Cartum humor ou lorax LOR 2015

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Cartum e Humor, ou Lorax

LOR1, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

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LOR é Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues, ateu, sem time de futebol, médico voluntário, cientista amador, cartunista meio aposentado e aparentemente feliz. Mas nem sempre foi assim.


Resumo O humor é uma necessidade psíquica que pode ser buscada de diversas formas, entre elas o cartum, ou desenho de humor. O humor pode ser alcançado pelos cartunistas ao desenharem seus cartuns e pelos espectadores ao contemplarem os cartuns realizados. Alguns dos significados psicológicos e sociais do humor são discutidos no presente texto. Apesar de populares, os cartuns são pouco conhecidos em suas diversas especialidades, que apresentam grandes diferenças no modo de criação, no público alvo e no seu conteúdo ideológico. O processo relativamente misterioso da criação de um cartum é apresentado, sendo fornecido um exemplo para ser discutido. Em conclusão, acredito é preciso garantir uma fonte cotidiana de humor na superação de diversas angústias.

Palavra-chave: humor, cartum, arte. A definição dos limites entre a saúde e a doença ou entre uma doença e outra é sempre motivo de ansiedade, insegurança e desconforto para os médicos e seus pacientes. O cartum acima utiliza o humor para trazer à consciência o problema para, em seguida, reluzi-lo a uma brincadeira, apaziguando-nos e aliviando nossa ansiedade (Freud, 1905/1977) o que resulta em prazer. Analisando melhor o cartum, percebe-se que o desenho é estilizado e simplificado de tal forma que se aproxima do desenho das crianças, - remetendo o espectador para os tempos da infância, - e desprovido intencionalmente de qualquer seriedade, prenunciando-se de imediato como lúdico e prazeroso. Estas características devem estar presentes em maior ou menor grau na arte do cartum, uma arte gráfica especial que deve ser capaz de provocar o humor.

Mas, o que é o cartum? O cartum é o nome genérico para as diferentes formas de desenho estilizado (aproximando-se do traço infantil) que contém humor. O cartunista pode atuar em uma ou mais das cinco especialidades: o cartum propriamente dito, ou seja, o desenho de humor atemporal, sem ligações imediatas com os fatos; a charge, ligada a determinados acontecimentos históricos; a caricatura, o retrato estilizado, exagerado, deformado de alguém, buscando-se capturar as características físicas e psicológicas do retratado; a ilustração, que procura despertar o interesse do leitor para um texto que também


contenha humor; e os quadrinhos, que contam histórias ou criam personagens permanentes, com intenção de humor, usando a técnica de narrativa em quadros sucessivos. É bom lembrar que há outra linhagem de quadrinhos, chamados quadrinhos de aventura, que utilizam desenhos realistas e não pretendem provocar o humor, são mais conservadores ideologicamente e reproduzem determinados valores sociais dominantes de forma acrítica. Muito tem sido pensado sobre os significados mentais do humor, mas parece-me um comportamento humano inato e complexo, que abrange desde os primeiros sorrisos da criança até a gargalhada dos adultos. Creio haver uma base biológica para o prazer no sorriso desde a infância, o primeiro sinal social de contato com os pais, antes mesmo de aprendermos a falar. Este sorriso social há de perdurar ao longo da vida como sinal de cordialidade, para amenizar a agressividade natural de nossos companheiros de humanidade. Em seguida, com o desenvolvimento neuropsicológico, viriam outras formas de prazer ligadas ao humor: em especial, o prazer na descoberta, o aprendizado de uma nova verdade, no sentido de uma outra interpretação também real e possível sobre o mundo, pois somos animais extremamente curiosos e o prêmio da curiosidade é a revelação, inundando de dopamina determinadas áreas do nosso cérebro. Assim, quando perguntamos a uma criança se ela gosta de suco de manga e em seguida passamos a espremer a manga da camisa sobre um copo, a criança geralmente ri ao descobrir o duplo sentido da palavra - ela sorri na primeira vez, talvez reafirme o sorriso numa segunda vez, mas ela ficará aborrecida se insistirmos em repetir a brincadeira, o que também acontece com adultos quando contamos uma piada já conhecida – pois não há o prazer da descoberta. Na infância, ao abusarmos das palavras como bunda, cocô e xixi o humor pode ser útil para enfrentarmos a ansiedade que nos gera o controle da biologia do nosso próprio corpo, que descobrimos em parte fora do nosso domínio psicológico e da nossa vontade racional. O passo seguinte, no desenvolvimento do senso de humor, viria a utilização social, pelas crianças maiores, das brincadeiras agressivas, dos apelidos depreciativos e do deboche como instrumentos de reafirmação grupal, gozando os colegas diferentes, geralmente os mais fracos ou isolados (pois que somos medrosos individualmente, mas covardes em grupos). Esta prática da discriminação social através do humor persiste ao longo de nossa vida, adquirindo formas sutis nas piadas preconceituosas contra o outro,


o que não pertence ao grupo ou aos padrões dominantes [o terceiro elemento na composição proposta por Freud (Kupermann, 2005)]. Então, ao aproximarmos da adolescência, nosso corpo novamente nos surpreende com transformações radicais que nos atordoam, nos deixam envergonhados e perplexos: começa a fase do humor baseado nas piadas sobre sexo, diferenças de gênero e normas de conduta sexual vigentes na sociedade – que estão implícitas nas piadas. Um pouco depois, a vida do adulto jovem exigirá em maior ou menor grau o seu posicionamento político e ideológico na sociedade de classes em que vivemos, o que o habilita a apreciar o humor político, com o qual descobrimos a verdade por trás dos erros... dos adversários. Finalmente, o envelhecimento reduz a prepotência da nossa juventude e começamos a achar graça nas contradições em que nós próprios vivemos, e aprendemos a gostar do humor que nos revela a futilidade da vida, sua finitude e falta de sentido nas paixões da juventude e nos sonhos de grandeza individual.

O que é o humor? De qualquer forma, humor é sempre prazer: na descoberta de uma nova verdade sobre o mundo; na superação de um medo tornando-o ridículo; no sentimento de sermos superiores ou pertencentes a um grupo social criticando nossos adversários; na redução da nossa solidão ao percebermos que outros passam pelas mesmas vergonhas e limitações que as nossas. Por outro lado, o humor contém em si, em maior ou menor grau, alguma crítica individual ou coletiva ao seu objeto (o próprio humorista, o ouvinte, o terceiro elemento), que pode ser sutil, como um poema, ou agressiva como uma denúncia. Qualquer que seja a tonalidade da crítica, portanto, no cartum sempre haverá uma vítima, que pode ser mais ou menos socialmente poderosa. A virulência da crítica dos cartuns depende do contexto no qual surge o cartum: por exemplo, a censura durante a ditadura militar jamais permitiu uma caricatura sequer do presidente Geisel, por mais desprovida de crítica que ela fosse – a simples estilização do luterano ditador era considerada ofensiva à sua suposta dignidade e compreendida por todos (inclusive os militares) como uma crítica ao regime militar, com possibilidade de prisão ou represálias dolorosas para o autor da arte. Outro exemplo, mais recente, é o de uma charge publicada na Europa sobre Maomé, relativamente suave na sua crítica, a qual foi entendida pelos muçulmanos no início do Século 21 (!) como heresia, o que


desencadeou manifestações violentas em diversos países, as quais resultaram em centenas de mortes. Portanto, como toda forma de cultura, o cartum é uma construção histórica e sua compreensão depende do contexto social em que é recebido pelo espectador. Ou seja, o entendimento da piada, sua maior ou menor graça e o alvo da crítica de um cartum podem ter interpretações diferentes conforme o momento histórico. Um exemplo interessante desta variação na percepção de diferentes públicos aconteceu, com o cartum que recebeu o troféu de prata no XVII Salão Carioca de Humor (2006). Desenhei três meninos brancos prontos para mergulharem numa piscina, enquanto o preparador técnico indica uma raia especial para o menino negro: fora da água (Figura 2). Tinha absoluta certeza de que a minha intenção de denunciar a discriminação racial na sociedade, - no cartum representada pela natação, - esporte onde, de fato, são raros os atletas negros de destaque, - seria compreendida pelos membros do júri – o que aconteceu, - ou por qualquer pessoa que visse o cartum em qualquer época, o que, para minha surpresa, não se confirmou.

Anos depois, durante uma exposição de alguns desenhos meus (Faculdade de Medicina da UFMG, 2010), encontrei alguns jovens nascidos na década de 90 que entenderam que o cartum da piscina debochava do menino negro e, estarrecido, constatei que eles estavam achando graça... – da vítima! Depois, em 2014, durante uma


palestra2 comentei publicamente esta diferença entre minha intenção com o cartum e a sua interpretação por outras pessoas e uma médica que me assistia comentou que imaginava que eu estaria criticando as cotas para negros na universidade, crítica esta com a qual ela concordava. Semanas depois, conversando sobre esta mesma questão com três jornalistas, uma delas disse que havia entendido o cartum da piscina como uma ilustração das deficiências naturais dos negros e, - pasmem! – ela é uma jovem negra. Este exemplo torna evidente o caráter histórico do cartum, pela diferença de percepção no significado do cartum entre a maioria das pessoas de minha geração, para a qual o cartum costumava ser crítica social, - e outras gerações, por exemplo, os jovens que atualmente dispõem de milhares de cartuns diariamente pela internet: talvez eles entendam que um cartum seja somente uma brincadeira, ainda que seu tema seja o mito racial, esta abominável invenção humana criada para justificar a exploração capitalista depois da proclamação da igualdade entre todos pela república (Magnoli, 2009).

O que é o cartunista? Um requisito fundamental para o humorista é que ele não pode se levar a sério: nosso lema, à maneira do Groucho Marx é: “jamais entraria para um clube que me aceitasse como sócio”. Por isso, ao contrário de outras artes, não se procura beleza no desenho de humor, dispensam-se cores e detalhes desnecessários e, sempre que possível, como já foi dito, devemos nos aproximar ao máximo do traço das crianças: é preciso certa infantilidade na forma - se bonecos de pauzinhos conseguirem transmitir uma ideia, quaisquer recursos adicionais seriam redundância empobrecedora da arte do cartum. Esta aparente ingenuidade no traço infantil, esquemático, simbólico e enxuto é necessária para remetermos o espectador aos sentimentos nos primórdios de sua vida, e desmobilizarmos suas resistências para abrir espaço para o humor, como os palhaços fazem ao colocar o nariz de bola vermelha, também uma espécie de licença para gozar o outro, começando por si mesmo. Por tudo isso, o cartum não é considerado Arte (com maiúscula) porque os artistas em geral não desejam entre eles um grupo de desenhistas (infantis) que não leva a Arte a sério, nem, por sua vez, os cartunistas pretendem ser incluídos num clube que 2

Palestra proferida na Clínica Psiquiátrica do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) a convite do Dr. Fábio Rocha, 2014.


se leva a sério demais. Os livros de história da Arte habitualmente sequer tocam nos cartuns, embora eu creia que já houvesse cartunistas entre os homens das cavernas – aqueles falos gigantescos nas pinturas rupestres só podem ser de brincadeira! – e quando o fazem, limitam-se aos quadrinhos, especialmente aqueles de grande sucesso comercial, colocando-nos num desdenhoso nicho reservado para arte popular, arte de massas ou artes gráficas. Uma das poucas exceções é quando os críticos de Arte têm que explicar a arte de Roy Lichtenstein, inspirada no sistema de impressão das histórias em quadrinhos norteamericanas. Curiosamente, em seu excelente livro Isto é Arte?, Gompertz (2013) utiliza diversos cartuns para ilustrar suas principais ideias, mas sequer menciona o cartum em suas 428 páginas dedicadas aos 150 anos de arte moderna e impressionismo. No entanto, o desenho de humor sem se pretender Arte, atingiu milhões de pessoas a partir do crescimento da imprensa no século passado e teria, no máximo, algum parentesco histórico e ideológico com o dadaísmo: a mistura de crítica à civilização capitalista e niilismo filosófico que surgiu em decorrência da Primeira Guerra Mundial, - se nós cartunistas levássemos um pouco mais a sério a nossa arte. As características de crítica e niilismo intrínsecas ao humor conduzem à inexistência de regras definidas para a arte do cartum: a maioria dos cartunistas é autodidata e seu talento se revela (ou se conserva) desde a infância; a maioria dos cartunistas que conheço não tem formação em artes: não existem escolas para formar cartunistas (para desenhistas de quadrinhos, especialmente ligados à publicidade, sim). Simplesmente, a pessoa gosta de representar as coisas daquela forma infantil, prefere perder um amigo a perder a piada e às vezes tem a chance de mostrar suas brincadeiras para alguém que, - pasmem! – paga a ele para fazer mais daquilo: pronto, nasceu um cartunista. Infelizmente aqueles que podem pagar pelos desenhos de humor não são muitos, até porque como donos do capital eles são alvos frequentes dos cartunistas, o que torna a profissão mal remunerada. Por falar nisso, durante os primeiros dez anos como cartunista, recebi remunerações episódicas e irrisórias, pois considerava aquela arte uma renovação da minha atividade política, a ferramenta que eu dispunha para mudar o mundo: epa! ainda me levava sério, portanto não era um bom humorista. Aliás, pensando bem, nunca o serei, pois este texto e minhas tentativas de explicação racionais da minha própria arte demonstram que ainda me levo a sério, o que diminui o meu humor.


Como se cria um cartum? Perguntam-me com frequência: como você cria um cartum? Poderia dizer que não sei exatamente, porque um estado de transe psicológico toma conta de mim e começo a desenhar algo que se formou na minha mente por caminhos desconhecidos, mas isso seria apenas parte da verdade. Existem duas situações bem distintas: aquela na qual o cartum brota espontaneamente de meus pensamentos, insistentemente pedindo para ser desenhado e gerando ansiedade que não cessa até que eu o faça, e a outra, na qual eu devo desenhar um cartum por deliberação voluntária, em decorrência de compromissos profissionais. A primeira delas, que me parece mais genuinamente artística, geralmente resulta em cartuns pelos quais eu tenho maior apreço. Vamos seguir alguns passos na criação da capa de um livro que estou escrevendo, para acompanharmos o processo do cartum que nasce espontaneamente. Havia algumas semanas que começara a escrever “Memórias e outras invenções” e numa noite veio-me o impulso, aparentemente sem qualquer finalidade, de desenhar um cartum (Figura 3, acima, à esquerda), no qual o personagem está diante de várias placas e uma delas, para a esquerda, indica apenas: desista. Em seguida veio o segundo cartum (acima, à direita) onde as setas indicam direita ou esquerda, os caminhos se intercomunicam adiante, mas todos eles terminam diante de um muro. O terceiro cartum (abaixo, à esquerda) também explora a perspectiva, dando a noção de escolha, uma vez que os caminhos não se cruzam, mas qualquer que seja o escolhido, ambos terminarão num castelo, sonho, seja lá o que for. O último desenho (abaixo, à direita) surgiu da associação espontânea entre os anteriores e a técnica ilusionista do famoso Escher (1898-1972) - a qual eu já utilizara em outros cartuns.


Figura 3 – Sequencia de cartuns que surgiram espontaneamente. Da combinação dos conteúdos dos quatro desenhos surgiu o cartum final (Figura 3). Os cartuns foram desenhados diretamente com a caneta, sem rascunhos, num caderno de notas que trago comigo apelidado de Diário de Borda.

No entanto, havia um motivo impreciso em meus pensamentos, alguma coisa relacionada com a crítica que eu tenho feito ao trabalho do Escher 3, reacendida depois que revi sua obra com minha família na sua exposição itinerante pelo Brasil. Havia também algo relacionado com o sentido filosófico das escolhas, o que havia abordado numa tira que desenhara recente do índio Gu-Ê-Krig, um dos personagens da tira em quadrinhos “Now Sem Rumo”. 3

Tomei contato com os desenhos do Escher na década de setenta, e eles me impressionaram pela magia dos labirintos, ilusões de ótica, etc. No entanto, depois de algum tempo, algo me incomodava em sua obra, como se faltasse algo no seu rigor geométrico. Hoje, ele me parece um artista que permaneceu preso ao seu maneirismo técnico, obsessivamente repetido sem incluir o humano nas ilusões do mundo além dos efeitos ópticos.


Figura 4 - Now Sem Rumo é uma história em quadrinhos de humor que publiquei de 1984 a 1989, cerca de 700 tiras, em vários jornais brasileiros. Um dos personagens era um louco que trazia um frango pela coleira, e vivia numa nave espacial perdida no espaço – porque as duas metades da nave eram inimigas entre si - e que passou a se imaginar ser Gu-ÊKrig, um dos deuses da mitologia Guaikuru, depois que leu “Kadiweu”, um dos livros do Darcy Ribeiro.

De repente, os quatro desenhos se somaram no meu imaginário: tratavam das escolhas e de sua inutilidade. Bastaria que eu colocasse um indivíduo meio médico, meio viajante, e um tanto perplexo diante daquelas setas em branco, e empregasse a técnica aprendida do Escher, então eu poderia mostrar humoristicamente o absurdo dos percursos de uma vida: estava pronto o cartum final.


Figura 5 – Cartum final, provável capa do meu livro de memórias.

A situação mais comum para o cartunista, no entanto, é aquela na qual criamos voluntariamente desenhos de humor sobre determinados temas, como tenho feito com as charges para o Jornal da Associação Médica de Minas Gerais, desde 2002, e fiz com as charges publicadas em dias alternados para o Diário Popular (SP) de 1988 a 2004. Nestes casos, geralmente o processo de criação segue caminho diverso dos cartuns espontâneos como descrevi acima. Por exemplo, eu desejava criticar determinado tema, (Figura 6) os altos preços impostos pela indústria aos medicamentos. Então, tomei uma folha de papel, lápis, borracha e comecei a procurar ligações inéditas entre os elementos: alguém precisa comprar o remédio, mas o alto preço impede que todos o comprem, há alguns que não


poderão tomar o remédio, ele acaba sendo contraindicado para os pobres... pronto – o preço se torna uma das contraindicações na própria bula, o que é inédito, portanto, um novo olhar sobre a questão, com humor . Observe-se que há uma parte de controle racional do processo, mas há outra de criatividade natural, sobre a qual não tenho muito controle. De qualquer forma, os cartuns e charges criados intencionalmente parecem trazer a marca daquela parte que teve sua origem no lado esquerdo do cérebro: eles contêm mais palavras, como o da Figura 6.

Figura 6 – Charge premiada no Salão Internacional de Humor para Imprensa, realizado em Porto Alegre em 1993. Observe-se a grande quantidade de palavras, em comparação com os cartuns criados de forma espontânea.

Em conclusão, o cartum é uma forma de arte gráfica que contém humor historicamente vinculado à sociedade humana; o humor é um comportamento humano inato e que se desenvolve ao longo da vida, complexo e relacionado ao prazer e ao alívio da ansiedade. Quando o autor se chama LOR, talvez o cartum possa se chamar LORAX.


Cartoon, humor or Lorax?

Abstract

Humor is a psychological human need, which could be satisfied in many ways, including the cartooning. Humor is achieved by the cartoonists when they are drawing their cartoons or by the people when they are appreciating the cartoons done. Some of the psychological and social meanings of humor are discussed in the present text. Although they are very popular, the cartoons are not well understood, because they have many specialties, which present great differences in the way they are created, as well as in their wide target public and its ideological subject. The almost mysterious cartooning process is commented and an example is presented to discussion. In conclusion, I believe it must be assured a dairy humor quote to people to handle with many of our psychological problems.

Keywords: humor, cartoon, art.

Referências

Freud, S. (1977). Os chistes e sua relação com o inconsciente. In Freud, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. VIII. Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1905). Gompertz, W. (2013). Isso é Arte? Rio de Janeiro: Zahar. Kupermann, D. (2005). Perder a vida, mas não perder a piada. O humor entre companheiros de descrença. In Slavutzky, A. & Kupermann, D. Seria trágico... se não fosse cômico. Humor e psicanálise. Rio de janeiro: Civilização Brasileira. Magnoli, D. (2009). Uma gota de sangue. História do pensamento racial. São Paulo: Contexto. LOR – Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues E-mail: rodrigues.loc@gmail.com


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