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Já ouviu falar em sushirrito? O rolinho que é meio sushi, meio burrito promete ser queridinho do verão

Aprenda a fazer uma receita supersaudável com folha de couve
Enrolando um roll Foto: Bárbara Lopes
Enrolando um roll Foto: Bárbara Lopes

Meio burrito, meio sushi. Um rolinho comprido para se comer com as mãos e com recheios, ora asiático, ora mais trash mesmo. O “sushirrito” é criação californiana (onde mais?), mas tem se espalhado pelo mundo e vai vir com tudo no verão carioca.

O restaurante Rou, novidade em Ipanema, é a prova disso. São 12 rolls, entre frios (enrolados na alga) e quentes (na tortilla). Nos mais orientais, há sabores como salmão com cream cheese, alcaparras, rúcula, cebola-roxa, cebolinha, wasabi e gergelim; frango desfiado, bacon, rúcula, alho-poró, gergelim e maionese da casa; e atum, alho-poró, abacate, rúcula, wasabi e gergelim. Já entre os com clima mexicano,  há carne de panela com muçarela, tomate cereja, cebola-roxa e batata palha; costelinha desfiada, cheddar, cebola caramelizada, batata palha e molho barbecue; e carne moída com muçarela, ovo e salsa.

Rolls frios do Rou, em Ipanema Foto: Bárbara Lopes
Rolls frios do Rou, em Ipanema Foto: Bárbara Lopes

— Sempre começamos um projeto a partir de uma necessidade pessoal. Queríamos ter um lugar com ambiente gostoso, que servisse lanche ou refeição e fosse democrático. Seguimos pesquisando tendências e chegamos ao sushi burrito, que é bem forte em São Francisco e tem algumas casas na França e na Austrália. No Brasil, estamos no início desse movimento — conta Gabriela Munhoz, que abriu o Rou ao lado do marido, Marcos Suhre. — No começo, teríamos apenas rolls frios, na alga, mas decidimos colocar os quentes, que funcionam muito bem em dias em que queremos comida que abraça.

— Servimos ainda os doces, como o de doce de leite. Para acompanhar, mate com limão igual aos da praia, com a proporção decidida na hora pelo cliente — completa Marcos.

A dupla, também responsável pela idealização do Complex Esquina 111 e do Verdin, convidou o chef Gabriel Gebara para os preparos. O ritmo da cozinha é ágil, em uma bancada aberta para o salão, com toda a mise en place à vista.

— A praticidade é um trunfo dos rolls. Em minutos, eles estão prontos — comenta Gabriel, que passou os últimos anos em Nova York, onde abriu a primeira tapiocaria da cidade, a Oca, no Soho.

KoBa Izakaya, em Ipanema, o temaki é em formato de rolinho Foto: Bárbara Lopes
KoBa Izakaya, em Ipanema, o temaki é em formato de rolinho Foto: Bárbara Lopes

No KoBa Izakaya, em Ipanema, o temaki não é em formato do conhecido cone, mas em rolinho. Um dos motivos é que o recheio esteja presente do começo ao fim. Realmente, não há nada menos gostoso do que chegar à última mordida e só encontrar arroz e alga.

— Antes de servir, ainda deixamos a folha aquecer, para perder qualquer umidade e ficar ainda mais crocante — conta o chef Luiz “Pétit”, que serve atum, salmão, ovas, enguia e peixes do dia.

No mesmo bairro, fica mais uma casa de rolinhos, o Roll, um fast-food japonês para quem quer algo rápido e prático. O menu muda de acordo com o comportamento da clientela, e a única regra é a forma. Opções como shiitake picante, salmão lemon e hot vegano são algumas das opções mais criativas. Mas os tradicionais têm igualmente espaço por ali.

Roll de frango com bacon no melhor estilo burrito, servido no Rou, em Ipanema Foto: Bárbara Lopes
Roll de frango com bacon no melhor estilo burrito, servido no Rou, em Ipanema Foto: Bárbara Lopes

A couve também é uma ótima opção para embalar os rolinhos. Receita queridinha de quem busca sabores leves, a folha recebe recheios variados como tofu, ovos, brotos, temperos carnes, entre outros. A chef Andrea Henrique, do Pomar ToGo, em Ipanema, serve a alternativa vegana, que leva queijo de castanha-de-caju, cenoura, tomare e brotinhos, e a versão veg, com moçarela de búfala, abobrinha grelhada, tomate e manjericão.

— O segredo está em mergulhar a folha da couve na água fervente e, em seguida, colocar na água com gelo. O choque térmico deixa mais gostosa e verdinha — ensina a chef.

Na mesma onda, os rolinhos vietnamitas, no papel de arroz, são ótimos. No Nam Thai, no Leblon, o chef David Zisman prepara o recheado com camarão, picles de cenoura e bifum com molho cítrico que é um dos clássicos da casa.

Muitas maneiras de se enrolar, no melhor dos sentidos.

ROLINHO DE COUVE

Ingredientes:
6 folhas de couve
1 cenoura cortada em tiras finas
1 pepino cortado em tiras finas
1 pimentão amarelo cortado em tiras finas
1 bandeja de shimeji ou shiitake fatiado
1 pedaço de gengibre
2 dentes de alho picados
Azeite
1/2 xícara de shoyu
1 colher de sopa de vinagre de arroz
1 colher de sopa de mirim (saquê de cozinha)
1 colher de sopa de suco de limão.

Modo de fazer:

Refogue os cogumelos no azeite com o gengibre, o alho e um toque de shoyu. Ajuste o sal, se necessário. Reserve pra chegar à temperatura ambiente.  Coloque água para ferver numa panela larga e prepare uma tigela com água com gelo. Faça um corte em cada lado da parte grossa do talo das folhas de couve e retire. A folha ficará cortada ao meio. Leve uma folha para a panela com água fervente. Deixe na água por uns 30 segundos. Retire e leve imediatamente para a tigela com água com gelo. Quando a folha estiver completamente gelada, retire e escorra ao máximo a água. Repita o processo com as demais folhas.
Estique a folha de couve e recheie com um pouco de cada item. Pode variar nas medidas, acrescentar temperos etc. Use a imaginação.
Depois, dobre as pontas por cima e enrole. O primeiro sai mais ou menos, o segundo melhora, o terceiro já fica lindo.
Misture o shoyu mirim e suco de limão numa tigelinha. Experimente e ajuste a gosto. O molho deve ficar forte, já que é o tempero de todos os itens.
Rendimento: 6 porções