RIO — As feiras livres podem voltar às ruas da cidade do Rio a partir de desta quarta-feira (29), contanto que os feirantes sigam medidas para evitar aglomerações e, assim, não facilitar a propagação pelo novo coronavírus . Um decreto publicado nesta terça-feira no Diário Oficial revogou a suspensão da atividade por 10 dias a partir do último dia 23. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação (SMDEI) fica responsável por disciplinar o funcionamento das feiras livres, com uma resolução em até cinco dias.
Pandemia: Os números do coronavírus no Brasil e no mundo
A proteção dos comerciantes também foi reforçada com mais exigências, como uso de jaleco, luvas e máscaras. Cartazes alertando sobre as mudanças no atendimento também serão fixados nas barracas. Na de caldo de cana e pastel, por exemplo, o comunicado vai informar que os lanches são só para viagem, a fim de evitar aglomerações no local. Cordões para manter o público afastado dos atendentes e até plástico filme isolando os espaços podem ser adotados pelos comerciantes, afirma o presidente da Associação dos Caldos de Cana do Rio de Janeiro, Ricardo Oliveira. A fiscalização também será mais rigorosa, conta:
— Tudo foi definido com o conglomerado de feirantes que estava liderando a conversa com o prefeito e a secretaria de emprego e renda, e nesse modus operandi (com as medidas) começamos a trabalhar amanhã. Só vão trabalhar nas feiras os feirantes registrados e legalizados. Não pode mais camelô, o que já vai dar um grande espaço entre uma barraca e outra.
No comércio: Movimento cresce em mercados do Rio e funcionários relatam aumento de casos suspeitos de Covid-19
Entre as medidas adotadas até então, estavam afastamento de dois metros entre as barracas e a disponibilização de álcool 70% para funcionários e clientes. As feiras tinham sido suspensas após o prefeito Marcelo Crivella relatar ter visto aglomerações em uma feira de Padre Miguel, na Zona Oeste.
Após o anúncio da suspensão das feiras livres , na semana passada, a prefeitura montou um grupo com os feirantes e representantes da categoria para definir as medidas e se comprometerem a seguir as determinações. Na última quarta-feira, a decisão de suspensão pela prefeitura impactaria, no período de dez dias, 162 feiras livres com dias e horários fixos pela cidade.
Direções opostas: enquanto número de mortes por coronavírus sobe, isolamento cai em cinco bairros do Rio
Desde a decisão, houve protesto da categoria que, entre outras questões, destacou a compra de produtos antes do decreto proibindo essa atividade. Oliveira destaca que a restrição impactaria diretamente 8 mil pessoas, estimativa a partir das 4 mil licenças concedidas e contando, no mínimo, quatro atendentes por barraca.
— Quando apresentamos protocolado quantas pessoas ficariam desempregadas para a secretaria de emprego, é que houve o alarme. São 860 pessoas só no atendimento de caldo da cana e pastel. E já estamos com uma outra forma de operar nelas — diz o presidente
Oliveria afirmou que a categoria está organizada e seguindo as determinações.
— O prefeito acabou vendo uma feira que não é a feira livre que não trabalha do nosso jeito. Esses não eram os feirantes de verdade, que trabalham de coração e estão ali 40, 50 anos.