Crianças e jovens em situação de rua estão mais vulneráveis na pandemia
A vida de crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil é marcada por problemas como racismo estrutural, violência e baixa escolaridade. 85% deles são negros e 88% já sofreram violência nas ruas
Por: Isabela Alves
Com a pandemia, as crianças e os adolescentes que vivem em situação de rua estão ainda mais vulneráveis. Entre as violações enfrentadas por esta parcela da população estão o racismo estrutural, o trabalho precoce, a baixa escolaridade, e a violência sofrida na rua e pelos familiares.
Uma pesquisa desenvolvida pela Associação Beneficente O Pequeno Nazareno e pelo Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Ciespi/PUC-Rio) traçou um perfil com o objetivo de subsidiar políticas públicas que atendam essa população.
O levantamento apontou que 85% das crianças e dos adolescentes que vivem nas ruas são pretos ou pardos, o que reflete o racismo estrutural da nossa sociedade. 60% das crianças de rua frequentam a escola, porém, com o fechamento das instituições por conta da pandemia, essas crianças correm o risco de não retornarem ao ambiente escolar.
Em relação à violência que eles sofrem na rua, 88% dos entrevistados responderam que já foram vítimas de violência. Entre os que foram acolhidos por serviços sociais, o número é ainda maior: 97%.
O estudo entrevistou 600 pessoas de 17 cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Recife, Porto Alegre, Belém, Goiânia, Guarulhos, Campinas, São Luís, São Gonçalo e Maceió).
Fonte: Agência Brasil