TOPVIEW #246 | Cultura, arte e moda

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ISSN 16775767 #246 / R$ 14,90

WWW. TOP VIE W. COM . BR CULTUR A , A RTE E M O DA

REFLEXÃO

HERANÇA DA HUMANIDADE

+

A RELAÇÃO DO SER HUMANO COM A ARTE

OS NOMES MAIS IMPORTANTES DAS ARTES VISUAIS NO PARANÁ

ED IÇÃO #2 46

Obra de arte (ao fundo) produzida por André Baía com exclusividade para esta edição.

ART’EM MOVI> MENTO A FORÇA DA CULTURA E OS DESAFIOS DOS ARTISTAS NA EXPRESSÃO DAS SINGULARIDADES


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No Vigo, cada detalhe foi pensado para refletir suas conquistas. Da arquitetura contemporânea à localização extraordinária. Dos Terroirs na Borgonha entregues aos moradores às caves particulares para armazenar suas próprias safras de vinho. Um lugar onde o conforto convive com o luxo. Assim é o Vigo.

372 M² | 4 SUÍTES | 5 VAGAS | 1 POR ANDAR

INCORPORADORA: IVC SALDANHA MARINHO EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO LTDA. CNPJ 26.296.250/0001-04. CONSTRUTORA: IRTHA ENGENHARIA S/A CNPJ 05.459.880/0001-82. Imagens meramente ilustrativas. Móveis e objetos decorativos não fazem parte do contrato de compra e venda do imóvel. Os acabamentos serão entregues conforme memorial descritivo. Matrícula 39.542 da 6ª Circunscrição do Registro de Imóveis de Curitiba. Alvará n.º 363439/2019 Smolka Arquitetura. Impresso em fevereiro de 2021.


TERROIR NA BORGONHA | CAVES PARTICULARES NO 2º SUBSOLO

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ÍNDICE

Fashion A nova moda na pandemia

por Andrea Gappmayer – pág. 20

Jeans: toda fashionista tem!

por Ana Claudia Michelin – pág. 21

Você é o artista da sua própria roupa por Dani Nogueira – pág. 22

A moda como instrumento de expressão por João Prospiter – pág. 23

O poder da make

por George Luna – pág. 24

Rinoplastia: mitos e verdades

Gustavo Sela tira dúvidas sobre a cirurgia mais procurada de 2020 – pág. 25

Art’em movimento

Editorial de moda – pág. 28

Estilo Corpo Suspense

Arte na pele

Pinceladas na história do Paraná

A conexão entre literatura, cinema e charutos

A obra de arte exclusiva de André Baía para a TOPVIEW – pág. 37

10 nomes importantes nas artes visuais do estado – pág. 38

A cultura japonesa invade o MON Parceria com a Japan House São Paulo traz fotografias de Naoki Ishikawa – pág. 41

O mestre do melodrama hollywoodiano por Paulo Camargo – pág. 42

A identidade em palavras

por Adriano Tadeu Barbosa – pág. 44

Por trás do hit

As músicas de sucesso e seus compositores – pág. 46

A inovação no mercado de aveia

Foodtech traz ao mercado bebidas à base de aveia – pág. 64

Lembranças deliciosas

por Beto Madalosso – pág. 66

Design inspirado e consciente por Marcos Bertoldi – pág. 68

Materialização do comportamento por Eduardo Mourão – pág. 71

De escolinha de equitação a sonho olímpico As amazonas mirins que já somam várias medalhas na carreira – pág. 72

Paris sem fim

Madeira maciça: qualidade, bom gosto e alto padrão

por Camila Neves – pág. 48

A volta do vinho com gelo

por Elis Cabanilhas Glaser – pág. 49

A herança da humanidade

A arte imita a vida ou a vida imita a arte? – pág. 50

Férias em São Paulo: um mix de cultura, arte e moda por Lis Faiad – pág. 60

topview.com.br

por Stefan Deckert – pág. 63

Arte: um movimento plural por Ane Calixto – pág. 47

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O distanciamento das tatuagens da marginalidade – pág. 62

A utilização de madeira de lei em mobiliários premium – pág. 74

Tecnologia pop!

por Mabel Szeremeta – pág. 75

Seu filho já descobriu a cultura do TikTok por Carlos Aros – pág. 76


self poder O cidadão ilustre

por Beto Cesar – pág. 78

Mudanças no consumo

por Marilis Borcath Faggiani – pág. 79

“Grisalho” is the new black Um movimento feminino pela liberdade – pág. 80

A arte da conscientização por Carol Gusi – pág. 83

Profissão: artista

A valorização da arte como profissão no Brasil – pág. 84

Uma não! Duas doses de esperança, por favor!

por Luciana Almeida – pág. 87

Entendendo a micropigmentação paramédica A técnica remete à renovação da feminilidade das pacientes – pág. 90

A arte do sorriso

por Laydir de la Torre – pág. 93

Cultura organizacional x identidade individual por Matthias Schupp – pág. 95

Imaginário de significados e marcas fortes As empresárias paranaenses que fortalecem o DNA local – pág. 96

Política

por Marc Sousa – pág. 97

Social View

por TOPVIEW – pág. 98

Novidades no Paraná e em Santa Catarina por Roberta Busato – pág. 100

Experiência Laces Hair

por Marcos Slaviero – pág. 102

Social View

por Wilson de Araujo Bueno – pág. 103

Papo Final

com Zuleika Bisacchi – pág. 106

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EXPEDIENTE

Fundador e Presidente Emérito MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI (in memoriam) Presidente do Grupo RIC LEONARDO PETRELLI Diretor Corporativo Administrativo e Financeiro ANDRÉ FERREIRA Diretor Corporativo de Tecnologia e Estratégia ANDRÉ FRONZA Diretor Corporativo de Mercado e Soluções Integradas MARCELO REQUENA Diretor Corporativo de Produto, Conteúdo e Convergência MARCUS YABE Gerente Corporativa de Jornalismo e Conteúdo Multiplataforma IVETE AZZOLINI Diretora Regional Multiplataforma – Unidade Londrina CARLA HOFFMANN Diretor Regional Multiplataforma – Unidade Maringá FABIO GOES Diretor Regional Multiplataforma - Unidade Curitiba GILSON BETTE Diretor de Mercado Nacional JOSÉ TRAVAGIN Diretor Regional Multiplataforma – Unidade Oeste PEDRO LUIS ANDRADE

Publisher MARCUS YABE Head Corporativa de Conteúdo e Produto Multiplataforma PATRICIA TRESSOLDI Coordenador de Produção RODRIGO SIGMURA Repórter CAMILA BORBA Produtor de Branded Content GABRIEL SORRENTINO Produtoras Digitais EMILIA JURACH e THAÍS MOTA Produtor Audiovisual MATHEUS BALBINO Designers Gráficas DANIELE PAIVA e MARIANE ALMEIDA Estagiárias GIOVANA FRIOLI e MARIA LUIZA LENDZION SCHULTZ Colunistas ANDREA GAPPMAYER, BETO MADALOSSO, CAMILA NEVES, CARLOS AROS, DANI NOGUEIRA, ELIS CABANILHAS GLASER, GEORGE LUNA, MARC SOUSA, MARCOS BERTOLDI, MARCOS SLAVIERO, MATTHIAS SCHUPP, PAULO CAMARGO, ROBERTA BUSATO, STEFAN DECKERT e WILSON DE ARAUJO BUENO Embaixadores ADRIANO TADEU BARBOSA, ANA CLAUDIA MICHELIN, ANE CALIXTO RUH, BETO CESAR, CAROL VOSGERAU GUSI, EDUARDO MOURÃO, JOÃO PROSPITER, KARLA KERSTEN CARVALHO PETRELLI, LAYDIR DE LA TORRE, LIS FAIAD, LUCIANA ALMEIDA, MABEL CRISTINE SZEREMETA e MARILIS BORCATH FAGGIANI Revisão FILIPPO MANDARINO Gerente de Negócios & Relacionamento MARCELE POIANI Executivas de Negócios & Relacionamento LAURIANE LINDSEY e PRISCILA OGASSAWARA Assistente Administrativa REGIANE SCHUPEL ₢ Impressão TUICIAL O EDITORIAL DE MODA PRODUZIDO PARA ESTA EDIÇÃO FOI FEITO DE ACORDO COM TODAS AS MEDIDAS DE SEGURANÇA NECESSÁRIAS DEVIDO À PANDEMIA DO CORONAVÍRUS. TOPVIEW Rua Amauri Lange Silvério, 450, Pilarzinho, Curitiba. 82120-000. Tel.: (41) 3331-6100. topview.com.br. CNPJ: 07.066.992/0001-07.

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A FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE É UMA DAS MAIS IMPORTANTES INSTITUIÇÕES DEDICADA EXCLUSIVAMENTE AO ENSINO DA SAÚDE. A excelência da unidade educacional do Complexo Pequeno Príncipeé confirmada pelo Ministério da Educação por meio do Índice Geral de Cursos (IGC), que avalia a qualidade de instituições de Ensino Superior com base em uma análise conjunta de seus cursos. Numa escala que vai até 5, a FPP alcançou nota 4 na avaliação de 2017.

GRADUAÇÃO Medicina Biomedicina Farmácia Enfermagem Psicologia

CONCEITO MEC* 4 4 4 5 4

RESIDÊNCIA ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO DOUTORADO

fpp.edu.br * Enfermagem: Portaria de Renovação de Reconhecimento nº 822 de 30 de dezembro de 2014. Conceito 5 • Biomedicina: Portaria de Renovação de Reconhecimento de Curso nº 135 de 01 de março de 2018 Conceito 4 • Farmácia: Portaria de Renovação de Reconhecimento de Curso nº 135 de 01 de março de 2018 Conceito 4 • Psicologia: Portaria de Renovação de Reconhecimento n. 270 de 3 de abril de 2017. Conceito 4 • Medicina: Portaria de Reconhecimento nº159 de 03 de junho de 2020. Conceito 4 • Geral: Portaria de Recredenciamento nº 1221 de 2 de setembro de 2017 Visita in loco 19-23/02/2017 Conceito 4


EXPEDIENTE

embaixadores e colunistas desta edição EMBAIXADOR

EMBAIXADORA

EMBAIXADORA

EMBAIXADOR

EMBAIXADORA

Adriano Tadeu Barbosa

Ana Claudia Michelin

Ane Calixto Ruh

Beto Cesar

Carol Vosgerau Gusi

EMBAIXADOR

EMBAIXADOR

EMBAIXADORA

EMBAIXADOR

EMBAIXADORA

Eduardo Mourão

João Prospiter

Karla Kersten Carvalho Petrelli

Laydir de la Torre

Lis Faiad

Advogada e pós-graduada em Marketing.

Dentista, ortodontista e Invisalign Top Doctor. Leciona na área de Ortodontia e de Invisalign. Pai de duas meninas e apaixonado por vinhos.

BRASILIDADES

Profissional que busca movimentos no luxo para diferenciar pessoas no marketing pessoal. Por isso, sua carreira é pautada pela criação de conteúdos, palestras e consultorias no Brasil e no exterior.

ARQUITETURA

Arquiteto formado pela PUCPR, desenvolve projetos de arquitetura residencial, comercial e hoteleira com uma linguagem única, repletos de praticidade e funcionalidade sem deixar de lado a exclusividade e a sofisticação.

TENDÊNCIAS

Educadora, estudiosa de moda e trendsetter, apresenta uma vasta gama de personalidades, serviços e produtos que se destacam no mercado.

LIFESTYLE

Empresário e criador de conteúdo, apresenta as nuances do lifestyle por meio de experiências com viagens, moda, gastronomia e cultura internacional.

CAMPOS GERAIS

Influencer, fisioterapeuta e mãe de três meninos. Escreve sobre lifestyle, negócios, opções de compras, gastronomia e turismo nos Campos Gerais.

MARCA TOPVIEW

MARKETING

O publicitário e sócio-diretor da OAK Marketing levanta temas comuns ao cotidiano de todos sob o ponto de vista do marketing.

ODONTOLOGIA

SUSTENTABILIDADE

Formada em Direito e fundadora do @cvgambiental, plataforma que fornece consultoria ambiental e informações sobre sustentabilidade. Participa de projetos e empreendimentos na área de meio ambiente.

ESTILO | SC

Digital influencer formada em Direito e com pós-graduação em Marketing Empresarial, encontrou na moda e na comunicação digital as suas inspirações e a sua paixão.

EMBAIXADORA

EMBAIXADORA

EMBAIXADORA

COLUNISTA

COLUNISTA

Luciana Almeida

Mabel Cristine Szeremeta

Marilis Borcath Faggiani

Andrea Gappmayer

Beto Madalosso

BOAS AÇÕES

É engenheira civil e, desde 2016, está à frente do Projeto Luz, que fornece alimentos a pessoas em situação de rua em Curitiba.

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TECNOLOGIA

Administradora de empresas, mãe, apaixonada pelo mundo dos negócios e da tecnologia. Escreve sobre TI de forma leve, informativa e acessível.

BEM-RECEBER

É diretora do Grand Hotel Rayon e sócia da Ipo Dermatologia. Escreve sobre a arte de bem-receber.

MODA

Designer por formação e stylist de profissão há mais de dez anos pela StylebyGapp.

COMPORTAMENTO

Administrador de empresas, muito afetivo e costuma se confundir com datas.



EXPEDIENTE

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

Camila Neves

Carlos Aros

Dani Nogueira

Elis Cabanilhas Glaser

George Rosa Luna

VIAGENS

Jornalista de viagem com um pé no luxo e outro no minimalismo — malas leves, destinos exóticos e experiências significativas são sempre prioridade.

TECNOLOGIA

Carlos Aros é jornalista, comentarista de tecnologia e diretor de conteúdo do Grupo Jovem Pan, além de editor-executivo da MIT Technology Review Brasil.

MODA

Essence hunter, mentora, professora-comunicadora e podcaster em Aquarius. Escreve sobre moda e design, integrando um olhar transversal e holístico centrado no ser humano e em sua essência.

VINOSOPHIE

É jornalista, sommelière e editora da Revista Vinícola, primeira publicação 100% digital sobre vinhos do Brasil.

BEAUTÉ

Beauty artist, participa das principais semanas de moda do país, como a SPFW, e já fez editoriais para publicações como Vogue. Atualmente, faz parte do time de maquiadores do Boticário.

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

Marc Sousa

Marcos Bertoldi

Marcos Slaviero

Matthias Schupp

Paulo Camargo

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

Stefan Deckert

Wilson de Araujo Bueno

POLÍTICA

Âncora da rádio Jovem Pan e repórter nacional da Record TV. Atualmente, o jornalista dedica-se à cobertura de assuntos ligados ao mundo da política.

SOCIAL VIEW

Roberta Busato

É designer de moda, pós-graduada em Gestão de Negócios, atuante no mercado como relações públicas e sócia idealizadora do 2GET SALE.

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ARQUITETURA

Especializado em Arquitetura Paisagística, foi apontado, em 2010, como um dos cem arquitetos mais promissores do mundo pela Architectural Digest-USA.

CHARUTOS

É um amante da vida boêmia, da cultura charuteira, dos bons vinhos e cervejas, além de diretor da rede O Bodegueiro.

SOCIAL VIEW

É frequentador de longa data das mais prestigiadas rodas de Curitiba e de Santa Catarina. Traz sempre quem foi aos melhores eventos.

PERSONALIDADES

Guarda a memória da sociedade paranaense. Seu olhar e sua projeção estão firmados no Paraná e em sua gente, que conhece como poucos.

NEGÓCIOS E INOVAÇÃO

CEO da Neodent e EVP do Grupo Straumann LATAM, empresa líder mundial em soluções odontológicas. Alemão, mora há 7 anos no Brasil. É apaixonado por cavalos e gestão de pessoas.

COMUNICAÇÃO E CULTURA

Paulo Camargo é jornalista, cronista, integrante da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e professor da PUCPR e da UniBrasil.



CRÔNICA EDITORIAL

por Patricia Tressoldi, Head Corporativa de Conteúdo e Produto Multiplataforma

A arte que toca a vida

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esde muito cedo, tive o prialcançada e a cada música concluída, mais vilégio de ter acesso aos mais conhecimento eu adquiria e mais do mundo variados tipos de manifestações musical eu conhecia. Estava ali, conseguindo artísticas, mas a que conduz a tocar sozinha as músicas que escutava no minha vida é a música. Em casa, toca-discos dos meus pais. Era mágico! meus pais tinham um toca-discos e, ainda Hoje, percebo como esses três contatos muito pequena, eu escutava os discos de vique tive com a arte da música durante a nil que eles tinham aos montes minha infância influenciaram na estante da sala. Eu adorava na minha essência hoje. A escutar música. Foi ali que conossa cultura é construída “Nossa visão nheci tantos nomes, como The por meio do nosso contato de mundo, Beatles, Roberto Carlos, Secos com as manifestações artísti& Molhados, The Rolling Sto- nosso posiciocas. Nossa visão de mundo, nes, Raul Seixas, Tim Maia... nosso posicionamento como tantas bandas boas que até hoje namento como ser humano, nossa percepção me trazem recordações incríveis ser humano, sobre as pequenas coisas... da minha infância. está ligado à arte. nossa percep- tudo A música clássica eu fui As músicas que conheci ção sobre as conhecer somente nas aulas no início da minha infância de ballet. Dos quatro aos doze presentes na pequenas coi- continuam anos, frequentava uma escola minha vida, seja enquanto de dança – três vezes por sema- sas... tudo está estou dirigindo ou na playlist na. Na aula, sempre havia um que coloco no domingo ligado à arte.” pianista que tocava as canções de manhã. Tchaikovsky e para que nós, as pequenas baiStravinsky continuam me larinas, pudéssemos fazer os passos no ritmo emocionando como se fosse a primeira perfeito. E foi assim que tive meu primeiro vez. O violão que aprendi a tocar ainda me contato com Tchaikovsky e Stravinsky. proporciona momentos mágicos em meio No início da adolescência, aprendi a tocar ao caos da vida adulta. Música, obrigada por violão. Aprender um instrumento era desame fazer feliz! fiador e uma caixa de pandora. A cada nota E você? Qual é a arte que toca a sua vida?

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a seção de moda, beleza, cosméticos e joias

Fashion

Pexels

FRANJINHA ALERT Clássicas e uma aposta para quem quer um novo corte de cabelo sem mexer em todo o comprimento. Vai dizer que durante o período de isolamento social você não pensou em mudar o visual sozinha e cortar uma franjinha? Pois saiba que elas continuam bombando no decorrer de 2021! Bardot ou “cortininha”, vêm na altura dos olhos e foram eternizadas pela diva Brigitte Bardot nos anos 1960. topview.com.br

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FASHION | MODA

Moda por Andrea Gappmayer, colunista

A nova moda na pandemia Em um mundo conectado e volátil, sua maneira de criar os looks pode ser transformada

A Louis Vuitton entrou no mundo dos games em parceria com a Riot Games para a final do campeonato mundial de League of Legends.

Reprodução | Louis Vuitton

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m inúmeros aspectos, a moda sempre esteve ligada à arte. Seja na subjetividade, na inspiração ou na criação, elas sempre estão conectadas. E, nesse momento em que nos encontramos, ainda em pandemia, ficamos cheios de questionamentos. Um dos que tenho é sobre a nossa forma de consumir. Tenho acompanhado o movimento gigantesco de grandes marcas (e já falei sobre isso na coluna da edição #238) se movimentando com foco no aluguel de peças de forma mensal – como um Netflix do guarda-roupa. Isso é feito pensando no consumo,

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e na otimização de espaço. Em um outro lado da moda, vemos a criação de skins para avatares na internet, com inúmeras grandes marcas, como Louis Vuitton e Valentino, ou, ainda, para download por meio de sites, nos quais você escolhe sua roupa, compra e envia sua foto. Assim, digitalmente, eles colocam a roupa em você e lhe reenviam para você utilizar a foto com a aplicação da peça. Isso também é visto como uma forma de ser mais sustentável, de não comprar tudo de forma física e, ainda assim, ter o impacto do look – nem que seja só para o seu mundo digital. A moda, hoje, encontra esse desafio

do online com o real, em que tudo está misturado e precisa coexistir. Fico me perguntando se não teremos como comprar roupas que nos vistam digitalmente quando formos a uma apresentação ou a um evento online, em que não precisaremos estarmos vestidos de fato. Estaremos em casa, na frente do computador e usando um look Valentino lá no mundo digital. Ao mesmo tempo em que é incrível e libertador, talvez crie uma imagem irreal da vida. Acredito que iremos repensar o conceito de propriedade na moda – e isso vai refletir em como tudo vai ser criado.


FASHION | BELEZA

Tendências por Ana Claudia Michelin, embaixadora

Uma peça versátil e superatual que só passou a fazer parte dos guarda-roupas femininos na década de 1960

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Ligia Lagos

Jeans: toda fashionista tem!

e há uma peça de roupa que pode ser considerada nossa melhor amiga, com certeza estamos falando da calça jeans: versátil, única, das passarelas da alta-costura ao look do dia a dia. A peça de origem francesa foi patenteada em 1837 por Levi Strauss e Jacob Davis e era utilizada como roupa de trabalho pelos mineradores da época. Somente após muitos anos e muitas transformações, o jeans veio parar no guarda roupa feminino – para nunca mais sair. Mais do que uma simples peça de roupa, ele carrega consigo histórias e momentos-chave, como a Revolução Industrial, as duas grandes Guerras Mundiais e os movimentos sociais, sempre se modernizando e atendendo às necessidades de cada período. E, claro, muitos estilistas foram responsáveis por moldar as calças que conhecemos hoje. Coco Chanel, inclusive, foi a responsável por dar vida às modelagens mais confortáveis e soltas ao corpo, influenciando fortemente o estilo das mulheres da época. O jeans passou a integrar o guarda-roupa feminino na década de 1960, vestindo ícones como Marilyn Monroe e Audrey Hepburn. Desde então, ele foi repensado e repaginado várias vezes, com vários tipos de modelagem e lavagem. As formas de combiná-lo são inúmeras, afirmando o verdadeiro statement da peça. Hoje, o jeans pode estar presente em várias ocasiões – inclusive em compromissos mais sofisticados –, já que a moda nos permite criar looks variados. O que vestimos pode e deve transmitir quem somos. Portanto, recomendo que você use seu jeans com tênis ou scarpin. Nas fotos, mostro o quanto gosto dessa peça. Meu agradecimento especial nesta coluna fica para a Marcelle Poiani, a Ligia Lagos e toda a minha equipe de embaixada.

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FASHION | MODA

por Dani Nogueira, colunista

Você é o artista da sua própria roupa Quais f iltros envolvem seus pensamentos e hábitos e ajudam a compor sua moda?

Unsplash

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uem você foi em 2020? É possível responder a essa questão de diversas formas. E a que mais me interessa – em um 2021 regido pelo Ar, que significa “o intelecto”, “o pensar” e “a evolução das ideias que romperão o modo como vínhamos fazendo as coisas” – é a forma que me conta quem você foi por meio do filtro que usou para ver o mundo. Um filtro não é só o do café puro ou um filtro fake do Instagram. Existe também o cultural. Nascemos com um filtro que envolve nosso olhar e vamos construindo repertórios em todas as idades. Um filtro pode ser bom e libertador ou pode ser muito antigo, acostumado a ver apenas o tradicional. Nada contra a tradição, mas abrir espaço para a renovação é sempre aquele sopro de vida que tira a folha da calçada. A moda também fala em renovação – e é no exato momento em que ela nos permite escolher o que renovar que temos a chance de ativar o nosso filtro particular. Quando definimos cultura na sua amplitude, descrevemos uma nação. Nisso, vamos esquecendo de ser parte dessa nação, com suas diferenças e formas de enxergar. Entende como a cultura também diz sobre a sua autenticidade? Em 2020, a arte me ajudou a mudar a vibração do que eu vivi. Mais sensível e aberto(a) para encontrar justificativas de alento, em algum momento, você usou seu filtro e foi atrás de músicas, visitas virtuais em museus, entrou no mundo de Van Gogh, Frida, e, por intermédio da arte e da cultura, teve momentos mais leves. Conquistada uma lente só sua, em 2020, você atualizou o seu filtro para olhar o mundo em 2021, certo? Eu fico curiosa para saber quem é você agora. Você produz cultura e pode ser artista da sua própria vida. O sentimento que você experienciou ao apreciar qualquer tipo de arte é o mesmo que deve envolver a escolha das suas roupas. Afinal, você é a cultura do seu tempo e faz do vestir sua própria arte. É assim que eu gosto que a roupa nos sirva.

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DICAS

PRATIQUE E FAÇA A ROUPA “SERVIR” • Liste o que você mais viu e ouviu e qual foi a arte que o(a) traduziu em 2020 • Questione-se se isso traduzirá o seu estado de espírito nos próximos 6 meses • Monte um painel (pode ser no Pinterest mesmo) e busque uma imagem que resuma cada arte que você viu • Decodifique em cores, formas, atitudes e sensações • Abra seu guarda-roupa e encontre tudo isso


FASHION | MODA

Lifestyle por João Prospiter, embaixador

A moda como instrumento de expressão Encare a moda como uma experimentação constante e encontre a melhor maneira de comunicar quem você é

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Acervo pessoal

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inegável que a forma como nos vestimos reverbera em nosso comportamento como indivíduo e enquanto parte da sociedade. Um dos grandes potencializadores desse movimento é a internet. Neste texto, vou explicar como buscar estar inserido nesse contexto mudou a minha vida e a minha maneira de gerar networking – e como pode mudar a sua. Entendo que a nossa imagem pessoal tem influência direta na forma como pensamos e sentimos a respeito de nós mesmos, mas também tem um grande poder em como as pessoas pensam e sentem a nosso respeito. Assim, é possível que exista uma via de mão dupla que colabora para a nossa construção de identidade. decorrer dos anos, “A moda, além vi aNo minha marca pessoal de expressar ser lapidada por meio moda ou, melhor, eu quem somos e da a lapidei para estar em o que pretende- sinergia com um meio o qual eu me identimos ser, é a pri- com ficava. Conforme refinava meira forma de e expunha isso por meio Instagram, sentia que como seremos do as portas se abriam e novos percebidos.” negócios surgiam. Basicamente, nos dias atuais, é importante não só se colocar no lugar certo na hora certa como também estar com a roupa certa. Usar a moda como estratégia de posicionamento é algo imprescindível, afinal, moda não é apenas a expressão das tendências, ela representa fragmentos de quem você é. A moda, além de expressar quem somos e o que pretendemos ser, é a primeira forma de como seremos percebidos. Experimentar diferentes universos nos estimula e nos motiva a buscar o que de fato melhor nos representa.

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FASHION | BELEZA

Beauté por George Luna, colunista

O poder da make A maquiagem tem diversos signif icados e relaciona-se diretamente com o contexto histórico vivido por quem a utiliza

Nuno Papp

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e você chegou aos tutoriais de maquiagem rosto marcado, com produções que assemelhavam-se às agora e acha que o delineado gatinho é de uma boneca. Não se parece muito com o que vemos uma inovação, saiba que a em muitos tutoriais modernos de beleza Cleópatra e seu squad é que de mulheres asiáticas? “(...) a maquialançaram essa tendência. Isso Aliás, a falta de fronteiras – nas mesmo: alguns estudos apontam que a tendências –, também é algo muito apaigem como uma make começou a ser usada em algumas xonante para mim. No século em que sociedades egípcias para destacar a região ferramenta que vivemos, vejo cada vez mais espaço para dos olhos, proteger a pele de insetos e tem o poder de a inovação e para as escolhas. Há quem até mesmo invocar algo mítico. sinta bonita com os contornos Kardespertar a bele- sedashian Demonizada na Idade Média ou – que ousam disputar espaço símbolo de resistência contra o nazismo, za única que cada com as cirurgias plásticas. Mas há, ainda, a maquiagem representa importantes se sinta linda com o natural, os um carrega den- quem manifestações culturais e históricas da detalhes e o básico. Em resumo, essa tro de si.” nossa sociedade. Acho incrível, sobretuevolução histórica reforça o conceito em do, poder acompanhar tendências que que acredito: a maquiagem como uma vão e vêm, adaptando-se aos contextos históricos. Quer ferramenta que tem o poder de despertar a beleza única um exemplo? Nos anos 1920, as mulheres usavam um que cada um carrega dentro de si.

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FASHION | ESTÉTICA

Rinoplastia: mitos e verdades Gustavo Sela, médico especialista em cirurgia da face, tira dúvidas sobre a cirurgia plástica mais procurada em 2020 por Gabriel Sorrentino

Rua Doutor Roberto Barrozo, 1.379/1.381, 2º andar, Mercês, Curitiba/PR Tel.: (41) 98869-3828 | gustavosela.com.br | @drgustavosela_rino

Escaneie o QR code e confira outros mitos e verdades sobre a rinoplastia.

VIEWS OF BRAND ESTE CONTEÚDO É PRODUZIDO POR TVBC – TOPVIEW Branded Content. Trata-se de um conteúdo em formato editorial criado especialmente para o cliente. Esta notificação faz parte da nossa nova política de transparência com o leitor e o mercado anunciante.

DR. GUSTAVO SELA

comum é sangramento em grande quantidade. Nessa situação, o paciente precisa entrar em contato com o seu cirurgião para que o caso seja avaliado. O processo é traumático e a recuperação é lenta? MITO – Varia de paciente para paciente. Depende da reação inflamatória, mas, hoje, temos técnicas mais modernas que fazem com que a cirurgia seja menos traumática. É o caso da rinoplastia ultrassônica, em que usamos um ultrassom cirúrgico para fazer as fraturas dos ossos nasais e na hora de lixar a região do osso. Esse equipamento faz com que haja menos inchaço e roxidão no rosto. Além disso, o paciente consegue voltar às suas atividades mais rapidamente, porque a agressão é um pouco menor do que com a técnica convencional. Na consulta, é possível ter uma prévia do resultado da cirurgia? VERDADE – Em partes, é verdade. Na consulta, eu faço uma simulação computadorizada do paciente, mas sempre oriento que não é uma promessa de resultado. Contudo, é nessa simulação que vou me basear e por meio dela que levarei a programação de cirurgia para o paciente. Na ocasião, consigo mostrar o que acho que precisa ser feito e o próprio paciente pode mostrar o que gostaria de modificar no nariz.

Cristina Haluch

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e acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), em 2020, a rinoplastia, procedimento cirúrgico na estrutura nasal, tirou a lipoaspiração do primeiro lugar em cirurgia estética mais realizada no ano. A procura por um retoque no nariz, inclusive, chegou a ser mais do que o dobro, se comparada à lipo, no Brasil. Por isso, Gustavo Sela, otorrinolaringologista especialista em cirurgia da face, revelou à TOPVIEW alguns mitos e verdades sobre a cirurgia queridinha dos famosos: Posso ter o formato de nariz que desejar? MITO – O formato do nariz será escolhido de acordo com o rosto do paciente. Vários fatores influenciam na hora de fazer a cirurgia, entre eles, o tipo de cartilagem que o paciente tem, o formato do nariz e o tipo de pele. Muitas vezes, não conseguimos fazer um nariz do jeito que o paciente gostaria, porque, muitas vezes, aquele nariz não irá se adequar ao formato do rosto e do corpo. Precisamos enxergar o paciente como um todo. O nariz pode sangrar após a cirurgia? VERDADE – Geralmente, nos primeiros dias após a cirurgia, é comum escorrer um pouco de sangue do nariz. Isso vai diminuindo dia após dia. O que não é

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Fotos: Ryco

Danuza Roderjan.

Mariana Gaião.

Vanessa Jamus.

Deborah Pedrazzani.

Barbera van den Tempel.

Sabrina Rui.

Cris Castellon.

Harlen Brandão.

Judy Nunes.


Claudia Trotta.

Daniela Frare.

Katia Campos.

Dani Caron.

Natasha Ugolini.

Decoração Simone Nejm e Tina Gabriel.

Sueli Ramos.

Dani Brum.


FASHION | MODA

Os maxivolumes nos casacos estão com tudo para esta estação, cheios de bossa, com peças amplas também na parte de baixo e muitos plissados. Glória veste saia e jaqueta Max Mara. Rodrigo veste pantacourt plissado e trench coat vinílico Max Mara.

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ART'EM MOVIMENTO A dança, apreciada por seus movimentos, é colocada em destaque neste editorial de moda, a f im de dar vida à potência cultural do Teatro Guaíra, palco de apresentações marcantes e históricas do grupo de bailarinos do qual fazem parte os artistas deste shooting

Bailarinos (Teatro Guaíra): Rodrigo Leopolldo e Glória Candemil Styling: Andrea Gappmayer Assistente de Styling: Letícia Batsef Fotos: Nuno Papp Assistente de Fotografia: Matheus Rhinow Beauty e Cabelo: George Luna Produção Executiva: Maria Miqueletto e Thaís Mota Tratamento de imagem: Helton Oliveira

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Movimentos leves também precisam de tecidos fluidos. Aqui, a sensação da peça é traduzida de forma perfeita, como deve ser um look confortável. Rodrigo usa vestido assimétrico NovoLouvre e camisa de linho Osklen.


Transparências e sobreposição para criar a dramaticidade que o look pede. O peso do couro a laser pode ser incrivelmente adicionado à leveza do tule. Juntos, eles criam essa imagem balanceada e com textura. Glória veste saia com recortes à laser Felicia Pretto com sobreposição de chemise a laser Felicia Pretto e, por cima, vestido de tule Osklen.


O conforto já tomou conta dos looks desde 2020 e, para 2021, não irá sair de cena. Tecidos gostosos ao toque do corpo ainda são a grande pedida. Glória usa vestido Fit e camisa manga volumes NovoLouvre. Rodrigo veste calça Zapalla com quimono NovoLouvre e cordas de acervo.


A assimetria no mix de peças também tem vez, seja em uma peça única ou na combinação de duas para criar o efeito desejado. A intenção é desconstruir para construir. Glória usa vestido nude NovoLouvre com sobreposição de vestido preto Camyla Costa. Rodrigo usa camisa NovoLouvre e calça Zapalla, com tecido de acervo.


O minimalismo toma conta em um contraponto ao excesso e à falta que tivemos. Balancear tudo isso no look é desejo. Glória veste cropped e hot pant NovoLouvre. Rodrigo veste hot pant NovoLouvre.


A simbiose artística une almas, corpos e matéria, em uma evidência de traços e formas. Glória usa gola alta e muscle tee Mixed. Rodrigo veste macacão Osklen.

Assista ao making of deste editorial de moda no novo portal da TOPVIEW.


Estilo

a seção de arquitetura, decoração, gastronomia, viagem e luxo

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A A R T E D E E M P R ATA R A tradicional expressão “comer com os olhos” ganhou um novo status nos últimos anos. Reality shows sobre gastronomia, programas que exploram novos sabores e documentários como o Chef’s Table, da Netflix, colocaram o empratamento em evidência, mostrando que um prato de comida é, sim, uma verdadeira obra de arte.

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E S T I L O | C U LT U R A

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Corpo Suspense O artista plástico André Baía produziu uma obra exclusiva para a TOPVIEW com técnicas de desenho de contorno cego

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esenhar pessoas ou objetos sem olhar para o papel é como a técnica de desenho de contorno cego pode ser definida. Baseando-se nesse método, que é utilizado na arte contemporânea, o artista plástico André Baía, paulistano radicado em Curitiba, produziu com exclusividade para a TOPVIEW a obra Corpo Suspense para compor o editorial desta edição. "Quando conheci essa técnica, ela chamou bastante minha atenção e, por isso, quis implementá-la no meu trabalho. Como o próprio nome já diz, o desenho é feito sem que eu veja o que sai no papel. Acabo tendo que abraçar o erro, o que sai espontaneamente. Então, ressaltar isso na tela realmente foi bem interessante como proposta de corpo artístico", explica ele. No processo da obra feita para a TOPVIEW, Baía conta que buscou valorizar as linhas, os contornos e, sobretudo, o acaso. "O uso do preto e branco ressalta ainda mais a valorização das linhas. É uma técnica que exige muita concentração, porque você fica com vontade de olhar. Contudo, mantemos a visão fixa na pessoa ou no objeto a ser retratado, sem olhar para o quadro, deixando a mão ir pintando instintivamente", conclui André. ■

ESTE CONTEÚDO É PRODUZIDO POR TVBC – TOPVIEW Branded Content. Trata-se de um conteúdo em formato editorial criado especialmente para o cliente. Esta notificação faz parte da nossa nova política de transparência com o leitor e o mercado anunciante.

VIEWS OF BRAND

por Gabriel Sorrentino

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01. Corpo Suspense, 2 x 2,5 m). 02. Seek or Be Lost, 120 x 80 cm). 03. Sem Título, 100 x 80 cm).

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ESTILO | ARTE

Pinceladas na história do Paraná Conheça 10 nomes importantes das artes visuais do nosso estado

CARLOS EDUARDO ZIMMERMANN Foi um dos maiores artistas contemporâneos do Paraná. Sua arte é caracterizada pelo perfeccionismo com que desenhava detalhes do real, como envelopes, embrulhos, barbantes, cortinas e papéis levitando, dando-lhes um clima de irrealidade e mistério.

por Redação

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aízes artístico-culturais são contempladas na riqueza histórica do estado paranaense, que acolheu imigrantes de diversos países e muitas histórias ao longo dos séculos. Confira a seguir 10 nomes que abrilhantaram as artes visuais no Paraná a partir da curadoria realizada pela galerista Zilda Fraletti.

ANDRÉ MENDES A obra de André Mendes transita entre a pintura, o muralismo e as intervenções espaciais integradas à arquitetura. Realizou murais gigantescos e muitas exposições nacionais e internacionais. É arte-educador e cria oficinas para escolas, hospitais infantis e públicos de todas as idades.

Obra: Zimmermann, “Embrulho Vermelho Fechado”, pastel encerado, 100 x 100 cm, 2017.

Obra: Olha, tinta acrílica s/ tela, 100 x 200 cm, 2020.

E D UA R D O F R E I TAS

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Eduardo Freitas pesquisa os conceitos relacionados à forma, matéria, hibridação, corpo e tradição. Tem exposto regularmente desde 2004 e recebido diversos prêmios em concursos de arte nacionais e internacionais. Atualmente, vive e trabalha em Portugal.

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Obra: Descanso dos Ossos 2, almofada e osso confeccionados em cerâmica, 95 x 50 x 40 cm, 2018.


JULIANE FUGANTI Juliane Fuganti é fascinada pelos mangues. Restos de marés vazantes, esses mangues sustentam um ecossistema e tornam-se para a artista um lugar de aconchego, um porto seguro. Exímia gravurista e professora, tem um vasto currículo e, em 2018, expôs uma série de fotogravuras e pinturas no MON.

MARCELO PACIORNIK Autor de vasta obra, desenvolveu uma linguagem única, de grande valor artístico. Extremamente criativo, reinventava-se incessantemente em pesquisas filosóficas e técnicas. Deixou-nos prematuramente em março de 2020, aos 49 anos.

Obra: Série Jardins Imprevisíveis, acrílica sobre foto em tela, 117 x 88 cm, 2017.

Nas pinturas de Marcelo Conrado, nenhum excesso interessa. Sua paleta, de longa data, é sinônimo de síntese: o preto, o branco e suas variações. As mãos do artista formam linhas e áreas densas que exprimem energia e estabelecem relações com o trajeto da vida e a permanente busca pelo equilíbrio.

Obra: Sem Título, acrílica sobre tela, 1,96 x 1,66 m, 2019.

Obra: Beijo do Anjo, óleo sobre tela, 180 x 180 cm, 2015.

MARIA CHEUNG Ceramista chinesa naturalizada brasileira, desenvolve arte conceitual, resultado do resgate das suas raízes. Acumulou vários prêmios, realizou inúmeras exposições aqui e no exterior. Em 2020, foi o 1º lugar no Prêmio Jornada em Reconhecimento à Trajetória, no Paraná. Obra: Olhos para Infância, cerâmica e metal, 2 m x 0,40 cm x 0,40 cm, 2019. Obra do acervo do Fuping Pottery Art Village - China.

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MARCELO CONRADO

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ESTILO | ARTE

ROGERIO GHOMES Sua trajetória é marcada pelo uso da linguagem fotográfica, em que o silêncio predomina. Muitas vezes, a imagem é associada à palavra. Suas obras estão em importantes acervos, como no da Coleção Pirelli-MASP de fotografia, MAM-SP, MAC-USP, Fundação McLaren, entre muitas outras.

ROSSANA GUIMARÃES Seu trabalho poético está sempre ligado à natureza. Nas fotos de céu e nuvens (Aberturas Para um Espaço de Liberdade e Sonho), reflete sobre as pessoas andarem com a cabeça baixa, olhando o celular, enquanto cenários fabulosos estão se movimentando no céu, entre nuvens e luzes extraordinárias. Obra: Nada Mais Útil Que o Silêncio, impressão de pigmento mineral sobre museum pró canvas, 385 g, 80 x 120 cm, 2020.

VERÔNICA FILIPAK

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Verônica discute a estética por meio de campos de cor produzidos por linhas e tecidos. Participou de exposições nacionais e internacionais, como a Bienal Internacional de Arte Têxtil Contemporânea em Madrid e o Quilt Museum em Paducah, EUA.

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Obra: Nem Tanto ao Céu, Nem Tanto ao Mar (detalhe), costura sobre feltragem a seco em tecidos diversos, 110 x 49,5 cm, 2020.

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Obra: Sem Título, fotografia colorida impressa em tela, 120 x 100 cm, 2018.


E S T I L O | C U LT U R A

A cultura japonesa invade o MON

de conquistar prêmios como a da The Photographic Society of Japan, na categoria Lifetime Achievement Award. Para ele, o ato de fotografar consiste em apenas um clique. “Não há nada de desafio. Eu gosto de tirar fotos, então não tenho nada a reclamar”, afirma Ishikawa em entrevista à TOPVIEW. “Japonésia” foi apresentada de forma inédita na América Latina entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 pela Japan House São Paulo. Com curadoria de Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da instituição nipônica, a exposição reúne 74 fotografias, resultado de várias séries realizadas por Ishikawa entre 2009 e 2019. A mostra revela particularidades do arquipélago japonês, ressaltando sua diversidade de paisagens e culturas, levando os visitantes a uma verdadeira expedição por um Japão múltiplo. O termo Japonésia foi criado e conceituado pelo escritor japonês Toshio Shimao, com a intenção de enfatizar que o país é um conjunto de ilhas, indissociável, embora multicultural. “Acredito que cada um dos visitantes tenha as próprias imagens com relação ao Japão. Mas gostaria que os visitantes olhassem as fotos descartando toda a imagem pré-concebida do país. Com isso, acho que enxergarão um novo Japão, que se apresentará como uma série de arquipélagos”, sentencia o fotógrafo. A exposição fica em cartaz até 11 de abril e faz parte de uma série de ações de intercâmbio programadas pelas duas instituições que prevê, ainda, outras atividades culturais e educativas, a serem realizadas de forma conjunta. ■

Parceria da Japan House São Paulo com o Museu Oscar Niemeyer traz a exposição Japonésia, do fotógrafo Naoki Ishikawa, a Curitiba

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otografar de maneira analógica as paisagens das terras japonesas, trazendo um olhar singular para a interação entre a natureza e a presença humana e seus traços culturais nesses locais. Essa é a proposta do jovem fotógrafo Naoki Ishikawa com a exposição Japonésia, que chega a Curitiba (PR) e pode ser conferida no Museu Oscar Niemeyer (MON) a partir de uma parceria com a Japan House São Paulo. Considerado um dos artistas mais relevantes no cenário atual da fotografia no Japão, Ishikawa possui uma extensa trajetória artística e vem mostrando seu trabalho com muito sucesso na Ásia e nos Estados Unidos, além

Conheça mais detalhes sobre a exposição Japonésia no novo portal da TOPVIEW.

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por Paulo Camargo, colunista

O mestre do melodrama hollywoodiano A influência do diretor Douglas Sirk no cinema alemão, norte-americano e brasileiro – e o menosprezo do melodrama

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melodrama, por muito tempo, foi menosprezado como um gênero popular demais, destinado ao público feminino norteamericano que frequentava os cinemas à tarde, enquanto os maridos trabalhavam, para fugir da realidade, sonhar (e chorar) um pouco. Histórias dramáticas, caudalosas, marcadas por reviravoltas por vezes inverossímeis, sempre sob o compasso de trilhas sonoras feitas para emocionar (o tal “melos”, de “melodrama”). Essas histórias não eram levadas a sério – salvo por suas fiéis espectadoras. Até que os acadêmicos e pesquisadores de cinema, nos anos 1960 e 1970, na esteira do movimento crítico iniciado pela revista francesa Cahiers du Cinéma, começaram a olhar para esses filmes de outra forma. O diretor alemão Douglas Sirk foi elevado da condição

de hábil artesão – um faz-tudo dos grandes estúdios de Hollywood – a grande criador e observador crítico da sociedade norte-americana de seu tempo, quando títulos como Tudo o Que o Céu Permite (1955), Palavras ao Vento (1957) e Imitação da Vida (1958) passaram a ser vistos com outros olhos. Por baixo do excesso formal, das vastas emoções esparramadas pelas tramas arrebatadas, feitas sob encomenda para emocionar o grande público, havia contundentes comentários sobre a condição da mulher, o patriarcalismo, a distinção entre classes e o racismo, entre outras mazelas varridas para baixo dos tapetes das confortáveis cidades da classe média americana do pós-Segunda Guerra Mundial. Sirk era um historiador da arte quando iniciou sua carreira como diretor no teatro alemão dos anos 1920

Cena de Palavras ao Vento: objetos fálicos na cômoda e o espelho, ao lado da cama, representando a frustração da personagem da Lauren Bacall em seu casamento. Na imagem refletida, vê-se apenas um fragmento da imagem do marido (vivido por Robert Stack). No centro do espelho, refletido por inteiro, o amante (interpretado por Rock Hudson).

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Douglas Sirk (de óculos), com Rock Hudson, Jane Wyman e Agnes Moorehead no set de Tudo o Que o Céu Permite (1955).

e, mais tarde, essa formação teve impacto definitivo em seus trabalhos como cineasta. Influenciado pela estética do Expressionismo, em particular a projeção do psiquismo dos personagens para o espaço externo por eles habitado, em sua geografia, o cineasta trouxe essa visão estética a Hollywood, sobretudo para os melodramas que realizou na Universal Studios na década de 1950. Também foi influenciado pelo teatro político de Bertolt Brecht e usou técnicas de distanciamento, com o objetivo de provocar espectadores mais críticos e ativos: seus personagens estavam sempre inseridos em contextos sociais muito detalhadamente construídos por meio da direção de arte – da cenografia aos figurinos. Sua mise-en-scène utilizava muitos recursos, entre eles, espelhos e superfícies reflexivas, para sugerir identidades múltiplas ou divididas; espaços físicos muito definidos, quando não segregados, para caracterizar seus personagens e seus universos particulares; e o uso de cores, a fim de destacar traços sociais e psicoemocionais dos protagonistas. Por muito tempo, Sirk foi considerado um cineasta menor – o próprio melodrama era considerado um gênero vulgar –, tanto que jamais foi indicado ao Oscar de melhor direção. Foi o cineasta suíço-francês Jean-Luc Godard, um dos precursores da Nouvelle Vague, quem começou a escrever artigos e críticas mais aprofundadas, – e elogiosas – a respeito de seus filmes na revista Cahiers du Cinéma, o que iniciou um lento movimento de recuperação crítica em torno do diretor.

Outro dos grandes seguidores foi o também alemão Rainer Werner Fassbinder, que trouxe para sua obra, sobretudo em filmes como O Casamento de Maria Braun, Lili Marlene e O Desespero de Veronika Voss, muitos dos traços estéticos do cineasta. No cinema contemporâneo, a influência de Sirk está presente na filmografia de diretores importantes, como o espanhol Pedro Almodóvar (Tudo Sobre Minha Mãe) e o norte-americano Todd Haynes, que fez sua versão pessoal de Tudo o que o Céu Permite em Longe do Paraíso (2002), estrelado por Julianne Moore. No Brasil, Karim Aïnouz, de Madame Satã, Praia do Futuro e A Vida Invisível, também é confesso admirador de Sirk e o tem como forte referência na construção de seus filmes.

“No cinema contemporâneo, a influência de Sirk está presente na filmografia de diretores importantes, como o espanhol Pedro Almodóvar (...)” topview.com.br

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Brasilidades por Adriano Tadeu Barbosa, embaixador

A identidade em palavras Reuni elementos que fazem parte do meu repertório e decidi criar um novo livro – o qual espero que faça parte da sua lista de leitura

Fabiana Copetti

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ulturalmente, somos ignorantes por nem mas, para sermos mais exatos e buscarmos como, em sempre buscarmos o real significado das sociedade, podemos construir a nossa cultura e a nossa coisas, por não observarmos as mudanças identidade, vou compartilhar a indicação de leitura do e comportamentos do mundo e das pesque garanto que poderá impulsionar essa evolução: soas e por não entendermos de arte e suas meu livro Marketing Pessoal (Não) é Para Todos, pela formas de expressão. A cultura é formada por todos, Brazil Publishing. mas não se integra da mesma forma com Para escrever, busquei resultados cada indivíduo e seus aprendizados. que a vida e a carreira me trouxeram ao “Ao falar dos trabalhar com o marketing pessoal em Para progredirmos, devemos observar a evolução e revisitarmos o homo sapiens, livros, podemos diversas profissões, em várias regiões do as revoluções pelas quais a humanidade e fora dele, colhendo significados observar que o Brasil passou, como a agrícola e a industrial, os e entendendo que isso somava à minha mercado está cultura. períodos históricos que moveram nossos feitos ao longo dos anos e o impacto A cultura de compartilhar, que em transforma- aprendi que a tecnologia nos trouxe, incluindo a em sala de aula e palestras, como ção, com novos professor e aluno, e que segue na essência forma que registramos todos os pensamentos e aprendizados da nação. consumidores que tenho de querer evoluir, assim como Como os livros, unindo a escrita criavocê, apostando que o ato de aprender e potenciais (...)” estar aberto aos significados, em transforda pelos sumérios 3.200 a.C. ao avanço da Idade Média, com a invenção da prenmação, é que pode nos trazer respostas. sa, que ajudou a eternizar pensamentos e significados. Respostas que nos sugerem estar em constante Ao falar dos livros, podemos observar que o mercado transformação para melhorar nossos conjuntos de está em transformação, com novos consumidores hábitos e manifestações, individuais e em sociedade. potenciais – o que foi observado por autores e editores Concordamos nessa parte? Boa leitura e obrigado. em 2019 e publicado pela Agência Brasil. Você pode encontrar mais sobre meu livro em adrianoEsse assunto, inclusive, poderia virar um livro, tadeubarbosa.com.

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Por trás do hit Para a ascensão das músicas de sucesso, há uma equipe inteira trabalhando — principalmente o compositor por Gabriel Sorrentino

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m 2019, a receita total do mercado mundial de música gravada cresceu 8,2%, atingindo US$ 20,2 bilhões, de acordo com um relatório divulgado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). Apesar dos números parecerem animadores para os profissionais do setor, cada vez mais, os compositores das canções lutam para conquistar o reconhecimento, já que todo o glamour fica nas mãos dos intérpretes. Para facilitar, promover e conectar os fãs com os criadores de seus hits favoritos, o Spotify lançou o hub “Compositores”, que agrega uma extensa coleção de topview.com.br

playlists written by – com compositores populares – e uma playlist rotativa de destaques. “Os compositores costumam estar nos bastidores e não na frente – com seus nomes listados nos créditos e a amplitude de suas contribuições são conhecidas apenas por membros da indústria. No Spotify, temos o compromisso de apoiar compositores em todo o mundo e criar mais oportunidades para eles”, divulgou a plataforma, em seu anúncio oficial. A União Brasileira de Compositores (UBC) também é uma instituição que luta constantemente pelo reconhecimento dos profissionais. “Há quatro anos, produzimos o Prêmio UBC, realizado no Dia do Compositor, que tem como intuito destacar e homenagear quem faz a música acontecer. Já homenageamos Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Milton Nascimento e Herbert Vianna pelo conjunto de suas obras”, conta Vanessa Schutt, gerente de comunicação da organização. Para o cantor e compositor Filipe Toca, de todo o efeito que a música causa no ouvinte, boa parte é responsabilidade de quem compõe a canção. “Claro, há uma parcela muito grande também de quem interpreta, mas é preciso lembrar que o compositor está, sim, em pé de igualdade com o cantor”, argumenta o artista, que afirma também ser necessário um esforço maior, tanto das plataformas de streaming quanto das gravadoras, para evidenciar o nome de quem escreveu e produziu o hit. Hoje, é comum que muitas pessoas ainda usem músicas sem pedir autorização, seja ao compositor ou, quando existe, ao “ (...) é preciso editor da sua obra. Vanessa lembrar que Schutt, contudo, reitera que o pedido de autorio compositor zação é obrigatório para está, sim, em uma gravação: “Na época das eleições, isso acontece pé de igualdade ainda mais, quando criam jingles políticos. Portanto, é com o cantor.” imprescindível que os com- – Filipe Toca positores sejam informados nos créditos, nas rádios, nas fichas de execução em rádios, na TV. Dessa forma, terão seus créditos morais preservados e ainda receberão pela execução de suas obras”, conclui a gerente de comunicação da UBC.


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Campos Gerais por Paulo Ricardo Campos, convidado de Ane Calixto Ruh embaixadora

Arte: um movimento plural Torne-se um consumidor de arte e descubra novos horizontes

“A arte possibilita um diálogo com quem a observa, sendo sinônimo de expressão de sentimentos, emoções, revoltas e traumas.”

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Acervo pessoal

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arte é uma das formas de representação da sociedade e uma forma de manifestação social. Desde sempre, ela tem algo a nos dizer, seja da maneira mais rudimentar até a mais glamorosa – esta última geralmente assinada por grandes mestres. Os artistas, portanto, têm sido parte importante da história e das transformações vistas no mundo. O período no qual viviam fica claramente definido em suas obras por meio de movimentos e acontecimentos que ficaram marcados. Para alguns de nós, nosso primeiro contato com a arte é na escola e, na maioria dos casos, não somos estimulados a mergulhar nesse universo incrível e transformador. Quando você buscou a arte pela última vez? Na sua última viagem, visitou algum museu? Você tem obras em casa? Se não investirmos em educação, não teremos novos poetas. Se não investirmos ou valorizarmos a arte, não teremos novos artistas. A valorização da nossa categoria começa pelo básico, o reconhecimento e o apreço por esse mercado. Você se considera consumidor de arte? Se ela é tão benéfica para a sociedade, imagina o quão bem pode fazer para você. Conviver com ela é algo sensorial. Sentir-se tocado e ter o coração afagado todos os dias é uma experiência ímpar – e está ao nosso alcance. Procure saber quem são os artistas da sua região, o que cada um expressa, qual estilo ou técnica combina mais com o seu gosto. As obras se tornam instrumentos de transmutação e sentido. O benefício é geral: proporciona uma economia circular e sustentável, gera autoconhecimento e dá identidade e vida à sua casa. Se iniciarmos esse movimento, quem sabe a arte volte a ter o destaque e a importância que merece. A arte possibilita um diálogo com quem a observa, sendo sinônimo de expressão de sentimentos, emoções, revoltas e traumas. Uma forma de ver, se entender (e entender o outro) e evoluir. Eu enxergo como uma viagem encantadora e renovadora para dentro de si. Vamos nessa juntos? Que tal fazer parte da história e se tornar um consumidor?

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ESTILO | VIAGEM

por Camila Neves, colunista

Paris sem fim Capital mundial da alta-costura e com vida cultural efervescente, a Cidade Luz está no topo da lista de destinos clássicos que jamais saem de moda

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título de metrópole mais popular do mundo – e sua consequente saturação de visitantes anuais – não diminui o charme de Paris. Pelo contrário: a cidade é inabalável. Mantém a tradição com pitadas de modernidade e lança tendências como nenhuma outra. Há quem vá para apreciar e estudar a arquitetura de suas construções monumentais. Há os românticos, que preferem passeios a dois às margens do Sena. Os apaixonados por arte e cultura se esbaldam no número surpreendente de museus e galerias. Os bons de garfo não dispensam jantares em restaurantes renomados. Já os fashionistas têm destino certo: a “hypada” Rue du Faubourg Saint-Honoré. Versão mais luxuosa e elegante da Oscar Freire, em São Paulo, a rua conta com lojas de grifes como Hermès, Burberry e Christian Louboutin, além de milionários hotéis cinco estrelas. Pertinho dali, estão

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as famosas Galleries Laffayette – paraíso para os amantes das compras – e a Place Vendôme – endereço das joalherias mais exclusivas e do lendário Ritz. Mas é pelo La Réserve que nosso coração bate mais forte. Em localização privilegiada, no número 42 da Avenue Gabriel, o hotel tem vista fácil para a Torre Eiffel, o Pantheon e o Grand Palais. A decoração, toda em estilo clássico, elegante e discreto da Paris do século XIX, é assinada pelo arquiteto Jacques Garcia. É fácil se sentir em casa. Ainda tem uma biblioteca de cair o queixo, uma piscina coberta de 16 metros (raridade em Paris!) e o primeiro spa da marca suíça Nescens do planeta. Não à toa, é um dos mais concorridos durante as temporadas parisienses de moda. Não importa se é sua primeira ou centésima visita à capital francesa, os sabores do lugar sempre surpreendem: queijo, foie gras, crepe, croissant, éclair, tarte tatin, pain au chocolat e macaron são calorias

“(...) a cidade é inabalável. Mantém a tradição com pitadas de modernidade e lança tendências como nenhuma outra.” obrigatórias. Especialmente se consumidas nas mesinhas externas de endereços como o Café de Flore, preferido do lendário Karl Lagerfeld, no boêmio bairro de Saint-Germain-des-Prés. Das atrações clássicas que são a cara de Paris, destaque para a Ponte Alexandre III, presente do Tsar Alexandre III da Rússia para a França por ocasião da Exposição Universal de Paris de 1900, e o Louvre, em uma experiência que vai muito além das vedetes Vênus de Milo e Mona Lisa. Quem curte arte não pode deixar de ir também ao Musée d’Orsay, dedicado ao impressionismo, e ao Centre Pompidou, de arte contemporânea.


ESTILO | BEBIDAS

Vinosophie por Elis Cabanilhas Glaser, colunista

A volta do vinho com gelo Aproveite essa opção de bebida para se refrescar de frente para a piscina ou para o mar

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tendência dos vinhos com gelo voltou com tudo nesta estação! Apesar da prática ser considerada um sacrilégio pelos especialistas mais tradicionalistas, a moda, na verdade, é ser autêntico e se deixar levar pelo gosto e pelo momento. Elaborados de uma forma já pensada para serem consumidos dessa maneira, vinhos servidos com gelo têm tudo a ver com a estação mais quente do ano. Disponível apenas durante a temporada de verão nos principais hotspots do país, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis, a Moët & Chandon celebra

a temporada de calor com a Moët Ice Impérial (R$568) e a Moët Ice Impérial Rosé (R$ 625), um champagne que quebra, em grande estilo, todas as regras e tradições do mundo das borbulhas. O frescor e o poderoso aroma de frutas tropicais de Moët Ice Impérial e Moët Ice Impérial Rosé fazem parte de toda uma experiência degustativa. Para começar, a bebida deve ser sempre servida em taças de boca larga de estilo Cabernet e com três cubos de gelo, a fim de a textura e o sabor sejam realçados. A bebida traz o conceito de ice summer, podendo ser apreciada tanto pura, com gelo, como em drinks de verão com sabores personalizados com

outros ingredientes, como folhas de hortelã, lascas de casca de limão ou grapefruit, raspas de gengibre ou frutas vermelhas, como morangos e framboesas. Já o lançamento da importadora World Wine é o rosé Tous a La Mer (R$ 118), um vinho leve e refrescante sugerido para beber com gelo. Elaborado com uva Cinsault, apresenta a doçura da casta. Com boa acidez, revela frutas vermelhas frescas e notas florais, remetendo ao clássico rosé da costa francesa. Com ou sem borbulhas, são sugestões perfeitas para serem apreciadas em um dia quente de verão, seja na piscina ou de frente para o mar.

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Saiba mais sobre essas opções de bebidas no novo portal da TOPVIEW.

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A herança da humanidade A arte imita a vida ou a vida imita a arte? Até que ponto é possível entender e prever essa grande simbiose inerente do ser humano? por Camila Borba

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armem Miranda, Audrey retratar e reinventar o mundo que o cerca por Hepburn, Cândido Portinari, Fred meio dela. Astaire, Leonardo da Vinci, AnitMilhares de anos já se passaram desde o ta, Salvador Dalí, Wes Anderson, início da sociedade e, até hoje, não existe uma Vik Muniz, Zaha Hadid, Banksy, definição concreta do que é arte, pois ela é um Fernando Pessoa, Marina Abramovich, David organismo vivo, em constante mudança, e está Bowie, Paulo Leminski, Tarsila do Amaral, presente no mundo desde que o homem está Michelangelo, Martha Medeiros, Chacrinha, nele. Para Leonardo de Mattos Neves, sócio do Tomie Ohtake [insira aqui infinitos nomes de coletivo criativo I Hate Flash, que reúne artisartistas memoráveis] e todas as outras mentes tas de várias vertentes, a arte é comunicação. brilhantes que passam boa parte de suas vidas “Representar uma história, uma sensação ou inspirando a sociedade com as um sentimento subjetivo fisicasuas mais variadas formas de mente em uma imagem, som, “Em geral, eu expressões artísticas. Sem dúvisabor, objeto. É trazer uma das, você é uma dessas pessoas. sinto que a arte se coisa de outra dimensão para a Afinal, a arte está em todos os material”, explica. retroalimenta da realidade lugares – mesmo naqueles em Para Carolina de Souza sociedade, pois Huller, de apenas 8 anos, a arte que, muitas vezes, passam-nos despercebidos, na correria do tudo. “Eu vejo a arte em todo os rumos da arte élugar, cotidiano. igual quando eu fui à seguem de acordo praia: eu tive vontade de fazer Em 2000, a cantora Marisa Monte compôs uma música em história sobre ela, para não com as mudanças uma homenagem póstuma ao Profeesquecer [minhas experiências], ta Gentileza, um artista de rua na sociedade e mas, quando eu leio livros, que ficou conhecido nos anos também tenho ideias para criar vice-versa.” 1990 por fazer inscrições pecuos meus próprios desenhos e liares, como a famosa “Genti– Clarissa Ribeiro histórias”, relata a pequena. leza Gera Gentileza”, nas pilasPode parecer incomum trazer tras do Viaduto do Gasômetro, para essa discussão a opinião de no Rio de Janeiro. A canção de Marisa lamenta uma criança, mas o ponto que deve ser obserque os famosos versos de Gentileza estavam vado é que a inocência e a falta de problematisendo tapados pelo vandalismo. Em uma das zação ao redor da arte fazem com que a visão frases, ela diz: “O mundo é uma escola/ a vida dela seja simples e muito mais clara do que a de é um circo/ 'amor' palavra que liberta/ já dizia quem já viveu por mais tempo. Quando queso profeta.”. E isso nos mostra que Edmund tionada se é possível viver sem arte, outra aula: Burke – filósofo irlandês que viveu no século “Não tem como, pois sem ela, nós não seríamos XVI – estava certo quando afirmava que a arte criativos e não conseguiríamos resolver muitas é inerente ao homem, analisando sua missão de coisas.”

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Muro das Memórias, em São Paulo.

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E S T I L O | C U LT U R A

Cesar Brustolin, SMCS | Cido Marques, divulgação | Ricardo Marajó, FAS | Daniel Castellano, SMCS | Divulgação

Escalada cromática, de Barbera van den Tempel.

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Seguindo o raciocínio de que a arte está em tudo, Lio Soares, do trio curitibano Tuyo – composto também por sua irmã Lay Soares e Jean Machado –, afirma que a arte está em nosso cotidiano, só que nós esquecemos ou somos ensinados a não perceber. “O bordado que a vizinha fez na almofada, a canção de ninar, o pagode do churrasco. Talvez, a ideia de que, para ter acesso, à arte seja preciso visitar museus, viajar para Europa ou pagar ingressos caros de shows internacionais – que é um movimento legal, sim, mas não é exclusivo, não pode ser excludente – acaba embaçando a nossa visão”, ressalta a cantora. A construção do ser A arte é reflexo da história e da cultura vivenciada por uma pessoa. A forma como um adulto entende a arte depende da observação, do questionamento e do acolhimento ao que é visto, ouvido ou sentido. Para a criança, essa manifestação é algo natural, em que ela não entende que está expressando suas vivências e seus sentimentos – mesmo que poucos ou não tão intensos – em uma expressão artística, seja uma pintura, um desenho, uma colagem ou o que quer que seja a forma escolhida por ela para ser a sua ponte de comunicação. A arte, para os pequenos, é um impulso pelo qual eles podem expressar suas percepções de mundo, que ainda estão sendo construídas. A professora de artes do ensino fundamental, artista plástica e arteterapeuta Cibele Marion Sisti enfatiza que a arte precisa ser senti-

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da e vivida. “Ao nascer, a criança é herdeira natural da cultura universal, ela se depara com a linguagem, com os objetos, com os signos da sociedade de sua época, ela recebe muitas informações do contexto em que está inserida”, explica ela. É por meio da arte que as crianças começam a expressar seus sentimentos. Esse estímulo é importante para o desenvolvimento de diferentes aspectos durante seu crescimento – não só intelectual como motor, criativo, social e emocional. A artista plástica holandesa Barbera van den Tempel, radicada no Brasil desde 1983, após se casar com um brasileiro, conta que, na Europa, as aulas de artes são muito comuns em todas as escolas e que a arte faz, sim, parte do cotidiano. “No Brasil, isso é bem menos comum – e, consequentemente, a arte não tem a mesma presença na vida do brasileiro”, pondera. O filósofo Paulo Freire, considerado um dos maiores educadores brasileiros, entende que a relação entre a arte e a educação é algo contingente e necessário. Para ele, a própria educação é uma forma de arte, visto que ela é um ato de conhecer algo. A artista visual Livia Fontana é formada em Publicidade e, após trabalhar na área, percebeu que gostaria de se dedicar ao tema, pois sempre foi o que amou fazer. “A verdade é que sempre vivi a arte. Dançava e fotografava quando criança e sempre convivi com pinturas, de forma que o interesse foi se desenvolvendo naturalmente. Percebi que era algo potente como meio de me comunicar com o mundo”, conta a artista. A arte acaba, portanto, representando a própria sociedade. O sócio do I Hate Flash acredita que o que é produzido é um reflexo dos anseios, dramas, alegrias, expectativas e desilusões de uma população em um determinado período. “A sociedade constrói cultura na rua, nas relações, no dia a dia, e a arte a representa”, enfatiza Neves. Clarissa Ribeiro, diretora, montadora e artista visual, entende que a arte na sociedade pode representar algo político, estético, geográfico, climático e o que mais se quiser, pois ela é infinita. “Em geral, eu sinto que a arte se retroalimenta da sociedade, pois os rumos dela seguem de acordo com as mudanças na sociedade e vice-versa”, explica Clarissa. Maria Conceição Brenneisen Calberg é aposentada, foi dona de 11 bares de teatros de São Paulo nos anos 1990 e, por conta disso, afirma que uma sociedade sem cultura é uma “Ao nascer, a criança é sociedade herdeira natural da culsem vida. “A arte é uma tura universal, (...) ela ponte para recebe muitas informao passado, o presente ções do contexto em que e o futuro. está inserida.” Ela ajuda a marcar – Cibele Marion Sisti o tempo e


a construir a história para as gerações que estão por do cotidiano do homem, retratando suas experiências, vir”, ressalta. Para que esse fluxo natural permaneça, é ela passa também a conquistar espaço nesses locais de necessário fazer com que as pessoas continuem vendo preservação. Atualmente, um museu é capaz de abrigar valor na arte, mas não só nas grandes obras, de artistas exposições e ser palco para peças de teatro e shows, sala consagrados, e, sim, na arte cotidiana. A base para isso de aula, local para desfiles de moda, congressos e tudo é continuar incentivando as crianças com educação o que o espaço suportar, já que ele pulsa cultura. artística, fazendo com que elas abusem da criatividade Devido ao isolamento social, essas formas de viver a para permanecer com um olhar sensível e apurado para arte, assim como tudo, também mudaram. Mas muitos as diferentes manifestações culturais que diariamente museus e espaços de memória intensificaram seu conas impactam. teúdo virtual, a fim de continuar propiciando conhePara eternizar cimento, alento e descontração, de maneira remota. O A máxima “quem vive de passaMuseu Oscar Niemeyer (MON), do é museu” é usada popularmente por exemplo, um dos mais renomapara se referir a pessoas que vivem “No momento atual que dos do país, localizado em Curitipresas ao passado, seja guardando ba, teve uma ótima resposta para às vivemos sem poder objetos de estima ou revivendo vivências e experiências oferecidas memórias e experiências. Mas de viajar ou sair de casa online. “No período de março onde veio isso? Bem, vamos comede 2020, as atividacomo antes, a arte pode adesnovembro çar com a etimologia da palavra online realizadas pelo MON “museu” e sua história. “Museu” nos distrair e trazer cor alcançaram mais de 5 milhões de vem de mouseion, que era o templo visualizações nas redes sociais da nas nossas vidas.” das musas, filhas do deus supremo instituição. Apenas as mediações Zeus com a Mnemosine, deusa da e oficinas artísticas online alcan– Barbera van memória. Elas sempre foram descriçaram um público superior a um den Tempel tas por intelectuais e artistas como milhão de acessos. As tradicionais fonte de inspiração, pois o templo oficinas artísticas do MON, por possuía muitos objetos preciosos que eram oferecidos exemplo, foram adaptadas para serem feitas a distância, às divindades em sinal de agradecimento. “Dessa forcom materiais simples, que geralmente as pessoas têm ma, todo local que tinha um determinado espaço com em casa”, relata Juliana Vosnika, diretora-presidente do o intuito de preservar alguma memória ou conheciMON. mento recebeu o nome de ‘museu’. O primeiro prédio A arte, muitas vezes, é vista como supérflua e quase a ganhar essa denominação foi a Biblioteca de Alexansempre é limada de um planejamento financeiro, seja dria”, conta Vanessa Gonçalves de Vasconcelos Ohara, ele governamental ou domiciliar, quando as contas historiadora, museóloga e doutoranda de História na apertam. Porém, é importante ressaltar mais uma vez Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). que ela é cotidiana. E a pandemia mostrou que, mesmo Quando a Biblioteca de Alexandria foi destruída em momentos difíceis como este em que estamos em 640 d.C., todo o acervo cultural daquele povo foi vivendo, as pessoas não desistem de continuar em perdido, pois todos os registros históricos estavam con- contato com a arte e tudo o que ela representa para a centrados lá. Mas o que isso tem a ver com a arte? Os sociedade. “A música, o cinema e as artes visuais se famuseus tornaram-se importantes locais de preservação zem cada vez mais presentes no nosso cotidiano, como da memória para a sociedade e, como a arte faz parte processos terapêuticos, inclusive”, relembra Clarissa. PARA CONHECER

ESPAÇOS CULTURAIS EM CURITIBA Museu Oscar Niemeyer R. Marechal Hermes, 999, Centro Cívico

Casa Hoffmann

R. Claudino dos Santos, 58, São Francisco

Sesc Paço da Liberdade Pça Generoso Marques, 189, Centro

Museu do Holocausto

Rua Cel. Agostinho Macedo, 248 - Bom Retiro

Calçadão

Rua XV de Novembro, Centro

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O valor merecido A valorização da arte como elemento necessário para a construção e a preservação do homem como personagem ativo da História faz com que ele mesmo sinta essa necessidade de buscar maneiras de manter-se envolvido culturalmente. No Brasil, essas diferenças culturais são muito amplas, visto que o país é enorme, de forma que é difícil condensar os mesmos costumes. “Com isso, acaba que a cultura conhecida fora do Brasil resume-se a futebol e Carnaval, sendo que o país é muito mais do que isso”, comenta Maria Conceição. Para o muralista Eduardo Kobra, que tem obras espalhadas em 35 países, o Brasil tem museus, espaços culturais e exposições tão relevantes quanto os do restante do mundo. “A arte ferve, o país é muito rico culturalmente. Cada estado tem seus costumes, suas manifestações, seu folclore e sua arte, que são muito peculiares em cada pedaço do Brasil. A grande questão é a permissão e a entrada para que todos tenham acesso a isso, porque as periferias e as favelas pulsam

Relatos de Quarentena | Tecnologias do Vislumbre, de Clarissa Ribeiro.

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cultura, mas o acesso desse pessoal aos estabelecimentos tradicionais de cultura é mais difícil, uma vez que a desigualdade social é gritante”, pontua ele. É importante lembrar que a arte pode ser o filme ou a série a que você assistiu com a sua família no último final de semana, a música que está tocando nos seus fones de ouvido, o seu livro de poemas de cabeceira, a colagem que seu amigo lhe deu de presente e as diversas outras distrações que você tem na sua rotina, que não são valorizadas como deveriam. “No momento atual em que vivemos, sem poder viajar ou sair de casa como antes, a arte pode nos distrair e trazer cor para as nossas vidas”, pondera Barbera. Existem museus no Brasil que fazem reflexões que, muitas vezes, a sociedade ainda não dá o devido valor. “O Museu do Amanhã, que fica no Rio de Janeiro, é um espaço que está ali pensando no futuro, tentando entender quais são as possibilidades que acontecerão nos próximos anos e muitas pessoas não entendem o que aquilo realmente representa”, comenta Vanessa.


O valor da arte não é mensurado apenas por seu Cidades menores tendem a ter menos opções valor financeiro. Ele é muito mais do que isso. É de programas culturais e, muitas vezes, os que preciso colocar nessa conta o seu valor histórico acontecem são de forma tímida, por conta da falta e cultural para a humanidade. Livia acredita que de recursos. Maria Terezinha Martins Salomon é uma das formas de valorizar mais a arte é aprender arquiteta e urbanista e vive em Monte Sião, cidade a senti-la de forma despretensiosa. “Frequentar no Sul de Minas Gerais conhecida por seu mercaexposições de amigos artistas, levar a família a mu- do de malhas. Lá, o acesso à arte e à cultura não é seus, conversar sobre arte. Ensinar seus filhos que o mesmo que em grandes centros. “Quando vou arte é importante para um mundo em constante para São Paulo ou Curitiba, fico fascinada com as evolução”, sugere. opções de lazer que envolvem cultura e o quanto Para alguns especialistas, é curioso que alguns esses lugares possuem uma agenda que pauta as artistas só acabem caindo nas graças do público atrações, como viradas culturais, bienais e outros após seu falecimento. E existem vários fatores que eventos que fomentam essa troca entre a arte, a podem explicar o porquê disso. Clarissa acredita população e a vida em sociedade”, relata. que isso pode ter a ver com questões de preconceiDe fato, Curitiba ganhou um holofote maior to. “No Brasil, se pensarmos em casos como o de devido aos filmes que usam a cidade como cenário. Lima Barreto, que era um grande escritor, mas só Alice Júnior, que está disponível na Netflix, foi teve suas obras reconhecidas após a sua morte, eu um dos grandes destaques de 2020 e teve todas acredito que existiram fatores de racismo estruas cenas rodadas em Curitiba e Região Metrotural e precarização da vida devido à classe social, politana. A comédia apresenta a história de uma pois é difícil se estabelecer enquanto um artista jovem trans que investe seu tempo fazendo vídeos e investir nisso como profissão quando se tem as para o YouTube. Após seu pai ser transferido pela demandas da vida batendo à empresa em que trabalhava do sua porta”, comenta a artista Recife para Araucárias do Sul visual. “Com isso, acaba que a – uma cidade fictícia localizaJá Barbera traz em discusna Região Metropolitana cultura conhecida fora da são que, após a morte, não há de Curitiba –, eles precisam mais produção e, por isso, a do Brasil se resume em se mudar e Alice enfrenta prevalorização é diferente. “Por conceitos por se deparar com futebol e Carnaval, sen- uma sociedade mais retrógrada exemplo, o pintor holandês Johannes Vermeer, conhecido do que o país é muito do que a que ela estava acospela obra Menina com Brinco tumada. O diretor Gil Baroni mais do que isso.” de Pérolas, fez poucas telas, afirma que o filme contou com pois demorava muito tempo recursos da Fundação Cultural – Maria Conceição para produzir e morreu muito de Curitiba, em parceria com Brenneisen Calberg o Fundo Setorial do Audiovicedo”, observa. “Isso fez com que sua arte atingisse um valor sual. “A ambientação do filme agregado, tanto por sua técnise passava em uma cidade do ca como pela escassez de obras feitas por ele.” interior do sul do Brasil. Mas, graças às mágicas Curitiba cultural cinematográficas, foi possível rodar aqui. Curitiba A capital do Paraná vem conquistando cada vez é uma cidade cheia de paradoxos, principalmente mais espaço no cenário cultural nacional como sociais e culturais. O que mais me inspira aqui uma potência. Existem diversas iniciativas que são as pessoas que vão contra os preconceitos”, levam a cidade para frente quando o assunto é menciona Baroni. arte. Festival de teatro, museus, diversos espaços Por mais difícil que o mundo esteja, que as culturais, cinema de rua, feirinhas, arquitetura, notícias assustem e que a sociedade se perca, as neshows e tantas outras atrações. O MON, projetado cessidades em relação às artes permanecem. Ela é pelo arquiteto Oscar Niemeyer abriga, atualmenuma ponte segura entre passado, presente e futuro te, referenciais importantes da produção artística e sempre será um reflexo do cotidiano das pessoas nacional e internacional nas áreas de artes visuais, que vivem em uma cidade, em um bairro, em uma arquitetura e design, além da mais significativa rua e, agora isoladas, dentro de suas casas. Lio coleção asiática da América Latina. “No total, o conclui que a arte é um dos alicerces fundamenacervo conta com aproximadamente 7 mil peças, tais da vida em sociedade. “Se nada (música, filme, abrigadas em um espaço superior a 35 mil meteatro, texto, etc.) nos provoca a repensar a própria tros quadrados de área construída, sendo 17 mil existência, tudo o que funciona na base do abuso metros quadrados de área para exposições, o que e da violência pode ser perpetuado sem obstácutorna o MON o maior museu de arte da América lo nenhum. A arte é o obstáculo do retrocesso”, Latina”, detalha Juliana. finaliza a cantora.

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O obstáculo do retrocesso

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raduzir a banda curitibana Tuyo não é uma tarefa fácil, já que ela é muito plural para ser minimizada em meia dúzia de palavras. O som folk futurista do trio curitibano formado pelas irmãs Lio e Lay Soares e Jean Machado é uma fusão entre o orgânico e o eletrônico, com letras que trazem à tona vivências e reflexões sobre a louca jornada de viver, provando que a arte é uma consequência da existência e parte da rotina. O EP de estreia da banda, Pra Doer (2017), usa justamente a dor como elo entre as suas quatro canções, o que consolidou o trio e preparou o público para o primeiro álbum, intitulado Pra Curar, que chegou em 2018 e manteve a continuidade narrativa de uma forma mais sólida, trazendo reflexões sobre autoconhecimento, consciência e proteção. A banda é regida pelos sentimentos – e isso ficou ainda mais claro após a conversa que a TOPVIEW teve com eles. Confira: O que é a Tuyo como expressão artística?

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Lio: A Tuyo enquanto expressão artística é aquele momento em que soltamos o choro da garganta! Sabe quando você está no ônibus e quer chorar, mas não pode, aí chega em casa e desaba? Tuyo é um “desabamento” enquanto expressão artística. Quais são as suas maiores inspirações na hora de criar? Lio: A nossa própria vida, as coisas que vamos vivendo no dia a dia. Acorda, dorme, interage, briga e “desbriga”, lembra e esquece, etc. Acho que, enquanto artistas, nós olhamos muito para os nossos contemporâneos, como o BK, a Tássia Reis e a Iza, por exemplo. Mas a gente também olha para o nosso passado, como Milton Nascimento, Martinho da Vila e para o pessoal do Originais do Samba. São muitas as coisas que nos atingem. Se fôssemos artistas solo, já ia ser um “catatau”, imagina três. Então, acho que essas questões das influências passam por muitos lugares, mas, hoje, as mais latentes são essas contemporâneas.


A arte é algo supérfluo? Machado: Eu acho que a arte é a consequência ou o diagnóstico de todos os movimentos que acontecem na sociedade. É também subjugada porque não se assume que ela é a primeira – ou a mais importante – arma para se manter o controle sob um grupo. A gente aprende na escola que a música, antigamente, era ferramenta para levantar o moral de uma população pós-guerra, consequência de um movimento – quando não há mais palavras, a arte denuncia, entrega, resolve. Como é ser artista no Brasil? Lio: É paradoxal. Ao mesmo tempo em que somos muito livres para dizer o que pensamos, o que queremos, onde e quando queremos, não se compreende a arte como trabalho, como organização, como qualquer outra atividade. Estamos, ainda, discutindo se arte é ou não é importante. Mas notamos alguns avanços muito legais com a chegada desse novo jeito de colocar sua arte para rodar o mundo. A internet está aí para também horizontalizar esses acessos e popularizar a arte enquanto trabalho e atividade vital para o funcionamento da sociedade. O que a arte representa para vocês? Lio: O que tem dentro da carcaça de cada um é muito determinado pelo quão sensível a pessoa é. E se que estamos vivendo. Aí foi interessante observar as sensibilidade a gente provoca e estimula com arte. Do associações, as pessoas usando a música como amuleto lado de fora, você vê meus olhos, meu nariz, minha para não se sentirem sozinhas, para não desistirem boca e minha pele. E, do lado de dentro, tudo o que há dos seus processos. É a coisa mais bonita sobre o que a aqui foi constituído e formado pela arte. gente faz: o que as pessoas fazem com o Em todo ser aí sobre a terra. que a gente entrega para elas. Como vocês conseguiram extrapo“Do lado de fora Como está sendo esse momento de lar os limites e conquistar espaço no isolamento para vocês? Isso reflete no você vê meus cenário nacional? processo criativo? Lio: A única certeza é a ausência Lio: Está sendo doloroso e complicaolhos, meu nade fórmulas para que isso aconteça. do – e não só para nós. Então, a interferiz, minha boca rência é inevitável. A nossa maneira de Acesso à internet, vontade de entender como funciona a profissão do músico, e minha pele. E, criar os processos de um disco está somuitos amigos e sorte. A gente imagina frendo modificações toda semana. Um do lado de den- bom exemplo é o de lançarmos partes de que todo artista aqui de Curitiba e em outros lugares tem a vontade de atraves- tro, tudo o que há um disco preparando o nosso público sar as paredes da própria casa e chegar para receber a pancada do que vem por aqui foi consti- aí. Ano passado, lançamos Sem Mentir a todos os lugares possíveis. Queremos nos comunicar, trocar, sentir junto com logo em seguida, Sonho da Lay, dando tuído e formado e,alguns o outro. spoilers para segurar a nossa anComo vocês acham que o trabalho pela arte.” siedade e a dos que acompanham a Tuyo de vocês impacta a sociedade? também nessa jornada rumo ao segundo – Lio Soares Lio: Toda pessoa, quando se depara disco. O trabalho está para chegar ainda com uma obra artística, seja um filme, neste primeiro semestre. É engraçado uma música ou um quadro, está se deparando com ela pensar que ele nasceu antes de existir uma quarentena mesma. Tudo o que ela observar naquela obra criada – e, de alguma forma, a gente consegue se comunicar por um artista será feito a partir do que ela entende do com essa realidade. Acho que é um pouco do que conmundo. Então, eu acredito que o nosso trabalho causa versamos sobre olhar para arte e enxergar um espelho. impacto na sociedade provocando as pessoas a fazer isso que a gente faz de menos, que é se observar, prestar atenção em si mesmo, no que o seu corpo lhe diz. Sem Confira a playlist Mentir foi lançada no meio do ano passado, mas foi especial da TOPVIEW com artistas curitibanos. escrita antes de nós sequer sonharmos com o apocalip-

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Kobra à frente do Mural das Etnias, na Noruega.

O reflexo da vida nas ruas

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uitas vezes, a arte urbana passa despercebida pelos olhos viciados de quem sempre vê a mesma paisagem nos trajetos comuns do dia a dia. Mas ela é uma expressão artística presente na vida do homem há séculos. Um bom exemplo disso são os desenhos nas cavernas feitos pelos nossos ancestrais. O mundo é cercado de manifestações artísticas. E ele fica pequeno para os murais de Eduardo Kobra, 45 anos, artista periférico do Jardim Martinica, em São Paulo, que se tornou um dos maiores muralistas da atualidade, somando obras em 35 países, em cinco continentes. Kobra iniciou sua carreira como pichador, desenhando em muros na clandestinidade quando era adolescente e, desde então, luta para mostrar que a arte não é só o que está dentro de museus e galerias,

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mas que ela é simples e pode estar em qualquer lugar. “Existem várias manifestações artísticas. Minha luta é de mais ou menos 30 anos. Tenho o objetivo de provar que existem artistas que podem ter vindo da periferia, com uma origem humilde”, ressalta Kobra. Muitas pessoas já criticaram seu trabalho de forma preconceituosa e intolerante, por não entenderem que o que ele apresentava em murais “A arte também pode nas grandes cidades era uma forma estar na rua, na pede arte. Mas, desriferia – não precisa de sempre, Kobra teve a preocupaestar em uma tela.” ção de respeitar os espaços públicos – Kobra


Mural Salvador Dali, na Espanha.

que se tornam pano de fundo para suas obras. “Eu tomo cuidado com a paisagem urbana, com a história, com a arquitetura do local. Tudo isso deve ser levado em conta. Não posso ser egoísta. A cidade não é minha. As pessoas vão transitar por ela”, enfatiza ele. De uma forma geral, questões sociais e humanitárias são o que pautam o trabalho de Kobra, pois o artista acredita que suas inspirações são parte daquilo que ele mesmo é – e esses princípios fazem parte de sua vida. “Eu acredito que a inspiração é algo que vem de dentro e é externalizado, que vem do coração mesmo, da alma. Mas ela também pode ser alcançada por meio de dedicação, pesquisa e muito esforço”, conta o muralista. Sua mais recente obra foi feita na cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo. O painel tem 22 metros de altura por 11 de largura e mostra um menino

subindo uma estante em uma biblioteca à procura de um livro. Kobra, que não possui formação acadêmica, é autodidata. “Pesquiso muito as biografias dos ‘personagens’ que destaco em minhas obras e, também, sobre as cidades que visito: busco imagens, fotografias e textos. Por isso, tenho procurado trazer em meus murais a importância dos livros para a cultura do país e para a formação e o crescimento das pessoas”, finaliza.

Confira esta entrevista na íntegra no novo portal da TOPVIEW.

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ESTILO | VIAGEM

Estilo | SC por Lis Faiad, embaixadora

Férias em São Paulo: um mix de cultura, arte e moda Confira alguns dos destaques da minha última passagem pela capital paulista

Acervo pessoal

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om a pandemia de Covid-19, as férias de fim de ano foram bem diferentes das dos anos anteriores. Com as medidas de isolamento social, várias rotas aéreas globais tiveram uma grande redução no recebimento de turistas. Outra mudança foi a impossibilidade de sair do Brasil, com as fronteiras fechadas. Por esses motivos, resolvi mudar as rotas habituais com a minha família. Olhamos infinitas possibilidades para passar alguns dias de férias em vários destinos, então resolvemos escolher São Paulo, de que gosto muito e que faz parte do meu trabalho no meio digital. Com tantas opções de hotéis na cidade, para todos os gostos, eu quis algo diferente de tudo o que já vivenciei na hotelaria paulistana. Por isso, minha escolha foi o Palácio Tangará, que trazia exatamente o que eu procurava: muito verde, luz natural e ar livre, em que Sofia, minha filha de seis anos, pudesse sentir a liberdade, brincar e se divertir – o que nos hotéis de São Paulo não é tão comum. Ao longo da estadia, descobrimos a apreciação pela cultura, pela gastronomia e pelos prazeres da natureza. Nossos dias no Palácio Tangará foram perfeitos por vários motivos. Um deles é o endereço autêntico, com o prédio sendo abraçado pelo Parque Burle Marx, em um paisagismo tropical que encanta quem nele entra pela primeira vez. Com uma localização privilegiada e acesso a endereços turísticos na cidade, o

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hotel traz uma grande conexão com a história, a arte e a cultura. Nos corredores, você se depara com fotografias de Rômulo Fialdini, com ícones de São Paulo. Já as fotos de Dani Tranchesi retratam o cotidiano do Brasil de diferentes formas. A aquarela de Jean-Baptiste Debret serviu como inspiração para a arquiteta Patrícia Anastassiadis criar a cartela de cores do hotel, que usa uma paleta em cinza, branco, dourado e tons de azul e cinza-esverdeado. O hotel transmite muito aconchego e tranquilidade, sendo um

“Com tantas opções de hotéis na cidade, para todos os gostos, eu quis algo diferente de tudo o que já vivenciei na hotelaria paulistana.” refúgio no meio da capital paulista – um oásis urbano. Lá, podemos encontrar elementos de design refinado, criando uma atmosfera clássica e moderna de forma harmônica e admirável. Na entrada, você se encanta com uma obra de arte em ouro, localizada no teto, da artista Laura Vinci que faz referência às riquezas minerais do nosso país. Nas paredes, cortinas de lã feitas à mão por Fernando Arias, que trouxe suas inspirações da Amazônia – inclusive, “Tangará” é o nome de um

pássaro dessa região. O estilo neoclássico lembra muito a arquitetura da Europa, fazendo do hotel puro luxo e sofisticação. Algumas acomodações têm vista panorâmica para o parque e outras para a piscina, o que traz um show à parte, pois à noite as luzes tomam conta do jardim, fazendo desse espaço algo único! Nos dias em que pude apreciar tantas maravilhas, tive a sensação de estar em um palácio parecido com os filmes de época a que assisti e dos museus que visitei na Europa. Foi uma sensação única e prazerosa. Além da piscina externa, o hotel possui outra piscina interna e conta com uma academia bem equipada para momentos de lazer. O que chamou minha atenção e também me deu algumas horas de descanso foi o Kids Club, com atividades e programações diferentes todos os dias! Sofia estava realizada e eu ainda mais feliz de fazer de suas férias momentos mágicos de diversão, visto que, com a pandemia, as crianças foram um grande alvo de estresse. Para as amantes de uma boa massagem, o Flora Spa by Sisley oferece terapeutas treinadas pela Sisley e seis salas, sendo uma para casais. Os produtos são maravilhosos... eu simplesmente adoro! Para os apreciadores de uma boa gastronomia, o hotel se completa com um menu assinado pelo chef Jean-Georges Vongerichten, que possui em sua trajetória gastronômica três estrelas Michelin e escolheu o Tangará como seu primeiro endereço na América do Sul.


Você ainda pode curtir a noite no bar do hotel e apreciar um bom vinho. Com quatro programas de degustação, a adega faz muito sucesso – e 40% de seus produtos são nacionais. O hotel tem tudo o que você precisa para curtir dias de descanso e novas experiências. E São Paulo sempre tem algo novo para mostrar. Nessa viagem, fui novamente ao CJ Shops Jardins. Fui convidada para a abertura e, dessa vez, voltei para passear e fazer compras. O CJ Shops é o novo empreendimento do grupo JHSF (e o mais novo empreendimento de luxo da cidade), localizado na famosa Rua Haddock Lobo, no bairro mais charmoso e famoso de São Paulo, os Jardins! Com uma localização perfeita, possui terraços e jardins horizontais e verticais com muita luz natural, além de uma arquitetura que privilegia tons neutros, muito verde e formas geométricas, dando um ar moderno e diferenciado ao shopping. O CJ Shops ainda oferece uma seleção de grifes de moda 01.

nacionais, como Granado, Track & Field, Paula Torres e NYBD. Há também as internacionais, como a Gucci, que traz, pela primeira vez, sua linha de decoração, que é puro glamour. Na Hermés, destaque para a sofisticação e o atendimento perfeitos, com acessórios e perfumes. Já a Balmain trouxe para o Brasil sua primeira loja masculina. Por fim, destaco Emilio Pucci e Chloé, além das primeiras boutiques na América Latina das francesas Inés de la Fressange e Isabel Marant. Ainda, para as amantes de sapatos e acessórios, como eu, o CJ Shops tem o primeiro “Shoe Salon” do país! Um espaço dedicado a calçados e acessórios de designers nacionais e internacionais em um lindo e agradável espaço em que dá tranquilamente para perder algumas horas. O CJ Shops conta com outra supernovidade: a CJ Fashion Store, uma loja-conceito que oferece uma experiência única por meio de painéis de LED em alta definição, pelos quais você pode comprar as peças

por QR Code ou via RFIP. Tudo isso em um provador todo virtual. Mais uma vez, a tecnologia mostra que está transformando cada vez mais o mundo e o “figital” começa a tomar conta da nossa realidade. Com uma estrutura bela e convidativa, o CJ Shops promete ser o novo ponto de encontro entre amigos, familiares e apreciadores de uma boa gastronomia. No átrio do Shops, estão os tradicionais e badalados Gero Panini e Makoto e o novo Roi, com sua cozinha mediterrânea, em um espaço delicioso e convidativo! Ainda para este ano, o CJ Shops recebe o tradicionalíssimo Caviar Kaspia, aumentando as opções de sofisticação desse novo espaço. Para quem ama comida italiana, o Selezione Fasano faz as honras da casa, trazendo diversos produtos gastronômicos, como massas, molhos, temperos, azeites e vinhos, além de uma curadoria incrível, com objetos de decoração que invocam a união da moda, da gastronomia, da arte e do estilo.

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01. Tarde tranquila no CJ Shops. 02. Loja Paula Torres no CJ Shops. 03. Piscina do Palácio Tangará. 04. Sofia Faiad em um delicioso café da manhã no Tangará.

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Arte na pele Cada vez mais, a tatuagem é associada à arte e distanciada da marginalidade por Gabriel Sorrentino

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er a pele marcada por tatuagens não era algo aceito socialmente. Na Europa, em 787 d.C., a Igreja Católica baniu a arte com o argumento de ser uma prática demoníaca de vandalismo ao corpo. Séculos depois, em 1879, a tinta na pele foi usada para identificar criminosos — resultando, então, na conotação de que pessoas tatuadas estão à margem da sociedade. Contudo, essa forma de expressão, apesar de criminalizada, faz parte da história de inúmeras culturas mundo afora. No século III, por exemplo, o historiador romano Herodes registrou que os homens tatuavam seus corpos com artes de temas diversos – envolvendo animais e natureza – e não se vestiam para deixar os desenhos à mostra. Hoje, cada vez mais pessoas têm o entendimento de que a tatuagem, na verdade, é uma arte. Para o tatuador Vinicius Gunha, o preconceito contra essa prática foi enraizado simplesmente pelo fato de ser algo diferente. “Na verdade, é uma forma de arte. A tatuagem não é só um desenho que é feito sobre a pele sem qualquer significado: existe todo um contexto por trás”, opina. Marco Teixeira, também tatuador, acredita que a técnica seja uma forma de linguagem, assim como a pintura, a música e a escultura. “Arte é o fruto do trabalho de um artista. Então, se o profissional consegue gerar isso a partir de uma linguagem, ele está criando arte – e isso pode ser feito por meio da tatuagem”, afirma. O fato de uma pessoa ter um pouco de tinta sobre a pele, para o senso comum, cada vez menos significa que a personalidade e a competência do tatuado sejam afetadas. “É apenas uma alteração corporal que não vai transformar nenhum outro aspecto da pessoa. Esse estigma de marginalizar a tatuagem é passado. Não existem mais motivos para que isso aconteça”, reforça Teixeira. Partindo do entendimento de que a arte é uma forma de expressão de determinada pessoa para o mundo, Gunha acha que tatuagem não é apenas um desenho que ficará eternizado na pele. Para ele, é um tipo de arte que pode ser expressada pelo profissional para o cliente, que, por sua vez, pode utilizá-la para exteriorizar o que gostaria. “É uma cadeia, um ciclo de arte que não deixa a tatuagem morrer”, conclui. ■

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ESTILO | GASTRONOMIA

Charutos por Stefan Deckert, colunista

A conexão entre literatura, cinema e charutos Conf ira alguns dos principais nomes quando o assunto é a relação histórica entre esses elementos culturais

CHARUTOS DO MÊS

REPÚBLICA DOMINICANA

Charuto La Aurora 107 Toro Média à Forte R$ 105

BRASIL

Charuto Grand Amazonia Robusto (Ring 52) Suave R$ 45

NICARÁGUA

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combinação dos charutos com cinema, literatura, música e outras formas de expressão artística é um clássico. E é sempre uma “história de mão dupla”: escritores relatam sua paixão por charutos e recebem puros em sua homenagem, filmes em que o charuto é quase um personagem e músicas criadas tendo um puro como inspiração... é um universo rico e imenso de inspiração mútua e muita paixão pelo que preenche a alma. Ganhador do Nobel de Literatura, Ernest Hemingway era um fã de charutos – principalmente os puros cubanos fortes e longos, como o Cohiba Lanceros Cigar. A paixão por Cuba era tamanha que Hemingway mudou-se para a ilha na década de 1930, onde ficou até morrer, deixando a sua residência no país como um legado ao torná-la um centro de educação e pesquisa. Ícone da sétima arte, Orson Welles, o diretor de

Charuto GOTF Campeon Média R$ 110

Cidadão Kane, era aficionado por charutos Montecristo e Por Larranaga e são inúmeras as fotos do diretor com um puro em mãos. Dizem, inclusive, que o casamento de Welles com Rita Hayworth terminou por causa dos charutos. A atriz não gostava do hábito do marido e, em um ímpeto raivoso, degustou uma raridade do diretor, deixando Welles possesso, culminando na separação. Na história do cinema, o charuto sempre esteve presente, trazendo a alguns personagens uma personalidade cheia de charme, força e intelectualidade – características associadas ao hábito de fumar um puro e que são transpostas para a tela. Mais recentemente, o longa A Tabacaria, de Nikolaus Leytner, apresentou uma história em que um jovem trabalhador de uma tabacaria e Sigmund Freud passeiam por Viena e conversam sobre psicanálise e a vida em meio a muitos charutos. Se você tem interesse em assistir, a produção está no YouTube. topview.com.br

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Gary Oldman no filme O Destino de Uma Nação.

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ESTILO | BEBIDAS

A inovação no mercado de aveia A foodtech Nude. chega ao mercado com uma ampla variedade de leites à base de aveia e toma a frente nas ações em prol da sustentabilidade no setor por Maria Isabel Miqueletto

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uando decidiu fazer uma transição de carreira, a paranaense Giovanna Meneghel já sabia que iria para os lados da sustentabilidade. Com uma carreira de dez anos na moda, em que passou por gigantes como Alexander McQueen, foi a partir de uma mudança para Berlim, em 2016, que começou a perceber os novos contornos que sua vida ganharia. Foi lá que se encantou com as possibilidades de uma velha conhecida: a aveia. Sua família é proprietária da empresa SL Alimentos, que produz o ingrediente há trinta anos. Na capital alemã, entretanto, percebeu um movimento intenso especificamente ao redor do leite de aveia – e como no Brasil ainda não havia nada parecido. “Comecei a entender a inovação na aveia, além do que já estamos acostumados [no Brasil]. Juntei o que vi nas feiras ao que estava acontecendo no mercado”, conta Meneghel. Assim nasceu a Nude., foodtech especializada em produtos desenvolvidos à base de aveia orgânica.

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A primeira linha chegou aos mercados no início deste ano, com leite feito de aveia orgânica em cinco variações: o normal; barista; com cálcio; com baunilha; com cacau. “Estamos trabalhando com baristas para entender a combinação com o café. Ele [o leite de aveia] não atrapalha o gosto do café, tem uma boa cremosidade e está tendo uma aceitação fantástica”, afirma Meneghel, que ocupa o cargo de CEO da empresa. Mas é na sustentabilidade e na preocupação ambiental que a Nude. mostra seu diferencial. A marca é a primeira na América Latina a colocar na embalagem a pegada de carbono do produto. Para isso, as emissões dos gases causadores do efeito estufa são rastreadas em todo o processo: desde a plantação, passando pelo transporte, energia, perda no processo produtivo, até o produto chegar às gôndolas do supermercado. “Esse cálculo é só o início. Com isso em mãos, olhamos para a cadeia produtiva e vemos onde podemos melhorar. Ficamos felizes de iniciar essa conversa no Brasil”, ressalta. Por si só, o produto é mais sustentável. Enquanto um litro de leite de vaca tem uma pegada de carbono de 3,2kg de CO2, um litro de leite de aveia da Nude. tem 0,40kg. Um estudo realizado pelos pesquisadores Joseph Poore e Thomas Nemecek, na Universidade de Oxford, mostra que a produção de um copo de leite de vaca emite quase três vezes mais dióxido de carbono do que qualquer alternativa vegetal. A América Latina e o Caribe são os maiores emissores de gases poluentes para produção de um copo de leite – acima da média global. A produção de alimentos é responsável por um quarto de todas as emissões. Dentro disso, a pesquisa aponta, ainda, que a maior parte das emissões são da carne e de outros produtos animais. “Esse é um caminho sem volta. A empresa que não levantar a bandeira da sustentabilidade está fadada ao fracasso”, constata. Giovanna entende, também, que parte importante dessa mudança é conscientizar o consumidor para que ele entenda a importância de informações como essas. “É preciso tornar isso palpável para o consumidor. Incentivamos, em nossa comunicação, outras empresas a fazerem o mesmo, a fim de iniciar essa conscientização”,


“Esse é um caminho sem volta. A empresa que não levantar a bandeira da sustentabilidade está fadada ao fracasso.” – Giovanna Meneghel

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aponta. Quanto mais transparência, menos greenwashing. “Há muitas empresas que usam a sustentabilidade como marketing, sem embasamento. Ou falam só de uma parte da cadeia. Mostrar a pegada de carbono é uma ferramenta contra isso”, defende. O modelo de negócio também contempla valores pontuados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e no Sistema B, além de pensar no descarte das embalagens, com o selo “Eu Reciclo”. “Ser orgânico é o mínimo neste contexto”, conclui Meneghel. O leite já foi incorporado por algumas cafeterias curitibanas, como Lucca Cafés Especiais, Royalty Quality Coffee, Supernova Coffee, Orna Café e Prestinaria. ■

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ESTILO | GASTRONOMIA

por Beto Madalosso, colunista

Lembranças deliciosas Exercitar a memória para retomar bons momentos em excelentes restaurantes pode trazer uma interessante consideração: e se eles fossem como peças de arte?

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embro-me, com certa nostalgia, de restaurantes a que meu pai me levava quando eu era criança. Não saíamos com muita frequência, até porque dono de restaurante nunca tem muito tempo para ir a outro restaurante. Enquanto um trabalha, o outro também trabalha. Normalmente, saíamos aos domingos – e sempre era algo especial. Lembro de um que ficava na quadra de trás do Shopping Mueller, o Matterhorn, que parecia um castelo mal assombrado e tinha um esquife de padre no sótão. Lembro-me, ainda, do antigo Bologna, que ficava no centro e tinha pinturas da Itália nas paredes. Lá, um garçom sempre me pegava pela mão e me levava para ver a cozinha. Recordo do Hwa Kuo, ainda na antiga instalação, que tinha uma escultura de dragão no jardim e, enquanto meus pais comiam, eu e meus irmãos brincávamos na parte de fora. Lembro-me, também, do restaurante Jatão, que operava dentro da fuselagem de um avião, ali na rotatória de Santa Felicidade. E tinha o Scavollo. Nem era lugar para crianças, mas a gente ia. Havia um maravilhoso piano bar com um maître usando smoking na porta e pratos clássicos da culinária francesa, como o filet au poivre. Para uma criança, tudo é muito fascinante, tudo é muito marcante. Hoje, esses lugares não existem mais

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ou, se ainda existem, transformaram-se e são muito diferentes de antes em suas estruturas e em seus cardápios, que também se modernizaram. Faço essa introdução para argumentar a seguinte reflexão: e se restaurantes fossem como peças de arte? Imagine que cada um deles, quando foi sonhado, foi concebido e projetado até se materializar em estrutura, cores, louças e decorações. Seus cardápios foram elaborados para agradar aos clientes, assim como os uniformes dos garçons e a trilha sonora. Todos os nossos sentidos se manifestam ao entrar em um restaurante. E cada restaurante passa uma mensagem, carrega-nos de sua personalidade, afinal, tem a mão de alguém por trás de cada negócio. Esses dias, ao falar com um amigo sobre o desaparecimento de restaurantes, falávamos sobre o quanto seria interessante se cada estabelecimento se mantivesse exatamente como é no dia de sua inauguração. A mesma decoração, o mesmo cardápio, uniformes e trilhas sonoras. Teríamos um incrível retrato de cada época, as colunas espelhadas com molduras douradas dos anos 1980 e os coquetéis de camarões servidos na taça de martíni… teríamos o tomate seco e a salada Waldorf com vinho branco alemão dos anos 1990, teríamos de volta uma legião de sommeliers que apareceram no início dos anos 2000 e evaporaram como álcool em menos de cinco anos.



ESTILO | ARQUITETURA E DECORAÇÃO

por Julia Krantz, convidada de Marcos Bertoldi, colunista

Design inspirado e consciente A produção inspirada na natureza por uma prof issional que faz uso consciente da madeira

André Godoy

Entre tantos excelentes designers brasileiros, alguns se destacam como excepcionais. A paulistana Julia Krantz é certamente um desses nomes. Arquiteta de formação, aprofundou-se na marcenaria com grandes mestres brasileiros e no exterior. Seu trabalho mais característico é composto por finas lâminas de madeira coladas em blocos, as quais são esculpidas e lixadas durante semanas, muitas vezes por meses, até que cada peça esteja concluída. Um processo artesanal em que a própria designer se envolve diretamente. Como resultado, suas peças são sempre únicas, como indivíduos que não podem ser reproduzidos de maneira idêntica. Historicamente, poderíamos ligar a poética da artista aos períodos mais recentes do Art Nouveau, com suas formas inspiradas na natureza, e do Arts and Crafts, com a valorização da produção manual e artesanal. No entanto, é a sua visão contemporânea, condensando forma, técnica e

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superfície, que nos arrebata. À medida que os blocos de madeira laminada vão sendo trabalhados, uma fantástica e surpreendente geografia se apresenta, composta por camadas de madeira de diferentes tonalidades e espessuras. As superfícies dobradas nos remetem aos relevos de uma paisagem, reforçadas pelas linhas da madeira, que, como curvas de níveis, envolvem todo o terreno, sublinhando cada movimento. As formas táteis e sinuosas reclamam, ainda, figuras biomórficas, com seus buracos e apêndices, que nos fazem pensar em órgãos e organismos. O resultado – intrigante e muito pessoal – nos entrega muito mais do que o adequado atendimento funcional a que cada peça se destina. Boa fruição! Marcos Bertoldi


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madeira traz consigo características que lhe conferem larga vantagem sobre outros materiais. Primeiro, por sua condição de recurso absolutamente renovável, se explorada de forma sustentável. Depois, por sua variedade de espécies, cores, texturas, cheiros, densidades, sabores – um prato cheio para um criador inspirado –, além das inúmeras possibilidades a que se presta com maestria na construção de edificações, pontes, embarcações, instrumentos musicais, mobiliários, esculturas, gravuras, brinquedos, etc. E à frente de tudo, a natureza ainda nos abre, com sua generosidade, a possibilidade de resgatar valores perdidos de cooperação homem-meio ambiente, de estímulo à produção e consumo conscientes de bens duráveis, atóxicos e biodegradáveis e do trabalho do artífice que manuseia a madeira com amor e simpatia. Aprendi a respeitar a madeira e a entender sua personalidade e suas características, sempre me surpreendendo e me colocando de volta na posição humilde de aprendiz eterna. A escolha do tipo de madeira deve se adequar ao uso da peça produzida. Para cadeiras maciças, procuro usar espécies menos pesadas, como o freijó ou o cedro. Para mesas, a muiracatiara, o jatobá, o ipê ou o cumaru. E, para as minhas criações mais orgânicas, uso laminados de madeiras diversas, como cedro, teca, jatobá ou freijó, que dão tonalidades variadas e belos desenhos à composição. O projeto parte de uma ideia esboçada à mão que serve de referência para a confecção do protótipo ou para o projeto detalhado no computador. O trabalho na oficina é auxiliado por ferramentas ma-

nuais e maquinário tradicional, em um processo completamente artesanal, possível por meio do treinamento contínuo e da escolha coerente do ferramental a ser utilizado em cada etapa. Defendo a madeira por seu uso sustentável e inextinguível (se soubermos manejar conscientemente nossas florestas) e acredito que deveria ser sempre o material por excelência utilizado no mobiliário, por sua beleza e adequação. Não sei qual é o futuro do nosso mundo, mas acho que, se fizermos as coisas com consciência e atenção no presente, estaremos garantindo um porvir melhor para todos. Julia Krantz

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ESTILO | ARQUITETURA E DECORAÇÃO

Arquitetura por Eduardo Mourão, embaixador

Materialização do comportamento

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onsiderados grandes temas do momento, cultura, arte e moda, além de caminharem juntas, promovem processos de mudanças pelas quais a sociedade tem passado ao longo do tempo. A constante busca dos consumidores por novas tendências que traduzam os novos valores e interesses sociais vai construindo a personalidade individual de um público high profile, muito ligado a um estilo de vida próprio. O desejo pelo exclusivo desperta fortemente o interesse por tudo o que está relacionado ao bem-estar, ao que promove satisfação pessoal, uma sofisticação de

forma especial. Explorando esse pensamento na decoração, acredito na liberdade do desenvolvimento de projetos que provoquem a atenção, sejam atemporais e instiguem a sensibilidade das pessoas que vão viver no ambiente. Calor e alma são desafios do surpreendente processo criativo, que pode ousar, misturar, desconstruir e proporcionar uma identidade única. Apostando em um lifestyle descomplicado, que permite a quebra de regras, a mistura de estilos e uma inusitada distribuição de mobiliário em espaços que reúnem também peças de design e arte – luxo simples, uma tendência em alta.

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Acervo pessoal

A relação entre o tema desta edição e a decoração tem se fortalecido cada vez mais

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ESTILO | LIFESTYLE

Nina em sela de Lady Flores.

De escolinha de equitação a sonho olímpico

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As paranaenses Nina e Anna Storrer Müller são amazonas mirins que já somam várias medalhas na carreira – que é tão jovem quanto as atletas

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por Gabriel Sorrentino

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envolvimento com o cavalo, principalmente em modalidades esportivas, pode trazer muitos benefícios para o desenvolvimento biopsicossocial da criança e do adolescente. Após assistir a uma reportagem sobre esse tipo de prática, a família de Nina Storrer Müller, hoje com 12 anos, optou por levá-la a uma aula experimental de hipismo – modalidade da arte de montar a cavalo que é, também, um esporte olímpico. “Quando mais nova, a Nina era muito tímida. A relação dela com outras crianças, enquanto crescia, era bem reservada. Falava pouco na sala e até mesmo no convívio familiar. Chegamos a pedir orientação a psicólogos para tentar resolver esse problema de timidez, mas não tivemos muito progresso”, lembra Felipe Reichmann Müller, pai da amazona. O publicitário conta que, no fim da primeira aula, Nina desceu do cavalo e foi abraçá-lo, começando, inclusive, a conversar com o tratador. “Isso nos espantou bastante, já que ela nunca falava com ninguém. Principalmente pessoas estranhas. Ali, vimos que realmente o cavalo foi algo que a soltou e deu confiança a ela”, revela Felipe, acrescentando que, naquele momento, decidiu matriculá-la na escola de hipismo, ainda com quatro anos, para aprender a trotar e a galopar. Sua irmã, Anna Storrer Müller, na época com três anos de idade e hoje com dez, também quis começar no esporte – o que inspirou até mesmo os pais a ingressarem na modalidade. Dois anos depois, quando as meninas já estavam completamente envolvidas com o esporte, Carmen, mãe das crianças, decidiu que era o momento para comprar o primeiro cavalo da família – o Britânico, um puro sangue inglês. “A partir do momento em que você compra um cavalo, toda a sua relação com o esporte muda, porque você tem que entender o animal como um atleta, que é o que ele realmente é”, explica Felipe. Com isso, o pai de Anna e Nina afirma que sua percepção em relação ao esporte mudou completamente. “Quanto mais as crianças se envolvem com o animal, mais forte fica a relação do conjunto, que é a junção da amazona ou do cavaleiro com o cavalo, e mais confiança este tem com o cavaleiro”, complementa. Para o pódio Hoje, Nina e Anna Storrer Müller são medalhistas. Só em 2020, a primeira foi campeã na categoria geral 1,10 m no Ranking Paranaense e campeã pré-mirim do DTC Christmas Tour, torneio organizado por Doda Miranda – tido como uma inspiração para as meninas. Já a segunda foi campeã por equipe 0,80 m no Campeonato Brasileiro de Escola e medalha de bronze individual no Campeonato Brasileiro de Escola 0,80 m – além de vários outros títulos conquistados ao longo da carreira, que, apesar de curta, já é digna de honra. “Sendo proprietárias do cavalo, elas conseguiram pegar todas as categorias de base do esporte, que é dividido por categorias subdivididas pelas alturas que o cavalo salta”, explica o pai, orgulhoso, acrescentando:


Nina em sela de Extrato HI. . Anna em sela de Cacau-Show. .

VIEWS OF BRAND

das e pular bem alto, quero ter muitos cavalos. Tem algum cavaleiro ou amazona em que vocês se inspirem? Nina Storrer Müller: Mauricio de Oliveira Franco, o nosso professor, é quem mais nos inspira. Além disso, gostamos também da Giovana Sobania, do Marlon Zanotelli, do Luiz Felipe Pimenta. Inclusive, não podemos deixar de agradecer aos nossos patrocinadores, o Hospital do Rocio e a Escola Nova Geração. Anna em sela de Cacau-Show. .

ESTE CONTEÚDO É PRODUZIDO POR TVBC – TOPVIEW Branded Content. Trata-se de um conteúdo em formato editorial criado especialmente para o cliente. Esta notificação faz parte da nossa nova política de transparência com o leitor e o mercado anunciante.

“Quando você tem as categorias de base, também chamadas de ‘alto rendimento’, o atleta tem que estar em determinada idade saltando determinada altura. Vários profissionais, quando jovens, não conseguiram pular categorias – e esse é o principal diferencial das meninas. Elas conseguem pular as categorias de base e de alto rendimento na idade certa e com o cavalo certo.” A TOPVIEW conversou com as duas medalhistas mirins sobre seus sonhos, inspirações e vontades acerca do hipismo. A seguir, confira a conversa na íntegra: Do que vocês mais gostam no hipismo? Nina Storrer Müller: A adrenalina que sinto na prova. E sentir o cavalo. Gosto muito também dos meus amigos, porque, na minha escola, ninguém me entende. Anna Storrer Müller: Gosto muito dos cavalos, das provas. Gosto também de fazer exterior, que é cavalgar ao ar livre, e fazer algumas trilhas, além de trotar, galopar e pular muitos obstáculos. Vocês querem ser amazonas profissionais? Nina Storrer Müller: Quero chegar nas olimpíadas... desde que tenho uns 8 anos é o meu sonho. Eu amo galopar com os cavalos. Anna Storrer Müller: Quero chegar muito longe, pular bem alto. Se eu conseguir, ir para as olimpíadas, mas, se der alguma coisa errada, não tem problema. O que vocês sentem quando estão competindo? Nina Storrer Müller: Eu fico muito nervosa já uns três dias antes. Não passa até a hora do pódio: continuo nervosa, na expectativa de conseguir uma boa colocação. Anna Storrer Müller: Fico um pouco nervosa, mas eu penso que vai dar tudo certo. Às vezes, bem às vezes, dá um frio na barriga, mas tenho pensamento positivo. Acho divertido. Vocês têm algum sonho relacionado ao hipismo? Nina Storrer Müller: Chegar nas olimpíadas, mas, neste ano, quero ir para o Campeonato Sul-americano. Anna Storrer Müller: Além de ir para as olimpía-

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ESTILO | ARQUITETURA E DECORAÇÃO

Madeira maciça: qualidade, bom gosto e alto padrão Paulo Magalhães, diretor-geral da PerséfOne Móveis, fala sobre a utilização de madeira de lei em mobiliários premium

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escolha das peças com inspiração em diferentes escolas de design, que integram-se bem aos mais variados estilos de arquitetura e decoração. A equipe é eximiamente orientada com foco nos clientes e é formada unicamente por arquitetos especialistas que assessoram no sentido de propiciar uma escolha mais lúcida.” E salienta: “Deve-se buscar as peças que melhor harmonizam, tanto visualmente quanto em suas funcionalidades, com o ambiente desejado.” Em suma, há uma série de vantagens ao escolher móveis de madeira maciça, não focando apenas e unicamente a estética. É sempre importante conceituar que seu móvel irá perdurar por muitas gerações – e, para esse e muitos outros benefícios, mostra-se disposta a proposta dos móveis de luxo da PerséfOne. ■

PERSÉFONE MÓVEIS Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, 3.480, Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Curitiba/PR Tel.: (41) 9 9264-3670 persefone.com.br | @persefone

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PROMOTOP Os conteúdos assim indicados são materiais publicitários em formato nativo. A responsabilidade sobre as informações é do escritor e não expressa necessariamente a opinião da TOPVIEW.

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ramo da fabricação de móveis no Brasil é bastante amplo e envolve uma variedade de matérias-primas. Quando se trata de mobiliários que são escolhidos com finalidades mais intimistas e de alto padrão, a busca por peças feitas de madeira é notável no mercado. E no que diz respeito à qualidade, a madeira maciça, ou de lei, é uma das mais indicadas nos quesitos singularidade e luxo, além de ser um material natural e de alta durabilidade. No caso da PerséfOne Móveis, inclusive, esse material é originado de produtores certificados em manejo sustentável, assegurando o compromisso da empresa com a preservação ambiental. “Contamos com doações a causas de meio ambiente ou animal e, no final da compra, parte do valor arrecadado na venda é repassado integralmente a ONGs”, afirma o CEO da empresa, Paulo Magalhães. Ao contrário dos móveis feitos de MDF e MDP (compostos por fibras ou partículas de lenho), os produtos da PerséfOne são produzidos somente em madeira maciça – nada de filamentos e resinas sintéticas. “A madeira adotada pela PerséfOne é o jequitibá-rosa, espécie da flora brasileira que permite uma qualidade superior de fabricação, se compararmos com a teca ou pinus, usados por outros fabricantes. Ela também tem veios expressivos que trazem um toque singular a cada item, reforçando o apelo do artesanal e exclusivo de cada peça produzida”, explica o CEO. Na hora de criar um ambiente com esse tipo de peça, Magalhães ressalta que é preciso ter clareza quanto ao que se deseja do local. “Temos uma curadoria para a


ESTILO | TECNOLOGIA

Tecnologia por Mabel Cristine Szeremeta, embaixadora

Tecnologia pop! Entender que os padrões de segurança na rede sofreram mudanças e se adaptar a eles é algo que precisa fazer parte de nossa cultura na web expor informações pessoais. Dou como exemplo os vídeos feitos no condomínio onde moram, mostrando o nome ou o número da casa ou do apartamento. A inocência nos leva ao perigo. Infelizmente, na era digital, esta deveria ser a nossa primeira preocupação: a segurança. Cada vez mais, nossos hábitos, interesses e dados pessoais são 100% monitorados. Vide o que acontece quando abrimos o Facebook e/ou o Instagram após uma conversa sobre viagem, por exemplo, e recebemos uma enxurrada de ofertas sobre esse tema. Temos sido extremamente cobrados pelas empresas e estas pelos órgãos governamentais para que haja uma adequação quanto à Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD. Ela entrou em vigor em 2020 e, a partir de agosto deste ano, as empresas sofrerão sanções se os nossos dados forem vazados indevidamente na internet. Ou seja, ficar inseguro não está na moda. Não faça arte da forma errada: seja um artista impecável com suas informações. Atualize as suas preferências na web e esteja em alta. Só assim a tecnologia será pop!

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ensar em tecnologia atualmente sem ligá-la à cultura, à arte e à moda é o mesmo que falar em Romeu sem Julieta – ou queijo sem goiabada. Não há como dissociá-las. Elas se complementam e tornam o mundo da TI mais atraente, diferenciado, inovador e inspirador. A tecnologia se tornou cultura, que, por sua vez, se tornou arte e, por consequência, moda. Acredito que ela tenha que encantar para você se interessar por ela. Cada vez mais, vemos artistas renomados – tanto nacionais como internacionais – que se beneficiam dos aparatos tecnológicos para desenvolver a sua arte. Destaque para Luke DuBois e a dupla brasileira Gisela Motta e Leandro Lima. Com eles, a imaginação flui por meio de todas as possibilidades, seja na utilização de telas LED, câmeras térmicas para pegar o momento exato e perfeito para a foto ou com os materiais recicláveis ou a sucata tecnológica para montar da melhor forma um órgão humano em 3D. Da mesma maneira, a moda usufrui de toda a tecnologia disponível atualmente para ficar ainda mais em evidência, inovando no desenvolvimento dos tecidos com foco direcionado ao cliente, por exemplo. Os cases são vários, mas vemos também que, por outro lado, a tecnologia pode nos colocar em algumas armadilhas. Hoje, as crianças estão dentro de casa, fazendo vídeos para o YouTube, TikTok, Instagram e Facebook, sem se atentarem aos riscos para os quais estão expostas, como

Confira este conteúdo na íntegra no novo portal da TOPVIEW.

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ESTILO | TECNOLOGIA

por Carlos Aros, colunista

Seu filho já descobriu a cultura do TikTok Na plataforma, f ísico e digital se misturam, criando um mundo novo para os mais jovens

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ocê conhece a @yasminartdrawing? Provavelmente não. Mas seus filhos, sobrinhos ou netos devem conhecer. Esse arroba é um dos perfis da rede social TikTok e ostentava, até meados do ano passado, um dos maiores índices de engajamento da plataforma. A autora da página, Yasmin, produz vídeos curtos, pequenas animações a partir de desenhos. Um trabalho minucioso e cheio de talento, que ela exibe para mais de 13 milhões de seguidores. Yasmin – e tantos outros criadores de conteúdo – representa uma nova forma de se fazer entretenimento e de consumir arte e cultura. Faz parte de uma geração que se expressa por meio de telas, reconhece códigos e valores próprios das comunidades online que integram e moldam padrões de comportamento que extrapolam os limites das redes sociais. Desde o surgimento da internet, convivemos com essa dualidade: o mundo digital e o mundo físico coexistem. Mas, hoje, as fronteiras foram desfeitas e os dois universos se tornaram um só. É por isso que Yasmin, Whindersson, Carlinhos, Maísa e tantos outros são a materialização desse novo mundo. Eles levam para dentro das telas o mundo físico e carregam para fora delas o mundo digital. É por meio dessas figuras que muitas crianças e adolescentes têm o primeiro contato com diferentes manifestações artísticas – da música às artes plásticas. São esses influenciadores que apontam os caminhos e, com links e hiperlinks, levam até mesmo um conhecimento que antes estava preso dentro dos livros. “Os influenPode-se questionar a ciadores usam forma, o conteúdo e até mesmo a ausência de uma a irreverência metodologia para lidar com e uma linguaos jovens. Mas o fato é que há barreiras para essa gem direta para não comunicação. Os influenmostrar (...) um ciadores usam a irreverênmundo diferen- cia e uma linguagem direta para mostrar, cada um da te de possibili- sua forma, um mundo diferente de possibilidades. dades.”

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Demoramos tempo demais para perceber que a forma de ensinar – e de aprender – mudou. Quem sabe a chave para o aprendizado da música, da dança ou até mesmo de história, física e português esteja nos challenges do TikTok.


self

a seção de saúde, f itness, comportamento, família e goodness

A L Í V I O PA R A A M E N T E

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Pintar, desenhar, fazer colagens e criar histórias são algumas formas de expressão artística que as pessoas usam para relaxar e desacelerar a rotina. Essas atividades podem ser utilizadas na arteterapia, que é uma prática terapêutica utilizada por profissionais habilitados visando estimular o desenvolvimento e o conhecimento do indivíduo sobre si e o mundo que o cerca.

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S E L F | C O M P O R TA M E N TO

Marketing por Beto Cesar, embaixador

O cidadão ilustre Não é prudente aceitar que a arte está somente naquilo que se vê – é preciso enxergar o mundo de forma ampla e constante

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mida como água, deve correr em nosso corpo como o sangue, para atingir seu objetivo final – que é de nos livrar da mediocridade. Ao ato de se consumir arte com constância, dá-se o nome de ‘repertório’. Nós evoluímos quando consW.O. truímos repertório. Sem ele, abre-se a porta da vida A frase, por sua vez, me fez lembrar de hipócrita e mal vivida que aparece no filme um filme argentino que vi recentemente, acima. “Ao ato de se relatado chamado O Cidadão Ilustre, de Gastón Amo Curitiba de coração e tenho consconsumir arte ciência de que é uma cidade que valoriza Duprat, com o Oscar Martinez no elenco, que vem atuando tão bem quanto o já consome a arte. Ainda assim, tenho um com constân- ecerto mais conhecido Ricardo Darín. No filme, medo de que ela se torne um pouco cia, dá-se o como a cidade de Salas, no filme, porque um célebre escritor, que já vive em Barcelona há muito tempo, ganha um Nobel elite econômica e cultural – que é a nome de ‘re- sua de literatura e retorna a Salas – sua cidade grande consumidora e propagadora da arte pertório’. (...) – tem uma forte tendência em só pensar na natal na Argentina – para ser agraciado como cidadão ilustre. Nessa viagem, o per- Sem ele, abre- classe A. sonagem se dá conta da mediocridade de Vivenciar a arte vai bem além dos -se a porta da museus e galerias. Vivenciar a arte significa seu povo. Enrustidos em fachadas de uma vida agradável, cada um de seus colegas de vida hipócrita e caminhar em um bairro ao qual você nuninfância esconde uma vida hipócrita e mal vai, mesmo que não seja o mais bonito. mal vivida (...)” ca vivida. Significa conversar com gente nova, que Fato é que a combinação de frase e filme não faça parte da sua realidade e do seu me pareceu um bom ponto de partida para tratar do círculo social. tema desta edição da TOPVIEW: “o significado da arte Significa, ainda, ouvir uma música que não seja do em nossas vidas.” É fácil enxergar a arte a partir da estéseu estilo ou comer um prato que você nunca come, em tica. Observa-se, admira-se e ponto. Fim de conversa. um restaurante ao qual você nunca foi. Se não fizermos Só que a arte não pode ser vista assim. Não funciona isso, tornamo-nos medíocres. Ainda bem que a arte está dessa maneira. Ela é uma necessidade e deve ser consuaí para nos salvar dessa cilada.

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ão há nada mais classe Z do que quem só pensa na classe A.” Essa frase é do Caetano Veloso. Aprendi ela no livro Os Piores Textos de Washington Olivetto, do próprio


S E L F | C O M P O R TA M E N TO

Bem-receber por Marilis Borcath Faggiani, embaixadora

Mudanças no consumo O aumento do consumo online e a intensif icação da atuação dos clientes no ambiente digital exigem atenção das marcas

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pandemia mudou nossas vidas profundaPara os empresários, surge um novo desafio. Como se mente. Mudou a forma de trabalharmos, de diferenciar no mercado online? Como ser acolhedor e nos relacionarmos com familiares e amigos, eficiente sem poder estar na frente do consumidor? de estudarmos e, certamente, mudou a Entendo que um ponto muito importante se refere forma de consumirmos. ao posicionamento das marcas. O ambiente virtual, que As restrições de circulação nos obripassa a ser o primeiro ponto de contato garam a aderir, de forma mais intensa, às do cliente com a marca ou o produto, “Todo esse novo deve refletir aquilo que a marca quer ser e compras online. Pessoas que já haviam adquirido esse hábito intensificaram-no e quer ser vista pelo público consucenário exige, como aqueles que ainda tinham restrições a esse midor. de nossa parte, modelo de compras, se viram quase que A partir dessa coerência entre o proobrigados a aderir. duto no mundo real e no virtual, acredito ainda mais foco Impulsionado pela pandemia, o ano que a experiência do cliente em nossos no cliente, para canais virtuais deve ser um ponto de de 2020 já pode ser considerado o grande ano do e-commerce brasileiro. O setor entendermos os atenção. Desde nossas mídias sociais até o conseguiu conquistar novos compradosite devem oferecer ao cliente uma anseios de cada nosso res e as taxas de crescimento não param experiência acolhedora e diferenciada. de subir. De acordo com uma pesquisa Não posso me posicionar como um um deles (...)” divulgada pela Associação Brasileira hotel na qual o cliente é sempre bem-vinde Comércio Eletrônico (ABComm), do e em que estamos à disposição para em parceria com o Movimento Compre & Confie, o atendê-lo e, no perfil do Instagram, não responder suas faturamento do comércio eletrônico brasileiro alcançou demandas ou, ainda, não dar atenção a uma avaliação a marca de R$ 81,92 bilhões em 2020. feita no TripAdvisor, por exemplo. A perspectiva é que esse número se mantenha e se Todo esse novo cenário exige, de nossa parte, ainda consolide, não mais como uma tendência, mas como mais foco no cliente, para entendermos os anseios de uma nova e expressiva forma de consumo no mercado cada um deles e entregar o melhor serviço em todas as brasileiro. plataformas de comunicação e contato.

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S E L F | C O M P O R TA M E N TO

“Grisalho” is the new black Mulheres repensam os padrões de beleza e assumem o grisalho em um movimento pela liberdade por Maria Isabel Miqueletto

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o dia 1º de dezembro de 2020, uma manchete pipocou em vários jornais: “Carla Vilhena é a primeira âncora a comandar um telejornal grisalha.” Vilhena representa um movimento de mulheres que tem crescido: o das que optam por abandonar as tintas e assumir os cabelos grisalhos. Foi o caso da designer Priscila Bavaresco, 42 anos. Aos 15 anos, começou a perceber seus primeiros cabelos brancos. Aos 17, começou sua saga com a tinta. “Nunca pensei, nem cogitava, assumir os brancos naquela época. Nem se cogitava qualquer mulher, com qualquer idade, fazer isso. Era normal a gente esconder. Tinha vergonha dos cabelos brancos”, relembra. Foi só em 2012 que decidiu assumir os cabelos grisalhos. Foi parte das transformações que sentiu como mulher e como mãe, três anos após dar a luz. “Não fazia mais sentido, era uma questão de tempo, de preguiça, de autoaceitação... várias coisas. Pesquisei muito porque tinha muita curiosidade de saber como eu ficaria grisalha.” Ela, então, arriscou e assumiu o cabelo natural. O momento da transição foi delicado. Eram duas opções: ou cortava curto ou assumia o cabelo “zebra”, com as madeixas escuras e claras. Priscila optou por não cortar. “Foi uma transição muito sofrida. Eu sentia muitos olhares de reprovação. Mas eu estava tão decidida que não me afetou tanto. Enfrentei com muita força.” A família, por outro lado, apoiava a decisão. No ano passado, durante a pandemia, decidiu criar um perfil no Instagram para conversar diretamente com outras mulheres. Assim nasceu o @greynproud, que já tem quase 2,5 mil seguidores. “Existe uma rede de apoio muito grande entre as mulheres que estão na transição. É importante a gente mostrar que o cabelo branco pode ser bonito”, conta.

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SANDRA CRISTINA OLIVEIRA “Vivia me escondendo. Era algo que me prendia a ponto de eu não viver. A liberdade de nunca mais precisar pintar não tem preço.”

JESSICA AROUCHA S I LVA “O intuito é a gente se amar da forma que a gente é. (...) É um bem para a nossa saúde, se libertar disso.”

P R I S C I L A B AVA R E S C O “Não é só sobre assumir o cabelo branco, mas, também, questionar se temos a liberdade de escolha sem sermos criticadas.”

Acervo pessoal

Hoje, ao fazer uma busca no Instagram, é fácil encontrar dezenas de perfis exaltando os cabelos grisalhos. No passado, nem sempre foi tão fácil encontrar inspiração. “Há 22 anos, não se falava de mulher deixar o cabelo branco”, pontua a advogada Sandra Cristina Alves Dias Oliveira, 42 anos. “Muitas mulheres começam a transição e desistem, porque a pressão é muito forte. Ainda é um tabu e tem muito preconceito.” O processo de Sandra com os fios brancos começou quando tinha 20 anos. Passou, então, a pintar os cabelos e só parou em 2019, quando precisou dar uma pausa na química da tinta por conta de uma severa queda de cabelo. “Nesse intervalo, foi a primeira vez que vi meu cabelo branco. Na verdade, eu nem sabia como era, porque, sempre que começava a apontar, eu pintava”, conta. Em seu perfil no Instagram, @donnacurlly, compartilha, com seus mais de 2,5 mil seguidores, suas reflexões sobre o tema. A família sempre desaprovou a escolha e Sandra se acostumou a receber comentários negativos no YouTube por conta de seus cabelos grisalhos. Mas foi na liberdade de sua decisão que encontrou motivação para continuar a transição. “Eu era escrava disso [da tinta], pintava de 30 em 30 dias, depois 15 em 15, e, por último, toda semana. Vivia me escondendo. Era algo que me prendia a ponto de eu não viver. A liberdade de nunca mais precisar pintar não tem preço”, destaca. “Eu me olho no espelho e gosto do que vejo, então não importa o quanto criticam. Eu me encontro nesse cabelo branco.” A designer de sobrancelhas e maquiadora Jessica Aroucha Silva, 27 anos, também gostou do que viu no espelho quando decidiu dar um tempo na tinta. No começo, fez porque estava com os cabelos muito danificados e precisava deixá-los um período sem química. “Recebi muitas críticas das minhas clientes. Elas não conseguiam entender porque eu estava fazendo aquilo. O intuito é a gente se amar da forma que a gente é. Vejo tantas mulheres fazendo plástica para mudar o formato de tudo – muitas morrem ou perdem cabelo por causa disso. É um bem para a nossa saúde, se libertar disso”, defende. Mal sabia que seria um caminho sem volta: assumiu o grisalho aos 24 anos. “Hoje, tenho várias clientes que deixaram o cabelo ‘grisalhar’ se inspirando em mim", conta, orgulhosa. “Eu consegui ser exemplo para outras mulheres – e nós vamos nos fortalecendo.” Jessica também compartilha sua rotina com o cabelo grisalho em seu perfil no Instagram. ■

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S E L F | S U S T E N TA B I L I D A D E

Sustentabilidade por Carol Vosgerau Gusi, embaixadora

A arte da conscientização

“O

que eu realmente quero fazer é poder mudar a vida de um grupo de pessoas com o mesmo material que eles lidam todos os dias.” Essa frase é de Vik Muniz, um dos mais renomados artistas plásticos brasileiros. Vik nasceu em São Paulo e teve uma infância nada luxuosa – como ele mesmo conta –, mas alcançou o sucesso e o prestígio internacional pela singularidade de suas obras, que são feitas com os materiais mais inusitados, como café, plantas, chocolate, pasta de amendoim e resíduos recicláveis. A arte é o maior portal para a sensibilidade humana que existe. É a forma de mostrarmos que somos seres conscientes e que nos importamos com o que acontece à nossa volta. Um dos projetos mais impactantes de Vik demonstra justamente isso. O artista embarcou para Jardim Gramacho, como era conhecido o maior aterro sanitário da América Latina, localizado na cidade de Duque de Caxias (Rio de Janeiro), com o objetivo de registrar a realidade do local e, de alguma forma, ajudar

os habitantes e trabalhadores do aterro. Muniz contou com a ajuda de um grupo de catadores. Eles foram fotografados e, ao final, ajudaram a construir as imagens de seus próprios retratos com objetos que recolhiam e separavam todos os dias: material reciclável. A venda das obras foi revertida em melhorias para a comunidade, como a construção de um centro de ensino. O projeto é retratado no documentário Lixo Extraordinário, indicado ao Oscar em 2011 e vencedor de muitos outros prêmios. Faço um apelo para você assistir e, se, ao final, sentir-se incomodado(a), você reagiu certo. As obras de Vik produzidas em Jardim Gramacho refletem o poder que a arte tem de conscientização e de transformação. Também demonstram a gigantesca quantidade de lixo que geramos, a péssima forma como ele é administrado e as tristes condições de trabalho dos catadores. Jardim Gramacho foi fechado em 2012, mas isso não solucionou o problema. Afinal, todo o lixo gerado pela cidade do Rio de Janeiro e da sua região metropolitana ainda precisa ir para algum lugar. topview.com.br

Reprodução | via Felipe Godoy

Objetos encontrados no lixo formam imagens espetaculares

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S E L F | C O M P O R TA M E N TO

01.

Profissão: artista Os desaf ios e a luta da classe pela valorização da arte como prof issão no Brasil por Thaís Mota

01., 02. e 03. A bailarina Julia Meirelles.

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“I

maginar o cenário da cultura em 2020 é pensar que, até lá, o povo brasileiro terá maior acesso à cultura e que o país responderá criativamente aos desafios [impostos na área] de nosso tempo”, imaginava o texto introdutório da 3ª edição de As Metas do Plano Nacional de Cultura (PNC), um projeto que estabelece objetivos, ações e metas a serem atingidas em dez anos no setor cultural brasileiro. As 53 metas, aprovadas em 2011, entretanto, não previam um vírus de escala global e as consequências drásticas trazidas por ele. Integrado por artistas, o setor cultural também reúne profissões essenciais à arte, como costureiras, figurinistas, eletricistas, técnicos e uma pluralidade de mãos que trabalham juntas para o sucesso do grand finale. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o número total de pessoas empregadas no segmento era de 7,1 milhões em dezembro de 2019, uma queda de 12,2%, se comparado ao mês de junho de 2020 – quando foram registrados 6,2 milhões de trabalhadores. Da publicação das metas do PNC para cá, a luta da classe artística caminha em direção “à luz no fim do túnel”. Isso acontece, ironicamente, como consequência da pandemia do coronavírus, afinal, por trás das produções cinematográficas, músicas, leituras e atividades buscadas como distração durante o isolamento social, existem profissionais que não deixaram de trabalhar por aquilo que escolheram: a arte. Um desenvolvimento cultural e econômico atrasado

no Brasil – em relação aos países mais antigos, que já passaram por cenários como o que vivemos hoje – é o motivo pelo qual há diferença na valorização da arte, segundo o professor de Pintura e Desenho da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Geraldo Leão. “Em um país novo como o nosso, em que tudo está sendo construído ainda, inclusive a identidade, isso [a valorização da arte] ainda não é muito claro para muita gente”, comenta. Para ele, essa ação deve ser implementada ainda cedo, por meio da educação. “Não tem outro jeito. A dança não é entendida da mesma maneira por um especialista e por quem não entende nada. Esse acesso aos códigos específicos da dança e da arte depende da escola, da educação. (...) não é mágico, não é natural. É cultural, é algo aprendido”, defende. Quanto vale um artista? O cenário da remuneração para artistas ainda é a maior dificuldade para atuar na profissão no Brasil. “É por isso que muitos bailarinos resolvem sair do país, porque lá [no exterior] as oportunidades são bem maiores. Lá, grupos de dança já recebem [salários], não só as companhias. Aqui no Brasil, nem as companhias conseguem manter seus bailarinos profis“A arte salva sionais recebendo”, relata a diretora e covidas, assim reógrafa Eliane Fetzer, como um médico há 13 anos dona de uma escola de dança em uma mesa curitibana que leva seu de cirurgia.” nome.

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Carol Lancelloti

02.

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Carol Lancelloti

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Fetzer conta que, por pouco, não viu as portas de sua escola quase se fecharem devido à crise econômica causada pela perda de quase 70% dos alunos, que cancelaram as aulas diante da pandemia. Segundo ela, a maior dificuldade de viver da arte – além das questões financeiras – é fazer com que ela seja valorizada e acessível a todos. “A arte está aqui para influenciar, questionar e para colocá-lo(a) em um lugar de pensamento, seja ele filosófico ou não, mas para que você consiga se articular como ser humano. Eu não vejo o Brasil enxergando a arte e a cultura em si como a gente vê todas as artes”, opina. Julia Meirelles, professora de dança e bailarina profissional há 15 anos, compartilha do mesmo sentimento: “acredito que uma minoria ame ou valorize a arte. Aqui, as pessoas não vão ao teatro com frequência, não apreciam a arte nem mesmo pelas redes sociais.” A maior indignação, para ela, vem por parte das pessoas que respondem “só isso?” quando lhe perguntam qual profissão exerce. “A arte salva vidas, assim como um médico em uma mesa de cirurgia. A cultura precisa mudar no país para que nós, artistas, possamos fazer a nossa parte e ser valorizados.” O músico Fernando Ferreira, 28 anos, trabalha nessa área desde os 15 anos de idade. Atualmente, afirma que a maior dificuldade encontrada na profissão é a falta de espaço e apoio por parte do governo e da sociedade, que, de acordo com ele, não enxerga viver da música como uma profissão. “Com a pandemia, tive todas as dificuldades possíveis: as casas noturnas foram todas fechadas e, assim, cancelados todos os trabalhos que já estavam marcados. O que me deixa mais triste é ver somente os músicos sem trabalhar, mas ruas, bares, postos e shoppings lotados”, conta. O novo olhar Apesar da atividade ter sido prejudicada com o isolamento – já que artistas trabalham diretamente com público –, a superintendente-geral de cultura do estado do Paraná, Luciana Pereira, acredita que, do outro lado, houve uma valorização grande por parte de quem, diante do caos, encontrou conforto na arte. “Existe uma associação do ‘fazedor’ de arte, do trabalhador de cultura como um hobby e não, isso é uma profissão. Quando nós tivemos a pandemia, houve uma percepção do público de que o artista tem isso como profissão (...) as pessoas conseguiram enxergar que o artista não deixou de fazer um hobby, ele deixou de comer”, pontua Luciana. A superintendente enxerga 2020 como um divisor de águas na classe artística, devido à grande mobilização dos profissionais, dos gestores de cultura e, até mesmo, do público, que se sensibilizou com a situação dos artistas na pandemia. O conselho de cultura, que, normalmente, reúne-se quatro vezes por ano, esteve presente em 28 encontros no ano passado. “Houve uma construção, um entendimento e uma percepção da classe, de toda a cadeia artística. Houve um amadurecimento topview.com.br

03.

muito grande, tanto de políticas públicas quanto de necessidades, e um mapeamento que nós não tínhamos.” Como medida emergencial no setor cultural, responsável por 2,5% do PIB brasileiro, o Governo Federal sancionou a Lei Aldir Blanc e distribuiu R$ 3 bilhões para estados e municípios, que repassaram o valor aos profissionais por meio de um cadastro em edital. São projetos como esse e como a Lei Rouanet que ajudam na sobrevivência dos artistas, afirma a coreógrafa Eliane Fetzer. “A gente vai fazendo isso [inscrevendo-se em editais] para que o artista não seja vendido para fora e para que a gente consiga manter ele aqui, vivo, trabalhando com a arte.” Leão destaca que a missão como artista e como categoria é cobrar que o governo, cada vez mais, crie possibilidades para que os artistas vivam do trabalho. “O que a gente faz tem muitas facetas. É difícil e apaixonante pelo mesmo motivo.” ■ Assista a matéria na íntegra no novo portal da TOPVIEW.


SELF | GOODNESS

Boa Ações por Luciana Almeida, embaixadora

Uma não! Duas doses de esperança, por favor!

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esperança da imunização em massa e da retomada de uma vida com mais liberdade deixou de ser um desejo e se tornou realidade, graças aos profissionais da saúde empenhados na ciência. Conversei com Ricardo Sirigatti, o diretor do projeto Médicos de Rua, também vencedor na categoria Médico do Ano no Prêmio Personalidades TOPVIEW 2019, sobre a vivência na linha de frente e a tão esperada vacina. Confira: Como esteve a sua vida profissional no último ano, com esse acontecimento inédito que foi a pandemia do coronavírus? Foi um ano de muitas incertezas e de muito aprendizado. Da mesma forma que as pessoas não sabiam bem o que fazer diante de tanta informação, nós, médicos, tampouco sabíamos exatamente o protocolo a seguir. Foram muitos dias de tentativa e erro. Isso trouxe muita frustração, pois fomos aprendendo com a doença. Nesse momento de ainda mais contato e cuidado com o próximo, você viu a vida pessoal e profissional se fundirem em algo único? O tempo todo, pois o medo que eu tinha pelos meus pacientes eu via dentro da minha própria família. Eu tive de adotar todos os cuidados do cotidiano de um hospital dentro de casa. Somado a isso, a perda de pessoas muito próximas nos dava uma sensação de absoluta impotência. Fazendo parte da linha de frente, o que mais chamou sua atenção durante este quase um ano de quarentena? O medo nas equipes era visível, mas, a cada alta hospitalar, eu via as equipes celebrando como se fossem seus

pais ou irmãos. A rotina da morte foi assustadora! Você se lembra de um momento que o marcou muito ao lado de algum dos seus pacientes? Eu passei meu aniversário no hospital e uma paciente com pneumonia por Covid, dependente de oxigênio, cantou parabéns para mim na hora da visita. Ela mal falava. Me emocionei de verdade. 2020 foi um ano que mostrou, à flor da pele, o nosso melhor e o nosso pior. A sua visão sobre a vida, as pessoas e a sua profissão continua a mesma? De maneira nenhuma. Acho que a pandemia transformou todo mundo. Eu diria que toda uma geração. Penso que o senso de comunidade e responsabilidade coletiva foi aprendido por cada ser humano que acompanhou tudo isso. Qual foi o seu maior aprendizado? Reaprendi o significado de amar ao próximo, acompanhei grupos de profissionais e pessoas do terceiro setor, de projetos lindos que se uniram e ficaram ainda mais fortes, sem parar, sem temer, e que lutaram para ajudar todas as pessoas que precisavam. A vacina é uma esperança para 2021? Já é uma realidade. Desde o primeiro dia, já vai diminuindo a circulação do vírus, pouco a pouco. Por isso, temos que ter mais um pouquinho de paciência e continuar nos cuidando. A vacina é segura e foi feita pelas mãos de milhares de profissionais da saúde, unidos pela pesquisa. Ela é a esperança de que as nossas vidas possam voltar “ao normal” o mais cedo possível. Mas isso depende de cada um de nós. Aí está a importância de pensar de forma coletiva e vacinar-se. ■

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Acervo pessoal

Na linha de frente do enfrentamento à pandemia, Ricardo Sirigatti conta sobre os momentos marcantes vividos e a vitória da ciência com a vacina

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NOVELA DE CAMILO PELLEGRINI, RAPHAELA CASTRO E STEPHANIE RIBEIRO / DIREÇÃO-GERAL DE EDGARD MIRANDA / PRODUÇÃO: CASABLANCA.

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O INÍCIO DE TUDO

A origem dos povos e das línguas.


R7.COM/GENESIS

A novela que é uma superprodução.

Aponte a câmera e saiba mais.

*HORÁRIO DE BRASÍLIA.

DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 21H.


SELF | SAÚDE

Entendendo a micropigmentação paramédica Para a especialista Valéria Yoshino, a técnica remete à renovação da feminilidade das pacientes por Gabriel Sorrentino

Divulgação | Valéria Yoshino

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o Brasil, cerca de 70% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama precisam recorrer à mastectomia, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Antônio Frasson. Nesse procedimento, toda a mama é retirada, incluindo o tecido mamário, e, às vezes, outros tecidos próximos. Hoje, inclusive, essa forma da doença é a mais comum no país, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Contudo, hoje, a micropigmentação paramédica é uma alternativa para contribuir para a melhora da autoestima e do bem-estar das pacientes que passam pela cirurgia de remoção de mama. “Nós não lidamos apenas com o físico, mas, também, com a alma da paciente, que teve uma história de luta. A reconstrução do complexo areolopapilar, região que envolve a aréola e o mamilo, é um procedimento que remete à renovação da feminilidade das pacientes”, explica Valéria Yoshino, especialista na técnica, que afirma: “É um auxílio à cura de dentro para fora e também de fora para dentro.” A técnica, de caráter estético, consiste na introdução de pigmentos hipoalergênicos na pele, de forma bastante superficial. Valéria explica que, na micropigmentação paramédica, o profissional aplica diferentes sombras e texturas para alcançar um resultado satisfatório. “Nós conseguimos fazer um desenho 3D para que fique bem natural e as pacientes se sintam com a autoestima renovada”, acrescenta a profissional.

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VIEWS OF BRAND

Além de ser indicada para casos de mastectomia, a micropigmentação paramédica também é eficaz para outras finalidades: “É um procedimento interessante para o pós-cirúrgico de operações estéticas reparadoras, já que essas intervenções podem ocasionar cicatrizes e perda do formato das aréolas mamárias. Conseguimos devolver cor, formato e naturalidade por meio do desenho tridimensional”, explica Yoshino. A micropigmentação também pode ser trabalhada sobre cicatrizes para melhorar a condição do tecido e, inclusive, em sobrancelhas de pacientes oncológicos. “Nesse caso, a técnica é feita antes da quimioterapia, já que sabemos da grande probabilidade de perda delas”, elucida Valéria. Durante o tratamento oncológico, há a aplicação, contudo, apenas em determinados períodos. “Temos todos os cuidados para dar continuidade à técnica com responsabilidade, mas com muita atenção, já que o paciente passa por momentos de imunossupressão”, acrescenta, afirmando que, durante esse tratamento, há um forte comprometimento do micropigmentador em garantir a eficácia do procedimento, ao mesmo tempo em que a saúde da paciente é posta em primeiro lugar. Quanto à recuperação, de acordo com a profissional, não há muito trabalho para a paciente, apesar de ser necessário que alguns cuidados sejam tomados. “Peço que não tomem banho de sol, mar, piscina e sauna durante 25 dias. Afinal, são ambientes com grande possibilidade de infecção, apresentam muitas bactérias. Além disso, indico uma pomada específica para auxiliar na cicatrização”, ressalta Valéria. “É preciso também estar alerta a possíveis intercorrências, contudo, no geral, é um procedimento bastante tranquilo.” Hoje, muitos médicos estão indicando a micropigmentação para essas finalidades, de acordo com Yoshino. “Não se trata de um procedimento cirúrgico: é algo simples, com um pós tão simples quanto o próprio procedimento”, conclui a especialista.

VALÉRIA YOSHINO Rua Padre Anchieta, 2.050, Bigorrilho, Curitiba/PR Tel.: (41) 3019-2362 | (41) 9 9113-6662 valeriayoshino.com.br @valeriayoshino_

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SELF | SAÚDE

Odontologia por Laydir de la Torre, embaixador

A arte do sorriso

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sorriso é a obra de arte central na galeria de linhas e traços que compõem o rosto de cada um de nós – e toda obra de arte expressa um sentimento ou conta uma história. A odontologia atual tem se baseado na perspectiva de obter o sorriso perfeito. Diferentemente de um artesão da Idade Média, que não tinha um controle tão preciso sobre o resultado final do seu trabalho, com as tecnologias de modelagem 3D, os softwares e outros recursos, é possível obter resultados cada vez mais precisos. Mas, à medida que a precisão dos resultados aumentou, perdeu-se a personalização nesses processos, desvalorizando-os justamente pelo fato de existirem

milhares de outros igualmente previsíveis. Houve um tempo em que a indústria da moda determinava o padrão ideal de tudo e os métodos da odontologia tradicional eram suficientes para seguir o padrão, replicando-o sem necessariamente ter certezas sobre os resultados que seriam alcançados ou a adaptação às características únicas de cada paciente. Hoje, vivemos uma fase muito diferente. A odontologia digital explora múltiplos recursos para otimizar, prever e personalizar os resultados, entre os quais se destacam os tratamentos ortodônticos com alinhadores invisíveis (como o Invisalign®) e o design do sorriso (como o DSD®). Mas é preciso ter cuidado. Assim como em outras

áreas e especialidades, é a experiência clínica e o conhecimento técnico do seu dentista que oportunizam a personalização de cada tratamento. Portanto, busque dentistas que sejam bem referenciados em suas respectivas áreas de atuação e verifique as credenciais e sua experiência prévia. A odontologia digital continua evoluindo e temos acesso a equipamentos que podem não apenas transformar o seu sorriso como também revolucionar a sua experiência de ir ao dentista, afinal, o caráter artístico do processo tem como objetivo despertar sempre o seu melhor sorriso. Leia mais sobre a odontologia digital no novo portal da TOPVIEW.

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Felipe Sant'Ana

Entenda como a odontologia digital pode transformar o seu sorriso em uma obra de arte

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poder

Shuterstock

a seção dos bastidores econômicos e políticos, além do social view

A CONSAGRAÇÃO DOS STREAMINGS Devido à necessidade das pessoas de ficar em casa por conta da pandemia, museus, teatros, cinemas e shows foram atrações culturais praticamente nulas no último ano. Nesse cenário, as plataformas de streaming se tornaram as principais alternativas de entretenimento, fazendo com que a Netflix, por exemplo, atingisse a marca de 37 milhões de assinantes em todo o mundo, com um faturamento de 24% a mais em relação a 2019, atingindo a marca de US$ 25 bilhões. 94

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P O D E R | N E G Ó C I O S E I N OVAÇ ÃO

por Matthias Schupp, colunista

Cultura organizacional x identidade individual Como formar uma cultura forte e única sem perder a riqueza da diversidade

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e você, que está lendo este texto agora, to! Muitas vezes, passam mais tempo na empresa, estivesse me ouvindo, perceberia meu conectados com a cultura organizacional, do que na sotaque alemão. Estou no Brasil há sete anos própria casa. Por isso, querem encontrar um pouco e sou um apaixonado pela cultura brasileideles mesmos em uma marca. A tendência é valorira. Desde os pontos mais zarmos e nos dedicarmos mais a tudo visíveis – como a comida, a música, as o que nos faz “sentir parte”. É assim “Ao meu ver, paisagens, a caipirinha – até aqueles que se criam laços de relacionamento detalhes que muitas pessoas daqui nem colaboradores entre o indivíduo e a marca. Contudo, se dão conta, mas que eu vejo como um onde pode ir essa flexibilidade? A buscam pertenci- até valor inestimável. Entre eles, a resiliêngrande questão talvez seja entender que mento! Muitas ve- é possível que a cultura organizacional cia, a criatividade e a vontade de fazer dar certo. ao crescimento da empresa zes, passam mais sobreviva São características da identidade e que a diversidade de identidades tempo na empre- individuais não precise significar desaliregional e do povo brasileiro que não podem ser desmerecidas dentro do amdo que é essencial para cada sa, conectados nhamento biente empresarial. É fato que não há companhia. com a cultura como construir uma marca de sucesso Os líderes têm papel fundamental sem uma boa cultura organizacional. nisso. São eles, principalmente, que leorganizacional, O DNA da companhia deve ser claro, varão o discurso para a prática, criando forte e presente – desde o espaço físico do que na própria rituais que reforcem a cultura organizaaté a comunicação e a forma como cional, fazendo da empresa um espaço casa.” tratamos clientes e colaboradores. Mas para colaboradores engajados e cientes como garantir que essa cultura bem consolidada tamde que esse alinhamento não desmerece sua indivibém permita a maleabilidade que uma instituição feita dualidade. É assim que construiremos empresas vivas, por pessoas e suas individualidades requer? movidas por seus valores, sua missão e seus propósitos Ao meu ver, colaboradores buscam pertencimen– e inspiradas por pessoas, para pessoas.

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PODER | NEGÓCIOS

EM PARCERIA COM

Imaginário de significados e marcas fortes Como empresárias paranaenses fortalecem o DNA local por meio da arte e da moda por Heloisa Garrett

Divulgação | Dior

PROMOTOP Os conteúdos assim indicados são materiais publicitários em formato nativo. A responsabilidade sobre as informações é do escritor e não expressa necessariamente a opinião da TOPVIEW.

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m novos tempos em que praticamente todos precisam se reinventar, minha motivação para escrever a coluna desta edição foi o icônico desfile da Dior que apresentou sua coleção Primavera-Verão 2021, inspirado no tarô do século XV. Em novo formato, desta vez com uma produção digna da sétima arte, a maison inovou no filme dirigido por Matteo Garrone, em uma linda releitura de pinturas de grandes mestres, com tecidos que imitam tapeçaria. Na adolescência, tive uma relação muito próxima com estilistas enquanto modelava. O que mais gostava era das provas, quando os criadores acompanhavam e moldavam sua arte ao nosso corpo. Eu gostava de entender a concepção das coleções e o que motivava aqueles artistas que transmitiam um universo lúdico em peças de vestuário. Nunca pensei em me dedicar à moda, mas me dediquei às artes. Escolhi uma profissão – o jornalismo – em que posso contar histórias e me aventurar no que diz respeito a descobrir motivações criativas que adornam nossa vida. Há alguns anos, especializei-me em artes visuais e despertei ainda mais meu olhar para a arte como construção social. No LIDE Mulher, sinto orgulho em ver filiadas com quem posso dialogar sobre essa relação da arte e da moda – e como isso impacta e fortalece negócios. Michelle Jamur, CEO da multimarcas Namix, leva a sério a arte em sua curadoria. Suas vitrines feitas pelo artista

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paranaense Ale Mazzarolo transformam a loja quase que em uma galeria de arte. Tânia Viccenzi, proprietária da Viccenza Joias, investiu, nos últimos anos, em parcerias e exposições de designers de joias, entendendo a joalheria como arte em seu conceito Gallerie, uma proposta inspirada na Itália. E a advogada Carmem Nicolodi é uma referência nacional na relação entre o direito, a arte e a moda, atuando na devida proteção jurídica do direito autoral, em um dos ramos mais inovadores e em expansão da área: o fashion law – quando empresários e estilistas precisam proteger suas criações. Três mulheres que são referência em seus negócios – e tenho certeza de que impactam, cada uma em suas áreas, de forma direta ou indireta, para que a relação entre a moda e a arte seja cada vez mais intensa, fortalecendo a construção de um imaginário cheio de significado, assim como a jovem mulher em busca da sua identidade retratada pelo belo desfile da Dior.


PODER | POLÍTICA E ECONOMIA

Política por Marc Sousa, colunista

A morte da Lava Jato Uma decisão de Brasília encerrou a força-tarefa de Curitiba no mês passado. É triste ver o fim de um trabalho que, a partir daqui da capital dos paranaenses, fez o Brasil entender como funciona a corrupção. E mais: nos fez ter a certeza de que não estamos destinados a ver eternamente o nosso dinheiro, o dinheiro do público, sendo desviado pelas mãos de políticos ladrões. Resta-nos, agora, manter vivo o legado da Lava Jato e torcer para que as sementes plantadas na chamada "República de Curitiba" germinem.

Números do combate à corrupção Foram 79 fases da Lava Jato em quase sete anos. 295 pessoas foram presas, entre elas, alguns dos maiores empresários do país – como o empreiteiro Marcelo Odebrecht – e políticos importantes – como o ex-presidente Lula. 174 acabaram condenados por corrupção e outros crimes. Mais de R$ 4 bilhões foram recuperados com as investigações.

“Ganhamos todas as guerras com a APP” O governador Ratinho Júnior tem na APP-Sindicato seu maior desafeto. “Já se notou que a APP não é um sindicato que representa os professores. Eles representam um partido político. (...) Nossas teses estão convencendo a população, o Judiciário e o Ministério Público de que aquilo que estamos implantando é o melhor para os jovens e os professores”, disse ele em entrevista à Jovem Pan.

Aglomeração da vacina A prefeitura de Curitiba criou o “Pavilhão da Cura”. A ideia de centralizar a vacinação no local com nome publicitário e agendar as doses pelo aplicativo da saúde deu errado. O app não funcionou e o resultado foram filas imensas com os profissionais da saúde.

Segue o líder Apesar de apostas contrárias, o vereador Pier Petruzziello (PTB) seguiu firme e forte como líder de Rafael Greca na Câmara de Curitiba. Parlamentares do DEM, partido do prefeito, chegaram a reivindicar a vaga, mas não conseguiram chegar a um nome que convencesse o Palácio 29 de Março. Pier mostrou força ao articular a nova composição da direção do legislativo municipal.

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Jonathan Campos | AEN, André Richter | Agência Brasil, Shutterstock e CMC

Bancada consciente Nove vereadores já anunciaram que irão devolver os carros oficiais: Amália Tortato (NOVO), Dalton Borba (PDT), Denian Couto (PODE), Eder Borges (PSD), Indiara Barbosa (NOVO), Marcelo Fachinello (PSC), Pier Petruzziello (PTB), Professor Euler (PSD) e Tico Kuzma (PROS). Ainda faltam 29 vereadores recusarem o benefício.

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PODER | SOCIAL VIEW

por TOPVIEW UM BRINDE!

GASTRONOMIA

NOVIDADE EM ITAJAÍ

RÉVEILLON EM SC

A embaixadora de tendências da TOPVIEW, Ana Claudia Michelin, e seu marido, Ricardo Michelin, conheceram um novo restaurante na Praia Brava de Itajaí, o 331 Frida.

Após um ano atípico, foi a hora de aproveitar a virada de 2020 para 2021 em alto-astral. O badalado RP Juan Moraes e as divas Alessandra Ambrósio, Eduarda Tonietto, Fernanda Motta e Gisele Coria se reuniram para alguns dias de relaxamento no Fuso Concept Hotel, em Florianópolis (SC).

Eduarda Tonietto, Gisele Coria, Juan Moraes, Alessandra Ambrósio e Fernanda Motta.

Ricardo Michelin e Ana Claudia Michelin.

NEGÓCIOS

Eduarda Tonietto e Juan Moraes.

QUICK TRIP!

ENCONTRO DO LIDE PARANÁ

MOMENTOS DIVERTIDOS EM SP

Filiados das unidades do LIDE Paraná e Santa Catarina se reuniram em Balneário Camboriú (SC) para um encontro de networking que reuniu cerca de 30 filiados e seguiu todos os protocolos da OMS (Organização Mundial da Saúde).

A embaixadora de estilo de Santa Catarina, Lis Faiad, esteve no Palácio Tangará, em São Paulo (SP), para desfrutar de um final de semana especial com o marido, João Faiad, e a filha, Sofia.

Marcio e Geisa Miksza, Heloisa Garrett e Leon Le Senechal.

João Faiad e Lis Faiad com a filha, Sofia.

Sofia Faiad em um café da manhã especial no Palácio Tangará.

WELCOME

Arquivo pessoal

AMIGAS SEMPRE POR PERTO

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Delton Batista e Heloisa Garrett.

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O embaixador de arquitetura da TOPVIEW, Eduardo Mourão, recebeu suas queridas amigas em sua loja, a Studio Casa. Endereço novo e o ambiente acolhedor de sempre!

Ana Claudia Michelin, Fabiola Ferraz, Eduardo Mourão e Marilis Borcath Faggiani.


BIRTHDAY

NA ESTRADA

DEBUTANTE EM FESTA

VISITA AO TOCANTINS

ESTILO

NOVA LOJA EM CURITIBA

A debutante Mariana A embaixadora dos Campos A Lunettes Bittencourt Choinski participou Gerais da TOPVIEW, Ane abriu há pouco tempo e já é um sucesso entre o de uma sessão de fotos Calixto Ruh, e seu marido, exclusiva no Castelo do Ricardo Ruh, visitaram a público curitibano! Com Batel para celebrar um ano propriedade da família em uma unidade dentro do especial e marcante. Campos Lindos (TO). Villa Preview, no bairro Batel, a loja já conta com clientes fiéis e muitas visitas de interessados em seus modelos de óculos, que fazem parte de grifes mundiais e são lançamentos no mercado.

Ana Barbara Soria na Lunettes Bittencourt.

FAMÍLIA

EM FÉRIAS

Ricardo Ruh e Ane Calixto Ruh.

Mehj Moana com a filha, Leona, e Leonardo Guedes.

CULTURA

CONEXÃO BRASIL-JAPÃO O Museu Oscar Niemeyer (MON) e a Japan House São Paulo trouxeram para Curitiba (PR) a exposição Japonésia, do fotógrafo Naoki Ishikawa. A exposição fica em cartaz até 11 de abril e, antes de abrir ao público, foi exibida a convidados especiais.

Natasha Barzaghi Geenen, Laura Kubrusly e Thai de Melo Bufrem.

Paola Gulin, Beto Cesar e Andressa Gulin.

BEAUTY

SAÚDE: DERMATOLOGIA Beto César, Marcia Almeida, Alana Baumgarten, Monica Hial, Manu Touma e Ana Claudia Michelin.

Com pacientes no Paraná, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Dra. Layla Rafart de Seras e Miguel esteve em seu consultório da unidade curitibana neste início de 2021.

Eduardo Pimentel, Alexandre Fertonani, Luis Fertonani, Carlos Fertonani e Alfredo Gulin Neto.

Luciana Casagrande Pereira Ferreira, Natasha Barzaghi Geenen, Luciana Saito Massa, Juliana Vosnika e Eric Klug.

Dra. Layla Rafart de Seras e Miguel.

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Arquivo pessoal, Rodrigo Sigmura e Antônio More

Mariana Choinski.

O colunista da TOPVIEW, Leonardo Guedes, sua esposa, Mejh Moana, e sua filha, Leona, passaram bons momentos em dias especiais de férias no Maranhão.

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PODER | SOCIAL VIEW

por Roberta Busato, colunista SUMMER

NOVIDADES NO PARANÁ E EM SANTA CATARINA De aniversários a novidades no mundo dos negócios, confira alguns dos destaques do começo deste verão 2020/2021 em Curitiba e no litoral paranaense.

O influenciador Cayo Nilsen aproveitando o verão, em Caiobá.

Juliana Mansur à espera da pequena Beatriz.

A influenciadora Rafa Rulhe já está a mil com o projeto da nova casa.

Ticiana Menezes ao lado do marido, Fernando, comemorando mais uma loja. Além da Cia Marítima, agora ela também é proprietária da Valisere.

Cassiano Vitorino passou o aniversário com a esposa, Diana, em Caiobá.

A influenciadora Alle Tonelli completa 50 anos em fevereiro.

Divulgação

Natasha Carraro Bernal é sócia do The Kids List junto com Tais Mainardes. O The Kids List também entrou no 2GET SALE Shopping. Na foto, Natasha e a filha, Maya.

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Os gêmeos Enrico e Lucas Richa completaram cinco anos com uma festinha somente para a família, em Caiobá. Na foto, os pais, Fernanda e Marcello, e o caçula Leonardo.

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Em mais um aniversário só para a família em Caiobá, a pequena Pietra Kaesemodel completou 3 anos. Na foto, os pais, Lico e Giuliana, e a caçula, Lorenza.

Dudu Sperandio, Douglas Ferrari e João Anacleto Mansur, sócios da Cantinetta Sperandio & Ferrari, a mais nova loja de vinhos de Curitiba.



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por Marcos Slaviero, colunista

QUICK TRIP

EXPERIÊNCIA LACES HAIR Eu e outros cinco influenciadores de Curitiba fomos convidados pelo Festval e pela Laces para um dia de tratamentos nos cabelos em uma das cinco unidades do salão, em São Paulo. Fomos muito bem recebidos pela equipe da marca e pela sócia, Cris Dios! Foi uma verdadeira imersão na marca, que une tecnologia e insumos naturais e veganos nos produtos.

Marcos Slaviero, Juliane Stier, Gabi Mahamud e Mariah Luz junto com a sócia da marca, Cris Dios (ao centro).

Cris Dios e Juliane Stier.

Cris Dios e Marcos Slaviero.

Ivo Vilela.

Mariah Luz.

Acervo pessoal

Após a experiência Laces Hair, Cris Dios e o time de influencers de Curitiba almoçaram no restaurante Capim Santo.

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Gabi Mahamud.

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Logo após o almoço, fizeram uma visita guiada à exposição Degas, no MASP.

Alguns dos produtos da Laces que fazem o maior sucesso no mundo da beleza.


PODER | SOCIAL VIEW

por Wilson de Araujo Bueno, colunista

Gilda Carnasciali Munhoz da Rocha Gilda e o esposo, Caetano Munhoz da Rocha, formam, com os quatro filhos, uma bela família, que vive tempo de júbilo com a neta Lívia, caloura de Medicina. Educada no icônico Colégio Jacobina, no Rio de Janeiro, onde nasceu, Gilda tem fluência em francês. Dona de impecável postura, conjunção de ginástica e hipismo, ela transmitiu sua vivência e seu esmero social às alunas da antiga Socipar, como mestra. Atuante, Gilda doa-se às ações solidárias de Santa Rita de Cássia.

Maria Cristina Zilli Dos primeiros passos na arte à alquimia das cores, linhas e formas, Maria Cristina Zilli desenvolveu suas técnicas sob orientação do grandioso Guido Viaro, vigoroso amigo e dono de uma didática muito própria e arrebatadora – estimulante para a totalidade de seus pupilos. Na pontuação do currículo de Maria Cristina, constam também graduação na Álvares Penteado, de São Paulo, cenografia e uma temporada em Paris, em um curso de desenho na Academia Grand Chaumiére.

Jean Paul Louis Roland Decock O restaurante Ile de France integra a paisagem curitibana com sua clássica cozinha francesa. O marcante charme do ambiente e o atendimento diferenciado o eternizam. No estelar cardápio, sobressaem-se, como campeões, o camarão ao champagne, o strogonoff e o steak au poivre – sem igual no mundo, atesta o neurocirurgião Marlus Moro. Neste 2021, comemorando 58 anos, o Ile de France inicia uma nova fase, transferindo-se, no 1º semestre, para a Avenida do Batel, 1.550. Sempre admirado, o proprietário Jean Paul Decock é o condutor do lendário estabelecimento, ao lado da correta Clara Chao, sua esposa.

Kalu Chueiri Da argila transformada em projétil para derrubar pássaros, o que – felizmente – nunca conseguiu, ao sabão minerva modelado como cavalo do jogo de xadrez com seu pai, Aide Chueiri. Tudo isso fundamenta os primeiros passos do menino Kalu Chueiri rumo à escultura em sua infância e adolescência, em Ibaiti (PR), sua cidade natal. Autodidata, aprimorou sua técnica com Elvo Benito Damo, em Curitiba. No Rio, estagiou com Claudio Aun, nome nacional na área. Com obras espalhadas pelo estado, Kalu Chueiri centraliza atividades em seu atelier, em Pato Branco, no sudoeste do estado.

Reflexao “Protege-me, ó Deus, pois em ti me refugio.”

“A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas.”

– Salmo 16:1

– Francis Bacon topview.com.br

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PODER | PAPO FINAL

Zuleika Bisacchi

Artista plástica paulista formada pela Faculdade Santa Marcelina, já participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no mundo. Atualmente, é proprietária da Zuleika Bisacchi Galeria de Arte, que f ica no coração do Batel, em Curitiba

Gerson Lima

por Redação

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Uma lembrança da infância? O tempo que fui bandeirante em São Paulo. Adorava acampar, cuidar de animais, andar pelos campos, sempre gostei muito da natureza. A convivência em grupo era constante. Valores éticos, morais, sociais e espirituais eram itens importantes de estudo. Uma curiosidade sobre você? Não sei se é uma curiosidade, mas sou muito positiva e acredito demais. Por isso, acho que muitas vezes me decepciono. Atitude mais admirável que testemunhou recentemente? Sem dúvidas, não posso falar sobre isso sem citar as pessoas que, guiadas pelo ímpeto de cuidar e salvar vidas, estão presentes ao lado dos enfermos da Covid-19. Como você avalia o cenário urbanístico de Curitiba atualmente? Estou em Curitiba há pouco mais de cinco anos. Uma cidade adorável, com seu patrimônio histórico, meio ambiente e espaços públicos. Ao meu ver, tem um desenvolvimento ordenado, a cidade é elogiada e, muitas vezes, copiada por muitos outros centros urbanos.

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Se o dia tivesse 27 horas, como usaria essas três horas extras? Lendo, pesquisando e assistindo a filmes. Defina sua profissão em uma frase. Antes de ser galerista, sou artista. Portanto, a arte é o meu caminho – e sou feliz em poder andar por ele. Algo inusitado que recomenda que todos façam uma vez na vida? Cada um tem uma compreensão, um entendimento do inusitado. Meu interesse é conhecer lugares exóticos. Que tal ir ver a aurora boreal na Finlândia? Uma mudança importante na sua personalidade no último ano? A pandemia nos fez refletir mais sobre nós mesmos e sobre as pessoas que nos cercam. Aprendemos mais sobre os nossos sentimentos, a valorizar a vida. Se não fosse você, quem gostaria de ser? Eu gostaria de ser uma das médicas sem fronteiras. Que trabalho

maravilhoso! Qual é a primeira coisa que você gostaria de fazer no pós-pandemia? Viajar. Como você descreveria para uma pessoa do futuro o período que estamos vivendo hoje? Um tempo histórico que marcou o mundo. O planeta como um todo passou a ser mais interligado. Momentos muito tristes e ruins que deixaram cicatrizes profundas, mas ajudaram cada povo de cada ponto do planeta a construir uma memória seletiva de prioridades para a sociedade, a educação, a economia, a política e a espiritualidade. Quem a inspira atualmente? Muitas pessoas me inspiram, em tantos aspectos da vida. Mas, atualmente, a brasileira Luciana Borio, que é infectologista, convidada a trabalhar na equipe do presidente recém-eleito dos EUA, Joe Biden. Foi ela que, em 2018, alertou sobre os perigos de um vírus devastador.


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