NANU! 8

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Camisas Polo Bouvier para Urban Man Calรงa Jeans Convicto para Urban Man Fotografia: Susana Pabst Arte: LOOSHstudio

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A proposta da NANU! é tirar da cena comum pessoas, imagens e ideias, questionando e conectando os diversos conceitos do mundo contemporâneo.

iniciativa LOOSHstudio Fotografia e Design SS

NANU!! #8 Setembro . Outubro 2009 acesse a versão virtual www.nanu.com.br editora chefe

Susana Pabst susana@looshstudio.com diretor de planejamento

Guilherme Bauer

guilherme@looshstudio.com jornalista

Caroline Passos . DRT/SC 02251 carolpassos@looshtudio.com design e arte

Fernando Denti

fernando@looshstudio.com

Gabriela Schmidt

gabriela@looshstudio.com tratamento e finalização

LOOSHstudio Fotografia e Design SS comercial

Priscila Figurski capa priscila@looshstudio.com Sang Soon Kim Sandro Spergort fotografia conselho editorial Susana Pabst

Guilherme Bauer e Susana Pabst

edição

LOOSHstudio Fotografia e Design SS Agradecemos a todos os nossos colaboradores de texto, arte e fotos: Alisson Corrêa, Anderson Lourenço, Carlos Eduardo “Ado” Silva, Caroline Brüning, Cláudia Vetter, Douglas de Souza, Douglas Dwight, D.RU, Eduardo Kottmann, Elise Tomasi, Fabiana Arcoverde, Fernando Denti, Frederico Flores, Gabriela Paludo, Gabriela Telles Moreira, Helena Schürmann, Ike Gevaerd, Jaqueline Nicolle, Joice Simon Alano, Juliana Gevaerd, Leon, Luciana Zonta, Marcelle Rocha, Miguel Estelrich, Nilma Raquel, Pedro Hering, Priscila Figurski, Sávio Abi-Zaid, Soila Freese , Solange Kurpiel ; também aos anunciantes, pontos de distribuição, e a todos que, direta ou indiretamente, contribuem para concretização da NANU!, e que desde sempre apoiaram nosso projeto. Muito obrigado!

periodicidade . Bimestral impressão . Impressora Mayer distribuição . Principais bancas do Vale do Itajaí, região norte e litorânea do Estado de Santa Catarina, Banca Shopping Iguatemi em Florianópolis, Livrarias Cultura de São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Recife, e Haddock Lobo Books & Magazines, São Paulo. Internacionalmente a revista é distribuída em Berlim por A Livraria, especializada em publicações brasileiras, e por Do You Read Me!?

contatos endereço Rua 2 de Setembro, 1618, sala 7, Itoupava Norte, Blumenau, Santa Catarina, Brasil, CEP 89052-000

Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos editores. telefone 55 47 3234 0772 revistananu.blogspot.com twitter.com/revistananu comunidade no orkut Revista NANU!

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Avenida do Estado, 1535| loja 3 | Balneário Camboriú | 47 3363-6861


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Nanu! TOY homem do mar london street london pedaço do paraíso deliciosamente enxutas harmonia perfeita 16 NANU!

deleite criativo changing your references rainha de copas no último volume eu me visto assim

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meu nome também é zappa desligaram o dolby do mundo em busca da memória ruídos e sons na tela harmonioso inferno os olhos leem e o coração sente


UM ESTILO INCONFUNDร VEL

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EDITORIAL SUSANA PABST

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É fato: ruídos, imagens e interferências de toda a sorte maculam nosso dia, nossa alma, nosso corpo. Vivemos impregnados desse noise, numa relação de consumo mútuo – pois se ele nos consome, nós o consumimos muito mais! Bom ou mau, luxo ou lixo, produto cultural ou industrial, tanto faz: todo esse burburinho já faz parte de nós, e ai de quem desligar o som... Aliás, depois que o desligamos, continuamos a ouvi-lo como um eco cerebral non stop - não há mais rota de fuga. E fugir pra quê? Afinal, refúgios podem ser insuportavelmente chatos! Essa loucura toda nos inspirou para a edição 8 da NANU!, que está embebida de noise em todos os sentidos. Nossa proposta editorial propõe um ruído visual e metafórico, que invade nossas páginas e nossa não modelo Sang Soon Kim, no ensaio principal. A estilista da grife MarcusSoon, lindíssima e exótica em suas feições orientais, é envolvida e maculada por elementos diversos, como nos propõe a cultura do excesso. Assim como Soon, o editorial de moda não está livre da pegada do noise, e aqui estamos falando de cores, grafismos e vestidos incríveis. Estamos felizes em ter em nossa equipe, a partir da NANU! 8, a jornalista Caroline Passos, que incrementa ainda mais essa edição – e as futuras também - com matérias superbacanas. Também contamos com a colaboração do especialista em música Carlos Eduardo “Ado” Silva, diretamente de Miami, onde reside, e de Frederico Flores, de Curitiba, produtor musical que está se formando na área pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e que aqui passa a dar as suas dicas. As janelas são desenhadas pelo nosso querido Fernando Denti, ilustrador e designer, que também é responsável pela arte gráfica da NANU!. O verso traz as reflexões de Cláudia Vetter, jovem escritora de Blumenau, que lançou seu primeiro livro, O Retrato da Nudez Eólica, neste ano. Agradeço a todos os colaboradores por seus textos sempre elaborados com tanta dedicação. Eles que são responsáveis, junto com a nossa equipe do LOOSH, por mais uma incrível edição. Lembro aos leitores que a NANU! procura inovar a cada lançamento e dessa vez não foi diferente. Sempre há algo a ser melhorado e adequado, pois se falamos de cultura pop e ela não para, nós também não podemos parar. Assim, perdoem-me o silêncio e a calmaria, mas nosso negócio é barulho!

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FERNANDO DENTI flickr.com/fernandodenti fernando_denti@hotmail.com


CLĂ UDIA VETTER caoseregresso@hotmail.com inlusao.blogspot.com riot-act.blogspot.com 24 NANU!


FASHION NANU! CLICA

Sugestões de blogs de moda que fazem a cabeça dos antenados Houve um tempo em que as dicas de moda eram anunciadas apenas por grandes estilistas. Nomes da alta costura, como Cristobal Balenciaga, Chanel e Hubert de Givenchy ditavam o que era luxo e lixo. E não havia quem os questionasse. Mais de meio século depois das grandes referências, o número de blogs cresce com a mesma intensidade da vontade de se expressar. Na questão do estilo não foi diferente. Hoje, dá pra saber como se vestir bem ou se informar com ilustres desconhecidos. Dicas de roupas, como usar acessórios, makes, novidades do mundo fashion: tudo isso está na rede. Basta escolher as fontes.

I Got Tell You Something watch-it-by.blogspot.com Blog da fashionista Carol Pfuetzenreiter, de Blumenau, que funciona desde o mês de junho. Ela posta tudo que encontra de novidades no mundo da moda. Tem dicas de customização e maquiagem, além de comentários divertidos sobre campanhas e tendências.

Le blog de Betty www.leblogdebetty.com Escrito em francês e inglês, o blog pertence à francesa Betty Autier. De Paris, ela abastece o endereço com as produções que cria e veste. O blog ficou famoso pelo mundo e já apareceu em edições da Vogue, Elle e outras revistas de fora. Betty inclusive já foi convidada a modelar em editoriais de publicações de moda.

Moda sem frescura www.modasemfrescura.com A ideia da editora e stylist Biti Averbach é relacionar moda a outras formas de expressão. Portanto, além de falar sobre tendência, o blog fala sobre vários assuntos ligados à área. É antenado com informações e ensaios de várias publicações especializadas. Também tem dicas de músicas e downloads.

Moda pra ler modapraler.blogspot.com A jornalista Laura Artigas criou o blog há três anos para conquistar um espaço no jornalismo de moda. A ideia deu certo e, hoje, Laura dá dicas de tendências, resenha livros especializados e tece comentários sobre a área. O bacana é que ela traz sempre uma novidade dos lugares que conhece.

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FASHION JOICE SIMON ALANO

A miscigenação de Nova Iorque faz da Big Apple o porto seguro para quem pesquisa moda Para quem trabalha ou simplesmente simpatiza com a moda, Nova Iorque é sem dúvida uma das melhores fontes para se beber. Pesquisar em outros lugares ainda é a melhor forma de exercitar a mente para enxergar o novo. Qualquer trabalho que exija atividade criativa constante deve ter como uma de suas ferramentas a viagem de pesquisa. Existem dezenas de cidades-satélite ao redor do mundo que potencializam a moda pelas características locais de seus habitantes. Alguns exemplos disso são Londres, Paris, Milão, Tóquio, São Paulo... A lista é cada vez maior. Volta e meia novos endereços são mencionados como novos polos de pesquisa. Mas a grande verdade é que todo fashionista sempre terá seu “norte fashion” direcionado para algum lugar. Assim como nós, as cidades têm personalidade própria. A Big Apple, a mais deliciosa metrópole do mundo, onde o glamour cosmopolita é tangível e a 5th Avenue um dos lugares mais propícios para perder a cabeça e torrar o limite do cartão em poucas horas. NY é para muitos um porto seguro quando o assunto é pesquisa de moda. O acesso m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o a todas as marcas mais badaladas do mundo, além dos novos nomes e endereços indispensáveis que nascem aos montes, causam verdadeiro frisson em qualquer mortal. No entanto, do ponto de vista de muitas pessoas o que mais fascina na cidade é a mistura incrível de estilos. Na 5th Avenue, andam as pessoas mais chiques, homens e mulheres apressados e sempre conectados a seus Blackberrys e Iphones. A sensação clara é de estarmos sentados em frente à uma cena de Sex in The City ou Gossip Girl. A algumas avenidas de distância é possível se deparar com uma multidão vinda de todas as partes do planeta

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caminhando (e se esbarrando) na luminosa Times Square. Daí, o que chama a atenção não é mais o glamour ostensivo da 5th Avenue e sim a bagunça e a falta de equilíbrio entre tantos estilos diferentes, não menos interessante. Agora o point fashion mais aguardado é sempre o Soho (me corrijam os mais entendidos). O bairro é a materialização para qualquer um que procure ver pessoas incrivelmente interessantes, com várias possibilidades de estilos e lojas para todos os gostos. Para começar, duas fast fashions que oferecem moda de verdade a preços de mentira: Top Shop e H&M. Como dica, sugiro começar sempre por lá, os modelitos mais desejados, aqueles que vemos na Vogue e babamos imaginando onde encontrar, com certeza estarão lá à sua espera. Depois pernas-para-que-te-quero! Monte um mapinha ou ande sem rumo. Ambas possibilidades certamente te levarão a deliciosas descobertas. No entanto, é indispensável manter os olhos bem abertos. Câmera em uma mão e bloquinho de anotações na outra. Cada parada pode virar uma referência inesquecível de pesquisa. O que para nós é difícil de encontrar, no Soho é cotidiano. Evidente que nesta mistura não há espaço para preconceitos, seja ele de qualquer espécie. As pessoas vêm e vão sem perceber que cada uma faz parte de um mosaico inspirador. É invejável realmente enxergar aquela miscigenação e lembrar que aqui, no Brasil, para ver algo do tipo só em eventos especiais e esporádicos. A bagunça modernérrima do Soho deixa qualquer pessoa querendo mais e mais. Lógico que como tudo o que é bom sempre falta tempo para ver tudo.


Concept store Alameda Rio Branco, 318 . Blumenau . 47 3329 0022


FASHION JAQUELINE NICOLLE

O nome do melhor do funky fashion divide-se entre múltiplas facetas. No mundo todo, há muito de Henrik Vibskov para se inspirar

Fotos: Divulgação

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Mudanças são necessárias para qualquer desenvolvimento ou crescimento mútuo. A busca pelo novo sempre esteve presente no homem, por este motivo, agora este espaço ganha uma nova diretriz. As informações estão em constantes movimentações pelo mundo; estas, por sua vez, são indispensáveis para ampliar nossos níveis de conhecimento e potencializar a capacidade de sintetizá-las Assim, meu objetivo é contribuir com o repertório de referências (visuais, sonoras etc) de cada leitor. Para começar, escolhi alguém que tem seu campo de atuação incrivelmente amplo: Henrik Vibskov, fashion designer dinamarquês, a quem podemos chamar carinhosamente de “mestre de muitos ofícios”. Vibskov desenvolve o melhor do funky fashion, o que felizmente não é o bastante para mantê-lo ocupado. Ele também é músico, cineasta e artista - título que engloba todas as suas demais habilidades. Chamou atenção em revistas culturais pelo mundo afora como The Face, Brutus (Japão), Numéro, Wallpaper, Purple, Selfservice e nas mais conhecidas Dazed and Confused, i-D e Vogue. Na vertente cineasta, produziu dois curtas-metragens, ambos exibidos em exposições de arte e festivais de todo o mundo. Além destes, fez um documentário intitulado Suínos, em Tóquio, em parceria com uma artista japonesa. No decorrer da carreira acumulou prêmios como o Beck’s Student Future Prize, Danish Design Council Award e Brand of the Year DANSK Magazine Fashion Awards. O talento deste designer de criar um

universo seu é tão surpreendente que já expôs no PS1 – MoMA, Palais, de Tóquio, e Sotheby’s Gallery, de Nova Iorque - só para citar alguns dos importantes museus e galerias em que seus trabalhos circularam ao redor do mundo. Vibskov está presente no cronograma oficial do Paris Men’s Fashion Week desde janeiro de 2003. Seu nome não é apenas associado a uma marca, mas, sim, a uma multiplicidade de mundos que são criados em cada coleção (é possível conferir os desfiles no YouTube), que também incluem uma linha para mulheres. Suas criações são vendidas através de lojas cuidadosamente selecionadas em todo o mundo como a Seven, em Nova Iorque, Colette, em Paris, Pineal Eye, em Londres, entre outros lugares como Tóquio, Hawaii, Amsterdam, Moscou, Paquistão. Além de suas próprias lojas em Copenhague e Noruega, e no endereço online (the-v-store.com) - que é um satélite dessas duas e tem promoções! Curiosamente Vibskov tem por princípio não doar suas roupas para celebridades com objetivos comerciais. Entretanto, nomes da música como M.I.A., Kanye West, Björk, The Arctic Monkeys, Sigur Rós, Franz Ferdinand, Sam Sparro e Chicks on Speed parecem não resistir à suas criações. Como se todo esse talento não bastasse, Vibskov, sob influência de seu irmão, toca bateria desde os 10 anos de idade. Já contribuiu com vários lançamentos musicais de artistas independentes e é o baterista da banda dinamarquesa Trentemøller! Não vão faltar referências de Henrik Vibskov pelo mundo para você. Para ouvir: Trentemøller - Miss You NANU! 29


FASHION CAROLINE PASSOS

Caca V, da banda Copacabana Club, marca a cena indie com atitude e figurinos autênticos

Caca V surgiu por acaso. Os músicos Alec, Lulli Frank, Claudinha e Tile, remanescentes de outros grupos da cena indie curitibana, discutiam a reunião em volta de um projeto novo: uma banda que misturasse rock com muita vontade de dançar. A fotógrafa Camila Cornelsen ouviu o papo e insistiu: “Também quero!”. Assim nasceu a vocalista do Copacabana Club. Sem tocar direito instrumento algum - ela aprendeu um pouquinho de piano com a mãe na infância - ou ter experiência como cantora, Caca criou um estilo próprio e arrasou já nos primeiros shows. A desenvoltura nos palcos e a atitude de quem não teve pudores ao se oferecer para ser uma dos Copas (como os integrantes se auto-denominam) aparece no figurino da artista. Aluna de balé por 15 anos, ela veste o que acha melhor e, por intuição, criou um estilo todo seu - que, no final, também deu a cara da banda. Sapatilhas e botas coloridas, vestidos leves meio de boneca, meio anos 50, meias-calça trabalhadas, acessórios no cabelo, maquiagem com muito brilho, batom e esmaltes vermelhos - tudo isso misturado, às vezes, com camisetas com frases pops. Caca V admite não ser especialista em moda, nem acompanhar os desfiles, apesar de já ter fotografado alguns editoriais. Pensa no que vai vestir nos palcos naturalmente e compra peças ao acaso. Para as apresentações, escolhe de acordo com a luz e as possibilidades de movimento no palco. “Normalmente, crio meus figurinos pra show com peças que eu já tenho. Vou misturando roupas novas, roupas antigas, compro alguns acessórios e assim vai”, contou em entrevista à NANU!. Persona Caca é bem feminina em suas produções. Com frequência deixa à mostra nos shows a tatuagem de um coração alado gravada no colo - uma das nove que estampam o tronco e braços da vocalista. Os desenhos já integram o look.

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Desde que assumiu o posto de frontwoman do Copacabana Club, ela tem recebido roupas de diferentes marcas para usar em entrevistas e shows. Mas há diferenças entre Camila Cornelsen do dia-a-dia e Caca V dos palcos? Ela garante que pouco destoa entre as duas personalidades : “Quanto à persona Caca V, acho que ela se mistura bastante comigo. De certa forma acho que me transformo quando estou cantando. Não sou uma pessoa tímida, mas acho que me solto bem mais quando estou no palco. Sempre fui comunicativa. E ultimamente com a banda essa característica ficou mais evidente ainda“.

Dicas da Caca V Korova: de Floripa, a grife tem camisetas de estampas modernas e bem-humoradas. garagemkorova.com.br Flor de Vedete: A criadora da marca, Tiça Muniz, segue a escola da reciclagem de roupas e faz roupas em estilo vintage. flordevedete.com.br B.Luxo: Tem peças novas e um brechó de roupas selecionadas - especialmente estilo anos 80. As roupas podem ser compradas através do blog. brecholuxo.blogspot.com b-luxostore.blogspot.com

Caca V além do Copacabana Club: flickr.com/exxxtra camilacornelsen.tumblr.com


Fotos: Fernando Nogari/Divulgação


FASHION JULIANA GEVAERD

O estilista Rony Meisler, dono da marca Reserva, conta como faz o que mais ama: barulho na moda Antenadíssimo e sempre de bem com a vida, Rony Meisler, estilista e um dos donos da marca Reserva, tem feito muito barulho nos últimos desfiles da São Paulo Fashion Week. Um barulho afinado, temperado de bom gosto e marcado por um ritmo que ainda vai dar muito mais o que falar. Ele nos conta o que foi feito em tão pouco tempo. Bonito de ler.

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Fotos: Reserva/Divulgação

“Meu nome é Rony Meisler, tenho 28 anos e graças a Deus errei de profissão. Me formei em Engenharia de Produção. Mal sabia eu que me tornaria estilista - ou será diretor criativo, ou CEO (Chief Executive Officer)? Sei lá, o fato é que fiz tanto, mas tanto, barulho que acabei descobrindo o que mais amo fazer: “barulho” através da moda. A Reserva nasceu do tesão em fazer os sonhos acontecerem. Viagens, contatos, contratos, telefonemas, e-mails, vendas, prejuízos, lucros, paixões, realizações, cabelos brancos, família, amigos, cultura, arte, esporte e lazer. Tudo junto e misturado. Há cinco anos, com uma mochila nas costas visitei 10 lojas multimarcas no interior do estado de São Paulo para vender minha primeira coleção. Fiz com o mesmo tesão e paixão que hoje coordeno nossos oito representantes regionais no atendimento aos 350 clientes multimarca. Dois anos depois, lá estava eu, amarradão com o umbigo no balcão da nossa primeira lojinha em Ipanema. Hoje, visito nossas sete lojas semanalmente e tenho o mesmo tesão em atender pessoalmente nossos clientes. Somos felizes, descontraídos, nosso volume sempre está no máximo. Prova disso foi nosso último desfile na São Paulo Fashion Week, onde apresentamos o nosso Safári Safado. O homem pensado pela nossa marca é feliz, antenado, um caçador de meninas, e foi exatamente ele que colocamos na passarela. Abrimos o desfile com Gaviões do Forró e Fernanda Young proclamando um tributo à safadeza. Fechamos com Adocica, de Beto Barbosa. Quanto barulho. Fazer algo original e de vanguarda sempre foi o objetivo. Propor moda para a rua, para curtir e ser usada.” BUM!


moda feminina - festa - tamanhos grandes Rua XV de novembro, 591 . Blumenau . SC . 47 3035-2509 www.monic.com.br


FASHION HELENA SCHÜRMANN

Há pessoas que causam intervenção. Seu modo de agir, de falar, de vestir Fazem a diferença. Estas me atingem de alguma maneira, instigam, inspiram. Vestir-se é passar ao mundo seu jeito, seu sentimento, sua atitude. Vestir-se é comunicar-se. Vestir-se é causar admiração, espanto, barulho, efeito, interferência... Absorva o melhor. Reúna as idéias. Provoque confusão. Abra mente e guarda-roupa. Desalinhe. O sistema não é absoluto. Crie seu noise.

HUMBERTO FURTADO Jaraguá do Sul Fotógrafo “Uma mistura do clima, destino, ocasião e com quem me encontrarei reflete muito na hora de selecionar uma roupa! Gosto de cores, contrastes e ‘dar uma cara’ um estilo para cada momento.” 34 NANU!


KIKI HOFFMANN Balneário Camboriú Empresária de Moda e Beleza “Eu me visto assim porque só compro peças que eu amo, amo, amo! Vou de feirinhas, brechós a roupas de grife. Misturo tudo e só uso roupas que me fazem sentir linda, super feminina e de bem com a vida!”

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EU, MODELO CAROLINE PASSOS

No horário marcado, às 8h30 de uma segunda-feira de agosto, Sang Soon Kim está pronta para ser maquiada. O Eu, modelo da NANU! 7, Miguel Estelrich, pensa nos produtos que vai usar. Soon, como ficou conhecida, deixa transparecer um traço de ansiedade: mantém os braços cruzados durante a preparação. Afinal, mesmo trabalhando com moda desde 1992 quando começou a estudar moda na Coreia, Soon nunca antes havia sido fotografada como modelo. “Não me acho fotogênica e sou tímida, embora às vezes não pareça”, contou no intervalo da sessão. O resultado impresso nas próximas páginas revelou para Soon uma nova faceta. A coreana de olhar forte, corpo esguio e semblante tranquilo

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mostrou-se bem disposta à sequência de quase 12 horas de trocas de roupas e cabelos que viria a seguir. O ensaio exigiu preparo físico. Começou com a não modelo deitada no chão do salão Peluqueria e terminou no banheiro da casa de Miguel. Cercada de objetos - a mercê da criatividade dos produtores de moda -, Soon não reclamou em nenhum momento. Sempre que perguntavam se estava cansada, respondia com um sorriso. “Nem sei quanto tempo durou a sessão. Pra mim, foi rápido, como um segundo”, afirmou. Embora pareça ter sido a escolha ideal, o nome de Soon não surgiu de imediato. Foram dias até que a estilista fosse citada como possibilidade. Nos brainstorms durante a


pré-produção, havia uma única certeza: tinha de ser uma beleza exótica. Depois que o nome foi levantado, ninguém cogitou outra pessoa. Uma ligação de Susana Pabst e uma visita ao LOOSHstudio para saber o conceito de Noise que havia sido pensado, Soon confirmou a participação. Mesmo sabendo da proposta, a não modelo não tinha ideia do que viria a seguir. Se viu loira, ruiva, morena. “Já tinha feito mechas, mas nunca tive coragem de pintar meu cabelo de loiro. Adorei”, comentou sobre o look que mais gostou. Para ela, fazer as fotos foi mais que um presente. Foi um legado que guardará para as próximas gerações e levará para outros países, onde divulga também as marcas do casal. “É um

presente para a vida toda. Até meus filhos vão poder guardar como lembrança minha. Não imaginava que o resultado ficaria tão bom”, concluiu. Soon chegou ao Brasil após conhecer o marido, Marcus Marquetti, no Instituto Europeu de Design, em Milão. Os dois trabalham juntos no ateliê de Versace. Ainda na Itália começaram a criar para a Olium, de Belo Horizonte. A mudança para o Brasil veio com as propostas de trabalhar para a Colcci, Nine to Five e, depois, Naguchi. Hoje, o casal mantém a marca MarcusSoon e lança a H.A.N.D. (sigla de Have a Nice Day), uma proposta de moda com preços mais acessíveis.

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Fotografia: Susana Pabst Conceito e tratamento de imagem: LOOSHstudio Styling: Eduardo Kottmann e Gabriela Telles Moreira Beleza: Miguel Estelrich Agradecimentos: Arezzo, Colcci, Equus, Maina Bis, M.AlĂ­cia, M.Schuffer e Secret Glam

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COLETIVO NILMA RAQUEL | glamour

Beleza e coerência Você já pensou que muitos dos direcionamentos que assumimos para a vida podem valer também na hora de consumir produtos de beleza? Livros de autoajuda se vê de monte por aí. Conselhos pipocam de todos os lados e você escuta o “faça isso” e “deixe de fazer aquilo” o tempo todo. A gente vive fazendo listinhas com objetivos a ser cumpridos em um, dois, 10 anos. Acabei chegando, involuntariamente, a uma conclusão pra lá de valiosa ao gestar este texto. É que parei pra pensar que muitos dos direcionamentos que assumimos para a vida acabam valendo também na hora de consumir produtos de beleza. Abaixo estão alguns dos que passam pela minha cabeça, acompanhados de produtos específicos para ilustrar o que quero dizer. Você já pensou nos seus?

Saber que beleza é saúde Gente saudável e complexos vitamínicos sempre foram bons companheiros. Nos últimos tempos, fórmulas mais focadas na manutenção da textura e do viço dos tecidos, os chamados nutricosméticos, estão sendo procuradas por quem quer ter, além de saúde, benefícios para a aparência. Com colágeno marinho, zinco e vitaminas C e E, o Maxxi 30 Life proporciona efeito antioxidante e preventivo do envelhecimento, que complementa os tratamentos estéticos. Maxxi 30 Life, Racco. Preço: R$ 89,90. Tel: 0800-413000 www.racco.com.br

Ter o direito de errar

Hidratar sempre Nunca esqueço do dia em que vi um programa da Oprah em que uma linda senhora de 60 anos - para quem ninguém daria mais que 40 - contou seu segredo de juventude: “Moisturize, moisturize and moisturize”. Ou seja, hidratação é tudo! E isso, é lógico, vale também para os cabelos, que merecem alguns minutos a mais de uma boa máscara, como as da linha profissional da Mediterrani, seja em casa ou no salão. Moisture Treatment Ionixx, Mediterrani Professional, Preço: R$ 48. Tel: 0800-770 4546 www.mediterraniprofessional.com.br 60 NANU!

O Makeup Eraser Pen, um demaquilante com formato de caneta, lançado pela Revlon prova isso - já que nem todo mundo sabe fazer de primeira aquele traço impecável com o delineador. Até mesmo produtos de longa duração e à prova d’água podem ser removidos e, como a fórmula não é oleosa, a correção é localizada e dispensa algodão. Makeup Eraser Pen, Revlon. Preço: R$ 47,37. Tel: 0800-7733450 www.frajo.com.br


Ter seu momento “estrela” Eu, você, todo mundo, merece um pouco de cuidado, do tipo passar um creme demoradamente pelo corpo, como o que acompanha o Kit Champagne Comemore, da Racco, composto ainda de seis mini-sabonetes. A gerente de marketing da empresa, Renata Freire, recomenda “experimentar o hidratante efervescente e a sensação de hidratação e refrescância com rápida absorção do produto”. Kit Champagne Comemore, Racco. Preço: R$ 48,90. Tel: 0800-413000 www.racco.com.br

Caprichar nos detalhes A Shiseido do Brasil traz um novo lápis para a boca para o verão 2010. Este item de maquiagem que pode parecer bobagem para a maioria das mulheres faz toda a diferença na hora de definir os lábios. Só não vale ficar com boca de atriz de novela mexicana, com aquele contorno escuro aparecendo. Smoothing Lip Pencil, Shiseido. Preço: R$ 87. Tel: 0800-148023 www.shiseido.com.br

Admirar design e inovação De um batom a gente espera que dê cor, brilho e hidratação aos lábios. Ok, ele pode ter tudo isso, mas se não tiver uma bela embalagem, nada feito. E quando a gente pensa que quase tudo já foi inventado, surge o Bourjois Sweet Kiss, num atraente invólucro roxo, que se revela ao apertarmos um botão prateado. E ainda tem 11 cores pra escolher. Sweet Kiss, Bourjois. Preço: R$ 59. Tel: 0800 7043440 www.bourjois.com

Fotos: Divulgação

Encontrar o luxo nas pequenas coisas Pode ser que uma Ferrari seja um sonho para a maioria dos homens, mas não é nada mal ter o símbolo da marca em seu perfume favorito. A empresa participou pela primeira vez do processo de construção do recém-lançado Ferrari Uomo, desde o conceito até a produção final da fragrância de notas amadeiradas, de couro e especiarias finas. Para respirar fundo e sonhar. Ferrari Uomo Eau de Toilette Vaporisateur 50 ml. Preço: R$ 230. Tel: 0800-7733450 www.frajo.com.br *Os preços são sugeridos pelas marcas e podem variar de uma loja para outra.

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COLETIVO NANU! | miscelânea

aglomerações instantâneas As mobilizações conhecidas como flash mob reúnem diferentes grupos pelo mundo A primeira tentativa de flash mob rolou em Manhattan. O jornalista Bill Wasik enviou e-mails anônimos para 50 pessoas convidando-as a irem até uma loja de acessórios femininos. A ação não teve sucesso por que alguém avisou o gerente e deu tempo de montar um esquema de segurança. Em 2003, uma nova tentativa foi feita. Desta vez, o plano era entregar flyers nas ruas próximas à loja de departamentos Macy’s. Os panfletos diziam o ponto de encontro onde as instruções para o flash mob seriam dadas. Minutos depois, cerca de 100 pessoas entraram juntas na Macy’s e passaram algum tempo olhando um tapete caro. Depois, todo mundo se dispensou entre os clientes da loja. Desde então, vários grupos no mundo todo passaram a organizar flash mobs. As ações podem fazer sentido ou ser simplesmente divertidas. Se você encontrar com pessoas sem calças pela rua, não pense que o mundo pirou: pode ser apenas mais um flash mob.

Pra assistir

World Pillow Fight Day Ativista

Zumbis Por incrível que pareça, um dos flash mobs mais divertidos acontece sempre nos Dias de Finados, 2 de novembro. Todos os anos, em todo o mundo, centenas de pessoas se vestem e andam como zumbis no Zombie Walk.

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Em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, 250 ativistas do Greenpeace deitaram-se no chão simultaneamente para simular uma morte coletiva. O flash mob, feito em agosto, foi uma reação contra a compra de tecnologia nuclear francesa pelo governo brasileiro. O manifesto foi em frente a prédios onde havia eventos do Ano da França no Brasil.

A guerra de travesseiros aconteceu em várias capitais do Brasil. Até Floripa participou. Dia 4 de abril, um grupo de pessoas se reuniu em frente à Catedral Metropolitana. O bacana é que era uma proposta pacífica. Só podia “atacar” quem estivesse com um travesseiro ou almofada nas mãos. A organização para o ano que vem já começou. Pra participar acesse: pillowfight.com.br.

O canal Multishow criou um programa voltado aos flash mobs. O MOB_Brasil é comandado por Didi Wagner em parceria com o Coletivo Bijari, centro de criação de artes visuais, multimídia e arquitetura. A produção seleciona cinco estudantes, dá um tema e eles têm uma semana para organizar a ação. Em uma delas, sobre Aquecimento Global, um grupo fez coreografias de zdança com guarda-chuvas no meio de um centro comercial. A exibição rola às 22h30, todas as quintasfeiras. Dá pra acompanhar o twitter do programa e saber como participar: twitter.com/mob_brasil.



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FERNANDO DENTI flickr.com/fernandodenti NANU! 65 fernando_denti@hotmail.com


CLĂ UDIA VETTER caoseregresso@hotmail.com inlusao.blogspot.com riot-act.blogspot.com 66 NANU!


Cabelo e Arte

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Rua Gertrud Hering, 97 . Bom Retiro . Blumenau . 47 3322 0048


COLETIVO DOUGLAS VS DUH | vida urbana

SHOOT ME NOW Vontades Fotográficas. Este foi o ponto de partida para nossa contribuição a esta edição da NANU!. Por mais intrínsecas e constantes que sejam essas nossas vontades, resolvemos fazer - além de um ensaio fotográfico com nossa grande amiga e fotógrafa Susana Pabst - uma seleção de apenas quatro fotógrafos (dos inúmeros) que nos influenciaram em nossa trajetória estético-visual até hoje. Incluímos qual o noise no trabalho de cada um, os momentos que nos marcaram e fizeram admirar ainda mais estes artistas. Enjoy! Kind of Weird

Sex on the Bitch

JUERGEN TELLER

TERRY RICHARDSON

Juergen sempre quebrou vários paradigmas em suas fotos. Celebrities colocadas no senso comum, anônimos ganhando status de superstar. Na brincadeira de fotografar o real, imagens que passariam por amadoras são construídas de forma natural a ponto de acreditarmos que só é mais alguém em algum lugar. Prova disso são as campanhas para o estilista Marc Jacbos cheias de sarcasmo sobre a moda em si e meninas/ meninos sendo explorados com toda ambiguidade possível. O fotógrafo alemão já fez trabalhos para revistas como W Magazine, Self Service e i-D e campanhas de moda para marcas como Vivienne Westwood. NOISE: Victoria Beckham para Marc Jacobs, fotografada dentro de uma sacola da marca BFFs Winona Rider, Michael Stipe, e Raquel Zimmerman www.designboom.com/portrait/teller

Apesar de ser um dos mais controversos fotógrafos da atualidade, Terry não deixou de fotografar ninguém que importa e quem não importa também. De Barack Obama a Pamela Anderson, de Dercy Gonçalves a Gisele Bündchen, passando por anônimos, sub-celebrities e indo ao underground com prostitutas nas mais inesperadas cenas, mas sempre com muito sexo. Com declarações explicitas a mostrar o esteticamente feio e imperfeito, Terry não poupa nada e nem ninguém. Foi eleito para fotografar a edição 2010 do badalado Calendário Pirelli. NOISE: Sexo e fast food. BFFs Lindsay Lohan www.terryrichardson.com

Wild & Nude

Eletric Youth

RYAN MCGINLEY

HEDI SLIMANE

Vindo das influências da street art, o fotógrafo americano Ryan Mcginley é quase um naturalista. Imagens de nudez no auge da puberdade e libertação são características de um trabalho focado na sutileza ao mostrar a essência da juventude. Irresponsabilidade no sentido de leveza e falta de preocupação, misturados à ingênua arrogância adolescente, renderam cliques mais que subversivos. Já ganhou um prêmio em Cannes para uma campanha da marca Wrangler. NOISE: As fotos de Kate Moss nua BFFs Stella McCartney e The Misshapes www.ryanmcginley.com

Responsável por uma revolução na moda masculina - enquanto estava à frente da marca Dior Homme, impondo o shape extremamente skinny para meninos -, o então estilista virou fotógrafo. Slimane conseguiu levar todo o clima dark e sombrio que o tornou grande nome da moda masculina para suas imagens. Ele frequenta shows e festivais de rock e registra todos esses momentos no seu blog, mostrando o comportamento dessa geração e, o melhor, tudo em P&B. NOISE: Karl Lagerfeld emagreceu alguns quilos para entrar em uma de suas skinnys BFFs Carine Roitfeld , Courtney Love e Cole Mohr www.hedislimane.com/diary Fotos: Susana Pabst


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COLETIVO CAMPARI JOY | nonsense

There’s Gonna Be Some Rocking

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presenciei ou colaborei. E é assim que eu, Priscila Figurski, a partir de agora passo a assinar a minha coluna aqui na NANU!. Campari Joy é hostess de algumas das melhores festas que acontecem por aqui, é ela que carrega a minha parte entertainer, que gosta de interagir, criar e dividir momentos incríveis com as pessoas. Fruto de muitas situações que eu vi, digeri e incorporei, Campari Joy é resultado de todo o noise – pessoas, informações e ocasiões - que absorvi em minha rotina e personalidade, depois de devidamente constatada aquela tal ligação emocional. O teor dessa seção não muda - continua a ser uma dissertação louca sobre uma série de coisas sobre o comportamento humano, que eu costumo analisar quando estou sozinha, com meus pensamentos barulhentos. Pois enquanto ser humano que interage num mundo cheio de informação e agitação, penso que sempre dá para seguir em frente organizando todo o barulho, para fazer com que tudo se torne uma agradável música.

Fotos e arte: LOOSHstudio

A gente está sujeito às interferências do mundo o tempo todo, e é muito engraçado como essas interferências - mesmo sem que a gente perceba - são decisivas no resultado do que somos hoje. O excesso de informação, atividades e pensamentos do nosso way of life nos mergulha num oceano de influências a serem digeridas, muitas vezes automaticamente incluídas ou excluídas do nosso mundo particular. O interessante desse mecanismo selecionador automático é que me parece que ele só permite que entre o que a gente já está predisposto a aceitar e até mesmo a aplicar em nossa vida. É como se precisasse acontecer uma ligação emocional entre a informação e a nossa essência para que esse intercâmbio aconteça, que nos leva cada vez mais adiante na transformação de si mesmo. E foi desse intercâmbio que nasceu Campari Joy, personagem que sintetiza o meu resultado de várias experiências de noite, música e entretenimento, coletivas e isoladas, que


COLETIVO SOLANGE KURPIEL

Silêncio em Paris Preocupado com a saúde auditiva da população, governo francês busca formas de baixar os decibéis na capital

Paris é a capital mais arborizada da Europa. Também possui mais de 3 mil hectares de área verde: duas florestas, 16 parques, 137 jardins e 274 praças. Agora ainda tem a novidade dos Vélibs, bicicletas que há dois anos foram colocadas nas ruas pela prefeitura. Só precisa se cadastrar e, com a carta de transporte, usufruir do serviço. Sem falar nos inúmeros projetos como o Paris Respire, em que a ideia é aproveitar o verão e incentivar as famílias a curtirem os finais de semana nas ruas da capital francesa. Fecham-se vias e quem quiser pode ficar longe dos carros e das buzinas. Projetos bastante positivos, porém que ainda não abafam ou emudecem o problema comum às grandes metrópoles. A poluição sonora preocupa, ainda mais quando se trata da cidade mais visitada do Planeta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o barulho é o terceiro maior problema ambiental, só fica atrás da poluição do ar e da água. Uma enquete realizada em 2002 pelo Instituto Nacional de Estatística e de Estudos Econômicos da França (INSEE) confirmou que 54% dos parisienses se incomodam com o barulho externo. No resto da França o percentual ficou em 39. Em Paris, 6% da população mora em zonas onde os níveis sonoros durante o dia são de 70 decibéis e no período da noite de 65. As principais consequências destes distúrbios são, geralmente, demorar mais para pegar no sono, despertar-se várias vezes durante a noite e também acordar mais cedo que o necessário pela manhã. Quando a poluição sonora é extrema e ultrapassa a barreira dos 85 decibéis, os efeitos produzidos vão a patamares de chiado auditivo até perda total do sentido. De acordo com a OMS, em 2005, a surdez atingia 278 milhões de pessoas no mundo. Na França, o equivalente chega a 7% da população, o equivalente a 4,4 milhões de habitantes. Em prol da saúde auditiva, ações governamentais vêm inserindo medidas e alternativas tecnológicas para o conforto da população. Aqui na França, desde 1996, todas as residências construídas devem seguir padrões rígidos de proteção acústica. Entre as regras, as janelas que precisam ter vidros grossos ou de dupla camada. Também as paredes, caso sejam comuns a dois apartamentos, devem ter isolamento sonoro. Em 1999, Paris inaugurou o Observatoire du Bruit ou o Observatório do Barulho. Fundamentado no Sistema de

Informação Geográfica (SIG), em 10 anos de trabalho o observatório se ateve, especificamente, às questões de trânsito. Através do SIG, os profissionais mapeiam as zonas mais críticas e estudam alternativas de remanejamento da infra-estrutura local. Na França, há uma forte preocupação com as crianças e o ambiente escolar, já que a poluição sonora interfere na atenção do aluno ao conteúdo e pode retardar o aprendizado. Para eles, os cuidados vão desde o revestimento das paredes escolares até os pés de cadeiras e mesas forrados, para que não façam barulho. A União Européia também agiu. A resposta veio através da lei 2002/49/ CE. O decreto sustenta que desde o dia 30 de junho de 2007, todas as aglomerações com mais de 250 mil habitantes precisam de um mapa com a poluição sonora de cada comuna, seguidos por sugestões de melhoria. Um bom case é Barcelona, a cidade está no ranking das mais barulhentas e foi a primeira a investir em um tipo de asfalto que diminui em 4 decibéis o som da passagem dos automóveis. Através destes exemplos fica claro que a solução para cá e para todas as grandes cidades está nas estratégias sustentáveis que aliam tecnologia e mudança de cultura. A Academia Européia de Meio Ambiente Urbano pôs na balança o andamento das ações e verificou que a limpeza sonora das cidades européias já é bastante aceita entre as administrações políticas e administrativas, mas que esbarrana falta de investimento para tecnologias deste setor e também na carência de uma legislação que fortaleçam as decisões. Em Paris, as medidas de contenção de ruídos parecem ainda estar muito centradas no campo teórico, entretanto, a população já conta com uma significativa lista de entidades que trabalham para o bem-estar sonoro da população. No site da prefeitura, ao menos 10 organismos são citados desde os governamentais até o SOS Bruit, uma associação que atende as vítimas de poluição sonora. NANU! 71


COLETIVO CAROLINE BRÜNING | comportamento

Restaurar Configurações É importante saber como medir a busca por informação e não se render à ansiedade

Imagine uma pessoa começando o dia com o despertador. O primeiro movimento ao acordar é esticar um dos braços e procurar pelo celular, checar as horas, o dia da semana, possíveis ligações perdidas durante à noite, uma nova mensagem... Assim que possível chega a vez do computador e da caixa de e-mails, do orkut, facebook, twitter, sites de notícia e assim por diante. Quase me arrisco a questionar qual a importância e a utilidade de um computador ou laptop se não houvesse a internet. E nesse universo de informação infinita, as possibilidades também são. Há muito para ser lido, muitos e-mails para responder, muito para olhar e querer absorver. Há um limite? Hoje, pode-se aprender um instrumento e assistir à palestras de grandes pensadores e personalidades de graça através do YouTube. Aprender idiomas e dialetos por meio de podcasts, falar com pessoas ao redor do globo e vê-las através do Skype ou do MSN. Ao mesmo tempo que nossa vida ficou muito mais fácil,

esse excesso crescente de informação e novidade pode acabar criando uma auto-cobrança. Podemos ser acometidos pela ideia de que não há tempo suficiente, que não vamos dar conta e que tudo é demais. Isso é sufocante. Um exemplo é a velocidade com a qual a informação é atualizada e difundida. De acordo com o escritor Alan Moore, atualmente a informação humana dobra a cada 18 meses. Até o ano 2015, a velocidade pode ser de um milésimo de segundo, ou seja, estamos construindo algo extraordinário sim, mas podemos acompanhar esse ritmo? Afinal, num mundo onde tudo anda cada vez mais rápido é inevitável não sentir-se em constante demanda. Quem hoje consegue passar mais de um dia sem internet ou celular? A simples ideia de que o mundo continua girando e você não participou dele pode ser incômoda demais. Hoje, privar-se de um dia de notícias ou, no mesmo período, ficar sem acesso aos e-mails dá a impressão de que o que se perdeu foram semanas. A falta de bateria no celular, o sinal da internet

Fotos: LOOSHstudio

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fora do ar podem causar instantes de nervosismo e gerar muita ansiedade. A ansiedade é comum a todos nós e pode ser de origem externa ou interna, subjetiva. É desencadeada diante de situações desagradáveis e estressantes. Em níveis saudáveis, ela é uma ferramenta evolutiva útil, que nos mantém em alerta e permite que encontremos soluções quando há perigo eminente. Porém, grande parte do que causa a ansiedade hoje é o excesso de atividade mental, preocupações exageradas, desproporcionais se comparadas à realidade e que atrapalham muito mais do que ajudam. Quando toma formas como estas, incapacita o indivíduo e torna-se um problema. As cobranças geradas pelo trabalho, família, dificuldades financeiras e os padrões atuais exigidos pela sociedade, por exemplo, são fatores importantíssimos no surgimento de transtornos de ansiedade como a síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, fobia social e transtorno de ansiedade generalizada, para citar alguns casos. A modernidade nos obriga indiretamente, por assim

dizer, a acompanhar todos esses avanços diários, a nos mantermos informados e equipados, com celulares, smartphones e computadores a todo o vapor. Então, estamos sempre a um passo do estresse, preocupados com a possibilidade de sermos engolidos pelo o que nos cerca. Qual é a melhor saída? A resposta é o bom senso. Aceitar que não podemos dar conta de tudo simplesmente por ser humanamente impossível e compreender que novidades e incertezas são comuns a todos. A solução dos problemas geralmente está na própria dificuldade. Por tanto, apavorar-se e sentir a necessidade de ter que dar conta só atrapalha. Perceber que perder um dia ou mais sem o celular ou internet é só mais um dia, que pode ser recuperado em outro momento. É inevitável, no mundo moderno, ficarmos longe do noise, mas é preciso estabelecer limites, prioridades e usar tudo de forma que não ocupe todo o nosso tempo, que não nos afaste do lazer, dos amigos e das coisas que nos trazem sossego e prazer. Pelo bem da nossa sanidade.

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Fotografia: Susana Pabst Conceito e tratamento de imagem: LOOSHstudio Styling: AHA estilo Beleza: Fabiana Arcoverde Modelo: Elise Tomasi


Kaftan Adriana Bittencourt para Kiki Hoffmann Holiday Boutique 76 NANU!


Vestido Bebesh para Alameda 40 Anel Sandra Duwe Pulseiras acervo NANU! 77


Vestido Drapeado Regina Salomรฃo para Chemise Moda Feminina Sandรกlia Schutz para Mercatto 78 NANU!


Macacรฃo Studio MarcusSoon Sandรกlia Schutz para Mercatto NANU! 79


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Vestido Caos Couture para Chemise Moda Feminina NANU! 81


Vestido Bondage GIG para Beach Boutique Colar Caos Couture para Chemise Moda Feminina Scarpin Cris Barros para Beach Boutique 82 NANU!


Vestido Marcelo Quadros para Beach Boutique NANU! 83


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Vestido Caos Couture para Chemise Moda Feminina Sapato Alamanda Sapataria Disco Cristal AcrĂ­lico NANU! 85


Vestido Lia Rabello para Secret Glam 86 NANU!


Vestido Chocolate para Beach Boutique Placas Cristal AcrĂ­lico Sapato Schutz para Mercatto NANU! 87


Vestido Jefferson Kulig para Secret Glam Espirais e bastão Cristal Acrílico 88 NANU!



Vestido Rock Lily para Albori Sapato Alamanda Sapataria Espirais e bastão Cristal Acrílico 90 NANU!


Vestido Le Lis Blanc para Maina Bis NANU! 91


CULT FREDERICO FLORES | música

ART RT A NOISE OISE N MUSIC MUSIC

“Nos primórdios, a vida era totalmente silenciosa. No século 19, com a invenção das máquinas, o ruído surgiu. Hoje, o ruído triunfa e reina supremo sobre a sensibilidade do homem”. Luigi Russolo , A Arte dos Ruídos, 1913*

NANU! INDICA

compositor Luigi Russolo já fabricava instrumentos elétricos para fazer música futurista e publicou o manifesto A Arte do Ruído. Desde então, o homem se apaixonou pelo som de ondas irregulares amplificadas eletricamente. Seja na música eletroacústica do modernismo, nas microfonias da guitarra de Jimi Hendrix, no Noise Music pós-punk, no trance dos anos 90 ou na sonoridade Chip Tune que invade o hip hop e pop atual, o ruído puro e contestador está presente e soa atemporal, talvez por isso o título deste lançamento seja The Eternal.

*Trecho de New York Noise Book Art and Music from the New York Underground 1978-88 (Soul Jazz Records www.souljazzrecords.co.uk/releases/?id=10566) Saiba Mais: - Livros: No Wave (2007) , de Marc Masters, sobre as bandas da cena, www.blackdogonline.com/all-books/no-wave.html - Cinema: Llik Your Idols (2004), documentário sobre a cena No Wave de Nova Iorque e o seu cinema de transgressão, www.myspace.com/llikyouridols

CASSINI

Dois

Influências de bandas alternativas marcam o som da Cassini. A banda de Blumenau já tem o primeiro EP gravado com o single PRMSSS a.k.a. Wha Wha. No Myspace há outras duas músicas disponíveis para audição.

Dois na verdade tem quatro integrantes. A banda é de Floripa e faz um som calmo no estilo pop acústico. No início, era a vocalista Indy Müller mais Thiago Fukahori no violão. Hoje, o grupo tem Daniel Pfeifer na bateria e Henrique Silvério no baixo e trompete.

+ www.myspace.com/cassinispace

+ www.myspace.com/doisoficial

Monaco Beach

The Temper Trap

Pra quem gosta de um roquezinho dançante, a dica é a Monaco Beach. De Curitiba, o grupo fez show por aqui, em Blumenau, em agosto. Classificadas pela banda como “rock de praia meio eletrônico”, as músicas têm influência de Strokes e Los Hermanos.

A banda australiana emplacou a música Sweet Disposition no filme indie 500 Days of Summer. O grupo lançou o primeiro single apenas na Austrália, mas agora, em razão das divulgações do filme, ficou um pouquinho mais famoso. O estilo é rock indie.

+ www.myspace.com/monacobeachmusic

+ www.myspace.com/thetempertrap

Fotos: Divulgação

Está nas lojas o novo álbum da banda Sonic Youth, The Eternal, composto por doze músicas recheadas de microfonias, gritos, distorções, harmonias dissonantes e outros ruídos transmissores de sentimentos que compõem o clima visceral característico da banda. O Sonic Youth é talvez um dos nomes mais conhecidos do No Wave - a cena alternativa que aconteceu em Nova Iorque na transição para a década de 80, uma época em que “todos em uma banda também eram artistas, todo artista era também um cineasta, e todo cineasta estava em uma banda”. A trilha sonora do movimento era cosmopolita como a cidade, havia bandas punk, jazz, disco, blues, e outros, mas, em comum, a sonoridade sempre recheada de ruídos, trazendo as texturas musicais à frente das melodias. A primeira apresentação do Sonic Youth foi no Noise Fest em 81, um festival de música de ruído (art noise music), no espaço White Columms, no Soho, onde durante nove dias se apresentaram as principais bandas da cena. Com atitude punk e muita sensibilidade artística, o No Wave continuou a tradição dos rebeldes apreciadores de ruídos que existem desde que a eletricidade foi descoberta, ou talvez muito antes disso. Ainda na primeira década do século XX o artista e



MEU NOME TAMBÉM É

zappa appa z

Fotos: Divulgação

CULT LEON | música

Polêmico e politicamente engajado, Frank Zappa influenciou gerações além da música, quase virou adido cultural na Checoslováquia e inspirou nome de insetos

“Informação não é conhecimento. Conhecimento não é sabedoria. Sabedoria não é verdade. Verdade não é beleza. Beleza não é amor. Amor não é música. Música é o melhor” Frank Zappa 94 NANU!

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Zappa aparece nesta edição da NANU! pelo disco Make a Jazz Noise Here. Foi a primeira coisa que apareceu quando “googlei” jazz + noise, buscando uma idéia, uma linha de pensamento para escrever o texto. Nunca fui grande fã do Frank Zappa, apesar de ter um amigo que o achava super e tentava me convencer disso cantarolando Don’t Eat the Yellow Snow (do disco Apostrophe (‘) de 1974, o maior sucesso comercial do Zappa e escatológico do início ao fim). Pesquisa de um lado, pesquisa de outro, percebi que o cara fez mais barulho do que muitas bandas juntas. Claro que não falo só musicalmente, pois a influência de Zappa foi muito além disso. Polêmico e politicamente engajado, principalmente na área dos direitos humanos e da liberdade de expressão, foi idolatrado em países do bloco comunista que, na época, estavam sob o jugo da antiga União Soviética. Zappa, pouco antes da sua morte em 1993, foi até convidado para trabalhar como adido cultural pelo ex-presidente da Checoslováquia Vaclav Havel. Também chegou a anunciar que iria concorrer à presidência dos Estados Unidos (em 1992) para logo desistir por causa do diagnóstico de câncer. Todo esse engajamento rendeu inúmeras homenagens, póstumas ou não, fora do meio musical. Descobri pela internet que diversos animais receberam seus nomes por causa dele: uma concha pré-histórica ganhou o nome de Amaurotoma zarpa, uma água-viva californiana se chama Phialella zappai, um peixe descoberto na Nova Guiné foi reconhecido como um novo gênero e batizado como Zappa confluentes, e, por mais incrível que pareça, a aranha africana Pachygnatha zappa recebeu este nome porque o lado inferior do abdômen da fêmea tem um desenho que parece com o legendário bigode de Frank. Além disso, um asteróide descoberto em 1980 foi batizado como Zappafrank. O corpo celeste foi identificado por um pesquisador tcheco e Frank Zappa, pelos motivos anteriormente mencionados, era idolatrado na Checoslováquia. Em julho de 2007, no antigo lado comunista de Berlim, uma rua recebeu o nome de Frank Zappa. A influência de Zappa em outros assuntos que não a música não para por aí. No disco Joe’s Garage há uma faixa intitulada Why Does it Hurt When I Pee? (Por que Dói quando Urino?) que obviamente se refere à uma infecção urinária. Os cientistas (e fãs) Bob Belas, Christopher Wassif, e Diana Cheek fizeram um trabalho a respeito da bactéria Proteus mirabilis, causadora de infecções urinárias fortíssimas. Descobriram o gene responsável pela produção da proteína que causa a ardência e... batizaram o danado de ZapA.! Frank Zappa era o cara.


CULT CARLOS EDUARDO “ADO” SILVA | música

Desligaram o do mundo!

Dolby olby D

No mundo bombardeado de informação, a rede social garante as relações sociais, mas também dá espaço aos generalistas

Quando eu era criança - quase um bebê - boa parte dos equipamentos de som (antes que os maldosos de plantão se manifestem, já não eram “valvulados”) vinham com um dispositivo, um pequeno botão, chamado Dolby NR, um redutor de ruídos (NR - Noise Reduction). O negócio parecia até ser interessante, mas era só acioná-lo que o som ficava abafado, perdia vida. Eu nunca apertava aquele negócio, as músicas ficavam bem melhores sem ele. Na nossa constante busca por conforto, uma das principais tarefas é o controle do ambiente, seja a temperatura, luminosidade, som etc. Isso é o viés do natural. Imaginem uma floresta sem ruídos. É o claro sinal de que algo ruim e errado está acontecendo. Felizmente, o desenvolvimento das telecomunicações e do mundo da informação determinou um padrão de “quanto mais barulho, melhor”. Estamos sendo bombardeados de todos os lados por uma barulheira informativa - não entro no mérito da qualidade, vale a pena ter o acesso. Os mais “experientes”, como eu, vão se lembrar da música Age of Aquarius do musical Hair. Nela, era descrita uma nova era, Aquários, onde não existiriam fronteiras. As distâncias seriam encurtadas e estaríamos mais próximos. Uma grande suruba da civilização ACONTECEU! Só que, para desespero de um punhado de hippies que ainda sobraram, a Era de Aquários não veio pelo poder das flores, do Krishna ou pelo LSD - se eles usassem maçãs e não flores, poderiam acertar. Veio pelos computadores, celulares, pda’s, Facebook, Google, Wikipédia.... Viva a era do BlackBerry e do iPhone! Nada do Flower Power... My ass! Viva o DataPower! O Krishna foi substituído pelo... Steve Jobs! A informação está fluindo tão fácil e tão sem censura que nem a mentira, instituição corriqueira da humanidade,

está conseguindo resistir. Está cada vez mais difícil esconder as coisas. Na nossa Era de Aquários, o Elvis morreu com toda certeza - como é que ele conseguiria se esconder? O primeiro passo fora do esconderijo... FLASH! E lá vai a foto, via e-mail, para o mundo apreciar em três segundos. Vocês sabem quem deu o “furo” da notícia da morte do Michael Jackson? Foi a CNN? Foi a Reuters? Não... Foi uma enfermeira, de dentro do hospital, usando o Twitter! Melhor que isso, só a cara de bunda do pessoal da CNN admitindo isso. Graças à nossa barulheira generalizada. Que maravilha! Na nossa era, o barulho vem com potência, vai longe. Eu digito a piadinha aqui em Miami e o meu amigo Celso dá a risada cinco segundos depois, no meio do trabalho dele, em Blumenau. Que interferência maravilhosa. Estamos voltando a aprender a ser gente por meio dessa parafernália barulhenta. A antiga rede tribal - quase detonada na raiz - voltou na forma da rede virtual.

Qual é o perigo? Existem muitos riscos, mas podemos conviver com eles. O maior deles: com toda essa oferta de informação, nosso conhecimento passa a ser amplo, mas raso, sem muita profundidade. Quando o barulho é muito, você deixa de entender os detalhes. Ficam cada vez mais raros os especialistas “de verdade”, e passam a ter voz os generalistas de plantão. É a “rádio peão” só que do novo milênio. Um perigo, mas ninguém consegue viver sem isso. Olha eu, dando uma de filósofo cibernético virtual. Cada um com o seu barulho. O mundo tinha um redutor de ruídos, um botão Dolby NR, que quebrou no início da década de 90 e ninguém mais deixou isso ser concertado. Ainda bem.

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CULT SÁVIO ABI-ZAID | cinema Imagens: Divulgação

Em busca da

memória emória m

Documentário autobiográfico Waltz with Bashir, do diretor Ari Folman, indicado ao Oscar de melhor filme de língua estrangeira, mostra até onde animação adulta pode chegar

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meados dos anos 90, vários produtores começaram a tirar do papel seus roteiros de animações, focando tanto no mercado de massa como no independente. Richard Linklater com seu onírico Waking Life e o distópico A Scanner Darkly - O Homem Duplo foi um dos pioneiros a lançar animações mainstream focadas unicamente no público adulto. Passados alguns anos, chegamos ao que hoje pode ser considerado o ápice da animação adulta: Waltz with Bashir (Valsa com Bashir), um documentário autobiográfico, com um toque de mea culpa, a respeito dos massacres de Sabra e Shatila, no Líbano, em 1982, sob a visão de um combatente israelense. A viagem do diretor Ari Folman no mar de suas memórias, obnubiladas ou não, inicia com o questionamento de um amigo a respeito de suas memórias sobre a guerra do Líbano. Esta pequena interferência inocente causa uma transformação em sua vida. Com espanto ele percebe que sua mente havia apagado o episódio e, somente após a conversa com o amigo mais de 20 anos depois, é que fragmentos de memória começam a aflorar. O caminho escolhido foi uma sequência de visitas e entrevistas com seus companheiros de armas, que estavam juntos e que podiam ajudá-lo a recompor suas memórias. O obstáculo é que, como no seu caso, as mentes de seus companheiros

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A animação tomou de assalto a indústria cinematográfica e é certo que não haverá um recrudescimento em breve. Embora Akira, de 1988, de Katsuhiro Ôtomo e The Nightmare Before Christmas, de 1993, de Tim Burton, possam ser considerados precursores da virada, foi aos poucos, e principalmente através da obras do Estúdio Pixar - responsável por Toy Story, Monstros S.A., Procurando Nemo e Os Incríveis -, que o público adulto passou a prestar atenção nas animações. É interessante ressaltar que este movimento acontece especialmente nos Estados Unidos e em toda a parte do mundo sob sua esfera de influência - no Japão e em boa parte da Europa, em especial na porção oriental, os filmes de animação sempre foram produzidos também na temática adulta. O dedo aqui no Ocidente pode ser apontado para a Disney, que conduziu o mercado de animação, em países de língua inglesa, pelos caminhos que quis por várias décadas, focando quase que exclusivamente no público infantil. Para deixar claro como o gênero adulto só muito recentemente foi levado a sério, o Oscar para filmes de animação foi criado somente em 2001. Até então, só Beauty and the Beast A Bela e a Fera havia sido indicado a melhor filme, em 1993. Aproveitando o aquecimento do mercado a partir de


também têm memórias distorcidas dos eventos em função do medo, do delírio, ou por simples mecanismo de proteção. Ainda assim, o que presenciamos são relatos absolutamente realistas, nada heróicos, cheios de medos, de incerteza e exaustão. Lembranças de jovens “crus”, para quem a compreensão da situação escapava por entre os dedos. Recordações dissociadas da realidade, de forma a criar uma “realidade” mais palpável do que a real. As cenas em que somos remetidos aos eventos da guerra, 27 anos atrás, são ao mesmo tempo realistas e absolutamente surreais, como podemos ver na homenagem a Apocalipse Now em uma sequência de surf, rock and roll e bombas. É impressionante como a violência pode se tornar ainda mais pungente na estética da animação do que com personagens de carne, osso e sangue. A colaboração da trilha sonora, essencialmente original, para o filme é um capítulo a parte. Max Richter não poupou esforços para criar os climas necessários aos eventos retratados, indo de música eletrônica a erudita com uma força inacreditável. Dois momentos em especial são memoráveis: a sequência nos olivais, com a leveza e delicadeza de Bach em oposição à violência aterradora de uma criança com um RPG nas mãos,

logo ensanguentadas, e a que dá título ao filme, com Frenkel dançando uma valsa com sua metralhadora MAG, tendo Bashir como platéia. Waltz with Bashir foi indicado ao Oscar de melhor filme de língua estrangeira - é todo falado em hebraico -, mas não foi poupado de ataques críticos inflamados, que primeiro lhe acusaram de ser complacente com os israelenses e depois de macular a imagem do estado israelense. A seu favor, além de todos os outros méritos, tem o fato de ter sido exibido em Beirute, clandestinamente, contrariando à proibição pelo governo à exibição de filmes israelenses no Líbano. Para mim, nessa situação em especial, cai como uma luva o que disse Andrew Stanton, diretor e roteirista de Procurando Nemo: “É uma característica inerente à animação - há uma permissão absoluta de se fazer comentários sobre assuntos que seriam considerados tabu em qualquer outra mídia.”

Saiba Mais: waltzwithbashir.com www.pixar.com

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CULT DOUGLAS DWIGHT | cinema

Ruídos e sons

ELA NA TELA AT N Os filmes, as trilhas sonoras e barulhos que marcaram a história do cinema

Claro que as imagens, os diálogos e as tramas são os alicerces para se contar uma boa história no cinema. Mas pense em um filme sem som, sem aquela pontuação que faz o espectador se emocionar, temer pelo o que vem na próxima cena, rir e até chorar. Ou ainda sem aquelas canções que se tornam parte da trilha sonora de nossas vidas. Não teria a menor graça. Os americanos levam tão a sério o assunto que hoje existem milhares de empresas e profissionais especializados para a função como os engenheiros de mixagens que, muitas vezes, junto com o diretor, determinam o desenho sonoro de cada produção. Para cada gênero – suspense, comédia, terror, drama, musical etc – há uma identidade diferente de som. Abaixo lembramos alguns dos filmes cujas trilhas, ruídos e efeitos especiais tornaram-se emblemáticas na trajetória do cinema mundial.

2001, Uma Odisseia no Espaço Marco da ficção científica, o filme de Stanley Kubrick, de 1968, tem como um dos personagens principais um computador. A trama revela a evolução do homem desde a pré-história até a era espacial através da viagem de uma nave com um grupo de astronautas ao planeta Júpiter. Ganhador do Oscar de efeitos especiais de Douglas Trumbull, Kubrick havia convidado Alex North para compor a banda sonora original, mas ao ver o resultado não gostou. Resolveu inserir na trilha música clássica e convidou o brasileiro Eumir Deodato para criar os arranjos e as orquestrações. Isso se tornou um dos grandes trunfos do filme. A música de Richard Strauss Assim falou Zaratustra revelou-se como a canção-ícone da fita.

Laranja Mecânica

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Violência e lavagem cerebral ao som de Beethoven parecem não combinar muito, mas a genialidade de Stanley Kubrick criou uma obra prima do cinema ao levar às telas uma história visionária, de 1971, que previa para um futuro indeterminado a banalidade da violência e os métodos nada convencionais para combatê-la. Durante uma das sequências mais violentas, quando o protagonista Alex e sua gangue estupram uma mulher diante do marido, o personagem canta Singing in The Rain. Apesar do contraste dramático genial que isso conferiu à cena, não foi nada planejado: a música só entrou porque era uma das poucas que Malcolm McDowell (em seu melhor momento no cinema) sabia cantar. Um filme feito de som e fúria.


A Noviça Rebelde

O Poderoso Chefão Quando Francis Ford Copolla decidiu levar aos cinemas a saga da família Corleone, convidou para criar a trilha sonora o italiano Nino Rota, que incluiu na trilha Love Theme from the Godfather. Indicada ao Oscar de Melhor Canção Original, a música de Rota não pode concorrer porque ele próprio já a havia incluído em outra fita. Mesmo assim foi indicado, em 1973, aos Oscars de Melhor Trilha Sonora e Melhores Efeitos Sonoros e ganhou, entre outros prêmios, o Globo de Ouro pela trilha musical.

As canções deste filme, como The Sound of Music e Edelweiss, fazem parte de uma das mais belas trilhas da história do cinema. A voz suave e afinadíssima de Julie Andrews conquistou milhares de espectadores e o filme se tornou um dos maiores sucessos de bilheterias de todos os tempos. Vencedor de vários Oscars, em 1966, como o de Melhor Filme, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora. Esse é totalmente antinoise!

Psicose e Os Pássaros Quem é fã de Hitchoch sabe como o som é parte fundamental na trama de seus filmes. A antológica cena do assassinato no banheiro em Psicose é precedida de um ruído estridente e extremamente incômodo. Enquanto que em Os Pássaros quase não há trilha sonora. O grande trunfo é a cantoria dos animais que servem de prenúncio aos ataques aterrorizantes de aves aparentemente inofensivas aos moradores de uma cidadezinha americana. Depois de assisti-lo dá medo até de uma revoada de pombos.

Guerra nas Estrelas Idealizada pelo cineasta George Lucas esta série fenomenal de filmes de ficção científica teve início em 1977. Ao apresentar o projeto, Lucas sempre gostava de denominar sua obra como uma Space Opera. Vencedor de vários Oscars, em 1978, arrebatou as estatuetas de Melhor Trilha Sonora e Melhor Som e um prêmio especial da academia a Ben Burtt pelos efeitos sonoros.

Poltergeist - o Fenômeno Filme mais ruidoso impossível. Os efeitos especiais, incluindo os sonoros, eram de tirar o fôlego nesse filme de 1982, escrito e dirigido por Steven Spielberg. A cada ruído ou indicação do som o espectador já se preparava para o pior na inusitada trama de uma garotinha que se perde em um armário e reaparece dentro da TV. Para libertá-la os pais têm de enfrentar a fúria de espíritos malignos. O filme recebeu as indicações ao Oscar de Melhor Trilha Sonora e Melhor Som. Mais noise impossível! NANU! 99


CULT D.RU | arte

HARMONIOSO

INFERNO INFERNO

Nosso inverno foi um grito contra quem n茫o acredita na arte alternativa

Joba Mds

o Denti Tales Coirolo e Fernand i

icius Anciutt

Marcus Vin

1 Tatiane Plens Cl贸vis Truppel

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Nestor Jr.

Vanessa Neuber

Fotos: Alexandre Kumm


O Nosso Inverno, evento multicultural que aqueceu o gelado primeiro fim de semana de agosto em Blumenau, no Teatro Carlos Gomes, não poderia se encaixar melhor nessa edição. Com muito barulho, o evento foi um grito contra aqueles que pensam que a arte na região não pode ser produzida e transmitida de forma independente. O coletivo surgiu a partir da insatisfação de artistas da cidade com a falta de visibilidade que esse segmento vinha sendo tratado, e a ausência do FITUB (Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau) contribuiu muito para a organização de uma manifestação. As efervescências ao redor do Nosso Inverno começaram já no início do ano, tendo sua realização cogitada para julho desse ano. Depois de uma reunião entre integrantes de órgãos públicos municipais, representantes da iniciativa privada e artistas, muita coisa fora decidida. Portanto, esse protesto seria em forma de evento. Mas como ganhar força fazendo um protesto em forma de evento, ainda por cima pedindo por arte, sem tê-la em suas veias? Isso seria um tiro no pé. Então pra que esse tiro não saísse pela culatra, os artistas da região organizaram-se e juntaram-se pra um grande coletivo que contava com apresentações teatrais de diversos grupos, apresentações musicais, intervenções artísticas no espaço do teatro, artes plásticas e visuais, literatura e ainda, no fim, uma acalorada discussão sobre políticas públicas, o que simboliza que, sim, esse protesto foi visto, ouvido e apreciado. A informação estava por todos os lados, toda a mostra era um convite a refletirmos Trabalhos novos e até os já consagrados por aqui, foram exibidos, mas todos com uma notável qualidade. Buscando algum ruído que representasse o inferno que nos cerca e que abraçasse o paraíso que podemos ter, encontro, entre os mais de 200 artistas do Nosso Inverno, os trabalhos do artista plástico e tatuador Marcus Vinicius Anciutti, natural de Florianópolis mas residente em Blumenau. Doce e Bizarro Com influências de arte urbana, como o grafitti e a tatuagem, Marcus busca na desfiguração de elementos, como a forma humana e as que a rodeiam, inspiração para uma intensa crítica à alienação do homem pelo homem e retrata uma revolta grandiosa da natureza. Com curvas suaves nos corpos de seus personagens traça a tênue linha entre o doce o bizarro, criando situações que sugerem amplos significados A técnica que o artista utiliza varia conforme temática e sua própria vontade. Algumas de suas obras surgem a partir de fotografias, outras são pintadas direto, sem esboço. Papel colado em chapa de madeira ou até mesmo folhas de papelão, materiais que provocam a convenção da arte tradicional e incentivam uma forma de reciclagem, constituem o material de suas telas. Marcus já chegou a ter exposições recusadas por ser “contemporâneo demais” e por não ser linear. Nas suas obras, o homem deixa-se devorar por si próprio, movido por sua mesquinha ambição. A Igreja, o Estado e outras instituições que cercam o ser humano são símbolos explorados, reconstruídos e inseridos na poética de suas obras. Frutos da ganância humana e até mesmo da natureza alimentam-se de homens e prédios, retirando o que não tem mérito suficiente em existir e colocando em seu lugar a vida que não corrói, restaurando a paz como fora no princípio. Marcus Vin

icius Anciu

tti

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CULT SOILA FREESE | literatura Foto: Divulgação

Os olhos

leem

e o coração

sente

A obra de Caio Fernando de Abreu é direta e crua, mas também poética e filosófica como o clássico de Antonie Saint-Exupéry Vou falar aqui de um tempo não muito distante, mas bem diferente. De um tempo em que os vinis coloridos de histórias infantis e a coleção de livros e fitas cassetes dos contos de fada eram o suficiente para tomar boa parte dos meus dias. Boa parte da minha infância se passou assim e, infelizmente, hoje vivo reclamando da falta de tempo para perder horas lendo um bom livro. Isso, sem me dar conta de que muito do que fazemos hoje é ler, absorver. Tudo isso não está ligado ao antigo desejo de viajar e sim à uma certa forma de “obrigação”. Não quero aqui dizer que isso é de todo ruim, não sou daquelas que pensa que a tecnologia é inimiga, que está acabando com os relacionamentos etc. É apenas um pouco de saudade. Saudade de ter a leitura como melhor e único passatempo. E olha que naquela época a vida não era monótona. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que li O Pequeno Príncipe de Antonie Saint-Exupéry. Não recordo a idade exata, mas ainda era uma criança com seus 8 ou 9 anos. Na inocência dos sentimentos infantis, emocionei-me a cada capítulo e uma comoção me tomou no amor do príncipe pela sua flor. Uma rosa como milhares de outras, mas para ele a única. Engraçado, volta e meia me pego lendo trechos aleatórios desta obra infantil, mas que, para mim, quando mais passa o tempo mais faz sentido. Tudo ainda me emociona muito. O livro fala da importância da construção dos relacionamentos, da alegria de se ter quem você ama ao lado e algumas outras coisas que deixarei a cargo de cada um. Esta obra de Saint-Exupéry foi publicada há mais de 65 anos. Fico aqui pensando, se ela fosse escrita agora, como seria? Creio que não muito diferente. As décadas, os séculos passam mas certos “problemas” e sentimentos permanecem. Novos surgem, mas a maioria perdura tempos e vão se atribuindo a eles questões atuais. Mas há mais valores ligados a eles do que qualquer outra coisa. Quando pensei no que escrever nesta edição, tive a primeira idéia de falar de alguém muito presente na minha “atual” fase. De uma pessoa que mal sequer teve contato com o computador, que preferia sua máquina de escrever. Mas ele não

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conhecia a praticidade do Ctrl+z, do Delete. De poder apagar tudo em um segundo e recomeçar, cortar ali, mudar. Isto tudo sem precisarw formar montes de folhas amassadas. Estou falando de Caio Fernando Abreu. Um autor que me emocionou muito desde o primeiro instante que li. Ironia ou não, a primeira frase que li deste escritor foi num site de relacionamentos, no perfil de minha grande amiga Vanessa Souza. Não consigo lembrar o que senti exatamente, mas foi amor à primeira vista. Em poucos minutos, já estava munida de várias informações sobre o autor, outras frases, contos. Passei uma tarde inteira absorvendo todas as milhares de coisas que encontrei sobre ele, sem nem sair da frente do computador. Os passos seguintes foram os empréstimos na biblioteca e a aquisição de livros para eu tomar nota de tudo que me encantava, exatamente da mesma forma que fiz com O Pequeno Príncipe. A obra de Caio Fernando Abreu é tão poética e filosófica quanto a de Saint-Exupéry, porém mais direta e crua, como algo que emociona e choca instantaneamente. Sem aquele sentimento de que as coisas vão se formando aos poucos. A verdade é que é muito fácil se identificar com o que Caio escreve, seja nos raros momentos em que fala de coisas felizes e coloridas ou nos momentos de angústia e sofrimento. O escritor transforma até o sentimento de dor em algo belo. Como se o sofrimento fosse algo inevitável e necessário – e não é? – mas ele pode não ser tão ruim quando buscamos formas de externá-lo. E eu vou terminar assim, com um trecho do livro Limite Branco (Editora Agir, 184 páginas, R$ 35), capítulo V, Diário II, de Caio Fernando Abreu:

“(...) Foi na hora que a chuva parou, à tardinha. De repente parei de ler o livro que tinha nas mãos e senti vontade de me aproximar da janela. Vi então as árvores da praça, ainda pesadas de gotas d’água, vi o asfalto que parecia novo, o céu lavado, algumas pessoas ainda com o guarda chuva, um arco íris lá no fundo, atrás dos morros. O sol estava se pondo também, e embora eu não pudesse vê-lo, enxergava os caminhos coloridos que seus raios pintavam nas paredes dos edifícios. E – de repente – senti. Estava tudo muito bonito, e muitas vezes eu choro quanto tudo está assim, bonito. Mas não foi isso. (...) E não adianta, eu não sei explicar. As palavras traem o que a gente sente”.


FERNANDO DENTI flickr.com/fernandodenti NANU! 103 fernando_denti@hotmail.com


CLÁUDIA CLÁUDIA VETTERVETTER caoseregresso@hotmail.com caoseregresso@hotmail.com inlusao.blogspot.com inlusao.blogspot.com riot-act.blogspot.com riot-act.blogspot.com 104 NANU!


JOIE DE VIVRE NANU! | toy

NANU! TOY

Selecionamos produtos que misturam design e utilidade de uma forma divertida

pisando nas alturas A Floor lançou dois modelos de tapetes, um com imagens aéreas de um bairro arborizado e outro de prédios enormes. As fotos foram feitas por satélite e impressas nas fibras. Os dois modelos são vendidos em blocos de seis unidades no site da Floor (www.floor. com). Cada pedaço mede 50 cm² e pode ser montado de acordo com a necessidade. O valor de cada quadrado é $150.

Mix tape A Suck UK lançou um pendrive inspirado nas fitas cassetes. A ideia é a mesma do que se fazia nos anos 80: gravar as músicas preferidas - agora, em mp3 - e dar para quem se gosta. Tem memória para 128 MB e vem dentro de uma capinha para escrever o nome das faixas ou arquivos que estiverem gravados. Há venda apenas em sites gringos por $20 aproximadamente.

Fotos: Floor/Suck UK/Felipe Reis/Sasha Tseng/Divulgação

Decoração vintage O fotógrafo Felipe Reis resolveu criar mesinhas inspiradas em embalagens clássicas. O resultado é um detalhe vintage na decoração. Os móveis são feitos em madeira e podem ser encomendados por e-mail. Tem adesivo da paçoca Amor, Chiclets, caixa de fósforo Guarany, entre outros. As medidas variam entre 50 x 75 x 20 cm (Chiclets) e 46 x 60 x 20 cm (fósforos). Informações sobre preços no felipe@felipereis.com.br.

Recado na torrada Imagina acordar e ler um recado na torrada! A designer Sasha Tseng inventou uma torradeira que faz isso. O que você escreve ou desenha sai impresso no pão. Ainda não dá pra comprar, mas deve chegar logo, logo às lojas.

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JOIE DE VIVRE NANU! | entrevista

HOMEM DO MAR Após 25 anos velejando com a família, Vilfredo Schürmann lança livro e fala sobre as lições que aprendeu pelo mundo O catarinense Vilfredo Schürmann ficou conhecido por concretizar um sonho junto com a esposa e os filhos. A família Schürmann partiu para a primeira viagem ao redor do mundo a bordo de um veleiro em abril de 1984. Ficaram famosos ao tornarem públicas todas as suas experiências e aventuras. Em 25 anos como família navegadora, empreenderam mais uma viagem em 1997. Viagem esta que reeditou a rota da primeira circunavegação ao mundo, do navegador Fernão de Magalhães. Em visita recente a Blumenau para divulgar o livro Navegando com o Sucesso de sua autoria, Vilfredo falou com a reportagem da NANU!, recordou alguns episódios das aventuras e compartilhou algumas experiências. NANU! - Você passou a infância em Blumenau. Navegar é um sonho que nasceu quando era criança? Ali (em Blumenau), realmente não, mas se você buscar, ligar as coisas, vai encontrar algo. Duas coisas aconteceram. Uma foi sair do Ribeirão da Velha de bateira e pegar o Rio Itajaí-Açu. Aquela sensação era incrível. Eu tinha 11 ou 12 anos e saia pela beirada remando e ia até uma ilha perto das Itoupavas. Depois a gente jogava futebol e com um cabo de vassoura e lençóis fazíamos a vela. Tínhamos que equilibrar para não virar. NANU! – E qual foi influência do professor Ludwig Emmrich? Essa foi a segunda coisa. Quando eu estava no ginásio, tive esse professor - não sei dizer se ele era alemão ou austríaco -, mas ele descrevia o barco a vela, desenhava e falava aquilo de uma forma que me transportava. Mas quando voltei para Florianópolis nunca mais falei sobre isso. NANU! – Quando essa vontade de velejar começou efetivamente? Foi quando aconteceu a viagem ao Caribe. Eu e Heloisa já éramos casados e tínhamos 25 anos. Em um passeio entramos em um veleiro e nos apaixonamos. A coisa foi muito forte. Eu me lembrei de Blumenau, da minha infância e do meu professor. Ela se lembrou de Ipanema – Heloisa é carioca – quando ela ficava olhando os barcos a vela. Sempre teve o sonho de viajar em um veleiro. Aquele negócio de ficar juntando as coisas. Ficamos tão pouco que no último dia falei para ela que um dia iríamos voltar para aquele lugar com o nosso próprio veleiro. Isso foi legal. Nós estávamos interados. Aprendemos muito. Erramos e acertamos.

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NANU! – Todo mundo pergunta porque largar tudo e ir atrás deste sonho. Lendo o livro percebo que vocês não largaram nada e sim construíram durante 10 anos um sonho. Como isso aconteceu? As pessoas não entendiam, não podiam entender que nós tínhamos um sonho. Isso não é normal para as pessoas. Como deixar uma vida estabilizada, com casa de frente pro mar com piscina? Sem contar que quatro meses antes recebi uma oferta para ser presidente do BESC (Banco do Estado de Santa Catarina). As pessoas não conseguiam entender. É claro que elas não entendiam já que não estavam acompanhando o projeto de nossos sonhos. As pessoas acham isso uma loucura. E às vezes eu pergunto: qual a estabilidade que você tem? Quem te garante o amanhã? Você realizar alguma coisa, um sonho, um objetivo, isso sim é concretizar. NANU! - E como foi este processo? Bem, nos morávamos no Centro de Florianópolis. Mudamos para Santo Antônio de Lisboa – naquela época, uma vila de pescados –, compramos uma casa de frente para o mar. Compramos o primeiro barco, que não tinha cabine nem motor, e saíamos a velejar pela Baía Norte. Um dia, nos aventuramos e formos até Porto Belo. A gente foi acalentando também os filhos. Os livros e os brinquedos eram sobre barcos e viagens. Desde pequenos eles foram conduzidos a isso. NANU! - Vocês chegaram a imaginar a proporção desse sonho? Que tudo ficaria como hoje? A gente trabalhou muito em função da primeira viagem. De ter recursos para ficar mais tempo. A Heloisa escrevia e eu fotografava.


A gente foi evoluindo nessa parte de financiar a viagem. As coisas foram surgindo. Um amigo que é diretor comercial em São Paulo disse que a gente deveria fazer algo profissionalmente disso. Compramos uma câmera. David, meu filho, - na época com 16 anos, hoje, cineasta - se encantou pela TV e pelo cinema. Com 17 anos foi para Nova Zelândia estudar. NANU! - O que fez aumentar de três para 10 anos o tempo da primeira viagem? Em três anos tínhamos feito apenas 10% do que queríamos. A gente não queria vender o nosso patrimônio, já que sabíamos que iríamos voltar. Então, fomos procurar algo que financiasse os próximos anos. Criamos alternativas para ficarmos 10 anos. NANU! - A saudade da terra firme foi grande? É tão mágico, tão diferente. A nossa casa muda de país em país e eu estava com a minha família. Quando você está sozinho sente mais saudade. Claro, meus pais não viajavam muito, mas meus irmãos e os pais da Heloisa vinham nos visitar. Vinham de avião e ficavam no barco. Aí se matava a saudade. A gente faz do nosso país cada lugar. Você está com quem você ama. Isto é o verdadeiro país. NANU! - Vocês tiveram contato com pessoas e culturas do mundo inteiro. Quais foram as que mais surpreenderam. Quais o emocionaram mais? Tiveram várias. A que mais me emocionou foi na Polinésia. Eles fizeram três dias de festa, sexta, sábado e domingo - só polinésios, cerca de 80 pessoas. Preparam uma ilha com coqueiros, música, comida tradicional. Era tudo decorado com areia, bambu, coco, colares de flores. Um negócio fora de série. Eu tinha que ir embora. Estava meio chateado porque queria ficar mais. Eu estava olhando o mar e sentou um velho polinésio do meu lado. Ele perguntou se tinha acontecido algo. Respondi que tinha que ir embora no outro dia e gostaria de ficar mais com eles. Ele olhou pra mim e falou: “queria saber por que vocês ocidentais sofrem tanto com o amanhã. Vocês

têm que viver intensamente cada momento. Sofrem muito pelo que passou também. O que passou, passou”. São coisas pequenas, mas você aprende. NANU! - Alguma coisa o chocou? O que chocou muito foi algo que presenciamos nas Filipinas. O ritual de crucificação. Estávamos filmando a estátua do índio que matou Fernão Magalhães quando observamos uma legião de pessoas passando. Perguntei para onde aquele pessoal estava indo. Estavam indo para o ritual da crucificação. Eu pensei que fosse algo como aqui, uma simulação usando cordas, mas fui informado que era com prego mesmo. Caminhamos até o local e o que vi foi muito chocante. Tinha cerca de três mil pessoas no local. Eles pregam os pés e as mãos. A pessoa fica 20 minutos assim depois é encaminhada a um hospital. Era a décima vez que aquele homem fazia aquilo. Era uma promessa dele de ser crucificado 12 vezes. NANU! - Durante todo o livro é destacada a necessidade de planejamento e estratégias, mas o que fica bem claro também é a importância dos relacionamentos. Algum deles poderia ser destacado como mais importante? O relacionamento é o mais desafiante. É muito diálogo. Muita conversa. Aquilo do nosso café da manhã onde todo mundo se reunia e conversava. Ter o feedback das pessoas é muito importante. NANU! - O planejamento foi algo muito importante em toda essa trajetória, mas não tem como imaginar tudo isso sem a sua esposa, família e outras pessoas que fizeram parte desta história. O senhor acredita em destino? Acredito. No caso da nossa filhinha Kat. Filha de brasileira e neozelandês. Nunca imaginamos que iríamos adotar uma menina. A mãe teve um desastre de automóvel e contraiu o HIV. O pai veio com a Kat no colo para a gente adotar. São energias. Essa menina veio para dar muito amor a nós. Eu e Heloisa nos encontramos. O sonho juntos. São caminhos energéticos que vão evoluindo. Com o tempo as coisas vão acontecendo.

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IKE GEVAERD | por aí

LONDON

STREET LONDON

Os sabores, ares e belezas do verão na capital inglesa em dicas de restaurantes e lugares

Kings Road - Belgravia

Sloane Square - Chelsea

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Sair do metrô da Sloane Square é um prazer. Esta pequena praça localizada em um dos bairros mais bacanas da capital inglesa abriga no seu entorno o famoso e polêmico teatro Royal Court Theatre. Um pouco mais à frente, o Botanist, um dos bares-restaurantes do momento em Londres hoje. Ao lado, fica o Cadogan Hall sempre com um evento interessante. Se isso ainda não for suficiente, siga em frente e passeie pela Sloane Street, com suas lojas chiques ou inicie a uma caminhada pela King’s Road. Se quiser um pouco de sossego, ande sem compromisso pela vitoriana Sloane Gardens, com seus casarões de tijolos vermelhos. Isto é Londres.

Fotos: Ike Gevaerd

Caminhar por esta rua é obrigatório aos que realmente gostam da cidade. Marco da geração beatnik e das modas de Viviene Westwood, a King’s Road não perde a pose. Um pouco mais careta do que foi nas décadas de 60 e 70, continua sendo única. Existe um pub, o Chelsea Poter, na esquina da Radnor Walk, que merece uma bebericada antes de continuar a caminhada. Assistir a um filme no Chelsea Cinema, para depois jantar no Bluebirds ou em outro bom restaurante localizado entre os números 200 e 500, é outra boa pedida, mas não se esqueça de antes passar pelo Chelsea Farmer’s Market, o pequeno mercado da região.


Cork Street - Saint James O final de tarde de uma segunda feira é o momento certo de passear pela Cork Street. Repleta de galerias de arte que abrem suas portas neste dia para receber clientes e passantes para vernissages e mostras, geralmente acompanhadas de um bom vinho. As melhores obras dos melhores artistas são ali exibidas e palpitadas por todos, dentro e fora, nas calçadas. A Cork Street é um dos lugares que fazem de Londres um lugar especial de se estar e viver.

Exmouth Market - Farringdon

Northcote Road - Clapham Juncion O local escolhido por Jamie Oliver para estabelecer a sua nova loja-restaurante, Recepies, é o início de uma bela caminhada por uma das mais divertidas ruas de Londres em um sábado de verão. Ela fica a uns 30 minutos de ônibus do Centro de Londres. Suas lojas são diferenciadas e personalizadas, onde seus felizes e bem-sucedidos proprietários se dedicam a atender a vizinhança, inglesa em sua grande maioria. Nós intrusos também podemos ali nos deliciar, comprando e degustando vinhos, provando pães orgânicos com um belo mel, tomando um café, petiscando comidas típicas numa das barracas de rua. Delicie-se em um dos seus restaurantes: no Índia Moment você pode apreciar um prato preparado por um chef do Paquistão; ou, se preferir algo mais britânico, vá ao Bank - um gastropub - e tome uma pint of ale (as tradicionais cervejas britânicas, muito boas por sinal). Aproveite a tarde de verão e se misture com os nativos, coisa rara hoje em Londres.

As lavandas da Spafield Place dão as boas vindas a quem chega naquele especial pedaço boêmio de Londres, repleto de cafés, restaurantes e gastropubs. Na hora do almoço, muito interessantes são as dezenas de barracas montadas na rua, onde são servidas comidas de diversos países, quase todas saborosas. Espanha, Índia, Vietnã, Inglaterra, Marrocos e o México são alguns que, representados pela sua culinária, fazem a festa dos que por ali trabalham e vivem. As especiarias multiculturais servidas são saboreadas ao lado, nos bancos e gramados da tranquila Spafield Place.

Shepherd Market - Mayfair Considerado o centro da aristocrática Mayfair, Shepherd Market é mais uma das pequenas “praias” dos londrinos. Suas ruas abrigam bons restaurantes e dois dos melhores pubs da cidade, o Ye Grapes, que fica no numero 16, e a Shepherd’s Tavern, onde seguranças com a autoridade de um membro da Scotland Yard cuidam para que seus clientes, que lotam as calçadas, não avancem as ruas de paralelepípedos. Um belo lugar para sentar e descansar depois de uma caminhada pelo Green Park, que fica ao lado, este sim uma das grandes “praias” londrinas.

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PEDRO HERING | transitando

pedaço do paraíso o Ponta dos Ganchos Exclusive Resort, localizado em Governador Celso Ramos, é o lugar para quem quer fugir da rotina

Fotos: Divulgação

O meu programa preferido durante o inverno é conferir um dos finais de semana gastronômicos promovidos pelo Ponta dos Ganchos Exclusive Resort, em Governador Celso Ramos, Santa Catarina. O hotel, que faz parte do grupo Relais & Chateaux, representa o supra sumo da sofisticação quando o assunto é bem receber. Este ano, escolhi o final de semana em que o chef Emanuel Bassoleil comandou a cena. Confesso que fiquei impressionado com a expertise deste francês da Borgonha radicado no Brasil. Super carismático, Bassoleil, que estreou o Ciclo dos Chefs há quatro anos, voltou ao resort comme il faut e encantou a audiência não só pela qualidade de sua gastronomia, mas também pela simpatia. Outro highlight do final de semana foi conhecer os novos bangalôs deste pedaço do paraíso localizado na Costa Esmeralda catarinense. Inaugurados no final de 2008, refletem o que há de mais cool no segmento. Muito amplos e com uma vista magnífica para o Oceano Atlântico eles são o perfect scape para quem quer fugir da rotina com estilo. A sauna e a jacuzzi têm vista para o mar, a piscina é aquecida e com fundo infinito. No bangalô especial Vila Esmeralda há ainda um fitness center privado no andar inferior. Serviço noturno de abertura de leito também faz parte dos serviços oferecidos. Os novos espaços foram construídos com muito vidro, madeira e concreto, integrando a paisagem estonteante da península rochosa onde estão situados. Cool sem ser ostensivo. Outras delícias do Ponta dos Ganchos são o café da manhã, que é servido a qualquer hora e funciona com menu degustação, e o SPA by Dior em tendas com vista para o mar e produtos da poderosa casa francesa. Além disso, o visitante também tem a opção de jantar privado na ilha em frente ao resort. A tranquilidade é constante na região de águas esverdeadas da baía dos Ganchos, onde está incrustada a estrutura.

Saiba mais www.pontadosganchos.com.br Localização Distante 40 km de Florianópolis, Governador Celso Ramos é formada por pequenas vilas de pescadores com descendência açoriana. Fica localizado em uma península particular, na região Leste da cidade, e é formado por 25 bangalôs, divididos em seis opções de estrutura, e uma ilha.

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NANU! | gastronomia

DELICIOSAMENTE ENXUTAS

As frutas secas podem ajudar no funcionamento do organismo e na dieta

O Ocidente tem muito o que aprender com a culinária do Mediterrâneo. As lições da região que envolve parte dos continentes da Europa, Ásia e África são muitas. Desde a inclusão de uma variedade de produtos na dieta aos hábitos de mastigar com calma e apreciar uma boa refeição. As frutas secas e leguminosas - que aparecem nas mesas brasileiras tradicionalmente nas festas de final de ano - fazem parte da extensa lista de produtos encontrados durante o ano todo na despensa de iranianos, sírio-libaneses e gregos. Além de saudáveis, esses alimentos são versáteis, deliciosos e duram muito tempo. A tradição de desidratar frutas começou na Antiguidade. O processo surgiu para prolongar a validade dos alimentos. No Brasil, esse tipo de produto se popularizou na década de 60, em decorrência do burburinho em torno da Dieta do Mediterrâneo - todos queriam saber os segredos da longevidade dos habitantes daquela região. Na época, a expectativa de vida dos brasileiros alcançava os 54 anos, de acordo com o IBGE. Hoje, temos 17 anos a mais para viver. Claro que muitos outras descobertas na medicina refletiram na qualidade de vida no Brasil. Mas a mudança nos hábitos alimentares está, sem dúvida, incluída no pacote que garante a longevidade. As queridinhas

Foto: Divulgação

A quantidade de vitaminas e fibras, que prolongam a sensação de saciedade, torna as frutas secas as queridinhas de quem quer manter a forma com saúde. Entretanto, vale lembrar que são produtos altamente calóricos, mas que estão liberados para serem consumidos com moderação todos os dias. Entre os alimentos mais famosos do grupo usados na alta gastronomia estão os pinolis. Perfeito para o pesto - o molho feito com manjericão e azeite de oliva -, o pinolo (como é chamada uma unidade do fruto) cai muito bem em saladas, massas e recheios. O gosto lembra o da amêndoa, só que é mais picante e tem a textura mais oleosa. As cozinhas italiana, indiana, turca e francesa usam e abusam deste produto, uma espécie de pinhão, que também é conhecido com snobar. Mais famoso que o pinolo, o pistache também é uma opção saborosa. Com origem no Oriente Médio, este fruto chegou à América em 1880. Foi quando os comerciantes americanos caíram de amores pelo petisco avermelhado - o fruto era tingido para disfarçar imperfeições - consumido pelos nobres no sul da Europa e Ásia. Desde então, a variedade de receitas em que o pistache aparece aumentou muito. Tem molhos, cremes, risotos e até sorvete. Dizem que, além de rico em potássio, fósforo, magnésio e vitaminas A, B1, B2 e B3, tem poderes afrodisíacos. Ficou tentado? Se a sofisticação dos pinolis e do pistache não o atrai, experimente a boa e velha conhecida uva passa. O único cuidado com esta fruta é não se deixar levar pelo gosto doce e comer um pacote de uma vez só. As uvas passas são altamente calóricas, porém compensam pela quantidade de antioxidantes, que atrasam o envelhecimento da pele.

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NANU! | drink

Harmonia perfeita Cervejas trapistas são produzidas em pequena escala e combinam com diferentes pratos

No mundo todo, apenas sete abadias católicas Trapistas garantem a qualidade das cervejas produzidas desde o século 17 na Bélgica e Holanda. Importadas para todo o Planeta - inclusive o Brasil - , as cervejas trapistas estão entre as mais agradáveis ao paladar. A harmonização quase perfeita é o segredo das receitas. Os monges da congregação denominada Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância criaram as receitas e começaram a produzir a bebida em pequena escala. Popularmente a ordem é conhecida como Trapista. O apelido é uma referência à Soligny-La-Trappe, comuna francesa estabelecida na Baixa-Normandia, onde se fincou o primeiro monastério da ordem. Até hoje o procedimento é o mesmo adotado no século 17. O dinheiro arrecadado na comercialização é reservado à manutenção da abadia e obras de caridade, uma vez que os frades seguem o voto de pobreza. Portanto, não é fácil encontrar este tipo de cerveja facilmente no mercado. Famosas pelo sabor, as variações da bebida são produzidas seguindo à risca as normas da International Trappist Association (ITA), que fiscaliza e garante a exclusividade das receitas. Hoje, seis das abadias pertencentes à entidade estão estabelecidas na Bélgica e uma na Holanda. Entre as belgas, estão a Chimay, Westmalle, Orval, Rochefort e Achel - atualmente distribuídas no Brasil.

Conheça alguns sabores e indicação de cada tipo da cerveja:

Chimay Red Chimay Blue Tipo forte e encorpada, tem aroma de levedo, com toque floral. Pode ser consumida acompanhada de carne de cordeiro, queijos faixa azul ou um charuto. Possui espuma cremosa, com aroma sutil de pêssego. A segunda fermentação é feita na garrafa. Adocicada, pode ser consumida com lombo de cordeiro, temperado com ervas finas, e queijos fortes, como o gorgonzola. Preço médio: R$ 25 (330 ml).

Chimay Cinq Cents

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Chimay Grande Réserve Sabor de porto e sândalo. Levemente apimentada, com noz moscada. No final, leve tostado e amargor. Boa companheira para um charuto ou um queijo Roquefort. Preço médio: R$ 63 (750 ml)

Chimay Triple Suave, ricamente maltada, com sabores de pimenta, canela e gengibre. Acompanha carnes especiais, como vitela, pato e coelho. Preço médio: R$ 23 (330 ml)

Fotos: Divulgação

Perfumada, seca e lobulada, tem a cor pálida, com notas de laranja. Não é ácida, mas tem um retrogosto picante. É indicada para o consumo como aperitivo. Preço médio: R$ 54 (750 ml)

Coloração acobreada. Possui espuma cremosa, com sutil aroma de pêssego. A segunda fermentação também é feita na garrafa. Também é boa para acompanhar queijos. Preço médio: R$ 22 (330 ml)


Westmalle Tripel

Westmalle Dubbel

É considerada a melhor tripel do mundo. Tem cor dourada, adocicada no paladar, porém levemente amarga. A espuma é densa e cremosa. Aroma encorpado, frutado. Sabor forte de malte, lúpulo e notas cítricas. É versátil quanto à harmonização. Combina com pratos elaborados e aperitivos, como o presunto Parma. Preço médio: R$ 25 (330 ml)

Cerveja de cor âmbar, malte aromático, equilibrado pela levedura belga. Cremosa, tem a segunda fermentação na própria garrafa. Pode ser servida como digestivo e para acompanhar sobremesas. Preço médio: R$ 25 (330 ml)

Rochefort 8 Considerada uma das melhores cervejas do mundo. Coloração acobreada, espuma fina, porém, firme. Perfume de cacau torrado e de figo. Encorpada. Sabor inicialmente picante, com final de chocolate, por isso, é ideal para sobremesas feitas com cacau. Preço médio: R$ 26 (330 ml)

Rochefort 6 A coloração é vermelha escura e textura encorpada. Possui sabor dominante de malte caramelizado, ligeiramente picante. Corpo frutado. Fácil de combinar, pode ser consumida com pratos mais fortes e sobremesas. Preço médio: R$ 26 (330 ml)

Achel 8

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Com toques de caramelo e suave aroma de malte tostado, apresenta notas de frutas secas, maçã, cereja, canela e cravo. O corpo é denso, profundo e de coloração acobreada, com reflexos rubi. Polenta e carne de cordeiro são indicados para acompanhar Preço: R$ 24 (330 ml)

De coloração acobreada escura, é licorosa e caramelada. Ligeiramente picante, tem notas frutadas de passas, cacau, banana e malte. Possui alto teor alcoólico, mas é suave na boca e fácil de beber. Pode ser servida durante a sobremesa. Preço médio: R$ 37 (330 ml)

Orval Cerveja de coloração cobre, com forte aroma doce e maltado. Apresenta toques de lúpulo, caramelo, toffee, melaço de cana, fermento fenólico, condimentos e cravo. Intensamente seca, é uma bebida com paladar de nozes, café, mel, caramelo, acidez, lúpulo, cítrico, especiarias e final amargo de média duração. É excelente para pratos mais elaborados. Funciona bem com cozidos de carne e coelho. Preço médio: R$ 22 (330 ml)

Onde encontrar: A Casa da Cerveja, em São Paulo, importa e distribiu as cervejas trapistas. Os preços citados são para o varejo. Saiba mais: www.casadacerveja.com.br (11) 2538-5136

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Especial ĂŠ o agora.


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fotos: Anderson Lourenço

A NANU! recebeu os convidados no Camorra para o lançamento da sétima edição da revista, com Miguel Estelrich na capa. 1. Jennifer Güths, Daniele Janzen e Willian Martins 2. Andréia Crescênio, Miguel Estelrich, Luiz Amilton Schissel e Geovani Crescênio 3. Mirian Wolff e Andréa Scussel 4. Patrícia Ester Schwanke, Vanessa e Bruno Metzler e Celize Metzler 5. Arlete Pabst, Eliane Rosa e Fabiana Rosa 6. Daniele Staatse, Marco Aurelio Groh e Lelo Groh 7. Caroline Hesler, Flavia Darius e Gabriela Telles Moreira 8. Roger Pellizzoni, Daniel Veran, Sinome Carsten e Luís Tiarajú Brugnera 10. Paulo Cicatto e Mirian Schaefer 11. Mariana Popper, Sergio Popper, Marcia Popper, Nayane Casas e Pedro Silva 12. Francine Passepi, Helena Schürmann e Luisa Ferreira 13. Vinícius Pereira, Nestor Júnior 14. Giselle Tarnowski, Farley Hillesheim, Giancarlo Zanotto e Camila R Bonsenhor 15. Josiane Bitencourte e Adrian D. Bublitz 16. Aline Duarte, Aline Muller e Luís Augusto Rovella Júnior 17. Fabíola Merízio 18. Willian Frizeri e Sanderson Pitz 19. Edna de Franceschi 20. Andreas Peter e Karin Stark 21. Jean Huewes e Ana Grah 22. Mariana Conte 23. Zezzo Mais e Nayara Mais 24. Frederico Carlos Allende e Vera Lucia 25. Martina Cavichiolo, Samira Saelbagh e Gabriela Warmling 26. Miguel Estelrich e Cris Hoffman 27. Laís Luz, Vanessa Neuber, Rafaela Martins, Camila Martins e Caroline Passos 28. Tiago Duwe, Jacinto Pereira e Diogo Gazaniga 29. Gabriela Schmidt e Aline Muller 30. Duh e Douglas 31. Pedro Hering e Guilherme Bauer 32. Susana Pabst e Helena Schürmann 33. Priscila Figurski e Fernando Denti 34. Celso Salles e Susana Pabst NANU! 117


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MANGA ROSA

O primeiro desfile da marca Cia. Marítima fora do eixo Rio/São Paulo foi promovido pela Manga Rosa no Parador Estaleiro Hotel, em Balneário Camboriú, comemorando com estilo os 10 anos de praia da loja. 1. Ana Raquel De Pin e Andreia Cristina Ramos 2. Luiza Wildberg, Mariliza e Luana Teifke 3. Michele Gaertner Etzold e Mariliza 4. Plinio Loureiro Neto, Claudionor Machado, Luis Felipe Machado, Sandra Tasca e Helga Frassetto 5. Rafaela Pinheiro, Mirian Pinheiro, Thaysa Inara Pinheiro e Gabriela Pinheiro 6. Karina Seixas e Michelli Mengarda 7. Sérgio, Jadi e Amanda Vieira e a amiga Ana Beatriz 8. Gabriela Garcia e Ethel Kleis 9. Maria Eduarda Mann e Daniela Mann 10. Sandrigo Vieira, Tamiris de Souza, Daiani Berlanda e Leandro Knebel 11. João Agostinho e Elton Gulin 12. Gisa Cheren, Rosineri Pio, Vera Pimentel e Patrícia Wehmuth 13. Joice e Gabriel Sens 14. Cristina Munhoz, Nemécio Mueller e Celia Caldeira 15. Michelle Jumes Michelle Jumes 16. Vera Nicolau e Luis Gustavo Nicolau Hasselmann 17. Daniela Wasem, Mariliza Loureiro, Maria Luiza Wasen e Daniel Wasen 18. Kiki Hoffmann, Alessandra Schaufert, Lizzi Savaris e Daniela Prandi 19. Plinio Loureiro e Mariliza 20. Amigos do Costão da Barra 21. Nicole Bernardoni Hoffmann 22. Claudete Loureiro Nemécio Mueller e Marcia Sorgenfrei 23. Plinio Loureiro Mariliza, Paula Fade e Emerson de Oliveira 24. Thaysa Inara Pinheiro,Rafaela Pinheiro, Plinio Loureiro Neto, Mariliza Loureiro, Mirian Pinheiro e Gabriela Pinheiro 25. Paulo Valle e Marcelo Sabi 26. Cicero Veiga, Bruna Veiga e Rita Veiga 27. Desfile 28. Mariliza Loureiro 29. Ricardo Crocomo, Marco Antônio Crocomo, Jane Crocomo e Renata Crocomo 30. Casting do desfile 31. Passarela NANU! 119


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promoveu o desfile e jantar A Gosto da Mulher, em benefício da Afeblu e Casa da Esperança. 1. Adriana Praum, Nicolle Victorino 2. Denise Bork 3.Rosângela Balzan, Dorothy Steil e Marlene Schlindwein 4. Iracema Pagno celli, Janice de Menezes, Inês Figueiredo 5. Hellen (Salão Bela Face) 6. Alexia Buhatem 7. Isadora Moser, Sabrina Frare e Ana Paula Cristofolini 8. Marilsa da Silva Campos e Janice de Menezes 9. Schirley Souza, Irisete Matuchaki e Elsa Simão 10. Beatriz Klemz Konig e Zenita Simientcoski 11. Marion Karsten 12. Aline, Sônia Araújo e Lenir Outeiro 13. Rejane Passeti e Ana Drews 14. Viviane Kirchner, Aglaê Nazário e Laura Bloemer 15. Maria Regina Almeida, Ana Holzer e Simone 16. Maria Tomio e Rita Bublitz 17. Eduardo Raulino e Janine Mueller Lima 18. Raquel Moser, Salete Malfi e Janine Mueller Lima 19. Lucia Victorino, Janice de Menezes e Neilen Sackl 20. Rosi Mary Coelho, Maria JOsé, Simone Alexandra, Elaine, Simone Magali - Equipe Monic & Cia 21. Suzi Finkelstein e Janice de Menezes 22. Janice, Nicolle e Monic de Menezes 23. Edson e Janice de Menezes, Jair e Rozane Lopes 24. Taiana Justino e Aline Oliveira 25. Mayra Menegatti 26. Janice e Edson de Menezes 120 NANU!

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fotos: Marcelle Rocha

fruto da imaginação

a marca blumenauense inaugura sua primeira loja conceito em blumenau

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1. Lu Correa, Helen Correa, Andrea Bauer 2. Maria Eduarda Raimundi, Andreza Louise Azevedo 3. Viviane Hinsching, Laís Hinsching, Rose Kumm 4. Vitor Luiz Rambo Jr., Marjorie Rambo, Candy Willemann, Jefferson Tolardo 5. Fabricia Kblin, Eliano Tizone 6. Marco Merini e Edu 7. Shirlei Klichert, Cinthia Darius, Silvana Buerger, Candy Willemann 8. Mirela Moser, Juliana Finardi 9. Gabryel Barella, Filipe Bertemes, Ramon Oliveira, Gustavo Muller 10. Liane Fiuza Lima, Eduardo Fiuza Lima, Marcia Fiuza Lima 11. Marcelino Campos, Marlisa Campos 12. Douglas Borba, Carolina Kucher, João Luiz Kucher 13. Anali Buzzi, Maria Eduarda Ferreira, Marileia Ferreira 14. Ronaldo Viotti, Alessandra Viotti 15. Aline Ritzmann de Oliveira, Maíse S. T. D`Amaral 16. Jussara Brums, Gustavo Siqueira 17. Maria Eduarda Cunha, Rubia Cunha 18. Loja Fruto da Imaginação 19. A atriz e garota propaganda da marca Juliana Xavier 20. Liliane de Borba 21. Juliana Xavier e Liliane de Borba durante o desfile 22. Desfile NANU! 121


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Tedesco Marina Garden Plaza

A segunda edição do Festival Náutico e Salão de Seminovos comemorou o terceiro aniversário da Tedesco Marina Garden Plaza, em Balneário Camboriú

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1.Vani Tedesco, Eduardo Pilau, Aristides dos Santos Junior e Juliana Tedesco dos Santos 2.Marcos Malfatti, Marcelo Coppla e Marília Coppla 3.Christiane Sardagna, Ênio Sardagna e Júlia Breitkopf 4.Karina 5.Mazzotti e Eliane 6.Fábio Machado e Gustavo Machado 7.Vani e Julio Tedesco 8.Danielle Hansen, Felipe Hansen e filho 9.Narbau, Mylene, Matheus e Corina de Souza 10.Fernanda Marins e Bernardo Calixto Knaben 11.João Bosco e Lú JP 12.Eduardo Pilau, Newton Pilau e Patricia Tedesco Pilau 13.Marcelo Tedesco e Leandro Debone 14.Marco Aurelio Ferrer e Fernanda Ferrer 15.Jaison Bogo e Roberta Bog 16.Vanessa Calizário 17.Kiko Buerger, Neto Buerger, Júlio Tedesco, Thomas Vollmer e Cristiano Buerger 18.Gustavo Bauer 19.Antonella Ruiz, Luciana Ruiz e Alexandre Ruiz 20.Beaco Vieira 21.Ivanete Ledra e Marcos Ledra 22.Beaco Vieira 23.Jorge Barouki, Julio Tedesco, Dão Köeddermann, Leonel Pavan, Fabrício Oliveira e Gilberto A. 24.Arisitides dos Santos Junior e Juliana Tedesco dos Santos 25.Juliano Victorino 26.Mylene de Souza 27. Julian Piccoli e Luciana Piccol 28. Anderson Linzmeyer 29.Luciana Piccol 30.Maria Aparecida. G. Vieira e João Roberto Vieira 31.Angela Graciola e Jean Carlos Graciola 32.Isaqueu Jacinto Jr. e Caroline Hering 33. Arisitides dos Santos 32 e Claudio Orbe 34. Paulo Scheidemantel e Celia Scheidemantel Junior, Marcelo NANU! 123


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Fotos: Lu JP e Marcos Morroni

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A Mostra de arquitetura abriu com festa dia 30 de julho com Amaury Jr. 1. Liége Pinheiro e Priscila Pinheiro 2. Karen Schauffert e Alessandra Deeke 3. Edson Piriquito, Sabrina Schmidt e Amaury Jr Im. 4. Lia D’Carvalho Polloni 5. Vanessa Schmidt 6. Moacir Schmitt Jr. e Sálvio Moraes Jr. 7. Gabriela Garcia, Kelyne Bins de Marco e Ethel Kleis 8. Giovana Deeke 9. Tais, Giovanni Bonetti e Kelyne Bins de Marco 10. aroline Cavichiolli 11. Leonel Pavan e Amaury Jr. 12. Luciana Knabben 13. Kelyne Bins de Marco e Amaury Jr 14. Kadryze Bins de Marco 124 NANU!

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Fotos: Wolfgang Wodeck

Neumarkt Gourmet Cerca de duas mil pessoas assistiram as aulas de 13 chefs consagrados nacional e internacionalmente nos cinco dias da segunda edição do Neumarkt Gourmet, no Shopping Neumarkt 1.Emmanuel Bassoleil 2. LaurentSuaudeau 3. DominiqueGerin 4. Adriane Heidrich 5. Betina Orrico 6. João Leme 7. Fabrice Le Nud 8. RolandVillard NANU! 125


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NANU! 127


Pedro Hering mostra os registros das melhores festas na NANU!

Marcelo Jardim, Alezinho Wawalberg e André Sada

Johnny e Ellen Von Christian

Aniversário do Wilfredo Gomes

A comemoração do aniversário de 40 anos do mais poderoso publicitário de Santa Catarina foi uma festa luxuosa na Confraria das Artes. O evento, com um mailing list selecionadíssimo, confirmou como um dos mais disputados do ano em Santa Catarina.

Tutu e Cristininha Homem de Mello

Giberto Elkis e Wilfredo Gomes

Ana Andrade e Tayfun King

Nick Warren no Warung

O DJ britânico Nick Warren fez um dos melhores sets do ano em Santa Catarina. Não é a toa que é chamado de o Rei do House Progressivo. Registrei alguns dos tops que badalaram lá. João Mansur e Nick Warren

Neto Von Boerstel e Juliana Pavan

Gustavo Conti e Edoardo Hauer

Winter Music Festival

O festival de música eletrônica que rolou no clube Green Valley trouxe só nomes tops para o Litoral. Martjin Ten Velden, Adam K, King Rock e outros DJs levaram as pessoas ao delírio com seus sets bombadíssimos. Os esquentas rolaram na charmosa Praia do Estaleiro Guest House.

Duda Cunha e o DJ canadense Adam K

King Roc e Fabiano Zorzan

Peterson Ungaretti e Marcelo Xavier

Fotos: Pedro Hering

AS9 e Alliance Eventos reuniram a chiqueria no Il Campanario Villaggio Resort, em Floripa, para se divertir ao som do SNAP!, SNAP! Adupla ícone do house nos anos 90. A festa teve a cara da década, com dress code e cenografia temáticos inclusive.

Penny Ford e Benjamin Lowe do SNAP! 128 NANU!

Leandro Cutait e Michel Saad

André Sada e Eduardo Gutierrez

Jordana Damiani, Roberto Scafuro e Patrícia Ramos


IMAGE CARE MEDIA CONNECTIONS NAL // NSA NACIONAL E INTERNACIO RE IMP DE IA OR SS SE AS DE SERVIÇOS CLIENTES PREMIUM RELAÇÕES PÚBLICAS PARA “No ano passado iniciamos um belo trabalho com a ICMC .Bom gosto, comprometimento e ética são as palavras chaves dessa empresa encabeçada pelo meu grande amigo Pedro Hering. Eu recomendo!" André Sada, AS9. “Ser visto e ser lembrado. Assim você pode definir o trabalho da ICMC. Com um comprometimento absoluto e serviço formidável, faz nossos eventos chegarem às midias mais importantes. E ainda, como em um "after-party", emplaca fotos nos mais variados meios, fazendo nosso cliente relembrar o bom momento que passou e ainda, para quem não foi, o gostinho de "na próxima, estarei lá". Duda Cunha, GV Eventos. "A ICMC traz em seu nome apenas parte das virtudes de Pedro Hering que a representa...Além da qualidade dos serviços, do profissionalismo e do respeito ao cliente, Pedro Hering literalmente veste a camisa! Nós do Warung sentimos a ICMC como se fosse um setor de nossa empresa... É muito mais que apenas "cuidar da imagem", é perceber, sentir, opinar e verdadeiramente viver conosco todos os momentos... A experiência, a educação e seu extremo bom gosto, fazem com que Pedro Hering possa traduzí -los e colocá-los ao público com propriedade acima da média. " João Mansur , Warung Beach Clube. “Vender um produto, imagem ou conceito nem sempre é tão fácil. Especialmente pelo fato de pessoas terem gostos e pensamentos distintos. Conseguir falar aos diferentes públicos o que cada um individualmente quer ouvir exige grande estudo, feeling e conhecimento. É justamente para tratar desta miscelânia de públicos, conceitos e idéias dos nossos eventos que acredito nos trabalhos da ICMC". Eduardo Gutierrez, Alliance Eventos. “Ficamos muito satisfeitos com os resultados da parceria de nossa empresa, Xanahi Premium, com a ICMC. Acabou superando nossas expectativas quanto ao resultado de visibilidade de nossa marca junto a poderosos canais de comunicação. Certamente será uma parceria de longa data”. Alexandre e Daniel Freitas, Xanahi Premium. “A ICMC é um excelente exemplo de comunicação e me lembra da importância desta questão quando pensamos na necessidade de transmitir aquilo que fazemos. Para alcançar as mentes de nossos clientes em potencial é essencial a tarefa de comunicar. Por isso a parceria com a ICMC tem sido um sucesso!". Miguel Estelrich, Peluqueria.

*Alguns Clientes Atendidos

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Fotos: Guilherme Schaffer

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ARAL, o mar de Aral é aqui, feito uma Rússia disfarçada de benesses ao povo. Vela sob seu manto a ignorância, a desinforma ção. Tanto aqui como A hipócrita Aldeia Global no todo. repleta de valores de pesos desmedidos . Que fazem calar o nã o interessante. Amordaçam, apertando com belas propagandas, fantasiam, desviam os meios que deveriam , silenciam nos chamar.

é nossa

Ei!!! Acorda, te liga.por Este globo regido atores mágicos, que em todas as línguas para uma apresentam-secega plateia quaseguiada, de tanto ser apenas por interesses. lanternas de

Fluidos e ruídos RAtoureíd o s s m fs glru id o s pregadoree s, avata o da verdade.Vem E sem dentes,caras sérias, não mastigam,símbolos, não engolem,sorrisos não cospem, complacentes, tudo é ar ... , um simples palavras suaves encespnearr.eposicionamentos Ei!!!, não e dia eementes. v alguém um

vida A Pedro, meu filho histórias data 21 não é jogo te con r. A!! Não é Black Jack ... ia n Amazô Pôquer ou Sete Belo 21 é o momento em que um pai se emociona. A vida, Chora no ombro do filho, . a ss o Lembrando n é a ou uma vida passada. a id v a Momento em que o orgulho se sobrepõe, , o t n Ou se insurge sobre a vontade. A cada momeouco21 é onde vejo que por mais que sou + inspiramos um pdela.Você pode ++++++ A cada sede, uco bebemos ummpo do que ve dela. 09/09/09

136 NANU!




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