Zona Sul
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Por Natália Boere — Rio de Janeiro

A entrega das chaves da cidade ao Rei Momo só será na próxima sexta-feira, mas o carnaval começou faz tempo para quem respira folia. A adrenalina da dupla Mariana Gross e Milton Cunha, que, desde segunda-feira, entra ao vivo no RJ1, da TV Globo, direto dos barracões das escolas do Grupo Especial na Cidade do Samba, segue na máxima potência. Há dez anos, eles começaram juntos na transmissão dos desfiles do Grupo de Acesso e, este ano, estrearão à frente da transmissão do Desfile das Campeãs no Multishow, no dia 25. E já arrastam multidões por onde passam.

— A gente ri, o povo ri, se emociona. O que junta as pessoas é o amor; pela escola, pela comunidade. No Multishow, seremos a dupla dinâmica: Batman e Batgirl no glass estúdio, será um sonho — afirma Milton, morador de Copacabana, que também comentará o desfile do Grupo Especial no domingo e na segunda de carnaval na Globo.

A missão desde já exige fôlego de super-heróis: até que rufem os primeiros tambores na Marquês de Sapucaí, eles terão visitado 12 barracões, um por dia.

— Chego na Globo às 7h50m, me arrumo e, por volta das 9h, já estou na Cidade do Samba, para entrarmos ao vivo com as curiosidades de cada escola a partir do meio-dia, junto com o Fábio Júdice, que fica nas comunidades. É cansativo porque é muito barulho, calor, tensão, mas me divirto. O carnaval é a oportunidade de pessoas de todos os setores mostrarem seus talentos — destaca Mariana, que mora em Ipanema e fará entradas ao vivo direto da pista durante os desfiles do Grupo Especial.

Um vaporizador com soro fisiológico para hidratar as cordas vocais, aliás, virou seu companheiro inseparável. Mas os tailleurs estão de folga. Para quem trabalha o ano inteiro com os figurinos sóbrios que a ancoragem de um telejornal exige, “é uma libertação” entrar no ar com adereços carnavalescos, que são feitos com todo capricho por sua mãe. Com a ajuda do amigo aderecista Alex Vicente, a produtora de eventos Maluh Pinheiro executa uma cabeça e uma ombreira para combinar com cada escola visitada pela filha.

— Os figurinos de Mariana começaram humildes, há uma década, e foram ganhando volume. Hoje, os laçarotes são nababescos — brinca Milton, que veio de Belém para o Rio aos 19 anos sonhando ser ator e caiu de amores pelo carnaval em 1993, ao trabalhar no barracão da Beija-Flor.

Ele também dá um show à parte com seus ternos estampados feitos sob medida pela estilista Alessa Migani: encomenda 40 por ano, todos com “estampas gloriosas”.

— A cada dia espero ansiosa pelo conjunto de terno que ele vai usar: já teve fase pedrarias, colares, peninhas. Milton tem um estilo inigualável — elogia Mariana, que debutou na Sapucaí desfilando aos 13 anos e de lá não quis mais sair.

Pernas de pau. Inscrições para oficina de Raquel Potí estão abertas — Foto: Fabio Rossi
Pernas de pau. Inscrições para oficina de Raquel Potí estão abertas — Foto: Fabio Rossi

Outra que foi cooptada para sempre pelo carnaval foi a atriz e produtora cultural Raquel Potí. À frente da Oficina Perna de Pau (@oficinapernadepau), que já formou mais de mil pessoas em nove anos de aulas nos jardins do Museu de Arte Moderna, no Parque do Flamengo, ela é uma das responsáveis pela difusão da cultura pernalta no Rio, que é exemplo para o Brasil e para o mundo.

— Quando comecei, em 2014, só três blocos tinham pernas de pau: Gigantes da Lira, Escravos da Mauá e Orquestra Voadora. No primeiro ano após o início da oficina, foram seis. No segundo, 17. E, hoje, não se vê bloco no Rio sem pernas de pau — relata ela.

Raquel aprendeu o ofício durante uma viagem para pesquisar a tecnologia do desenvolvimento humano. Conheceu o palhaço Siriguela, da Companhia Carroça de Mamulengos, que a convidou para ser monitora de oficinas de perna de pau no Tocantins e em Goiás:

— Disse a ele que não sabia andar de perna de pau, mas, no primeiro dia, saí andando e vi que tinha sido um grande encontro. Do alto, percorremos um caminho de autoconhecimento muito forte e profundo e acabamos descobrindo nossas próprias asas, o que queremos mostrar para o mundo.

Ela conta ainda que só conseguiu dar à luz o filho Tiê, hoje com 6 anos, quando a parteira, em sua casa, a ajudou a botar as pernas de pau, que facilitaram o encaixe do bebê e o nascimento.

Este ano, Raquel vai desfilar em ao menos dez blocos. Chega a ficar 14 horas em cima das plataformas de madeira, que têm 1,10m de comprimento. Para dar conta? Uma hora de treinamento funcional, de duas a três vezes por semana.

— Mas também é preciso treinar o emocional, o estado de presença, para trocar energia com outras pessoas ao longo do cortejo — assegura.

‘Felizes para sempre’ em ritmo de samba

Rita Fernandes estreia a Casa Bloco no Monte Líbano  — Foto: Divulgação/Bel Acosta
Rita Fernandes estreia a Casa Bloco no Monte Líbano — Foto: Divulgação/Bel Acosta

O dia de Rita Fernandes hoje tem hora para começar, mas para acabar... A produtora cultural e jornalista, moradora de Laranjeiras, chegará às 10h nas imediações do antigo Mercadinho São José para começar a montar o Imprensa Que Eu Gamo, bloco que ajudou a fundar em 1995. O cortejo tem concentração às 13h, e às 15h deve partir da Rua Gago Coutinho. Quando chegar ao Largo do Machado, Rita vai dar aquela fugidinha: vai se arrumar para ir à Casa Bloco. O empreendimento, idealizado por ela, abre hoje, às 20h, no Clube Monte Líbano, na Lagoa, com lavagem dos Filhos de Gandhy, show de Juliana Linhares, baile da Orquestra Imperial com Fernanda Abreu e Gaby Amarantos e Quizomba.

— Durmo de quatro a seis horas por noite, mas às vezes não durmo, porque não consigo desligar. Estou morta, mas muito feliz. O carnaval me revigora, me dá energia, é a minha alma — diz.

Ela conta que a ideia para a Casa Bloco surgiu em 2017, quando acompanhava o Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco:

— Lá, a cultura popular transborda. Vi o quanto não conhecia quase nada do carnaval do Brasil e quis reunir tudo o que acontece no país em um lugar só.

Rita também é uma das responsáveis pela organização do carnaval de rua do Rio: foi uma das fundadoras, no ano 2000, da Liga Sebastiana, que reúne 14 blocos.

— Na época, a cidade estava muito violenta, precisávamos muito da ajuda do poder público diante do crescimento do carnaval de rua. Mudou muita coisa, mas segue sendo uma festa política, da liberdade de escolha, e isso é o que me emociona — afirma.

“Sim”. Carol Sampaio pilota Nosso Camarote e casamento na Sapucaí — Foto: Divulgação/Gabriel Correia
“Sim”. Carol Sampaio pilota Nosso Camarote e casamento na Sapucaí — Foto: Divulgação/Gabriel Correia

É na Marquês de Sapucaí que o coração da empresária Carol Sampaio bate mais forte. Há cinco anos, ela está à frente do Nosso Camarote, um dos mais disputados do Sambódromo, que terá como atrações nomes como Anitta, Gloria Groove, Thiaguinho, Ludmilla, Luísa Sonza, Pedro Sampaio, Matuê e L7nnon.

— O carnaval entrou na minha vida quando desfilei pela primeira vez na Grande Rio, aos 13 anos. Aos 17, já estava trabalhando com carnaval (responsável pela lista de convidados de um camarote na avenida). Então, deixou de ser apenas curtição e virou meu oxigênio — conta Carol, que mora em Ipanema.

Com os desfiles e a volta do seu Bloco da Favorita, que sai no próximo sábado em São Paulo, batendo na porta, sua rotina está “uma loucura”:

— Faço o que posso para permanecer saudável, com tempo de qualidade para mim, minha família e amigos, mas janeiro e fevereiro são meses que me demandam muito. Separo um tempinho no início e no final de dia para dar aquela relaxada.

Este carnaval vai ser inesquecível para Carol: ela se casará com o chef Frederico Xavier no dia 24, véspera do Desfile das Campeãs, em plena Marquês de Sapucaí.

— O carnaval se tornou a minha vida, eu me considero uma filha desta festa — diz.

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