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Torcedores de Botafogo e Crystal Palace trocam mensagens nas redes sociais após investimento em comum

Momento deve ser aproveitado pelo marketing, dizem especialistas
A união entre torcedores do Botafogo e do Crystal Palace Foto: Reprodução
A união entre torcedores do Botafogo e do Crystal Palace Foto: Reprodução

Nos últimos dias, um novo — e distante, ao menos em quilômetros — relacionamento entre fãs de futebol começou a nascer nas redes sociais. Torcedores do Botafogo e do Crystal Palace passaram a interagir em mensagens referentes aos clubes desde que houve o anúncio do investimento de John Textor no alvinegro. O americano também é investidor dos ingleses.

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Nas publicações, os torcedores já fizeram montagens dos emblemas dos clubes, como a águia inglesa carregando a estrela solitária. Já tem botafoguense comprando a camisa do Crystal Palace, e até Garrincha, o maior jogador da história do time carioca, foi lembrado por um torcedor inglês, entre outras referências citadas por fãs de ambos.

Um apaixonado pelo Crystal Palace criou uma “thread” (ou “fio”, uma sequência de postagens) no Twitter para explicar a história recente do clube inglês aos alvinegros, encerrando com uma promessa de mais colaborações:

"Este é o começo der uma grande aliança entre nossos fãs".

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O jogo do time inglês no último domingo (derrota de 3 a 0 para o Tottenham) teve live no canal “Setor Visitante” no YouTube que atraiu cerca de 10 mil pessoas, mesmo sem imagens da partida — apenas a narração dos comentaristas alvinegros.

Segundo especialistas, o movimento orgânico das redes sociais pode e deve ser aproveitado pelo departamento de marketing do Botafogo.

— É muito positivo, dá para se criar uma parceria entre os clubes envolvidos gerando uma legião de novos torcedores para todos eles. Tudo isto em um momento de grande concorrência por audiência, em que o ato de captar novos torcedores tem se tornado uma tarefa muito difícil para todas instituições desportivas — afirma Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e grandes negócios.

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Porém, falar em internacionalização da marca é muito incipiente. Até porque tal processo não depende apenas da vontade e trabalho individual dos clubes brasileiros. Toda conjuntura precisa ser favorável.

— O grande produto do futebol brasileiro que necessita de fato internacionalizar sua marca é o próprio Campeonato Brasileiro. Individualmente, significa pouco para um clube fazer um trabalho isolado de buscar relevância fora do país, a não ser em termos de relacionamento para que clubes e agentes internacionais passem a ver o Botafogo como um parceiro comercial de boa reputação — disse Felipe Soalheiro, diretor da agência SportBiz Consulting.

Soalheiro reconhece que é complexo converter esse momento em retorno financeiro para além do engajamento inicial:

— Passa por criar, além de conteúdo relevante, experiências físicas como talvez um programa de “intercâmbio” de torcedores.