Rio

Feiras livres voltam a ser liberadas no Rio, mas prefeitura impõe condições

Suspensão, que valeria por 10 dias, foi revogada. Feirantes terão que seguir medidas para evitar aglomerações
Feiras livres podem voltar às ruas da cidade após decreto com proibição são suspenso Foto: Ana Branco/22-3-2020 / Agência O Globo
Feiras livres podem voltar às ruas da cidade após decreto com proibição são suspenso Foto: Ana Branco/22-3-2020 / Agência O Globo

RIO — As feiras livres podem voltar às ruas da cidade do Rio a partir de desta quarta-feira (29), contanto que os feirantes sigam medidas para evitar aglomerações e, assim, não facilitar a propagação pelo novo coronavírus . Um decreto publicado nesta terça-feira no Diário Oficial revogou a suspensão da atividade por 10 dias a partir do último dia 23. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação (SMDEI) fica responsável por disciplinar o funcionamento das feiras livres, com uma resolução em até cinco dias.

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A proteção dos comerciantes também foi reforçada com mais exigências, como uso de jaleco, luvas e máscaras. Cartazes alertando sobre as mudanças no atendimento também serão fixados nas barracas. Na de caldo de cana e pastel, por exemplo, o comunicado vai informar que os lanches são só para viagem, a fim de evitar aglomerações no local. Cordões para manter o público afastado dos atendentes e até plástico filme isolando os espaços podem ser adotados pelos comerciantes, afirma o presidente da Associação dos Caldos de Cana do Rio de Janeiro, Ricardo Oliveira. A fiscalização também será mais rigorosa, conta:

— Tudo foi definido com o conglomerado de feirantes que estava liderando a conversa com o prefeito e a secretaria de emprego e renda, e nesse modus operandi (com as medidas) começamos a trabalhar amanhã. Só vão trabalhar nas feiras os feirantes registrados e legalizados. Não pode mais camelô, o que já vai dar um grande espaço entre uma barraca e outra.

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Barracas de caldo de cana e pastel nas feiras livres seguem novas regras para evitar a Covid-19 Foto: Dovilgação
Barracas de caldo de cana e pastel nas feiras livres seguem novas regras para evitar a Covid-19 Foto: Dovilgação

Entre as medidas adotadas até então, estavam afastamento de dois metros entre as barracas e a disponibilização de álcool 70% para funcionários e clientes. As feiras tinham sido suspensas após o prefeito Marcelo Crivella relatar ter visto aglomerações em uma feira de Padre Miguel, na Zona Oeste.

Após o anúncio da suspensão das feiras livres , na semana passada, a prefeitura montou um grupo com os feirantes e representantes da categoria para definir as medidas e se comprometerem a seguir as determinações. Na última quarta-feira, a decisão de suspensão pela prefeitura impactaria, no período de dez dias, 162 feiras livres com dias e horários fixos pela cidade.

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Desde a decisão, houve protesto da categoria que, entre outras questões, destacou a compra de produtos antes do decreto proibindo essa atividade. Oliveira destaca que a restrição impactaria diretamente 8 mil pessoas, estimativa a partir das 4 mil licenças concedidas e contando, no mínimo, quatro atendentes por barraca.

— Quando apresentamos protocolado quantas pessoas ficariam desempregadas para a secretaria de emprego, é que houve o alarme. São 860 pessoas só no atendimento de caldo da cana e pastel. E já estamos com uma outra forma de operar nelas — diz o presidente

Oliveria afirmou que a categoria está organizada e seguindo as determinações.

— O prefeito acabou vendo uma feira que não é a feira livre que não trabalha do nosso jeito. Esses não eram os feirantes de verdade, que trabalham de coração e estão ali 40, 50 anos.