Painel - edição 277- abr.2018

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ESPECIAL

painel Ano XI nº 277 abril/ 2018

Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

De olhos no futuro Edição especial mostra como a engenharia, a arquitetura e a agronomia mudaram o mundo e como a AEAARP trabalha pelo futuro das profissões da área tecnológica


associados AEAARP 2018

ABRANCHE FUAD ABDO • ADALBERON CELIO LOPES DE FARIA • ADALBERTO CARLOS DA SILVA • ADALBERTO GASPAR BURIM • ADALBERTO STANISLAW MONTAGNANI DE SOUZA • ADALTON GILBERTO SANTINI • ADAUTO PETRAZZO • ADAUTO TEIXEIRA GALAO • ADELINO ALVES CHAVES JR • ADELINO EDUARDO MOREIRA • ADELSON ROCHA • ADEMIR GONCALVES ALBUQUERQUE • ADHEMAR BOCARDO FILHO • ADILSON DA SILVEIRA • ADILSON FRANCISCO DOS SANTOS • ADILSON LUIS PENARIOL • ADILSON PERDIZZA VILAS BOAS • ADILSON PINHEIRO FREIRES • ADILSON PINTO RIBEIRO • ADILSON SATOSHI TOBINAGA • ADOLFO MONTEIRO MORAES • ADONIS TARCISIO SOEIRA • ADRIANA BARRADAS ERVAS BESSA • ADRIANA BIGHETTI CRISTOFANI • ADRIANA CRISTINA FERES RUFATO • ADRIANA FRANCELIN MAGALINI • ADRIANA PILEGGI COLUCCI • ADRIANA RITA DUARTE JUNQUEIRA ZEIN • ADRIANA RODRIGUES BARIZZA • ADRIANO ELPIDIO BORGES • ADRIANO JOSE DALLA MARTHA • ADRIANO MENDONCA MASSON • AFONSO CELSO MILENA • AFONSO PEREIRA DE MIRANDA • AFONSO REIS DUARTE • AFRANIO LUIS RICCI LOPES • AILTON APARECIDO ONGILIO • AILTON DA SILVA SIQUEIRA • AILTON LUIZ DA COSTA • AILTON PAIVA • AILTON VIEIRA DE SOUZA LEITE • AIRTON COLLES FILHO • AIRTON OLIVARI DE CASTRO • AKIHIKO YAMACHIKA • AKIO TONY MIYASAKA • ALAN VILLA DA SILVA • ALANO SELLI • ALBERTO ALVES MUNIZ JUNIOR • ALBERTO AUGUSTO REBELO BIAVA • ALBERTO DE BARROS FILHO • ALBERTO ESTEVAM MARTINEZ • ALBERTO MARCELO SICCHIERI • ALDO PARADA HURTADO • ALDO PASSALACQUA • ALEDSON ALVES PEREIRA • ALEF DIAS LUIZ • ALESSANDRA VIARO • ALESSANDRO LEONARDO DE OLIVEIRA • ALEX HENRIQUE CAMILLO • ALEXANDRA CORREA DOS SANTOS • ALEXANDRE AURELIO DE CASTRO NETTO • ALEXANDRE BIAGINI DE AMORIM • ALEXANDRE CATTO PACHECO • ALEXANDRE CESAR CAMPOS CELINI • ALEXANDRE DE SOUZA PORTO • ALEXANDRE GARCIA TAZINAFFO • ALEXANDRE GASPAR NETO • ALEXANDRE GOBBI • ALEXANDRE HENRIQUES • ALEXANDRE LEMOS MULLER • ALEXANDRE TEIXEIRA MURADAS • ALEXANDRE VIANNA NOGUEIRA • ALEXANDRE YUITI FERNANDES SHIMIZU • ALFREDO MONTEIRO DE CASTRO NETO • ALFREDO SEGATO RIZZATTI • ALICE CALIENTO • ALINE FULCHERBERGUER BORGES • ALISSON CARLOS FERREIRA CANDIDO • ALLAN • ALONSO DE TOLEDO FILHO • ALTEVIR ODORICIO BARDASSI • ALVARO APARECIDO DA SILVA • ALVARO BUENO BARBOSA • ALVARO GUARITA NETO • ALVARO JOAQUIM PEREIRA • ALVARO JOSE MUSSOLIN • AMANDA PAGHI RIBEIRO • AMANDA PERES LUIZ • AMAURI AUGUSTO SOARES • AMAURI JESUS GARCIA • AMAURY CARLOS PINTO E SILVA • AMBROSIO RENATO MARGUTTI • AMERICO MELLAGI • AMILTON FERNANDES TEIXEIRA JUNIOR • ANA BEATRIZ BEVILACQUA DE TOLEDO • ANA BEATRIZ CARVALHO FERNANDES BRAGA • ANA CAROLINA C.DONAIRES GAIOFATTO • ANA CAROLINA DA SILVA • ANA CAROLINA MEIRELLES BONISSI • ANA CLAUDIA DOMINGOS DE MELLO • ANA CLAUDIA FERREIRA MACHADO • ANA CLAUDIA LOPES PADILHA • ANA CRISTINA DE SOUZA SAUER • ANA FLAVIA DE ALMEIDA ANTONIO • ANA JESSICA ROSA DE PAULA • ANA KARINA ABUD PILEGGI • ANA LUCIA BATAGLION MORI • ANA LUCIA BITTAR • ANA LUCIA CORREA SILVA • ANA LUCIA MARTINS ALVES • ANA LUIZA C. JUNQUEIRA MARZOLA • ANA MARIA DE FARIA • ANA MARIA MONSEFF BARRETO • ANA PAULA BARTOCCI • ANA PAULA LLATA CARRERA MAESTRELLO • ANA PAULA MARTINS LUZ • ANA PAULA ROBERTI BORDINI • ANA VITORIA AFONSO DE TOLEDO GOULART • ANDERSON ANTONIO MARCHI • ANDERSON CALDEIRA TAZINAFO • ANDERSON JOSE CORDEIRO VAL • ANDERSON LUIZ DE AVEIRO • ANDERSON MICHIELETO • ANDERSON ODAIR ROSSI • ANDERSON RIBEIRO • ANDRE BARE OMETTO • ANDRE DA SILVA BAROZA • ANDRE DE ALMEIDA NOGUEIRA • ANDRE IBRAHIM ISSA HALAH • ANDRE LUIS JUDICE ALLEOTTI • ANDRE LUIZ DA COSTA • ANDRE LUIZ GAETANI • ANDRE LUIZ NEVES MAZZETTO • ANDRE RUIZ AZEVEDO • ANDRE SARETTA ZANFERDINI • ANDREA POLETTO CHAVES • ANDREA SALLES HARADA • ANDRESSA DA SILVA BATISTA • ANGELO IRINEU CURTARELLI • ANISIO ELIAS DA SILVA • ANNA CLARA GOLDONI CASARE NAPOLEAO • ANNE CAROLINE MALVESTIO • ANSELMO LUIS ALIPRANDINI • ANTONIO ADAUTO ALVES • ANTONIO ALBERTO DE PAULA E SILVA • ANTONIO ALVARO BAPTISTA • ANTONIO APARECIDO BARBOSA • ANTONIO APARECIDO FERNANDES • ANTONIO AUGUSTO MORANDO FIGUEIREDO • ANTONIO BALBINO DA SILVA • ANTONIO BOTELHO MARTINS NETO • ANTONIO BRANT DA SILVA CARVALHO • ANTONIO BRAZ FURLAN • ANTONIO CANDIDO DE PAIVA NETO • ANTONIO CARLOS ALBUQUERQUE LINS • ANTONIO CARLOS BIAGINI FRANCA • ANTONIO CARLOS BOMFIM MATTIOLI • ANTONIO CARLOS BRETAS LINARES • ANTONIO CARLOS CATAPANI • ANTONIO CARLOS DA CRUZ • ANTONIO CARLOS DAETWYLER JUNQUEIRA • ANTONIO CARLOS GALLO • ANTONIO CARLOS GIOVANINI • ANTONIO CARLOS JAVARONI • ANTONIO CARLOS LEMES DA SILVA • ANTONIO CARLOS MACONETTO • ANTONIO CARLOS NACCARATO • ANTONIO CARLOS PEDRO SILVA • ANTONIO CARLOS ROSA • ANTONIO CARLOS SHIMANO • ANTONIO CARLOS TARGA • ANTONIO CARLOS TEIXEIRA • ANTONIO CARLOS TOSETTO • ANTONIO CARVALHO DOS SANTOS FILHO • ANTONIO CESAR LOPES SEIXAS • ANTONIO CESAR MARTINS DE BARROS • ANTONIO CESAR NOVAIS • ANTONIO CHIOCA TRISTAO • ANTONIO CLARET DE BONIFACIO • ANTONIO CLARET TEIXEIRA LUTZ • ANTONIO CLAUDIO CERRUTI • ANTONIO CLAUDIO JUNQUEIRA • ANTONIO DE SA CARVALHO • ANTONIO DE SOUZA NOGUEIRA NETO • ANTONIO DONIZETE ALVES • ANTONIO DUARTE NOGUEIRA JUNIOR • ANTONIO FERDINANDO ZANARDI • ANTONIO FERNANDO PUPO LUPPI • ANTONIO GILBERTO PINHATA • ANTONIO GILBERTO SALERNO • ANTONIO HERMINIO DE OLIVEIRA LIMA • ANTONIO HILARIO THOMAS MOREIRA • ANTONIO JORGE SOUZA ABUD • ANTONIO JOSE CAVARZANI • ANTONIO JOSE DE ALMEIDA • ANTONIO JOSE NUNES DE CARVALHO • ANTONIO JOSINO RIBEIRO MEIRELLES • ANTONIO KALIL EL DIB • ANTONIO LUCIO FERNANDES DAMANDO • ANTONIO LUIZ BRANT DA SILVA CARVALHO • ANTONIO LUIZ CARABOLANTE • ANTONIO LUIZ DE MATTOS JUNIOR • ANTONIO LUIZ GAMA CASTRO • ANTONIO LUIZ GREGORIO • ANTONIO MARIO CAMPERONI • ANTONIO MARTINS HERNANDES FILHO • ANTONIO PACIENCIA COTTAS • ANTONIO PAULO DE SOUZA SUSANNA • ANTONIO PAULO LIMA ACRA • ANTONIO PENHA NETTO • ANTONIO PEREIRA NETO • ANTONIO PEREIRA VALENTE NETO • ANTONIO PIACENTE • ANTONIO RICARDO PAULON • ANTONIO ROBERTO MADALENA • ANTONIO ROBERTO VILELA • ANTONIO ROUNEI JACOMETTI • ANTONIO SENA FILHO • ANTONIO SERGIO IGNACIO • ANTONIO SERGIO TOSI DE OLIVEIRA • ANTONIO STEFANI • ANTONIO VALMIR SILVEIRA DE ANDRADE • ANTONIO ZATTONI AFFERRI • ARACY MARIA DE MORAES ZACCARO • ARAI ANTONIO QUINTINO FILHO • ARANI PERISSE DE OLIVEIRA • ARGEMIRO GONCALVES • ARI JOSE MALLMANN HOMEM • ARI TEIXEIRA SOBRINHO • ARI VLADIMIR COPESCO JUNIOR • ARIANE TAKATU BARROS • ARIOVALDO BERTHOLINI • ARLENE SOFIATI SALGADO • ARLINDO ANTONIO SICCHIERI FILHO • ARLINDO APPROBATO FILHO • ARLINDO CLEMENTE FILHO • ARMANDO CARLOS NICASTRO • ARMANDO COSTA FERREIRA • ARMANDO ELUI • ARMANDO LUIZ SALOME SILVA • ARMANDO PIOVESAN JUNIOR • ARMANDO VILLA CLE • ARNALDO CALIL PEREIRA JARDIM • ARNALDO CARABOLANTE • ARNALDO OLINTO BASTOS NETO • ARTHUR DA SILVA CARNEIRO • ARTHUR RIUL • ARTUR AUGUSTO RE MAZZARO • ARY PANIGHEL BENEDICTO JUNIOR • ATILIO APARECIDO PARAVELLA • AUDREEN BARBOSA • AUGUSTO CERA JUNIOR • AUGUSTO DE SA CARVALHO • AURELIO BRAULIO IGNACIO • AURELIO JOSE MIALICH • AYLA BERNARDES DINIZ GUIMARÃES • BARBARA CONTE • BEATRIZ BALDIM NOBOA • BEATRIZ GUIMARAES JUNQUEIRA • BELCHIOR LUCAS SANTANA PARDIM • BENEDITO DE SOUZA • BENEDITO GLERIA FILHO • BENEDITO TOBIAS • BERENICE CLELIA NAGAO DE C NUNES • BERNARDO MIZAEL DE OLIVEIRA COSTA • BIANCA MAZZOTTO DE MELO • BRANCA LIBRANDI FORESTI ZANOTTI • BRENO TRINCA BERTAGNA • BRUNA REINALDI DE OLIVEIRA • BRUNNO BENATI NAVES • BRUNO FERNANDES CIOLA • BRUNO HENRIQUE CAZADORI DIANA • BRUNO LEONARDO RODRIGUES DA SILVA • BRUNO RIBEIRO NOVAES • BRUNO SILVA RE • CAETANO DALLORA NETO • CAIO ALGUIZIO JORDÃO • CAIO AUGUSTO ROCHA DE ABREU • CAIO CESAR CONSONI ROSSI • CAIO CESAR LEMOS DA SILVA • CAIO DE OLIVEIRA PAGGIARO • CAIO FELIPE BORBA NICOLETTI • CAIO MARCELO TONHOLI BERGAMASCHI • CAIO MARCIO BARBOSA CHAVES • CAIO MEIRELLES WHITAKER • CAIO TEIXEIRA DA MOTA • CALLIL JOAO FILHO • CAMILA CARLA FERREIRA • CAMILA SILVA MACIEL • CAMILE SILVA FERRO • CAMILO KAMEL LIAN • CANDIDO MIELE JUNIOR • CANDIDO PEREIRA LIMA NETO • CANTIDIO BRETAS MAGANINI • CARINA NUNES DE REZENDE • CARLA ASSED MARINO DE PAIVA • CARLA MARIANA COSTA VIDOTO • CARLA TOYAMA • CARLO GARCIA COLOMBARETTI • CARLOS AGUINALDO DA SILVA TROCA • CARLOS ALBERTO CHODRAUI • CARLOS ALBERTO DE AGUIAR MARTINS • CARLOS ALBERTO DE BONIFACIO • CARLOS ALBERTO DOS ANJOS • CARLOS ALBERTO DURAN • CARLOS ALBERTO FALEIROS • CARLOS ALBERTO FERREIRA LEAO • CARLOS ALBERTO GABARRA • CARLOS ALBERTO LOURENCO • CARLOS ALBERTO MONTEIRO • CARLOS ALBERTO MORO • CARLOS ALBERTO PALLADINI FILHO • CARLOS ALBERTO PAULIN • CARLOS ALBERTO RIITI HIRATA • CARLOS ALBERTO SILVA ROXO • CARLOS ALBERTO VERZEMIASSI • CARLOS ALBERTO VIEIRA • CARLOS ALEXANDRE PERUCHI MINTO • CARLOS ALEXANDRE SOUZA DE OLIVEIRA • CARLOS AUGUSTO CAMPOS • CARLOS AUGUSTO CECCHI • CARLOS AUGUSTO MORANDI PIMENTA • CARLOS AUGUSTO QUERIDO • CARLOS AUGUSTO SEGATO • CARLOS BOCCHI NETO • CARLOS CAMPIOTTO • CARLOS CESAR BARBOSA JUNIOR • CARLOS DECIO ROSA • CARLOS EDUARDO DE ABREU • CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA MEIER • CARLOS EDUARDO DE AZEVEDO • CARLOS EDUARDO EPAMINONDAS FRANCA • CARLOS EDUARDO FERRAZ DE LAURENTIIS • CARLOS EDUARDO HAIKEL • CARLOS EDUARDO NASCIMENTO ALENCASTRE • CARLOS EDUARDO ROCHA • CARLOS EDUARDO SOARES DE MEDEIROS • CARLOS ELIAS GOMES JUNIOR • CARLOS GERALDO CONSONNI • CARLOS GOMES • CARLOS GUIMARAES RODRIGUES • CARLOS HENRIQUE ALONSO TOLDO • CARLOS HENRIQUE CANEVARI BAROZA • CARLOS HENRIQUE DA ROCHA FILHO • CARLOS HENRIQUE DE PAULA E SILVA • CARLOS HENRIQUE GUIMARAES VIANNA • CARLOS HENRIQUE LUCIANO • CARLOS HENRIQUE MILANETTO • CARLOS HENRIQUE SAUD REIS • CARLOS JOSE DE LACERDA CHAVES • CARLOS JOSE TARGA • CARLOS OTAVIO LOURENCO JORGE • CARLOS ROBERTO BARRETO • CARLOS ROBERTO CANESIN • CARLOS ROBERTO DE LIMA FIGUEIREDO • CARLOS ROBERTO FERREIRA • CARLOS ROBERTO NOGUEIRA • CARLOS ROBERTO PEREIRA • CARLOS ROBERTO RIBEIRO MEIRELLES • CARLOS SCATENA • CARLOS VERCESI JUNIOR • CARLOS WAGNER BICHUETTE • CARLOS WILLIAMS DA CONCEICAO • CARMEN ISABEL FONTES • CARMEN LUCIA BARCELLOS FERREIRA DA SILVA • CAROLINA BOCARDO JARRETA • CAROLINE YURI HIASA • CASSIO PINHEIRO GONCALVES • CAUE CASELLA SCUDELLER • CECILIA MONTEIRO DE ABREU DE SOUZA SALVADOR • CECILIO FRAGUAS JUNIOR • CELESTINO TOMAS FERRANTE • CELIA MATILDE T DE CASTRO NEVES • CELIO MANECHINI • CELSO ALUISIO GRAMINHA • CELSO BOMBONATO • CELSO FERNANDO ASSUNCAO • CELSO FRANCISCO FARIA • CELSO HENRIQUE DE ABREU • CELSO LUIZ MEDEIROS LIMA • CELSO MERBACH CHAGAS • CELSO OLIVEIRA DOS SANTOS • CELSO ROBERTO LOPES BADARO • CELSO SAKAE SATO • CESAR ALEXANDRE MELO MOLINARI • CESAR AUGUSTO AZEVEDO PRADO • CESAR AUGUSTO PEREIRA • CESAR DONIZETE ALVES PEREIRA • CESAR LIMA BADAN • CESAR NATAL CERRI • CESAR TADEU FERREIRA BUENO • CEZAR JOSE CAPATO • CHAFI NADER • CHRISTIAN GEORGE BLOCH • CHRISTIANNE MARIA PIRES EWERTON BICEGO • CICERO AUGUSTO CELESTINO • CIRO JOSE LAPRIA • CIRO NIGRO ENGRACIA DE OLIVEIRA • CLARA VERARDO TAVEIRA • CLARISSA CHUFALO PEREIRA LIMA • CLAUDIA MARIA DIAS COTRIM • CLAUDIA ROSA FERRAZ • CLAUDINEI CORREA • CLAUDIO ANTONIO DE CARVALHO MACEDO • CLAUDIO MASSON GAMBI • CLAUDIO PEREIRA MASSARO • CLAUDIO ROBERTO MARTINS CHAPINI • CLEDER CORRAL PROVENCIO • CLEUZA JANETE MARQUES DA SILVA • CLEVER MAZZONI CAMPOS • CLEYSON SPAGNOLLO DA SILVA • CLINGER LUIZ BARCELOS FERREIRA • CLODOALDO ROBERTO BARONI • CLODOALDO SAAD FRANKLIN ALMEIDA • CLOVIS SILVA ALVES • COLEMAR MENDES CARDOSO • CONRADO KAZON NETO • CONSTANTINO ATHANASIO SARANTOPOULOS • CREMILDA KAZITANI • CRISTIAN JOBER SIQUEIRA • CRISTIANE DE MORAES SILVA DO CARMO • CRISTIANO TEIXEIRA MENDES • CRISTOVAN GRIFFO NETO • CYNTHIA IGNEZ HENCK DE ALMEIDA AGUIAR • CYRO AUGUSTUS GUIMARAES DE FREITAS • CYRO BUENO FILHO • DACIO ALVES FERREIRA NETO • DAIRO CAVALHEIRO • DAISY LUCIDI MORAES • DALMO DE AMORIM CORREA • DANIEL CLAUDINEI GRENGE • DANIEL CURSI JUNIOR • DANIEL DA SILVA BAROZA • DANIEL DE FIGUEIREDO FELIPPE • DANIEL DOS SANTOS • DANIEL GENTILE BITONDI • DANIEL MOBARAK ALCAIDE ROSA • DANIEL SAMPAIO DE FREITAS FERREIRA • DANIEL VALE ABRAO • DANIELA CRISTINA DOS REIS • DANIELA CRISTOFANI CICIARELLI • DANIELA MANZANO DE BARROS • DANIELLE LOBATO FERNANDES BOCALON • DANIELLY NAVES FERREIRA SILVA • DANILLO HENRIQUE BORTOLETO DAVID • DANILO AUGUSTO SANITA • DANILO EXPOSTO CARDOSO • DANILO FONSECA MAZONI • DANILO OLIVEIRA VASSIMON • DANILO SILVA DIAS • DARCI EUGENIO PIMENTEL • DARCY PINTO DOS SANTOS • DARLENE KETLIN DOS S. DUQUE RODRIGUES • DARVIN JOSE ALVES • DAVID DE LIMA ISAAC • DAVID MARTINS BERESTINAS • DAVILSON PIRANI • DAYRTON JOSE VAZ DE LIMA • DECIO D’ARCO • DECIO DE ALMEIDA FREITAS • DECIO DE ANDRADE JUNIOR • DEGMAR VOLTOLINI • DELCIO BELLINI JUNIOR • DELSON ANANIAS DA CUNHA • DEMERVAL EUGENIO NONATO FERREIRA • DENILSON JOSE ABUD • DENISE ANDREA GARCIA • DENIZART BOLONHEZI • DEULER SCARMATO CAMOLEZI • DEVANIR AUGUSTO DA CRUZ SILVESTRE • DIEGO GARCIA UEHARA • DIJALMA BERNARDES FERREIRA • DILSON RODRIGUES CACERES • DIMAS AREDIO FERREIRA • DIMAS LONGO • DIOGENES ALBERTO CASTRO • DIONILTE GONCALVES FILHO • DIRCEU FRANCISCO SOBRINHO • DJALMA CELSO DE SOUZA • DOMINGOS ANTONIO BIASOLI SALES • DOMINGOS LASCALA • DOMINGOS MARCARI • DOMINGOS MARTINS JUNIOR • DOMINGOS RAFAEL NETO • DOMINGOS RAGAZZI • DOMINGOS RINHEL • DONALD DA SILVA FREITAS • DONATO DE FELICIO • DONATO FRAGUAS • DONIZETI CONSTANTINO • DONIZETTI PEDRO LIMA MARTINS • DORIVAL FIORI NETO • DOUGLAS FLORIAN MAIA • DOUGLAS GASPARINI FANTACCINI • DOUGLAS MONTEFELTRO • DOUGLAS RAMOS • DULCE CAMPOS DE TOLEDO • DULCELEIA LONGO LOPES • DURVAL FARIA JUNIOR • EDELSON BENETTI • EDER BASSI • EDER LUIZ MENEGHELI GATTI • EDER LUIZ SANTO • EDER REIS TORRES • EDER ROBERTO ZUCHI • EDGARD CURY • EDGARD FERNANDO DA SILVA • EDGARD ISSY FILHO • EDGARD PEREIRA JUNIOR • EDIMILSON MARTINS SILVA • EDINEIA ROBERTO DE ARAUJO • EDINO LUIZ DA SILVA • EDISON AKAMINE • EDISON PEREIRA RODRIGUES • EDMO DEMOSTENES MASSI • EDMO RODRIGO GONCALVES • EDMUNDO ROGERIO ESQUIVEL • EDNA PACAGNELLA MARIN • EDNILSON MALVESTI DE LIMA • EDSON AKIRA SIMABUKURO • EDSON BARBOSA DA SILVA MAGNANI • EDSON BIM • EDSON JAK MORISE • EDSON KIYOCHI TANIMOTO • EDSON KOHN BREDARIOL • EDSON LUIZ DE GRANDE • EDSON NOGAVA OGRIZIO • EDSON SEIXAS FORNI • EDSON STEFANI E SILVA • EDUARDO ALGODOAL ZABROCKIS • EDUARDO ALVES ROCHA • EDUARDO BARBARA MANSUR • EDUARDO BENEDITO MAISTRO • EDUARDO BENEDITO MAISTRO FILHO • EDUARDO BOLOGNA SOARES DE OLIVEIRA • EDUARDO BONFANTI DE LEMOS • EDUARDO CARLOS RODRIGUES NOGUEIRA • EDUARDO CIVIDANES • EDUARDO COIMBRA LEONELO • EDUARDO CUNALI DEFILIPPI • EDUARDO EUGENIO ANDRADE FIGUEIREDO • EDUARDO FALCO GARCIA • EDUARDO FERREIRA JORGE • EDUARDO GEROLINETO • EDUARDO HENRIQUE DE SOUZA NOGUEIRA • EDUARDO HENRIQUE GONZALES ORSO • EDUARDO JOSE MACHADO SIQUEIRA • EDUARDO LEMOS CAMARERO • EDUARDO MACHADO BALDINI • EDUARDO MENOSSI FURLAN • EDUARDO MONTEIRO JUNIOR • EDUARDO PINHEIRO DE FREITAS • EDUARDO RIOLO GONCALVES • EDUARDO RONCOLATO ANIBAL • EDUARDO SILVA DOS REIS • EDUARDO VILLAS BOAS PAJOLLA • EDVALDO TITO DE SOUSA • EDWARD SILVA • EFRAIN RIBEIRO DOS REIS • ELCIO PINHEIRO BRESCIA • ELCO SOUTO DE OLIVEIRA HALLEY • ELENIR GRESPAN • ELEONORA COSTA AGUIAR BREGAGNOLO • ELEUZA ZAMPIERI • ELIANA AP PEREZ EGYDIO DOS SANTOS • ELIANA AVEZUM DE MORAES • ELIAS ALFREDO FILHO • ELIAS ALVES BEZERRA NETO • ELIAS ANTONIO VIEIRA • ELIZABETH ROSE CARINHANI RIBEIRO • ELMIR GARZON JUNIOR • ELOISA JENDIROBA • ELPIDIO FARIA JUNIOR • ELZA LULI MIYASAKA • EMERSON MENDES JUNIOR • ERALDO GARCIA CORTEZ • ERB RIBEIRO JUNIOR • ERCILIA PAMPLONA FERNANDES SANTOS • ERIC FERNANDO DA SILVA • ERICA CRISTINA CUNHA • ERICO MARCELO MARQUES • ERICSON DIAS MELLO • ERIKA AUXILIADORA GIACHETO SCALOPPI • ESPERIO LUIS VETTORE • ESTELA MARIS FINOTTI GARBELLINI • ETTORE COMPAROTTO NETO • EUFEMIO RODOFREDO VENEGAS CORONADO • EUGENIO ROCHA DE ANDRADE • EVANDRO FRANCISCO BESSA • EZEQUIEL BERTOLAZZO • EZIO APARECIDO NOGUEIRA • FABIANA FREIRE GRELLET • FABIANA GASPARINI CARDOSO • FABIANA UBIDA BARILLARI FRANCHI • FABIANO DUARTE ROSA • FABIANO JOSE DA SILVA • FABIANO PALMARINI CABRERA • FABIO ALVES LOPES DE OLIVEIRA • FABIO BOTTURA PIMENTA • FABIO CAPITANINI • FABIO DE CASTRO NARCISO • FABIO HENRIQUE QUATIO CARDOSO • FABIO LUCHIARI BARBOSA JUNIOR • FABRICIO EGYNO DE OLIVEIRA DEL LAMA • FABRICIO LOPES DE FARIA • FABRICIO MASSARO BALBAO • FATIMA AP FONZARA DAVID • FATIMA AP. SILVA PANICIO GUIMARAES • FATIMA REGINA DE SOUZA • FAUSTINO SANCHES JUNIOR • FAUSTO DE PAULA EDUARDO • FAUSTO MASSAO CUBAYACHI • FAUSTO PEREIRA LIMA • FAUSTO VIDAL GARCIA LEAL • FELIPE AUGUSTO POLETTO STAMBOWSKY • FELIPE LOPES DA SILVA • FELIPE ROMEIRO MERCHAM DOS SANTOS • FELIPE SABINO DE JESUS • FELIX CHARLIER • FERNANDA CENEVIVA ABDOU • FERNANDA DE ANDRADE SESINANDO • FERNANDA FARIA RODRIGUES • FERNANDA MENEGARI QUERIDO • FERNANDA SILVA MORAIS • FERNANDO AGUIAR BREGAGNOLO • FERNANDO ALEXANDRE ABRAHAO • FERNANDO ANTONIO CAUCHICK CARLUCCI • FERNANDO ANTONIO PICCOLO • FERNANDO ASSIS MATOS • FERNANDO AUGUSTO BOCALON • FERNANDO BRANT DA SILVA CARVALHO • FERNANDO CESAR GODOY MARTINS • FERNANDO CESAR PEREIRA LIMA • FERNANDO CESAR SILVA MAZZEI • FERNANDO CESAR TASINAFFO • FERNANDO DE CARVALHO • FERNANDO DE FREITAS TAVARES • FERNANDO DE OLIVEIRA • FERNANDO DE SOUZA FREIRE • FERNANDO DIAS DE MORAES • FERNANDO DOMINGUES ZUCCHI • FERNANDO EDUARDO COLA • FERNANDO FALLEIROS MARINI • FERNANDO FERRUCIO RIVABEN • FERNANDO GARAVAZZO VERCESE • FERNANDO JOAQUIM DRUMMOND A FERREIRA • FERNANDO JOSE BORTOLETO • FERNANDO JOSE THOMAZELLA • FERNANDO KOITI HIGASHI NAKASHIMA • FERNANDO LOUZADA COSTACURTA • FERNANDO MARTINS DE BARROS • FERNANDO MELLIN MOREIRA FERREIRA • FERNANDO OLIVEIRA DA SILVA • FERNANDO PAOLIELLO JUNQUEIRA • FERNANDO SILVA CORRAL • FLAVIA ROSOLEN PARREIRA • FLAVIO G TAKEYOSHI HIGUCHI • FLAVIO HUMBERTO SOARES • FLAVIO REIGADAS • FLAVIO ROCHA GORINI • FLAVIO SERGIO ZAMPIERI • FLORIANO ALVES DE TOLEDO • FRANCIS ARROTEIA PENHA • FRANCISCO ANTONIO DE LAURENTIIS FILHO • FRANCISCO CARLOS CARVALHO NUNES • FRANCISCO CARLOS FAGIONATO • FRANCISCO CARLOS LOPEZ • FRANCISCO DA COSTA • FRANCISCO DAMASCENO RIBEIRO • FRANCISCO DE ASSIS ELIAS • FRANCISCO DE CARVALHO FERREIRA NETO • FRANCISCO JOSE MARINCEK • FRANCISCO LUIS LEPRI • FRANCISCO MENTEN NETO • FRANCISCO PAULO BONIFACIO DA SILVA • FRANCISCO SERGIO FARIA • FRANCISCO VICENTE GAIOTTO CLETO • FRANIERI IZILDO SAKAI • FREDERICK AUGUSTO TOGNETTI • FREDERICO RENNO LIMA • GABRIEL EWBANK DE FREITAS • GABRIEL LUIZ DA SILVA • GABRIEL REBOUCAS DE SOUZA • GABRIEL SEGATO DE AGOSTINI • GABRIELA FERNANDES DE CARVALHO • GABRIELLA BRITTO DIAS • GABRIELLE MARQUES ANACONI • GASPAR APARECIDO CARLUCCIO • GASTAO DE IRAJA RODRIGUES • GENESIO ABADIO DE PAULA E SILVA • GEORGES MAKHOUL • GERALDO BARROS MACHADO DE SOUZA • GERALDO COLLI JUNIOR • GERALDO DE MENEZES LIMA FILHO • GERALDO FRANCO DONATO • GERALDO GERALDI JUNIOR • GERALDO LAZZARINI JR • GERALDO SIDNEY MORANDO • GERALDO TELMO DA ROCHA BARROS JUNIOR • GERALDO TEODORO TRISTAO NETO • GERALDO THEODORO TRISTAO • GERALDO YASSUO MARUYAMA • GERMANO RAFAEL BILOTA MARIUTTI • GERSON APARECIDO DA SILVA • GERSON ENGRACIA GARCIA • GERSON LUIS SCARDOELI • GERSON RODRIGUES DA COSTA • GERSON SELUQUE FERREIRA • GERVASIO LABIAPARI SOBRINHO • GIACOMO STAFFETTI • GIANFRANCESCO BARBOSA MANO • GILBERTO ANGELO FRANCO • GILBERTO ANTONIO RISSATTO • GILBERTO CARLOS BATISTA NEVES • GILBERTO DE OLIVEIRA • GILBERTO FARNOCHI • GILBERTO GOMES • GILBERTO LUGARINI SILVA • GILBERTO MACHADO DE SOUSA RODRIGUEZ • GILBERTO MARQUES SOARES • GILMAR DA SILVA DALIA • GILMAR DE MATOS CALDEIRA • GILMAR DE OLIVEIRA SOUZA • GIOVANNA NORI • GIOVANNA SPINOLA SILVEIRA • GIOVANNA VELLUDO BORGES • GISELDA MARIA MACHADO ZUNCKELLER • GISELLE RUAS SANTIAGO • GISLAINE DE CARVALHO FERRAREZI • GIULIA DINARDO MIRANDA • GIULIO ROBERTO AZEVEDO PRADO • GLADSTON TORRES DE MESQUITA ALENCAR • GLAUCO DAMASCENO JUNQUEIRA • GRACA ARILSA MARETTO FIGUEIREDO • GRACE KELLY MONTEIRO SILVA • GRAZIELLA PINTO CORRADO • GUIDO DE SORDI • GUILHERME ANTONIO MARTINELLI PORTO • GUILHERME AUGUSTO DOS SANTOS AMERICANO • GUILHERME BARRETTO DO LIVRAMENTO PRADO • GUILHERME FERNANDES MAGALHAES • GUILHERME HENRIQUE JAQUETI CUNHA • GUILHERME HENRIQUE MIOTTO BARBIERI • GUILHERME HENRIQUE SEMPIONATO S. SANTOS • GUILHERME LEIRA FILHO • GUILHERME LOURENCO LOPES • GUILHERME PASCHOALINO CAPASIO • GUILHERME PIMENTEL DE LIMA SOUZA • GUILHERME RODRIGUES ALECRIM • GUILHERME SANTIAGO TROCA • GUILHERME YURI PEREIRA • GUILHERME ZORATTI DE MIRANDA • GUSTAVO BARROS SICCHIERI • GUSTAVO DE FARIA FERNANDES • GUSTAVO FIGUEIREDO FONSECA • GUSTAVO HENRIQUE DE LIMA • GUSTAVO HENRIQUE SOARES • GUSTAVO MADALENA PARRA VILELA • GUSTAVO MOTA MASSARO • GUSTAVO REIS FURLAN GUIMARÃES • GUSTAVO TEIXEIRA VENA • GUSTHAVO DE CASTRO MARINI • HAMILTON CAMPI JUNIOR • HAMILTON DE OLIVEIRA JUNIOR • HAMILTON DE OLIVEIRA SANTOS JUNIOR • HAMILTON LUIZ HELUANY DIAS • HAMILTON PEDRESCHI CHAVES • HARLEN NUNES • HECTOR SOMINAMI LOPES • HEINO TALVIO BARBOSA TAVARES • HEITOR FUGA GOMES • HEITOR REZENDE DE SOUZA BASTOS • HELADIO JOSE SMECELLATO • HELCIO ELIAS FILHO • HELCIO LUIZ DEFINO • HELDER BARQUETE CARVALHO • HELDER DE PAIVA MARQUES • HELENA LARA BARBOSA • HELIER PEDRO FERRARI • HELIO ANTONIO PASQUALI FILHO • HELIO CANDIDO LIMA JORDAO • HELIO GUIMARAES PENTEADO DE CASTRO • HELIO MARCOS JUNIOR • HELIO SILVEIRA • HELIO VICTOR DE PAULA • HELOISA HELENA DE MELLO GOMES • HENRIQUE BITAR • HENRIQUE CAVALHEIRO • HENRIQUE MAKIMOTO DE SA • HENRIQUE PAOLIELLO JUNQUEIRA • HENRIQUE STELLA LOPES • HENRIQUE VICTORAZZO HALAK • HERALDO LUIZ CEZARINO • HERCILIO MALINOWSKY • HERMES APARECIDO REZENDE • HERMES DIMAS MATOS • HERMINDO MARTINELLI JUNIOR • HIDEO KUMASAKA • HILDA DOMINGUES GALVES • HIRILANDES ALVES • HOMERO AGUIAR RODRIGUES • HOMERO CAVALHERI • HUGO DAVOGLIO AZEVEDO • HUGO DEGIOVANNI NETO • HUGO FELIPE CARNEIRO DA CRUZ • HUGO SERGIO BARROS RICCIOPPO • HUGO ZAVARIZE RODRIGUES • HUMBERTO DE FREITAS TAVARES • HUMBERTO TADEU ARANTES • HUMBERTO TAROZZO FILHO • IBRAHIM ABDALLAH HANNA • IBRAHIM SAUD • IBRAIM ALEXANDRE JUNIOR • IDARIO DOMINGUES FERNANDES • IEDA GUEDES PINHEIRO • IGOR GREGNANIN DE RIZZO • IGOR LUIZ GONCALVES • INAMAR FERRACIOLLI DE CARVALHO • INGRID ARAUJO MATOS • INGRID FERNANDES DA SILVA • IRINEU MORAES DE LIMA • ISABEL CRISTINA REZENDE VIEIRA • ISABEL MARIA FERREIRA BRAS GOUVEIA • ISABELA ROSA LARA • ISABELLA PAVAO DE CASTRO • ISABELLE MARIA NOBREGA PADILHA • ISKANDAR AUDE • ISO LIMA BRASIL • ISRAEL HIGINO FAVERO DE AGUIAR • ISRAEL MINGHIN • ISRAEL XAVIER SOARES • ITAMAR DOS SANTOS CUNHA • IVAEL NADALIN • IVAN ROBERTO DIAS DA COSTA • IVAN RUSSOMANO • IVANDRO CARLOS DE MATTOS • IVENS BENEDITO BLOCH TELLES ALVES • IVO COLICCHIO JR • IWAO INADA • IZABELA A. FELICIO DO VAL • JADER CAMPOS FARIA • JADIEL GALETTE CANDIDO • JAIR APARECIDO ROVERON • JAIR BERNARDES DA SILVA • JAIRO MENESIS BALBO • JAMES ARDIER CORTEZ • JAMESON ROGERIO DE CARVALHO • JANE VALADARES DE MORAES • JARBAS PRADO DE FRANCISCHI • JARBAS VIANNA • JARSON GARCIA ARENA • JASLANA CRISTINA BEZERRA DOS SANTOS • JAY MARTINS MIL HOMENS JUNIOR • JAYME LUIZ SCALON • JEFERSON CESAR • JEFFERSON ABRAHAO • JEFFERSON DE PAULA SILVA MINELLI • JEFFERSON LUIZ BROTTO • JEREMIAS RODRIGUES DE MENDONCA • JESUALDO AFONSO PERIN • JESUS ALARCON DO CARMO • JESUS HENDERSON MANTOANELLI • JOAO ALBERTO ALVES DOS REIS • JOAO ALBERTO MELLO • JOAO ALVES MARTINS NETO • JOAO APARECIDO DA SILVA • JOAO ARY BIERAS JUNIOR • JOAO AUGUSTO BERTAZZO • JOAO BAPTISTA DE CARVALHO FERREIRA • JOAO BATISTA BIAGIOTTI • JOAO BATISTA CARDOSO • JOAO BATISTA DA CUNHA • JOAO BATISTA GALEANI • JOAO BATISTA LORENZATO • JOAO BOCALON • JOAO BOSCO DE ANGELIS • JOAO BOSCO OLIVITO NONINO • JOAO BRAULIO JUNQUEIRA • JOAO CARLOS AP MINTO • JOAO CARLOS BUZZI RODRIGUES • JOAO CARLOS CECCHI • JOAO CARLOS CORREIA • JOAO CARLOS DE FARIA • JOAO CARLOS DE FREITAS SILVA • JOAO CARLOS FALASCHI • JOAO CARLOS GAIOFATTO • JOAO CARLOS MAZONI • JOAO CARLOS SANCHES ANEAS FILHO • JOAO CARLOS VIANNA DE AMORIM • JOAO CIRILO DUARTE • JOAO EDUARDO COZAC • JOAO EVITO SEMPRINI • JOAO FERREIRA DE MESQUITA FILHO • JOAO FERREIRA GONCALVES NETO • JOAO FERREIRA MACHADO JUNIOR • JOAO FRANCISCO ANTONIO MACIEL • JOAO FRANCISCO DE OLIVEIRA SILVERIO • JOAO FRANCISCO TREMESCHIN • JOAO GUILHERME HJERTQUIST TREMESCHIN • JOAO HENRIQUE BERTOLINI • JOAO LAZARO TOLEDO • JOAO LEMOS TEIXEIRA DA SILVA • JOAO LUIZ BAVARESCO CRISTOVAO • JOAO LUIZ CABALERO • JOAO LUIZ DEL CURA • JOAO LUIZ FURCO • JOAO LUIZ ZINATO • JOAO MANAIA NETO • JOAO MARCELO FERREIRA • JOAO MARCOS AYUB CALIXTO • JOAO PAULO BEZERRA DOS SANTOS • JOAO PAULO BRANDAO • JOAO PAULO DE SOUZA C. FIGUEIREDO • JOAO PAULO FONSECA CORREIA • JOAO PAULO IUGHETTI FERES • JOAO PAULO PINHEIRO • JOAO PAULO SCODONHO • JOAO PAULO ZANIN • JOAO PEDRO ROSSI • JOAO RICARDO TURATTI • JOAO ROBERTO DE BRITO • JOAO ROBERTO DE LIMA • JOAO ROBERTO LOT • JOAO ROBERTO MORAES FERNANDES • JOAO ROBERTO SCAVAZZA • JOAO SERGIO COSAC • JOAO THEODORO FERES SOBRINHO • JOAO VITOR ALMEIDA DA SILVA • JOAO WANDERLEI MATTIOLLI • JOAQUIM CARLOS PEREIRA • JOAQUIM HARUO SATO • JOAQUIM LAURO SANDO • JOAQUIM ROGERIO NASCIMENTO • JOEL APARECIDO PEREIRA • JOEL COUTO ROSA • JOEL SOARES BARBOZA • JOHNNYS HENRIQUE BARROS PUPIN • JONAS SILVA • JONATAN BATISTA COSTA • JONES SERGIO MOTTA • JORGE AUGUSTO TENORIO MARCONDES • JORGE CURY DOMINGOS OLIVEIRA • JORGE DE ALMEIDA • JORGE JOSE SILVA • JORGE LUIZ CARAMORI GUERRA • JORGE LUIZ MORAES • JORGE LUIZ PEREIRA ROSA • JORGE RODINI LUIZ FILHO • JORGE SATO • JORGE TADEU CHEHADI • JOSE ACHICAR • JOSE ADOLFO DE ANDRADE • JOSE ALBERTO MONTEIRO • JOSE ALBERTO MONTEIRO FILHO • JOSE ALFREDO PEDRESCHI MONTEIRO • JOSE ALFREDO VILLALOBOS SARETTA • JOSE ANDRE PAZETTO • JOSE ANIBAL LAGUNA • JOSE ANTONIO BARBOSA • JOSE ANTONIO DA SILVA GONCALVES • JOSE ANTONIO DE PAULA BORBA • JOSE ANTONIO LANCHOTI • JOSE ANTONIO PERINI • JOSE ANTONIO RIBEIRO DE ALMEIDA • JOSE ANTONIO RISTORI CABRAL • JOSE ANTONIO SAVEGNAGO • JOSE ANTONIO VERNILLE • JOSE APARECIDO MONTI PINHEIRO • JOSE ARIOVALDO DA SILVA • JOSE ARMANDO PINHO • JOSE ARTHUR DAMIAO JAQUINTA • JOSE ASCANIO DE ANDRADE • JOSE AUGUSTO ABRAO • JOSE AUGUSTO CATAPANI • JOSE AUGUSTO CORSINI M. DE BARROS • JOSE AUGUSTO FERNANDES DAMANDO • JOSE AUGUSTO GASPARETTO • JOSE AUGUSTO GERALDES • JOSE AUGUSTO LOPES BALDIN • JOSE AUGUSTO PALLARETTI • JOSE AUGUSTO PASSOS DE MENEZES • JOSE AUGUSTO VILELA SCALASSARA • JOSE AYRTON DINAMARCO ROXO • JOSE BARBIERI • JOSE BATISTA FERREIRA • JOSE CARLOS BARBOSA • JOSE CARLOS CASTELLI • JOSE CARLOS COLUCCI • JOSE CARLOS D’AMBROSIO DA SILVA • JOSE CARLOS DE ALCHIMIM JUNIOR • JOSE CARLOS DE ALMEIDA • JOSE CARLOS DO NASCIMENTO • JOSE CARLOS FAIM BEZZON • JOSE CARLOS FONTES BARATA • JOSE CARLOS FUGAZZOLA MARQUES • JOSE CARLOS GONCALVES • • JOSE CARLOS ISMAEL RIGHI • JOSE CARLOS MATIAS • JOSE CARLOS MAZZO MILAGRE • JOSE CARLOS RIBEIRO ROCHA • JOSE CARLOS RODRIGUES • JOSE CARLOS SOUZA MARQUES • JOSE CARLOS SPINELLI MARTINS • JOSE CLAUDIO GOMES DOS SANTOS • JOSE COSTA PEREIRA FILHO • JOSE DA SILVA CARVALHO NETO • JOSE DE AZEVEDO ANDRADE • JOSE DE FREITAS MELO • JOSE EDUARDO A PIMENTA • JOSE EDUARDO JUNQUEIRA • JOSE EDUARDO RIBEIRO • JOSE EDUARDO ZANATTA • JOSE ELIAS DE PAIVA JUNIOR • JOSE ERNESTO BRINCK • JOSE ERNESTO COSTA CARVALHO DE JESUS • JOSE FELIPE DELIBERTO • JOSE FERNANDO NOGUEIRA • JOSE FERNANDO SAUD REIS • JOSE FLAVIO MACHADO BORDIGNON • JOSE GABRIEL CORREA • JOSE GALDINO BARBOSA DA CUNHA JUNIOR • JOSE GALETTE CANDIDO • JOSE GARCIA ALVES FERRREIRA • JOSE GASPAR CITOLIN • JOSE GERALDO DE SORDI SOBREIRA • JOSE GERALDO GARCIA LEAL • JOSE GERALDO PALLAMIN • JOSE GERALDO PEREIRA • JOSE GUILHERME BORO HENRIQUE • JOSE GUILHERME PASCOAL DE SOUZA • JOSE HENRIQUE ARAUJO POCH • JOSE INACIO DE BORTOLI • JOSE JORGE NASSAR • JOSE LAERCIO SANCHES • JOSE LAPORTE • JOSE LELIS DE BASTOS • JOSE LUIS DIEZ HERNANDEZ • JOSE LUIS RAHME RODRIGUES • JOSE LUIZ AGUIAR • JOSE LUIZ BARBARO • JOSE LUIZ CAMARERO • JOSE LUIZ CAMARERO FILHO • JOSE LUIZ CAMARERO NETO • JOSE LUIZ DE OLIVEIRA • JOSE LUIZ GUTIERREZ • JOSE LUIZ MARTINEZ FERRAZ • JOSE LUIZ TEIXEIRA • JOSE MARCELO MARCUSSI • JOSE MARCONDES COTRIM • JOSE MARIO CAUM • JOSE MARIO JORGE • JOSE MARIO ZAPAROLI DE BARROS • JOSE MAURICIO FIORI • JOSE MAURICIO MORANDINI • JOSE MAURO ANTUNES PIMENTA • JOSE MAURO BIAGI • JOSE MESSIAS CARDOSO • JOSE MIGUEL DOS SANTOS • JOSE NAPOLEAO GARCIA • JOSE NAZARENO AGOSTINETTI MENEZES • JOSE OMAR ROCHA MARZOLLA • JOSE ORLANDO BUSNARDO NETO



painel Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente

índice

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente

ícones 08

artigo 46

LEGADO 10

ícones 48

Alexandre Gustave Eiffel

70 anos | 1.680 meses | 25.550 dias | 613.200 horas E muita coisa pela frente

ícones 14 Zaha Mohammad Hadid

LEGADO Olhos no futuro

A história contada na Painel

16 18

ícones 20

Thomas Telford

AGRONOMIA 22 O campo precisa de jovens empreendedores

Coaching de carreira

Stephen Gary Wozniak

Retrato 53 Inspire-se

ícones 64 Robert Maillart

arquitetura 66 Sem limites para o projeto

ícones 80 John Roebling

comportamento 82 Ética: ter, ser ou exigir

ícones 26 Nikola Tesla

CREA-SP

Primeira legislação é de 1933

Educação 28 Quem manda é o mercado

ícones 88 Frank Lloyd Wright

ícones 34 Gerard Philips

Carreira 36 O futuro é otimista

ícones 44 Fazlur Rahman Khan

87

Artigo

Governança corporativa: uma realidade para a sustentabilidade das empresas

90

ícones 92 Elmina Wilson

ícones 96 Veridiana Victoria Rossetti

Diretoria Operacional Diretor administrativo - eng. agr. Callil João Filho Diretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho Diretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves Diretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos Diretoria Funcional Diretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza Leite Diretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor social - eng. civil Rodrigo Araújo Diretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino Diretoria Técnica Agronomia - eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arquitetura - arq.urb. Marta Benedini Vechi Engenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli Conselho Presidente: Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. civil Wilson Luiz Laguna Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. civil Edgard Cury Arquiteta e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil Roberto Maestrello Conselheiros suplentes Eng. mec. Fernando Antonio Cauchick Carlucci Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. civil Marcos Tavares Canini Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. José Roberto Scarpellini Eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@aeaarp.org.br Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editoras: Blanche Amâncio – MTb 20907, Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044, Flavia Amarante – MTb 34330, Jousy Mirelle – MTb 34718

Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

Publicidade: 16 2102.1719 Tiragem: 5.000 exemplares Locação: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Foto da capa: Freepik Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.




70 anos Os modelos de organização da sociedade incluíram, nos últimos anos, termos em inglês para identificar comportamentos necessários àqueles que se colocam no mercado. Networking, coaching, mentoring são alguns deles. A AEAARP faz isso desde 1948, em português: oferece a rede de contatos profissionais, aprimora a capacidade daqueles que representa e tem, entre os associados, pessoas dispostas a inspirar e indicar caminhos aos menos experientes.

palavra do presidente

Eng. civil Carlos Alencastre

Desta forma, a Associação é uma organização profissional fundada nas necessidades, expectativas e experiências de seus pares. Por isso, segue criando oportunidades, compartilhando conhecimento e inspirando. As relações pessoais e de trabalho mudaram profundamente nas últimas sete décadas. Para ter uma ideia, quando a entidade surgiu, o televisor era o principal móvel da casa – isso nas residências que tinham um aparelho desses. A cidade não tinha cursos de formação em engenharia, arquitetura e agronomia. O primeiro curso de graduação em Engenharia surgiu quase 20 anos depois. Nas primeiras décadas, reuniões da AEAARP aconteciam em restaurantes e os associados terminavam a noite dançando o hali gali, o ritmo popular da época. Hoje nos comunicamos por smartphones e nos informamos pela internet. O tempo parece passar até mais rapidamente, tamanha a necessidade de dar as respostas com agilidade e eficiência. As expectativas de hoje são as mesmas de 70 anos atrás. Mudamos as ferramentas – às vezes até mesmo a forma de escrever e falar são diferentes. Mas, as necessidades da união, da convergência de ideais, do embate de ideias são imutáveis. O bom de conhecer a história é poder reconhecer a importância dos que nos antecederam e ter a certeza de que somos nós agora que escrevemos um novo e importante capítulo. Esta edição especial da Painel é a síntese do pensamento da AEAARP de hoje. Nós valorizamos o que nos fez chegar até aqui e seguimos trabalhando para valorizar os profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia que, junto da entidade, são mais fortes.


Alexandre Gustave Eiffel

Revista Painel 8

Ă­cones


AEAARP

Wikimedia

9

A

O conjunto arquitetônico formado pelo Grand Palais, Petit Palais e Ponte Alexander III, foi construído para abrigar a Exposição Universal de 1900, em estilo Art Nouveau. Para isso, foi demolido o Palais de l’Industrie, construído em 1855. Na obra do Grand Palais, trabalharam 1.500 operários, com técnicas inéditas para a época, de concreto armado.

Torre Eiffel não recebeu esse nome por acaso; foi uma homenagem ao engenheiro francês Alexandre Gustave Eiffel. Além de ter participado da construção do maior ícone arquitetônico de Paris (França), Alexandre também contribuiu para

a construção da Estátua da Liberdade, projetada pelo escultor francês Frédéric Auguste Bartholdi, na cidade de Nova Iorque (EUA). Com cerca de 7,3 mil toneladas de ferro (hoje, são 10 mil toneladas) e 324 metros de altura (somando a torre de comunicação do topo), a Torre Eiffel foi construída, entre 1887 e 1889, para a Exposição Universal de 1889. A torre foi oficialmente inaugurada em 31 de março de 1889 e era a entrada da exposição, que celebrava o centenário da Revolução Francesa (1789). Até 1930, a Torre Eiffel era a construção mais alta do mundo. A história dele na engenharia começou em 1852, quando ingressou na Escola Central de Paris (também conhecida como Escola Central de Artes e Manufaturas), prestigiada escola de engenharia da capital francesa. Em 1855, ele já tinha o título de engenheiro químico. Foi em uma empresa belga de construção de ferrovias onde iniciou sua carreira, período em que conheceu o empresário Charles Nepveu, especialista em construções metálicas. Mas, foi por influência de seu cunhado que Alexandre começou a se interessar pela metalurgia – ramo da engenharia que ele revolucionaria anos mais tarde. Seu primeiro grande trabalho aconteceu quando tinha 26 anos – foi a construção da ponte ferroviária em Bordéus (França). Foi aí que ele adquiriu experiência e resolveu fundar sua empresa, um ateliê de construção metálica perto de Paris. Nessa época, importantes projetos começaram a aparecer no seu escritório como o Viaduto Garabit (França), considerada a ponte mais alta do mundo na época, com 122 metros de altura, a Cúpula do Observatório de Nice (França), a Ponte D. Maria Pia na cidade do Porto (Portugal), dentre outros. Alexandre também tem projetos no Brasil: o Farol de Salinópolis (PA), o Reservatório de São Brás (PA) e o Farol de São Tomé (RJ).

Daniela Antunes

A genialidade de Alexandre não ficou restrita à capital francesa. Entre os anos 1875 e 1877, ele viveu em Barcelos (Portugal), período em que produziu muitas obras no país. No fim da sua carreira, teve novas curiosidades: meteorologia e aerodinâmica – áreas que foram beneficiadas com vários de seus estudos.


Revista Painel 10

Legado

70 anos | 1.680 meses | 25.550 dias | 613.200 horas

E muita coisa pela frente

Em 2017, mais de duas mil pessoas participaram dos eventos na associação

Q

uando a AEAARP foi fundada, em 1948, Ribeirão Preto tinha pouco mais de 90 mil habitantes (91.374, segundo informações da época). Nenhuma universidade local – eram duas naquele período – oferecia formação para engenheiros,

arquitetos e agrônomos. “Os desafios de hoje são diferentes daqueles experimentados nas décadas anteriores, até mesmo da última década”, fala o atual presidente, engenheiro Carlos Alencastre. Hoje, a cidade é 7,5 vezes maior. A AEAARP cresceu junto, colaborando com os avanços do município, em consonância com as perspectivas daqueles que a dirigiram no passado e com as atenções voltadas para as exigências do futuro.


AEAARP 11

O futuro é a pauta dos 70 anos da AEAARP. Fundada em 8 de abril de 1948, a entidade atua em duas frentes: a valori-

Inauguração da primeira sede da AEAARP

zação profissional e a promoção da qualidade de vida da comunidade, ressaltando

de são inspiradoras para as novas ge-

AEAARP participou e estimulou debates

o quanto engenheiros, arquitetos e agrô-

rações, e os jovens profissionais têm o

sobre o desenvolvimento da cidade como

nomos são essenciais para a segurança e

frescor, a inquietude e a energia que a

instrumento de promoção da qualidade

o desenvolvimento econômico e social

sociedade precisa para seguir em fren-

de vida, da inclusão e do caminho à

da cidade e da região.

te”, fala Alencastre.

sustentabilidade, dando forma ao seu

“Desta forma, mostramos para a socie-

Há mais de um ano a AEAARP desen-

dade a importância das profissões que

volve o Projeto Legado, criado para dar

representamos”, afirma o engenheiro

novo significado ao associativismo na

Carlos. Em sua visão, o que no passado

área técnica. O estudo detalhado das ne-

foi um pretexto para reunir pessoas com

cessidades do mercado e do papel da en-

os mesmos interesses, hoje é o ambiente

tidade de classe resultou em uma agenda

para desenvolver habilidades e relaciona-

de eventos, sociais e técnicos, que ofe-

mentos profissionais.

recem oportunidades de atualização e de

“As histórias de todos os que trabalharam e ainda trabalham pela entida-

1990

relacionamento. Em sete décadas de atividade, a

papel social. Representantes da AEAARP participaram das discussões do primeiro Código de Obras do município nos anos de 1940, das primeiras discussões acerca do Plano Diretor na década de 1970, da revisão do Plano no início dos anos 2000, de legislações para o setor, como a chamada Lei do Puxadinho, dentre outros.

70 anos 2010

2018


1.680 meses

Revista Painel 12

Nos últimos anos, a entidade promoveu palestras, debates e recebeu eventos sobre temas relevantes para a comunidade, dentre eles a internacionalização do aeroporto Leite Lopes, trânsito, transporte, destinação dos resíduos domésticos e

O Conselho Municipal de Urbanismo

nômico e o aperfeiçoamento profissional.

da construção civil, sustentabilidade,

(COMUR) foi criado na AEAARP, nos

Desenvolvimento regional e qualidade

infraestrutura e abastecimento de água

anos de 1970, e hoje tem sede e realiza

de vida são pautas constantes na entida-

no município.

encontros e reuniões na própria entidade.

de, que sediou audiências públicas para

A Associação tem representantes em co-

a criação da Região Metropolitana de

mitês e fóruns da cidade, como o Fórum

Ribeirão Preto (RM-RP) e constantemente

das Entidades de Ribeirão Preto (FERP),

promove palestras sobre empreendedo-

criado pela AEAARP em parceria com a As-

rismo, economia regional, gestão pública

sociação Comercial e Industrial de Ribeirão

e sustentabilidade. A AEAARP integra o

Preto (ACIRP) e a Ordem dos Advogados

Conselho da RM-RP.

A AEAARP tem representantes em conselhos municipais, como o Conselho Municipal de Urbanismo (COMUR), Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) e Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto (CONPPAC-RP

do Brasil (OAB). Além disso, é parceira de

A Associação é também propulsora das

ações que promovem a sustentabilidade, a

carreiras de seus associados. Mantém

qualidade de vida, o desenvolvimento eco-

ativo um banco de currículos, atuando como ponte entre os profissionais e as oportunidades de mercado. Tem parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE-SP), promovendo palestras sobre planejamento, gestão, além de realizar rodadas de negócios e orientações para estudantes das áreas técnicas.

Em 2017, mais de duas mil pessoas participaram dos eventos na associação

Nos anos de 1970, iniciativas adotadas pela AEAARP resultaram na instalação da Inspetoria CREA-SP na cidade. Atualmente, a AEAARP tem dois representantes no Conselho, cujo escritório regional está instalado na sede da Associação.


AEAARP 13

Almoço dos Agrônomos

A entidade investe em programação própria de cursos e também firma parcerias com instituições com o propósito de incrementar a formação dos profissionais associados.

to sobre as atividades desenvolvidas por

cerca de três mil metros quadrados de

profissionais e empresas.

área construída, dotada de área social,

A AEAARP está inserida na sociedade

espaços para reuniões, eventos corpo-

também com o Coral Som Geométrico,

rativos e técnicos, com estacionamento

Atualmente, acontecem na AEAARP

mantido desde 1994. Participam dele pro-

privativo, adequada às normas de segu-

cursos de pós-graduação e especialização

fissionais associados da AEAARP e outros

rança e acessibilidade.

promovidos pelo Instituto de Pós-Gradu-

interessados, apresentando-se em eventos

ação e Graduação (IPOG) e pela Univer-

da entidade, em encontros de corais e

sidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

eventos festivos no município e região.

Os cursos são oferecidos em condições diferenciadas para os associados.

Datas comemorativas na AEAARP são oportunidades também de reunir

Há cerca de uma década, a AEAARP

associados e aprofundar laços de amiza-

realiza periodicamente eventos técnicos

de, criando o ambiente propício para o

sobre tecnologia da construção, arquite-

fortalecimento da atuação profissional,

tura, engenharia, meio ambiente e agro-

realização de negócios e inserção no

nomia. No último ano, mais de duas mil

mercado. O Almoço dos Agrônomos é

pessoas, entre profissionais e estudantes,

realizado anualmente há quase quatro

participaram dos eventos.

décadas e periodicamente são promovidos

Todos os eventos da AEAARP têm ingressos sociais. Para inscrever-se, os

encontros sociais para os quais todos os associados são convidados.

participantes doam alimentos não pe-

Há 39 anos a AEAARP reverencia pro-

recíveis: foram mais de duas toneladas,

fissionais que fazem a diferença em suas

em 2017, encaminhadas às entidades

carreiras, pela inovação, qualidade técnica,

assistenciais da cidade.

inserção social e econômica. Desde 1979,

25.550 dias

Periodicamente, a Associação promove

quando foi criado o Prêmio Profissionais

visitas técnicas a empresas e projetos que

do Ano AEAARP, a entidade homenageou

desenvolvem atividades ligadas ao setor

mais de 70 nomes.

tecnológico e incrementam o conhecimen-

A Associação tem sede própria, com


Revista Painel 14

ícones

Wikimedia

Zaha Mohammad Hadid

Marcos Vitrúvio Polião foi um arquiteto romano que viveu no século I a.C., autor da obra “De Architectura”, tratado que inspirou textos sobre arquitetura e urbanismo, hidráulica, engenharia, desde o Renascimento. Seus padrões de proporções e os seus princípios de utilidade, beleza e solidez inauguraram a base da arquitetura clássica. São esses também os princípios que norteiam a concessão do Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura em todo o mundo, criado pela família Pritzker em 1979

A

arquiteta iraquiana Zaha Mohammad Hadid foi a primeira mulher que conquistou o Prêmio Pritzker. Mas, este não foi o único reconhecimento internacional que conquistou. Durante sua trajetória, recebeu as mais altas honras de instituições

civis, acadêmicas e profissionais do mundo. Zaha foi nomeada Dame Commander (dá o direito de usar a palavra Dame antes dos

nomes femininos) pela Ordem do Império Britânico (dada pela cavalaria britânica que reconhece importantes trabalhos relacionados às artes, ciências, entre outros) e recebeu a medalha de ouro do Royal Institute of British Architects (organização profissional de arquitetos do Reino Unido, que reúne mais de 30 mil membros). O sucesso dos seus projetos também foi reconhecido em concursos internacionais de arquitetura. Alguns nem chegaram a sair do papel como, por exemplo, a The Peak Club, em Hong Kong (China), e Ópera da Baía de Cardiff, no País de Gales (Reino Unido). A arquiteta é formada em matemática pela American University of Beirut (Líbano) e também estudou na Architectural Association, em Londres (Inglaterra). Após a conclusão

Museu de Arte Eli and Edythe Broad, nos Estados Unidos


AEAARP

Wikipedia

15

Wikipedia

Teatro de ópera na China

do seu curso, Zaha começou a trabalhar

vindos de 55 diferentes nações. O estilo

no escritório Office for Metropolitan

de Zaha redefiniu a arquitetura do século

Architecture (OMA) com o seu antigo

XXI e desafiou os cálculos. Ela contribuiu

professor, o arquiteto Rem Koolhaas.

para mudar noções do que pode ser feito

Anos depois, começou a ministrar aulas

com o concreto, aço e vidro.

na Architectural Association e também

O estilo adotado em boa parte de seus

foi professora convidada de várias uni-

projetos é o conceitual, que pode ser visto

versidades: Columbia University (EUA),

nas obras Vitra Fire Station (Alemanha),

Harvard University (EUA), Yale University

Centro Rosenthal de Arte Contemporânea

(EUA) e University of Applied Arts Vienna

(EUA), Terminal Intermodal Hoenheim

(Áustria). Mas, foi em Londres que Zaha

Nord (França), Bergisel Ski Jump (Áustria)

estruturou toda a sua carreira.

e Centro Aquático de Londres (Inglaterra).

Em 1979, ela fundou seu escritório,

Parte de seus trabalhos foram temas

em Londres: Zaha Hadid Architects, onde

de exposições no Museu Solomon R. Gu-

teve liberdade para aplicar sua arquitetura

ggenheim (EUA), no Museu de Design de

moderna e futurista. O escritório já desen-

Londres (Inglaterra), Museu Hermitage de

volveu mais de 950 projetos em 44 países

São Petersburgo (Rússia) e no Serpentine

e é composto por 400 colaboradores

Galleries de Londres (Inglaterra).


Revista Painel 16

Legado

Olhos no futuro

O

613.200

arquiteto Cássio Pinheiro Gonçal-

1984. Foi em sua gestão que a atual sede

ves elogia a qualidade da gestão

começou a ser construída e que a enti-

da associação, que ele presidiu

dade passou a ter a nomenclatura atual

entre os anos de 1956 e 1958, e opina

– englobando engenheiros, arquitetos e

que a entidade deve se aproximar dos as-

agrônomos (antes, a entidade se chamava

sociados. “As pessoas procuram a AEAARP

Associação de Engenharia e Agronomia de

para ter mais diálogo, mais novidades, mais

Ribeirão Preto). Para ele, a AEAARP deve

sugestões”. Cássio tem 91 anos.

estar aberta não somente aos profissio-

O engenheiro agrônomo Genésio Abadio

nais, mas também às suas famílias, como

de Paula e Silva presidiu a associação de

acontece nos eventos AEAARP Cultural e

1994 a 1996 e entende que a entidade

Happy Hour.

deve colaborar para a inovação e mostrar à sociedade o potencial dos profissionais habi-

Conectada

litados pelo Sistema CONFEA/CREA e CAU.

No início deste ano a AEAARP colocou

O engenheiro civil José Augusto Corsini

no ar o seu portal, que amplia a prestação

Monteiro de Barros presidiu a entidade

de serviços e acelera o atendimento às

duas vezes: de 1978 a 1980 e de 1982 a

necessidades dos associados. É desta

horas


AEAARP 17

forma, mais produtiva e ágil, que a AEAARP poderá responder aos objetivos dos profissionais, na visão do engenheiro Élcio Elias Filho, presidente de 1998 a 2000. “Correr é para jovem. Nós estamos aqui só para passar o bastão para que eles continuem correndo”. A metáfora do engenheiro Roberto Maestrello, presidente da entidade entre 2007 e 2011, ilustra o atual momento da AEAARP, cada vez mais voltada às novas ideias e às novas tecnologias. Nos 70 anos passados, explica o ex-presidente, os homens que a dirigiram construíram uma entidade sólida, cumprindo os objetivos de suas épocas. “O profissional tem aqui como sua casa, onde busca conhecimento, apoio, trabalho, oportunidades, cursos para melhorar sua carreira”, completa. O engenheiro Wilson Luiz Laguna, presidente de 2005 a 2007, concorda com Roberto. Ele vê a entidade em “crescente progresso”, que deve ser solidificado por novas gerações.

Ex-presidentes da diretoria e do conselho da AEAARP

O engenheiro João Paulo Figueiredo afirma que a AEAARP cumpriu seu papel.

que a entidade mantenha o propósito de

berto Romero, Argemiro Gonçalves e Luiz

“Foram 70 anos de uma história bonita

colaborar tecnicamente nas políticas públi-

Gustavo Leonel, todos ex-presidentes do

e produtiva”, assinala. Ele acredita que

cas, defendendo ações alinhadas à técnica.

Conselho Deliberativo, defendem. “Esse é um porto seguro para o aten-

as medidas adotadas nos últimos anos Conselheiros

dimento aos novos engenheiros”, garante

continuar fazendo esse papel, evoluindo

Os fundamentos da AEAARP são a

Mauro. “Acredito que está no caminho

sempre, nos atualizando, trazendo coisas

defesa da atuação de profissionais de

certo”, opina Luiz Gustavo. E, se o trabalho

novas, profissionais novos, cada vez mais

engenharia, arquitetura e agronomia, va-

até aqui forjou uma entidade forte, sólida e

gente capacitada para poder dar as cartas

lorizando, sobretudo, a técnica, a eficiência

respeitada, é possível ir além. “A AEAARP

em relação às nossas profissões e à socie-

e seu papel na sociedade.

tem que se aproximar mais, principal-

devem ser mantidas. “Que nós possamos

dade”, fala. João Paulo foi presidente da

São esses fundamentos, mantidos nes-

mente das empresas detentoras de novas

tes 70 anos, que os engenheiros Mauro

tecnologias, proporcionar convênios com

Já o engenheiro José Aníbal Laguna,

Antônio da Costa, José Alfredo Pedreschi

profissionais da região de todas as áreas”,

presidente entre 1980 e 1982, defende

Monteiro, Edson Seixas Forni, José Ro-

opina Luiz Gustavo.

AEAARP de 2012 a 2015.


Revista Painel 18

Legado

A história contada na Painel Quando a AEAARP foi fundada, em 1948, Ribeirão Preto tinha pouco mais de 90 mil habitantes. Em 1979, eram 295.345 habitantes. Atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima 682.302 pessoas vivendo na cidade.

A publicação data de 4 de abril de 1979. As reportagens revelam as questões importantes para a época e demonstram que alguns desafios persistem, mas muitos outros foram superados. O jornal foi transformado em revista nos anos de 1990, onde são registrados os desafios e conquistas da entidade e da cidade. Desde que foi transformada em revista, nos anos 1990, a Painel já está em sua 277ª edição. Atualmente,

O

a publicação tem foco em informar primeiro editorial do jornal

sobre ações e projetos da AEAARP,

Painel, publicação que ori-

mas também sobre novas tecnologias

ginou esta revista, fazia um

e tendências do mercado. A história da

apelo, grafado sob o título “Um repto

revista Painel é também a história da

de participação”: conclamava empresas

AEAARP e da cidade de Ribeirão Preto.

de engenharia, arquitetura e agronomia

Algumas edições especiais mostram

a somarem esforços “para uma Ribeirão

como a publicação acompanha e relata

Preto mais desenvolvida, mais humana,

os principais acontecimentos relativos

mais rica, mais colorida”.

ao desenvolvimento da cidade.


AEAARP 19

1979

1980

1992

Reportagem sobre meio ambiente informava que 10% da área de Ribeirão Preto eram de reserva natural. Informava também sobre a pretensão de um vereador da época, que lançava a ideia de fazer uma praia na cidade. Um artigo defendia que a cidade deveria ter um grande parque “para que todas as camadas da população desfrutem de uma grande área de recreação tanto ativa quanto passiva”. Nessa edição de 1979, a AEAARP anunciava ter firmado convênio com a Unimed para atender aos seus associados e familiares.

Os anos de 1980 passaram para a história do Brasil como a “década perdida”. Para a AEAARP, foram anos de consolidação da Associação e de maior reconhecimento pela sociedade. A análise está publicada em uma edição da Painel de 1999. Um dos fatos marcantes daquela década foi a doação do terreno onde está construída a sede – ocorrida em 1984.

A publicação datada de abril anunciava a constituição de uma comissão para analisar o projeto do Plano Diretor, que era debatido na Câmara Municipal. O texto da reportagem avisava: “o futuro da cidade está em risco se tal projeto for aprovado pelos vereadores da forma que se encontra”.

1997

1998

1999

O jornal Painel anunciava a mudança na linha editorial com o intuito de aproximar o associado da AEAARP. A publicação expunha o perfil de associados e relatava acontecimentos promovidos pela entidade, assim como a agenda de eventos. Um deles foi a palestra “As energias naturais e a saúde do ser humano”, que seria ministrada pelo geólogo Adonis de Souza.

Quando a entidade completou 50 anos de fundação, o jornal, que era impresso em duas cores e em papel branco, adotou o formato de revista mantido até os dias atuais. Uma das questões abordadas naquele período pela revista foi a solução para os congestionamentos e enchentes que acometiam a cidade. Naquele ano, as edições destacaram a frase de impacto criada para as comemorações do cinquentenário: Quem é profissional, participa. Quem participa, supera as expectativas.

A revista Painel anunciava que a sede da entidade contava naquele ano com 1,4 mil metros quadrados de área construída. O editorial lançava um novo período – o de “humanização” das relações com os associados.

2005

2006

2008

Nos anos 2000, o Plano Diretor, cuja primeira versão fora aprovada em meados de 1990, pautou os debates do Fórum de Debates Ribeirão Preto do Futuro, órgão consultivo instituído pela AEAARP, em 2005. O Fórum protagonizou debates acerca do tema, envolvendo técnicos e a sociedade civil organizada. Em 2006, a revisão do Plano levou em consideração as sugestões formuladas pela Associação.

A edição da revista Painel de dezembro de 2006 anunciava que seria realizado um evento pela AEAARP para discutir soluções técnicas para acabar com as enchentes na cidade. Em artigo publicado na mesma edição, um conselheiro da Associação estimulava os associados a participarem de discussões sobre desfavelamento, áreas verdes e patrimônio histórico.

A edição de abril foi comemorativa dos 60 anos da entidade. Uma reportagem tratava da escassez de engenheiros para os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na mesma revista, foi inaugurada a série de reportagens que mostraram soluções arquitetônicas e de engenharia para preservar o patrimônio histórico da cidade.

2009

2016 A reportagem de capa da edição de agosto dissecava a obra antienchente nas avenidas Jerônimo Gonçalves e Fábio Barreto, expondo os desafios técnicos superados naquela intervenção. A reportagem mostrava também que os córregos que passam por essas avenidas começaram a ser retificados 100 anos antes.

A edição de julho mostrava o conjunto de obras realizadas na sede nos anos anteriores, que fizeram a AEAARP totalizar 1,7 mil metros quadrados de área construída.

Na última década, a revista Painel foi o instrumento de aproximação da AEAARP com os associados e a comunidade, reportando as realizações da entidade e os avanços tecnológicos. Desta forma, a revista é o registro histórico da Associação e das transformações da cidade.


Revista Painel 20

Wikimedia

Thomas Telford

ÍCONES

A transição do artesanal para as técnicas de manufatura colocaram a Europa no topo do mundo a partir do século XVIII. Foi na metade daquele século que nasceu Thomas Telford, o engenheiro das obras que permitiram ao homem daquela época ultrapassar barreiras.

O

engenheiro civil e arquiteto Thomas Telford comandou projetos de infraestrutura em seu país de origem, a Escócia, e também na Inglaterra, construindo túneis, portos e rodovias, além de 40 igrejas em comunidades do interior da Escócia.

Foi o fundador e primeiro presidente da Institution of Civil Engineers (ICE), com sede em Londres, que tem hoje mais de 90 mil membros em todo o mundo. É considerado o engenheiro responsável por estruturar a Grã-Bretanha na transição entre a fase agrícola e a industrial. Nasceu em 1757 na fronteira entre Escócia e Inglaterra. Teve uma infância com dificuldades financeiras ao lado da mãe. Aos 14 anos, trabalhava como aprendiz de pedreiro durante o dia e estudava técnicas de engenharia nas horas vagas. Trabalhando para os arquitetos Robert Adam e William Chambers, em Londres, aperfeiçoou seus conhecimentos nas áreas de construção, especificações de projetos, gerenciamento e acompanhamento de obras. Ao construir a Buildwas Bridge, sobre o rio Severn (Inglaterra), Thomas ultrapassou um marco histórico conquistado alguns anos antes, Iron Bridge, em Coalbrookdale (Inglaterra), no mesmo rio, a primeira a usar ferro fundido no mundo. Na Buildwas, usou menos material e ultrapassou um vão maior, de 40 metros de comprimento.


AEAARP

Wikimedia

21

O interesse de Thomas pelo ferro cresceu e marcou suas produções seguintes, ícones da engenharia e da arquitetura na Inglaterra. Dois aquedutos projetados por ele para a Companhia Canal Ellesmere usaram um sistema que funde calhas de ferro na alvenaria, produzindo grandes e elegantes arcos. O aqueduto Pontcysyllte, em Wrexham, no País de Gales, tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio da humanidade, é considerado ponto turístico, em razão do projeto e também por sua importância na Revolução Industrial. É o mais alto e mais comprido da Grã-Bretanha, com 307 metros de extensão, e foi concluído em 1805. A obra teve grande importância econômica, na época, pois servia para o transporte de carvão, calcário e ardósia. Thomas passou para a história com o título de Colosso das Estradas: gerenciou a implantação de 1.450 quilômetros de estradas, incluindo pontes.


Revista Painel 22

Agronomia

O campo precisa de jovens empreendedores

O Brasil, de dimensões continentais, é um dos territórios do planeta com a menor área utilizada para produção agrícola

O

Brasil utiliza apenas 7,6% de seu território com lavouras, somando 63.994.479 hectares.

O cálculo foi feito em 2016 pela Embrapa Territorial, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e confirmado pela NASA, agência espacial norte-americana em 2017. O estudo demonstra ainda que o Brasil protege e preserva a vegetação nativa em mais de 60% do território. Os números, segundo o engenheiro agrônomo Luis Fernando Franco Zorzenon, do corpo técnico da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo revelam oportunidades e desafios para os engenheiros agrônomos. A área cultivável do Brasil é o espaço que engenheiros agrônomos têm para empreender. Para Luis Fernando, a oportunidade de trabalho está na produção de alimentos, o que, na região de Ribeirão

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Preto (SP), significa criar mercado na agricultura familiar.


AEAARP 23

a ser industrializado, com a produção de ovos nas formas líquida e em pó, criando novas oportunidades comerciais. O projeto foi realizado no bojo do Programa de Microbacias, da Secretaria de Agricultura, que desenvolve projetos para agregar valor à produção agrícola familiar. A legislação ambiental, completa Luis Fernando, também cria oportunidades de mercado para os agrônomos, principalmente na recuperação ambiental. “A lei cria uma cadeia econômica diferente,

pxhere

como a busca por mudas”, exemplifica.

“O jovem deve ver esse mercado

profissionais tem mecanismos suficientes

como promissor; chegar nesse pessoal

para inovar. “Precisa surgir uma start-up

[o agricultor familiar] que não é smart”,

que atenda às necessidades desse público

explica, referindo-se ao fato de que o

sem onerar a produção”, sugere.

No mundo O levantamento da NASA foi realizado em parceria com o Serviço Geológico (USGS) dos Estados Unidos, mapeando e calculando as áreas cultivadas do planeta por meio com monitoramento por satélites realizado durante duas décadas.

produtor rural não está conectado, não

Um dos exemplos de atuação agronômi-

dispõe de tecnologia em sua proprieda-

ca junto a negócios familiares é a produção

de e sequer “fala a mesma língua” dos

de ovos em Guatapará (SP), na região de

profissionais habilitados. Há que se ter

Ribeirão Preto. Luis Fernando conta que

espírito empreendedor para encurtar

havia significativa perda da produção pelo

essa distância, transformando obstáculo

fato de nem todos os ovos atenderem aos

em oportunidade.

requisitos técnicos para chegarem até o

Irlanda 74,7%

Se é fato que o agricultor familiar possa

consumidor final – como, por exemplo, a

Países Baixos

66,2%

não dispor de recursos suficientes para

espessura da casca. Um projeto desenvol-

Reino Unido

63,9%

contratar um engenheiro agrônomo, é

vido junto às granjas agregou valor ao pro-

verdade também que a nova geração de

duto. O que antes era descartado, passou

Alemanha

56,9%

% de área País cultivada Dinamarca

76,8%


Revista Painel

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24

As áreas cultivadas variam de 0,01

florestas originais do planeta. Hoje tem

Evaristo de Miranda, doutor em Ecologia.

hectare por habitante – em países como

apenas 0,1%. A soma da área cultivada

A maior parte dos países utiliza entre

Arábia Saudita, Peru, Japão, Coreia do Sul

da França (31.795.512 hectares) com a da

20% e 30% do território com agricultura.

e Mauritânia – até mais de três hectares

Espanha (31.786.945 hectares) equivale à

Os da União Europeia usam entre 45% e

por habitante no Canadá, Península

cultivada no Brasil (63.994.709 hectares)”,

65%. Os Estados Unidos, 18,3%; a China,

Ibérica, Rússia e Austrália. O Brasil tem

explica o chefe geral da Embrapa Territorial,

17,7%, e a Índia, 60,5%.

área cultivada de 0,3 hectare por habitante e situa-se na faixa entre 0,26 a 0,50 hectare por habitante, assim como a África do Sul, Finlândia, Mongólia, Irã, Suécia, Chile, Laos, Níger, Chade e México. Não entram nesses cálculos áreas de plantio florestal e de reflorestamento, como as dedicadas ao plantio de eucaliptos. No Brasil, apenas as lavouras foram consideradas. Cada hectare usado para a agricultura alimenta, em média, quatro pessoas: são 1,87 bilhão de hectares usados para a lavoura em um planeta habitado por 7,6 bilhões de pessoas. intensamente o seu território. A Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das

Flickr

“Os europeus desmataram e exploraram


AEAARP 25

Quem mais cultiva Milhões de hectares Índia 179,8 Estados Unidos

167,8

China

165,2

Rússia 155,8 36% da área Total do planeta

Para o engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso, um dos ícones da nesta edição da Painel (veja reportagem na página 54), o país deve saltar dos atuais 60 milhões de hectares usados na agricultura para 100 milhões.

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profissão, que tem sua história contada


Revista Painel 26

Wikimedia

Nikola Tesla

Ă­cones


AEAARP 27

Wikimedia

O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento nos campos da matemática, física, química, biologia, eletricidade e metalurgia – as bases dos avanços tecnológicos do século XX.

N

ikola Tesla era excêntrico e disciplinado. Dormia duas horas por dia, expressava predileção pelo número três, contava os próprios passos e media o volume de tudo que consumia. Nikola também era genial, embora

a autoria de suas invenções seja controversa. Ele nasceu na Sérvia e, mais tarde, obteve a cidadania americana. Thomas Edison foi o seu empregador por algum tempo e teria assumido a patente das descobertas de Nikola. Acredita-se, por exemplo, que Nikola foi o primeiro a trabalhar com rádio moderno, com o raio X e o motor de indução. Era graduado em engenharia elétrica – focou seus estudos em mecânica e eletrotécnica. Uma de suas patentes foi base para os estudos de sistemas de potência elétrica em corrente alternada, importante passo para a Segunda Revolução

Wikimedia

Industrial (entre 1850 e 1945). Em 1882, foi morar na França e, em 1884, nos Estados Unidos, quando trabalhou para a empresa Edison Machine Works, de Thomas Edison, em Manhattan. Em 1887, inaugurou a Tesla Electric Company, onde desenvolveu os sistemas de correntes alternadas polifásicas em parceria com sócios investidores. A disputa entre Nikola e Thomas, na defesa das correntes contínua e alternada, ganhou o nome de Guerra das Correntes. Nos anos de 1940, foi aceito pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos como o inventor do rádio. Projetou o motor assíncrono de campo giratório, a corrente polifásica, a lâmpada fluorescente e o controle remoto por rádio. Foi um dos primeiro a ver a possibilidade de comunicação intercontinental sem a utilização de fios. A Wardenclyffe Tower, conhecida como Torre Tesla, foi seu mais grandioso e fracassado projeto, nos Estados Unidos. Tinha o tamanho de um prédio de 18

Wikimedia

andares e foi projetada para a telefonia comercial transatlântica, a radiodifusão e para demonstrar a transmissão de energia sem a utilização de cabos conectores. Nunca foi concluída. A possibilidade de fornecer energia gratuita para as pessoas afastou investidores como JP Morgan.


Revista Painel 28

Educação

Quem manda é o mercado

Wikimedia

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As primeiras faculdades de engenharia, arquitetura e agronomia do país surgiram no período do império, todas para darem respostas técnicas às necessidades da sociedade da época. A primeira dessa área foi a de Arquitetura, no Rio de Janeiro (veja na linha do tempo). Em Ribeirão Preto, esses cursos passaram a ser oferecidos na segunda metade do século XX e crescem também respondendo às necessidades e desafios do mercado de hoje.

1810

1893

Dom João VI cria a Academia Real Militar, no Rio de Janeiro (RJ). A primeira aula foi ministrada em 1811, em uma sala onde hoje está instalado o Museu Histórico Nacional.

É criada a Escola Politécnica de São Paulo (POLI), incorporada à Universidade de São Paulo em 1934.


AEAARP 29

R

ibeirão Preto tem seis instituições de ensino superior que oferecem cursos nas áreas de engenharia, ar-

quitetura e agronomia, todas particulares. O pioneiro na graduação para Engenharia Civil foi o Centro Universitário Moura Lacerda, fundado em 1923 pelo professor Oscar de Moura Lacerda. A primeira turma é de 1967. Segundo o engenheiro Hebert Luis Rossetto, coordenador do curso de Engenharia Civil, a graduação foi estruturada seguindo o modelo francês dos institutos politécnicos. “Funcionava em período integral, com formação generalista e forte base em ciências matemáticas e físicas. A implantação dos laboratórios contou com

Em 1960, a região de Ribeirão Preto possuía 3.156 unidades industriais, era o terceiro maior parque industrial do estado de São Paulo, atrás apenas da capital paulista e de Campinas (SP), de acordo com Denise Elias, autora do livro “Globalização e Agricultura – a Região de Ribeirão Preto”, editado em 2003 pela Edusp. Ainda segundo a autora, o aumento das plantas industriais seguiu de forma equilibrada nos anos seguintes.

Na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), foi a demanda imobiliária que inseriu o curso de Engenharia Civil em sua grade, em 2011, coordenado pelo engenheiro civil Mateus Araújo e Silva.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje, Ribeirão Preto é a 10ª cidade mais relevante economicamente para o estado de São Paulo.

parcerias das escolas de Engenharia da Universidade de São Paulo [USP], de São Carlos [SP], e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica [ITA], de São José dos Campos [SP], instituições das quais recebeu diversos docentes”, conta.

O curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Moura Lacerda formou 70 alunos na primeira turma e segue com a mesma média de formandos. Desde 1967, colocou 3.800 profissionais no mercado.

O surgimento do curso coincidiu com um período de efervescência econômica em Ribeirão Preto, respondendo, segundo sociedade.

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Hebert, às necessidades do mercado e da


Revista Painel 30

Para ele, a engenharia civil vive momentos cíclicos enquanto perdurar a falta de investimento em planejamento e infraestrutura no país. “Há uma carência crescente de profissionais de engenharia civil para resolverem os problemas das cidades, dos estados e do país: déficit habitacional, ausência de saneamento básico, falta de construção e manutenção de rodovias, gargalos logísticos, falta de planejamento para mobilidade urbana, necessidade absurda de uma agenda ambiental, como o tratamento dos resíduos, poluição atmosférica”, fala. O engenheiro civil Fernando Brant, coordenador do curso de Engenharia Civil da Universidade Paulista (Unip), considera que

Engenharias A Unaerp, inaugurada em 1924, introduziu o curso de Engenharia em sua grade em 1986, com habilitação em Química. A instituição levou em consideração a experiência adquirida nas décadas anteriores em outros cursos de ciências exatas e a formação em Química Industrial, que já fazia parte de seu portfólio. Para adotá-lo, pesquisou a demanda por profissionais na indústria regional. Segundo a engenheira química Carmen Silvia Gonçalves Lopes, o levantamento abordou principalmente o perfil do profissional que o mercado demandava. 500 engenheiros químicos formaram-se na Unaerp desde a graduação da primeira turma, em 1991.

“o mercado para

A Unaerp, o Centro Universitário Moura

os profissionais

Lacerda e o Centro Universitário Barão de

fo r m a d o s

Mauá oferecem também cursos de Enge-

atualmen-

nharia Química, de Produção, Computação

te vem me-

e Ambiental.

lhorando dia a dia,

O engenheiro Otávio Marson Junior,

pois voltamos a ter um

coordenador do curso de Engenharia da

crescimento do PIB [Produto

Computação na Unaerp, argumenta que o

Interno Bruto], o que leva aos

mercado brasileiro de Tecnologia da Infor-

empresários a voltarem a inves-

mação (TI), incluindo hardware, software,

tir nas suas áreas”. Em Ribeirão

serviços e exportações, movimentou 39,6

Preto, a Unip gradua anualmente

bilhões de dólares em 2016, representan-

cerca de 200 novos profissionais nas áreas

do 2,1% do PIB brasileiro e 1,9% do total

de engenharia elétrica, mecatrônica, produ-

de investimentos de TI no mundo. Ele cita

ção, mecânica e arquitetura e urbanismo.

números do estudo “Mercado Brasileiro

Mauricio de Souza Licioti é da segunda turma de engenheiros de produção do Centro Universitário Moura Lacerda. Começou a trabalhar aos 12 anos, com manutenção automotiva. O primeiro emprego foi o prenúncio de uma vocação, o que ele acredita ser essencial para construir a carreira. “Experiências vão se somando de uma forma bem sustentável e acabam por proporcionar melhores resultados dentro do ambiente de trabalho”, fala.

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Ao sair da faculdade, em 2015, trabalhou em um centro automotivo de Ribeirão Preto e três anos depois foi admitido na Robert Boch do Brasil, onde trabalha nas áreas técnica, de engenharia, com vendas indiretas e geração de demanda da linha de produtos e conceitos do setor automotivo. A faculdade deu o conhecimento técnico e comercial que ele usa no cotidiano. Em 2017, Mauricio concluiu a especialização em Engenharia de Manutenção na Universidade Paulista (Unip). “O prazer de fazer o que gosta vale muito a pena”, garante.


AEAARP 31

ra, operação, administrativa, informática Formaram-se na Unaerp, 137 engenheiros da computação até hoje.

e financeira, sem esquecer as áreas de pesquisa, básica e aplicada”, afirma o engenheiro Anderson Manzoli, coordenador dos cursos de Engenharia Civil,

de Software e Serviços 2017”, produzido

No Lacerda, conta o engenheiro de pro-

Engenharia de Produção e Engenharia

pela Associação Brasileira das Empresas

dução José Aurélio Resende, “o curso nas-

Ambiental e Sanitária e Pós-Graduação

de Software (ABES) em parceria com a

ceu lastreado pela solidez e consolidação

em Engenharia de Segurança do Traba-

International Data Corporation (IDC).

do curso de Engenharia Civil, à época com

lho do Centro Universitário Estácio de

“Atualmente, a região de Ribeirão Preto

mais de 40 anos de existência”. O curso

Ribeirão Preto.

tem aproximadamente 100 empresas de-

é oferecido na instituição desde 2009 e

senvolvedoras de softwares e produtos

gradua, em média, 35 alunos por turma.

de alto valor agregado. Elas empregam

Na Unaerp, o curso de Engenharia de

Em Ribeirão Preto, além da Estácio, tam-

mais de dois mil profissionais e produzem

Produção começou um ano antes, em

bém o Centro Universitário Barão de Mauá

principalmente sistemas de gestão, que

2008, e forma em média 20 engenhei-

oferece o curso de Engenharia Ambiental,

são utilizados em diferentes segmentos

ros por ano. “O objetivo de implantar

formando, em média, 30 alunos por tur-

de negócios, como atacadistas, hospi-

o curso em Ribeirão Preto foi atender

ma. De acordo com a professora Andrea

tais, prefeituras, companhias aéreas, e

à demanda existente das indústrias na

Cristina Tomazelli, coordenadora do curso

outros”, conta.

região, com prevalência da indústria

na Barão de Mauá, “questões ligadas à

bioenergética. A região de Ribeirão

sustentabilidade e à busca de tecnologias

Preto também é reconhecida pela for-

e processos que causem poucos impactos

te economia de comércio e serviços,

ambientais” geram oportunidades para

que também é um campo de atuação

esses profissionais.

Carlos Alberto Borges de Assis Filho se formou aos 30 anos de idade, em 2015, em Engenharia da Computação, na Unaerp. “Durante todo meu período na faculdade, trabalhava como professor de inglês e também como técnico em telecomunicações na empresa da minha família, em Orlândia [SP]. Portanto, foi um período bastante corrido”, conta. No penúltimo ano da faculdade, ele foi selecionado para fazer um intercâmbio na Purdue University, em Indiana (EUA). Hoje, Carlos trabalha na Opic Telecom, empresa de telecomunicações. Ele deixa um recado para quem está querendo seguir a carreira. “Não se preocupe com as notas. Não fique estudando só para ser avaliado. É preciso preocupar-se com a verdadeira aprendizagem, aquela que levamos para o trabalho”.

Ambiental

do engenheiro de produção”, explica o

“Tanto as instituições públicas quanto

engenheiro Daniel Fernando Bozutti,

as privadas precisam buscar profissio-

coordenador do curso.

nais capacitados para cumprir com as

“Considerando o mercado de trabalho

exigências do mercado e das legislações

atual, é possível notar que a engenharia

vigentes, que têm sido cada vez mais

é das formações mais solicitadas em áre-

restritivas em relação às questões am-

as como produção, vendas, infraestrutu-

bientais”, explica.

Futuros Profissionais Representantes da AEAARP estão visitando todas as faculdades de engenharia, arquitetura e agronomia da cidade para apresentar a agenda de eventos técnicos e sociais de 2018. “Formamos uma nova geração de pessoas comprometidas com a valorização de suas carreiras, com as boas práticas profissionais, com a inovação e a geração de riquezas”, fala o engenheiro Giulio Roberto Azevedo Prado, conselheiro da Associação.


Revista Painel 32

Arquitetura e Urbanismo

Foram formados lá mais de 3.000 profissio-

Praticamente todas as instituições de

nais e o arquiteto e urbanista André Avezum,

ensino superior de Ribeirão Preto têm

coordenador do curso, conta que havia a ne-

cursos de Arquitetura e Urbanismo. O

cessidade de formação desses profissionais

primeiro foi implantado pelo Centro

na cidade e na região. “As áreas de atuação

Universitário Moura Lacerda, em 1981,

do arquiteto e urbanista se expandiram muito

e contou com a participação direta do

nas últimas décadas e o crescimento imobili-

arquiteto e urbanista Oscar Niemeyer. É

ário também contribuiu para a alta demanda

dele o programa inicial do curso.

por profissionais da área”, argumenta.

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O arquiteto Oscar Niemeyer destacou, em carta endereçada ao então diretor do Centro Universitário, Oscar Luiz de Moura Lacerda, que apresentaria o sistema de aprendizado proposto para a instituição ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do qual era presidente, como uma de suas primeiras contribuições ao organismo internacional.

Agronomia A demanda regional por profissionais de agronomia justificou a criação do curso de Engenharia Agronômica no Centro Universitário Moura Lacerda. Segundo a engenheira agrônoma Marta Maria Rossi, coordenadora do curso, a infraestrutura da Unidade II/Campus – projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, em uma área com mais de um milhão de metros quadrados, nas imediações da Via Anhanguera – foi outro fator que contribuiu para a decisão, em 1997. Desde então, foram graduados 1.800 agrônomos. A primeira turma de formandos tinha 50 alunos.

Ignacio Chrysostomo Junior foi aluno do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá e hoje trabalha para a Melissa Internacional, empresa responsável por projetos especiais e de merchandising da marca Melissa. Quando questionado se o percurso foi tranquilo, ele logo responde: “não foi fácil, ainda mais em uma profissão cujos egos são facilmente inflados”. Mas, acrescenta, “manter os pés no chão e ter a certeza de que meu trabalho estava sendo executado com honestidade e paixão, foi o que me fez ter melhor perspectiva na minha área profissional”. O arquiteto se formou em 2010 aos 22 anos de idade. “O que mais sinto falta da época de faculdade é o suporte dos professores nas dúvidas referentes ao mundo profissional e as relações interpessoais durante esse período. Meu tempo na faculdade foi tão produtivo que desde o segundo ano até, praticamente, o final do curso, fiz estágio”, conta. Para Ignacio, o principal obstáculo foi a dificuldade de encontrar oportunidades que proporcionassem crescimento profissional. “Mesmo preparado, o mercado não tem muita aceitação e tempo para te oferecer suporte quando precisamos”, conta.

1875

1887

1894

1900

1901

A primeira escola de agronomia é criada em São Bento das Lages (BA) por pressão da aristocracia agrária, que queria uma resposta técnica à gradual extinção dos escravos. Hoje, é vinculada à Universidade Federal da Bahia (UFBA), no campus de Cruz das Almas (BA).

É criado o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Surge a Escola Politécnica de Agronomia, em São Paulo (SP) e diploma 23 profissionais até 1910, quando o curso foi desativado.

É inaugurada a Escola Prática São João da Montanha, em Piracicaba (SP).

Começa a funcionar a Escola Prática Luiz de Queiroz, hoje Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), em Piracicaba (SP).


AEAARP 33

Aula de projeto do objeto 2017, na Unip

a exigir dos novos profissionais uma

o curso de Arquitetura e Urbanismo surgiu

capacidade muito maior de adaptação

em 1998, e graduou 17 turmas desde en-

aos mais diversos contextos”, diz.

tão – formando, em média, 50 alunos em

O curso de Arquitetura e Urbanismo

cada turma. “Contamos com laboratórios

da Unaerp é o mais recente nessa área

completos para garantir um ensino de

em Ribeirão Preto. Foi lançado em 2014

excelência baseado na prática. Temos um

por iniciativa da Reitoria da instituição.

núcleo de projetos com diversos trabalhos

A arquiteta e urbanista Ruth Monta-

em andamento, que atende à comunidade

nheiro Paolino é a coordenadora e

local e regional, proporcionando ao aluno a

participou da montagem do projeto.

integração entre teoria e prática”, explica a

“O egresso do curso de Arquite-

arquiteta e urbanista Flávia Buischi Olaia,

tura e Urbanismo deve ter como

coordenadora do curso.

princípios norteadores de seu tra-

Para a arquiteta e urbanista Catherine

balho o equilíbrio entre o meio na-

D’Andrea, coordenadora do curso de Ar-

tural e o meio antrópico [ambiente

quitetura e Urbanismo da Estácio, o fato

modificado pela ação do homem],

de profissionais estrangeiros passarem a

o respeito à cultura local, a manu-

atuar no país, por intermédio de parcerias

tenção do equilíbrio estético entre

com empresas nacionais, assim como a

as formas que compõem a paisagem

imigração de brasileiros para o exterior

urbana e a associação do saber técnico

em busca de formação acadêmica, exige

com a invenção artística”, explica Ruth.

mais dos cursos e também dos futuros

A primeira turma será graduada neste

profissionais. “Esse intercâmbio de ideias

ano de 2018, com 20 alunos, iniciando,

e práticas se intensificou tanto que passou

talvez, mais um ciclo histórico na cidade.

1816 Dom João VI cria a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro (RJ), hoje Escola de Belas Artes, incorporada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para ensinar arquitetura.

Os professores da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios foram grandes nomes da cena artística na França pós-Napoleão. Entre eles, os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay e o arquiteto Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny, um dos vencedores do Prix de Roma, principal reconhecimento aos artistas da época.

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No Centro Universitário Barão de Mauá,

1935

1948

1969

É criado o curso de Urbanismo na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro (RJ), escola fechada por Getúlio Vargas em 1939.

A partir do curso de Engenheiro-Arquiteto da POLI-USP, é criada a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

Reforma do Ensino Superior unifica os cursos de Arquitetura e Urbanismo.


Revista Painel 34

Gerard Philips

Wikipedia

Ícones

Em 1891, Thomas Edison patenteou o rádio – invenção atribuída a Nikola Tesla pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos em 1940. Neste ano, foi descoberto o primeiro asteroide por meio de fotografia, o asteroide 323, conhecido como “Brucia”.

O

engenheiro mecânico Gerard Philips fundou a Philips & Company – mais tarde conhecida como Royal Philips Electronics – junto com seu pai, o empresário Frederik Philips, e seu irmão, Anton Philips, em 1891. Sua família, de origem

judia, tinha negócios nos setores agrícola e financeiro. Gerard nasceu em 1858, na Holanda. Teve educação qualificada e alimentava grande fascínio pelo desenvolvimento tecnológico, em especial pela iluminação. Ele fundou a empresa oito anos depois de graduar-se engenheiro pela Universidade de Tecnologia de Delft (Holanda). Antes, especializou-se em elétrica, iluminação e trabalhou na confecção de lâmpadas em uma empresa americana que operava em Londres (Inglaterra). A Philips & Company nasceu em Eindhoven (Holanda), cidade escolhida por estar perto de uma malha viária que contribuiria para a logística. Gerard tinha o conhecimento técnico e o investimento do pai, mas negligenciava a gestão do negócio, o que, por vários anos, o ameaçou de falência.


AEAARP

Wikimedia

35

Em 1893, Gerard procurava potenciais

çada em tecnologia, o que o deixava à

compradores de lâmpadas incandescen-

frente da concorrência, a General Electric

tes, pois estava interessado em processos

e a Siemens, por exemplo.

industriais de produção em larga escala.

Atualmente, a Philips tem mais de

Obteve os resultados esperados: de 1894

62.000 patentes sob sua responsabi-

para 1895, a produção de sua indústria

lidade, 37.600 mil marcas registradas,

cresceu de 75 mil para 200 mil lâmpadas.

47.800 direitos de design e 3.000 nomes

Ele também investia em pesquisa avan-

de domínio.


Revista Painel 36

Carreira

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O futuro é otimista

Retomada da economia anima engenheiros, arquitetos e agrônomos, que usam criatividade e inovação para vencer a crise e se destacar no mercado

N

o Brasil, cerca de 60 mil engenheiros são graduados por ano (somadas todas as habilitações, incluindo agronomia). Estima-se que existam, aproximadamente, seis engenheiros para cada grupo de 100 mil habitantes

no país. Segundo o engenheiro agrônomo Glauco Eduardo Pereira Cortez, diretor técnico do CREA-SP, o ideal seria que o país tivesse, pelo menos, 25 profissionais para cada 100 mil habitantes – assim como acontece em países como Estados Unidos e Japão. De acordo com o CAU, em 2013, 9.925 profissionais foram registrados no Conselho; em 2014 foram 10.369; em 2015, 11.190. Em 2016, último levantamento disponível, 12.324 arquitetos e urbanistas receberam o registro profissional. Segundo especialistas, o número de novos profissionais inseridos no mercado anualmente ainda não é satisfatório. Porém, a falta de mão de obra não é sentida pela sociedade devido à recessão econômica brasileira dos últimos anos. A crise fez com que governos reduzissem o investimento em infraestrutura, diminuindo o número de obras e, consequentemente, levando o setor da construção civil à estagnação. Segundo o engenheiro eletricista Murilo Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), a queda no investimento público levou à paralisação de mais de cinco mil obras públicas federais por todo o território nacional.


AEAARP 37

A RETOMADA Nos últimos 12 meses, o mercado tem apresentado boa recuperação nas áreas técnicas em geral. Há grande expectativa para a consolidação dos índices de crescimento em 2018, com consequente aumento da empregabilidade de engenheiros, segundo o engenheiro agrônomo Glauco Eduardo Pereira Cortez, diretor técnico do CREA-SP. “Entretanto, vale lembrar que o processo de recuperação é lento e vai levar alguns anos para recuperar os níveis que havia antes da crise”. O engenheiro civil e eletricista Tiago Zenker Gireli, coordenador do curso de Engenharia Civil da Unicamp, acrescenta que, quando a situação econômica do país é boa, o governo tende a investir mais nas áreas de infraestrutura, onde a demanda é alta. “O Brasil ainda carece de sistemas de transporte de carga (ferrovia, rodovia etc.), sistemas de saneamento urbano, estações de tratamento de água e esgoto”, enumera, ressaltando que investimentos nesses setores abrirão oportunidades na construção civil.

O engenheiro civil e eletricista Tiago

Murilo Pinheiro, presidente da FNE, concorda que, para que o mercado de trabalho sofra impactos positivos, o governo deve estimular também o setor privado. “Mas, é necessário que haja a retomada de investimentos públicos e incentivo à iniciativa privada, com uma política econômica que baixe juros e estabeleça câmbio favorável à produção nacional”.

Zenker Gireli, coordenador do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acredita que, se nos próximos

As expectativas positivas podem ser observadas no saldo de empregos divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em janeiro de 2018. Segundo a entidade, o setor da construção civil começou o ano com 14.987 novos postos com carteira assinada. O número é resultado das 117.502 admissões e 102.515 demissões que aconteceram durante o ano de 2017. O professor da Unicamp observa que estudantes que estão ingressando agora nos cursos superiores da área técnica terão mais oportunidades quando se formarem, pois a perspectiva é que o mercado da construção civil esteja em pleno crescimento nos próximos anos.

anos o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil aumentar entre 3% e 5%, faltará mão de obra qualificada. Profissionais no Brasil Atualmente, o Sistema CONFEA/CREA tem 1.389.254 profissionais registrados. No CAU, são 143.401 arquitetos e urbanistas habilitados até 2016. A restrição de vagas aumenta a concorrência no mercado de trabalho. Quem quer se destacar deve apostar em capacitação e inovação.

Veja o número de profissionais ativos cadastrados no sistema CONFEA/CREA por título profissional, na área Designed by Freepik

Notícias, no Portal da AEAARP.

www.aeaarp.org.br


Revista Painel

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38

Presença feminina Dos 1.389.254 profissionais registrados no CREA, 86% são homens e 14% mulheres; dos 101.990 engenheiros agrônomos registrados, 82% são homens e 18% mulheres. A realidade no CAU é bem diferente. Segundo o último levantamento (2016), dos 143.401 arquitetos e urbanistas registrados no Conselho, 61% são mulheres e 39% homens. Segundo o CAU, a tendência é que o número de mulheres na arquitetura e urbanismo aumente nos próximos anos. Entre os mais jovens – com até 30 anos de idade – elas já são 73% dos profissionais ativos; entre os profissionais da faixa etária de 30 a 40 anos, as mulheres representam 65% da categoria. Segundo o engenheiro civil e eletricista Tiago Zenker Gireli, coordenador do curso de Engenharia Civil da Unicamp, a presença feminina na engenharia civil também tem aumentado. “Muitas empresas já venceram o preconceito e as mulheres estão não só nos escritórios, mas também na construção civil”.

“Os profissionais que desenvolvem uma pesquisa ou que ingressam em cursos de mestrado e especialização, por exemplo, têm mais chances de se destacar. Eles mostram ao mercado que estão em constante atualização e que não querem ficar apenas com o conteúdo da faculdade, que tem se tornado obsoleto rapidamente”. Tiago Zenker Gireli, coordenador do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

De acordo com Glauco, diretor técnico

internacional (estágio ou intercâmbio,

do CREA-SP, as instituições de ensino

por exemplo). Segundo ele, o mercado

têm formado profissionais generalistas.

tem valorizado também a formação do

Em 2012, o CAU-BR realizou o primeiro

Porém, o mercado exige cada vez mais

aluno (instituição de ensino que cursou)

censo profissional da categoria. O Conse-

profissionais especialistas em suas áreas

e sua experiência extracurricular. “As

lho constatou que quase 20% dos arqui-

de atuação. “Cursos de especialização

empresas têm avaliado a participação dos

tetos e urbanistas eram pós-graduados. O

estão entre os diferenciais na hora da

recém-formados em entidades estudantis

levantamento também mostrou que mais

contratação”, analisa. Ele acrescenta que,

e escritórios pilotos, por exemplo. Elas

75% dos arquitetos e urbanistas haviam

para progredir na carreira, o segundo

buscam pessoas que produzam algo novo:

frequentado, pelo menos, um seminário,

idioma se tornou essencial, tendo em

um evento, um projeto, uma competição;

congresso ou feira da área no ano anterior.

vista o mercado globalizado no qual o

ou seja, experiências que desenvolvam

“Os dados mostram que o aperfeiçoamen-

país está inserido.

habilidades e competências importantes

to técnico-profissional é uma preocupação

O professor da Unicamp complemen-

para o mercado de trabalho como noções

contínua do arquiteto e urbanista”, analisa

ta que, se possível, o profissional deve

de empreendedorismo, liderança, proati-

o Conselho. Mais de 20 mil profissionais

acrescentar ao currículo experiência

vidade e trabalho em equipe”.

responderam à pesquisa.


AEAARP 39

DICAS Atualmente, o mercado exige muitas qualificações e habilidades do candidato a uma vaga de trabalho. A Catho, um dos maiores portais de classificados de empregos no Brasil, elenca dicas sobre como os profissionais da área

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técnica podem ser competitivos no mercado de trabalho:


Revista Painel

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40

Arquitetura Nos últimos anos, segundo o CAU-BR, houve queda de 10% no número de RRTs emitidas entre 2015 e 2016. De acordo

PESQUISA CAU-BR Qual a imagem dos arquitetos e urbanistas junto à sociedade brasileira? Quais as principais preocupações e problemas dos brasileiros na hora de construir ou reformar? Como eles enxergam o planejamento e a organização das cidades? Qual a importância da arquitetura e do urbanismo na vida das pessoas? Essas

com o Conselho, o atendimento aos

questões são debatidas rotineiramente por arquitetos e urbanistas em todo o

clientes privados é o principal campo de

país e fazem parte do maior diagnóstico sobre arquitetura e urbanismo já feito

trabalho dos arquitetos e urbanistas no

no Brasil. Veja na área Notícias, no Portal da AEAARP.

país e as atividades relativas a projetos

www.aeaarp.org.br

são as principais realizadas por esses profissionais – correspondem a mais da metade (53%) de todos os trabalhos de arquitetura e urbanismo realizados no

A diretoria executiva da Federação

exceções”. A FNA também avalia que a

Brasil. Na sequência, está a execução de

Nacional dos Arquitetos e Urbanistas

mudança na legislação trabalhista não

obras, com 32%, e atividades especiais

(FNA) acrescenta que, em tempos de

proporcionou benefícios aos profissio-

(que englobam laudo, vistoria, perícia,

crise, os concursos públicos para cargos

nais que atuam na área acadêmica. “Com

avaliação, consultoria, assessoria técnica

de arquitetos e urbanistas tornaram-se

a nova legislação e a possibilidade de

etc.) com 10%.

escassos. “Do mesmo modo, concursos

ensino à distância, o ensino privado su-

públicos para projetos de arquitetura e

cateou os empregos na área acadêmica

urbanismo são rarefeitos, salvo algumas

em 2017”.


AEAARP 41

EMPREENDEDOR E DEFENSOR DOS CONCURSOS DE ARQUITETURA Há 15 anos, o arquiteto e urbanista Fábio Domingos Batista se dedica aos concursos públicos de arquitetura. “É a forma de produzir uma arquitetura mais crítica e mais correta. A competição é muito saudável, pois os escritórios buscam a melhor solução para o mesmo problema. Isso também deveria ser utilizado pela iniciativa privada para qualificar a arquitetura brasileira e produzir bons espaços urbanos”. Fábio se formou na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1997. Antes de fundar sua atual empresa, passou por alguns escritórios de arquitetura e chegou a abrir uma empresa de arquitetura com um amigo, após ganhar um concurso público de arquitetura, em 2003, para construir a sede do CREA de Maringá (PR). Depois disso, eles venceram outros concursos: sede do CREA de Apucarana (PR), sede da Procuradoria Regional da República de Porto Alegre (RS) e outros dois concursos para equipamentos públicos do governo do Paraná. Fábio dedicou-se um período ao mestrado e, em 2006, fundou a Grifo Arquitetura, em Curitiba (PR), junto a outro sócio. “Hoje, somos quatro sócios e temos uma equipe de 10 pessoas. Decidi empreender porque é difícil fazer a arquitetura que eu gosto trabalhando para terceiros ou no poder público”. Atualmente, seu escritório desenvolve projetos arquitetônicos e desenho urbano e criou recentemente um departamento para buscar novos negócios. Para ele, o desafio de empreender é conseguir um bom cliente que queira fazer uma arquitetura correta, de qualidade, e que contribua tanto para a qualidade de vida do usuário quanto para o entorno urbano e para a cidade. Suas dicas para quem quer empreender são: ser criativo e curioso. “O Brasil produz bons arquitetos, mas o mercado em geral não produz uma boa arquitetura. O setor está viciado em modelos já superados. É papel dos arquitetos mudarem esse panorama”.

O CAU-SP, por exemplo, tem contatado as prefeituras para reforçar a necessidade de que cada administração municipal tenha, pelo menos, um profissional de arquitetura e urbanismo. Conforme o censo de 2016 do CAU-BR, dentre os 645 municípios paulistas, somente 447 tinham pelo menos um arquiteto e urbanista ativo. O Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001) prevê “Plano Diretor como instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes e/ou integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. O arquiteto e urbanista é fundamental para o cumprimento dessa lei”. Com a estagnação na construção civil, os arquitetos investiram em outras áreas como: decoração, paisagismo e reformas. Segundo o CAU-BR, o Brasil tem grande demanda por reformas em moradias. Trata-se de um mercado de R$ 32 bilhões, segundo pesquisa do Instituto Data Popular. Cerca de 11 milhões de moradias no país

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precisam de reformas, segundo estudo A FNA acredita que, por ser ano eleito-

realizado em 2008, pela fundação João Pi-

ral, 2018 apresenta cenário com recursos

nheiro. Nas classes D e E, 82% das pessoas

menos escassos e com mais possibili-

manifestaram vontade de realizar reformas

dades. “A imprensa está otimista e isso

em seu imóvel. Em todo o país, grupos de

pode contagiar os potenciais clientes.

arquitetos e urbanistas têm se dedicado a

Somado a isso, a atuação das entidades

esse mercado e relatam bons resultados.

representativas da categoria e do CAU

O portal Exame publicou, em novembro

junto à sociedade é fundamental para

de 2017, reportagem sobre o crescimento

melhorar o quadro atual”. A Federação

do mercado de decoração no país. Se-

acrescenta que, após a fundação do CAU

gundo dados da Associação Brasileira de

(criado em 31 de dezembro de 2010,

Designers de Interiores (ABD), entre os

pela Lei 12.378), o papel dos arquitetos

anos de 2004 a 2014, o setor de decoração

e urbanistas, suas habilidades e qualifica-

registrou crescimento de quase 500%. A

ções, ficaram mais claros, melhorando as

tendência de consumo permanece alta,

oportunidades de trabalho.

mesmo em tempos de retração econômica.


Revista Painel 42

nharia é abrangente, o que permite que os profissionais tenham um leque grande de Designed by Freepik

oportunidades de trabalho. Engenheiros civis passaram a buscar emprego em áreas de gestão e administração como bancos, empresas de logística e consultorias, por exemplo. “Vejo muitos ex-alunos atuando em áreas que não estão diretamente Engenharias e agronomia

relacionadas à construção, mas são áreas

Segundo Glauco, a área que talvez tenha

afins, e que não precisariam ser, neces-

sofrido menor impacto diante da crise foi

A Hays também levantou os

o agronegócio, responsável por não deixar

valores médios dos salários

As novas tecnologias também amplia-

que o PIB nacional tivesse queda mais

dos engenheiros em várias

ram as oportunidades de trabalho para

acentuada nos últimos anos. “O agronegócio tem segurado a balança comercial do Brasil, que a cada dia mais se caracteriza por ser um país com vocação agrícola e capaz de produzir alimentos para boa parte da população mundial”. De acordo com o levantamento da Hays

áreas do setor tecnológico. O levantamento analisou valores praticados em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Veja na área Notícias, no portal da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

(multinacional britânica especialista em

esses profissionais como, por exemplo, a nanotecnologia, que é tão utilizada na área da saúde. “O corpo humano é como uma máquina. Muitos engenheiros estão atuando junto com profissionais da área médica para desenvolver órgãos artificiais, entre outros materiais para a medicina”, acrescenta o professor da Unicamp.

recrutamento e seleção especializada), realizado em 2017, mesmo com a reces-

sariamente, ocupadas por engenheiros”.

O diretor técnico do CREA-SP acrescenNovas oportunidades

ta que todos os anos surgem novos cursos

são econômica, o setor do agronegócio

Atualmente, a demanda maior por enge-

de engenharia: médica, de processos,

cresceu cerca de 3% e chegou a ser res-

nheiros concentra-se tanto nas pequenas

de bioprocessos, de energia e recursos

ponsável por 48% das exportações totais

e médias empresas de engenharia quanto

renováveis, ambiental, de biosistemas

do país. Segundo a publicação, ainda que

nas multinacionais, segundo o diretor

etc. “Vale lembrar que todos esses são

o Plano Safra 2016/2017 tenha tido um

técnico do CREA-SP. “O serviço autônomo

engenharia. A diferença é que acabam se

decréscimo de 20%, a expectativa é a de

também vem apresentando boa recupera-

voltando para áreas específicas, nas quais

abertura de novos mercados e de aumento

ção junto com a área acadêmica”, acres-

existem ainda pouca mão de obra dispo-

do volume das exportações.

centa. Mas, segundo Glauco, o serviço

nível devido à baixa demanda”.

A formação do agrônomo é eclética. Na

público não oferece muitas oportunidades

Glauco complementa que a engenharia

faculdade, o estudante tem várias discipli-

para os profissionais da área técnica. “Os

civil ainda é o curso que mais forma pro-

nas nas áreas de ciências biológicas, exatas,

custos da máquina pública ainda são mui-

fissionais. Na sequência vêm as seguintes

econômicas e também sociais, que o capa-

to elevados. Isso foi agravado pela crise

áreas: engenharia elétrica, engenharia

cita a trabalhar com plantas, animais e pes-

política e pela queda na arrecadação de

mecânica, engenharia de produção e enge-

soas. Da lavoura ao rebanho, o agrônomo

impostos municipais e estaduais”, pondera.

nharia agronômica. “Para os profissionais

passa por todos os estágios do agronegócio.

A dificuldade de encontrar vagas na

com boa formação, com estágio durante a

Esse profissional também pode ser inserido

construção civil fez com que engenheiros

graduação, conhecimento de outros idio-

na indústria, gerenciando a produção e

buscassem outras áreas. O professor da

mas etc., sempre haverá vagas disponíveis

comercialização de mercadorias.

Unicamp observa que o curso de Enge-

no mercado de trabalho”, finaliza.


AEAARP 43


Revista Painel 44

Harshil Shah

Fazlur Rahman Khan

Ícones

F

azlur Rahman Khan, natural de Dhaka (Bangladesh), introduziu, na primeira metade do século XX, o sistema estrutural tubular, mais eficiente para a construção de edifícios altos. A técnica é usada até hoje. Ele passou para a história como o

“Einstein da engenharia estrutural”. Fazlur viveu entre 1929 e 1982. Formado em engenharia civil, recebeu uma bolsa do governo paquistanês, que o levou até os Estados Unidos, em 1952. Lá, tornou-se mestre em Engenharia Estrutural e em


AEAARP

Wikipedia

45

chicago-city-skyline

No século XX, a humanidade conheceu o automóvel, o telefone, a televisão, a internet, dentre tantas outras inovações proporcionadas pela tecnologia. A primeira grande crise mundial foi em 1929, conhecida como a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, que abalou a economia mundial.

Teoria e Aplicação da Mecânica, além de

islâmicos que contribuíram para a América

ter feito pós-doutorado em Engenharia

do Norte. Segundo Yasmin Sabina Khan,

Estrutural.

sua filha, Fazlur era guiado pela crença

Fazlur era adepto do sistema pré-fabri-

de que poderia proporcionar um impacto

cado, para reduzir erros na construção, e

positivo na vida dos colegas de profissão.

inovou ao adotar métodos de modelagem

Fazlur não se limitava aos estudos

por computador, o CAD. Projetou a “Willis

técnicos. Era um grande apreciador da

Tower”, em Chicago (EUA), o edifício mais

vida. Dizia que os técnicos não devem se

alto do mundo entre 1973 e 1998.

prender à tecnologia, mas estar aptos a

Em 2009, foi lembrado por Barack Obama, ex-presidente dos EUA, como um dos

apreciar a vida, que “é arte, drama, música e, mais importante, pessoas”.


Revista Painel 46

Artigo

COACHING DE CARREIRA

É

preciso haver praticidade e coerência ao desenvolver um plano de carreira. Vários pontos não podem ser esquecidos, como ter um propósito e sonhar sim com o futuro. Mas é preciso realizar. Sonho sem realização, sem exercício e sem esforço

não passa da segunda página do seu caderno de anotações. Alguns ditados famosos não funcionam neste caso, a exemplo de “sonhar não custa nada”. Não custa mesmo, tampouco te leva a algum lugar sem realização. “Quem espera sempre alcança”, neste caso, definitivamente não! Se somente esperar as coisas acontecerem, prepare-se para a

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dor pois nada irá acontecer. Então mãos à obra!


AEAARP 47

Antes da receita, uma reflexão sobre os

melhores decisões temos que investir

são as pessoas que estão te influenciando

ingredientes. Desenvolvimento de com-

tempo e energia no autoconhecimento e

no momento? O que ainda não fez que

petências, reforço positivo, análises de

na conexão com nossa missão e propósito.

se estivesse fazendo favoreceria este

perdas e ganhos, reflexões para processos

Seguindo adiante, quase tudo, ou tudo,

aspecto da sua carreira que com certeza

de tomada de decisões, manutenção de re-

sempre mudou, para melhor ou pior, ou

vai te apoiar muitíssimo no alcance dos

sultados operacionais e financeiros, rom-

se atualizou. A comunicação, as formas

teus objetivos?

pimento de crenças negativas limitadoras.

de relacionamento, os valores, a política,

Reflexões provocativas e que parecem

É, são muitas coisas que o profissional que

a economia, as manifestações da natureza,

óbvias! E são! Mas network precisa ser

busca elevar e ter sucesso em sua carreira

culturais e as sociais, a forma de educar

cultivado, cativado, construído e mantido.

precisa pensar.

nas escolas, as descobertas da medicina,

Dá trabalho. Mais para uns do que para

Gastemos um tempo para falar de to-

a nanotecnologia, a neurociência e, enfim

outros. Porém, o resultado mesmo que

mada de decisão e seu papel neste tema.

tudo o que pensarmos. O que não mudou,

lento precisa ser sustentável.

Se o que decidimos no passado reflete no

está estagnado; o que não se atualizou, já

cenário de hoje, e assim será por diante,

está ultrapassado.

então, tomada de decisão é um dos fato-

Nós mudamos a todo o momento,

res centrais para sermos e formarmos os

então, se esta é uma verdade, porque

próximos profissionais do futuro. É preciso

Estas e outras inquietações devem despertar ações tanto quanto as mais variadas de ordem prática e singular, ligadas aos seus objetivos de carreira.

resistimos em nos adaptar a novas formas

Aproxime-se mais dos teus melhores

limpar a lente que está a nossa frente para

de planejar e resolver nossa carreira? Isso

exemplos. Busque fontes de informação

enxergar claramente o que tem dentro de

não combina.

confiáveis. Uma das mais modernas e bem

nós. Apenas tendo consciência e coragem

Quer crescer na sua carreira na área de

estruturadas entidades de classe está a

e sendo imparciais com os próprios pensa-

arquitetura, engenharia ou agronomia?

sua disposição, a AEAARP. Usufrua mais

mentos, poderemos entender com clareza

Então pare e pense em planos que ainda

do que ela pode te oferecer.

nossas escolhas e, assim, poderemos assu-

não havia pensado ou que lhe pareciam

mir com responsabilidade nossas decisões.

inviáveis. Viabilize-os! Mexa-se!

Em todo processo de crescimento e desenvolvimento há perdas e ganhos.

Com base nisso, decida em primeiro

Eu já disse em outros artigos que a

Você precisa estar preparado para fazer

lugar fazer alguma coisa, algo diferente,

carreira pode ser construída em quatro

o que tem que ser feito. Assumir compro-

aquilo que ainda não tentou. Decida se

pilares? Análise e Crítica, Interação, Con-

missos, responsabilizar-se pelo que deu

permitir a pensar diferente, considerar

tribuição e Transformação. Me proponho

certo e pelo que não deu. Todos querem

genuinamente a opinião do outro e novas

a falar mais sobre isso em outro momento.

ser altamente empregáveis em qualquer

formas de se relacionar com sua carreira e

Mas quero chamar atenção para um em

tempo, mas nem todos estão dispostos

com seu futuro. Ficar parado é que não dá!

específico: interação com as pessoas,

a fazer o que precisa ser feito, e é aí que você se diferencia.

Essa ampliação de consciência e a utili-

processos e a informação. Se aqui posso

zação da razão para equilibrar as emoções

deixar uma das inúmeras contribuições

Crescer dá trabalho, mas se acomodar é

traz a sensação de estar no comando da

para sua carreira, pense em uma das mais

deixar perecer o cérebro e a carne. O pró-

vida. Traz a possibilidade de lidar com si-

antigas e ao mesmo tempo contemporâ-

ximo mundo é daqui a pouco, é amanhã.

tuações conflitantes de forma equilibrada,

neas formas de interação com pessoas que

traz coragem para agir sobre as emoções

é o network, ou o bom e velho “quem tem

negativas e, assim, as escolhas podem ser

boca vai a Roma”.

mais conscientes e sensatas.

Como anda seu network? Com quem

Então, ter um emocional inteligente e

anda conversando? Como anda sua co-

equilibrado favorece a tomada de decisão?

municação? Sua relação com a tecnologia?

Sim! Isso significa que para tomarmos

Quais mídias anda frequentando? Quem

Paula Martucci é coaching de carreira pela Sociedade Brasileira de Coaching, com especialização em Comunicação Assertiva, coautora do livro “Coaching de Carreira”, Ed. Literare Books, é consultora há 12 anos na área de gestão de pessoas e pesquisa sobre neurociência do comportamento e psicologia cognitiva.


Revista Painel 48

Wikipedia

Stephen Gary Wozniak

ícones

A

O primeiro computador da história da humanidade foi o Eniac, sigla para Electronic Numerical Integrator and Computer (em português, computador integrador numérico eletrônico), que entrou em operação em 1946 pelas mãos dos norte-americanos John Eckert e John Mauchly, da Electronic Control Company. Foi criado durante a II Guerra Mundial para fazer cálculos balísticos. Era capaz de fazer cinco mil operações por segundo. Era necessário conectar fios, relês e sequências de chaves para determinar a tarefa que a máquina teria de executar. A cada novo cálculo, o processo deveria ser refeito e a resposta chegava por meio de uma sequência de lâmpadas.

genialidade do engenheiro de computação Stephen Gary Wozniak e a obstinação do seu parceiro Steve Jobs foram determinantes para a revolução no mercado de computadores pessoais. Juntos, eles criaram a Apple,

em 1976, empresa que décadas mais tarde reuniria uma legião de fãs no mundo inteiro. O pai, que também era engenheiro, foi quem despertou o interesse do garoto por

eletrônica. Aos 11 anos, Stephen construiu sua própria estação de radioamador. Ainda na época de escola, ele recebeu um prêmio em uma feira de ciências por uma calculadora baseada em transístores (componentes eletrônicos que revolucionaram a indústria eletrônica na década de 1960). Stephen e o hacker americano John Draper descobriram uma forma de burlar o sistema telefônico da AT&T (companhia americana de telecomunicações) e fazer ligações gratuitas para qualquer local do mundo, através da Blue Box construída por eles. Após abandonar a graduação (a qual retomou anos mais tarde), ele começou a desenvolver a máquina que seria a sensação nos Estados Unidos. O engenheiro não tinha grandes ambições. Suas criações eram um passatempo, que ele compartilhava junto com outros aficionados por eletrônica em um clube, em Palo Alto (EUA), onde acabou se aproximando de Steve Jobs. A aproximação entre eles transformou o “hobby” de Stephen em um produto que impactaria a história da informática: um computador completamente montado a um preço acessível, o Apple I – lançado em 1976 e que custava US$ 666 (Jobs gostava de números repetidos). Até então, o que existiam eram os mainframes (computadores gigantescos que processavam grande quantidade de dados, caros e usados apenas por grandes empresas) e os kits de montar os aparelhos que foram os precursores dos computadores pessoais (dispositivo que parecia uma caixa repleta de luzes piscantes e interruptores).


AEAARP 49

Com o passar do tempo, Stephen criou novas funcionalidades ao equipamento. O Apple II já contava com um monitor de alta resolução gráfica, o que fez com que o computador mostrasse também figuras, em vez de apenas letras. Ele também criou um drive de disquete de baixo custo, um sistema operacional simples e um jogo (que gerou a necessidade de adicionar som ao computador), entre outros programas. O brilhantismo do engenheiro também foi reconhecido pelo governo dos Estados Unidos, que o presentou com a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação, concedida para inventores estadunidenses que apresentem contribuições significativas para o desenvolvimento de novas tecnologias. Ele também foi incluído na National Inventors Hall of Fame (organização sem fins lucrativos dedicada ao reconhecimento, honraria e encorajamento de invenções), conquistou 11 títulos de doutorado honoríficos em engenharia e registrou quatro patentes.

Leia uma entrevista com Stephen Gary Wozniak, publicada pelo

Wikipedia

portal Época Negócios, no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias. Apple II

www.aeaarp.org.br




Revista Painel 52


AEAARP 53

Retrato

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Inspire-se

Cardoso Fernando Penteado Ana M

aria Prim

Leonardo Piga

R

avesi

take

Ruy O

espirar e se espelhar são sinônimos do verbo inspirar que, pelos caprichos da língua portuguesa, não têm exatamente o mesmo significado, ainda que possam ser usados em conjunto. As próximas páginas contam histórias de pessoas que

inspiram e que, em algum momento de suas vidas, fizeram história na engenharia, na arquitetura e na agronomia.

va Ozires Sil


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Revista Painel 54


AEAARP 55

Acervo Centro de Memória Bunge

Fernando Penteado Cardoso

Mais técnica, menos ideologia

menos ideológica. “Acreditem no futuro

A pesquisa para obter o adubo que fez

O engenheiro agrônomo Fernando

agropecuário do país. A principal quali-

de sua empresa a segunda maior do país, e

Penteado Cardoso vai para o escritório

dade de um bom engenheiro agrônomo

uma das marcas mais lembradas, surgiu da

todos os dias, faz ginástica e comparece

é ter paixão pelo que faz. O profissional

necessidade. “Em 1941 eu administrava a

a eventos públicos, especialmente aqueles

tem que estudar, sempre evitando se

fazenda. Os adubos eram escassos devido

que homenageiam sua carreira de mais de

fossilizar”, conclui.

à guerra [II Guerra Mundial] e havia cinzas

80 anos dedicados à agronomia. Fernan-

A técnica, nesse caso, é para ampliar

de café e de farelo de algodão disponíveis.

do tem 103 anos de idade e é formado

a área agricultável e garantir a qualidade

Comecei então a lidar com essas cinzas

pela Escola Superior de Agricultura Luiz

e fertilidade do solo. É a essa área que

dando origem à Manah”, explica.

de Queiroz (ESALQ). Suas reflexões de

Fernando se dedica.

Teve 15 unidades fabris e mais de 2.000

hoje não estão no passado, nas inúmeras

Em 1947, 11 anos depois de sair da

funcionários. Depois de transferir o con-

histórias que tem para contar; mas, no

faculdade, fundou a Manah, empresa de

trole à Bunge, Fernando não descansou.

futuro, nos desafios da produção agrícola

fertilizantes cujo controle foi repassado

Fundou a Agrisus, fundação que financia

brasileira.

à argentina Bunge Fertilizantes no ano

projetos de ensino e pesquisa relaciona-

Para ele, o Brasil deve definir uma meta

2000. Foi a proximidade com os negócios

dos à fertilidade do solo, com foco em

de cultivo, saindo dos 60 milhões de

da família, em Descalvado (SP), que o

agricultura sustentável.

hectares plantados atualmente para 100

inspirou para a agronomia.

milhões em até 40 anos, aproveitando as boas condições climáticas do país, a qualidade do solo e as necessidades de consumo de alimentos da crescente população mundial. Para isso, defende a análise da história do país, de “quando desmatamos ao redor de 300 milhões de hectares, desde o descobrimento, sem que o clima se tornasse impróprio para a grande população de nossos dias”. E acrescenta: “urge superar preconceitos e ideologias que tolhem o desenvolvimento”. Em sua opinião, as novas gerações de engenheiros agrônomos devem preparar-se para o desafio dos 100 milhões de hectares com uma visão mais técnica e

Fernando, ao centro, com parte de sua família

Para ele, agronomia é uma paixão.


Revista Painel 56

Ana Maria Primavesi

A riqueza está no solo A maior parte dos 97 anos da engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi foi dedicada à agroecologia. O solo, para ela, é um organismo vivo. Nascida no Castelo de Pichlhofen (Áustria), graduou-se em 1942 pela Universidade Rural de Viena. Tem doutorado em Cultura de Solos e Nutrição Vegetal. Chegou ao Brasil fugindo das atrocidades da II Guerra Mundial. Ana Maria foi docente na Universidade Federal de Santa Maria (Rio Grande do Sul) e responsável pela criação do primeiro curso de pós-graduação de Agricultura Orgânica. Para ela, a agricultura convencional trata solos mortos, que geram plantas doentes e adoecem cada vez mais os seres humanos. É uma das fundadoras da Associação da Agricultura Orgânica (AAO) e autora de inúmeros artigos científicos publicados em todo o mundo sobre alternativas para tratar o solo. Publicou 12 livros sobre o assunto, como “Primavera silenciosa”, que marcou época

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e a tornou conhecida.


AEAARP 57

Ana Maria Primavesi não concede mais entrevistas. Abordada pela reportagem da revista Painel, fez questão de encaminhar uma mensagem exclusiva, para inspirar: “O solo é base de toda a vida. Não esqueçam que ele deve ser cuidado para que possa nos proporcionar ainda mais vida. A existência do planeta depende do solo. A preservação dessa micro vida é a preservação de tudo que existe”, diz a agrônoma.

Na Áustria, sua mãe cuidava do cantei-

de um único fator pode alterar todo o

ro de flores, da horta e da produção de

equilíbrio de um sistema”. Ela alerta que “é

plantas medicinais. O pai trabalhava na

preciso ter essa visão integrada para que

lida com o gado e na lavoura. Na universi-

se consiga manejar com o menor impacto

dade ela foi ensinada a observar de forma

possível, já que, no caso da agricultura,

holística o sistema de produção. Por isso,

por mais que se tome cuidado, sempre há

sempre fala aos mais jovens que é preciso

uma interferência que altera o ambiente

integrar as disciplinas para conseguir ter

clímax do lugar”.

uma visão do todo.

“De nada adianta um homem ter rios

“Se isso não for feito, os alunos não

de dinheiro e ser doente”. A riqueza, para

entendem como uma coisa interfere

ela, está na qualidade do solo e não nos

na outra”. E continua explicando que “a

frutos advindos do trabalho com ele. Ela

natureza age em rede, na qual uma ação

ressalta que esta consciência é que per-

movimenta toda uma reação e a mudança

mite considerarmo-nos ricos.

A história de Ana Maria Primavesi está detalhada na biografia “Ana Primavesi: Histórias de Vida e Agroecologia”, escrito pela geógrafa e professora Virgínia Mendonça Knabben.


Revista Painel

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Ozires Silva Pensar grande, voar alto O que diferencia a engenharia praticada no século XX e a de agora são os sistemas de produção inteligentes, que usam a tecnologia da informação, com seus sistemas capazes de abordar e solucionar os problemas. Quem garante é o engenheiro aeronáutico Ozires Silva, que começou a se interessar pela área na primeira metade do século passado, bem antes de os sofisticados cálculos serem automatizados. O que as faz iguais é a capacidade de inovar, empreender e estar à frente de seu tempo. Ozires foi um menino pobre e um homem que voou alto, tanto no sentido metafórico quanto no literal. A escolha pela engenharia aeronáutica foi inspirada pelo alemão Hendrich Kurt, foragido da II Guerra Mundial que passou a viver em Bauru (SP), terra natal de Ozires. Hendrich fabricava aeronaves e mostrou aos brasileiros curiosos daquela época as técnicas e soluções usadas pela indústria na Europa. “Ele sempre falava o quanto era interessante criar um novo avião”, lembra Ozires. Hendrich mostrou àqueles jovens o valor da engenharia aeronáutica “e o quanto ela era necessária em um país das dimensões do


AEAARP

copyright@EMBRAER

59

Brasil”. Trinta anos depois, Ozires liderou a

essencialmente da qualidade dos projetos

criação da Embraer, indústria nacional que

de engenharia produzidos no país.

produz tecnologia e é a terceira maior do setor no mundo.

A inquietude que deve provocar o comportamento empreendedor e

“O jovem engenheiro sempre deve es-

criativo nos jovens engenheiros segue

perar por novidades, as mais avançadas,

inspirando a vida de Ozires: ele é reitor

O projeto do primeiro avião da com-

e precisa estar sempre informado. E mais:

da Unimonte, em Santos (SP), e em 2003

panhia, o Bandeirante, foi desenvolvido

que leia muito e não confie somente nas in-

criou a Pelenova Biotecnologia, empresa

por Ozires, em 1969. A privatização da

formações e respostas que pode receber de

voltada à saúde humana que tem uma

empresa, nos anos de 1990, também foi

todas alternativas de informação e das que

unidade fabril em Ribeirão Preto (SP).

conduzida sob seu comando. A carreira

pode obter facilmente na Iinternet”, conclui.

dele começou como piloto da Força Aérea Brasileira (FAB), onde ingressou aos 17 anos. Anos mais tarde, graduou-se pelo

Livros de Ozires Silva

Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ozires colocou o Brasil na vanguarda da aviação, mostrando ao mundo o valor competitivo da indústria nacional. Mas,

Nas Asas da Educação – A Trajetória da Embraer

na visão dele, a engenharia no Brasil não é capaz de responder às necessidades do país. Faltam engenheiros em quantidade e qualidade, em sua opinião. Ele expõe os números: no Brasil, são graduados 40 mil engenheiros por ano, na Coreia do Sul são 120 mil engenheiros por ano; na China são formados 600 mil anualmente. “Jamais poderemos competir com tais países, em inovação e produção de um modo geral, com resultados tão modestos perante as nações que estão vencendo no mundo”, diz.

Um Líder da Inovação Biografia do Criador da Embraer Biografia de Ozires Silva escrita pelo também engenheiro Decio Fischetti, pela Bizz Editorial.

Editora Campus

Cartas a um Jovem Empreendedor Realize seu Sonho: Vale a Pena Editora Alegro

A Decolagem de um Sonho: a História da Criação da Embraer Lemos Editorial Etanol: a Revolução Verde e Amarela

da equação neste momento, Ozires aposta

Em coautoria com Decio Fischetti

em um futuro promissor, que depende

Bizz Editorial

Por mais desigual que seja o resultado


Revista Painel

Flickr - Arte Fora do Museu

60

Ruy Otake

Ícone da metrópole “A arquitetura é uma expressão de vida”. Este é o conceito do arquiteto e urbanista Ruy Ohtake, filho de uma artista plástica, Tomie Ohtake, e de um engenheiro agrônomo, Alberto Ohtake. É considerado um dos responsáveis pela construção da cidade de São Paulo contemporânea,

Wikimedia - Henrique Boney

assinando grandes obras, como a reforma do estádio do Morumbi, e projetos socialmente emblemáticos, como o projeto que mudou a paisagem da região de Heliópolis, comunidade carente da capital paulista. A frase “Heliópolis é o lugar mais feio de São Paulo” foi atribuída a ele por uma


AEAARP 61

São esses alguns atributos que julgo importantes para a paulatina elaboração dos projetos: Trabalhar muito Procurar a inovação Arquitetura e beleza são indissolúveis A cor faz parte do DNA brasileiro Qualidade é essencial Arquitetura se completa com a obra construída

revista semanal no início dos anos 2000.

Ohtake – Arquitetura e Design: 4 décadas

perguntou o que eu queria e me mandou

Ele negou tê-la dito e o episódio gerou

+ 2008–2015”, da J. J. Carol Editora.

entrar. Fiquei observando as pessoas

sua aproximação com lideranças do lugar,

As curvas de suas obras têm referências

desenharem e ele me convidou para jan-

que o convidaram a ajudar a transformar

de Oscar Niemeyer, em quem ele admite

tar. Eu não me sentia em condições para

a paisagem do local. Ruy aceitou. Em

ter se inspirado. O primeiro de seus en-

manter um diálogo, mas eu fiquei o tempo

duas das principais ruas da comunidade,

contros foi no Rio de Janeiro, quando Ruy

todo ouvindo”. Além de Niemeyer, João

as fachadas das casas foram rebocadas e

ainda cursava Arquitetura e Urbanismo na

Vilanova Artigas e Lucio Costa são suas

pintadas com cores vivas. A intervenção

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

referências.

estética foi uma das ações do projeto

(FAU) da USP. “Quando eu estava ainda no

São também projetos seus o Hotel Re-

Identidade Cultural de Heliópolis, que in-

início do curso, ia ao Rio para observar o

naissance, de 1992, e o Hotel Unique, de

cluiu a instalação de equipamentos sociais

escritório de Niemeyer. Eu nem me atrevia

2002, ambos em São Paulo. Este último foi

e mudou a dinâmica da comunidade na

a perguntar se ele podia me atender. Mas

apontado por Paul Goldberger, renomado

última década. Em 2017 foi inaugurado um

ficava por ali na porta, na expectativa de

crítico do The New York Times, como uma

condomínio de apartamentos da Compa-

conversar. Até o dia em que ele me viu,

das sete maravilhas do mundo em 2004.

nhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) concebido pelo arquiteto. O conjunto das ações colaborou para integrar Heliópolis a São Paulo como um novo bairro. “Boa arquitetura se completa com boa construção, porque a obra é a consolidação do projeto no espaço urbano, deve ser presença significativa, com inovação, provocando surpresa e, sobretudo, ser bonita”, ressalta. “E porque, como arte, neidade que, em consequência, significa compromisso com o futuro.” Nas moradias, nos espaços sociais, públicos ou privados, o compromisso da arquitetura praticada por Ruy é o de garantir a fluidez da relação dos projetos com as pessoas que os utilizam. “São as emoções e as razões pelas quais tenho me empenhado para que meus projetos sejam construídos”, diz ele no livro “Ruy

Wikimedia - Arte Fora do Museu

deve ser uma expressão de contempora-


Revista Painel 62

Leonardo Piga


AEAARP

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63

Oportunidade, conhecimento e

ministrar uma palestra na AMD. As portas

dedicação

foram abertas e Leonardo aproveitou as

Leonardo Piga avisa: sua história é

oportunidades. “Foi competência. Mas,

incomum, misto de dedicação, talento

para ter a oportunidade, foi sorte. Estava

e conhecimento. “Se um cavalo selado

no lugar certo e na hora certa”, conclui.

passar perto de você, suba porque pode

Logo em seguida, em 2012, foi convidado

ser que ele passe apenas uma vez”, é o

a estagiar no grupo de pesquisa da AMD,

que profetiza o dito popular. O “cavalo” de

em Austin, no Texas. Retornou ao Brasil

Leonardo, o levou ao Texas (EUA), ao setor

para concluir o doutorado e, em 2014, foi

de pesquisa da AMD, uma das maiores

trabalhar no mesmo grupo. Ele conta que o

empresas de tecnologia do mundo.

projeto para o qual trabalhava tinha como

Essa história começou há 20 anos quan-

alvo alguns sistemas que sequer estão

do, aos 12 anos, Leonardo desenvolveu

no mercado. “Trabalhávamos oito anos à

seu primeiro programa para computador.

frente, para 2023”, conta. Em 2017, mudou

O pai prestava serviços para o setor va-

para o time de desenvolvimento avançado.

rejista, programava em linguagem BASIC,

É o único brasileiro do grupo.

na plataforma DOS. Curioso, o menino se

Ele queria ver seu trabalho no mercado,

interessou por algumas explicações que

fazendo a diferença na vida das pessoas.

encontrou em uma fita VHS na estante

Hoje, um dos modelos de computadores

de casa. Aprendeu sozinho e começou a

que são vendidos em todo o mundo tem

trabalhar na empresa da família, usando

em um chip o código desenvolvido por ele.

linguagem gráfica, ainda que não tivesse

A pesquisa continua buscando sistemas

um compromisso formal com o negócio.

mais eficientes.

Passou no vestibular na primeira tenta-

Na cadeia produtiva, Leonardo está na

tiva e aos 18 anos estava na Universidade

ponta onde são desenvolvidos sistemas e

Estadual de Campinas (Unicamp), no curso

novas tecnologias – a inteligência, portan-

de Engenharia da Computação. Concluiu

to. O produto final é fabricado em países

a graduação em quatro anos e meio,

como a China. O Brasil também é mercado

qualificou no programa de mestrado e

consumidor e de onde sai a matéria-prima.

logo foi convidado a deixar o projeto e

O engenheiro rejeita rótulos que re-

mudar de fase, partindo diretamente para

duzem o seu país de origem à condição

o doutorado.

marginal do sistema, apesar de reconhecer

Na pesquisa de doutorado, investigou

o sucateamento dos centros de pesquisa

modelos de consumo de energia em

das universidades brasileiras, inclusive os

centros de dados, desafio das grandes em-

da Unicamp. Sempre que está no país, mi-

presas naquela época. A escolha do tema

nistra palestras, compartilha conhecimen-

estava em consonância com os objetivos

to e oportunidades. Retribui, de alguma

profissionais de Leonardo: ele queria tra-

forma, a sensibilidade que recebeu dos

balhar para a indústria de tecnologia nos

orientadores de doutorado na Unicamp,

EUA. Em 2011, ao ter um artigo publicado

auxiliando colegas mais jovens a planeja-

naquele país, os orientadores consegui-

rem suas carreiras e não deixarem passar

ram para ele a oportunidade de também

o tal cavalo selado.


Revista Painel 64

ícones

Wikimedia

robert maillart

No início de 1900, o czar Nicolau II reinava na Rússia, quando a industrialização do país foi acelerada. Sua abdicação ao trono foi provocada pela Revolução Comunista de 1917.


AEAARP 65

R

obert Maillart foi o responsável por substituir a alvenaria tradicional, com o uso de pedras e madeira, pelo concreto armado. Suíço, nasceu em 1872 e formou-se em Engenharia Estrutural no Instituto Federal de Tecnologia

da Suíça, em Zurique (Suíça). Trabalhou em várias empresas até ter o seu próprio escritório, a partir do início dos anos 1900. Sua primeira ponte combinando concreto e aço foi erguida em Zuoz (Suíça), em 1901. Os arcos produzidos pela técnica de Robert impressionaram os profissionais da época pela suavidade, delicadeza e beleza. O sistema utilizado por Robert baseava-se na integração de arco, da pista de rolamento e da viga mestra curando e trabalhando como uma única estrutura, produzindo resultados estéticos e reduzindo os custos de construção. A ponte Salginatobel, projeto de Robert construído em 1930, mede 55,60 metros. Além de curvo, seu arco é poligonal. Em 1991, esta ponte foi declarada marco histórico da engenharia civil pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis. Em 1999, foi eleita pelo revista britânica “Pontes – Design e Engenharia” como “a ponte mais bonita do século”. Ele é autor também de projetos de fábricas e armazéns na Rússia, onde viveu com a família entre 1912 e 1919. Arruinado pela Revolução Russa, voltou à Suíça para retomar sua carreira e recuperar-se financeiramente e de lá não mais saiu até

Wikimedia

seu falecimento, em 1940.


Revista Painel 66

Arquitetura

Sem limites para o projeto 13 obras mostram a audácia proporcionada pela engenharia, arquitetura e agronomia

Holanda

Reino Unido Bélgica Espanha

China

EUA

Singapura Emirados Árabes

Austrália

I

mpossível é um adjetivo que não consta no vocabulário dos profissionais que fazem do cálculo e da técnica instrumentos para superar desafios. Não importa o formato, mas sim a capacidade de fazer de uma construção uma grande obra. Assim, profissionais da

área técnica deixam de ser construtores e desenhistas e tornam-se artistas – mesmo que alguns possam ser considerados controversos. Não existem barreiras; existem cálculos que ainda não foram feitos. Assim, a cada dia o mundo é surpreendido com novas obras icônicas. Além dos cálculos, da escolha de materiais e da criação de projetos, outra grande capacidade é entender que tudo é feito para o ser humano, para atender às necessidades – e às vezes sonhos – das pessoas. A revista Painel traz aqui uma série de obras espetaculares ao redor do mundo, ícones da arquitetura, da engenharia e do paisagismo.

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Canadá


AEAARP

Pixabay

67

Pixabay

Atomium Considerada a Torre Eiffel de Bruxelas

ampliado 165 bilhões de vezes e tornou-

(Bélgica), o Atomium foi o marco da Feira

-se símbolo do desejo da manutenção da

Mundial de Bruxelas de 1958 – mais co-

paz entre as nações. A obra expunha tam-

nhecida como Expo 58, a primeira grande

bém uma visão otimista sobre o futuro, de

exposição de arte realizada na Europa

um mundo mais moderno, tecnológico e

depois da II Guerra Mundial. A construção

capaz de melhorar a qualidade de vida

é a representação de um cristal de ferro

das pessoas.

A construção tem 102 metros de altura e conta com nove esferas interligadas, cada uma com 18 metros de diâmetro. Os tubos que as conectam têm 3,30 metros de diâmetro. O pavilhão da base tem 26 metros de diâmetro. A esfera mais alta possui janelas que proporcionam uma vista panorâmica da cidade. O projeto foi idealizado pelo engenheiro belga André Waterkeyn e as esferas foram projetadas por dois arquitetos belgas, os irmãos André e Jean Polak. O Atomium era uma obra efêmera, com data de validade. Por isso, foi realizada com alumínio revestindo as esferas, material barato e que protegeria das condições climáticas pelo período inicialmente proposto – seis meses. A popularidade da obra, entretanto, fez dela um símbolo de Bruxelas e a estrutura nunca foi desfeita. Cinco décadas mais tarde o alumínio foi substituído por aço inoxidável, material mais resistente.


Revista Painel 68

Habitat 67 Neste projeto, os cubos são os elementos principais. A tese de doutorado do arquiteto e urbanista israelense Moshe Safdie, apresentada na Universidade McGill (Canadá), resultou na criação do

A construção é formada por 354 blocos pré-fabricados de cimento, que tiveram que ser içados até os locais pré-estabelecidos, e tem 12 diferentes níveis de altura. Os cubos estão dispostos de forma irregular e a junção deles resultou na construção dos 158 apartamentos. Após algumas reformas e adequações no projeto, o número de habitações diminuiu; hoje são 146 unidades. O objetivo do projeto era contemplar os benefícios das áreas externas que as habitações térreas oferecem, o uso de áreas verdes e ser economicamente viável. Porém, o ideal de Moshe foi frustrado. A demanda por um imóvel no Habitat 67 foi tão grande que fez o preço de uma unidade disparar. O projeto tem viés futurista e explora também áreas de circulação para pedestres e terraços suspensos. São 15 tipos diferentes de residências com áreas entre 60 m² e 460 m². As formas e o projeto paisagístico proporcionam isolamento acústico.

Habitat 67, um dos pavilhões da Expo 67, evento de arquitetura que aconteceu em Montreal (Canadá) em 1967. A obra consiste em um complexo de apartamentos

Pixabay

Flickr Brian Pirie

residenciais.


AEAARP

Pixabay

69

Casas Cúbicas Do outro lado do Oceano Atlântico, os cubos inspiraram o arquiteto holandês Piet Blom. Em 1978, ele projetou casas em forma de cubos criando uma floresta abstrata. As casas foram construídas em uma região portuária de Roterdã (Holanda) e ficaram muito destruídas depois da II Guerra Mundial. Piet foi convidado para revitalizar o local. Todas as unidades são habitadas e o interesse público é tão grande que um dos moradores

As casas têm três andares: o térreo é a entrada; a cozinha e a sala de jantar ficam no primeiro andar; no segundo há um quarto e um banheiro e, no último, um pequeno jardim. A construção usa o cubo em 45 graus e pilares com formato hexagonal. A percepção provocada nos visitantes é a de que os cubos estão apenas encaixados. Ao todo são 32 cubos. Cada apartamento tem 100 m²; todo o empreendimento soma 6.000 m². O projeto foi concebido em 1978. A construção começou quatro anos mais tarde e foi concluída em dois anos.

Raul Ayres

transformou a sua casa em espaço de exposição, lucrando com o turismo.


Revista Painel

Pxhere

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Projeto Éden Não muito distante de Bruxelas, próximo ao Canal da Mancha, a Lua inspirou a criação da maior estufa do mundo, conhecida como Projeto Éden, em Cornualha (Reino Unido). Amostras da flora do mundo todo são conservadas nesse lugar. O projeto foi idealizado pelo designer Tim Smit e projetado pelo arquiteto Nicholas Grimshaw, que contou com vários profissionais das áreas de engenharia, arquitetura e paisagismo. A Pixabay

obra levou dois anos e meio para ser construída e foi inaugurada em março de 2001.

Basicamente, o local é dividido em três biomas: o tropical, o mediterrâneo e o ar livre. O primeiro conta com 240 metros de comprimento e 55 metros de altura, onde são armazenadas espécies de vegetações tropicais da América do Sul, Ásia, África e Austrália. O segundo espaço tem 135 metros de comprimento e 35 metros de altura e reúne plantas de origens tropicais das regiões da África do Sul, Mediterrâneo e Califórnia. No espaço aberto, além de plantas locais, concentram-se vegetações da Austrália, Chile, Himalaia e outros países com clima similar. A água é captada da chuva e o local produz eletricidade através de sistemas sustentáveis. As estufas têm as formas de domos, feitos com estruturas de aço e revestidos com membrana plástica de polímero etileno tetrafluoretileno (Ethylene tetrafluoroethylene, ETFE, em inglês), o que contribui para aproveitar melhor a luz solar.

Veja dois vídeos que apresentam o Projeto Éden no portal da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br


AEAARP 71

Palm Jumeirah Photography by Alexander Heilner

Na área costeira de Dubai (Emirados Árabes), o arquipélago artificial Palm Islands foi criado para fazer o que o povo daquela região mais sabe: surpreender. São três ilhas artificiais, a Palm Jumeirah é a mais conhecida. O nome remete ao seu formato, como o de uma palmeira. Além é destinado à habitação. A construção da ilha começou em 2001 e foi concluída em 2008.

A ilha de Palm Jumeirah tem o tronco e 16 folhas, circundados por outra ilha que forma uma barreira para as ondas do mar. O tronco tem cerca de dois quilômetros de extensão, onde estão os principais hotéis e atrações turísticas. As copas são destinadas às áreas residenciais. A ilha do entorno da palmeira foi revestida com uma substância geotêxtil que evita erosões e tem 11 quilômetros de extensão. É onde estão os hotéis mais luxuosos e é um dos pontos preferidos dos turistas que vão a Dubai. Após a criação do arquipélago Palm Islands, o comprimento da costa de Dubai foi duplicado. A obra é tão grande que pode ser vista do espaço.

Edgar El

de hotéis e áreas de lazer, o local também


Revista Painel

Derek Jensen

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Basket Building Se construções em cubos e esferas surpreendem, imagine um edifício em formato de cesta de piquenique. Um grande fabricante de objetos de decoração escolheu esse formato para a sede de sua empresa, em Newark, Ohio (EUA). Dessa vez, a ideia não partiu de um profissional da área técnica. Foram necessárias duas

Flickr minnemom

empresas – uma de arquitetura e outra de engenharia – para dar forma e volume ao projeto, idealizado na década de 1970 e inaugurado em 1997.

O prédio tem sete andares, estrutura em aço e 180 mil metros quadrados. Um detalhe: a sede não poderia ter o formato de qualquer cesta; tinha que ser exatamente a cesta mais vendida pelo fabricante. A alça pesa cerca de 150 toneladas e tem um sistema de aquecimento para ser usado nas estações mais frias do ano.


AEAARP 73

Piano House Um piano e um violino compõem o Pia-

Três pernas de concreto sustentam a construção do piano, cuja tampa da cauda forma o telhado do terraço. Dentro do violino de vidro há uma escada de aço que conecta os andares do edifício. A obra foi finalizada em 2007. O contorno do edifício tem LEDs instalados que oferecem efeitos de luzes à noite.

no House, que usa os formatos dos instrumentos musicais – sendo que o violino é uma gigantesca peça de vidro. O projeto é de um grupo de estudantes de arquitetura da Universidade de Hefey (China), feito em parceria com profissionais de design e decoração. Foi construído na cidade de Huainan (China) e abriga um conservatório de música, salas de concerto e um ponto

Zhang Anhao/Imaginechina/AFP

revistapegn.globo.com

de informações turísticas.


Revista Painel 74

Anadara O arquiteto australiano Richard Francis-Jones se inspirou na terra, na água e no céu para projetar o edifício Anadara, em Sidney (Austrália). A edificação é um espaço residencial de luxo e a equipe de arquitetos comandada por Richard teve alguns desafios: maximizar a possibilidade de vistas panorâmicas – pois o local está próximo ao Porto de Sidney – e implantar

O empreendimento conquistou a classificação mais alta dentre os critérios de sustentabilidade em seu país. As telas utilizadas nas fachadas, além de dar forma e movimentos à obra, também proporcionam conforto térmico aos moradores, protegendoos do sol ocidental. O local está conectado à usina de tratamento de água reciclada da cidade, que é utilizada nos banheiros e pode ser usada também nas máquinas de lavar roupa. As águas residuais do edifício retornam para a usina. O local é dotado de sistema fotovoltaico, instalado no telhado, dividindo espaço com painéis paisagísticos. O ar condicionado disponibilizado nos apartamentos é proveniente de água gelada vinda da planta de refrigeração da cidade – que usa água do porto de Sidney para auxiliar no processo de resfriamento.

Portal FJMT Studio

a sustentabilidade em toda a edificação.

da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

Portal FJMT Studio

Veja mais detalhes técnicos, planta baixa e cortes no endereço eletrônico


AEAARP

Iwan Bann

75

The Interlace O The Interlace é composto por 31 blocos de apartamentos com seis pavimentos, construído em Singapura, na Ásia. Todos têm o mesmo tamanho e foram projetados para que pareçam empilhados. A construção forma uma vila de residências, jardins e terraços particulares e comunitários. O projeto foi idealizado pelo arquiteto e urIwan Bann

banista alemão Ole Scheeren, que herdou as habilidades técnicas do pai, o também arquiteto Dieter Scheeren. Apesar de o edifício ser visto como de luxo, devido aos vários recursos incorporados na construção, o princípio que regeu esse projeto foi o da habitação social acessível.

Com aproximadamente 170.000 m², a construção tem 1.040 unidades residenciais e recebeu o prêmio de Melhor Edifício de 2015, no Festival Mundial de Arquitetura (WAF, sigla em inglês). Este foi um dos vários prêmios conquistados. Os blocos são encaixados em formato hexagonal. O edifício está situado em uma região elevada da cidade que conta com oito hectares em meio às Serras do Sul de Singapura. O empreendimento combina espaços privativos e espaços públicos, respeitando tanto a individualidade quanto o senso de comunidade. A construção começou em 2007 e foi concluída em 2013. O projeto foi desenhado para aproveitar ao máximo o microclima: a disposição dos blocos criou três pátios e, quando os ventos chegam a eles, já passaram por piscinas e lagos artificiais, o que proporciona um clima mais fresco.


Revista Painel

Edmund Summer

76

Balancing Barn A gravidade foi o grande desafio desse projeto, situado na zona rural de Suffolk (Reino Unido). Os arquitetos copiaram o formato de celeiro para desenhar essa casa, revestida com chapas de metal que refletem a paisagem do entorno. Vista de longe, a construção parece ser uma casa comum em meio a uma fazenda. Quando se chega perto, a edificação impressiona, pois Edmund Summer

metade de sua construção está em balanço. O local funciona como uma casa de férias, que pode ser alugada por visitantes e acomoda até oito pessoas por vez.

Veja a construção em 3D no endereço eletrônica da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

A construção tem 30 metros de comprimento, destes, 15 metros ficam em balanço. A edificação está estruturada em um núcleo central de concreto e se estende sobre uma inclinação de grama de 45 graus. A edificação tem 210 m² de área construída. O projeto já recebeu vários prêmios e foi assinado por um grupo de arquitetos holandeses.


AEAARP

Dubai Frame Desde janeiro de 2018, Dubai (Emirados Árabes) conta com a maior “moldura” do mundo, o edifício Dubai Frame, que está localizado em um parque público, o Zabeel Pixabay

Park. A obra arquitetônica tem 150 metros de altura e 93 metros de comprimento e começou a ser construída em 2013. O projeto é do arquiteto mexicano Fernando Donis, que tem escritórios na Holanda e

O Dubai Frame foi resultado de um concurso de arquitetura – ThyssenKrupp Elevator

no México. Em parceria com o arquiteto

Architecture Award – organizado, em 2009, pelo governo de Dubai. A estrutura

Rem Koolhaas, Fernando traz no portfólio

é composta por vidro, aço, alumínio e concreto armado e custou cerca de R$ 206

outras importantes obras como o Aeroporto Internacional Rei Abdulaziz (Arábia Saudita) e a torre Dubai Renaissance (Dubai).

milhões. Vista de longe a construção “emoldura” outros prédios importantes da cidade. Durante a visita, as pessoas sobem por um elevador de 93 metros de altura e têm uma vista panorâmica da cidade. No alto da moldura, as pessoas podem conhecer a história dos Emirados Árabes e o futuro de Dubai em uma exposição interativa de realidade aumentada. A organização do local estima dois milhões de visitantes por ano. Veja o vídeo sobre o Dubai Frame no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

The Dubai Frame/Divulgação

The Dubai Frame/Divulgação

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Revista Painel

Pixabay

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Templo Expiatório da Sagrada Família Idealizada pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí, o Templo Expiatório da Sagrada Família (Espanha) é considerado um ícone da arquitetura modernista catalã, além de ser um dos locais mais visitados do país. A construção foi iniciada em 1882 e ficou suspensa durante a Guerra Civil Pixabay

Espanhola (1936) – período em que se perderam muitos documentos e maquetes deixados pelo arquiteto. A igreja ainda está em construção e especialistas acreditam que não seja inaugurada antes do centenário de morte de Antoni, que será em 2026.

Os recursos de financiamento da obra são escassos: doações e o valor de ingressos dos visitantes. Depois de finalizado, o templo contará com 18 torres – a torre central terá 170 metros de altura – e três entradas diferentes: a Fachada da Natividade, a Fachada da Paixão e a Fachada da Glória. Em 2005, a primeira fachada foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (UNESCO). A estrutura da obra é feita de concreto. Falta finalizar a Fachada da Glória e algumas das torres, porém o interior do templo já está pronto e surpreende os visitantes com a sua arquitetura peculiar, que mescla elementos neogóticos e barrocos.


AEAARP

Portal Fallingwater

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Casa da Cascata Nesta obra, uma cascata foi usada como detalhe arquitetônico de uma residência, que foi construída literalmente em cima de curso d’água. A Casa da Cascata está localizada em uma estrada rural no estado da Pensilvânia (EUA). Além de chamar a atenção pela vista, onde uma pequena cascata compõe a fachada de uma casa, o arquiteto Frank Lloyd Wright quis surpreender os moradores com o som do rio, que corre

Andrew Pielage

por baixo de parte da construção.

A base da casa são as rochas locais. A obra foi dividida em duas etapas: a primeira foi a construção da casa do proprietário (que aconteceu entre 1936 e 1938) e a segunda foi a do quarto de hóspedes (em 1939). Para ampliar ainda mais o contato dos moradores com a natureza, o arquiteto projetou varandas em balanço, situadas em cima da queda d’água e no entorno da casa. Para isso, foi utilizado concreto armado e o auxílio de dois engenheiros parceiros de Frank, Mendel Glickman e William Wesley Peters. Pedras e tijolos são alguns dos revestimentos usados no lado de fora da casa. Toda a topografia local, incluindo rochas e árvores foram incluídas nos projetos de Frank. A casa era de um homem de negócios, Edgar Kaufmann, que usava a propriedade para passar o verão com a família. Hoje, o local é um museu que já recebeu mais de seis milhões de visitantes e recebe cerca de 120 mil visitas por ano.


Revista Painel 80

ícones

Wikimedia

John Roebling

Wikimedia

Em 1811, em Portugal, um general francês ordenou a construção de uma ponte pênsil durante a invasão de Napoleão Bonaparte; tinha 27 metros de vão e era suportada por seis cordas de quatro centímetros. A obra deveria permitir a passagem de equipamento militar. Ela não resistiu à passagem de um desses, pesando 4.800 quilos. Essa teria sido a primeira ponte suspensa de Portugal.

N

o século XIX, o engenheiro civil John Roebling consolidou o método de construção de pontes suspensas. Ele nasceu em 1806 na Alemanha e mudou-se para os Estados Unidos em 1831.

São seus os projetos de ícones da engenharia mundial, como as pontes rodoferroviá-

rias das cataratas de Niagara (EUA) e de Cincinnati (EUA). Além destas, é também seu o projeto da ponte do Brooklyn, em Nova Iorque (EUA), símbolo histórico da engenharia civil nos Estados Unidos.


AEAARP

Wikimedia

81

Graduou-se em Engenharia pela Escola

a vê-la concluída. John faleceu durante

Politécnica Real de Berlim (Alemanha),

a construção, que demorou 14 anos,

onde começou a trabalhar. Foi a situação

custou 15 milhões de dólares e causou a

econômica de seu país, agravada pelas

morte de 20 pessoas. Ele acompanhava

guerras de Napoleão Bonaparte, que o

a obra em um píer, que foi atingido por

levou aos Estados Unidos, onde inicial-

uma embarcação em um acidente – John

mente atuou na área agrícola.

ficou preso nas ferragens e faleceu em

John desenvolveu o seu próprio método

decorrência de infecções.

de tecer cabos de aço, torcendo os fios

Seu filho, Washington Roebling, passou

de ferro para proporcionar mais força às

a acompanhar a construção depois do

peças. Em 1841 abriu, em Trenton (Nova

falecimento do pai, mas adoeceu e não

Jersey, EUA), a primeira fábrica de cabos e

concluiu o trabalho. Foi Emily Roebling,

cordoalhas do país, que permaneceu com

esposa de Washington, que concluiu a

seus descendentes até os anos de 1950.

obra. Ela estudou fundamentos da enge-

A ponte do Brooklyn é seu projeto mais

nharia para auxiliar o marido depois do

conhecido, embora ele não tenha chegado

falecimento de John.


Revista Painel 82

Comportamento

Ética: ter,

ser ou

O

exigir

De Aristóteles à Lava Jato, o que é ética profissional e o que o mercado exige

Brasil é o país do “jeitinho”, de acordo com o senso comum, onde comportamentos individuais, profissionais e corporativos não condizem com princípios descritos por um dos grandes filósofos da humanidade. Aristóteles, na obra “Ética a

Nicômaco”, escreveu: “homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos”. O filósofo escreveu ainda: “Da mesma forma, tornamonos justos praticando atos justos”. Para ele, virtudes são adquiridas pelo exercício; ou seja, adotar comportamentos virtuosos é pré-requisito para torná-los próprios do comportamento de cada um. Mario Ernesto Humberg, coordenador do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) e autor de livros sobre o tema, considera que profissionais habilitados pelos sistemas CONFEA/CREA e CAU devem ser protagonistas na mudança do comportamento da sociedade em razão de sua posição de liderança na concepção, contratação e execução de projetos. “O trabalho educativo feito nas universidades deve ser transferido às empresas e outros locais de trabalho, enfatizando a importância da integridade pessoal, para disseminar e consolidar a cultura ética e engajar as pessoas para fazer as coisas de forma correta, independente de eventuais punições”, enfatiza. O tema deixou de ser restrito aos códigos de ética dos conselhos de classe a partir dos noticiários sobre operações da Polícia Federal, investigações do Ministério Público e pu-

nições aplicadas pela Justiça a empresas do setor e também aos seus dirigentes. A pauta da conduta ética profissional adotou uma parceira incômoda – a corrupção. O comportamento, é bom lembrar, não está restrito a um grupo ou a uma classe profissional. Humberg quantifica e define o jeitinho brasileiro. Ele diz que “a maioria dos brasileiros admite que comete infrações, sem muita preocupação, nas ações do dia a dia, como furto de energia, de água ou de sinal de TV por assinatura (4,2 milhões de residências), compra e venda sem nota ou recibo, assédio moral ou sexual (já atingiu 52% dos brasileiros), venda de produtos estragados ou vencidos, propina para evitar multas ou obter registros e aprovações de projetos incorretos ou ilegais, enganar o cliente ou a autoridade com informações falsas etc.”. Para ele, o comportamento histórico, a burocracia, o alto custo da justiça, a ineficiência do Estado, a aceitação social e, por fim, o coleguismo, explicam o “jeitinho” – ainda que ele seja menos repudiado socialmente do que a corrupção. O arquiteto Wellington Pereira, professor de Ética e Legislação Profissional na Universidade Paulista (Unip), fala que o início do aprendizado – ou a prática descrita por Aristóteles – começa em casa, na família.


AEAARP 83

Código de Ética Profissional O Sistema CONFEA/CREA e o CAU têm códigos específicos que regem o comportamento dos profissionais no mercado, em relação aos clientes, colegas e mercado. O Código para os profissionais da engenharia e agronomia está descrito na resolução do CONFEA nº 1002/2002. No documento são apresentados os fundamentos éticos e as condutas necessárias para a boa prática das profissões, bem como os deveres dos profissionais. Na Resolução, são apresentados os princípios éticos fundamentais para o exercício profissional: objetivo, natureza, honradez, eficácia, relacionamento, intervenção, liberdade e segurança profissional. Além disso, presta informação sobre os direitos e deveres dos profissionais quando da sua atuação. “A ação e o comportamento de um profissional poderão ser analisados mediante sua conduta e, na Comissão de Ética, ele poderá sofrer as consequências do seu mau desempenho no mercado”, explica o engenheiro José Guilherme de Souza, docente no curso de Engenharia Civil da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) e ex-integrante do Comitê de Ética do CREA-SP.

Segundo Anita, os casos mais frequentes denunciados na comissão de Ética do CAU-SP são as mortes por desabamentos em obras – causados muitas vezes por práticas de acobertamento. Em segundo lugar, estão as ocorrências de violação de direitos autorais, de plágio de projetos, obras ou alterações em projetos ou obras sem autorização.

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O Código de Ética do CAU-BR está descrito na Resolução nº 52/ 2013. O documento define princípios, regras e recomendações que os profissionais devem seguir. De acordo com a Anita Affonso Ferreira, coordenadora do Comitê de Ética do CAU-SP, a regulamentação é indispensável ao estabelecimento de determinados protocolos. “O Código de Ética e Disciplina do CAU deve ser leitura obrigatória ao profissional antes mesmo de se formarem. A nossa conduta profissional como arquitetos e urbanistas é delineada nas ações do dia a dia. O Código somente as norteia. Muitas vezes acreditamos que estamos fazendo uma coisa certa, mas não estamos”, diz.


Revista Painel 84

ter “A ética profissional é consequência da ética moral aplicada por todos os cidadãos. Devemos aprender desde crianças o que

ser Para começar

é correto e errado dentro de uma sociedade, para que

O CONFEA disponibiliza

todos tenham os mesmos

no seu portal da internet a

direitos. É necessário

Cartilha do Novo Profissional,

aprender que, mesmo em

com informações úteis para a

atitudes corriqueiras, como respeitar uma fila ou dar o lugar a um idoso, devemos fazer o certo e não pensar em benefício próprio”, diz. O professor define ética como um comportamento individual que tem como consequência a influência coletiva. Desde a universidade, deve-se conhecer, saber e praticar. A disciplina

transição da vida acadêmica para o mercado. O engenheiro Hamilton Fernando Schenkel, coordenador da Comissão de Ética do CREA-SP, opina que conhecer o Código de Ética é o primeiro passo para começar uma carreira. Ele conta que os recentes episódios envolvendo profissionais habilitados no conselho estão rendendo processos disciplinares.

que trata do tema nos cursos de graduação visa a apresentar a legislação que rege as profissões. Tem também a função de colocar em discussão as práticas que devem ser seguidas e as que devem ser combatidas pelos profissionais. “A ética profissional é pautada pelas

Veja o atalho para a Cartilha do Novo Profissional no portal da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

obrigações com a sociedade e com a comunidade profissional como um todo. A disciplina debate os efeitos, os direitos

De acordo com José Guilherme as

e deveres de cada um nesse contexto.

instituições de ensino têm importância

É importante que os alunos tenham

fundamental na implementação do tema

uma visão real das práticas coibidas

em seus cursos, sendo o espaço natural

nos códigos para que possam

para o desenvolvimento científico do

exercer a profissão de modo Designed by Freepik

ético, legal e tecnicamente eficiente”, explica.

estudo da ética. “Ao longo da vida universitária deve ser abordada, de forma maciça, a efetividade


AEAARP 85

exigir

da base ética, edificando o caráter pes-

pactos positivos na qualidade de vida da

“A governança corporativa vem com o

soal, bem como oferecendo ao aluno as

sociedade, devem trabalhar de forma a

compromisso de acirrar o combate aos

condições para sua atuação no mercado

manter e promover a honra, a integridade

desvios de conduta dentro da empresa

de trabalho, numa sociedade de diferentes

e a dignidade da profissão”, analisa.

e define objetivos, políticas, responsabilidades e monitoramento do desem-

valores culturais, baseando-se no respeito,

no princípio coletivo e na lei moral”, ressal-

Governança corporativa

penho. Ela deve garantir uma operação

ta. José Guilherme foi diretor do CREA-SP.

Nas empresas, as boas práticas profis-

em conformidade com esses objetivos,

sionais foram convertidas em uma série

assegurando a aderência com as leis, re-

No campo profissional

de normas e condutas classificadas como

gulamentos e políticas internas”, explica

Cada profissão tem suas próprias regras,

governança corporativa, sistema que sur-

Wellington. De acordo com ele, não há

pautadas nos comportamentos que devem

giu nos Estados Unidos, a fim de preservar

modelos perfeitos de governança, mas

ser adotados perante os colegas e a so-

interesses das empresas em detrimento

existem orientações que servem como

ciedade. De acordo com Maria Cristiane

daqueles defendidos por seus dirigentes –

parâmetros para que cada empresa de-

Barbosa Galvão, professora de Ética e

proprietários ou corpo diretivo. No Brasil,

senvolva o seu próprio sistema.

Produção de Pesquisa da Universidade de

ganhou evidência a partir do início deste

São Paulo (USP), é preciso ponderar se as

século, principalmente depois da exigência

escolhas geram benefícios sem causar da-

da adoção dessas práticas em empresas

nos. “Uma decisão equivocada pode causar

listadas na Bolsa de Valores.

danos irreversíveis”, explica Maria Cristiane.

O fato é que a cultura de governança

A ponderação entre riscos e benefícios

requer princípios e comportamentos

não deve focar apenas o presente, mas

éticos que são convertidos em transpa-

também o impacto futuro. “Na Europa,

rência, produtividade e bons negócios.

existe o movimento de pesquisa e ino-

Do CEO ao mais simples colaborador,

vação responsável, o RRI [Responsible

todos ganham.

Research and Innovation], que reúne uni-

Segundo Wellington Pereira, professor

versidades, empresas e a sociedade para o

de Ética, cada empresa deve orientar a

desenvolvimento de propostas e projetos

condução de suas atividades com base

eticamente adequados para o presente e

nas premissas de um sistema de controle

o futuro”, conta.

interno adequado à natureza, tamanho e

O professor José Guilherme destaca

estratégia de seus negócios. A consciência

que a expectativa da sociedade sobre os

da alta administração é o primeiro passo

produtos fornecidos e serviços prestados

para a governança corporativa, seguido

pelos profissionais habilitados nos conse-

de um planejamento para a implantação

lhos de classe demostram a importância

do sistema de compliance, conjunto de

da ética no cotidiano. “Os profissionais

disciplinas para fazer cumprir as normas

dessas modalidades devem causar im-

e regulamentos da empresa.

Principais medidas de implantação da governança corporativa - Disseminar a cultura do compliance desde a alta administração. - Demonstrar benefícios na prática e eliminar mitos. - Buscar recursos e pessoas certas para implantação. - Estabelecer, mapear e monitorar metas para redução de riscos. - Promover a transparência. - Garantir canal de denúncias e resolução de problemas. - Estabelecer mecanismos de incentivo e sanção. - Sempre melhorar o programa.


Revista Painel

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Compliance São programas e políticas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares estabelecidas para a empresa, detectar e tratar qualquer desvio de conduta ou inconfor-

- Pilares da governança coorporativa Transparência | decisões claras para todos da empresa Equidade | tratamento justo e igualitário para sócios e públicos estratégicos Prestação de contas | prestar conta para todas as partes interessadas Responsabilidade corporativa | zelo pela viabilidade econômico-financeira

midade que possa ocorrer. O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, instrução interna,

- Pilares do compliance Prevenção | comunicação e o convencimento Detecção | fiscalização, denúncia e investigação Tolerância | sanções e medidas disciplinares impostas aos funcionários

comando ou pedido. “Seguir as normas estabeleci-

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das por marcos regulatórios e as

Ética, governança e compliance

ele, é no comportamento individual e no

impostas pelo mercado e entorno

O exercício, a necessidade e as regras

daqueles que possam ser influenciados

social deixou de ser uma opção.

compõem o conjunto de comportamentos

É parte do modelo de negócio da

pessoais e profissionais que são esperados

Dá trabalho, e ele enumera três compor-

por essa cultura.

empresa. A função de compliance é

pela sociedade contemporânea. Não é ne-

tamentos necessários. “O primeiro é inter-

fomentar o respeito a essas normas e

cessário, portanto, ser uma grande corpo-

no, de pensar em cada ação ou decisão: o

políticas, mitigando determinados riscos

ração para adotar os pilares de governança

que estou fazendo é o mais correto, vou

que podem abalar a imagem da empresa”,

e as exigências do compliance que, ao final,

poder contar em casa, aos amigos, à minha

alerta Wellington.

definem o comportamento ético de um

mãe? O segundo, no nível profissional, não

profissional e o seu negócio.

deixando que o mais fácil e rentável seja fei-

Mario Ernesto, que também integra

to desconsiderando os aspectos éticos ou

comitês de ética de grandes empresas,

fingindo que eles não existem. O terceiro

enfatiza que o comportamento ético deve

está nas relações que temos, ajudando aos

ser adotado tanto no cotidiano quanto na

demais a adotar a cultura de integridade e

atividade profissional. A mudança, para

ética”, finaliza.


AEAARP 87

CREA-SP

Primeira legislação é de 1933

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O Sistema CONFEA/CREA foi criado no governo de Getúlio Vargas

O

O CONFEA zela pelos interesses so-

prazo de seis meses, contados da data da

ciais e humanos de toda a sociedade e,

publicação deste Decreto, provarem perante

com base nisso, regulamenta e fiscaliza

o Conselho de Engenharia e Arquitetura que,

o exercício profissional dos que atuam

posto não satisfaçam as condições do Art.

nas áreas que representa, tendo ainda

1º e seu Parágrafo Único, vêm, à data da

como referência o respeito ao cidadão e

referida publicação, exercendo cargos para

à natureza.

os quais se exijam conhecimentos de enge-

Em seus cadastros, o Sistema CONFEA/

nharia, arquitetura ou agrimensura, poderão

CREA tem registrados cerca de um milhão

continuar a exercê-los, mas não poderão

de profissionais que respondem por

ser promovidos nem removidos para outros

fatia considerável do Produto Interno

cargos técnicos.

Bruto (PIB) brasileiro, e movimentam

A Lei de 1966 que rege o Conselho de-

um mercado de trabalho cada vez mais

termina que as profissões regulamentadas

Sistema CONFEA/CREA foi

acirrado e exigente nas especializações e

pelo Sistema “são caracterizadas pelas

criado 15 anos antes da fun-

conhecimentos da tecnologia, alimentada

realizações de interesse social e humano

dação da AEAARP, no governo

intensamente pelas descobertas técnicas

que importem na realização dos seguintes

e científicas do homem.

empreendimentos:

de Getúlio Vargas, pelo do Decreto nº 23.569, de 1933. A legislação é conside-

O Conselho Federal é a instância máxi-

rada um marco na história da regulamen-

ma à qual um profissional pode recorrer no

tação profissional e técnica no Brasil.

que se refere ao regulamento do exercício

b) meios de locomoção e comunicações;

profissional.

c) edificações, serviços e equipamentos

Em sua concepção atual, o Conselho

a) aproveitamento e utilização de recursos naturais;

Federal de Engenharia e Agronomia

O Artigo 2º detalhava os critérios para

(CONFEA) é regido pela Lei 5.194, de

alocar funcionários públicos leigos que exer-

1966, e representa também os geógrafos,

ciam cargos técnicos, evidenciando a dispo-

d) instalações e meios de acesso a costas,

geólogos, meteorologistas, tecnólogos

sição do Conselho em combater o exercício

cursos, e massas de água e extensões

dessas modalidades, técnicos industriais e

ilegal da profissão desde a sua origem:

agrícolas e suas especializações, totalizando centenas de títulos profissionais.

Art. 2º - Os funcionários públicos e os empregados particulares que, dentro do

urbanos, rurais e regionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos;

terrestres; e) desenvolvimento industrial e agropecuário.”


Revista Painel 88

A primeira casa modernista no Brasil foi erguida em 1927, em São Paulo (SP), projetada pelo arquiteto russo Gregori Warchavchik, que precisou incluir adornos na fachada para que a prefeitura aprovasse a obra. Depois de concluída, ele argumentou que não teve recursos suficientes para completar o projeto. O jardim foi projetado pela esposa de Gregori, Mina Klabin, e usou espécies tropicais. O imóvel é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) no início desta década e fica no bairro Vila Mariana.

Freegreatpicture

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Frank Lloyd Wright

ícones

R

econhecido como um dos arquitetos mais importantes do século XX, Frank Lloyd Wright carrega em seu portfólio mais de 1.000 projetos e mais de 500 obras. Teve como mestre, no início de sua carreira, Louis Sullivan – primeiro arquiteto moder-

nista que defendia a máxima “a forma segue a função”. Uma das obras que contribuiu para aumentar ainda mais a fama do arquiteto foi a Casa da Cascata. Saiba mais na reportagem Sem limites para o projeto, nesta edição da revista Painel (página 79). Frank também foi um dos defensores da Prairie School, estilo arquitetônico usado na transição do século XIX para o século XX e muito difundido no oeste dos Estados Unidos, de templos a escolas, de hotéis a museus. O arquiteto desenvolveu projetos inovadores para diferentes tipos de edificações. Sempre atento aos detalhes, ele também desenhava elementos arquitetônicos para o interior das edificações.


AEAARP

Pixabay

89

O arquiteto quase se formou em en-

e materiais rústicos como revestimentos.

vam as paredes inclinadas (que imitam os

genharia, mas desistiu poucas semanas

Em seus projetos, sempre deixava os espa-

cavaletes usados pelos pintores), outros

antes de encerrar o curso, logo após re-

ços internos com menos parede possível,

reclamam que o prédio compete com as

ceber um doutorado honorário de Artes,

para que a edificação tivesse mais possi-

obras de arte.

em 1955. Nessa época, foi trabalhar em

bilidades de divisões internas.

Se é verdade, não há como saber. Mas,

importantes escritórios de arquitetura

Um dos últimos projetos assinados por

o arquiteto revelou em sua biografia que

de Chicago (EUA). Ele passou pelo es-

Frank foi o Museu Guggenheim, localizado

a mãe profetizava seu futuro enquanto

critório de Joseph Lyman Silsbee e Louis

em Nova Iorque (EUA). O edifício chama

ele ainda era um embrião. Quando estava

Sullivan, antes de fundar a sua empresa.

a atenção por sua estrutura em forma

grávida, dizia que quando seu filho fosse

O primeiro projeto do seu escritório foi

de cilindro espiralado, feita de concreto

adulto, ele iria construir belos edifícios. E

a Casa de Winslow, localizada em um

armado. Visto do lado de dentro, o cilin-

não parou por aí. Ela decorou o quarto do

distrito de Chicago chamado River Forest

dro tem 28 metros de altura até chegar

pequeno Frank com imagens de catedrais

(EUA). Segundo especialistas, foi o estilo

a uma estrutura de vidro e é composto

inglesas recortadas de publicações da

arquitetônico desta casa que o consagrou

por seis andares, que são interligados por

época. A mãe pode até ter profetizado

como um ícone da arquitetura.

rampas – que dão a sensação de continui-

a profissão do filho, mas nem imaginaria

As casas projetadas por Frank tinham

dade. Para conseguir tamanha façanha,

que, anos mais tarde, ele receberia o título

características recorrentes: eram mais

o arquiteto fez 700 esboços e séries de

de Maior Arquiteto Americano de Todos

baixas e horizontais; tinham telhados incli-

desenhos técnicos. A arquitetura do local

os Tempos, pelo Instituto Americano de

nados com chaminés disfarçadas, terraços

divide opiniões: enquanto alguns apro-

Arquitetos (1991).


Revista Painel 90

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Artigo

Figura 1

GOVERNANÇA CORPORATIVA: UMA REALIDADE PARA A SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS

O

presente artigo apresenta o tema

seus produtos ou serviços. Além disso, vem

dominadas por proprietários gestores, atu-

Governança Corporativa (GC)

proteger o patrimônio das empresas, dei-

almente se caracterizam pela profissiona-

analisando-o como ferramenta

xando claro ao mercado o valor da empresa.

lização da gestão e da menor participação

indispensável para a boa gestão de empresas

A estrutura da GC nas organizações está

acionária dos gestores que a administram.

de qualquer porte e de qualquer segmento

baseada nos marcos legais inerentes a cada

Desta forma, surgem três conceitos dis-

para tornarem explícitos ao mercado a

segmento de atuação, assim como na for-

tintos: propriedade ou interesse, controle

transparência da administração das mesmas.

mação e experiência ou do conselho de ad-

ou poder e gestão. Um grupo de indivíduos

A transparência só se dará baseada

ministração (no caso de empresas de capital

(proprietários) tem interesse; um segundo

na prestação de contas, na equidade no

aberto), ou do diretor presidente no caso das

grupo tem poderes que se tornam efetivos

tratamento dos acionistas ou quotistas e

demais empresas. Um ponto importante é

mediante a gestão; o controle está nas

no estrito respeito às leis, tanto as gerais

o relativo à estrutura de capital e seu custo.

mãos de quem tem de fato o poder de

quanto as específicas de cada segmento.

A figura 1 mostra claramente a evolução

Com base neste contexto é que se aplica

da GC ao longo do tempo.

nomear o conselho de administração. Sobre a questão da separação entre

o conceito de GC, garantindo às organiza-

Há a necessidade de dois ingredientes:

propriedade e controle, identificam-se

ções proteção aos acionistas ou quotistas

profissionalização da gestão e a separação

cinco tipos de controle: 1) Controle por

e dos demais stakeholders como seus

entre propriedade e controle.

meio da propriedade quase completa; ou

fornecedores, clientes, colaboradores, à

Governança está ligada ao exercício

seja, um único indivíduo ou um pequeno

comunidade onde a empresa está inserida,

do poder e aparece sempre quando uma

grupo é proprietário de todas as ações; 2)

utilizando um sistema de gestão transpa-

corporação ganha vida e a propriedade

controle majoritário; 3) controle por meio de

rente que resulte em maior credibilidade às

da empresa é separada da sua gestão.

holdings; 4) Controle minoritário atraindo

organizações, e agregando mais valor aos

As organizações que no século XX eram

outros minoritários; 5) Controle gerencial


AEAARP

que acontece quando a propriedade está

Para tal, há a necessidade de ser estabe-

líder ou de uma instituição específica; III)

tão dispersa que nenhum indivíduo ou

lecida uma estratégia muito bem definida

participação direta do Estado seja como

grupo pode dominar a empresa. É aqui

como a contida na figura 2.

proprietário ou seja como regulador das

que se dá a separação completa entre

atividades produtivas. A GC brasileira

propriedade e controle.

considera uma sociedade patriarcal, re-

A necessidade de GC surge dos po-

pleta de oligarquias e mantendo distância

tenciais conflitos de interesses entre os

das classes econômicas. A empresa é

diversos stakeholders.

percebida como patrimônio da família e

Os conflitos partem de: a) os diversos

a governança tratada na casa dos donos.

stakeholders têm objetivos e preferências

O futuro da GC no Brasil dependerá

muito diferentes; b) Os diversos grupos de

dos seguintes fatores: a) As demandas aos

interesses têm informações imperfeitas

conselhos de administração se tornarem

de uns sobre os outros sobre suas ações,

maiores e específicas; b) A experiência

conhecimentos e preferências.

Figura 2

A GC consiste num grupo de regras que,

dos conselheiros para poderem contribuir eficaz, eficiente e efetivamente.

uma vez atendidas, irão demonstrar ao

A figura 3 mostra que os níveis estraté-

Abordando especificamente as empre-

mercado maior transparência das ações

gicos e suas respectivas atuações também

sas de prestação de serviços de enge-

empreendidas nas empresas e seu com-

são importantes.

nharia, arquitetura e agronomia, além de

portamento ético.

se preocuparem com as normas técnicas

Com a quebra de várias empresas nos

dos seus conselhos e as da ABNT, primei-

anos 1980, a GC volta com muita força.

ramente devem preparar um planejamento

Três razões dão ênfase para a retomada:

estratégico definindo missão, visão e

1) As más relações entre acionistas e as cor-

valores para depois disso amadurecido,

porações; 2) A constituição de conselhos pro

inclusive com uma clara composição de um

forma; 3) A atuação da direção conflitando

portfólio de serviços a serem oferecidos

com os interesses dos acionistas, contro-

ao mercado, constituir um comitê ou uma

ladores ou minoritários. Códigos claros de

controladoria.

Governança, como o relatório Cadbury,

Finalizando, para um bom funcionamen-

ressaltaram a importância da presença de um

to da GC sugiro ser adotada a separação

comitê de auditoria e serviu de benchmark para outros códigos inclusive para o Brasil.

91

Figura 3

A GC no Brasil é fator chave para a

As características do modelo brasileiro:

retomada do crescimento econômico,

I) forte concentração da propriedade nas

principalmente se for alavancada pelo

mãos de poucos acionistas; II) alta con-

setor privado e com a disponibilidade de

centração de poder nas mãos de um único

contida na figura 4.

Prof. Msc. Mario Pascarelli Filho Diretor Gerente da Mario Pascarelli Consultoria, Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Gerente de Cidade da FAAP

recursos de longo prazo para financiar as atividades. Este problema se aprofundou no final dos anos 1980 com a quebra do modelo de financiamento estatal e claros marcos regulatórios. Exemplificando, você não joga um jogo sem regras, joga? Mesmo que elas estejam ali meio implícitas, isso acontece porque existe um manual em que elas estão descritas. A GC funciona do mesmo modo: várias diretrizes dão sentido à rotina do negócio, Designed by Freepik

dando mais agilidade, transparência e autonomia às atividades da empresa, e envolve decisões estratégias que, no máximo possível, sejam racionais e sem autoconfiança. Figura 4


Revista Painel 92

Elmina Wilson

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ícones

Em 1894, foi inaugurada a Tower Bridge, cartão postal de Londres (Inglaterra), que é suspensa e basculante. Em 1952, um ônibus panorâmico transitava no local quando, sem aviso prévio, as básculas foram levantadas. O motorista percebeu e acelerou o veículo e deu um salto de uma báscula para a outra. Ninguém se feriu.

E

lmina Wilson era uma mulher que gostava de estar sempre em primeiro lugar: foi a primeira mulher que recebeu um diploma de engenheira civil nos Estados Unidos, a primeira a ter um mestrado na mesma área e a primeira professora no curso de

Engenharia da Iowa State University (EUA). A engenheira finalizou a graduação em 1892 e o mestrado em 1894. Ela e a irmã Alda Wilson – também engenheira civil – eram defensoras da educação feminina e faziam parte de uma fraternidade que defendia os direitos das mulheres. Ao terminar o mestrado, Elmina trabalhou como assistente em um projeto inovador do seu professor Anson Marston: a primeira caixa d’água elevada (Marston Water Tower) com estrutura de aço no estado do Mississipi (EUA) – na época era muito comum o uso de madeira nas estruturas. O projeto iniciou em 1985 e foi concluído em 1897. A torre tinha 12 metros de altura, 7,3 metros de diâmetro e oito colunas. Em 1981, a construção foi listada no Registro Nacional de Lugares Históricos – lista oficial dos distritos, lugares, edifícios, estruturas e objetos que merecem ser preservados nos Estados Unidos.


AEAARP

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93

O conhecimento para ela nunca era

plinas que ministrou estava relacionada às

arquitetura e em outra oportunidade ficaram

demais. Elmina participou de um curso

estruturas, uma de suas grandes paixões.

mais oito meses na Alemanha e Itália.

de inverno sobre hidráulica, na Cornell

O interesse pela área técnica era tão

Depois de lecionar por 10 anos e de

University (EUA), e fez pós-graduação no

grande, que Elmina e sua irmã Alda tiraram

retornar do seu ano sabático, a engenheira

Massachusetts Institute of Technology

um ano sabático para estudar projetos de

mudou-se para Nova Iorque (EUA) para

(EUA). A engenheira também tornou-se

engenharia e arquitetura na Europa. Essa não

atuar em empresas privadas: James E.

articulista de uma revista técnica chamada

foi a única vez que as irmãs viajariam para o

Brooks Company e, posteriormente, na

Iowa Engineer, onde publicava artigos so-

continente com o objetivo de adquirir conhe-

Purdy and Henderson. Em 1912, Elmina

bre testes de fórmulas de cimento. Em seus

cimento. Anos mais tarde, elas passaram mais

foi contratada pela John Severn Brown

anos como professora, a maioria das disci-

seis meses na França e Espanha para estudar

Company como designer estrutural.


Revista Painel 94


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Revista Painel 96

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Veridiana Victoria Rossetti

ícones

A prática agronômica foi adotada pela humanidade há 15 mil anos, quando o homem deixou de sobreviver da coleta e da caça e passou a produzir seu próprio alimento. A urbanização da sociedade provocou o êxodo rural e, na Europa, surgiram os primeiros cursos de Agronomia, para estudar as formas de manejo de pragas, cuidados com o solo e aumento da produtividade. No Brasil, a técnica passou a ser exigida por agricultores do nordeste em razão da escassez de mão de obra.

V

eridiana Victoria Rossetti foi uma daquelas mulheres que fizeram história e marcaram época. Ela foi a segunda mulher que se formou em Engenharia Agronômica no Brasil e a primeira a exercer a profissão no estado de São Paulo. Ela graduou-

-se em 1937, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ). Além disso, é reconhecida mundialmente por seus estudos relacionados às doenças que atacam a citricultura, tendo conquistado muitos prêmios ao longo da carreira. A profissão pode ter sido uma herança de família. Filha de agrônomo, cresceu em uma fazenda, onde a menina despertou desde cedo sua curiosidade por alguns tipos de pragas recorrentes na agricultura. Começou a carreira estagiando no Instituto Biológico de São Paulo (centro de pesquisa vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo). E foi ali que “plantou” e “colheu” a sua história. Seguindo os ensinamentos do seu professor Agesilau Bitancourt, Veridiana começou a isolar alguns tipos de fungos que atacavam os citrus. Foi nesse período que ela começou a publicar artigos científicos sobre o tema e entrou para a Comissão Internacional de Phytophthora, onde trocava informações sobre o fungo do gênero Phytophthora. Sua notoriedade resultou em uma bolsa de estudos para estudar fisiologia de ficomicetos (espécie de fungo), na Universidade da Califórnia (EUA). Ela também cursou Estatística Experimental e fez especialização nos fungos do gênero Phytophthora, na Universidade da Carolina do Norte (EUA).


AEAARP

Arquivo IB

Arquivo IB

Arquivo IB

97

Durante sua carreira, participou de

de melhor profissional do ano, título de

muitas comissões técnicas e cientificas,

Professor Honorário, de instituições bra-

tanto no Brasil quanto no exterior. Ela

sileiras e estrangeiras, e diversos outros

Assista ao programa do Canal

também ajudou a organizar eventos

reconhecimentos. Em 1957, Veridiana as-

Futura, publicado em 2015, que

importantes que reuniam especialistas

sumiu a Chefia da Seção de Fitopatologia

do mundo inteiro e ministrou aulas em

Geral do Instituto Biológico e, em 1968,

cursos de pós-graduação de diversas

tornou-se diretora da Divisão de Patolo-

universidades brasileiras. Seu acervo

gia Vegetal – cargo que ocupou até 1987,

de publicações conta com mais de 300

quando se aposentou. No ano seguinte,

trabalhos, dos quais muitos foram apre-

recebeu o título de Servidora Emérita do

sentados em congressos internacionais.

Estado, oferecido pelo governo do Estado

Veridiana recebeu medalhas, prêmio

de São Paulo.

conta a história da agrônoma Veridiana Victoria Rossetti de uma forma bem descontraída. O vídeo está disponível no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br


Revista Painel 98


JOSE OSWALDO DE ARAUJO • JOSE PAULO ALVAREZ FIGUEIREDO • JOSE PAULO CATAPANI • JOSE PAULO JACOMINI • JOSE PAULO MARINI • JOSE PAULO MONTEIRO • JOSE PAULO VITALIANO VOI • JOSE PERES DE PAULA • JOSE RENATO MAGDALENA • JOSE RENATO PINHEIRO R DOS SANTOS • JOSE RICARDO CAVALIERI • JOSE RICARDO DE MATOS SILVA • JOSE ROBERTO BERTOLINI BOCAIUVA • JOSE ROBERTO BUZELI • JOSE ROBERTO CAMAROTO • JOSE ROBERTO CERCI • JOSE ROBERTO COELHO JUNIOR • JOSE ROBERTO DE ALMEIDA MARIN • JOSE ROBERTO DE CASTRO ANDRADE • JOSE ROBERTO DE SOUZA MARTINS • JOSE ROBERTO FAVARETTO • JOSE ROBERTO FERREIRA • JOSE ROBERTO GARCIA • JOSE ROBERTO GERALDINE JUNIOR • JOSE ROBERTO GOMES DOS SANTOS • JOSE ROBERTO HORTENCIO ROMERO • JOSE ROBERTO SCARPELLINI • JOSE ROBERTO TONELLI • JOSE RODRIGUES BOMFIM FILHO • JOSE SILVIO MARSON • JOSE SILVIO MAZZARIOLI • JOSE VALDIR FRIGO • JOSE VALTER CANESIN • JOSE VERGILIO GOMES COELHO • JOSE VICENTE ELIAS AMENDOLA • JOSE VITOR PEREIRA DA CUNHA • JOSE WALTER FIGUEIREDO SILVA • JUAREZ CORREIA BARROS JUNIOR • JUAREZTOVAM LAMIN DE CARVALHO • JUDITH MARIA LIMA ACRA DE OLIVEIRA • JULIA MENEGAZ FERRI • JULIA SABA E SILVA • JULIA VILLELA TAVARES DE BARROS • JULIANA BERBEL SAID • JULIANA CAROLO • JULIANA MONTEIRO DE BARROS CHODRAUI ELIAS • JULIANA TREVE DE CARVALHO • JULIANO LEITE CESARIO • JULIANO SANTOS GERALDO • JULIO CESAR BIANCHINI • JULIO CESAR DE GASPERI DAMIAN • JULIO CESAR PINTO FERNANDES • JULIO CESAR R FRANCISCHETT • JULIO CESAR SILVA CANELLO • JULIO CEZAR GIOVANNETTI • JULIO JOSE LEMOS SILVA • JULIO TADASHI TANAKA • JULIO YAMASHITA CABALERO • JUREMA DE CAMPOS CASSANELLI • JUSCELINO JANIO GUIMARAES • JUSCELINO MARUNO • JUSSARA MELLIN LUTZ • JUVENILDO AMORIM MOTA • KAMILLA MARQUES ROSSETTO • KAREN TEMPESTA • KARINA APARECIDA DE AGUIAR SOARES • KARINA VALE ABRAO CANDOLO • KARINE ANDRUCCIOLI • KATHIA MARIA VIEIRA • KETLYN VERÔNICA DE SOUZA • KIYOTO SHIMIZU • KLEBER ALEXANDER CORREIA • KLEBER ARAUJO VIEIRA • KLEBER FERNANDO SAUER BIDESE • KLEDSON DA CUNHA RODRIGUES • KLEITON ERIK CORREIA • LAERCIO ANTONIO DE ANDRADE • LAERCIO COLLELA • LAERTE FERREIRA • LAISA STEFANI SILVA • LANDRY MOREIRA LOESCH • LANDULFO FREITAS SOARES • LARISSA APARECIDA RAMPIN ARIEDE • LARISSA CAMPI • LARISSA CARVALHO DAMACENA CAVALIN • LARISSA DE SOUZA QUAGLIO • LARISSA GARCIA MANAF • LARISSA ROSSIFINI DA SILVA • LAUDELINO BARBOSA NETO • LAURA BECKER • LAURA MAYUMI TOMIO • LAURA VIANA IUNES ELIAS • LAURO MISKO SOLER • LEANDRO DA SILVA PEREIRA • LEANDRO DONIZETI PEREIRA DA SILVA • LEANDRO JOHANSEM BARBIERI • LEANDRO JOSE FARDIN • LEANDRO PINTO ESTIGUER • LEJANDRE VIEIRA MARTINS • LELIS NORONHA SCHNECK • LELLIA DE SALLES GIGLIO FERREIRA • LENINE CORRADINI • LEONARDO AUGUSTO SISDELI • LEONARDO COSTA MONTANS • LEONARDO CURVAL MASSARO • LEONARDO DORTA SILVEIRA • LEONARDO FARIA NUNES • LEONARDO FRANCA MATTARAIA • LEONARDO FREITAS MARIANI • LEONARDO LATTARO FERNANDES • LEONARDO PROSPERO DI MASE • LEONARDO RAMOS BARBIERI • LEONARDO RUBENS C. DE MOURA CAVALCANTI • LEONARDO SIMAO STARLING • LEONEL MAFUD NETO • LEONEL MASSARO • LEOPOLDO MASSARO • LETHICIA RISAFFI BATISTA • LETICIA MILENA DA SILVA • LICIA BRASIL CESARINO VECCHI • LIGIA PICCHIONI VILLA SARTI • LINCOLN MATTARAIA • LINEU MATTARAIA • LINO ALFREDO PEDRESCHI ENGRACIA DE OLIVEIRA • LOURENCO LEME DA COSTA JUNIOR • LOURENCO TRITTO MARCELINO • LUCAS ALMEIDA COSTA • LUCAS ANTONIO PEREIRA FILHO • LUCAS ANTONIO RIBAS CASAGRANDE • LUCAS BIAGGI CIPRIANO • LUCAS CERNE DOS SANTOS • LUCAS DE MORAES BERTATE • LUCAS EMANUEL SOEIRA • LUCAS LATTARO FERNANDES • LUCAS MACHADO DA COSTA • LUCAS MARCETTI STERQUINO DA SILVA • LUCAS RUGGERI RE Y GOYA • LUCAS SANTILLI ORANGES • LUCAS SANTOS VIAN • LUCAS SILVA HERNANDEZ • LUCAS STIVAL FERREIRA • LUCIANA AP DO AMARAL VICCARI • LUCIANA CHIORO ANGOTTI BATAGLIA • LUCIANA DE PAULA QUEIROZ BONATO • LUCIANA DE SOUSA PRADO • LUCIANA FARIA IGLESIAS DE BARROS • LUCIANA MUSCELLI ALECRIM • LUCIANO AUGUSTO GAIOTTO CLETO • LUCIANO CARREIRA • LUCIANO COSTA NOGUEIRA DE SA • LUCIANO DA SILVA FERNANDES • LUCIANO DALMAZIO CHRISTOVAM • LUCIANO DE PAULA BEZERRA • LUCIANO JOSE SILVEIRA DE CAMARGO • LUCIANO LONGHINI • LUCIANO OLIVEIRA BRINCK • LUCIANO PAVONI • LUCIANO ROMERO CAMPOS DE ARAUJO • LUCIANO SILVA ESTEVES • LUCILA MARTINELLI • LUCINEIA BUENO • LUDMILA CALDERERO AZENARI • LUDMILA SANTOS SPAGNUL • LUIGI ROMANO • LUIS ANTONIO BAGATIN • LUIS ANTONIO BARALDI • LUIS ANTONIO MACIEL • LUIS AUGUSTO MARCHIONI • LUIS AUGUSTO SAUD REIS • LUIS CARLOS GERON • LUIS CARLOS PAGLIARI • LUIS EDUARDO DE PAULA E SILVA • LUIS EDUARDO GARCIA • LUIS FABIANO DA COSTA • LUIS FERNANDO FABRINO DE OLIVEIRA • LUIS FERNANDO MARTINELLI • LUIS FERNANDO SEIXAS LEMES • LUIS GARCIA DE OLIVEIRA • LUIS GERALDO DE TOLEDO • LUIS GUSTAVO PEREIRA • LUIS HENRIQUE FERNANDES DELFANTE • LUIS ROBERTO PEREIRA • LUIS ROBERTO SORDI ZANARDI • LUIS ROBERTO TRIPOLONI • LUIZ ALBERTO GARCIA REBELLO • LUIZ ALBERTO NAVARRO DE ARAUJO • LUIZ AMERICO DANDARO JUNIOR • LUIZ ANGELO SPONCHIADO • LUIZ ANTONIO DE CASTRO PEREIRA • LUIZ ANTONIO FARIA DO NASCIMENTO • LUIZ ANTONIO FRANCISCO • LUIZ ANTONIO FUKUHARA • LUIZ ANTONIO GOTARDI JORDAO • LUIZ ANTONIO MAFUD • LUIZ ANTONIO MOREIRA • LUIZ ANTONIO PAVANELLI • LUIZ ANTONIO ROBERTO SCOFONI • LUIZ AUGUSTO CARVALHO MARTINS • LUIZ AUGUSTO CASTRO ALVES • LUIZ AUGUSTO DE ALMEIDA CAMPOS • LUIZ AUGUSTO DE CAMPOS BORELLI • LUIZ CARLOS BALSALOBRE DE BARROS • LUIZ CARLOS BELCHIOR • LUIZ CARLOS BETTONI NOGUEIRA • LUIZ CARLOS DA CRUZ CHING • LUIZ CARLOS DA SILVA • LUIZ CARLOS DE PAULA • LUIZ CARLOS EPIFANIA • LUIZ CARLOS FELICIO • LUIZ CARLOS LOPES • LUIZ CARLOS MARTINS • LUIZ CARLOS ORANGES JUNIOR • LUIZ CARLOS SANCHES • LUIZ CARLOS SEIXAS FILHO • LUIZ CESAR ANTUNES • LUIZ CLAUDIO PEREIRA SILVA • LUIZ DO COUTO ROSA • LUIZ DOS SANTOS • LUIZ EDUARDO SARTOR • LUIZ EDUARDO SIENA MEDEIROS • LUIZ FERNANDO ALESSI • LUIZ FERNANDO BORTOLAZZO DE SOUZA • LUIZ FERNANDO COZAC • LUIZ FERNANDO DA SILVA OLIVEIRA • LUIZ FERNANDO GOUVEA • LUIZ FERNANDO MENDES RIBEIRO • LUIZ FERNANDO OBST • LUIZ FERNANDO TOSCANO • LUIZ FIGUEIREDO • LUIZ FIGUEIREDO JUNIOR • LUIZ FLAVIO ROCHA SACCARDO • LUIZ GABRIEL ROCHA • LUIZ GONZAGA DE FREITAS FILHO • LUIZ GONZAGA FENOLIO • LUIZ GONZAGA MAFFEIS • LUIZ GONZAGA PRUDENCIO DA SILVA • LUIZ GUILHERME CARMANHAN • LUIZ GUSTAVO LEONEL DE CASTRO • LUIZ HENRIQUE DA SILVA CRUZ • LUIZ HENRIQUE GIACHETTO MILLANO • LUIZ HENRIQUE TAVARES • LUIZ ITABAIANA FILHO • LUIZ MARCELO DE SALLES ROSELINO • LUIZ MARIO LUNARDI • LUIZ NABA NETO • LUIZ OLIVIERI • LUIZ RICARDO CANEVARI BAROZA • LUIZ SCHEZZI • LUIZ UMBERTO MENEGUCCI • LUKAS ROSA • MAAN GEORGES KOUSSA • MAGALI CARONE RODRIGUES • MAISA JULIANE DAMASO • MANOEL CARLOS DE AZEVEDO ORTOLAN • MANOEL CARLOS SOARES S. DE AZEVEDO SOUZA • MANOEL EDUARDO TAVARES FERREIRA • MANOEL FRANCISCO ARAUJO SANTOS • MANOEL LUIZ NUNES FERREIRA • MANOEL PEDRO VIANA • MANOEL RICARDO EGYDIO DOS SANTOS • MANOELA MOREIRA • MANUEL ANTONIO CRISTOVAO MARTINS • MANUEL JOSE ESTEVAM DE OLIVEIRA • MARA D’AMBROSIO TABLAS • MARCAL FARNOCHI • MARCEL ANTOINE HASWANY • MARCELA MARINHO DE MELLO • MARCELLA NOVELLINI ANTONIAZI • MARCELO ARANTES DE OLIVEIRA • MARCELO AUGUSTO AMANCIO • MARCELO AUGUSTO DOS SANTOS COELHO • MARCELO BARBOSA NONINO • MARCELO CAETANO OLIVEIRA ALVES • MARCELO CAMPI • MARCELO CARLUCCI • MARCELO CARRARO • MARCELO CARRENHO LOPES PENHA • MARCELO DE OLIVEIRA • MARCELO DE SALLES CUNHA • MARCELO DOS SANTOS TAPARELLI • MARCELO FERNANDES • MARCELO FERRAZ MARCONDES DE SOUZA • MARCELO FERREIRA STARLING • MARCELO FREIRE MONTEIRO • MARCELO GAETANI • MARCELO GUILHERME DE MATTOS GRAMEGNA • MARCELO JACQUES DA SILVA RIBEIRO • MARCELO LOES ALCALA • MARCELO LUIS SANCHEZ DA SILVA • MARCELO MEDEIROS DE SOUZA • MARCELO NISHIDA • MARCELO PASQUALIN • MARCELO RABELLO SESSLER • MARCELO ROBERTO LANCA • MARCELO SILVEIRA RODRIGUES • MARCELO TAROZZO • MARCIA AP MIGUEL RIBEIRO • MARCIA DE PAULA SANTOS SANTIAGO • MARCIA PINHEIRO • MARCIA REGINA REGISTRO • MARCIA SERDEIRA VALLIM • MARCIANO TEIXEIRA CORREIA • MARCIO ANTONIO CORREA TABLAS • MARCIO COUTINHO DE MATTOS • MARCIO DE SOUZA ROCHA • MARCIO DIMAS CARDOZO • MARCIO EUGENIO MONTEIRO DE LA CORTE • MARCIO EVANDRO BORSATO LEMO • MARCIO FERREIRA DA ROSA • MARCIO HUMBERTO STURARO • MARCIO JOSE BELLIZZI JUNIOR • MARCIO MATTOS BORGES DE OLIVEIRA • MARCIO MENEZES MEIRELLES • MARCIO MONTEIRO DE OLIVEIRA • MARCIO PICCHIONI VILLA • MARCIO PONTIN DE MATTOS • MARCIO ROCHA CORREA DA SILVA • MARCIO SILVEIRA DA SILVA • MARCO ANTONIO ADARIO M HERNANDES • MARCO ANTONIO AITA • MARCO ANTONIO AZEVEDO PRADO • MARCO ANTONIO DE MESQUITA • MARCO ANTONIO ELIAS BARCELLOS • MARCO ANTONIO LOPES BUENO • MARCO ANTONIO PEDRESCHI MONTEIRO • MARCO ANTONIO PEDRESCHI MONTEIRO JUNIOR • MARCO ANTONIO PINHEIRO • MARCO ANTONIO PINTO • MARCO ANTONIO STEOLA BIN • MARCO ANTONIO TAMACKI TESTA • MARCO ANTONIO TAVARES DE OLIVEIRA • MARCO AURELIO BARBOSA CHAVES • MARCO AURELIO FEIJO PANICO • MARCO CESAR BETHIOL • MARCO FIORI • MARCO POLO DE F. VALE E SILVA KUHN • MARCO TULIO COSTA GUIMARAES • MARCOS ANTONIO JERONYMO NASTRI • MARCOS ANTONIO PERTICARARI • MARCOS AUGUSTO AMBRIQUE DE CAMPOS • MARCOS AUGUSTO SPINOLA DE CASTRO • MARCOS AURELIO GARCIA BLISA • MARCOS AURELIO MARCHETTI MARTINS • MARCOS BOANERGES DA SILVA CARMANHAN • MARCOS DA SILVA CARNEIRO • MARCOS FAVA NEVES • MARCOS FERNANDO DE OLIVEIRA PENTEADO • MARCOS GOMES DE SOUZA JUNIOR • MARCOS GUIMARES DE ANDRADE LANDELL • MARCOS JOSE FERRAZ RIBAS • MARCOS KOJI YAMADA • MARCOS MARCELO LOPES • MARCOS MASSOLI • MARCOS MAZER CICILLINI • MARCOS NIEVAS • MARCOS NISHI • MARCOS PEDRO DE OLIVEIRA • MARCOS ROBERTO CRISTOVAO MARTINS • MARCOS ROBERTO RIBEIRO DA SILVA • MARCOS SINTONI • MARCOS STEVANATO PEREIRA • MARCOS TAVARES CANINI • MARCOS VINICIUS PAPA JUNIOR • MARCUS FABIO PIMENTEL RIBAS • MARIA ADELIA TANO • MARIA AMALIA EMM FALEIROS • MARIA ANGELICA NOVELLA • MARIA APARECIDA DE ANDRADE LIMA • MARIA APARECIDA FERRARI BRONZATTI • MARIA AUGUSTA NASCIMENTO DE CARVALHO • MARIA CECILIA BALDOCHI MEDEIROS • MARIA CELIA CUNHA VIESTI • MARIA CLAUDIA DE OLIVEIRA CARVALHO • MARIA CONSUELO AMOROSO PARRA • MARIA CRISTINA ABBS F CASTRO • MARIA DE LOURDES BADEJO GUSSONI • MARIA DE LOURDES DA SILVA LAGUNA • MARIA ELISA BORGES REZENDE • MARIA FLAVIA TOLEDO DE CAMARGO • MARIA HELENA FIORAVANTE FERNANDES • MARIA INES CAVALCANTI • MARIA JOSE ALMEIDA MACEDO RAMA • MARIA JULIA CAMPOS PEDROSO GOMES • MARIA LAURA FERNANDES DE MELLO • MARIA LUCIA ANTUNES CARDOSO • MARIA LUCIA PEREIRA LIMA • MARIA LUCILA CELESTINO • MARIA LUIZA MONTEIRO SILVA • MARIA MERCEDES FUREGATO PEDREIRA DE FREITAS • MARIA PAULA AMORIM S. RODRIGUES DA CUNHA • MARIA PAULA FALEIROS MOURA AGUIAR • MARIA PAULA FERNANDES DE FREITAS • MARIA ROSA LOPES FERREIRA • MARIA SUZANA DE OLIVEIRA CAMPOS • MARIA TERESA CRISTINA MELO NASCIMENTO • MARIA TERESA PEREIRA LIMA • MARIA TERESINHA KOBAYASHI BARBOSA • MARIANA FERNANDES DE JESUS ALECRIM • MARIANA GARCIA RIBEIRO DUO • MARIANA GIMENES BURIM • MARIANGELA MAITO SOSTENA • MARIELA MARKIES EGYDIO • MARILIA CERVELLE RUBIO VENDRUSCULO • MARILIA MARCHIO • MARILU CENCI MOTTA DE CARVALHO • MARINA BARE OMETTO PITANGUY • MARINA BOSCO CARREIRA • MARINA DE PAULA EDUARDO FIGUEIREDO • MARINA FONTES LUIZETE • MARINA FUSS BOTTI • MARINA RACHEL FERREIRA INÁCIO • MARINA ZANATTO MUCCILLO • MARINELLA STAURENGO CALIL • MARIO ALBERTO ACRANI • MARIO ALBERTO FERRIANI • MARIO ANTONIO BRAZIL • MARIO ANTONIO GONCALVES • MARIO ANTONIO MASSEI • MARIO AUGUSTO GARCIA • MARIO AUGUSTO VOLPINI • MARIO DE CAMARGO NETO • MARIO DE MELO • MARIO FIRMINO WHITAKER ITAPEMA ALVES • MARIO FRANCISCO COCHONI • MARIO FRANCISCO MASTROPIETRO • MARIO GERALDO CORREA • MARIO KAZUO ABE • MARIO MARCOS DACANAL • MARIO MIYAHARA • MARIO MORETTI JUNIOR • MARIO PASCARELLI FILHO • MARIO SERGIO LONGO • MARIO TAIK JUNQUEIRA OKA • MARIO TSUKADA • MARIO WHATELY • MARLI CRISTINA SILVA VIDOTTI • MARLY CARVALHO GARCIA • MARTA BENEDINI VECCHI • MARTA ELOISA ALVES • MARTA LOPES TOYOSHIMA • MARTA MARIA ROSSI • MARTHA RENNE IRENE ABADIA GAMBOA • MARTINHO LUIZ FOGAGNOLO • MASSAYUKI MURAKAWA • MATEUS AZADINHO MICALLI • MATEUS CANDIA LEONI • MATEUS GUIMARAES DA SILVA • MATEUS LARA ALVES • MATHEUS BARROS OLIVA • MATHEUS BOTURA PIMENTA • MATHEUS KRAUSS RIBEIRO DA SILVA • MATHEUS MARTINS CASTALDELLI • MATTHEUS BAVARESCO LOPES DIAS • MAURA JUNE VILLELA DE CARVALHO • MAURICIO ALVES DE CASTRO • MAURICIO CARDOSO PICINATO • MAURICIO CARRENHO FARIA • MAURICIO DE MELO FIGUEIREDO JR • MAURICIO DE PAULA E SILVA • MAURICIO ESTELLITA • MAURICIO FERNANDES JUNIOR • MAURICIO GORAYEB JUNIOR • MAURICIO JOAQUIM PEREIRA • MAURICIO LELLIS FRANCO • MAURICIO SANTOS PUPO • MAURICIO TEIXEIRA MURADAS • MAURILIO MESSIAS DE ARAUJO • MAURO ANTONIO DA COSTA • MAURO PEREIRA JUNIOR • MAURO PICINATO • MAURO PICINATO COTTAS • MAURO SAMPAIO BENEDINI • MIGUEL ROBERTO GABARRA • MILTON ALVES JUNQUEIRA • MILTON BERRES • MILTON GONCALVES DE ALMEIDA • MILTON VIEIRA DE SOUZA LEITE • MINORO SAIKI • MINORU SAKAMOTO • MIRELLA LANZUOLO DE PAULA • MIRELLA MARTELLI DINIZ JUNQUEIRA • MISAEL CELLOTO DE FARIA • MOACIR FAUZER CASTELLI • MOACIR MESSIAS DE ARAUJO • MOACYR DE ANDRADE LEMOS JUNIOR • MOACYR FERREIRA DA SILVA FILHO • MOACYR SILVA NETO • MONICA APARECIDA SIMOES BARBOSA • MUNIQUE MARRIE PAIVA • MURARI ADVAITA ACARYA TANNOUS MUNOZ • MURILO DE OLIVEIRA TIBERI • MURILO SORITA • NADIM NADER • NAGIB JORGE FILHO • NAIR SEVILHANO CAMACHO • NAJLA FARAH UAHIB • NALMIR MOREIRA JUNIOR • NARA QUEIROZ PINHEIRO • NARCISO MENDONCA ALVARES DA SILVA • NATHALIA RIBEIRO XAVIER • NATHAN FELIX RODRIGUES • NAYARA NUNES CAETANO • NEILTON JUNQUEIRA MATOS • NEIVA PAULA MENDONCA MASSON • NELIO BENEDITO BORDINI • NELSON ANTONIO BARRICO • NELSON DE SOUZA PORTO • NELSON LUIZ PEREIRA • NELSON MARTINS DA COSTA • NELSON MORI JUNIOR • NELSON NASCIMENTO JUNIOR • NELSON PERALTA CUNHA JUNIOR • NELSON WANDERLEY PERIOTO • NELSON ZAPPAROLLI • NEUSIMERI DE L.ROSSINI BERGAMASCHI • NEWTON PEDRESCHI CHAVES • NEY JOSE IBRAHIM • NEZIO SILVA CORRAL • NICHOLAS MACEDO PACELLO NICOLAU AUGUSTO MENDES TERRERI • NILSON ROGERIO BARONI • NILTON BARBOSA LIMA • NILTON BENTO DE OLIVEIRA • NILTON BONAGAMBA • NILTON DE OLIVEIRA CAMPOS • NILTON GUERREIRO CERVI • NILZA SANTOS PUPO • NIVALDO ARAUJO LIMA • NIVALDO LAGUNA CIOCCHI • NIVALDO MORELLI • NOBORO SAIKI • NOEMIA TEREZINHA MICHELIN TONHOLI DE ABADIA • NORBERTO JESUS ANGELOCO • NORIVALDO CESAR FERREIRA • NORIVALDO DE ALMEIDA CONSULI • OCTACILIO DE CASTRO FILHO • OCTACILIO PAGANINI JUNIOR • OCTAVIO DE ABREU TERRERI • ODAIR BERNARDES BORGES • ODAIR JOHNSON PEREIRA • ODALECIO COSTA MARTINS • ODMAR BRANCHINI • ODONIO DOS ANJOS FILHO • OLIVEIRO BARBOSA DE MELO • OLIVIO JOSE TOSI CIOLA • OPHELIO RUSSOMANO JUNIOR • ORIVALDO JOSE DE PAULA • ORLANDO BARBOSA DE FREITAS • ORLANDO CARLOS GUIMARAES COLLUCCI • ORLANDO CORREA DA SILVA OMETTO • ORLANDO FERREIRA BALBAO JUNIOR • ORLANDO JOSE DE SOUSA • ORLANDO PALOCCI NETO • ORLEAN DE LIMA RODRIGUES JR • ORLEI APARECIDO BERNUZZI • OSCAR DE OLIVEIRA SANTOS JUNIOR • OSCAR DONEGA FILHO • OSCAR LUIZ BERTI • OSCAR TERRERI • OSMAR GALLO FILHO • OSMAR SINELLI • OSNI VANDERLEI ANDRIAO • OSVALDO DE OLIVEIRA BERGAMO • OSVALDO SEJI TAKAARA • OSWALDO AUGUSTO MAMPRIM • OSWALDO DA CUNHA MACCHERONI • OSWALDO DA CUNHA MACCHERONI JUNIOR • OSWALDO DE PAULA EDUARDO FILHO • OSWALDO JOSE MARTINS • OSWALDO LUIZ TARGA • OSWALDO LUIZ TONELO • OSWALDO POGGI JUNIOR • OTAVIO DE FREITAS TAVARES • OTAVIO EDUARDO PRADO NOGUEIRA • OTTO TERRA FILHO • PAOLA BEATRIZ CORREA • PAOLA DA CUNHA CURY • PASCHOAL FRANCISCO DESSIMONI • PASCOAL ANTONIO BOVINO • PATRICIA CATALANI BRESSANI • PATRICIA MAKHOUL BORGES • PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA • PAULA CAROLINA BREDARIOL • PAULA CRISTINA DA SILVA • PAULA PENTEADO CROSTA • PAULO ADOLFO SCHIEVANO ZAPOLLA • PAULO ANTONIO HENRIQUES NEGRI • PAULO BARTHOLOMEU SILVA • PAULO BAUDUIN NAKANO • PAULO BRANT DA SILVA CARVALHO • PAULO CESAR AZZOLINI • PAULO CESAR GARCIA LOPES • PAULO CESAR LABATE • PAULO CESAR PRATA GAONA • PAULO CESAR SALLES • PAULO CESAR VAZ GUARNIERI • PAULO DE TARSO ALVIM • PAULO DE TARSO DE OLIVEIRA • PAULO DE TARSO TAVARES SEIXAS • PAULO EDSON BARTSCH COSTA • PAULO EDUARDO CHAVES DE CARVALHO • PAULO EDUARDO FERLIN DE SOVERAL • PAULO EDUARDO P QUARTIN DE MORAES • PAULO FERNANDO BEVILAQUA • PAULO FERNANDO MARQUITTI • PAULO FINOTTI • PAULO FIOD DE BARROS • PAULO FRANCISCO FERREIRA DELGADO • PAULO GUILHERME VIESTI • PAULO HENRIQUE CESARIO FRATESCHI • PAULO HENRIQUE SINELLI • PAULO JORGE APPROBATO • PAULO MARCIO AZEVEDO • PAULO MARCIO PACHECO ARAUJO • PAULO MONTEIRO LIMA • PAULO NAGIB • PAULO POLESEL • PAULO POUSA MIHALEFF • PAULO PURRENES PEIXOTO • PAULO RANDO CAMPANHA AFFONSO • PAULO ROBERTO BONFANTE DE ALMEIDA • PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA • PAULO ROBERTO DESIDERIO • PAULO ROBERTO FERREIRA • PAULO ROBERTO FERREIRA DE ALBUQUERQUE • PAULO ROBERTO GABARRA • PAULO ROBERTO HAMLEY BAYMA • PAULO ROBERTO LOCCE JUNIOR • PAULO ROBERTO MILLIOTI • PAULO ROBERTO NEGRI • PAULO ROBERTO NISHI • PAULO ROBERTO PEREIRA CEZAR • PAULO ROBERTO SALVADOR • PAULO ROBERTO XAVIER TORTORELLA • PAULO SCHWARTZMANN • PAULO SERGIO BARCI • PAULO SERGIO BUZZI RODRIGUES • PAULO SERGIO CAMASMIE MIGUEL • PAULO SERGIO CINTRA • PAULO SERGIO DEMETRIO DE OLIVEIRA • PAULO SERGIO DIAS FERREIRA • PAULO SERGIO LAGUNA • PAULO SERGIO MARQUES MOREIRA • PAULO SERGIO MENEGUETI • PAULO SILVA FILHO • PAULO TADEU RIVALTA DE BARROS • PAULO ZANCANER CASTILHO • PEDRO AILTON GHIDELI • PEDRO ALBERTO JORGE FARIA JR • PEDRO AMERICO DE CARVALHO • PEDRO AUGUSTO GUIMARAES BORDALO • PEDRO COTRIM DE ALMEIDA FILHO • PEDRO DE STEFANI NOGUEIRA • PEDRO DONIZETE ZACARIN • PEDRO EDUARDO VIEIRA DE ANDRADE • PEDRO FERNANDES LECA • PEDRO FILIPE CAVALHEIRO • PEDRO GRANO LECA • PEDRO HENRIQUE BARBERATO SIGNORINI • PEDRO HENRIQUE CARVALHO FERREIRA • PEDRO HENRIQUE DE TOLEDO • PEDRO LO GIUDICE • PEDRO LUIZ BARBIERI • PEDRO LUIZ CANDIA LEONI • PEDRO LUIZ TRALDI • PEDRO MARTINS DE BARROS JR • PEDRO VIANA BENEDINI • PERSIO DA FONSECA SALVADOR • PIO ANTONIO DE FIGUEIREDO • PLAUTO GARCIA LEAL FILHO • PLINIO LUIZ MIRANDA BORGES • PORTHOS MENDES PINTO • PRISCILA AP LOPES RIBEIRO • PRISCILA DE FREITAS LACERDA VANZO • RAFAEL BALDINI TELES • RAFAEL CACHONI • RAFAEL DOS REIS MATEUS JUNIOR • RAFAEL GENTILE MENNA BARRETO • RAFAEL HERNANDES DOS REIS • RAFAEL ISIDORO TASINAFFO • RAFAEL LUCAS BRESSAN • RAFAEL OLIVEIRA SILVA • RAFAEL PACCA DE ALBUQUERQUE • RAFAEL SOUZA SACILOTTO • RAFAEL TOSTES ALVES • RAPHAEL DE ALMEIDA ROSSIN • RAPHAEL PEIXE DE ALMEIDA • RAQUEL VALE ABRAO • REGINA FERNANDES DE FREITAS DIAS • REGINA HELENA DE MARCHI FORESTI • REGINA MARIA ALVES CARNEIRO • REGINA SUMIE MATSUDA DE PAULA • REGINALDO CESAR DE ANDRADE • REGINALDO DONISETE DOS SANTOS • REGINALDO GUIMARAES MOREIRA DA SILVA • REGINALDO JOSE SOUZA JUNIOR • REGINALDO MARQUES • REGINALDO SABIA DARINI • REGIS GABRIEL PIRES • REGIS PONTES ALONSO • REINALDO ANDRUCCIOLI • REINALDO FERREIRA PINTO • REINALDO RODRIGUES NETO FILHO • REINALDO ROSA FILHO • REINALDO VALENTINI • RENAN MATEUS TABARI • RENAN MOURA GUIMARAES • RENATA DE SOUZA ASSEF JULIAO • RENATA JUNQUEIRA MEIRELLES • RENATA LACERDA DE PAULA E LIMA • RENATA LARA MAIMONI • RENATA MARIA BARQUETE BOTELHO • RENATA MASTRANTONIO DE SOUZA • RENATA ROSSIN GARONE MORELLI • RENATO CAETANO MONTI GUEDES • RENATO CRIVELENTI • RENATO MALIENO NOGUEIRA • RENATO MANGOLIN SBRAGIA • RENATO MASSARO SOBRINHO • RENATO MAZZER • RENATO PASSOS MARINHO • RENATO PENTEADO CROSTA • RENATO RAMOS CUNHA • RENATO SANCHES STUCHI • RENE MARTINS • RENO DELIO BARROS • RICARDO ALEXANDRE SILVA • RICARDO APARECIDO AMARO • RICARDO APARECIDO DEBIAGI • RICARDO AUGUSTO CANOVA DE CASTRO • RICARDO BUENO 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I • RICARDO GONCALVES N. 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