Em 1901, com a morte da rainha Vitória, seu filho Alberto Eduardo, então Príncipe de Gales, assumiu o trono inglês, como Rei Eduardo VII. Assim, terminava a Era Vitoriana e começava a Era Eduardiana.
Neste século a moda masculina desenvolveu peças para as práticas esportivas, para as forças armadas e elegeu a underwear como peça básica. A dinâmica da moda masculina era lenta. Pouca coisa mudava de uma década para outra.
O século XX se caracterizou pelo uso da alfaiataria clássica, sapatos bicolores, cartola, bengala e lenço. Nas primeiras décadas do século, paletós e calças bem cortados, ajustados ao corpo era a palavra de ordem no quesito estilo. A vida social borbulhava. O ver e ser visto regulavam as relações e o consumo desse período. Foi uma época de efervescência cultural e de entretenimento.
Com iminência da Primeira Guerra, tudo que era divertido e prazeroso ganhou um ar sombrio. A sociedade mudou, os homens foram para a guerra e as mulheres para as fábricas. Tal dinâmica exigiu novos hábitos no vestir tanto para os homens, quanto para as mulheres.
No período pós-guerra, o sistema da moda passou a girar em um ritmo mais acelerado. Os Estados Unidos passaram a dianteira da economia mundial, e nesse período surgiu o que veio definitivamente democratizar a moda: o ready-to-wear, que os franceses nomearam de prêt-à-porter – o pronto para usar. A produção em série garantiu o declínio da alfaiataria, devido a disseminação das máquinas de costura e o surgimento de novos materiais.
O período que foi muito influenciado pela Guerra do Vietnã, gerando reações por parte da juventude em prol de um mundo pacífico.
O anos 80 lançaram estilos, cores e modelagens. Malhação – conceito do culto ao corpo e o Yuppies – jovens moradores de centros urbanos, que levavam uma vida profissional agitada, valorizada pelos conceitos da sofisticação. Por outro lado, a moda de rua foi dominada pela cena musical: glam rock, new wave, metal rock, pop e dance.
Limpando os excessos visuais, a década de 90 apresenta o minimalismo, influenciado pelo japonismo criado por Yohji Yamamoto e Comme des Garçons. Tons escuros e pastel imperaram, aliados a modelagens mais soltas. As cores, mesmo em menor intensidade, continuaram presentes durante toda a década.
Na cultura jovem, o grunge foi a grande influência, assim como os skatistas.
Numa outra esfera, os clubbers vieram para colorir. Vestiam-se com cores, modelagens modernas, tecidos metalizados e calçados futuristas.
Abriu-se um caminho para roupas justas, calça skinny e t-shirts com decotes em V, cabelos com cortes bem curtos, cuidados com a pele e muita atenção para underwear (Oi, Calvin Klein?) – responsável pelo aumento de marcas, que investiram para oferecer modelos variados, com qualidade e conforto.
Hoje, temos a influência oriental, principalmente, vinda da Coréia do Sul, terra do cantor Psy, que com sua Gangnam Style, virou uma febre, resgatando ousadias na cor, materiais e modelagens inovadoras. Outras bandas coreanas que também prometem novas experimentações são Big Bang, Super Júnior e G-Dragon, que se tornaram sucesso entre os mais jovens, além de serem presenças constantes nas semanas de moda pelo mundo, com seus figurinos que mesclam peças masculinas e femininas, cores fortes, cabelos em cortes modernos e acessórios carregados.
Neste momento, a dinâmica da moda ficou muito acelerada. O mercado de estilos se tornou imenso – sofrendo grandes mudanças em períodos curtos de tempo. Estilos são criados e mesclados com os já existentes. Mas alguns mitos da moda masculina permanecem, como a utilização dos ternos e costumes para momentos formais, smoking para eventos de gala. Ao mesmo tempo, percebe-se algumas mudanças – principalmente pelas influências de astros da música e cinema, em aparições no Oscar, Grammy e MTV Music Awards.
Nessas ultimas décadas, tribos urbanas perderam a força na demarcação de estilos. Sazonalmente surgem os ícones de estilo, mas dificilmente permanecem por muito tempo. Mais do que nunca, agora é mais do que necessário educarmos o olhar e afinar o gosto, para o que de fato é de bom tom. Está cada vez mais fácil se perder em meio a tantas opções.
Uma resposta para “Um olhar sobre a moda masculina no século XX e XXI”.
Ótimo texto e colocação das imagens!
Sugiro fazer, especificamente também, sobre acessórios masculinos. Não é tarefa fácil, pelas poucas variações comparado ao feminino, mas acho que é interessante! Abraços
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