Rio
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Por — Rio de Janeiro

A arte urbana de mais de 60 artistas pretende tornar mais agradável a viagem ao longo de 26 bairros cortados pelos 26 quilômetros da Avenida Brasil no percurso do corredor de BRT Tranbrasil, entre São Cristóvão e Deodoro. A intenção é encher de cores o trajeto de quem passa pela via. O projeto batizado como Cores da Brasil está sendo anunciado pela prefeitura como o maior corredor de arte urbana da América Latina e vai grafitar painéis nos dois terminais (Gentileza e Deodoro), 30 viadutos, 300 pilares e 18 passarelas da via expressa. O trabalho deve consumir 10 mil latas de spray e 30 mil litros de tinha, num investimento em torno de R$ 6,5 milhões.

— É uma forma da gente valorizar esses artistas que estão aí espalhados pela cidade e, ao mesmo tempo, trazer cor, esperança e luz para a principal avenida da cidade, que está agora, finalmente, tendo suas obras concluídas. A estrutura vai melhorar bastante. E aumentar esse sentimento de pertencimento das pessoas à cidade. Acho que a arte urbana traz isso. Cuidar do espaço público — avaliou o prefeito Eduardo Paes, ao anunciar o projeto na manhã desta quinta-feira, durante solenidade do canteiro de obras do Terminal Intermodal Gentileza, em São Cristóvão, na Zona Norte.

Primeiro painel retrata um dia no Rio — Foto: Geraldo Ribeiro
Primeiro painel retrata um dia no Rio — Foto: Geraldo Ribeiro

O primeiro painel, grafitado por Lucas Cassarotti, começou a ser pintado há três dias e está quase pronto. A arte fica perto do terminal Gentileza. O artista mineiro explicou que sua intenção foi criar um recorte de um dia no Rio de Janeiro. O mural que mede cerca de 300 m² consumiu cerca de 150 latas de spray, além de látex.

— Ele começa na parte do dia. Vem de Copacabana e termina no samba da Lapa. Se você botar ele em 360 graus, vira um looping — explicou sobre o mural que mostra imagens coloridas do Cristo Redentor aos arcos da Lapa.

O nome do painel é Delírio Tropical e, segundo Cassarotti, tem inspiração no trabalho de José Datrino, o Profeta Gentileza, morto em 1996, aos 76 anos, e que se tornou conhecido por suas pregações urbanas e por ter pintado inscrições peculiares nas pilastras do Viaduto do Gasômetro. O artista mineiro disse que pesquisou antes e recorreu às mesmas cores que Gentileza usava na sua obra.

— Eu sou de Minas Gerais e conheci o Rio de Janeiro, de arte urbana, pelas coisas que ele colocava, as frases, as escritas, é muito clássico do Rio — disse.

O produtor cultural André Bretas, responsável por reunir os artistas, disse que a pintura dos painéis começou por São Cristóvão e vai seguir em direção a Deodoro. O próximo ponto será o Caju. A intenção do trabalho, que só deve ser concluído em janeiro, é recepcionar as pessoas que passam pela Avenida Brasil, segundo ele. A ideia é que os painéis da via se integrem aos 40 que já foram pintados em 1,5km de extensão da Avenida Rodrigues Alves, perto dali.

Prefeito e Lucas Cassarotti, diante do painel do artista mineiro — Foto: Beth Santos/Divulgação
Prefeito e Lucas Cassarotti, diante do painel do artista mineiro — Foto: Beth Santos/Divulgação

— É um projeto com uma magnitude que vai mudar o cenário da arte urbana carioca e a gente está até brincando que São Paulo fala que tem o maior grafite, mas agora com esse projeto vamos superar em quilometragem. Já somos os maiores no samba e vamos ser também no grafite — comparou o produtor cultual, no qual foi apoiado pelo prefeito — A ideia é ter essa avenida mais alegre, tirar um pouco dessa cor cinza que a gente tem nela e trazer a mensagem acolhedora que Gentileza havia espalhado e que é um característica do carioca, de saber receber com gentileza e acolhimento as pessoas que chegam na cidade.

Bretas informou ainda que após a conclusão do projeto, todos os conteiners que foram comprados para servir de base para os artistas vão virar um centro de capacitação de jovens. A ideia é que esses espaços se transformem numa escola de arte urbana, formando pessoas para trabalhar com spray , plataformas elevatórias e entender como faz a pintura mecanizada utilizada pelos grafiteiros para acelerar o processo e fazer as pinturas mais grandiosas num espaço mais curto.

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