“Arte existe porque a vida não basta”, já escreveu o poeta maranhense, Ferreira Gullar, em texto publicado na Folha de , em setembro de 2013. Esta frase, recitada por Maria Betânia neste vídeo, faz todo sentido para Ariane Cordeiro, que também acredita que “negar a arte é dizer que a vida se basta, não precisa de arte. Uma pobreza”, como completou o poeta.

Criada em berço artístico, filha de uma Artista Plástica e cantora e um Professor universitário, a arte se fez presente durante toda vida de Ariane. Tudo o que ela é e foi, é resultado de uma colcha de retalhos formada por diferentes vertentes artísticas e muito amor ao ofício. Seja nas aulas de piano, , circo, yoga, a escolha por acreditar e viver de arte aconteceu de forma espontânea e natural.

A Zari Escola de Artes um sonho de infância, sempre quis ser autônoma, não depender de recursos públicos, sempre quis trabalhar por mim, ter minha própria vida. Fui daquelas pessoas que nunca parou em emprego nenhum, não gostava de ser mandada, então resolvi fazer o que precisava fazer e fui viver da arte”, conta Ari Cordeiro.

Mesmo com todos os contratempos, pessoas aconselhando contra, nada tirou da cabeça da artista o sonho que teve como meta. “Todo mundo me contradizia: você não vai ter dinheiro, não vai ganhar nada com isso. Eu pensava “não, eu vou sim” e quando a gente consegue colocar uma meta na cabeça, temos que ir até o fim”, enfatiza.

A escola é um presente de despedida do pai

Quando Ari bateu o pé e decidiu ser artista, ela teve uma ajuda muito especial.  Depois de viajar e morar em diferentes lugares do país, estudando, pesquisando, se aprofundando, uma notícia mudaria seus planos. “Morei por três anos em Floripa, foi quando fiquei sabendo que meu pai estava doente em Presidente Prudente – SP e precisava de mim. Fiquei lá com ele e busquei resgatar um laço entre pai e filha, pois nunca fomos muito próximos. Depois de Prudente, ele quis ir embora e resolveu mudar-se para , onde ele trabalhou a vida toda. Foi quando ele perguntou sobre ‘o que eu queria fazer da vida, se ele podia fazer alguma coisa por mim?'. Falei ‘pai, eu trabalho com arte, preciso de um lugar, um espaço físico pra trabalhar'. Então ele montou a Zari pra mim, lá em Aquidauana.

Antes de partir, pai deu vida a espaço de artes tocado com amor por Ari e Alex
Ariane e seu pai, Luiz (foto: acervo pessoal)

Luiz Carlos Batista foi um professor universitário que, segundo Ari, “era muito inteligente, trabalhador pelas causas humanitárias, ajudou muita gente”. Ele foi acometido por um câncer e faleceu em maio de 2019. Antes de partir, ele presenteou a filha com o melhor que poderia oferecer: um legado de arte e vida, pois mesmo não estando aqui, sua presença pode ser presenciada em cada detalhe da escola, seja nas barras de balé, os espelhos, o linóleo… foi tudo ele quem deu.

Após sua partida, um ciclo se fechava em Aquidauana e, hoje, a Zari está aberta em Campo Grande há pouco mais de um mês, em um lugar espaçoso, iluminado por uma linda luz natural, boa energia e um leque muito interessante de cursos de dança, yoga, circo, para todas as idades. “A gente dá Yoga e o Acroyoga, tem dança contemporânea, hip hop, dança de salão, Zouk, tecido, modalidades aéreas e o circo kids, para crianças”, conta.

Amor na vida e na arte

Foi a arte que uniu Ariane Cordeiro ao seu marido, Alex Feitosa: eles se conheceram em uma apresentação de dança. A parceria que começou na escola, ganhou amor fora dela. “A gente se conheceu em uma apresentação em , município próximo a Aquidauana. Eu acho que a gente tá junto porque as ideias, desde antes da gente se conhecer, já casava. Aí um dia fui me apresentar num evento e encontrei ela lá se apresentando com as crianças. Ela ainda estava formando uma turma de professores e me chamou pra trabalhar e eu fui”, revela Alex.

O envolvimento profissional juntou com a grande paixão que os dois sentiam pela arte. Tão logo o relacionamento começou, uma estrada cercada de desafios e expressões artísticas também nascia. Hoje, o casal segue junto tocando a escola e aprendendo juntos a administrar o espaço, que promete fomentar a cena cultural de Campo Grande. “É um espaço de puro conhecimento do corpo, da mente e da arte”, diz Ari.

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Você encontra na escola

Precursores da prática do Acroyoga Montreal, que mistura acrobacias e posições do Yoga, a escola também oferece aulas de Yoga, Circo Kids, tecido acrobático, Zouk, Hip Hop, dança contemporânea e dança de salão.

Com as escolares, a escola está aberta a receber todos que desejam vivenciar a aventura que é a arte, desde crianças, adolescentes, adultos e por aí vai…

A Zari Escola de Artes está localizada na Av. Vitório Zeola, 76 – Carandá Bosque
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Outras informações, ligue: (67) 99162-5964