Educar para crescer

Em artigo, presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, fala sobre a importância de se investir em educação no país

A qualidade da educação brasileira é um dos mais sérios obstáculos ao aumento da competitividade da economia nacional e da produtividade dos nossos trabalhadores. Os países mais competitivos no cenário mundial têm, em comum, o bom nível educacional de suas populações. Alguns, como a Coreia do Sul e a Irlanda, fizeram uma revolução no ensino nas últimas gerações, com nítidos reflexos no potencial de crescimento sustentado.

O Brasil terá imensas dificuldades para se desenvolver se não investir, de forma consistente e duradoura, na educação de crianças e jovens. Essa aposta no futuro não se dá só com mais dinheiro, mas também com a melhora da qualidade das aulas, da gestão escolar e do material didático, além do aperfeiçoamento curricular e da valorização dos professores. Sem educação de qualidade, a cidadania integral é quase impossível de ser alcançada.

Na ausência de uma população capaz de entender assuntos complexos e de propor soluções para os desafios impostos pelas relações econômicas globalizadas, toda a expansão da economia está destinada a ter fôlego curto, como temos visto nos últimos anos. A produção contemporânea, marcada pela velocidade vertiginosa das mudanças tecnológicas, exige aprendizado constante, capacidade de adaptação, criatividade e inovação.

A reformulação do ensino médio, a partir das novas Diretrizes Curriculares Nacionais, representou um avanço mediante uma maior aproximação entre a teoria e a prática, entre a sala de aula e o ambiente de trabalho, entre o universo da educação formal e o dia a dia da sociedade. Os alunos serão mais ativos na própria formação, numa abordagem com ênfase no desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para a vida e o mercado do Século 21.

Instituição modelo no sistema educacional brasileiro, o Serviço Social da Indústria (SESI) adotou uma proposta curricular arrojada, com foco no estímulo à capacidade de pensar e aprender e nas inovações ligadas ao cotidiano. O SESI possui 501 escolas orientadas às exigências do novo mundo do trabalho, com metodologias inovadoras, inclusive nas áreas chamadas de STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática, no acrônimo em inglês).

Trata-se da maior rede de educação privada do país, presente em todas as unidades da Federação, oferecendo ensino fundamental e médio, materiais pedagógicos e infraestrutura considerados referência nacional. Os alunos do SESI têm os melhores desempenhos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e são campeões do principal torneio de robótica do mundo, o World Festival, entre outros feitos dignos de nota.

No ano passado, a entidade realizou 1,2 milhão de matrículas em educação básica regular, educação continuada, educação de jovens e adultos e ações educativas. Além das escolas, são 553 unidades móveis e 114 unidades de vida saudável, que cumprem a missão de promover a melhora da qualidade de vida dos trabalhadores da indústria e de seus dependentes. A excelência desse trabalho é objeto de reconhecimento internacional e deve servir como exemplo.

No discurso político, a educação sempre foi prioridade, raramente posta em prática no país. Após a reforma do ensino médio, essa realidade começou a mudar. A indústria espera que a ênfase na melhora da qualidade do sistema educacional não pare por aí. O Brasil tem uma capacidade de reação proporcional ao tamanho de seus problemas. A batalha por uma educação de qualidade, base para a melhora da competitividade, o crescimento sustentado da economia e a plena cidadania, certamente será vencida.

Robson Braga de Andrade é empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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