Entrevistas
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Por Anna Luiza Santiago

"Enquanto o tempo acelera e pede pressa", como canta Lenine na música "Paciência", Giovanna Antonelli se recusa e dita o ritmo de sua valsa. Depois de 30 anos dedicada a mais de 40 personagens de novelas e séries da TV Globo, a atriz, de 47, agora lida de uma nova forma com a passagem dos dias:

— Minha meta de 2024 é cuidar de mim principalmente, curtir minha vida, minha família. Há uma visão romantizada do estresse, de trabalhar muito, 24 horas por dia. Romantizou-se isso, como um ato heroico. Acho muito distorcido. Você pode ver que qualquer grande executivo tem uma rotina impecável: acorda 5 horas da manhã para treinar, tem alimentação maravilhosa, bebe bastante água, tem as reuniões organizadas. Quando o dia dele acaba, vai jantar com a família e curtir. Este é meu projeto de vida. Nos últimos 30 anos, principalmente no ano passado, percebi que trabalhar de segunda a segunda vai ficando insano. Tem que começar a reduzir e focar no que vale a pena gastar tempo e energia.

Giovanna diz querer se reinventar e descobrir prazeres diferentes, exatamente como Beatriz, a personagem que interpreta no filme "Apaixonada", lançado recentemente. Na trama, a protagonista se divorcia e, então, passa a viver experiências inéditas:

— Este filme é completamente despretensioso, é drama e comédia romântica, porque ela vive várias situações. Eu quero que as pessoas consigam ir ao cinema e se divertir. A gente fez um filme para a família e para a mulher. O mais legal da mensagem dele, para mim, é quando a personagem se apaixona por ela mesma, porque acho que é uma meta diária de cada uma de nós: todo dia fazer uma coisa pra gente. Eu dou várias viradas ao longo da minha vida. Eu adoro essas viradas, esse enxergar tudo de forma diferente e recomeçar várias vezes. Iniciei minha carreira de atriz, depois resolvi empreender. Trabalhar no mundo digital também é uma grande virada.

Outra grande guinada, aliás, foi o encerramento do contrato fixo com a TV Globo. Ela declarou que daria uma pausa significativa nas novelas, mas acabou topando o convite para fazer "Beleza fatal", na Max, seu primeiro grande trabalho no streaming. A atriz viverá uma mulher que perde a filha por conta de uma cirurgia plástica malsucedida e resolve se vingar dos envolvidos:

— Quando falo que vou me aposentar, é poder trabalhar para mim mesma. Sou minha patroa hoje. Quero cada vez mais poder ser dona da minha agenda e do meu tempo. Tempo é a coisa mais importante e valiosa. Então, a gente tem que escolher qual a melhor maneira de usá-lo. Amo trabalhar, trabalho há mais de 35 anos. Amo minha profissão. Me desdobrei em algumas outras, me dedico muito a elas também. Como atriz, quero cada vez mais escolher a qualidade dos trabalhos que eu vou fazer, quero me reinventar. Para isso, preciso buscar essas oportunidades, que não vão me dar, quem vai cavar sou eu. Escolhi fazer a novela por ter uma personagem que eu não tinha feito e para poder ajudar a conquistar um espaço novo. A indústria do entretenimento é a que mais gera emprego no país, junto com estética, beleza, pet shop, tecnologia e saúde. Quanto mais a gente puder fazer nossa economia girar com vários players entrando no nosso país e produzindo, melhor. Então, não tenho como recusar um convite desse. Para mim, é quase um propósito poder fazer parte desse movimento que a gente está vendo acontecer.

Giovanna diz que não é possível cravar o fim de sua volta à TV aberta numa produção do gênero:

— Nunca digo nunca, mas durante algum tempo, sim. Fiz mais de 30 novelas. Pensa comigo: cada novela dura oito meses, são 12 horas de trabalho por dia, de segunda a sábado. No domingo, você acorda, toma um cafezinho, almoça com a família e vai decorar 30 cenas para a segunda. Eu sou completamente metódica. Não sou virginiana, mas sou disciplinadérrima. Eu pego meu domingo e já decoro a semana inteira. Deixo tudo pronto, marcado, decupado. Sou a tarada do texto. Eu trabalho em modo máquina de produção. Nos 30 anos na Globo, 90% deles foram trabalhados. Agora, não. Para uma novela me pegar, tem que ser uma coisa de outro mundo.

"Vale tudo" seria o caso? A trama ganhará um remake na Globo no ano que vem.

— Um sonho na carreira era fazer Heleninha Roitman. Sou apaixonada pela Renata Sorrah, acho uma gênia. Esta personagem seria a personagem da minha vida — revela Giovanna, que diz que não tentará o papel: — Não. Vou ficar torcendo para quem vai fazer, sem nenhuma inveja, com olhar de admiração. Juro.

Giovanna ainda tem mais um trabalho previsto como atriz, um filme com o astro de "Fauda", Lior Raz, mas garante que sua prioridade em 2024 é o projeto de empreendedorismo que começou a ser gestado há quatro anos. A atriz possui uma plataforma digital com mentorias feitas para mulheres e tem viajado pelo Brasil fazendo palestras. Ela diz ainda que entrou "de cabeça" no mundo digital e que hoje se considera uma influencer. Seus vídeos, de fato, costumam fazer muito sucesso nas redes. Ultimamente, os que mais repercutem são os que gravou com o ex-marido, Murilo Benício:

— Botei Murilo no mundo digital. Falei: "Tem que parar de não querer fazer as coisas no digital. Pega meu time, começa a fazer". As meninas gravam com o Murilo e me ligam: "Murilo não quer fazer nada". Aí eu mando áudio para ele: "Murilo, você arrumando problema aí? Faz o que o time jovem mandando". As meninas começaram a rir tanto, passaram a usar esse áudios. Aí o público começou a pedir caixinha de pergunta (no Instagram). A gente sabe que as pessoas têm um carinho desde a época de "O Clone". O canal de comunicação era um só antigamente. O que a novela representou no Brasil foi incrível. O Brasil parava para ver novela antigamente, a galera tem esse carinho. Então, a gente, sempre que pode, retribui.

Os dois são pais de Pietro, de 18 anos. Giovanna, hoje casada com o diretor Leonardo Nogueira, tem ainda as gêmeas Antônia e Sofia, de 13. Ela diz que é muito amiga do ex:

— Somos. Não tem como não ser, né? Pietro é o melhor filho do planeta. Nunca vi um cara igual a ele. E eu me dou bem com todo mundo. Para não se dar bem comigo, você pode duvidar da pessoa. Não tenho mau tempo com ninguém. Adoro me relacionar. É muito curta esta passagem para a gente ficar criando coisas pequenas. Sempre penso no macro, e não no micro.

Ela detalha as características dos filhos:

—O mundo do Pietro é o trap. Ele compõe, produz, escreve, canta. Ele ama isso, fica mergulhado 24 horas por dia. Já fez um curso fora no ano passado e agora quer voltar, para ter mais um aprendizado e ir se aperfeiçoando na paixão dele, que é a música. Pietro é fora da curva. Tem uma cabeça espetacular e me dá uma aula todos os dias sobre novos pontos de vista, sobre como enxergar o mundo e a vida. Fico impressionada. Falo: "Garoto, você tinha que fazer psicologia". Você conversa com ele por dez minutos e fica apaixonado. Já as meninas ainda estão novinhas. Jogam vôlei pra caramba, são altíssimas. Cantam que é uma loucura. Só pensam em esporte e na escola.

Na semana passada, Pietro apareceu no estúdio do "Domingão com Huck", enquanto a mãe atuava como jurada da "Dança dos famosos". Ele logo ganhou milhares de seguidores no Instagram e recebeu elogios. Várias pessoas chamaram a atriz de "sogra".

— Acontece muito. Sou sogra, sou tia. Sogra muito. (Dizem) "Meu marido Pietro". Morro de rir, né, gente? — diverte-se Giovanna, que diz não ser ciumenta: — Quero que ele seja feliz. Isso é que importa.

Giovanna Antonelli com Murilo Benício e o filho, Pietro — Foto: Reprodução/Instagram
Giovanna Antonelli com Murilo Benício e o filho, Pietro — Foto: Reprodução/Instagram
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