Acqua Sérgio Helle

Page 1




A todos que tornaram essa jornada possível. O meu mais sincero agradecimento. Para Nívea Jorge, modelo de tantos trabalhos que com sua expressividade e talento de bailarina muito me ajudou a criar. Dedico o meu trabalho à minha família. Às empresas que patrocinaram esse projeto. Aos meus queridos amigos que tanto se esforçaram para tornar concreto este registro. Lenita Bezerra, Leonor Lima Costa, Ubirajara Bazani, Rosalvo Ponte, Kleber Júnior, Alexandre Silva, Marcela Brasileiro, Michelle Magalhães, Valdih, Lia Parente, Ivana Bezerra de Menezes, Lourdes Damasceno, Nerissa Bangoim, Dora Freitas, Jarbas Oliveira, Honorato Feitosa, Ana Cançado, Izabel Gurgel, Dagmar Palácio, Vilma Mendonça, Clarissa, Dr. Vilter Magalhães.


1a. Edição

FORTALEZA 2010


Joaquim Bezerra de Farias lived in CrateĂşs. In April of 1919, while traveling in the city of Crato, he saw seated at the street a woman who called his attention. It was Josefa. After coming back to CrateĂşs, he wrote her a letter with a marriage proposal. Months later, they were married. They had eight children, my father was the youngest.

6


Joaquim Bezerra de Farias morava em Crateús. Em abril de 1919, a passeio na cidade do Crato, viu sentada numa calçada uma moça que chamou sua atenção. Era Josefa. Ao voltar para Crateús, escreveu-lhe uma carta com um pedido de casamento. Meses depois, estavam casados. Tiveram oito filhos, meu pai era o mais novo.

7



AUTO-RETRATO / IDENTIDADE técnica mista sobre madeira 90cm x 180cm 2004

SELF-PORTRAIT / IDENTITY mixed media in plywood 90cm x 180cm 2004



O objetivo deste livro não é “explicar”minha pintura. Já dizia Frank Zappa: “Escrever sobre música é como dançar sobre arquitetura”. Escrever sobre pintura não seria muito diferente. Trabalhos que precisam de um argumento para serem justificados me incomodam. Falaremos disso mais tarde. Este livro representa o esforço de compartilhar minhas experiências. Pretendo, por meio da narração da minha história e do desenvolvimento do meu trabalho, que as pessoas se sintam mais próximas dele, que vejam cada quadro como parte de um todo, que vai se definindo a cada dia, a cada descoberta do olhar.

The purpose of this book is not to “explain” my painting. Frank Zappa said that: “Writing about music is like dancing over architecture”. Writing about painting wouldn’t be that different. Works that need an argument to be justified bothers me. We will talk about that later. This book represents the effort to share my experiences. I hope, through the narration of my history and the development of my work, that people will feel closer to it, that they will see every painting as a part of a whole, which defines itself every day, at each discovery of the eye.

11


A DANÇARINA óleo sobre tela 120cm x 120cm 1989

THE DANCER oil in canvas 120cm x 120cm 1989


DESCOBERTA Minha lembrança mais remota é a de quando tinha cerca de cinco anos, ao fazer meu primeiro desenho. Lembro-me da sensação de que podia criar o que quisesse, um misto de poder e de independência. Tinha desenhado um Batman, copiado de uma revista em quadrinhos. É impressionante como essa lembrança até hoje é muito clara. Não conhecia nenhum artista, de longe nem de perto, mas era o que eu queria ser. Anos depois, lembro-me de uns desenhos de peixe de Aldemir Martins, reproduções que ficavam na casa da minha tia Leonor. Lá também havia uma tela de Chico da Silva enrolada numa gaveta – até hoje não sei se era original ou uma cópia. Eu desenhava tudo o que via. Lembro-me também dos quadros da Sinhá d’Amora no Museu Vicente Leite, no Crato. Achava-os lindos, ainda hoje acho. Esses foram os meus primeiros contatos com a arte.

FORMAÇÃO Aos dez anos, vim morar em Fortaleza. Morávamos no Crato, num sítio a cerca de seis quilômetros da cidade. Para o meu pai, os filhos deviam ser educados na capital. Eu trazia uma lista de material de pintura, feita por minha tia, e um endereço da loja Epitácio. Lembro-me da ansiedade de pintar pela primeira vez numa tela com óleo. Não gostei nem um pouco do resultado. Pouco depois, minha mãe me matriculou num curso de um religioso que pintava imagens sacras para a Igreja Coração de Jesus. Logo após, fui estudar com Jane Sandes, minha professora por vários anos. Foi um ótimo começo. Em 1980, aos dezesseis anos, participei da minha primeira exposição, o Salão dos Novos. Já tinha certeza de que a pintura sempre faria parte da minha vida.

DISCOVERY My most remote memory is the one of when I was about 5 years old, when I made my first drawing. I remember the feeling that I could create anything that I wanted, a mixture of power and independency. I had drawn a Batman, copied from a comic book. It’s impressive how that memory is still very clear to me today. I didn’t know any artist, but it was what I wanted to be. Years later, I remember some fish drawings from Aldemir Martins, reproductions that stayed in the house of my aunt Leonor. There was as well a Chico da Silva canvas wrapped in a drawer – Until now I don’ t know if it was an original or a copy. I drew everything I saw. I remember too the paintings of Sinhá d’Amora in the Museum of Vicente Leite, in Crato. I thought they were beautiful, I still think so. Those were my first contacts with art.

FORMATION When I was ten, I came to live in Fortaleza. We lived in Crato, in a ranch about six kilometers from the city. For my father, his children should be educated at the capital. I took a list of painting material, made by my aunt, and an address of Epitácio store. I remember the anxiety of painting for the first time in a canvas with oil. I didn’t like the result at all. Soon afterward, my mother enrolled me in a course of a religious man, who painted sacred images for the church of Coração de Jesus (Heart of Jesus). Later, I went to study with Jane Sandes, my teacher for several years. It was a great start. In 1980, when I was 16 years, I participated in my first exposition, the Salão dos Novos (Parlor of the New). I was already certain that painting would always be a part in my life. If there wasn’t much incentive by my family for me to become a plastic artist, neither there were objections. Like all parents, mine wanted me to have a solid career; they hoped that painting wasn’t anything more than just a hobby. My family thought that I would be an architect, a profession that fit my taste for drawing. The idea of plastic arts as a profession wasn’t cogitated.

Se não havia muito incentivo da família para eu me tornar artista plástico, tampouco havia objeções. Como todos os pais, os meus queriam que eu tivesse uma carreira sólida, esperavam que a pintura não passasse de um hobby. Minha família achava

13


que eu seria arquiteto, profissão que se encaixava com o meu gosto pelo desenho. Não se cogitava a possibilidade das artes plásticas como profissão. Para suprir a falta de uma universidade de artes plásticas e uma inesgotável sede de conhecimento, eu fazia todos os cursos disponíveis que tivessem alguma relação com artes visuais, o que incluía serigrafia, desenho publicitário, pintura, história da arte, xilogravura, gravura em metal, oficinas de papel artesanal e até mesmo cenografia e iluminação de espetáculos teatrais. Houve uma época riquíssima de cursos semanais no Museu da Universidade Federal. Eu os adorava, fazia todos. No MAUC, fiz curso de modelo vivo com Anchises, estudei com Vivian Gotheim, Bené Fonteles, Jorge Carvajal, Eduardo Eloy, Roberto Galvão, Luiz Áquila e Luiz Piza. Minha formação artística veio assim, aos pedaços. Cheguei a fazer vestibular para Arquitetura, mas terminei me formando em Administração de Empresas pela Unifor, mais para agradar os meus pais.

PUBLICIDADE Aos dezoito anos, fui trabalhar como arte-finalista numa agência de publicidade, a SG, época em que a informática ainda não tinha revolucionado essa área. Tudo era feito à mão, pintado a pincel, recortando e colando cada letra. Essa experiência durou um ano, quando larguei o emprego pensando em viver só de pintura. Depois, aos trinta anos, voltei para a publicidade, já na era da informática. Trabalhei por cinco anos na house de uma construtora e ainda hoje, como free-lancer, faço trabalhos para várias empresas. Gosto de fazer publicidade, exercitar a criatividade, principalmente com programação visual. A criação de algumas peças publicitárias me dá tanto prazer quanto pintar um quadro. Mas na pintura tenho muito mais liberdade, faço o que quero, o resultado que apresento é exatamente o que pensei, sou eu. Na publicidade, o resultado final sofre muitas interferências do cliente.

14

To make up for the lack of a university of plastic arts and an endless thirst for knowledge, I did all the courses available that had any relation with visual arts, which included --serigraphy, publicitary drawing, painting, art’s history, xylography, metal gravure, handmade paper workshops and even --stenography and illumination of theater shows. There was a period rich of weekly courses in the Museu da Universidade Federal (Museum of the Federal University). I loved them, I did all. In Mauc, I did a live model course with Anchises, I studied with Viviam Gotheim, Bené Fonteles, Jorge Carvajal, Eduardo Eloy, Roberto Galvão, Luiz Áquila and Luiz Piza. My artistic formation came that way, by pieces. I took the university entrance exam for Architecture, but I ended up graduating in Business Administration by Unifor, more to please my parents. PUBLICITY When I was 18, I went to work as a finalist art in a publicity agency, the SG, period in which the informatics still hadn’t revolutionized that area. All was done by hand, painted by paintbrush, cutting and pasting every letter. This experience lasted for a year, when I quit my job thinking of living by just by painting. Later, when I was thirty, I went back to publicity, now in the era of informatics. I worked for five years in the house of a constructor and even now, I do work as a freelancer for many companies. I like to do publicity, to work the creativity, primarily with visual programming. The creation of some publicity pieces gives me as much pleasure as painting a canvas. But in painting I have much more freedom, I do what I want, the result that I show is exactly what I thought, it’s me. In publicity, the final result suffers much interference by the client, there are sometimes radical changes.


PRELÚDIO óleo sobre tela 150cm x 120cm 1989

PRELUDE oil in canvas 150cm x 120cm 1989


ABRAÇO óleo sobre tela 50cm x 60cm 1985

EMBRACE oil in canvas 50cm x 60cm 1985


ABRAÇOS A primeira individual veio em 1988. Chamava-se Abraços. Nessa época, passei a assinar Sérgio Helle, por sugestão do jornalista e cineasta Augusto César. Até a primeira individual, assinava Sérgio L., pois já existia outro artista plástico em Fortaleza com o nome de Sérgio Lima. Abraços começou a ser gerada três anos antes. Como toda exposição, partiu de uma paixão, de uma fixação por um tema. Todas as exposições surgiram assim. Primeiro, uma paixão por um trabalho específico; depois, percebe-se que esse trabalho se desenvolve de uma forma, e precisa de outros trabalhos para completá-lo. Surge uma série, uma vontade de fazer, de mostrar uma paixão. Como com todas as paixões, perde-se o sono, achamos que é a coisa mais importante do mundo. E como todas as paixões, umas dão frutos; outras morrem no início. Assim nascem as exposições. Via o filme Dead Zone, baseado num livro de Stephen King. Nada muito profundo, mas surgiu uma imagem que me encantou: um abraço. De imediato, congelei a imagem e desenhei o que via na TV. Foi o primeiro abraço de uma série que revisitei treze anos depois na exposição Abraço de Cinema, no Centro Dragão do Mar. Fazer uma exposição individual é trabalho exaustivo, principalmente a primeira. Por falta de opção, eu tinha que cuidar de tudo: catálogo, fotos, textos, divulgação e montagem. Acabara de participar de uma mostra patrocinada pela Prefeitura em que artistas pintavam outdoors espalhados pela cidade. Tive a ideia de usar essa mídia como divulgação da exposição. Pintei dois outdoors à mão, pedaço por pedaço, no chão da minha sala. Fui criticado pela empresa de outdoors que, de início, ofereceu os espaços de exibição como patrocínio. Mas depois, ao vê-los prontos, cobrou para exibi-los. Diziam que era um anúncio. Claro, era o anúncio do meu trabalho! Depois de tanto esforço, queria que as pessoas fossem vê-lo e, para tanto, elas precisavam saber da sua existência. Eu nunca tinha visto

EMBRACES The first individual came in 1988. It was called Abraços. At that time, I started to sign Sérgio Helle, by suggestion of the journalist and moviemaker Augusto César. Until the first individual, I signed Sérgio L., because there was another plastic artist in Fortaleza with the name Sérgio Lima. Abraços began to be generated three years before. Like every exposition, it was from a passion, a fixation by a theme. All expositions came to be like that. First, a passion for a specific work; later, you realize that that work develops in a way, and needs other work to complete it. A series arises, a will to do, to show a passion. Like all passions, you lose your sleep; we think it’s the most important thing in the world. And like all passions, some give fruit; others die in the beginning. Like that, the expositions are born. I was watching the movie Dead Zone, based on Stephen King’s book. Nothing too deep, but there was an image that charmed me: a hug. Immediately, I froze the image and drew what I saw on the TV. It was the first hug of a series that I revisited thirteen years later in the exposition Abraço de Cinema (The Cinema Embrace), in Center Dragão do Mar To make an individual exposition is an exhaustive work, principally the first. By lack of option, I had to take care of everything: catalog, photos, texts, divulgation and montage. I had just participated in a show by the Prefecture in which artists painted outdoors scattered throughout the town. I had the idea to use that media as a divulgation for the exposition. I painted two outdoors by hand, piece by piece, on the floor of my room. I was criticized by the outdoor company that, at first, offered the exhibition space as a sponsorship. But then, when they saw them ready, they charged to exhibit them. They said it was an advertisement. Of course, it was the ad of my work! After all effort, I wanted that people went to see it, and for that, they needed to know of its existence. I had never seen the divulgation of an exposition that used that media, but I thought it was a great idea. The outdoor company thought that I was treating art in a commercial way. What a silly idea that some people have to sanctify art. Like if this wasn’t an ordinary craft; and its result, a product. That’s the way I see it, that’s the way it is. I don’t underestimate its importance, but people have the habit of overestimate some works and look down on others. We are all in the same boat, building a history, each one their own way.

17


a divulgação de uma exposição que usasse essa mídia, mas achava uma ótima ideia. A empresa de outdoor considerou que eu estava tratando a arte de forma comercial. Que bobagem essa coisa que algumas pessoas têm de sacralizar a arte. Como se este não fosse um ofício comum; e seu resultado, um produto. Assim a vejo, assim ela é. Não desvalorizo sua importância, mas as pessoas têm o hábito de supervalorizar alguns trabalhos e desprezar outros. Estamos todos no mesmo barco, construindo uma história, cada um do seu jeito. Nessa primeira individual ainda trabalhava com óleo. Pintava em telas em que colava telas de tapeçaria sobre elas para obter uma textura mais forte. Pintei com óleo por muitos anos, mas o cheiro de solventes e minhas alergias não combinavam. Vime forçado a trabalhar com o acrílico, e logo acrescentei outras técnicas ao trabalho; colava papéis artesanais, usava pigmentos, cola, lápis, pastéis, fotocópias, tudo o que pudesse chegar ao resultado que eu desejava.

TÉCNICA Mesmo quando trabalho em tela, sempre uso uma superfície dura por baixo ao pintar porque gosto de usar lápis de cor. Desde que, há muitos anos, conheci o trabalho de Floriano Teixeira, incluí os lápis coloridos na mistura de materiais que uso para executar um trabalho. Já usava pastel oleoso, tinta acrílica e pigmentos, além de papel artesanal feito por mim, colado em tela ou madeira. A técnica foi sendo construída aos poucos, incorporando as experiências que davam certo e descartando as mal sucedidas.

18

In that first individual one I still worked with oil. I painted on a canvas that I glued tapestry canvas over them to obtain a stronger texture. I painted by oil for many years, but the smell of solvent and my allergies didn’t match. Soon I saw myself forced to work with acrylic, and soon I added other techniques to the work; I glued handmade paper, I used pigments, glue, pencil, pastel, and photocopies, everything that could reach the result that I longed for. TECHNIQUE Even when I work on a canvas, I always use a hard surface below while painting, because I like to use colored pencils. Since, many years ago, when I met the work of Floriano Teixeira, I included colored pencils in the mixture of materials that I use to execute a job. I already used oily pastel, acrylic paint and pigments, besides handmade paper made by me, glued in a canvas or wood. The technique was build little by little, incorporating the experiences that worked and discarding the unsuccessful ones.


ABRAÇO óleo sobre tela 100cm x 120cm 1987

EMBRACE oil in canvas 100cm x 120cm 1987


ABRAÇO I serigrafia 47cm x 62cm 1988

ABRAÇO III serigrafia 47cm x 62cm 1988

EMBRACE I silkscreen 47cm x 62cm 1988

EMBRACE III silkscreen 47cm x 62cm 1988


ABRAÇO II serigrafia 47cm x 62cm 1988

O BEIJO serigrafia 47cm x 62cm 1988

EMBRACE II silkscreen 47cm x 62cm 1988

THE KISS silkscreen 47cm x 62cm 1988


PAIXテグ テウleo sobre tela 65cm x 80cm 1989

PASSION oil in canvas 65cm x 80cm 1989


A DANÇARINA II óleo sobre tela 100cm x 120cm 1989

THE DANCER II oil in canvas 100cm x 120cm 1989


AFAGO tĂŠcnica mista sobre tela 74cm x 95cm 1992

CARESSE mixed media in canvas 74cm x 95cm 1992


SOLIDテグ tテゥcnica mista sobre tela 100cm x 110cm 1993

SOLITUDE mixed media in canvas 100cm x 100cm 1993


PENUMBRA técnica mista sobre tela 87cm x 163cm 1992

HALF-LIGHT mixed media in canvas 87cm x 163cm 1992


REGRESSO 贸leo sobre tela 120cm x 120cm 1989

RETURN oil in canvas 120cm x 120cm 1989


SÉRIE DANÇA I técnica mista sobre tela 69cm x 80cm 1994

DANCERS SERIES I mixed media in canvas 69cm x 80cm 1994


SÉRIE DANÇA II técnica mista sobre tela 69cm x 80cm 1994

DANCERS SERIES II mixed media in canvas 69cm x 80cm 1994


SÉRIE DANÇA III técnica mista sobre tela 69cm x 80cm 1994

DANCERS SERIES III mixed media in canvas 69cm x 80cm 1994


SÉRIE DANÇA IV técnica mista sobre tela 69cm x 69cm 1994

DANCERS SERIES IV mixed media in canvas 69cm x 69cm 1994


IMAGENS TRADUZIDAS Em 1990, fiz a segunda individual, Imagens Traduzidas. Utilizava fotocópias de imagens (geralmente captadas de TV) e fazia montagens utilizando papel artesanal que eu fabricava na época. Foi uma exposição experimental, muito importante para os trabalhos que viriam depois, em que montava imagens, colando pequenos pedaços, pintadas com técnica mista. Tinha acabado de fazer uma oficina no Mauc com Bené Fonteles em que ele trabalhava com fotocópias. Meu único contato com o computador, nesse período, era quando pedia para o Costa, da Gráfica Expressão, escanear imagens e reticulá-las para melhorar o resultado das ampliações, o que ele sempre fez com muita boa vontade. Na época, escrevi o seguinte texto sobre a exposição: Imagens Traduzidas representa a continuidade de um trabalho desenvolvido há alguns anos. Na individual Abraços já se percebia o desejo de identificar e destacar emoções das imagens frias dos aparelhos eletrônicos. A imagem da tela de TV era transferida, com alguma interferência, para a tela de algodão e tapeçaria, libertando seu significado do contexto do qual ela fazia parte. Com Imagens Traduzidas, essa ideia é desenvolvida de forma mais radical, a imagem é filtrada e, por muitas vezes, insistentemente repetida, como repetidas são as formas de uma grande metrópole. Neste trabalho, o processo do fazer artístico envolve vídeo, fotografia, xerox, pintura e papel artesanal, utilizando diferentes processos artísticos e tecnológicos que modificaram a produção cultural humana, arranjando-os para melhor comunicar meu modo de ver o mundo. Havia uma limitação de tamanho para reproduções em fotocopiadoras. Passei a usar imagens coladas em madeira, ampliando-as em partes e colando os pedaços como num outdoor. Depois essas imagens eram pintadas

32

TRANSLATED IMAGES In 1990, I did the second individual, Imagens Traduzidas. I used photocopies of images (generally captured from TV) and did montages utilizing handmade paper that I used to make at that time. It was an experimental exposition; very important for the works that would come later, those in which I mounted images, gluing small pieces, painted with a mixed technique. I had just finished doing a workshop in Mauc with Bené Fonteles, where he worked with photocopies. My only contact with a computer, at that time, was when I asked Costa, from Gráfica Expressão, to scan images and reticulate them to improve the result of the amplifications, which he always did very willingly. At that time, I wrote the following text about the exposition: Translated Images represents the continuation of a work developed some years ago. In the individual Abraços I already realized the desire to indentify and highlight emotions out of the cold images of the electronic gadgets. The image of the TV screen was transferred, with some interference, to the cotton canvas and tapestry, freeing its meaning from the context that it belonged to. With Imagens Traduzidas, this idea is developed in a more radical way, the image is filtered and, by many times, insistently repeated, like repeated are the forms of a big metropolis. In this work, the process of the artistic work involves video, photograph, Xerox, painting and handmade paper, utilizing different artistic processes and technology that modified the human cultural production, arranging them to best communicate the way I see the world. There was a limitation of size to reproductions in photocopy machines. I started to use images glued in wood, amplifying them by parts and gluing the pieces like in an outdoor. Afterwards those images were painted.


MÁSCARAS II técnica mista sobre papel 64cm x 82cm 1990

MASKS II mixed media in paper 64cm x 82cm 1990


BEIJOS tĂŠcnica mista sobre papel 48cm x 96cm 1990

KISSES mixed media in paper 48cm x 96cm 1990


AMANTES II técnica mista sobre madeira 51cm x 114cm (díptico) 1990

LOVERS II mixed media in plywood 51cm x 114cm (diptych) 1990


SEGREDOS tĂŠcnica mista sobre tela 75cm x 125cm 1990

SECRETS mixed media in canvas 75cm x 125cm 1990


ENCONTRO tĂŠcnica mista sobre madeira 130cm x 120cm 1991

MEETING mixed media in plywood 130cm x 120cm 1991



AGONIA II técnica mista sobre madeira 60cm x 200cm (díptico) 1992

AGONY II mixed media in plywood 60cm x 200cm (diptych) 1992


DANÇA técnica mista sobre madeira 144cm x 96cm (díptico) 1990

DANCE mixed media in plywood 144cm x 96cm (diptych) 1990


NUDEZ técnica mista sobre madeira 155cm x 110cm (díptico) 1990

NUDITY mixed media in plywood 155cm x 110cm (diptych) 1990


O BEIJO serigrafia 96cm x 39cm 1998

THE KISS silkscreen 96cm x 39cm 1998


SOLIDテグ serigrafia 96cm x 39cm 1998

SOLITUDE silkscreen 96cm x 39cm 1998


ABRAÇO serigrafia 48cm x 66cm 1998

EMBRACE silkscreen 48cm x 66cm 1998


MEDITAÇÃO serigrafia 30cm x 42cm 1991

MADITATION silkscreen 96cm x 39cm 1991


LÁ FORA Ao fazer trinta anos decidi estudar em Paris. Quando lá cheguei, já tinha uma boa noção da língua. Foi um período muito rico, inesquecível. Conheci de perto as obras de grandes artistas nos museus de Paris e Amsterdã. Em Paris, assim como em Nova York, sempre fiquei impressionado com a quantidade de crianças e adolescentes que eram levados aos museus pelas escolas ou pelos pais. Não há melhor forma de educação visual do que frequentar museus. Eles são muito mais do que guardiões dos registros culturais. Museu é lugar de aprender. Tenho uma profunda admiração por esse trabalho de educação visual que se faz no exterior. Ainda hoje tenho o hábito de ficar escutando essas aulas quando vou a museus. E cada vez mais os reverencio. Por essa razão, museus têm público e empresários mais sensíveis em relação à arte. Quem já procurou patrocínio no Brasil, sabe bem do que estou falando. Nem no auge da crise americana, o Lincoln Center, o maior centro de artes de Nova York, mantido por doações de empresários, teve problemas financeiros. Na época, estudava na Aliança Francesa e tentava conseguir uma bolsa para uma universidade de Artes Plásticas. Descobri que a Universidade de Saint Denis era mais receptiva aos estrangeiros. Consegui mostrar meu trabalho para o coordenador de artes plásticas. Ele me explicou que meu diploma em Administração era aceito pela universidade, mas queria que eu fizesse algumas disciplinas que ele considerava essenciais, pois eu não era formado em artes plásticas. Ele tinha gostado do meu trabalho e iria me ajudar a conseguir a bolsa. eu voltaria ao Brasil, lhe enviaria uma lista de documentos e regressaria alguns meses depois com o visto de estudante. Nesse período, já tinha tido meus primeiros contatos com o computador. Uma amiga, Aléxia Brasil, trabalhava com computação gráfica. Eu ficava fascinado com as infinitas possibilidades dessa máquina. Quanto mais eu a conhecia, mais me envolvia com ela. A primeira ideia era trabalhar com

46

ABROAD When I turned thirty, I decided to work in Paris. When I arrived there, I had a good notion of the language. It was a very rich period, unforgettable. I met by firsthand the work of great artists in the museums of Paris and Amsterdam. In Paris, the same way as New York, I was always impressed with the amount of children and teenagers that were brought to the museums by schools or by their parents. There is no better way of visual education than going to museums. They are much more than guardians of the cultural registers. A Museum is a place to learn. I have a profound admiration for such work of visual education that is done abroad. I still have the habit of listening to those classes when I go to museums. And I worship them more and more. For that reason, museums have a public and companies more sensitive when it comes to art. Whoever searched for sponsorship in Brazil, knows very well what I’m talking. Not even in the heyday of the American crisis, the Lincoln Center, the largest center of Arts of New York, maintained by businessman’s donations, had financial problems. At that time, I studied in Aliança Francesa (French Alliance) and I was trying to get a scholarship for a Plastic Arts university. I found out that the University of Saint Denis was the most receptive to foreigners. I succeed in showing my work to the coordinator of plastic arts. He explained to me that my diploma in Business was accepted by the university, but he wanted me to do some disciplines that he considered were essential, because I wasn’t graduated in plastic arts. He liked my work and he would help me get the scholarship. I would come back to Brazil, send the list of documents and I would regress some months later with a student’s visa. At that time, I already had my first contacts with the computer. A friend, Aléxia Brasil, worked with computer graphics. I was fascinated with the infinite possibilities of that machine. The more I knew, the more I was involved with it. The first idea was to work with publicity and design, something I liked to do and that would bring me financial income. But the computer brought me much more. Soon, it would transform my artistic


publicidade e design, algo de que gostasse de fazer e que me trouxesse retorno financeiro. Mas o computador me trouxe muito mais. Logo ele iria transformar o meu trabalho artístico, que já tinha forte interferência da tecnologia. Na época, eu costumava tirar fotos da TV, fazer ampliações em fotocópias, inverter as imagens usando transparências. Tudo era feito de forma artesanal, demorada, complicada. O computador veio facilitar o que eu fazia, ampliar essas possibilidades. Terminei desistindo de voltar a Paris para começar aqui um trabalho com artes gráficas. Foi uma boa escolha. O computador mudou radicalmente a publicidade e me mostrou novos caminhos nas artes plásticas. Hoje, raramente faço um trabalho que não tenha o computador como uma de suas ferramentas de execução, nem que seja só para simular composição e cores antes de pintar.

INFOGRAVURAS Em 1995, já com algum domínio do uso do computador, veiome a ideia de usá-lo para fazer gravura. Mas a impressão, o peso dos arquivos de imagens e mesmo os softwares tinham muitas limitações. Junto com Aléxia Brasil e Carlos Otávio apresentei essas experiências em uma exposição que intitulamos de Muito Simples. Na Ibeu Art Galery, apresentamos uma pintura, um objeto e várias gravuras. Basicamente, gravuras impressas em impressoras comuns, tamanho A4, e a primeira experiência com plotagem em papel em grande formato. Sobre a exposição escrevi:

work, which already had strong technology interference. At that period, I used to take photos from the TV, make amplifications in photocopies, and invert the images using transparencies. Everything was handmade, slowly, complicated. The computer came to make easier the things I did, to widen those possibilities. I ended up giving up on coming back to Paris to start here a work with graphical arts. It was a good choice. The computer has changed the publicity radically and has showed me new ways of doing art. Today, I rarely do some work that doesn’t have the computer as one of its execution tools, even if it’s only to simulate compositions and colors before painting. INFO-ENGRAVINGS In 1995, now with some grasp of how to use a computer, it came to me the idea to use it to do engravings. But the impression, the size of the image files and even the software had some limitations. Together with Aléxia Brasil and Carlos Otávio I presented those experiences in an exposition that we entitled of Muito Simples (Very Simple). In Ibeu Art Gallery, we presented a painting, an object and many engravings. Basically, printed engravings in common printers, A4 size, and the first experience with plotter in paper in a large format. About the exposition I wrote: I was always fascinated by the concept of modernity, celerity, images that succeed each other on a TV screen. My work consists in capturing images and information that already exist, interfering, manipulating and generating new images and information, to show something else, a new angle of vision. I live in a time that it is allowed to me the utilization of fonts and many materials, from handmade paper to the computer, which is just another tool. I’m fascinated about its possibilities like the caveman must have been when he succeeded in putting colors in his drawings. It is the technology applied to artistic

Sempre fui fascinado pelo conceito de modernidade, de rapidez, imagens que se sucedem numa tela de TV. O meu trabalho consiste em captar imagens e informações que já existem, interferindo, manipulando e gerando novas imagens e informações, para mostrar algo mais, outro ângulo de visão. Vivo em um tempo em que me é permitido a utilização de fontes e materiais diversos, do papel artesanal ao computador, que é só mais uma ferramenta.

47


Sou fascinado por suas possibilidades assim como o homem das cavernas deve ter ficado quando conseguiu colocar cores em seus desenhos. É a tecnologia aplicada à produção artística, uma nova forma de percepção da realidade, de poéticas visuais, o objetivo da arte como um todo. A minha obra é o registro da minha passagem pelo mundo, assimilando-o e recriando-o segundo minha visão de formas e cores. É mágico, como mágica deve ser a vida. Tenho ótimas recordações dessa época e de como esse trabalho me motivava. Tínhamos dificuldade de expor esse tipo de gravura, mas era o que nos interessava. As galerias tinham receio de expor trabalhos tão experimentais, acho até que com certa razão. Naquela época, a impressão se limitava a tamanhos pequenos, salvo alguns ploters que não tinham boa qualidade de impressão. E as tintas utilizadas, com a ação do tempo e da luz, iam modificando suas cores. Hoje, possibilidades diferentes de suporte e tintas à base de solvente e proteção UV tornaram as gravuras feitas em computador tão ou mais resistentes ao tempo quanto as técnicas mais tradicionais. Minha relação com esse tipo de gravura foi se desenvolvendo com as novidades do setor, a cada nova possibilidade de impressão sobre materiais diferentes eu fazia experiências e adaptava essa tecnologia ao meu trabalho. Mas o que seria uma “gravura feita em computador”? No catálogo da Exposição Abraço de Cinema, escrevi um texto em que tentava expor minhas ideias sobre o assunto: O QUE É INFOGRAVURA A informática tem revolucionado todas as áreas de trabalho e, embora seja ainda tudo muito novo, são muitos os artistas que hoje em dia usam o computador como instrumento de criação. Um dos resultados dessas novas experiências é a infogravura, técnica que utiliza conceitos da gravura tradicional, como xilo, metal e lito. A matriz da infogravura é um arquivo digital. Em vez do buril, ponta seca e goivas gravando a madeira ou metal, o artista utiliza mesa digitalizadora, mouse e softwares de editoração de imagens. A impressão se dá por meio de ploters ou impressoras com o uso de diversos materiais. A gravura é considerada original, quando assinada e numerada pelo

48

production, a new way of perception of the reality, of visual poetry, the purpose of art as a whole. My work is the register of my passage through the world, assimilating and recreating it according to my vision of forms and colors. It’s magical, like life should be magical. I have great memories of that time and how that work motivated me. We had difficulties in displaying that kind of engraving, but it was what interested us. The galleries were a little dismayed to show such experimental works, I think even with some reason. At that time, the impression was limited to small sizes, save some plotters that didn’t have a good quality of impression. And the paints used, with the action of time and light, were modifying colors. Nowadays, different possibilities of support, and paints made by solvent base and with UV protection made engravings created on the computer as like or more resistant to time as the more traditional techniques. My relation with this type of engraving began to develop with the news of the sector, at each new possibility of impression on different materials; I made new experiences and adapted that technology to my work. But what would be an “engraving made on a computer?” In the catalog of the exposition Abraço de Cinema, I wrote a text in which I tried to expose my ideas about the subject. WHAT IS INFO-ENGRAVING? The informatics has revolutionized all the areas of work, although it is all still too new, there are many artists that nowadays use the computer as an instrument of creation. One of the results of those new experiences is the info-engraving, a technique that utilizes concepts of the traditional engraving, like wood, metal and stone. The matrix of info engraving is a digital file. Instead of the burin, chisel and gouge engraving the wood or metal, the artist uses a digital table, mouse and image edition software. The impression is given by means of plotters or printers with the use of many materials. The engraving is considered original, when signed and numbered by the artist. The computer, in this case, is not used only as a mere reproduction instrument, but also of creation, by offering many resources and limitless colors and matrixes. Because it is a multiple, the engraving has a lower cost than painting, making the artistic


artista. O computador, no caso, não é utilizado somente como mero instrumento de reprodução, mas também de criação, ao oferecer inúmeros recursos e ilimitadas cores e matizes. Por ser um múltiplo, a gravura tem um custo menor do que a pintura, tornando a criação artística mais acessível. Mas isso não faz dela uma obra menor. A gravura pertence a um dos capítulos mais notáveis da história do ser humano, que descobriu em cada época, o instrumento para dominar os suportes mais diversos. Participei de várias exposições na Ibeu Art Galery, uma pequena e atuante galeria. Havia uma exposição anual de trabalhos em papel que se chamava Salão Norman Rockwell. Participei de várias, uma delas como jurado.

SEGREDO infogravura 21cm x 30cm 1989

creation more accessible. But that doesn’t make it a lower work. The engraving belongs to one of the most notable chapters of the history of the human being, who discovered in each epoch, the instrument to dominate the more diverse supports. I participated in many expositions in Ibeu Art Gallery, a little and active gallery. There was an annual exposition of paper works that was called Salão Norman Rockwell. I participated in many, one of them as a jury. Years later, with a more advanced technology providing a higher quality impression, I did Abraço de Cinema in Centro Dragão do Mar. This

SECRET info-engraving 21cm x 30cm 1989


RENDA I infogravura 70cm x 50cm 2008

RENDA I info-engraving 70cm x 50cm 2008


RENDA II infogravura 70cm x 50cm 2008

RENDA II info-engraving 70cm x 50cm 2008


Anos depois, com a tecnologia mais avançada proporcionando uma impressão de maior qualidade, fiz Abraço de Cinema no Centro Dragão do Mar. Essa exposição veio fechar um ciclo, começado em 1988, com a primeira individual Abraços. Foi uma mostra muito especial, com o principal trabalho ganhei o prêmio de gravura do Salão de Abril e fui convidado a participar da III Bienal do Mercosul.

RETRATOS Já havia pintado vários retratos a óleo, geralmente por encomenda, mas geralmente não gostava muito do resultado. Não conseguia me identificar. Continuava trabalhando com imagens capturadas da TV, fotocopiava, ampliava, interferia nessas reproduções e formava grandes painéis, alguns colava em madeira ou em tecido. Depois de tudo, pintava com acrílico, pastel oleoso, lápis, pigmentos e cola. Decidi usar essa mesma técnica para fazer o retrato de um amigo. Passei a usar uma pequena câmera de filmagem para capturar imagens e depois escolher nesses filmes as cenas a serem pintadas. Foi a forma de dar aos retratos minha identidade. Gostei tanto do resultado que decidi fazer uma exposição em que algumas personalidades foram convidadas a participar. Em 1996, surgiu Olho Mágico. Para ilustrar o catálogo da exposição, optei por escolher fotos captadas dos filmes que eu não tinha utilizado para pintar. Assim o quadro seria uma surpresa para o retratado. Tive a ajuda inestimável de Izabel Gurgel e de Ítala Márcia na produção. Era o ano de 2001. A exposição foi montada em uma casa na avenida Dom Luis, projetada pelo arquiteto Arialdo Pinho, e reformada para receber a exposição. Nessa exposição foram retratados: Aléxia Brasil, Ana Beatriz e Wanderley Barreto, Ana Luiza Franco Costa Lima,Andréa Bezerra Ximenes e Talita, Anik Auip, Antonieta Martins Gomes, Celina Castro Alves, Cíntia Melo,

52

exposition came to close a cycle, which began in 1988, with the first individual Embraces. It was a very special exhibition, with the main work I won the engraving award of Salão de Abril (April’s Parlor) and I was invited to join the III Bienal of Mercosul. PORTRAITS I had painted many portraits by oil, usually on hire, but generally I didn’t like the result very much. I couldn’t identify with it. I kept working with images captured from TV, photocopied, amplified, I interfered in those reproductions and made big panels, some I would glue in wood or in fabric. After everything, I painted with acrylic, pastel oil, pencil, pigments and glue. I decided to use that same technique to make a friend’s portrait. I started to use a small film camera to capture images and then choose in those films the scenes to be painted. It was the way to give portraits my identity. I liked the result so much that I decided to do an exposition which some personalities were invited to join. In 1996, came Olho Mágico (Magic Eye). To illustrate the exposition’s catalog, I opted to choose photos captured by films that I didn’t utilize to paint. That way the painting would be a surprise to the person being portrayed. I had the priceless help of Izabel Gurgel and of Ítala Márcia in the production. It was the year of 2001. The exposition was mounted in a house in avenue Dom Luís, projected by the architect Arialdo Pinho, and reformed to receive the exposition. In that exposition were portrayed: Aléxia Brasil, Ana Beatriz e Wanderley Barreto, Ana Luiza Franco Costa Lima,Andréa Bezerra Ximenes e Talita, Anik Auip, Antonieta Martins


AUTO-RETRATO técnica mista sobre madeira 92cm x 70cm 1996

SELF-PORTRAIT mixed media in plywood 92cm x 70cm 1996


ALÉXIA BRASIL técnica mista sobre madeira 67cm x 67cm 1996

ALÉXIA BRASIL mixed media in plywood 67cm x 67cm 1996


UBIRAJARA BAZANI técnica mista sobre tela 86cm x 70cm 1996

UBIRAJARA BAZANI mixed media in canvas 86cm x 70cm 1996


IVAN BEZERRA E IVAN FILHO técnica mista sobre madeira 140cm x 89cm 2003

IVAN BEZERRA E IVAN FILHO mixed media in plywood 140cm x 89cm 2003


DEMÓCRITO DUMMAR técnica mista sobre tela 75cm x 100cm 2008

DEMÓCRITO DUMMAR mixed media in canvas 75cm x 100cm 2008


VICTOR AGOSTINHO técnica mista sobre madeira 70cm x 50cm 2004

VICTOR AGOSTINHO mixed media in plywood 70cm x 50cm 2004


ARTHUR AGOSTINHO técnica mista sobre madeira 70cm x 50cm 2004

ARTHUR AGOSTINHO mixed media in plywood 70cm x 50cm 2004


TEREZA XIMENES tテゥcnica mista sobre madeira 90cm x 63cm 1997

JAYME LEITテグ tテゥcnica mista sobre madeira 63cm x 90cm 1996

TEREZA XIMENES mixed media in plywood 90cm x 63cm 1997

JAYME LEITテグ mixed media in plywood 63cm x 90cm 1996


CELINA CASTRO ALVES técnica mista sobre madeira 74cm x 90cm 1996

ISABEL PIRES técnica mista sobre madeira 30cm x 40cm 1996

CELINA CASTRO ALVES mixed media in plywood 74cm x 90cm 1996

ISABEL PIRES mixed media in plywood 30cm x 40cm 1996


VALÉRIA ROSSICLÉA VITORIANO técnica mista sobre madeira 87cm x 87cm 1996

VALÉRIA ROSSICLÉA VITORIANO mixed media in plywood 87cm x 87cm 1996


ESDRAS GUIMARテウS, PEDRO, NEUMA, VICTOR e CAROLINA tテゥcnica mista sobre madeira 150cm x 120cm 2010

ESDRAS GUIMARテウS, PEDRO, NEUMA, VICTOR e CAROLINA mixed media in plywood 150cm x 120cm 2010


INFLUÊNCIAS E ADMIRAÇÕES A obra de um artista é um apanhado de várias experiências e influências. Nunca percebo quando estou fazendo. Mas depois, às vezes muito tempo depois, consigo ver como esses artistas me influenciaram. Depois de ver trabalhos de Floriano Teixeira, passei a usar lápis de cor no meu trabalho. Quando você é fascinado por algum artista, de alguma forma, mesmo de forma subliminar, é influenciado por ele. Adoro Sérgio Ferro, Carlos Araújo, para citar alguns vivos. Gosto do Klimt, de Andy Wahol. E para não dizerem que não gosto de arte contemporânea, adoro Vik Muniz, Henrique Oliveira e os seus tapumes, os Gêmeos, David LaChaplle e tantos outros. Quando estudava xilogravura com Eduardo Eloy conheci o trabalho de Kathe Kollwitz, artista alemã que morreu 1945 e viu seu país atravessar duas guerras brutais, e a ascensão do nazismo. Seu trabalho parecia sofrer de uma paixão pela desesperança e miséria, mas o resultado era espetacular. A força de suas xilos e desenhos me marcaram profundamente. Lembrava-me dela cada vez que ouvia que meu trabalho era muito triste, e tomava os comentários como elogios.

CRÍTICAS O meu trabalho fica em um limbo, recebe críticas de quem acha que arte é óleo sobre tela e os “pseudo-contemporâneos”, que acham que a pintura não tem mais nada a dizer. Nunca me preocupei com tendências, movimentos ou modismos nem quero me preocupar com um contexto contemporâneo para o meu trabalho. Sigo fazendo o que sempre fiz. Quero fazer um tipo de arte com que eu possa conviver, vê-la diariamente, me sentir bem. Não que eu não acredite em outros tipos de expressões artísticas, mas foi essa que escolhi fazer. O que acrescentei no meu trabalho foi consequência das minhas experiências de vida, não descobri a pólvora. Desde sempre, os artistas usaram os recursos que tinham para se expressar. Andy Wahol usava sua “polaroid” e serigrafia. Vick Muniz é um artista plástico ou um fotógrafo? Isso importa? O que vejo é o

64

Gomes, Celina Castro Alves, Cíntia Melo, Excelsa, Arthur Costa Lima, Gustavo e Artur, Jayme Leitão, Karla Paes de Andrade, Lusineth Miranda, Marquinhos, Mônica Arruda, Ubirajara Bazani, Valéria Rossicléa Vitoriano. INFLUENCES AND ADMIRATIONS The artist work is a collection of many experiences and influences. I never realize while I’m doing. But then, sometimes much later, I can see how those artists influenced me. After seeing Floriano Teixeira’s works, I started to use colored pencils in my work. When you are fascinated with some artist, in some way, even in a subliminal way, you are influenced by him. I adore Sérgio Ferro, Carlos Araújo, to cite some alive. I like Klimt, of Andy Wahol. And for people not to say I don’t like contemporary art, I like Vik Muniz, Henrique Oliveira and his boards, the Twins, David LaChaplle and many others. When I studied woodcut with Eduardo Eloy, I met the work of Kathe Kollwitz, a German artist who died in 1945 and saw her country cross two brutal wars, and the Nazism ascension. Her work seemed to suffer from a passion for despair and misery, but the result was spectacular. The strength of her woodcuts and drawings marked me profoundly. I remembered her every time that I listened that my work was too sad, and took those comments as compliments. CRITICS My work stays in a limbo, it receives critics from people who thinks that art is oil on a canvas and the “pseudo-contemporaries”, who think that painting has nothing else to say, I never worry about tendencies, movements or trends, neither do I want to preoccupy with a contemporary context for my work. I keep doing what I always did. Quero fazer um tipo de arte que eu possa conviver com ela, ver diariamente, me sentir bem. Não que não acredite em outros tipos de expressões artísticas, mas foi


resultado. Como ele chegou até lá é mera curiosidade. Assim que vejo meu trabalho, uma evolução discreta de ideias e conceitos que se alinham e se aprimoram. Se eu achar que colar um papel artesanal sobre a tela vai trazer um resultado mais próximo do que quero, colo, assim como uso computador, plotagem, pastel oleoso e pigmento. Vivemos uma intensa troca de influências, somos bombardeados por uma quantidade de informações visuais sem precedentes. É indiscutível a influência do artista plástico com o trabalho do designer, do cineasta, do estilista, do cenógrafo, enfim com o de todos que trabalham com a imagem, e vice-versa. Intitular uma arte de maior e mais importante é uma bobagem.

O REI ESTÁ NU Uma das minhas melhores experiências ocorreu em 1986, quando fui trabalhar como monitor da I Exposição Internacional de Esculturas Efêmeras. Para mim, foi como conhecer um novo mundo. Tivemos um treinamento intensivo de uma semana com Tadeu Chiarelli. Estudamos a obra de cada artista convidado. Havia gente de toda parte do mundo, artistas de dezoito países. Conheci trabalhos e artistas geniais, como Franz Krajberg. Trabalhei como monitor e em outros horários ajudei Edward Mayer, artista americano, que trabalha criando formas a partir de ripas de madeira, a montar sua instalação. Os artistas mandavam os projetos a serem montados aqui. Era a única forma de viabilizar uma exposição que contava com nomes de peso sem arcar com os altos custos de seguro das obras, já que elas eram efêmeras e a maioria se desfazia pouco depois do período da exposição (ou durante).

essa que escolhi fazer. What I added to my work was a consequence of my life experiences, I didn’t discover the gunpowder. From the beginning, artists used the resources that they had to express themselves. Andy Wahol used the Polaroid and serigraph. Is Vick Muniz a plastic artist or a photographer? Does that matter? What I see is the result. How did he arrive there is mere curiosity. That’s how I see my work, a discreet evolution of ideas and concepts that align and improve themselves. If I think that gluing a handmade paper on a canvas is going to bring a closer result to what I want, I glue, like I use the computer, plotter, oily pastel and pigment. We live in an intense exchange of influences; we are bombarded by a quantity of visual information without precedent. It’s undeniable the influence of the plastic artist with the work of the designer, movie director, stylist, scenographist, – In short, with everyone that works with image, and vice-versa. To entitle an art of having more importance or less doesn’t have much meaning. THE KING IS NAKED One of my best experiences occurred in 1986, when I went to work as a monitor of I Exposição Internacional de Esculturas Efêmeras (First International Exposition of Ephemeral Sculptures). For me, it was like getting to know a new world. We had an intensive training of one week with Tadeu Chiarelli. We studied the work of every invited artist. There were people from all around the world, artists from eighteen countries. I met genial works and artists, like Franz Krajberg. I worked as a monitor and in other periods I helped Edward Mayer, an American artist, who works creating forms from rips of wood, mounting its installation. The artists sent the projects that would be mounted here. It was the only way to make viable an exposition that counted with huge names without paying the high costs for construction insurance, because they were ephemeral and most of them would come apart soon after the exposition (or while). It was my first contact with “contemporary art”, the installations, and the force of the idea stronger than the object. I was fascinated, but I didn’t

Foi o meu primeiro contato com uma arte em que a ideia era mais forte do que o objeto. Fiquei fascinado, mas não sabia ainda o que viria. Posso usar como analogia os caramujos africanos, que, trazidos ao Brasil na década de 80, começaram a crescer de uma forma tão descontrolada que passaram a destruir outras espécies. É assim como vejo este tipo de trabalho, uma arte mais de ideias que de técnica. Quanto mais pobre é o trabalho mais justificativas e textos ele tem. Muitos deles enfadonhos, que

65


exprimem uma erudição tediosa, com conceitos de arte préfabricados. A arte já não se explica por si própria, é preciso um texto para tentar ordenar aquele caos e traduzi-lo ao público. Até já vi bons trabalhos, só não acredito que esta seja uma “arte maior”, como acreditam seus adeptos. Além de instalações, intervenções e performances também existem bons artistas que pintam e esculpem. O maior ou o menor não se mede pelo gênero, e sim pela qualidade. Mas hoje em dia os órgãos culturais, sejam governamentais ou não, só dão espaço para o que chamam de “arte contemporânea” (a meu ver muito mais ampla). Bastaria a compreensão de que uma arte não aniquila outra. Com espaço para todo tipo de manifestação artística, haveria o reconhecimento do verdadeiro artista e a revelação do impostor. Todas as artes poderiam coexistir sem uma se sobrepor a outra, com o devido respeito que cada uma merece. Vi isso claramente ao participar da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre. Se eu, como artista e interessado em arte, sinto-me desmotivado a frequentar a maioria das exposições (e são cada vez mais raras), imagino o grande público, que também está cansado de procurar sentido em tudo isso. A impressão que tenho quando visito algumas exposições é que há muita gente fingindo ser artista e outros fingindo que aquilo é arte. Fico esperando alguém gritar: “Isso é uma farsa! O rei está nu!”, como fez a criança diante do rei no conto A Roupa Nova do Imperador, de Hans Christian Andersen. Cada vez mais, as exposições têm menos público. As pessoas estão cansadas de se sentirem burras, de não compreenderem como chamam de arte aquilo que estão vendo. Ninguém, a não ser colecionadores esperando lucros num mercado viciado, compra trabalhos que mais parecem um monte de sucata. Nesse meio, o que se precisa para fazer sucesso é um bom trânsito com a mídia, relações importantes e uma boa lábia. Grandes nomes que militam neste setor, indignados, estão se manifestando contra os rumos que a Arte Contemporânea está seguindo. Um dos primeiros autores sérios a abordar este assunto foi Tom Wolfe no seu livro A Palavra Pintada. Denunciava que a arte deixou de ser visual para ser falada. Muitos artistas e intelectuais já criticaram duramente as falácias do que foi

66

know what would be about to come. I can use as an analogy the African sea shell, that was brought to Brazil in the 80’s, began to grow in such an uncontrolled manner that it began to destroy other species. It’s that way how I see the contemporary art, an art more of the ideas than technique. There is no visual contemporary art without text. Many of them boring, which express a tedious erudition, with pre fabricated concepts of art. The art doesn’t explain itself anymore, a text is needed to try to arrange that chaos and translate it to the public. There are a lot of good things in the contemporary art; I just don’t believe it is a “higher art”, like its adepts believe. There are good artists that make installations like there are also those that paint and sculpt. In both arts, there are the biggest and the smallest. The biggest or smallest isn’t measured by the genre, but by quality. However, nowadays the cultural agencies, whether they are governmental or not, only give space to what they call “contemporary art” (which is, in my opinion, much broader). There should be the understanding that that one type of art doesn’t eliminate the other. With space for all kinds of artistic manifestations, there would be the recognition of the true artist and the revelation of the impostor. All the arts could coexist without overlapping each other, with all due respect that each one deserves. I saw that clearly when I participated in Bienal of Mercosul, in Porto Alegre. If I, as an artist and interest in art, feel unmotivated to frequent most of the expositions (and they are becoming rarer), I imagine the general public, that is also tired of searching for a meanings in all this. The impression that I have when I visit some of the expositions is that there are many people faking to be artists and others faking that that is art. I keep waiting for someone to yell: “This is a farce! The king is naked!” like the kid did in the story tale “The Emperor’s New Clothes”, by Hans Christian Andersen. More and more, the expositions have fewer crowds. The people are tired of feeling dumb, of not comprehending how they call art what they are seeing. No one, with the exception of collectors waiting for profits in a vitiated market, buy works that look more like a pile of junk. In that environment, what is needed to succeed is a good communication with the media, important relations and craftiness.


determinado como “arte oficial” por um sistema gerido por interesses que nada tem a ver com arte. Não sei se é indispensável para um artista saber desenhar; quando pensava em ser me tornar um, era primordial. Concordo que há artistas que conseguiram construir uma obra utilizando outros recursos, mas é indiscutível que o domínio de técnicas acaba definindo o resultado do trabalho. Isso se pensarmos que a estética, o uso de cores, a anatomia, a perspectiva dizem respeito às artes visuais. Hoje, qualquer novo artista só fala em desconstruir. Não teve tempo (nem interesse) de aprender a desenhar nada, não sabe nem o que, mas quer transgredir, questionar (essa é a palavra-chave). Segundo Ferreira Gullar o beco sem saída em que enveredou a produção contemporânea nasce de um grande equívoco: o de achar que a pura expressão possa ser uma obra de arte. Disse ele: “Uma mancha no chão, uma água escorrendo, tudo isso é expressão, mas não é arte. Se alguém pisa no meu pé e eu grito de dor, isso é uma expressão, mas não é arte.” Esse questionamento de que tudo pode ser arte é antigo. Duchamp fez isso há décadas. A maior vítima dessa compactuação da mídia e de centros culturais com a exclusão de artistas que não se enquadram nos parâmetros do “contemporâneo” é o público, que perde a oportunidade de conhecer um trabalho que possa ser reconhecido como arte; é o artista, que se frustra em não conseguir trabalhar; é o país, que vê seus talentos desperdiçados. Quantos artistas maravilhosos, por falta de reconhecimento, simplesmente desistiram. Sentem-se descartados e desrespeitados. Poderia citar pelo menos uma dezena. Procuraram outra atividade ou raramente pintam, esculpem. Um bom artista precisa estar em constante produção, pois só assim seu trabalho se aprimora.

Huge names that work in this sector, frustrated, are manifesting against the way that the Contemporary Art is following. One of the first serious authors to cover this topic was Tom Wolfe in his book The Painted Word. He denounced that the art stopped being visual to be spoken. I don’t know if it is indispensable for an artist to know how to draw; when I thought about being an artist it was primordial. I agree that there are artists that succeed in constructing a work using other resources, but it’s undeniable that the grasp of techniques ends up defining the result of the work. That is if, we think that the esthetic, the use of colors, the anatomy, the perspective concern the visual arts. Nowadays, every new artist only talks about constructing. He didn’t have the time (neither interest) to learn how to draw anything, he doesn’t even know what, but he wants to transgress, to question (that is the keyword). According to Segundo Ferreira Gullar, the no-way-out alley that followed the contemporary production is born by a major misconception: to think that the pure expression may be a work of art. He said: “A stain on the floor, the water dripping, all of this is expression, but it isn’t art. If someone steps on my foot and I scream in pain, that is an expression, but it isn’t art.” That questioning that everything can be art is old. Duchamp said that, decades ago. The biggest victim of that collaboration between the media and the cultural centers with omission of artists that do not fit within the parameters of “contemporary” is the public, who loses the opportunity of getting to know a work that can be recognized as art; is the artist, who gets frustrated for not being able to work; it’s the country, that sees his talents wasted. How many wonderful artists, by lack of recognition, simply quit. They feel discarded, disrespected, in the name of this so called post-modern. I could cite at least a dozen. Who searched for another activity or rarely paint, sculpt. A good artist needs to be in constant production, only that way his work improves.

67



2001 Centro Drag達o do Mar de Arte e Cultura


ABRAÇO DE CINEMA texto do catálogo Quando, em 1988, apresentei a minha primeira individual Abraços, eu já tinha como referência imagens de cinema, mas a técnica por mim utilizada era a mais tradicional possível: óleo sobre tela. As descobertas de novas técnicas e materiais foram surgindo, sempre com uma grande expectativa de alcançar o resultado mais próximo possível das imagens que eu queria expressar. Primeiro o acrílico, a técnica mista e a xerox, que utilizei por muito tempo como suporte do trabalho. De uma certa forma fazia, de um modo limitado, o que faço hoje nas infogravuras. Eu copiava imagens em acetato para invertê-las, as ampliava aos pedaços, como se fazem em out-doors, e usava a xerox como base das pinturas. Por muitas vezes utilizava uma filmadora para captar imagens. Em 1994, tive o meu primeiro contato direto com o computador. Fiquei fascinado com suas possibilidades e, paralelo ao trabalho de designer gráfico, venho utilizando essa poderosa ferramenta também para me expressar como artista. Em 1995 realizei junto com Aléxia Brasil e Carlos Otávio a exposição Muito Simples, onde apresentávamos nossas experiências com a infogravura, ainda limitada ao papel e aos pequenos formatos. Foi a constante evolução da qualidade dos materiais e tintas empregados que tornaram possíveis obras de grandes formatos com resistência e durabilidade incríveis. Considero ABRAÇO DE CINEMA a conclusão da exposição ABRAÇOS, por isso o mesmo tema. Com o desenvolvimento desse trabalho quero mostrar onde eu queria chegar, o que o meu amadurecimento como artista e a intimidade com o computador me proporcionaram. A exposição acontece como um evento paralelo, que integra a programação do CINE CEARÁ - XI Festival Nacional de Cinema e Vídeo.

70

When in 1988 I presented my first exhibit “EMBRACES”, I already had cinema images as a reference to my work, although the technique I used was the most traditional: oil on canvas. As the innovations of new techniques and materials were emerging, so were my expectations on achieving the image results I’ve wanted to express. First, I used the acrylic, mixed technique and photocopies, which were for long the basic support of my work. Somewhat I used to do in a more limited fashion what I do today with infograph. I used to copy images to acetate to invert them, them I amplified them by cutting pieces like they do with out-doors ads. The photocopies were used as the base for the paintings. In 1994 I had my first contact with a computer. I became fascinated with all its possibilities, and in parallel with my work as a graphic designer, I started using this powerful tool to express myself as an artist. In 1995 I accomplished, along with Alexia Brasil and Carlos Otavio, the exhibit “Very Simple” where we presented our experiences with digital prints, which were still limited to the paper and small formats. It was the constant evolution of the quality of materials and paints that made possible the creation of big format pieces, with incredible resistance and durability. I consider “The Cinema Embrace” the conclusion of the exhibit “Embraces”, reason why I picked the theme again. I want to show where I wanted to go back then, and what my maturing process as an artist and the intimacy with computers did for me. The exhibit takes place as a parallel event to the CINE CEARA - XI National Cinema and Video Festival, also being part of the program.


PAIXテグ infogravura 200cm x 106cm 2001

PASSION info-engraving 200cm x 106cm 2001


ADEUS infogravura 64cm x 80cm 2001

GOODBYE info-engraving 64cm x 80cm 2001


DESPEDIDA infogravura 64cm x 80cm 2001

FAREWELL info-engraving 64cm x 80cm 2001



SAUDADE infogravura 53cm x 170cm 2001

LONGING info-engraving 53cm x 170cm 2001


DESPEDIDA II infogravura 64cm x 80cm 2001

FAREWELL II info-engraving 64cm x 80cm 2001


ENCONTRO infogravura 53cm x 170cm 2001

ASSIGNATION info-engraving 53cm x 170cm 2001


ENCONTRO II infogravura 100cm x 66cm 2001

ASSIGNATION II info-engraving 100cm x 66cm 2001


O DIÁRIO DE ANNAIS NIN infogravura 74cm x 120cm 2001

THE DIARY OF ANNAIS NIN info-engraving 74cm x 120cm 2001


SAUDADE II infogravura 154cm x 50cm 2001

LONGING II info-engraving 154cm x 50cm 2001


AMANTES infogravura 61cm x 100cm 2001

LOVERS info-engraving 61cm x 100cm 2001


O PERDテグ infogravura 150cm x 82cm 2001

FORGIVEN info-engraving 150cm x 82cm 2001


MATERNIDADE infogravura 81cm x 100cm 2001

MOTHERHOOD info-engraving 81cm x 100cm 2001



2005 Festival Vida e Arte - Centro de Convenções


SONHOS Desde meados da década de 80 meu trabalho usa como referência imagens de vídeos e fotografias. As vezes imagens captadas de cenas de cinema ou fotografias e filmes feitos por mim. A tecnologia foi cada vez mais se tornando presente no trabalho, primeiro com a utilização de colagens com xerox e logo depois com o computador, a plotagem e seus programas de editoração de imagem. O trabalho foi sendo influenciado e modificado pela revolução da informática, assim como todas as áreas de trabalho e profissões. Sonhos é um conjunto de pinturas e gravuras que mesclam a figura feminina, retratada em um universo onírico, tecidos e poesias de Florbela Espanca. O trabalho discute a interferência da tecnologia no fazer artístico e se apropria desse universo para criar outro, onde novos instrumentos de criação artística se somam aos já utilizados há séculos, resultando em uma obra única e atual.

86

DREAMS Since the mid 80’s my job as a reference uses images from videos and photographs. Sometimes images captured scenes of movies or photographs and films made by me. The technology is becoming increasingly present in the work, first with the use of collage with xerox and later with the computer, the plot and its programs for image editing. The work was being influenced and modified by the computer revolution, like all work areas and professions. Dreams is a collection of paintings and prints that mix the female figure, portrayed in a dreamlike universe, fabrics and poetry of Florbela Espanca. The work discusses the influence of technology in art making and appropriates that to create another universe, where new tools for artistic creation are added to those already used for centuries, resulting in a single work and current.


SONHO EM AZUL tĂŠcnica mista sobre madeira 100cm x 75cm 2002

DREAMS IN BLUE mixed media in plywood 100cm x 75cm 2002



SONHO EM VERMELHO técnica mista sobre madeira 180cm x 80cm 2002

DREAMS IN RED mixed media in plywood 180cm x 80cm 2002


SONHO tĂŠcnica mista sobre tela 100cm x 130cm 2003

DREAM mixed media in canvas 100cm x 130cm 2003


SONHO I tĂŠcnica mista sobre madeira 100cm x 100cm 2003

DREAM I mixed media in plywood 100cm x 100cm 2003


SONHO II tĂŠcnica mista sobre madeira 80cm x 100cm 2003

DREAM II mixed media in plywood 80cm x 100cm 2003


SONHO DESFEITO técnica mista sobre madeira 100cm x 100cm 2002

BROKEN DREAMS mixed media in plywood 100cm x 100cm 2002



SONHO infogravura 70cm x 160cm 2003

DREAM info-engraving 70cm x 160cm 2003



2005 Centro Cultural OboĂŠ


DOBRAS MOLES Nos meus trabalhos, o olho sempre teimava em se fixar nos detalhes, nos tecidos, nas formas mágicas, orgânicas, cheias de vida. Adorava me abster do resto e criar composições quase independentes que começaram surgindo timidamente e, aos poucos, foram exigindo espaço. Nas duas últimas individuais, Abraço de Cinema e Sonhos, já eram mais que evidentes. Agora, são o foco principal numa tênue fronteira entre o abstrato e o figurativo. Dobras Moles é isso, o puro prazer de pintar, a essência.

98

FOFT BLENDS In my works, the eye always insisted on fixating on details, on the fabrics, on the magic forms, organics, full of life. I loved to abstain myself from the rest and create compositions almost independent that started appearing timidly and, little by little, began to demand space. In the last two individuals, Abraço de Cinema and Sonhos, they were more than evident. Now, they are the primarily focus in a tenuous frontier between the abstract and the figurative. Dobras Moles is that, the pure pleasure of painting, the essence.


ESPANHOLA infogravura 80cm x 126cm 2005

SPANISH info-engraving 80cm x 126cm 2005



COLCHA DE RETALHOS infogravura 46cm x 150cm 2005

PATCHWORK QUILTS info-engraving 46cm x 150cm 2005


CAMISA LITRADA infogravura 90cm x 120cm 2005

STRIPED SHIRT info-engraving 90cm x 120cm 2005


SĂ RI AZUL infogravura 75cm x 110cm 2005

BLUE SARI info-engraving 75cm x 110cm 2005


FLORES DA ESPANHA II infogravura 80cm x 110cm 2005

FLOWERS OF SPAIN II info-engraving 80cm x 110cm 2005


FLORES MOLES infogravura 124cm x 76cm 2005

SOFT FLOWERS info-engraving 124cm x 76cm



KUARUP infogravura 90cm x 160cm 2005

KUARUP info-engraving 90cm x 160cm 2005


FLORES DA ESPANHA I infogravura 80cm x 110cm 2005

FLOWERS OF SPAIN I info-engraving 80cm x 110cm 2005


PATCHWORK II infogravura 80cm x 110cm 2005

PATHWORK II info-engraving 80cm x 110cm 2005


PATCHWORK I infogravura 80cm x 110cm 2005

PATHWORK I info-engraving 80cm x 110cm 2005


RETALHOS E FLORES infogravura 80cm x 110cm 2005

SNIP AND FLOWERS info-engraving 80cm x 110cm 2005


PATCHWORK III infogravura 80cm x 110cm 2005

PATHWORK III info-engraving 80cm x 110cm 2005


DOBRAS MOLES técnica mista sobre tela 100cm x 100cm 2005

SOFT BLENDS mixed media in canvas 100cm x 100cm 2005



RETALHOS infogravura 212cm x 270cm (trĂ­ptico) 2007

SNIPS info-engraving 212cm x 270cm (triptych) 2007



2010 Galeria Mariana Furlani


ACQUA Acqua surgiu a partir de um trabalho da fotógrafa Nicoline Patrícia que vi na internet. Era a foto de uma mulher submersa. As distorções do corpo e do vestido dessa mulher na água me fascinaram. Acabara de fazer a exposição Dobras Moles e ainda estava muito envolvido com o movimento orgânico dos tecidos. Achei que era o momento de voltar a inserir a figura humana no trabalho. Dessa vez sob a água, e explorar os limites das imagens por meio de suas variações. A água desvenda novos ângulos de visão, com seus reflexos e suas “lentes” por onde as cores e formas são distorcidas, ampliadas e desfocadas criando novas imagens que, por momentos, o olho se perde da figura e encontra a abstração.

118

ACQUA Acqua came from a work from the photographer Nicoline Patrícia that I saw on the internet. It was the picture of a woman submerged. The distortions of the body and the dress of that woman in the water fascinated me. I had just finished doing the exposition Dobras Moles and I was still involved with the organic movement of the fabrics. I thought it was the moment to restart inserting the human figure in my work. This time underwater, and explore the limits of the images by means of its variations. The water revealed new angles of vision, with its reflections and its “lens” from where colors and forms are distorted, amplified and lose focus, creating new images that, by moments; the eye loses itself from the figure and finds the abstraction.


ACQUA I tĂŠcnica mista sobre tela 142cm x 142cm 2009

ACQUA I mixed media in canvas 142cm x 142cm 2009


ACQUA II tĂŠcnica mista sobre madeira 140cm x 110cm

ACQUA II mixed media in plywood 140cm x 110cm 2009


ACQUA III tĂŠcnica mista sobre tela 130cm x 140cm 2009

ACQUA III mixed media in canvas 130cm x 140cm 2009


ACQUA IV tĂŠcnica mista sobre tela 130cm x 140cm 2007

ACQUA IV mixed media in canvas 130cm x 140cm 2007


ACQUA V tĂŠcnica mista sobre tela 130cm x 140cm 2007

ACQUA V mixed media in canvas 130cm x 140cm 2007


ACQUA VI tĂŠcnica mista sobre madeira 106cm x 160cm 2010

ACQUA VI mixed media in plywood 106cm x 160cm 2010


ACQUA VII tĂŠcnica mista sobre tela 180cm x 120cm 2008

ACQUA VII mixed media in canvas 180cm x 120cm 2008


ACQUA VIII infogravura 130cm x 160cm 2009

ACQUA VIII info-engraving 130cm x 160cm 2009


ACQUA IX infogravura 80cm x 110cm 2009

ACQUA IX info-engraving 80cm x 110cm 2009



ACQUA X tĂŠcnica mista sobre madeira 72cm x 160cm 2010

ACQUA X mixed media in plywood 72cm x 160cm 2010


ACQUA XI tĂŠcnica mista sobre madeira 140cm x 110cm 2010

ACQUA XI mixed media in plywood 140cm x 110cm 2010


ACQUA XII tĂŠcnica mista sobre madeira 120cm x 160cm 2010

ACQUA XII mixed media in plywood 120cm x 160cm 2010



ACQUA XIII tĂŠcnica mista sobre madeira 80cm x 160cm 2010

ACQUA XIII mixed media in plywood 80cm x 160cm 2010



ACQUA XIV tĂŠcnica mista sobre tela 180cm x 120cm 2010

ACQUA XIV mixed media in canvas 180cm x 120cm 2010



ACQUA XV infogravura 76cm x 160cm 2010

ACQUA XV info-engraving 76cm x 160cm 2010


ACQUA XVI tĂŠcnica mista sobre madeira 140cm x 140cm

ACQUA XVI mixed media in plywood 140cm x 140cm 2009


ACQUA XVII tĂŠcnica mista sobre madeira 140cm x 140cm 2009

ACQUA XVII mixed media in plywood 140cm x 140cm 2009



ACQUA XVIII tĂŠcnica mista sobre tela 100cm x 210cm 2009

ACQUA XVIII mixed media in canvas 100cm x 210cm 2009


ACQUA IXX tĂŠcnica mista sobre madeira 150cm x 137cm 2010

ACQUA IXX mixed media in plywood 150cm x 137cm 2010


ACQUA XX tĂŠcnica mista sobre madeira 100cm x 160cm 2010

ACQUA XX mixed media in plywood 100cm x 160cm 2010


ACQUA XXI tĂŠcnica mista sobre madeira 110cm x 140cm 2010

ACQUA XXI mixed media in plywood 110cm x 140cm 2010


ACQUA XXII infogravura 120cm x 160cm 2009

ACQUA XXII info-engraving 120cm x 160cm 2009



ACQUA XXIII tĂŠcnica mista sobre madeira 114cm x 142cm 2010

ACQUA XXIII mixed media in plywood 114cm x 142cm 2010


SÉRGIO HELLE Graduado em Administração de Empresas, UNIFOR

CURSOS SERIGRAFIA -1981 - Seripan Fortaleza - Docente: Tarcísio Correia ARTES GRÁFICAS E PUBLICIDADE - 1983 - IBEU Fortaleza -Docente: Jarbas Nunes COMO ENTENDER ARTE MODERNA - 1984 - Secretaria da Cultura do Estado do Ceará -Docente: Roberto Galvão A ESCULTURA DA MODERNIDADE A PÓS-MODERNIDADE - 1986 - Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará Duração: 40 horas/aula Docente: Domingos Tadeu Chiarelli (Professor de Arte da USP - Universidade de São Paulo) DESENHO DE OBSERVAÇÃO - 1988 - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará - Duração: 40 horas/aula Docente: Carlos Alberto Fajardo (artista plástico-SP) EXPRESSÃO PLÁSTICA BIDIMENSIONAL - 1988 - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará 1988 Duração: 40 horas/aula Docente: Vivian Irene Gottheim - Doutora em Artes em New York University. Syracuse-New York-USA e Pesquisadora pelo CNPq em Artes Plásticas LINGUAGEM GRÁFICA - 1988 - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará. Duração: 40 horas/aula Docente: Jorge Aristides Carvajal - Mestre em Artes Plásticas e Professor da Escola de Comunicação e Artes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP - Universidade de São Paulo INICIAÇÃO A XILOGRAVURA - 1989 - Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará e Fundação Cearense de Pesquisa 1989 Duração: 64 horas/aula Docente: Eduardo Eloy (artista plástico) INICIAÇÃO A GRAVURA EM METAL - 1991 - Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará e Fundação Cearense de Pesquisa - Duração: 64 horas/aula Docente: Eduardo Eloy (artista plástico) Curso prático JOGOS VISUAIS - 1991 - Técnica de Pintura, desenho e colagem - 40h Museu de Arte da UFC. Docente Prof. Luiz Áquila WORKSHOP DE GRAVURA - 1991 - Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará Docente: Arthur Luiz Piza (artista plástico) OFICINA DE ILUMINAÇÃO DE ESPETÁCULOS - 1993 - Theatro José de Alencar - Duração: 15 horas/aula Docentes: Maneco Quinderé/Jono Macarroni CURSO BURTI DE PRODUÇÃO GRÁFICA - PRESENTE E FUTURO - 1995 - Duração: 12h/aula Docente: Prof. Mário Carramillo Neto - Professor da ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marqueting Relações Públicas e Assistente de Diretoria da Editora Gráficos BURTI MACROMEDIA FIREWORKS 3 - 2000 - 16h Docente: Engo. Álvaro Venegas MACROMEDIA DREAMWEAVER 3 - 2000 - Duração: 24h/aula Docente: Engo. Álvaro Venegas MACROMEDIA FLASH BÁSICO E AVANÇADO - 2000 - Duração: 24h Docente: Engo. Álvaro Venegas CRIAÇÃO DE CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS - 2004 - 8h. Faculdade Integrada do Ceará NOVAS TENDÊNCIAS EM CRIAÇÃO E MARKETING - 2004 - 8h. Faculdade Integrada do Ceará

148


PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS FORTALEZA, BRASÍLIA, PORTO ALEGRE E HAVANA

XIII MOSTRA DOS NOVOS - Galeria Antônio Bandeira 1980 UNIFOR PLÁSTICA “ANO X” / V / VI / VII / VIII / X / XII - Espaço Cultural da Unifor 1983 / 1984 / 1985 / 1986 / 1987 / 1989 / 1991 / 2005 / 2007 SALÃO DE ABRIL 34° / 41° / 44° / 45° / 52° - Galeria Antônio Bandeira 1984/2001 - Centro Cultural do Abolição -1990 - Museu de Arte da UFC 1993 / 1994 II PRÊMIO PIRELLI “PINTURA JOVEM” - Othon Palace Hotel 1985 II/III ARTE SOBRE PAPEL - Galeria Tukano 1988 / 1990 II OUTDOOR ARTE - Cidade de Fortaleza 1988 TALENTO 91/92 - Espaço Cultural da Teleceará 1991 / 1992 C.I.P.E. - Galeria Del Centro Provencial de Artes Plásticas y Deseño - Havana CUBA 1991 ARTE PAPEL DESENHO - Domini Galeria 1992 OLHARES - Espaço SEBRAE Brasília-DF 1993 MUITO SIMPLES - IBEU Art-Gallery 1995 I/III SALÃO DO DESENHO E DA GRAVURA - IBEU Art-Gallery 1995 / 1997 4º SALÃO NORMAN ROCKWELL - IBEU Art-Gallery / IV Prêmio CDL de Artes Plásticas 1998 6º SALÃO NORMAN ROCKWELL - IBEU Art-Gallery 2000 2º SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA BASE AÉREA DE FORTALEZA - Ideal Clube 2000 III BIENAL DO MERCOSUL - Santander Cultural Porto Alegre-RS 2001 III BIENAL DO MERCOSUL - Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal Brasília-DF 2002

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS FORTALEZA

ABRAÇOS - Alliance Française 1988 IMAGENS TRADUZIDAS - Galeria Metrópolis 1990 PEQUENOS FORMATOS EM TÉCNICA MISTA - Sanatorium 1992 OLHO MÁGICO - Casa Av. Dom Luis 1996 ABRAÇO DE CINEMA - Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura 2001 SONHOS - Festival Vida e Arte - Centro de Convenções 2005 DOBRAS MOLES - Centro Cultural Oboé 2005 ACQUA - Galeria Mariana Furlani 2010

PRÊMIOS PRODUTO FINAL -Primeiro Prêmio - Trabalho reproduzido na capa do Cadastro Industrial, editado pela Secretaria de Indústria e Comércio 1990 XII UNIFOR PLÁSTICA - Prêmio Pintura 1991 I SALÃO DO DESENHO E DA GRAVURA - IBEU Art-Gallery -Prêmio Aquisição 1995 4º SALÃO NORMAN ROCKWELL - Prêmio de Gravura 1998 2º SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA BASE AÉREA DE FORTALEZA - Ideal Clube - Segundo Prêmio 2000 52° SALÃO DE ABRIL - Prêmio Gravura 2001

149


O objetivo deste livro não é “explicar” minha pintura. Já dizia Frank Zappa: “Escrever sobre música é como dançar sobre arquitetura”. Escrever sobre pintura não seria muito diferente. Trabalhos que precisam de um argumento para serem justificados me incomodam. Este livro representa o esforço de compartilhar minhas experiências. Pretendo, por meio da narração da minha história e do desenvolvimento do meu trabalho, que as pessoas se sintam mais próximas dele, que vejam cada quadro como parte de um todo, que vai se definindo a cada dia, a cada descoberta do olhar.

patrocínio

www.sergiohelle.com.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.