Preferência nacional

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Consumo: desafio é levar mais arroz ao prato brasileiro

Campanha para aumento do consumo de feijão e arroz terá foco na saúde
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A criação de uma campanha nacional para o aumento do consumo de arroz e feijão é uma iniciativa conjunta da Federarroz, Embrapa e Rede Globo que vai muito além da busca de soluções para os excedentes. O objetivo é fazer com que a população retome o hábito correto de alimentação, hoje muito diversificado em razão dos pratos prontos e dos fast foods.

“Estamos trabalhando não só para salvar as cadeias produtivas do arroz e do feijão, alimentos que são a base da dieta brasileira”, explica Renato Rocha, presidente da Federarroz. “O nosso foco nessa questão é a saúde pública. A preferência por outros alimentos menos saudáveis está trazendo graves prejuízos à saúde humana, como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, etc.”, ressalta o dirigente.

De acordo com Rocha, este trabalho já está sendo montado e conta com o respaldo do novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e de seus assessores. “Agora vamos agendar audiências com os ministros da Educação e da Saúde e cobrar uma posição do governo, porque esta é uma questão que envolve aspectos alimentares e de saúde pública”, afirma.

Na visão do diretor da Agrotendências Consultoria, Tiago Barata, o foco das ações da campanha deve ser os formadores de opinião: médicos, nutricionistas, personal trainners… “Aqui há um consenso da cadeia. Todos concordam que é preciso tomar alguma atitude em relação à queda do consumo de arroz. Mas as ações esbarram na falta de coordenação e planejamento. É preciso desmistificar junto a esses profissionais os pré-conceitos que desvalorizam as condições nutricionais do arroz”, sugere. Barata, na verdade, faz menção a um dos maiores mitos atribuídos ao cereal, ou seja, que o arroz engorda.

A desconstrução desse mito também é o tema das palestras apresentadas pelo médico cardiologista e escritor Fernando Lucchese. Em seu livro “Dieta mediterrânea com sabor brasileiro” (um dos mais vendidos na Feira do Livro de Porto Alegre em 2005), Lucchese aborda a questão da longevidade das populações que vivem na região do Mar Mediterrâneo, cuja alimentação é baseada em peixes, azeite de oliva e grãos (com ênfase para o arroz).

SÓ FAZ BEM

O médico Carlos Adílio Maia do Nascimento, presidente do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental (IBPS) e ex-assessor especial do Irga, defende que o arroz, além de ser muito bom no prato, é um alimento que só faz bem à saúde humana. “O arroz é um glicídio de fácil digestão, alto valor energético e índice glicêmico que se caracteriza por absorção lenta e gradual pelo organismo”, salienta.

Conforme Nascimento, na alimentação com arroz há uma economia de proteínas, pois o corpo não usa a proteína da dieta ou das reservas para abastecer as necessidades de energia quando há um hidrato de carbono disponível. A proteína do arroz, embora quantitativamente pequena, apresenta a melhor composição de aminoácidos para o metabolismo humano entre os cereais. “Quando metabolizado, gera menos resíduos nitrogenados, favorecendo a função renal de filtragem desses catabólitos”, observa.

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