RETROSPECTIVA 2023… E VIVA O QUADRINHO NACIONAL!

Olha só que doideira… O ano de 2023 foi tão produtivo (e corrido), que até esqueci de fazer postagens no site! Então, uma retrospectiva praticamente colou na outra! Fica até mais fácil de comparar os números e projetar como será o ano de 2024 a partir daqui, olhando de pertinho como foi 2022 na postagem anterior!

Aproveitando a ocasião, resolvi postar exatamente no dia 30 de janeiro, data em que comemoramos o Dia do Quadrinho Nacional! Justamente para comemorar com ainda mais alegria os números positivos e conquistas importantes da minha carreira no ano que passou!

Sem mais delongas, vamos aos destaques de 2023:

Em março foi lançado o segundo álbum em comemoração aos 80 anos de criação do personagem brasileiro mais querido da Disney, “Zé Carioca conta a História do Brasil”! Como mencionado na postagem anterior, tive a imensa alegria de ser um dos co-roteiristas da obra, ao lado de uma equipe imensa de grandes mestres Disney brasileiros. Olha só a nata da nata, o suprassumo, os monstros sagrados:

Capa:

Desenhos: Moacir Rodrigues Soares

Cores: Cris Alencar

Introdução

Roteiro: Paulo Maffia e Lederly Mendonça

Desenhos: Moacir Rodrigues Soares e Irineu Soares Rodrigues

Arte-final: Verci De Mello

Parte 01: E os Patos Descobriram o Brasil

História: Eduardo Bueno e Paulo Maffia

Roteiro: Paulo Maffia e Gérson Luiz Borlotti Teixeira

Desenhos: Moacir Rodrigues Soares e Irineu Soares Rodrigues

Arte-final: Verci De Mello

Parte 02: Onde nenhum Homem Jamais esteve

História: Eduardo Bueno e Paulo Maffia

Roteiro: Paulo Maffia e Lederly Mendonça

Desenhos: Roberto Fukue

Parte 03: O Caminho a Pé Para o Biru

História: Eduardo Bueno e Paulo Maffia

Roteiro: Paulo Maffia e Lederly Mendonça

Desenhos: Átila De Carvalho

Parte 04: A Corrida do Ouro Mineira

História: Eduardo Bueno e Paulo Maffia

Roteiro: Paulo Maffia e Lederly Mendonça

Desenhos: Marco A. Cortez

Parte 05: A Consciência do Príncipe

História: Eduardo Bueno e Paulo Maffia

Roteiro: Paulo Maffia e Lederly Mendonça

Desenhos: Moacir Rodrigues Soares e Irineu Soares Rodrigues

Arte-final: Verci De Mello

Pela MSP, tive duas grandes alegrias em 2023… Roteirizar dois arcos da revista Turma da Mônica Jovem, tão diferentes entre si, quanto desafiadores! O primeiro arco, lançado em janeiro na edição 17, foi “Tretas do Coração”, um novelão em quatro capítulos que abordou os relacionamentos dos personagens! Já “Vampirisa”, lançado na edição 26, de outubro, mostra em três capítulos a transformação da personagem Isa em uma criatura da noite!

Agora, vamos ao balanço da produção de 2023:

Em 2023, produzi impressionantes 660 páginas de roteiros para a Mauricio de Sousa Produções! 135 páginas a mais que em 2022! Se juntar MSP e Disney, que resultaram em uma soma total de 606 páginas em 2022, o ano de 2023 ainda fica na frente em 54 páginas somente da MSP!! Ou seja, um feito e tanto! Ainda mais se levar em conta que não me preocupo em ficar correndo atrás de bater (os meus) recordes! Simplesmente procuro fazer o meu trabalho bem-feitinho diariamente pensando somente no leitinho do meu filho (piada interna na MSP… rsrsrs)!

Aproveitando a oportunidade, resolvi fazer uma conta de quantas páginas de roteiros já produzi para a MSP de 2019 para cá:

2019 – 371 páginas

2020 – 341 páginas

2021 – 494 páginas

2022 – 525 páginas

2023 – 660 páginas

TOTAL: 2.361 páginas (e contando, rumo às 3 mil)!

Feliz Dia do Quadrinho Nacional!!!

RETROSPECTIVA 2022… E VAMOS QUE VAMOS!

Chegou o grande momento (pelo menos para mim!) de registrar o balanço do ano anterior, para poder projetar como será o novo ano a partir daqui!

O ano de 2022 foi de consolidação na minha produção criativa e novos desafios! Em setembro, tive a grande alegria (e responsabilidade) de estrear como roteirista do arco principal da revista Turma da Mônica Jovem! “Ascensão do Limiar” mostra como a Viviane lida com o luto pela perda da filha Ramona (falecida no arco anterior) e quais as consequências disso para todo o Bairro do Limoeiro. Com duração de quatro partes, o arco teve início na edição de número 13!

Para 2023, já começou a despontar nas bancas e lojas especializadas o novo arco “Tretas do Coração”, que comecei a roteirizar logo após o término de “Ascensão do Limiar”! Sinto-me muito honrado com a confiança da MSP em me proporcionar essa imensa alegria!

Em 2022, a Editora Culturama, através do queridão editor Paulo Maffia, me proporcionou a grande alegria de co-roteirizar um álbum especial em comemoração aos 80 anos do Zé Carioca. Participar de um projeto dessa importância já seria maravilhoso só em poder escrever o Zé Carioca! Agora imagine um álbum em que aparece praticamente todo o elenco de Patópolis contracenando com o Zé Carioca? Me senti realmente um roteirista da Disney! O álbum “Zé Carioca conta a História do Brasil” tem lançamento previsto para o mês de Março de 2023!

Vamos agora ao balanço e às metas:

MSP – Maurício de Sousa Produções

Escrevi 525 páginas de roteiros em 2022, uma média de 43 páginas por mês! Foram 31 páginas a mais que em 2021, quando escrevi 494 páginas! A meta para 2023 é aumentar a média para, pelo menos 45 à 50 páginas por mês!

Disney/Editora Culturama

Em 2022, escrevi 81 páginas de roteiros para a Disney, 03 a mais que em 2021, quando havia escrito 78 páginas! A produção nacional de quadrinhos Disney ainda é modesta, apesar de já estar sendo criados projetos bem ambiciosos. Por conta disso, fica difícil estabelecer uma meta para 2023! O que posso dizer, é que estou sempre à disposição para viajar para a Vila Xurupita e para Patópolis!

Somando MSP e Disney, escrevi no total 606 páginas de roteiros em 2022 (34 páginas a mais que o ano anterior)!

Lederly Comics

Em 2021, estabeleci como meta para 2022 dar prosseguimento ao meu livro de ilustração e começar a escrever o roteiro de uma graphic novel infantil! Não consegui fazer nenhum dos dois! Inclusive achei por bem arquivar (pelo menos por enquanto) o livro sobre ilustração, já que estou em outro momento profissional, totalmente inserido na área de quadrinhos e estava muito difícil retomar a pesquisa das áreas de ilustração editorial e publicitária, que eram o que eu estava mais envolvido no período em que eu dava aulas sobre essas áreas, entre 2013 e 2018!

A boa notícia para 2023 é que surgiu a possibilidade de eu produzir um novo livro! Assim que o projeto for aprovado, darei mais notícias!

Agora é arregaçar as mangas e continuar o bom trabalho! Vamos que vamos!

VI NO CINEMA: The Batman

O Batman dos gibis ficou muito chato de se ler! Culpa do Grant Morrison, que inventou o tal do “Batman com preparo” em sua Liga da Justiça! Isso até era divertido na época, mas o problema é que os demais roteiristas se apegaram a essa característica e a elevaram à enésima potência, fazendo com que as ameaças ao redor do homem morcego ficassem cada vez mais megalomaníacas, justamente para compensar esse “superpoder do preparo”. Mais ou mesmo o que aconteceu com o Superman da década de 1960, que era capaz de empurrar planetas com as mãos! O Batman “com preparo” sempre sabe mais do que todo mundo e sempre tem alguma bugiganga tecnológica para derrotar todo mundo! Às vezes dá a impressão de que todo o universo DC é burro! Somente o Batman é que é o fodão! E também dá a impressão do contrário! De que, na verdade, todo o universo DC finge ser burro para poder aturar um menino mimado que fica se escondendo nas sombras fingindo ser fodão! Ora, se o Superman quisesse mesmo derrotar o Batman, bastava lançar um raio de fogo em sua cabeça à distância! Não precisa sair no braço! O próprio Flash deixou isso bem claro no gibi “O Bóton”, que é tão rápido, que preparo algum daria conta, caso ele quisesse de fato derrotar o Batman!

Dito isso, como é bom assistir a um filme em que o Batman é falível! Lembrei imediatamente do Batman detetivesco do Danny O’Neil e Neal Adams, nem tanto por ser um personagem mais esguio que seus antecessores nas telonas, mas principalmente por termos um homem morcego investigador, inteligente, mas que também é capaz de levar bordoadas de bandido de rua! O Batman, em início de carreira em seu ano dois, até tem o seu “preparo”, mas não é exagerado! Exatamente como o personagem era mostrado na década de 1970!

Outro ponto de inspiração interessante do filme, é o clima noir tirado de “Ano Um”. Até a narração em “off” mostrada por Frank Miller está lá, justificada por um diário mantido por Bruce Wayne para registrar e analisar as abordagens de suas atuações! Sem contar, claro, a clara referência ao “Longo Dia das Bruxas”, não apenas pela história do filme começar em pleno feriado do Halloween, mas pela óbvia inspiração no serial killer “Feriado”, aqui incorporado ao personagem do Charada! Dessa minissérie, vemos também o ecossistema mafioso de Gotham City e uma certa relação entre a Selina Kyle e um dos chefões do crime!

Por falar em Selina Kyle, que espetáculo ver a Mulher-Gato adaptada a partir da versão do Miller! Em determinado momento, chegamos até a vê-la trajando aquele top “tomara que caia” com calça “legging” mostrados no início de Ano Um! E descendo o sarrafo em bandido! Uma lindeza só!

Quanto ao vilão, o Charada é mostrado como alguém em pé de igualdade à inteligência do morcego. Chegando, inclusive, a ser mais inteligente até que o próprio Batman. O que é ótimo para a trama, pois coloca o herói em xeque! O Charada descobriu um fato sobre Gotham City e não tinha outra forma de chamar a atenção para si, já que era apenas um zé ninguém! Então, inspirado pela figura do Batman, engendrou todo o esquema das charadas para, assim, conseguir a ajuda do homem morcego para desbaratar toda a podridão da cidade. Mas o tiro saiu pela culatra, à medida em que o Batman vê no Charada um reflexo distorcido de si mesmo, e começa a se questionar se a vingança é o melhor caminho para seguir! Nesse ponto, vemos elementos do gibi “Batman Ano Dois”, no paralelo entre o homem morcego e o Ceifador e, também, elementos das histórias do Jim Starlin, em que o roteirista retratava um Batman um pouco mais raivoso e perturbado!

No desenrolar das investigações, vemos uma parceria intocável entre o Batman e o Tenente Gordon, que lembrou muito o filme “Seven”. Arrisco a dizer, que esse filme é o “Seven” do Batman! Saí do cinema querendo ver mais Batman e Gordon trabalhando juntos! “Shipei” demais essas dois!

Entretanto, como nem tudo são flores, temos no filme um elemento tirado de “Batman Ano Zero” que me fez torcer o nariz! Se no gibi dos famigerados “Novos 52”, o tal elemento megalomaníaco já era exagerado e nem um pouco interessante, aqui no filme nos tira um pouco da imersão e faz pensar momentaneamente “estava indo tão bem…”. Mas, o diretor Matt Reeves soube tirar leite de pedra e usar isso para sacramentar de vez uma nova postura psicológica do Batman, que deverá ser explorada numa vindoura continuação!

O importante é que foi muito bom ver um filme do “Batman Detetive”, que não tem tanto preparo, que leva porrada de bandido de rua, que se fere, que reflete, e que está disposto a aprender com os próprios erros. Vamos esperar que essa abordagem se mantenha e que o personagem não se perca na megalomania em que se perdeu nos gibis!       

FINALMENTE ASSISTI: Matrix Resurrections

Assistindo ao novo Matrix, veio em minha mente duas lembranças: O Cavaleiro das Trevas 2 e O Exterminador do Futuro 3!

No meio da década de 1980, Frank Miller já era um grande astro dos quadrinhos quando lançou a sua obra prima “Batman: O Cavaleiro das Trevas”! Irretocável, o gibi ditou as regras de como seriam as aventuras do homem morcego de lá pra cá (mais ou menos o que fez o primeiro Matrix no começo dos anos 2000)! O que acabou gerando boas histórias, mas também um mundaréu de cópias baratas que tentavam emular a escrita e a narrativa do Miller! Até que, em 2001 (mais ou menos no período em que Matrix estava bombando!), Miller finalmente se rendeu aos apelos da DC Comics e lançou o famigerado “Cavaleiro das Trevas 2”! Para quem conhece a obra, sabe que a minissérie em três edições é uma sombra (sem trocadilhos) da série original! Para não dizer uma paródia, já que cada quadro milimetricamente mal escrito, mal desenhado e grotescamente colorido com um Photoshop primário gritam o tempo todo para o leitor: “Eu não queria fazer isso, mas já que a DC queria e vocês também, então toma esse escárnio sarcástico”! Na época, Miller já não era mais o mesmo de outrora, e pareceu não tentar competir e muito menos superar aquele Miller de 1986, entregando ao leitor mais uma paródia, do que uma sequência de sua obra prima!

Para quem assistiu ao Matrix Resurrections, já entendeu aonde quero chegar! A diretora Lana Wachowski entregou exatamente o mesmo que o Frank Miller, uma paródia cheia de sarcasmos de sua obra prima! Não vou questionar se havia a necessidade de existir um novo Matrix, porque é óbvio que os artistas não se alimentam apenas de luz e que toda obra, por mais autoral que seja, tem que dar lucro! Mas pareceu-me o mesmo caso da DC com o Frank Miller, com a Warner enchendo o saco da Lana para produzir uma “nova” franquia, o que fica bem claro já no início do filme, quando a diretora faz uma crítica velada a este fato! Também não vou questionar se o talento da Lana atual se equipara ao da Lana de 1999, mas pareceu-me também que ela não quis, ou não se esforçou o suficiente, para tentar se equiparar ou até mesmo se superar! Ao invés disso, a diretora preferiu fazer um soft reboot disfarçado de paródia, já que o novo Matrix repete praticamente a mesma história do “velho” Matrix, só que mal e porcamente (embora belamente filmado na maioria das cenas)!

O filme demora para engrenar, enrolando o espectador para apresentar a nova dinâmica da Matrix, mesmo que todo mundo já saiba que o Neo vai despertar e “sair pra fora”! Tentando enxergar como alguém de 20 anos (que era a minha idade quando assisti ao primeiro), que talvez tenha chegado aqui sem saber nada da história pregressa, o filme também não funciona sozinho, já que usa muito flashback como muleta para explicar o que é a Matrix, o que pode acabar entediando a quem o assiste, uma vez que “explica” com uma profundidade de um pires! Ao invés de se valer de tanto flashback, seria muito melhor ter se aprofundado de fato no funcionamento da nova Matrix, desenvolvendo à fundo o conceito “game dentro do simulacro”! Mas não! Essa foi apenas uma ideia rasa usada para jogar flashbacks à rodo na tela! Ah, lembra que falei da “paródia” do Miller? Pois é… Tirando o Neo e a Trinity (que se seguram por seus carismas), todos os demais personagens parecem paródias dos anteriores, exatamente como o Batman e cia. de O Cavaleiro das Trevas 2! Principalmente o “novo” Morpheus (tinha necessidade?) e o também ressuscitado Agente Smith (o pior de todos!).

E o que o filme tem a ver com O Exterminador do Futuro 3? Pra quem assistiu ao filme do Arnoldão, deve lembrar-se que já havia sido feito de tudo nas duas obras primas Terminator 1 e 2! E que, no terceiro, foi feita toda uma “reviravolta” para justificar a existência do filme, ao colocar como nova protagonista (ou escolhida, se preferir) a futura esposa de John Connor! Reparou na semelhança?

Matrix Resurrections carece de um propósito! De novo não falo sobre a existência do filme (ain, só foi feito pra ter lucro e blá, blá, blá), mas de um propósito narrativo! Nos três primeiros, tínhamos a guerra entre humanos e máquinas para libertar os humanos da Matrix e o próprio questionamento sobre o que é real, escolhas, livre arbítrio e etc, etc, etc! Nesse… bem… tirando o fato de que a narrativa gira em torno da uma história de amor e que a razão de existir do filme é colocar a Trinity como nova protagonista (ou escolhida, se preferir), não sobra muita coisa! Se pergunte qual realmente é a motivação daquela tripulação de procurar o Neo e você entenderá o que estou dizendo! Se questione também qual a necessidade de as máquinas manterem o Neo e a Trinity dentro da Matrix… Tá, eu sei que tem uma explicação! Mas é rasa, rasa! Novamente, a resposta estava na própria história pregressa!

A história do filme poderia muito bem girar em torno do surgimento da uma nova versão do Neo (“eles” sempre surgem, lembra?), mas que traria as memórias do Neo anterior, uma vez que foi o único que realmente fez alguma diferença dentro da Matrix (ao “encerrar” a guerra no terceiro filme). Assim, essa nova versão começaria a colocar em risco o delicado equilíbrio entre máquinas e humanos, agora vivendo em “harmonia”. Ao perceber que o jogo dentro do simulacro não era apenas um jogo, Neo começaria a despertar e a procurar a Trinity, o grande amor da sua vida! Para impedir isso, a Matrix faria de tudo para impedir essa nova anomalia, onde nós teríamos uma grande reviravolta na história, ao descobrir que o “escolhido” Neo sempre fora o responsável por desmoronar tudo dentro e fora da Matrix. Assim, a nova escolhida, Trinity, seria despertada para tentar conter o seu amado, antes que tudo seja destruído de vez e muitas vidas se percam com o bug dentro da Matrix. Ah, e nada de novos Morpheus e Smith! E nem Niobe velha com máscara de látex de Carnaval! Apenas novos personagens ao redor de Neo e Trinity! Warner, me contrata!

Óbvio que Lana Wachowski deve ter pensado nisso! E é mais óbvio ainda (ou nem tanto) que a história que ela queria contar, era exatamente a que foi filmada… uma paródia sarcástica de Matrix que não funciona nem como questionamento sobre o propósito dos personagens e, por tabela, o nosso próprio, nem como filme de ação, já que as cenas genéricas estão muito abaixo do que é feito atualmente! No frigir dos ovos, valeu mesmo só para ver de volta dois personagens muito queridos e amados, o Neo e a Trinity! O que deve ter sido a intenção desde o início! Nós é que não “entendemos”!   

VI NO CINEMA: Turma da Mônica – Lições

É inegável o meu amor pelos personagens criados por meu mestre Mauricio de Sousa! Não é à toa que trabalho escrevendo roteiros para a turminha (e, desde o ano passado, também para a Turma Jovem). Sendo assim, não tenho como evitar me emocionar ao pisar no cinema para vê-los novamente em ação! E se for em um ótimo filme, então, tudo fica melhor ainda!

Lições, a meu ver, consegue ser ainda melhor que Laços, no sentido em que consegue ampliar o Bairro do Limoeiro sem, no entanto, inflar o filme para seguir a velha fórmula das sequências: tudo maior! Diferente do primeiro, em que o protagonismo era todo do Cebolinha, este consegue equilibrar melhor o quarteto, com cada um tendo os seus próprios problemas para lidar! A inclusão de outros personagens da Turma da Mônica, mesmo que a maioria seja como easter eggs ou “fanservices”, consegue dar um gás a mais no enredo, já que as principais novas aquisições estão ali para contribuir com o andamento da trama. E claro que dá vontade de vê-los novamente!

Esta sequência também consegue acertar um problema técnico do anterior: o som! Os diálogos de Laços estavam sempre muito abafados, difíceis de ouvir e, em consequência, de entender! Pareciam deslocados dos demais sons (ambiente, trilha…). Em Lições, esse problema é corrigido e conseguimos escutar direitinho o que todos estão falando!

Como ponto negativo, vejo que algumas questões do desenvolvimento pessoal do quarteto poderiam ter sido melhor aprofundadas! Mas entendo que o que foi mostrado é suficiente para fazer o público-alvo entender exatamente a mensagem que o filme queria passar! Meu filho entendeu direitinho, ao dizer no caminho de volta pra casa: “Pai, é que nem você, que cresceu sem deixar de ser criança”! Missão cumprida!

Como eu já disse, amo esses personagens! Foi muito emocionante vê-los novamente em carne e osso! Chorei bastante, ri bastante, senti uma sensação muito boa… o bastante! E, no final, bateu uma vontade tremenda de ver o filme novamente! Assim como dá uma vontade reler um gibi!

ILUSTRAÇÃO DA NOVA IDENTIDADE VISUAL 2022

E ficou pronta! A ilustração para a nova identidade visual que abre oficialmente os trabalhos para o ano de 2022! Com o tema “Guerra de Travesseiros”, resgato um personagem muito querido, o menino Tobias, ao lado do seu inseparável ursinho de pelúcia Potim!

Para quem não sabe, Tobias é o protagonista do álbum em quadrinhos “O Boi da Cara Preta”, lançado em 2013 pela Editora Ornitorrinco e posteriormente disponibilizado para leitura gratuita on line (clique aqui!). Em suas histórias, Tobias vive aventuras em um mundo surreal de sonhos, repleto de perigos, desafios e brincadeiras, toda vez que a sua mãe o põe para dormir entoando um cantiga de ninar ou de roda! Nesse mundo imaginário (ou não) o seu ursinho de pelúcia Potim ganha vida e o ajuda em diversos momentos, sempre com sensatez (ou não)!

A ilustração foi criada com técnica mista de Aquarela, Lápis de Cor Aquarelável e Lápis de Cor Seco, Tinta Guache e Pastel Seco. Além do blog, a ilustra também já está estampando as capas de todas as redes sociais do Estúdio Lederly Comics!

Agora só falta a foto oficial de perfil!  

RETROSPECTIVA 2021… E PARA O INFINITO E ALÉM EM 2022!

Chegou a tão aguardada (pelo menos pra mim!) retrospectiva do estúdio Lederly Comics! Como de praxe, faço um balanço do que foi produzido ao longo do ano para, em seguida, estabelecer metas para o ano vigente (Quer ver como foi o anterior? Clica aqui!).

Apesar da pandemia, 2021 foi um ano repleto de alegrias! Já comecei com o pé direito ao ser promovido em janeiro para a equipe de roteiristas da terceira série da revista Turma da Mônica Jovem! A minha estreia oficial se deu em agosto, em TMNJ 03, com a história “A Porta”, protagonizada por Nimbus, Maria Mello, Tikara, Keika e Toni!

Já no mês seguinte, em TMNJ 04, tive a alegria de ver publicada a “Hora do Ângelo”, protagonizada, claro, pelo anjo da guarda preferido da Turma da Mônica Jovem! Sou muito grato à Alice Takeda (minha querida diretora) e aos queridões Marina Cameron, Paulo Back, Emerson Agune e Wagner Bonilla (meus gurus!) pela confiança!

Ano que começa bem, termina bem também! Tive a honra de ser convidado para co-escrever, ao lado dos mestres Gerson Teixeira e Paulo Maffia, o especial que abriu oficialmente as comemorações de 80 anos de criação do papagaio mais brasileiro da Disney: “Zé Carioca em Aventuras Fantásticas – volume 01”. O álbum teve lançamento em dezembro, com toda pompa e circunstância, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, uma publicação da Editora Culturama! Grato ao meu querido editor Paulo Maffia pela confiança!

Depois dos destaques, vamos agora ao balanço e às metas:

MSP – Mauricio de Sousa Produções

Escrevi 494 páginas de roteiros em 2021! Foram 153 páginas a mais que em 2020, quando havia escrito 341 páginas! Um recorde! Foram 36 roteiros ao todo, divididos em Turma da Mônica Clássica (29 roteiros) e Turma da Mônica Jovem (7 roteiros).

A meta para 2022 é manter uma média de 50 páginas de roteiros mensais!

Disney/Editora Culturama

2021 foi o ano em que me consolidei como um dos roteiristas da equipe Disney/Culturama do Zé Carioca. Em 2020, havia escrito somente 01 roteiro e a meta para o ano seguinte era bem modesta, escrever 02 roteiros! Contrariando todas as minhas expectativas e contando com a confiança do meu editor Paulo Maffia, em 2021 cheguei a produzir 07 roteiros para o Zé Carioca, somando incríveis 78 páginas! Bom demais!

A meta para 2022, no entanto, é bem pé no chão: manter o bom trabalho e produzir, pelo menos, 60 páginas de roteiros!

Somando MSP e Disney, escrevi em 2021 impressionantes 572 páginas de roteiros ao todo! Outro recorde absoluto para mim! Uma alegria só!

Inktober 2021

Consegui cumprir a meta de fazer 01 desenho por dia ao longo de todo o mês de outubro! Aproveitei a brincadeira do “BodeTober”, idealizada pelo meu querido amigo desenhista Daniel HDR, e misturei o Zé Carioca com diversos personagens da cultura pop (Quer ver todos? Clica aqui).

A meta para 2022, claro, é brincar novamente! Esse evento virtual é um ótimo exercício de criatividade!

Lederly Comics

Em 2021 fiquei devendo um pouco para os projetos pessoais! Com os efeitos psicológicos da pandemia ainda em voga, preferi focar na MSP e Disney, trabalhar somente meio período e descansar um pouco a mente! Assim, não dei prosseguimento ao que estabeleci como metas: Livro teórico/prático de ilustração; Álbum “As Ruínas de Angoera”; Graphic novel infantil; e Contos em Quadrinhos.

Por isso, a meta para 2022 é bem modesta e mais pé no chão: dar prosseguimento ao livro de Ilustração no primeiro semestre (que já tem 02 capítulos prontos, de um total de 06) e começar a escrever o roteiro da graphic novel infantil no segundo semestre!

Então é isso! Bastante coisa bacana para produzir em 2022! Em fevereiro, voltarei com tudo com a estreia oficial da nova identidade visual do blog e das redes sociais! E vamos que vamos!

O QUE ANDEI LENDO: X de Espadas!

Antes de começar a falar sobre esta saga, acho importante frisar que li anteriormente somente as edições de 01 à 06 da revista dos “Xis-men” dessa “nova” fase encabeçada pelo roteirista Jonatham Hickman (Quer saber a minha opinião? Clica aqui!), para só então retornar à edição 22 para o início de X de Espadas!

Como ponto positivo, posso afirmar que dá para acompanhar a saga numa boa! A sensação é de não ter perdido nada de importante nas edições anteriores! Se bem que, ao escrever isto agora, talvez nem seja tão positivo assim! Se fiquei com essa sensação, é porque talvez não tenha acontecimento realmente nada de importante de lá até aqui! E isso é preocupante! Pelo menos para quem vem gastando o seu rico dinheirinho desde o começo com os gibis quinzenais!

Outro ponto positivo é quanto ao visual dos personagens! Apesar de ter uma penca de mutantes pululando de todos os lados – o que nos traz uma péssima memória dos Anos 1990 – aqui pelo menos resolveram simplificar os uniformes de todos e até retomar trajes clássicos! Assim, fica fácil identificar quem é quem no rolê! Mesmo assim, todos carecem de um desenvolvimento mais aprofundado, parecendo bem superficiais na grande maioria das vezes! Lemos a “voz” saindo da boca dos personagens, mas não parecem que são eles que falam, já que praticamente todos têm o mesmo jeito de falar (exceção para Wolverine, Senhor Sinistro, Apocalipse e Magia).

Esta fase dos heróis mutantes é superestimada, como já falei antes! É um velho arroz com feijão oriundo dos Anos 1990, mas requentado com um tempero novo para fazer parecer revolucionário aos olhos dos novos leitores! Jonatham Hickman tem essa habilidade! Mas não se engane, leitor das antigas! É tudo mais do mesmo, só que mais bonito e mais bem desenhado! Como exemplo, basta pegar as edições do Wolverine que, logo de cara, cai na mesmíssima ladainha de recorrer a flashbacks do passado do baixinho como ferramenta narrativa! Até parece que só tem essa forma de escrever Wolverine! Mais anos 90 do que isso, impossível! Sobre o design dos gibis que apresentam a todo momento aquelas páginas informativas, posso afirmar que em vários momentos elas só servem para travar o ritmo de leitura! Se eram relevantes nas primeiras quatro edições, aqui apenas atravancam a virada de página! Lá pela edição 4 da saga, já desisti de lê-las e continuei como se nada tivesse acontecido! Não fizeram falta!

Sobre a saga em si, até começa instigante com a invasão dos guerreiros de Arakko aos reinos do Extramundo para poder chegar até Krakoa! Dá vontade de saber como os mutantes lidarão com forças tão destrutivas! E pelo menos no visual, os novos personagens são bem bacanas, já que no desenvolvimento, nada é muito aprofundado! É até intrigante as “profecias” literalmente tiradas de cartas na manga pela regente do Extramundo, Opal Luna Saturnyne, sobre os dez portadores de espadas enigmáticas que deverão duelar pelo destino das realidades! E é somente isso que nos mantêm interessados em prosseguir na leitura! Como eu disse, é apenas uma saga com os vícios dos Anos 1990! Não vá esperando o último biscoito do pacote! A partir daqui, a saga até dá uma tropeçada, com a “inesperada” trégua dos invasores diante da Saturnyne, que os convence a participar do tal duelo de espadas! Com o poderio que eles detêm, não precisariam se sujeitar a isso! Mas tudo bem! Vamos ver até onde isso vai dar!

Nas partes dois e três, vemos os personagens na busca por suas espadas! Achei bem divertido (exceto as histórias do Wolverine, bem enfadonhas)! Pelo menos aqui as páginas informativas foram bem utilizadas, ao mostrar detalhes consistentes das espadas, à medida em que iam aparecendo no decorrer da trama!

Mas é nas partes quatro e cinco que a saga desanda de vez! O fio de credibilidade, que já não era lá tão forte, se parte de vez com um jantar entre todos os duelistas antes do famigerado duelo! Entendo que isso foi necessário para tentar aprofundar um pouco os (muitos) novos personagens, mas foi osso duro de roer chegar até o final dessa pendenga! E quando finalmente começa o duelo com as espadas… falta justamente UM DUELO COM ESPADAS! Se a intenção era mostrar uma pataquada entre os antagonistas, pra que perder tanto tempo mostrando vários personagens procurando por espadas que não usariam? Todas as regras narrativas estabelecidas no começo da saga são jogadas no lixo, com soluções estapafúrdias tiradas do nada pela Saturnyne… ou pelos roteiristas, já que a personagem não tem culpa! E nem vou citar um casamento absurdo que acontece do nada! Assim, temos um duelo pífio que não dá em nada e, no final, a saga se encerra com uma guerra, exatamente como começou, com os vilões voltando a demonstrar todo o poderio sanguinolento do início!

Entre mortos e feridos, foi até divertido retornar à personagens tão queridos (sou muito fã dos Xis-men), mas é latente como todos os vícios dos anos 90 ainda estão lá! Muitos títulos, muitos personagens, zero identidade! Tudo parece muito igual! Nenhum grupo tem identidade própria! Muda o nome da revista (Excalibur, X-Force, Novos Mutantes, X-men…) e parece que estamos lendo a mesma coisa! Tem uma certa coesão nisso tudo, mas uma coesão pro lado ruim! Tudo é mais do mesmo!

VI NO CINEMA: Homem-Aranha – Sem volta pra casa

O Homem-Aranha do Tom Holland sempre foi, pra mim, mais um sidekick do que um herói capaz de superar obstáculos e enfrentar os seus próprios desafios! Sempre amparado por muletas de terceiros, principalmente do Homem de Ferro, até os vilões dos dois primeiros filmes, Abutre e Mysterio, não eram necessariamente inimigos do Cabeça de Teia, mas pessoas que queriam atingir o Tony Stark e acabaram pegando o Teioso no fogo cruzado! Sendo assim, esse “novo” Homem-Aranha nunca me passou a sensação de que seria capaz de resolver as suas próprias tretas!

Mesmo assim, isso não é problema pra mim, já que cada geração precisa ter o seu Homem-Aranha preferido e essa foi a direção que a Marvel escolheu para essa nova versão! Eu não gosto muito, mas sei que é necessária!

Agora, nesse terceiro filme, começo a entender o que a Marvel estava planejando e tiro o meu chapéu para tamanha ousadia. Nós já tínhamos visto no Thanos o nível de paciência com que a Marvel planeja seus enredos! O Titã louco surgiu no primeiro Vingadores para, somente anos depois (e filmes depois) representar uma grande ameaça em Guerra Infinita! Com o Homem-Aranha, a Marvel faz de novo! Nos apresenta um Amigão da Vizinhança totalmente dependente de terceiros e desprovido de responsabilidade para, no terceiro filme, finalmente jogar uma luz no fim do túnel de que o Homem-Aranha “raiz” aparecerá no futuro! Tudo isso em um filme divertido, empolgante e muito, mas muito emotivo!

Entretanto, os problemas ainda estão lá! O Homem-Aranha do Tom Holland ainda usa muletas de terceiros (e que muletas!), já que dessa vez nem os vilões são surgidos em seu próprio filme! A história, aliás, é toda pautada em fatos passados em filmes anteriores, tanto da Era Marvel, quanto da Sony! As cenas de ação também são passáveis e genéricas, com muita coisa acontecendo à noite, o que deixa tudo muito confuso e caótico! As únicas exceções são dois embates, um com o Doutor Octopus e outro com o Duende Verde, mas também só ganham destaque, porque as outras cenas de luta são muito ruins! Vistas separadamente, estas duas também não têm nada de mais! O que deixa a luta com o Duende Verde melhor, é o que acontece do meio pro fim!

Finalmente, entre mortos e feridos, esse terceiro filme tem um saldo positivo! É divertido, nostálgico pra caramba e emotivo o suficiente para ficar na memória! Aliás, é a nostalgia e o lado emotivo que leva o filme nas costas! E fica a esperança de voltar a ver nos cinemas, finalmente, um Homem-Aranha que seja super-herói de verdade, que se supera, que faz parceria com outros heróis, mas que não se comporta como um sidekick! O futuro é promissor… Mesmo que tenhamos um Venom pelo caminho!

VI NO CINEMA: Ghostbusters Mais Além

Primeiro de tudo, quero elogiar a tradução do título que diz duas coisas em uma só! Ao mesmo tempo em que mostra que um legado está sendo deixado para seguir em frente, indo mais longe, “mais além”, também diz que teremos mais elementos do “além vida”, mais fantasmas, mais assombrações, mais ectoplasmas…

Maaaas… enquanto no primeiro quesito, o do legado, o filme se mostra excelente, no segundo, o “núcleo” dos fantasmas, já não é tão interessante! Inclusive é o ponto fraco do filme, principalmente no terceiro ato!

Dois terços do filme são pautados pela apresentação dos novos personagens, da cidade e dos mistérios que cercam o tal avô recluso “planta-lama”, mesmo que todos já saibamos de quais mistérios estamos falando! Aqui, o filme é impecável! Somos fisgados pelo carisma de todos os personagens, com destaque para a dupla Phoebe e Podcast! Dá vontade de ficar eternamente vendo a vida de todos, até o relacionamento atrapalhado entre o professor e a mãe!

No entanto, como é um filme de “caça fantasmas”, em algum momento precisa aparecer fantasmas para serem caçados! E até que demora muito! Mas quando aparece, dá aquela nostalgia pura e adrenalina divertida ver as crianças caçando pela cidade em um Ecto 01 todo enferrujado, mas mandando ver nas manobras! Pena que não tocou a musiquinha!

Já se aproximando do fim, é que vem o problema! A ameaça principal, tão alardeadamente colocada como arauto do fim do mundo, não passa a sensação de ser essa cocada toda! E o problema é justamente porque não há interação com a cidade! Se o filme tivesse mostrado um pouco desse tal apocalipse, com os moradores da cidade reagindo aos fantasmas, já seria suficiente! O que tem, é apenas uma piadinha na lanchonete! E só! Dessa forma, coisas que não incomodavam antes, como o Podcast de repente se tornar um expert em caça fantasmas e explicar tudo a todo momento, passa a incomodar!

Mesmo assim, todos os realizadores conseguiram entregar um filme muito divertido, com a cara da Sessão da Tarde, no sentido mais positivo da palavra, fazendo com que a gente saia do cinema já com saudade e querendo ver novamente aquela molecada caçando fantasmas mundo afora! E a homenagem no final faz qualquer um descer uma lágrima! Muito emocionante!