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Artigos escritos por colunistas convidados especialmente para O GLOBO.

Por Marcos Sampaio Olsen

Desde fevereiro, os Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil estão presentes em São Sebastião, São Paulo. Como tropa anfíbia e expedicionária, eles chegaram pelo mar, embarcados no Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico, capitânia da Esquadra Brasileira, para ajudar a população após as chuvas. No ano passado, não foi diferente. Nas cheias em Petrópolis, no Rio e no Recife, lá estavam os Fuzileiros Navais, cuidando da nossa gente.

Nascido em 7 de março de 1808, quando já provia proteção à Família Real, o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) celebra hoje 215 anos, sempre presente na formação da nacionalidade brasileira.

Desde o batismo de fogo, na bem-sucedida operação anfíbia em Caiena (1809), derrotando as tropas de Napoleão, o CFN consolida sua vocação, sendo reconhecido 200 anos depois, na Estratégia Nacional de Defesa (END), como força estratégica de pronto emprego e de caráter anfíbio e expedicionário.

O CFN atua no país e no exterior, em todo o espectro das operações militares: Operações de Guerra Naval, como as anfíbias e as ribeirinhas, atividades com emprego limitado da força, como Operações de Paz e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e benignas, como Assistência Humanitária e Apoio à Defesa Civil.

No exterior, destacam-se as operações de paz no Haiti, no Líbano e a ajuda humanitária ao Chile no terremoto de 2010. No país, operações de GLO, em grandes eventos e nas crises na segurança pública, e operações de combate à Covid-19. Na área social, milhares de crianças em situação de vulnerabilidade são acolhidas nas unidades do CFN, no Programa Forças no Esporte (Profesp).

Tudo é realizado sem descuidar da missão principal: a defesa da pátria. Tropa exclusivamente profissional, os Fuzileiros Navais treinam continuamente, realizando operações anfíbias, com a Esquadra e com marinhas amigas. Nos nossos rios e águas interiores, realizam operações ribeirinhas em todas as regiões.

Num mundo altamente instável e num país riquíssimo, com dimensões continentais e gigantesca área marítima, a “Amazônia Azul”, a capacidade de projetar poder, influenciando sobre o que ocorre em terra e dissuadindo intenções hostis, tem importância vital.

A Marinha do Brasil, como determina a END, mantém seus Fuzileiros Navais em permanente pronto emprego, para atuar onde e quando ditarem os interesses nacionais. Tal condição demanda treinamento intenso, pessoal bem formado, preparo físico e intelectual, evolução doutrinária, armamento e material atualizados. Em 2022, a ONU classificou a unidade dos Fuzileiros Navais na mais alta prontidão operacional para as Operações de Paz, sendo a primeira e única do país.

Adsumus é o lema dos Fuzileiros Navais. Essa expressão latina significa “aqui estamos”, representando a certeza da presença nas situações mais difíceis. Seguramente, inspirou a imortal Rachel de Queiroz a afirmar que “enquanto contarmos com a vigilância e o amor dos Fuzileiros, o Brasil estará em paz”.

Adsumus!

*Marcos Sampaio Olsen, almirante de esquadra, é comandante da Marinha do Brasil

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