D. Pedro II enfrenta a crítica da imprensa taubateana
setembro 13, 2012
Apresentação da monografia
dezembro 10, 2011
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Caros amigos,
Acabo de voltar de Taubaté, onde defendi minha monografia perante a banca composta pelos professores Isnard Albuquerque Câmara Neto, Maria Januária Vilela Santos e pela minha orientadora Maria Fátima de Melo Toledo.
É com grata satisfação que anuncio que minha monografia tirou 10, com louvor! Abaixo algumas fotos.
Agradeço a todos meus familiares, amigos e pessoas que conheci durante esse 1 ano e meio de pesquisa e que me ajudaram muito para que eu pudesse levar esse 10 para casa!
Apresentação do trabalho
novembro 27, 2011
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Lá nas Areias…
novembro 2, 2011
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Estive em Areias, cidade do Vale Histórico, próxima a Bananal, São José do Barreiro, Arapeí e Silveiras, todas com um passado glorioso no período do café. Os nobres cafeicultores mais ricos lá moravam, lá plantavam café, lá escravizarão muitos negros cativos e lá ganhavam muito dinheiro. Em Bananal chegou a circular moeda própria, cunhada pelo poderoso Manoel de Aguiar Valim, o barão de Aguiar Valim.
Em Areias estava atrás das descrições sobre as tantas visitas de d. Pedro II e da Princesa Isabel na região. Muita gente fala que houve, mas há poucos documentos que realmente comprovem essas visitas. Que elas aconteceram eu não tenho dúvida, afinal a região se localiza na divisa com o Rio de Janeiro e possuía muitas ligações com a poderosa aristocracia do Vale fluminense. As cidades do Vale Histórico eram tidas como um refúgio dos nobres fluminenses. Inclusive os relatos orais que chegou até nós descrevem que as visitas do Imperador e da Princesa às cidades de Areias e Bananal sempre foram de cunho particular, para participar de saraus, bailes e encontros com cafeicultores fluminenses e paulistas. Nada muito oficial. O que mais gostaria de encontrar eram os detalhes do baile que a Princesa Isabel deu em 1888 em Areias para todos os nobres cafeicultores (e escravocratas) da região, em comemoração à libertação dos escravos.
Essa falta de oficialidade é que dificultou em muito encontrar documentos, jornais ou atas de câmara citando tais ilustres visitas. Na Casa de Cultura de Areias, bela residência no centro da cidade, onde já foi um cartório que Monteiro Lobato trabalhou e escreveu seu livro “Cidades Mortas”, funciona atualmente um museu e o arquivo municipal. Aliás, percebi bem porque Monteiro Lobato esteve entediado quando trabalhava em Areias. Durante todo o dia que estive lá, devo ter avistado cerca de 30 pessoas ao todo. A cidade é muito bonita, mas bem vazia, mais parecendo cenário de novela das 6 da Globo.
O Arquivo está em excelentes condições. Os documentos cartorários encontram-se bem organizados em pastas e prateleiras, por data e assunto. Porém, os demais tipos de documentos ainda precisam de melhor acondicionamento e organização. Há 2 estantes com muitos documentos policiais do início do século XX, pedaços de livros de registro sanitário, muitas cadernetas escolares e inclusive pedaços das atas da Câmara Municipal de Areias do século XIX. Lá, não encontrei nenhuma referência às visitas dos Imperantes na cidade.
Pesquisei também nos jornais. Há dois livros com todas as edições do jornal “O Mosquito” de 1872 e 1873. Para minha decepção, não há mais jornais de outros anos. Neles, com certeza encontraria pelo menos citações das passagens do monarca e de sua filha pela cidade, mas o tempo levou esses preciosos documentos.
O que essas cidades do Vale Histórico têm de mais rica é a sua história. Foram o primeiro caminho entre a Corte e a capital da província de São Paulo. Por lá, passou d. Pedro I rumo à Independência e lá se hospedou o segundo Imperador e a Princesa Imperial. Muita riqueza foi produzida nas fazendas da região, mas poucas sobreviveram até os dias de hoje. Perdeu-se muito da história daquele local, tanto em documentos como os jornais, quanto do belíssimo patrimônio arquitetônico. E a tradição oral, que ainda carrega consigo alguns resquícios fantásticos da história dos poderosos barões daquelas terras está se esvaindo como a memória que se acaba com o tempo. Algo precisa ser feito por lá ou aquelas cidades estarão fadadas ao destino cruel de Monteiro Lobato.
Teaser: “Os passos do Imperador”
outubro 15, 2011
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Pessoal, acabo de produzir um pequeno vídeo em formato de teaser sobre o trabalho que estou produzindo. Assistam e me digam o que acharam:
Lorena: terra do Conde de Moreira Lima
agosto 2, 2011
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No segundo dia que visitei Guaratinguetá, consegui terminar mais cedo meus trabalhos de pesquisa e dei uma esticada até Lorena, cidade vizinha. Uma cidade aprazível, com uma bela avenida calçada de pedras, alguns casarões históricos e um largo predomínio dos Salesianos. Além da UNISAL (Universidade Salesiana) há várias escolas geridas pela Congregação Salesiana. A UNISAL está para Lorena, como a UNITAU está para Taubaté. Ao que pude perceber, as freiras e os padres salesianos estão na cidade desde a última década do século XIX.
Visitei brevemente a Biblioteca Municipal, que possui em seu 2º andar o Arquivo Municipal. A responsável pelo Arquivo estava doente (e permaneceu nos 4 próximos dias) e por isso o local estava fechado para pesquisas. Conversei um pouco com o Maurício, atendente da Biblioteca Municipal e fui dar uma volta pelas redondezas para conhecer a cidade.
Logo percebi que o Conde de Moreira Lima era o grande “pai” dos lorenenses. A praça onde está a Biblioteca leva seu nome e também apresenta seu busto. Ao lado, há a Santa Casa de Misericórdia, que já levou seu nome, por ser patrono fundador. Caminhando para além da linha do trem, pude avistar uma belíssima Igreja, que num muro de azulejos na entrada pude notar que ela foi construída também pelo Conde. A Igreja São Benedito foi uma das obras mais suntuosas do Conde. Ele foi o responsável pela arrecadação de dinheiro na cidade para que fosse possível tamanha opulência dessa Igreja. Graças a seu esforço, conseguiu ter elevado seu título de Visconde para Conde em 1885, se tornando o único Conde do Vale do Paraíba. Isto ocorreu 1 ano após a visita de d. Pedro II, da Imperatriz Thereza Cristina, da Princesa Isabele Conde D’Eu em 1886.
Aliás, a ascensão nobiliárquica do Conde de Moreira Lima está intimamente ligada às recepções que ele organizou para a Família Imperial, quando em viagem pela região e passagem pela cidade. Em 1882, Joaquim José Moreira Lima torna-se Barão devido a sua ajuda financeira na Guerra do Paraguai. Em 1884 recebe a Princesa Isabel na cidade e aproveita para encantar toda a comitiva Imperial com 2 grandes inaugurações: Igreja de São Benedito e o Engenho Central. A Princesa Isabel parece ter ficado bastante impressionada com o Engenho montado pelo então Barão de Moreira Lima, pois o descreveu como o mais avançado e moderno da Província de São Paulo. Um ano depois, o Barão torna-se Visconde.
Não contente, o Visconde de Moreira Lima preparou mais um surpresa para os Imperiantes. Em 1886, durante visita do Imperador d. Pedro II e sua esposa, a Imperatriz e da Princesa Isabel com seu marido, Conde D’Eu, Moreira Lima preparou 3 atos de enorme expressão para a cidade e para os importantes viajantes. Inaugurou a linha de bondes do Engenho Central, ligando a fábrica ao centro e à estação de Lorena. Somente para a visita do Imperador, a Câmara aprovou que fossem utilizados bondes à vapor, novidade à época em terras valeparaibanas. Além disso, ciente de que d. Pedro II estava interessado na ampliação da iluminação pública do país, o Visconde também inaugurou a iluminação à gás de hulha na Igreja de São Benedito e em seu Palacete, onde hospedara toda a Família Imperial.
Mas, o acontecimento mais significativo na cidade de Lorena foi outro. Apesar do Visconde não ter organizado formalmente, foi amplamente beneficiado pelo histórico ato. Sabendo da visita do Imperador, os vereadores da Câmara Municipal organizaram a compra de um Livro de Ouro, onde deveriam colher assinaturas e doações em dinheiro para a compra de cartas de alforria. Este ato simbólico já estava ocorrendo nas cidades do Vale fluminense. Segundo as atas da Câmara de Lorena daquele período, a primeira assinatura deveria ser de d. Pedro II. E foi o que aconteceu. O Imperador não só assinou, como doou 500 mil réis para a comissão responsável. Também foi organizada uma outra comissão que deveria arrecadar dinheiro suficiente para libertação de 2 escravas. As cartas de alforria dessas 2 escravas foram entregues pessoalmente pela Princesa Isabel. Dessa forma, a cidade de Lorena ficou na memória da Família Imperial, que não se esqueceu do Visconde de Moreira Lima. Em 1887, por decreto, d. Pedro II o elevou de Visconde para Conde de Moreira Lima.
Esse é um dos exemplos que ilustram perfeitamente o meu estudo. As viagens do Imperador e de sua filha eram utilizadas para reforçar seu poder nas cidades e regiões distantes da Corte, enquanto, por outro lado, o poder local aproveitava a honra de ter d. Pedro II na região de seu domínio para reafirmar seu poderio local e angariar uma inserção maior na sociedade e na política da época.