Gilmar de Oliveira Fraga: Uma imagem vale mais que mil palavras

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Foto: Gabriel Rossi

Pensando em como despertar ainda mais o interesse do público para o jornalismo, o Mosaico foi conversar com um fera em desenhos. Gilmar de Oliveira Fraga é ilustrador, caricaturista e editor adjunto de arte da Zero Hora e nos brindou com uma história de vida muito interessante voltada para a arte.

O ilustrador conta que despertou o interesse no desenho após sofrer um acidente quando pequeno. Esse incidente atingiu o olho esquerdo, fazendo com que a visão ficasse bastante comprometida. “Após o acidente, eu fazia um tratamento que minha mãe trazia da Santa Casa semanalmente, onde eram projetadas imagens de personagens de quadrinhos em uma folha de papel e eu tinha que desenhar por cima dessas imagens”, explica Gilmar. Ele lembra também que seu pai, para incentivar o tratamento, trazia gibis e histórias em quadrinhos. Esses foram os principais fatores que fizeram com que ele seguisse desenhando.

Ele é formado em Publicidade e Propaganda pela ULBRA, porém a vida profissional foi mais direcionada ao jornalismo. Começou pelas ilustrações que fazia para pequenos jornais da escola. Ao longo do tempo, passou por alguns veículos de comunicação e também por sindicatos, até chegar na Zero Hora, onde ele trabalha até hoje. Gilmar também tem produzido trabalhos para editoras do centro do país.

Quanto aos desenhos, o ilustrador revela não crer em inspiração para a realização da arte que pratica. “Acredito mais em transpiração, em suar a camiseta para encontrar soluções”, reforça Gilmar. Ele considera que conseguiu atingir os objetivos até hoje através do treino e esforço aplicados na aprendizagem de ferramentas e técnicas de desenho.

Não há diferença entre web e jornal impresso tratando-se de ilustrações, segundo o caricaturista. Ele produz um único desenho que vai para as duas plataformas. Além disso, Gilmar conta que o traço e a ideia da ilustração possuem o mesmo valor. Para exemplificar isso, ele salientou que muitos ilustradores dos anos 70 faziam desenhos minimalistas rapidamente para que a ideia não fugisse da cabeça durante o processo. Isso fazia com que o veículo apresentasse charges com traços simples, porém com significados inteligentes.

Gilmar afirma que nem sempre é preciso seguir a linha editorial do jornal quando um tema polêmico está em questão. Ele trabalha com espaços fixos e sempre desenha de acordo com a própria opinião. O cartunista reforçou que mesmo nos tempos mais difíceis, que para ele eram os anos 90, ninguém reclamou em relação a seus desenhos e nem foi censurado pelos veículos onde trabalhou.

O cartunista acredita que o esforço e a confiança nos instintos são ferramentas importantes para a produção e a criação, fazendo com que seja possível atingir objetivos e alcançar metas. O recado que ele manda para os estudantes de comunicação é: “Leiam muito. Tentem ler coisas que não sejam basicamente ligadas à sua área. Tentem ter uma visão mais ampla do mundo e confiem nos seu taco”.

Confira o vídeo que fizemos do estúdio

Fotos: Gabriel Rossi

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