TRANSPORTE SOBRE TRILHOS

Trem Intercidades, de São Paulo a Campinas, será operado por consórcio brasileiro e chinês

Consórcio é encabeçado pela Comporte, holding brasileira ligada à família Constantino, fundadora da Gol e que está operando o Metrô de Belo Horizonte, em parceria com o gigante chinês CRRC, empresa estatal que é a maior fabricante de suprimentos ferroviários do mundo

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Roberta Soares

Publicado em 01/03/2024 às 16:21
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Foi como previsto, sem concorrência e com uma única proposta. Assim, o leilão do projeto de trem que pretende ligar São Paulo a Campinas foi vencido pelo consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos. O Consórcio é encabeçado pela Comporte, holding brasileira ligada à família Constantino, fundadora da Gol e que está operando o Metrô de Belo Horizonte desde o fim de 2022, em parceria com o gigante chinês CRRC, empresa estatal que é a maior fabricante de suprimentos ferroviários do mundo

E a vitória foi fácil. O grupo ofereceu um desconto de apenas 0,01% no pagamento de R$ 8 bilhões a ser feito pelo governo de São Paulo. A concessão será de 30 anos e executada no modelo de Parceria Público-Privada (PPP). O leilão aconteceu na quinta-feira (29/3), na sede da B3, na capital paulista.

No evento, Tarcísio minimizou a ausência de concorrentes no leilão e disse que o desconto, mesmo pequeno, representou o sucesso do trâmite. "Nem sempre é fácil conseguir organizar tudo e montar um consórcio. A gente começou essa jornada com três, quatro grupos interessados, mas ao longo do tempo foi afunilando. Ao final, o leilão é um sucesso. Contratamos o trem intercidades e ele vai virar realidade"

ENTENDA O TREM INTERCIDADES

PREFEITURA DE SÃO PAULO/DIVULGAÇÃO
Trem Intercidades transportará meio milhão de pessoas por dia - PREFEITURA DE SÃO PAULO/DIVULGAÇÃO

Prometido há várias décadas e por diferentes gestões estaduais, o chamado TIC (Trem Intercidades) tem previsão de investimento total de R$ 14,2 bilhões - 75% coberto pelo governo de São Paulo.

A concessão envolve três serviços. Além da criação do expresso de média velocidade, o edital inclui a implementação de um "trem parador" conectando Jundiaí a Campinas e a concessão da linha 7-rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

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O TIC terá 101 quilômetros de extensão e ligará a estação da Barra Funda (zona oeste de São Paulo) ao centro de Campinas, com parada apenas em Jundiaí. Está previsto no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

A velocidade máxima no trajeto será de 140 quilômetros por hora, o que fará do trem o mais rápido do Brasil. Com isso, o deslocamento entre as duas cidades deve ser percorrido em 1h04.

O edital também define um preço máximo para a passagem, de R$ 64, que será reajustado pela inflação anualmente. Ao longo do ano, a tarifa média terá que ser de R$ 50. O concessionário vai poder cobrar os R$ 64, mas haverá outras faixas de preço para que se atinja a média de R$ 50.

As obras devem durar cerca de sete anos, com as primeiras viagens das linhas paradoras acontecendo em 2029, e o trem expresso estreando em 2031.

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