Edição 65

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Fevereiro | 2011 |S26 |D27 |S28 |T1º |Q2 |Q3 |S4

65 Ano ii

Renato

Henrichs Escolha da agência de publicidade da Festa da Uva está mais transparente

Histórias da velha guarda do

carnaval caxiense Dupla

CA-JU Caxias precisa apostar em uma postura ofensiva para chegar à final

Aposentados são os alvos preferidos de

golpes

O IMPASSE

por correio

nA SAÚDE MENTAL

Sebastião de Souza de Vaz/O Caxiense

Um projeto que a prefeitura tentou aprovar às pressas no Conselho Municipal de Saúde está provocando reações de especialistas e da oposição. O plano prevê a transferência de pessoas com transtornos mentais, hoje integradas à sociedade como moradoras de casas terapêuticas em bairros centrais, para um complexo residencial afastado que abrigaria também usuários de álcool e drogas

Roberto

Hunoff Caxias e região devem pagar R$ 470 milhões em Imposto de Renda

R$ 2,50


Índice

www.OCAXIENSE.com.br Fevereiro | 2011

|S19 |D20 |S21 |T22 |Q23 |Q24 |S25

AAPecAn

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

Vila Lobos | 8 “Tia Mirna” cuida de mais de 20 crianças que buscam refúgio contra violência Cilada | 10 Aposentados são principais alvos de golpes por correspondência Boa Gente | 12 Um personagem um que ensina História, uma que conta histórias e outra que faz história servindo sanduíches e arte. Mais cinco caxienses que são personalidades no Twitter Artes | 13 A menina e seu baú encantado e uma Cinderela contemporânea Festa da Uva | 14 A empresa comemora o primeiro – e pequeno – saldo positivo desde 2006 e faz planos para não voltar ao vermelho Carnaval | 15 A história da folia caxiense pelo enredo da velha guarda Guia de Cultura | 18 Bruna Surfistinha no cinema e as últimas atrações nas praias gaúchas Dupla CA-JU | 21 Qual Caxias vai jogar a semifinal? Guia de Esportes | 22 Decisão no Centenário e finais de futsal, motocross e futebol de areia Renato Henrichs | 23 Concorrência na Festa da Uva

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo Distribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

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O Caxiense

26 de fevereiro a 4 de março de 2011

Renato

noVoS AReS

A união que faz a

investigada pelo Ministério Público e tendo perdido certificações que auxiliavam sua atuação em Caxias do Sul, a próspera Associação de Apoio aos Pacientes com Câncer (Aapecan) está de mudança. A matriz da empresa – que aplica em filantropia somente 1/3 do que arrecada, conforme os últimos balanços – agora é em Porto Alegre, onde foi acolhida pelo poder público graças ao apoio de políticos. Segundo a diretoria, a transferência também faz parte de um processo de expansão. Mas a Aapecan continuará pedindo dinheiro por telefone em Caxias, onde planeja inaugurar em breve uma segunda unidade

moda caxiense Dupla

cA-Ju Times ajustados para chegar ao clássico na semifinal

A história dos

Bertussi

Parabéns, O CAXIENSE. Bom texto, reportagem com exclusividade. Matheus Teodoro

vale um filme

Roberto

Hunoff Marcopolo e Randon terão uma semana de lançamentos

André T. Susin/O Caxiense

Fotos: André T. Susin/O Caxiense

Saúde mental | 5 O que está em jogo na ideia de transformar casas terapêuticas em um condomínio

Ano ii

HenRicHS Por que Pepe e Assis votaram pelo mínimo do salário mínimo

SAi eM BuScA De

Roberto Hunoff | 4 Imposto de Renda da região deve ser superior a R$ 470 milhões em 2011

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R$ 2,50

@danieldalsoto Mais uma grande capa do jornal @ocaxiense e uma grande reportagem. Aqui em casa a Aapecan não tem vez. #edição64 @petersondanda Olhando de perto as pilantragens da Aapecan, e o poder público? Qual a posição? #edição64 @mario_chaves Acabei de baixar o app do @ocaxiense. Muito bom, parabéns a todos os envolvidos. #iPhone #iPad @friolatricot Vale ler a reportagem “O espírito da moda caxiense”, na última edição do jornal @ocaxiense. #edição64 @NatBianchi Preciso dizer que a exposição das melhores capas d’@ocaxiense foi muito bacana, todos de parabéns! #exposição1ano @ale_muraro Eu estou bem curiosa pra ver a exposição das melhores capas do @caxiense. #exposição1ano @carbonerait Na exposição de capas d’@ocaxiense, descobri que assiná-lo significa receber uma obra de arte por semana. #exposição1ano @tricke Acabei de receber @ocaxiense aqui no escritório. Capas fantásticas, notícias imparciais! #edição64

No Site

Trip em Caxias | Esperamos que o ínício dos voos da Trip se realize no curto prazo. Hoje a Trip é a empresa que possui mais destinos no Brasil. Isto abrirá muito o leque de destinos para os caxienses e moradores da Serra. Rodrigo Collaro Capa | A obra que ilustra a capa desta edição é de Sebastião de Souza de Vaz, usuário do Centro de Atenção Psicossocial de Caxias (Caps Cidadania). O acrílico sobre tela foi publicado no livro Insanamente, lançado pela prefeitura no ano passado. “Em verdade, não mais se reconhece quem são estas pessoas ou onde elas estão. O que poderia revelar algo de si, suas cabeças, expressões faciais e emoções também são mantidas fora do alcance. (...) Sebastião criou uma tela baseado em uma imagem de revista, mas a transformou em um evento propício para a projeção da subjetividade de cada um”, interpretou Ana Paula Peukert Bassi, psiquiatra da entidade.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana Márcio Schenatto, Divulgação/O Caxiense

Marcopolo, Divulgação/O Caxiense

editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br

Mobilização do Sindicato dos Metalúrgicos terminou em acordo com a Voges; na Marcopolo, balanço apontou 136% de aumento nos lucros

SEGUNDA | 21.fev Sindicato pressiona e Voges entra em acordo

O Sindicato dos Metalúrgicos, que vinha pressionando com paralisações curtas e mobilização em frente à Voges Motores, entrou em acordo com a empresa. A principal divergência era sobre o Plano de Participação de Resultados (PPR), que no ano passado levou os sindicalistas a promoverem protestos tumultuados em frente a outras grandes companhias da cidade, como a Randon. Ficou acertado que a Voges pagará R$ 600 para cada funcionários, em duas parcelas, além de atender outras reivindicações, como licença-maternidade de 180 dias. O desfecho do caso mostra que o sindicato não perdeu força com a ida de Assis Melo (PC do B) – que continua no cargo de presidente – para Brasília, onde assumiu cadeira na Câmara dos Deputados.

as amarelar. A Azul, que também tinha (ainda tem?) interesse em operar por aqui, chegou a anunciar, no final de janeiro, um ensaio: iria oferecer linhas de ônibus gratuitos de Caxias a Porto Alegre para seus clientes. Em menos de uma semana, voltou atrás e cancelou o serviço.

TERÇA | 22.fev DCE e UCS negociam cota de impressões gratuitas

O Diretório Central de Estudantes e a reitoria da Universidade de Caxias do Sul se reuniram para discutir uma saída para um dos mais polêmicos cortes orçamentários da instituições, o da cota de impressões gratuitas para os alunos, anunciado no dia 15. Após inúmeros protestos de universitários pela internet, o DCE reivindicou à UCS entre 70 e 80 impressões gratuitas por disciplina. Antes da medida, eram 100. Na sexta-feira (25), a contraproposta da universidade chegou a Trip confirma interesse 52 impressões por disciplina ou de voar em Caxias 13 impressões por crédito. A enMaior companhia regional do tidade estudantil ainda está analisetor na América do Sul – no Bra- sando a oferta. sil, tem 42 aeronaves e 82 cidades atendidas –, a Trip Linhas Aéreas confirmou interesse em operar no QUARTA | 23.fev aeroporto de Caxias do Sul, sem divulgar previsão de início dos Festa da Uva seleciona voos. A rota oferecida seria Ca- agência de publicidade xias-São Paulo (Congonhas)-Belo Com rendimento mínimo de Horizonte. R$ 100 mil assegurado, agências Uma boa notícia, especialmen- de publicidade podem se cante depois de a Azul Linhas Aére- didatar até o dia 10 para fazer a

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campanha da próxima Festa da Uva. O processo seletivo para este trabalho não era realizado desde 2006, quando a Fattore, de Caxias, assumiu a conta. A seleção, porém, tem limitações: a agência deve ter sede em Caxias (o que é bom, pois valoriza a publicidade local e a proximidade com a Festa) e apresentar experiência em eventos como a Festa da Uva e do varejo (o que é ruim, pois de antemão elimina agências mais novas). O principal, porém, é que as participantes precisam apresentar um piloto da campanha imaginada para a Festa da Uva – e este é o item de maior peso na seleção. Como em todos os setores, a concorrência é bemvinda. Tende a aumentar a qualidade do serviço oferecido, que, neste caso, pode ser determinante para o sucesso do maior evento da cidade.

QUINTA | 24.fev Trecho da Avenida Júlio é liberado

Depois de muito tempo atravancando o trânsito, o improvisado desvio feito na Avenida Júlio de Castilhos, entre a Andrade Neves e a Guia Lopes, enfim pôde ser retirado. A obstrução de uma das pistas havia sido colocada por segurança, em função de um deslize no terreno provocado por uma obra imobiliária. A previsão da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade era de que na sexta-feira (25) o tráfego já estaria normalizado.

Lucro da Marcopolo cresceu 136% em 2010

A Marcopolo fechou as contas de 2010 com gosto. O lucro no ano passado foi 136% superior ao de 2009. A margem líquida atingiu 10%. Coisa de R$ 295 milhões. A diretoria não poderia definir os números de outra forma: representam um ano excepcional em produção, receita e rentabilidade.

SEXTA | 25.fev MP cobra solução para falta de professores

Depois da desagradável recepção de volta às aulas na segundafeira (21) – na Escola Estadual de Ensino Fundamental José Venzon Eberle, 100 alunos foram mandados para casa com a recomendação de retornar na próxima segunda (28), por falta de professores –, o Ministério Público resolveu agir. A promotora Adriana Chesani abriu inquérito para apurar o problema e reuniu-se com a 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para exigir providências. No final da semana, ainda faltavam 36 professores na rede estadual, mas a promotora recebeu a promessa de uma solução em 15 dias. Um dos motivos das baixas docentes no início do ano escolar, segundo o coordenador adjunto da CRE, Lucas Caregnato, foi a concorrência da rede municipal. O recente concurso da prefeitura, que chamou os últimos aprovados no dia 19, ajudou a desfalcar os quadros do Estado.

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O Caxiense

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Roberto Hunoff

Sofisticação

A nova linha do miniônibus Volare, a W Fly, começa a ser comercializada a partir de abril com expectativa de representar até 70% das vendas projetadas pela unidade para este ano. A linha, composta pelos modelos executivo, urbano e limousine, a principal novidade, será inicialmente oferecida para os modelos W9 e DW9. Em relação às linhas atuais o valor de venda será acrescido em cerca de 10% a 15%. O W9 Fly, por exemplo, custará em torno de R$ 205 mil, dependendo da configuração. Já a versão limousine, que deve responder por 7% a 8% das vendas, chegará ao mercado com preço próximo a R$ 220 mil. A grande novidade é modelo limousine, que possui equipamentos e características inéditas para ampliar o requinte e conforto. “Com ele criamos um novo segmento de mercado, exclusivo e diferenciado para o transporte turístico”, assegura Roberto Poloni, gerente de engenharia da Volare.

Informática

A NL Informática, empresa de Caxias do Sul especializada no desenvolvimento de softwares de gestão de negócios, firmou parceria com a Lalur Informática, focada em programas de cálculos fiscais, apuração de tributos e controle de planejamento tributário. A parceria atende demanda que se cria em 2011, que é a necessidade de as empresas enviarem para a Receita Federal, por arquivo digital, o Livro de Escrituração e Apuração do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica Tributada pelo Lucro Real. A mudança objetiva eliminar a redundância de informações existentes na escrituração contábil, no Lalur e na declaração do imposto de renda da pessoa jurídica. Da parceria surgiu o software Lalur Automático Master, integrado ao programa de gestão NL, com o qual as empresas poderão fazer o planejamento tributário de acordo com as suas contas, adotando a melhor forma de tributação.

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O Caxiense

Acerto

com o Leão A partir de 1º de março, terçafeira, começa a correr o prazo para que parte da população brasileira acerte suas contas com a Receita Federal. O prazo de entrega das declarações do Imposto de Renda relativo ao ano de 2010 se encerra no dia 29 de abril. Uma das novidades é que a Receita não aceitará mais a declaração em papel. O contribuinte deve enviar pela internet ou entregar em outra forma digital na Receita, Caixa Federal ou no Banco do Brasil.

O delegado da Receita Federal em Caxias do Sul, Luiz Weschenfelder, estima que a arrecadação do imposto nos 48 municípios da sua região se eleve em 10% sobre o ano passado, superando R$ 470

milhões. Em 2010 os 219.454 declarantes geraram mais de R$ 423 milhões, que somados aos R$ 674 milhões das pessoas jurídicas garantiram mais de R$ 1 bilhão para os cofres federais só em imposto de renda. O valor total arrecadado, no entanto, superou a marca de R$ 5 bilhões, o que representou 14% do volume estadual e quase 1% do nacional. Sobre 2009 o crescimento chegou perto de 15%. Além do Imposto de Renda, a Receita Federal apurou R$ 1,8 bilhão em contribuições diversas; R$ 1,9 bilhão em receita previdenciária; e R$ 500 milhões em IPI. Para 2011 o delegado espera aumentar a arrecadação em mais 10%.

Ponto eletrônico

Se não houver nova protelação, a partir de terça-feira, 1º de março, começa a valer a nova legislação federal que determina adequações no sistema do ponto eletrônico. As empresas terão de usar equipamentos que imprimam comprovantes de entrada e saída, que ficarão em mãos do trabalhador para poder confrontar eventuais divergências. De acordo com o gerente do Ministério do Trabalho em Caxias do Sul, Vanius Corte, a medida pretende acabar com a situação atual em que o trabalhador não tem controle algum sobre o seu horário. Segundo Corte, estima-se que R$ 20 bilhões deixam de ser pagos anualmente em salários no Brasil porque

muitas empresas suprimem alguns minutos de cada dia. Já o coordenador da Diretoria de Recursos Humanos da CIC de Caxias do Sul, Fernando Guerra, alega que a tecnologia usada é restritiva e fechada, além de cara. Ele afirma que a maioria das empresas terá de colocar equipamentos adicionais para evitar problemas na entrada e saída dos turnos. Também há falta de produtos para atender a demanda. Para ele, esta medida deveria ser deliberada nas convenções coletivas, até porque alguns sindicatos de trabalhadores se manifestaram contra a decisão do governo.

Curtas

Em busca da liderança na venda de veículos novos em Caxias do Sul pelo terceiro mês consecutivo, a Marajó Fiat iniciou promoção nesta sextafeira (25), que se estende até domingo (27). Denominada de Operação Limpa Pátio, a campanha objetiva zerar o estoque de veículos novos e seminovos. Dentre as vantagens, 60 meses para pagar e descontos de até R$ 6 mil. O Sescon-Serra Gaúcha realiza nos dias 1º e 2 de março, na CIC de Caxias do Sul, workshop sobre o tema A principal causa e a solução dos problemas organizacionais. Mais informações pelo telefone 54.3228.2425. A Studio Posturalle mudou de endereço. A clínica coordenada pela fisioterapeuta Flavia Bertolla está agora na Rua Andrade Neves, 1037, na Chácara Eberle. Também adquiriu outro espaço na Rua Marquês do Herval, 1396, para atender pessoas que trabalham ou estudam no Centro e querem praticar uma atividade física, mas não têm muito tempo. As operações passam a atender a partir do dia 28, segunda-feira. A Maesthria Gestão e Processos, de Caxias do Sul, firmou parceria com a Fence Investimentos, de Porto Alegre. O objetivo é oferecer cursos da corretora de valores XP Educação na Serra Gaúcha. A Hidrosanitária De Toni completou 30 anos de atuação no ramo de instalações hidráulicas em Caxias do Sul e região. Seus principais clientes são as incorporadoras e grandes empresas.

Vestuário

A confiança na continuidade da economia aquecida também se estende ao segmento do vestuário. A caxiense Pinoti Baby, que trabalha com moda bebê, cresceu 15% em 2010, índice que pretende repetir neste exercício. Uma das apostas é na Coleção Tropical, desenvolvida para atender de forma diferenciada as regiões do Brasil. As peças têm a mesma tendência, mas dependendo para onde seguem são produzidas com tecidos mais leves, como sarja e meia-malha.

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Jucimar Milesi, Divulgação/O Caxiense

Marcos Andras, Div./O Caxiense

roberto.hunoff@ocaxiense.com.br


Polêmica na saúde

AINDA MAIOR

Prefeitura quer transferir pacientes com distúrbios mentais para um complexo residencial que também receberá viciados em drogas e álcool e moradores de rua

Conjunto de prédios de um antigo seminário no bairro São Ciro, alugado por uma instituição filantrópica, abrigaria a nova estrutura

A

por CAMILA CARDOSO BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br

pesar de terem sido abandonadas por parentes e de necessitarem de acompanhamento constante, pessoas que sofrem de transtornos mentais podem dizer, em Caxias, que têm um lar. Elas moram juntas, em grupos pequenos, em casas muito parecidas com a de qualquer família. Inseridas no cotidiano de bairros centrais, têm vizinhos próximos e a cada dia evoluem em busca de uma rotina normal. São pacientes do Serviço Residencial Terapêutico, exinternos de hospitais comuns ou psiquiátricos, que dependem da atenção de políticas públicas de saúde. O modelo atual aplicado na cidade é referência para outros residenciais do Estado e elogiado por usuários e profissionais da área da saúde mental. Essa realidade, porém, pode mudar. A Secretaria Municipal da Saúde elaborou um projeto que, se aprovado, vai transferir os 27 doentes que hoje moram nas três casas terapêuticas da prefeitura para um controvertido condomínio residencial, gerido por uma instituição filantrópica, que futuramente receberia também usuários de álcool e drogas e moradores de rua que precisarem de atendimento ambulatorial. Os pacientes viveriam em um prédio afastado, onde já funcionou um seminário para padres, que os privaria de um dos principais elementos que garantem a evolução dos tratamentos: a convivência direta em sociedade, com acesso imediato à rua e a estabelecimentos comerciais, um contato que os permite levar a vida da forma mais normal possível. A proposta da prefeitura, elaborada por

técnicos da Secretaria, foi apresentada ao Conselho Municipal de Saúde em meio a uma longa pauta com outros assuntos, com a intenção de ser votada – e aprovada – sem o conhecimento prévio e detalhado das mudanças por partes dos conselheiros. O novo modelo, que de início ampliaria o serviço atual somente em cinco vagas, repassaria os custos e a responsabilidade do atendimento à Associação Cultural e Científica Virvi Ramos, ligada ao Grupo Fátima. Em troca da gestão gratuita do condomínio, a associação, que busca se adequar às exigências da nova Lei da Filantropia, seria recompensada com a manutenção da isenção de impostos. Criados para substituir gradativamente os manicômios, os residenciais terapêuticos têm a função de ressocializar os pacientes. O objetivo deles é permitir aos doentes o direito de habitar as cidades, dosando liberdade e cuidado. O atendimento enfoca não o deficiente mental, mas o indivíduo, com vontades e capacidades a serem respeitadas. O moradores são reunidos conforme seu grau de autonomia: os menos dependentes vivem em lares com até 12 pessoas e os mais dependentes, em casas com até oito. Os residenciais terapêuticos surgiram em Caxias em 2005, após uma ação do Ministério Público. Investigações em casas asilares revelaram que pacientes necessitados de cuidados e tratamentos especiais viviam junto a idosos e, em alguns casos, eram vítimas de maus tratos. Um dos asilos, localizado em Vila Seca, foi interditado. Nele, um homem de 47 anos, ficou internado por três anos. Para a família, era a alternativa às lon-

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André T. Susin/O Caxiense

UM TRANSTORNO

gas internações em clínicas psi- de e obediência, no ritmo de cada quiátricas. O que eles não sabiam, um. “É preciso muita tolerância e no entanto, era que parente não paciência para respeitar o tempo recebia os medicamentos, por ve- deles. Por exemplo, podem demozes nem mesmo alimentação, so- rar uma tarde inteira para dobrar frendo agressões e sendo mantido uma pilha de roupas, mas a gente praticamente em cativeiro. “Nós tem que deixar eles fazerem”, connão estávamos a par disso por- ta a terapeuta ocupacional Tatiaque íamos visitar só uma vez por na Minoia Almada. “Aqui é tudo mês”, justifica o irmão do antifo muito maleável”, completa. paciente. “Eles também fizeram Equipes de até cinco profissiodois empréstimos no nome dele, nais de saúde revezam-se nos cuiporque a condição para aceita- dados, inclusive à noite e nos fins rem a internação era que ficassem de semana. Inicialmente, os resicom o cartão do banco”, acrescen- denciais contavam com psiquiata. Após a interdição, o homem tra, mas a presença de um médico foi acolhido em um fugia da proposta residencial terapêude funcionar como tico da prefeitura. O “É importante uma casa qualquer. ambiente, as ativiNa companhia de dades ocupacionais essa relação com técnicos de enfere as visitas semanais a cidade e esse magem e terapeuda família permiti- jeito de casa do tas ocupacionais, ram que, mais tarde, residencial, os moradores recoele pudesse voltar a com vizinhança e nhecem na equipe morar com o irmão, o afeto e os votos dando continuidade possibilidade de de confiança que ao tratamento três circular pela rua”, deixaram de ganhar vezes por semana destaca Rafael das próprias famíem um dos Centros lias. Nos casos em de Atenção Psicosque ainda há contasocial (Caps), também mantidos to com os parentes, as casas fazem pela prefeitura. as vezes de um lugar de passagem entre os hospitais e clínicas e os Para voltarem gradativa- lares convencionais. mente ao contato com a sociedaA vida nos residenciais inclui de, os moradores deixam de lado a reeducação para hábitos corrialgumas comodidades e assumem queiros. Aprender a comer mapequenas responsabilidades, nipulando garfos e facas, cuidar como ir ao mercado, pegar um da própria higiene pessoal e ir à ônibus e lavar as próprias roupas. padaria são comemorados como Os pacientes também têm a capa- pequenas vitórias diárias da evocidade de escolha respeitada, des- lução dos pacientes. Os residende as preferências de alimentação ciais são mantidos por verbas do até os móveis e a forma de decorar Ministério da Saúde e da Secretaa casa. Algumas poucas regras são ria da Saúde, que se responsabiliestabelecidas entre eles para ga- za pelo quadro dos funcionários rantir a boa convivência. Uma es- e pelo fornecimento de alimentacala de atividades, pendurada na ção básica. Cada paciente recebe parede, é seguida com naturalida- um benefício previdenciário, cer26 de fevereiro a 4 de março de 2011

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ca de um salário mínimo por mês. Com esse dinheiro, que os funcionários entregam em parcelas semanais, eles assumem os gastos pessoais, que vão desde terapias particulares a churrascos nos fins de semana.

pio contratados via Fundação de Na segunda etapa do pro- Apoio da Universidade Federal jeto, após a transferência para o do Rio Grande do Sul seriam reantigo seminário, as pessoas com contratados e remunerados pela transtornos mentais ganhariam associação. “É um prestador do uma nova e polêmica vizinhan- Município que nós sabemos que ça. Hoje, quando abrem as portas trabalhava bem e que é referência dos residenciais, os pacientes já nas áreas em que atua, então traestão na rua, integrados ao coti- balhamos no plano com a possibidiano dos moradores do bairro. lidade desta instituição ampliar o No novo modelo, estariam mais serviço prestado para a saúde púpróximos de dependentes de dro- blica”, explica Maria do Rosário. gas e álcool, que seriam interna- Conforme a secretária, também dos no mesmo complexo. Doen- seria uma forma desse parceiro se tes mentais e viciados em fase de adequar à nova lei da filantropia, tratamento – reunidos em uma em vigor desde 2009, que regulacomunidade terapêutica com 20 menta a certificação das entidaleitos – compartilhariam parte da des beneficentes das áreas da saúinfraestrutura, com ambulatórios de, educação e assistência social. de um Centro de Atenção PsicosHoje, de acordo com a diretora social 24 horas, áreas para cursos da área de saúde da instituição, de especialização, Cleciane Doncatto ginásio de esportes, Sinsen, a Associaquiosques e áreas “O plano prevê a ção Virvi Ramos verdes. transferência sem está dentro da lei, A terceira etapa dissolver esses mas precisará condo projeto acrescen- grupos e sem quistar as re-certitaria ao novo lar dos ficações no fim de portadores de trans- agregar ninguém 2011. “A prefeitura para não quebrar tornos mentais uma não vai estar terceicasa de passagem, os vínculos que rizando um serviço, com 50 a 60 vagas, já existem”, será um plano opedestinada para mo- diz a secretária rativo entre Muniradores de rua que cípio e prestador de necessitam de cuiserviço. Acho que dados de saúde. A gestão do ser- mais importante do que cobrar viço seria em parceria com a As- que a entidade destine 60% dos sociação Virvi Ramos, instituição leitos para o atendimento público de saúde que já presta serviços é olhar além do alcance e conspara a prefeitura de forma filan- truir um projeto ainda mais amtrópica. Os servidores do Municí- plo”, justifica a secretária. Fotos: André T. Susin/O Caxiense

Para Rafael Wolski de Oliveira, membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, os residenciais terapêuticos de Caxias são privilegiados por estarem inseridos na cidade, em áreas distintas. “É importante essa relação com a cidade e esse jeito de casa do residencial, com vizinhança, e possibilidade de pegar um ônibus, de circular pela rua, de ir no supermercado. Se fosse uma vizinhança de pessoas todas iguais, acabaria perdendo a heterogeneidade do mundo. O fato de essas residências serem discretas, sem identificações, evita que se reforce o estigma da diferença”, analisa. A psicóloga e arteterapeuta Lutiana Mott atende dois moradores de residenciais terapêuticos. Ela destaca a evolução dos pacientes do ponto de vista da educação para atividades cotidianas. “Uma paciente chegou lá sem noções de questões básicas de saúde, sem saber tomar banho, sem nem conhecer um sabonete. Hoje ela sabe comer sozinha, aprendeu a fazer chimarrão, tem até cuidado de outros moradores mais depen-

dentes do que ela”, relata. O temor de que essa inclusão social proporcionada pelo modelo atual seja gravemente afetada surgiu no dia 17, quando a prefeitura apresentou ao Conselho Municipal de Saúde a proposta de transferir os doentes para um Condomínio Residencial Terapêutico, que teria mais uma unidade habitacional – necessidade apontada no planejamento estratégico da Secretaria de Saúde. A capacidade inicial de complexo seria de 32 moradores, podendo ser ampliada para 41. O quadro funcional passaria de 41 para 49 profissionais. “O plano prevê a transferência do grupo A para o local A, sem dissolver esses grupos, incluindo a equipe técnica, e sem agregar ninguém para não quebrar os vínculos que já existem entre eles”, explica a secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi. O condomínio já tem local definido. Funcionaria no Seminário dos Paulinos, alugado para a Associação Virvi Ramos. O espaço, no bairro São Ciro, tem quatro prédios que precisariam ser adaptados. Os antigos alojamentos dos padres, distribuídos em longos corredores, teriam que ser divididos por novas paredes para comportar somente oito ou 12 pessoas por ala, conforme prevê a lei. Também seriam feitas adaptações para que cada residencial fosse acessado por portas diferentes.

Hoje, grupos de pacientes moram em casas (fotos da esquerda). No futuro condomínio (fotos à direita), iriam para alojamentos

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Maria do Rosário defende que o novo modelo aliaria a preservação da privacidade dos usuários à ocupação de espaços coletivos, permitindo o convívio social dentro e fora das residências. Com áreas de lazer e serviços de saúde dentro da própria estrutura, Maria do Rosário reconhece a possibilidade de os moradores se restringirem a frequentar os espaços do condomínio, deixando de sair para a rua, mas atribui ao trabalho dos funcionários o incentivo à socialização. “Não depende apenas de um estereótipo arquitetônico”, enfatiza.

os doentes, que hoje vivem em residências discretas (sem identificação institucional), tenham seus tratamentos afetados pela lembrança estigmatizada dos manicômios ao se transferir para um lugar já anunciado como “futuras instalações do condomínio residencial terapêutico”. “Numa avaliação de mérito, talvez essa seja uma fragilidade. Mas nós precisamos ter coragem para quebrar alguns paradigmas. Nós não escondemos os cardiopatas, os diabéticos, por exemplo”, argumenta, ressaltando que a intenção é dar continuidade às práticas atuais dos residenciais. Outra possibilidade neNo dia 17, participantes de gativa, admite a secretária, é que uma audiência pública na Câ-

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mara de Vereadores, convocada para discutir os novos métodos do atendimento à saúde mental, esperavam que a secretária apresentasse o plano, mas Maria do Rosário não quis detalhá-lo para representantes do Departamento de Saúde Mental do Estado, do Conselho Regional de Psicologia e do Ministério Público, entre outros. Com essa decisão, abriu a porta para as primeiras críticas, que repercutiram pouco depois, à noite, na reunião do Conselho Municipal de Saúde, quando finalmente o projeto foi revelado. A intenção inicial da secretária, de obter o aval para a criação do Condomínio Residencial Terapêutico logo depois de mostrá-lo

aos conselheiros foi frustrada por um pedido de vistas. “O plano teria que ter sido apresentado antes, não teria como os conselheiros votarem algo sem conhecer. Quando há um bom entendimento do projeto, é comum votar no mesmo dia, mas nesse caso precisamos analisar”, diz o presidente do Conselho, Paulo Cardoso Alves, preocupado com a descaracterização dos residenciais. Maria do Rosário alega que não apresentou o plano antes por falta de data disponível. O parecer dos conselheiros deve ser apresentado no dia 10 de março, após reuniões e visitas à área em que a prefeitura pretende implantar o condomínio.

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André T. Susin/O caxiense

Infância protegida

Mirna Rosmari de Morais dedica todo seu tempo livre para cuidar de crianças em situação de risco

A mãe do

Vila Lobos

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por VAQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

e realmente existe um céu, é para lá que Mirna Rosmari de Morais, 43, vai. Há três anos, Mirna se dedica a ajudar crianças carentes inseridas em famílias desestruturadas do Vila Lobos, um loteamento irregular e violento de Caxias. Durante todo esse tempo, Mirna abriu mão de seu tempo livre, seu salário, sua casa. As crianças do Vila Lobos sabem que “tia Mirna” faz o que pode para ajudar qualquer uma delas: dá comida, roupa, remédios, material escolar, atenção e carinho que elas não recebem em casa. Mirna não cultiva sonhos de viajar ou se aposentar no futuro. Tanta responsabilidade faz com que ela contente-se em saber que suas crianças, já crescidas, estarão bem encaminhadas na vida e, principalmente, longe das drogas. O enorme morro sem calçamento não impede que três crianças corram eufóricas para conduzir a reportagem até a casa

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de tijolo à vista. Às 9h, Mirna dividia uma grande quantidade de materiais escolares entre várias crianças. Desce as escadas até a cozinha e lá, enquanto fala, algumas crianças servem-se de café com leite, que está em uma jarra de plástico, e de pão com margarina. Ela conta que tudo começou quando organizou uma festa de final de ano para presentear as crianças pobres. Apareceram no evento cinco crianças que recém haviam saído da missa de sétimo dia do falecimento da mãe. Pediram ao Papai Noel sapatos e comida. “E eu lá achando que a festa estava um sucesso com aqueles brinquedos, mas não tinha sapato e comida para dar para aquelas crianças”, relembra. No dia seguinte, ela foi até a casa delas levando uma cesta básica. O que não foi útil para crianças pequenas que estavam sozinhas. Com isso, Mirna passou dias comprando chocolates e biscoitos para os cinco. Até que o dinheiro acabou. “Daí eu trouxe eles para a minha casa. Eles foram meus primeiros ‘filhos’. Depois disso não parou

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Na casa de “tia Mirna”, mais de 20 crianças encontraram comida, roupa, amor e refúgio contra a violência mais de chegar crianças.”

Ou dizendo ‘tia Mirna, meu meu irmão levou seis tiros, posso ficar Hoje, são 24 crianças – en- aqui?’”, relata. “Esse, por exemplo, tre elas, aquelas cinco primeiras – eu nem sei quem é”, diz, olhando de 2 a 13 anos, que aparecem na para o menino sentado na porta casa de Mirna diada casa comendo riamente. Chegam um pão. “Meu nome por volta das 6h, o “Tem criança é Felipe”, responde que faz com que ela o menino, que não que se não vier acorde às 4h50min deve ter mais do todos os dias, to- aqui não vai que 3 anos. mam café da ma- comer nada No meio da connhã, passam a ma- no dia”, diz versa, Mirna dá grinhã lá e almoçam. À Mirna, que além tos típicos de uma tarde, quando Mirmãe: “Que que eu dos recursos na sai para trabalhar falei sobre o lixo na na Unimed, como próprios conta porta?”, “Tira esse técnica de enferma- com doações cachorro daí!”. Cagem, a casa esvazia, chorros, por sinal, mas volta a ficar ocupam todo o pácheia à noite, quando ela retorna tio da casa. Muitos deles chegapara fazer o jantar. “Tem criança ram lá abandonados, assim como que se não vier aqui não vai co- as crianças. O preferido delas é mer nada no dia.” Cripton, um vira-lata que ficou Elas chegam a dormir na casa cego de um olho depois de levar dela, em algumas noites. “Quan- um tiro. do a situação está muito crítica Para manter a casa – dentro em casa”, conta. “Tem aqueles do possível – organizada, Mirna que aparecem até de madrugada. divide as tarefas que devem ser Já teve casos de baterem aqui às realizadas. “Casa desarrumada 3h da manhã, com dor de dente. é única coisa que ela não gosta”,

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do, todos passaram de ano, o que da e roupa. Todas as roupas que antes era raro. “A vida melhorou as crianças vestem foram doadas, muito para eles. São todas crian- mas algumas vão para uma feiriças em situação de risco, que es- nha que ela organiza para arretão em famílias desestruturadas, cadar dinheiro. “A gente vive de com problemas graves de drogas. apadrinhamento. Eu ajudo, mas Tenho crianças aqui que estão es- sou bem ajudada.” Há também perando a mãe – que foi para uma um clube de mães que se reúne casa de prostituição –, uma me- para confeccionar e vender panos nina que já tentou suicídio, uma de prato. Com doações, Mirna que viu o tio ser morto a tiros na conseguiu material escolar para frente dela. Todos eles já viram cerca de 30 crianças começarem o gente morrer. No ano passado, ano letivo. As doações mais espeum homem foi morto aqui perto, radas, entretanto, são de tênis, um e eu não queria que eles fossem artigo em falta para as crianças do ver o corpo, mas não adiantou. Vila Lobos, que precisam camiO Henrique ainda saiu na foto de nhar em ruas cheias de pedra – já capa de um jornal cutucando o que o calçamento, assim como o morto com um galho”, conta. encanamento de esgoto, ainda Entre as crianças, percebe-se não chegou no bairro. “E não tem que o sentimento de Mirna por frescura. Já botamos tênis n° 38 elas é recíproco. “A tia Mirna é em menino de pé n° 35.” querida”, diz Daiton, 11. “Ela é muiO sonho dos to legal. Dá comida, “Quando a gente meninos é andar na leite”, explica Hen- crescer e a tia bicicleta que posrique. “Dá massa”, Mirna estiver suem, que está pacompleta Gabriel, velhinha a rada por causa de 13. “É muito dium pneu furado. gente que vai vertido, ela ensina O sonho de Mirna a gente pelo cer- cuidar dela”, é poder continuar to. Só porque amo planeja cuidando das crianela muito eu venho Henrique, de ças, e ter a certeza aqui. Ela nunca te 9 anos de que elas estão diz ‘vai embora’, ela seguras debaixo de diz ‘isso não está seu teto. “Até hoje certo’. A melhor parte de vir aqui perdi apenas uma criança, que a é a tia Mirna”, explica Renata, 12, mãe levou embora. E eu sei que uma das meninas que Mirna foi agora essa criança está usando buscar em casa, por causa dos crack. Ele tinha que ter ficado”, problemas da família. lamenta. Henrique, que ouvia a O salário de Mirna não é sufi- conversa, adianta-se e pensa no ciente para sustentar as crianças, futuro: “Quando a gente crescer e por isso ela conta com o apoio de a tia Mirna estiver velhinha a genoutras pessoas, que doam comi- te que vai cuidar dela”. André T. Susin/O caxiense

conta Gabrielle, 11. Eles ajudam senhas. O almoço, então, foi em na limpeza, na comida e na louça. uma lancheria próxima. “Eles “Quando eu tive pneumonia eles brincaram de garçom por um mês assumiram tudo”, conta Mirna. depois disso.” Todos os cômodos são ocupaOutro passeio que as crianças dos pelas crianças. adoraram foi nas Há um pequeno escadas rolantes do quarto – onde as “Eles brincavam Big – não puderam meninas não dor- de ‘meu filho entrar no mercado mem mais depois morreu’, ‘vou te porque o segurança de terem ouvido matar’. Agora pensou que tanta tiros da janela em criança junto era uma noite, e agora é já brincam dessas um arrastão, como brincadeiras ocupado apenas peconta Mirna, aos los meninos –, uma normais”, conta risos. Mas diversas sala com sofá-cama, Mirna sobre reflexo voltas na escada um banheiro com a da violência rolante foram o sujanela cheia de frasficiente para alegrácos de shampoo e los – assim como os o quarto de Mirna passeios até a Unie do marido. “Tudo é quarto de med, com o marido de Mirna, criança aqui”, diz. “A gente adora para buscá-la. Nessas ocasiões, é quando dá para ver TV no quarto briga para ver quem vai, para deda tia Mirna, que tem um monte cidir quem fica na janela do carde canal”, diz Henrique, 9 anos. ro... “Se levar um só o outro fica Para tanta criança, o espaço da chorando”, conta Henrique. cozinha nem sempre é suficiente, por isso, alguns precisam comer Nem sempre as crianças nas escadas nas horas das refei- brincaram de restaurante, como ções. Para evitar trabalho, o car- fizeram depois daquele passeio. dápio do almoço e da janta, na Logo que chegaram, Mirna premaioria das vezes, é apenas um senciava brincadeiras do tipo esprato de macarrão ou sopa. “Em conder drogas no pneu do carro e dia de muito luxo temos arroz, pagar propina para policiais: “Eles feijão, batata e carne.” Quando so- brincavam de ‘meu filho morreu’, bra dinheiro, ela promove a cha- ‘vou te matar’. Agora eles já brinmada “cachorrada na laje”, com cam de Unimed, de garçom, escachorro-quente e música. sas brincadeiras mais normais. E No ano passado, as crianças fo- quase não se ouve mais palavrão ram comer fora, coisa que nunca por aqui. Porque aqui em cima haviam feito. “Eles se arrumaram (diz, referindo-se ao bairro) se vê uma semana antes.” A ideia era de tudo”. levá-los no Restaurante Popular, As crianças também acostumamas quando Mirna e 16 crian- ram-se a fazer oração antes do ças chegaram lá não havia mais almoço e jantar. No ano passa-

As crianças vivem de doações, tanto de roupas, quanto de comida. Tênis são artigos de luxo – e os mais aguardados

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Armadilha financeira

Golpe baixo

Golpes pedem, através de correspondência ou ligação, depósitos de dinheiro para liberar suposto prêmio. Aposentados são principais alvos

Desconfie de cartas e telefonemas informando benefícios imediatos. Com as mais variadas histórias, golpistas continuam agindo em Caxias

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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

esposa de um aposentado de 72 anos o esperava segurando uma carta em certa tarde de janeiro. “Vou querer a metade”, disse ela. O aposentado, depois de ler a carta, respondeu, aos risos: “Pode ficar com tudo”. A carta endereçada a ele tratava-se de uma suposta correspondência da Agência Nacional de Previdência Privada, que informava o direito a um rateio do fundo de reservas de pecúlio e pensão, descontado em folha de pagamento como aposentadoria complementar, que havia sido cancelado sem aviso prévio. Com isso, havia surgido uma ação pública, o que teria dado a ele o direito a uma quantia de R$ 55.236. O aposentado percebeu na hora que se tratava de um golpe. A carta solicita que o beneficiário entre em contato “com a máxima urgência” com o “atendimento judiciário”. Na semana que passou, a reportagem do jornal O Caxiense ligou para o telefone – (11) 2804-9301 – e passou-se por familiar do beneficiário. “Alô, é da Previdência Social”, responde uma mulher. A atendente pede o nome de quem recebeu a correspondência, e, após encontrá-lo em algum cadastro, informa sua data de nascimento e endereço corretos. Ela explica que há duas formas de receber o benefício, por

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meio de petição ou de carta precatória. Com a última, demoraria de seis a 18 meses para receber o dinheiro; através da petição, o valor estaria na conta bancária em dois dias. Seria preciso escolher um dos dois jeitos e comunicar a Dra. Gabriela Bastos de Oliveira, “que sou eu, no caso”, afirma ela, dizendo-se advogada responsável pelo processo. Porém, para que o dinheiro fosse liberado, seria necessário pagar R$ 6.263,60, referente, segundo ela, a custas processuais. “Vamos enviar ofício para o juiz da causa informando qual a decisão. Com a petição, o crédito de R$ 55 mil segue para a conta do beneficiário, porém estará bloqueado até que a gente faça o recolhimento dos custos da ação”, explicou a mulher. A golpista afirma que a quantia, por enquanto, está na Agência Nacional de Previdência Privada, cuja ação está beneficiando mais de 200 pessoas de todo o Brasil. “O juiz não achou justo indenizar só aqueles que foram até lá, mas sim todos os que contribuíram para a Previdência Privada”, diz. Com a insistência das perguntas, a atendente começa a demonstrar irritação, com frases do tipo: “Deixa eu explicar mais uma vez porque você não está me compreendendo” ou “Por que você não pede para seu pai estar entrando em contato com a gente para que a gente possa estar explicando

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isso para ele?”. culioprevidencia@hotmail.com. Sobre sua função no proces- Mas está super lotado aqui, a genso, a atendente se contradiz. Ela te não está dando conta, porque conta que é uma das advogadas são vários beneficiados, não sei se do escritório contratado pela Pre- teremos tempo de responder”. O vidência para ajudar a encontrar e-mail, obviamente, assim como os beneficiários dessa ação. Ao o escritório e o valor que o apoatender o telefone, ela havia dito sentado teria direito, não existem. que era da própria Previdência. Segundo a mulher, a responsáO golpe de uma falsa Agênvel pelo escritório é Dra. Ângela cia Nacional de Previdência PriBeatriz Paes de Barros Di Franco. vada é apenas mais um entre Quando precisa intantos golpes que formar o nome do chegaram a Caxias. escritório, ela diz “Tem que Entretanto, não há que a ligação está suspeitar. Se vai registros de outros falhando e que não ganhar alguma aposentados que teconsegue entender coisa, você não nham sido vítimas nada – ela usa esse da correspondência artifício em vários precisa depositar nas delegacias de momentos da con- nada antes, vai polícia. Isso porque, simplesmente versa. A golpista até normalmente, os informa um suposto receber”, orienta o golpes são aplicados número do proces- delegado Carnaúba por telefone. “Eles so, mas alerta que depositam o valor ele não será enconna conta, mas ele só trado na internet porque não está vai ser liberado mediante taxas. E aberto a visualizações. A impaci- a pessoa vê que tem um valor lá, ência cresce ao ter que explicar acredita e deposita o pagamento. mais sobre o escritório, ela pede Há uns 15 anos já tinha esse gol“um momento, por gentileza”, pe, só varia quem manda, esse é quando as perguntas continuam. da Previdência Privada, mas às “Faz cinco anos que estamos nes- vezes ligam como se fossem do se escritório”, diz ela, retornando Fórum. Os golpistas conseguem à ligação. “Você pode estar com- os nomes dos advogados que esparecendo aqui para falar comigo tão na correspondência (Gabriela pessoalmente”, finaliza. Sobre um e Ângela) pelo site da OAB, pore-mail para esclarecer mais dúvi- que eles precisam dar credibilidadas, ela pede mais um momento de para a história”, explica delee volta dizendo: “Anote aí. É pe- gado do 1º Distrito Policial, Vitor

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Augusto Costa Carnaúba. “Esse sempre. “Não existe milagre. Vegolpe do pecúlio acontece muitas mos esses consórcios premiados. vezes, e quase na totalidade com Como um carro que custava R$ pessoas idosas. Como conseguem 50 mil vai ser vendido por R$ 30 os nomes e os endereços não sa- mil? Não tem lógica. A ganância bemos. Eles aplicam para uns 20, do cidadão faz com que ele conse um pagar...”. corra a essas coisas. É o querer A investigação de um golpe as- ganhar dinheiro fácil, querer pasim, conforme o delegado, não é gar menos, mas isso não existe. E simples. “Tem que fazer registro acontece muito com pessoas mais de ocorrência na delegacia da Po- humildes, analfabetas ou com lícia Civil, porque esse caso é uma idade avançada. Golpe tem todo tentativa de estelionato. Mas a in- dia a toda hora”, salienta Dagovestigação se torna difícil porque berto. são documentos falsos que as pesUm outro golpe que atingiu soas usam. Tanto para abrir uma aposentados, de acordo com o depoupança, quanto legado da 3ª Delegapara contratar uma cia de Polícia de Calinha de telefone, é “Esse golpe do xias, Marcelo Grolli, exigida uma quanti- pecúlio acontece tratava-se da ação dade muito peque- quase na totalidade de duas mulheres, na de documentos”, com pessoas idosas. de boa aparência e explica. boa conversa, que Ele cita o caso do Como conseguem visitavam idosos, golpe do Baú da Fe- nomes e endereços ap r e s e nt a n d o - s e licidade, que costu- não sabemos”, como funcionárias mava ocorrer bas- relata o delegado do INSS. Diziam tante na cidade. A Carnaúba que estavam lá para pessoa recebia uma fazer um recadastraligação informando mento, e quando os de que havia ganhado um carro, aposentados distraiam-se, tinham mas que precisava depositar uma seu cartão do INSS roubado. “E quantia – em algumas vezes, o normalmente o aposentado tem equivalente ao seguro do veículo a senha anotada junto com o car– para receber o “prêmio”. “Tem tão. Daí elas faziam o saque. Isso que suspeitar. Se você vai ganhar perdurou por anos, e, no final do alguma coisa, você não vai pre- ano passado, elas foram presas”, cisar depositar nada antes, você explica Grolli, alertando que em vai simplesmente receber. Se vai nenhuma das ocorrências os aporeceber um valor da Justiça, não sentados pediram identificação precisa ter pressa, contrate um das mulheres que estavam nas advogado, analise o processo, veja suas casas. se seu nome está mesmo envolvido nisso. Se é um idoso, pode Até hoje há pessoas que pedir para algum parente fazer caem no conto do bilhete, segunuma pesquisa na internet e ver se do o delegado. “Tivemos um caso há mesmo um processo, porque essa semana do bilhete. O golpista se houver, ele vai estar disponível abordou a pessoa na rua, dizendo para consulta. A indicação é nun- ter um bilhete premiado que por ca depositar nada.” algum motivo não podia ir trocar. Há, porém, alguns casos em Telefonou para um número que que as pessoas pagam as quantias ele disse ser da Caixa, que confirpedidas só para terem segurança mou um valor astronômico. E ele de que não terão os nomes man- pediu uma garantia em dinheiro chados por dívidas. “Tem quem para a pessoa que tentou trocar o se diz de empresas telefônicas. bilhete”, conta Grolli. Informam que a pessoa contratou Para o comandante da 2ª Comum serviço de divulgação pela in- panhia do 36º Batalhão da Brigaternet para seu escritório e man- da Militar, Juliano Amaral, a predam para ela uma fatura. Dizem ocupação é com o falso sequestro, que a conta está tão avançada que outro golpe antigo. “As pessoas está quase no SPC. Algumas pes- ainda caem. Os golpistas pegaram soas preferem pagar”, esclarece o o fio da meada, porque fazem delegado. como se fosse uma pessoa da família que está falando”, diz, expliO responsável pela Coor- cando a facilidade que os golpistas denadoria de Proteção e Defe- têm em adquirir informações. O sa do Consumidor (Procon) de melhor a fazer, segundo Amaral, Caxias, Dagoberto Machado dos é nunca atender ligações a cobrar Santos, alerta para o golpe da lis- – pois, como ele explica, hoje em ta telefônica. “Esse é o que temos dia, é muito raro que uma pessoa visto nos últimos tempos. Eles li- precise fazer uma ligação dessas. gam dizendo que são da Listel, e “Quando receber uma ligação a que precisam renovar o cadastro. cobrar já se ‘antene’ porque com A pessoa renova um serviço que certeza a partir daí vem uma notinem quer e acaba pagando uma cia trágica. E se entender que seja conta só para não se incomodar.” alguém em perigo, antes de tomar Na maioria dos golpes, como o providência, se certifique com o da Previdência Privada, a solu- parente ou ligue para a polícia”, ção, segundo Santos, é desconfiar orienta.

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ATUALIZAÇÃO CADASTRAL O SIMECS está iniciando importante trabalho que visa atualizar as informações cadastrais das empresas do seu segmento, bem como o Banco de Dados de Produtos e Serviços. Através da emissão de um formulário, o SIMECS aguarda a atualização e o retorno do mesmo o mais breve possível. Com a entrega deste material por parte das indústrias metalmecânicas, o SIMECS dará continuidade ao trabalho de reformulação do seu Banco de Dados, o qual permitirá um melhor conhecimento dos produtos fabricados, serviços prestados e o nome da empresa, o que certamente será mais uma importante ferramenta de negócio para as indústrias do setor. Além disso, a atualização cadastral das empresas contribuirá para a nova edição do Guia de Produtos e Serviços elaborado pelo SIMECS, o qual irá divulgar o potencial das indústrias representadas pela entidade em várias frentes em nível nacional e internacional. No momento em que as empresas receberem o formulário, deverão preenchê-lo e encaminhá-lo ao SIMECS, através do E-mail: marina@simecs.com.br CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO O Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul, Marcelo Danéris visitou o SIMECS nesta quinta-feira, 24 de fevereiro. Recebido pelo diretor executivo Odacir Conte, o secretário apresentou os objetivos do CDES-RS, o qual foi formado recentemente pelo governador Tarso Genro. Marcelo Danéris também esteve reunido com o Conselho Gestor do APL – Arranjo Produtivo Metalmecânico e Automotivo. O secretário solicitou aos membros do APL informações e apoio para estruturar políticas de desenvolvimento nos segmentos produtivos da região. Marcelo Danéris destacou a participação dos diretores do SIMECS Osvaldo Voges e José Antônio Fernandes Martins no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A instalação do Conselho acontecerá em março e algumas das funções são: analisar, debater e propor políticas públicas, apontando diretrizes sobre investimentos em logística, infraestrutura, segurança, educação, fomento à produção, geração de emprego e renda e proteção ao meio ambiente. SEMINÁRIO COM EMPRESAS ITALIANAS Mais de 100 empresários e representantes das empresas do segmento metalmecânico participaram do Seminário “Itália - Inovações Tecnológicas em Máquinas Operatrizes, Sistemas de Automação e Robôs”. O evento realizado no dia 15 de fevereiro foi organizado pelo SIMECS e contou com a parceria do ICE - Instituto Italiano para o Comércio Exterior e da UCIMU- Associação dos Fabricantes Italianos de Máquinas, Sistemas de Automação e Robôs. Conforme o presidente do SIMECS Getulio Fonseca, o encontro foi uma oportunidade para reforçar o intercâmbio comercial entre as empresas dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalmecânico representadas pela entidade com a comitiva de 11 industriais italianos. O dirigente do SIMECS enfatizou que o momento é oportuno para que as indústrias locais prospectem futuras parcerias, visando o crescimento. O Seminário foi marcado pela participação de 11 empresas provenientes de várias regiões da Itália que fizeram a apresentação de seus produtos de forma individual. A delegação italiana também participou de diversas visitas técnicas a empresas do segmento do SIMECS. ENCONTRO SOBRE NR 12 Um expressivo público composto por empresários e profissionais das empresas representadas pelo SIMECS participou no dia 23 de fevereiro do encontro sobre a nova NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Na oportunidade, a Engenheira Aida Becker, Auditora Fiscal do Trabalho e Coordenadora da Comissão Tripartite que revisou e elaborou o novo texto da NR 12 esclareceu as dúvidas dos participantes a respeito do tema. A engenheira também prestou informações e conceitos sobre as principais novidades introduzidas na norma regulamentadora, as quais visam aumentar a segurança dos trabalhadores na execução das tarefas nas mais diversas máquinas e equipamentos, minimizando as possibilidades de acidentes. No segmento metalmecânico são contempladas notadamente as prensas, dobradeiras, equipamentos similares a estas e máquinas injetoras. AUTOMEC 2011 As empresas metalmecânicas interessadas em participar da Feira Automec 2011 deverão providenciar sua inscrição o mais breve possível. O SIMECS informa que ainda restam poucas vagas para fechar o grupo de participantes neste evento. O programa de visitação acontecerá no período de 14 a 16 de abril. A décima edição da Automec - Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços deverá reunir mais de 900 empresas expositoras, de aproximadamente 20 países, e receber mais de 70 mil compradores de dezenas de países, em 78 mil metros quadrados de exposição no Anhembi, em São Paulo. A feira é um dos mais importantes eventos do país nos segmentos automotivo e de autopeças, equipamentos e serviços da América Latina. Mais informações e inscrições pelo fone: (54) 3228.1855. FIEE ELÉTRICA Já está definido o grupo organizado pelo SIMECS que no período de 30 de março a 1º de abril visitará a FIEE Elétrica e electronicAmericas - 6ª Feira Internacional da Indústria de Componentes, Subconjuntos, Equipamentos para a produção de Componentes, Tecnologia Laser e Optoeletrônica. A FIEE Elétrica e electronicAmericas que acontecerá em São Paulo apresentase como um evento para promover produtos e serviços para um importante polo gerador de negócios do segmento eletroeletrônico. Com a realização desta visita, o SIMECS deseja proporcionar às suas empresas conhecimento técnico e tecnológico, bem como a oportunidade de conhecer os lançamentos de importantes produtos em exposição na feira. ENCONTRO INTERNACIONAL DE ENERGIA As empresas representadas pelo SIMECS interessadas em desenvolver parcerias na área de gás e energia terão uma excelente oportunidade. Quarenta empresas britânicas visitarão o Brasil em março para participar do seminário UK Energy in Brazil, o maior evento do setor de energia promovido pelo governo do Reino Unido em um país estrangeiro em 2011. Os representantes das companhias terão um dia de atividades, palestras e workshops no hotel Intercontinetal, no Rio de Janeiro, seguido de uma semana de visitas e prospecção de negócios no Rio, São Paulo e Macaé (RJ). Entre os executivos que visitarão o país, liderados por Susan Haird, CEO do UK Trade and Investment (UKTI), haverá especialistas em óleo e gás (Upstream), subsea, energia eólica e biocombustíveis, integrando uma agenda completa de negócios, incluindo discussões sobre energia limpa e renovável. Empresas do SIMECS que tenham interesse em participar, epodem se inscrever através do site: www.ukenergyinbrazil.com MÉRITO INDUSTRIAL 2011 O Sistema FIERGS deverá abrir no mês de março as inscrições para mais uma edição do Mérito Industrial. A premiação é concedida pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, distinguindo industriais com marcante atuação na comunidade e no meio empresarial. A cerimônia de premiação deverá acontecer em maio. Os agraciados são escolhidos por comissão especial do Sistema FIERGS. Os candidatos devem ser encaminhados à FIERGS através dos sindicatos filiados, por entidades de classe da indústria e por integrantes da diretoria da FIERGS/ CIERGS. Oportunamente o SIMECS estará recebendo as indicações dos interessados para encaminhar à FIERGS. Informações pelo fone (51) 3347-8787. SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br – simecs@simecs.com.br

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André T. Susin/O Caxiense

Adriana

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por Paula Sperb e Marcelo Aramis

Carmenzita

Busetti Quando decidiu colocar em prática os conhecimentos de sua formação em Nutrição, Carmenzita, a Carmen, criou a Consultoria e Assessoria Técnica em Nutrição e Alimentação, a Catna. Hoje, com 20 anos de mercado, a empresa não oferece os mesmos serviços e o nome significa sanduíche. O carro-chefe do negócio, produzido na casa da então sócia Odete Turella, começou a ser vendido na prefeitura, na extinta Caixa Econômica Estadual, no Banrisul e nos colégios Carmo e São José. Caiu no gosto do público, cresceu e virou loja, três unidades, a mais recente inaugurada em maio do ano passado. Com o tempo, a sanduicheria ganhou novos produtos. Na Catna Café, em São Pelegrino, a maior inovação do cardápio é gratuita. No segundo piso, os clientes saboreiam arte, na aconchegante galeria que realiza exposições com a curadoria de Mona Carvalho. Carmen sempre primou pela qualidade nutricional dos seus produtos. Agora, descobre na prática que arte é excelente para alimentar a alma e uma grande receita para atrair clientes.

Twitter | Perfis

@gabileonardelli | Falar

sobre o cotidiano, fazer piada sobre qualquer coisa, debochar. São grandes motivos para deixar de seguir algus no Twitter e começar a seguir outros. Gabriel Leonardelli, que descreve as mais engraçadas (bizzaras?) situações da rotina (?), tem boas sacadas de humor e sarcasmo inteligente “é desses”. Sigam-o, ele suplica, embora não precise.

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Lucas

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Alex Kuse, Divulgação/O Caxiense

Antunes A sensível ruiva canceriana bem que poderia ser personagem de algum romance, mas a jornalista da UCS TV Adriana Antunes é criadora de personagens e universos. No seu livro As Meninas – aprovado pelo Financiarte e ainda não publicado – Adriana faz uma releitura de personagens clássicas como Capitu, de Machado de Assis, Lolita, de Vladimir Nabokov, Alice, de Lewis Carrol, além de Cinderela, dos contos de fada. Nas versões em miniconto e mininarrativa, elas são garotas contemporâneas que enfrentam questões típicas da adolescência. Culinária e literatura são duas paixões e não é coincidência que a dissertação de mestrado de Adriana tenha unido as duas coisas. Além de amar as palavras, gosta de cozinhar e combinar ingredientes. Tatuada no braço, a sentença “cada pessoa é uma harmonia de solidão”, de outra ruiva (Cíntia Moscovitch), indica a harmonização da própria escritora. (Leia um miniconto na página 13)

Caregnato No dia de seu aniversário, 18 de janeiro, Lucas Caregnato ganhou mais do que um presente, recebeu reconhecimento. Na data, ele assumiu a coordenadoria adjunta da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), fruto da dedicação ao ensino. Formado em História especialista em História Regional pela UCS e mestrando em História na UPF, toda sua pesquisa é voltada para a questão do negro. Na ultima Feira do Livro, lançou a obra A Outra Face, sobre a presença negra na região e segue seu estudo, agora sobre os negros do Reino do Congo, de onde vieram a maioria dos escravos do Rio Grande do Sul. Professor do ensino médio e da Faculdade Anhanguera, Lucas vai levar a temática dos negros e do preconceito para sala de aula de forma mais sistemática, procurando viabilizar a formação dos demais professores no assunto.

@RobertoHunoff | Ele é

novo no Twitter (entrou em dezembro de 2010) mas já alcançou a postura ideal na rede. Transformou seu perfil em ferramenta útil aos seus seguidores. Em poucos e bons tweets, opinião bem argumentada e notícias em primeira, e boa, mão.

@freijaime | Há menos de um mês no Twitter, frei Jaime Bettega tem praticamente o mesmo número de seguidores que caberia na Igreja dos Capuchinhos, onde atua. Entre tantas informações, palavras que semeiam o bem se destacam na Timeline e valem o RT.

@rafaelalgures | Filosofia

@visate | O perfil não é, oficial-

(erudita e de boteco), extraterrestres, quadrinhos e anos 80 seriam os Trending Topics de Rafael Rodrigues, se cada usuário pudesse ter o seu. O perfil é praticamente um RSS de notícias sobre seriados e lançamentos do cinema.

mente, um Serviço de Atendimento ao Cliente nem a principal ferramenta de comunicação da Visate. No entanto, é provavelmente o meio mais fácil de aproximar a empresa dos usuários. Soluções, não se sabe, mas respostas são imediatas.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Artes

Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

artes@ocaxiense.com.br

Tiago Sozo Marcon | Mistérios de Natal |

A foto venceu o desafio do Clube do Fotógrafo de Caxias do Sul com o tema light painting. Primeiro, Tiago fotografou o antigo quadro do avô iluminado por uma lanterna. Depois, inspirado pelo tema natalino, convenceu a filha inquieta a posar, estática como o quadro (na medida do possível) enquanto ele a pintava com luz. A magia que emerge de dentro do baú em traços luminosos, vieram da imaginação de Tiago. A ideia de usar o baú e a fantasia que envolve imagem são de autoria da principal modelo do fotógrafo.

Cinderela

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por ADRIANA ANTUNES

marrou bem apertado o cordão do all star no tornozelo, assim não correria o risco de perdê-lo durante a fuga.

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Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

Lucro festivo

A locação de espaços nos Pavilhões é a grande aposta da Festa da Uva S/A para manter o saldo positivo até 2012, o ano da próxima edição

Pequena e

boa safra P

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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

ela primeira vez desde 2005, a Festa Nacional da Uva Turismo e Empreendimentos S/A, empresa de economia mista que administra o Parque de Eventos Festa da Uva, teve resultados positivos. O lucro foi de R$ 31.456,35. O valor é baixo se comparado ao investimento, mas nada mal para uma empresa com somente dois funcionários e uma virada de mesa em relação aos números de 2009, quando o prejuízo foi de R$ 237,2 mil. As razões para o saldo positivo, segundo o diretor presidente da companhia, Gelson Palavro, são o aumento das locações e a cobrança do estacionamento do parque. Somente o estacionamento representa R$ 1.038.204,86 da receita líquida de R$ R$ 2.251.721,48. “O objetivo é rentabilizar o parque. Locar o máximo possível os prédios, deixá-los menos ociosos. Para isso, buscamos boas feiras, eventos grandes, que atendam aos objetivos da cidade”, enumera Paulo Poletto, diretor administrativo e financeiro. O Parque de Eventos foi locado 65 vezes em 2010 e a empresa começou 2011 com mais de R$ 184 mil em caixa, contra cerca de R$ 17,6 mil de 2009. Gelson Palavro acrescenta, no entanto, que as escolhas de locação não obedecem apenas a critérios financeiros. “Não podemos só pensar em termos de números, mas na geração de resultado para a comunidade. Se tiver um evento que traga visitantes para a cidade,

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pode ser mais interessante do que outro que traga mais resultados para a Festa da Uva.” A razão para a preocupação com os interesses da cidade é que 95% das ações da companhia pertencem à prefeitura. Nem sempre foi assim. Conforme relata o diretor financeiro, em 2005, a administração municipal detinha entre 55% e 60% das ações. A participação aumentou graças a investimentos da prefeitura, principalmente na construção do Centro de Eventos. “Como os outros acionistas não participaram, todo o investimento que colocaram aqui dentro em termos de capital se reverteu em ações”, explica Poletto. Apesar do Centro de Eventos ter sido construído com a participação dos ministérios do Turismo e da Agricultura, somente o Município é acionista, porque os valores para a construção do prédio foram repassados dos ministérios à prefeitura, que doou o imóvel para a Festa da Uva. Os outros 5% das ações são de pessoas físicas e jurídicas, principalmente da região. A maior delas, que detém 2%, é a Embratur, autarquia do Ministério do Turismo. Segundo Poletto, o restante dos acionistas – cerca de 30 – foram beneficiados por planos de incentivo fiscal que permitiam que parte do valor devido como imposto de renda fosse investido na compra de ações em determinadas empresas. O resultado positivo deste ano, no entanto, não trará dividendos para nenhum acionista por decisão da assembleia. A administração da Festa tem uma equipe enxuta. São

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Depois de cinco anos no vermelho, a Festa da Uva S/A tem o primeiro saldo positivo. Ainda que pequena, a colheita é motivo de comemoração dois funcionários – um do setor financeiro e outro da gerência de parques – e três diretores: o presidente, o diretor administrativo e financeiro e o comercial. O restante dos empregados que lá trabalham são terceirizados.

da Festa da Uva, 40 anos da primeira transmissão de TV em cores (que foi de um desfile do corso alegórico) e o ano da Itália no Brasil”, diz Palavro, apontando possíveis temas da próxima Festa da Uva. A agência escolhida deverá ser revelada em março. Enquanto a calO orçamento da maria do Parque de festa de 2012 ficará Eventos leva cor- “Não podemos em torno de R$ 9 redores e skatistas só pensar em milhões, R$ 3 miao estacionamento termos de lhões a menos do vazio dos pavilhões, números, mas que na edição de a Comissão Comu2010. Melhorias nos nitária da próxima na geração de banheiros, o cercaFesta da Uva já tra- resultado para mento do pórtico de balha para lotar o a comunidade”, entrada, uma manta parque novamente. pondera térmica no pavilhão Na última semana, a Gelson Palavro dois e ajustes para o Comissão divulgou espetáculo Som & que, pela primeira Luz deverão ser feivez desde a feira de 2006, a Fes- tos para receber os visitantes. ta da Uva vai selecionar a agência de publicidade para trabalhar no Para o presidente do Caevento. A Fattore Comunicação xias do Sul Convention and ViIntegrada prestou serviço nas úl- sitors Bureau, Valmir Piccini, a timas três edições da festa. Em ocupação do Parque de Eventos 2008 e 2010, a agência foi con- ainda pode crescer, melhorantratada sem passar por nenhum do os resultados da Festa da Uva processo de concorrência. “Acho S/A. “Temos um espaço mais apto que outras agências sempre ficam para feira, mas também há lugar sentidas por não poder participar. para, com alguns ajustes, receber Então pensamos que através des- congressos. Na cidade, não existe sa seleção elas poderão apresentar outro espaço para eventos com suas ideias”, justifica Palavro. O mais de 1,8 mil pessoas.” O precontrato tem rendimento mínimo sidente da Festa da Uva S/A tamgarantido de R$ 100 mil, além das bém pensa em explorar nichos comissões sobre a veiculação em não tradicionais para a estrutura, publicidade. como trazer uma feira do setor “Não vamos ter grandes inves- farmacêutico. Enquanto os notimentos no Parque. Queremos vos eventos não vêm, a previsão é fazer uma festa que de fato anime que, mesmo sem o maior evento e integre a cidade, que procure do parque, a empresa repita os remostrar e comemorar os 80 anos sultados de 2010 neste ano.

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André T. Susin/O Caxiense

Histórias de outros carnavais

“O único esporte que a gente tem agora é a escola de samba”, diz Seu Zé, presidente da Incríveis do Ritmo, disposto ao seu “esporte” preferido

Na comissão de frente,

a velha guarda

Figuras marcantes da folia em Caxias contam histórias e refletem sobre o passado e o presente de uma comemoração que reafirma e reivindica seu espaço na cidade

D

por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

ois grãos de purpurina, provavelmente advindos de um reluzente par de asas de águia pendurado no meio do barracão da Incríveis do Ritmo, refletem a luz da manhã no rosto moreno e sério de Seu Zé. Os pontos dourados brilham quase como se materializassem gotas de suor na alma do homem que dedicou metade de seus 60 anos ao Carnaval. José Garcez não participou da fundação da Incríveis apenas por uma questão geográfica, mas a escola faz parte de sua vida desde 1979. “Os guris que fizeram eram lá de cima, do outro bairro”, explica o morador do Pioneiro, que construiu sua casa ao lado do barracão. Primeiro, ele saiu como componente, tocando surdo na bateria, até 1986. Depois, a escola ficou seis anos parada e na volta, em 1992, Seu Zé resolveu ficar só nos bastidores. “Entreguei para os guris. A gente vai ficando velho, a gurizada começou a crescer... tem que deixar para eles.” Seu Zé trabalhou por muito tempo como montador de estruturas metálicas – o que lhe deu certa habilidade para esculturas

Carnavalescas. Hoje, faz um pouco de tudo no emprego, perto do barracão da escola. Organizou sua vida em torno de sua paixão. O Carnaval é o ofício que preenche as horas vagas. “As escolas de Caxias são mais sossegadas, porque trabalham só dois, três meses durante o ano. Mas o certo mesmo era a gente trabalhar todo o ano”, endivida-se. Como presidente da Incríveis do Ritmo – o mais antigo, dentre todas as escolas de Caxias, em atividade – além de botar a mão na massa para fazer desde fantasia até carro alegórico, Seu Zé tem a missão de saber de tudo que se passa na escola. “Tem que aconselhar os outros a trabalhar melhor, e ter paciência em tudo, se não a gente perde até a razão com eles. E na competição é a mesma coisa: respeitar os outros e trabalhar direito”, ensina. Casado, pai de sete filhos – cinco mulheres e dois homens –, que atuam no Carnaval, seja desfilando, seja na bateria ou até costurando fantasias, o patriarca deixa o Carnaval como herança. “Não pode parar. Se a gente sair, tem que ter os guris para continuar. É um símbolo da vida da gente. O único esporte que a gente tem agora é a escola de samba. Quando era

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novo até jogava bola, mas hoje Rosa, 50 anos de idade e samba, em dia é só a escola”, diz Seu Zé, 38 verões, tocando em bateria de olhando para o barracão e vestin- escola. O gosto de Serginho pelo do, com reverência, a camisa da estilo musical é hereditário. É Incríveis. “A gente espera que o uma tradição familiar ouvir samCarnaval melhore cada vez mais ba, seresta, chorinho, reunir a fae que a gente tenha mília – de músicos oportunidade de re– em sua própria “É a única festa presentar o que é a roda nos churrascos nossa Caxias, tam- que os pobres têm. e encontros de final bém.” Para quem É o Carnaval, de semana. “Sempre reclama do barulho uma vez por ano. tivemos nossos insna Sinimbu, ele dá a trumentos em casa dica. “Tem que en- É um símbolo para fazer nosso xergar melhor, que nosso”, diz Seu barulho, nem que isso aí é uma coisa Zé, 60 anos de fosse a charanga que é um símbolo idade e 30 de na torcida do Cade cada bairro. Que samba xias. O samba está se não é a população na nossa cultura e, nossa aqui... É a únipara quem gosta de ca festa que os pobres têm hoje samba, Carnaval é uma consequem dia. É o Carnaval, uma vez ência.” Aos 12 anos, desfilou pela por ano. É um símbolo nosso. É primeira vez numa escola de samuma festa para todos. Onde muita ba, junto com os primos, também gente se encontra, que a gente não percursionistas, e o tio, apitador. conhece e fica conhecendo, pega Saiu no Floresta Aurora (que foi muita amizade.” Sabedoria de Seu desativada nos anos 70), nos InZé, humilde, dedicado e tranquilo críveis do Ritmo e no Clube Gaúpara ultrapassar os limites da ave- cho – a Protegidos da Princesa –, nida. “E a luta continua, que nem agremiação que o tornaria peçadiz o outro.” chave no Carnaval caxiense. “Era difícil entrar no Gaúcho, porque a “É natural tocar um ins- seleção era muito rigorosa. O fatrumento de percussão”, diz o lecido Ory (Pinheiro, presidente e sorridente Sérgio Ubirajara da fundador do clube) era muito exi26 de fevereiro a 4 de março de 2011

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André T. Susin/O Caxiense Acervo Pessoal, Divulgação/O Caxiense André T. Susin/O Caxiense

Clary (acima) e Valdir (abaixo) investem em fantasias glamourosas (centro)

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gente e eles já tinham uma equipe Juvenil, Juventude, Guarany. Já tide bateria consolidada”, lembra nha essa semente plantada. O que Serginho que, aos poucos, con- aconteceu é que perdemos essa quistou seu espaço e logo entrou cultura dos blocos de salão e das para o departamento jovem do marchinhas para o axé e a influclube. Na juventude, ele costuma- ência do Rio de Janeiro, uma mava também assistir ao Carnaval nifestação popular. O Carnaval de da capital. “A Praiana, a Bambas salão encareceu muito e as pessoas da Orgia, a Imperador, acho fan- deixaram de ir”, avalia. Mas mestásticas aquelas escolas, foram as mo o Carnaval de rua de Caxias que mais me marcaram fora de já sofreu suas grandes mudanças. Caxias. Naquela época era assim, “Antes, todas as fantasias eram se fazia esse dualismo Caxias/ confeccionadas pela comunidade, Porto Alegre, não se tinha essa mas hoje se perdeu esse vínculo. referência do Rio de Janeiro que Já se tem muita fantasia do Rio predomina hoje.” Mais tarde, em e de São Paulo que é reutilizada 1997, ele assumiu a presidência aqui. Tem até de Uruguaiana. Endo Gaúcho, falido e desacredita- trou na rota do comércio natural do, para resgatar e reeguer a es- que todas as escolas fazem. Eu cola Protegidos da Princesa, uma preferia que fosse feito aqui, que das primeiras e mais tradicionais puxasse e usasse a estrutura de de Caxias do Sul. “Não tinha es- Caxias, porque sendo uma capital trutura nenhuma, e com o clube da cultura, a riqueza de pessoas fechado faltava mobilização in- qualificadas é muito grande. Só terna. Foi muito difícil recomeçar que os artistas não conseguem tudo do zero: não tinha instru- emitir nota, então, por esse sistemento, não tinha gente, não tinha ma da prestação de contas que se nenhuma atividade, nada. Mas tem hoje, não dá”, reclama Sergicom o conhecimento nho, sobre as nore as amizades, fomos mas de justificativa ampliando e volta- “Caxias sempre de despesas que a mos para a avenida”, foi uma terra prefeitura exige de conta. Sérgio destaca festeira. Antes quem recebe a vertambém a força das das escolas ba pública. “Além escolas Incríveis do disso, a qualidade Ritmo (a mais antiga, tinha os blocos das fantasias do junto com a Prote- Carnavalescos, Rio é muito boa. que todos os gidos) e XV de NoLá é quase tudo vembro, responsáveis clubes tinham”, indust r ia lizado, por manter acesa a lembra Serginho uma linha de prochama da festa por dução, aqui não causa da rivalidade, temos condição de mesmo quando o Carnaval de rua dar essa qualidade, seria tudo arcaxiense esteve desativado, na dé- tesanal.” Sérgio acredita que tudo cada de 90. “Em 2011 a XV não isso aconteceu por um motivo. vai desfilar. O barracão deles está “Eu separo o Carnaval em dois todo fechado, largado. O (bairro) momentos. O momento da aleBeltrão de Queiroz é só tristeza”, gria e da descontração, que seria lamenta. Depois de três anos à o Carnaval sem competição, dos frente do Gaúcho, Sérgio foi con- blocos que se apresentavam, vividado para assumir a presidên- nham fazendo festa, brincando, cia da Liga Carnavalesca de Ca- que eu acho um momento ímpar. xias do Sul e ajudar a estruturar E o outro, o Carnaval competição. a volta da festa para a Sinimbu. Você vem com brilho, mas regra“2000, 2001 e 2002 foi o auge da do. Precisa de disciplina, então avenida”, diz, relembrando alguns tira a espontaneidade do folião momentos como a volta da Pro- de vir zoando. É cheio de carros tegidos da Princesa aos desfiles, a alegóricos, que dão beleza mas criação da tribo dos Tapuias para tiram a mobilidade da escola. Ao um desfile – novidade em Caxias invés de investir em ser humano – , ou o enredo da XV de Novem- se investe em estrutura.” E reflete. bro homenageando os gaúchos, o “É que nós meio que ‘cariocamos’ mais organizado e mais bonito da o Carnaval. Estamos no Carnaval história da escola, na sua opinião. competitivo, que cria rivalidades, “Virei chacota dentro da vila por- disputas. E perdemos a espontaque perdi o título para eles (Sérgio neidade.” sempre fez parte de escolas rivais da XV), meu samba perdeu naO cabeleireiro Clary quele ano, mas a gente via a ale- Mello e o artista plástico e técnico gria do Beltrão de Queiroz e eu de marketing Valdir dos Santos estava muito feliz”, lembra. são amigos e Carnavalescos de Sérgio tem uma opinião dife- longa data. Clary começou antes. rente daqueles que dizem que esta Em 1975, desfilou pela primeira é uma cidade apenas de trabalha- vez pela Protegidos da Princesa. dores, onde não há espaço para a “Eu sempre gostei de Carnaval diversão. “Caxias sempre foi uma e ainda em Florianópolis, onde terra festeira. Antes das escolas eu morava antes de vir pra cá, já tinha os blocos Carnavalescos, participava. Trabalhando como que todos os clubes tinham. Ha- cabeleireiro, costumava arrumar via grandes carnavais, no Reno, pessoas que frequentavam desfi-

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Serginho diz que o Carnaval caxiense perdeu espontaneidade quando trocou a alegria dos blocos para a competição entre escolas: “Cariocamos” les e bailes. Me achei também no levados aos clubes pelo prefeidireito de botar meu pezinho na to e, normalmente, secretário de passarela”, conta, sem jamais re- Turismo, não só em Caxias como velar a idade. O salão que Clary em outras cidades da região. Era mantinha na Galeum ato quase que ria São Pelegrino político, e os clutinha uma sala ane- “Era um ato bes consideravam xa que funcionava quase político, muito importante como um atelier os clubes receber a comitiva para a confecção de do Rei Momo, se suas fantasias, todas consideravam possível na primeifeitas com detalha- importante ra noite, se possível mento impecável. receber a na primeira visita”, “Eu invejo a sutileza comitiva do gaba-se Valdir. Eles no acabamento do Rei Momo”, contam que o presClary, o que eu não tígio era tanto que, tenho. Onde puder relembra Valdir se num clube a festa colocar um engasgaestava sendo temágato (improvisos), tica com música eu coloco, procuro mais o efeito”, sertaneja, por exemplo, ao ver a brinca o amigo Valdir. Clary pri- comitiva, a banda já improvisava mava (e ainda prima) pelo equi- e passava a tocar sambas e marlíbrio em suas peças – há fanta- chinhas. Os dois tratavam de agisias de 10 anos atrás que, além de tar o baile e, quando estava bem não saírem de moda, continuam animado, iam embora – nunca em perfeito estado –, porém, se para casa, sempre para outro baitransformava na avenida. “Eu le. Certa vez, vistaram 18 em um fui o primeiro travesti de Caxias. só dia, incluindo Veranópolis e As pessoas não me reconheciam. Bento Gonçalves. Os grandes bloUma vez, numa emergência, me cos dos clubes também recepciopassei até por Rainha”, diverte-se. navam muito bem a comitiva: JuEm 1986, a então secretária de venil, Juventude, Guarany, Reno, Turismo, Maria Horn, criou a co- Rodoviário, Palermo... Nunca em mitiva real, para fortalecer a ima- sua própria sede, claro, pois esgem do Rei Momo, e convidou os tavam sempre rodando a cidade, amigos para serem os destaques visitando uns aos outros. do grupo. Na época, a comitiva De acordo com Valdir, o que visitava os clubes, além de recep- aconteceu nos anos 1980 foi uma cionar as escolas na avenida. Este grande revolução no Carnaval e ano, portanto, a dupla comemora no próprio comportamento da os 25 anos no cargo. “No auge, cidade em relação à festa. Primeisaíamos todos os dias. Éramos ro, porque, literalmente, saiu da

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avenida: passou da Júlio para a Si- no dos dois, aliás, nestes 25 anos, nimbu. Depois, porque os carna- continua sendo uma atração à vais de clube foram se acabando, parte no Carnaval de rua. Clary restando apenas o Carnaval de chegou a criar uma capa em prorua, que, com o passar do tempo, porções homéricas, ocupando a também perdeu os blocos e ficou Sinimbu inteira, carregada por competitivo. “A princípio, a gente dois escravos. Já Valdir, que usa dançava em cima de uma plata- óculos, tem até um acessório esforma de caminhão colocada em pecial que vira máscara. Já que frente à Catedral. No começo, era chegam a passar oito horas fantasó um Carnaval ao ar livre. Em 85, siados, o desafio é juntar a beleza já começou a ter escolas”, explica ao conforto e driblar o calor. Valdir. Na época, a pompa era quase a mesma que nos clubes, Em 2011, repetem o velho encom direito a loucuras e extrava- redo de fazer mistério sobre o que gância como colocar um elefante cada um vai usar. “Só peço a Deus petit-pois (seria mais grand-pois, que não esteja chovendo esse nesse caso) para desfilar, empres- ano”, diz Clary. “Sim, porque a tado de um circo que passava pela gente vem carregado de plumas”, cidade. Ou mesmo a realização de completa Valdir. E segue, falando um baile municipal de Carnaval àqueles que repudiam o Carnaval: embaixo de uma lona de circo, no “Às vezes uma escola perde o seu bairro Santa Catarina. Também prumo. Ela não tem quadra, bafoi marcante o Concurso Munici- teria, instrumento, sede. Ela mal pal de Fantasias, ree mal tem um estaalizado junto à Festuto e um estandarta da Uva de 1984, “Isso é um te com suas cores. E no Clube Juvenil. O fenômeno social de repente, em cima traje para os parti- que tem que ser desse estandarte, as cipantes, toda a alta visto e respeitado. pessoas se reúnem sociedade caxiense, e botam 200, 300 Crescemos como era fantasia ou gala, pessoas na rua. Isso “chi-quééér-ri-mo”, cidade, economia, é um fenômeno sodizem em coro Cla- diversidade cial que tem que ser ry e Valdir. “Vieram cultural” diz visto e respeitado. concorrentes ins- Valdir dos Santos Crescemos como critos de todo o Sul cidade, economia, do país em busca diversidade cultural. de um prêmio. Nessa noitada, a As pessoas precisam entender única fantasia da cidade, que foi que tem que ter espaço para tudo, merecidamente premiada, era a o que eu gosto e o que eu não gosdo Clary”, conta Valdir. O figuri- to, também.” 26 de fevereiro a 4 de março de 2011

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Guia de Cultura TVZero, Divulgação/O Caxiense

por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Déborah Secco, de Raquel à Bruna Surfistinha

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CINEMA l Desconhecido. | Suspense. 14h, 16h30, 19h e 21h30. | Iguatemi Liam Neeson (sim, aquele Jedi mais velho de Star Wars, QuiGon Jinn, para os não leigos) é Dr. Martin Harris, que acorda após um acidente de carro em Berlim e descobre que sua esposa não o reconhece e que outro homem assumiu sua identidade. Obviamente, ele questionará sua sanidade tentando descobrir a verdade. Dirigido por Jaume Collet-Serra. Com Diane Kruger, January Jones e Aidan Quinn. 12 anos. 113 min..

dão divino em uma Cruzada na Terra Santa. Batalhas, espadas, mocinha para proteger e perigos. Dirigido por Dominic Sena. Com Ron Perlman, Christopher Lee, Claire Foy.14 anos. 96 min..

Recomenda l Bravura Indômita | Faroeste. 14h50 (leg.) | Iguatemi Você já sabe que este é um longa sobre uma menina de 14 anos que contrata dois policias marmanjos para vingar o assassinato do pai. Agora, repare nos chapéus. “O chapéu é provavelmente a parte mais importante de um figurino de western. Ele diz centenas de coisas. Cada chapéu pertence a apenas um personagem”, diz a figurinistado filme, Mary Zophres, indicada ao Oscar. Dirigido por Ethan e Joel l Bruna Surfistinha | Dra- Coen. Com Hailee Steinfeld, Jeff ma. 14h30, 17h, 19h30 e 21h50 | Bridges e Matt Damon. 16 anos, Iguatemi 106 min.. Filme baseado no livro O Doce Veneno do Escorpião, sobre a l O primeiro que disse| Cohistória real de Raquel Pacheco, a média. De quinta (03) a domingo garota de classe média que virou (13), 20h (leg.) | Ordovás garota de programa (e hoje, tamA comédia italiana conquistou bém se aventura pelo cinema, no público e crítica em seu país de mercado dos filmes pornô). Di- origem. Inédito em Caxias, fala rigido por Marcus Baldini. Com sobre um homem gay que perDeborah Secco, Drica Moraes, tence a tradicional família CanFabíula Nascimento, Cristina tone, proprietária de uma fábrica Lago. 16 anos. 109 min.. de massas, e enfrenta todo o dilema de assumir sua sexualidal Justin Bieber: Never Say de. O galã da história, Riccardo Never | Musical. 14h10 e 19h10 Scamarcio, é apontado como “o (dub. 3D) | Iguatemi novo” Marcelo Mastroianni. DiSeus fãs se revoltaram porque rigido por Ferzan Ozpetek. Com ele perdeu o Grammy de Reve- Nicole Grimaudo, Ennio Fantaslação do Ano, mas vejam só, ele chini, Ilaria Occhini e Lunetta não tem 20 anos e já estrela um Savino. filme, e em 3D. Bela troca. Não garante reconhecimento, mas ar- l Cisne Negro | Suspense. 16h recada mais que uma estatueta e 21h10 (leg.) | Iguatemi dourada. Livre. 105 min.. O filme mais falado dos últimos tempos, está influenciando l O Besouro Verde | Aven- coleções de estilistas importantes tura. 16h40 e 21h40 (leg. 3D) | e, na internet, já tem até tutorial Iguatemi da Julia Petit sobre como fazer a O filme arrecadou U$ 11 mi- maquiagem. Fica a dica para o lhões na estreia, mas parece não carnaval – assistir ao filme, não ter agradado tanto . Para curar copiar a maquiagem. Dirigido a crise dos 30, Britt Reid deci- por Darren Aronofsky. Com Nade virar herói. Sorte dele ter o talie Portman, Mila Kunis, Wiassistente Kato, gênio nas horas nona Ryder e Vincent Cassel. 16 vagas, e cheio de habilidades anos. 113 min.. nas artes marciais. Os dois vão Recomenda combater o vilão Chudnofsky, que quer controlar a cidade. Di- l Senna | Documentário. 20h. rigido por Michel Gondry. Com (leg.) | UCS Seth Rogen, Jay Chou, Cameron O documentário sobre o maior Diaz.12 anos. 119 min.. ídolo do automobilismo brasileiro - e um dos maiores do mundo, l Caça às Bruxas | Ação. sem exagero - volta a ser exibido. 13h30, 15h40, 17h50, 20h e A história não é novidade, mas 22h10 (leg.) | Iguatemi seja pelo saudosismo, seja pela Nicolas Cage é sempre Nicolas qualidade, não dá para perder. Cage, mas agora ele busca o per- Dirigido por Asif Kapadia. Com

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Alain Prost, Frank Williams, Ron Dennis e Viviane Senna. Livre. 107 min.. AINDA EM CARTAZ – As Crônicas de Nárnia 3 - A Viagem do Peregrino da Alvorada. Aventura. 16h (dub.) e sessão extra e gratuita domingo (27), às 14h. UCS. | Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família. Comédia. 18h20 (leg.).UCS | O Discurso do Rei. Drama. 18h40. Iguatemi. | O Garoto de Liverpool. Drama. De sábado (26) e domingo (27), 20h (leg.). Ordovás. | O Ritual. Suspense. 17h15, 19h40 e 22h (leg.). UCS | Zé Colmeia – o filme. Animação. 13h15 (dub.). Iguatemi. | INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Na terça (1) não haverá sessão. Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

MÚSICA l Lacross | Sábado (26), às 23h | A banda dos guris Rodrigo Marenna (vocalista), Ricco Sirtoli (guitarra) e Diego De Toni, baterista que participou do programa Geleia do Rock, do Multishow, lança seu primeiro álbum, com apoio do Financiarte. Uma das faixas conta com a participação de Rodrigo Tavares, baixista da Fresno. Vagão Bar R$ 12 (até meia-noite e com nome na lista) e R$ 15 | Estação Férrea | 3223-0007 Recomenda l Nova programação Vagão Classic | A partir de terça (1), 18h | O bar que fez o favor de trazer um gostinho do antigo Revival aos saudosistas elabora um calendário de novas atrações de entretenimento fixas, para março.

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Toda terça, segue o Projeto Rock & Cultura, com palestras, debates, comédia stand-up e cinema. Na quarta, é a vez do Classic Gamer, uma noite de futebol nas Tvs, jogos do acervo (xadrez, damas, uno, general, resta um, cartas, baralho espanhol, dominó) gratuitos, e uma novidade: batalha de Guitar Hero. Na Quinta-feira do Beijo, basta na hora de pagar sua comanda demonstrar todo seu “amor” por seu parceiro(a) e metade das entradas é por conta da casa. Na sexta, quem fizer seu aquece no Classic e for ao Vagão Bar ganha desconto e cerveja grátis. O último dia da semana vira Sábado Underground, sem acústicos, apenas com shows, e abre espaço justamente aos estilos alternativos. Vagão Classic R$ 8 | Júlio, 1343 | 3223-0616 TAMBÉM TOCANDO – Sábado (26): Jaque Soul. MPB e Soul. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Aniversário Anglo-Americano. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3409-1900 | Puracazuah. Pagode e eletrônica. 23h. Havana. 32246619 | Acústico Dan Ferreti. MPB. 22h. The King Pub. 30217973 | Absinto a Festa. Eletrônica, pagode e sertanejo universitário. Move. 3214-1805 | Natural Dread. Reggae. 22h. Bier Haus.

3221-6769 | Poder da Criação. Samba. 22h. Boteco 13. 32214513 | Jack Brown. Pop. 23H30 Bukus Anexo. 3285-3987 | Revólver. Rock. 22h Vagão Classic. 3223-0616 | Acústico Jorge Flores (Dinamite Joe) + Banda Long Play + DJ Eddy. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 32205758 | Grupo Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Domingo (27): Caxias do Som Especial Verão. Orquestra Municipal de Sopros. 17h. Parque Cinquentenário. 3901-1316 | Tarja Preta. Samba. 22h. Boteco 13. 3221-4513 | Som Brasil com Pagode Júnior. Samba. 21h30. Portal Bowling. 3220-5758 | Mississippi em Chamas. AC/DC Tribute e Creedence Clearwater Revival Tribute. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Segunda(21): Dj Aristocrata. Pop rock. 19h. Aristos London. 3221-2679 | Terça (01): Bob Shut. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Dj Aristocrata. Pop rock. 19h. Aristos London. 32212679 | The Blugs. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Quarta (02): Los Infernales. Rock Brasil. 22h30. Boteco 13. 32214513 | HardRockers. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Tríplice. Pop rock. 22h. Bier

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Haus. 3221-6769 | Quinta (03): The Juke Joint Band. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Fabrício Beck e Trio. Rock Nacional e Internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Vicka. Rock. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | César de Freitas e Banda + DJ Eddy. Pop rock. 21h30. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (04): Dan Ferrreti. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Mardi Gras 2011 - Fabrício Beck Trio e Andy & The Rockets. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Retrato Falado + DJ Eddy. Pop rock. 21h30. Portal Bowling. 3220-5758 |

l Exposição de Fotografias | De segunda a sexta, das 8h às 18h30 | Os fotógrafos são os alunos das Ações Educativas Complementares das Escolas Municipais Padre João Schiavo, Padre Antonio Vieira, Alfredo Peteffi e Caldas Junior. Galeria da Smed Entrada Franca | Borges de Medeiros, 260 | 3901-2323

l Vidro: Arte e Transparência | De segunda à sexta, das 8h30 às 18h, sábados das 10h às 16h | A exposição do Grupo de Artistas Vidreiros de Porto Alegre, que transforma o vidro comum e arte, dando a ele cores e formas inusitadas foi extendida até o dia EXPOSIÇÕES 5 de março. Recomenda Galeria Municipal l O Caxiense Um Ano | De se- Entrada franca | Dr. Montaury, gunda a sábado, das 10h às 19h30 1333 | 3221-3697 e domingos, das 16h às 19h | Completamos um ano de jor- AINDA EM EXPOSIÇÃO – Dinalismo inteligente e, para come- versidade Cultural nos Trilhos morar, selecionamos as 12 capas da História de Caxias do Sul. mais bacanas. Junto com as telas, Antônio Carlos Lorenzett. De selegendas contextualizando as re- gunda a sexta, das 8h30 às 18h30, portagens e falando dos bastido- sábados das 8h30 às 12h30. Esres da produção. A curadoria é paço Cultural da Farmácia do de Mona Carvalho. Ipam. 3222-9270 | Mostra de Catna Café Grafite Caxias 100 Anos. GraEntrada franca | Júlio de Casti- fiteiros Digo, Dub, Favelinha, lhos, 2854 | 3212-7348 Feio, Hauli, HP, Marcos, Melão e

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Carlos Pontalti, Divulgação/O Caxiense

Noite | The King Pub

Não é mais um pub caxiense por Carol De Barba

Pub é um termo originário do inglês britânico que designa estabelecimentos típicos da Inglaterra. São pequenos bares, normalmente térreos, porões ou subterrâneos, que possuem uma clientela fiel interessada, principalmente, nas bebidas alcoólicas – a variedade maior costuma ser de cervejas, de tipos e preços. De acordo com essa definição, o The King não é exatamente um pub, mas nem por isso é menos divertido. A proposta é bem interessante: um local pequeno, porém, capaz de conjugar happy hour, jantar e balada. Pelo convite para a inauguração, a ideia de fidelização da clientela também ficou bem clara – em cada caixinha dourada vinha um saquinho preto, de veludo, com um pingente dourado onde foi gravada uma coroa, o símbolo do bar. Pela identidade visual também já se percebia que uma noite no local não seria sinônimo de informalidade, o que é apenas confirmado pela decoração. A arquitetura do pub, aliás, é um dos pontos fortes do local. A projeto dos arquitetos Jéssica De Carli e Felipe de Azevedo é moderno e aconchegante. Repetindo a fórmula que deu certo no Havana, eles apostaram em muita pesquisa em antiquários e até casas de amigos para encontrar elementos ímpares que, mais do que dar identidade ao bar, marcam o estilo do trabalho da dupla. Bacana a área de fumantes, onde há um jardim suspenso de samambaias feito com uma porta retirada de uma residência prestes a ser demolida. Ótima solução para tornar o espaço mais fresco, já que ele fica dentro da área útil do bar e, ao mesmo tempo, deve ser adequado às recentes leis que regulamentam o fumo dentro de bares, restaurantes e casas noturnas. A diferença entre o ambiente principal e a pista de dança/área para shows é marcante e, provavelmente, proposital, já que o conceito do bar pretende conjugar diferentes opções de noite. Uma parte fundamental, porém, causou divergência de opiniões entre os convidados para a inauguração: o banheiro. Na área do lavatório, não há separação entre masculino e feminino, apenas as cabines são diferenciadas. Muita gente estranhou. Outros, como os estudantes do Campus 8 da U CS, acostumados com a ideia, não acharam nenhum absurdo. O cardápio é uma promessa e tanto, indo de opções italianíssimas como Agnolini Frito, Nhoque e Polpettone até o Filé Wellington, adorado pelos ingleses, e uma novidade por aqui. Resta apenas provar as delícias, para saber se fazem jus às belas imagens que ilustram o site do pub e, pacientemente, esperar passar o tempo de deslumbramento que se segue à inauguração de toda nova casa noturna caxiense. Ano que vem a gente conversa de novo.

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The King Pub conta espaços aconchegantes e variada gastronomia: apostas para ser mais do que uma febre Ray. Visitação livre. Largo da Estação Férrea |

TEATRO l Inscrições 13º Caxias em Cena | De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h | Até 31 de março, grupos e companhias que desejam participar com espetáculos ou atividades paralelas (oficinas, palestras, debates , etc.) devem encaminhar suas propostas. O regulamento e as fichas de inscrição estão disponíveis no site da prefeitura (www.caxias.rs.gov.br). A 13ª edição do festival será realizada de 13 a 25 de setembro. Unidade de Teatro Gratuito | Centro de Cultura Ordovás | 3901-1316 |

CULTURA POPULAR Recomenda l Carnaval de Rua de Caxias do Sul | Sábado (26) e domingo (27), às 20h | A rua Sinimbu vira avenida para o desfile de dez escolas de samba de Caxias. Os ingressos para as arquibancadas podem ser adquiridos na bilheteria da Casa da Cultura, das 9h às 17h30. No sábado, desfilam Unidos da Zona Norte (com o tema Tem gosto de maçã na serra, na Zona Norte o pecado é não comer), Mancha Verde (O espelho; nele como aquilo que somos...bem como aquilo que deixamos de ser), Pérola Negra (Pérola Negra da show na arte de colecionar), Reino do Sol e da Lua (Na África fui buscar um povo vencedor. Sou negro sim senhor), Protegidos da Princesa (A Verde e Rosa conta a história das 7 maravilhas da antiguidade e encontra a oitava: Protegidos Rainha do Carnaval) e Filhos de Jardel (Das veias da mãe África, para o fundo de quintal, o negro forte e destemido que embala o povo brasileiro). No Domingo, Incríveis do Ritmo (Como será o amanhã? A sedução da Curiosidade), Acadêmicos do São Vicente (Sobre as asas de um sonho a São Vicente canta e desvenda os 7 fenômenos da natureza), Império do Jardim América (Voar Voar nas asas deste samba) e Imperatriz do Vale (A arte circense no céu de lona azul e branco). R$ 5 | Rua Sinimbu

l A Arte de Representar | Quinta (3) e sexta (4), das 19 às 22h, sábado (5) e domingo (6), das 14h às 17h | A oficina é ministrada pelo ator e diretor Davi de Souza e está em sua segunda edição. As aulas são direcionadas para o público em geral, a partir de 15 anos, e têm como objetivo desenvolver a comunicação e a liderança, através de jogos dramáticos, desenvolver a criatividade e espontaneidade, estimular as capacidades intelectuais e os relacionamentos sociais, e trabalhar habilidades físicas como: voz, olhar, gestos, movimentos, equilíbrio, flexibilidade, expressão corporal e verbal. Inscrições em horário comercial pelo telefone 3221-0261. PRAIAS Sala de Ensaio R$ 160 | Júlio, 1526 | 3028-0261 Arroio do Sal:

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do(19): Show com a banda Mania de Você. Pop. 22h. Sede | Sexta(04): Muamba Municipal. Pop. 22h. Sede | Programação fixa: Quarta (02): A casa faz a festa. Sarau. Calçadão Rua Boa Vista | Quinta (03): Cinema infantil. 15h. Cinema adulto. 21h. Centro Ágora do Arroio | Biblioteca e Tele Centro. De segunda a sexta, das 14h às 20h | l 6ª edição da Feira do Artesão de Torres | Diariamente, das 15h às 23h30 | O melhor daqueles produtos que a gente só encontra na praia, como brincos de pena, colares de casca, pulseiras de coco, até produtos mais elaborados, confeccionados com metais e pedrarias, artesanato decorativo e telas de artistas de rua. Praça Pinheiro Machado Entrada Franca | Av. Beira-mar, Centro | Torres AINDA EM TORRES: Sábado(26): Denver Reginato. Pop. 17h. Casa de Verão Band/Sesc | Praça solidária. 21h. Praça Borges de Medeiros | Namorado? Eu tinha Um. Teatro. 21h. Centro Municipal de Cultura | Teatro de rua. 19h. Praça Pinheiro Machado |

FÉRIAS

l Fantastic Ball | Diariamente, das 10h às 22h | A brincadeira é tentar ficar em pé dentro de gigantes bolas infláveis numa piscina. Para crianças e adultos brincarem de ser hamster. Praça de Eventos do Iguatemi Sába- R$ 10 | Shopping Iguatemi |

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Dupla por FABIANO PROVIN André T. Susin/O Caxiense

Frase

“Precisamos encher o campo na semifinal.” Do presidente do Caxias, Osvaldo Voges. Na verdade, não é uma frase. Trata-se de uma convocação.

Reforços

Depois do meia argentino Rodrigo Archubi, desembarcou no Jaconi o meia Rodrigo Ost, 22 anos, que estava no Mogi Mirim-SP. E, na manhã de sexta (25), o departamento de futebol anunciou a contratação do atacante Rafael Aidar, 28 anos, que estava no Noroeste-SP.

QUAL CAXIAS

Grenás 100%

Faça chuva ou faça sol, eles estão no Estádio Centenário. Os torcedores Diogo Mondin (mais conhecido por Mixola), Fabiano Serafini (o popular Lagarto) e Anderson Reche (da esquerda para a direita na foto), apostando na boa fase do Caxias, não pouparam esforços (e as economias) para acompanhar o time em Brasília, na goleada de 5 a 0 sobre o Ceilândia. Aliás, o grupo de grenás que esteve em solo candango foi representativo. Para registrar a viagem, além de inúmeras fotos no Estádio Abadião, a tradicional pose com a bandeira e a engrenagem diante do Congresso. Desde a noite de quinta-feira (24) eles estudam a possibilidade de curtir, em março, uma rápida viagem para João Pessoa. Isso porque o Botafogo da Paraíba empatou em 0 a 0 com o Vitória-BA e conquistou a vaga para a segunda fase da competição (venceu o jogo de ida por 3 a 1), quando enfrentará o Caxias. A data do primeiro confronto, a partir da segunda quinzena de março, no Estádio Almeidão, depende de confirmação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em abril acontece o jogo de volta (se houver), no Centenário. Acervo pessoal, Div./O Caxiense

ENFRENTA O SÃO JOSÉ? O Caxias, com seus méritos, está na semifinal da Taça Piratini, o primeiro turno do Gauchão. Em 10 jogos até agora, somando a Copa do Brasil, venceu sete, empatou um e perdeu dois (ambos por 2 a 1, para Juventude e Grêmio). Mas o Caxias não apresentou um futebol padrão. Isso também pelo fato de o técnico Lisca ter repetido poucas vezes o time – em virtude de lesões e suspensões. Mas qual Caxias enfrentará o São José às 18h30 deste domingo no Centenário? A pergunta é mais do que válida nessa hora. Gostaria de ver o Caxias que goleou o Ceilândia-DF, ou o Caxias que venceu o Inter-SM. Em ambas as partidas a equipe desenvolveu um futebol ofensivo. Na primeira formação, o volante Dê foi para a lateral direita, com Pedro Henrique, Everton e Lima no ataque. Contra o Interzinho, Alisson esteve na lateral; o trio ofensivo teve Balthazar, Pedro Henrique e Lima. Na lateral esquerda, Gerley é titular desde o CA-JU. Não quero ver o Caxias que aplicou o magro 1 a 0 no Porto Alegre. Nem o que levou uma série de perigosos contra-ataques do Veranópolis.

O São José, por sua vez, não terá o jogador que foi destaque na vitória por 2 a 0 sobre o Juventude, responsável pela eliminação dos papos. O meia Chiquinho, formado na base do Inter como lateral esquerdo, foi autor de um gol, deu passe para o segundo, levou um cartão amarelo e está suspenso. O atacante Xavier é outro que não joga (mesmo motivo). O goleiro Rafael, que sofreu uma lesão muscular contra o Ju, é dúvida. Mas não é por isso que Lisca deverá baixar a guarda. O meio-campo do Zequinha marca em cima e complicou a classificação do alviverde.

Juniores

Após o técnico Carlos Eduardo de Moraes ser promovido a auxiliar de Picoli no Ju, foi anunciado no dia 21 o novo treinador da categoria sub-20 do Juventude: Péricles da Costa, que desde maio de 2010 atuava como coordenador técnico das categorias de base. A oficialização ocorreu no mesmo dia em que os jovens se reapresentaram no

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Lisca não poderá contar com o volante Marcos Rogério para enfrentar o Zequinha – suspenso pelo terceiro cartão amarelo. No primeiro trabalho tático da semana, o treinador grená usou André Sangalli; Alisson, Édson Rocha, Marcelo Ramos e Gerley; Dê, Itaqui, Edenílson e Pedro Henrique; Éverton e Lima. O zagueiro Neto recupera-se de dores musculares e pode retornar à equipe. Para o meio-campo, o grupo tem ainda os volantes Felipe Gonçalves e Bruno à disposição.

Jaconi visando a preparação para a disputa do Gauchão da categoria. Péricles já trabalhou nas categorias de base do Ju em duas oportunidades como técnico – entre 1996 e 2001, dirigindo as equipes infantil e juvenil; e entre 2006 e 2008, com os juvenis, juniores e o Juventude B (em um passado recentíssimo, o Ju tinha time B).

Descansado

O Caxias chega à semifinal descansado. Após a conquista da classificação sobre o Veranópolis, Lisca deu um dia e meio de folga para os jogadores. Já o São José jogou pela Copa do Brasil na noite de quinta (24) – fez 1 a 0 nos reservas do Paulista-SP. Na semana que passou, o Caxias também tratou de assegurar o elenco. O zagueiro Édson Rocha, 28 anos, renovou contrato até o fim do ano com o clube (o contrato inicial valia até maio). Outro que a gerência de futebol optou em manter foi o lateral esquerdo Gerley, formado nas categorias de base. O jovem de 20 anos renovou até o fim de 2012 (alguém lembra do Edu Silva?). Vale lembrar: a outra semifinal da Taça Piratini será disputada às 16h deste domingo, no Olímpico, entre Grêmio x Cruzeiro.

Avaliação

A eliminação já ocorreu, mas é bom conhecer a opinião do técnico Picoli. Depois da derrota em pleno Jaconi, o treinador papo fez uma breve avaliação do desempenho da equipe no 1º turno. Em nove jogos, foram quatro vitórias, dois empates e três derrotas – o saldo é zero, com 10 gols pró e 10 contra. “A derrota veio em um mau momento, pois a expectativa da torcida era grande devido aos últimos jogos em casa. Houve um descontrole entre os setores. A responsabilidade é minha, que não consegui fazer a equipe render”, justificou Picoli. Méritos, na verdade, do São José, que soube aproveitar os erros do Ju. “Sobre o 1º turno, poderíamos ter ido um pouco mais adiante. Agora, vamos agregar os atletas que chegaram e equilibrar o setor ofensivo”, disse o técnico, referindo-se às cobranças ao ataque, que passou três jogos sem gols. E quem pensou que haveria folga no Jaconi se enganou. A programação foi montada com treinos todos os dias, inclusive neste sábado, e em dois turnos. O foco é chegar mais longe na Taça Farroupilha, o segundo turno (o Ju estreia em casa, contra o Grêmio, no dia 9 de março).

Brasil

Sem emitir uma opinião, mesmo sabendo de muitas falcatruagens: o que é essa briga entre Clube dos 13 (que não é mais formado por 13 clubes), Rede Globo e afins? E desorganizado dessa forma o futebol brasileiro foi penta mundial...

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Guia de Esportes

Fotos: Adriano Daka, Martina K, Divulgação/O Caxiense

por Robin Siteneski | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

O colorido dos balões é substituído pela poeira das motos na Final da Copa Verão de Motocross, em Torres

FUTEBOL Recomenda l Caxias X São José | Domingo (27), 18h30 | Classificado para as semifinais da Taça Piratini depois da vitória contra o Veranópolis, o Caxias enfrenta o São José. Pelo menos uma modificação na equipe grená é inevitável, o volante Marcos Rogério, que levou o terceiro cartão amarelo na última partida. Estádio Centenário R$ 40 cadeiras; R$ 20 arquibancada; R$ 10 estudantes e idosos; R$ 30 acompanhantes de sócios. l Campeonato Municipal | Sábado (26) | Os três jogos deste final de semana podem definir quem se junta ao Santa Cruz e Fátima e ao Linha 13 na Série Prata. Como na semana passada, os jogos depen-

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dem da vontade de São Pedro. Enxutão (Luiz Covolan, 1.560) e Municipal II (Júlio de Castilhos, 4.390) Entrada gratuita

FUTSAL l Campeonato de Futsal Sesc Farroupilha | Terça (1) e Sexta (4), às 19h30 | A competição chega ao fim nesta semana. Tramontina e São Roque/Aureoscar/Don Francesco já estavam garantidos nas semifinais e, por causa de vitórias nos jogos da última quinta (24), Pegô! Auto Elétrica e Atômica Visual/Rossicar/Malhas Paniz vão disputar vaga para a final. Parque Cinquentenário Farroupilha

categorias individual, dupla, quarteto e quinteto. As inscrições acabaram na quinta (24) e os vencedores podem ganhar prêmios de até R$ 1 mil. Largada e chegada no estacionamento principal dos Pavilhões da Festa da Uva

Recomenda l Final da Copa Verão de Motocross | Domingo (27), às 13h | Torres | Cerca de 100 concorrentes devem disputar a final no Parque do Balonismo. É possível se inscrever na hora. A entrada é gratuita.

LITORAL

l Campeonato Gaúcho de Aquathlon | Domingo (27), às l Campeonato de Pesca | Sá- 16h | Torres | bado (26), às 9h | Arroio do Sal | Competidores nadarão da Ilha Duplas, masculinas ou femini- dos Lobos até a orla e correrão nas, podem tentar a sorte na pes- pela Avenida Beira Mar. ca em alto mar. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no l Final do Campeonalocal. to Praiano de Futebol de Areia | Domingo (27), às 16h e l Beach Rafting | Sábado (26) 17h | Torres | e Domingo (27), das 10h às 12h30 A competição tem duas categoe das 14h às 18h30 | Areias Bran- rias. Primeiro jogam os “coroas”, cas e Arroio do Sal | depois os da categoria aberta. Quem cansou dos passeios na CORRIDA beira da praia pode se aventurar l Campeonato Municipal l 2ª Corrida de Revezamen- em um bote de borracha com seis de Futevôlei | Domingo (27), to “Caminho das Colônias” amigos. As inscrições são gratui- a partir das 16h | Arroio do Sal | | Domingo (27), às 8h | tas e a segurança é garantida com Juntos, futebol e vôlei tomam A competição terá 16 km em a presença de instrutores. conta das areias de Arroio do Sal.

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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

O bispo coadjutor dom Alessandro Rufinoni assumiu a cadeira da Mitra Diocesana no Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul. Ele substitui o padre e professor Paulo César Nodari, que se encontra na Alemanha em temporada de estudos. A reunião de quinta-feira (24) do Conselho não contou com representante do governo do Estado. Por excesso de opções, o nome ainda não foi indicado pelo governador Tarso Genro.

Jubileu

A professora Loraine Slomp Giron completa 50 anos de UCS na primeira semana de março. E ela encontrou uma maneira muito particular para comemorar o jubileu de ouro, bem de acordo com seu perfil: não vai mais dar aulas na instituição. A aposentadoria depende de um acordo com a administração. A UCS, como universidade, existe desde 1967. Loraine começou a lecionar no curso de História seis anos antes – e nunca optou pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

TRANSPARÊNCIA NA FESTA DA UVA Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. A Festa da Uva abriu a possibilidade para que os muitos publicitários criativos da cidade, dispostos a dar uma nova face à comunicação do evento, apresentem suas ideias – apesar do prazo exíguo. As propostas das agências interessadas em criar a campanha promocional da Festa da Uva 2012 devem ser apresentadas até o dia 10 de março. A empresa vencedora será anunciada no dia 19. O interesse pela definição da agência de publicidade surpreendeu os dirigentes da festa. Empresas de outros estados e até da Argentina pediram informações a

A CIC caxiense poderá ter uma primeira mulher em sua presidência. A atual vice de Serviços, Fúlvia Stedile Angeli Gazola, já se colocou como pré-candidata à sucessão de Milton Corlatti. A escolha do novo (ou da nova?) dirigente da entidade empresarial só acontece em setembro/outubro.

“Se ele vai anunciar ou não Vila Oliva como local do futuro Aeroporto Regional, não sei. Mas o tema é esse: aeroporto”, assegura o presidente da CIC, Milton Corlatti, ao confirmar a vinda do governador Tarso Genro a Caxias, no dia 21 de março, em reunião-almoço da entidade.

Terapêutica

Pelas reações, do governo e da oposição, foi mal encaminhada pela Secretaria da Saúde a implantação do Condomínio Residencial Terapêutico. Mesmo os que defendem a iniciativa entendem que deveria ter havido mais de discussão. No mínimo, evitaria a polêmica desgastante.

Perguntado se ainda há sentido em discutir o tema, o coordenador do Congresso Internacional de Direito e Marxismo, Sérgio Augustin, responde: “É o que vamos saber”. Augustin é também coordenador da pesquisa “Marxismo e Ambiente”. O congresso acontece de 27 a 29 de março, na UCS, em parceria com a Universidade Federal Fluminense e a Universidade de Fortaleza.

respeito do processo de licitação. Mas um critério básico adotado pelo setor de marketing do evento é o de que a participante deve ter sede em Caxias do Sul. A Festa da Uva S.A. fechou as contas do ano de uma forma ainda melhor que a publicada nesta coluna. Em 2009, a empresa teve R$ 230 mil de prejuízo para um lucro de R$ 37 mil no ano passado. As receitas também se ampliaram – de R$ 200 mil em 2003 para R$ 2,4 milhões no ano passado. A empresa está com caixa suficiente para investimentos no parque, entre eles um que pretende resolver ou minimizar o calor excessivo no interior dos pavilhões.

Presidenta?

O tema

Marxismo ambiental

Atacáveis

Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

No Conselho

Na Câmara Federal, na semana retrasada, os deputados Gilberto Pepe Vargas (PT) e Assis Melo (PC do B) engoliram discursos históricos para ficar com o governo na definição do salário mínimo a R$ 545, enquanto o Dieese – alguém lembra dele? – aponta para a necessidade de um salário de R$ 2.227,53. Na semana passada foi a vez do senador caxiense Paulo Paim (PT) passar por cima de bandeiras históricas e de uma mobilização pessoal pelo valor de R$ 560 e também votar no mínimo imposto pela necessidade de equilibrar as contas deixadas pelo governo Lula. O outro caxiense no Senado, Pedro Simon (PMDB), também seguiu o governo e votou pelos R$ 545. Em seu discurso na sessão de votação, Paim fez questão de ressaltar que a política salarial do governo é “inatacável”.

Presente Ungido

Poderia ser o secretário de Finanças, Carlos Búrigo, ou o titular da pasta de Obras, Celso Empinotti. Quem sabe ainda o coordenador distrital, Moacyr Bressan. Afinal, todos esses setores têm uma vinculação mais estreita com o Programa de Asfaltamento do Interior. Mas não. Sabe-se lá por que, quem

vem discursando nas cerimônias de assinaturas de início das obras do PAI, no interior do Município, é o chefe de gabinete, Edson Néspolo (foto), do PDT, como no último sábado (19), em São Braz. É claro que a escolha dá margem para muitas especulações de ordem eleitoral.

Vou tentar o diálogo até o último minuto Senador caxiense Paulo Paim (PT), na semana passada, quando ainda tentava convencer a bancada do partido a aprovar um salário mínimo de R$ 560.

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Por pouco o prefeito José Ivo Sartori não ganhou de amigos, como presente de aniversário, o pagamento da taxa de matrícula para frequentar um curso de gaita na escola do professor Eleonardo Caffi. Os amigos desistiram da ideia quando o prefeito, na festa oferecida a ele no salão da igreja do bairro São José, quinta-feira (24) à noite, preferiu posar para fotos sem portar o disputado instrumento musical.

No dia certo

Uma lei específica e a liderança do vereador Edio Elói Frizzo (PSB), presidente da Liga, colocaram o Carnaval de Caxias nos eixos. Os caxienses poderão ter a prova neste fim de semana carnavalesco. Por força da lei, dinheiro público só depois da festa e para as melhores escolas – em forma de premiação às vencedoras. E também de acordo com a legislação, este é o último ano em que o carnaval caxiense se realiza na cidade fora da data oficial.

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