Xangô — Rei dos Iorubas | Mitologia Africana
Xangô — Rei dos Iorubas. Fonte da Imagem: Pinterest

Xangô — O Rei dos Iorubas

Conheça a história de Xangô, rei dos Iorubas e um dos personagens do conto O Filho de Xangô

Rod Zandonadi
5 min readOct 22, 2020

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Xangô, Shango, Sango ou, na Bahia, Badé, é o orixá da justiça. É um deus da mitologia africana que controla raios, trovões e expele fogo pela boca.

Ele aparece com um machado de duas faces em virtude de sua inclinação guerreira. É conhecido como o rei de Oyó.

Xangô

Como personagem histórico, Xangô teria sido o quarto Aláàfìn Òyó, “Rei de Oyo”, filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian. Xangô teve três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.

Xangô é o orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô. Xangô é o Orixá do Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorum.

Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:

Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava.

Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quis saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá. Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun. Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais.

Xangô foi o quarto (ou o terceiro) rei lendário de Oyo, na Nigéria, tornado orixá de caráter violento e vingativo. Filho de Oranian, teve várias esposas, sendo as mais conhecidas: Oiá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes.

Enquanto Oxóssi é considerado o rei da nação de Queto, Xangô é considerado o rei de todo o povo iorubá. Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo.

Muitos orixás possuem relação com os Egunguns mas ele é o único que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, Egungun. Xangô é a roupa da morte, Axó Iku: por este motivo, não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho lhe pertencendo. Ao se manifestar nos candomblés, não deve faltar, em sua vestimenta, uma espécie de saieta de tiras chamada banté, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos eguns.

Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com Oxumaré, considerado por ele como seu fiel escudeiro.

Xangô em Etherion

Xangô é um dos personagens do conto O Filho de Xangô, que estou escrevendo no blog do Luís Storyteller.

Como outras de minhas histórias, O Filho de Xangô abordará a mitologia africana no contexto atual, dentro do cenário de Etherion que tenho desenvolvido. Nesse cenário Xangô é o rei dos Iorubás, clã de africanos que resistiran a uma batalha antiga. Eles emigraram para o Brasil na época da escravidão.

O Filho de Xangô
O Filho de Xangô — Fonte da Imagem: HQ Ultimate Spider-Man #6 (2014)

Acho muito importante dedicarmos um espaço para a mitologia africana. Os cenários de cyberfunk e afrofuturismo têm aberto portas para adaptar a mitologia e a história da África em contos e romances de fantasia e ficção científica.

Em O Filho de Xangô, conhemos Jean, um órfão que nunca achou seu lugar na vida. Até que encontrou um pouco de “sorte”. Sorte que talvez não o ajude em seu problema atual: como se portar em um encontro com uma garota, quando nunca esteve em um? Esse simples encontro iniciará uma série eventos onde dois clãs imortais se enfrentarão pelo domínio do nosso planeta.

Se quiser conhecer O Filho de Xangô, o link para o primeiro capítulo é este:

Te convido para conhecer mais do meu trabalho:

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Rod Zandonadi
Crônicas de Etherion

Escritor e entusiasta de literatura de fantasia. Desenvolvedor Web nas horas em que não estou criando mundos fantásticos.