Revista Lições. Nº. 35. Ano XXXV - Educação Inovadora: inspirando gerações

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Revista de ensino e Pesquisa Publicação anual: conteúdo janeiro/dezembro 2022

Lições, editada pela Rede Sinodal de Educação, é uma revista de ensino e pesquisa que reúne, anualmente, práticas e estudos produzidos pelo corpo docente das escolas da Rede Sinodal de Educação e textos de palestras proferidas em eventos da mesma. A responsabilidade dos artigos publicados é do(a) autor(a) do texto.

Ano XXXV, n. 35, 2022 ISSN: 1677-342X

Conselho editorial

Andrea Wallauer (Colégio Teutônia)

Deizy Ritterbusch Soares (Colégio Evangélico Augusto Pestana)

Heloísa Cristina Schuster (Princesa Isabel Educação Infantil)

Leandro Sieben (Colégio Martinus)

Raquel Dilly Konrath (Instituto Ivoti)

Taciana Feldmann Dall’Olmo (Instituto Rio Branco)

Thaise Cristina Spaniol Rohr (Setrem)

Vanessa Andrade Wolff (Colégio Sinodal Progresso)

Waldy Luis Lau Filho (Colégio Mauá)

Coordenação editorial

Joni Roloff Schneider – Coordenadora Pedagógica Ruben Werner Goldmeyer – Diretor Executivo

Capa Joice Elisa de Oliveira

Imagens da Capa Freepik

Programação visual Editora Sinodal

Direitos de publicação e editoração Associação Sinodal de Editoração Caixa Postal 11 93001-970 – Amadeo Rossi, 467 – São Leopoldo/RS Tel.: (51) 3037 2366 www.editorasinodal.com.br

Tiragem: 3.720 exemplares

“Educação Inovadora: inspirando gerações”

Inovação – um tema trazido pela Revista Lições em 2021 e também este ano por conta do 33º Congresso da Rede Sinodal de Educação. Um tema que não faz mais parte só das rodas de conversa ou de cursos de formação, mas faz parte do cotidiano das escolas e universidades. Hoje as práticas pedagógicas de professores e professoras precisam focar em princípios que vão além da capacidade de memorização ou do raciocínio lógico do estudante. Precisam também considerar os aspectos sociais, comportamentais, esportivos, emocionais, artísticos, inclusive ambientais.

O relatório do Fórum Econômico Mundial de 2020 já trazia a percepção de mais de 291 gestores ao redor do mundo sobre o futuro dos empregos e revelou, na época, que 85 milhões de empregos seriam substituídos com a revolução digital, e outros novos 97 milhões seriam criados. Isso mostrou que a capacitação constante seria uma necessidade em todas as áreas a fim de garantir o desenvolvimento de novas habilidades e competências. O relatório trouxe ainda as novas competências para os próximos cinco anos. Listamos as cinco primeiras: pensamento analítico e inovação; aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem; resolução de problemas complexos; pensamento crítico; análise; criatividade, originalidade e iniciativa. Dois anos depois, sentimos em nossa prática escolar que o que o relatório apontou é real. As mudanças na área da educação foram e são grandes, urgentes e diárias. Professor e professora precisam buscar formação constante perante este mundo em veloz transformação. Ser educador inovador para as novas gerações de estudantes que já nasceram com a tecnologia na ponta dos dedos, que são imediatistas, que se relacionam melhor virtualmente do que pessoalmente, é um grande desafio!

Para inspirar novas gerações é preciso que se adote a cultura da inovação. Isso significa mais do que mudar os ambientes ou definir uma área de inovação, mas incorporar valores e propósito profissional em cada professor, professora, colaborador e colaboradora. Precisa acontecer uma mudança no modus operandi, participação ativa na resolução de problemas, fomentar o autodesenvolvimento e a atualização constantes. A inovação precisa ser estimulada e compartilhada em todos os espaços escolares.

A Revista que você tem em mãos traz um panorama do que foi o 33º Congresso da Rede Sinodal, sob o tema Educação Inovadora: inspirando gerações. Além do tema, todo o congresso foi avaliado como inovador. Tanto as falas dos e das palestrantes, que encantaram os mais de mil participantes com o seu conteúdo e seus exemplos, como os detalhes da organização do Instituto Rio Branco, que despertaram atenção, curiosidade e emoção. O Congresso trouxe a importância que a educação tem no mundo em constante transformação. E possibilitou que professores e professoras pudessem aprender, compartilhar boas práticas, buscar soluções em conjunto e se emocionar. A Revista traz um pouco disso que aconteceu no 33º Congresso. Mas esta Revista traz ainda diversos compartilhamentos de práticas pedagógicas inovadoras, de diferentes escolas da Rede Sinodal. Também traz eventos ocorridos nacionalmente, representações da Rede Sinodal fora do país, festividades, inaugurações, resultado do VIII Concurso de Redação e, como em anos anteriores, sugestões de livros e vídeos.

Desejamos uma ótima leitura!

EDITORIAL
SUMÁRIO Reflexão 4 www.freepik.com 33‘ Congresso da RSE 5 Compartilhamentos 23 Eventos 72 Concurso de Redações 84 Aniversário de escolas 88 Li e recomendo 98 Inaugurações 96 Vi e recomendo 100 www.freepik.com www.freepik.com www.freepik.com

As nossas palavras têm poder

Assim será a minha palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. Isaías 55.11

enfraqueceria a sua chama. No entanto, de forma oposta, podemos simplesmente enfraquecê-la e apagá-la.

Isaías 55.11

Tudo do mundo, E a momento

todo o espaço que a luz está iluminando, como rompe com ela

Quão poderosa é a voz de Deus. Tudo o que Ele diz toma forma. Na criação do mundo, Deus disse: “que haja luz”. E a luz começou a existir. Pare por um momento e olhe ao seu redor. Perceba todo o espaço que a luz está iluminando, como ela rompe com a escuridão, como ela dá forma e cor, e revela o que estava obscuro.

Nós somos imagem e semelhança de Deus, somos suas criaturas. Ele é o nosso Criador. Assim como a voz de Deus é poderosa e pode criar, de semelhante modo, a nossa voz também tem um grande poder. Vocês, como colaboradores e colaboradoras das escolas da Rede Sinodal, podem notar, no dia a dia, o poder que a voz de vocês têm no ambiente em que atuam.

A nossa voz tem o poder de acalmar, de irritar, de destruir, de acalentar, de transformar pessoas. E assim como a palavra que sai da boca de Deus não volta vazia, a nossa palavra também não volta.

Por isso o cuidado nas nossas falas precisa ser levado em consideração. Não sabemos pelo que a outra pessoa está passando, não sabemos, em especial, no modo virtual, como a pessoa está recebendo e acolhendo a nossa mensagem. Algo bem especial é considerar que aquela pessoa a qual estamos falando tem história, experiências diferentes das minhas, vivências diferentes, mas segue sendo a imagem e semelhança de Deus. Quando falamos em gerações, algumas palavras podem ter sentidos até mesmo opostos.

Por isso o cuidado e o respeito com a outra pessoa precisam estar sempre de pano de fundo em nossas falas. Às vezes, até aquilo que para nós parece uma simples brincadeira pode ser extremamente agressivo para a outra pessoa.

As palavras que saem das nossas bocas têm poder, dessa maneira é extremamente necessário cuidarmos com aquilo que temos despejado nas outras pessoas. O que temos falado? É carregado de amor ou de raiva? De delicadeza ou aspereza? É sincero?

Uma dinâmica ajuda, de forma lúdica, a perceber como as palavras agem dentro de nós. Nessa dinâmica temos uma vela acesa. Pensemos que ela seja a força de vontade, a criatividade, o anseio, a coragem de uma pessoa. Nós podemos ajudá-la a queimar e seguir o seu curso cuidando com os ventos fortes, protegendo-a de tudo aquilo que apagaria ou

Se tratamos a outra pessoa com cuidado, com respeito, com carinho, equidade, conseguiremos ajudá-la a se desenvolver. Aqui a vela está protegida e em local seguro. Agora, se colocamos um copo em cima dela, este representando o desprezo, a indiferença, a maldade, nós iremos, poupo a pouco, apagando essa chama.

As nossas palavras têm esse poder em qualquer fase da vida. Podemos ser pessoas que ajudam no crescimento e no fortalecimento dos seus dons ou podemos ser pessoas que apenas apagam os dons e os enfraquecem, e isso tudo com as nossas palavras e a forma como as lançamos ao coração da pessoa próxima. Lembre-se sempre, somos pessoas vistas como exemplos por outras pessoas, por isso nossa voz toma esse poder. Você é o exemplo de várias pessoas, muitas delas se inspiram em você. Portanto as suas palavras não voltam vazias, elas fazem morada no coração de alguém. E elas fazem aquilo que a nossa entonação e o nosso jeito de se expressar desejam fazer. Se eu falo com raiva, dor elas trarão. Se eu falo com respeito, reciprocidade elas trarão. Se de nossa boca saem palavras amargas, apenas amargor elas trarão. Se de nossas bocas saem palavras doces, doçura elas trarão.

Que grande poder vocês têm na mão, ou melhor, na boca, de incentivar as novas gerações a lidar com amor e dignidade com as outras pessoas. O tema do ano da IECLB nos lembra disto: amar as pessoas. Que nossas palavras e nossas ações possam refletir esse amor dado diariamente por Deus a cada um e a cada uma de nós.

Jesus diz que a nossa boca fala do que o nosso coração está cheio. Do que temos alimentado o nosso coração? Do que ele está cheio? É fácil descobrir: se escute, se perceba e olhe ao redor. Que tipo de sentimentos as suas palavras estão gerando? Elas falam mais sobre você que as fala do que sobre aquele ou aquela que as ouve.

Que assim Deus nos ajude e nos oriente a ser voz que acalma, que ajuda, que educa e que ensina. Que nossa vida seja rodeada de vozes que nos apoiem e que o Espírito Santo nos guarde a cada respirar. Amém.

Pastora Jéssica Kriese Duffeck Meditação proferida na abertura do 33º Congresso da Rede Sinodal São Leopoldo/RS

REFLEXÃO
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equida desenvol pou

Abertura do 33º Congresso da Rede Sinodal de Educação

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É um privilégio interagir com um grupo de docentes tão especial: pro fessores interessados em inspirar-se para seguir em frente. Bem-vindos ao 33º Congresso da Rede Sinodal e ao Instituto Rio Branco! E lá se vão mais de dois anos... Final de 2019, adrenalina a mil, direção e profes sores do IRB motivados a desafiar-se. 33º Congresso da Rede Sinodal de Educação. Expectativa, conversas descontraídas sobre as formas de tornar o evento uma experiência marcante para os inscritos. Março de 2020 – iniciamos um ciclo nunca imaginado – o de “sobreviver” às adversidades trazidas pela pandemia de Covid-19. A realização do Congresso é suspensa e aguarda os acontecimentos para que se marque nova data. 2022 – atividades de organização do Congresso retomadas. Professores e funcionários unidos em torno dessa perspectiva de concretizar os projetos deixados de lado temporariamente. Afinal, todos nós sabemos da relevância dos Congressos realizados para a Rede Sinodal. E hoje, 19 de julho de 2022, nós estamos aqui.

Ao saudá-los com muita alegria, retomo um conceito de Howard Gardner, criador da teoria das inteligências múltiplas. Ele afirma: “Queremos educar novas gerações de jovens para que possam enfrentar com êxito um mundo que já mudou espetacularmente e segue em mudanças cada vez mais rápidas”. E... quão rápidas são essas mudanças, não é mesmo? Afinal, estivemos próximos da

desintegração a fim de chegarmos à metamorfose, que nos fortaleceu e impulsionou-nos a seguir em frente.

HINO NACIONAL BRASILEIRO INTERPRETADO PELA ESTUDANTE DA 3ª EM DO IRB, PAOLA FREITAS.

E qual a motivação para nos desafiarmos ininterruptamente? Temos uma meta ousada e instigadora: ser educadores que buscam a profundidade dos conceitos compartilhados, a construção de projetos, a busca de conhecimento que gera mudança. Uma educação personalizada, que deixe a marca dos preceitos difundidos pela Rede Sinodal e promova a formação de cidadãos, os quais demonstrem, nas atitudes cotidianas, ética, respeito pelas diferenças e empatia.

Te instigadora: pro preceitos difundidos

Com tais propósitos, estaremos conectados, aqui, nesses três dias. Que, com o auxílio dos palestrantes que nos acompanharão nessa jornada, consigamos suscitar dúvidas, encontrar respostas, ser educadores ainda melhores. Fica o convite para que nos desafiemos de forma recorrente e tenhamos a oportunidade de tornar-nos protagonistas do nosso aprimoramento profissional, recurso que possibilitará, a cada um, assessorar de forma efetiva os estudantes com quem convivemos diariamente. Em conexão com eles, será possível adaptar-se às inovações, alavancar transformações e fazer a diferença! Venham conosco! Será uma jornada muito interessante e enriquecedora!

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Anfitrião do 33º Congresso – Instituto Rio Branco

Em 1826, foi fundado o Instituto Rio Branco. A origem da escola liga-se à trajetória de grandes homens e mulheres vindos da Alemanha para o Brasil com a missão de liderar a comunidade luterana de imigrantes alemães que aqui se estabelecera. A história do Instituto Rio Branco entrelaça-se à da comunidade luterana, da Igreja de Cristo, e, sobretudo, da cidade de São Leopoldo, pois, tal qual a cidade, a escola teve início logo após a chegada dos imigrantes alemães. Sua origem está na Gemeindeschule, fundada pelo pastor Johann Georg Elhers. Os primeiros cultos e aulas foram realizados na Feitoria, onde hoje se localiza a “Casa do Imigrante”. Elhers ministrava aulas aos filhos dos imigrantes alemães. O objetivo dele, e daqueles que deram continuidade a seu trabalho, era manter a tradição luterana e realizar, além dos cultos, a instrução. Desde lá, a escola desenvolveu-se, mudou-se para o terreno onde se localiza hoje e permanece junto à Igreja de Cristo. Assim, atende aos ideais luteranos de templo e escola, “lado a lado”. Ao longo desse período, ocorreram importantes modificações acompanhadas pelas mudanças de nome da escola. Chamou-se Evangelische Gemeindeschule von São Leopoldo e, após, Deutsche Evangelische Schule von São Leopoldo. Para comemorar o centenário da imigração alemã, mudou de nome para Collegio Centenario. Por fim, em idos de 1940, tornou-se Instituto Rio Branco. Com a responsabilidade de preparar jovens para um futuro promissor, o IRB oferece a solidez da tradição aliada às necessidades modernas da tecnologia a fim de contribuir na formação integral do estudante. Esse processo consolida-se através da crescente procura por aulas de música, dança, idiomas e pensamento computacional. Entre dúvidas e incertezas que hoje afetam pais ao escolher uma instituição com profissionais a quem possam confiar os filhos, o Instituto Rio Branco orgulha-se de fazer da escola uma extensão da família. Nela predominam respeito, disciplina e responsabilidade mútua. Aqui os estudantes não estão apenas na escola, mas em seu segundo lar.

Centro de Educação Básica Rio Branco Unidade de Educação Infantil Rio Branco Unidade de Ensino Instituto Rio Branco São Leopoldo/RS Unidade

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AO VÍDEO INSTITUCIONAL DO IRB
ASSISTA

33º Congresso da Rede Sinodal de Educação 1.159 inscritos

Associação Educacional Luterana Bom Jesus IELUSC (Joinville – SC) | Centro de Educação Básica Rio Branco (São Leopoldo – RS) | Centro de Ensino Médio Pastor Dohms (Porto Alegre – RS – Taquari – RS) | Centro Sinodal de Ensino Médio de Sapiranga (Sapiranga – RS) | Centro Sinodal de Ensino Médio Dorothea Schäfke (Taquara –RS) | Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann (Horizontina – RS) | Colégio Cônsul Carlos Renaux (Brusque – SC) | Colégio Evangélico Augusto Pestana (Ijuí – RS) | Colégio Evangélico Alberto Torres (Lajeado – RS) | Colégio Evangélico Alberto Torres – Região Alta (Roca Sales – RS) | Colégio Evangélico Divino Mestre (São Leopoldo – RS) | Colégio Evangélico Jaraguá (Jaraguá do Sul – SC) | Colégio Evangélico Martin Luther (Marechal Cândido Rondon – PR) | Colégio Evangélico Panambi (Panambi – RS) | Colégio Evangélico Rui Barbosa (Giruá – RS) | Colégio Froebel (São Bento do Sul – SC) | Colégio Gaspar Silveira Martins (Venâncio Aires – RS) | Colégio Ipiranga (Três Passos – RS) | Colégio Martin Luther (Estrela – RS) | Colégio Martinus (Curitiba – PR) | Colégio Mauá (Santa Cruz do Sul – RS) | Colégio Sinodal Alfredo Simon (Pelotas – RS) | Colégio Sinodal Barão do Rio Branco (Cachoeira do Sul – RS) | Colégio Sinodal Conventos (Lajeado – RS) | Colégio Sinodal da Paz (Novo Hamburgo – RS) | Colégio Sinodal do Salvador (Porto Alegre – RS) | Colégio Sinodal Doutor Blumenau (Pomerode – SC) | Colégio Sinodal Gustavo Adolfo – (Lajeado – RS) | Colégio Sinodal Ibirubá (Ibirubá – RS) | Colégio Sinodal (Portão – RS) | Colégio Sinodal (São Leopoldo – RS) | Colégio Sinodal Prado (Gravataí – RS) | Colégio Sinodal Progresso (Montenegro – RS) | Colégio Sinodal Rui Barbosa (Carazinho – RS) | Colégio Sinodal Ruy Barbosa (Rio do Sul – SC) | Colégio Sinodal Tiradentes (Campo Bom – RS) | Colégio Sinodal Tramandaí (Tramandaí – RS) | Colégio Teutônia (Teutônia – RS) | Escola Barão do Rio Branco (Blumenau – SC) | Escola de Ensino Fundamental Sinodal Sete de Setembro (Não-Me-Toque – RS) | Escola Sinodal de Educação Profissional (São Leopoldo – RS) | Faculdade Horizontina – FAHOR (Horizontina – RS) | Faculdades EST (São Leopoldo –RS) | Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (Novo Hamburgo – RS) | Instituto Educacional Luterano (Ferraz de Vasconcelos – SP) | Instituto Ivoti (Ivoti – RS) | Instituto Luterano de Educação do Parecis (Campo Novo do Parecis – RS) | Instituto Sinodal da Paz (Santa Rosa – RS) | Instituto Sinodal Imigrante (Vera Cruz – RS) | Princesa Isabel Educação Infantil (Blumenau – SC) | Setrem (Três de Maio – RS)

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A estrutura de um congresso on-line

O site www.33congressoredesinodal.com.br foi lançado em abril/2022 com informações a respeito das palestras, minicursos e palestrantes. Inscrições e pagamentos também foram feitos através da plataforma hospedada pela empresa 4.events.

O hall de entrada do evento virtual dava acesso à Feira de Educação, ao auditório, aos vídeos gravados pela organização e pelos palestrantes, bem como a todas as informações a respeito da inscrição do congressista.

A FEIRA DE EDUCAÇÃO foi montada com estandes virtuais totalmente interativos. Empresas patrocinadoras ficaram conectadas durante o evento respondendo solicitações dos congressistas. Fizeram parte do grupo de patrocinadores do 33º Congresso: SOMOS Educação, SM Educação, Oxford University Press, Bernoulli Educação, FTD, Sicoob MaxiCrédito e Linplast.

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33º CONGRESSO

Professoralidade e a reflexão crítica da prática cotidiana

A contemporaneidade é marcada por desafios cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, quer seja nos contextos individuais, coletivos, informais ou profissionais. São intensos e dinâmicos os processos de mudanças e inovações incorporados ao dia a dia dos indivíduos, sobretudo devido à transformação da ciência, à evolução da tecnologia e à diversificação dos processos de comunicação de uma sociedade globalizada.

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Casanova (2006) destaca que a educação, como subsistema social, é fortemente condicionada pelas circunstâncias contextuais que caracterizam sua época, além de influenciá-las decisivamente, pensando-se que cada modelo de produção requer pessoas com determinadas capacidades, conhecimentos, habilidades e valores. Necessidade esta que afeta diretamente as instituições de ensino em seu papel de formação do profissional e cidadão exigido pela sociedade atual.

Tal tendência é facilmente percebida no âmbito da educação superior, que, desafiada a se transformar para atender às necessidades da nova configuração social, passa por um movimento intenso de discussão sobre seu sentido e suas funções, bem como de busca por novos modelos e concepções que permitem o enfrentamento dos novos desafios e demandas.

No conjunto das necessidades impostas pelas sociedades em que elas operam, tanto pelo processo de transformação global em todos os contextos, como pelas necessidades que implicam e determinam muitos desafios e possibilidades com relação ao futuro, surgem questionamentos acerca da importância e influência da escola, seu papel e espaço, em um período de constantes mudanças.

No enfrentamento desses desafios, as instituições de ensino e a própria docência colocam-se em posição de discussão e análise, buscando alternativas e fomentando processos de inovação de suas políticas de formação, no intento de abarcar os padrões de excelência e qualidade que orientam e norteiam, na contemporaneidade, as instituições de ensino superior nessa condição.

Nessa perspectiva, tem-se na figura do professor um dos atores importantes na configuração dos processos de ensino e aprendizagem e é preciso con-

cebê-lo, como diz Gómez (2001), como um profissional que reflete criticamente sobre a prática cotidiana a fim de compreender as características específicas desses processos, bem como sobre o contexto em que o ensino tem lugar, para que possa, assim, facilitar o desenvolvimento autônomo e emancipador dos participantes do processo educativo. A partir da reflexão é que podem surgir os processos de significação visando ampliar sua compreensão e atuação frente ao ato complexo da docência.

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Trata-se de uma organização aberta, de fronteiras porosas e permeáveis a influências múltiplas. O fazer do professor, a quem cabe concretizar o processo educativo intencional que ocorre em contextos organizacionais específicos, é perpassado por tais características.

Ao professor fica reservado o desafio cotidiano de, especialmente em tempos atuais, dar respostas às demandas internas e externas em relação à aprendizagem de seus alunos em um espaço de materialização das diversas relações imbricadas ao fazer pedagógico e que exigem, por sua vez, o reconhecimento da importante dimensão da docência e de sua prática, visto que tão importante quanto pensar na oferta de acesso e expansão da educação superior, precisam ser o indivíduo que se deve formar e o próprio processo de formação, que precisa ir ao encontro de todo o projeto pedagógico da instituição, bem como garantir aos alunos um espaço reconhecido de aprendizagem.

Assim, pode-se pensar que o “ensinar” constitui-se em um desafio cada vez maior nas instituições escolares, não somente pelo fato de se configurar como uma atividade que requer um planejamento, uma preparação específica em relação a conteúdos e visão curricular para desenvolver habilidades e competências, mas também na perspectiva de construção de uma identidade docente.

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Percebe-se que o cenário desse paradigma exige a superação das rígidas estruturas disciplinares e uma atitude mais interativa e reflexiva com relação ao conhecimento, numa complexa interação entre inovação curricular e a abordagem do ensino, aprendizagem e avaliação. 33º CONGRESSO

Também é necessário pensar que o conhecimento e a informação de um mundo em rede avançam mais rapidamente e, por conta disso, as pessoas precisam estar em processos de aprendizagem durante muito mais tempo de suas vidas do que antes, quando a inserção qualificada no mercado de trabalho apenas exigia a graduação, já que o campo de conhecimento e as tecnologias permaneciam relativamente estáveis por grandes períodos de tempo, ou seja, mais ainda se faz necessária essa reestruturação, tanto de estruturas como de práticas.

Observa-se que mesmo quando falamos das metodologias ativas e de práticas mais interativas, o professor continua tendo um papel importantíssimo, que é o de permitir que o estudante se aproprie das temáticas e questões propostas, de forma mais independente e autônoma. Também requer um esforço dos professores, que dela se utilizam, no sentido de propiciar modelos e cenários de ensino que permitam o trabalho e a aprendizagem em níveis adequados de complexidade e relevância.

De acordo com Masetto (2001, p. 85), a sala de aula é o espaço e o tempo no qual e durante o qual os sujeitos de um processo de aprendizagem (professor e alunos) se encontram para juntos realizarem uma série de ações (na verdade interações) como, por exemplo, estudar, ler, discutir e debater, ouvir o professor, consultar e trabalhar na biblioteca, redigir trabalhos, participar de conferências de especialistas, entrevistá-los, fazer perguntas, solucionar dúvidas, orientar trabalhos de investigação e pesquisa, desenvolver diferentes formas de expressão e comunicação, realizar oficinas e trabalhos de campo.

Para o entendimento de uma sala de aula voltada a tal concepção de ensino e aprendizagem, portanto, é

preciso que o professor tenha uma visão do processo formativo, que tenha claro quais aprendizagens serão necessárias em outros componentes curriculares e que conceitos/ações se relacionam com o seu campo de estudos, articulando, de forma interdisciplinar, os conhecimentos que atravessam o currículo, tornando-os significativos porque passíveis de conexões, lembrando-se que tais práticas podem estar vinculadas a uma ou outra necessidade de mercado e/ou constituir aporte ao Projeto Pedagógico Institucional vigente.

Ao mesmo tempo, a formação do educador é um processo que acontece no interior das condições históricas que ele mesmo vive. Faz parte de uma realidade concreta determinada, que não é estática e definitiva. É uma realidade que se faz no cotidiano. Por isso é importante que este cotidiano seja desvendado, porque é o retorno permanente da reflexão sobre a sua caminhada como educando e como educador que pode fazer avançar o seu fazer pedagógico.

Ao professor fica reservado o desafio cotidiano de constituir o novo, especialmente em tempos atuais, no sentido de dar respostas às demandas sociais em relação à aprendizagem de seus alunos em um espaço de materialização das diversas relações imbricadas ao fazer pedagógico e que exigem, por sua vez, o reconhecimento da importante dimensão da docência e de sua prática.

É essa a maior condição de inovação porque rompe com a relação sujeito-objeto historicamente proposta pela modernidade. Reconhece que tanto os alunos como os professores são sujeitos da prática pedagógica.

Da mesma forma, compreende a participação dos alunos nas decisões pedagógicas, a valorização da produção pessoal, original e criativa dos estudantes, estimulando processos intelectuais mais complexos e não repetitivos.

Ressignifica o conceito de experiência, assumindo-a como algo que é particular de cada sujeito e que depende das suas estruturas culturais, afetivas e cognitivas para acontecer com sentido.

Esse não assume a condição de inédito, mas é novo para aquele que pela primeira vez o descobre, a partir da sua condição experiencial, professor percebendo que, enquanto sujeito capaz de formar o outro e formar a si mesmo continuamente, precisa estar alicerçado em uma constante vigilância epistemológica, permitindo-se

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reavaliar ideias e concepções e, quem sabe, repensando seus métodos e suas práticas, e que independente da metodologia que utilize, em seu universo subjetivo e complexo, é desafiado constantemente em suas competências, encontrando-se muitas vezes solitário na arte que anuncia, solidão essa necessária à tomada de consciência de que ser professor é definitivamente um ofício e, nesse sentido, pressupõe que o seu realizador domine os processos que lhe são inerentes e seja capaz de executá-los de maneira a observar como cada momento, cada detalhe, por diminuto que seja, cada gesto, ainda que automático, resulta de uma unidade em que os fragmentos só justificam sua existência por

fazerem parte do todo, que pode ser, quem sabe, o nosso espaço de sala de aula.

Referências:

CASANOVA, M. A. Diseño curricular e innovación educativa. Madrid: La Muralla, 2006.

GÓMEZ, Pérez. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: ARTMED, 2001.

MASETTO, Marcos (Org.). Docência na universidade. 3. ed. Campinas – SP: Papirus, 2008

Doutora em Educação pela PUCRS Graduada em Pedagogia e Mestre em Educação

Construindo diálogos na educação infantil: contextos de aprendizagem e ambiente formador para a infância

“O olhar de um educador atento é sensível a todos os elementos que estão postos em uma sala de aula. O modo como organizamos materiais e móveis, e a forma como crianças e adultos ocupam esse espaço e como interagem com ele são reveladores de uma concepção pedagógica” (HORN, 2007, p. 15).

O que queremos provocar neste texto é a reflexão sobre o espaço/ambiente na Educação Infantil, a possibilidade de exploração dos materiais, das cores, dos aromas, enfim, de tudo que pode povoar o “ambiente formador” onde cotidianamente as crianças estão e como poderiam desenvolver-se nele. Um ambiente desafiador e provocador de experiências e vivências que não se constitui no pano de fundo, ele é um elemento constitutivo da própria prática.

As trajetórias e os processos de aprendizado das crianças passam, portanto, pelo relacionamento com os contextos cultural e escolar em que, como tal, deve haver um “ambiente formador”, um espaço ideal para o desenvolvimento que valoriza esses processos (RINALDI, 2012, p. 157).

Vamos pensar sobre o ambiente da sua sala de aula. O que você percebe na sua sala que pode potencializar e facilitar a aprendizagem das crianças? O que elas aprendem e de que forma os materiais, os mobiliários, as paredes falam e dialogam com o que as crianças querem aprender, sobre suas curiosidades e descobertas. A sua sala de aula é um ambiente provocador de aprendizagens? Representa o projeto pedagógico adotado pela escola?

É necessário compreender o AMBIENTE como elemento produzido na relação com cada indivíduo – criança. Ele é um elemento capaz de fornecer pistas valiosas para conhecermos qual o projeto de educação desenvolvido pela ins-

tituição, qual a concepção de criança e infância que subjaz às práticas educativas.

O ESPAÇO não é um recipiente ou continente onde a educação acontece, é uma forma silenciosa de ensino na medida em que “transmite mensagens sobre o ensinar e o aprender” (FRAGO; ESCOLANO, 2001, p. 69). O espaço é o que se faz nele, é o que se vê.

Nesse espaço/ambiente provocador de experiências, vivências e aprendizagens, as crianças têm muito o que explorar. São muitas possibilidades de vivências de forma autônoma. Prateleiras, por exemplo, oferecendo materiais diversificados para as artes (folhas, pedras que riscam, tintas, giz de cera e canetas, recortes e papéis coloridos), podem se tornar materiais ricos de oportunidades de aprendizagem. Claro, tudo é construído no cotidiano com e pelas crianças para que sejam autônomas.

Sendo assim e criadas essas oportunidades de escolhas e decisões individuais, as produções e criações das crianças passam a fazer parte do espaço de aprendizagem na sala de aula, imprimindo a

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identidade de cada uma. As produções não são iguais nem devem ser construídas com os mesmos materiais. Tudo isso é responsável pela construção do ambiente/espaço como contextos de aprendizagem.

Contextos de aprendizagem envolvem materiais e materialidade (nos aspectos relacionais, sociais e cognitivos), escuta e pesquisa do educador, lugar, espaço e ambiente (considerado base visível e invisível da aprendizagem, um todo indissociável de objetos, odores, formas, cores, sons e pessoas que se encontram num determinado local).

Cada um desses elementos traz uma concepção responsável pelo entendimento e consideração da criança como sujeito que aprende nas interações, dialogando com tudo que a cerca e com o próprio conhecimento.

Forneiro (1998) propõe o estudo do ambiente da educação infantil a partir de quatro dimensões: física, temporal, relacional e funcional.

Física: diz respeito a todo suporte físico do ambiente: a arquitetura, a localização, a divisão do espaço (áreas), os objetos (mobílias, equipamentos e materiais), os adornos e a organização espacial (distribuição dos objetos no espaço). A questão que interessa é: “O

que há no ambiente e como ele está organizado?”

Temporal: contempla os momentos de utilização dos espaços na rotina do dia. “Quando e como é utilizado o ambiente ao longo do tempo?” é a preocupação.

Relacional: está vinculada às relações sociais de poder estabelecidas dentro das salas de aula, particularmente entre professores e alunos, tais como acessibilidade aos espaços, a formação de grupos de trabalho, a participação dos professores nas atividades etc. Aqui a pergunta é: “Que tipo de relação se estabelece entre crianças e adultos para a organização do ambiente?”

Funcional: refere-se à forma como os espaços são utilizados pelos usuários, às funções e às suas possibilidades de atividades que podem ser desenvolvidas. A pergunta é: “Como o ambiente é utilizado e para qual (quais) finalidade(s)?”

“É preciso, pois, deixar o ambiente suficientemente pensado para estimular a curiosidade e a imaginação da criança, mas incompleto o bastante para que ela se aproprie e transforme esse espaço através da sua própria ação” (LIMA, 1989, p. 72).

Contudo, o contexto de aprendizagem para as crianças que defendemos aqui se refere a todos os espaços físicos, materiais, mobiliários que são organizados e pensados na escola e sala de aula de tal forma que provoquem a curiosidade das crianças e convidem à exploração. Tudo aquilo que possa de alguma forma (explorando, brincando, dialogando) facilitar a aprendizagem por meio da intervenção do educador.

Uma sala de aula pensada como espaço de aprendizagem traduz a estadia das crianças ali. Mostra nos murais suas investigações e permite que sejam instigantes para novas perguntas. A linguagem escrita é usada como meio de comunicação. Por exemplo, nomeando objetos em caixas ou potes de for-

ma que seja preciso ler no momento das escolhas e utilização delas.

Um espaço/ambiente em que a criança interage de forma natural por ser construído POR ela e COM ela. Convidamos você, educador, a pensar sobre essa concepção de espaços de aprendizagem em diálogo com sua sala de aula. Para isso, indicamos o checklist disponível neste link: <https://tinyurl.com/ checklistmendanha>.

Referências:

BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCNEI´S). Brasília, 1988. CORRÊA, Biébele Abreu; MOTA, Edimilson Antônio. O processo de adaptação da criança na Educação Infantil: a importância do acolhimento. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 12, 05 abr. 2022. Disponível em: <https://educacaopublica.cecierj.edu.br/ artigos/22/12/o-processo-de-adaptacaoda-crianca-na-educacao-infantil-aimportancia-do-acolhimento>.

FORNEIRO, I. L. A organização dos espaços em educação infantil. In: ZABALZA, M. A. (Org.). Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. p. 229-280.

FRAGO, A. V.; ESCOLANO, A. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

HORN, M. G. S. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

LIMA, Elvira S. A incrível aventura dos primeiros dois anos de vida. São Paulo: Inter Alia, 2021.

Essa obra traz um estudo de alguns aspectos relevantes da vida humana no primeiro período da infância, considerando as contribuições das ciências do cérebro e a integração da dimensão biológica e cultural do desenvolvimento humano.

RINALDI, C. Diálogos com Reggio Emilia: escutar, investigar e aprender. São Paulo: Paz e Terra, 2012.

ROCHA, Eloisa A. C.; KRAMER, Sonia (Org.). Educação infantil: enfoques em diálogo. Campinas: Papirus, 2011.

Nesse livro se entrelaçam diferentes aspectos da infância e da educação infantil, seus desafios, problemas, suas conquistas e perspectivas, que dialogam com as demandas das escolas infantis e creches.

Professora Cibele Cristina Mendanha Dias Pedagoga, especialista em supervisão escolar, pesquisadora da infância e mestranda em educação. Autora de coleção didática e de literatura infantil

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33º CONGRESSO

Projeto de vida e felicidade

Existem diversas músicas que tocam em muitas festas em nossas vidas que apregoam uma certa leveza existencial, como por exemplo “Deixa a Vida Me Levar”, escrita por Serafim Sergio, Roberto da Silva e Erivaldo Severino; “Como Será o Amanhã”, escrita por Jefte Santos, entre outras canções que nos conduzem facilmente a pensar que uma vida mais solta, mais leve e mais descontraída pode se constituir em algo mais fácil, mais simples, mais gostoso de viver. Será?

Será que é um bom caminho para nossa existência entregar nossos sonhos, nossas metas, nossos desejos, nossos projetos de vida à sorte? Pensemos. Sorte pode ser associada com a palavra “sorted”, que em inglês quer dizer sortido, aleatório.

Você gostaria de chegar à sua velhice com ou sem saúde, baseado unicamente na sorte? Você entregaria o seu sustento, o seu emprego, o seu trabalho, os seus resultados profissionais à sua sorte? Tome cuidado!

Pensar desse jeito pode colocá-lo(a) à mercê da vida, tornando-o(a) como uma bola de bilhar no jogo da vida, dos desejos, dos demais.

Os projetos de vida, ao contrário disso, nos dão a oportunidade de, ao assumirmos o leme da nossa existência, ao abraçarmos nossos propósitos, ao assumirmos a nossa natureza e ao abraçarmos os nossos valores, construir um caminho capaz de

nos proporcionar alguma felicidade autêntica.

Não é realista esperar que a felicidade seja o oposto do sofrimento, da dor, da espera ou da frustração. Ainda no contexto das músicas encantadoras de nossas vidas, Vinícius de Moraes tem um poema que já foi muito cantado em que ele diz: “É melhor ser alegre que ser triste. Alegria é a melhor coisa que existe”.

Pensando nisso, fica fácil cair na ideia tão difundida em manuais de autoajuda de que a vida boa é uma felicidade sem fim e a todo tempo, o que nos desprepara para as inevitáveis curvas da vida.

Ao contrário do perfeccionismo, da obsessividade, quando aceitamos o fato de que ser feliz não é sobre não ser triste, muito ao contrário disso, que podemos aprender a nos contentar com o suficientemente bom. Com fato de que mesmo um atleta de altíssima performance como o Cristiano Ronaldo já errou pênaltis. Mesmo pessoas inteligentíssimas como Einstein já erraram cálculos. Quem somos nós então, meros mortais, para exigir tanto de nós mesmos?

Uma vida boa em termos de saúde física, mental, resultados profissionais e outros aspectos é uma vida na qual estamos sempre aprendendo, sempre evoluindo, sempre lapidando, sempre seguindo, e também nos perdendo.

A vida não é sobre não perder a cabeça, mas sim reencontrar constantemente novas formas de nos olhar, de olhar a vida e os acontecimentos. Alguma felicidade autêntica traz justamente essa possibilidade de perceber que cada um de nós é único e que a vida não comporta fórmulas prontas, dicas fáceis, atalhos. Viver é uma construção, é arte, uma obra feita com singularidade.

Já parou para pensar como nossa íris é única? Assim como nossas impressões digitais, o formato do desenho do nosso eletrocardiograma, nosso cheiro, nossa forma de caminhar, o formato de nossas orelhas e nossa voz? Tudo isso nos tornam pessoas únicas e é por isso que ter propósitos e construir os nossos projetos de vida nos permite perceber que aquilo que nós temos que fazer, as questões que nós temos que resolver, os chamados da vida que cabe a nós cuidar, são indelegáveis. Ninguém poderá viver a vida por nós. Sim, no lugar de ter que, com uma mente obsessiva, escrever nossas verdades, nosso caminho à caneta, o convite aqui é para que possamos nos permitir escrever a vida, o livro de nossas vidas, a lápis com a borrachinha do outro lado. Desenhando, crian-

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33º CONGRESSO

do contornos, criando e recriando cada etapa como autores e como editores, fazendo assim com que, de tempos em tempos, possamos refletir sobre os propósitos, que não são estanques, não são fixos, porque nada na vida é. Sim, nós mudamos. Sim, as circunstâncias mudam, e sim, a partir das nossas mudanças internas e dos chamados da vida podemos, com algum grau de consciência e responsabilidade, construir uma vida boa, saudável e feliz.

O projeto de vida nos liberta do imediatismo, nos liberta do medo, nos liberta dos muitos dilemas porque ele nos dá um norte para a vida. E quando nos sentimos perdidos, é ele que justa-

mente nos ajuda a nos reconectar com aquilo que há de mais singular e precioso dentro de nós.

Ter projetos de vida claros nos ajuda a saber para onde ir e nos deixa mais leves, em termos de bagagens no dia a dia, para escrevermos uma canção que seja só nossa, mas que não precisa ser apenas para nós. É por isso que finalizo aqui lembrando de William Damon, uma das maiores autoridades mundiais nesse assunto, que nos diz que o projeto de vida nobre é aquele que gera consequências positivas para o eu e para o mundo além do eu. Projeto de vida nobre é bom para o indivíduo e é bom para a sociedade.

E você, como tem projetado a sua vida? Tem se permitido escrever a lápis e apagar de tempos em tempos aquilo que já não faz mais sentido, posturas que já não edificam mais ou não refletem a sua verdade?

Ninguém poderá assumir a autoria da vida que lhe pertence, que lhe cabe e que lhe chama para ser vivida, para ser bem vivida. Aceite o convite, escreva uma linda história para você. Não só o seu coração se regozijará, como o de todos aqueles que desfrutarem do perfume da sua felicidade ao cruzar com você em seus caminhos.

Educação Inovadora: desintegração ou

metamorfose?

Professor António Nóvoa

surpreendeu a organização do Congresso e veio diretamente de Portugal para apresentar a palestra no Instituto Rio Branco. O conteúdo está, na íntegra, neste código QR!

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33º CONGRESSO

Alfabetização e letramento na infância: diferentes olhares

É sempre prazeroso dialogar com cole gas da Educação. O encontro e a possibili dade das trocas pedagógicas enriquecem os fazeres docentes de todos nós. E, neste ano de 2022, diante do novo contexto em que nos encontramos, tivemos a possibilidade de tecer relações no âmbito digital.

possibilivisua-

Novas emoções afloraram no início desse encontro, pois eu não visua lizava os participantes em minha tela. Via apenas a projeção e um sutil reflexo da minha própria imagem. Mas, quando as provocativas iniciais invadiram, dando início ao nosso diálogo reflexivo, tais como: “quando vocês começam a ensinar as letras?”; “quando meu filho vai aprender a ler?”; “na escola tal, sei que as crianças saem prontas da Educação Infantil”; “na Educação Infantil eles só brincam!?” etc., a interação foi crescendo e percebi que estava conectada com muitos, mas muitos professores e professoras, e uma energia ainda mais impulsionadora motivou-me a entrar de fato no assunto que me foi proposto.

Depois de percebermos que as inquietações das famílias frente à alfabetização e ao letramento inquietam nossas escolas, indiferente da localidade em que estejamos, retomamos os conceitos-base que construímos ao longo de nossa prática educativa, para que de fato pudéssemos traçar movimentos pedagógicos possíveis e potentes no contexto do qual hoje fazemos parte.

Partimos do conceito de oralidade, habilidade que de fato insere o homem na sociedade, um conjun-

to de práticas sociais que, por sua vez, está correlacionado ao conceito de letramento. Essa sendo a habilidade para compreender e se fazer entender. Rosset (2018, p. 52) afirma: “Ela se inicia quando a criança nasce e não termina mais, pois o sujeito nunca abandona a prática social da linguagem”. Assim, nessa evolução de habilidades e competências, a criança aprende que, além da linguagem oral, da linguagem corporal e da linguagem das imagens, existe também a linguagem dos códigos, a que denominamos alfabetização, processo de aquisição e apropriação do sistema da escrita alfabética ortográfica.

Entretanto, nesse encontro, não podemos nos deter aos conceitos e aos autores que tão bem sistematizam tais etapas, mas adentrar em uma complexa e intensa problemática que ronda os educandários infantis, a pressa assoberbada dos adultos em antecipar as etapas, a busca ansiosa pela alfabetização. Um movimento que, por vezes, anula o processo de aprendizagem e desenvolvimento natural e processual das crianças.

Como forma de sustentar o fazer dos professores e professoras, revisitamos, mesmo que brevemente, mas de forma bastante pontual, a página da BNCC (2019) em que encontramos a divisão das Etapas da Educação Básica, com olhar bastante atento à Educação Infantil. Resgatamos a importância do trabalho pedagógico atento e responsável aos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento, bem como aos Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento previstos para as diferentes faixas etárias. Sendo essa uma importante forma de consolidar o nosso trabalho e, igualmente, base sólida para sustentar a importância do trabalho pedagógico que visa atender as aprendizagens das crianças, primando sempre pelo desenvolvimento saudável e integral delas. Assim, elencamos possibilidades que podem ser inseridas nos diferentes contextos, como forma de fortalecer uma atuação pedagógica que visa às necessidades das crianças, às expectativas dos familiares, complementando as concepções pedagógicas da professora.

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Imagem: Freepik 33º CONGRESSO
letramen com

Para tanto, muito mais que o simples e irônico ato de traçar uma receita a ser seguida, o que seria totalmente descompassado da minha parte, buscamos analisar posturas que podem ser adotadas e moldadas aos diferentes contextos educativos, e que, principalmente, mostram-se como luzes possíveis para atingir o respeito e o acompanhamento pedagógico de qualidade para as crianças. Sendo assim, percebemos que a postura profissional, desde a escolha metodológica, as práticas cotidianas, até os suportes teóricos pessoais, são essenciais para que possamos ter embasamento e, consequentemente, fazer a comunhão com os demais colegas professores, em especial, de outro segmento, e até mesmo com os familiares. Pois, diferente do que muitas vezes pensamos, há uma falta de entendimento desses frente ao que desenvolvemos, somado à pressão que o contexto desenfreado e extremamente competitivo da atualidade opera nas relações. E vale lembrar que é também este o nosso papel como educadores, orientar e facilitar o entendimento dos demais adultos que fazem parte do contexto das crianças, para que possam entender os processos educativos que realizamos e assim perceber os objetivos que desenvolvemos, diminuindo a pressa que os ronda, imposta pelas forças externas.

Na sequência, e próximo ao término do encontro, reforçamos o quanto educação é processo, e justamente por isso as crianças precisam e devem ter a oportunidade de diferentes interações. Desde brincadeiras, nas quais possam explorar o seu corpo e as muitas possibilidades psicomotoras, até mesmo relacionadas ao repertório linguístico e aproximação aos gêneros textuais. Ações que se constroem de forma concreta, partindo sempre da concepção de “macro” para “micro”, do total real tátil e, gradativamente, conforme ela cresce e atinge maior maturidade cognitiva, surge a possibilidade de abstração.

Refletimos sobre a importância dos contextos educativos e as práticas diárias dentro da escola e quanto precisam ser alicerçadas em diferentes interações, que agreguem sentido e utilidade para a criança, em que o contexto letrado não seja uma habilidade a ser conquistada de forma maçante, mas natural e prazerosa.

Sendo assim, percebemos que um importante movimento para mostrar indiretamente para a criança que ela pertence ao contexto da linguagem escrita é aproximá-la da escrita do seu nome, auxiliando a perceber a funcionalidade desse nas suas relações cotidianas, por exemplo. Outra sugestão muito potente

que refletimos foi a ação do professor como escriba que, de forma indireta, ao registrar as falas das crianças ou até mesmo ao auxiliar as crianças a organizar um curto texto coletivo, estará demonstrando a funcionalidade e a organização de como se constrói/organiza a escrita, por exemplo. Por fim, mas não mesmo importante, abarcamos a importância das rodas de leitura e de conversa. Espaço em que o professor pode ser o contador da história ou até mesmo o mediador, onde as crianças possam fazer o seu reconto, relacionando-se com diferentes materiais, formas, enredos e contextos, ampliando suas experiências linguísticas e, consequentemente, a sua criatividade, o seu senso estético e crítico.

Sem sombra de dúvidas, educar é trabalhoso, exigente, intrigante, ainda mais em novos contextos, frente a tantas novidades que vivenciamos e percebemos na atualidade. Mas sempre será possível para aqueles que, assim como nós, buscam construir ações sólidas, com embasamento teórico, que primem por uma educação integral e, sobretudo, que faça sentido para os infantes.

Referências:

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, SEB, 2019.

BARDANCA, Ángelles Abelleira; BARDANCA, Isabel Abelleira. O pulsar do cotidiano de uma escola da infância. Tradução GoalTranslations (Firma). 1. ed. São Paulo: Phorte.

FORMOSINHO, Júlia Oliveria. Pedagogia(s) da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.

ROSSET, Joyce Menasce. Educação. Infantil: um mundo de janelas abertas. Edelbra, 2018.

Professora Me. Caroline Hirt Corrêa Formadora da SM Educação Passo Fundo/RS

Equipe de serviços pedagógicos da Professora Me. Daniela Mattos, liderada pelo Gerente Nacional Maurício Carrara

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33º CONGRESSO

Comentários dos congressistas

Realmente foi muito inspirador! Não foi cansativo, foi instigante, provocativo e realmente inspirador, com certeza saímos tocados destes três dias de Congresso. Parabéns pela organização do evento!!!

Daniela Vanessa Bottan Engel Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann – Horizontina/RS

Gostaria de expressar minha gratidão pela oportunidade de ter participado deste Congresso. É notável o empenho, a motivação, o planejamento, o carinho com que foi pensado. Parabenizo a todos os envolvidos! Além disso, um elogio aos alunos e às alunas da instituição e aos professores e funcionários. Forte abraço! Renata Chapuis de Oliveira Colégio Sinodal – São Leopoldo/RS

Parabéns à Equipe do Rio Branco pelo protagonismo de um Congresso on-line e que foi maravilhoso desde a sua divulgação, a chegada carinhosa do “café” e a essência do evento através das excelentes palestras e minicursos. Grande e afetuoso abraço. Adilson Leonhardt Franck Colégio Sinodal Rui Barbosa Carazinho/RS

Parabéns à equipe responsável pelo 33º Congresso da Rede Sinodal. Os temas e responsáveis por cada um dos temas foram muito bem escolhidos. A presença dos alunos durante a programação, ainda que virtualmente, foi muito especial. Realmente valeu cada minuto investido. Muito obrigada por todo esforço e empenho.

Regina Piske Fertig Associação Educacional Luterana Bom Jesus / IELUSC – Joinville/SC

GRATIDÃO!!! Mesmo estando distantes fisicamente, com certeza vocês, organizadores do Congresso, através de tudo que nos foi proposto, conseguiram NOS ABRAÇAR, NOS ACOLHER, NOS ENVOLVER. Parabéns, equipe!

Liane Marlize Stamm Schwingel Colégio Evangélico Martin Luther Marechal Cândido Rondon/PR

As palestras foram excelentes, de grande relevância para o nosso dia a dia. A organização do evento também foi impecável.

Joice Karine Eichelberger

Escola Barão do Rio Branco Blumenau/SC

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33º CONGRESSO

Foi meu primeiro Congresso e estou imensamente feliz em poder prestigiar este evento que foi magnífico!! Estes 3 dias de Congresso foram maravilhosos, muito conhecimento agregado. O IRB está de parabéns! Ansiosa para o próximo!!

Martiéla Bartz Pedó

Colégio Mauá – Santa Cruz do Sul/RS

Este Congresso superou minhas expectativas! Sabia que seria bom, com base nos congressos anteriores da Rede, mas, principalmente, por ser on-line, não estava com uma expectativa tão grande. Mas foi maravilhoso, muito bem organizado. Além das palestras superinspiradoras, os vídeos dos alunos trouxeram motivação e deixaram o coração quentinho, ao ver, mais uma vez, como é linda a nossa profissão. Parabéns! Este Congresso ficará marcado em minha memória e em meu coração. Muito obrigada!

Ótimos palestrantes convidados, com excelentes tópicos de fala. Com certeza, o evento trouxe reflexões essenciais para a educação no mundo digital, em especial, após a pandemia. As falas também propiciaram mais tranquilidade, depois de tudo o que vivemos nos últimos dois anos.

De forma geral, o Congresso foi muito bom e inspirador. Agora, precisamos praticar as ideias abordadas aqui para que, num Congresso futuro, falemos das mudanças que fizemos impulsionados pelas falas dos convidados. Não fiquemos só na conversa!! Precisamos agir e com urgência!! E me incluo nisso! Parabéns à Rede Sinodal por esse evento e ao Instituto Rio Branco pela organização do evento. Obs: adorei os mimos!! CLAUDIA TOUGUINHA DE MOURA Colégio Sinodal do Salvador Porto Alegre/RS

Mais uma vez, a Rede Sinodal se supera em relação aos desafios impostos pela situação vivida atualmente. Participo dos Congressos desde 2014 e afirmo com a maior sinceridade: eles são sempre marcantes, seja pelo fato de oxigenarem nossas práticas, por proporcionarem tantas experiências únicas e repletas de aprendizado, ou ainda pela possibilidade de conviver (em tempos de pandemia, de maneira on-line) com tantas pessoas que buscam o mesmo objetivo – uma educação de qualidade para nossos estudantes. Parabéns ao Instituto Rio Branco, que nos recebeu e que preparou toda a dinâmica do Congresso. É importante salientar a importância de “se levantar e encarar o grande desafio de liderar uma iniciativa como essa”. A equipe merece todo o feedback positivo pela excepcional experiência proporcionada. Parabéns também à Rede Sinodal por mais uma vez oferecer estes momentos de formação indispensáveis para que possamos ser lembrados do quanto nossa missão é importante e essencial para o futuro. Fica aqui o registro de meu agradecimento a cada pessoa envolvida nos processos de organização, assim também, especialmente, aos palestrantes que participaram com cada fala. Cada uma delas foi de extrema importância para planejarmos a transformação que precisamos colocar em prática diante desta Nova Educação.

Diego Hodecker

Colégio Cônsul Carlos Renaux – Brusque/SC

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33º CONGRESSO

Recado aos congressistas

Mais de três anos nos separaram do início da organização do 33º Congresso. Impossível não mencionar a pandemia do coronavírus, que repercutiu significativamente nos preparativos. Ainda não podemos dimensionar seu real impacto sobre a sociedade, mas é fato que estamos vivendo um momento histórico da humanidade, que nos exige constante adaptação e aprendizagem. E como aprendemos! Estamos aqui fazendo história! Em 33 edições do Congresso, marcamos a história da Rede com o primeiro Congresso On-line. Fomos 1.159 congressistas, das mais diversas partes do país! Que bom que foi possível interagir, mesmo que à distância! Muito obrigada por embarcarem nessa viagem conosco!

O 33º Congresso foi construído com muitas mãos, mas não posso deixar de agradecer à professora Simone Klauck, minha colega no IRB, pela parceria na

Para refletir

organização e elaboração da programação, junto à diretora Taciana e ao professor Ricardo. Obrigada às escolas que gentilmente enviaram o vídeo que solicitamos – e que será exibido mais adiante. Obrigada por cada mensagem de carinho, sugestão e elogio que recebemos. Obrigada a todos que estiveram na torcida.

Agora, sobre fazer parte e fazer história... penso que é o que fazemos diariamente ao entrar na sala de aula, ao acreditar que a educação é o legado que inspira e transforma. Que esses três dias tenham servido para reforçarmos a certeza da diferença que fazemos na vida de tantos estudantes!

Renata Rabuske Coordenadora do 33º Congresso Instituto Rio Branco São Leopoldo/RS

Mais bonito não há

Nada mais belo Que olhar de criança no sol da manhã Chuva de carinho é o que posso pedir Nessa imagem tão sã Lindo no horizonte O amanhã que eu nunca esqueci Doce lembrança do sonho Que eu vejo daqui Ser amor pra quem anseia Solidão de casa cheia Dar a voz que incendeia Ter um bom motivo para acreditar Mais bonito não há Pode acreditar Mais bonito não há

Nada mais belo Que abraço sereno e sabor de perdão Ver a beleza e em gesto pequeno Ter a imensidão Como espalhar por aí Qualquer coisa que faça sorrir Aquietar o silêncio Das dores daqui

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Ri elo
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Élen Bücker da Costa (estudante do 5º Ano do IRB) e professora Renata Rabuske

Olhares nos movem Mensagem final do 33º Congresso

A motivação para escolher esse tema foi com a intenção de refletirmos sobre o que sentimos com relação ao que vemos quando olhamos para pessoas, situações, acontecimentos. Como sentimos a realidade onde estamos inseridos? Como olhamos o trabalho que fazemos, a vida que vivemos? O nosso olhar nos move em direção ao motivo que nos faz chorar para mudar o choro em riso?

No Evangelho de Lucas 19.41-42, o evangelista Lucas narra um acontecimento na caminhada de Jesus rumo a Jerusalém. Na cidade, Jesus sofreria as consequências de anunciar com palavras e ações o Reino de Deus. Lucas escreve: Quando Jesus chegou perto de Jerusalém e viu a cidade, chorou com pena dela e disse: — Ah! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir a paz! Mas agora você não pode ver isso.

As pessoas da cidade de Jerusalém não aceitaram a proposta de paz de Jesus. Triste, mas com o coração cheio de compaixão e misericórdia, ele chora pelas pessoas da cidade. Ele não ficou paralisado, inerte, nem voltou pelo caminho que lhe trouxe aos arredores da cidade. Ele não desistiu da cidade, das pessoas. Ele tinha um compromisso profundo com a missão de Deus. Ele foi à cidade mesmo sabendo dos riscos à sua vida. E porque Jesus estava de mãos dadas com Deus, o Pai, não ficou na morte. E sua coragem de ir à cidade, a sua paixão mudou a história da humanidade.

E a nós? O que nos faz chorar quando olhamos para a realidade, as situações de nossas vida? Nos fazem chorar os problemas no trabalho, família, vizinhança e cidade?

Quando nossos olhos se enchem de lágrimas diante de uma realidade ou várias, somos estimulados pela ação de Jesus a enfrentarmos as fontes das nossas tristezas. As fontes de tristeza que nascem do nosso olhar e que dependem somente de nós podem ser modificadas. Se queremos uma educação que inspire, não podemos parar diante do que nos faz chorar. É preciso dar lugar em nós para a misericórdia e compaixão. Deus quer, em Jesus Cristo, nos ensinar a olharmos a vida e os acontecimentos com o olhar de Jesus. Ele é chave para transformarmos nosso choro em riso.

É bem conhecida uma pérola literária de Eduardo Galeano que diz: “Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta imensidão do mar e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando, finalmente, conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: me ajuda a olhar!”.

O pai do menino conhecia o mar. Ele sabia que o seu filho ficaria encantado e mudo de beleza diante do esplendor do mar.

Deus conhece os encantos da vida. Ele quer nos ver encantados. No entanto, nós caminhamos por ela sem dar o tempo necessário para a contemplação e a profundidade no olhar. O ato de parar para olhar nos conecta com nossas emoções.

E não teremos amor, compaixão e misericórdia se não pararmos para olhar a vida e seus movimentos. Que sensação maravilhosa ficar mudo de beleza diante da vida e o viver.

O olhar de Jesus pleno de compaixão pela cidade de Jerusalém e sua gente é o jeito de Deus nos levar para olharmos a vida com profundidade. Olhemos para as fontes que nos fazem chorar e descubramos nela os encantos da vida.

Faz parte da missão de educadores encantar. Como encantar se não nos encantamos? Tiremos um tempo para ficar mudos de beleza. Peguemos na mão de Deus e peçamos com toda a nossa mente, a nossa alma e o nosso coração: Pai, me ajuda a olhar.

Educadores que param para olhar com profundidade serão atores de uma educação inovadora e inspiradora para as novas gerações.

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Carlos Eduardo Müller Bock Pastor Sinodal Sínodo Rio dos Sinos São Leopoldo/RS
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Coral Juvenil do IRB VIVA O Amor Tema de IECLB 2022

Fotos do 33º Congresso

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Feedback Time: rubricas e avaliações

Para muitos, os momentos de avaliação – ou a chamada “prova” – podem remeter a lembranças negativas da trajetória escolar. Essa não é a realidade dos alunos do Bonja International em Joinville/SC.

A importância desse momento é clara para o educador, mas como torná-lo uma experiência significativa e que realmente auxilie o estudante a identificar seus pontos fortes e também o que precisa ser desenvolvido para o seu crescimento? Foi essa pergunta que levou os professores do Primary Programme do Bonja International a elaborar a sua política de avaliação e inserir as práticas avaliativas no cotidiano escolar.

Como escola PYP (IB), quatro dimensões avaliativas são seguidas: monitorar, documentar, analisar e reportar. Durante os momentos de avaliação, os objetivos da atividade e o que está sendo avaliado ficam visíveis para todos por meio das rubricas que são compartilhadas com os alunos.

O professor assume a posição de mediador e observador e é essencial que ele tenha o olhar atento durante toda a avaliação. O feedback do professor acontece durante a atividade e não apenas quando se encerra. O educador constantemente relembra os estudantes sobre o que é esperado e realiza perguntas curiosas que instigam os alunos à autoavaliação.

Entendemos que, por mais que as rubricas resultem em uma nota final, não é esse o objetivo, mas sim a evolução e como essa é vista e compreendida pelo educando. Portanto é necessário que as rubricas estejam sempre visíveis para todos, que os estudantes entendam quais são os objetivos finais de cada avaliação e o que está sendo esperado de cada momento.

É importante que as rubricas:

● sejam escritas com vocabulário apropriado para a faixa etária;

● contemplem a avaliação de critérios relacionados a atitudes, procedimentos e conceitos;

● tenham uma progressão clara (vou do ponto A ao ponto D);

● possibilitem um feedback específico e detalhado;

● possibilitem a autoavaliação, avaliação por pares e/ou pelo professor.

Por fim, percebemos que o momento avaliativo junto com as rubricas eleva o rigor e a excelência. Por meio das evidências de aprendizagem o processo pedagógico torna-se concreto e relevante para o aprendiz e o impulsiona a ser agente do seu aprendizado.

Educação financeira no 1°

Ano do Ensino Médio: consumo consciente e economia

A partir de uma enquete realizada com os estudantes em 2021, constatou-se o interesse por unanimidade em abordar a temática da Educação Financeira no componente curricular de Matemática. Assim emergiu o projeto “Educação Financeira”, desenvolvido com os estudantes do 1º Ano do Novo Ensino Médio.

Inicialmente houve uma explosão de ideias sobre o tema, na qual os estudantes expressaram temas de interesse como: consumismo, empreendedorismo, investimentos, redução de gastos, administração financeira, juros, entre outros. Em seguida, realizaram a apresentação utilizando recursos digitais relatando uma situação financeira cotidiana.

Com a finalidade de expandir o conhecimento sobre o assunto e estimular a preparação para um futuro financeiro equilibrado, buscou-se a parceria com uma entidade financeira do município, que proporcionou várias oficinas aos estudantes.

Desta forma, os estudantes foram divididos em grupos e desafiados a escolher uma situação-problema financeira do cotidiano e, a partir dessa, criar uma “persona”, com os itens: nome, idade, lema e uma possível solução. Vários personagens surgiram e as situações envolveram, principalmente, consumo exagerado e falta de controle financeiro.

Além das situações apresentadas, os cálculos de juros e soluções para sair de situações de endividamento foram o foco da maioria das “personas”.

A partir disso, o seguinte questionamento foi proposto aos estudantes: “Qual o meu custo mensal?”.

Os estudantes foram desafiados a preencher uma planilha de gastos mensais individuais durante um mês, com a finalidade de identificar o valor monetário necessário para manter-se financeiramente. Ao final dessa tarefa, vários estudantes se surpreenderam com os valores contabilizados e foram instigados a refletir sobre projetos de curto, médio e longo prazo.

No decorrer das oficinas, os estudantes compreenderam a interligação dos conceitos e cálculos matemáticos às necessidades e situações cotidianas, a consciência crítica em relação ao consumo exagerado e a necessidade de que, para alcançar metas são necessários organização de gastos e autocontrole. Além disso, perceberam a relevância da educação financeira e sua contribuição na construção de uma vida financeira autônoma e saudável.

Portanto, os estudantes começaram a repensar seus gastos tendo em vista sua redução e a criação de reservas econômicas, almejando sua independência financeira e a realização de seus sonhos.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 23
Professora Ana Cristina Petry Markmann Professor Felipe José Mello Coordenadora Pedagógica Rosilene Inês König Professora Silvana Emer Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo – Lajeado/RS

Estúdio: Contrafluxo

O Estúdio é um componente curricular do Novo Ensino Médio do Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo e tem como objetivo fomentar o protagonismo do estudante, integrando as diferentes áreas do conhecimento em formato de aulas expositivas, explicativas, pesquisa, apresentações, aula invertida, seminários e exposições de projetos. O Estúdio do GA é interdisciplinar e, para tanto, é desenvolvido através de docência compartilhada. De modo a atender todas as áreas do conhecimento, cinco professores atuam de maneira integrada, compartilhando os espaços, tornando-os ambientes de aprendizagem e de trocas. Contrafluxo é aquilo ou aquele que tem direção oposta ao fluxo; que vai na direção contrária; contracorrente. Um mundo que anda em contrafluxo caminha na direção contrária: oposto ao desperdício, oposto ao consumo irresponsável, oposto à falta de consciência ambiental. Em meio a descartes irresponsáveis, cultura de orgânicos e celebração das energias sustentáveis, estaremos nós, estudantes e professores do GA, pensando em temas que andam no contrafluxo de uma sociedade que não pode mais alienar-se frente às exigências do meio ambiente e do meio social. Sobre esse fluxo contrário se deu a primeira experiência do componente curricular ESTÚDIO.

---te e do meio social. Sobre esse fluxo

A dinâmica das aulas se deu através de momentos de pesquisa para produção de artigos científicos, somado a aulas com os professores das áreas: Ciências Huma-

nas, abordando a questão das relações entre o homem e a natureza; Ciências Exatas, trazendo estatísticas dos impactos ambientais; e as Ciências da Natureza, abordando a questão do desenvolvimento sustentável. Por fim, as Linguagens trazem o polimento dos artigos científicos e uma produção visual utilizando materiais de descarte.

No total foram produzidos vinte artigos científicos que apresentam, através de diferentes olhares, o conceito de sustentabilidade e desenvolvimento. Além disso, montou-se uma exposição das produções visuais, a qual foi prestigiada pela comunidade escolar da Unidade de Ensino Médio GA – campus UNIVATES.

te artigos científicos que apresentam, con desenvol GA – campus UNIVATES.

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 24
Professoras Ana Cristina Petry Markman, Fabiane König, Janine Müller e professores Pablo Capalonga e Willian Henrique Hoppe Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo – Lajeado/RS

20º Festival do Livro em Lajeado

Após duas edições remotas, o Festival do Livro do Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo retornou presencialmente e com grande potência, para alegria dos estudantes, professores, direção e comunidade de Lajeado. Com o tema “Biografia e Autobiografia”, o evento, de grande aporte cultural, chamou-se: Ser gente: somos a história que contamos. Durante duas semanas o colégio foi conduzido a uma imersão literária, proporcionando encontro com escritores, espetáculos de música e teatro, participação em palestras, oficinas e debates, exaltando a relevância e contundência do livro no cenário e ambiente do colégio.

Em sua 20ª edição o tema do evento inspirou-se em vidas e personalidades que se tornaram histórias, impactando outras vidas pelo que fizeram e falaram, transformando-se em linhas biográficas. Os livros lidos e abordados durante o festival contavam sobre pessoas que fizeram diferença em contextos e épocas históricas distintas, pessoas cujas trajetórias foram e são aprendizagens profundas sobre empatia, respeito e conhecimento sobre o mundo.

A primeira semana, que aconteceu no final do mês de junho, contou com a participação dos escritores Jeferson Tenório, vencedor do Prêmio Jabuti 2021, da mineira Cris Guerra, e dos gaúchos Eliandro Rocha, Flávia Pozzobom e Aline Lenz. Livreiros trouxeram e ofereceram livros para os estudantes e o palco do Teatro da Univates recebeu es-

critores e artistas, entre eles a orquestra do colégio e os espetáculos teatrais “Palavra de Anjo” e “O menino que aprendeu cedo demais”. Mostras audiovisuais produzidas pelos alunos foram exibidas em ampla tela, com o teatro da universidade repleto pelo público. Já na segunda semana, a programação foi a partir de apresentações dos alunos, com sarau literário, cinedebate, oficinas e apresentações artísticas variadas.

O colégio, como um todo, preparou-se para viver intensamente o festival, fortalecendo e potencializando o livro como instrumento de conhecimento, cultura e transformação através do encontro com a literatura.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 25
Professor Pablo Capalonga e Professora Gilmárcia Picolli Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo – Lajeado/RS Conversa entre a escritora mineira Cris Guerra e a aluna do 9º EF – Júlia Pavanatto Momento de premiação dos curtas metragens produzidos pelos 2ºs. Anos do Ensino Médio sobre o tema do festival, BIOGRAFIAS

ARTEMÁTICA: onde a Matemática encontra a Arte… e vice-versa

Sabemos que a matemática inspira artistas desde a antiguidade. Formas, relações e proporções permeiam pinturas, esculturas e obras musicais. Em muitas obras a matemática e a arte se confundem, como é o caso de Melancolia de Albrecht Dürer, em que, entre muitos objetos geométricos, é possível até mesmo observar um quadrado mágico. Podemos citar ainda a proporção áurea presente nas obras de Leonardo da Vinci e as obras abstratas de Kandinsky, repletas de círculos, linhas e triângulos.

-porções musicais. se Albrecht muitos geométricos,ção Vinci abstratasrou

Educação Básica Gustavo Adolfo que teve como título

Matemática e Arte foi o tema que inspirou a 1ª Semana da Matemática do Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo que teve como título “Artemática: onde a Matemática encontra a Arte…e vice-versa”. Com o objetivo de desafiar os estudantes a perceber e compreender a matemática presente nas diferentes manifestações artísticas, a atividade envolveu os estudantes da Educação Infantil ao Ensino Médio.

A Educação Infantil, motivada pela contação da história “A cidade das formas geométricas”, com o professor Pablo Capalonga, desenvolveu diversas atividades a partir das obras de Romero Britto, Gustavo Rosa, Mondrian, Ivan Cruz, entre outros.

Já os estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio foram desafiados a montar quebra-cabeças de obras de Volpi, Kandinsky, Tarsila do Amaral e Escher, descobrindo assim o artista que serviria de

inspiração para o desenvolvimento de diversos projetos em parceria com outras disciplinas, como música, tecnologia e arte. Dentre as atividades desenvolvidas, contamos com a confecção de painéis gigantes, representações cênicas, captura de fotos em perspectiva, releitura de obras em 3D etc. Além disso, os estudantes dos Anos Iniciais participaram de oficinas criadas e aplicadas pelos estudantes de 8º e 9º Anos e que envolveram a arte e a matemática de diversos artistas. Essa interação das diferentes turmas foi muito enriquecedora, tanto para os estudantes que foram desafiados a ver a matemática sob outra perspectiva a partir de atividades dinâmicas e divertidas, como para os estudantes que foram os protagonistas.

Na Semana da Matemática os estudantes dos diferentes níveis de ensino também ampliaram seus conhecimentos matemáticos participando de oficinas ministradas por professores e bolsistas da universidade parceira, a UNIVATES.

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As obras criadas a partir da proposta “Artemática” foram expostas nos diferentes espaços do Colégio, onde a comunidade escolar pôde contemplar e interagir com as produções dessa intensa semana, que superou as expectativas dos envolvidos.

Professora Neusa Maria Schlabitz Gräbin Coordenadora Pedagógica Rosilene Inês König

Professora Sandra Piffer Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo – Lajeado/RS

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 26

O lugar onde eu vivo

Nosso relato refere-se ao projeto “O lugar onde eu vivo”, vinculado ao componente curricular de Ciências da Natureza, no primeiro semestre de 2022. As atividades mencionadas foram desenvolvidas com as turmas de 1º Ano do Novo Ensino Médio, do Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo, situado no município de Lajeado/RS.

Para introduzir os estudos da área, realizamos a leitura de artigos científicos vinculados a diferentes aspectos do cotidiano no que diz respeito ao encaminhamento, destino e tratamento de resíduos. Após a leitura ocorreram debates sobre os textos, em pequenos grupos. Nessa oportunidade os estudantes foram desafiados a indicar soluções possíveis para os problemas citados nos artigos. O registro dessa etapa de aprendizagem se deu por meio de uma produção escrita coletiva, na qual os grupos deveriam indicar o problema central do artigo lido e descrever a solução sugerida pelos integrantes.

Dando continuidade ao trabalho, trouxemos as discussões para a nossa realidade, olhando para os municípios de origem dos nossos estudantes e aproximando o contexto de estudo para o município de Lajeado, no qual está situada a nossa instituição. Para compreendermos como é feita a destinação dos resíduos da nossa cidade, realizamos duas saídas de campo que

proporcionaram aos estudantes a visibilidade de todo o trabalho que precisa ser feito na tentativa de minimizar os impactos causados pelo lixo no meio ambiente.

A primeira visita foi à Central de Resíduos da Univates (Ecovates). Essa instalação gerencia o resíduo oriundo do campus da universidade. Nessa visita os estudantes conheceram o trabalho realizado pela equipe do centro no que diz respeito ao gerenciamento dos resíduos desde a sua origem, passando pela logística do transporte, tratamento e geração de gases. Nessa estação, aprendemos um pouco sobre o uso do gás como combustível. Foi um momento muito importante que promoveu a reflexão sobre as ações e os cuidados com o meio em que estão inseridos.

Como fechamento do projeto, realizamos a segunda saída de campo, ao Aterro Sanitário do Município de Lajeado. Nessa visita

foi possível observar a quantidade de resíduos gerados no município e a forma como são efetivamente gerenciados. Nessa oportunidade, relacionamos o que estava posto com o que foi observado na visita à Ecovates, traçando um paralelo ao que foi estudado em sala de aula. Aspectos de cunho social também ficaram evidentes e foram tema de debate nas aulas seguintes. No contexto de estudo em sala de aula, diferentes assuntos foram trabalhados, observando os componentes químicos, físicos e biológicos para complementar a temática abordada, vivenciando também em aulas práticas nos laboratórios.

Durante a realização desse projeto, tivemos o propósito de sensibilizar todos os envolvidos e compreender a importância da segregação e redução dos resíduos na escola e nas residências, avaliar os hábitos e as ações com os resíduos que são produzidos.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 27
Professor Darlan Gass Professora Fabiane Cristini König Professora Luciana Caroline Kilpp Fernandes Mara Betina Forneck Coordenadora Pedagógica Rosilene Inês König Coordenadora Pedagógica Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo Lajeado/RS

Estruturando um projeto de vida

Na vida, são muitos os projetos que temos. Projetamos viagens, cursos, compra de carro, casa e ainda esquematizamos um “projeto verão”. Neste sentido, é importante também pensar a escolha profissional como um projeto e não simplesmente como uma escolha ou uma decisão.

O processo de decisão de uma profissão engloba pesquisa, estudo, conversas, visitas e autoconhecimento.

No componente curricular Projeto de Vida, no primeiro ano do Novo Ensino Médio, além de atividades que visam a um diálogo consigo mesmos, de aulas no sistema EaD, que estimulam a autonomia e a responsabilidade, desenvolvemos visitas aos ambientes dos cursos técnicos da universidade em que a unidade de Ensino Médio do Gustavo Adolfo está inserida.

A visita aos laboratórios e salas de aula temáticas foi antecedida por uma apresentação prévia de todos os cursos técnicos oferecidos, uma autoanálise sobre as competências e as possibilidades de trabalho e de conversas com os coordenadores.

As visitas foram realizadas em três momentos, sendo que os estudantes foram divididos em três gru-

pos e puderam circular e conversar com estudantes e professores.

O resultado dessa intensa atividade foi a escolha de uma disciplina dentro das ofertadas pelos cursos técnicos para cursar e validar como aulas eletivas e horas complementares no currículo do Novo Ensino Médio. Assim, neste segundo semestre, os estudantes dos primeiros anos do Novo Ensino Médio do Gustavo Adolfo, além de frequentarem as aulas do currículo formal durante o dia, estão matriculados e frequentam à noite uma disciplina de um curso técnico da Univates.

A experiência de cursar uma disciplina num curso técnico, sendo tão jovens, está se apresentando positiva, pois além de estarem trocando ideias com colegas que já estão no mercado de trabalho, têm professores que atuam nas diversas profissões, que dão um panorama do perfil, cenário e do mercado profissional atual.

É assim, numa soma de forças, atividades e experiências, que vamos estruturando o Projeto de Vida de nossos estudantes.

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Lajeado/RS
Professora Graziela C. Ely e Professor Tiago Guerra Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo

Vivência sensorial no Projeto Bilíngue

O Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo implantou o Projeto Bilíngue nas turmas de Nível III (cinco anos) da Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental (seis anos). O projeto conta com a dupla docência em sala de aula, ou seja, o professor formado em Pedagogia realiza as propostas em Português e o professor formado em Letras/Inglês executa as propostas em Inglês. Ambos professores compartilham a mesma grade curricular, proporcionando aulas lúdicas e divertidas, tanto em língua materna, quanto na língua inglesa. Nessa perspectiva, os alunos do 1º Ano A, B e C realizaram uma atividade sobre “Five Senses”, a qual ocorreu a experimentação de acordo com cada um dos cinco sentidos. As crianças foram vendadas e, através do paladar, degustaram alimentos que proporcionam a sensação doce, amarga e azeda. No olfa-

to, apreciaram o cheiro de café e creme de mão. Na audição, ouviram sons da natureza, barulhos de chuva e chave. Na visão, as crianças caminharam pelo pátio do colégio observando os detalhes que mais lhe chamassem atenção. Após isso, retornaram para a sala de aula e realizaram um desenho relatando suas percepções obtidas na experiência. A atividade foi abordada em Língua Inglesa, promovendo a inserção natural da língua adicional. Acredita-se que as crianças são capazes de adquirir rapidamente as habilidades de aprendizagem às quais estão expostas, por essa razão a língua inglesa é contemplada de forma dinâmica e significativa. Os docentes são responsáveis por promover estímulos, explorar a audição, o visual, as sensações, permitir que as crianças se sintam envolvidas e confortáveis para aperfeiçoarem seus conhecimentos e adquirirem novas habilidades. É através de brincadeiras e momentos prazerosos que os estudantes protagonizam seu próprio desenvolvimento, avançando no ensino bilíngue.

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Deliene Lopes L. Kotz Laís Menezes Leonhardt Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo Lajeado/RS

Diferentes sim… ainda bem…, mas nem tanto!

As vivências e experiências proporcionadas pela escola desenvolvem o ser humano na sua integridade, além de se constituírem enquanto possibilidade de despertar laços interpessoais, criar memórias afetivas, valores e a consolidação de conhecimentos. Quanto mais for proporcionado trocas e vivências aos nossos alunos, mais competências e habilidades teremos desenvolvido em nossos alunos, uma vez que o ambiente escolar é um dos principais espaços nos quais as crianças têm a oportunidade de lidar e construir laços com pessoas de fora das suas famílias. Ao perceber que lacunas foram deixadas pela falta de interação durante o período de pandemia e como essas afetam o convívio e a interação social, os 1º Anos A e B do Ensino Fundamental do Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann, estruturam uma linda e integrativa culminância do projeto pedagógico “Diferentes, mas nem tanto”, que foi trabalhado e vivenciado no decorrer do segundo trimestre.

O tema salienta que cada ser é único e especial, e que nossas características nos diferenciam e nos tornam pessoas inigualáveis. Assim, diante desses aspectos e através de diálogos entre professoras e coordenação, as turmas de primeiro ano, acompanhadas pelas suas educadoras e monitoras, visitaram a instituição APAE do município de Horizontina para um momento de trocas e interação.

Estimulados a estudar, observar e perceber semelhanças e diferenças, que nos tornam seres únicos, por vezes características como cor de cabelo, olhos, formato da boca, ser alto ou baixo, ser magrinho ou gordinho, ter sardas ou ainda ter delimitações físicas e cognitivas. Esses detalhes nos mostram que, mesmo cada um sendo diferente, ainda assim, somos parecidos em alguns aspectos.

Essa possibilidade de trocas enfatizou que vivenciar atitudes respeitosas e se apropriar delas é fazer valer o dizer de Paulo Freire: “A inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as desigualdades”.

Ensinar e educar crianças para o futuro é uma tarefa que precisa ser encarada com responsabilidade. Proporcionar a elas diferentes vivências também é mostrar caminhos para que notem que todos são capazes, por vezes com limitações, mas com incentivo adequado se torna possível. E que todos, independentemente, merecem respeito, e que o que nos faz melhores no coletivo são as nossas particularidades e singularidades.

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Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann Horizontina/RS Socialização de alunos do CFJL e da Escola de Educação Especial Helmuto Simm, em Horizontina (APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), no espaço de sala de aula. 1º Ano B, professora Angeolaidi Apreciação da contação de história realizada pelos alunos e professora da Escola de Educação Especial Helmuto Simm, em Horizontina (APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). 1° Ano A, professora Caroline

Amigurumi: um presente de afeto

Como um gesto concreto de celebrar o dom da vida, o CEAT oferece um presente simbólico no dia do aniversário de seus alunos e colaboradores. Para o ano de 2022, elegemos como presentes de aniversário itens como almofada de cinto de segurança, toalha personalizada, chaveiro de amigurumi e marca-textos.

Nesta escrita, destacamos a experiência com o presente para as turmas de 1ª a 4ª Série, inspirado na mascote do programa socioemocional desenvolvido pela escola, em parceria com o projeto Pacto Lajeado pela Paz. Trata-se de um chaveiro do personagem “Bento Atento”, um simpático cachorro que ajuda as crianças a desenvolverem as habilidades da atenção e da calma.

O Bento, confeccionado em amigurumi, oportunizou que cada criança fosse presenteada com um chaveiro diferente, de características únicas, assim como cada criança que o recebeu. Isso foi possível porque os chaveiros não foram feitos por máquinas! Cada exemplar, confeccionado em crochê, foi confeccionado ponto por ponto pelas mãos das artesãs recolhidas no Presídio Estadual Feminino de Lajeado. Essas mulheres cumprem uma pena privativa de liberdade por algum erro que cometeram em suas vidas e buscam, de ponto em ponto, na arte do crochê, outras possibilidades de vida para seguirem em frente.

O crochê tradicional começa a partir de correntinhas, já os amigurumis, estilo empregado na confecção do chaveiro do Bento, começam a partir de um círculo mágico. Com isso, o “vai e volta” do crochê tradicional é substituído pela forma circular, em espiral. Semelhante à arte de confeccionar o amigurumi é também a metodologia de execução deste projeto, a qual esteve muito alinhada a essa circularidade e à colaboração de pessoas que foram se integrando e contribuindo com a proposta.

Inicialmente, houve alguém que nos convocou a olhar para o trabalho da Equipe Arte. Assim começou o nosso círculo mágico, pois cada pessoa que conhecia a ideia se encantava e passava a ser mais um motivador para que de fato pudéssemos fazer esse grande feito que envolveu a confecção artesanal de 500 chaveiros em amigurumi. A iniciativa marcou ponto também com a subjetividade das crianças que receberam o Bento. Receber um presente único, confeccionado manualmente, representando um personagem tão carismático oportunizou aqueles encontros que aquecem o coração e fazem os olhos brilhar. Assim, o presente de aniversário contribuiu para promover a valorização da vida, a postura ética e a solidariedade.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 31
Lisneia Beatris Schrammel Coordenadora Pedagógica Colégio Evangélico Alberto Torres Lajeado/RS

Desafios da alfabetização na pandemia: ensino remoto no 1º Ano do Ensino Fundamental

O cenário educacional sofreu inúmeras transformações desde o surgimento da pandemia do novo coronavírus. Por questão de segurança, em março de 2020, as escolas brasileiras foram fechadas e as aulas presenciais suspensas. O contato, que antes era físico, passou a ser através de plataformas digitais e a sala de aula foi morar em um cantinho da casa de cada um, alunos e professores. O ensino remoto exigiu um olhar atento de todos os envolvidos nesse processo, visto que as práticas educacionais tiveram que ser repensadas. A pesquisa realizada, de abordagem qualitativa, teve como objetivo analisar os desafios vivenciados na continuidade do processo de alfabetização através do Ensino Remoto Emergencial, investigando como se deu esse processo no ano letivo de 2020, no Colégio Evangélico Alberto Torres. Com o apoio de recursos tecnológicos e ferramentas digitais,

foi possibilitado às crianças viver a sala de aula através das telas, dando continuidade aos processos de ensino e de aprendizagem e, também, oportunizando as relações interpessoais, essenciais na formação humana e acadêmica. Nos relatos feitos tanto pela coordenadora pedagógica, quanto pelas professoras e famílias foi possível perceber a importância da sinergia nesse trabalho. Se uma das partes não estivesse disposta, não teríamos tantas crianças em contato com a leitura e escrita em tempos nos quais o mais importante era cuidar da saúde mental de todos os envolvidos. Retomemos o questionamento norteador da investigação: Como alfabetizar em tempos de pandemia, mantendo os estudantes motivados e orientando adequadamente suas famílias? Pelos dados coletados, é possível enumerar alguns fatores que contribuíram nesse processo: o cuidado com o emocional dos

estudantes; fazer o melhor dentro das possibilidades; reinventar-se como professor e como instituição de ensino; inserir objetos digitais de aprendizagem no planejamento e contar com a ajuda das famílias e suas redes de apoio. Esses fatores levaram as crianças das turmas de 1ª Série do colégio aos melhores resultados dentro das possibilidades de cada uma para o momento vivido, possibilitando aprendizagens talvez nunca pensadas antes. O que não foi concretizado até o momento provavelmente será retomado no decorrer da caminhada, no entanto, o mais importante é ver as crianças saudáveis e felizes, habitando novamente os corredores escolares.

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Professora Daniela Guizzo de Oliveira Orientadora Pedagógica Naiara Dal Molin Colégio Evangélico Alberto Torres Lajeado/RS

Encantando a criança com o espaço

Ao planejarmos espaços pensando na exploração e na investigação infantil, valorizamos todos os momentos do dia a dia das crianças, potencializando as múltiplas linguagens, proporcionando caminhos ao pensamento criativo, auxiliando-as no seu desenvolvimento e na sua aprendizagem. Organizar o espaço como um convite para a exploração, experiência e descoberta é acreditar na infância como uma potência em movimento e em transformação, um acontecimento extracronológico que agita forças e intensidades. Essa organização prioriza menos nãos, descentraliza a figura do educador, promove autonomia e liberdade para as crianças.

As vivências das crianças na Educação Infantil no CEAT se dão através da pesquisa dos materiais selecionados para os contextos. Esses contextos são planejados levando em consideração que as crianças possam contemplar possibilidades interativas de diferentes pontos de vista, percepções e expressões observadas e experimentar elementos de seus interesses que as despertem em sua sensibilidade, conforme as condições de seu desenvolvimento, na intenção de desafiá-las a encontrar formas de aprender por elas mesmas.

O espaço é pensado para a aquisição de aprendizagens ativas e significativas, onde observar, comparar, ordenar, classificar, descobrir, representar, construir, empilhar, equilibrar, derrubar, criar cenas e diálogos relacionam-se com a vida cotidiana, afinal, ela é conteúdo na Educação Infantil.

É na infância que as crianças necessitam de um espaço em que possam sentir-se instigadas para brincar, aprender e consequentemente adquirir sua autonomia e liberdade, como possibilidade para construir novos sentidos, uma escola como um âmbito habitável. E, para nós professores, a função é de mediar as aprendizagens, fazendo perguntas para as crianças, percebendo como as crianças se desenvolvem e criam hipóteses para a resolução de problemas que fazem parte do seu cotidiano.

Desse modo, a prática educativa intervém no espaço-ambiente favorecendo o outro pela inclusão de sua expressividade como condição para as interações entre os sujeitos e suas relações. Mais do que simplesmente agregar elementos que representem individualidades nos limites físicos do espaço-ambiente, tal inclusão sugere compreender a amplitude marcada pelo protagonismo dos sujeitos envolvidos nesse contexto. Desde o direito à expressão e manifestação de gosto e sensibilidade, ao modo particular que cada sujeito tem de interagir com o mundo, de percebê-lo e defini-lo.

Referências:

VIEIRA, Daniele Marques. O espaço-ambiente em uma perspectiva estético-didática para pensar a prática educativa e o currículo na educação infantil. Revista Linhas Florianópolis, v. 19, n. 40, p. 161-183, maio/ago. 2018.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 33
Professoras Deise Ana Marchetti, Jane Possamai Ritt, Tainara Sargenheski Colégio Evangélico Alberto Torres Lajeado/RS

Gincana: espaço de protagonismo dos alunos

A Gincana do GEAT está em sua 40ª edição e é uma atividade educativa tradicional na comunidade escolar que ocorre há 40 anos (foto abaixo refere-se à Gincana de 2022, com protocolos sanitários flexibilizados). Participam das tarefas/equipes os alunos da 6ª Série do Ensino Fundamental a 3ª Série do Ensino Médio, além de ex-alunos, pais e professores. A Gincana foi implementada na escola com o objetivo de incentivar a integração, o respeito, a cooperação e o trabalho em equipe, pois os participantes recebem desafios complexos a serem realizados em um tempo determinado.

A liderança e o protagonismo dos alunos sempre foram fomentados, pois quem planeja, gerencia e executa as ações referentes à atividade são os alunos integrantes da Comissão Organizadora (C.O.), formada por alunos do Ensino Médio, ex-alunos e quatro professores, que participam com a tarefa de supervisionar e dar suporte aos adolescentes.

A 39ª edição, que ocorreu em 2021 (foto à direita, com protocolos sanitários rígidos), evidenciou ainda mais o protagonismo dos estudantes. Naquele momento, devido aos efeitos da pandemia, as medidas protetivas contra o coronavírus precisavam ser rígidas, não permitindo a aglomeração de pessoas e impossibilitando muitas atividades tradicionais da Gincana.

A manutenção dessa atividade estava na iminência de ser suspensa. O cancelamento da Gincana era uma alternativa segura e o caminho mais fácil. Contudo, os alunos, a C.O. e a direção da escola fizeram a escolha mais desafiadora: planejaram uma Gincana em moldes jamais realizados e executaram as atividades atentos aos rígidos protocolos sanitários.

O desejo, a determinação e o comprometimento dos alunos integrantes da C.O. acenderam a esperança dos adolescentes, professores e familiares da comunidade escolar de que a Gincana seria possível garantindo toda a segurança necessária no momento. Com essa situação, tem-se um exemplo da importância de duas características fundamentais na educação e que, em muitas atividades escolares, são fomentadas no CEAT: o protagonismo por parte dos estudantes, que se mantêm motivados em vivenciar os desafios inerentes ao ato de aprender, e o incentivo dos educadores, que fora expressado através da validação das ações dos estudantes, a abertura do campo em que puderam trabalhar e o suporte em que se sustentaram para explorar suas próprias potencialidades.

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Professora Denise Fabiane Polonio Professora Laura Oppermann Elter Professor Victor Wiskow Krüger Colégio Evangélico Alberto Torres Lajeado/RS

Releitura de um conto de fadas na versão digital

Os contos de fadas encantam as crianças há muitos séculos. O conto que foi explorado pelo Nível 4A, em 2021, tem sua primeira versão registrada no ano de 1634, A BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES. Uma narrativa escolhida pelo grupo e professora, levando em conta os diferentes e curiosos personagens que apareciam no enredo.

Conhecemos diferentes versões da mesma narrativa e fomos realizando comparações dos personagens, do desfecho. Aos poucos, esses personagens passaram a fazer parte das brincadeiras diárias.

Com o passar dos dias, uma ideia foi surgindo e ganhando espaço em nossa turma: a criação de um e-book. Começamos então a organização, dividimos os papéis e cada criança pesquisou com sua família as características de um personagem e prepararam sua fantasia. Agendamos o dia das fotos e o pátio da escola passou a ser o cenário do nosso livro.

A turma estava muito envolvida e todas as crianças queriam que as descobertas feitas por elas em suas pesquisas fossem contempladas. Desde o cuidado de quantas lanternas precisávamos ter, dos passarinhos com que a menina brincava, a quantidade de talheres e pratos na mesa, a janela feita em madeira de ébano, da roupa do Dunga que precisava ser grande...

E, como em todas as versões lidas por nós havia algo de diferente, que foi adaptado de acordo com as ideias do escritor que as reescreveu, nossa história também precisou ter uma adaptação. Vocês vão perce-

ber, ao explorar nosso livro, que nós não temos o anão ZANGADO. Nossa narrativa mantém os sete anões, mas com um novo integrante, o anão CONTENTE.

Com o auxílio da imprensa de nossa escola, organizamos as páginas, as fotos e o texto. Em tempos ainda de pandemia, não conseguimos convidar as famílias para prestigiarem o lançamento de nosso e-book, assim fizemos a transmissão ao vivo pelo YouTube. Espero ter conseguido descrever neste texto ao menos um pouco do quanto foi especial a exploração desse conto de fadas, o quanto aprendemos de organização de um roteiro, de adaptações, de escolhas e, o mais importante, sobre o encantamento proporcionado por essas narrativas! Nosso livro digital, que o leitor poderá acessar no QR code abaixo, certamente vai mostrar a grandeza dessa experiência!

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 35
Professora Cláudia Terres Ferreira Colégio Evangélico Alberto Torres Lajeado/RS

Poder da invisibilidade?

O que acontece debaixo de nossos olhos e não é visto é o que chamaremos de invisibilidade.

O que era um poder de superheróis na ficção se tornou um problema para os portadores de necessidades especiais. São invisíveis. Se não incomodam, ótimo! Se incomodam, são excluídos rapidamente. Contradição, pois deveriam ser vistos com mais atenção, precisam de mais condições para se desenvolverem. Quando nos deparamos com dificuldades pessoais, buscamos ajuda, recursos. Quando alguém tem uma demanda especial, precisa de mais ajuda e incentivo.

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) no CEAT tem investido em um aspecto: a visibilidade. Ao contrário da invisibilidade que deixa tudo como está, a visibilidade torna conhecido, torna presente, torna real o que está escondido atrás das necessidades especiais. No AEE do CEAT, o aluno se torna conhecido por todos e participa de todas as atividades no espaço escolar. Todos se conhecem, se veem.

O movimento feito na escola tem levado os alunos com necessidades especiais para conhecerem e serem conhecidos por todos os professores, funcionários e alunos ao circular por espaços como cantina, academia, pátio, recepção, secretaria, sala da direção, sala de professores, salas de aula dos alunos da Educação Infantil e Séries Iniciais. A participação dos alunos em atividades de outras turmas também tem sido incentivada. Outro dia, o Nível 3 convidou uma aluna com deficiência intelectual e cadeirante para apresentar o seu

Livro da Vida (atividade da oitava série) e sua história pessoal para a turma. Eles fizeram perguntas, olharam fotos e o que aconteceu depois? Ficaram amigos. De longe gritam “oi”!, quando se veem nos corredores.

Possibilitar encontros também é uma estratégia

Outro aluno com deficiência intelectual mobilizou pessoas para jogarem futebol no ginásio. Dez minutos semanais que fizeram o diretor, um monitor, professores, seguranças se conhecerem e esquecerem diferenças.

Um objetivo e muitas habilidades desenvolvidas. Com a circulação pelos espaços comuns, os encontros se encarregam de potencializar diálogos, afetos e visibilidade. Com a visibilidade, a empatia, a sensibilidade e outros valores têm sido incentivados. Somos todos iguais na diferença.

“Tô certa ou não tô?”, como diz uma aluna com deficiência intelectual que pouco falava e com a visibilidade passou a argumentar, explicar, questionar nas aulas, em casa e na rua. Quando alguém não entende uma palavra, ela diz : “Espera que eu explico”.

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Professoras Beatriz Hauenstein e Deise Stormowski (Responsáveis pelo AEE – Lajeado e Roca Sales) Colégio Evangélico Alberto Torres Lajeado/RS

Tomada de decisão nas relações internacionais: simulado do Conselho de Segurança da ONU

A guerra desencadeada após a invasão da Ucrânia pela Rússia, no início de 2022, causa discussão em muitos lugares. A sala de aula não é diferente e, ao longo deste ano letivo, as notícias envolvendo o conflito foram tema constante de discussões e aprendizado em sala de aula. Na nona série, etapa final do Ensino Fundamental, os estudantes foram desafiados a pensar soluções para o conflito em curso no leste europeu. No componente curricular de Geografia, o leste europeu é tema de estudo, assim como os conflitos existentes na região. Pensando no tema e como os estudantes estavam envolvidos com as notícias oriundas do conflito, os professores do referido componente curricular propuseram a atividade de Simulação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), envolvendo as duas unidades do Colégio Evangélico Alberto Torres – Lajeado e Roca Sales.

As quatro turmas foram divididas em dois grandes grupos e, na sequência, redistribuídas em grupos menores (de três a quatro integran-

tes cada). Cada grupo recebeu um país para representar, contando com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e os dez membros rotativos da entidade no biênio 2022 e 2023. Em seguida, os integrantes deveriam pesquisar temas a respeito do país recebido, com destaque para o sistema político, relações econômicas, posicionamento em relação ao conflito e estudar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Cada grupo, representando o país, deveria elaborar uma resolução – nos moldes das resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança – para que fosse votada no dia do simulado. No primeiro momento, um integrante de cada grupo/ país, acompanhado de uma placa que devidamente o identificava, leu a proposta de resolução aos demais presentes no evento. Em seguida, os integrantes reuniram-se para a votação da melhor proposta, sendo

que não seria possível o país desrespeitar sua política externa. A resolução mais votada foi levada a uma sabatina, em que diversas perguntas foram realizadas pelos integrantes dos outros grupos. Na sequência, a votação foi para apreciação pelos demais países.

Os objetivos da atividade foram, além de promover o aprendizado de habilidades específicas para a série em questão, fazê-los pensar sobre a tomada de decisão nas relações internacionais e como, por vezes, uma decisão pode contribuir para a eclosão de novos conflitos. Além disso, os estudantes concluíram que a solução para o conflito no leste europeu, que perdura há mais de seis meses, não tem solução fácil, inclusive porque não envolve apenas Ucrânia e Rússia no conflito e resolução.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 37
Professora Cibele Caroline da Rosa Professor Gustavo Gonzatti Colégio Evangélico Alberto Torres Lajeado/RS

A arquitetura de jogos digitais na Educação Tecnológica do CEAT – RA

Nos dias atuais o universo digital vem sendo explorado cada vez mais pelas crianças e jovens, que se sentem atraídos pelos cenários e desafios que os jogos digitais oportunizam. Nesse sentido, o período de pandemia ampliou as horas de utilização de equipamentos tecnológicos tanto para realização de atividades domiciliares como para tempo de exploração da Web.

A Internet disponibiliza diversos jogos, muitos deles não indicados para nossos estudantes, todavia há jogos que permitem o desenvolvimento de uma série de habilidades importantes para o raciocínio lógico. Assim, a atividade de Educação Tecnológica tem por objetivo o desenvolvimento de competências de exploração e uso das tecnologias que estão previstas na Base Nacional Comum Curricular – BNCC.

O desafio de criar um jogo digital foi o ponto de partida dos estudantes das 2ª, 3ª e 4ª Séries do CEAT, Unidade Região Alta, que vivenciaram, durante o primeiro semestre de 2022, as etapas de planejamento e elaboração através da linguagem de programação em blocos: Scratch.

O ambiente Scratch de programação, utilizado mundialmente como ferramenta educacional, permite que o usuário tenha acesso a blocos lógicos de programação. E com isso é possível a elaboração de animação, histórias e jogos.

Nesse período alunos da atividade optativa de Educação Tecnológica, com a orientação do professor Mauro Régis de Oliveira, criaram os seguintes jogos: Nave Espacial e Pac Man.

No início foram necessários investimentos para que os estudantes pudessem compreender a utilização e as funções dos blocos de programação. Transcorrida essa etapa, os discentes partiram para a elaboração em duplas ou em trios dos desafios propostos.

O processo de criação dos jogos no ambiente Scratch ofereceu uma oportunidade sem igual para instigar a programação. Os cenários, sons, personagens, movimentos, pontuação e objetivos foram explorados com satisfação pelas equipes de trabalho.

O resultado não poderia ser outro. Os jogos foram concluídos e encontram-se disponíveis na Internet, no sítio https://scratch.mit.edu/.

A experiência vivenciada pelos estudantes da optativa de Educação Tecnológica oportunizou o desenvolvimento lógico e o pensamento computacional fundamentais para os dias atuais. E de quebra, quem sabe o universo digital não terá em alguns anos novos colaboradores para os futuros projetos de jogos digitais.

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 38
Professor Mauro Régis de Oliveira Colégio Evangélico Alberto Torres – Região Alta Roca Sales/RS

1º Show de Talentos do CEAT – RA

A dança é uma das três principais artes cênicas da antiguidade, ao lado do teatro e da música. Tem um importantíssimo papel na Educação Física, tendo em vista que trabalha os movimentos do corpo humano de modo sistêmico e metodológico, não apenas utilizando-se de meros movimentos sem sentido. Nos movimentos da dança, o indivíduo trabalha o corpo e a mente e ainda aumenta sua resistência à fadiga.

Conforme a BNCC, a dança na Educação Física contempla diversas habilidades, desde as questões motoras até a análise, o respeito e a valorização da diversidade cultural.

Baseado nisso, os professores de Educação Física desafiaram as turmas de 8ª Série do Ensino Fundamental a 3ª do Ensino Médio para um “Show de Talentos”. Cada turma deveria se organizar de tal maneira que conseguisse realizar, de forma coletiva, uma apresentação contendo dois estilos de dança: um mais tradicional, com danças de salão (valsa, salsa, tango, forró e dança gaúcha) e outro popular, com ritmos da atualidade (funk, pop, brega funk, reggae e reggaeton).

Os alunos tiveram que realizar uma pesquisa referente aos ritmos que foram sorteados, conhecendo um pouco do histórico, suas

características, figurinos, posturas, passos básicos, e por fim, escolher as próprias músicas.

A estratégia utilizada pelos professores de Educação Física foi a Metodologia Ativa, na qual os alunos foram protagonistas na construção do conhecimento.

Os ensaios foram realizados em seis encontros nas aulas de Educação Física e em encontros extraclasse, respeitando as seguintes orientações:

– buscar estudar o ritmo e escolher a música; – pesquisar características da dança e do seu ritmo e passos para a construção da coreografia;

– organizar de forma que todos os alunos participassem da dança; – apresentar uma prévia da dança, na metade do prazo que tiveram entre o lançamento do projeto e a apresentação.

Poderiam contar com a ajuda do(s) professor(es), quando sentissem necessidade.

As apresentações aconteceram nos dias 11 de agosto para as Séries Iniciais e dia 12 para as Séries Finais do Ensino Fundamental, complementando as atividades referentes à semana do estudante.

A atividade proporcionou um momento de descobertas na escola. E por se tratar de uma metodologia ativa, os alunos se envolveram 100% em todo o processo, discutindo ideias, sugerindo músicas, pesquisando passos e fazendo da apresentação algo novo, experimentando novos sentimentos e emoções, encantando e empolgando todos que a assistiram.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 39
Professor Gustavo José Lawisch Professora Leocardia Luciana Stapenhorst Colégio Evangélico Alberto Torres – Região Alta Roca Sales/RS

A robótica e a educação inovadora no CEAT – RA

Desde os anos 1960 e 1970 a robótica já é uma realidade como uma ferramenta educacional. O matemático e pesquisador Seymour Papert percebeu que era possível unir as ideias de construtivismo de Jean Piaget através de formas mais práticas.

Ao longo dos anos a robótica foi se tornando realidade no ambiente educacional. São inúmeros os benefícios aos estudantes que realizam atividades com kits de robótica educacional. Entre esses benefícios podemos destacar as habilidades de programação, conhecimento lógico matemático, noções de eletrônica e aplicação de conhecimentos práticos do dia a dia na solução de pequenos projetos.

Nesse sentido o Colégio Evangélico Alberto Torres (Unidade Região Alta) oportuniza aos seus estudantes de 5ª Série ao Ensino Médio a atividade optativa de Robótica Educacional. As aulas ocorrem semanalmente e o trabalho em equipe se destaca em todos os grupos participantes.

Resistores, LEDs, jumpers, sensores, servo motores, chassis, rodas, placas microcontroladoras entre outros componentes eletrônicos são os equipamentos que fascinam e desafiam os alunos a querer conhecer cada vez mais esse universo da tecnologia. Inclusive vários projetos estão em andamento. E muitos outros virão.

Abaixo, na imagem, estudantes do CEAT – RA em aulas de robótica orientados pelo professor Mauro Régis de Oliveira.

Estamos vivendo um momento único no qual o jovem deve conhecer a tecnologia e buscar soluções para as diversas áreas. Brincando e se desafiando neste sentido.

Seymour Papert estava certo em suas diversas pesquisas e aplicações. A tecnologia deve estar nas mãos de crianças e jovens para que possamos ser contemplados com muitas outras novidades.

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 40
Professor Mauro Régis de Oliveira Colégio Evangélico Alberto Torres – Região Alta Roca Sales/RS

Programa Ser e Conviver

As crianças e os jovens sofreram muito com o impacto da pandemia por conta do isolamento social, pelo fato de não estarem na escola – espaço natural de convivência e de relacionamento social. A privação de relacionamentos interpessoais afetou não somente a saúde mental desses indivíduos, mas também hábitos e valores diretamente relacionados à convivência. Através dessa constatação, fez-se necessária a implementação de um programa específico, destinado a atender e a acolher as demandas de caráter emocional em um cenário social pós-pandêmico. Assim foi criado o “Programa Ser e Conviver CML”. Os objetivos principais do programa são incentivar os alunos a valorizarem regras e leis que englobam respeito, empatia, confiança, como elementos necessários à convivência social, estimulando assim a consciência dos imperativos éticos e cumpri-los prazerosamente. Com esse intuito, o Programa Ser e Conviver é aplicado e desenvolvido em todas as turmas do Colégio Martin Luther e está organizado da seguinte forma: ANÁLISE

DO CASO – Acompanhamento dos alunos através de relatos dos professores e observações com interferência dirigida pela orientação educacional através de questionamentos sobre como está o relacionamento interpessoal da turma; LEVANTA-

LEVANTA

MENTO DE DADOS – A orientação educacional solicita aos alunos para que sinalizem pontos a serem trabalhados através de reflexões, análises e identificação dos assuntos apontados. Após, é realizado o levantamento desses dados para a ASSEMBLEIA, que visa oportunizar um espaço de reflexão coletiva e encaminhamento dos aspectos apresentados pelos alunos. Em seguida, faz-se um contrato de regras e combinados que são registrados em ata, assinado por todos os envolvidos e pelo diretor da escola. O documento é afixado no mural da sala de aula e uma cópia é enviada para as famílias. INTERVENÇÃO – Intervenções são feitas para desenvolver as questões apresentadas na assembleia a fim de gerar aprendizado, proporcionando sentido para tudo o que foi abordado pelos alunos. As intervenções são feitas pela orientação educacional e por profissionais da área da psicologia, quando necessário. Mensalmente há o ACOMPANHAMENTO das regras e dos combinados, feedback entre conselheiro da turma, alunos e OE, além de uma avaliação sobre o processo e as ações de melhoria.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 41
Orientadora Educacional Ciane Hauschild Colégio Martin Luther Estrela/RS

Como pensar em uma educação inovadora com crianças na Educação Infantil?

Crianças que movimentam seus dedos indicadores com precisão em uma pequena tela tem facilidade em relacionar-se com o outro em encontros diários na escola? Como se dá a relação entre a infância e o brincar em uma era tão tecnológica?

Por serem de fácil acesso, é comum que crianças de dois anos manipulem tecnologias digitais e já compreendam o funcionamento de um aparelho smartphone e algumas de suas funções e serviços, principalmente jogos e desenhos.

Pensando assim, não há melhor estímulo para o desenvolvimento nessa idade do que favorecer o brincar livre. É através do jogo que ela aprende a tomar suas próprias decisões, planejar e construir. Além de desenvolver sua criatividade, brincar permite experimentar habilidades, descobrir e relacionar-se com os demais.

A partir dessas considerações, a turma do Kinder 2 (crianças de dois anos) realizou propostas a partir do livro “Receita de Felicidade”, de Paula Santisteban e Eduardo Bologna, voltadas à ludicidade e às vivências na primeira infância: brincar simplesmente pelo prazer do brincar, sentir, experimentar e fantasiar.

O livro é composto por estações que promovem a experimentação e a descoberta das crianças através de propostas com culinária, rodas cantadas, poesias e

brincadeiras. Entre essas estações, o poema “Dia de sol” proporcionou às crianças uma manhã ensolarada de inverno com diversos materiais para brincadeiras espontâneas. Dentre eles, cones, bambolês, giz, livros, panelas e colheres. Para as crianças, os cones tornaram-se torres ou chapéus e os bambolês tiveram funções diversas. Proporcionando essas vivências às crianças, defendemos um brincar livre, mas, como dizem as autoras Horn, Gräbin e Birkheuer (2016, p. 193):

(...) um brincar para fantasiar, imaginar, sentir-se como outro, sem compromisso, sem ter que mostrar nada a ninguém, sem medo de errar, simplesmente pelo puro prazer de brincar. Um brincar sem prescrições nem normatizações. Um brincar de outra ordem – a ordem do encontro. Compreendemos um encontro como a experimentação do inédito, não o mesmo já balizado; um encontro como um desejo.

Como o poema descrito abaixo, um dia de sol é sempre tão bom, acompanhado de brincadeiras e amigos torna-se uma vivência para ser guardada em um Livro de Receitas, mas um livro de receitas de experiências em que a felicidade é o objetivo final.

Hum, delícia! Barriga cheia e pernas pra que te quero… Pula, brinca, corre, gira, gira, canta, sobe, desce sem parar. Brincar faz o coração de criança dançar dentro do peito, é a beleza pura de um caminho amarelo repleto de girassóis.

(Trecho extraído do poema “Dia de sol”) Referências: HORN, Cláudia; GRÄBIN, Camila; BIRKHEUER, Carine. O brincar institucionalizado no playground de um shopping: “está perdendo tempo aqui do meu lado”. Revista COCAR, Belém, v. 10, n. 19, p. 191 a 209, jan./jul. 2016.

SANTISTEBAN, Paula; BOLOGNA, Eduardo. Receita de felicidade Disponível em: <http://receitadefelicidade.musicaemfamilia. com.br/>. Acesso em: 31 jul. 2022.

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 42
Professora Tainara Sargenheski Professora Raquel Cristina da Costa Colégio Martin Luther Estrela/RS

Novas estruturas para o Novo Ensino Médio

Para a estreia do Novo Ensino Médio no Colégio Martin Luther (CML), diversas áreas se mobilizaram e se engajaram no planejamento. Os itinerários formativos que contemplam as áreas de Linguagem e Ciências Humanas e Ciências da Natureza demandaram um novo olhar, tanto na reestruturação pedagógica, quanto na adequação da estrutura física escolar.

Nesse sentido, o objetivo era oportunizar um ambiente que contribuísse para o processo de aprendizagem e, além disso, que fosse um local onde os alunos gostassem de estar para suas práticas escolares, estimulando a criatividade, desenvolvendo a autonomia e o pensamento crítico.

O CML já contava com um amplo laboratório, equipado para as práticas das disciplinas de ciências, física, química e biologia, além das disciplinas do Curso Técnico em Alimentos. Mas a estrutura em si não era tão convidativa, com paredes brancas, remetendo mais a um laboratório industrial do que a um ambiente escolar.

Da mesma forma, a escola já oferecia uma sala exclusiva para as aulas de idiomas, visto que, tradi-

cionalmente, as turmas do EM são divididas em dois grupos, conforme a escolha do idioma a ser estudado. Mas era apenas uma sala de aula, com a mesma configuração das demais.

Para mudar esse cenário, a primeira atitude foi um levantamento de necessidades, considerando as novas demandas, com os professores das disciplinas envolvidas. Em paralelo, buscou-se uma empresa de arquitetura para contribuir com a transformação dos espaços. Dentre os anseios, dar vida aos ambientes!

Os laboratórios receberam cores alegres, sem perder a essência de um laboratório. Novos equipamentos foram adquiridos, além da manutenção de diversos já existentes. Outra mudança foi a identificação dos espaços, e a sala de física ganhou até a imagem de um importante físico para decoração e inspiração – Galileu Galilei.

Já as Línguas Estrangeiras ganharam um espaço novo no CML. O andar onde antigamente era o pensionato de alunas da escola, que praticamente não estava sendo usado, se transformou no Centro das Linguagens. As salas foram decoradas, inspiradas em escolas de idiomas, com imagens e referências do mundo todo!

Hoje, não basta ter professores e coordenadores qualificados e alunos engajados, é preciso aliar recursos adequados e um espaço bem estruturado para oferecer as experiências necessárias para uma formação completa.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 43
Coordenadora Pedagógica Karin Kern Administradora Rita Laira Fritz Colégio Martin Luther Estrela/RS

Projeto de Leitura CML

Quando lemos um texto, realizamos uma conversa entre tudo o que já sabemos e aquilo que o texto traz de novo, atribuindo significado ao que lemos. Para tanto, utilizamos toda a bagagem internalizada por meio das leituras realizadas anteriormente, relacionando com aquilo que nos é acrescentado pelas novas informações.

No CML, a leitura sempre foi valorizada. Entretanto, em 2012, mesmo não dispensando o prazer, decidiu-se iniciar um projeto que passou a explorar a leitura como atividade complexa de produção de sentidos e forma de aprender, de ampliar conhecimentos em diversas áreas. Nesse sentido, o projeto de leitura no EM iniciou com a proposta da leitura de uma obra científica, “A origem das espécies”. Aos poucos, foram ampliadas as opções, abrindo espaço para outras obras, tais como “Não há tempo a perder”, “Os botões de Napoleão”, além de obras como “Frankenstein”. Atividades riquíssimas ligadas à área da ciência, da matemática, construção de protótipos de barcos foram propostas aos alunos, que estavam reunidos em equipes.

Em 2022, em um contexto em que o mundo virtual domina as relações do ser humano no convívio social, o CML propôs, na sua 12ª edição do Projeto de Leitura, a obra “21 lições para o século 21”, de Yuval

Noah Harari. O desenvolvimento do trabalho revela uma forma de valorizar a leitura através de um projeto interdisciplinar com as turmas de 1ª e 2ª Séries do EM, geralmente durante uma semana, momento em que se faz uma pausa nos conteúdos específicos e os alunos têm o tempo de ler o livro selecionado pelo grupo de professores e, a partir dele, realizar atividades que visam conectar o conteúdo abordado na obra com situações práticas multidisciplinares.

essa parada para os alunos se dedicarem à leitura, pois

Acreditamos ser de fundamental importância essa parada para os alunos se dedicarem à leitura, pois os adolescentes vivem uma crise de imediatismo, não dispensando tempo para parar e desfrutar de um bom livro.

Sabe-se que a leitura abre fronteiras para um universo imaginário, desenvolve as habilidades de concentração, faz com que os alunos acessem seus conhecimentos prévios, identifiquem dados e informações para compreender o que está sendo lido, incitando a produção de novos sentidos e relações com obras já lidas e o contexto em que vivem.

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Coordenadora Pedagógica Karin Kern Colégio Martin Luther Estrela/RS

Flores fabulosas

Professoras e professores precisam a cada dia buscar novas estratégias para sensibilizar os estudantes para a importância da ciência. Pensando nisso, temos como foco aspectos da educação inovadora (MORAN, 2007) e da abordagem CLIL [AICL: Aprendizagem integrada de conteúdos e de linguagem, em português] (COYLE; HOOD; MARSH, 2010). Como professoras de Língua Alemã, buscamos integrar a aprendizagem do idioma a conceitos e temáticas que fazem parte do cotidiano. A prática que vamos expor foi realizada com as turmas de 2º Ano dos anos iniciais do currículo bilíngue (português-alemão).

Aos estudantes foi proposto um experimento sobre flores chamado “Märchenhafte Blumen” (Flores fabulosas). Iniciamos mostrando um

vaso de flores brancas e fazendo algumas perguntas sobre seus conhecimentos prévios, como as plantas se nutrem, quais suas partes e outros aspectos que consideram relevantes. Neste momento é muito interessante perceber que conseguem relacionar tais questionamentos a outras aulas em que já trabalharam desenvolvimento de plantas (em Ciências Naturais, com a professora regente em português) e partes das plantas (com a professora de Disciplina Ministrada em Alemão, componente do currículo bilíngue).

Essa sensibilização inicial exercita dois eixos propostos para educação inovadora: conhecimento integrador e desenvolvimento da autoestima. O conhecimento integrador se dá no momento em que os estudantes percebem os conceitos trabalhados em outros componentes e se utilizam deles para contribuir na discussão. A participação de cada um é garantida e isso aborda o

desenvolvimento da autoestima, já que eles têm em mente que podem contribuir com informações importantes e se sentem parte do processo de aprendizagem da turma.

Após essa parte inicial de conversa, flores são cortadas e colocadas em um recipiente de água tingida com corante alimentício. Os estudantes criam e registram hipóteses a respeito do que acontecerá com as flores. A partir desse momento, por alguns dias, é feita a observação e comparação com as hipóteses criadas. Nesse momento é importante esclarecer que a formulação da hipótese não visa ao acerto, mas sim à formulação de ideias. Essa é uma forma de trazer os aspectos do método científico para a sala de aula já nos anos iniciais.

Como fechamento da atividade os estudantes discutiram sobre como as plantas se alimentam e o líquido é levado para todas as suas partes, fazendo as pétalas, folhas e caule ficarem coloridos.

A experiência despertou interesse dos estudantes pelo processo de nutrição dos vegetais, pela Língua Alemã e pela ciência.

Referências:

COYLE, D.; HOOD, P.; MARSH. D. CLIL Content and Language Integrated Learning. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2007.

Professoras Caroline Egewarth e Sara Schwalm CEM Pastor Dohms Unidade Higienópolis Porto Alegre/RS

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 45

Saída pedagógica dos professores de ciências humanas e artes visuais

De 18 a 26 de julho de 2022, o Centro de Ensino Médio Pastor Dohms realizou uma viagem de formação para um grupo de 12 professoras e 14 professores das áreas de Ciências Humanas e de Artes Visuais, de suas seis Unidades de Ensino e da sua escola parceira, o Colégio Sinodal Tramandaí. O destino da viagem foram os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. O roteiro incluiu instituições culturais contemporâneas, como a Fundação do Instituto Cultural Inhotim, em Brumadinho (MG), o Museu do Amanhã, na cidade de Rio de Janeiro (RJ). Também a modernidade foi contemplada, a exemplo da arquitetura de Oscar Niemeyer, na visita à Igreja de São Francisco, em Belo Horizonte (MG). Mas a “trilha” principal do roteiro foi conduzido pelo percurso que contempla o Brasil Colônia, com as visitas às cidades históricas de Ouro Preto e Congonhas (MG), o Brasil Império, representada pela cidade de Petrópolis, com visita à Catedral e ao Museu Imperial, na serra do Rio de Janeiro, e a República, que tem como palco o centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, com destaque às visitas ao Museu da República e ao Museu Histórico Nacional. Além desses locais, o legado do “Pai da Aviação”, Alberto Santos Dumont, foi contemplado com a visita aos museus que levam o nome do inventor, em Santos Dumont (MG) e em Petrópolis (RJ). A diversidade cul-

tural esteve representada com a visita à exposição Pequena África, no Museu de Arte do Rio (MAR), que apresenta um tour pelo legado da cultura africana. A programação de viagem incluiu uma visita ao Colégio Cruzeiro, que, mesmo em recesso escolar, acolheu o grupo carinhosamente, apresentando a sua história, o seu projeto pedagógico e o seu espaço físico.

Por fim, essa saída pedagógica com professores foi a “realização de um sonho”, nas palavras da coordenadora geral, Rosângela Markmann Messa, e do diretor geral, Waldir Scheuermann. Esta proposta foi sonhada no tempo de atuação de ambos na Rede Sinodal, teve seu início com esta primeira saída e agora terá por desafio oportunizar experiências semelhantes para as demais áreas e etapas de atuação dos professores da escola. Do grupo de participantes, ficou a gratidão pela oportunidade de formação in loco, pela experiência pessoal de convivência com colegas e intercâmbio de conhecimentos. Os sorrisos nas fotos comprovam a importância e o significado que esta primeira viagem de estudos teve para cada participante. Somos gratos a Deus por nos conduzir em todos os caminhos nessa jornada.

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 46
Igreja São Francisco (Ouro Preto/MG) - à exposição Pequena--- Palácio de Cristal (Petrópolis/RJ) Igreja São Francisco (Pampulha, Belo Horizonte/MG) mo vi de Ouro Preto e Congonhas re Ca Museu da República (Rio de Janeiro/RJ)

Educação inovadora: laços de união

O Novo Ensino Médio trouxe às escolas, em 2022, suas primeiras turmas. As novidades são muitas, tanto para estudantes quanto para professores, que buscam, diariamente, adequar conceitos e metodologias aos novos parâmetros. Exemplo disso é o trabalho da professora Ieda Goerck Dias, desenvolvido junto à turma EM1A, no CEM Pastor Dohms – Unidade Taquari. Da necessidade de introduzir um trabalho de Estatística que envolvesse o estudante em uma pesquisa com significado nasceu o “Projeto Laços de União”, assumido pela turma com muito entusiasmo e interesse.

A partir de leituras sobre campanhas de conscientização na área da saúde (exemplo Outubro Rosa), alunos e professora desenvolveram uma pesquisa sobre algumas doenças e /ou fatores de saúde

e cuidado e a forma como afetam a sociedade. Organizaram visitas a entidades representativas; compartilharam com outras turmas da escola os gráficos construídos, em aula; organizaram materiais para

mostrar a realidade das questões relacionadas à saúde na comunidade local; discutiram os resultados de entrevistas e pesquisas sobre o assunto. A culminância desse trabalho, no primeiro semestre, foi a viagem da turma ao Hemocentro/ POA, acompanhada de um grupo de voluntários da comunidade escolar, para a doação de sangue.

Alguns exemplos do estudo (na construção de gráficos):

– Gráfico da incidência do câncer colorretal no Brasil

– Gráfico dos fatores desencadeadores de crises de epilepsia – Gráfico sobre acidentes de trânsito no RS

– Gráfico sobre doação de sangue no Brasil

Coordenadora Pedagógica Flávia Wiebbelling da Silva Rodrigues Centro de Ensino Médio Pastor Dohms – Unidade Taquari Taquari/RS

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Alimentação saudável é coisa séria!

A turma do Nível III B iniciou o projeto ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, orientada pela professora Vanessa de Andrades com o auxílio da monitora Rosi Mari de Souza. Na infância a alimentação tem uma importância ainda maior, já que é através dela que ocorrem os processos de desenvolvimento da criança. Os estudantes trabalharam a história “A menina que não gostava de frutas” da autora Cidália Fernandes. Todas as crianças trouxeram sua fruta favorita. As professoras realizaram a dinâmica dos sentidos em que os alunos, de olhos vendados, puderam experimentar as frutas servidas pela professora. O trabalho foi realizado com a participação integral das famílias dos estudantes. Após essa atividade, as crianças realizaram uma gincana alusiva ao projeto. Separadas em equipes, confeccionaram cartazes de alimentação saudável e não saudável. Ao final das tarefas, as crianças confeccionaram um prato saudável.

Dando sequência ao projeto, cada família se responsabilizou pela compra de um tipo de fruta para que pudessem observar a variedade, as diferenças de cores, texturas e tamanhos. Após esse momento, orien-

tadas pelas professoras, fizeram uma deliciosa salada de frutas. Todas as 24 crianças experimentaram o alimento preparado por elas. As famílias ficaram imensamente felizes com os resultados da aprendizagem bem como com o desenvolvimento do projeto.

Dias após, a turma recebeu a visita da nutricionista Fabiele J. Erichsen, mãe do aluno Rafael. Na ocasião, a profissional trabalhou com os alunos a pirâmide alimentar. O projeto contemplou também o momento da culinária na cozinha do colégio. Fizeram um delicioso bolo de laranja, alusivo ao projeto. O bolo quentinho foi compartilhado com alguns professores e funcionários do colégio.

Finalizando o projeto e para fechar com chave de ouro, as crianças foram convidadas pela mãe do aluno Caio, Sra. Jerusa Bruxel, para visitar a empresa Dalmoro Hortifruti. No local, as crianças puderam acompanhar de perto a preparação dos alimentos que são enviados para diversos locais como: hospitais, mercados, escolas, entre outros.

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Colégio Sinodal Conventos Lajeado/RS

Capacitação em Portugal

Professora do Colégio Sinodal Conventos de Lajeado/RS teve seu projeto aprovado pelo MEC, conquistando a 5ª colocação em âmbito nacional e o 1º lugar no Estado do RS. Ela participará de uma capacitação de professores da Educação Básica no exterior. O programa de Desenvolvimento Profissional de Professores Alfabetizadores em Portugal é uma parceria entre a CAPES, com a Secretaria de Alfabetização (Sealf) do Ministério da Educação (MEC) e com duas instituições portuguesas: a Universidade do Porto (UP) e o Instituto Politécnico do Porto (IPP).

A professora Pauline Pessi, com formação em Pedagogia Anos Iniciais – Ênfase em Educação Especial (UNISC); especialização em Coordenação Pedagógica (UFRGS) e Educação Especial e Inclusiva (UNINTER), atua no Colégio Sinodal Conventos e na rede municipal de Lajeado/RS. O Plano de Intervenção Pedagógica consiste na apresentação do projeto: “A sacola da Leitura – uma estratégia para oportunizar o envolvimento das famílias no ensino inicial da leitura e da escrita”. O Plano de Formação Continuada tem como ideia central “a ludicidade como estratégia no ensino da leitura e da escrita nas turmas de alfabetização”.

O curso terá duração de 6 (seis) semanas, com carga horária de 240 horas e será realizado no período de novembro a dezembro de 2022, na cidade do Porto, em Portugal. O objetivo é preparar os professores para garantir que as crianças trilhem um percurso de

sucesso na aprendizagem da leitura, de forma lúdica, evitando-se dificuldades de aprendizagem logo no início da trajetória escolar. Além da promoção de competências centrais, como a consciência fonológica, o princípio alfabético e a decodificação, o curso também tem como objetivos: atualizar os conhecimentos dos professores alfabetizadores; identificar as necessidades de formação dos

professores alfabetizadores quanto ao ensino da leitura e escrita; promover o uso de métodos de ensino de leitura e escrita eficazes, baseados em evidências científicas e disponibilizar aos professores um conjunto de recursos úteis para o ensino inicial da leitura e da escrita.

O curso Alfabetização Baseada na Ciência (ABC) integra o Programa de Intercâmbio para Formação Continuada de Professores Alfabetizadores, ação do eixo 1 –Formação Continuada de Profissionais da Alfabetização – do programa Tempo de Aprender. A ida de cem professores brasileiros a Portugal para realizarem um curso de formação presencial é um aprofundamento teórico e prático, assumindo o compromisso de se tornarem multiplicadores do conhecimento em suas respectivas redes de ensino aqui no Brasil.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 49
Colégio Sinodal Conventos Lajeado/RS

Era uma vez…

As crianças da turma do Nível III A do CSC, juntamente com as professoras Pauline Pessi e Júlia Martini, exploraram a história “Pedro Vira Porco-Espinho” com o objetivo de ampliar o vocabulário; desenvolver a imaginação; o prazer pela leitura; a interpretação; a organização e a construção do pensamento; a sequência da história, bem como se expressar e reconhecer diferentes emoções e sentimentos.

Para estimular a imaginação, criatividade e desenvolver as habilidades manuais, como desenhar, pintar, manipular e explorar diferentes objetos e materiais, confeccionamos um porco-espinho de garrafa pet e palito de dente. Assim desenvolveram suas habilidades manuais em situações diversas, explorando características, propriedades e possibilidades de manuseio.

Estimulamos atitudes de conservação e preservação do meio ambiente, ampliando o conhecimento sobre animais e aprendendo um pouco sobre o porco-espinho e suas características.

É na Educação Infantil que se inicia a formação dos valores que irão alicerçar toda a nossa vida. Assistimos ao vídeo “Porco-espinho celebra a diferença e o amor” (YouTube). Após o vídeo, falamos sobre as diferenças de cada um e a importância de respeitarmos o outro, do jeitinho que é. As crianças puderam falar espontaneamente de suas próprias emoções, quando usaram o “Capacete de espinhos”. Assim resgatamos valores como: respeito, solidariedade, gentileza, ética e moral. São requisitos fundamentais para a formação e

convivência social, o que torna o indivíduo mais humano, resultando numa sociedade mais justa.

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 50
Colégio Sinodal Conventos Lajeado/RS

Sementes de hoje, frutos do amanhã!

No início do mês de agosto de 2022, as professoras Cristiane Labres, Daniele Bender e Tainá Suélen Wahlbrink, do Colégio Sinodal Conventos, em parceria com a empresa Zebu Cercas Elétricas, iniciaram um Projeto Ambiental. Cada criança recebeu uma muda de árvore, identificada com uma plaquinha, que seria cultivada na escola até o mês de setembro. No dia 06 de setembro, as mudas foram plantadas em uma

área de terra que foi escolhida em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente de Lajeado.

Durante o projeto, os alunos foram organizados em duplas para que pudessem acompanhar e cultivar as plantas. Sempre nas sextas-feiras, os estudantes responsáveis dirigiram-se ao local onde estavam acondicionadas as plantas para aplicar os conhecimentos estudados na disciplina de Ciências: regar e acompanhar o desenvolvimento. Os alunos também conversaram com as plantas, pois não é só de luz solar, ar e água de que necessitam.

Carinho, cuidado e atenção também são essenciais.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 51

Criando uma representação do mundo

Criado em 2011, o Minecraft é um jogo virtual que consiste na construção de espaços tridimensionais por meio de grandes blocos multicoloridos e multitexturizados. Partindo do pressuposto de que a afinidade e a familiaridade dos estudantes com o game auxiliaria no interesse da turma nas atividades, surgiu a ideia de utilizá-lo como ferramenta facilitadora da aprendizagem.

No jogo, as possibilidades são incontáveis, pois dentro de um determinado mapa é possível alterar totalmente o relevo e a cobertura do solo, assim como introduzir corpos d’água, visualizar o ciclo da água através de precipitações e introduzir fauna e flora, o que estimula a pesquisa, a autonomia e a criatividade. Além disso, esse game é muito indicado por não ter missões específicas, nem um enredo definido que possa distrair o estudante/jogador do objetivo pedagógico da proposta.

Nesse sentido, na aula de Geografia, os estudantes receberam a tarefa de pesquisar diferentes biomas do continente americano e reproduzi-los no mundo virtual. Divididos em pequenos grupos, os estudantes do 8º Ano ficaram encarregados de construir desertos, florestas, montanhas, planícies etc., descobrindo e assimilando as características do relevo, dos corpos d’água, da pluviosidade, da temperatura e dos fatores biológicos de cada bioma durante o processo de confecção dos ambientes do continente americano.

As etapas do desenvolvimento do trabalho foram subdivididas: pesquisador, editor de texto da narração, criador do mundo e narrador. Em seguida, passamos ao processo de escolha dos biomas, sendo que, para melhor desenvolvimento dos conteúdos, os itens não poderiam ser repetidos. E, por fim, cada grupo precisou apresentar para os seus colegas um vídeo de cinco a dez minutos, expondo o espaço com narração e legendas.

Após todo o processo, foram feitas considerações finais por meio de uma discussão sobre as questões ambientais. Segundo Grillo e Silva (2008, p. 229), “entre as diversas ferramentas que podem ser utilizadas, existem os jogos educativos, destinados principalmente a crianças, para que cresçam atentas à preservação do meio ambiente”. Trabalhando-se assim, um contundente e urgente tema transversal da BNCC e do futuro do planeta como um todo.

Referência:

GRILLO, Margareth; SILVA, Danielle Mesquita da Costa. A utilização dos jogos educativos como instrumento de educação ambiental: o caso reserva Ecológica de Gurjaú. Revista Contrapontos, Itajaí, v. 8, n. 2, p. 229-238, maio/ago. 2008.

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 52

Uau! Passeio no museu? Fora da escola?

Uma aventura pela história e cultura local

Quem nunca fez um passeio de escola que marcasse seus estudos? Seja pelo lugar a ser estudado, companhia ou por ambos os motivos? Em um passeio escolar, todas as descobertas se tornam ainda mais encantadoras e repletas de contexto e significado, principalmente no olhar dos nossos estudantes. Nossa aventura envolveu visitação a quatro museus. Um momento único de aprendizagem! Assim foram os passeios de estudo dos estudantes dos 3º Anos dos Anos Iniciais do Colégio Sinodal da Paz. Entre os museus selecionados pelas professoras Sabrina e Maísa estão a Casa Comunitária Schmitt – Presser, a Fundação Ernesto Frederico Scheffel, o Museu do Trem –Centro de Preservação da História Ferroviária do Rio Grande do Sul, e o Museu Visconde de São Leopol-

do. A ideia de visitação foi organizada em dois momentos. Uma saída aos museus de Novo Hamburgo, e outra, aos museus de São Leopoldo.

Os estudantes observaram os arredores do colégio e analisaram imagens antigas, examinando seu espaço geográfico através de mapas. Exploraram as mudanças temporais, comparando construções históricas, desde a sua criação aos dias atuais. Também realizaram entrevistas com seus familiares sobre os bairros da cidade, aspectos no modo de vida econômico e social, as paisagens e suas transformações, funções públicas e desenvolvimento do conceito de cidadania.

Após as visitações, elaborou-se um café colonial. Tal proposta considerou os estudos da cultura local da região e a celebração da imi-

gração alemã. O café colonial abordou pesquisas, contando com a participação da nutricionista do colégio, Camila Scarpatto, que trouxe sua experiência gastronômica alemã em relação à contribuição dos imigrantes para a nossa gastronomia.

As atividades em sala, os passeios realizados e o café colonial possibilitaram a interação dos estudantes com as aprendizagens desenvolvidas em Ciências Humanas. Tais propostas favoreceram o interesse maior pelos acontecimentos ao seu redor, pela sequência dos fatos históricos espaçotemporais e, consequentemente, estabeleceram o entendimento de que somos agentes de nossa própria história, individual e coletiva.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 53
Professoras Sabrina Michele Mazzucco e Maísa Allana Rabello do Amaral Coordenadora Pedagógica Patrícia E. Michel Colégio Sinodal da Paz – Novo Hamburgo/RS

Feira Gastronômica do RUI: um evento criativo e empreendedor

Os estudantes do 1º Ano do Ensino Médio do Colégio Sinodal Rui Barbosa – Carazinho enfrentaram um desafio prático no componente curricular de Empreendedorismo Criativo. Para exercitar as ferramentas aprendidas em aula, eles se dividiram em grupos, e cada grupo criou um pequeno negócio, com o tema alimentos e bebidas, que foi executado com o nome de “Primeira Edição da Feira Gastronômica do RUI”. Nesse projeto, que foi sendo construído durante o primeiro semestre letivo, os estudantes aplicavam as ferramentas que conheciam e os conhecimentos que iam adquirindo nas aulas, nos estudos de caso e nas discussões. O primeiro passo foi criar o planejamento estratégico geral, cujos objetivos eram desenvolver um propósito do grupo, a missão, os valores e fazer uma análise SWOT para conhecer melhor o ambiente interno e externo do seu pequeno negócio.

Em seguida, foram aplicadas as teorias de Kotler com conceitos de marketing mix. Nessa etapa, eles desenvolveram as estratégias de definição de produto a ser vendido, o conhecimento do público-alvo, as formas de promover o produto adequadamente e os métodos de precificação. Foi uma etapa em que exploraram muito a criatividade, projetando a entrega de um evento cheio de cor, personagens e experiências que iriam além da gastronomia.

Na etapa seguinte, os estudantes aprenderam a usar ferramentas para uma boa gestão financeira, como orçamentos, fichas técnicas, controle ponto de equilíbrio, planejamento, projeção de vendas, entre outros. Aqui, tiveram que ponderar e descobrir formas de executar as propostas, respeitando as possibilidades financeiras.

Com os planos em mãos, no dia 06 de julho de 2022, os estudantes colocaram a “mão na massa”, rea lizando a Feira Gastronômica. Cerca de oitocentas pessoas, incluindo familiares, demais estudantes da escola, funcionários e professores passaram pela Feira, tornando-a um evento agradável e muito bem-sucedido. Eles trabalharam manhã e tarde para conseguir entregar seus produtos e atender às tantas demandas, sabendo que seriam reconhecidos os negócios que apresentassem os melhores resultados na satisfação do cliente, na margem de lucro e no volume de vendas.

Os impactos e estímulos desse trabalho na vida de cada estudante são inúmeros. Aprender a pensar de forma criativa, visar à solução de problemas, utilizar ferramentas de gestão, fazer um bom planejamento, entender o valor do trabalho, trabalhar em equipe, lidar com contingências, respeitar orçamentos, fazer atendimento ao público, definir e executar processos e cuidar de dinheiro são apenas alguns exemplos de inputs possibilitados por esse projeto.

E o desafio não para! No segundo semestre, será feita uma segunda edição da Feira Gastronômica, oportunizando aos grupos repensarem o seu método de trabalho e aplicarem novas ferramentas, podendo perceber a evolução. Uma educação empreendedora pretende formar estudantes que reconheçam seu potencial transformador, seja na vida profissional ou pessoal, e que usem essa força para encontrar novas soluções.

COMPARTILHAMENTOS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 54
Professor Lucas Schell Almeida Colégio Sinodal Rui Barbosa Carazinho/RS

Inovar para educar

Quando falamos em educação inovadora, o que vem à mente? Teorias ou metodologias totalmente novas. Necessariamente não é só isso.

Educar de forma inovadora significa reconhecer a mim mesmo para reconhecer o outro, ou melhor ainda, mudar a mim mesmo para possibilitar a mudança do outro. E essa prática deve ser diária, assim como o nascer do sol, que acorda todos os dias de forma diferente.

Isso mesmo, professor! Você pode ser o sol, a luz que encoraja ou assombra o caminhar de seus alunos diariamente.

Mesmo sendo ótimos profissionais, jamais teremos em nossas mãos os alunos se não trabalharmos em equipe e respeitarmos as diferenças culturais, de gênero, de raça, de crença religiosa, pois é diante das diferenças que todos aprendem mais.

O professor tem em suas mãos o conhecimento técnico, a experiência, em contrapartida as gerações de hoje têm uma facilidade gigantesca em lidar com as ferramentas digitais, então se o conteúdo e a tecnologia são compartilhados, todo mundo sai ganhando. Mas não é só por isso que a educação é inovadora.

O conteúdo teórico é muito importante e pode ser encontrado no Google. Mas se não provocarmos a curiosidade, fomentarmos a pesquisa responsável por parte dos alunos, a organização, o capricho, a solidariedade, a cordialidade, a empatia, a criatividade, não estaremos educando-os para o novo fazer diário, através do exercício individual e coletivo. E nada melhor do que a escola para oficializar o aprimoramento dessas práticas.

Há alguns anos, como professora de Ensino Fundamental, tenho enfatizado, através da minha oratória, o uso dos critérios mencionados acima no processo ava-

liativo: O aluno é organizado? É responsável? Apresenta iniciativa? É respeitoso e solidário com os colegas?

Portanto só quando o professor tiver a capacidade de perceber a sua equipe numa dimensão mais humana, poderá fazer a diferença na vida deles, para que, em algum momento, eles também possam fazer a diferença na vida de outros.

E o que tem de inovador nessa prática? É simples. A partir do momento em que revitalizamos práticas antigas e esquecidas, que se perderam na turbulência familiar e social, estamos inovando. Não adianta preencher a sociedade com alunos ricos em conteúdo cognitivo, sem o exercício da sua inteligência emocional e, consequentemente, sem conteúdo humano para ser compartilhado. O mercado de trabalho, a sociedade está precisando desse perfil! Vale a dica!

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 55
Professora Maria Inês Dresch Colégio Sinodal Tiradentes Campo Bom/RS

A infância e suas possibilidades no convívio com os animais

A infância é um período de grandes descobertas e é nesse tempo que construímos as bases mais importantes da vida. Com isso, fazse necessário proporcionar momentos em que o bebê tenha a oportunidade de explorar, investigar e descobrir o mundo a sua volta, sempre respeitando as individualidades e o ritmo natural de desenvolvimento de cada um. Pois como dizia Ivana Pontes: “Não me ensine nada que eu possa descobrir, provoque minha curiosidade. Não me dê apenas respostas. Desarrume minhas ideias e me dê somente pistas de como ordená-las. Construa comigo o conhecimento. Sejamos juntos inventores, descobridores, navegadores e piratas da nossa aprendizagem”. Com esse intuito de sermos juntos inventores, descobridores... instigamos nossos pequenos a desenvolver-se a partir de suas possibilidades, das oportunidades de aprendizagens e dos estímulos oferecidos. Para isso, oportunizamos situações de aprendizagem que venham a desafiar e possibilitar que cada criança seja protagonista do seu desenvolvimento, através de vivências significativas, com contextos que permitam inúmeras investigações.

Em nossa rotina, no Berçário CT, percebemos que os bebês expressam constantemente suas descobertas e necessidades. Assim oportunizamos situações que os instigam a atuar ativamen -

te em suas explorações, enquanto conhecem e agem no mundo ao seu redor.

Todas as situações são pensadas e planejadas com carinho, proporcionando aos bebês um ambiente acolhedor, seguro, atrativo e com muitas possibilidades para diferentes descobertas. Em nossos ambientes investigativos, busca-

mos na natureza uma importante fonte de investigação e descobertas. O cuidado com a natureza e com a vida animal faz parte constante de nosso contexto escolar e, a partir do tema norteador “Nossos amigos animais”, nossos pequenos exploradores estão tendo a oportunidade de ter contato com diferentes animais, desenvolvendo e aguçando ainda mais sua curiosidade e a capacidade de observação, uma vez que podem estar bem pertinho dos animais, podendo tocar, alimentar e cuidar.

Esse amor e carinho pelos animais é evidenciado em cada gesto e sorriso dos bebês, que, de maneira pura e genuína, nos mostram a sintonia com a situação proposta.

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Professoras Dinára Fatima dos Anjos Albanio e Giseli Machado de Carvalho Colégio Teutônia Teutônia/RS

Alfabetização e encantamento

Encantamento: Sensação de deslumbramento, admiração, grande prazer que se tem como reação a alguma boa qualidade do que se vê, ouve ou percebe.

Um dos aspectos mais importantes no processo de alfabetização é a motivação dos estudantes para aprender a ler e a escrever, o encantamento pela escrita e pela leitura. Pensando nisso, as turmas dos primeiros anos realizaram o projeto “Festa das Letras”. Tudo inicia pela Festa, que envolve as famílias no preparo do lanche em formato de letras. O projeto continua com o sorteio de uma letra. Cada criança fica responsável em trazer para a escola, dentro da “sacola das letras” especialmente decorada para este momento, um objeto que inicie com a letra sorteada. Então os estudantes apresentam pistas sobre os objetos e os colegas testam suas hipóteses com a letra inicial e descobrem o que é! O projeto “Festa das Letras” pretende contribuir com o processo de alfabetização através do encantamento e da diversão.

Outra dinâmica realizada para maior encantamento pela escrita aconteceu depois da festa junina da escola. Aproveitando este momento alegre de nossa cultura, os estudantes dos 1º Anos foram incentivados a produzir uma cartinha para realizarem a troca das mesmas entre as turmas A e B, assim compreendendo e vivenciando a função social da escrita. Os estudantes prepararam com muito carinho cada carta e esperaram

ansiosos pela chegada do correio das turmas. A cada carta, novos sorrisos e olhinhos brilhando. Gostaram tanto do correio, que foi colocada na porta da sala uma caixinha do correio, onde cada estudante pode depositar cartinhas para os seus colegas de turma e também entre as turmas dos 1º Anos.

O projeto literário “O aniversário da Bruxa Kika”, uma história de Léia Cassol, propõe situações de aprendizagens que fomentam a curiosidade, a descoberta do novo, a formulação de explicações sobre diferentes situações e a busca de conhecimentos, transformando o leitor iniciante em um descobridor de conhecimentos escondidos entre as linhas de uma história. Essa dinâmica permite que a criança aprenda que a leitura ensina além das letras, palavras e textos, como valores, conhecimento, reflexões e muito encantamento e motivação para novas leituras e escritas. Sendo a leitura e a escrita os maiores desafios na alfabetização, é possível, através das práticas vivenciadas e relatadas, afirmar que, quando estimuladas de forma criativa e encantadora, possibilitam a descoberta do prazer de ler, contribuindo para a utilização da escrita em contextos sociais e a inserção da criança no mundo letrado.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 57
Professoras Almerinda da Costa Silva e Daniele Huve Kist Colégio Teutônia Teutônia/RS

Alteridade e saberes indígenas: debates e reflexões

As temáticas que envolvem os indígenas são pulsantes na história da América e do Brasil. Tais assuntos são trabalhados de forma transversal nos diferentes níveis educacionais, mas recebem atenção especial quando se aborda a “conquista da América” pelos europeus e as resistências dos povos ameríndios. Por ser complexo, o assunto leva a debates e reflexões múltiplas e potentes.

No intuito de trabalhar os conflitos entre europeus e indígenas e a temática ameríndia, elaborou-se uma sequência didática com os estudantes da 2ª Série do Ensino Médio do Colégio Teutônia. Tal sequência consistiu em exposições dialogadas, uso de audiovisuais, um júri simulado sobre a “conquista da América” e a criação de um Jamboard® com pensadores indígenas brasileiros. As duas últimas atividades foram as que se destacaram e serão o foco do presente texto.

O júri simulado ocorreu da seguinte forma: a turma foi dividida em três grupos, sendo eles: a) os advogados de defesa (“defenderam” os europeus); b) os promotores de justiça (acusaram os europeus de prá-

ticas desumanas e criminosas para com os indígenas); c) o júri (responsável por levantar questionamentos e dar o veredito). O professor mediou a atividade. Durante o “julgamento”, os estudantes exerceram seu senso crítico, argumentaram, posicionaram-se, reconstruíram visões e saberes e trabalharam em conjunto, exercitando assim diversas habilidades na construção de competências. A inovação de tal atividade não é metodológica, mas ocorreu a cada argumento, posicionamento ou diálogo que concretizou o júri simulado. Após o júri, partiu-se para a reflexão e pesquisa sobre autores/pensadores indígenas brasileiros. A turma foi dividida em grupos (quartetos ou quintetos) e cada grupo recebeu um pensador, sobre o qual pesquisaram a biografia, suas obras e pensamentos ou reflexões publicadas. Após a coleta dos dados, os grupos criaram um arquivo Jamboard®, formando uma espécie de “pequena enciclopédia” sobre indígenas e seus saberes, escritos por eles mesmos e não pelo olhar europeu ou “eurocentrado”.

A sequência didática exposta demonstrou que debater sobre processos históricos conflituosos e refletir sobre o que os ameríndios pensam, falam e expõem, principalmente sobre as relações entre humano e natureza, é extremamente potente e importante para o ensino e a aprendizagem em História.

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Teutônia/RS
Professor

Ferramenta digital que auxilia no desenvolvimento do hábito da leitura

Sabemos que a importância da leitura é indiscutível para desenvolver a criatividade, a imaginação, a comunicação, o senso crítico, ampliar as habilidades na escrita, estimular o raciocínio, aprimorar o vocabulário, além de proporcionar ao leitor um conhecimento amplo e diversificado sobre vários assuntos. A leitura, em nenhum momento, pode ser vista pela criança como algo desnecessário, sem importância, uma obrigação, uma tarefa técnica realizada sob pressão, mas sim como algo necessário para seu crescimento e desenvolvimento intelectual. Por esse motivo o incentivo à leitura necessita ser frequente.

Compreendendo a importância de desenvolver em seus estudantes o hábito da leitura de forma prazerosa, o Colégio Teutônia incentiva a leitura das mais variadas formas. Com esse objetivo é desenvolvido o Projeto Estudante Leitor desde a Educação Infantil ao Ensino Médio, com uma seleção de livros específicos para cada ano, relacionados ou não aos conteúdos desenvolvidos, sendo livros físicos e digitais.

O Colégio Teutônia, desde 2017, utiliza a plataforma Elefante Letrado. A ferramenta possui centenas de livros digitais de literatura infantojuvenil de diferentes gêneros, muitos deles com animações, interatividade e áudio sincronizado. Os livros estão dispostos a partir

de curadoria por faixa etária, classificados em cinco níveis de proficiência em leitura. Essas leituras são ricamente exploradas através de seminários, partilhas, inclusive com conversas com os autores. Com o uso da plataforma digital do

Elefante Letrado, mesclados aos livros físicos, estimulamos nossos estudantes a criarem sua própria biblioteca. Para envolver a família no projeto, também circula pelas casas dos estudantes a Mochila Literária (ilustrada com o Elefante). Ela contém cinco diferentes obras literárias de acordo com a faixa etária, e permanece uma semana com cada família. A busca pelo incentivo à leitura é constante.

Referências:

Conheça o Elefante Letrado. Disponível em: <https://www.elefanteletrado.com. br/sobre/>. Acesso em: 16 ago 2022. CASTLE, Marieta. Ler e reler o mundo –Pátio, revista pedagógica, ArtMed, fev./ abr. 2005.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 59
Professoras Carina Isabel Junqueira e Sílvia Letícia Eidelwein Gerhardt Colégio Teutônia Teutônia/RS

Empreendedorismo sustentável: empresas capazes de transformar o mundo

Os debates que envolvem a sustentabilidade ganham cada vez mais espaço, tanto na mídia, quanto em espaços educativos formais e não formais. Não é prudente nem viável que a escola “fuja” dessa temática, sendo necessário criar formas de transformar a humanidade e, consequentemente, o mundo em um lugar mais sustentável. A questão é: como fazer? Como veremos, as possibilidades são múltiplas.

Ao falarmos sobre sustentabilidade, estamos tratando de uma área transversal e inter/transdisciplinar, que possui quatro eixos principais de atuação: política, sociedade/cultura, meio ambiente e economia. Tais eixos se retroalimentam e interligam de formas complexas e potentes.

rismo, enquanto capacidade de idealizar e realizar projetos/negócios e a sustentabilidade.

Para a realização da atividade, os estudantes foram separados em grupos de no máximo quatro integrantes. Cada grupo tinha a incumbência de criar empresas fictícias (ao menos por enquanto). Para que a atividade tivesse contornos claros e dialogasse com as realidades micro e/ou macro dos estudantes, a empresa montada deveria ter os seguintes itens em seu pla-

no de negócios: a) nome; b) logo; c) slogan; d) segmento de mercado; e) princípios; f) missão; g) custos de produção e projeções de lucros. Além disso, os grupos tinham que construir empresas capazes de trabalhar com os eixos da sustentabilidade, prototipando quando possível e apresentando suas propostas para os colegas.

O Colégio Teutônia possui forte ligação com a sustentabilidade, inclusive aplica aulas de oficinas sobre tal temática com seus estudantes. No primeiro semestre de 2022, as turmas do 8° Ano A e do 8° Ano B tiveram as oficinas e, para além de saberes teóricos, vivências com e na natureza e criação de propostas de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável, foram desafiadas a imaginar e criar empresas capazes de abordar os eixos da sustentabilidade (sociedade, meio ambiente, política e economia). Dessa forma, duas demandas contemporâneas são tateadas: o empreendedo-

sobre tal temática comdo 8° Ano B tiveram ascias com e na natureza-ca e economia). Dessa-

Várias ideias potentes emergiram, trabalhando-se com brechós, biodigestores, aplicativos para compra e venda de algodão orgânico e tintas naturais feitas de flores. A atividade demorou mais de um mês para ser realizada e apresentada e se demonstrou uma forma criativa, desafiadora e pulsante de se trabalhar sustentabilidade e empreendedorismo na transformação positiva do mundo em que vivemos e no qual desejamos viver.

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Turmas de 6º Ano realizam práticas com kits de robótica recebidos da Alemanha

Durante a Semana da Língua Alemã, que em 2022 ocorreu de 13 e 18 de junho, os estudantes das turmas de 6º Ano A e B tiveram a oportunidade de realizar atividades práticas utilizando kits de robótica Mini Calliope, doados ao Colégio Teutônia pelo programa PASCH.

PASCH significa “Escolas: Parceiros para o Futuro”. A iniciativa busca despertar interesse e entusiasmo pela Alemanha, motivar os jovens a aprender a língua alemã e criar uma rede internacional de escolas, entre elas o Colégio Teutônia.

Durante a Semana da Língua Alemã ocorreram, entre outras atividades diversas, aulas da Oficina de Habilidades Digitais (professor Mauro Régis de Oliveira) e o componente curricular de Alemão (professora Angelita Lohmann).

As atividades consistiram em programar os kits de robótica Mini Calliope fazendo com que os mesmos exibissem mensagens de texto, imagens, leds e sons,

através de programação em blocos que são enviados para os kits. Os mesmos executam os comandos, de forma digital, nos microcontroladores.

O desafio de aproximar o idioma alemão e a robótica foi possível, pois o Colégio Teutônia possui expertise na utilização de tecnologias, bem como intenso trabalho na língua e cultura alemã.

Os professores acreditam que iniciativas como essas fazem com que os estudantes percebam que o conhecimento amplia oportunidades. Em um futuro breve, eles estarão escolhendo suas profissões e, com certeza, vários alunos dessas turmas têm aptidões para atuar nas áreas citadas.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 61
Professora Angelita Lohmann e Professor Mauro Régis de Oliveira Colégio Teutônia Teutônia/RS

Matemática solidária

A solidariedade e a Matemática andam juntas para as turmas dos 4º Anos do Colégio Teutônia. Há cinco anos, essas turmas sempre são responsáveis por arrecadar materiais recicláveis para a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Teutônia, uma parceria de empatia e generosidade em apoio à Liga para seu tratamento.

Neste ano de 2022, a campanha iniciou em março, motivada por um trabalho proposto no projeto socioemocional do Educa 21, que instigava os estudantes a realizarem uma ação contínua de solidariedade que envolvesse a comunidade. Tudo começou com uma palestra com duas professoras que são voluntárias na Liga por vencer um câncer e colocar seu tempo à disposição de outras famílias que buscam ajuda.

Sabemos que respeito, empatia, amizade e solidariedade são princípios importantes para uma sociedade mais humana, e esses princípios embasam esse projeto.

Conforme Perrenoud (2003), “[...] a solidariedade é uma construção social e cultural, uma conquista frágil da civilização [...]”, contra o egoísmo e o egocentrismo.

Como a matemática veio fazer parte desse projeto?

Na Semana do Meio Ambiente, os estudantes dos 4º Anos desafiaram seus colegas de 1º ao 3º Anos do Ensino Fundamental a trazerem, pelo menos, dez tampinhas para doação e em dez dias de campanha.

Para a surpresa de todos, somamos 32.834 tampinhas! E foi aí que entrou a Matemática!

Cada turma usou as suas tampinhas para realizar atividades distintas: os estudantes dos 1º Anos contaram em montinhos de dez, juntando montinhos de cem. Os 2º Anos, fizeram montes de cem, separaram por cores, criaram gráficos. Os 3º Anos, juntaram de cem em cem e fizeram saquinhos de mil tampinhas. Os 4º Anos juntaram em montantes por cores, elaboraram gráficos, dividiram cada cor em galões, realizando cálculos de divisão e multiplicação.

Para D’Ambrósio (2001, p. 33), é necessário “fazer uma matemática que viva’’. Se a gente olhar para a história da matemática, ela sempre foi assim: uma representação do ambiente que o sujeito está vivendo, dos problemas que encontra, das coisas que de algum modo provocam uma necessidade de reflexão maior”. Acredita-se que, sendo explorado com a criança ao longo da sua formação, o hábito de cuidar do meio ambiente passa a se tornar uma atitude cada vez mais consciente e arraigada na vida. Os estudantes foram desafiados a pesquisar sobre o tempo de decomposição das tampinhas e dos demais materiais recicláveis recolhidos em favor da Liga. Compartilhando as descobertas entre os estudantes, concluíram que jogando o lixo na natureza estariam criando um problema ambiental, pois os mais diferentes tipos de resíduos levariam muito tempo para se decompor, e se fossem recolher e doar para a Liga, assim deixariam de contaminar o meio ambiente. Inicia assim um processo diário de conscientização de que nem tudo é lixo e a possibilidade de reciclar.

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[...] Se o material que precisa ser descartado tiver alguma utilidade, não é lixo, é resíduo e resíduo pode gerar renda para alguém em algum lugar, ser descartado da maneira correta ou ser reaproveitado (MALDONADO, 2021).

Referências:

D’AMBROSIO, U. Desafios da educação Matemática e o novo milênio. São Paulo: Ática, 2001.

LEITE, Lucia Helena Alvarez; MENDEZ, Verônica. Os Projetos de Trabalho: Um espaço para viver a diversidade e a democracia na escola. Revista de Educação , Porto Alegre: Projeto, ano 3, n. 4, p. 25-29, jan./jun. 2000.

MALDONADO, Denise. O que não é lixo é resíduo e pode gerar renda! Mundo Certo, 2021. Disponível em: <https://www. mundocerto.com.br/o-que-nao-e-lixo-e-residuo-e-pode-gerarrenda/>. Acesso em: 09 ago. 2022.

BECKENKAMP, Cristine Reina; FRIEDRICH, Ricardo Werner. A efetivação do princípio da solidariedade como objetivo fundamental da constituição da república do Brasil. Disponível em: <https://online.unisc.br/ acadnet/anais/index.php/snpp/article/download/17980/ 1192611949>. Acesso em: 09 ago. 2022.

PERRENOUD, Philippe. As competências a serviço da solidariedade. Pátio: Revista Pedagógica, Porto Alegre, v. 07, n. 25, p. 19-27, fev. 2003.

Vivência sobre lutas

Na história, as lutas e artes marciais foram criadas para serem utilizadas como ferramentas de combate para as guerras. Com a evolução das mesmas, tornaram-se ferramentas para o esporte.

Com esse intuito, os estudantes do Ensino Médio do Colégio Teutônia realizaram, nas aulas de Educação Física, durante o segundo trimestre, uma vivência sobre diversas modalidades. Um profissional da área de lutas foi convidado a realizar a orientação referente à técnica, seus fundamentos teóricos, os movimentos específicos de cada modalidade, permitindo aos estudantes que executassem individualmente e em duplas a parte prática.

Aos discentes também foram apresentados os equipamentos, acessórios e EPI’s (equipamentos

de proteção individual) que são utilizados. As modalidades vivenciadas e experenciadas foram o Jiu-Jitsu, Boxe, Muay Thai e MMA, que, nos últimos anos, se desenvolveram de forma exponencial, tanto esportivamente quanto em forma de negócio.

As práticas e conversas foram muito importantes para desmistificar a ideia de briga e violência, além de esclarecer que esse esporte contribui para o autoconhe-

cimento, autocontrole, consciência corporal, disciplina, hierarquia, empatia, resiliência e, consequentemente, para uma melhora no desempenho físico e psicológico, deixando o praticante em dia com a sua saúde.

COMPARTILHAMENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 63
Professoras Márcia Cristina Asquidamini Horst, Graciela dos Santos Fazenda e Simone Margareth Musskopf Kellermann Colégio Teutônia Teutônia/RS

Alameda Haus – Artes e Idiomas

Quem somos?

Em 2019, a Escola Barão do Rio Branco inaugurou a filial Alameda Haus Artes e Idiomas, para fins específicos de cursos de idiomas e artes. Todos os cursos e modalidades são abertos à comunidade em geral, mas com benefícios exclusivos para estudantes e funcionários da Escola Barão.

A Alameda Haus está localizada na Casa Johannastift, um prédio histórico da cidade que foi construído na década de 1920 e fez parte da história de muitas famílias e também de empresas blumenauenses. O imóvel perfeito para sediar uma casa cultural onde se unem as artes e os idiomas!

A Alameda Haus foi criada para ser um espaço de experiências, vivências e descobertas dos territórios da arte e do universo dos idiomas.

O que oferecemos?

Do território da arte oferecemos mais de vinte cursos nas diferentes linguagens, como dança, teatro, música e artes visuais. As aulas-encontros acontecem em coletivo ou individual, possibilitando a crianças a partir de três anos, jovens e adultos alcançarem os objetivos artísticos propostos para cada

curso. Na Alameda Haus não se aprende apenas a tocar um instrumento, a decorar uma fala ou passo da dança, mas, a vivenciar de verdade os elementos fundamentais de cada linguagem e principalmente guiados por aqueles que amam a arte, nossos professores/artistas.

Do universo de idiomas oferecemos aulas em turmas ou VIP de Inglês e Alemão, para crianças a partir de quatro anos, em ambientes preparados e adaptados para cada faixa etária, nível linguístico e modalidade. Além dos cursos anuais, oferecemos cursos intensivos de curta duração como preparatório para testes de certificação internacional e inglês para au pairs. Os estudantes também participam de experiências divertidas para expandir e aprimorar a comunicação oral como “Conversation Classes”

e “Cooking Classes”, entre outros eventos e aulas diferenciadas.

Inglês por meio de experiências culturais e artísticas!

A partir de 2020 a Alameda Haus apresenta uma nova modalidade que se chama English Explorers. O principal objetivo do curso é formar crianças a partir de uma

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metodologia exclusiva da Alameda Haus em que, por meio da língua inglesa, a criança experiencie a Alameda Haus por completo, abrangendo o universo dos idiomas e os territórios das artes.

Como funciona?

O English Explorers é um curso com carga horária estendida que proporciona uma experiência em inglês através de projetos culturais, divertidos e saudáveis. O curso acontece em duas tardes, das 13h30 às 17h30, totalizando oito horas semanais. As experiências são realizadas em diversos espaços da Alameda Haus, instigando a curiosidade da criança e estimulando a interação fluida na língua inglesa. De forma regular e frequente a criança pratica a língua principalmente por meio da escuta e conversação.

Outros serviços

A Alameda Haus também faz mediação de intercâmbios e viagens de estudos, bem como a Certificação Internacional TOEFL (ETS) de Inglês para a comunidade em geral.

Dentro da Alameda Haus, temos a Sala de Exposição Johannastift, aberta à comunidade diariamente. A sala tem como objetivo socializar a arte e cultura produzida por artistas da cidade de Blumenau, e ajudar na formação de cidadãos mais conscientes da importância da Arte e suas manifestações. As temporadas de exposições modificamse a cada dois/três meses.

Professora Bruna Lorenzi Coordenadora dos Cursos de Idiomas Alameda Haus Artes e Idiomas Escola Barão – Blumenau/SC

Ensino bilíngue internacional

O ensino bilíngue da Barão atende a partir da Educação Infantil, com uma experiência sólida e com resultados muito positivos. A Escola é a primeira a receber a autorização do Conselho Estadual de Educação para a oferta do ensino bilíngue e, desde 2016, vem aprimorando a sua proposta pedagógica e a formação de seus professores para entregar um ensino bilíngue de excelência para as famílias da comunidade.

O ensino bilíngue da Barão integra os componentes curriculares da língua materna e do idioma adicional na matriz curricular correspondente de cada ano, com o propósito de formar alunos bilíngues consecutivos de infância com as competências necessárias para usar as duas línguas em situações acadêmicas e sociais.

A concepção da segunda língua é de idioma adicional como veículo de comunicação e objeto de estudo para aquisição de novos conceitos em áreas de

conhecimento na Educação Infantil e componentes curriculares no Ensino Fundamental, sendo avaliados de forma integrada no processo de aprendizagem de linguagem e conteúdo.

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O ensino bilíngue da Barão prioriza uma formação e um ambiente multicultural visando à possibilidade do uso da língua em contextos reais e significativos, à ampliação do repertório, à sensibilização cultural e ao biletramento. A aquisição do idioma adicional se dá de forma gradativa e natural, contemplando as habilidades na ordem de audição, fala, leitura e escrita por meio dos objetos de conhecimento.

No ano letivo de 2022, a Escola Barão, vislumbrando o acesso do estudante a um mundo globalizado, com rápido acesso à comunicação e ao conhecimento, em parceria com a High School Educacional (HSE) e Brigham Young University (BYU), passa a oferecer aos seus estudantes um ensino bilíngue com certificação internacional.

A partir de 2023, todas as turmas do Infantil IV e Infantil V se tornarão bilíngues.

Ao ingressarem no Ensino Fundamental, a família do estudante poderá optar pelo ensino regular ou pelo ensino bilíngue internacional.

No Ensino Fundamental 1, o estudante que opta pelo ensino bilíngue internacional faz parte do PYB, Primary Years Barão. Nesse programa, além das disciplinas em Língua Portuguesa, o aluno terá componentes como English Language Arts, Social Studies, Science, Mathematics, Arts, Physical Education, Power Talk, Social Emotional Learning, Chess e Music. Dessa maneira, o estudante finaliza o quinto ano do Ensino Fundamental com um repertório linguístico diversificado na Língua Inglesa, variando o seu conhecimento entre áreas da biologia, exatas e linguagens.

Outra base importante para o estudante do ensino bilíngue internacional é a disciplina de Social Emotional Learning (SEL), que tem como objetivo trabalhar as habilidades necessárias para a vida dos alunos, incluindo a capacidade de compreender a si mesmos, desenvolver uma autoimagem positiva, assumir a responsabilidade por suas ações e estabelecer relacionamentos saudáveis com as pessoas ao seu redor.

Ao final do Ensino Fundamental 1, o estudante do ensino bilíngue internacional realiza o teste de proficiência da Língua Inglesa TOEFL e recebe a sua primeira certificação internacional.

Ao ingressar no sexto ano do Ensino Fundamental, o estudante do ensino bilíngue internacional participa do programa Middle School Leaders (MSL), o currículo integrado de Ciências e Humanidades em Inglês, com abordagem STEAM (Science, Technology, Engineering, Art e Math), e certificado da Brigham Young University ao final de cada ano. O MSL contém atividades teóricas e práticas, incluindo as metodologias CLIL (Content-Language Integrated Learning), PBL (Project-Based Learning) e PBP (Place-Based Projects).

Além de aprofundarem o seu conhecimento na área das ciências, os alunos possuem componentes como English Language Arts, Global Citizenship e Physical Education, ampliando ainda mais o seu conhecimento linguístico e cultural.

Ao ingressar no Ensino Médio, o aluno terá a oportunidade de participar do Programa High School, também em parceria com a HSE e BYU, garantindo assim, além do seu diploma brasileiro, o diploma internacional da conclusão do seu Ensino Médio.

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A Escola Barão do Rio Branco acredita na formação integral do seu estudante, uma formação que vai além da sua dimensão intelectual, mas também considera os aspectos emocionais, sociais, físicos e culturais dos seus alunos.

Professora Denise Voltolini Coordenadora do Ensino Bilíngue Internacional e das Línguas Estrangeiras Escola Barão do Rio Branco Blumenau/SC

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Letramento emocional: o protagonismo infantil no desenvolvimento de competências socioemocionais

Depois da pandemia, com a retomada das aulas presenciais, sentimos a necessidade de intensificar e, de certa forma, incluir na nossa rotina diária de sala de aula momentos de reflexão dos estudantes sobre as emoções.

Com intencionalidade pedagógica, buscamos instrumentalizar intelectual e emocionalmente nossos estudantes. De maneira formal, incorporamos vivências que acolhem e educam as emoções, contemplando as competências previstas na BNCC.

O objetivo dessa ação pedagógica é ajudar as crianças em seu aprimoramento emocional, com vistas a construir uma humanidade mais equilibrada, em paz, confiante e feliz. Potencializamos a reflexão e o protagonismo infantil realizando práticas relacionadas ao Programa Socioemocional Educa 21.

Inicialmente, os estudantes conheceram a história “Os amigos que moravam em potes”, da autora Beatriz Singer, e, a partir

daí, desenrolaram-se as vivências e reflexões objetivando nomear emoções, entendê-las e regulá-las. Posteriormente, foram traçadas algumas ações:

– Chá da Gratidão: atividade semanal, em que cada estudante tem a oportunidade de expressar pelo que foi grato naquela semana.

– Amigo Secreto (semente surpresa): os estudantes participaram de um amigo secreto e o presente foi um pote com uma semente secreta para ser cultivada em casa e descobrir o que germinaria.

– Momentos de conversa e reflexão sobre agradecer pelos momentos simples: as situações, por vezes desagradáveis, também nos preparam para a vida; reconhecer os momentos felizes e perceber as formas de sentir felicidade, bem como a sua duração e a sensação de paz antes e depois desses momentos.

– Campanha de recolhimento de potes de vidro: os mesmos foram doados ao projeto da Horta Comunitária de Teutônia, que viabiliza suporte alimentar para famílias em vulnerabilidade no nosso município.

Pela experiência que estamos vivendo, consideramos que o momento foi oportuno para incrementar nossa proposta de trabalho, tendo a oportunidade de avaliarmos nossa metodologia de ensino e currículo. Assim também oferecemos cada vez mais a oportunidade de uma formação integral, procurando fortalecer os estudantes em todas as áreas da vida, aprimorando o cognitivo e o emocional dos discentes.

Referência:

Educa 21: por Rossandro Klinjey / coordenação Maria Claudia Söndahl Rebellato.

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Teutônia/RS

Conquista de medalhas por atletas da IENH

A Equipe de Atletismo da IENH voltou para casa com três medalhas conquistadas no Campeonato Brasileiro de Atletismo Sub-18! Uma medalha de prata e uma de bronze foram alcançadas pela atleta Rayssa de Oliveira e uma medalha de prata pelo atleta Henrique Sormani. O evento ocorreu entre os dias 19 e 22 de agosto, em Bragança Paulista/SP.

Rayssa obteve excelente desempenho na prova de 100 metros com barreiras, na qual ficou com a prata. O coordenador esportivo da IENH, Mário Kickhofel, diz que foi “uma disputa incrível até a linha de

chegada”. A atleta ainda conquistou o bronze no salto em distância. Henrique Sormani foi prata na prova de 110 metros com barreiras, fazendo “uma excelente prova”, de acordo com Mário.

Além da dupla, outros três atletas integraram a equipe da IENH: Bernardo Henrique Bortolin, Rafael de Oliveira Vieira e Letícia Nör. Ao todo, cerca de 800 atletas participaram do campeonato, representando 141 equipes de 18 estados e o Distrito Federal. Pelo nível da competição, Mário avalia que os atletas tiveram um desempenho “muito satisfatório”, além da oportunidade de mostrar o talento, após meses de treinamento.

“Estas conquistas mostram que estamos no caminho certo, que o empenho nos treinamentos nos leva a sonhar e conquistar resultados de expressão”, diz o coordenador. Ele ainda ressalta “o grande trabalho dos atletas e equipe técnica”, agradecendo, também, “o apoio recebido da direção, equipe pedagógica e comunidade escolar da IENH”.

Comunicação

Equipes infantis de vôlei da IENH garantem pódios

As equipes de vôlei da IENH participaram, no dia 15 de outubro, dos Jogos Abertos de Vôlei da categoria infantil (Sub 16). Na competição, os meninos conquistaram a medalha de ouro e as meninas ficaram com a de bronze. O evento aconteceu no Ginásio Albano Hansen, em Dois Irmãos/RS, contando cinco equipes no naipe masculino e seis equipes no naipe feminino.

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Amanda Ferreira e Marketing da IENH Instituição Evangélica de Novo Hamburgo Novo Hamburgo/RS Setor de Comunicação e Marketing da IENH Instituição Evangélica de Novo Hamburgo Novo Hamburgo/RS

Inovação e tecnologia em novos espaços entregues pela IENH

No ano em que completa 190 anos, a IENH entrega novos espaços para a comunidade escolar. Investindo em tecnologia e infraestrutura, a Instituição ampliou e renovou diversos espaços de aprendizagem nas unidades Pindorama, Oswaldo Cruz e Fundação Evangélica.

Exemplos dos novos ambientes são as salas Mind Makers, presentes nas três unidades. Elas são um investimento que conta com recursos da parceria com a editora educacional do Grupo Somos. Além do espaço colorido, novos computadores, recursos eletrônicos – como os robôs Sphero, BeeBot e Mbot, LittleBits, Micro Bit e Makey Makey fazem parte das aquisições.

Além da sala Mind Makers, na Unidade Oswaldo Cruz, também foram entregues uma nova cozinha-escola, que proporcionará muitas práticas divertidas, e uma nova biblioteca, mais ampla e inovadora. A Unidade Pindorama investiu em paisagismo e personalização de ambientes internos e externos. Já na Unidade Fundação Evangélica,

a Collab Room é um espaço inédito e apropriado para a aprendizagem por estações, proporcionando diferentes formas de estar ativo e colaborativo nos estudos. O Laboratório de Redes também foi renovado para os estudantes do Ensino Superior.

De acordo com o diretor-geral da IENH, Seno Leonhardt, a expectativa é que os alunos “tenham mais liberdade e mais espaço para que a criatividade e o empreendedorismo sejam aflorados” ao utilizar os novos ambientes. Os espaços parecem ter feito sucesso entre os alunos, participando de parte das inaugurações, a presidente do Grêmio Estudantil Castro Alves (GECA), Juliana Biasuz, comenta que achou “muito interessantes” os espaços. Para ela, eles “vão incentivar os alunos a aprender” por meio de “todas as possibilidades que têm neles”, finaliza.

Setor de Comunicação e Marketing Instituição Evangélica de Novo Hamburgo Novo Hamburgo/RS

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Traces in Hamburgo Velho – vivência de Educação OnLIFE Cidadã

Como a cidade se constitui um espaço de aprendizagem? Compartilhamos, neste texto, o projeto de Educação OnLIFE Cidadã, Traces in Hamburgo Velho (Rastros em Hamburgo Velho), desenvolvido na Unidade Pindorama, na cidade de Novo Hamburgo/RS, especificamente no Centro Histórico de Hamburgo Velho.

Tal projeto ocorre no âmbito do Currículo Bilíngue (Português-Inglês) da IENH, com estudantes do 3º Ano do Ensino Fundamental, de 2018 até o momento atual.

A cidade é vivida de forma híbrida e multimodal, tanto no deslocamento do espaço físico geográfico, como digital, permitindo, assim, ampliar a interação e comunicação com outras entidades não humanas (lugares, superfícies, biodiversidade).

Nesse percurso buscou-se potencializar o desenvolvimento do pensamento computacional, Educação Patrimonial, e os estudos de Ciências Humanas e Naturais previstos pela BNCC (BRASIL, 2017) na perspectiva da hibridização de espaços urbanos e pós-urbanos (DI FELICE, 2009; LA ROCCA, 2018), da cognição inventiva (KASTRUP, 2015), de projetos de aprendizagem gamificados e Educação OnLIFE (SCHLEMMER, 2021).

A partir de missões que envolveram a preservação do patrimônio cultural material e imaterial de Hamburgo Velho, narrativas gamificadas foram construídas, acompanhadas de um importante personagem da história da imigração, o comerciante Johann Peter Schmitt. A hibridização dos espaços físicos e digitais permitiu que, mesmo durante a pandemia da Covid-19, a cidade pudesse ser experenciada, e espaços que se encontravam fechados, como o Parque Henrique Luiz

Roessler, redimensionaram-se com tecnologias como Google Earth, entre outras.

A vivência foi OnLIFE e Cidadã, pois trouxe problematizações conectadas com a vida, o tensionamento entre metodologias e práticas pedagógicas, a hibridização de tempos, espaços e tecnologias, bem como a interdisciplinaridade e transversalidade de diferentes áreas de conhecimento. Além disso, a cidade foi vivida como espaço de aprendizagem, compreendendo o humano como comembro de um ecossistema que conecta muitos algoritmos, impondo, assim, uma transformação profunda na nossa condição habitativa e nas concepções de cidadania.

Referências:

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Curricular Comum. Brasília, DF, 2017.

DI FELICE, Massimo. Paisagens pós­urbanas: o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar. São Paulo: Anablume, 2009.

KASTRUP, Virgínia. A cognição contemporânea e a aprendizagem inventiva. In: KASTRUP, Vírginia; TEDESCO, Silvia; PASSOS, Eduardo. Políticas da cognição. Porto Alegre: Sulina, 2015. p. 91-110.

LA ROCCA, Fabio. A cidade em todas as suas formas. Porto Alegre: Sulina, 2018.

SCHLEMMER, Eliane. Educação OnLIFE: conceito e paradigmas. Revista Educatrix, São Paulo: Moderna, 2021.

Unidade Pindorama Instituição Evangélica de Novo Hamburgo Novo Hamburgo/RS

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Professoras Janaína Menezes, Ana Cláudia Ferreira Schenkel e Lisandra Bombratti Serini

Vidas e guerras: histórias sobre liberdade e esperança

Cada ano letivo que inicia traz consigo o desafio de potencializar habilidades adequadas ao período de desenvolvimento dos estudantes, assim como proporcionar espaço para a criação da identidade do novo grupo que se forma. Na busca pelo desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como autoconhecimento, respeito ao outro e formação da identidade de grupo, vivenciamos experiências entrelaçadas às outras áreas do conhecimento, culminando com a realização deste projeto.

A Guerra da Ucrânia despertou grande interesse dos estudantes desde seu início, em fevereiro de 2022, e perguntas sobre o porquê das guerras acontecerem permearam nossas aulas, tendo como pano de fundo a leitura semanal do principal jornal da cidade. A partir dessa leitura e de outras realizadas também na plataforma de leitura, surgiu o interesse por saber mais sobre a história de pessoas

que tiveram suas vidas afetadas pela guerra.

O livro “O diário de Anne Frank” foi lido na aula de Língua Inglesa e Língua Materna, através de edições adaptadas e também do livro original. Conhecer o cotidiano de alguém que perdeu sua casa, amigos, escola e todos os referenciais de vida por causa da guerra foi impactante para os estudantes. O Holocausto foi um dos maiores horrores vividos recentemente pela humanidade e consideramos importante que as novas gerações saibam o que foi vivido para que, dentro daquilo que suas possibilidades como cidadãos lhes permitam, possam refletir e viver escolhas que prezem sempre pela vida, esperança e liberdade.

Em uma das propostas em relação ao “Diário de Anne Frank”, realizamos a leitura das últimas páginas escritas por Anne, três dias antes da descoberta do anexo secreto onde vivia com sua família e ami-

gos. A partir disso, ousamos imaginar e criamos uma nova página do diário, na qual Anne conseguia sair do anexo para viver em liberdade. Para onde iria? Os estudantes usaram toda a sua criatividade e levaram Anne para Nova Iorque, Paris e Disney, ou imaginaram o reencontro dela com sua gatinha “Moortje”.

Para além de acumular informações, o projeto vivido despertou emoções, fez pensar, colocou os pés dos estudantes em outras realidades, proporcionando crescimento para eles como “seres humanos”, tocando seus corações e também fazendo com que pudessem refletir sobre as pequenas guerras que vivemos em nossos cotidianos e que é a partir delas que podemos efetivamente tornar o mundo um lugar mais pacífico.

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Professoras Juliana Bohn e Janaína Menezes Unidade Pindorama Instituição Evangélica de Novo Hamburgo Novo Hamburgo/RS

Escolas protestantes: espalhando sementes de paz e esperança pelo mundo

A convite do GPENreformation, a Rede Pedagógica Global de escolas protestantes, ligada à Igreja Evangélica da Alemanha, a Rede Sinodal de Educação participou na organização de um workshop durante a 11ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, em Karlsruhe, Alemanha.

O objetivo do workshop foi o de apresentar o trabalho de escolas e redes parceiras, conhecer os desafios distintos para a educação protestante e debater sobre o diferencial das escolas protestantes no mundo. Um público de aproximadamente trinta pessoas, de vários países e continentes, com alguma experiência na área da educação, participaram do workshop.

Representando a Rede Sinodal de Educação, o professor Nathan Krieger apresentou um breve histórico e panorama da Rede. Foram apresentados também alguns desafios, como o de tornar o aprendizado atraente e significativo, de ser cristão no mundo atual, no qual a religião se confunde com fanatismo e corrupção, a intolerância, a desigualdade social e a necessidade de se educar para a paz e a solidariedade.

O destaque, no entanto, foram os trabalhos realizados nas escolas da Rede – os projetos sociais e ações solidárias, a educação

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com valores e respeito à vida e à criação, e o trabalho pela tolerância e inclusão. Além disso, as escolas foram apresentadas como referenciais de educação de qualidade, de bons resultados e, ainda, como espaços de cuidado mútuo, vivência da fé e espiritualidade, onde a Palavra de Deus é anunciada – o que as constituem, indiretamente, num campo missionário.

Representantes de outras redes e escolas também participaram na organização e trouxeram seus desafios e perspectivas diferentes.

Representando a Tanzânia, o P. Anold Nelly relata que a Igreja Luterana, através de suas escolas, luta para promover amplo e gratuito acesso à educação de qualidade aos jovens. Diante de um contexto marcado por grandes desafios, como a vulnerabilidade social e econômica; falta de pessoal capacitado e recursos para a educação; educação ainda centrada na figura do professor; falta de exposição global e um contexto marcado pela violência contra a mulher, abuso e casamento infantil, as escolas protestantes são ambientes seguros e proporcionam aos jovens e crianças educação para sonhar com um futuro melhor. Para tanto, a Igreja Luterana e as escolas contam muito com o apoio, recursos e financiamento de outros países.

O professor Dr. Bernd Schröder falou sobre as escolas protestantes da Alemanha. Segundo ele, os desafios são: se manter atrativas num contexto crescente de não denominalismo religioso; oferecer uma experiência/vida religiosa protestante para jovens de todas as várias religiões e atender ao padrão de qualidade das escolas públicas. As escolas protestantes visam ser reconhecidas como escolas de qualidade e excelência com valores cristãos. Iniciativas ecumênicas, prática da solidariedade e criatividade são grandes atrativos.

Argentina. Para ele, as escolas protestantes da Argentina se destacam por seus projetos sociais, intercâmbios e integração com outras escolas protestantes de outros países e uma educação voltada para o respeito, inclusão e diálogo com pessoas de diferentes religiões e denominações cristãs.

Em meio às diferentes realidades e experiências globais apresentadas, a Rede Sinodal de Educação se destacou por sua organização, pelos eventos e projetos de suas escolas. Iniciativas ecumênicas e globais, como a parceria com o GPENreformation, vêm agregar ainda mais a experiência e o trabalho, oferecendo novos projetos e possibilidades para as escolas e enriquecem ainda mais o aprendizado.

Assim, ficam claros o bom direcionamento, o potencial e o significativo testemunho da Rede Sinodal de Educação. Há, todavia, possibilidade para explorar ainda mais esse potencial através do fortalecimento do relacionamento com a igreja, das relações ecumênicas existentes e de novas parcerias. E, por fim, de maior interação e divulgação dos trabalhos da Rede, o que certamente abrirá novas estradas e possibilidades para bons trabalhos.

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Houve ainda uma apresentação do professor Miguel A. Fernández, coordenador da Obra Educativa Sinodal da Igreja Evangélica Luterana Unida na Nathan Professor de Ensino Religioso e Projetos Sociais Colégio Cônsul Carlos Renaux, Brusque/SC

XXIV Encontro Nacional de Equipes Pedagógicas

O XXIV Encontro Nacional de Equipes Pedagógicas da Rede Sinodal de Educação aconteceu nos dias 07 e 08 de abril de 2022, na modalidade on-line, sediado e organizado pela SETREM, com o tema: “Identidade profissional diante da aceleração do conhecimento científico”.

Durante o evento, que contou com a participação de 175 gestores de escolas da Rede Sinodal de Educação, a diversidade de palestrantes e temas foi crucial para que todos fossem contemplados, na medida do possível, a partir da sua atuação junto às escolas.

No primeiro dia, contamos com a palestra de Daniel Sperb, que nos trouxe elementos para compreendermos os fatores essenciais de gestão educacional com relação à identidade do coordenador em tempos de incertezas. Daniel, que é doutor no tema criatividade, enfatiza que a inovação estratégica é uma das possibilidades para diferenciar-se como gestor.

A troca de experiências é uma marca registrada quando se trata de RSE, para tanto contamos com os coordenadores: Célia Maria dos Reis Corrêa, da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo – Unidade Osvaldo Cruz, que nos trouxe suas vivências acerca da Educação Infantil; Joice Ponath, do Colégio Sinodal Doutor Blumenau, com o compartilhamento de experiências sobre o Ensino Fundamental – Anos Iniciais; Júnior

Tiago Ben, do Instituto Ivoti – Educação Básica, com o compartilhamento da sua experiência como coordenador do Ensino Fundamental – Anos Finais; e Fabiano Marcel Groff, do Colégio Sinodal Tiradentes, que trouxe a perspectiva do Ensino Médio. Todas as contribuições foram positivas e puderam desencadear ótimas discussões em cada um dos níveis da Educação Básica das Escolas da RSE.

As salas temáticas tiveram vez na última manhã do evento, com abordagens pensadas nas diferentes trajetórias dos gestores participantes, dentre as quais a “Prática reflexiva na formação continuada de professores – o papel do gestor de escola”, sob a orientação da Drª Fabiane de Andrade Leite, da Universidade Federal Fronteira Sul. “O gestor e a organização do espaço escolar”, foi outra temática abordada pela coordenadora Rosângela Markmann Messa, do Centro de Ensino Médio Pastor Dohms. A coordenadora Regina Piske Fertig, da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/IELUSC, teve como desafio trazer “O perfil do gestor em uma escola evangélica luterana”; e a psicóloga Lidiane Maria Mahler, do Centro de Ensino Médio Setrem, abordou “A gestão de pessoas no âmbito escolar”. Foram momentos de intenso aprendizado e riquíssimas discussões acerca dos diversos temas. Essa dinâmica proporcionou ao inscrito optar por uma das salas temáticas acima citadas, promovendo maior proximidade entre os inscritos

e orientadores das salas, a fim de que as discussões e compartilhamentos fossem privilegiados.

Para finalizar o evento, a especialista em gestão com pessoas e desenvolvimento de talentos, Dioni Soares, discutiu sobre “O gestor de escola e a liderança que encanta”, muito necessário no contexto que desafia a todos diante da aceleração do conhecimento científico e da complexidade das relações dentro das organizações.

O XXIV Encontro Nacional de Equipes Pedagógicas da Rede Sinodal de Educação foi um evento on-line, no qual foi priorizado o encontro virtual das pessoas em grande grupo nas palestras centrais. Mas, além disso, foram momentos de trocas, discussões e diálogos entre inscritos e palestrantes dos grupos dos diferentes níveis da Educação Básica e das salas temáticas. Dois dias repletos de partilhas e de reconhecer, na realidade do outro, ideias para a prática individual da escola.

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40º ENCORE

O 40º Encontro de Conjuntos Instrumentais da Rede Sinodal de Educação ocorreu de um modo diferente em 2022. Ele foi organizado regionalmente e teve a duração de um dia. Na Região Meridional, o Centro de Ensino Médio Pastor Dohms – Unidade Higienópolis – o organizou no dia 03 de setembro. Participaram 11 escolas da Região com um total de 160 instrumentistas. Foi um ótimo reinício do ENCORE após três anos de interrupção. Todos já aguardam o Encontro de 2023!

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Centro de Ensino Médio Pastor Dohms Porto Alegre/RS

Encontro da Pastoral Escolar

Nos dias 26 e 27 de agosto, o CEM Pastor Dohms sediou o Encontro da Pastoral Escolar da Rede Sinodal de Educação nas dependências do Salão de Eventos da Comunidade Martin Luther. Participaram 16 representantes de 13 escolas e a coordenadora pedagógica da Rede, a professora catequista Joni Roloff Schneider. Na sexta-feira, a programação contou com um painel sobre a atuação da pastoral escolar em diferentes redes. Integraram o painel o pastor Nelci Naor Senger, diretor executivo da Associação Nacional de Escolas Luteranas (IELB), o professor Luiz Carlos Selbach, supervisor da pastoral dos Colégios da Rede Marista (Província Marista Brasil Sul Amazônia), o pastor Flávio Antunes, do Colégio Metodista Americano, e o professor Josimar Philippsen, coordenador da pastoral escolar do Colégio Santa Inês. No turno da tarde, foram realizados relatos do trabalho da pastoral nas escolas da Rede Sinodal (Instituto Ivoti, Centro de Ensino Médio Sinodal, Colégio Sinodal da Paz e Instituição Evangélica de Novo Hamburgo). No sábado de manhã, a programação contou com a formação sobre o tema “A espiritualidade em uma perspectiva humana”, com a assessoria do pastor e professor Júlio Cézar Adam e o psicólogo Clairton Puntel, do Centro Beatitude da Faculdades EST (São Leopoldo/RS).

Centro de Ensino Médio Pastor Dohms Porto Alegre/RS

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Serviços Ecumênicos da Juventude World Camp na Alemanha

Nove estudantes da Rede Sinodal de Educação participaram de um dos projetos oferecidos pelo Serviço Ecumênico da Juventude, sob a sigla em inglês de EYS. Os Serviços Ecumênicos da Juventude são um programa internacional de acampamentos voluntários, seguindo a tradição dos campos de reconstrução ecumênicos internacionais, desenvolvidos e organizados pelo Conselho de Jovens do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) após a Segunda Guerra. Hoje, EYS é administrado pelo Amt für kirchliche Dienste da Igreja Protestante Berlin-Brandenburg.

Os acampamentos voluntários internacionais acontecem, em média, de oito a dez por ano e reúnem cerca de 120 a 150 participantes, sendo cerca de 30 a 50% dos participantes de países de fora da Alemanha. O critério para a participação era ser estudante entre 18 e 26 anos de idade e falar a língua alemã ou inglesa.

O objetivo principal é os jovens se encontrarem e trabalharem

juntos por duas semanas em projetos significativos e socialmente relevantes em um contexto internacional. Os objetivos específicos são: – realizar trabalho voluntário em projetos significativos; – participar de um grupo ecumênico internacional e ganhar independência e responsabilidade pessoal;

– viver juntos em uma atmosfera de igualdade entre homens e mulheres jovens;

– participar de um diálogo com jovens de diferentes países e culturas;

– participar dos processos de tomada de decisão;

– fazer amigos com quem podem falar de Deus e da vida em geral.

O programa foi financiado integralmente pelo Serviço Ecumênico da Juventude e da GPENreformation. Os nove estudantes da Rede Sinodal de Educação retornaram muito satisfeitos com a oportunidade e relatam um pouco da sua experiência. Imagina-se que

para 2023 surgirá um novo convite para a Rede Sinodal.

Acampamentos onde estiveram os estudantes da Rede Sinodal:

– Ana Clara dos Santos e Isabel Haeberlin, do CFJL de Horizontina/RS: Berlim-Charlottenburg, na Paróquia Protestante Luisengemeinde, nos dias 16 a 30 de julho de 2022.

– Braian Daniel Krapp, Johannes Konrad Bus e Mártin Augusto Bohrz Daniel, da FAHOR de Horizontina/RS: Öko-Church Deutzen, na Paróquia Católica São José, Borna, a 230 km de Berlim, nos dias 23 julho a 6 de agosto de 2022.

– Mariana Demboski, Mariana dos Santos Campagna e Mônica Bonato, do Colégio Sinodal da Paz, de Novo Hamburgo/RS: em Paplitz, na Paróquia Protestante de Paplitz, a 80 km de Berlim, nos dias 7 a 21 de agosto de 2022.

Coordenação Pedagógica Rede Sinodal de Educação São Leopoldo/RS

CFJL pelo mundo

A missão do CFJL, que se constitui em possibilidades e desafios para todos os nossos estudantes, os encoraja a participar e a se engajar em vários projetos da escola, da comunidade e da Rede Sinodal.

O intercâmbio é um desses projetos proporcionados pelo CFJL que permite o desenvolvimento de competências e habilidades que vão além de aprender um novo idioma. Essa experiência enriquece a bagagem cultural, fortalece a autonomia para tomar decisões, amplia a visão de mundo, qualifica o aluno para um desenvolvimento pessoal, e também profissional, além de se constituir num diferencial expressivo na vida do intercambista.

Neste ano, alunos do CFJL e da FAHOR tiveram a oportunidade de participar do Programa Internacional de Acampamentos Voluntários (Projeto de Intercâmbio), na Alemanha, sendo organizado pelos Serviços Comunitários para Jovens (EYS), em parceria com o Ministério de Assuntos de Família, Idosos, Mulheres e Jovens. A seleção teve como critérios jovens de 16 a 26 anos, de todos os países, que dominam o idioma inglês ou alemão.

O programa aconteceu nos dias 23 de julho a 6 de agosto, com duração de duas semanas de intensas atividades nos dois locais onde os grupos participaram.

EVENTOS
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Durante esse período os estudantes da FAHOR – Brian Daniel Krapp, Mártin Krenz e Johanes Buss –permaneceram na cidade de Borna-Leipzig, estado da Saxônia, na Alemanha, e trabalharam na revitalização de uma igreja ecológica, onde faziam diversos serviços como jardinagem, pintura e até construções de cercas e portas.

O estudante de Engenharia Mecânica, Brian Daniel Krapp, frisa que “a melhor parte do acampamento foi a noite, quando era disponibilizado aos integrantes de cada país o tempo para compartilhar sua cultura e fazer um jantar típico do país de origem”. Já o aluno Mártin Krenz, que também cursa Engenharia Mecânica, ressalta que “a chance de conhecer pessoas e lugares tão diferentes, o desafio de viajar e se comunicar por conta própria, o afastamento da língua nativa, e a transformação pessoal provocada pela associação desses elementos, são os pontos mais relevantes da experiência”. Johanes Buss, estudante de Engenharia Química, salienta que “apesar de ser uma rotina puxada, tive uma ótima experiência, conheci pessoas incríveis, aprendi e visitei muitos lugares na Alemanha. Portanto, eu sou muito grato pela oportunidade que me foi oferecida pela Fahor e eu acredito que seja uma experiência que vale muito a pena ter”.

As alunas do 3º Ano do Ensino Médio, Ana Clara dos Santos e Isabel Haeberlin, fizeram o seu intercâmbio em Berlim. O trabalho voluntário, desenvolvido no Wittenau Sanatorium, que era um hospital psiquiátrico, com data de fundação em 1880, permitiu que as alunas conhecessem a história do local, utilizado durante a Segunda Guerra para fazer experiências com seres humanos. Por não ser permitido por lei, no lugar criou-se um cemitério sem registro. O voluntariado se deu com intuito da revitalização da área em memória das vítimas lá enterradas.

Ana Clara conta que nas escavações acharam as fundações de duas casas e pequenos túmulos com o nome e o ano da morte, que haviam sido perdidos. O cemitério não tem nenhum registro de quem foi enterrado. O trabalho de resgate desses túmulos que ali se encontram é de extrema importância, pois assim pode-se entrar em contato com as famílias das pessoas que estavam ali enterradas. Para a estudante, o mais importante é manter um relacionamento próximo com os participantes do seu grupo e levar essas amizades e os ensinamentos para a vida toda. Uma oportunidade única e inesquecível, é a forma que a aluna do 3° Ano, Isabel, resume o intercâmbio. Além da oportunidade de aprimorar o inglês, conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes. “Através dessa experiência foi possível perceber que pequenas ações podem sim fazer a diferença e melhorar ou ajudar o dia de alguém”, finaliza Isabel.

São premissas como essas que levam o CFJL a acreditar no desenvolvimento de práticas e projetos inovadores que estimulam estudantes a tomar decisões assertivas, tendo a oportunidade de modificar a forma de perceber e compreender o mundo. Além de dar protagonismo e autonomia para o ingresso no ensino superior e no mundo do trabalho, alçando novos e grandes voos para a vida.

EVENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 81
As estudantes Ana Clara dos Santos (à esquerda) e Isabel Haeberling (à direita), em Heidelberg, cidade localizada às margens do rio Neckar, no sudoeste, próxima à cidade de Frankfurt, na Alemanha. Os estudantes da FAHOR – Brian Daniel Krapp, Mártin Krenz e Johanes Buss com seus colegas de intercâmbio em frente ao Muro de Berlim. Milena Wittekind – Jornalista/Marketing Coordenadora Pedagógica Maria Aparecida Berwanger de Andrade Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann Horizontina/RS

Colégio Sinodal da Paz no World Camp

Tudo que aconteceu foi graças, primeiramente, a Deus e a todos que nos ajudaram. Portanto, não poderíamos começar este texto sem antes agradecer, em especial, ao catequista Louis Marcelo Illenseer e à diretora Juliane Prediger.

Desde o primeiro momento, foram lembranças inesquecíveis. Quando descobrimos que tínhamos sido escolhidas; quando fomos entrevistadas pelo Jornal NH, jornal de grande circulação na região metropolitana; quando pudemos ser aplaudidas por todo o colégio, devido ao fato de que viajaríamos na próxima semana. No entanto, nós não imaginávamos que nossas lembranças especiais estavam apenas começando.

No avião suíço, recebemos chocolates dos comissários de bordo por termos sido muito “educadas” e “gentis”. Além disso, vimos os Alpes suíços pela janela do avião. No instante em que chegamos em Berlim, fizemos um tour pela cidade. Tivemos a oportunidade de visitar pontos turísticos famosos como o Portão de Brandemburgo e o Parlamento Alemão.

Paplitz é um vilarejo e foi lá que moramos por duas semanas. Lá, nós ficamos na casa pastoral, com mais sete campistas e dois líderes, de seis nacionalidades diferentes. No nosso dia a dia, fazíamos trabalhos comunitários, como pintar o museu da cidade, limpar o cemitério ou a igreja, cuidar do jardim etc. Contudo, todos esses trabalhos eram feitos com facilidade e alegria por estarmos com amigos, sempre nos divertindo e ouvindo músicas. Na nossa segunda viagem para Berlim, tivemos a chance de ver como seria ir a uma cidade tão importante com um grupo de pessoas da mesma idade que nós. Por conta disso, nos divertimos almoçando juntos

e visitando locais aonde ainda não tínhamos ido, como o Muro de Berlim ou a Ilha dos Museus.

Entretanto, a parte que mais lembraremos da viagem, provavelmente, serão os amigos que fizemos. Tão rápido quanto nos conhecemos, nos tornamos família. Tínhamos planos como pedalar à noite, nadar no lago, ir a festivais da comunidade, fazer jogos, ir ao karaokê, fazer fogueira… Enfim, todas as experiências famosas e adoradas de acampamentos.

A verdade é que essa viagem foi um sonho do começo ao fim. Levaremos para a vida todos os aprendizados que tivemos. Como disse o pastor da comunidade de Paplitz para nós: “Apesar de sermos de diferentes países, possuímos o mesmo amor e carinho”. Da mesma forma, carregaremos em nossos corações as memórias queridas que criamos.

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Mariana Demboski, Mariana dos Santos Campagna e Mônica Bonato Colégio Sinodal da Paz Novo Hamburgo/RS

FAHOR destaca o papel transformador da inovação e do empreendedorismo durante o 12º SIEF

A 12ª edição do SIEF – Seminário de Inovação e Empreendedorismo da FAHOR e Semana Internacional de Engenharia e Economia focar no estímulo à inovação e ao empreendedorismo em diversas áreas.

Tendo como tema “o papel transformador da inovação e do empreendedorismo”, a primeira noite do evento, que foi presencial, em 8 de junho, teve a participação do jornalista e comunicador Luciano Potter. Ele falou sobre “Conexões, mudanças e gentileza” para mais de 400 pessoas, que puderam conhecer mais sobre a história do jornalista, que usou de muito humor para contar suas experiências nesses vinte anos de carreira e as transformações que passamos ao longo das gerações e também durante a pandemia.

Na chegada ao evento os participantes puderam desfrutar de um clima gourmet no Campus Arnoldo Schneider, regado à boa música da banda Estado Fobia. Quem veio ao 12º SIEF conheceu o trabalho dos empreendimentos gastronômicos inovadores gerenciados por jovens empreendedores em Horizontina.

Também pode apreciar de uma mostra de alguns empreendimentos incubados e egressos do Horizonte Ambiente Empreendedor, que apresentou um pouco de como as empresas estão se adaptando e criando novas formas de atender as necessidades das pessoas de forma diferenciada, personalizada e dinâmica.

A pesquisa científica teve espaço privilegiado em todas as edições e nesta, com mais de cinquenta artigos científicos apresentados, de forma on-line e ao vivo aos estudantes, nas noites de 9 e 10 de junho, teve um incremento com o apoio de programas stricto sensu da UFFS. 23 palestras e painéis foram apresentados de forma on-line e ao vivo pela plataforma de eventos da FAHOR. Visitas técnicas em fábricas de Horizontina, Santa Rosa, Três de Maio e São José do Inhacorá também complementaram o evento.

Até o momento, mais de 600 pessoas já acessaram as atividades do evento, que ainda estão disponíveis na plataforma de eventos, podendo ser acessada mediante inscrição no site: www.fahor.com.br/eventos

EVENTOS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 83
Comunicação FAHOR Horizontina/RS

VIII Concurso de Redações

Como funciona

O Concurso de Redações da Rede Sinodal de Educação tem como base a proposta de Redação do ENEM, que é elaborada de modo a possibilitar que o aluno ou a aluna, a partir de uma situação-problema e de subsídios oferecidos, realize uma reflexão escrita sobre um tema de ordem política, social ou cultural, produzindo um texto dissertativo-argumentativo em prosa.

a aluna, a partir de uma situação--ma série do

O tema em 2022 foi “A importância de uma cultura solidária no enfrentamento de adversidades”. Foram apresentados 5 (cinco) motivações (textos, estatísticas, charge e o cartaz do tema da IECLB 2022) para inspirar os estudantes na elaboração de suas redações.

Participantes e pontuação

Participam estudantes regularmente matriculados na última série do Ensino Fundamental II (para instituições que não têm Ensino Médio) e do Ensino Médio de instituições da Rede Sinodal de Educação. Cada escola pode participar com até 3 (três) redações. A produção textual deve ser realizada individualmente, em aula.

-

Uma comissão de professores e professoras de língua portuguesa de fora da Rede Sinodal de Educação (corretores/as de redações do ENEM) corrige todas as redações a partir de critérios pré-estabelecidos e amplamente divulgados. Após o término de todo o processo, as redações são devolvidas para as escolas participantes. As 3 (três) melhores redações recebem prêmios através do Cartão Ticket Presente Perfeito, sendo o valor financiado pela Somos Educação, conforme segue:

1º lugar: R$ 3.400,00

2º lugar: R$ 2.400,00

3º lugar: R$ 1.400,00

O tema do VIII Concurso

O tema foi escolhido pelo Grupo de Apoio Pedagógico da Rede Sinodal de Educação. Mas quem elaborou a proposta de redação deste ano foram as professoras Fabiana Inês Beber e Maria Cristina Souza Schroeder, do Colégio Mauá, de Santa Cruz do Sul/RS.

Em 2022 participaram 109 estudantes de 37 escolas. Do total, 65 estudantes alcançaram 800 pontos ou mais e dez alcançaram entre 900 e 946,67 pontos. Um resultado muito bom!

As

três primeiras colocações

no moti e o cartaz do tema da IECLB 2022) para inspirar os estudantes na ela boração de suas redações. to tal, 65 estudantes alcançaram 800 alcançaram re sultado muito bom! Si 1º

1º LUGAR: Maria Fernanda da Silveira Feldmann – Colégio Sinodal Rui Barbosa: 946,67

2º LUGAR: Cauã Papalia –Instituto Sinodal da Paz: 926,67

3º LUGAR: Milena Isabeli Brun – Instituto Sinodal da Paz: 926,67

Conforme regulamento: Em caso de empate, será considerado ganhador o/a aluno/a que tiver maior pontuação no item “e” dos critérios de avaliação. Persistindo o empate, será considerada a maior pontuação do item “d”.

CONCURSO DE REDAÇÕES REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 84
3º lugar – Milena Isabeli Brun (Pseudônimo: Sindi) Instituto Sinodal da Paz 2º lugar – Cauã Papalia (Pseudônimo: Olliver) Instituto Sinodal da Paz Ensino Fundamental lugar – Maria Fernanda da Silveira Feldmann (Pseudônimo: Ariano Suassuna) Colégio Sinodal Rui Barbosa
janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 85 CONCURSO DE REDAÇÕES
CONCURSO DE REDAÇÕES REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 86
CONCURSO DE REDAÇÕES janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 87

190 anos de história são comemorados pela IENH

Instituição é a 4ª mais antiga do Rio Grande do Sul

Quase dois séculos de educação, transformação e inovação são comemorados pela Instituição Evangélica de Novo Hamburgo. Em setembro de 2022, a IENH completou 190 anos de história em meio a uma série de homenagens e comemorações.

Para o diretor-geral da IENH, Seno Leonhardt, ao longo do trajeto, “a IENH formou lideranças e potenciais intelectuais em diferentes segmentos da região” do Vale do Sinos, onde a instituição está localizada. Este também é um compromisso com o futuro: “A IENH quer continuar dando asas aos sonhos daqueles que desejam crescer com responsabilidade, coragem, determinação, cooperação e espírito de equipe”, diz.

Tradicional na região, a IENH tem as bases construídas pelos imigrantes alemães, que em 1832 criaram a primeira escola que fundamentou os pilares do que viria a ser a Instituição Evangélica de Novo Hamburgo, a Evangelische Gemeindeschule. A segunda escola foi construída em 1882, fundada pelas irmãs Lina e Amália Engel, e a terceira em 1896 pela Comunidade Evangélica de Novo Hamburgo.

Até hoje a comunidade luterana tem papel fundamental na educação da IENH. Seno destaca que “ao longo dos 190 anos, a IENH primou pelo cultivo de valores e princípios luteranos”, trazendo consigo marcos históricos embasados nos princípios e na filosofia da Rede Sinodal de Educação. O diretor-geral também evidencia a ênfase na liderança, no empreendedorismo e na responsabilidade socioambiental como elementos importantes dessa história.

Comemoração

Ainda no último ano, foi organizada a Comissão 190, que foi incumbida de pensar as ações para celebração. Desde então a comunidade escolar foi envolvida em diferentes atividades. Propostas como um concurso artístico em alusão ao aniversário para definir as novas pinturas de fachada, entrega de ecobag para realização de desenhos, brindes personalizados, materiais de comunicação visual, filme institucional e o Desafio 190 já foram realizados. Outros eventos como o recital do Arte em Movimento, jantar baile e mostra de dança, ainda devem ocorrer até o fim do ano.

Dentre os reconhecimentos advindos da sociedade, uma sessão solene foi realizada pela Câmara Municipal de Novo Hamburgo para homenagear a Instituição. Para Seno, o ato é uma “valorização da contribuição da IENH para o crescimento e desenvolvimento de Novo Hamburgo”. Ele avalia que “a história da Instituição sempre esteve entrelaçada com a história do muni-

ANIVERSÁRIO DE ESCOLAS REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 88

cípio, sendo decisiva na formação de crianças e jovens” por meio da oferta de uma educação de qualidade.

Culto de gratidão pelos 190 anos da IENH promovido na Comunidade Evangélica da Ascensão

Especial: é assim que o culto de domingo, 4 de setembro, na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana da Ascensão pode ser definido. O encontro celebrou os 190 anos da IENH e teve participações especiais de alunos e direção escolar, pastores de outras comunidades e do Coral da Ascensão.

Organizado pela catequista Juliana Zachow, o culto contou com as palavras dela para o momento de acolhida e de invocação. Em seguida, os pastores Mateus Tasso e Mauros Werling fizeram o uso da palavra para oração e leitura bíblica, respectivamente. O pastor Mauros também foi responsável pela confissão de fé, e o pastor Mateus fez a liturgia de despedida.

A pastora presidente da IECLB, Sílvia Genz, conduziu o momento da pregação a partir do texto bíblico de Mateus 22.33-40, agradecendo a todas as pessoas que fizeram e fazem parte da história educativa dos 190 anos da Instituição. A catequista Juliana reflete sobre o momento dizendo que “as palavras de esperança e anúncio do Evangelho a partir da prática do amor de Deus em nossa vida encheu os nossos corações de alegria e valorizou o nosso compromisso com a educação”.

Uma homenagem às comunidades da Ascensão e da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana Três Reis Magos (que neste ano também completa 190 anos de história) foi entregue pelo presidente da Mantenedora, Luis Artur Roennau, e pelo diretor-geral, Seno Leonhardt. O momento foi precedido da fala do diretor Seno reconhecendo o esforço das comunidades e dos profissionais que atuaram e atuam com dedicação para a manutenção da IENH. Durante

o encontro, ainda houve a participação do Coral da Ascensão, sob a regência de Rafael Tauchert, e uma apresentação dos alunos dos 5º Anos da IENH –Unidades Pindorama e Oswaldo Cruz, sob a regência da professora Daniela Nogueira, além do canto de parabéns pelo aniversário da Instituição. No final do culto, a comunidade escolar também pôde se deliciar com os “cookies dos 190” elaborados pelos alunos dos 3º Anos da Unidade Pindorama e os alunos dos 4º Anos da Unidade Oswaldo Cruz. Além

de membros da comunidade escolar da IENH e das autoridades já citadas, também participaram deste momento celebrativo o diretor executivo da Rede Sinodal de Educação, Rubem Werner Goldmeyer, a coordenadora pedagógica, a catequista Joni Roloff Schneider, e o pastor sinodal Carlos Bock, pelo Sínodo Rio dos Sinos, que trouxe uma saudação sobre a importância da Instituição para o fortalecimento das comunidades, pois a sua forma de educar para a vida contribui para o engajamento de lideranças e profissionais para uma sociedade mais humana e cidadã.

Setor de Comunicação e Marketing Instituição Evangélica de Novo Hamburgo Novo Hamburgo/RS

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48ª FETRELI integrou as comemorações dos 90 anos do Colégio Ipiranga

Suspensa por dois anos consecutivos devido à pandemia do Covid-19, a FETRELI – Feira Três-passense do Livro – uma das mais antigas do RS, retornou neste ano de 2022, em sua 48ª edição.

Realizada de 03 a 09 de setembro no Centro de Eventos do Colégio Ipiranga, entidade promotora, a FETRELI deste ano foi especial, pois integrou as comemorações dos 90 anos do educandário, tendo como patrono o escritor trespassense Ivânio Dalagno.

A FETRELI foi criada em outubro de 1973, quando um grupo de professores e de alunos do Colégio Ipiranga sentiu a necessidade de trazer para Três Passos um evento que possibilitasse à comunidade adquirir bons livros, numa época em que esses só eram encontrados nas grandes cidades.

Um ano depois, em 1974, reconhecendo a importância da iniciativa, o Poder Executivo, através do Decreto nº 23, declarou a FETRELI Utilidade Pública Municipal.

Em 2009, o projeto Leia Menino, que integra a feira e possibilita que alunos e escolas possam incrementar seus acervos literários, recebeu o Prêmio Fato Literário do RS.

Durante sessão solene da Câmara de Vereadores em homenagem aos 90 anos do Colégio Ipiranga, o Legislativo anunciou que a proposição declarando a FETRELI como Patrimônio Cultural Imaterial do Município havia sido aprovada por unanimidade pelos edis. No dia 08 de agosto de 2022, o prefeito em exercício de Três Passos, Rodrigo Alencar Bohn Glinke, assinou a Lei Municipal Nº 5.782, que outorga o título pelo Poder Executivo, baseada no Art. 87, Inciso IV da Lei Orgânica do Município.

Durante a realização da 48ª edição também foi inaugurado um memorial no local onde se realizou a 1ª edição, em 1973, na esquina das ruas Santos Dumont e Getúlio Vargas, no centro da cidade. O Espaço Cultural FETRELI resgata a sua história de cinquenta anos e também homenageia os 37 escritores e escritoras três-passenses.

Para o diretor do Colégio Ipiranga, Nelson Weber, a FETRELI visa fomentar a literatura e contribuir na elevação da cognição humana, tão fundamental para o desenvolvimento e o aprimoramento pessoal, e para uma sociedade que sonha com ideais enobrecidos e alcançáveis pela mente humana.

“Comemorar a 48ª edição da FETRELI é acreditar que a leitura oportuniza possibilidades para trilhar o próprio caminho, com autonomia e segurança para uma nova vida, cuja semente foi lançada há meio século. Por esse motivo, enalteço as pessoas que tiveram a ideia e a coragem para se desafiar, planejar e realizar a primeira feira em 1973”, conclui o diretor.

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Colégio Sinodal Rui Barbosa de Carazinho comemora 100 anos de história

No dia 05 de novembro de 2021, o Colégio Sinodal Rui Barbosa de Carazinho completou 100 anos de história. Em dez décadas, o Rui construiu, a muitas mãos, uma trajetória de protagonismo em educação. Afinal, uma escola é feita de gente e por gente! O local das primeiras comemorações desse grande aniversário não poderia ser outro: na escola.

Inicialmente, o Rui lança, em 02 de agosto de 2021, o Selo Comemorativo ao Centenário, em solenidade presidida pelo diretor Adilson Leonhardt Franck, com a presença da comunidade escolar e convidados.

Esse selo traz, em sua representação, a base da educação, orientada pela fé em Deus e pelos valores cristãos, com o símbolo estilizado do infinito e arrematado pela frase “Construído a muitas mãos”. O selo e o slogan remetem a todos os que estão e já estiveram nessa instituição, como reconhecimento de que, na riqueza de suas individualidades e visando ao coletivo, contribuíram significativamente para os 100 anos de existência do Colégio.

E no dia do aniversário dos 100 anos do Rui (5/11/2021), é realizada no pátio da escola uma grande festa envolvendo os estudantes, professores, funcionários, membros do Conselho Escolar, da Comunidade Evangélica e da Associação de Pais e Amigos.

Durante todo o ano letivo, a comemoração dos 100 anos integrou, no dia a dia escolar,

as práticas pedagógicas da Educação Infantil ao Ensino Médio, numa busca por conectar e significar histórias. Agora, em novembro de 2022, o Rui fecha, oficialmente, o ano de comemorações com a 4ª Noite de Gala, evento maior que apresentará à sociedade, por meio de expressões artísticas, a trajetória do Rui nesses anos de história.

Pedagógica e Setor de Comunicação

ANIVERSÁRIO DE ESCOLAS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 91
Coordenação Colégio Sinodal Rui Barbosa Carazinho /RS

“Um grito de viva” aos 70 anos do Colégio Teutônia

No dia 17 de julho a Fundação Agrícola Teutônia (FAT), entidade mantenedora do Colégio Teutônia, comemorou 70 anos de atividades. Integrando a Rede Sinodal de Educação, desde a sua origem possui grande relação com a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). A FAT faz parte da vida de muitas famílias, pessoas que levaram adiante a semente plantada há sete décadas.

As histórias da FAT e do Colégio Teutônia, mantenedora e mantida, se fundem e remetem a instituições conceituadas no Vale do Taquari e diretamente ligadas à comunidade teutoniense. Tudo começou em 15 de abril de 1952, quando um memorial, redigido por Asido Dreyer, justifica a necessidade de se criar uma “escola de maestria agrícola” ou de “capatazes rurais” em Teutônia, então 5º Distrito do município de Estrela.

No dia 12 de julho de 1952, por Assembleia Geral, a Comunidade Evangélica institui a Fundação Agrícola Teutônia, dispondo a maneira de sua administração e fazendo a doação inicial das terras previstas no conjunto do programa, o equivalente a cinco hectares. No dia 17 de julho de 1952, por ato público e solene, a comunidade ratifica o ato de instituição da FAT, mantenedora

da então Escola Técnica Rural. Em 1º de setembro de 1953, no prédio da antiga subprefeitura, doado pela prefeitura de Estrela, iniciavam as aulas do Curso de Administrador Agrícola, com 24 estudantes.

Ao longo dos anos, muita coisa mudou. Uma série de investimentos e melhorias foi realizada, a escola cresceu e é destaque no ensino técnico profissionalizante do Vale do Taquari e do Estado.

CT hoje

A infraestrutura do CT está alocada em área com 80.000m², contando com o complexo escolar (prédios das salas de aula, laboratórios, salas para atividades complementares, bibliotecas e ambientes de apoio); amplos espaços de convivência em meio à natureza; e área para práticas esportivas e culturais (auditório central, pista atlética, cantina, parques, pracinhas e brinquedoteca).

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Aérea antiga – Antigas instalações da então Escola Técnica Rural, em meados dos anos 1960 Sala de aula da Escola Técnica Rural, denominação do Colégio Teutônia entre 1952 e outubro de 1966 Divulgação Colégio Teutônia/Arquivo Divulgação Colégio Teutônia/Arquivo

Atualmente o educandário conta com 843 estudantes (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional), 146 aprendizes e 58 estagiários; 102 professores, 94 consultores do Sebrae, 13 instrutores do Centro de Eletricidade, 13 professores de atividades extras, 99 funcionários e 11 terceirizados.

A formação profissionalizante conta com os cursos Técnico em Agropecuária, Técnico em Administração, Técnico em Eletromecânica e Técnico em Eletrotécnica.

DE ESCOLAS janeiro /
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ANIVERSÁRIO
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REVISTA
Leandro Augusto Hamester Colégio Teutônia – Teutônia/RS Aéreas 1 e 2 – Atuais estruturas do Colégio Teutônia Google 1 e 2 – Sala Google, inaugurada em 2018, estimula a interação e a relação mais próxima entre professores e estudantes, num ambiente diferenciado e tecnológico Divulgação Colégio Teutônia/Arquivo Divulgação Colégio Teutônia/Arquivo Divulgação Colégio Teutônia/Arquivo

Setrem: há 100 anos fazendo a diferença

A Sociedade Educacional Três de Maio – Setrem está completando 100 anos de história em 2022, com expressiva contribuição para o desenvolvimento da comunidade local e regional. Atualmente atua na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, Centro de Idiomas, Cursos Técnicos, Ensino Superior, Pós-graduação e Extensão.

Localizada em Três de Maio, possui duas unidades. Na Unidade São Paulo está instalada a Educação Infantil, com uma das infraestruturas mais modernas de toda a região. No Campus Setrem estão todos os demais níveis e cursos. São aproximadamente 1.700 estudantes e mais de 280 professores e colaboradores. Sua história teve início em 1910, quando chegam os primeiros colonizadores e, com eles, o desejo de oportunizar uma educação de qualidade para seus descendentes. Em 1918 é constituída a Comunidade

Evangélica São Paulo, tendo como premissa a ideia de Martim Lutero de que, ao lado de cada igreja, deveria haver uma escola.

A partir desse movimento, em 1922, iniciam-se as atividades da Escola da Comunidade (Gemeindeschule), tendo o pastor Germano Kreutler, primeiro pastor residente em Três de Maio, como o primeiro professor.

Em 1944, a escola é fechada em razão da Segunda Guerra Mundial. Após esse revés, em 1945, a diretoria da comunidade decide reabri-la, mudando o nome para Escola Sinodal São Paulo.

Em 22 de setembro de 1950 é fundada a Sociedade Escolar Três de Maio – Setrem. A nova realidade impôs uma reestruturação administrativa. Então é criado o cargo de diretor-geral, assumido inicialmente pelo professor Manfredo Mensch.

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Já em 1952, a Setrem assume juridicamente a manutenção da Escola Sinodal São Paulo, que passa a denominar-se Instituto Educacional São Paulo. Já em 1954, a denominação Setrem passa para a Sociedade Educacional Três de Maio, mantendo, porém, a sigla.

Após essa nova etapa, abriram-se as portas para novos cursos a partir de demandas da comunidade, entre eles, o Curso Pré-Normal e o Curso Normal Rural (1957), a instalação da Faculdade de Administração Três de Maio (1969), o primeiro Curso Técnico em Agropecuária (1971) e o Curso de Preparação para o Trabalho Científico (1979).

Na sequência, outros cursos e parcerias surgiram em cada nível de ensino, que juntos já transformaram a vida de mais de oito mil alunos.

A história da Setrem é repleta de grandes desafios e conquistas, e continuará sendo. Com tantas informações cada vez mais instantâneas e disponíveis a todos, queremos instigar a busca constante pelo conhecimento neste universo tão volátil, com sujeitos críticos, criativos, capazes de investigar e fazer escolhas conscientes. Acreditamos em uma educação capaz de conciliar a evolução tecnológica e a sustentabilidade planetária com bebês que exploram, crianças questionadoras, adolescentes críticos e adultos responsáveis.

Setrem Três de Maio/RS

ANIVERSÁRIO DE ESCOLAS janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 95

Educação Infantil do Ipiranga conta com novos espaços de aprendizagem

No dia 25 de junho, o Colégio Ipiranga de Três Passos realizou um sonho, alentado há vários anos: inaugurar um novo espaço para a Educação Infantil e qualificar, ainda mais, a interação, o acolhimento e as aprendizagens, marcas registradas de sua proposta pedagógica.

O evento integrou as comemorações dos 90 anos do educandário, foi prestigiado pela comunidade escolar e autoridades locais e contou com apresentações musicais dos alunos da escola.

O prefeito municipal, Arlei Tomazoni, parabenizou o Colégio Ipiranga pela inauguração de mais esse espaço alegre, adequado e prazeroso, o que demonstra a preocupação da escola com a qualidade do ensino, segurança e conforto de suas crianças.

O diretor executivo da ISAEC – Instituição Sinodal de Assistência, Educação e Cultura, mantenedora da escola, Bolco Hoppe, disse que “estamos felizes por mais esta conquista

e tenho certeza de que muitas ainda serão alcançadas pelo Colégio Ipiranga, que completa 90 anos. Trata-se de um espaço muito bem pensado e que vem ao encontro das expectativas da escola e das necessidades da comunidade”.

O diretor Nelson Weber enfatizou que “disponibilizamos este ambiente para que as crianças se sintam bem e possam garantir uma boa aprendizagem. Será um espaço que promova a criatividade, a autonomia e a

multiplicidade de experiências. Num primeiro momento, as novas instalações estão destinadas às turmas do Maternal II A e B e Maternal III A e B, disponibilizando espaço para abrigar em torno de cem crianças”.

Nelson Weber registrou o reconhecimento aos que contribuíram para a concretização desse avanço educacional e reiterou o compromisso de seguir com a mesma dedicação e perseverança dos antecessores, que deram início a essa linda história de 90 anos, marcada por muito trabalho e conquistas na educação. “Hoje somos nós que deixamos as marcas registradas para a história e para nossas crianças, proporcionando-lhes a garantia de uma educação eficiente e de qualidade. Sem mãos apoiadoras e sem profissionalismo, nós não teríamos conseguido alcançar o sonho e o sucesso esperados”, afirmou.

Na sequência, o pastor Valério Valter Hartemink procedeu à benção às novas instalações, que foram adaptadas a ambientes para que as crianças se sintam bem e possam garantir uma boa aprendizagem, além de desenvolver a criatividade, a autonomia e a multiplicidade de experiências.

INAUGURAÇÕES REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 96

Colégio Sinodal Doutor Blumenau inaugura novo bloco

O Colégio Sinodal Doutor Blumenau de Pomerode/SC completou 65 anos de fundação oferecendo ensino de qualidade, marcado por valores sólidos que contribuem com a nossa sociedade. Neste ano tão especial para a história do Colégio Doutor, um novo passo foi dado para qualificar ainda mais o ensino. No dia 11 de junho foi inaugurado o novo bloco do Ensino Médio e de Alemão. São cinco novas salas de aula e espaços para uso dos professores. A inauguração contou com a presença de autoridades, pais, professores, estudantes imprensa e da comunidade.

A diretora Karin Raduenz Hoeft lembrou a importância do apoio de todos para a consolidação de mais esse passo. “Como instituição filantrópica, cada passo dado é resultado de muito esforço e da colaboração de muitas pessoas. Queremos agradecer por esse esforço e dedicação de todos e agradecer também a Deus que nos capacita e nos permite servir a ele através do nosso trabalho”, destaca ela. Os novos espaços de aprendizagem do colégio já estão em uso. As salas do térreo estão ocupadas desde o início do ano letivo pelas turmas da 1ª e 2ª Séries do Ensino Médio. A turma da 3ª Série do Ensino Médio também passou a utilizar o bloco e terá o privilégio de vivenciar esse último ano no Colégio Doutor na nova construção. “Sabemos que um prédio isoladamente não contribui para o processo pedagógico. Mas o uso que nós fazemos desses espaços é capaz de gerar novas

possibilidades para o aprendizado e contribuir com a formação dos nossos estudantes”, finaliza a diretora Karin.

INAUGURAÇÕES janeiro / dezembro 2022 | REVISTA LIÇÕES 97

Título: A arte de ser flexível: De uma mente rígida a uma mente livre e aberta à mudança

Autor: Walter Riso Ano: 2018

Editora: L&Pm

Título: Por que fazemos o que fazemos?: aflições vitais sobre trabalho, carreira e realizações

Autor: Mario Sergio Cortella

Ano: 2016

Editora: Planeta

Na sociedade moderna costuma-se incentivar o convívio entre grupos que pensam de forma diferente e estimular as pessoas a ser tolerantes e fazer uso da razão. O “novo” é algo altamente valorizado entre nós. No entanto, manter a cabeça criticamente aberta é algo mais fácil na teoria do que na prática. E não apenas os teimosos, radicais, intolerantes e cabeças-duras inveterados têm dificuldade de ver o mundo e os fenômenos à sua volta com um olhar flexível.

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Neste livro, o autor discorre sobre a grande força que é uma mente capaz de se adaptar e de rever os próprios conceitos. Revisita os tipos principais de mentalidade (a mente rígida, a mente “líquida” e a mente flexível), aponta os inconvenientes sofridos por quem tem opiniões estanques demais e mostra as vantagens de exercitar o pensamento flexível em prol de uma existência equilibrada e mais leve. Nesse sentido, defende a abertura ao desconhecido e ao humor (não se levar a sério demais!) como uma das chaves para uma vida feliz e dá dicas de como mudar nosso comportamento na direção da flexibilidade.

Uma reflexão tanto para o âmbito profissional quanto para o pessoal, instiga o leitor a repensar sua forma de agir e vivenciar, assim como faz relembrar seu propósito, refazer os planos, organizar as metas e principalmente entender que entre o nascer e o morrer há muito a ser vivido. “Uma vida pequena é aquela que nega a vibração da própria existência. O que é uma vida banal, uma vida venal? É quando se vive de maneira automática, robótica, sem uma reflexão sobre o fato de existirmos e sem consciência das razões pelas quais fazemos o que fazemos”, escreve Cortella. Entrar no modo automático acaba por “roubar” a energia criativa e satisfatória do viver. E dessa forma nos leva a uma entrega medíocre, sem objetivo claro e de pouquíssima satisfação pessoal e profissional.

Afinal, o trabalho, a carreira e as realizações estão todas ligadas entre si, e a partir do momento em que se entende a razão daquilo que fazemos, colocamos intensidade, e como consequência sentimo-nos realizados.

Escrito pelo renomado professor e filósofo Mario Sergio Cortella, este livro leva o leitor a reflexões sobre suas ações no cotidiano e a importância de repensá-las. Entender o porquê de nossas atitudes e aonde elas nos levam, devolver o norte e esclarecer a razão do fazer.

Título: Comece pelo porquê: Como grandes líderes inspiram pessoas e equipes a agir Autor: Simon Sinek Ano: 2009

Editora: Sextante

Quando paramos para pensar em como grandes marcas, instituições e personalidades da história atingiram tanto sucesso em seus propósitos, dificilmente pensamos no “porquê” e focamos em como foi atingido: a melhor publicidade, o melhor material, o melhor atendimento. Mas o verdadeiro motivo para o sucesso das grandes empresas é principalmente a pessoa por trás dela; seu fundador. Essas pessoas começaram pelo porquê, que traduz a essência de tudo o que vem depois, pois elas tinham um sonho e queriam oferecer essa experiência a outras pessoas, não apenas vender um produto ou serviço melhor.

O livro nos remete por diversas vezes à empresa Apple, exemplo perfeito de marca que não vende apenas um produto, ela demonstra uma personalidade, uma forma de pensar, e possui “seguidores” pelo mundo inteiro que acreditam nos valores da empresa e tudo o que ela representa.

Os grandes líderes possuem essa característica, eles começam pelo porquê, e depois que isso foi entendido por todos é que serão implantadas as formas com que esses objetivos serão realizados, mantendo todos na instituição unidos por um único propósito!

Andressa Schulz Auxiliar Administrativo Princesa Isabel Educação Infantil Blumenau/SC

LI E RECOMENDO REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 98
Coordenadora Pedagógica Joni Roloff Schneider Rede Sinodal de Educação São Leopoldo/RS
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Título: Organizações infinitas: O segredo por trás das empresas que vivem para sempre

Autor: Cristiano Kruel, Junior Borneli e Piero Franceschi

Ano: 2021

Editora: Gente

Organizações infinitas está sendo lido pelo GAP (Grupo de Apoio Pedagógico). Ele fala sobre “criar novos ciclos de perpetuidade”, com ferramentas, metodologias e cases em instituições que rumam ao infinito.

A incrível mudança de cenários a cada instante, projeção de muitos “futuros” aparecem a cada momento. Mas… qual deles nos leva à perpetuidade? A busca de perpetuidade exige um salto de fé em direção ao desconhecido. A previsibilidade e a precisão cedem lugar para a agilidade e a adaptabilidade. Toda empresa nasce, cresce e morre… e neste último estágio está a oportunidade de iniciar um novo ciclo de perpetuidade com prazo de validade.

As organizações hoje, mais do que nunca, precisam morrer para o passado para existir no futuro. Em organizações infinitas, os autores Cristiano Kruel, Junior Borneli e Piero Franceschi, partícipes do ecossistema da StartSe, escrevem com paixão sobre pesquisa, inovação e negócios, dizendo que os mesmos têm um começo, um meio e um recomeço. A mudança é uma constante e será cada vez mais acelerada. Se é impossível controlá-la, o melhor não é lutar contra ela, e sim com ela.

Coordenadora Pedagógica Joni Roloff Schneider Rede Sinodal de Educação São Leopoldo/RS

Título: O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança

Autor: James C. Hunter Ano: 2010

Editora: Sextante

O livro “O Monge e o Executivo: uma história sobre a essência da liderança” traz em sua trama uma envolvente narrativa sobre o papel do líder dentro das organizações e nos diversos espaços que é integrante. Um grupo de pessoas passa uma semana estudando com um dos maiores especialistas dos EUA em liderança: Leonard Hoffman, que deixa sua carreira brilhante para se tornar monge em um mosteiro, sendo ele, o personagem central da trama que demonstra diálogos entre os participantes, cada um com seu olhar e constituição histórica a partir das culturas organizacionais que eles próprios viveram. É impossível parar de ler! James C. Hunter cria uma atmosfera única a partir de uma dinâmica simples e envolvente, para além da liderança em nossas instituições, o livro mostra caminhos para se tornar uma pessoa melhor, nos relacionamentos com familiares, amigos e colegas também.

Coordenadora da Educação Infantil Thaise C. S. Rohr Setrem Três de Maio/RS

Título: Script: uma obra inacabada

Autor: Rony Tschoeke

Ano: 2021

Editora: Chiado Books

Uma obra inacabada do autor Rony Tschoeke, que faz uma abrangente correlação da nossa transformação ao longo da nossa vida, através dos medos, anseios, reconhecimento da figura parental. Nesse sentido, a função de toda vida social é emprestar consciência mútua no desenvolvimento do projeto de vida. Por fim, somos uma eterna obra inacabada.

| REVISTA LIÇÕES 99 LI E RECOMENDO
janeiro / dezembro 2022
Diretor Leandro Sieben Colégio Martinus

Título: A chegada

Direção: Denis Villeneuve

Lançamento: 2016 Gênero: Ficção científica (drama) Duração: 116 min

Doze OVNIs espalhados por várias partes do planeta instauram uma crise mundial. É necessário descobrir se eles são ou não uma ameaça. O exército americano cerca uma das naves e tenta fazer contato, porém a comunicação é um problema. Então a doutora em linguística Louise Banks é chamada para decodificar a linguagem alienígena. O filme é permeado por flashes da vida particular de Louise, que, ao final, revela uma conexão surpreendente entre os fatos. Mesmo para aqueles que não são fãs do gênero ficção científica, a importância da comunicação é um fator central ressaltado e justifica reservar um tempo para sentar-se em um sofá acompanhado de pipoca para refletir sobre os diversos temas que surgem ao assistir a película. Boa diversão!

Professora Ângela Musskopf Instituto Ivoti Ivoti/RS

Título: O começo da vida 2: Lá fora Direção: Renata Terra Lançamento: 2020 Gênero: Documentários sobre ciência e natureza Duração: 1h32min

Se você, assim como eu, acredita que os ambientes ricos em natureza oferecem oportunidade preciosa de aprendizagem, possivelmente irá apreciar esse episódio, do que espero venha a ser uma série, de “O começo da Vida”. Nesse segundo filme especialistas e estudiosos discorrem sobre a importância de conectarmos nossas crianças à natureza e os benefícios do “desemparedamento da infância”, movimento que tem ocorrido no âmbito da educação. O filme foi produzido durante o período de isolamento social causado pela Covid-19 e nos desafia a repensar a relação que estabelecemos com o Planeta a partir dos relatos de crianças, famílias e especialistas sobre a experiência do isolamento, suas consequências e a importância de nos (re)conectarmos à natureza. A ideia central defende que a relação que a criança estabelece com os espaços naturais, em contato com os elementos (terra, água, árvores etc), é espontânea, dialógica e fértil para construção de conhecimentos. Fundamentado nos últimos estudos sobre o tema abordado, “O começo da vida 2: lá fora” corrobora, a partir de dados empíricos, o fato de que as experiências vividas em natureza favorecem o cuidado da mesma e significam as aprendizagens.

Filme: O Rei do Show

Direção: Michael Gracey

Lançamento: 2017 Gênero: Drama

Duração: 104 min

Inspirado em fatos reais, o musical retrata uma realidade do início do século XX, mostrando a trajetória de Phineas Barnum, criador do Circo dos Horrores (Freak Shows) nos Estados Unidos, utilizando, ao invés de palhaços e animais, pessoas com deficiências e anomalias.

Tratou-se de um negócio altamente lucrativo, que explorava de forma cruel essas pessoas. Isso só foi destituído com novas leis e os Direitos Humanos que vieram depois. Doenças e anomalias como gêmeo parasita, mulher barbada, albinos, irmãs siamesas, hipertricose e ectrodaclilia eram tratadas como bizarros e atrações para um público sedento e curioso.

Mas será que as pessoas com deficiência não são mais vistas como aberrações? Creio que muito mudou sobre essa questão, mas o preconceito ainda é forte e persiste em muitas pessoas. Ainda se percebe o olhar torto e o afastamento preconceituoso de famílias quando há uma criança ou jovem de inclusão na escola. Ainda ocorrem questionamentos e a falta de compreensão por parte de alguns.

Professora Mariela Quadro Rodrigues Colégio Evangélico Augusto Pestana Ijuí/RS

Título: Escritores da Liberdade Direção: Richard LaGravenese Lançamento: 2007 Gênero: Drama Duração: 2h3min

“Escritores da Liberdade” é um filme que retrata uma realidade de educação muito difícil em uma escola de bairro pobre, em que uma jovem e idealista professora, assustada, triste, frustrada com tal realidade, resolve fazer diferente. Ela busca alternativas e ajuda seus alunos a descobrirem seus potenciais.

Os alunos se mostram agressivos, rebeldes, sem vontade de aprender, pois para eles aprender não é importante, aprender não faz diferença, aprender é algo muito distante da realidade em que vivem.

E a professora jovem e idealista não desiste, busca conhecer a realidade de cada um. Planeja, planeja novamente, cria estratégias e, principalmente, é afetuosa e preocupada com os alunos, e com isso ela transforma vidas.

Coordenadora Pedagógica Vanessa de Andrade Wolff Colégio Sinodal Progresso Montenegro/RS

VI E RECOMENDO REVISTA LIÇÕES | janeiro / dezembro 2022 100
Coordenadora Pedagógica Silvana Pereira Noll Colégio Sinodal da Paz Novo Hamburgo/RS

COLÉGIO SINODAL TRAMANDAÍ

Fone: (51) 3661 3207 www.dohms.org.br/sinodaltramandai

Fone: (47) 3622 3082

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