RIO - A entrada na universidade é um momento de alegria e excitação, mas é preciso passar por um processo doloroso para sair da graduação: a monografia. E escolher o título do principal trabalho de todos da faculdade é difícil. Mas imagine falar sobre cultura popular e dar o título de “Bumba meu Bowie”? Ou fazer uma relação - um tanto improvável - entre o funk carioca e o islamismo e criar o título “Vai me enterrar na areia? Não, não, vou Aiatolá!”?
Essa sensacional mistura de humor e nonsense em trabalhos monográficos foi a inspiração para Tiago Perrart, de 22 anos, criar a página do Facebook “Capas de monografia”. A ideia surgiu durante uma conversa do rapaz com um amigo professor. O estudante de Economia ouviu do amigo alguns absurdos que se pode ler em monografias:
- Ele me deu alguns exemplos de temas estranhos e outras bizarrices que encontrou em monografias, como um agradecimento à “Deusa Internet” - conta Tiago Perrart.
O próprio Perrart confidencia que gostaria de fazer psicologia só para dar ao seu trabalho de conclusão o título “Welcome to the Jung” - trocadilho ótimo do hit da banda Guns n’ Roses com o nome do fundador da psicologia analítica, Carl Gustav Jung.
A página “Capas de monografia” já tem mais de 21 mil curtidas no site, após cerca de um mês de atividade. O estudante alimenta sozinho a rede, todos os dias, mas alguns amigos colaboram com ideias para as monografias fictícias. Os nomes dos supostos estudantes, porém, não são reais:
- Geralmente, alguns sobrenomes fazem referência ao tema ou ao título, e outros a personagens de HQs ou mesmo de Hermes e Renato - diz Perrart, que acrescenta: - Mudo propositalmente os nomes das universidades para as pessoas terem certeza de que é uma brincadeira. Mas ainda recebo mensagens na página e comentários perguntando se são reais!
Ainda falta um ano para o estudante paulista concluir a graduação, mas ele já avisa:
- Bom, se alguém quiser usar alguns dos títulos e temas das monos, fique à vontade. A minha terá um trocadilho bem infame com Hegel.