Brasil Educação Enem e vestibular

Estudantes choram após perder a prova do Enem 2010

Barbara Romano não conseguiu fazer a prova do Enem Luiz Morier Agência O Globo
Barbara Romano não conseguiu fazer a prova do Enem Luiz Morier Agência O Globo

RIO - Mesmo com o atraso no fechamento dos portões de alguns locais de prova do Enem 2010, muita gente não conseguiu chegar a tempo de entrar. No Rio, os portões da Uerj foram fechados às 13h01. Mesmo assim, a estudante Cynthia Frast, de 17 anos, se atrasou. Ela, que mora no Grajaú, chegou quatro minutos depois que os portões foram fechados.

- Perdi um ano da minha vida. Normalmente chegaria aqui (na Uerj) em 10 minutos, mas acabei levando meia hora. Agora só me resta tentar fazer os vestibulares convencionais - disse ela, em prantos.

No mesmo local, a candidata Barbara Romano teve que deixar a sala de prova depois de perceber que tinha perdido a carteira de identidade durante a correria para chegar a tempo de entrar. Desesperada, a jovem começou a chorar.

- Só percebi que estava sem a identidade quando entrei na sala. Não sei onde perdi. Ainda tentei ir em uma delegacia, mas disseram que o delegado estava em hora de almoço e não poderia fazer o Boletim de Ocorrência. Disseram que eu só poderia fazer o registro caso fosse um crime hediondo. Mas isso é um crime hediondo contra a minha vida - desabafou Barbara.

Já Denise Gonçalves saiu da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, às 11h30. Ela chegou quatro minutos após dos portões serem fechados.

- Eu trabalho na Barra. Não pude sair antes de lá. Está tudo parado, na Niemeyer, no túnel. Não estou nervosa, não posso fazer nada - disse Denise.

Em Belo Horizonte, um candidato que chegou atrasado trocou socos e empurrões com segurança do Centro Universitário Newton Paiva. Segundo o segurança Willian Alves Barbosa, o estudante estaria tentando ajudar uma amiga a entrar no local para fazer a prova. O centro fica localizado na Avenida Silva Lobo 1.730, no bairro Nova Granada, região Oeste da capital mineira. Ao menos cinco seguranças dominaram o rapaz até a chegada da polícia.

Em São Paulo, os candidatos que chegaram atrasados à Uninove, um dos locais de prova do Enem, na zona oeste de São Paulo, reclamaram que poderia ter havido tolerância maior devido à chuva e ao trânsito na cidade. Os portões no local fecharam com um atraso de nove minutos. A mesma desculpa foi usada pelos estudantes que chegaram atrasados para o Enem em Brasília. Eles culparam o trânsito e a organização da prova para justificar a chegada após o fechamento dos portões.

Alessandra Lins, de 17 anos, disse que saiu de casa às 11h, mas não conseguiu chegar, apesar de os portões terem sido fechados às 13h01, por causa do engarrafamento que se formou próximo à escola.

- Não andava de jeito nenhum, estava tudo parado - argumentou ela, aluna do Colégio Setor Leste, escola pública de Brasília, que queria usar a nota do Enem para conseguir uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni).

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep), os locais de prova foram estipulados levando em conta o endereço do candidato, informado no ato da inscrição.

Neste domingo, os candidatos serão avaliados em códigos e linguagens e matemática, além da redação.