Lúcia de Lima ( Brasil, contemporânea)
Acrílica sobre tela
Coleção Particular
As notícias de hoje me levaram aos Arcos da Lapa no Rio de Janeiro. Um acidente com o bondinho de Santa Teresa me fez pensar como seria triste a vida nesta cidade sem o bondinho passeando por cima dos Arcos da Lapa, um dos locais mais interessantes e atraentes do Rio de Janeiro.
Este não é só o símbolo da Lapa, tradicional bairro boêmio da cidade. Mas um símbolo do Rio de Janeiro. É, sem dúvida, uma das primeiras obras grandiosas da cidade. Com o passar dos séculos obras gigantescas quase se tornaram lugar comum na cidade, com governantes derrubando morros, fazendo aterros, perfurando montanhas de granito para abrirem longos túneis urbanos. Tudo de um gigantismo, de uma grandiosidade, raramente igualadas em qualquer outro lugar do mundo.
Lagoa do Boqueirão com o Aqueduto da Carioca ao fundo
Leandro Joaquim ( Brasil, c. 1738 – c. 1798)
óleo sobre madeira, originalmente para um dos Pavilhões do Passeio Público.
Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro
Os Arcos da Lapa estão entre as primeiras grandes interferências arquitetônicas no Rio de Janeiro. É a obra de maiores dimensões e maior impacto do período colonial. Seu nome original — Aqueduto da Carioca — quase explica sua função. Essa construção de pedra e argamassa, em estilo romano, com dupla arcada, 42 arcos e óculos, edificada nos anos entre 1744 e 1750, trazia para o centro da cidade as águas do Rio da Carioca.
Mas por incrível que pareça, estes não foram os primeiros arcos construídos como parte do Aqueduto da Carioca. Os Arcos que conhecemos hoje, vieram para substituir os Arcos Velhos. Os primeiros arcos do Rio de Janeiro foram decididos por ordem régia de 1672. Mas só foram inaugurados em 1723, junto com o Chafariz da Carioca. Sua função como a dos Arcos que vemos hoje na cidade era trazer as águas do Rio da Carioca até o Largo da Carioca. Esta obra, bastante ambiciosa, só começou a tomar forma no governo de Ayres de Saldanha [ e Albuquerque] (1719-26). Mas seu traçado repleto de curvas mostrou-se imprático, sem resistência, chegando às ruínas com grande rapidez.
Foi no governo de Gomes Freire de Andrade, último governador do Rio de Janeiro (1733 a 1763) — antes de ser criado o Vice-reinado –, que o Aqueduto da Carioca, que hoje conhecemos, foi construido e inaugurado.
Os arcos, no finalzinho do século XIX, quando os bondes foram eletrificados, 1896.
No final do século XIX o sistema de adução das águas do Rio da Carioca tornou-se obsoleto e o aqueduto foi desativado. Eis que surge, então, em 1896, a oportunidade de transformar tamanha construção em rota para o bonde elétrico, servindo assim aos moradores do bairro de Santa Teresa.
O bairro possui a única linha urbana remanescente de bondes do Brasil. A Companhia Ferro-Carril Carioca, que introduziu o serviço de bondes no bairro na década de 1870, eletrificou as linhas em 1896. E aproveitou a construção colonial como via de acesso ao bairro. Por ter sido feito onde corria o aqueduto, os bondes de Santa Teresa trafegam usando uma bitola especial, bastante estreita, de 1,10m.
Os Arcos da Lapa, Cartão Postal, 1925.
Lindo!
Linda!
Tudo aqui é Divino!
Que bom Ladyce!
Adorei estar novamente por aqui!
É realmente um lugar muito especial do Rio.
E ótimo conhecer melhor sua história.
Lucia
e muito bom ler estes comentários
Alisson, que bom que você gostou! Volte sempre!
Gostei muito do site. Parabéns!!!
Obrigada! 🙂
Adorei!!!!! é muito bom a informação!!!! parabéns.
Obrigada, faça bom proveito! 🙂
Ando procurando um livro sobre a Lapa , escrito por Joaquim….., que era amigo de boemia de Di Cavalcanti, Sérgio Cabral , Carlos Lacerda, Jorge Amado, Tom Jobim e outros e se reuniam em bares e ou prostibulos da Lapa na década de 40. Haviam outros/as artistas ,que iam juntos e até pintavam prostitutas na noite . ( casualmente tenho quadros deles , mas sei pouco), Joaquim o escritor do livro , foi amante de Tarcila do Amaral durante 20 anos e ela lhe levava pelo menos 20 de idade. Se podem me ajudar agradeço, Joal
Sou e moro no Rio Grande do Sul , Uruguaiana, e tenho um querido amigo que toca muitoooo violão ai pela Lapa . Yamandú Costa.
Joal, que beleza ser amigo do Yamandú Costa que é um violonista muito conhecido aqui no Rio de Janeiro também.
Interessante esses detalhes do vida na Lapa na década de 40. Vou dar uma estudada no período para ver o que acho. Um grande abraço.
Corrijo , o nome do escritor era Luiz Martins. Em meados dos anos 30, o escritor Luiz Martins, vinte anos mais jovem que Tarsila, torna-se seu companheiro constante, primeiro de pinturas depois da vida sentimental. Ela se separa de Osório e se casa com Luiz, com quem viveu até os anos 50.¨
Luis Martins escreveu um livro com memórias da Lapa e de seus amigos
Acabo de encontrar os livros ,Lapa & Noturno da Lapa – Col. 2 Vols. Luis Martins, postarei algo interessante que encontre.
Obrigado,
Sei que os 8 quadros que tenho, estão assinados com nome de Honorina e Esmeralda, e atrás de alguns a outra assinatura ou rabisco, com dizeres como 5 da manhã 17/08/1942. E o escritor comenta no livro que as fiéis companheiras, para beber, etc se chamavam Honorina, Esmeralda, entre outras.
Quem as pintava e assinava com seu próprio nome??????? Se descobrir conto !
Joal, primeiro desculpe-me pelo atraso na resposta aos seus comentários. Talvez os nomes [Honorina e Esmeralda] sejam a identificação da pessoa sendo retratada. Essse dois quadros não são retratos?