Olhar de Cinema - Curitiba IFF

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PATROCÍNIO

APOIO CULTURAL

PROMOÇÃO

APOIO

PARCERIA

REALIZAÇÃO


Editorial

05

Jurados

13

Prêmios

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Filme de Abertura

22

Olhar Retrospectivo

24

Competitiva Janela Internacional de Longa Metragem

31

Competitiva Olhares Brasil de Longa Metragem

47

Competitiva Janela Internacional de Curta Metragem

55

Competitiva Olhares Brasil de Curta Metragem

65

Novos Olhares

72

Outros Olhares

77

Mirada Paranaense

89

Lançamento da Série Caminhos

94

Multiolhares

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Editorial

Jury

Awards

Opening Night Film

Retrospective

International Feature Film Competition

Brazilian Feature Film Competition

International Short Film Competition

Brazilian Short Film Competition

New Views

Other Views

Paraná State Films

Premiere of TV Serie On the Move

Multiolhares

I Seminário de Cinema Contemporâneo de Curitiba

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Oficinas

115

Olhar Itinerante

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Apêndice

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First Contemporary Cinema Seminar of Curitiba

Workshops

Olhar Itinerante

Appendix


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OLHAR DE CINEMA 2012

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/english Organizing a film event has proved a huge challenge for us, who so far only devoted ourselves to making films. But it is also an exciting challenge, to contribute as a wake-up call, increasing the audience’s interest in independent films and dissemination of a wide variety of films. With a growing and relevant film production, the city of Curitiba lacked a space for dissemination and training, in order to help local production and get the viewer in touch with artistic works. Although we have some theaters in the city dedicated to independent cinema, numerous authors and films had remained unseen to the general public’s eye. It is in this context that the idea of Olhar de Cinema - Curitiba International Film Festival came to mind. With no requirements of premiere, the goal of the festival is to promote reflection on cinema and develop different point of views by highlighting both short and feature films that are unusual in Brazilian movie theaters. Comprising several cultural expressions, the direction of the festival wants the meeting of new talents with veteran directors, prestigious guests and the audience to be the soul of the festival. Screenings. Debates. Workshops. Seminar. Reflections. Training. Exchange of ideas. All this in a dynamic and friendly atmosphere. Partnerships and opportunities being created around cinema. We thank the sponsors, supporters, political leaders, cultural and cinema associations and professionals, the press and the audience; without whom this project would not be possible. We invite everyone to join us in this journey, which begins now and, we believe, will persist on making the festival Olhar de Cinema a film reference in the cultural scene of Curitiba.

Aly Muritiba, Antônio Junior and Marisa Merlo Artistic Directors

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Organizar um evento cinematográfico tem se mostrado um enorme desafio para nós, que até o presente momento nos dedicávamos à realização de filmes. Mas é também um desafio estimulante, esse o de contribuir para a formação de público e difusão de cinematografias.

Exibições. Debates. Oficinas. Seminário. Reflexões. Formação. Intercâmbio de ideias. Tudo isso em um ambiente dinâmico e amigável. Parcerias e oportunidades sendo criadas em torno do cinema.

Com uma crescente e relevante produção cinematográfica, a cidade de Curitiba carecia de um espaço de difusão e formação, que desse vazão à produção local e que propiciasse ao espectador contato com obras de cunho autoral. Apesar de termos na cidade algumas salas dedicadas ao cinema independente, inúmeros autores e cinematografias permaneciam à margem de nosso circuito exibidor. Deste contexto é que surge a ideia do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Agradecemos aos patrocinadores, aos apoiadores, as lideranças políticas, as associações e profissionais da cultura e do cinema, a imprensa e o público, que tornaram possível a realização desse projeto.

Convidamos a todos para estar conosco nessa caminhada que se inicia, e que acreditamos perdurará, tornando-se o Olhar de Cinema um referencial na vida cultural de Sem exigências de ineditismo, o objetivo do festival Curitiba. é promover reflexões sobre o cinema e formar novos olhares, dando destaque a curtas e longas metragens pouco comuns nas salas de cinema brasileiras. Aly Muritiba, Antônio Junior e Marisa Merlo Abrangendo várias expressões culturais, a direção Diretores Artísticos do festival deseja que o encontro de novos talentos, realizadores veteranos, convidados prestigiados e o público seja a alma do festival.

OLHAR DE CINEMA 2012

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Writing about programming a film festival can be as difficult as choosing the films for a film festival. Cinema can be considered industry, market, can be considered entertainment, art and/or a reflective tool. In the end, writing about it is like writing about something that does not exist, because what exists are cinematographies, films, directors, viewers. And though you can’t generalize this human activity, you might dare say it is a form of inter-relationship of the director with the society, but not only that: it is also a way of being in the world. With a daily relationship, which comes from the chairs of film college and still goes on in the management of a production company, has developed between us, the three programmers of the festival, a vision that cinema is, among many other possibilities, a reflective tool, not only about itself, but also mainly on society, containing representative speeches about certain aesthetic-historical-cultural moments. The short and feature films that have been selected for the competitive and noncompetitive sections of the Olhar de Cinema are works that reveal much about what it means to make films in a specific context. That is: what it means to be aware of the implications of making films in a specific place. This self-awareness in the world requires involvement and commitment. Outside any cinema axis and secular influences, we deemed irrelevant criteria such as previous participation in major festivals and awards. For a first edition of a festival it may seem like a foolish decision, but this came up because much of what was not sanctified by the festival world had a different view about the world and cinema, and about cinema in the world. And for us these films deserved a meeting place with the audience. The focus was heavily on the films’ commitment and their aesthetics. We often discuss in an attempt to establish an equal value for both (form and content), thus seeking to avoid formalisms, mannerisms, as well as simply effective dramaturgy. At the appreciation of the works, we sought disquieting, expressive and provocative aspects in films that interact with each other and complement each other. We assumed that one of the determining factors of the choice of films was the position of the directors in their society and their points of view about different problems. Cinematic constructions that somehow place us before and/or immersed in a microcosm that might help us to understand ourselves as human beings and members of a society. We assumed the risk of looking for works that may contain gaps, but in the end they stand as an aesthetic and discursive power.

Aly Muritiba, AntĂ´nio Junior and Marisa Merlo Programmers

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Escrever sobre a curadoria de um festival de cinema pode ser tão difícil quanto escolher os filmes. O cinema pode ser abordado pelo viés industrial, mercadológico, pode ser considerado entretenimento, arte e/ou ferramenta reflexiva. No fim das contas, escrever sobre ele é escrever sobre algo que não existe, pois o que existe são cinematografias, filmes, realizadores, espectadores. E embora não dê para generalizar no que diz respeito a esta atividade humana, ousaríamos dizer que ela é uma forma de inter-relação do realizador com a sociedade, mas não só; é uma forma de estar no mundo. Com uma convivência diária, que vem desde as cadeiras da universidade de cinema e se estende até hoje na gestão de uma empresa produtora, se desenvolveu entre nós, os três curadores do festival, uma visão de que o cinema seja, dentre outras tantas possibilidades, uma ferramenta reflexiva, não apenas sobre si mesmo, mas principalmente sobre a sociedade, contendo discursos representativos do conjunto de determinados momentos estético-histórico-culturais. Os curtas e longas metragens que compõem as mostras competitivas e não competitivas do festival Olhar de Cinema são obras que revelam muito sobre o que significa realizar filmes num contexto específico. Ou melhor: o que significa ter consciência sobre as implicações de se realizar filmes neste contexto. Essa consciência de si no mundo exige envolvimento, compromisso. Fora de qualquer eixo cinematográfico e influências seculares, optamos por uma escolha desvinculada de critérios como participação em festivais importantes ou

prêmios conquistados. Para uma primeira edição de festival pode parecer uma decisão sem juízo, porém o seu surgimento se deu justamente pela inquietação de que muito do que não estava sacralizado pelo circuito de festivais apresentava um olhar diferenciado sobre o mundo e o cinema, e sobre o cinema no mundo. E, para nós, estes filmes mereciam um espaço de encontro com o público. O foco recaiu fortemente no comprometimento do discurso e da estética presentes nas obras. Nos colocamos frequentemente debatendo na tentativa de estabelecer uma valoração igual para ambos (forma e conteúdo), em busca de evitar formalismos, maneirismos, assim como simples dramaturgias eficientes. A apreciação das obras se deu de maneira a buscarmos aspectos inquietantes, expressivos e provocadores, em filmes que dialogam entre si e complementam-se. Assumimos que um dos fatores determinantes para a escolha dos filmes fosse o posicionamento dos realizadores diante de sua sociedade. Construções fílmicas que de alguma forma nos colocam diante e/ou imersos em microcosmos que podem auxiliar a nos entendermos como seres humanos e como sociedade. Assumimos o risco de buscar obras que podem conter lacunas, mas que no fim se destacam como potência estéticodiscursiva. Aly Muritiba, Antônio Junior e Marisa Merlo Curadores

OLHAR DE CINEMA 2012

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A magia das telas

Silver-screen magic

Entre 29 de maio e 04 de junho, Curitiba vai vivenciar uma mostra de cinema contemporâneo independente. O Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba já nasce sob uma perspectiva arrojada. Em seis dias, 12 mil pessoas serão impactadas com esse Festival que traz o que há de mais instigante no cinema independente mundial. Seja em filmes de curta e longa metragem, a magia das telas vai envolver a cidade, permitindo acesso público à arte da emoção, da alegria, do drama, da comédia, do olhar diferenciado do cotidiano, do romance, da crítica... do encantamento.

Between May 29th and June 4th, Curitiba will be the venue of an independent contemporary cinema Festival. Olhar de Cinema – Curitiba International Film Festival is born under a daring perspective. In six days, 12 thousand people will be impacted by this Festival which features the leading edge in independent cinema in the world. Whether in short or feature films, the magic of the silver-screen will involve the city, affording the public access to the art of emotion, happiness, drama, comedy, of the differentiated look at daily life, of romance, critique... of enchantment.

Mas o evento vai muito além. Contará com debates, oficinas e um seminário que propõem a reflexão, o intercâmbio de ideias e, principalmente, um olhar singular a filmes que normalmente não alcançam escala no circuito comercial. Curitiba vai viver e vivenciar a sétima arte. A Volvo, que patrocina dezenas de projetos culturais Brasil afora e é uma das maiores incentivadoras culturais do Paraná, não poderia ficar longe de um evento cultural dessa natureza. Afinal, como muitos nascidos ou adotados por essa cidade, a Volvo tem por Curitiba uma relação de muita proximidade. Há mais de 30 anos escolheu a cidade para abrigar a matriz de seus negócios na América Latina. Aqui nascem soluções de transporte sustentáveis que ganham o mundo e contribuem para a melhoria da vida das pessoas, com transportes cada vez mais seguros e modernos. Que as luzes se apaguem e que na tela se acenda a magia. Seja bem-vindo a um olhar diferente. Ao Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba.

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But the event goes far beyond this. It will have debates, workshops and a seminar leading to reflection, the exchange of ideas and, in particular, a unique glimpse of films that normally do not make it to the commercial circuit. Curitiba will live and experience the seventh art. Volvo, sponsor of dozens of cultural projects throughout Brazil and one of the biggest drivers of culture in Paraná, could not forego an event of this nature. After all, like many of the people born or adopted by this city, Volvo has a very close relation with Curitiba. For over 30 years, it chose this city to be the venue of the head office for its business in Latin America. This is the birthplace of sustainable transport solutions that go out in the world and contribute to improving people’s lives, with increasingly safer and more modern transportation. Let the lights go out and the magic light up the screen. Welcome to a different look. To Olhar de Cinema - Curitiba International Film Festival.


“Olhar de Cinema” – Curitiba Int’l Film Festival is the newest audiovisual event in south Brazil and fills a gap in the city’s cultural calendar. Aiming to broaden the discussion about cinema, the Curitiba Int’l Film Festival gives room for films that do not have much visibility in commercial cinemas. Seeking to develop the cultural and artistic potential of Curitiba, Spaipa through the Schweppes brand, is a major sponsor of the event. The company’s communication platform is to support the festivals that promote cultural diversity, such as the International Film Festival and the company’s large partnership with the Festival of Curitiba. “Being there and support these truly cultural festivals are actions aligned to the philosophies of Spaipa and Schweppes,” says Amabile Neuri Frigotto Pereira, Head of Sales, Marketing and Information Technology at Spaipa, manufacturer and distributor of Coca-Cola products in Paraná and São Paulo.

OLHAR DE CINEMA 2012

O Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba é o mais novo evento audiovisual do sul do país e vem preencher uma lacuna no calendário cultural da cidade. Com o objetivo de ampliar a discussão sobre cinema, o Festival Internacional de Curitiba dá espaço para filmes que não têm tanta visibilidade nas salas comerciais. Buscando desenvolver o potencial cultural e artístico da cidade, a Spaipa, através da marca Schweppes, é uma das principais patrocinadoras do evento. A comunicação da empresa tem como plataforma o apoio a festivais que promovam uma grande diversidade cultural, como é o caso do Festival Internacional de Cinema e a grande parceria da empresa com o Festival de Teatro de Curitiba. “Estar presente e apoiar estas verdadeiras festas culturais são ações alinhadas às filosofias da Spaipa e de Schweppes”, afirma Neuri Amabile Frigotto Pereira, Superintendente de Vendas, Marketing e Tecnologia da Informação da Spaipa, empresa fabricante e distribuidora dos produtos Coca-Cola no Paraná e interior de São Paulo.

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Mais luz, mais câmera, mais ação

Lights, Camera, Action!

Além de levar energia elétrica ininterrupta e de qualidade a mais de três milhões de lares paranaenses e fomentar o desenvolvimento do Estado, a Companhia Paranaense de Energia – Copel , faz muito mais.

Besides supplying energy with increasing quality to over three million homes in Paraná and taking social and environmental actions to promote the development of the state, Copel does much more.

Mais luz. Nossa energia está disponível a quase 100% da população do Paraná

Copel brings lights to the most isolated regions of the state. In recent years, more than 80,000 rural families have had access to electricity.

A Copel leva luz às regiões mais isoladas do Estado. Nos últimos anos, mais de 80 mil famílias rurais tiveram acesso à energia elétrica.

We take innovative actions and invest in new energy technologies. Over the last years, we have extended our reach to eight other Brazilian states through the construction of power plants and transmission lines with a strategic focus on also promoting the sustainable development of the regions where the Company operates.

Inovamos, investimos e acreditamos nas novas energias. Com essa mesma força, estamos expandindo os limites do Paraná e chegando a outros 8 estados brasileiros com usinas e linhas de transmissão. Mais câmera. Assim como a câmera que registra um olhar, um ponto de vista, a Copel está focada na sustentabilidade. Nossos clientes, empregados e acionistas sabem que os nossos valores são colocados em práticas ambientalmente corretas, economicamente viáveis e socialmente necessárias à sociedade. Mais ação. Para nós, não basta gerar, transmitir e distribuir energia. Assim como o cinema, o teatro e toda a forma de expressão artística precisa de um público, a Copel quer seus clientes informados de seus direitos e deveres e também incluídos nas ações culturais por ela patrocinadas. Por isso, incentivar a arte, para nós, é iluminar a vida. Este Festival é patrocinado pela Copel via Lei Rouanet.

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Our energy is available to nearly 100% of the population of state of Paraná.

Our customers, employees and related shareholders are aware of Copel’s commitment to sustainability and of its environmentally-friendly, economically viable and social responsible practices. To us, generating, transmitting and distributing energy is not enough. Our commitment to the well being of the society goes further. We currently inform our customers of their rights and duties and about the safe use of energy. Moreover, we support and help preserve local culture. We believe that the promotion of contemporary art brings cultural heritage to life. This festival is sponsored by Copel through Rouanet Law.


OLHAR DE CINEMA 2012

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JÚRI COMPETITIVA JANELA INTERNACIONAL / International Film Competition Jury

ANDREA TONACCI Nasceu em Roma, Itália. Em 1953 a família transfere-se para São Paulo, onde reside até hoje. Dirigiu e fotografou curtas e médias metragens até 1970 quando realizou o clássico Bang Bang. Foi pioneiro na utilização de equipamento de vídeo portátil no Brasil e, entre 1977 e 1984, realiza ampla documentação de culturas indígenas das Américas. Profissionalmente produz, escreve, dirige e fotografa documentários, ficções e institucionais. É pesquisador de linguagem áudio-visual e atualmente dirige a Produtora Extrema.

Born in Roma, Italy. In 1953 he went to São Paulo, where lives until these days. He is a director, producer, writer and director of photography. In 1970 he directed the classic feature film Bang Bang. He was the first one to use portable video equipments in Brazil and, between 1977 and 1984, he made a wide research about American Indian’s Culture. Also, he is a film language researcher and currently he is the Extrema company’s director.

ELOÍSA SOLAAS Formada em Desenho de Imagem e Som (Univerdade de Buenos Aires), Eloísa Solaas colaborou na realização de filmes, desde o desenvolvimento do roteiro, como assistente de direção. Desde 2001 é parte da equipe de produção artística do festival BAFICI (Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente), e desde 2007 é membro do comitê de seleção e programação do mesmo festival. Também é professora de teorias do cinema em diversas faculdades de cinema de Buenos Aires.

Gratuated in Image and Sound Designer from Buenos Aires University, Eloísa Solaas has taken part in several films as a writer and assistant director. Since 2001 she is a member of the BAFICI’s artistic crew and, since 2007, a member of the committee selection and programmer. Also, she is a professor in several colleges of Buenos Aires.

JOSÉ LUIS TORRES LEIVA Realizador chileno com importantes curtas metragens e vídeos independentes, tais como Ningún Lugar en Niguna Parte (2004), Obreras Salienda de la Fábrica (2005), Trance (2009), dentre outros com os quais participou de vários festivais internacionais. El Cielo, la Tierra y La Lluvia, seu primeiro longa metragem de ficção, estreou no festival de Rotterdam de 2008, onde foi agraciado com o prêmio FIPRESCI. Seu segundo longa metragem, Verano, estreou na seção Orizzonti do Festival de Veneza.

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A Chilean director, José Luis Torres Leiva made important short and independent films such as Ningún Lugar en Niguna Parte (2004), Obreras Salienda de la Fábrica (2005), Trance (2009), among others that have been screened in several international film festivals. El Cielo, la Tierra y La Lluvia, his first feature film that premiered in Rotterdam Film Festival in 2008, won the FIPRESCI Award. His second feature film, Verano, premiered on the section Orizzonti of the Venice Film Festival.

JURADOS


JÚRI COMPETITIVA OLHARES BRASIL

/ Brazilian Film Competition Jury

FERNANDO SEVERO He graduated in social communication - advertising from UFPR and post graduated in communication and culture from UTFPR. He won more than 60 awards as a short, medium-length and feature film director, scriptwriter and editor, becoming one of the most important directors from Paraná State. Also, he is a cinema professor at FAP and PUCPR. Since 2011 he is the Image and Sound Museum’s director, in Paraná State.

Graduado em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (UFPR) e Pós-graduado em Comunicação e Cultura (UTFPR). Realizador vencedor de mais de sessenta prêmios nacionais e internacionais, é um dos mais destacados cineastas do Paraná. Seu longa-metragem Corpos Celestes foi premiado no Festival de Cinema de Gramado de 2009 e recebeu mais sete prêmios em festivais nacionais. Professor do Curso de Graduação em Cinema e Vídeo da FAP e da Pós-Graduação em Comunicação Audiovisual da PUCPR. É diretor do Museu da Imagem e do Som do Paraná.

LEONARDO CATA PRETA Leonardo Cata Preta is 36 years old. He is an independent filmmaker, animator, illustrator, designer and artist. O Céu no Andar de Baixo, his latest work as a director was screened in several international and Brazilian film festivals and won more than 30 awards in just one year. Currently he is producing his first fiction short film, Até que não Haja Mais Lugar, and also he is an art director in the first animated feature film from Minas Gerais State, Nimuendaju.

Leonardo Cata Preta tem 36 anos, é profissional independente de cinema e vídeo, animador, ilustrador, designer e artista plástico. O Céu no Andar de Baixo, seu último trabalho como diretor, foi exibido em diversos festivais e mostras nacionais e internacionais e recebeu mais de 30 prêmios em apenas um ano. Atualmente está produzindo seu primeiro curta em live action, Até que não Haja Mais Lugar, e também atua como diretor de arte no primeiro longa mineiro de animação Nimuendaju.

LINA CHAMIE Graduated and master degree in music and philosophy from New York University. She worked during 10 years at the cinema department of the New York University. Her second feature film, A Via Láctea, world premiered in the Semaine International de la Critique in Cannes and screened in several film festivals. Also, she was a cinema professor at UFSCar and FAP.

OLHAR DE CINEMA 2012

Graduada e mestre em música e filosofia pela Universidade de Nova Iorque, trabalhou durante dez anos no departamento de cinema da universidade. Seu segundo longa metragem, A Via Láctea, estreou mundialmente na Semana da Crítica, em Cannes, e foi exibido em diversos festivais nacionais e internacionais. Além disso, ela foi professora de cinema na UFSCar e na FAP.

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JÚRI NOVO OLHAR (MOSTRA NOVOS OLHARES) / Novo Olhar Award Jury (Section New Views)

ADRIANO DEL DUCA Formado em sociologia pela UNESP, e estudante de cinema na FAP. Foi pesquisador do documentário sobre cortadores de cana e agroindústria, coordenador da Oficina de Video-documentário e Oficinas Culturais do Estado de SP e curador Jr. do Festival do Minuto. Dirigiu o curta metragem Digito Ergo Sum, que participou do Festival Claro Curtíssimo, e produziu a vídeo arte Tranquilidade na Clareira do Caos, de Hannah Diaz e Marcela Goellner.

He graduated in sociology from UNESP and studies cinema at FAP. He was a researcher for a documentary film about cane cutters and agribusiness, coordinator of a documentary film workshop and cultural workshops of the São Paulo State and a Jr committee selection’s member of the Festival do Minuto. He directed the short film Digito Ergo Sum that participated of the festival Claro Curtíssimo and produced the video art Tranquilidade na Clareira do Caos, directed by Hannah Diaz and Marcela Goellner.

LUCAS MURARI Estuda cinema na FAP. Trabalha com pesquisa acadêmica sobre audiovisual e ensino no Espaço de Arte. Escreveu críticas de cinema para o Jornal Ex-Pressões, de Londrina, e para o portal naoesqueci.com.br. Atualmente leciona sobre Teoria e Linguagem do Documentário, História do Cinema, Novos Dispositivos Digitais e Pedagogia da Imagem para crianças.

He studies cinema at FAP and works as a film academic reshearcher about film and video at Espaço de Arte. He wrote film reviews for the newspaper Ex-pressões, from Londrina, and for the website naoesqueci.com.br. Currently, he teaches documentary film theory and language, cinema history, new media and image pedagogy for children.

TOMÁS VON DER OSTEN Estuda cinema na FAP. Dirigiu os curta metragens Vó Maria (2011), Miragem (2011) e Nem a Mim, Nem a Ti (2012). Escreveu o roteiro Lá Fora Está Tudo Calmo, ganhador do prêmio de desenvolvimento de roteiros do MinC/SAV. Foi montador dos curtas Intervalo (2010), Mimese (2010), Meio-Dia, Isabela (2011) e Coloridos (2011).

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He studies cinema at FAP. He directed short films Vó Maria (2011), Miragem (2011) and Nem a Mim, Nem a Ti (2012) and wrote the screenplay Lá Fora Está Tudo Calmo, a winner project of the scriptwriting competition of MinC/SAV. He was an editor of the films Intervalo (2010), Mimese (2010), Meio-Dia, Isabela (2011) and Coloridos (2011).

JURADOS


JÚRI PRÊMIO RPCTV (MIRADA PARANANENSE)

/ RPCTV Award Jury (Paraná State Films)

CARLYLE ÁVILA Graduated in journalism from PUC-RJ, he has master’s degrees in Journalism from Navarra University (Spain), in Strategic Direction from Positivo University and in Film and Television Business from Fundação Getúlio Vargas. He was a manager of production and journalism and currently he is the director of programming at the TV channel Rede Paranaense de Comunicação (RPCTV-Rede Globo).

Formado em jornalismo pela PUC-RJ, tem MBAs em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra (Espanha), em Direção Estratégica pela Universidade Positivo e em Film and Television Business pela Fundação Getúlio Vargas. Foi gerente de produção e redação e atualmente é diretor de programação da Rede Paranaense de Comunicação (RPCTV-Rede Globo).

MARCOS SOUZA Graduated in publicity and advertising, he studied screenplay at Instituto de Estudos de Televisão-RJ and International Film Academy of São Paulo. He started his professional career around 7 years ago. He worked in some film production companies and currently is a writer and assistant director of the TV serie Casos e Causos at the TV channel Rede Paranaense de Comunicação (RPCTV-Rede Globo).

Formando em Publicidade e Propaganda, fez oficina de roteiro pelo Instituto de Estudos de Televisão do RJ e cursou roteiro na Academia Internacional De Cinema em São Paulo. Iniciou sua carreira profissional há cerca de 7 anos. Trabalhou em algumas produtoras de cinema e publicidade e atualmente é roteirista e assistente de direção do programa Casos e Causos, da Rede Paranaense de Comunicação (RPCTV-Rede Globo).

MARCUS WERNECK Graduated in Journalism from UniverCidade-RJ, he has a master’s degree in Film and Television Business from Fundação Getúlio Vargas-RJ. He was a coordinator at the TV channel GNT, a events coordinator of the reality show Big Brother Brazil and currently he is a production manager and film director at the TV channel Rede Paranaense de Comunicação (RPCTV-Rede Globo), where he has already directed more than 40 short films.

OLHAR DE CINEMA 2012

Formado em Jornalismo pela UniverCidade-RJ e tem um MBA em Film and Television Business pela Fundação Getúlio Vargas-RJ. Foi coordenador do canal GNT, coordenador de eventos no programa Big Brother Brasil e atualmente é gerente de produção e diretor de cena na Rede Paranaense de Comunicação (RPCTV-Rede Globo), onde já dirigiu mais de 40 curtas metragens.

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JÚRI DA CRÍTICA - ABRACCINE / Critics Jury - ABRACCINE

Criada em 2011, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) é resultado de uma iniciativa histórica, sendo a primeira entidade nacional a reunir os críticos de cinema do Brasil. A associação tem como objetivo reunir os profissionais da crítica cinematográfica em todo o Brasil, promovendo as diversas formas de pensamento crítico, reflexão e debate sobre o Cinema. A ABRACCINE atua também na organização do Júri da Crítica nos mais importantes festivais de cinema brasileiros, nas cabines de lançamentos de filmes, na promoção de cursos e seminários, e na inserção da crítica nos mecanismos de discussão das variadas políticas do cinema brasileiro. A sua atuação tem ênfase na proposta de elevar a análise crítica cinematográfica no país.

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Created in 2011, the Brazilian Film Critics Association (ABRACCINE) is a result of a historic enterprise, being the first national organization to gather Brazilian film critics. The organization’s goal is to bring together all professional film critics from Brazil, promoting several ways to think, reflect and discuss about Brazilian cinema. The ABRACCINE also acts by organizing Critics Juries for the most important Brazilian film festivals, contributing in film screenings for press, promoting courses and seminars and in the critics insertion in various discussions about Brazilian policies for cinema. The association’s main purpose is to contribute to the increase of cinema criticism in Brazil.

JURADOS


OLHAR DE CINEMA 2012

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COMPETITIVA JANELA INTERNACIONAL (International Film Competition) / Feature Film

_Olhar Award - Best Film (one prize of R$ 10,000.00) _Special Jury Prize _Award for Artistic Contribution (The award can be given to an actor, composer, editor, director of photography, scriptwriter, art director, etc)

/ Short Film _Olhar Award - Best Film (one prize of R$ 4,000.00) _Special Jury Prize _Award for Artistic Contribution (The award can be given to an actor, composer, editor, director of photography, scriptwriter, art director, etc)

COMPETITIVA OLHARES BRASIL (Brazilian Film Competition) / Feature Film

_Olhar Award - Best Film (one prize of R$ 7,000.00) _Special Jury Prize _Award for Artistic Contribution (The award can be given to an actor, composer, editor, director of photography, scriptwriter, art director, etc)

/ Short Film _Olhar Award - Best Film (one prize of R$ 2,500.00) _Special Jury Prize _Award for Artistic Contribution (The award can be given to an actor, composer, editor, director of photography, scriptwriter, art director, etc)

OTHER AWARDS _Novo Olhar Award for the best film of the section Novos Olhares (New Views) _Critics Award for one short and one feature film of the Competitiva Olhares Brasil (Brazilian Film Competition) _Audience Award for shorts and features of the Competitiva Janela Internacional (International Film Competition) and Competitiva Olhares Brasil (Brazilian Film Competition) _Acquisition Award RPC with the amount of R$ 10,000.00 for a short film of the section Mirada Paranaense (Parana State Films)

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COMPETITIVA JANELA INTERNACIONAL / Longa Metragem _Prêmio Olhar - Melhor Filme (prêmio financeiro no valor de R$10.000,00) _Prêmio Especial do Júri _Prêmio de Contribuição Artística ( O prêmio pode ser dado para um ator/atriz, compositor, montador, diretor de fotografia, roteirista, diretor de arte, etc)

/ Curta Metragem _Prêmio Olhar - Melhor Filme (prêmio financeiro no valor de R$4.000,00) _Prêmio Especial do Júri _Prêmio de Contribuição Artística ( O prêmio pode ser dado para um ator/atriz, compositor, montador, diretor de fotografia, roteirista, diretor de arte, etc)

COMPETITIVA OLHARES BRASIL / Longa Metragem

_Prêmio Olhar - Melhor Filme (prêmio financeiro no valor de R$7.000,00) _Prêmio Especial do Júri _Prêmio de Contribuição Artística ( O prêmio pode ser dado para um ator/atriz, compositor, montador, diretor de fotografia, roteirista, diretor de arte, etc)

/ Curta Metragem _Prêmio Olhar - Melhor Filme (prêmio financeiro no valor de R$2.500,00) _Prêmio Especial do Júri _Prêmio de Contribuição Artística ( O prêmio pode ser dado para um ator/atriz, compositor, montador, diretor de fotografia, roteirista, diretor de arte, etc)

OUTROS PRÊMIOS _Prêmio Novo Olhar para o melhor filme da mostra Novos Olhares _Prêmio da Crítica para melhor longa e curta da Competitiva Olhares Brasil _Prêmio do Público para melhor longa e curta da Competitiva Janela Internacional e Olhares Brasil _Prêmio Aquisição RPC no valor de R$10.000,00 para um curta da Mirada Paranaense

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MR. SGANZERLA - OS SIGNOS DA LUZ Mr. Sganzerla – Signs of Light

/ Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz

FICHA TÉCNICA Direção Joel Pizzini Roteiro Joel Pizzini Produção Sara Rocha, Maria Flor Brazil Direção de Fotografia Luís Abramo Trilha Sonora Lívio Tragtenberg Montagem Cláudio Tammela, Felipe David Rodrigues Som Damião Lopes Empresa Produtora Pólofilmes

Brasil | 2011 | 90’ | HD | Colorido | Documentário

JOEL PIZZINI

Filme-ensaio que recria o ideário do cineasta Rogério Sganzerla por meio dos signos recorrentes em sua obra: Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix e Oswald de Andrade, que são consideradas as matrizes de seu pensamento. O método de criação, a musicalidade do olhar, o estilo inovador na montagem, o duo com a atriz e companheira Helena Ignez que revolucionou a “mise en scène” no cinema, a parceria com Júlio Bressane na produtora Belair e a atitude iconoclasta do autor atravessam o filme numa linguagem que se contamina com a dicção vertiginosa do artista. Narrado em primeira pessoa, a partir de imagens raras e situações encenadas hoje com personagens-chave de sua filmografia.

Joel Pizzini realizou, dentre outros, os filmes Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz (2011), Elogío da Graça (2011), Dormente (2005), 500 Alamas (2004), Glauber Rocha (2004, realizado para a TV), Abry (2003), Enigma de Um Dia (1996) e Caramujo-Flor (1988). Seus filmes já foram exibidos em inúmeros festivais, como no Festival de Veneza, Festival de Locarno, Festival de Brasília, Festival de Mar Del Plata. Recebeu, dentre outros, prêmio de Melhor Filme do Festival de Cinema de Brasília e Melhor Filme Latino Americano no Festival de Mar Del Plata pelo filme 500 Almas.

This is a film-essay that recreates filmmaker Rogério Sganzerla’s ideas through recurring symbols of his work: Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix and Oswald de Andrade, who are considered the pillars of his thinking. The creative method, the musicality of his gaze, the innovative editing style, the duo with actress and partner Helena Ignez that revolutionized the mise en scène of cinema, the partnership with Júlio Bressane at Belair production company and the author’s iconoclast attitude run through the film in a language that is contaminated by the artist’s dizzying diction. Narrated in first person with rare images and scenes recreated today with key characters from his filmography.

Joel Pizzini directed, among others, the films Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz (2011), Elogío da Graça (2011), Dormente (2005), 500 Alamas (2004), Glauber Rocha (2004, made for a TV channel), Abry (2003), Enigma de Um Dia (1996), Caramujo-Flor (1988). His films was screened in sevaral film festivals such as Venice Film Festival, Locarno Film Festival, Brasília Film Festival, Mar del Plata Film Festival. He has won, among others, Best Film Award (Brasília) and Best Latin American Film Award (Mal del Plata) for the film 500 Almas.

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JOHN CASSAVETES

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John Cassavetes é conhecido como o “pai do cinema independente” graças a sua habilidade de fazer filmes com baixos orçamentos e equipes reduzidas. Também é sabido que estes filmes revelam um cinema de sentimentos que estão à flor da pele de personagens angustiados, complexos e perfeitamente ordinários, mesmo quando suas vivências são extraordinárias. Por trás destes personagens, percebe-se o trabalho de grande liberdade, espontaneidade e aparente improvisação dos atores. Se todas essas premissas enciclopédicas do cinema de John Cassavetes não são necessariamente falsas, elas parecem incompletas diante da estatura do artista. A alcunha laudatória a propósito do cinema independente, por exemplo, ainda que a grandeza de seu legado seja inegável, achata o fato de que Cassavetes decidiuse fatalmente pela produção independente depois de duas experiências frustradas com o estúdio Columbia, e também menospreza as influências decorrentes do cinema direto, como The Cool World (1964) de Shirley Clarke, uma inspiração assumida de Cassavetes. Também corremos o risco de afastá-lo da tradição do cinema experimental igualmente independente de Robert Frank e Stan Brakhage, muito por conta das duras críticas que a segunda versão de Sombras (a versão apresentada nessa retrospectiva) recebeu de Jonas Mekas.

SOMBRAS Shadows

/ John Cassavetes

Estados Unidos | 1960 | 87’ | 35mm

Sombras gira em torno do romance inter racial entre Lelia (Lelia Goldoni), uma mulher branca descendente de negros, que vive em Nova Iorque com seus dois irmãos, e Tony (Anthony Ray), um homem branco. A relação deles entra em crise quando Tony conhece Hugh (Hugh Hurd), irmão de Lelia e um talentoso cantor negro de jazz que luta parar achar um emprego, e descobre a verdade sobre a descendência racial de Lelia. Shadows revolves around an interracial romance between Lelia (Lelia Goldoni), a light-skinned black woman living in New York City with her two brothers, and Tony (Anthony Ray), a white man. The relationship crumbles when Tony meets Lelia’s brother Hugh (Hugh Hurd), a talented dark-skinned jazz singer struggling to find work, and discovers the truth about Lelia’s racial heritage.

No início de 1956 Cassavetes mantinha uma escola de teatro que usava como laboratório dramatúrgico em busca de “maior naturalidade e realismo”. Em uma das sessões com os atores, o diretor viu um argumento pegar fogo: a história de um garoto branco descobre que a sua namorada de pele clara é irmã de dois homens negros desencadeou horas de improvisações e acabou por tornar-se base para o filme Sombras. O resultado é o melhor registro da cultura beatnik em Nova Iorque, que serve de paisagem para um drama que, improvisado ou não, é claramente desenvolvido a partir das experiências dos atores e com liberdade formal equiparável à de Jean Luc Godard ou Eric Rohmer, autores da nouvelle-vague francesa que realizavam seus primeiros longasmetragens neste mesmo ano. In early 1956, Cassavetes kept a drama school that he used as an acting lab in search of “more naturalness and realism”. In one of the sessions with the actors, the director watched an argument catch fire: the story of white young man finds out that his light-skinned girlfriend is the sister of two black men unleashed hours of improvisations and ended up by becoming the basis for the film Shadows. The result is the best testimony of the beatnik culture in New York City, a landscape for a drama that, improvised or not, is clearly developed from the actors’ experiences and with formal freedom comparable to that of Jean Luc Godard or Eric Rohmer, authors of the French nouvellevague who made their first feature films that same year. 28

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FACES

Faces

/ John Cassavetes

Estados Unidos | 1968 | 130’ | 35mm

A desintegração de um casamento é dissecado em Faces. O filme segue as tentativas em vão de Richard (John Marley) e sua esposa, Maria (Lynn Carlin), de escapar da angústia de um casamento vazio recorrendo à romances extra conjugais. Faces confronta a alienação suburbana e a batalha entre os sexos com uma honestidade brutal e compaixão raramente vista no cinema. The disintegration of a marriage is dissected in Faces. This film follows the futile attempts of Richard (John Marley) and his wife, Maria (Lynn Carlin), to escape the anguish of their empty marriage in the arms of others. Faces confronts suburban alienation and the battle of the sexes with a brutal honesty and compassion rarely matched in cinema.

Pois, ainda que a abordagem de Cassavetes à primeira vista não pareça tão drástica quanto a de Brakhage, ela é um afastamento radical das convenções até então mais usuais do cinema narrativo. Sua ousadia consiste no papel dado à atuação como força criativa que centraliza e contamina os demais aspectos formais, determinando a duração das cenas, o posicionamento de câmera e as escolhas de montagem. É tentador pensar em improvisação como método preponderante por atrás da aparente espontaneidade dos gestos e sentimentos trazidos à tona pela atuação; no entanto, com exceção de Sombras, todos os filmes de Cassavetes contavam com um roteiro previamente escrito. O que vemos nos filmes, portanto, é fruto de uma dinâmica peculiar que é resultante menos da improvisação pura que de uma abertura à transformação contínua desenrolada pela atuação. Cassavetes não é um diretor autoritário que controla a encenação e o seu significado para recriar um personagem preconcebido no roteiro, mas é o elemento desestabilizador que impele a performance dos atores para mudanças contínuas e desenvolvimento dos personagens. Os atores, por sinal, tem papel central neste processo à medida que são levados a perseguir seus limites, especialmente os personagens vividos por

Solicitado por um jornalista a descrever Faces em menos de três palavras, Cassavetes disse: “rostos e máscaras”. A resposta ilustra com clareza a o antagonismo de Cassavetes às técnicas de atuação desenvolvidas por Lee Strasberg no Actors Studio. O chamado Método era, para Cassavetes, uma cartilha de narcisismo introspectivo e psicoterapêutico demasiadamente centrado nas emoções primárias, impedindo o desenvolvimento de uma camada – máscara – mais complexa de cada personalidade e inibindo interações mais vivas entre atores em cena. Focados em suas dores interiores, os atores do Método negligenciavam as “máscaras da personalidade” que para Cassavetes são um recurso central à dramaturgia na medida em que personagens tentam esconder-se atrás dessas máscaras ou penetrar aquelas construídas por outros personagens. Podemos conferir as máscaras que Cassavetes pretendia capturar nos closes estonteantes de todos os atores de Faces, filme sobre a dissolução de um casamento de classe média alta. Asked by a journalist to describe Faces in less than three words, Cassavetes said: “faces and masks”. The response clearly illustrates Cassavetes’s antagonism to the acting techniques developed by Lee Strasberg at Actors Studio. The so-called Method was, for Cassavetes, an introspective narcissism and psychotherapeutic primer too focused on primary emotions, preventing the development of a more complex layer - mask –of each personality and inhibiting more vivid interactions between actors on stage. Focused on their inner pain, Method actors neglected the “masks of personality” that, to Cassavetes, are a central resource to dramaturgy as the characters try to hide behind these masks or penetrate those built by other characters. We can observe the masks Cassavetes intended to capture in the stunning close-ups of all the actors of Faces, a film about the dissolution of an upper middleclass marriage. OLHAR DE CINEMA 2012

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Gena Rowlands (na loucura de Mabel em Uma Mulher Sob Influência), mas também os encarnados por Ben Gazzara (A Morte de um Bookmaker Chinês) e o próprio Cassavetes (Noite de Estreia). A clareza destes filmes não está no mundo, que para Cassavetes é uma completa e contraditória bagunça, mas no ato de filmagem que permite capturá-la. Daí que a câmera não representa um ponto de vista passivo, mas é um objeto dinâmico que molda o espaço para e a partir da atuação. Por isso, os filmes passam a impressão de grande sutileza e detalhe: cada respiração, gesto, ou olhar, desde aqueles premeditados até os mais espontâneos, são capturados e ganham força e importância iguais na medida em que avançam o fluxo das emoções que se sucedem. Não há grandes sínteses dramáticas mediadas por gestos dirigidos; uma respiração ou um olhar para o lado podem ter a mesma importância de um tiro de pistola. O efeito de proximidade resultante permite a identificação com os sentimentos mais que com os próprios personagens. Não há por quem torcer nos filmes de Cassavetes; pelo contrário, é um convite para a partilha das emoções que se dão em cena. Nikola Matevski

UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA

A Woman Under the Influence / John Cassavetes

Estados Unidos | 1974 | 155’ | 35mm

Um casal (Peter Falk e Gena Rowlands) é profundamente apaixonado ainda que incapazes de expressar esse amor de uma maneira que o outro consiga entender. Esse filme detalha a crise emocional de uma dona de casa suburbana e a luta de sua família para a salvar dela mesma. A married couple (Peter Falk and Gena Rowlands) is deeply in love yet unable to express that love in terms the other can understand. This film details the emotional breakdown of a suburban housewife and her family’s struggle to save her from herself.

Se em Sombras e Faces eram experiências desenvolvidas a partir de grupos de atores, em Uma Mulher Sob Influência a atenção recai em Gena Rowlands, atriz e esposa de Cassavetes. Escrita pelo diretor como uma peça de teatro para ser encenada na Broadway, a história tornou-se um filme sobre um casal que, mesmo profundamente ligado pelo amor, é radicalmente distinto em suas personalidades, temperamento, sentimentos e formas de encarar o trabalho e convívio social. Há um preço alto a ser pago para a sobrevivência deste amor, envolvendo, neste caso, os desequilíbrios emocionais de Mabel (Rowlands) que obrigam seu marido Nick (Peter Falk) a hospitalizá-la e assumir a guarda dos filhos. If Shadows and Faces were experiences developed from groups of actors, in A Woman Under the Influence, the attention falls on Gena Rowlands, actress and Cassavetes’s wife. Written by the director as a play to be staged on Broadway, the story became a movie about a couple that, even though deeply bound by love, is radically different in their personalities, temperaments, feelings and ways of engaging at their work and social life. There is a high price to be paid in order for this love to survive, involving, in this case, Mabel’s (Rowlands) emotional instabilities, requiring her husband Nick (Peter Falk) to hospitalize her and take custody of their children. 30

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/english John Cassavetes is known as the “father of independent film” thanks to his ability to make films with low budgets and short staff. It is also known that these films present a cinema with oversensitive, anguished, complex but perfectly ordinary characters, even when their experiences are extraordinary. Behind those characters, one perceives the work of great freedom and spontaneity of the actors, apparently driven by improvisation.

A MORTE DE UM BOOKMAKER CHINÊS

The Killing of a Chinese Bookie / John Cassavetes

Estados Unidos | 1976 | 108’ | 35mm

Cosmo Vitelli (Ben Gazzara), dono de um clube masculino, é um homem focado em fingir compostura e autodomínio. Mas quando entra em conflito com um grupo de gangsters, é forçado a cometer um crime horrível em um último esforço para salvar seu estimado clube e seu estilo de vida. Cosmo Vitelli (Ben Gazzara), a gentlemen’s club owner, is dedicated to pretenses of composure and self-possession. But when he runs afoul of a group of gangsters, he is forced to commit a horrible crime in a last-ditch effort to save his beloved club and his way of life.

If not all these encyclopedic premises of John Cassavetes’s cinema are necessarily false, they, nonetheless, appear to be incomplete in the presence of the stature of the artist. The laudatory sobriquet a propos of independent film, for example, despite the fact that the greatness of his legacy is undeniable, misestimates the fact that Cassavetes inevitably decided for independent production after two frustrating experiences with Columbia studios, and also undervalues the influences deriving from direct cinema, such as The Cool World (1964) by Shirley Clarke, a declared inspiration of Cassavetes. There’s also the risk of pushing him away from the tradition of the equally independent experimental cinema of Robert Frank and Stan Brakhage, a great deal because of the harsh criticism that the second version of Shadows (the version presented in this retrospective) received from Jonas Mekas. For, even though, at first glance, Cassavetes’s approach does not seem as drastic as Brakhage’s, it is a radical departure from the up to then more usual conventions of narrative cinema. His boldness consists of the role given to acting as a creative force that centralizes and infects the other form aspects, stipulating the duration of the scenes, the camera positioning and montage choices. It is tempting to think of improvisation as the prevailing method behind the apparent spontaneity of gestures and feelings brought up by the acting; however, except for Shadows, all Cassavetes’s films relied on a previously written script. What we

A Morte de um Bookmaker Chinês apresenta-se à primeira vista como um filme de gângster centrado em Cosmo Vittelli (Ben Gazzara), proprietário de uma casa noturna que, para quitar uma dívida de jogo, é levado a realizar um assassinato. Não apenas a intriga é um interesse secundário para o filme, como também os demais dispositivos que usualmente levam ao suspense e à ação são constantemente sabotados: a longa sequência em que Vittelli tenta encontrar a casa do homem que precisa matar é cheia de obstáculos que esvaziam a tensão para dedicar-se ao material humano. Surpreendentemente, no entanto, a verdadeira batalha diária de Vittelli é o processo criativo que se dá na casa noturna. O show de streaptese que insiste em dirigir sempre sai dos trilhos: o espetáculo nunca é uma obra acabada, mas um processo que está acima do controle cartesiano de qualquer indivíduo.

The Killing of a Chinese Bookie presents itself at first glance as a gangster movie focused on Cosmo Vittelli (Ben Gazzara), owner of a nightclub that, in order to pay off a gambling debt, is led to commit a murder. Not only the intrigue is a secondary interest of the film, but also the other devices that usually lead to suspense and action are constantly sabotaged: the long sequence in which Vittelli tries to find the house of the man he needs to kill is filled with obstacles that empty the tension in order to focus on the human material. Surprisingly, however, Vittelli’s real daily battle is the creative process that occurs in the nightclub. The striptease show he insists on directing always gets derailed: the show is never a finished work, but a process beyond the Cartesian control of any individual. OLHAR DE CINEMA 2012

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see in the films, therefore, is the result of a peculiar dynamics, less the result of pure improvisation than the openness to continual changes brought by the acting. Cassavetes is not an authoritarian director who controls the role-playing and its meaning in order to recreate a character preconceived in the script, but he is the destabilizing element that drives the performance of the actors to continual changes and character development. The actors, by the way, play a central role in this process as they are driven to pursue their limits; especially the characters played by Gena Rowlands in the madness of Mabel in (A Woman Under the Influence), but also the ones embodied by Ben Gazzara (The Killing of a Chinese Bookie) and Cassavetes himself (Opening Night). The clarity of these films is not in the world - which, for Cassavetes, is a complete and contradictory mess - but in the act of filming, which allows it to be captured. That is why the camera does not represent a passive point of view, but a dynamic object that shapes the space in reaction to acting. That is why the films give the impression of great subtlety and detail: every breath, gesture, or glance, from those premeditated to the most spontaneous, are captured and gain equal strength and importance as they push forward the flow of emotions that take place. There are no major dramatic synthesis mediated by directed gestures; a breath or a look to the side may be as important as a gunshot. The resulting proximity effect enables identification with the character feelings more than with the characters themselves. There is nobody to root for in Cassavetes films; but, on the contrary, an invitation to the shared emotions that go into play.

Nikola Matevski

NOITE DE ESTREIA

Opening Night

/ John Cassavetes

Estados Unidos | 1978 | 144’ | 35mm

Myrtle Gordon (Gena Rowlands), uma atriz da Broadway, ensaia para sua última apresentação, que fala sobre uma mulher incapaz de admitir que está envelhecendo. Quando testemunha a morte acidental de um jovem fã que a idolatra, começa a confrontar uma turbulência pessoal e profissional com a qual se depara em sua própria vida. Myrtle Gordon (Gena Rowlands), a Broadway actress, rehearses for her latest play, about a woman unable to admit that she is aging. When she witnesses the accidental death of an adoring young fan, she begins to confront the personal and professional turmoil she faces in her own life.

A mulher em crise de meia idade, personagem central de Noite de Estreia, pode ser pensada como o oposto da protagonista de Uma Mulher Sob Influência. Se esta buscava fazer parte da sociedade buscando laços com as pessoas que amava, aquela não tem qualquer responsabilidade por ninguém a não ser por si própria. Atriz que dedicou sua vida à profissão, sem marido, filhos ou vida social muito ativa, ela vê-se consternada pela repentina morte de um fã. O episódio provoca forte desequilíbrio emocional na protagonista enquanto a presença de gerações diferentes de outras mulheres, mais jovens e mais velhas, faz com que ela se confronte com o estágio atual de sua vida tomada pela exaustão, pelas dúvidas e pelo desespero. No entanto, não há quem possa socorrê-la a não ser a sua própria confrontação com as incertezas. Assim, como em Morte de um Bookmaker Chinês, o teatro é veículo para reflexão a propósito do processo criativo e da atuação. The woman in a midlife crisis, the central character of Opening Night, can be thought of as the opposite of the protagonist of A Woman Under the Influence. If the former sought to be part of society by seeking to bond with the people she loved, the latter has no responsibility for anyone but herself. An actress who dedicated her life to her career — no husband, children or active social life — finds herself distressed by the sudden death of a fan. The episode causes a strong emotional instability to the protagonist while the presence of different generations of other women, younger and older, makes her face her current stage of life taken over by exhaustion, doubt and despair. However, no one can help her except her own confrontation with the uncertainties. Just like in The Killing of a Chinese Bookie, theater is a vehicle for reflection vis-à-vis the creative process and acting. 32

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Living in society requires interaction with other people, which is conditioned on the acceptance of the presence of two beings within the same physical space. In times of global economic crisis, reconfigurations of social values and physicalspatial confusion, especially as regards the migration from the poor suburbs to the old economic centers of the world, the programmers of the International Film Competition present films that, to some degree, bring to the screen contemporary issues linked to life in society in a context in which intolerance and self-affirmation are closely linked to economic issues, which create and/or remodel ideologies. Several films of the festival focus on characters who are displaced or in the process of displacement. Characters seeking their place in the world. In The Education, the moral decay of the middle class and their spending habits are present in characters numbed by the obsessive desire for a successful career in the corporate world. In this film, of aseptic framing and environments, impudence merges with politeness and the rising of one depends on the fall of the other. One hierarchically moves either up or down, depending on the courage to put ethics and moral aside. Still talking about the fragmentation of social relationships, in Totem this clash is presented and developed inside a family’s house in deep psychological disturbance, where a young house cleaner is going to. This meeting between people of different origins and social classes catalyzes the deconstruction of the characters, who are forced to reorder. Social reordering is also the theme of Karen Cries in a Bus, which brings the story of a woman who wanders around Bogota looking for financial emancipation. In a world where what you have determines what you are, this film shows this wandering about also as an escape from the male-dominated and patriarchal system that still exists in the society of appearances. The wandering as an escape and immobility as a protest. The encounter, which promotes the feeling of otherness. Regarding escapism and the performance of social roles for the purposes of acceptance by others, a completely new discussion about the concept of truth is presented in the film AvÊ. By lying, the character who gives the film its name tells many truths about the hypocritical world in which she lives. The young protagonists of the film move away to escape their problems and to be able, when meeting the other, to play whatever roles they desire. Immobility as a power, the denial of any social role: in Snackbar, nationless children, completely displaced in the place they were born in but that never welcomed them, refuse to participate in the system that oppresses their peers. Allegedly delinquent behaviors thus emerge as a result of the pulsating revolt of their situation, the situation of a generation of children of immigrants, a generation with no roots, with no father or mother. In Blood of my Blood, father/mother figures are revealed in individual dramas that turn out to be collective, giving a greater meaning to the concept of family. The film deals with overflow and saturation as master concepts, both thematically and aesthetically.

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Viver em sociedade pressupõe o convívio com o outro, que por sua vez está condicionado à aceitação da presença de ambos em um mesmo espaço físico. Em tempos de crise econômica global, reconfigurações de valores sociais e confusão físico-espacial, notadamente no tocante aos fluxos migratórios das periferias para os antigos centros econômicos do mundo, a curadoria da Janela Internacional apresenta filmes que, em algum grau, trazem à tela temas contemporâneos ligados ao convívio com o outro num contexto em que intolerância e autoafirmação estão intimamente ligadas às questões econômicas, que criam e/ou remodelam ideologias. Diversos filmes da mostra têm como foco personagens deslocados ou em deslocamento. Personagens buscando seu lugar no mundo. Em The Education a decadência moral da classe média e seus hábitos de consumo, estão presentes em personagens entorpecidos pelo desejo obcecado por sucesso profissional no mundo corporativo. Neste filme de enquadramentos e ambientes assépticos, a desfaçatez confunde-se com polidez e a ascendência de um se dá em função da queda do outro. Desloca-se hierarquicamente para cima ou para baixo, à medida que se tem coragem de deixar a ética e a moral de lado. Ainda falando sobre as relações sociais em fragmentação, em Totem a questão do encontro é apresentada e desenvolvida no interior da casa de uma família em profundo abalo psicológico, para onde se desloca uma jovem empregada doméstica. Este encontro entre seres de origem e classe social distintas catalisa a desconstrução dos personagens, que são obrigados a se reordenar. Reordenamento social também em Karen Cries in a Bus, que traz a história de uma mulher que se

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desloca por Bogotá em busca de emancipação financeira. Num mundo em que o ter determina a capacidade do ser, o filme nos mostra esse deslocamento também como fuga do sistema machista e patriarcal ainda presentes naquela sociedade de aparências. O deslocamento como fuga e imobilidade como protesto. O encontro que promove o sentimento de alteridade. No tocante ao escapismo e desempenho de papeis sociais com fins de aceitação pelo outro, toda uma discussão acerca do conceito de verdade está presente no filme Avé. Mentindo, a personagem que dá nome ao filme diz muitas verdades sobre o mundo hipócrita em que vive. Os jovens protagonistas do filme se deslocam para fugir de seus problemas e poder, no encontro com o outro, desempenhar os papéis que bem lhes aprouver. A imobilidade como potência, a negação de qualquer papel social: em Snackbar jovens, filhos sem pátria, completamente deslocados no lugar em que nasceram e que nunca os acolheu, se recusam a participar do sistema que oprime seus pares. Emergem assim comportamentos considerados delinquentes, fruto da revolta pulsante de sua situação, a situação de uma geração filha de migrantes, uma geração sem raízes, sem pai nem mãe. Em Sangue do meu Sangue, figuras paternas/maternas se descortinam em dramas individuais

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Still on inadequacy, immobility and desire for change, Habana Muda exposes the behavior of those who cannot fit into pre-designed patterns, the result of a particular social-political context. Filmed mostly in the Cuban capital, the work allows us to experience the feeling of not belonging or not matching a traditional heterosexual monogamy. From this feeling of not belonging, including economically, comes the desire to go away, to move away. If Habana Muda begins and ends with the desire to go, Country Music is all about being in motion, bringing a character to the screen that not only does not belong to the space in which he moves, but is also out of the time he lives in. Another “in-transit� film is the false road movie Las Acacias, where displacement is a job and a way of finding opportunities. In transition, two solitudes clash and hope springs from the encounter between a trucker and a single mother. As to how the main action happens, in all three cases we have films constructions in which it is not simple to distinguish between fiction and documentary, between what is representation and what is real. Time, not just as something unattainable and unmanageable, but also relentless. Those who have moved out, not for personal reasons, but by force, and that, with the arrival of retirement, no longer perform a social function, becoming displaced in themselves, is the subject of Volcano, a family drama in which the interdependent relationship of an elderly couple leads us to reflect on identity and rootlessness in a changing world. Southwest, on the other hand, confronts us with the ferocity of time, not empirical and Cartesian time, but psychological time, of subjects moving around the same space, moving through the cyclical time of life: birth, growth, reproduction and death.

Programmers

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que acabam se tornando coletivos, dando um sentido maior para o conceito de família. O filme trabalha com transbordamento e saturação como conceitos mestres, tanto temática quanto esteticamente. Ainda sobre inadequação, imobilidade e desejo de mudança, Habana Muda expõe os comportamentos daqueles que não conseguem se enquadrar dentro de padrões pré concebidos, fruto de um contexto políticosocial específico. Filmado a maior parte na capital cubana, a obra nos permite experimentar a sensação de não pertencer ou mesmo não se enquadrar a uma tradição heterossexual monogâmica. Deste sentimento de não pertencimento, inclusive econômico financeiro, surge o desejo de ir embora, deslocar-se. Se Habana Muda começa e termina com o desejo de ir, Country Music é todo sobre o estar em movimento, trazendo a tela um personagem que não apenas não pertence ao espaço no qual se desloca, mas que está deslocado no tempo em vive. Outro filme em trânsito é o falso road movie Las Acacias, em que deslocamento é profissão e busca de oportunidades. No trânsito, duas solidões se chocam e a esperança brota do encontro entre um

caminhoneiro e uma mãe solteira. No tocante à forma, nos três casos temos construções fílmicas nas quais não é simples a distinção entre ficção e documentário, entre o que é representação e o que é real. O tempo, não apenas como algo inatingível e incontrolável, mas implacável. Aqueles que se deslocaram, não por motivações pessoais, mas forçadamente, e que com a chegada da aposentadoria deixam de desempenhar uma função social tornando-se deslocados em si mesmos é o tema de Volcano, um drama familiar em que a relação de interdependência de um casal de idosos nos leva a refletir sobre identidade e desenraizamento num mundo em constante transformação. Já Sudoeste nos coloca diante da ferocidade do tempo, não o tempo empírico e cartesiano, mas o tempo psicológico de sujeitos que transitam sempre pelo mesmo espaço, deslocando-se através do tempo cíclico da vida: nascimento, o crescimento, reprodução e a morte. Curadoria

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AVÉ Avé

/ Avé

FICHA TÉCNICA Direção Konstantin Bojanov Roteiro Konstantin Bojanov, Arnold Barkus Produção Dimitar Gotchev, Geoffroy Grison, Konstantin Bojanov Direção de Fotografia Nenad Boroevich, Radoslav Gotchev Direção de Arte Nicolay Karamfilov Montagem Stela Georgieva Elenco Principal Anjela Nedyalkova, Ovanes Torosyan Empresa Produtora Elements Ltd, A Camera - KB Films Production

Bulgária | 2011 | 86’ | DCP | Colorido | Ficção

Enquanto pede carona de Sofia para Ruse, Kamen conhece Avé, uma garota fugitiva de 17 anos. Em cada carona que pegam juntos, Avé inventa novas identidades para eles, e suas mentiras compulsivas complicam cada vez mais a vida de Kamen. Relutantemente atraido por essa aventura, Kamen começa a se apaixonar por Avé. While hitchhiking from Sofia to Ruse, Kamen meets Avé, a 17-year-old runaway girl. With each ride they hitch, Avé invents new identities for them, and her compulsive lies get Kamen deeper and deeper into trouble. Reluctantly drawn into this adventure, Kamen begins to fall in love with the fleeting Avé.

KONSTANTIN BOJANOV Nascido na Bulgária em 1968, Konstantin Bjanov é diretor de cinema e artista visual. Depois de graduar-se em 1987 pela Escola Nacional de Belas Artes, em Sofia, fez um mestrado na Royal College of Art, em Londres, e estudou direção de documentário na Universidade de Nova Iorque. Konstantin Bojanov (born in Bulgaria in 1968) is a filmmaker and a visual artist. After graduating from the National School of Fine Arts, Sofia in 1987, he received an M.A. from the Royal College of Art, London, and went on to study documentary film-making at New York University. Arnaud Aubelle a.aubelle@le-pacte.com le-pacte.com/international/new-films/single/ave/

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C O M P E T I T I VA J A N E L A I N T E R N A C I O N A L D E L O N G A M E T R A G E M


COUNTRY MUSIC Country Music

/ Música Campesina

FICHA TÉCNICA Direção Alberto Fuguet Roteiro Alberto Fuguet Produção Silvio Canihuante Direção de Fotografia Ashley Zeiger Direção de Arte Marti Young Montagem Sebastián Arriagada Som Cristián Mascaró Elenco Principal Pablo Cerda, James Cathcart, Karin Whitehouse, Ezra Fitz, Todd Huges Empresa Produtora Cinépata

Chile/EUA | 2011 | 105’ | DCP | Colorido | Ficção

Alejandro Tazo, um chileno de trinta e poucos anos, chega de ônibus em Nashville, vindo da costa oeste dos Estados Unidos. Ele foi assaltado no caminho? Por que ele está ali? Como ele chegou ali? O que ele fará na cidade da música? Alejandro Tazo, a 30-something Chilean, arrives at Nashville on a Greyhound bus from the West Coast. Has he been mugged on board? Why is he here? How did he get here? What will he do in Music City?

ALBERTO FUGUET Nascido em 1964, Alberto Fuguet de Goyeneche é um popular escritor, jornalista e diretor chileno que ganhou destaque na década de 1990, ao fazer parte do movimento conhecido como Nova narrativa chilena. Entre seus filmes estão Se Arrienda, Velódromo, outros curtas metragens e videoclipes. Alberto Fuguet de Goyeneche (born 1964) is a popular Chilean writer, journalist, and film director who rose to critical prominence in the 1990s as part of the movement known as the New Chilean Narrative. Among his films are Se Arrienda, Velódromo and other short films and videoclips. Silvio Canihuante silvio@cinepata.com cinepata.com/musica-campesina

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HABANA MUDA Habana Muda

/ Habana Muda

FICHA TÉCNICA Direção Eric Brach Produção Nicolas Duval Adassovsky Direção de Fotografia Javier Deulofeu Labrador Montagem Jacqueline Mariani Som Evelio Manfred Gay Empresa Produtora Quad Productions

ERIC BRACH França | 2011 | 61’ | HDCam | Colorido | Documentário

Esse cuidadoso filme de observação segue Chino, um homem surdo que tenta sustentar sua esposa, também muda, e dois filhos pequenos, em Havana. Chino mantem uma relação aberta com um homem que vive no México e que o ajuda financeiramente. Este triângulo amoroso aos poucos se desenrola cheio de surpresas, algumas vezes inusitadas, e revela motivos complexos que irão perturbar e comover profundamente. This beautifully crafted and carefully observed film follows Chino, a deaf working class husband and father trying to support his mute wife and two young children in Havana while maintaining an open relationship with a financially supportive gay lover living abroad in Mexico. This tangled love triangle slowly unravels in surprising and sometimes bizarre ways revealing questionable motives and rich complexities that will confound you and move you profoundly.

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Eric Brach dirigiu o documentário Habana Muda depois de passar três anos em Cuba para filmar Chino, o jovem pai surdo-mudo. Durante o período de dois anos filmando esse comovente documentário, descobrimos a pequena comunidade surda-muda cubana, conhecemos cada um dos mais curiosos protagonistas dessa situação singular. Eric Brach directed Habana Muda after spending three years in Cuba to film Chino, the young father deaf and dumb. Over the two year period Brach filmed this moving documentary, we discover the small deaf-mute Cuban community, get to know each of the protagonists more entertains with this singular situation. Loic Magneron festivals@widemangement.com facebook.com/HabanaMuda

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KAREN CRIES IN A BUS Karen Cries in a Bus

/ Karen Llora en un Bus

FICHA TÉCNICA Direção Gabriel Rojas Vera Roteiro Gabriel Rojas Vera Produção Alejandro Prieto, María Teresa Suárez Ramírez Direção de Fotografia Manuel Castañeda Direção de Arte Ramsés Benjumea Torres Trilha Sonora Rafael Escandón Montagem Carlos Fernando Cordero Som Carlos Rincón Elenco Principal Ángela Carrizosa Aparicio, María Angélica Sanchez Parra, Juan Manuel Díaz Oróztegui, Edgar Alexen Empresa Produtora Cajanegra Producciones

Colômbia | 2011 | 98’ | HD | Colorido | Ficção

Após dez anos de completa dedicação ao seu abastado marido, Karen percebe o quanto abdicou de sua própria vida. Cansada de tudo isso, ela decide ir embora. Com suas economias ela aluga um quarto no centro de Bogotá e tenta arrumar um emprego, mas sua idade e inexperiência a deixam em desvantagem. Assim, ela precisa decidir se volta a sua vida estável, arriscando perder essa liberdade adquirida ou, se pela primeira vez, enfrenta as crueldades da vida sozinha. After ten years of living in a golden cage and devoting herself completely to her rich husband, Karen realizes what she has left behind. Sick of it all, she decides to leave. With her savings she rents a room in the center of Bogotá and tries to get a job, but her age and inexperience makes it impossible. Soon she has to decide between returning to a stable life and risking her new gained freedom or, for the first time, facing cruel life on her own.

GABRIEL ROJAS VERA Gabriel estudou cinema e TV na Universidade Nacional da Colômbia. Ele escreveu e dirigiu vários curtas metragens, que inclui Look See, The Shoe, One Two Three Statue e um filme não comercial chamado Cristina. Ele trabalhou como roteirista no CSPC, em Guadalajara, no México, e atualmente é o diretor da Cíclope Films. Gabriel studied film and television at the National University of Colombia. He has written and directed several short films, which include Look See, The Shoe, One Two Three Statue and non-commercial film Cristina. He has worked as scriptwriter on the CSPC in Guadalajara, Mexico and currently is the director of Cíclope Films. Lume Filmes lumeproducoes@yahoo.com.br m-appeal.com/M-Appeal.com/our_films/Seiten/KAREN_CRIES_ON_THE_BUS.html

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LAS ACACIAS Las Acacias

/ Las Acacias

FICHA TÉCNICA Direção Pablo Giorgelli Roteiro Pablo Giorgelli, Salvador Roselli Produção Ariel Rotter, Veronica Cura, Alex Zito Direção de Fotografia Diego Poleri Montagem María Astrauskas Som Aya Koretzky Elenco Principal German de Silva, Hebe Duarte, Nayra Calle Mamani Empresa Produtora Airecine, Utopica Cine

Argentina/Espanha | 2011 | 85’ | DCP | Colorido | Ficção

PABLO GIORGELLI

Estrada entre Assunção do Paraguai e Buenos Aires. Um caminhoneiro precisa levar consigo uma mulher desconhecida. Porém a mulher não está só, ela embarca com seu bebê. Restam 1500 Km por percorrer. The motorway between Asunción del Paraguay and Buenos Aires. A truck driver must transport a woman he doesn’t know. The woman is not alone. She´s carrying a baby. There are 1500 kilometres ahead.

Pablo Giorgelli nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1967. Las Acacias é seu primeiro longa metragem; seu roteiro recebeu o prêmio Coral Prize de Melhor Roteiro Não-publicado no 29º Festival de Cinema de Havana. Selecionado para a Semana da Crítica em Cannes, Las Acacias ganhou o prestigiado prêmio Câmera de Ouro, de Melhor Primeiro Filme em 2011. Pablo Giorgelli was born in Buenos Aires, Argentina, in 1967. Las Acacias is his first feature; its script was awarded the Coral Prize for Best Unpublished Script at the 29th Havana Film Festival. Selected for Critics’ Week at Cannes, Las Acacias went on to win the prestigious Camera D’Or for best first film in 2011.

Arnaud Bélangeon-Bouaziz arnaud@urbandistrib.com

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SANGUE DO MEU SANGUE Blood of My Blood

/ Sangue do Meu Sangue

FICHA TÉCNICA Direção João Canijo Roteiro João Canijo Produção Pedro Borges Direção de Fotografia Mário Castanheira Direção de Arte José Pedro Penha Lopes Montagem João Braz Elenco Principal Rita Blanco, Anabela Moreira, Cleia Almeida, Rafael Morais, Marcello Urgeghe Empresa Produtora Midas Filmes

Portugal | 2011 | 133’ | DCP | Colorido | Ficção

As dificuldades da vida na periferia de Lisboa e os sacrifícios que duas mulheres estão dispostas a fazer pela sua família. Marcia está determinada a encerrar o ciclo de pobreza de sua família e quando descobre que sua filha está namorando um professor mais velho não mede esforços para terminar essa relação indesejada. The harshness of life in inner city Lisbon and the sacrifices that two women are willing to make for their family. Marcia is determined to end the cycle of poverty for her family and when she discovers that her daughter is dating an older professor, she will stop at nothing to end this unwelcome relationship.

JOÃO CANIJO Nasceu em 1957, em Portugal. Estudou história na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Trabalhou em televisão e montou diversos espetáculos teatrais. Estreou como diretor em 1983, com o curta metragem A Meio Amor. Cinco anos depois realizou seu primeiro longa, Três Menos Eu. Em 2002, exibiu Ganhar a Vida na mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes. Born in 1957, in Portugal. He studied history in the Literature College at University of Porto. He worked in television and mounted several stage performances. He began directing in 1983 with the short film A Meio Amor. Five years later he made his first feature film, Three Less Me. In 2002 his film Get a Life was screened in Un Certain Regard, Cannes Film Festival.

Sandro Fiorin sandro@figafilms.com midas-filmes.pt/producao/produzidos/sangue-do-meusangue/

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SNACKBAR Snackbar

/ Snackbar

FICHA TÉCNICA Direção Meral Uslu Roteiro Stan Lapinski Produção Marleen Slot Direção de Fotografia Ton Peters Direção de Arte Ben Zuydwijk Trilha Sonora Rutger Reinders Montagem Floor Rodenburg Som Diego van Uden Elenco Principal Ali Cifteci, Nazmye Oral, Dileria Horuz, Esra Horuz Empresa Produtora Lemming Film

Holanda | 2012 | 83’ | DCP | Colorido | Ficção

Ali é dono de uma lanchonete no suburbio de uma grande cidade holandesa, que serve de refúgio para vários jovens descententes imigrantes marroquinos. Esses jovens são violentos e envolvidos com diversos crimes e para eles, Ali é como se fosse um tio, um homem turco mais velho e de confiança; compreensivo, divertido e também rigoroso. Mas e se Ali comprometer tudo isso? SNACKBAR é um filme tão duro, divertido, trágico, selvagem e imprevisível como a própria vida. This snackbar, owned by Ali, in a suburb of a large Dutch city is a refuge for the local Moroccan youth. They are ferocious, violent and criminal. To them Ali is like an old, trustworthy Turkish uncle; understanding, funny but also strict. But what if Ali jeopardizes all of this? SNACKBAR is a film, which is as hard, funny, tragic, wild and unpredictable as life itself.

MERAL USLU Em 1988 Meral Uslu se formou na Academia de Cinema e Televisão Holandesa, em Amsterdã. Mais tarde ela dirigiu o documentário de longa metragem Hoeren. Meral também dirigiu vários documentários de curta metragem para programas de TV: Milieuberichten, Nieuw Amelands Peil, Roosen & Uslu e Urbania. In 1988 Meral Uslu graduated from Dutch Film and Television Academy in Amsterdam. Afterwards she directed the long documentary Hoeren. For several broadcasting shows, Meral directed short documentaries: Milieuberichten, Nieuw Ameland Peil, Roosen & Uslu and Urbania. Yannick van der Kroft yannick@lemmingfilm.com lemmingfilm.com

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SUDOESTE Southwest

/ Sudoeste

FICHA TÉCNICA Direção Eduardo Nunes Roteiro Guilherme Sarmiento, Eduardo Nunes Produção Patrick Leblanc, Helder Dacosta Direção de Fotografia Mauro Pinheiro Jr. Direção de Arte André Weller Trilha Sonora Yuri Villar, Cristiano de Abreu, Tiago Azevedo Montagem Flávio Zettel Som Leandro Lima, Gabriel d’Angelo Elenco Principal Simone Spoladore, Raquel Bonfante, Julio Adrião, Dira Paes, Mariana Lima Empresa Produtora Tropicalstorm Entertainment, Superfilmes, 3 Tabelas Filmes

Brasil | 2011 | 128’ | 35mm | P&B | Ficção

Numa vila isolada do litoral brasileiro onde tudo parece imóvel, Clarice percebe a sua vida durante um único dia, em descompasso com as pessoas que ela encontra e que apenas vivem aquele dia como outro qualquer. Ela tenta entender a sua obscura realidade e o destino das pessoas a sua volta num tempo circular que assombra e desorienta. In a secluded Brazilian coastal village, where everything seems to stand still, Clarice watches her life over the course of a day, unlike those around her who live that day just like any other. She tries to understand her obscure reality and the destiny of the people around her in a circling, disturbing sense of time.

EDUARDO NUNES Eduardo Nunes é formado em cinema pela UFF. É roteirista e diretor de curtas, médias e longas-metragens, além de séries educativas para TV. Seus curtas foram exibidos em festivais brasileiros e internacionais, como Festival de Berlim, Havana, Nova Iorque e Cidade do México. Terral (1995), seu segundo curta, foi 18 vezes premiado em festivais pelo mundo. Eduardo Nunes graduated in cinema from UFF. He is a director and writer that makes shorts, medium-lengths, and features films besides educational TV series. His short films have screened at Brazilian and International film festivals, such as Berlin Film Festival, Havana Film Festival, New York Film Festival and Mexico City Film Festival. Terral (1995), his second short film, has won 18 awards in different festivals from around the world. Helder Dacosta helder@tropicalstorment.com

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THE EDUCATION The Education

/ Die Ausbildung

FICHA TÉCNICA Direção Dirk Lütter Roteiro Dirk Lütter Produção Titus Kreyenberg Direção de Fotografia Henner Besuch Montagem Antonia Fenn Som Andreas Hildebrandt Elenco Principal Joseph K. Bundschuh, Anke Retzlaff, Stefan Rudolf, Dagmar Sachse, Anja Beatrice Kaul, Frank Voß Empresa Produtora Unafilm in co-production with WDR, supportd by Filmstiftung NordrheinWestfalen

Alemanha | 2011 | 85’ | HD | Colorido | Ficção

Jan é um jovem bastante reservado, tímido e pouco ambicioso. Ele está em seu último ano de treinamento em uma empresa de médio porte e não há nenhuma garantia de um emprego no final desse processo. Preso em um departamento que possui um desempenho ruim, Jan faz tudo o que pode para agradar seu chefe. Mas manter tamanha disciplina e produtividade fica difícil quando ele se apaixona por Jenny, uma colega de trabalho. Jan is a young man, usually reserved, shy and unambitious. He is in his last year of training at a medium sized company and there’s no guarantee for a job at the end of his training. Stuck in an underperforming department, Jan does everything he can to please his boss. But keeping high performance and discipline gets hard when he falls in love with Jenny, a co-worker.

DIRK LÜTTER Dirk Lütter, nascido em 1970 em Neuss, primeiramente estudou cinema na SFOF, em Berlim, depois direção de cinema na Academia de Mídia Arte de Cologne e roteiro na dffb, em Berlim. Desde 2000, Dirk já trabalhou como diretor de fotografia em diversos filmes e ganhou destaque com seus curtas metragems (New Berlin Film Award para o curta Heroes, 2005; First Steps Award para o curta The Invisible Hand, 2007). The Education é seu primeiro longa metragem. Dirk Lütter, born 1970 in Neuss, first studied cinematography at SFOF in Berlin, then directing at the Academy of Media Art Cologne and script writing at the dffb, Berlin. Since 2000 Dirk worked as DoP on numerous films and he won a lot of recognition with his short films (New Berlin Film Award for Heroes, 2005; First Steps Award for The Invisible Hand, 2007). The Education is his feature film debut as director. Alessandro Lombardo alessandro@medialuna.biz medialuna.biz/films/descr_the-education.html

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TOTEM Totem

/ Totem

FICHA TÉCNICA Direção Jessica Krummacher Roteiro Jessica Krummacher Produção Martin Blankemeyer, Jessica Krummacher, Philipp Budweg, Timo Müller Direção de Fotografia Björn Siepmann Trilha Sonora Marina Frenk Montagem Jessica Krummacher, Heike Parplies Som Daniel Schäkermann Elenco Principal Marina Frenk, Natja Brunckhorst, Benno Ifland, Alissa Wilms, Cedric Koch, Fritz Fenne, Dominik Buch Empresa Produtora Arepo Media GmbH, Munich Film Society, kLAPPbOXfILME, Lieblingsfilm

Alemanha | 2011 | 86’ | DCP | Colorido | Ficção

Uma jovem chamada Fiona vai para uma cidade na região do Ruhr (Alemanha) para trabalhar na casa da família Baur. Pai, mãe, filha e filho vivem suas próprias vidas, coexistem sem se comunicarem uns com os outros. Ninguém dessa família percebe que Fiona tomou uma decisão importante, apenas o vizinho começa a se preocupar. Totem mostra a rotina de uma família saindo do controle com a chegada de uma estranha. A young woman called Fiona shows up in a city in the Ruhr area to work for the Baür family as a housekeeper. Father, mother, daughter and son all live their own lives, co-existing without communicating. Nobody realizes that Fiona has made a decision. Only the neighbor is starting to worry. Totem shows a family’s routine spinning out of control with the arrival of a stranger.

JESSICA KRUMMACHER Jessica Krummacher cresceu em Bochum e atualmente vive em Berlim. Ela estudou documentarismo e jornalismo televisivo na Universidade de Cinema e Televisão de Munique. Em 2006, ela fundou a produtora kLAPPbOXfILME, junto com Timo Müller. Jessica Krummacher grew up in Bochum and lives in Berlin today. She studied documentary film and television journalism at the University of Television and Film in Munich. In 2006, she founded the production company kLAPPbOXfILME together with Timo Müller. Martin Blankemeyer info@arepomedia.de arepomedia.de/totem

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VOLCANO Volcano

/ Eldfjall

FICHA TÉCNICA Direção Rúnar Rúnarsson Roteiro Rúnar Rúnarsson Produção Thorir Sigurjónsson, Skúli Fr. Malmquist, Egil Dennerline Direção de Fotografia Sophia Olsson Elenco Principal Theodór Júlíusson Empresa Produtora Zik Zak Filmworks, Fine & Mellow production A/S

RÚNAR RÚNARSSON

Islândia | 2011 | 95’ | DCP | Colorido | Ficção

A história de um homem de 67 anos que está envelhecendo. Quando Hannes se aposenta de seu emprego de zelador um vazio se inicia em sua vida. Ele está afastado de sua família, praticamente não tem amigos e a paixão pela esposa desapareceu. Por causa de acontecimentos drásticos, Hannes percebe que ele tem que ajustar sua vida para ajudar alguém que ama. Volcano é uma história de amor sobre como lidar com as escolhas do passado e as dificuldades do presente, a fim de abraçar o futuro. The coming of age story of a 67 year old man. When Hannes retires from his job as a janitor the void that is the rest of his life begins. He is estranged from his family, hardly has any friends and the relationship to his wife has faded. Through drastic events, Hannes realises that he has to adjust his life in order to help someone he loves. Volcano is a love story about dealing with the choices of the past and the difficulties of the present in order to embrace the future.

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Nascido em Reiquejavique, Islândia, Rúnar Rúnarsson morou por 7 anos na Dinamarca e formou-se pela Escola de Cinema Dinamarquesa em 2009. Rúnar recentemente retornou à Islândia para dirigir Volcano, se primeiro longa metragem. Ele foi nomeado para o Oscar em 2006, Palma de Ouro em Cannes e European Film Award em 2008. Born in Reykjavik Iceland, Rúnar Rúnarsson lived in Denmark for 7 years and graduated from Danish Film School in 2009. Rúnar recently returned to Iceland to direct Volcano, his first feature film. He was nominated for an Academy Award in 2006, the Golden Palm in Cannes 2008 and the European Film Awards in 2008.

Christof Wehmeier christof@icelandicfilmcentre.is

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The practices and social behaviors of a particular group bring to the spotlight beliefs and customs that are embedded in a tradition, commonly bounded in time and space by the effectiveness with which the elder members of the group passed on to the younger members their cultural and/or biological heritage. This process of transmitting ways of thinking, being, behaving and acting is dynamic, and often mutates and suffers adaptations by those who receive it. The fact is that being in the world involves contact with the old, from which the new is fashioned. The five Brazilian feature films in the competitive selected for Olhar de Cinema come from different cinematic traditions, ranging from anthropological films as The Hyperwomen to the new movie trend of fictionalizing realities out of real characters and locations (Swirl), through the more traditional narrative with the feet planted on melodrama (All of God’s Creations); but they all touch, somehow, on the concepts of heritage and tradition, either to reiterate and transmit them (Swirl and The Hyper Women), or to reconfigure them (Wanderers), whether to problematize them (HU Enigma), or also to curse them (All of God’s Creations).

HU Enigma tackles the architectural heritage of the project of building a grandiose Brazil, which leads to the two dictatorships in Brazil, Vargas’ and the Military’s. Built mostly on split screen, the directors reveal with their camera the active and inactive, the functional and dysfunctional at the University Hospital of Rio de Janeiro. The theme The Hyperwomen is the transmission of a traditional female ritual of the Kuikiro tribe. This observational documentary gives access to another form of social organization in which women play an active and leading role. Swirl deals with the liberation from an oppressive male-dominated system, while recognizing the importance of the oral transmission of traditions of northern Minas Gerais through storytelling and singing. Wanderers goes even further in time: in an ironic documentary, the target is the capitalist tradition based on consumption and accumulation, as opposed to a much earlier and sustainable way of life, which still continues on to this day: nomadism. Finally, in All of God’s Creations, the meaning of the word “heritage” acquires a much more direct (estate, legacy) and negative sense in the story of a young homosexual man born into a dysfunctional family in the countryside of Paraíba. In conclusion, these are films that lean towards, or have as a starting point, the past, but seek, each in its own particular way, to speak of the present, the possibility of change; either to preserve, through the camera, a tradition that is getting lost (All of God’s Creations), the implosion of a past legacy (HU Enigma), the impossibility of love (All of God’s Creations), the vestiges of the past thrown down the current of a river (Swirl), or the celebration of a ritual in honor of the natural state of things (Wanderers).

Programmers

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As práticas e comportamentos sociais de determinado grupo trazem crenças e costumes que estão inseridos numa tradição, comumente delimitada no tempo e espaço pela eficácia com que os membros mais velhos do grupo transmitiram para membros mais jovens sua herança cultural e/ou biológica. Este processo de transmissão de formas de pensar, ser, estar e agir é dinâmico, e frequentemente sofre mutações e adaptações por aqueles que o recebem. O fato é que, estar no mundo supõe o contato com o velho, do qual se forja o novo. Os cinco longas metragens brasileiros na mostra competitiva do festival Olhar de Cinema provém de tradições cinematográficas distintas, que vão desde os filmes antropológicos (As Hiper Mulheres), até a nova tendência do cinema de ficcionalizar a realidade trabalhando com personagens e locações reais (Girimunho), passando pela narrativa mais clássica com pés no melodrama (Tudo que Deus Criou); mas todos eles esbarram de alguma maneira nos conceitos de herança e tradição, seja para reiterá-los e transmiti-los (Girimunho e As Hiper Mulheres), seja para reconfigurálos (Estradeiros), seja para problematizá-los (HU), seja também para amaldiçoá-los (Tudo que Deus Criou).

ativo. Girimunho versa sobre a libertação de um sistema machista opressor, ao mesmo tempo em que reconhece a importância da transmissão oral de tradições do norte de Minas Gerais através da contação de histórias e cantorias. Estradeiros vai ainda mais longe no tempo: num documentário irônico, o alvo é a tradição capitalista baseada no consumo e acumulação, em contraposição a um modo de vida muito mais antigo e sustentável, e que perdura até hoje, o nomadismo. Por último, em Tudo que Deus Criou o significado da palavra herança adquire um sentido muito mais direto (espólio, legado) e negativo na história de um jovem homossexual nascido numa família disfuncional no interior da Paraíba. Ao fim e ao cabo, são filmes que se debruçam ou têm como ponto de partida o passado, mas que buscam, cada um a sua maneira, falar do presente, da possibilidade de mudança; seja na preservação, através da câmera, de uma tradição que se está perdendo (As Hiper Mulheres), seja na implosão de uma herança do passado (HU), na impossibilidade do amor (Tudo que Deus Criou), nos vestígios do passado jogados na correnteza de um rio (Girimunho), seja na celebração de um ritual em homenagem ao estado natural das coisas (Estradeiros).

HU fala da herança arquitetônica do projeto de construção de um Brasil grandioso, que remete as duas ditaduras brasileiras, a de Vargas e a Militar. Construído boa parte em split screen, os realizadores revelam com sua câmera o ativo e o inativo, o funcional e o disfuncional do Hospital Universitário do Rio de Janeiro. Em As Hiper Mulheres a transmissão de um ritual tradicional das mulheres da tribo indígena Kuikuro é o tema. Neste documentário observativo Curadoria tem-se acesso a outra forma de organização social, em que as mulheres desempenham papel preponderante e

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AS HIPER MULHERES The Hyperwomen

/ As Hiper Mulheres

FICHA TÉCNICA Direção Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro Roteiro Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro Produção Vincent Carelli, Carlos Fausto Direção de Fotografia Mahajugi Kuikuro, Munai Kuikuro e Takumã Kuikuro Montagem Leonardo Sette Som Mahajugi Kuikuro, Munai Kuikuro, Takumã Kuikuro Elenco Principal Tugupé, Sandaki, Kamankgagu, Kanu, Ajahi, Aulá, Amanhatsi Empresa Produtora Video nas Aldeias

Brasil | 2011 | 80’ | HD | Colorido | Documentário

Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente. Fearing the death of his wife, an old man requests that his neice perform the Jamurikumalu, the main women’s ritual of the Indigenous peoples of the Alto Xingu (MT), so that she may sing one last time. The women starts the rehearsals, but the only singer who really knows all the songs is seriously ill.

CARLOS FAUSTO, LEONARDO SETTE e TAKUMÃ KUIKURO Carlos Fausto é antropólogo, documentarista e fotógrafo. Leonardo é um fotógrafo e cineasta graduado em história do cinema pela Universidade Paris 1 - Panthéon Sorbonne. Ele dirigiu os filmes Ocidente e Confessionário. Takumã Kuikuro é um cineasta do Coletivo Kuikuro de Cinema e dirigiu os filmes Cheiro de Pequi e O Dia Em que a Lua Menstrou. Carlos Fausto is an anthropologist, documentary director and photographer. Leonardo Sette is a photographer and film director, graduated in cinema history from Université Paris 1 - Panthéon Sorbonne. He directed the films Ocidente e Confessionário. Takumã Kuikuro is a director who works at the collective Kuikuro de Cinema and directed the films Cheiro de Pequi and O Dia Em que a Lua Menstrou. Juliana Lapa ashipermulheres@gmail.com facebook.com/ashipermulheres

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ESTRADEIROS Wanderers

/ Estradeiros

FICHA TÉCNICA Direção Sergio Oliveira e Renata Pinheiro Roteiro Sergio Oliveira e Renata Pinheiro Produção Cecília da Fonte DIreção de Fotografia Pedro Urano Trilha Sonora DJ Dolores Montagem Daniel Garcia Som Guga Rocha Elenco Principal Adrián Rueda, Charly Skywalker, Reynaldo Cubano Empresa Produtora Aroma Filmes

Brasil/Argentina | 2011 | 79’ | HD | Colorido | Documentário

Terra à vista. Land in sight.

SERGIO OLIVEIRA e RENATA PINHEIRO Sérgio Oliveira dirigiu Schenberguianas (2006) e Faço de Mim O Que Quero (2009). Renata Pinheiro é uma artista de muitos meios. Superbarroco, seu primeiro filme em 35mm, ganhou mais de 40 prêmios. Juntos, os diretores fizeram o curta Praça Walt Disney (2011) eleito melhor curta de 2011 pela ABRACCINE. Sérgio Oliveira directed Schenberguianas (2006) and Faço de Mim O Que Quero (2009). Renata Pinheiro is a multi-discipline artist. Superbarroco, her first 35mm film, has won more than 40 awards. Together, they directed the short film Walt Disney Square (2011) that won the ABRACCINE Best Film Award. Renata Pinheiro aromafilmes@gmail.com

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GIRIMUNHO Swirl

/ Girimunho

FICHA TÉCNICA Direção Clarissa Campolina, Helvécio Marins Jr Roteiro Felipe Bragança Produção Luana Melgaço Direção de Fotografia Igor Lopes Araújo Direção de Arte Thais Alberto Trilha Sonora O Grivo Montagem Marina Meliande Som O Grivo Elenco Principal Bastu, Maria do Boi, Preta, Branca, Batatinha, Miltinho, Izadora Fernandes Empresa Produtora Teia Filmes

Brasil/Espanha/Alemanha | 2011 | 90’ | 35mm | Colorido | Ficção

Bastú perde o marido Feliciano e busca nos sinais do dia a dia e em suas lembranças sentimentos que irão ajudá-la nessa transformação. Maria carrega em seu tambor as tradições de seu povo. Duas senhoras no sertão mineiro fazendo o redemoinho da vida girar. Bastú loses her husband and start looking for comfort and support in her daily life and memories that will help her in this change. Maria carries in her drum the tradition of her people. Two ladies making the life’s swirl spinning.

CLARISSA CAMPOLINA e HELVÉCIO MARINS JR Helvécio Marins Jr é Pós-Graduado em Cinema. Dirigiu os curtas 2 Homens, Trecho e Nascente. Clarissa Campolina graduou-se em Comunicação Social e dirigiu os curtas Trecho e Adormecidos, o média metragem Notas Flanantes e a instalação Rastros. As obras dos dois diretores ganharam prêmios no Brasil e no exterior, e foram selecionados nos principais eventos de cinema. Girimunho é o primeiro longa metragem deles. Helvécio Marins Jr. is Post-Graduated in Cinema. He directed the short films 2 Homens, Trecho and Nascente. Clarissa Campolina graduated in Social Communication and directed the short films Trecho and Adormecidos, the medium-length film Notas Flanantes and the art installation Rastros. The directors’ works have received Brazilian and International awards and were selected for the main film festivals from around the world. Swirl is their first feature film. Luana Melgaço Luana.teia@art.br girimunho.com | swirl.com | teia.art.br

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HU

HU Enigma

/ HU

FICHA TÉCNICA Diretção Pedro Urano e Joana Traub Csekö Roteiro Pedro Urano e Joana Traub Csekö Produção Samantha Capideville Direção de Fotografia Pedro Urano Trilha Sonora LC Csekö Montagem Marina Fraga Som Edson Secco Empresa Produtora Alice Filmes

Brasil | 2011 | 78’ | DCP | Colorido | Documentário

Um edifício partido ao meio: de um lado, o hospital do outro, a ruína. E no horizonte, a Baía de Guanabara, o Rio de Janeiro, a saúde e educação públicas. Inteiramente filmado no monumental, e apenas parcialmente ocupado, prédio modernista do Hospital Universitário da UFRJ. Uma metáfora em concreto armado da esfera pública brasileira. A symmetrically divided building: on one side, an important public hospital, on the other, a bewildering ruin. On the horizon, Rio de Janeiro, public health, education and Brazil’s aged modern project. Shot entirely in the monumental and only partially occupied modernist edifice of the University Hospital of UFRJ. A material metaphor of the Brazilian public sphere.

PEDRO URANO e JOANA TRAUB CSEKÖ Joana Traub Csekö é artista visual e mestre em Linguagens Visuais pela EBA-UFRJ. Tem obras na coleção Gilbet e Chateaubriand. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Pedro Urano é fotógrafo, produtor e realizador. Estreou na direção com o filme Estrada Real Da Cachaça. É colaborador de artistas e cineastas de diferentes estados brasileiros. Joana Traub Csekö is a visual artist and has a master in Visual Languages from EBA-UFRJ. She has artworks in Gilbet and Chateaubriand’s collection, lives and works in Rio de Janeiro. Pedro Urano is photographer, producer and director. His first feature is Estrada Real Da Cachaça. He works together with several artists from different Brazilian states. Pedro Urano pedro@pedrourano.com huenigma.com

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TUDO QUE DEUS CRIOU All Of God´s Creations

/ Tudo Que Deus Criou

FICHA TÉCNICA Direção André da Costa Pinto Roteiro André da Costa Pinto Produção Adriano Lírio Direção de Fotografia João Carlos Beltrão Direção de Arte Carlos Mosca Trilha Sonora Val Donato, Nervoso, Rangel Jr. Montagem Carlos Carvalho, Ely Marques Som Guga Rocha Elenco Principal Letícia Spiller, Guta Stresser, Maria Gladys, Paulo Philippe, Paulo Vespúcio, Cláudio Jaborandy Empresa Produtora Universidade Estadual da Paraíba – UEPB

Brasil | 2012 | 105’ | HD | Colorido | Ficção

Um órfão, uma senhora cega e toda responsabilidade em assumir uma família jogada sobre os ombros de um jovem de 23 anos, que passa por um conflito de identidade. O que será que Deus criou pensando em cada um deles? An orphan, a blind lady and the responsibility of looking after a family falls upon a young guy who goes through an identity crisis. What has God created for each of them?

ANDRÉ DA COSTA PINTO André da Costa Pinto é jornalista, realizador audiovisual e coordenador de audiovisual do DECOM/UEPB. Dirigiu, produziu e roteirizou os curtas A Encomenda Do Bicho Medonho, Amanda e Monick e A Minha Amiga: Um Breve Relato Sobre Nós. É idealizador e coordenador do Comunicurtas UEPB – Festival Audiovisual de Campina Grande. André da Costa Pinto is a journalist, film director and course coordinator at DECOM/UEPB. He directed, wrote and produced the short films A Encomenda Do Bicho Medonho, Amanda e Monick and A Minha Amiga: Um Breve Relato Sobre Nós. He created and manages the film festival Comunicurtas UEPB – Festival Audiovisual de Campina Grande. Andre Costa andrecostabsm@gmail.com

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Humanity in space. Youth in conflict (either with themselves or with others) coming from a safe place to eventually find themselves encapsulated, self-absorbed and moving in circles in Cross-Country. Images and metaphors over limits and boundaries with clashing young people in Tomorrow, Algiers?. Is the internal and/or social revolution on the way? Given the challenges, one has to make the decision to either face them or give up. Two short films with different views about young people and their relationship with the environment. In one, the young person is a plaything, a foosball ball, while in the other, a potential transformer. Humanity and its ideals. The political sentiment strongly related to romantic relationships in July 1st, An Unhappy Birthday. Interpersonal relationships influenced by geopolitical issues, as well as conflicts arising from them in a film where young people take their political role and take the streets. On the other hand, Could See a Puma brings apathetic young people disorderly loitering in a post-apocalyptic space, with no solid constructions, who might literally fall into the emptiness of the deepest recesses of earth. Humanity and work. In Mezanin the limits of what a person needs to do in order to keep their job. In a world where big corporations dictate the rules becoming real holders of power, either you fit in or you are out. A young person portrayed as a piece of meat, a small piece of gear. Still dealing with work relationships, Juku puts us inside a mine to talk about the unhealthiness one submits oneself to in order to satisfy the interests of corporations. How these workers develop a collective oral memory in search of some light within smothering darkness. In Beast, the unsuitable individual is treated as a beast of burden, as a slave of a conservative patriarchal family, whose children reproduce the authoritarian behavior of their parents. The individual seen as an object that after losing its usefulness is thrown away, all under the connivance of the family and the law. Narcocorrido, by its turn, reveals the relationships between strength and power that define rigid politicaleconomic-cultural boundaries, putting a person against another, in search of elusive opportunities. Humanity and its instincts. The sense of form. The most primitive relationships of the human being. Late And Deep exposes the dark and unrevealed side that such relationships might hold. Primal elements and vital actions in a visual composition full of distortions. Primitivism that often governs the actions of so-called civilized beings, as in It’s Nothing, which depicts potentially destructive attitudes that put us before taboo subjects such as pedophilia and the borderline situations of the instinct to defend our offspring. Humanity and its image. The contemporary world dominated by cameras, big brothers, the Internet, the all-seeing eye. Overexposure of ordinary individuals. Invasion of privacy and the exposure of bodies in External Memories Of An Aliased Woman. The fetish of voyeurism which consumes bodies and dictates the beauty standards that hurt the protagonist of One Night With You, a work that addresses the dictatorship of the healthy body and its psychological implications in the life of a young person who tries to fit in. And those who do not fit in are plain outsiders. On the other hand, Wind Session Tiger Woman, deconstructs the cliché that these displaced people are just waiting for the opportunity to join in and be accepted as “normal”. A change of paradigms in heterosexual relationships. A man not seeing the need to give in to the beautiful and mature woman who shows signs of being available.

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O homem no espaço. Juventude em conflito (consigo, com o outro) partindo de um lugar seguro para no final se encontrar encapsulada, ensimesmada e se movendo em círculo em Cross-Country. Imagens e metáforas sobre limites e fronteiras com jovens partindo para o embate em Tomorrow, Algiers?. A revolução interna e/ou social está a caminho? Diante dos desafios tem que se tomar a decisão de encarar ou desistir. Dois curtas com visões distintas acerca do jovem e sua relação com o meio. Num, o jovem é joguete, é bola de pebolim, no outro é potencial transformador. O homem e seus ideais. O sentimento político fortemente relacionado com as relações amorosas em July 1st, An Unhappy Birthday. As relações interpessoais influenciadas por aspectos geopolíticos, assim como os conflitos gerados a partir deles num filme em que o jovem assume seu papel político e ganha as ruas. Por outro lado, Could See a Puma traz jovens apáticos flanando desorientados num espaço pós apocalíptico, sem construções solidas, podendo cair, literalmente, no vazio do mais profundo recôndito da Terra. O homem e o trabalho. Em Mezanin os limites do que é necessário fazer para se manter no emprego. Num mundo em que as grandes corporações ditam as regras transformando-se em verdadeiros donos do poder, ou adéqua-se ou está fora. O jovem como um pedaço de carne, uma peça dentro da engrenagem. Ainda versando sobre as relações de trabalho, Juku nos coloca no interior de uma mina para falar da insalubridade à qual o homem se sujeita para satisfazer os interesses das corporações. Como esses trabalhadores desenvolvem uma memória coletiva oral em busca de alguma luz dentro de uma sufocante escuridão. Em Beast o indivíduo inadequado é tratado como animal de carga, como escravo de uma família patriarcal e conservadora, cujos filhos reproduzem o comportamento autoritário dos pais. O indivíduo visto como objeto que ao perder sua utilidade é jogado fora, estando esse ato sob a conivência da família e da lei. Já Narcocorrido descortina as relações de força e poder

que delimitam rígidas fronteiras políticoeconomico-culturais, que jogam um homem contra o outro, em busca de oportunidades ilusórias. O homem e seus instintos. A sensação da forma. As relações mais primitivas do ser humano. Late And Deep expõe o lado obscuro e irrevelado que tais relações podem ter. Elementos primais e ações vitais em uma composição visual carregada de distorções. Primitivismo que muitas vezes regem as ações de seres ditos civilizados, como em It´s Nothing, em que atitudes potencialmente destrutivas nos jogam diante de temas tabus, como pedofilia e as situações limites do instinto de defesa da prole. O homem e a imagem. O mundo contemporâneo dominado pelas câmeras, os big brothers, a internet, o olho que tudo vê. A superexposição dos indivíduos comuns. A invasão de privacidade e a exposição dos corpos em Memórias Externas de Uma Mulher Serrilhada. O fetiche do voyerismo que consome corpos e dita padrões de beleza, que angustiam o protagonista de One Night With You, obra que aborda a ditadura do corpo saudável e suas implicações psicológicas na vida de um jovem que tenta se adequar. E os que não se adequam estão fora, são outsiders. Na contra mão, Wind Session Tiger Woman, desconstrói o clichê de que esses indivíduos deslocados estão apenas esperando a oportunidade para se integrar e serem aceitos como “normais”. Uma mudança do paradigma da relação heterossexual. O homem não enxergando mais a necessidade de corresponder à mulher bela e madura que dá sinais de possível entrega. Curadoria

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BEAST

COULD SEE A PUMA

/ Csicska

/ Pude Ver un Puma

Hungria | 2011 | 20’ | HD | Colorido | Ficção

Argentina | 2011 | 18’ | HD | Colorido | Ficção

Direção Attila Till | Roteiro Attila Till | Produção Judit Stalter | Fotografia Imre Juhász | Trilha Sonora Iván Lantos | Montagem Béla Barsi, Arnaldo Silveira | Elenco Principal Szabolcs Thuróczy, Móni Balsai | Empresa Produtora Laokoon Film

Direção Eduardo Williams | Roteiro Eduardo Williams | Produção Eduardo Williams | Fotografia Manuel Bascoy | Direção de Arte Alexan Sarikamichian | Trilha Sonora Alex Del Río | Montagem Eduardo Williams Elenco Principal Nahuel Perez Biscayart, Fernando Contigiani García

Balogh, um pequeno agricultor húngaro, domina sua esposa, seus filhos e seu escravo “contratado”. Isolado do resto do mundo em uma fazenda distante em Great Plains, ele tenta manter uma família ideal que formulou a partir de rígidas tradições.

O acidente leva um grupo de garotos dos altos telhados das suas vizinhanças, passando pela sua destruição, às profundezas da Terra.

Beast

Could See a Puma

Mr. Balogh, a not very affluent Hungarian farmer, lords over his wife, children and his “hired” slave. Cut off from the rest of the world on a distant farm in the Great Plains, he tries to uphold a family ideal he formulated from rigid traditions.

The accident leads a group of young boys from the high roofs of their neighborhood, passing through its destruction, to the deepest of the Earth.

ATTILA TILL

EDUARDO WILLIAMS

Attila Till é formado pela Universidade de Belas Artes Húngara no departamento de Intermedia. Seu primeiro longa metragem Panic estreou, em 2008, na Semana de Cinema Húngara, onde ganhou prêmio de Melhor Atriz e Melhor Filme pelo Júri Popular. Seu primeiro curta cutragem, Beast, estreou em 2011 na Quinzena dos Realizadores, em Cannes.

Eduardo Williams nasceu em 1987 em Buenos Aires, estuda direção de cinema na Universidad del Cine e dirigiu os filmes Beware (2010), They Were Seen (2010), Could See a Puma (2011) e The Sound Of The Stars (2012).

Attila Till graduated from the Hungarian University of Fine Arts in the Intermedia department. His first feature film Panic premiered in 2008 at the Hungarian Film Week where it won the Best Actress and the Audience Award. His first short film, Beast, had world premiered at Quinzaine Section in 2011, in Cannes.

Eduardo Williams was born in 1987 in Buenos Aires, studied film directing at Universidad del Cine and directed the films Beware (2010), They Were Seen (2010), Could See A Puma (2011) and The Sound Of The Stars (2012).

Judit Stalter stalter@laokoonfilm.com | laokoonfilm.com/cinema/shortfilms/beast

Eduardo Williams teddywill@gmail.com

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CROSS-COUNTRY

IT´S NOTHING

/ Cross

/ Ce N’est Rien

França | 2011 | 15’ | HD | Colorido | Ficção

Canadá | 2011 | 14’ | HD | Colorido | Ficção

Direção Maryna Vroda | Roteiro Maryna Vroda | Produção Florence Keller | Fotografia Maryna Vroda | Montagem Thomas Marchand | Elenco Egor Agarkov, Nast ia Dunaeva | Empresa Produtora Les 3 lignes

Direção Nicolas Roy | Roteiro Nicolas Roy | Produção Menaic Raoul, Gabrielle Tougas-Fréchette | Fotografia Mathieu Laverdière | Trilha Sonora Thomas Augustin | Montagem Nicolas Roy | Elenco Martin Dubreuil, Eloise Bisson | Empresa Produtora Voyous Films

Cross-Country

No início o garoto é obrigado a correr. Depois, corre por conta própria. Por fim, contempla outra corrida. First a boy is forced to run. Then he runs on his own. Then he watches another one run.

It´s Nothing

Michel vive somente com sua filha, Marie. Hoje, suas vidas monótonas se transformam em um drama. Michel lives alone with his daughter Marie. Today, their monotonous life turns to drama.

MARYNA VRODA

NICOLAS ROY

Em 2007 Maryna Vroda se formou em Cinema e Televisão pela Universidade Nacional de Teatro, Cinema e Televisão de Kiev (que posteriormente mudou de nome para Karpenko‐Karyy), com especialização em direção de longas metragens.

Nicolas Roy estudou Cinema em três universidades diferentes em Quebec e dirigiu alguns curtas metragens experimentais. Seu trabalho em ficção, Novembre (2001), Léo (2003), Pet It Dimanche (2006) e Jour Sans Joie (2009), que explora temas como família, desvastação de um país e a morte, foi exibido em diversos festivais em Quebec e no exterior.

In 2007, Maryna Vroda graduated from Cinematography and Television faculty, at Kyiv National University of Theatre, Cinematography and Television (named after Karpenko‐ Karyy), with a specialization in feature film directing.

Nicolas Roy studied Cinema at three different universities in Quebec and directed a few experimental short films. His work of fiction, Novembre (2001), Léo (2003), Pet It Dimanche (2006) and Jour Sans Joie (2009) exploring themes such as family, desolate country and death, have been screened in several festivals in Québec and abroad.

Florence Keller keller.fl@gmail.com

Catherine Thériault info@travellingdistribution.com

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JUKU

JULY 1ST, AN UNHAPPY BIRTHDAY

/ Juku

/

Bolívia/Argentina | 2011 | 18’ | HD | Colorido | Documentário.

Hong Kong | 2011 | 25’ | HD | Colorido | Ficção

Direção Kiro Russo | Roteiro Kiro Russo, Gilmar Gonzales | Produção Miguel Hilari | Fotografia Pablo Paniagua | Trilha Sonora Carlos Gutierres | Montagem Pablo Paniagua, Kiro Russo | Elenco Elías Paiba, Zacarías Condori, Humberto Fábrica | Empresa Produtora Colectivo

Direção Miao Li | Roteiro Miao Li | Produtor Miao Li | Fotografia DAI Yi, LAM Hum-ming, HUNG Yun-ki, XU Hong | Trilha Sonora LIU Qi | Montagem LI Miao, LUO Hao | Elenco Paco Wong Hing-nam, Lau Ranya Lee Man

Cerca de dez mil pessoas entram diariamente na Posokoni, a maior mina de estanho da Bolívia, e fazem seus caminhos pela escuridão primitiva.

Lau foi com sua namorada, Ranya, na última marcha de 01 de julho, em 2010. Este ano eles vão participar novamente da marcha para celebrar esse encontro, o seu aniversário e protestar contra o governo. Esse prazeroso dia muda completamente quando Ranya, por acaso, encontra seu colega de classe da China continental.

Juku

July 1st, an Unhappy Birthday

About ten thousand people enter daily into Posokoni, the largest tin mine in Bolivia, and make their way into primordial darkness.

Lau met his girlfriend, Ranya, at the last July 1st march in 2010. This year, they will march again to celebrate their meeting, his birthday and protest the government. This joyful day takes a turn when Ranya runs into her “mainland Chinese” schoolmate.

KIRO RUSSO

MIAO LI

O diretor e editor de som Mauricio Quiroga, também conhecido como Kiro Russo, nasceu em La Paz, Bolívia. Atualmente ele estuda na Univercidad del Cine, em Buenos Aires. Enterprisse (2010), seu primeiro curta metragem, participou de diversos festivais de todo o mundo. Juku, o segundo filme de Russo, explora a escuridão e o ritual diário em uma mina de estanho boliviana. Director and sound designer Mauricio Quiroga - aka Kiro Russo - was born in La Paz, Bolivia. He currently studies at the Univercidad del Cine in Buenos Aires. Enterprisse (2010), his first short film, went to several festivals around the world. Juku, Russo’s second short, explores the darkness and the daily ritual of a Bolivian tin mine.

Miao Li nasceu em Pequim e se formou em letras na Escola de Artes, Universidade de Pequim, em 2008. Depois da gradução, ela fez um mestrado em belas artes na Universidade Baptista de Hong Kong, em 2011.

Kiro Russo kirorusso@gmail.com

Miao Li stormsquall@gmail.com

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Miao Li was a native Beijingese and graduated from School of Art, Peking University with a bachelor degree of Letters in 2008. After the graduation, she went to Hong Kong Baptist University and obtained the degree of Master of Fine Art s in 2011.

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LATE AND DEEP

MEMÓRIAS EXTERNAS DE UMA MULHER SERRILHADA

/ Late and Deep

/ Memórias Externas de uma Mulher Serrilhada

Noruega | 2011 | 17’ | HD | Colorido | Ficção

Brasil | 2011 | 15’ | 35mm | Colorido | Ficção

Direção Devin Horan | Roteiro Devin Horan | Produção Devin Horan | Fotografia Devin Horan | Direção de Arte Elena Perez Guembe | Montagem Devin Horan | Empresa Produtora Grodek

Direção Eduardo Kishimoto | Roteiro Eduardo Kishimoto | Produção Daniel Chaia, Cris Alves | Fotografia Carlos Firmino | Direção de Arte Fernanda Carlucci | Trilha Sonora Michelle Agnes | Montagem Eduardo Kishimoto | Elenco Ana Georgina Castro, Wendy Bassi | Empresa Produtora Bola Oito Produções

Late and Deep

Escuridão no norte. Ao acordar, claridade. Sob a vastidão do céu, uma noite de carnes tomadas por febre. Late And Deep é a segunda parte de uma tetralogia que explora os dizeres do escritor existencialista Sadeq Hedayat: “Na vida, é possível tornar-se anjo, humano ou animal. Eu não tenho nenhuma dessas possibilidades”.

External Memories of an Aliased Woman

Fragmentos digitais da intimidade de Josi. Digital fragments of Josi’s intimacy.

Dark north. Clarity upon waking. Beneath an expansive of sky, a night of flesh absorbed in fever. Late And Deep is the second installment of a film tetralogy that explores a statement by existentialist writer Sadeq Hedayat: “In life it is possible to become angelic, human, or animal. I have none of these things”.

DEVIN HORAN

EDUARDO KISHIMOTO

Devin Horan foi assitente de câmera no filme Eastern Drift, dirigido por Sharunas Bartas, e dirigiu os filmes Boundary (2009), Late And Deep (2011) e Grodek (em preparação).

Eduardo Kishimoto é formado em Cinema e Vídeo pela ECA-USP. Ele dirigiu Sobre a Congada de Ilhabela (7 documentários de 26 min. cada, TV USP, 2011), As Verdades Temporárias (curta 35mm, 2010), O Cozinheiro Negro (HDCam, 2010), A Piscose de Valter (curta 35mm, Glaz, 2007) e Terminal Piratuba.

Devin Horan was camera assistant in Eastern Drift, directed by Sharunas Bartas, and directed the films Boundary (2009), Late And Deep (2011) and Grodek (In Preparation).

Eduardo Kishimoto graduated in Cinema from São Paulo University. He directed Sobre a Congada de Ilhabela (7 documentaries with 26 minutes each, for TV USP channel, 2011), As Verdades Temporárias (a 35mm short film, 2010), O Cozinheiro Negro (HDCam, 2010), A Piscose de Valter (a 35mm short film, Glaz, 2007) and Terminal Piratuba.

Devin Horan DVNHRN@gmail.com

Eduardo Kishimoto ekishimoto@gmail.com | vimeo.com/user20280657

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MEZANIN

NARCOCORRIDO

/ Mezzanine

/ Narcocorrido

Croácia | 2011 | 14’ | HD | Colorido | Ficção

EUA | 2011 | 23’ | HD | Colorido | Ficção

Direção Dalibor Matanic | Roteiro Dalibor Matanic | Produção Ankica Juric Tilic | Fotografia Branko Linta H.F.S. | Montagem Tomislav Pavlic | Elenco Leona Paraminski, Jagoda Kralij Novak | Empresa Produtora Kinorama

Direção Ryan Prows | Roteiro Ryan Prows | Produção L. Onye Anyanwu | Fotografia Benjamin Kitchens | Direção de Arte Callie Andreadis | Trilha Sonora Gerardo Rojas | Montagem Jarod Shannon | Elenco Nicki Micheaux, Raúl Castillo | Empresa Produtora Team Win

Mezanin se passa em uma cidade alienada, ditada por princípios impiedosos da sociedade corporativa, na qual uma jovem mulher aceita ser reduzida a simplesmente carne humana pois essa é a única forma de existir dentro do jogo da sobrevivência. A mãe encoraja a filha a embarcar nesse mundo impiedoso, mesmo sendo consciente de que sua própria filha está sendo irreversivelmente prejudicada.

O Narcocorrido é uma balada folclórica mexicana criada por presos para mitificar contos que ilustram o decadente tráfico de drogas ocidental moderno. Quando uma policial da fronteira, gravemente doente, detém um carregamento do crime organizado em uma última disputa por sua sobrevivência, ela se vê representada em um Narcocorrido. Será que ela reconhecerá seu desespero diante dos traficantes ou reprimirá seus sentimentos para sobreviver?

Mezanin

Narcocorrido

Mezanin is set in an alienated city ruled by merciless principles of corporate society, in which a young woman consents to be reduced to mere human flesh, as it is the only way into the game of survival. Her mother encourages the daughter to embark into this merciless world, becoming aware that her own child is irreversibly damaged.

The Narcocorrido, Mexican folk ballads created by those trapped in violence, mythicize seedy drug tales of the modern West. When a gravely ill border cop robs a cartel shipment in a last ditch scramble for survival, she finds herself in a Narcocorrido made real. Will she recognize her shared desperation with the traffickers or suppress her own humanity to live?

DALIBOR MATANIC

RYAN PROWS

Dalibor Matanic (Zagreb, 1975) é graduado em Direção de Cinema e TV pela Academia de Arte Dramática, em Zagreb. Depois de ter dirigido vários curtas metragens, ele fez seu primeiro longa metragem, o premiado Cashier Wants To Go To Seaside, em 2000.

Ryan é um diretor do sul dos Estados Unidos e um cavalheiro do mais alto calibre. Ele é recentemente graduado pelo Instituto Americano de Cinema, com mestrado em Direção, e atualmente vive em Los Angeles com sua mulher, um elegante cachorro afeminado e um gato normal.

Dalibor Matanic (Zagreb, 1975) holds a degree in film and television directing from the Academy of Dramatic art in Zagreb. After shooting several short films, he made his award-winning feature debut Cashier Wants To Go To Seaside in 2000.

Ryan is a director, a Southerner, and a Gentleman of the highest caliber. He is a recent graduate of the American Film Institute with an MFA in Directing, and currently resides in Los Angeles with his wife, a foppish dandy of a dog, and an alright cat.

Ankica Juric Tilic ankica@kinorama.hr

Ryan Prows ryanprows@gmail.com | www.narcocorridofilm.com

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ONE NIGHT WITH YOU

TOMORROW, ALGIERS?

/ Une Nuit Avec Toi

/ Demain, Alger?

Canadá | 2011 | 13’ | HD | Colorido | Ficção

Argélia | 2011 | 20’ | HD | Colorido | Ficção

Direção Jeanne Leblanc | Roteiro Jeanne Leblanc | Produção Jeanne Leblanc | Fotografia François Archambault | Direção de Arte Frédéric Devost | Trilha Sonora Stéphan Roy | Montagem Stéphane Grégoire | Elenco Guillaume Cyr, Julie de Lafrenière | Empresa Produtora QuatreQuarts Films

Direção Amin Sidi-Boumediène | Roteiro Amin Sidi-Boumediène | Produção Yacine Bouaziz | Fotografia Mohamed Tayeb Laggoune | Trilha Sonora Amin Sidi-Boumediène | Montagem Amin Sidi-Boumediène | Elenco Amine Mentseur, Mehdi Ramdani | Empresa Produtora Thala Films Production

Desde a infância Samuel sempre foi gordo. Contudo, aos seus 23 anos, suas fantasias, como a de todos os homens de sua idade, são garotas magras. Diante da indiferença de seus desejos inacessíveis, ele tenta recorrer a Emily, uma jovem mulher na mesma situação.

Três rapazes discutem nos fundos de seu prédio sobre a viagem que um de seus amigos irá fazer e sobre um estranho evento que pode acontecer no dia seguinte. No andar de cima Fouad está fazendo suas malas, sem saber se terá coragem de despedir de seus amigos.

Since childhood, Samuel has always been fat. However, at age 23, his fantasies, like all man his age, turned to the pretty, thin girls. Faced with the indifference of his inaccessible desires, he try to fall back on Emily, a young woman in the same situation he is.

Three guys are having a discussion sitting at the bottom of their building. Their conversation is about their best friend’s trip and a strange event which is meant to happen the next day. Upstairs, Fouad is packing his bags. He still doesn’t know whether he’ll dare to say goodbye to them or not.

One Night With Tou

Tomorrow, Algiers?

JEANNE LEBLANC

AMIN SIDI-BOUMEDIÈNE

Nascida em Quebec, Jeanne estudou na UQÀM (Universidade de Quebec em Montreal), onde concluiu um bacharelado em Comunicação com habilitação em Cinema. Encontros casuais e a crueldade silenciosa das relações humanas são tópicos recorrentes no seu trabalho. Seu curta metragem One Night With You retrata esses temas.

Amin Sidi-Boumediène nasceu em 1982, estudou Química antes de iniciar uma faculdade de Cnema. Ele se formou em Direção de Cinema em 2005, na CLCF, em Paris. Depois ele trabalhou em vários projetos como assistente de direção. Dentre alguns curtas produzidos por ele mesmo, Tomorrow, Algiers? é o primeiro que foi gravado na Argélia.

Born in Québec, Jeanne did her studies at UQÀM (University of Quebec in Montreal) where she earned a Bachelor of communication degree specializing in cinema. Chance encounters and the silent cruelty of human relationships are recurring topics in Jeanne’s work. Her short film One Night With You personifies these themes.

Amin Sidi-Boumediène was born in 1982, studied chemistry before enrolling in a film school. He obtained a degree in film directing in 2005 from CLCF, in Paris. Then he worked in various projects as an assistant director. Besides some selfproduced short movies Tomorrow, Algiers? is his first one shot in Algeria.

Catherine Thériault info@travellingdistribution.com

Hania Djellouli hania.djellouli@thalafilms.com

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WIND SESSION TIGER WOMAN Wind Session Tiger Woman

/ Wind Session Tiger Woman

EUA | 2011 | 11’ | HD | Colorido | Ficção Direção Paavo Hanninen | Roteiro Paavo Hanninen | Produção Paavo Hanninen | Fotografia Hammad Rizvi | Direção de Arte Jesse Klein | Montagem Paavo Hanninen | Elenco Garrett Brantley, Heather Kafka | Empresa Produtora pvh3

Wind Session Tiger Woman é a história de um jovem que se muda para uma nova cidade somente para constatar que está completamente sozinho. O único contato que ele faz é com uma vizinha de meia idade que vive no andar de baixo. Eles iniciam uma estranha conexão que pode ser mais profunda do que ele deseja. Wind Session Tiger Woman is the story of a young man who moves to a new city only to find that he is completely alone. The only contact he makes is with the middle-aged woman who lives downstairs from him. They strike up a strange connection that may go deeper than he is willing to go.

PAAVO HANNINEN Paavo Hanninen é um escritor e diretor que vive em Austin, Texas, EUA. Atualmente ele cursa seu mestrado e trabalha em seu primeiro longa metragem, Tiny Tape Recorder.

Paavo Hanninen is a writer and director living in Austin, Texas, USA. He is currently pursuing his masters in film and is working on his first feature film Tiny Tape Recorder.

Paavo Hanninen pwhanninen@gmail.com

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The rising of the Brazilian lower middle class, due to the economic development of the past decade, is represented in different ways in four of the selected films. This is not about portraying the poor and oppressed as a victim, nor is it about speaking of the existential problems of the upper middle class. These are films that do not allude to minorities (in the quantitative sense), but rather to the majority of the population, films whose subject is the ordinary worker. In Between Us, Money we follow a new year´s eve holiday celebration in a small business establishment. In this typically suburban environment, we see, as they develop, forms of power that permeate social relations in the middle classes. In Family Affair, however, the relationships with power are brought into the family sphere, on a soccer Sunday, in a middleclass apartment in downtown São Paulo. In Dona Sônia Borrowed a Gun From Her Neighbor Alcides, set in the metropolitan area of Belo Horizonte, the power of faith is confronted by the power of a hostile social environment, where the sense of resistance makes itself felt much more in practical solutions than in religious hopes. Finally, the power of the bodies, the power of seduction between male bodies: in By Your Side we see the birth of a homosexual relationship; however, the environments in which the characters circulate, as well as the social roles they play, makes this short film one of the rare examples of contemporary fiction that show the life of poor homosexual people without victimizing them. The notion of resistance, the quality of a body that reacts against the action of another body, is one of the thematic axes the other four short films of this festival revolve around.

Barrel Organ approaches, in quite a visual manner, the oppressive power of the Fordist labor system, highlighting the form of resistance that the protagonist of the story finds to escape the said clutches of the system (literally embodied by an owl). Pathway deals with marriage and the routine of a couple in the fishing business; with a nearly escapist reluctance of the husband to the pragmatism of his wife, who blocks his dreams and frustrates his desires. In the anthropophagic documentary Walt Disney Square, the filmmakers take an ironic stance to speak of their surroundings; the film deals with changes (buildings erected where there had been vacant lots or houses) and resistance (“squatters” of abandoned homes that still have not led to new buildings) to expose the tragicomic consequences of real estate speculation. Finally, Oma, which deals not only with lack of communication, but also with the barriers a filmmaker is faced with to build a character, the action of resistance unfolds in several possible ways: in relation to the passage of time and the geographical and cultural distance between members of the same family.

Programmers

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A ascendente classe média baixa urbana brasileira, fruto do desenvolvimento econômico da última década, está representada de maneiras distintas em quatro dos filmes da mostra. Não se trata aqui de retratar o pobre e oprimido como vítima, tampouco de falar dos problemas existenciais da classe média alta. São filmes que não falam de minorias (no sentido quantitativo), mas da maioria da população brasileira, filmes que tem como sujeito o trabalhador comum. Em Entre Nós, Dinheiro acompanhamos uma comemoração de fim de ano num pequeno empreendimento comercial. Neste ambiente tipicamente suburbano vemos se descortinar as formas de poder que permeiam as relações sociais nas classes medianas. Já em Assunto De Família as relações de poder são trazidas para a esfera familiar, durante um domingo de futebol num apartamento classe C no centro de São Paulo. Em Dona Sônia Pediu Uma Arma Para Seu Vizinho Alcides, ambientado na região metropolitana de Belo Horizonte, o poder da fé é confrontado pelo poder de um ambiente social hostil, onde o sentido de resistência se dá muito mais em soluções práticas do que na espera religiosa. Por último, o poder dos corpos, o poder da sedução entre corpos masculinos: em Na Sua Companhia vemos o nascimento de uma relação homoafetiva; no entanto, os ambientes em que os personagens circulam, assim como as funções sociais que neles desempenham, tornam o curta um dos raros exemplos de ficção contemporânea a mostrar o diaa-dia de homossexuais pobres sem vitimá-los. A noção de resistência, qualidade de um corpo que reage contra a ação de outro corpo, é um dos eixos temáticos presentes nos outros quatro curtas desta mostra.

OLHAR DE CINEMA 2012

Realejo versa de maneira bastante visual sobre o poder opressivo do sistema de trabalho fordista, destacando a forma de resistência que o protagonista da história encontra para escapar das ditas garras do sistema (literalmente corporificadas por uma coruja). Vereda ocupa-se do casamento e da rotina de um casal de pescadores, da relutância quase escapista do marido ao pragmatismo da esposa, que impede o sonho, que frustra o desejo. Já no documentário antropofágico Praça Walt Disney os realizadores assumem uma postura irônica para falar do seu entorno; o filme parte de mudanças (prédios construídos onde antes haviam terrenos vazios ou casas) e resistências (“invasores” de casas abandonadas que ainda não deram lugar a novos prédios) para expor consequências tragicômicas da especulação imobiliária. Finalmente, Oma, que trata não apenas da incomunicabilidade, mas também das barreiras que um realizador encontra na construção de seu personagem, desdobra o ato de resistir em vários sentidos possíveis: em relação à passagem do tempo e em relação à distância geográfica e cultural entre membros de uma mesma família. Curadoria

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ASSUNTO DE FAMÍLIA

DONA SÔNIA PEDIU UMA ARMA PARA SEU VIZINHO ALCIDES

/ Assunto de Família

/ Dona Sônia Pediu uma Arma Para seu Vizinho Alcides

Brasil | 2011 | 13’ | 35mm | Colorido | Ficção

Brasil | 2011 | 18’ | 35mm | Colorido | Ficção

Direção Caru Alves de Souza | Roteiro Caru Alves de Souza | Produção Tata Amaral, Maria Laura Cesar | Fotografia Ale Samori | Direção de Arte Marinês Mencio | Trilha Sonora Tatá Aeroplano e Fernando TRZ | Montagem Willem Dias | Elenco Kauê Telloli, Claudia Assunção | Empresa Produtora Tangerina Entretenimento

Direção Gabriel Martins | Roteiro Gabriel Martins | Produção Gabriel Martins | Fotografia Marcello Marques | Direção de Arte Mariana Souto | Trilha Sonora Marlon Trindade | Montagem Gabriel Martins | Elenco Rute Jeremias, Luiz Fernando Filizzola | Empresa Produtora Filmes de Plástico

Domingo. Dia de clássico no campeonato brasileiro. A família de Rossi se organiza em torno da TV. Eunice, sua mãe, olha através da janela enquanto Borges, seu pai, e Cauã, seu irmão mais velho assistem ao jogo. Rossi tenta achar seu lugar na casa.

Dona Sônia quer vingança.

Family Affair

Dona Sonia Borrowed a Gun From her Neighbor Alcides

Dona Sônia wants revenge.

It’s Sunday, and there’s a derby at the Brazilian soccer championship. Rossi’s family gathers in front of the TV. His mother stares at the window while his dad and his older brother watch the football match. Rossi tries to find his place in the house.

CARU ALVES DE SOUZA

GABRIEL MARTINS

Caru Alves de Souza é paulistana, diretora, roteirista e sócia na Tangerina Entretenimento. Seus primeiros filmes foram documentários realizados para a TV Cultura, Mascarinas e Vestígios. Em 2011 filma sua primeira ficção, Assunto de Família. Depois, filma O Mundo De Ulim e Oilut, também curta metragem de ficção. Caru Alves de Souza is from São Paulo. She is a director, writer and member of the production company Tangerina Entretenimento. Her first films, Mascarinas e Vestígios are documentaries made for the TV channel Cultura. In 2011 she directed her first fictional film, Family Affair. After this, she made O Mundo de Ulim e Oilut, also a fictional short film.

Formado em Cinema pela Escola Livre de Cinema e pelo Centro Universitário UNA. Crítico pelo site Filmes Polvo (filmespolvo.com.br) e sócio-fundador da produtora Filmes de Plástico (filmesdeplastico.com.br).

Caru Alves de Souza contato@tangerinaentretenimento.com.br | assuntodefamilia.tumblr.com

Gabriel Martins gabriel@filmesdeplastico.com.br | www.filmesdeplastico.com.br/donasonia

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Gabriel Martins graduated in Cinema from Escola Livre de Cinema and Centro Universitário UNA. He is a film critic at Filmes Polvo (filmespolvo.com.br) and founding member of the production company Filmes de Plástico (filmesdeplastico.com.br).

C O M P E T I T I VA O L H A R E S B R A S I L D E C U R TA M E T R A G E M


ENTRE NÓS, DINHEIRO

NA SUA COMPANHIA

/ Entre Nós, Dinheiro

/ Na Sua Companhia

Brasil | 2011 | 25’ | HD | Colorido | Ficção

Brasil | 2011 | 21’ | 35mm | Colorido | Ficção

Direção Renan Rovida | Roteiro Renan Rovida | Produção Maria Tereza Urias dos Santos | Fotografia Diogo Noventa | Direção de Arte Maria Tereza Urias, Carlos Escher | Trilha Sonora Renan Rovida, Rogério Guarapiran | Montagem Marcelo Berg | Elenco Francisco Noventa, João Berg | Empresa Produtora Grupo de Trabalho Tela Suja

Direção Marcelo Caetano | Roteiro Marcelo Caetano | Produção Flora Lahuerta, Marcelo Caetano, Roberto Tibiriçá | Fotografia Andrea Capella | Direção de Arte Maira Mesquita | Montagem Eva Randolph | Elenco Lukas Peralta Filho, Ronaldo Serruya | Empresa Produtora Desbun Filmes e Plateau Produções

É churrasco de fim de ano na firma, o Bar do Velho Cuba, e o que era para ser uma festa é trabalho para os funcionários. As relações mediadas pelo dinheiro e pela exploração se juntam ao discurso democrático do patrão e à sua própria ilusão no crescimento econômico do país. Trabalhando, é possível enriquecer? Um dia de “festa” na periferia do Capital.

A noite e a solidão estão cheias do diabo. Ai chega você. E a agridoce vida.

Between Us, Money

By Your Side

Nighttime and loneliness are filled with the devil. But then you come with the bittersweet life.

During a new year´s eve barbecue at Velho Cuba’s bar, the partying is replaced for hard-work for the employees. The business and exploitation relationships are gathered with the employer’s speech of democracy and the illusion of taking part in the country’s economic growth. Is it possible to get rich by working? This is a “party day”.

RENAN ROVIDA

MARCELO CAETANO

Renan Rovida dos 16 aos 18 anos fez curtas experimentais. Estudou atuação, especializando-se em realismo. Trabalha em teatro na Companhia do Latão, participou dos longas Rio Corrente (Paulo Sacramento), Estação Liberdade (Caíto Ortiz) e Sem Fio (Tiarajú Aronovich) e dirigiu seu primeiro curta metragem Entre Nós, Dinheiro. Renan Rovida, from 16 to 18 years old, made experimental short films. He studied acting, specializing in realism. He works at the theatre company Companhia do Latão, took part in the features films Rio Corrente (directed by Paulo Sacramento), Estação Liberdade (directed by Caíto Ortiz) and Sem Fio (directed by Tiarajú Aronovich) and directed his first short film, Between Us, Money.

Marcelo Caetano nasceu em Belo Horizonte em 1982. É diretor, roteirista e assistente de direção para cinema e TV. Dirigiu os curtas Bailão, documentário, 2009 e Na Sua Companhia, ficção, 2011.

Renan Rovida telasujafilmes@gmail.com | telasujafilmes.blogspot.com.br

Marcelo Caetano marcelo.desbun@gmail.com | nasuacompanhia.wordpress.com

OLHAR DE CINEMA 2012

Marcelo Caetano was born in 1982 in Belo Horizonte. He is a film and TV director, scriptwriter and director assistant. He directed the short films Bailão (documentary, 2009) and By Your Side (fiction, 2011).

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OMA

PRAÇA WALT DISNEY

/ Oma

/ Praça Walt Disney

Brasil | 2011 | 22’ | HD | P&B | Documentário

Brasil | 2011 | 21’ | HD | Colorido | Documentário

Direção Michael Wahrmann | Roteiro Michael Wahrmann | Produção Renata Moura, Michael Wahrmann, Gustavo Beck | Fotografia Michael Wahrmann | Trilha Sonora José Wahrmann | Montagem Michael Wahrmann | Elenco Gerda Gruenwald Wahrmann, Tomas Wahrmann | Empresa Produtora Sancho Filmes

Direção Renata Pinheiro e Sergio Oliveira | Roteiro Renata Pinheiro e Sergio Oliveira | Produção Elaine Azevedo, Roberta Garcia | Fotografia Pedro Urano | Direção de Arte Ana Lu e Thales Junqueira | Trilha Sonora Paul Dukas, João do Cello e Bernardo Viera | Montagem Michael Wahrmann | Empresa Produtora Aroma Filmes

Oma

Ela fala alemão, eu falo espanhol. Ela não escuta, eu não entendo. She speaks German, I speak Spanish. She doesn’t hear me, I don’t understand.

Walt Disney Square

Boa Viagem, Recife, Pernambuco, 51111-260, Brasil. Neighborhood: Boa Viagem; city: Recife; state: Pernambuco; postal code: 51111-260; Brazil.

MICHAEL WAHRMANN

RENATA PINHEIRO e SERGIO OLIVEIRA

Michael Wahrmann é diretor, uruguaio-israelense, radicado em São Paulo desde 2004. Em 2007 graduou-se em Cinema pela FAAP. Avós, seu primeiro curta metragem, estreou no 60ºº Festival Internacional de Cinema de Berlin. Dentre outros trabalhos, dirigiu os curtas Oma (2011) e Esperando Gatti (Em Pós-Produção).

Renata Pinheiro é uma artista de muitos meios. Seu talento em artes é uma característica de seus filmes. Superbarroco, seu 1º filme em 35mm, ganhou mais de 40 prêmios em festivais nacionais. Sergio Oliveira é diretor de vários curtas como o Schenberguianas, Porcos Corpos e Faço De Mim O Que Quero, todos com boas carreiras.

Michael Wahrmann is a Uruguayan-Israeli director who lives in São Paulo since 2004. He graduated in Cinema from FAAP in 2007. Avós, his first short film, was screened at the 60ºº Berlin International Film Festival. Among his films, there are the short films Oma (2011) and Esperando Gatti (in post-production).

Renata Pinheiro is a multi-discipline artist. Her talent for visual art is noticed in her films. Superbarroco, her first 35mm film, has won more than 40 awards in Brazilian festivals. Sérgio Oliveira directed several awarded short films such as Schenberguianas, Porcos Corpos and Faço De Mim O Que Quero.

Michael Wahrmann misha@sanchofilmes.com | sanchofilmes.com/short-films-2/oma

Renata Pinheiro aromafilmes@gmail.com

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C O M P E T I T I VA O L H A R E S B R A S I L D E C U R TA M E T R A G E M


REALEJO

VEREDA

/ Realejo

/ Vereda

Brasil | 2011 | 13’ | HD | Colorido | Animação

Brasil | 2012 | 20’ | HD | Colorido | Ficção

Direção Marcus Vinicius Vasconcelos | Roteiro Luiza Favale, Marcus Vinicius Vasconcelos, Nadia Mangolini, Vanessa Reis | Produção Nadia Mangolini | Direção de Arte Shun Izumi, Breno Ferreira, Shun Izumi e Breno Ferreira, Estudio 1+2 | Trilha Sonora Dudu Tsuda | Montagem Rodrigo Araujo | Empresa Produtora Estúdio Teremim

Direção Diego Florentino | Roteiro Diego Florentino | Produção Diego Florentino, Diego Stavitzki, Viviane Gazotto | Fotografia Netto Ferreira | Direção de Arte Ana Câmara, Marja Calafange | Elenco Santos Chagas, Laura Haddad | Empresa Produtora Tropico Audiovisual, Evolução Films

Barrel Organ

A cada lua cheia, um realejo mágico decide o futuro de todos os habitantes de um misterioso planeta. Um desses seres, cansado desta rotina opressora, fará o impossível para mudar sua realidade. Every Full Moon, a magic barrel organ decides the future of all the inhabitants of a mysterious world. One of them, tired of this oppressive routine, will do the impossible to change his reality.

Pathway

O pescador paira sobre a correnteza e sobrevive das sobras do amor gasto. Toma pra si a beleza que o mar revolto lhe deu em troca de sua vida. A fisherman drifts on the tides and surviving on the leftovers of a ruined marriage. He accepts the beauty offered by the rough sea in exchange of his own life.

MARCUS VINICIUS VASCONCELOS

DIEGO FLORENTINO

Marcus Vinicius Vasconcelos é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade de São Paulo. Em 2010, teve dois roteiros de curtas de animação premiados em editais de fomento para produção audiovisual (Primeiras Obras – CCJ – e Prêmio Estímulo de Curtas Metragens, ambos em 2010).

Diego Florentino é diretor, montador e roteirista de cinema e televisão. É formado em Cinema pela CINETVPR/FAP e estudou dramaturgia no Núcleo SESI British Council. Dirigiu e montou premiados curtas metragens e estreou como diretor em longa metragem com o filme Circular.

Marcus Vinicius Vasconcelos graduated in Publicity & Advertising from São Paulo University. In 2010 he had two scripts for animated short films awarded in film projects competition (for first films – CCJ - and Prêmio Estimulo de Curtas Metragens, both in 2010).

Diego Florentino is a cinema and TV director, editor and scriptwriter. He graduated in Cinema from CINETVPR/FAP and studied Dramaturgy at Núcleo SESI British Council. He directed and edited several awarded short films and his feature film debut as a director is Circular.

Estudio Teremim contato@estudioteremim.com.br

Diego Florentino tropicoaudiovisual@gmail.com

OLHAR DE CINEMA 2012

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BETWEEN US Between Us

/ Entre Nosotros

FICHA TÉCNICA Direção Paloma Aguilera Valdebenito Roteiro Paloma Aguilera Valdebenito Produção Marc Bary Direção de Fotografia Jeroen de Bruin Direção de Arte Rosa van Gils Trilha Sonora Orlando Miño Montagem Saskia Kievits Som Jac Vleeshouwers Elenco Principal Pablo Gabriel Aguilera Valdebenito, Diego Dante Fernando Canales Oliva, Iris Dette Glashouwer, Daniela Andrea Jara Grijalba Empresa Produtora IJswater Films

Holanda | 2011 | 50’ | DCP | Colorido | Ficção

Um grupo de amigos íntimos e familiares da América do Sul se encontram num pequeno apartamento em Amsterdam, para uma festa de despedida. A festa é para Diego, que retornará ao Chile com seu filho depois de uma visita de um mês ao seu irmão Pablo. Pablo vive ali com sua mulher, holandesa, e sua filha desde que deixou seu país no final dos anos 70. A group of close friends and family members from South-America gather together in a small apartment in Amsterdam for a farewell party. The party is thrown for Diego, who will return to Chile together with his son after visiting his brother Pablo for a month. Pablo has lived in the Netherlands with his Dutch wife and daughter since he fled his country in the late 70’s.

PALOMA AGUILERA VALDEBENITO Seu filme de conclusão de curso Stay With Me Away, o qual Paloma escreveu e dirigiu, ganhou vários premios, dentre eles o Grand Prix du Jury films d’écoles Européens no Premiers Plans Film Festival Angers e o Prêmio de Melhor Filme Internacional no Festival Internacional de Cinema do Uruguay. Em 2010, o filme foi selecionado no European Film Festival, em Lille, e indicado para o EFA European Film Awards. Por fim, ela ganhou o FIPA D’argent (Silver FIPA Award 2012), com o filme Between Us. Her graduation film Stay With Me Away, which Paloma directed and also was responsible for the screenplay, won many awards including the Grand Prix du Jury films d’écoles Européens at the Premiers Plans Film Festival Angers and the prize for the best international short film at the International Film Festival of Uruguay. The film was selected for the European Film Festival in Lille in 2010 and was nominated for the EFA European Film Awards. Finally, she won the FIPA D’argent (Silver FIPA Award 2012) with the film Between Us. Mireille Rooijendijk mireille@ijswater.nl

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MONIKA Monika

/ Monika

FICHA TÉCNICA Direção Christian Werner Roteiro Katharina Kress Produção Christoph Arni Direção de Fotografia Katharina Buehler Direção de Arte Hanna Evers zum Rhode Trilha Sonora Maik Oehme Montagem Helmar Jungmann Som Benjamin E. G. Gruber Elenco Principal Rosalie Thomass, Margarita Broich, Anna Blomeier, Hajo Tuchy, Peter Schneider Empresa Produtora Filmakademie Baden Wuerttemberg

Alemanha | 2011 | 53’ | DCP | Colorido | Ficção

Recém saida da adolescência, Monika quer muito tirar sua carteira de motorista. Porém, ela se submete a uma arriscada cigurgia a laser que a deixa cega. Sua mãe, fragilizada, não suporta ver a filha assim. Monika junta forças e luta por sua independência, começa a estudar fisioterapia e descobre uma nova maneira sensitiva para se conectar com o mundo. Barely out of her teens, Monika, desperately wants to pass her driving test. She undertakes a risky eye laser operation which fails. Her fragile mother cracks under the strain of seeing her daughter blind and defenseless. Through this Monika shows her own inner strength and fights for her independence. She enrolls in an apprenticeship as a physical therapist and discovers a new sensual connection to the outside world.

CHRISTIAN WERNER Christian Werner dirigiu o documentário Hodsch & I (90’, 2012), Monika (53’, 2011), e os curtas metragens Child Rush (16mm, 2009), Look Over (2005) e Tomorrow, Today Is Over (16mm, 2004). Christian Werner directed the documentary Hodsch & I (90’, 2012), Monika (53’, 2011) and the short films Child Rush (16mm, 2009), Look Over (2005) and Tomorrow, Today IS Over (16mm, 2004). Christian Werner c.werner@acamara.com www.monika-film.de

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NOVOS OLHARES


PARA ALÉM DAS MONTANHAS Beyond the Mountains

/ Yama No Anata

FICHA TÉCNICA Direção Aya Koretzky Roteiro Aya Koretzky Produção Miguel Clara Vasconcelos Direção de Fotografia Aya Koretzky Direção de Arte Aya Koretzky Trilha Sonora Aya Koretzky Montagem Tomás Baltazar Som Aya Koretzky Elenco Principal Anuta Koretzky, Jiro Koretzky, Aya Koretzky Empresa Produtora Andar Filmes

Portugal | 2011 | 59’ | DCP | Colorido | Documentário

“Submerjo nas paisagens de Mondego, local onde vim morar com os meus pais quando criança, deixando para trás Tóquio, a cidade onde nasci. Através da leitura de cartas que troquei com amigos e família que ficaram no Japão, reflito sobre a nossa vinda para Portugal e relembro o passado na tentativa de reter a memória efêmera, numa viagem com os espíritos que permanecem comigo.” Aya Koretzky “I submerge in the Mondego’s landscape, where I came to live with my parents when I was a child, leaving behind Tokyo, my hometown. Through the letters I’ve received from friends and family who remained in Japan, I recall the past and I reflect on our coming to Portugal. This film is a journey with the spirits which remain with me, in an attempt to retain the ephemeral memory.” Aya Koretzky

AYA KORETZKY Aya Koretzky nasceu em Tóquio (Japão) em 1983. Licenciada em pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Dirigiu os filmes Para Além Das Montanhas (documentário, 59’, 2011) e Nocturnos (documentário, 27’, 2010), co-realizado com Rodrigo Barros, ambos produzidos pela Andar Filmes. Aya Koretzky was born in Tokyo (Japan) in 1983. She graduated in painting from Faculty of Fine Arts of Lisbon University. She directed the films Beyond The Mountains (documentary, 59’, 2011) and Nocturnos (documentary, 27’, 2010), also directed by Rodrigo Barros, both produced by the production company Andar Filmes. Miguel Clara Vasconcelos andarfilmes@gmail.com vimeo.com/36153046

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THE LIFEGUARD The Lifeguard

/ El Salvavidas

FICHA TÉCNICA Direção Maite Alberdi Roteiro Maite Alberdi, Sebastián Brahm Produção Paola Castillo Direção de Fotografia Pablo Valdés Montagem Alejandro Fernández Almendras Som Mario Puerto, Roberto Espinoza Elenco Principal Mauricio Rodríguez, Jean Pierre Palacios, Teresa Guerrechea, Lucas Acuña Empresa Produtora Errante Producciones

Chile | 2011 | 70’ | DCP | Colorido | Documentário

Mauricio é um salva-vidas que evita entrar no mar. Ele acredita que um bom salva-vidas aplica medidas preventivas para impedir que as pessoas se afogem. O problema é os banhistas que vão à praia no verão querem esquecer que durante o ano inteiro houve pessoas dizendo a eles o que deveria ser feito. Ninguém quer fazer o que Mauricio pede e ele não quer ariscar-se por algum deles. Mauricio is a lifeguard who tries to steer clear from getting in the water, he believes that a good professional applies preventive measures to stop people from drowning. The problem is that those who come to the beach in the summer want to forget that during the year someone tells them what to do. Nobody wants to do what they’re told and he doesn’t want to risk his life for them.

MAITE ALBERDI Maite Alberdi, diretora chilena, dirigiu os curtas metragens The Trapeze Artists (2005) e Hairdressers (2007), ambos premiados em festivais de cinema prestigiados. The Lifeguard é seu primeiro longa metragem. Atualmente ela trabalha em seu próximo projeto, Tea Time. Maite Alberdi is a Chilean filmmaker. She directed the short films The Trapeze Artists (2005) and Hairdressers (2007), both of which have won awards at prestigious film festivals. The Lifeguard is her first feature film. She is currently working on her next project Tea Time.

Paola Castillo pcastillo@errante.cl facebook.com/elsalvavidas

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NOVOS OLHARES


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EITHER WAY Either Way

/ Á Annan Veg

FICHA TÉCNICA Direção Hafsteinn Gunnar Sigurðsson Roteiro Hafsteinn Gunnar Sigurðsson Produção Davíð Óskar Ólafsson Direção de Fotografia Árni Filippusson Direção de Arte Hálfdan Pedersen Montagem Kristjan Loðmfjorð Som Huldar Freyr Arnarson Elenco Principal Sveinn Ólafur Gunnarsson, Hilmar Guðjónsson Empresa Produtora Mystery Island

Islândia/Reino Unido | 2011 | 84’ | DCP | Colorido | Ficção

Either Way é uma comédia dramática e sutil. Em meados dos anos 80, dois funcionários de uma administradora de rodovias islandesas, Finnbogi e Alfred, passam o verão pintando faixas nas imensas estradas de um lugar remoto localizado no norte da Islândia. Tendo somente um ao outro como companhia, esse ambiente inóspito torna-se um lugar de aventuras, desastres e descobertas, pois ambos passam por difíceis transformações em suas vidas. Either Way is a subtle and playful dramatic comedy. In the remote north of Iceland, in the mid 1980s, two employees of the Icelandic Road Administ ration, Finnbogi and Alfred, spend the summer painting lines on the winding roads that stretch out to the horizon. With no one but each other for company, the barren wilderness becomes a place of adventure, disaster and discovery as both men reach difficult crossroads in their lives.

HAFSTEINN GUNNAR SIGURÐSSON Hafsteinn Gunnar Sigurdsson nasceu em Reykjavík em 1978. Ele está envolvido com cinema desde sua adolescência, mas depois de terminar seus estudos em literatura na Universidade da Islândia mudou-se para Nova Iorque onde se formou em 2008, com um mestrado em direção e roteiro pela Universidade Columbia. Ele dirigiu o curta metragem Rattlesnakes (2007). Hafsteinn Gunnar Sigurdsson was born in Reykjavík in 1978. He has been involved in filmmaking since his teenage years but at the end of his literature studies at the University of Iceland he moved to New York where he graduated in 2008 with a masters in Direction and Screenwriting from Columbia University. He directed the short film Rattlesnakes (2007). Davið Óskar Ólafsson david@mystery.is mystery.is

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OUTROS OLHARES


GANGSTER PROJECT Gangster Project

/ Gangster Project

FICHA TÉCNICA Direção Teboho Edkins Roteiro Francois Xavier Drouet, Teboho Edkins Produção Andreas Louis Direção de Fotografia Tom Akinleminu Trilha Sonora Benoit de Villeneuve Montagem Rune Schweitzer Som Thabo Singine, Laura Schnurre Elenco Principal Ralf ‘Jackals’ Peterson, Yousi, Ouma, Nasheed, Thurston Moses Empresa Produtora Deutsche Film- und Fernsehakademie Berlin

Alemanha/África do Sul | 2011 | 54’ | HD | Colorido | Documentário

Na Cidade do Cabo, África do Sul, uma das sociedades mais violentas e desiguais do mundo, um jovem branco estudante de cinema decide sair do conforto de seu bairro seguro. Ele quer fazer um filme de gângster, com bandidos reais. Após uma longa busca por um personagem interessante, ele acha a gangue perfeita e entra em sua rotina. A realidade logo aparece e a vida claustrofóbica dos traficantes não corresponde exatamente às suas expectativas. In Cape Town, South Africa, one of the world’s most violent and unequal societies, a young white film student sets out with his cameraman, leaving the comfort of his protected neighbourhood. He wants to make a Gangster Film, with real gangsters. After a lengthy search for a suitably ‘cinematic’ character, he finds the perfect gang and settles into their everyday rhythm. The reality soon catches up and the claustrophobic gangster life doesn’t exactly fit to the expectations.

TEBOHO EDKINS Teboho Edkins nasceu nos Estados Unidos, em 1980, cresceu na África do Sul e atualmente vive em Berlim. Ele estudou belas artes na UCT, na Cidade do Cabo, Le Fresnoy, Studio National des Arts Contemporains, na França, e na academia de cinema dffb, em Berlim. Seu filmes foram exibidos em mais de 100 festivais e galerias pelo mundo. Teboho Edkins was born in the USA in 1980 and grew up mainly in Southern Africa, but now lives in Berlin. He studied Fine Art at UCT, Cape Town, Le Fresnoy, Studio National des Arts Contemporains, in France, and the dffb Film Academy, in Berlin. His films have been screened at over 100 festivals and galleries worldwide. Juli Schymik schymik@dffb.de

OLHAR DE CINEMA 2012

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GESTO Sign

/ Gesto

FICHA TÉCNICA Direção António Correia Roteiro Rodrigo Almeida e Sousa Produção Fernando Centeio Direção de Fotografia Miguel Robalo Direção de Arte Bruno Caldeira Trilha Sonora Marcos Cosmos Montagem Nuno Bouça Som Marcos Cosmos Elenco Principal António Coelho, Irina Pereira, Vanessa Teixeira, Alexandra Lencastre, Adriano Luz, José Raposo Empresa Produtora ZulFilmes

Portugal | 2011 | 80’ | HD | P&B | Documentário

António, um rapaz de 18 anos, tem deficiencia auditiva profunda. Ele quer estudar cinema fora de Portugal e tornar-se um realizador. Quer fazer filmes para todos, surdos e ouvintes. Vive o primeiro amor com Irina, uma jovem surda, que não compreende o fato de António querer sair da escola e do país. Pela primeira vez na vida, o mundo de António está desabando. António is 18 and has profound hearing impairment. He wants to study cinema abroad, become a film director. He wants to make movies that reach everyone, deaf and hearers. And he finds himself in a relationship with Irina, a young deaf girl who doesn’t understand his desire of leaving school and the country. For the first time, António’s reality is ruining.

ANTÓNIO CORREIA António Correia é um diretor português com curtas metragens como Golpe Da Asa, Desvio 45 e vários longas metragens como O Lar, Apoteose e Parto, dois deles produzidos pela ZulFilmes. A silenciosa comunicação em língua gestual que lhe despertou o interesse pela comunidade surda e o motivou a lançar a base do documentário Gesto. António Correia is a Portuguese director who made the short films Golpe De Asa, Desvio 45 and many features films as O Lar, Apoteose and Parto, two of them produced by the production company ZulFilmes. By the silent communication of the sign language he found his interest in the deaf community that motivated him to make Sign. Fernando Centeio geral@zulfilmes.com facebook.com/gestozulfilmes

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OUTROS OLHARES


I AM WHITE MERCENARY I am White Mercenary

/ Man Yek Mozdore Sefid Hastam

FICHA TÉCNICA Direção Taha Karimi Roteiro Taha Karimi Produção Hossain Homayounfar Direção de Fotografia Sarkew Mesgari Direção de Arte Taha Karimi Trilha Sonora Joan Hajo Montagem Arash Rasafi Som Ali Vafaei Elenco Principal Saeed Jaf Empresa Produtora Documentary & Experimental Film Center

Iraque | 2012 | 63’ | DCP | Colorido | Documentário

Saeid Jaf, um comandante mercenário do Partido Baath, está sendo julgado no Tribunal iraquiano, acusado de participar do genocídio de Anfal, contra os países curdos. 182.000 curdos foram enterrados em valas comuns, vítimas desse episódio. Saeid Jaf vem para essas vilas iraquianas onde ocorreu o genocídio. Saeid Jaf, a mercenary commander of Iraqi Baath Party, is now on trial on the new Iraqi Court, accused of at tending the Anfal genocide Campaign against the countries Kurds. 182,000 Kurds have been buried in mass graves within Anfal campaign. Saeid Jaf comes to the Iraqi Kurdistan villages.

TAHA KARIMI Eu fiz o ensino fundamental, o ensino médio e segundo grau em Banah. Banah é uma cidade no Curdistão cheias de histórias e acidentes. Em 1980 havia 16 escritórios de partidos políticos de diferentes ideologias abertos nessa cidade. I have finished primary, intermediate and secondary education in Banah city. Banah is a city in Kurdistan full of stories and accidents. In 1980 there were 16 offices of political parties of different points of view opened in this city. Sattar Chamanigol info@setakfilm.com setakfilm.com

OLHAR DE CINEMA 2012

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OLHE PARA MIM DE NOVO Look at me Again

/ Olhe para mim de Novo

FICHA TÉCNICA Direção Claudia Priscilla e Kiko Goifman Roteiro Claudia Priscilla Produção Jurandir Muller, Evelyn Margareth Barros Direção de Fotografia Pedro Marques Montagem Pedro Marques Som Caetano Brenga Empresa Produtora PaleoTV Produções

Brasil | 2011 | 77’ | HD | Colorido | Documentário

Um road movie pelo sertão do Nordeste Brasileiro. Syllvio Luccio – o personagem principal – atravessa os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Pelo caminho encontra uma família com doença genética, uma mãe que recorreu ao DNA para saber se seu filho – já com 33 anos – foi trocado na maternidade, uma família de albinos. A road movie settled in the dry northeast of Brazil. Silvyo Luccio – the main character - goes through the Brazilian states of Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba and Pernambuco. In the road he meets a family that is affected by a genetic disorder, a mother who wants to do a DNA test to know if her son – a 33-years-old man – has been exchanged at maternity and a family of albinos.

CLAUDIA PRISCILLA e KIKO GOIFMAN Kiko Goifman é de Belo Horizonte. Ele dirigiu os longas metragens 33 (2004) e Filmefobia (2008). Claudia Priscilla é jornalista e mora em São Paulo. Dirigiu os curtas metragens Parachatal (2001), Sexo e Caustro (2005) e Phedra (2008). Seus filmes já foram exibidos em diversos festivais, como no Festival de Berlim, Festival Internacional de Curtas de São Paulo, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Mix Brasil e Festival Minuto. Kiko Goifman is from Belo Horizonte. He directed the features films 33 (2004) and Filmefobia (2008). Claudia Priscilla is a journalist and lives in São Paulo. She directed the short films Parachatal (2001), Sexo e Caustro (2005) and Phedra (2008). Their films have screened at several film festivals such as Berlin Film Festival, São Paulo International Film Festival, Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro, Mix Brasil, Festival do Minuto. Jurandir Muller jurandir@paleotv.com.br

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OUTROS OLHARES


SIBERIA Sibérie

/ Siberia

FICHA TÉCNICA Direção Joana Preiss Roteiro Joana Preiss Produção Thierry Lounas Direção de Fotografia Bruno Dumont, Joana Preiss Empresa Produtora Capricci Films

JOANA PREISS França | 2011 | 81’ | HD | Colorido | Documentário

Um casal faz uma longa viagem no trem Trans-Siberiano. Equipado com câmeras digitais, eles registram sua cumplicidade e falhas, controlam suas fraquezas e confissões diante de um território frio e infinito. É a ocasião para pôr seu amor à prova do isolamento, do desconhecido e do cinema. A travelling couple on the Trans-Siberian railway. Equipped with digital cameras, Joana and Bruno record their complicity and their rifts, track their weaknesses and their confessions against a cold and infinite territory. It is the occasion to put their love to the test of isolation, foreignness, cinema.

OLHAR DE CINEMA 2012

Joana Preiss é atriz de cinema e teatro. Ela trabalhou com os diretores Christophe Honoré (In Paris, 2006), Olivier Assayas e Nobuhiro Suwa (A Perfect Couple, 2005). Siberia é seu primeiro filme como diretora. Joana Preiss is an actress for both theatre and cinema. She worked with directors Christophe Honoré (In Paris, 2006), Olivier Assayas and Nobuhiro Suwa (A Perfect Couple, 2005). Siberia is her first film as a director. Isabelle Nobile isabelle.nobile@capricci.fr capricci.fr/fiche.php?id_film=128&page=dis

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THE BIRD The Bird

/ L’oiseau

FICHA TÉCNICA Direção Yves Caumon Roteiro Yves Caumon Produção Céline Bozon Trilha Sonora Thierry Machuel Montagem Sylvie Fauthoux Som Dominique Lacour, Nicolas Becker, Jean-Marc Schick Elenco Principal Sandrine Kiberlain, Clément Sibony Empresa Produtora Blue Monday Productions

França | 2011 | 90’ | DCP | Colorido | Ficção

Anne é discreta, secreta. Ela é um mistério para si mesma. Anne não tem amor, não sente emoções e isso a deixa bem. Anne passou por uma provação, mas não perdeu a cabeça. Ela pôs-se em quarentena. Anne está fazendo o caminho de volta rio acima, refazendo sua jornada, levando uma coisa de cada vez. Anne is discreet. Secretive. She is a mystery to herself. Anne does without love. She feels no emotions. It suits her fine. Anne has been through an ordeal, not lost her mind. She has put herself in quarantine. Anne is making her way back upstream, retracing the journey, taking things one at a time.

YVES CAUMON Yves Caumon, nascido em 1964, é um diretor francês. Ele é professor na Universidade de Toulouse, na França. Trabalhou como assistente de direção para Agnes Warda e Jean-Paul Civeyrac. Dirigiu vários curtas metragens, como A La Hache With Valérie Crunchant e Les Filles De Mon Pays. Yves Caumon, born in 1964, is a French director. He is a professor in Toulouse’s University, in France. He worked as assistant director with Agnes Warda and Jean-Paul Civeyrac. He directed several short films such as La Hache With Valérie Crunchant and Les Filles De Mon Pays. Thomas Petit t.petit@filmsdulosange.fr

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OUTROS OLHARES


THE SLEEPING GIRL The Sleeping Girl

/ Das Schlafende Madchen

FICHA TÉCNICA Direção Rainer Kirberg Roteiro Rainer Kirberg Direção de Fotografia Birgit Möller Direção de Arte Stefanie Lindner Montagem Ansgar Wacker Elenco Principal Jakob Diehl, Natalie Krane, Christoph Bach Empresa Produtora The Sleeping Girl Joint Venture

Alemanha | 2011 | 105’ | DCP | P&B | Ficção/Experimental

Dusseldorf, Alemanha, começo dos anos 1970. Hans, um jovem e introvertido estudante de artes, conhece Ruth, uma jovem vagante em um parque. Fascinado, Hans faz dela a inspiração de suas obras e a leva para viver consigo em seu estúdio. Ruth rapidamente se insere no cenário artístico, Hans, temendo que a situação saia de seu controle, a mantém presa em casa. Ele acredita que pode estudar os mistérios da garota. Nesse processo experimental, de maneira intrínseca, Hans confunde arte e vida real. Dusseldorf, Germany, at the beginning of the 1970s. Young and introverted beuysstudent Hans meets Ruth, a youthful stray living in a city park. Fascinated, Hans makes her the motif of his video art and accommodates her in his studio. As Ruth quickly adopts to the art scene, Hans fears that she may slip from his hands and locks her up. He believes that he can study the girl’s mystery within the test laboratory of art. In this experimental process, Hans inextricably confuses art and real life.

RAINER KIRBERG Nascido em 1954, Rainer Kirberg estudou na Academia de Belas Artes de Dusseldorf. Artista, diretor e roteirista de cinema e TV, dirigiu quatro longas metragens, dentre eles o filme cult dos anos 80 Die Letze Rache. Seu trabalho foi exibido nacional e internacionalmante, como no Instituto Arsenal, em Berlim, e na Cinemateca francesa. Rainer Kirberg, born in 1954, studied at Dusseldorf Fine Arts Academy. Artist, filmmaker, writer for Film/ TV industry, he directed 4 feature films, among them the 1980 cult movie Die Letze Rache. His artistic works have shown in national/international institutions, some of them in the inventory of Arsenal Institute, Berlin, and the Cinémathèque Française. Rainer Kirberg rainerkirberg@onlinehome.de thesleepinggirl.com

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TWIGGY Twiggy

/ La Brinndille

FICHA TÉCNICA Direção Emmanuelle Millet Roteiro Emmanuelle Millet Produção Catherine Bozorgan, Davd Poirot Direção de Fotografia Antoine Heberlé Direção de Arte Dominique Grillet Trilha Sonora Christophe Julien Montagem Emmanuelle Castro & Anny Danché Som Sylvain Malbrant Elenco Principal Christa Théret, Johan Libéreau, Anne Le Ny Empresa Produtora Manchester Films Producer,Thelma Films

França | 2011 | 85’ | HD | Colorido | Ficção

Sarah, uma garota de 20 anos, vive em um albergue e não tem um emprego fixo. Quando ela decide que quer conseguir um emprego estável, descobre que está grávida de sete meses, uma gravidez rara onde o feto e a barriga da mulher não crescem como o normal. Em choque, ela fica dividida entre aceitar sua gravidez inesperada e seu desejo de crescer profissionalmente. Sarah 20, lives in a hostel and does one odd job after the other. When she actively starts to live an adult life, she discovers she is seven-month pregnant, a denial of pregnancy. Shocked she is torn apart between the fact she needs to assimilate her sudden condition as a future mother and her strong will to become a working woman.

EMMANUELLE MILLET Emmanuelle Millet dirigiu os curtas metragens Tas Un Rôle à Jouer! (2005) e Dix Films Pour En Parler (2007). Twiggy é seu primeiro longa metragem. Emmanuelle Millet direted the short films Tas un Rôle à Jouer! (2005) and Dix Films Pour en Parler (2007). Twiggy is her first feature film.

Sanam Madjedi info@filmsdistribution.com filmsdistribution.com/fd_film.php?id_film=440

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OUTROS OLHARES


VIAGEM A PORTUGAL Journey to Portugal

/ Viagem a Portugal

FICHA TÉCNICA Direção Sérgio Tréfaut Roteiro Sérgio Tréfaut Produção Sérgio Tréfaut Direção de Fotografia Edgar Moura Direção de Arte Ana Direito Trilha Sonora Gyorgi Ligeti Montagem Sérgio Tréfaut, Gonçalo Soares, Pedro Marques, Mariana Gaivão Som Olivier Blanc Elenco Principal JMaria de Medeiros, Isabel Ruth, Makena Diop Empresa Produtora Faux

Portugal | 2011 | 75’ | HD | P&B | Ficção

Maria, uma médica ucraniana, chega ao aeroporto de Faro, em Portugal, com um visto de turismo. Entre todos os passageiros do seu avião, Maria é a única a ser detida e interrogada pela Imigração. A situação transformase num pesadelo quando a polícia percebe que o homem que a espera no aeroporto é senegalês. Imigração ilegal? Tráfico humano? Tudo é possível. Viagem a Portugal é um filme inspirado numa história real. Maria, a Ukrainian doctor, arrives in Faro, Portugal. She has a tourist visa, but of all the passengers on her plane, she is the only one to be detained and interrogated by the Immigration Police. The situation turns into a nightmare when the Police officers realize that the man waiting for her at the airport is Senegalese. Illegal immigration? Human trafficking? Anyhing is possible. Journey to Portugal is based on a true story.

SÉRGIO TRÉFAUT Sérgio Tréfaut nasceu no Brasil em 1965, filho de pai português e de mãe francesa. Após um mestrado em filosofia na Sorbonne (Paris), começou a sua vida profissional em Lisboa, onde trabalhou como jornalista e assistente de direção e depois se tornou produtor e diretor de cinema. Sérgio Tréfaut was born in Brazil in 1965, from a Portuguese father and a French mother. After a Master in philosophy at the Sorbonne (Paris), he started his career in Lisbon as a journalist and assistant director and became a producer and director. Virginie Devesa info@alphaviolet.com viagemaportugal.net

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VIKINGLAND Vikingland

/ Vikingland

FICHA TÉCNICA Direção Xurxo Chirro Roteiro Xurxo Chirro Produção Beli Martínez Direção de Fotografia Luis Lomba “O Haia” Trilha Sonora Senem Outeiro Empresa Produtora Filmika Galaika

XURXO CHIRRO Espanha | 2011 | 100’ | HD | Colorido | Documentário/Experimental

Marinheiros galegos trabalham em uma balsa que atravessa da cidade de Romo (Dinamarca) para a ilha de Sylt (Alemanha). Um deles compra uma câmera de vídeo e começa a gravar sua vida cotidiana e a vida de seus companheiros, durante suas passagens no meio de Inverness (Reino Unido). Documentário sobre a imigração galega no norte da Europa. Galician sailors work in a ferry which crosses from the city of Romo (Denmark) to the island of Sylt (Germany). One of them buys a video-camera and begins to record his daily life and his fellows´s during their crossings in the middle of the Inverness (UK). Document about the galician inmigration into northern Europe.

Nascido em A Guarda, Espanha, em 1973, Xurxo Chirro é bacharel em História da Arte. Ele trabalha na Axencia Audiovisual Galega, AGADIC, escreve críticas de cinema para diversos jornais. Roteirista e diretor do documentário 36-75 And 13 Pozas (2009) e Cellular Movie (2010). Born in 1973, in A Guarda, Spain. He has a BA degree in Art History. He works in the Axencia Audiovisual Galega, AGADIC, and writes film criticism and collaborates with several newspapers and reviews. He is the scriptwriter and director of the documentary films 36-75 And 13 Pozas (2009) and Cellular Movie (2010).

Beli Martínez beligrosa@gmail.com

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OUTROS OLHARES


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IVÁN – DE VOLTA PARA O PASSADO Ivan – Back to the Past

/ Iván - De Volta para o Passado

FICHA TÉCNICA Direção Guto Pasko Roteiro Guto Pasko Produção Andréia Kaláboa Direção de Fotografia Alziro Barbosa Direção de Arte Doc Trilha Sonora Canções Populares da Ucrânia Montagem Guto Pasko, Heidi Peters Som Marquinhos Ribeiro, Ulisses Galetto Elenco Principal Iván Bojko Empresa Produtora GP7 Cinema

Brasil | 2011 | 109’ | HD | Colorido | Documentário

Em 1942 Iván Bojko foi arrancado de sua aldeia natal na Ucrânia pelos nazistas e levado para trabalho forçado. Em 1948 ele imigrou para o Brasil e nunca mais conseguiu voltar para a Ucrânia. 68 anos depois, o filme documenta o retorno de Iván Bojko a sua terra natal, aos 91 anos. Baseado nos diários de Iván, as imagens e sons funcionam como canais de acesso a uma experiência do imaginário, que atravessam as simples lembranças do imigrante e chegam até o nosso imaginário também. In 1942 Iván Bojko was taken by nazis from his village in Ukraine into forced labor in Germany. In 1948 he migrated to Brazil and was never able to return to Ukraine. 68 years later, this film registers Iván Bojko finally visiting his homeland, at 91 years old. Based on Iván’s diaries, images and sounds work as channels to access a personal experience that goes beyond his memory and reach our memories too.

GUTO PASKO Guto pasko é diretor, roteirista e sócio fundador da produtora GP7 Cinema, de Curitiba/PR. Produziu e dirigiu o longa metragem documentário Made in Ucrânia – Os Ucranianos no Paraná e a minissérie de TV Colônia Cecília – Uma História de Amor e Utopia para a RPCTV (Globo/PR). Guto Pasko is director, scriptwriter and founding member of the production company GP7 Cinema, from Curitiba, Paraná. He produced and directed the feature documentary film Made in Ucrânia – Os Ucranianos no Paraná and the TV series Colônia Cecília – Uma História de Amor e Utopia for the channel RPCTV (Globo/PR). Guto Pasko guto@gp7cinema.com www.gp7cinema.com

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M I R A D A PA R A N A E N S E


ENTRE LÁ E CA

IN

/ Entre lá e Ca

/ In

Brasil | 2012 | 18’ | HD | Colorido | Documentário

Brasil | 2012 | 10’ | HD | Colorido/P&B | Documentário

Direção Heloisa Passos | Roteiro Beatriz Seigner | Produção Heloisa Passos, Luciane Passos, Tina Hardy | Fotografia Heloisa Passos | Montagem Tina Hardy | Empresa Produtora Maquina Filmes

Direção Bruno de Oliveira | Roteiro Bruno de Oliveira e Débora Vecchi | Produção Bruno de Oliveira | Fotografia Bruno de Oliveira | Montagem Bruno de Oliveira | Elenco Principal Débora Vecchi | Empresa Produtora Processo Multiartes

In-Between

Carol, Amanda, Talia, Juli, Larissa e Morgana vivem na Ilha de Amparo, em frente ao Porto de Paranaguá, no sul do Brasil. Caminham, entre duas praias de um mesmo rio, à margem da censura adulta, essas meninas trocam pequenos segredos de amor fazem confidências e declaram seus desejos adolescentes.

In

Lembranças do ano de 1997. Memories of 1997.

Carol, Amanda, Talia, Juli and Morgana live in Amparo Island, facing Paranaguá’s harbor, in south of Brazil. On their way to school every day, they cross the two beaches of the same river. On the margins of adult censorship, these girls exchange small secrets about love, confide in each other and share their teenage dreams.

HELOISA PASSOS

BRUNO DE OLIVEIRA

Heloisa Passos nasceu em Curitiba. Em seus trabalhos incluem curtas, documentários, longas e série de TV. Recebeu vários prêmios, como Melhor Fotografia no Festtival de Cinema do Rio 2009, Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Gramado 2008, Melhor Fotografia no Sundance Film Festival 2007 e Melhor Direção no Cine Ceará 2006.

Bruno de Oliveira atua em cinema como diretor e roteirista. Dirigiu os curtas Luz, Ruína e Fardo, Pensando em Bárbara, Os Dias Cinzas e A Infância de Margot. Em 2010 finalizou seu primeiro documentário de longa metragem, Cinematoso, sobre a vida do cineasta Cyro Matoso. Dirigiu o longa Circular, onde divide a direção com outros diretores.

Heloisa Passos was born in Curitiba. Her works are short, feature, documentary films and TV series. She won several awards such as Best Cinematographer in Rio de Janeiro International Film Festival 2009, Best Cinematographer in Gramado Film Festival 2008, Best Cinematographer in Sundance Film Festival 2007 and Best Director in Cine Ceará 2006.

Bruno de Oliveira is a film director and screenwriter. He directed the short films Luz, Ruína E Fardo, Pensando em Bárbara, Os Dias Cinzas and A Infância de Margot. In 2010 he premiered his first feature film, Cinematoso, a documentary film about the filmmaker Cyro Matoso. After this he directed the feature film Circular, co-directed with others.

Tina Hardy tinahardy@maquina.pro.br | www.maquina.pro.br

Bruno de Oliveira contato@processo.art.br | www.processo.art.br

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O DESCARTE

OVOS DE DINOSSAURO NA SALA DE ESTAR

/ O Descarte

/ Ovos de Dinossauro na Sala de Estar

Brasil | 2011 | 17’ | HD | Colorido | Animação

Brasil | 2011 | 12’ | HD | Colorido | Documentário

Direção Carlon Hardt, Lucas Fernandes | Roteiro Carlon Hardt, Lucas Fernandes, Vania Mezzadri | Produção Vania Mezzadri | Fotografia Carlon Hardt, Lucas Fernandes | Direção de Arte Carlon Hardt, Lucas Fernandes | Trilha Sonora André Nigro, Eugênio Fim | Montagem Carlon Hardt, Lucas Fernandes | Som André Nigro, Eugênio Fim

Direção Rafael Urban | Roteiro Rafael Urban | Produção Ana Paula Málaga | Fotografia Eduardo Baggio | Direção de Arte Maria Andrade | Montagem Ana Lesnovski | Elenco Principal Ragnhild Borgomanero | Empresa Produtora Tu i Tam Filmes

The Discard

Eduardo, um curitibano típico dos anos 90, é surpreendido quando a mulher com quem compartilha um quarto de motel tenta subitamente assassiná-lo. Na busca por entender por que querem matá-lo, ele acaba se envolvendo em uma trama policial regada a sexo, violência e sacanagem. Eduardo, a typical 90’s man from Curitiba, shares a motel room with a mysterious woman who suddenly tries to kill him. After this, he tries to find out why someone wants to see him dead, but becomes part of a police fiction full of sex, violence and cheating.

Dinosaur Eggs in the Living Room

A alemã Ragnhild Borgomanero, de 77 anos, estudou fotografia digital e fez cursos de Photoshop e Premiere para manter viva a memória de seu falecido esposo, Guido, com quem reuniu a maior coleção particular de fósseis da América Latina. Ragnhild Borgomanero, 77 years old, born in Germany, studied digital photography and took Photoshop and Adobe Premiere classes to keep alive the memory of her deceased husband, Guido, with whom assembled the major private collection of fossils in Latin America.

CARLON HARDT, LUCAS FERNANDES

RAFAEL URBAN

Sócios na estúdio audiovisual Cia de Canalhas, Carlon Hardt e Lucas Fernandes inauguram sua co-direção em curtas metragens com O Descarte.

Rafael Urban se formou em Jornalismo pela Universidade Positivo em 2007. Ao lado de Josiane Orvatich e Eduardo Baggio, ele foi editor da Juliette Revista de Cinema, sobre filmes paranaenses. Como jornalista foi repórter da Folha de Londrina. Suas matérias foram publicadas nos jornais Estado do Paraná e Gazeta do Povo. Rafael Urban graduated in Journalism from Positivo University, in 2007. Together with Josiane Orvatich and Eduardo Baggio, he was editor of the magazine Juliette Revista de Cinema, about films from Paraná State. As journalist, he was a reporter of the newspaper Folha de Londrina. His articles were published in the newspapers Estado do Paraná and Gazeta do Povo.

The Discard is the first short film co-directed by Carlon Hardt and Lucas Fernandes, that are partners at the company Cia de Canalhas.

Carlon Hardt contato@carlon.art.br | odescarte.com.br

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Diana Moro atendimento@morocom.com.br | ovosdedinossauro.com

M I R A D A PA R A N A E N S E


SE VOCÊ DEIXAR O CORAÇÃO BATER SEM MEDO

If You’d Set Your Heart Fearlessly Beating

/ Se Você Deixar o Coração Bater Sem Medo

Brasil | 2012 | 7’ | HD | Colorido | Experimental Direção Tamíris Spinelli | Roteiro Tamíris Spinelli | Produção Tamíris Spinelli, Clariana Borzone | Fotografia Thiago Moreno | Montagem Gustavo Pinheiro | Elenco Bárbara Felice, Ana Beatriz Figueiredo

Se você soltar o pé na estrada Eu danço com você o que você dançar If you hit the road I dance with you whatever you dance

TAMÍRIS SPINELLI Tamíris Spinelli dirigiu os filmes Elegia (2010), com Bárbara Felice, e Visita (2010).

Tamiris Spinelli directed the short films Elegia (2010), together with Bárbara Felice, and Visita (2010).

Tamíris Spinelli miris.spinelli@gmail.com

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CAMINHOS

O TIGRE E O CISNE

/ Caminhos

/ O Tigre e o Cisne

Direção Geral Heloisa Passos Direção dos Episódios Heloisa Passos, Marília Rocha e Katia Lund Roteiro Beatriz Seigner Trilha Sonora Tom Zé, Ético Teobaldo Som Roberto C. de Oliveira, Gustavo Floravante, Beep Audio Post Montagem Tina Hardy e Renata Maria Direção de Fotografia Heloisa Passos, Ivo Lopes e Janice D’ávila Produção Heloisa Passos, Luciane Passos e Tina Hardy Coprodução Maquina Filmes e SESCTV

Brasil | 2012 | HD | Cor | 27’ | Documentário

On the Move

Caminhos é uma série documentário para a televisão dividida em 13 episódios, que narram a história de crianças, jovens e adultos a caminho da escola. Caminhos é um jeito novo de descobrir o Brasil na sua extensão geográfica, econômica e político-social. Mas, sobretudo, em sua dimensão afetiva e humana. On the Move is a television documentary series that tells the story of children, youngsters and adults on their way to school. On the Move innovates by exposing Brazil in all its geographical, economic, and sociopolitical extension. And, above all, by bringing the emotional and human dimensions to light.

site caminhos.tv.br

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The Tiger and the Swan

Geisa transita pelo labirinto de ônibus, túneis, viadutos e pontes da gigantesca São Paulo, para dar aula de balé clássico numa escola para cegos. Geisa is a ballerina who travels across the labyrinths of the huge city of São Paulo, on and out of busses, along the city terminals, overpasses, streets, avenues and tunnels, to teach classical ballet at a school for the blind.

HELOISA PASSOS Heloisa Passos nasceu em Curitiba. Em seus trabalhos incluem curtas, documentários, longas e série de TV. Recebeu vários prêmios, como Melhor Fotografia no Festtival de Cinema do Rio 2009, Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Gramado 2008, Melhor Fotografia no Sundance Film Festival 2007 e Melhor Direção no Cine Ceará 2006. Heloisa Passos was born in Curitiba. Her works are short, feature, documentary films and TV series. She won several awards such as Best Cinematographer in Rio de Janeiro International Film Festival 2009, Best Cinematographer in Gramado Film Festival 2008, Best Cinematographer in Sundance Film Festival 2007 and Best Director in Cine Ceará 2006. Tina Hardy tinahardy@maquina.pro.br | www.maquina.pro.br

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A Multiolhares surge no Olhar de Cinema como a mostra dedicada ao audiovisual que extrapola limites da tela convencional. Cinema experimental, videoarte, novas mídias; frequentemente consideradas como um “laboratório” à parte, ainda hoje essas diferentes categorias de experimentação formal podem ser mal interpretadas por cinéfilos ortodoxos como meros exercícios de linguagem, mas cujo potencial expressivo de visões de mundo é, no mínimo, equivalente ao do cinema tradicional.

Causas biológicas como explicação para diferenças entre homem e mulher podem ser exaustivamente discutidas, assim como já o faz toda uma tradição teórica feminista, que vai desde a aceitação parcial dessas causas até a total recusa por correntes mais radicais. Realmente, não podemos negar coincidências entre falas como a da filósofa Judith Butler, de que gêneros são “performances sociais”, e a própria natureza performática de Imprescindíveis e Sangre (ainda que nestes o registro só se complete com reações não-controladas por parte das crianças gravadas). Não é uma questão encerrada. Sejam quais forem as razões, diferentes formas de percepção sobre o mundo ainda predominam, como no contraste entre a sensorialidade e abstração na cena de masturbação em Elegia, arquetipicamente “mais feminina”, e o vídeo incial da sérieem-construção Unpixelated, no qual uma cena similar é reconstruída sob um olhar visualmente instigante, mas essencialmente seco e direto, “mais masculino”.

Partindo dessa importância mútua dada a posturas e procedimentos, apresentamos a exposição Masculino/ Feminino/ no Museu Oscar Niemeyer. Como já sugere o nome, o conjunto destas obras parte de dualidades mais ou menos resolvidas entre os sexos, mas não se esgota nelas, propondo interpretações mais subjetivas dentro de uma chave estético-política. Realizadas em tempos distintos nos últimos dez anos, sem conexões prévias entre si, as obras respondem ao tema central isoladamente ou por diálogos sugeridos pela curadoria em questão. No primeiro caso, temos como exemplo Buraco Negro, imagem-síntese do afeto como processo intrinsicamente dialético, onde a harmonia só se dá na constante mudança da matéria. No segundo caso, uma das propostas é o díptico entre Imprescindíveis e Sangre, que evidencia os abismos ora culturais, ora Claro que essa divisão entre padrões inevitavelmente biológicos que influenciam nossos comportamentais não deve ser tomada como regra. Na intersecção entre as duas obras papéis sociais de gênero desde a infância.

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Multiolhares is the segment of the Olhar de Cinema festival dedicated to audiovisual works that move beyond the limits of conventional screens. Experimental cinema, video art, new media; often regarded as a “laboratory” apart, even today these different categories of formal experimentation can be misinterpreted by orthodox moviegoers as mere exercises in language, but whose potential of expressing worldviews is, at the very least, equivalent to that of traditional cinema. From this mutual importance given to attitudes and procedures, we present the Male/Female/ exhibition at the Oscar Niemeyer Museum. As the name already suggests, these works come from more or less resolved dualities between genders but, not limited to that, they propose more subjective interpretations within an aesthetic-political perspective. Made at different times in the past ten years, with no previous connections with each other, the works respond to the central theme either by themselves or through new connections suggested for this occasion. In the first case we have works such as Black Hole, an image-synthesis of affection as an intrinsically dialectical process, where harmony comes only in the constant change of matter. In the second case, one of the proposals is the diptych of The Indispensable Ones and Blood, which shows the depths, sometimes cultural sometimes inevitably biological, that influence our gender roles from childhood. Biological causes as an explanation for differences between men and women can be discussed at length, as all of a feminist theoretical tradition already does (ranging from the partial acceptance of these causes to the total rejection by more radical currents). Indeed, we cannot deny the similarities between quotes as that of philosopher Judith Butler, that genres are “social performance”, and the very performance nature of The Indispensable Ones and Blood (though in these the visual register only gets completed with non-controlled reactions by the recorded children). It is not a closed issue. Whatever the reasons, different perceptions about the world still predominate, as in the contrast between the sensorial and the abstraction in the masturbation scene in Elegy, archetypally “more feminine”, and the initial video from the in-progress Unpixelated series, in which a similar scene is reconstructed in a visually compelling but essentially dry and direct look, “more masculine”. Of course, this division between behavioral patterns should not be taken as a rule. At the intersection between the two works above, the recent Act of Love “eroticizes” an amateur porn movie, merging categories usually seen as opposite to each other,

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as part of an increasingly common trend in visual representations of sex. The ambivalence in its title should be noted, with the words “act” and “love”, referring to that feeling being expressed in the dramaturgic time of one act (it’s not by mere chance that the well-known dramaturgic curve of Aristotle resembles the orgasm curve drawn by Wilhelm Reich) but also “making love” as a euphemism for sex without emotional implications, an animal act that only acquires new meanings in subjection to human sensitivity. The fragile balance between interests and sensitivities appears with different weights in Waning, in which the stereotype of the misogynist serial killer that compensates sexual frustration with non-consensual violence is deconstructed within a non-linear stream of obsessive actions, and in Cloud, another image-synthesis, this time on the dialectics between oblivion and persistence in the individual process of overcoming frustrated emotional relationships. Finally, we have another kind of synthesis, less on the device than on the bodies in the scene, in Trópico de Capricórnio (Tropic of Capricorn - literal translation). In a sort of documentary-installation with the same full framing as Buraco Negro, four transsexuals “float” in a non-space, recognizable only by the initial plan and by lines in interviews, just as normative notions of masculinity or femininity float there as well. Here understood more as a poetic than a scientific subject, such transit between genders generates discussions necessary not only to such minorities, but also to the whole society. And more specifically the current (but still Baroque) Brazilian society, which begins the 10th decade struggling in the imagery of new old questions: anti-homophobia bills, politicalreligious congress groups, re-discussions on abortion and drugs, recurrent manifestations of hatred, rise of the middle class, World Cup, Col. Nascimento, Laerte Coutinho.

Avrore | Curator


acima, o recente O Amor em Um Ato “erotiza” um filme pornográfico amador, mesclando categorias geralmente tidas como opostas e dialogando com uma tendência cada vez mais frequente em representações visuais do sexo. Cabe notar em seu título a ambivalência nas palavras “amor” e “ato”, referindo-se ao tal sentimento no tempo dramático de um ato (não à toa, a famosa curva dramática de Aristóteles lembra a curva do orgasmo desenhada por Wilhelm Reich), mas também ao “fazer amor” como eufemismo para o sexo sem implicações emocionais, ato animal que só adquire novos sentidos na sujeição à sensibilidade humana. O frágil equilíbrio entre interesses e sensibilidades aparece com pesos distintos em Waning, no qual o estereótipo do serial killer misógino que compensa frustração sexual com violência não-consentida é descontruído em um fluxo atemporal de ações obsessivas, e em Nuvem, outra imagemsíntese, desta vez sobre a dialética entre esquecimento e persistência no processo individual de superação em relações afetivas frustradas. Finalmente, temos outro tipo de síntese, menos no dispositivo que nos próprios corpos em cena, em Trópico de Capricórnio. Numa espécie de documentário-

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instalação com o mesmo enquadramento a pino de Buraco Negro, quatro transexuais “flutuam” em um não-espaço, reconhecível apenas pelo plano inicial e por falas nas entrevistas, da mesma maneira como ali flutuam noções normativas de masculinidade ou feminilidade. Aqui entendido mais como poética do que assunto científico, esse trânsito entre gêneros aponta para discussões necessárias não só às ditas minorias, mas a toda a sociedade. E mais especificamente a atual (mas ainda barroca) sociedade brasileira, que inicia a década de 10 debatendo-se no imaginário de novas velhas questões: projetos de lei anti homofobia, bancadas políticoreligiosas, rediscussões sobre aborto e drogas, manifestações recorrentes de ódio, ascensão da classe média, Copa do Mundo, Cel. Nascimento, Laerte Coutinho. Avrore | Curador

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BURACO NEGRO

ELEGIA

Brasil | 2008 | 25’ | DV | P&B | Experimental

Brasil | 2010 | 4’ | DV | Colorido | Experimental

Duas correntes de ar criam figuras abstratas em fileiras de pó. Uma interpretação sutil e poderosa sobre sexo e, quem sabe, amor.

Experiência sensorial de vida e morte.

/ Black Hole

/ Elegy

A sensory experience about life and death.

Two air currents create abstract shapes on rows of powder. A subtle and yet powerful interpretation of sex and maybe love.

/ Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado

/ Bárbara Felice e Tamíris Spinelli

contato katasiafilmes.wordpress.com tiagomm73@gmail.com

contato babi.felice@gmail.com miris.spinelli@gmail.com

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M U LT I O L H A R E S


IMPRESCINDÍVEIS

NUVEM

Brasil | 2003 | 5’ | DV | Colorido | Experimental

Brasil | 2012 | 2’ | HD | Colorido | Experimental

Tentando criar uma ficção, um pai manipula seu filho, enquanto este reage e subverte a situação com ironia e perspicácia.

Este inevitável e, de alguma maneira, belo esquecimento.

/ The Indispensable Ones

/ Cloud

This oblivion is inevitable. And beautiful, in a way.

A father tries to subvert his son, who reacts and resists. Based on domestic images, the video deals with manipulation.

/ Carlosmagno Rodrigues contato carlosmagno-film.blogspot.com carlosmagno.doriangreen@gmail.com

OLHAR DE CINEMA 2012

/ Avrore contato avrore.com info.avrore@gmail.com

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O AMOR EM UM ATO

SANGRE

Brasil | 2012 | 7’ | HD | P&B | Experimental

Brasil | 2009 | 3’ | DV | Colorido | Experimental

Apropriando-se de um filme pornográfico amador e de baixa resolução, o curta reconfigura suas imagens através de reenquadramentos, distorções e outros processos plásticos.

Mariana tem dez meses, um vestido branco e morangos. Sangrar para a mulher não é esvaecer-se, é necessário e vital. Um feminino férrico e simbólico que está ligado a mitos da fertilidade, virgindade, vida e morte.

/ Act of Love

Through the appropriation of an amateur porn movie, the video reworks its images through reframing, distortion and other plastics processes.

/ Blood

Mariana is 10 months old. She has a white dress and strawberries. For a woman to bleed does not mean to evanesce, this is necessary and vital. A female ferric and symbolic that is associated with fertility myths, virginity, life and death.

/ Arthur Tuoto

/ Cris Ventura

contato arthurtuoto.com arthur.tuoto@gmail.com

contato crisventura7@gmail.com

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M U LT I O L H A R E S


TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

WANING

Brasil | 2005 | 30’ | DV | Colorido | Experimental

Canadá | 2011 | 8’ | HD | Colorido | Experimental

Durante uma mesma noite, quatro travestis são trazidas para um quarto de hotel do centro de São Paulo. Uma a uma, elas entram no jogo proposto pela diretora: deitar-se na cama e permanecer no quarto vazio com uma câmera de vídeo.

Um homem, uma mulher morta, um apartamento vazio. Saindo dos estereótipos do suspense, Minguante foca-se na desconstrução visual e temporal de um homicídio em um único plano fragmentado.

During one night four transvestites are brought in to a hotel room in downtown São Paulo. One by one, they take on the director’s game: to lie down on the bed and stay in the empty room with a camera.

A man, a dead woman, a depleted apartment. Not your typical murder mystery, Waning takes on the visual and temporal deconstruction of a homicide in a single fractured frame.

/ Kika Nicolela

/ Gina Haraszti

/ Tropic of Capricorn

contato dilemastudio.com kika@dilemastudio.com

OLHAR DE CINEMA 2012

/ Waning

contato ginaharaszti.com info@ginaharaszti.com

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UNPIXELATED: ONE / Unpixelated: One

Suécia | 2009 | 7’ | DV | Colorido | Experimental

Nos filmes pornográficos japoneses, é obrigatório por lei que as imagens de genitálias masculinas e femininas sejam borradas. O processo de censurar as áreas de sexo explícito por meio de pixelização ou borrões é conhecido como bokashi. Em Despixelizado, um software é utilizado para reconstruir as áreas borradas desses filmes. Após isso, um borrão é aplicado no restante da imagem, deixando somente as áreas inicialmente censuradas à vista.

In Japanese porn, it is required by law that the male and female genitalia be blurred to obscure it from sight. The fogging of the sexually explicit area using pixelization or mosaic blurring is referred to as bokashi. In Unpixelated, a software is used on censored pornographic films in order to reconstruct the blurred area to its original state. Once the software is applied, a mosaic blur is then applied to the rest of the image leaving only the once censored pubic hair or genitalia to be viewed.

/ Anders Weberg contato weberg.se anders.weberg@gmail.com

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M U LT I O L H A R E S


OLHAR DE CINEMA 2012

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REALIZAÇÃO CRIATIVA / Creative Producing

O tema Realização Criativa é a espinha dorsal do I Seminário de Cinema Contemporâneo de Curitiba composto por quatro mesas e um workshop. Em cada uma das ações, profissionais e pensadores do cinema discorrem sobre temas específicos, tais como produção, distribuição, venda, limitações orçamentárias, etc. sempre tendo como linha mestra o conceito de Realização Criativa, no sentido de que, para se fazer/exibir cinema independente, é preciso encarar todos os processos da cadeia produtiva como uma atividade criativa e intrinsecamente artística, mesmo aquelas mais burocráticas. de 29 de maio a 02 de junho de 2012 das 13h30 às 15h30 SESC Paço da Liberdade

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The theme Creative Producing is the backbone of the First Contemporary Cinema Seminar of Curitiba, composed of four panels and one workshop. In each action, film professionals lecture on specific themes, such as production, distribution, sales, budget constraints, etc., always having as their master guideline the concept of Creative Producing, in the sense that, to make/exhibit independent films, you have to face the whole process of the productive chain as a creative and intrinsically artistic activity, even the most bureaucratic ones. from May 29th to June 2nd, 2012 from 1:30pm to 3:30pm SESC Paço da Liberdade


DIA 01 - TECNOLOGIAS E FLUXOS DE PRODUÇÃO DE CINEMA DIGITAL COM CÂMERAS SUPER 35mm DIGITAL HD E 4K

/ Day 01 - Technologies and Workflows of Digital Cinema Production With Super 35mm Digital HD and 4k Cameras Uma visão geral das tecnologias e produtos para a produção de filmes em digital com captação de imagens fazendo uso de sensores super 35mm. Uma amostra das opções que viabilizam todos os tipos de produções, desde baixo custo orçamentário com captação em HD (High Definition) até 4K para grandes produções. Um panorama geral das opções de como se trabalhar o conteúdo de cada tecnologia em seus fluxos de trabalho, a fim de ofertar agilidade e viabilizar os trabalhos desde a captação, produção até a pós-produção.

A general view of technologies and products for the production of digital cinema captured by using super 35mm sensors. A sampling of the options that enable all types of production, from low-budget cost shot in HD (High Definition) up to 4k for big productions. An overview of the options of how to work the content of each technology into their workflows, in order to offer flexibility and enable the work, from shooting, production to post production.

Palestrante / Speaker ERICK SOARES

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DIA 02 - O FILME E SEU PÚBLICO / Day 02 - The Film and Its Audience

Entre o ato de criação/emissão e o de recepção de um filme há um longo percurso. E não são raros os casos de filmes que, mesmo filmados e montados, nunca terminam, porque nunca chegam a seu público. Por que filmes independentes não conseguem distribuição adequada? Qual a visão do público de cinema no Brasil? Quais as estratégias para lançar um filme que está à margem do senso estético dominante?

Between the act of creation/release and the reception of a film, there is a long way. And it’s not rare to have cases in which films, even though the shot and edited ones, are never finished, because they never get to their audience. Why aren’t independent films able to achieve a suitable distribution? What is the vision of film audiences in Brazil? What are the strategies to release a film that is by the wayside of the dominant aesthetic sense?

Palestrantes / Speakers 1

ADHEMAR OLIVEIRA Exibidor há 20 anos. Criador dos projetos de formação de plateia como Escola no Cinema, Curta Petrobras às 18h, e as Ações Culturais, formadas pelas sessões especiais Clube do Professor, Sessão Popular, Sessão Latina e Clubes 3.ª Idade e Jovem. Programador de 24 cinemas do Espaço Itaú, totalizando 119 salas. Também é distribuidor de filmes independentes através da Espaço Filmes.

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ALBERTO FLAKSMAN Roteirista e produtor de cinema. Foi assessor da diretoria e superintendente da Embrafilme. Produtor executivo de filmes como A Grande Arte (1991), de Walter Sales, Eu Te Amo (1981), de Arnaldo Jabor. Entre 1985 e 1992, foi diretor e produtor executivo da Videofilmes. É assessor internacional da Ancine, além de coordenar e lecionar no curso de Formação Executiva em Cinema e TV (Film & Television Business) da Fundação Getúlio Vargas

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Movie theater owner for 20 years, creator of projects to increase the audience´s interest in different styles of films such as School at the Movie Theater, Petrobras Short Films at 6:00 pm, and Cultural Actions such as the special sessions Professor Club, Popular Session, Latin Session and Senior Age and Young Clubs. He is programmer of 24 movie theaters at Espaço Itaú, totaling 119 viewing rooms and also a distributor of independent films at Espaço Filmes.

Writer and film producer, he was an advisor of the board and superintendent of Embrafilme. Executive producer of films such as A Grande Arte (1991), by Walter Sales, Eu Te Amo (1981), by Arnaldo Jabor. Between 1985 and 1992, he was a director and executive producer at Videofilmes. He is the international advisor of Ancine, in addition to coordinating and teaching in the course of film & television business of the Fundação Getúlio Vargas.

SEMINÁRIO


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LUANA MELGAÇO De Belo Horizonte. Desde 2005 é produtora na empresa Teia, que produziu os filmes O Céu Sobre os Ombros (Sergio Borges), Girimunho (Clarissa Campolina, Helvécio Marins Jr) e Quando Todos Acidentes Acontecem (Alexandre Veras / Alumbramento).

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From Belo Horizonte. Since 2005, she is a producer at the company Teia, which produced the films O Céu Sobre os Ombros (Sergio Borges), Swirl (Clarissa Campolina, Helvécio Marins Jr.) and Quando Todos Acidentes Acontecem (Alexandre Veras / Alumbramento).

SILVIA CRUZ Iniciou sua carreira na distribuidora Pandora Filmes em 2004. Atuou na área de exibição no Cine Belas Artes. Entre 2008 e 2010 trabalhou na distribuidora Europa Filmes e na produtora Coração da Selva. Recentemente, fundou a Vitrine Filmes, que atua na distribuição de filmes brasileiros e em seus dois primeiros anos distribuiu 15 títulos nacionais.

OLHAR DE CINEMA 2012

She has started her career at the distributor Pandora Filmes in 2004. She has worked in screening area at Cine Belas Artes. Between 2008 and 2010, she worked in the distributor Europa Filmes and at the production company Coração da Selva. Recently, she has founded Vitrine Filmes, a company that distributes Brazilian films and in its first two years has distributed 15 films.

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DIA 03 - DIRETOR, LINGUAGENS E OS MODOS ALTERNATIVOS DE PRODUÇÃO / Day 03 - Director, Languages and Alternative Ways of Production Com a chegada do digital e o barateamento da produção, formas alternativas de realização de filmes tornaram-se comuns. Mas que modos de trabalho são esses? É possível identificálos, catalogá-los, categorizá-los? É desejável fazê-lo? Em que medida estes modos alternativos de produção determinam o modo de pensar o filme, e, porque não, o cinema? Como o cineasta usa o baixo orçamento a seu favor? O modo de produção alternativo gera certa condescendência por parte da crítica para com os filmes mais baratos?

With the arrival of digital technology and cheaper production, alternative ways of filmmaking have become common. But what are these ways of working? Is it possible to identify, catalog, and categorize them? Is it desirable to do so? To what extent do these alternative ways of production determine the way of thinking about a film, and why not, cinema itself? How do filmmakers use the low budget to their advantage? Are alternative ways of production making critics to have a certain patronizing attitude towards cheaper films?

Palestrantes / Speakers 1

ANDRÉ DA COSTA PINTO André da Costa Pinto é jornalista, realizador audiovisual e coordenador de Audiovisual do DECOM/UEPB. Dirigiu, produziu e roteirizou os curtas A Encomenda do Bicho Medonho, Amanda e Monick e À Minha Amiga: Um Breve Relato Sobre Nós. É idealizador e coordenador do Comunicurtas UEPB – Festival Audiovisual de Campina Grande.

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FERNANDA PEÑARRITA Produtora e socióloga boliviana, já produziu cinco longas metragens. Atualmente é produtora executiva do projeto de documentário Durazno realizado com inovadoras formas de financiamento e realização, como o crowdfunding, incorporando conceitos de cinema orgânico e ecológico. É professora de produção na Escola de Cinema de El Alto.

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André da Costa Pinto is a journalist, film director and course coordinator at DECOM/UEPB. He directed, wrote and produced the short films A Encomenda do Bicho Medonho, Amanda e Monick and À Minha Amiga: Um Breve Relato Sobre Nós. He created and manages the film festival Comunicurtas UEPB – Festival Audiovisual de Campina Grande.

Bolivian producer and sociologist, she has produced five feature films. She is currently the executive producer of the documentary film Durazno, carried out with innovative forms of financing and execution, such as crowdfunding, incorporating concepts of organic and ecological cinema. She teaches production at Cinema School of El Alto.

SEMINÁRIO


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HERNANI HEFFNER Formado em Comunicação Social – habilitação Cinema pela UFF - desenvolveu levantamentos e pesquisas em torno da história do cinema brasileiro junto à Cinédia Estúdios. Curador de Documentação e Pesquisa da Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), transferindo-se para o arquivo de filmes da mesma instituição, onde atua no departamento de conservação de filmes. É professor da PUC e da UFF.

OLHAR DE CINEMA 2012

Social Communication Graduate – licensed in Cinema from UFF – he has developed researches and surveys about the history of Brazilian cinema with Cinédia Studios. Curator of Documentation and Research of the Cinematheque at MAM (Museum of Modern Art in Rio de Janeiro), transferring to the film archive of the same institution, where he works in the department of film conservation. He is a professor at PUC and UFF.

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DIA 04 - DISTRIBUIÇÃO E VENDAS DE CURTAS E LONGAS METRAGENS / Day 04 - Distribution and Sale of Short and Feature Films Um dos grandes gargalos da cadeia produtiva do cinema nacional é a distribuição. Dentre os mais de 160 longas metragens feitos anualmente no Brasil, um quarto chega às salas de cinema, e destes, poucos ultrapassam a barreira dos 100 mil espectadores. Quais os caminhos para distribuição internacional? O Brasil tem alguma força no mercado internacional? Os curtas e longas brasileiros estão preparados para o mercado global? Qual o nicho de público do cinema independente no Brasil e fora dele?

One of the major gap in the national cinema production chain is distribution. Among the more than 160 feature films made every year in Brazil, one quarter of them comes to movie theaters, and out of these, few surpass the barrier of 100,000 spectators. What are the ways for international distribution? Does Brazil have any power in the international market? Are the Brazilians short and feature films prepared for the global market? What is the independent film audience niche in Brazil and abroad?

Palestrantes / Speakers 1

FREDERICO MACHADO Cineasta, produtor, fotógrafo, montador, distribuidor e exibidor. Ganhou mais de 100 prêmios internacionais com seus curtas metragens. É um dos sócios da Lume Filmes, distribuidora com mais de 200 filmes lançados no mercado brasileiro, e criador e organizador geral do Festival Internacional Lume de Cinema. Finaliza no momento seu primeiro longa metragem, O Exercício do Caos.

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CLÁUDIA DA NATIVIDADE Formada em Filosofia e Mestre em Ciências Sociais pela UFPR com especialização em Ciência Política. Em 2000 funda a produtora Zencrane Filmes. Seu primeiro longa de ficção, Estômago, arrebatou 36 prêmios, sendo 17 deles internacionais, e foi vendido para 25 países.

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Filmmaker, producer, photographer, editor, distributor and movie theater owner. He has won over 100 international awards with his short films. He is one of the Lume Filmes’ partners, distributor of over 200 films released in the Brazilian market, and creator and general producer of the Festival Internacional Lume de Cinema. Now, he is finishing his first feature film, O Exercício do Caos.

She is graduated in philosophy and master of social sciences at UFPR with specialization in political science. In 2000, she founded the production company Zencrane Filmes. Her first feature fiction, Estômago, has won 36 awards, 17 of them international, and has been sold to 25 countries.

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MILTON ALEXANDRE DURSKI Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Positivo, é criador e Gerente Comercial da rede de cinema Cineplus.

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Gradueted in Business Administration from Positivo University, is the creator and manager of the movie theaters Cineplus.

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DIA 05 - POLÍTICAS DE DESCENTRALIZAÇÃO PARA O AUDIOVISUAL / Day 05 - Decentralization Policies for the Audiovisual Production Tendo em conta as proporções continentais do Brasil e a concentração dos recursos financeiros, profissionais e salas de cinema em uma única região do país, o governo federal vem atuando no sentido de descentralizar o acesso aos recursos públicos que possibilitem aos produtores culturais produzir em seus próprios estados e cidades. O mesmo problema acontece no estado do Paraná, em que os recursos destinados à produção audiovisual se concentram principalmente em Curitiba. Neste sentido, a mesa Políticas de Descentralização Para o Audiovisual promove o diálogo a respeito do tema.

Given the continental size of Brazil and the concentration of financial resources, professional workforce and theaters in specific areas, the Federal Government is trying to decentralize the country’s public resources in order to allow the cultural production in different states and cities. As a reflection of that, the same problem happens in the state of Paraná, where resources for audiovisual production is concentrated mainly in Curitiba. In this sense, the roundtable Decentralization Policies for the Audiovisual Production promotes a discussion on that matter.

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Palestrantes / Speakers 1

FERNANDO SEVERO Graduado em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (UFPR) e Pós-Graduado em Comunicação e Cultura (UTFPR). Realizador vencedor de mais de sessenta prêmios nacionais e internacionais, é um dos mais destacados cineastas do Paraná. Seu longa-metragem Corpos Celestes foi premiado no Festival de Cinema de Gramado de 2009 e recebeu mais sete prêmios em festivais nacionais. Professor do Curso de Graduação em Cinema e Vídeo da FAP e da Pós-Graduação em Comunicação Audiovisual da PUCPR. É diretor do Museu da Imagem e do Som do Paraná.

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GUTO PASKO É diretor e roteirista de cinema e TV, sócio fundador da produtora GP7 Cinema. Foi Presidente da AVEC - Associação de Vídeo e Cinema do Paraná e atualmente atua com Diretor de Articulação Política e Integração da ABD Nacional. Dirigiu os documentários de longa metragens MADE IN UCRANIA – OS UCRANIANOS NO PARANÁ e IVÁN – DE VOLTA PARA O PASSADO.

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He graduated in social communication - advertising from UFPR and post graduated in communication and culture from UTFPR. He won more than 60 awards as a short, medium-length and feature film director, scriptwriter and editor, becoming one of the most important directors from Paraná State. Also, he is a cinema professor at FAP and PUCPR. Since 2011 he is the Image and Sound Museum’s director, in Paraná State.

He is a film and television director and writer, founding partner of the production company GP7 Cinema. He was President of AVEC - Association of Video and Film of Paraná - and currently works as the Director of Policy Coordination and Integration of National ABD. He has directed the feature documentaries MADE IN UCRANIA – OS UCRANIANOS NO PARANÁ and IVÁN - BACK TO THE PAST.

SEMINÁRIO


OLHAR DE CINEMA 2012

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OFICINA DE DOCUMENTÁRIO / Documentary Film Workshop

Ministrada por Evaldo Mocarzel, a Oficina Taught by Evaldo Mocarzel, the Documentary de Documentário é gratuita e tem uma carga Film Workshop is free of charge and has a workload of 12 hours and 25 vacancies. horária de 12h e 25 vagas.

EVALDO MOCARZEL Formou-se em Cinema e Jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Foi editor de cultura do jornal O Estado de São Paulo durante 8 anos. Dirigiu vários filmes, como À Margem da Imagem (2002), Do Luto à Luta (2005), À Margem do Concreto (2006), Jardim Ângela (2007), Brigada Pára-Quedista (2007), À Margem do Lixo (2008), Quebradeiras (2009), Cinema de Guerrilha (2010) e Cuba Libre (2011).

He graduated in Cinema and Journalism from Fluminense Federal University. He was a cultural editor of the newspaper O Estado de São Paulo for 8 years. He directed several films such as À Margem da Imagem (2002), Do Luto à Luta (2005), À Margem do Concreto (2006), Jardim Ângela (2007), Brigada Pára-Quedista (2007), À Margem do Lixo (2008), Quebradeiras (2009), Cinema de Guerrilha (2010) e Cuba Libre (2011).

OFICINA DE LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA / Film Language Workshop

Ministrada por Hernani Heffner, a Oficina de Taught by Hernani Heffner, the Film Language Linguagem Cinematográfica é gratuita e tem Workshop is free of charge and has a workload of 12 hours and 25 vacancies. uma carga horária de 12h e 25 vagas.

HERNANI HEFFNER Formado em Comunicação Social – com habilitação em Cinema - pela Universidade Federal Fluminense, foi coordenador do programa de restauração do acervo fílmico da companhia Cinédia Estúdios Cinematográficos e responsável pela recuperação de filmes como O Ébrio, Carnaval, Mulher e Alô, Alô.

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Graduated in Social Communication – licensed in Cinema - from Fluminense Federal University, he was the restoration coordinator of the Studios Cinédia’s film collection and responsible for the restoration of the films O Ébrio, Carnaval, Mulher and Alô, Alô.

OFICINAS


OFICINA DE ROTEIRO / Script Writing Workshop

Ministrada por Fernando Marés, a Oficina de Taught by Fernando Marés, the Script Writing Roteiro é gratuita e tem uma carga horária de Workshop is free of charge and has a workload of 12 hours and 25 vacancies. 12h e 25 vagas.

FERNANDO MARÉS Roteirista profissional há 15 anos, Membro da Associação Autores de Cinema. Foi Diretor Regional da Associação dos Roteiristas de Televisão, Cinema e outras Mídias. Autorroteirista dos longas-metragens Netto Perde Sua Alma, Cerro do Jarau e vários outros trabalhos audiovisuais.

OLHAR DE CINEMA 2012

He is a professional scriptwriter for 15 years and a member of the Film Authors Association. He was a regional director of the Screenwriter Association. He is the screenwriter of the features films Netto Perde Sua Alma, Cerro do Jarau and many other films and series.

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MOSTRA OLHAR ITINERANTE Aiming the democratization of the access to the latest Brazilian film production, Olhar de Cinema in partnership with SESI-Paraná, promotes Olhar Itinerante, an action that will take to locations lacking in cinema screenings some films that were in the official program of the festival. In order to bring the Brazilian film industry in focus and gather its own audience, Olhar Itinerante will travel for five days five different neighborhoods in Curitiba’s metropolitan area as well as its suburbs, allowing free access to the Festival’s program.

DAYS June 15th, 16th, 17th, 23th and 24th

PLACES

Visando a democratização do acesso à recente produção cinematográfica nacional, o Olhar de Cinema em parceria com a SESI-Paraná, promove a mostra Olhar Itinerante, ação que levará a localidades carentes de salas de cinema filmes que estiveram na programação oficial do festival. Com intuito de formar público e atrair a atenção para o cinema brasileiro, o itinerância percorrerá durante cinco dias, cinco bairros distintos da periferia e da região metropolitana de Curitiba, possibilitando aos trabalhadores da indústria, seus familiares e amigos, acesso gratuito à programação. DIAS 15, 16, 17, 23 e 24 de junho LOCAIS Estacionamento da FIEP – 20hs Endereço: Av. Cândido de Abreu, 200 FAMEC – São José dos Pinhais – 15hs Endereço: Av. Rui Barbosa, 5881 Casa da Cultura - Campo Largo – 15hs Endereço: Av. Centenário, 2011 Teatro Municipal José Carlos Zanlorenzi - Quatro Barras – 15hs Endereço: Av. Juscelino K Oliveira, 975 Clube Rio Branquense - Rio Branco do Sul – 15hs Endereço: Rua Cel. Carlos Pioli, 350

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LOCAIS / Places

Espaço Itaú de Cinema (Rua Comendador Araújo, 731, Curitiba-PR) Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1174, Curitiba-PR) Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999, Curitiba-PR) Sesc Paço da Liberdade (Praça Generoso Marques, 189, Curitiba-PR) Sesc da Esquina (Rua Visconde do Rio Branco, 969, Curitiba-PR) Teatro Guairinha (Rua XV de Novembro, 971, Curitiba-PR)

OLHAR DE CINEMA 2012

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INDEX POR FILME / Index of Films

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029

A MORTE DE UM BOOKMAKER CHINÊS / John Cassavetes

080

GESTO / António Correia

050

AS HIPER MULHERES / Carlos Fausto, Leonardo Sette, Takumã Kuikuro

052

GIRIMUNHO / Clarissa Campolina, Helvécio Marins Jr.

068

ASSUNTO DE FAMÍLIA / Caru Alves de Souza

038

HABANA MUDA / Eric Brach

036

AVÉ / Konstantin Bojanov

053

HU / Pedro Urano, Joana Traub Csekö

058

BEAST / Attila Till

081

I AM WHITE MERCENARY / Taha Karimi

073

BETWEEN US / Paloma Aguilera Valdebenito

101

IMPRESCINDÍVEIS / Carlosmagno Rodrigues

100

BURACO NEGRO / Cinthia Marcelle, Tiago Mata Machado

091

IN / Bruno de Oliveira

058

COULD SEE A PUMA / Eduardo Williams

059

IT´S NOTHING / Nicolas Roy

037

COUNTRY MUSIC / Alberto Fuguet

090

IVÁN – DE VOLTA PARA O PASSADO / Guto Pasko

059

CROSS-COUNTRY / Maryna Vroda

060

JUKU / Kiro Russo

068

DONA SÔNIA PEDIU UMA ARMA PARA SEU VIZINHO ALCIDES / Gabriel Martins

060

JULY 1ST, AN UNHAPPY BIRTHDAY / Miao Li

039

KAREN CRIES IN A BUS / Gabriel Rojas Vera

078

EITHER WAY / Hafsteinn Gunnar Sigurðsson

040

100

ELEGIA / Bárbara Felice, Tamíris Spinelli

LAS ACACIAS / Pablo Giorgelli

061

091

ENTRE LÁ E CA / Heloisa Passos

LATE AND DEEP / Devin Horan

061

069

ENTRE NÓS, DINHEIRO / Renan Rovida

MEMÓRIAS EXTERNAS DE UMA MULHER SERRILHADA / Eduardo Kishimoto

051

ESTRADEIROS / Sergio Oliveira, Renata Pinheiro

062

MEZANIN / Dalibor Matanic

027

FACES / John Cassavetes

074

MONIKA / Christian Werner

079

GANGSTER PROJECT / Teboho Edkins

023

MR. SGANZERLA - OS SIGNOS DA LUZ / Joel Pizzini

069

NA SUA COMPANHIA / Marcelo Caetano


062

NARCOCORRIDO / Ryan Prows

026

SOMBRAS / John Cassavetes

030

NOITE DE ESTREIA / John Cassavetes

043

SUDOESTE / Eduardo Nunes

101

NUVEM / Avrore

084

THE BIRD / Yves Caumon

102

O AMOR EM UM ATO / Arthur Tuoto

044

THE EDUCATION / Dirk Lütter

092

O DESCARTE / Carlon Hardt, Lucas Fernandes

076

THE LIFEGUARD / Maite Alberdi

095

O TIGRE E O CISNE / Heloisa Passos

085

THE SLEEPING GIRL / Rainer Kirberg

082

OLHE PARA MIM DE NOVO / Claudia Priscilla, Kiko Goifman

063

TOMORROW, ALGIERS? / Amin Sidi-Boumediène

070

OMA / Michael Wahrmann

045

TOTEM / Jessica Krummacher

063

ONE NIGHT WITH YOU / Jeanne Leblanc

103

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO / Kika Nicolela

092

OVOS DE DINOSSAURO NA SALA DE ESTAR / Rafael Urban

054

TUDO QUE DEUS CRIOU / André da Costa Pinto

075

PARA ALÉM DAS MONTANHAS / Aya Koretzky

086

TWIGGY / Emmanuelle Millet

070

PRAÇA WALT DISNEY / Renata Pinheiro, Sérgio Oliveira

028

UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA / John Cassavetes

071

REALEJO / Marcus Vinicius Vasconcelos

104

UNPIXELATED: ONE / Anders Weberg

102

SANGRE / Cris Ventura

071

VEREDA / Diego Florentino

041

SANGUE DO MEU SANGUE / João Canijo

087

VIAGEM A PORTUGAL / Sérgio Tréfaut

093

SE VOCÊ DEIXAR O CORAÇÃO BATER SEM MEDO / Tamíris Spinelli

088

VIKINGLAND / Xurxo Chirro

046

VOLCANO / Rúnar Rúnarsson

083

SIBERIA / Joana Preiss

103

042

SNACKBAR / Meral Uslu

WANING / Gina Haraszti

064

WIND SESSION TIGER WOMAN / Paavo Hanninen

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CONTATOS / Contacts

A MORTE DE UM BOOKMAKER CHINÊS / John Cassavetes Grupo Estação roberto@grupoestacao.com.br www.grupoestacao.com.br AS HIPER MULHERES / Carlos Fausto, Leonardo Sette, Takumã Kuikuro Juliana Lapa ashipermulheres@gmail.com www.facebook.com/ashipermulheres ASSUNTO DE FAMÍLIA / Caru Alves de Souza Caru Alves de Souza contato@tangerinaentretenimento.com.br www.assuntodefamilia.tumblr.com AVÉ / Konstantin Bojanov Arnaud Aubelle a.aubelle@le-pacte.com www.le-pacte.com BEAST / Attila Till Judit Stalter stalter@laokoonfilm.com www.laokoonfilm.com BETWEEN US / Paloma Aguilera Valdebenito Mireille Rooijendijk mireille@ijswater.nl www.ijswater.nl BURACO NEGRO / Cinthia Marcelle, Tiago Mata Machado Tiago Mata Machado tiagomm73@gmail.com COULD SEE A PUMA / Eduardo Williams Eduardo Williams teddywill@gmail.com COUNTRY MUSIC / Alberto Fuguet Silvio Canihuante silvio@cinepata.com www.cinepata.com

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CROSS-COUNTRY / Maryna Vroda Florence Keller keller.fl@gmail.com DONA SÔNIA PEDIU UMA ARMA PARA SEU VIZINHO ALCIDES / Gabriel Martins Gabriel Martins gabriel@filmesdeplastico.com.br www.filmesdeplastico.com.br

GESTO / António Correia Fernando Centeio geral@zulfilmes.com www.facebook.com/gestozulfilmes GIRIMUNHO / Clarissa Campolina, Helvécio Marins Jr. Luana Melgaço luana.teia@art.br www.girimunho.com / www.teia.art.br

EITHER WAY / Hafsteinn Gunnar Sigurðsson David Olafsson david@myst ery.is myst ery.is

HABANA MUDA / Eric Brach Loic Magneron festivals@widemangement.com www.facebook.com/HabanaMuda

ELEGIA / Bárbara Felice, Tamíris Spinelli Bárbara Felice / Tamíris Spinelli miris.spinelli@gmail.com babi.felice@gmail.com

HU / Pedro Urano, Joana Traub Csekö Pedro Urano pedro@pedrourano.com www.huenigma.com

ENTRE LÁ E CA / Heloisa Passos Tina Hardy tinahardy@maquina.pro.br www.maquina.pro.br

I AM WHITE MERCENARY / Taha Karimi Sattar Chamanigol info@setakfilm.com www.setakfilm.com

ENTRE NÓS, DINHEIRO / Renan Rovida Renan Rovida telasujafilmes@gmail.com www.telasujafilmes.blogspot.com.br

IMPRESCINDÍVEIS / Carlosmagno Rodrigues Carlosmagno Rodrigues carlosmagno.doriangreen@gmail.com

ESTRADEIROS / Sérgio Oliveira, Renata Pinheiro Renata Pinheiro aromafilmes@gmail.com

IN / Bruno de Oliveira Bruno de Oliveira contato@processo.art.br www.processo.art.br

FACES / John Cassavetes Grupo Estação roberto@grupoestacao.com.br www.grupoestacao.com.br

IT’S NOTHING / Nicolas Roy Catherine Thériault info@travellingdistribution.com www.travellingdistribution.com

GANGSTER PROJECT / Teboho Edkins Juli Schymik schymik@dffb.de

IVÁN – DE VOLTA PARA O PASSADO / Guto Pasko Guto Pasko guto@gp7cinema.com www.gp7cinema.com


JUKU / Kiro Russo Kiro Russo kirorusso@gmail.com JULY 1ST, AN UNHAPPY BIRTHDAY / Miao Li Miao Li stormsquall@gmail.com KAREN CRIES IN A BUS / Gabriel Rojas Vera Lume Filmes lumeproducoes@yahoo.com.br www.m-appeal.com LAS ACACIAS / Pablo Giorgelli Arnaud Bélangeon-Bouaziz arnaud@urbandistrib.com www.urbandistrib.com LATE AND DEEP / Devin Horan Devin Horan DVNHRN@gmail.com

NA SUA COMPANHIA / Marcelo Caetano Marcelo Caetano marcelo.desbun@gmail.com www.nasuacompanhia.wordpress.com

ONE NIGHT WITH YOU / Jeanne Leblanc Catherine Thériault info@travellingdistribution.com www.travellingdistribution.com

NARCOCORRIDO / Ryan Prows Ryan Prows ryanprows@gmail.com www.narcocorridofilm.com

OVOS DE DINOSSAURO NA SALA DE ESTAR / Rafael Urban Diana Moro atendimento@morocom.com.br www.ovosdedinossauro.com

NOITE DE ESTRÉIA / John Cassavetes Grupo Estação roberto@grupoestacao.com.br www.grupoestacao.com.br NUVEM / Avrore Avrore info.avrore@gmail.com O AMOR EM UM ATO / Arthur Tuoto Arthur Tuoto arthur.tuoto@gmail.com

MEMÓRIAS EXTERNAS DE UMA MULHER SERRILHADA / Eduardo Kishimoto Eduardo Kishimoto ekishimoto@gmail.com www.vimeo.com/user20280657

O DESCARTE / Carlon Hardt, Lucas Fernandes Carlon Hardt contato@carlon.art.br www.odescarte.com.br

MEZANIN / Dalibor Matanic Ankica Juric Tilic ankica@kinorama.hr www.kinorama.hr

O TIGRE E O CISNE / Heloisa Passos Tina Hardy tinahardy@maquina.pro.br www.maquina.pro.br

MONIKA / Christian Werner Christian Werner c.werner@acamara.com www.monika-film.de

OLHE PARA MIM DE NOVO / Claudia Priscilla, Kiko Goifman Jurandir Muller jurandir@paleotv.com.br

MR. SGANZERLA - OS SIGNOS DA LUZ / Joel Pizzini Paula Herbst Oliveira paula.herbst-oliveira@itaucultural.org.br www.itaucultural.org.br/iconoclassicos

OLHAR DE CINEMA 2012

OMA / Michael Wahrmann Michael Wahrmann misha@sanchofilmes.com www.sanchofilmes.com

PARA ALÉM DAS MONTANHAS / Aya Koretzky Miguel Clara Vasconcelos andarfilmes@gmail.com www.vimeo.com/36153046 PRAÇA WALT DISNEY / Renata Pinheiro, Sérgio Oliveira Renata Pinheiro aromafilmes@gmail.com REALEJO / Marcus Vinicius Vasconcelos Estudio Teremim contato@estudioteremim.com.br www.estudioteremim.com.br SANGRE / Cris Ventura Cris Ventura crisventura7@gmail.com SANGUE DO MEU SANGUE / João Canijo Sandro Fiorin sandro@figafilms.com www.midas-filmes.pt SE VOCÊ DEIXAR O CORAÇÃO BATER SEM MEDO / Tamíris Spinelli Tamíris Spinelli miris.spinelli@gmail.com SIBERIA / Joana Preiss Isabelle Nobile isabelle.nobile@capricci.fr

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SNACKBAR / Meral Uslu Yannick van der Kroft yannick@lemmingfilm.com www.lemmingfilm.com SOMBRAS / John Cassavetes Grupo Estação roberto@grupoestacao.com.br www.grupoestacao.com.br SUDOESTE / Eduardo Nunes Helder Dacosta helder@tropicalstorment.com www.tropicalstorment.com THE EDUCATION / Dirk Lütter Alessandro Lombardo alessandro@medialuna.biz www.medialuna.biz THE BIRD / Yves Caumon Thomas Petit t.petit@filmsdulosange.fr www.filmsdulosange.fr THE LIFEGUARD / Maite Alberdi Paola Castillo pcastillo@errante.cl www.facebook.com/elsalvavidas THE SLEEPING GIRL / Rainer Kirberg Rainer Kirberg rainerkirberg@onlinehome.de www.thesleepinggirl.com TOMORROW, ALGIERS? / Amin Sidi-Boumediène Hania Djellouli hania.djellouli@thalafilms.com TOTEM / Jessica Krummacher Martin Blankemeyer info@arepomedia.de www.arepomedia.de TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO / Kika Nicolela Kika Nicolela kika@dilemastudio.com www.dilemastudio.com

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TUDO QUE DEUS CRIOU / André da Costa Pinto Andre Costa andrecostabsm@gmail.com TWIGGY / Emmanuelle Millet Sanam Madjedi info@filmsdistribution.com www.filmsdistribution.com UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA / John Cassavetes Grupo Estação roberto@grupoestacao.com.br www.grupoestacao.com.br UNPIXELATED: ONE / Anders Weberg Anders Weberg anders.weberg@gmail.com VEREDA / Diego Florentino Diego Florentino tropicoaudiovisual@gmail.com VIAGEM A PORTUGAL / Sérgio Tréfaut Virginie Devesa info@alphaviolet.com www.viagemaportugal.net VIKINGLAND / Xurxo Chirro Beli Martínez beligrosa@gmail.com VOLCANO / Rúnar Rúnarsson Christof Wehmeier christof@icelandicfilmcentre.is www.icelandicfilmcentre.is WANING / Gina Haraszti Gina Haraszti info@ginaharaszti.com WIND SESSION TIGER WOMAN / Paavo Hanninen Paavo Hanninen pwhanninen@gmail.com


CRÉDITOS / Credits

Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba R. Dr. Pedrosa, 430 – 3o. andar Curitiba – Paraná – Brazil CEP 80420-120 + 55 41 3095-0608 info@olhardecinema.com.br DIRETORES ARTÍSTICOS / Artistic Directors

CONVIDADOS e INFRA-ESTRUTURA

Aly Muritiba Antônio Junior Marisa Merlo

Responsável / Head of Dept. Eugenia Castello

PROGRAMADORES SELEÇÃO OFICIAL

Marianna Helena Rafaela Rodrigues

/ Official Selection Programmer

Responsáveis / Head of Dept. Aly Muritiba, Antônio Junior e Marisa Merlo Avrore PROGRAMADOR MULTIOLHARES

/ Multiolhares Programmer

/ Guest and Infrastructure

FILMES e EXIBIÇÃO / Films and Exhibitions

Responsável / Head of Dept. Rudolfo Auffinger Matheus Marco Gabriel Castro PROJETO GRÁFICO / Graphic Design

/ Olhar Retrospectivo Programmer

Responsáveis / Head of Dept. Estúdio Tijucas Francisco Gusso e Pedro Giongo

Nikola Matevski

Daniel Imaeda

PRODUTORES

VINHETA OFICIAL

Responsáveis / Head of Dept. Aly Muritiba, Marisa Merlo e Antônio Junior

Estúdio Tijucas Francisco Gusso e Pedro Giongo

Avrore PROGRAMADOR OLHAR RETROSPECTIVO

/ Producers

Ana Lugarini William Biagioli João Marcelo Gomes Caroline Biagi

OLHAR DE CINEMA 2012

/ Oficial TV Spot

Desenho de Som João Menna Barreto TROFÉU / Trophy

Tijucas + Juan Parada 129


ASSESSORIA DE IMPRENSA

VANS

Responsável / Head of Dept. Celso Sabadin

Van Piro

/ Press Office

Carolina Bressane Planeta Tela TRADUÇÃO e LEGENDAGEM ELETRÔNICA

/ Translation and Eletronic Subtitles

4 Estações LANÇAMENTO LEGENDAS

EQUIPAMENTO IMAGEM e SOM

/ Image and Sound Equipament

Texas Audio Visual HB VINHETA CERIMÔNIA DE ABERTURA / Opening Night Spot

/ Subtitles

Nyck Maftun

Fábio Britto Roberto Barbosa Tomás Ribeiro

MAKING OF / Making Of

Via Corporate

Thiago Penteado Heitor Lobo Jonathan van Thomaz Alexandre Maistrovicz Luiz Tapajos

ENCODES DIGITAIS

VOLUNTÁRIOS

Renato Cury

Eric Bravo Camila Macedo Fernando Figueiredo Ana Chiossi Carla Abrão Angélica Silveira Pedro Brito Lucas Yosshiaki Thiago Rafael Mateus Bravo Alex Aguiar Érica Ignácio Mariama Lopes Lígia Teixeira

AGÊNCIA DE VIAGEM / Travel Ageny

/ Cenographer

WEBMASTERS / Webmasters

Eduardo Zulian Felipe Coelho Kussik CENOGRAFIA / Cenographer

Alex Rocca MEDIAÇÃO DEBATES / Discussion Moderation

Nikola Matevski

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/ Vans

/ Volunteers


AGRADECIMENTOS / Acknowledgements Abel Kaiser Vieira Filho

Isabel Proença

Adriano Rodrigues

Jacson Luis Trierveiler

Adriane Pasa

Anaelse Oliveira

Angela Luvisotto

Anna Paula Zétola Aparecido Massi Argel Medeiros Ariana Silva

Axeu Aislan Beluca

Carlos Alberto Mattos Carlos Móveis Karin Carlyle Ávila

Carolina Maciel Guimarães Caroline Enke Cássia Hauari

Centro Acadêmico Zé do Caixão – Cazé César Alarcó Cid Linhares

Cláudia Roemmelt

Claudiomir de Paulo

Cleverson Cavalheiro Daniela Valverde Déborah Belotti

Eléia Persike Buscarons

Elaine Mendonça de Barros Elio de Oliveira Borges Eloísa Solaas

Eric Pszepiura

Estela Sandrini

Fabiane Pellegrino Fábio Allon

Fábio Ribeiro

Fabiola Fortunato Fabiola Terçariol

Fernando Severo

Francisco Amancio da Silva Gisele Pires de Melo Helder Bollmann

Henilton Menezes Ieda Godoy

Isa Carvalho

OLHAR DE CINEMA 2012

Jacinta Arnhold

Jaqueline Cordeiro Jean Michel Kuss Juliana Perrella Karin Mesquita

Katiusca Regina Devens Leila Bourdoucan

Leonardo Luiz Ferreira Leonardo Pereira Luci Daros

Luiz Antonio Gonçalves de Oliveira Marcelo Bacellar

Marcelo Bourscheid Marcelo Munhoz Márcio Norberto

Marcos Camargo Marcos Souza

Marcus Werneck Mina Vieira

Mônica Rischbieter

Neuri Amabile Frigotto Pereira Paula Cruz

Paula França Tissot

Presidenta Dilma Rousseff Raphaela Lopes Raul Neto

Renato Cury Rita Laporte

Rodrigo Fornos Rodrigo Grota

Sandra Mara Fogagnoli Sandro Fiorin

Silvana Amaral Solange Stecz Stela Maris

Teobaldo Filho

Ulisses Velasco Cunha (Riba) Valdenicio Pereira da Silveira Wilson Jorge Linhares

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CATÁLOGO / Catalog

Organização Antônio Junior, Marisa Merlo. Textos Aly Muritiba, Antônio Junior, Marisa Merlo, Nikola Matevski, Avrore. Traduções 4 Estações, Grafo Audiovisual. Revisão Geral Antônio Junior, Marisa Merlo, Gabriel Castro, Eugenia Castello. Fotos Imagens cedidas pelos realizadores. Projeto Gráfico Estudio Tijucas Diagramação Pedro Giongo, Francisco Gusso. Impressão Corgraf

Impresso em papel Alta Alvura com tipos Helvetica Maio 2012


TRANSFORMAR CULTURA EM CIDADANIA. É por isso que o Brasil vai com a Volvo Por meio de leis de incentivo, a Volvo é um dos maiores apoiadores culturais do Brasil. Porque um futuro melhor se constrói com transportes inteligentes e cidadãos em constante transformação.

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