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Análise – Quem se salva no Henshin Mangá #02?

Preocupada com a falta de investimento em quadrinho nacional após o naufrágio da Ação Magazine, a JBC tem promovido anualmente o BMA, um concurso para escolher uma história em estilo mangá. Segundo os meus leitores, estou sendo paga pela JBC para falar bem dela e mal da Panini, então nada mais óbvio que eu aproveitar o lançamento dessa antologia para falar muito bem dos maravilhosos mangás nacionais publicados na antologia deste ano, certo? Então IKIMASU ver o que tem de bom e o que não serve nem pra forrar a gaiola do periquito!

Para começar, eu não lembro de ver uma coletânea que representasse tão bem o mercado nacional. Isso porque o mangá traz uma reimaginação do Brasil e toda a sua cultura? Claro que não, e sim porque temos um apanhado de histórias que o traço é aceitável, mas que a maioria da história não consegue nem ao menos te fazer virar a página. Ano passado também tinham umas histórias ruins de doer, mas a qualidade de “Quack”, “Crishno, o Escolhido” e “Starmind” salvavam todo o negócio. Mas vamos dar nomes aos bois, né não?

henshin-maria

A primeira história se chama “Maria” (de Fabiano Ferreira) e conta a história de uma guerreira furry que enfrenta diabólicas releituras folclóricas brasileiras em umas lutas que são meio paradinhas. O que deu pra reparar é que o autor pensou em uma ideia interessante, mas ficou travado na duração curta do capítulo e entregou algo parecido com um coito interrompido. Talvez faça muito sucesso nos encontros furry que andam rolando no litoral.

henshin-jay-comet

Segundo temos “As Loucas Aventuras de Jay Comet” (de João Eddie), sobre uma garota chamada Jay Comet (ah vá!) que é uma patrulheira espacial que faz mais referências que os filmes da Marvel juntos e que tenta desesperadamente arrancar uma risada do leitor enquanto resolve tretas com povos de outro planeta. Eu não vi uma linha de roteiro, apenas um checklist de referências e memes que deixou a leitura tão engraçada quanto olhar o meu saldo bancário no final do mês. Se é pra ler algo que tenta me divertir fazendo mil referências, eu prefiro pegar um volume de Turma da Mônica Jovem escrita pelo Cassaro pois pelo menos é mais barato. Espero um mangá sem referências do autor pra poder julgar melhor a habilidade dele, porque essa tentativa aqui não se salvou nem com o traço legalzinho.

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Tá difícil seguir? Tá sim! O mangá da imagem acima é “Träumen” (de ORO8ORO) e a proposta é tão fácil de entender quanto o pseudônimo do autor. Sério, eu nem estava muito cansada e tive que ler duas vezes para ao menos tentar fazer um resuminho. Entendi que é um cara que derrotou um monstro e agora foge eternamente do pessoal, mas eu JURO que não entendi o final até agora. Posso ter falado meio mal, mas às vezes pode ser o novo Evangelion e eu não tô sabendo.

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Quando eu já estava achando que o sindicato dos autores de quadrinhos nacionais havia feito um pacto para que ninguém enviasse obras para a JBC, apareceu “Chuva de Meteoros” (de Rafael Brindo) e pude ver que ainda havia esperança. É uma história simples de um grande incidente que poderia ter acontecido se não fosse aquela criança intrometida e aquele cachorro, mas o autor soube fazer uma historinha bem divertida.

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E, para fechar a edição, a verdadeira boa história do rolê é essa da imagem acima. “Escarra Brasa” (da dupla Rafa Santos e Wagner Araújo) é uma história realmente muito boa em nível profissional mesmo, mesmo com o traço que é mais inconstante que a periodicidade da NewPOP. É como se fosse um Samurai X do cangaço, só que com um pouco de bruxaria e um protagonista que não tá muito contente com a mudança de personalidade que ele teve. Se tem alguma história que merece virar série, essa é “Escarra Brasa”.

E como nem só de histórias medianas se faz uma antologia nacional, a JBC manteve a tradição do primeiro volume e apresentou o primeiro reality show de mangás do país. Eu explico: depois das histórias, os jurados falam sua opinião e podemos imaginar todo mundo numa bancada falando como se estivessem na bancada do The X Factor. Esse ano tivemos um corpo de jurados muito variado composto por cinco homens, e em geral rolou apenas as avaliações rasas de sempre. Histórias ruins eram elogiadas, toda história de humor era descrita como “se inspirou em Toriyama” (esse povo precisa de uma bagagem de quadrinhos maior, heim) e tivemos uma pequena amostra de que o mercado nacional não vai pra frente porque ninguém tem coragem de criticar as coisas. Quer dizer… QUASE NINGUÉM. Arnaldo Oka assumiu a posição de jurado amargo e falou todas as verdades possíveis aos autores dos mangás. Eis minha crítica favorita feita por ele sobre o “As Loucas Aventuras de Jay Comet”:

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Inclusive eu até peguei muito leve com as histórias, se comparar com as críticas certeiras do Oka-sama!!!

“Impressões finais”

A JBC embarcou na onda da Panini e ofereceu um mangá que a tinta “carimba” a página ao lado, dando um efeito próximo ao das odiadas transparências. Parabéns pela impressão final!

qualidade-henshin-manga2

35 comentários em “Análise – Quem se salva no Henshin Mangá #02?

  1. Cara, e ainda eles seguraram isso por 2 anos para lançar. e ainda cagaram na impressão. Acho que o maior pecado desse “concurso” é não oferecer nenhuma premiação. Desse jeito, para os desenhistas, é melhor concorrer ao silent manga audition, que oferece premiação, publica na internet mesmo, e pode concorrer a estudar com mangakás lá mesmo. Tem uns 3 brasileiros que já despontam nele( esse concurso é feito 2/3 vezes por ano).

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  2. Acho que a qualidade caiu devido às regras terríveis que a JBC impõe nesse concurso. Vi muita gente desistindo por isso. Se não mudarem esse ano, vão ter que selecionar um monte de obras mais ou menos de novo.

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  3. Ainda não peguei meu volume pra conferir, mas do primeiro que veio eu sinceramente teve história que passei, porque a unica coisa que se salvava também era só a arte.

    É como o próprio Hal Foster disse, se o roteiro é ruim mas a arte é boa, as pessoas compram, mas o inverso não acontece.

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  4. Arnaldo Oka IDALO! <3
    Ok, já estou armado pra não ir esperando muita coisa dessa edição!

    @ William Martins: No geral, mangá nacional é bem desenhado, mas o ponto aqui seria: Se é bem desenhado, porque pouquíssimos exemplos emplacaram por mais que um ano nas bancas?

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  5. @ Ciro Monteiro: Cara, tu tá comparando concurso de quadrinhos do Japão com concurso que começou no Brasil a dois anos? Sério cara? Sério MESMO?

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  6. Huheuheu melhor crítica de gibi nacional. Proavelmente a única, o resto vai ser tapinha nas costas. Eu participei desse concurso também, Mas perdi, talvez porque minha história era sobre uma boneca inflável, mas enfim, Muito bom o texto mara.

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  7. @ the fool 1º = eu não comparei, eu afirmei que outros brasileiros estão fazendo este concurso, e estão fazendo material de qualidade. Querendo ou não um desenhista vai escolher qual concurso vai participar. E entre um que premia, que divulga seu material na rede, que oferece um curso, o desenhista que vai se empenha vai se preparar para o segundo.
    2° o Silent Manga audition começou até na mesma época do BMA, só tem mais edições, por que eles publicam o material prioritarimente “na internet”, esse meio tecnológico de difícil acesso a uma pequeno grupo como a henshin, né? Se a henshin trocasse essa impressão desse material uma premiação decente, garanto que você ia ver um material melhor disputando. Depois, estudando a reação do público, quem sabe, publicar uma história já em série na banca? Será que tou falando alguma coisa de outro mundo?

    3º O BMA é afiliado a um concurso internacional no Japão, as história publicadas por eles, vão concorrer a um outro concurso no Japão, promovido pelo ministério da cultura de lá. Nunca vi nem divulgarem como se sairam os concorrentes daqui. Enfim, admiro a galera da henshin, mas acho a estrutura do concurso ruim, pouco atraente para os artistas.

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  8. @ Ciro:
    1º: Da mesma maneira que os artistas tem o direito de fazerem trampos pra concurso estrangeiro, acho que eles tem obrigação de cobrar as editoras. Não vai ser ir fazer concurso no Japão que vai melhorar a situação aqui do Brasil, que é muito ruim.
    O que vai mudar as coisas são mais editoras interessadas em publicar nacional.
    2º Silent vem de um país que tem tradição em publicar quadrinhos. Já aqui no Brasil, HQ virou quase coisa de “outsider”, de hipster mesmo. Independente de ser quadrinho independente, mangá ou super-herói. Brasil não lê quadrinhos, lê muito pouco isso se reflete no nosso dia-a-dia. Já o Japão devora quadrinhos desde sempre. Pro Japão, ter um concurso é um “ok, boa sorte!” aqui pro Brasil fazer concurso de quadrinhos é ouvir um “Oi? Como assim?”.
    3º Esse ponto do concurso internacional de mangá do governo japa, acho que a JBC só não mais destaque porque até agora o Brasil não foi sequer mencionado entre os finalistas.
    Veja aqui: http://www.manga-award.jp/index.php?lng=e
    O BMA começou em 2014, então os selecionados foram alocados na 7ª edição do concurso. De lá pra cá tivermos mais duas edições do concurso, e não tem brasileiro nem nas menções.
    Daí a JBC falaria o que? “Olha, ganhou um fulano Israel, vejam que legal!” -não.

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  9. @the fool – não é papel de artista “melhorar” mercado nacional não. O artista, como qualquer profissional, está atrás do sustento, assim, como a jbc e o pessoal estão atrás do sustento enquanto editores. Só falei de uma realidade, e de uma possibilidade de lidar com ela. O objetivo de um concurso desse não é “salvar o quadrinho nacional”. É revelar talentos. Talento revelado, buscar meios de dar vazão a isso, seja em que mercado for, em quadrinhos ou em outras áreas. O BMA só teve 2 edições. Sendo que passou dois anos com a ultima. Possivelmente as histórias publicadas nem representam bem o material dos artistas atualmente. Um cara como o autor do pato Quack não concorreu dinovo. O concurso por não premiar também não é atraente para que um autor possa concorrer mais de uma vez, e acho isso uma pena, por que é bom ver o material atualizado. Não temos tantos artistas de nível “alto” como a gente imagina para publicar autores diferentes todo ano/bienio.
    Por tudo isso que você falou só mostra que o formato do concurso tá equivocado. Quanto antologias desse tipo não foram publicadas, em concursos ou não, aqui no Brasil? quais artistas vingaram a partir disso? Eu só falo de uma solução atraente para os artistas, para que esse concurso expresse realmente a qualidade dos artistas daqui. E não trate a galera como um fanzineiro qualquer que só quer ter o material impresso. Esse fetiche do material impresso é uma grande bobagem. O cara produzir 24 páginas no mínimo, fazer um esforço danado pra fazer um material de qualidade para depois de dois anos ganhar o prêmio de ter seu material impresso. No próximo a tendência vai ser baixar ainda mais a qualidade e ainda vai ter um bocado de gente dizendo: “pô os cara pioraram’. E não é bem assim que a banda toca.

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  10. @the fool Esse concurso do ministério da relações exteriores do Japão parece meio confuso. No site deles não esclarece muito as regras não. O ganhando isralense que você citou eu conheço, o Asuf Hanuka. Ele mantém uma página no facebook, “the realist”, que acompanho muito tempo. Inclusive tinha visto até as etapas desse “the divine” na página dele. O detalhe é que é um quadrinho todo colorido e grande. Tem outro quadrinho lá premiado que tem 9 capítulos… Ou seja, como as histórias daqui vão concorrer do BMA com isso? pra mim não tá muito claro. E olha, pelo menos a nível de arte, não vejo pq uma das que ganharam o bma não estar premiada não. O nível dos caras é bom, mais não é algo de outro mundo não.

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  11. Paródia em si não é um problema.

    Brasileiro desenhista de gibi que não tem um domínio do gênero.

    Olha o sucesso da serie girls in the house, algo assim que é comédia aceitável. Se bem que eu achei que começou ruinzinho e foi melhorando.

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  12. Cara, tem um monte de quadrinhista brasileiro que fizeram paródias legais. O maurício de sousa mesmo fez algumas, tem também muita coisa assim em fanzines, uma porrada de coisa que já fez sucesso no mercado nacional (holy avenger, combo rangers, pequeno ninja, fora aquela caralhada de celebridades da tv que ganharam versão em quadrinho nos anos 90).
    O problema, é que existe é que existe um vício de quadrinhista amador/ iniciante/ ruim em referências a outras obras.
    Referenciar não é o mesmo que parodiar.
    Tem que ter “o tempo” certo de usar a referencia na narrativa, para não provocar anti climax (aquela vontade de fechar a revista).
    Tem que conhecer o seu público, para não ficar enchendo de referências a obras desconhecidas daquele, tornando a leitura enfadonha e incompleta,já que para eu entender eu tenho que ter um conhecimento prévio de outra obra.
    É diferente de uma paródia, que não tenho necessariamente que ter visto o original para entender o que se passa na história, embora seja mais divertido.

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  13. @ Ciro: Cara, se não é papel do artista salvar o mercado, de quem seria então? Do faxineiro da editora??
    Não dá, tudo passa pelo artista, é dele o trampo bruto, o desenho, a história. O editor tem que pegar e lapidar aquilo, fazer a coisa publicável. Tirar os excessos.
    A gente tá a mais de 20 anos indo fazer quadrinho independente porque os artistas e editores ficam um de bicão com o outro por merda.
    Mano, que infantilidade! E olha que eu estou falando de gente que passou dos 20 anos. Não dá mais pra ser assim.
    Sobre isso de “revelar talentos”, tá, revelar talentos pra quem?
    Único que foi “absorvido” pelo mercado foi o Kaji pato. Só. Os outros 4 tanto faz como tanto fez.
    Pfff… o cara do Starmind (Rafael Bretas) tem escola de desenho em Belo Horizonte, ele não precisa “ser descoberto”.
    Concordo que o problema está no formato e premiação do concurso. Mas, de novo, o problema é que o concurso é novo. Vc quer que os querem a pompa de um concurso internacional japa? Não existe isso. O BMA é um diamante a ser lapidado.
    Pessoal se queixa que o prêmio é ruim. Tá. E o que eles sugerem que poderia ser praticado pela JBC, que seja justo pra todo mundo?
    Eu de cabeça pensei aqui em pegar o primeiro colocado ou mesmo até o terceiro colocado, e mandar eles fazerem um mangá curto (2~6 volumes), imprime, sei lá, uns 5k de cópias e bota pra vender na banca / livraria. E dá uma participação nos lucros pro artista.
    Se o cara lá quiser uns exemplares pra ele, manda um punhado lá, uns 100 exemplares, acho que tá ok, pro cara fazer o que achar melhor.
    Mas pro concurso mudar, é preciso os artistas falarem com a JBC. Ou pelo menos a editora ter ciência. Sem essa de nariz empinado pra nenhum dos dois lados.
    Olha o e-mail do BMA aqui: bma@editorajbc.com.br
    Sobre o Silent, acho que a melhor coisa dele é o curso. Porque assim o cara aprimora a arte dele.
    Grana, vc gasta tudo em algum momento.
    Divulgar a HQ na net só serve pra chamar olheiro do estrangeiro pra contratar tu, não muda nada aqui pro mercado brasileiro.
    Viajar pro Japão é legal, mas tu tem que voltar. Daí quando volta…
    “AEHOOO Ganhei concurso japa de gibi!!”
    “idai mano, foda-se, nem leio gibi!”
    Enfim, entendo a satisfação pessoal de ter ganho um concurso com gente de alto nível, mas viver de satisfação de ego acho errado pra artistas.
    Vc comentou do Concurso do Governo Japa, acho que o povo não participa porque os prêmios são poucos, 10 dias de viagem paga pro Japão + Prêmio extra não parecem atrativos.
    E Ciro, não se engane, por mais que o formato digital de publicação seja melhor, o povo, no geral, é apegado ao impresso. Tenho até medo de pensar que talvez isso da HQ digital não vá pegar por aqui.

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  14. @the Fool cara, é o seguinte. As pessoas esperam muita coisa de um artista, ou mesmo de uma editora. Esse negócio de “mercado nacional” é uma porra mais complicada do que parece. Não vai ser uma história boa, ou um bom artista que vai mudar isso, pq a tendência é justamente o contrário. Isso é uma situação imutável? não, mas não depende só dos artistas.
    Quando eu falei de revelar artista, eu tou dizendo pro mundo. Pra além da cidade, ou Estado, ou mesmo do País. Um cara para viver com quadrinhos hoje, fora do japão, tem que fazer sucesso internacional.
    Ele pode trabalhar para várias editoras no Brasil ou em outro país. Só Assim pra ele viver disso, do contrário vai virar hobby ou bico pra ele.
    É nesse sentido que eu acho que esse concurso pode ser útil. Ajudar, os artistas a encontrarem público e serem conhecidos no mercado editorial. Por mais que um artista tenha um reconhecimento localizado, nunca é superfluo uma maior divulgação.
    No entanto, o que é osso, em termos de dedicação pra produção de 24 páginas de quadrinho e não ter a expectativa de nunca ver um vintem por isso. Pra mim, isso que você falou não é premiação. Publicar 2 volumes é um contrato, e tem que ser remunerado como tal. Se for por participação, quem participa no caso é editora e não o artista. O produto é do artista, o editor “só” publica.
    O povo em geral não é apegado ao impresso. Quem tem mais de 30 anos é que é. E olhe lá, pq não dispensa um scan. Mas o que eu propus foi simplesmente mudar o local em que são divulgadas as histórias premiadas. Sabe, depois de você ler a resenha da mara ou de qualquer um, simplemente divulgar o site, e você vai lê e confere. Ao meu ver isso é muito mais eficaz pra divulgar o concurso, ou trabalho. Sem falar que num formato desse dá para fazer o concurso mais frequente.
    Se a henshin fosse inteligente, iria usar o bma como estratégia de divulgação do henshin drive, publicando as histórias hospedadas no próprio henshin drive e deixando elas numa “área gratuita” lá. Depois, os artistas mais pontuados poderiam ser convidados a publicar: impresso ou digital, um ou dois volumes, já num contrato mesmo.
    Isso que tou falando gastando praticamente o mesmo que eles gastam com o henshin mangá.
    Tudo isso gerando uma experiência editorial boa tanto para a henshin, que até agora só publica material já produzido no japão, e para os artistas, que em geral não tem a experiência de trabalhar com editoras. Mas parece que isso é algo muito complicado, então é melhor recorrer a formula desenhe publique mangás da editora escala.

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  15. Cara, vc tá com cabeça de velho. A Hq digital já é realidade no Brasil. Vários projetos que tão saindo hoje pelo cartase são primeiro publicados digitalmente. Aliás, a cena independente hoje é que está efervescendo no “mercado nacional”. Inclusive com a MSP fazendo incursões no “autoral” com as graphics MSP.
    Pra mim, eu vejo que o digital pode ser pras editoras o que a shonen jump e as outras revistas de antologias são no japão, meio barato de divulgar histórias e selecionas as preferidas do publico para futuras publicações e licenciamento. Isso tem que ser construído com cautela, sem essa idéia de “salvar” o quadrinho nacional. O Quadrinho nacional vai indo bem. Nunca esteve melhor.

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  16. O Silent é bem pensando demais, não tem como comparar. Além da premiação, ele ficam divulgando você o tempo todo, não importa se foi a história do primeiro concurso ou do último, sempre ela está promovendo o material publicado. A premiação é muito boa. Você tem que ver que no decorrer da produção qualquer artista poderia tá fazendo algum freela ou coisa assim, então de certa forma compensa aquele tempo e estimula você se dedicar. Além de tudo, eles tem um canal no youtube só para “aulas” de como fazer mangás, numa vibe de editor mesmo. É como se eles fossem seu editor a distância. E muito disso não tem haver com eles terem mais recursos, é mais uma coisa do cuidado que eles tem com os participantes, você se sente considerado mesmo que o seu trabalho não seja publicado. Claro que eles não tão fazendo isso de graça, eles mesmo estão buscando construir um projeto editorial “além-mar”, e esse concurso é uma boa tanto pra se divulgar ou até mesmo construir um cast bom para isso.

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  17. @ Ciro: Por partes…
    Concordo que não tem como um artista só, fazer Verão.
    Precisa dos editores nisso. Deixar os artistas fazendo coisa sozinho não vai rolar nada, eles vão ficar pra lá e pra cá e nada vai mudar.
    Você se equivoca ao afirmar que não dá pra viver de HQ hoje em dia no Brasil, dá sim.
    Temos exemplos de quadrinhos recentes que no âmbito local e mesmo nacional, duraram muito tempo na banca.
    Conhece a Revista da Sabida? É uma HQ nacional pro público infantil, ela era distribuída em bancas de Taubaté e região. Durou 23 edições.
    Dá pra fazer algo parecido com isso, mas o povo fica com loucuras de querer fazer Hq infinita pra jovem do sexo masculino, baseando-se em um anime de lutinha e ZZZZZZZZZZZZZZZ… claro que dá errado.
    Isso seria uma publicação local.
    Em âmbito nacional precisaria de mais coisas, mas o funcionamento seria o mesmo.
    Conhece Luluzinha Teen? Essa revista pegou o vácuo da Turma da Mônica Jovem, mas pegou uma fatia do mercado, durou 65 edições e 5 anos nas bancas.
    As mesmas bancas cheias de mangás, super-heróis, disney e turma da mônica tiveram espaço pra ela.
    Agora, me fala dois gibis brasileiros recentes (esses dois são de 2010 pra cá) que chega numa quantidade de edições como essa indo pra banca.
    Talvez tenha alguma coisa rolando localmente, em alguma cidade do Brasil que eu mesmo não conheço, mas nacionalmente, necas.
    Sobre a sugestão que dei pro BMA, é só isso: uma sugestão. Eu vou escrever lá pros caras, vamos ver se respondem.
    Sobre isso do impresso, tenho más notícias pra ti.
    Assista isso: https://www.youtube.com/watch?v=2DHEoPsWg2U
    Essa dona do video é organizadora da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” organizado pela Pró-livro. A pesquisa abrange todo tipo de leitura, contando até com quadrinhos nisso.
    A pesquisa é feita de 5 em 5 anos, a última edição contempla o ano de 2015.
    Na entrevista eles falam umas coisas TENSAS sobre leitura no Brasil. Que bota por terra um monte de coisa que tá rolando por aí.
    Uma delas: a adesão dos leitores aos modos digitais de leitura é baixa. Baixa cara, pensa nisso.
    As pessoas gostam de impresso, independente da idade.
    Com os gibis não é diferente.
    Sobre sua sugestão, porque não escreve pro BMA e sugere isso cara? Sei lá, eu acho que o povo não tem costume de ler online e vai dar poucos acessos, mas a JBC tem como fazer isso, de repente…
    Sobre a atual situação do quadrinho nacional eu acho que correr pro independente não resolve. Catarse também não resolve. Vender HQs em eventos menos ainda.
    Estamos com um problema grave de falta de leitores.
    Esses leitores perderam o hábito de ler HQs e precisam ser resgatados.
    E o quadrinho independente pela sua própria natureza, não vai conseguir criar leitores novos disso.
    Quem tem que fazer isso é o quadrinho comercial. Que não existe. Ou melhor, existe, na forma da Turma da Mônica e só.
    Será que somos tão desgraçados assim, com um país desse tamanho que o máximo que podemos fazer é Turma da Mônica mesmo?
    Claro que não. Tanto que citei dois exemplos ali em cima que funcionaram por um tempo na banca.
    Só que e pra achar gente disposta a tentar reproduzir esses bons exemplos? Tem como? Editores e artistas no caso?
    Quase impossível.
    Quem quer encarar o monstro?

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  18. @the fool Quando falei da hq nacional independente, tem um número imenso de história que são produzidas todo ano, que saem pelo cartase. Pelo menos no último FIQ o número de publicações só foi aumentando. São trabalhos no geral de grande qualidade, tanto em narrativa quanto em arte. Não são na maioria obras “mainstream”, mas é uma bom material de “partida” para coisas que podem conquistar o mercado. No passado, não havia tanta publicação, tanta gente fazendo hq e com qualidade superior ao que foi tempos atrás. Acho que a maior fraqueza dessas iniciativas é a falta de um norteamento editorial. A maioria dos autores publicam por conta própria, com as editoras já pegando o material pronto pra publicar. Não se pensa em proposta editorial nem em projetos a longo prazo. Nesse sentido vejo como positivo a iniciativa do MSP com as graphic novels. Queria ver algo ainda mais ousado da parte deles, como hqs periódicas do Astronauta, do Louco, etc. Pra mim o formato ideal seria tipo aquelas publicações anuais da bonelli. Isso seria bacana para os artistas, que trabalhariam um ano todo numa album longo, satisfazendo o anseio do público por histórias mais longas, ao mesmo tempo histórias fechadas, que não precisam de continuação mensal. De repente, ao longo do ano, soltando partes desse álbum na red, para pegar o feedback.

    Eu tinha mandado uma mensagem para o pessoal da henshin pelo youtube, mais vou tentar sistematizar minha sugestão e mandar para o email deles.

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  19. Olá! Eu também participei dos dois BMA. No primeiro, nem me classifiquei. No segundo, recebi uma “menção honrosa” num dos vídeos (eu concorri com “Carros Zumbis”). E só. “Mas tudo bem!” pensei. Afinal, se aquelas 5 + 12 histórias (as que foram mencionadas no Henshin 2) me passaram é por que são melhores que a minha, certo? Então eu tenho que aceitar isso…
    .
    Mas o que vi quando comprei a Henshin 2 me deixou com sérias dúvidas, tanto se eu devia ter meu mangá desclassificado, como se devia continuar a tentar o BMA… Que, aliás, esse segundo eu esperei um ano só para ver as indicações. Deveria esperar mais um ano? Eu já tenho uma história pronta pro próximo BMA (que já tinham prometido para setembro, mas agora surgiu um vídeo dizendo que “talvez esse ano ainda”, ou seja, ficou pro ano que vem, claro). Mas mesmo com história pronta eu não sei se deveria participar.
    .
    Bem, “mimimis” à parte, eu cheguei aqui buscando saber mais sobre o Arnaldo Oka, que, pra mim, foi a única coisa que me fez pensar que valeu o dinheiro que apliquei nessa sofrível revista. Parabéns pelo site e pela crítica exata desse concurso que deveria estar promovendo o mangá brasileiro, mas que, em minha opinião, está promovendo mais decepção que tudo.
    .
    Até mais! o/

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  20. @HY, eu mandei um email com sugestões pros caras. e na resposta, me informaram que o henshin mangá é publicado no social comics… Bem, o que impede a henshin de fazer projetos juntos com os artistas nessa plataforma? Eu sinceramente, perdi minha vontade de participar do concurso. Se é para publicar no social comics, eu mesmo publico, e ainda ganho pelas visualizações da minha hq, e não a JBC. Agora eu acho que tu devia publicar essas hqs na net, ou no social comics, quem sabe. E te prepara pro próximo Silent manga audition, vai sair ainda esse ano a próxima rodada.

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  21. A impressão que tenho é que ninguém consegue entender qual o real problema do mangá brasileiro, por melhor que seja a história, a arte e a narrativa.

    Vemos mangás japas ruins/clichês pra cacete, mas que mesmo assim conseguem ser legais (e até viram Hypes – cof MobPsycho100némara).

    Talvez seja só preconceito mesmo, assim como nos filmes brasileiros. Tanto que alguns bangakás usam pseudônimo japa pra ter destaque.

    Estou começando a achar que devemos desenhar só por hobbye e desencanar dessa idéia desesperada de forçar entrada no mercado, defendendo a liberdade criativa que não teremos numa publicação editorial. Fora isso, não vejo nenhuma outra motivação para continuar com os fanzines. : /

    Ps. Por favor, não transformem o Catarse numa banquinha.

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  22. O @SKY, não vejo ninguém “forçando” entrada no mercado. A gente tem concorrência em mercado. O lance é o artista acreditar no próprio trabalho. Não temos que esperar reconhecimento de ninguém não. Temos artistas bons trabalhando aqui e desenhando pra fora. Não foi fácil pra ninguém, certamente. O lance é que a gente não precisa se filiar a esse tipo de iniciativa da JBC, que tá fazendo que a escala fazia há 16 anos atrás. O nível dos artistas do Brasil mudou nesse meio tempo. Passou a hora dessa de “premiar” artista com publicação. Foda-se, hoje é muito mais fácil publicar por conta própria.
    Se vc quer desenhar por hobbye faça isso, mas se quer se profissionalizar tem que botar a cara pra bater.
    . O Social comics, que onde a JBC tá publicando o henshin manga digital, é aberto pra a publicação direto do artista. Não precisa de editora. Lá eles vão te remunerar pelo numero de visualizações de cada página. Nâo precisa ficar nessa de fanzine não, fanzine é coisa da década de 80. Hoje a gente tem toda oportunidade de fazer algo do jeito que for, com cor, layouts extravagantes, bem acabado. Faz o negócio digital, aí se vingar, faz impresso. Ou imprime de forma caseira pra vender nos grandes eventos de hq, tem muito autor hoje que vende a maior parte do seu material em eventos.

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  23. Então, Cirovisqui. “Esforço excessivo e desesperado para entrar no mercado brasileiro de quadrinhos” soa melhor? Para mim, concorrência é quando você consegue competir. E um dos poucos que consegue a proeza de competir num mercado dominado por gringos é o sr.Sousa.

    Me desculpa cara, mas estou desanimado pois já vi muito:

    – fanzineiros largados em feiras de evento, que insistem/iam em ir todos os anos, sem nunca conseguir nada a mais com isso.

    – Sites de publicação online, próprios ou de terceiros (pagos ou não), sem retorno considerável.

    – Concursos, que quando as regras não limitam demais o artista, são uma roubada e a premiação muitas vezes é muito abaixo do esperado (ou nem tem).

    – Sites de investimento (Catarse), que acabam se tornando um refúgio e ciclo vicioso, sem que o mangaká consiga evoluir para algo além daquilo.

    – ilustradores freelancers, muitas vezes sendo explorados e tendo que passar noites em claro para cumprir prazos/metas.

    Enfim, listei alguns pontos negativos sobre a coisa toda, mas com certeza devem ter mais.

    Já comentei algo com o The Foll tempo atrás. Não estamos tentando só lutar por espaço no mercado editorial. Até mesmo na internet a coisa está feia, com enxurradas de scanlators e torrents. Social Comics e CIA também devem sofrer por isso.

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  24. @SKY, que derrotismo cara. Tudo é difícil nessa vida mermão, não tem moleza pra ninguém não. Cara, se vc confia no seu taco insiste, senão abre mão, simples assim. Mas ficar cultivando esse pessimismo aí não é bom pra ti como artista cara. Existem possibilidade, se vc também permitir expandir os horizontes: pra começar cara: larga de mangá. Isso não existe. Existe quadrinho, existem editoras que contratam quadrinistas. Ponto final. Se vc é um cara que tem disposição, a centenas de editoras que aceitam avaliam material.O social comics já vi um cara dizendo que tá tendo um retorno interessante. Se você pesquisar e for atrás, a nível internacional, a muitas oportunidade. Não é fácil e o padrão de qualidade é lá em cima. Por isso tudo depende da confiança que vc tem no seu material e o que você quer. Se vc quer publicar sua história, não quer fazer roteiro de ninguém, faz e publica na social comics. Mas faz levando a sério. Esse negócio de fanzineiro, tem coisa muito boa, mais tem coisa muito ruim, principalmente vícios e falta de autocrítica. Tem que entender que o teu material é pros outros, não pra ti.

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  25. Porra, os caras nem sabem do que tão falando. A premiação do sma é assim: “se você conseguir 20 pontos você entra no programa master class da nossa editora”. Cada colocação no concurso vale uma quantidade de pontos, 1º lugar 20p, 2º lugar 15p, 3º lugar 10p, 4º lugar 8 pontos, menção honrosa 5 pontos. Inclusive só de participar já se ganha 2 pontos, mas o que é o master class? Não é nada mais nada menos que uma série no Japão! Isso mesmo, não é curso, vc se torna um mangaká de verdade, e vai publicar no Japão com eles. A viagem no Japão não é passeio, vc vai lá pra conhecer quem manda na parada, conhecer o chefe, saber como eles trabalham lá, essas coisas, uma viagem de negócios. Vc n volta de lá falando “AEHOOO Ganhei concurso japa de gibi!!”, vc volta falando “AEEE CARALHO, VIREI UM MANGAKA!!”

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  26. Enquanto as editoras brasileiras n acordarem só vão perder mais ichirous(o cara que mais pontuou no concurso) e robertos que tem por aí, por que ninguém quer competir num mercado que não existe. AH, e se quiserem, entrem nesse grupo: https://www.facebook.com/groups/920892601340855/ nele o ichirou e o roberto ajudam com dicas quem quer participar do silent tbm. Eu participei do sma6, o “when i was a child”. Eu sou bem pessimista, mas acho que tenho chances de ganhar uma menção honrosa nesse(ainda n lançaram o resultado), e já estou fazendo mais um para o sma7. Eu tenho 15 anos, n participaria do bma nem se quisesse, afinal só abrem inscrições para maiores de idade.

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  27. Joseph, se você tivesse lido que eu escrevi eu falei do Master Class. Eu só não expliquei com era, mais coloquei um link pra quem quisesse se informar.

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