro e sem tradição, conseguiu chegar apenas à terceira suplência. Mas ainda no primeiro ano da legislatura, em 1955, aos 25 anos, pode assumir provisoriamente o mandato de deputado federal. Com a volta de Vitorino Freire — o político pernambucano que fora para o Maranhão durante a década de 1930 e controlava o estado com mão de ferro — ao PSD, que havia transitoriamente abandonado pelo PST, Sarney transfere-se para a União Democrática Nacional (UDN). O mandato interino se repetiu várias vezes nos anos seguintes. Na época, aproximou-se, na bancada da UDN, e começou a ganhar prestígio nacional. José Sarney chefiou, como presidente do diretório regional da UDN, a campanha de 1958, quando a Oposição Coligada — bloco dos partidos de oposição ao vitorinismo — conseguiu eleger quatro dos dez deputados federais. Sarney foi o mais votado na chapa da oposição, devido, sobretudo, a sua atuação como deputado, que repercutira fortemente no Maranhão. Recebeu a indicação de Afonso Arinos, aprovada pela maioria do partido, para que ocupasse uma de suas vice-lideranças. Em 1959, em Curitiba, Sarney foi eleito vice-presidente da UDN. Representava na direção do partido o grupo renovador que ficou conhecido como Bossa Nova - de que fizeram parte Ferro Costa, José Aparecido, Edílson Távora, Seixas Dória - e que tinha como objetivo introduzir o componente social na política da UDN. Com seu partido, fez oposição ao governo Juscelino Kubitschek. Foi vice-líder do governo Jânio Quadros, de quem chefiara a campanha no Maranhão. Com a renúncia de Jânio e a ascensão de João Goulart, voltou para a oposição. Procurou até o fim uma saída política para a crise que se estabeleceu em fins de 1963 e terminaria com o golpe militar de 1964. Foi dos poucos que se manifestou contra a cassação sumária de parlamentares, sustentando que as cassações só podiam ser feitas dentro das regras constitucionais Em 1965 José Sarney lançou-se candidato a governador do Maranhão. Antes do pleito, a Justiça Eleitoral fez uma revisão, que resultou na eliminação de 2 quintos do eleitorado. O vitorinismo entrou na disputa dividido - com os candidatos Renato Archer, pela coligação PTB/PSD, e Costa Rodrigues, prefeito de São Luís, pelo PTN, apoiado governador Newton Bello. A eleição se travou sob a proteção de tropas federais. José Sarney percorreu o Maranhão de ponta a ponta, aprofundando seus conhecimentos da realidade do estado. A vitória de Sarney foi esmagadora: 120 mil votos, contra a soma de 103 mil votos dados aos dois outros candidatos. Durante seu governo os investimentos foram aumentados em 2.000%. A oferta de energia elétrica no Maranhão, que era de 7.500 kW, passou para 237 500 kW. As estradas passaram de 13 km pavimentados para centenas de quilômetros, que incluíam a BR-135, São Luís – Teresina. Foi aberto o Porto do Itaqui e rompidas as amarras do crescimento urbano de


São Luís, impedido a nordeste e sudoeste pelas rias Anil e Bacanga, com a construção da ponte do São Francisco, que abria caminho para as praias do norte da ilha, e a barragem que permitia o acesso à ponta do Itaqui. O programa de educação João de Barro permitiu a criação de uma escola por dia, um ginásio por mês, uma faculdade por ano. Com a combinação de adaptações do método Paulo Freire com a introdução de uma TV Educativa - a primeira do Brasil - foi possível formar rapidamente professores e monitores que estenderam a educação a todo o Estado, que só tinha um ginásio. Ainda no governo Sarney foi instalada a Universidade Federal do Maranhão, e preparado o caminho para a Universidade Estadual do Maranhão. Na área da saúde foi construído o Hospital Geral, em São Luís, e criado um grande número de postos médicos no interior maranhense. Em maio de 1970, Sarney deixou o governo para ser candidato a senador. A UDN e os demais partidos políticos haviam sido extintos pelo Ato Institucional nº 2, em outubro de 1965, e implantado o bipartidarismo. Formaram-se dois partidos, Arena – Aliança Renovadora Nacional e MDB – Movimento Democrático Brasileiro. Sarney inscreveuse na Arena, e foi eleito senador pelo Maranhão em chapa que teve mais do dobro dos votos de seus adversários. Em janeiro de 1979, já reeleito para o Senado pelo Maranhão, José Sarney assume a presidência da Arena. Em dezembro de 1979, extintos novamente os partidos políticos existentes e terminado o bipartidarismo, Sarney é o primeiro presidente do Partido Democrático Social (PDS). Sarney deixou o PDS em 11 de junho de 1984. Em seguida, com outros dissidentes do partido, criou a Frente Liberal. Articulações políticas lideradas pelo governador de Minas, Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, presidente do PMDB, Aureliano Chaves, Marco Maciel e Antônio Carlos Magalhães resultaram na formação da Aliança Democrática, que, unindo a Frente Liberal com o PMDB, inverteu as posições no Colégio Eleitoral. A chapa da Aliança Democrática formou-se com Tancredo Neves e José Sarney. No dia 15 de janeiro de 1985 o Colégio Eleitoral se reuniu e elegeu a chapa Tancredo Neves/José Sarney por 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf/Flávio Marcílio. Tomou posse como vice-presidente, assumindo a Presidência da República interinamente em 15 de março de 1985. Com o falecimento de Tancredo no dia 21 de abril, Sarney automaticamente tornou-se presidente da República. Em 1990, Sarney transferiu seu domicílio eleitoral para o recém-criado estado do Amapá, antigo território federal, candidatou-se e foi eleito senador no mesmo ano. Em 1995 foi eleito presidente do Senado; Em 1998 foi reeleito senador pelo Amapá. Em 2003 foi novamente eleito presidente do Senado Federal. Em 2006 foi eleito pela terceira vez senador pelo Amapá. Em 2009 e 2011 foi eleito pela terceira e pela quarta vez presidente do Senado Durante sua vida pública José Sarney testemunhou 4 constituições (1946, 1967, 1969 e 1988, essa última convocada por ele, no exercício da Presidência da República), e 4 governos no regime de 46, 6 no regime militar, e, depois de seu mandato presidencial, 5 no regime da Constituição de 88 — 15 governos. Como parlamentar integrou 13 legislaturas, 4 como deputado federal e 6 como senador. Foi oposição e situação. Sempre esteve à frente em proposições sociais, que deram a tônica de seu mandato presidencial. Foi o responsável pela transição democrática modelar por que passou o Brasil. Carreira literária - Ao lado de sua vida política, José Sarney desenvolveu uma extensa carreira literária, como autor de contos, crônicas, ensaios e romances. Criador do Suplemento Literário de O Imparcial, participou de um grupo de escritores e artistas


que se reunia na Movelaria Guanabara, em São Luís. Nesta época — começo da década de 1950 — edita com Luiz Carlos de Bello Parga e Bandeira Tribuzzi a revista A Ilha, porta voz do pós-modernismo no Maranhão, e par de revistas lançadas por todo o Brasil. A influência dominante no grupo é de Bandeira Tribuzzi, que estudara em Portugal e de lá trouxera a apreciação de Fernando Pessoa e dos poetas portugueses do segundo quarto do século XX. Sua colaboração esparsa lhe valeu a eleição precoce para a Academia Maranhense, em 1952, aos 22 anos. No ano seguinte lança um estudo antropológico, Pesquisa sobre a Pesca de Curral, e logo depois o primeiro livro de poesia, A Canção Inicial. Com a intensa atividade política dos anos seguintes, só voltaria a publicar literatura depois de um longo intervalo, justamente, no entanto, quando vivia a efervescência do governo do Maranhão. Trata-se de um livro de contos, Norte das Águas, escrito com uma linguagem de grande riqueza vocabular e domínio formal, saudado em todo o Brasil. Em 1978 voltou à poesia, com Os Maribondos de Fogo. Depois de um intervalo em que publica um grande volume de discursos, retorna à literatura em 1995 com O Dono do Mar, romance em que renovaria as experiências formais de Norte das Águas, em um contexto de tempo múltiplo e forte erotismo. Em 2000 lança um novo romance, Saraminda, que o confirmaria como mestre do gênero, com uma escrita despojada e poética, ambientado na região fronteiriça entre o Amapá e a Guiana Francesa. Num terceiro romance, A Duquesa Vale uma Missa, de 2007, Sarney transfere o cenário literário para o eixo Rio-São Paulo. Sarney é autor de uma vasta colaboração na imprensa, onde se destaca a crônica semanal na Folha de S. Paulo, que retomada em 1991, publicou ininterruptamente durante mais de 20 anos. Estas crônicas foram recolhidas em oito volumes, e a Academia Brasileira de Letras publicou uma antologia, Tempo de Pacotilha. Academia Brasileira de Letras - eleito em 17 de julho de 1980 para suceder ao escritor José Américo de Almeida na Academia Brasileira de Letras, onde ocupa a Cadeira 38, que tem como patrono o poeta Tobias Barreto. É o decano (o membro eleito há mais tempo) da agremiação.

CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM SARNEY, José O FUTURO, O PASSADO No. 21, 1998 08-09

FRANCISCA ÉSTER DE SÁ MARQUES (CORRESPONDENTE A PARTIR DE 2010)

Contribuição na revista do IHGM MARQUES, Francisca Ester. IMIGRAÇÃO AÇORIANA NO MARANHÃO E A FUNDAÇÃO DE SÃO LUIS – PRESENÇA AÇORIANA NO NORTE E NORDESTE No. 28, 2008 45-60


CADEIRA 32 OCUPANTE: JOÃO MENDONÇA CORDEIRO

PATRONO: ACHILLES DE FARIA LISBOA Por Joseth Coutinho Martins de Freitas172 Nasceu em Cururupu em 28 de setembro de 1872. Distinguiu-se em todas as atividades que desenvolveu: na Medicina, no magistério, na Administração Pública, no Jornalismo. Espírito irreverente, contestador, corajoso, lutou de frente,ousadamente, contra injustoiça, desmandos, prepotências. Marticipou, na qualidade de acsdemico de medicina, na Guerra dos Canudos. Escreveu em jornais de Salvador contra os maus tratos aos feridos; foi pioneiro da defesa do serviço militar obrigatório. Médico, dedicou-se de todas as para minorar os sofrimentos dos mais pobres, criando o primeiro pronto Socorro de São Luis e o Leprosário, que traz seu nome. Batalhou em favor de uma agricultura e pecuária seletiva, produtiva, de acordo com os avanços da tecnologia. No campo da Pedagogia defendeu uma educação voltada para a qualificação pessoal, profissional e não apenas teórica, acadêmica. Encontrou barreiras sérias de corrupção quando diretor do Jardim Botanico do Rio de janeiro, que sonhava transformar em um grande laboratório de descobertas científicas. No governo do Estado do Maranhão sofreu perseguições de todo tipo atéser afastado pela interventoria federal da ditadra Vargas. Pertenceu ao IHGM e a AML escrevendo e proferindo palestras sobre cienc ias diversas que conhecia profundamente: Antopologia, Botanica, Fisica, Matematica, Pedagogia, Psicanalise, Química, Sociologia, além de Farmácia e Medicina. Faleceu em São Luis em 18 de abril de 1951. JOSÉ RIBEIRO DE SÁ VALE – PATRONO DA CADEIRA 55 WALDEMAR DA SILVA CARVALHO Por Eneida Vieira da Silva Ostria e Cañedo173

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 173 OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Nasceu em 16 de fevereiro de 1916 na Fazenda do Morro Agudo, pertencente a seu pai, onde funcionava um engenho, no Municipio de Caxias. Filho de Evaristo Rodrigues de Carvalho, industrial do setor açucareiro, e de Adelaide da Silva Carvalho, do lar. O engenho funcionou até 1937, quando do falecimento de seu pai e os descendetes não tiveram interesse em continuar as atividades. Iniciou seus estudos primários na cidade de Caxias e concluiu em São Luis no Grupo Sotero dos reis. Iniciou o secundário no Liceu Maranhense e depois transferiu-se para o centro Caixeiral, onde concluiu o curso de Perito Contador, depois eqwuiparado a Ciências Economicas. Começou a trabalhar cedo na firma H. Heskell, depois na Chames Aboud (1935-1941). Fez concurso para o Instituto de Aposentadoria e pensões da Estiva; classificado em segundo lugar, pode escolher o estado do Maranhão para desenvolver suas atividades (1942); chegou a ser presidente da Instituição; quando incorporado ao IAPETC continuou presidente e cumpriu mais de 10 anos no mesmo cargo. Professor, lecionou no Centro Caicxeiral e Colegio Santa Teresa as disciplinas Contabilidade Bancaria, Contabilidade Industrial; e na Academia do Comercio lecionou Contabilidade Geral. Foi Diretor Geral da Academia do Comércio em 1951. Fundador da Faculdade de Ciencias Economicas, pela qual lutou sete anos junto ao Conselho dFederal de Educação até sua instalação em 18 de abril de 1959; mais tarde incorporada a UFMA. Ajufou a fundar o Curso de ciências Contábeis, sendo seu coordenador, além de professor. Participou de diversas bancas examinadoras. Fundou o Sindicato dos Contabilistas e o Sindicato dos professores do Ensino Médio. Recebeu medalhas de reconhecimento pelos serviços prestados a UFMA Medalha Gonçalves Dias (1966) e a Sousandrade. Recebeu a Medalha de Merito Timbira. Faleceu em São Luis a 29 de junho de 2004.


CADEIRA 33 OCUPANTE ATUAL: TEREZINHA DE JESUS ALMEIDA SILVA RÊGO

PATRONO: FREI CRISTOVÃO LISBOA Por Leandro da Costa174 Nasceu aos 25 de Julho de 1583, no dia de São Cristóvão, razão pela qual os pais lhe puseram o nome de Cristóvão, uma vez que eram devotos do santo. Antes de receber o nome religioso de Frei Cristóvão de Lisboa, tinha por nome de Batismo Cristóvão Severim de Faria, terceiro filho do executor - mor Gaspar Gil Severim e de sua mulher Dona Juliana de Faria. Aos dez anos de idade foi com o irmão mais velho Manuel para a cidade de Évora para fazer o Curso de Humanidades na casa do tio Padre Baltasar de Faria Severim (chantre da catedral de Évora). Tal curso Cristóvão continuou na Universidade de Évora, uma vez que tinha esperança de suceder ao tio na função de Chantre, porém, largando tudo, ingressou no Covento Franciscano de Portalegre aos 23 de Fevereiro de 1602, pedindo admissão na Província da Piedade. Continuou em 1603 o curso filosófico interrompido em Évora. Contudo, o clima áspero da região que lhe prejudicava a saúde fez com que seus superiores lhe aconselhassem a ir para as regiões mais amenas da provícia franciscana de Santo Antônio, onde, admitido, concluiu o curso de teologia e ordenouse sacerdote por volta de 1609. Segundo Willeke (1977) em 1622 o referido Rei deu à Província Franciscana de Santo Antônio a incumbência de itensificar as atividades missionárias na Amazônia e, sobretudo no Maranhão, onde em 1612 os franceses se instalram e construiram a cidade de São Luís e onde, após a expulsão dos mesmos, dois frades Franciscanos de Olinda, Frei Cosme de São Damião e Frei Manuel da Piedade haviam conquistado a simpatia dos índios, pregando-lhes a Boa - nova e assitindo-lhes em uma epidemia que ali grassou. Foi nessa época que o Frade Cristóvão de Lisboa apresentou-se como voluntário para tal Missão, apesar da repreensão de amigos e familiares por conta de sua precária saúde. Aceitando o Governo da Província Franciscana a oferta de Frei Cristóvão para ir em missão a terras do Maranhão, Pará, Ceará e Amazônia, nomeou a este como primeiro custódio da Missão, cedendo-lhe seis confrades para o Maranhão e quatro para o Pará. No dia 30 de Abril de 1622, participando à Corte a resolução do Governo da Provícia Franciscana, os Missionários pediram a Coroa o auxílio financeiro de 350$000, antes mesmo da confirmação oficial da escolha do Custódio a 9 de junho do mesmo ano, em virtude do padroado; e antes da confirmação de seu nome como custódio e dos nomes de seus companheiros de missão pelo Capítulo Provincial Franciscano a 7 de maio de 1623.

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http://memorialdasenhorasantana.blogspot.com.br/2011/07/historia-de-santana-do-acarauoferece.html


Antes de sua partida Frei Crsitóvão procurou informar-se sobre o futuro território da missão e conhecer outras experiências de confrades que ali estiveram. Tal precaução não era infundada, muitos eram os portugueses que voltavam a pátria com as mãos cheias de insucessos após terem vendido tudo e terem partido com sua casa e família, em busca de enriquecimento e honras, para o Brasil, bem como muitos eram os religiosos que regressavam sem pouco ou nada terem feito, por conta de conflitos com indígenas ou com os patrícios. Luísa da Fonseca, em introdução de uma edição da obra História dos Animais e Árvores do Maranhão, publicada pela Universidade Federal do Paraná em 1968 assim descreve o quadro: "Arrsicavam -se os portugueses a travessia do Oceano, arrostando com as tempestades e com os assaltos dos piratas; vendiam tudo quanto tinham e partiam com sua 'casa e família', muitas vezes para naufragarem ou para serem mortos pelos índiosnas praias onde se julgavam salvos. Era necessário ter rija têmpera para penetrar os sertões, lutar com os índios aguerridos e aguentar o choque do clima. Só os aventureiros ou os impelidos por missão superior se atreviam a tais perigos. Era humano que os primeiros procurassem recompensar explorando as riuquezas da terra. Parece-me, por isso, perfeitamente justo que, quando os padres capuchos acoselhavam para dirigir temporalmente os índios um ministro desinteressado que governasse sem ambição, sem ódio e sem afeição particular, o Procurador da Coroa respondesse:'Tenho por imposível haver um homem destas qualidades que queira ir ao Maranhão com tanto trabalho e tão pouco lucro'. O ato de recuperar-se do prejuízo muitas vezes se fazia por meio da opressão aos indígenas, tomando-lhes a terra, violentando suas mulhrees e filhas, e impedindo os mesmos de cultivar suas roças, com as quais davam subsistência ao seu povo e ao invasor português. Por essa razão Frei Cristóvão buscou "familiarizar-se" com a situação da missão próxima a Belém, onde quatro irmãos seráficos viviam desde 1617 entre os Tupinambá de Una; buscou saber das experiências vividas, nos momentos de doutrina, por seus confrades, nas missões que a província de santo Antônio mantivera entre as Alagoas e a Paraíba dos anos de 1585 a 1619, e as razões que concorreram para a entrega definitiva das mesmas. A escuta das experiências destes frades evidenciou a Frei Cristóvão a exploração e a violência que os indígenas sofriam por parte dos portugueses. Tal violência levava os indígenas a buscarem refúgio nos sertões e a reagirem a intervenção portuguesa para colonizar a terra. Luísa da Fonseca, aqui já citada, afirma: "A toleraância e a paz com os indpigenas eram os pricípios basilares da colonização portuguesa, porém, aventureiros gananciosos na pressa de enriquecerem provocavam muitas vezes graves conflitos. E é verdade também que nem todos os índios estavam dispostos a confraternizar com os estrangeirso invasores de suas terras(...)." Por esta razão o Capítulo Provincial Franciscano dirigiu à Corte de Madri um requerimento em 7 de Maio de 1623 pedindo "a normalização das condições, no seu futuro campo de missões e especialmente a abolição das admnistrações leigas dos índios."


É o autor de de diverasos sermões e um manifesto sobre o atentado a D. João IV, e os livros Jardim da Segrada Escritura, em dois tomos. E a importante História natutal e moral do Maranhão e Grão Pará, História dos animais e árvores do Maranhão, onde descreve espécies da flora e fauna do Maranhão.

ORLANDEX PEREIRA VIANA In Perfil de Sócio 175 Nasceu em São Luis a 10 de agosto de 1938, filho de Edson Matos Viana e Naura Bastos Jansen Pereira Viana. Concluiu o Ginasial no Liceu Maranhense e Letras pela Faculdade de Filosofia da UFMA. Exerceu o magistério no Liceu Maranhense, onde lecionou Desenho, Frances e Ingles, Lingua e Literatura Portuguesa e Brasileira. Lecionou Desenho no Ateneu Teixeira Mendes, Rosa Castro, Seminário Santo Antonio e Noções Elementares de Gramática Latina para o curso de Letras da UFMA. Foi agente administrativo do INAMPS. Historiador, Jornalista, Poeta, aplicado à Arte dramática. Contribuições na revista do IHGM VIANA, O. P. OS PRIMÓRDIOS DO BRASIL Ano LIX, n. 08, março de 1985 67-74 EXPLICAÇÕES SUCINTAS DO DESENHO DO MEDALHÃO (CRACHÁ) PARA SER USADO NAS SESSÕES SOLENES E FESTIVAS, PELOS MEMBROS EFETIVOS DO IHGM Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 56-57 A POSIÇÃO DO BRASIL EM RELAÇÃO AS DEMAIS NAÇÕES Ano LX, n. 11, março de 1986 35-40 A EXISTÊNCIA HISTÓRICA DE ANTONIO LOBO ano LX, n. 12, 1986 ? 78-98 PEDRO DA SILVA NAVA: MÉDICO, ESCRITOR, POETA, PINTOR E DESENHISTA Ano LXII, n. 14, março de 1991 43-52 A ARTE DE FALAR BEM Ano LXIII, n. 16, 1993 97-103 A IMPORTÂNCIA DO FOLCLORE E SEUS PRINCIPAIS ASPECTOS NO MARANHÃO Ano LXIV, n. 17, 1996 83-92 ANA AMÉLIA, A MUSA DE G. DIAS, SUA GENEALOGIA E SEUS DESCENDENTES No. 21, 1998 106108

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REVISTA DO IHGM , ANO LIX, MARÇO 1985, No. 8,p. 66


CADEIRA 34 OCUPANTE ATUAL: JOSÉ JORGE LEITE SOARES

WILSON DA SILVA SOARES Por José Jorge Leite Soares176 Wilson da Silva Soares nasceu Pinheiro, em 20 de março de 1898 uma parteira lhe aplicou as primeiras palmadas e a sua mãe ouviu o choro daquele que viria a se tornar um dos mais importantes filhos de Pinheiro. Seus estudos foram iniciados em sua terra natal e mais tarde em São Bento, transferindo-se para São Luís em decorrência do falecimento de seu progenitor. Amante das letras, leitor contumaz, iniciou seus estudos superiores na Faculdade de Direito, porém sua vocação pelo jornalismo o levou a abandonar a carreira jurídica. Fez-se jornalista dos mais notáveis e brilhantes da sua época. Dirigiu o Diário de São Luís, período no qual desenvolveu uma rica produção de artigos publicados em diferentes revistas científicas e culturais. Habituado ao convívio amável dos bons livros foi um colecionador cuidadoso de obras literárias e chegou a organizar nos baixos da sua residência, em três grandes salões na Rua dos Afogados a maior e mais importante Biblioteca do Estado, não somente pela quantidade de obras, que atingiu a casa dos quarenta mil volumes, mas, principalmente, pelo alto valor literário da grande maioria delas, algumas de renomada raridade. Após ter criado a Sociedade Maranhense de Estudos, foi um dos idealizadores da Academia Maranhense de Letras e um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, quando em 1925 foi escolhido Patrono da cadeira de no. 34 que hoje, com muito orgulho, repito, assumo neste momento. Rotariano de destaque e sempre a frente de iniciativas inovadoras, chegou a ocupar a direção da imprensa Oficial do estado do Maranhão, do Arquivo Público do estado e do departamento Estadual de Estatística. Pelo seu elevado espírito público e dedicação teve o reconhecimento dos principais mandatários da época, tais como o presidente do estado José Pires Sexto e do interventor Paulo Ramos. Sua notoriedade já se fazia presente quando influenciado por amigos e correligionários tentou uma vaga na Assembleia Legislativa. Mesmo não obtendo êxito, recebeu uma votação significativa, notadamente de seus conterrâneos pinheirenses.

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DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA DE NO. 34, PATRONEADA POR WILSON DA SILVA SOARES EM 20 DE SETEMBRO DE 2012, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 43, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012


Registros do Jornal Cidade de Pinheiro mostram que nesse ano, mais precisamente no final de 1933, chegava à redação do Jornal um telegrama informando da visita que faria à sua terra natal. Partindo de São Luís a bordo do barco Capricho, após ter vencido os banzeiros do boqueirão, ter contornado a Pedra Grande de Itacolomy e ter adentrado pela baia de Cumã, rumo a sua terra natal, Wilson chega a Pinheiro. Filho dos mais ilustres da cidade àquela época, Wilson fez-se acompanhar pelo desembargador Elizabetho Barbosa de Carvalho e foi recebido pelos seus conterrâneos com salvas de foguetes tão logo a comitiva foi avistada na Ilha de Ventura, à entrada da cidade. O diretor do Jornal, Josias Abreu abriu as portas e salões de sua elegante residência para recebê-lo na presença das principais autoridades, dos membros da Loja Maçônica “Renascimento” e de lideranças de Pinheiro onde proferiu em nome da cidade a saudação ao mais notável de seus conterrâneos: “Abre-vos Pinheiro os braços, neste momento emocionada e trêmula para o amplexo de boas vindas que simboliza na eloquência de um gesto, todo o sentir de seu povo” e, finalizando, conclui: “assim, hospedes queridos, não vos dou as chaves da cidade. Ela, para vós, não possui portas e não tem muralhas”. Mesmo não obtendo êxito na aventura política e dedicando-se com afinco aos estudos estatísticos por ocasião em que dirigia o Departamento de Estatística do estado, foi convidado pelo embaixador Macedo Soares, à época presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para instalar no Estado de Sergipe o Departamento de Estatística local. Wilson da Silva Soares foi certamente um dos pinheirenses que honraram a terra onde nasceu, por seu talento, por sua cultura e por sua capacidade admirável de trabalho que ele sempre empregou por onde passou com o brilho de sua inteligência e com o elevado espírito público que sempre carregou consigo. Veio a falecer no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1949 Contribuição na Revista do IHGM SOARES, W. SUBSÍDIOS A BIBLIOGRAPHIA MARANHENSE Ano I, n. 1, julho-setembro 1926 31-38

ELIZABETO BARBOSA DE CARVALHO. Formado em direito pela Universidade de Pernambuco, natural do estado do Piauí, casou-se com uma pinheirense quando de sua passagem pela cidade de Pinheiro como Juiz de Direito. A essa época, fundou o jornal Cidade de Pinheiro, o hebdomadário


mais antigo ainda em circulação no estado do Maranhão, contando com a colaboração de Wilson Soares e Clodoaldo Cardoso, entre outros. Desembargador do Tribunal de Justiça do estado do Maranhão, ocupou o cargo de Corregedor Geral do Estado, chegando a ser o Presidente do Tribunal de Justiça. Como advogado desempenhou-se de forma brilhante como presidente da Ordem dos Advogados do Maranhão. Em 1942 foi nomeado Interventor Federal no Estado do Maranhão, chegou a ocupar pela vontade do povo uma cadeira na Câmara Federal e encerrou sua brilhante história de vida em defesa dos interesses do povo do Maranhão atendendo, mais uma vez, aos apelos populares, quando foi eleito Prefeito de Pinheiro para o período de 1960 a 1964. Veio a falecer em 18 de março de 1966.

FERNANDO BARBOSA DE CARVALHO Piauiense de Amarante que adotou o Maranhão para desempenhar seu importante papel como homem público. Como jurista de formação, teve destacado papel na elaboração da Constituição do estado do Maranhão, ocupou o cargo de Secretário de Estado da Educação e Cultura no governo Eugênio Barros e, posteriormente, no governo de Eurico Ribeiro, conduziu a pasta da Secretaria de Interior, Justiça e Segurança. Os arquivos do jornal Cidade de Pinheiro registram uma leva de artigos publicados por “Tirso Júnior”: pseudônimo usado por ele durante muitos anos para exercitar, de forma refinada, a sua arte da escrita. Na Academia Maranhense de Letras, a cadeira de No. 17, patroneada por Sotero dos Reis foi, por ele, coupada por muitos anos. Faleceu em 1976.

ARICEYA MOREIRA LIMA DA SILVA Nasceu em Buriti-Bravo, no dia 18 de dezembro de 1922, filha de Raimundo Moreiria Lima e Hercilia da Camara Raposo Moreira. Diplomada pela Escola Normal Rosa castro. Possuidora do Curso Superior de Biblioteconomia pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Foi diretora da Biblioteca Pública no Governo Sebastião Archer da Silva, quando teve papel relevante na construção da referida obra.


Foi fundadora do Nucleo de Alfabetização do Povo, Organizadora dos Arquivos da Petrobrás no Maranhão e Fundadora da Campanha Nacional das Escolas da Comunidade, Seção do Maranhão; Sócia efetiva do IHGM, ocupando a Diretoria deBibliotecária, ocupa a cadeira 34. ARICÉYA MOREIRA LIMA DA SILVA Por Eneida Vieira da Silva Oastria e Cañedo 177 Aricéya Moreira Lima da Silva nasceu na sede do Município de Buriti Bravo, Maranhão, em 18 de novembro de 1922. Filha de Raimundo Moreira Lima e Hercília da Câmara Raposo Moreira Lima. Casou-se com o jornalista e advogado: José Emanuel da Silva. Recebeu o título de Professora Normalista do Colégio Rosa Castro. O título de Bibliotecária, em curso realizado pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, na época a única Instituição brasileira a conceder esse titulo. Profissional exerceu o cargo e chegou a Diretoria da Biblioteca Pública “Benedito Leite” de São Luís. Na qualidadede Diretora coordenou e organizou a instalação dessa Biblioteca, quando da mudança do antigo prédio (hoje ocupado pela Academia Maranhense de Letras) para o atual prédio situado na Praça do Panteon – 1948. Na vigência do Governo Sebastião Archer da Silva, ainda no exercício de Diretora da Biblioteca Pública “Benedito Leite”, foi encarregada de restaurar um acervo de telas encontradas no porão do Palácio do Governo, já danificadas pela umidade. Aricéya ontratou um casal de artistas estrangeiros, naturalmente indicados pelos dirigentes da Biblioteca Nacional, que restaurou as obras e as emoldurou com belas molduras, dignas do valor das obras de arte. Foram elaborados lindos catálogos com a codificação dos quadros, o nome dos autores da obra e dados sobre eles, e um resumo sobre cada tela e, colocados nos salões do palácio sobre um móvel de destaque. Tudo dentro do apuro exigido por um Palácio reconhecido, na época, como um dos mais bonitos e ricos em objetos antigos no Brasil. Foi fundadora, no Maranhão, da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade e já em 1979 era sua Presidente, onde permaneceu até sua aposentadoria. Durante sua gestão a frente da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, iniciou a implantação de Ginásios gratuitos em diversos municípios do Estado do Maranhão. Hoje multiplicado em dezenas de outros Municípios. Quando os Sócios do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão foram agraciados com a medalha do Mérito Timbira, pelo Governo Luís Rocha, em solenidade realizada no Palácio dos Leões, nós nos recordamos de todos esses fatos. Ocupou na nossa Instituição a Cadeira nº. 34, Patroneada por Wilson da Silva Soares. Já Sócia Efetiva organizou com perícia e esmero o acervo documental e bibliográfico do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, quando da instalação do Prédio reconstruído e ocupando o 2º andar do atual Edifício Antônio Lopes. Em diversas Diretorias da Instituição ocupou o cargo de Bibliotecária, até a sua elevação a Categoria de Sócia Honorária, ainda soba Presidência do Dr. José de Ribamar Seguins. 177

HOMENAGEM À SAUDOSA SÓCIA ARICÉYA MOREIRA LIMA DA SILVA. Rev. do IHGM, No. 34, Setembro de 2010 – Edição Eletrônica, p. 19-20


A vida de Ariceya Moreira Lima da Silva foi dedicada a educação de jovens, a divulgação do saber e a preservação de obras importantes e raras. Se compararmos o seu trabalho com os objetivos da nossa Instituição, talvez nenhum outro sócio os tenha cumprido de forma mais perfeita e objetiva. Ela o fez! Essa é a nossa singela homenagem a quem honrou a nossa Instituição de forma tão nobre. Meus sentidos agradecimentos aos familiares dessa grande Sócia e em especial a sua sobrinha Jaqueline que me passaram muitos dos dados que mencionei.

PAULA FRASSINETTI DA SILVA SOUSA Por José de Ribamar Seguins178 Piauiense de Teresina. Maranhense de coração. Licenciatura em Pedagogia, pela Universidde Federal do Maranhão. Mestrado em Educação pela Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro. Aperfeiçoamento em Metodologia do Ensino Superior. A sua monografia de mestrado: Espectativas de atuação profissional de formandos em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Maranhãi, obteve aprovação com distinção. Como experiência no Magistrio esteve como professora de Historia do Brasil e Historia Geral na Escola Tecnica Federal do Maranhão (hoje, IF-MA), e a nível de administração superior foi Pro-Reitora de Graduação e Pós-Graduação [UFMA]. Teve uma participação brilhante em inumeras comissões para a execução de tarefas especificas em sua área ou campo de conhecimento. Pelos seus serviços educacionais prestados à Poloicias Militar do Estado do Maranhão foi agraciada com a medalha Brigadeiro Falcão pelo Governo do Estado do Maranhão. Ainda em 2001 foi eleita par4av o IHGM, para a cadeira 34, patroneada pela professora, escritora Ariceya Moreira de Lima da Silva, tomando posse no dia 7 de dezembro de 2001, sendo recebida festivamente pelo próprio presidente Prof. Edomir Martins de Oliveira.

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SEGUINS, José de Ribamar. MULHERES NO COMANDO. São Luis, s.e., s.d., p. 110-111


CADEIRA 35 OCUPANTE ATUAL - CÂNDIDO JOSÉ MARTINS DE OLIVEIRA

PATRONO: DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO Por Almicéia Larissa Diniz Borges e Luciana Nathalia Morais Furtado 179 Domingos de Castro Perdigão nasceu na fazenda Santana, município de Pinheiro, interior do Maranhão, em 1º de novembro de 1872. Filho de Domingos Tomaz Velez Perdigão e D. Maria Rita de Castro Perdigão, “seus estudos primários foram feitos em escola particular, na cidade de Pinheiro e os de humanidades em São Luís e Portugal, onde os interrompeu por doença, regressando ao torrão total”. Depois de um tempo de descanso e de recuperação, voltou à capital e foi nomeado amanuense180 da Secretaria do Interior (antiga Secretaria do Governo do Estado). Foi a partir desse momento que começou a subir sua carreira dentro da administração pública. Foi promovido a Diretor Geral da Secretaria e, nessa mesma época, “[...] o Governador Luís Domingues entendeu premiar-lhe os serviços prestados ao Maranhão, quando o representou, como Comissário do Estado na Exposição Nacional de 1808, no Rio de Janeiro, e em 1912 [...]”. Essa premiação ocorreu quando resolveu resgatar a Sociedade Festa Popular do Trabalho, até então antes realizada por seu pai, na Exposição de Produtos Maranhenses. Serviu em Comissão como encarregado da Repartição de Obras Públicas, Viação, Indústria, Terras e Colonização. No entanto, não só de cargos no Governo vivia Perdigão. Em 1918, lançou “O que se deve comer: adaptação do systema de alimentação vegetariana para uso dos brazileiros”, falando sobre comida vegetariana, discorrendo sobre a composição química e o valor nutritivo das frutas e legumes, além de mostrar a adaptação dos vegetais típicos da culinária brasileira às receitas vegetarianas europeias. Tornou-se membro da Sociedade Vegetariana de Portugal e do Núcleo Naturalista Maranhense. Em 1918, Perdigão ajudou a fundar a Faculdade de Direito do Maranhão: “[...] em 28 de abril de 1918, resultado do esforço conjugado dos professores Domingos Castro Perdigão - então Diretor da Biblioteca Pública do Estado, e Manoel Fran Paxeco Cônsul de Portugal no Maranhão”181. Foi também um dos fundadores da Faculdade de Farmácia e Odontologia, em 1922. Em 1925, “um grupo de ilustres maranhenses, previamente convocado por Antonio Lopes da Cunha, reuniu-se em prédio da Rua Magalhães de Almeida, para tratar da fundação do Instituto Histórico e Geográfico do

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BORGES, Almicéia Larissa Diniz; FURTADO, Luciana Nathalia Morais. AS CONTRIBUIÇÕES DE ANTÔNIO LOBO E DOMINGOS PERDIGÃO EM RELAÇÃO ÀS PRÁTICAS LEITORAS INFANTIS DO MARANHÃO NO INÍCIO DO SÉCULO XX. (UFMA-NEDHEL); mirandaloto@gmail.com ; Lucianafurtado10@gmail.com, 180 Funcionário que copiava ou registrava documentos e fazia correspondência oficial 181 http://www.direitoufma.com.br/


Maranhão”182. Entre estes ilustres estavam Perdigão, fazendo parte da Comissão de Bibliografia. Entre suas obras, destacam-se: “Catálogo do Estado do Maranhão na Exposição Nacional de 1908, Tipografia da Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro, 1908; O Maranhão na Exposição Nacional de 1908 - Imprensa Oficial. Maranhão, 1910; Álbum do Tricentenário (1612 – 1912); A Biblioteca Pública do Estado do Maranhão em 1914 Imprensa Oficial. Maranhão, 1915; Relatórios da Biblioteca Pública do Estado do Maranhão nos anos de 1915, 1916, 1917, 1918 - Imprensa Oficial; A Biblioteca Pública do Estado do Maranhão em 1919, Imprensa Oficial; Exposições e feiras (Trabalhos apresentados ao Congresso de Agricultores, Imprensa Oficial, 1922; O Esperanto, As Bibliotecas Infantis; O Colégio Perdigão (trabalhos impressos nos Anais do Congresso Pedagógico) - Imprensa Oficial, 1922. Contribuições a educação Na gestão de Perdigão, “que tão dignamente exerce as funções de diretor da nossa biblioteca, merece os mais francos aplauzos por mais esse trabalho meritório que presta a sua terra” (Revista Maranhense, 1916), a biblioteca se encontrava no pavimento térreo do edifício do Congresso Legislativo do Estado. No relatório, era mencionada a seguinte descrição do pavimento: “não pode ser mais impróprio o alojamento para um estabelecimento deste gênero, não só pela má acomodação e falta de segurança e higiene do pavimento que ocupamos; como por se achar situado em local afastado do centro da cidade”. (RELATÓRIO PERDIGÃO, 1915, p. 6). O diretor continuou na luta para uma instalação digna à biblioteca pública, pois a falta de um prédio próprio tinha como consequência o abandono dos livros (traças, umidade). Além disso, a falta de iluminação adequada prejudicava a frequência da biblioteca, “pois só funciona das 9 às 17 horas do dia, enquanto penetra a luz solar nos aludidos compartimentos” (Perdigão, 1915, p. 8). É importante destacar que em todos os relatórios escritos pelo referente diretor da Biblioteca Pública, ele salienta a importância de um prédio próprio para a mesma e a sua tristeza por ainda não ter sido construído tal edifício. Mais um anno decorreu sem que me fosse concedida a nimia satisfação de ver a Bibliotheca Publica do Estado installada em predio adequado e para este fim especialmente construido, realisando assim um dos meus antigos ideaes, pelo qual venho clamando desde que me foi confiada a direcção deste estabelecimento, conforme podeis verificar dos meus relatorios apresentados aos vossos antecessores. O que me animou agora, não é uma fogueira esperando, conforme dizia no relatorio de 1918, e a affirmativa cathegorica do Exmº. Sr. Dr. Urbano Santos, D. D. Presidente do Estado, de que em breve será construido esse edificio n'uma das principaes praças desta cidade, onde o Governo já tem adquirido propriedades, ao qual, com toda a justiça se poderá dar o nome de Templo do Saber, porque n'elle serão, ampla e confortavelmente, installadas - a Bibliotheca Publica com todas as suas colleções, a Academia Maranhense de Lettras e a Faculdade de Direito do Maranhão.

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Atualmente chamado de Superintendência do Iphan no Maranhão


Que venha essa medida salvadora para a inestimavel riqueza intellectual, que aqui continua a se damnificar pela falta de espaço, de ar e de luz [...] (RELATÓRIO PERDIGÃO, 1920, p. 35) Além da importância do prédio próprio, para que se pudesse atender às necessidades dos frequentadores da Biblioteca, ele também fazia referência ao estado em que se encontrava o mobiliário e a organização dos livros. Em 1915, Perdigão planejou a criação “[...] de um catálogo systematico impresso em 1908, e organizado de accordo com os moldes adoptados por James Brown, bibliothecario da Bibliotheca Publica de Clerkenwell, em Londres [...]” (RELATORIO PERDIGÃO, 1915, p. 10). Contudo, no Relatório de 1916, ele faz menção que este catálogo já “[...] tinha se tornado imprestável”. Assim, procurando adotar um catálogo que “[...] satisfaça rápida e facilmente as exigências do público [...]” (RELATORIO PERDIGÃO, 1920, p. 3), tomou-se como base Melvil Dewey e seu sistema de classificação, a Classificação Decimal de Dewey. 183 Nesse sentido, Perdigão transcreveu sobre a relação existente entre a biblioteca e a instrução pública, pondo em destaque o aumento da frequência infantil: “houve um aumento regular na frequência feminina e enorme na infantil, o que atribuo às novas obras adquiridas e adequadas às idades juvenis, o que tem atraído consideravelmente os nossos bons amiguinhos da leitura infantil” (Perdigão, 1916, p. 5). Para sua melhor acomodação, pedia-se a compra de “três ditas pequenas para leitura infantil”. Deste modo, acha-se necessário analisar a finalidade da biblioteca pública maranhense que, para Perdigão (1916, p. 77), “são instituições de educação popular e, por isso, poderosos auxiliares da instrução pública”. É assim que entendemos o objetivo das bibliotecas em geral, sempre incentivando o saber que se concretiza ao processo da leitura. As estratégias utilizadas da biblioteca maranhense, para maior frequência e incentivo à instrução, estão na resposta do seguinte questionamento de Perdigão: “em que poderá, porém, influir a biblioteca na instrução de um povo que se não habituou a ler? Para esses mesmos poderá ser muito útil se conseguir habituar-lhe os filhos à leitura”. Portanto, a seção infantil foi criada para internalizar defeitos na instrução dos seus pais, ajudando a melhorar as condições educacionais do estado. De acordo com Perdigão (1916, p. 77): A nossa seção infantil, a qual tenho procurado, por todos os meios ao meu alcance, dar uma feição de utilidade, atraindo a infância com livros de fáceis leituras e profusamente ilustrados com belas estampas e, aos professores, franqueando o estabelecimento para seus alunos, examinarem e fazerem estudos das coleções aqui existentes, tendo sempre em vista o que diz Emma Gragim "o bibliotecário não pode ter amigo e aliado mais firme do que o professor, sobretudo quando este tem a compreensão clara do auxilio que a biblioteca e a escola se podem mutuamente dispensar. Além disso, Perdigão incentivou o público infanto-juvenil ao “gosto pela leitura e assim imperceptível habituá-los ao estudo”; e realizou um catálogo especial com obras adequadas à juventude, que era, ao mesmo tempo, recreativo e instrutivo. No ofício de 30 de maio, o diretor solicitava verba para a aquisição de obras referentes à leitura infantil. Foram adquiridas por compra as seguintes obras:

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Sistema que divide em 10 classes as áreas do Conhecimento: 000 Obras Gerais; 100 filosofia; 200 Religião; 300 Ciências Sociais; 400 Línguas; 500 Ciências Puras; 600 Ciências Aplicadas; 700 Artes; 800 Literatura; 900 História e Geografia. Adotado até hoje principalmente em bibliotecas públicas e escolares.


Pátria brasileira; contos pátrios; alma; tratado de versificação; teatro infantil; poesias infantis; o meu sistema; coração; livros de exercícios; noções da vida prática; lições da vida domestica; lições de cousas; sciencias naturaes e physicas; diccionario de rimas; botanica elementar; historia universal; historia do Brazil; Mario; sciencias naturaes em contos; historias da nossa terra; a arvore; atravez do brazil; minha terra e minha gente; contos para a infância. (RELATÓRIO PERDIGÃO, 1915) Nos seus relatórios, Perdigão pede a compra de “três banquetas para leitura na secção infantil” e, ao tratar da organização do catálogo infantil, ele afirmava que “tem este estabelecimento que organizar o da leitura infantil e o especial de cada collecção aqui existente, trabalhos que dependem de muito tempo e aturado estudo” (RELATORIO PERDIGÃO, 1915, p. 32). Ele ainda salienta o valor da própria instituição para a sociedade, quais os serviços e sua finalidade: Pelo art. 1.º do Regulamento, então baixado para este estabelecimento, se poderá ajuizar do valor moral dessa nova organização. diz elle: <<A Bibliotheca Publica do Maranhão tem por finalidade concorrer efficazmente para a cultura e desenvolvimento intelectual do Estado, proporcionando, gratuitamente, ao publico, a leitura, consulta e estudo de manuscriptos, impressos, jornaes illustrados, cartas geographicas e estampas pertencentes á mesma Bibliotheca>> (RELATÓRIO PERDIGÃO, 1915, p. 4) "Era aqui o centro do mundo intellectual maranhense, e não pode haver melhor logar para quem peocura saber, de aquelle, onde ha livros e livros que podem ser lidos" (RELATÓRIA PERDIÇÃO, 1916, p. 78) Contudo, uma de suas principais e mais importantes obras foi “Vade-Mecun Bibliográfico: O que se deve ler”, lançado em 1923, com a finalidade de atender aos jovens que frequentavam a Biblioteca Pública: “foi escripto para attender as necessidades do serviço sob minha direcção e às reclamações dos freqüentadores da nossa leitura infantil” (PERDIGÃO, 1923, p. 5). Esse trabalho foi dividido em fases, pois, segundo o autor, deve-se “[...] fazer a distribuição por idades, do que pode ser lido com aproveitamento” (PERDIGÃO, 1923, p. 8). Na primeira fase estão as “Leituras preparatórias – dos oito aos dez annos”, onde Perdigão destaca tanto autores patrícios, como nacionais, como Dr. Antonio Marques Rodrigues com o seu “Livro do Povo”; Dr. Antonio do Rego, com a tradução da obra francesa “Joãozinho” de Charles Jeannel; P.º Raimundo Alves da Fonseca, “Selecta Nacional”, P.º Dr. J. S. Castello Branco, “Selecta Escolar”; Visconde de Almeida Garret, “Tratado de Educação”, Mario Bulcão, João Kopke, entre outros. A primeira parte da obra de Perdigão está dividida em assuntos como livros escolares, coleções seriadas e educação cívica. Na segunda fase, encontram-se as “leituras educativas e instrutivas – dos 12 aos 15 anos”, indicada aos alunos do ensino secundário. Ele ainda comenta que “[...] nas vossas horas de folga, procurar a Bibliotheca Publica, que vos receberá satisfeita e alegre, proporcionando-vos os meios de iniciardes a segunda phase das vossas leituras, informando os melhores livros que venham corroborar os vossos estudos” (PERDIGÃO, 1923, p, 40.). Ele completa: “Agora que já tendes a idade precisa para melhor comprehenderdes as cousas, devo declarar-vos que as Bibliothecas são umas escolas, sem professor, sem a obrigatoriedade das lições, sem horário determinado para


estudo; por outras palavras, a bibliotheca é uma escola onde os alumnos vão espontaneamente, e educam-se conforme lhe apraz”. Destaca-se nessa fase assuntos sobre língua portuguesa, literatura nacional, língua esperanto, estudo da Geografia, higiene, entre outros, assim como os autores Ribeiro do Amaral, Justo Jansen Pereira, Villa-Lobos, Euclides da Cunha, Sotero dos Reis, etc. Na terceira fase, encontram-se as “leituras ilustrativas – dos 15 aos 18 anos”. Perdigão afirma que nessa idade o leitor já tem a capacidade de iniciar as leituras ilustrativas e tem plena liberdade de consultar qualquer livro do catálogo. Os primeiros livros que ele indicou foram a “Arte de Estudar”, de Augusto de Benedea; “Arte de Escrever”, de Xavier Marques; e “A formação do estilo pela assimilação dos autores”. Assim, “depois de lidos, ou melhor, depois de estudados, estes três manuaes, podereis então entrar no campo vastíssimo das leituras litterarias.” (PERDIGÃO, p. 169). Entre os assuntos destacados nesta fase estão: os dicionários, como os de Pierre Laurosse, e as enciclopédias universais, como as de Diderot e d’Alembert; leituras maranhenses, como Odorico Mendes e Sotero dos Reis, Gonçalves Dias e João Lisboa. No final da terceira fase, ele apresenta uma “Synthese Systematica do Catálogo Maranhense”, onde são listadas as obras mais divulgadas na literatura mundial, começando pelo Maranhão, onde ele divide por áreas: poesia, filologia, literatura, romance, contos e fantasias, teatro, crônicas e epístolas, discursos e conferências, bibliografia e biblioteconomia, imprensa, jornalismo na capital, geografia, história, viagens, religião, pedagogia, belas artes, educação cívica, direito e jurisprudência, matemática, engenharia, historia natural, botânica, física e química, medicina, naturismo, agricultura, indústria, burocracia, milícia, política, administração, relatórios e catálogos, e almanaks. Depois, ele divide a lista de autores por países, começando pelo Brasil, e passando por Portugal, Espanha, Holanda, entre outros. Assim, Perdigão se considera como um pai ou professor, instruindo seus filhos, sendo que “a ampla lista de títulos, que recomenda para leitura, tem função pedagógica e disciplinar, que busca educar e moldar o leitor. (BASTOS, ERNEL, p. 4)”. Perdigão foi diretor da Biblioteca por nove anos, “nomeado a 14, assumiu em 16 de janeiro de 1914; Diretor até 15 de setembro de 1923”. No dia 1º de janeiro de 1924, fundou a Biblioteca Pública de Pinheiro, município de seu nascimento. Domingos de Castro Perdigão é filho de Domingos Thomaz Velles Perdigão 184, professor de piano e violino. Foi Diretor da Biblioteca Pública do Maranhão, quando escreveu a obra em análise. Participou da fundação da Faculdade de Direito do Maranhão em 1918. Entre suas obras, pode-se listar: • Catálogo do estado do Maranhão na Exposição Nacional de 1908. Tipografia da Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro, 1908. O Maranhão na Exposição Nacional de 1908. Imprensa Oficial. Maranhão, 1910. 184

Domingos Thomaz Velles Perdigão é filho do dr. Domingos Feliciano Marques Perdigão, que é natural do Maranhão, faleceu, em Coimbra (1870), onde estudou Teologia, mas não ordenou-se sacerdote, como a princípio projetara, e sim casou-se com uma prima. Fundou o colégio Nossa Senhora dos Remédios (1840), depois Colégio Perdigão, que foi muito conceituado. Muito modesto e também muito curioso, foi relojoeiro, músico e até deu-se ao fabrico de muitas compotas de frutas do estado de seu nascimento” (Sacramento Blake, 1970). Autor de Princípios elementares de música em dez lições, destinados para a aula de música do Colégio Perdigão, revistos e argumentados pelo sr. Francisco Xavier Beckman, professor de música desta capital. Maranhão, 1869, 23 p. in-4º. http://www.livroehistoriaeditorial.pro.br/ii_pdf/Maria_Helena_C_Bastos.pdf


• Álbum do Tricentenário (1612-1912). • A Biblioteca Pública do Estado do Maranhão em 1914. Imprensa Oficial. Maranhão, 1915. • Relatórios da Biblioteca Pública do Maranhão nos anos de 1915, 1916, 1917, 1918. Imprensa Oficial. Maranhão. • A Biblioteca Pública do Estado do Maranhão em 1919. Imprensa Oficial. Maranhão, 1920. • Exposições e feiras. (Trabalhos apresentados ao Congresso de Agricultores). Imprensa Oficial. Maranhão, 1922. • O Esperanto. “As Bibliotecas Infantis”. O Colégio Perdigão, trabalhos impressos nos Anais do Congresso Pedagógico. Imprensa Oficial. São Luiz do Maranhão, 1922. • “O que se deve comer” (?). DOMINGOS PERDIGÃO Por Cândido José Martins de Oliveira 185 Teve dentre seus filhos o também advogado e professor universitário Fernando Eugênio dos Reis Perdigão, professor e Diretor da Faculdade de Direito, na rua do sol, à época que ali iniciei o curso de “Ciências Jurídicas e Sociais”, como então era denominado o atual curso de direito da Universidade Federal do Maranhão. Domingos Perdigão que também era jornalista, teve intensa participação na formação da consciência maranhense. Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito do Maranhão em 1918, também foi um dos fundadores da Faculdade de Farmácia e Odontologia, em 1922. Foi Diretor da Biblioteca Pública do Estado, no período de 1914 a 1922 e exerceu várias outras funções públicas. Faleceu em janeiro de 1929, deixando dentre seus trabalhos, obras sobre alimentação, criação e organização de bibliotecas infantis, orientação à leitura como instrumento de formação da pessoa e sobre a linguagem Esperanto. Ao patronear esta cadeira, o professor Domingos Perdigão, ocupava aquela de número 22 patroneada pelo médico e escritor Augusto Cesar Marques, autor do importantíssimo Dicionário Histórico e Geográfico do Maranhão agora, novamente editado, com atualizações dentre outros, de Jomar Morais, pesquisador das coisas do Maranhão.

CEL. THUCYDIDES BARBOSA 186

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DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA Nº 35 FUNDADA POR DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO N. 31, novembro 2009 ed. Eletrônica 16-19 186

Documentos do Acervo Particular Família Barbosa. Documentos do Acervo Particular Família Corrêa Pecegueiro. COUTINHO, Mílson. O Poder Legislativo do Maranhão (1830-1930) 1º volume. São Luís: Edição da Assessoria de Comunicação Social da Assembléia Legislativa do Maranhão, 1981.


Coronel Thucydides Barbosa Loreto, 08/07/1885 - São Luís, 05/11/1954

Por João Dias Rezende Filho http://joaopecegueirodias.blogspot.com/ Nasceu na cidade de Loreto, em 8 de julho de 1885, e faleceu em São Luís, capital do Estado do Maranhão, em 5 de novembro de 1959. Filho do Coronel da Guarda Nacional José Barbosa, comerciante, fazendeiro, coletor de rendas do Estado, farmacêutico prático, advogado provisionado em Loreto e em Balsas e da ilustre senhora dona Maria Pires Ferreira, da velha cepa sertaneja dos Pires Ferreira que tem origem no português Domingos Pires Ferreira, que migrou para o Brasil em meados do século XVIII (vide a célebre obra A Mística do Parentesco do museólogo e sociólogo Edgardo Pires Ferreira), Casou-se, em 30 de julho de 1907, em Loreto, com Maria Rodrigues Botelho, nascida na Fazenda Jenipapo, em Balsas, em 05 de fevereiro de 1883 e falecida em São Luís, em 10 de julho de 1967, filha do Coronel (título político) Braulino Antônio Botelho, Deputado Estadual em várias legislaturas nos fins do século XIX e primeiros anos do século XX e de Dona Severiana Rodrigues Botelho. Desta união nasceram-lhes nove filhos: Alzira, José Barbosa Neto, Jacyra, Heloísa, Braulino, Antônia, Myrthes, Stella e Carlos Alberto. Dentre sua prole, pode-se destacar José Barbosa Neto, farmacêutico, a senhora Jacyra casada com seu primo Antônio Ribeiro da Silva, farmacêutico, médico graduado na primeira turma de medicina do Maranhão em 1963 e professor da Universidade Federal do Maranhão, o Embaixador Braulino Botelho Barbosa, diplomata de carreira e Carlos Alberto Botelho Barbosa, advogado e Juiz de Direito em São Luís. Foi Coronel da Guarda Nacional, comerciante, advogado provisionado em Balsas, coletor de rendas do Estado, diretor do Tesouro, o que hoje equivale ao cargo de Secretário Estadual de Fazenda, Deputado Estadual por quatro vezes consecutivas, nas seguintes legislaturas: 8ª legislatura (1913 a 1915), 9ª legislatura (1916 a 1918), 10ª legislatura (1919 a 1921) e 11ª legislatura (1922 a 1924) e Prefeito de Balsas (1925 a 1927). O Dr. Eloy Coelho, em seu livro História do Sul do Maranhão – Terra, Vida, Homens e Acontecimentos187, assim o descreve: “um sertanejo, autodidata, observador e com vocação para a cultura. Entusiasta pela cidade, a então Vila de Santo Antônio de Balsas”, mais à frente o mesmo Eloy continua descrevendo Thucydides a quem atribui “inteligência admirável e vasto conhecimento”. Segundo descrição de Francisco Marialva Mont'Alverne Frota na Revista do Instituto do Ceará188, Thucydides era de "Estatura mediana, um pouco recurvo, rotundo, indefectívelmente portando chapéu e guarda-chuva, Thucydides Barbosa tinha o rosto plácido e o olhar azul que refletia a fortaleza do chefe de família, todo a ela dedicado(...)" OSTRIA DE CANEDO, Eneida Vieira da Silva. Patronos e Ocupantes de Cadeira do IHGM: 80 anos (1925-2005). São Luís: edição IHGM, 2005. PIRES FERREIRA, Edgardo. A Mística do Parentesco. 3º volume, tomo II. São Paulo. Editora Pedro Corrêa do Lago, 1984 187 COELHO NETTO. Eloy. História do Sul do Maranhão. Terra Vida, Homens e Acontecimentos. São Luís: sem editora, 1979. 188 Revista do Instituto do Ceará. Vol 91.93. Ano 1972


Dentre seus projetos, como deputado, destaca-se aquele em que propôs com belo e empolgante discurso, a elevação da Vila de Balsas à condição de Município. Thucydides apresentou, na sessão legislativa de 1918, o projeto que foi convertido na Lei nº. 775, de 22 de Março de 1918, elevando a Vila à categoria de cidade, com a mesma denominação da atual Vila de Santo Antônio de Balsas, assim Thucydides dava com sua iniciativa à terra que tanto amava foros de cidade autônoma, condizente com a prosperidade econômica, política e cultural que Balsas naquele momento alcançava e, deste modo, inscrevia ele seu nome entre os que poderíamos chamar de “os fundadores” de Balsas. Neste mesmo ano de 1918, foi fundada a primeira associação desportiva de Balsas, estando à frente da empreitada Thucydides Barbosa que a presidiu por muitos anos. Era a “Associação Esportiva Balsense” cuja primeira diretoria era composta dos seguintes senhores: Presidente – Thucydides Barbosa, Vice-Presidente – Mário Coelho, Secretário - Ascendino Pinto e Tesoureiro – José de Carvalho Borba. Em 1919, outro importante projeto de iniciativa de Thucydides beneficiou o novel município. Tratava-se da lei que estabeleceu e instalou a linha telegráfica até São Luís, propiciando uma comunicação mais rápida e com isto um maior desenvolvimento de Balsas. Em 1925, Thucydides foi eleito prefeito de Balsas com consagradora votação, fazendo uma administração competente e atuante, alargando e calçando ruas, ajardinando praças e construindo as duas principais rampas no Rio Balsas que serviam de ancoradouro e desembarque de mercadorias e também algumas escolas primárias. Quando de seu mandato à frente da prefeitura balsense, esteve em Balsas, em novembro de 1925, a tão temida Coluna Prestes, sendo seus membros chamados nos sertões de “os revoltosos”. Enquanto o então Coronel Juarez Távora permaneceu em Riachão, hospedado em casa do Coronel Felipe dos Santos, o restante da tropa, sob o comando dos Coronéis Siqueira Campos, Luís Carlos Prestes, João Alberto e Cordeiro de Farias, dirigiram-se a Balsas. Chegando a Balsas marcharam sobre a cidade e para surpresa de todos, foram recebidos tranqüila e cordialmente pelo prefeito Thucydides Barbosa, que com muita diplomacia, fez o possível para evitar choques e conflitos com os revolucionários e assim não trazer pânico e medo ao povo balsense e prejuízos materiais ao município. A prefeitura transformou-se em quartel-general da Coluna que permaneceu na cidade, de 22 a 27 de novembro, sem causar nenhum tipo de perturbação à ordem pública. Apenas no dia 21 de fevereiro de 1926, a ação desastrada do tenente da Polícia Militar maranhense Herculano Cipriano Firmino e seus comandados diante da chegada de dois retardatários membros da Coluna Prestes: Oswaldo Gomes de Oliveira e Pascoal (desconhece-se seu sobrenome). Ao tomar conhecimento deste fato, o tenente Herculano envia um pequeno contingente composto de 1 cabo e 3 soldados que entram na cidade e à revelia das autoridades civis e militares de Balsas fuzilam os dois “revoltosos” que ali estavam sediados pacificamente. Conclui Eloy o caso dizendo: “E só então, e pela primeira vez, o clamor público e o pânico tomaram conta da pacata população de Santo Antônio de Balsas”. No ínicio da década de 1930, Thucydides, com seu gosto pela modernidade e pelas comunicações, instalou a primeira linha telefônica da cidade que interligava sua residência com o depósito de couro de gado de sua propriedade. Este depósito servia para armazenar o couro que seria, depois de beneficiado, exportado para os Estados do Piauí e Ceará. Mais tarde, instalou outra linha que ligava a já existente à prefeitura de Balsas e à Coletoria. Em fins de 1931, mais uma vez a sua veia comunicativa e intelectual falava alto. Thucydides Barbosa, junto com vários colaboradores, dentre eles seus irmãos Antônio,


Sadoc e outros amigos, organizou e fundou a Empresa Tipográfica de Balsas “Jornal de Balsas”. Em 27 de Janeiro de 1932, começou a circular o primeiro número do Jornal de Balsas. A aceitação foi muito boa em toda zona do sertão maranhense e, até mesmo, em São Luís e outras zonas do Estado. Além das notícias locais, o Jornal de Balsas, segundo expressão de Eloy Coelho em sua obra acima citada, mantinha um vasto e minucioso serviço telegráfico de São Luís e do Rio de Janeiro, então Capital Federal o que contribuiu para que o jornal fosse muito bem aceito por todos. Thucydides foi seu diretor e proprietário até o ano de 1935. Em 1936, o Jornal de Balsas passa à direção de Padre Cincinato Ribeiro Rego sendo editado até 1940, período em que apesar de não estar mais a frente da direção do periódico, o Cel. Thucydides continuou colaborando ativamente com seus esforços para o bom andamento do jornal. Em fins da década de 30 (infelizmente, não foi possível precisar a data), Thucydides, intelectual atuante, foi eleito membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e primeiro ocupante da cadeira 25 patroneada pelo jurista maranhense Domingos de Castro Perdigão. Historiador autodidata e arguto pesquisador, ele escreveu muitas obras, algumas editadas, mas perdidas, outras inéditas e que não chegaram ao conhecimento do público. Dentre os livros e artigos publicados destacamos os seguintes: Subsídios para a História de Balsas, A Hecatombe de Alto Alegre, Um Crime Provocado, Nome sem significação, Biografia de Isaac Martins dos Reis, Subsídios para a História do Maranhão, As boiadas sertanejas, Cidades Desconhecidas e Dados Genealógicos. THUCYDEDES BARBOSA Por Adalberto Franklin Thucydedes Barbosa nasceu em Loreto (MA) em 8 de julho de 1885. Fez seus estudos nas escolas sertanejas do sul do Maranhão. De invulgar dedicação e inteligência, destacou-se como jornalista, historiador, político e funcionário público. É uma das raras figuras do sertão maranhense que ganharam destaque no meio intelectual e político da capital maranhense nas primeiras décadas do século XX. Ainda jovem, passou a residir na Vila de Santo Antônio das Balsas (atual Balsas), onde exerceu atividades públicas na área fazendária e tornou-se influente em todo o sul maranhense. Casado com Maria Botelho Barbosa. Com apenas 28 anos, foi eleito deputado estadual, com mandato de 1913 a 1915; reelegeu-se para mais três mandatos – 1916-1918, 1919-1921 e 1922-1924. Em seu segundo mandato, conseguiu a aprovação de lei de sua autoria elevando a Vila de Santo Antônio à categoria de cidade, que passou, a partir daí, a denominar-se apenas Balsas – Lei no 775, de 22 de março de 1918. Foi prefeito de Balsas. Empreendedor, Thucydedes instalou em Balsas, em 1931, a “Empresa Tipográfica Jornal de Balsas”, passando a imprimir, a partir do ano seguinte, o Jornal de Balsas, periódico de grande repercussão regional. Também instalou a primeira linha telefônica da cidade, ligando sua residência a um depósito de couro de gado e peles silvestres de sua propriedade que fazia exportação para os estados vizinhos. Promovido a coletor de rendas do Estado, foi transferido para a cidade de Caxias, onde residiu alguns anos. Daí, foi para São Luís, onde chegou ao cargo de diretor do Tesouro do Estado.


Na capital, passou a colaborar com alguns jornais e tornou-se sócio-efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, sendo o primeiro ocupante da cadeira n o 35, patroneada por Domingos de Castro Perdigão. Fez diversas publicações, nas quais demonstrou seu profundo conhecimento da história, da geografia e da cultura dos sertões maranhenses. No IHGM, conviveu e publicou textos com os maiores intelectuais de sua época, entre os quais Ruben Almeida, Jerônimo de Viveiros, Domingos Vieira Filho, Arnaldo Ferreira, Olavo Correia Lima, Olímpio Fialho, José Sarney Costa, Antônio Lopes e Júnior Uchoa. Faleceu no dia 5 de novembro de 1959, aos 74 anos, em São Luís. Deixou diversos trabalhos publicados sobre os sertões maranhenses. OBRAS PUBLICADAS: - Subsídios para a história de Balsas (1953); - A hecatombe do Alto Alegre; - Um crime provocado; - Nome sem significação; - Biografia de Isaac Martins dos Reis (1954); - Cidades desconhecidas; - Subsídios para a história do Maranhão; - As boiadas sertanejas (1956); - Dados genealógicos. TUCYCIDES BARBOSA Por Cândido José Martins de Oliveira 189 Nascido na cidade de Loreto, a 08 de julho de 1895. Também teve intensa atividade pública, como prefeito municipal e deputado estadual, em várias legislaturas, entre os anos de 1913 a 1924. Promoveu inovações na região, instalando ali, a primeira linha telefônica. Foi Coletor de Rendas na cidade de Caxias de onde mudou-se para São Luís com a finaliade de exercer a função de Diretor do Tesouro Estadual, a mais elevada função na organização fazendária estadual. Deixou publicadas as obras “Subsídios para a História de Balsas”; “A Hecatombe do Alto Alegre”, em 1901;“Um Crime Provocado”; “Nome sem Significação”; “Biografia de Isaac Martins dos Reis”, em 1954; “Cidades Desconhecidas”; “Subsídios para a História do Maranhão”; “As Boiadas Sertanejas”; “Dados Genealógicos”, em 1956, faleceu em 05 de novembro de 1959. CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM BARBOSA, T. UMA CALAMIDADE QUE DEVE SER EVITADA Ano IV, n. 4, junho de 1952 79-80

AS BOIADAS SERTANEJAS Ano VII, n. 6, dezembro de 1956 53-61

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ANTENOR MOURÃO BOGÉA Por Adalberto Franklin

Antenor Mourão Bogéa nasceu em Grajaú (MA) no dia 8 de outubro de 1909. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Maranhão, em 1932. No mesmo mês da colação de grau, foi nomeado promotor público da Comarca de Grajaú. Em 1940, assumiu a 2a Promotoria Pública da capital. Em dezembro de 1945, foi eleito deputado federal à Assembléia Nacional Constituinte, tendo participado com destaque na elaboração da Carta Constitucional de 1946 . A partir de maio de 1951, passou a ser professor catedrático de Direito Penal da Faculdade de Direito de São Luís, atividade interrompida somente para exercer os dois mandatos eletivos, de constituinte e de deputado federal. Em 9 de dezembro de 1957, foi eleito Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Secção do Maranhão – e, em 3 de março de 1957, foi eleito seu presidente. Em 1961, foi eleito membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e, quatro anos depois, ingressou na Academia Maranhense de Letras. A 3 de outubro de 1969, foi admitido como membro da Association Internationale de Droit Penal e, em 1971, foi eleito presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Exerceu diversos cargos e funções públicas: prefeito de Grajaú, promotor público de Grajaú e da Capital; chefe de Polícia; diretor da Imprensa Oficial do Estado; membro da Procuradoria Geral do Estado; oficial e chefe-de-Gabinete da interventoria federal no Maranhão; membro e presidente do Conselho Penitenciário do Estado; membro do Conselho Estadual de Cultura. Na juventude, atuou entre os revolucionários de 1930. Posteriormente, na política, tornou-se moderado. Foi representante do Maranhão na Constituinte de 1946, onde atuou ao lado de Claudomir Cardoso (outro jurista maranhense), Raul Fernandes e de Prado Keli, na bancada da UDN. Advogado militante no foro de São Luís, foi presidente da Secção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Maranhão. Condecorado com as medalhas do Cinquentenário da Faculdade de Direito do Maranhão, do Sesquicentenário da Adesão do Maranhão à Independência do Brasil e do Mérito Timbira. Autor de diversos trabalhos jurídicos publicados em periódicos especializados e em poliantéias de homenagem especial a grandes vultos do Direito, a exemplo de estudo intitulado “Do concurso de agentes na chamada criminalidade animal”, incluído no livro Estudos de direito e processo penal, editado em 1962 pela Livraria Forense, em homenagem ao ministro Nelson Hungria. Recolheu suas memórias de viagens à Alemanha, Egito, Israel,Turquia e Grécia no livro Encontro com o passado (Brasília, 1982).


A grande biblioteca que ele formou no decorrer da sua existência foi adquirida pelo Centro de Estudos Unificados do Estado do Maranhão (CEUMA) e serviu de base para o alvará de funcionamento daquele instituto educacional. Faleceu no dia 4 de setembro de 1997. ANTENOR MOURÃO BOGÉA, Por Cândido José Martins de Oliveira 190 Nascido a 08 de outubro de 1909, no Grajaú. Advogado, formado pela Faculdade de Direito do Maranhão em 1932. Foi Secretário da Junta Governativa Revolucionária do Maranhão. Prefeito de Grajaú, de onde foi também Promotor Público. Foi o titular da Segunda Promotoria de São Luís. Foi o primeiro delegado e chefe depolícia da capital, em 1942. Ingressa na política, sendo eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1946 e reeleito para o mandato seguinte. Fundou e foi o primeiro presidente do Partido Democrático Cristão ao qual permaneceu filiado até a extinção dos partidos políticos no Brasil, pondo fim ao sistema pluripartidário, iniciando-se o sistema bipartidário, pelo ato institucional n° 02 de outubro de 1965. Após esse fato, retirou-se da vida política, dedicando-se à advocacia e ao magistério jurídico, ambos, na área do direito penal. Assim, foi presidente da OAB por três mandatos seguidos. No magistério, havia ingressado em 1944, como professor catedrático da Faculdade de Direito. Com o advento da Universidade Federal do Maranhão e a incorporação a esta, do Curso de Direito, foi seu Diretor. Integrou o Conselho Diretor da Universidade Federal do Maranhão, tendo respondido de Reitoria da Universidade Federal, em mais de uma ocasião. Em 1963, ingressa na Academia Maranhense de Letras da qual foi vice presidente. Integrou também o Conselho Estadual da Cultura, faleceu na cidade de Brasília em 04 de setembro de 1997.

BENEDITO BOGÉA BUZAR http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/ocupantes/13.php Nasceu em Itapecuru-MA, a 17 de fevereiro de 1938, e ali fez seus primeiros estudos. Após cursar em São Luís o Colégio Maranhense, dos Irmãos Maristas, e o Colégio Estadual do Maranhão (Liceu), ingressou na Faculdade de Direito do Maranhão, pela qual é bacharel. Jornalista, advogado, professor, pesquisador. Manteve, no Jornal do Dia, a coluna diária Roda Viva, que assinava sob o pseudônimo de J. Amparo, e que foi, em seu tempo, a mais prestigiosa de São Luís. Colaborador dos jornais O Imparcial, O Jornal, Jornal do Dia, O Debate, O Estado do Maranhão, e 190

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das revistas Garota de São Luís, Projeção, Impacto e Legenda, da qual também foi secretário. Suas atividades jornalísticas compreendem, ainda, a produção e apresentação do programa Maré Alta, que manteve na TV Ribamar. Deputado à Assembléia Legislativa do Maranhão, Benedito Buzar teve seu mandato cassado em 1964. Professor titular de Ciência Política do Curso de Administração Pública da UEMA; membro e depois presidente do Conselho Estadual de Cultura; chefe da Divisão de Assuntos Internos, da Divisão de Planejamento, da Assessoria Técnica e de Gabinete da Sudema; subchefe do Departamento de Estudos Jurídicos e Sociais da Escola de Administração Pública da UEMA; assessor de Comunicação do Senai, Sesi e Fiema; advogado do Escritório Técnico de Administração Municipal; chefe de gabinete da Prefeitura de São Luís; secretário municipal de Educação e Cultura de São Luís; coordenador geral da Secretaria da Cultura do Maranhão; diretor-presidente da Maratur; secretário de Estado da Cultura; diretor-presidente do Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado; assessor do Sebrae-MA; gerente de Articulação e Desenvolvimento da Região do Itapecuru Autor de diversas memórias históricas, duas das quais foram premiadas pelo Concurso Artístico e Literário Cidade de São Luís: Do Sarneysmo ao Vitorinismo e Eleição de Chateaubriand no Maranhão. De suas numerosas pesquisas, Benedito Buzar publicou: A greve de 51; os trinta e quatro dias que abalaram São Luís. São Luís: Editora Alcântara, 1983; Fiema: vinte anos de lutas e vitórias. São Luís: 1988; 50 anos de Banco do Estado do Maranhão. São Luís: 1989; Politiqueiros, politicalha, politiquice, politicagem e política do Maranhão. São Luís: Sioge, 1989; 100 anos de telefonia no Maranhão. São Luís: 1991, O vitorinismo; lutas políticas no Maranhão (1945 a 1965). São Luís: Lithograf, 1998 (2ª e 3ª ed., 1998; 4ª ed., 1999); Vitorinistas e Oposicionistas. São Luís; Lithograf, 2001; Neiva Moreira: o jornalista do povo, São Luís; Lithograf, 1997; 50 Anos da Greve de 51, São Luís, Lithograf, 2001. Agraciado com as medalhas: do Mérito Timbira; João Lisboa do Mérito Cultural e da Ordem dos Timbiras, ambas no grau de grande oficial; do Mérito Judiciário Desembargador Antonio Rodrigues Vellozo; Simão Estácio da Silveira, da Câmara Municipal de São Luís; do Mérito Mauá do Ministério dos Transportes. Tesoureiro da Academia Maranhense de Letras, instituição que representou no Conselho Universitário da Universidade Federal do Maranhão, no Conselho Administrativo da Fundação Cultural do Maranhão e no Conselho Editorial do Uniceuma Contribuição na revista do IHGM BUZAR, Benedito ANTENOR BOGÉA: O ULTIMO CONSTITUINTE DE 1946 No. 19, 1997 11-19 UM SÉCULO DE CARLOS MACIEIRA No. 23, 2000 76-86


CADEIRA 36 OCUPANTE ATUAL: ANA LUIZA ALMEIDA FERRO

ASTOLFO HENRIQUE DE BARROS SERRA Por Ana Luiza Almeida Ferro 191 Nascido em 22 de maio de 1900 na localidade de Matinha, então Município de Viana, era filho de Joaquim Ignácio Serra, “um professor de aldeia” a quem homenageou em um de seus livros, e Judith Barros Serra, mãe desvelada. Na época, Matinha era um “pitoresco povoado maranhense, encravado entre as terras firmes da zona das matas e os campos verdes do lago do Aquiri”, como a descreve o homenageado. 192 A grande habilidade no manejo da palavra, fosse a escrita ou a oral, que lhe fluía fácil pelo privilegiado intelecto, tornou-o um célebre orador, um conhecido jornalista e um talentoso escritor e poeta, estrela de primeira grandeza na constelação de personalidades da terra. As primeiras letras, aprendeu-as com o seu pai numa escola “toda coberta de palha”, 193 à semelhança, nesse particular, de sua própria residência de família naqueles tempos. Concluiu o seu curso primário na cidade de Viana, para onde o seu genitor foi nomeado professor em janeiro de 1913, na administração de Luiz Domingues. Já em São Luís, idealista, estudou no vetusto Seminário de Santo Antônio, vindo a ser ordenado sacerdote em 25 de março de 1925, carreira à qual renunciaria anos mais tarde. Em Mirador, paróquia para onde fora designado após a ordenação, viu-se seduzido pela política, território profícuo para a sua índole arrebatada, de feição que o seu apoio à Coluna Prestes custou-lhe a transferência para Flores, atual cidade de Timon, promovida por d. Otaviano de Albuquerque, arcebispo de São Luís, a qual teve efeito contrário, possibilitando ao clérigo, em razão da proximidade com Teresina, maiores facilidades na pregação em favor da Aliança Liberal. Juntamente com José Maria Reis Perdigão, tornou-se protagonista da Revolução de 1930 neste estado, mercê de sua atuação como jornalista e orador que conquistou muitos adeptos à causa, afinal triunfante. Secretário do novo governo, agora nas mãos de Reis Perdigão, acabou por sucedê-lo após alguns meses, sendo empossado com a aprovação da autoridade arquidiocesana. Sua administração como Interventor Federal no Maranhão teve vida breve e tumultuada, estendendo-se de 09 de janeiro a 18 de agosto de 1931. Inexperiente, bateu-se contra sérios problemas administrativos e uma sistemática oposição, liderada por aliados do passado, o antecessor Reis Perdigão e Tarquínio Lopes Filho. Também o prejudicou a notícia publicada de que se fazia 191

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA Nº 36 DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 26

http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011 192 193

SERRA, Astolfo. A vida simples de um professor de aldeia. Rio de Janeiro, 1944. p. 36. Ibidem, p. 74.


acompanhar em palácio de certa senhora casada, mãe de um filho seu, Lenine, assim chamado, de maneira sugestiva. A repercussão do caso no país tornou a sua situação insustentável, provocando, no âmbito religioso, a sua suspensão de ordens e, no político, a sua saída do governo. Não abandonou a militância política, o que gerou a sua prisão na suposta qualidade de “comunista” em 1935, ainda como padre. Dois anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, após exercer o cargo de Diretor Geral do Ministério do Trabalho, galgou à destacada posição de Ministro do Tribunal Superior do Trabalho e, por fim, Presidente desta Corte em 1964. Ao longo da vida, ocupou diferentes cargos e desempenhou várias funções de relevo, maiormente sob a era Getúlio Vargas, por quem nutria simpatia. Afora as posições já mencionadas, merecem referência as de Inspetor do Liceu Maranhense e Diretor da Junta Comercial do Maranhão. Não é menos feraz e exitosa a sua carreira literária ou são menos importantes as suas atividades fora das trincheiras profissionais. Versátil, com sua pena, tanto navegou pelos mares indomáveis da poesia, quanto se aventurou pelas baías da prosa, ficcional e nãoficcional, sobretudo historiográfica, biográfica ou política. Sua respeitável bibliografia compreende: Gleba que canta (São Luís, 1927) e Profetas de fogo (São Luís, 1928), ambos na seara da poesia; Homenagem à mulher maranhense (São Luís, 1931); Noventa dias de governo (São Luís), Aspectos de uma campanha (São Luís) e Discursos políticos (São Luís), os três no campo da política; O Guesa errante (São Luís, 1935), um estudo sobre o poema homônimo de Sousândrade; Terra enfeitada e rica (São Luís), no território das crônicas; Caxias e o seu governo civil na Província do Maranhão (Rio de Janeiro, 1943, v. 68 da Biblioteca Militar), obra historiográfica de fôlego sobre o Patrono do Exército brasileiro, editada pelo Ministério da Guerra; A vida simples de um professor de aldeia (Rio de Janeiro, 1944), biografia de seu pai; A Balaiada (Rio de Janeiro, 1946), sem dúvida, seu livro histórico mais conhecido, também edição da Biblioteca Militar; A vida vale um sorriso e Uma aventura sentimental, ambas na categoria das novelas; Gonçalves Dias e os problemas da economia nacional, outro estudo; e a deliciosa obra Guia histórico e sentimental de São Luís (Rio de Janeiro), editada pela Civilização Brasileira, dentre outros trabalhos legados, alguns inéditos. Além de patrono da Cadeira nº 36 do IHGM, o escritor foi sócio efetivo da instituição, ocupando a Cadeira nº 15, patrocinada por João Antônio Garcia de Abranches, em sucessão a José Eduardo de Abranches Moura. Já na Academia Maranhense de Letras, foi titular da Cadeira nº 18, atualmente ocupada por Manuel Lopes. Eleito em 22 de fevereiro de 1934, Astolfo Serra tomou posse em 1º de janeiro de 1935, sendo recepcionado por Alfredo de Assis. Astolfo Serra pereceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1978. Em tributo à sua memória, o novo Fórum do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região em São Luís recebeu o seu nome.

JOÃO FREIRE DE MEDEIROS


Por Ana Luiza Almeida Ferro 194 Nascido em 8 de fevereiro de 1915 na capital maranhense, no seio da família do casal Manoel Teodoro Medeiros e Luiza Freire Medeiros. Graduou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Luís, tornando-se, posteriormente, professor titular desta, a qual viria a ser incorporada à Universidade Federal do Maranhão. Na magistratura, foi Juiz do Trabalho e, mais tarde, Presidente da Junta de Conciliação e Julgamento de São Luís. Foi ainda advogado, professor da Escola de Comércio do Maranhão e jornalista com atuação colaboradora nos jornais O combate, Correio do Nordeste, Jornal do Povo, Jornal do Dia e O Imparcial. Pertenceu a várias entidades, entre as quais a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, o Instituto de Direito de São Paulo e a Société internationale de droit du travail et de la sécurité sociale (Suíça). É de sua lavra o relevante trabalho publicado sob o título “A Previdência Social brasileira e seus alcances”. Exerceu a vice-presidência e a presidência do Conselho Regional de Contabilidade e desempenhou a função de Delegado do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários. Emprestou igualmente suas qualidades de liderança ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, como seu Vice-Presidente em 1984. Sucedeu a Jerônimo José de Viveiros na Cadeira nº 8 da Academia Maranhense de Letras, patroneada por Joaquim Gomes de Sousa, tendo sido eleito em 10 de dezembro de 1966 e empossado em 28 de abril de 1967, cabendo a honra da oração de recepção a Ruben Almeida. Sua morte se daria na simbólica data da véspera do Natal de 1991. Contribuções na revista do IHGM MEDEIROS, J. F. A CULTURA E O TURISMO Ano LX, n. 11, março de 1986 23-24 RUBEM ALMEIDA, O POETA ano LX, n. 12, 1986 ? 60-62

CLEONES CARVALHO CUNHA Extraído do site do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão http://www.tjma.jus.br/tj/visualiza/sessao/4/publicacao/100022

Nascido em 10 de fevereiro de 1958, na cidade de Tuntum, neste Estado, graduou-se bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, em 1981. Foi professor do Colégio Santa Teresa, nesta capital; sub-diretor-geral da Secretaria do Tribunal de Justiça do Maranhão; chefe de gabinete da Presidência deste órgão e diretor da Corregedoria Geral da Justiça. Aprovado em primeiro lugar em concurso do Ministério Público Estadual, foi promotor de Justiça da Comarca de Pindaré-Mirim, 194

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA Nº 36 DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 26

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entre os anos de 1983 e 1984. Igualmente, logrou os primeiros lugares nos concursos para professor da Universidade Federal do Maranhão, em 1985 e, no ano seguinte, para o cargo de juiz de Direito. Na magistratura, exerceu suas funções judicantes nas Comarcas de Vitorino Freire, São Bento, Coroatá e São Luís. Já na capital, foi assessor da Presidência e membro do TRE. Naquela Corte Eleitoral, foi Corregedor Regional Eleitoral, no período de 1993 a 1997. Em 1998, assumiu as nobres funções de juiz corregedor da Corregedoria Geral da Justiça e, nesse ano, foi promovido por merecimento para o cargo de desembargador. É membro da Sociedade Brasileira de Canonistas e exerceu, no Tribunal de Justiça, a função de Supervisor-Geral dos Juizados Especiais. Em fevereiro de 2005 assumiu a direção da Escola Superior da Magistratura do Maranhão.

HERBERTH DE JESUS SANTOS Por Manoel Santos Neto http://www.guesaerrante.com.br/2010/10/25/Pagina1248.htm Nasceu em São Luís, na Madre Deus, a 7 de agosto de 1950, filho de Doralina Esmeralda de Jesus Santos (Dona Dora), operária da Fabril (fábrica de tecelagem) e do pescador Felipe Nery dos Santos, chamado de Filipão, Herbert de Jesus Santos. Não é mais aquele menino pobre, criado numa família humilde dos subúrbios de São Luís, que acabou se tornando escritor e chegou a sonhar com a Academia. Hoje, autor de 10 livros publicados, ele é um sessentão, homem maduro, calejado de tantas lides, que agora busca – sempre irrequieto – ser um intérprete cada vez mais fiel dos genuínos valores da cultura e do cotidiano de seu povo. Ele gosta de dizer que foi “desasnado” em sua própria comunidade, pela professora normalista, Dona França, que ensinava particular a cartilha de ABC, em sua residência, na escadaria da Rampa Manoel Nina. “Não me apaixonei pela minha primeira mestra, mas, como sempre ficamos próximos, ela sempre sabia dos meus sucessos nos estudos”! – lembrou. Nesses contatos, Dona França o incentivava muito a prosseguir no ensino, até quando saíram da Madre de Deus, por causa da construção da Barragem do Bacanga, em 1970, quando muitos removidos foram para o Anjo da Guarda e outros, com a pequena indenização do Governo do Estado, compraram casas no Lira e em outros bairros do entorno da sua comunidade original. Desde pequenino, Herbert encantou-se pelas manifestações da cultura popular maranhense. Começou por ter sua “maternidade” (casa) atrás da Capela original de São Pedro, cuja primeira zeladora foi sua avó paterna, a beata Marcelina Cirila dos Santos – Dona Marcela. Na frente da capela, assistia às apresentações dos bumba-bois, que louvavam o padroeiro dos pescadores, no amanhecer de 29 de junho, no largo, com leilão de prendas e procissões marítima e terrestre. Em 1957, Herbert foi morar com seus padrinhos (Francisco Galvão dos Santos, o Chiquito, e Aldenora, Dedé), na Rua do Apicum. Fez uma reciclagem com aulas particulares do professor Edson Garcia, irmão do radialista Edy Garcia, antes de estudar o primário na Escola Modelo Benedito Leite e passar no exame de admissão ao Liceu


Maranhense (muito concorrido), em 1962, onde concluiu o Científico em 1968. Neste ínterim, aos 17 anos, forjou com aço sua personalidade coletivista, no Clube de Jovens da Madre de Deus, com atividades solidárias e de conscientização comunitária, qual a de alfabetizar adolescentes e adultos pelo Método Paulo Freire. Idealismo da juventude – O Clube de Jovens da Madre de Deus ajudou os moradores (praianos) até nos contatos com as autoridades governamentais para a remoção ao Anjo da Guarda. “Dentre os clubistas, havia o idealismo dos noivos, hoje, médicos e casados, Raimundo Teodoro de Carvalho (Raimundinho) e Lúcia Bulcão da Silva, sua irmã Maria Cecília Bulcão da Silva (Zoca), Gracinha Ferreira Silva, Raimundo João Silva, eu e a minha namorada, Léia Sousa Pimenta, então professora e acadêmica de Economia da UFMA!” – recordou. Acompanhou sua mãe e irmãos ao Anjo da Guarda, em março de 1970, sem deixar os laços com a Rua do Apicum, onde o velho Erasmo Dias, jornalista e escritor de mãocheia, exercia influência em moços, jornalistas e poetas, sobretudo. Os tempos do Sioge e as jornadas nas Redações - Em 1972, Herbert de Jesus Santos tornou-se evasor do Curso de Direito da UFMA, onde fora aprovado em 1971. Em dezembro de 1975, empregou-se no Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge), através de pedido do poeta José Chagas ao diretor do órgão, escritor Jomar Moraes. No setor de Revisão do Sioge, ampliou seus conhecimentos gerais e criou uma fama profissional entre os literatos editados pela Casa. Em 1976, em novo vestibular, ingressou no Curso de Comunicação (Jornalismo) da UFMA, onde se formou em 1980. Em 1976, casou com a professora ribamarense Marilda Alice Cardoso, com quem teve três filhas (Amarílis, Alessandra e Amanda), sempre em São Luís.Viúvo, sua atual companheira é a pedagoga ribamarense Maria Gorete Protázio, com quem tem uma filha (Mariana). Iniciou sua carreira de jornalista profissional em O Imparcial; depois, O Estado do Maranhão, O Debate, Jornal de Hoje e no Diário do Norte indo de revisor, repórter, secretário de Redação a chefe de Reportagem e editor-geral. Atualmente, é colunista do JP Turismo, suplemento do Jornal Pequeno, sendo, desde 1995, titular da coluna “Sotaque da Ilha”, e colaborador no jornal Extra. Sua estreia literária se deu com uma Canção Para a Madre de Deus (poesia, em 1984); daí são mais nove títulos, alguns prêmios em concursos literários e jornalísticos: Um Dedo de Prosa (crônicas); Bazar São Luís: Artigos Para Presente e Futuro (crônicas); Quase Todos da Pá Virada (contos); São Luís em PreAmar: Ainda Assim, há um Azul! (poesia); A Segunda Chance de Eurides (novela); Serventia e os Outros da Patota (contos); Ofício de São Luís: Bernardo Coelho de Almeida (Coração em Verso e Prosa); Peru na Missa do Galo (contos de Natal); e Antes que Derramem a Lua Cheia (crônicas). Tem seis livros inéditos e outros em andamento, em todos os gêneros, com exceção de teatro. Graduado em Comunicação Social, Herbert Santos, o poeta que vive num meio onde a maioria das pessoas mal tem dinheiro para pagar as contas do fim do mês, orgulha-se da vida modesta que leva. Com a sua poesia, seus livros e suas crônicas, não ficou lugar para a dúvida: o escritor da Madre Deus é um artista popular com um faro e uma competência indiscutível para a crítica social. “Sinto-me honrado de poder lutar para construir uma carreira literária e jornalística com toda dignidade possível, procurando fazer tudo com o maior respeito possível, para merecer o respeito dos meus conterrâneos”, assinala ele. Em 1992 ingressou no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM).


CADEIRA 37 OCUPANTE ATUAL: MADALENA MARTINS DE SOUSA NEVES

PATRONO: JOSÉ CONSTANTINO GOMES DE CASTRO. Historia resumida das perseguições de José Constantino Gomes de Castro, presbytero secular, conego prebendado na igreja cathedral da cidade de S. Luiz do Maranhão, ex-commissario do Santo Officio, protonotario apostolico de Sua Santidade com beneplacito regio, e cavalleiro da Ordem de Christo: por elle escripta, e comprovada com documentos legaes

Por Madalena Martins de Sousa Neves195 Nasceu na Vila depois cidade de Alcântara, entre os anos 1760-1770. Faleceu em 14/10/1845. Filho de Manuel Antônio Gomes de Castro, tenente coronel de Milícias na referida Vila e de sua segunda mulher dona Francisca Maria Correa. Pe. Constantino era descendente de alta linhagem. Seus antepassados se destacaram em diversos momentos da história do Maranhão. Recebeu brasão de nobreza em 28/07/1804, e em 7/03/1805, foi registrado na p. 237-240 do Livro da Câmara de S. Luís. Pe. Constantino sofreu perseguições, chegando a ser aprisionado mais de uma vez, entretanto, nos processos de longa duração e sofrimentos não lhe acharam crime e teve relevadas as prisões. Este o Patrono da cadeira 37 desse Instituto, que ora muito me enaltece assumir. Pe. Constantino após os intensivos preparativos com os professores da época – estudos que eram feitos em casa, foi mandado para Portugal aos 18 anos, em maio de 1793. Já não contava com sua mãe, falecida muito jovem, em 1788, em Alcântara. Em Coimbra foi matriculado em Matemática (4/10/1794) e em Filosofia (17/10/1794). Paralelamente ao curso de Filosofia, que os acadêmicos eram obrigados a freqüentar, este cursou a escola eclesiástica. Em 1799, no final dos cursos de Filosofia e Matemática dirige de Portugal uma longa representação à Rainha dona Maria I, pedindo ajuda régia para a abertura do inventário dos bens que lhe tocavam por falecimento de sua mãe, Francisca Correa, assunto que havia tratado em 1796. Na segunda ocasião, alegou que os recursos de seu quinhão estavam fazendo falta “fundamental para o seu sustento” em Portugal. Pe. Constantino não terminou seus estudos de Matemática e Filosofia, mas recebeu o grau de bacharel em Direito.

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DISCURSO DE POSSE. Rev. IHGM, n. 35, dezembro 2010, p. 34


Presbítero secular, cônego, prebendado na igreja Catedral de S. Luís do Maranhão, arcediago, comissário do Santo Ofício, patronotário apostólico de Sua Santidade com beneplácito régio, comendador da Ordem de Cristo, advogado provisionado, com provisão régia, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e cavaleiro da ordem de Cristo. Exerceu, também, os cargos de vigário capitular, governador, provisor e vigário geral do bispado, foi figura atuante nas lutas que precederam a independência do Brasil. Achando-se na Vila de Alcântara, com licença por causa de moléstia crônica, foi rogado em 1817 pelo Juiz Ordinário Presidente da Câmara da mesma Vila, Antônio José Rodrigues de Sousa, que fizesse uma Oração para se recitar no ato da solene Aclamação de El Rei Nosso Senhor, que na conformidade das Ordens expedidas da Corte do Rio de Janeiro, havia de celebrar-se no dia de Páscoa a 6 de abril daquele ano. Nesse mesmo ano Pe. Constantino pediu permissão para imprimir o Discurso, ou elogio fúnebre para se recitar em ato de Câmara na Vila de Alcântara, comarca de São Luís do MA do Reino Unido do Brasil, no dia 29/01/1817 por ocasião do quebramento dos escudos pela morte da Rainha Dona Maria I. Ele pautou seu elogio à rainha nas medidas que tomara para o desenvolvimento do Império português. Posteriormente, o texto foi publicado com o nome Breve discurso gratulatório ou Arenga para ler-se em Câmara na Vila de Santo Antônio, comarca da cidade de S. Luís do Maranhão. Pe. Constantino acabou preso por causa desse discurso. Nas suas prisões as denúncias foram feitas pelo Cabido por 11 cônegos da Catedral do Maranhão, através do procurador para que em nome do Cabido, representasse ao príncipe regente, no Rio de Janeiro, contra os péssimos procedimentos do cônego da mesma Sé, Pe. Constantino, sujeito da mais perversa moral, intrigante e público perturbador da paz dos representantes daquela corporação. Quem enviou esse libelocrime contra o Pe. Constantino, em nome de todo o Cabido foi o arcipreste Antônio Nicolau de Sousa Pereira Pinto. A remessa da denúncia ao príncipe regente levou a assinatura do bispo do Maranhão, D. Luís de Brito Homem, por via do conde de Aguiar, ministro do Reino. Pe. Constantino, já envergando as insígnias de cônego da Catedral, desentendeu-se, também, com o ouvidor e corregedor da Comarca, bacharel José Francisco da Costa Furtado, que também se queixou à corte no Rio de Janeiro. Para complementar as acusações e/ou mesmo perseguições ora dirigidas a Pe Constantino mandadas ao regente, D. Luís de Brito despachou também as suas censuras. O Pe. Constantino em sua juventude vivenciou o espírito libertário que galvanizava em toda a América Latina, após a independência dos Estados Unidos da América. Em 1823, nas lutas da independência e das “brucinadas” 196, (ou seja guerras políticas e militares), foi novamente preso na fortaleza de Ponta d’Areia e, de lá, remetido na galera Tejo, para as masmorras do Castelo de São Jorge, em Lisboa. Bem mais tarde, D. João VI anulou seu processo e o Pe. Constantino foi mandado de volta ao Maranhão. A catedral maranhense experimentou mais uma vez longa jornada a que seus ministros costumam chamar de sede vacante, ou seja, a ausência de um bispo na Sé. Por isso, após o final do turbulento episódio de D. Joaquim de N. Sra. De Nazaré, cuidaram seus cônegos de promover-lhe a ocupação interina, com a eleição do vigário capitular do bispado. A escolha recaiu em um dos mais antigos cônegos da casa, justamente Pe. Constantino. Eleito sem concorrentes foi empossado no cargo de vigário-capitular em 196

Brucinadas foram as guerras políticas e militares comandadas pelo primeiro presidente da província do Maranhão, Miguel Inácio dos Santos Freire e Bruce.


1º/7/1824. Toda a Igreja maranhense reconheceu-lhe a autoridade e logo começou sua administração nomeando os examinadores sinodais e o defensor do vínculo no Tribunal Eclesiástico. Preencheu as vagas de beneficiados da Sé e deu partida a uma reforma da Igreja de Nossa Senhora Da Vitória, então bastante arruinada. Vagas várias paróquias, foram estas colocadas a “concurso”, para a escolha de novos párocos. Em 19/3/1827, já entrando para os três anos de governo da Igreja do Maranhão e Piauí, Pe. Constantino, por procuração do novo bispo, considerou empossado o antístite, o jovem D. Marcos Antônio de Sousa, fundador do Seminário Santo Antônio, entronizado no seu posto em 11/3/1830. Já por esse tempo, o rebelde de Alcântara, elevado a monsenhor, afastava-se de suas atividades por estar doente, em avançada idade. Morreria em 1845 em 19 de outubro.

VIRGILIO DOMINGOS FILHO

MARIA DE CONCEIÇÃO FERREIRA Por José Ribamasr Seguins197

(Sócia Honorária)

Maranhense de São Luis. Inicipou seus estudos no Grupo Escolar Sotero dos Reis. Passou pelo Liceu Maranhense. Professoras diplomada pela Escola Normal do Estado. Bacharelou-se em Ciencias Contabeis pela Escola técnica de Comercio do Maranhão e concluiu o Curso de Serviço Social pela Escola de Serviço Social do Maranhão., sendo licenciada em Pedagogia. Osd diversos cursos de especialização sempre foram voltados para a educação, como: Organizxação e Administração Eswcolar; Supervisão Rual; Estudos Brasileiros; Comunicação Social; pós0-graduaçãom em Administração dom Sistemaq Educacional; e Aperfeiçoamento em Modelos de Ensino Superior. Preparou-swe para enfrentar inúmeros cargos e funções como Professora de Alfabetização de Adultos, professora do Instituto de Educação do Estado, Centro de Treinamento de professores do Estado, Superintendencia do Ensino do interior; e do Ensino Supletivo e Rural; Diretor da Divisão do Enjsinom de 1º Grau; Assessoria de Planejamento; Assessoria Pedagogica da Chefia dfo Depatrtamento de Ensino e Assistencia Social da Escola tecvnica Federal do Maranhão [hoje IF-MA]; e professor Colaborador da FUM.

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SEGUINS, José Ribamar. MULHERES NO COMANDO. São Luis: s.e; s.d.; p. 102-103


Aceitou o grande desafio de sua carreira ao abraçar a função de professora primaria no interior do Estado em São Luis Gonzaga, Loreto, e Rosário. O seu maior desafio, entretanto, foi fundar o Colégio Conceição de Maria e fazer funcionar uma vida inteira. Um estabelecimento que respeitou a sua proposta inicial, a de educar, considerando que a educação é direito de todos. Maria ferreira foi uma autentica educadora. O Maranhão muito lhe deve ao trabalho realkizado, o de resguardar parte da História da Educação Maranhense através de um trabalho pedagógico renovador, concedenco aos seus alunos uma educação eficaz, como pessoa hyumana e como cidadão. Não trabalohou sozinha. Sua vitoria foi comemorada com o auxilio de sua irmã Maria Lucia e com inumeroas conmpanheiras nas pessoas de Iolanda Ribeiro Cardoso, Maria da Conceição Cordeiro, Maria do Soc0orro Amaral, Zelinda Frazão Sousa, Rosa Maria Sousa, Maria Nazaré Frazão Sousa, Herbenia Machado, e Maria José Bezerra. Pertencente ao IHGM, ocupante da cadeira no. 37, patroneada por José Constantino Gomes de castro, teve uma atuação brilhante, até ser considerada sócia benemérita da instituição, pelos seus relevantes serviços prestados. DANIEL PEREIRA FONTES MARTINS – NÃO TOMOU POSSE DIOMAR MOTA – NÃO TOMOU POSSE


CADEIRA 38 OCUPANTE ATUAL: ROQUE PIRES MACATRÃO

PATRONO: ANTONIO BATISTA BARBOSA DE GODÓIS http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Baptista_Barbosa_de_Godois Antonio Baptista Barbosa de Godois (São Luís, 10 de novembro de 1860 - Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1923) foi um escritor, poeta e professor. Foi um educador, escritor, poeta, historiador e político. Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife (atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco), exercendo, no Maranhão, o cargo de procurador da Justiça Federal. Como político, foi Deputado Estadual do Maranhão e Vice-Presidente do Estado do Maranhão. Exerceu o magistério, tendo lecionado, como professor da cadeira de História e Instrução Cívica , entre outros, e dirigido (entre 1900e 1905) a Escola Normal do Estado do Maranhão, e na Escola Modelo “Benedito Leite”, publicando inúmeras obras na área de educação. Participou ativamente na imprensa de sua época e, aliado a intelectuais de expressão que então se empenhavam em resgatar a cultura e a literatura maranhense, fundou a Academia Maranhense de Letras, tendo ocupado a cadeira n.º 1, cujo patrono é o Professor Almeida Oliveira, atualmente ocupada por Sebastião Moreira Duarte. Entre suas obras de maior destaque e importância, pode-se citar a “História do Maranhão”, em 2 volumes, publicada em 1904. Como poeta, destaca-se sua composição da letra do Hino do Estado do Maranhão. Obras Instrução cívica (Resumo Didático) - Maranhão, 1900. História do Maranhão - Maranhão, 1904, 2 volumes. Escrita rudimentar - São Luís, 1904. À memória do Doutor Benedito Pereira Leite - Maranhão, 1905. O mestre e a escola - Maranhão, 1911. Higiene pedagógica - São Luís, 1914. Os ramos da educação na Escola Primária - São Luís, 1914. Doutor Almeida Oliveira. Discurso na Academia, in RAML. Vol. I - São Luís, 1919

MARIA JOSÉ FREITAS De acordo com José Ribamar Seguins (Mulheres no Comando, s.d., p. 111) “Duas mulheres de destaque intectual da terra foram indicadas e tiveram os seus nomes aprovados para fazer parte do IHGM, as professoras Rosa Castro, e Maria Freitas mas não assumiram as suas cadeiras por motivos que justificaram.” 198

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SEGUINS, José Ribamar. MULHERES NO COMANDO. São Luis: s.e.; s.d.; p. 111


WALDEMAR DE SOUSA SANTOS Por Maria Esterlina Mello Pereira 199 Nasceu em Itainópolis em 11 de dezembro de 1914, filho de Raimundo de Sousa Santos e Carolina Rodrigues de Araujo. Perdeu os pais aos dois anos de idade e foi criado por uma tia, a sra. Maria Raimunda de Andrade (Mãe Neném). NoMaranhão, aos 20 anos, residiu em Pedreiras e, mais tarde, em Codó, acompanhando seu irmão mais velho, Otacílio, que vivia do comércio. Sobre seu primeiro deslocamento, comentou no livro ‘Egressos de Jenipapo” – hoje, Itainópolis, Piauí: ‘aboletamo-nos nessa progessiva cidade do Mearim, face a seca que dominava o estado a que pertencemos, e que nos expulsaram como a muitos outros, do torrão natal’. DDepois de relatar sua árdua luta pela sobrevivencvia, concluiu: ‘sofremos na referida cidade que só o couro de pisar fimo..., mas vencemos, galhardamente’. Em Codó a luta continuou, sempre priorizando o comercio como fonte de renda, mas ali a caminhada foi mais atenuada, inclusive em termos de amizade, de opção de lazer, dando-lhe abertura para, depois, afirmar: ‘Codó, adoro-a como ao meu próprio berço onde nasci’. Em 1938, a convite de seu primo Paulo Martins de Sousa Ramos, Interventor federal, veio para São Luis, aqui se estabelecendo e, gradadivamente, se revelou como intelectual. Logo no ano seguinte, trocou a vida de solteiro pela de casado. Amou a primeira vista e dentro de 20 dias contraiu matrimonio com a maranhense, de Barão de Grajaú Josefina freifre Ramos. Jornalista profissional, autor de vários trabalhos jurídicos e autor do livro Perfil de Ana Jansen. Fiscal da delegacia Regional do Trabalho; Comissário de Policia; Advogado Provisionado – titulo que conquistou após submeter-se a provas no Tribunal de Justiça, quando saiu vitorioso por unanimidade da banca examinadora -. Especializou-se em criminologia, tornando-se muito procurado nesta área. Uma longa prática adquiriu no escritório de advocacia do conceituado Waldermar de Sousa brito, ali trabalhando cinco anos. Ao desenvolver a profissão de jornalista, como redator, dos jornais A Vanguarda, no Rio de janeiro, e em São Luis no Jornal do Povo, Pequeno, Imparcial, Combatte, do Dia, de Hoje – neste escrevia aos domingos uma pagina histórica -, pacotilha, e O Globo. Lutava por melhores dias para o Maranhão. Foi membro do Conselho Fiscal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luis; Delegado Municipal, símbolo 6-C; Chefe do Serviço de Divulgação e Biblioteca do 199

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


DER; Assessor de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública; Diretor da Divisão de Policia Judiciária; SecxretárioAdministrativo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – CODECIMA. Aposentou-se pela Secretaria de Interior quando ocupava o cargo de Secretario Administrativo da Defesa Civil. Dentre suas obras: Perfil de Ana Jansen; Fragmentos de História do Maranhão; Comentário sobre um erro judiciário; Roteiro processual penal. Vitima de um acidente na Ponte bandeira Tribuzi, faleceu em São Luis em 22 de março de 1989. Contribuição na revista do IHGM: SANTOS, W. ASPECTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS DA CIDADE DE IMPERATRIZ Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 79-82

CARLOS ALBERTO LIMA COELHO http://limacoelho.jor.br/limacoelho/ Carlos Alberto Lima Coelho, Maranhense, nascido em São Luis, em 15/03/45, Casado – quatro filhos. Jornalista e Radialista, tendo trabalhado em quase todas as emissoras de rádio e televisão e jornais de São Luis. Foi o pioneiro na veiculação de matérias locais através da Rede Globo de Televisão, como repórter da TV Difusora de São Luis, onde desempenhou também o cargo de Diretor de Jornalismo. Cronista Esportivo, atuando como narrador de futebol pela TV; Comentarista Esportivo e Locutor Apresentador de Programas jornalísticos em rádios e TVs. Foi Superintendente de Produção e Programação e Diretor Geral Substituto da Fundação Roquette Pinto – TVE/MA, até aposentar-se.Atualmente dirige o Departamento de Jornalismo da TVE/MA, como celetista e apresenta um programa semanal, aos domingos,à noite, onde debate os assuntos esportivos da semana. INSTITUIÇÕES A QUE PERTENCE - Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luis; - Associação dos Cronistas e Locutores Esportivos do Maranhão; - Associação Maranhense de Imprensa - Associação Maranhense de Escritores - Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, tendo participado do Nono Ciclo de Estudos de Política e Estratégicas.


- Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; - Academia Atheniense de Letras e Artes de São Luis - Confraria dos Poetas do Brasil - Academia de Letras do Brasil, fundada em 2001, PhI, Cadeira nº 01 ALB/MA, com sede em Brasília, diplomado como membro Fundador Vitalício, em 13 de maio de 2003. - Academia Maçônica Maranhense de Letras - Instituto Histórico da Maçonaria Maranhense - Membro da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Godofredo Viana n 1474 - Secretário Adjunto de Interior e Relações Públicas do Grande Oriente do Estado do Maranhão – Goema – tendo se afastado para assumir a venerança de sua loja. - Venerável Mestre da A. R. L S. Godofredo Viana nº 1474 - Diretor de Comunicação do HIMM, dentre outras atividades. TÍTULOS E HONRARIAS - Medalha e Diploma do Mérito Esportivo Rubem Goulart (Secretaria de Estado de Esporte e Lazer) - Medalha e Diploma Simão Estácio da Silveira (Câmara Municipal de São Luis) - Medalha e Diploma Amigo do Exército Brasileiro ( 24º Batalhão de Caçadores/São Luis/MA.) - Medalha e Diploma da Confraria dos Poetas do Rio Grande do Sul; - Diplomado como Mestre Maçon ( em 13/12/76 – GOB) – Associação Internacional de Escritores e Artistas. PUBLICAÇÕES - Além da Liturgia – Textos Maçônicos - A Luz da Verdade – Textos Maçônicos - Luz! Mais Luz! - Subsídios para a história do rádio e da televisão no Maranhão. - Fala, Tigre ! (Apontamentos para a história do jornalismo esportivo maranhense) - Show de Rádio (Subsídios para a história da radiofonia maranhense) - À Eterna Alexandria – Poesia Contemporânea Brasileira - (Shan Editores/RS) – Participação. - Cincadas – Nos Bastidores do Rádio e da TV - Brochura - Dos Amores aos Tambores – Coletânea - Novos Rumos - Série Internacional (Shan Editores/RS) – Participação. - Contos de Outubro – Antologia (Grupo Carranca) – Participação. - Nas Asas do Sonho – Poesias - Amor e Lágrimas – Marcas do Tempo (Coletânea) - Testemunha do Medo – Novela - Um Novo Amanhecer – Crônicas e Poesias - Rosas Vermelhas – Romance - Verônica – Contos - Em Busca da Liberdade – Romance - Paralelo 38 – Crônicas e Poesias - Conversa de Amigo ou Denúncia ? Poesias


– Alma, coração e vida – Poesia – Papéis Mofados – Crônicas e Poesias – À Sombra das Acácias – Crônicas e Poesias – Testemunha do Medo – Edição Nacional/Biblioteca 24x7-São Paulo – Witness of Fear – Edição Internacional/Biblioteca 24x7-São Paulo – O Comportamento do Maçon no Mundo Contemporâneo – Trabalho premiado no 1º Concurso Literário Lopes Bogéa/ Academia Maçônica Maranhense de Letras.

CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM LIMA COELHO, Carlos Alberto. SOBRE O TUMULO DA COMÉDIA Ano LXIII, n. 16, 1993 104-107 “O ÚLTIMO ATO” No. 18, 1997 94-98 DISCURSO DO SÓCIO CARLOS ALBERTO LIMA COELHO POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DO LIVRO RAPOSA: SEU PRESENTE, SUA GENTE, SEU FUTURO, NO IHGM No. 21, 1998 44-47 . REVISTA IHGM 33 – MARÇO 2010, P 104


CADEIRA 39 OCUPANTE ATUAL: RAIMUNDO NONATO PALHANO SILVA

PATRONO: FRANCISCO GAUDÊNCIO SABBAS DA COSTA Por Raimundo Nonato Palhano Silva 200 Nascido em São Luís, no dia 25 de novembro do ano de 1829, e aqui falecido, em outubro de 1874, o escritor não teve vida longa, tendo perecido ainda jovem, aos 45 anos. Sobre a sua genealogia e biografia pessoal apresento um rápido perfil, começando pelo fato conhecido de ter desposado a soprano italiana Margarida Pinelli Sachero, prima-donna da Companhia Lírica Marinangelli, da Itália. Nessa época, meados do século XIX, vinham da Europa para São Luís muitas companhias líricas, óperas, entre outras, com seus sopranos, prima-donnas e barítonos. Margarida era casada com Melchior Sachero, tenor italiano que faleceu em Belém, vítima de febre amarela, após temporada em São Luís, cidade onde Margarida conhecera Sabbas e fizera amizades, vindo então ali se radicar em decorrência do matrimônio com o teatrólogo maranhense. Sabe-se pouco sobre a trajetória profissional de Sabbas da Costa, além de suas atividades artísticas nas áreas da literatura e do jornalismo. Outro fato conhecido é que foi conferente nas Alfândegas de São Luís e Belém e que pertencera ao tronco familiar do português João Gualberto da Costa, conforme César Marques Outra atividade de Sabbas da Costa, no campo empresarial, refere-se à sua participação em Exposições mercantis. É conhecido o fato de o Maranhão ter se destacado na realização de Exposições. As primeiras Exposições Universais foram as de Londres(1851 e 1862) e Paris(1855 e 1867). A Exposição do Maranhão realizou-se em 1871, denominada Festa Popular do Trabalho. O Patrono figura como um dos promotores da Exposição maranhense. A primeira Exposição Nacional só viria a acontecer em 1896. Sabbas integrou o primeiro Grupo Maranhense, cujo recorte temporal correspondeu ao período de 1832-1868, tendo o Romantismo como princípio estético. Dele fizeram parte os principais ícones da nova elite cultural local: Gonçalves Dias, Odorico Mendes, João Lisboa, Sotero dos Reis, Trajano Galvão, Belarmino de Matos, Sousândrade, Gentil Braga, Gomes de Sousa, Henriques Leal, César Marques, Candido Mendes, entre outros. Levantamentos, ainda incompletos, sobre a produção intelectual de Sabbas da Costa revelam as seguintes obras, tidas como as principais de sua lavra: (1)Francisco II 200

ELOGIO AO PATRONO – SABBAS DA COSTA E AS CIRCUNSTÂNCIAS DA HISTÓRIA SOCIAL DO MARANHÃO, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 25, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012


ou a Liberdade na Itália, drama em 5 atos, 1861(1881); (2)Pedro V ou o Moço Velho, drama em 5 atos, 1862; (3)A Buena-Dicha, comédia em 2 atos, prólogo e epílogo, 1862; (4)O Escritor Público, comédia em 1 ato, 1862; (5)Garibaldi ou o seu Primeiro Amor(6)O Barão de Oyapock, drama em 3 atos e prólogo, 1863; (7)Beckman, drama histórico em 7 atos, 1866; (8)Anjo do Mal, drama, 1867; (9)Os Bacharéis, comédia em 3 atos, 1870; (10)O Amor Fatal, (11)Rosina, romance; (12)Revolta, romance histórico; (13)Os Amigos, romance, em 25 capítulos; (14)Jovita, novela, em 3 capítulos; (15)Jacy A Lenda Maranhense, esboço de romance, em 14 capítulos. Outras obras publicadas em jornais da época também podem ser destacadas: (a)O Encontro; (b)Teatro de São Luís; (c)Como Nasce o Amor; (d)Simão Oceano; (e)A Madrugada; (f)Maria do Coração de Jesus; (g)O Baile; (h)O Dote; (i)O Adeus; (j)Não Brinques; (k)Sinfrônio; (l)O Homem do Mal; e (m)Encontro de Ronda com a Justiça; entre as que foram possível mapear. A produção literária de sua autoria mais conhecida destaca as obras Jacy, a respeito do extermínio de índios e suas lutas contra os opressores, principalmente os proprietários rurais; o romance Jovita, sobre uma jovem cearense que se inscreve no antigo Batalhão dos Voluntários do Piauí; o romance Os Amigos, que alguns também classificam como crônicas, nas quais aborda a situação do comércio, das casas de alimentação, suas leituras preferidas e aspectos da vida cultural maranhense. Foi colaborador em A Casca da Caneleira, figurando, sob o pseudônimo de Golodron de Bivac, como um dos onze autores da obra, em 13 capítulos, todos os autores vinculados à escola Romântica, que também recorreram a pseudônimos. Tratase de uma novela coletiva maranhense, ou, para os autores, uma escrita para puro divertimento, um passatempo literário. Joaquim Serra e Gentil Braga, figuras respeitadas como folhetinistas, escreveram sob os pseudônimos de Pietro de Castellamares e Flávio Reimar, respectivamente. Boa parte da obra do Patrono foi publicada pelo Semanário Maranhense, periódico que, nos seus 54 números, divulgou a cultura maranhense, tendo como colaboradores quadros como Antonio Henriques Leal, Celso Magalhães, César Marques, Gentil Homem Almeida Braga, Joaquim Sousândrade, Joaquim Serra, Pedro Nunes Leal, Teófilo Dias, e outros tantos, todos notabilizados pela contribuição literária e cultural deixada para a posteridade. Para parte da crítica Sabbas foi um dos primeiros a introduzir o interesse pela literatura folhetinesca, como vinha acontecendo no Rio de Janeiro. Por isso, alguns epígonos o classificam como o fundador da novelística na Província, pois os outros prosadores de ficção virão somente após ele, sendo Gonçalves Dias a única exceção, posto que desde 1842 trabalhava na produção da sua Memórias de Agapito. Não há, todavia consenso sobre isso. Críticos há que não enxergam em Sabbas tal pioneirismo, pois consideram menor o valor de sua obra literária no aludido gênero. O romance Os Amigos, com 25 capítulos e a novela Jovita, com apenas 3 capítulos, são as obras que levaram Sabbas à condição de fundador da novelística e do folhetim na Província. Publicou novelas, folhetins e história do Teatro São Luís, mesmo dividindo opiniões entre os que apreciavam a sua arte e os que não o faziam. O drama de sua autoria Anjo do Mal foi elogiado por Joaquim Serra. Quem escrevia peças então eram Joaquim Serra, Gentil Homem, Celso Magalhães, Euclides Faria, Artur e Aluísio Azevedo, João Afonso Nascimento. Isto em meados do século XIX.


Deve-se destacar, por oportuno, que Sabbas da Costa era também um dos que escreviam no Jornal de Timon (1852-1855), de João Francisco Lisboa, publicado pela Tipografia de Belarmino de Matos. A marca destacada de sua biografia intelectual liga-se ao teatro. Foi um dos precursores do teatro maranhense, antes de Artur Azevedo. Sua obra, no campo da dramaturgia, é das mais copiosas, incluindo-se aqui o seu trabalho de crítico teatral e animador cultural.

LUIS ALFREDO NETO GUTERRES SOARES CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM SOARES, Luis Alfredo N. G. ESCOLA: “ADOTE UMA EMPRESA” Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 63-65 UM SOS AO PRÓ-MEMÓRIA Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 30-34 NETO GUTERRES – O MÉDICO DOS POBRES ANO LX, n. 12, 1986 ? 55-60 SAUDAÇÃO A WANDA CRISTINA EM SUA POSSE Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 17-19 SAUDAÇÃO A ODORICO CARMELITO AMARAL DE MATOS Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 67-70 TEIXEIRA MENDES: O APÓSTOLO DO POSITIVISMO Ano LXIII, n. 16, 1993 52-59 SÃO LUÍS DO MARANHÃO: A CACHOPA DE ALÉM-MAR Ano LXIV, n. 17, 1996 93-95 A PRESENÇA DA INICIATIVA PRIVADA NO DESENVOLVIMENTO MARANHENSE Ano LXIV, n. 17, 1996 96-102 NETTO GUTERRES –O MÉDICO DOS POBRES No. 19, 1997 73-81 APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DA JUSTIÇA FEDERAL NO MARANHÃO – 1891-1997 No. 20, 1998 85-94 RESGATE HISTÓRICO No. 21, 1998 74-76 O PREFEITO DA FONTE (IN MEMORIAM DE JOSÉ MOREIRA) No. 22, 1999 55-57 APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DA JUSTIÇA FEDERAL NO MARANHÃO – 1891-1997 No. 22, 1999 66-84 ADVERTÊNCIA NECESSÁRIA No. 23, 2000 07-08 A DESTRUIÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO No. 23, 2000 09-12 TIRADENTES: “NAS MINAS GERAIS DAQUELES TREMPOS NÃO HOUVE INCONFIDÊNCIA E SIM UMA CONJURAÇÃO, MAIS TEÓRICA DO QUE PRÁTICA” No. 24, setembro de 2001 04-09 PEQUENAS CONTRIBUIÇÕES AO ESTUDO DA SINOPSE HISTÓRICA DO IHGM – 1925-2001 No. 25, (s.d.) 63-88 A DESTRUIÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO II No. 25, (s.d.) 88-92 TRÊS NOMES ILUSTRES QUE ENGRANDECEM O MARANHÃO No. 26, 2002 49-60


CADEIRA 40 OCUPANTE ATUAL: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

PATRONO: JOÃO DUNSHEE DE ABRANCHES MOURA Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz201 Nasceu em São Luis, Maranhão, em 02 de setembro de 1867 à Rua do Sol, 141. Seus pais foram o negociante Antonio da Silva Moura - nascido em Portugal e educado desde os cinco até os 21 anos no Havre e em Paris -, e Dona Raimunda Emília de Abranches Moura – filha de Garcia de Abranches, o Censor 202. Advogado, polimista, historiador, sociólogo, crítico, romancista, poeta, jornalista, parlamentar, internacionalista... Dentre seus escritos, destaca-se a trilogia constituída pelos “A Setembrada”, “O Captiveiro”, e “A Esfinge do Grajaú” (GASPAR, 1993) 203 Após os estudos primários em sua terra natal – primeiro, estudando com sua mãe e tias, no famoso ‘Colégio das Abranches 204, onde também deve ter feito os preparatórios para o Liceu Maranhense. Um dos famosos “meninos do Liceu” no dizer de Gonçalves Dias, aos 16 anos de idade, ao concluir seu Curso de Humanidades, foi plenamente aprovado em severos exames de Gramática Portuguesa, Latim, Francês, Alemão, Inglês, Aritmética, Álgebra, Geometria, Trigonometria, Geografia, História, Filosofia e Retórica. Há esse tempo, precoce, já estudara Desenho com Horácio Tribuzi, Harmonia com Leocádio Rayol, Piano com sua mãe, d. Emília, e Violino com Pedro Ziegler 205. Tornou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Antes, porém, foi aluno da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas não concluiu o curso, cursando-o até o quinto ano 206. No ano de 1889, aos seis de janeiro, casa em cerimônia celebrada na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, nesta cidade, com a Senhorita Maurina da Silva Porto, de cujo 201 202

HOMENAGEM AO PATRONO DA CADEIRA Nº 40. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 157

DUNSHE DE ABRANCHES MOURA, J. O Captiveiro (memórias). Rio de Janeiro: (s.e.), 1941. ABRANCHES, D. de. A Setembrada - A Revolução Liberal de 1831 em Maranhão - romance histórico. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1970. ABRANCHES, D. de. A Esfinge do Grajaú. São Luís: ALUMAR, 1993. 203 GASPAR, C. Dunshe de Abranches. São Luís: (s.e.), 1993. (Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a 28.jul.92). 204 “Preliminarmente teve como professoras, além de sua mãe e das tias Amância e Martinha – estas três, fundadoras do Colégio Nossa Senhora da Glória -, também suas irmãs, Emília, Amélia e Helena. Completamente alfabetizado aos 4 anos de idade, aos seis já traduzia francês e aos sete principiava as lições de inglês e espanhol. “ (GASPAR, C. Dunshee De Abranches. São Luís: (s.e.), 1993, p. 22. Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a 28.jul.92). 205 MORAES, J. Ainda o humanista Dunshee de Abranches. In O Estado Do Maranhão, São Luís, 21 de maio de 2008, quarta-feira, pg. 6, Caderno Alternativo. Hoje é dia de Jomar Moraes. 206 Informa GASPAR (1993) que não concluiu o curso “em fase de lamentável incidente com um de seus professores, por ocasião de uma das provas do currículo, quando acalorada discussão entre o aluno e o mestre culminou com uma cena de pugilato”. (p. 22)


consórcio teve filhos: Carmen, Iza, Nadir, Clovis, Hugo, e Maurina Dunshee Marchesini207. Em 1890, estava na Bahia, retomando os estudos de Medicina, porém ‘tirando a carta’ de Farmacêutico; prossegue os estudos de Medicina e inicia o de Direito (1891). De volta ao Maranhão, foi enviado pelo Governador da Província, o pernambucano José Moreira Alves da Silva, como Promotor Público, para averiguar os acontecimentos e decifrar o mistério d’ “A Esfinge de Grajaú” 208. Decifrar o enigma não era outra coisa, senão uma explicação racional para as tantas brigas sangrentas existentes em Grajaú. (GASPAR, 1993). Nos anos seguintes, o advogado Dunshee tornou-se Deputado Estadual no Maranhão (1904-1909), e integraria depois a bancada de sua Província natal na Câmara Baixa do País, tendo sido eleito mais de uma vez (1909-1917) 209. Viveu boa parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde se torna adepto do Positivismo.

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Dunshee de Abranches casou-se com D. Maurina Porto Dunshee de Abranches, filha do filantropo José Maria da Silva Porto; tiveram seis filhos: Carmen, Iza, Nadir, Clovis, Hugo, e Maurina Dunshee Marchesini (in ABRANCHES, D. Garcia De Abranches, O Censor (O Maranhão em 1822) – Memória histórica. São Paulo: Typographia Brasil Rothschild, 1922, p. 157-158). 208 ABRANCHES, D. de. A Esfinge Do Grajaú. São Luís: ALUMAR, 1993. 209 “Na primeira década do século XX, dentre os vultos notáveis do Congresso Legislativo do Estado, consta o nome de Dunshee de Abranches – descendente do grande João Antonio Garcia de Abranches, cognominado ‘O Censor’, o sangue jornalístico do velho Garcia se transmudou para o neto ilustre. Uma extraordinária cultura, dono de uma das mais vastas Bibliografias de que se tem notícia, só rivalizando com ele o não menos extraordinário Coelho Neto. Iniciou sua carreira política no Partido Republicano de Benedito Leite, elegendo-se deputado estadual em 1904. Espírito irrequieto, polemista notável, foi a maior figura da legislatura que integrou no Congresso Maranhense. “Para aquela 5ª. Legislatura do Congresso maranhense - 1904/1906 – elegeram-se todos os candidatos de Benedito Leite, não tendo a casa nenhum representante oposicionista. As eleições realizaram-se a 06 de dezembro de 1904, com a recondução de muitos parlamentares pelas suas sólidas bases eleitorais garantidas por um sistema de governo que reagia mecanicamente ao comando do Senador Benedito Leite. Todavia, novos nomes iriam figurar naquela casa, dentre esses se destacaria o afamado polígrafo João Dunshee de Abrantes Moura. Dunshe de Abranches teve 14.807 votos, elegendo-se com a 21ª. Votação. Não participou dos trabalhos daquele ano, mas em 1905 foi o Deputado que praticamente tomou as atenções da Casa, quer por seus trabalhos nas Comissões, quer pelos projetos e discursos proferidos, quer elos fulminantes apartes dados em seus colegas, chegando a participar da mesa diretora, como terceiro suplente. Numa de suas intervenções, afirma existindo na casa algumas duplicatas de eleições para as Câmaras Municipais, solicitando nomeação de Comissão – a quem coube a relatoria – para apresentar parecer sobre aquelas duplicatas. De seu Relatório, foram anuladas as eleições de Cajapió, Balsas e São João dos Patos. Nessa legislatura, sem dúvida a questão dos limites entre os municípios de Alto Itapecurú e Barra do Corda demandou um amplo estudo, apresentando projeto de lei onde ficaram delimitados os marcos e as linhas a serem fixadas pelo Governo, pondo fim aquela querela que vinha de longo tempo. De seus inúmeros pronunciamentos, o tema que mais debateu refere-se à situação da Instrução Pública, assunto de sua permanente preocupação. Na legislatura seguinte – 1906 – não mais fazia parte da Mesa Diretora, requerendo licença para se ausentar da Capital. Da sexta legislatura, destacaram-se os Deputados Dunshee de Abranches, José Barreto e Clodomir Cardoso; é a partir de 1907 que as Oposições maranhenses tomam posição de combate ao regime de Benedito Leite, há 14 anos governando, ora por prepostos, ora diretamente. “Em 09 de dezembro de 1906, novas eleições para a renovação do Congresso Legislativo do Estado e unshee de Abranches se reelege no grupo situacionista com a 15ª. Votação, com 10.523 votos. A Oposição elegeu seis deputados, dos 30. Dunshee de Abranches, quando da eleição da Mesa, informa à Presidência da Casa de que não poderia se fazer presente por motivo de moléstia, o que foi lamentado pelo jovem Deputado Clodomir Cardoso (então com 28 anos), que iria desforrar suas mágoas sobre seu colega Dunshee de Abranches, acerca de pronunciamento que fizera ser o Pará, melhor que o Maranhão. Em 1909, ocorreram as eleições para Deputados Federais, e na fórmula ainda traçada pelo falecido Governador Benedito Leite, elegeram-se: para o Senado, o Dr. José Eusébio de Carvalho Oliveira. Para


Em setembro de 1929, chefiou a delegação brasileira à solenidade de lançamento da pedra fundamental da Basílica de Santa Teresinha do Menino Jesus, em Lisieux, França. Na ocasião, falaram apenas três oradores: o Cardeal Charost, representante do Papa Pio XI, George Goyau, da Academia Francesa, e Dunshee de Abranches 210. Escritor, Jornalista, Político Maranhense. Ensaísta, Pesquisador, Memorialista. Intelectual, Ativista, Produtor Cultural. Idealista. Visionário. Dunshee de Abranches foi sócio de diversas instituições sociais, culturais e de classe de seu tempo, dentre outras, Ordem dos Advogados do Brasil, de que foi membro do Conselho Federal e do Instituto dos Advogados. Presidente da Associação Brasileira de Imprensa - ABI 211. Patrono da Cadeira 40, da Academia Maranhense de Letras.

Deputados Federais, Francisco da Cunha Machado e Dunshee de Abranches. Apresentou relatório, nessa legislatura, enviando projeto de lei que fixava a Força Pública para o ano seguinte. (In COUTINHO, M. O Poder Legislativo Do Maranhão – 1830/1930. São Luís: Assembléia Legislativa do Maranhão, 1981, p. 247-294). 210 Dunshee de Abranches proclamava-se ateu em sua juventude, convertendo-se ao catolicismo na maturidade. Contradição que, segundo Moraes (em O humanista Dunshe de Abranches, in O Estado Do Maranhão, 21 de maio de 2008, p. 6, Caderno Alternativo) qualificava-o para representar o Brasil, já católico fervoroso, à solenidade de lançamento da pedra fundamental e pronunciar o seguinte discurso: Oração Estas palavras deveriam ser pronunciadas de joelhos! Não é somente um humilde cristão, que se vem postar diante da grande Santinha, cuja intercessão fez em sua família uma cura maravilhosa e uma verdadeira ressurreição, verificados por dois médicos celebres nada crentes, e atestadas por um apóstolo ilustre da Igreja, o Padre Rubilon, evangelista dedicado da sublime doutrina da terna Flor do Carmelo em meu país. É o Brasil católico, posso dizer, o Brasil inteiro, que eu represento neste instante, porque todos os brasileiros são servos fiéis de Deus; é a minha Pátria, ela mesma que junta a sua voz a este concerto magnífico de preces que, de todos os cantos do Universo, convergem para a França, a terra predestinada dos Santos, para exaltar as graças na pequenina, mas, sem dúvida, a mais brilhante das estrelas do firmamento da Igreja. Santa Teresa de Lisieux, dizem na minha terra, é a Santa dos Brasileiros. Ela é também a padroeira bemaventurada de toda a America do Sul. No Brasil, sobre um vasto território, quinze vezes maior que a França, não há um só lugar, onde, pelas cidades e pelas aldeias, através das florestas virgens, a influencia de nossa Santinha não se tenha feito sentir por favores extraordinários. Um dia, de sua diocese, situada bem longe dos centos civilizados, D. Alberto, o bispomissionário, pediume uma estátua da celeste Carmelita para a sua Catedral. No dia seguinte ao da chegada de seu destino, todos os alunos de uma escola protestante abandonaram o professor para se dirigir ao Catecismo. Desde este momento, a chuva de rosas não cessou de cair sobre essas longínquas regiões. A inauguração do altar da Santa foi celebrada por mais de 17.000 comunhões! No Rio de Janeiro, já possuímos a soberba Basílica de Santa Teresa do Menino Jesus, benta, o ano passado, por D. Sebastião Leme, mui justamente cognominado pelo povo – o Arcebispo da Eucaristia. Em São Paulo, outro templo monumental se levanta. E, por todos os Estados Brasileiros, vê-se sempre nas igrejas, nas capelas e nos lares dos ricos e dos pobres, ao lado do Sagrado Coração de Jesus, a imagem sorridente de sua pequenina esposa do Carmelo. Esta basílica, cuja primeira pedra hoje colocamos, será sem dúvida a cidadela invencível de todos os missionários do mundo. De suas muralhas inexpugnáveis, brancas e imaculadas como a Hóstia, partirão bem depressa, em massa, os pregadores predestinados, os novos evangelistas do Amor de Jesus! Senhores, basta de ilusões inúteis! Basta de vaidades efêmeras! Somente o Amor de Jesus, só ele, poderá realizar o supremo ideal dos povos contemporâneos - A PAZ UNIVERSAL! Santa Teresa do Menino Jesus! O Brasil, a terra de Santa Cruz, está a vossos pés! Salve! (Tradução portuguesa da oração que foi proferida em francês). In MEIRELES, M. M.; FERREIRA, A. de J; VIEIRA FILHO, D. (org.). Antologia Da Academia Maranhense De Letras – 1908/1958. São Luís: Academia Maranhense de Letras, 1958, p. 124-125. (Publicação comemorativa do cinqüentenário da fundação da Academia). 211 Ao assumir a presidência da Associação, gozava de boa fama como jornalista, advogado e político (deputado federal à sombra do Barão do Rio Branco). Admirador do modesto confrade Gustavo, foi ele


Escreveu dezenas de obras 25 entre as quais, “A Setembrada”, “Garcia de Abranches – O Censor”. Encontra-se na Estante do Escritor Tocantinense, da Biblioteca Pública, do Espaço Cultural de Palmas. Dunshee de Abranches fez poesia, ensinou Direito na Alemanha, escreveu romances, militou na imprensa, exerceu mandatos políticos e foi, acima de tudo, memorialista de um longo período da vida maranhense e brasileira. Bibliografia de Dunshee de Abranches Moura: 01. ‘Sou a Revolução’, discurso: São Luís, 1883. 02. ‘Selva’, poesias. Tipografia Frias: São Luis, 1885. 03. ‘Transformações do Trabalho’, memória. São Luís: Tip. Pacotilha, 1888. 04. ‘Pela Paz’, poemas. Rio [de Janeiro]: Of. de Obras do Jornal do Brasil, 1895. 05. ‘Cartas de um Sebastianista, sátiras em verso. Rio de Janeiro: Of. de Obras do Jornal do Brasil, 1895. 06. ‘Memórias de um Histórico’, 2 vols. Rio de Janeiro: Of. de Obras do Jornal do Brasil, 1896. 07. ‘Crítica de Arte’ – o Salão de 1896’. Rio de Janeiro: Of. de Obras do Jornal do Brasil, 1896. 08. ‘Como se faz o Jornal do Brasil’. Rio de Janeiro: Of. de Obras do Jornal do Brasil, 1896. 09. ‘Papá Basílio’, romance sob o pseudônimo de Ferreira de Andrade. Rio de Janeiro: Of. de Obras do Jornal do Brasil, 1898. 10. ‘O ano negro da República’, retrospecto político. Rio de Janeiro: Of. de Obras do Jornal do Brasil, 1889. 11. ‘O 10 de abril’, narrativa histórica. Rio de Janeiro: Of. de ‘O Dia’, 1901. 12. ‘Institutos equiparados’, relatório. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1904. 13. ‘Exames Gerais de Preparatórios’, inquérito. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1904. 14. ‘Ensino Superior e Faculdades Livres’, relatório. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1905 15. ‘O Tratado de Bogotá’, memória histórica. Rio de janeiro: Imprensa Nacional, 1907. quem lhe trouxe, de uma viagem à França, os dados essenciais para o estabelecimento da Associação (leis e regulamentos de entidades semelhantes e sindicais). João Dunshee de Abranches Moura foi empossado na Presidência da ABI em 13 de maio de 1910, com o apoio integral do grupo que controlava a Associação e prometendo defender a liberdade de pensamento a qualquer custo. Em 1911, foi reeleito para mais dois anos de mandato. Durante sua administração, várias providências foram tomadas, como a reforma estatutária, a mudança de nome para Associação de Imprensa dos Estados Unidos do Brasil, a criação da biblioteca e do cargo de bibliotecário, de congressos de jornalistas, e de um Tribunal de Imprensa, destinado a julgar conflitos da categoria. No mesmo período, foram instituídos a carteira de jornalista, como instrumento de identidade e do exercício efetivo da profissão; o distintivo de sócio, e um fundo de auxílio funeral. A Associação ganhou uma sede modesta no primeiro andar de um prédio da Avenida Central (atual Rio Branco), na esquina com a Rua da Assembléia. Devem-se a Dunshee os primeiros projetos da Escola de Jornalismo, reivindicação dos fundadores da ABI. Também lhe ficamos obrigados pela mudança do Estatuto corporativo. Ocupado com afazeres oficiais e particulares, Dunshee renunciou ao cargo. Fora abolicionista, estudava História e Ciência Política e dedicava-se à música. Escreveu dezenas de livros. Dele é o pensamento: "Os jornais, fato e de direito, constituem uma força preciosa, necessária e bem organizada para encaminhamento e solução dos mais sérios e importantes problemas sociais" (1911). A diretora-proprietária do Jornal do Brasil e antiga associada, Condessa Maurina Pereira Carneiro, era filha de Dunshee de Abranches. (In ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Disponível em http://www.abi.org.br/; SIGISMUNDO, F. Os 95 anos da ABI. In Observatório Da Imprensa. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/).


16. ‘Atos e Atos do Governo Provisório’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1907. 17. ‘Reforma da Justiça Militar’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1907. 18. ‘Tratados do Comércio e navegação do Brasil’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1909. 19. ‘Necrológio Político do Dr. Benedito Leite’. São Luís: Tip. Frias, 1909. 20. ‘A Lagoa Mirim e o Barão do Rio Branco’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1910. 21. ‘Limites com o Peru’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1910. 22. ‘Associação de Imprensa’, relatório. Rio de janeiro: Tip. Do Jornal do Comércio, 1911. 23. ‘Rio Branco’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1911. 24. ‘O Brasil e o Arbitramento’. Rio de Janeiro: Tip. Leusinger, 1911. 25. ‘O maior dos Brasileiros’, defesa póstuma de Rio Branco. Rio de Janeiro: Tip. Almeida Marques, 1912. 26. ‘Pela Itália’, impressões de viagem. Barceloa, Imprenta Viúva de Luis Tasso, 1913. 27. ‘Lourdes’, conferencia. Rio de Janeiro: Tip. Almeida Marques, 1914. 28. ‘A Conflagração Européia e suas causas’. Rio de Janeiro: Tip. Jornal do Comércio, 1914. 29. ‘Em torno de um discurso’, entrevista. Rio de janeiro: Tip. Almjeida Marques, 1914. 30. ‘A administração da República e a obra financeira do Dr. Rodrigues Alves’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1915. 31. ‘O A.B.C. e a Política Americana’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1915. 32. ‘Expansão Econômica e Comércio Exterior do Brasil’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1915. 33. ‘Brazil and a Monroe Doutrine’, memória. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1915. 34. ‘A Inglaterra e a Soberania do Brasil’. Rio de Janeiro: Tip. Almeida Marques, 1915. 35. ‘A cultura do arroz e o protecionismo político’, memória. São Paulo: 1916. 36. ‘Código Penal Militar’, projeto de lei. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1916. 37. ‘A Black-list e o Projeto Dunshee’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1916. 38. ‘Ainda a Black-list’, carta ao Presidente da República. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1916. 39. ‘A Alemanha e a Paz’. Rio de Janeiro: Tip. Almeida Marques & Cia, 1917. 40. ‘Contra a Guerra’. Rio de Janeiro: Tip. da Rev. dos Tribunais, 1917. 41. ‘A Ilusão brasileira’. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1917. 42. “Candidaturas Presidenciais – Rui e Rodrigues Alves’. Rio de Janeiro: Tip. Da Revista dos Tribunais, 1917. 43. ‘Governos e Congressos da República – 1899-1917’. São Paulo: Tipografia Brasil, 1918. 44. ‘Garcia de Abranches, o Censor – O Maranhão de 1822’. São Paulo: Tip. Rotschild & Cia, 1922. 45. ‘Companhia Brasileira Comercial e Industrial’, relatórios. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1923-1927. 46. ‘O Tratado de Versailles e os alemães no Brasil’. Rio de Janeiro: Casa Vallele, 1924. 47. ‘Minha Santa Teresinha’. Rio de Janeiro: Tip. do Jornal do Comércio, 1932. 48. ‘Dois sorrisos de Maria’. Rio de Janeiro: Tip. do Jornal do Comércio, 1932. 49. ‘A Setembrada’, romance histórico. Rio de janeiro: Tip. do Jornal do Comércio, 1933. 50. ‘Rio Branco e a Política exterior do Brasil’, obra póstuma. Rio de Janeiro: Of. Gráfica do Jornal do Brasil, 1945.


51. ‘O Golpe de Estado – Atas e atos do Governo Lucena’, obra póstuma. Rio de Janeiro: Oficina Gráfica do Jornal do Brasil, 1954. Dunshee de Abranches deixou ainda, muitas obras inéditas, algumas publicadas em jornais e revistas; traduziu ‘o Crime do Congo’, original de Conan Doyle, e o seu ‘O maior dos Brasileiros’ foi traduzido para o castelhano por Melo Carvalho (El mas distinguido de los brasileños – Imprensa Nacional, Rio, 1913); vários de seus trabalhos foram objeto de mais de uma edição. Faleceu em Petrópolis, em 11 de março de 1941, com 74 anos de idade.

JOSÉ DE RIBAMAR SANTOS PEREIRA - RIBAMAR PEREIRA Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz212 Nascido em São Luís em 17 de setembro de 1897, filho do Dr. Alcides Jansen Serra Lima Pereira (advogado) e da poetisa Cristina dos Santos Pereira. Fez seus estudos primários no Instituto Nina Rodrigues, passando depois para o Instituto Maranhense, dirigido pelo Professor Oscar de Barros e, em seguida para o Colégio dos Maristas, realizando exames de preparatórios no Colégio Pedro II da Bahia de Salvador. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Pará em 1925, tendo sido orador de sua escola em todas as solenidades, inclusive nas comemorações do 11 de Agosto (instituição dos Cursos Jurídicos no Brasil). Como orador da Liga Nacionalista falava todos os domingos em praça pública. Em maio de 1920, como sorteado, serviu no 26º. Batalhão de Caçadores, acantonado em Belém, passando a trabalhar na Escola Regimental, que organizou e dirigiu. Fez, na terra guajarina, sua formação espiritual, colaborando intensamente na ‘Folha do Norte’, com Paulo Maranhão; no ‘Estado do Pará’, com Santana Marques e Arnaldo Lobo; no ‘Imparcial’ com Djard de Mendonça e Adamastor Lopes; na “Evolução” com o senador Fulgêncio Simões; e na Revista ‘Guajarina’. Regressando a São Luís, passou a advogar com seu pai, sendo sucessivamente nomeado Colaborador, Praticante e Terceiro Escriturário do Congresso do Estado; Assistente Judiciário ao Proletariado; 2º. Promotor Público da Comarca da Capital. Por treze anos foi consultor jurídico da Caixa de Aposentadoria e Pensões de Serviços 29 IHGM – livro de anotações de Sócios Efetivos, p. 39-39v, (s.d). Públicos dos estados do Maranhão e Piauí; exerceu o cargo de 1º. Promotor Público da Comarca de São Luís. Em 1924, quando acadêmico, exerceu o cargo de professor de Geografia e História do Brasil, do Curso Ginasial do Liceu Maranhense e, em 1926, de abril a outubro, o cargo 212

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de professor de Literatura Brasileira do mesmo estabelecimento. Já formado, lecionou História do Brasil no Ateneu Teixeira Mendes, no Colégio São Luís de Gonzaga, na Academia de Comércio do Maranhão e na Escola de Agronomia, tendo sido um dos fundadores destes dois últimos estabelecimentos. Foi redator da ‘Folha do Norte’ e colaborou em ‘O Dia’, “Correio da Tarde’, ‘Tribuna’, e ‘Revista do Norte’, assim como no ‘Jornal Pequeno’, de Recife, ‘A Tarde’, da Bahia, e ‘Tribuna’, de Santos. Pertenceu à Academia Maranhense de Letras, OAB-MA, e Associação Maranhense de Imprensa. Publicou: Discursos Acadêmicos (Faculdade de Direito do Pará); Os dez mandamentos do Operário; Duas Teses (concorrendo a cadeira de literatura do Liceu Maranhense); Alma - livro de versos, com a qual entrou para a Casa de Antonio Lobo. Autor de 214 produções musicais escreveu o Hino a Bandeira Maranhense. Foi presidente de honra da União Artística Operária Caxiense. JOSÉ DE RIBAMAR DA SILVA FERREIRA - SILVA FERREIRA213 Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz214 Nasceu em 03 de janeiro de 1910, nesta cidade de São Luís. Filho de José Vicente Ferreira e Delfina Maria da Silva Ferreira. Casado com Eulina Gomes Duarte Ferreira deixou três filhos: José de Ribamar da Silva Ferreira (médico), Fernando José Duarte Ferreira e Antonio José Duarte Ferreira (ambos, advogados). Bacharel em Direito, pela Faculdade de Direito de São Luís, especializando-se em Direito do Trabalho. Foi funcionário do Ministério da Agricultura; exerceu a advocacia defendendo diversos sindicatos classistas, patronais e de empregados, além de representar inúmeras firmas - Varig, Singer, Lojas Brasileiras, Abraão Skeff, J. Aquino Alencar, e outras. Exerceu a função de jornalista. Foi também Juiz do Tribunal Eleitoral e professor universitário. Faleceu a 25 de julho de 1985.

PEDRO RATIS DE SANTANA215 Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz216 213

CANEDO, E. V. da S. O. de & Outros. Patronos & Ocupantes De Cadeira. São Luís: Fortgraf, 2005, p. 187. 214

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215

CANEDO, E. V. da S. O. & Outros. Patronos & Ocupantes De Cadeira. São Luís: Fortgraf, 2005, p. 187-188 216

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Nascido em São Luís em 26 de abril de 1906. Foi membro da Polícia Militar, galgando os postos de Cabo até Capitão, patente em que se reformou. Fundou o Clube de Sargentos da Polícia Militar. Deve-se destacar que foi o primeiro Oficial da corporação a ter nível superior. Bacharelou-se em Geografia e em História, pela Faculdade de Filosofia de São Luís. Exerceu diversos cargos: Diretor do Liceu Maranhense, do Colégio Municipal Luis Viana, do Ensino Médico do Município (sic), e membro da Comissão Executiva da ADESG – Delegacia do Maranhão. Como Professor, exerceu o magistério nos colégios Batista, Cardoso de Amorim, São Francisco de Assis. Pesquisador publicou inúmeros trabalhos em jornais e revistas, colaborador ativo da Revista do IHGM. Jornalista manteve no Jornal Pequeno uma coluna – Gotas de Luz -, mesmo nome de programa que mantinha na Rádio Timbira. Palestrante se manifestava quando das comemorações de nossas datas históricas. Homem de Fé desenvolveu verdadeira ação religiosa e social na Penitenciaria de Pedrinhas - foi uma das maiores autoridades presbiterianas em São Luís, um dos fundadores da Igreja Presbiteriana do Vinhais. Escritor deixou publicado o livro “Problemas Sexuais à luz da Bíblia e da Ciência” e inédito “Estudo sócio-políticos e geográficos do Maranhão”. Faleceu em 16 de janeiro de 1990, nesta cidade. Contribuições na revista do IHGM SANTANA, P. R. de GEOPOLÍTICA MARANHENSE Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 42-44 TIRADENTES E AS CONJUNTURAS SÓCIO-POLITICAS DO SEU TEMPO Ano LX, n. 11, março de 1986 45-51 BREVES NOÇÕES DE SOCIOLOGIA RURAL ano LX, n. 12, 1986 ? 40-45

CARLOS THADEU PINHEIRO GASPAR http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/ocupantes/26.php

Nasceu em Viana-MA, a 5 de dezembro de 1939. Filho de Armando Oliveira Gaspar e Conceição de Maria Pinheiro Gaspar. Ainda criança transferiu-se, com a família, para São Luís, cidade em que fez sua formação educacional: cursos primário no Colégio Maristas (1946-50), ginasial no Colégio Maristas (1951-jun.53, até a metade da 3a. série) e no Colégio de São Luís (ago.1953-54) e de técnico em Contabilidade na Escola Técnica de Comércio do Centro Caixeiral (1955-57). Bacharel em Direito (1963) pela Faculdade de Direito de São Luís; bacharel (1962) e licenciado (1963) em História e Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Maranhão (atual UFMA), instituição de que foi professor, lecionando, ao longo de 16 anos, História da Antiguidade, História da Cultura, História do Maranhão e História das Religiões.


Dedicando-se, em seguida, às atividades empresariais, segmento do qual é uma das mais expressivas lideranças, vem dirigindo as diversas empresas que fundou, e tem desempenhado relevantes funções em entidades ligadas à vida econômica maranhense, como, por exemplo: presidente da Junta Comercial do Maranhão (1976-77); vicepresidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (1994-96), 1º vicepresidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão-Fiema e do Serviço Social da Indústria-Sesi; 1º vice-diretor do Serviço Social de Aprendizagem IndustrialSenai; presidente do Clube de Diretores Lojistas de São Luís (1984-88); da Associação Comercial do Maranhão (1990-94), do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MA e da Federação das Associações Empresariais do Maranhão (1994-98), membro do Conselho Universitário da Universidade Federal do Maranhão. Empresário do Ano (1990) possui, entre diversas outras honrarias, a Medalha La Ravardière, da Prefeitura de São Luís, a Medalha do Mérito Timbira, do Governo do Estado, e a Medalha da Ordem Timbira do Mérito Judiciário, do TRT-16ª Região (no grau de comendador). Tem publicados: Dunshee de Abranches (Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão). São Luís: 1993; Refazendo o caminho (crônicas). São Luís: Lithograf, 1993; Catedral de emoções (crônicas). São Luís: Lithograf, 1994; Caminhos percorridos (discursos). São Luís: 1994; Conto treze contos. São Luís: Lithograf, 1999; O sobrado amarelo. São Luís: Sotaque Norte, 2007. Colabora, desde 11 de maio de 1991, n’O Imparcial, onde escreve aos domingos. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM (cadeira 40patroneada por Dunshee de Abranches); e da Academia Maranhense de Letras - AML, (Cadeira 26, patroneada por Antônio Lobo). Contribuição na revista do IHGM GASPAR, Carlos Tadeu P. DISCURSO DE POSSE E ELOGIO AO PATRONO DA CADEIRA NO. 40 – JOÃO DUNSHEE DE ABRANCHES MOURA Ano LXIII, n. 16, 1993 111-124


CADEIRA 41 OCUPANTE ATUAL: RAUL EDUARDO DE CANEDO VIEIRA DA SILVA

PATRONO: JOSÉ DOMINGUES DA SILVA Por RAUL EDUARDO DE CANEDO VIEIRA DA SILVA217 Um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão foi o Engenheiro José Domingues da Silva, patrono da cadeira nº 41 a qual tenho a honra de ocupar. Tomei conhecimento da biografia do Engenheiro Civil José Domingues da Silva, através do nº 1 da revista trimestral do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, editada em 1926, dirigida pelo, também, fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Ilustre Antonio Lopes da Cunha. Outras biografias que tive a satisfação de ler foram escritas pelos sócios-efetivos do IHGM e consagrados escritores: Virgilio Domingues da Silva, no seu livro "A Vida e a Obra de Luiz Domingues", onde estão transcritas as biografias de autoria dos Professores: Mario Martins Meireles e Domingos Vieira Filho. José Domingues da Silva viveu 75 anos, nasceu na cidade de Turiaçu-Ma, a 31 de maio de 1871 e faleceu em São Luís-Ma, a 7 de setembro de 1946. Era o mais moço dos seis filhos do Magistrado: Francisco Domingues da Silva Junior e da Srª Antonia Gonçalves Oliveira Domingues da Silva, neto do Dr. Francisco Domingues da Silva, jurisconsulto do Egrégio Supremo Tribunal de Justiça. Em Turiaçu-Ma José Domingues casou-se, em 1901, com sua prima Dona Felinta Oliveira Domingues da Silva. Dessa união nasceram treze filhos. José Domingues da Silva, na cidade de Turiaçu iniciou seus estudos primários sob a direção da Professora particular Ana Maria. Sob a assistência de um seu parente Alfredo Marques, veio para São Luís, ingressou no Liceu Maranhense, em 1887, que funcionava no Largo do Carmo, ai concluiu seu curso secundário. Teve por colegas durante esse período: Aquiles Lisboa, José Pires Filho, Deocleciano Coelho de Sousa, José Brito Pereira. Foram seus Professores: Luís Carlos Moraes Rego, Manoel Jansen Muller, Almir Nina, Alfredo Hall, Jansen Matos, João Antonio Coqueiro e Justo Jansen. Tanto os colegas como os professores foram figuras que se destacaram no exercício da profissão e das letras, são sempre lembrados na Historia do Maranhão. No ano de 1899, no mês de junho, obteve no Rio de Janeiro, na Escola Politécnica, Titulo de Engenheiro Civil. Já graduado, na cidade Cearense de Sobral, foi nomeado Engenheiro Fiscal da Estrada de Ferro, depois foi para o Estado da Paraíba e na "Great Western" exerceu o mesmo cargo. Foi designado para Pernambuco, pela mesma empresa. Designado, algum tempo depois Chefe de Divisão da Estrada de Ferro São Luís - Caxias. Seguiu para o Rio Grande do Norte como Diretor da Estrada Central 217

HOMENAGEM AO PATRONO DA CADEIRA NO. 41 – ENGENHEIRO JOSÉ DOMINGUES DA SILVA. Revista IHGM, No. 27, julho de 2007 65-72


daquele Estado. Retorna ao Maranhão como Chefe de Divisão e finalmente elevado a Diretor da Estrada de Ferro São Luís - Teresina, cargo que permaneceu até a sua aposentadoria. O Engenheiro Eurico Macedo, baiano, de volta a sua terra natal, escreveu em 1950 o livro "Memórias de um Ferroviário (Rio, Maranhão, R.G. do Norte, Piauí, Ceará e Bahia)". Onde dedicou um capítulo intitulado "Os Quatro Domingues" do qual transcrevo um trecho: Em Maranhão novamente - "Os quatro Domingues" Conta que ao chegar ao Maranhão, José Domingues era Diretor da Ferrovia São Luís -Teresina e conduzia a administração com talento e probidade. "Era sem dúvida a construção da ponte "Benedito Leite" sobre o Canal dos Mosquitos, unindo a ilha ao continente, obra, das mais importantes até hoje construídas em nosso País, pois as suas fundações, lançadas em terreno de vasa em mais de 30 metros de profundidade, deveriam receber a considerável carga de um único vão metálico de 110 metros de comprimento. Teriam que ser cavadas por processos rotineiros até a profundidade de 10 metros, a céu aberto, protegidos os operários por ensecadeiras de madeira." "Somente, quando concluídas essas covas, seriam enterradas estacas de madeira de vinte metros de extensão até a nega. Nesse tempo ainda as estacas franki não estavam em uso, de modo que José Domingues não pode utilizar um método, que teria abreviado em muito a construção e reduzido a responsabilidade dos construtores. Foi no inicio de construção da obra, que cheguei a São Luís, cabendo-me a instalação da pequena usina de eletricidade do britador e das bombas, e a execução dos trabalhos ao engenheiro Barthold e a seu ajudante capataz Jorge Fucks,". "Domingues imprimiu aos serviços rápido desenvolvimento da obra de tal modo que, ao deixar em 1926, a direção da Ferrovia para se aposentar, os trabalhos dependiam apenas de acabamentos de menor importância, como fossem as de montagem de viga metálica." Essa ponte Benedito Leite é a mesma que vem prestando inestimáveis serviços as ferrovias São Luís-Teresina, a Via Ferrea Carajás e com o rompimento de estruturas da ponte Marcelino Machado, interrupção do Trafego Rodoviário, vem atendendo até caminhões de carga pesada. José Domingues da Silva deixou como contribuição literária "Problemas Maranhense 1923 Tipografia Teixeira, Maranhão 92 P. ilustradas; "A Estrada de Ferro São Luís Teresina", in Pacotilha ed. De 14-01-1924, São Luís; "O Alto Turi" Tip. Da Pacotilha Maranhão, 1926 -14 p. "O Rio Turí " in Revista da Sociedade de Estudo Maranhenses nº de 15-VIII - 1933, São Luís, P. 103 a 111, ilustrada; "O ouro do Noroeste do Maranhão" "(Exposição feita na sessão do Rotary Clube de São Luís, de 31 de Janeiro de 1933. Tip. M. Silva - Maranhão - 1933. 22 p. com retrato do autor (transcrito do "Imparcial" de São Luís do Maranhão). Foi fundador do Instituto Histórico e seu primeiro Vice-Presidente, em 1929 ocupou a Presidência. Deixou inúmeros descendentes, José Domingues da Silva, entretanto são nossos conhecidos apenas seus netos filhos de sua filha Antonia casada com o comerciante Paulo Gondim de Abreu proprietário da casa comercial "Rio Anil", localizada na principal rua de São Luís, a Rua Oswaldo Cruz e a mais afamada casa de tecidos da cidade na década 40/59.


JOSÉ DOMINGUES DA SILVA Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO218 Nasceu em Turiaçu a 31 de março de 1871, filho mais moço deo Magistrado Francisco Domingos da Silva Junior e de Antonia Gonçalves Oliveira Domingues da Silva. Iniciou seus estudos primários em Turiaçu sob a direção da professora particular Ana Maria. Veio para São Luis em 1887, ingressando no Liceu Maranhense, nele concluindo o curso secundário e o preparatório para o superior. Obteve, no Rio de janeiro, na Escola Politecnica o titulo de Engenheiro Civil, em 1899. Já graduado, naq cidade de Sobral, foi nomeado Engenheiro Fiscal da Estrada de Ferro, depois foi para o estado da Paraíba em na Great Western execeu o mesmo cargo. Transferido depois para Pernambuco. Designado chefe da Divisão da Estrada de Ferro São Luis-Caxias. Seguiu para o Rio Grande do Norte como Diretor da Estrada Central daquele estado. Retorna ao Maranhão como chefe de Divisão desse órgão e finalemnete elevado a Diretor da Estrada de Ferro São Luis-teresina, onde permaneceu ate sua aposentadoria em 1926. Nesse período contruiu a ponte Benedito leite sobre o canal dos Mosquitos, ligando a Ilha ao continente, obra considerada das mais importantes construídas no Brasil. Era casado com sua prima Felinta Oliveira Domingues da Silva, união que deixou 13 filhos. Contribuição literária – Probelamas maranhenses (1923); A estarda de Ferro São LuisTeresina (1924); o Alto Turi (1926) O Maranhão (1926) Foi fundador do IHGM e primeiro vice-presidente, em 1925. Em 1929 ocupou a presidência. Faleceu aos 75 anos, em 07 de setembro de 1946.

CÁSSIO REIS COSTA Por RAUL EDUARDO DE CANEDO VIEIRA DA SILVA 219 Ocupante da Cadeira nº 41 Cassio Reis Costa, patroneada por José Domingues, foi/Cássio Reis Costa, nasceu a 06 de maio de 1897, na "Fazenda Mata" pertencente ao seu avô materno, no município de São Bento-Ma. Lá funcionava um engenho de cana218

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 219

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de-açúcar e aguardente, plantavam arroz, mandioca, milho e feijão e ainda criavam gado bovino, cavalar e suíno. Foi onde viveu até os doze anos de idade e como escreveu "correndo nas campinas floridas, nos banhados dos lagos, atrás das esquivas jaçanãs." “Seus pais foram; Raimundo Reis Costa e Maria Reis Costa". Ainda jovem foi funcionário do Tesouro do Estado do Maranhão. Depois ocupou o cargo de Inspetor de Coletorias do Estado, na Baixada Maranhense e lá fixou residência, percorrendo a região da sua paixão nas costas de cavalo. Ao termino do Governo Godofredo Viana retornou ao cargo do Tesouro Nacional do Estado. No governo José Maria Magalhães de Almeida, com saudades da Baixada Maranhense, pleiteou e conseguiu exercer o cargo de Coletor de Rendas do Estado, no Município de Pinheiro, à margem do Rio Pericumã. Permaneceu até a Administração do Interventor Federal Serôa da Mota, quando vai nomeado para o cargo de Chefe de Seção da Secretaria da Fazenda. Nos Governos seguintes ocupou outros cargos entre eles: o de Diretor do Departamento Estadual de Estatística-DEE; Diretor do Departamento Central de Contabilidade do Estado (Olerite); Diretor Presidente do IPEM, quando foi construído o 1° conjunto residencial em São Luís, Largo de Santiago (Centro, hoje conhecido por - Cajazeiras), década de 1940 - Interventoria Paulo Ramos. Construiu a sede do IPEM - prédio situado na Av. Magalhães de Almeida, que recebeu o nome de "Governador Archer". Reformou centenas de casas residenciais de funcionários do Estado. Exerceu a chefia da casa Civil dos Governadores Sebastião Archer e Matos Carvalho. No Governo Sebastião Archer exerceu cargo de Secretario de Interior, Justiça e Segurança. Foi representante do Maranhão na SPEVEA (SUDAM), pelo período de 4 anos, em Belém do PA- Governo Eugênio de Barros. Representou o Maranhão nas Reuniões Mensais do SUDENE- Recife -PE, no Governo Eugênio de Barros. Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, cargo no qual se aposentou. Casado com a SR.ª Rosilda Soares Costa deixou os filhos: Maria Regina Costa Derzi, Evaldo Soares Costa e Samuel Soares Costa. Ao advogado Dr. Samuel Costa os meus agradecimentos pelos diversos dados biográficos de seu saudoso pai. Cássio Reis Costa além de dinâmico administrador escreveu diversos trabalhos entre eles: "O Maranhão 1948", publicado pelo Departamento Estadual de Estatística DEE, quando era seu Diretor. Na Apresentação do livro diz "é finalidade precípua por em relevo e em síntese, os principais aspectos físicos, demográficos administrativos e sociais do Maranhão"... É “ainda intenção destacar informações sobre fontes de riquezas do Maranhão, em aproveitamento ou latentes, despertando iniciativas que contribuam para melhor promover seu engrandecimento econômico". Publicou: "Papeis vários do Conselho Ultramarino" -in Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - 1952. ano IV, n° 4. O livro:"Baixada Maranhense" Coreografia da região onde passou parte de sua vida demonstra ao descreve-Ia admiração e amor. Cássio Reis Costa ativo e competente prestou relevantes serviços ao Maranhão durante décadas, serviu ao seu Estado, desde o Governo Godofredo Viana até o Governo João Castelo, deixando importantes trabalhos. Faleceu a 04 de junho de 1984, três anos depois de deixar tão importante legado a "Baixada Maranhense", que vem servindo de fonte de pesquisas para Geógrafos e outros estudiosos sobre o que se refere ao Maranhão.


Cassio Reis Costa Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO220 Nasceu em 06 de maio de 1897, na Fazenda Mata, pertencente a seu avo materno, no Municipio de São Bento. Filho de Raimundo Reis Costa e Maria Reis Costa. Ainda jovem foi funcionário do Tesouro do Estado do Maranhão. Depois ocupou o cargo de Inspetor de Coletorias do Estado, na Baixada Maranhense. Ao termino do governo Godofredo Viana retornou ao cargo do Tesouro do Estado; no governo seguinte, de Magalhães de Almeida, exerceu o cargo de Coletor de Rendas do Estado, no município de Pinheiro. Também exerceu o cargo de Chefe de Seção da Secretaria da Fazenda. Exerceu diversas atividades, dentre elas Diretor do Departamento Central de Contabilidade (Olerite); Diretor Presidente do IPEM, quando foi contruido o primeiro conjunto residencial de São Luis, no Largo de Santiago, na década de 40; construiu a sede do IPEM na Av. Magalhães de Almeida. Exerceu a chefia da Casa Civil dos governos Sebastião Archer e Matos Carvalho; no governo Sebastião Archer exerceu o cargo de Secretário de Interuior, Justiça e Segurança. Representante do Maranhão no SPEVEA (SUDAM) pelo período de quatro anos, em Belém-PA; no governo Eugenio Barros representou o governo nas reuniões da SUDENE. Foi conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, cargo em que se aposentou. Casado com Rosilda Soares Costa, deixou filhos. Escreveu: O Maranhão (1948); papeis vários do Conselho Ultramarino (Revista do IHGM, 1952); A Baixada maranhense. Faleceu em 04 de junho de 1984.

HEDEL JORGE AZAR Por RAUL EDUARDO DE CANEDO VIEIRA DA SILVA 221 Ocupante da cadeira n° 41, Hedel Jorge Àzar, meu antecessor na cadeira 41, foi Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão nos biênios 1994/1996, 1996/1998 e 1998 a 2000. Personalidade marcante, Administrador Dinâmico e Humanamente sensível às dificuldades surgidas e resolvidas de imediato. Contornava os problemas com diplomacia e atendia a todos com amizade e cavalheirismo. Casado com 220

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 221

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a Srª Maria Alice Itápary Azar, de tradicional família Maranhense, esposa dedicada que o acompanhava em todos os momentos. O Engenheiro Hédel Jorge Azar graduou-se em Engenharia Civil – na Escola de Engenharia da Universidade do Paraná, em 1949, a sua formação foi complementada com os cursos de: Mecânica dos Solos, Resistência de Materiais, Concreto e Tecnologia das Construções no Instituto Nacional de Tecnologia do Rio de Janeiro, 1950. Cursou Jornalismo na Universidade Federal do Maranhão - 1966. Cursou, também, Administração de Empresas na Universidade do Ceará. Na Escola de Engenharia do Maranhão cursou "Pert-tempo e Custo” Extensão Universitária -1968. Iniciou a carreira Política como Vereador da Câmara Municipal de Curitiba, ainda Estudante de Engenharia, 1948. De volta Estado do Maranhão, exerceu os seguintes cargos: Diretor de Divisão de Construção e Conservação do DER - MA-1950/52. Engenheiro Chefe do Departamento de Engenharia da Companhia de Produção -Órgão da Associação Comercial 1952/58, Diretor Geral do Departamento de Transportes Urbanos São Luís, Presidente das Centrais Elétricas do Maranhão CEMAR - 1962. Engenheiro da SOMAR - 1969. Engenheiro Civil do Tribunal de Contas Estado do Maranhão - 1973 a 1982 Engenheiro Civil da Secretaria de Infra-Estrutura do Estado do Maranhão 1992/94. Assessor do Secretario da Industria Comércio e Turismo do Estado do Maranhão 1988/94. Fundou as firmas: Hedel Àzar e Cia Limitada da qual foi Diretor Geral e Engenheiro Responsável - 1957 e a Firma Imobiliária e Comercial América LTDA Diretor Geral e Engenheiro Responsável, Fundador e Diretor Superintendente da Companhia Maranhenses de Refrigerantes S/A – COCA-COLA. Participou de diversos Conselhos e Associações: Presidente de Associação da Construção Civil 1957- Diretor da Associação Comercial - 1957. Diretor Efetivo da Associação Comercial -1968. Diretor e 2° Secretario da Associação Comercial -1974/78 e 80. - 1° Secretario da Sociedade 1° de Dezembro - Hospital Português 1979 Presidente da Associação Comercial do Maranhão - 1982/86. Vice-Presidente da Associação Comercial. Diretor Presidente do Centro de Apoio a Pequena e Média Empresa do Estado do Maranhão - CEAG -MA. Conselheiro do Conselho Fiscal e Deliberativo da mesma entidade Suplente do Egrégio Plenário da Junta Comercial do Estado do Maranhão 1986/89. Suplente de Vogal da Junta Comercial do Estado do Maranhão Representante da Associação Comercial, Vogal da Junta Comercial (Jucema) Conselheiro do Conselho Especial de Usuários da Companhia de Docas do Maranhão Representante da Associação Comercial do Maranhão Junto ao Conselho de Recurso Fiscais da Secretaria da Fazenda do Maranhão -Cargo-Efetivo. Conselheiro do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Maranhão, Representante Titular da Federação das Industrias do Estado do Maranhão no Conselho Estadual do Meio Ambiente. Membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Maranhão -1996 - Membro da Associação Maranhense de Escritores - AME e depois Conselheiro Fiscal da Mesma Associação por diversos mandatos. Vice -Presidente do Conselho Superior da Sociedade de Amigos da Marinha no Maranhão - SOAMAR. Foi contemplado com diversas condecorações: Medalha "Cidade de São Luís -1962. " Medalha do Mérito na Segurança do Trabalho". Diploma do Mérito Grau de Colaboração" Ministério do Trabalho Industria, "Medalha do Mérito Militar Brigadeiro Falcão "1986 "Medalha do Mérito Timbira Concedida pelo Governador do Estado do Maranhão -1987, "Medalha do Mérito Mauá- " Comenda do Grau Mauá - por Haver Contribuído para o Desenvolvimento dos Meios de Transportes no Território


Nacional, conferida pelo Governo Brasileiro -1989 " Certificado de Reconhecimento pelo relevantes serviços prestados a Sociedade - concedido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Pará e Território do Amapá - 1990. " Medalha e Diploma" pelos excelentes serviços e apoio prestado a Marinha do Brasil - 1992. Grau de Cavalheiro da Ordem dos Timbiras Outorgado pelo Governo do Estado do Maranhão 1994. Comenda " 50 anos de atividades Profissional e Titulo Profissional Jubilado" concedido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura do Estado do Paraná 1999 - O Engenheiro Hedel Jorge Àzar participou do Curso de Associação do Diplomados da Escola Superior de Guerra, sendo Representante da Turma e Orador Oficial 1973 - Em 1993 foi Diretor Municipal da Agência em São Luís e respondeu pelo Superintendência da ADESG no MARANHÃO 1993/94. Na área da Educação: foi fundador da Escola de Engenharia do Maranhão e membro da Congregação - Professor Titular da Cadeira "Construção de Edifícios", membro efetivo do Conselho Representantes da Escola Técnica Federal do Maranhão 1968/71, VicePresidente do Conselho da Escola Técnica Federal do Maranhão 1971/73, Professor "Honoris Causas da Universidade Federal do Maranhão - 1984 - Titulo de Professor Urbano Franco" concedido pela Escola Técnica Federal do Maranhão, pelos inestimáveis serviços a Educação e ao Ensino Industrial de 2° grau. Competente profissional, constantemente requisitado para os serviços de engenharia. Eleito constantemente para participar ou dirigir órgãos colegiados da sua área de atuação. Condecorado por diversas instituições públicas e particulares, pelos relevantes serviços prestados as Instituição do Estado do Maranhão, a outros Estados e ao Brasil, o Dr. Hedel Jorge Àzar deixou uma grande lacuna por onde passou ao falecer, a 09 de setembro de 2000. Hedel Jorge Àzar Por Deusdedith Morada 222 Nasceu em São Luís, no dia 20 de maio do ano de 1923, sendo filho legítimo do distinto casal José Jorge Azar e Maniba Azar, tradicional família síria libanêsa. Na sua juventude, dedicou-se aos estudos, tendo feito o curso de aplicação no Colégio São Luís, para mais tarde, ingressar no Liceu Estadual, onde no período de 1942 a 1943 concluiu com brilhantismo o curso de pré-engenharia técnica. Demonstrando sempre a sua capacidade intelectual, no ano de 1949, para alegria dos seus abnegados pais, formou-se em engenharia técnica civil, pela Escola Técnica de Engenharia Civil do Paraná. Depois de algum tempo, desejando constituir família, no ano de 1959, contraiu núpcias com a prendada senhorita Maria Alice Itapary, dileta filha do dr. João Itapary e esposa Maria Martins Itapary. No ano de 1950, foi o dr. Edel Azar, convidado para tomar parte no corpo de engenharia do DER, tendo ali exercido com probidade a sua profissão. No período de 1953 a 1958 assumiu a direção do setor agrícola da Campanha da Produção, nesta repartição, trabalhou com afinco pelo desenvolvimento da agricultura no Maranhão. Por ato do sr. Governador do Estado, no dia 13 de abril do ano em curso (1960), o esforçado engenheiro foi nomeado diretor do DTUSL.

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Deusdedith Morada. SENSÍVEL AUMENTO NA RENDA DOS BONDES. Entrevista à imprensa o Engenheiro Hedel Azar Fonte: Jornal Pequeno. http://bancodedados.cepimar.org.br/bdmaranhao/evolucao/receitas_despesas.php?dec=1960


HEDEL JORGE AZAR Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO223 Nasceu em 20 de maio de 1923, em São Luis. Filho de José Jorge Ázar e Malvina Mattar Azar. Casado com Maria Alice Itapary Azar, de tradicional família maranhense, graduou-se me Engenharia Civil na Escola de Engenharia da UPRr, em 1949, complementada com os cursos de mecânica dos Solos, Rsistencia dos Materias, Concreto e Tecnologia das Construções, feitos no Instituto nacional de Tecnoloogia, no Rio de janeiro (1950). Cursou jornalismo na UFMA (1966); Administração de Empresas na UFCE. Na UFMA fez curso de extensão universitária (1968). Iniciou carreira política como vereador na Camara Municipal de Curitiba, ainda estudante de Engenharia. De volta ao Maranhão exerceu cargos diversos: Diretor da Divisão de Construção e Conservação do DER-MA (1950-52); Chefe do Depatrtamento de Engenharia da Companhia da produção (1952/58); Diretor geral do Departamento de Transportes urbanos de São Luis; Presidente da CEMAR (1962); Engenhreiro da SOMAR (1969); Engenheiro Civil do tyribunal de Contas do Estado (1973/82); Engenheiro Civil da Secretaria de Infraestrutura do Estado (1992/94); Assessor da Secretaria da Industria e Comercio e Turismo (1988/94); Fundou as firmas Hedel Azar e Cia (1957) e a Imobiliaria er Comercial America; Fundador e diretor da Cia. Maranhense de Refrigerantes – Coca-Cola. Ainda participou de diversos conselhos e associações. Foi presidente do IHGM nos períodos de 1994/2000. Faleceu em 09 de setembro de 2001, em São Luis.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


CADEIRA 42 OCUPANTE ATUAL: NYWALDO GUIMARÃES MACIEIRA

PATRONO: ANTÔNIO DO RÊGO Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO224 Nasceu em São Luis no ano de 1820. Era Provincial Médico formado na Universidade de Coimbra. Foi o primeiro médico a introduzir no Maranhão o tratamento conhecido comom ‘sistema Hahnemann”. Chegou a Deputado da Assembleia Provincial e vereador da Camara Municipal de São Luis, onde desenvolveu todo seu empenho para a melhoria das condições de vida da cidade. Foi um dos fundadores do Instituto Literário Maranhense. Escreveu “Almanaque popular, mercantil industrial e cientifico do Maranhão’, em três tomkos, publicados nos anos de 1848, 1849 e o ultimo em 1867. ‘Biblioteca Dramática’; ‘Teatro Moderno’ (1858); Introdução para o tratamento da cólera (1862); Rudimentos de Geografia para uso das Escolas de Instrução primária (1862); O Livro dos meninos, Curso Elementar de Instrução Primária (1862); Código Municipal da Camara da capital da província do Maranhão ou repertorio das leis, avisos, ordens e outros’. Faleceu no Rio de janeiro no ano de 1883.

SEBASTIÃO MOACIR XÉREZ Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO225 Nasceu na cidade de Humaitá, no estado do Amazonas, em 02 de fevereiro de 1920, filho de Jeronimo Xerez e Maria Pia de Xerez. Era Agronomo do Ministério da Agricultura, onde serviu até sua aposentadoria, em março de 1972, no cargo de Inspetor de Indios. Prestou serviços de demarcação de terras indigrnas no interior do Maranhão.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 225 OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


No município de Barra do Corda exerceu o cargo de Chefe do Serviço de Proteção aos Indios, hoje FUNAI. Conhecia o interior do Maranhão descrevendo-o minuciosamente. Casado com Isabel Martins Xerex, deixou dois filhos. Faleceu em 16 de fevereirio de 1980, em Manaus.


CADEIRA 43 OCUPANTE ATUAL: ANTONIO JOSÉ NOBERTO DA SILVA

PATRONO: AUGUSTO TASSO FRAGOSO Por Antonio Noberto226 Nasceu em São Luís, estado do Maranhão a 28 de agosto de 1869. Historiador e militar, chefe da Junta Governativa Provisória em 1930, cuja atuação foi decisiva na deposição de Washington Luís. Diplomado em artilharia pela Escola Militar (1885-1889), depois cursou a Escola Superior de Guerra, onde foi discípulo de Benjamin Constant. Ainda moço participou como alferes-aluno da operação militar pela proclamação da República. Em 1890 foi escolhido, contra a vontade, deputado à Assembléia Nacional Constituinte pelo Maranhão, renunciou ao mandato sem tomar parte de qualquer sessão parlamentar. Recusou o convite do presidente Floriano Peixoto para assumir a Prefeitura do Distrito Federal, no entanto, após insistência do Marechal, aceitou a intendência do Departamento de Obras e Viação Geral daquela prefeitura, exercendo o cargo até o mês de abril do ano seguinte. Durante a revolta da armada que pretendia derrubar o governo de Floriano Peixoto, foi gravemente ferido no combate da Ponta de Armação, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro (1894), recuperando-se em seguida. Viajou à Europa em 1908 como membro do estado-maior do ministro da Guerra, Hermes da Fonseca, a fim de comprar armamentos para o Exército. Foi nomeado chefe da Casa Militar (1914) pelo presidente Venceslau Brás, permanecendo nessa função nos três anos seguintes. Nesse período, desempenhou papel importante na implantação do serviço militar obrigatório e na remodelação do Exército. Alcançou o generalato em 1918 e exerceu o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército (1922-1929), onde se destacou no processo de remodelação do Exército orientada por uma missão militar francesa e saiu por discordar de pontos de vista do governo sobre a reestruturação do ensino militar no país. Na chamada Revolução de 30, integrou, a comissão que se dirigiu à residência de Washington Luís para forçar seu afastamento do poder central. Depois que Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930, assumiu o governo do Brasil com os generais João de Deus Mena Barreto e Alfredo Malan d'Angrogne. O golpe de estado liderado por ele foi desenvolvido para impedir que o presidente eleito Júlio Prestes assumisse a presidência da república. Garantindo o chamado movimento getulista, dez 226

DISCURSO DE POSSE DO ESCRITOR ANTONIO NOBERTO NA CADEIRA DE Nº 43 DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, PATRONEADA POR TASSO FRAGOSO. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 94 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39__dezembro_2011


dias depois a presidência foi entregue a Getúlio Vargas, que contava com o apoio popular e de movimentos militares de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Com Vargas no poder voltou novamente à chefia do Estado-Maior do Exército e, depois, tornou-se ministro do Supremo Tribunal Militar (1933) onde ficou até se aposentar compulsoriamente por limite de idade (1939). Destacado historiador militar, escreveu História da guerra entre a Tríplice Aliança e o Paraguai (1934), A revolução farroupilha (1938) e Franceses no Rio de Janeiro. Casado com a prima Josefa Graça Aranha. Faleceu no Rio de Janeiro, aos 76 anos. É filho do bem sucedido comerciante português Joaquim Coelho Fragoso e da paraense Maria Custódia de Sousa Fragoso. Morou até aos quinze anos na terra natal onde aprendeu as primeiras letras. Há de lembrar ainda o seu parentesco com o escritor e jornalista Temistocles Aranha, pai de Graça Aranha. AUGUSTO TASSO FRAGOSO Por José Cloves Verde Saraiva 227 Maranhense de São Luís, nascido na morada inteira n° 585 da Rua da Paz, Centro, em 28 de agosto de 1876, Augusto Tasso Fragoso é expressivo nome da nossa Historiografia militar. Estudou em São Luis, inclusive o secundário no Liceu Maranhense, mas seu desejo de ingressar na Escola Militar era tão grande que aumentou sua idade em 2 anos para obter esse direito, matriculando-se no Batalhão de engenheiros Curso de Preparatórios concluiu Infantaria e Cavalaria (1887). No ano seguinte, cursou Artilharia tomando -se Alferes Aluno, em 26 de janeiro de 1889. Estagiou na Alemanha, na Casa Krupp, onde se destacou no aprendizado da técnica de fabricação e montagem do material de artilharia. Pois planejava a construção do Forte de Copacabana, mas o então Ministro da Guerra ao solicitar à Casa Krupp que Elaborasse um projeto para essa obra, respondera -lhe os alemães que o capitão Tasso Fragoso possuía competência para fazê -Io. O Ministro, no entanto, encaminhou o projeto brasileiro àquela casa recebeu aprovação da Casa Krupp por considerá-Io superior ao do engenheiro alemão . Augusto Tasso Fragoso era Engenheiro Militar, cursou a Escola Superior de Guerra, era Oficial do Estado Maior e Bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais. Exerceu muitas funções: comando do 8°regimento de cavalaria, em Uruguaiana (fronteira com Argentina); Adido Militar, em Buenos Aires, integrante da Casa Militar do presidente Wenceslau Braz (1918); Chefe do Estado Maior de Exército nos governos dos presidentes Artur Bemardes, Washington Luis e Getúlio Vargas, membro da junta governativa, que as sumiu depois da queda do presidente Washington Luiz, após a revolução de 1930, juntamente com o Contra e Getúlio Vargas, membro da junta governativa, que as sumiu depois da queda do presidente Washington Luiz, após a revolução de 1930, juntamente com o Contra Almirante Isaías de Noronha e o general Mena Barreto; Participante do grupo militar liderado por Deodoro e Benjamin Constant, quando da proclamação da República. Logo após, veio a São Luis em tratamento de saúde. Interessante que, mesmo não se envolvendo com política, foi eleito para a Assembléia Constituinte do Maranhão (1890). Em 1891, como Tenente do Estado Maior, foi nomeado membro da Intendência Munic ipal da Capital Federal e colocado à disposição do Ministério do Interior na Intendência de Obras e Viação Geral. No ano 227

ELOGIO AO PATRONO DA CADEIRA NO. 43 DO IHGM No. 27, julho de 2007 78-87


seguinte, estagiou no Observatório Astronômico Nacional ,o que fê -Io integrar a comissão de exploração do planalto central com o objetivo da demarcação do local da futura capital federal. Relevamos a cultura deste militar que atingiu o posto de General de Brigada. Augusto Tasso Fragoso, estudioso da nossa história publicou artigos, proferiu discursos sobre fatos a Tríplice Aliança e o Paraguai, em 5 volumes (1934), sua principal obra, e A revolução Farroupilha (1938). Em publicação póstuma há: Os Franceses no Rio de Janeiro. Muito culto, poliglota,falava alemão, francês e inglês; é patrono da cadeira n° 36 da Academia Maranhense de Letras e da 43 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Inserimos que o exército brasileiro criou o Prêmio Tasso Fragoso que, em 1958, foi agraciado o General Tristão de Al encar Araripe pelo seu livro "Tasso Fragoso, um pouco de história do nosso exército". O autor era ex ajudante de ordens do então capitão Augusto Tasso Fragoso. Faleceu o General Tasso Fragoso em 20 de setembro de 1945. Em sua homenagem, foi criado no Maranhão o município Tasso Fragoso. O general Augusto Tasso Fragoso, mais conhecido por Tasso Fragoso (São Luís, 28 de agosto de 1869 — Rio de Janeiro, 20 de setembro de 1945) foi um militar e escritor brasileiro, chefe da Junta Governativa Provisória de 1930, que assumiu o governo do Brasil depois que Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930 por um golpe de estado liderado por Tasso Fragoso, o qual impediu o presidente eleito Júlio Prestes de assumir a presidência da república e a entregou a Getúlio Vargas em 3 de novembro de 1930. Obras publicadas A Revolução Farroupilha História da Guerra entre a Tríplice Aliança e o Paraguai Os Franceses no Rio de Janeiro Presidente do Brasil Mandato 24 de outubro de 1930 a 2 de novembro de 1930 Nascimento 28 de agosto de 1869 São Luís Falecimento 20 de setembro de 1945 (76 anos) Rio de Janeiro Profissão militar Exército Graduação General http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Tasso_Fragoso http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/augusto-fragoso/biografia Biografia - Augusto Tasso Fragoso, general. Militar, nascido na cidade de São Luís, estado do Maranhão, em 28 de agosto de 1869. Teve seu ano de nascimento alterado para 1867, para ingressar na vida militar. Estudante da Escola Militar da Praia Vermelha, foi um dos alunos que divulgaram na academia discursos abolicionistas de Rui Barbosa, em agosto de 1887. Frequentou os cursos de estado-maior e engenharia da Escola Superior de Guerra, bacharelando-se em matemática e ciências físicas e naturais. Participou ativamente da proclamação da República, incorporado às tropas do 2º Regimento de Artilharia em 1889. Foi eleito deputado constituinte pelo Maranhão (1890), contra sua vontade. Apoiou o movimento que levou à renúncia de Deodoro da


Fonseca (1891), sendo nomeado chefe do Departamento de Obras e Viação Geral da capital (1891-1892), após recusar a proposta de Floriano Peixoto para ser o prefeito do Distrito Federal. Participou da repressão à Revolta da Armada (1893-1894), sendo ferido em combate. Serviu na comissão de limites com a Bolívia (1900-1901), e foi adjunto militar à delegação brasileira na Argentina (1909-1910). Foi comandante do 8º Regimento de Cavalaria em Uruguaiana (RS), exercendo diversas vezes o comando interino da 2ª Brigada de Cavalaria (1910-1915). Ocupou a chefia da Casa Militar do presidente Venceslau Brás (1914-1917). Comandou o 1º Regimento de Cavalaria, no Distrito federal, em 1918, e a 4ª Brigada de Cavalaria no mesmo ano. Exerceu a direção de Material Bélico (1918-1922). Foi encarregado do inquérito que apurou a responsabilidade dos tenentes Eduardo Gomes e Antônio de Siqueira Campos no episódio conhecido como "os 18 do Forte", ocorrido em 1922. Chefiou o Estado-Maior do Exército (1922-1929), e, por ser o oficial da ativa mais antigo à época da Revolução de 1930, aceitou a proposta de Mena Barreto para liderar a operação militar de deposição do presidente e os entendimentos com outros generais da ativa, presidindo a junta governativa que assumiu o controle do país até a chegada de Getúlio Vargas à capital. Foi nomeado por Vargas mais uma vez chefe do Estado-Maior do Exército (EME) em 1931, se demitindo no ano seguinte. Em 1933, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM - hoje, Superior Tribunal Militar), e exerceu a vicepresidência do órgão em 1934, foi aposentado compulsoriamente ao atingir o limite de idade em 1938. Apesar de seu estado de saúde bastante precário, passou a se dedicar às suas pesquisas históricas. Faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de setembro de 1945. Junta governativa - Com a eclosão do movimento revolucionário de 1930, a junta governativa composta pelos generais Tasso Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha depôs o presidente Washington Luís, e assumiu o controle do país. Em meio a pressão de manifestações populares, dos movimentos militares como o de Minas Gerais, revolucionários gaúchos chegam ao Rio de Janeiro, obrigando a junta a entregar a chefia do governo a Getúlio Vargas em 3 de novembro de 1930. Fonte: Arquivo Nacional - Centro de Informação dos Acervos dos Presidentes da República JEFFERSON RODRIGUES MOREIRA Por Antonio Noberto228 Nascido em Santa Quitéria-MA no dia 19 de junho de 1912, médico, advogado e militar, o doutor Detinho foi bacharel em letras e filosofia, professor, coronel do Exército e deputado estadual. Participou da Força Expedicionária Brasileira atuando na Itália. Morou no estado do Ceará. Um dos fundadores da antiga Faculdade de Filosofia do Maranhão em 1952. Foi professor de história e Geografia. Faleceu em Brasília em 2000, aos 87 anos de idade.

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DISCURSO DE POSSE DO ESCRITOR ANTONIO NOBERTO NA CADEIRA DE Nº 43 DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, PATRONEADA POR TASSO FRAGOSO. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 94 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39__dezembro_2011


JEFFERSON RODRIGUES MOREIRA Por José Cloves Verde Saraiva 229 Maranhense nascido em 19 de junho de 1912, em Santa Quitéria do Maranhão, no Baixo Parnaíba, era o mais moço de 11 irmãos, filho de Francisco Rodrigues Moreira e Joana Alves de Sousa, pais que se preocupavam com a educação dos filhos, ou seja, que se formassem em escolas superiores e que conseguissem atingir seus objetivos. Coronel do exército brasileiro, Jefferson Moreira alistou -se na Força Expedicionária Brasileira FEB e atuou nos campos da Itália, continuando no exército após a 2ª Guerra Mundial. Durante a guerra, casou -se por procuração com Aldenora Candeira. Morou no Ceará boa parte da vida militar. Estudioso, era médico, advogado e bacharel em Letras e Filosofia, o que lhe proporcionou ser um dos fundadores da antiga Faculdade de Filosofia do Maranhão (1952). Dedicou -se ao magistério de 3° grau sendo professor do Curso de Geografia e História da Universidade do Maranhão (Católica), até quando mudou -se com a família para Brasília, onde faleceu em 2000, aos 87 anos, deixando viúva a professora Aldenora Candeira Rodrigues Moreira e 3 filhas, todas profissionais de nível superior. Aferimos que na capital federal era o mais antigo "pracinha" entre os oficiais,daí comandar o pelotão dos expedicionários nos desfiles militares de 7 de setembro. Foi Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, 1° ocupante da cadeira 43, patroneada pelo maranhense Augusto Tasso Fragoso. Escreveu vários ensaios, entre eles um sobre o comentado caso Pontes Visgueiro, em que fez aprofundado estudo sob o ponto de vista da psicologia penal. Retomou ao Maranhão para exercer o mandato de deputado estadual, bem votado por várias legislaturas. Nas suas andanças pelo interior do estado exercia a medicina atendendo à população indiscriminadamente, sendo muito estimado e era conhecido carinhosamente como Dr. Detinho. Prezados Confrades, o nosso homenageado, embora radicalizado no Rio de Janeiro, não esquecia suas raízes maranhenses, mesmo quando escrevia suas memórias relembrava, os seus primeiros passos na escola de Sargento Pires na Rua dos Afogados. É também notória sua indicação pelo povo maranhense, com o membro da Assembléia Constituinte de 1890. BIBLIOGRAFIA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS, Perfis Acadêmicos 2ed. São Luis, 1987 TASSO FRAGOSSO, UM POUCO DA HISTÓRIA DO NOSSO EXÉRCITO, Gen. Tristão de Alencar Araripe Ed. Biblioteca do Exército, 1960.

AMANDINO TEIXEIRA NUNES 229

ELOGIO AO PATRONO DA CADEIRA NO. 43 DO IHGM No. 27, julho de 2007 78-87


Por Antonio Noberto230 Nascido em 1922 no município de Regeneração –PI, em 1957 fundou o Jornal Literário de Aldeias Altas.

JOSÉ PINHEIRO MARQUES CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM MARQUES, José Pinheiro. DISCURSO DE POSSE DO ENGENHEIRO CIVIL JOSÉ PINHEIRO MARQUES NA CADEIRA 45, DO IHGM No. 24, setembro de 2001 47-49

JOSÉ CLOVES VERDE SARAIVA CONTRUBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM SARAIVA, Cloves. KALIL MOHANA. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 25

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DISCURSO DE POSSE DO ESCRITOR ANTONIO NOBERTO NA CADEIRA DE Nº 43 DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, PATRONEADA POR TASSO FRAGOSO. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 94 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39__dezembro_2011


CADEIRA 44 OCUPANTE ATUAL: ENEIDA VIEIRA DA SILVA OSTRIA DE CANEDO

PATRONO: TEMISTOCLES DA SILVA MACIEL ARANHA Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO 231 Temístocles Aranha nasceu no Sitio Maracaju, de propriedade de seus avós paternos, na povoação São Joaquim do Bacanga, na ilha do Maranhão a 08 de agosto de 1837. Filho do major João Joaquim Maciel Aranha e Josefa Joaquina de Morais e Silva. João Joaquim Aranha participou com bravura do movimento a Balaiada, em prol da pacificação e obteve a patente de Major além de produtor rural e Deputado Provincial. Temístocles descendia em linha direta de Bento Maciel Parente.fidalgo da Casa Real, Cavalheiro da Ordem de Cristo, Governador do Estado do Maranhão e Grão - Pará, no período de 1638-1641 e donatário da Capitania do Cabo do NORTE, criada em 1636. Temístocles da Silva Maciel Aranha iniciou seus estudos secundários no Liceu Maranhense, concluído-os em 1853, parte então para a cidade do Rio de Janeiro para cursar Engenharia na Escola Central. Destaca-se nos estudos até 1857, quando uma enfermidade obriga-o a retornar ao Maranhão. Tendo prestado brilhantemente os exames de Matemática, Geografia e História, obteve a autorização necessária para lecionar essas disciplinas em qualquer Colégio do Império. Funda, em São Luís, O Colégio São João Batista, iniciando com 60 alunos em regime de externato e 10 internos. Recebe o convite do proprietário de "O Jornal do Comércio" para dirigir o jornal e inicia assim sua carreira de jornalista. Permaneceu no jornal até 1861. Foi redator de o "Publicador Maranhense" até 1863, quando se afasta para fundar seu próprio jornal "O País". O primeiro nº de País que trazia um subtítulo "Jornal Católico, literário comercial e noticioso". A partir do décimo nono número o subtítulo aparece como: Órgão Especial de Comércio. Em 1884 Temístocles passa "O País"para uma sociedade. Continuou a trabalhar na imprensa escrevendo para os jornais: "O Jornal do Comércio", "O Comércio" e o "Publicador Maranhense". No magistério, quando criado o seminário de Nossa Senhora das Mercês (1863), foi escolhido pelo Bispo D. Frei Luis da Conceição Saraiva para lecionar Matemática Elementar e depois lecionou Retórica e Geografia, tendo ministrado aulas nessa Instituição por mais de 16 anos. Foi professor da Casa dos Educandos Artífices, onde exerceu suas atividades até se aposentar, em 1882. Presidente da Associação Comercial do Maranhão. Além dos encargos próprios, assumiu perante o Governo da Província o encargo de elaborar os dados estatísticos de toda a Província. Durante sua gestão fez organizar duas exposições dos dois principais produtos da época, o açúcar e o algodão -1883 e 1885. 231

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Temistocles Aranha foi sócio correspondente do Instituto Geográfico da Corte e da Sociedade de Geografia de Lisboa. Recebeu do Imperador a Comenda da Imperial Ordem da Rosa, como prêmio de todos os serviços que prestou a lavoura, ao comércio e à instrução pública da Província do Maranhão e ainda, A Carta Imperial de 12 de setembro de 1885, em reconhecimento pelo seu trabalho, honestidade e grandeza de sua personalidade, além de nomeá-lo Secretário de Governo da Província do Maranhão, cargo que ocupou até sua morte em 27 de julho de 1887. Casado, em 1867, com a Sr.ª Maria da Glória da Graça, filha do então desembargador da Relação da Província do Maranhão, José Pereira da Graça, Conselheiro e depois Barão de Aracaty. Deixou Temistocles os seguintes filhos: José Pereira da Graça Aranha (escritor), Heráclito Alencastro da Graça Aranha (almirante), Elisa da Graça Aranha casada com o Almirante Vital Brandão Cavalcante, Josefa da Graça Aranha, casada com o General Tasso Fragoso, além de Maria da Glória, Maria Adelaide, João Joaquim, Henrique, Cianor e Afonso da Graça Aranha e outros descendentes todos ilustres. TEMISTOCLES DA SILVA MACIEL ARANHA Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO232 Nasceu no sitio do Maracaju, de propriedadede seus avós paternos, na povoação São Joaquim do Bacanga, na Ilha do Maranhão a 08 de agosto de 1837; filho do major João Joaquim Maciel Aranha e Josefa Joaquina de Moarais e Silva. Descendia em linha direta de Bento Maciel Parente, Fidalgo da Casa Real, Cavalheiro da Ordem de Cristo, Governador do Estado do Maranhão e Grão-Pará no período de 1638 a 1641; donatário da Capitania do Cabo do Norte, criada em 1636. Iniciou seus estudos secundários no Liceu Maranhense, concuindo-o em 1853; parte então para a cidade do Rio de Janeiro para cursar Engenharia na Escola Central, destacando-se nos estudos até 1857, quando uma doença o obriga a retornar ao Maranhão. Participou com bravura do movimernto da Balaiada, em prol da pacificação e obteve a patente de major; além de produtor rural e Deputado Provincial. Tendo prestado brilhanjtemente os exames de Matemática, Geografia e História, obteve autorização para lecionar emms disciplinas em qualquer colégio do Império. Funda em São Luis o Colégio São João batista, iniciando com 60 alunos em regime de externato e 10 internos. Recebe convite do proprietário de ‘O Jornal do Comercio’ para dirigir o jornal e inicia sua crreira de jornalista. Permanenceu no jornal até 1861. Foi redator de ‘o Publicador Maranhense’ até 1863, quando se afasta para fundar seu próprio jornal: ‘O País’; o primeiro número trazia um subtítulo “jornal católico, literário comercial, e noticioso; a partir do 19º numerro o subtítulo aparece como: ‘órgão especial do comérrcio’. Em 1884 passa ‘O Pais’ para uma sociedade. Continuou a trabalhar na imprensa, escrevendo para os jornais “O Jornal do Comercio”; “O Comércio’: e o ‘Publicador maranhense’. Quando criou-se o Seminário de Nossa Senhora das Mercês (1863), foi escolhido pelo Bispo D. Frei Luis da Conceição Saraiva para lecionar Matemática Elementar, e depois 232

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


lecionou Retórica, e Geografia, tendo ministrado aulas nessa Instituição por mais de 16 anos. Foi professor da casa de Educando Artífices, onde exerceu suas atividades até posentarse em 1882. Presidente da Associação Comercial do Maranhão. Elaborou os dados estatísticos de toda a Provincia do Maranhão. Fez organizar duas exposições dos principais peodutos da época: o açúcar e o algodão – 1883 e 1885. Foi sócio correspondente do Instituto Geográfico da Corte e da Sociedade de Geografia de Lisboa. Recebeu do Imperador a Comenda da Imperial Ordem da Rosa como preio de todos os seus serviços que prestou na lavoura, ao comercio e a instrução publica da província do Maranhão e, ainda, A Carta Imperial de 12 de setembro de 1885, em reconhecimento pelo seu trabalho, honestidade e grandeza de sua personalidade, além de nomeá-lo Secretário de Governo da provincial do Maranhão, cargo que ocupou até sua morte. Foi casado com Maria da Gloria da Graça, filha do então desembargador da Relação da província do Maranhão José Pereira da Graça, Conselheiro e depois Barão de Aracaty. Deixou os seguintes filhos: José pereira da graça Aranha (escritor)n Heraclito Alencastro de Graça Aranha (almirante), Elisa den graça Aranha, casada com o Almirante Vital Brandão Cavalcante; Josefa de Graça Aranha, casada com o General Tasso fragoso; além de Maria da Glória, Maria Adelaide, João Joaquim, Henrique, Cianor, e Afonso da Graça Aranha. Faleceu em em 27 de julho de 1887 LUIS CORTEZ VIEIRA DA SILVA Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO 233 Filho de José Vieira da Silva Neto, proprietário rural e Edeltrudes Cortez Vieira da Silva, Luiz Vieira da Silva nasceu em 22 de junho de 1894, na cidade de Vitória do Mearim. Perdeu seu pai aos três anos e passou a ser criado por sua avó Edwirges Rita Vieira da Silva, em São Luís. Iniciou seus estudos primários com a professora particular Dona Genoveva, prosseguiu na hoje Escola Benedito Leite. O secundário e o preparatório para o curso de Direito foram cursados no Liceu Maranhense. Na Bahia, Salvador, iniciou o curso de Direito e prestou serviço militar, 1916, sendo elogiado pela correção. Pediu transferência para a Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde concluiu o bacharelado em Ciências Jurídicas. Retorna ao Maranhão e logo vai nomeado promotor público de Alcântara. Transferido para Codó, conhece Ana Isabel Bayma e casa-se em 22 de janeiro de 1920. Na cidade de Codó, lecionou no Externato Codoense fundado pelos irmãos bacharéis em Direito: Elizabeto e Fernando Carvalho. Transferido para Coroatá, além do cargo de promotor público, exerceu o magistério. Promovido a juiz vai transferido para o Município de Santo Antônio de Balsas, em 1923. Dois anos depois, segue para a comarca de Flores (hoje Timon). Juiz de Flores, em 1925, manteve a ordem pública, dispersando comícios e passeatas, quando a Coluna Prestes tentou ocupar a cidade de Teresina. Em Flores viveu, também, os momentos da Revolução de 30, chegando a ser preso pelos 233

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revolucionários. O padre Astolfo Serra, na Interventoria do Maranhão, transfere-o para Comarca de Turiaçú. Na forma da lei, no ano de 1936, vai transferido para o termo da Comarca de Turiaçú, o município de Carutapera. Retorna à sede da comarca de Turiaçú, por ordem do Interventor Paulo Ramos, que por divergências antigas passou a perseguilo, culminando a perseguição na aposentadoria compulsória. Apresentada a sua defesa, conseguiu transformar a aposentadoria em disponibilidade. Nesse período passou a exercer advocacia e o magistério. Lecionou Geografia Comercial e Econômica no Centro Caixeiral e na Escola Técnica de Comércio, onde exerceu a diretoria. No Liceu Maranhense em 1945, lecionou História. O Interventor Saturnino Bello nomeou-o Procurador-Geral do Estado. E de imediato vai reintegrado como juiz de quarta entrância da capital. Em 13 de junho de 1947, vai nomeado desembargador por merecimento. Na Faculdade de Direito de São Luis, lecionou a cátedra de Direito Penal até 1952. Aposentado como Desembargador (1949), passou a Militância Política. Foi um dos fundadores do Partido Social Progressista no qual ocupou cargos de relevância. Delegado do Partido na reunião que homologou a candidatura de Ademar de Barros à presidência da República. Concorreu a poucos cargos eletivos, foi suplente de Senador na chapa encabeçada pelo Brigadeiro Cunha Machado, derrotada em 1958. No Externato Codoense no jornal "Escola", mantido pelo estabelecimento de ensino, publicou um discurso pronunciado no dia da árvore. No teatro Artur Azevedo, já como Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, apresentou a conferência "Os amores de Gonçalves Dias". Frequentemente fazia palestras, mas não as deixou escritas. Seus alunos da Escola Técnica de Comércio e do Centro Caixeiral lembram de apostilas apresentadas por ele, já como delineação de uma "Geografia Comercial e Econômica do Maranhão" que não foi publicada. Perdeu a esposa a Srª Ana Isabel Bayma Vieira da Silva em 20 de outubro de 1951, com quem teve quatro filhos: Kate, José, Maria e Eneida. Luiz Cortez Vieira da Silva faleceu na cidade de São Paulo a 05 de agosto de 1968. LUIS CORTEZ VIEIRA DA SILVA Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO234 Nasceu em 27 de junho de 1894, na cidade de Vitória do Mearim; filho de José Vieira da Silva Neto, proprietário rural e Edeltrudes Cortez Vieira da Silva. Perdeu o pai aos três anos de idde, passando a ser criado por sua avó Edwirges Rita Vieira da Silva, em São Luis. Iniciou seus estudos com a professora particular Dona Genoveva, prosseguindo na hoje Escola Benedito leite. O secundário e o preparatório para o curso de Direito foram cursados no Liceu Maranhense. Em Salvador iniciou o curso de Direito e prestou serviço militar (1916), sendo elogiado pela correção. Pediu transferência para a Universidade do Brasil, onde concluiu o bacharelato em Ciencias Juridicas. Retorna ao maranhão, sendo nomeado Promotor Público de Alcantara; transferido para Codó conhece Ana Isabel Bayma e casa-se em 22 de janeiro de 1920. Em Codó lecionou no Externato Codoense, fundado pelos irmãos bacharéis em Direito Elizabeto e Fernando Carvalho. Nesse estabelecimento de ensino escrevia no jornal “Escola”, publicando um discurso no Dia da Árvore. 234

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


Transferido para Coroatá, além do cargo de promotor Público, exerceu o magistério. Promovido a Juiz va transferido para o Municipio de Santo Antonio de Balsas, em 1923. Depis anos depois segue para a Comarga de Flores (hoje Timon). Juiz em Flores (1925) manteve a ordem publica dispersando comícios e passeatas, quando a Coluna Prestes tentou ocupar a cidade de Teresina. Lá, viveu também os momentos da revolução de 30, chegando a ser preso como revolucionário. O Padre Astolfo Serra, na Interventoria do Maranhão transfere-o para a Comarca de Turiaçú. Na forma da Lei, no ano de 1936 vai transferido para o termo da comarca de Turiaçú,o município de Carutapera. Retorna à sede da comarca de Turiaçú, por odem do Interventor Paulo Ramos, que por diverhgencias antigas passou a persegui-lo, culminando com a sua aposentadoria compulsória. Apresentada sua defesa, conseguiu transformar a aposentadoria em disponibilidade, passando a exercer a advocacia e o magistério. Lecionou Geografia Comercial e Economia no Centro Caixieral e na Escola técnica de Comerrcio, exercendo a direção. No Liceu Maranhense, em 1945, lecionou História. O Interventor Saturnino Bello o nomeou Procurador geral do Estado. E de imediato vai integrá-lo como Juiz de quarta Enhtrancia na capital. Em 13 de junho de 1947 é noemado Desembargador, por merecimento. Aposentado como Desembargador (1949). Após sua posentadoria, passou a militância politics, sendo um dos fundadores do Partido Social progressista – PSD -, ocupando cargos de relevância. Delegado do partido na homologação da candidatura de Ademar de Barros a presidência da Republica. Concorreu a poucos cargos eletivos, foi suplente de Senador na chapa ewncabeçada pelo Brigadeiro Cunha Machado, derrotada em 1958. Na Faculdade de Direito de São Luis lecionou a Cátedra de Direito Penal até 1952. No Teatro Arthur Azevedo, já sócio do IHGM, apresentou a conferencia ‘Os amores de Gonçalves Dias”. Frequentemente fazia palestras, mas nunca as deixou escritas. Sua esposa faleceu em 20 de outubro de 1951; deixou quatro filhos: Kate, José, Maria, e Eneida. Faleceu em São Paulo a 05 de agosto de 1968.


CADEIRA 45 OCUPANTE ATUAL: ALDY MELLO DE ARAÚJO PATRONO: MANOEL NOGUEIRA DA SILVA Por Aldy Mello de Araujo 235 Figura muito pouco conhecida no meio cultural e histórico do Maranhão. escritor e historiador apaixonado pela poesia de Gonçalves Dias, destacou-se, sobretudo, durante as comemorações do centenário de morte do poeta maranhense. Foi cercado de boas companhias e viveu em importantes círculos intelectuais. Seus dotes e sua inteligência são responsáveis e fatores importantes para a contribuição que deu para o conhecimento de Gonçalves Dias, descobrindo aspectos interessantes de sua biografia. Ingressou como Sócio Correspondente, neste Instituto, em 20 de novembro de 1925, em sua primeira assembleia geral. JOSÉ MANOEL NOGUEIRA VINHAIS

DAGMAR DESTERRO E SILVA Por Renato Kerly Marques Silva236. Dagmar Desterro e Silva (1925 – 2004) nasceu em São Luís, em uma família que, por muitos anos, esteve relacionada a diversas atividades políticas. Estudou no Colégio Santa Teresa, foi professora da Educação infantil, graduou-se em Pedagogia e Direito, ocupou diversos cargos públicos, tendo chegado à vicereitoria da Universidade Federal do Maranhão. Publicou obras em formato de romances, poesias e peças de teatro. Ocupou a cadeira número 24, eleita em 15 de abril de 1974, tomando posse em 8 de junho de 1974.

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DISCURSO DE POSSE NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO NO MARANHÃO - DIA 27/04/2012; Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 60 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012

SILVA, Renato Kerly Marques. ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS: Produção literária e reconhecimento de Escritoras maranhenses MESTRADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS – UFMA 2009


WANDA CRISTINA DA C.E SILVA http://pt.wikipedia.org/wiki/Wanda_Cristina

Wanda Cristina da Cunha e Silva, mais conhecida como Wanda Cristina (São Luís, Maranhão, 5 de junho de 1959) é uma escritora brasileira. Estreou na literatura maranhense aos 12 anos de idade, com peça teatral, em dois atos, publicada no Jornal Pequeno, intitulada “Sociedade Moderna”. Publicou em 1981, sob o título de Uma Cédula de Amor no Meu Salário (poesias) seu livro de estréia; em 1983, publicou o livro Engraxam-se sorrisos (crônicas); Rede de Arame (livro de poesia 1986); Geofagia Ruminante no Sótão da Preamar (1989), poesia sobre o Maranhão, suas história, topografia, culinária, linguística e política social, em estilo cordelista; Flor de Marias No Buquê de Costelas (antologia poética de 1993). Sob o pseudônimo de Marco Aurélio recebeu prêmio promovido pela Academia Maranhense de Letras sobre A Vida e a obra de Coelho Neto. Em concurso promovido pela Secretaria de Cultura de Piracicaba, seu conto é classificado entre os vinte melhores, sob o título de Parede Tem Ouvido. Formada em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Federal do Maranhão e em Letras, pela Universidade Estadual do Maranhão. Pós-graduada em Língua Portuguesa e Comunicação e Reportagem. Compositora. Lançou em 2009 o CD intitulado Vida de Ouro e Amor de Prata, em comemoração aos seus 50 anos e 25 anos de matrimônio.


CADEIRA 46 OCUPANTE ATUAL: MARIA ESTERLINA MELLO PEREIRA.

D. FRANCISCO DA PAULA E SILVA Por Maria Esterlina Mello Pereira 237 Nasceu em 21 de outubro de 1866, em Douradinho, município de Machado, sul de Minas Gerais, filho de Custodio Casemiro Mahado e Maria Paulina Tavares. Estudou inicialmente em Eloi Menmdes e Gi-Mirim, curso secundário no Colégio do Caraça. Decidiu, aos 22 anos, entrar para a Congregação das Missçoes ou dos Padres Lazaristas. Como9 lazarista viajou para a Europa, e na França, nas cidades de Paris e daz, fez o Curso Superior de Teologia.Ordenou-se sacerdote aos 26 anos, na França. Retornando ao Brasil, o seu primeiro campo de ação foi o Seminário Arquiepiscopal, na capital baiana. Nos anos que ali passou dedicou bom tempo ao magistério, seguido de outras atividades. Depois, serviu em Tetropolis, no Rio de Janeiro, e no Caraça, em Minas Gerais, quando foi Reitor do Colégio, em que na juventude havia estudado. Dirigiu-o por 20 anos. Daí, passou a Diocese do Maranhão, como seu Bispo. Sua sagração foi assinada por Pio X, e ocorreu no Rio de Janeiro na Igreja da Imaculada Conceição, sendo sagrado pelo primeiro Cardeal brasileiro D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti; a seguir veio para São Luis assimir seu cargo, aqui chegando no final de agosto de 1907. Não foi fácil para ele trocar a humilde condição de simploes padre lazarista para uma função mais elevada na Igreja. Ainda mais que a Diocese do Maranhão tinha sido palco de conflitos entre a população e autoridades eclesiásticas. Não lhe foi fácil contornar essa situação, embora a vasta programação prevista para a sua chegada acabou não acontecendo na integra, pois o seu desembarque foi acompanhado de certa frieza e reduzido numero de pessoas. De um lado a imprensa local com reportagens acintosas, de outro as pichações pelos mais diveros cantos de São Luis com a frase: “fora o Bispo sanguinário”, só contribuíram para aumentar a animosidade, provocados por uma entrevista concedida à imprensa carioca por D. Francisco, quando se colocou a favor da execução de um anarquista por ordem do governo espanhol, ato que lhe causou constrangimento mundial. Talvez o pretexto maior fosse ocasionado pelo desejo de reativar os conflitos ocorridos anteriormente com o clero, tal como aconteeceu com o Bispo D. Xisto Albano. D. Francisco logo deduziu que os problemas poderiam advir na terra que acabava de chegar. Agindo com humkildade, coragem, persistência e Fé, cedo obteve resultados positivos. Um deles foi com relação ao Seminário, que considerava a mais importante de suas obras. Solicitou aos seus vigários maior comprometmento. O Seminário Maior estava já fechado havia mais de 12 anos; ele dispôs-se a abri-lo e fazer funcionar com 237

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


um bom numero de alunos, embora a Diocese estive arruinada financeiramente, e praticament sem padres. Passou a viajar pelo Brasil, pedindo esmolas. No período de dez anos, conseguiu soerguer financeiramente a Diocese. Sua preocupação com o clero futuro e o presente era a mesma. Decidiu aumentar o numero de interessados e procurou atrair os de fora, entrando nesse quadro algusn sacerdotes seculares. Nessa época vieram para o Maranhão os padres Barnabistas e as irmãs dos Pobres de Santa Caratina de Sena, e se foxaram em Caxias. Conseguiu o retorno das irmãs Terceiras Capuchinhas, quando sabemos que as primeiras foram martirizadas pelos índios em Alto Alegre, o mesmo acontecendo com os capuchinhos lombardos. Tentou em vão a vinda dos Jesuitas, planejou aumentar o espaço para os Lazaristas, mas também não conseguiu. Em compensação, vieram os Irmãos Maristas. Foi autor de obras importanhtes e se deestacou como historiador. Escreveu Armorial da Igreja Maranhense, acompanhado de desenhos originais de sua autoria (1917); e Apontamentos para a Historia Eclisiastica do Maranhão (1922). Deixou inúmeros manuscritos, que abrangem assuntos diversos e dee fácil compreensão. Deixou-se atrair também pela imprensa, contanto que fosse de natureza católica, moralizadora, e com assuntos de bom nível. Foi nomeado, em 1910, Visitador Apostolico da Diocese do Amazonas. Em 1918, quando fazia as suas desobrigas pelo interior adoeceu gravemente, em Araioses; foi levado as pressas para Parnaiba, no Piauí, porem não resistiu e veio a falecer no dia 1º de junho de 1918. Pediu para ser enterrado no Maranhão.

LUIZ DE MORAES RÊGO Por Joseth Coutinho Martins de Freitas238 Nasceu em 28 de outubro de 1906 em São Luis, filho de João Maria Moraes Negro e Custodia Veloso de Moares Negro. Fez o primário na Escola Modelo Benedito Leite; ingressou depois no Colégio Rosa castro onde formou-se professor normalista. Diplomou-se Farmaceutico Quimico na Escola de Farmácia do Maranhão (1926), logo se iniciando no Magistério. Em 1933 foix aprovado em concurso federal para Inspetor Fiscal (Belém), e logo depois no concurso de catedrático de Ciências Físicas e Naturais do liceu Maranhense. Em 1934, junto com o Dr. Luis Viana fundou o Colegio São Luis, por onde passaram várias gerações de maranhenses. Além de professor do Liceu e do São Luis, lecionou 238

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


nos Colégios Rosa castro, Santa Teresa, Centro caixeiral, Cysne, Gilberto Costa, Academia do Comercio do Maranhão, deste foi um dos fundadores; Escola Tecnica Federal do Maranhão (hoje, Instituto Federal de Educação, Ciencia e Tecnologia do Maranhão – IF-MA), de onde foi professor e ´tecnico em Assuntos Educacionais, da Escola de Farmácia do Maranhão, da Faculdade de Agronomia do Maranhão, e da faculdade de Filosofia de São Luis, onde contribui para sua fundação em 1952. Ocupou muitos cargos públicos e desempenhou funções de relevo na área da educação; foi Inspetotr Regional do Ensino Comercial nos estados do Maranhão e Piauí; Diretor geral de Instrução Pública; Secretário de Educação e Culturam do Estado; Presidente da fundação Paulo Ramos; Diretor da Escola Normal do Estado, onde empreendeu verdadeira revolução pedgógica. Foi membro fundador do Conselho Estadual de Educação, de sindicatos e associações de profissionais do ensino, do Conselho Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercuial, e outros. Sócio da Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira no. 4; do IHGM, tendo presidido por muito tempo ambas instituições. Publicou: Meu desejo de ser útil; Questões de Educação; e Nossa sociedade e a nossa Educação; Nova Escola; Nova Educação; educação e Ensino; Cultura e Educação; Um estudo sobre classificação. Escreveu muitos artigos publicados na imprensa local e em revistas educacionais. Faleceu em São Luis em 09 de janeiro de 1987. LUIZ DE MORAES REGO Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz 239 É natural do Maranhão. Nasceu em 28 de outubro de 1906, no lar de João Maia de Moraes Rego e Custódia Veloso de Moraes Rego, à rua da Palma, 14, tendo aprendido as primeiras letras na Escola Modelo Benedito Leite. Futebol para Luiz Rego começou muito cedo; ele fazia parte das peladas da Praça Antônio Lobo, em companhia de Antônio Frazão, José Ramos, Júlio Pinto, Marcelino Conceição, Totó Passos, Fernando Viana, e outros. Jogava na ponta canhota e muitos candieiros de gás andou quebrando com seus violentos petardos. Luiz Rego nunca se esqueceu daqueles tempos de peladas, lembrando que os treinos aconteciam no corredor de um sobradão da Rua da Cruz, entre a rua do Alecrim e Santo Antônio, sob a luz de uma lamparina, às 4 horas da madrugada. Nessa época, tinha 14 anos de idade. Na Escola Normal, jogava no Espartaco, um clube formado exclusivamente por alunos daquele estabelecimento de ensino; seus colegas eram Oldir, Valdir Vinhaes, Carlos Costa, José Costa, José Ribamar Castro, Jaime Guterres, Peri Costa, e outros. E como adversário do Espartaco apareceu logo depois o “João Rego”, clube formado por Antônio Lopes, que contava com Frazão, Penaforte, Aragão, Clodomir Oliveira e Luiz Aranha. Quando passou para a Escola de Farmácia, mudou para o time dessa escola, formando com Milton Paraíso, Chareta e Frazão.

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VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. RECORDAR É VIVER – LUIS DE MORAES REGO. In Blog do Leopoldo Vaz, quinta-feira, 05 de novembro de 2009, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2009/11/05/recordar-e-viver-luis-de-moraes-rego/


Em 1927, quando terminou a Escola de Farmácia, o endiabrado crack passou a ser o respeitado Professor Luiz Rego. Foi diretor da Escola Normal entre 1932 e 1936, tendo sido dono da parte da educação no Governo Paulo Ramos (Diretor de Instrução Pública). A fundação de seu colégio data de 1935. No Colégio de São Luiz sempre cuidou do esporte. Incentivava a prática de jogos, organizava clubes e embaixadas esportivas, que muitas das vezes saiam de São Luís a fim de fazer grandes apresentações em outras plagas vizinhas. Graças à disposição do Professor Luiz Rego, o Colégio de São Luiz formou destacados valores do nosso esporte, dentre os quais podem ser citados Rubem Goulart, José Rosa, José Gonçalves da Silva, Luiz Gonzaga Braga, Valber Pinho, Celso Cantanhede, Americano, Sales, David, Ataliba, Tent. Paiva, Rui Moreira Lima, e muitos outros. Inclusive Dimas, que foi aluno, e depois, professor do Colégio de São Luiz …


CADEIRA 47 OCUPANTE ATUAL: JOAQUIM ELIAS NAGIB PINTO HAICKEL

JOAQUIM DE MARIA SERRA SOBRINHO Por Joaquin Haickel240 Nasceu em São Luís, no ano de 1838, quando espocou a Revolta da Balaiada, pouco antes de ser declarada a maioridade de Dom Pedro II; Era filho do dono do imenso sobrado que ficava no Largo de São João, que ficou conhecido como Palácio das Lágrimas, pois uma linda escrava que servia na casa, pareceu ao dono, ser a assassina, por envenenamento, de seus dois filhos menores, irmãos de nosso patrono. Como o caso não foi esclarecido, a escrava foi enforcada. Quando a verdade foi descoberta, o pai de Serra, Leonel, enlouqueceu. Mas nosso mentor na Cadeira 47 não se tornou abolicionista apenas para fazer justiça póstuma à negra bela que seu pai mandou executar. Tudo leva a crer que meu homônimo desejava para o Maranhão a solução encontrada por São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul: a imigração estrangeira, pois conhecia bem os progressos da Revolução Industrial assim como seus malefícios trabalhistas. Era humanista como Cândido Mendes, César Marques e Sousândrade. Pensava numa economia forte, grande produção, mas com produtividade: ou seja, o máximo de frutos, com o menor esforço possível. Aliás, essa é a filosofia da computação e da eletrônica modernas. Ele escreveu a peça “O salto de Leucade”. Leucade, como sabem, é uma ilha grega com um alto penedo, de onde eram atirados ao mar os condenados à morte. Assim, JS sonhou com a velocidade horizontal em “Quem tem boca vai a Roma”, e com a vertical em “O salto de Leucade”. Com certeza, o grande maranhense pensava na escrava inocente enforcada, ao escrever essa peça. É notável o fato de Serra ter titulado dois de seus livros assim: “Epicédio à morte de Odorico Mendes” e “A Capangada”. Capangada é um termo bastante popular, e epicédio é uma flor erudita do vocabulário, usada para designar uma ode fúnebre. Em outros livros como “Um coração de mulher” e “Os melros brancos” vemos que o mesmo Joaquim Serra que foi um enamorado, um apaixonado, vergastava com classe os espertalhões e finórios como podemos observar no uso e no sentido do termo melro. Pietro de Castellamare era um de seus pseudônimos, o que revelava seu espírito jocoso e internacional. Traduziu muitos poetas franceses e praticava verdadeira exegese, pois não se cingia à tradução literal; muitas vezes usava expressões um pouco diferentes do 240

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA Nº 47, PATRONEADA POR JOAQUIM SERRA; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 50 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-

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original, para ser mais fiel ao pensamento do autor. Algo como, traduzindo o português de Portugal para o brasileiro, a melhor versão de “Rapariga”, seria “moça donzela”. Como se sabe, Serra traduzia fluentemente do francês, conhecia o alemão, sabia latim, usou um pseudônimo italiano, estava por dentro de toda a etimologia grega de nossa língua culta e bela. Faleceu no Rio de Janeiro em 1888, ano da abolição da escravatura.

DOMINGOS VIEIRA FILHO Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 241 Nasceu em 25 de setembro de 1924, nesta cidasde de São Luis, filho de Domingos Vieira e Celestina Domingues Vieira. Bacharel em Ciencias Juridicas pela faculdde de Direito de São Luis, onde ingressou como Professor catedrático de Direito Internacional Publico,após brilhante concurso. Quando da criação da faculdade de Filosofia de São Luis ingressou como Professor Fundador do Curso de Geografia e História, na Cadeira de Geografia Humana (1953). Lecionou diversas dsiciplinas do Curso de Geografia e História à proporção que era desdobradas: Geografia Politica, Biogeografia, Introdução ao Estudo da Geografia, e outras que se faziam necessárias.Permaneceu como professor até 1972; após a criação da UFMA, por força da reforma administraiva, foi exigido que pertencesse a um único Departamento, optou pelo Departamento de Direito. Ocupou diversos cargos: Procurador do Estado do Maranhão; Diretor do departamento de Cultura do estado; Procurador fiscal da Prefeitura Municipal de São Luis; Chefe da seção Administr5ativa e deleggado Regional do IBGE; Membro da Academia Maranhense de Letras; Membro da Comissão Nacional de Folclore; do Conselho Rgional de Geografia. No IHGM ocupou a presidência de 1957 a 1961. Casado com Ivete Viveiros, de tradicional família maranhense, deixou os filhos Flavia Teresa, Luis Fernando, e Jorge Henrique. Contribuiu com importantes trabalhos que vem servindo de base para pesquisadores: A linguagem popular do Maranhão (1953); Festa do Divino espírito Santo no Maranhão (1955); Folclore Negro (1955); o Negro na poesia brasileira (1956); Nina Rodrigues (1956); Breva história das ruas e praças de São Luis (1952); a escravidão negra no Maranhão (1961); Estudos geográfisoc do Maranhão (1961) Faleceu em São Luis em 11 de setembro de 1981.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM VIEIRA FILHO, Domingos RELAÇÃO DE CARTAS GEOGRÁFICAS DO MARANHÃO Rev. IHGM, Ano 28, n. 3, agosto de 1951 03-10

Os mortos do Instituto, Revista do IHGM 3, 1951 SUPERSTIÇÕES LIGADAS AO PARTO E À VIDA INFANTIL Ano IV, n. 4, junho de 1952 41-46 O CULTO VUDOU: IDENTIFICAÇÕES EM SÃO LUÍS E NO HAITI Ano IV, n. 4, junho de 1952 90-92 ESTUDOS GEOGRÁFICOS DO MARANHÃO Ano IV, n. 5, dezembro de 1952 25-47 ANTONIO LOPES Ano IV, n. 5, dezembro de 1952 122-125

DOMINGOS CHATEAUBRIAND DE SOUSA Por Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo 242 Nasceu em São Benedito do Rio Preto, antiga Curuzú, em 17 de janeiro de 1913; filho de Evaristo Rodrigues de Souza e Carmina Marques Souza. Foi poeta, escritor, cientista, prático de Farmácia, enfermeiro, taxidermista, tropeiro, andarilho, e mascate. Nasceu intelectual, cresceu no trabalho cientifico sobre animais. Casado com Adelaide Gusti de Sousa, com quete os filhos Maria do Socorro; Francisco de Assis; e Vera Lucia. Deixou os seguintes trabalhos: Paisagem interior (poesia, 1974); Fração do eterno (poesia, 1974);Candeias (contos). Faleceu em 13 de janeiro de 1993

KALIL MOHANA Por Joaquin Haickel243 [...] Minhas palavras agora são de respeito e reconhecimento, pois tenho a honra de suceder nesta Casa, a Kalil Mohana, ilustre professor, homem carismático e batalhador, que lutou pela vida até o seu último suspiro. Pessoa extremamente afetuosa, sempre com a preocupação de estimular a juventude, Kalil Mohana gostava de refletir sobre os mistérios e as peculiaridades da consciência humana. 242

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 243

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA Nº 47, PATRONEADA POR JOAQUIM SERRA; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 50 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-

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Gostava de analisar os sentidos da vida usando para isso aquilo que ela tem de mais verdadeiro: os exemplos da história, da filosofia e da humanidade. Esse valoroso maranhense que faleceu em São Luís no dia 24 de dezembro de 2010, era filho de Miguel e Anice Mohana, libaneses e cristãos maronitas que se mudaram para o Brasil, dentre outros motivos, em razão da perseguição dos turcos islamitas contra os de sua crença em um Líbano sitiado. Resolveram se estabelecer consecutivamente nas cidades de Coroatá, Bacabal e Viana, sendo que nesta última foi o local onde Kalil nasceu no dia 10 de novembro de 1935. Cursou o Primário e o Ginásio no Colégio Marista. Já o científico no Ateneu Teixeira Mendes e no São Luís. Fez os cursos de Geografia, História e Didática na Faculdade de Filosofia, semente da Universidade Federal do Maranhão. Lecionou no Marista, na Escola Normal do Estado, em vários cursinhos PréVestibular, na Federação das Escolas Superiores sendo dos fundadores da Universidade Estadual do Maranhão, onde foi catedrático durante vários anos. Formou sucessivas gerações de maranhenses e conheceu o mundo inteiro por meio de suas viagens. Realizou aproximadamente 130: cerca de 35 com alunos do Colégio Marista e mais de 90 com formandos universitários, sem contar com as que sozinho. Além de membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, ele ocupava a cadeira de nº 8 da Academia Vianense de Letras, patroneada por seu irmão, o médico, escritor e padre, João Mohana. Autor de diversas obras, dentre elas o livro “Viajando e Educando: As grandes Viagens”, o meu antecessor nesta Cadeira era oriundo de família tradicional maranhense, composta por sete irmãos: João, Alberto, Laura, já falecidos, e Ibraim, Julieta e a professora Olga Mohana, ainda entre nós. De todos, Kalil era o mais receptivo e inquieto. Bom amigo e aconselhador, passar-se à tarde pela Rua Afonso Pena e não encostar-se na Casa Mohana para bater um bom papo não tinha sentido, pois ele estava sempre lá pronto para recepcionar e trocar idéias com os inúmeros amigos que conquistou ao longo de vida. Sobre Kalil e a família Mohana há um fato que devo citar: passei os primeiros anos de minha vida vivendo praticamente na casa de minha avó paterna, Maria Haickel, que ficava na Rua da Saúde, uma travessa da Afonso Pena. Quase todos os dias ela me levava para tomar benção para tia Anice, mãe de Kalil. É que para os libaneses, os amigos mais queridos são como parentes, como irmãos mesmo. Na Casa Mohana eu era tratado como um principezinho, tanto pelo padre, que mais tarde seria decisivo em minha opção pela literatura, como pelo vibrante Kalil, mas principalmente por Julieta que era amiga de minha tia, Rose Mary. Hoje, aqui, tenho a nítida sensação de suceder um parente, um tio, um primo bem mais velho. [...] KALIL MOHANA Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz244

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KALIL MOHANA - EM MEMÓRIA REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 17


Nasceu em 10 de novembro de 1935, filho de Miguel e Anice Mohana, cristãos libaneses maronitas, que se mudaram para o Brasil, dentre outros motivos, perseguição dos turcos islamitas contra os cristãos libaneses maronitas e a área reduzida do Líbano. Resolveram se estabelecer nas cidades de Coroatá, Bacabal e Viana. Esta última foi o local onde Kalil Cursou o Primário; e o Ginásio no Colégio Marista (1949 a 1952), o científico no Ateneu Teixeira Mendes (1953) e São Luís (1954 a 1955). Fez os cursos de Geografia, História e Didática na Faculdade Filosofia (1957 a 1960), semente da Universidade Federal do Maranhão. É membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, eleito e empossado em 1995, para a Cadeira nº 47, ocupando a cadeira de patrono seu irmão João Mohana; ocupa a cadeira de nº 8 da Academia Vianense de Letras (AVL), patroneada por seu irmão, o médico, escritor e padre João Mohana. Professor universitário aposentado e autor do livro Viajando e Educando: As grandes Viagens. Dirigiu a CADES de 1963 a 1971, ensinou no Marista, na Escola Normal do Estado, em vários cursinhos Pré-Vestibular, na Federação das Escolas Superiores e é um dos fundadores da UEMA (Universidade Estadual do Maranhão), onde ensinou durante vários anos. Atividades Didáticas Exercidas: Professor Titular de Estudos de Problemas Brasileiros da Escola de Engenharia – UEMA- desde 1971 (Aprovado em concurso público em 1º lugar); Professor Titular de Estudos de Problemas Brasileiros da Escola de Agronomia – UEMA- desde 1974; Chefe do Departamento de Estudos Complementares da Escola de Engenharia Civil- UEMA –desde 1972; Cursos ministrados: História, Geografia, DSPB e Sociologia – Colégio Marista- MA, 1960 a 1976; História, Geografia, DSPB e Sociologia – Curso Pré-vestibular do Colégio Marista- 1970 a 1976; História Geral e do Brasil – Curso Pré-vestibular José Maria do Amaral- MA – 1966 a 1976; História Geral e do Brasil- Cursos Pré-universitários da Faculdade Ciências Econômicas – UFMS – 1964 a 1965; Educação Moral e Cívica para professores inscritos em Exame de Suficiência- UFMA- de 18/12/70 a 19/02/1971; Didática e Psicologia para Professores da Escola e Agronomia – UEMA- 1974; Didática Geral para Professores de nível médio- Secretaria de Educação- Janeiro de 1960; Educação de Adultos –Secretaria de Educação- Outubro e Novembro de 1968; Atualização Didática para UBES em Convênio em PUC/RS e PUC/GO para Professores de nível superior na implantação das Faculdades Católicas – Brasília- DF- 1975; Métodos e Técnicas de Ensino para Professores da SDEDUC- Duque de Caxias- RJ – 1975; Orientou o encontro de professores de Matemática e Didática dos Docentes da Faculdade de Educação de Caxias – MA- 1977; Reflexão e Revisão Didática para docentes da Escola de Agronomia, Medicina Veterinária, Engenharia e Administração – UEMA- 1977; Humanização no Trabalho para Técnicos da SUDAM- Belém-PA- Junho de 1980; Didático Geral para Professores promovido PA CADES- São Luis- 1964, 65, 66, 67 a 69; Palestras Proferidas: “Responsabilidade Profissional” para concludentes da Escola Normal – São Luis – 1968 e 1969; “Problemas Brasileiros” para professores da Escola de Agronomia – UEMA- 1974; Aula Inaugural do Artigo 99 através da TV DifusoraCanal 4 sobre “sentido de prática”- setembro de 1969; Outras Atividades Profissionais - Diretor do Ensino Secundário credenciado para Orientador de Cursos para Exame de Suficiência no Maranhão- Portaria 368- A- MEC03/11/64; Técnico de Educação no Instituto do Maranhão – de 1968 a 1973; Orientador do Encontro de Diretores do Colégio Carolina- Carolina/MA – 1966; Orientador Pedagógico nos cursos para professores da CADES- 1964, 1965, 1967 e 1969; Orientador do 1º Encontro de Professores de Geografia e História – São Luis- 1967;


Orientador do Encontro de Professores de Ciências Físicas e Biologia , Desenho e Matemática- Caxias- MA – 1966; Orientador do Encontro de Professores de Educação Moral e Cívica – São Luis- 1970; Orientador da Jornada e Divulgação das Metas dos Ginásios Orientados para o trabalho em Municípios Maranhenses – São Luis- 1970; Orientador do Encontro de Professores de Matemática – São Luis- 1967; Orientador da Jornada de Reflexão sobre educação e Didática- Imperatriz- 1970; Coordenador da Jornada Pedagógica – Balsas –MA; Coordenador do 1º Encontro de Escolas de Engenharia de São Luis e São Carlos – São Paulo- São Luis – 1974; Coordenador de Assuntos Estudantis da UEMA – de 1977 a 1980; Membro do Conselho Federativo da UEMA como Representante do Corpo Docente da Escola de Engenharia – MA – de 1975 a 1981; Conheceu o mundo inteiro (por meio de rápidas viagens) realizou 35 viagens com alunos do Colégio Maristas, e 91 com formandos universitários. Estágios e Viagens Culturais: Planejou, coordenou e realizou viagens para Estágio de Observação com Concludentes das Escolas de Engenharia e Agronomia- UEMA- em projetos específicos das áreas dos formados – de 1972 a 1998. Realizou em caráter particular, com fins culturais, viagens internacionais por mais de 60 (sessenta) países dos 5 (cinco) continentes . Trabalhos Elaborados e Divulgados Elaborou e divulgou para uso de alguns professores e alunos nos cursos ministrados as seguintes apostilas: As vantagens do método psicogenético – 1965 Sentido de Pátria – 1967 O adolescente em trânsito para Universidade- 1967 Relações Humanas no trabalho- 1968 A vocação do Professor – 1968 Como estudar, Como ensinar- 1968 O homem de hoje, sentido e angústia- 1970 O caráter e a Psicologia do povo Brasileiro- 1971 Os desafios da automação em 1972 O respeito a Liberdade de Outro em 1979 O respeito pela verdade em 1980 Maturidade Imaturidade e Responsabilidade em 1981 As qualidades do Líder em 1982 Espiritualidade em Plena Profissão em 1985 A Sociedade Enferma em 1985 Lavagem cerebral e Alienação pela TV em 1986 Recalque e Estilo profissional em 1987 Política Externa Brasileira em 1988 Ministrou Cursos de Maturidade Liderança e Humanização para cerca de 90 turmas de formados dos vários Cursos da FESN e UEMA em viagens de Estudo e Pesquisas de 1970 e 1999 Publicou o Livro “Viajando e Educando” em 1998 Proferiu Palestra e ministrou curso para 250 jovens de vários Colégios de São Luis (A crise Social, Política e Econômica e Familiar) patrocinado pelo ROTARY CLUBE, no Colégio Marista Fatos Importantes e Títulos Honoríficos


Foi professor titular de estudos de Problemas Brasileiros e Ciências Políticas dos Cursos de Agronomia, Engenharia Civil e Mecânica da FESM-UEMA de 1970 a 1997 Chefe do departamento de Estudos Complementares da Escola de Engenharia do Maranhão e 1971 a 1982 Chefe do Departamento de Ciências Sociais do CCSA de 1982 a 1997. Realizou 94 Turmas de Viagens- Estágios com formandos dos vários Cursos de Civil, Agronomia, Mecânica, Administração e Medicina Veterinária de 1971 1982 Foi nome de 20 turmas de Formados de Engenharia Civil, Mecânica e Agronomia de 1974 a 1998 Foi Patrono e Paraninfo de Varias turmas de Mecânica e Agronomia Foi nome de Turma e Formandos (licenciatura Mecânica e Civil) do CEFET em 1999 Recebeu 40 placas de Ouro e Prata como Homenagem e Gratidão de Varias turmas de Formados da FESM e UEMA CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM MOHANA, K.alil DISCURSO DE POSSE DO PROFESSOR KALIL MOHANA – IHGM No. 19, 1997 50-61 DISCURSO DE LANÇAMENTO DO LIVRO VIAJANDO E EDUCANDO No. 20, 1998 109-111 A HISTÓRIA E A GEOGRAFIA NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO No. 27, julho de 2007 33-36


CADEIRA 48 OCUPANTE ATUAL: MÁRCIO AUGUSTO VASCONCELOS COUTINHO

PATRONO: FRANCISCO SOTERO DOS REIS Por Marcio Augusto Vasconcelos Coutinho 245 Nasceu em São Luís, quando o Brasil, sob o cetro de D. João VI, era colônia de Portugal. Aos oito anos, o menino Sotero, certamente, teve ciência da chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro. D João e sua enorme comitiva fugiam do exército de Napoleão, então terror dos tronos europeus. A partir daí, o Brasil sofreria uma transformação e o pequeno Francisco cresceria, acompanhando, com especial discernimento, os movimentos históricos do porvir. Aos vinte e um anos de idade fora nomeado Regente da Cadeira de Gramática Latina do Colégio Carlos de la Roca para, um ano depois, acompanhar a independência do Brasil, já em 1822. O Maranhão, com seus líderes lusitanos - por coração e interesses, resistiria quase um ano ao movimento separatista. Apenas em meados de 1823, após combates e conflitos, o nosso Estado, depois de muita agitação, deixou de se opor a Independência do Brasil. Os anos chegaram ao Sotero dos Reis e ele se tornou um filólogo conhecido e respeitado. Publicou dezenas de títulos, quase sempre estudos gramaticais e literários, mas também enveredou, com notável competência, pela tradução de clássicos e trabalhos biográficos. Foi, ainda, um ativo jornalista, fundou jornais, colaborou com periódicos e revistas, deixando, indelével, a marca de seu talento intelectual e de sua capacidade de produção literária. Homenagens lhe foram prestadas com distinções recebidas, entre elas a Comenda da Ordem de Cristo e da Ordem da Rosa. Escolas receberam seu nome, na Capital e Maranhão a dentro. Em São Luís, a atual praça da Alegria, onde Sotero residiu, também foi outrora batizada com seu nome. Seu grande conhecimento da gramática e a qualidade de sua pena levaram-no ao mais alto reconhecimento literário: Patrono da Cadeira nº 19 da Academia Brasileira de Letras, Patrono da Cadeira 17 da Academia Maranhense de Letras e titular da cadeira 48 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Faleceu, em 10 de março de 1871 deixaria um legado intelectual inquestionável.

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DISCURSO DE POSSE DE MÁRCIO AUGUSTO VASCONCELOS COUTINHO NA CADEIRA 48, PATRONEADA POR FRANCISCO SOTERO DOS REIS – ELOGIO. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 109 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39__dezembro_2011


JOSÉ DE MATA ROMA Por Marcio Augusto Vasconcelos Coutinho 246 Nascido aos 23 de janeiro de 1896. Poeta, orador atilado, jornalista, autor de prosas e versos. Foi garoto pobre em Chapadinha, estudou em Brejo e terminou o científico em Teresina para voltar à sua cidade e ser vaqueiro para ganhar a vida. Já em São Luís, cursou a Faculdade de Direito, na Rua do Sol, formando-se em 1925 para, mais tarde, ser o catedrático de Direito Civil no mesmo Instituto. Autor de muitos títulos circulava pelo Simbolismo com maestria. Logo alcançou o sucesso, sem, contudo, usufruir em vida dos justos merecimentos. Como bom poeta, tinha nos sentimentos e na potencialização das emoções os seus maiores instrumentos. Era um apaixonado de amores platônicos e verdadeiros. Mata Roma seria chamado de O Tântalo de Chapadinha. Foi membro da Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira 17, coincidentemente, a mesma patroneada por Sotero dos Reis naquele sodalício. Morreu pobre, em 1959, após uma vida atribulada.

FRANCISCO MARIALVA MONT’ALVERNE FROTA http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/ocupantes/29.php Nasceu em Sobral-CE, a 23 de setembro de 1941. Em sua cidade natal estudou, sucessivamente, no Educandário São José, no Seminário Diocesano São José e no Colégio Sobralense. Transferindo-se para Fortaleza, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, por onde se bacharelou em 1966 e concluiu curso de pós-graduação em 1968. No Ceará exerceu as funções de professor titular da Faculdade de Ciências Contábeis e da Faculdade de Engenharia Operacional, ambas da Universidade Estadual do Vale do 246

DISCURSO DE POSSE DE MÁRCIO AUGUSTO VASCONCELOS COUTINHO NA CADEIRA 48, PATRONEADA POR FRANCISCO SOTERO DOS REIS – ELOGIO. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 109 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39__dezembro_2011


Acaraú, sediada em Sobral. Também foi procurador da Companhia Docas do Ceará, no período de 1969 a 1971. Radicado em São Luís desde 1974, ano em que foi instituída a Codomar - Companhia Docas do Maranhão, e da qual se tornou procurador, aposentando-se em 1997. É professor de Direito Administrativo da Universidade Estadual do Maranhão. Membro fundador da seção maranhense do Instituto Brasileiro de Direito Processual Civil (1977) e do Instituto dos Advogados do Maranhão (1980); sócio do Instituto Brasileiro de Direito Constitucional (eleito em 15.10.1980); integrou, em quatro biênios sucessivos (1981-88), o Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção do Maranhão. Também pertenceu ao Conselho Estadual de Cultura do Maranhão, de 1982 a 1991. É representante da Academia Maranhense de Letras no Conselho Universitário da Universidade Federal do Maranhão – Ufma e diretor do Centro de Formação de Oficiais, da Universidade Estadual do Maranhão – Uema. Pertence ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, ali ocupando a Cadeira nº 48, patroneada por Sotero dos Reis. Agraciado com a Medalha do Mérito Timbira, do Governo do Maranhão; com a Medalha João Lisboa do Mérito Cultural, do Conselho Estadual de Cultura do Maranhão, com a Medalha Sotero dos Reis, da Academia Maranhense de Letras, com a Medalha do I Centenário de Fundação do Instituto do Ceará e com a Medalha Antenor Bogéa, da Ordem dos advogados do Brasil – Seccional do Maranhão. Bibliografia: O Ariel do Porto do Itaqui. São Luís: 1976; Sousândrade: o último périplo. São Luís: Sioge, 1977; Entre o timbira e o pastor serrano. São Luís: Sioge, 1978; Desde a Ribeira até a Ilha. São Luís: Sioge, 1979; Um caminho luminoso; 50 anos do Rotary Clube de São Luís. São Luís: Sioge, 1981; Memorial da saudade. São Luís: 1982; O trigo da moabita. São Luís: Lithograf, 1998. Tem inéditos os livros Ensaio gonçalvino e O rio da memória


CADEIRA 49 OCUPANTE vaga

PATRONO: JOÃO DA MATA DE MORAES REGO Por Joseth Coutinho Martins de Freitas247 Nasceu em São Luis em 08 de fevereiro de 1825. Membro da tradicional família Moraes Rego, maranhense, filho de Raimundo Joaquim Moraes Rego, advogado e capitão de milícia, e de Ana Raimunda Maciel Parente; descendia de Bento Maciel Parente, Governador do Estado do Maranhão no período colonial. João da Mata enfrentou muitas dificuldades, pois a pobreza impediu-o de concluir seus estudos secundários, que ainda aos 19 anos cuesava, quando faleceu seu pai, deixando-o com o encargo da família. Foi escrevente de cartório, depois cobrador da tesouraria da fazenda Provincial e, em seguida,tabelião interino de São Luis. Não alcançando a eftivação no tabelionato, aceitou o da Vila do Rosário, para onde se mudou com a família em 1848.. Aposentou-se da vida pacata para estudar Direito, considerando ter herdado a pequena biblioteca do pai. Assim, obteve cultura jurídica, demonstrada na grande serie de artigos que publicou, em 1863, no jornal O pais, sob o titulo de Direito Administrativo. Ainda em Rosario iniciou seus estudos sobre a historia maranhense; ainda em Rosaruio ingressou na vida política, filiando-se ao partido Estrela, chefiado pelo conhecido medico e político José da Silva maia; em 1850, com apenas 25 anos era deputado na Assembleia Legislativa da Provincia; reeleito integra o grupo dos 13 deputados que se negou a votar o orçamento solicitado pelo presidente Eduardo Olimpio machado, sendo ele o autor da declaração de rompimento. Em 1860 foi indicado para o cargo de escrivão dos Feitos da Fazenda, retornou a São Luis, já com o nome respeitável e de grande popularidade, tanto que a população já estava acostuimada a ter o Major da mata a frente de todas as manifestações. De grande atividade diversificada, Major da Mata dividia-se entre os serviços no cartório, as tarefas do partido Estrela, as comemorações cívicas e religiosas, colaboração em jornais, onde não sendo Diretor, era redator: Estandarte, Despertador, O Forum, A Situação, O Futuro, a Atualidade, o Tempo, e o Publicador Maranhense. Deixou três estudos históricos: Sinopses históricas da administração do Governador e Capitão general Dom Francisco de melo Manuel da Camara; Memoria sobre a fundação de uma capela no município de Guimarães; Historia da Imprensa na Provincia do Maranhão. Falelceu em 03 de maio de 1886 em São Luis. JOÃO DA MATA DE MORAES REGO Por Clovis Morais248

247

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 248 MORAIS, Clóvis. TERRA TIMBIRA. Brasilia, 1980


Historiador, Jornalista e parlamentar. Major da Guarda Nacional. Cavaleiro da Ordem da Rosa. Nasceu em São Luis em 08 de fevereiro de 1825. Foi sócio do Ateneu Maranhense e posteriormente seu Presidente. Redator de O Forum, A Situação, O Publicador, O Futuro e A Atualidade. Bibliografia: Representação que fez a Assembléia-Geral Legislativa no ano de 1867 (1867); Discursos (1868); Recenseamento geral do Imperio; Provincia do Maranhão (capital); Paroquia da Conceição (1872); Historia da Imprensa na província do Maranhão; Memoria sobre a fundação de uma capela no município de Guimarães; Sinopses históricas da administração do Governador e Capitão general Dom Francisco de melo Manuel da Camara (1906/1909).

JOSÉ DE RIBAMAR FERNANDES - Passou a categoria de Honorário em 29 de maio de 2013 Av. São Marcos Nº 02 Ponta do Farol - CEP: 65077-000 Telefone: 3227-2101 netofernandes@bol.com (José Fernandes nasceu em Arari-MA, a 30 de janeiro de 1938. Filho de Nestor José Fernandes e Teresa de Jesus Fernandes, falecidos. Uma única irmã, Cleide. Casado com Maria José Batista Fernandes, assistente social. Quatro filhos: Rosângela, do lar; Silvia, Cláudia e Nestor, advogados. Fez o curso primário no Grupo Escolar Arimatéa Cisne e no Instituto Nossa Senhora das Graças, e o curso de artes gráficas na Escola de Artes Gráficas Belarmino de Matos, na terra natal. Tipógrafo em São Luís-MA e depois proprietário de gráfica onde editou alguns de seus livros e de outros autores, como José Chagas, Kleber Leite, Raimundo Correa, Cunha Santos, Genésio Santos, Lopes Bogéa, Luís Pires, Ericeira Sousa, J. C. de Macedo Soares e Abraão Cardoso. Fundou, com outros companheiros, a União Arariense dos Estudantes - UAE e o seu jornal Gazeta Arariense, o Grêmio Arariense dos Estudantes - GAE, o jornal Vanguarda e o Colégio Comercial de Arari, vinculados a essa entidade, hoje Fundação Cultural de Arari. Com José Ribamar Farias e Silva e outros ajudou a fundar a União Vitoriense dos Estudantes - UVE e o seu jornal Correio do Mearim. Com Othon Leite fundou O Estudante de Athenas, no Liceu Maranhense, noturno. Com Raimundo Sérgio de Oliveira fundou O Correio de Bacabal e, em Imperatriz, O Correio Tocantino, com a colaboração do arariense Zequinha Batalha, sendo estes os primeiros jornais impressos das duas cidades. Com Carlos Cunha e Edson Vidigal fundou o jornal A Rua. Redigiu e editou as revistas Hinterland e Norte Integração.


Bacharel em Direito pela UFMA, turma de 1978. Foi advogado do BDM e do BEM, Assessor de Desembargador do TRT da 16ª Região e Juiz Classista. Fundador e Diretor das Academias Arariense-Vitoriense de Letras e Academia Maçônica de Letras. Agraciado com a Medalha de Mérito do Juiz Classista concedida pela Associação Nacional dos Juízes Classistas do Trabalho, em Brasília-DF; Medalha do Mérito Maçônico, pela Confederação Maçônica do Brasil, pelos serviços prestados à humanidade; Medalha de Mérito Timbira, outorgada pelo Governo do Estado do Maranhão, pelos serviços prestados à cultura maranhense, e a Medalha do Mérito Arariense, pelo Poder Executivo do Município de Arari, em razão do conjunto de sua obra no âmbito sócio-cultural e, por último, o Trofeu Perone Dignidade Social - Ano 2010. Colabora como articulista nos jornais O Imparcial, O Estado do Maranhão, Jornal Pequeno, e A Tarde, e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, instituição da qual é membro e diretor, ocupante da Cadeira nº. 49. É autor dos livros Poemas do Início, Caminhos da Alma, Eclosões (co-autoria), Crônica Arariense, A Representação Paritária na Justiça do Trabalho, O Educador Silvestre Fernandes, Portal do Infinito, O Rio, Gente e Coisas de Minha Terra e Ao Sabor da Memória, além dos opúsculos O Cordelista e O Arari em Dois Momentos. O Arari em Cordel e, A Utopia do Padre Brandt. CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM SETENTA E DOIS ANOS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO No. 20, 1998 16-24 DISCURSO DE RECEPÇÃO DO SÓCIO JOÃO FRANCISCO BATALHA. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 169 APRESENTAÇÃO N. 30, agosto 2009 ed. Eletrônica 3 DISCURSO DE RECEPÇÃO DO SÓCIO WASHINGTON LUIZ MACIEL CANTANHEDE. Rev. do IHGM, No. 34, Setembro de 2010 – Edição Eletrônica, p. 33-37 JNM, CINQUENTA ANOS DE POESIA. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 50 SERENATAS DE SÃO LUÍS. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 56 OS VAREIROS DE GRAJAÚ E O POVO DA RIBEIRA. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 65 A BESTA-FERA. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 67 O SONHO DO JOVEM CANTOR. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 71 ARARI, 147 ANOS; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 71 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011


NOTÍCIA HISTÓRICA SOBRE O RIO MEARIM. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 143 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011


CADEIRA 50 OCUPANTE ATUAL – CLAUBER LIMA PATRONO: PADRE ANTONIO PEREIRA Por Clauber Lima249 No ano em que morreu Padre Antônio Pereira, havia uma guerra civil na Inglaterra, a Revolução Gloriosa e uma guerra entre Holanda e França: a Guerra da Grande Aliança. Neste mesmo período Portugal reconquista sua independência da dinastia Espanhola dos Filipes, a chamada Restauração, e luta para manter suas Colônias além-mar, e por esta razão talvez é que o poeta Bento Teixeira fala de guerras e das ações dos heróis, combinando-o com a personalidade desafiadora do patrono da cadeira de n° 50. Padre Antônio Pereira, o herói maranhense que ora homenageamos, nasceu em São Luís do Maranhão de uma família portuguesa, em 1615 ou 1641, não sabemos ao certo, mas sendo certo o fato de que foi acolhido pelo Padre Antônio Vieira na Companhia de Jesus, em 1655, a data que melhor se coaduna é 1641, fazendo com que ele tivesse quatorze anos de idade e não quarenta, caso tivesse nascido em 1615. Com quarenta anos seria difícil ser acolhido na Companhia de Jesus e se aprofundar nos estudos da forma como ele o fez. As poucas fontes que temos dizem que “Coube ao Padre Antônio Vieira a dita de receber o jovem Antônio Pereira, em 1655, o qual demonstrava auspiciosos sinais de vocação sacerdotal e do qual deixou Vieira os maiores elogios. Deu-se, porém, a primeira expulsão dos jesuítas do Maranhão em 1661 e António Pereira que já se colocara sob a égide da Companhia, embarcou para Lisboa, onde estudou casos de Consciência, ou seja Teologia Moral, e ordenou-se Sacerdote no Colégio de Santo Antão, na Metrópole Portuguesa”. Aqui podemos dizer que, se Padre Antônio Vieira recebeu o nosso patrono Antônio Pereira, é porque ele devia destacar-se no meio de todos, chegando a impressionar o ilustre pregador. Tinha um espírito ousado e aventureiro, tanto que foi para Lisboa encaminhar sua formação acadêmica em meio à turbulenta perseguição da Companhia de Jesus. O Cônego Benedito Ewerton Costa, na pesquisa que fez afirma que Padre Antônio Pereira foi enviado ao Estado do Brasil, em 1663, sendo que ”primeiro fixa-se no Colégio da Bahia, depois no de Pernambuco”. Tendo estudado no Colégio da Bahia poderia ter pedido para fazer sua missão pelos sertões bahianos que eram bem mais amenos que outras partes, mas preferiu retornar ao Maranhão por amor a sua terra, mesmo sabendo que as condições de vida eram muito mais difíceis do que na Bahia ou em Lisboa. Seu ardor missionário servirá de exemplo para as gerações futuras. Ele era um intelectual orgânico que soube envolver-se com os mais pobres da sua época levando-lhes palavras de ânimo e de esperança. Concluído o ciclo de estudos teológicos voltou a Lisboa e de lá retorna ao Maranhão no ano de 1674. Nomeado mestre de Noviços, trabalhou com índios Guajajaras do Rio Pindaré, com índios das margens do Rio Tapajós e chegou a Reitor do Colégio do Pará e Vice Superior da Missão. Foi então enviado à Missão da Capitania do Cabo do Norte, na companhia dos Padres Bernardo Gomes, Padre Aloísio Dourado Pfeil e o Capitão-mor 249

DISCURSO DE POSSE. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 133


Antônio Albuquerque. O Capitão-mor e o Superior, Pe. Pfeil deixam ali os dois padres, deviam fazer a catequese dos índios na linha divisória com a Guiana Francesa, área pertencente à Espanha demarcada pelo Tratado de Tordesilhas, então vigente. Iniciam a catequese, especialmente contra a embriaguês e a poligamia. O fato de ter sido promovido bem jovem a Vice-Superior da Missão demonstrava os seus dotes intelectuais e sua capacidade de liderança. Em nossos tempos precisamos cada vez mais de bons líderes e catalisadores para o bem. No “Catalogo dos Jesuitas que forao para o Maranhao” da obra Corographia Histórica, Chronographica, Genealógica, Nobiliaria, e Politica do Império do Brasil do Dr. Mello Moraes, Tomo III, Tipographia Brasileira – Edictor J.J. do Patrocínio, 1859, consta o seguinte: “1674 – Junho 27. - Padre Antonio Pereira (natural do Maranhão)”, confirmando assim que seu regresso ocorreu-se realmente em 1674, e o mais curioso é que ele retorna no fim das chuvas, provando que o fator climático esteve sempre presente nas decisões que dizem respeito ao Maranhão. Segundo o Cônego Benedito Ewerton em seu discurso de posse: Em setembro, oito ou nove horas da manhã de 1687, o Pe. Antônio Pereira estava revestido dos paramentos sacros, celebrando a Santa Missa em um altar erguido na selva amazônica, quando os índigenas cometeram o nefando sacrilégio de matar os dois sacerdotes e, com requinte de selvageria, puseram fogo nos corpos e roubaram os pertences dos novos mártires da Igreja no Brasil. Consta como tendo falecido o Pe. Antônio Pereira aos 49 anos. A data do falecimento também é polêmica, pois seus biógrafos dão como 1687 e outros 1702. Como vimos a data da sua morte assim como a do seu nascimento, são meio polêmicos, mas o que importa é que ele foi um mártir da Fé e da Lingüística e o pioneiro nas incursões em terras distantes do norte. O Padre Antônio Vieira diz que ele morreu em 1688. O pouco que sabemos dele, por carta de Padre Antônio Vieira, é suficiente para percebermos que se tratava de um homem dedicado à Evangelização dos índios e ao estudo e isto foi suficiente. A sua morte no altar durante a celebração da Eucaristia é algo chocante e que nos deixa perplexos e sem saber o que dizer, porque a imagem do seu sangue inocente derramado na solidão da selva cala nosso ser por inteiro. Se fôssemos escrever um romance a esse respeito poderíamos imaginar aquela manhã de setembro de 1687 ou 1688 desta forma: A Missa já estava sendo celebrada no meio da burlesca selva repleta de pássaros e plantas, que não se encontra em nenhum outro lugar do planeta. Imaginamos que os índios estão à espreita e, por fim, avançam em direção àquele homem paramentado de uma forma exótica para eles e houve então um conflito originado por questões etnocêntricas, políticas, sociais e culturais de uma colônia nascente, que culminou com a morte do sábio sacerdote. Avançam e atacam de imeditato, sem chances para que a vítima pudesse defender-se. Padre Pereira foi pego de surpresa. Cai por terra o novo herói do Maranhão, homem cheio de fé e de bravura. Padre Antônio Pereira pode receber o louro da coragem porque viveu à margem do perigo e sem titubear, levou a sua missão humanizadora a bom termo e só interrompeu-a com sua trágica morte. Tendo morrido durante a celebração da Eucaristia, ao seu sangue


misturou-se o sangue de Cristo. Sangue e terra, fogo e cheiro de carnificina, cheiro de mato queimado, gritos de dor misturados aos gritos de alegria daqueles que mataram, queimaram e roubaram. No entrechoque de culturas morre o mais brilhante de todos os maranhenses entre os seus contemporâneos. Convém neste momento lembrar as palavras de Eça de Queiroz diante da morte do personagem Rytmel: “... se nem sequer tens ao entrar na tua derradeira morada as orações de um padre e a luz de um círio, cubra-te ao menos a benção da amizade!”. Que nossa homenagem e amizade sejam o seu consolo e nosso, passados 320 anos, já que, sendo sacerdote, morreu abandonado, e sem a assistência espiritual necessária em momentos de dor. Fazendo um retorno aos escritos do Padre Antônio Vieira, assim o vemos descrever a grandeza e martírio do Padre Antônio Pereira: Também eu não tive proximamente cartas do Maranhão, onde Deus nas terras do Cabo do Norte permitiu que matassem ou martirizassem os bárbaros o maior sujeito que lá tínhamos. Era português e de maioridade, e bem entendo quão importante é o concurso destas duas condições, nos que hão-de ser colunas e cabeças de que dependa o governo e direção dos demais, principalmente sendo força estarem divididos, e não tão pertos e sujeitos à mesma direção como nos colégios. A professora Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo diz o seguinte na pesquisa que fez “O Pe. Antônio Pereira foi um excelente pregador e ardente missionário. Escreveu ‘Vocabulário da Língua Brasileira’ e diferentes tratados ou estudos sobre a Língua dos Gentios. Foi autor do ‘Catecismo para o Exercício cotidiano da manhã e da tarde’”63. Seu profundo conhecimento das línguas indígenas e seus estudos sobre o assunto fazemno um pesquisador avant la lettre, que nos estimula a continuar escrevendo. Sua morte foi prematura e trágica como ocorre com os gênios, mas seu ardor e inteligência serão para sempre lembrados. Assim narram nossas fontes o seu trágico fim: Em 1687 o padre Pfeil voltou ao cabo do Norte guiando os padres Antônio Pereira e Bernardo Gomes, na companhia do capitão-mor Antônio de Albuquerque. Deixaram-nos instalados na ilha Camonixari, no lago Camacari (lago Macari, ou Carapaporis, atual lago da Jaca). No retorno, na aldeia de Tabanipixi, de índios maraúnus, ergueram também uma casa para Pfeil. A aldeia na ilha de que era principal Macuraguaia tinha então quatro casas de índios. Por um tempo o trabalho correu bem. Mas índios da vizinhança, os oivanecas, não aceitaram a pregação, e no início de setembro de 1688, com a omissão de Macuraguaia, mataram Antônio Pereira e Bernardo Gomes. Faleceu assim um dos mais brilhantes filhos do Maranhão no século XVII, e apenas depois de sua morte é que se ficou sabendo da sua erudição e espírito desbravador. A narrativa a seguir consta da carta do Reitor do Pará ao Geral da Ordem e refere suas virtudes e talentos, que demonstram que as circunstâncias podem ser mudadas com um pouco de apoio de fora, no caso este apoio veio do Padre Antônio Vieira. Colhamos a narrativa: Contou o reitor do Pará, padre Francisco Ribeiro, ao geral, padre Tirso Gonzáles: Foi eleito, para dar princípio àquela missão o Pe. Antônio Pereira, o melhor e mais capaz sujeito dela, por sua virtude, mais que medianas letras, o melhor língua de todo o Estado, o mais noticioso da


missão, como quem de menino acompanhou e lidou com o Pe. Antônio Vieira, que o recebeu na Companhia, e o mais que V. P. saberá das informações que deste sujeito têm ido aos antecessores de V. P. Tinha este por seu companheiro um novo sacerdote, por nome Bernardo Gomes, natural de Pernambuco, sujeito de muita virtude. Estando o Pe. Antônio Pereira com seu companheiro, pacífico, na sua missão, em uma aldeia, e mui amado dos seus paroquianos, na ausência que fizeram os soldados portugueses a virem buscar aprestos para a nova fortificação (que só tinham ido a ver o sítio, não querendo o padre ficassem com eles soldados, por não ver as ofensas de Deus que semelhante gente usa nas tais aldeias), se amotinou o gentio; e, fugindo ao padre todos os seus doutrinados, o deixaram só. E vendo-se assim, quis passar para outra aldeia e estando com o seu fato arrumado, veio outro gentio, que às vezes vinha à dita aldeia, e deteve o padre para que se não fosse, que eles assistiriam com ele, e logo viriam outros muitos. Sossegou-se o padre, e foi dizer missa. Estando nela, e ajudando o padre seu companheiro, deram os bárbaros nele, e com as suas armas que são uns fortes paus, quebraram a cabeça primeiro ao Pe. Antônio Pereira, revestido e posto no altar, e logo a seu companheiro, e quatro índios crioulos, que o padre levara consigo das nossas aldeias domésticas. Por onde não ficou ninguém que referisse as circunstâncias do sucesso, mais que a confissão dos cúmplices, atrás de quem foram os portugueses, na segunda ida que fizeram àquelas partes, e os alcançaram, indo-se já metendo no amparo dos franceses. Os corpos dos mártires foram recolhidos pelo Padre Pfeil e levados a Belém, e assim terminaram os dias de Padre Antônio Pereira, que continuará inspirando os homens e mulheres do saber e da cultura Histórica, instigando-os a não se conformarem com o abandono espiritual e intelectual do nosso povo brasileiro. Convém ir aos lugares mais distantes levar a esperança, como o fez Padre Antônio Pereira, fazendo com que o Maranhão continue a ser uma contínua seara de talentos na Literatura e nas Artes. Padre Antônio Pereira continuará patroneando esta cadeira de nº 50, dando-nos inspiração e fazendo com que esta casa continue a ser exemplo para a nossa juventude. Terminou assim de forma trágica os dias do Padre Antônio Pereira. Com sua fé e cultura linguística o Maranhão viu-se exposto ao mundo como lugar de cultivo ao saber. Morreu o homem mas sua história honrada fica. Seu esforço de comunicação com os índios, em meio ao duro processo de colonização de nossas terras, demonstra que não foi em vão seu esforço. Ele será lembrado entre nós como o intelectual orgânico, como o homem de saber e de fé, antrópologo e indigenista, articulador em tempos de crise e missionário em meio a recursos excassos. Foi-se o homem mas ficaram os fatos de sua curta vida para que nossa geração possa seguir adiante com mais audácia em busca do saber e da glória. A vida do Padre Antônio Pereira foi pautada pela busca da felicidade e pelo amor à sua terra e seu povo. Poderia ter ficado em Lisboa e concluir os seus estudos mas preferiu terminá-los no Estado do Brasil e, depois, decidiu retornar ao Estado do Maranhão por um desejo de serviço e satisfação pessoal. Aconteceu com ele o que disse David Hume a respeito do homem: Como o homem é um ser racional e está continuamente à procura da felicidade, que espera alcançar para a satisfação de alguma paixão ou


afeição, raramente age, pensa ou fala sem propósito ou intenção. Sempre tem algum objeto em vista; embora às vezes sejam inadequados os meios que escolhe para alcançar seu fim, jamais o perde de vista e nem desperdiça seus pensamentos ou reflexões quando não espera obter nenhuma satisfação deles. O propósito do Padre Antônio Pereira foi o de se colocar a serviço dos índios naquilo que costumava ser a catequese da época. Aqui não devemos transpor nossas concepções antropológicas atuais, dizendo que ele era um opressor da cultura indígena já que ele está ligado mais à figura do Servo Sofredor de Isaías do que a do Fármacos grego, bode expiatório da sua comunidade, que expia as culpas de todos morrendo de forma cruel, mas sem poder de salvação. Padre Antônio Pereira, em seu contexto histórico colonial, sentiu-se bem consigo próprio ao catequizar os índios em sua própria língua, tentando compreender seus usos e costumes, levando uma mensagem de esperança para eles nos seus distantes rincões. A esperança de paz entre todos e de participação no bem-comum foi o seu legado. PADRE ANTONIO PEREIRA Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO250 Jesuita português, nascido em São Luis. A data de seu nascimento é polemica, seus biógrafos dão como 1615 e outros 1641. Ewerton (1984)251 conta: “Coube ao Pe. Antonio Vieira a dita de receber o jovem Antonio Pereira em 1655, o qual demonstrava auspiciosos sinais de vocação sacerdotal e do qual deixou Vieira os maiores elogios. Deu-se, porém, a primeira expulsão dos jesuítas do maranhãomem 1661 e Antonio Pereira que já se colocara sob a égide da Companhia, embarcou para Lisboa, onde estudou Casos de Consciencia, ou seja Teoloogia Moral, e ordenou-se sacerdote no Colegio de Santo Antão, na Metropole portuguesa”. Pereira retorna ao Brasil em 1663; primeiro, fixa-se no Colegio da Bahia, depois no de Pernambuco. Concluido o ciclo de estudos teológicos, voltou a Lisboa e de lá retornou ao Maranhão, no ano de 1674. Nomeado Mestre dos Noviços, trabalhou com índios Guajajaras no Rio Pindaré; com índios das margens do Rio Tapajós; e chegou a Reitor do Colégio do Pará; e Vice Superior da Missão. Foi então enviado à Missão para a Capitabia do cxabo do Norte, na Companhia dos Padres Bernardo Gomes, Padre Aloisio Pfeil, e o Capitão-Mor Antonio Albuquerque. O Capitão-Mor e o Superior, Pe. Pfiel, deixaram ali os dois padres, deviam fazer a catequese dos índios na linha divisória com a Guiana Francesa, área pertencdente à Espanha, demarcada pelo Tratado de Tordesilhas, então vigente. Iniciam a catequese, especialmente contra a embriagues e a poligamia. Ainda segundo Ewerton (1984),

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 251 COSTA, Benedito Ewerton. O GEÓGRAFO E HISTORIADOR CÔNEGO BENEDITO EWERTON COSTA FALA SOBRE O SEU PATRONO – O PADRE ANTONIO VIEIRA Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984


“[...] em setembro, oito ou nove horas da manhã, de 1687, o Pe. Pereira estava revistido dos paramentos sacros, celebrando a Santa Missa em seu altar erguido na selva amazônica, quando os indígenas coemteram o nefando sacrilégio de matar os dois sacerdotes e, com requinte de selvageria, puseram fogo nos corpos e roubaram os pertences dos novos mártires da Igreja no Brasil. Consta como temdo falecido o Pe. Pereira aos 49 anos de idade. A data de seu flecimento também é polemica, pois seus biógrafos dão como 1687 e outros 1701”. O Pe. Antonio Pereira foi excelente pregador e ardente missionário. Escreveu Vocabulario da língua Brasileira; e diferentes tratados ou estudos sobre a língua dos gentios. Foi autor do Catecismo para o exercício cotidiano da manhã e da tarde.

CÔNEGO BENEDITO EWERTON Por Clauber Lima252 Cônego Benedito Ewerton Costa nasceu na cidade de Codó, no dia 05 de janeiro de 1924. Como ele amava e tinha orgulho desta cidade, por ser uma terra em que muitas figuras de prestígio aí viram a luz do dia. Deve ter sido difícil sua vida enquanto órfão. Com a perda dos pais, José Maria Costa e Raimunda Noêmia Ewerton, ingressa no Seminário de Santo António. Tinha apenas 12 anos e lá permanece longos 12 anos de formação, onde, segundo relatos do falecido Padre Jocy Neves Rodrigues, podia-se sairapenas uma vez por semana para ir ao cinema. Todos vestidos com suas alvas lá iam em fila única mudar de um ambiente de estudo e oração para o da cultura cinematográfica. O seminarista Ewerton provavelmente participou desta atividade extra-curricular e fez planos de galgar um lugar de prestígio na sociedade ludovicense ao respirar os ares de cultura desta linda cidade. Foi ordenado sacerdote no dia 21 de dezembro de 1948, na Catredral Metropolitana por D. Adalberto Accióly Sobral, em plena agitação da guerra fria. Foi o oitavo padre filho de Codó. Depois de ordenado participou da semana de Estudos da «Juventude católica masculina» onde proferiu uma palestra, no dia 29 de maio, de 1949, demonstrando já suas qualidades de intelectual brilhante. Em 1964, foi Capelão do Orfanato Sta. Luzia e Assistente da ACI e da Obra dos tabernáculos e responsável do IPREC (Instituto de Previdência do Clero) e encarregado dos seguros. Para complementar sua formação acadêmica em Filosofia e Teologia em São Luis foi enviado para estudar Filosofia em Minas Gerais em 1969 na Faculdade Dom Bosco de Filosofia Ciências e Letras de São João Del Rei. Retornando ao Maranhão foi Professor do Seminário Santo Antônio (hoje IESMA), no Liceu Maranhense e na Escola Técnica 252

DISCURSO DE POSSE. REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 133


Federal do Maranhão (hoje CEFET). Como acadêmico formado foi Professor da Escola de Enfermagem, da Faculdade de Serviço Social, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São Luis. Foi Professor Assistente do curso de Geografia na Universidade do Maranhão nos anos 60. Foi Professor Titular do curso de Geografia na Universidade Federal do Maranhão, fazendo uma ponte entre a Universidade Católica e a UFMA, permanecendo até sua aposentadoria em 1991. Tinha um profundo conhecimento de História e Geografia do Brasil. Tendo como paixão a Geografia, chegou a ser Chefe de Departamento de Geografia nos duros anos 70. Representando a SOMACS (Sociedade Maranhense de Cultura Superior) fez parte do Conselho Diretor da UFMA, função atualmente desenvolvida pelo Padre Prof. Dr. Raimundo Gomes Meireles, sócio efetivo deste sodalício. No Conselho Diretor defendeu os interesses dos professores e alunos, assim como teve grande zelo pela Instituição Universitária. Participou de diversas Bancas Examinadoras nos concursos para ingresso de Professores na UFMA. Por tantos serviços prestados ao Estado foi agraciado com a medalha do Mérito Timbira em 1986. Em seu discurso de posse no IHGM e em artigos publicados sempre esmerou pelos seus conhecimentos. Com o seu falecimento, vítima de ataque cardíaco, ficou inacabada a obra de um grande Padre, Professor e Pesquisador Maranhense que a História reconhece hoje como uma figura exemplar. Seria muito interessante ter acesso a algum manuscrito seu e ver em que condições ficou a “Geografia do Maranhão” obra que não chegou a ser publicada. O seu falecimento deu-se na cidade de São Luís no dia 11 de janeiro de 1996 e seu corpo foi velado na Igreja de Santo António onde participaram da Missa muitos Seminaristas, Padres e o Sr Arcebispo Dom Paulo Ponte. Conheci-o pessoalmente quando era ainda padre jovem. IN MEMORIAM

Cônego Benedito Ewerton Costa253 05 de janeiro de 1924 # 11 de janeiro de 1996 Ocupante da Cadeira n° 50, do IHGM, Patroneada pelo Pe. Antônio Pereira, o Cônego Benedito Ewerton Costa, nasceu na Cidade de Codó, Maranhão, a 05 de janeiro de 1924. Benedito Ewerton teve como pais: José Maria Costa e Raimunda Noêmia Ewerton. Já órfão, Benedito Ewerton ingressou no Seminário de Santo Antônio, onde passou doze anos, do início de sua formação até a ordenação sacerdotal, a 21 de dezembro de 1948.

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Fonte: EVSOC in ME Ciências Humanas em Revista - São Luís, V. 4, n.1, junho 2006, disponível em http://www.nucleohumanidades.ufma.br/pastas/CHR/2006_2/capa_v4_n2.pdf


Formou-se em Filosofia e Teologia/1948. Recebeu do MEC, Registro para lecionar Filosofia, Historia e Sociologia; fez o Curso de Geografia para professores de Ensino Superior (IBGE /1967). O Curso de Filosofia do Seminário foi realizado na Faculdade Dom Bosco de Filosofia Ciências e Letras de São João Del Rei, Minas Gerais, conforme Decreto-Lei n° 1051, de 21/10/1969. Foi professor do seminário arquidiocesano de Santo Antônio.Lecionou no curso de Nível Médio no Liceu Maranhense e na Escola Técnica Federal do Maranhão No Nível Superior foi professor da Escola de Enfermagem, da Faculdade de Serviço Social, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São Luís. Exerceu o Magistério como Professor Assistente de Geografia na Universidade do Maranhão, desde 1960. Na Universidade Federal do Maranhão, como Professor Titular permaneceu até sua aposentadoria em novembro de 1991. Lecionou todas as disciplinas de conteúdo de Geografia do Brasil e muitas outras disciplinas quando eventualmente necessário. Na UFMA foi Chefe de Departamento de Geografia (03/03/1970 - 10/1977); Sub-Chefe e depois Chefe do Departamento de História e Geociências de 06/07/1977 até sua aposentadoria; Vice-Diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (1972 a 1973); Coordenador do Curso de Geografia; Membro do Conselho Diretor da Fundação Universidade do Maranhão (10/04/1967 a abril de 1971) cargo a constantemente retornava na UFMA. Representante da Sociedade Maranhense de Cultura Superior (SOMACS), no Conselho Universitário 1966. Participou de diversas Bancas Examinadoras nos Concursos para Ingresso de Professores do Curso de Geografia e outros Cursos da UFMA. Recebeu a medalha do Mérito Timbira, concedida pelo Governador do Estado do Maranhão - 1986. Obras Publicadas: “Sesquicentenário da Paróquia de Codó”. In revista do Instituto Histórico e Geográfico, ano LIX n° 09 - out/1985; e “Discurso de Posse” no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão sobre o ‘’Antônio Pereira” revista n° 07/12/1984 HGM. O Padre Benedito tinha pronta para publicação uma “Geografia do Maranhão”, entretanto apesar de brilhante era muito modesto e, por razoes desconhecidas, não chegou a publicá-la. Faleceuna cidade de São Luís a 11 de janeiro de 1996. CONTRINUIÇÕES A REVISTA DO IHGM COSTA, Benedito Ewerton Costa. O GEÓGRAFO E HISTORIADOR CÔNEGO BENEDITO EWERTON COSTA FALA SOBRE O SEU PATRONO – O PADRE ANTONIO VIEIRA Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984, P. 73-78 SESQUICENTENÁRIO DA PARÓQUIA DE CODÓ Ano LIX, n. 09, outubro de 1985 48-55

ALBERTO JOSÉ TAVARES VIEIRA DA SILVA http://www.academiamaranhense.org.br/academicos/ocupantes/34.php Nasceu em São Luís, a 2 de março de 1939. Fez, em sua cidade natal, os estudos preparatórios à Universidade (no Colégio Maranhense, dos Irmãos Maristas, e no Colégio de São Luiz). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Ceará


(1961); licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão (1977); mestre em Direito pela Universidade Federal do Ceará (1986). Concluiu o Curso de Preparação de Oficiais da Reserva (C.P.O.R./ 10), em FortalezaCE (1959/60). É 1º tenente R2 da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro e fez, no 24° B.C. (São Luís), os estágios de Instrução e de Serviço (12.dez.1961 a 15.jul.1963). Diplomado pela Escola Superior de Guerra - Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (Rio de Janeiro, 1991), fez, ainda, o Curso de Psicologia Educacional (MFC, 1968), o Curso de Criminologia (UFMA, 1969) e o Curso de Direito Agrário (UFMA, 1977). Aprovado em 1º lugar nos concursos públicos de Promotor Público e Juiz de Direito do Estado do Maranhão, no de Auxiliar de Ensino da Universidade Federal do Maranhão e na prova de seleção para o Mestrado da UFCE, onde obteve o grau de mestre em Direito Público. Entre as funções públicas exercidas, mencionam-se: Promotor Público; Secretário para Assuntos do Governo do Estado do Maranhão; Presidente do Conselho Penitenciário do Maranhão; Ouvidor das Polícias Federal e Rodoviária Federal (Ministério da Justiça); Juiz Federal, servindo nos Estados do Maranhão, Acre, Piauí. Ceará e Sergipe e no então Território Federal do Amapá. Integrou o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, Acre, Amapá, Sergipe, Ceará e Piauí; fundador e presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e as Seções Judiciárias da Justiça nesses Estados; professor do Corpo Permanente da Escola Superior de Magistratura do Maranhão; professor-diretor da Escola Superior de Advocacia do Maranhão; diretor cultural da Associação Brasileira de Direito Penal e Ciências afins ; membro da Comissão de Reforma Penal (Execução Penal). Distinguido com estas medalhas e condecorações: medalhas do Pacificador; do Mérito Militar; do Mérito Timbira; do Sesquicentenário da Independência (Governo do Maranhão); do Mérito Mauá; Santos Dumont (Governo de Minas Gerais – grau ouro); do Mérito Presidente Castelo Branco; do Mérito Judiciário Des. Antonio Rodrigues Vellozo (TJ-MA); La Ravardière (Prefeitura de São Luís); Simão Estácio da Silveira (Câmara Municipal de São Luís); Ministro Carlos Alberto Madeira (Justiça Federal no Maranhão); Sousândrade (UFMA, grau prata); comendador da Ordem Timbira do Mérito Judiciário do Trabalho (TRT-16ª Região) e da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho (TST); grã-cruz do Mérito de Brasília (Governo do Distrito Federal). É professor do Corpo Permanente da Escola Superior de Magistratura do Maranhão e da Escola Superior de Advocacia do Maranhão, membro da Comissão do Ministério da Justiça encarregada de elaborar o Anteprojeto da Lei de Execução Penal e professor de Direito Penal da Universidade Federal do Maranhão. Bibliografia: Autor de mais de 50 trabalhos jurídicos publicados em revistas especializadas, apresentados em seminários, simpósios jornadas, congressos e eventos afins, a exemplo de: Aplicação da lei penal; O salário e as doutrinas econômicas; Eutanásia; A vitimologia e o Direito Penal; Novos horizontes no Direito Penal; Fatores criminógenos; A Justiça, a segurança jurídica e o bem comum; Sanção premial; Da legitimação do poder do Estado; A pena de morte; O adolescente e as drogas; Amor e crime; A Medicina e o Direito; O juiz e a sociedade; As doenças mentais, as personalidades psicopáticas e o crime; Psicose climatéricas e involucionais; O Direito nos Sermões de Vieira.


CADEIRA 51 OCUPANTE ATUAL:

RUBEM RIBEIRO DE ALMEIDA Por Edomir Martins254 “ [...] Convido-vos porém a fazermos juntos um passeio pela Rua dos Afogados e pararmos à casa de nº 241. Foi ali, naquele velho sobrado, que morou o imortal Rubem Almeida. Maranhense, de São Luís, nascido a 09 de maio de 1896, era filho de Bernardino Ribeiro de Almeida e Violeta da Fé Costa Lobo. Sua vida estudantil foi toda moldada em Escolas de São Luís, tendo passado pela Escola Particular Santa Luzia, pelo Liceu Maranhense e colado grau em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Luís. Foi na Faculdade de Direito professor de Direito Civil. No Liceu Maranhense foi catedrático da Língua Portuguesa, cuja disciplina também lecionou na Faculdade de Filosofia. Compôs banca examinadora de Português em Pernambuco, onde o filólogo Aníbal Bruno foi aprovado em primeiro lugar. Foi jornalista, militante de quase todos os jornais de São Luís entre 1912 e 1951. Desta Augusta Casa chegou a ser Presidente e como imortal ocupou também a cadeira nº 29, patrocinada por Felipe Franco de Sá. Foi também acadêmico, da Academia Maranhense de Letras.” RUBEM ALMEIDA Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO255 Nasceu em São Luis a 09 de maio de 1896; fez todos os estudos nesta Capital, do Colegio são Francisco (primário) ao Liceu Maranhense e à faculdade de Direito. Verdadeira enhciclopedia ambulante, poliglota, falava fluentemente Frances, espanhol, italiano, inglês e, evidentemente, português, além de saber o latim e noções de grego e de alemão. Escritor, jornalista, historiador, poeta, e professor,sendo o Magisterio sua verdadeira profissão. Catedratico do liceu Maranhense, através de concurso puiblico para a cadeira de Lingua Portuguesa, onde defendeu a tese “Verbos fundamentais da Lingua Portuguesa e raízes e radicais gregos existentes no Portugues” (1930). Lecionou ainda em todos os colégios de seu tempo: São Francisco (onde estudou), Nossa Senhora

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OLIVEIRA, Edomir Martins de. DISCURSO DE POSSE JUNTO AO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, NA CADEIRA Nº 51, DA QUAL É PATRONO O IMORTAL RUBEM RIBEIRO DE ALMEIDA. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 37 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012 OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


auxiliadora, Oscar barros, sinhá Nina, Rosa castro, São Luis, Liceu Maranhense, Centro Caixeiral, Cisne, Minerva, Instituto Vieiros, e Escola Técnica Federal. Foi um dos fundadores (1952) e professor da antiga Faculdade de Filoosofia de São Luis do Maranhão, que dentre seus cursos de Licenciatura ministrava o de letras neoLatinas. Foitambém professor da faculdade de Direito, por concurso publico, onde apresentou duas teses: “O Indio brasileiro em fase do Codigo Civil”, e “Investigação na Paternidade – argumentos que a justificam e repelem, para a Cátedra de Direito Civil” (1934); e mais “Presidencialismo e Parlamentarismo”. Não se preocupou com a publicação de livros. Nos anos de 1912 a 1951 há artigos seus nos jornais “Diário do Maranhão”; “A Pacotilha”; “O Jornal”; “O Combate”; “Folha do Povo”; “Tribuna”; “Diário de São Luis”; e “O Imparcial”. Há, ainda, publicações em revistas especialoizadas, como os textos “A Constituição dos Antonimos para a História do Maranhão” (1947 – Revista de Geografia e História). Interessante seu trabalho intitulado “Panteon das Selvas”, onde traça biogtrafia dos mais extraordinários índios do Brasil, do Amazonas ao Rio Grande do Sul; muito bonito “Glorificação de Gonçalves Dias”, discurso laudatório, publicado em 1962; seu único livro publicado, postumamente, ‘Prosa, poesia, e Icnografia”. Não constituiu família e nem deixou descendente. Foi membhro do Conselho Estadual de Cultura; AML, fundador da cadeira 29; sócio efetivo do IHGM, cadeira 9 e posteriormente patrono da cadeira 51; membro da Subcomissão nacional de Folclore; Consultor técnico do Diretorio Regional de geografia. Integrou por 17 anos a Sociedade Literaria Barão do Rio Branco; e a Legião dos Atenienses. Palestrante de valor, memória privilegiada. Detentos das medalhas do Merito Timbira, do Sesquicentenario da Independencia, e Cidade de São Luis; pela Academia maranhense de letras; as de Graça Aranha, e de Gonçalves Dias. A UFMA conferiu-lhe o titulo de professor Emerito; foi duas vezes Diretor do Liceu Maranhense e da Biblioteca Publica Benedito leite; Presidente do IHGM no período de 1967 a 1972. Faleceu em São Luis em 09 de abril de 1979. A ÁGUIA E O ROUXINOL (ELEGIA AO PROF. RUBEM ALMEIDA) Por Edomir Martins de Oliveira 256 RUBEN ALMEIDA, O JORNALISTA O Mestre Ruben Almeida, não foi somente Professor. No período de 1912 a 1951, exerceu com raro brilhantismo as nobres funções de jornalista, tendo militado em quase todos os jornais de São Luis, vez que a sua verve o fazia disputado por aqueles que administravam os jornais locais à época.

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OLIVEIRA, Edomir Martins de. A ÁGUIA E O ROUXINOL (ELEGIA AO PROF. RUBEM ALMEIDA). SÃO LUIS: ORLIMAR GRAFICA E EDITORA, 2011.


Além de artigos em jornais, teve ainda, publicações em revistas especializadas e algumas obras, dentre as quais destacamos: “Panteon das Selvas”, “Glorificação de Gonçalves Dias” e “Prosa, Poesia e Iconografia”. Aos 17 anos de idade Ruben Almeida integrou a Sociedade Literária “Barão do Rio Branco” e a Legião dos Atenienses. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, da Subcomissão Nacional de Folclore, Consultor Técnico do Diretório Regional de Geografia e Diretor do Liceu Maranhense por dois mandatos. Junto à Academia Maranhense de Letras, foi fundador da cadeira nº 29, e no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, foi patrono da cadeira nº 51, por nós atualmente ocupada, chegando a ser Presidente, entre os anos de 1967 a 1972, secundado pelo brilhante Promotor de Justiça, Dr. José Ribamar Seguins, seu vice. A extraordinária vida intelectual do Professor Ruben Almeida foi sempre meteórica. O brilho da sua invulgar inteligência galgou-o à Academia Maranhense de Letras257. Como Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão sempre se houve com desembaraço, levando a bom termo as metas que se propôs realizar. Não pode concluir seu mandato por motivo de saúde. Infelizmente, a saúde precária não lhe permitiu chegar até o fim do ano acadêmico de 1972. O vice-presidente, Dr. José Ribamar Seguins completou seu mandato, tendo sido eleito inicialmente para o biênio 1972/1974. A dinâmica do seu trabalho levou os confrades a reconhecerem seus méritos e elegerem-no para sucessivos mandatos, que só foram concluídos em 1994, sendo o único acadêmico a permanecer 22 anos no exercício da Presidência. E saiu porque entendeu que era hora de ceder lugar a outro. Pelos confrades ainda continuaria mais tempo na presidência. Hoje, aliás, não são poucos os que pensam no seu retorno à presidência da Casa de Antonio Lopes. RUBEN ALMEIDA VISITANDO LIVRARIAS Peço permissão aos leitores para contemplá-los com um episódio que vivenciei em uma livraria desta Capital, ao lado do Prof. Ruben Almeida. Quem conhece São Luis, bem haverá de lembrar-se da Livraria “A Colegial”, que outrora foi parada obrigatória de estudantes e professores. A Livraria era localizada no Centro de São Luís, bem à praça João Lisboa. O Prof. Ruben Almeida era um visitante assíduo daquela fonte de saber que mantinha um considerável acervo de livros a oferecer aos estudiosos. Estava eu a folhear um livro sobre discursos do grande Tribuno Romano Marco Túlio Cícero, quando ao meu lado escutei uma voz muito minha conhecida de sala de aula. Cumprimentei-o. Tratava-se do Prof. Ruben Almeida que pedia ao livreiro que por gentileza, lhe trouxesse um exemplar da mais recente obra que versasse sobre a língua pátria. Sendo Ruben Almeida um estudioso da língua portuguesa, nenhuma novidade havia na procura do último lançamento sobre o assunto.

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O imortal poeta Carlos Cunha, em seu livro “Poesia Maranhense de Hoje”, traçou um perfil biográfico do Prof. Ruben Almeida, digno da melhor das atenções, onde se refere a ele como um mestre que engrandece qualquer Instituição à qual esteja vinculado.


O que surpreendeu a todos que presenciaram o pedido foi a repentina tomada de posição do Professor Ruben. Depois de rápido manuseio do volume pedido, arrancou algumas páginas, pagou o valor do livro e pediu ao livreiro que jogasse o resto fora, vez que o livro de aproveitável só tinha as folhas que arrancara. Virando-se para mim, acrescentou: jovem leia de tudo, mas saiba escolher o que convém e só guarde o que interessa e possa lhe enriquecer. Era assim o Prof. Ruben Almeida. De certa feita, mandara que minha turma do Liceu Maranhense que ele tinha ao seu encargo, fizesse uma dissertação sobre o tema “Viagem Marítima”. Surpreendentemente, foi às raias da indignação quando um aluno menos avisado escreveu na abordagem do tema, que seria bom que a embarcação parasse no meio do mar para que os passageiros pudessem fazer outro passeio, saltando e empurrando a embarcação. O Prof. Ruben Almeida entendeu a dissertação em tela como um acinte à língua pátria e oriunda de uma imaginação doentia, acrescentando ironicamente que só faltou o autor dizer que seria bom e que os passageiros saltassem para empurrar a embarcação no próprio mar, cuja houvera parado o motor. Aí sim, completou o Mestre. A comicidade estaria completa. DEPOIMENTOS SOBRE O PROFESSOR RUBEN ALMEIDA Contou-me o Professor Tácito da Silveira Caldas, que de certa feita indo o Prof. Rubem Almeida assistir a uma reunião do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, quando era então Presidente o Dr. Seguins, foi convidado por este para compor a mesa diretora dos trabalhos, ao que o Prof. Ruben teria pedido permissão para assistir a reunião do plenário, pois gostava de ouvir olhando o orador. Em vão, o convite foi reiterado. De nada adiantaram as palavras do Dr. Seguins que tentava convencê-lo, dizendo-lhe que sua presença à mesa era uma honra das maiores. “Obrigado Presidente”, mas insisto em ficar aqui no Plenário. Despido de toda vaidade foi assim o Prof. Ruben Almeida. A sua única honra, consistia no reconhecimento da sociedade pelo que ele era, pelo que ele foi, e neste particular em tudo superior ao que ele teve. Morador da Rua dos Afogados, em um histórico Mirante, bem próximo à Rua da Cruz, quem nos conta é o Dr. Seguins, ex-presidente do IHGM, vivia, nesta segunda moradia, entre livros, estantes e escrivaninha. Ambiente de estudo nunca bem arrumado, dizia ele que arrumação necessária era somente a que residia no seu intelecto. Na sua desarrumação de livros, sabia contudo, onde estava o livro de que precisava. Havia mesmo quem dissesse que com autores já falecidos conversava ele durante o sono. De vida familiar muito restrita, teve em a Sra. Justina, conhecida na intimidade por Da. Juju, sua inestimável colaboradora e companheira. Dessa convivência nasceu ao casal um filho que os amigos próximos chamavam de Rubinho, não sendo ele na verdade batizado sequer com o nome de Ruben, antes se chamava Silvio. Acredita-se que o diminutivo Rubinho era uma forma carinhosa de contrastar com o Rubão, tão temido Prof. de Português. A criança teve vida curta. O Pai Celestial chamou-o para o seu seio, ainda no albor da juventude, ele que parecia uma promessa intelectual.


É preciso ainda ressaltar que o Prof. Ruben Almeida foi Diretor da Biblioteca Pública Estadual Benedito Leite, nomeado para substituir a confreira Aryceia Moreira Lima, que mourejava também no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, ela que fora designada para exercer outra função importante no Estado. Como Diretor da Biblioteca Pública iniciou uma campanha memorável de estímulo aos jovens, incentivando-os à leitura. Emprestou inúmeros livros da Biblioteca a todos que estavam interessados em ler. O leitor podia ou não ser cadastrado na Biblioteca para estar habilitado ao empréstimo. O leitor tendo cadastro já feito, o empréstimo do livro saía mais rápido. Se não tinha cadastro precisava preencher uma ficha, dizia dos seus dados básicos, tais como nome completo, pais, endereço, sexo, escola onde estudava. Era o bastante. O leitor saía com o livro desejado debaixo do braço com um prazo estipulado para devolução. Perguntei-lhe certa vez: “Professor, esses jovens que levam livros por empréstimo o devolvem depois?” Ao que ele me responde que os poucos que não devolviam eram tão insignificantes que sequer deveriam ser lembrados. Desprovido de toda e qualquer vaidade, trajava-se, com roupas sempre limpas e sem rasgões. Sua vasta cabeleira era o seu ponto marcante. A sua identificação era, principalmente vasta cabeleira sempre cheia, onde os cabelos eram penteados no passar entre os dedos, servindo estes como se um pente fosse. Estava assim, a cabeleira era muito bem arrumada. Os últimos anos de sua vida foram vividos em uma residência à Rua das Hortas, nesta Capital. Várias vezes ali fui visitá-lo, ansioso por tirar dúvidas e aprender um pouco mais. Sempre fui por ele atendido com alegria e prazer, respondendo aos meus questionamentos e orientando-me. Para um estudante sempre foi momento de glória aquele em que conseguia conversar com o Mestre Ruben. Um fato pitoresco da vida do Prof. Ruben Almeida merece ser registrado: morreu sem nunca acreditar que o homem pisara na lua. Dizia sempre que aquela foi a mais fantástica história de que tomara conhecimento. Nunca pode ele se convencer do feito dos astronautas que revolucionaram o mundo morreu dizendo: “foi uma farsa”. Curioso é que hoje existem pesquisadores que põem sob suspeita a certeza que se tem. Missão cumprida na terra, ajudando a formar gerações, que logo ocuparam lugar de destaque quer no cenário estadual, nacional ou internacional, o Senhor Deus o chamou em 09/04/79, aqui mesmo nesta cidade, que foi do seu nascimento, contando ele com 82 anos e onze meses de idade. O Professor Ruben não morreu. Nós que fazemos o IHGM preferimos dizer que Deus, o Pai por Excelência, fez com ele o que fazemos com nossos filhos quando adormecem: Tomamos as crianças em nossos braços quando o sono as alcança, em qualquer parte e levamos para um lugar seguro, com todo conforto. Quando o Prof. Ruben Almeida adormeceu, entendemos não ter sido diferente. O Pai Celestial tomou-o nos seus braços e levou-o para o lugar seguro que lhe estava reservado na Mansão Celestial. Graças à proposta do Historiador e Confrade Luiz Alfredo Netto Guterres Soares, que na gestão do Presidente do IHGM, José Ribamar Seguins, propusera a criação de mais dez cadeiras, com as quais pretendia homenagear nomes ilustres que haviam partido,


maranhenses de escol, que precisavam ser lembrados constantemente, foi que foram abertas mais 10 vagas no Sodalício, passando o Instituto de 50 para 60 sócios, cabendo à cadeira de nº 51 ser patroneada por Ruben Ribeiro de Almeida, “o último grande gênio da língua pátria”, no dizer daquele confrade. É esta cadeira que ocupo com indizível alegria, sendo enorme a responsabilidade de substituir o seu titular, de tão saudosa memória, a quem nos habituamos a render homenagens e a cultuá-lo pela enorme contribuição à cultura da nossa terra e da nossa gente. A grandiosidade dos serviços do Prof. Ruben Almeida prestados ao Maranhão foi indescritível, quem nos acrescenta é a “Biografia Resumida de Maranhenses Ilustres”, contida na Revista nº 11 do IHGM, às fls. 41, dissertada pelo confrade Joaquim Elias Filho, em parceria com a confreira Maria dos Remédios Buna Costa Magalhães. Dessa biografia, obtivemos as informações de que ele recebeu “Medalha Cidade de São Luís”, “Medalha do Mérito Timbira” e “Medalha Maranhense do Sesquicentenário da Independência”, todas concedidas pelo Governo do Estado do Maranhão; que a Academia Maranhense de Letras, pelos seus elevados dotes intelectuais sobejamente reconhecidos, concedeu-lhe a “Medalha Graça Aranha” e a “Medalha Gonçalves Dias”; que a Universidade Federal do Maranhão, considerando os seus elevados méritos, conferiu-lhe a comenda de “Professor Emérito”; que O Imparcial, matutino desta cidade, vinculado aos Diários Associados, rendeu-lhe também homenagens, concedendo-lhe o título “Quem é Quem”; que do Ministério da Aeronáutica, recebeu o “Medalhão do Centenário de Nascimento de Santos Dumont”; que mourejou o Prof. Rubem Almeida como jornalista nos seguintes jornais desta capital: “Diário do Maranhão”, “A Pacotilha”, “O Jornal”, “O Combate”, “A Folha do Povo”, “O Diário de São Luís”, sobressaindo-se pela sua pena brilhante, a serviço do Maranhão, em todos eles, com destaque para “O Imparcial”, matutino que ainda circula até hoje em nossa cidade. Haurimos, ainda, da Revista nº 11, já referida, que o nome do Prof. Ruben Almeida saiu da esfera local, chegou à nacional e estendeu-se à internacional, haja vista o título de membro da “Member of That Society: The National Geographic Society – Washington District of Columbia in the United States”. Do livro “Cultura em Quadros” do poeta e historiador Luiz Alfredo Neto Guterres Soares colhi sobre o Prof. Ruben Ribeiro de Almeida as seguintes pérolas acerca do mestre que aqui estamos a prestar homenagens: “Ruben Almeida – estudioso, fez História com História, profundo e meticuloso – um prodígio de memória”. Luiz Alfredo nosso confrade no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, com estas palavras sintetizou uma vida. O exemplo do Prof. Ruben Ribeiro de Almeida ficou. Que Deus nos ajude a entende-lo e a reverenciar sua memória. Ele, pelo muito que fez, eternizou-se. Nunca morrerá. UM DEPOIMENTO DE EX-ALUNO SOBRE PROFESSOR RUBEN ALMEIDA Do Dr. Mario Ramos Guimarães, brilhante promotor de Justiça no Maranhão, que também foi aluno do Prof. Ruben Almeida no tradicional Liceu maranhense, obtive algumas pérolas que lhe foram transmitidas pelo saudoso mestre em sala de aula.


Uma fazia referência o mestre, ao “tic – tac” que comumente diz-se fazem os relógios. Dizia o Professor que a mente criativa do homem levava a exageros incontáveis. O relógio simplesmente faz “tic”, o “tac” é fruto da imaginação do homem que diz estar entendendo um “tac”, quando na verdade é a repetição do “tic” que se ouve. Tecendo severas críticas a poema do imortal poeta Gonçalves Dias que nos dizia: “minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...,”, acrescentava o Prof. Ruben Almeida que sabiá não cantava em palmeiras, admitindo-se somente como poesia sonhadora o que dizia o poeta em seus belos versos. De um modo pouco reverente em se referindo a sua própria mãe, dizia que obedecia a tudo que ela mandava e a reconhecia como mãe, embora entendesse que aceitava a maternidade imposta sem nada poder fazer, senão respeitar em tudo a sua genitora, porque não tinha prova sobeja de “ter visto” o seu nascimento.. Essa a personalidade controvertida e discutida do Prof. Ruben Almeida. POPULÁRIO MARANHENSE A Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão, sob o título “Série Inéditos”, cuja série foi iniciada com a publicação do livro “Populário Maranhense, legado que nos doou o saudoso Prof. Domingos Vieira Filho, trouxe a lume o lançamento da obra “Prosa, Poesia e Iconografia”, de autoria do Prof. Ruben Almeida. Nossa pesquisa tornou-se fácil com o manuseio da obra em referência, onde fomos buscar farto material para homenagear o Prof. Ruben Almeida. Neste oportuno trabalho vamos encontrar produções dispersas do Prof. Ruben Almeida, que estavam direcionadas para plaquetas, revistas e jornais e que sem dúvida, se perderiam no tempo e no espaço, não houvesse sido feito este trabalho. Ter-se-ia perdido também a sua inestimável colaboração a temas relacionados com a etnolinguística, etnologia, problemas indígenas, folclore, antropogeografia. Com a publicação de prosa, poesia e iconografia tem-se reunido os fragmentos dos seus valiosos trabalhos, registrando-se assim, para a posteridade, um pouco da inestimável contribuição de Ruben Almeida aos estudiosos maranhenses. Se nada tivesse nos legado o autor, os seus “Verbos Fundamentais da Língua Portuguesa” já o teriam imortalizado. Chagas Val comentando sobre o trabalho de Ruben Almeida, diz-nos que “é um sábio na última acepção da palavra, e os sábios preferem o silêncio à publicidade gratuita dos que escrevem. Aqui viveu os melhores dias de sua juventude e sofreu a infame perseguição dos tiranetes obtusos. Só porque convicto da verdade, e na mesma linha germânica de Tobias Barreto, sempre defendeu a Alemanha como país grandioso e eterno”. Registram os anais da História, que inimigos do mestre Ruben entendiam ser ele nazista e o prenderam. Seus inimigos estão mortos, deles não se fala senão como verdugos que o tempo fez esquecer. O nome do Prof. Ruben Almeida sobreviveu às intempéries do tempo, sendo até hoje admirado e lembrado com muito respeito. O saudoso Prof. Mário Martins Meireles, imortal da Academia Maranhense de Letras, encarregado de traçar perfil necrológio do Prof. Ruben, em sessão do dia 09.05.1979 naquele Sodalício, refere-se ao Prof. Ruben dizendo que conquistou cargos, títulos e que


executou serviços de valor inestimável para o Maranhão, ressaltando que “por três gerações consecutivas, todos vós o sabeis porque não há em São Luís, e no Maranhão por certo, quem não saiba o que foi e o que era, o que fez e o que fazia, o que sabia e o que ensinava”. Enfatiza ainda o Prof. Mário Meireles que merecem ser lembrados, pelo seu grande valor, “Uma palestra sobre Henrique Leal”, datada de 1928, “Raízes e radicais gregos existentes no português”, “O índio brasileiro em face da legislação”, e um trabalho versando sobre doutrina política, intitulado “Presidencialismo e Parlamentarismo”, estes dois últimos datados de 1934. Pelos idos de 1962, juntamente com o autor desse seu necrológio, pronunciou um “discurso laudatório” à memória do autor dos Timbiras, publicado pelo Departamento de Cultura do Estado do Maranhão, sob o título “Glorificação de Gonçalves Dias”. Também o Prof. Sá Vale, que formava ao lado do Prof. Ruben Almeida o exercício do magistério no Liceu Maranhense, dizia sobre ele que se tratava “de um dos maiores maranhenses vivos pelo seu belo talento e enciclopédica cultura e denuncia que tinha então pronto para o prelo uma obra magnífica – “Panteon das Selvas”. O Prof. Ruben Almeida, inegavelmente, dominava a língua pátria com segurança, era um pesquisador e estudioso por excelência, acrescentando o Prof. Mário Meireles, “além do muito ou do pouco que sabia de tudo, ele era, sobretudo, como que a história viva desta terra”. PROFESSOR RUBEN ALMEIDA – DIGNO REPRESENTANTE DO ESTADO DO MARANHÃO Consta do Diário Oficial do Estado do Maranhão de 26.12.1932, Decreto que foi assinado pelo Senhor Francisco Lisboa Viana, Diretor, respondendo pela Secretaria de Estado do Maranhão, a designação do Prof. Ruben Ribeiro de Almeida para, sem prejuízo dos vencimentos do seu cargo e com o direito apenas à indenização pelos cofres públicos do Estado, das despesas que fizer com a viagem, proceder na zona compreendida entre os rios Turiaçú e Gurupi, aos estudos e investigações indicados nas instruções que lhe serão fornecidas pelo Secretário de Estado”. Recebidas essas instruções, o Prof. Ruben partiu para o cumprimento do Decreto, externando no seu relatório ter “o maior interesse de parte do Governo em reaver uma documentação cartográfica”, sendo de se ressaltar que tal documentação era portada pelo Prof. Ludovico Schwennagen, “insigne homem de ciência que veio a falecer, lamentavelmente aos 71 anos de idade” e que “se entregara com todo o ardor da sua atividade a passar a limpo os esboços dos rios, furos, ilhas, cidades, povoados e minas” que visitou com o Prof. Ruben. Desse magnífico trabalho do Prof. Ruben teve-se uma visão geográfica dos limites dos Municípios de Turiaçú e Carutapera, passando-se por Maracassumé, Rio Tromaí, Rio Iriri-Assu, Iriri-Mirim e Gurupi. Significativo também foi o registro de que não havia lagos de importância e a descrição de cidades e povoados que pertenciam à época aos Municípios de Turiaçú e Carutapera. Importante participação teve o Prof. Ruben no estudo que procedeu sobre a geologia, quando deixou patente que o “litoral maranhense fez parte na época do cretáceo superior e do oceano chamado Tetis, um dos dois (o outro era Nereis), em que dividia o Atlântico fechado na sua parte equatorial pelo istmo da Arqueamazônia e na meridional, pelo da Arqueplata (prosa, poesia e iconografia), fls.33”.


Semelhante participação teve no estudo da mineralogia, donde se foi buscar a afirmativa de que “a crença geralmente aceita é que todo ouro do noroeste maranhense é ouro de aluvião, ou seja, descoberto pelo trabalho de erosão das águas pluviais ou fluviais, e por elas carreado”. Sem perder de vista a sua designação pelo Governo do Estado para proceder estudos no interior do Maranhão, teve também as suas atenções concentradas na Botânica, na Zoologia, tendo feito um profundo estudo da navegabilidade dos rios maranhenses, valendo-se no ensejo de um respeitável estudo sobre o povoamento dos municípios do Maranhão, e destacando as vias de comunicação existentes, entre elas as vias terrestres, marítimas e fluviais. Entre as vias de comunicação pessoal havia as estações telegráficas em Turiaçú e Carutapera, destacando um uso de telefone de Maracassumé para Engenho Central e Imperatriz, que embora precariamente era o que se dispunha àquela época. Ao apresentar o seu relatório, destaca o Prof. Ruben que nas diversas palestras que teve com o Exmo. Sr. Capitão Lourival Seroa da Mota este mostrava o seu desejo de visitar a afamada região maranhense, acrescentando o Prof. Ruben na parte final do seu relatório: ”passo a lembrar a V.Exa., as exeqüíveis medidas que acho necessárias e urgentes para que o Estado do Maranhão usufruindo inteligentemente os inomináveis tesouros que jazem no seu noroeste, logre enriquecer a sua economia, libertando-se de uma vez e quiçá para sempre, da dolorosa crise em que agoniza”. Do seu relatório destaca-se: Quanto à Geografia – “sob esse ponto de vista, o primeiro trabalho do meu relatório,, a medida de maior alcance a tomar é o levantamento cartográfico maranhense”. Quanto à Geologia – “incidentemente figura o Maranhão nas apoucadas e imperfeitíssimas cartas geológicas da América do Sul e ainda nas menos apoucadas do Brasil”, o que levou pela imperfeição dos estudos existentes, a concluir que é preciso “reintegrarmos o Maranhão no seu verdadeiro e orgulhoso título de Atenas Brasileira, que soa como o vibrar de clarins nas alvoradas festivas”. Quanto à Mineralogia: - “...nada mais vem a ser do que um simples capítulo da Geologia... lembro a V. Exa., que do mesmo passo se realizasse os trabalhos geológicos também o fossem os mineralógicos, para economia de tempo e norte do Governo”. Quanto à Botânica – “... chega a ser um verdadeiro crime deixar-se ao abandono tão inestimável tesouro..., sobretudo na margem maranhense do Gurupi, para o que poderiam ser aproveitadas as grandiosas cachoeiras no fornecimento de energia”. Quanto à Zoologia - “...sugiro a V. Exa., na dificuldade de organizar-se um Jardim Zoológico, o empalhamento por um especialista dos mais importantes tipos de nossa fauna, acompanhado o trabalho de um catálogo e fotografias”. Quanto à navegabilidade dos rios, vias de comunicação e povoamento – “... a destruição de cachoeiras por explosivo... poderia permitir a navegação do Gurupi, no que poderia ser auxiliado pelo vizinho Estado do Pará”. No tocante às vias de comunicação, “necessidade de novas estradas e melhoramento das antigas”, e no tocante ao povoamento, chamemos “os nossos irmãos cearenses... para colonização das nossas terras, dando todo o necessário em roupas, remédios, mantimentos para sua fixação, auxiliado pela Saúde Publica”. Conclui o relatório do Prof. Ruben Almeida lembrando que não podem ser esquecidas as melhores atenções aos índios, entre eles os Guajás, Guajajaras, Gaviões, Iaaes, Manajós, Tembés, Timbiras, Urubus, e traduzindo textualmente suas próprias palavras,


acrescentou o Prof Ruben Almeida: “julgando assim desobrigar-me da incumbência que me confiou o Governo, sou Exmo. Sr. Interventor, de V. Exa., patrício e admirador”. A propósito do índio brasileiro, os cuidados do Prof. Ruben eram tão grandes que quando se submeteu a concurso de livre escolha para provimento da Cadeira de Direito Civil na Faculdade de Direito de São Luís, a sua tese versou sobre “O índio brasileiro em face da legislação”. Na exploração do tema, direcionou seu trabalho preliminarmente para o que a propósito encerrava o Direito Canônico, lembrando que a Santa Sé desde os idos de 1537, 1639 e 1741 procedeu a intervenções sobre o tema, destacando que o Papa Paulo III revelou o seu interesse pelo assunto. À época no Governo de Portugal encontrava-se o Rei Dom João III e na Espanha o Rei Carlos V. Em 1639 a bula do Papa Urbano VIII confirmou o “Breve”, de Paulo III e duramente excomungava aqueles que vendessem ou escravizassem os índios. Por outro lado, a bula papal de Benedito XIV, de 1741, intitulada “Immensa Pastorum Principis”, proibia terminantemente sob pena de excomunhão, “que qualquer pessoa, secular ou eclesiástica, possuísse índios como escravos e os reduzisse a cativeiro por qualquer forma e sob qualquer pretexto”. Na abordagem do tema, o Prof Ruben foi se abeberar também da legislação portuguesa, que no tocante aos índios tinha uma vasta preocupação com os silvícolas, daí porque inúmeros eram as leis, cartas-régias, provisões, alvarás, éditos, decretos, regimentos e diretório tudo emitido para proteger os índios. Lembra o Prof. Ruben que após a Proclamação da Independência, Lei de 20.10.1823 promulgada pela Assembléia Geral Constituinte, determinando que enquanto não fosse organizado um novo Código continuariam em vigor as Ordenações, Leis, Regimentos, Alvarás, Decretos e Resoluções promulgados pelo Rei de Portugal, no sentido de proteger os índios. Posteriormente, o Código Civil (Lei 3.071, de 01.01.1916), emendada pelo Decretolegislativo nº 3.725, de 15.01.1919), incluiu os silvícolas, esclarecendo que ficariam sob o regime tutelar, cujo regime cessará na medida em que forem se adaptando à civilização do país. O espírito irrequieto e estudioso do Prof. Ruben levou-o a tratar de outro assunto que até hoje se constitui matéria de particular interesse no Direito da Família. Foi assim que apresentou uma segunda tese para provimento de uma Cadeira de Direito Civil na Faculdade de Direito de São Luís, e que tomou o nome de “Investigação da Paternidade, argumentos que a justificam e repelem”, lançando ainda no momento a indagação: adotou o Código Civil as cautelas necessárias? Trabalho de grande vulto sobre a investigação da paternidade, onde o Prof. Ruben concentrou suas atenções no direito à vida, no direito à paternidade, no direito à sociabilidade, no direito à reparação e no direito à sucessão. No tocante aos argumentos que repelem a investigação, alinhou o Prof. Ruben o receio de escândalos, o perigo das explorações e as expectativas de abuso. Preocupado com as cautelas necessárias ao adotar o Código Civil, o Instituto chegou a afirmar que tendo em vista a elaboração do Código à época, houveram cautelas necessárias ante as idéias “altamente retrógradas, ainda dominantes”.


Na exploração do tema Investigação de Paternidade, vale a pena registrar que se trata de um belíssimo trabalho em que foram concentrados os estudos no direito anterior, nos doutrinadores, nos projetos de código, na discussão dos projetos, no Código Civil Brasileiro em vigor à época e na legislação comparada. RUBEN ALMEIDA O CONFERENCISTA Os registros históricos estão a consignar brilhante conferência proferida pelo Prof. Ruben Almeida no “Grupo Escolar Henriques Leal”, por motivo da comemoração do 1º centenário de nascimento do grande intelectual maranhense que o Grupo Escolar leva o nome. No preâmbulo de sua conferência diz o Prof Ruben que “homenagear os grandes homens é dever tão sagrado, é tão belo dever, que por isso mesmo, pela sacrossantidade que encerra e pela beleza que contem, escapa habitualmente a atenção dos contemporâneos, de contínuo solicitada por tantos e tão variados atrativos”. No decorrer desta sua conferência, o Prof. Ruben referiu-se a Antonio Henriques Leal, destacando seu comportamento como cidadão, médico, político, jornalista, amigo, tradutor, romancista, historiador, crítico, patriota, concluindo nos seguintes termos: ”E a ti, Antonio Henriques Leal, de joelhos, as nossas escusas se o preito esteve aquém do teu merecimento. Não foi nossa a culpa. Tua somente, que te alçaste a culminâncias tais, onde não podem chegar os espíritos das crianças para depor-te aos pés as palmas, os sons e as flores, a que tens inconteste direito pelo vulto do teu caráter, pelo brilho do teu gênio e pelo esplendor da tua obra”. No Instituto dos Advogados do Maranhão foi igualmente brilhante o Prof. Ruben Almeida, quando discursou abordando “Presidencialismo e Parlamentarismo”, onde concluiu direcionando seu voto pelo presidencialismo. Pungente foi o discurso no enterro de Antonio Lobo, maranhense ilustre, onde o Prof. Ruben levou às lágrimas tantos quantos o escutaram naquele momento. Nesse discurso traçou o Prof. Ruben o perfil da vida de Antonio Francisco Leal Lobo (Antonio Lobo), fazendo referências ao magistério que ele tão bem exerceu e o destacando como Segundo Oficial da Secretaria de Governo e ainda por ter sido comissionado Oficial de Gabinete dos Governos Cazimiro Dias Vieira Junior, Manuel Belfort Vieira e Cunha Martins. Designado para prestar socorro à cidade de Codó, no interior do Maranhão, acometida que fora a cidade de uma grande enchente no Rio Itapecuru, para ali se deslocou, prestando relevantes serviços. Foi Diretor da Biblioteca Pública do Estado, do Liceu Maranhense, do qual foi “abalizado lente” e para o qual foi nomeado vitaliciamente, em seguida a um brilhante concurso. Ao concluir seu discurso fúnebre, deixou-nos a seguinte palavra ”e o mestre acaba de morrer. Mas, como acaba de morrer o mestre? Triste, como nos foi dado assistir, majestoso como não o imaginamos. Hoje a pátria maranhense se reveste de luto pela perda do filho muito amado que sempre trabalhou pela sua grandeza, honra e prosperidade”. RUBEN ALMEIDA – UM CULTOR DA LÍNGUA PORTUGUESA Visando ocupar a 2ª Cadeira de Português junto ao Liceu Maranhense, apresentou o Prof. Ruben Almeida à congregação da Escola, tese de sua livre escolha que intitulou


“Verbos Fundamentais da Língua Portuguesa”. Tratava-se de um trabalho inédito que viria simplificar o estudo das conjugações. Na abordagem do tema, preocupou-se com a etimologia da palavra verbo, continuando a exploração desse mesmo verbo sob o ponto de vista téo-filosófico, passando pela teoria do verbo na téo-filosofia hindu, estendendo-se pela Pérsia, indo até à Caldaica, analisando à luz da Filosofia Ophita (uma das mais interessantes “pelas profundezas de suas cogitações”), detendo-se na Filosofia grega, na cristã, na druítica e na tupi. Com essas abordagens situou-se na conjugação do verbo, onde nos ensinou que os modos do verbo serão as múltiplas maneiras de manifestar-se mais acertadamente, porque “o verbo é a palavra de afirmação antes – a sua própria afirmação”. PROF. RUBEN ALMEIDA – UM GRANDE ARTICULISTA Dentre os inúmeros artigos do Prof. Ruben Almeida destacaremos alguns para deleite dos leitores. O intitulado “Nossa Casinha”, que se tratava da própria residência do ilustre Professor, que assim a definia: “Que simpática se apresentava, vista com olhos do passado nossa casinha da Rua do Alecrim nº 10, hoje 54, entre as do Ribeirão e Cruz, lado direito de quem sobe!” Em outro artigo que intitulou “Palacete do Comendador Leite”, nos diz que não era do seu desejo, nem de leve, “arrogar-se à nobreza de solar o palacete, como o dos Belfort ou do Comendador Leite”, lembrando-se aqui que a sua casinha, citada anteriormente em outro artigo, era uma paupérrima porta e janela, porém por ele muito amada. Não se poderia olvidar o seu artigo sobre “Nossa São Luís Histórica”, onde diz textualmente:”talvez se mostre ainda São Luís, das Capitais e cidades brasileiras, a detentora dos melhores e mais profundos vestígios do passado e conclui:”ao visitante, sincero apreciador de velharias, acima do presente movimento da ruas, bancos, comércio, indústria, edifícios, automóveis, estradas – interessa sentir e viver o passado, porque dele e somente de suas glórias vivem os sanluisenses. Em outro artigo que intitulou “Festa do Divino Espírito Santo” (“na casa de Rosaguardamor”), deixa-nos informações sobre o desenvolvimento da festa e da dona da casa, assim chamada por ser de estatura mediana, gorda, de cara larga, em casa de quem valia a pena assistir aos festejos em honra do Divino). “Rosaguardamor” tomou esse sobrenome por haver vivido com um guardamor do Estado. No artigo, o Prof. Ruben descreve a festa com a participação de caixeiras, muitas bebidas e comidas próprias da época, salientando que a festança era em homenagem ao Espírito Santo. Merece menção especial o artigo em comemoração ao 32º aniversário da Fundação de São Luís, onde faz uma descrição do descobrimento do Maranhão e do Brasil pelo ciclo espanhol, destacando a participação de Vicente Yañez Pinzon e sua segunda viagem. RUBEN ALMEIDA E A MARINHA Os registros históricos relacionados com a SOAMAR – Sociedade dos Amigos da Marinha nos dão conta de que o Capitão de Fragata Fernando Moreira Godinho convidou o Prof. Ruben de Almeida para discorrer sobre o assunto “Marinha e Independência do Maranhão”.


Destaca-se aqui a luta empenhada para reconhecer o Maranhão à Independência, entre as províncias da Bahia, Cisplatina, Piauí e Pará. Destaca o Prof. Ruben neste colóquio, entre as figuras notáveis na causa da independência de nossa província, o nome de Miguel Inácio dos Santos Freire e Bruce e no cenário nacional, Joaquim Gonçalves Ledo, educados no exterior, um na Inglaterra e outro em Coimbra, patriotas, que foram perseguidos, vítimas de queixas infundadas, despojadas do poder, embora mais tarde reintegrados, mas que são vultos que passaram para a história, merecendo toda a admiração e respeito. RUBEN ALMEIDA – O HOMEM QUE RECONHECIA VALORES SUPERIORES E LHES PRESTAVA HOMENAGENS Aqui destacamos uma homenagem que foi prestada a Domingos Quadros Barbosa Álvares, ilustre Tabelião, além de jornalista e cronista, com prestação de serviços ao “Diário do Maranhão”, “Pacotilha”, “Revista do Norte”; festejado contista e novelista, com destaque para “Mosaicos” e “Contos de Minha Terra”. De igual modo deteve-se em atenções, também, na figura de Teixeira Mendes, que traz no “Ateneu” o seu nome, destacada Escola de 2º grau, desta Capital. Diz-nos o Prof. Ruben Almeida que a despeito de sua ranzinzice e vaidade, era de uma grandeza de alma e uma finura de espírito raríssima em nossos dias. Ainda a propósito de Teixeira Mendes, diz-nos o Prof. Ruben que em 22.01.1916, no Rio de Janeiro, ao visitá-lo, na sua grandeza de espírito, recebendo a visita de um obscuro estudante que trazia como título apenas o ser maranhense, Teixeira Mendes não lhe permitiu que o chamasse de doutor, professor ou mestre, dizendo tratar-se de entendimentos entre membros da mesma fraternidade. E conclui o Prof. Ruben, tratavase de homem de “caráter impoluto, coração generosíssimo, o maior e melhor intérprete das teorias de Augusto Comte no Brasil”. Iguais atenções dedicou também no fino trato a Coelho Neto, destacando ser ele possuidor do mais rico vocabulário já empregado pelos escritores brasileiros e portugueses, acrescentando que na oratória residia a sua maior vocação. RUBEN ALMEIDA REVELANDO PREOCUPAÇÕES QUANTO À MEMÓRIA HISTÓRICA DA CIDADE DE SÃO LUÍS Cultor da língua pátria, estudioso da história do Maranhão e particularmente da cidade de São Luís, algumas curiosidades a título ilustrativo revelamos ao público leitor, destacando a Igreja do Carmo, a Rua do Sol, aspectos da vida de Gonçalves Dias, e de alguns vultos que nas áreas das suas atividades profissionais deixaram a marca de suas presenças na história do Maranhão. No tocante à Igreja do Carmo, registra o Prof. Ruben que lamentavelmente a igreja que mantinha torres de ornamentação foram arruinadas por falta de conservação. E no que diz respeito às escadarias hoje laterais, nem sempre foram assim. Anteriormente era apenas uma escada central e que as exigências sociais ante o crescente número de fiéis, indicava a necessidade de duas escadas para facilitar o acesso dos fiéis à nave do templo e a saída ao término das celebrações religiosas. Essas mudanças ocorreram quando da famosa festa de Santa Filomena, que rivalizava com a festa dos Remédios.


O acesso à praça da Igreja, entre outros meios de transporte, dava-se também através dos bondes, que lamentavelmente alguns anos depois seriam retirados de circulação. A retirada dos bondes ocasionou também, a retirada dos trilhos, aguçando a curiosidade dos estudiosos que apelaram a ilustres homens públicos engenheiros de obras, para que cavassem subterrâneos, tentando descobrir, por essa via, uma comunicação que se dizia existir, ligando a Praça do Carmo com a Fonte do Ribeirão. Para decepção do Prof. Ruben, o subterrâneo foi descoberto, mas fechado por ordens superiores, perdendo-se assim uma inestimável parte da história que os engenheiros o faziam “com inocência angelical e candidez voltaireana”. No que respeita à Rua do Sol, o historiador maranhense consigna assim ter sido batizada em virtude dos trabalhos desta rua terem sido executados em época equinocial, “em que o sol central a ilumina por inteiro como a todas as paralelas”. UM EPISÓDIO A QUE SE REFERIA SEMPRE COM MUITA ALEGRIA Constituiu-se verdadeiro orgulho para o Prof. Ruben ter ficado de posse, por uma semana “do livro de almaço azul inglês, no qual Gonçalves Dias copiara na Torre do Tomo, os originais da história da Companhia de Jesus na Vice-Província do Maranhão e Pará”. Registra ainda o Prof. Ruben, da sua luta para fazer a doação de tal trabalho junto à Biblioteca Pública do Rio de Janeiro, não tendo conseguido seu intento por falta de autoridades que estivessem interessadas na recepção do valoroso original, o qual acabou sendo entregue, por ordem superior, a pessoas pouco letradas, tomando então destino ignorado. Entre os vultos que mereceram destaques expressivos, está o farmacêutico Antonio Ferreira Garrido, já à época considerado o decano dos farmacêuticos maranhenses. Este farmacêutico de renomada, produzia ele mesmo, em seu laboratório, milagrosos produtos infalíveis quanto à malária, febre, queimaduras, vermífugos, pílulas intestinais de D. Lavínia, que ficou conhecida porque uma senhora de nome Lavínia apresentou-se a ele como portadora de verme e que os médicos não lograram resultado. O Dr. Garrido preparou uma fórmula com pílulas que 24 horas depois, chamado às pressas à casa de D. Lavínia se assombrou com o que viu: a expulsão, em enorme quantidade, de “ascáridas lombricóides e helmintos”. Os farmacêuticos à época de 1977 eram chamados também de boticários e apresentavam seus produtos a preços acessíveis. Com a mudança dos costumes, os farmacêuticos outrora tão prestigiados não se dão ao luxo ou trabalho de anunciar coisa alguma, vez que as receitas médicas agora prescritas são apenas atendidas pelos farmacêuticos que compram dos laboratórios para repassar os produtos aos clientes. INFORMES JORNALÍSTICOS SOBRE O PROF.RUBEN ALMEIDA (reproduzida pelo ´Correio Atividade” ) Registram os anais históricos que o Prof. Ruben Almeida, nascido a 09.05.1890, ainda aos 81 anos de idade era homem de robustez física e que mesmo nessa faixa etária mantinha um peso de 90 kg e que conservava por trás de um ar fleumático, muito de bom caboclo maranhense, apresentando-se com seus cabelos grisalhos e fartas sobrancelhas, guardando ainda nessa idade uma memória privilegiada, que lhe permitia conceder entrevistas e delas se sair muito bem.


Foi assim que ao “Correio Atividade “ do Rio de Janeiro, prestou memorável recordação que serviu de base para que se soubesse que foi ele bacharel em direito e advogado, professor da língua portuguesa no Liceu Maranhense e no Instituto de Letras e Artes, além de ter exercido seu magistério, também como Catedrático de Direito Civil junto à Faculdade de Direito de São Luís, por onde se formou, isto sem falar que foi colaborador em todos os jornais da Capital maranhense, dele ressaltando o Dr.Pires de Sabóia no seu discurso de posse na Academia Maranhense de Letras, ter sido colaborador permanente de “O Imparcial”, vinculado aos Diários Associados. Graças ainda a essa entrevista ficou esclarecido ter o Prof. Ruben Almeida publicado “O índio brasileiro perante o Código Civil”, “Investigação de Paternidade”, “Esforço biográfico de Antonio Henriques Leal”, “A vida do barão de Coroatá”, “O Palacete”, “Porque é grande e gloriosa a história do Maranhão”. Era o Prof. Ruben avesso à poesia moderna, dizendo ser intolerável, pois “é uma nebulosidade a toda prova”. Respondendo a uma indagação do porque de ser um solteirão inveterado, relatou na entrevista que tinha uma família numerosa para sustentar, daí porque a constituição de uma família legítima iria trazer sérios problemas domésticos, tendo por essa situação optado pelo celibatarismo. Dentre as suas entrevistas concedidas para inúmeros jornais no Rio de Janeiro, os entrevistadores, descobrindo nele o poeta que era, além de o cognominarem de “um sábio vivo”, um “sábio de Atenas”, fizeram publicar alguns sonetos, entre os quais, para deleite dos leitores, nos deteremos em um que versa poeticamente sobre os corvos e que por ser inédito, transcrevemos: VENDO PASSAR CORVOS Vendo o corvo passar, asas espalmas, Asas espalmas pelo espaço afora, Espaço níveo em que se agitam palmas, Saudando Apolo que anuncia a aurora; E vendo-o, mais subindo está agora Voando em meio às glaucas zonas calmas, Além das nuvens, onde o raio mora, Quase bem perto de onde moram as almas, -Dá vontade cismar (vai pontinho, lento, lento,assumir devagarinho, -mercê do vento, sem destino, ao léo), se melhor não seria, como corvo, ter feio o aspecto, negro, imundo e torvo, mas ser feliz como ele – andar no céu. PROF. RUBEN ALMEIDA UM NOME QUE ATRAVESSA AS ÉPOCAS Não devo encerrar esta modesta elegia sem transcrever um texto sobre o Prof. Ruben Almeida, publicado pela “Revista Maranhense: Artes, Ciências e Letras” , publicado


pela Editora UEMA em 2007, em que constam como organizadores os doutos professores Antonio José Silva Oliveira, Ilma Vieira do Nascimento, José Augusto Silva Oliveira e Maria Eliana Alves Lima, onde às fls.118v e 119 lê-se: “Estudo lido na aula de literatura do Liceu Maranhense em junho de 1915. Cachoeira foi o berço natal de Castro Alves, e a 14 de março de 1947. Estudou Direito primeiramente em Pernambuco e depois em São Paulo. Fez, na cidade de Salvador e na capital do império os seus estudos preparatórios.Revelou desde criança notável talento e muita habilidade para poeta esperançoso e rico de imagens. Os dotes do seu coração e o esplendor da inteligência granjearam-lhe consideração e estima entre os seus condiscípulos. Aconteceu, todavia, que antes de terminar o curso acadêmico, em uma caçada, um dia o casual da própria espingarda lhe despedaçou o pé, cuja amputação o prostrou física e moralmente. Exerceu grande influência sobre o espírito de uma cidade acadêmica do seu tempo fazendo sempre vibrar a nota livre e generosa em todas as questões. Foi assim, um dos mais pronunciados abolicionistas, ainda antes que do abolicionismo se fizesse o lema de um grupo de ação. Os grandes poetas das primeiras fases do romantismo, ou já tinham falecido ou estavam mais ou menos mudos, quando foi iniciado o movimento Hugoano, chamado mais tarde pelos críticos a poesia condoreira. O sincretismo dos fatos mostram-nos que Machado de Assis, Fagundes Varella e Tobias Barreto começaram pelo mesmo tempo. Castro Alves surgiu logo, imediatamente, e o mesmo foi o caso de Luiz Guimarães. Como se está a ver são cinco individualidades notáveis que representam os foros de nosso lirismo, no decênio que vai de 1860 a 1870 e anos próximos. “Castro Alves” foi discípulo de Tobias Barreto de Menezes, mas teve destino completamente diverso do mestre: foi sempre o enfant gaté dos dispensadores da fama neste país, especialmente depois que José de Alencar e Machado de Assis o apontaram à admiração geral. O poeta, aliás, não precisava de tais encômios e proteções, porque tinha realmente grande talento. Os próceles do condoreirismo se fizeram em Castro Alves e Tobias Barreto de modo especial, porque junto - convém notar - todos os poetas brasileiros, desde Gonzaga e Silva Alvarenga têm sido essencialmente líricos, embora imitando sucessivamente Lamartine, Hugo, Nusset, Byron, Leconte de Lisle, Baudelaire, Heredia, Gautier - e até Verlaine! É lícito dizer que depois da Escola Mineira nunca mais tivemos poetas imitadores de poetas portugueses. Porque quando os nossos poetas pareciam estar imitando: Guerra Junqueiro, os modelos que eles realmente imitavam eram Byron, Baudelaire e Victor Hugo através da imitação anterior do autor da “Musa em Férias”. Mas em certas composições o cantor de “Espumas Flutuantes” adotou a maneira hugoana ,especialmente o uso freqüente das hipérboles, dos contrastes, de mensagens arrojadas, dos vôos rápidos: e foram essas composições as que mais concorreram para espalhada fama dos dois e as que deram azo à criação, do neologismo, com que ficou conhecida a escola.


Em nossa sociedade um fato havia que o impressionou sobre todos, o fato da escravidão; e tentou fazer o poema dos escravos. Castro Alves não fez a psicologia nem a sociologia do escravo. Deixou dois livros, o “Poema dos Escravos”, incompleto, e “Espumas Flutuantes”. A crítica e o povo em razão divergem da opinião de Silvio Romero que dá primazia ao autor dos dias e noites. Morreu na cidade de Salvador a 06 de julho de 1871. Fausto Barreto e Carlos de Laet dizem que o poeta decaiu em puro gongorismo, porém há muitas de suas composições não se podem recusar verdadeiro sentimento e levantados vôos líricos. Quando Castro Alves foi a São Paulo, cursar as aulas de direito, encontrou com o mestre e amigo, rival admirador, José Bonifácio, orador de seu tempo, modelo de honestidade cívica e de honradez. Felizes os que naquela terra de tantas tradições ouviram numa mesma festa aquele orador e aquele poeta. Além do encanto, sentia-se a gente feliz de ser desta América e de contemplar os dois astros. E quando os dois cessavam, erguiam-se outros talentos admiráveis, como por exemplo, Joaquim Nabuco, Luiz Gama e outros. Dessas festas só São Paulo pode, nestes dias de materialismo, ser o teatro. “Ferido pela morte de Castro Alves, José Bonifácio aproximou-se da tumba gloriosa, onde dorme o poeta da República; e lhe disse o último adeus sentido até a lágrima, tocante como a prece: eu ouvia-o cantar... o sabiá pousava” “Da Laranjeira em Flor do agreste galho. E a flor, e a borboleta e a folha verde, E a torrente, e o sol e o céu e a gruta, Eram d’ave inspirada a imensa orquestra no concerto do amor!... Foste do sonho à morte!... Oh! Dorme, dorme, Talvez sonhes ainda”. Ruben Almeida” Espero que estas anotações sirvam para relembrar alguns momentos da vida do intelectual maranhense, que sem a menor sombra de dúvidas, enriqueceu a língua pátria, a literatura maranhense, e continua ainda hoje sendo lembrado como uma águia e um rouxinol da nossa querida Atenas Brasileira. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM ALMEIDA, R. GASPAR DE SOUSA NO MARANHÃO Ano 2, n. 1, novembro de 1948 05-11


EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA – Advogado. Professor - empossado em 29/10/1980 – passou para a categoria de Honorário em 24 de abril de 2013 Presidente do IHGM - período 2000/2002 Av. do Vale Q 21 Lote 11 – Edif. Florença Aptº 501 – Renascença II - CEP: 65075-660 Telefones: 3235-4117 / 3235-1417 - Cel: 8871-2512 Nasceu em 21/04/1937, filho de Clodomir Correa de Oliveira e Emilia Fontes Martins de Oliveira. Cursou Curso de Ciências Jurídicas e Sociais na UFMA; Cargos exercidos – Diretor do SESC - Serviço Social do Comércio; Professor Universidade Federal do Maranhão; Chefe do Departamento de Direito da UFMA; Coordenador do CCso.-Centro de Ciências Sociais –UFMA Cargos que exerce atualmente – Corregedor do TED/OAB-MA; Assessor Jurídico da SOAMAR-MA. Condecorações recebidas de maior destaque: “Medalha do Mérito Timbira” – outorgada pelo Governo do Estado do Maranhão; “Medalha Antenor Bogéa” outorgada pela OAB-MA. Diploma outogado pela “International Writers and Artists Association” – Ohio-EEUU. Trabalhos publicados “Pétalas Caídas” ; “Elementos de Direito”; ...@Lembranças; “O Analfabeto e o praça-de-pré”; “Considerações sobre desquite e divórcio”; “Dois Discursos” . “Á Águia e o Rouxinol” (elegia ao Prof. Rubem Almeida patrono da cadeira nº 51 ocupada pelo autor); “Reflexões Bíblicas”; “Gotas de Orvalho”. CONTRIBUIÇÕES NA REVISTA DO IHGM UMA REFLEXÃO SOBRE O CHEQUE PRÉ-DATADO Ano LXIV, n. 17, 1996 130-131


EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA SAUDANDO O INGRESSO DE MÁRIO LINCOLN FELIZ SANTOS NO IHGM Ano LXIV, n. 17, 1996 144-146 DISCURSO PRONUNCIADO NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO POR EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA, MEMBRO DO IHGM, CADEIRA NO. 51, AOS 29/01/97 AS 17:30 HS No. 18, 1997 30-33 EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA – CADEIRA NO. 51 DO IHGM – SÃO LUÍS (MA), 24.09.97 No. 19, 1997 20-25 O PRESBITERIANISMO NO MARANHÃO No. 20, 1998 25-27 UM BREVE ESTUDO ACERCA DA FAMÍLIA No. 21, 1998 121-124 FESTAS JUNINAS NO MARANHÃO No. 22, 1999 85-97 BRASIL: 500 ANOS No. 23, 2000 15-27 O USO DO C ADERNINHO DE CRÉDITO ONTEM E HOJE No. 23, 2000 47-51 IHGM-25/08/99 – DISCURSO DE EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA OCUPANTE DA CADEIRA 51, SAUDANDO OSVALDO PEREIRA DA ROCHA POR OCASIÃO DA SUA POSSE NO INSTITUTO NO. 23, 2000 56-61 EDITORIAL No. 24, setembro de 2001 01 DISCURSO DE EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA, PRESIDENTE DO IHGM, SAUDANDO DR. JOSÉ RIBAMAR SEGUINS, PELO LANÇAMENTO DE SEU LIVRO “TERRA A VISTA – BRASIL 500 ANOS”. No. 24, setembro de 2001 41-43 NAVEGAR É PRECISO... No. 25, (s.d.) 41-42 DISCURSO DE EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA, CADEIRA 51, APRESENTANDO O NOVO LIVRO DE CARLOS ALBERTO LIMA COELHO: “SÃO LUIS DOS AMORES AOS TAMBORES” No. 26, 2002 10-13 DISCURSO DE EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA – CADEIRA NO. 51, SAUDANDO A PAULA FRASSINETTI DA SILVA SOUSA, PELO SEU INGRESSO NO IHGM, NA CADEIRA NO. 34, EM 07.12.2001 No. 26, 2002 31-35 RELATÓRIO DA PRESIDÊNCIA DO IHGM, SOBRE AS ATIVIDADES DO INSTITUTO DURANTE O ANO DE 2001 No. 26, 2002 61-66 PALESTRA PROFERIDA POR EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA, SOBRE O IHGM, NO RORATY CLUB SÃO LUÍS-PRAIA GRANDE EM 07/03/2002 No. 26, 2002 72-77 HOMENAGEM PÓSTUMA AO INESQUECÍVEL SEBASTIÃO BARRETO DE BRITO No. 27, julho de 2007 53-55 O EVANGELISMO NO BRASIL DESDE 1859 ATÉ ESTA DATA E, PARTICULARMENTE NO MARANHÃO No. 28, 2008 98-108 UM 15 DE NOVEMBRO QUASE ESQUECIDO REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 102 SAUDAÇÃO AO DR. JOSÉ DE RIBAMAR SEGUINS POR OCASIÃO DA OUTORGA DE TÍTULO DE PRESIDENTE DE HONRA DO IHGM. Rev. IHGM, n. 35, dezembro 2010, p. 22 PREFÁCIO DO LIVRO ‘SÃO JOÃO BATISTA – MA’, de Luiz Figueiredo. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 55 DISCURSO DE AGRADECIMENTO No. 37, junho de 2011 – Edição Eletrônica, p 145-146 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_37_-_junho_2011 HOMENAGEM PÓSTUMA A NOSSA QUERIDA AMIGA ALCINA No. 37, junho de 2011 – Edição Eletrônica, p 160-162 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_37_-_junho_2011 PRIMEIRA MARANHENSE A FAZER CURSO DE PLANEJAMENTO NA ROMÊNIA; No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 110 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011 SETE DE SETEMBRO EM SÃO JOÃO BATISTA. Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 189 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012 DISCURSO EM RECEPÇÃO A SOFIANE LABIDI NO IHGM, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 47, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012 CANTO À CIDADE DE SÃO LUIS – MA PELOS SEUS 400 ANOS. Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 195. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012 DISCURSO DE POSSE DE JUNTO AO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, NA CADEIRA Nº 51, DA QUAL É PATRONO O IMORTAL RUBEM RIBEIRO


DE ALMEIDA. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 37 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012


CADEIRA 52 OCUPANTE ATUAL: JOSEH CARLOS ARAÚJO

PATRONO: JOAQUIM GOMES DE SOUSA Por Joseh Carlos Araujo 258 A escolha do Museu Histórico e Artístico do Maranhão para um evento do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão não foi por acaso. O museu ocupa o casarão colonial estilo barroco, o qual foi antigo domicílio da família Sousa, que deu ao mundo o gênio Joaquim Gomes de Sousa, patrono da cadeira nº 52 do Instituto, acima citado; e que no ato presente (11/05/2012) passa a ser ocupada por este autor, com muita honra. Durante a cerimônia devo, por incumbência, mostrar algumas passagens da biografia desse personagem impar – marcada por certa irreflexão, pressa durante sua efêmera existência terrena. Nasceu em 15 de fevereiro de 1829, numa das décadas turbulentas do Brasil colônia que tentava se equilibrar depois da difícil conquista de sua independência, sete anos antes (1822), dos grilhões portugueses – por extensão, dos próprios europeus -, e que anunciava tempos mais árduos ainda por vir. Duas décadas após, o maranhense florescia, juntamente com pelo menos dois nordestinos, o cearense José de Alencar e seu próprio conterrâneo Gonçalves Dias, como figuras geniais das ciências exatas e literárias. E que, de igual forma, viriam provocar reboliços no abismado mundo europeu em breve. Poder-se-ia dizer que eles contribuíram para que o país vivesse como aqueles do hemisfério norte, o seu período considerado iluminista durante o século dezenove. Aquele século também correspondeu ao apogeu do algodão no Maranhão - abastança da aristocracia rural conservadora, com as fazendas confortáveis, em Itapecuru-Mirim (berço de Sousinha, como era conhecido) e em Caxias, onde nasceu Gonçalves Dias, ou ainda em Mercejana, berço do cearence. Entretanto, dos três garotos Gomes de Souza parecia ter o gênio mais aguçado - melhor desempenho em várias áreas, como define o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda. Aos 14 anos, em 1843, matriculou-se na Academia Militar, no Rio de Janeiro, já com a sua assombrosa precocidade devidamente monitorada por intelectuais da época. Dois anos depois desistiu da praça fortificada, ingressando na Faculdade de Medicina na capital do país. Daí, após outros dois anos fez o inverso; desistiu desta, em 1847, para prestar exames nas demais disciplinas do antigo curso militar (inicialmente negado, como era a praxe neste caso). Aceito o pedido, no ano seguinte bacharelou-se em ciências físicas e matemática; também recebeu o primeiro titulo de doutor em matemática da citada Academia, com a tese sobre O modo de indagar novos astros sem auxilio das observações diretas (publicada no Rio de Janeiro, em 1848, pela Tipografia Teixeira & Cia).

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DISCURSO DE POSSE DO ESCRITOR JOSEH CARLOS ARAUJO NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO; Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 86 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012


Ao retornar aos estudos de medicina, nova desistência. Desta vez o motivo foi desgaste do seu frágil físico, com 19 anos de idade – voltou aos ares da Fazenda Conceição, em Itapecuru-Mirim. Aproveitou para estudar línguas, direito constitucional e economia política. Em 1849, novamente na Corte carioca, ocupou o cargo de professor substituto (concursado) na sua antiga Academia Militar, onde também fez pesquisas sobre física e matemática e teve seus trabalhos impressos ali. O maranhense ainda jovem (com 20 anos), incentivado pelo amigo Gonçalves Dias (com 27 anos), ao mesmo tempo escrevia na Revista Guanabara tribuna na qual arderam fortes polêmicas dado seu temperamento assim fora do ponto. Viajou para a Europa, em 1854, a pedido de D. Pedro II para se dedicar a uma reforma do sistema carcerário brasileiro. Desincumbido da missão, numa estada em Londres, submeteu seus trabalhos matemáticos à Royal Society de Londres. No ano seguinte, na França onde, igualmente, apresentou à Académie des Sciences as memórias originais: determinação de funções incógnitas sob o sinal de integral definida, outra sobre um teorema de cálculo integral e uma terceira, teoria da propagação do som. Matriculado na Faculdade de Medicina de Paris, concluiu o ensino médico (iniciado no Brasil), doutorando-se em 1856. Esse foi o periodo ao mesmo tempo mais romântico do físico matemático maranhense, com 26 anos. Resultado de contatos frequentes com o poeta Gonçalves Dias em Dresde e Leipzig, Alemanha, concluiu a inusitada obra Anthologie Universelle: choix des meilleures poésies lyriques de diverses nations dans les langues originales (editada em 1859, por F.A. Brockhaus, cidade de Leipzig). Um volume dessa raridade, de 950 páginas com as melhores poesias em 17 línguas, foi doado à Universidade Estadual do Maranhão pelo professor Francisco M. Mont’Alverne Frota, numa solenidade de outorga de medalhas do mérito universitário “Gomes de Sousa” (quando o professor proferiu discurso sobre o gênio, em 16/12/2011). No final da década de 1850 regressou ao Brasil para assumir um cargo político deputado imperial eleito pelo Maranhão, já casado com a inglesa Rosa Edith, filha de um pastor anglicano. Em seu discurso de posse (25/06/1857) mostrou a que viera: denunciou um seu futuro colega e ex-ministro da Justiça “[...] por crime de traição por haver tentado contra o livre exercício dos poderes políticos reconhecidos pela Constituição do Império e (ter) aposentado com metade de seus vencimentos dois desembargadores de Pernambuco [...]”. No cargo político imperial, uma abnegação desmedida na tribuna e na zona rural pelo seu povo, agrafo e em extrema pobreza, de locais ermos. Por fim, sua produção científica (e também política) entrou em declínio, semelhante a ascendência, digamos, exponencial. Em 1860 faleceu sua esposa, e dois anos depois seu filho, ambos no Maranhão, vitimados por uma infecção não identificada. Com a saúde deteriorada fixou residência no Rio de Janeiro. No clima ameno de Santa Teresa, viúvo casou-se novamente, com sua enfermeira Paulina Guerra, em fevereiro de 1864. No mês seguinte, com o quadro complicado, viajou para a Inglaterra em busca de melhores recursos de cura. Faleceu em 1º de junho de 1864, com apenas 35 anos. No inicio do mês seguinte, a noticia chegou à Câmara imperial brasileira, que suspendeu a sessão com pesar pelo falecimento de “um vulto majestoso que não encontrará substituto, porque àquele molde não são vazados muitos homens. Era um gênio, e os gênios são raríssimos”. Em São Luís, o necrológico do jornal O Paiz “Lamenta o Maranhão a perda de mais um filho ilustre, talvez a inteligência mais elevada que esta terra tenha produzido o Dr. Joaquim Gomes de Sousa”. As conclusões do excelente ensaio de 2004 sobre a importância de Souzinha na ciência e na política brasileira, do professor da PUC-São Paulo Ubiratan D’Ambrosio, dá a medida certa da inocência do Brasil colônia do século 19 e de sua frustração, até hoje, pelo esquecimento da valiosa obra desse prodígio maranhense. A produção científica, acima de


tudo até pouco rebuscada dado a precocidade do autor, foi recebida com reservas pela crítica européia. Tanto os ortodoxos da Royal Society inglesa – por exemplo, o trabalho completo, submetido ao físico George Stokes, nunca obteve uma resposta definitiva; semelhante apatia também na Académie des Scienses de Paris, onde os pareceres de quatro membros indicados para avaliação das memórias do iluminado eram contraditórios, sem resposta definitiva; O professor da PUC menciona ainda que um importante texto encaminhado jamais foi encontrado. Muitos intelectuais têm se debruçado sobre os dados biográficos do cientista Gomes de Sousa. São exemplos ilustres intelectuais maranhenses, Antônio Henriques Leal, Humberto de Campos, Sebastião Moreira Duarte, Lino Raposo Moreira e outros. Contudo, o maior destaque é dado, segundo o próprio Sousinha, a uma história e filosofia geral das ciências, que considera sua obra maior. Diz ele: “O meu trabalho de predileção que eu preparo com o título de Leis da natureza, código de legislação em que, passando em revista o universo inteiro, pretendo expor as leis fixas, gerais e invariáveis que presidiram à sua organização [...]”. Seria um trabalho hercúleo para seu estilo abreviado, de 3.500 a 4.200 páginas (inferidas de D’Ambrosio) assim distribuídas: 1ª parte, os três reinos da natureza (2 v); 2ª parte, espírito humano (3v) e 3ª parte, história (2v). Antonio Henriques Leal diz em capitulo do Pantheon Maranhense, de 1873: “Acharamse-lhe [sic] apenas as memórias sobre matemáticas puras que havia lido nas Academias de Ciências da Inglaterra e no Instituto de França, e que começara a imprimir em Leipzig; a importantíssima obra sobre ciências naturais, sociais e filosóficas, a que só faltavam a introdução e a conveniente redação. É o gênero do cosmos de Humboldt, e havia por certo de produzir muita sensação no mundo científico, atentas as luzes que derramariam sobre si [...]”. Cabe-lhe, sem contestação, o titulo de primeiro físico-matemático brasileiro. Francisco Gomes de Sousa, um legítimo cidadão do mundo. JOSÉ MOREIRA Por João Mendonça Cordeiro 259 Funcionário do Departamenhto de Correios e Telegrafos, onde exerceu várias funções, aposentando-se como Inspetor. Pesquisador da Historio do português em São Luis, foi o guardião zeloso da Fonte das Pedras, próxima de sua residência. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM MOREIRA, José. FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃO LUÍS. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 170 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011

DESDÉDIT CARNEIRO LEITE FILHO Bacharel em Antropologia, mestrando em Pré-História e diretor do Centro de Pesquisa História Natural e Arqueologia do Maranhão desde a sua fundação, há dez anos.

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OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


CADEIRA 53 OCUPANTE ATUAL: SALOMÃO PEREIRA ROCHA

PATRONO: JOSÉ NASCIMENTO DE MORAES http://pt.wikipedia.org/wiki/Nascimento_Moraes José Nascimento Moraes (São Luís (Maranhão), 19 de março de 1882) foi um escritor, poeta, romancista, cronista, ensaísta e jornalista brasileiro. O autor foi uma grande figura do cenário maranhense do início do século XX, destacando-se por suas obras jornalísticas e literárias, que focavam, sobretudo, a contraposição das questões elitistas e abolicionistas. Lutou contra os conceitos racistas da época, atraindo aliados e inimigos à sua causa. De suas obras publicadas, destaca-se “Vencidos e Degenerados”, cujo tema central é o retrato da sociedade maranhense em vista às questões sociais, como o preconceito e a pobreza extrema. A obra projetou nacionalmente o autor como um dos melhores retratistas sociais da época, igualado a nomes como Lima Barreto e Aluísio Azevedo. Foi professor do Liceu Maranhense e presidente da Academia Maranhense de Letras. Teve alunos, hoje conhecidos, como José Sarney e Ferreira Gullar, também atuantes nas temáticas sociais brasileiras. Nascimento Moraes teve um filho, batizado com o mesmo nome, que seguiu a mesma trajetória literária e jornalística e foi defensor dos direitos da população negra, com a mesma dedicação que o seu pai teve à causa. Sobre o pai, Nascimento Moraes Filho afirma que, além das obras de cunho naturalista e revolucionário, a contribuição principal está no fato de que seu pai foi um exemplo vivo da superação de preconceitos. Para ele, o pai foi um vitorioso em sua profissão, reconhecido em seu estado e em todo o país. José Nascimento Moraes faleceu no dia 22 de fevereiro de 1958 com 76 anos. Vencidos e Degenerados O livro do autor maranhense, Nascimento Moraes, “Vencidos e Degenerados”, foi publicado pela primeira vez em São Luís do Maranhão no ano de 1915, demorou dois anos para ficar pronto devido às dificuldades e pobreza de recursos dá época, o romance, um dos mais importantes de sua carreira, é um retrato da sociedade maranhense entre os séculos: XIX e XX. A obra inicia-se no dia 13 de maio de 1888, meio a notícia da abolição da escravatura, estende-se pela república mostrando o desenrolar da vida dos personagens e seus sonhos. As idealizações são confrontadas à realidade política e social. A narração possui uma linguagem descritiva, não é dividida em capítulos e sim trechos longos. Os personagens apresentados são humanizados, mas poucos são enfatizados psicologicamente. O romance não se enquadra totalmente no Naturalismo, pois não possui a parte Determinista, oscila entre aquele e o Realismo. As personagens femininas


são fracas, assim como alguns intelectuais na estória.O universo do livro, Vencidos e Degenerados, se assemelha com O Mulato de Aluísio Azevedo, é certo que existem diferenças, uma delas é o fato daquele ser uma obra de cunho abolicionista. O romance pode parecer um tanto quanto pessimista, como quando Domingos Daniel Aranha, um dos personagens, diz “nada somos e nada poderemos ser amanhã”, em certos aspectos aborda política e degradação de costumes. José do Nascimento Moraes MARTINS, Manoel de Jesus Barros 260 José do Nascimento Moraes nasceu em São Luis do Maranhão, no dia 19 de março de 1882 e faleceu em 22 de fevereiro de 1958, aos 76 anos. Foi poeta, romancista, cronista, ensaísta e jornalista. Além disso, alcançou os cargos de presidente da Academia Maranhense de Letras e professor do tradicional Liceu Maranhense, onde chegou a lecionar para Ferreira Gullar e José Sarney. Descendente de escravos, Nascimento Moraes lutou, por meio de artigos jornalísticos, muitas vezes publicados sob pseudônimo, contra o mesmo preconceito de cor que precisou superar para obter o reconhecimento profissional e literário. Também em sua literatura, o escritor abordou de maneira crítica a temática do preconceito racial, sendo que seu livro de maior destaque, Vencidos e degenerados, primeiramente publicado no Maranhão em 1915, discute as consequências do 13 de Maio de 1888. O romance faz uso do registro jornalístico para realizar uma espécie de retrato sociológico da sociedade maranhense do pós-abolição, entre o final do século XIX e o início do século XX, expondo sua face decadente. Sobre a obra, afirma Manoel de Jesus Barros Martins: O cotidiano de São Luis, subsequente à abolição da escravatura, foi por ele mapeado anatomicamente, analisado sociologicamente e narrado com sagacidade e rigor dialético. Isso permitiu-lhe a montagem de um retrato multifacetado da vida ludovicense, no qual foram gravados com tinta naturalista (...) suas tensões sócio-culturais subjacentes, nuances da atmosfera abafadiça da decadência, reveladoras do desequilíbrio vigente em todo o corpo social tomado como objeto da narrativa. (MARTINS: 2002, 36). O livro traz como personagem principal João Olivier que, assim como o escritor, é jornalista, luta contra injustiças sociais e é descendente de escravos. José do Nascimento Moraes casou-se com Ana Augusta Mendes Moraes, com quem teve sete filhos: Nadir, Raimundo, João José, Ápio Cláudio, Talita, Paulo e José Os dois últimos, Paulo Nascimento Moraes e José do Nascimento Moraes Filho, obtiveram reconhecimento como importantes poetas e jornalistas. José do Nascimento Moraes Filho foi, inclusive, responsável pela descoberta e publicação de Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, provavelmente o primeiro romance escrito por uma afrodescendente no Brasil. 260

MARTINS, Manoel de Jesus Barros. Rachaduras Solarescas e Epigonismos Provincianos: sociedade e cultura no Maranhão neo-ateniense: 1890-1930. Dissertação de mestrado. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2002.


MANOEL DE OLIVEIRA GOMES


CADEIRA 54 OCUPANTE ATUAL: ÁLVARO URUBATAN MELO

PATRONO: DOM FELIPE CONDURÚ PACHECO Por João Mendonça Cordeiro261 Nasceu em São Bento a 18 de julho de 1892. Estudou no seminário de Santo Antonio e de Fortaleza-CE, tendo estudado antes no Seminário de Ilhéus-BA e de Parnaíba-PI. Escreveu várias obras: D. Francisco de |Paula e Silva; Pai e mestre; Vida de D. Luis de Brito, 1º Arcebispo de Olimda-PE, destacando-se, contudo, a Historia Eclesiastica do Maranhão. Faleceu em São Luis. DOM FELIPE CONDURU PACHECO Por Álvaro Urubatan Mello 262 Bispo de Ilhéus – BA, Parnaíba – PI e resignatário de Decoriana, na África. Professor, historiador, músico, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Publicou obras que avultam na bibliografia maranhense, por sua qualidade e erudição: Vida de Dom Luís de Brito, três volumes; Pai e Mestre, 398 páginas; História Eclesiástica do Maranhão, 700 páginas, Carta Pastoral e Relações entre o Poder Civil e o Eclesiástico. Patrono da Cadeira 4, da Academia Sambentuense, fundada pelo escritor Sataniel de Jesus Pereira. DOM FELIPE CONDURU PACHECO nasceu em São Bento, aos 18 dias de julho de 1892 e faleceu em São Luís a 4 de outubro de 1972. Filho de José Joaquim da Silva Pacheco e Rita de Oliveira Pacheco. Neto paterno de Joaquim José Pacheco e Maria Joaquina da Silva Martins. Materno do ilustre pedagogo Felipe Benicio de Oliveira Conduru e Carolina Paula de Sena Conduru. Seus primeiros estudos foram feitos em São Bento com seu tio-avô Lucílio Raimundo de Araújo e Oliveira, e sua tia jornalista Eponina Conduru, proprietários do Colégio Nossa Senhora da Conceição e Glória. Continuou o primário em São Luis no Seminário Santo Antônio, e os teológicos no Seminário Maior de Fortaleza. Ordenou-se padre a 21 de novembro de 1915, na catedral de São Luís, com o recebimento da unção sacerdotal de Dom Francisco. Celebrou a 1ª missa em São Bento no dia da Conceição – 8 de dezembro desse ano. Nomeado capelão da Santa Casa de Misericórdia – S. Luís, no período de 1916 a 1918, quando foi transferido para paróquia de sua natal, empossado a 23 de fevereiro de 1919. Sua nomeação foi o primeiro ato assinado pelo novo bispo, Dom Helvécio Gomes de 261

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 262 Correspondeica pessoal via correio eletrônico, em 27/01/2013


Oliveira. Permaneceu nessa paróquia até 1931, quando realizou aos seus párocos relevantes serviços de incentivo ao teatro, com a fundação da Banda Musical, Recreio Paroquial, a criação da Escola Paroquial para meninos pobres e a reconstrução do prédio da matriz, atingida por um incêndio. Elogiável trabalho pelo social e pela religião católica. Monsenhor vigário-geral do primeiro Arcebispo do Maranhão, vigário-geral de toda a Arquidiocese de São Luís. Bispo de Ilhéus (BA) e Parnaíba (PI). Bispo Resignatário de Decoriana, extinta cidade da Tunísia e bispo auxiliar da catedral do Maranhão. Professor de Teoria, Cânones, Arqueologia Sagrada e Prática do Seminário Santo Antônio, Latim e Religião do Santa Teresa; Filosofia Experimental no Colégio do Estado. Autor dos livros Pai e Mestre, Vida de Dom Luís de Brito (três volumes), Dom Francisco de Paula e Silva, História Eclesiástica do Maranhão, Cartas Pastorais, Relações entre o poder Eclesiástico, o Poder Civil e a Santa Missa. Músico, jornalista, poliglota, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Patrono da Cadeira 7, da Academia Sambentuense. TERCEIRO BISPO DA DIOCESE DE ILHEUS –BA, de 1941 a 1946. Foi pregador emérito. Realizou proveitosas visitas pastorais. Reorganizou a Obra das Vocações Sacerdotais e fundou o semanário diocesano “Voz de Ilhéus”. Foi transferido para a diocese de Parnaíba, Piauí, em 1946 263. No dia 07 de julho de 1946 tomou posse como primeiro Bispo Diocesano de Parnaíba o Exmo. Sr. Dom Felipe Condurú Pacheco. Dom Felipe Condurú Pacheco veio transferido de Ilhéus – BA e ficou na frente da Diocese até 1959264 D. Felipe Condurú Pacheco, nascido em 18 de Julho de 1892, em São Bento dos Perís, MA, 3º Bispo de Ilhéus, BA., em 1941 até 1946 em que foi ser o 1º Bispo de Parnaíba, PI.

Brasão de Armas265: Escudo oval esquartelado. Os quartéis se destacam mutuamente pelos braços da Cruz de Cristo, em goles (rubra), vazia no campo e abraçando o escudo. Lembra esse símbolo sagrado a cruz sanguínea que se desenhava na caravelas de Cabral, ao abicar em Porto Seguro. Sobrepõe-se-lhe o Coração de Jesus, circundando da coroa de espinhos, encimado de pequena cruz e com irradiações de ouro. No quartel superior, á destra, em campo azul – uma estrela de prata – para expressar a devoção a Nossa Senhora – a "Estrela Matutina". No quartel superior, á sinistra, em campo de ouro – lírios abertos – evocando a "Associação de S. José". Eficaz cooperadora na formação sacerdotal de D. Felipe. No quartel inferior, á destra, ainda em campo de ouro – uma igreja sobre um rochedo de sinople, a emergir de um mar de anil. Recorda a S. Igreja, impávida sobre Pedro e os seus sucessores. No quartel inferior, á 263 264

Ler mais: http://www.diocesedeilheusba.com/products/terceiro-bispo-da-diocese/

http://www.diocesedeparnaiba.org.br/conteudo.asp?id=1063 265 http://www.sfreinobreza.com/eclesiasticobispos.htm


sinistra, em campo azul – uma árvore Condurú – homenagem á família, fundada pelo avõ materno – professor emérito. O escudo repousa sobre rico anteparo de contornos curvilíneos reproduzindo fielmente do brasão do Exmo. Sr. D. Octaviano Pereira de Albuquerque, que ao sacerdote Condurú Pacheco fizera seu Vigário Geral. Dessa decoração emerge – mitra, á destra – e báculo, á sinistra – e cruz de ouro florida ao centro. Tudo dominando – chapéu com borlas episcopais. Sobre o listel que tudo sustenta, o lema: "Omnibus omnia" – "Tudo para todos" – de S. Paulo, na sua primeira carta aos Coríntios, cap. IX, versículo 2.

KLEBER MOREIRA DE SOUSA Por Eneida Vieira da Silva OSTRIA DE CAÑEDO266 Nasceu em São Luis do Maranhão, filho de Raimundo Moreira de Sousa e de Ariceia Fernandes de Sousa. Fez os estudos primários em São Luis e o secundáriono Liceu Maranhense. O curso superior foi iniciado na Faculdade de Direito do Maranhão e concluido na Universidade do Estado do Piauí, em 1948. Exerceu cargo publico federal no período de 1944 a 1948. Foi nomeado Promotor Publico de Pastos Bons em 1949 e por questões pessoais pediu afastamento. Passou a exercer o jornalismo, atuando nos jornais O Imparcuial; O Globo; Diário de São Luis; e o Combate. Em 1952 retorna a magustratura, atuando na Comarca de Loreto, percorrendo depois outros municípios: Colinas, Alto Parnaíba, Itapecuru-Mirim, Caxias. Da comarca de Caxias volta a São Luis para assumir o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça. No tribunal exerceu a Corregedoria como substituto, depois foi Corregedor Geraç, ViePresidente, e Presidente no período de 1978/79. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão no período de 12/03/1991 a 02/08/1993267 Faleceu em São Luis. Desembargador Kleber Moreira de Souza, Por Álvaro Urubatan Mello 268 São-luisense, filho do casal Raimundo Moreira de Sousa e Aracéia Fernandes de Souza Os estudos primário e secundário os fez em São Luís. Iniciou o curso jurídico na velha Faculdade de Direito do Maranhão e concluiu em Teresina, na turma de 1948. Funcionário público federal, membro da extinta União Democrática Nacional (UDN). Jornalista redator de os jornais “ O Imparcial”, “O Globo” “Diário de S. Luis” e “O 266

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005 267 http://www.tre-ma.jus.br/noticias-tre-ma/galerias/galeria-de-presidentes-do-tre-ma 268 Correspondeica pessoal via correio eletrônico, em 27/01/2013


Combate”. Advogado, promotor público de Pastos Bons, juiz de Direito das Comarcas Loreto, Colinas, Alto Parnaíba, Itapecuru-Mirim, Caxias e São Luís. Desembargador, Corregedor-geral, vice-presidente e presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão.


CADEIRA 55 OCUPANTE ATUAL: JOSETH COUTINHO MARTINS DE FREITAS JOSÉ RIBEIRO DE SÁ VALE Por Joseth Coutinho Martins de FREITAS 269 Nascido em São Luis em 08 de março de 1891, filho de Benjamin de Sá Vale e Rosa Ribeiro de Sá Vale. Pertencia a família tradicional pois neto materno do Barão de Grajaú, pela paterna do Visconde do Desterro, e sobrinho-neto de Ana Amelia Ferreira Vale, a decantada musa de Gonçalves Dias. Fez seus estudos primário e secundário em São Luis, escolhendo o Magisterio como profissão e se dedicou de maneira impar por mais de 45 anos, lecionando diversas matérias: Portugues, Historia Geral, do Brasil e do Maranhão, Geografia; em vários estabelecimentos de ensino: Academia de Comercio; Instituto Viveiros; Ateneu Teixeira Mendes; Rosa castro; Santa Teresa; e na Escola Brigadeiro Cunha Junior, no 24º BC. Inaugurou, em 1932, a cadeira de Ci~encias Fisicas e naturais do Liceu Maranhense, onde foi preparador-laboratorista de Fisica e Quimica; regeu, pela primeira vez em São Luis, a cadeira de Merceologia, na Academia de Comercio do Maranhão. Era um abnegado a causa da instrução aos analfabetos humildes, lecionando gratuitamente; fundou a primeira escola noturna para ‘pés descalços’ em Alcantara, quando lá morou, sendo Vereador da Camara Municipal. Escreveu: Maranhão Antigo e Moderno; História do Maranhão; Antologia Maranhense (90 autores), a primeira em 1937; Municipio de São Luis; Maranhão Intelectual e Artistico; Ilha de São Luis; Resumos da Historia do Maranhão, e Geografia do Maranhão. Os três últimos destinados às crianças; a estas também dirigiu: Maranhão Belo e Rico; Cousas do maranhão, e Pontos de Histórian do Maranhão. Contista de fino trato e grande obsewrvador, legou-nos interessantes páginas sobre nossas tradições e nossos costumes. Jornalista, escreveu na Pacotilha, no Combate, na Hora, na Folha do Povo, na Tribuna, no O Imparcial, e periódicos. Poeta, publicou livros de sonetos: Sob o alvor do luar. São muito conhecidos seus sonetos: Guilherme Tell; Profissão de Fé; A Vida; O Consertador de Bonecas; Genio e Arte; Atomo; Novo Kepler; Iniciado; Luminárias; Medieval, e No Campo. Deixou os opúsculos: Igreja Nossa Senhora da Conceição; Crisantemo; O Sol e a Lua; Ave; Portugal; Manual da Felicidade. Vale destacar suas crônicas: Arroz de Cuxá; Luar Maranhense, e Indignação Popular. Foi o prmeiro ocupante da Cadeira 32 do IHGM, patroneada pelo cientista Aquiles de Faria Lisboa, e depois patrono da cadeira 55. Faleceu no dia 04 de dezembro de 1966, aos 75 anos, deixando várias obras inéditas.

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DISCURSO DE POSSE Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 57-61

OSTRIA DE CAÑEDO, Eneida Vieira da Silva; FREITAS, Joseth Coutinho Martins de; PEREIRA, Maria Esterlina Mello; e CORDEIRO, João Mendonça. PATRONOS & OCUPANTES DE CADEIRA. São Luís: FORTGRAF, 2005


CADEIRA 56 OCUPANTE ATUAL: JOANA MARIA BITTENCOURT

PATRONO: JERÔNIMO JOSÉ DE VIVEIROS Por Joana Bittencourt270 Nasceu em São Luís do Maranhão, a 11 de agosto de 1884, um dos cinco filhos de Maria Francisca e Jerônimo José Viveiros. Seus antepassados, de origem espanhola, chegaram ao Maranhão por volta de 1780, e se estabeleceram em Alcântara, em cujo meio se tornaram uma família das mais influentes. Seu bisavô (1789-1857), que tinha o seu mesmo nome, foi senador do Império. Seu avô, Francisco Mariano de Viveiros Sobrinho (1819-1860), Barão de São Bento, foi deputado provincial e geral (10ª Legislatura, 1857-1860), chefe do Partido Conservador, também fidalgo e cavaleiro da Casa Imperial. Órfão de pai aos dois anos iniciou o caminho das letras através de professores particulares, em São Luís. Passou depois ao Colégio Nossa senhora da Glória e ao Liceu Maranhense. Decidindo-se, na juventude, pelo estudo das Ciências Jurídicas, viajou ao Rio de Janeiro, mas, à altura do terceiro ano, teve que abandonar o curso e retornar ao Maranhão, devido à fragilidade da saúde de sua mãe. Aos 22 anos, mediante processo seletivo em que foi sabatinado pelo próprio presidente do Estado, Benedito Leite, iniciava carreira no magistério, como lente de História Universal e do Brasil, no Liceu Maranhense. Esteve depois à frente da Imprensa Oficial do Estado e foi diretor da Instrução Pública, além de fundar e dirigir o Instituto Viveiros, que deixou fama na História da Educação maranhense. No dia 6 de outubro de 1937, quando a Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão votava o orçamento para o ano vindouro, os deputados que faziam oposição ao Governo Paulo Ramos se mobilizou para boicotar a sessão. O professor Jerônimo de Viveiros, funcionário público estadual e do município de São Luís, há esse tempo liderou uma grande manifestação nas galerias da Casa. A Polícia Militar teve que intervir por ordem da Presidência da Assembléia, que suspendeu a sessão e evacuou as galerias. Por essa ocasião, o professor Jerônimo de Viveiros era catedrático de História Universal do Liceu Maranhense e ajudante de Inspetor do Ensino Municipal de São Luís. Por conta desse episódio Jerônimo de Viveiros foi submetido a um inquérito administrativo e a outro policial, que culminou com seu afastamento, a bem do serviço público, em 29 de dezembro de 1937, conforme publicado no Diário Oficial do dia seguinte. A perseguição política estendeu-se a ponto de o prefeito municipal de São Luís, Dr. Pedro

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DISCURSO DE POSSE - CADEIRA Nº 56, PATRONEADA POR JERÔNIMO DE VIVEIROS. Revista IHGM n. 39, dezembro 2011, p.120 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011


Neiva de Santana, também exonerá-lo pelo mesmo motivo, do quadro de servidores do município, conforme ato publicado no Diário Oficial de 30 de dezembro de 1937. Viveiros foi obrigado a transferir-se para o Rio de Janeiro, onde foi professor do Colégio Pedro II, passando cerca de dez anos naquela cidade, ocasião em que escreveu a biografia de Gonçalves Dias e de Celso Magalhães, e mais 48 artigos sobre a indústria açucareira do País, além de colaborar no preparo da obra A Balaiada, de Astolfo Serra. Sua obstinada vocação de pesquisador teve continuidade no Maranhão, para onde retornou em 1949. Foi ainda consultor técnico do Diretório Regional de Geografia do Maranhão e professor da Faculdade de Filosofia de São Luís. Dentre as suas obras a mais extensa e quiçá a de maior importância é “A História do Comércio do Maranhão”, escrita em três volumes, dividindo-a em ordem cronológica dos acontecimentos. O quarto volume foi escrito pelo renomado historiador professor Mário Martins Meireles, ninguém melhor em competência de conhecimento para dar continuidade à grande obra de Viveiros Em 1950 tomou posse na Academia de Letras do Maranhão na Cadeira nº 08, patroneada por Gomes de Sousa. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Cadeira nº 56, da qual é patrono. JERÔNIMO JOSÉ DE VIVEIROS Por José Jorge Jerônimo de Viveiros nasceu em São Luís a 11 de agosto de 1884. Seus antepassados, de origem espanhola chegaram ao Maranhão por volta de 1780 e se estabeleceram em Alcântara, em cujo meio se tornaram uma das famílias mais influentes. Seu bisavô (1789-1857), que tinha o seu mesmo nome, foi senador do Império. Seu avô, Francisco Mariano de Viveiros Sobrinho (1819-1860), barão de São Bento, foi deputado provincial e geral (10ª Legislatura, de 1857 a 1860), chefe do partido Conservador, fidalgo e cavaleiro da Casa Imperial. Jerônimo era um dos cinco filhos de Maria Francisca e Jerônimo José Viveiros. Ficando órfão de pai aos dois anos de idade, Jerônimo foi criado em um ambiente extremamente conservador e, em São Luis, iniciou o caminho das letras através de professores particulares, passando pelo Colégio Nossa Senhora da Glória, até a chegada ao Liceu maranhense. Decidindo-se pelo Curso de Direito, viajou ao Rio de Janeiro para ingressar, sem maiores dificuldades, no Curso de Direito da então capital federal. Devido à fragilidade da saúde de sua mãe, teve que abandonar o curso, a essa altura no terceiro ano, para retornar ao Maranhão. Estava com 22 anos quando se decidiu pelo magistério, como sendo uma das alternativas disponíveis para um jovem inteligente e amante das letras. Assim, após um processo de seleção em que foi sabatinado pelo próprio governador do Estado, Dr. Benedito Leite, foi selecionado e nomeado para o Liceu Maranhense, como professor de História Universal. Sempre se destacando como professor, esteve à frente da Imprensa Oficial do Estado, foi diretor da Instrução Pública, além de fundar e dirigir com zelo e competência, o Instituto Viveiros. Na década de trinta, com o advento do Estado Novo, o professor Jerônimo já era respeitado no seio da comunidade maranhense, e teve destacada atuação cívica e política contestando as ações do governo local.


No dia 6 de outubro de 1937, quando a Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, votava a peça do Orçamento para o ano vindouro, os deputados que faziam oposição ao Governo Paulo Ramos, se mobilizaram para boicotar a sessão. O professor Jerônimo de Viveiros, funcionário público estadual e do município de São Luís a esse tempo, liderou uma grande manifestação nas galerias da Casa. A Polícia Militar teve que intervir por ordem da Presidência da Assembléia, que suspendeu a sessão e evacuou as galerias. Por essa ocasião, o professor Jerônimo de Viveiros era catedrático de História Universal do Liceu Maranhense e ajudante de Inspetor do Ensino Municipal de São Luís. Por conta desse episódio, Jerônimo de Viveiros foi submetido a um inquérito administrativo e a outro policial, que culminou com seu afastamento, a bem do serviço público, em 29 de dezembro de 1937, conforme publicado no Diário Oficial do dia seguinte. A perseguição política estendeu-se a ponto de o prefeito municipal de São Luís, Dr. Pedro Neiva de Santana, também exonerá-lo pelo mesmo motivo, do quadro de servidores do município, conforme ato publicado no Diário Oficial de 30 de dezembro de 1937. Ao ver que lhe foram retiradas, à força, as suas alternativas de subsistência, ele foi obrigado a se transferir para o Rio de Janeiro, onde graças às suas habilidades e competência, logo se tornou professor da renomada instituição de ensino, o Colégio Pedro II. Nessa sua segunda passagem pelo Rio de Janeiro, que durou cerca de 10 anos, colaborou na obra de Astolfo Serra, A Balaiada além de ter sido autor de 48 artigos especializados sobre a indústria açucareira do país. Além disso, escreveu biografias de Gonçalves Dias e Celso Magalhães. Em 24 de fevereiro de 1950, tomou posse na Academia Maranhense de Letras, após ter sido eleito para a Cadeira no. 8, patroneada por Gomes de Sousa. Bem antes das comemorações do primeiro centenário de Pinheiro, Clodoaldo Cardoso e o desembargador Elisabetho Barbosa de Carvalho, ambos amigos próximos do professor Jerônimo de Viveiros, solicitaram-lhe que elaborasse um trabalho sobre a cidade de Pinheiro, semelhante ao que havia sido por ele publicado, Quadros da Vida Maranhense. O historiador dedicou-se com afinco em pesquisas, sobretudo nas consultas aos arquivos do jornal Cidade de Pinheiro, produzindo o que ele denominou Quadros da Vida Pinheirense. Quando da cerimônia oficial das comemorações do centenário de Pinheiro, ocorrida na sede do Instituto de História e Geografia de Pinheiro, o escritor entregou em mãos do então prefeito municipal Dico Araújo, os originais para que fossem publicados. Presente à cerimônia, representando o presidente da República Juscelino Kubitschek, estava o senador Assis Chateaubriand que se prontificou a editar o livro tão sonhado pelo desembargador Elisabetho. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM VIVEIROS, Jeronimo de O JORNAL “O PAÍS” EM FACE DA GUERRA DA TRÍPLICE-ALIANÇA Ano 28, n. 3, agosto de 1951 79-87 UMA LUTA POLÍTICA DO SEGUNDO REINADO Ano IV, n. 4, junho de 1952 13-39


A FAMÍLIA MORAIS RÊGO Ano IV, n. 5, dezembro de 1952 03-24

JOSÉ RIBAMAR SOUSA DOS REIS Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz 271 Nasceu em 22 de março de 1947, em São Luis do Maranhão; filho de Antônio Sebastião dos Reis e Rosy Sousa dos Reis; casado com Maria Osmina Sousa dos Reis, com quem teve seis filhos: José Ricardo Santos dos Reis; José Ribamar Sousa dos Reis Júnior; Rosy Maria Santos dos Reis; Maria Firmina Costa dos Reis; Antônio Sebastião dos Reis Neto e Francisco Amaral Sousa dos Reis. Somados a sete netos. Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Maranhão em 1973; com Curso de Ciências Jurídicas incompleto; no seu currículo constam os mais diversos cursos de especialização em pré-planejamento; sua área de estudos era pesquisa socioeconômica. Faleceu em São Luís na tarde de 07 de dezembro de 2010. Ocupou diversos Cargos e Funções Públicas, como Coordenador Geral e Diretor Presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais do Maranhão – IPES; Assessor Técnico da Secretaria de Administração do Estado do Maranhão; Assessor Técnico da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral do Estado do Maranhão – SEPLAN; Assessor Técnico do Escritório Técnico de Administração Municipal – ETAM; Assessor Técnico Instalador da Loteria Estadual do Maranhão – LOTEMA; representante no Estado do Maranhão e Coordenador Regional do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais do Recife; Coordenador Regional da Fundação Joaquim Nabuco do Ministério de Educação e Cultura; Secretário Executivo Adjunto da Fundação Cultural do Maranhão; Membro do Grupo de Coordenação do Projeto Praia Grande; Presidente do Conselho Regional de Economia 15 a. Região; Coordenador de Marketing do Banco de Desenvolvimento do Maranhão S.A.; Assessor da Superintendência de Planejamento do Banco do Estado do Maranhão S.A.; Chefe do Departamento de Estatística do Bando do Estado do Maranhão S.A.; Grande Secretário de Cultura e Orientação do Grande Oriente do Maranhão, tendo ainda exercido outros relevantes cargos e funções nas áreas de pesquisas sócio-econômicas, planejamento e financeira do Estado. Historiador, pesquisador, escritor e poeta com diversos livros publicados dos quais se destacam, Poesias: Marcas; Verdade e Esperança; Lance de Rumo; Flor Mulher e Recital Poético (CD). Ensaios: Bumba-meu-Boi, O Maior Espetáculo Popular do Maranhão – Três edições esgotadas; Bumba-Boi – Alegria do Povo; Folclore Maranhense – quatro edições esgotadas; Feira da Praia Grande – duas edições esgotadas, Raposa: Seu Presente, Sua 271

JOSÉ RIBAMAR SOUSA DOS REIS – em memória. Revista do IHGM n. 35, dezembro 2010, Edição Eletrônica


Gente, Seu Futuro (Perfil Psicossocial dos Municípios Maranhenses – Projeto Piloto); Newton Pavão – Mestre das Artes; Contos da Ilha; São José de Ribamar: A Cidade, O Santo e sua Gente; João Chiador, 50 Anos de Glória, Meio Século de Cantoria; Praia Grande, Cenários: Históricos, Turísticos e Sentimentais; ZBM: O Reino Encantado da Boêmia, São João em São Luís: O Maior Atrativo Turístico-Cultural do Maranhão; Sertão da Minha Terra, A Saga das Quebradeiras de Coco (contos); O ABC do BumbaBoi do Maranhão, duas edições esgotadas; Amostra do Populário Maranhense; Terreiro do Riacho “Água Fria” (novela); Carimã (contos); Folguedos e Danças Juninas do Maranhão; Mãe Tomázia (contos). Inéditos: Ilha de São Luís: Processo de Metropolização; São Pantaleão / Madre Deus: O maior Pólo da Cultura Popular São-luisense; Os Fuzileiros da Fuzarca: Relíquias da Batucada Maranhense; As Maiobas: A Capital do Bumba-Boi da Ilha; De Pericumã a Cumã (contos-ficção/realidade); O Pajé Curador de Canelatiua (contosficção/realidade); Da Casa das Tulhas a Feira da Praia Grande; Brincadeiras Populares do Maranhão; Baixada Maranhense em Prosas e Versos; Mapeamento das Manifestações Culturais do Estado do Maranhão; Dicionário da Maranhensidade (Lingüística Histórica); A Saga de Seu Bento: O Retirante (novela) e Trincheira da Maranhensidade em Artigos e Crônicas. Sua colaboração jornalística é marcante com milhares de artigos e crônicas publicadas nos principais jornais maranhenses. Atualmente, mantinha sua colaboração, semanalmente, às sextas-feiras no Suplemento Cultural JP-Turismo do Jornal Pequeno, onde é titular da Coluna Trincheira da Maranhensidade. Colaborou, diariamente, com o Jornal O Estado do Maranhão, com uma página econômica pelo período de um ano e meio, além de inúmeras participações em palestras, debates, seminários e simpósios locais, regionais, nacionais e internacionais. Freqüentemente era convidado para participação de eventos dessa natureza, com destaque maior para os que tratam do tema sobre a Cultura Popular Maranhense. Autor da Simbologia de Auto-Estima dos Maranhenses: a Maranhensidade, cria deste historiador, membro efetivo do IHGM, entre controvérsias e aplausos é a fase modal da Cultura Maranhense, principalmente a área da Cultura Popular, o que não deixa de ser mais uma prova do eficiente e diuturno labor deste abnegado defensor das coisas e da gente deste torrão. CONTRUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM REIS, Jose de Ribamar Sousa dos DISCURSO DE JOSE DE RIBAMAR SOUSA DOS REIS, POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DO LIVRO DE SUA AUTORIA “RAPOSA: PRESENTE, SUA GENTE, SEU FUTURO’, NO IHGM EM 27.5.1998 No. 21, 1998 48-52 DA CASA DAS TULHAS A FEIRA DA PRAIA GRANDE: A NECESSIDADE DE CONHECER PARA PRESERVAR! N. 31, novembro 2009 ed. Eletrônica 92- 94 HOJE É DIA DO LIVRO FOLCLORE MARANHENSE N. 31, novembro 2009 ed. Eletrônica 110-111 INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO: A CASA DE ANTÔNIO LOPES. 84 ANOS DE HISTÓRIA FAZENDO HISTÓRIA N. 31, novembro 2009 ed. Eletrônica 178-180 MÃE TOMÁZIA: MAIS UM PRESENTE PARA NOSSA CODÓ REVISTA IHGM 32 - MARÇO 2010, p. 90 FALTA DE RESPEITO AOS RESTOS MORTAIS DE MARIA FIRMINA DOS REIS REVISTA IHGM 32 MARÇO 2010, p. 92 TRINCHEIRA DA MARANHENSIDADE: DISCURSO DE JOSÉ RIBAMAR SOUSA DOS REIS AO RECEBER O TÍTULO DE CIDADÃO RAPOENSE. REVISTA IHGM 33 – MARÇO 2010, P 113 AS NOSSAS FESTAS JUNINAS & O MERCADO DA GLOBALIZAÇÃO CULTURAL! REVISTA IHGM 33 – MARÇO 2010, P 115


DISCURSO PROFERIDO NO PLENÁRIO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, EM REUNIÃO ORDINÁRIA, DIA 25 DE SETEMBRO DE 2002. Rev. do IHGM, No. 34, Setembro de 2010 – Edição Eletrônica, p. 108-112 4º CENTENÁRIO DA CIDADE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO. REV. IHGM 36, MARÇO 2011, p 150


CADEIRA 57 OCUPANTE ATUAL: ARTHUR ALMADA LIMA FILHO JOSÉ EDUARDO ABRANCHES DE MOURA. Por Arthur Almada Lima Filho 272 Nasceu na capital maranhense, no dia 14 de fevereiro de 1861. Filho de Antonio Silva Moura, próspero comerciante, nascido em Trás-os- Montes, em Portugal, e Raimunda de Castro Abranches, fundadora do Instituto Nossa Senhora da Glória, primeiro estabelecimento secundário no Maranhão. Inicialmente seguiu a carreira militar, graduando-se em Engenharia Militar. Participou do movimento pela proclamação da República e, por ocasião da revolta da Armada, chefiada por Custódio José de Melo, manteve-se ao lado das forças legalistas. Deixa o Exército em 1893; alcançado o posto de capitão. Na vida civil, desenvolveu uma intensa atividade profissional na Amazônia e no Maranhão. Matemático, como professor desta ciência, despertou interesse acentuado entre os estudantes do Liceu Maranhense e do Curso Ginasial do Instituto “Raimundo Cerveira”; astrônomo, amigo e colaborador do grande Camille Flamarion, notável astrônomo francês; correspondente do observatório do Jurivy e da Societé Astronomique de France; fundou e dirigiu o observatório Orion, em Canutama, no Amazonas; geógrafo, desenvolveu exaustivos estudos sobre a geografia do Maranhão e do Amazonas, sendo valiosas as publicações sobre a topografia e plantas da ilha. O nome de José Eduardo Abranches Moura alinha-se aos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e foi o primeiro ocupante da cadeira nº 15, patroneada por seu avô, o grande João Antônio Garcia Abranches. Presidente do Colégio Astronômico Camille Flammarion (1929), Diretor do Instituto Ateniense (1920) e Presidente do Comitê Bernardes-Urbano Santos, organizado na sua residência, à Vila do Anil (1921).273 Deixou uma copiosa bibliografia: Estudos Óptica, O município de Canutama e sua história – fauna e flora amazonenses, Carta do município de Canutama, no Amazonas, Estudos de astronomia (2 vols.), Planta do Rio Purus, Miscelânia matemática, Três teses – Máxima e mínima – Teoria dos menores quadrados – Determinantes, O phantógrafo e o planímetro – O comparso de redução – O azimothographo Abranches, Delimitação intermunicipal, Divisão territorial do Maranhão (relatório), As ruas de São Luís – sua história e suas lendas, Dicionário do Purus, Corographia do Maranhão, A Cartographia maranhense – estudo sobre as cartas geográphicas do Maranhão desde a sua descoberta, A ilha de São Luís, Carta topográphica da ilha de São Luís, Carta geográphica do estado do Maranhão, Carta potamográphica do Maranhão, Planta da Cidade de São Luís, Carta Potamográphica da ilha de São Luís, Estudo de climatologia – a friagem no Amazonas, o Maranhão rodoviário (memória) – 1929, Árvore genealógica dos municípios maranhenses, Notas sobre os municípios maranhenses, Estudo de climatologia – as chuvas em Canutama, no Amazonas, Fragmentos, Contos e poesias, Biographias de sábios antigos e 272

DISCURSO DE POSSE NO IHGM, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 69, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012 273 Informação prestada por Martins Dyêgo Martins, em 16/02/2013 via Facebook.


contemporâneos. Em colaboração com seu irmão Dunshee de Abranches publicou Ephemérides de família. PROFESSOR ABRANCHES MOURA274 Por José de Albuquerque Alencar Jornal do Brasil, edição de 19 de maio de 1953

Hoje encontrei entre os meus livros um trabalho “Uma vida’, em que se diz com sobriedade e elegância estilística quem foi José Eduardo de Abranches Moura. Li o folheto avidamente. Fiquei estarrecido diante do contraste que passo a explicar. Cheguei a alcançar ainda no Maranhão o saudoso Abranches Moura. Digo que cheguei a alcançar, pois que vim para o Maranhão em outubro de 1939, convidado para o cargo de Secretário-Geral do Estado, que exerci, somado com algumas interinidades como substituto do Interventor Paulo Ramos até 23 de abril de 1945, Durante aquele período, Abranches Moura deu desempenho brilhante a várias incumbências do Governo maranhense. Lembro-me bem que ele fez os mapas dos municípios e colaborou eficazmente nos trabalhos enviados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Era um grande sabedor da história e geografia maranhenses. Quando se cogitou da uniformidade dos nomes dos municípios, trabalho de âmbito nacional, coincidiu estar eu no Governo e receber o professor Abranches Moura, que trouxe a sugestão dos novos nomes. Tratava-se de expedir o decreto-lei n. 820, de 30 de dezembro de 1943, que fixou a divisão administrativa e judiciária do Estado, devendo vigorar de 1º. de janeiro de 1944 a 31 de dezembro de 1948. Abranches Moura trabalhou eficazmente na discriminação e retificação de limites. No final do trabalho está o “quadro das mudanças de topônimos” por ele organizado. Suas sugestões foram aceitas totalmente. Apenas de minha lembrança foi o nome de Timon pelo de Flores. Muita gente pensava que Flores pertencesse ao Piauí, ao passo que passando Flores a se chamar Timon a dúvida desaparecia totalmente. Além disso, era obrigatória a mudança de nome por existir outra Flores mais antiga. Foi assim que, por proposta de Abranches Moura, Macapá chamou-se Peri-Mirim; Monte Alegre, Timbiras; Picos, Colinas; Santa Quitéria, Bacuri; São Francisco, Iguaratinga; S. Luiz Gonzaga, Ipixuna; São Pedro, Pindaré-Mirim; Presidente Vargas, Aurizona e São Benedito, Curuzú. Em torno da cidade de Caxias é que houve forte controvérsia. Havia três Caxias: aqui, no Rio Grande e no Estado do Rio, mas a prioridade era nossa, por ser mais antiga. Chegou um telegrama do Embaixador Marcelo Soares sugerindo que a do Maranhão fosse batizada diferentemente, como Caxias do Norte. Minha resposta foi defendendo a prioridade da princesa das selvas maranhenses. As outras que tivesse os nomes modificados. Nosso ponto de vista estava precisamente de acordo com a lei e o presidente do S.B.G.E acabou acomodando as reivindicações do Sul, embora afirmasse ser mais importante a cidade gaucha homônima. 274

O Pesquisador Martins Dyêgo Martins, da página do Face ‘São Luís de nossas lembranças” vem postando importantes informações e tem tido um contribuição excepcional para nossas pesquisas. Vejamos a postagem desta sexta-feira, 22 de fevereiro de 2012: “Reproduzo abaixo, na íntegra, artigo publicado no Jornal do Brasil, edição de 19 de maio de 1953, que nos dá algumas informações valiosas para a pesquisa da vida e obra do Professor José de Abranches Moura.” Disponivel em http://www.facebook.com/groups/324308197653931/permalink/423203454431071/#!/groups/324308197 653931/permalink/423203454431071/


Abranches Moura era o professor e geógrafo consumado. Vivia, poré, com grande modéstia e pobreza. Era uma vida misteriosa, da qual nunca se soube de um queixume. O contraste que me referi de início e que agora, depois da leitura de sua biografia me causou profunda surpresa é que um homem de sua estatura moral e mental não podia morrer assim como aconteceu com ele. Um sábio e um patriota não podia acabar como acabou Abranches Moura. Parece que o aborrecimento com a farda modificou os seus hábitos, transformando-o em verdadeiro filósofo. Como aquele episódio de sua transferência para o Pará foi desumano! Que os maranhenses guardem no coração a figura de Abranches Moura, para lhe exaltar a inteligência e o espírito.

AUGUSTO DA SILVA CARVALHO Por Arthur Almada Lima Filho 275 Jornalista destemido, maranhense de São Luís Gonzaga, primeiro ocupante da cadeira 57, aprendeu a ser independente e destemido no perambular por todo o nordeste, apregoando as virtudes dos medicamentos com que o sobrecarregavam os laboratórios Vital Brasil, Raul Leite e outros, todos nacionais.. Tudo isso fazia em conduções de qualquer tipo, fosse boleia ou carroceria de velhos caminhões, montarias de esquálidos pangarés. Nado o detinha, competia-lhe vender pomadas, comprimidos, elixires. Nisso era bom. Muito bom. Até o fazia prazerosamente. Ia colhendo pérolas da linguagem dos sertões, tecida no enredo dos repentistas. Não resultaram em pequena messe essas andanças. Há visíveis reflexos em sua obra de singular humor: Memorial do Quincas, A Revolução e a Caveira, a Caveira de Burro. Em outros livros lategava os políticos corruptos e não poupava empresários e administradores se os surpreendia à margem de uma postura ética que a sociedade exigia. Nesse sentido, A Máquina da Corrupção, Sulapas e Mentiras, Alcoa e a Moeda da Morte. De sólido caráter, não cedia a pressões quaisquer nem a ameaça do atentado prometido. Nada, nem ninguém o demovia da luta pela verdade, pelo direito, pela liberdade de expressão, e sempre em defesa dos humildes e dos idosos, cujas desventuras conheceu quando exercia o cargo de representante do FUNRURAL, em Vitória do Santo Antão, no agreste pernambucano. Integrante do Comitê da Ilha, ao lado de Nascimento de Moraes e outros, pôs-se de sentinela e alarma a sociedade, advertindo-a de danos irreparáveis para o meio ambiente que adviriam com a instalação de grandes industrias multinacionais na ilha de São Luís. Colaborou com muitos jornais de São Luís, às vezes sob pseudônimo, e de outras cidades- Parnaíba - PI, Recife - PE., nos quais estampou inúmeras crônicas, recordações da infância e da mocidade e de encantamento com o rio Bacanga, de onde lhe veio inspiração para o livro de contos, O Velho Bacanga. Faleceu o honrado sócio do IHGM na cidade que o acolheu, como sempre o desejou, São Luís. Contribuições na revista do ihgm 275

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CARVALHO, Augusto Silva de DISCURSO DE POSSE Ano LXII, n. 14, março de 1991 67-68 O VELHO BACANGA Ano LXIII, n. 16, 1993 89-90 ALTA MADRUGADA (CENÁRIO E PALCO – RIO BACANGA – SETEMBRO DE 1947) Ano LXIII, n. 16, 1993 91-92 LITERATURA IMUNDA Ano LXIV, n. 17, 1996 114-115 O BACANGA – A VIDA NO SÍTIO No. 18, 1997 1001-102 O BACANGA –FESTA NO SÍTIO No. 19, 1997 26-28 ÉRAMOS FELIZES... No. 19, 1997 29-31 A VIDA DO CAIXEIRO-VIAJANTE No. 20, 1998 13-15 SAI UM PINGADO! No. 20, 1998 42-43 O AMANHECER DA SAUDADE No. 21, 1998 86 SÃO LUIS – 70 ANOS ATRÁS No. 21, 1998 103-105 O CARNAVAL NA MINHA INFÂNCIA No. 22, 1999 98-99 O AMANHECER DA SAUDADE No. 22, 1999 111-112 A DOCEIRA No. 18, 1997 103-104

JOSÉ ADIRSON DE VASCONCELOS Por Arthur Almada Lima Filho 276 Cearense de Santana do Vale do Acaraú, o incomparável historiador de Brasília, advogado, jornalista, escritor, historiador, com muito orgulho, gosta de dizer que sempre viveu da profissão de escrever em jornal ou livros. Estes superam o número de mais de três dezenas. Na maioria sobre a História de Brasília, a epopeia de sua fundação, a personalidade de seu criador. Vários reconhecidos como didáticos; alguns já traduzidos para outros idiomas. Todos de excelentes qualidades literárias, vazados em estilo claro e linguagem escorreita, recebendo merecida aprovação da crítica abalizada. Contam-se em elevado número as cidades brasileiras em que atuou profissionalmente e os jornais que dirigiu. Pertence a um número considerável de entidades literárias espalhadas pelos Estados brasileiros de norte a sul. Alongaria estas palavras se pensasse nomeá-las. De igual modo procederia se me atrevesse a elencar os louros colhidos em concurso e prêmios e, assim, as comendas que lhe cobrem o peito, nos trajes de festas. Adirson Vasconcelos ganhou biografia que lhe mandou editar a Academia Brasiliense de Letras. Trabalhou nos Diários Associados no Maranhão. Na sua gestão, introduziu em O Imparcial a impressão em off set, encaminhando para os porões do belo sobrado da rua Formosa, tipos, componedores, linotipos e impressoras obsoletas. Para levar a palma em competição com outra empresa jornalística local, contou Adirson com decisiva e 276

DISCURSO DE POSSE NO IHGM, Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 69, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012


indispensável colaboração do Jornalista e publicista Cordeiro Filho. Da redação, passava à composição, diagramação, laboratório fotográfico até a impressão. Nada escapava a sua operosidade. Por justiça, registro a dinâmica atuação do saudoso Professor Raimundo Melo, incansável em todas as fases daquela operação, deslocandose altas horas da noite para o Porto do Itaqui, cuidando do desembarque e imediato transporte da maquinaria esperada para as oficinas de O Imparcial, a fim de se lograr a marca de pioneirismo na modernização da imprensa maranhense. Adirson conquistou viva simpatia dos colegas de trabalho, da sociedade, do empresariado e da intelectualidade. Deixou marca de sua inteligência e de sua vocação para os estudos e pesquisa da História, em que veio a se notabilizar nacionalmente em trabalhos publicados nas edições de números 08 e 09 da revista do IHGM. Na revista nº 8, estampou um substancioso estudo sobre a obra e vida de Humberto de Campos. José Adirson de Vasconcelos277 Nasceu em 16 de julhjo de 1936, de Santana do Acaraú – CE, filho de João Deodato Vasconcelos e Maria Adelsé de Araujo Vasconcelos. Bachareu em Ciencias Juridicas e Sociais. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM VASCONCELOS, A. CINQUENTA ANOS SEM HUMBERTO DE CAMPOS Ano LIX, n. 08, março de 1985 17-28

LAURA AMELIA DAMOUS DUAILIBE Por José Ribamar Seguins278 Maranhense de Turiaçu, estudou no Colegio Santa Teresa, onde concluiu o Curso Normal. Seu curso de Filosofia foi concluído na UFMA. Exerceu o cargo de Subchefe do gabinete da Governadora Roseana Sarney; exerceu com eficiência em outros governos os cargos de Assesssoira da Secretaria de Cultura; Diretora do Teatro Artur Azevedo; Superintendente de Interiorização da Secretaria de Estado da Cultura, tendo alcançado o cargo de Secretaria de Cultura do Estado. Apaixonada pela poesia, escreveu e publicou os seguintes livros: Brevissima canção do amor constante; Arco do tempo; Traje de luzes; Cimitarra. No ano de 2001 foi eleita para o IHGM, pertencente à cadeira no. 57 que tem como patrono o jornalista, escritor e poeta Augusto Silva Carvalho.

277 278

In Revista do IHGM, ano LIX, março de 1985, n. 8, p. 16 SEGUINS, José Ribamar. MULHERES NO COMANDO. São Luis: s.e.; s.d.; p. 109


CADEIRA 58 OCUPANTE ATUAL WASHINGTON MACIEL CANTANHEDE

PATRONO: JOÃO PARSONDAS DE CARVALHO Por Washington Cantanhede 279 João Parsondas de Carvalho nasceu em 1855 ou 1856 na cidade sertaneja de Riachão, filho de Miguel Olímpio de Carvalho, conforme consta no auto de qualificação procedida no âmbito do processo-crime a que respondeu por desacato a autoridade na Comarca de Imperatriz, pois declarou ter 55 anos de idade naquela ocasião, 30 de maio de 1911. O nome de sua mãe não consta em nenhuma das fontes disponíveis. Era irmão de Carlota Carvalho e Emídio Olímpio de Carvalho. Descendia de portugueses, franceses e índios: uma bisavó, Paula de La Rochambeau, “francesa inteligentíssima, possuidora de cultura intelectual, imaginação fantasiosa e sonhadora de virtudes e utopias”; um bisavô, José Marques de Carvalho, “português ignorante, mas dotado de boa índole, trabalhador e econômico”; e uma bisavó, Messias, “autóctone nervosa e quase intolerável” – como assinalado em O Sertão. Seu avô paterno, José Joaquim de Carvalho, baiano radicado desde 1822-1823 no sertão maranhense, onde chegou a possuir uma fazenda no Porto da Chapada, atual Município de Grajaú, fora um homem instruído, preocupado com a educação dos filhos e das crianças e jovens das cercanias, tendo instalado escola onde ensinava a ler e escrever, além de rudimentos de gramática, latim e matemática. José Joaquim foi um daqueles homens do contingente baiano que, no dizer do próprio Parsondas em sua conferência de 24 de dezembro de 1901 perante a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, lentamente, “avançava para noroeste, chegava às cabeceiras do Itapecuru, fundava as vilas de Pastos Bons e Riachão, estendia-se ao longo do Farinha, transpunha o Tocantins e do mesmo modo povoava o território que é hoje a Comarca da Boa Vista”, população agrícola que “ambicionava somente a posse dos campos para a criação dos gados e a fertilidade da terra para suas roças”, de tal forma que assim se povoou a parte meridional do Maranhão, gerando o processo diferentes designações para os habitantes da parte central e do litoral: os do sertão, chamados de baianos pelos do norte; estes, chamados de quiribas por aqueles. Quanto ao pai de Parsondas, Miguel Olímpio, não teria sido diferente do próprio pai, José Joaquim de Carvalho, pois participara da famosa “roda de amigos”, espécie de círculo literário criado em Grajaú sob liderança do juiz de paz liberal Militão Bandeira Barros, alinhado aos “bem-te-vis” e “balaios” que sacudiram o Maranhão na grande revolta popular de 1838 a 1841 e que passou à história com o nome de Balaiada.

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DISCURSO DE POSSE. Rev. do IHGM, No. 34, Setembro de 2010 – Edição Eletrônica, p. 38-54


O início do Século XX foi para Parsondas de Carvalho, portanto, o momento de sua apresentação ao Brasil. Dunshee de Abranches, escrevendo A Esfinge de Grajaú em 1940, registra que ainda conservava as cartas que, em 1901, os antigos e famosos chefes do Grajaú, de Boa Vista, lhe enviaram, numa das quais Leão Leda recomendava-lhe o “escritor Parsondas de Carvalho, que vinha ao Rio disposto a editar a sua obra monumental sobre as tragédias políticas dos altos sertões maranhenses”, acrescentando que ele “possuía o dom de pintar as cenas ao vivo; e o cerco e a capitulação das forças federais, realizadas pelo caudilho liberal que jamais Araújo Costa pudera massacrar, assumiam pela sua pena as proporções de uma epopéia”. A viagem do nosso homenageado à capital da República, a cavalo, “para denunciar o clima de terror político em que vivia mergulhado o povo do sul maranhense”, ficou, segundo Sálvio Dino, na memória do sertanejo e ainda hoje é comentado, transmitido como foi de geração a geração, a ponto de ter ele ouvido várias vezes coisas como: “O Parsondas era tão macho e corajoso que amarrou o cabresto de seu cavalo na porta dos jornais cariocas que noticiaram as desgraças da nossa gente”. Bem o disse Astolfo Serra, em A Balaiada, que o homem do sertão é capaz de varar o mundo em uma montaria – “Não há distâncias que o faça recuar. Não se apressa, porque sabe que chegará um dia. Isso é o quanto basta”. No Rio de Janeiro, enquanto articula a publicação de seus escritos, faz, em 28 de novembro e 24 de dezembro de 2001, as duas conferências diante da Sociedade de Geografia, referidas no início deste discurso. Os títulos das duas conferências, publicadas no tomo XVI da Revista da Sociedade (ano de 1903) – A Amazônia: do Tartarugal ao Gurupi e A Amazônia: do Gurupi ao Balsas – não fazem jus ao extenso conteúdo dos estudos, pois não somente da região por aqueles delimitada tratam estes. Logo no início de 1902, o Jornal do Brasil estava publicando o já aguardado libelo de Parsondas de Carvalho contra as sangreiras praticadas no sertão maranhense, temido pelos políticos nelas implicados, libelo materializado em uma série de artigos sob o título geral de O Grajaú: últimos acontecimentos do Estado do Maranhão no Século XIX. No Maranhão, de 20 de janeiro de 1902 a 2 de fevereiro de 1903, o jornal A Pacotilha, de São Luís, também publicava a série. Em 1905, passou a residir em Imperatriz, onde se fez advogado provisionado. Ali, em 1911, enfrentou o processo-crime por desacato a que citamos anteriormente, motivado por desentendimentos entre ele, o juiz municipal e o promotor público acerca de um processo de inventário. Segundo a tradição oral, o promotor teria taxado nosso causídico de “reles amansador de égua braba”, desconhecedor do Direito, mas ele retrucou, qualificando o membro do Ministério Público de mentiroso e fraudador, altercação que, por pouco, não evoluiu para vias de fato. Daí ao processo e à condenação foi um passo. Parsondas foi condenado a cumprir 5 meses e 15 dias de prisão celular, não executada porque ele obteve um habeas-corpus do Superior Tribunal de Justiça do Maranhão. Em 1919, a tipografia de A Pacotilha deu a lume duas conferências do grande sertanista, intituladas A Sílvio Romero e Democracia. A primeira fora proferida no Centro Republicano Português quando de sua recepção como sócio honorário da entidade, logo depois do final da I Guerra Mundial, abordando o tema da guerra e a beleza dos sertões; a segunda, no Centro Artístico e Operário de São Luís, quando homenageado pelos seus ideais pacifistas e socialistas, desde 1893, quando do episódio envolvendo o jornal Tribuna Operária, do Pará. Nesta ocasião, preconizou a democracia social: “um máximo de individualismo sabendo fazer concessões ao interesse geral da coletividade”, precedido, como condição sine qua non, da “igualdade


social” e da “igualdade de capacidade para discernir”, isto é, da instrução geral, do preparo intelectual de todos. Essas conferências são apenas duas das várias que proferiu e o tornaram reconhecido nos meios intelectuais maranhenses, cujos textos se acham perdidos até hoje. Ainda em 1919, pleiteou ao Governador do Estado e à Assembléia Legislativa a publicação, em livro, de suas obras históricas sobre o sertão, como registra o historiador Mílson Coutinho em O Poder Legislativo no Maranhão: 1830-1930, do que também dá fé o Diário Oficial do Estado, em sua edição de 6 de março. O Sertão, obra de fôlego, resultado final de longos anos de observações e reflexões pelo Maranhão adentro e pelo Brasil afora, diz mais do que sugere o título. Tal como A Amazônia: do Tartarugal ao Gurupi; e do Gurupi ao Balsas, traça um panorama, na verdade, das regiões em que Parsondas de Carvalho cavalgou, nas quais singrou e palmilhou – no caso do Maranhão, do sertão à Capital, passando pela Baixada Maranhense, da qual ele destaca as cidades de Arari e Vitória do Mearim, terra esta onde nasceu o pai da nossa presidenta do IHGM, professora Eneida Vieira Silva Ostria de Canedo, o virtuoso desembargador Luiz Cortez Vieira da Silva, e também minha terra, para cuja beleza o sertanista teceu elogios, ele que tantas vezes a viu do leito do Rio Mearim. A obra publicada de João Parsondas de Carvalho não é vasta nem poderia ser porque, segundo Sálvio Dino, seu espírito irrequieto de andarilho não lhe permitiu fixar-se para produzir mais. Parsondas de Carvalho é patrono da Cadeira 2 da Academia Imperatrizense de Letras, ocupada por Sálvio Dino, e dá nome a vias e prédios públicos: no Maranhão, em Carolina, Grajaú, Imperatriz, João Lisboa, Montes Altos, Porto Franco, Riachão, Sítio Novo e Primeira Cruz; no Tocantins, em Tocantinópolis; e no Pará, em Marabá. JOÃO PARSONDAS DE CARVALHO Por Adalberto Franklin

João Parsondas de Carvalho nasceu em Riachão (MA), em 1860. Era bisneto, pelo lado paterno, da francesa Paula de Rochambeau e do português José Marques de Carvalho, radicados na Bahia, e, pelo lado materno, da índia Messias com o mesmo José Marques de Carvalho; neto de José Joaquim de Carvalho, baiano que emigrou para o sul do Maranhão durante a perseguição aos nativistas da Confederação do Equador, era filho de Miguel Olímpio de Carvalho, um dos membros da “roda de amigos”, agremiação literária informal fundada pelo líder bem-te-vi Militão Bandeira Barros, em Grajaú. Seu avô José Joaquim de Carvalho teria sido o primeiro mestre-escola do sul do Maranhão, em 1823, no povoado Campo Largo, onde havia se refugiado parte dos nordestinos baianos e pernambucanos nativistas revoltosos, perseguidos por Dom Pedro I. Ali, ensinara aos próprios filhos e a jovens residentes, entre eles Miguel Olímpio, o pai de Parsondas e Carlota Carvalho, sua irmã. De Parsondas, tem-se diversos registros esparsos. O período de sua juventude é uma incógnita. Em seu livro “Apontamentos de Viagem”, o jurista paulista Joaquim de Almeida Leite Morais, avô do poeta Mário de Andrade, que governara Goiás até o final de dezembro de 1881, descendo o rio Tocantins em viagem para Belém, registra: “Aqui encontrei o sr. João Parsondas de Carvalho, chefe político da Boa Vista”. Parsondas


tinha então 21 anos e fazia um carregamento de castanhas para a capital paraense em um pequeno barco de sua propriedade. Leite Morais impressiona-se com a inteligência e o conhecimento do jovem maranhense e dedica mais de uma dezena de páginas do livro a esse encontro e às conversas que mantém com Parsondas. Em 1892, está ele como redator do Correio Paraense, em Belém, quando faz defesa dos jornalistas e trabalhadores da Tribuna Operária, empastelada e fechada pela polícia a mando do governador Lauro Sodré, porque promovia manifestações socialistas e protetos no 1o de Maio. Isso o obrigou a deixar o Pará. Daí foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou no Jornal do Brasil, então sob a direção de Rui Barbosa. Em 1893, após conflito com o governo do presidente Floriano Peixoto, o Jornal do Brasil foi fechado e Rui Barbosa exilado. Parsondas então retorna ao Maranhão, fixando-se nos sertões de Imperatriz, de onde acompanha, até 1900, o sangrento conflito políticos entre a polícia do governador Benedito Leite e o fazendeiro grajauense Leão Leda, que ficaram conhecidos como “Guerra do Leda”. Parsondas deixa então os sertões da região tocantina e segue para São Luís, onde entrega para publicação, à direção do jornal “A Pacotilha”. Daí segue para o Rio de Janeiro, onde consegue publicar, de forma seriada, no Jornal do Brasil, o que denominou de “O Grajaú: Últimos acontecimentos do século XI no Maranhão”. A Pacotilha também publica esse trabalho, seriadamente, da edição de 20 de janeiro de 1902 até a de 2 de fevereiro de 1903. Em seu livro Parsondas de Carvalho, um novo olhar sobre o Sertão, Sálvio Dino reproduz em anexo essa obra, que toma um total de 232 páginas do livro. Em 1901, Parsondas é empossado na Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, quando faz conferências sobre os aspectos da região amazônica (“Do Tartarugal ao Gurupi; do Gurupi ao Balsas”), depois publicadas na revista dessa entidade. Retorna aos sertões maranhenses em 1905, fixando-se com sua irmã Carlota na cidade de Imperatriz. Em 1919, de volta a São Luís, faz elogiadas conferências no Palácio dos Leões sobre a história, a geografia e o desenvolvimento dos sertões, viajando em seguida, novamente, para o Rio de Janeiro. Seus escritos revelam sua ampla cultura, com domínio em diversas áreas, sobretudo filosofia, história, geografia, direito, sociologia e economia. Sabe-se que lia e falava fluentemente a língua francesa. Foi, certamente, um dos maiores conhecedores da história e da geografia dos sertões maranhenses. Fez viagem a cavalo até o Rio de Janeiro, quando teve oportunidade de conhecer também os cerrados e chapadões de Goiás, Minas e São Paulo. A partir das verificações e anotações dessa viagem, elaborou um detalhado mapa em que corrigia erros de muitas publicações nacionais, desde o Amapá até o Rio de Janeiro. Esse mapa encontra-se atualmente depositado na Biblioteca Nacional, em péssimo estado de conservação. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, depois patrono de uma de suas cadeiras. Apesar de intensa produção literária, não deixou nenhum livro publicado. Faleceu a 26 de julho de 1926, aos 66 anos, na fazenda Regalo, então município de Imperatriz, hoje território de Montes Altos. Seus restos mortais foram trasladados para o cemitério de Montes Altos, em 2005, pela Academia Imperatrizense de Letras e a Prefeitura Municipal, por iniciativa de Sálvio Dino.


É patrono da cadeira 2 da Academia Imperatrizense de Letras.

JOSE JAMENES CALLADO Jámenes Calado era considerado um dos maiores profissionais na área do Direito Criminal do Maranhão. Além de todo o seu trabalho em prol da Justiça, possuía um vasto currículo em relação às atividades estudantis e sindicais, desde o ano de 1959. Foi fundador da Associação dos Cronistas Brasileiros (Abrace), em 1974; da Associação dos Cronistas e Locutores Esportivos do Maranhão em 1976; da Academia Maranhense de Letras Jurídicas (onde também era membro), em 1986; do Parlamento da Imprensa do Maranhão, em 1979; e do Instituto de Ciências Penais do Maranhão, em 1980. Foi representante da OAB nos seguintes conselhos estaduais: penitenciário (1973), política criminal (1975), entorpecentes (1986). Foi vice-presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no ano de 1987. Atualmente era diretor técnico da Federação Maranhense de Futebol. http://www.jornalpequeno.com.br/2008/12/4/Pagina92810.htm


CADEIRA 59 OCUPANTE ATUAL: ELIZABETH PEREIRA RODRIGUES

PATRONO: OLÍMPIO RIBEIRO FIALHO Por Elizabeth Rodrigues280 Nasceu em 24 de agosto de 1889. Desde menino, o Dr. Olímpio se revelou um autodidata. Tudo aprendia rápido e sozinho. Quando se tornou rapaz externou o desejo de cursar Engenharia na Faculdade Politécnica da USP. Em 1905, um jovem de Barra do Corda acalentar tal sonho e lograr êxito na primeira tentativa. Esse era o Dr. Olímpio Fialho, o engenheiro formado em São Paulo. Convém ressaltar que Barra do Corda, nesse período, representava um dos polos de efervescência cultural no Maranhão. Falava-se correntemente grego e latim nos círculos intelectuais da cidade. Os ideais republicanos, no Maranhão tiveram mais ressonância em São Luís, Barra do Corda e Caxias. Dr Olímpio voltou a Barra do Corda para tomar conta da companhia de navegação da família e abriu um comércio. Essas atividades, no entanto, propiciavam oportunidade para que ele se dedicasse à sua atividade preferida: geógrafo e professor. E também desenvolver um hobby: desenhar mapas. O Dr. Olímpio Fialho detinha um profundo conhecimento de “conhecimento”. Dominava, com maestria, Português, História, Geografia, Química, Biologia, Matemática (em especial Trigonometria). Falava fluentemente Inglês, Espanhol, Francês, Latim, Grego, Tupiguarani e Esperanto. Foi fundador do Clube de Esperanto de São Luís. Defendeu a integração das línguas em uma única – o esperanto. Defendeu, sob o enfoque geográfico, a integração do Estado do Maranhão, com capital em Barra do Corda – centro geodésico do Maranhão, facilmente verificável no mapa do Estado. Revelou extrema capacidade para acumular conhecimento, no entanto não guardou para si. Desempenhou a função de professor em Barra do Corda. Quando um discípulo, filho, amigo lhe perguntava algo, parava e era como se aquela questão fosse o momento mais importante do mundo: minuciosamente, detalhadamente explicava com todas as particularidades. A obra do Dr. Olímpio é tão significativa que está presente na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Ali se encontra catalogada a sua publicação sobre a bacia do rio Corda. Dentre suas obras, destacam-se: Elementos subsidiários à confecção da monografia das reservas da hulha branca no Maranhão; A Bacia do Rio Flores; A 280

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radioganiometria e sua aplicação na coleta de dados topográficos; Rio Corda – Quedas D´água; Elementos para a classificação geológica do litoral maranhense; Aspectos do revestimento florístico do Maranhão; Perimetro do revestimento florístico do Maranhão; A nova carta geográfica e A Casa de Pedra. Ele gostava de explorar os rios – nascente, leito, foz – em lombo de burro. Cada vez que regressava a casa, desenhava o objeto de estudo com riqueza de detalhes. Em razão do seu profundo conhecimento acerca de construção de pontes e estradas, Agrimensura, Topografia e Estatística, foi convidado pelo interventor Paulo Ramos para assumir um cargo na Diretoria do Departamento de Estradas de Rodagem do Maranhão. Esse evento se revela uma ironia: o mesmo interventor que fechou a Faculdade em que estudava o Prof. Mendes Pereira abriu oportunidade profissional para o Dr. Olímpio Fialho. O Dr. Olímpio se notabilizou, em Barra do Corda, como o conselheiro que era chamado por toda a comunidade para resolver problemas. Ele era juiz, professor, consultor, orientador. O próprio promotor público da região solicitava o seu julgamento quando da ocorrência de litígios na localidade. Dr. Olímpio Fialho faleceu em 23 de junho de 1979. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM FIALHO, O. A BACIA DO RIO FLORES Ano 2, n. 1, novembro de 1948 127-139 ELEMENTOS PARA A CLASSIFICAÇÃO GEOLÓGICA DO LITORAL MARANHENSE Ano IV, n. 4, junho de 1952 77-78

JOSÉ DA COSTA MENDES PEREIRA Por Elisabeth Rodrigues281 Nasceu José Pereira no dia 20 de junho de 1916, em Anajatuba, onde iniciou seus estudos. Dr. Pereira era casado com D. Terezinha, sobrinha do meu pai – Luiz Pinho Rodrigues – o que me honra e gratifica. Decidindo estudar Agronomia, transferiu-se para São Luís e prestou Vestibular na Faculdade de Agronomia da atual Universidade Estadual do Maranhão – UEMA – sendo aprovado. Aí começou a nutrir uma paixão, um encantamento pela natureza, sentimento que iria direcionar toda a sua vida. O interventor Dr. Paulo Ramos, porém, limitou os planos do Dr. Pereira, quando fechou todos os Cursos Superiores do Maranhão. Dois anos mais tarde, os cursos foram reabertos, com exceção de Agronomia. A determinação do interventor obrigou o Dr. Pereira a optar por outro curso. Iniciou, então, os seus estudos de Farmácia. Formado (1945), trabalhou 10 anos na Rhodia do Brasil, em cuja empresa se deslocava sistematicamente pelas Regiões Norte e Nordeste para divulgar produtos. Essa atividade suscitou uma observação mais acurada do meio ambiente e seus problemas, como o desmatamento e a poluição. Sempre

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visitava escolas e centros comunitários nas regiões percorridas a fim de trabalhar na conscientização da população em relação àconservação ambiental. Dedicar-se a essa tarefa, divulgar, pregar a consciência ambiental, em 1960, era uma atitude de vanguarda. Esse é o primeiro ponto a enfocar sobre o Dr. Pereira: era um homem à frente do seu tempo. Aliava o seu trabalho à valorização ambiental nas Regiões Nordeste e Norte, inclusive nas cidades que faziam fronteira com Peru, Bolívia e Venezuela, utilizando para tanto diversos meios de transporte terrestres e fluviais. Passados dez anos, concluiu que sua verdadeira missão não era de divulgador de produtos e sim, de mestre, atribuição que já exercia no seu périplo profissional. Iniciou, lecionando Economia Agrícola, na Universidade Estadual do Maranhão e depois a disciplina com a qual eu o conheci: Estudo dos Problemas Brasileiros (EPB), na Universidade Federal do Maranhão. Os alunos eram unânimes: para se formar tem que passar pelo Prof. Mendes Pereira. Era bastante temido. Por quê? Porque existem alunos que pensam que na Universidade não é necessário trabalho com rigor. O mestre Pereira não aceitava liberar alunos mais cedo, “enforcar” dias letivos ou quaisquer procedimentos similares. Um dos fatos curiosos envolvendo o Prof. Pereira diz respeito às aulas que ele ministrava em uma unidade de ensino na qual faltava luz sistematicamente. Ele escolheu uma sala de aula iluminada pelo poste da rua. Quando o bedel passava anunciando que as aulas seriam suspensas por falta de energia elétrica, ele respondia: não eu. Aqui está muito bem iluminado pelo poste. Vamos continuar. Ele trabalhou trinta anos no Magistério e nunca faltou um dia ou se atrasou um minuto sequer. Nunca admitiu brechas para diminuir o trabalho letivo. Sempre afirmava que o Brasil precisa de seriedade e produtividade para viabilizar o desenvolvimento. Pregou a integração nacional, inspirando-se em Plínio Salgado. Escreveu, inclusive, obras a respeito. O Dr. Pereira assumiu a cadeira EPB, que costumava reproduzir a ideologia sustentada pela ditadura militar. Ele, no entanto, trabalhava temas como: Por que os rios secam; A ecologia e seus problemas. Trilhando caminhos ambientais e de integração nacional sentia-se imbuído de uma missão realmente significativa e realizou um trabalho brilhante, a despeito de ser vigiado pelo governo militar. Dentre suas publicações destacam-se: Discurso sobre a adesão do Maranhão à Independência, A Batalha de Guaxenduba e Para onde marcha o mundo? Tais obram revelam uma sólida formação generalista na área de Ciências Sociais. Esse era o profissional Mendes Pereira. Quanto ao homem Mendes Pereira, é digna de nota a valorização e o respeito que ele dedicava à mulher e, em especial, à sua Terezinha: mulher bonita, espirituosa, inteligente. Eu mesma possa atestar a figura admirável que é Dona Terezinha: recebeume em sua casa com grande amabilidade. Imagino a bênção que é para um homem tê-la como companheira. Dr. Pereira sabia o tesouro que havia conquistado e nunca tomava decisões sem consultar a D. Terezinha. Uma vez meu pai o encontrou e lhe comunicou que “os meninos”- eram Paulino e seus irmãos, hoje professores e economistas – estavam “driblando” bonde e exortou o


compadre – era padrinho de sua filha Zuila – a tomar uma providência. Ao que ouviu como resposta: Preciso conversar antes com Terezinha. Faleceu a 9 de março de 2003. CONTRIBUIÇÃO NA REVISTA DO IHGM PEREIRA, J. da C. M. DISCURSO DE POSSE Ano LXII, n. 14, março de 1991 73-84 A BATALHA DE GUAXENDUBA Ano LXIII, n. 16, 1993 38-41


CADEIRA 60 OCUPANTE ATUAL – RAIMUNDO GOMES MEIRELES

PATRONO: CONÊGO JOSÉ DE RIBAMAR CARVALHO Por Raimundo Gomes Meireles 282 Cônego Ribamar Carvalho era descendente de uma família humilde do município de Codó - MA, onde nasceu, aos dias 06 de agosto de 1923, filho de Benedito Dias de Carvalho e Maria José Vidigal de Carvalho. Nesta cidade cursou o primário e, posteriormente, aos dias 16 de fevereiro de 1936, ingressou no Seminário Santo Antônio, em São Luís-MA. Recebeu a tonsura aos dias 25 de abril de 1944, sendo oficiante Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota. No dia 09 de dezembro de 1945 recebeu das mãos do bispo de Caxias, Dom Luis Gonzaga da Cunha Marelin, as Ordens Menores de Ostiriato e Leitorato. As segundas Ordens Menores lhe foram ministradas por Dom Adalberto Acioli Sobral, aos dias 20 de setembro de 1947. Recebeu o Diaconato aos dias 16 de novembro de 1947 e o Presbiterato aos dias 08 de dezembro de 1947, sendo o bispo ordenante Dom Adalberto Acioli Sobral. Por sua vez, a primeira provisão que recebeu foi de Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Vitória - Catedral da Arquidiocese, época em que não chegou a exercer seu ministério. Transferido para Paróquia de São Benedito de Pedreiras e São Luís Gonzaga, na função de Cooperador, onde fundou um Colégio Católico. Aos dias 02 de maio de 1948 exerceu o ministério presbiteral, na Paróquia de Codó, na função de Vigário Coadjuntor, além de Coroatá, permanecendo aí até dezembro de 1950, em companhia do Cônego Gerson Nunes Freire, irmão daquele que se tornará futuramente governador do Maranhão: Oswaldo da Costa Nunes Freire. Os arquivos da Paróquia de Pedreiras guardam preciosos documentos sobre os feitos do Cônego Ribamar Carvalho. Tanto a Ata de Fundação do Ateneu Pedreirense, escola esta fundada por ele (1949-1950), assim como o Livro de Tombo da Paróquia relatam as investiduras deste homem na área da Educação. Os registros da Paróquia de Pedreiras constatam que, em 19 de março de 1949, o educador assumiu a diretoria da Escola e que, em um ano após, produziu um documento fabuloso, intitulado “Carta Aberta ao Povo de Pedreiras”, onde é relatado que tudo foi feito com muito sacrifício, luta e dissabores. Este documento é de extrema importância para se conhecer a vocação humana do Cônego Ribamar. Documento este, publicado pela “voz do Comércio”, por ocasião de sua despedida da Paróquia de Pedreiras. Em Pedreiras, ainda, organizou o Congresso Eucarístico de Pedreiras, na oportunidade, escreveu a letra e produziu a música do referido Congresso. Eis a produção, como descreve Jacinto de Brito: 1. Sobre o vale formoso das matas Onde a terra fascina e seduz, 282

DISCURSO DE POSSE -, REVISTA DO IHGM – No. 29 – 2008 – Edição Eletrônica, p. 101


Brilha a Hóstia de luz em cascatas: Corpo e Sangue de Cristo Jesus. Ref.: Cristo Rei, de infinita grandeza, Sol divino de paz e de Amor, De teu trono, na Terra Princesa Abençoa o universo, Senhor (bis). 2. Terra virgem, celeiro da gente, De riqueza do infinito valor, És agora o Sacrário imponente Do Mistério divino do Amor. 3. Cantem aves nas verdes ermidas, Cante o céu todo um hino de luz, E as palmeiras, de palmas erguidas, Batam palmas, louvando a Jesus. 4. Seja o canto solene e profundo Do Brasil ante o Altar do Mearim. Glória à Virgem, Rainha do Mundo, Glória a Deus pelos séculos sem fim. Em 14 de janeiro de 1950 recebeu a nomeação de Pároco de São Vicente Férrer e encarregado de Bacurituba. Aos dias 31 do referido mês foi transferido para a Paróquia de Araioses,na função de Pároco, onde trabalhou durante dois anos, tendo também fundado nesta cidade outra Escola, o Ateneu São José, a exemplo do que havia realizado em Pedreiras. Após o exercício de seu ministério em Araioses, foi transferido para a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em São Luís. Aos dias 12 de fevereiro de 1955 foi eleito Cônego Catedrático do Cabido da Catedral de São Luís, onde desenvolveu várias funções na Cúria Metropolitana. Em outubro do referido ano deu início às obras de construção da sede da paróquia Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Monte Castelo, onde, posteriormente, recebeu um Vigário Coadjuntor, jovem presbítero, recentemente chegado da França, hoje Dom Xavier Gilles, Bispo da Diocese de Viana - MA. Parafraseando o poeta, podemos dizer: se queres olhar uma construção sagrada, construída pelo Cônego Ribamar, entre na igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Monte Castelo! Seus feitos estão ali registrados! Nosso elogiado desta noite foi um homem apaixonado pelo trabalho com a juventude. Assistiu diretamente aos trabalhos da Juventude Universitária Católica, Juventude Independente Católica e o Setor Masculino da Juventude Operária Católica. Tudo isso, porque era consciente da riqueza pela economia do Maranhão e que só a juventude poderia mudar, se não transformar as estruturas de um Estado que sobrevivia em função de poucos à custa de uma massa de não alfabetizados. Assim era seu caminho. Não tendia pela força bruta com expressão da violência tirana, mas através da força maior que um povo civilizado possui a única capaz de desmontar, reconstruir e edificar com solidez qualquer império humano: a Educação. Os jovens foram seu alvo de crendice da mudança, da transformação, porque ele mesmo foi sempre jovem. Jovem nas palavras, nos feitos e em suas ações.


Aos dias 07 de maio de 1957 foi nomeado Diretor da Faculdade de Filosofia de São Luís, onde se destacou como gestor do ensino superior pela sua capacidade intelectual brilhante. No ano de 1959 ausentou-se do Brasil para estudar na Universidade de Sorbonne, França, obtendo a licenciatura em Psicopedagogia. Em sintonia com a realidade maranhense, nesse período, realizou estágios em vários Centros Pedagógicos da França e Itália. Na Itália, estudou Reforma Agrária e Fundiária. Na Alemanha, participou do Congresso Eucarístico Internacional de Munique. Como homem de profundaespiritualidade, fez peregrinação durante vinte e cinco dias na Terra Santa, sobretudo em Jerusalém. Ao retornar, o Arcebispo Dom José de Medeiros Delgado identificando as qualidades inerentes ao Cônego Ribamar o encarregou para elaborar estudos sobre a Universidade do Maranhão. Em março do ano de 1961 recebeu a nomeação de Diretor Geral do Departamento de Educação do Estado do Maranhão. E em setembro e outubro do ano de 1964, esteve nos Estados Unidos, a convite do Presidente Norte Americano, onde viajou com fins de estudos, cursando por lá Administração Educacional. O Cônego Ribamar era um jornalista nato. Publicou várias poesias e inúmeros artigos em jornais do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Fortaleza, Parnaíba, Teresina, São Paulo e São Luís. Redator do Jornal o Combate, O Jornal do Dia, Sócio da Associação Brasileira da Imprensa, colaborador do Anuário do Maranhão, Jornal do Dia, Jornal do Maranhão de São Luís e do Jornal Âncora, de Fortaleza. Escreveu sobre vários assuntos, inclusive sobre Divórcio, Reforma Agrária e Mandado de Segurança. No campo das Letras possuiu três amigos que o incentivaram: prof. Ladislau Papp, o escritor Dom José de Medeiros Delgado e o poeta Carlos Cunha. Recentemente foi restaurada uma das mais valiosas fontes históricas de pesquisa em nossa São Luís, o “Jornal do Maranhão”. Durante sua existência passou por trêsnomenclaturas: nasceu como “Correspondente”, depois “Maranhão” e finalmente “Jornal do Maranhão”. Possui suas origens na década de trinta, precioso pelos relatos históricos tanto da Arquidiocese quanto da cultura, da arte e da literatura do povo maranhense. O Cônego foi um fiel colaborador desta grandiosa fonte histórica, como havíamos referido alhures. Lá se encontra parte da referência de seu legado intelectual. Pena que poucos historiadores maranhenses possuam conhecimento desta fonte preciosa de pesquisa. Foram restaurados em torno de 70 volumes. Um verdadeiro baú de preciosidade. Como quem os fala foi um dos principais autores da façanha da restauração, em contato com alguns volumes, constatamos escritos sobre as principais instituições de nosso Maranhão, inclusive da própria Universidade Federal, Liceu e outras. Fontes para pesquisadores maranhenses, dos escritores Carlos Cunha, Jose Nascimento Moraes Filho, historiador e jurista Lima Filho, Prof. José Moreno de Sant’Ana, jornalista, orador e latinista Arias Cruz, o qual foi sócio fundador, pertencente à comissão de bibliografia desta Casa, e por questão de honestidade, declaro-os que ali se encontra boa parte de seu legado jornalístico, além de inúmeros escritos de principais professores da Faculdade de Filosofia, da FundaçãoPaulo Ramos e tantos outros que o tempo presente não nos permite relatar.


Lecionou várias disciplinas, em diversos estabelecimentos de ensino, do médio ao superior, nos municípios e na Capital, dentre as quais, Cosmologia, Filosofia Geral, Psicologia Educacional, Didática, Introdução à Filosofia, Religião, Relações Humanas, Oratória, Filosofia da Educação e Doutrina Social da Igreja. Foi um dos maiores professores do Seminário Santo Antônio, onde lecionou Geografia, Matemática, Português, Literatura Portuguesa e Brasileira. Aos jovens políticos da época lecionou Geopolítica do Maranhão. Além disso, foi professor no SENAC de São Luís, onde ministrou Educação Moral e Cívica e professor no curso de Orientador Vocacional da JEC. Recebeu as condecorações de “Cavaleiro das Palmas Acadêmicas” (1963) concedida pelo Governo Francês; Ordem do Mérito Timbira (1964) e Medalha dos 350 anos de São Luís (1962). O Cônego Ribamar Carvalho pertenceu à Academia Maranhense de Letras, ocupou a cadeira nº 19, patroneada por Teófilo Dias e fundada por Maranhão Sobrinho. Iniciou-se na literatura maranhense com o livro “Uma janela Aberta para a Noite”, que lhe garantiu a “imortalidade”. Eleito para a Academia no dia 1º de agosto de 1959 e recepcionado pelo acadêmico do autor Gomes de Souza e sua Obra, no dia 17 de outubro do mesmo ano, o qual também teve a honra de ser membro desta casa. O poeta Ribamar Carvalho, no dizer de Dom Delgado “Deus lhe deu um dom que poucos de nós temos – o dom da poesia – e foi dentro deste dom da poesia que Deus apareceu nos lábios dele para dizer o que ele não devia dizer, para dizer o que Deus queria que ele dissesse!”. Assim, foi um pesquisador da literatura de Catullo da Paixão Cearense, os versos catulianos do “Boêmio” lhe influenciaram profundamente o conceito de poesia. Era extremamente apaixonado por “Luar do Sertão. É de Ribamar Carvalho um dos conceitos de poesia, já mais bem elaborados entre os intelectuais maranhenses do século passado: Poesia não é apenas um estado d’alma, e uma atitude diante da beleza. É sobretudo um esforço generoso de penetração do ser das pessoas e das coisas, uma reflexão à margem do complexo da vida, acompanhando-lhe as vicissitudes, extraindolhe, muitas vezes, entre desesperos e revoltas, a margem oculta, que há nos seres que vivem, nas coisas que existem apenas. E apoiando-se ainda na filosofia do poeta que foi um “rústico, um autêntico, um filho da natureza indômita e inculta, que fez do violão a sua harpa e da modinha a sua elegia”. E insiste ele: É que, senhores, a poesia, como a música, é uma atitude diante do belo e uma resposta da alma enamorada a um aceno de amor. Ambas se espalham pela natureza: na voz do vento, no canto das aves, no ribombar dos trovões, no linguajar solene das procelas, numa florinha perdida, num fio d’água que passa, canta, brilha e se some na mata. Porém, coerente que foi sem deixar que a paixão o tomasse pela mão e o conduzisse ao desencanto, soube denunciar a fraqueza do “Filósofo de chapéu de couro”, como descreveu certa vez: Não pode e nem deveu ser chamado gênio, quer pelas limitações que a própria língua lhe impôs, quer pela superficialidade de sua cultura que teve e ainda mais pela desmoralização do conceito pespegado em muita mediocridade empavonada aqui e alhures. Foi só seresteiro; foi e só poeta popular, espontâneo e por isso definitivo. Sua obra, que não teve as veleidades da perpetuação, tornou-se perpétua em virtude dos próprios fatores integrantes e constitutivos em que mergulha. Por temperamento foi um tímido que, por contra posição, atingiu as raias de um destemido orgulho, como forma de reação a um meio “snob” e sofisticado, onde o violão era uma blasfêmia estética e a


poesia cabocla uma como palavra feia, face à água perfumada dos versinhos de amor de então. Ademais, o Cônego Ribamar Carvalho exerceu o cargo de Vice-Reitor da Universidade do Maranhão, de 1962 a 1966. Nomeado Reitor em 1963 a abril de 1967 da Universidade do Maranhão, cognominada por alguns, “Universidade Católica do Maranhão”. Fundou a Faculdade de Filosofia e Faculdade de Enfermagem. Estas incorporadas posteriormente à Universidade Federal do Maranhão. Foi Secretário de Educação de Cultura do Estado do Maranhão (1962-1966) Acredito que a Arquidiocese de São Luís juntamente com o Instituto de Ensino Superior do Maranhão, este mantido pela SOMACS podem e devem fazer um estudo de toda a experiência universitária que Dom Delgado implantou através da Universidade do Maranhão. Só quem tem a ganhar são os atuais gestores da Sociedade Maranhense de Cultura Superior do Maranhão. Exerceu o cargo de Vice-Reitor Pedagógico da Fundação Universidade do Maranhão, de 1967 a 1968, e passou a ser Reitor de 1968 a 1972. Destacou-se na gestão do Cônego Ribamar Carvalho a construção do Campus Universitário Bacanga, obra que se tornou fundamental para o crescimento e desenvolvimento do ensino superior do Maranhão. As obras publicadas do Cônego RIBAMAR CARVALHO ainda necessitam de catalogação: Poesias esparsas em Jornais e revistas do Rio de janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Fortaleza, Paraíba e São Luís do Maranhão. Especificamente no Jornal Anuário de São Luís do Maranhão, O Combate, O Jornal do Dia, Jornal do Maranhão, Ancora, em Fortaleza-CE. Traduziu parte da “Origem das Espécies” de A. Quatrefages. Escreveu problemas maranhenses. Uma série de artigos sobre o Divórcio. Sugestões sobre reforma agrária. Letra e Música do Hino do Congresso Paroquial de Pedreiras – hoje se encontra em Apontamentos para a história de Pedreiras, LAGO, Aderson; SOBRINHO, Pe. Jacinto Furtado de Brito. A fonte nas Pedreiras. Documentário Histórico da Paróquia de São Benedito. Pedreiras, 1990, p. 4. (datilografado); RIBAMAR CARVALHO. Alocução de paranifo. Curso científico do Colégio Santa Teresa 8-XII-1957, São Luís Maranhão, 1957, 13p; Id. Oração patriótica. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1965, 15p; RIBAMAR CARVALHO, José-CARLOS CUNHA. 2 Discursos. São Luís: Mirante, 1968, p. 23-29; RIBAMAR CARAVALHO. Et all. O poeta que foi músico. In Catulo, Gonçalves Dias e Coelho Neto. São Luís: Departamento de Cultura do Estado do Maranhão, 1965, p. 3-12; Id. Uma janela aberta para a noite. Poesias. São Luís: Tipografia São José, 1958, 43p; FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO MARANHÃO. RELATÓRIO DE ATIVIDADES. (Apresentação e notas por) RIBAMAR CARVALHO, Côn. José de. Fortaleza: Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará, 1971, 100p; Obra póstuma: Cº RIBAMAR CARVALHO: cor cores e nuance de uma personalidade e de uma vida. São Luís: Tipografia São José, 1973, 60p. O imortal, patrono da cadeira nº 60 desta Casa faleceu nesta capital, ainda muito jovem, vítima de um ataque cardíaco fulminante, aos dias 27 de dezembro de 1972.

FRANCISCO ALVES CAMELO


SÓCIOS CORRESPONDENTES EDELVIRA MARQUES DE MORAES BARROS – IMPERATRIZ POR Adalberto Franklin. Edelvira Marques de Moraes Barros nasceu em Imperatriz em 27 de agosto de 1930, filha de Raimundo de Moraes Barros e de Zita de Moraes Barros. Casou-se com João Marques da Silva, também maranhense. Tiveram cinco filhos. Fez o 1o grau na Escola Santa Teresinha e o 2o grau na Escola Normal Pedagógica de Imperatriz. O 3o grau, Licenciatura em História, cursou na então Unidade de Estudos de Educação de Imperatriz, da UEMA. Aos 15 anos fez curso de Corte e Costura, começando, então, a trabalhar. Aos 17 anos, foi nomeada professora municipal e ingressou na profissão que permaneceu até a aposentadoria. Em 44 anos de atividades docentes, esteve fora de sala de aula apenas nos seguintes períodos: de 1956 a 1961, quando exerceu a função de secretária-geral da Prefeitura de Imperatriz, vivenciando de perto a transformação da pacata cidade de três ruas na metrópole nascente e agitada dos anos 60; de 1970 a 1972, quando se dedicou à pesquisa para a publicação do livro “Eu, Imperatriz”, obra pioneira que trata da geografia e da história do município; de 1977 a 1989, para dirigir o Departamento de Educação da Secretaria Municipal de Educação de Imperatriz. Nesse trabalho foi ela, por cinco anos, monitora do Projeto Edurrural, trabalhando no período de férias. Lecionou no 2o Grau da Escola Santa Teresinha, quando funcionava à noite, e no Centro de Ensino de 2o Grau Graça Aranha. Em 1958, foi eleita vereadora, cargo que exerceu até 1962. Nessa oportunidade, entre outros projetos, deu nome às ruas recém-abertas pelo então prefeito Raimundo de Moraes, no trecho compreendido entre as ruas Fortunato Bandeira e Ana Nery (hoje Rua Henrique de La Rocque), no sentido norte-sul; e da rua Coriolano Milhomem até a rua Rio de Janeiro, no sentido oeste-leste, além de seis praças – três delas depois loteadas. Suplente de vereadora na legislatura da década de 1963 a 1967, assumiu a titularidade por quase todo o período legislativo. Colaborou na fundação do Colégio Bernado Sayão, o primeiro ginásio de Imperatriz; na fundação da escola municipal “Dorgival Pinheiro de Sousa”, primeiro ginásio municipal. Com seu esposo, João Marques, fundou, instalou e fez funcionar, por 12 anos, a “Escola Cristo Rei”, que, mantendo o 1o Grau Menor no turno noturno, abriu novas perspectivas aos que no tempo hábil não tinham conseguido cursá-lo. Foi sócia do Mater Club e idealizadora da Casa Dom Bosco, centro assistencial dessa entidade. Era uma das maiores conhecedoras da história de Imperatriz. Tornou-se sócia correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Foi fundadora da Academia Imperatrizense de Letras, onde ocupou a cadeira 6, patroneada por seu pai, o sertanista, advogado provisionado e político Raimundo de Moraes Barros.


Depois da chegada das netas, um novo estilo enriqueceu sua forma de expressão: passou a fazer literatura infantil. Deixou várias histórias inéditas a serem publicadas. Faleceu no dia 21 de novembro de 2007, aos 77 anos, vitimada pelo mal de Alzheimer. Dela falou o acadêmico Agostinho Noleto que “foi a grande mãe da história de Imperatriz. Todo o registro da cidade nasceu com ela.” OBRAS PUBLICADAS: w Eu, Imperatriz (pesquisa histórica, 1972) w História da Fundação de Imperatriz (Caderno de Debates AIL, 1992) w Imperatriz: memória e registro (pesquisa histórica, 1995) w Imperatriz: 150 anos (coletânea da AIL, 2002)


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