Em Homenagem às Mães - Cristina Scherer

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EM HOMENAGEM ÀS MÃES Um PRESENTE com: ORAÇÕES CANÇÕES POESIAS JOGRAL MEDITAÇÕES DINÂMICAS PREGAÇÕES LITURGIAS

Cristina Scherer (Org.)


APRESENTAÇÃO

Um livro para presentear as mães, para ser usado nas reflexões e homenagens pelo dia das mães. Esta é a idéia desta obra composta por várias mãos, corações e histórias de ministras ordenadas (pastoras, diáconas, catequistas, missionárias) da IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil). Que esta obra inspire e acarinhe todas as pessoas que foram acolhidas no ventre materno e encoraje e anime a todas as mulheres que exercem a tarefa de maternar, acolher, cuidar, consolar, amar e ensinar! As orações, cantos, poesias, meditações, mensagens e liturgias são instrumentos valiosos para a vida comunitária cristã, onde o dia das mães deve ser lembrado e celebrado com respeito, gratidão, justiça e amor. Agradeço às colegas de ministério que se dedicaram com seus dons e partilhas para a concretização desta obra! Dedico o livro a você que é filha, filho, a você que é mãe, avó, bisavó, tia, madrasta, amiga, a você que ama e cuida, ensina e guia, acolhe e afaga as vidas que Deus coloca em seu ventre e em seu coração! Leia, partilhe, divulgue e presenteie este livro a cada dia das mães! Paz e Bem!

Cristina Scherer Maio de 2020


ORAÇÕES

BENDITA SEJAM AS MÃOS!

Bendita sejam as mãos que acariciam o ventre antes de nascer! Bendita sejam as mãos que costuram, tricotam e procuram o manto mais fofo para deitar. Bendita sejam as mãos que se juntam a orar e esperar. Bendita sejam as mãos que, trêmulas de emoção, mas firmes, seguram pela primeira vez a vida. Bendita sejam as mãos que banham o corpo e o aquecem. Bendita sejam as mãos que prepara e tempera o alimento. Bendita sejam as mãos que cuidam das feridas e dos dodóis do corpo e da alma. Bendita sejam as mãos que, flexíveis, conduzem, limitam, abrem e fecham quando for necessário. Bendita sejam as mãos que enxugam a lágrima que cai. Bendita sejam as mãos que se despedem saudosas e trazem liberdade. Bendita sejam as mãos que nos ensinam usar as mãos para abraçar e compartilhar. Mãe! Bendita sejam suas mãos que mesmo de longe ainda me conduzem e, de certa forma, ainda as sinto bem próximas.

Diácona Nádia Mara Dal Castel de Oliveira


Pelas mães, uma ORAÇÃO Deus, tu que fecundaste todo o universo em teu ventre e o mantém por causa de teu amor, escuta-nos! Obrigada por nossa mãe! Somos um pouco do que ela é, do que ela foi; no cuidado dela para conosco experimentamos teu amor e cuidado! Obrigada pelos nossos filhos e pelas nossas filhas, biológicos ou de coração. Obrigada pelo tempo que pudemos embalá-los no colo, bem junto ao peito; com eles costurar roupinhas de boneca, jogar bola ou dominó, desenhar, cantarolar, ler uma história, ir à igreja, sentar na grama ou passear. Obrigada pela sabedoria que nos concedeste para educá-los, pelo ânimo em situações de doença, cansaço ou conflito. Obrigada porque, no silêncio ou na tagarelice, experimentamos, muitas vezes, a cumplicidade que brota entre mãe e filho, entre mãe e filha. Consola o coração das mães que já viram filhos ou filhas partirem; consola o coração das filhas e dos filhos que já não tem mais sua mãe consigo. Dá-nos sabedoria para experimentarmos, com alegria, cada tempo que a maternidade nos possibilita. Que o nosso tempo como mães seja eterno: eterno nos filhos e nas filhas que dão continuidade à nossa vida, eterno nas lembranças, eterno na responsabilidade e no dom de transmitirmos, em todos os tempos, a alegria da vida e o amor que experimentamos, em primeiro lugar, como tuas filhas. Amém. Pastora Scheila dos Santos Dreher

MÃE, MINHA MÃE... Mãe, minha Mãe... Olhe por nós pessoas pecadoras que duvidamos da tua misericordiosa graça que nos deixa fortes nos momentos mais fracos de nossas vidas. Acolhe-nos em teus braços rechonchudos que são carinhosos nos momentos de dúvidas e sofrimentos da alma. Teus braços são o melhor lugar do mundo! Afaga nossos cabelos enquanto choramos a dor da despedida e da saudade de quem amamos. Esteamor sem medidas que nos ensinaste. Ouve nossas lamentações perante as loucuras do mundo. Mulheres e crianças mortas a cada instante. Corpos de mulheres no tráfico, nas vitrines, nas propagandas de cerveja e automóveis. As cifras sobem, a solidariedade é ridicularizada. Os castelos e os muros se erguem a cada dia separando a vida em fronteiras e lutas por poder. Abre nossos olhos para a realidade tão confusa e camuflada. Queremos seguir cantando, esperançando o teu Reino de amor e unidade entre as pessoas, religiões, culturas e nações. Refresca nosso coração que padece e às vezes pensa em desistir de caminhar...


Vem com teu manto de todas as cores e ensina-nos a acolher as pessoas como elas são. Pessoas que amam diferente, se vestem diferente, celebramdiferente, mas que sonham os mesmos sonhos do teu Evangelho. Oh, Mãe Ruach que nos alimenta com as Palavras que ressuscitam a cada dia e desmontam todos os preconceitos criados para separar e matar vem com teu sopro suave e criativo, forte e desafiador... Movimenta nossas vidas acomodadas para junt@s socorrermos a Vida. Desde o teu ventre, antes de nascermos, já nos amava como tuas filhas e teus filhos. Nossos nomes estão no teu livro, sabes de cada fio de cabelo que cai, de cada lágrima derramada, de cada suspiro de amor, de cada sorriso sincero, de cada sonho, de cada beijo, de cada abraço... Agradecemos por este imenso amor incondicional. Mãe querida, Mãe de todas as mães, vem com teu colo de carinho nos amamentar! Amém. Pastora Elizabeth Lieven

AÇÃO DE GRAÇAS PELO GESTO DE MATERNAR Deus da Vida! Agradeço-te por criares o ser humano a tua imagem e semelhança. Habitaste entre nós fazendo-se carne e na carne teu Filho Jesus veio ao mundo, pelo ventre de uma mulher. Graças te dou pela mulher que deseja maternar, que age com carinho, bondade e acolhe em sua vida uma criança. Ao acolhê-la, pressente que o mundo não girasomente em torno de si mesma. Num gesto de partilha e doação volta-se à frágil criança. Graças, ó Deus, por acompanhares as mães na gestação e nascimentode filhos e filhas e por preparar o coração das que adotam as crianças em amor. Graças pelas vidas que encontram um olhar atencioso de mãe, mãos e pés confiantes para guiar e orientar seus pequeninos passos. Dá a todas as mães sabedoria, paz, força e coragem para externar teu amor àqueles e àquelas que estão sob sua responsabilidade nos caminhos da vida. Amém! Pastora Cristina Scherer

CREDO DA MULHER Creio em Deus, que criou a mulher e o homem a sua imagem, que criou o mundo e recomendou aos dois sexos o cuidado da terra. Creio em Jesus, filho de Deus, eleito de Deus, nascido de uma mulher, Maria, que escutava as mulheres e as apreciava; que morava em suas casas e falava com elas sobre o Reino; que tinha mulheres discípulas, que o seguiam e o ajudavam com seus bens. Creio em Jesus, que falou de teologia com uma mulher, junto a um poço, e lhe


revelou, pela primeira vez, que ele era o Messias, que a motivou a ir e contar as grandes novas na cidade. Creio em Jesus, sobre quem uma mulher derramou perfume, em casa de Simão; que repreendeu aos homens convidados que a criticavam. Creio em Jesus, que disse que essa mulher seria lembrada pelo que havia feito: servir a Jesus. Creio em Jesus, que curou a uma mulher, no sábado, e lhe restabeleceu a saúde porque era um ser humano. Creio em Jesus, que comparou Deus com uma mulher que procurava uma moeda perdida, como uma mulher que varria, procurando a sua moeda. Creio em Jesus, que considerava a gravidez e o nascimento com veneração, não como um castigo, mas como um acontecimento desgarrador, uma metáfora de transformação, um novo nascer da angústia para a alegria. Creio em Jesus, que se comparou a galinha que abriga os seus pintinhos debaixo das suas asas. Creio em Jesus, que apareceu primeiro à Maria Madalena, e a enviou a transmitir a assombrosa mensagem "Ide e contai...". Creio na universalidade do Salvador, em quem não há judeu nem grego, escravo nem homem livre, homem nem mulher, porque todos somos um na salvação. Creio no Espírito Santo, que se move sobre as águas da criação e sobre a terra. Creio no Espírito Santo, o espírito feminino de Deus, que nos criou, e nos fez nascer, e qual uma galinha nos cobre com suas asas. Amém! Rachel C. Wahlberg

A BÊNÇÃO DAS MÃES O Senhor, amoroso como uma mãe e bondoso como um pai, Ele te abençoe! Ele faça crescer a tua vida, florescer a tua esperança, Amadurecer os teus frutos. Ele te guarde! Ele te abrace, quando temores te sobrevierem, Ele te proteja, quando te encontrares em dificuldades. Ele faça resplandecer o seu rosto sobre ti! Tal como um olhar afetuoso pode reanimar, Assim o Senhor reacenda dentro de ti o que se petrificou. Ele tenha misericórdia de ti! Quando a culpa pesar sobre os teus ombros Ele te arranque da opressão e te liberte. O Senhor levante o seu rosto sobre ti! Ele tenha olhos para a tua dor, te console e te cure. O Senhor te dê a paz! Para o corpo, bem-estar; para a alma, salvação; Para os teus filhos, futuro! Amém! por Georg Kugler – Traduzido pela Missionária Waltraut Müller


CANÇÕES

GRAÇAS DOU POR MINHA MÃE (MELODIA: “Graças dou por esta vida”; LETRA: Autoria Desconhecida)

Graças dou por minha mãe, pela vida que levou, Graças por lições preciosas que ela humilde me ensinou. Graças por toda a ternura com que sempre me tratou, E também pelo castigo que em amor me aplicou.

Graças dou por seus cabelos, que o tempo branqueou, e também, seu rosto amado, que a idade enrugou. Graças dou por sua mão que alegre acariciou, pelo corpo que bondoso me gerou e amamentou.

Graças dou por sua voz que me fez adormecer, E por tudo quero sempre me lembrar e agradecer, Graças dou por sua ausência de meus olhos, minha mãe, Quando então sua presença sinto em meu coração.


Mãe também quer paz (LETRA: Pastora Louraini Christmann; MELODIA: “Toda paz que o coração deseja”)

Toda vez que tua mãe precisa Lamentar tua falta de atenção É porque tu não estás lhe dando O amor que tens no coração

Mãe também quer paz Mãe também tem dor Mãe também precisa Receber amor

É preciso que tu reconheças O quanto ela já te amparou Ela quer que tu jamais esqueças Do amor que já te dedicou

Mãe também quer paz Mãe também tem dor Mãe também precisa Receber amor

E perante Deus aqui pedimos Que as mães se dêem o valor Que nos falem dos seus sentimentos E do quanto querem nosso amor

Mãe também quer paz Mãe também tem dor Mãe também precisa Receber amor


POESIAS E JOGRAL

Coração de mãe, um coração humano Quem disse Que coração de mãe Tudo suporta? Que não importa a dor Seja o que for Que por amor Coração de mãe Tudo suporta?

Meu coração É um coração de mãe E nem por isso Tudo suporta

Coração de mãe É coração humano E bem por isso Nem tudo suporta


Quem disse Que no coração de mãe Sempre cabe mais alguém? Que seja quem for Que seja por amor Sempre cabe mais alguém?

Meu coração É um coração de mãe E nem por isso Sempre cabe mais alguém

Coração de mãe É coração humano E bem por isso Pode não caber Mais ninguém

Sim, coração de mãe É coração humano

Desumano seria Que toda mãe Teria que ter O poder de super-mulher

Desumano seria Que toda a mãe


Teria que ser Mais que mulher

Desumano seria Se toda a mãe Não poderia Ser só mulher

Quem disse Que coração de mãe É mais Do que um simples Coração de mulher? Pastora Louraini Christmann

Desejo de Mãe Eu queria Ganhar um olhar Um olhar de carinho De cada criança Que gerei...

Eu queria Ganhar um sorriso Um sorriso de carinho De cada criança Que amamentei...


Eu queria Ganhar uma palavra Uma palavra de carinho De cada criança Que criei...

Eu queria Ganhar pra mim Enfim Cada criança que dei para o mundo... Pastora Louraini Christmann

Coisas de mães... Sabe aquelas coisas de mãe que, se certas ou erradas, certamente nos fazem cócegas no coração e das quais não esquecemos?!! Cadê o chinelo menina? Vai pegar um resfriado! Não tome suco tão gelado porque faz mal! E a garganta depois guri... Já fez as tarefas? Olha as tuas notas... Eu ainda não ouvi! Quem vai me ajudar... Deixo sim, mas às 10 horas quero você em casa! A mãe passa lá e te pega, certo? Bem, mas isso você mesmo já sabe fazer!!! Ai, ai, ai! Chorando de novo?! O que foi agora? Quem vai no culto amanhã comigo? (...aquele silêncio!!...) O tempo mudou, leva um casaco junto? Você não vem comer? Já está tarde, não vão dormir?


Nunca sente no colo de um menino!!! Vê se endireita! Meninas não gostam de piá assim!!! Coisas de mãe? Não! Cuidado de quem sabe cuidar! ... mesmo do seu jeito. Diácona Nádia Mara Dal Castel de Oliveira

TODA MÃE TEM SEUS SILÊNCIOS... Toda mãe tem seus silêncios... Ausência de palavras e falas da alma Silêncios de pensar, ouvir, aquietar Que ecoam em gestos de ninar e amamentar! Toda mãe tem seus silêncios... Expressos pelos jeitos de afagar Sentidos no corpo com todos os sentidos E tentam responder às dúvidas no ar; Silêncios... Partilhados no abraço e no olhar profundo que mira o mundo girar. Toda mãe tem seus silêncios... Repletos de esperança e utopias: E amanhã, como será? Toda mãe tem seus silêncios... Onde pode a Deus encontrar! Silêncios de palavras, Silêncios da alma onde sente a vida vibrar. Pastora Cristina Scherer


Os dias todos são “Dia das Mães” Dias em que podemos Ao seu lado caminhar Dias em que devemos Os deveres partilhar

Os dias todos São “Dia das Mães”

Dias em que lutamos Por direitos bem iguais Que sejam distribuídos Entre as mães e os pais

Os dias todos São “Dia das Mães”

Dias em que queremos Pelas mães interceder Que Deus lhes abençoe Em todo o seu viver

Sim Os dias todos São “Dia das Mães” Pastora LourainiChristmann


Saudade da mãe Saudade de ti, mãe! Saudade do que dizias Saudade do que fazias Quando vinhas do teu jeito Quando ias do teu jeito (muito o meu jeito)

Saudade de ti, mãe Dos teus dedos Calejados da enxada Que puxavas de dia Mas hábeis na agulha Que fiavas de noite

Saudade da bolacha pintada Nos dias de Natal Saudade da cuca recheada Sempre igual Assada no forno à lenha Cuja lenha tínhamos que buscar E buscávamos sem reclamar

Saudade do mate doce Que era como se fosse Um ritual de iniciação Pra fazer parte Da roda de chimarrão


Saudade Da roda de chimarrão Em volta do fogão à lenha Saudade, mãe.. Pastora LourainiChristmann

Ser Mãe ! Tarefa difícil e fascinante.... É preciso saber doar-se.... É preciso saber receber.... É preciso amar ! Onde buscar forças para desempenhar tal tarefa? Na fonte do amor.... Fonte do amor é Jesus Cristo ! Ser mãe, simplesmente! Viver, sentir, transmitir... Transmitir vida, dar vida.... Simplesmente, ser MÃE! Catequista Liane Zwetsch Klamt

O amor da Mãe Terra lembra as Mães

Mãe Terra Brota a vida para todos os seres

Mãe Terra Semeada esperança renovada


Mãe Terra transformada tempo de colheita Alimento na mesa Pão repartido

Mãe Terra obrigado por cuidares tão bem de tuas filhas e teus filhos Ajuda-nos a repartir o pão e a vida que graciosamente em nossas mãos entrega a cada novo dia.

O amor da Mãe Terra lembra as Mães elas amam simplesmente vivem intensamente cuidam com dedicação entregam-se inteiramente protestam com firmeza permanecem firmes na luta

Mães mulheres seres humanas sensíveis seres aprendizes e ensinantes a cada novo dia


Deus da vida obrigado pela Mãe terra obrigado por minha Mãe obrigado por ser Mãe dedico assim à minha filha Gabi e meus filhos Edu e Tobi estes pensamentos para que aprendam a cada novo dia a amar e a cuidar da Mãe Terra e sejam felizes com as montanhas, as flores, os animais, a água, as árvores, o sol, a lua, as estrelas, os seres humanos em sua diversidade e unicidade tudo que cerca a vida... que cuidem nunca explorem e violentem que anunciem e ajam com alegria e determinação com uma fé inabalável pois o céu começa aqui e agora com o cuidado da Mãe Terra.

Pastora Claudete Beise Ulrich

JOGRAL: Mãe é gente... faz e sente! (Apresentação como dramatização ou com fantoches; pode ser apenas um fantoche conversando com as crianças) Daniel: (entra falando sozinho; com um papel na mão) “MÃE É GENTE... FAZ E SENTE” (repete 3 X, como se estivesse procurando entender) Thiago: (Chegando) O que é isso, Daniel? Falando sozinho?...


Daniel: Estou tentando entender isto aqui: “MÃE É GENTE...FAZ E SENTE”. Thiago: Tão fácil!... Você não ouviu a leitura das crianças? (está se referindo à “Leitura Coral”, feita antes) Então, a mãe sabe tudo; responde tudo; ajuda a todos; resolve tudo...Mãe faz tudo! Daniel: Tá bem! Mas... e o “SENTE”? Laura: Claro!... Mãe faz e também “sente”. Mãe sente amor, Mãe sente alegria, mãe sente emoção com as coisas dos seus filhos... Ela até chora de emoção! Elena: É ... Mas eu já vi Mãe chorar de tristeza... Daniel: De tristeza? E mãe fica triste? Elena: Fica, sim... Quando a gente briga em casa, quando desobedece, faz birra ou é chamada na escola porque a gente fez bobagem... Thiago: É ...eu acho que mãe não é um “robô” que só faz tudo. Ela é gente... E sente!... Laura: É verdade! Mãe sente. Não só coisas boas, mas também tristeza... Elena: E não é só tristeza, não. Ela sente impaciência, irritação e raiva também! Thiago: E medo!... Eu já vi minha mãe com muito medo. Daniel: Ah!... É por isso que diz aqui (mostra o papel) que Mãe é Gente. Não é Fada, nem Mulher Maravilha! Elena: É isso aí... Mãe é Gente. E sente como a gente! Então, os filhos - grandes e pequenos - devem ter paciência e respeito pelos seus sentimentos... Thiago: Acho que Família é isto: todo mundo é gente que sente. Cada um deve procurar entender o sentimento do outro. Daniel: Agora eu entendi tudo direitinho... TODOS: É... MÃE É GENTE... FAZ E SENTE

Fonte: http://metodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/escoladominical/sugestoesde-celebracao-do-dia-das-maes_2014.pdf

Enviado pela Pastora Cristina Scherer

MEDITAÇÕES


O Dia das Mães Talvez vocês pensem que a idéia de se dedicar um dia do ano especialmente para as mães seja muito antiga. Pois não é não! Essa tradição completou100 anos no ano passado. Tudo começou com a Sra. Anna Jarvis que morava na cidade de Virgínia, nos EUA. Anna trabalhava como professora e observou que as muitas mulheres às quais ela lecionava só se ocupavam com o seu marido e com os seus filhos, absolutamente nada com suas mães; que esqueciam e nem se importavam com suas mães idosas. Depois de constatar isso, resolveu engajar-se no sentido de mudar o jeito de ser daquelas mulheres. Creio que Maria, mãe de Jesus agiria assim também. Pensou, pensou e decidiu criar um “Dia das Mães”. Divulgou o seu sonho entre as pessoas amigas de sua relação e logo a proposta começou a ficar encorpada. Ela escreveuinúmeras cartas. Até hoje não se tem notícias de uma pessoa que tivesse escrito tantas cartas como ela. Os políticos, os prefeitos, as redações de jornais, os ministros religiosos e os empresários da época que atuavam no seu país, toda essa gente recebeu a correspondência. O conteúdo da carta era sempre o mesmo: criar uma data no segundo domingo de maio onde as mães seriam lembradas, homenageadas,acarinhadas... Muitas destas pessoas passaram a apoiar a tal proposta. Jornalistas escreveram artigos em jornais. Pastores usaram o púlpito para pregar sobre o tema. Políticos fizeram uso da tribuna para manifestar-se em prol da idéia e, não demorou muito, todos os vilarejos e cidades americanos estavam festejando a referida data.


Há 100 anos, no dia 8 de maio de 1914, o presidente americano Woodrow Wilson assinou um decreto deixando claro que, a partir daquele momento, estava criado o segundo domingo de maio para homenagear-se todas as mães do país. Alguns anos depois, nós, aqui no Brasil, também assumimos esta data para homenagear asnossas mães. Nas escolas, nas Igrejas, na sociedade em geral as mães recebem homenagens e agradecimentos pelo cuidado com seus filhos, além de agradecermos às mães, também podemos agradecer a Deus pelo fato de termos tido a chance de sermos mãe e de termos uma mãe que cuidou de nós. Que grande honra poder ser presenteada com a graça de poder educar, cuidar de crianças, esses tesouros que Deus nos confiou. Quantas mães se esquecem disso. Nós que somos avós, podemos continuar nesta tarefa... Observem, há um sem número de crianças que têm necessidade de serem reconhecidas como filhas e filhos pelos seus pais; quantas têm necessidade de receber uma pequena gentileza ou somente de ouvir uma boa palavra durante as refeições. Custa perguntar a criança “como foi o seu dia na escola hoje? Sim, o Dia das Mães é um dia de se agradecer: Obrigada mãe, que tu estás sempre de novo do meu lado. Obrigado Deus que eu pude ser mãe. E talvez também, obrigada pelas minhas crianças, pelas minhas meninas e pelos meus meninos que hoje cresceram, se tornaram adultos. Diácona Valmi Ione Becker

Sou tua mãe, aquela que cuida! É maravilhoso ver o desenvolvimento de uma criança. Minha filha, Sofia Cathrine, ao começar a falar, constantemente repetia as palavras que ouvia de minha boca. Quando dirigia a ela meu olhar diante de um forte barulho ou algo inesperado, ela corria para meus braços e eu lhe abraçava e dizia: A mãe cuida, a mãe cuida! E ela olhava para mim e perguntava: A mãe cuida? Sim, a mãe cuida, eu respondia! Linda esta tarefa de mãe: cuidar. A palavra cuidar provém do latim e deriva de cura, que se escrevia coera e era usada em condições de amor e de amizade. Expressava, portanto, uma atitude de cuidado, preocupação e de inquietação pela pessoa amada ou objeto de estimação. Cuidar e curar, portanto, estão relacionados. Interessante é lembrar de que muitas mães, ao cuidarem de seus filhos e filhas em situação de enfermidade, oportunizam através do toque, afeto, abraço e amor uma forma de cura. Quando aquela gripe ou resfriado atinge nosso corpo e o cansaço e as dores se instalam, dizemos para nos mesmas: Ah, se minha mãe estivesse aqui, tudo seria melhor! Quem cuida também exerce um tipo de cura. Esse cuidado existe apenas quando se atribui valor e importância a alguém, quando o coração fica impregnado de atitudes amorosas e o corpo expressa gestos de doação e acolhida. Por isso o ditado popular: Quem ama cuida.


Como é maravilhoso para uma mãe poder abraçar seu filho e filha e afirmar: Sou tua mãe, aquela que te cuida. Comigo você está seguro/a. Eu te protejo porque te amo! Como é confortante para os filhos e filhas saberem que possuem uma mãe que lhes ampara, ouve, acolhe, abraça, ama, cura e cuida. Saber cuidar, se dispor ao cuidado em relação a alguém, seja a partir da gestação ou adoção, é tarefa única, ímpar, concedida às mães que geram ações de cuidado e proteção para filhos e filhas. Assim como Deus olhou para Hagar e ela confessou: “Tu és o Deus que vê”!(Gn 16.13), podemos também nós, como mães, agradecer a Deus por termos cuidado de alguém em nossa vida, que diante de perigos e ameaças volta seu olhar amoroso para nós e espera uma palavra que acalme a alma e aconchegue a aflição. Sim filha, sou tua mãe, aquela que te vê crescer pela vida, aquela que te cuida e cuidará, para sempre, com a ajuda de Deus. Pastora Cristina Scherer

MÃES NA BÍBLIA Nos tempos do Antigo Testamento, a dignidade da mulher dependia dos filhos que gerava, especialmente dos filhos homens e da quantidade de filhos. Ser mãe era o que tornaria a mulher um ser humano reconhecido. Esse contexto nós podemos conferir na história de Ana. Ana era estéril e, por isso, seu marido Elcana tinha o direito de se casar com outra mulher. Só muito tarde Ana gerou filhos - um primogênito, homem, chamado Samuel. Mas Penina, a outra esposa de Elcana, gerou 10 filhos. Ela tinha muito orgulho da sua maternidade (1Sm 1-2). Também Sara, casada com Abraão, era estéril. Então, juntos decidiram que teriam uma criança através de sua escrava egípcia Hagar. Assim nasceu Ismael. Mais tarde também Sara teve uma criança, um primogênito, filho homem, chamado Isaque (Gênesis 16 e 21). Outra mulher que enfrentou uma dura luta para se tornar reconhecida foi Tamar - "tataravó" de Jesus (Mateus 1). Ficou viúva duas vezes e sem filhos. Sofreu injustiça por parte de seu sogro que a fez voltar para a casa de sua mãe. Mas encontrou uma saída: vestiu-se como prostituta e ficou na beira da estrada numa ocasião em que seu sogro Judá foi à cidade. Então ela teve gêmeos de Judá (Gênesis 38). Há também as irmãs Lia e Raquel, ambas casadas com o primo Jacó. Lia foi abençoada com seis filhos e uma filha. E Raquel, depois de sofrer amargamente com a esterilidade, gerou José e Benjamim. Jacó teve mais quatro filhos com as servas das esposas, Bila e Zilpa (Gênesis 29-30). Depois, temos uma grande mãe no Novo testamento: Maria. Maria é a mãe que sintetiza muito bem um novo tipo de maternidade. Ela é uma jovem mulher que concebe uma criança em condições de mistério, que não tem reconhecimento da sociedade. Fica sozinha. Prestes a perder seu noivo. Depois, dá à luz em condições precárias. Revela-se profetiza e corajosa. É uma mulher inteligente e presente na vida de Jesus e educa seu filho com desapego, preocupação e liberdade. Uma mãe desesperada é a mãe cananéia que busca cura para a sua filha, implorando a Jesus que olhe por ela. Teve tremenda coragem, pois debateu com Jesus e fez com


que Jesus mudasse de idéia (Mt 15.21). É assim: a mãe que tem uma filha doente move montanhas e conceitos! Em outras ocasiões também Deus se revela como uma mãe (veja: Is 42.14; 49.15; 66.13). E, além de todas estas mães, não nos esqueçamos do quarto mandamento que pede que toda a mãe seja respeitada e honrada. Assim seja! Pastora Anete Roese

Educando e Aprendendo “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, as pessoas se educam entre si...” Paulo Freire Sabe por que gosto de Paulo Freire? Porque ele nos leva a pensar... E pensar é uma atitude que estamos desaprendendo. Reproduzimos, copiamos, colamos, incrementamos..., mas pouco estamos ensinando a pensar... Tarefa de mãe, não?! Estas palavras de Paulo Freire nos fazem pensar sobre ser mãe. Desde cedo ouvimos que mãe é responsável pela educação de seus filhos e filhas. Sim! Esta é uma parte da verdade. Mas se pararmos para pensar um pouco... Mãe não só educa, como também aprende. Filha, filho, não só aprendem, mas também educam! Quem é mãe que o diga melhor!!! Educamos nossas crianças a levantar e lavar o rosto. Escovar os dentes. Tomar banho. Seguir o horário para não haver atrasos. Cuidar com as orelhas de burro nos cadernos e livros... Nós mães educamos nossas crianças a comerem de tudo nas refeições. Não tomar tanto refrigerante. Arrumar o lanche. Quando conseguimos, educamos cuidar do lar onde moram: alisar a cama, abrir janelas para ventilar, recolher o lixo, varrer o pátio, as calçadas, alimentar o cachorro... Ah sim! Educamos ‘a serem educadas’, cumprimentar as pessoas, respeitar, serem gentis...não brigarem, perdoarem... Mas mal percebemos que ao educar, estamos aprendendo... E como ser mãe é um aprendizado!!! Elas nos ensinam amar de fato e incondicionalmente. Nos ensinam a sermos coerentes, pois temos que dar o exemplo: falar e praticar.Nos lembram que não é preciso ter tanta pressa – “Já vou, mãe, espera um pouco.” Nos alertam quando estamos beirando nossos limites – “Não precisa gritar mãe, já entendi!” AAHH! Mas principalmente... Nos ensinam tirar mais tempo para brincar... e redescobrimos como é bom alisar os cabelos das bonecas ou empurrar carrinhos pelo


pátio...Elas nos ensinam que ainda sabemos andar de bicicleta e contar história.Nos ensinam valorizar mais o tempo em família. A lidar com o trabalho de forma mais alegre, não tão séria. Nos ensinam rir de suas ‘tolices’ ou caretas... Nossas crianças nos ensinam o caminho do Reino, porque com elas voltamos a ser criança! Diácona Nádia Mara Dal Castel de Oliveira

Ser mãe para além das fronteiras naturais! Você já se viu fazendo algo pelas suas filhas e filhos além do necessário? Qual mãe que, mesmo que outros cuidem, não fica com sono leve, ligando atrás e em alerta o tempo todo? A compreensão natural do ser mãe traz questões importantes e necessárias para a existência humana. Gerar exige cuidado e atenção por parte da mãe em prol da/o bebê que está sendo gerada/o. Abre-se mão de alguns hábitos e posturas em prol da saúde e do bom andamento da vida que existe junto de si. É nesse processo que a intimidade, que os laços entre mãe e bebê ficam tão fortesque até parecem amesma pessoa. É assim que a/o bebê se entende por alguns meses após o nascimento. Sua mãe é uma extensão de si mesmo. Após o processo natural de gerar, vem o processo natural de cuidar e manter viva, segura e saudável a sua “cria”. Para isso, os métodos são diferentes, mas a base é a mesma: Amor Incondicional. É esse amor que nos faz buscar pelas melhores práticas de cuidado. Tudo issodentro das possibilidades de cada mãe, de cada família. Não pode ser possível que, dentro disso que já citamos, essas mães sejam displicentes e indiferentes à vida que diante de si cresce. Por outro lado, concordamos que algumas mães também param por aí. Razões de o porquê disso acontecer podem ser várias e oriundas de diferentes fatores, tais como: econômico, cultural, comportamental, modismo... Esses novos tempos que advém de novas mídias, tecnologias avançadas e da informação fácil e instantânea, também têm nos revelado que existem mães que estão indo para além dessas funções básicas e naturais. Mães visionárias? Mães dos novos tempos? Talvez! São mães que além de gerar e prover o necessário, reivindicam uma melhor educação quando levam a criança à escola e percebem algumas falhas. São mães que em meio aos seus interesses e afazeres, sentam-se ao chão para brincar e contar histórias, acreditando que isso tornará sua filha, seu filho uma pessoa criativa diante da realidade que se vive e que se viverá. São mães que continuam dando de si, mesmo parando de amamentar, quando vão para seu emprego e enfrentam más


condições de trabalho em prol da renda que garante o necessário dentro de casa, tornando-a um lar melhor para a criança crescer. São mães que usam de seus dons e conhecimentos para transformar o mundo num lugar melhor de se viver e, acima de tudo, um lugar melhor para sua filha, seu filho crescer. São mães que com humildade e sensibilidade tentam criar na relação familiar espaços para a comunhão entre pais e filhos, resgatando alguns valores que estão se perdendo em meio a uma sociedade que está perpetuando outros valores (sociedade líquida), tais como: o egoísmo, desrespeito, a competição desenfreada, falta da ética e do amor ao próximo, etc. São mães que, com toda a certeza, estão indo para além das fronteiras naturais e básicas. São mães que estão ampliando seus papéis e assumindo no punho o direito de transformação. Mães que vão para além das fronteiras básicas e naturais não são só mães das suas filhas, dos seus filhos. São mães da criação de Deus! Aproximamos da nossa reflexão a mãe Maria. Maria, a mãe de Jesus! Não foi também Maria uma mãe para além das fronteiras? Quando estava de casamento contratado, Maria foi escolhida para gerar o Filho Amado de Deus. Entendermos como agiu Maria diante da notícia e dos fatos que se sucederiam, foi e será importante para nossa reflexão. Ela agiu como muitas mães. Maria aceitou com alegria a gestação do bebê Jesus. Cantando e louvando a Deus (Lucas 1.46-56), ela gestava a criança de seu ventre. Passando pelas barreiras naturais (uma virgem, Lucas 1.34), culturais (grávida antes de casar-se com José) e religiosas (gerando o Messias que questionou as leis judaicas e as posturas dos religiosos e grupos), ela ia para além das fronteiras de sua realidade. Foram algumas fronteiras que a mãe Maria havia passado e enfrentado. Acredita-se que a mais desafiadora foi ver e entender a morte de cruz de um filho. Algumas mães neste mundo entendem a dor e amor de Maria, outras, conseguem imaginar o que ela sentiu. Como mães podemos nos aproximar de Maria quando lembramos das noites e dias de vigilâncias junto a filha, ao filho quando tinham suas temperaturas corporais alteradas; quando ouvíamos o choro de dor por conta de uma infecção de ouvido, de garganta. Imaginemos nós assistir a morte do seu próprio filho e não poder fazer nada? Ou ainda, ter que ficar de mãos atadas diante da tortura e da injustiça contra aquele ser que foi gerado com tanto amor e carinho. Maria foi para além das posturas e atitudes naturais quando entendia pelo próprio filho (Lucas 18.31-34) que aquela situação monstruosa tinha um propósito muito maior. Desta forma, Maria foi mãe de Jesus, foi mãe de todas/os nós. Sua gestação não só transformou sua vida, sua família, mas de todas as pessoas do mundo (pobres pastores, Reis Magos, cidade de Belém, Cidade de Jerusalém e todos os lugares da face da Terra).


A essas mulheres mães como Maria, que vão para além de si mesmas, para além de suas condições e realidades eque transformam o mundosendo mães para além das fronteiras naturais, fica aqui o nosso mais sincero agradecimento! Convido você, mãe, futura mãe, para se espelhar nos gestos de amor de Maria. De cuidar integralmente do fruto do seu ventre com dedicação, paixão, saúde, sabedoria e tudo que julgar necessário. Que Deus desperte nos corações das mães a vontade de gerar, como o fez com Maria, bem como, com tantas mulheres que transformou o mundo através do seu papel de ser mãe! Pastora Gabrielly Ramlow Allende

Amor de mãe No dia das mães valorizamos as mulheres que com muita persistência criam seus filhos e os educam no caminho da vida cristã. Num mundo com tantas oportunidades para as crianças e os jovens nem sempre é fácil conduzir os filhos num caminho seguro. Mas não podemos esquecer que crianças se espelham em pessoas adultas e para isto a criança deve ter bons exemplos. Olhando para a Bíblia me lembro do grande amigo do apóstolo Paulo, chamado Timóteo. Na carta que o apóstolo Paulo escreve a Timóteo ele dá conselhos ao seu amigo para que este seja forte na fé, zeloso no cumprimento de seus deveres e continue sendo um fiel seguidor de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo teve um papel essencial na vida do jovem Timóteo. Entretanto ele mesmo fez questão de reconhecer que o mérito do crescimento espiritual do jovem não era dele, mas da mãe e da avó de Timóteo. “Lembro da sua fé sincera, a mesma fé que a sua avó Lóide e Eunice a sua mãe tinham. E tenho certeza de que é a mesma fé que você tem.” (2 Tm 1.5). Timóteo teve a oportunidade maravilhosa de nascer e crescer em um lar cristão e de receber da sua mãe e da avó os ensinamentos bíblicos. “Desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15). A boa educação cristã na sua infância se tornou um alicerce sólido para sua vida futura. A tarefa de educar na fé cristã não cabe apenas a Igreja. Muitas vezes é papel da própria mãe e da avó. Num lar onde Deus tem espaço é um lar onde a fé encontra um terreno fértil para se fortalecer. Num lar onde Deus tem espaço é um lar onde reina o amor, onde a mãe vai conduzir seu filho ou filha no caminho da vida cristã. Mas isto não significa viver num lar onde tudo é possível. Um lar cristão também passa por dúvidas, problemas e dificuldades. Mas num lar cristã é Deus que é o soberano e é nele que se busca resposta e formas de agir. Vivemos numa sociedade onde quase tudo é possível. Mas como mães temos que ter consciência de que, se queremos que nossos filhos se tornem adultos responsáveis, eles devem ser criados com disciplina e respeito. Saber dizer não em determinados


momentos ajuda a criar um fundamento mais sólido. Amor de mãe não deve ser um amor que tudo permite e que tudo dá ao seu filho/a. Lembro da ilustração que para ter pessoas responsáveis e conscientes de suas atitudes não se deve dar sempre o peixe pronto, mas é necessário ensinar a pescar. Como mães é preciso ensinar nossos filhos a “pescar”; temos que ensinar que a vida tem suas dificuldades e seus limites. Dizer não em certos momentos significa educar com disciplina e responsabilidade. Para assumir o ser mãe com responsabilidade é fundamental a presença de Deus. Como Eunice e Lóide souberam educar e ensinar a Palavra de Deus a Timóteo que nós, mães, também saibamos criar e educar os filhos na disciplina e no convívio cristão. E neste dia das mães aproveite a oportunidade para reunir a família e para agradecer a Deus por cada dia de existência. Abençoado dia das mães! Pastora RoiliBorchard

Ser Mãe Segundo o dicionário Aurélio, mãe significa: “Mulher ou qualquer fêmea que deu a luz um ou mais filhos.” Ser mãe é muito mais que gerar filhos. Nem sempre os filhos são gerados por nove meses pela mãe. Existem mães que nunca deram luz filhos. Conheço mulheres que geraram filhos, mas nunca souberam ser mãe. Triste realidade. Quantos filhos sofrem por serem abandonados por aquela que deveria ser a primeira a protegê-los. Quantos filhos sofrem porque foram maltratados e humilhados por aquela que os gerou. Porém, muitos filhos se alegram e encontram refúgio em mães que não tem o mesmo DNA que o seu. Ser mãe tem a ver com o coração. Mãe é aquela que ama, cuida, ensina, protege. É aquela que ajuda seus filhos a enfrentarem os obstáculos do dia a dia. Também se alegra com suas alegrias e se emociona com os seus pequenos gestos de amor. Reconhece sua responsabilidade de ensiná-los sobre a fé cristã. Certo senhor, relatou algo que ele lembrava com muito carinho de sua mãe, era o fato de que todas as noites ela contava histórias bíblicas para ele e seu irmão, e orava com eles. Isso o ajudou a conhecer Deus. Em várias situações difíceis que precisou enfrentar na vida lembrava as histórias bíblicas e buscava no Deus que sua mãe apresentou, a força e o animo necessário para prosseguir. Isso me faz lembrar provérbio 14.1 “A mulher sabia edifica a sua casa, mas a insensata, com as suas próprias mãos, a derruba.” Podemos dizer: A mãe sabia edifica seus filhos, mas a insensata, com as suas próprias mãos, os derruba. Dependendo do que ensinamos, ou da forma que ensinamos nossos filhos/as podemos destruí-los ou edificá-las. Que possamos buscar orientação em Deus para educá-los/las. Demonstre amor pelo seu filho, sua filha, não tenha medo de abraçá-lo e dizer: Te amo!


Que Deus abençoe todas as mães. Dando sabedoria e discernimento na tarefa de cuidar e educar seus filhos. Que Ele coloque em seus corações a alegria de ser mãe. As animando e encorajando em sua caminhada. E lhes dê paz. Para refletir: Você concorda com a definição do dicionário sobre mãe? Por quê? O que estamos ensinando aos nossos filhos e filhas? Será que de fato os ajuda ou os destrói? Estamos cumprindo nossa tarefa de ensiná-los sobre a fé cristã? Missionária Silena Schultz

KATHARINA VON BORA: UMA MULHER EMPREENDEDORA E UMA MÂE AMOROSA Ao celebrar os 500 anos da Reforma Luterana, queremos lembrar a história de uma mulher que foi uma grande empreendedora, que se empenhou muito para alimentar e dar uma boa educação aos seus filhos e suas filhas. Katharina von Bora foi uma mulher notável e também uma mãe amorosa e cuidadosa. Katharina von Bora nasceu no dia 29 de janeiro de 1499, como filha de Hans von Bora e Katharina von Haubitz, um casal nobre empobrecido, na pequena aldeia de Lippendorf, na região da Saxônia, Alemanha. Katharina perdeu a sua mãe muito cedo. O pai casou-se novamente e encaminhou a filha, com apenas 6 anos de idade, para o convento beneditino em Brehna. Quando Katharina completou 10 anos de idade, em 1509, ele a transferiu para o convento da ordem Sistersinianas Trono de Maria, em Nimbschen. Ela aprendeu a ler, a escrever, um pouco de latim (a língua acadêmica desse período histórico), a decorar salmos e recitá-los, a fazer trabalhos manuais, adquiriu conhecimentos na área administrativa e no uso de ervas medicinais. Em 1515, Katharina fez os seus votos como freira, assumindo viver em castidade, pobreza e em obediência. Um acontecimento que mudou a vida de Katharina, e também de outras mulheres foi a leitura dos textos de Martinho Lutero, afirmando que a justificação é por graça e fé, não mais sendo necessárias as obras e os sacrifícios para alcançar a salvação. Inspiradas pelas ideias reformatórias, doze freiras fugiram do convento de Nimbschen, numa sexta-feira santa, dia 5 de abril de 1523. Martim Lutero e Filipe Melanchthon procuraram por famílias que pudessem acolher as moças. Katharina von Bora foi encaminhada para a casa do grande pintor e farmacêutico Lucas e sua esposa Barbara Cranach. Ela trabalhou e viveu com os Cranach, por dois anos. Katharina desejou também constituir família. No entanto, Katharina era uma mulher autossuficiente e disse que só se casaria com Martim Lutero. No dia 13 de junho de 1525 realizou-se o casamento. O casal foi residir no antigo convento dos monges agostinianos em Wittenberg. Quando Katharina lá chegou, ela levou um susto, pois estava tudo muito sujo e caindo aos pedaços. Uma das primeiras atitudes


dela foi jogar fora o colchão de palhas, pois estava rasgado e imundo. Katharina começou a reorganizar o convento e o transformou num pensionato para estudantes. Ela também organizou o jardim, a horta com ervas medicinais. Katharina e Lutero também sofreram preconceito e gozação pelas suas histórias de vida, ambos eram ex-monge e ex-freira. Havia muita superstição, neste período histórico, as pessoas gozavam dos dois e diziam que dali não podia nascer nada de bom. Katharina quando engravidou, pela primeira vez, sofreu muito e ficou com medo que a criança pudesse nascer com algum problema de saúde. Em 1526 nasceu o primeiro filho, um menino saudável. Ele recebeu o nome de João. Ao todo o casal teve seis crianças: Elizabeth nasceu em 1527, Magdalena em 1528, Martin em 1531, Paul em 1533 e Margarete em 1534. Um grande sofrimento para a família foi a morte prematura das filhas Elisabeth e Magdalena. Lutero compôs músicas, tendo em vista o luto pela perda das meninas. Katharina não queria que as suas crianças passassem o que ela passou quando era criança, pois ela foi levada para o convento, pois os pais eram muito pobres e não tinham como alimentá-la e educá-la. Como sinal de superação, Katharina comprou terras para plantar, tinha criação de abelhas, alugou um açude para criar peixes. Além do mais, ela tinha conhecimentos de medicina. Cuidou da saúde das crianças e também do marido. Além das suas crianças, a família Lutero abrigou crianças de seus parentes, familiares, estudantes, convidados/as, visitas, pessoas refugiadas e também pessoas que trabalhavam com a família. Todo o dia a casa estava cheia e o pão na mesa não podia faltar. Dia das mães é momento para lembrar que com a reforma, os laços afetivos da família são lugares sagrados. Também na família se serve a Deus. Mulheres e homens são igualmente importantes. A história da mulher e mãe Katharina pode ser um incentivo de luta para todas as mulheres e mães, que buscam a construção de uma família amorosa e uma sociedade justa e igualitária. Pastora Claudete Beise Ulrich

Encorajamento e força aos filhos e filhas Texto bíblico de Mateus 14. 22-33: Jesus anda sobre as águas! Após orar, Jesus vai encontrar seus discípulos no barco que enfrenta ventos fortes. Jesus anda sobre as águas para encontrar seus discípulos. Quando eles o vêem, pensam ser um fantasma. Pedro pede que Jesus ordene para que ele ande sobre as águas para encontrá-lo. E assim acontece, Pedro anda sobre as águas, mas quando sente a força do vento, fica com medo e começa a afundar. Que cena maravilhosa, um ser humano que se dirige a Jesus andando sobre as águas. Mas quando vem o vento, ele fica com medo. Assim também podemos comparar a nossa vida. Por mais seguros que estamos, quando vem o vento forte, as dificuldades, vem também o medo. O medo pode fazer com que afundemos. Mas as dificuldades também nos fazem perceber para quem de fato podemos pedir socorro.


Pedro está afundando, mas encontra a mão de Jesus, que lhe segura forte, e o tira das águas nas quais ele está afogando. Podemos comparar a relação de Jesus com Pedro, como se fosse de Mãe para Filho. Nas palavras de Jesus, Pedro encontra força, motivação e orientação. Nas palavras das mães, os filhos encontram força, motivação e orientação. Jesus não modifica o mar, Jesus modifica as pessoas. Jesus não modifica o mundo, mas ele modifica as pessoas e estas modificam o mundo. Jesus incentiva Pedro para que ele ande sobre as águas. Como as mães estão incentivando seus filhos para enfrentarem o mundo pós-moderno em que vivemos? Mães não devem superproteger os filhos do mundo, por ser ele um lugar perigoso, mas devem preparar os filhos, para enfrentarem o mundo. Filhos superprotegidos são aqueles que, possivelmente, terão dificuldades de pensar, agir e resolver as coisas por conta própria, pois sempre houve quem fizesse isso por eles. Filhos que são superprotegidos tendem a ser adultos inseguros, medrosos e acomodados. Mães que não querem que os filhos sofram, na verdade estão protegendo a si mesmas, pois assumem a dor dos filhos. Preparar os filhos para o mundo é ensinar limites e responsabilidades. A pósmodernidade tem eliminado a culpa pessoal. A culpa é dos outros. Crianças que crescem sem limites e responsabilidades tendem a ser tiranas e delinqüentes. Içami Tiba (educador familiar) escreve: “Todo delinqüente só vai em frente porque encontra o terreno livre e é um sedutor”. Quem ama educa, diz o autor. É necessário ajudar o filho para que ele assuma o erro e restitua os prejuízos causados por ele. O amor é fundamental para a educação, mas a educação deve estar voltada para a responsabilidade, e isso tem a ver com limites e respeito. A criança somente aprende a arrumar o seu quarto quando ela própria o arruma. Quando o filho tem de assumir as responsabilidades pelos seus atos, a assumir seus erros e reconhecer os limites, isso vai levá-lo a construir uma autoimagem sadia. E a autoimagem (autoestima) é adquirida na relação de respeito com o outro. Respeito acontece à medida que eu limito os meus direitos. Os pais serão os seus orientadores, mas jamais farão o trabalho por ele, nem assumirão a responsabilidade de seus erros, nem colocarão panos quentes sobre atitudes reprováveis. Não raras vezes, mães e pais compensam a ausência na vida de seus filhos com presentes. Dar tudo que os filhos desejam não fará teu filho mais feliz. Por quê? Esse tipo de alegria é passageira e sempre precisa ser alimentada para que se tenham novas alegrias. E o resultado é a frustração e o vazio existencial, pois nunca vai chegar. Precisamos reaprender que o ser humano precisa mais do que coisas. Felicidade verdadeira e paz de espírito vêm da relação com Deus. Isso as coisas não dos dão. Muitas mães e pais estão cansadas/os, correndo atrás dos bens, mas estão esquecendo-se de falar do amor de Deus, por nós, que é de graça. Por fim, é chegado o momento que os filhos crescem e precisam dirigir a própria vida. Pedro precisa caminhar sozinho sobre as águas, Jesus não caminha por ele. Todo


ser humano precisa aprender a dar conta de sua própria vida. E para isso, os pais precisam deixar os filhos irem. Sem esse deixar ir, não haverá um adulto saudável, equilibrado e feliz. Ser mãe responsável, não é abandonar os filhos, mas estar ali presente, para estender a mão quando eles precisarem. Jesus estava ali com Pedro, quando ele precisou de socorro. Mas é deixar que eles caminhem com suas próprias pernas. Jesus encoraja Pedro. Assim as mães devem encorajar seus filhos para uma vida responsável, equilibrada, com limites e respeito com seus semelhantes. Que o bondoso Deus guarde e encoraje a cada mãe. Pastora Eli Deifeld

Gratidão às Mães Que bom que pelo menos no Dia das Mães todas as filhas e todos os filhos se lembram de agradecer às suas mães por aquilo que elas fizeram; por aquilo que elas representam. Sempre foi assim que as pessoas que nascem e crescem num contexto amoroso e seguro, acabam experimentando vida saudável, equilibrada. Depois de seu nascimento todos os seres humanos precisam ficar longo tempo sobos cuidados da família. A criança precisa do calor do ninho seguro. Ali ela se deixa presentear com a doação, com o cuidado e com o tempo dos familiares. Assim ela se desenvolve sem atropelos; percebe as armadilhas que o mundo propõe; desenvolve sua personalidade que, mais tarde, vai repartir com outros enquanto se doa em prol do bem comum. São pessoas assim que sustentam a nossa sociedade. Quem sempre é responsável por essas meninas e esses meninos? As famílias e, dentro delas, de forma muito especial, as mães. Existe tarefa mais gratificante do que ser mãe; engajar-se; dedicar-se de corpo inteiro na tarefa maternal? No passado, lamentavelmente, se fez pouco caso das mães quando se insinuou que elas eram apenas “do lar”. Nada substitui a família; nada se compara em valor àquilo que as mães fazem pelos seus filhos e, por tabela, para a sociedade. Mas que elas, as mães, também não esqueçam que também precisam repassar os conceitos de fé; que, junto com os pais, são os mensageiros mais importantes da fé em Jesus para os seus rebentos. Não foi o pastor ou professor de ensino religioso que nos ensinou a dar os primeiros passos na fé. Isso nós aprendemos da nossa mãe que, à noite, se achegava à nossa cama para orar e nos contar histórias sobre Jesus. O fundamento da fé cristã sempre é construído nos primeiros anos da vida de uma criança. Daí que as pastoras, os pastores sempre apelam aos pais jovens, quando dos batismos, para que levem essa tarefa a sério; para que não apliquem todas as suas forças apenas no bem estar material das crianças, mas também para o bem estar espiritual uma vez que “não vivemos somente de pão”... Queridas mães não desviemos nossas crianças da possibilidade de se relacionarem com Deus. Abramos espaços nas nossas famílias para a vida de fé dos pequeninos a


partir da oração. Quem assim age promove a bênção no seio familiar, uma vez que facilita a circulação de Deus em suas vidas. Em João 15.5 Jesus nos diz: “Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer.” Entendo que esta palavra seja excelente para o momento que vivemos. Se hoje muitas famílias estão implodindo, é porque falta o fundamento da fé. A família cristã não está edificada sobre a areia. Ela tem futuro no Senhor da Igreja! Uma família que ora junto também aprende a “segurar as pontas” em conjunto. Esse é o meu desejo para as nossas famílias nesse Dia das Mães. Diácona Valmi Ione Becker

Matriarcas que matriciam a vida Em outubro de 2013, no dia 12, perdemos a matriarca de nossa família. Guisela Gorseltz Vetterlein, nossa oma materna partiu aos 82 anos. Diante da situação de sua morte, falava sobre a oma com minha filha. Numa conversa perguntei se ela estava triste com a partida da oma. Ela disse que não. Perguntei então por quê? Ela disse que não estava triste, porque a oma tinha ido para o céu e logo voltaria a viver. Crianças sempre nos surpreendem com suas respostas e nos ajudam a seguir pela vida! Diante da perda da matriarca de nossa família e da conversa com minha filha, lembrei algumas características da oma. Ela sempre tinha um presentinho para os netos e netas, mesmo já crescidos/as. Ela lembrava como precisão as datas de casamento e aniversário de vários familiares; sabia fazer contas muito bem, apesar de ser analfabeta e saber escrever somente seu nome; e aprendeu a fazer vários artesanatos de forma autodidata. A oma gostava de conversar, cantar musiquinhas em alemão, de preparar e saborear delícias na cozinha e de ficar horas na área da casa com a família reunida, de preferência. Tinha um bom humor incomparável, ria de nossas palhaçadas e histórias. Sempre tinha um olhar bondoso e confortante em momentos difíceis da vida. Seu colo, que pude usufruir já sendo adulta, era inigualável, colo de acolhida, amor e aconchego. Sempre que eu visitava minha família, ia direto para a casa da oma! Neste dia das mães quero destacar uma de suas características, e acredito que também seja uma marca de muitas mães: a misericórdia. Misericórdia no hebraico é rahamims, que deriva de réhem, significa a matriz, o útero. Manifestar misericórdia tem ligação direta com os gestos femininos, do útero da mulher, que acolhe, aconchega e gera nova vida. Na matriz, a vida nova é recebida, mantida e fortalecida, oferecendo tudo o que o feto precisa para viver. A bíblia nos lembra muitas vezes que Deus é como útero, que age com a capacidade de matriciar, de gerar nova vida, de nos fazer nascer de novo, de nos fortalecer diante de todos os momentos da vida, especialmente nos mais difíceis, de nos acolher com braços amorosos e nos aconchegar bem perto de si, a Matriz da Vida.


Diante da grande capacidade que a oma teve ao nos aconchegar em seu lar, em seu colo, com suas histórias de vida, com seus dons, com seu olhar bondoso e palavras de paz, penso que Deus a usou para matriciar nossas vidas e das pessoas que com ela conviveram. Em seu modo simples de vida, deixou-se moldar pela misericórdia de Deus. Ao ser a matriarca da família deixou para mim essa mensagem: de acolher com misericórdia uns aos outros, de afagar na dor e aconchegar no colo para que na vida pudéssemos também nós, cada qual a seu modo, matriciar o mundo. Feliz foi a oma que tantas vezes foi sustentada pelas misericórdias de Deus em seu viver e aprendeu a nos matriciar. Graças rendo a Deus pelas vezes que pude ser matriciada pelos gestos e palavras de minha oma. Felizes são as mães que não somente geram seus filhos e filhas, mas ao longo da vida vão matriciando, acolhendo e aconchegando em seu colo aqueles e aquelas que estão sob seus cuidados, em todos os momentos. Jesus mesmo afirmou isso quando disse: “Felizes as pessoas que têm misericórdia dos outros e das outras” (Mt 5.7). Creio que, quando partimos desta vida, Deus nos acolhe em sua infinita misericórdia e continua nos aconchegando no Útero da Vida até que surja o tempo em que possamos viver de novo, por isso não precisamos perder a esperança diante das perdas e dificuldades que temos, mas podemos seguir adiante, confiantes em Deus que nos acolhe sempre e não nos abandona, assim como acredita e me consola minha filha de cinco anos, que também crê na ressurreição e na misericórdia infinita de Deus! Pastora Cristina Scherer

Consolo de Mãe Domingo é o Dia das Mães. É bom destacar um dia para elas, dar-lhes atenção, carinho, expressar nossa gratidão, apesar de que isso deveria acontecer todos os dias do ano. Ser mãe não é apenas uma tarefa, é antes uma missão para a vida toda e envolve todo o ser de uma mulher. Com quanta doação a mãe acompanha os seus filhos: amamentando, cuidando, limpando, socorrendo, ajudando, consolando, acariciando, protegendo, alimentando, ensinando, corrigindo, encorajando, e assim poderíamos ainda citar muitas outras ações do cuidado. Entre todos esses verbos, gostaria de destacar o “consolar”. Quantas vezes a criança precisa do consolo da mãe: quando ela se machuca, corre para a mãe, quando está com medo, chama pela mãe, quando está com fome, pede comida para a mãe. O colo da mãe é o melhor remédio para a criança doente, teimosa, machucada, sofrida. Você lembra momentos em que procurou o colo da sua mãe? Ou lembra seus filhos procurando o seu colo de mãe? Receber aquele abraço carinhoso, juntamente com palavras de consolo como: “não chore, tudo vai passar, já vai ficar bom, estou aqui”, cura qualquer dor da criança. E ainda hoje, mesmo sendo adultos, com certeza gostaríamos de aconchegar-nos nos braços de nossa mãe em momentos de dificuldade. Mas muitas mães já não estão entre nós. Existe, porém, alguém que está conosco sempre, nos sofrimentos e na solidão. Deus nos diz: “Assim como uma mãe consola seu filho, também eu os consolarei.” Is 66.13.


Deus é esta mãe carinhosa, este Pai amoroso. Ele é o Deus de toda a consolação. Ele conhece nossa dor, solidão, os anseios mais profundos do coração. Deus está perto de nós, ele nunca nos abandona. Por isso o salmista declara: “Se meu pai e minha mãe me desampararem o Senhor me acolherá” Sl 27.10. Ninguém de nós precisa dizer: “Eu não tenho ninguém”, porque Deus está sempre ao nosso lado, ele vela por nós quando estamos dormindo e quando estamos andando (Sl 139.1-5). Deus nos acolhe assim como uma mãe carinhosa consola o seu filhinho. Vamos nos refugiar no colo de Deus! Missionária Waltraut Müller

Maternidade e o poder das palavras! Neste pequeno tempo que sou mãe aprendi muito com minha filha Sofia Cathrine. Nos primeiros anos de sua vida tive que aprender a usar bem as palavras. Usar a palavra certa, na hora certa é um desafio, uma arte, também para nós que somos mães e educadoras. Recentemente, com a erupção da fala, surgem as muitas perguntas ávidas por desbravar o mundo. Sendo mães e educadoras somos perguntadas pelas crianças, constantemente. E as perguntas surgem nos mais diferentes momentos e lugares, dentro do carro, na rua, na cozinha, na hora do banho, num passeio de bicicleta, no quarto e até na igreja: O que é cemitério? Por que Jesus não está na cruz? Como ele desceu? O que é inveja? O que é preocupada? Como eu fui parar dentro da tua barriga? Por que as pessoas morrem? Por que os bichos não falam? E muitas outras... Perguntas mexem com a gente, nos constrangem, nos fazem refletir sobre a vida. Diante de perguntas difíceis somos tentadas a não responder, a deixar para mais tarde, para outro momento, somos tentadas, em meio a tantos afazeres, a dar meias respostas ou a inventar uma historinha para não revelar a o sentido real das coisas e do mundo. Como mãe sempre busquei a prática de explicar para minha filha exatamente o que ela queria saber naquele determinado momento, sem fazer grandes palestras ou explanações, porém respondendo com clareza e com verdade, sem rodeios. Pesquisas inclusive comprovaram que responder adequadamente às perguntas é importante para o desenvolvimento das crianças, em vez de simplesmente responder “porque sim”. Fui percebendo o poder que temos em nossas mãos! Como mães, pais, educadores/as, familiares, igreja, temos o poder de nomear, explicar, falar claramente, moldar o mundo de um ser que começa a descobrir e explorar a realidade que a cerca. Que mágico é este poder. E quão cruel pode ser quando usado erroneamente, dando explicações vazias como: sei lá, outra hora eu falo, não tenho tempo, isso não é da sua conta, vai brincar, você é muito pequena para saber disso!


Se nós como mães e educadoras não dermos respostas para as tantas perguntas que surgem na cabeça de nossas filhas e filhos, quem o fará? Como o dirá? De que forma o explicará? Educação ocorre por meio de gestos, atitudes e também por palavras. Quando formos perguntadas, instigadas pela curiosidade de um ser que começa a desbravar o mundo, respeitemos seu desejo, sua sede de conhecer e saber e façamos uso da palavra com amor, carinho, atenção e compreensão, na certeza de que aquela explicação, aquela resposta preencherá um vazio e orientará um passo a mais no caminho da vida. Jesus Cristo, ao dizer “deixai vir a mim os pequeninos” quis que as crianças fossem tratadas com respeito, com dignidade e amor em todos os momentos, especialmente quando começam a fazer tantas perguntas que exigem respostas claras, objetivas, dadas com compreensão e cuidado. Palavras têm poder para moldar e fazer crescer ou para deixar marcas de não aceitação, intolerância, impaciência e indignação. Vanessa da Mata na canção “As Palavras” afirma: “As palavras fogem, se você deixar o impacto é grande demais. Cidades inteiras nascem a partir daí. Violentam, enlouquecem ou me fazem dormir. Adoecem, curam ou me dão limites. Vá com carinho no que vai dizer”. Nas deliciosas e impactantes perguntas que nossas pequeninas crianças nos fazem lembremos o exemplo de Jesus que tirou um tempo para acolhê-las, conversando, olhando nos olhos, afagando e abençoando-as para a vida, onde se desenvolvem no corpo, na alma e no espírito. Que Deus nos ilumine para usar bem as palavras e gestos de atenção e carinho na educação das crianças, explicando e orientando com amor! As crianças agradecem! Pastora Cristina Scherer

Conversando com as mães da Bíblia "A educação começa no joelho da mãe. Cada palavra dita aos ouvidos dos filhos participa da formação do caráter", frase dita pelo teólogo Hosea Ballou. Conselhos e palavras de mãe ficam gravados nos corações de filhos e filhas. Há aquelas mães que repetem inúmeras vezes seus conselhos; há outras que muito discretamente sugerem aos seus filhos aquilo que compreendem ser o melhor para eles. Discreta ou intensamente, cada mãe tem seu jeito de aconselhá-los. No entanto, é importante dizer que, embora haja uma grande influência das mães sobre seus filhos e filhas, elas não são responsáveis pelas escolhas que eles fazem. Muitas mães sofrem, se culpam e se punem pelas escolhas de seus filhos. As mães escolhem caminhos para si e para seus filhos, mas os filhos também fazem o mesmo, para alegria e para tristeza das suas mães e deles próprios. Tudo que e dito e feito pelas mães é bom? Nem tudo. Como seres humanos, mães também são pecadoras e, portanto, também cometem erros. Na Bíblia,


encontramos relatos que nos ajudam a refletir sobre aquilo que não é a vontade de Deus e, por isso, deve ser evitado. Atalia, mãe do rei Acazias, que lhe dava maus conselhos (2 Crônicas 22.3). Cuide com o que você fala. As mães devem refletir sobre seus conselhos. Se estiveres em dúvida, ore. Converse com outras pessoas antes de falar. Por mais que não pareça, os filhos levam muito em consideração o que é dito por quem os educa, por isso, cuidado com palavrões e conversas inconvenientes; palavras boas têm peso, e as ruins também o tem. Não se culpe se você errar, mas permita corrigir-se. E, lembre-se: apesar de teus conselhos, não tire a responsabilidade de seus filhos. Todos nós somos responsáveis pelas nossas escolhas. Não use sua filha ou seu filho como escudo. Não raramente pai e mãe entram em conflito, seja por razão nobre: a educação dos filhos; seja por razão ilegítima: a disputa pelo amor dos filhos.Temos na Bíblia uma mãe e um pai com comportamentos semelhantes (Gênesis 27). Rebeca e Isaque são exemplos de um casal que tem preferência por um dos filhos. Cada um deles demonstra preferência por um dos filhos. As conseqüências dessas atitudes levaram a brigas, disputas, desconfianças, mentiras e armações que, por fim, culminaram na divisão da família: os descendentes de Esaú, “o favorito do papai”; e os descendentes de Jacó, “o favorito da mamãe”. As mães devem tomar cuidado para não preferir ou beneficiar a um dos filhos, mesmo que um filho demonstre mais carinho e respeito do que o outro. O cuidado deve ser ainda maior se houver filhos de casamentos diferentes. Em caso de separação, lembre-se: sua filha/seu filho não tem culpa que tua relação não deu certo. Cada um de vocês continua sendo pai e mãe, mesmo que não sejam mais marido e mulher. A raiva, o desapontamento e a tristeza que você sente são coisas com as quais você mesma deve lidar. Influenciar seus filhos a pensar da mesma forma não te ajudará em nada, pelo contrário, você só estará incutindo um desgosto desnecessário na vida deles. Os filhos precisam de pai e mãe, mesmo que esses vivam separados. E pai e mãe devem trabalhar juntos para que essa relação seja o mais saudável possível. A Bíblia nos mostra mães que tropeçaram na educação de seus filhos, mas também nos traz inúmeros exemplos que podem ser seguidos. Vejamos alguns: A exemplo de Maria, uma mãe não deve viver preocupada. "Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração" (Lucas 2.19). Mães se perguntam: o que será de meu filho que está no meu ventre? O que será de meu filho jovem com um mundo com tantas atrocidades? O que será da família de minha filha agora que perdeu o emprego? Perguntar-se é bom - significa estar consciente da realidade, estar preparada para o futuro e procurar soluções para os problemas. Perguntar, mas também confiar. Confiar em Deus, assim como confiou Maria. Quando Deus entregou Jesus aos cuidados de Maria, ela confiou. Mães não possuem todas as respostas e não têm como saber o futuro, por isso não devem viver preocupadas. Devem apostar em seus filhos e filhas, orar, refletir e lutar, mas não viverem preocupadas.


Nas necessidades, uma mãe deve confiar em Deus. Uma viúva que vivia na cidade de Sarepta se preparava para comer a sua última refeição com seu único filho e, depois, ambos morreriam de fome. Neste momento, ela recebeu a visita do profeta Elias que lhe pediu que dividisse a comida com ele, e assim Deus não deixaria que faltasse alimento. Embora tivesse apenas um pouco de farinha e de azeite, essa viúva confiou no que Elias disse e dividiu a comida com ele. Depois disso não faltou mais comida (1 Reis 17. 7-14). Nas necessidades, Deus cuida de nós. Lutero assim já nos disse: “Devemos trabalhar como se tudo dependesse de nós; mas devemos orar como se tudo dependesse de Deus.” Que Deus abençoe e oriente a cada mãe! Pastora Eli Deifeld

MÃE! Mãe é mulher que um dia foi menina, que riu das coisas engraçadas e chorou com as tristes, que teve decepções, alegrias, tristezas, mas que poucas vezes deixou que elas a abatessem. Mãe é aquela que gerou durante nove messes em seu ventre uma pequena vida, gerou 1, 2, 3 ou mais vezes e em meio às dificuldades de cada dia se alegrava e chorava muitas vezes escondida e sozinha. Mãe, também é aquela que nunca gerou e talvez não gerará, mas que acolhe a muitas vidas em seu peito e se alegra com a beleza que transborda em cada uma delas. Mãe é aquela que fica noites e noites acordada, preocupada com a febre alta, observando a respiração. Mãe canta pra gente dormir, conta histórias e ensina a rezar. Mãe é aquela que dá colo, carinho, aconchego... é aquela que mais sofre vendo o sofrimento dos outros... está sempre atenta e preocupada com sua gente. Crescemos, mas ela não deixa de ser mãe, muitas vezes passa horas pra conseguir dormir, preocupada em como cada um pode estar: O que estarão fazendo? Como estarão se sentindo? Oh, Mãe quando poderás descansar? Quando conseguirás aquietar teu grande e bonito coração? Já sei! Sempre quando souberes que os que amas estão sob a paz de Deus. Sempre quando tudo ao teu redor estiver calmo e tranqüilo. Não é a toa que muitas vezes és a última a deitar certificando-te de que tudo está no seu lugar. E mesmo quando teus filhos e filhas já se foram e têm suas próprias famílias tu, ainda tão bondosa e carinhosa, a cada noite, conduzes tua oração a Deus pedindo que ele os proteja aonde teus olhos e braços não chegam.


Que o Deus da vida te dê a cada novo dia muito amor para que possas compartilhar com o mundo. Parabéns, não só pelo teu dia, mas pela tua vida de mulher-mãe, pela tua vida de amor. Pastora Vera Regina Waskow

Exemplo de amor Ser mãe é uma tarefa que exige dedicação, esforço, paciência, persistência, amor e confiança em Deus. Diz um ditado popular: “Um filho se carrega nove meses no ventre, três anos no colo e o resto da vida no coração”. Carregar um/a filho/a no coração nem sempre é tão tranqüilo e que só pode ser feito com amor. Mas, não necessariamente para ser mãe é necessário ter carregado um/a filho/a no ventre. Existem muitas mulheres que, mesmo que nunca tenham gerado uma criança em seu ventre, sentem o amor materno e se preocupam com as mesmas como se fossem seus filhos ou filhas geradas de seu ventre. Lembro na Bíblia das parteiras Sifrá e Puá no livro de Êxodo (Ex 1.15-22). Estas mulheres desempenharam uma função especial ao longo da história. Elas ariscaram a própria vida, recusando-se a seguir a ordem do faraó de matar todas as crianças do sexo masculino. Como parteiras elas temiam a Deus e por isto não tinham intenção de gerar morte, mas sim, de gerar vida. Quando foram questionadas pela sua atitude pelo rei do Egito, elas souberam se defender argumentando: “É que as mulheres israelitas não são como as egípcias. Elas dão à luz com facilidade, e as crianças nascem antes que a parteira chegue” (Ex 1.19). Com sua atitude corajosa estas mulheres parteiras salvaram várias crianças e foram exemplos no amor e na vivência cristã. Afinal, o ser humano é um ser totalmente dependente do seu próximo. Uma criança recém nascida só consegue sobreviver quando tem alguém que cuide dela, alguém que lhe dê comida e depois lhe ensine a comer, caminhar, falar... Sozinha uma criança não sobrevive. Mas, além de satisfazer às necessidades fisiológicas a criança também necessita de carinho e amor. Que o amor de Deus, revelado em seu filho, Jesus Cristo, e presente ao longo da história na vida de mulheres e homens, continue contagiando a sociedade.

Pastora Roili Borchardt

Minha imagem do rosto de Deus Em diferentes acontecimentos na minha vida constato como sou abençoada. Gratidão é uma palavra recorrente nos meus pensamentos e nas minhas falas. Essa palavra, desde muito cedo, ganhou pra mim uma dimensão da relação com o transcendente. Aprendi com minha mãe sobre a importância de agradecer a Deus por tudo – aliás, não tenho como listar tudo o que já aprendi com minha mãe. Mulher simples, trabalhadora rural, que só freqüentou a pequena escola comunitária do interior até concluir o Ensino Confirmatório e ser confirmada. Sua história pessoal é marcada por muitas lutas e batalhas para se afirmar e mesmo para sobreviver, principalmente,


depois que o primeiro esposo adoeceu gravemente, vindo a falecer de câncer, depois de alguns meses de bastante dor e sofrimento. E lá estava minha mãe, viúva, antes de completar 30 anos de idade, com três crianças pequenas, respectivamente, de 7 anos e meio, 3 anos e 1 ano e 11 meses. Além da dor de se ver só com a responsabilidade de criar as filhas e o filho, havia dívidas por pagar e muito trabalho a fazer. Graças a uma fé que considero gigantesca, ela se dispôs a enfrentar os muitos desafios para assegurar nossa subsistência física, emocional, espiritual e cognitiva. Minha mãe não mediu esforços para que estudássemos e concluíssemos, pelo menos, o Ensino Médio. Também sempre nos levou a participar dos cultos e atividades comunitárias. Ensinou-nos sobre o poder da fé e o valor do trabalho e da solidariedade com as outras pessoas, especialmente, com vizinhas e vizinhos, com pessoas idosas, com quem estivesse enfermo ou enlutado. Lembro que, desde criança, ela nos dizia: se temos o que comer, é graças a Deus! Graças a Deus também temos onde morar, o que vestir, saúde para trabalhar, disposição para plantar, cuidar da plantação, esperar, pacientemente, pelo tempo da colheita e não desanimar quando secas, tempestades e excesso de chuvas frustravam a colheita esperada. Foi assim, por intermédio de minha mãe, que conheci a enorme generosidade de Deus, que nos chega de infinitas maneiras: através da Sua criação, pelo ar, pelo alimento, pelos muitos cheiros, cores e sons da natureza, pela solidariedade de pessoas, pela presença através das dificuldades, pelas muitas oportunidades de realizar o bem e de recebê-lo. O modo como minha mãe me ensinou a me relacionar com Deus também fez com que Deus, para mim, tenha um rosto feminino e materno, cheio de amorosidade, com disposição para me dar a mão nas dificuldades e me pegar no colo quando sinto que não tenho ânimo ou forças para caminhar. E por tanta amorosidade, também não gosta quando me afasto de sua boa vontade pra minha vida e faço coisas que não trarão bons resultados. Depois de 34 anos fora da casa da minha mãe e há mais de 25 anos vivendo em outro Estado, desde 1º de janeiro de 2020, tenho tido o privilégio de ficar bem perto da minha mãe, para acompanhá-la na luta contra um câncer. Sim, esse tem sido um tempo de muita vivência da graça e da bondade de Deus. Sinto que chegou a minha vez de mostrar esse rosto generoso de Deus que conheci através dela, desde a infância. E procuro fazê-lo sempre que pergunto como ela está, quando me disponho a ouvi-la e ajudá-la no que precisa e está ao meu alcance. Podemos conversar sobre medos e esperanças, com toda franqueza, de modo que eu não poderia desejar nada melhor nessa situação. Ah, claro que poderia desejar que minha mãe não tivesse que enfrentar mais essa luta depois de tantas que já travou em sua vida; que pudesse ter saúde plena e energias suficientes para curtir a vida até o dia em que Deus resolver chamá-la! Eu até desejo isso, mas aí vem ela, de novo, com a resposta: só Deus sabe porque já passei por tantas coisas na vida e que planos ainda tem pra mim! Sim, viver um dia de cada vez e de maneira agradecida é o que melhor podemos fazer, afinal,


“se recebemos de Deus as coisas boas, por que não vamos aceitar também as desgraças?” (Jó 2.10b) Querido Deus, agradeço-te pela mulher que me deste por mãe e por teres dado a ela tantos dons para que ela me apresentasse uma linda imagem de ti e do teu jeito de ser. Sei que cuidas dela, sem a necessidade de pedir. Mas peço que ela sempre possa confiar em ti, como tem sido até aqui. Amém. Pastora Aneli Schwarz

TODA MÃE TAMBÉM É MULHER A imagem da mãe é louvada, reverenciada, poetizada e até divinizada. Encontramos, sem dúvida, elementos divinos no ato de gerar a vida. A palavra misericórdia significa: o amor que vem das entranhas, do útero, remetendo ao coração, a Deus, onde encontramos muitas imagens que remetem ao humano, à maternidade/paternidade, a ternura e a eternidade. Entendo que estes sentimentos estão presentes em qualquer ser humano, mas que os mesmos precisam ser desenvolvidos e cultivados. Também entendo que a maternidade não é a vocação primeira de uma mulher. A mulher, primeiramente, é humana, com todas as potencialidades, habilidades e capacidades de se desenvolverem em qualquer área do conhecimento humano. A origem da celebração do dia das mães remonta a Anna Jarvis, professora americana, que quis homenagear a sua mãe, Anna Marie Reeves Jarvis, que viveu numa época em que muitas famílias sofriam com a morte prematura de crianças. Anna Marie foi mãe de 11 filhos - somente 4 sobreviveram. Mas, apesar deste grande sofrimento, lutou por um melhor sistema de higiene e saúde, e fundou em 1858 o Mothers Days Works Clubs – uma espécie de Clube de Mães Trabalhadoras, que se empenhou em conseguir recursos para comprar remédios e ajudar as famílias, onde as mulheres sofriam de tuberculose. Após a morte de Anna Marie (em 12/05/1907), sua filha Anna organizou um culto em sua memória, lançando a ideia da realização do Dia das Mães, que ocorreu oficialmente em 1914, nos Estados Unidos e no Brasil, em 1932. Anna Jarvis não queria um Dia das Mães comercial e tão pouco o endeusamento da maternidade, mas um dia de lembrança, de respeito, para qual aponta o quarto mandamento: “Honrarás o teu pai e a tua mãe, para que vás bem e vivas muito tempo sobre a terra”. Atualmente, na Alemanha, a luta das mulheres, é por mais creches (Kindergarten), salário igual para o mesmo trabalho, divisão igualitária do trabalho em casa e no cuidado das crianças. Portanto, a origem do dia das mães não está no louvor à maternidade, mas sim nas questões sociais que envolvem o ser mãe e, afirmo também, o ser pai. O valor de uma mulher não está em seu útero grávido. A maternidade é uma questão que envolve toda a sociedade e também a comunidade cristã. O dia das mães é um chamado a um profundo agradecimento pela vida. É um dia especial para dizer muito obrigado pelo amor misericordioso que temos recebido de tantas mulheres que lutaram e lutam por uma sociedade mais justa e igualitária! Pastora Claudete Beise Ulrich


Relações sem máscaras Este ano (2020), o Dia das Mães será diferente. Não terá as tradicionais homenagens preparadas pela escola nem as celebrações com apresentação das crianças do Culto Infantil. Será um dia de menos movimento, menos abraços, menos encontros, sem filas nos restaurantes. Com a paralisação do comércio, organizações de comerciantes discutem sobre a possibilidade de adiar o Dia das Mães para diminuir prejuízos. Blogs compartilham ideias de como não deixar a data passar em branco, estimulando a confecção de pequenos mimos para presentear as mães. Noticiários informam sobre o aumento da violência doméstica nesse tempo de longo convívio, forçado pela pandemia da COVID-19. Nas favelas do Brasil, mães solo, mães chefes de família, impossibilitadas de trabalhar por causa do afastamento social demonstram seu desespero: pagar o aluguel ou comprar comida com o dinheiro que ainda têm? Mães que trabalham fora e estão em Home Office, por causa da pandemia, se dizem cansadas e sobrecarregadas física e emocionalmente: Existe uma ideia imposta de que necessitamos dar conta de tudo, e tudo 100%. Porém, isso não é possível. São muitas as tarefas para serem desenvolvidas ao mesmo tempo. Libertador é quando nos damos conta de que não precisamos e nem podemos dar conta de tudo” (G. M. mãe do Renato 6 anos). A casa, palco principal onde acontecem as relações familiares, revelam muito sobre nós. Nela, as relações são explicitas, sem máscaras ou farsas. Na casa, somos o que somos como filhos e filhas, como pai e mãe. Na casa, as mães revelam que a maternidade não é só flores e amores, nela se experimenta solidão, sofrimento, culpa, cansaço, violência, decepção. Em tempos de pandemia, quando nos faltam as festividades e presentes, o momento é oportuno para vivermos nossas relações valorizando o ser humano que há por detrás de cada retrato romantizado de mãe; assim, aliviando a carga extra de fazer-se perfeita, quando tudo que precisam é serem reais. Pastora Carmen Miche Siegle


DINÂMICAS

Mensagem com dinâmica: A mão de Deus A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês. Amém. Encontramo-nos num dia especial. Busquei um símbolo para nos ajudar na reflexão e prédica de hoje e entender o jeito de Deus atuar em nossas vidas. Se vocês fizessem uma retrospectiva de suas vidas, provavelmente iriam concordar comigo que as mãos são parte importantenas suas vidas. As mãos são necessárias para cuidar de seus filhos, ou seja, para pegar no colo, cuidar, dar de comer, proteger. As mãos são necessárias para amparar-se como família na hora das dificuldades. As mãos são necessárias para o sustento da vida através do trabalho. As mãos são necessárias para indicar caminhos, transmitir bênçãos e inclusive para orar. Infelizmente as mãos também são usadas para atitudes e ações negativas ou para cruzá-las em atitudes de omissão. Nossas mãos falam, podem revelar nossa história de vida. Relação humana: Como usamos nossas mãos em nossa relação entre mães e filhos? Como família? Como comunidade? Somos capazes de dar-nos as mãos e caminhar juntos, amparando-nos nas dificuldades e ajudando-se no trabalho? Somos capazes de usar as mãos para gestos de perdão, carinho e benção? Somos capazes de valorizar o que nossas mães, nossos companheiros/as, nossos filhos fazem com suas mãos? Mãos de mãe: Querida comunidade. Eu creio que cada um de nós tem motivos para agradecer a Deus pelas mãos de mãe. Pelas mãos que sustentaram nossa infância, por aquelas que ensinaram, por aquelas mãos que transmitiram gestos de segurança e por aquelas mãos que nos acompanharam até o dia de hoje.


Podemos até nos distanciar das mãos de mãe, mas nas necessidades, dificuldades, sabemos que estas mãos sempre estão ali para nos ajudar, nos acolher, mostrar limites e indicar um caminho melhor. Mãos de Deus: Esta experiência com as mãos de mãe, nos ajuda a entender mais sobre as mãos de Deus. Mãos de Deus são como mãos de mãe. Na arte cristã muitas vezes aparece a mão fazendo referencia a Deus. A mão de Deus que pode dirigir, salvar, acolher, abençoar e também advertir. No AT, mesmo que o povo de Israel condenava as outras religiões por falarem de seu deus através de símbolos, também o povo israelita necessitava de símbolos para falar de Deus. Já na história de Abraão e Sara aparece Deus que convida com suas mãos e indica o caminho (Gn 12). E neste Deus que guia seu povo se pode confiar. Também na história de Moisés, Deus levanta sua mão para liberar os israelitas do Egito (Ex 7.5). Nestes dois exemplos aparece Deus que indica o caminho e salva; mas que também permite que seu povo cai. Com certeza vocês já experimentaram algo semelhante em suas próprias vidas. E nos perguntamos: porque? Esta pergunta nos toca profundamente, pois também nós temos experiências de dor, sofrimento e muitas vezes nos perguntamos. Por quê? Nem sempre temos a resposta, mas quando buscamos estar perto de Deus, sabemos que muitas vezes é nos momentos mais difíceis que conseguimos sentir a força e as bênçãos que ele provêm. Desenho mão: (usar um cartaz com o desenho de uma mão aberta e com um leve formato de concha. Este desenho é mostrado uma vez com a palma da mão virada para cima, outra vez para baixo, inclinado, etc para falar da experiência que temos com a mão de Deus.) ➢ Palma para cima = = muitas vezes Deus nos carrega ➢ Palma para baixo = Muitas vezes Deus nos abençoa. ➢ Mão com os dedos para cima = Para dizer: “segue adiante”, ou “pare” ou “Adeus” ➢ Mão com os dedos para baixo = mão de Deus estendida para nos ajudar, nos levantar.

Isaías 66.10-13 (ler o texto) Os últimos capítulos do livro de Isaías falam do exílio do povo de Israel na Babilônia e do retorno a sua terra. Isaías anuncia que o sofrimento pelo qual o povo passou está chegando ao fim. A boa notícia é que este povo será consolado pelo próprio Deus.


Deus é comparado a uma mãe que consola; que acolhe seus filhos em seus braços. Deus tomará o povo em suas mãos e os guiará para uma vida melhor. Esta boa notícia do profeta Isaías também vale para nós. Não somente esta boa notícia de Isaías, mas a boa notícia que encontramos em toda a Bíblia. Boa notícia que também foi interpretada pelo reformador Martim Lutero. Aliás, no período difícil de conflito da Reforma, Lutero passou por perigos. Dizem que uma vez um mensageiro da Igreja Católica tentou assustar Lutero. Disse que estavam armando um grupo para pôr-se em batalha com Lutero. Ele disse: “Você está morto Lutero, a não ser que possas reunir forças para defender-te. Aonde vais estar?” Depois de alguns instantes de silêncio Lutero respondeu: “Estarei onde sempre estive: nas mãos de Deus.” Com estas palavras eu convido a todos vocês para também buscar amparo, ajuda, proteção e acolhida nas mãos de Deus. Gostaria de motivar a vocês mães a seguir este caminho que Deus nos indica com suas mãos e a confiar sempre no Deus que com sua mão nos carrega, abençoa e levanta. E vocês filhos e filhas convido a ter mais disposição de ouvir, caminhar, compartilhar e aprender de suas mães e esposas. Podem crer que a maioria das mães quer auxiliar vocês a permanecer nas mãos de Deus. E, como comunidade de Jesus Cristo: • • • •

ajudemo-nos mutuamente, valorizando-nos, amparando-nos nas dificuldades e ajudando-nos no trabalho seja comunitário como familiar. ajudemos as mães de nossa comunidade usando nossas mãos para gestos de perdão, carinho e benção. utilizemos nossos dons para juntos sentirmo-nos carregados e animarmos na confiança de que Deus está presente e nos ampara com sua mão. Por isso juntemos nossas mãos em oração para que Deus nos fortaleça e nos abençoa hoje e sempre.

Finalize com uma Oração. Pastora Marli SeibertHellwig

Mensagem com Dinâmica: O AMOR DE MÃE Isaías 49.15: “Acaso pode uma mãe esquecer-se do filho que ainda mama, de modo que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti”. Quando começaram a remover as ruínas da Segunda Guerra Mundial, os trabalhadores se depararam nos porões de um prédio destruído, em München, Alemanha, com um quadro impressionante. O bombardeio havia rompido o encanamento de água e os refugiados, nos fundos deste porão, morreram afogados. E entre os muitos mortos encontrava-se, bem ao fundo, o esqueleto de uma mãe erguendo nos braços o esqueleto do filho.


Era uma das mães desconhecidas que procurava salvar desesperadamente o seu filho da água que enchia o esconderijo. Lembro-me de uma reportagem do ano passado em que uma mãe pula do terceiro andar em chamas com o filho. Ela pula de costas, com o filho no colo, fazendo assim do seu corpo uma espécie de colchão para proteger o filho. Felizmente a mãe e a criança sobreviveram sem maiores machucados. Não precisamos, para falar do amor de mãe, usar apenas estes exemplos extremos. Temos muitas histórias de mães heroínas que fazem jornada tripla de trabalho: levantam mais cedo para deixar tudo pronto antes de sair para o trabalho, Voltam, fazem o almoço, cuidam dos filhos, marido. Retornam ao trabalho e a noite ainda lavam a roupa, limpam a casa, preparam as coisas para o outro dia. Mães que trabalham na cidade, mães que trabalham no campo. Amor de mãe é o amor terreno mais bonito e perfeito que existe sobre a terra. Uma mãe é capaz de fazer tudo pelo seu filho, até mesmo dar a sua vida por ele. A mãe não se importa de passar noites acordados, cuidando do seu filho doente. Com carinho prepara a sua mamadeira e, depois de grande, ainda continua se preocupando com ele. Mãe é o amor de Deus personificado na terra. Deus ao dar este dom, ao repartir o seu modo de amar com as mães também lhes deu uma missão. Na China comunista Mao Tse Tung instituiu nas escolas o aprendizado obrigatório de armas de fogo. Ele deu às crianças armas de verdade para aprenderem desde cedo a se defenderem do perigo. Alguém perguntou certa vez a um cristão qual era, na sua opinião, a melhor tradução da Bíblia. Sem vacilar, ele respondeu: “Da minha mãe”. Espantado, a pessoa lhe perguntou se a sua mãe era estudada, se conhecia o grego e o hebraico. O cristão então respondeu: “Minha mãe não tem estudo, nem entende de grego e hebraico. Mas ela traduziu a Bíblia para mim, explicando-a e vivendo-a na vida diária”. Maternidade cristã é conduzir os filhos para a Palavra de Deus: esta é a missão da mãe cristã! Dinâmica: Escolher uma história de acordo com a realidade local ou o fato que se deseja enfatizar, e na medida ela vai sendo contada, todas as mulheres recebem um potinho com miçangas variadas e um pedaço de fio de silicone no intuito de formar uma pulseira como presente para as mães. Este será um gesto de gratidão às mães pelo carinho, cuidado e amor, não é um presente comprado, mas feito pelas próprias mãos (a comunidade reunida, crianças, jovens, homens são convidados a ajudar na confecção da lembrança pelo dia das mães). Na história, a última pedra da pulseira que será contada é a MÃE! Que esta história de amor, de amor materno de Deus pelos seus filhos/as possa estar enfeitando as mãos de vocês e inspirando seus corações na maternidade cristã.


Pastora Rosangela Fenner Radons

DINÂMICA: Balões cheios de sonhos de mãe Material: Balões coloridos (ou em forma de coração), um para cada mãe. Objetivo: Aprender a depositar nas mãos de Deus os nossos sonhos em relação aos nossos filhos. Desenvolvimento: 1. Forme um círculo com todas as mães. 2. Entregue um balão para cada uma. 3. Peça às mães para imaginarem que, ao encher os balões, estarão colocando dentro deles todos os seus sonhos, planos, anseios e desejos mais queridos que tenham em relação a seus filhos/filhas. Diga-lhes para serem bem criativas e não ter vergonha de colocar tudo o que desejam: alegria, bons amigos, boa convivência na escola e em casa, responsabilidade, boas notas, bom emprego, realização profissional, passar no vestibular, entrar em uma boa universidade, etc. 4. Quando os balões estiverem cheios oriente-as a amarrá-los bem. 5. Jogando os balões para o ar, como em uma partida de voley, as mães deverão “compartilhar” os seus sonhos. Atenção: não deixem os sonhos cair no chão! 6. Interrompa o “compartilhar dos sonhos” e peça para cada um ficar com um balão na mão. Pergunte: você está com os seus sonhos nas mãos ou são os sonhos de outras pessoas? Seja como for, os sonhos são muito importantes. 7. Peça às mães para colocarem os “sonhos” no chão e estourarem. 8. Pergunte: Onde estão os sonhos agora? Foram embora? Morreram? Perderam-se? Estão no ar? (ouça as respostas). 9. Peça às mães para colocarem-se na ponta dos pés, erguerem as mãos para o alto e simularem um movimento de entrega. Aplicação: Nossos sonhos, planos, anseios e desejos mais queridos não devem estar guardados, não devem ficar apenas em nossas mãos e coração, eles devem ser entregues nas mãos de Deus. O melhor lugar para eles. (Adaptação de: Atividades Recreativas para todas as idades – Priscila Laranjeira) Adaptado pela Catequista Mariane Bail da Cruz


PREGAÇÕES E LITURGIAS

MENSAGEM pelo Dia das Mães Graça e Paz da parte do Deus Criador e Mantenedor da Vida a todos e todas vocês! Prezada Comunidade: O que celebramos no dia das mães? Neste dia as mulheres são lembradas como trabalhadoras, mães, como aquela que cuida, que cria, que passa noites em claro. Também são lembrados os vários tipos do ser mãe, como a mãe solteira, a mãe mais idosa, a mãe mais nova, a que teve mais filhos, mãe pobre e mãe rica, todas são lembradas e valorizadas pelos filhos e filhas, cônjuges e sociedade em geral no dia das mães. Também aquelas que já se forma recebem uma homenagem especial. Mas, de onde vem este dia, quem iniciou a primeira celebração do dia das mães, qual é a origem desta data tão famosa? A idealizadora deste dia foi uma mulher chamada Ana Jarvis, natural dos Estados Unidos. Ana era muito unida com sua família. Seu pai havia falecido em 1902 e três anos depois, sua mãe também faleceu. Com o sofrimento da perda de seus pais, Ana realizou a primeira celebração do Dia das Mães em sua própria casa, no segundo domingo de maio de 1907. A celebração foi tão comovente que se repetiu nos próximos anos e como Ana não queria que esta celebração ficasse sendo algo pessoal, ela iniciou uma campanha para que todos os filhos e filhas pudessem honrar e homenagear suas mães vivas ou mortas. Assim, ela enviou cartas, visitou políticos e religiosos até que o presidente dos Estados Unidos proclamou o 2O. domingo do mês de maio como o dia das mães e, aos poucos, esta data foi internacionalizada, sendo que no Brasil a data foi oficializada no ano de 1932. O objetivo central deste dia é celebrar a mãe como pessoa humana, como mulher que tem sonhos, e necessita ser amada e homenageada a cada novo dia, em todos os tempos, por tudo aquilo que ela é e faz, com respeito, carinho e sinceridade. Mas, o que uma mãe faz? Toda mulher que é mãe ama, acolhe, cria, gera, protege, dá alimento aos filhos, trabalha, cuida, consola na tristeza, se alegra na alegria, enfim, poderíamos resumir todas as ações de uma mãe com uma única


palavra: AMOR. Ela ama e por isso se doa e também se sacrifica por amor. Lembro aqui a imagem de um pássaro, o pelicano que pode ser comparado com todas as mães. Quando não há comida suficiente para seus filhotes a fêmea pica o próprio peito para alimentá-los com seu sangue. O amor maternal também é assim. Dá de tudo e faz tudo em favor da sua prole. Quando se lembra o dia das mães também é importante resgatar os textos bíblicos que nos falam de como Deus age, como ele é e quais as imagens que caracterizam nosso Deus. Desde crianças aprendemos que Deus é Pai, é todopoderoso, outras vezes, na Bíblia, Deus aprece como o criador, como o juiz, o oleiro, o pastor, enfim, algumas imagens que tentam falar sobre como é Deus e de como ele age conosco. Acima de tudo, Deus é mistério e é indizível, ou seja, não se pode usar somente um símbolo, uma metáfora ou uma comparação para falar sobre Deus. Toda linguagem humana é insuficiente e incompleta para dizer como é Deus. Deus não pode ser explicado de uma forma só. Somente podemos falar dele de acordo com as experiências que temos com ele, ou seja, como ele age em nossa vida. Para o povo hebreu que estava escravo no Egito, Deus é conhecido como o libertador, porque enviou a libertação para aquelas pessoas. Para muitas pessoas ainda hoje Deus é visualizado como um velhinho de barbas brancas, porque foi assim que nos ensinaram desde a infância. Mas Deus se revela de muitas formas aos seres humanos e podemos falar acerca de suas ações através de várias imagens bíblicas. Então, será que também podemos falar de Deus como mãe? Será que paramos para pensar que o amor de Deus para conosco é como o amor de uma mãe, que sente a dor como a mulher sente as dores no parto, que consola os filhos e as filhas como uma mãe cuida deles... Sim, querida comunidade, não é maravilhoso saber que Deus nos ama como uma mãe e podemos chamá-lo também de Deus Mãe? Tudo isso nos revela a palavra de Deus, conforme lemos no livro do profeta Isaías 42.14: “O Deus Eterno diz: Por muito tempo eu não disse nada, fiquei calado e não respondi, mas agora vou gritar como uma mulher em dores de parto, vou me lamentar e clamar.” Deus compara a sua dor pela infidelidade de seu povo como a dor de uma mulher, de uma mãe que vai dar a luz. Em outros textos Deus também revela seu amor por nós, seu povo, cf. Dt 32.10ss: Aqui vemos que Deus orienta o seu povo como a águia ensina seus filhotes a voar. O amor de Deus por nós também é expresso de forma singela e maternal pelo profeta Oséias no cap. 11. 1-4: “Quando Israel era criança eu já o amava e do Egito chamei o meu filho... Fui eu que ensinei o meu povo a andar, eu os segurei nos meus braços, porém eles não sabiam que era eu que cuidava deles. Com laços de amor e de carinho eu os trouxe para perto de mim, eu os segurei nos braços como quem pega uma criança no colo. Eu me inclinei e lhes dei de comer.” Deus é como uma mãe para cada um e cada uma de nós, nos chama de filhas/os amados/as, nos ensina a andar, nos segura em seus braços, nos pega no colo como uma mãe pega uma criança e nos dá de comer. Existe algo mais precioso do que isto, um Deus como uma mãe, que nos cuida e protege e ensina o B-A-BÁ na


fé e no amor. Alegramo-nos por Deus ser como uma Mãe que cria a Vida, a preserva, a mantém com seu poder e nos cuida com amor e atenção especiais. Esta é a mensagem de Deus para todos os tempos e todas as pessoas em todos os lugares, mas muitos não querem ouvir e até aqueles que são escolhidos por Deus, não cumprem sua vontade, por isso Deus utiliza a voz dos profetas e profetizas para dizer aquilo que Ele deseja fazer com os que não fazem a sua vontade, porque ele nos promete castigo e salvação, dor e perdão, conforme as palavras do profeta Isaías que diz: “Será que uma mulher pode dar à luz sem sofrer dores de parto?” Não, o sofrimento existe, a dor surge, mas Deus sabe que após a dor sempre vem a alegria, o júbilo, a festa da paz na plenitude de seu Reino. Assim também aconteceu com Jesus Cristo que morreu e ressuscitou, será assim também conosco se confiamos nas suas promessas, porque Deus vai nos consolar, como uma mãe que consola seus filhos e filhas, Deus nos consolará e todos vão ficar contentes e terão novas forças num mundo repleto de paz e amor. Assim é e age nosso Deus amoroso que tem compaixão daqueles que sofrem e cuida de seus filhos e filha como uma galinha cuida de seus pintinhos debaixo de suas asas. Esta também foi a comparação que Jesus Cristo usou quando lamentou sobre a cidade de Jerusalém e seus moradores que não haviam entendido o projeto do Reino de Deus que Cristo veio anunciar, e por isto diz que sempre quis reunir os filhos de Jerusalém assim como a galinha reúne embaixo de suas asas os seus pintinhos, conforme o texto do evangelho de Mateus 23.37-39. Assim, podemos nos alegrar neste dia das mães por saber que temos um Deus que nos ama como o amor de mãe e que fortalece e acompanha a vida de tantas mulheres que são mães. Louvamos a Deus pelas mães da história do povo de Deus, como Sara, Hagar, Rute, Ana, Isabel, Maria, a viúva de Naim e a mãe de Jairo e tantas mulheres que tiveram fé e foram persistentes em sua luta pela vida, cuidado, amor e paz. Lembremos que em seu ministério Jesus Cristo também se relacionou com muitas mulheres e elas foram testemunhas fiéis de seu projeto do reino de Deus. Muitas delas também eram mães. No texto de Lc 11.27 uma mulher fala para Jesus como uma confissão de fé: “Bem aventurada aquela que te concebeu e os seios que te amamentaram. Feliz a mãe que te criou e te sustentou.” Querida comunidade, a Bíblia é a história do povo de Deus não só de homens, mas também de mulheres que lutaram por vida digna, que foram firmes na fé e eram agradecidas a Deus. Por isso, prezados irmãos e irmãs, a maior alegria do dia das mães não é o êxito do comércio, a fartura de presentes, mas é saber que Deus nos ama como o amor de mãe, nos consola, nos protege, nos ensina a caminhar, nos segura no colo e nos ampara. Ele é o Deus que se sente e se compadece de seu povo assim como a mulher sente as dores de parto e se alegra com a vida justa e com o amor concretizado entre nós no dia-a-dia de nosso viver. Amém. Pastora Cristina Scherer

Reflexão Dia das Mães


Este é o meu mandamento: amem uns aos outros assim como eu amo vocês. Falar de amor não é algo fácil, porque amor é sentimento, e cada pessoa ama de uma maneira, com uma intensidade. Cada pessoa expressa o amor de um jeito, seja marido e esposa, pais e filhos, não há um jeito único de amar. E o tempo vai determinando também o nosso jeito de expressar o amor. Maio lembra o dia das Mães, e os cartazes/autodors estão espalhados por toda parte falando de amor, uns tentando vender um produto outros tentando comprar um voto. E todos exaltando o amor de Mãe! Os valores de ser mãe! O que pensam as mães sobre isso? Será que todas as mulheres concordam com todos esses títulos! Será que as mulheres precisam e querem esse tipo de homenagem? Será que é preciso homenagear mães, pai, ...? E ainda mais com presentes? O valor e o amor de mãe não pode ser medido num único dia, nem num pacote/objeto por mais colorido e valioso que ele seja. Ser mãe é uma condição biológica única, mas sem a presença de um homem/pai este dom da natureza torna-se para muitas mulheres uma imposição e castigo. A vida de “um ser” fica totalmente na dependência da mulher que tem como única opção – aceitar amar! Pensemos na realidade da mulher que ousa dizer “não” a uma condição maternal imposta! O mesmo não acontece para o pai, que pode abandonar e não é crime, nem recebe castigo da sociedade. Para muitas, ser mãe não é nada tão bonito e encantador como mostra a propaganda. E quem é mãe sabe das alegrias, mas também das preocupações. Ser mãe é um dom maravilhoso, uma graça, mas isso não impede o sofrimento. A Bíblia apresenta muitas histórias de mulheres mães. Sara, Ana e Isabel que eram discriminadas por serem estéreis e idosas, mas que receberam a graça de ser mãe e só então passaram a ser reconhecidas; Tamar e Raabe eram mães prostitutas; Rute foi mãe de Obede, (pai de Davi), ela teve que ter um filho para garantir a sobrevivência e a linhagem da família de Noemi; A mulher de Urias, Bateseba, que foi seduzida por Davi e teve um filho seu. E Maria – mãe de Jesus - foi mãe adolescente. Todas estas mulheres e estórias estão na genealogia de Jesus (Mateus 1). Além de outras mães que sofriam com a doença ou a morte dos filhos. As histórias bíblicas das mães quase sempre estão ligadas ao sofrimento e ameaças. Neste contexto os textos que temos para reflexão no dia de hoje vem falar de amor. Seria mais fácil falar do óbvio e seguir com o discurso proposto pela mídia, e seguir exaltando as mães e mulheres. Mas os textos de hoje também querem nos levar a outras reflexões que apontam para além da data em comemoração. Retomando os textos bíblicos: Em João 15 Jesus está falando com seus discípulos/homens, anunciando e preparando a sua partida. O texto que antecede fala da videira e os ramos que devem permanecer unidos para produzir frutos. Fala de todo cuidado que se deve ter para que isso aconteça.. Uma videira produz bons frutos quando é cuidada com amor! Assim também deve ser a vida daquelas pessoas que seguem a Jesus. Amor exige cuidado. Quem ama cuida! Mas cuidar exige sacrifícios! A videira precisa de podas, de cortes,... Assim também as relações entre pessoas: (pais e filhos, marido e esposa, governo e sociedade,...) precisam, às vezes, de cortes


dolorosos... Limites e regras precisam existir para todas as pessoas e situações, não só para crianças. Jesus fala em obediência, e no mundo em que vivemos essa palavra parece fora de moda. Obedecer é coisa antiga. O que mais vemos é transgressão da ordem, dos mandamentos, das leis, seja de trânsito ou do código civil. A carta de João diz: Se obedecemos os mandamentos de Deus , então temos certeza de que o conhecemos. Se alguém diz: eu conheço a Deus, mas não obedece é mentiroso, e não há verdade nele. (...) Quem “diz que vive unido com Deus deve viver como Jesus ensinou”. Amar/respeitar uns aos outros é mandamento para todas as pessoas, independente da religião. Amar uns aos outros é regra de ouro de todas as religiões. Judaísmo, islamismo, cristianismo tem o mesmo mandamento. Muda só a formulação, mas o sentido último é um só. Ame o teu próximo como a si mesmo; o que queres que façam a você, faça você também ao outro. Portanto o mandamento do amor é para todo mundo, para todas as pessoas, e de todas as religiões. E também para as que se assumem sem religião, porque o amor independe de religião, ele é universal. Amar é condição para garantir a vida no mundo, não é privilégio de uns poucos. Jesus amou o mundo de tal maneira que morreu na cruz. O amor não discrimina. O amor não separa. Não há judeu, nem grego, homem ou mulher... O amor gera comunidade. Amar é levar adiante, na comunidade, o projeto de vida e liberdade que Jesus ensinou. Eu vim para que tenham vida e vida abundante. Na carta de João a palavra que define amor é “ágape” “amor solidário”. É da prática do Ágape/do amor solidário que dependem o cristianismo, todas as religiões e o mundo. Amar ou não amar definem a vida no mundo. Se existem guerras, violência é sinal de que o amor/ágape está negligenciado em favor do lucro, do capital, dos interesses próprios, e tantas outras coisas... O amor não é comparável! Não tem medida ou balança para julgar. Amar requer aprender a não comparar, medir, calcular. O amor não tem preço, não se adquire, mas se experimenta e vivencia no calor dos braços de uma mãe, de um pai, de uma família, de uma comunidade, ... E maior exemplo de amor para nós cristãos é o amor de Deus, em Jesus. Que aprendamos com Ele a amar a Deus e ao próximo.Se vocês me amam guardem os meus mandamentos. Amem uns aos outros assim como e vos amei. Rendemos graças a todas as pessoas que se empenham para vivenciar o amor verdadeiro, ensinado por Deus à humanidade e revelado em Jesus Cristo ao mundo. Entre estas pessoas estão algumas mães. Que Deus as abençoe, proteja e ilumine sempre. Amém! Pastora Neusa Tetzner


PREGAÇÃO DIA DAS MÃES OSÉIAS 11.1,3-4 Que a graça do nosso Salvador Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e Mãe, e a comunhão do Espírito Santo esteja com todos e todas nós. Querida comunidade, inicio a pregação de hoje compartilhando uma crônica de Rubem Alves, intitulada os 33 nomes de Deus. Ela diz o seguinte: De vez em quando perguntam-me se acredito em Deus. Mas é claro. Acredito mais que a maioria das pessoas. Tenho até trinta e três nomes para ele. Esses nomes foi a Margueritte Yourcenar que me contou. Pois esses são os trinta e três nomes de Deus que ela me ensinou. É só falar o nome, ver na imaginação o que o nome diz, para que todo o nosso ser se encha de uma alegria que só pode ser a manifestação da presença de Deus em nosso viver… Mas é preciso ler bem devagarinho… 1.Mar da manhã. 2.Barulho da fonte nos rochedos sobre as paredes de pedra. 3.Vento do mar de noite, numa ilha… 4.Abelha. 5.Vôo triangular dos cisnes. 6. Cordeirinho recém-nascido…. 7.Mugido doce da vaca, mugido selvagem do touro. 8.Mugido paciente do boi. 9. Fogo vermelho no fogão. 10.Capim. 11.Perfume do capim. 12.Passarinho no céu. 13.Terra boa… 14.Garça que esperou toda a noite, meio gelada, e que vai matar sua fome no nascer do sol. 15. Peixinho que agoniza no papo da garça. 16. Mão que entra em contato com as coisas. 17.A pele, toda a superfície do corpo 18. O olhar e tudo o que ele olha. 19. Um sorriso. 20.Um abraço bem apertado. 21.O som de uma viola e de uma flauta indígena. 22.Um gole de uma bebida fria ou quente. 23.Pão. 24.As flores que saem da terra na primavera. 25.Sono na cama. 26. Um cego que canta e uma criança enferma. 27. Cavalo correndo livre. 28.A cadela e os cãezinhos. 29.Sol nascente sobre um lago gelado. 30.O relâmpago silencioso. 31. O trovão que estronda. 32.O silêncio entre dois amigos. 33.A voz que vem do leste, entra pela orelha direita e ensina uma canção…”


Não é preciso que sejam os seus. Faça a sua própria lista. Eu incluiria: Ouvir a sonata Apassionata de Beethoven. Sapos coaxando no charco. O canto do sabiá. Banho de cachoeira. A beleza das borboletas O sorriso de uma criança. O sorriso de uma pessoa idosa Balançar num balanço tocando com o pé as folhas da árvore… Morder uma jabuticaba… Em todas essas coisas percebo a face e a presença de Deus em meu viver… Sim, acredito muito em Deus. Como não conseguimos ver Deus, precisamos, assim como Rubem Alves, vinculá-lo e perceber a presença Dele em nosso viver a partir de fatos, de coisas e das outras pessoas.Fazemos isso para conseguirmos nos aproximar de Deus e para conseguirmos estabelecer uma relação de intimidade e de confiança com Ele. Cada um e cada uma se utiliza de nomes, de pessoas ou de coisas vísiveis, coisas do seu dia a dia para se referir e para se aproximar de Deus e para perceber a proximidade Dele conosco. Cada pessoa aqui tem uma maneira bem específica de ver Deus e de se relacionar com Ele, fazendo isso a partir das suas experiências, alegrias, tristezas, sonhos e necessidades. Os nomes, as coisas e as pessoas que utilizamos para falar de Deus ou para perceber a presença Dele em nosso viver, não conseguem abarcar a totalidade e a complexidade de Deus. Ele é mais do que tudo o pensar, a agir e falar humano. A possibilidade de criarmos maneiras de falar e de ver Deus tem a ver com a disposição de Deus em sempre de novo se aproximar e de mostrar a sua presença durante toda a nossa história e viver. Assim como nós e Rubem Alves, os relatos bíblicos apresentam diversas maneiras de falar e de perceber Deus. No texto bíblico de Lucas 24, que relata sobre o caminho de Emaús, fato ocorrido logo após a ressurreição de Jesus Cristo, Deus é visto como aquele, que se faz ser humano, enfrenta a morte, ressuscita, que caminha com os dois discípulos entristecidos pela perda do seu amado mestre e que através do seu falar sobre a sua promessa amorosa da ressurreição consola-os a tal ponto que os seus corações são aquecidos e aconchegados. Já no relato bíblico de Oséias 11.1,3-4, o profeta Oséias apresenta Deus como uma mãe amorosa, que chama a nação de Israel, afastada de Deus pela fé em outros deuses, de filho, que ensinou-os a andar, tomou-os em seus braços, cuidou e sarou das dores deles com gestos de amor e que foi ao encontro deles para os alimentar, cuidar das suas necessidades. Penso que no dia de hoje, quando homenageamos as mães, olhar para a maneira que o profeta Oséias fala e nos apresenta Deus é muito interessante. Isso porque, quando nascemos a nossa mãe, juntamente com o nosso pai, é a nossa primeira referência e experiência de fé, pois é com ela que estabelecemos as nossas primeiras relações de confiança e afeto. A forma com que nos relacionamos com nossa mãe e também com o nosso pai, ele e ela conosco, vai nos ajudar ou não a estabelecermos a nossa relação com Deus.


Devido a isso, é através do carinho, do amor, do cuidado, dos ensinamentos, dos exemplos, da educação, das exigências de nossas mães é que percebemos a presença e o cuidado amoroso de Deus em nosso viver. Assim como na crônica e nos relatos bíblicos, as nossas mães enchem o nosso ser de alegria e de amor, que elas só podem ser instrumentos da presença amorosa de Deus em nossa vida. Para ajudar nesse reflexão e para encerrar compartilho com vocês uma história: É a história de um bebê, que antes de nascer, está muito preocupado e por isso vai conversar com Deus. Ao chegar diante de Deus pergunta: Deus amoroso gostaria de saber se posso ficar um pouquinho mais aqui, bem pertinho do seu amor e aconchego, estes que me dão muito conforto e segurança. Além disso, tenho muito medo do mundo que me espera. Então Deus respondeu: Meu querido bebê, não tenha medo! Pois você não ficará longe do meu amor e do meu aconchego, porque eu incumbi duas pessoas especiais para te amarem de forma incondicional, assim como eu te amo, e também para te dar proteção, segurança e muito carinho. Essas duas pessoas especiais você chamará de Mãe e Pai. Após essa conversa o bebê se sentiu tranqüilo e seguro para nascer. Que Deus nos ajude a perceber a nossa mãe e também o nosso pai como sinais visíveis do amor incondicional Dele em nossa vida. Que Ele nos inspire sempre a amar, a cuidar, a respeitar, a perdoar e a valorizar todos os feitos da nossa mãe e do nosso pai em nosso favor. Que Ele encha o nosso coração de gratidão e alegria para que em todos os momentos do nosso viver possamos sempre agradecer pelos maravilhosos presentes que são a nossa mãe e pai. Amém! Pastora Pamela Milbratz

Culto Alusivo ao Dia das Mães LITURGIA DE ENTRADA Acolhida L. O profeta Isaías escreve: “Escute, povo de Israel: escutem todos os descendentes de Jacó. Desde que vocês nasceram, eu os tenho carregado, sempre cuidei de vocês. E quando vocês ficarem velhos, eu serei o mesmo Deus; cuidarei de vocês quando tiverem cabelos brancos. Eu os criei e os carregarei; eu os ajudarei e salvarei” (Isaías 46.3-4) Este é o nosso Deus! Uma fonte eterna de amor e que transborda de bondade e de cuidado. Ele cuida da gente durante todo o nosso viver, nos carrega nos momentos de cansaço e quando tropeçamos nos acolhe em seu abraço! Damos as boas vindas a todas as pessoas presentes. ♫ Hino: 239 Damos Graças Saudação Trinitária L. Reunimo-nos em culto em nome de Deus, o criador e mantenedor da vida, que nos abraça como um pai e uma mãe, em nome de seu Filho Jesus Cristo, nosso Salvador, e em nome do Santo Espírito de amor, que cuida com carinho qual mãe cuida da gente Amém! ♫ Hino: 332 Deus está aqui


Oração do dia T. Deus, Pai e Mãe, de olhos mansos: sei que estás invisível em todas as coisas. Que teu nome me seja doce, a alegria do meu mundo. Traze-nos as coisas boas em que tens alegria: o jardim, as fontes, as crianças, o pão e o vinho, os gestos ternos, as mãos desarmadas, os corpos abraçados. Sei que desejas dar-me o meu desejo mais profundo, desejo que esqueci, mas tu não esqueces nunca. Realiza, pois o teu desejo para que eu possa rir. Que o teu desejo se realize em nosso mundo da mesma maneira como ele pulsa em ti. Concede-nos o contentamento nas alegrias de hoje: o pão, a água, o sono, o sorriso, a natureza e o abraço. Que sejamos livres da ansiedade. Que os nossos olhos sejam tão mansos com os outros como os teus são para conosco. Porque se formos ferozes não podemos acolher a tua bondade. E ajuda-nos para que não sejamos enganados pelos desejos maus e livra-nos das situações de sofrimento, injustiça e morte. Em nome de Jesus amém. LITURGIA DA PALAVRA ♫ Hino: 421 Eu quero ser Primeira Leitura Bíblica: Oséias 11.1,3-4 Aclamação do Evangelho L. “Deus diz: Como uma mãe consola o seu filho, eu também consolarei vocês. Quando virem isso acontecer vocês ficarão contentes e terão novas forças, como uma planta que cresce viçosa.” (Isaías 66.13-14) Louvamos o evangelho cantando aleluia ♫ Hino: 353 Aleluia Leitura do Evangelho: Lucas 24.13-35 Pregação Confissão de Fé ♫ Hino: 178 Andando com Cristo Oração de intercessão L Entre os gritos de socorro e os gemidos de sofrimento, em todo o mundo, destacase a voz das mães. Sejamos solidários e clamemos com elas a Deus em oração: Bondoso Deus, tu que ouves nosso clamor e que estás presente onde pessoas choram unimos as nossas vozes as das mães desse mundo e suplicamos: Pelas mães que vêem seus filhos e filhas perderem a vida em guerras, que têm filhos e filhas desaparecidos e jogando a vida fora pelo caminho das drogas. Suplicamos, ó Deus, pelas mães que não conseguem sustentar os filhos e filhas com seus rendimentos. Suplicamos, Deus amoroso, pelas mães que sofrem violência dentro de casa, por parte do marido e até dos filhos. Suplicamos, Deus misericordioso por mudanças nas leis, nas formas de convivência, para que haja paz e mais respeito nas relações de gênero, para que as mulheres, mães, vivam com mais dignidade. Suplicamos também Deus querido, pelas famílias em que há conflitos, pessoas enfermas, enlutadas, tristes, sem esperança, marginalizadas e excluídas. Tudo mais que temos guardado em nosso coração colocamos sob tua amorosa mão. Por Jesus Cristo teu filho, que contigo e com o Espírito Santo vive e reina de eternidade em eternidade amém. LITURGIA DA CEIA DO SENHOR Recolhimento das ofertas ♫ Hino: 358 Nosso pai nos põe a mesa Oração Eucarística


L. Nós te agradecemos amoroso Deus pelo pão e pelo fruto da videira frutos da terra e do trabalho, que são nessa ceia comida e bebida da salvação. Anamnese L.Nós te agradecemos Deus, pai maternal, que vieste a nós em Jesus, teu Filho, nascido de mulher humilde, e que, ao longo do seu ministério, soube tratar as mulheres e mães de forma respeitosa, acolhedora, carinhosa,opondo-se aos costumes opressores da época, ainda que com isso precisasse dar sua vida. Narrativa da Instituição L. Na noite em que foi traído, ele, nosso Senhor Jesus Cristo, tomou o pão, rendeu graças, o partiu dizendo: “Tomai e comei: isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim.” A seguir, depois de cear, tomou também o cálice dizendo: “Bebei dele todos, porque este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós, para remissão dos pecados. Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” Epiclese L. Envia Deus amoroso, o Espírito de vida, de comunhão e de amor para que, partilhando o pão da Vida e o cálice da Salvação, nos tornemos, em Cristo, um só corpo que anuncia a esperança com carinho maternal. Amém ♫Hino: Por Cristo com Cristo Pai Nosso e Gesto da paz L. Como a mãe abraça, acaricia, amamenta e cuida de seu filho e sua filha, Deus nos abraça, acaricia, nutre e cuida de nós. Em Deus, portanto, nos encontramos e somos irmãos e irmãs. Como forma de expressar a nossa comunhão em Cristo oremos de mãos dadas a oração que Jesus Cristo nos ensinou: Pai nosso... Fração L. O cálice da benção pelo qual damos graças é a comunhão no sangue de Cristo; O pão que partimos e repartimos é a comunhão no corpo de Cristo. ♫ Hino: Nós embora muitos Convite L. “Então Jerusalém será como uma mãe; ela lhes dará de mamar, carregará vocês nos braços e no colo os abraçará com carinho.” (Is 66.12b) Venham todas as pessoas para a festa da alegria por Cristo inaugurada. Comunhão (405, 419,144) Bênção para as crianças e adolescentes Oração pós comunhão L. Oremos: Deus, que cuidas de nós qual pai e mãe, agradecemos-te porque nos restauras através da comunhão do corpo e sangue de teu Filho. Concede, em tua bondade, que essa Ceia nos fortaleça na fé em ti e na disposição de vivermos como família cristã. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém. Benção para as mães L. “O Senhor te abençoe. Ele encha os teus pés com a dança e teus braços com o poder. Ele encha teus olhos de sorrisos. Ele encha os teus ouvidos com a música e as tuas narinas com os aromas. Ele encha a tua boca com júbilo e teu coração com alegria. Ele te de forças para seres um reflexo da esperança.” LITURGIA DE SAÍDA


♫ Hino: Graças dou por minha mãe (Conforme melodia de HPD 237) (Durante o hino são levados para o altar retratos com as várias mães de nosso país) Avisos Benção e Envio T.A benção do Deus de Sara, Abrão e Hagar. A benção do filho nascido de Maria. A benção do santo espírito de amor, que cuida com carinho qual mãe cuida da gente esteja sobre todos nós amém! L. Vamos e que Deus nos abençoe, que nos guarde em amor, que a esperança e a fé nos motivem a servir a Ele e ao nosso próximo com grande alegria. Amém Liturgia elaborada pela Pastora Pamela Milbratz

Celebração pelo Dia das Mães Liturgia elaborada em 2014 pela Coordenação de Gênero da IECLB “Toda aquela pessoa que fizer a vontade de meu pai celeste, é meu irmão, irmã e mãe”. Mateus 12.46-50 Liturgia de Abertura Prelúdio Acolhida (Providenciar os seguintes objetos para serem levados ao altar – ou colocados numa mesa auxiliar à frente do altar e da comunidade: Chinelos, calçados, mamadeiras, brinquedos. Com esses objetos representamos a nós em nossas várias fases de vida, enquanto filhos e filhas. Mesmo as pessoas de mais idade são motivadas a se ver e a sentir-se como filhos e filhas) L Saudamos com muita alegria a cada um e a cada uma de vocês, filhos e filhas, que hoje vêm aqui agradecer pelo dom da vida, e louvar a Deus por todas as pessoas que ofereceram e oferecem um colo materno. Entoemos o primeiro hino, e enquanto isso, serão trazidos ao altar alguns objetos que representam a nós, na condição de filhos e filhas que somos, não importa qual a nossa idade. Canto Inicial Saudação trinitária L Disse certa vez Nelson Mandela: “Não existe revelação mais nítida da alma de uma sociedade do que a forma como esta trata as suas crianças”. Motivados e motivadas por esta frase, celebremos esse Culto pelo Dia das Mães. Em nome de Deus, que nos ama e protege como um Pai e uma Mãe amorosos, de Jesus Cristo, nosso Irmão, e do Espírito Santo, a poderosa Chama da Comunhão. Amém. Confissão de culpa


L Acheguemo-nos diante de Deus para admitir e confessar as nossas transgressões e clamar pelo seu perdão. Oremos: L Deus, pedimos o teu perdão, porque muitas vezes pensamos que todas as mulheres deveriam ser mães, e se não o forem, são imperfeitas ou incompletas. Esquecemo-nos de que muitas mulheres encontram seu dom e vocação em outras funções, e não na maternidade. Jogamos uma grande culpa sobre essas mulheres que por vários motivos não são mães. Nós nos envergonhamos, Deus, quando agimos assim, e pedimos o teu perdão. Oremos ao Senhor: C Perdão, Senhor, Perdão. L. Perdoa-nos Deus porque idealizamos a figura da mãe em nossa sociedade. Pensamos que as mães são incansáveis, que se doam, que se sacrificam, tudo fazem e tudo suportam pelos filhos e filhas. Esquecemo-nos de que as mães são pessoas humanas com falhas, que se cansam, ficam frustradas, sentem-se solitárias. Nós nos omitimos, e por isso muitas mulheres que são mães ficam sobrecarregadas, estressadas, deprimidas e enfermas. Nós nos envergonhamos, Deus, quando agimos assim, e pedimos o teu perdão. Oremos ao Senhor: C Perdão, Senhor, Perdão. L Perdoa-nos, Deus, quando tratamos a todas as mulheres que exercem papeis maternos com injustiça, sobrecarga de trabalho e indignidade. Perdoa-nos quando deixamos as mães enfrentarem sozinhas violência, preconceito, sobrecarga de trabalho, dificuldades de saúde e escolares de seus filhos e filhas. Oremos ao Senhor: C Perdão, Senhor, Perdão. Anúncio da graça L Assim escreve Paulo em Romanos 8.21: “A própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”. Assim cremos e, por isso, anunciamos que Deus acolhe a nossa confissão e nos permite recomeçarmos nossa vida como filhos e filhas, vivendo em entendimento, justiça e amor. Amém.

Oração do dia L Deus de amor e de bondade. Graças por este novo dia, pela vida, pela oportunidade de aqui estarmos para celebrar, enquanto tuas filhas e teus filhos, essa data em que recordamos as mães. Graças pelas pessoas que assumem a tarefa de ofertar um colo, uma palavra de ânimo ou de orientação. Envia teu Espírito, Deus, para que abra nossos corações e mentes para o que tu tens hoje a nos dizer. Por Cristo, teu Filho, que contigo e com o Espírito santo vive e reina hoje e eternamente. Amém. Hino: Canção do cuidado (Rodolfo Gaede)


Fonte eterna de amor que transbordas de bondade te derramas em favor de toda humanidade. Vem me dar a tua mão e conduze a minha vida. Nestes tempos de aflição concede-me guarida. Sob a luz do teu olhar sigo em paz a minha estrada, Pois eu sei que vais guiar cada passo da jornada. Vem, Senhor, me carregar nos momentos de cansaço. Caso eu venha tropeçar que eu caia em teu abraço. (CD 2 - Ânima)

Liturgia da Palavra L “Eduque a criança no caminho em que deve andar e até o fim da vida não se desviará dele” (Provérbios 22.6). Deus nos ensina através da sua Palavra, que está em Gálatas 4.1-7 Primeira Leitura: Gálatas 4.1-7 Leitura do Salmo 147 Preparação para o anúncio do Evangelho: L “Jesus Cristo diz: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns com os outros” ( João 13.35). Aclamemos o Evangelho cantando Aleluia! C Aleluia L Mateus 12.46-50 – Palavra do Evangelho, anúncio da salvação! C Louvemos todos juntos o nome do Senhor Pregação (Motivação: ressaltar a maternidade como uma possibilidade para as mulheres. Nem todas as mulheres podem ter filhos/as. Nem todas querem ter filhos/as. É importante desconstruir a imagem idealizada de mãe, como aquela que sempre se sacrifica pelos filhos e filhas, pelo marido, por todas as pessoas. Mães são mulheres, pessoas humanas, erram, cansam, precisam ser carregadas e consoladas. É necessário romper com a demonstração comercial de sentimento ligado a essa data. Dar um presente não é um modo direto de dizer eu te amo. Importante seria transformar essa celebração numa declaração de filhos e filhas que somos, de que amamos, respeitamos e honramos todas as figuras maternas, e que sabemos que elas não são perfeitas, nem por isso, menos dignas de nosso amor:, as matriarcas, as tias, madrinhas e todas as pessoas que exercem uma função materna em nossas vidas).

Confissão de fé Canto


Oração Geral da Igreja Canto Liturgia da Ceia do Senhor Preparação da mesa da ceia (Junto com as ofertas recolhidas e os elementos da ceia, levar ao altar objetos que representem o ser mãe, tais como alimentos, lençol, fraldas, água e terra Oração do ofertório L Entregamos-te, Deus de generosidade, as ofertas em dinheiro para que tu as uses em favor de _____________ (destino das ofertas). Trazemos também a este altar estes objetos que representam o ser mãe. Com eles expressamos o nosso agradecimento a ti por todas as mulheres que zelam pela vida de teus filhos e tuas filhas. É na mesa que filhos e filhas são alimentados pelas mães e pelos pais e é nesta mesa que recebemos o precioso alimento de tuas mãos, nosso Deus, que nos dá a vida eterna. Usa, Deus de amor, o pão e o suco da videira, que aqui estão como alimento e bebida de nossa salvação. Por Jesus, teu amado filho. Amém. Oração eucarística L Deus esteja com vocês! C E também com você. L Vamos elevar nossos corações a Deus? C Sim, vamos elevar nossos corações a Deus. L Demos graças a Deus C Isso é digno e justo L Sim, é digno e justo render-teglórias e louvor, Deus de amor, por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Salvador, que viu a maternidade como símbolo de cuidado, e não de servidão, nem de castigo. Também valorizou as mulheres de forma íntegra, sem ressaltar a necessidade de serem mães. Cristo lembrou-nos que somos uma nova família, não mais unida por laços sanguíneos, mas uma família que se forma na solidariedade, na justiça e na prática do amor. Esse também foi um dos motivos que o levou à morte na cruz. Mas Ele não ficou morto, foi ressuscitado e vive, e nos reunirá em sua casa, pois somos seus irmãos e irmãs. Por isso, Deus, nós louvamos e adoramos o teu nome Santo, cantando: C Santo, santo, santo, santo, santo, santo é nosso Deus. Senhor de toda terra, santo, santo é nosso Deus. Santo, santo, santo, santo, santo, santo é nosso Deus. Senhor de toda terra, santo, santo é nosso Deus. Que acompanha o seu povo, Senhor de toda terra, Senhor de toda terra, nosso único Senhor. Bendito é o que vem em nome do Senhor para nos libertar, Hosana, Salvador. Santo, santo, santo, santo, santo, santo é nosso Deus. Senhor de toda terra, santo, santo é nosso Deus. (362 HPD2)


L Na noite em que foi traído, ele, nosso Senhor Jesus Cristo, tomou o pão e, tendo dado graças o partiu e o deu a todas as pessoas presentes, dizendo: tomai e comei, isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim. A seguir, depois de cear, tomou também o cálice, rendeu graças e o deu a todas as pessoas presentes, dizendo: bebei dele todos, porque este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós, para a remissão dos pecados. Fazei isto todas as vezes que o beberdes em memória de mim. C Anunciamos a tua morte e proclamamos com fidelidade a tua ressurreição! Vem, Irmão e Senhor Jesus. L Derrama sobre nós o Espírito Santo, Deus de amor, o Espírito que dá vida, que cria comunhão e que nos torna uma só família de irmãos e irmãs. C: Vem, Espírito Santo, vem e atende o nosso chamado, nos ensina a ser teu povo, na esperança libertado. (2x) L Recebe-nos na festa da vida. Permite que possamos, juntamente com todas as pessoas que viveram e morreram na tua amizade, entre elas, tantas mães, avós, primas, tias e madrinhas, anunciar o Reino para o qual em Cristo nos preparaste. C Por Cristo, com Cristo e em Cristo, te rendemos honra e toda a glória, a ti, Deus Protetor, com o Espírito Santo. Amém. L PAI NOSSO, QUE ESTÁS NOS CÉUS... Gesto da paz L Jesus Cristo é a nossa PAZ. Derrubou barreiras de sangue e de heranças religiosas e tornou-nos parte de sua família, juntamente com toda a criação. Por isso, acolhemonos mutuamente, como verdadeiros irmãos e irmãs, no abraço que protege, cuida e deseja a PAZ. Comunhão Oração pós-comunhão L Deus, graças pela comunhão profunda que podemos ter com Cristo, com todo o teu povo e a tua criação. Permita que possamos sair desta tua mesa com corações fortalecidos para celebrar e cuidar de toda a tua grande família, que tu amas. Por Cristo, nosso Irmão e Salvador. Amém. Liturgia de despedida Avisos Comunitários Homenagem às mães presentes Deus da vida que ama as mulheres Releitura de “God of the Women SLANE 10.10.9.10”, feita pelas Pastoras Claudete BeiseUlrich desde Hamburgo, Alemanha


e Carla Andrea Grossmann desde Coronel Barros, Brasil, em 29/04/2014; Deus da Vida, que sempre amou as mulheres, no decorrer de toda a história, pois elas responderam ao seu chamado, Confiaram nas suas promessas, ofertaram não só o que possuíam, mas também o que eram como pessoas, mulheres; Mulheres como Sara, Ana e Rute – Deus da Vida, dê também a nós, a coragem destas mulheres que não tiveram medo de viver na tua verdade. Deus da vida, graças pelas mulheres que caminharam o Caminho – que seguiram Jesus, Que ofertaram os seus recursos, aprenderam a orar, Maria, Joana, Susana, e muitas mais – Que também nós possamos ofertar livremente a nossa vida e os nossos dons como elas já fizeram bem antes de nós. Deus da vida, lembramo-nos das mulheres que foram deixadas ao largo do caminho. Suas histórias não foram registradas, foram deixadas de fora, foram esquecidas, foram oprimidas. Silenciosamente perguntamos: "Quem sorriu quando eu nasci?" Nossas histórias, nossas experiências e nossa vida é muito importante. Jesus valorizou as mulheres e se tornaram discípulas, seguidoras fiéis do Cristo. Deus da vida, as mulheres na manhã da Páscoa, correram até o túmulo, Tornaram-se as primeiras testemunhas da ressurreição. Elas sentiram o teu Espírito no dia de Pentecostes – Possamos também nós proclamar-te tão alegremente hoje e sempre, e com alegria responder ao teu chamado. Dá-nos a força do teu Espírito, Que possamos senti-lo bem perto de nós, suavemente, testemunhando o amor e justiça, Que o Deus da Vida abençoe a você querida mãe e mulher!!!! Que o Deus da Vida abençoe e fortaleça a todas as mães e mulheres de nosso mundo! Amém!

Bênção (A bênção das mães - Georg Kugler Trad. Missionária Waltraut Müller) L O Senhor, amoroso como uma mãe e bondoso como um pai, C Ele nos abençoe! L Ele faça crescer a tua vida, florescer a tua esperança, Amadurecer os teus frutos. C Ele nos guarde! L Ele te abrace, quando temores te sobrevierem, Ele te proteja, quando te encontrares em dificuldades. C Ele faça resplandecer o seu rosto sobre nós! L Tal como um olhar afetuoso pode reanimar, Assim o Senhor reacenda dentro de ti o que se petrificou. C Ele tenha misericórdia de nós! L Quando a culpa pesar sobre os teus ombros Ele te arranque da opressão e te liberte. C O Senhor levante o seu rosto sobre nós! L Ele tenha olhos para a tua dor, te console e te cure.


C O Senhor nos dê a paz! L Para o corpo, bem-estar; para a alma, salvação; Para os teus filhos, futuro! Amém! Envio L Irmãos e irmãs, vão em paz e sirvam a Deus com alegria. C Demos graças a Deus! Poslúdio

REDE DE MULHERES E JUSTIÇA DE GÊNERO DA AMÉRICA LATINA E CARIBE FEDERAÇÃO LUTERANA MUNDIAL Dia das Mães – 10/05/2015 Liturgia da Entrada Sinos Prelúdio Acolhida L Bem-vindos e bem-vindas nesta manhã especial! Esta manhã é especial, pois nos reunimos aqui, em comunidade, e porque celebramos hoje um dia dedicado às mães. Saúdo a todas as pessoas que nos visitam hoje. Canto: Deus está aqui (332 HPD2) Invocação L Em nome de Deus que, como bom pai e boa mãe, nos atrai com laços de ternura; que em Jesus Cristo, acolheu as pessoas rejeitadas e que também nos acolhe; e através do Espírito Santo, nos motiva e anima a irmos ao encontro das nossas irmãs e dos nossos irmãos. C Amém Confissão de pecados L “Se confessarmos os nossos pecados, Deus, é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda maldade.” Porque ansiamos pelo seu perdão, porque ansiamos por uma vida transformada e renovada, confessemos: Deus, criador da vida, na tua presença reconhecemos que pecamos em pensamentos, palavras, ações e omissões. Não fomos fiéis aos teus ensinamentos, não amamos as pessoas ao nosso redor e muitas vezes nem amamos a nós mesmas. Como filhos e filhas, reconhecemos que não respeitamos nossa mãe como deveríamos. Como mães, reconhecemos nossa falta de tempo, de paciência e de coragem para vivermos uma vida feliz, respeitando o tempo das nossas filhas e dos nossos filhos. Por isso tudo rogamos, dizendo: C.♫ Perdão, Senhor, perdão! Anúncio da graça


L O profeta Isaías nos anuncia: “Como alguém a quem a mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados.” Portanto, não tenhamos medo de nos achegar a Deus com nossos pecados e o coração arrependido, pois como uma mãe que ama, Deus nos recebe em seus braços e nos perdoa. Louvemos a Deus por seu amor e sua generosidade: C Louvemos todos juntos o nome do Senhor (349 HPD2) Kyrie L Entre os gritos de socorro e os gemidos de dor em todo o mundo, ouvimos o clamor de muitas mães. Sejamos pessoas solidárias e clamemos com elas. L Pelas mães que veem seus filhos e suas filhas perderem a vida em guerras, por aquelas que choram a ausência de filhos e filhas desaparecidas, por aquelas que veem suas crianças exploradas sexualmente ou envolvidas no mundo das drogas e do álcool, e que se sentem impotentes diante dessas situações; L Pelas mães que não conseguem sustentar seus filhos e suas filhas com os seus rendimentos, e que muitas vezes ficam sozinhas na tarefa de cuidar das crianças; L Pelas mães que sofrem violência dentro de casa, por parte do marido e até dos filhos, L Pelas mães que foram esquecidas pelos filhos e pelas filhas, por aquelas que estão doentes ou nem lembram mais quem são; L Pelas mães que não sabem ser mães, que não protegem seus filhos e filhas; L Pelas mães que neste dia carregam em seu colo um filho ou uma filha doente; L Pelas mulheres que desejam muito a maternidade, mas que não conseguem gerar um filho ou uma filha em seu ventre; L Pelas mães que lembram com saudade e dor a perda de uma filha querida ou um filho querido; L Por todas elas e por todas as pessoas que sofrem, clamemos a Deus, por sua misericórdia: C Pelas dores deste mundo ó Senhor Glória L Deus ouve o nosso clamor e está com as pessoas que gemem e clamam por amor e justiça. Por isso, glorificamos o seu nome cantando: C Glória, glória, glória a Deus nas alturas... Oração do dia L Deus, fonte de toda vida. Nós te agradecemos por este dia que nos presenteaste. Abençoa a cada um e cada uma de nós, abrindo nosso coração, nossos ouvidos e a nossa mente para ouvirmos a tua Palavra e deixarmos que ela nos transforme. Por Jesus Cristo, nosso irmão e Salvador. Amém. Canto: Estou pronto Senhor (379 HPD2) Liturgia da Palavra L Leitura do Salmo 98 C Pela palavra de Deus, saberemos por onde andar. Ela é luz e verdade, precisamos acreditar.


L Leitura da primeira carta de João 2.1-6 C É como a chuva que lava, é como o fogo que apaga. Tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal. Leitura do Evangelho L “A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho”. (Sl 119.105). Aleluia C Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia! L Evangelho segundo João 15.9-17 L (leitura) Palavras do Senhor! C Louvado sejas, Cristo! Pregação (subsídio em anexo) Canto (durante o canto) Recolhimento das ofertas Oração geral da Igreja L. Deus de amor e bondade, fonte de toda vida. Nós nos achegamos a ti na certeza de que tu ouves a nossa oração. Nós agradecemos por todo amor que nos tem concedido. Agradecemos pelas mães que com carinho e muito amor dedicam-se para que seus filhos e suas filhas vivam em um ambiente de segurança, paz, saúde e justiça. Nós agradecemos pela vida de cada uma e cada um, pelas dádivas concedidas. Agradecemos pela amizade e pelo carinho de amigas e amigos. Neste dia dedicado às mães, nós oramos por todas as mães, para que possam, cada dia, serem as melhores mães que conseguem ser; Nós oramos por todas as mães que não sabem ser mães, que não tiveram tempo para se preparar ou não têm condições de exercer a maternidade dignamente. Dá a elas sabedoria, ó Deus. Nós oramos por todas as mães que neste dia com tristeza e saudade lembram seus filhos e filhas que já partiram desta vida. Dá a elas teu consolo. Nós oramos por todas as filhas e os filhos que lembram com saudade e tristeza a mãe que já partiu desta vida. Dá-lhes teu aconchego. Nós oramos por todas as pessoas que sofrem, pelas enfermas, pelas deprimidas, pelas sozinhas ou abandonadas. Dá-lhes esperança. Nós oramos por todas as famílias enlutadas, especialmente por... Nós cremos ó Deus, que tu és um Deus de amor e que nada, nem mesmo a morte, pode nos separar de teu amor. Acolhe estas famílias em teus braços. Dá-lhes paz, consolo e esperança. Aos teus cuidados nós entregamos nossa vida, confiantes que tu ouves nossa oração. Por Cristo, nosso Salvador. Amém. Liturgia da Ceia


Ofertório L. Bendito sejas, Deus da criação, pelo pão, fruto da terra e do trabalho, que aqui te trazemos. C Bendito sejas para sempre. L Bendito sejas, Deus da criação, pelo fruto da videira, fruto da terra e do trabalho, que aqui te trazemos. C Bendito sejas para sempre. L Assim como as espigas que estavam dispersas pelo campo e as videiras que estavam dispersas pelas colinas reuniram-se no pão e no fruto da videira sobre a mesa, assim também sejamos nós reunidos e reunidas, Deus, desde os confins da terra, em teu Reino por Cristo, nosso irmão e Salvador. C Amém. Oração eucarística L O Senhor esteja convosco. C E contigo também. L Elevai os corações. C Ao Senhor os elevamos. L. Demos graças ao Senhor, nosso Deus. C Isso é digno e justo. L Sim, é digno, justo e nosso dever que, em todos os tempos e lugares, rendamos graças a ti, ó Deus por Jesus Cristo, nosso Salvador, pois, qual boa mãe, cuidas de nós, orientas e educas. Por isso, com toda a tua Igreja e os coros celestiais, louvamos e adoramos teu glorioso nome: C Santo, santo, santo (HPD 363) L Graças te damos, ó Deus, que vieste a nós em Jesus, teu Filho, nascido de mulher humilde, e que, ao longo do seu ministério, soube tratar as mulheres e mães de uma forma respeitosa, acolhedora, carinhosa, opondo-se aos costumes opressores da época. C Ele veio nos salvar. L Na noite em que foi traído, Jesus Cristo, tomou o pão, rendeu graças, o partiu e o deu a todas as pessoas que estavam com ele, dizendo: “Tomai e comei: isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim.” A seguir, depois de cear, tomou também o cálice, rendeu graças e o compartilhou, dizendo: “Bebei dele todos, porque este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós. Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” C Anunciamos, Senhor, a tua morte e proclamamos tua ressurreição. Vem, Senhor Jesus! L. Envia, Deus de amor, o Espírito de vida e de amor, o mesmo que teu Filho mandou a seus discípulos e discípulas, para que, partilhando o pão da Vida e o cálice da Salvação, nos tornemos, em Cristo, um só corpo que anuncia a esperança. C Ó vem, Santo Espírito! L Lembra-te, Deus, de todas as mães que já partiram e reúne-nos com elas na festa da alegria preparada para teu povo em tua presença, com teus profetas, profetizas,


apóstolos, apóstolas e mártires, e todas as pessoas que viveram na tua amizade. Em unidade com as pessoas falecidas, proclamamos teu louvor e anunciamos a felicidade do teu Reino, para o qual, em Cristo, nos convidaste. C Por Cristo, com Cristo e em Cristo. L Como a mãe abraça, acaricia, amamenta e cuida de seu filho e de sua filha, Deus nos abraça, acaricia, nutre e cuida de nós. Em Deus, portanto, nos encontramos e somos irmãos e irmãs. Por isto oramos: C Pai nosso... Fração L O cálice da bênção que abençoamos é a comunhão do sangue de Cristo; O pão que [re]partimos é a comunhão do corpo de Cristo; C Nós, embora muitos, somos um só corpo. Comunhão L Vinde, pois tudo já está preparado! Distribuição Oração pós-comunhão L Deus, que cuidas de nós qual pai e mãe, agradecemos-te porque nos restauras através da comunhão do corpo e sangue de teu Filho. Concede, em tua bondade, que essa Ceia nos fortaleça na fé em ti e na disposição de vivermos com paz e justiça. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. C Amém. Avisos Comunitários Canto Liturgia de Despedida Bênção L A bênção do Deus de Sara, Abraão e Hagar, a bênção do Filho, nascido de Maria, a bênção do Santo Espírito de amor, que cuida com carinho qual mãe cuida da gente, esteja sobre todos nós. C Amém. Envio L Vamos em paz e celebremos este dia com gratidão e alegria. C Demos graças a Deus.

ANEXO: Subsídio para pregação adaptado de PL 39 Meditação Jesus não fala com as pessoas ao seu redor com autoritarismo. Jesus lhes fala em amizade. Lembra as coisas importantes numa amizade, a disposição de oferecer-se por outra pessoa e a franqueza.


Chama atenção a radicalidade do texto, “ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por ele” (v. 13). Pouca gente hoje realmente precisa fazer essa escolha. Jesus a experimentou. Jesus preferiu perder a sua vida do que negar a Deus e seus amigos e amigas. Jesus fez isso de uma vez por todas. Fez também por nós. Muitas mães entendem, e assim aprenderam na sociedade patriarcal, que ser mãe é entregar a sua vida pelos filhos e pelas filhas. Aprenderam que ao se tornarem mães deixam de ser mulheres. É preciso tomar muito cuidado para não facilmente relacionar o amor e a amizade da qual Jesus está falando com as mães. É bem verdade que a maternidade exige sacrifícios. Quem escolheu ser mãe e se preparou para tal, assume a responsabilidade de colocar as necessidades de seu bebê acima das suas. Quando isso não acontece, há problemas e consequências sérias. Mas isso não precisa ser visto como “dar a vida.” Não precisa ser exaltado como a coisa mais difícil do mundo. Sim, é difícil, é cansativo, mas não é isso que é a maternidade. Ser mãe, para quem escolheu ser mãe, para quem estava preparada para ser mãe, é algo maravilhoso, uma bênção que não pode ser medida. Ser mãe é algo que muda a vida de cada mulher e de cada homem, porque sempre que há uma mãe, também há um pai. Precisamos também lembrar que nem todas as mulheres nasceram para serem mães, nem todas querem ser mães, nem todas conseguem ser mães e nem todas precisam ser mães. Podemos auxiliar para que este dia seja de celebração da vida, ou podemos causar que este dia seja uma verdadeira tortura para todas aquelas mulheres que por uma ou outra razão não são mães. Escolher as palavras sabiamente neste dia é muito importante. É preciso sabedoria para lembrar com carinho do dom de dar à luz e da importância do amor e cuidado de uma pessoa com essa tarefa. Mas também é preciso manter um saudável equilíbrio com a ideia de que ser mãe não é profissão e que a maternidade há muito tempo deixou de ser o único sonho para muitas mulheres. É preciso sabedoria para não romantizar a maternidade e muito menos infligir um sentimento de culpa maior ainda sobre as mães no caso das coisas não darem certo com as crianças. Mães já se sentem culpadas na maioria do tempo. Não precisam que ninguém reforce isso, muito menos em nome de Deus. Podemos resgatar aqui as palavras do v.16 “Não foi você que me escolheu, mas fui eu que escolhi você.” Na maternidade também não é possível escolher que “tipo” de filho ou filha vamos ter, ou como vão ser quando crescerem. Não são os filhos e filhas que escolhem mães e pais, mas são mulheres e homens que escolhem, na melhor das hipóteses, serem mães e pais. Mães também não vêm perfeitas e nem são perfeitas. Mães erram. Mães cansam. Mães precisam de tempo sozinhas. Mães têm sonhos que não incluem as crianças e, apesar de tudo isso, são mães que amam seus filhos e filhas. Usando as palavras do texto, permanecer no amor não é ficar grudada o tempo todo, o tempo todo somente dedicada para filhos e filhas. Permanecer no amor é voar seus próprios sonhos e deixar os filhos e as filhas também fazer isso. Não me refiro aqui ao abandono que muitas crianças sofrem nem a permitir que jovens tomem decisões que ainda não estão preparadas para tomar. O dia das mães não pode ser um dia para glorificar as mulheres nem para ultra valorizar o sacrifício que fazem pelos filhos e filhas.


Assim como no texto, Jesus pressupõe que já haja uma amizade entre ele e sua comunidade. Jesus pede que amem uns aos outros e umas às outras. Na família também é assim. Já há um amor entre as pessoas, elas precisam somente ser relembradas desse amor. E não aquele amor só de um dia, de dar presente caro e depois esquecer o resto do ano. Amar é permanecer no amor. É amar mesmo quando a outra pessoa ainda não sabe o que é isso. Amar é também se valorizar. Por ser mãe não é preciso sofrer tudo calada, aguentar violência. Ser mãe e pai é encarar uma aventura. Aventura não é escalar montanhas não é atravessar desertos não é preciso bravura aventura não é saltar de avião não é descer cachoeira não é preciso tontura aventura não é comer bicho vivo não é beber aguardente não é preciso angustura aventura não é morar em castelo não é correr de ferrari não é preciso frescura aventura é tudo o que faz uma pessoa tornar-se capaz de abrir mão da loucura aventura é ser mãe e pai. Martha Medeiros Imagens para a prédica: A imagem da amizade ente Jesus e sua comunidade é algo bastante interessante, também quando acontece esse culto voltado ao dia das mães. Uma imagem marcante seria resgatar a necessidade de amizade entre as pessoas, também entre as mães. Não é fácil ser mãe. Há momentos de dúvida e desespero em todas as etapas. Ter a companhia de outras mulheres, mães e não mães, ajuda a manter a sanidade, a perspectiva, a esperança. Ter a companhia de amigas ajuda a não se sentir culpada o tempo todo. Gestos de amizade entre mulheres podem dar um tom diferente para este dia. Podem dizer que ser mãe é uma escolha que não precisa acabar com outros sonhos e perspectivas de vida.

Liturgia preparada pela Pastora Márcia Blasi


ADENDOS MÃES, MAS SOBRETUDO MULHERES Esta é uma semana na qual a imagem da mãe é muita louvada, reverenciada e poetizada. Quantas poesias e imagens tentam retratar e expressar o valor dessa imagem feminina de mãe como um ser quase divino. É verdade que há algo de divino na maternidade. O poder de gerar vida, amor uterino, amor que vem das entranhas, do útero é de onde se origina a palavra MISERICÓRDIA, que significa o amor que vem das entranhas, do útero, o amor de Deus. Mas, essa imagem “divinizada” da mãe pode também ocultar toda a mulher que existe na mãe. Somos mães, mas, sobretudo mulheres, com todas as nossas potencialidades de amor, cuidado e doação, mas também com nossos desejos, limites, fragilidades e incapacidades como todo ser humano real. Não são poucas as mulheres que se anularam completamente num ato quase “crístico” de sacrificar-se por seus maridos e filhos, esquecendo de si mesmas. Não podemos esquecer as palavras de Jesus quando nos ensina que:

“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Mc 12:33). Isso significa que não podemos amar ao outro perfeita e saudavelmente se não amarmos a nós mesmas. Esse amor poder ser adoecedor para quem dá e para quem recebe. De outra parte também temos mulheres impedidas biologicamente de gerar filhos/as ou ainda mulheres que decidiram que não querem ou não se sentem prontas para serem mães e por isso sofrem. Sofrem por se sentirem menos mulher ou pela pressão social que quer arbitrar sobre os seus corpos como se fosse coisa pública onde todos podem opinar. Segundo Simone de Beauvoir “o corpo da mulher é um dos elementos essenciais da situação que ela ocupa neste mundo. Mas, não é ele tão pouco que basta para definila.” [1], portanto o definir-se mulher ou mãe está para além das funções biológicas do corpo. A maternidade não pode ser reduzida a um útero engravidado. A maternidade pode ser vivenciada e expandida para todo corpo que acolhe e tornase casa, abrigo, seio que ampara, cuida, integra assumindo a plenitude da experiência maternal. Todo corpo pode ser um útero pronto para acolher e cuidar da vida. Mas, o estereótipo da grande mãe, da mãe-virgem do Salvador ou das palavras atribuídas a Paulo que dizem que “a mulher que será salva dando luz a filhos” continua pairando sobre nossas cabeças como modelos de mulheres salvadoras de si mesma. (I Tm. 2:14) Talvez seja um bom momento para lembrarmo-nos das mulheres-mães da genealogia de Mateus 1, mulheres que contrariam esse modelo estereotipado. Apesar de estarem de alguma forma relacionada à maternidade, “mas é na contramão de ser mãe que elas se empoderam. O que as salva não é o ventre engravidado, mas o poder de decidir seus estados de gravidez” [2].


Tamar, Raabe, Rute, Bete-Seba, mulheres, mães que entram na genealogia de Jesus escapando dos esquemas e estereótipos da sua época e são lembradas não por sua superioridade ética ou por ser modelo disso ou daquilo, mas pela coragem de agir em favor se si mesmas e de sua comunidade. Também nós, a exemplo dessas mulheres, somos desfiadas a resistir à mitificação e a estereótipos, bem como a termos o direito de dizer neste dia que somos mães (se pudermos ou quisermos), mas, sobretudo somos mulheres. Referências: [1] O Segundo sexo. Simone de Beauvoir; Fatos e Mitos Vol.1 – p.57.

[2] Nancy Cardoso. Maria e as outras > In: Maria entre as mulheres: Cebi e Paulus. São Leopoldo-RS. 2009. p.95.

Autoria: Odja Barros, pastora da Igreja Batista do Pinheiro em Maceió/AL e ajuda a coordenar a Aliança Batista Brasileira. É integrante da CEBI-AL e assessora do CEBI.

FONTE: < https://cebi.org.br/noticias/maes-mas-sobretudo-mulheres-pastora-odja-barros/>


A origem evangélica e ativista do Dia das Mães O trabalho social da metodista norte-americana Anna Reeves Jarvis inspirou a data comemorativa O Dia das Mães está aí. Festa para uns, vazio para outros, lucro para comerciantes… mas vale recordar a origem da data que tem mais de cem anos. Poucos sabem que a gênese nada tem a ver com a tradicional referência às “rainhas do lar” ou com a intensa venda de produtos e presentes. O Dia das Mães foi criado devido à atuação de mulheres/mães cristãs em causas sociais. Foi uma evangélica metodista de West Virginia, Estados Unidos, a ativista social Anna Reeves Jarvis, mãe de doze filhos, que começou a articular eventos que reuniam mães em torno de demandas sociais. Jarvis criou em 1858 os Clubes “Dias de Trabalho das Mães” que atuavam pela diminuição da mortalidade de crianças de famílias de trabalhadores. Anos depois, a ativista organizou o Dia da Amizade das Mães, para reunir famílias e vizinhos separados com a Guerra Civil dos EUA, e para ações solidárias com os feridos. Depois da morte de Anna Jarvis, em 1905, uma de suas filhas, que tinha o mesmo nome, foi quem militou para a oficialização de um dia nacional das mães. Anna Jarvis filha queria honrar a memória da mãe ativista social com um ato pela paz e com isso prestar homenagem a todas as mães. A campanha pelo Dia das Mães oficial começou com a realização de cultos, inicialmente na Igreja Metodista, depois em outras igrejas, no segundo domingo de maio. Isso se deu em anos seguidos e em cidades diferentes. Como houve grande adesão, o segundo domingo de maio foi instituído por lei nos EUA, em 1914, como Dia das Mães. Transformado a cada ano em evento fortemente comercial, o sentido do Dia das Mães sonhado pela filha da cristã metodista atuante pelas causas sociais foi apagado rapidamente. Em 1923, Jarvis até passou a militar contra a data que ela própria havia criado. Nos anos 1930 ela chegou a ser presa, acusada de perturbar a paz de um encontro grupo de Mães da Guerra Americana, ao protestar contra a comercialização de flores. Anna Jarvis não teve sucesso na recuperação do sentido do Dia das Mães: morreu em 1948, cega, pobre e sem filhos. Mais de cem anos depois da primeira comemoração oficial do Dia das Mães, pode parecer vã qualquer nova campanha pela recuperação do seu sentido original. Não deixa, porém, de ser um bom exercício pensar na data de forma menos estereotipada e comercial. Não seria um meio de honrar mães, presentes e ausentes, destacar aquelas que, como a Anna Jarvis do passado, são ativistas na promoção da vida e da paz?


Foto: Anna Jarvis

Autoria: Magali do Nascimento Cunha - jornalista e doutora em Ciências da Comunicação. É colaboradora do Conselho Mundial de Igrejas. Publicado por Carta Capital, 10/05/2018. Fonte: < https://cebi.org.br/noticias/origem-evangelica-e-ativista-do-dia-das-maes/>


“Se as coisas fossem mães” (Sylvia Orthof) Se a lua fosse mãe, seria mãe das estrelas, O céu seria sua casa, casa das estrelas belas. Se a sereia fosse mãe, seria mãe dos peixinhos, O mar seria um jardim e os barcos seus caminhos. Se a casa fosse mãe, seria a mãe das janelas, Conversaria com a lua sobre as crianças-estrelas, Falaria de receitas, pastéis de vento, quindins, Emprestaria a cozinha pra lua fazer pudins! Se a terra fosse mãe, seria mãe das sementes, pois mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a gente. Se uma fada fosse mãe, seria a mãe da alegria. Toda mãe é um pouco fada... Nossa mãe fada seria. Se uma bruxa fosse mãe, seria mamãe gozada: Seria a mãe das vassouras, da Família Vassourada! Se a chaleira fosse mãe, seria a mãe da água fervida, Faria chá e remédio para as doenças da vida. Se a mesa fosse mãe, as filhas, sendo cadeiras, Sentariam comportadas, teriam “boas maneiras”. Cada mãe é diferente: Mãe verdadeira, ou postiça, mãe-vovó, mãe titia, Maria, Filó, Francisca, Gertrudes, Malvina, Alice, toda mãe é como eu disse. Dona Mamãe ralha e beija, Erra, acerta, arruma a mesa, cozinha, escreve, trabalha fora, Ri, esquece, lembra e chora, traz remédio e sobremesa. Tem até pai que é “tipo-mãe”... Esse, então, é uma beleza !



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