A História do Nascimento de Cristo

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20 VERDADES SOBRE A HISTÓRIA DO NASCIMENTO DE JESUS

Prof. Gildo Gomes


20 verdades sobre NASCIMENTO DE JESUS

a

HISTÓRIA

DO

Dezembro é um mês especial no calendário ocidental, pois é um tempo de confraternização, troca de presentes, árvores e enfeites natalinos nas casas e centros comerciais. É uma época da figura constante do velho Noel que alimenta o imaginário infantil na recompensa pelo bom comportamento durante o ano. É um tempo de peru e panetone na ceia com familiares e amigos. Um momento de cumprimentos e saudações entre as pessoas. “Feliz Natal e um Próspero Ano Novo”, é expressão bastante ouvida no encontro e despedida de pessoas até mesmo desconhecidas. Amizades desfeitas são reatadas, parentes distantes se aproximam e perdões são pedidos e atendidos na esperança de um novo tempo que se aproxima para todos. Mas, diante disso pergunta-se: O que foi realmente o nascimento de Cristo? O porquê do 25 de dezembro? O que tantas cores, luzes e enfeites tem a ver com a encarnação de Jesus? E quais as principais verdades que as pessoas deveriam aprender com esse acontecimento ocorrido há mais de 2 mil anos naquela manjedoura em Belém? São essas e outras perguntas que iremos responder nesse artigo cujo enfoque maior será nos conceitos do relato bíblico e histórico como fonte primária sobre Jesus. Infelizmente em nossos dias essas verdades passam despercebidas pela mídia e pelas pessoas, inclusive pelos cristãos.


Igreja da Natividade em Belém

É fato que nem todas as expressões religiosas dentro do cristianismo celebram o natal. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, são contra a celebração natalina. Ao tornarme protestante aos 14 anos cresci numa denominação evangélica, hoje centenária, que em sua trajetória não comemorava o natal, mas atualmente celebra-o até com enfeites natalinos dentro do templo. Ao contrário do catolicismo, no protestantismo existem divergências sobre a validade bíblica se o cristão deve ou não comemorar o nascimento de Cristo. Não vou deter-me nesse aspecto. Embora eu nunca celebrei o natal não vejo razão para discórdias entre cristãos por causa disso. O historiador cearense, Jeovah Mendes, chega a dizer que o verdadeiro cristão não comemora o natal. Bem, alguém pode ser um cristão verdadeiro e ainda assim celebrar o natal. Até porque para ser um cristão verdadeiro existem outras razões bíblicas muito além da comemoração natalina. Nosso objetivo aqui é expor as 20 verdades sobre a história do nascimento de Cristo que geralmente não se comentam e nem atentam para sua devida importância, seja no mês de dezembro ou ainda no restante do ano. Assim como na páscoa omite-se a realidade e apresenta-se a ficção do coelhinho e do ovo, no natal prefere-se enfatizar a lenda do papai Noel e suas renas em lugar da realidade do nascimento do filho de Deus. É um exemplo de como uma cultura anticristã utiliza-se de elementos cristãos para negar sua historicidade e reduzi-los a mitos populares.


1ª VERDADE: A PRIMEIRA VEZ QUE SE MENCIONA A VINDA DO SALVADOR AO MUNDO A ÊNFASE DA ESCRITURA ESTÁ NA MORTE E NÃO NO NASCIMENTO; ESTÁ NA EXPIAÇÃO DA CULPA E NÃO NA CELEBRAÇÃO NATALÍCIA. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3:15) O texto de Gênesis é comumente chamado de protoevangelho, ou seja, o primeiro anúncio das boas novas de salvação e esperança ao homem caído. O pronunciamento da sentença divina é feito após a queda de Adão e Eva. O termo queda na teologia, apesar de parecer algo acidental, refere-se a rebelião voluntária do primeiro casal em desobedecer os princípios do Criador no jardim do Éden. A inimizade é entre a serpente e sua semente (o mal representado pela serpente e seus seguidores) e a mulher e sua semente (o bem na promessa de Deus descendendo da mulher). Aqui o mal seria ferido pelo descendente da mulher na cabeça, uma ferida mortal e de derrota final, enquanto isso o feridor também seria ferido no calcanhar, uma terrível dor e sofrimento de sua humanidade. É impossível não associar esse texto com a crucificação de Jesus. Essa é a primeira referência bíblica sobre a vinda de Jesus em carne e a ênfase está justamente na sua morte expiatória no lugar de pecadores. A encarnação está clara pois ele é chamado de “semente da mulher”, portanto um nascimento sem participação do sexo masculino. Seria semente apenas de mulher e não de homem, mesmo que a mulher tenha pecado primeiro. Pela mulher entra o pecado no mundo e da mulher Deus tira o salvador do mundo. Na promessa da mulher e sua semente ao casal Adão e Eva lá estava Maria e nas dores de parto de Maria lá estava a sentença dada a Eva. A ferida no calcanhar é simplesmente uma expressão para uma morte dolorosa, assim como um animal foi morto para providenciar as peles para cobrir Adão e Eva. Era o princípio de substituição. Após o pecado, Adão e Eva envergonharam-se um do outro cobrindo-se com folhas de figueira e esconderam-se de Deus ao ouvir sua voz no jardim. Depois dos juízos e a esperança de Gn 3.15 as folhas de figueiras são substituídas pelas peles de um animal. Era uma maneira de dizer claramente que o homem não tem condições de cobrir sua maldade pelos seus próprios meios. E Deus em sua bondade e justiça requer uma morte substitutiva para justificar o homem do mal que praticou. Ainda hoje homens usam meras “folhas de figueira” na tentativa vã de salvar-se a si mesmos. Mas como o ser humano finito pode justificar-se ante um Deus infinito? É necessário, portanto que a providência venha do próprio Deus e não do homem. Santo Agostinho já dizia: “Deus exige o que quiseres, mas proveja o que tu exiges”. E foi assim que aconteceu no Éden. Deus não apenas exigiu obediência, ele proveu tudo o que exigiu. E dessa forma a “semente” prometida no Éden, nascida em Belém, feriu frontalmente o mal e isso custou-lhe sua vida em dolorosas feridas na cruz.


2ª VERDADE: A CHEGADA DE CRISTO SE DEU NUM ESTÁGIO APROPRIADO DA HISTÓRIA HUMANA PARA QUE TODOS OS HOMENS CONHECESSEM A BONDADE DE DEUS. “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” Gálatas 4.4 A expressão “plenitude dos tempos” em Gálatas 4.4 significa que Jesus nasceu no momento determinado por Deus e quando tudo estava historicamente preparado, pois o texto diz que “vindo a plenitude dos tempos Deus enviou seu Filho, nascido de mulher...” É interessante percebermos como estava as condições históricas do mundo no primeiro século para receber o Messias. Primeiro, Jesus nasceu após o cativeiro dos judeus em Babilônia por Nabucodonosor, ou seja, os judeus espalhados pelo mundo propagaram a esperança da chegada do Messias. No livro de Atos se diz que em cada cidade havia uma sinagoga(escola judaica) “Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue e, cada sábado, é lido nas sinagogas.” (Atos 15:21). Os magos vieram de longe para adorar Jesus em seu nascimento, certamente porque a mensagem sobre a vinda do filho de Deus, do rei de Israel, estava espalhada nos mais distantes rincões do mundo de então. Segundo, quando Jesus nasceu Alexandre, o Grande, filho de Filipe II, rei da Macedônia, estreitara os costumes e língua grega aos demais povos com sua política helenizante contribuindo assim para a expansão do cristianismo. Nessa espécie de globalização da época a língua grega tornou-se um idioma internacional, quebrando barreiras linguísticas e tornando a mensagem do cristianismo acessível para todos os povos. Basta lembrar que os livros do NT foram escritos no grego simples ao alcance das pessoas comuns. Terceiro, Jesus nasceu no período da chamada Pax Romana, uma paz imposta pela força onde toda a região mediterrânea havia sido conquistada por Roma. Era um tempo de relativa paz, e isso facilitou bastante para o ministério público de Jesus. E no meio dessas conquistas os romanos investiram muito em estradas, dando acessos aos cantos mais longínquos, ao ponto de surgir o velho adágio: todos os caminhos levam a Roma. E essas estradas foram muito importante para a difusão do evangelho. Então Jesus chegou quando o palco da história estava preparado para receber o maior mensageiro e mensagem do mundo. Até um decreto de César Augusto para cumprimento de profecia sem o conhecimento do imperador, forçou o casal José e Maria a se dirigem até sua cidade natal - Belém, um pequeno povoado, cujo significado é “casa do pão”, onde nasceu aquele que mais tarde iria dizer: “Eu sou o pão da vida”.


3ª VERDADE: A VINDA DE CRISTO NÃO É APENAS UM NASCIMENTO, É ANTES DE TUDO, UMA ENCARNAÇÃO E DESSA FORMA A COMEMORAÇÃO DO SEU ANIVERSÁRIO NÃO TEM SEMELHANÇA NA HISTÓRIA DO MUNDO No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus ( Jo 1.1). E o Verbo se fez carne... ( Jo 1.14) Os termos encarnação e reencarnação são parecidos mas totalmente diferentes em significado. A reencarnação é uma crença em que a alma, após a morte passa para outro corpo. E dependendo da ramificação espírita pode ser em alguma pessoa ou animal. Já a encarnação que é o conceito que nos interessa aqui é a doutrina cristã da união das duas naturezas humana e divina de Jesus Cristo o que em teologia chamamos de União Hipostática. Em palavras simples é resumida pela seguinte frase: “Jesus, permanecendo o que era, tornou-se o que não era.” Significa que ao nascer Jesus não deixou de ser Deus, ou seja não houve diminuição de sua divindade, mas por outro lado aconteceu um acréscimo de humanidade e por isso tornou-se o que até então ele não era – humano. O apostolo João fala primeiro do “Verbo que era Deus” e depois do “Verbo que se fez carne”. No primeiro caso o apóstolo fala de sua eternidade e no segundo de sua entrada na história humana como “verbo encarnado”, já que seu nascimento foi virginal, gerado pelo Espírito Santo sem participação masculina e sem pecado herdado. Mas a diferença entre Ele e nós vai além disso. Todos nascemos e contamos nossos dias de existência a partir do dia do nosso nascimento e por isso é a data de nosso aniversário. Mas isso porque somos um ser e temos uma natureza enquanto Cristo é um ser com duas naturezas. Entramos no mundo como seres existentes sem nenhuma pré-existência, mas no caso de Cristo ele já existia plena e completamente desde a eternidade e por isso não existe paralelos na história do mundo em comemorar o aniversário de quem sempre existiu. Alguém poderá alegar que o aniversário refere-se a natureza humana e não a divina, mas ao falarmos de Jesus, embora distingamos os atributos de cada natureza, referimo-nos a ele como pessoa. Exemplo, sabe-se que Jesus morreu e isso é uma experiência de sua natureza humana e não divina, mas nem por isso digo que a natureza humana de Cristo morreu, digo sim que a pessoa de Cristo morreu. E o mesmo pode-se dizer de seu nascimento e sem essa visão a ideia de aniversário de Cristo passa a mensagem errada de nascimento sem a correta compreensão da doutrina da encarnação.


4ª VERDADE: A NAÇÃO QUE DEU O SALVADOR PARA O MUNDO É A MAIS ODIADA DA HISTÓRIA E É ELA MESMA UMA PROVA CONCRETA DA EXISTÊNCIA DE DEUS “...porque a salvação vem dos judeus” ( Jo 4.22) Com a preservação de Noé e sua família das águas diluvianas, os filhos de Noé Sem, Jafé e Cam geraram descendência. De Sem, nasceu Asfaxade e dessa descendência nasceu Terá, filho de Naor e Naor gerou Abrão entre outros filhos. E sendo Abrão da terra de Ur dos Caldeus, Deus chamou-lhe para uma terra que iria mostrar-lhe(Gn 12.1-9). Sendo a esposa de Abrão(posteriormente Abraão), Sarai(depois Sara), estéril, Abraão recebeu a promessa de um filho e na sua velhice, nasceu-lhe Isaque e de Isaque com Rebeca, nasceram dois filhos: Esaú e Jacó. E de Jacó descendem doze filhos de suas quatro mulheres e destes filhos constituiu-se as doze tribos de Israel que foram depois escravizados por 430 anos no Egito. Ao saírem do Egito pela liderança de Moisés, o povo israelita vagueou por quarenta anos pelo deserto até que finalmente chegou na terra prometida, Canaã. Com o tempo Israel deixou de ser uma teocracia e tornou-se um reino monárquico, sendo Saul o seu primeiro rei, sucedido por Davi, pai de Salomão. No tempo de Salomão o reino de Israel dividiu-se ficando Israel (reino do norte, com Jeroboão, perdurou até 722 a.C. quando foram dominados pelos Assírios); e o reino do sul, Judá, dominado depois pelos babilônicos, na invasão de Jerusalém por Nabucodonosor em 586 a.C. Foi dessa tribo que descendia Davi, filho de Jessé e é dessa linhagem que nasceu Jesus. Na história da humanidade não existe um povo que mais amargou sofrimento que os judeus. Monarcas cruéis tentaram de todas as formas esmagar Israel. Homens da mesma estirpe de um Adolfo Hitler ou Saddan Hussein tentaram eliminar os judeus. Historicamente somente um milagre explica a existência de Israel. Outros povos da antiguidade não sofreram nem metade do que os judeus experimentaram não existem mais, por exemplo, os fenícios, assírios, babilônicos e outros. São os chamados povos extintos. Imagine o seguinte: Israel tem mais de 5 mil anos, e desse tempo cerca de 3 mil anos os judeus estiveram sob opressão. O resumo a seguir elucida melhor 430 anos no Egito 117 anos na Assíria 70 anos em Babilônia 203 anos na Pérsia

270 anos sob os Gregos 699 anos sob os Romanos 463 anos sob os Árabes 814 anos sob os Turcos 34 anos sob os Ingleses = 3.100 anos de sofrimento


Mark Twain, notável escritor americano, ficou espantado e escreveu um texto magnífico em 1897 sobre a existência dos judeus na história. Suas palavras na época já refletiam muito bem o milagre que acabamos de frisar. “Se as estatísticas estiverem corretas, os judeus constituem menos de um quarto de 1% da raça humana. Isso sugere um minúsculo e obscuro pontinho perdido em meio à Via Láctea. Na verdade, nem se deveria ouvir falar acerca dos judeus; mas eles são citados, sempre se falou deles. O povo judeu tem tanto destaque no planeta quanto qualquer outro povo, e sua importância é exageradamente desproporcional à pequenez de seu tamanho. Suas contribuições à lista mundial de grandes nomes na literatura, ciência, arte, música, finanças, medicina e erudição profunda são igualmente desproporcionais ao seu número reduzido... Os egípcios, os babilônios e os persas surgiram, encheram o planeta de barulho e esplendor, e então murcharam e desapareceram. Os gregos e os romanos vieram logo após, provocaram um alarido imenso, e se foram... Os judeus presenciaram a todos eles e são hoje o que sempre foram... Todas as coisas são mortais, menos os judeus. Todas as outras forças passam, mas os judeus permanecem. Qual o segredo de sua imortalidade”?. A pergunta final de Twain pode ser respondido com Salmo 105.6,7: Vós, descendentes de Abraão...vós, filhos de Jacó, seus escolhidos. Ele é o Senhor nosso Deus.”


5ª VERDADE: O PROBLEMA DA CELEBRAÇÃO DO 25 DE DEZEMBRO NÃO É APENAS SUA ORIGEM PAGÃ, MAS SUA MÁ COMPREENSÃO BÍBLICA NUMA DATA IMPROVÁVEL COM UMA RELAÇÃO MERAMENTE CULTURAL E COMERCIAL. “...aprendais a não ir além do que está escrito...” 1Co 4.6 Assim como os cristãos pregam a segunda vinda de Cristo sem conhecer quando isso ocorrerá, igualmente os judeus acreditavam na vinda do Messias com grande anelo, mas não sabiam a data de seu nascimento. Apesar de alguns detalhes proferidos pelos profetas sobre o Messias como: ele nasceria de uma nação específica – Israel (Gn 22.18; compare Gl 3.16); seria de uma tribo específica de Israel – Judá (Gn 49.10); e de uma família específica de Judá – a família do rei Davi (Jr 23.5); e nasceria de uma virgem conforme Isaías 7.14, mesmo assim nenhuma profecia datava o seu o nascimento. Até o local onde o Messias nasceria era conhecido através do profeta Miquéias (Mq 5.2), mas nunca a data do nascimento. E assim como não houve data para sua encarnação não há data para seu retorno em glória. E diante disso pode-se perguntar como chegou-se ao 25 de dezembro como data comemorativa do natal de Cristo. A data foi escolhida no século III depois de Cristo e é altamente improvável devido a alguns fatos circunstanciais envolvendo o nascimento de Cristo como questões climáticas e políticas. Os pastores de Belém estavam com seus rebanhos nos campos, mas em dezembro eles ficam com os animais nos currais para protegêlos do frio intenso e do inverno rigoroso. O inverno em Israel é tão forte que Jesus chegou a pedir aos seus discípulos que orassem para que a invasão de Jerusalém não acontecesse no período invernoso (Mt 24.28; ver Ct 2.11; Ed 10.9). Nesse tempo seria difícil também o imperador César Augusto ordenar o recenseamento dos povos onde cada pessoa iria para sua terra natal se alistar. Ao chegar em Belém havia tanta gente que José e Maria não encontraram vaga na hospedaria. Um decreto em pleno inverno impossibilitava as pessoas de chegarem ao seu destino e o império romano teria prejuízos nos cofres dos impostos. Então qual a dada do nascimento de Cristo? Ninguém conhece ao certo. Sabe-se que ele morreu em 7 de abril do ano 33, mas desconhecemos totalmente a data de seu nascimento. Enquanto a maior parte do mundo ocidental comemora em 25 de dezembro, os ortodoxos comemoram em 6 de janeiro e os armênios em 19 de janeiro. Talvez o Dr. Franklin Klassen, co-organizador da Bíblia em Ordem Cronológica tenha chegado mais perto em datar o nascimento de Cristo no dia 1º de abril do ano 5 antes da Era Cristã.


Muitos se admiram por Klassen marcar a data do nascimento de Cristo para 1º de abril, popularmente conhecido como dia da mentira. Mas o surgimento do dia da mentira é enigmático e há até quem diga que foi da zombaria daqueles que comemoravam o nascimento de Cristo nessa data. As razões histórias de Klessen são boas e podem ser resumidas assim: 1) O evangelho de João 1.14 diz que “o verbo se fez carne e habitou entre nós...”. O Comentário Bíblico Moody afirma que o verbo habitou significa tabernaculou. É uma comparação entre Cristo e o tabernáculo, lugar onde repousava a glória de Deus durante a peregrinação de Israel no deserto. O que uma coisa tem a ver com a outra? O tabernáculo foi concluído no deserto no dia 1º de abril de 1461 a.C., nada mais lógico que Jesus que foi o real tabernáculo nascesse também no dia 1º de abril. 2) Na celebração da páscoa o cordeiro morto “era um macho de um ano”, ou seja, o cordeiro que nascia numa páscoa (mês de abril), morria na páscoa seguinte, também em abril. Jesus era o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29) e já que ele morreu em abril nada mais compreensível que também nascesse no mesmo mês conforme prefigurava os cordeiros mortos na páscoa; e 3) Na narrativa de Lucas Jesus acompanha seus pais na festa da páscoa e isso ao completar 12 anos. Parece que ele tinha completado os 12 anos recentemente. E essa ida ao templo aos 12 anos na Bíblia em Ordem Cronológica é datado em abril de 8 d.C. Mas apesar da plausibilidade não é data definitiva e mesmo assim tudo indica que o 25 de dezembro nunca mudará devido uma tradição milenar. E independente da data é fato que no livro de Atos dos Apóstolos não temos menção nenhuma de celebração natalina na comunidade cristã primitiva. Essas comemorações iniciaram-se no III século d. C., quando Hipólito, bispo de Roma escolheu a data de 2 janeiro para celebrar o nascimento de Jesus. Outras datas como 6 de janeiro; 25 ou 28 de março; 18 ou 19 de abril e ainda 20 de maio foram praticadas. Porém o 25 de dezembro estabeleceu-se como comemoração universal. Essa data é atribuída a influência da conversão do imperador Constantino ao cristianismo em substituição das festas do Natal do Sol Invicto, do mitraísmo persa e das festividades pela chegada do solstício de inverno como as Saturnalias dos romanos, uma festa dedicada a Saturno, deus da agricultura. E como as saturnalias estavam ligada a agricultura, claro a participação do sol e o desejo dos povos numa boa colheita era grande.


6ª VERDADE: O CRISTO JUDEU E SANTO TEM NA SUA GENEALOGIA JUDEUS E GENTIOS QUE COMETERAM PECADOS GROSSEIROS O QUE EVIDENCIA QUE TODOS SÃO PECADORES E PRECISAM DE UM SALVADOR. “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou Obede; e Obede a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi,a Salomão, da que fora mulher de Urias.” Mt 1.1,5,6 Genealogia é uma lista cronológica de filiação para conhecer a origem de um indivíduo. Somente os evangelhos de Mateus e Lucas trazem genealogias de Cristo e com diferenças que não temos espaço aqui para explicar suas discrepâncias. Os judeus eram muito criteriosos na sua genealogia, principalmente concernente ao sacerdócio levítico onde um candidato precisava provar sua descendência da tribo de Levi. Em todas as genealogias do Antigo Testamento percebe-se a ausência de mulheres, devido o patriarcalismo e claro a ausência de gentios já que os judeus procuravam casamentos somente no seio da comunidade judaica. Mas quando lemos a genealogia do evangelho de Mateus algumas particularidades arregalaram os olhos dos judeus e fariseus: a) Na genealogia Jesus é chamado de filho de Davi, ou seja descendente do rei Davi, portanto herdeiro ao trono de Israel; b) Há menção explícita de nomes femininos como Tamar, Raabe, Rute e o nome implícito de Bate-seba; c) Das mulheres temos uma judia Tamar; Raabe, uma estrangeira e “prostituta”; e Rute uma mulher moabita, um povo inimigo de Israel; e d) A expressão “mulher de Urias” lembra o adultério de Davi com Bate-seba, terrível erro do maior rei de Israel. Não eram apenas os gentios, tipo Raabe que cometiam pecados terríveis, o povo de Deus, inclusive o rei escolhido pelo Senhor cometeu pecados grosseiros também. Todos estavam debaixo do pecado, tanto judeus, povos da aliança que Deus estabeleceu com Abraão e os gentios, povos que não eram do pacto mas seriam abençoados por Deus através da descendência de Abraão. E como Deus não faz acepção de pessoas, todos, homens e mulheres pecadores, sejam judeus ou gentios, ambos aparecem na genealogia do Salvador.


7ª VERDADE: NUMA SOCIEDADE SEM O CRISTO DA PAZ, FALA-SE DA PAZ DE CRISTO NA CELEBRAÇÃO NATALINA COM ALTOS ÍNDICES DE VIOLÊNCIA ANTES, DURANTE E DEPOIS DO NATAL. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. Jo 14.27 A palavra PAZ é tão citada no período do natal que parece mais um mantra sagrado. Infelizmente esse ritualismo natalino não funciona e a zona de guerra continua com elevados índices de homicídios que às vezes superam até mesmo o período carnavalesco. Falar da paz de Cristo não é o mesmo que crer no Cristo da paz. Geralmente o texto bíblico do evangelho de Lucas 2.14 é citado como base da mensagem de paz nessa época do ano. Nada de errado nisso. Mas a referida passagem cita os anjos em louvor a Deus após o nascimento de Cristo num canto celestial: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens..”. O mesmo texto continua e afirma “a quem ele [Deus] quer bem.” E eis a grande diferença da paz que os anjos cantam e aquela que se fala nos pronunciamentos, desejos e cartões de natal. É uma paz a quem Deus quer na sua soberana escolha e nas condições que ele estabeleceu. A mensagem do nascimento de Cristo é que a paz não é o resultado do querer humano que nem tem condições para isso e, sim, o querer e o poder de Deus. E por isso mesmo Jesus deu aos discípulos uma paz diferente daquela que o mundo oferece. O apóstolo Paulo diz em efésios 2.14 que “ele[Jesus] é a nossa paz” porque derrubou a parede de separação entre nós e Deus. Ele desfez a inimizade. A morte de Cristo na cruz, nos reconciliou com Deus Pai e agora temos uma consciência tranquila e paz na alma. Ninguém pode falar em paz enquanto seus pecados o acusam diante de um Deus justo e santo. A razão do ser humano não ter paz consigo e nem com o seu semelhante é porque está em inimizade com Deus e somente Cristo como reconciliador devolve a paz tão almejada.


8ª VERDADE: OS PASTORES DE BELÉM COMO JUDEUS PRÓXIMOS E OS MAGOS DO ORIENTE COMO GENTIOS DISTANTES NA VISITA DO MENINO JESUS PROVA QUE TODOS SÃO PECADORES E QUE DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS. “Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.” At 10.34,35 Há um contraste interessante nas narrativas dos evangelhos. Enquanto Mateus ao escrever para os judeus apresenta os sábios gentios na visita do rei Jesus; Lucas escreve aos gregos e mostra os judeus indo até a manjedoura para ver o salvador. Para os judeus ter o seu Messias, prometido pelos profetas e visitado por gentios distantes era uma repreensão por estarem tão perto geograficamente e tão distantes dos sinais das promessas divinas. As circunstâncias da chegada dos magos evidencia a realidade espiritual fria dos israelitas. Quando Herodes quis saber sobre o local do nascimento do menino rei, os sacerdotes e escribas citaram Belém conforme profecia de Miqueias. Eles sabiam pelo estudo da escritura que Belém era o local do nascimento do Messias, mas não tinham nenhum desejo de encontrá-lo. Os sábios, vindos de tão longe e sem fazer parte da nação israelita, estavam ali porque como disseram “vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.” Após a informação da cidade natal eles continuaram a viagem e com grande alegria e júbilo encontraram na casa o menino Jesus com sua mãe Maria. E como era comum a entrega de presentes na visita aos reis, os sábios entregaram de seus tesouros ouro, mirra e incenso. Depois partiram e embora estivessem comprometidos com Herodes que lhe diriam onde estava o menino, resolveram obedecer antes a Deus que em sonhos os advertiu para não procurarem o monarca. Não se obedece aos homens, mesmo soberanos quando suas palavras contradizem o Soberano do Universo. Na vinda do filho de Deus, simples pastores judeus correram até Belém e gentios distantes viajaram até lá para encontrar o rei que nasceu. Os primeiros pelo anúncio do anjo e os segundos pelo sinal da estrela, ambos pecadores, judeus e gentios na esperança e certeza que a salvação havia chegado para Israel e para o mundo.


9ª VERDADE: AS DIFERENÇAS ENTRE OS PASTORES DE BELÉM E OS MAGOS DO ORIENTE NA VISITA AO MENINO JESUS MOSTRA O PLANO DIVINO DE SALVAÇÃO PARA OS POVOS DO MUNDO. “...os pastores diziam uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos...” Lc 2.15 “Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia... Eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém” Mt 2.1 PASTORES DE BELÉM

MAGOS DO ORIENTE

Nacionalidade

Judeus

Gentios

Contemplaram a Jesus

Na manjedoura, pouco depois do Em casa, nascimento nascimento

Souberam do nascimento

Pelos anjos, sobrenatural

Quantos eram

Vários pastores

A quem se dirigiram

Foram diretamente ao local do Foram primeiro até o palácio do rei nascimento Herodes

Evangelhos que narram

Lucas

Mateus

Ênfase do texto

O Salvador que nasceu em Belém

O Rei dos judeus que nasceu

um

tempos

depois

do

fenômeno Pelos astros, um fenômeno natural

Vários sábios, a tradição indica três conforme os presentes


10ª VERDADE: NUM SENTIDO BÁSICO O CRISTIANISMO É DIFERENTE DE TODA E QUALQUER RELIGIÃO, POIS ENQUANTO NAS RELIGIÕES OS HOMENS BUSCAM A DEUS; NO CRISTIANISMO DEUS BUSCA E REVELA-SE AO HOMEM PERDIDO. “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum lançarei fora.” Jo 6.37 O historiador Edward Gibbon afirmou que durante o fim do Império Romano, todas as religiões eram consideradas igualmente verdadeiras pelos cidadãos comuns, igualmente falsas pelos filósofos e igualmente úteis pelos políticos. Ainda hoje é comum considerar as diversas utilidades da religião, até Freud fez isso. Porém geralmente se diz que as religiões são diferentes caminhos para se chegar a Deus. Essa crença parte do princípio que todas as religiões buscam a divindade o que de certa forma é verdadeiro. O grande dilema e o calcanhar de Aquiles dessa questão não é a busca do homem por Deus e sim o contrário. Deus é de cima e nós cá de baixo. Ele é infinito e nós somos finitos. Então como podemos conhecer aquele que é e está infinitamente além de nós? Ou seja, como o finito (homem) pode conhecer o infinito (Deus)? E para complicar ainda mais, a distância entre o homem e Deus não é apenas espacial é principalmente moral. Ele é santo e nós pecadores. Herbert Spencer, um agnóstico, observou certa vez que nunca se viu um pássaro voar para fora do espaço. Com isso ele concluiu por analogia que é impossível o finito penetrar o infinito. A observação de Spencer estava certa, mas sua conclusão esquecia uma outra possibilidade: que o infinito pode penetrar o finito. O nascimento de Cristo é uma prova clara disso e mostrou a pessoa de um Deus infinito e santo revelando-se ao homem finito e pecador. Após a morte de Cristo na cruz o véu do templo rasgou-se de alto a baixo e não de baixo para o alto. É sempre de Deus para o homem.


Tanto antes quando após a entrada do mal na raça humana o livro de Gênesis narra Deus sempre na dianteira para comunicar-se com o primeiro casal, nunca o contrário. Caso Deus, o criador, não houvesse tomado a iniciativa de falar com Adão, criatura, este nunca haveria de conhecê-lo. Como disse Jonh Stott: “Quando a mente humana começa a se preocupar com Deus, torna-se perplexa. Tateia na escuridão. Tropeça. Está perdida. Não é de estranhar que assim ocorra, porque Deus, seja quem for ou o que for, é um ser infinito e imortal, enquanto nós somos mortais e finitos. Ele está totalmente fora de nosso alcance. Desse modo nossa mente, que é um instrumento maravilhosamente efetivo em outros setores, não nos pode ajudar de pronto. Não pode subir a infinita mente de Deus. Não há escada. Existe apenas um vasto e imensurável abismo. “Porventura alcançarás os caminhos de Deus?” (Jó 11:7). Impossível. Esta situação assim permaneceria, se Deus não houvesse tomado a iniciativa de repara-la”. Na mitologia egípcia quando os viajantes não conseguiam decifrar os enigmas da monstruosa Esfinge, eram logo mortos. Caso Deus, um ser infinito não se revelasse a nós seres humanos finitos, então estávamos destinados a mesma sorte e destino fatal. Se Deus não tivesse falado nós não poderíamos dizer nada. E o que é o nada? Como disse Aristóteles nada é o silencio das pedras. E nessa situação ao falarmos de Deus seríamos semelhantes as pedras, num silêncio absoluto sem nenhuma possibilidade de algum clamor. Até o nosso choro só faz algum sentido por causa daquele choro naquela velha manjedoura. Vamos até Deus porque primeiro Ele veio até nós ao nosso encontro e socorro – O EMANUEL, Deus conosco.


11ª VERDADE: SE DEUS UM DIA DESCESSE DO CÉU E SE TORNASSE HOMEM, SEU NASCIMENTO, VIDA, ATOS, ENSINAMENTOS, MORTE E RETORNO NÃO PODERIAM SER IGUAIS EM TODOS OS SENTIDOS AOS HUMANOS. Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana. “ Fp 2.6,7 Se existe alguém que satisfaz a mente humana quando refletimos sobre o caráter de Deus é a pessoa de Jesus. Como alguém já disse se Jesus não era Deus, ele merecia o prêmio de melhor ator do mundo. Todos as suas palavras e atos, até mesmo na infância mostram sua divindade. Isso está tão claro que existem apenas três posições sobre Jesus: ou ele era um mentiroso e da pior espécie; ou um lunático desvairado ou então ele era Deus. Dizer amorosa e respeitosamente que ele era apenas um bom mestre não faz sentido algum. Diante do que ele disse e fez não seria mestre e nem muito menos bom. Alguém que diz: “Eu sou a verdade”; “Eu sou a ressureição e a vida”; e “Ninguém vem ao pai senão por mim”, seria rejeitado rapidamente como bom mestre. E apesar de todos destacarem a humildade e simplicidade de Cristo, com esses dizeres ele não teria nada de humilde, seria sim o maior exemplo de arrogância e prepotência da história, pois apresentou-se como filho de Deus, perdoou pecados e disse que sem ele nada podemos fazer. Como um homem expressa-se desse jeito e continua inigualável em admiração? E a resposta é porque ele realmente era inigualável. Ora se nós pensarmos por um momento no que aconteceria e como se daria a entrada de Deus na história humana, certamente concluiríamos que: • Entraria na vida humana de maneira incomum – foi o que aconteceu no nascimento de Jesus; • Não experimentaria a maldade do homem pecador – Cristo era sem pecado e sem falha alguma; • Manifestaria o sobrenatural nos seus atos – Foram muitos os milagres praticados por ele; • Possuiria uma consciência de ser alguém diferente dos outros seres humano – Ele tinha esse sentimento mesmo já na infância; • Proclamaria a maior mensagem já pregada – O ensino de Cristo é ímpar na história; • Possuiria uma influência permanente e universal – O cristianismo resiste aos tempos e triunfa; • Satisfaria a fome e sede interior do ser humano – Quem encontra Cristo encontra suficiência; • Manifestaria poder sobre a morte – sua ressurreição é a prova dessa verdade; • Retornaria para a eternidade de maneira incomum – sua ascensão aos céus na presença dos discípulos.


12ª VERDADE: A OMISSSÃO DOS DETALHES SOBRE A INFÂNCIA E JUVENTUDE DE CRISTO NOS EVANGELHOS EXPLICAM-SE DEVIDO A CENTRALIDADE DE SUA MISSÃO E PROPÓSITO SALVÍFICO DEMONSTRADOS NA SUA OBIDIÊNCIA, MORTE E RESSURREIÇÃO. “...Ele será chamado nazareno.” Mt 2.23 A sabedoria de Jesus chama tanto a atenção do mundo que muitos resolveram preencher as lacunas da ausência dos detalhes sobre sua infância e juventude citando supostos manuscritos que mostram Jesus entre os lamas na Índia e no Tibete. O problema é que as diferenças entre hinduísmo/budismo e judaísmo são do tamanho da cordilheira do Himalaia e mais altas que o monte Everest. Duas substancias heterogêneas como água e óleo que não se misturam. Exceção a Tiro e Sidom, Jesus nunca saiu do território israelense a não ser ao Egito quando bebê nos braços de sua mãe em companhia de José para fugir da espada de Herodes. Depois disso, veio para Nazaré, cidade onde cresceu e viveu e onde todos o conheciam. Lucas relata um episódio sobre Jesus em que diz: “Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.” Nesse texto percebe-se que ele foi criado em Nazaré e era seu costume ir até a sinagoga. Jesus era conhecido por todos de sua região. Aos doze anos ele participou da páscoa com os seus pais em Jerusalém. Ele não saiu de sua terra quando era pequeno e depois retornou aos 30 anos para ensinar publicamente aos judeus ensinos divergentes e opostos as tradições milenares da comunidade judaica. Não, as citações que ele fazia de Moisés e dos profetas mostram suas raízes e suas crenças no monoteísmo judaico-cristão. A pouca ênfase que os evangelhos dão ao seu nascimento, infância e juventude explica-se pela centralidade de seus ensinos, atos, morte e ressurreição que são a causa daquilo que o homem mais precisava e ele veio revelar – a salvação. E tudo isso ele só começou a realizar aos 30 anos, período de maioridade entre os judeus.


13ª VERDADE: UM REI QUE NASCE NUMA MANJEDOURA DE ANIMAIS E MORRE NUMA CRUZ DE MALFEITORES CONTRARIA A TODA SABEDORIA E LÓGICA HUMANA. “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” 1Co 1.25 Tudo bem que um rei não precisa nascer num palácio para ser considerado herdeiro do trono, mas nascer numa manjedoura é fora de toda cogitação e seria uma humilhação para um rei ou imperador ter o nascimento de seu filho numa estrebaria de animais. Imagine o que passou na mente daqueles pastores quando o anjo falou: “encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.” Ora minutos antes o mensageiro celestial havia dito que na cidade de Davi, havia nascido o Salvador que era Cristo, o Senhor. Se era improvável que um filho de algum rei nascesse numa manjedoura, seria considerado impossível o filho de Deus nascer naquele local, mas foi o que inesperadamente aconteceu. Maria e José seriam alvos da ironia de um casal pobre com sonhos de grandeza acerca daquele bebê. É verdade que na chegada dos magos, o menino não estava mais na estrebaria e, sim, numa casa, mas souberam da historia e ainda assim adoraram e deram presentes dignos de realeza. O menino cresceu, viveu numa cidade pobre, era filho de carpinteiro, andou num jumentinho e finalmente ao ser condenado a morte foi vestido de vestes reais e coroado de espinhos para zombaria de seus inimigos. Na cruz sobre sua cabeça Pilatos escreveu: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS. Os sacerdotes não gostaram pois não reconheciam que ele era rei. Na manjedoura não o reconheceram como rei e agora muito menos veriam sua realeza na morte de Cruz. Manjedoura e cruz; nascimento e morte; e a negação de que Jesus era rei e salvador, e tudo isso porque o plano de Deus contrariou a sabedoria e lógica humanas.


14ª VERDADE: UM REI QUE CHEGA PARA MANIFESTAR O REINO E IMPLANTÁ-LO PRIMEIRO NO CORAÇÃO DOS SÚDITOS ANTES DE INTRODUZIR ESSES SÚDITOS PARA DENTRO DO REINO. A isso, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3.3 Os fariseus eram críticos ferrenhos de Jesus e sempre estavam em busca de um momento apropriado para acusá-lo. Suas perguntas eram sempre para colocar Jesus entre a parede e a espada. Ainda assim saiam envergonhados e tramando uma nova oportunidade. De repente um membro da seita, entendido na teologia do velho testamento procurou numa noite conversar a sós com Jesus. Seu nome era Nicodemos. De início ele reconheceu que os milagres de Cristo provinham de Deus. Jesus foi direto ao ponto e disse que todos, incluindo Nicodemos, necessitavam do novo nascimento para verem e entrarem no reino de Deus. Na teologia essa mudança interior é chamada de regeneração. Com o pecado de Adão e o juízo da natureza pecaminosa no ser humano, este ficou morto em pecado. É como se cada um de nós estivéssemos num túmulo igual a Lázaro e não pudéssemos fazer nada para sair de lá. Somente o autor da vida pode nos fazer volta a viver. E como o homem está tão cego, alienado e não passa de um cadáver ambulante, então Deus precisa agir no interior desse homem para tornálo à vida. Em outras palavras, primeiro Deus coloca o seu reino dentro do ser humano através do novo nascimento para que esse ser humano possa um dia gozar eternamente no reino de Deus. Pois como disse Jesus “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. Na teologia reformada a frase “a regeneração precede a fé”, significa justamente isso. As disposições interiores do pecador são radicalmente transformadas por Deus para que ele possa exercer fé e arrepender-se de suas maldades. A vinda de Jesus ao mundo tinha como propósito introduzir internamente o reino de Deus nos corações para que esses súditos sejam conduzidos depois para dentro do próprio reino.


15ª VERDADE: A DIVISÃO DE NOSSO CALENDÁRIO EM ANTES E DEPOIS DE CRISTO MOSTRA QUE ELE COMO CENTRO DA HISTÓRIA DEVERIA SER IGUALMENTE O CENTRO DE NOSSAS VIDAS. “Eu sou o Alfa e Ômega, o Primeiro e Último, o Princípio e o Fim.” Ap 22.13 Calendário vem do latim “calenda” – primeiro dia de cada mês entre os romanos. O uso do calendário para dividir o tempo vem desde a antiguidade e foi introduzido pelos egípcios. São vários os calendários e as formas de contar o tempo. Aqui referimo-nos ao calendário chamado cristão ou gregoriano cujo marco parte do nascimento de Cristo. No mundo ocidental o tempo está dividido em antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). A importância de Cristo para a história universal foi tanta que o tempo foi dividido em antes dele com as datas em cômputo regressivo ou decrescente, e depois dele com contagem progressiva ou crescente. Jesus então é o centro da história. Acredita-se que seu nascimento se deu em 5 antes da Era Cristã, daí dizer-se que Cristo nasceu 5 anos a.C., uma linguagem que pode causar confusão. A explicação para esse fato é que o imperador Justiniano I, entregou ao abade Dionísio Exiguus, a responsabilidade de organizar o calendário no ano de 526 d.C. Diz-se que ele fixou o ano 1 d.C. como o ano 753 da fundação de Roma, ou seja, o ano 753 AUC. E nesse caso o ano deveria ter sido o 749 AUC, o que equivale a um erro de 5 anos. Se isso for verdade, o que é discutível, todas as datas dos acontecimentos posteriores ao nascimento de Cristo estão atrasadas em cinco anos. Independente disso, a pessoa de Cristo e sua mensagem dividiu nossa história e deveria também marcar o tempo da nossa existência. Todos que tiveram um encontro com Jesus receberam uma nova vida. Muitos celebram o natal e falam de um ano novo, mas continuam na velha vida de pecados desejando o carnaval que se aproxima. “Quem está em Cristo é uma nova escritura”, é o que diz a Bíblia. E essa novidade de vida não depende de fim ou começo de mais um ano. É algo que acontece a cada momento do dia-a-dia. E a prova disso são suas crenças e práticas na família, no trabalho e em sociedade.


16ª VERDADE: DA MANJEDOURA A CRUZ – O CRISTO QUE NASCE E MORRE NA HUMILHAÇÃO DA MADEIRA E DO MADEIRO. “Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada numa manjedoura.” Lc 2.16 “O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, pendurando-o no madeiro”. At 5.30 O profeta Isaias no capítulo 53 vaticinou a vida, sofrimento e morte do Messias com cores tão vívidas que lembra a manjedoura e a cruz. Ele é comparado ao renovo de uma raiz que nasce em terra seca; desprezado e rejeitado pelos homens; ferido de Deus; oprimido e humilhado; e levado ao matadouro como cordeiro mudo. Para quem acredita que o texto de Isaias se aplica a Israel e não ao Messias, basta observar que há três fatos impossíveis de referiremse ao povo judeu. 1) O Messias era sem pecado e Israel não poderia aplicar isso pra si (53.9); 2) O Messias é um cordeiro que submete-se sem resistência ao contrário de Israel (53.7); e 3) Ele morre no lugar dos transgressores e Israel nunca procedeu assim. Jesus nasce num lugar de ovelhas e morre como uma ovelha em favor dos pecadores. Agnus Dei – O cordeiro de Deus. Ele nasce e ali experimenta a humilhação da madeira de estar deitado num lugar reservado a comida dos animais. E morre no madeiro e ali recebe a humilhação de ser crucificado como o pior dos malfeitores. Em seu nascimento humilhação e em sua morte mais humilhação ainda. Porém, o que nasceu na manjedoura, existia antes dela; e o que morreu na cruz ressuscitou depois e subiu aos céus para assentar-se a destra do Pai. O mais humilhado de todos foi exaltado acima de todos. Apocalipse 19.16 diz: “Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.”


17ª VERDADE: POR MAIS INACREDITÁVEIS QUE DETERMINADOS ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS PAREÇAM SER, AS LENDAS NUNCA SURGIRAM SUBITAMENTE NA HISTÓRIA . “Porque não vos damos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós fomos testemunhas oculares da sua majestade.” 2Pd 1.16 Existe uma diferença enorme entre uma fonte histórica e a literatura lendária. Caso você leia os primeiros capítulos dos evangelhos de Mateus e Lucas sobre o nascimento de Cristo verá um estilo e conteúdo bem diferente por exemplo da leitura do livro um de Bem–Hur, de Lew Wallace que romanceia o mesmo acontecimento. O crítico literário e professor de literatura de Oxford, C.S. Lewis que deixou o ateísmo notou muito bem isso em sua autobiografia ao dizer “Na época eu já era experimentado demais na crítica literária para achar que os Evangelhos fossem mitos. Eles não tinham o sabor mítico e, no entanto, a própria essência que eles revelavam ao seu modo não artístico e histórico – aqueles judeus estreitos e pouco atraentes, cegos demais diante da riqueza mítica do mundo pagão em torno deles – era precisamente a essência dos grandes mitos. Se alguma vez um mito se tornara fato, fora encarnado, teria sido exatamente assim. E nada mais em toda a literatura era exatamente assim. De certo modo, os mitos são como os Evangelhos. De outro, a história era como eles. Mas nada era absolutamente como eles.” As vezes os críticos liberais insistem em dizer que a vida de Jesus foi registrada por seus seguidores 60 a 90 anos depois, insinuando assim um tempo suficiente para corromper a integridade dos fatos e criar lendas em torno de sua pessoa. Mas isso não é verdade. E mesmo que fosse, o catedrático Craig Blomberg já respondeu a acusação de modo convincente: “As duas biografias mais antigas de Alexandre, o Grande, foram escritas por Ariano e Plutarco depois de mais de 400 anos da morte de Alexandre, ocorrida em 323 a.C., e mesmo assim os historiadores as consideram muito confiáveis. É claro que surgiu um material lendário com o decorrer do tempo, mas isso só aconteceu nos séculos posteriores aos dois autores. Por outras palavras, nos primeiros 500 anos, a história de Alexandre ficou quase intacta. O material lendário começou a aparecer nos 500 anos seguintes. Portanto, comparativamente, é insignificante saber se os evangelhos foram escritos 60 ou 30 anos depois da morte de Jesus. Na verdade a questão praticamente inexiste.” O problema dos críticos então não é a falta de evidência histórica e, sim, porque eles adotaram a regra “se é miraculoso, não é histórico”, e isso eles fizeram por causa de suas pressuposições filosóficas e não por princípios deduzidos da literatura histórica antiga.


No século dezenove, precisamente no ano de 1844, o teólogo alemão, Julius Muller fez um desafio sobre quem poderia encontrar na história mundial um único exemplo de desenvolvimento lendário rápido. Até hoje ninguém conseguiu apresentar. O tempo passou e agora o desafio já difícil tornouse impossível de respondê-lo. O historiador clássico da Universidade de Oxford, A.N. Sherwin-White examinou a proporção em que as lendas apareciam no mundo e concluiu que nem duas gerações completas fornece tempo suficiente para apagar as evidências dos fatos históricos. Em outras palavras os relatos sobre o nascimento, vida e morte de Jesus impossibilita afirmar que trata-se de lenda posteriormente desenvolvida. Sobre sua morte, ressureição e aparições o credo de 1 Coríntios 15 mostra que em menos de dois anos esses fatos já eram citados por testemunhas oculares. E dizer que a Bíblia é o único documento que menciona Jesus é não perceber que além dos evangelhos serem documentos independentes, durante os 150 anos depois de Cristo dez escritores não cristãos o mencionam e caso você ache pouco compare isso com Tibério César, imperador dos tempos de Cristo que é citado em fontes não-cristãs cerca de nove vezes no mesmo período de tempo. Rejeitar os fatos do cristianismo não é questão de falta de evidências é simplesmente uma atitude endurecida de coração. O problema não é que o homem não entenda a Bíblia, na verdade ele entende tão bem que rejeita claramente sua mensagem e seu autor.


18ª VERDADE: O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE CRISTO REVELA O CARÁTER DE DEUS E A CONDIÇÃO E NECESSIDADE HUMANA. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha avida eterna.” Jo 3.16

A palavra evangelho significa “boas novas”. Quando o anjo disse para os pastores que trazia boas novas de alegria acrescentou que era para todo o povo. A expressão “evangelho de Deus” não significa apenas algo que fala de Deus, mas de algo que é posse de Deus, que pertence a ele. Evangelho portanto não é apenas a exposição de fatos e crenças do cristianismo. Evangelho é o caráter de Deus. É a face do próprio Deus voltada para nós em amor e justiça. E esse vislumbre da pessoa de Deus mostra realmente quem somos e o que carecemos. No anúncio angélico que diz: “vos trago boas-novas...” mostra o pulsar do coração de Deus pela humanidade; e ao dizer “hoje vos nasceu o Salvador”, revela a condição do ser humano e sua real necessidade. Ora o Salvador nasceu porque o pecado nos matou e deixou-nos sem condições de reconciliarmo-nos com o criador por nossas próprias forças e meios. E assim o evangelho é tanto uma boa quanto uma má notícia. Como assim? Se por um lado o evangelho revela a bondade de Deus em nos socorrer ao enviar seu filho, mostra também a decadência moral e espiritual de nossas vidas. Não temos condições de se chegar até a Ele a não ser que Ele estenda a sua mão e nos tire do atoleiro que nos metemos. A boa notícia é a grandeza do amor de Deus; a má notícia é o tamanho do nosso ódio; a boa notícia é a glória de Deus; a má notícia é o orgulho e vaidade do homem; a boa notícia é que Deus nos dar vida em Cristo; a má notícia é que estamos mortos em pecados; a boa notícia é que Deus sendo justo em nos condenar nos abre os céus por seu filho; e a má notícia é que apesar de tão grande amor ainda viramos as costas e rejeitamos sua salvação.


19ª VERDADE: O CRISTO QUE NASCE JÁ PROVOCA A IRA DOS HOMENS E A MORTE DE CRIANÇAS NUM PRENÚNCIO DE COMO SERÁ RECEBIDA SUA MENSAGEM E SEUS MENSAGEIROS. Há no Novo Testamento três Herodes e um quarto com o nome de Agripa. O Herodes do nascimento de Cristo é conhecido na história como Herodes, o Grande. Foi ele que ao saber da ida dos magos para suas terras sem lhe dizer onde a criança estava, resolveu num ato cruel e covarde ordenar a matança de todas as crianças de Belém de dois anos para baixo a fim de matar o menino Jesus. Herodes, era um idumeu, descendente de Esaú e rei da Judéia. Foi um homem tão perverso que sua morte trouxe alegria no lugar de choro. Era um dos cinco filhos de Antipater e tornou-se rei da Judéia em 37 a.C. Teve dez mulheres ao longo de sua vida. Era um homem muito desconfiado e cruel ao ponto de matar seus dois filhos, Alexandre e Aristóbulo acusados de conspiração contra o pai. Apesar de não ter bom relacionamento com os judeus para agradá-los reconstruiu e embelezou o templo em Jerusalém. O nascimento de Cristo aconteceu no fim de seu reinado. Sua morte deu-se em 4 a.C. aos 70 anos de idade e no trigésimo quarto ano de seu reinado. Sua ordem insana de matar crianças por causa do nascimento de Cristo mostra seu ódio ao anúncio da chegada do rei de Israel. Tal ódio do rei e do reino acompanhou Cristo em todo seu ministério terrestre; e o mesmo aconteceu aos seus apóstolos e discípulos nos anos subsequentes. Até hoje a mensagem do reino de Deus desencadeia a ira dos governantes contra os mensageiros desse reino ao ponto de prendê-los, maltratálos e até matá-los. A mensagem do cristianismo trouxe espada e rejeição aos mensageiros da mesma forma que Cristo foi rejeitado e odiado desde seu nascimento. À sombra da cruz pairava sobre a manjedoura. A tentativa frustrada de Herodes será mais tarde executada por outro Herodes que antes mandara matar um homem que nascera seis meses antes de Jesus – João Batista.


20ª VERDADE: O JESUS QUE NASCE NÃO DEIXA DE SER DEUS, MAS TORNA-SE AGORA DEUS E HOMEM E DESSA FORMA ELE SATISFAZ PLENA E UNICAMENTE A MEDIAÇÃO ENTRE O DEUS SANTO E O HOMEM PECADOR. “Portanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” 1Tm 2.5 Nos perguntamos porque Jesus teve que assumir a natureza humana. Não bastaria Deus ter bradado dos céus e dizer que perdoaria os pecadores e pronto? Afinal seria mais fácil, sem manjedoura, sem humilhação, sem cruz e sem sofrimento. Ou então Jesus viria como um anjo e pregaria o bem e a salvação e depois voltaria para os céus. Haveria menos mistérios, sem encarnação, sem expiação, sem ressurreição e sem ascensão. Mas caso alguma dessas ou outra alternativa fossem realizadas, Deus não seria considerado nem amoroso, nem santo ou justo. A sua santa e justa lei fora quebrada consciente e livremente por suas criaturas. A penalidade e sentença deveriam ser aplicadas ao culpado senão sua justiça seria capenga e seu amor frouxo. Aparentemente os dois conceitos amor e justiça estavam em tensão por causa do pecado humano ante a santidade divina. O que fazer diante disso? Perdoá-los sem puni-los ou puni-los sem perdoá-los? Em sua perfeição Deus aplicou sua justiça e amor de maneira que a punição foi aplicada e o perdão concedido. E para esse fim alguém sem pecados viveria em obediência, cumpriria a lei, receberia o julgamento e morreria em lugar do culpado. E assim os méritos de Cristo seriam transferidos por fé aos eleitos. Um plano estabelecido na eternidade e executado na história. Mas para realizá-lo Jesus seria enviado como homem para resgatar os pecadores. A encarnação era a única forma dele identificar-se com a humanidade perdida. Isso não significava que ele experimentaria o pecado, pois o pecado não era intrínseco a natureza humana. Jesus era uma espécie de Adão antes de pecar vivendo num mundo cheio de pecado. Para se ter uma ideia, enquanto Adão num ambiente paradisíaco sem necessidades ou dificuldades materiais, familiares, psicológicas ou sociais cedeu a tentação e pecou num jardim; Jesus com 40 dias sem comer e com fome, rodeado por imensas dificuldades de toda natureza, não cedeu as investidas do inimigo e venceu num deserto. Somente um Cristo com duas naturezas, humana e divina pode realizar a mediação entre o divino e o humano; alguém que tem em si mesmo a finitude e a infinitude; a mortalidade e a imortalidade; carregou a culpa sem ser culpado; morreu a morte de outros; ressuscitou com as marcas da dor; subiu aos céus e fez uma perfeita mediação entre Deus e o homem porque ele é ambos ao mesmo tempo e hoje intercede pelos seus à destra do Pai.


A maior parte deste artigo foi escrito num fim de semana no sitio Silva, Aratuba-Ce, em 08/12/13 na varanda da residência dos pais de minha esposa. Terminei de redigilo e organizar as imagens no dia 14/12/13. Esse trabalho é dedicado à Nayane Maria, nossa filhinha que está com os dias contados para chegar. Papai e mamãe ansiosos.

FRANCISCO GILDO ALVES GOMES, nasceu em Aratuba no dia 07 de abril de 1976. Filho de Gilvan Martins Gomes e Maria de Fátima Alves Gomes, in memoriam. Casado com Maria Neuridete Alves Pinheiro Gomes. É protestante e pai de Caio Gabriel e João Wesley. Professor do município de Aratuba e ensina há mais de 14 anos as disciplinas de Historia e Geografia. É graduado pela UECE (2002) para atuar no Ensino Fundamental e especialista em História do Brasil pela UVA (2011). É autor do livro Aratuba Ontem e Hoje – História e Consciência de um Município Serrano, lançado pelo portal aratuba online em março de 2013 e escreve artigos para a coluna do Raio X desde 2012.

Referencias Bibliográficas • • • • • • • • • • • • • •

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